Texto 2 Behaviorismo PDF
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Introduo
Ainda hoje, ao tentar traar algumas idias a respeito de B. F. SKINNER e sua
obra, nos deparamos com a riqueza e complexidade de um trabalho fascinante e
desafiador que se mostra provocativo e causando as mais variadas reaes. difcil
fazer uma sntese adequada, abrangente e profunda sobre o autor, no so por si passvel
de reduo.
As colocaes que seguem tm por objetivo principal incentivar o estudo de
Skinner, por isto partimos da sua pessoa, para penetrar no iderio. Ele tentou analisar a
natureza humana, o comportamento e seus controles, o condicionamento operante,
elencando conceitos, fornece modelos para o ensino e para aprendizagem, prope uma
sociedade planejada em Walden II. possvel dizer, segundo Hilgard (1966), que ele
seja o maior psiclogo contemporneo, isto porque tem revelado uma invulgar
capacidade para estudar, acompanhar e predizer o comportamento humano, nas suas
variaes e contingncias. O importante em Skinner que, provavelmente, seja o
psiclogo que mais se preocupou pelo rigor cientfico na anlise do comportamento.
Nasceu em 1904, em Susquehanna, Estados Unidos, educou-se no Hamilton
College, com Bacharelado em Lngua Inglesa. O caminho para a Psicologia foi
extraordinariamente curioso, desenvolvido inicialmente de maneira incidental, pois foi
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um aluno inadaptado e rebelde, cujas atitudes provavelmente no eram do agrado dos
seus professores. Depois passou alguns anos em vrias atividades dispersas, em 1930 foi
para a Harvard University, onde fez o Mestrado, em 1931 o Doutorado. Entre os autores
que influram em Skinner esto Watson, Boring, Brifgman (fsico na Harvard), Poincar
e Ernst Mach.. Durante vrios anos lecionou na Universidade de Minnesota e
posteriormente na Universidade de Indiana, at que em 1948 assumiu os seus encargos
de professor na Universidade de Harvard, at sua morte. A carreira de Skinner, dizem
Mark e Hillix (1967), foi similar de Sir Francis Galton, pela sua grande amplido de
interesses e engenho excepcional de suas realizaes empricas, e tem dado
contribuies enormes, consubstanciado nas mquinas de ensinar, no controle do
comportamento, atravs do reforo e do treinamento de pombos para projetos espaciais,
ambientes adequados, livres de interferncia, para crianas, e o notvel Walden Two
(1948).
Aponta Hilgard (1966) que sua metodologia caracteriza-se desta forma:
a) um enfoque estritamente descritivo e aterico da investigao do comportamento.
Para Skinner, no momento atual no se justifica uma teoria que no esteja fundamentada
numa investigao realmente cientfica. Por outro lado, pensa que toda anlise
comportamental deva provocar, efetivamente, a previso e o controle do
comportamento, estabelecendo aquilo que ele denomina anlise funcional do
comportamento. Da por que ser necessrio estabelecer as conexes entre as variveis
ambientais e do prprio organismo;
b) Insiste em que a anlise do comportamento deva ser feita sobre o organismo,
considerando cada organismo em particular. Da sua insistncia em utilizar nmero
reduzido de sujeitos com os quais se possam estabelecer controles experimentais.
interessante acrescentar que estes controles experimentais, segundo ele, devam ser
registrados, para melhor conhecer, acompanhar e, provavelmente, predizer o
comportamento do organismo;
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c) tpica a idia de Skinner de terminar com a especulao, especialmente a
fisiolgica, mascarada de teoria. Para ele a fisiologia um dado a mais do
comportamento, mas no explicaria a observao comportamental como tal. Para isto,
considera da mais alta relevncia a anlise comportamental a partir da emisso que o
prprio indivduo oferece;
d) Metodologicamente, sua insistncia no comportamento operante, por isto teve o
cuidado especfico de distinguir claramente o condicionamento clssico de Pavlov das
respostas emitidas pelos organismos, que so de suma importncia na compreenso do
comportamento, idia que tem sido til para o estudo do comportamento humano, em
especial a descoberta do reforo e sua aplicao para a Educao. O importante para ele
examinar a evoluo do comportamento at que este alcance uma performance e leve,
sem dvida, a um critrio da sua prpria possibilidade de agir e de manipularo ambiente
que o rodeia.
