Relatorio IS2015

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IDEIAS COM VALOR

NDICE

Introduo :. 3

Gabinete Cuidar Melhor Porto :. 7


Associao Alzheimer Portugal

Aores + :. 48
CRESAOR - Cooperativa Regional de Economia Solidria

Estado Puro :. 79
Cruz Vermelha Portuguesa

Famlia + Feliz :. 110


Cruz Vermelha Portuguesa - Delegao de Fafe

Click - Ativar competncias de empregabilidade :. 136


EAPN - Rede Europeia Anti-Pobreza / Portugal

Palcos para a incluso :. 174


Espao T

Mos obra :. 211


Fisoot

Mes de sucesso :. 238


Rarssimas

Experiencing Azores :. 271


Associao Silncio Sonoro

Snoezelen com idosos em contexto Humanitude :. 307


Via Hominis

Glossrio :. 336

2
O CAMINHO DESDE 2013
O Programa Impacto Social capacita entidades da economia social para demonstrar e desenvolver o seu
impacto. Percorre trs etapas: aps um perodo de candidaturas, inicia-se a capacitao das equipas
nomeadas por cada entidade, para completarem anlises-prottipo dos seus projetos. Estas anlises so
enfim partilhadas num evento internacional, perante um painel de investidores. Percorrido este ciclo, as
equipas contam com uma Comunidade IS online para que as suas entidades incorporem uma cultura de
demonstrao de impacto.

Esta segunda edio reflete as recomendaes das sete entidades que participaram em 2013, introduzindo
vrias melhorias, destacando-se: mais tempo de mentoria, mais workshops e suporte aps a conferncia
final.

Concurso para 10 prottipos Conferncia internacional Ideias, recursos


(28 de janeiro a 13 de fevereiro) (30 de junho) e eventos
4 workshops 4 oradores
2 webinars 10 apresentaes
500 horas de mentoria 200 participantes

A aposta nas organizaes da economia social decisiva, no momento em que financiadores pblicos e
privados lhes colocam exigncias acrescidas: maior capacidade de gerir os projetos e de demonstrar o seu
impacto. Ou seja, capacidade de demonstrar o retorno do investimento efetuado.

Por essa razo o Programa utiliza, como moldura metodolgica de capacitao, a anlise custo-benefcio SROI
Social Return on Investment. um processo de compreender, medir e reportar o valor social gerado pela
interveno de uma organizao, comparando o valor gerado pela (benefcios) com a despesa necessria
(investimento) para obt-lo.

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OBJETIVO: TRANSFORMAO
O Programa Impacto Social est desenhado para que as organizaes envolvidas percorram um caminho de
mudana e de transformao. Essa meta alcanada atravs da sua capacitao, pelo que as 10 anlises SROI
aqui apresentadas valem sobretudo como demonstraes de aprendizagem. So prottipos prospetivos,
que medem o potencial de impacto futuro dos projetos analisados, na tica do retorno que podem oferecer
ao investidor.

BENEFCIOS
SROI =
INVESTIMENTO

Todas os relatrios desta publicao seguem a mesma estrutura, que iremos percorrer em seguida para
facilitar a sua leitura: 1. mbito e Stakeholders; 2. Recursos e Atividades; 3. Teoria da Mudana; 4. Provas e Valor;
5. Impacto e Retorno Social e 6. Concluso e Recomendaes.

DAS ATIVIDADES S MUDANAS


Os dois primeiros captulos dedicam-se, essencialmente, a descrever o projeto em anlise, bem como a
circunscrever o mbito da anlise. Introduzem-se os stakeholders ou partes interessadas: por norma os
beneficirios diretos das atividades, a organizao implementadora e seus parceiros e investidores.

Portanto aqui so tambm contabilizados os recursos ou investimento necessrios execuo das atividades.
So includos custos diretos e indiretos, assim como investimentos em dinheiro, tempo e gneros. Recorde-se
que, tratando-se de uma anlise de impacto na tica custo-benefcio, to importante captar a globalidade
dos benefcios quanto a dos investimentos.

As atividades formam a base de qualquer projeto. No entanto, podem causar uma miopia da
implementaoresultadosdas atividades. Ou seja, barram, tratadas por si s, a viso das mudanas e
impactos que devem operar, a prazo, nos stakeholders, bem como a diversidade destesmuitas vezes s
considerados se forem o alvo das atividades ou o seu financiador.

Numa anlise de impacto queremos ir alm das atividades e chegar s mudanas que os stakeholders
efetivamente necessitam nas suas vidas.

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DAS MUDANAS AO IMPACTO
Utiliza-se, para tal, a teoria da mudana (TM). Trata-se de uma ferramenta de planeamento e avaliao que
explica os caminhos das mudanas que, no decorrer de uma interveno, levam concretizao de um
propsito de longo prazo. Revela tambm como atividades, resultados e mudanas se sucedem e relacionam
ao longo desse caminho.

O desenho da TM efetuadotal como outros passos da anlisede forma participativa, envolvendo os


stakeholders. partir do olhar destes que se constroem as cadeias de mudanas ou eventos intermdios que
concorrem para as mudanas relevantes e significativasas chamadas mudanas materiais.

Estabelecer a materialidade, quer dos stakeholders, quer das mudanas que experienciam, a etapa central
da anlise de impacto. So esses stakeholders e mudanas que passam etapa seguinte, que nos dar o valor
dessas mudanas.

O valor de um bem obtido pela multiplicao da sua quantidade pelo preo (V=QxP). No captulo 4. Provas
e Valor identificam-se indicadores ou provas da mudana. Com estas unidades de medida, possvel
auscultar os stakeholders para perceber a quantidade de mudana que sentem (a distncia percorrida no
caminho das mudanas que trilham durante a vigncia do projeto). Aps a quantificao das mudanase
porque nesta anlise se pretende comparar os benefcios ou mudanas com os custos ou investimentoh
que encontrar o preo daquelas mudanas. Tratando-se, na sua maioria, de mudanas intangveis e/ou sem
preo de mercado, recorre-se a aproximaes financeiras (perguntando aos stakeholders para atribuir valor e
pesquisando no mercado por produtos ou servios que proporcionam essa mudana).

Est-se agora em condies de determinar, j em unidades monetrias, o impacto efetivo da interveno em


anlise. Para tal, vai aplicar-se um conjunto de descontos atribuio, deslocao e reduo ao valor total
obtido das mudanas, de modo a filtrar tudo o que no influncia efetiva da interveno.

S ento se procede demonstrao do clculo do retorno social, confrontando o valor do investimento


com o valor lquido dos benefcios ou mudanas. Este clculo vertido no rcio SROI expresso de quantos
euros de benefcios sociais foram gerados por cada euro investido na interveno.

Os nmeros so sujeitos a um ltimo teste: uma anlise de sensibilidade para testar a elasticidade e robustez
do modelo. Esta anlise, tal como as anteriores operaes de descontos, so contributos crticos para a
credibilidade dos dados obtidos e para inspirar aprendizagens e recomendaes sobre a interveno
analisada.

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DO IMPACTO TRANSFORMAO
precisamente sobre recomendaes e aprendizagens que discorre o captulo final, Concluso e
Recomendaes. a partir deste ponto que a organizao mostra capacidade para ler o projeto e percorrer
um caminho de melhoria, no s do projeto, mas tambm dos procedimentos organizacionais que o
sustentam e ultrapassam.

Ao inspirar transformaes na organizao promotora, a anlise est a contribuir para o objetivo ltimo do
Programa Impacto Social. Acreditamos que organizaes orientadas para o impacto so as que melhor
conseguiro trilhar o caminho da sustentabilidade.

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

GABINETE CUIDAR
MELHOR PORTO

Projeo de impacto 2016-2018


METODOLOGIA SROI

Associao Alzheimer Portugal


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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

SUMRIO EXECUTIVO
O projeto Gabinete Cuidar Melhor Porto (GCMP) foi desenvolvido pela Alzheimer Portugal, com o objetivo de
replicar neste concelho uma resposta local e pluridisciplinar de apoio s pessoas com demncia (PD) e seus
cuidadores, quer familiares, quer profissionais.

Neste mbito, realizou-se uma anlise prospetiva, por forma a calcular o retorno social por cada euro a
investir pelos financiadores e outras partes interessadas (stakeholders) na concretizao deste projeto. A
importncia da avaliao prende-se com a necessidade de verificar o real impacto do GCMP na vida das
pessoas e ainda credibilizar o modelo, por forma a permitir a replicao do conceito e o seu alastramento
geogrfico, com o apoio de novos parceiros que reconheam a sua utilidade social e lhe dem
sustentabilidade.

Com o envolvimento de diversos stakeholders, foram encontradas seis linhas de mudana, que espelham as
transformaes esperadas com a interveno:

1. Capacitao dos cuidadores para prestar melhores cuidados s PD;


2. Bem-estar emocional dos cuidadores;
3. Qualidade de vida da PD (dimenso jurdica; desempenho cognitivo e funcional; e bem-estar
emocional);
4. Diagnsticos mais atempados;
5. Valorizao da resposta e financiamento pelo Estado e
6. Plano Nacional para as Demncias.

O clculo do Retorno Social do Investimento (SROI) apresentou um resultado positivo de 4.47 por cada euro
investido (apenas com a quantificao, neste prottipo, das trs primeiras mudanas elencadas).

Esta avaliao permitiu concluir que o projeto ter, de facto, impacto na vida dos seus beneficirios, e
contribuir para uma sociedade inclusiva que conhea, respeite, d voz s pessoas com demncia,
garantindo uma prestao de cuidados de excelncia e a melhoria da sua qualidade de vida e a dos familiares
e profissionais que lhes prestam cuidados.

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

1. MBITO E STAKEHOLDERS
1.1. MBITO DA ANLISE

Estima-se que em Portugal haja 182 mil pessoas com demncia (PD)1, sendo a Doena de Alzheimer a forma
mais prevalente. No havendo cura, os objetivos da interveno no farmacolgica consistem em potenciar
as capacidades cognitivas, funcionais e sociais das PD garantindo, assim, uma maior autonomia e melhor
qualidade de vida2. Por outro lado, importa criar respostas de apoio aos cuidadores familiares (CF) e
profissionais (CP), j que o ato de cuidar fsica, emocional e financeiramente exigente e o seu papel se altera
ao longo da doena, sendo necessrio apoio contnuo3.

Alzheimer Portugal (AP) tem como misso e objetivo melhorar a qualidade de vida das PD e dos seus
cuidadores, no respeito pelos direitos fundamentais liberdade e auto determinao, promovendo a sua
autonomia e envolvimento social. A AP tem vindo, desde 1988, a especializar-se na prestao de servios
especficos e conta com cerca de 10.000 associados. Sendo de mbito nacional, desenvolve a sua atividade
em 3 grandes reas: ajuda direta, formao e comunicao.

O projeto Cuidar Melhor (CM) visa incluir e promover os direitos das PD e apoiar e valorizar os cuidadores.
Oferece respostas personalizadas e de proximidade, sendo uma iniciativa da AP, Fundaes Montepio (FM) e
Calouste Gulbenkian (FCG), e ICS da Univ. Catlica Portuguesa, qual se associaram a Sonae Sierra, a Lusitnia
Seguros e os Municpios de Cascais, Oeiras e Sintra, onde funcionam os trs primeiros gabinetes CM. Um dos
objetivos alargar o mbito geogrfico, com a abertura de um quarto gabinete no Porto.

No municpio do Porto residem 55 mil pessoas com mais de 65 anos4 e estima-se existirem 4062 PD (1.71% da
populao)5. Considerando, pelo menos, um cuidador principal por doente, o universo potencial de 8124
pessoas, s quais se acrescentam os CF dos cuidados de sade primrios e hospitalares e dos equipamentos
sociais (lares, centros de dia e servio de apoio domicilirio) sediados no concelho.

No primeiro ano de atividade, prev-se que o Gabinete CM Porto (GCMP) impacte 110 CF e 80 CP. Prev-se
ainda intervir junto de 110 PD, diretamente ou indiretamente atravs dos seus cuidadores familiares. Para
alm dos beneficirios diretos do GCM, estima-se chegar a cerca de 1000 indivduos da comunidade, atravs
de aes de informao e sensibilizao.6

1 Alzheimer Europe (2014)


2 Alzheimers Association (2014)
3 Alzheimer Disease International (2012)
4 INE, Pordata (2011)
5 Alzheimer Europe (2014)
6 Estes nmeros tm por base os resultados j verificados no mbito do Projeto Cuidar Melhor noutros concelhos, ao longo do ano de 2014, prevendo-se conseguir atingir um
nmero idntico de pessoas com a abertura de um GCM no concelho do Porto.

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

OBJETIVOS ATIVIDADES / SERVIOS

1. Informar, sensibilizar e aumentar os conhecimentos sobre a Linha telefnica de apoio e atendimentos presenciais
doena, contribuindo para um diagnstico precoce e subsequente Aes de Informao e Sensibilizao
interveno

2. Informar sobre os direitos das PD e procedimentos legais a adotar Consultas de apoio jurdico
aps o diagnstico e no decurso da doena

3. Criar uma rede de contactos para interveno integrada e Linha telefnica de apoio e atendimentos presenciais
encaminhar os cuidadores e as PD para as respostas sociais e outras Mapeamento institucional (Contactos e visitas a
existentes na comunidade instituies para identificao e articulao)

4. Implementar respostas de avaliao e interveno que visem Avaliaes Neuropsicolgicas (AVN)


potenciar as capacidades cognitivas e sociais das PD Estimulao Cognitiva (EC)

5. Formar cuidadores, por forma a contribuir para uma melhor Atividades formativas destinadas a cuidadores familiares
prestao de cuidados e profissionais

6. Proporcionar apoio psicolgico e alvio aos cuidadores Consultas de Apoio Psicolgico


Respostas de alvio ao cuidador familiar

O espao temporal da presente anlise so as atividades previstas para o ano de 2016, com impacto
projetados em 2017 e 2018. Trata-se portanto de uma anlise SROI prospetiva, partindo de uma componente
avaliativa (com base na experincia j adquirida com os trs gabinetes CM em funcionamento). Espera-se
deste modo demonstar o retorno Social das atividades financiadas pela Fundao Montepio (FM) e Fundao
Calouste Gulbenkian (FCG).

1.2. STAKEHOLDERS

1.2.1. STAKEHOLDERS INCLUDOS/EXCLUDOS NA ANLISE

Em reunio de equipa, identificmos os stakeholders relevantes para o projeto, assim como as principais
mudanas que a abertura do GCM Porto poderia determinar para cada um.

De seguida, pondermos quais os stakeholders que deveriam ser includos na anlise SROI, em funo da
materialidade das mudanas (M), da sua relevncia para o stakeholder (R) e da sua significncia para a anlise.

Verificmos que, das diversas partes interessadas, algumas no poderiam ser includas na anlise, apesar da
materialidade, relevncia e significncia das mudanas, porquanto estamos perante uma avaliao
prototpica, com as condicionantes e limitaes inerentes, tais como falta de tempo e de recursos humanos e
materiais: SCMP7, Projeto Cuidar de Quem Cuida8, Instituies Carta Social do concelho Porto, DRSSN9 e DGS.

7 Santa Casa da Misericrdia do Porto - Instituio de referncia local na rea da interveno social e gerontolgica.
8 Projeto de interveno na rea das demncias de apoio a cuidadores implementado em 5 concelhos de Entre e Douro e Vouga e mais recentemente tambm na rea
metropolitana do Porto, com o objetivo atual de capacitar ONGs na interveno junto de cuidadores familiares http://www.cuidardequemcuida.com/
9 Direo Regional da Segurana Social do Norte

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

Por outro lado, tambm no inclumos alguns stakeholders que, apesar da sua colaborao ser importante
para a anlise, no experienciam mudanas significativas: Dr. Celso Pontes (Neurologista e lder da Comisso
Cientfica da AP); Professor Doutor Antnio Leuschner (Psiquiatra, presidente do Hospital de Magalhes
Lemos e trabalha com a DGS10 para futuro Plano Nacional para as Demncias); Professor Doutor Alexandre
Castro Caldas (Neurologista e diretor ICS - UCP11, parceiro do projeto CM); e personalidades da sociedade
portuguesa que vivenciam esta problemtica.

STAKEHOLDERS INCLUDOS? JUSTIFICAO

Pessoas com Demncia S Beneficirios M:Capacitao, auto-estima, incluso social, melhoria dos cuidados
R:Melhoria da qualidade de vida. S:Imprescindveis para adequar respostas s
necessidades.

Cuidadores Familiares S Beneficirios M:Capacitao, suporte emocional. Menos humor depressivo,


isolamento social e sobrecarga R:Melhoria da qualidade de vida
S:Imprescindveis para adequar respostas s suas necessidades e s das PD.

Cuidadores Profissionais S Beneficirios M:cidadania ativa e evoluo profissional R:Constituem motivaes


pessoais e profissionais S:Imprescindveis para adequar respostas s suas
necessidades e s das PD.

Comunidade local S M: conhecimento da realidade das demncias R: mais informados e


sensibilizados para o tema S:Sim, pois determinante para a qualidade de vida
dos beneficirios diretos.

Juristas Voluntrios S Prestam consultas de apoio jurdico gratuitas no GCM Porto.M:Aquisio de


competncias especficas. Diminuio da sobrecarga R:Melhor desempenho e

realizao profissional S:Iro prestar um dos servios do GCM Porto.

Voluntrios (Respostas S Prestam respostas de Alvio ao Cuidador .M:Cidadania Ativa R:Mais realizao
de Alvio) pessoal S:Iro prestar um dos servios do GCM Porto.

ACES Porto S Referenciao para especialistas e acompanhamento prximo e regular aps


diagnstico M:Encaminhamento para resposta especfica R:Melhor desempenho
profissional S:Conhecimento da populao-alvo local. Essenciais para
encaminharem PD e cuidadores para GCM Porto.

Cuidados Hospitalares S Realizam o diagnstico e acompanham PD e cuidadores M:Encaminhamento


para resposta especfica R:Melhor desempenho profissional S:Conhecimento da
pop.-alvo local Essenciais para encaminharem PD e cuidadores para GCM.

Mdicos Especialistas S Realizam o diagnstico e acompanham PD e cuidadores M:Encaminhamento


(Neurologistas e para resposta especfica R:Melhor desempenho profissional S:Conhecimento da
Psiquiatras) pop.-alvo local Essenciais para encaminharem PD e cuidadores para GCM.

Fundao Montepio (FM) S Promotora e financiadora M:Maior reputao e visibilidade R:Retorno social dos
recursos investidos S:Investimento justifica a incluso.

10 DGS: Direo Geral de Sade. O Dr. Antnio Leuschner est mandatado pela DGS para preparar os trabalhos com vista implementao de um Plano Nacional para as
Demncias em Portugal.
11 ICS-UCP: Instituto de Cincias da Sade da Universidade Catlica Portuguesa.

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

STAKEHOLDERS INCLUDOS? JUSTIFICAO

Fundao Calouste S Promotora e financiadora M:Maior reputao e visibilidade R:Retorno social dos
Gulbenkian (FCG) recursos investidos S:Investimento justifica a incluso.

Direo Alzheimer S Promotora M:Nova resposta local R:Cumprimento da misso S:Ser a promotora
Portugal (AP) do projeto justifica a incluso.

Delegao Norte AP S Co-promotora do GCM M:Nova resposta local R:Cumprimento da misso S:Ser
co-promotora justifica a incluso.

Ao Social - Cmara S Representante do poder local na rea da Ao Social. Coordena a Rede Social
Municipal do Porto M:Possibilidade de encaminhamento para nova resposta local especfica
R:Alargamento da capacidade de resposta S:Essenciais para encaminharem PD e
cuidadores para GCM.

1.2.2. ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS

Conseguimos envolver um conjunto alargado de stakeholders, conforme apresentado na tabela abaixo,


atravs de vrias metodologias, tais como: conversas informais; grupos focais; entrevistas presenciais e
questionrios.

Os elementos da equipa que participaram neste processo foram: Catarina Alvarez, coordenadora do projeto
Cuidar Melhor, Marta Melo e Patrcia Moutinho da Delegao Norte da Alzheimer Portugal.

Para alm daqueles mtodos, conseguimos ainda auscultar e envolver interlocutores chave e especialistas
nesta rea, atravs da sua participao no Workshop Cuidar Melhor Diagnstico Social, que teve lugar a 4
de maio, na Fundao Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

STAKEHOLDERS INCLUDOS? MTODO DE ENVOLVIMENTO

Celso Pontes No Entrevista, conversas informais e participao no Workshop Cuidar Melhor


Diagnstico Social

Antnio Leuschner No Entrevista, conversas informais e participao no Workshop Cuidar Melhor


Diagnstico Social

Alexandre Castro Caldas No Conversas informais e participao no Workshop Cuidar Melhor Diagnstico
Social

Pessoas com Demncia Sim Grupos Focais e Questionrios , atravs dos Cuidadores Familiares: (amostra de
convenincia)

16 cuidadores no Porto (componente prospetiva) / 13 cuidadores em Lisboa


(componente avaliativa - Cascais, Oeiras e Sintra)

Cuidadores familiares Sim Grupos Focais e Questionrios (amostra de convenincia)

16 cuidadores no Porto (componente prospetiva) / 13 cuidadores em Lisboa


(componente avaliativa - Cascais, Oeiras e Sintra)

Cuidadores profissionais Sim Entrevistas a chefias representativas dos cuidadores profissionais das reas da
sade (ACES Porto e Hospital de Magalhes Lemos) e social (Ao Social da
Cmara Municipal do Porto)

Juristas Voluntrios Sim Entrevista a uma jurista voluntria do Projeto Cuidar Melhor, Dra. Maria do
Rosrio Zincke dos Reis

Voluntrios (Respostas Sim Entrevista a uma voluntria do Projeto Cuidar Melhor, Ana Pimentel.
de Alvio)

Cuidar de Quem Cuida No Participao no Workshop Cuidar Melhor Diagnstico Social

ACES Porto Sim Entrevista a Diretor Executivo, Dr. Rui Medon

Cuidados Hospitalares Sim Entrevista a Dr. Antnio Leuschner e Dra. Rosa Encarnao, Hospital Magalhes
Lemos

Mdicos Especialistas Sim Prof. Dr. Alexandre Castro Caldas, Dr. Celso Pontes, Prof. Dr. Antnio Leuschner
(Neurologistas e e Dra. Rosa Encarnao
Psiquiatras)
Entrevistas, conversas informais e participao no Workshop Cuidar Melhor
Diagnstico Social

FM Sim Entrevista a Representante sda Instituio (Dra. Paula Guimares e Dra. Vera
Sampaio) e participao no Workshop Cuidar Melhor Diagnstico Social

FCG Sim Entrevistasa Representante da Instituio (Dra. Anabela Salgueiro) e


Participao no Workshop Cuidar Melhor Diagnstico Social

Direo AP Sim Entrevista ao Presidente e outros elementos da Direo (Eng. Carneiro da Silva,
Dr. Mrio Lopes, Dra. Manuela Morais, Dra. Leonor Guimares) e participao
no Workshop Cuidar Melhor Diagnstico Social

Delegao Norte AP Sim Entrevista Presidente (Enf Ana Taborda)

Ao Social CMP Sim Entrevista Presidente da Comisso Liquidatria (Eng Raquel Castello-Branco)

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

2. RECURSOS E ATIVIDADES

2.1. INVESTIMENTOS

A tabela seguinte apresenta o tipo de recursos que cada stakeholder deve investir para tornar possvel a
abertura e funcionamento do GCMP, assim como o respetivo valor. Para os beneficirios deste projeto, PD, CP
e CF, os recursos investidos prendem-se essencialmente com o valor a pagar pelas atividades de que iro
beneficiar. Precisamente por este motivo, o tempo que despendem para frequentar estas atividades no tem
um valor monetrio atribudo.

STAKEHOLDERS RECURSOS VALOR

Pessoas com Demncia (PD) Tempo (RNM) 1 s/d

Dinheiro (sesses Estimulao Cognitiva e Avaliaes 2595,00


Neuropsicolgicas - RM) 2

Cuidadores Familiares (CF) Tempo (RNM) s/d

Dinheiro (Apoio Psicolgico e Formao - RM) 3669,00

Cuidadores Profissionais (CF) Tempo (RNM) s/d

Dinheiro (Formao - RM) 9200,00

Fundao Montepio Dinheiro (RM) 11 000,08

Fundao Calouste Gulbenkian Dinheiro (RM) 11 000,08

Direo Alzheimer Portugal RH Administrativo (RNM) 841,65


RH - Contabilidade (RNM)
Divulgao (RNM)

Delegao Norte Alzheimer Voluntrios Formao (RNM) 436,48


Portugal

Ao Social - C.M.Porto Espao GCM Porto (RNM) 2 868,00


Espao Formao (RNM)

Voluntrios (Servio Alvio Tempo (RNM) 2 697,16


Cuidador)

Juristas Voluntrios Tempo com competncia (RNM) 960,00

Comunidade Local Tempo s/d

1 RNM - Recurso No Monetizado.


2 RM - Recurso Monetizado.

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

2.2. RESULTADOS

ATIVIDADES DESCRIO DO RESULTADOS ESTIMADOS / ANO


INDICADOR

Linha telefnica de apoio N Atendimentos 196 (136 telefnicos + 11 email + 49


presenciais)

Atendimentos Presenciais N Atendimentos

Informao e Sensibilizao N Aes 24 aes x 30 pessoas = 720 pessoas

Aes

Visitas instituies N visitas 94 visitas (2 x semana x 47 semanas)

Apoio Jurdico N Consultas 24 consultas = 24 cuidadores familiares

Consultas

Avaliaes Neuropsicolgicas N Avaliaes 6 (3 x semestre) = 6 PD

Estimulao Cognitiva N Sesses 141 (3 x semana x 47 semanas)

Sesses

Apoio Psicolgico N Consultas 141 (3 x semana x 47 semanas)

Consultas

Atividades Formativas N Atividades (workshops para 8 workshops (WS) para familiares (8 x 20 =


cuidadores familiares e cursos para 80 formandos, considerando 2 WS /
cuidadores profissionais) cuidador/ano)
4 cursos para profissionais (4 x 20 = 80
formandos )

Respostas de Alvio N Respostas 235 ( 5 cuidadores x 4 horas /semana,


considerando 47 semanas)

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

3. TEORIA DA MUDANA

3.1. TEORIA DA MUDANA PARTIDA

A construo da teoria da mudana que vai sustentar a interveno do GCMP teve incio com a definio do
objetivo geral de longo prazo, isto , da resposta ao problema social que a demncia constitui em Portugal e,
em particular, no concelho do Porto e que se concretiza na viso do projeto: Uma sociedade inclusiva que
conhea, respeite, d voz s Pessoas com Demncia, garantindo uma prestao de cuidados de excelncia e
a melhoria da sua qualidade de vida e a dos familiares e profissionais que lhes prestam cuidados.

Partindo desta viso, o passo seguinte foi mapear as mudanas de curto, mdio e longo prazo que tm de se
verificar para a tornar numa realidade. Este processo foi feito pela equipa de trabalho de dois modos distintos:
atravs do mapeamento cronologicamente invertido das mudanas, ou seja, da viso para as atividades; e,
num segundo momento, inversamente, das atividades para a viso, passando pelas referidas mudanas. Esta
metodologia permitiu manter o foco no objetivo geral de longo prazo, sem esquecer as transformaes que
tero de ocorrer no terreno atravs da interveno do GCMP, tanto aquelas pelas quais o projeto diretamente
responsvel, como aquelas para as quais contribui.

O GCMP pretende desenvolver um conjunto de atividades cujos beneficirios diretos so as PD e os seus


cuidadores, tanto familiares como profissionais, tais como: (1) Atendimentolinha telefnica de apoio e
presencial; (2) Consultas de apoio jurdico; (3) Avaliaes neuropsicolgicas; (4) Sesses de estimulao
cognitiva; (5) Consultas de apoio psicolgico; (6) Atividades formativas e (7) Respostas de alvio para o
cuidador. Paralelamente, o GCMP visa agir junto da comunidade local e das instituies que atuam direta ou
indiretamente na rea de interveno das demncias, atravs de (8) Informao e sensibilizao
comunidade; e (9) Mapeamento institucional.

A tabela seguinte sistematiza as mudanas de curto, mdio e longo prazo identificadas pela equipa de
trabalho, para cada uma das atividades acima mencionadas.

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

ATIVIDADES CURTO PRAZO MDIO PRAZO LONGO PRAZO

Atendimento: Novo interlocutor especfico Menor sentimento de raiva, tristeza, Melhoria da


para informar e apoiar medo e frustrao Menor sentimento prestao de
Linha Telefnica de isolamento Mais autoconfiana cuidados s PD
Mais consciencializao da
de Apoio e necessidade de ajuda Diminuio da vergonha social Mais diagnsticos
Presencial atempados
Maior compreenso dos Menor sobrecarga emocional
comportamentos das PD Bem-estar emocional Incluso das PD e
Mais conhecimento sobre a dos Cuidadores
Reconhecimento dos sinais de alerta
importncia do diagnstico
Capacitao da PD e do cuidador
precoce
para desencadear o processo
Compreenso das diferenas
Valorizao das queixas junto do
entre envelhecimento e
mdico de famlia
demncia
Mais encaminhamentos e
Mais conhecimentos sobre a
acompanhamento pelos mdicos
doena e sua relevncia
especialistas
Mais consciencializao em
Maior sentimento de apoio e
relao ao papel dos cuidadores
valorizao
e dificuldades do ato de cuidar

Informao e Mais conhecimento sobre a Reconhecimento dos sinais de alerta Mais diagnsticos
Sensibilizao importncia do diagnstico Capacitao da PD e do cuidador atempados
Comunidade precoce para desencadear o processo Incluso das PD e
Compreenso das diferenas Valorizao das queixas junto do dos Cuidadores
entre envelhecimento e mdico de famlia
demncia
Mais encaminhamentos e
Mais conhecimento sobre os acompanhamento pelos mdicos
comportamentos das PD especialistas
Mais consciencializao sobre os Mais capacitao para compreender
preconceitos em torno do tema e lidar com PD
da demncia
Menor sentimento de medo e
Mais conhecimento sobre os repulsa relativamente s Demncias
direitos das PD e s pD
Reconhecimento e respeito pelos
direitos das PD
Aumento da rede de suporte
Reduo do abuso de poder

Mapeamento Novo interlocutor para articular Valorizao e qualificao das Melhoria da


Institucional Conhecimento das instituies instituies e sua articulao com o prestao de
que atuam na rea das GCMP cuidados s PD
Demncias Melhoria da satisfao no
Criao de uma rede de desempenho da tarefa de cuidar de
contactos e interveno uma PD
Bem-estar emocional do Cuidador

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ATIVIDADES CURTO PRAZO MDIO PRAZO LONGO PRAZO

Apoio Jurdico Mais conhecimentos sobre os Reconhecimento e respeito pelos Incluso das PD e
(Consultas) direitos das PD direitos das PD e limites de atuao dos Cuidadores
Mais conhecimentos sobre as dos cuidadores Mais autonomia
consequncias jurdicas e Reduo do abuso de poder das PD
procedimentos legais aps o Mais capacitao das PD e
diagnstico cuidadores para reivindicar direitos e
tomar decises sobre o futuro

Avaliaes Mais conhecimentos sobre o Mais encaminhamentos e Mais diagnsticos


Neuropsicolgicas diagnstico, perfil e evoluo da acompanhamento pelos mdicos atempados
doena especialistas
Mudana negativa: angstia
derivada do confronto com as
limitaes atuais e com o futuro

Estimulao Potenciao do desempenho Adiamento da evoluo dos sintomas Mais autonomia


Cognitiva (Sesses) cognitivo, social e funcional das das PD
PD
Mudana negativa: angstia
derivada do confronto com as
limitaes atuais e com o futuro

Apoio Psicolgico Maior aceitao das limitaes Maior sentimento de apoio e Incluso das PD e
(Consultas) das PD e da realidade valorizao dos Cuidadores
Maior compreenso dos Menor sentimento de raiva, tristeza, Melhoria da
comportamentos das PD medo e frustrao prestao de
Mais consciencializao em Mais autoconfiana cuidados s PD
relao ao papel dos cuidadores Diminuio da vergonha social
e dificuldades do ato de cuidar
Menor sentimento de isolamento
Melhoria do equilbrio
Melhor relao cuidador/PD
emocional dos cuidadores
Bem-estar emocional

Atividades Mais conhecimentos sobre as Reconhecimento e respeito pelos Melhoria da


Formativas demncias, comportamentos direitos das PD prestao de
das PD e estratgias para cuidar Capacitao para compreender e cuidados s PD
melhor lidar com as PD Mais autonomia
Consciencializao sobre as Qualificao das instituies das PD
dificuldades dos cuidadores Mais diagnsticos
Melhoria da satisfao na tarefa de
Compreenso das diferenas cuidar atempados
entre envelhecimento e
Valorizao do papel dos cuidadores
demncia
Aumento da utilizao de estratgias
Mais conhecimentos sobre as
para lidar com a sobrecarga
consequncias jurdicas e
procedimentos legais aps o Mais autoconfiana
diagnstico Diminuio da vergonha social
Mais conhecimento sobre a Maior bem-estar emocional
importncia do diagnstico Capacitao das PD e cuidadores
precoce para reivindicar direitos e tomar
decises sobre o futuro
Reduo do abuso de poder

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ATIVIDADES CURTO PRAZO MDIO PRAZO LONGO PRAZO

Respostas de Alvio Mais tempo livre Maior sentimento de apoio e Melhoria da


a cuidadores Melhoria do equilbrio valorizao prestao de
familiares emocional dos cuidadores Melhor relao cuidador/PD cuidados s PD
Bem-estar emocional do cuidador

Em resumo, a equipa chegou definio de 4 linhas de mudana: Melhores cuidados s PD; Mais diagnsticos
atempados; Incluso das PD e cuidadores; Mais autonomia das PD.

Eliminou-se uma quinta linha de mudana que havia sido identificada, de cariz poltico e designada por
Plano nacional para as Demncias, por considerarmos que a mesma no era quantificvel dados os escassos
meios e tempo de que dispunhamos para a realizao do trabalho.

Focmo-nos na autonomia da PD do ponto de vista jurdico, cognitivo e funcional e no demos grande


relevncia mudana previsvel Bem-estar da PD. Tambm no enquadrmos os cuidadores profissionais
no que respeita mudana Bem-estar emocional dos cuidadores, focando-nos apenas na vertente da sua
capacitao.

A esta fase de reflexo, seguiu-se a ida ao terreno com o objetivo de validar a teoria da mudana de partida.
Para o efeito, vismos definir o perfil, as necessidades e as expectativas dos cuidadores e das PD, com vista a
fazer um primeiro retrato da situao atual em que se encontram e identificar as mudanas que estes
beneficirios diretos da nossa interveno consideram relevantes. Como muito difcil obter dados credveis
das prprias PD, optmos por chegar a esses resultados de forma indireta, auscultando os seus cuidadores
durante a realizao dos grupos focais e aplicao de questionrios.

PERFIL DO CUIDADOR FAMILIAR (CF) TIPO

CARACTERSTICAS POSITIVAS CARACTERSTICAS NEGATIVAS

Disponibilidade, aceitao da demncia Impacincia, agressividade

Compreenso, sensibilidade, carinho, amor, tolerncia, Sentimento de culpa e de obrigao, frustrao/rejeio, peso da
estratgia, persuaso responsabilidade

Coragem, pacincia, calma, persistncia, bom humor, Solido, dificuldades de comunicao, depresso, deixar de ter
assertividade, maturidade, resistncia ao stress vida prpria

Capacidade de escuta, ateno, perspiccia, saber lidar com a Muito cansao, negligncia em relao ao autocuidado,
liberdade de escolha da PD, supervisionar os comportamentos sentimento de incompreenso e de desvalorizao
da PD

Certos comentrios ilustram bem algumas caractersticas elencadas, principalmente no que se refere
aceitao da situao, ao carinho e disponibilidade para o outro: Temos de estar sempre com mil olhos;
No devemos ter vergonha nem esconder a doena do nosso familiar porque os outros podem ajudar-nos;
A pessoa que era deixou de ser. Acabou. Fechou o ciclo!; H situaes bem mais complicadas.

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Em paralelo, ressaltam a dificuldade e o peso da tarefa de cuidar e, por vezes, as questes subjacentes a uma
vida em comum, que tornam ainda mais difceis as situaes de crise: No h frias; Se vamos para algum
lado, a cabea nunca vai inteira; Ns no temos vida. Esquecemo-nos do marido, dos filhos, de ns;
Tomar decises no fcil. O peso emocional cai em cima de mim (sentimento de misso) ; Acabo por estar
s temos de ter pacincia; Amor incondicional com pai ou me, ok. Mas na relao entre cnjuges h
corte na relao, por isso difcil a aceitao com exigncia de tarefas, de fazer tudo; Eu no sinto amor,
afeto, porque ele rejeita.

NECESSIDADES DO CUIDADOR FAMILIAR (CF) TIPO

Melhor conciliao entre o trabalho profissional e a obrigao de cuidar, mais compreenso das entidades patronais

Carinho, ateno, apoio emocional de familiares e amigos com capacidade para ouvir e ajudar a tomar decises,

Melhor capacitao para compreender a PD

Informao e formao dos cuidadores, familiares e profissionais, sobre a doena, sua evoluo, de como lidar com os
comportamentos das PD e o que existe como respostas da comunidade

Apoio psicolgico, apoios sociais (ex: centro de dia), apoio jurdico

Aceitao da comunidade em relao ao comportamento das PD

Instituies qualificadas para haver confiana nos cuidados prestados

Apoio na mediao de atos necessrios junto das instituies competentes (Ex. Segurana social)

Espao/tempo para si prprio, tempo para lazer, respostas de alvio para manuteno da sade mental

Uma das necessidades verbalizadas pelos CF foi a de partilhar experincias e ter uma rede de interajuda. No
entanto, no considermos esta necessidade como relevante para a anlise, uma vez que existem j respostas
neste sentido, como o Caf Memria e os Grupos de Suporte, a funcionar no Porto e que no cabem no
mbito do GCMP.

MUDANAS ESPERADAS PARA OS CF

Apoio psicolgico (ajuda na aceitao e na gesto das emoes), menos stress para o cuidador, melhor/maior sade mental e
bem-estar, melhor qualidade de vida do cuidador

Mais informao e formao para o cuidador (ncora para dvidas), maior preparao para os desafios que vo surgindo, melhor
capacidade para lidar com a situao, orientao sobre estratgias de atuao (encontrar o caminho)

Partilha de experincias, menos vergonha, menor solido

Apoio tcnico e orientao legal, tomada de decises mais consciente e informada

Maior interaco com a comunidade

Devoluo da confiana e auto-estima

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Nos grupos focais tambm se afloraram as expectativas dos CF face criao de um GCM: Uma conversa
telefnica pode fazer toda a diferena; S o estar a desabafar j bom!; O projeto tem de ir mais para a
frente, fazer a certificao de instituies com especializao no trabalho com pessoas com demncia; O
Jlio de Matos tem equipa multidisciplinar para estimulao cognitiva x vezes por semana. O gabinete
poderia criar estes espaos.

De acordo com a viso transmitida pelos cuidadores por referncia s PD de quem cuidam, as suas
caractersticas variam de pessoa para pessoa e com o estdio da doena, assim como as suas necessidades.

CARACTERSTICAS DA PESSOA COM DEMNCIA (PD)

Autoritarismo, desejo de autonomia, liberdade, independncia (no quer perder a capacidade de tomar decises);incompreenso
face s atitudes protetoras do cuidador

Perde coisas, esquecimentos, sem noo do valor do dinheiro, do tempo e espao, desorientao, repetitiva, dificuldades ao nvel do
raciocnio/lgica e em comunicar

Conscincia e vergonha das mudanas e dificuldades, negao do seu prprio estado, utilizao de estratgias para encobrir
limitaes e dificuldade em aceitar ajuda, isolamento, solido, sentimento de abandono, frustrao, vitimizao, tristeza e ausncia
de auto-estima

Muito emocional, desconfiada, agressiva, possessiva, ciumenta, egosta (virada para dentro), exigente com o cuidador, sente-se
gozada, perseguida e controlada pelos outros, tem medos e assusta-se com facilidade

Mudana radical de personalidade, de humor, de comportamentos em relao ao padro anterior, instabilidade, alheamento (vivem
num mundo que no o deles) mudam consoante as fases da doena

Perda da noo da realidade, no reconhece o cuidador, retorno infncia, troca de papis

Perda de controlo, da noo do que conveniente do ponto de vista social (respostas mais sexualizadas)

NECESSIDADES DAS PD MUDANAS ESPERADAS PARA AS PD

Amor, afeto, carinho, toque, proximidade fsica Mais ocupao, maior interao social, mais convvio
Autonomia, independncia mas com controlo Mais aceitao de ajuda, melhor noo da sua situao
Reconhecimento pelos outros (identidade), Mais apoio, mais segurana e melhor qualidade de vida
compreenso, pacincia e ateno; Mais equilbrio emocional, menos agressividade, mais auto/
Sentimento de utilidade (terapia ocupacional) estima
Respostas para as suas dvidas Adiamento da progresso da doena, menor perda de
Orientao e referncias (casa, vida passada, famlia, autonomia
amigos, animais), rotinas, ambiente tranquilo Mais bem/estar
Convvio e atividades ldicas Melhor informao da sociedade para possibilitar alteraes
Apoio nas tarefas dirias nas pessoas,

Adaptao dos espaos por razes de segurana nas infra estruturas de apoio e nas leis
Cuidados adequados (bsicos e de sade), Estimulao
cognitiva

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As principais concluses retiradas desta teoria da mudana inicial do GCMP foram a s seguintes:

Inexistem na rea do Municpio do Porto respostas equivalentes s previstas para o GCM;


As atividades formativas e o atendimento, previstos como atividades do GCM, correspondem a
necessidades sentidas pelos CF, que esperam conseguir, a partir de um melhor conhecimento sobre a
doena e sobre as estratgias para lidar com as PD, bem como sobre os seus direitos, uma maior
capacitao para a prestao de melhores cuidados.
Uma preocupao dominante a necessidade de apoio psicolgico e de respostas de alvio, como
formas de garantir o seu prprio bem-estar emocional.
Relativamente s PD, a mudana fundamental identificada consiste na melhoria da sua qualidade de
vida.
As mudanas positivas que o projeto possibilita so mltiplas e influenciam de forma marcante os
beneficirios diretos desta interveno;
No foram identificadas mudanas negativas, excepo dos possveis efeitos deletrios sobre as
pessoas com demncia, aps o conhecimento do diagnstico.
Esta recolha de informao permitiu-nos perceber como que as mudanas se agrupam e encadeiam
numa relao de causa/efeito, com vista a encontrar as que so materiais, para as quantificar e avaliar
o seu impacto.

3.2. TEORIA DA MUDANA CHEGADA

A teoria da mudana final contempla todas as mudanas identificadas partida, modificadas nalguns
aspectos, e novas mudanas referidas pelos stakeholders envolvidos. Foram definidas seis grandes linhas de
mudana de longo prazo: (1) Capacitao dos cuidadores para prestar melhores cuidados s PD; (2) Bem-
Estar emocional do cuidador; (3) Qualidade de vida da PD; (4) Diagnsticos mais atempados; (5) Valorizao
da resposta e financiamento pelo Estado e (6) Plano Nacional para as Demncias.

As trs primeiras linhas iro diretamente afetar a vida dos beneficirios deste projeto: PD, CF e CP. As restantes,
que resultaram das posies dos stakeholders financiadores, promotores e profissionais das reas da sade e
social, assumem papel de relevo, mas no so passveis de concretizao num ano ou mesmo em trs. Alm
disso, constituem mudanas que tm de envolver outros agentes, como a classe mdica e os decisores
polticos, pelo que no podero ser quantificadas e includas nesta anlise.

Aquelas linhas de mudanas descritas vo, em conjunto, permitir encontrar o caminho para chegar
visodeste projeto.

Apresentamos de seguida os diagramas que demonstram o caminho de cada uma das mudanas de longo
prazo includas na anlise de impacto (v. mapa de impacto), partindo das atividades do projeto.

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CAPACITAO DOS CUIDADORES


PARA PRESTAR MELHORES
CUIDADOS S PD

BEMESTAR EMOCIONAL
DO CUIDADOR

VISO
QUALIDADE DE VIDA DA PESSOA
COM DEMNCIA
Uma sociedade inclusiva
que conhea, respeite, d voz
Encontrar o caminho... s Pessoas com Demncia,
garantindo uma prestao
de cuidados de excelncia
e a melhoria da sua qualidade
DIAGNSTICOS
MAIS ATEMPADOS
de vida e a dos familiares
e profissionais que lhes
prestam cuidados
VALORIZAO DA RESPOSTA E
FINANCIAMENTO PELO ESTADO

PLANO NACIONAL
PARA AS DEMNCIAS

CRIAO DE POLTICAS SOCIAIS


E DE SADE PBLICA NA REA
DAS DEMNCIAS

Das atividades formativas e do atendimento a realizar pelo GCMP resultaro mudanas que afetam
positivamente os cuidadores, familares e profissionais das PD e, mesmo, o ACES Porto. O maior conhecimento
e consciencializao sobre a doena e sobre o papel dos cuidadores, bem como dos seus limites, permitir
levar a uma maior qualificao das instituies e ao aumento da utilizao de estratgias para lidar com as
PD, determinando a capacitao dos cuidadores para prestar melhores cuidados.

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ATENDIMENTO
Linha telefnica de
apoio e presencial
Maior consciencializao da BEMESTAR
necessidade de ajuda EMOCIONAL DO
CUIDADOR
Novo interlocutor especfico e
prximo adequado para informar Maior consciencializao da Mais acompanhamento
e apoiar necessidade de informao personalizado

Encaminhamento para as
APOIO ATIVIDADES respostas sociais
PSICOLGICO FORMATIVAS Menor sentimentos de
Consultas raiva, tristeza, medo e
frustrao dos cuidadores
Diminuio da
Maior suporte Mais autoconfiana
vergonha social dos
emocional e autoestima
Reconhecimento cuidadores
da realidade e Maior aceitao das Melhoria da relao
das necessidades e limitaes das PD e do cuidador/PD
dificuldades dos papel dos cuidadores Melhoria da
cuidadores Aumento da utilizao satisfao no
Diminuio da
de estratgias para desempenho da
sobrecarga
Menor sentimento de lidar com a sobrecarga tarefa de cuidar de
INFORMAO E excluso, inutilidade e uma PD
SENSIBILIZAO isolamento
COMUNIDADE
Mais capacitao
Mais para compreender
Mais Compreenso e lidar com PD
consciencializao
conhecimento das diferenas Aumento da rede
sobre os Integrao social
sobre os entre de suporte familiar
preconceitos em dos cuidadores
comportamentos envelhecimento Menor sentimento e comunitria
torno do tema da
das PD e demncia de medo e repulsa
demncia
relativamente s
demncias e s PD
Mais tempo livre

RESPOSTA DE ALVIO AO Participao cvica dos Realizao pessoal dos


Maior sensao de utilidade
CUIDADOR FAMILIAR voluntrios voluntrios

A segunda mudana de longo prazo, o bem-estar emocional do cuidador, contm trs caminhos paralelos,
consoante se analisem os efeitos das atividades do GCMP dirigidas diretamente aos cuidadores (atendimento,
apoio psicolgico e atividades formativas) ou se parta das aes dirigidas comunidade para sua informao
e sensibilizao ou, ainda, se olhe para as respostas de alvio ao cuidador familiar (CF).

No primeiro caso, todas as mudanas perspetivadas vo convergir para a desejada melhoria da relao do
cuidador com a PD, enquanto que a segunda linha de mudana conduzir integrao social dos cuidadores
e, da, tambm melhoria da relao com o cuidador. O mesmo resulta das respostas de alvio, que deixando
mais tempo livre para os cuidadores, levam sua maior integrao social.

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Mais experincia Realizao pessoal dos


Participao cvica dos
profissional dos juristas juristas voluntrios
juristas voluntrios
voluntrios

APOIO JURDICO Mais capacitao das PD para Tomada de deciso sobre o Mudana negativa:
Consultas reivindicar direitos e tomar planeamento do futuro das PD potencial conflitos entre
decises sobre o seu futuro (testamento vital) cuidadores e PD

Mais conhecimento
ATENDIMENTO sobre os direitos,
Linha telefnica consequncias Reconhecimento e respeito
de apoio e jurdicas e pelos direitos das PD
presencial procedimentos legais
aps o diagnstico

Diminuio do abuso de poder QUALIDADE DE VIDA


Reconhecimento dos limites por parte dos cuidadores DA PESSOA COM
ATIVIDADES de atuao dos cuidadores DEMNCIA
(processo de interdio)
FORMATIVAS

Potenciao do
ESTIMULAO Adiamento da evoluo dos Mais autonomia das
desempenho
COGNITIVA sintomas pessoas com demncia
cognitivo e funcional
Consultas
das PD

Maior ocupao
Mudana negativa:
angstia derivada do
confronto com as
limitaes atuais e com Maior interao social Menor isolamento Maior bem-estar emocional
o futuro
INFORMAO E
SENSIBILIZAO
COMUNIDADE

A terceira mudana material para a presente anlise, a qualidade de vida da PD, contempla trs caminhos
paralelos, quantificados de forma distinta no mapa de impacto: dimenso jurdica, desempenho cognitivo e
funcional e bem-estar emocional. As atividades apoio jurdico, atendimento e atividades formativas
contribuem, em conjunto, para a maior autonomia da PD numa vertente jurdica. A estimulao cognitiva
leva tambm a uma maior autonomia, desta vez relacionada com o seu desempenho cognitivo e funcional.
Por ltimo, a informao e sensibilizao contribui para uma melhoria do bem-estar emocional das PD.

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4. PROVAS E VALOR

4.1. INDICADORES (QUANTIDADE)

As mudanas que constam do mapa de impacto respeitam aos beneficirios diretos deste projeto e, para
cada uma, definimos os indicadores que permitem medir a quantidade de mudana. De seguida, formulmos
uma questo por indicador e construmos os questionrios para aplicar numa segunda ida ao terreno.

Todas as questes foram concebidas tendo em conta dois momentos para avaliar a distncia percorrida:
momento atual (T0) e previso de mudana aps um ano de interveno do GCMP (T1).

Os indicadores e respetivas fontes constam dos mapas seguintes.

CUIDADORES FAMILIARES (CF)

MUDANAS INDICADORES OBJETIVOS E SUBJETIVOS FONTES

Objetivo: N de cuidadores a tomar medicao para a


depresso e/ou ansiedade, em consequncia do seu papel de Auto-elaborada
cuidador
BEM-ESTAR EMOCIONAL
Auto-elaborada, baseada na
Subjetivo: Nvel de sobrecarga emocional Entrevista de Zarit de Sobrecarga do
Cuidador

Objetivo: N horas formao certificada, que inclua o tema das DGERT / Workshops e Formao
CAPACITAO PARA A estratgias para lidar com PD Alzheimer Portugal
PRESTAO DE
MELHORES CUIDADOS Subjetivo: Auto-percepao da capacidade para prestar
Auto-elaborada
melhores cuidados

Para a mudana Aumento do bem-estar emocional, o indicador objetivo foi selecionado tendo em conta
estudos que referem a existncia de nveis elevados de depresso e ansiedade nos cuidadores de PD12, sendo
que a toma de medicao para aliviar estes sintomas poder comprovar a necessidade de mudana. O
indicador subjetivo foi definido tendo em conta um construto largamente utilizado para auto-avaliao do
bem-estar emocional dos cuidadores, corroborado pelos prprios nos grupos focais, na medida em que
identificaram nveis elevados de sobrecarga.13

12 Alzheimers Disease International (2009) e Alzheimers Disease International (2013)


13 GEECD (2008)

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Para a Capacitao para a prestao de melhores cuidados, o indicador objetivo resulta do facto de ser
aquele que, segundo a AP entidade formadora acreditada pela DGERT , melhor traduz a aquisio e
aplicao de conhecimentos. Para o efeito, foi elaborada uma escala que teve em conta o nmero de horas
de cada tipo de atividade formativa da AP, de acordo com o nvel de aprofundamento do tema14. O indicador
subjetivo baseia-se na auto perceo dos cuidadores sobre a sua competncia para exercer o papel de
cuidador, ou seja, na sua auto-eficcia15.

CUIDADORES PROFISSIONAIS (CP)

MUDANAS INDICADORES OBJETIVOS E SUBJETIVOS FONTES

Objetivo: N de cuidadores a tomar medicao para a depresso e/


ou ansiedade, em consequncia do seu papel de cuidador
BEM-ESTAR EMOCIONAL Auto-elaborada
Subjetivo: Nvel de satisfao no desempenho da tarefa de cuidar
de uma PD

Objetivo: N horas formao certificada, que inclua o tema das


CAPACITAAO PARA A estratgias para lidar com PD DGERT / Workshops e
PRESTAAO DE MELHORES Formao Alzheimer
CUIDADOS Subjetivo: Auto-percepao da capacidade para prestar melhores Portugal
cuidados

Tal como para os CF, a literatura tambm aponta para elevados nveis de ansiedade, depresso e sobrecarga
nos CP 16, justificando-se, assim, a utilizao do mesmo indicador para medir o Aumento do bem-estar
emocional. Por sua vez, o indicador subjetivo pretende avaliar o nvel de satisfao de cada um com o
desempenho das suas funes de cuidador, sendo que a literatura reconhece a relao entre a satisfao no
trabalho e o bem-estar emocional17.

14 As aes de informao tm durao at 2 horas, os workshops tm durao de 3 a 6 horas, as aes de formao bsica duram entre 7 e 12 horas, e as formaes com
contedos mais aprofundados tm mais de 12 horas.
15 Mullan, M. A. & Sullivan, K. A. (2015)
16 Alzheimers Disease International (2013)
17 Gurkov E.,C P J., iakov K. & D Uriskov M. (2012)

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PESSOAS COM DEMNCIA (PD)

MUDANAS INDICADORES OBJETIVOS E SUBJETIVOS FONTES

Objetivo: N de PD que tomam/tomaram decises com


QUALIDADE DE VIDA
autonomia sobre o planeamento do seu futuro (testamento
(dimenso jurdica)
vital) Auto-Elaborada
Subjetivo: Percepo dos cuidadores sobre os seus limites de
atuao relativamente aos direitos da PD

QUALIDADE DE VIDA
Objetivo: N de atividades do dia-a-dia em que necessria a
(desempenho cognitivo e Auto-Elaborada
interveno do cuidador
funcional das PD)

QOLADVerso Portuguesa
Subjetivo: Percepo dos cuidadores sobre a deteriorao das com novas questes sobre
capacidades cognitivas e funcionais da PD direitos das PD e nova questo
sobre bem-estar

QUALIDADE DE VIDA
Objetivo: Frequncia de contactos sociais semanais das PD
(bem-estar emocional) Auto-Elaborada
Subjetivo: Nvel de bem-estar emocional das PD

No que se refere s PD, a mudana Qualidade de Vida apresenta diferentes indicadores consoante a rea
da vida a que se refere:

Para a dimenso jurdica, o indicador objetivo foca-se na deciso de realizar um Testamento Vital, uma
vez que este um instrumento jurdico que perspetiva decises para o futuro, sendo este um forte
indicador de que este stakeholder ter os seus direitos salvaguardados e reconhecidos.
semelhana do que praticado em contexto clnico de avaliao para o desempenho cognitivo e
funcional, o indicador objetivo pretende avaliar o nmero de atividades do dia-a-dia nas quais
necessria a interveno do cuidador, dado a PD no as conseguir desempenhar autonomamente. O
indicador subjetivo pretende, por sua vez, classificar a percepo geral pelos cuidadores da
deteriorao cognitiva e funcional das capacidades das PD para desempenhar autonomamente as
suas tarefas.
Para o bem-estar emocional, o indicador objetivo assenta na vertente da incluso social, na medida
em que a interao com os outros se tem revelado de grande importncia para as PD18. O indicador
subjetivo, por sua vez, assenta na perceo do CF sobre o nvel de bem-estar da PD.

18 Interactions with others, especially family members and friends who can offer emotional and practical support, are very important for people with dementia. It can be
helpful for people other than the main carer to spend time with the person to do something they both enjoy. There are benefits to engaging other people, such as giving
the main carer a break and allowing them to recharge their batteries. It gives the person with dementia more varied interaction and more social opportunities, which can
lead to improved wellbeing. (Alzheimers Society, 2013)

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QUANTIFICAO DAS MUDANAS

Aps a aplicao e anlise dos questionrios, foi possvel chegar quantificao das mudanas atravs da
comparao entre o tempo inicial (T0), ou seja, situao em que se encontram os stakeholders neste momento
relativamente s mudanas identificadas e o tempo futuro (T1), ou seja, onde esperam estar depois de um
ano interveno do GCMP.

As tabelas abaixo expressam os resultados obtidos para cada uma das mudanas e para cada um dos
stakeholders.

CUIDADORES FAMILIARES (CF)

MUDANAS INDICADORES T0 T1 DP DO DP TOTAL DA


INDICADOR MUDANA

Objetivo: N de cuidadores a tomar 30,87% 29,63% -1,24% -7,75%


medicao para a depresso e/ou
BEM-ESTAR ansiedade, em consequncia do seu
EMOCIONAL papel de cuidador

Subjetivo: Nvel de sobrecarga 59,62% 45,37% -14,25%


emocional

Objetivo: N horas formao 16,67% 59,26% 42,59% 27,08%


CAPACITAAO certificada, que inclua o tema das
PARA A estratgias para lidar com PD
PRESTAAO DE
MELHORES Subjetivo: Auto-percepo da 50,93% 62,50% 11,57%
CUIDADOS capacidade para prestar melhores
cuidados

CUIDADORES PROFISSIONAIS (CP)

MUDANAS INDICADORES T0 T1 DP DO DP TOTAL DA


INDICADOR MUDANA

Objetivo: N de cuidadores a tomar 2,34% 4,69% 2,35% * 17,97%


medicao para a depresso e/ou
ansiedade, em consequncia do seu
BEM-ESTAR papel de cuidador
EMOCIONAL
Subjetivo: Nvel de satisfao no 52,34% 70,31% 17,97%
desempenho da tarefa de cuidar de
uma PD

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MUDANAS INDICADORES T0 T1 DP DO DP TOTAL DA


INDICADOR MUDANA

Objetivo: N horas formaao 32,03% 79,69% 47,66% 35,94%


CAPACITAAO certificada, que inclua o tema das
PARA A estratgias para lidar com PD
PRESTAAO DE
MELHORES Subjetivo: Auto-percepao da 49,22% 73,44% 24,22%
CUIDADOS capacidade para prestar melhores
cuidados

* Optmos por no considerar na nossa anlise o indicador objetivo desta mudana, uma vez que no T0 apenas 2.34% dos CP assumem tomar medicao para a depresso e/
ou ansiedade. Este valor reduzido pode estar relacionado com o facto dos inquiridos no assumirem em contexto profissional que tomam medicao ou no associarem a
toma exclusivamente ao seu papel de cuidador, apesar de a literatura e as entrevistas a chefias destes cuidadores nos indicarem o oposto.

PESSOAS COM DEMNCIA (PD)

MUDANAS INDICADORES T0 T1 DP DO DP TOTAL DA


INDICADOR MUDANA

Objetivo: N de PD que tomam/ 12,96% 14,00% 1,04% 4,20%


tomaram decises com autonomia
QUALIDADE DE sobre o planeamento do seu futuro
VIDA (dimenso (testamento vital)
jurdica) Subjetivo: Percepo dos cuidadores 58,65% 66,00% 7,35%
sobre os seus limites de atuao
relativamente aos direitos da PD

Objetivo: N de atividades do 90,74% 85,42% -5,32% 8,92%


QUALIDADE DE dia-a-dia em que necessria a
VIDA interveno do cuidador
(desempenho Subjetivo: Percepo dos cuidadores 65,74% 53,23% -12,51%
cognitivo e sobre a deteriorao das
funcional das PD) capacidades cognitivas e funcionais
da PD

Objetivo: Frequncia de contactos 67,59% 62,50% -5,09% * 9,00%


QUALIDADE DE sociais semanais das PD
VIDA (bem-estar
emocional) Subjetivo: Nivel de bem-estar 50,00% 59,00% 9,00%
emocional das PD

* Este indicador no foi includo na anlise, uma vez que, ao contrrio do que seria expectvel, demonstra uma reduo de 5% na frequncia dos contactos sociais no T1. Tal,
dever-se-, segundo a nossa opinio, ao facto de o indicador ter sido interpretado pelos CF, no como quantificando uma deteriorao do bem-estar da PD, mas como um
afastamento progressivo do ncleo familiar e social, ainda no capacitado para lidar com a problemtica e a evoluo negativa da doena.

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4.2. DURAO

A durao das mudanas tempo at onde se estendem os efeitos de uma atividade aps a interrupo do
projeto foi definida atravs da aplicao de questionrios aos beneficirios diretos (foi colocada uma
pergunta por cada mudana, sendo que para todas a escala de resposta expressava 5 opes temporais).
Para no induzir os inquiridos a responder que sentiriam mudana, foi inserida uma opo de resposta para a
no existncia de mudana.

De modo a quantificar a durao da mudana de uma forma anualizada, a escala foi convertida, assumindo
os valores expressos na tabela abaixo.

Durao: escala Valor anualizado

Menos de um ms 1.25

De um ms a trs meses 1.5

De trs meses a seis meses 1.75

De seis meses a um ano 2

Mais de um ano 2.5

No h mudana aps o projeto terminar 1

DURAO DAS MUDANAS PARA CADA STAKEHOLDER

STAKEHOLDER MUDANAS DURAO MDIA

CUIDADORES AUMENTO NO BEM-ESTAR EMOCIONAL 1.53 anos


FAMILIARES
CAPACITAAO PARA A PRESTAAO DE MELHORES CUIDADOS 1.63 anos

CUIDADORES AUMENTO NO BEM-ESTAR EMOCIONAL 2.26 anos


PROFISSIONAIS
CAPACITAAO PARA A PRESTAAO DE MELHORES CUIDADOS 2.55 anos

PESSOAS COM AUMENTO NA QUALIDADE DE VIDA (dimenso jurdica) 1.38anos


DEMENCIA
AUMENTO NA QUALIDADE DE VIDA (desempenho cognitivo e funcional 1.36 anos
das PD)

AUMENTO NA QUALIDADE DE VIDA (bem-estar emocional) 1,40 anos

31
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4.3. APROXIMAES FINANCEIRAS

Para cada uma das mudanas a ser includa no mapa de impacto desta avaliao SROI, foi necessrio definir
as respetivas fontes de valorao ou monetizao das mudanas e as fontes de informao onde encontrmos
as aproximaes financeiras. A tabela infra apresenta cada uma das aproximaes financeiras, num valor
correspondente a uma pessoa por ano, que traduz uma alternativa para alcanar a mesma mudana sem a
interveno do GCMP.

Stakeholder Mudanas Aproximaes Valor da AF Fontes da


financeiras (AF) (pessoa/ano) monetizao

CUIDADORES BEM-ESTAR EMOCIONAL Consulta de apoio psicolgico 1.370,42 Mental health service
FAMILIARES para depresso e ansiedade costs per individual
(anxiety and
depression) 1

CAPACITAAO PARA A Uma consulta de 915,00 Mdia de valores de


PRESTAAO DE especialidade por ms consultas de
MELHORES CUIDADOS especialidade de
psiquiatria e neurologia
- estudo de mercado 2

CUIDADORES BEM-ESTAR EMOCIONAL 1 Curso de Motivao no 236,25 Mdia dos valores de


PROFISSIONAIS Trabalho Cursos de Motivao no
Trabalho - estudo de
mercado 3

CAPACITAAO PARA A 1 Curso para cuidadores 115,00 Preo/Curso (formao


PRESTAAO DE profissionais por ano certificada da Alzheimer
MELHORES CUIDADOS Portugal)

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Stakeholder Mudanas Aproximaes Valor da AF Fontes da


financeiras (AF) (pessoa/ano) monetizao

PESSOAS COM QUALIDADE DE VIDA Honorrios e Despesas de 2.315,00 Dra. Maria do Rosrio
DEMENCIA (dimenso jurdica) Tribunal inerentes ao processo Zincke dos Reis -
de interdio Advogada 4

QUALIDADE DE VIDA Sesses de Estmulao 2.036,67 Mdia de valores de


(desempenho cognitivo Cognitiva (1 sesso por sesses de estimulao
e funcional das PD) semana, por 47 semanas cognitiva - estudo de
mercado

QUALIDADE DE VIDA Realizao pela PD de 1.752,32 Mdia do custo do


(bem-estar emocional) atividades no exterior com valor/hora de uma
acompanhamento de uma auxiliar e da realizao
auxiliar (47 por ano) de atividades no
exterior

1 http://www.globalvaluexchange.org/valuations/mental-health-service-costs-per-individual-%28anxiety-and-depression%29/ O valor de 941.88 libras por pessoa por


ano foi convertido em euros e calculado tendo em conta a inflao de 2012 para 2015.
2 Consulta Mdica de Neurologia na Alzheimer Portugal com Dra. Paula Godinho (50 euros por consulta) / Consulta de Psiquiatria com Dra. Olivia Leito (50 euros por
consulta) / Consulta de Neurologia com Dra. ngela Valena (85 euros por consulta) / Consultas de Especialidade na Clnica Passeio da Estrela (120 euros por consulta)
3 Cetform - Curso de Inteligncia Emocional e Criatividade (230 euros - 30 horas) / Espiral Soft - Curso de Inteligncia Emocional, Motivao e Programao Neurolingustica
(165 euros - 20 horas) / Tecla Lisboa Curso de inteligncia Emocional e Resilincia (250 euros - 18 horas) / Curso Curso Alto Desempenho com PNL (300 euros - 25 horas)
4 3 certides de registo civil (60,00)/ Anncio no jornal (75,00) / Relatrio Pericial (350,00) / Honorrios (1 000,00) / IVA sobre honorrios (23%= 230,00) / Taxa de
justia a pagar a final (600,00)

No que se refere aos CF, as aproximaes financeiras foram escolhidas tendo por base o seguinte:

Mudana bem-estar emocional: valor apresentado no estudo Mental health service costs per
individual (anxiety and depression) pela The SROI Network, retirado do Global Value Exchanche para
consultas de apoio psicolgico. Este tipo de resposta o mais adequado para alcanar a mesma
mudana.
Mudana capacitao para a Prestao de Melhores Cuidados: valor de uma consulta mdica de
especialidade por ms, por ser um meio habitual para os cuidadores retirarem dvidas sobre como
lidarem com as PD. O valor de 915 euros foi alcanado atravs de um clculo de 12 consultas por ano,
tendo por base uma mdia de valores de consultas de psiquiatria e neurologia (76.25 euros).
No que concerne os CP, as aproximaes financeiras basearam-se em:

Mudana bem-estar emocional: mdia de valores de mercado de formaes sobre motivao no


local de trabalho, o que nos parece um meio adequado e de baixo custo para estimular o grau de
satisfao dos profissionais e, consequentemente, aumentar o seu bem-estar;
Mudana capacitao para a prestao de melhores cuidados: custo de inscrio numa formao da
AP para CP tcnicos, como uma das poucas formas de obteno de conhecimentos especializados.
Apesar da AP praticar preos abaixo dos valores de mercado, utilizmos estes valores como forma de
no sobrevalorizar a mudana.

33
GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

Para as PD, as aproximaes financeiras tiveram por base, no que se refere a cada uma das dimenses da
mudana qualidade de vida, as seguintes:

Dimenso jurdica: custos inerentes a um processo de interdio, como forma de garantir o respeito
pelos direitos das PD. Foram tidos em conta os custos do processo judicial e dos honorrios do
advogado, sendo o valor apresentado o mais elevado de todas as aproximaes financeiras. No
entanto, consideramos que tal no sobrevaloriza a nossa anlise, na medida em que se tivssemos
tido a oportunidade de pedir s pessoas que atribussem um valor salvaguarda dos seus direitos
mais elementares, este seria decerto considervel.
Desempenho cognitivo e funcional das PD: custo mdio de mercado de cada sesso de estimulao
cognitiva (incluindo a avaliao inicial), como forma clinicamente comprovada de contribuir para
adiar a deteriorao do desempenho das PD, num total de 47 sesses num ano;
Bem-estar emocional: custo de realizao de uma atividade semanal na comunidade, com o
acompanhamento de uma auxiliar de ao direta, durante 47 semanas. Esta escolha constitui uma
alternativa realista que proporciona o envolvimento social e sentimento de incluso das PD e que,
consequentemente, aumenta o seu bem-estar emocional.

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5. IMPACTO E RETORNO SOCIAL

5.1. ATRIBUIO I

Realizou-se um grupo focal para discutir e quantificar a percentagem de mudana que poderia ocorrer sem a
interveno do GCMP. Os valores da tabela espelham a mdia ponderada atribuda pela coordenao do
projeto, tcnicas envolvidas na anlise SROI e direo da AP, sendo que o questionrio para quantificao
das mudanas contemplou o cenrio sem GCMP, mas considerando apoios j existentes (ex:famlia), razo
pela qual os valores so residuais..

STAKEHOLDER MUDANA AT I JUSTIFICAO

CUIDADORES BEM-ESTAR 1,5% Sem apoio ou suporte do GCMP, a sobrecarga do


FAMILIARES EMOCIONAL cuidador continua a no ser suficientemente aliviada,
pelo que no se vislumbra melhoria do bem-estar
emocional.

CAPACITAAO PARA A 2,8% Sem receber nenhum tipo de informao, apoio ou


PRESTAAO DE formao, os cuidadores no conseguiro ter
MELHORES CUIDADOS conhecimento das estratgias para lidar com as PD e,
como tal, o seu nvel de capacitao no aumentar.

CUIDADORES BEM-ESTAR 3% O nvel de burnout em cuidadores profissionais , no


PROFISSIONAIS EMOCIONAL geral, elevado, derivado da sobrecarga de cuidar de
pessoas com elevado grau de incapacidade. Sem
qualquer tipo de suporte, dificilmente um profissional
consegue, sozinho, melhorar o seu bem-estar.

CAPACITAAO PARA A 2,8% Sem receber nenhum tipo informao ou formao, os


PRESTAAO DE cuidadores no conseguiro ter conhecimento das
MELHORES CUIDADOS estratgias para cuidar das PD e, como tal, o seu nvel
de capacitao no aumentar.

PESSOAS COM QUALIDADE DE VIDA 0% Sem qualquer apoio especializado, as PD continuaro


DEMENCIA (dimenso jurdica) a no ter conscincia da existncia de formas de
salvaguardar os seus direitos, nem tomaro medidas
para o fazer.

QUALIDADE DE VIDA 0% Sem qualquer tipo de interveno especializada, a


(desempenho cognitivo deteriorao cognitiva e funcional das PD seguir o
e funcional das PD) curso natural da doena.

QUALIDADE DE VIDA 0% Sem qualquer tipo de apoio ou suporte, o nvel de


(bem-estar emocional) bem-estar da PD tende a diminuir.

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5.2 ATRIBUIO II

Os valores da atribuio do tipo II, isto , a percentagem de mudana que poder ser atribuda a outras
entidades para alm do GCMP (atribuio do tipo I), foram definidos atravs da metodologia referida no
ponto anterior. A tabela abaixo espelha a mdia dos descontos atribudos pelos vrios elementos do grupo
focal.

STAKEHOLDER MUDANA AT II FONTE/QUESTO

CUIDADORES AUMENTO NO BEM-ESTAR 10,5% Uma pequena percentagem dos CF poderia recorrer a
FAMILIARES EMOCIONAL consultas de apoio psicolgico, ainda que este no seja
um recurso frequentemente utilizado neste contexto.

CAPACITAAO PARA A 14,6% Uma pequena percentagem dos CF, sobretudo os


PRESTAAO DE MELHORES filhos, mais do que os conjuges, poderia procurar
CUIDADOS informao em livros ou online, assim como recorrer
formao da Delegao Norte da AP.

CUIDADORES AUMENTO NO BEM-ESTAR 15% Uma pequena percentagem dos CP poderia recorrer a
PROFISSIONAIS EMOCIONAL consultas de apoio psicolgico, ainda que este no seja
um recurso frequentemente utilizado neste contexto.

CAPACITAAO PARA A 17,5% Uma percentagem dos CP poderia procurar


PRESTAAO DE MELHORES informao em livros, online, ou investir em formao
CUIDADOS superior na rea (fora de Portugal), assim como recorrer
formao da Delegao Norte da AP.

PESSOAS COM AUMENTO NA QUALIDADE 4,25% Uma pequena percentagem das PD, desde que se
DEMENCIA DE VIDA (dimenso jurdica) encontrem numa fase inicial da doena, podero
recorrer ao apoio de juristas para efetuar o seu
testamento vital e alguns dos CF podero iniciar um
processo de interdio, sem interveno do GCMP.

AUMENTO NA QUALIDADE 11,25% A realizao de atividades na comunidade e junto dos


DE VIDA (desempenho familiares, poder tambm contribuir, ainda que
cognitivo e funcional das modestamente, para uma menor deteriorao do seu
PD) desempenho cognitivo e funcional.

AUMENTO NA QUALIDADE 10,5% Uma pequena percentagem das PD poder ser


DE VIDA (bem-estar acompanhada psicologicamente numa fase inicial e
emocional) usufruir de atividades na comunidade ao longo do
curso da doena, o que poder tambm contribuir
para o seu envolvimento social e consequente
bem-estar emocional.

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

5.3. TAXA DE REDUO

Debatemos tambm no referido grupo focal a reduo do valor de cada mudana, no ano seguinte ao da
interveno do GCMP. As mudanas com reduo menor esto relacionadas com a dimenso jurdica da
qualidade de vida (PD) e a capacitao (CF e CP); em oposio, o desempenho cognitivo e funcional ter uma
taxa elevada de reduo, dadas as consequncias imediatas da interrupo da interveno com as PD.

STAKEHOLDER MUDANA REDUO FONTE/QUESTO

CUIDADORES BEM-ESTAR 50% Interrompendo o apoio e suporte aos CF, o seu nvel de
FAMILIARES EMOCIONAL sobrecarga tender a aumentar, afetando o seu bem-estar
emocional, j que deixaro de ter um apoio contnuo e
adequado a enfrentar cada estadio da doena.

CAPACITAAO PARA A 25% Os efeitos da aquisio de conhecimentos tendem a


PRESTAAO DE perdurar no tempo, pelo que nos dois anos subsequentes
MELHORES CUIDADOS ao ano de interveno, os CF ainda estaro bastante
capacitados.

CUIDADORES BEM-ESTAR 50% Interrompendo o apoio e suporte aos CP, o seu nvel de
PROFISSIONAIS EMOCIONAL sobrecarga tender a aumentar e o seu grau de satisfao
no trabalho tender a diminuir, afetando o seu bem-estar
emocional., j que deixaro de ter um apoio adequado
para lidar com as PD de quem cuidam e com os novos
desafios que lhes so diariamente colocados.

CAPACITAAO PARA A 25% Os efeitos da aquisio de conhecimentos tendem a


PRESTAAO DE perdurar no tempo, pelo que nos dois anos subsequentes
MELHORES CUIDADOS ao ano de interveno, os CP ainda estaro bastante
capacitados, tal como expresso pelos mesmos
relativamente durao desta mudana (2.5 anos).

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

STAKEHOLDER MUDANA REDUO FONTE/QUESTO

PESSOAS COM QUALIDADE DE VIDA 10% Caso seja elaborado um testamento vital ou concludo um
DEMNCIA (dimenso jurdica) processo de interdio, o valor da mudana permanece
inalterado, na medida em que os direitos das PD j esto
salvaguardados perante a lei. Nos casos em que no forem
levados a cabo os referidos procedimentos, a informao
sobre estes temas perdurar no tempo na grande maioria
dos casos.

QUALIDADE DE VIDA 69% Dada a natureza progressiva da doena, a interrupo da


(desempenho interveno direta junto das PD reduzir significativamente
cognitivo e funcional o adiamento da sua deteriorao cognitiva e funcional,
das PD) porque os benefcios desta interveno pressupem uma
ao continuada no tempo (enquanto for recomendada).

QUALIDADE DE VIDA 50% Interrompendo o apoio e suporte s PD e aos cuidadores,


(bem-estar emocional) o nvel de sobrecarga destes tender a aumentar e,
consequentemente, a qualidade da sua relao poder
deteriorar-se e levar a uma reduo do bem-estar das PD.
Por outro lado, a interrupo da interveno provocar, ao
longo do tempo, menor interao social e maior
isolamento da PD.

5.4. DESLOCAO

O referido grupo focal concluiu que o valor da deslocao para todas as mudanas e para todos os stakeholders
de 0%. Este valor deve-se ao facto de considerarmos no existir qualquer consequncia negativa decorrente
da atuao do GCMP para qualquer entidade externa ou para o prprio meio envolvente.

5.6. MAPA DE IMPACTO SOCIAL19

O mapa de impacto comea por apresentar, em relao a cada um dos stakeholders includos na anlise, o
valor que investe para o primeiro ano de funcionamento do GCMP.

De seguida, para os beneficirios diretos da interveno - CF, CP e PD - so apresentadas as mudanas


quantificadas, os seus indicadores de anlise, quantidade e durao de cada mudana, respetivas
aproximaes financeiras e descontos. Todos estes dados resultam num valor de impacto para cada mudana
e stakeholder.

Encontram-se, ainda, referidas as mudanas correspondentes aos restantes stakeholders identificados mas
que, pelos motivos j referidos na teoria da mudana, no foram quantificadas.

19 O Mapa de Impacto, com os dados essenciais desta anlise, apresentado no final.

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

A avaliao do impacto social do GCMP demonstrou-nos que o valor atual lquido total para os trs anos em
anlise de 202 557.65 e o valor de investimento de 157 290.20, sendo o retorno social (SROI) por cada 1
investido de 4.47 .

5.7. ANLISE DE SENSIBILIDADE

Atravs da anlise de sensibilidade, testmos a robustez do valor do SROI do nosso projeto, com o objetivo
de procurar perceber as suas eventuais fragilidades e traar diferentes cenrios para situaes em que os
resultados efetivamente alcanados no coincidam com o inicialmente previsto.

A tabela abaixo demonstra um primeiro cenrio pessimista, em que diversos parmetros do mapa de impacto
pudessem sofrer alteraes. Com a consolidao de todos os prametros escolhidos, a anlise demonstraria,
ainda assim, um retorno positivo de 2,61 por cada 1 a investir no futuro GCMP.

CENRIO PESSIMISTA

PARMETRO HIPTESE SROI JUSTIFICAO

Aumento da Atribuiao II em Aumento de 3,97 Podero surgir no local mais respostas de apoio s PD e seus
todas as mudanas 10 pontos cuidadores, que prestem servios idnticos aos do GCM Porto.
percentuais

Reduo do valor de Reduo de 3,80 Tendo em conta, por um lado, que esta a nossa aproximao
aproximao financeira 30% financeira mais elevada e que, por outro, poder no estar ao
mudana AUMENTO NA alcance de toda a populao, consideramos a hiptese de
QUALIDADE DE VIDA (dimenso reduzir de forma significativa este valor (embora acreditemos
jurdica) das PD que o valor ser sempre elevado para qualquer pessoa, uma vez
tratar-se da sua autonomia e defesa dos seus direitos).

Reduo do nmero total de Reduo de 3,55 Consideramos a hiptese de, por vrios constrangimentos que
beneficirios e dos recursos 10% possam surgir, no conseguirmos atingir a populao prevista.
investidos por estes beneficirios Por isso, reduzimos o nmero de beneficirios, assim como o
(PD, CF e CP) valor por estes investido para a realizao das atividades pagas.

Aumento da Atribuiao I em Aumento de 3,19 * O formato dos questionrios aos CF e CP obrigou a uma anlise
todas as mudanas 10 pontos pelos prprios da atribuio I, na medida em que tiveram de
percentuais avaliar o T0 e o T1 depois de um ano de funcionamento do GCM
Porto, razo pela qual os descontos da nossa anlise traduzem
valores muito pequenos. No entanto, por forma a criar um
cenrio pessimista e testar a sensibilidade do SROI, consideramos
a hiptese de aumentar o valor dos descontos.

Reduo da DP da mudana Reduo de 3,19 1 Tendo em conta que esta uma das mudanas com maior
Capacitao para a prestao 30% impacto, consideramos o cenrio negativo de reduzir
de melhores cuidados dos CP fortemente a sua quantidade.

Reduo da DP da mudana Reduo de 2,91 Tendo em conta que esta uma das mudanas com maior
Capacitao para a prestao 30% impacto, consideramos o cenrio negativo de reduzir
de melhores cuidados dos CF fortemente a sua quantidade.

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

CENRIO PESSIMISTA

PARMETRO HIPTESE SROI JUSTIFICAO

Aumento do investimento dos Aumento de 2,73 Considermos a hiptese de ser necessrio aumentar os preos
beneficirios diretos (PD, CF, CP) 20% dos servios prestados pelo GCM Porto, o que se traduziria num
aumento do investimento por parte das CP, CF e CP.

Aumento do investimento dos Aumento de 2,61 Considermos a hiptese de ser necessrio um aumento do
financiadores 10% financiamento do projeto, por eventuais custos acrescidos no
contemplados na anlise

Retorno em cenrio pessimista:


2,61

* A reduo em 30% da distncia percorrida da mudana relacionada com a capacitao dos CP no causa praticamente alterao no SROI, passando de 3,192, para 3,188 o
que, arredondado, se mantm nos 3,19. Este facto poder dever-se ao valor reduzido da aproximao financeira desta mudana, escolhida precisamente com o objetivo
de no a inflacionar e, consequentemente, no sobrevalorizar o impacto do projeto.

Verificmos, com este primeiro teste de sensibilidade que, de facto, a anlise SROI do GCM Porto robusta,
mantendo um valor positivo, mesmo num cenrio pessimista. Procurmos, face a este resultado, ir ainda mais
longe, traando um cenrio ultra-pessimista, na tentativa de perceber o que que, no global, teria de
acontecer para que o SROI chegasse a um valor limite de 1 de retorno por cada 1 investido.