Esta atitude se estabelece a partir daquilo que entende por organismo, resposta,
condies e ambiente. De fato, ele sumamente cuidadoso ao entender, dentro do seu
esquema de pensamento, o que representa a natureza. Para ele, desde o momento que se
estabelece um parmetro de anlise experimental do comportamento, se desloca o
centro do homem autnomo para o ambiente, da talvez uma possibilidade maior e
entender de maneira objetiva o que seja a vida humana e o prprio homem. O homem
interior autnomo ser abolido, o que termina com um dos fantasmas mais terrveis
sustentado por toda a cultura. Passa-se agora ao estudo do ambiente social, para levar a
efeito uma espcie de exerccio gigantesco de autocontrole. Aqui novamente a evoluo
de uma cultura um esforo extraordinrio para se auto-controlar. Assim como o
indivduo se controla pela manipulao do ambiente em que vive, tambm a espcie
humana exige um ambiente em que seus membros procedem de modo altamente eficaz.
Cometeram-se erros, e no temos certeza de que o ambiente construdo pelo homem
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continue a proporcionar ganhos que sobrepujem as perdas, mas o homem, como o
conhecemos, melhor ou pior, o que o homem fez do homem.
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internos e dos comportamentos externos. O importante o comportamento como
manifestao da prpria vida, em determinado ambiente.
Sua segunda doutrina radica no princpio fundamental de que todo o organismo
aprende do seu meio ambiente e que, a partir das manipulaes nesse meio, podem-se
mudar as inferncias do comportamento. Por outro lado, os ideais de dignidade e
liberdade seriam decorrentes exatamente das relaes entre as possibilidades que o meio
ambiente oferece como tal. Por isto ele acredita ser muito mais vivel o estudo e anlise
pormenorizados dos comportamentos e das variveis para entender aquilo que se
denominam idias-chave da cultura, podendo-se entender o ambiente influindo na
criao de formas de comportamento.
A teoria da aprendizagem que se depreende da teorizao mais ampla,
evidentemente pragmtica e fundamentada de certo modo nos filsofos empiristas
ingleses, decorre tambm de entender esta natureza humana dentro daquelas variveis
que so consideradas como bsicas para a possibilidade do prprio indivduo
desenvolver suas formas comportamentais a respeito de padres de comportamento
esperados e de esquemas de reforamento. Assim, de certo modo todo o comportamento
humano decorre da mutualidade evidente de formas aprendidas, postas em prtica em
culturas via modelagem ambiental, onde est a pessoa.
A terceira doutrina provavelmente a mais polmica e a mais impactante aos
humanistas. Esta doutrina se fundamenta na dualidade bsica: realmente o homem um
ser consciente, reflexivo e livre? Ou est condicionado pela natureza fsica, limitado
pelo seu meio ambiente e com comportamentos modelados pelos distintos reforos que
recebe?
Antes de mais nada, poderamos dizer que ele no um filsofo, nem foi o
momento presente, sua ambio fazer filosofia. Sua preocupao maior est em
entender o aqui e o agora, em relacionar o homem imediatamente com sua ambincia,
em procurar entender as diferentes variveis que se inserem a partir da interao que o
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indivduo estabelece com o seu meio. De certo modo, a est sua resistncia em
generalizar. As contribuies fundamentais tm sido as utilizaes eficientes do reforo
e, muito mais, dos esquemas de reforo que podem determinar os tipos do
comportamento. Tambm a Instruo Programada, fundamentada na teoria da
aprendizagem, ainda hoje com forte repercusso internacional. Destaca-se, ainda, a
terapia do comportamento, a partir da dcada de 50 do sculo passado, comeando a
utilizar-se as tcnicas operantes no tratamento de psicticos, que se tm estendido a
outras reas. Lembremos de seu uso na interveno psicopedaggica ainda hoje.