A tabela abaixo apresenta este cenrio. Da sua anlise podemos concluir que, mesmo com todos os
parmetros identificados com hipteses negativas bastante acentuadas, o SROI do GCMP no chega a atingir
o limite, apresentando neste cenrio um valor de 1,49 por cada 1 investido.

ANLISE DOS PARMETROS CRTICOS PARA CHEGAR A UM RCIO DE 1:1

PARAMETRO HIPTESE SROI JUSTIFICAO

Aumento da Atribuiao II em todas as Aumento de 20 3,46 Podero surgir no local mais respostas de apoio
mudanas pontos s PD e seus cuidadores, que prestem servios
percentuais idnticos aos do GCM Porto.

Reduo do valor de aproximao financeira Reduo de 3,22 Tendo em conta, por um lado, que esta a nossa
mudana AUMENTO NA QUALIDADE DE 50% aproximao financeira mais elevada e que, por
VIDA (dimenso jurdica) das PD outro, poder no estar ao alcance de toda a
populao, consideramos a hiptese de reduzir
de forma significativa este valor (embora
acreditemos que o valor ser sempre elevado
para qualquer pessoa, uma vez tratar-se da sua
autonomia e defesa dos seus direitos).

Reduo do nmero total de beneficirios e Reduo de 2,76 Consideramos a hiptese de, por vrios
dos recursos investidos por estes 20% constrangimentos que possam surgir, no
beneficirios (PD, CF e CP) conseguirmos atingir a populao prevista. Por
isso, reduzimos o nmero de beneficirios, assim
como o valor por estes investido para a realizao
das atividades pagas.

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

ANLISE DOS PARMETROS CRTICOS PARA CHEGAR A UM RCIO DE 1:1

PARAMETRO HIPTESE SROI JUSTIFICAO

Aumento da Atribuiao I em todas as Aumento de 20 2,20 O formato dos questionrios aos CF e CP obrigou
mudanas pontos a uma anlise pelos prprios da atribuio I, na
percentuais medida em que tiveram de avaliar o T0 e o T1
depois de um ano de funcionamento do GCM
Porto, razo pela qual os descontos da nossa
anlise traduzem valores muito pequenos. No
entanto, por forma a criar um cenrio pessimista e
testar a sensibilidade do SROI, consideramos a
hiptese de aumentar o valor dos descontos.

Reduo da DP da mudana Capacitao Reduo de 2,16 Tendo em conta que esta uma das mudanas
para a prestao de melhores cuidados dos 50% com maior impacto, consideramos o cenrio
CP negativo de reduzir fortemente a sua quantidade.

Reduo da DP da mudana Capacitao Reduo de 1,82 Tendo em conta que esta uma das mudanas
para a prestao de melhores cuidados dos 50% com maior impacto, consideramos o cenrio
CF negativo de reduzir fortemente a sua quantidade.

Aumento do investimento dos beneficirios Aumento de 1,63 Considermos a hiptese de ser necessrio
diretos (PD, CF, CP) 40% aumentar os preos dos servios prestados pelo
GCM Porto, o que se traduziria num aumento do
investimento por parte das CP, CF e CP.

Aumento do investimento dos financiadores Aumento de 1.49 Considermos a hiptese de ser necessrio um
20% aumento do financiamento do projeto, por
eventuais custos acrescidos no contemplados na
anlise

Retorno aps alterao nos parmetros crticos para gerar rcio de 1: 1,49

Por ltimo, procurmos ainda desenhar um cenrio otimista, em que os resultados seriam mais positivos do
que os esperados e avaliados na anlise SROI.

Alterando o conjunto de parmetros com as hipteses constantes da tabela infra, o GCMP passaria a ter um
valor de retorno social do investimento de 5,28 por cada 1 investido.

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GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

CENRIO OTIMISTA

PARAMETRO HIPTESE SROI JUSTIFICAO

Aumento da Q de Aumento de 4,61 Comparando a avaliao qualitativa, expressa pelos cuidadores


mudana Bem-Estar 20% familiares nos grupos focais e pelas chefias de profissionais
Emocional dos CF e CP entrevistadas, e a avaliao quantitativa nos questionrios,
percebemos que o valor da mudana verbalizado superior aos
resultados obtidos naqueles instrumentos de avaliao
(eventualmente pelas dificuldades sentidas no seu preenchimento).

Aumento da Q de Aumento de 4,78 Atendendo a que esta mudana foi avaliada de forma indireta pelos
mudana AUMENTO NA 20% cuidadores familiares e considerando a experincia adquirida da
QUALIDADE DE VIDA equipa do Projeto Cuidar Melhor no terreno, consideramos que pode
(bem-estar emocional) das estar sub-avaliada
PD

Aumento da Aproximao Aumento de 5,04 A escolha da aproximao financeira baseou-se nos custos da
Financeira para a mudana 20% formao praticados pela AP, os quais so muito abaixo do preo de
Capacitao para a mercado, por forma a no sobrevalorizar a mudana.
prestao de melhores
cuidados dos CF

Aumento da Q de Aumento de 5,16 Atendendo a que esta mudana foi avaliada de forma indireta
mudana AUMENTO NA 20% peloscuidadores familiares e considerando que a amostra era
QUALIDADE DE VIDA maioritariamente constituda por cuidadores de pessoas com
(dimenso jurdica) das PD demncia em fases mais avanadas da doena, entende-se que,
conseguindo atuar junto de pessoas em fases iniciais, a quantidade
de mudana pode ser maior, na medida em que a pessoa ainda
estar em condies de tomar decises sobre o seu futuro.

Aumento da Aproximao Aumento de 5,20 Procurmos, com a escolha da aproximao financeira, no


Financeira para a mudana 20% sobrevalorizar a mudana. No entanto, acreditamos que, caso
Aumento do Bem-Estar tivssemos tido oportunidade para perguntar diretamente aos
Emocional dos CP Cuidadores Profissionais quanto valeria esta mudana, estes
avaliariam o aumento do seu bem estar emocional num valor
superior.

Aumento da Aproximao Aumento de 5,28 A escolha da aproximao financeira baseou-se nos custos da
Financeira para a mudana 40% formao praticados pela AP, os quais so muito abaixo do preo de
Capacitao para a mercado, por forma a no sobrevalorizar a mudana. Consideramos
prestao de melhores que, no caso dos CP, uma vez que o valor da Aproximao Financeira
cuidados dos CP para esta mudana era o mais baixo de todo o nosso SROI, a
mudana tem de facto um valor superior para este stakeholder,
representando tambm a sua evoluo profissional.

Retorno em cenrio otimista: 1:5,28

42
GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

6. CONCLUSO E
RECOMENDAES
Esta avaliao comprovou a utilidade social, viabilidade e sustentabilidade da criao de um Gabinete Cuidar
Melhor na cidade do Porto (GCMP) e permite concluir que este projeto ir dar resposta a vrias necessidades,
tanto das pessoas com demncia (PD), quanto dos seus cuidadores (CF e CP) e mesmo da comunidade local.

Avaliadas as mudanas para os beneficirios diretos, o retorno social do investimento apresenta um valor de
4.47 por cada 1 investido. Mesmo sujeito a dois testes de sensibilidade com cenrios negativos, o valor
manteve-se positivo, sempre acima do limite mnimo de 1:1, o que corrobora a importncia desta
interveno e valida o seu modelo.

No grfico abaixo, verifica-se que, para as PD, o retorno social do GCMP representa cerca de 50% do retorno
global do projeto, seguindo-se os CF com 41.5% e os CP com 6.8%. Estes valores expressam o cumprimento
do objetivo do GCMP de contribuir para uma melhoria da qualidade de vida das PD e para a capacitao e
bem-estar emocional dos seus cuidadores.

Analisando o grfico seguinte, que apresenta o retorno social por cada uma das mudanas em relao a cada
stakeholder, constata-se que, no obstante o retorno global das mudanas que iro afetar diretamente as PD
ser o mais elevado (51.7%), a mudana capacitao para a prestao de melhores cuidados para os CF , por
si s, a que apresenta uma percentagem maior (29.4%). Em contrapartida, o valor de retorno social das
mudanas para os CP assume valores mais reduzidos, o que se pode atribuir ao facto de as aproximaes
financeiras terem sido escolhidas com a preocupao de no sobrevalorizar o projeto, j que no foi possvel
consultar estes stakeholders sobre o valor que atribuiriam s mesmas.

52+41+7
RETORNO SOCIAL POR STAKEHOLDER

Pessoas com demncia 51,7%

Cuidadores familiares 41,5%

Cuidadores profissionais 6,8%

43
GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

No que respeita quantidade de mudana para cada um dos stakeholders, verifica-se que a maior fatia
corresponde aos CP, em oposio ao que acontece no retorno social, tal como referido, devido ao valor
reduzido das aproximaes financeiras escolhidas para estas mudanas. A capacitao para a prestao de
melhores cuidados para estes profissionais representa 27% e o bem-estar emocional 14%, totalizando
41% do conjunto das mudanas obtidas.

Assim sendo, constata-se que este projeto tem uma mais-valia significativa tambm para este stakeholder,
nomeadamente no respeita ao aumento da sua capacitao. Alis, verifica-se que esta mudana tambm a
que, para os cuidadores familiares, maior quantidade apresenta.

12+29+34142018
RETORNO SOCIAL POR MUDANA E POR STAKEHOLDER

Bem-estar emocional - CF 12,2%

Capacitao para a prestao de melhores cuidados - CF 29,4%

Bem-estar emocional - CP 3,3%

Capacitao para a prestao de melhores cuidados - CP 3,4%

Qualidade de vida (dimenso jurdica) - PD 14%

Qualidade de vida (desempenho cognitivo e funcional) - PD 19,4%

Qualidade de vida (bem-estar emocional) - PD 18,3%

Para as PD, a quantidade de mudana totaliza 23%, percentagem inferior s dos cuidadores, mas que deve
ser valorizada no difcil quadro progressivo que a doena lhes inflige no seu dia-a-dia. Por outro lado, uma
vez que se trata da sua qualidade de vida, cujo valor dificilmente estimvel, por mais pequena que uma
mudana possa ser, tem um grande impacto na vida destas pessoas. Compreende-se, portanto, que o retorno
social seja, como referido anteriormente, o mais elevado.

Todos os dados apresentados permitem concluir que o GCMP ter um impacto bastante positivo na vida
tanto das PD, quanto dos seus cuidadores. No entanto, h que referir as diversas limitaes que influenciaram
o desenvolvimento deste trabalho: reduzido tempo concedido para realizao da anlise SROI; disponibilidade
a tempo parcial da equipa; dificuldade em envolver os beneficirios diretos da interveno, tendo em conta
os constrangimentos que vivenciam no dia-a-dia enquanto cuidadores; possvel enviesamento dos dados
relativos s PD, auscultadas atravs dos CF; dificuldade de acesso aos CP em tempo til; amostra dos CF
maioritariamente constituda por pessoas cujos familiares com demncia se encontram em fase avanada da
doena, o que determinou uma menor representatividade em algumas das respostas; por constrangimentos
de tempo, no foi possvel consultar os beneficirios sobre o valor a atribuir s mudanas que vo
experimentar; falta de experincia na construo dos questionrios para a quantificao das mudanas, o
que originou algumas dificuldades de compreenso por parte dos inquiridos e, por fim, nem todas as
mudanas identificadas na teoria da mudana foram quantificadas, pelo que esta anlise representa apenas
uma parte do potencial de todo o projeto. Embora de forma menos direta, o projeto pode vir a ter repercusso
nas linhas de poltica que urge implementar na rea das demncias em Portugal.

44
GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

8+28+14274910
QUANTIDADE DE MUDANA

Bem-estar emocional - CF 12,2%

Capacitao para a prestao de melhores cuidados - CF 29,4%

Bem-estar emocional - CP 3,3%

Capacitao para a prestao de melhores cuidados - CP 3,4%

Qualidade de vida (dimenso jurdica) - PD 14%

Qualidade de vida (desempenho cognitivo e funcional) - PD 19,4%

Qualidade de vida (bem-estar emocional) - PD 18,3%

Contudo, h que salientar a importncia que revestiu este trabalho de anlise e avaliao de uma resposta a
implementar pela Alzheimer Portugal, com o envolvimento e apoio inestimvel de diversos parceiros. Com
efeito, permitiu a obteno de dados concretos que demonstram a validade do trabalho que se tem vindo a
desenvolver, ao mesmo tempo que lana as bases para o futuro alastramento geogrfico dos GCM,
possibilitando a novos investidores reconhecer o valor do projeto.

A capacitao da prpria equipa que levou a cabo a anlise SROI outro elemento de grande relevo, uma vez
que, no s garantiu a aquisio de novos conhecimentos e ferramentas, como tambm poder determinar a
aplicao deste modelo de avaliao a projetos desenvolvidos ou a desenvolver pela AP.

Para o futuro, recomenda-se uma avaliao do impacto global do projeto, com a incluso de todos os
stakeholders e respetivas mudanas, o que possibilitar um resultado ainda mais slido e de retorno superior.

Em suma, apesar da sua natureza prototpica e das suas limitaes, o trabalho desenvolvido constitui para a
equipa uma motivao adicional para continuar a trilhar o caminho em prol de uma sociedade inclusiva que
conhea, respeite, d voz s pessoas com demncia, garantindo uma prestao de cuidados de excelncia e
a melhoria da sua qualidade de vida e a dos familiares e profissionais que lhes prestam cuidados.

45
GABINETE CUIDAR MELHOR PORTO - Associao Alzheimer Portugal

7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Alzheimers Association (2014) Alzheimers Association Report - 2014 Alzheimers Disease Facts and Figures,
Alzheimers & Dementia, 10, e47-e92

Alzheimers Disease International (2009) World Alzheimer Report 2009 [Internet]. Disponvel em: https://
www.alz.co.uk/research/files/WorldAlzheimerReport.pdf [consultado a 03 de junho de 2015]

Alzheimers Disease International (2013) An analysis of long-term care for dementia [Internet]. Disponvel
em: https://www.alz.co.uk/research/files/WorldAlzheimerReport.pdf [consultado a 03 de junho de 2015]

Alzheimer Disease International (2012) World Alzheimer Report 2012 - Overcoming the stigma of dementia
[Internet]. Disponvel em: www.alz.org/documents_custom/world_report_2012_final.pdf [consultado a 05
de maro de 2015]

Alzheimer Europe (2014), Portugal - The prevalence of dementia in Europe [Internet]. Disponvel em:www.
alzheimer-europe.org/Policy-in-Practice2/Country-comparisons/The-prevalence-of-dementia-in-Europe/
Portugal [consultado a 05 de maro de 2015]

Alzheimers Society, 2013, Staying involved and active, Factsheet 521LP [Internet]. Disponvel em: http://
www.alzheimers.org.uk/site/scripts/documents_info.php?documentID=115 [consultado a 03 de junho de
2015]

GEECD - Grupo de Estudos de Envelhecimento Cerebral e Demncia (2008), Escalas e Testes na Demncia,
2 Edio

INE, Pordata (2011) Populao residente segundo os Censos: total e por grandes grupos etrios -
Municpios [Internet]. Disponvel em:www.pordata.pt/Municipios/Popula%C3%A7%C3%A3o+residente+se
gundo+os+Censos+total+e+por+grandes+grupos+et%C3%A1rios-22 [consultado a 05 de maro de 2015]

Mullan, M. A. & Sullivan, K. A. (2015), Positive attitudes and person-centred care predict of sense of
competence in dementia care staff, Aging & Mental Health

Gurkov E.,C P J., iakov K. & D Uriskov M. (2012), Job satisfaction and emotional subjective well-being
among Slovak nurses, International Nursing Review 59, 94100

46
8. MAPA DE IMPACTO

Stakeholders Recursos Resultados Mudanas Descontos (DC) Impacto Clculo do Retorno Social
Quem afetamos/ O que vo eles investir? Valor Atividades em nmeros Descrio Indicador Quantidade Durao Comeo* Aproximao Financeira (AF) Valor Atribuio I Deslocao Atribuio II Reduo QT x AF - DC Taxa de Desconto 5.50%
nos afeta? (QT)
O que muda nas suas vidas? Como medimos a mudana? Que preo atribumos mudana? Ano 0 Ano 1 Ano 2
Cuidadores Tempo e Dinheiro (Apoio 3,669.00 Linha telefnica de apoio e BEM-ESTAR EMOCIONAL Objetivo: N de cuidadores a tomar 8.52 1.53 1 Consulta de apoio psicolgico para 1,370.42 2% 0% 11% 50% 10293.251 10,293.25 10,293.25 5,146.63
Familiares Psicolgico e Formao) Atendimentos Presenciais (156 medicao para a depresso e/ou depressao e ansiedade
atendimentos) / Apoio Jurdico (24 ansiedade, em consequncia do seu
Consultas) / Apoio Psicolgico (113 papel de cuidador
Consultas) / Atividades Formativas Subjetivo: Nvel de sobrecarga
(8 workshops) / Respostas de Alvio emocional
(235) CAPACITAAO PARA A PRESTAAO Objetivo: N horas formaao 29.79 1.63 1 Uma consulta de especialidade por 915.00 3% 0% 15% 25% 22623.120 22,623.12 22,623.12 16,967.34
DE MELHORES CUIDADOS certificada, que inclua o tema das ms (mdia dos valores de consulta)
estratgias para lidar com PD
Subjetivo: Auto-percepao da
capacidade para prestar melhores
cuidados
Cuidadores Tempo e Dinheiro 9,200.00 Linha telefnica de apoio e BEM-ESTAR EMOCIONAL Subjetivo: Nvel de satisfao 14.38 2.26 1 Curso de Motivao no Trabalho 236.25 3% 0% 15% 50% 2,801.05 2,801.05 2,801.05 1,400.53
Profissionais (Formao) Atendimentos Presenciais (40 no desempenho da tarefa de cuidar (mdia dos valores de mercado)
atendimentos) / Apoio Psicolgico de uma PD
(28 Consultas) / Atividades CAPACITAAO PARA A PRESTAAO Objetivo: N horas formaao 28.75 2.55 1 Preo da formao Alzheimer 115.00 3% 0% 18% 25% 2652.646 2,652.65 2,652.65 1,989.48
Formativas (4 cursos) DE MELHORES CUIDADOS certificada, que inclua o tema das Portugal - 1 curso cuidadores
estratgias para lidar com PD profissionais por ano
Subjetivo: Auto-percepao da
capacidade para prestar melhores
cuidados
Pessoas com Tempo e Dinheiro 2,595.00 Avaliaes Neuropsicolgicas (6) / QUALIDADE DE VIDA (dimenso Objetivo: N de PD que tomam/ 4.61 1.38 1 Honorrios e Despesas de Tribunal 2,315.00 0% 0% 4% 10% 10218.584 10,218.58 10,218.58 9,196.73
Demncia (sesses Estimulao Estimulao Cognitiva (141 Sesses) jurdica) tomaram decises com autonomia inerentes ao processo de interdio
Cognitiva e Avaliaes sobre o planeamento do seu futuro
Neuropsicolgicas) (testamento vital)
Subjetivo: Percepo dos
cuidadores sobre os seus limites de
atuao relativamente aos direitos
da PD
QUALIDADE DE VIDA (desempenho Objetivo: N de atividades do 9.81 1.36 1 Sesses de Estmulao Cognitiva (1 2,036.67 0% 0% 11% 69% 17732.013 17,732.01 17,732.01 5,541.25
cognitivo e funcional das PD) dia-a-dia em que necessria a sesso por semana)
interveno do cuidador
Subjetivo: Percepo dos
cuidadores sobre a deteriorao das
capacidades cognitivas e funcionais
da PD
QUALIDADE DE VIDA (bem-estar Subjetivo: Nivel de bem-estar 9.9 1.4 1 Realizao pela PD de atividades no 1,752.32 0% 0% 11% 50% 15,526.43 15,526.43 15,526.43 7,763.22
emocional) emocional das PD exterior com acompanhamento de
uma auxiliar
Fundao Dinheiro 11,000.08 0.00 0.00 0.00 0.00
Montepio
Fundao Calouste Dinheiro 11,000.08 0.00 0.00 0.00 0.00
Gulbenkian
Ao Social - Espao GCM Porto e 2,868.00 0.00 0.00 0.00 0.00
C.M.Porto Espao Formao
Direo Alzheimer RH Administrativo, RH - 841.65 0.00 0.00 0.00 0.00
Portugal Contabilidade, 0.00 0.00 0.00 0.00
Divulgao
Delegao Norte Voluntrios Formao 436.48 0.00 0.00 0.00 0.00
Alzheimer Portugal
Comunidade Local Tempo 0.00 Informao e Sensibilizao (24 0.00 0.00 0.00 0.00
Aes)
Mdicos
Especialistas
Cuidados
Hospitalares
ACES Porto 0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00 0.00
Voluntrios (Servio Tempo 2,697.16 Respostas de Alvio (235) 0.00 0.00 0.00 0.00
Alvio Cuidador)
Juristas Voluntrios Tempo 960.00 Apoio Jurdico (24 Consultas) 0.00 0.00 0.00 0.00
Total 45,267.45 Total 81,847.10 81,847.09 81,847.09 48,005.18
Valor presente de cada ano (aps descontos) 81,847.09 77,580.18 43,130.37
Valor atual lquido total (VAL) 202,557.64
VAL - Investimento 157,290.19
Retorno Social por (VAL / investimento) 4.475
AORES + | CRESAOR

AORES +

Projeo de impacto 2016-2018


METODOLOGIA SROI

CRESAOR - Cooperativa Regional de Economia Solidria


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AORES + | CRESAOR

SUMRIO EXECUTIVO
A CRESAOR - Cooperativa Regional de Economia Solidria, CRL, idealizou e concebeu o projeto Aores+
Promoo da Economia Solidria, que foi estruturado em torno de dois vetores estratgicos: personalizar e
credibilizar o Selo CORES e promover a viabilidade das organizaes que constituem a Rede de Economia
Solidria dos Aores.

O propsito desta anlise SROI prospetiva medir o impacto do projeto nas organizaes beneficirias,
tcnicos, pblicos em risco, famlias, freguesias e consumidores.

O rcio SROI estimado de 1:3 o que significa que por cada 1,00 investido h um retorno social de 3,00.

Esta anlise permitiu identificar um conjunto de mudanas que se encontram reflectidas no mapa de
impacto1, sendo possvel destacar as seguintes:

Aumento da visibilidade e do corporativismo organizacional das Organizaes de Economia Solidria;


Aumento das sinergias intra e entre organizaes;
Reforo da identidade corporativa da CRESAOR;
Aumento do empoderamento dos pblicos em risco (operacionais);
Melhoria da mobilidade de acesso ao consumo verificada nas freguesias;
Aumento do conhecimento dos produtos e servios CORES e alterao nos padres de
comportamento dos consumidores;
Melhoria da estabilidade financeira das famlias;
Melhoria e modernizao da Rede Regional de Economia Solidria; e
Aumento da Responsabilidade Social das Empresas e comunicao social regional.

Esta anlise SROI permitiu concluir a importncia de envolver os stakeholders a priori do diagnstico e
desenho de um projeto - e no apenas na sua fase de desenvolvimento.

Recomenda-se a aplicao da metodologia SROI aos projetos desenvolvidos pela CRESAOR, com o intuito
de medir o seu impacto social e valorizao das mudanas geradas no mbito da sua interveno.

1 O Mapa de Impacto, com os dados essenciais desta anlise, apresentado no final.

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AORES + | CRESAOR

1. MBITO E STAKEHOLDERS
1.1. MBITO DA ANLISE

A CRESAOR, constituda sob a forma de Cooperativa de Solidariedade Social, equiparada a IPSS e com
natureza de pessoa coletiva de utilidade pblica, representa a Rede de Economia Solidria dos Aores. Tem
como misso a promoo do Movimento de Economia Solidria nos Aores, aliando as dimenses do
desenvolvimento local e comunitrio, da formao profissional, pessoal e social e da produo e
comercializao.
Os seus objetivos gerais so incrementar o acesso educao, formao e incubao do posto de
trabalho no mbito do acesso ao mercado social de emprego, do empreendedorismo e do microcrdito; e
apoiar a criao e sustentabilidade das micro-empresas de insero social.

Com enfoque na promoo e desenvolvimento de iniciativas de economia solidria, a atividade da


CRESAOR norteia-se pelos seguintes princpios e valores: cooperao; reivindicao social participada
democraticamente; trabalho em rede; potencializao de projetos e candidatura a programas de apoio ao
financiamento e investigao-ao.

Esta anlise SROI focar-se- na rea temtica da economia solidria, designadamente no projeto Aores+
Promoo da Economia Solidria. O Aores+ tem como objetivos principais colmatar a fraca visibilidade dos
produtos de economia solidria e personalizar e credibilizar os produtos e servios abrangidos pelo Selo de
Garantia CORES2, promovendo assim a viabilidade econmica destas organizaes da economia social (OES).

O objetivo da anlise SROI, compreender o real impacto do Aores+, principalmente ao nvel da


sustentabilidade das OES (Cooperantes da CRESAOR participantes no projeto), bem como nos seus
pblicos-alvo (pblicos em risco). Ser prospetiva e ir abarcar o prximo ano de atividade (2016), prevendo-
se impactos em 2017 e 2018.

Os objetivos estratgicos do Aores+ consistem nas quatro ticas tradicionais do Balanced Scorecard:

Aprendizagem: aumentar as competncias dos RH e o esprito de grupo e cooperao;


Processos: melhorar e credibilizar o sistema de certificao do Selo CORES;
Clientes: melhorar a imagem do Selo junto dos consumidores e aumentar a sua visibilidade e
compreenso;
Financeira: aumento do rendimento das organizaes.

As principais atividades a desenvolver so: plano de marketing e comunicao; sistema de monitorizao


dos produtos e servios com selo CORES; avaliao e impacto do projeto; formao e consultadoria;
campanha publicitria; site CORES; roteiro CORES. O projeto beneficiar diretamente os dirigentes, tcnicos,
operacionais, clientes das OES e a comunidade.

2 Cf. www.cores.pt: O Selo Cores uma marca que garante que os produtos e servios provenientes das diferentes unidades de produo da Rede de Economia Solidria
esto de acordo com os Princpios e Valores da Economia Solidria. Est associado a seis valores primordiais: as pessoas - atravs de uma postura social responsvel e
solidria, contribuindo para o bem comum; o ambiente pela utilizao de prticas na fabricao, na comercializao e no consumo amigas do ambiente; a qualidade
selecionando produtos e servios de qualidade pelas suas caractersticas intrnsecas e extrnsecas; a cultura pela seleo de produtos e servios que promovam a
preservao do patrimnio local, da identidade cultural e tradio; o rigor atravs da implementao de um sistema rigoroso de seleo, e respetiva monitorizao, de
produtos e servios de Economia Solidria promovendo desta formaa sensao junto dos consumidores de que o Selo de facto um certificado de garantia; transparncia
enquanto requisito fundamental para a gerao de confiana entre produtores e consumidores.

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AORES + | CRESAOR

1.2. STAKEHOLDERS

1.2.1. STAKEHOLDERS INCLUDOS/EXCLUDOS

Para a definio dos stakeholders optou-se pelo critrio da materialidade, isto , pela identificao de todos
os agentes que beneficiam direta ou indiretamente do projeto vivenciando mudanas materiais que sejam
simultanemente relevantes para os prprios e significativas para a anlise.

Por questes de limitao de tempo foi necessrio efectuar uma triagem recaindo esta anlise apenas sobre
os stakeholderes mais relevantes; foi neste seguimento que o stakeholder escola foi excludo.

STAKEHOLDERS INCLUDOS? JUSTIFICAO

Cooperantes Sim So os principais beneficirios do projeto.. Incluem-se cooperantes da


CRESAOR envolvidos na 1. fase do projeto e cooperantes no envolvidos
na 1. fase do projeto: ACEESA; PARTIlha; Norte Crescente; CRITAS da
Terceira; Santa Casa da Misericrdia de Santa Cruz das Flores.

Tcnicos Sim Promovem/desenvolvem o Aores+ e beneficiam do projeto.

CRESAOR Sim Responsvel pela gesto operacional do programa.

Pblicos em risco Sim Trabalhadores das unidades produtivas das empresas de insero,
Beneficiam com o projeto.

Freguesias/ Comunidade Sim Diminuio do desemprego, aumento do consumo interno. e


desenvolvimento dos locais (aumento do nmero de visitantes e de
consumo)..

Consumidores Sim Fiicam mais esclarecidos no ato da compra.

Famlias dos pblicos em Sim Diminuio do desemprego e aumento do consumo interno.


risco

Financiadores (PO Aores N0 Entidade a financiar o projeto, como ainda no abriu o perodo de
2020) candidaturas, -nos impossvel envolver este stakeholder nesta anlise SROI.

Escola No No tem tanta relevncia para esta anlise, em comparao com as famlias e
comunidade, por exemplo.

Governo Regional e SRSS Sim Entidade governamental: responsveis polticos que influenciam a
operacionalizao do projeto.

Empresas com interesse no Sim Apoiam o projeto e contribuem para a sua divulgao externa.
projeto e comunicao social
regional

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AORES + | CRESAOR

1.2.2. ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS

O envolvimento dos stakeholders efetuou-se na fase da elaborao da teoria da mudana, atravs de dois
mtodos distintos.

Inicialmente, realizou-se um grupo focal, com a presena de quatro stakeholders: cooperantes (dirigentes),
tcnicos, operacionais e CRESAOR, num total de 17 participantes. Este grupo teve como principal finalidade
a definio das principais mudanas geradas pelo projeto, bem como dos seus indicadores de medio.

Para quantificar a distncia percorrida de cada mudana, aplicamos um inqurito por questionrio a todos
os nove stakeholders. Obtivmos 203 questionrios vlidos.

STAKEHOLDERS MTODO DE ENVOLVIMENTO

Cooperantes (15) Dirigentes das instituies cooperantes: Preenchimento de inqurito, participao nos grupos focais
(na realizao do grupo focal de 20/03/2015 estiveram presentes 3 dirigentes), brainstorming,
participao no Roteiro CORES, reunies de trabalho, formao, etc.

Tcnicos (15) Tcnicos das instituies cooperantes: Preenchimento de inqurito, participao nos grupos focais (no
realizado a 20/03/2015 estiveram presentes 8 tcnicos), brainstorming, participao no Roteiro CORES,
reunies de trabalho, formao, etc.

CRESAOR (7) Entrevistas presenciais, aplicao dos questionrios, grupos focais (no realizado a 20/03/2015 esteve
presente uma dirigente e uma tcnica), brainstorming, participao do roteiro CORES, reunies de
trabalho, formao, etc.

Pblicos em risco Colaboradores das unidades produtivas das empresas de insero: Preenchimento de inqurito,
(mnimo de 15 - um por participao, nos grupos focais (no realizado a 20/03/2015 estiveram presentes 4 operacionais), e
cada instituio entrevistas semi-diretivas.
representatividade)

Freguesias/comunidade Preenchimento de inqurito. Observao participante.


(amostra aleatria)

Consumidores (amostra Preenchimento de inqurito. Observao participante.


aleatria)

Famlias (15, um familiar Preenchimento de inqurito e entrevistas semi-diretivas. Observao participante.


de cada colaborador das
unidades produtivas)

Governo Regional e SRSS Observao direta. Os decisores polticos acompanharam o desenvolvimento do projeto e
(2) participaram no Roteiro CORES, em seminrios e outras sesses pblicas de apresentao do projeto.
Preenchimento de inqurito.

Empresas com interesse Observao participante, divulgao do programa nos meios de comunicao regionais e interesse
no projeto e demonstrado pelas empresas no programa. A comunicao social foi envolvida atravs de convite
comunicao social observao e participao nas sesses pblicas, encontros e seminrios, com o intuito de divulgar o
regional (4) projeto e deste modo aumentar a sua visibilidade. Preenchimento de inqurito.

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AORES + | CRESAOR

2. RECURSOS E ATIVIDADES

2.1. INVESTIMENTOS

Neste ponto sero apresentados os recursos monetrios e no monetrios que cada stakeholder investe para
a realizao das atividades propostas no projeto.

Os recursos no monetrios, nomeadamente o tempo, tm um grande peso no investimento. Para calcular o


tempo que cada stakeholder investe apurou-se o valor mdio/hora de cada um, baseado na tabela salarial
em vigor.

STAKEHOLDERS RECURSOS VALOR

Cooperantes (15) Tempo dos dirigentes em reunies 4 065,60

Tempo dos dirigentes em formao 32 016,60

Espaos 4 620,00

Total 40 702,20

Tcnicos (15) Tempo dos tcnicos em reunies 2 784,00

Tempo dos tcnicos em formao 10 962,00

Tempo dos tcnicos em consultadoria 7 308,00

Total 21 054,00

CRESAOR (7) Tempo em reunies 1 613,03

Tempo em formao (1 dirigente) 2 133,95

Tempo em formao (7 tcnicos) 5 187,51

Tempo em preparao e desenvolvimento 36 101,61

Espaos 6 720,00

Total 51 759,11

Pblicos em risco (mnimo de 15 - um por cada Tempo em consultadoria 3 635,10


instituio representatividade)
Total 3 635,10

Freguesias/comunidade (amostra aleatria) No investe. -

Consumidores (amostra aleatria) No investe -

Famlias (15 se possvel um familiar de cada No investe -


colaborador das unidades produtivas)

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STAKEHOLDERS RECURSOS VALOR

Financiadores (candidatura a apresentar ao PO Formao 6 170,00


AORES 2020 )
Marketing 38 000,00

Consultadoria 29 850,00

Sesses pblicas e divulgao 8 000,00

Custos Indiretos 21 840,00

Total 141 349,19

GR e SRSS (2) Tempo 138,72

Total 138,72

Empresas com interesse no projeto e Tempo 75,80


comunicao social regional (4)
Total 75,80

2.2. RESULTADOS

Foram identificadas as seguintes atividades principais:

8 reunies de trabalho;
Formao em sala para 15 dirigentes (126 horas) e para 15 tcnicos (63 horas);
630 horas de consultadoria para 15 tcnicos e 15 operacionais (pblicos em risco);
Preparao e desenvolvimento do projeto ao longo de 2 anos (estimao de 3.072 horas);
2 sesses pblicas de divulgao (conferncia de imprensa e seminrio final);
2 encontros temticos e realizao de um roteiro CORES;
Preparao de uma campanha de marketing, publicitria e de divulgao: Impresso de catlogo;
outdoors e mupis, spot publicitrio, merchadising e campanha publicitria (internet, jornais e revistas);
Elaborao de um relatrio final (compilao de todas as avaliaes, da avaliao da consultadoria
externa, concluses gerais do custo/benefcio e impacto do projeto).

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AORES + | CRESAOR

3. TEORIA DA MUDANA

3.1. TEORIA DA MUDANA PARTIDA

Tendo a formao e o acesso informao uma relao positiva com o desenvolvimento e a capacitao, o
projeto introduzir, a curto prazo, uma cultura de inovao e criatividade nas organizaes participantes.

Com o desenvolvimento das aes de formao para dirigentes e operacionais das organizaes envolvidas
no Aores+ prev-se gerar mudanas, ao nvel da capacitao destes indivduos e posterior aumento da
diversificao dos produtos e servios prestados, bem como das atividades desenvolvidas por estas
organizaes. A longo prazo prev-se mudanas ao nvel da melhoria dos procedimentos financeiros e
produtivos daquelas organizaes, contribuindo estas mudanas para que se atinja o aumento da visibilidade
dos produtos e servios de origem de economia solidria atravs do Selo CORES e o aumento das vendas
destas organizaes de modo a tornarem-se economicamente sustentveis.

A par da formao, a consultadoria tcnica visa a capacitao das organizaes, nomeadamente ao nvel da
inovao dos produtos, apostando na valorizao e utilizao das matrias-primas locais como forma de
provocar uma mudana que, a mdio/longo prazo, leve ao aumento do grau de competitividade no mercado:
melhor posicionamento e ganho de quota/nichos de mercado.

Prev-se tambm que, atravs do acesso a estas aes de formao e consultadoria, as unidades produtivas
das organizaes que compem a Rede de Economia Solidria dos Aores melhorem a curto/mdio prazo as
atividades econmicas que j desenvolvem, cunhando estes produtos com as caractersticas necessrias para
se tornarem mais atrativos para os consumidores e assim a, longo prazo, aumentarem o nvel de produo e
de vendas.

Ao tirar partido dos recursos locais enquanto suporte criao de inovao e insero de pblicos em risco,
pretende-se estimular a economia local mudana a curto prazo, orientando a produo das organizaes
de Economia Solidria numa tica comercial, procurando no s atingir o mercado local, mas tambm os
turistas e nichos de mercado mais valorizadores (mudana a mdio prazo). Ao criar esta dinmica, espera-se,
a longo prazo, interferir nos tecidos econmico e social, potenciando o papel destas empresas de insero
enquanto instrumento de luta contra a pobreza e desemprego, logo de fator de coeso social e territorial.

Pretende-se, ainda, reforar a importncia do trabalho em parceria aprofundando as metodologias de


cooperao desta Rede. Esta nova etapa do projeto Aores+ permitir prosseguir com o trabalho de aumento
do potencial de crescimento e de vendas dos produtos detentores do Selo de Garantia CORES, ou seja,
produzidos respeitando os princpios da Economia Solidria, ao mesmo tempo que acrescenta os fatores
inovao e criatividade ao trabalho desenvolvido nestas unidades produtivas.

Considerando que as atividades produtivas da maioria dos cooperantes da CRESAOR esto ligadas s reas
do artesanato e alimentar (restaurao, pastelaria, compotas e licores), pretende-se que estas instituies
agreguem, a mdio/longo prazo, valor aos seus produtos, conciliando a inovao com a tradio, a adaptao
s novas tendncias de mercado, s exigncias e tendncias dos consumidores, de forma a expandir e
encontrar novos nichos de mercado, nomeadamente tirando partido do crescimento do setor turstico na
Regio Autnoma dos Aores (RAA).

55
AORES + | CRESAOR

Paralelamente a daquelas atividades, as previstas no plano de marketing roteiro CORES, catlogo; outdoors
e mupis, spot publicitrio, merchadising e campanha publicitria (internet, jornais e revistas) pretendem ter
impacto direto e imediato ao nvel da promoo dos produtos com Selo de Garantia CORES, tornando estes
produtos conhecidos por um maior nmero de consumidores e futuros clientes.

No seu conjunto, a mdio prazo, a Rede de Economia Solidria dos Aores sair fortalecida pela adoo de
novas prticas e otimizao de recursos, assim como pela atualizao de conhecimentos. O desenvolvimento
de projetos conjuntos, permitir continuar a fomentar uma maior proximidade entre estas, promovendo o
trabalho em parceria e a partilha (e adoo) de boas prticas.

Conjuntamente com estas atividades, as sesses pblicas e de divulgao tero impacto, a curto prazo, ao
nvel da disseminao dos resultados obtidos com este projeto, junto das ONG da RAA e sociedade civil. Tais
sesses levaro, por sua vez, a uma mudana de mdio prazo, ao nvel da implementao de uma cultura de
inovao, cooperao e criatividade nas organizaes participantes. Como mudana de longo prazo
possvel apontar o aumento do conhecimento por parte dos consumidores dos produtos e servios CORES e
consequentemente o aumento das receitas das organizaes envolvidas no projecto Aores+.

3.2. TEORIA DA MUDANA CHEGADA

No stakeholder Organizaes, prev-se que a formao dos dirigentes traduza uma melhoria dos
procedimentos produtivos e financeiros destas organizaes, o que levar a mdio/longo prazo a que se
tornem organizaes mais eficientes e sustentveis. Prev-se ainda mudanas positivas ao nvel do trabalho
em rede e num aumento do sentimento de unio entre os cooperantes participantes no projeto, gerando,
por sua vez, a longo prazo, um aumento do cooperativismo. No grupo focal todos os dirigentes presentes
corroboraram as mudanas positivas geradas pela formao, identificando como reas principais: gesto,
marketing, lnguas, vendas, HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Point), alimentar, produo e pastelaria.

Com a consultadoria prev-se, a curto prazo, a introduo de uma cultura de inovao e criatividade nestas
organizaes, gerando uma melhoria dos seus produtos e servios (com garantia de Selo CORES). De igual
modo espera-se um ingresso em novos nichos de mercado, quer atravs da exportao, quer atravs de um
aumento da procura por parte de turistas gerando a mdio/longo prazo novos canais de distribuio. Estas
mudanas levaro, tambm a longo prazo, a um aumento das suas vendas. No grupo focal um dos dirigentes
reiterou que a exportao de produtos de extrema importncia para o aumento das vendas, sendo crucial
gerar atividades que traduzam esta mudana.

Com o marketing e Roteiro CORES estima-se um aumento da promoo e divulgao dos produtos e servios
com Selo de Garantia CORES destas organizaes da economia social (OES), gerando uma maior visibilidade.
No j referido grupo focal foi sugerido que o Filme CORES e as reportagens do Aores Hoje fossem
tambm transmitidas nas organizaes e feiras, como forma de contribuir igualmente para este aumento da
promoo e notoriedade das OES, bem como dos seus produtos e servios.

56
AORES + | CRESAOR

Marketing
e roteiro
Formao Consultoria
CORES

Possibilidade
Melhoria dos Trabalho em Mais inovao Ingresso em Mais turistas Mais de continuar o
procedimentos rede dos produtos novos nichos promoo apoio aos pblicos
produtivos de mercado em risco

Melhoria dos Honrar o


Mais unio Mais Exportao Mais procura Mais
procedimentos compromisso
criatividade divulgao
financeiros

Mais Mais
Melhoria dos Mais canais Mais
sustentabilidade cooperativismo
produtos para a oferta visibilidade
e servios

OES mais Melhor Aumento


eficientes oferta das vendas

Para os tcnicos destas organizaes foram identificadas as atividades de formao e consultadoria como
contributos para o aumento das competncias ao nvel da gesto e do marketing e, consequentemente, da
motivao e proatividade destes tcnicos. Tal como os dirigentes, um dos tcnicos tambm verbalizou a
necessidade da aposta contnua nas reas de formao j mencionadas para a obteno destas mudanas.

Formao e
consultoria

Aumento das Aumento da


competncias em proatividade e
gesto e marketing da motivao

Viso Aumento do crescimento


estratgica profissional e realizao
comercial pessoal/profissional

Gesto mais Melhoria das relaes


eficiente dos de trabalho e parceria,
processos aumento das sinergias
intra e entre organizaes

57
AORES + | CRESAOR

Esta conjuntura de mudanas potencia o crescimento profissional e o sentimento de realizao pessoal


levando, a longo prazo, adopo de uma viso estratgica comercial, a uma gesto mais eficiente dos
processos, bem como a uma melhoria das relaes de trabalho entre as organizaes.

No que concerne ao stakeholder CRESAOR, prev-se tambm um aumento do empoderamento dos tcnicos
atravs da formao. Com as reunies, encontros temticos e Roteiro CORES antev-se um aumento da
coeso entre a CRESAOR e seus cooperantes, o reforo da sua identidade corporativa e um aumento da
visibilidade da sua misso e objetivos.

Reunies, encontros
Marketing e sesses
temticos e roteiros
Formao pblicas de divulgao
CORES

Aumento do Aumento da Reforo da Reforo e melhoria Aumento da


empoderamento coeso com os identidade da imagem externa visibilidade da
dos tcnicos seus cooperantes corporativa misso e objetivos
da CRESAOR

Com o marketing e sesses pblicas de divulgao visionamos um reforo e melhoria da imagem da


CRESAOR, bem como da sua visibilidade. A CRESAOR, no grupo focal, tambm referiu a importncia do
Filme CORES e reportagens do Aores Hoje serem transmitidas nas organizaes e feiras, de modo a
promover a notoriedade destas OES, bem como dos seus produtos e servios.

No que diz respeito aos pblicos em risco (operacionais das unidades produtivas dos cooperantes), prev-se
que com a formao e consultadoria vejam as suas competncias sociais, profissionais e pessoais melhoradas,
o que traduzir a mdio prazo em que se sintam mais seguros e mais bem preparados para a sua atividade
profissional. De igual modo, aumentar a sua motivao e auto-estima.

A longo prazo acredita-se que se sentiro mais integrados na comunidade onde residem, prevendo-se
tambm um aumento da sua insero socio-laboral e das suas condies para a empregabilidade e
empoderamento.

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AORES + | CRESAOR

Formao
e consultoria
(operacionais)

Melhoria das
competncias
sociais, pessoais
e profissionais

Melhoria dos Mais seguros, mais bem Aumento da Aumento da Mais


sentimentos de preparados para informar motivao auto-estima cidadania
pertena e de o cliente no acto da venda
utilidade

Sentem-se mais Aumento da Melhoria da Mais


integrados na insero empregabilidade empoderamento
comunidade scio-laboral

Com a realizao do roteiro CORES, das aes de marketing e sesses de divulgao prev-se um aumento do
desenvolvimento local nas comunidades, aliado a um crescimento do nmero de visitantes, do nmero de
turistas e a uma melhoria da mobilidade de acesso a bens de consumo por parte dos residentes destas
comunidades.

Um dirigente do stakeholder ACEESA refere que as comunidades ficaro mais felizes e realizadas, traduzindo-
se numa diminuio na violncia.

Roteiro CORES,
marketing e
sesses de
divulgao

Desenvolvimento Aumento do Aumento do Melhoria da


do mercado local nmero de nmero de mobilidade de
visitantes turistas acesso ao
consumo

59
AORES + | CRESAOR

Com a campanha de marketing e publicidade tenciona-se gerar mudanas nos consumidores ao nvel do
conhecimento dos produtos e servios CORES alterando, a mdio prazo, os seus padres de comportamento,
nomeadamente levando a aes de compra consciente. Ao adquirirem produtos e servios de origem de
economia solidria, prev-se que os consumidores sintam que contribuem para uma causa social.

Foi proposto pelo stakeholder ACEESA, a realizao de panfletos/brochuras, de carter informativo, por forma
a dotar os consumidores de informao relativamente histria do Selo CORES, evidenciando e potenciando
os seus valores.

De igual modo e com a finalidade, de dotar os clientes dos conhecimentos na rea da Economia Solidria
foi proposto por um dirigente do stakeholder CRESAOR que a associao ACEESA produzisse uma revista
com os contributos de todas as organizaes na rea da economia solidria. Estas sugestes no estavam
previstas na teoria da mudana de partida.

Campanha de marketing
e publicidade

Alteraes nos padres Sentimento de contribuio


de comportamento e para uma causa social
aumento do conhecimento
dos produtos e servios
CORES

Relativamente s famlias dos pblicos em risco prev-se que, dado o aumento da insero social e laboral,
passem a valorizar mais a escola e aumentem a frequncia escolar, melhorem a sua alimentao e nutrio, o
que consequentemente se reflete na melhoria do nvel da sua qualidade de vida, e, a longo prazo, se traduz
em famlias mais estruturadas e menos problemticas.

De um modo geral, os stakeholders partilham da opinio de que com as competncias adquiridas na


formao, os tcnicos e operacionais das organizaes conseguiro obter a sua insero laboral,
possibilitando-lhes honrar os seus compromissos financeiros, gerando desta forma uma maior estabilidade
financeira das suas famlias.

60
AORES + | CRESAOR

Aumento da insero laboral,


do emprego, da coe~soa social e
da felicidade. Diminuio da violncia.

Aumento da Melhor Nova rede social:


frequncia nutrio empresa
escolar

Melhoria das Possibilidade de Honrar os


Famlias mais condies de sade adiantamento compromissos
estruturadas e da qualidade de vida de salrios financeiros

Estabilidade
financeira das
famlias

As sesses pblicas e de divulgao possibilitaro ao Governo Regional dos Aores a disseminao das boas
prticas deste projeto. A mdio/longo prazo levaro a uma implementao de uma cultura de inovao,
cooperao e criatividade nas OES e a uma melhoria e modernizao da Rede Regional de Economia Solidria.

Disseminao das Implementao de uma cultura


Sesses pblicas Melhoria e modernizao
boas prticas do de inovao, cooperao e
de divulgao da rede regional de Economia Social
projeto criatividade nas OES

Atravs das aes de marketing e sesses pblicas de divulgao, as empresas com interesse no projeto e os
rgos de comunicao social regional reforaro a sua responsabilidade social, notoriedade e rede de
parceiros.

O dirigente do Centro Social e Cultural da Atalhada de opinio que o filme CORES dever ser transmitido
regularmente, sob a forma de anncio publicitrio, na comunicao social, nomeadamente na RTP Aores.

Os stakeholders envolvidos no projeto Aores+ corroboram como principais mudanas geradas pelo projeto:
melhoria na qualidade de produtos e servios; aumento das vendas e consequentemente do lucro; maior
visibilidade dos produtos e servios CORES; reduo dos custos por parte do Estado e aumento do
cooperativismo (mudanas positivas intra-organizacionais).

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AORES + | CRESAOR

Marketing e sesses
pblicas de divulgao

Aumento da Aumento Aumento


responsabilidade do nmero da rede de
social de notcias parceiros

Conclui-se realando que algumas das mudanas acima mencionadas no se encontravam integradas, numa
primeira fase, na teoria da mudana de partida, pelo que a teoria da mudana registou uma evoluo nos
dois momentos:

relativamente aos consumidores, inicialmente foram identificadas trs mudanas, tendo-se optado
por juntar as mudanas alterao nos padres de comportamento e aumento do conhecimento dos
produtos e servios CORES. Esta opo deveu-se ao facto de serem duas mudanas interligadas e,
deste modo, evitou-se a possibilidade de duplicao;
de igual modo, no stakeholder CRESAOR, constatou-se uma duplicao de mudanas,
designadamente no reforo e melhoria da imagem externa e aumento da visibilidade da misso e
objetivos da cooperativa, tendo sido a primeira retirada;
no stakeholder freguesias tambm se assistiu a uma sobreposio ou duplicao de mudanas,
nomeadamente no que respeita mudana desenvolvimento do mercado local, que no foi
considerada uma vez que a mesma perceptvel atravs da anlise do aumento do nmero de
visitantes s freguesias, do nmero de turistas e dos locais de acesso a bens de consumo;
por ltimo, no stakeholder consumidores, voltou a verificar-se uma duplicao nas mudanas alterao
nos padres de comportamento e aumento do conhecimento dos produtos e servios CORES, tendo-
se unido ambas e mantido os quatro indicadores associados.

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AORES + | CRESAOR

4. PROVAS E VALOR

4.1. INDICADORES (QUANTIDADE)

A identificao dos indicadores foi efetuada atravs da realizao de: (1) grupo focal; (2) listagem das
mudanas e necessidades identificadas pelas organizaes participantes no Projeto Aores+ e (3) fontes
secundrias (escala Whoqol-100 / Avaliao da Qualidade de Vida, da Organizao Mundial de Sade).

Para o clculo da distncia percorrida (DP) das mudanas, utilizou-se um inqurito por questionrio a todos
os stakeholders. Formularam-se as questes sempre com e sem projeto (calculando depois a diferena) ou
em quanto que o projeto alterou/modificou a situao. Posteriormente, calculou-se a mdia dos dois
indicadores (subjetivo e objetivo) e multiplicou-se pela populao de cada stakeholder, determinando-se
deste modo a quantidade de mudana expressa percentualmente como DP.

STAKEHOLDERS MUDANA INDICADOR DP

OES mais eficientes Nvel de viso estratgica 34%

Gesto do Tempo 26%

N de Parcerias 26%
Aumento do cooperativismo
organizacional
Organizaes Nvel de Cooperativismo 71%

Aumento das vendas % de aumento do volume mdio de vendas 23%

Percepo do nvel de visibilidade 75%


Aumento da visibilidade
N de visitas e de clientes da organizao 36%

Nvel de Motivao 12%


Gesto mais eficiente dos
processos
N de atendimentos e de processos realizados 24%

Nvel de melhoria das relaes de trabalho 63%


Melhoria das relaes de trabalho e
Tcnicos
parceria
N de colegas que mantm uma boa relao profissional 14%

Proximidade das organizaes 72%


Aumento das sinergias intra e entre
organizaes
N de reunies/contatos/relaes 72%

Nvel de competncias adquiridas 88%


Aumento do empoderamento dos
tcnicos
N de momentos felizes durante a semana -2%

Cresaor
N de cooperantes com uma relao de maior proximidade 32%
Aumento da coeso com os seus com a CRESAOR
cooperantes
Sentimento de coeso 79%

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AORES + | CRESAOR

STAKEHOLDERS MUDANA INDICADOR DP

Sentimento de reforo da identidade corporativa 79%


Reforo da identidade corporativa
N de aces de reforo da identidade corporativa 63%

Cresaor N de organizaes que tm conhecimento da misso e 10%


Aumento da visibilidade da misso objetivos da CRESAOR
e objetivos da CRESAOR
Grau de visibilidade 75%

Satisfao com a capacidade de trabalho 23%


Aumento das condies de
empregabilidade
N de tarefas para as quais se encontra mais capacitado 51%

N de eventos que participa 8%


Aumento do sentimento de
Pblicos em risco
integrao na comunidade
Sentimento de que est prximo de outras pessoas 59%

Nvel de competncias adquiridas 59%


Mais empoderamento
N de momentos felizes durante a semana 19%

Aumento do nmero de visitantes N de visitantes (aumento de) 10%

Aumento do nmero de turistas N de visitas de turistas (aumento de) 9%


Freguesias / Comunidades
Facilidade de acesso a bens de consumo 62%
Melhoria da mobilidade de acesso
ao consumo
N de pontos de venda 21%

N de produtos CORES adquiridos durante um ms 3%


Aumento do conhecimento dos
Nvel de alterao nos padres de comportamento 41%
produtos e servios CORES e
alterao nos padres de
Nvel de conhecimento 55%
Consumidores comportamento
N de produtos e servios CORES conhecidos 16%

Sentir-se bem consigo prprio 50%


Sentimento de contribuio para
uma causa social
N de aces socialmente responsveis 8%

Nvel de felicidade 31%


Famlias mais estruturadas
N de novas redes sociais 7%
Famlias
Estabilidade financeira 69%
Estabilidade Financeira das famlias
N de compromissos financeiros por honrar 12%

Melhoria e modernizao da rede Sentimento de contribuio para o desenvolvimento da 75%


Regional de E.S. sociedade
GR e SRSS
N de organizaes de E.S. que se modernizaram 50%

Nvel de responsabilidade social 50%


Aumento da Responsabilidade
Empresas com interesse no Social
N de aes socialmente responsveis 33%
projeto e Comunicao
Social Regional Aumento de notoriedade N de notcias 6%

Aumento da rede de parceiros N de parcerias 0%

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AORES + | CRESAOR

Da anlise da tabela anterior pode observar-se que as mudanas com maior expressividade so as que
correspondem aos beneficirios diretos do projeto, nomeadamente o aumento da visibilidade e do
cooperativismo organizacional. Em relao aos tcnicos destas organizaes, de realar as elevadas DP dos
indicadores correspondentes mudana aumento das sinergias intra e entre organizaes.

H a registar a DP negativa no nmero de momentos felizes durante a semana do stakeholder CRESAOR,


que pode ser explicada pelo aumento do volume de trabalho, por ser difcil trabalhar em rede e com
diversos parceiros ou pelo aumento de momentos de stress provenientes da realizao deste projeto. Por
sua vez este stakeholder regista uma das DP mais elevadas (88%) no indicador nvel de competncias
adquiridas. De igual modo verifica-se esta situao no stakeholder pblicos em risco.

No que diz respeito ao stakeholder famlias, regista-se uma DP de 69% no indicador estabilidade financeira,
que contribuiu largamente para uma melhoria da qualidade de vida destes agregados familiares.

No que concerne aos consumidores, apesar de ser notrio um aumento do conhecimento dos servios e
produtos CORES e de uma alterao dos padres de comportamento, salienta-se que o indicador nmero de
produtos CORES adquiridos durante um ms apresenta uma DP manifestamente baixa (3%). Este dado indica
haver a necessidade de uma contnua aposta nas aes de divulgao e marketing.

Nas empresas com interesse no projeto e na comunicao social regional, uma das mudanas identificadas
foi o aumento da rede de parceiros. No entanto e aps a anlise estatstica dos inquritos , constata-se que
a DP foi 0%, o que significa que, contrariamente ao previsto inicialmente, esta mudana no se verifica.

4.2. DURAO

Para identificar a durao das mudanas, optou-se por questionar os stakeholders da seguinte forma: Se o
projeto Aores+ acabasse amanh, deixaria de sentir as seguintes mudanas, apresentando-se como
opes de resposta: Logo/imediatamente; Aps um ano; Aps dois anos; Mais do que dois anos. As respostas
foram convertidas numa escala de 1 a 4 anos, tendo-se calculado a sua mdia para cada mudana.

Duma anlise geral dos resultados obtidos, destaca-se o aumento da coeso com os seus cooperantes como
a mudana identificada com uma maior durao (4 anos). As restantes mudanas apresentam duraes de 2
e 3 anos.

4.3. APROXIMAES FINANCEIRAS

Para cada mudana identificada em cada stakeholder, foi atribuda uma aproximao financeira que resultou
de um processo reflexivo da equipa envolvida nesta anlise SROI. Tendo por base a premissa que as
aproximaes financeiras comparam servios existentes na sociedade que promovam as mesmas mudanas
que o servio em causa, naquela atribuio foram selecionadas as aproximaes financeiras que considermos
melhor se aproximarem das mudanas identificas. O valor atribudo a cada mudana derivou de uma
pesquisa de mercado e est calculado para um ano de atividade, por pessoa ou por entidade.

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AORES + | CRESAOR

STAKEHOLDERS MUDANA APROXIMAO FINANCEIRA VALOR DA AF

Organizaes OES mais eficientes Consultadoria externa durante um ano 12 000,00


(1.000,00/ms).

Aumento do cooperativismo Organizao de um congresso anual 5 642,65


organizacional (5642,65)

Aumento das vendas Volume mdio de vendas 59 184,24

Aumento da visibilidade Custo anncio no jornal Aoriano Oriental, 3 2 217,00


vezes por ano, 1/2 pgina

Tcnicos Gesto mais eficiciente dos Custo de uma formao em Gesto do 150,00
processos Tempo de 30h (150,00).

Melhoria das relaes de Sesses de coaching motivacional de grupo, 300,00


trabalho e parceria 4 anuais (75,00)

Aumento das sinergias intra e 1 Fim de semana de Team Building (14,76 14,76
entre organizaes por participante)

CRESAOR Aumento do empoderamento Valor de mercado em 2 formaes anuais de 600,00


dos tcnicos 30 h (300,00)

Aumento da coeso com os Custo de quatro eventos anuais, de lazer, 400,00


seus cooperantes com os cooperantes (100,00)

Reforo da identidade Verba anual do oramento geral da 3 000,00


corporativa CRESAOR para a elaborao de atividades
com vista ao reforo da identidade
corporativa

Aumento da visibilidade da Custo anncio no jornal Aoriano Oriental, 3 2 217,00


misso e objetivos da vezes por ano, 1/2 pgina
CRESAOR

Pblicos em risco Aumento das condies de Formao prtica em Tcnicas de Procura 4 500,00
empregabilidade Ativa de Emprego de 30 h (150,00)

Aumento do sentimento de Atividades de integrao dos cidados na 362,88


integrao na comunidade sociedade: 4 horas/ms, 2 pessoassalrio
mdio anual

Mais empoderamento Custo de 3 aes de coaching de 9 h 375,00


(75,00) e formao de 30 h (150,00)

Freguesias / Aumento do nmero de Gasto dirio de um visitante de 43,00. 516,00


Comunidades visitantes (multiplicando por 12 meses)

Aumento do nmero de Gasto dirio de um turista de 86,00 344,00


turistas (segundo dados do SREA). Pressupondo
uma estadia de 4 dias, d-nos 344 (86*4).

Melhoria da mobilidade de Custo mdio transporte mensal dos 270,00


acesso ao consumo residentes nas freguesias rurais para a cidade
para aquisio de bens de consumo (mdia
de 1000 residentes pelo valor mdio mensal
de 22,50transporte)

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AORES + | CRESAOR

STAKEHOLDERS MUDANA APROXIMAO FINANCEIRA VALOR DA AF

Consumidores Aumento do conhecimento Pesquisa individual sobre o consumo e 10,00


dos produtos e servios compra consciente (100 horas anuais,
CORES e alterao nos pressupondo o custo da internet e da luz
padres de comportamento mdio de 0,10/hora).

Sentimento de contribuio Donativos bianuais para o Banco Alimentar 20,00


para uma causa social (mdia de 10,00 pela mdia de 5000
consumidores)

Famlias Famlias mais estruturadas Custo de consulta de terapia familiar 540,00


(45,00/ms).

Estabilidade Financeira das Custo de uma formao em Finanas 150,00


famlias Pessoais e oramento familiar (150,00)

GR e SRSS Melhoria e modernizao da Atribuio de uma verba anual por parte do 3 000,00
rede Regional de E.S. GR s OES para se modernizarem

Empresas com interesse Aumento da Responsabilidade Ao de voluntariado bianual (30,00 por 60,00
no projeto e Social dia pela mdia de 10 colaboradores)
Comunicao Social
Aumento de notoriedade Campanha de marketing no facebook 3 000,00
Regional
durante um ano

Aumento da rede de parceiros Reunies de trabalho e promoo de 75,80


momentos informais (10h/anuais,
pressupondo o valor/hora mdio de 7,58)

67
AORES + | CRESAOR

5. IMPACTO E RETORNO SOCIAL


5.1. ATRIBUIO I

A atribuio do tipo I representa a quantidade de mudana que teria acontecido mesmo sem a interveno
do projeto.

O valor da Atribuio I 0% em todas as mudanas, j que na formulao das questes houve o cuidado de
excluir as mudanas que no foram geradas pela nossa atuao, ex: em quanto que, no ltimo ano, o
projeto Aores + contribuiu para aumentar a frequncia com que planeia as sua atividades?.

5.2 ATRIBUIO II

A atribuio do tipo II tem como inteno averiguar de que forma os outros elementos existentes na
comunidade (entidades, organizaes e pessoas), contribuem tambm para a mudana identificada e
resultante da interveno do projeto Aores+, assim como apurar o peso que atribudo por cada stakeholder
a cada mudana.

STAKEHOLDERS MUDANAS AT II

Organizaes OES mais eficientes 14%

Aumento do cooperativismo organizacional 14%

Aumento das vendas 14%

Aumento da visibilidade 14%

Tcnicos Gesto mais eficiciente dos processos 0%

Melhoria das relaes de trabalho e parceria 0%

Aumento das sinergias intra e entre organizaes 0%

CRESAOR Aumento do empoderamento dos tcnicos 0%

Aumento da coeso com os seus cooperantes 0%

Reforo da identidade corporativa 0%

Aumento da visibilidade da misso e objetivos da CRESAOR 0%

Pblicos em Risco Aumento das condies de empregabilidade 20%

Aumento do sentimento de integrao na comunidade 20%

Mais empoderamento 20%

Freguesias / Aumento do nmero de visitantes 20%


Comunidades
Aumento do nmero de turistas 20%

Melhoria da mobilidade de acesso ao consumo 20%

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AORES + | CRESAOR

STAKEHOLDERS MUDANAS AT II

Consumidores Aumento do conhecimento dos produtos e servios CORES e alterao nos padres de 20%
comportamento

Sentimento de contribuio para uma causa social 20%

Famlias (dos pblicos Famlias mais estruturadas 13%


em risco)

Estabilidade Financeira das famlias 13%

Governo Regional e SRSS Melhoria e modernizao da Rede Regional de E.S. 0%

Empresas com interesse Aumento da Responsabilidade Social 20%


e comunicao social
Aumento de notoriedade 20%
regional
Aumento da rede de parceiros 20%

5.3. TAXA DE REDUO

A taxa de reduo pretende avaliar o grau de desvalorizao que as mudanas esto expostas, j que as
mesmas no tm a mesma durao, sofrendo oscilaes ao longo do tempo.

Assim, estabeleceu-se a reduo entre um valor mnimo de 25% e mximo de 50%, tendo em conta a sua
tipologia.

STAKEHOLDER MUDANA REDUO

Organizaes OES mais eficientes 25%

Aumento do cooperativismo organizacional 25%

Aumento das vendas 25%

Aumento da visibilidade 25%

Tcnicos Gesto mais eficiciente dos processos 50%

Melhoria das relaes de trabalho e parceria 50%

Aumento das sinergias intra e entre organizaes 50%

CRESAOR Aumento do empoderamento dos tcnicos 25%

Aumento da coeso com os seus cooperantes 25%

Reforo da identidade corporativa 25%

Aumento da visibilidade da misso e objetivos da CRESAOR 25%

69
AORES + | CRESAOR

STAKEHOLDER MUDANA REDUO

Pblicos em Risco Aumento das condies de empregabilidade 50%

Aumento do sentimento de integrao na comunidade 50%

Mais empoderamento 50%

Freguesias / Aumento do nmero de visitantes 50%


Comunidades
Aumento do nmero de turistas 50%

Melhoria da mobilidade de acesso ao consumo 50%

Consumidores Aumento do conhecimento dos produtos e servios CORES e alterao nos padres 50%
de comportamento

Sentimento de contribuio para uma causa social 50%

Famlias (dos pblicos Famlias mais estruturadas 50%


em risco)
Estabilidade Financeira das famlias 50%

Governo Regional e Melhoria e modernizao da Rede Regional de E.S. 25 %


SRSS

Empresas com Aumento da Responsabilidade Social 25%


interesse e
Aumento de notoriedade 25%
comunicao social
regional Aumento da rede de parceiros 25%

*Se o projeto acabasse amanh, deixaria de sentir estas mudanas: logo / imediatamente; aps 1 ano; aps 2 anos; mais do que 2 anos.

5.4. DESLOCAO

Na definio de deslocao, solicitou-se aos stakeholders para indicar outras entidades afetadas pelo Aores+,
e o seu impacto. As entidades referidas fazem parte dos stakeholders o que indica que a anlise SROI foi
bastante abrangente. No obstante nenhum inquirido ter respondido que o impacto negativo, optou-se
por atribuir uma deslocao de 10% aos stakeholders freguesias e consumidores.

5.5. CLCULO DO RETORNO SOCIAL

A leitura do mapa de impacto3 permite revisitar toda a anlise. Os stakeholders foram includos pelo seu grau
de importncia, de envolvncia e enquanto beneficirios diretos ou indiretos do projeto Aores+.

A anlise do retorno social deste projeto encontra-se resumida no mapa de impacto. Obteve-se um valor
total de retorno social de 771.280,15 a 3 anos e um VAL de 512.566,03. O SROI de 3,00 por cada euro
investido.

3 O Mapa de Impacto, com os dados essenciais desta anlise, apresentado no final.

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AORES + | CRESAOR

5.6. ANLISE DE SENSIBILIDADE

Para efetuar as anlises de sensibilidade definimos numa primeira fase os parmetros crticos da anlise. Estes
foram determinados com base numa anlise grfica e reflexiva, originando dois cenrios: o otimista e o
pessimista.

Da anlise grfica que se segue verificamos que os cooperantes so o stakeholder com maior retorno social,
apresentando um valor de 57%. Em termos de mudanas, o aumento das vendas (64%) e organizaes de
economia solidria mais eficientes (17%) so as que mais se destacam.

17+13+646
IMPACTO POR MUDANA

Organizao de Economia Solidria mais eficiente 17%

Aumento do Corporativismo Organizacional 13%

Aumento das vendas 64%

Aumento da visibilidade

57+1+542560
IMPACTO POR STAKEHOLDER

Cooperantes 57%

Tcnicos 1%

Cresaor 5%

Pblicos em risco 4%

Freguesia / Comunidade local 25%

Consumidores 6%

Famlias 1%

Governo Regional e SRSS 1%

Empresas com interesse no projeto 0%

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AORES + | CRESAOR

Tendo em conta os dados grficos e aps uma anlise reflexiva dos mesmos, conclumos que para o clculo
do valor da mudana aumento das vendas consideraram-se apenas os dados disponibilizados por quatro
organizaes, referentes a 2012. Determina-se, assim, ser um valor crtico, sujeito a potenciais variaes, pelo
que se efetuar uma variao de 30% no clculo dos cenrios.

Por sua vez a aproximao financeira (AF) da mudana organizaes de economia solidria mais eficientes
baseou-se em valores mdios de mercado. Face possibilidade de existir uma oscilao deste valor,
considerou-se para clculo dos cenrios uma variao de 50%.

Resultam ainda da anlise reflexiva, os seguintes parmetros crticos:

PARMETRO EXPLICAO Tipo Valor Variao


Original

Aumento do corporativismo Apesar de ser uma das mudanas mais Quantidade 7,3275 5%
organizacional do stakeholder importantes para os beneficirios diretos,
Organizaes consideramos que possa existir uma margem de
erro de aproximadamente 5% nas respostas dos
beneficirios, para um intervalo de confiana de
99%.

Indicador n de momentos Varivel crtica devido subjetividade implcita Indicador -2% 10%
felizes durante a semana do neste indicador. Nas respostas obtidas nos Subjetivo
stakeholder Cresaor questionrios, podemos presumir que os
inquiridos tenham sentido alguma dificuldade
em quantificar esta questo, devendo desde
modo ser considerado um parmetro crtico a ser
testado.

Definio do n de Dada dificuldade em estimar o n real de Populao 5000 50%


consumidores abrangidos consumidores abrangidos pela divulgao ao
nvel de marketing e comunicao, outdoors,
noticias na comunicao social, etc. Apontamos
5000 como n mnimo e razovel, mas de facto
este valor pode ser varivel.

Nas freguesias: definio do n Dada dificuldade em estimar um valor de Populao 1000 50%
de visitantes amostragem para este stakeholder, o valor
utilizado (1.000 visitantes) poder no
corresponder realidade.

Nas freguesias: definio do n Dada dificuldade em estimar um valor de Populao 1000 50%
de turistas amostragem para este stakeholder, o valor
utilizado (1.000 turistas) poder ser varivel.

% dos custos indiretos Tendo em conta a elevada % dos custos indiretos Recursos 41% 20%
que os stakeholders investem considerou-se
pertinente analisar esta varivel.

Reduo Alterar este parmetro, ou seja, alterar a taxa a Descontos 20%


que o impacto da mudana diminui ano aps
ano, de modo a testar o SROI. J que o valor
original foi definido pela equipa com base nos
inquritos aplicados.

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AORES + | CRESAOR

PARMETRO EXPLICAO Tipo Valor Variao


Original

Atribuio I Imputou-se 0% atribuio I tendo em conta a Descontos 0% 25%


mesma ter sido includa na formulao das
questes, todavia considerou-se pertinente
analisar como varia o SROI com um aumento
deste desconto de 25%.

Tempo investido Os recursos no monetrios apresentam uma Recursos 106 024,93 Excluso
elevada % no total do investimentos, assim, no
considerou-se pertinente avaliar em quanto varia monetrios
o SROI caso os stakeholders no investissem o
tempo definido.

Identificados os parmetros crticos, passou-se a testar o seu impacto no no rcio SROI do projeto, tendo sido
calculados os dois cenrios acima referidos. Constata-se que seria necessrio acontecerem todas as alteraes
descritas para que o SROI descesse para 1,33. Ou seja, necessrio alterar um nmero considervel de
variveis para se atingir este valor, conclundo-se portanto a robustez desta anlise.

Na anlise de sensibilidade otimista constatou-se uma variao do SROI at 7,43, determinando-se que os
parmetros crticos excluso dos recursos no monetrios (tempo) e aumento da % atribuda ao desconto
da reduo so os que mais contribuem para os resultados obtidos neste cenrio.

ANLISES DE SENSIBILIDADE

Parmetro Crtico Valor Variao SROI SROI


original Cenrio Cenrio
otimista pessimista

Aumento das Vendas 59 184,24 30% 3,31 2,73

Organizaes de Economia Solidria mais 12 000,00 50% 3,46 2,63


eficientes

Aumento do corporativismo organizacional do 7,3275 5% 3,47 2,62


stakeholder Organizaes

Indicador n de momentos felizes durante a -2% 10% 3,47 2,62


semana do stakeholder Cresaor

Definio do n de consumidores abrangidos 5000 50% 3,55 2,54

Nas freguesias: definio do n de visitantes 1000 50% 3,93 2,16

Nas freguesias: definio do n de turistas 1000 50% 3,93 2,16

% dos custos indiretos 41% 20% 4,21 2,00

Reduo 20% 4,71 1,77

Atribuio I 0% 25% - 1,33

Deduo do tempo investido pelos beneficirios 106 024,93 100% 7,43

SROI FINAL DE CADA CENRIO 7,43 1,33

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6. CONCLUSO E
RECOMENDAES
Da anlise SROI prospetiva ao projeto Aores+ resulta um valor de retorno social de 830.098,55 a trs anos e
um VAL de 771.280,15. O SROI de 3,00 por cada euro investido.

Segundo um estudo CNIS4, realizado sobre quatro concelhos do Pas, cada euro nas IPSS vale 2,46. Apesar
desta anlise SROI incidir apenas num projeto da CRESAOR, no sendo portanto comparvel com este,
constatamos estar prximo dos valores obtidos neste estudo. Assim, conclumos ser um SROI satisfatrio e
positivo.

Como principais concluses desta anlise SROI destaca-se a de que, para o projeto alvo de anlise, a
CRESAOR o stakeholder que mais investe, ao nvel de tempo e espaos, para a implementao e
desenvolvimento do projeto, seguindo-se as instituies cooperantes, principais beneficirias do Aores+.

As mudanas com maior impacto constituem o aumento das vendas, a melhoria da mobilidade de acesso
ao consumo das freguesias envolvidas, o aumento da eficincia das organizaes, o aumento do nmero
de visitantes s freguesias e aumento do corporativismo organizacional.

Como mudanas com menor impacto identificam-se o aumento da rede de parceiros e da responsabilidade
social das empresas e comunicao social regional, o aumento das sinergias intra e entre organizaes, a
gesto mais eficiente dos processos por parte do stakeholder tcnicos e o aumento da notoriedade por
parte das empresas com interesse e comunicao social regional. Assim, recomendamos a promoo de
reunies e encontros entre as organizaes parceiras, a contnua aposta nas aes de formao de divulgao
e marketing e em atividades de grupo de modo a aumentar estas mudanas.

Conclui-se assim que o stakeholder empresas com interesse e comunicao social regional o que menor
impacto sofre com a interveno do projeto e o que menos dele beneficia, sugerindo-se um reforo dos
contatos e reunies com este stakeholder de modo a inverter esta situao.

Por sua vez, as organizaes e as freguesias constituem os stakeholders que mais beneficios ganham com o
desenvolvimento do projeto.

Tendo em conta o curto espao de tempo disponvel para o desenvolvimento da anlise SROI deste projeto,
utilizou-se a metodologia de aplicao de inquritos por questionrio como forma de recolha da informao
necessria. Uma vez que foram abrangidas tipologias de pblicos bastante variadas, uma das grandes
dificuldades sentidas prendeu-se com a aplicao dos questionios a pessoas com menos qualificaes. Para
alm disso, de apontar a colaborao e apoio prestado por outras equipas da CRESAOR e dos prprios
cooperantes nesta fase da anlise. Esta situao dever ser considerada um ponto fraco deste projeto pelo
desconhecimento por parte destes colaboradores/parceiros sobre os procedimentos e metodologias
exigidos por este tipo de anlise, surgindo a hiptese de alguma informao ou dado pertinente no ter sido
devidamente acautelado. Em futuras anlises SROI sugerimos que a aplicao dos Inquritos seja efetuada
pela equipa tcnica (que se encontre a desenvolver o projeto) e que sejam efetuadas entrevistas semi-
diretivas aos pblicos com menores habilitaes.

4 Cf. http://www.solidariedade.pt/site/detalhe/12350#

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AORES + | CRESAOR

de salientar como ponto forte desta anlise SROI o envolvimento dos stakeholders desde o incio do projeto,
permitindo-lhes intervir na definio da sua estrutura. Foi essencial perceber as mudanas que o projeto
Aores+ implementou na vida das organizaes da economia social e, em particular, na vida de todas as
pessoas que de alguma forma lhes so intrnsecas. De igual modo, destaca-se a importncia de lhes ter sido
permitido dar o seu contributo na emisso de opinies, na identificao de aspetos positivou ou negativos
que se fizeram sentir no decorrer da primeira fase do Aores+, bem como dificuldades sentidas e aspiraes
futuras.

Recomenda-se a aposta na continuidade das aes de divulgao e de marketing, de modo a garantir a


visibilidade e notoriedade dos produtos e servios com Selo de Garantia CORES.

Conforme proferido no grupo focal por vrias organizaes participantes, as aes de formao e todo o
processo de capacitao dos colaboradores das organizaes devero ser contnuos. Com a aposta nesta
atividade prev-se fomentar a mudana gesto mais eficiente dos processos - que no teve o impacto
esperado - e continuar a garantir o aumento das vendas e da eficincia das organizaes.

No que diz distncia percorrida negativa (quantidade de mudana) no indicador nmero de momentos
felizes do stakeholder CRESAOR, sugerimos a realizao de sesses de coaching motivacional com a equipa,
bem como de team building.

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7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Grafimadeira.
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Andrade, J.R. (1981) Cooperativismo em Portugal (das origens actualidade) ; Lisboa, INSCOOP.
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Capucha, L., Cordeiro, O. (1999) Las empresas de insercin en Portugal, in Revista de Polticas sociales en
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Carmo, Renato Miguel, (2010), Desigualdades Sociais 2010 Estudos e Indicadores, Lisboa, Editora Mundos
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Costa Ferreira, F. (1985) As cooperativas e a economia social; Lisboa, Ed. Lisboa Horizonte.
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Murteira, Mrio (1993), A Economia em Vinte e Quatro Lies, Lisboa, Editorial Presena.
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Estudo CNIS, in http://www.solidariedade.pt/site/detalhe/12350#.

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8. MAPA DE IMPACTO
Stakeholders Recursos Resultados Mudanas Descontos (DC) Impacto Clculo do Retorno Social
Quem afetamos/nos O que vo eles Valor Atividades em Descrio Indicador Quantidade Durao Comeo* Aproximao Financeira (AF) Valor Atribuio I Deslocao Atribuio II Reduo QT x AF - DC Taxa de Desconto 5.50%
afeta? investir? nmeros (QT)
O que muda nas suas vidas? Como medimos a mudana? Que preo atribumos mudana? Ano 0 Ano 1 Ano 2

Cooperantes Tempo e 40702.2 802 horas Organizaes de Economia Solidria mais Nvel de viso estratgica e gesto do tempo 4.5 2 2 Consultadoria externa durante um ano 12,000.00 0% 0% 14% 25% 46,672.20 0.00 46,672.20 35,004.15
espaos eficientes (1.000,00/ms)
Aumento do Corporativismo Organizacional N de parcerias e nvel de cooperativismo 7.328 3 2 Organizao de um congresso anual 5,642.65 0% 0% 14% 25% 35,558.01 0.00 35,558.01 26,668.50
Aumento das Vendas % de aumento volume mdio de vendas 3.4 2 2 Volume mdio de vendas 59,184.24 0% 0% 14% 25% 174,836.16 0.00 174,836.16 131,127.12
Aumento da Visibilidade Percepo do nvel de visibilidade e n de visitas e de 8.303 2 2 Custo anncio no jornal Aoriano Oriental, 3 2,217.00 0% 0% 14% 25% 15,829.71 0.00 15,829.71 11,872.28
clientes da organizao vezes por ano, 1/2 pgina
Tcnicos Tempo 21054 709 horas Gesto mais eficiente dos processos Nvel de motivao e n de atendimentos e de 2.715 3 1 Custo de uma formao em Gesto do Tempo 150.00 0% 0% 0% 50% 407.25 407.25 407.25 203.63
processos realizados de 30h
Melhoria das relaes de trabalho e parceria Nvel da melhoria das relaes de trabalho e n de 5.768 3 1 Sesses de coaching motivacional de grupo, 4 300.00 0% 0% 0% 50% 1,730.25 1,730.25 1,730.25 865.13
colegas que mantm uma boa relao profissional anuais (75,00)
Aumento das sinergias intra e entre Proximidade das organizaes e n de reunies/ 10.83 3 1 1 Fim de semana de Team Building (14.76 por 14.76 0% 0% 0% 50% 159.85 159.85 159.85 79.93
organizaes. contatos/relaes participante)
Cresaor Tempo e 51759.11 4237 horas Aumento do empoderamento dos tcnicos Nvel de competncias adquiridas e n de momentos 3.007 3 1 Valor de mercado em 2 formaes anuais de 30 600.00 0% 0% 0% 25% 1,803.90 1,803.90 1,803.90 1,352.93
espaos felizes durante a semana h (300,00)
Aumento da coeso com os seuscooperantes N de cooperantes com uma relao de maior 3.882 4 2 Custo de quatro eventos anuais, de lazer, com 400.00 0% 0% 0% 25% 1,552.60 0.00 1,552.60 1,164.45
proximidade com a Cresaor e Sentimento de coeso os cooperantes (100,00)
Reforo da identidade corporativa Sentimento de reforo da identidade corporativa da 4.960 2 2 Verba anual do oramento geral da Cresaor 3,000.00 0% 0% 0% 25% 14,878.50 0.00 14,878.50 11,158.88
Cresaor e n de aes de reforo da identidade para a elaborao de atividades com vista ao
corporativa reforo da identidade corporativa
Aumento da visibilidade da misso e objectivos N de organizaes que tm conhecimento da misso 2.965 2 2 Custo anncio no jornal Aoriano Oriental, 3 2,217.00 0% 0% 0% 25% 6,572.30 0.00 6,572.30 4,929.22
da Cresaor e objetivos da Cresaor e grau de visibilidade vezes por ano, 1/2 pgina
Pblicos em Tempo 3635.1 630 horas Aumento das condies de empregabilidade Satisfao com a capacidade de trabalho e n de 5.52 2 2 Formao prtica em Tcnicas de Procura Ativa 4,500.00 0% 0% 20% 50% 19,872.00 0.00 19,872.00 9,936.00
risco tarefas para as quais se sente mais capacitado de Emprego de 30 h (150,00)
Aumento do sentimento de integrao na N de eventos que participa e sentimento de que 5.048 2 2 Atividades de integrao dos cidados na 362.88 0% 0% 20% 50% 1,465.31 0.00 1,465.31 732.65
comunidade estprximo de outras pessoas sociedade: 4 horas/ms,2 pessoas - salrio
mdio anual
Mais empoderamento Nvel de competncias adquiridas e n de momentos 5.865 2 2 Custo de 3 aes de coaching de 9 h (75,00) e 375.00 0% 0% 20% 50% 1,759.50 0.00 1,759.50 879.75
felizes durante a semana formao de 30 h (150,00)
Freguesias/ No investe 0.00 0 Aumento do nmero de visitantes N de visitantes (aumento de ) 97 2 2 Gasto dirio de um visitante de 43,00. 516.00 0% 10% 20% 50% 36,037.44 0.00 36,037.44 18,018.72
Comunidade Pressupondo um nmero de 9 visitantes por
ms.
Aumento do nmero de turistas N de visitas de turistas (aumento de) 86 2 2 Gasto dirio de um turista de 86,00 (segundo 344.00 0% 10% 20% 50% 21,300.48 0.00 21,300.48 10,650.24
dados do SREA). Pressupondo a estadia de 4
dias dias.
Melhoria da mobilidade de acesso ao consumo Facilidade de acesso a bens de consumo e n de 417 2 2 Custo mdio transporte mensal dos residentes 270.00 0% 10% 20% 50% 81,064.80 0.00 81,064.80 40,532.40
pontos de venda nas freguesias rurais para a cidade para
aquisio de bens de consumo (mdia de 1000
residentes pelo valor mdio mensal de 22,50
- transporte)
Consumidores No investe 0 0 Aumento do conhecimento dos produtos e N de produtos CORES adquiridos durante 1 ms; nvel 1426.625 2 2 Pesquisa individual sobre o consumo e compra 10.00 0% 10% 20% 50% 10,271.70 0.00 10,271.70 5,135.85
servios CORES e alterao nos padres de de alterao nos padres de comportamento; Nvel de consciente (100 horas anuais, pressupondo o
comportamento conhecimentoen de produtos e servios CORES custo da internet e da luz mdio de0,10 hora).
conhecidos.
Sentimento de contribuio para uma causa Sentir-se bem consigo prprio e n de aes 1461.75 2 2 Donativos bianuais para o Banco Alimentar 20.00 0% 10% 20% 50% 21,049.20 0.00 21,049.20 10,524.60
social socialmente responsveis (mdia de 10,00 pela mdia de 5000
consumidores)
Famlias No investe 0 0 Famlias mais estruturadas Nvel de felicidade e nmero de novas redes sociais 2.873 2 1 Custo de consulta de terapia familiar (45,00/ 540.00 0% 0% 13% 50% 1,357.26 1,357.26 1,357.26 678.63
ms).
Estabilidade financeira das famlias Estabilidade financeira e n de compromissos 6.056 3 1 Custo de uma formao em Finanas Pessoais e 150.00 0% 0% 13% 50% 794.88 794.88 794.88 397.44
financeiros por honrar oramento familiar (150,00)
Governo Tempo e 141487.91 2 Melhoria e modernizao da rede Regionalde Sentimento de contribuio para o desenvolvimento 0.6 3 1 Atribuio de uma verba anual por parte do GR 3,000.00 0% 0% 0% 25% 1,875.00 1,875.00 1,875.00 1,406.25
Regionale SRSS recursos Economia Solidria da sociedade e n de organizaes de ES que se s OES para se modernizarem.
modernizaram
Empresas com Tempo 75.8 2 Aumento da responsabilidade social Nvel de responsabilidade social e n de aes 1.66 3 1 Ao de voluntariado bianual (30,00 por dia 60.00 0% 0% 20% 25% 79.68 79.68 79.68 59.76
interesse no socialmente responsveis pela mdia de 10 colaboradores)
projeto e Aumento da notoriedade N de notcias 0.24 2 1 Campanha de marketing no facebook durante 3,000.00 0% 0% 20% 25% 576.00 576.00 576.00 432.00
comunicao um ano
social regional
Aumento da rede de parceiros N de parcerias 0 2 1 Reunies de trabalho e promoo de 75.80 0% 0% 20% 25% 0.00 0.00 0.00 0.00
momentos informais (10H/anuais, pressupondo
o valor/hora mdio de 7,58)
Total 258,714.12
Total 497,503.98 8,784.07 497,503.98 323,810.50

Valor presente de cada ano (aps descontos) 8,784.07 471,567.75 290,928.33


Valor atual lquido total (VAL) 771,280.15
VAL - Investimento 512,566.03
Retorno Social por (VAL / investimento) 3.0
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

ESTADO PURO

Projeo de impacto 2016-2018


METODOLOGIA SROI

Cruz Vermelha Portuguesa

79
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

SUMRIO EXECUTIVO
A Cruz Vermelha Portuguesa uma instituio humanitria no-governamental, a qual visa prestar assistncia
humanitria e social, em especial aos mais vulnerveis, prevenindo e reparando o sofrimento e contribuindo
para a defesa da vida, da sade e da dignidade humana.

A dificuldade de insero de um ex-recluso no mercado de trabalho compromete a operacionalizao do seu


projeto individual de reinsero. Estado Puro surge como um projeto de empreendedorismo social, com o
objetivo de promover a (re)insero, melhorar a qualidade de vida dos beneficirios e quebrar o ciclo de
reincidncia.

O projeto Estado Puro visa a capacitao dos reclusos a nvel social e profissional e a criao da marca Estado
Puro - cujas receitas dos produtos desenvolvidos nas oficinas do projeto revertem para o fundo de reinsero
da populao reclusa e o acompanhamento em meio livre atravs de uma rede de parceiros.

Esta anlise SROI teve como objetivos facilitar a melhoria do desempenho, o controlo dos resultados e o
ajustamento da despesa. Ambicionou ainda quantificar o retorno social e enfatizar as boas prticas da
interveno.

A partir da anlise efetuada foi obtido o rcio SROI de 1:3,45 euros.

Foram identificadas como principais mudanas geradas: capacitao para a autossustentabilidade; melhoria
da qualidade de vida; responsabilidade Social; aumento do Rendimento e coeso familiar.

A anlise SROI evidenciou sobretudo o impacto do projeto nos reclusos e suas famlias. Foram detetadas
algumas lacunas quanto ao envolvimento dos stakeholders e operacionalizao do projeto, o que permitir
o ajuste e aumento da qualidade da interveno.

Recomenda-se a incluso da metodologia SROI na fase inicial de implementao de novos projetos e a sua
aplicao em diferentes perodos do seu ciclo de vida.

80
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

1. MBITO E STAKEHOLDERS

1.1. MBITO DA ANLISE

O trabalho desenvolvido pela Cruz Vermelha Portuguesa, no mbito do Revive+ - Programa Nacional de
Voluntariado em Meio Prisional -, designadamente atravs das aes desenhadas e implementadas em
contexto prisional, permitiram identificar problemas nos indivduos reclusos, no s durante cumprimento
da pena mas tambm por ocasio da sua sada em liberdade e posterior insero na sociedade.

A dificuldade de insero de um ex-recluso no mercado de trabalho, que advm da categorizao deste por
parte da sociedade, compromete a operacionalizao do seu projeto individual de reinsero. No sentido de
dar resposta a esta problemtica surge o Estado Puro, um projeto de empreendedorismo social com o
propsito de promover a Responsabilidade Social atravs da incluso socioprofissional de reclusos.

A sua interveno incide em contexto prisional e em meio livre, visando construir de forma partilhada,
atravs de um consrcio de stakeholders, um plano de interveno que capacite a pessoa reclusa aos nveis
pessoal, profissional e social. No sentido de apoiar a sua (re)insero, promover a melhoria da sua qualidade
de vida e suas famlias e, por sua vez, quebrar o ciclo de reincidncia.

O projeto abrange 60 beneficirios diretos e 240 beneficirios indiretos (agregado familiar). 30 indivduos
foram selecionados numa fase inicial e correspondem a reclusos do EP de Sintra, a dois anos do fim de
cumprimento de pena e com interesse pelas reas de serralharia, estofagem e marcenaria. Na sua maioria
possuem o nvel bsico de literacia e so de nacionalidade portuguesa. Haver, ainda no presente ano, um
acrscimo de 30 beneficirios relativos replicao do projeto Estado Puro no EP de Tires e no EP do Linh.

O projeto Estado Puro distingue a promoo do empreendedorismo social a partir da criao e


comercializao da marca Estado Puro, a qual se define como um laboratrio de design de responsabilidade
social, atravs de parcerias com designers que desenvolvem produtos em colaborao com as oficinas e
beneficirios em contexto prisional.

As atividades Estado Puro em anlise so: seleo dos beneficirios do projeto; plano de tutoria modelar
terico e prtico; produo oficinal; acompanhamento em meio livre e monitorizao.

Esta anlise SROI constitui uma ferramenta de gesto na medida em que, facilita a melhoria do desempenho,
o controlo dos resultados e o ajustamento da despesa (face ao perodo entre a iniciao do projeto, setembro
2013, e dezembro de 2015).

Augura-se ainda que esta avaliao SROI preditiva permita analisar o retorno social da fonte de financiamento
- Fundao Montepio - e dar nfase s boas prticas da interveno.

81
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

1.2. STAKEHOLDERS

1.2.1. STAKEHOLDERS INCLUDOS/EXCLUDOS

Aps um processo de anlise das competncias e responsabilidades de cada stakeholder envolvido no Estado
Puro, identificamos abaixo as principais partes envolvidas e a forma como cada qual afetada pela
interveno do projeto.

Os reclusos representam o principal stakeholder tendo sido envolvido na anlise SROI desde o inicio da
implementao desta metodologia. A operacionalizao do projeto est focada na capacitao de
competncias pessoais, sociais e profissionais destes, sempre no sentido de uma reinsero estruturada e
sustentada.

So assim beneficirios diretos deste projecto 60 indivduos reclusos, tendo sido integrados 30 no projeto
desde 2013 no EP de Sintra e possuem em mdia, 35 anos de idade, escolaridade mnima, nacionalidade
portuguesa e oriundos dos Concelhos da Amadora, Lisboa, Sintra e Almada. Os restantes 30 beneficirios
integraro o projeto ainda no presente ano.

O stakeholder famlias dos beneficirios, surge igualmente no inicio da anlise SROI, no sentido de ressalvar o
apoio em meio livre suportado pelo projeto e o intuito de reunir esforos em prol da melhoria da qualidade
de vida dos reclusos e por sua vez, o restabelecimento de laos afetivos intra familiares. Representam assim
240 beneficirios indiretos, perfazendo uma mdia de 4 familiares por indivduo recluso.

Os mestres representam um stakeholder crucial para a operacionalizao do projeto o que obriga ao seu
envolvimento inicial nesta avaliao de impacto. Sendo os mentores do plano de tutoria modelar prtica/
tcnica, a sua participao constitui um passo relevante na capacitao deste pblico alvo. Este stakeholder,
para alm de influenciar diretamente o projeto, tambm afetado pelo mesmo, no sentido em que
experiencia a responsabilidade de dotar os beneficirios de competncias tcnicas que lhes permitam estar
aptos a desenvolver uma atividade em meio livre nas reas oficinais respetivas.

As entidades parceiras so o stakeholder que possibilita o desenvolvimento do plano de tutoria modelar e


tambm as componentes de design e escoamento comercial de produtos da marca Estado Puro, O
envolvimento deste stakeholder na anlise SROI concretiza-se numa fase posterior ao seu incio visto
operacionalizar atividades consequentes elaborao dos produtos nas oficinas do projeto, representando
assim um papel fulcral na capacitao de competncias pessoais e sociais dos beneficirios.

No que concerne aos stakeholders clientes comerciais e Cruz Vermelha Portuguesa, so cruciais no sentido
em que geram valor para o projeto. O primeiro garante o fluxo de verbas para o Fundo Disponvel e o Fundo
de Reinsero do recluso, sendo envolvido nesta anlise na fase final da mesma visto representar a
consumao da produo e comercializao dos produtos. O segundo destina verbas decorrentes das vendas
dos produtos para esses mesmos fundos, provenientes das oficinas de serralharia, estofaria e marcenaria em
funcionamento no EP de Sintra e cujo envolvimento se revela crucial desde o inicio da anlise SROI por
representar o suporte tcnico, humano e financeiro do Projeto Estado Puro.

Relativamente ao Stakeholder Estabelecimento Prisional, foi envolvido no processo de anlise, tendo sido
enunciados os objetivos da mesmo e preparada, em conjunto, a necessria operacionalizao da avaliao
de impacto.

82
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

STAKEHOLDERS INCLUDOS? JUSTIFICAO

Beneficirios do Projecto Sim Beneficirios diretos do projeto,privados de liberdade. Pretende-se


contribuir para a aquisio de competncias ao nvel pessoal, social
e profissional e a definio de uma rede de suporte em meio livre,
com vista promoo da sua insero social. O projeto afeta
significativamente a sua vida, tanto dentro como fora do contexto
prisional.

Famlias dos Beneficirios Sim Beneficirios indiretos do projeto (que tambm tem como
objectivo a melhoria das relaes com a familia)

Fundao Montepio No Financiador do projeto, possibilitou a implementao do mesmo.


Fez ainda preleo num dos mdulos da componente terica da
formao.

So afetados parcialmente pela interveno.

Estabelecimento Prisional de Sim Inclui: a Diretora e seus adjuntos, tcnicas de tratamento


Sintra penitencirio e de reinsero social e guardas prisionais. (que lidam
diariamente com a populao alvo do projeto e avaliam em
primeira instancia o desenvolvimento e impacto do projeto em
contexto prisional). Os resultados do projeto afetam aspetos
relevantes para o EP Sistra, tais como as inter-relaes e padres
comportamentais entre reclusos e funcionrios do EP.

Instituies Parceiras Sim Inclui todas as instituies parceiras do projeto que contribuem
para a operacionalizao do mesmo. Colaboram como tutores nas
aes da componente terica, no acompanhamento em meio livre
e no design e comercializao de produtos da marca Estado Puro.

Mestres Sim Promovem a aprendizagem junto dos beneficiarios do projeto nas


areas oficinais.

Clientes comerciais Sim Contribuem para a sustentabilidade do projeto.. Responsabilidade


social.

Cruz Vermelha Portuguesa No Promotor do projeto e responsvel pela sua operacionalizao.


Distribui as verbas pelos Fundos dos reclusos.

83
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

1.2.2. ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS

Nas fases de planeamento e desenvolvimento do processo de anlise foram delineadas as atividades e aes,
consoante os objetivos a atingir.

Foi promovida a aplicao dos inquriitos nas instalaes do Estabelecimento Prisional de Sintra, tendo sido
aplicados, inquritos numa primeira fase exploratoria e posteiromente na fase de anlise de impacto a 20
reclusos. Ao longo deste processo foi ainda explorado o processo de teoria da mudana com os reclusos de
forma a identificar aspetos que pudessem ser incluidos na anlise.

Relativamente ao Stakeholder Familias dos reclusos, foi requisitada autorizao para realizao de contacto
aos reclusos e procedeu-se aplicao dos inquritos de forma presencial e telefonicamente, na fase de
anlise de impacto.

Foram aplicados, presencialmente os inquritos aos mestres do projeto, numa primeira fase exploratria, tal
como aconteceu com o stakeholder reclusos e numa fase posterior para a concretizao da anlise de
impacto.

Quanto aos clientes comerciais, foram realizados contactos telefnicos de forma a poder explicar a
metodologia de anlise e aplicados e recebidos os inquritos preenchidos por correio eletrnico.

Os inquritos ao stakeholder Estabelecimento Prisional, foram aplicados presencialmente nas instalaes do


Estabelecimento Prisional, tendo sido ainda recolhidas informaes e opinies sobre o desenvolvimento do
projeto e da anlise SROI previamente recolha de dados.

Relativamente s entidades parceiras, foi realizada uma breve descrio do processo de anlise tendo sido
aplicados os inquritos via presencial e por correio eletrnico a 8 entidades.

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ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

2. RECURSOS E ATIVIDADES

2.1. INVESTIMENTOS

No que concerne ao stakeholder Reclusos, o tempo representa o nico recurso despendido. Este tempo
distribudo pelas sesses de tutoria profissional e terica.

A Fundao Montepio, tendo financiado o projeto em 20.000, representa o impulsionador do mesmo,


assumindo-se o mesmo valor para o perodo analisado.

O recurso despendido pelos Mestres corresponde essencialmente ao tempo como formadores de


competncias tcnico-profissionais: 696 horas de formao aos beneficirios do Estado Puro.

A Cruz Vermelha Portuguesa despendeu at ao momento o recurso com valor mais alto, comparativamente
aos restantes stakeholders. Os recursos passam por despesas de investimento, cursos correntes, 50% de
afetao da coordenadora do projeto e honorrios dos mestres.

Os voluntrios representam o recurso despendido pelas entidades parceiras ao projeto Estado Puro. Para
calcular o valor final deste recurso foi tido em conta o valor/hora nacional do trabalho de voluntariado. Sendo
assim, tendo em conta as 190horas de formao de tutoria modelar terica dadas pelos parceiros.

Finalmente, sendo monetrio o recurso despendido pelos Clientes, este representa 942.98 em candeeiros,
398 dos Kits de Natal (tbua de madeira + avental) e 99 do manequim.

STAKEHOLDERS RECURSOS VALOR ANUAL

Reclusos (beneficirios) Tempo no considerado

Fundao Montepio Financiamento do projeto 20.000

EP Sintra Espao das oficinas 7200

Mestres Tempo 0.0

Entidades parceiras Voluntrios 754.,3

CVP/ Equipa Estado Puro recursos humanos, custos operacionais 18043,62

Clientes comerciais Monetrios 1430,98

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ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

2.2. RESULTADOS

Os Reclusos recebem 190h de formao terica, estando previstas mais 72h. So ainda realizadas 696 horas
de formao prtica, continuando esta formao em curso, 15 horas de treino de competncias sociais, 4
horas de balano de competncias e o suporte da rede de apoio em meio livre.

Destacamos ainda que, relativamente s famlias dos reclusos, so realizadas aes de interveno social e
desenvolvido o plano de monitorizao deste caso. Quanto ao stakeholder Mestres, realiza 696 horas de
formao prtica.

As Entidades Parceiras so responsveis por 190 horas de formao e contribuem para a definio dos
produtos Estado Puro desenvolvidos nas oficinas, perfazendo cerca de 10 visitas ao EP. Os Clientes comerciais
adquirem 77 produtos socialmente responsveis elaborados nas oficinas.

STAKEHOLDER RESULTADOS

Reclusos (beneficirios) 190h formao terica realizadas + 72h previstas


696 horas de formao prtica
15 horas treino competncias sociais
4 horas balano competncias
Rede de Apoio em Meio livre

Fundao Montepio Colaborao numa sesso do plano de Tutoria modelar terico

Famlia dos reclusos 4 aes de apoio em meio livre, incluindo:


Realizao de interveno social , junto de uma familia ( apoio no realojamento do nucleo
familiar e comparticipao de despesas)
Satisfao das necessidades bsicas de uma famlia

EP Sintra Implementao e criao das condies, para o funcionamento das 3 oficinas


105 visitas de entidades externas
2 eventos

Mestres 696 horas de Formao tcnico-profissional

Entidades parceiras: 24 Mdulos formao terica


Associao RUMO; O 190 horas
companheiro; Vale Dacor;
10 visitas
Desafio Jovem; Joo sem
medo; Sapana; XNC

Clientes comerciais Aquisio de 77 produtos oficinais


3 Mostras de produtos

Cruz Vermelha Portuguesa Colaborao em algumas sesses de tutoria modelar terica, nomeadamente, Apresentao
da Instituio e projeto, Cidadania, Sade, empreendedorismo)
Distribuio de verbas

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ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

3. TEORIA DA MUDANA

3.1. TEORIA DA MUDANA PARTIDA

Num primeiro momento de contacto com o meio prisional sentiu-se a necessidade de fazer uma anlise
bibliogrfica, para contextualizao. Vrios estudos identificam diferentes abordagens para a definio de
perfis do recluso em Portugal e os papis sociais divergentes deste contexto.

Dos estudos analisados acerca do meio prisional, salienta-se que, em 2001, a maioria dos reclusos do sexo
masculino, jovem, com baixa escolaridade, solteiro ou a viver em unio de facto e empregado em profisses
de baixa qualificao. Evidencia-se que a sua ltima profisso, antes da recluso, envolve o trabalho manual e
comrcio (que passou de 83,1% em 2001 para 85% em 2007) e implica baixos rendimentos (Torres et al, 2008).

A escolaridade mantm-se baixa, embora registando um aumento nos graus de ensino superior de 2001 a
2007. A maioria dos reclusos possui apenas o 1 e 2 ciclos do ensino bsico. O analfabetismo continua a
afetar maioritariamente as mulheres (15,5%), em contraste com os homens (7,7%). Importa salientar a subida
no 3 ciclo do ensino bsico, ensino secundrio e tambm no ensino superior, tanto de homens como de
mulheres (Torres et al, 2008).

A rigidez do sistema e a inflexibilidade das regras e normas vigentes contribuem para a aprendizagem da
diferenciao de papis, que comea com a entrada destes indivduos no processo de recluso e compromete
a operacionalizao do seu trabalho individual de reinsero.

Atravs da consulta de stakeholders prioritrios como a DGRSP e o EP de Sintra foi possvel definir como
objetivos principais: a promoo da aquisio e desenvolvimento de competncias pessoais, profissionais e
sociais da pessoa reclusa, adaptando a formao ao contexto prisional para promover a aquisio de
competncias especficas adequadas ao desempenho de uma atividade profissional; promover o acesso a
um percurso formativo e laboral com recurso a bolsa de formao/insero social; promover uma imagem
positiva de utilidade/contributo social da populao reclusa face sociedade civil geral; estimular e apoiar a
construo de um projeto pessoal/familiar a implementar no regresso vida em sociedade; apoiar a pessoa
reclusa no desenvolvimento dos prprios projetos em meio livre de forma sustentada e, por fim, facilitar a
autonomizao financeira da pessoa reclusa a partir da gerao de rendimento, atravs da remunerao do
trabalho, contribuio para o fundo de apoio sua reinsero e diminuio da reincidncia.

Para a operacionalizao dos objetivos citados anteriormente, definiram-se trs atividades principais: plano
de tutoria modelar terica, produo oficinal e apoio em meio livre. Pretende-se que estas atividades sejam
indutoras de mudanas em todos os stakeholders envolvidos.

MUDANAS DE CURTO, MDIO E LONGO PRAZO ESPERADAS PARTIDA

O principal stakeholder do projeto representado pelos reclusos. Tendo em conta o perfil deste beneficirio
descrito no captulo refente aos stakeholdersprev-se, numa primeira fase, que o projeto possa promover o
aumento da rede social e restabelecer/fortalecer os laos familiares. Seguidamente, espera-se tambm que o
projeto contribua para a diminuio do isolamento, o aumento da confiana, da motivao e da autoestima,
de onde se ambiciona poder incentivar o aumento da capacidade de resilincia dos beneficirios. Prope-se
colmatar estas mudanas atravs do plano de tutoria modelar terico que integra a fase inicial do projeto.

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ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

Numa perspetiva profissional, pretende-se que o projeto, numa primeira fase, promova a capacitao atravs
da aquisio de competncias tcnicas e que possa contribuir para o Fundo Disponvel e o Fundo de
Reinsero dos reclusos. A partir daqui perspetiva-se que o projeto possa promover a incluso profissional e
a capacidade de empreendedorismo o que, por sua vez, permite aumentar a autossustentabilidade dos
beneficirios.

No que concerne a questes do foro inter-relacional, pretende-se, inicialmente, a adaptao a novas rotinas,
a participao em dinmicas de grupo e o estabelecimento de inter-relaes. Atravs destas mudanas
espera-se incentivar o aumento do sentido de pertena ao projeto e ao grupo de trabalho, o fortalecimento
das relaes de empatia e a capacidade de gerir conflitos e que, em ultima instncia, se desenvolva o aumento
da capacidade de trabalhar em grupo.

Relativamente ao stakeholder famlia dos reclusos e sobretudo atravs do trabalho de acompanhamento


desenvolvido em meio livre , pretende-se comear por desenvolver a conscincia da necessidade do suporte
familiar. Esta consciencializao, esperamos, impulsionar o restabelecimento dos laos afetivos e incentivar
o aumento da rede de suporte, culminando na promoo da coeso familiar.

Ainda relativamente a este stakeholder, pretende-se inicialmente contribuir para a satisfao das necessidades
bsicas e o aumento da rede de suporte, atravs das atividades de apoio em meio livre. Daqui perspetiva-se
que advenha o aumento do seu sentimento de segurana, da confiana e da proatividade, contribuindo para
a autonomizao da famlia.

Os mestres so co-responsveis pela componente de tutoria tcnica/profissional dos beneficirios diretos do


projeto. Pretende-se assim, numa primeira fase, promover a sensibilizao para as problemticas do meio,
atravs do contacto direto com a realidade do contexto prisional para que seja depois possvel desenvolver o
interesse e dedicao ao projeto e contribuir para o enriquecimento pessoal e profissional dos mestres.

Com o stakeholder entidades parceiras pretende-se que o processo de mudanas a curto, mdio e longo
prazo seja muito semelhante ao dos mestres, pois aquelas entidades tm, igualmente, uma responsabilidade
acrescida na promoo das competncias dos beneficirios. Ambiciona-se, ento, sensibilizar estes futuros
tutores para as problemticas do meio, atravs do contacto direto com a realidade do contexto prisional. De
seguida, espera-se contribuir para o interesse pelo projeto e, por fim, para o seu enriquecimento pessoal e
profissional.

Para o stakeholder estabelecimento prisional prev-se promover como mudanas de curto prazo, o aumento
da oferta formativa atravs da implementao de trs oficinas inclusivas e de um sistema de apoio em
contexto prisional, particularizando o acompanhamento do beneficirios por parte da equipa tcnica do
projeto. Seguidamente, ambiciona-se aumentar a ocupao nos tempos de pena e contribuir para a melhoria
do ambiente prisional.

Ainda neste stakeholder, numa perspetiva da abertura ao exterior, projeta-se numa primeira fase favorecer o
desenvolvimento de novas dinmicas intra e inter institucionais que derivem da promoo conseguida,
numa fase inicial, do aumento da rede de contactos e suporte.

Finalmente, no stakeholder clientes comerciais, ambiciona-se que de incio ocorra uma sensibilizao para as
problemticas de contexto prisional, atravs do contacto direto com esta realidade. De seguida, pretende-se
estimular a aquisio dos produtos Estado Puro, no sentido de dinamizar o conceito de responsabilidade
social.

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ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

3.2. TEORIA DA MUDANA CHEGADA

No momento da chegada ao terreno, a partir das entrevistas e fichas de inscrio a que foram sujeitos os
reclusos nas quais foi possvel validar questes do foro sociodemogrfico e familiar , constam como
pontos-chave da prognose motivacional o facto de lhes ser importante a ocupao do tempo, a aquisio
de competncias tcnicas, a aprendizagem e a possibilidade de abrir o leque de oportunidades1.

Foi iniciada a tutoria modelar terica, no sentido de desenvolver as competncias pessoais e sociais destes
indivduos. De acordo com as grelhas de assiduidade e avaliaes, obtiveram uma taxa de aprovao de
100% e de assiduidade de 90%. Do acompanhamento em meio livre, foi possvel iniciar o processo de
restabelecimento dos laos familiares e aumentar a rede de suporte atravs do envolvimento com a Rede da
CVP e entidades parceiras. Os reclusos evidenciaram a diminuio do isolamento, o aumento da confiana,
da autoestima e da motivao, assumindo sentirem-se capaz[es] de desempenhar muitas funes sozinho
realando a aquisio de eficcia e criatividade. Destas evidncias considera-se ser possvel aumentar o
potencial de reinsero.

Na mudana relativa promoo das competncias tcnicas evidencia-se uma evoluo positiva no grupo,
variando as avaliaes entre o suficiente e o muito boa produtividade. Na contribuio para os fundos de
salientar a bolsa de formao de 100 atribuda a cada beneficirio e a distribuio das receitas dos produtos.
Daqui, advm o apoio na incluso profissional e na capacidade empreendedora, que se concretiza no
encaminhamento s entidades parceiras de incluso profissional. A consumao da autossustentabilidade
destes indivduos implica um perodo de tempo at que possa ser validada.

No que concerne ao foro inter-relacional, a pretenso partida de que estes indivduos se adaptassem a
novas rotinas, participassem em dinmicas de grupo e estabelecessem relaes de empatia foram
evidenciadas nos testemunhos dos guardas e da direo do EP, que assumem estar um grupo muito
diferente () mais responsveis, mais calmos evidenciando ser notrio que este um grupo [de] homens
com muito talento. evidente o aumento do sentido de pertena ao projeto e ao grupo, o fortalecimento
das relaes e a capacitao para a gesto de conflitos. A capacidade de trabalhar em grupo verificada
atravs do esprito de coeso e capacidade de partilha de tarefas nas oficinas.

Relativamente s famlias dos reclusos, foi possvel restabelecer laos afetivos, tendo os reclusos afirmado
que um dos campos em que sentiram mais impacto do projeto ter sido na reaproximao com a famlia.
Esta questo abre caminho coeso familiar sustentada.

Ainda neste contexto, foram doados bens alimentares e de higiene e apoiado o relojamento de uma famlia
em condies precrias de habitabilidade. O aumento da rede de suporte tornou-se uma mudana
imprescindvel para a promoo do sentimento de apoio e proatividade, evidenciado pelo aumento de
pedidos de ajuda. Pretende-se promover a autonomizao da famlia, que s ser validada com a incluso
profissional sustentada de, pelo menos, um dos membros da mesma.

Com o stakeholder mestres houve facilidade em sensibiliz-los para as problemticas do meio. O contacto
direto com o sistema prisional levou ao visvel interesse e dedicao ao projeto, evidenciado no empenho
nas oficinas, assumindo um enriquecimento pessoal e profissional.

As entidades parceiras, por seu turno, demonstraram abertura e dedicao ao projeto, prontido e capacidade
de resposta assertiva, reconhecendo que o mesmdo contribuiu para o seu enriquecimento pessoal e
profissional dos tcnicos envolvidos.

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ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

No caso do stakeholder estabelecimento prisional, efetivou-se o aumento de apoio e da oferta formativa,


atravs das oficinas e da mentoria, aumentando a ocupao dos tempos de pena e promovendo a melhoria
do ambiente (denotando haver menos conflitos). Evidenciou-se uma abertura ao exterior, fruto do
envolvimento de entidades externas.

Para os clientes comerciais, foi evidente o acrcimo de sensibilidade para as problemticas e o contacto
direto com o projeto, tendo j havido encomendas, o que promove o conceito de responsabilidade social.

RECLUSOS

Para a mudana aumento do rendimento, utilizou-se o indicador, de cariz objetivo, da receita originada pelo
projeto at ao momento (por recluso).

Para a mudana capacitao para a autossustentabilidade, considerou-se pertinente identificar o nvel de


motivao e o nmero de horas de aes de tutoria, com o intuito de percecionar a aquisio de competncias.
Neste caso foi calculada a mdia da quantidade de mudana (expressa em % como distncia percorrida
DP) verificada no nvel de motivao e considerada a taxa de aproveitamento dos beneficirios, tendo sido
calculada a mdia das duas DP e multiplicada pelo nmero de beneficirios, para determinar a quantidade
total desta mudana.

A motivao aparece como indicador porque, segundo a literatura (Lieury & Fenouillet, 2000, p. 9), quanto
mais motivado o indivduo estiver, mais persistente se afirma e com mais facilidade tende em conseguir a
mudana. Relativamente ao segundo indicador, pretende evidenciar a aquisio de competncias pessoais,
sociais e profissionais a estes indivduos.

Relativamente mudana aumento da auto-estima, considerou-se importante analisar o nvel de


autoconfiana de cada beneficirio, questionado diretamente atravs de uma escala de Likert. Para completar
esta mudana, tendo-se procedido ao levantamento do nmero de sesses, tendo em conta a relao
existente entre a capacidade e prontido em participar em sesses de grupo e as implicaes da autoestima
nas reas como sucesso ocupacional, relacionamentos interpessoais e desempenho acadmico (Trzesniewski,
Donnellan & Robins, 2003). Tambm neste caso foi calculada a DP do nvel de automotivao e do nmero de
atividades que frequentaram, tendo sido identificada a mdia das duas e multiplicada pelo n de beneficirios
para determinar a quantidade.

Para a mudana aumento do potencial de reinsero, foram tidos em conta indicadores como o nvel de
expectativas face mudana positiva de vida , no sentido em que estas reforam a a capacidade para a
mudana de vida. Ainda no segmento deste indicador, surge um outro relativo ao nmero de objetivos/
metas para meio livre, a fim de aferir a sustentao para a mudana. O processo de clculo foi idntico ao
descrito anteriormente.

Relativamente mudana aumento da capacidade de relacionamento, crucial para a (re)integrao em


sociedade, considerou-se importante avaliar a capacidade que estes indivduos tm para trabalhar em grupo
e, por sua vez, o nmero de sesses de grupo em que participaram. A escolha destes indicadores deveu-se ao
facto de a primeira se revelar crucial a uma plena (re)insero em sociedade e a segunda permite-nos avaliar
o desenvolvimento desta mudana (dado que a participao nas sesses de grupo voluntria).

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ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

Aumento da rede social Diminuio do isolamento, Aumento do


e restabelecer laos aumento de confiana, potencial de
familiares motivao e auto-estima reinsero

Aquisio de competncias
incluso profissional autosustentabilidade
e aumento do Fundo Disponvel
e empreendedorismo
e de Reinsero Social

Restabelecimento
Coscincia da necessidade dos laos afetivos, Coeso
do suporte familiar aumento da rede familiar
de suporte

FAMLIAS

Para a mudana aumento da coeso familiar foram tidos em conta indicadores como o nvel de satisfao nas
relaes familiares, a fim de aferir o tipo de relao existente antes da integrao destas famlias no projeto
Estado Puro e com isso avaliar o seu desenvolvimento. O outro indicador passou por aferir o nmero de
contactos feitos entre
Adaptao a famlias
a novas rotinas, e o indivduo recluso,doe sentido
Aumento perceberde se existe alterao a partir da implementao
pertena
participao em dinmicas ao projeto e ao grupo de trabalho,
do projeto. Foram calculadas as DP de ambos indicadores, identificada a mdia das duasCapacidade e multiplicada
de pelo
de grupo, estabelecimento
nmero de beneficirios, para determinar a fortalecimento das relaes de
quantidade total. trabalhar em grupo
de interrelaes empatia, capacidade de gerir conflitos

Satisfao das
necessidades bsicas, Sentimentos de segurana,
confiana, proatividade e Melhoria da
aumento de rede de qualidade de vida
suporte autonomizao

Restabelecimento
Coscincia da necessidade dos laos afetivos, Coeso
do suporte familiar aumento da rede familiar
de suporte

Sensibilizao para Interesse e Enriquecimento


as problemticas dedicao pessoal e
em contexto prisional pela rea profissional

91
Sensibilizao para Interesse e Enriquecimento
as problemticas dedicao pessoal e
em contexto prisional pela rea profissional
Satisfao das
necessidades bsicas, Sentimentos de segurana,
confiana, proatividade e Melhoria da
aumento de rede de qualidade de vida
suporte autonomizao
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

Restabelecimento
ESTABELECIMENTO PRISIONAL (EP)
Coscincia da necessidade dos laos afetivos, Coeso
do suporte
Relativamente mudana aumento
familiar melhoria do ambiente da rede
prisional, familiar
a escolha dos indicadores foi complexa, visto
de suporte
existirem inmeros fatores internos e externos que influenciam este ambiente. No entanto, foram
considerados dois indicadores que se destacam nos testemunhos dos beneficirios: a perceo quanto s
relaes entre a populao prisional (no sentido de se perceber se existem alteraes aps a implementao
do mesmo) e o nmero de novas ofertas formativas, (j que estas so cruciais ocupao dos tempos de
Sensibilizao
pena e por para
isso ao aumento Interesse
dos momentos de reforo e
positivo Enriquecimento
carateristicos das sesses de promoo de
as problemticas dedicao pessoal e
competncias do projeto). O processo de clculo da quantidade de mudana foi idntico ao descrito
em contexto prisional pela rea profissional
anteriormente.

Para a mudana abertura ao exterior e partindo sempre do principio da rigidez do sistema , considerou-se
importante aferir o nmero de entidades externas intervenientes no projeto e envolvidas com o EP. Foram
considerados conco beneficirios:
Sensibilizao para diretora, adjudante de direo,
Interesse e tcnicas de reinsero e chefe dos guardas
Enriquecimento
prisionais.as problemticas dedicao pessoal e
em contexto prisional pela rea profissional

Adaptao a novas rotinas, Aumento do sentido de pertena


participao
Aumento em dinmicas
da oferta ao projeto e ao grupo de trabalho, Capacidade de
de formativo,
grupo, estabelecimento
aumento fortalecimento das relaes de
Maior ocupao Melhoria do ambiente
trabalhar em grupo
de interrelaes
de apoio em contexto empatia,
dos tempos dede
capacidade gerir conflitos
pena prisional
prisional

Satisfao das
Sensibilizaobsicas,
necessidades para Sentimentos de segurana,
MESTRES Conhecimento Melhoria da
Responsabilidade
asEproblemticas
ENTIDADES
aumento de rede dePARCEIRAS confiana, proatividade e
do projeto
autonomizao qualidade
Social de vida
em contexto prisional
suporte
Estes dois stakeholders expressaram mudanas idnticas. Logo, os indicadores tidos em conta revelam-se
igualmente semelhantes em ambos os stakeholders. Para a mudana realizao pessoal, nos mestres
destacaram-se indicadores relativos ao nvel de satisfao quanto relao com os beneficirios, com intuito
de se perceber a evoluo destas relaes e do Restabelecimento
nmero de contactos com estes indivduos reclusos (que
tendeCoscincia
e ser cadadavez maior no decurso do projeto).
necessidade dosNa mesmo
laos mudana, para o stakeholderCoeso
afetivos, parceiras, foram
tidos em do
conta nmero
suporte aumento e
de contactos com os beneficirios
familiar daorede
nvel de realizao pessoal. familiar
de suporte

Sensibilizao para Interesse e Enriquecimento


as problemticas dedicao pessoal e
em contexto prisional pela rea profissional

Sensibilizao para Interesse e Enriquecimento


as problemticas dedicao pessoal e
em contexto prisional pela rea profissional

Aumento da oferta
formativo, aumento Maior ocupao Melhoria do ambiente
de apoio em contexto dos 92
tempos de pena prisional
prisional
em contexto prisional pela rea profissional

ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

Sensibilizao para Interesse e Enriquecimento


as problemticas dedicao pessoal e
CLIENTES contexto prisional
em pela rea profissional

Os indicadores utilizados nvel da consciencializao social e nmero de produtos do


projeto adquiridos pretendem quantificar o impacto do projeto no domnio da sensibilizao para a
responsabilidade social. Foram calculadas as DP de ambos indicadores, identificada a mdia das duas e
Aumento da oferta
multiplicada pelo aumento
formativo, nmero de beneficirios para Maior
determinar a quantidade total. Neste
ocupao casodo
Melhoria nenhum,
ambientedos
clientesde
havia adquirido produtos
apoio em contexto socialmente responsveis
dos tempos previamente
de pena ao projeto. prisional
prisional

Sensibilizao para
Conhecimento Responsabilidade
as problemticas
do projeto Social
em contexto prisional

93
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

4. PROVAS E VALOR

4.1. INDICADORES (QUANTIDADE)

STAKEHOLDERS MUDANAS INDICADORES

Aumento do rendimento Receita originada a partir do projeto (por recluso)

RECLUSOS Capacitao para a Nvel de Motivao


autosustentabilidade Avaliao obtida relativamente aquisio de competncias

Autoestima Nvel de auto-confiana


Nmero de atividades em que participou

Nvel de expectativa face mudana de vida para melhor


Nmero de objetivos/metas para meio livre
Potencial de reinsero

Capacidade de Capacidade de trabalhar em grupo


relacionamento N de sesses de trabalho em grupo

Coeso Familiar Nvel de satisfao com as relaes familiares


Numero de contactos com a famlia
FAMLIAS DOS RECLUSOS
Melhoria da qualidade de Nmero de necessidades bsicas satisfeitas
vida Nvel de satisfao quanto rede de apoio

Melhoria do ambiente Perceo quanto s relaes entre a populao prisional


prisional Nmero de novas ofertas formativa
ESTABELECIMENTO
PRISIONAL Abertura ao exterior Nmero de entidades externas intervenientes
Relao com entidades externas

Nvel de satisfao quanto relao com os beneficirios


Nmero de contactos com os beneficirios
MESTRES Realizao Pessoal

Enriquecimento Capacidade para adequao dos contedos formativos s


Profissional necessidades do contexto
Nmero de novas/reforo competncias profissionais

Realizao pessoal Nmero de contactos com os beneficirios


Nvel de realizao pessoal
PARCEIROS

Enriquecimento Nvel de realizao profissional


Profissional Nmero de novas/reforo competncias profissionais

CLIENTES Responsabilidade Social Nvel de consciencializao para a responsabilidade social

94
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

4.2. DURAO
Para estabelecer a durao de cada mudanaa, foi utilizada para todos os beneficirias a questo Se o
projeto terminasse amanh, durante quanto tempo sentiria o impacto na mudana?, tendo a questo sido
aplicada maioria das mudanas.

Como opes de resposta foram apresentados os seguintes intervalos de tempo:

0 - 1 ano 1 - 2 anos + de 2 anos

valor atribudo: 1 valor atribudo: 2 valor atribudo: 2

Considerou-se que o impacto do projeto nas mudanas estipuladas ocorreu durante o ano de implementao,
tendo-se assumido o valor 1 na coluna relativa ao comeo.

Em relao mudana relativa ao aumento do rendimento dos beneficirios, tendo em conta o carcter de
continuidade do projeto e a j existncia de acordos e parcerias comerciais, foi considerado que a mudana
ir continuar para alm dos dois anos, tendo sido considerado o valor 2 para a durao.

STAKEHOLDER MUDANA DURAO DESCRIO

RECLUSOS Aumento do 2 Pretende-se que a marca Estado Puro continue para


rendimento alm de 3 anos, contribuindo para os Fundos disponiveis
e de reinsero dos reclusos

Capacitao para a 2 Informao declarada pelos beneficirios, sendo emitido


autosustentabilidade certificado quanto aquisio das competncias (
respostas/n inquritos)

Autoestima 2 Informao declarada pelos beneficirios ( respostas/n


inquritos)

Potencial de reinsero 2 Informao declarada pelos beneficirios ( respostas/n


inquritos)

Capacidade de se 2 Informao declarada pelos beneficirios ( respostas/n


relacionarem inquritos)

FAMLIAS DOS Coeso Familiar 2 Informao declarada pelos beneficirios ( respostas/n


RECLUSOS inquritos)

Melhoria da qualidade 2 Informao declarada pelos beneficirios ( respostas/n


de vida inquritos)

ESTABELECIMENTO Melhoria do ambiente 2 Informao declarada pelos beneficirios ( respostas/n


PRISIONAL inquritos)

Abertura ao exterior 1 Informao declarada pelos beneficirios ( respostas/n


inquritos)

95
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

STAKEHOLDER MUDANA DURAO DESCRIO

MESTRES Realizao pessoal 2 Informao declarada pelos beneficirios ( respostas/n


inquritos)

Enriquecimento 2 Informao declarada pelos beneficirios ( respostas/n


profissional inquritos)

PARCEIROS Realizao pessoal 2 Informao declarada pelos beneficirios ( respostas/n


inquritos)

Enriquecimento 1 Informao declarada pelos beneficirios ( respostas/n


profissional inquritos)

CLIENTES Sensibilizao para a 2 Informao declarada pelos beneficirios ( respostas/n


responsabilidade social inquritos)

4.3. APROXIMAES FINANCEIRAS

Relativamente s aproximaes financeiras, tentou-se envolver os stakeholders na valorizao das mudanas,


no sentido de aferir a sua perceo quando ao valor que estariam dispostos a despender para obter a
mudana.

Quanto aquisio de competncias pea importante na perspetiva de autosustentabilidade dos reclusos


, considerou-se o custo hora do IEFP para este tipo e nvel de formao, sem ter em conta os custos logsticos
de organizao (de forma a conseguir uma estimativa conservadora).

No que toca ao enriquecimento profissional dos mestres e parceiros, considerou-se o custo de mercado de
um curso de certificao profissional.

Na melhoria do ambiente prisional, considerou-se o custo de mercado de um curso de gesto de conflitos,


no sentido de promover uma mudana semelhante do projeto.

Quanto sensibilizao para a responsabilidade social, os clientes indicaram a percentagem do preo do


produto que atribuiriam responsabilidade social. Desta forma foi possvel perceber a peso do mesmo no
valor dos produtos adquiridos.

96
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

STAKEHOLDERS MUDANAS APROXIMAO FINANCEIRA (AF) VALOR

RECLUSOS Aumento do Foi considerado o valor das bolsas de formao (3000 euros) 147,70
rendimento e montantes relativos venda de produtos oficinais at ao
momento (1430,98 euros), a dividir pelo n total de
beneficirios abrangidos at ao momento (30)

Capacitao para a Calculado o valor hora do mercado do formador at nvel 3 726,52


autosustentabilidade (20 euros + iva) x o n horas a dividir pelo n de beneficirios
at ao momento

Autoestima Valor mdio que os reclusos declararam estar dispostos a 409,26


dispender pela mudana, tendo em conta o salrio mdio
nacional

Potencial de Foi considerado o valor mais baixo consultado no mercado 95,00


reinsero relativo a cursos de coaching por pessoa

Capacidade de se Valor mdio que os reclusos declararam estar dispostos a 379,50


relacionarem dispender pela mudana, tendo em conta o salrio mdio
nacional

FAMLIAS DOS RECLUSOS Coeso Familiar Valor mdio que as familias declararam estar dispostos a 352,50
dispender pela mudana, tendo em conta os seus
rendimentos

Melhoria da qualidade Valor mdio que as familias declararam estar dispostos a 353,50
de vida dispender pela mudana, tendo em conta os seus
rendimentos

ESTABELECIMENTO Melhoria do ambiente Foi considerado o valor mdio do mercado relativo a cursos 285,00
PRISIONAL de gesto de conflitos

Abertura ao exterior Foi considerado o custo de organizao de um seminrio 553,50


relativo a projetos de responsabilidade social com entidades
externas (4,5

MESTRES Realizao pessoal Valor mdio que os mestres declararam estar dispostos a dar 302,50
pela mudana

Enriquecimento Foi considerado o valor mdio do mercado relativo a cursos 600,00


profissional de certificao profissional

PARCEIROS Realizao pessoal Valor mdio que os parcerios declararam estar dispostos a 100,00
dispender pela mudana

Enriquecimento Foi considerado mdio do mercado relativo a cursos de 600,00


profissional certificao profissional

CLIENTES Responsabilidade Foi inquirida qual a percentagem do preo dos artigos 715,49
Social adquiridos que atribuiria responsabilidade social e
multiplicada a percentagem pelo valor total dos produtos
adquiridos.

97
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

5. IMPACTO E RETORNO SOCIAL

5.1. ATRIBUIO I

STAKEHOLDERS MUDANAS AT I FONTE/QUESTO

RECLUSOS Aumento do rendimento 0% O aumento do rendimento proveniente do projeto, no


existindo oferta semelhante no Estabelecimento Prisional

Capacitao para a 17% Mdia das resposta dos reclusos que responderam sim
autosustentabilidade questo: Se o projeto no existisse acha que teria sentido
o aumento da capacidade de autonomizao?

Autoestima 32% Mdia das resposta dos reclusos que responderam sim
questo: Se o projeto no existisse acha que teria sentido
o aumento da autoestima?

Potencial de reinsero 17% Optou-se por considerar a mesma mdia das resposta
dos reclusos que responderam sim questo: Se o
projeto no existisse acha que teria sentido o aumento
da capacidade de autonomizao?

Capacidade de se 53% Optou-se por considerar a mdia das resposta dos


relacionarem reclusos que responderam sim questo: J participou
ou teve acesso a outras aes que tivessem contribudo
para a sua capacidade de trabalhar em grupo?

FAMLIAS DOS RECLUSOS Coeso Familiar 0% Considerou-se a resposta das familias questo: Se o
projeto no existisse acha que teria sentido o mesmo
impacto na coeso familiar?

Melhoria da qualidade de 0% Considerou-se a resposta das familias questo: Se o


vida projeto no existisse acha que teria sentido o mesmo
impacto na melhoria da qualidade de vida?

ESTABELECIMENTO Melhoria do ambiente 0% Considerou-se a resposta do EP questo:Se o projeto


PRISIONAL no existisse acha que teria sentido o mesmo impacto na
melhoria do ambiente?

Abertura ao exterior 0% Considerou-se a resposta do EP questo: Se o projeto


no existisse acha que teria sentido o mesmo impacto na
abertura ao exterior?

98
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

STAKEHOLDERS MUDANAS AT I FONTE/QUESTO

MESTRES Realizao pessoal 50% Mdia das resposta dos mestres que responderam sim
questo: Se o projeto no existisse acha que teria sentido
o mesmo impacto na realizao pessoal?

Enriquecimento 50% Mdia das resposta dos mestres que responderam sim
profissional questo: Se o projeto no existisse acha que teria sentido
o mesmo impacto na sua realizao profissional?

PARCEIROS Realizao pessoal 40% Mdia das resposta dos parceiros que responderam sim
questo: Se o projeto no existisse acha que teria sentido
o mesmo impacto na realizao pessoal?

Enriquecimento 100% Mdia das resposta dos parceiros que responderam sim
profissional questo: Se o projeto no existisse acha que teria sentido
o mesmo impacto na sua realizao profissional?

CLIENTES Responsabilidade Social 0% Considerou-se atravs do contacto direto com os


clientes, que todavia no tinham tido contacto com
produtos socialmente responsveis

5.2 ATRIBUIO II

STAKEHOLDERS MUDANCAS AT II FONTE/QUESTO

RECLUSOS Aumento do 0% O aumento do rendimento proveniente do projeto, no


rendimento existindo oferta semelhante no Estabelecimento Prisional
Capacitao para a auto
sustentabilidada Capacitao 42% Mdia das resposta dos reclusos que responderam sim
para a auto questo: J participou ou teve acesso a outras aes que
sustentabilidade tivessem contribudo para a sua autonomizao em meio
autosustentabilidade livre?

Autoestima 44% Mdia das resposta dos reclusos que responderam sim
questo: J participou ou teve acesso a outras aes que
tivessem contribudo para a sua autoestima?

Potencial de 42% Optou-se por considerar a mesma mdia das resposta


reinsero dos reclusos que responderam sim questo: J
participou ou teve acesso a outras aes que tivessem
contribudo para a sua autonomizao em meio livre?

Capacidade de se 53% Optou-se por considerar a mdia das resposta dos


relacionarem reclusos que responderam sim questo: J participou
ou teve acesso a outras aes que tivessem contribudo
para a sua capacidade de trabalhar em grupo?

99
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

STAKEHOLDERS MUDANCAS AT II FONTE/QUESTO

FAMLIAS DOS RECLUSOS Coeso Familiar 0% Considerou-se a resposta das familias questo: J
participou ou teve acesso a outras aes que tivessem
contribudo de igual forma para a coeso familiar?

Melhoria da 0% Considerou-se a resposta das familias questo: J


qualidade de vida participou ou teve acesso a outras aes que tivessem
contribudo de igual forma para a melhoria da qualidade
de vida?

ESTABELECIMENTO PRISIONAL Melhoria do 50% Considerou-se a resposta do EP questo: J participou


ambiente ou teve acesso a outras iniciativas que tivessem
contribudo de igual forma para a melhoria do ambiente?

Abertura ao exterior 50% Considerou-se a resposta do EP questo: Se o projeto


no existisse acha que teria sentido o mesmo impacto na
abertura ao exterior?

MESTRES Realizao pessoal 50% Mdia das resposta dos mestres que responderam sim
questo: J participou ou teve acesso a outras aes que
tivessem contribudo de igual forma para a sua realizao
pessoal?

Enriquecimento 100% Mdia das resposta dos mestres que responderam sim
profissional questo: J participou ou teve acesso a outras aes que
tivessem contribudo de igual forma para a sua realizao
profissional?

PARCEIROS Realizao pessoal 40% Mdia das resposta dos parceiros que responderam sim
questo: J participou ou teve acesso a outras aes que
tivessem contribudo de igual forma para a sua realizao
pessoal?

Enriquecimento 60% Mdia das resposta dos parceiros que responderam sim
profissional questo: J participou ou teve acesso a outras aes que
tivessem contribudo de igual forma para a sua realizao
profissional?

CLIENTES Responsabilidade 0% Considerou-se as respostas questo: J participou ou


Social teve acesso a outras aes que tivessem contribudo de
igual forma para a sensibilizao da Responsabilidade
social?

100
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

5.3. TAXA DE REDUO

STAKEHOLDERS MUDANAS REDUO FONTE/QUESTO

RECLUSOS Aumento do rendimento 50% Estratgia do projecto/Observao


participante

Capacitao para a 25% Observao participante


autosustentabilidade

Autoestima 25% Observao participante

Potencial de reinsero 50% Observao participante

Capacidade de se 50% Observao participante


relacionarem

FAMLIAS DOS RECLUSOS Coeso Familiar 25% Observao participante

Melhoria da qualidade de vida 25% Observao participante

ESTABELECIMENTO Melhoria do ambiente 50% Observao participante


PRISIONAL
Abertura ao exterior 50% Observao participante

MESTRES Realizao pessoal 25% Observao participante

Enriquecimento profissional 100% Observao participante

PARCEIROS Realizao pessoal 25% Observao participante

Enriquecimento profissional 100% Observao participante

CLIENTES Responsabilidade Social 0% Observao participante

Como escala para atribuio da taxa de reduo considerou-se:

100% - Aps o primeiro ano a mudana perde completamente o seu efeito.

75% - possivel que perdure algum impacto ainda que pequeno ao longo do tempo.

50% - O impacto da mudana pode decair bastante.

25% - O impacto da mudana pode no ser to forte como no inicio.

0% - No h reduo do impacto da mudana e at pode haver um aumento.

101
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

5.4. DESLOCAO

Sendo a deslocao definida como as consequncias negativas que a interveno pode ter e tendo sido
percecionado pela equipa e os beneficirios apenas o impacto positivo da mesma, foi considerado que a
anlise da deslocao no se aplica ao projeto.

5.5. CLCULO DO RETORNO SOCIAL

5.5.1. MAPA DE IMPACTO SOCIA1

Dados retirados a partir dos inquritos aplicados, mercado consultado, centro de custo do projeto, apoio do
mecenas e vendas do projeto realizadas.

Como visivel no mapa de impacto, tendo em conta todos os pressupostos, recursos, quantidades, valores,
durao e descontos identificados o valor SROI obtido foi de 1:3,45 euros. Ou seja, ao nvel do impacto do
projeto na populao reclusa, por cada euro investido no projeto Estado Puro, ir conseguir-se um retorno
social de 3,45 euros.

Tendo em conta a fase atual de projeto no que toca a parcerias e acordos comerciais, alm do aumento de
numero de horas de capacitao pessoal e profissional, este valor considerado bastante positivo e com um
claro potencial de aumento de retorno social quando consolidadas as premissas comerciais do projeto.

5.2.2 ANLISE DE SENSIBILIDADE

AT I AT II REDUO RACIONAL

0% 0% 100% Considera-se que o projeto termina e no possibilita a


continuao do fluxo de verbas para os reclusos

27% 52% 50% Aumento de 10 % nos descontos de atribuio I e II e o


agravamento da reduo para 50%

42% 54% 50% Aumento de 10 % nos descontos de atribuio I e II e o


agravamento da reduo para 50%

27% 52% 50% Aumento de 10 % nos descontos de atribuio I e II e o


agravamento da reduo para 75%

36% 63% 50% Aumento de 10 % nos descontos de atribuio I e II e o


agravamento da reduo para 75%

0% 0% 75% Considera-se que existe um claro deterioro do impacto do


projeto na coeso familiar aps o projeto

1 O Mapa de Impacto, com os dados essenciais desta anlise, apresentado no final.

102
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

AT I AT II REDUO RACIONAL

0% 0% 75% Considera-se que existe um clara reduo do impacto na


melhoria da qualidade de vida da familia aps o projeto

10% 60% 75% Aumento de 10 % nos descontos de atribuio I e II e o


agravamento da reduo para 75%

10% 60% 75% Aumento de 10 % nos descontos de atribuio I e II e o


agravamento da reduo para 75%

60% 60% 55% Aumento de 10 % nos descontos de atribuio I e II e o


agravamento da reduo para 50%

50% 100% 100% O pressuposto base j negativo, no tendo sido realizada


qualquer alterao do pressuposto

50% 50% 50% Aumento de 10 % nos descontos de atribuio I e II e o


agravamento da reduo para 50%

100% 0% 100% O pressuposto base j negativo, no tendo sido realizada


qualquer alterao do pressuposto

0% 0% 50% Considera que findo o projeto estive um decrescimo


acentuado na responsabilidade social dos clientes

Foram alterados os pressupostos com vista a criar um worst case e um best case scenario, tendo sido
diminuidos/aumentados os diferentes descontos.

Em relao ao worst case scenario, integra aumentos nas atribuies I e II e um agravamento na reduo,
tendo sido obtido o valor de retorno social de 2,63 euros, conforme mapa em anexo. Uma reduo de 24%
do valor de retorno social inicialmente calculado.

No que toca ao best case scenario, para alm da diminuio das atribuies I e II, contempla ainda uma
perspetiva mais otimista de ligeira ou nenhuma diminuio do impacto do projeto findo o mesmo, tendo
sido obtido o valor de retorno social de 4,20 euros, o que representa um aumento de 22% face ao valor de
retorno social inicialmente calculado.

Realar ainda que a vertente comercial do projeto, consequente angariao de receitas para os fundos de
reinsero social dos reclusos e o processo continuo de capacitao pessoal e profissional constituem aspetos
com um claro potencial de aumento do valor de retorno social, pelo que, quando consolidados alguns destes
aspetos expectvel um aumento do valor SROI agora calculado.

103
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

6. CONCLUSO E
RECOMENDAES
A implementao de uma nova metodologia de avaliao acarreta a necessidade de mudana e adaptao
dos tcnicos e instituies envolvidas. Este desafio ainda maior nas situaes em que o projeto avaliado j
teve incio, no tendo sido prevista a respetiva metodologia no seu plano inicial de monitorizao e avaliao.

Apesar dos valores de investimento elevados, o projeto intervm numa rea onde existe reduzida interveno
estatal e de organizaes da sociedade civil, nomeadamente na rea do empreendedorismo social em
contexto prisional e na rede de apoio em meio livre a ex-reclusos e suas famlias.

Considera-se que todas as atividades previstas no projeto so de carater estrutural, ou seja, fazem parte da
estrutura operacional do projeto, o que pretende garantir a questo da sua sustentabilidade, de forma a
permitir a construo de um processo de (re)insero dos beneficirios diretos do projeto, de forma
estruturada e sustentada no tempo.

Relativamente ao ndice de retorno social atingido, revela que os benefcios da interveno so superiores ao
investimento realizado, tanto pelos financiadores como pelo promotor do projeto. No entanto, considera-se
ser bastante conservador, na medida em que est prevista a replicao do projeto e a maturao do mesmo,
o que possibilitar o fortalecimento das parcerias e redes j estabelecidas. Este fortalecimento permitir uma
maior solidez financeira do projeto, com o reforo das verbas destinadas aos fundos de reinsero dos
reclusos, com influncia direta no ndice de retorno social.

A partir da anlise do impacto do projeto por mudana e respetivo stakeholder verifica-se que o projeto vai
de encontro aos seus objetivos iniciais, ou seja, a promoo da reinsero e melhoria da qualidade de vida
dos reclusos e suas famlias. Este impacto est diretamente relacionado com o investimento do projeto na
capacitao, atravs do plano de tutoria terico e prtico e da rede de acompanhamento local que possibilita
a melhoria da qualidade de vida das famlias, nomeadamente atravs da satisfao das necessidades bsicas
e apoio na procura ativa de emprego. A interveno a nvel familiar encontra-se ainda evidenciada no valor
do impacto relativo mudana coeso familiar.

A mudana referente ao aumento do rendimento dos reclusos demonstra tambm um elevado impacto, o
qual se espera venha a aumentar tendo em conta a consolidao das parcerias e redes comerciais, o que
levar a um aumento das receitas provenientes dos produtos elaborados pelo projeto.

A relevncia do impacto relativa sensibilizao para a responsabilidade social encontra-se diretamente


relacionada com a vertente comercial do projeto, a qual visa garantir pressupostos de qualidade dos produtos
marca Estado Puro, divulgar as aes do projeto e sensibilizar os clientes para a temtica da responsabilidade
social.

Relativamente s mudanas sentidas pelo stakeholder reclusos, optou-se por convergir o impacto na
mudana potencial de reinsero com o impacto na mudana capacitao para a autosustentabilidade por
contriburem de forma crucial para o processo de reinsero e incluso social do stakeholder. O impacto ao
nvel destas mudanas o de maior peso proporcional, traduzindo-se em 43% do total do impacto verificado
nas mudanas daquele stakeholder.

104
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

20+20+1413910
IMPACTO POR MUDANA

Capacitao para a autosustentabilidade 20%

Melhoria da qualidade de vida 20%

Aumento do rendimento 14%

Responsabilidade social 14%

Coeso Familiar 13%

Autoestima 9%

Outras 10%

27+43+1713
IMPACTO POR MUDANA: RECLUSOS

Capacitao para a autosustentabilidade 27%

Aumento do rendimento 43%

Autoestima 17%

Capacidade de se relacionarem 14%

Quanto ao impacto por stakeholder, verifica-se que, de acordo com as pretenses iniciais do projeto so os
reclusos e suas famlias os principais beneficiados com a interveno do projeto. Este facto prende-se com a
abordagem estratgica do projeto, o qual afeta mais recursos nas diferentes atividades que incidem nestes
dois stakeholders.

No que concerne ao stakeholder clientes, o impacto verificado relaciona-se com o plano de negcio do
projeto, o qual associa a elevada qualidade dos produtos Estado Puro ao conceito da responsabilidade social,
tendo sido bsatente valorizado pelo stakeholder, nomeadamente quanto ao seu peso na estrutura de preo
dos produtos.

Foi considerado, para efeitos de variao do impacto nas mudanas, que as mesmas ocorrem durante a
implementao do projeto, ou seja, no existe variao entre o ano zero e ano um, pois o impacto nas
mudanas dos stakeholders permanece pelo menos um ano. Relativamente ao ano dois, foi verificado um
decrscimo total de, aproximadamente 28% relativamente ao ano anterior, de acordo com as respostas
fornecidas pelos stakeholders.

105
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

IMPACTO POR STAKEHOLDER

Quanto s mudanas, o decrscimo no impacto da mudana abertura ao exterior no estabelecimento


prisional de 100%, ou seja, o stakeholder considerou que, caso o projeto terminasse, passado dois anos
deixaria de sentir o impacto na mudana; tal deve-se ao fluxo de agentes externos que regularmente
intervm no projeto.

VALOR ANUAL DA MUDANA

PONTOS FORTES

A metodologia SROI representa para a instituio a aquisio de uma nova competncia que permite uma
nova perspetiva ao nvel da conceo e avaliao de projeto, nomeadamente quanto ao impacto das
diferentes aes e atividades previstas.

A valorizao do projeto manifestada pelas famlias revela a relevncia e necessidade de intervenes desta
natureza, assumindo-se como ferramentas indutoras de incluso socioprofissional e dissuasoras de
reincidncia criminal.

106
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

A aplicao desta metodologia permitiu ainda identificar algumas lacunas, nomeadamente ao nvel da
monitorizao e acompanhamento dos ex-reclusos e famlias em meio livre. Tal facto permitiu o
aperfeioamento do processo de acompanhamento e suporte previsto.

Ficou reforada a necessidade de um maior envolvimento de todos os stakeholders, tanto na prpria


formulao e construo das intervenes como ao nvel da avaliao das mesmas.

O impacto verificado ao nvel da sensibilizao para a responsabilidade social no stakeholder clientes


comerciais revela a recetividade do mercado a produtos com garantia de qualidade e socialmente
responsveis, o que poder significar uma oportunidade ao nvel comercial, potenciando a sustentabilidade
do projeto.

PONTOS FRACOS

Destacamos a dificuldade de mensurao das aproximaes financeiras declaradas pelos stakeholders, bem
como a volatilidade e inflexibilidade do meio prisional introduo de novos projetos e metodologias.

Apesar de estar inicialmente prevista a quantificao do impacto na mudana relativa ao enriquecimento


profissional dos mestres e parceiros envolvidos, tal no foi possvel pois os mesmos declararam no ter
adquirido novas competncias profissionais atravs do projeto. Este facto prende-se com os motivos que
levaram sua incluso no projeto, entre os quais a experincia profissional e a experiencia em meio prisional.
No entanto, ambos os stakeholders revelaram ter adquirido capacidade de adaptao de contedos e tcnicas
aos beneficirios do projeto alm de terem evidenciado um enriquecimento pessoal proveniente dessa
mesma experincia.

Por fim, detetou-se a necessidade de abranger um maior nmero de beneficirios na metodologia com vista
obteno de uma maior amostra e consequente fiabilidade dos dados.

RECOMENDAES

R1: Incluso da metodologia SROI na fase inicial de implementao/replicao de novos projetos, com vista a
ser includa no plano de monitorizao e avaliao.

R2: Repetio da metodologia SROI em diferentes perodos (anos).

R3: Aplicao da teoria da mudana ao nvel dos objetivos do projeto no intuito de poder identificar e
quantificar as mudanas cruciais expectveis nos beneficirios envolvidos.

R4: Aperfeioamento das metodologias de recolha de informao relativa s aproximaes financeiras


(consulta a mercado, fornecedores).

107
ESTADO PURO - Cruz Vermelha Portuguesa

7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
A Guide to Social Return on Investment, The Cabinet Office, 2009.7

Direco-Geral de Estabelecimentos Prisionais. (2010). Estatisticas Prisionais 2012.

Gonalves, Leonel; Gonalves, Rui. (2012). Agressividade, estilo de vida criminal e adaptao priso.

Gua para el Retorno Social de la Inversin (SROI), CIVIS, 2012.

Lieury, Alain. (2000). Motivao e aproveitamento escolar. Edies Loyola.

Lus, Joo. (2012). Perspetivas da populao portuguesa acerca do sucesso da sua futura ressocializao.
Trabalho para obteno de graduao acadmica. Universidade Fernando Pessoa, Faculdade Cincias
Humanas e Sociais. Porto.

Trzesniewski, K., Donnellan, M. & Robins, R. (2003). Stability of self-esteem across the life span. Journal of
Personality and Social Psychology, 84, 205-220. Retirado de Sbicigo; Bandeira; DellAglio. (sd). Rosenberg
Self-Esteem Scale (RSS): factorial validity and internal consistency. Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Brasil.

108
8. MAPA DE IMPACTO
Stakeholders Recursos Resultados Mudanas Descontos (DC) Impacto Clculo do Retorno Social

Quem afetamos/nos O que vo eles Valor Atividades em nmeros Descrio Indicador Quantidade Durao Comeo* Aproximao Financeira (AF) Valor Atribuio I Deslocao Atribuio II Reduo QT x AF - DC Taxa de Desconto 5.50%
afeta? investir? (QT)
O que muda nas suas Que preo atribumos mudana? Ano 0 Ano 1 Ano 2
vidas?
RECLUSOS Tempo Bolsa de Formao e Aumento do Receita originada a partir do projeto (por recluso) 60 2 1 Foi considerado o valor das bolsas de formao 147.70 0% 0% 50% 8,862.00 8,862.00 8,862.00 4,431.00
receitas provenientes da rendimento (3000 euros) e montantes relativos venda de
venda de produtos produtos oficinais at ao momento (1430,98
euros), a dividir pelo n total de beneficirios
abrangidos at ao momento (30)
886 Horas Aes de Tutoria Capacitao para a Nvel de motivao (subj) / 886 horas aes de tutoria 35.4 2 1 Calculado o valor hora do mercado do 726.52 17% 42% 25% 12,381.03 12,381.03 12,381.03 9,285.78
(Terica/Prtica) autosustentabilidade (terica/prtica) X horas treino de competencias pessoais, formador at nvel 3 (20 euros + iva) x o n
4 horas de balano de competncias horas a dividir pelo n de beneficirios at ao
momento
15 horas treino de Autoestima Nvel de auto-confiana (subj) / Nmero de atividades em 34.80 2 1 Valor mdio que os reclusos declararam estar 409.26 32% 44% 25% 5,423.45 5,423.45 5,423.45 4,067.59
competencias pessoais/4 que participou (obj) dispostos a dar pela mudana, tendo em conta
horas de balano de o salrio mdio nacional
competncias
Atividades de apoio em Potencial de Nvel de expectativa face mudana de vida para melhor 36 2 1 Foi considerado o valor mais baixo consultado 95.00 17% 42% 50% 1,646.39 1,646.39 1,646.39 823.19
meio livre/Treino de reinsero (subj)/ Nmero de objetivos/metas para meio livre (obj) no mercado relativo a cursos de coaching
competencias pessoais
403 sesses realizadas em Capacidade de se Capacidade de trabalhar em grupo (subj)/ N de sesses de 34.2 2 1 Valor mdio que os reclusos declararam estar 379.05 26% 53% 50% 4,508.71 4,508.71 4,508.71 2,254.35
grupo (886 horas) relacionarem trabalho em grupo (obj) dispostos a pagar pela mudana, tendo em
conta o salrio mdio nacional
FAMLIAS DOS Tempo 4 aes realizadas em meio Coeso Familiar Nvel de satisfao nas relaes familiares (sub)/ Nmero de 22.5 2 1 Valor mdio que as familias declararam estar 352.50 0% 0% 25% 7,931.25 7,931.25 7,931.25 5,948.44
RECLUSOS livre/Rede de apoio em contatos com a famlia (obj) dispostos a pagar pela mudana, tendo em
meio livre conta os seus rendimentos
Melhoria da Nmero de necessidades bsicas satisfeitas (obj) 34.8 2 1 Valor mdio que as familias declararam estar 353.50 0% 0% 25% 12,301.80 12,301.80 12,301.80 9,226.35
qualidade de vida dispostos a pagar pela mudana, tendo em
conta os seus rendimentos
ESTABELECIMENTO Espao/Recursos 7,200.00 3 Oficinas criadas, 2 Melhoria do Perceo quanto s relaes entre a populao prisional 3.5 2 1 Foi considerado o valor mdio do mercado 285.00 0% 50% 50% 498.75 498.75 498.75 249.38
PRISIONAL Humanos eventos ambiente (subj)/ Nmero de novas ofertas formativa (obj) relativo a cursos de gesto de conflitos
105 visitas de entidades Abertura ao exterior Nmero de entidades externas intervenientes (obj)/ Relao 0.875 1 1 Foi considerado o custo de organizao de um 553.50 0% 50% 50% 242.16 242.16 242.16 0.00
externas com entidades externas (subj) seminrio relativo a projetos de
responsabilidade social com entidades
externas
MESTRES Tempo 348 sesses de tutoria Realizao pessoal Nvel de satisfao quanto relao com os beneficirios 2.625 2 1 Valor mdio que os reclusos declararam estar 302.50 50% 50% 25% 198.52 198.52 198.52 148.89
prtica (696 horas) (subj)/Nmero de contactos com os beneficirios (obj) dispostos a dar pela mudana, tendo em conta
o salrio mdio nacional
Enriquecimento Capacidade para adequao dos contedos formativos s 0.75 2 1 Foi considerado o valor mdio do mercado 600.00 50% 100% 100% 0.00 0.00 0.00 0.00
profissional necessidades do contexto (subj)/ Nmero de novas/reforo relativo a cursos de certificao profissional
competncias profissionais (obj)
PARCEIROS Tempo 754.30 95 tutoria modelar terica e Realizao pessoal Nmero de contatos com os beneficirios (obj)/Nvel de 12.75 2 1 Valor mdio que os reclusos declararam estar 100.00 40% 40% 25% 459.00 459.00 459.00 344.25
10 visitas parceiros realizao pessoal (subj) dispostos a dar pela mudana, tendo em conta
o salrio mdio nacional
Enriquecimento Nvel de realizao profissional (subj)/ Nmero de novas ofertas 10.875 1 1 Foi considerado o valor mdio do mercado 600.00 100% 40% 100% 0.00 0.00 0.00 0.00
profissional formativa (obj)/ Reforo de competncias profissionais (obj) relativo a cursos de certificao profissional
CLIENTES Recursos 1,430.98 77 produtos adquiridos/3 Responsabilidade Nvel de consciencializao para a responsabilidade social 12 2 1 Foi inquirida qual a percentagem do preo dos 715.49 0% 0% 0% 8,585.88 8,585.88 8,585.88 8,585.88
monetrios Mostras de produtos Social (subj)/ Nmero de produtos socialmente responsveis que artigos adquiridos que atribuiria
adquiriu (obj) responsabilidade social e multiplicada a
percentagem pelo valor total dos produtos
adquiridos.
CRUZ VERMELHA Recursos 18,043.62 0.00 0.00 0.00 0.00
PORTUGUESA monetrios
FUNDAO Apoio monetrio 20,000.00 0.00 0.00 0.00 0.00
MONTEPIO
Total 47,428.90
Total 63,038.93 63,038.93 63,038.93 45,365.09
Valor presente de cada ano (aps descontos) 63,038.93 59,752.54 40,758.37
Valor atual lquido total (VAL) 163,549.85
VAL - Investimento 116,120.95
Retorno Social por (VAL / investimento) 3.45
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FAMLIA + FELIZ

Projeo de impacto 2016-2018


METODOLOGIA SROI

Cruz Vermelha Portuguesa - Delegao de Fafe


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SUMRIO EXECUTIVO
A Cruz Vermelha PortuguesaDelegao de Fafe tem vindo a afirmar-se no concelho pela particularidade de
trabalhar numa lgica de proximidade comunidade, com base em metodologias participativas, que
potenciam o envolvimento ativo dos beneficirios na resposta s suas prprias vulnerabilidades.

O projeto Famlia+Feliz assume-se como uma reestruturao da tradicional distribuio gratuita de bens a
famlias em situao de vulnerabilidade social, de forma a envolver ativamente os beneficirios e a
comunidade no reaproveitamento e distribuio sustentvel de vesturio, calado, brinquedos, alimentos e
mobilirio. Os beneficirios foram desafiados a assumir o papel de voluntrios, potenciando o seu
empoderamento enquanto parte ativa do seu processo de insero. A entrega de bens passou a processar-se
no s de forma gratuita, na instituio, mas tambm numa loja social gerida por voluntrios, mediante
atribuio de um donativo em troca das peas escolhidas, o que permite responder a situaes de pobreza
envergonhada, angariar fundos, e incentivar no s a doao como o consumo de bens em segunda mo e a
responsabilidade social e ambiental da comunidade e da prpria instituio.

Com a presente anlise pretende-se quantificar o valor gerado pelo projeto, comunic-lo a todas as partes
interessadas (stakeholders) e produzir informao sustentada que gere maior eficincia e captao de apoios
que o tornem mais abrangente e sustentvel.

O rcio SROI obtido foi de 2,31, o que se considera coerente com a natureza, a fase de desenvolvimento do
projeto e os constrangimentos de tempo da presente anlise. Conclui-se sobretudo a necessidade de
promover novas metodologias de recolha de dados, mais adequadas ao perfil das familias beneficirias e
voluntrios e que permitam chegar a outros stakeholders no considerados na presente anlise.

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1. MBITO E STAKEHOLDERS
1.1. MBITO DA ANLISE

A Cruz Vermelha Portuguesa - Delegao de Fafe (CVP-DF), tem como misso prestar assistncia humanitria
e social no Concelho de Fafe, em especial aos mais vulnerveis, pelo que pretende comunicar a todos os
stakeholders e possveis financiadores o impacto das suas atividades, de modo a promover um maior
envolvimento e melhorar a eficincia e alcance das aes desenvolvidas.

A conjuntura econmica europeia e nacional alterou-se significativamente nos ltimos anos, aumentando a
franja da populao em risco de pobreza e/ou excluso social e de privao material. Esta situao encontra-
se associada s mudanas nas condies de acesso e manuteno de prestaes sociais e nos montantes
adstritos s mesmas, elevada taxa de desemprego - sobretudo quanto afeta ambos os membros do casal - e
ao aumento das situaes de sobre-endividamento. Estes fatores tm particular significncia no concelho de
Fafe, originando novas situaes de pobreza, pelo que se poder inferir um novo perfil de beneficirios de
apoios sociais, que requerem novas metodologias de interveno.

Para a presente anlise SROI foram selecionadas as atividades do projeto Famlia+Feliz angariao, recolha,
triagem e distribuio, gratuita ou mediante donativos simblicos, de bens doados e consideradas as suas
dimenses mais relevantes: acessibilidade de pessoas/famlias em situao de vulnerabilidade
socioeconmica a bens de consumo, envolvimento ativo de beneficirios como voluntrios nas aes do
projeto e participao da comunidade no reaproveitamento e consumo de bens em segunda mo.

Este projeto conta atualmente com os donativos no monetrios da comunidade e de duas empresas.
Envolve beneficirios em todas as fases da ao e novos pblicos no acesso aos seus servios. Pretende-se
com esta anlise, por um lado, quantificar o valor gerado na sequncia desta nova metodologia de
interveno e, por outro, captar outros financiamentos que a tornem mais abrangente e sustentvel. As suas
atividades foram alvo de anlise, de modo a estimar o SROI para os anos de 2016 a 2018, a comunicar a
potenciais financiadores e decisores com interesse no projeto.

1.2. STAKEHOLDERS

1.2.1. STAKEHOLDERS INCLUDOS/EXCLUDOS

Os stakeholders selecionados para anlise foram considerados atravs de uma avaliao preliminar da sua
materialidade, tendo em conta o benefcio ou contribuio relevante e significativa para o projeto.

Nesse sentido, foram includos na anlise famlias beneficirias e voluntrios (e ex-voluntrios) por
beneficiarem (ou terem beneficiado) diretamente do projeto, atravs da doao de bens de consumo ou da
participao enquanto voluntrios. Foi ainda includa a prpria instituio promotora do projeto, uma vez
que o seu envolvimento tem implicado um aumento considervel no nmero de peas de vesturio, calado
e mobilirio recicladas - e consequentemente maior responsabilidade ambiental da mesma.

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Apesar de ter sido ponderada a incluso de empresas doadoras, patrocinadores e doadores particulares,
optou-se pela sua excluso, tendo em conta a disperso de informao decorrente do facto de implicar um
grande nmero de pessoas, com contactos espordicos e breves com a instituio, e por no se conseguir
aceder a um conjunto de informao contabilstica, no caso das empresas, que permita avaliar em que
medida experienciam mudanas significativas na sequncia da sua participao no projeto. Considerou-se
ainda que, embora as entidades sinalizadoras testemunhem, por vezes, as mudanas verificadas nos
beneficirios do projeto, no experienciam nenhuma mudana direta como resultado do projeto, pelo que
no foram includas na presente anlise.

Finalmente, foram ainda consultados peritos com conhecimento nas reas temticas do projeto, que
pudessem contribuir, atravs da sinalizao de referncias bibliogrficas e da partilha das suas eventuais
experincias de investigao, para a construo da teoria da mudana, mas apenas numa perspetiva de
auscultao, no sendo considerados na anlise.

Tabela 1 - Stakeholders includos

STAKEHOLDERS INCLUDOS? JUSTIFICAO

Famlias beneficirias dos bens doados SIM Beneficiam diretamente dos bens doados. Com a atual
conjuntura socioeconmica torna-se mais difcil o acesso a
apoios sociais, aumentam as situaes de desemprego e
sobreendividamento, entre outras, pelo que se torna mais
relevante este apoio para satisfao de necessidades bsicas/
libertao do oramento familiar para outras despesas

Voluntrios (atuais e ex-voluntrios) SIM Beneficiam diretamente pelo envolvimento no projeto


enquanto voluntrios, pela valorizao pessoal e profissional
da decorrente. Tornam-se parte ativa em todas as fases do
projeto e consequentemente do seu processo de reinsero
socioprofissional.

Doadores particulares de bens NO Apesar de contriburem diretamente para o projeto, atravs


da doao de bens de consumo novos ou usados, no
possvel o seu envolvimento, tendo em conta que estas
doaes so efetuadas em diferentes espaos da instituio e
que os doadores geralmente no apresentam
disponibilidade para um contacto mais demorado no
momento da entrega dos bens.

Entidades doadoras de bens NO Trata-se de entidades como escolas, associaes, grupos


recreativos e outras coletividades, que mobilizam cidados
para a angariao e doao de bens para o projeto,
resultando em iniciativas com visibilidade na comunidade.
Apesar de contriburem diretamente para o projeto, no
possvel o seu envolvimento, tendo em conta o elevado
nmero de pessoas mobilizadas por cada entidade, o que
origina alguma disperso de informao relativamente ao
impacto da ao.

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STAKEHOLDERS INCLUDOS? JUSTIFICAO

Empresas doadoras de bens NO Apesar de contriburem diretamente para projeto, ainda que
na maior parte das vezes o pedido seja endereado pela
CVP-DF ou resulte de interesse fiscal das prprias entidades,
no possvel aceder a informao que permita calcular o
retorno obtido por estas empresas na sequncia do donativo
efetuado.