Tem nos dado, assim mesmo, um enfoque sobre o homem, considerando-o como
um organismo dentro do organismo, problematizando sua liberdade e desmistificando
suas formas sociais, polticas e econmicas. A natureza humana aparece atravs de
manifestaes variadas que nos trazem o impacto de como este psicolgico considera o
panorama da cultura humana e as possibilidades que o homem pode revelar num futuro
no muito distante. Neste sentido, provavelmente ele seja um dos autores mais
importantes, porque ele se situa alm da sua poca e alm do seu momento histrico.
Isto talvez nos leve a um confronto extraordinariamente chocante entre o que ns
consideramos como educao humanista e o que deve ser uma educao na era da
tecnologia.
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espontaneamente na ausncia de qualquer estimulao com a qual possa ser
especificamente correlacionada. No condicionamento clssico (ou pavloviano) o reforo
no depende da resposta seno do experimentador. O organismo parece adaptar-se ao
meio mas no atuar sobre ele. No modelo operante, em troca, a resposta a condio do
reforo: o organismo deve atuar sobre o ambiente para obt-lo. O mecanismo do
condicionamento operante pode ser formulado dizendo que uma resposta tende a
reproduzir-se quando provoca a apario de um acontecimento que seja reforador para
o organismo.
Entende que as leis gerais da aprendizagem so as mesmas para qualquer
organismo. Como a grande maioria dos psiclogos americanos, sente uma grande
preocupao pelos problemas do ensino e intenta aplicar educao os resultados da
experimentao psicolgica. O ensino de uma criana e a aprendizagem de um rato so
processos similares: primeiro, se provoca o comportamento que se deseja instaurar; a
seguir, e de forma o mais imediata possvel, se proporciona a recompensa ou reforo. O
organismo aprende as respostas que foram recompensadas. O ensino baseado em
ameaas, temores reprovao ou coaes est condenado ao fracasso. Estes meios
conseguem unicamente provocar reaes emotivas de ansiedade, culpabilidade ou
terror. A utilizao de tcnicas audiovisuais, que transformam o aluno em um
expectador passivo, no pode nunca substituir o balano positivo que supe a
comunicao entre o professor e os estudantes.
A aplicao da cincia aos problemas humanos supe a possibilidade de que
estes estejam submetidos a certas leis, o que parece ir contra aqueles que pensam que,
supondo a existncia de uma vontade interna, no se conseguir nunca uma predio e
um controle da ao. A cincia uma disposio para aceitar os fatos ainda quando
estes se opem aos desejos. Os cientistas descobriram que ser honesto, tanto consigo
mesmo como com os demais, essencial para o progresso.
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A noo do controle est implcita em uma anlise funcional. Quando
meio para controlar o comportamento que dela funo. Os controles mais eficazes da
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de que no futuro se produziro prticas similares. Uma lei uma regra de conduta no
sentido de que especifica as conseqncias de certas aes, que por sua vez regulam o
comportamento.
Controle religioso. Consiste numa ampliao do controle de grupo e governamental.
Neste nvel a conduta se qualifica de moral e imoral, ou virtuosa e pecadora. O apelo
aos prmios ou castigos ultra terrenos supe reforos positivos ou negativos
respectivamente.
Controle psicoteraputico. Os subprodutos do controle que incapacitam o indivduo
ou resultam perigosos, para ele ou para os demais, constituem o campo de estudo da
psicoterapia.
a) subprodutos emotivos do controle: Medo: uma reao tipicamente produzida pelo
acompanha a evaso e causado por uma sensao de culpa ou de pecado. Ira ou Raiva:
que controle ou, no caso de ser deslocada, a outras pessoas ou s coisas em geral.
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Controle educativo. A educao o estabelecimento de um comportamento que
representar no futuro uma vantagem para o sujeito e para os demais. A instncia
educativa prepara os reforos com fins de condicionamento. Os reforos que utiliza so
artificiais, tal como sugerem os termos exerccio ou prtica. O behaviorismo continua
mantendo-se fiel s possibilidades do mtodo. A cincia do comportamento descreve as
condies em que se produz a ao humana e esta aparece submetida a controle. A
cincia, alm do mais, deve partir do fato de que o comportamento humano est
submetido a leis e a regulamentaes. O homem interior, livre do que se considerava
responsvel da conduta do organismo biolgico externo, no mais que substituto pr-
cientfico para os tipos de causas que se descrevem no curso de uma anlise cientfica.
Todas estas causas possveis radicam fora do indivduo ainda que este determine o meio
ambiente. Tudo isto no supe a negao da tica, seno a elaborao de uma moral
cientfica que parta da realidade dos fatos, que determine quais sero as instncias que
exercem o controle e como devem faz-lo.
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CONDICIONAMENTO CONDICIONAMENTO
CLSSICO OPERANTE
1) Autores PAVLOV SKINNER
2) Origem da resposta Desencadeada pelo estmulo Emitida pelo organismo
3) Procedimento O reforo se apresenta sempre O reforo apresentado s se
depois do estmulo condicionado, o sujeito responde
qualquer que seja o comportamento adequadamente
do organismo
4) Sistema nervoso Autnomo Central
5) Respostas Viscerais Esquelticas
6) Voluntrio ou no Involuntrio Voluntrio
7) Associao De estmulos (E-E) Estmulos-respostas (E-R)
8) Leis De contigidade De efeito
9) Resposta Iguais sempre Diferentes sempre
condicionada e
incondicionada
10) Influncia do Diminui a fora da resposta Aumenta a fora da resposta
reforo parcial
Aquisio: processo pelo qual uma nova resposta aprendida atravs da prtica.
Comportamento Operante: opera sobre o ambiente, fortificado ou enfraquecido pelos
eventos que seguem a resposta. Enquanto o comportamento respondente controlado
pelos antecedentes, o operante controlado por suas conseqncias.
Comportamento Respondente: tipo de resposta eliciado por um tipo especfico de
estmulo. O estmulo sempre precede a resposta.
Comportamento Supersticioso: resposta operante na qual existe apenas uma conexo
acidental entre a resposta e a aparncia de um esforo.
Condicionamento: espcie de aprendizagem na qual um estmulo originalmente ineficaz
vem eliciar (condicionamento clssico) ou estabelecer uma situao para
(condicionamento operante) uma resposta particular.
Condicionamento Clssico: aprendizagem associativa na qual o reforo dado contguo
com a resposta, mas independentemente de sua ocorrncia.
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Condicionamento Operante: condicionamento instrumental no qual o sujeito emite a
resposta aprendida na ausncia de qualquer estmulo eliciador particular.
Contingncias de Reforo: so situaes em que estmulos apresentados ocasionam
respostas que sero convenientemente reforadas.
Esquema Estabelecido: controle da disposio das contingncias segundo o prprio
organismo algo exterior ao organismo.
Esquema De Reforo: no s aumenta a produtividade, mas tambm o interesse, a moral
e o bem-estar do trabalhador.
Extino: procedimento no qual permitido emitir resposta previamente aprendida, na
ausncia de reforo prvio, ocorre uma reduo da performance aprendida como
resultado.
Modelagem: procedimento operante experimental no qual reforo seletivo usado para
treinar o sujeito atravs de aproximaes sucessivas em algum novo comportamento.
Motivao: condies dentro de um organismo, que o ativam a comportamento
particular.
Nvel Operante: taxa de resposta anterior a qualquer reforamento.