Patrocinadores NO Contribuem diretamente para o projeto, geralmente sem


qualquer contrapartida do ponto de vista fiscal, ainda que a
instituio se preocupe em divulgar nas redes sociais o apoio
concedido, contribuindo para uma boa imagem da entidade
patrocinadora. No entanto, no h uma ligao especfica ao
projeto mas sim organizao, uma vez que os apoios so
concedidos tambm a outras atividades.

Instituio SIM A execuo do projeto corresponde ao cumprimento da


misso e contribui para a boa imagem da instituio junto da
comunidade, contribuindo ainda, atravs da reciclagem de
bens, para maior responsabilidade ambiental da prpria
instituio, com os contributos da comunidade.

Entidades sinalizadoras/encaminhadoras NO So entidades com responsabilidade na resoluo dos


de situaes (Cmara Municipal, Juntas de problemas/necessidades da populao, que no possuem
Freguesia, Segurana Social, IPSSs, Escolas) respostas para a problemtica especfica evidenciada pelos
beneficirios do projeto. Testemunham em alguns casos a
mudana verificada nas situaes apoiadas, mas no
experienciam nenhuma mudana direta.

Peritos na temtica do Projeto NO So entidades com interesse e responsabilidade no estudo


da problemtica alvo da interveno. Tm conhecimento do
impacto de iniciativas semelhantes, pelo que sero apenas
consultados para auxiliar a construo da teoria da mudana.

1.2.2. ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS

Os stakeholders selecionados para anlise foram envolvidos em dois momentos distintos, considerando o seu
perfil e disponibilidade.

Numa primeira fase, foi realizado um grupo focal com alguns dos voluntrios participantes no projeto, de
forma a partilhar os objetivos gerais da metodologia SROI e recolher as suas percees sobre a sua
participao, com vista a um desenho preliminar da teoria da mudana.

Com os mesmos objetivos, foi aplicado um questionrio presencial s famlias beneficirias que
compareceram nas sesses de recolha no perodo de anlise inicial.

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Foram ainda consultados alguns peritos acadmicos nas reas temticas do projeto, mediante o
preenchimento de um inqurito enviado por e-mail, com o intuito de recolher referncias bibliogrficas e
outros dados eventualmente resultantes dos seus trabalhos de investigao, que contribussem para a
identificao de mudanas geradas pelo projeto.

Num segundo momento, procurou-se recolher evidncias que fundamentassem a teoria da mudana
construda inicialmente ou a sua reformulao, de acordo com as percees partilhadas pelos stakeholders.
Considerando os objetivos desta segunda fase, foram aplicados individualmente a todos os stakeholders
questionrios presenciais.

Refira-se que, apesar de ter sido estimada em nmero bastante superior a populao total e voluntrios para
um ano de execuo do projeto, em ambos os momentos o nmero de stakeholders envolvidos foi limitado
pelo nmero de voluntrios e famlias beneficirias que participaram nas sesses de distribuio que
decorreram nesses perodos (mximo de 2 semanas). Tal deve-se, tambm, ao facto de ter sido privilegiada
uma metodologia de envolvimento presencial, tendo em conta o perfil dos envolvidos, que no nos permitiu
alargar a anlise a todos os elementos envolvidos no projeto como seria desejvel.

Tabela 2 - Fases de envolvimento dos stakeholders

STAKEHOLDERS FASE MTODO QUEM/QUANDO AMOSTRA

Famlias beneficirias 1 fase Inqurito Colaboradores afetos ao Amostra no aleatria, por convenincia
dos bens doados presencial projeto;
N = 128 famlias
17 a 27 maro
n = 18 famlias

2 fase Inqurito Colaboradores afetos ao Amostra no aleatria, por convenincia


presencial projeto;
N = 128 famlias
27 abril a 7 maio
n = 24 famlias

Voluntrios (e ex- 1 fase Grupo focal Colaboradores afetos ao Amostra no aleatria, por convenincia
voluntrios) projeto.
N = 18 voluntrios
25 de maro
n = 4 voluntrios

2 fase Inqurito Colaboradores afetos ao Amostra no aleatria, por convenincia


presencial projeto.
N = 18 voluntrios
27 abril a 7 maio
n = 8 voluntrios

Peritos na temtica do 1 fase Inqurito Colaboradores afetos 3 professores/as e investigadores/as


Projeto enviado por anlise. universitrios (2 da Universidade do Minho e
e-mail 1 da Universidade de Aveiro) e 1 tcnica de
maro e abril uma IPSS com atividades semelhantes s
promovidas pelo projeto

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2. RECURSOS E ATIVIDADES
2.1. INVESTIMENTOS

Para os stakeholders famlias beneficirias e voluntrios, foi identificada a contribuio tempo, que no foi,
contudo, quantificada no caso das famlias. Estimamos que a contribuio dos voluntrios envolvidos no
projeto seja de 8611,2, correspondente ao valor hora de 2.76 (salrio mnimo nacional), considerando a
prestao de 3120 horas de voluntariado no projeto ao longo de um ano.

A contribuio da instituio divide-se em recursos humanos, referentes ao valor hora dos colaboradores
afetos ao projeto, materiais e disponibilizao de espaos. O valor total dos colaboradores afetos ao projeto
de 4765.04, correspondente a 52 horas de trabalho (valor hora 8.8) anuais de um tcnico superior, a 208
horas de trabalho (valor hora 4.38) anuais de 4 ajudantes de ao direta, a 52 horas de trabalho (valor hora
2.76) anuais da funcionria da limpeza, a 104 horas de trabalho (valor hora 4.49) anuais de um tcnico
administrativo e a 6 horas de formao de um formador interno (valor hora 8.8). A instituio contribui,
ainda, com o espao da loja (2160), armazm (2402.40) e respetivas despesas de fornecimentos e servios
externos (gua, luz e comunicaes: 1549.20 no caso do armazm e 480 no caso da loja), com o transporte
para recolha de bens no valor de 216 (0.36/km), o material de registo (impresses no valor de 46.8) e o
material de apoio execuo do projeto (estantes, caixas, fita-cola e sacos no valor de 1224.28). Isto totaliza
uma contribuio de 8078.68, a somar ao valor dos recursos humanos referido anteriormente, num total
global de 12843.72.

Refira-se ainda que os patrocinadores contribuem com materiais diversos, como o lanche para os voluntrios
(223.60), os materiais de proteo individual no valor de 125.70 e a caixa registadora para a loja social
(200), num total de 549.30.

Para efeitos desta anlise, consideramos que as horas de trabalho dos colaboradores, o espao, as despesas
com o transporte e os materiais de apoio e registo so recursos monetizados e que as horas de trabalho dos
voluntrios e os materiais fornecidos pelos patrocinadores so recursos no monetizados.

Tabela 3 - Recursos

STAKEHOLDERS RECURSOS VALOR

Famlias beneficirias dos bens doados Tempo No considerado

Voluntrios Tempo 8611.2

Instituio Espao loja, espao armazm, fornecimentos e servios externos 12843.72


(gua, luz, comunicaes), transporte, material de apoio, material de
registo, horas dos colaboradores envolvidos no projeto

Patrocinadores Lanche para voluntrios, materiais proteo individual, caixa 549,30


registadora

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2.2. RESULTADOS

Tabela 4 - Atividades e resultados

STAKEHOLDERS ATIVIDADES RESULTADOS

Famlias beneficirias dos Participao nas sesses de distribuio 128 famlias so apoiadas em 52 sesses de
bens doados gratuita/distribuio na loja distribuio gratuita e 255 dias de distribuio na
loja ao longo de um ano

Voluntrios Participao na recolha de bens, na triagem 18 voluntrios participam ao longo de um ano em


de bens, na distribuio gratuita e na 3120 horas de voluntariado
distribuio na loja

Instituio Organizao da recolha de bens, triagem de 52 sesses de 3 horas de recolha de bens/triagem


bens, distribuio gratuita e distribuio na de bens/distribuio gratuita e 255 dias de
loja distribuio na loja

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3. TEORIA DA MUDANA
A teoria da mudana, partida, teve por base a consulta de referncias bibliogrficas, as contribuies de
peritos nas reas temticas do projeto e a reflexo da equipa tcnica que intervm no projeto e/ou se
relaciona com os stakeholders, tendo tambm em considerao informaes que decorrem de um
envolvimento prximo de alguns dos stakeholders no planeamento e execuo do projeto, o que permite,
desde logo, uma viso mais rica de eventuais mudanas geradas pelo mesmo.

No foram efetuadas alteraes significativas na teoria da mudana aps a consulta aos stakeholders, o que
consideramos ser uma mais-valia decorrente da natureza do projeto que prev desde logo um forte
envolvimento dos stakeholders no planeamento e monitorizao das atividades.

A destacar o alargamento da mudana integrao socioprofissional, que inicialmente previa apenas a


integrao profissional dos voluntrios, mas que passou tambm a prever outras formas de integrao, como
formao ou outras medidas ocupacionais (uma vez que o prprio perfil de alguns voluntrios, condicionado
por vezes por problemas de sade, inviabiliza a sua efetiva integrao profissional).

Ainda a salientar o facto de a mudana tornam-se doadores ter sido transferida para o stakeholder
voluntrios, apesar de inicialmente ter sido atribuda ao stakeholder famlias beneficirias dos bens doados,
uma vez que, foi verbalizada pelos voluntrios como consequncia do seu envolvimento mais ativo no
projeto.

Relembra-se que na anlise de impacto social foram considerados os stakeholders famlias beneficirias,
voluntrios e instituio.

O stakeholder famlias beneficirias dos bens doados experiencia uma situao de pobreza e/ou excluso
social, em muitos casos de natureza intergeracional, que geralmente decorre de mltiplas problemticas:
baixas qualificaes, problemas de sade, conflitos familiares, desemprego ou precariedade laboral. Existem
tambm situaes em que a famlia apenas vivencia uma situao de pobreza pontual, decorrente de
sobreendividamento ou de situaes de desemprego.

O ponto de partida deste stakeholder , assim, pautado por insuficincia de recursos para suprir necessidades
bsicas e muitas vezes por atitudes de cristalizao e isolamento na sua prpria situao. Parte-se do
pressuposto de que o projeto Famlia+Feliz, potenciar, em ltima instncia, uma melhor qualidade de vida,
favorecendo trs linhas de mudana: melhoria da gesto do oramento domstico, melhoria do bem-estar e
inscrio como voluntrios do projeto.

As famlias beneficirias dos bens doados envolvidas na anlise destacaram, como previsto, a poupana (os
bens que levo j no compro e guardo para outras necessidades), disponibilidade financeira para pagamento
de dvidas (essa ajuda deu para abater algum valor da dvida na mercearia) e para aquisio de outros bens
(tenho mais dinheiro para despesas mensais com a farmcia, por exemplo). Ainda que no se tenham
referido diretamente a um maior bem-estar decorrente dos apoios proporcionados pelo projeto, referiram
que o projeto ajuda a que as pessoas andem mais bem vestidas e ajuda a alimentar-me melhor durante
algum tempo, dimenses utilizadas na medio da referida mudana. Finalmente,a inscrio como
voluntrios tem sido testemunhada pela prpria equipa tcnica, que registou, no ano de anlise, 11 novas
inscries de beneficirios como voluntrios do projeto.

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Melhor qualidade de vida

Aplicao do oramento Melhor gesto


domstico em bens no do oramento Melhor auto-estima Tornam-se voluntrios Tornam-se doadores
necessrios domstico

Compreendem melhor Tomam coscincia das


o trabalho da instituio necessidades dos outros
Maior disponibilidade Melhoria conforto
financeira para outros habitacional,
bens imagem pessoal

Tm conhecimento e Contactam com


acesso a recursos outro beneficirios e
disponibilizados pela com os voluntrios
instituio

Por sua vez, o stakeholder voluntrios caracteriza-se por incluir um grupo de pessoas simultaneamente
beneficirio dos apoios do projeto, mas que como resultado de um trabalho de sensibilizao da equipa de
acompanhamento para a importncia do voluntariado se ter tambm disponibilizado a participar
ativamente no planeamento e execuo do projeto. Colaboraram na organizao do projeto, so convidados
a participar em reunies de equipa e a envolver-se na melhoria das aes. Globalmente, a teoria da mudana
referente a este stakeholder foi construda tendo como viso a sua autonomizao, decorrente de um
conjunto de mudanas especficas: menor isolamento, maior auto-estima e integrao socioprofissional. De
registar, ainda, o facto de se tornarem doadores de bens para o projeto.

Nas diferentes fases de envolvimento na anlise, os voluntrios evidenciaram a sua satisfao e mesmo
orgulho com a participao no projeto, nomeadamente: sinto-me tima; sinto-me muito feliz em ser
voluntria; tenho vaidade em dizer que vou fazer voluntariado para a Cruz Vermelha; apesar de achar que
no tenho problemas, sinto-me melhor por poder partilhar histrias de voluntariado. Foi ainda referido
como mais-valias que a participao no projeto ajuda-me a espalhar a cabea e deixei de pensar tanto nos
problemas.

Alguns voluntrios evidenciaram ainda mudanas na satisfao com a imagem de si prprios, referindo que
em casa at se anda de pijama, ao ter que sair j nos produzimos mais e que ser voluntria d estatuto e
valor s pessoas e vrios referiram-se ao impacto do projeto na ocupao do tempo livre e diminuio da
sensao de isolamento (libertei-me, estou menos isolada; preenche o meu dia, convivo com mais
pessoas criam-se laos de amizade).

Foram tambm identificadas pelos voluntrios algumas competncias desenvolvidas no mbito do projeto
(tornei-me mais organizado, ajudou-me a melhorar a memria; j consigo identificar melhor os tamanhos
das roupas) e uma maior consciencializao das suas capacidades (achava-me incompetente, no sabia
fazer nada, aqui sinto-me competente, ajudou-me a perceber que sou til e consigo fazer alguma coisa) e
at vontade de integrao noutro tipo de atividades: tenho esperana de ser convidada para participar
como voluntria noutras atividades da CV; ao fazer voluntariado podem-se abrir portas para fazer
voluntariado noutras reas).

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Autonomizao

Integrao profissional
Melhor suporte social Melhor auto-estima
(dentro e fora da instituio)

Menor
isolamento

Envolvem-se Inscrevem-se
Tm mais vontade noutros projetos no IEFP ou em
de conviver da instituio formao

Melhoram competncias Tornam-se mais


de relacionamento Tornam-se
mais solidrios coscientes das suas
interpessoal capacidades

Contactam com
outros coluntrios, Tm mais noo
beneficirios e com do outro
a comunidade

Desenvolvem
Esto menos centrados competncias
nos problemas tcnicas e hbitos
de trabalho

Sentem-se ocupados
e teis

Por fim, os voluntrios referiram-se a uma nova forma de envolvimento no projeto, traduzida nas doaes de
bens efetuadas, referindo trago coisas que j no utilizo em casa e gosto de saber que estou a ajudar os
outros.

Finalmente, o stakeholder instituio promove o projeto e o envolvimento dos seus colaboradores e restantes
partes interessadas, introduzindo novas metodologias de interveno e organizao do trabalho. A principal
mudana que vivencia como consequncia do projeto a demonstrao de maior responsabilidade
ambiental, ao promover novas estratgias, parcerias e sensibilizando colaboradores e a comunidade para a
reciclagem dos bens doados, quer atravs da sua redistribuio aps um processo de triagem, quer atravs
do encaminhamento para a cadeia de reciclagem. O facto de a distribuio na loja social ser efetuada
mediante atribuio de um donativo simblico pelas famlias beneficirias origina uma outra mudana para
a instituio, designadamente a angariao de fundos que contribui para a sustentabilidade do prprio
projeto.

120
FAMLIA + FELIZ - Cruz Vermelha Portuguesa | Delegao de Fafe

4. PROVAS E VALOR
4.1. INDICADORES (QUANTIDADE)

A demonstrao das mudanas decorrentes do projeto implica a definio de indicadores que nos permitam
a respetiva quantificao. Nesse sentido, para efeitos da presente anlise, foi construdo pelo menos um
indicador objetivo e outro subjetivo para cada mudana, sempre que possvel com base em escalas
identificadas na reviso de literatura efetuada, mas tambm decorrentes do trabalho reflexivo da equipa de
anlise, com base na sua experincia tcnica e em todo o trabalho prvio de envolvimento dos stakeholders.
Os indicadores foram, posteriormente, transformados em questes, para que fosse possvel medir a distncia
percorrido nas vrias mudanas.

Refira-se que, prevendo-se a dificuldade que alguns stakeholders teriam em projetar o futuro e considerando
o envolvimento de (ex)-voluntrios e famlias beneficirias apoiadas h pelo menos quatro meses pelo
projeto, as questes foram colocadas no formato antes e agora, considerando-se como ponto de partida
(baseline) o perodo prvio ao incio da sua participao no projeto.

Finalmente, para o clculo da quantidade de mudana, apurou-se a mdia da quantidade de mudana


sendo a quantidade apresentada como distncia percorrida (DP) com base nos diferentes indicadores,
multiplicando-se este valor pelo total da populao estimada ao nvel de cada stakeholder (128 famlias
beneficirias dos bens doados e 18 voluntrios). No caso do stakeholder instituio, a quantidade de mudana
foi identificada diretamente com base nos quilogramas de peas enviadas para reciclagem e dos donativos
angariados na loja social.

No que se refere ao stakeholder famlias beneficirias dos bens doados, demonstram melhor bem-estar a
mudana com maior expresso em termos de quantidade, sendo que a DP apresenta valores muito prximos
para os trs indicadores apresentados. Tal coerente com a natureza do projeto, uma vez que se espera que
a distribuio gratuita de roupa, alimentos e outros bens domsticos origine uma variao positiva no que se
refere ao grau de satisfao com as condies de vida, imagem e apresentao pessoal.

Quanto aos voluntrios, verifica-se uma quantidade superior na mudana demonstram melhor auto-estima,
destacando-se a DP no indicador grau de satisfao consigo prprio. As mudanas esto menos isolados e
integram-se socioprofissionalmente no apresentam valores muito distantes, embora um pouco inferiores,
sendo a distncia percorrida bastante menor no indicador nmero de vezes em que se encontra com outras
pessoas, o que se explica pelo facto de as atividades de voluntariado se realizarem apenas uma vez por
semana para a maioria dos voluntrios.

Saliente-se ainda que, tanto na mudana tornam-se voluntrios como na mudana tornam-se doadores,
relativamente ao stakeholder famlias beneficirias dos bens doados e voluntrios, bastante superior a
distncia percorrida nos indicadores que refletem o nvel de motivao para efetuar doaes e inscrio
como voluntrios, face ao valor efetivamente verificado atravs do indicador definido em termos de doaes
e inscries o que se poder colocar como oportunidade a potenciar pela instituio, no sentido de
materializar a motivao expressa por estes valores.

121
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Tabela 6Indicadores e quantidade de mudana

STAKEHOLDERS MUDANAS INDICADORES FONTE DP QUANTIDADE

Famlias beneficirias Melhoram a Valor aplicado no Elaborao prpria 17% 23.65


dos bens doados gesto do pagamento de dvidas
oramento
Valor aplicado na Elaborao prpria 10%
domstico
aquisio de outros
bens essenciais

Nvel de auto-eficcia Financial Self-Efficacy 28%


na gesto do Scale (Lown, J.M., 2011)
oramento domestico

N. de peas Elaborao prpria 45% 53,73


disponveis que fazem
Demonstram com que se sinta mais
melhor bem-estar satisfeito com imagem
pessoal

Grau de satisfao com Escala de satisfao 38%


as condies de vida com a vidaSWLS
verso portuguesa
(Simes, 1992)

Grau de satisfao com Escala de satisfao 43%


a apresentao pessoal com a vidaSWLS
verso portuguesa
(Simes, 1992)

Tornam-se N. de inscries como Elaborao prpria 7% 30,08


voluntrios voluntrios registadas
pela instituio

Nvel de motivao Elaborao prpria 40%


para inscrio como
voluntrios

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STAKEHOLDERS MUDANAS INDICADORES FONTE DP QUANTIDADE

Voluntrios Tornam-se N. de vezes em que Elaborao prpria 6% 3,38


doadores efetuam doao de
bens

Nvel de motivao Elaborao prpria 31%


para a doao de bens

Esto menos N. de vezes em que se Elaborao prpria 16% 7,14


isolados encontra com outras
pessoas

Grau de satisfao com Escala de satisfao 64%


a participao em com suporte social
atividades sociais (Pais Ribeiro, 1999)

Nvel de isolamento Elaborao prpria 39%

N. de pessoas com Elaborao prpria 41% 9,12


quem partilha a
Demonstram experincia de
melhor auto- voluntariado
estima
Grau de confiana nas Escala Qualidade de 51%
suas capacidades VidaWHOQOL- Bref
verso portuguesa
(Canavarro et al., 2007

Grau de satisfao Escala Qualidade de 60%


consigo prprio VidaWHOQOL-Bref
verso portuguesa
(Canavarro et al, 2007)

Integram-se a N. de integraes Elaborao prpria 28% 7,45


nvel social e socioprofissionais
profissional reportadas pelos
tcnicos de
acompanhamento

Grau de satisfao com Escala Qualidade de 55%


a sua capacidade de VidaWHOQOL-Bref
trabalho verso portuguesa
(Canavarro et al, 2007)

Instituio Demonstra maior Kg de peas enviadas Elaborao prpria No 10000


responsabilidade para reciclagem
ambiental

Angaria fundos Valor dos donativos Elaborao prpria No 9000


atravs dos angariados na loja
donativos social
simblicos na loja
social

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4.2. DURAO

De forma a explorar o espao temporal em que se estendem os efeitos de cada mudana, foi colocada aos
stakeholders, para cada uma das mudanas, a questo Se este projeto terminasse amanh, durante quanto
tempo continuaria a sentir esta mudana?. A escala de resposta foi definida tendo em considerao o mnimo
de durao de um ano e o mximo de trs anos, momento a partir do qual se considera ser difcil inferir
mudanas associadas ao projeto. Foi ainda considerada a possibilidade de a mudana cessar de imediato
com o trmino do projeto, atribuindo-se, nesse caso, uma durao de 0 anos.

Com a exceo das mudanas melhoram a gesto do oramento domstico do stakeholder famlias
beneficirias dos bens doados e angaria fundos atravs de donativos simblicos na loja social do stakeholder
instituio que naturalmente se mantm apenas enquanto existir o projeto , foi atribuda uma durao de
1 ano a todas as restantes mudanas.

4.3. APROXIMAES FINANCEIRAS

As aproximaes financeiras traduzem o valor da mudana e so geradas atravs de uma representao


monetria da importncia que a mudana tem para o stakeholder. Nesse sentido, procurou-se identificar
outros servios que pudessem promover a mesma mudana, selecionados de acordo com o perfil do pblico-
alvo e a realidade do concelho de Fafe, de forma a estimar o valor das mesmas.

Para a identificao da aproximao financeira da mudana melhoram a gesto do oramento domstico


foi utilizada a metodologia das preferncias declaradas, questionando-se as famlias beneficirias
relativamente ao valor atribudo ao cabaz recebido, que depois se multiplicou por trs (nmero mdio de
distribuies anuais).

Por sua vez a mudana demonstram melhor bem-estar foi calculada no pressuposto de que um local
alternativo para aquisio dos mesmos bens que originam a melhoria do bem-estar poderia decorrer numa
superfcie comercial, pelo que foi constitudo pela equipa um cabaz de produtos, nomeadamente alimentos
e roupas, e comparados os preos mdios numa superfcie comercial de vesturio econmico e de um
supermercado onde tinha sido realizada a ltima recolha de alimentos da instituio, sendo tambm
multiplicado por trs.

Para a mudana tornam-se voluntrios no foram identificados outros servios, uma vez que possvel
estimar o valor hora do trabalho voluntrio, tendo como base de clculo o valor hora correspondente ao
salrio mnimo nacional.

Tambm no caso das mudanas relativas ao stakeholder instituio o valor da mudana foi calculado
diretamente, em funo do valor dos donativos angariados na loja social e do valor atribudo pela empresa
de reciclagem aos bens recolhidos. Refira-se que este valor foi atribudo a todos os bens, independentemente
do seu estado de conservao, uma vez que mesmo aqueles que no podero ser reutilizados, podero ser
transformados noutro tipo de recursos com valor, designadamente fibras txteis recicladas e alcatro.

As aproximaes financeiras das mudanas tornam-se doadores e esto menos isolados foram tambm
aferidas junto dos stakeholders. No primeiro caso, questionou-se os voluntrios relativamente ao valor
atribudo s doaes efetuadas, multiplicando-se o resultado por uma mdia de trs doaes anuais. Para

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aferir o valor da mudana esto menos isolados, colocou-se a questo Das seguintes opes, o que
escolheria fazer semanalmente para se sentir menos isolado?, sendo as possibilidades de resposta
previamente definidas pela equipa, tendo em conta o perfil dos voluntrios e a realidade local, tendo recado
a maioria na opo aulas de zumba.

Finalmente, foram identificados, com base na experincia de terreno da equipa, os servios que poderiam
contribuir para as mudanas demonstram melhor auto-estima e integram-se socioprofissionalmente,
respetivamente sesses de psicologia com periodicidade mensal e formao profissional. De forma a aferir o
valor destes servios, foram consultados os preos praticados por um centro de psicologia local relativamente
a cada sesso de atendimento psicolgico e uma escola profissional da regio no que se refere ao valor de
um curso de formao profissional de operador de armazenagem.

Tabela 7Aproximaes financeiras

STAKEHOLDERS MUDANA APROXIMAO FINANCEIRA VALOR DA AF

Famlias beneficirias Melhoram gesto do Valor do cabaz entregue a cada famlia, 128
dos bens doados oramento domstico considerando-se a distribuio mdia a cada
trs meses

Demonstram melhor Vale de compras a gastar num shopping 350


bem-estar

Tornam-se voluntrios Valor hora do trabalho voluntrio no projeto 430,56

Voluntrios Tornam-se doadores Valor do cabaz doado (atribuido pelos 81


prprios voluntrios), considerando uma
mdia de doaes de 3 vezes/ano

Esto menos isolados Valor de aulas de zumba 120

Demonstram melhor Uma sesso de psicologia por ms 600


auto-estima

Integram-se Valor de curso de formao de 500h 468


socioprofissionalmente

Instituio Demonstra maior Valor atribudo pela empresa de reciclagem 0,05


responsabilidade ambiental ao kg de peas enviadas para reciclagem

Angaria fundos atravs de Valor dos donativos angariados na loja social 1


donativos simblicos na loja
social

125
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5. IMPACTO E RETORNO SOCIAL


5.1. ATRIBUIO I

A atribuio I estima a proporo de mudana que teria acontecido independentemente da existncia do


projeto em anlise.

No obstante a reflexo da equipa, partiu-se da experincia dos stakeholders para a identificao deste
desconto, questionando-se quantas pessoas teriam conseguido cada mudana sem a nossa interveno e
calculando-se a mdia de respostas. A atribuio I relativa ao stakeholder instituio foi calculada pela equipa
de anlise.

Tabela 8Atribuio I

STAKEHOLDER MUDANA AT I FONTE/QUESTO

Famlias beneficirias Melhoram a gesto do 20% Em 10 pessoas apoiadas por este projeto,
dos bens doados oramento domstico quantas acha que teriam conseguido esta
mudana sem a nossa interveno?

Demonstram melhor 19%


bem-estar

Tornam-se voluntrios 16%

Voluntrios Tornam-se doadores 45%

Esto menos isolados 57%

Demonstram melhor 45%


auto-estima

Integram-se 38%
socioprofissionalmente

Instituio Demonstra maior 25% Reflexo da equipa de anlise (considerou-se


responsabilidade ambiental que, ainda que em menor escala, se verificaria
alguma mudana ao nvel da responsabilidade
ambiental da instituio, mas que a mudana
angaria fundos atravs dos donativos
simblicos na loja social no ocorreria de outra
forma)

Angaria fundos atravs dos 0%


donativos simblicos na loja
social

126
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5.2 ATRIBUIO II

A atribuio do tipo II permite-nos aferir a existncia de outros agentes que possam ter contribudo para a
mudana, sem que os tenhamos contabilizado na atribuio I.

Os stakeholders foram envolvidos na resposta a diferentes questes, que visavam identificar a existncia de
outras pessoas ou servios que pudessem ter contribudo para a mesma mudana e a quantidade de crdito
na mudana que atribuem aos mesmos e ao projeto. Considerando o reduzido nmero de respostas, a
equipa efetuou uma estimativa com base nos testemunhos recolhidos.

Tabela 9Atribuio II

STAKEHOLDER MUDANA AT II FONTE/QUESTO

Famlias beneficirias Melhoram a gesto 35% Existe outro servio que possa ter contribudo para essa mudana?
dos bens doados do oramento Qual?
domstico De 0 a 100 quanta acha que esse servio contribui para esta
mudana?
De 0 a 100 quanto acha que o nosso projeto contribui para esta
mudana?
Reflexo da equipa de anlise (foi atribuda uma percentagem de
35% aos outros servios de apoio em gneros referidos pelos
stakeholders, que apenas abrangem beneficirios de bairros
especficos da cidade e de 30% ao eventual incentivo de amigos e
familiares ou a outros fatores no identificados, que possam
contribuir para a mudana tornam-se voluntrios.

Demonstram melhor 35%


bem-estar

Tornam-se 30%
voluntrios

Voluntrios Tornam-se doadores 20% Existe outro servio que possa ter contribudo para essa mudana?
Qual?
De 0 a 100 quanta acha que esse servio contribui para esta
mudana?
De 0 a 100 quanto acha que o nosso projeto contribui para esta
mudana?
Reflexo da equipa de anlise (considerando que o tipo de
mudanas originadas pelo projeto so passveis de ser geradas em
simultneo por outras atividades ou pessoas, a equipa optou por
considerar uma atribuio II de 50% em todas as mudanas, apesar
dos 80% atribudos instituio, com exceo da mudana tornam-
se doadores, a que se associou uma atribuio II de 20%, por ser
menos permevel interveno de outros agentes)

Esto menos isolados 50%

Demonstram melhor 50%


auto-estima

Integram-se a nvel 50%


social e profissional

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STAKEHOLDER MUDANA AT II FONTE/QUESTO

Instituio Demonstra maior 25% Reflexo da equipa de anlise (a mudana demonstra maior
responsabilidade responsabilidade ambiental deve-se tambm colaborao de
ambiental doadores que entregam bens para o projeto)

Angaria fundos 0%
atravs dos donativos
simblicos na loja
social

5.3. TAXA DE REDUO


A taxa de reduo permite-nos identificar a desvalorizao a que a mudana pode estar sujeita com o passar
do tempo.

Considerando a probabilidade de a questo aplicada a este desconto poder no ser compreendida pelos
stakeholders, a reduo foi avaliada pela equipa de anlise.

STAKEHOLDER MUDANA REDUO FONTE/QUESTO

Famlias beneficirias Melhoram a gesto do 100 Reflexo da equipa de anlise, tendo em considerao
dos bens doados oramento domstico os seguintes patamares de reduo: 1) 0% no h
reduo do impacto da mudana e at pode haver um
aumento; 2) 25% o impacto da mudana pode no ser
to forte como no incio; 3) 50% o impacto da mudana
pode decair bastante; 4) 75% possvel que perdure
algum impacto, ainda que pequeno, ao longo do
tempo; 5) 100% aps o primeiro ano a mudana perde
completamente o seu efeito.

Demonstram melhor 75
bem-estar

Tornam-se voluntrios 75

Voluntrios Tornam-se doadores 50

Esto menos isolados 50

Demonstram melhor 50
auto-estima

Integram-se a nvel social e 50


profissional

Instituio Demonstra maior 50


responsabilidade
ambiental

Angaria fundos atravs dos 100


donativos simblicos na
loja social

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5.4. DESLOCAO

A deslocao refere-se a outras mudanas geradas na comunidade, de forma no intencional, na sequncia


dos processos de mudana desencadeados pelo projeto. Aps anlise da equipa, no foi detetada qualquer
deslocao, pelo que no foram efetuados descontos neste mbito.

5.6. MAPA DE IMPACTO SOCIAL1

O mapa de impacto rene os dados recolhidos ao longo das diferentes fases de anlise, permitindo o clculo
do impacto e do retorno social do projeto.

O impacto calculado multiplicando a quantidade de cada mudana pelo valor da respetiva aproximao
financeira, aplicando os devidos descontos. Conclui-se que as mudanas com maior impacto demonstram
melhor bem-estar, tornam-se voluntrios, angaria fundos atravs dos donativos simblicos na loja social)
correspondem precisamente a alguns dos aspetos inovadores do projeto: o envolvimento dos prprios
beneficirios enquanto parte ativa na resposta s suas necessidades e o recurso a uma nova forma de
distribuio de bens, que contribui para a sustentabilidade do prprio projeto.

O clculo do retorno social efetuado para um perodo temporal de trs anos, tendo em conta a durao das
mudanas, pelo que as mudanas que se extinguem com um eventual trmino do projeto no apresentam
retorno social nos anos 2 e 3.

Finalmente, o SROI do projeto obtm-se somando o retorno social de todas as mudanas ao longo dos trs
anos e dividindo pelo valor dos recursos investidos pelos stakeholders, o que resulta, no caso do presente
projeto, num retorno social de 2,31 por cada euro investido.

5.7. ANLISE DE SENSIBILIDADE

Tendo em conta as estimativas e variaes realizadas ao longo da presente anlise, importa avaliar o impacto
de alteraes em determinados parmetros, cuja variao, positiva ou negativa, pode influenciar o
desempenho do projeto. Adicionalmente, a anlise de sensibilidade proporciona equipa a oportunidade de
reflexo crtica sobre as decises tomadas ao longo da anlise e sobre eventuais necessidades de melhoria,
sustentando o valor do SROI apresentado.

Com base na anlise grfica do retorno social por stakeholder, conclui-se que as famlias beneficirias dos
bens doados apresentam maior retorno social, o que se deve em parte ao facto de no efetuarem o mesmo
tipo de investimento que os restantes stakeholders. Sujeitando as mudanas ao mesmo tipo de anlise,
conclui-se que tornam-se voluntrios e demonstram melhor bem-estar se destacam pela positiva,
enquanto as mudanas esto menos isolados, tornam-se doadores e demonstra maior responsabilidade
social assumem menor peso no SROI. Nesse sentido, introduziu-se variao em alguns destes parmetros,
nomeadamente aumentando/diminuindo a populao do stakeholder famlias beneficirias, partindo do
pressuposto de que poder efetivamente variar, diminuindo a quantidade da mudana demonstram melhor
bem-estar ou aumentando a durao da mudana esto menos isolados. naturalmente a variao na
populao a mais significativa, sendo que o aumento da durao da mudana esto menos isolados resulta
numa variao inferior a 1% no SROI.

1 O Mapa de Impacto, com os dados essenciais desta anlise, apresentado no final.

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Um conjunto de outros parmetros crticos foi identificado atravs de uma anlise reflexiva relativamente aos
pontos fortes e aspetos a melhorar da anlise. Foi tambm sujeita ao exerccio de anlise de sensibilidade a
quantidade de alguns indicadores, pelo facto de se supor que as questes colocadas podero no ter sido
bem compreendidas pelos stakeholders. Foi ainda diminuda a atribuio II da mudana demonstram melhor
auto-estima, uma vez que o valor identificado pelos voluntrios era de facto inferior, mas tinha sido revisto
pela instituio, considerando a permeabilidade desta mudana a outro tipo de agentes. Finalmente, foram
considerados os eventuais custos indiretos com a estrutura e imputados ao investimento da instituio em
5%, pelo facto de a Delegao de Fafe depender estruturalmente da Cruz Vermelha Portuguesa. Este exerccio
resultou em alteraes no SROI inferiores a 4%, que no se consideram significativas.

Finalmente, foram considerados eventuais fatores externos que possam vir a influir no impacto do projeto,
tendo-se identificado a possibilidade de as doaes sofrerem oscilaes, o que determinaria tambm uma
alterao no valor do cabaz de bens distribudos s famlias. Uma variao de 20% na referida aproximao
financeira, teve um impacto inferior a 1% no SROI, pelo que no dever constituir motivo de preocupao
para o projeto.

Para alm das variaes de cada um dos parmetros j referenciados, levadas a cabo isoladamente, foram
ainda construdos dois cenrios otimista e pessimista em que todos os parmetros crticos identificados
em cada cenrio e referenciados anteriormente foram alterados em simultneo, de forma a obter um novo
rcio SROI. Conclui-se que o SROI calculado de 2.31 poder variar entre 1,89, num cenrio pessimista, isto ,
caso se aplicassem todos os parmetros que influem negativamente no projeto, e 2,70, num cenrio
otimista.

Tabela 11Anlise de sensibilidadecenrio otimista

MTODO STAKEHOLDER PARMETRO HIPTESE VARIAO


NO SROI

Anlise grfica Famlias beneficirias Populao Aumentar a populao 12.12%


dos bens doados em 22 pessoas

Anlise grfica Voluntrios Durao da mudana esto Aumentar durao em 1 0.43%


menos isolados ano

Anlise grfica Instituio Aproximao financeira da Aumentar valor da 1.30%


mudana demonstra maior aproximao financeira
responsabilidade ambiental para 0,10

Anlise Voluntrios Quantidade do indicador n. Aumentar quantidade 0%


reflexiva de vezes que efetuam em 30%
doaes da mudana
tornam-se doadores

Anlise Voluntrios Atribuio II na mudana Diminuir a atribuio II 2.38%


reflexiva demonstram melhor para 25%
auto-estima

Anlise de Famlias beneficirias Aproximao financeira da Aumentar a aproximao 0.87%


fatores dos bens doados mudana melhoram a gesto financeira em 20%
externos do oramento domstico

130
FAMLIA + FELIZ - Cruz Vermelha Portuguesa | Delegao de Fafe

Tabela 12Anlise de sensibilidadecenrio pessimista

MTODO STAKEHOLDER PARMETRO HIPTESE VARIAO


NO SROI

Anlise grfica Famlias beneficirias dos Populao Diminuir a -12.12%


bens doados populao em
22 pessoas

Anlise grfica Famlias beneficirias dos Quantidade da mudana Diminuir -3.90%


bens doados demonstram melhor bem-estar quantidade em
10%

Anlise reflexiva Instituio Custos indiretos da Sede Nacional Aumentar valor -2.60%
da CVP nos recursos investidos dos recursos
pelo stakeholder instituio investidos pelo
stakeholder
instituio em
5%

Anlise reflexiva Famlias beneficirias dos Quantidade dos indicadores valor Diminuir 0%
bens doados aplicado no pagamento de quantidade em
dvidas da mudana melhoram a 10%
gesto do oramento domstico

Anlise reflexiva Famlias beneficirias dos Quantidade do indicador valor Diminuir 0%


bens doados aplicado na aquisio de outros quantidade em
bens essenciais da mudana 10%
melhoram a gesto do
oramento domstico

Anlise de fatores Famlias beneficirias dos Aproximao financeira da Diminuir a -0.43%


externos bens doados mudana melhoram a gesto do aproximao
oramento domstico financeira em
20%

131
FAMLIA + FELIZ - Cruz Vermelha Portuguesa | Delegao de Fafe

6. CONCLUSO E
RECOMENDAES
O SROI do projeto Famlia+Feliz foi calculado com o envolvimento dos stakeholders famlias beneficirias dos
bens doados, voluntrios e instituio, considerando o investimento maioritrio da instituio, a par das
horas de voluntariado do stakeholder voluntrios e o apoio de alguns patrocinadores.

Conclui-se que o projeto tem maior impacto no stakeholder famlias beneficirias, mas constata-se que a
mudana angaria fundos atravs de donativos simblicos na loja social tambm significativa para o
stakeholder instituio, o que se destaca positivamente pelo contributo para a sustentabilidade do prprio
projeto.

30+61+9
IMPACTO POR STAKEHOLDER

Famlias beneficirias dos bens doados

Instituio

Voluntrios

tambm coerente com os objetivos do projeto o facto de a mudana tornam-se voluntrios se destacar
positivamente na anlise do impacto, a par da mudana demonstram melhor bem-estar.

Esperar-se-ia que o impacto do projeto nos voluntrios fosse superior, mas o facto de o nmero de voluntrios
ser bastante inferior ao nmero de famlias beneficirias e por se ter atribudo maior percentagem de
desconto tendo em conta a natureza das mudanas que lhes esto associadastornam natural o resultado
encontrado.

Genericamente, considera-se que o SROI de 2.31 consistente com a natureza do projeto, a sua fase de
desenvolvimento, o tipo de mudanas geradas e o perodo disponvel para anlise. O exerccio de anlise de
sensibilidade a que foi sujeito este rcio demonstrou tambm que a eventual variao reduzida, entre 1.89
e 2.70 refletindo o rigor e fiabilidade do trabalho realizado, no obstante os constrangimentos inerentes a
este tipo de anlise.

Como ponto forte da anlise destaca-se a proximidade j existente com os stakeholders, que permitiu
construir partida uma consistente teoria da mudana. A recolha de informao foi condicionada, contudo,
pelos constrangimentos de tempo, uma vez que tendo em conta a metodologia selecionada, apenas foi
possvel envolver os stakeholders que participaram no projeto nesse perodo, limitando o tamanho da
amostra.

132
FAMLIA + FELIZ - Cruz Vermelha Portuguesa | Delegao de Fafe

5+32+2315329
IMPACTO POR MUDANA

Melhoram a gesto do oramento domstico 5%

Demostram melhor bem-estar 32%

Tornam-se voluntrios 24%

Tornam-se doadores 0,3%

Esto menos isolados 1%

Demonstram melhor auto-estima 5%

Integram-se socioprofissionalmente 3%

Demonstram maior responsabilidade ambiental 1%

Angaria fundos, atravs de donativos na loja social 29%

Refira-se ainda que a literatura recomenda a utilizao de mtodos alternativos aplicao de escalas junto
de pblicos vulnerveis, o que no foi possvel no perodo de tempo disponvel, pelo que ser importante
criar outras metodologias de envolvimento e recolha de informao. Na mesma linha de ideias, sugere-se o
desenvolvimento de estratgias para o envolvimento de outros stakeholders que no foram includos nesta
anlisenomeadamente os doadorese que seja considerada uma eventual distino entre as famlias
beneficirias da loja social e da distribuio gratuita, o que tambm no foi possvel apurar no decurso da
presente anlise.

A participao neste programa gerou ainda um conjunto de mais-valias para a instituio e equipa de anlise,
designadamente a tomada de conscincia das vulnerabilidades e pontos fortes do projeto, a partilha do
projeto com outros stakeholders e entidades, que enriqueceram o trabalho com a sua perspetiva, o
desenvolvimento de novas estratgias de medio do impacto e avaliao de projetos em geral e, ainda,
uma nova postura no que se refere ao planeamento e avaliao de projetos no contexto das atuais exigncias
da rea da economia social.

Finalmente, considera-se que todos os envolvidos esto mais capacitados para comunicar o valor
acrescentado do projeto e, dessa forma, potenciar o impacto do mesmo junto de todas as partes interessadas,
o que corresponde aos objetivos inicialmente estabelecidos para o presente exerccio de anlise.

133
FAMLIA + FELIZ - Cruz Vermelha Portuguesa | Delegao de Fafe

7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Canavarro, M. C., Simes, M. R., Vaz Serra, A., Pereira, M., Rijo, D., Quartilho, M. J., Gameiro, T. P., & Carona, C.
[2007] - Instrumento de avaliao da qualidade de vida da Organizao Mundial de Sade: WHOQOL-Bref. In
M. Simes, C. Machado, M. Gonalves, & L. Almeida (ed..) - Avaliao psicolgica: Instrumentos validados
para a populao portuguesa. Coimbra: Quarteto Editora, 2007. 3. p. 77-100.

EAPN (2014) - Indicadores sobre a pobreza: dados europeus e nacionais. [consult. 4 mar. 2015] Disponvel na
internet <URL: http://www.eapn.pt

Lown, J.M. (2011) - Development and Validation of a Financial Self-Efficacy Scale. Journal of Financial
Counseling and Planning, 22: 2 (2011) p. 54-63.

Pais-Ribeiro, J.L. (1999) - Escala de Satisfao com o Suporte Social (ESSS). Anlise Psicolgica, 3: 8 (1999)
p.547-558.

Sims, A. (1992) - Ulterior validao de uma escala de satisfao com a vida (SWLS). Revista Portuguesa de
Pedagogia,.26, (1992) p. 503-515.

134
8. MAPA DE IMPACTO
Stakeholders Recursos Resultados Mudanas Descontos (DC) Impacto Clculo do Retorno Social

Quem afetamos/ O que vo eles investir? Valor Atividades em nmeros Descrio Indicador Quantidade Durao Aproximao Financeira (AF) Valor AT I D AT II Reduo QT x AF - DC Taxa de Desconto 5.50%
nos afeta? (QT)

O que muda nas suas vidas? Como medimos a mudana? 1 Que preo atribumos mudana? Ano 0 Ano 1 Ano 2

Famlias Tempo No 128 famlias so Melhoram a gesto do Valor aplicado no pagamento de dvidas 23.65 0 Valor do cabaz entregue a cada famlia, 128.00 20% 0% 35% 100% 1574.144 1,574.14 0.00 0.00
beneficirias dos calculado apoiadas em 52 sesses oramento domstico considerando-se a distribuio mdia a cada
bens doados de distribuio gratuita Valor aplicado na aquisio de outros bens trs meses
e 255 dias de essenciais
distribuio na loja ao
longo de um ano
Nvel de auto-eficcia na gesto do oramento
domstico

Demonstram melhor N. de peas disponiveis que fazem com que se 53.73 1 Vale de compras a gastar num shopping 350.00 19% 0% 35% 75% 9901.096 9,901.10 9,901.10 0.00
bem-estar sinta mais satisfeito com imagem pessoal

Grau de satisfao com as condies de vida

Grau de satisfao com a apresentao pessoal

Tornam-se voluntrios N. de inscries como voluntrios registadas 30.08 1 Valor hora do trabalho voluntrio no projeto 430.56 16% 0% 30% 75% 7615.332 7,615.33 7,615.33 0.00
pela instituio

Nvel de motivao para inscrio como


voluntrios

Voluntrios Tempo 8,611.20 18 voluntrios Tornam-se doadores N. de vezes em que efetuam doao de bens 3.38 1 Valor do cabaz doado (atribuido pelos 81.00 45% 0% 20% 50% 120.463 120.46 120.46 0.00
participam ao longo de prprios voluntrios), considerando uma
um ano em 3120 horas Nvel de motivao para a doao de bens mdia de doaes
de voluntariado de 3 vezes/ano

Esto menos isolados N. de vezes em que se encontra com outras 7.14 1 Valor de aulas de zumba 120.00 57% 0% 50% 50% 184.212 184.21 184.21 0.00
pessoas

Grau de satisfao com a participao em


atividades sociais

Nvel de isolamento

Demonstram melhor N. de pessoas com quem partilha a experincia 9.12 1 Valor de consultas mensais de psicologia 600.00 45% 0% 50% 50% 1504.8 1,504.80 1,504.80 0.00
auto-estima de voluntariado

Grau de confiana nas suas capacidades 0.00 0.00 0.00

Grau de satisfao consigo prprio 0.00 0.00 0.00

Integram-se N. de integraes socioprofissionais reportadas 7.45 1 Valor curso formao de 500h 468.00 38% 0% 50% 50% 1080.846 1,080.85 1,080.85 0.00
socioprofissionalmente pelos tcnicos de acompanhamento

Grau de satisfao com a sua capacidade de 0.00 0.00 0.00


trabalho

Instituio Espao loja, espao armazm, 12,843.72 52 sesses de 3 horas Demonstra maior Kg de peas enviadas para reciclagem 10000 1 Valor atribudo pela empresa de reciclagem 0.05 25% 0% 25% 50% 281.25 281.25 281.25 0.00
fornecimentos e servios externos de recolha de bens/ responsabilidade ambiental ao kg de peas enviadas para reciclagem
(gua, luz, comunicaes), transporte, triagem de bens/
material de apoio, material de registo, distribuio gratuita e Angaria fundos atravs dos Valor dos donativos angariados na loja social 9000 0 Valor dos donativos angariados na loja social 1.00 0% 0% 0% 100% 9,000.00 9,000.00 0.00 0.00
horas colaboradores na superviso das 255 dias de distribuio donativos simblicos na loja
atividades de voluntariado na loja social

Patrocinadores Lanche para voluntrios, materiais 549.30


proteo individual, caixa registadora

Total 22,004.22 Total 31,262.14 31,262.14 20,688.00 0.00

Valor presente de cada ano (aps 31,262.14 19,609.48 0.00


descontos)

Valor atual lquido total (VAL) 50,871.62

VAL - Investimento 28,867.40

Retorno Social por (VAL / investimento) 2.312


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CLICK
ATIVAR COMPETNCIAS DE
EMPREGABILIDADE

Projeo de impacto 2016-2018


METODOLOGIA SROI

EAPN - Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal


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SUMRIO EXECUTIVO
A EAPN Portugal uma Associao de Solidariedade Social com estatuto de ONGD, que representa em
Portugal a European Anti Poverty Network (EAPN), desde a sua fundao em 1990. Tem por objetivo defender
os direitos humanos fundamentais e garantir que todos tenham as condies necessrias ao exerccio da
cidadania e a uma vida digna, atravs da promoo da luta contra a pobreza e excluso social, do trabalho
em rede e do envolvimento de toda a sociedade civil.

O presente trabalho pretende determinar o valor social gerado pela interveno do projeto Click - Ativar
competncias para a empregabilidade, junto do grupo de desempregados de longa durao e do tecido
empresarial (empregador) da Figueira da Foz, bem como na equipa de mediadores/as do projeto, atravs da
metodologia SROI Social Return on Investment, que permite comparar os beneficios gerados por uma
interveno com a despesa necessria para os obter.

A anlise apresentada prospetiva e pretende descrever todas as etapas percorridas para calcular o valor do
impacto social do projeto, cujo rcio SROI obtido de 2,18 de benefcios sociais por cada euro de
investimento.

O modelo SROI, segundo a anlise de sensibilidade realizada, slido, visto ter de se alterar diversas vriveis
para que o rcio se altere.

Por fim, as mudanas com maior impacto so as dos stakeholders desempregados de longa durao,
sobretudo ao nvel da mudana maior eficcia e proatividade para a procura de emprego.

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1. MBITO E STAKEHOLDERS
1.1. MBITO DA ANLISE

A EAPN Portugal uma Associao de Solidariedade Social, com estatuto de ONGD, sediada no Porto e que
estende a sua ao a todo o pas, atravs de 18 Ncleos Distritais.

A sua misso contribuir para a construo de uma sociedade mais justa e solidria, em que todos sejam
corresponsveis na garantia do acesso dos cidados a uma vida digna, baseada no respeito pelos Direitos
Humanos e no exerccio pleno de uma cidadania informada, participada e inclusiva. Sustentada nos valores
de dignidade, justia, solidariedade e igualdade, move a EAPN a viso de um mundo livre de pobreza e de
excluso social.

A nossa interveno visa dinamizar rede entre instituies, grupos e pessoas que trabalham na luta contra a
pobreza e a excluso social, promovendo e aumentando a eficcia e eficincia das suas aes, fazendo com
que tenham expresso e dando voz aos prprios indivduos vulnerveis, capacitando-os para a sua efetiva
participao. A nossa ao enquadra-se na promoo da igualdade de oportunidades para todos, intervindo
atravs de informao, investigao, formao e lbi.

O contexto de desemprego estrutural de mbito mais abrangente e igualmente local revela desde logo o
enquadramento da necessidade social a que vimos dar resposta atravs do projeto Click, integrado num
acordo de cooperao entre a EAPN Portugal e o IEFP, suas entidades promotoras e financiadoras.

Ao longo do ano de 2015, o projeto ser implementado em quatro regies, com a constituio de quatro
grupos, dois com desempregados de longa durao e dois com jovens NEET (no estudam, no trabalham
nem esto em formao), tendo em conta diferentes graus de escolaridade.

O Click um projeto de mediao entre oferta e procura de emprego, desenvolvendo um instrumento de


complementaridade aos servios de emprego pblicos. No lado da procura, atravs de sesses de coaching,
trabalhamos a motivao e ativao de outras competncias que podem contribuir para a empregabilidade
de pblicos vulnerveis, promovendo uma gesto individualizada e participativa do seu processo de procura
de emprego. No lado da oferta, apresentamos a empregadores formas ativas de promoverem
empregabilidade, atuando na dimenso da responsabilidade social, atravs de instrumentos de marketing
para a empregabilidade, dinamizando formatos experimentais de ferramentas como currculo, carta de
apresentao e entrevistas de seleo, adaptados para/com os pblicos envolvidos.

O presente relatrio SROI incide numa anlise prospetiva, junto do grupo que ter lugar no concelho da
Figueira da Foz, distrito de Coimbra constitudo por 15 desempregados de longa durao com qualificaes
elevadas. Esta anlise tem como propsito principal retirar aprendizagens sobre como melhorar a
interveno, assim como fundamentar o impacto do projeto junto dos co-financiadores.

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1.2. STAKEHOLDERS

1.2.1. STAKEHOLDERS INCLUDOS/EXCLUDOS

Neste ponto sero apresentados todos os stakeholders identificados como partes fulcrais ao desenvolvimento
do projeto e que por esse motivo, tm influncia direta na gerao de mudanas dos beneficirios do
projeto. So eles as partes interessadas na procura, na oferta, na mediao e na promoo (EAPN Portugal) e
financiamento (IEFP).

Importa salientar que, ao longo da anlise SROI, foram identificados outros stakeholders que efetivamente
seriam uma mais valia para o processo de avaliao de impacto, designadamente a comunidade, as famlias
e o Estado, mas devido ao calendrio do Programa Impacto Social, no nos foi possvel incluir.

Tabela 1 - Stakeholders includos e excludos

STAKEHOLDERS INCLUDOS? JUSTIFICAO

A) Partes interessadas na procura: Sim Beneficio direto na promoo das suas competncias
transversais e sua aplicao em competncias de
- Beneficirios diretos empregabilidade
- Identificao

- 15 Desempregados de longa
durao (DLD) com elevadas
qualificaes e com idades
compreendidas entre os 35 e 55
anos.

Famlias No As famlias poderiam ser consideradas um stakeholder a


envolver, visto os agregados familiares dos DLD sofrerem
alteraes, restries oramentais, e consequentemente,
alteraes na sua qualidade de vida. No entanto, por falta de
tempo para explorarmos as mudanas, optmos por no os
envolver.

B) Partes interessadas na oferta: Sim Influncia na promoo de mudanas junto dos beneficirios
diretos do projeto
Tecido empregador (empresas,
associaes empresariais e Benefcios diretos no desenvolvimento de lgicas de
comerciais, organizaes da responsabilidade social
economia social)

Comunidade No Poderia ser considerado um stakeholder, visto poder vir a


beneficiar com o desenvolvimento da economia local, em
particular com os possveis projetos de empreendedorismo a
desenvolver. No entanto, foi excluda da anlise, devido ao
pouco tempo disponvel para analisar as mudanas.

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STAKEHOLDERS INCLUDOS? JUSTIFICAO

C) Partes interessadas na mediao Sim Influncia na promoo de mudanas junto dos beneficirios
(dinamizao sesses de coaching).
Equipa do projeto (tcnico de
acompanhamento direto -EAPN Benefcios diretos no ajustamento/melhoria da metodologia e
sede - e local - EAPN Coimbra); do conjunto do projeto.
dinamizador do grupo da
Figueira da Foz; tcnico de
acompanhamento do Centro de
Emprego)

Tcnico de acompanhamento do No Potencial elemento de articulao/Mediador entre oferta e


Centro de Emprego procura, designadamente na sinalizao e seleo conjunta de
desempregados de longa durao com elevadas qualificaes,
inscritos no CTE da Figueira da Foz e de potenciais
empregadores.

Sendo este mediador um elemento essencial na prossecuo


do projeto, por motivos alheios nossa vontade, no foi possvel
inclu-lo na nossa anlise, em particular no segundo momento.

D) Partes interessadas na promoo No Influncia na promoo de mudanas junto dos beneficirios e


e financiamento: na articulao com a entidade promotora do projeto:

- EAPN Portugal a) [acompanhamento] contributos na mediao entre oferta e


procura do presente projeto, atravs da tcnica de articulao
- Entidades estratgicas
do Centro de Emprego definida para efeito.
- Representante do IEFP central
(lgica do financiamento) b) [financiamento] influncia de processos de promoo de
empregabilidade ao nvel dos servios pblicos de emprego,
consolidando lgicas de trabalho em rede e respostas
personalizadas em detrimento de uma ativao compulsiva
para o emprego

Estado No Poderia ser considerado um stakeholder, visto que parte dos


desempregados, so beneficirios de subsdio de desemprego,
prestao social atribuda pelo Estado. Porm, devido ao tempo
que tivmos disponvel, optou-se por no o considerar
enquanto, stakeholder.

1.2.2. ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS

A anlise SROI construda sobre a perspetiva dos diferentes stakeholders sobre as mudanas que as
intervenes podem provocar nas suas vidas. No entanto, devido ao curto espao de tempo de
desenvolvimento dos prottipos SROI no Programa Impacto Social, optou-se por incluir na nossa anlise os
stakeholders que esto diretamente ligados s atividades, designadamente os desempregados de longa
durao (DLD) com elevadas qualificaes, o tecido empregador e os mediadores/as do projeto.

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O envolvimento dos diferentes stakeholders decorreu em momentos diferentes. Num primeiro momento,
para sensibilizar para a participao dos stakeholders no processo e construir pontos de ligao para a recolha
de informao necessria ao mapeamento da teoria da mudana. Para tal recorremos experincia piloto do
Click, leitura de documentao sobre as competncias transversais e o seu papel na empregabilidade, os
efeitos do desemprego nas pessoas e a responsabilidade social das empresas, bem como observao
participante e aos resultados obtidos com as entrevistas semi-diretivas. A observao participante foi
tambm usada aquando da apresentao e sensibilizao para a participao no projeto.

Num segundo momento, aps alguns ajustes efetuados teoria da mudana e construo dos indicadores
de anlise, foram elaborados e aplicados inquritos aos diferentes stakeholders includos na nossa anlise.

Por fim, importa referir que no segundo momento e no sentido de triangular dados, foram auscultados,
atravs da aplicao de questionrios via e-mail e telefone, quatro pessoas que participaram no projeto
piloto do Click em gueda. A seleo destas quatro pessoas teve por base as habilitaes elevadas,
semelhana do grupo da Figueira da Foz.

Tabela 2 - Envolvimento dos stakeholders

STAKEHOLDERS QUANDO MTODO

Desempregados de 1 fase Entrevistas exploratrias, (2, semi-diretivas), pela tcnica do projeto impacto social
Longa Durao (Maro - Abril) da EAPN Coimbra.
Observao participante nas 3 sesses de sensibilizao para a participao no
Projeto Click.
Questionrios sobre o perfil e motivao dos DLD.
31 stakeholders envolvidos.

2 fase Questionrios a 15 DLD, presencialmente, no dia 27 de Abril.


(Abril - Maio) Realizao de um grupo focal com DLD e observao participante.
Questionrios a 3 pessoas que participaram no projeto piloto em gueda, via e-mail
e 1 por telefone, a 4 de Maio.

Tecido empregador e 1 fase O tcnico de acompanhamento da EAPN contactou o CTE, no sentido de sinalizar
empregarial empresas locais e/ou entidades sociais, no sentido de os auscultar e obter
informao sobre a empregabilidade e a responsabilidade social. Dado no ter sido
possvel contatar presencialmente, este stakeholder,, contactou-se 1 entidade via
telefone.

2. fase Questionrios, via e-mail, a entidades empregadoras, 2 de economia social e 2 do


sector lucrativo.

A sinalizao e envolvimento dos empregadores foi efetuada pela tcnica da EAPN


de Coimbra em articulao com tcnica do programa Impacto social. da EAPN.

Partes interessadas na mediao - Equipa do projeto:

a) Centro de emprego 1. fase O tcnico da EAPN contactou pessoalmente, a tcnica de acompanhamento do


CTE e auscultou-a sobre as mudanas e expetativas do projeto, de forma informal.

2 fase Inqurito semi-aberto, via e-mail, ao tcnico do CTE (o qual no foi devolvido).

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b) Dinamizador do 1 fase Entrevista (1) semi-diretiva, via telefone, sobre as expetativas iniciais e quais as
coaching mudanas que acha que vo ocorrer ao longo do projeto.

2 fase Questionrio via e-mail

c) EAPN Sede e EAPN 1 fase Questionrio (1), sobre as expectativas iniciais do processo e quais as mudanas que
Coimbra considera poderem ocorrer. Aplicado via e-mail.

2 fase Questionrios, 1 via e-mail e 1 presencial..

Foram ainda efetuados contatos via telefone com a tcnica de acompanhamento


direto do projeto, no sentido de colocar algumas questes de aprofundamento. (1
de Junho)

Assim sendo, num segundo momento, foram construdos questionrios para cada um dos grupos de
stakeholders, os quais foram aplicados a todas as pessoas previstas e envolvidas no Projeto. Todos os
questionrios foram devolvidos devidamente preenchidos, com excepo da tcnica de acompanhamento
do Centro de Emprego,

Os questionrios so essencialmente constitudos por questes fechadas. No obstante, colocamos questes


abertas, no sentido dos inquiridos poderem expressar a sua opinio e nos responderem de forma mais
aprofundada a algumas questes.

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2. RECURSOS E ATIVIDADES
2.1. INVESTIMENTOS

Neste ponto, pretende-se identificar os recursos (monetrios e no monetrios) que cada stakeholder investe
para a realizao das atividades e consequentemente, atingir os resultados e mudanas pretendidas com o
projeto.

Para os stakeholders DLD, identificou-se o tempo como nico recurso, o qual corresponder ao tempo que
vo estar nas 12 sesses de coaching, 6 horas cada, totalizando 72 horas. Dado ser um grupo que participa
voluntariamente no Click, optou-se por atribuir um custo aproximado de 3/h.

Relativamente ao tecido empregador, considerou-se como recursos a investir: o tempo, o espao de


formao, os equipamentos informticos e a limpeza do espao.

Para o clculo do valor hora dispendido pelos empregadores, considerou-se a remunerao mdia dos
empresrios, dirigentes e profissionais liberais, calculado em 2008, pelo Observa trio das Desigualdades da
Universidade de Lisboa. O espao de realizao das sesses de coaching, os materiais audiovisuais e a limpeza
da sala, foram considerados recursos investidos pelo stakeholder tecido empregador.

A equipa de mediadores, constituda pela tcnica de articulao do CTE, a equipa tcnica do Click (tcnica da
EAPN Portugal, sede e a tcnica do Ncleo de Coimbra) e o/a dinamizador/a das sesses de coaching, investem
essencialmente tempo para a preparao e desenvolvimento das aes, excepo do/a dinamizador/ que
para alm do tempo, investe conhecimentos, os quais foram includos no valor hora da formao.

Quanto ao stakeholder Promotor (EAPN Portugal), o investimento essencial so os recursos humanos, material
de suporte para desenvolver toda a parte logstica e todas as atividades inerentes ao bom desenvolvimento
do projeto, em deslocaes, seguros dos participantes e pagamento de almoos. O nico custo associado
entidade promotora diz respeito tcnica do Ncleo Distrital de Coimbra da EAPN Portugal.

Por fim, o stakeholder Financiador investe dinheiro para o desenvolvimento do projeto Click, atravs do
protocolo cooperao existente com a entidade promotora para a execuo do projeto Click na Figueira da
Foz.

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Tabela 3 - Recursos e investimento

STAKEHOLDERS RECURSOS VALORES VALOR

Desempregados de Tempo Estima-se o valor de 3/h para a participao de cada 3240


Longa Durao um dos 15 DLD, nas 12 sesses de coaching, totalizando
72 horas.

Tecido empregador e Tempo Estima-se que sero necessrias 3 empregadores que 661,92
empregarial disponibilizam 8 horas nas 2 primeiras sesses (4 em
cada sesso), mais 6 horas para o dia aberto s
empresas e 6 para o speed recruitment, mais 8 horas
para duas reunies de acompanhamento . valor /dirio,
ser de 7,88

Espao para a formao 65 por sesso, incluindo o valor dos equipamentos 780
Equipamentos
x 12 sesses
utilizados (quadro,
computador, vdeo-
projetor)

Limpeza do Espao Calculou-se o valor de 6 hora, considerando 1 hora 72


necessria para a limpeza do espao

Total estimado do investido pelo tecido empregador: 1513,92

Mediadores e tcnica do Tempo Estima-se que o tempo que a tcnica de projeto Click 1078,50
projeto Click - EAPN investe no Grupo da Figueira da Foz so 25 horas
Portugal mensais. Sabendo que o valor lquido da tcnica de
1107,97 e valor/ hora, 7,19 o investimento da EAPN
com a tcnica de cerca 179,75 mensalmente durante
6 meses, perfazendo um total de 1078,50

Dinamizadora de Tempo Calcula-se que o valor hora da sesso de Coaching de 3247,68


Coaching Conhecimentos 33,83, dado que o valor total dirio de horas necessrio
preparao e desenvolvimento de cada ao, de 8
horas, sero necessrias 96horas, investidas em tempo e
conhecimentos pelo dinamizador, perfazendo um total
de 3247,68.

Financiador IEFP Material de apoio e Estima-se que para a preparao de toda a logstica 62
apoio logstico, inclui necessria realizao das sesses, sero necessrias 8
resmas de papel por resmas de papel, com o custo de 4 cada (32), bem
ms e fotocpias como a reproduo de documentos no valor mensal de
5. perfazendo um total de 30.

3.Deslocaes 18 deslocaes da tcnica do Porto para a Figueira da 900


Foz. Estima-se que o valor da deslocao seja de 50.

4.Pagamento de 768,60
almoos aos
desempregados de 4,27x15 pessoas x 12 sesses
longa durao

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STAKEHOLDERS RECURSOS VALORES VALOR

Financiador IEFP 5. Subsdios de 5 x 15 pessoas x 12 sesses 900


deslocao para os
desempregados de
Longa durao de
acordo com o despacho
normativo 12/2012 21

Seguro dos 11,50x15 pessoas 172,50


participantes

Criao de uma sub O valor total da Criao de uma pgina de internet e os 625
pgina internet projeto custos associados ao seu desenvolvimento no global
Click associada ao site do Click de 2500, pelo que este valor dividido pelos
do protocolo EAPN 4 grupos de pessoas que esto a ser acompanhadas
Portugal /IEFP, IP pelo Click, d 625

Financiamento total pelo Dinheiro Valor total financiado para o Click 7754,28
IEFP para o Click da
Figueira da Foz

Promotor e financiador - Dinheiro para despesas Total investido com a tcnica de acompanhamento do 431,40
EAPN Portugal com: Ncleo de Coimbra - 10 horas mensais, perfazendo um
total de 431,40
Recurso Humano afecto
no Ncleo Distrital de 6 deslocaes da tcnica do Ncleo de Coimbra. Valor 60
Coimbra estimado de 10.
Deslocaes 10
Contatos telefnicos e-mail`s, durante o projeto
Funcionamento

Total dinheiro investido pela EAPN Portugal 501,40

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2.2. RESULTADOS

Dado que os investimentos alocados por cada um dos stakeholders tem por objetivo auxiliar a concretizao
das atividades propostas pelo projeto Click, de seguida faremos a apresentao das atividades realizadas e os
resultados que se pretendem atingir.

Tabela 4 - Atividades e resultados

STAKEHOLDERS ATIVIDADES RESULTADOS

Desempregados de Sesses de coaching Participao de 15 desempregados de longa


Longa Durao durao, nas 72 horas de coaching
Frequentam pelo menos 80% das 15 pessoas
em todas as sesses.

Tecido empregador e Reunies com empresas/organizaes na Formalizao de 3 parcerias;


empregarial rea da Figueira da Foz Participao no dia aberto s empresas - 1
Participao numa sesso de
speed recruitment
Identificao de 1 perfil de colaborador

Mediadores: tcnica de Articulao com o CTE da Figueira da Foz e Sinalizao e seleo de 15 desempregados de
acompanhamento do com a Tcnica do Click, na sinalizao de DLD longa durao;
Ncleo Distrital de e de potenciais empregadores, atravs de Sinalizao de 4 potenciais empregadores;
Coimbra da EAPN com contatos telefnicos, via e-mail e CTT.
o projeto Click do CTE Reunies conjuntas entre os mediadores

Equipa tcnica do Click Aes de sensibilizao e informao junto 4 reunies com entidades empregadoras;
do tecido empregador Formalizao de 3 parcerias com potenciais
empregadores;
Sensibilizao de 3 entidades para a
responsabilidade Social das Empresas

Identificar o perfil de colaboradores que as Definio de 1 perfil de competncias


empresas recrutam em colaborao com os
empregadores

Contatos via telefone e e-mail, com o Centro Formalizar 1 parceria entre o Centro de
de Emprego da Figueira da Foz Emprego da Figueira da Foz e EAPN,
Sinalizao e seleo de 15 desempregados
de longa durao com elevadas qualificaes
Seleco de 3 potenciais empregadores

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STAKEHOLDERS ATIVIDADES RESULTADOS

Equipa tcnica do Click Preparar e desenvolver toda a logstica Realizao de 3 sesses de apresentao do
necessria realizao das sesses de projeto e sensibilizao para a participao dos
coaching DLD no Click;
Seleco dos 15 DLD;
Contratualizao de 1 dinamizador/a
Reserva de 1 espao para a realizao da ao

Preparar e desenvolver toda a logstica 1 reunio da comisso regional de


necessria realizao das Comisses de acompanhamento
Acompanhamento regional

Dinamizador/a de Preparao das sesses 12 sesses de coaching


Coaching Realizao de sesses de coaching Definio de 15 projetos de vida

EAPN Portugal Criao de uma pgina WEB 1 pgina Web do Click associada ao site do
protocolo EAPN Portugal /IEFP, IP

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3. TEORIA DA MUDANA
A teoria da mudana uma metodologia que possibilita s entidades sociais orientar os seus projetos, mais
concretamente as suas atividades para alcanar as mudanas sociais e comportamentais desejadas.

Sabemos que com o contexto socioeconmico de crise e o aumento estrutural do desemprego no pas, os
requisitos para acesso ao emprego so cada vez mais exigentes. O mercado estipula condies que fogem
rea dos conhecimentos tcnicos, no sendo as elevadas qualificaes o garante de empregabilidade, o que
requer por parte dos indivduos uma grande flexibilidade e facilidade de adaptao a novos contextos, que
exigem a aquisio de competncias e estratgias que lhes permitam lidar com as dificuldades de insero
no mercado de trabalho.

Tendo em conta que o grupo de beneficirios diretos da nossa interveno, os desempregados com elevadas
qualificaes e com idades compreendidas entre os 35 e 55 anos, pretendemos com o Click que no final do
projeto as pessoas adquiram as competncias transversais que o mercado de trabalho solicita, nomeadamente
capacidade para trabalhar em equipa, comunicar e estabelecer relaes interpessoais, autoconfiana,
flexibilidade, motivao e proatividade. Pretende-se, de igual modo, que o tecido empresarial esteja mais
aberto a iniciativas de responsabilidade social e melhore a sua interveno e contributo para o bem estar da
comunidade.

De seguida, realizar-se- a apresentao das mudanas que levam ao cumprimento dos objetivos do projeto.

DESEMPREGADOS DE LONGA DURAO (DLD)

Aumento da auto-estima e bem estar psicolgico

Sabemos que o desemprego prolongado provoca nas pessoas a descrena, a falta de motivao, o
pessimismo relativamente ao futuro e todos os efeitos psicolgicos a ele associados. Tal como Melo (2005)
comenta, de entre os efeitos psicolgicos identificados como ligados ao desemprego, incluem-se a
resignao, auto-estima negativa, a vergonha, apatia, depresso, desesperana, sensao de futilidade, perda
de objetivo, passividade, letargia e indiferena. Entre os efeitos sociais incluem-se a pobreza, perda de
status, perda da disciplina temporal e rotina diria, desagregao familiar, incluindo o divrcio.

Algo que corrobora com os relatos obtidos atravs da auscultao dos desempregados atravs da auscultao
dos desempregados (observao participante), os quais referiram no ter qualquer tipo de expetativas face
ao mercado de trabalho e de muito pessimismo relativamente ao futuro, chego a duvidar das minhas
prprias capacidades profissionais e curriculares.

As sesses de coaching desenvolvidas no mbito deste projeto iro contribuir para aumentar os nveis de
auto-estima e bem estar psicolgico das pessoas desempregadas, promovendo o autoconhecimento, a
autovalorizao, a autoconfiana, bem como ativando e reforando atitudes positivas relativamente ao
futuro.

Melhoria do bem-estar social

O facto de participarem em sesses conjuntas de coaching para a empregabilidade, permite-lhes perceber


que no so os nicos que se encontram numa situao de desemprego (a qual se deve, na maior parte dos
casos, a factores externos a si prprios, como a conjuntura socioeconmica do pas, que os empurrou para
uma situao de precariedade socioeconmica e de excluso e at estigma).

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As pessoas olham para mim como se eu no quisesse trabalhar, no fazer nada. Sinto-me
totalmente excluda.

Jlia, nome fictcio sesso de apresentao do Click

Convm referir, que para algumas pessoas a primeira vez que se encontram desempregadas e que, por esse
motivo, sentem vergonha, acabando por se isolar em casa, quebrando as suas relaes sociais.

Ao aceitarem a prpria situao perante si e os outros, assumem uma atitude mais aberta para estabelecem
mais contactos com outros, aumentando as suas relaes pessoais e sociais, reduzindo os sentimentos de
vergonha, estigma e excluso, o que contribuir significativamente para o aumento do seu bem estar
social e relacional.

No tinha muitas expectativas. Estamos muito sozinhos/as), mas acima de tudo estarmos com um
grupo de pessoas na mesma situao, permite ver que h outras pessoas nas minhas circunstncias,
faz-me sentir que no estou sozinha.

Maria, nome fictcio

O falarmos de ns, o estarmos no mesmo barco, sinal que no estamos sozinhos.

Luclia, nome fictcio

Gostei e levo palavras fantsticas. Sorri com a alma toda.

Ana, nome fictcio

Maior eficcia e proatividade na procura de emprego

medida que vo frequentando as sesses de coaching, os DLD vo tomando conscincia da necessidade de


estabelecer objetivos para as suas vidas e, por conseguinte, definir um projeto de vida que poder passar
pela procura ou insero no mercado de trabalho em reas profissionais que nada tm a ver com a sua rea
de formao acadmica, ou pela criao do prprio emprego.

O facto de ao longo das sesses de coaching se irem trabalhando as competncias pessoais, sociais e
comunicacionais, bem como a definio do perfil profissional de cada um dos participantes, permirtir-lhes-
desenvolver ferramentas e instrumentos, tais como CV e cartas de apresentao personalizadas, que
aumentar a sua motivao e, consequentemente, uma maior eficcia e proatividade e na procura de
emprego.

Criao do prprio emprego

A falta de expetativas relativamente ao mercado de trabalho e tomada de conscincia para a definio de


um projeto de vida levar reflexo e necessidade de criarem ideias de negcio que por conseguinte, dar
origem criao do prprio emprego.

Tendo em conta os resultados do projeto piloto, dois dos beneficirios do projeto Click, em parceria,
constituram um negcio e consideram que se no fosse o projeto, no seriam capazes de avanar, visto ter
sido o Click, o responsvel por impulsionar tal mudana, por lhes ter dado a oportunidade de estabelecer
contactos e relaes pessoais com potenciais interessados e financiadores do projeto,

149
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TECIDO EMPREGADOR EMPRESARIAL

Maior abertura para iniciativas no mbito da responsabilidade social

Sabemos que o contexto de crise atual influencia negativamente os nveis de empregabilidade por parte
das empresas. No h ofertas de trabalho para a elevada procura, pelo que se pretende com o Click apelar
responsabilidade social das empresas de modo a aumentar as oportunidades de emprego, atravs da
transmisso de conhecimentos sobre as polticas ativas de emprego e os benefcios que podem ter com a
integrao de pessoas em situao de vulnerabilidade social nas suas entidades. As empreas podem deste
modo reduzir os custos com recursos humanos e contribuir para o desenvolvimento e bem estar da
comunidade. O desenvolvimento de parcerias sociais com empresas locais ir contribuir efetivamente
para mudanas efetivas na sociedade, assumindo um papel importante na incluso social (In Barat, 2007).

Melhoria da eficcia no processo de recrutamento

A auscultao e levantamento das ofertas de emprego junto dos potenciais empregadores e a definio
conjunta de perfis de colaboradores adequados s necessidades das empresas ir permitir melhorar a eficcia
no processo de recrutamento.

O facto de se estabelecer uma maior proximidade entre a procura e a oferta, atravs das sesses de speed
recruitment, reunies e estabelecimento de parcerias entre empresas locais e Centro de Emprego, permitir
criar uma relao de confiana na aplicabilidade de medidas ativas de emprego e consequentemente,
melhorar a eficcia no processo de recrutamento de colaboradores.

TCNICOS DE ACOMPANHAMENTO E DE ARTICULAO DO CLICK COIMBRA

Aumento do sucesso no trabalho

A equipa tcnica de acompanhamento e de articulao do Click tem como papel principal impulsionar as
mudanas que se pretendem que ocorram ao longo do projeto, quer com os stakeholders do lado da oferta,
quer com os da procura, atravs do desenvolvimento das atividades inerentes ao bom funcionamento do
Click, designadamente: o desenvolvimento de parcerias com as entidades pblico-privadas, a sinalizao e
seleco de desempregados e entidades empregadoras, reunies de sensibilizao e auscultao das
necessidades e ofertas, bem como a adequao de perfis profissionais.

Com efeito, o facto de, no final do projeto, a) as empresas locais demonstrarem uma maior abertura para a
responsabilidade social, bem como uma maior satisfao com o processo de recrutamento e b) a equipa
demonstrar um grande otimismo no futuro relativamente empregabilidade de pblicos desfavorecidos,
remete essencialmente para uma grande mudana: o aumento da motivao e da satisfao no trabalho,
devido ao cumprimentos dos seus objetivos e sentimento de dever cumprido, aumentando, deste modo, o
seu sucesso no trabalho e o desenvolvimento pessoal e profissional.

Aumento do bem-estar pessoal e social

Como a equipa tcnica acompanha de perto os stakeholders da oferta e da procura, em especial devido ao
tempo que est com o grupo de DLD nas sesses de coaching, adquire competncias ao nvel do bem estar
pessoal e social, desenvolvendo sentimentos de maior proximidade e relaes interpessoais com o grupo,
pois adquire conhecimento das situaes reais vividas, criando igualmente uma relao de confiana entre as
partes.

150
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A equipa tcnica acaba por contribuir em certa medida para o aumento da auto-estima e bem estar do grupo
e de si prpria, pelo facto de reconhecer que esto a fazer algo em prol do outro, designadamente a promover
a empregabilidade de pblicos desfavorecidos, o que faz com a equipa aumente os seus nveis de bem estar
pessoal e social.

DINAMIZADORA DAS SESSES DE COACHING

Transformao pessoal

Participando enquanto dinamizadora das sesses de coaching, desenvolve competncias ao nvel do seu
autoconhecimento e confiana, pois passa a acreditar que o seu trabalho consegue mudar de forma positiva
as pessoas desempregadas, incutindo-lhes atitudes positivas e de esperana relativamente ao futuro.

Os desempregados acabam por desabafar e partilhar experincias com o grupo e com a dinamizadora, o que
acaba por ser uma aprendizagem sobre a real situao dos desempregados, o que acaba por gerar um
ambiente de confiana e de partilha entre o grupo e a equipa, permitindo gerar na dinamizadora um
sentimento de que est a contribuir para mudar algo, na vida daquelas pessoas e assim, sente que sofre
uma transformao, enquanto pessoa e profissional. Passa enfim a sentir mais confiana e otimismo
relativamente empregabilidade destes pblicos.

Assim sendo, as mudanas identificadas para serem alvo da anlise no captulo Mudanas e Provas, so as
seguintes por stakeholder:

Tabela 5 - Mudanas por Stakeholder

STAKEHOLDER MUDANAS

Desempregados de Longa Durao Melhoria do bem - estar social

Aumento da auto-estima e bem estar psicolgico

Maior eficcia e proatividade na procura de emprego

Criao do prprio emprego

Tecido empregador/empresaria Maior abertura para iniciativas de Responsabilidade Social /Contribuem para o bem
estar da comunidade

Melhoria da eficcia no processo de recrutamento

Tcnicas de Acompanhamento e Aumento do sucesso no trabalho


articulao do projeto Click
Aumento das competncias Sociais de Bem estar

Dinamizadora das sesses de coaching Transformao pessoal

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BENEFICIRIOS DIRETOS DA OFERTA: TECIDO EMPREGADOR E EMPRESARIAL

Maior abertura e confiana Maior possibilidade de Maior abertura para


Limitaes de Conhecimentos sobre polticas para aplicabilidade da medidas empregabilidade de pblicos iniciativas de RS -
Recursos financeiros ativas de emprego e sobre a RS e para o desenvolvimento de vulnerveis e desenvolver Contribuem para o
iniciativas RS novas iniciativas Bem Estar da comunidade

Apoio na identificao
Necessidade de de perfis profissionais, Mais confiantes e motivados
Perfis profissionais adequados Melhoria/eficcia do
desenvolver o tecido mais conhecimentos para recrutar pessoas a abrigo
s necessidades das empresas processo de recrutamento
empresarial sobre medidas ativas de outras medidas
de emprego

EQUIPA TCNICA DA EAPN (SEDE E NCLEO DE COIMBRA)

Promoo da empregabilidade
de pblicos vulnerveis (DLD)

Interveno de proximidade/articulao Maior proximidade com


entre oferta e procura as partes interessadas

Desenvolvimento de parcerias Seleo do grupo DLD (15) e


com entidades pblicas (CTE e IEFP) identificao do perfil de cada um Conhecimentos sobre a situao
e privadas (entidades empregadoras) vivida dos participantes

Conhecimentos de coaching,
Desenvolvimento de parcerias com
competncias e instrumentos
entidades pblicas (CTE e IEFP) e Mais confiana e optimismo nas
personalizados para a procura
privadas (entidades empregadoras) pessoas que acompanha e no futuro
de emprego

Auscultao das necessidades


Aumento da confiana, motivao Aumento da autoestima, motivao
de ofertas e perfil profissional
e optimismo relativamente ao futuro e relaes interpessoais
pretendido

Capacitao para a R.Social


e maior abertura para Aumento do sucesso no trabalho
iniciativas de RS (mais otimismo no desempenho Aumento bem estar
do seu trabalho) pessoal e social

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DINAMIZADORA DE COACHING

Mais motivados Mais confiana


Desenvolve uma atitude
Maior proximidade autoconfiantes no trabalho
Aumento da confiana de confiana e otimismo Transformao
conhecimento da na definia dos que desenvolve e na
e autoconhecimento no trabalho que desenvolve pessoal
situao vivida seus instrumentos empregabilidade
com o grupo
e projetos de vida dos DLD

4. PROVAS E VALOR
Neste sentido, para calcularmos a quantidade de mudana vivida pelos stakeholders, calculou-se a mdia da
distncia percorrida dos vrios indicadores por mudana, multiplicando-se pela populao do projeto (
desempregados de longa durao - 15; tecido empregador - 4; equipa tcnica de acompanhamento e
articulao - 2; dinamizador - 1).