Privao: procedimento que, em geral, aumenta a probabilidade de um grupo de
respostas.
Reforador: a recompensa prometida pelo reforo.
Reforadores Incondicionados, ou Primrios: seriam o milho para o pombo; o p de
carne para o cachorro, a gua para o sedento.
Reforadores Secundrios, ou Generalizados, ou Condicionados: reforadores
emparelhados a mais de um reforo primrio, por exemplo: dinheiro, aprovao.
Reforo: o fator que torna provvel o aumento da freqncia de uma resposta.
Reforo Incondicionado, ou Primrio: estmulo que tem a propriedade de reforar,
mesmo que no tenha havido nenhum condicionamento anterior.
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Reforo Positivo: consiste na apresentao de estmulos; no acrscimo de alguma coisa
situao.
Reforadores Positivos: podem ser: carne (primrio); dinheiro (secundrio) ou
generalizados.
Reforo Negativo: aquele cuja supresso de estmulo refora o comportamento; consiste
na remoo de alguma coisa situao.
Reforo Intermitente: caracteriza-se pela descontinuidade com que grande parte do
comportamento reforado. As contingncias que requerem a participao de outras
pessoas so mais incertas por no ser praticvel controlar o comportamento pelo reforo
de cada resposta. Provoca, em geral, um comportamento estvel e resistente extino.
Reforo em Intervalo: freqncia do reforo em intervalos regulares determina uma
freqncia de respostas quase constantes. O comportamento provocado pelo reforo em
intervalo estvel. A medida ou quantidade de cada reforo afeta a freqncia - mais
respostas aparecem em compensao a um reforo maior.
Reforos em Razo: quando o esquema de reforo na razo das respostas reforadas
pelas no reforadas (como por exemplo, reforar cada dcima resposta). Em educao
comumente usado quando o aluno completa uma tarefa.
Reforo em Razo Fixa: gera uma freqncia muito alta de respostas mesmo que a
razo no o seja. Pode-se constatar, aps cada reforo, probabilidades mais baixas de
ocorrncia do comportamento, porque h um caminho longo at o prximo reforo.
Quando se inicia novo ciclo de respostas h um crescer delas, pois h maior
probabilidade de ocorrncia de reforo.
Reforo por Razo Varivel: mais poderoso que um esquema de razo fixa com o
mesmo nmero mdio de respostas. A probabilidade de reforo a qualquer momento
permanece essencialmente constante e o organismo se ajusta mantendo uma freqncia
constante.
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Reforo por Razo e por Intervalo (Esquema Intercruzado): verifica-se quando o reforo
determinado tanto pela passagem do tempo (intervalo) quanto pelo nmero de resposta
emitidas e no reforadas (razo).
Respostas Reforadas: por um dado reforador, aumentaro de probabilidade atravs de
toda uma srie (classe) de comportamentos do tipo privao.
Saciao: procedimento que em geral diminui a probabilidade de um grupo de
respostas.
Taxa: medida emprica usual de probabilidade.
Transferncia: influncia de um treino anterior em m aprendizagem subseqente.
Varivel: uma categoria de objetivos ou eventos, um fator ou condio conceituados
para propsitos de investigao cientfica.
Modelos de ensino-aprendizagem
O modelo de Carpenter e Haddan (1964)
Os autores procuraram apresentar uma aplicao das idias de Skinner
Educao. Consideram eles que o papel do engenheiro-psicolgo pode trazer benefcios
os mais amplos para conhecer o que significam situaes de ensino, diagnostic-las,
formul-las, criar regras funcionais de modo que o profissional em Educao seja capaz
de estruturar enunciados e princpios gerais para serem aplicados situao de ensino.