De modo a analisar as mudanas identificadas pelos stakeholders foram definidos diferentes indicadores,
que serviram de base construo dos questionrios a aplicar s diferentes partes interessadas.

As questes colocadas so essencialmente fechadas e mensurveis atravs de escalas, para podermos


calcular a distncia percorrida (DP) por cada uma das mudanas vividas pelos stakeholders, em consequncia
de uma determinada interveno, tendo em conta o momento de partida, isto o presente e futuro (T1 e T2)
ou o passado e o presente (T0 ou T1).

Com objetivo de triangular dados, isto comparar e determinar ou no diferenas entre as mudanas
sentidas entre os stakeholders desempregados de longa durao, foram aplicados questionrios ao grupo
atual da Figueira da Foz e a quatro elementos do grupo passado, que participaram no projeto piloto do Click
.

Os indicadores foram identificados atravs da anlise documental efetuada e pela informao obtida na fase
inicial de recolha de informao junto dos stakeholders.

Para a elaborao de algumas questes e para a escolha da escala a utilizar nos questionrios, usou-se como
modelo, o Instrumento de Avaliao da Qualidade de Vida da OMS (WHOQOL-100), que segue uma escala de
Likert, de 1 a 5, utilizando tambm, escalas de concordncia e de frequncia, criadas para efeito.

As tabelas que se seguem apresentam o caminho que percorremos para analisar cada uma das mudanas.

Tabela 7 - Indicadores e questes

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STAKEHOLDERS MUDANAS INDICADORES

Desempregados de Longa Melhoria do Bem Estar Social Grau de bem estar social
Durao com elevadas
qualificaes (Figueira da Frequncia participa em atividades sociais
Foz)
Maior Eficcia e Proatividade na Nvel de otimismo relativamente ao futuro
Procura de emprego

N de vezes que procura emprego por iniciativa, por semana

Criao do Prprio Emprego Grau de motivao para a constituio do prprio emprego

N de ideias de negcio

Aumento da Auto-Estima e bem Nvel de auto-estima


estar psicolgico

Horas gastas por semana, a cuidar de si, desporto e/ou hobbies

Desempregados de Longa Melhoria do Bem Estar Social Grau de bem estar social
Durao (Piloto)
Maior Eficcia e Proatividade na Nvel de otimismo relativamente ao futuro
Procura de emprego
N de vezes que procura emprego por iniciativa, por semana

Criao do Prprio Emprego Grau de motivao para a constituio do prprio emprego

N de ideias de negcio

Aumento da Auto-Estima e bem Nvel de auto-estima


estar psicolgico

Horas gastas por semana, a cuidar de si, desporto e/ou hobbies

Tecido empregador e Maior abertura para iniciativas de Nvel de Participao em iniciativas de RS


empresarial Responsabilidade Social - Bem
estar na comunidade Grau de satisfao com nvel de conhecimentos adquiridos

Nvel de motivao para estabelecer parcerias

Frequncia com que recorre a Polticas Ativas de Emprego

Melhoria da eficcia no processo Grau de satisfao com o processo de recrutamento


de recrutamento
Grau de satisfao com os perfis de competncias

N de mtodos de recrutamento

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STAKEHOLDERS MUDANAS INDICADORES

Equipa Tcnica de Aumento do Sucesso no trabalho Nvel de otimismo relativamente abertura RS;
acompanhamento e de
articulao com o Click N de parcerias efetivadas

Nvel de Otimismo quanto promoo da empregabilidade de


pblicos desfavorecidos

N de vezes que os DLD procuram emprego por semana;

Aumento das competncias Grau de competncias sociais de bem estar;


sociais de Bem Estar
Frequncia em atividades sociais;

Nvel de proximidade com o grupo que acompanha

Dinamizadora das sesses Transformao Pessoal Nvel de auto conhecimento e confiana


de Coaching
Quantas horas por semana, gasta a cuidar de si, desporto e/ou
hobbies

Nvel de otimismo e credibilidade nas pessoas

Nvel de resilincia

Tal como se pode observar pela tabela apresentada anteriormente, para a totalidade da mudanas existem
dois ou mais indicadores de anlise, sendo pelo menos um deles objetivo e outro subjetivo.

Contudo, no sentido de triangular os dados das mudanas que ocorreram em ambos os grupos de DLD,
foram elaborados dois questionrios, um para os DLD do projeto piloto, onde foram colocadas questes com
referncia momento temporal 0 (antes do Projeto) e o momento temporal 1 (atual, depois do projeto) e um
para o stakeholder DLD atual, com questes para o momento temporal 1 (o atual ) e o momento temporal 2 (
para o futuro). Neste caso, calculou-se uma mdia ponderada dos indicadores por mudana, onde foi
atribuda uma ponderao de 20% ao grupo piloto e uma ponderao de 80% ao grupo atual. A deciso da
ponderao de 20% ao grupo do passado, surge pelo fato de se ter auscultado apenas 4 DLD do piloto, em
virtude de serem os nicos que detinham o mesmo perfil de DLD do atual grupo.

Apesar de se ter optado por uma ponderao, a quantidade de mudana vivida por ambos os stakeholders da
procura (DLD) so semelhantes, quando efetuamos uma mdia, o que poder significar elevadas expetativas
do grupo atual relativamente participao no projeto. Foram ainda questionados sobre as mudanas que
consideram mais importantes para cada um deles, destacando-se as relacionadas com o aumento da auto-
estima e bem estar social, seguindo-se a criao do prprio emprego e a eficcia e proatividade para a
procura de emprego, o que vem de encontro s maiores distncias percorridas e quantidades de mudana
sentidas pelos DLD.

Contudo, a mudana com menor expresso vivida pelos DLD, quando analisada a quantidade de mudana,
a melhoria do bem estar social, o que significa que os inquiridos responderam s questes relacionadas com
esta mudana, no antes e depois do projeto de forma semelhante, ou seja, posicionaram-se na escala num
ponto de partida e de chegada aproximados.

155
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No global, as mudanas com menor quantidade de mudana registada remetem para o stakeholder
mediadores, o que est interligado com o papel que tm no desenvolvimento do projeto ( e so quem, no
momento inicial, j dispe de alguma bagagem de mudana).

Por fim, a quantidade de mudana para o tecido empregador de 1, existindo em ambas as mudanas, um
aumento da satisfao. Convm referir, que de entre as quatro entidades empresariais , duas so de economia
social; por esse motivo, j tm alguma experincia, no que respeita a responsabilidade social.

Tabela 8 - Quantidade e Durao

STAKEHOLDERS MUDANA QUANTIDADE DURAO

Desempregados de Melhoria do Bem Estar Social 3 2


Longa Durao
Aumento da Auto-Estima e bem estar psicolgico 8 1,5

Maior Eficcia e Proatividade na Procura de emprego 9 2

Criao do Prprio Emprego 8 2,5

Tecido Empresarial/ Maior abertura para iniciativas dea Responsabilidade 1 2,5


Empregador Social - Bem estar na comunidade

Melhoria da eficcia no processo de recrutamento 1 3

Mediadores (Equipa Aumento do Sucesso no Trabalho 0,56 2


Tcnica)
Aumento das Competncias Sociais de Bem estar 0,4 2

Dinamizadora das Transformao Pessoal 0,25 1


Sesses de Coaching

4.2. DURAO

Aps a descrio da quantidade de mudana gerada pela nossa interveno, necessrio saber at onde se
vo sentir os efeitos das mudanas.

A durao foi obtida atravs dos questionrios aplicados, tendo sido considerado o tempo em que as
mudanas se iriam sentir em meses e anos, a partir do momento atual ou passado, calculando-se uma mdia
das respostas dadas.

As questes colocadas aos grupos DLD do passado e do presente so iguais, apenas mudando a o incio da
frase e a escala. A ttulo demonstrativo apresentamos a primeira questo:

MUDANA DESEMPREGADOS DE LONGA DURAO

Aumento da Auto-estima e Bem estar Aps terminar as sesses de coaching do projeto Click, durante quanto tempo acha que ir
Psicolgico sentir as mudanas relacionadas com o aumento da auto-estima, otimismo, motivao e
confiana para ultrapassar as dificuldades que encontra?

(escala: Deixei imediatamente de sentir - 0 e 5 - 4 anos)

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Relativamente aos restantes stakeholders, para obter informao sobre a durao, aplicou-se a seguinte
questo por mudana (a ttulo exemplificativo):

Se o projeto j estivesse a decorrer em pleno e o mesmo terminasse amanh, durante quanto tempo
considera que iria sentir os efeitos dos conhecimentos adquiridos ao nvel das competncias sociais do bem-
estar?. A escala de respostas usada foi de 1 (0,5 ano) a 5 (4 anos).

Tabela 9: Durao das Mudanas

STAKEHOLDERS MUDANA DURAO

Desempregados de Longa Melhoria do Bem Estar Social 2


Durao
Aumento da Auto-Estima e bem estar psicolgico 1,5

Maior Eficcia e Proatividade na Procura de emprego 2

Criao do Prprio Emprego 2,5

Tecido Empresarial/Empregador Maior abertura para iniciativas dea Responsabilidade Social - Bem 2,5
estar na comunidade

Melhoria da eficcia no processo de recrutamento 3

Equipa Tcnica Aumento do Sucesso no Trabalho 2

Aumento das Competncias Sociais de Bem estar 2

Dinamizadora das Sesses de Transformao Pessoal 1


Coaching

4.3. APROXIMAES FINANCEIRAS

A metodologia SROI serve-se de aproximaes financeiras para quantificar o valor de cada mudana
analisada, ou seja, vamos calcular um preo, para que possamos no final da anlise, chegar a um valor total
dos benefcios, compar-lo com o do investimento e, assim, gerar o rcio SROI.

O valor atribudo a cada uma das aproximaes financeiras baseou-se numa pesquisa efetuada atravs da
Internet. As aproximaes financeiras escolhidas tiveram em conta a auscultao de alguns stakeholders,
designadamente a tcnica de articulao do projeto Click, bem como alguns desempregados de longa
durao. As restantes foram decididas atravs da reflexo conjunta efetuada com a equipa de projeto, visto
no ter havido possibilidade de auscultar os restantes stakeholders.

Tabela 10 - Aproximaes Financeiras

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STAKEHOLDER MUDANA APROXIMAO FINANCEIRA VALOR FONTE

Desempregados de Melhoria do Custo de 3 programas anuais de sade em bem 825 Pesquisa na net,
Longa Durao Bem Estar estar termal ou SPA, 1 vez na primavera, 1 no de Estncias
Social vero e 1 no Outono ( 3 x ao ano), 4 dias, com Termais e de
um custo mdio de 275 cada. A escolha das Pacotes de Bem
pocas tem por base as alturas do ano em que estar
as pessoas se sentem menos bem
psicologicamente.

Aumento da Custo de de 1 consulta individual de psicologia 840 60 o valor


Auto-estima e 60 x 14 sesses necessrias mdio de
bem estar referncia para
Psicolgico Se para ter resultados ao nvel do aumento da o concelho da
auto-estima, segundo as pesquisas efetuadas, Figueira da Foz
necessrio pelo menos 3 meses, 1 vez por
semana de consulta individual, estimamos que
sejam 14 sesses iniciando no inicio de Maio e
terminando em fim de Julho, ao valor de 60
(valor de referncia para o Concelho da figueira
da Foz)

Desempregados de Maior Eficcia e Custo de 1 Formao em Marketing Pessoal e 430,5 Empresa de


Longa Durao Proatividade na reorientao de carreira no valor de 350 + iva Consultores
Procura de (23%) . Paula Toms
emprego
Para adquirir formao em competncias para
promover a proatividade e eficcia necessrio
fazer formao em Marketing pessoal e
reorientao de carreira, onde iro desenvolver
um plano pessoal e profissional para atingir
novos objetivos, bem como desenvolver as
atitudes, estratgias de procura de emprego e
melhorar a sua imagem pessoal e profissional.

Criao do Custo de 1 curso de como se tornar 430,50 Na Empresa de


Prprio empreendedor, 14 horas. 350 + Iva. Consultores
Emprego Paula Toms.
Para desenvolverem competncias e
ferramentas para ser empreendedor, reconhecer
a importncia da Criatividade e da Inovao no
processo de empreendodorismo

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STAKEHOLDER MUDANA APROXIMAO FINANCEIRA VALOR FONTE

Tecido Empresarial/ Maior abertura Valor mdio disponibilizado mensalmente por 1 900 Contacto direto
Empregador para iniciativas empresa annima Margarida (criana com com a pessoa
de RSE paralesia cerebral) para tratamentos de que usufrui do
(Bem-estar na fisioterapia 75. Donativo. donativo
Comunidade)

Melhoria da Custo hora de um consultor para auxiliar na 885,60 Valor estipulado


eficcia no seleco de pessoal e identificao do perfil de pelo FSE em
processo de colaborador - 16 horas 2012
recrutamento
Os valores mximos elegveis com consultores
externos, estipulado pelo FSE em 2012 de 45
hora - custo numa base horria + Iva

Equipa Tcnica Aumento do Custo de formao em Inteligncia Emocional 350 Conpro,


Sucesso no para mediar e acreditar no potencial do grupo, consultoria e
Trabalho bem como aumentar o seu otimismo e sucesso Projetos
no trabalho que desenvolve. 14 horas

Aumento das Custo mdio de 3 fins de semana de Atividades 360 Internet atravs
Competncias de Team Building e Lazer, com alojamento e de hotes e
Sociais de Bem tudo includo, com colegas e/ou familiares. 120 empresas que
estar cada, Tem por objetivo aumentar os laos de disponibilizam
proximidade e de bem estar pessoal estes servios

Dinamizadora das Transformao Custo de 6 sesses de coaching para aumentar 390 Custo mdio de
Sesses de Coaching Pessoal os seus nveis de auto-conhecimento, confiana referncia para
e resilincia 65 o Distrito de
Coimbra

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5. IMPACTO E RETORNO SOCIAL


5.1. ATRIBUIO I

A atribuio do tipo I a proporo de mudana que teria ocorrido, independentemente da participao na


nossa atividade. A partir daqui possvel calcular a bagagem de mudana que o stakeholder j traz consigo
e, nesse sentido, descont-la mudana total sentida pelo stakeholder.

importante referir que no foram colocadas questes sobre esta atribuio ao stakeholder tecido
empresarial, o que se tornou um pouco mais difcil calcular o valor da atribuio I. No entanto, visto termos
questionado os stakeholders com questes em que perguntamos como esto com e sem projeto, optmos
por atribuir um valor de 15% de bagagem a descontar na mudana responsabilidade social e de 20% na
mudana eficcia no recrutamento e seleo (dado que se verificou a existncia de empregadores com
conhecimentos e prticas, relacionadas com as mudanas referenciadas no momento T1 ou seja, atualmente,
antes de iniciarem o projeto).

Tambm no foram colocadas questes sobre atribuio I aos DLD do grupo atual, tendo sido o seu clculo
feito com base na mdia dos resultados obtidos com o grupo piloto.

Na tabela seguinte sero apresentadas as atribuies I, cujos valores foram obtidos atravs do clculo da
mdia de respostas dadas.

Tabela 11 - Atribuio I

STAKEHOLDER MUDANA AT I FONTE/QUESTO

Desempregados de Melhoria do Bem Estar Social 25% Considera que se no tivesse participado no
Longa Durao Click, no teriam existido alteraes ao nvel das
Aumento da Auto-Estima e 50%
suas relaes sociais?
bem estar psicolgico

Maior Eficcia e Proatividade 6%


na Procura de emprego

Criao do Prprio Emprego 25%

Tecido Empresarial/ Maior abertura para iniciativas 15% T1 Como classifica atualmente, a participao da
Empregador de Responsabilidade Social - sua empresa em aes de responsabilidade
Bem estar na comunidade social? (Por exemplo, promoo da incluso de
pblicos vulnerveis na sua empresa/entidade,
desenvolver atividades socialmente teis,
angariaes de fundos, etc?)

T2.Aps o Click, acha que a sua participao ao


nvel da responsabilidade social vai aumentar?

Melhoria da eficcia no 20% T1.At que ponto, est satisfeito com o processo
processo de recrutamento de seleco e recrutamento da sua entidade/
empresa?

T2.Aps o projeto, acha que a sua satisfao


com o processo de seleo e recrutamento da
sua empresa, vai aumentar?

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STAKEHOLDER MUDANA AT I FONTE/QUESTO

Equipa Tcnica Aumento do Sucesso no 19% Se o Click no existisse, acha que seria provvel
Trabalho existirem alteraes ao nvel da abertura do
tecido empresarial para a responsabilidade
social?

Se o Click no existisse, acha que seria provvel


sentir alteraes ao nvel do seu otimismo e
credibilidade na promoo da empregabilidade
do DLD? (Escala 1- Nada Provvel - 5- Muitssimo
Provavel)

Efectuou-se uma mdia entre estes dois


indicadores.

Aumento das Competncias 50% Se o Click no existisse, o quo provvel acha


Sociais de Bem estar que iria aumentar as suas competncias sociais
de bem estar? Escala - 1- Nada Provvel 5-
Mutissimo Totalmente)

Dinamizadora das Transformao Pessoal 50% Se no fosse a dinamizadora do projeto Click,


Sesses de Coaching acha que haveria alguma alterao pessoal sua?
(Escala - 1- (Escala - Discordo Totalmente 5-
Concordo Totalmente)

5.2 ATRIBUIO II

A atribuio do tipo II a proporo de mudana atribuvel a fatores externos nossa interveno, podendo
ser organizaes ou pessoas que possam ter contribudo e que, por esse motivo, no podem ser
contabilizados no resultado final do impacto atribuvel ao projeto em anlise.

Para o clculo das atribuies do tipo II, efetuou-se uma mdia das respostas dadas, segundo as questes
colocadas para efeito e que se apresentam de seguida, juntamente com os resultados obtidos.

Tabela 12 - Atribuio II

STAKEHOLDER MUDANA AT II FONTE/QUESTO

Desempregados de Melhoria do Bem Estar 25% Para alm do Click, existe algum ou outros servios que
Longa Durao Social tenham contribudo para o aumentar as suas relaes sociais?
Se Sim em quanto?

Aumento da Auto-Estima 25% Para alm do Click, existe algum ou outros servios que
e bem estar psicolgico tenham contribudo para o aumento da sua motivao e
otimismo, relativamente ao futuro? Se respondeu sim, em
quanto o ajudaram esses servios e/ou pessoas?

Maior Eficcia e 13% Para alm do Click, existe algum ou outros servios que
Proatividade na Procura tenham contribudo para o aumentar a sua eficcia e
de emprego proatividade na procura de emprego , em quanto que
contriburam?

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STAKEHOLDER MUDANA AT II FONTE/QUESTO

Desempregados de Criao do Prprio 0% Para alm do Click, existe algum ou outros servios que
Longa Durao Emprego tenham contribudo para o aumento da sua motivao para a
criao do prprio emprego e/ ou enveredar por outro
caminho profissional? Se respondeu sim, em quanto o/a
ajudaram esses servios ou pessoas?

Tecido Empresarial/ Maior abertura para 25% A sua empresa/entidade j usufruiu de servios ou projetos
Empregador iniciativas dea que tenham contribudo para mesmo apoio, ao nvel da
Responsabilidade Social transmisso de conhecimentos sobre a responsabilidade
- Bem estar na social, que o projeto Click vai prestar?
comunidade

Melhoria da eficcia no 25%


processo de
recrutamento

Equipa Tcnica Aumento do Sucesso no 35% Para alm do Click, acha que outros servios possam
Trabalho contribuir para o seu otimismo relativamente, abertura das
empresas Responsabilidade social?
Aumento das 40%
Competncias Sociais de
Bem estar

Dinamizadora das Transformao Pessoal 75% Para alm do Click, existe algum ou outros servios que
Sesses de Coaching tenham contribudo para o seu desenvolvimento e
transformao pessoal? Em quanto?

Importa mencionar, que para o clculo da Atribuio II para o grupo de DLD, foram apenas tidos em conta os
dados obtidos pela auscultao dos DLD do grupo piloto, tendo sido apenas colocada uma questo geral aos
DLD do grupo atual, pelo que considermos no ter as questes corretas para compararmos ambos os
grupos.

A maioria das mudanas dos stakeholderes tiveram influncia de fatores externos ao Click, sobretudo a
mudana transformao pessoal (stakeholder dinamizadora), qual foi atribuida uma proporo de mudana
de 75% a terceiros, sendo portanto a mudana gerada pela nossa interveno de 25%.

A nica mudana sem qualquer tipo de influncia externa a criao do prprio emprego (DLD), a qual
imputada na totalidade nossa interveno.

5.3. TAXA DE REDUO

A reduo a desvalorizao a que cada mudana est sujeita ao longo do tempo, ou seja, a deteorizao
dos efeitos de uma atividade ao longo do tempo.

Para determinar a taxa de reduo colocou-se a todos uma questo inicial, no sentido de saber a opinio
sobre o que acontece aos conhecimentos adquiridos ao longo do tempo, colocando-se posteriormente
outras questes de acordo com cada mudana, calculando-se a mdia de respostas dadas.

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Tabela 13 - Taxa de reduo

STAKEHOLDERS MUDANA REDUO FONTE/QUESTO

Desempregados de Melhoria do Bem Estar Social 32% Para si, daqui a 1 ano, de 0 a 100, diga-nos quanto
Longa Durao acha que vo restar das mudanas que sentiu ao
Aumento da Auto-estima e 32%
nvel do bem-estar social: 20
bem estar Psicolgico

Maior Eficcia e Proatividade 23% Daqui a 1 ano, de 0 a 100, quanto acha que vai restar
na Procura de emprego da sua motivao e proactividade, para uma procura
de emprego mais eficaz e por iniciativa prpria: 50
Criao do Prprio Emprego 25%

Tecido Empresarial/ Maior abertura para Daqui a 1 ano, de 0 a 100, diga-nos quanto acha que
Empregador iniciativas dea vo restar das mudanas que sentiu ao nvel da
Responsabilidade Social - 38% aquisio de conhecimentos e de abertura para as
Bem estar na comunidade aes de responsabilidade social, ou seja, ao nvel da
satisfao com os conhecimentos adquiridos sobre a
responsabilidade social, designadamente ao nvel
das polticas ativas:

Melhoria da eficcia no 40% Daqui a 1 ano, de 0 a 100, quanto acha que vai restar
processo de recrutamento da sua satisfao ao nvel da melhoria e eficcia no
processo de recrutamento

Equipa Tcnica Aumento do Sucesso no 35% Daqui a 1 ano, de 0 a 100, quanto acha que vai restar
Trabalho das mudanas sentidas ao nvel da motivao e
sucesso para o trabalho

Aumento das Competncias 40% Daqui a 1 ano, de 0 a 100, quanto acha que vai restar
Sociais de Bem estar dos conhecimentos adquiridos e /ou efeitos sentidos
ao nvel do bem-estar pessoal e social?

Dinamizadora das Transformao Pessoal 50% Daqui a 1 ano, de 0 a 100, quanto acha que vai restar
Sesses de Coaching dos efeitos/ mudanas sentidas ao nvel da
transformao pessoal

Sabemos que ao longo do tempo os conhecimentos adquiridos vo diminuindo; no entanto, tendo em conta
os dados obtidos, os DLD consideram que os conhecimentos adquiridos se vo mantendo e melhorando,
enquanto que os empregadores consideram que os conhecimentos vo melhorando medida que o tempo
vai passando. Somente a equipa tcnica e a dinamizadora consideraram que diminuem. As taxas de reduo
das mudanas analisadas variam entre 23% e 50%.

5.4. DESLOCAO

A anlise da deslocao pretende evidenciar as consequncias e fatores negativos da interveno do Click


relativamente a terceiros, pelo que se interpelou os stakeholders com as seguintes questes:

Considera que o projeto Click vai influenciar de alguma forma a sua maneira de ser e estar na vida?
( Escala: 1 Discordo Totalmente a 5- Concordo Totalmente)

Se sim, de que forma: positiva ou negativa (explique porqu)

Pelos dados obtidos, no se registaram consequncias negativas, uma vez que todos os stakeholders
responderam de forma positiva s questes.
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5.5. CLCULO DO RETORNO SOCIAL

O primeiro valor que surge no mapa de impacto1 social o do impacto da mudana a 1 ano, obtido atravs
da subtrao dos descontos calculados ao valor total da mudana.

Destacam-se de forma bastante positiva o impacto das mudanas no stakeholder DLD, ficando aqui refletido
o investimento que feito. As mudanas com menor impacto so as sentidas pelos mediadores do projeto,
tal como j verificado anteriormente.

Aps a anlise impacto efetuou-se a projeo a 3 anos, obtendo-se: um valor atual lquido (VAL) de benefcios
de 28 372,44 e um rcio SROI de 2,18 por cada euro investido.
Tabela 14: Impacto Social a 3 anos

ANO 1 ANO 2 ANO 3

VAL de benefcios 10 956,33 10956,33 7825,63

VAL de benefcios aps descontos 10 956,33 10 385,15 7 030,95

VAL de benefcios final 28 372,44

VAL de investimento 15 359,84

Retorno Social por (benefcios / 2,18


investimento)

*Taxa de desconto, 5,5%

5.6 ANLISE DE SENSIBILIDADE

Toda a anlise efetuada e resultados obtidos tm por base pressupostos e estimativas que podem sofrer
alteraes, mediante a existncia ou no de parmetros crticos, negativos ou positivos, existentes no nosso
SROI.
Assim sendo, com objetivo de testar a sua robustez e permeabilidade, realizou-se uma anlise de sensibilidade,
identificando os parmetros crticos e os efeitos que podem ter neste SROI.

ANLISE GRFICA

A anlise grfica do retorno social, tendo em conta os grficos apresentados em baixo, demonstra que o
stakeholder DLD quem mais beneficia com a interveno do Click, com 55% de valor, seguindo-se o tecido
empregador com 39%, e por fim a equipa tcnica projeto.

Assim sendo, as mudanas que mais peso tm no SROI so as sentidas pelos DLD, designadamente a
mudana eficcia e proatividade na procura de emprego (30%), criao do prprio emprego (25%),
aumento da estima e bem estar psicolgico (24%) e aumento do bem estar Social (13%), Considera-se que
alteraes ao nvel destas mudanas vo alterar o resultado do SROI, designadamente ao nvel do bem estar
social.

1 O Mapa de Impacto, com os dados essenciais desta anlise, apresentado no final.

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Relativamente ao tecido empresarial, os valores das mudanas no so muito elevados. No entanto, s se


inquiriram quatro entidades, das quais duas so de economia social (que por esse motivo, j tm alguma
experincia no mbito da responsabilidade social).

24+13+30254310
RETORNO SOCIAL POR MUDANA

Aumento de auto-estima e bem estar psicolgicos 24%

Melhoria do bem estar social (DLD) 13%

Maior eficcia e proatividade na procura do emprego (DLD) 30%

Criao do prprio emprego (DLD) 25%

Maior abertura para a responsabilidade social (TE) 4%

Melhoria da eficcia no recrutamento (TE) 3%

Aumento do sucesso no trabalho (EQT) 1%

Melhoria do bem estar (EQT) 0%

Transformao pessoal (DCoach) 0%

55+39+60
RETORNO SOCIAL POR STAKEHOLDER

Desempregados de longa durao 55%

Tecido empregador 39%

Equipa tcnica 6%

Dinamizadora 0%

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ANLISE DOS PARMETROS CRTICOS

A par da anlise grfica, foi igualmente realizada uma uma anlise retrospetiva aos pressupostos externos e
internos que mais influenciam o rcio SROI.

Tabela 15 - Parmetros crticos internos e externos

PARMETROS CRTICOS DO MODELO

Fontes da triangulao de dados: Apesar de se ter efetuado uma triangulao de dados entre 2
grupos, considera-se que podem haver alteraes sobretudo ao nvel da distncia percorrida (DP)
quantidade (QT) de mudana e atribuies, visto os resultados obtidos, em alguns dos casos, terem
sido calculados apenas com base no grupo piloto.

Desempregados de Longa Expectativas elevadas dos stakeholders: O fato de colocarmos questes sobre as expectativas
Durao com elevadas futuras dos DLD pode enviesar um pouco o modelo, visto as expetativas atuais serem elevadas.
habilitaes Dificuldades de interpretao das questes: algumas questes colocadas atravs dos questionrios,
no foram fceis de perceber pelos destinatrios, criando situaes de dvidas nas respostas a dar,
sobretudo nas que remetem para a durao das mudanas e reduo. No entanto, a maioria dos
stakeholders respondeu que as mudanas teriam uma durao de 1,5 a 2, o que coincide com a
nossa percepo.

Tecido empresarial Expectativas elevadas dos stakeholders: semelhana do grupo anterior, o tecido empregador
tambm foi envolvido nesta anlise sem estar ainda envolvido no Click, pelo que as expetativas finais
aps projeto,podem no corresponder s iniciais que no global so positivas.

Mediadores As atribuies I e II podem sofrer algumas alteraes, bem como a sua quantidade de mudana,
caso haja a desistncia de pessoas do projeto, bem como a no adeso por parte dos empresrios.

Face ao exposto, as principais variveis que podem vir alterar os valores do SROI esto relacionadas com a
distncia percorrida e com os descontos atribudos a cada uma das mudanas.

Os fatores externos que podem influenciar o desenvolvimento projeto esto interligados com a instabilidade
socioeconmica do pas.

Para testar o SROI e verificar at que ponto a alterao dos nossos pontos crticos na anlise poderiam
influenciar o valor de retorno social, fomos atribuir novas variaes de valor nas quantidades, descontos e
aproximaes financeiras j apuradas.

A tabela seguinte apresenta os resultados do SROI obtidos em consequncia das alteraes efetuadas aos
pontos crticos identificados anteriormente. Para o seu clculo, efetumos alteraes independentes em
determinados parmetros, mudana a mudana, de forma a perceber qual o impacto que essas teriam no
nosso SROI.

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Tabela 16: Alteraes independentes de valores aos pontos crticos da anlise

ALTERAO DOS PARMETROS PRESSUPOSTOS SROI

Bem Estar Social (DLD) Considera-se que a mudana est subestimada, por isso 2,49
aumentou-se a quantidade de mudana em 50% e a
Aproximao financeira(AF), visto os valores variarem consoante
a poca em 25%

Aumento da Auto-estima (DLD) H uma sobrevalorizao da atribuio I a esta mudana, uma 2,54
vez que aquando a observao participante os destinatrios
demonstraram nveis baixos de auto-estima, pelo que
decidimos descontar 25% atribuio I e aumentou-se em 10%
a AF.

Maior abertura do tecido empresarial para Dado que o nmero de inquiridos reduzido e no houve 2,36
iniciativas de Responsabilidade Social (TE) triangulao de dados com o tecido empresarial do Piloto,
consideramos que a quantidade reduzida e a aproximao
financeira pode ser superior, visto o valor ter sido retirado
apenas de uma empresa, por isso iremos aumentar a
quantidade em 50% e a aproximao financeira em 50%

Aumento das competncias sociais do Bem Estar Consideramos que as atribuies I e II desta mudana, esto 2,22
Social da Equipa Tcnica sobrevalorizadas pelo que iremos reduzir as atribuies em 25%

Maior eficcia e proatividade na Procura de O valor da quantidade de mudana pode estar sobrevalorizado 1,98
emprego (DLD) pelas expectativas elevadas dos DLD, pelo que iremos reduzir
quantidade 30%

Criao do Prprio Emprego (DLD) O valor da Quantidade pode estar sobrevalorizado, devido s 2,02
respostas do piloto, onde efetivamente surgiram situaes de
auto-emprego, por isso, diminuimos 30% quantidade

Valor SROI a 3 anos com base na atualizao total do mapa 2,54

De acordo com a anlise de sensibilidade efetuada aos parmetros crticos identificados, verifica-se que as
alteraes efetuadas a cada uma das mudanas influenciam o valor global do SROI, surgindo como as que
tm mais impacto as mudanas aumento da auto-estima, aumento do bem estar social e maior abertura do
tecido empresarial para iniciativas de responsabilidade social, aumentando o valor do SROI somente as
mudanas eficcia e proatividade na procura de emprego e a criao do prprio emprego, com alteraes
efetuadas contribuiriam para uma mnima reduo do SROI calculado (2,18).

De forma global, aps as atualizaes de todos os valores dos pontos crticos (nas diferentes mudanas) no
modelo SROI,verifica-se uma variao positiva e superior ao retorno social no mapa de impacto j calculado
anteriormente, de 2,18 aumenta para 2,54 por cada euro investido. Este valor considera-se estar mais
prximo da realidade, pelo facto de considerarmos que o mapa calculado tem alguns aspetos a melhorar..

Para alm das variaes apontadas anteriormente, como as mais adequadas para tornar o modelo SROI mais
fidedigno, efetumos um novo clculo na variao da quantidade de todas as mudanas, no sentido de
perceber se o aumento de 10% nas quantidades e nas aproximaes financeiras se refletem de forma
significativa SROI. Da anlise do mapa de impacto atualizado com um aumento de 10%, verifica-se que existe
um ligeiro aumento do retorno social investido, de 2,18 para 2,72, por cada euro investido.

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ANLISE DE CENRIOS

Para testar o impacto dos parmetros crticos no SROI, traamos dois cenrios, um positivo e um negativo.
Tabela - Cenrio optimista

CENRIO OTIMISTA SROI

Hipteses Parmetros Variao

O projeto vai totalmente de encontro s expetativas das empresas, da equipa Quantidade (+) 50% 4,82
de mediadores e dos desempregados de longa durao. As pessoas melhoram Durao (+) 20%
significativamente as suas competncias pessoais, comunicacionais e sociais,
AF (+) 25%
existindo no final do projeto mudanas significativamente positivas na sua
vida das pessoas. Reduo (-25%)

A durao das mudanas esto subvalorizadas bem como as aproximaes Atribuies (-) 25%
financeiras.
As mudanas ocorridas fazem-se sentir durante mais tempo, havendo uma
menor reduo da mudana ao longo do tempo.
Os descontos atribudos esto sobrevalorizados, pelo que sera imputada mais
mudana devida nossa interveno

CENRIO PESSIMISTA SROI

Os factores negativos que influenciam o desenvolvimento da anlise remetem Quantidade (-) 50% 1,09
para a no adeso dos empresrios ao projeto e consequentemente, s Durao (-) 30%
parcerias a efetivar, por um lado e por outro, devido conjuntura
socioeconmica e conteno de custos, no esto receptivos a dinamizar
iniciativas de RS, no havendo lugar a abertura de ofertas de emprego. Por este
motivo, as mudanas esto sobrevalorizadas, bem a durao das mudanas.
Os fatores negativos que afectam as mudanas nos DLD prendem-se com a
desistncia das sesses, visto o projeto estar a iniciar e as expectativas elevadas
que tinham no inicio no se concretizam, podendo no final no se verificarem
alteraes significativas na quantidade de mudana. iniciais. Alm disso,
tambm a durao da mudana vai ser inferior.
Por consequncia, a equipa de mediadores tambm sentem alteraes
negativas na quantidade e durao da mudana.

De acordo com os cenrios apresentados, os resultados do retorno social so os seguintes:

Cenrio pessimista: o rcio SROI baixa 50%, para o 1,09, exatamente para metade do valor do nosso
SROI (2,18).
Cenrio Optimista: o SROI aumenta cerca de 55%, para 4,82.

Com esta anlise verifica-se que se algo inesperado acontecer, o retorno social se reduz significativamente,
apesar do valor do retorno ser positivo. Contudo, devido aos resultados do projeto anterior e ao
acompanhamento efetuado ao atual projeto, acreditamos que haver mais probabilidades em obter
beneficios positivos para todos os stakeholders envolvidos do que negativos, o que aumentar com certeza o
retorno social do valor investido.

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6.CONCLUSO E
RECOMENDAES
O retorno social foi calculado com base na incluso de apenas trs stakeholders, dois dos quais os principais
destinatrios diretos da interveno do projeto Click (desempregados de longa durao e tecido empregador)
e uma equipa de mediadores, onde se inclui as tcnicas de acompanhamento e de articulao, bem como a
dinamizadora de sesses de coaching, que so as principais responsveis por impulsionar as mudanas nos
stakeholders e desenvolver todas as atividades inerentes ao bom desenvolvimento do projeto. A escolha
destes stakeholders teve por base o seu papel e grau de importncia para o projeto, visto ser nosso objetivo
ativar competncias para a empregabilidade de pblicos desfavorecidos, atravs de uma lgica de
proximidade entre a oferta e a procura.

Dos stakeholders envolvidos, os que mais peso tiveram no SROI foram sem dvida os desempregados de
longa durao (DLD), sendo que nestes se verifica o maior impacto da nossa interveno, sobretudo ao nvel
do aumento da motivao e, consequentemente, das mudanas eficcia e proatividade na procura de
emprego (30%), e da possibilidade de criarem ideias de negcio, criao do prprio emprego (25%),
aumento da estima e bem estar psicolgico (24%) e aumento do bem estar social (13%),

Contudo, convm referir que a maioria dos DLD considera como mudanas prioritrias o aumento da auto-
estima e bem estar social e psicolgico, o que no se verificou nos resultados do SROI, surgindo em primeiro
lugar a eficcia e proatividade para a procura de emprego e a possibilidade de criarem o prprio emprego
(algo que provavelmente surgiu, em parte, pela triangulao de dados efetuada com os desempregados que
j tiveram a oportunidade de vivenciar a experincia do Click, a qual lhes permitiu adquirir competncias a
estes nveis e constituirem o seu prprio negcio). importante, referir que as quatro pessoas inquiridas do
Click (piloto), consideraram as sesses de coaching para a empregabilidade que frequentaram no mbito do
Click muito importantes para a sua vida.

Da anlise SROI prospetiva realizada ao projeto Click resultou um retorno social a trs anos no valor de 2,18,
por cada euro investido. No um retorno elevado, mas positivo e realista, com grandes probabilidades de
aumentar a curto prazo, apesar da conjuntura socioeconmica do pas.

Aps a anlise e resultados do impacto social, verificou-se a existncia de stakeholders que poderiam ter sido
uma mais valia para a nossa anlise, caso tivessem sido includos, no entanto, no o foram, devido aos timings
reduzidos do Programa Impacto Social e pelo facto de ser uma metodologia de avaliao recente em
Portugal, sobre a qual no tnhamos conhecimentos e que s medida que o processo se foi desenrolando
que nos fomos apercebendo dos fatores, stakeholders, dimenses de anlise e questes que deveramos ter
envolvido e colocado, na anlise.

Assim sendo, de entre os stakeholders a incluir no futuro, encontram-se:

a famlia como sendo um stakeholder que de forma direta est em contacto com as pessoas em
situao de desemprego e que por esse motivo, pode sentir os efeitos positivos ou negativos das
mudanas que ocorrem com o seu familiar e, consequentemente, mudanas em si mesmo.

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a EAPN Portugal, enquanto stakeholder interessado na promoo e desenvolvimento do projeto, pelo


fato de ter interesse em demonstrar sociedade o papel que desempenha no terreno, a importncia
das suas intervenes e consequentemente, aumentar a sua visibilidade na sociedade, sobretudo no
que respeita ao trabalho que desenvolve com pblicos vulnerveis.
o IEFP, na pessoa designada por esta estrutura para articulao do projeto, que por motivos alheios
EAPN, no colaborou na segunda fase de auscultao, o foi um fator negativo para a anlise.
o Estado, neste caso o ISS, deveria ter sido includo, no sentido de perceber qual o retorno financeiro e
os ganhos que teria com a empregabilidade destes pblicos no mercado de trabalho, quer pelo a
integrao no mercado atual quer pela via das medidas ativas de emprego.

Alm disso, pela anlise da questo geral efetuada aos DLD sobre qual mudana mais importante para si, o
aumento do bem estar social surge em p de igualdade com o aumento da auto-estima e bem estar
psicolgico. No entanto, o bem estar social no aparece refletido como uma das mudanas com maior
quantidade de mudana, o que pode significar que: (1) as questes feitas aos DLD devem ser aperfeioadas;
(2) esta dimenso deve ser estudada em maior pormenor no futuro e/ou (3) o projeto dever investir em
formas de reforar o impacto no bem-estar social.

Outros fatores a melhorar so os mtodos de recolha de informao, nomeadamente, os questionrios e


respetivas questes que, pelo facto de se pretender obter informao relativamente durao e reduo
das mudanas, causam dvidas nos destinatrios; o ideal ser realizar o questionrio presencialmente ou por
telefone, para poder explicar o que se pretende com essas questes ou, ento, efetuar a recolha de
informao atravs de grupo focal e observao participante (que so momentos de recolha muito
enriquecedores pela partilha de informao). Ainda relativamente aos questionrios, muito importante ter
em ateno os indicadores que servem de base sua elaborao, para que as questes a colocar sejam as
adequadas mudana em anlise e mensurveis.

Por fim, consideramos que o SROI foi um processo intenso e desafiante para EAPN Portugal, pelos prazos
exigidos e em particular para quem esteve envolvida no desenvolvimento do programa, mas bastante
gratificante e enriquecedor. Foi um processo de aprendizagem que, sem os mentores, seria difcil de
concretizar e que a EAPN Portugal num futuro prximo pretende adaptar.

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172
8. MAPA DE IMPACTO
Stakeholders Recursos Resultados Mudanas Descontos (DC) Impacto Clculo do Retorno Social
Quem afetamos/nos afeta? O que vo eles Valor Atividades em Descrio Indicador Quantidade (QT) Durao Comeo* Aproximao Financeira (AF) Valor Atribuio I Deslocao Atribuio Reduo QT x AF - DC Taxa de Desconto 5.50%
investir? nmeros II
O que muda nas suas vidas? Como medimos a mudana? Que preo atribumos mudana? Ano 0 Ano 1 Ano 2
Beneficirios diretos da tempo 3,240.00 72 horas de Aumenta a Auto-estima e Nvel de auto-estima; n de 8 1.5 1 Custo de de 1 consulta individual de 840.00 50% 0% 25% 32% 2,520.00 2,520.00 2,520.00 1,713.60
Procura Desempregados de coaching para 15 bem estar psicolgico horas gastas por semana a psicologia 60 x 14 sesses
Longa Durao DLD cuidar se si necessrias
Melhoria do bem estar Grau de bem estar social, 3 2 1 Custo de 3 programas anuais de 825.00 25% 0% 25% 32% 1,392.19 1,392.19 1,392.19 946.69
social frequncia de participao em sade em bem estar termal ou SPA, 1
atividades sociais e de vez na primavera, 1 no vero e 1 no
convvio Outuno ( 3 x ao ano), 4 dias, com um
custo mdio de 275 cada
Maior Eficcia e Nvel de otimismo; n de vezes 9 2 1 Custo de 1 Formao em marketing 430.50 6% 0% 13% 23% 3,178.30 3,178.30 3,178.30 2,447.29
Proatividade na Procura deque procura emprego por pessoal e reorientao de carreira no
emprego iniciativa valor de 350 + iva (23%)
Criao do Prrio Emprego Grau de motivao para a 8 2.5 1 Custo de 1 curso de como se tornar 430.50 25% 0% 0% 25% 2,583.00 2,583.00 2,583.00 1,937.25
criao do prprio emprego; empreendedor, 14 horas. 350 + Iva
N de ideias de negcio
Beneficirios diretos da Tempo - 28h; 1,513.92 Formalizao de 3 Maior abertura para Nvel de participao em 1 2.5 1 Valor mdio disponibilizado 900.00 15% 0% 25% 38% 573.75 573.75 573.75 355.73
Oferta Tecido Empregador- Espao para parcerias; responsabilidade social, iniciativas de RS mensalmente por 1 empresa
formao, participao no dia contribuem para o bem Grau de satisfao com nvel annima Margarida (criana com
equipamentos aberto s estar da Comunidade de conhecimentos com P. paralisia cerebral) para tratamentos
informticos e empresas; Ativas de fisioterapia 75
audiovisuais; participao numa Frequncia com que recorre a
Limpeza do sesso de speed P.Ativas; Nvel de motivao
Espao recruitment para estabelecer parcerias
Melhoria da eficcia no Grau de satisfao com o 1 3 1 Custo hora de um consultor para 885.60 20% 0% 25% 40% 531.36 531.36 531.36 318.82
processo de recrutamento processo de recrutamento auxiliar na seleco de pessoal e
Grau de satisfao com os identificao do perfil de
perfis de competncias colaborador - 12 horas
N de mtodos de
recrutamento
Mediadores - Tcnica do Tempo 3 parcerias Aumento do sucesso no Nvel de otimismo 0.56 2 1 Custo de formao em Intelegncia 350.00 19% 0% 13% 35% 138.55 138.55 138.55 90.06
Click e tcnica do Ncleo de efectivadas, trabalho relativamente abertura RS; Emocional para mediar e acreditar no
coimbra selec de 15 DLD N de parcerias efetividadas? potencial do grupo e aumentar o
Nvel de Otimismo quanto otimismo
promoo da 14 horas
empregabilidade; N de vezes
que os DLD procuram
emprego por semana;
Aumento das competncias Grau de competncias sociais 0.6 2 1 Custo mdio de 3 fins de semana de 360.00 50% 0% 63% 40% 40.50 40.50 40.50 24.30
sociais do bem estar de bem estar; frequncia em atividades de team building,com
atividades sociais; Nvel de alojamento e tudo includo, com
proximidade com o grupo colegas. 120 cada um
Dinamizadora das sesses Tempo e 12 sesses de Transformao Pessoal Nvel de auto-conhecimento e 0.25 1 1 Custo de 6 sesses de coaching para 390.00 50% 0% 75% 50% 12.19 12.19 12.19 0.00
de Coaching conhecimentos coaching confiana; horas gastas por aumentar os seus nveis de auto-
semana a cuidar de si; Nvel de conhecimento, confiana e resilincia
otimismo relativamente 65
empregabilidade; Nvel de
resilincia
Promotor EAPN Dinheiro e 504.40 0.00 0.00 0.00 0.00
Recursos
humanos
Financiador Dinheiro e 7,754.28 0.00 0.00 0.00 0.00
Recursos
humanos
Total 13,012.60 0.00 0.00 0.00 0.00
Total 10,969.83 10,969.83 10,969.83 7,833.73
Valor presente de cada ano (aps 10,969.83 10,397.95 7,038.23
descontos)
Valor atual lquido total (VAL) 28,406.01
VAL - Investimento 15,393.41
Retorno Social por (VAL / 2.183
investimento)
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

PALCOS PARA
A INCLUSO

Projeo de impacto 2016-2018


METODOLOGIA SROI

ESPAO T
174
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

SUMRIO EXECUTIVO
O Espao t tem como misso a incluso social de pessoas atravs da arte, promovendo atividades culturais,
artsticas e formativas, contribuindo assim para uma sociedade mais inclusiva. Pretendemos promover a
incluso do indivduo em atividades artstico-culturais e/ou formativas (formais ou no formais), de modo a
estimular as capacidades expressivas e desenvolver o investimento em si prprio; promover a mudana
social, com vista aceitao da diferena pela sociedade, utilizando, para isso, a divulgao da cultura Espao
t.

Desenvolver e melhorar o acesso cultura e ao lazer nos bairros sociais do Porto, aumentando dessa forma a
qualidade de vida de todos os que neles vivem, o grande objetivo do projeto Palcos para a Incluso. Leva a
todos os habitantes dos bairros sociais do Porto a arte feita por pessoas muito especiais. O Palcos pretende
dar-lhes a conhecer o trabalho que desenvolvido pelos alunos do Espao t ao nvel da expresso artstica.

A anlise SROI permitir ao Espao t demostrar que este projeto uma mais valia para a sociedade, dado ser
uma ferramenta que permite valorar as mudanas intangveis deste mesmo projeto, traduzindo
economicamente o retorno social alcanado.

No futuro, atravs da capacitao da equipa envolvida neste estudo, pretendemos aplicar o SROI a outras
atividades e projetos da associao, promovendo a sua aplicao e tornando-a parte integrante dos projetos.
O SROI uma ferramenta que nos permitir:

melhoria continua nos projetos desenvolvidos, optimizando o desempenho da instituio.


monitorizao dos resultados previstos e alcanados.
adequao da despesa s necessidades reais de cada projeto.
diferenciao face a candidaturas de financiamento.

O rcio SROI obtido foi de 1 : 4,2, ou seja, por 1 investido obteremos um retorno social de 4,2 a 3 anos.

175
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

1. MBITO E STAKEHOLDERS
1.1. MBITO DA ANLISE

O projeto Palcos para a Incluso, fruto de uma parceria com a Cmara Municipal do Porto/Domus Social,
pretende levar aos bairros sociais do Porto 40 atividades realizadas pelos utentes do Espao t (1 vez por
semana a cada bairro), durante um ano.

Pretende-se promover a incluso social, pela aceitao da diferena e do outro, demonstrando que pessoas
com problemas bio-psico-sociais tm um papel ativo e produtivo na sociedade; aumentar a auto-estima nos
protagonistas dos espetculos; contribuir para a aproximao da populao residente em bairros sociais a
outras realidades que no as suas; contribuir para o aumento da interao entre geraes e grupos sociais
diferentes e, por fim, promover o acesso cultura.

Tradicionalmente, as novas geraes cuidavam dos seus mais velhos, assumindo este encargo num quadro
de transmisso de valores e experincias, que conferia segurana ao seu prprio futuro. Em resultado das
vrias transformaes sociais, torna-se cada vez mais difcil manter aquelas relaes e tambm a reciprocidade
inter-geracional parece ameaada.

A fragilidade financeira de muitas famlias, a falta de espaos/atividades culturais inclusivas e o baixo nmero
de eventos artsticos dificulta o acesso aos produtos culturais e contribui para uma diminuio do exerccio
de uma cidadania plena. A discriminao e a segregao explicam muitas das fragilidades nos laos sociais.
Analisando os dados estatsticos do INE, 2001 (Pordata, 23.11.2012), verifica-se que num total de 601.583
indivduos com deficincia, apenas 26,2% se encontravam empregados. Esta populao revela dificuldades
de insero profissional, resultando em menores inter-relaes sociais e numa maior excluso social.

A avaliao SROI deste projeto visa dar informao sistematizada e quantificada aos financiadores, tendo
como objetivo assegurar a continuidade deste projeto no futuro. Esta anlise ser tambm comunicada
equipa e aos demais stakeholders, para recolha de sugestes e potenciar a melhoria contnua.

A equipa afeta a este estudo foi composta por dois tcnicos, com competncias na rea de desenvolvimento
e gesto de projetos socioculturais e na gesto da qualidade, disponibilizando 3 manhs por semana cada
tcnico, durante trs meses. Os recursos fsicos passam por espaos com equipamentos e consumveis, acesso
a comunicaes (telefone/internet), facilidade em impresso de documentos, hardware/software; recursos
financeiros para deslocaes; carrinha. A anlise teve um enfoque prospetivo, dado que o projeto se iniciou
em maio de 2015 e termina em abril de 2016. A anlise foi realizada entre os meses de maro e junho de 2015.

176
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

1.2. STAKEHOLDERS
1.2.1. STAKEHOLDERS INCLUDOS/EXCLUDOS

Os stakeholders so pessoas, entidades e organizaes que de uma forma ou de outra, podem afetar e/ou ser
afectados e sofrer mudanas, em consequncia deste projeto.

No Palcos para a Incluso foram identificados os seguintes stakeholders materiais:

Os alunos que frequentam os atelis do Espao t, e que vo ser os protagonistas dos espetculos nos bairros.
Sendo eles os atores das atividades, tm uma dupla interveno, funcionando como promotores das
mudanas para os espetadores e auto-beneficiando desse mesmo trabalho. Os nossos alunos so, por isso,
stakeholders centrais neste estudo.

A Domus Social, empresa municipal da cmara do Porto, apoia financeiramente o projeto, e recolhe mais-
valias do mesmo no terreno, pois a entidade camarria que desenvolve atividades de preservao e
requalificao urbana na cidade do Porto (mais especificamente, nos bairros sociais). Integrou-se a CMP/
Domus Social num stakeholder apenas, dado que o papel da Domus Social de carter tcnico e logstico,
sendo uma empresa municipal que depende diretamente da CMP, articulando com esta a sua interveno no
municpio; o papel da CMP o de facilitador e promotor do projeto.

Como espetadores destes espetculos, teremos os moradores dos bairros sociais, cidados que se envolvem
nas iniciativas dos seus bairros. Apesar de apenas assistirem a um espetculo, consideramos que haver
mudanas materiais nos moradores dos bairros, pelo facto de no terem o hbito de assistir a atividades
artstico/culturais, logo ao assistir a estes espetculos podero sentir mudanas importantes, nomeadamente
ao nvel do bem-estar emocional (atravs de momentos de partilha com a famlia) e diminuio do isolamento
(aumento das relaes inter-pessoais).

As associaes dos bairros sociais iro desempenhar um papel crucial na operacionalidade do projeto no
terreno, sendo elas o elo de ligao entre o Espao t e os destinatrios dos espetculos. So as associaes de
moradores que disponibilizam o espao fsico, divulgam a iniciativa, usufruem tambm do servio e
pensamos que so beneficirios das mudanas operadas nos moradores.

Identificou-se o grupo de dinamizadores artsticos do projeto como stakeholder material, pois os seus
elementos so parte integrante e estratgica, dado que desenvolvem a criao das manifestaes artsticas,
formando os alunos, assegurando a sua qualidade, a direco artstica, a interao e dinmicas inovadoras e
adequadas ao pblico-alvo (protagonistas e espetadores).

Foram identificadores outros stakeholders, entretanto excludos da anlise, essencialmente por no serem
considerados materiais, e/ou por falta de recursos fsicos e humanos (tempo e quantidade de elementos
pertencentes equipa de avaliao). No entanto, considera-se que os stakeholders includos na avaliao
SROI so suficientes, pois permitem cabalmente a recolha de dados, assegurando que a avaliao adequada
e fidedigna, representando na ntegra as partes fundamentais do projeto.

177
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

STAKEHOLDERS INCLUDOS? JUSTIFICAO

Alunos do Espao t Sim o principal interveniente. So um pblico vido de novas experincias, procuram
a aceitao e o relacionamento com novos pblicos. Os nossos alunos so por isso
stakeholders centrais no estudo. So promotores das mudanas e autobeneficirios
das mesmas.

Moradores dos Bairros Sim So beneficirios directos do projeto e muitas vezes tambm alvo de excluso
sociais do porto social. Fechados sobre os limites geogrficos e simblicos do bairro onde
habitam. Vo ter oportunidade de experienciar novas realidades e estar com
outros, muitas vezes considerados como incapazes.

Cmara Municipal do Sim Porque a incluso social uma das premissas do executivo na rea da habitao e
Porto / Domus Social aco social, sendo a CMP/Domus Social o principal financiador deste projeto.

Porto Lazer No Apesar de ser o principal dinamizador das atividades ldicas e culturais,
desenvolvidas pela autarquia, as mudanas expectveis no so relevantes nem
significativas

Associaes dos Sim As associaes/entidades dos diferentes bairros so os mediadores entre o Espao
t e os habitantes de cada um dos bairros; apoiam o Espao t na dinamizao das
bairros diferentes atividades e sero diretamente beneficiadas pelas mudanas sentidas
na populao residentes nos bairros onde se inserem.

Familiares dos utentes No So beneficirios indireto,s que sentiro as mudanas dos alunos durante o
projeto. No entanto so excludos porque a maioria dos nossos utentes no tem
um vnculo de dependncia com os familiares e tal forma que as mudanas nos
alunos possa alterar a vida dos familiares..

Familiares dos moradores No So beneficirios indiretos, que sentiro as mudanas dos familiares durante o
dos bairros sociais projeto, no entanto so excludos pelo facto de as mudanas serem muito
residuais.

Colaboradores do Espao No Os colaboradores esto envolvidos na misso da instituio, que desenvolve


t projetos sociais diversos, sendo alocado a cada projeto uma equipa distinta. Por
falta de recursos no so includos.

Dinamizadores artsticos Sim So beneficirios diretos, pois promovem as suas criaes, atravs dos espetculos,
do projeto desenvolvendo-os nos atelies artsticos que ministram semanalmente..

Estado No O Estado Portugus beneficia com as mudanas promovidas com o projeto, pois
reduz despesas com custos associados a medicao, acompanhamento
psicolgico, bens culturais, entre outros. No entanto, as mudanas no so
relevantes nem significativas no contexto nacional.

Juntas de Freguesia No Beneficirio indireto sem mudanas relevantes e significativas.

Meios de Comunicao No Beneficirio indireto sem mudanas relevantes e significativas


social

Direco Espao t No Beneficirio direto que usufruir da anlise SROI na medida em que poder
melhorar o seu desempenho e eficcia, numa perspetiva de melhoria contnua,
podendo ainda optimizar a obteno de financiamento. Por condicionalismos
temporais, e logsticos no ser includo nesta anlise.

Departamento Sociologia No Beneficirio indireto sem mudanas relevantes e significativas.


Universidade do Porto
Podero utilizar o estudo como fonte de informao.

Tabela I

178
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

1.2.2. ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS

O envolvimento dos stakeholders materiais identificados no ponto anterior parte fundamental deste estudo,
sem a qual o mesmo teria desvios que o poderiam invalidar. Ou seja, no basta questionar os stakeholders,
igualmente essencial explicar o estudo em questo, o porqu do mesmo e a as mudanas expectveis.

Por isso, desde o incio que primmos por abordar os stakeholders, inform-los dos progressos no projeto e
do presente estudo, de forma a garantir que o que est a ser medido o seu impacto prospetivo, j que o
mesmo acontece antes de as atividades decorrerem ou estarem concludas..

Para o envolvimento dos stakeholders optou-se por mtodos diferentes, tendo em considerao as
caratersticas de cada um deles e do tipo de contribuio que se pretendia obter para o estudo, tendo sido
consultados em dois momentos distintos.

No primeiro momento, o objetivo prendia-se com a recolha de informao de forma a desenhar a teoria da
mudana. Assim, realizaram-se entrevistas semi-diretivas e grupos focais e para ambos elaborou-se um
pequeno guio com algumas questes abertas. Na 2 fase de recolha de informao, para validao,
elabormos um questionrio para cada stakeholder e fomos ao terreno, para obtermos informao dos
moradores, dos alunos, das associaes e dos dinamizadores. No stakeholder Domus Social realizamos um
questionrio telefnico.

Na aplicao dos questionrios ao alunos sentiu-se alguma dificuldade, tendo sido definida uma amostra
com base nas diferentes problemticas biopsicossociais. Responderam ao inqurito apenas alunos dos atelis
do Espao t que participam no projeto. Uma vez que alguns dos elementos dos grupos no tinham
capacidades cognitivas para responder, optou-se por criar dois alter-egos (tcnicos / acompanhantes dirio
do/a aluno/a), que responderam ao questionrio tendo como base a sua experincia e observao diria
desses alunos. No quismos deixar ningum de fora e optmos por esta soluo, porque o Espao t de
todos, para todos, sem exceo.

Considerando, assim, a definio da amostra para cada stakeholder, teve-se em considerao a populao, a
idade, o gnero, a representatividade da amostra e a aleatoriedade. Na tabela seguinte poder ser identificado
o mtodo de envolvimento de cada stakeholder:

179
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

STAKEHOLDERS MTODO DE ENVOLVIMENTO

Moradores dos Bairros Entrevistas com as associaes dos bairros; entrevistas a moradores e grupos focais a moradores
sociais do porto
1 fase: Recolha de informaes junto de associaes de bairros onde j tinham acontecido
espetculos semelhantes, para percecionar as mudanas.

Entrevistas exploratrias a habitantes de 2 bairros, de 20 a 30 Maro. Foram realizados ainda dois


grupos focais com os moradores de 2 bairros.

2 fase: Realizao de questionrios individuais a moradores dos bairros de forma a recolher mais
elementos, que complementem a anlise anterior.

Recolha de cerca de 27 questionrios (10 do sexo masculino e 17 do sexo feminino) a moradores de 6


diferentes bairros, com uma mdia de 4 questionrios por bairro, que ocorreu em Maio. Os moradores
dos 6 bairros inquiridos so representativos das diferentes tipologias de bairro social (grande, mdio,
pequeno, muito problemtico, pouco problemtico), tendo em ateno tambm o sexo e a idade dos
entrevistados, face populao que previsivelmente ir assistir aos espetculos).

Alunos do Espao t Grupo focal e entrevistas por questionrio.

1 fase: Grupo focal com os alunos para introduo temtica e auscultao prvia. Entrevistas a 10
alunos com problemticas distintas. 20 a 30 de Maro.

2fase: Questionrio individual acompanhado pela equipa do SROI, a 20 alunos representativos da


populao (idade, sexo, problemtica biopsicossocial). Destes, foram realizados 2 inquritos a alter-
egos que responderam por dois alunos com elevado deficit cognitivo.

Cmara Municipal do Entrevista/reunio; questionrio exploratrio e questionrio final.


Porto / Domus Social
1 fase: marcao de reunio inicial de apresentao do SROI, para envolvimento do stakeholder na
avaliao do projeto. Final de Maro. Envio de questionrio exploratrio para um responsvel da
Domus Social directamente ligados ao projeto. Abril

2 fase: Envio de questionrio (final. de maio).

Associaes/ entidades Conversa com abordagem informal ao tema da avaliao e questionrio.


dos 49 bairros
1 fase: Introduo temtica da avaliao SROI, durante o envolvimento do stakeholder na
implementao das atividades do projeto. O tema foi abordado informalmente. Entrevistas a 3
associaes, de 20 a 30 Maro.

2 fase: Questionrio telefnico aos interlocutores directos e dirigentes, estes ltimos quando aplicvel,
por telefone. Aplicao de questionrios finais a 6 associaes (final de maio)..As associaes de
moradores inquiridas so representativas das diferentes tipologias de bairro social (grande, mdio,
pequeno, muito problemtico, pouco problemtico).

Dinamizadores artsticos Chuva de ideias e questionrio:


do projeto
1 fase: Reunies iniciais de apresentao do SROI, e recolha de informao dos 7 formadores (atelies
diferentes). final de maro. Dinmica de grupo, com todos os dinamizadores, em abril.

2 fase: Questionrio aos 7 dinamizadores (a totalidade), em maio.

Tabela II

180
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

2. RECURSOS E ATIVIDADES
2.1. INVESTIMENTOS

Os alunos do Espao t iro investir o seu tempo e os conhecimentos adquiridos nos atelis artsticos, para
apresentarem nos bairros os diferentes espetculos / atividades. Os moradores investiro apenas o seu
tempo ao assistirem s atividades, j que as mesmas so de carter gratuito.

As associaes de moradores / entidades dos bairros iro investir tempo e contribuiro com a cedncia de
espao para as atividades (quando as mesmas se realizarem em espaos fechados, que contamos seja em
60% dos casos). Desta forma, calculmos um investimento no valor de cinco euros por entidade, o que
totaliza 200 euros (40 x 5 euros).

Os dinamizadores iro investir o seu tempo e conhecimento para a preparao, superviso e acompanhamento
dos espetculos.

Por ltimo, a Domus Social / C.M.Porto investir 30 mil euros para financiar todo o projeto.

Tabela III

STAKEHOLDERS RECURSOS VALOR

Moradores dos Bairros sociais do Porto Tempo no considerado

Alunos do Espao t Tempo no considerado


Conhecimento

Cmara Municipal do Porto / Domus Social Tempo 30.0000


Recursos Financeiros

Associaes/ entidades dos 40 bairros Tempo 200


Espao

Dinamizadores artsticos do projeto Tempo no considerado


Conhecimento

181
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

2.2. RESULTADOS

No quadro abaixo resumimos os resultados do projeto em nmeros por stakeholders.

Tabela IV

STAKEHOLDERS ATIVIDADES RESULTADOS EM NMEROS

Moradores dos Bairros Participao como espetadores em manifestaes 2000 habitantes dos bairros sociais do
sociais do Porto artsticas (Teatro, Dana, Canto, Pintura e Tai Chi), Porto iro assistir gratuitamente a
durante um ano em 40 bairros sociais da cidade do manifestaes artisticas (media de 50
Porto. 1 espetculo por semana. pessoas por bairro).

Alunos do Espao t Apresentao ao pblico manifestaes artisticas 80 alunos faro 40 apresentaes


(Teatro, Dana, Canto, Pintura e Tai Chi), durante um pblicas.
ano em 40 bairros sociais da cidade do Porto. 1 8 atividades diferentes (3 de teatro, 1 de
espetculo por semana. canto, 2 de dana, 1 de pintura; 1 de Tai
Chi. Uma a duas aulas semanais de
preparao dos espetculos.

Cmara Municipal do Porto Financiamento do projeto. 2000 habitantes dos bairros sociais do
/ Domus Social Porto iro assistir gratuitamente a
manifestaes artsticas / culturais
(mdia de 50 pessoas por espetculo).

Associaes/ entidades dos Recepo dos espetculos / atividades nas suas 2000 habitantes dos bairros sociais do
49 bairros, para 40 instalaes (Teatro, Dana, Canto, Pintura e Tai Chi) Porto iro assistir gratuitamente a
apresentaes (algumas manifestaes artsticas (mdia de 50
apresentaes far-se-o para pessoas por espetculo).
2 bairros em simultneo Aumento do numero de moradores a
frequentar as associaes.

Dinamizadores artsticos do Dinamizao de 8 atelies artsticos 2 vezes por 40 apresentaes pblicas.


projeto semana (espetculos e/ou aulas) durante 1 ano. 8 atividades diferentes (3 de teatro, 1 de
canto, 2 de dana, 1 de pintura; 1 de Tai
Chi. 1 a 2 aulas semanais de preparao
dos espetculos.

182
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

3. TEORIA DA MUDANA
O projeto Palcos para a Incluso nasce para dar resposta a diversas problemticas que o Espao t tem vindo a
identificar, ao longo da sua existncia, decorrente do trabalho efetuado com a comunidade e com os seus
utentes. Este projeto apresenta uma dinmica singular, pois procura intervir em duas frentes: junto dos seus
utentes e junto da populao dos bairros sociais do Porto. As necessidades diagnosticadas nestes dois
beneficirios so distintas, enquadrando-se todavia na viso do Espao t, que a incluso social.

Para a medio do impacto criado nos stakeholders pelo projeto Palcos para a Incluso estabeleceu-se como
ponto de partida algumas mudanas positivas geradas nos indivduos e na comunidade, assim como tambm
as mudanas geradas nas entidades que apoiam o projeto e intervm elas prprias na comunidade.

Tambm foram considerados os aspetos que podem, de alguma forma, gerar mudanas negativas nos
stakeholders e/ou na sociedade como um todo.

Para recolha e sistematizao da informao dinamizaram-se grupos focais e realizaram-se entrevistas


informais com os diversos stakeholders. Resultou destas abordagens a identificao e compreenso, pela
equipa deste estudo, das mudanas intencionais e no intencionais que as atividades do projeto podem
provocar.

Este processo de consulta conseguiu, ainda, a obteno de informaes cruciais e esclarecedoras do impacto
deste projeto na comunidade. A sistematizao destas informaes permitiu a criao de cadeias de
eventos ou diagramas da teoria da mudana, esquematizando as diversas etapas das mudanas nos
stakeholders, at ocorrncia de mudanas a mais longo prazo.

O QUE MUDA PARA OS ALUNOS?

Os alunos do Espao t so frequentadores regulares das atividades existentes na instituio, nomeadamente


os atelis ldico-teraputicos do departamento de desenvolvimento pessoal e artstico. A grande maioria
portadora de problemticas biopsicossociais, necessitando por tal de apoio psicolgico para alcanar e
manter uma sade mental satisfatria, a maioria das vezes fragilizada por factores intrnsecos e extrnsecos
ao EU de cada indivduo.

Os alunos participam, integram e ajudam a construir grupos teraputicos, nos quais se apoiam
psicologicamente, criando laos afectivos por vezes muito fortes. Assim, desenvolvem no coletivo formas de
afirmao pessoal, impossveis de obter individualmente.

Os espetculos nos bairros so o culminar deste processo de afirmao pessoal, pois esta afirmao
transferida para a sociedade, permitindo uma ligao comunidade e um bem-estar emocional pelo
entendimento de serem teis e capazes para a sociedade, pela partilha de momentos de alegria e tambm
por vezes de ansiedade , que culmina numa slida percepo do SER, aumentando a sua auto-estima.

Com as atividades apresentas ao pblico, posso mostrar que sou capaz de fazer muitas coisas e as
pessoas vem-me com outros olhos.

Aluno

183
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

Participao em
espectculos,
como protagonistas

Maior Responsabilizao Melhor oralidade Mais relaes


mobilidade interpessoais dentro do
grupo
Motivao Mais capacidade
Autonomia de comunicao
com terceiros Sentimento de
Capacitao para pertena
a aco
Estabelecimento de
novos Estreitamento de
relacionamentos laos sociais
Autoconfiana
com amigos e
comunidade
Empatia (compreenso
mtua)
Auto-estima Percepo de si prprio
como sendo til e capaz
Menor Reflexo sobre si
para a sociedade
isolamento prprio e o outro

Aceitao da
Bem-estar emocional prpria diferena

Mais tolerncia

Figura 1: teoria da mudanaAlunos

Durante o grupo focal que foi organizado com os alunos, verificou-se que a a maioria deles no tem laos
afetivos com a famlia, ou tem apenas contactos espordicos, devido ao facto de alguns viverem sozinhos,
outros porque as suas problemticas afastam os familiares.

Comprovou-se, assim, que a frequncia dos atelis fulcral para os alunos manterem laos sociais. Com os
espetculos verifica-se um reforo da partilha de momentos entre o grupo, dado que a quantidade de vezes
que esto reunidos superior. Por tal, o grau de isolamento reduzido e os alunos revelam uma maior
tolerncia perante as diferenas dos elementos do grupo, traduzindo-se numa menor quantidade de
conflitos a longo prazo.

O Espao t a minha famlia

Aluno

184
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

Assim, as mudanas atribuveis atividade Palcos para a Incluso so praticamente todas corroboradas aps
a aplicao do questionrio, durante a segunda fase da elaborao teoria da mudana, com excepo do
aumento do grau de ansiedade (que inicialmente foi entendido na cadeia de eventos como um possvel
espoletar do aumento do isolamento, dado que poderia inibir a participao nos espetculos, e logo, a
frequncia dos atelies por parte dos alunos; mas aps o grupo focal, foi desconstruda essa percepo, dado
que todos, sem excepo, manifestaram uma imensa alegria e vontade de participar nos espetculos, muito
embora pudessem de quando em quando sentir alguma ansiedade).

Com as apresentaes pblicas podemos mostrar o que valemos, do que somos capazes,
conhecemos novas pessoas e recebemos muitos elogios

Aluno

O QUE MUDA PARA OS MORADORES?

Historicamente, a populao residente nos bairros sociais do Porto apresenta caractersticas especficas, que
no seu conjunto enquadram essa populao na definio econmico-social de carenciada. Tais
caractersticas, abordadas em diversos estudos e bem identificadas, podem resumir-se por altos nveis de
desemprego originando dificuldades econmicas graves, baixa escolaridade ou mesmo iliteracia, dificuldade
de acesso cultura, sendo assim alvo muitas vezes de discriminao da sociedade em geral.

Kilpatrick e Holland (2006) referem ainda que esta tipologia de famlias vive voltada para si mesma, com
dificuldades em estabelecer relaes interpessoais a todos os nveis, quer seja dentro da prpria famlia, na
famlia alargada, e na sociedade em geral. Devido a estes fatores, os indivduos na sua generalidade
apresentam baixa auto-estima, frustrao e conformismo com a sua situao, tornando-se extremamente
difcil promover a alterao deste comportamento.

Em Outubro de 2008, 46,5% de desempregados registados em Portugal Continental, situava-se na regio do


Norte. Por sua vez, na regio do Grande Porto, naquela data, estavam registados 78.430 desempregados,
correspondendo a 43,4% dos desempregados na Regio Norte. Por outro lado, no grupo etrio dos 35 54
anos que recai a maior percentagem de desempregados do Grande Porto, na ordem dos 46,3%. Os
desempregados no grupo etrio dos 25 34 anos correspondem a 20,4% do total de desempregados nesta
mesma regio. Os que se situam no grupo etrio com menos de 25 anos atingem 12,3% e os com 55 e mais
anos atingem a percentagem de cerca de 20,9%. (fonte: Plataforma Territorial Supraconcelhia do Grande
porto, Segurana Soacial e Rede Social do Porto).

Atualmente a cidade do Porto conta com 49 bairros sociais, sendo que trs deles se referem a ampliaes de
bairros pr-existentes (Falco, Cerco e Lagarteiro), totalizando cerca de 13400 fogos. O nmero de pessoas
autorizadas a residir em habitao social na cidade do Porto de aproximadamente 33000 (fonte: Porto
Solidrio, Diagnstico Social do Porto, UCP/FEP, FPS/CLASP, 2008-09).

Pelas situaes descritas, notria a existncia de uma estigmatizao social que tende a penalizar os
habitantes das zonas mais degradadas sendo, nessa medida, pouco favorvel superao das dificuldades
(fonte: Porto Solidrio, Diagnstico Social do Porto, UCP/FEP, FPS/CLASP, 2008-09). Estas dificuldades socio-
econmicas vo traduzir-se em dificuldades de diversa ordem, nomeadamente em intolerncia e sentimento
de incapacidade para a mudana.

185
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

Apesar de apenas assistirem a um espetculo em cada bairro, so expectveis mudanas materiais, pela
alegria sentida e manifestada, pelo convvio entre todos os moradores, com momentos de partilha tambm
com a prpria famlia, que se traduz em bem-estar emocional. Este bem-estar tambm alcanado pela
descoberta de novos interesses pelos espetadores, que podem procurar outras atividades no bairro e na
cidade do Porto, conseguindo desta forma diminuir a (auto) estigmatizao, promover a autoconfiana e a
reduzir do isolamento.

O aumento da tolerncia perante a diferena outra mudana esperada. Ao assistirem a atividades culturais
onde os protagonistas tm problemticas biopsicossociais, os moradores comprovam diretamente as
capacidades que estes indivduos possuem, comparam-se eles prprios com o Outro, autoanalisando-se,
aceitando-os como diferentes mas capazes, corajosos. Riem, aplaudem, sofrem em conjunto, do nimo e,
por ltimo, aceitam-se na diferena.

Naturalmente, a dimenso destas mudanas a longo prazo no comparvel s mudanas sentidas pelos
alunos; no entanto, perante a dimenso do prprio projeto e o nvel de interveno em cada bairro, a
obteno de algumas mudanas dever ser valorizada.

Assistir a uma
actividade artstica
/ cultural

Convvio / momentos de lazer

Contacto com pessoas com problemticas Mais momentos de


biopsicossociais, que desenvolvem actividades dilogo com os
de arte perfomativa ou artes plsticas vizinhos

Assuno das prprias Descoberta de Mais momentos de Aumento de Estabelecimento de


capacidades e do Outro novos interesses com a famlia contactos com as novas relaes
associaes do bairro intracomunitrias

Aceitao da diferena Procura de Descontraco


actividades culturais e Aumento do
artsticas esprito
Alegria comunitrio
Mais tolerncia Aumento das relaes
sociais exteriores ao
Criao ou fortalecimento
bairro
de laos sociais

Autoconfiana
Reduo do isolamento

Bem-estar emocional

Figura 2: Teoria da mudana Moradores

186
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

O QUE MUDA PARA OS DINAMIZADORES?

Os dinamizadores so parte fundamental em todo este processo, dado que estruturam, organizam e colocam
em palco os alunos do Espao t. Inicialmente estabeleram-se trs mudanas a longo prazo: mais tolerncia,
maior realizao pessoal e profissional e mau estar emocional (esta ltima de sinal negativo).

Organizado um grupo focal com os dinamizadores, a teoria da mudana inicial sofreu alteraes profundas,
pois apenas foi validada a mudana realizao profissional. Foi includa a mudana aumento da capacidade
de gesto emocional, que sintetiza as mudanas inicialmente definidas. O mau estar emocional foi eliminado,
dado que os dinamizadores no sentem que essa mudana seja a longo prazo, nem corroboram a cadeia de
eventos pr-definida pela equipa de estudo, usando antes a ansiedade e o stress como espoletadores da
mudana aumento da capacidade de gesto emocional. Na prtica, foi evidenciado o nfase que os
dinamizadores do ao seu papel como profissionais, sendo as mais valias para a carreira e para a aquisio de
competncias destacadas ou valorizadas em detrimento de outras mudanas.

Organizao dos
espectculos

Alegria Expectativa Interao com


os utentes

Satisfao Ansiedade
Aumento da
experincia
Stress profissional

Aumento de
Aumento da capacidade
competncias
de gesto de conflitos

Reconhecimento

Aumento da Novas e melhores


capacidade de oportunidades
gesto emocional profissionais

Aumento de
rendimentos

Realizao
profissional

Figura 3: Teoria da mudana Dinamizadores

187
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

O QUE MUDA PARA AS ASSOCIAES DOS BAIRROS?

As associaes ajudam a dinamizar os espetculos, cedendo espaos fsicos e promovendo os mesmos. Na


prtica, alcanam um maior reconhecimento perante os moradores dos bairros e a prpria sociedade,
traduzindo-se isso num maior nmero de visitas dos moradores, mais parcerias com outras entidades e, por
ltimo, numa perspectiva de possibilidade a curto/mdio prazo de aumentar atividades com a participao
dos moradores.

Promoo/ recepo
de espectculos

Maior oferta de servios culturais Maior dinamizao dos espaos Trabalho em parceria
comunitrios existentes dos bairros

Maior envolvimento Promoo da imagem


dos moradores dos bairros Maior interesse pelo bem comum do trabalho da Associao

Maior sentido crtico Aumento do sentido comunitrio


Maior visibilidade
dos moradores dos bairros
Maior cuidado e interesse pelas
infraestruturas comunitrias
Aumento do grau de satisfao
Mais reconhecimento
dos moradores face a algumas
instituicional
condies sociais dos bairros

Melhoria da relao
com os moradores

Figura 4: Teoria da mudana Associaes dos Bairros

O QUE MUDA PARA A DOMUS SOCIAL?

semelhana das associaes, a Domus Social, empresa financiadora, tambm retira mais-valias deste
projeto, decorrentes do mediatismo alcanado, dentro dos bairros e na projeco na cidade, pelos meios de
comunicao social que seguem o projeto. Assim, as mudanas alcanadas passam pelo reconhecimento do
trabalho realizado pela Domus Social nos bairros sociais da cidade do Porto e indiretamente usufruem de
mudanas operadas nos moradores, mais especificamente pelo maior cuidado e interesse demonstrado
pelos moradores pelas infra-estruturas dos bairros, derivado do envolvimentos dos moradores na dinmica
social e comunitria, muito pela projeo das associaes de moradores.

188
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

Promoo de
espectculos

Maior oferta de Maior dinamizao Promoo da imagem


servios culturais dos espaos comunitrios do trabalho da Domus Social
existentes dos bairros

Maior envolvimento Maior visibilidade


dos moradores dos Maior interesse
bairros pelo bem comum

Mais reconhecimento
Maior sentido crtico Aumento do
dos moradores dos sentido comunitrio
bairros

Maior cuidado
Aumento do grau de e interesse pelas
satisfao dos moradores infraestruturas
face a algumas condies comunitrias
sociais dos bairros

Reduo de
vandalismo

Figura 5: Teoria da mudana Domus Social

189
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

4. PROVAS E VALOR
4.1. INDICADORES (QUANTIDADE)

Aps serem definidas as mudanas, houve necessidade de se identificarem indicadores que comprovem
efectivamente que estas mudanas ocorrem e, para alm disso, medir cada benefcio, ou seja, quantificar as
mudanas.

A identificao dos vrios indicadores foi possvel atravs da observao participante dos vrios stakeholders,
atravs da recolha de informao obtida durante a 1 fase de envolvimento dos mesmos e da reviso da
literatura efetuada.

Para cada mudana foram utilizados dois indicadores, tentando garantir sempre que um objetivo e outro
subjetivo. Isto colocou algumas questes de fundo, nomeadamente a opo entre este ou aquele indicador,
qual o que melhor refletia a cadeia de eventos, o que traria dados mais relevantes. Observou-se assim a
necessidade de existir uma escolha muito rigorosa quanto qualidade dos indicadores a utilizar.

Aps a definio dos indicadores, foram construdos questionrios a aplicar a cada um dos stakeholders,
tendo o cuidado de realizar perguntas que resultem em dados quantificveis. Aqui tambm inicialmente
foram elaboradas pelo menos duas questes por indicador, mas pelo mesmo motivo invocado anteriormente,
apenas foi utilizada uma por cada indicador (com dois momentos: antes e depois do projeto).