Neste sentido os autores citados propem vrias fases dentro da dinmica de como uma
teoria psicolgica pode ser aplicada educao. As fases so as seguintes:
- Identificar um problema dentro de uma perspectiva especfica;
- Analisar o problema para determinar a ndole de solicitaes;
- Estabelecer padres de aplicao que concordem com as solicitaes do problema;
- Utilizar os conceitos psicolgicos com a finalidade de elaborar uma resposta ideal para
o problema;
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- Utilizar a resposta ideal como instrumento para analisar as atividades educacionais em
que implica o problema:
- Identificar as regras funcionais provisrias que surjam com resultado da anlise do
problema:
- Ensinar as regras funcionais provisrias no contexto educacional;
- Converter as regras funcionais que superem a prova.
Temos aqui, conseqentemente, algumas idias-chave para aplicar as teorias
psicolgicas de aprendizagem ao prprio campo de ensino.
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situaes similares. Ento podemos dizer que o reforo de uma resposta operante
aumenta a probabilidade de que se repitam outras da mesma classe. A tarefa do
professor (a primeira) conseguir, ento, que o estudante se expresse de alguma
maneira observvel.
Reforo- Existem dois tipos de reforo. Reforo positivo- consiste em apresentar
reforos: a ao do aluno produz no ambiente algo que o incita a repetir essa ao.
Reforo negativo- consiste na terminao de um reforador negativo; tambm atua para
incrementar a ocorrncia de alguma classe de ato ou resposta. Os reforos (positivos)
que o professor pode apresentar na aula variaro para cada aluno, de acordo com seus
antecedentes pessoais. H alguns, no entanto, que so efetivos com muitos alunos: a
aprovao (demonstra na confirmao das respostas dos alunos), a distino (com notas
e qualificaes, prmios ao mrito, smbolos de reconhecimento e privilgios especiais).
Extino - Para que uma resposta desaparea por si mesma, basta que ela no
seja reforada. A extino se produz na ausncia contnua de reforo.
Reforo diferencial - Ao se falar em ensino-aprendizagem, faz-se referncias ao
estabelecimento e manuteno de nveis educacionais. Um nvel alto ou baixo
segundo as mudanas que se exija do aluno. Pode ocorrer o caso de dois alunos
igualmente brilhantes, em que para um o nvel alto e para outro baixo. Neste caso, o
que pode ter ocorrido que um tem menos condies de modificao de
comportamento do que o outro, porque estas j se efetuaram com antecedncia, em uma
outra situao. Um nvel se mede pela distncia que o estudante deve recorrer para
alcan-lo. Outra medida o grau de refinamento do comportamento requerido.
importante salientar que no o mesmo estabelecer altos nveis que p-los em prtica.
Quando uma criana no aprende, antes de aceitar a concluso de que possua escassa
capacidade, deve-se suspeitar primeiro que em alguma parte de seu ambiente de
aprendizagem existem condies deficientes. Aprender o domnio de uma habilidade e
auto-avaliao atravs da realimentao (feedback) sensorial indicam a existncia de um
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reforo diferencial, o qual pode ser acrescentado pelo professor medida que esclarece
o tipo de comportamento que se pensa ser satisfatrio em uma situao determinada e
informa imediatamente o aluno quanto se aproximou do critrio estabelecido.
Aproximaes sucessivas - A tcnica das aproximaes sucessivas consiste na
direo do reforo diferencial. Estimulam-se os comportamentos do aluno que
representam um progressos em alguma etapa da aprendizagem completa, mas s quando
alcanou um nvel superior ao que ele j tinha.
Reduo gradual de sinais (desapario progressiva)- uma anlise funcional do
comportamento indica que a quantidade de sinais pode reduzir-se medida que progride
a aprendizagem. A eliminao sistemtica e paulatina de sinais em uma situao
controlada de aprendizagem se denomina desapario.
Discriminao de estmulos - Discriminar escolher algo, ao mesmo tempo que
excluir outra coisa. Quando a seleo e resposta aos estmulos reforado s em alguns
casos, a aprendizagem resultado da discriminao de estmulos. A discriminao do
estmulo o processo de ajuda o aluno a precaver-se da importncia das diferenas do
meio, enquanto que o reforo diferencial o faz ver como se executa em ato.
Realimentao - Aprendizagem, em sntese, modificao de comportamento.
Para que um aluno mude suas respostas deve saber dos efeitos destas sobre seu
comportamento.
O processo de conscientizao das conseqncias de suas aes se denomina
realimentao (conhecimento dos resultados). Se no houver possibilidade de
realimentao, no se aprender rapidamente a resposta correta.
Contigidade da realimentao - Quando a realimentao ocorre muito depois
da emisso de uma resposta, a aprendizagem pode mostrar pouco ou nenhum progresso.
No entanto, provvel que a contigidade necessria esteja relacionada com o tipo de
aprendizagem projetado. Deve realimentar-se logo aps recebida a mensagem, de modo
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que o aluno no prolongue uma resposta incorreta, para produzir as mudanas
desejadas.
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A modelagem no implica necessariamente em abuso mesmo que um ser
humano possa utiliz-la para explorar os outros. Ao educador poder-se-ia considerar
como algum que ensina o aluno a autocontrolar certos aspectos de seu comportamento.
c) Fase de manuteno - manuteno o processo de intensificao do
comportamento aprendido, de modo que se encontre disponvel no momento necessrio.
Seu efeito na educao se observa na reteno, aplicao e transferncia da
aprendizagem. Quando uma resposta reforada quando emitida ao se lhe negar o
reforo ela perde rapidamente intensidade ( a extino). Pode-se medir a intensidade de
uma resposta pelo nmero de vezes que se manifesta sem o reforo. A resistncia
extino pode ser manejada da mesma forma que o reforo. Quando no se refora uma
resposta concomitantemente com sua emisso, dizemos que o programa de reforo
intermitente. Isto implica educacionalmente em o aluno experienciar alguma forma de
reforo para produzir uma reteno continuada da matria.
Condies sugeridas para a reteno de conhecimentos:
Apresentar-se material em mltiplos contextos;
Abundar-se exemplos e ilustraes sobre conceitos importantes;
Atribuir-se tarefas que requeiram o uso do novo material;
Proporcionar-se reforos s depois da concluso das tarefas;
Incrementar-se gradual complexidade nas tarefas ou problemas;
Aplicar-se prticas dos conhecimentos demonstrados;
Destinar-se aos estudantes a tarefa de apresentar demonstraes apropriadas;
Destinar-se grupos de estudantes em um trabalho determinado; consistente em
descobrir, enumerar e descrever aplicaes no tratadas na classe nem no texto;
Realizar-se sesses de valorizao crtica da estrutura, funo e significado do tema;
Apresentar projetos individuais e grupais.
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O modelo que se descreve a seguir foi projetado com o fim de ser empregado
como base para ajudar os estudantes a adquirir o contedo de uma matria. de acordo
com Carpenter e Haddan (1964), caracteriza-se como facilitador do processo de
aprendizagem,:
a) Os objetivos para cada tema so apresentados em forma clara.
b) O contedo apresentado em unidades relativamente pequenas de trabalho de
informao. Isto d ao aluno a sensao de chegar a alguma parte. Por outro lado, o
mantm ativo.
c) As unidades de trabalho de informao so dispostas em uma seqncia que
mantenha o aluno em elevada continuidade.
d) Cada unidade contm suficientes sinais para facilitar o xito na consecuo da
tarefa apresentada.
e) Depois de haver completado cada trabalho, se pe disposio do aluno uma
resposta-modelo.
f) O aluno estabelece seu prprio ritmo de trabalho.
g) A situao de aprendizagem preparada e dirigida com o fim de assegurar ao
educando um mnimo de distraes.
h) Se apresenta uma prova de reviso que esclarece ao aluno os comportamentos
especficos necessrios para satisfazer os objetivos estabelecidos no comeo do
tema.
Referncia bibliogrficas
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