Na escolha da escala e para a formulao das questes usou-se como modelo o instrumento de Avaliao da
Qualidade de Vida da OMS (WHOQOL-100), que segue uma escala de Likert, de 1 a 5. Utilizou-se igualmente a
escala visual analgica EVA, em percentagem de 0 a 100%.. Os grupos focais e as entrevistas inicias permitiram
elaborar, adaptar e conciliar os questionrios com os instrumentos utilizados.

Pode verificar-se que algumas mudanas so idnticas nos vrios stakeholders; no entanto, o caminho
percorrido para obter essa mudana varia entre os stakeholders, logo foi necessrio utilizar indicadores e/ou
questes diferentes.

Na tabela seguinte esto indicados para cada mudana ocorrida no stakeholder, os indicadores utilizados.

190
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

Tabela VI

STAKEHOLDER

Alunos do Espao T Aumento da Grau de auto-estima e confiana em si prprio


Autoestima
N de comentrios positivos recebidos

Aumento do Grau de percepo de si prprio como sendo til e capaz para a sociedade
Bem-estar
Grau de capacidade de aprender novas coisas
emocional

Diminuio do Frequncia de contactos com os elementos do grupo


isolamento
Grau de satisfao com relaes interpessoais

Aumento da Nvel de capacidade de aceitar a diferena


Tolerncia
Nvel de compreenso do outro

Moradores dos bairros Aumento do Nvel de capacidade de aprender coisas novas


sociais Bem-estar
N momentos de partilha com a famlia
emocional

Diminuio do Grau de satisfao com relaes interpessoais


isolamento
Nvel de sentimento de pertena ( comunidade)

Aumento da Nvel de capacidade de aceitar a diferena


Tolerncia
Grau de compreenso do outro

Dinamizadores Aumento da Grau de gesto de stress


capacidade de
Nvel de capacidade de gesto emocional
gesto emocional

Aumento da Nvel de competncias


realizao
Grau de Reconhecimento
profissional

Associaes Melhoria da relao Grau de envolvimento dos moradores


com os moradores
N de atividades nos bairros

Aumento do Grau de visibilidade


reconhecimento
N de novas visitas de moradores associao

Domus Social Reduo do Nvel de sentido comunitrio


vandalismo
Grau de reduo de vandalismo

Aumento do Grau de visibilidade


reconhecimento
N de novas notcias na comunicao social

191
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

A quantificao de uma mudana foi obtida pela percentagem de confirmao dessa mudana, pelo
stakeholder, aps a aplicao do questionrio. Ou seja:

Quantidade da mudana

% de confirmao (resultado do questionrio) X n total de indivduos (universo dos beneficirios)

As mudanas foram quantificadas extrapolando as percentagens de confirmao, que resultaram dos


questionrios. Na tabela seguinte est indicado para cada stakeholder, a distncia percorrida (DP, expressa em
percentagem) e a correspondente quantidade consguida em cada mudana.

Tabela VII

STAKEHOLDERS MUDANA DP QUANTIDADE

Valor Racional

Alunos Alunos tm mais 25,63% 20,50 Mdia da distncia (DP) percorrida dos indicadores
Autoestima Grau de auto-estima e confiana em si prprio e do N
de comentrios positivos recebidos a multiplicar pelo
nmero de alunos participantes (80)

Alunos sentem-se 22,50% 18 Mdia da distncia (DP) percorrida dos indicadores


melhor com eles Grau de percepo de si prprio como sendo til e
prprios capaz para a sociedade e da Capacidade de aprender
coisas novas, a multiplicar pelo nmero de alunos
participantes (80)

Alunos sentem-se 20,63% 16,5 Mdia da distncia (DP) percorrida dos indicadores
menos ss Frequncia de contatos com os elementos do grupo e
o Grau de satisfao com relaes inter-pessoais a
multiplicar pelo nmero de alunos participantes (80)

Alunos esto mais 15,36% 12,30 Mdia da distncia (DP) percorrida dos indicadores
tolerantes perante a Nvel de capacidade de aceitar a diferena e o Grau de
diferena compreenso do outro a multiplicar pelo nmero de
alunos participantes (80)

Moradores Bairros Moradores sentem- 18,06% 361,2 Mdia da distncia (DP) percorrida dos indicadores
Sociais se melhor com eles Nvel de capacidade de aprender coisas novas e o
prprios Numero de momentos de partilha com a famlia, a
multiplicar pelo nmero expectvel de moradores a
assistir aos espetculos (50 espetadores x 40
apresentaes = 2000)

Moradores sentem- 17,59% 351,8 Media da distncia (DP) percorrida dos indicadores
se menos ss grau de satisfao com relaes interpessoais e o Nvel
de sentimento de pertena comunidade a
multiplicar pelo nmero expectvel de moradores a
assistir aos espetculos (50 espetadores x 40
apresentaes = 2000)

Moradores sentem- 16,57% 331,40 Mdia da distncia (DP) percorrida dos indicadores
se mais tolerantes Nvel de capacidade de aceitar a diferena e o Grau de
com a diferena compreenso do outro a multiplicar pelo nmero
expectvel de moradores a assistir aos espetculos (50
espetadores x 40 apresentaes = 2000)

192
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

STAKEHOLDERS MUDANA DP QUANTIDADE

Valor Racional

Dinamizadores Os dinamizadores 12,5% 0,88 Mdia da distncia (DP) percorrida dos indicadores
conseguem gerir Grau de gesto do stress e Nvel de capacidade de
melhor as prprias gesto emocional a multiplicar pelo nmero de
emoes e a dos dinamizadores participantes (7)
alunos

Os dinamizadores 17,28% 1,20 Mdia da distncia (DP) percorrida dos indicadores


sentem-.se mais Nvel de competncias e Grau de reconhecimento a
realizados multiplicar pelo nmero de dinamizadores
profissionalmente participantes (7)

Associaes de As associaes tm 4,17% 1,67 Mdia da distncia (DP) percorrida dos indicadores
Moradores um melhor Grau de envolvimento dos moradores e do Nmero
relacionamento com de atividades no bairro a multiplicar pelo Nmero de
os moradores associaes de bairros (49)

As associaes so 16,67% 6,67 Mdia da distncia (DP) percorrida dos indicadores


mais reconhecidas Grau de visibilidade e Nmero de novas visitas de
pelo seu trabalho moradores associao a multiplicar pelo nmero de
associaes de bairros (49)

Domus Social A Domus Social v 25,00% 10 Mdia da distncia (DP) percorrida dos indicadores do
reduzido o esforo Nvel de sentido comunitrio dos moradores dos
financeiro nos bairros bairros e o Nvel de reduo do vandalismo
pois existe menos
vandalismo, uma vez
que melhora o
sentido comunitrio
dos moradores

A Domus Social 12,50% 1,50 Mdia da distncia (DP) percorrida dos indicadores
mais reconhecida Grau de visibilidade e Nmero de novas noticias na
pelo seu trabalho comunicao social
nos bairros sociais

Pelos resultados obtidos na anlise estatstica aos questionrios realizados aos diferentes stakeholders,
concluiu-se que a maioria das mudanas apresenta uma distncia percorrida muito semelhante. As maiores
DP, com cerca de 25%, acontecem nos alunos, na mudana aumento da autoestima e na Domus Social, na
mudana reduo do vandalismo nos bairros sociais.

A maioria das mudanas apresenta uma DP entre os 15% e os 20%, situando-se 2 mudanas nos 12,5%. A
mdia das DP de 17,27%.

Nas associaes, a DP na mudana melhoria da relao com os moradores menos significativa pelo facto
de se ter demonstrado que as associaes j mantinham partida (momento T0) uma boa relao com os
moradores. Nesta mudana obteve-se uma DP de 4,17%.

Uma vez que a quantidade obtida multiplicando a DP pela populao, verifica-se que o universo dos
moradores, com 2000 pessoas moradores envolvidos diretamente, com uma mdia de 50 por bairro

193
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

determinante para a quantidade de mudana obtida por este stakeholder. No inverso, os dinamizadores,
por serem apenas 8 indivduos, conseguem uma quantidade de mudanas de 0,88 e 1,20 para o aumento da
capacidade de gesto emocional e aumento da realizao profissional, respetivamente. Isto apesar de as
DP de ambas as mudanas se situarem nos 12,5% e 17,21% (ou seja, prximo da mdia de todas as DP).

Como nota adicional anlise da quantidade, refira-se que a definio da populao neste estudo no foi
uniforme, por escassez de tempo, pois entendemos que o mais correto seria definir a populao dos
stakeholders associaes e Domus Social atravs da contabilizao do nmero de pessoas envolvidas no
projeto, em cada associao e na Domus Social, o que nos levaria a uma definio mais adequada da
populao e portanto da quantidade de mudana.

4.2. DURAO

A durao indica o perodo de tempo em que a mudana sentida na vida de cada indivduo ou entidade
aps o trmino do projeto. Para aferir a durao das mudanas foi colocada a pergunta No final do projeto,
quanto tempo que acha que ainda sentir em si as seguintes mudanas?.

No Palcos para a Incluso observamos que os vrios stakeholders tm nveis de envolvimento distintos. Mais
especificamente, os alunos e dinamizadores so os que mais envolvidos esto neste projeto. Para estes dois
stakeholders, dado que a sua interveno no projeto se inicia desde o primeiro dia do mesmo, pensamos que
por essa razo o efeito das mudanas so mais duradouras e consistentes.

Para os moradores e associaes, pelo contrrio, dado as suas curtas participaes porque a atividade
fragmentada por 40 bairros no projeto , o perodo em que as mudanas sero sentidas temporalmente
mais curto.

Por ltimo, a durao das mudanas tambm curta na Domus Social., uma vez que o projeto representa
uma pequena parte do trabalho que esta entidade desenvolve.

Poder concluir-se que, por se tratar aqui de uma anlise prospetiva, as respostas no foram muito objetivas
porque difceis de prever e pensamos ns que as mudanas foram de alguma forma sub-avaliadas na sua
permanncia temporal, por todos os stakeholders.

Na tabela seguinte so explanados os perodos temporais do parmetro durao, obtidos pela anlise dos
questionrios.

194
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

Tabela VIII

STAKEHOLDER MUDANA DURAO RACIONAL

Alunos do Aumento da 1,13 A mdia das respostas ao questionrio indicou que a


Espao T Autoestima durao desta mudana seria de 1,13 anos aps o trmino
da mesma.

Aumento do 1,15 A mdia das respostas ao questionrio indicou que a


Bem-estar durao desta mudana seria de 1,15 anos aps o trmino
emocional da mesma.

Diminuio do 1,11 A mdia das respostas ao questionrio indicou que a


isolamento durao desta mudana seria de 1,11 anos aps o trmino da
mesma.

Aumento da 1,19 A mdia das respostas ao questionrio indicou que a


Tolerncia durao desta mudana seria de 1,19 anos aps o trmino
da mesma.

Moradores dos bairros Aumento do 0,36 A mdia das respostas ao questionrio indicou que a
sociais Bem-estar durao desta mudana seria de 0,36 anos aps o trmino
emocional da mesma.

Diminuio do 0,38 A mdia das respostas ao questionrio indicou que a


isolamento durao desta mudana seria de 0,38 anos aps o trmino
da mesma.

Aumento da 0,85 A mdia das respostas ao questionrio indicou que a


Tolerncia durao desta mudana seria de 0,85 anos aps o trmino
da mesma.

Dinamizadores Aumento da 0,64 A mdia das respostas ao questionrio indicou que a


capacidade de durao desta mudana seria de 0,64 anos aps o trmino
gesto emocional da mesma.

Aumento da 0,89 A mdia das respostas ao questionrio indicou que a


realizao durao desta mudana seria de 0,89 anos aps o trmino
profissional da mesma.

Associaes Melhoria da 0,25 A mdia das respostas ao questionrio indicou que a


relao com os durao desta mudana seria de 0,25 anos aps o trmino
moradores da mesma.

Aumento do 0,25 A mdia das respostas ao questionrio indicou que a


reconhecimento durao desta mudana seria de 0,25 anos aps o trmino
da mesma.

Domus Social Reduo do 0,25 A mdia das respostas ao questionrio indicou que a
vandalismo durao desta mudana seria de 0,25 anos aps o trmino
da mesma.

Aumento do 0,50 A mdia das respostas ao questionrio indicou que a


reconhecimento durao desta mudana seria de 0,50 anos aps o trmino
da mesma.

195
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

4.3. APROXIMAES FINANCEIRAS

As aproximaes financeiras so uma ferramenta para validar as mudanas materiais e comparam servios
existentes na sociedade que promovam as mesmas mudanas que o projeto Palcos para a Incluso. Para tal,
entendeu-se adoptar para cada uma das mudanas as aproximaes financeiras (AF) que pensamos melhor
se aproximam da mudana que se quer atingir:

CONSULTAS DE PSICOLOGIA

Esta aproximao financeira foi utilizada para a mudana aumento da auto-estima, sendo a forma mais direta
de se obter essa mudana no indivduo. Consideraram-se 24 consultas de psicologia, aps auscultao do
psiclogo do Espao t, realizadas num perodo temporal de 1 ano. O valor de 50 foi conseguido atravs do
servio de consultas externas da Faculdade de Psicologia e de Cincias da Educao da UP e do valor mdio
de mercado.

SESSES DE COACHING

As sesses de coaching foram aplicadas ao aumento do bem-estar emocional nos alunos dado que se
pretende promover a perceo individual do sentimento de utilidade para a sociedade e a promoo da
capacidade de aprender coisas novas. Tambm foi utilizada para o aumento da tolerncia nos moradores,
pelo facto de ser uma forma eficaz de aumentar a capacidade de aceitao da diferena e da compreenso
do Outro. Considerou-se suficiente 6 sesses de 1.30h cada para os alunos e 2 sesses para os moradores.
Cada sesso custa em mdia 75 (fonte: Associao Empresarial do Minho).

ATIVIDADES RECREATIVAS DE GRUPO

Esta AF foi utilizada para quantificar a mudana diminuio do isolamento, dado que se pretende uma
atividade que promova o aumento de contatos com os elementos de um grupo (de teatro, neste caso) assim
como o aumento da satisfao com os elementos desse mesmo grupo e aumento da capacidade de
compreender os outros. Assim, apenas se selecionou uma atividade, regular e continuada. Foram consultadas
trs fontes para obter o custo de um ateli de teatro. O valor mensal mdio da atividade so 40 (em 12
meses).

ATIVIDADES RECREATIVAS DIVERSAS

Para a obteno da mudana diminuio do isolamento pelos moradores, foi necessrio comparar atividades
que promovessem o convvio e obrigassem os indivduos a sair de casa; indagou-se junto dos moradores
quer nos grupos focais, quer nas conversas informais, quanto custaria por pessoa uma atividade desenvolvida
no bairro que promovesse a reduo de isolamento (baile, concerto, romaria). Esta(s) atividade(s) com custos
associados (comida, bebida, outros) perfazem 30.

PROMOO ATIVIDADES DE LAZER NO BAIRRO (EXPRESSO CORPORAL, EDUCAO FSICA E


EXPRESSO PLSTICA)

Muito semelhana das atividades descritas no ponto anterior, estas servem para apuramento do valor de
atividades promovidas pelas associaes dos bairros, de forma a valorar a mudana melhoria da relao com
os moradores, ou seja, definiu-se uma atividade de dana, Tai Chi ou Pintura a promover pelas associaes,
onde cada atividade custa 50 euros por 2 horas.

196
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

SESSES DE DINMICA DE GRUPO

Os alunos do Espao t so experimentadores da mudana aumento da tolerncia, conseguida pela aceitao


da diferena e pela compreenso do Outro. Esta mudana poder ser obtida na comunidade pela frequncia
de sesses de desenvolvimento pessoal, dinmicas de grupo, onde os formandos trabalham estas
competncias. Por tal, apenas se selecionou uma atividade, regular e continuada. Foram consultadas trs
fontes para obter o custo de um ateli de teatro. O valor mensal mdio da atividade so 40 (em 12 meses).

CONSULTAS DE TERAPIA FAMILIAR

A mudana aumento do bem-estar emocional nos moradores recorreu-se AF consultas de terapia familiar,
dado que expectvel os espetculos promoverem a dinmica familiar, com mais momentos de partilha na
mesma. Para tal observaram-se os valores correspondentes a 1 consulta de terapia familiar no perodo de 1
ano, sendo que cada consulta tem o valor de 115 (fonte: Clnica de Sade Mental do Porto).

FORMAO EM GESTO DE CONFLITOS E AUTO-CONTROLO EMOCIONAL

Para os dinamizadores, a capacidade de gesto de conflitos e de controlo emocional, as aproximaes


financeiras foram obtidas pela participao em aes de formaes que abranjam estas temticas, Assim
procurou-se no mercado entidades formadoras nestas reas e obteve-se o valor de 160.

CURSO DE ARTE-TERAPIA E DE DESENVOLVIMENTO DE COMPETNCIAS

Do mesmo modo, os dinamizadores conseguem a mudana aumento da realizao profissional pela


frequncia de cursos que os capacitem nas reas de arte-terapia e desenvolvimento de competncias,
perfazendo um total de 270.

CUSTOS ASSOCIADOS DIVULGAO

Tanto as associaes como a Domus Social conseguem obter um aumento do reconhecimento do trabalho
realizado pela divulgao dessas suas atividades, intervenes, etc.. Por tal, optou-se para a Domus Social
atribuir o valor de publicao/publicidade do projeto em jornais dirios de mbito nacional, sendo o valor de
de pgina cujo custo de 4.030 (fonte: jornal de Notcias). Para as associaes assumimos o valor de
mercado da impresso de 1000 flyers e 100 cartazes 300 (fonte: Lidergraf).

ACES DE SENSIBILIZAO PARA OS MORADORES

Promovidas pela Domus Social, visam obter o valor da mudana diminuio do vandalismo nos bairros (1
sesso gratuita em 40 bairros sobre cidadania ativa e participao comunitria). No clculo incluiu-se o custo
com oradores/dinamizadores, recursos humanos, transportes, materiais, design grfico, som, divulgao e
valor para cativar a participao dos moradores num total de 500 por ao, sendo que os valores foram
obtidos pelas informaes disponibilizadas pelo departamento de comunicao e imagem do Espao t.

197
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

Tabela IX

STAKEHOLDERS MUDANA APROXIMAO FINANCEIRA VALOR

Alunos Aumento da auto-estima Consultas de psicologia 1200

Aumento do bem estar Sesses de coaching 450


emocional

Diminuio do isolamento atividades recreativas de grupo: atelis de 480


teatro

Aumento da tolerncia Sesses de Dinmica de Grupo 480

Moradores dos bairros Aumento de bem estar Consultas terapia familiar 115
sociais emocional

Diminuio do isolamento atividades recreativas diversas 30

Aumento da tolerncia Sesses de Dinmicas de grupo 150

Dinamizadores Aumento da capacidade de Formao em gesto de conflitos e auto- 160


gesto emocional controlo emocional

Aumento da realizao Curso de arte-terapia Curso de 270


profissional Desenvolvimento de Competncias

Associaes Melhoria da relao com os Promoo atividades de Lazer no bairro: 50


moradores expresso corporal, educao fsica, expresso
musical e expresso plstica

Aumento do reconhecimento Custos associados divulgao 300

Domus Social Reduo do vandalismo nos Aes de sensibilizao para os moradores 500
bairros

Aumento do reconhecimento custos associados divulgao 4.280

198
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

5. IMPACTO E RETORNO SOCIAL


5.1. ATRIBUIO I

Para contabilizar a atribuio I (o que aconteceria sem o projeto) definida uma percentagem que subtrada
ao valor final de cada mudana.

Uma vez que em sede de questionrio foi colocada a pergunta Como est agora/como acha que vai estar
com o projeto a todos os stakeholders, exclumos o que aconteceria de qualquer forma (atribuio I). A
resposta apenas foi atribuda parte da mudana que atribuvel diretamente ao projeto, logo a atribuio I
foi automaticamente excluda.

Uma vez que foi utilizada a tcnica da distancia percorrida nas perguntas formuladas, consideramos dispensar
a necessidade de contabilizar uma percentagem para a atribuioI (0%). Por outro lado, e tratando-se de um
estudo prospetivo, torna-se muito abstrato este parmetro, pois os inquiridos no conseguem colocar-se no
futuro e responder a Se no acontecesse este projeto, sentiriam as mudanas da mesma forma (quantidade)?

5.2 ATRIBUIO II

A atribuio II a parte da mudana imputada a factores externos interveno do Espao t. Assim sendo,
optou-se por questionar os stakeholders em que medida outras pessoas ou entidades contribuiram para estas
mudanas? As respostas foram contabilizadas de Nada (0%), Pouco (25%), Nem muito nem pouco (50%),
Muito (75%) e Muitssimo (100%) e foi encontrada a mdia das mesmas. No entanto, nos stakeholders alunos,
moradores e dinamizadores foram contabilizados no s os servios prestados por outras entidades, como
por pessoas (onde se incluem os familiares e amigos). Esta formulao da pergunta poder ter sobrevalorizado
a atribuio II nos stakehoders referidos.

A formulao mais correta seria se, no passado, j participaram num outro projeto ou servio que lhes tivesse
permitido atingir mudanas idnticas s que atingiram com a participao nos Palcos para a Incluso.

199
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

STAKEHOLDERS MUDANAS AT II FONTE/QUESTO

Alunos do Espao t M1Aumento da auto-estima 43,75% Em que medida outras pessoas ou entidades
contriburam para esta mudana?

M2Aumento do Bem-estar 45,00% Em que medida outras pessoas ou entidades


emocional contriburam para esta mudana?

M3Diminuio do isolamento 41,25% Em que medida outras pessoas ou entidades


contriburam para esta mudana?

M4Aumento da Tolerncia 37,50% Em que medida outras pessoas ou entidades


contriburam para esta mudana?

Moradores dos Bairros M1Aumento do Bem-estar 53,70% Em que medida outras pessoas ou entidades
Sociais emocional contriburam para esta mudana?

M2Diminuio do isolamento 52,78% Em que medida outras pessoas ou entidades


contriburam para esta mudana?

M3Aumento da Tolerncia 41,67% Em que medida outras pessoas ou entidades


contriburam para esta mudana?

Dinamizadores M1Aumento da capacidade de 53,57% Em que medida outras pessoas ou entidades


gesto emocional contriburam para esta mudana?

M2Aumento da realizao 57,14% Em que medida outras pessoas ou entidades


profissional contriburam para esta mudana?

Domus Social M1Reduo do vandalismo 75,00% Em que medida outras entidades contriburam
para esta mudana?

M2Aumento do reconhecimento 75,00% Em que medida outras entidades contriburam


para esta mudana?

Associaes de M1Melhoria da relao com os 58,33% Em que medida outras entidades contriburam
Moradores moradores para esta mudana?

M2Aumento do reconhecimento 62,50% Em que medida outras entidades contriburam


para esta mudana?

Tabela X

5.3. TAXA DE REDUO

A taxa de reduo a deteriorao dos efeitos das atividades Palcos para a Incluso, ao longo do tempo. Para
este calculo e uma vez que o projeto termina ao fim de uma ano, no se sabendo para j se ter continuidade
nestes moldes ou noutros, noutros locais e com o mesmo pblico ou diferente, optou-se por utilizar uma
escala adaptada e j utilizada noutros contextos SROI. Tomou-se em linha de conta a observao, a anlise e
o conhecimento adquirido neste estudo e pela experincia passada da instituio.

200
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

Para tal usamos a seguinte escala para atribuir a taxa de Reduo:

Muitssimo Alta | A mudana termina assim que a atividade acaba | 100%


Alta | Apenas uma pequena parte da mudana continua aps a atividade | 75%
Mdia | Parte significativa desta mudana deixa de existir aps a atividade | 50%
Baixa | Apenas uma pequena parte da mudana se deteriora aps a atividade | 25%
Muitssimo baixa | A mudana continua da mesma forma aps a atividade | 0%

STAKEHOLDER MUDANA REDUO FONTE/QUESTO

Alunos do Espao t M1Aumento da auto-estima 25% Grupos focais, entrevistas preliminares e


questionrios finais

M2Aumento do Bem-estar 25% Grupos focais, entrevistas preliminares e


emocional questionrios finais

M3Diminuio do isolamento 25% Grupos focais, entrevistas preliminares e


questionrios finais

M4Aumento da Tolerncia 25% Grupos focais, entrevistas preliminares e


questionrios finais

Moradores dos Bairros M1Aumento do Bem-estar 50% Grupos focais, entrevistas preliminares e
Sociais emocional questionrios finais

M2Diminuio do isolamento 50% Grupos focais, entrevistas preliminares e


questionrios finais

M3Aumento da Tolerncia 50% Grupos focais, entrevistas preliminares e


questionrios finais

M1Aumento da capacidade de 25% Grupos focais, entrevistas preliminares e


gesto emocional questionrios finais
Dinamizadores
M2Aumento da realizao 25% Grupos focais, entrevistas preliminares e
profissional questionrios finais

Domus Social M1Reduo do vandalismo 50% Entrevista preliminares e questionrio final

M2Aumento do reconhecimento 75% Entrevista preliminares e questionrio final

Associaes de M1Melhoria da relao com os 75% Entrevistas preliminares e questionrios finais


Moradores moradores

M2Aumento do reconhecimento 50% Entrevistas preliminares e questionrios finais

Tabela XI

201
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

5.4. DESLOCAO

A deslocao ou seja as consequncias ou fatores negativos que a interveno pode ter foi obtida nas
conversas tidas com os stakeholders, em diferentes momentos deste estudo, onde ningum referiu qualquer
impacto negativo desta interveno. Assim, foi atribuda deslocao 0%.

Como referimos anteriormente relativamente Atribuio II, uma parte bastante significativa dos stakeholders
(alunos, moradores e dinamizadores), referiram que a famlia e os amigos so afetados positivamente por
este projeto, porque no s contribuem para as mudanas como tambm so beneficirios das mudanas
que ocorrem.

5.5. CLCULO DO RETORNO SOCIAL

O mapa de impacto1 reflete todo o processo de anlise e foi feito com base nos clculos de todas as variveis
descritas nos captulos anteriores. Destacamos o impacto de cada mudana a um ano, por ser o mais imediato
e porque as atividades do projeto acontecerem durante este perodo. Verificou-se que este projeto tem
impacto, para alm do ano I somente nos alunos.

O valor do impacto nas mudanas aumento da auto-estima, aumento do bem-estar emocional, diminuio
do isolamento e o aumento da tolerncia nos alunos e nos moradores so os que se destacam
positivamente, facto que reflete os principais beneficirios deste projeto. Destas, o valor do impacto maior
na mudana aumento da tolerncia dos moradores dos bairros, com 34,66%. A mudana com o valor de
impacto menor a melhoria da relao com os moradores, das associaes de moradores, com 0,04%. Este
facto deve-se, como referido anteriormente, boa relao j existente, no tanto pelas atividades que
existem, mas pela facto de se tratar de um ponto de encontro dos moradores. excepo dos alunos, todas
as mudanas ocorridas nos stakeholders extinguem-se com o fim do projeto Palcos para a Incluso e por isso
o retorno social nos anos 2 e 3 zero.

O valor do SROI obtido de 1:4,2. Por cada euro investido no projeto, obter-se- um retorno social de 4,2.

Tabela XII

ANOS ANO I ANO II ANO III

Valor presente aps desconto 83 663,40 25 247,14 17 948,20

Valor actual lquido 126 858,73

Valor de investimento 96 658,73

Retorno Social ( por ) 4,2

1 O Mapa de Impacto, com os dados essenciais desta anlise, apresentado no final.

202
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

5.6 ANLISE DE SENSIBILIDADE

A anlise de sensibilidade tem por base a definio dos pressupostos e estimativas que podero ter impacto,
caso haja uma variao destes. Para tal efetuou-se uma analise de sensibilidade, alterando algumas variveis
para testar os efeitos no SROI.

No grfico 1 abaixo apresentado, podemos constatar que os stakeholders alunos, com um valor de 31,84% e
os moradores dos bairros, com 63,60%, so os que mais beneficiam com este projeto. No lado oposto
encontram-se os dinamizadores, j que o alto grau de competncias e habilitaes, juntamente com os perfis
dos mesmos os colocam como intervenientes j bastante dotados das mudanas que sofrem. Constatamos
assim que o retorno social nos dinamizadores reduzido. Relativamente ao retorno social por mudana,
verificamos que o Aumento da Tolerncia e o Aumento do bem-estar emocional, que se faz sentir nos alunos
e nos moradores dos Bairros representam 67% do total das mudanas alcanadas. Conclui-se assim que
alteraes nestas duas mudanas, tero impacto ao nvel do resultado do SROI.

32+61+142
RETORNO SOCIAL POR MUDANA (grfico1)

Alunos 31,84%

Moradores 63,60%

Dinamizadores 0,32%

Domus Social 3,30%

Dinamizadores 0,94%

16+28+11381230
RETORNO SOCIAL POR MUDANA (grfico2)

Aumento da auto-estima 16,4 %

Aumento do bem-estar emocional 28,31%

Diminuio do isolamento 11,52%

Aumento da tolerncia 39,07%

Aumento da capacidade de gesto emocional 0,16%

Aumento da realizao profissional 0,17%

Reduo do vandalismo 1,49%

Aumento do reconhecimento 2,71%

Melhoria da relao com os moradores 0,04%

203
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

Para testar o impacto no SROI de algumas variaes de parmetros, provocmos algumas alteraes
isoladamente, nomeadamente nas aproximaes financeiras, durao, quantidade, atribuio II e a taxa de
reduo.

VARIAO DAS APROXIMAES FINANCEIRAS

Ao variar em 50% e 20%, positiva e negativamente, as aproximaes financeiras, o impacto no SROI varia na
mesma proporo.

APROXIMAES FINANCEIRAS -50% -20% +20% +50%

SROI 2,1 3,4 4,2 5,0 6,3

VARIAO DAS QUANTIDADES

Ao variar em 20%, positiva e negativamente, o nmero de moradores atingidos pelo projeto (quantidade dos
moradores), o impacto no SROI varia na mesma proporo. Apenas varimos os stakeholders moradores, j
que estes so os nicos que podem sofrer alteraes quanto ao nmero de pessoas envolvidas (espetadores)

N DE MORADORES (QUANTIDADE) -20% 2000 +20%

SROI 3,8 4,2 4,6

VARIAO NA ATRIBUIO II

Ao variar em 20%, positiva e negativamente, a Atribuio II (deteriorao dos efeitos das atividades do
projeto), o impacto no SROI varia na mesma proporo.

ATRIBUIO II -20% +20%

SROI 4,9 4,2 3,5

VARIAO DA REDUO

Ao variar em 20%, positiva e negativamente, a Reduo (a quantidade da mudana que no responsabilidade


do nosso projeto), o impacto no SROI varia na mesma proporo.

REDUO -20% +20%

SROI 4,4 4,2 4,1

Tendo como ponto de partida o Caso Base, no grfico 3 evidencia-se a relao entre as aproximaes
financeiras e a Atribuio II, variando-se em 20% positiva e negativamente ambos. Mesmo no cenrio mais
negativo o valor do Retorno Social mantm-se positivo nos 3,4.

204
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

(grfico3)

TESTE AOS PARMETROS CRTICOS

Cenrio ITendo em conta que os parmetros crticos encontram-se associados aos moradores com 63,6% do
total das mudanas, foi colocado um cenrio pessimista de um reduzido numero de espetadores em cada
espetculo/interveno, considerando que estaro presentes apenas 25 espetadores em vez dos 50 previstos.
SROI = 3,3

Cenrio IINuma situao limite, considerando 400 pessoas nos 40 espetculos, o valor do SROI continua
positivo, demonstrando que tambm outros stakeholders tm um papel determinante, nomeadamente os
alunos. SROI = 2,8

Cenrio IIIFoi escolhido o cenrio positivo onde o projeto Palcos para a Incluso contribuiu em maior
percentagem para a quantidade das mudanas nos alunos. Para tal reduzimos em 20% a Atribuio II (Quem
mais contribuiu para a mudana?). Este cenrio colocado face s observaes obtidas durante o grupo focal
com os alunos, onde foi evidenciado que a larga maioria no tinha outra atividade, frequncia noutra
instituio ou apoio familiar que lhes proporcionasse estas mudanas. SROI = 5,0

205
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

BREAK-EVEN

Por ltimo, fundamental validar as tomadas de deciso efetuadas ao longo deste estudo SROI, dado que
com base nas mesmas que encontramos o rcio 1:4,2. Ou seja, imperativo colocarmos a questo de at que
ponto algumas dessas decises poderiam alterar significativamente o rcio apurado. Todos os parmetros
assentam sobre uma base conservadora e por isso pensamos ns subvalorizada, no entanto possvel ainda
criar cenrios alternativos que permitam testar a solidez das escolhas tomadas. Na tabela seguinte foram
definidos pressupostos alternativos que comulativamente nos leva ao rcio 1:1. Como se pode verificar,
seriam necessria sem simultneo vrias alteraes nos parmetros para que tal acontecesse. Esta anlise
vem reforar a solidez do estudo, j que tm de ocorrer alteraes significativas e simultneas em muitos
parmetros.
Tabela XIII

ALTERAO DE PARMETRO SROI

SROI calculado (caso base) 4,2

Reduo em 50% do valor da consulta de terapia familiar para os moradores 3,9

Reduo de 75 para 50 do valor de cada sesso de coaching para alunos e moradores 3,4

Aumento em 50% do financiamento da Domus Social 2,3

Reduo em 10% da distancia percorrida alcanada nas mudanas dos alunos e dos moradores 1,2

Reduo em 50% do valor da consulta de psicologia para os alunos 1,0

206
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

6. CONCLUSO E
RECOMENDAES
Aps este estudo SROI, podemos retirar diversas concluses, umas que foram surgindo no desenrolar do
processo, outras que pudmos aferir j no final do mesmo. Pelo tempo limitado que dispusmos foi
impossvel realizar algumas alteraes que poderiam enriquecer e aprofundar esta anlise. No entanto, como
memria futura, torna-se imperativo incluir aqui as consideraes mais pertinentes e que podem ajudar-nos
e a outros em prximos estudos SROI.

Assim, como seria de esperar ,o projeto tem mais impacto nos beneficirios diretos: alunos e moradores. Os
primeiros porque so produtores e receptores de mudanas, os segundos pela amplitude do universo
atingido pelo projeto.

A populao inquirida, nomeadamente os alunos e moradores, por diversas razes cognitivas e/ou por
dificuldades em detetar a necessidade de mudana e avaliar as mesmas, manifestaram muita dificuldade em
responder aos questionrios tal como estes foram formulados. Ou seja, dever dar-se mais ateno futura
forma de inquirio e no selecionar partida a opo questionrio. Note-se que numa primeira fase, a
equipa selecionou diversas metodologias para abordar os stakeholders, como exemplo chuva de ideias,
vdeos, recolha in-time de opinies durante os espetculos, roleplay. Teramos certamente recolhido
informao mais dinmica e original, que refletiria melhor a realidade, utilizando tcnicas alternativas, mas
por dificuldades temporais e logsticas, optou-se pela opo do grupo focal e questionrio.

Como recomendao, prope-se que se realize um SROI avaliativo deste mesmo projeto, de forma a aferir as
mudanas aps o mesmo, solicitando uma maior participao dos moradores na anlise. Ser importante
para ao Espao t refletir sobre a necessidade de proporcionar mais momentos culturais e artsticos a este
pblico, reforando e solidificando as mudanas operadas, de forma a que estas perdurem temporalmente.

Acreditmos desde o primeiro momento no Palcos para a Incluso e a Domus Social tambm. Com todos os
momentos de insegurana e incertezas que a equipa que participou neste estudo sentiu, nunca foi posta em
questo a mais valia social, os momentos de alegria, felicidade, tolerncia, bem-estar e, em ltima anlise, a
incluso que este projeto proporciona a todos que nele participam.

O estudo SROI vem assim reforar a nossa vontade de continuar a nossa misso de incluso social, criando
novos projetos, ou levando projetos como este a novos locais e pblicos.

PONTOS FORTES

A anlise agora finalizada permite-nos concluir que o rcio SROI obtido bastante fundamentado, dado que
o seu clculo foi determinado atravs de um leque amplo de parmetros (mudanas, redues, atribuies,
aproximaes financeiras), que permaneceu slido mesmo no cenrio mais pessimista, apresentando ainda
assim valores positivos.

A experincia j adquirida pelos alunos durante os atelis e a sua participao em espetculos permitiu-nos
uma construo da teoria da mudana slida, pois conhecamos profundamente a realidade deste stakeholder,
apesar de as mudanas expectveis serem bastante intangveis.

207
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

PONTOS FRACOS

A definio da populao neste estudo no foi uniforme, por escassez de tempo, pois entendemos que o
mais correto seria definir a populao dos stakeholders associaes e Domus Social atravs da contabilizao
do nmero de pessoas envolvidas no projeto, em cada associao e na Domus Social, o que nos levaria a uma
definio mais adequada da populao e, logo, da quantificao do valor do parmetro quantidade.

Decorrente do tempo limitado, tambm podemos concluir que a quantidade de questionrios conseguidos
dos alunos, moradores e associaes no totalmente representativa do universo. Foram no entanto
salvaguardadas questes como a idade, sexo, tipologia de bairro social e aleatoriedade.

de referir igualmente a enorme dificuldade que tivmos no envolvimento dos moradores neste estudo,
dado que a sua participao pontual (assistem a um espetculo).

A aprendizagem foi exigente, mas os frutos a mdio e logo prazo desta nova ferramenta permitiro ao
Espao t desenvolver mais e melhor o seu trabalho de sempre: usar a arte como processo teraputico e como
forma de incluso de todos para todos.

208
PALCOS PARA A INCLUSO - Espao t

7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
4Change (2015a). Impacto social manual SROI. Lisboa: s.e.

Arte-Terapia, Aplicaes Pedaggicas e Institucionais da Arte Terapia, Sociedade Portuguesa de Arte-Terapia,


2015- Evidncia cientfica sobre custo-efectividade de intervenes psicolgicas em cuidados de sade,
Ordem dos Psiclogos, Outubro de 2011

Cultura e Desenvolvimento: Um Guia Para os Decisores, Gabinete de Anlise

Developing Community-wide Outcome Indicators, Series on outcome management for nonprofit


organizations, The Urban Institute, 2003

Estatsticas da Cultura 2013, INE, Dezembro de 2014

EVERIS, Relatrio da Avaliao de Impacto Social

Gua para el Retorno Social de la Inversin (SROI), Traduccin y adaptacin al espaol de A Guide to Social
Return on Investment publicado por The Cabinet Office, 2012

Mais Qualidade de Vida para as Pessoas com Deficincias e Incapacidades Uma Estratgia para Portugal,
CRPG Centro de Reabilitao Profissional de Gaia, 2007

Measuring Well-being - A guide for practitioners, Centre for Well-being at nef (the new economics
foundation), July 2012

Porto Solidrio, Guia Social do Porto - Coordenao Global Joaquim Azevedo, Isabel Baptista. Universidade
Catlica Portuguesa

Silva, Ftima Cristina Tavares - Arte e cultura na conquista da cidadania e integrao social, Relatrio de
Estgio de Mestrado em Sociologia apresentado Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra para
obteno do grau de Mestre, Coimbra 2013

Surveying Clients about outcomes, Series on outcome management for nonprofit organizations, The Urban
Institute, 2003

Comunidade Vida e Paz, Abril de 2015

Econmica GANEC Secretaria de Estado da Cultura, Fevereiro de 2014

FONTES ELETRNICAS

www.ine.pt

www.pordata.pt

209
8. MAPA DE IMPACTO

Stakeholders Recursos Resultados Mudanas Descontos (DC) Impacto Clculo do Retorno Social
Quem afetamos/nos afeta? O que vo eles Valor Atividades em nmeros Descrio Indicador Quantidade (QT) Durao Comeo* Aproximao Financeira (AF) Valor Atribuio I Deslocao Atribuio Reduo QT x AF - DC Taxa de Desconto 5.50%
investir? II
O que muda nas suas vidas? Como medimos a Quanta Durante Que preo atribumos mudana? Qual o valor O que teria Que Quem Qual ser a taxa de Ano 0 Ano 1 Ano 2
mudana? Mudana haver quanto da Mudana acontecido se atividade mais reduo nos
tempo esta atividade vai ser contribuiu proximos anos?
ir durar no tivesse deslocada? para a
lugar? mudana?
Alunos do Espao t Tempo 0.00 80 alunos apresentam ao M1 - Aumento da auto-estima I1 - Grau de autoestima e 20.50 1.13 1 Valor de cada consulta de psicologia 50 (Valor mdio de 1,200.00 0.00% 0.00% 43.75% 25.00% 13840.2 13,840.20 13,840.20 10,380.15
pblico manifestaes confiana em si prprio/a mercado de uma consulta de psicologia)1 ano, 24 consultas
artisticas (Teatro, Dana, Canto, I2 - N de comentrios
Pintura e Tai Chi), durante um positivos recebidos
ano em 40 bairros sociais da M2 - Aumento do Bem-estar I3 - Grau de percepo de 18 1.15 1 Valor de uma 1 sesso coaching 75 (Valor mdio de de mercado 450.00 0.00% 0.00% 45.00% 25.00% 4455 4,455.00 4,455.00 3,341.25
cidade do Porto. Um emocional si prprio/a como sendo de uma sesso de coaching)1 ano, 6 sesses
espetculo por semana. til e capaz para a
sociedade
I4 - Nvel de capacidade de
aprender novas coisas
M3 - Diminuio do isolamento I5 - Frequncia de 16.50 1.11 1 Valor de atelis de teatro 40 mes (Valor mdio de de mercado de 480.00 0.00% 0.00% 41.25% 25.00% 4654.128 4,654.13 4,654.13 3,490.60
contactos com os uma mensalidade de ateli de teatro - Chapit ou Ballet Teatro)
elementos do grupo 1 ano
I6 - Grau de satisfao com
relaes interpessoais
M4 - Aumento da Tolerncia I7 - Nvel de capacidade de 12.29 1.19 1 Valor de dinmicas de grupo 40 mes (Valor mdio de mercado 480.00 0.00% 0.00% 37.50% 25.00% 3686.4 3,686.40 3,686.40 2,764.80
aceitar a diferena de uma mensalidade de ateli de teatro - Chapit ou Ballet Teatro)
I8 - Grau de compreenso 1 ano
do outro
Moradores dos Bairros Sociais Tempo 0.00 Participao como M1 - Aumento do Bem-estar I1 - Nvel de capacidade de 361.2 0.36 1 Valor de mercado de uma consulta de terapia familiar (Fonte 115.00 0.00% 0.00% 53.70% 50.00% 19232.094 19,232.09 0.00 0.00
espetadores em manifestaes emocional aprender novas coisas Clinica de Sade Mental do Porto) 115
artisticas (Teatro, Dana, Canto, I2 - N momentos de
Pintura e Tai Chi), durante um partilha com a familia
ano em 40 bairros sociais da M2 - Diminuio do isolamento I3 - Grau de satisfao com 351.8 0.38 1 Valor apurada nos grupos focais para atividades de grupo 30.00 0.00% 0.00% 52.78% 50.00% 4983.599 4,983.60 0.00 0.00
cidade do Porto. Um relaes interpessoais realizadas nos bairros
espetculo por semana.
I4 - Nvel de sentimento de
pertena ( comunidade)
M3 - Aumento da Tolerncia I5 - Nvel de capacidade de 331.4 0.85 1 Valor de uma 1 sesso coaching 75 (Valor mdio de de mercado 150.00 0.00% 0.00% 41.67% 50.00% 28995.843 28,995.84 0.00 0.00
aceitar a diferena de uma sesso de coaching) 1 ano, 2 sesses
I6 - Grau de compreenso
do outro
Dinamizadores Tempo e 0.00 Dinamizao de atelies M1 - Aumento da capacidade de I1 - Grau de gesto do 0.88 0.64 1 Valor de mercado de uma formao em gesto de conflitos e 320.00 0.00% 0.00% 53.57% 25.00% 130.004 130.00 0.00 0.00
conhecimento artisticos 2 vezes por semana gesto emocional stress auto-controlo emocional (fonte Cognos) 1 mdulo 14h=160, 2
(espetculos e/ou aulas) I2 - Nvel de capacidade de cursos
durante 1 ano gesto emocional
M2 - Aumento da realizao I3 - Nvel de competncias 1.21 0.89 1 Curso de arteterapia e curso de desenvolvimento de competncias 270.00 0.00% 0.00% 57.14% 25.00% 139.977 139.98 0.00 0.00
profissional I4 - Grau de (Fontes: Associao Portuguesa de Arte Terapia e Evolui.com) 1
reconhecimento curso: 150 +40 entrevista de admisso = 190; 1 curso em
elearning de 12horas=79,90
Domus Social Investimento nas 30,000.00 Apresentaes publicas de M1 - Reduo do vandalismo I1 - Nvel de sentido 10 0.25 1 1 aco sensibilizao sobre cidadania ativa e participao 500.00 0.00% 0.00% 75.00% 50.00% 1250 1,250.00 0.00 0.00
atividades manifestaes artisticas comunitrio comunitria (oradores/dinamizadores, recursos humanos,
(Teatro, Dana, Canto, Pintura e I2 - Nvel de reduo da transportes, materiais, design grfico, som, divulgao e valor para
Tai Chi), durante um ano em 40 vandalismo cativar a participao dos moradores 500
bairros sociais da cidade do M2 - Aumento do I1 - Grau de visibilidade 1.50 0.25 1 Custo de um anncio num jornal dirio 4.030 (JN 1/4 de pgina) 4,030.00 0.00% 0.00% 75.00% 75.00% 1511.25 1,511.25 0.00 0.00
Porto. Um espetculo por reconhecimento I2 - N de novas notcias na
semana.
comunicao social com
aumento da visibilidade
Associaes de Moradores Tempo e Espao 200.00 Recepo dos espetculos nas M1 - Melhoria da relao com os I1 - Grau de envolvimento 1.67 0.25 1 Custo de mercado de atividade(ex: expresso corporal, plstica, 50.00 0.00% 0.00% 58.33% 75.00% 34.753 34.75 0.00 0.00
suas instalaes moradores dos moradores musical, ed. fsica (valor hora formador=20/hora x 2) + materiais
I2 - N de actividades nos 10
bairros
M2 - Aumento do I1 - Grau de visibilidade 6.67 0.5 1 Custo de mercado de impresso 1000 de flyers e 100 cartazes 300.00 0.00% 0.00% 62.50% 50.00% 750.15 750.15 0.00 0.00
reconhecimento I2 - N de novas visitas de
moradores associao
Total 30,200.00
Total 83,663.40 83,663.40 26,635.73 19,976.80
Valor presente de cada ano (aps 83,663.40 25,247.14 17,948.20
descontos)
Valor atual lquido total (VAL) 126,858.73
VAL - Investimento 96,658.73
Retorno Social por (VAL / investimento) 4.2
MOS OBRA - Fisoot

MOS OBRA

Projeo de impacto 2016-2018


METODOLOGIA SROI

Fisoot
211
MOS OBRA - Fisoot

SUMRIO EXECUTIVO
A FISOOT, CRL - Formao, Integrao Social e Ofertas de Oportunidades de Trabalho, uma Cooperativa de
Solidariedade Social atualmente equiparada a IPSS, que existe desde 2002.

Esta anlise SROI incidiu apenas numa valncia da instituio, o Mos Obra, que um projeto de interveno
comunitria inicialmente financiado pelo Programa Escolhas em 2014 e atualmente a funcionar sob a
responsabilidade financeira da FISOOT. Este projeto visa promover a empregabilidade e o acesso ao emprego
de pessoas provenientes de contextos socioeconmicos mais vulnerveis atravs da prtica de servios
comunidade.

O objetivo desta anlise passa fundamentalmente por compreender o genuno impacto social deste projeto
piloto e inovador, sendo que o resultado obtido foi de 1:3,94. Assim sendo, este valor permitiu-nos ter uma
perspetiva positiva, atual e futura, da consistncia da interveno desenvolvida neste projeto evidenciando
por isso um positivo retorno social.

Para alem do significativo rcio obtido muito importante que se refira que este projeto obteve resultados
muito satisfatorios no que respeita a taxa de empregabilidade dos beneficirios.

212
MOS OBRA - Fisoot

1. MBITO E STAKEHOLDERS
1.1. MBITO DA ANLISE

A FISOOT, CRL uma cooperativa de solidariedade social equiparada a IPSS, com 12 anos de existncia. O seu
mbito de atuao est direcionado para o apoio social a pessoas em situao de excluso social e a filosofia
que est subjacente a todas as atividades dirige-se para a expanso social, e para a promoo da participao
ativa da populao na comunidade onde est inserida.

Para a obteno dos seus objetivos, a cooperativa tem fomentado um conjunto integrado de atividades,
nomeadamente, atendimento e encaminhamento, gabinetes de consulta tcnica, atividades recreativas e
culturais e formao.

A cooperativa mais conhecida pelo trabalho que desenvolve no mbito da violncia domstica e ainda
pelas aes que promove com vista empregabilidade. Logo, o projeto que ser analisado neste relatrio o
Mos Obra.

Este projeto pretende combater o desemprego e a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho de pessoas
socialmente vulnerveis, atravs da prtica de servios comunidade (limpezas domsticas/acompanhamento
de idosos e crianas/ costura/carpintaria/ bricolage e pequenas obras). So trabalhadas as competncias
inside-out, permitindo que os beneficirios possam oferecer comunidade servios para os quais esto
habilitados, sendo a lista de servios uma lista flexvel que pode aumentar de acordo com as competncias
que os beneficirios nos apresentam.

Segundo as estatsticas mensais relativas ao desemprego, fornecidas pelo IEFP, a zona norte do pas conta
com 297.798 pessoas desempregadas, sendo que 21.623 delas residem no concelho do Porto. A populao na
freguesia de Paranhos (uma das maiores do norte do pas), apresenta-se quase sempre no Diagnstico Social
do Porto, como lder no desemprego e na dependncia de subsdios sociais do Estado, sendo urgente intervir.

Ambiciona-se assim com o projeto que a comunidade promova a integrao no mercado de trabalho destas
pessoas. Pretendemos: reduzir as assimetrias sociais, as desigualdades face situao de emprego/
desemprego; promover a participao ativa e integrada dos cidados e cidads; formar no domnio das
competncias pessoais, sociais e profissionais; melhorar o perfil de empregabilidade dos beneficirios
contemplados no projeto; e contribuir para a reduo de esteretipos e preconceitos relativos aos cidados
provenientes de contextos socioeconmicos desfavorveis.

Atualmente o Mos Obra no conta com financiamento, pelo que esse considerado outro objetivo a
atingir, pelo menos at que o projeto se auto-sustentee esperamos que esta anlise SROI preditiva em
relao ao ano de 2016, com impactos em 2017 e 2018, possa ser um fator positivo nesse sentido.

213
MOS OBRA - Fisoot

1.2. STAKEHOLDERS

1.2.1. STAKEHOLDERS INCLUDOS/EXCLUDOS

Para o desenvolvimento deste trabalho consideramos, partida, os stakeholders como qualquer ator com
relao/interesse/influncia sobre o projeto, ou fosse por ele influenciado. Assim, os stakeholders auscultados
nesta anlise foram os seguintes: a equipa tcnica da FISOOT, os beneficirios, as suas famlias, os voluntrios
do projeto, o consrcioJunta de Freguesia de Paranhos, o Instituto da Segurana Social e o Programa
Escolhas (promovido pelo ACIDI).

O Programa Escolhas, apesar de representar um stakeholder perito e relevante, no ser includo, uma vez
que no sobre o mesmo que as mudanas do projeto geram o maior impacto. Quanto ao stakeholder
Segurana Social, consideramos que este organismo pblico teria interesse em conhecer os resultados
relativamente empregabilidade destes beneficirios (uma vez que muitos deles dependem de subsdios do
estado, o que poderia vir a representar uma diminuio da despesa estatal, se estes alcanassem um dos
objetivos mximos do MAO, ou seja ficassem empregados e consequentemente deixassem de necessitar
desses apoios financeiros). Apesar da sua influncia, este no ser um stakeholder a ter em considerao nesta
anlise, uma vez que a articulao com o mesmo se revela muito difcil no curto espao de tempo para esta
anlise SROI.

No que diz respeito Junta de Freguesia de Paranhos, pertence ao consrcio do projeto e tem como misso
a interveno permanente e ativa junto das entidades que existem na freguesia, oficiais ou particulares, no
sentido de promover o bem-estar e a qualidade de vida da populao residente. No entanto, este stakeholder
acabou por no ser includo na anlise por no termos obtido resposta aos pedidos de informao.

Os voluntrios representam uma parte ativa no processo de execuo do projeto, influenciando e sendo
influenciados pelo mesmo. Os voluntrios desempenharo um papel importante na dinamizao de
atividades, representando uma componente essencial do projeto e tendo um papel na mudana.

Em relao s famlias dos beneficrios, estas sero influenciadas pelos resultados alcanados. As mudanas
tero repercusses na vida familiar, podendo contribuir para uma melhoria da qualidade de vida de todos os
seus membros.

Os utentes da FISOOT/Beneficirios socialmente vulnerveis representam nesta anlise o stakeholder mais


importante, pois sero os destinatrios diretos do projeto e os que maiores mudanas podero sentir pela
participao no mesmo.

Por ltimo, consideramos a equipa tcnica da FISOOT, uma vez que sem estes elementos o projeto no seria
exequvel, ou seja, so influenciadores de todas as dinmicas e so tambm influenciados.

214
MOS OBRA - Fisoot

STAKEHOLDERS INCLUDOS? JUSTIFICAO

Programa Escolhas No No sobre o PE que as mudanas geram maior impacto.

Segurana Social No Articulao muito difcil.

Junta de Freguesia de No Consrcio e misso de promoo de bem-estar e qualidade de vida na


Paranhos populao da rea geogrfica onde o Mos Obra tem sede.

Voluntrios Sim Influenciadores e influenciados, com papel determinante na dinamizao de


atividades do projeto.

Famlias dos Beneficirios Sim Beneficirios indiretos do projeto

Beneficirios Sim Destinatrios diretos do projeto e aqueles que maiores mudanas devem
sentir

Equipa tcnica da FISOOT Sim Influenciadores de todas as dinmicas do projeto

1.2.2. ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS

A anlise SROI obriga a um cruzamento de dados recolhidos junto de todos os atores envolvidos, que
influenciam ou so influenciados pelo projeto. Um primeiro envolvimento com os stakeholders decorreu no
sentido de validarmos a teoria da mudana, desenhada tendo por base a experincia do ltimo ano dos
tcnicos com o Mos Obra, e ainda uma reviso da literatura das problemticas identificadas.

Nesse primeiro momento, atravs de um grupo focal, procedeu-se recolha da informao, tendo a discusso
com os beneficirios sido moderada por duas tcnicas do projeto. O mtodo repetiu-se uma segunda vez
com os familiares. Relativamente aos voluntrios, uma entrevista foi realizada presencialmente de forma
individual com duas voluntrias. Por ltimo com equipa tcnica realizou-se um debate em grupo.

Validada a teoria da mudana, passamos ao segundo momento de envolvimento dos stakeholders. Foram
ento construdos questionrios/inquritos tendo em conta os indicadores encontrados para se alcanar as
mudanas sentidas, com duas questes por mudana, envolvendo indicadores objetivos e subjetivos; e ainda
algumas questes recolhidas do instrumento de avaliao da qualidade de vida da OMSWHOQOL .

Tendo em conta o facto de no ano 2014 terem sido envolvidos 90 beneficirios nas atividades do projeto,
foram realizados questionrios via telefone a 45 beneficirios e 38 familiares. As 4 voluntrias (o total de
voluntrios na cooperativa) e os 5 elementos da equipa tcnica, responderam eletronicamente aos inquritos.
Optou-se por este mtodo, visto o tempo disponvel ser curto para se poder agendar entrevistas presenciais
com todos os elementos, e o facto da equipa tcnica ter um nmero reduzido de elementos.

215
MOS OBRA - Fisoot

STAKEHOLDERS MTODO DE ENVOLVIMENTO

Voluntrios 1 momentoaproveitando os momentos de voluntariado na cooperativa a psicloga


realizou-se uma entrevista presencial a dois elementos.

2 momentoquestionrio via electrnica

Famlias dos Beneficirios 1 momentoforam convocados os familiares para acompanharem o beneficirio do


projeto, tendo-se realizado um grupo focal com 10 elementos, orientado pela psicloga
e educadora social da equipa tcnica,

2 momentoOs familiares foram contactados telefonicamente pela educadora social,


tendo respondido a um Questionrio, havendo sempre oportunidade para tirar alguma
dvida que surgisse.

Beneficirios 1 momentoforam convocados os beneficirios para um grupo focal, orientado pela


psicloga e educadora social da equipa, tendo sido recolhida informao com 10
elementos.

2 momentoos beneficirios foram contactados via telefone pela psicloga e


educadora social,, tendo respondido a um questionrio via telefone, sempre com
oportunidade para colocar as questes que considerassem necessrias.

Equipa tcnica da FISOOT 1 momentofoi realizada uma entrevista presencial, pela psicloga, a dois elementos
de forma individual

2 momentoquestionrio via electronica

216
MOS OBRA - Fisoot

2. RECURSOS E ATIVIDADES
Nesta fase da anlise descrevemos os recursos que cada stakeholder investe em cada atividade. Assim, a
equipa tcnica e os voluntrios iro investir o seu tempo e conhecimento na operacionalizao do projeto.
Relativamente aos beneficirios e suas famlias, estes iro aplicar o seu tempo atravs da sua participao nas
atividades.

Quanto s atividades, esto desenhadas para o projeto as seguintes: formao em competncias pessoais e
sociais, workshops tcnicos, formao em procura ativa de emprego, acompanhamento social,
acompanhamento a servios do Mos Obra, angariao de clientes, e gesto do projeto.

STAKEHOLDERS RECURSOS RESULTADOS

Quem afetamos/nos afeta? O que vo eles investir? Valor: Atividades em nmeros

Beneficirios Tempo 2159h 7788 5 atividades


90 beneficirios

Famlias Tempo 400h 1443 1 atividade


90 famlias

Equipa tcnica Conhecimento/tempo 4200h 0 7 atividades


5 elementos

Voluntrios Conhecimento/tempo 1584h 5714 2 atividades


4 voluntrios

Relativamente aos beneficirios, estima-se, tendo em conta a experincia do ano de 2014, que estes apliquem
2159 horas entre as atividades e os seus familiares 400 horas em atendimento social anual. Estimando valores
atribudos a esse tempo considerando o salrio mnimo, atribui-se o valor de 7788 para os beneficirios, e
de 1443para os familiares.

A equipa tcnica investe o seu conhecimento e tempo na operacionalizao das atividades. Realizadas
estimativas para um ano, conclui-se que para as atividades de formao em competncias pessoais e sociais
so investidas 240 horas, nas de procura ativa de emprego 636 horas, na organizao dos workshops tcnicos
324 horas, no acompanhamento social, 1200 horas, na angariao de clientes 840 horas, e na gesto do
projeto 720 horas. Ao todo, a equipa tcnica investe 3960 horas no trabalho descrito anteriormente. Calculou-
se assim que o investimento salarial na equipa tcnica, seria de 30438 /ano, entre os quais se encontram,
uma psicloga, uma educadora social, ambas dedicadas 35 horas por semana ao Mos Obra, e um comercial
17,5 horas por semana (3600/ano). Indiretamente estaria tambm alocada a tarefas do projeto a
administrativa (20% do seu trabalho na FISOOT), com um valor parcial atribudo de 1680 /ano.

Quanto aos voluntrios, estes investiriam o seu tempo e conhecimento, distribudos pelas atividades de
dinamizao dos workshops tcnicos (72 horas/ano) e participao no acompanhamento a servios do Mos
Obra (240 horas/ano).

No que diz respeito aos beneficrios e s suas famlias, estas aplicaram o seu tempo neste projeto,
beneficiando ambos de um acompanhamento social e os beneficirios de todas as restantes atividades.

217
MOS OBRA - Fisoot

ATIVIDADES QUANTIFICAO HORAS/ANO RECURSOS

Formao competncias pessoais e 240 Psiclogo


sociais

Whorkshops tcnicos 360 Voluntrios/educador social

Formao procura ativa de emprego 636 Educador social

Acompanhamento social 1200 Psiclogo/Educador social

Acompanhamento a servios do 240 Voluntrios/Educador social


mos Obra

Angariao de clientes/jovens 840 Comercial

Gesto do projeto 720 Psiclogo

Tendo em conta todos os recursos necessrios para a execuo do projeto, conclui-se ser necessrio para o
mesmo o valor de 43469/ano.

RECURSOS DESCRITIVO VALOR

Materiais consumveis Material escritrio 300,79

Consumveis informticos 193,56

Materiais para workshops 390,18

Criao site/manuteno 51,95

Custos indiretos Energia eltrica 458,62

gua 41,5

Comunicaes 135,38

Comunicaes mveis 259,44

Impostos seg. social 5463,45

Combustveis 216

Renda 240

218
MOS OBRA - Fisoot

3. TEORIA DA MUDANA
Em seguida pretendemos refletir acerca das modificaes e transformaes sentidas por alguns dos
stakeholders envolvidos e includos no modelo de anlise SROI, nomeadamente a equipa tcnica, os
voluntrios, os beneficirios e as suas famlias.

BENEFICIRIOS

Depois de auscultados os grandes protagonistas deste projeto, os beneficrios, chegou-se concluso que
estes ganham oportunidade de vivenciar mudanas significativas na sua vida. A primeira grande mudana
maior empregabilidade deveu-se sobretudo ao desejo de independncia sentido pelos beneficirios
atravs das inmeras mudanas que vo ao longo do desenvolvimento de diversas atividades do projeto.

Prepar-los para uma insero ocupacional bem-sucedida implica, segundo Fraccaroli e Sarchielli (1993),
citado por Caballo (1996), capacit-los para o desenvolvimento de novas capacidades e conhecimentos, a
modificao de certas representaes sociais e atitudes em relao ao trabalho e a definio de um novo
equilbrio entre metas relativas profisso e s extra-profissionais.

Assim, foi possvel perceber que ao longo de todo o processo, os beneficirios dizem ter sentido mais
esperana, alento e motivao, bem como curiosidade por novos conhecimentos, aliado a um aumento de
competncias pessoais, sociais e competncias de gesto financeira. Estas mudanas, promovidas pela
transversalidade das atividades do Mos Obra, levam estas pessoas a uma maior procura ativa de emprego.
Esta mudana, ainda que secundria, permite que os beneficirios passsem por outras trs, sendo duas delas
determinantes para a primeira mudana final (maior empregabilidade).

Com este projeto tornei-me numa pessoa mais motivada e com muito mais vontade de procurar
maneiras diferentes de arranjar trabalho

Deste modo, a procura ativa de emprego abre a possibilidade de obter mais experincia profissional,
trabalhando assim a sua capacidade de gesto de tempo e promovendo uma valorizao superior do
dinheiro, caminhando no sentido de uma autonomia econmica. Secundariamente, permitiu que estes
beneficirios cultivassem um sentimento de utilidade superior que os levou a um sentimento de realizao
pessoal aliado a um aumento da sua motivao e bem-estar. Todavia, foi possvel verificar que esta terceira
mudana que surge da procura ativa de emprego foi tendencialmente negativa uma vez que passou por
expectativas de emprego no correspondidas, o que conduziu a sentimentos de frustrao e desmotivao
espelhando-se por vezes em sintomatologia depressiva.

O dinheiro passou a ter muito mais valor, comecei a perceber eu que ele custa a ganhar e que por
isso devemos controlar bem o que vamos gastando

A ligao destas duas primeiras mudanas intermdias leva ento os beneficirios ao desejo de independncia
acima referido, conduzindo por seu turno primeira grande mudana auscultada: a empregabilidade, que se
refere () s condies subjetivas da integrao dos sujeitos na realidade atual dos mercados de trabalho e
ao poder que possuem de negociar sua prpria capacidade de trabalho, considerando o que os empregadores
definem por competncia. (Machado, 1998).

219
MOS OBRA - Fisoot

Capacidade de
gesto de tempo
Esperana Autonomia
alento Experincia
profissional econmica
motivao Valorizao do
dinheiro

Curiosidade
por novos Realizao
conhecimentos Procura Sentimento pessoal Desejo de
ativa de de utilidade emancipao
EMPREGABILIDADE
emprego
Motivao
Mais competncias e bem-estar
pessoais e socias

Frustrao
Mais competncias Expetativas
de gesto financeira Sintomatologia
de emprego no
depressiva
correspondidas
Desmotivao
Integrao
social
Aceitao

Capacidade
Aumento da
para resoluo
autoestima
de problemas
Sentimento
de pertena
SEGURANA
Assertividade

Aumento da
Sentimento Maior rede capacidade de
de apoio de suporte sociabilizao

Entreajuda
Aumento da Superao de
rede de problemas Mais predisposio DESPERTAR PARA A
pessoais para ajudar os outros COSCINCIA CVICA
contactos
Proximidade

A segunda mudana material para a nossa anlise passa pelo sentimento de segurana. A integrao num
projeto que promove diversas atividades que valorizam a opinio e a participao induz uma sensao de
aceitao e a uma maior rede de suporte. A aceitao sentida espelha-se num aumento de auto-estima
provocado pelo sentimento de integrao social, pelo aumento da capacidade de resoluo de problemas e
pelo sentido de assertividade despertado. A estruturao de uma maior rede de suporte revela-se num
aumento da capacidade de sociabilizao atravs de um sentimento de pertena, de apoio e de suporte.
Estas duas mudanas intermdias destacadas do ento origem ao sentimento de segurana.

A terceira grande mudana traduz-se num despertar para a conscincia cvica. No fundo, o acesso dos
beneficirios a uma maior rede de contactos permite que ativem o seu sentimento de entreajuda e de
proximidade. Combinados, aqueles sentimentos contribuem para uma maior capacidade de superao de
problemas pessoais, o que lhes permite uma maior predisposio para ajudar os outros.

Eu percebi que se eu estiver bem comigo mesmo e eu se tiver a minha vida organizada e com
menos problemas, consigo mais facilmente ajudar os outros porque tenho mais vontade e mais
tempo.

220
MOS OBRA - Fisoot

Na sociabilidade do trabalho, a afirmao da subjetividade consciente, ativa, crtica, criadora e livre a


expresso qualitativa da competncia humana de produzir, criar e transformar o mundo e tem como seu
fundamento o seu valor social. (Machado, 1998) Assim, este encadeamento de mudanas intermdias leva
ao despertar para a conscincia cvica, fazendo desta uma mudana material para a presente anlise.

Podemos ento concluir, que a integrao no mercado laboral contribui para o estabelecimento de relaes
sociais, dos processos de identificao e do reconhecimento de pertinncia a uma sociedade. Para facilitar
essas metas a interveno psicossocial priorizar o conhecimento de capacidades, desenvolvimento de
habilidades de procura de emprego, considerando de forma crtica o contexto no qual se est inserido
(Bronfenbrenner, 1996 citado por Castel et all, 2000).

FAMLIAS

De acordo com Polasky e Holahan (1998), a literatura mostra a importncia, para a sade e bem-estar do
indivduo, de se desempenhar diversos papis dentro e fora de casa, pois isso aumenta a auto-estima e
oferece maiores oportunidades de apoio social. exatamente assente nesta afirmao que esto espelhadas
as mudanas descritas e sentidas pelas famlias. Uma vez auscultadas, aquelas dizem ter experimentado duas
mudanas significativas na sua vida: (1) Melhor clima relacional e (2) Aumento das expectativas de melhoria e
qualidade de vida.

Com o Mos Obra, as famlias sentiram um aumento da rede de suporte, que transferiu para todo o
agregado familiar mais tranquilidade e mais motivao, resultante de um maior sentimento de apoio. Por
outro lado, tomaram conscincia de que o seu papel como trabalhadores foi reconhecido e valorizados pelos
jovens, provocando assim um aumento do orgulho e por conseguinte uma diminuio de conflitos no seio
familiar.

Desde que ela veio para o projeto as coisas c em casa mudaram imenso, parece que percebeu
que ter um trabalho uma coisa muito sria e que acima de tudo cansa muito

A combinao destas mudanas intermdias, permitiu Famlias terem mais esperana e aumentarem o seu
nvel de bem-estar, culminado num melhor clima relacional, a primeira grande mudana.

Passou a dar valor ao meu trabalho e isso aproximou-nos muito

J a entrada de um novo rendimento no caso de jovens integrados no mercado de trabalho a partir do


projeto e o facto de as famlias ter de gastar menos dinheiro com os mesmos, levou a um maior equilbrio
econmico do agregado familiar, que permitiu um aumento do poder econmico do mesmo. Assim, estas
mudanas intermdias levam segunda grande mudana: aumento das expectativas de melhoria de
qualidade de vida.

Segundo a Organizao Mundial de Sade, a qualidade de vida entende-se como a percepo do indivduo
sobre a sua posio na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura e valores nos quais est inserido e
em relao aos seus objectivos, expectativas, padres e preocupaes (WHOQOL Group, 1994, p. 28). Em
consonncia, podemos afirmar que as percees explanadas pelas famlias, a mdio ou a longo-prazo, esto
assentes em expetativas positivas e esperanosas.

221
MOS OBRA - Fisoot

melhor rede de suporte maior sentimento


mais motivao
para o agregado familiar de apoio

mais esperana mais bem-estar MELHOR CLIMA


mais tranquilidade
RELACIONAL

mais reconhecimento
do seu papel como mais orgulho menos conflitos
trabalhadores

entrada de um
novo rendimento

mais poder MAIS EXPETATIVAS DE


mais equilbrio econmico do MELHORIA DA QUALIDADE
econmico agregado familiar DE VIDA

menos gastos com


Jovem

EQUIPA TCNICA

O envolvimento do stakeholder equipa tcnica permitiu-nos confirmar duas grandes mudanas: (1) a
realizao profissional e (2) a potencializao do esprito de equipa.

Em Psicologia, o conceito de satisfao no trabalho define-se como um conjunto de sentimentos positivos ou


negativos que o sujeito manifesta em relao ao seu trabalho (Smith, Kendall & Hulin, 1969, cit. por Seco,
2000), resultante da comparao do esperado de uma situao com o que se conseguiu obter dela (Locke,
1976, cit. por Heitor, 1996). J Gursel, Sunbul e Sari (2002) definem satisfao profissional como um estado
emocional positivo resultante da situao profissional do sujeito e associado s caractersticas e tarefas
especficas da profisso.

Constatmos que, ao executarem as atividades do projeto, as tcnicas aumentam a sua rede e o nmero de
contactos com a comunidade e com outras instituies, criando oportunidades de aumentar a sua experincia
e de ter visibilidade. Em consequncia, vem as suas competncias tcnicas desenvolver-se, aprendem a gerir
melhor o tempo e a dar asas imaginao

Desenvolver com cada pessoa um plano de integrao profissional permitiu-nos ser mais criativos!
Cada pessoa possui caractersticas singulares, o que faz com que o nosso trabalho tenha que
respeitar essas caractersticas e competncias

Estas mudanas so tambm fontes de motivao e de eficcia cada vez que as tcnicas vem um dos
utentes do projeto concretizar o seu objetivo mximo obter trabalho. Todo este encadeamento leva a um
aumento do sentimento de solidariedade, ao reconhecimento do trabalho desenvolvido e sensao de
orgulho no papel que cada um desempenha. O sentimento de sucesso na criao de maior empregabilidade
traz a todos os que participam na equipa tcnica o sentimento de realizao profissional.

222
MOS OBRA - Fisoot

Relativamente potencializao do esprito de equipa, projeto Mos Obra aumenta o volume de trabalho
da FISOOT, precipitando uma alterao na dinmica institucional: o repensar de estratgias e melhorias nas
prticas, que propicia mais trabalho em equipa. De acordo com Scholtes (1992), quando o esprito de equipe
invade uma organizao, todos os empregados comeam a trabalhar juntos visando qualidade sem
barreiras, sem faces, todos em uma nica equipe, movendo-se juntos na mesma direo.

Os nveis de stress aumentam com o projeto e, consequentemente, os conflitos entre tcnicos. Contudo, uma
vez que h espao para a troca de ideias, estas dificuldades motivam um aumento das estratgias de coping.
Gera-se, afinal, uma resposta positiva a partir de uma situao negativa e criam-se momentos destinados a
estabelecer planos de ao para lidar com as situaes indutoras de stress, potencializando-se o esprito de
equipa.

maior sentimento
de solidariedade

maior sentimento
de eficcia na
reconhecimento
concretizao de
mais competncias objetivos
ganhar tcnicas
mais interao com
experincia mais sentimento REALIZAO
outras instituies
de orgulho PROFISSIONAL
mais capacidade
de gesto de tempo
mais contacto com a
comunidade fora do mais motivao mais empenho
contexto institucional mais
visibilidade estimulao da
criatividade

prestigiar a
instituio

POTENCIALIZAO
melhoria das prticas
DO ESPRITO
institucionais
DE EQUIPA
aumento do alterao da
volume de dinmica
trabalho institucional
aumento das
mais stress mais conflitos estratgias de
coping

VOLUNTRIOS

Aps brainstorming com os voluntrios, licenciados nas reas sociais, conclui-se que existem duas mudanas
principais: (1) a realizao pessoal e (2) o aumento da probabilidade de obter emprego.

De acordo com a Lei 71/98 de 3 de Novembro, o voluntariado caracteriza-se por conjunto de aes de
interesse social e comunitrio realizadas de forma desinteressada por pessoas, no mbito de projetos,
programas e outras formas de interveno ao servio dos indivduos, das famlias e da comunidade
desenvolvidas sem fins lucrativos por entidades pblicas ou privadas. (Art 21). No estudo nacional do
voluntariado de 2002 (ICS, UNL, 2002), o voluntariado diz respeito a atividade de interesse social e
comunitrio, no remunerado mas que pode ser objecto de alguma recompensa material, exercida no seio
de uma organizao mas no necessariamente abrangida por um programa.

223
MOS OBRA - Fisoot

Os voluntrios neste projeto procuram ocupar o tempo livre e, simultaneamente, ser solidrios. Estas
motivaes iniciais trazem-lhes esperana no futuro e sentimento de utilidade. Por outro lado, sentirem-se
teis gera bem-estar e sentimento de reconhecimento. Estas mudanas refletem-se numa mudana final,
realizao pessoal.

Desde que vim para c que me sinto melhor, o trabalho que fao gratificante, sinto-me
reconhecida pelos utentes pelos tcnicos de outras instituies

Quanto ao sentimento de aumentar a probabilidade de emprego, a oportunidade de desempenhar funes


nas suas reas de formao trouxe-lhes a oportunidade de integrao em contexto real de trabalho: Nunca
tinha tido a oportunidade de desempenhar funes na minha rea profissional. O voluntariado aumenta a
sua rede de contactos, bem como os conhecimentos tcnicos e, consequentemente, a experincia
profissional. Estas alteraes criam portanto o sentimento de que a experincia como voluntrio concorre
para o aumento da probabilidade de obter um emprego: concorrer a um emprego com experincia na rea
mais vantajoso, d mais competitividade no mercado de trabalho. Observamos aqui uma nova perspetiva
de voluntariado, como um elemento inovador mas incontornvel para a formao, bem como potencializador
da prpria empregabilidade dos licenciados (Marques, Seriapioni & Lima, 2012).

Ocupao do tempo Reconhecimento

Sentimento REALIZAO
Esperana
de utilidade PESSOAL

Sentimento de
Bem-estar
solidariedade

Aumento da rede
de contactos

Oportunidade de
estar integrada Mais experincia MAIS PROBABILIDADE
num contexto real profissional DE EMPREGO
de trabalho
Aquisio de
novos conhecimentos

224
MOS OBRA - Fisoot

4. PROVAS E VALOR
4.1. INDICADORES (QUANTIDADE)

Tal como vimos anteriormente na criao da teoria da mudana, foi identificado um processo de mudana,
com alteraes prprias a cada stakeholder. Assim identificaram-se mudanas intermdias, que levaram s
que consideramos como as mudanas finais para a anlise (relevantes e significativas). Foi atravs dessas
mudanas intermdias que chegamos criao dos indicadores para medirmos as mudanas finais. Os
indicadores foram traduzidos em questes, tendo sido definidos dois indicadores por cada mudana. Esta
etapa do SROI foi muito importante, uma vez que nos permitiu quantificar as mudanas sentidas por cada
stakeholder.

Foram criados questionrios para cada stakeholder que avaliassem as mudanas finais identificadas. Algumas
das questes colocadas foram criadas pela equipa de anlise, tendo em conta a experincia j adquirida ao
longo de um ano com este projeto, enquanto outras foram retiradas de questionrios padronizados e
validados.

STAKEHOLDER MUDANA INDICADOR

Beneficirios Empregabilidade Procura ativa de emprego/Esperana e Alento

Sentimento de Segurana Maior rede de Suporte/Aumento da Auto-estima

Despertar para a conscincia cvica Proximidade/Mais predisposio para ajudar os


outros

Famlias Qualidade do Clima Relacional Diminuio de conflitos/Maior sentimento de


apoio

Mais expectativas de melhorar qualidade Equilibrio Econmico/Poder Econmico


de vida

Equipa tcnica Realizao Profissional Interaces com outras instituies/Experincia

Potencializao do Espirito de Equipa Estratgias de Coping/Prticas Institucionais

Voluntrios Realizao Pessoal Numero de horas de ocupao do tempo livre/


Bem-estar

Maior probabilidade de obter emprego Aumento da rede de contactos/Experincia


Profissional

Para avaliar estas mudanas sentidas pelo stakeholder beneficirios recolheram-se dados junto de 45
indivduos, sendo 90 o universo de beneficirios que participaram no Mos Obra ao longo de 2014. No caso
das famlias, apenas conseguimos recolher dados de 38 familiares. Relativamente equipa tcnica,
recolheram-se dados junto de todos os 5 elementos da equipa. Com os voluntrios repetiu-se o procedimento,
tendo-se recolhido os dados que dizem respeito a todos os voluntrios envolvidos nas atividades de 2014.

225
MOS OBRA - Fisoot

Para aferirmos a quantidade, foi necessrio calcular a distncia percorrida (DP, expressa em percentagem de
mudana, depois convertida em unidades) de cada mudana para cada stakeholder. Desta forma
conseguirmos informao sobre dois perodos distintos que pudessem comprovar as mudanas: definiu-se
um antes do projeto e um aps o projeto. As variveis integradas para o clculo tiveram em conta a mdia da
DP e o nmero de pessoas abrangidas pelo projeto no espao de um ano.

Apresentamos, seguidamente, uma tabela que expressa as quantidades encontradas.

STAKEHOLDER MUDANA DP QUANTIDADE

Beneficirios Empregabilidade 38% 33.86

Sentimento de Segurana 43% 38.88

Despertar para a conscincia cvica 56% 50.52

Famlias Qualidade do Clima Relacional 77% 68.85

Mais expectativas de melhorar qualidade de vida 41% 36.9

Equipa tcnica Realizao Profissional 84% 3

Potencializao do Espirito de Equipa 60% 4.2

Voluntrios Realizao Pessoal 64% 2.56

Maior probabilidade de obter emprego 69% 2.76

Tendo em conta a tabela apresentada importante observar que as trs mudanas que apresentam maior
quantidade so a qualidade do clima relacional (famlias), seguida do despertar para a conscincia cvica e do
sentimento de segurana (beneficirios). Refletindo sobre as consequncias destas mudanas, sabemos que
estas espelham factores fundamentais para aumentar a auto-estima, auto-confiana e a capacidade de
integrao social.

4.2. DURAO

Posteriormente descrio da quantidade da mudana que foi gerada, fundamental que se reconhea o
perodo temporal em que essas mudanas foram sentidas.

O clculo da durao das mudanas ocorridas foi feito atravs de uma pergunta, integrada nos questionrios
respondidos por todos os stakeholders: Diga-nos por favor, para cada uma das seguintes mudanas, quanto
tempo acha que cada uma delas duraria se o projeto acabasse hoje. Para esta questo foram propostas
opes de respostas que variaram entre 0 meses e + de 2 anos, s quais foram atribudas valores de 0.5 a 3,
respetivamente Em seguida foi calculada a mdia aritmtica, obtendo-se por conseguinte a durao mdia
de cada mudana em cada stakeholder.

226
MOS OBRA - Fisoot

STAKEHOLDER MUDANA DURAO


(ANOS)

Beneficirios Empregabilidade 1,24

Sentimento de Segurana 1,24

Despertar para a conscincia cvica 2,25

Famlias Qualidade do Clima Relacional 2

Mais expectativas de melhorar qualidade de vida 2

Equipa tcnica Realizao Profissional 2,5

Potencializao do Espirito de Equipa 1,75

Voluntrios Realizao Pessoal 2

Maior probabilidade de obter emprego 2

Considera-se pertinente refletir sobre o facto de o despertar para a conscincia cvica ter sido selecionada
pelos beneficirios como a mudana mais permanente no tempo. Acreditamos que uma atribuio duradoura
a esta mudana se deve ao facto de o trabalho ao nvel das competncias de cidadania proporcionar uma
consciencializao constante, que fica para a vida e que no espelha uma mudana pontual.

4.3. APROXIMAES FINANCEIRAS

As aproximaes financeiras (AF) dizem respeito a respostas existentes na comunidade que promovam a
mesma mudana que o projeto identificou. Assim, definiram-se aproximaes financeiras para cada mudana
em cada stakeholder.

Relativamente aos beneficirios, encontraram-se trs AF para as trs mudanas finais. Para a mudana
empregabilidade definiu-se como AF workshops tcnicos de emprego e formao em construo de
currculos, tendo-se encontrado o valor de 900 /ano. Foi escolhida esta formao uma vez que se assemelha
em grande parte a uma das atividades estruturais do projeto. Estes momentos formativos que propomos,
seriam espaos onde, tal como nas atividades do Mos Obra, se trabalhasse o desenvolvimento de
competncias de empregabilidade, se desse conhecimento das medidas de apoio ao emprego, se
construssem currculos e onde fossem fornecidos contactos teis na procura de emprego.

Para o sentimento de segurana, estabeleceu-se como AF consultas de psicologia, com um valor anual de
1200/ano. Escolhemos as consultas de psicologia, uma vez que se apresentam com a finalidade de ajudar os
jovens a lidar com as suas dificuldades e problemas para os quais sentem no possuir os recursos necessrios.
Por outro lado, as consultas tm tambm como finalidade desenvolver os recursos e competncias que
permitam lidar com problemas de forma mais eficaz.

Relativamente mudana despertar para a conscincia cvica definiu-se uma formao de cidadania ativa,
com o valor de 256/ano.

227
MOS OBRA - Fisoot

Quanto s famlias, para a mudana da qualidade do clima relacional, foi definida como AF sesses de terapia
familiar, com um valor de 600/ano. A terapia familiar tem como objetivo principal auxiliar a famlia na
conquista ou reconquista de relaes harmoniosas, respeitosas e saudveis entre os seus membros. Alm
disso, pode ter como foco o tratamento de um dos membros da famlia. Foi por estas razes que esta se
considerou uma atividade poderia provocar as mesmas mudanas que o projeto.

Para a mudana mais expectativas de melhoria da qualidade de vida, usou-se com AF um curso de gesto da
economia familiar, com um valor anual de 400. Esta atividade capaz de promover uma melhor gesto dos
recursos econmicos dentro da famlia, de desenvolver competncias individuais e familiares, contribuindo
para a melhoria da qualidade de vida e para o desenvolvimento competncias ao nvel da organizao do
trabalho domstico.

Relativamente equipa tcnica, para a mudana realizao profissional, definiu-se o valor de 7200/ano,
tendo em conta o diferencial entre o salrio mdio nacional e uma mdia do valor atribudo por cada tcnico
questo: Qual o valor mensal que necessitaria para se sentir realizado/a profissionalmente?. Esta AF foi
estabelecida atravs desta pergunta e no de uma atividade em concreto uma vez que, mesmo depois de
algum trabalho de pesquisa, no foi possvel encontrar uma atividade que pudesse oferecer realizao
profissional. Assim, foi dada oportunidade equipa tcnica de imaginar um possvel valor que atribuiria sua
realizao pessoal.

Relativamente mudana potencializao do esprito de equipa, encontrou-se como AF atividades de team


building, com um valor de 180/ano. Esta AF foi escolhida dado que se considera que esta capaz de trabalhar
a potencializao do esprito de equipa pela via de atividades mais ldicas e normalmente em formato
outdoor. Estas so atividades capazes de reforar e desenvolver o conhecimento e coeso entre os membros
do projeto.

No que diz respeito aos voluntrios, chegamos AF atravs do diferencial entre o valor do salrio mdio
nacional e a mdia das respostas colocadas aos voluntrios questo Qual o valor que estima por ms
para se sentir realizado pessoalmente?, tendo-se chegado ao valor de 1200/ano. Esta AF foi estabelecida,
nos mesmos moldes da AF para a realizao profissional referente equipa tcnica. Assim, foi dada aos
voluntrios a oportunidade de imaginar um possvel valor que atribuiriam sua realizao.

Para a mudana mais probabilidade de obter emprego, considerou-se como AF um curso para aumentar o
nvel de empregabilidade, com o valor de 1080. Nesta formao tem-se a oportunidade de conhecer as
caractersticas que as empresas de recrutamento mais procuram num candidato, de identificar as atitudes
que os levaro a obter os resultados desejados, de aprender a divulgar a marca pessoal, bem como os passos
a dar para aumentar a empregabilidade.

228
MOS OBRA - Fisoot

STAKEHOLDER MUDANA APROXIMAO FINANCEIRA VALOR DA


(AF) AF/ANO

Beneficirios Empregabilidade Workshop de tcnicas de procura ativa de 900


emprego e formao em construo de
currculo

Sentimento de Segurana Consultas de Psicologia (duas vezes por 1200


ms)

Despertar para a conscincia Curso de formao para a Cidadania Ativa 256


cvica

Famlias Qualidade do Clima Relacional Terapia familiar (uma vez por ms) 600

Mais expectativas de melhorar Curso de gesto de economia familiar 400


qualidade de vida

Equipa tcnica Realizao Profissional Diferencial entre salrio mdio nacional e o 7200
valor mdio atribuido a um salrio que
alcanassem a realizao profissional

Potencializao do Espirito de Custo de um pacote de atividades de team 180


Equipa building

Voluntrios Realizao Pessoal Diferencial entre salrio mdio nacional e o 1200


valor mdio atribuido a um salrio que
alcanassem a realizao pessoal

Maior probabilidade de obter Curso para aumentar o perfil de 1080


emprego empregabilidade

229
MOS OBRA - Fisoot

5. IMPACTO E RETORNO SOCIAL


5.1. ATRIBUIO I

A Atribuio I diz respeito quantidade de mudana que teria acontecido se independentemente da


atividade do Mos Obra.

A equipa que realizou esta avaliao definiu desta forma uma atribuio geral para estas mudanas, tendo
em conta o trabalho na rea social que tm vindo a desenvolver. Assim considerou-se que as mudanas
sentidas pelos beneficrios e pelos seus familiares, poderiam vir a existir e acontecer ainda que o projeto no
existisse, criando-se o cenrio de que 25%, ou seja, duas em cada oito pessoas pudessem ser alvos das
mudanas do projeto de qualquer forma. J em relao equipa tcnica e aos voluntrios, a atribuio dada
foi de 50%, considerando que metade da equipa alcanaria as mudanas identificadas.

STAKEHOLDER MUDANA AT I

Beneficirios Empregabilidade 25%

Sentimento de Segurana 25%

Despertar para a conscincia cvica 25%

Famlias Qualidade do Clima Relacional 25%

Mais expectativas de melhorar qualidade de vida 25%

Equipa tcnica Realizao Profissional 50%

Potencializao do Espirito de Equipa 50%

Voluntrios Realizao Pessoal 50%

Maior probabilidade de obter emprego 50%

5.2 ATRIBUIO II

Num segundo momento, considerou-se o valor do contributo de outros atores para as mudanas
identificadas. Assim, na realizao dos questionrios, colocou-se a seguinte questo Em que medida outras
pessoas, entidades ou projetos contriburam para esta mudana?. Esta foi uma forma de conseguir especificar
ainda mais o impacto do projeto, aproximando o mais possvel a sua avaliao da realidade. Conseguimos
desta forma apurar o valor atribudo a alguns fatores externos ao projeto.

Assim os valores da Atribuio II apresentam os seguintes valores:

230
MOS OBRA - Fisoot

STAKEHOLDER MUDANA AT II

Beneficirios Empregabilidade 46%

Sentimento de Segurana 19%

Despertar para a conscincia cvica 11%

Famlias Qualidade do Clima Relacional 20%

Mais expectativas de melhorar qualidade de vida 19%

Equipa tcnica Realizao Profissional 13%

Potencializao do Espirito de Equipa 19%

Voluntrios Realizao Pessoal 31%

Maior probabilidade de obter emprego 31%

5.3. TAXA DE REDUO

A taxa de reduo pretende expor o grau de desvalorizao das mudanas. Sabe-se que inerente ao ser
humano, que ao longo do tempo haja uma perda de potencial de conhecimentos e competncias e por
conseguinte do impacto de algumas mudanas. No caso desta avaliao, foi utilizada uma escala em
percentagens de 5 nveis em que 0% correspondia a uma no-reduo de mudana num perodo posterior e
onde 100% correspondia a uma perda completa da mudana.

A taxa de reduo mdia dos Beneficiarios e das Familias de 50% uma vez que se considera que o impacto
das mudanas pode decrescer bastante num periodo posterior. J relativamente aos restantes stakeholders, a
mdia da taxa de reduo de 25% uma vez que se prev que o impacto da mudana no seja to intenso
como inicialmente.

STAKEHOLDER MUDANA REDUO

Beneficirios Empregabilidade 50%

Segurana 50%

Despertar para a conscincia cvica 50%

Famlias Melhor Clima Relacional 50%

Mais expectativas de melhorar qualidade de vida 25%

Equipa tcnica Realizao Profissional 25%

Potencializao do Espirito de Equipa 25%

Voluntrios Realizao Pessoal 25%

Maior probabilidade de obter emprego 25%

231
MOS OBRA - Fisoot

5.4. DESLOCAO

A deslocao expressa as consequncias negativas da interveno, sendo que no consideramos este


parmetro nesta anlise.

5.5. CLCULO DO RETORNO SOCIAL1

Utilizando todos os pressupostos escritos ao longo deste relatorio, chegou-se ao clculo do retorno social do
projeto Mos a Obra. Assim conclumos um valor total de retorno social a trs anos de 171 805,41

O valor SROI obtido foi de 1:3,94. Tendo em conta estes resultados e as caractersticas da interveno,
consideramos a projeo de impacto muito positiva. Todos os atores sociais do projeto retiraram beneficios e
mudanas do mesmo.

ANO 1 ANO 2 ANO 3

Valor presente de cada ano (aps descontos) 94189,19 89 278,85 46 751,38

Valor atual lquido total (VAL) 230 219,41

VALInvestimento 171 805,41

Retorno Social por (VAL / investimento) 3,941168452

5.6 ANLISE DE SENSIBILIDADE

Os valores encontrados na anlise anteriormente apresentada foram alcanados tendo por base uma
construo de pressupostos, que sendo alterados podero gerar outro impacto no resultado apresentado.
Assim, considerando que a realidade feita de mudanas, vemos como fundamental apresentar outros
cenrios possveis, tendo em conta a alterao de algumas variveis.

Comeamos esta anlise apresentando os valores encontrados neste relatrio para o retorno social por
stakeholder, e por mudana. Ao observarmos os grficos chegamos concluso que os Beneficirios e as suas
Famlias sos os atores do Mos Obra que mais beneficiam com a existncia do projeto. Quanto ao retorno
por mudana, verificamos que a mudana com maior retorno o Sentimento de Segurana sentido pelos
Beneficirios, seguido da Qualidade do Clima relacional das Famlias. Em terceiro lugar aparece-nos a
Empregabilidade mudana sentida tambm pelos Beneficirios.

Colocando a hiptese de um cenrio pessimista, em que se envolvessem os vrios stakeholders do projeto,


alterando alguns dos parmetros alcanados, tal como se pode ver em seguida, o SROI apresentaria o valor
de 1: 1,07.

1 O Mapa de Impacto, com os dados essenciais desta anlise, apresentado no final.

232
MOS OBRA - Fisoot

10+2+5236
RETORNO SOCIAL POR STAKEHOLDER

Equipa tcnica 9,6%

Voluntrios 2,2%

Beneficirios 52,3%

Famlias (beneficirios) 35,9%

9+0+1133092710
RETORNO SOCIAL POR MUDANA

Realizao professionale 9,3%

Potencializao espirito de equipa

Realizao pessoal 1,25%

Maior probabilidade de obter emprego 1,25%

Empregabilidade 13,1%

Sentimento de segurana 30,1%

Despertar para a conscincia cvica 9,1%

Qualidade do clima relacional 26,4%

Mais expectativas de melhor qualidade de vida 9,5%

PARMETRO HIPTESE JUSTIFICAO

Atribuio I Todos Stakeholders Aumentar 20% Admitindo que o cenrio da economia atual melhorava muito.

Valor da mudana Sentimento de Diminuir em 30% Considerando que este valor pode variar se a envolvncia social
Segurana nos Beneficirios se alterar.

Durao das mudanas em Todos Reduzir para 1 Considerando que as mudanas no seriam to perdurveis.
os Satakeholders

Quantidade de mudana Reduzir 50% Considerando que a distancia percorrida foi sobrevalorizada.
Stakeholder Famlias

Atribuio IIem todos os Aumentar em 20% Considerando que poderiam existir mais projetos a trabalhar as
Satakeholders mesmas mudanas

Aproximao financeira Realizao Reduzir para 1200 Considerando que este valor seria mais equilibrado tendo em
Profissional conta os salrios auferidos em Portugal

Aproximao financeira Realizao Reduzir para 600 Considerando que este valor atribuido estaria mais ajustado ao
Pessoal facto de se tratar de uma questo de voluntariado

233
MOS OBRA - Fisoot

Criando um cenrio oposto optimista, como se pode verificar na tabela em baixo, o SROI alcanaria um valor
de 1:9,19.

PARMETRO HIPTESE JUSTIFICAO

Atribuio II Diminuir 10% Considerando que a mudana nos stakeholders no fosse to


influenciada por outros fatores externos ao projeto

Atribuio I Diminiuir 10% Considerando que os Stakeholders dependem mais do projeto


para alcanar as mudanas

Valor atribuido Mudana Aumentar em 50% de Considerando duas consultas por ms de Terapia Familiar
Qualidade do Clima Relacional 600 para 1200

Nmero de Beneficirios Aumentar em 25% Considerando que poderamos incluir mais 22 beneficirios no
projeto

Valor do Tempo dos beneficrios Reduzir a 0 Considerando no atribuir valor a esse tempo
e famlias

No que respeita identificao de parmetros crticos (PC) importante que se que reflita tambm um
pouco, sobre os aspetos metodolgicos especficos. Uma questo passa por pensarmos como reagiria o
modelo se no tivessem includo o tempo dos beneficirios, sendo que chegamos a concluso que o valor do
SROI passaria de 3,94 para 4,68. Outra questo importante de ser respondida seria se o pressuposto da taxa
de alocao dos custos indiretos poderia ser diferente. Este cenrio no seria possvel na situao atual da
Fisoot, no entanto, existindo financiadores, estes custos poderiam ser reduzidos.

Pensamos tambm se existia alguma mudana/stakeholder especfica/o que pudssemos ter includo /
excludo. O certo que gostaramos de ter includo o stakeholder Segurana Social, a Junta de Freguesia e o
Programa Escolha contudo, por questes operacionais e de articulao no nos foi possvel faz-lo. Entre os 3
consideramos que a Segurana Social seria o stakeholder mais interessante para esta anlise, pois permitiria
observar o impacto na diminuio da despesa estatal.

Refletimos ainda sobre o facto de existirem algum indicadores subjetivos, e de estes poderem estar a enviesar
os resultados do SROI. Conclumos ento que o indicador da realizao profissional (equipa tcnica) e pessoal
(voluntrios) muito subjetiva. Tratam-se de mudanas muito subjetivas, que podem ter significados muito
distintos para cada indivduo, logo a avaliao destes parmetros torna-se complexa. Apesar de incluirmos
parmetros subjetivos, estes no parecem ter afetado a robustez do SROI, dado que mesmo colocando em
hiptese diminuir apenas o valor atribudo aos mesmos, o valor do SROI no se altera de forma significativa,
passaria a apresentar o valor de 1:3,57.

Por fim, outra questo importante a refletir prende-se com o valor atribudo s mudanas Sentimento de
Segurana e Qualidade do Clima Relacional. O valor foi definido tendo em conta as aproximaes financeiras
de Consultas de Psicologia e Terapia Familiar. Os valores atribudos s mesmas so elevados, no entanto a
realidade do mercado Portugus quanto a este tipo de interveno apresenta ainda valores muito altos. Se
apenas reduzssemos a metade os valores atribuidos, o SROI passaria a ter um valor de 2,85.

234
MOS OBRA - Fisoot

6. CONCLUSO E
RECOMENDAES
Aps a anlise apresentada ao longo deste relatrio sobre o impacto social do projeto Mos Obra, podemos
tecer algumas concluses.

O principal resultado obtido desta anlise prende-se com o resultado final de SROI de 1: 3,94. Este valor
indica-nos que o investimento neste projeto positivo. Conseguimos verificar que os beneficirios so quem
mais ganhos obtm com esta interveno, com um retorno social de 52,3%, correspondente a 49 225,87 e
as suas famlias com 35,9% correspondente a 33 792,98 no primeiro ano.

Ainda tendo em conta o rcio SROI, ao analisarmos um cenrio optimista na anlise de sensibilidade,
verificamos que o SROI passaria a 1:9,19 e considerando um quadro pessimista, o valor seria ainda assim
positivo, 1:1,07

Com base nos resultados consideramos que a interveno do Mos Obra poderia tentar melhorar no que
diz respeito mudana empregabilidade. Esta apresenta-se como a terceira mudana com maior impacto e
considerando que um dos objetivos principais se relaciona com o combate ao desemprego e a dificuldade
de acesso ao mercado de trabalho, esta questo urge em ser trabalhada.

Embora aquele resultado no represente a principal linha de interveno do projeto, comprovou-nos que
existem outras questes prioritrias a ser trabalhadas anteriormente com os beneficirios, nomeadamente a
segurana. A segurana, tal como identificado na pirmide de Maslow (a seguir s necessidades fisiolgicas)
revela-se fundamental para se poderem trabalhar outras competncias.

Ainda tendo em conta os resultados obtidos, verificamos que existe uma variao anual de mudana:
2016/94189,19; 2017/89278,85; 2018/46751,38, sendo que o retorno apresentado como diminuindo ao
longo dos 3 anos. Contudo importante ressalvar que estes refletem resultados que tomam em conta a
hiptese do projeto terminar ao fim do primeiro ano, o que no se verifica neste projeto.

Quanto s dificuldades, ao longo de todo processo, deparamo-nos com algumas barreiras que nos obrigaram
a contornar os planeamentos iniciais. O facto de este ser um projeto com uma vertente psicossocial muito
intensa, fez com que nos tivssemos debatido com grandes desafios quanto s aproximaes financeiras e
at na avaliao das mudanas propriamente ditas. A quantidade de entrevistas efetuadas foi tambm um
grande desafio, uma vez que se prolongou muito no tempo devido a indisponibilidade dos stakeholders
entrevistados. Para todas essas situaes desafiadoras, foram delineadas estratgias e metodologias
alternativas para que esta anlise fosse o mais participada e completa possvel.

Outra das grandes questes a apontar passa por esta avaliao ter um perodo de tempo muito curto para
ser executada, o que poder ter afetado alguns procedimentos e possivelmente resultados, uma vez que
no houve o tempo ideal e desejado para maturar com todos os stakeholders alguns itens. Consideramos,
ainda, pertinente referir que no futuro e para se melhorar esta anlise, seria fundamental incluir os stakeholders
que no foram includos. Esta seria sem dvida uma forma de enriquecer os resultados.

De salientar ainda que a participao neste programa de aprendizagem e mentoria, dotou a equipa tcnica
de valiosas ferramentas que permitira que outras avaliaes sejam feitas. Foi uma experincia que embora
esgotante e exigente se espelhou como algo muito pertinente e vantajoso.

235
MOS OBRA - Fisoot

7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

CABALLO, V. E. (1996). Manual de tcnicas de terapia e modificao do comportamento. So Paulo: Santos.

MACHADO, L. (1994) Educao Bsica, Empregabilidade e Competncia. Trabalho e Educao, Belo


Horiozonte, n. 3

WHOQOL Group (1994). Development of the WHOQOL: Rationale and current status. International Journal of
Mental Health, 23(3), 24-56.

236
8. MAPA DE IMPACTO

Stakeholders Recursos Resultados Mudanas Descontos (DC) Impacto Clculo do Retorno Social
Quem afetamos/nos O que vo eles Valor Atividades em Descrio Indicador Quantidade Durao Comeo* Aproximao Financeira (AF) Valor Atribuio I Deslocao Atribuio Reduo QT x AF - DC Taxa de Desconto 5.50%
afeta? investir? nmeros (QT) II
O que muda nas suas vidas? Como medimos a mudana? Que preo atribumos mudana? (anual, por Ano 0 Ano 1 Ano 2
pessoa)
EQUIPA TCNICA Conhecimento, 0.00 7 atividades Realizao profissional Interaes com outras instituies / 3 2.5 1 Diferencial entre salrio mdio nacional e 7,200.00 50% 0% 13% 25% 8,775.00 8,775.00 8,775.00 6,581.25
tempo Experincia o valor mdio atribuido a um salrio que
alcanasse a realizao profissional
Potencializao esprito de Estratgias de coping / prticas 4.2 1.75 1 Custo de um pacotes de atividades de 180.00 50% 0% 19% 25% 307.13 307.13 307.13 230.34
equipa instituicionais teambuilding (15 uma vez por ms)
VOLUNTRIOS Conhecimento, 5,714.00 2 atividades Realizao pessoal Nmero de horas de ocupao do 2.56 2.00 1 Diferencial entre salrio mdio nacional e 1,200.00 50% 0% 31% 25% 1,059.84 1,059.84 1,059.84 794.88
tempo tempo livre/Bem-estar o valor atribuido a um salrio que
alcanasse a realizao pessoal
Maior probabilidade de Aumento da rede de contactos/ 2.76 2.00 1 Curso para aumentar o nvel de 1,080.00 50% 0% 31% 25% 1,028.38 1,028.38 1,028.38 771.28
obter emprego experincia profissional empregabilidade (90 por ms)
BENEFICIRIOS Tempo 7,788.00 5 atividades Empregabilidade Procura ativa de emprego / 33.86 1.24 1 Workshop de tcnicas de procura ativa de 900.00 25% 0% 46% 50% 12,296.26 12,296.26 12,296.26 6,148.13
Esperana e alento emprego e formao em construo de
currculo (75 por ms)
Sentimento de Segurana Maior rede de suporte / Aumento 38.88 1.24 1 Consultas de Psicologia (2 vezes por ms 1,200.00 25% 0% 19% 50% 28,336.52 28,336.52 28,336.52 14,168.26
da auto-estima 100 )
Despertar para a Proximidade / Mais predisposio 50.52 2.25 1 Formao para a cidadania ativa (64 4 256.00 25% 0% 11% 25% 8,593.09 8,593.09 8,593.09 6,444.82
conscincia cvica para ajudar os outros vezes por ano)
FAMLIAS - Tempo 1,443.00 1 atividade Qualidade do clima Diminuio de conflitos / Maior 68.85 2.00 1 Terapia familiar uma vezes por ms (50) 600.00 25% 0% 20% 50% 24,826.28 24,826.28 24,826.28 12,413.14
BENEFICIRIOS relacional sentimento de apoio
Mais expectativas de Equilibrio econmico / Poder 36.9 2 1 Curso de gesto de economia familiar (4 400.00 25% 0% 19% 50% 8,966.70 8,966.70 8,966.70 4,483.35
melhorar a qualidade de econmico vezes por ano - 100)
vida
FINANCIADORES 43,469.00 0.00 0.00 0.00 0.00

Total 58,414.00 Total 94,189.19 94,189.19 94,189.19 52,035.45


Valor presente de cada ano (aps 94,189.19 89,278.85 46,751.38
descontos)
Valor atual lquido total (VAL) 230,219.41
VAL - Investimento 171,805.41
Retorno Social por (VAL / 3.941
investimento)
MES DE SUCESSO - Rarssimas

MES DE
SUCESSO

Projeo de impacto 2016-2018


METODOLOGIA SROI

Associao Rarssimas
238
MES DE SUCESSO - Rarssimas

0. SUMRIO EXECUTIVO
A Rarssimas procura responder s necessidades sentidas por doentes e famlias afetados por doena rara. O
projeto Mes de Sucesso consiste num programa de coaching e mentoring para mes de doentes portadores
de patologia rara, em quadro de vulnerabilidade. A interveno centra-se na promoo da melhoria da
qualidade de vida (integrando as diferentes dimenses das suas vidas), pela promoo de programa
individualizado de interveno (valorizao pessoal, profissional, reduo do isolamento; sade mental), ao
longo de um ano.

A presente anlise SROI pretende avaliar o custo-benefcio (a um ano, com projeo aos dois posteriores) do
projeto Mes de Sucesso. No fazendo sentido intervir margem do contexto de vida das mes, h um
conjunto de outros grupos envolvidos na anlise (doentes, famlias, rede social de suporte, entidades
empregadoras, outras ONGs, mecenas, outras mes de portadores de doena rara,...).

Da aplicao da metodologia SROI resultou um rcio que indica que por cada euro investido no projeto,
haver um retorno avaliado em 4,11 . Os benefcios totais apurados aps um ano de projeto so de cerca de
85.000. Considerando o impacto no perodo total em anlise - e atenta a diluio do efeito ao longo do
tempo - obtem-se um valor de 226.169,7.

Famlias e entidades empregadoras so quem mais beneficia com o projeto, que parece responder mais
eficazmente a stakeholders no prioritrios: as beneficirias centrais no processo dificilmente reconhecem a
ocorrncia de mudanas favorveis.

Na anlise de sensibilidade, esboaram-se cenrios otimista e pessimista, sendo necessria uma aplicao
agressiva de oito parmetros crticos para levar o rcio a um patamar mnimo, o que parece revelar
consistncia e solidez do modelo de interveno.

239
MES DE SUCESSO - Rarssimas

1. MBITO E STAKEHOLDERS
1.1. MBITO DA ANLISE

A Rarssimas uma Associao de Doentes, constituda como IPSS e com estatuto de utilidade pblica, que
atua nas reas da sade, ao social, formao, investigao e cooperao. A sua missoapoiar doentes,
famlias e amigos de sempre e de agora que convivem de perto com as doenas rarasconfirma a
centralidade do doente e da famlia enquanto focos primordiais da instituio.

No obstante a heterogeneidade patente no universo das doenas raras, o disease burden inerente , em
regra, de enorme exigncia para as famlias. A maioria das doenas raras tem uma expresso clnica
incapacitante, associando multideficincia (deficincia motora, sensorial ou intelectual), assim como um
prognstico, em geral, desfavorvel. Por conseguinte, estas famlias encontram-se muitas vezes numa
condio de vulnerabilidade acrescida nas dimenses relacional, profissional e financeira.

A exigncia da prestao de cuidados permanentes surge habitualmente aliada dificuldade na identificao


de cuidadores competentes, colocando as famlias numa situao de presso para assumir esta funo.
Assim, as mes, cuidadoras por excelncia, desistem muitas vezes da sua atividade profissional e/ou do seu
percurso formativo1.

Deste modo, urge prestar o apoio necessrio a estas famlias, auxiliando-as na (re)construo de um projeto
de vida, com expetativas reais de uma melhoria da sua qualidade de vida. Atendendo ao seu papel central no
sistema familiar, as mes sero o alvo desta interveno, no mbito da qual sero acompanhadas por outras
mes que, pelo seu percurso, se encontrem hoje numa posio percebida como de sucesso.

Este projeto prope-se desenvolver um programa de valorizao pessoal e profissional de 12 mes, ao longo
do perodo de um ano (com projeo a 2 anos aps interveno). Para melhor adequar a interveno a cada
me, o projeto prope-se avaliar a necessidade de implementao de um programa de acompanhamento
psicolgico e de reintegrao/ ajustamento profissional.

A consecuo do projeto s ser vivel se se efetivar um conjunto mnimo de compromissos de apoio


financeiro por parte dos mecenas, sendo que a Rarssimas assumir o co-financiamento, atravs da
disponibilizao dos seus espaos e dos servios dos seus tcnicos. A seleo das entidades decorrer do
convite a um conjunto de mecenas j existentes, assim como a empresas cujo core business se enquadre na
natureza das atividades a desenvolver.

A promoo de uma avaliao preditiva, no caso a anlise SROI, permitir demonstrar a pertinncia da
interveno junto das diferentes tutelas e stakeholders. No ps-projeto, j numa perspetiva avaliativa, ser
possvel construir evidncia a apresentar tambm comunidade.

1 (Barbosa, Chaud & Gomes)

240
MES DE SUCESSO - Rarssimas

1.2. STAKEHOLDERS

1.2.1. STAKEHOLDERS INCLUDOS/EXCLUDOS

A identificao dos stakeholders relevantes, na definio do papel e a deciso sobre a sua incluso ou no no
processo de anlise revelou-se um exerccio de reflexo.

A problemtica central do projeto tambm ela complexa, havendo inmeras relaes em diferentes
sentidos e esperando-se, portanto, que as mudanas ocorram em cascata, sendo difcil estabelecer fronteiras
entre grupos.

Assime seguindo o modelo de base -, integraram-se os seguintes grupos:

Os Experientesbeneficirios diretos e indiretos, designadamente as mes beneficirias, os doentes


portadores de doena rara, famlia e a rede social de suporte. A sua participao nas atividades do projeto
visa promover uma melhoria da sua qualidade de vida e uma ao solidria melhorada..

Os Peritosrgos consultivos da instituio, com peritos nos diferentes domnios cientficos (Conselho
Cientfico). A participao no projeto permitir a aquisio e/ou consolidao de conhecimentos, pela
produo de evidncia..

Os Responsveisequipa tcnica da entidade promotora envolvida nalguma das atividades. De igual modo
os mecenas, que contribuiro diretamente para o desenvolvimento do projeto, com doaes materiais e/ou
em tempo. As mes de outros doentes portadores de doena rara, que sero mentoras das mes que
integrem o programa (mes beneficirias) em regime de voluntariado. As mudanas mais significativas
centrar-se-o na promoo de uma cultura de cidadania, responsabilidade social e na capitalizao das
experincias pessoais e profissionais.

Os Visionriosentidades empregadoras que reconhecem como mais valia a introduo de flexibilidade no


seu regime contratual/laboral., bem como outras ONGs para desenvolver novas iniciativas nesta temtica.

Os Apoiantesentidades parceiras que conheam detalhadamente o universo de interveno, a problemtica


e uma rede de contactos relevante, assim como disponibilidade para difundir informao sobre o projeto,
reconhecendo a sua participao como enriquecedora, para o grupo e para o seu crescimento/aprendizagem.

Um grupo cuja definio e deciso sobre a excluso que mereceu cuidado particular foi o dos Influentes, no
qual se incluiriam entidades representantes das diferentes tutelas da instituio, a saber: Ministrio da Sade
e Ministrio da Solidariedade, Emprego e Segurana Social. Refletindo sobre a materialidade, concluiu-se que
as mudanas produzidas com afetao direta no seriam, nesta fase, suficientemente relevantes para
conduzir mudana esperada.

241
MES DE SUCESSO - Rarssimas

STAKEHOLDERS INCLUDOS? JUSTIFICAO

Mes Beneficirias Sim A sua experincia dar evidncia da relevncia do projeto, dos
resultados e do impacto da interveno.

Portadores de Doena Rara Sim Veculo de demonstrao da viabilidade de uma opo para as
mes.
(Filhos)

Restantes elementos do ncleo Sim Analise dos tipos de comportamento das pessoas de retaguarda
familiar/agregado familiar familiar dos cuidadores de portadores de Doena Rara nas diferentes
atividades que consubstanciam a rotina das mes e doentes.

Rede social de suporte Sim Fundamentais para a criao de uma alternativa real, de um espao
para que as mes possam transferir parte do tempo em que assumem
os cuidados de forma direta, para terceiros.

Entidade empregadora Sim O sucesso da empregabilidade a longo prazo, quando h


envolvimento de uma condio crnica pressupe uma alterao de
conscincia e atitude.

Outras ONGs Sim Experincia nas temticas a abordar. Ajustamento da experincia e


capitalizao para novas iniciativas e/ou modelo melhorado.

Conselho Cientfico Sim Conhecimento aprofundando das temticas e experincia validada em


diferentes reas de interveno; Produo/consolidao de
conhecimento; validao da evidncia e respetiva difuso.

Mecenas Sim Facilitador de recursos materiais para o desenvolvimento das


atividades do projeto; Fomento do sentido de responsabilidade social,

Promotor do projeto Sim Fomento de uma cultura profissional alinhada com a misso e viso da
instituio; Aprofundamento da consciencializao sobre a
problemtica de uma forma transversal; Posio marcada de
empreendedor social. Promotor e facilitador de recursos materiais para
o desenvolvimento das atividades do projeto e respetiva pela
coordenao.

Mes de portadores de patologia Sim Exerccio do princpio de solidariedade; Capitalizao da sua histria de
rara (mentoras) vida. Papel fundamental de mentoria e acompanhamento de
proximidade.

Entidades parceiras Sim Experincia de colaborao relevante e conhecimento,


consciencializao e sentido de compromisso para com a
problemtica.

Entidades das tutelas No Mudanas em n pouco significativo numa fase piloto, insuficientes
para a produo das mudanas pretendidas, numa fase inicial.

242
MES DE SUCESSO - Rarssimas

1.2.2. ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS

O envolvimento dos stakeholders precipita-nos na identificao e escolha das metodologias e instrumentos a


adotar para o arranque e desenvolvimento do projeto.

Relativamente aos diferentes pblicos-alvo e stakeholders, cumpre clarificar a opo por uma amostra de
convenincia. Na ausncia de dados estatsticos que dimensionem/caracterizem o universo da populao de
mes de portadores de doena rara, escolhemos as duas unidades de maior expresso na prestao de
servios aos Portadores de Doena Rara, a instituio Casa dos Marcos (Moita, Pennsula de Setbal) e
Centro Rarssimo da Maia (Maia, Grande Porto). Estas assumiro a seleo e o acompanhamento de 6 mes
beneficirias cada, a integrar o projeto pelo perodo de 1 ano.

Nesta iniciativa, no se pode tomar a amostra como representativa do universo, embora haja o cuidado de
selecionar as participantes considerando diferentes critrios (fragilidade da situao financeira; depresso e/
ou burnout; abandono de percurso formativo e manifesta vontade de o retomar; desemprego involuntrio;
abandono da atividade profissional; isolamento acentuado;.).

Naturalmente, ser necessrio efetivar um diagnstico que permita o desenho do modelo de envolvimento e
interveno, apoiado em questionrio e entrevistas estruturadas (conduzidas por psiclogo/tcnico servio
social e elemento da Direo). Idealmente, deveria selecionar-se um grupo mais alargado e definir a
participao em funo dos resultados do diagnstico, Todavia, cr-se que a criao de expetativas numa
populao to fragilizada colocaria questes ticas sensveis. Assim, a cada deciso de no participao,
sero contactadas novas mes.

A seleo das famlias decorrer, no futuro, da escolha das mes. Nesta fase piloto,e atendendo s limitaes
da amostra, optou-se por no condicionar a escolha dos elementos pertencentes ao agregado familiar e rede
social de suporte correspondncia direta com as mes participantes nesta primeira abordagem, procurando
garantir uma maior diversidade de quadros sociais em anlise (representatividade). Prev-se, para os restantes
elementos do agregado familiar (em mdia dois, acrescendo o filho raro2), alvo da aplicao de questionrio
e participao em grupo focals..

Relativamente rede social de suporte, prev-se a aplicao de questionrios, na sequncia de contacto


institucional que, se necessrio, poder passar pela realizao de breve reunio de apresentao do projeto.

As entidades empregadoras (Visionrios) e os Mecenas (Responsveis) sero sujeitos a iniciativas de


sensibilizao e informao. No tendo sido possvel, por constrangimentos de tempo, a realizao de grupo
focal com a participao de representantes de todos os stakeholders, foram desenhados e aplicados
questionrios.

2 Perfil do doente para desenvolvimentoDoente sem afetao cognitiva, capaz de responder autonomamente

243
MES DE SUCESSO - Rarssimas

STAKEHOLDERS MTODO DE ENVOLVIMENTO

Mes Beneficirias Universo: 12 mes.

Amostra de convenincia; modelo lgico construdo a partir de resultados da aplicao dos


instrumentos de diagnstico (questionrios complementados por entrevistas de avaliao).

Amostra

Houve 4 momentos de recolha de informao: : 11 mes participaram no 1 inqurito (respostas


abertas); 6 mes envolvidas em grupo focal para a construo da teoria da mudana; 5 mes
participaram na 3 recolha de informao (questionrio com escalas Likertdistncia percorrida); 8 mes
participaram no 4 e final momento da recolha de informao (questes fechadas de enumerao e
durao de mudana), atravs de inqurito e contatos telefnicos.

No total destes quatro momentos tivemos a participao de 13 mes.

Portadores de Doena Universo: 12 doentes.


Rara
Participao em atividades dinamizadas pela Casa dos Marcos e Centro Rarssimo da Maia. Aplicao de
(Filhos) escala de bem-estar (se necessrio, modificada), por profissionais de sade, para avaliar o impacto
produzido pelas mudanas introduzidas pela frequncia do programa de interveno por parte da
me).

Amostra

Houve 4 momentos de recolha de informao:: primeira recolha participaram 4 doentes (entrevistas


semi-estruturada presenciais); 2 momento: Participao de 2 doentes no Focus Grupo para a
construo da teoria da mudana; 3 doentes participaram na 3 recolha de informao (questes de
likertdistncia percorrida); 6 doentes participaram no 4 e final momento (questes fechadas de
enumerao e durao de mudana) atravs de inqurito.

No total destes quatro momentos tivemos a participao de 8 doentes..

Restantes elementos do Universo


ncleo familiar/
(Estimando uma dimensao mdia do agregado familiar de 4 elementos)
agregado familiar
Questionrio e entrevista estruturada

Amostra

Houve 4 momentos de recolha de informao: primeira recolha participaram 2 familiares (entrevistas


semi-estruturada presenciais); 2 momento: Participao de 2 familiares no Focus Grupo para a
construo da teoria da mudana; no 3 momento participou 1 (questes de likertdistncia percorrida);
5 familiares participaram no 4 e final momento (respondendo tambm ao inqurito anterior (questes
de likertdistncia percorrida e questes fechadas de enumerao e durao de mudana).

No total destes quatro momentos tivemos a participao de 5 familiares.

Rede social de suporte Universo

(Estipulando um mximo de 3 por participantes)

Questionrio

Amostra

3 Entidades atravs de Questionrio; Grupo focal com 3 profissionais na temtica (5 momento de


recolha de informao.

244
MES DE SUCESSO - Rarssimas

STAKEHOLDERS MTODO DE ENVOLVIMENTO

Entidade empregadora Universo

Participao em sesses de sensibilizao e informao; Participao em grupo focal (at 1)

Amostra
Questionrios.

Outras ONGs Universo

Participao em grupo focal

Amostra

1 ONGs atravs de questionrio com questes abertas e posteriormente na realizao do grupo focal,

Conselho Cientfico Universo

Participao em grupo focal (at

Amostra

2 Peritos. Atravs de entrevista semi-estruturada com um apoio adicional de uma moderadora


(especialista em sadedoenas raras).

Mecenas Universo

Participao em sesses de sensibilizao e informao; Reunio com equipa do projeto. Encontros com
mes (> 12 empresas, com um mnimo de 3 momentos de participao36 momentos)

Amostra (Fase piloto)2Entrevista semi-estruturada (telefnica)

Promotor do projeto Universo

grupo focal; Adoo e preenchimento de escala de aferio do bem-estar a aplicar ao doentes


acompanhados nos Servios da instituio, ao abrigo do projeto.

Amostra

Discusso em reunio semanal da equipa tcnica (5+2 elementos)

Mes de portadores de Universo


patologia rara
Reunies/encontros com mes participantes; Participao em grupo focal
(mentoras)
Amostra (Fase piloto)10Questionrios

Entidades parceiras Universo

Participao em grupo focal (4 a

Amostra (Fase piloto)2Entrevista semi-estruturada

Entidades das tutelas Convite para sesso de apresentao de resultados; Envio de Relatrio Final

(agncias pblicas)

245
MES DE SUCESSO - Rarssimas

2. RECURSOS E ATIVIDADES
A identificao das atividades e dos recursos, atendendo ao carter prospetivo da presente avaliao, exige
um grau de criatividade que teremos que ir aferindo ao longo do processo, no sentido de controlarmos o
risco do desvio face ao que confirmaremos em contexto de execuo do projeto.

2.1. INVESTIMENTOS

Os stakeholders identificados no ponto anterior como includos assumiro um compromisso de


investimento, na sua maioria em tempo, mas tambm em gnero (atravs da prestao de servio ou doaes
de bens), esperando-se que alguns assegurem investimento em dinheiro (no caso das entidades
empregadoras e mecenas).

Encontrando-se o projeto numa fase embrionria (ainda sem execuo), em que no possumos uma
descrio detalhada das atividades, tommos como referencial de partida as mudanas expectveis para os
diferentes stakeholders. Assim, foi possvel identificar atividades-macro que permitiram chegar determinao
de resultados.

Em concreto, poderemos identificar trs grandes atividades, a desagregar em tarefas/servios aquando da


sua operacionalizao: 1) um primeiro momento de sinalizao/seleo dos participantes, bem como de
diagnstico e avaliao de questes relevantes para a definio das atividades-micro que integraro os
diferentes planos de interveno; a definio das aes que integram o prprio programa de interveno e
um plano de avaliao/discusso da validade do modelo do projeto, que inclua necessidades de ajustamento
e replicabilidade (pela recolha, tratamento e anlise de dados).

No estando ainda identificadas as entidades que integraro os grupos dos mecenas, da rede social de
suporte, outras ONGs e entidades parceiras, identificaram-se pressupostos base que permitissem uma
primeira aproximao. Assim, o racional que presidiu definio do investimento identificado foi o da
indicao do valor correspondente ao tempo e/ou bens/servios para alcanar a mudana. No caso dos
mecenase desconhecendo as exigncias dos programas individuais de intervenoestimou-se um valor
mdio de investimento de 2500 por participante/ano (num total de 30000), considerando a possibilidade
de haver a necessidade de assumir o pagamento de programas de formao, valorizao de imagem,
acompanhamento teraputico, deslocaes e atividades de lazer.

246
MES DE SUCESSO - Rarssimas

STAKEHOLDERS RECURSOS (O QUE O STAKEHOLDER INVESTE) VALOR


ANUAL

Mes de portadores de Tempo (1040 horas/ano/me (12 mes)) 0


patologia rara (participantes no
programa)

Filhos (doentes) Tempo (com cuidador(es) substituindo a me) (624 horas/ano/doente (12 0
doentes))

Restantes elementos do ncleo Tempo (dedicado a tarefas habitualmente assumidas pela me) (416 horas/ 0
familiar/agregado familiar ano/agregado (12 agregados))

Rede social de suporte (pessoas 0


e entidades)
Tempo

(Servios de prestao de cuidados e/ou outros servios 416 horas/ano/


famlia (12 famlias))

Entidade empregadora (atual Tempo; Dinheiro (flexibilidade do regime horrio; investimento na facilitao 0
ou futura) de meios para o teletrabalho, etc)

Outras ONGs Tempo (participao de 2 elementos em 4 grupos focais, com durao 0


mdia de 3 horas) (24 horas/ano/ONG)

Conselho Cientfico Tempo (participao de 2 elementos em 4 grupos focais, com durao 0


mdia de 3 horas) (24 horas/ ano )

Mecenas Tempo, Gnero e Dinheiro (oferta de servios e produtos para valorizao da 30.000
imagem; bolsas de estudo; a
(empresas que apoiaro a
realizao das atividades) poio financeiro para criao de um fundo de apoio ao Programa de
Valorizao das Mes) (2.500/participante/ano)

Promotor do projeto (equipas Tempo (Mnimo de 156 horas/ano/participante; Avaliao inicial 36h (3 24.945,61
Rarssimas) entrevistas/me); 1 reunio semanal de equipa para follow up (52 hcom 7
colaboradores/reunio); Conduo de 4 grupo focals (12 horas, com 2
colaboradores); 1364 hTratamento e anlse de dados (1 estagirio a tempo
integral, durante 9 meses)

Mes de portadores de Tempo (156 horas/ano/participante (12 participantes) 0


patologia rara (mentoras)

Entidades parceiras Tempo e dinheiro (oferta de servios e produtos) 0

247
MES DE SUCESSO - Rarssimas

2.2. RESULTADOS

Os resultados so materializados em atividades quantificadas, conforme indicado detalhadamente no mapa


de impacto3 e na tabela seguinte, por stakeholder participante (includo): sesses dos grupos focais; avaliaes
de diagnstico (2 sesses por participante); sesses de acompanhamento e mentoria; nmero de consultas
(psicologia); nmero de sesses teraputicas; e o nmero de reunies.

STAKEHOLDERS RESULTADOS

Mes de portadores de patologia rara 2 sesses de diagnstico; 3 sesses semanais de acompanhamento tcnico; 2 sesses
(participantes no programa) de mentoring/ms; sesses formativas a definir caso a caso

Filhos (doentes) 2 sesses teraputicas/semana;meio dia/frequncia Centro Atividades Ocupacionais


por semana;1/2 dia frequncia de outra instituio, todas as semanas

Restantes elementos do ncleo familiar/ Desempenho em 1/2 dia por semana de tarefas habitualmente atribudas me
agregado familiar

Rede social de suporte (pessoas e Disponibilizao de servios de cuidados 1/2 dia por semana (por utente), ao longo de
entidades) um ano

Entidade empregadora (atual ou futura) Flexibilizao das condies de trabalho (regime horrio; cedncia de condies
tcnicas para o teletrabalho;...)

Outras ONGs Participao de 2 elementos em 4 sesses de grupo focais

Conselho Cientfico (Rarssimas) Participao de 4 elementos em 4 sesses de grupo focais

Mecenas (empresas que apoiaro a Assinatura do compromisso de patrocnio (total ou parcial) do plano de interveno
realizao das atividades) individual das mes

Promotor do projeto (Rarssimas) 2 Sesses individuais/consultas/ semana/me; Avaliao inicial (3 entrevistas/me); 1


reunio semanal de equipa para discusso/follow-up do projeto e participantes;
Conduo de 4 grupo focals (presena de 2 colaboradores); Tratamento e anlise de
dados

Mes de portadores de patologia rara 4 horas de disponibilidade semanal (mdia) para preparao/realizao de 1 sesso de
(mentoras) mentoria de 15 em 15 dias

Entidades parceiras Participao anual no reforo de um Fundo de Apoio ao Programa de Interveno


dirigido s mes (servios; apoio financeiro)

Outras ONGsApoiantes Participao de 3 colaboradores em 12 reunies de acompanhamento do projeto


(durao mdia de 2 horas)

3 O Mapa de Impacto, com os dados essenciais desta anlise, apresentado no final.

248
MES DE SUCESSO - Rarssimas

3. TEORIA DA MUDANA
A identificao das mudanas provveis resultado de um exerccio de especulao e de algumas
referncias encontradas na literatura, embora tida como representativa e referente a um universo mais
alargado, o da deficincia e/ou da doena crnica, devido escassez de produo escrita no que se refere
investigao social aplicada na esfera das doenas raras.

O desenho de um modelo que apresentasse as mudanas desejveis ao longo do projeto para cada
stakeholder evidenciou conflitos de interesse latentes entre diferentes grupos envolvidos, o que permitiu
discutir vises distintas de um mesmo problema/situao.

A categorizao das mudanas curto, mdio e longo prazos difcil, uma vez que estas podem situar-se
em qualquer um dos espaos do tempo. Frequentemente tm carter precedente, percorrendo toda uma
linha de continuidade que pressupe fases sequenciais.

MES (BENEFICIRIAS)

De acordo com o Rare Diseases Impact Report4 As doenas raras tm um impacto emocional nos doentes e
nos cuidadores, principalmente para aqueles cujas esperanas de tratamento so mnimas. No relatrio so
apresentados dados sobre a condio emocional e relacional , considerados os contextos familiar e social5.

A sobrecarga pode acarretar problemas fsicos, psicolgicos, emocionais, sociais e financeiros, que acabam
por afetar o bem-estar do doente e cuidador6.

Nunca mais tive coragem de ter outro filho () fiquei muito revoltada, e aos 22 anos
complicado D., me.

A qualidade de vida pode ser avaliada por diversas variveis, em funo da educao; da formao; da
atividade profissional; das competncias adquiridas; da resilincia pessoal; do otimismo; das necessidades
pessoais e a sade.

Qualquer doena sempre uma situao de crise, um momento de stress, que produz efeitos no doente e
famlia. O cuidador sofre, mas entrega-se e desgasta-se na arte do cuidar. E, inevitavelmente, ocorre a
desestruturao da sua vida7.

Quando foi o primeiro, prontos! O segundo oh meu Deus! E o Terceiro eu no aceitei () est
ultima foi muito muito difcil aceitar, e ela prpria tambm custa!
A., me.

Para estas mes, cuidar dos seus filhos mais do que um ato, representa uma atitude de ocupao, de
preocupao, de responsabilizao e de envolvimento total. Como relembra a Me L esqueci-me, to
frustrante que eu nem me lembro. Um dia fiz a reflexo do que fiz dos 30 aos 40 anos e acreditam que eu no
me lembro?! A vida escorrega pelas mos () ainda hoje quando ouo uma ambulncia, reajo.

4 (Shire, 2013.)
5 Assim: Cuidadores de doentes com doenas raras sentem preocupaes e sentimentos de Depresso (72% nos EUA, 65% no Reino Unido); Ansiedade e stresse (89% nos
EUA, 88% no Reino Unido); Isolamento de amigos/ familiares (64% nos EUA; 54% no Reino Unido); Menos interao com amigos/ familiares (55% nos EUA, 45% no Reino
Unido); preocupao com base em perspetivas futuras da doena (97 % nos EUA, 94% no Reino Unido); Preocupao com base na falta de informao disponvel sobre a
doena (87% nos EUA de 84% no Reino Unido)
6 (George & Gwyther, 1986, citado por Martins, Ribeiro & Garrett, 200.
7 (Rocha Vieira & Sena, 200
249
MES DE SUCESSO - Rarssimas

Saber cuidar implica aprender a cuidar de si e do outro, tendo sempre noo da nossa realidade,
possibilidades e limitaes8, infelizmente, a perceo que nos foi transmitida pela me beneficirias a de
que elas prprias esquecem-se de si como mulheres. Esta foi uma das grandes dificuldades no levantamento
de informao atravs dos questionrios.

Por sua vez, estas mes esto conscientes da realidade, das suas possibilidades e limitaes.

Temos muitos entraves a nvel estatal; custos so elevados, material muito caro.
C., me.

A perceo de qualidade de vida destas mes passa pelo prprio bem-estar dos filhos, a minha qualidade
de vida muito melhor desde a entrada do meu filho na Casa dos Marcos. Agora tenho os ascendentes
para cuidar (Me L), definindo a sua qualidade de vida como aquilo que posso ir fazendo dia a dia para
tentar estar tranquila e fazer os outros felizes.

A teoria da mudana desenvolvida para este grupo parte de um processo de tomada de conscincia,
seguindo-se as fases de desenvolvimento pessoal (aumento da auto-estima), processo a partir do qual ser
possvel iniciar todos os outros.

Este o exemplo de uma mudana que percorre todo o ciclo de avaliao de projeto e que produzir
resultados em cada uma das fases conducentes, no conjunto, a uma alterao que se quer estrutural na vida
das participantes. Assim, o acompanhamento tcnico e as sesses de mentoria produziro efeitos imediatos,
proporcionando uma minimizao da condio de isolamento, pela interao necessria com um novo
conjunto de indivduos, num novo espao, que obrigar a uma alterao de rotina e deslocao regular a um
ou mais novos espaos.

Eu impus o meu filho sociedade. Ele era gente.


L., me.

Podemos identificar ainda um conjunto de mudanas no previsto ou indesejvel, que a equipa procurar
controlar, tal como, desistncia do Programa, a fraca colaborao dos restantes elementos do agregado
familiar, inflexibilidade da entidade empregadora (quando existir), provocando um descontentamento
acrescido e limitando a viabilidade da ltima mudana: melhoria da qualidade de vida.

8 (Silva, Francioni, Sena, Carraro & Randnz, 200

Mes
beneficirias

Aumento do Aumento do
Aumento da Melhoria do estado Aumento da
Reduo do investimento no investimento no
auto-estima de sade mental autonomia
isolamento (C, M, L) desenvolvimento desenvolvimento
(C, M, L) (C, M, L) (M, L)
pessoal (C, M) profissional (M, L)

Auto percepo
de melhoria da
qualidade de vida (M, L)

250
MES DE SUCESSO - Rarssimas

FILHOS (DOENTES)

A mudana a promover nos doentes est intimamente ligada ao sucesso da mudana nas mes. A existncia
de tempo para dedicao ao projeto pressupe a garantia de respostas para que os filhos possam beneficiar
de cuidados de qualidade e segurana, de modo a que as mes consigam focar-se no seu desenvolvimento
pessoal.

O nascimento de uma criana deficiente ou o diagnstico de uma doena rara e/ou crnica a um filho afeta a
organizao estrutural do sistema familiar9. A incapacidade e dependncia funcional, frequentemente
associadas condio clnica, exigem o reconhecimento de um cuidador principal, quase sempre a me,
parecendo existir uma correlao positiva entre o grau de dependncia e a sobrecarga do cuidador principal.
Por outro lado, a noo de bem-estar e qualidade de vida do doente portador de deficincia ou doena rara
torna-se indissocivel das suas competncias e autonomia funcional.

O envolvimento dos filhos no projeto provocar mudanas significativas no imediato. A promoo da


participao em atividades desportivas e de lazer (natao adaptada, atividades de lazer mensais), contribuir
para a diversificao de estmulos e de experincias para os doentes. Ser uma mudana mensurvel pela
frequncia de adeso s novas atividades; adicionalmente, espera-se o incremento de oportunidades de
convvio e interao interpessoal com novos interlocutores. Ter um efeito direto e duradouro na reduo do
isolamento social e no fortalecimento da rede social de suporte dos doentes.

Tenho de estar sempre acompanhada (...) Gostava de continuar os estudos, ir para a faculdade e
tirar a carta de conduo
N., doente.

Para alm das atividades desenvolvidas em famlia e no mbito escolar/acadmico/ocupacional, a participao


em novas atividades de forma autnoma ser um forte impulsionador de um processo progressivo de
autonomizao e capacitao do doente em relao ao seu cuidador principal e restante ncleo familiar,
esperando-se que os estes sejam capazes de, ao longo do projeto e aps o seu trmino, evidenciar
necessitarem de menos apoio devido ao aumento da sua autonomia, o que ter um forte impacto na
consolidao do seu papel de cidadania ativa numa sociedade que se pretende cada vez mais inclusiva.

9 (Alarco, 200

Reduo do
isolamento
(C, M, L)
Diversificao
de experincias e Melhoria da
Doentes aumento da qualidade de
estimulao vida (M, L)
(C, M)

Aumento da
autonomia e
capacitao
(C, M, L)

251
MES DE SUCESSO - Rarssimas

FAMLIA (RESTANTES MEMBROS DO AGREGADO FAMILIAR)

A famlia constitui o grupo primrio bsico de apoio e que tem o papel mais relevante no cuidado a longo
prazo, bem como de suporte ao cuidador principal10. Cada famlia tem as suas normas que no se restringem
a uma determinao social ou econmica, mas ao desempenho dos seus papis decorrentes das inter-
relaes e da intensidade da necessidade do cuidado11 .

Um dos maiores desafios criar a minha filha sozinha.


A.B., me.

Neri e Carvalho (2002, cit. por Sequeira, 2010) fazem a distino entre o cuidador principal (a quem
depositada a responsabilidade pela prestao de cuidados) e o cuidador secundrio (algum que ajuda na
prestao de cuidados de forma ocasional/regular, mas no tem a responsabilidade de cuidar). Este ltimo
cuidador habitualmente so os familiares. Esta ajuda pode ser ao nvel da prestao direta de cuidados ou a
outro nvel, como o econmicos, o apoio em atividades de lazer, o apoio em atividades sociais, etc. Este
cuidador pode substituir o cuidador principal nas suas ausncias ou em situaes de emergncia12.

Os familiares que esto prximos vivem verdadeiramente o dia a dia e no ajudam mais, porque o cuidador
principal no permite, tal como refere o Familiar F Ansiedade de saber qual a doena, de saber que no
curvel, ansiedade de no conseguir gerir as situaes, o dinheiro () daquelas coisas que difcil de
explicar e a Me Ctem um irmo mais velho, mas ele no tem obrigao de cuidar dele.

Cr-se que uma interveno adequada e atempada permitir apoiar eficazmente as famlias, minimizando a
carga sobre as mes permitindo, no imediato, a participao dos restantes membros do ncleo familiar nas
tarefas dirias, dando-lhes a oportunidade de adquirirem novas competncias, promover a partilha de
responsabilidade entre os elementos da famlia, o alargamento da sua rede de contactos, a melhoria da sua
sade e bem-estar, com o objetivo de atingir a mudana final esperado: melhoria da qualidade de vida.

10 (Sequeira, 2010)
11 (Aneshensel e col., 1997., cit.ado por Sequeira, 2010)
12 (Penrod, Kane, Kane e Finche, 1995; Neri e Carvalho, 2002., citado. por Sequeira, 2010)

Promoo da
incluso social Promoo de
do portador Melhoria do estado momentos de lazer
de doena rara de sade mental e partilha em
(C, M, L) (C, M, L) famlia
(M, L)

Consciencializao Aumento da Auto percepo


Melhoria do estado de melhoria da
Famlias da necessidade de partilha de
de sade mental qualidade de vida
minimizar o burden responsabilidade
(C, M, L) (M, L)
sobre a mo (C, M) (C, M, L)

Aumento da Melhoria do equilbrio


autonomia e harmonia familiar
(M, L) (M, L)

Novas Reduo do
aprendizagens isolamento
(C, M) (C, M, L)

252
MES DE SUCESSO - Rarssimas

ENTIDADE EMPREGADORA (ATUAL OU FUTURA)

No obstante a proteo jurdica existente, confirmar-se uma necessidade de informao e sensibilizao


junto das entidades empregadoras, para viabilizar a introduo de regimes de maior flexibilidade nos
modelos contratuais existentes, potenciando uma maior satisfao dos colaboradores (beneficirias e
colegas), o que propicia uma maior motivao e, em ltima anlise, uma maior produtividade.

A literatura descreve como relevante para o bem-estar dos trabalhadores o reconhecimento das
particularidades do seu quadro de vida pessoal, como a adoo de medidas favorveis conciliao das
vidas profissional e familiar produz resultados no aumento da satisfao e motivao para o desempenho
das suas atribuies.

Aumento da
Aumento da
Aumento da participao em Aumento da
satisfao dos
coscincia social modelos de motivao
colaboradores
(C, M) contratao (M, L)
(M, L)
win-win (M, L)

Entidades Aumento da
empregadoras produtividade
(M, L)

Acompanhamento Aumento do equilbrio Pacificao nos servios,


dos colaboradores pessoal e satisfao aes preventivas
na procura de solues dos colaboradores (sensibilizao e
(C, M, L) (M, L) informao) (M, L)

MES (MENTORAS)

As mes mentoras surgem na teoria da mudana como as grandes promotoras da mesma, oferecendo o seu
know-how para a materializao do projeto. No entanto, tambm elas so beneficirias de mudanas
previstas.

A partilha de conhecimentos e experincias, networking, compromisso de responsabilidade social e a


capitalizao da sua histria de vida so as mudanas previstas partida, apuradas via inqurito aplicado e
grupo focal inicial.

Materializao da
misso em pblico-alvo
prioritrio (C, M)

Rarssimas, Novas aprendizagens Difuso de metodologia de


promotor do projeto e conhecimentos (C, M) avaliao de impacto da ao (M, L)

Criao de nova linha


de interveno formal Networking
e contnua (C, M, L)

253
MES DE SUCESSO - Rarssimas

4. PROVAS E VALOR
4.1. INDICADORES (QUANTIDADE)

A escolha dos indicadores e das respetivas escalas de medidas compreendeu um percurso que teve incio
numa pesquisa de indicadores de medida de sobrecarga do cuidador e aferio do conceito de qualidade de
vida numa abordagem lata a da doena crnica e a de um estado de equilbrio remetendo para conceito
holstico de sade/bem-estar. Assim, houve uma primeira fase de identificao de medidas validadas para a
populao portuguesa, mas que rapidamente se revelaram de difcil aplicao, dado o intervalo temporal
disponvel para a respetiva execuo13 14 15 16 17.

Optou-se pelo recurso a escalas de Likert, colocando as questes em dois momentos, conduzindo o leitor a
posicionar-se no momento que precede o incio das atividades do projeto e a induzir a projeo da sua
posio no final do programa de interveno (T0 e T1, respetivamente) aferindo assim a distncia percorrida
entre aqueles dois pontos (DP expressa percentualmente).

A metodologia para a recolha de dados centrou-se no desenho e aplicao de questionrios, com a definio
de questes (indicadores) mais inteligveis para os respondentes e mais prximos das suas vivncias
concretas.

STAKEHOLDER MUDANA INDICADORES

Mes Beneficirias Aumento da Indicadores objetivos:


qualidade de vida
Frequncia das idas ao cabeleireiro;
N de mes beneficirias que passam da situao de desemprego para estarem
empregadas;
Frequncia das atividades sociais, para alm das desenvolvidas em famlia e no
mbito profissional;
Frequncia no consumo de medicamentos em regime SOS;
Frequncia de participao em atividades de lazer com a famlia;
Indicadores subjetivos:

Perceo do nvel energia para a vida diria;


Perceo do nvel de adequao entre competncias e posicionamento
remuneratrio;
Nvel de satisfao com as relaes pessoais;
Nvel de bem-estar emocional;
Perceo da Qualidade de Vida

13 BSI 18 Inventrio de Sintomas Psicopatolgicos (L. Derogatis, 2000, adaptado por Maria Cristina Canavarro, 200
14 Questionrio sobre Qualidade de Vida verso abreviada da OMS (Adaptado por Canavarro et al, 200
15 Escala de Sobrecarga do Cuidador (Sequeira, 2010)
16 Classificao Internacional da Funcionalidade (OMS, adaptada pela Direo-Geral da Sade)
17 Experincias em Relaes Prximas Estruturas Relacionais [ERP-ER] (Fraley, Heffernan, Vicary, & Brumbaugh, 2011, adaptado por Fraley, Heffernan, Vicary, &
Brumbaugh, 2011)

254
MES DE SUCESSO - Rarssimas

STAKEHOLDER MUDANA INDICADORES

Filhos (doentes) Aumento da Indicadores objetivos:


qualidade de vida
Frequncia de adeso a novas atividades/ experincias;
Frequncia das atividades sociais, para alm das desenvolvidas em famlia e no
mbito escolar/ acadmico/ ocupacional/ profissional;
N de atividades quotidianas em que necessita de apoio;
Frequncia de participao em atividades de lazer com a famlia;
Indicadores subjetivos:

Nvel de perceo de participao em novas experincias;


Nvel de satisfao com as relaes pessoais;
Nvel de autonomia
Perceo da Qualidade de Vida;

Restantes elementos Aumento da Indicadores objetivos:


do agregado familiar qualidade de vida
Frequncia de participao em atividades domsticas;
Frequncia da participao em consultas de apoio/ acompanhamento
psicolgico;
Frequncia de participao em atividades de lazer com a famlia;
Indicadores subjetivos:

Nvel proximidade com os familiares


Nvel de bem-estar emocional
Perceo da Qualidade de Vida

Entidades Aumento da Indicadores objetivos:


Empregadoras produtividade
N de encaminhamentos de colaboradores sinalizados para servios
especializados;
Taxa de absentismo dos colaboradores sinalizados;
Indicadores subjetivos:

Auto-eficcia profissional;
Perceo da qualidade do produto/servio;

Mes Mentoras Capitalizao da Indicadores objetivos:


histria de vida
N de contactos regulares existentes;
Indicadores subjetivos:

Perceo do impacto da sua experincia em outras mes;


Nivel de satisfao com as relaes sociais;

255
MES DE SUCESSO - Rarssimas

Numa primeira anlise, destaca-se a dificuldade de obter a informao partilhada em sede de grupo focal e a
dificuldade dos respondentes se colocarem em diferentes momentos no tempo, particularmente no que diz
respeito ao futuro. Assumindo que se tratava de um problema de desenho do instrumento, houve lugar a
duas reformulaes, constatando-se inalteradas as dificuldades apresentadas inicialmente.

Refletindo sobre os respondentes que evidenciaram idntico padro de informao (mes beneficirias,
doentes e famlias), conclui-se sobre o vis criado pelo prprio quadro de vida. Note-se que temos mes
cujos filhos superaram j a esperana mdia de vida indicada pelas equipas clnicas, que desconhecem outro
doente com a mesma patologia numa idade superior do seu filho(a); que se confrontaram, ao longo das
suas vidas, com dificuldades e inexistncia de programas de apoio; no caso dos doentes que integram a
amostra (sem dfice cognitivo), temos portadores de doenas degenerativas, em que o futuro numa condio
de maior dificuldade uma certeza, dado o conhecimento sobre o curso natural da doena e o confronto,
desde o diagnstico, com a experincia de perda progressiva de competncias e agravamento dos sintomas.

Justifica-se, assim, a incapacidade para uma projeo de acontecimentos positivos no futuro. Embora nas
famlias haja alguma variao nas respostas (o que permite o apuramento de uma distncia percorrida (DP)
mais elevada, os quadros de depresso/exausto que marcam alguns dos participantes impedem que rcios
mais realistas sejam obtidos.

Importa referir que nos casos em que h recurso a mais do que um indicador, se atribuiu um peso semelhante
a todos, pelo que o valor final a sua mdia aritmtica.

MES BENEFICIRIAS: 1,164

Abordadas as diferentes dimenses da Qualidade de Vida (auto-estima/desenvolvimento pessoal;


desenvolvimento profissional; isolamento; estado de sade mental), a quantidade observada inferior ao
esperado.

FILHOS (DOENTES): 0,96

Importa frisar que se tomaram como representativas do universo dos doentes as respostas de um perfil tipo:
portador de doena rara diagnosticada; sem afetao cognitiva; capacidade para interpretao autnoma
(questes e contexto). A necessidade de construir instrumentos adaptados para hetero-aplicao (doentes
com dfice cognitivo associado) tornou-se invivel no horizonte temporal disponvel. Aqui, as questes ticas
seriam tambm de maior complexidade. Cr-se que a incluso deste grupo incrementaria a quantidade..

FAMLIAS (ELEMENTOS DO AGREGADO FAMILIAR): 2,449

O desenho da Teoria da Mudana para este stakeholder compreendia um conjunto de mudanas abstratas de
difcil aferio direta. Embora se tenha procurado balancear os questionrios, de modo a enriquecer a anlise,
fica a perceo de que h necessidade de detalhar, aprofundar e que a concretizao da perspetiva sobre um
momento futuro um exerccio difcil.

256
MES DE SUCESSO - Rarssimas

ENTIDADES EMPREGADORAS: 2

Os indicadoras so muito genricos quando no h a sinalizao de uma populao de base bem caraterizada.
A amostra reduzida, configurando um espetro de respostas pouco diversificado e uma limitao na aferio
da adequao dos indicadores.

MES MENTORAS: 1,166

As mulheres participantes atingiram um estado de equilbrio e paz/satisfao com o seu quadro de vida que
as posiciona num ponto de partida de extremo otimismo, o que limita a quantidade de mudana
perspetivada. Julga-se que no conhecimento do universo concreto de aplicao pudssemos obter rcios de
maior incremento da mudana.

4.2. DURAO

Entende-se por durao o perodo temporal (medido em anos) ao longo do qual os efeitos da interveno se
fazem sentir.

As mudanas identificadas observar-se-o durante a interveno, atingindo gradientes sucessivos


conducentes a uma mudana mais complexa e abrangente e manter-se-o no ps-projeto, de acordo com os
diferentes stakeholders at, pelo menos, mais um ano (mes, doentes e famlias) e at mais dois anos
(entidades empregadoras e mes mentoras).

Conforme ocorreu com a quantidade de mudana, cr-se que tambm aqui h uma perceo da permanncia
da mudana pouco otimista, pelo prprio quadro de doena que envolve os participantes (mes, doentes e
famlias).

STAKEHOLDERS MUDANA DURAO

Mes Beneficirias Aumento da Qualidade de Vida 2

Filhos (doentes) Aumento da Qualidade de Vida 2

Restantes elementos do agregado familiar Aumento da Qualidade de Vida 2

Entidades Empregadoras Aumento da Produtividade 3

Mes Mentoras Capitalizao da histria de vida 3

257
MES DE SUCESSO - Rarssimas

4.3. APROXIMAES FINANCEIRAS

No caso das mes beneficirias, a mudana final a melhoria da qualidade de vida.. Decidiu-se pela
construo de um pack de servios que respondessem s necessidades de interveno em cada um dos
domnios:

Auto-estima/desenvolvimento pessoal: Programa Spa Wellness - 39018;


Desenvolvimento profissional : valor mdio mensal do subsdio desemprego, atendendo a que as
mes beneficirias sero acompanhadas na Casa dos Marcos e no Centro Rarssimo da Maia. A opo
por esta AF prende-se com o facto de um programa de interveno desta natureza procurar capacitar
as mes para a vida ativa, ou progresso profissional; a operar-se a reintegrao de algumas das
participante no mercado de trabalho, podemos tomar o valor da presente AF (valor estimado para um
total de 12 meses) como uma poupana para o Estado e para a sociedade - 5661,23;
Reduo do isolamento: a frequncia de um ginsio possibilita o estabelecimento de contactos,
colocando as mes num ambiente que facilita a criao de novos laos e de uma maior interao e
integrao social - 600 (mdia de 50/ms, ao longo de 1 ano).

A sade mental um aspeto crucial no bem-estar dos cuidadores, que frequentemente apresentam quadros
de depresso e exausto. Assumiu-se o valor para um acompanhamento teraputico (psicologia; psicoterapia)
semanal, com custo anual de 270019.

STAKEHOLDER MUDANA APROXIMAO FINANCEIRA VALOR DA AF

Mes beneficirias Melhoria da qualidade Pack de servios. 9 351,23


de vida

Filhos (doentes) Melhoria da Qualidade Pack de atividades/servios. 1 400,00


de vida

Famlia (restantes Melhoria da qualidade Alzheimers disease- caregivers willingness to 35997,35


elementos do agregado) de vida pay for a reduction in the burden relating to the
disease (mean household wealth)

Entidades empregadoras Aumento da Criao de gabinete de apoio social. 18 500,00


produtividade

Mes mentoras Capitalizao da histria Curso e certificao de coaching 1651,00


de vida

Para os doentes, e considerando tambm a definio de um conjunto de servios, tem-se um valor de 1400,
apurado em funo do somatrio da frequncia de aulas de natao adaptada20 (425/ano), participao em
campos de frias (Natal, Pscoa e Vero, com valor mdio de participao de 175) e o valor da carta de

18 Consultadas vrias ofertas no mercado, tomou-se como referncia a seguinte: http://www.miramarnazarehotels.com/en/portugal-nazare-miramar-hotel-spa-senses-


wellness-experiences-programs/portugal-nazare-miramar-spa-anti-stress-en
19 Face inexistncia de uma tabela de preos ou de um referencial emanado pela Ordem dos Psiclogos, tomou-se a referncia de 60 por consulta, considerando um valor
intermdio face aos existentes no mercado. Defiiniu-se um perodo de 45 semanas, atendendo a perodos de frias e festividades.
20 http://jamor.idesporto.pt/upload/20150217_PrecarioPiscinas_2014_15.pdf

258
MES DE SUCESSO - Rarssimas

conduo21 (450), fator promotor de autonomia, verbalizado por uma doente (grupo focal).

Para as famlias procurou-se uma AF que medisse a disponibilidade para pagar pela reduo da sobrecarga,
por parte do cuidador. Optou-se pelo indicador Alzheimers Disease- caregivers willingness to pay for a reduction
in the burden relating to the disease (mean household wealth)22, disponvel na base do Global Value Exchange.
Procedeu converso da moeda, da paridade do poder de compra23 e correo do valor para a data atual
pela taxa de inflao24

No caso das entidades empregadoras, partiu-se de um exemplo real, de criao de uma unidade para apoio
social a colaboradores, assumida pelo Grupo Caixa Geral de Depsitos25. Estimou-se o custo de replicao da
inciativa pelo apuramento do valor de contratao de um tcnico superior de servios social durante um ano
(vencimento base de 1000 acrescido dos benefcios e encargos sociais).

Para as mes mentoras e atendendo ao papel particular que esperado aquando da operacionalizao do
projeto apurou-se o custo mdio de uma formao e certificao de coaching. O valor de 1651 resultou da
mdia aritmtica da consulta a uma srie de ofertas no mercado26.

21 http://x-pto.com/precos/; https://pt-pt.facebook.com/escolacidadedobarreiro
22 http://www.globalvaluexchange.org/valuations/alzheimers-disease-caregivers-willingness-to-pay-for-a-reduction-in-the-burden-relating-to-the-disease-%28mean-
household-wealth%29/
23 De acordo com a informao disponvel em: http://ec.europa.eu/eurostat/web/purchasing-power-parities/statistics-illustrated
24 Utilizando a ferramenta disponvel em http://www.pordata.pt/portugal
25 Silva (201
26 http://www.mindcoach.pt/certificacoes.php?id=46; http://www.portaldoser.com/id18.html; http://www.worldcoaching.com/; http://escoladecoaching.com/site/
certificacao-internacional/; http://nlpc-incta.com/cursos_type/fundamental-coaching-skills-2/; http://www.spcoaching.pt/#!certificao-coaching/cb94

259
MES DE SUCESSO - Rarssimas

5. IMPACTO E RETORNO SOCIAL


Medir o impacto social um processo complexo e exigente. O desafio de concretizar o que , habitualmente,
observado como intangvel, operou na equipa uma transformao, no olhar e na prtica analtica.

Para cada mudana, em cada stakeholder, foi estabelecido um valor econmico. Foram realizadas vrias
aproximaes financeiras. Sero comentadas estimativas de compensao, que se complementam com a
taxa de reduo, atribuio I e II e deslocao.

5.1. ATRIBUIO I

Considerando a natureza verdadeiramente prospetiva da presente anlise, atendendo a que o projeto


configura uma iniciativa da instituio ainda por lanar (no h qualquer histrico) e face inexistncia de
uma oferta semelhante, ou dirigida ao mesmo pblico-alvo e ,por conseguinte, uma alternativa disponvel
para que as mesmas mudanas possam ser atingidas, de igual forma, no mesmo perodo temporal,
considerou-se a no aplicabilidade da atribuio I. O momento de auscultao dos stakeholders , em si,
idntico situao de inexistncia da ao, interrupo do projeto, ou da identificao de uma atividade
alternativa, que os stakeholders no conseguiram designar.

5.2 ATRIBUIO II

STAKEHOLDERS MUDANAS AT II FONTE/QUESTO

Mes Beneficirias Melhoria da Qualidade de 25% Grupo focal:


Vida -Profissionais ligados temtica;
-Equipa Tcnica do Projeto.

Filhos (Doentes) Melhoria da Qualidade de 25% Grupo focal:


Vida -Profissionais ligados temtica;
-Equipa Tcnica do Projeto.

Famlia (restantes Melhoria da Qualidade de 75% Grupo focal:


elementos do agregado) Vida -Profissionais ligados temtica;
-Equipa Tcnica do Projeto.

Entidades Empregadoras Aumento da Produtividade 75% Grupo focal:


-Profissionais ligados temtica;
-Equipa Tcnica do Projeto.

Mes Mentoras Capitalizao da Histria de 75% Grupo focal:


Vida -Profissionais ligados temtica;
-Equipa Tcnica do Projeto.

260
MES DE SUCESSO - Rarssimas

Resultado de discusso realizada com a participao de elementos das coordenaes tcnicas das valncias
sociais, equipa e representante de outra ONG (de doena especfica), decidiu-se que, nos casos das mes
beneficirias e dos doentes,a mudana atribuvel a terceiros seria reduzida, atendendo inexistncia de
respostas especficas, dirigidas, com a participao de pares,

Para os restantes grupos (famlias, mes mentoras e entidades empregadoras), seria reconhecido contributo
de outros aspetos que permitiriam a perceo de mudana para alm do contributo do projeto de uma forma
expressiva.

5.3. TAXA DE REDUO

STAKEHOLDER MUDANA REDUO FONTE/QUESTO

Mes Beneficirias Melhoria da 0% Grupo focal:


Qualidade de Vida -Profissionais ligados temtica;
-Equipa Tcnica do Projeto.

Filhos (Doentes) Melhoria da 50% Grupo focal:


Qualidade de Vida -Profissionais ligados temtica;
-Equipa Tcnica do Projeto.

Famlia (restantes Melhoria da 0% Grupo focal:


elementos do agregado) Qualidade de Vida -Profissionais ligados temtica;
-Equipa Tcnica do Projeto.

Entidades Empregadoras Aumento da 75% Grupo focal:


Produtividade -Profissionais ligados temtica;
-Equipa Tcnica do Projeto.

Mes Mentoras Capitalizao da 25% Grupo focal:


Histria de Vida -Profissionais ligados temtica;
-Equipa Tcnica do Projeto.

Para a determinao da reduo manteve-se a metodologia anterior. Aqui, estimaram-se as taxas de reduo,
segundo uma escala com um gradiente (em que 0% corresponde a inexistncia de reduo de impacto e
100% perda total do efeito aps o primeiro ano). Importa clarificar o racional que presidiu atribuio dos
valores de zero a mes beneficirias e famlias. Tratando-se de uma interveno que promove o equilbrio da
Sade Mental e o empowerment dos participantes nas diferentes dimenses das suas vidas, cr-se que os
efeitos da interveno no s no perdero o seu efeito, como provocaro alteraes estruturais na vida das
pessoas,que potenciaro os efeitos das mudanas identificadas, no longo prazo.

261
MES DE SUCESSO - Rarssimas

5.4. DESLOCAO

O racional que determinou a inexistncia de determinao da Atribuio I preside tambm deciso de no


apurar qualquer valor diferente de 0 (zero) para a deslocao, que consiste no apuramento dos efeitos
negativos da interveno. Nenhuma das intervenes a promover se revela conflituante no que se relaciona
com as mudanas identificadas ou com os efeitos, ainda que colaterais, passveis de se preverem nos
diferentes stakeholders.

5.5. CLCULO DO RETORNO SOCIAL

5.5.1. MAPA DE IMPACTO SOCIAL27

O mapa de impacto apresentou-se como objeto gerador de ansiedade, mas tambm espelho das reflexes e
decises, conduzindo a um valor final que indica que, por cada euro investido (1 ano), haver, de acordo com
os pressupostos enunciados, um retorno de 4,11. A equipa cr apresentar uma estimativa conservadora,
sobretudo pela dificuldade de apuramento de quantidades de mudana que se reconheam como realistas.

Importa referir que a identificao dos stakeholders, atividades e indicadores resultaram de processo de
discusso da equipa e da reflexo sobre a informao partilhada nos vrios momentos de recolha de dados.
Os indicadores foram criados pela equipa, tendo a tarefa sido precedida de trabalho de pesquisa/ reviso de
literatura que ser til em iniciativas futuras, com um calendrio mais alargado e, portanto, com a
possibilidade de diversificar a amostra e detalhar/aprofundar indicadores.

5.5.2. ANLISE DE SENSIBILIDADE

Partindo do valor apurado no mapa de impacto (4,11), esboaram-se dois cenrios alternativos: uma
projeo pessimista, na qual se procura testar a robustez do modelo, introduzindo fatores de perturbao
sucessivos ate que o ndice desa a um patamar de valor mnimo ou de inverso; uma alternativa otimista, em
que a manipulao dos pressupostos projetar um rcio de maior retorno.

No cenrio pessimista o exerccio consistiu na aplicao de 8 parmetros que trouxeram o SROI at a um


valor mnimo de 0,99.

A leitura da tabela abaixo permite constatar que se simularam alteraes assentes em diferentes variveis
crticas e dirigidas a diferentes stakeholders, procurando afetar o modelo naquelas que pareciam ser as suas
maiores fragilidades.

27 O Mapa de Impacto, com os dados essenciais desta anlise, apresentado no final.

262
MES DE SUCESSO - Rarssimas

PARMETROS PRESSUPOSTO SROI

Aumentar a Atribuio I (todos) Aumentamos 20% (clculo mais conservador) 3,29

Diminuir valor de 1 AF (stakeholder famlias, Reduo de 30% (calculo mais conservador do que a 2,47
disponibilidade para pagar pela reduo da sobrecarga) fonte utilizada)

Aumento de atribuio II (todos) Aumento de 10% (clculos mais conservadores) 2,09

Reduo da durao de 1 mudana (familiares) Reduo de 1 ano 1,57

Diminuio do valor de outra AF (mes beneficirias, Reduo de 30% (calculo mais conservador) 1,48
qualidade de vida)

Reduzir Q de mudana (aumento na qualidade de vida) Reduo de 20% da DP 1,25


para 1 stakeholder (famlias)

Aumento da taxa de reduo da mudana aumento de Aumento de 50% da taxa de reduo 1,16
qualidade de vida para o stakeholder mes beneficiarias

Reduao do n de beneficirios mes (10) e famlias (20) Reduo do n final de beneficirios por fatores externos 0,99

at 1,00

Assim:

Face inexistncia de valor para a Atribuio I, aplicou-se um valor de 20% a cada um dos 5
stakeholders presentes no mapa de impacto, o que resultou numa descida imediato do rcio para
3,29;
Considerando o valor elevado (o mais elevado) da atribuio financeira escolhida para o stakeholder
Famlias, introduziu-se uma reduo de 30% do valor, resultando na reduo do SROI para 2,47;
Atendendo ao valor reduzido da Atribuio II na maioria dos stakeholders, incrementou-se o valor de
cada um destes em 10%, provocando um novo efeito de reduo, desta vez para 2,09;
A aproximao financeira adotada para as Mes Beneficirias resulta da composio de um cabaz de
servios que proporcionarem uma melhoria da qualidade de vida, nas suas diferentes dimenses e
que, somados, traduzem um valor de alguma expresso. Assim, imprimiu-se uma reduo de 30% , o
que implicou uma descida do rcio at ao valor de 1,57;
A quantidade de mudana registada no stakeholder Famlias a mais elevada em todo o Mapa de
Impacto. Simulou-se ento a reduo de um valor de 3 para um valor de 1, provocando uma perda de
valor e colocando o SROI num valor de 1,48;
A mudana ltima para as Famlias a Melhoria da Qualidade de Vida. Aqui,o exerccio incidiu sobre a
reduo da Quantidade de Mudana (em 20%), apurando-se um SROI de 1,25;
A taxa de reduo das Mes Beneficirias foi considerada nula por se prever que, ao ocorrerem
mudanas internas, estruturais, os efeitos do projeto ao longo do tempo no se diluam mas, pelo
contrrio, ao promoverem o empowerment deste grupo, potenciem mudanas maiores e mais
consistentes no longo prazo. Neste ponto, estimou-se uma reduo de 50%, o que opera uma
dimunio do rcio para um valor de 1,16;
Num ltimo teste, optou-se por manipular a dimensao da populao a intervencionar, reduzindo 12 a
10 mes e 24 elementos das famlias a 20, sem ajustar o investimento. Atingiu-se o ponto de viragem
com a produo de um rcio de 0,99.

263
MES DE SUCESSO - Rarssimas

relevante atentar no facto de se terem escolhido os pontos de maior sensibilidade do modelo, no intuito de
testar verdadeiramente a robustez do modelo.

Quanto ao cenrio otimista, procurou-se responder ao exerccio sem, contudo, criar cenrios irrealistas que
dificilmente pudessem concretizar-se.

Assim, e de acordo com o patente na tabela seguinte, optou-se por manter o mesmo nmero de parmetros
e intervir nas variveis que se afigurassem mais conservadoras.

PARMETROS PRESSUPOSTO SROI

Aumentar a DP da Melhoria da Qualidade de Vida nas Mes Aumentamos 30% 4,24


Beneficirias

77+11+921
REPARTIO DOS BENEFCIOS POR STAKEHOLDER (ano 0)

Famlias 66.118

Entidades empregadoras 9.250

Mes beneficirias 8.163, 62

Doentes 1.008

Mes mentoras 481, 27

Diminuir a Taxa de reduo (stakeholder Entidades Empregadoras) Reduo de 25% face ao valor anterior 4,31

Aumento da atribuio financeira do stakholder Mes Mentoras Volunteering value to the volunteer 4,49

Reduo do valor de Atribuio II( Mes Mentoras) Reduo para 50% 4,69

Aumento do valor de DP (doentes, qualidade de vida) Aumento de 30% 4,70

Aumento do valor da AF dos doentes Programa de Reabilitao - interveo 4,83


pluridisciplinar (2 das seguintes:
fisioterapia; terapia ocupacional;
terapia da fala) e Hipoterapia

Reduo da taxa de reduo da mudana aumento de qualidade de Reduo em 25% da taxa de reduo 4,88
vida para o stakeholder doentes

Reduo do investimento dos mecenas Reduo do valor em 20% 5,47

264
MES DE SUCESSO - Rarssimas

Tem-se:

Aumentar a Quantidade de Mudana (DP) nas Mes Beneficirias em 30%, o que resulta numa
passagem do SROI de4,11 para 4,24;
Reduzir a Taxa de Reduo no stakeholder Entidades Empregadoras de 75% para 50%, o que traduz
uma passagem do rcio para 4,31;
O recurso a uma Atribuio Financeira alternativa Volunteering value for the volunteer 28no caso das
Mes Mentoras produziu um aumento que cifra o SROI em 4,49;
A reduo da Atribuio II no mesmo stakeholder para 50% coloca o rcio a 4,69;
O aumento da Quantidade de Mudana nos doentes em 30%, produz uma alterao muito ligeira -
4,70;
A Atribuio Financeira escolhida para os doentes possui uma valor modesto quando comparada com
uma alternativa de adoo por programa multidisciplinar de reabilitao. Se adotada, o valor sobre
para 4 ,83;
A reduo da Taxa de Reduo nos doentes para 25% opera uma alterao ficando o SROI em 4,88;
A reduo do valor de investimento em 20% produz uma ltima alterao mais significativa, obtendo-
se um SROI final de 5,47.

28 http://www.globalvaluexchange.org/valuations/volunteering-value-to-the-volunteer/

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MES DE SUCESSO - Rarssimas

6. CONCLUSO E
RECOMENDAES
A presente anlise SROI pretende estimar o impacto que o projeto Mes de Sucesso ter sobre os seus
beneficirios mais diretos - mes, doentes e famlias -, mas tambm nos stakeholders entidades empregadoras
e mes mentoras.

Nesta primeira anlise, os grupos que parecem mais beneficiar com a interveno so as famlias (77,8%) e as
entidades empregadoras (10,9%), cujos dados obtidos a partir de questionrio revelam ndices mais elevados
quer da distncia percorrida (quantidade de mudana), quer da respetiva durao ps projeto.

Observado o perodo total em anlise, tem-se a alterao da posio entre as entidades empregadoras (cuja
reduo se perspetiva mais significativa) e as mes beneficirias, cujo valor se defende que se mantenha, ou
que venha mesmo a revelar-se crescente, pelo processo de capacitao e empowerment entretanto produzido.

Como houve j oportunidade de explicitar, a condio de particular fragilidade emocional que atinge os que
se confrontam com a vivncia permanente com doena rara com quadro de elevado grau de incapacidade e
dependncia inviabilizam, em grande parte dos casos, o reconhecimento de um horizonte positivo. Assim, os
dois stakeholders mes beneficirias e doentes demonstram dificuldade em responder a questes que
remetam para um momento futuro e para um estado de melhoria da sua qualidade de vida. Todavia, quer a
literatura, quer a experincia j recolhida pelos profissionais da instituio que acompanham estes grupos
diariamente h cerca de 15 meses na Casa dos Marcos, quer pela sua integrao nas respostas sociais
existentes (Lar Residencial e Centro de Atividades Ocupacionais), confirmam a transformao das suas vidas
num sentido marcadamente positivo, revelando tambm a necessidade de um acompanhamento prximo e
de um trabalho de consciencializao, ainda muito incipiente, pela fraca capacidade de auto-perceo das
mudanas j ocorridas.

Nesta conformidade, julga-se poder declarar que o constrangimento destes dois grupos impe uma
limitao na anlise que lhe imprime conservadorismo, podendo uma anlise avaliativa vir a revelar um SROI
final muito mais otimista (que de 4,,11 no presente exerccio)..

O facto do projeto definir uma populao de interveno bastante reduzida (12 mes ao longo de um ano),
limita tambm uma amplificao de mudanas. Todavia - e semelhana de outras iniciativas da instituio,
como sejam as bolsas sociais ou o apadrinhamento de doentes -, espera-se que o projeto demonstre efeitos
de tal ordem positivos que permitam que venha a formar-se como atividade regular, de carter permanente,
com equipa e oramento prprio no futuro e exemplo de inovao social, ao determinar que as mes
beneficirias de hoje sejam, amanh, coaches, mentoras e/ou apoiantes de novas mes a selecionar para nova
definio de interveno, construindo uma rede solidria, socialmente consciente e responsvel que procure
intervir na criao de valor j experienciado na primeira pessoa.

Importa voltar a focar as trs grandes linhas de mudana identificadas no projeto e que so: a melhoria da

266
MES DE SUCESSO - Rarssimas

qualidadade de vida (para mes beneficirias, doentes e famlias, incluindo-se tambm aqui o stakeholder
mes mentoras); o aumento da produtividade (para entidades empregadoras) e ainda mudanas
organizacionais, tidas como alteraes de organizao interna, estrutura, conscincia, at mesmo de viso e
cultura ( para a rede social de suporte, outras organizaes da sociedade civil, conselho cientfico, mecenas e
promotor). A deciso de no levar ao Mapa de Impacto todos os intervenientes est ligada ao carter
prospetivo da anlise, numa condio muito particular que o facto do projeto se encontrar ainda numa fase
de conceo, no tendo calendrio deifnido para a sua implementao e inexistncia de iniciativas
semelhantes na mesma populao-alvo, que permitam prever com um grau de incerteza menor o que se
perspetiva seja os resultados e as mudanas geradas pelo projeto. No entanto, esta deciso em nada fere a
sua relevncia e absoluta imprescindibilidade da sua participao de um envolvimento profundo. A
intangibilidade das mudanas numa fase to embrionria, sem a possibilidade da garantia de uma anlise
triangulada (apoiada em vrias fontes) conduiziram deciso de remeter a sua integrao no mapa de
impacto para uma anlise aquando da operacionalizao do projeto. Nesta fase, estamos tambm em crer,
estaro reunidas condies para a participao de um stakeholder inicialmente identificado, mas
forosamente excludo - ,e que pressupunha a representao das entidades das tutelas (Ministrios da Sade
e da Solidariedade Social).

Observando o SROI apurado, com um valor final de 4,11 e a anlise de sensibilidade desenvolvida, de referir
que a criao do cenrio pessimista que levou o rcio at um valor de inverso (0,99), aplicou sucessivamente
alteraes de elevada agressividade em 8 parmetros crticos, que procuraram simular os cenrios mais
adversos em todas as linhas de anlise (atribuio I e II, aproximaes financeiras, durao, quantidade (DP),
taxa de reduo e dimensao da populao alvo), cuja probabilidade de se conjugarem e ocorrerem num
mesmo perodo de anlise se julga extremamente reduzida. Esta condio oferece solidez e fiabilidade ao
modelo e confirma a sua resilincia a perturbaes (externalidades ou outos fatores no previstos).

O cenrio otimista foi calculado com moderao e com facilidade se consegue elevar o rcio at um valor de
5,47, o que nos confirma a viabilidade de criao de benefcios mais marcados, o que consentneo com o
que foi sendo identificado ao longo de todo o processo de avaliao.

RECOMENDAES

FACTO DA ANLISE RECOMENDAO

Necessidade de resposta especializada, dedicada a cuidadores R I: Criar um espao de partilha, apoio e aconselhamento de
de portadores de doena rara (manifestada por representantes carter permanente.
dos stakeholders mes e famlias).

Elevado grau de abstrao na abordagem prospetiva de um R II: Confrontar a anlise prospetiva com uma abordagem
projeto ainda por iniciar limitam a anlise. avaliativa, no futuro, evidenciando novos pontos crticos, de
anlise e interveno.

Incapacidade dos stakeholders mes beneficirias e doentes em R III: Manuteno da defesa de uma poltica de interveno
perspetivar alteraes positivas no futuro. social centrada no apoio a doentes e cuidadores,
particularmente atenta sade emocional e mental.

R IV: Sensibilizar para a facilitao do acesso aos cuidados de


sade no domnio da sade mental (no contexto do SNS).

267
MES DE SUCESSO - Rarssimas

FACTO DA ANLISE RECOMENDAO

Aumentar e diversificar a amostra. R V: Abandonar a amostra de convenincia, para eliminao do


vis de contactos prvios com os servios/respostas da
instituio;

R VI: Aumentar a dimensao da amostra.

Detalhar e aprofundar metodologias e instrumentos de colheita R VII: Recorrer tcnica de grupo focal com maior frequncia,
de dados. garantindo maior envolvimento e representatividade de todos
os stakeholders.

R VIII: Acompanhar a aplicao de questionrios, reduzindo a


taxa de no-respostas e preenchimento incorreto.

R IX: Construir instrumentos de hetero-avaliao, que permitam


a recolha de elementos junto de doentes com dfice cognitivo.

Aumentar a dimensao da populao de interveno. R X: Aumentar o potencial de criao de valor e a escalabilidade


dos recursos a afetar e dos valores de investimento.

Demonstrar o valor criado. R XI: Apresentao do projeto e da anlise SROI a entidades


financiadoras (mecenas e organismos das tutelas), enquanto
instrumentos de negociao relevantes para a (re)definio das
condies existentes para o exerccio da atividade.

Perceo modesta da criao de valor pelos voluntrios. R XII: Identificar mecanismos auxiliares de compensao da
participao dos voluntrios, mantendo elevados nveis de
motivao e realizao, investindo na continuidade da ao.

268
MES DE SUCESSO - Rarssimas

7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Alarco, M. (2006). (Des)equilbrios Familiares (3 Ed.). Coimbra: Quarteto.

Barbosa, M.A.M., Chaud, M.N., & Gomes, M.M.F. (2008). Vivncias de mes com um filho deficiente: um
estudo fenomenolgico. Acta Paulista de Enfermagem, 21 (1), 46-52.

Martins, T., Ribeiro, P., & Garrett, C. (2003). Estudo de Validao do Questionrio de Avaliao da Sobrecarga
para Cuidadores Informais. Psicologia, Sade & Doenas, 4 (1), 131-148.

Rochal, M.P.F., Vieira, M.A., & Senal, R.R. (2008). Desvelando o cotidiano dos cuidadores informais de idosos.
Revista Brasileira de Enfermagem, 61 (6), 801-808.

Sequeira, C. (2010). Cuidar de Idosos com dependncia fsica e mental. Lisboa: Lidel.

Shire HGT (2013). Rare Disease Impact Report: Insights from patients and the medical community. Disponvel
em: http://www.geneticalliance.org.uk/docs/e-update/rare-disease-impact-report.pdf

Sequeira, C. (2010). Cuidar de Idosos com dependncia fsica e mental. Lidel - Edies tcnicas, lda.

Silva, B. (2013, 07 de outubro). Crise leva empresas a apostarem no apoio social aos funcionrios. Saldo
Positivo. Acedido Abril, 2015, em http://saldopositivo.cgd.pt/empresas/crise-leva-empresas-a-apostarem-no-
apoio-social-aos-funcionarios/

Silva, L.W.S., Francioni, F,F., Sena, E.L.S., Carraro, T.E., & Randnz, V. (2005). Revista Brasileira de Enfermagem,
58 (4), 471-475.

269
8. MAPA DE IMPACTO
Stakeholders Recursos Resultados Mudanas Descontos (DC) Impacto Clculo do Retorno Social

Quem O que vo eles Valor Atividades em nmeros Descrio Indicador Quantidade Durao Comeo Aproximao Valor Atribuio Deslocao Atribuio Reduo QT x AF Taxa de Desconto 5.50%
afetamos/nos investir? (QT) Financeira (AF) I II - DC
afeta?
O que muda nas suas vidas? Como medimos a mudana? Que preo atribumos Ano 0 Ano 1 Ano 2
mudana?

Mes Tempo, esforo 0.00 2 sesses de diagnstico; 3 sesses Aumento da qualidade de vida Indicadores objetivos: 1.164 2 1 Pack de servios 9,351.23 0% 0% 25% 0% 8,163.62 8,163.62 8,163.62 8,163.62
Beneficirias semanais de acompanhamento (dimensao profissional, dimensao 1) Frequncia das idas ao cabeleireiro;
(12) tcnico; 2 sesses de mentoring/ emocional) 2) N de mes beneficirias que passam da situao de desemprego
ms; sesses formativas a definir para estarem empregadas;
caso a caso (1040 horas) 3) Frequncia das atividades sociais, para alm das desenvolvidas em
famlia e no mbito profissional;
4) Frequncia no consumo de medicamentos em regime SOS;
5) Frequncia de participao em atividades de lazer com a famlia;
Indicadores subjetivos:
1) Perceo do nvel energia para a vida diria;
2) Perceo do nvel de adequao entre competncias e
posicionamento remuneratrio;
3) Nvel de satisfao com as relaes pessoais;
4) Nvel de bem-estar emocional;
5) Perceo da qualidade de vida

Doentes (12) Tempo 0.00 2 sesses teraputicas/semana; Aumento da qualidade de vida Indicadores objetivos: 0.96 2 1 Pack de atividades/ 1,400.00 0% 0% 25% 50% 1,008.00 1,008.00 504.00 252.00
meio dia/frequncia CAO por (dimenso profissional, dimenso 1) Frequncia de adeso a novas atividades/ experincias; servios (mensal)
semana; 1/2 dia frequncia de emocional) 2) Frequncia das atividades sociais, para alm das desenvolvidas em
outra instituio, todas as semanas famlia e no mbito escolar/ acadmico/ ocupacional/ profissional;
(se monetizado seria 69264) 3) N de atividades quotidianas em que necessita de apoio;
4) Frequncia de participao em atividades de lazer com a famlia;
Indicadores subjetivos:
1) Nvel de perceo de participao em novas experincias;
2) Nvel de satisfao com as relaes pessoais;
3) Nvel de autonomia
4) Perceo da qualidade de vida;

Restantes Tempo 0.00 Desempenho em 1/2 dia por Aumento da qualidade de vida Indicadores objetivos: 2.449 2 1 Alzheimers disease- 35,997.35 0% 0% 25% 0% 66,118.13 66,118.13 66,118.13 66,118.13
elementos do semana de tarefas habitualmente (dimenso profissional, dimenso 1) Frequncia de participao em atividades domsticas; caregivers willingness to
nucleo atribudas me emocional) 2) Frequncia da participao em consultas de apoio/ pay for a reduction in
familiar/ acompanhamento psicolgico; the burden relating to
agregado 3) Frequncia de participao em atividades de lazer com a famlia; the disease (mean
familiar (24) Indicadores subjetivos: household wealth)
1) Nvel proximidade com os familiares
2) Nvel de bem-estar emocional
3) Perceo da qualidade de vida

Entidade Tempo; Dinheiro 0.00 Flexibilizao das condies de Aumento da produtividade. Indicadores objetivos: 2 3 1 Criao de Gabinete de 18,500.00 0% 0% 75% 75% 9,250.00 9,250.00 2,312.50 578.13
empregadora trabalho (regime horrio; cedncia 1) N de encaminhamentos de colaboradores sinalizados para Apoio Social
(atual ou de condies tcnicas para o servios especializados;
futura) (12) teletrabalho;...) 2) Taxa de absentismo dos colaboradores sinalizados;
Indicadores subjetivos:
1) Auto-eficcia profissional;
2) Perceo da qualidade do produto/servio;

Mes de Tempo 0.00 4 horas de disponibilidade semanal Capitalizao da histria de vida. Indicadores objetivos: 1.166 3 1 Curso e certificao de 1,651.00 0% 0% 75% 25% 481.27 481.27 360.95 270.71
portadores de (mdia) para preparao/realizao 1) N de contactos regulares existentes; coaching
patologia rara de 1 sesso de mentoria de 15 em Indicadores subjetivos:
(mentoras) (6) 15 dias = 156 horas por cada me 1) Perceo do impacto da sua experincia em outras mes;
mentora 2) Nvel de satisfao com as relaes sociais;

Mecenas Dinheiro; Bens 30,000.00 Assinatura do compromisso de 0.00 0.00 0.00 0.00
patrocnio (total ou parcial) do
plano de interveno individual das
mes

Promotor do Tempo 24,945.61 2 Sesses individuais/consultas/ 0.00 0.00 0.00 0.00


Projeto semana/me ; Avaliao inicial (3
entrevistas/me); 1 reunio
semanal de equipa para discusso/
followup do projeto e participantes;
Conduo de 4 grupos focais
(presena de 2 colaboradores);
Tratamento e anlise de dados.

Total 54,945.61

Total 85,021.02 85,021.02 77,459.21 75,382.59

Valor presente de cada ano (aps 85,021.02 73,421.05 67,727.67


descontos)

Valor atual lquido total (VAL) 226,169.75


VAL - Investimento 171,224.13


Retorno Social por (VAL / 4.116


investimento)
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

EXPERIENCING
AZORES
Projeo de impacto 2016-2018
METODOLOGIA SROI

Associao Silncio Sonoro


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EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

SUMRIO EXECUTIVO
A Silncio Sonoro - Associao Cultural e Juvenil surgiu em 2011 nos Aores, na cidade de Ponta Delgada.
Pretende democratizar a cultura e colaborar com os movimentos culturais, promovendo uma interligao
entre a paisagem e o que se faz a nvel cultural na regio.

Em 2015, a Silncio Sonoro sonhou com um projeto de interveno comunitria atravs da cultura - e surgiu o
Experiencing Azores, ambicionando colaborar com a comunidade da Covoada no desenvolvimento
sustentvel desta pequena freguesia/aldeia rural do Concelho de Ponta Delgada, Ilha de S. Miguel.

Acreditamos que colocando a Covoada no mapa, a resgataremos do isolamento e das acentuadas


desigualdades sociais. Esta comunidade possui saberes desvalorizados e desaproveitados mas com potencial
de desenvolvimento quer para a comunidade, quer para visitantes, visto existir um nicho de procura,
emergente, de conhecimento do Patrimnio Cultural Imaterial dos Aores - to genuinamente ali preservado
-, aliado oportunidade que a abertura do espao areo dos Aores em 2015 se espera que traga.

Com o objetivo de conhecer o impacto social deste projeto, assim como, de aprofundar o planeamento de
aes, elaborou-se uma anlise SROI de cariz prospetivo sobre um ano de interveno e os dois anos
seguintes. Esta metodologia possibilitou identificar e envolver seis stakeholders, nomeadamente, os
dinamizadores (pessoas detentores de saberes populares), beneficirios de RSI, comunidade da Covoada,
junta de freguesia da Covoada, visitantes e Universidade dos Aores.

Concluiu-se que o SROI do ExAz, a 3 anos, de 1:5, o que significa, que por cada euro investido, o projeto
gera 5 euros de retorno social. A anlise de sensibilidade permitiu compreender que a diversidade de
stakeholders alm de contribuir para mitigar o risco, augura um potencial de impacto bastante diversificado.

272
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

1. MBITO E STAKEHOLDERS
1.1. MBITO DA ANLISE

Em 2015, a Silncio SonoroAssociao Cultural e Juvenil decidiu partir para um novo projeto com uma forte
componente social, o Experiencing Azores (ExAz), um projeto-piloto de interveno comunitria numa
freguesia rural, com cerca de 1341 habitantes dos quais, uma parte significativa, se encontra em situao de
vulnerabilidade social. A freguesia/aldeia chama-se Covoada e pertence ao concelho de Ponta Delgada, na
Ilha de S. Miguel, Aores.

A Covoada uma localidade isolada, por onde no passa a estrada regional e com uma reduzida capacidade
de atrair visitantes.

O ExAz pretende dinamizar um Centro Comunitrio e de Turismo de Experincia, que estimule a proatividade
desta populao atravs da partilha dos seus saberes, salvaguardando o seu Patrimnio Cultural Imaterial
(PCI). Espera-se que neste Centro, os moradores da Covoada dinamizem workshops relacionados com os
saberes populares para o pblico escolar, o pblico local residentes em So Miguel e para o pblico
flutuante (turistas nacionais e internacionais).

Pretende-se auscultar e envolver todos os interessados nas diversas fases de interveno do projeto, de
forma a ir ao encontro das necessidades desta comunidade. Ambiciona-se ainda dar oportunidade aos
idosose no sde transmitir os seus saberes, ativando dinmicas intergeracionais para operar mudanas
coletivas que tragam bem-estar.

Esperamos ir alm do espectvel aumento da autoestima e sentimento de pertena desta comunidade, e


impulsionar a sua economia, de forma a torn-la mais inclusiva e atraente. Todos estes objetivos partem de
um objetivo geral: promover o desenvolvimento sustentvel desta comunidade.

Resumidamente, elencam-se as diferentes fases deste projeto:

1. Localizar e registar o PCI.


2. Envolver e formar os atores e dinamizadores de workshops/experincias.
3. Recuperar e adaptar um ncleo museolgico abandonado para se tornar o Centro Comunitrio de
Turismo de Experincia.
4. Organizar e criar roteiros de experincias relacionados com o PCI.
5. Promover atividades no Centro dirigidas comunidade e seus visitantes.
6. Garantir a sustentabilidade do projeto.
7. Divulgao e preparao da sua replicao noutras comunidades.

Neste relatrio pretende-se efetuar uma anlise SROI preditiva sobre o 1 ano de ao do projeto, com o
objetivo de fazer uma avaliao do seu custo/benefcio, de forma a perceber o seu valor social, amadurecer a
estratgia do projeto e aumentar a probabilidade de conseguir financiamento para a execuo do mesmo.

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EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

1. STAKEHOLDERS

1.1. STAKEHOLDERS INCLUDOS/EXCLUDOS

Entende-se por stakeholders todos os intervenientes que colaboram e/ou beneficiam do projeto. Assime
sendo este um projeto no campo da psicologia comunitria -, alm dos beneficirios diretos, pretende-se
envolver diversas foras da comunidade, que sero tambm alvo desta anlise.

A Junta de Freguesia da Covoada, alm de ceder um edifcio ao projeto, possui o poder de mobilizar parte da
comunidade.

Os beneficirios de Rendimento Social de Insero (RSI) tm nmero e peso significativo na comunidade


cerca de 10%. Muitos so oriundos de famlias multiproblemticas aprisionadas em ciclos de pobreza
intergeracional. Sentem-se excludos, desvalorizados e sem oportunidades para mudar de vida. Sobrevivem
com a prestao de RSI e trabalho precrio e indiferenciado. Devido rede de transportes pblicos ser cara e
com horrios limitados, as poucas oportunidade de emprego que surgem na cidade no esto ao seu alcance.
Com este stakeholder, o projeto pretende assumir uma postura de advocacy pela importncia que tem a
defesa da equidade e coeso social no desenvolvimento sustentvel de uma localidade. Estas pessoas sero
beneficirias diretas do projeto, na medida em que se pretende dar-lhes formao especifica, sobre os
saberes populares da Covoada, de forma a que se tornem dinamizadores deste projeto, entre outras
oportunidades que possam surgir.

Os dinamizadores so as pessoas detentoras de saberes populares. Iro partilhar o seu saber connosco, com
os beneficirios de RSI e, futuramente, com os visitantes da Covoada.

A comunidade: sendo o nosso objectivo geral o desenvolvimento local sustentvel, esperamos desenvolver e
mobilizar recursos locais, atravs da valorizao do seu patrimnio cultural imaterial em atividades concretas.
Tambm se pretende que o Centro Comunitrio constitua um espao acessvel a toda comunidade, para ali
se implantarem ideias que vo ao encontro dos objetivos do projeto, como por exemplo servir de incubadora
de novos negcios sociais.

Os visitantes procuraro na Covoada experincias de contacto com o Patrimnio Cultural Imaterial da


Covoada, oferecidas pelo Centro Comunitrio e de Turismo de Experincia da Covoada. Dentro dos visitantes,
distinguimos 4 tipos de pblico: os estrangeiros, os portugueses no residentes em S. Miguel, o pblico local
(residentes em S. Miguel) e o pblico escolar. O Centro ter ofertas especificas para cada um destes pblicos.
Espera-se que esta faceta do projeto possa proporcionar a sustentabilidade do mesmo a longo prazo.

A Universidade dos Aores colabora fornecendo consultadoria especializada e alunos voluntrios.

O stakeholder financiadores poder ser composto por vrias entidades. Nesta anlise no foi envolvido, mas o
valor a ser financiado foi tido em conta para o clculo do SROI, enquanto recursos financeiros necessrios.

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EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

STAKEHOLDERS INCLUDOS? JUSTIFICAO

DinamizadoresPessoas Sim So essenciais ao projeto, pois iro partilhar o seu saber com os beneficirios de
detentoras do saber local RSI e os visitantes, proporcionando a viabilidade do projeto.
(PCI)

Beneficirios do RSI Sim So um grupo social com grandes necessidades de interveno, e tambm,
com potencialidades para se envolverem neste projeto.

Comunidade da Covoada Sim Os moradores da Covoada sero parte ativa durante todo o projeto, pois alm
de estarem envolvidos na sua implementao beneficiaro das mudanas
consequentes.

Visitantes: Escolares, Sim So elementos essenciais no processo de valorizao, divulgao e preservao


Residentes, Turistas dos saberes (PCI) bem como na sustentabilidade do projeto.

Junta de Freguesia da Sim Cede o edifcio para o Centro Comunitrio e de Turismo de Experincia e
Covoada colaborar no processo de envolvimento da comunidade.

Universidade dos Aores Sim Disponibilidade do Departamento de Cincias da Educao, para colaborar,
disponibilizando um consultor e alunos-voluntrios.

Financiadores Sim Consideram-se includos, visto se contemplar nesta anlise os recursos


financeiros disponibilizados por este stakeholder, embora ainda no existam.

1. ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS

O envolvimento dos stakeholders um processo essencial da anlise SROI, que proporciona uma viso mais
realista das mudanas e do seu valor. Assim, esta anlise inclui dois momentos principais de envolvimento
dos stakeholders, nomeadamente, aquando da construo da teoria da mudana e no clculo do valor da
mudana.

No primeiro momento, foram realizadas entrevistas individuais e grupos focais com todos os stakeholders
includos, onde se procurou dar a conhecer o projeto e recolher informaes sobre o possvel impacto do
mesmo. Foram usados guies de entrevista, semi-diretiva, para efetuar o levantamento de possveis
mudanas e do seu valor. Tambm se procurou posicionar o stakeholder relativamente interveno que o
ExAz pretende efetuar, relativamente aos objetivos, expetativas e motivaes. A opinio destes sobre a teoria
da mudana preliminar permitiu efetuar os ajustes que possibilitaram a construo da teoria da mudana
final.

No segundo momento, aplicaram-se questionrios de opinio aos vrios stakeholders, com o objetivo de
recolher informaes que permitam conhecer a quantidade de mudana e com os respetivos descontos
chegar ao valor do retorno social.

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EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

STAKEHOLDERS MTODO DE ENVOLVIMENTO

DinamizadoresPessoas detentoras do Contatos informais e visitas domicilirias.


saber local (PCI)
Mtodo: Observao participante e questionrios.

Beneficirios de RSI Grupos focais e aplicao de questionrios.

comunidade da Covoada Aplicao de questionrios aos moradores da Covoada.

Visitantes Recolha de dados atravs de um questionrio on-line.

Junta de Freguesia da Covoada Reunies. Mtodo: Inqurito apreciativo e questionrio

Universidade dos Aores Reunies. Mtodo: Inqurito apreciativo e questionrio

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EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

2. RECURSOS E ATIVIDADES
2.1. INVESTIMENTOS

Em termos dos recursos que ser necessrio investir para viabilizar o arranque e funcionamento do projeto
no perodo em anlise (um ano), destacamos os associados ao Centro.

O Centro ter a sua sede num edifcio que um ncleo museolgico fechado ao pblico, ao cuidado da junta
de freguesia da Covoada. Esta acordou em ceder o edifcio ao projeto e responsabilizar-se pelos gastos de
gua, luz e obras de manuteno. Porque se trata de uma casa que necessita de obras de melhoramento e
adaptao, imputam-se estes gastos ao proprietrio do edifcio e incluem-se no stakeholder financiadores.

Em seguida apresentamos o sumrio dos recursos investidos, por stakeholder.

STAKEHOLDERS RECURSOS VALOR

Dinamizadores Salario de arteso com 30 anos de experincia: 4.428,96


4 atividades mensais de 16h. cada = 369,08 euros

Beneficirios de RSI Beneficirios diretos Salario de uma arteso com 1 ano de 0


experincia

comunidade da Covoada Colaboradores 8.275


500 horas por ano = 208h. por ms = 6,9h. por dia (+/-5 pessoas a
dar 1h30 por dia)
baseado no Salrio Mnimo Regional

Visitantes Pagamento de servios (workshops e roteiros)


workshop de 4 horas com material e IVA (18,25%)
21300
20 euros por pessoa para uma mximo de 5 pessoas
48 workshops4800
Roteiros Temticos de 2 a 3 horas com IVA (18,25)
7,50 euros por pessoa para um mnimo de 5 pessoas
440 roteiros16500

Junta de Freguesia da Covoada Edifcio do ncleo museolgico da Covoada e manuteno do 4.831,94


edifcio
Renda 300 euros por ms+ Eletricidade+
gua

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EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

STAKEHOLDERS RECURSOS VALOR

Universidade dos Aores Consultadoria 2079


Salrio Prof. Auxiliar: 3.482,83 euros 21,76 euros hora 6 horas
mensais: 1.567,27
(fonte: SNESUP)
Voluntariado
192 horas por ano = 16h. por ms baseado no
Salrio Mnimo Regional s/descontos : 635,52 (fonte:http://www.
azores.gov.pt)

Financiadores Ordenados da equipa56.350 64.773.


Coordenador de projeto
Psicloga Comunitria
Animador(a) socio-cultural
Administrativo(a)
Contabilista3.386
Recursos materiais e consumveis3.677,26

2.2. RESULTADOS

Salienta-se que muitas atividades do Centro sero desenhadas aps o diagnstico de necessidades junto da
comunidade. No entanto, podemos j destacar algumas atividades que se pretende desenvolver no decorrer
do projeto, no perodo de um ano:

48 workshops de saberes populares, com a durao de 16h, disponveis para visitantes da Covoada;
10 formaes de saberes populares, com durao varivel, disponveis para moradores da Covoada,
com o objetivo de os dotar de novas competncias, que lhes permitam ser dinamizadores de
workshops para visitantes;
440 visitasroteiro, com a durao de 1hora e meia, disponveis para visitantes da Covoada;
96 dinmicas comunitrias, que envolvero diferentes grupos da comunidade da Covoada;
12 reunies com a Junta de freguesia da Covoada;
72 horas de consultadoria com a Prof. Doutora Isabel Estrela Rego da Universidade dos Aores;
coordenao de 192 horas de voluntariado de estudantes de psicologia comunitria.

278
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

3. TEORIA DA MUDANA
3.1. TEORIA DA MUDANA PARTIDA

A teoria da mudana uma metodologia que pretende apresentar as mudanas mais relevantes para cada
stakeholder, ou seja, uma forma de compreender as sucesses de mudanas que se espera que aconteam
para cada stakeholder, aps a interveno do projeto. Constitui um procedimento crucial pois traduz a
ambio de transformao do projeto. Na presente anlise a teoria da mudana um passo essencial para,
depois, qualtificar e valorar as mudanas efetivaamente materiais relevantes e significativas para que
enfim se conclua a anlise custo-beneficio que o SROI pretende.

Neste sentido, iniciou-se uma reflexo acerca da sequncia de mudanas que se espera que a interveno do
Experiencing Azores traga para cada parte envolvida (stakeholder). Esta reflexo baseou-se no amplo
conhecimento de terreno dos tcnicos envolvidos (nove anos de interveno psicossocial na Covoada e na
literatura de referncia. Desta ltima, destacamos o relatrio Cultura e Desenvolvimento: Um Guia para os
Decisores (GANEC, 2014), que refere que a Cultura, entre outras, considerada Uma ferramenta de produo
de identidade, atravs da permanncia no tempo e da ampla partilha emocional por parte do grupo; Uma
ferramenta de produo de coeso social, isto , um sentimento de unidade e pertena que proporciona
resilincia perante a adversidade, a desigualdade e a injustia, uma caraterstica que essencial
sobrevivncia de qualquer grupo ou comunidade; (p.29).

Assim, parece-nos claro que a valorizao do patrimnio cultural imaterial poder ser a chave para promover
o desenvolvimento sustentvel da Covoadaobjectivo geral de longo prazo, do Experiencing Azores (ExAz).

De seguida, apresenta-se uma tabela que agrega a nossa reflexo inicial sobre as mudanas que se esperam
alcanar a curto e mdio/longo prazo, para cada parte envolvida, a partir de um resumo da situao atual de
cada stakeholder:

STAKEHOLDERS PONTO DE CURTO MDIO/LONGO MUDANAS


PARTIDA PRAZO PRAZO

Dinamizadores Isolados Valorizao dos Aumento da Melhor auto-estima


Passivos seus saberes auto-estima Menos isolamento
Desvalorizados Diminuio do Aumento da Melhoria das
isolamento proatividade relaes
Ricos em
experincia e Ocupao dos Aproximao interpessoais
saberes tempos livres intergeracional Orgulho por
Disponiveis colaborar no projeto
Trabalho
remunerado

279
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

STAKEHOLDERS PONTO DE CURTO MDIO/LONGO MUDANAS


PARTIDA PRAZO PRAZO

Beneficirios de RSI Estigmatizados Acesso a Melhoria da Insero Social


Desvalorizados produtos de qualidade de vida Criao de postos de
primeira Aumento da trabalho
Desempregados
necessidade a auto-estima
No se sentem Autonomizao da
um menor
inseridos na Aumento do medida RSI
custo (po
comunidade sentimento de Aumento da
caseiro, queijo,
pertena satisfao e
Sentem que no etc.)
comunidade bem-estar
tm Oportunidade
oportunidades de participarem
(de emprego e ativamente
insero social) neste
na comunidade movimento
comunitrio
Oportunidade
de aprenderem
novos saberes
populares

Comunidade Isolada Envolvimento Mais oportunidades Impulsionamento da


Desigualdades nas atividades de convvio economia local
sociais do projeto Mais suporte social Aumento do
acentuadas Mais Mais interajuda sentimento de
Possui saberes participao pertena
desvalorizados e nos eventos Aumento da
desaproveitados sociais da auto-estima da
mas com comunidade comunidade
potencial de comunidade mais
desenvolvimento inclusiva
quer para a
Pr a Covoada no
comunidade
mapa, valorizando
quer para
experincias do seu
terceiros. Existe
quotidiano
um nicho de
procura
emergente para
esta oferta.

Visitantes Inexistentes Ocupao Aumento do Valorizao do


saudvel dos interesse e patrimnio cultural
tempos livres atratividade pela imaterial da Covoada
freguesia Novos saberes
Satisfao

280
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

STAKEHOLDERS PONTO DE CURTO MDIO/LONGO MUDANAS


PARTIDA PRAZO PRAZO

Junta de freguesia Motivada Colaborao Desenvolvimento do Vontade de


da Covoada Tem a seu ativa num know-how experimentar novas
cuidado um projeto que Aumento do formas de agir.
ncleo pode trazer conhecimento da Reconhecimento
museolgico e grandes comunidade. pblico.
posto de turismo benefcios
Aumento do
desativados. comunidade
reconhecimento por
Ativao de um parte da
edifcio comunidade
abandonado,
que est ao seu
cuidado.

Universidade dos Disponvel Consultadoria e Know-how Participao ativa


Aores apoio cientfico consolidado num projeto de
Voluntrios psicologia
comunitria

Aps esta reflexo preliminar, inicimos uma fase de entrevistas a cada stakeholder envolvido, que
possibilitaram o ajustamento da teoria da mudana de partida e enfim a consolidao de uma teoria da
mudana mais realista e identificativa da especificidades da localidade, bem como da transformao operada
em cada stakeholder.

3. TEORIA DA MUDANA CHEGADA

DINAMIZADORES

Por dinamizadores entendemos as pessoas da Covoada, detentoras de saberes populares, que se


disponibilizem para partilhar a sua arte, a dois nveis: voluntariamente, junto de outras pessoas da Covoada e
remuneradamente, junto dos visitantes da Covoada.

Aps as entrevistas a este stakeholder, percebemos a necessidade de distinguir entre os dinamizadores de


primeira gerao, que existem atualmente na comunidade e os dinamizadores de segunda gerao, que
aprendero a arte com os primeiros no mbito do projeto. Porque este ainda no se iniciou, apenas
poderemos analisar as mudanas percepcionadas pelos dinamizadores de primeira gerao.

Estes dinamizadores so, na sua maioria, pessoas de alguma idade que, quando envolvidos no projeto, tero
mais oportunidades de convvio, o que proporcionar um aumento da estimulao e uma diminuio do seu
isolamento. Partilhando os seus saberes, estas pessoas vo sentir-se valorizadas, o que gerar ganhos ao nvel
da sua auto-estima, assim como um sentimento de orgulho por colaborarem num projeto que promove o
desenvolvimento sustentvel da sua comunidade. Este projeto tambm poder proporcionar oportunidades
de remunerao pelo seu trabalho, se assim o desejarem.

281
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

Menos Mais Mais Trabalho


isolamento Orgulho
estimulao auto-estima remunerado

Mais Sentem-se Novas


intergeracionalidade valorizados sinergias

Mais partilha
Mais convvio
de saberes

Reunies, dinmicas
comunitrias e workshop
de PCI

BENEFICIRIOS DE RENDIMENTO SOCIAL DE INSERO (RSI)

Neste projeto, as pessoas beneficirias de RSI tero a oportunidade de se envolverem em vrias atividades,
como por exemplo as formaes, onde podero aprender saberes populares do seu interesse com os
dinamizadores do projeto. Com estas formaes e outras dinmicas comunitrias desenvolvidas pelo ExAz,
os beneficirios de RSI aumentaro as oportunidades de convvio, entre eles e com outras pessoas da
comunidade, o que gerar uma aproximao deste grupo habitualmente marginalizado da restante
comunidade da Covoada. Esta aproximao proporcionar o heteroconhecimento, o que poder aumentar o
espirito de interajuda.

O ExAz, enquanto projeto social adopta o bootstrapping1, promovendo sempre a partilha de recursos,.
Ilustrando: o Centro ter uma cozinha tradicional aoriana com forno de lenha, disponvel para toda a
comunidade. O seu uso ser promovido, principalmente junto dos mais carenciados. Este novo recurso
aumentar as possibilidades de poupana naquele grupo, principalmente se aliado s novas competncias
adquiridas nas formaes anteriormente referidas2.

Outro aspeto significativo da aprendizagem de saberes populares passa pelo sentimento de auto-valorizao
que iro sentir os benefecirios de RSI, por possuirem o domnio de determinada arte. Este sentimento,
concerteza, contribuir para uma melhoria da auto-estima e at da proatividade, visto que passam a ter um
conhecimento com o qual podero arranjar trabalho remunerado. O ExAz ir aproveitar estas formaes para
estimular o empreendedorismo deste grupo, pois considera-se ser esse o momento ideal para este tipo de
interveno.

1 Termo usado no campo do empreendedorismo para caraterizar uma postura de poupana de recursos.
2 um facto que fazer po no forno de lenha sai muito mais barato do que comprar na padaria. Salienta-se no entanto, que tendo conscincia que esta mudana poder ter
implicaes na quantidade de vendas do padeiro, que distribui po na freguesia, contabilizou-se este fenmero efetuando um desconto, ao valor do retorno social, de
nome deslocao, e que ser abordado no subcaptulo 5.4.

282
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

O conhecimento de terreno permitiu-nos verificar que muitos destes beneficirios no participam nas festas
religiosas e culturais da freguesia por se sentirem avaliados e julgados. O aumento do convvio e
estabelecimento de novas relaes de amizade, com outras pessoas da comunidade confere mais
oportunidades de participarem em eventos da Covoada, quer sejam de ndole cultural ou religiosa. Esta
aproximao a pessoas no carenciadas poder fazer com que os beneficirios de RSI sejam convidados ou
estimulados a participar nestes eventos sociais, o que far aumentar o seu sentimento de pertena ao espao,
ao grupo e cultura da Covoada, promovendo-se enfim, de forma ampla, a sua insero social.

Por ltimo, tambm contemplamos que duma melhoria da auto-estima possa surgir da oportunidade de se
virem a tornar dinamizadores do ExAz de segunda gerao, permitindo-lhes afirmarem-se na comunidade,
como pessoas com valor e um papel participativo na sociedade.

Insero social

ao espao ao grupo cultura


Mais emprego

Poupana
Mais proatividade Aumento do
sentimento
de pertena
Mais partilha
de recursos Mais auto-estima
Mais oportunidades Mais auto-estima
Mais interesse
Modelagem de de participar
nos eventos da
comportamentos nos eventos
Mais entreajuda Auto-valorizao comunidade
da comunidade
auto-afirmao

Aprendizagem
Mais convvio
de saberes Mais partilha
populares Mais convvio de saberes

Dinmicas comunitrias

COMUNIDADE

O stakeholder comunidade abarca todos os residentes da Covoada, uma freguesia rural que, apesar de
prxima da cidade de Ponta Delgada (20 minutos de carro), se encontra isolada, segundo a prpria
comunidade, por vrios motivos, como: a Estrada Regional no passar pela freguesia; no ter atualmente
atrativos tursticos ou a rede de transportes pblicos ser cara, com poucas opes de horrios dirnos e sem
opes noturnas (ltimo autocarro s 20horas). Este ltimo fator impossibilita os trabalhadores
indiferenciados da Covoada de aceitarem trabalhos por turnos na cidade, que se constituem por vezes a
nica opo para os mais carenciados.

O Experiencing Azores, atravs do Centro Comunitrio de Turismo de Experincia, espera trazer visitantes
Covoada, que traro movimentao financeira, no apenas por pagarem workshops e roteiros temticos
proporcionando remunerao a pessoas locais , mas tambm ao nvel do aumento de vendas de refeies
nos cafs, produtos do mini-mercado, artesanato local, produtos da Fbrica de Queijos da Covoada, bem

283
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

como ao nvel do aluguer de propriedades. Estes visitantes sero, portanto, um fator essencial no combate ao
isolamento referido pela comunidade e na dinamizao financeira desta localidade.

As dinmicas comunitrias que o Experiencing Azores pretende organizar tambm podero ter bons efeitos
no que toca melhoria das relaes intergeracionais (por exemplo, as formaes dos dinamizadores idosos
com jovens beneficirios de RSI) e das relaes de vizinhana (por exemplo, atravs de dinmicas
participativas de PhotoVoice), que podero proporcionar mais interajuda entre os elementos da comunidade
e, no futuro, facilitar uma maior coeso social.

A divulgao dos novos produtos tursticos criados pelo ExAz com esta comunidade, implicar um plano de
comunicao e marketing, que poder gerar orgulho em pertencer a esta comunidade e, consequentemente,
ativar uma maior coeso social.

MAIS MAIS VENDAS


COESO SOCIAL ALUGUER DE PROPRIEDADE,
MENOS ISOLAMENTO VENDA DE PRODUTOS
FACE AO EXTERIOR RESTAURAO E SERVIOS

Mais
entreajuda

Melhores Melhores
Aumento das
relaes de relaes
visitas externas
vizinhana intergeracionais

Maior oferta
turstica
Mais convvio

Reunies,
Roteiros Workshop
dinmicas
tursisticos de PCI
comunitrias

VISITANTES

O stakeholder visitantes inclui trs tipos de pblico que o Centro Comunitrio e de Turismo de Experincia
espera receber, nomeadamente: (1) o pblico escolar (alunos e professores), (2) o pblico local (residentes em
S. Miguel) e (3) o pblico flutuante (residentes fora de S. Miguel).

Junto do pblico escolar e residentes em S. Miguel, a participao nos workshops relacionados com o
patrimnio cultural imaterial (PCI) da Covoada e nos roteiros temticos (rota do leite, da l, do vinho, das
lendas, etc.) vai permitir-lhes reconhecer e valorizar o seu PCI, incrementando o sentimento de pertena aos
Aores. Deste modo, estaremos a fomentar as possibilidades de preservao do mencionado patrimnio e,
aliada prevista divulgao da cultura aoriana que o ExAz pretende efetuar, gerar um significativo impacto
ao nvel do reforo da identidade micaelense.

284
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

Junto do restante pblico (residentes noutras ilhas, continentais e estrangeiros) o contacto com a oferta
turstica do ExAz proporcionar o reconhecimento do PCI da Covoada, que ao aumentar o leque de
experincias diferentes poder fomentar a criatividade dos participantes, que podero gerar novos saberes
que agreguem tradies antigas s necessidades contemporneas. O contacto direto dos turistas com a
cultura e populaes locais permite-lhes ainda valorizar a diversidade, aumentando a flexibilidade de
pensamento e assim proporcionar um conhecimento mais aprofundado da cultura micaelense.

Por ltimo, a oferta turstica e pedaggica do ExAz proporciona uma ocupao saudvel dos tempos livres,
que se espera trazer grande satisfao a todos os seus clientes.

CONHECIMENTO MAIS
APROFUNDADO DA
CULTURA MICAELENSE

REFORO DA IDENTIDADE NOVOS SABERES


MICAELENSE
Flexibilidade
Valorizao da
de pensamento
Aumento diversidade
da criatividade
Aumento do
Valorizao da Preservao do
sentimento de
cultura aoriana PCI
pertena Contacto directo
Aumento do
Regio com a cultura e
leque de SATISFAO
experincias populao locais

Visitantes:
escolares e Ocupao
residentes saudvel dos
Reconhecimento do
tempos livres
PCI da Covoada

Turistas:
continentais
e estrangeiros

Roteiros tursticos,
workshops de PCI

JUNTA DE FREGUESIA DA COVOADA

A junta de freguesia da Covoada, constituda por trs pessoas com relevante poder na comunidade, acolheu
com disponibilidade e dinamismo o ExAz, reconhecendo que os saberes populares so potencialidades
capazes de atrair visitantes interessados em contactar com o Patrimnio Cultural Imaterial da Covoada. Este
poder local constata ainda que o aumento do nmero de visitantes pode trazer aspetos menos positivos,
como a poluio ou o aumento da despesa decorrente da necessidade de melhoria de determinadas infra-
estruturas, como passeios ou parques de estacionamento (mudana negativa).

Assim, o ExAz poder espoletar uma maior degradao no meio ambiente da Covoada, o que poder implicar
a necessidade de aumentar as estratgias de preservao ambiental. Outra mudana identificada em
conjunto com este stakeholder passa por uma possvel alterao/melhoria da oferta de servios da junta, quer
para a populao local, quer para os visitantes, podendo por sua vez, tornar a freguesia mais atraente para
ambos os grupos. Este aumento da atratividade da Covoada pode ter um significativo impacto ao nvel da
notoriedade, para a junta de freguesia. Acresce ainda que o ExAz, ao colocar a Covoada no mapa, poder
tambm estar a contribuir para o aumento da notoriedade da prpria freguesia e de todos os envolvidos
neste processo de coeso e desenvolvimento local.

285
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

NOTORIEDADE

Freguesia
mais atraente

Servio mais
Alterao da
Mais servio ajustados s DEGRADAO
oferta de
para visitantes necessidades AMBIENTAL
servios
da populao

Valorizao do Alterao do
potencial da meio ambiental
Covoada

Refernciao Mais visitantes


dos saberes na freguesia
populares

Abertura do
Reunies, centro comunitrio
parceria e de turismo de
colaborao experincia

UNIVERSIDADE

A Universidade dos Aores, nomeadamente o Departamento de Cincias da Educao, outro parceiro do


ExAz, que contribuir para a sua implementao e beneficiar de mudanas materiais. A participao deste
Departamento no ExAz proporcionar uma aproximao entre a teoria e a prtica, trazendo mais-valias a
ambas as partes. objectivo desta parceria colaborar ao nvel da investigao cientfica, escrevendo pelo
menos um artigo cientfico, que possa contribuir para o aumento do conhecimento na rea da Psicologia
Comunitria.

Este aumento de conhecimento tambm advm da abertura do projeto para receber estagirios ou
estudantes de psicologia comunitria, interessados em colaborar voluntariamente, que possam levantar
novas questes e formular novas reflexes, que gerem conhecimento. Ainda relativamente abertura de
locais de estgio no ExAz, cr-se que esta oportunidade poder vir a melhorar as competncias profissionais
deste grupo, assim como o seu currculo, visto que o referido Departamento certificar a experincia
profissional no mbito do ExAz.

Assim, estas mudanas proporcionaro um aumento das possibilidades de empregabilidade do grupo de


alunos-voluntarios. Sendo o ExAz um projeto de interveno social comunitria, em que os referidos
voluntrios e corpo docente, colaboraro para o desenvolvimento sustentvel de uma comunidade, estar-
se- a promover uma cidadania mais participativa do referido grupo e a aumentar o seu bem-estar social, isto
, o sentimento positivo por colaborarem para a melhoria do bem-estar desta comunidade.

Conjuntamente, dado cientfico, mas tambm do conhecimento geral, que o voluntariado na rea social,
proporciona um aumento da empatia e de afectos positivos, gerando melhorias ao nvel da auto-estima.

286
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

MAIS
AUMENTO DO
EMPREGABILIDADE
CONHECIMENTO
MAIS
SOBRE PSICOLOGIA
AUTOESTIMA
COMUNITRIA

Mais competncias MAIS


Melhor CV BEMESTAR
profissionais
Mais afectos SOCIAL
Colaborao em positivos
investigao cientfica

Oportunidade Mais cidadania


Aproximao de experincia Mais empatia participativa
da teoria pratica profissional

Consultoria com Abertura de locais Voluntariado


docente de Psicologia de estgio e aceitao de alunos de
Comunitria de voluntrios psicologia

287
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

4. PROVAS E VALOR
4.1. INDICADORES (QUANTIDADE)

Os indicadores so unidades de medida que ajudam a demonstrar se a interveno em anlise atingiu ou


no os seus objetivos, isto , os indicadores traduzem a unidade em que a mudana vai ser medida. Numa
anlise SROI prospetiva fundamental construir indicadores capazes de medir as componentes objectiva e
subjetiva das mudanas previstas. Assim, tentou-se definir, para cada mudana, um indicador objetivo e um
indicador subjetivo.

Os indicadores podem caracterizar resultados, que so mudanas facilmente verificveis e simples de


quantificar mas esse no o cenrio habitual dos projetos sociais, que muitas vezes alcanam mudanas
intangveis, que necessitam de uma anlise mais aprofundada na sua construo.

Outro conceito fundamental numa anlise SROI, a distncia percorrida (DP), que mede o caminho das
mudanas experienciadas pelos stakeholders aps o envolvimento no projeto. Para medirmos a DP
necessrio avaliar o momento antes da interveno (T0) e o momento aps interveno (T1). Desta forma, T0
permite conhecer o baseline, isto , excluir da anlise a parte que o stakeholder detinha antes da interveno.
Assim, aps a definio dos indicadores foi construdo um questionrio para cada stakeholder com base em
escalas de sentimento e opinio tendo em conta, os referidos momentos T0 e T1. Os questionrios foram
todos aplicados presencialmente, excepto no caso do stakeholder visitantes, onde se aplicaram questionrios
on-line.

A quantidade de mudana (Qt) calculada atravs da multiplicao da Distncia Percorrida (DP) e do nmero
da Populao (Pop) abrangida por essa mudana: Qt=DP x Pop. Na seguinte tabela, reunimos a informao
que nos permitiu calcular a quantidade de cada mudana, assim como os indicadores selecionados para cada
uma.

STAKEHOLDER MUDANAS INDICADORES DP POPULAO

Dinamizadores menos isolamento N de novas amizades/ 60% Procurando um nmero realista que no
contatos sobre-valorizasse esta anlise, selecionou-se o n
47% 10, enquanto nmero de pessoas abrangidas por
Nvel de isolamento
este stakeholder.

mais estimulao N de atividades em 25%


que se envolve
31%
Nvel de estimulao
(sensorial, cognitiva e
social)

melhor auto- Nvel de auto-estima 25%


estima Satisfao que a
81%
pessoa tem com a sua
vida

288
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

STAKEHOLDER MUDANAS INDICADORES DP POPULAO

Dinamizadores orgulho N de pessoas a quem 100%


revela que participa no
ExAz 97%

Nvel de orgulho em
colaborar para o
desenvolvimento local

trabalho Valor auferido em 2946


remunerado regime de prestao
de servios,

Beneficirios de RSI poupana Quantidade de / Existem cerca de 134 beneficirios de RSI na


poupana quanto aos Covoada. Seguindo uma prespectiva
gastos em po conservadora, parte-se do pressuposto de que a
mdia do n de elementos por agregado familiar
de 4 e que apenas 1 elemento por agregado ter
uma participao ativa no ExAz. Assim, optou-se
por selecionar cerca de da populao total dos
beneficirios de RSI , isto 34.

trabalho Valor auferido em /


remunerado regime de prestao
de servios,

insero social N de participaes 36%


em eventos sociais e
culturais 67%

Sentimento de
pertena
comunidade

melhor auto- Nvel da auto-estima 53%


estima Satisfao que a
76%
pessoa tem com a sua
vida

Comunidade da coeso social Participao em 100% Sendo a freguesia da Covoada constituda por
Covoada eventos locais cerca de 1300 (Censos, 2011) pessoas e partindo do
33% pressuposto que o projeto, mesmo sendo
.Aumento da coeso
social comunitrio, no alcana todos os membros de de
uma comunidade, selecionou-se metade da
populao total, 650 pessoas.

menos isolamento N de visitantes da 57%


face ao exterior Covoada
45%
Nvel de isolamento da
Covoada

mais vendas N de refeies 35%


vendidas nos cafs da
Covoada 37%

Dinamizao da
economia local

289
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

STAKEHOLDER MUDANAS INDICADORES DP POPULAO

Visitantes reforo da Nvel de importncia, 78% Mudana referente ao pblico local: existem cerca
identidade da valorizao do PCI, de 131.000 habitantes em S. Miguel (Censos, 2011)
micaelense; no reforo da 36% e selecionamos cerca de 5% destes, enquanto n
identidade micaelense de pessoas que podero ser abrangidas por esta
Nvel de importncia, mudana, nomeadamente 6550. Partindo da
da valorizao do PCI, informao recolhida de um questionrio on-line
para o aumento do aplicado a 108 residentes em S. Miguel, onde 79%
sentimento de se interessa pelos saberes populares, afirmando
pertena que gostaria de os conhecer melhor e 97%afirma
vir aproveitar a oportunidade de aprender/
contatar com os saberes populares, multiplicamos
a mdia destas percentagens (88%) pelos 6550,
chegando ao valor de 5764 pessoas locais
interessadas nos produtos do ExAz.

conhecimento + Nvel de conhecimento 69% Mudana referente ao publico flutuante (no


aprofundado da da regio atravs do residente em S. Miguel). Em 2015, esperam-se
cultura contacto com o PCI da 55% 91.000*dormidas na hotelaria tradicional, em S.
micaelense Covoada Miguel, por ms. Multiplicou-se este valor por
Nvel de valorizao da 5meses (meses com maior afluncia de turistas) e
cultura com o contacto selecionou-se cerca de 1%, perfazendo 4550. De 71
do PCI da Covoada questionrios on-line aplicados ao pblico
flutuante, retiraram-se as seguintes informaes:

97% interessa-se pelos saberes populares,


afirmando que gostaria de conhecer a cultura
local; 70% considera que contactar com o PCI dos
Aores os far conhecer melhor a regio; 49%
considera que contactar com o PCI dos Aores
proporcionar conhecer pessoas locais e isso
algo que lhes interessa; 94% afirma que se tiver
oportunidade de aprender/contactar com os
saberes populares regionais aproveitar.

A mdia destes interesses de 78%, valor pelo


qual se multiplicou os 4550, perfazendo 3526.

Visitantes satisfao N de interessados em 96% Estas so mudanas alcanadas pelos dois


contactar com os referidos tipos de pblico. Assim, fez-se a mdia da
saberes populares da populao das duas mudanas anteriores,
Covoada chegando ao valor de 4645 pessoas.

novos saberes Grau de estimulao 27%


da criatividade no
contato com o PCI da
Covoada

290
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

STAKEHOLDER MUDANAS INDICADORES DP POPULAO

Junta de Freguesia Notoriedade N de aes 86% Este stakeholder constituido por 1 elemento, a
da Covoada relacionadas com a junta de freguesia da Covoada.
valorizao e
preservao do PCI da
Covoada
Nvel de atrao da 56%
Covoada

Degradao Aumento do n de 67%


ambiental estratgias de
preservao ambiental

Universidade dos aumento do Produo cientfica na 25% A turma de alunos de final de licenciatura de
Aores conhecimento rea da psicologia psicologia composta por 40 alunos.
sobre psicologia comunitria 100% Selecionamos 10% deste grupo, como podendo
comunitria Mais conhecimento na estar interessados em participar no ExAz. A estes 4
rea da interveno alunos, acresce a Prof. Doutora Isabel Estrela Rego,
comunitria consultora do projeto, prefazendo 5 pessoas,
enquanto populao abrangida pelo stakeholder
Universidade.

mais Melhoria do CV 42%


empregabilidade Enriquecimento de
100%
competncias
profissionais

melhor auto- Nvel da auto-estima 26%


estima Satisfao que a
15%
pessoa tem com a sua
vida

mais bem-estar Sentimento de 77%


social bem-estar
relativamente
Sociedade

*Fonte: http://estatistica.azores.gov.pt/upl/%7B0ae5287c-28c2-411e-9f2a-bd7b29c9fc04%7D.htm

291
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

4.2. DURAO

A durao consiste no espao temporal at onde se vo sentir os efeitos das mudanas. Estimar a durao
das mudanas permite-nos perceber por quanto tempo o projeto poder exercer a sua influncia. Para
efetuar este clculo, consultaram-se os stakeholders, atravs da seguinte questo, Imaginando que este
projeto termina, durante quanto tempo continuaria a sentir as seguintes mudanas?, elencando de seguida
cada uma das mudanas definidas para o stakeholder e respetivos intervalos de tempo, como resposta.
Posteriormente, cruzaram-se os dados das mdias das respostas com a nossa anlise crtica.

Consideraram-se as mudanas, que apenas acontecem enquanto se dinamiza o projeto, mudanas com
durao zero, nomeadamente mais estimulao, melhor auto-estima, trabalho remunerado, satisfao
e mais bem-estar social. As mudanas com 1 ano de durao (aps a finalizao de 1 ano de projeto) so:
menos isolamento dos Dinamizadores, menos isolamento face ao exterior e mais vendas da comunidade
e a degradao ambiental da Junta de Freguesia. As mudanas que duraro 2 ou mais anos so: orgulho,
poupana, insero social, coeso social, reforo da identidade micaelense e novos saberes,
conhecimento mais aprofundado da cultura micaelense, notoriedade, aumento do conhecimento sobre
psicologia comunitria e mais empregabilidade.

4.3. APROXIMAES FINANCEIRAS

As mudanas que os projetos sociais geram, na sua maioria, no tm um preo de mercado, o que no
significa que no tenham importncia ou mesmo um valor. As aproximaes financeiras (AF) constituem
uma tentativa de estimar o preo destas mudanas. As AF podem-se determinar a partir das preferncias
reveladas e das preferncias declaradas. As primeiras resultam da comparao de servios existentes na
sociedade, com preo tabelado, que sejam capazes de alcanar resultados (mudanas) semelhantes aos
promovidos pelo projeto. As segundas obtm-se consultando os stakeholders e envolvendo-os na
determinao do valor da mudana.

Nesta anlise, usmos maioritariamente o mtodo das preferncias reveladas, pesquisando no mercado
servios que promovessem mudanas semelhantes s do Experiencing Azores. Na mudana reforo da
identidade micaelense usamos o mtodo das preferncias declaradas, devido dificuldade em encontrar
solues do mercado, que no hipervalorassem o projeto. Nesse sentido perguntou-se ao stakeholder quanto
estaria disposto a pagar para contactar/aprender os saberes populares da Covoada,atravs de wokshops que
podem gerar esta mudana.

Em 4 mudanas conseguiu-se obter o valor direto da mudana, nomeadamente no stakeholder Dinamizadores,


a mudana mais trabalho e no stakeholder beneficiarios de RSI, as mudanas poupana e mais trabalho.
A mais trabalho refere-se aos workshops, que os dinamizadores (de 1 e 2 gerao) vo ministrar aos
visitantes e que sero pagos.

Este valor foi definido segundo a tabela do salrio mdio de um arteso com mais de 30 anos de experincia,
para os dinamizadores de 1 gerao, que de 982,00 por ms. Partimos do princpio de que,
aproximadamente, estes dinamizadores podero em mdia trabalhar uma semana por ms (40horas), o que
perfaz a quantia de 2946 por ano, por dinamizador.

292
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

Relativamente aos dinamizadores de 2 gerao (beneficirios de RSI) basemo-nos no salrio mdio de um


arteso com 1 ano de experincia, que 570 por ms. Partindo do principio anterior, de que conseguiro
trabalhar uma semana por ms, podero auferir, cada um deles, cerca de 1710. Quanto mudana
poupana, fez-se o clculo atravs da informao disponbilizada por um grupo de beneficirios de RSI,
relativamente poupana que podero conseguir se comearem a fazer o seu po, nos fornos de lenha do
Centro Comunitrio de Turismo de Experincia. As contas, referentes a esta quantidade de poupana,
basearam-se em valores obtidos atravs de experincias reais e o valor aproximado foi de 506 anuais.

Por ltimo, na mudana mais vendas do stakeholder comunidade, usou-se o valor mdio que um visitante
poder gastar na Covoada. Para encontrar este valor fez-se um pacote constitudo por 1 queijo (5), 1
souvenir de artesanato (5) e uma refeio econmica (10), prefazendo o valor total de 20.

A seguinte tabela rene a informao sobre as aproximaes financeiras, respetivos valores por mudana,
forma de clculo e fontes utilizadas, definidos para esta anlise.

STAKEHOLDER MUDANA APROXIMAO VALOR FONTE


FINANCEIRA (AF) ANUAL

Dinamizadores menos isolamento ir ao teatro e frequentar aulas de 240,00 Teatro Micaelense


hidroginstica HealthClub Topfitness Park
em PDL

mais estimulao frequncia de um atelier de 360,00 Atelier Martim Cymbron em


pintura PDL

melhoria da Consultas de psicologia (terapia 600,00 Vrios gabinetes de


auto-estima breve de 12 sesses) psicologia, nos Aores

orgulho viagem ao Santurio de Ftima 324,00 Sata; Governo Regional dos


Aores;
Hotel Alicante;
Clina Tours;
Restaurante Caprilia2;
Restaurante Arcos de Ftima

trabalho valor de 40 horas mensais, de 2946 www.meusalario.org


remunerado prestao de servios, por ano,
com base na tabela salarial de
um arteso com 30 anos de
experincia

Beneficirios de RSI poupana Valor de poupana gerado por 506 Questionrio aos
terem a opo de fazer po nos benefcirios de RSI
fornos de lenha do Centro

trabalho valor de 40 horas mensais, de 1710 www.meusalario.org


remunerado prestao de servios, por ano,
com base n a tabela salarial de
um arteso com 1 ano de
experincia

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EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

STAKEHOLDER MUDANA APROXIMAO VALOR FONTE


FINANCEIRA (AF) ANUAL

Beneficirios de RSI insero social Formao em reas que 72,00 Portaria n. 60-A/2015
proporcionem facilmente o Portugal 2020
sentimento de utilidade e
participao social, assim como o
reconhecimento de outros
(p.e.,eletricidade, costura,
mecnica, culinria)

melhor auto- Consultas de psicologia 600,00 Vrios gabinetes de


estima psicologia, nos Aores

Comunidade coeso social Participao num casamento 100,00 http://www.casamentos.pt

menos isolamento Pacote de telemvel, telefone, 47,96 NOS-Aores


face ao exterior televiso e internet

mais vendas Gastos mdios de um visitante 20,00 Rei dos Queijos


Covoada Maviripa
Adega Regional

Visitantes reforo da Preferncia revelada atravs da 33,00 Questionrio Visitantes


identidade questoquanto estariam
micaelense; dispostos a pagar para contatar
com o PCI?

satisfao Almoar fora com amigos 10,00 breve pesquisa de mercado

novos saberes Ateliers de 11,00 www.meusalario.org


CRAACentro Regional de
cestaria (vime),
Artesanato
escamas de peixe

prespio de lapinha

conhecimento + Visita a instituies culturais, 34,50 Prearios dos museus da Ilha


aprofundado da monumentos naturais, jardins
cultura botnicos, etc de So Miguel
micaelense

Junta de freguesia da Notoriedade Plano de Comunicao e 5000,00 Visual Kitchen


Covoada Marketing

Degradao Equipa de cantoneiros 7200,00 www.ionline.pt/375526


ambiental

294
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STAKEHOLDER MUDANA APROXIMAO VALOR FONTE


FINANCEIRA (AF) ANUAL

Universidade dos aumento do Prmio de Mrito 525,00 Universidade dos Aores


Aores conhecimento www.sa.uac.pt/reg/
sobre psicologia regulamento_bolsasa.htm
comunitria PRODATA www.pordata.pt

mais frequncia de uma formao que 600,00 Portaria n. 60-A/2015


empregabilidade promova a empregabilidade Portugal 2020

melhor auto- Consultas de Psicologia 600,00 Pesquisa de mercado


estima

mais bem-estar Doao de brinquedos a uma 34,99 Toysrrus


social IPSS

295
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

5. IMPACTO E RETORNO SOCIAL


A metodologia SROI prev um conjunto de clculos de desconto, com o objetivo de evitar sobrevalorizaes
do valor das mudanas em anlise, nomeadamente, a atribuio I, a atribuio II, a taxa de reduo e a
deslocao, que passamos a descrever. Estes clculos basearam-se em informaes recolhidas junto dos
stakeholders, no segundo momento de envolvimento, assim como, na reflexo crtica da equipa avaliadora.

5.1. ATRIBUIO I

A atribuio I refere-se parte da mudana que poder acontecer independentemente da atividade do


projeto. Para a calcular, incluiu-se nos questionrios passados aos stakeholders, a questo Se o Projeto no
existisse, acha que estas mudanas poderiam acontecer na mesma?, com uma escala binria de resposta
(Sim/No).

Sendo a Covoada uma localidade sem instituies sociais nem empresas tursticas, a esmagadora maioria dos
inquiridos respondeu no anterior pergunta, pois considerou que atualmente no h concorrncia ao
Experiencing Azores, isto , que no h mais ningum a intervir para gerar as mudanas que este projeto
espera alcanar. Alguns membros da comunidade, nomeadamente do grupo de jovens da igreja,
responderam que sim pois revelaram estar motivados para contribuir para o desenvolvimento da sua
comunidade. Alguns vistantes, consideram que as mudanas referidas tambm se devem a outras entidades.
Por fim, os inquiridos da Universidade dos Aores, consideraram que a prpria instituio tambm colabora
para as mudanas definidas.

5.2 ATRIBUIO II

A atribuio do tipo II refere-se proporo de mudana imputada a fatores externos interveno do


projeto em anlise, Neste sentido, a questo lanada aos stakeholders foi: At que ponto acha que as
seguintes mudanas poderiam tambm ser resultado da interveno de outras organizaes/instituies?,
com uma escala de Likert de 5 pontos3 para resposta. Ao contrrio do que seria de esperar com os resultados
obtidos na atribuio I, nesta questo alguns dos inquiridos consideraram que outras organizaes podem
contribuir para estas mudanas. Ao perguntarmos a quem se referiam, responderam que quando o
Experiencing Azores iniciasse, outras organizaes da comunidade iriam colaborar para os mesmos fins.

STAKEHOLDERS MUDANAS AT I AT II

Dinamizadores menos isolamento 0% 0%

mais estimulao 0% 0%

melhor auto-estima 0% 0%

orgulho 0% 0%

trabalho remunerado 0% 0%

3 De alguma forma0%, um pouco25%, em parte50%, em grande parte75%, totalmente100%

296
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

STAKEHOLDERS MUDANAS AT I AT II

Beneficirios de RSI poupana 0% 0%

mais trabalho 0% 0%

insero social 0% 0%

melhor auto-estima 0% 0%

comunidade coeso social 15% 27%

menos isolamento face ao exterior 15% 26%

mais vendas 15% 23%

Visitantes reforo da identidade micaelense; 40% 30%

satisfao 25% 25%

novos saberes 25% 0%

conhecimento + aprofundado da cultura micaelense 15% 50%

Junta de freguesia da Notoriedade 0% 0%


Covoada
Melhor preservao ambiental 0% 0%

Universidade dos Aores aumento do conhecimento sobre psicologia comunitria 42% 67%

mais empregabilidade 42% 33%

melhor auto-estima 33% 33%

mais bem-estar social 25% 0%

5.3. TAXA DE REDUO

A taxa de reduo pretende medir a deteriorao dos efeitos das atividades do projeto ao longo do tempo.
Uma taxa de reduo de 0% significaria que a mudana suscitada nunca mais deixaria de existir e uma taxa
de 100% significaria que as mudanas acabavam assim que a interveno finalizasse.

Com base quer numa reflexo crtica relacionada com a nossa experincia profissional na rea social, quer na
anlise da reao dos inquiridos, considerou-se os valores apresentados na seguinte tabela:

STAKEHOLDERS MUDANAS TAXA DE REDUO

Dinamizadores menos isolamento 75%

mais estimulao 75%

melhor auto-estima 75%

orgulho 0%

trabalho remunerado 100%

297
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

STAKEHOLDERS MUDANAS TAXA DE REDUO

Beneficirios de RSI poupana 0%

mais trabalho 20%

insero social 0%

melhor auto-estima 50%

Comunidade coeso social 25%

menos isolamento face ao exterior 50%

mais vendas 75%

Visitantes reforo da identidade micaelense; 50%

satisfao 100%

novos saberes 0%

conhecimento + aprofundado da cultura micaelense 0%

Junta de freguesia da Notoriedade 25%


Covoada
Melhor preservao ambiental 50%

Universidade dos Aores aumento do conhecimento sobre psicologia comunitria 0%

mais empregabilidade 0%

melhor auto-estima 50%

mais bem-estar social 50%

5.4. DESLOCAO

A deslocao refere-se s consequncias negativas que a interveno pode ter e calcula-se perguntando aos
diferentes stakeholders se h outras pessoas impactadas pela interveno do projeto e se esse impacto
positivo ou negativo.

Verificamos que, atravs da promoo junto das famlias de RSI do uso do forno de lenha comunitrio para a
feitura do seu prprio po, provocaramos um decrscimo de clientes no padeiro que distribui diariamente o
po nesta localidade. Sendo a percentagem de famlias beneficiarias de RSI cerca de 10% da populao total
da Covoada, consideramos ser este o valor da deslocao da mudana poupana.

298
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

5.5. CLCULO DO RETORNO SOCIAL4

O impacto de cada mudana (valor da mudana) foi calculado atravs da multiplicao da quantidade de
mudana (QM), referida no subcaptulo 4.1, e a aproximao financeira (AF), referida no subcaptulo 4.3. (QM
x AF= Valor da mudana). Para se efetuar o clculo do retorno social aplicou-se aquela frmula a todas as
mudanas, subtraindo-se depois os descontos acima mencionados.

O rcio do SROI calculado pela diviso do valor atual lquido (VAL) dos benefcios pelo valor do investimento.
O primeiro consiste no valor do retorno social do projeto, em cada ano, tendo em conta o efeito cumulativo
do retorno social dos anos anteriores, com a respetiva taxa de desconto de 5,5%, ao ano (43764). O segundo
refere-se ao valor dos recursos investidos no projeto por todos os stakeholders (10015).

Assim, o SROI do Experiencing Azores, a 3 anos de 1:5, o que significa, que por cada euro investido, o projeto
gera 5 de retorno social.

5.6. ANLISE DE SENSIBILIDADE

A anlise de sensibilidade uma ferramenta que permite compreender os efeitos da alterao de diferentes
variveis no modelo de anlise do projeto. Desta forma, pretende-se testar a robustez do projeto e identificar
parmetros crticos, isto , variveis capazes de influenciar o rcio do SROI.

Iniciamos esta anlise comparando o impacto entre os vrios stakeholders, de forma a compreender quem
beneficiar mais e menos com este projeto. Como se pode verificar no grfico impacto por stakeholder, o
grupo mais beneficiado so os visitantes. Este um resultado que nos satisfaz, visto que a mdio/longo prazo
se espera que sejam os visitantes a garantir a sustentabilidade do Experiencing Azores.

O grupo menos beneficiado a junta de freguesia. Este facto deve-se sobretudo aos efeitos da mudana
negativa degradao ambiental provocada pelo aumento de visitantes na Covoada que foi imputada a este
stakeholder. Mesmo assim, a junta usufrui de um saldo positivo, que pode ser tanto maior quanto mais
relevantes forem os resultados deste projeto, isto , a junta de freguesia recolhe tanto mais notoriedade
quanto mais impacto tiver o ExAz, no grande pblico. Existem outras pequenas mudanas, que no foram
contabilizadas mas que podero ter um peso para que a junta queira colaborar neste projeto, como a
possibilidade de estarem a colaborar para o desenvolvimento local da sua freguesia.

Outro dado relevante, que o mesmo grfico nos d passa pela presena de impacto significativo, para todos
os stakeholders nos anos seguintes finalizao do mesmo.

Quanto anlise grfica do impacto por mudana, destacamos as trs mudanas geradoras de mais impacto,
por ordem decrescente, trabalho remunerado (beneficirios de RSI), reforo da identidade micaelense
(visitantes) e conhecimento mais aprofundado da cultura micaelense (visitantes).

As trs mudanas com menos impacto positivo pertencem ao stakeholder Universidade, possivelmente
devido ao reduzido nmero de pessoas que o compem e so elas mais empregabilidade, melhor auto-
estima e mais bem-estar social.

4 O Mapa de Impacto, com os dados essenciais desta anlise, apresentado no final.

299
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

IMPACTO POR STAKEHOLDER

Destaca-se uma mudana negativa, a deteriorao ambiental do stakeholder junta de freguesia, alm de ser
compensada por uma mudana positiva de valor semelhante (notoriedade), apresenta um valor baixo,
comparativamente maioria das mudanas.

Atravs da observao do grfico Valores das mudanas em 3 anos salienta-se que so muitas as mudanas
com impacto significativo, mesmo aps a finalizao do projeto, mudanas que tero tanto mais impacto
quanto mais o projeto durar.

VALORES DAS MUDANAS EM 3 ANOS

300
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

Sendo o Experiencing Azores um projeto de interveno social comunitria, um fator essencial ao seu sucesso
o envolvimento da populao. Assim, considerando o nmero de habitantes um fator crtico, fizemos a
experincia de colocar um cenrio pessimista e um otimista relativamente a este parmetro:

PARMETROS CRTICOS PESSIMISTA ORIGINAL OTIMISTA

n de dinamizadores 5 10 20

n de beneficirios de RSI 5 34 68

n da comunidade 100 650 1000

n de visitantes 1000 mdia de 4645 9000

Universidade 1 5 10

SROI 1,1 5,2 9,9

Este exerccio permitiu-nos verificar que este um ponto de vulnerabilidade do projeto, mas tambm uma
potencialidade, visto que a diversidade de stakeholders tambm contribui para mitigar o risco, ao mesmo
tempo que augura um potencial de impacto bastante diversificado.

Outro parmetro crtico podero ser as aproximaes financeiras, visto que surgiram dvidas na sua definio.
No clculo do SROI do ExAz optou-se por seguir uma linha mais conservadora e no inflacionria, assim fez
sentido colocar um cenrio mais otimista a este nvel e verificar o seu impacto.

MUDANA ORIGINAL JUSTIFICAO OTIMISTA

Poupana 506 Nesta mudana apenas se contabilizou os ganhos em poupana no po, 700
(Benef. de RSI) mas os benef. de RSI podero aprender tcnicas de poupana noutras
reas. Assim, o valor da poupana poderia ser superior.

Mais trabalho 1710 Pelos questionrios aplicados aos visitantes parece haver um grande 2500
remunerado interesse do pblico nas ofertas do ExAz, assim poderemos ser menos
(Benf. RSI) conservadores na quantidade de trabalho remunerado que os
beneficirios de RSI podero arranjar neste projeto.

Coeso social 100 A AF desta mudana foi uma grande festa que unisse as pessoas 300
(Comunidade) (casamento), no entanto sabe-se que um evento nico no suficiente
para aproximar as pessoas. assim, numa prespetiva menos conservadores
poderia-se pensar numa AF que fossem 3 festas de Casamento.

Mais vendas 20 A AF desta mudana contabilizou os gastos mdios de um turista na 30


(Comunidade) Covoada, atravs de um pacote de refeio, queijo e souvenir. Visto ter sido
feito um calculo modesto, sugere-se um clculo mais vontade para esta
experincia.

Satisfao 10 Em vez da AF- almoo com amigospoderia usar-se uma AFPasseio de 50


(Visitantes) walewatching, enquanto atividade turstica gerardora de grande satisfao
neste pblico e valor que os turistas esto disponveis a pagar por uma
experincia muito satisfatria

novos saberes 11 Nesta AF pensou-se num atelier de 6horas para aprender algo de novo. 33
(Visitantes) Poderamos ter sido menos conservadores e contemplar um atelier de
18horas, visto existirem reas de saber que necessitam de mais tempo para
adquirir o conhecimento, como cestaria, tapetes de espadana, olaria, etc.

SROI 5,2 8,8

301
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

Neste cenrio otimista relativo s AF retiraram-se as atribuies das mudanas na comunidade, enquanto
parmetro critico detetado na segunda fase de envolvimento de stakeholders. Um pequeno grupo deste
referiu que outras organizaes poderiam colaborar para as mudanas apontadas pelo ExAz, depois do
projeto iniciar a sua interveno. Assim, foi contabilizado este desconto, que na realidade poderia ser
considerado uma alterao promovida pelo ExAz, visto no existir ningum atualmente a operar as mudanas
previstas para este sth. Se ao ltimo cenrio otimista (8,8) se retirarem as atribuies na comunidade, o SROI
sobe para 10,3.

No entanto, se considerarmos todos os cenrios otimistas aqui apresentados, referentes populao,


aproximaes financeiras e atribuies, o SROI sobe para 14,5, valor mximo desta anlise de sensibilidade.

Visto que se adoptou a anlise mais conservadora possvel relativamente s aproximaes financeiras,
considera-se que o cenrio pessimista apenas contempla um parmetro crtico: o nmero de habitantes
aderentes ao projeto, sendo 1,1 o SROI mnimo desta anlise de sensibilidade.

302
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

6. CONCLUSO E
RECOMENDAES
O Experiencing Azores (ExAz) um projeto social comunitrio que visa o desenvolvimento local de uma
aldeia isolada no interior da ilha de So Miguel, de nome Covoada, que consiste na valorizao, divulgao e
preservao dos saberes populares locais enquanto meio promotor de dinmicas sociais e econmicas.

Considerando o Patrimnio Cultural Imaterial (PCI), elemento identitrio fundamental de uma comunidade e
uma alavanca para o desenvolvimento local enquanto produto turstico e a crescente procura de experincias
nicas por parte dos visitantes, o projeto ExAz alia a componente social componente ldica, atravs de
propostas de turismo de experincia baseadas no contacto direto com as pessoas locais detentoras de
saberes, constituindo-se um projeto inovador nesta regio.

Com o objetivo de conhecer o possvel impacto deste projeto elaborou-se uma anlise SROI prospetiva, que
nos levou a reconsiderar o territrio e os seus atores, amadurecendo a ideia e tornando o projeto mais
consistente.

No mbito desta anlise selecionmos sete stakeholders, nomeadamente os dinamizadores (pessoas


detentoras de saberes populares), os beneficirios de RSI (famlias desfavorecidas), a comunidade local, a
junta de freguesia, a Universidade dos Aores, os visitantes e os financiadores.

Com todos estes stakeholders, desenvolvemos a teoria da mudana que nos permitiu no s detetar
mudanas novas, assim como conhecer o seu valor social. Conclumos que destes os stakeholders visitantes e
os beneficirios de RSI detm, no primeiro ano, o maior impacto e que nos dois anos seguintes, aps a
realizao das atividades so os stakeholders visitantes e a comunidade quem recolhe os valores mais altos.

Encontrar uma mudana negativa - a degradao ambiental provocada pelo aumento significativo de
visitantes quela aldeia - permitiu-nos perceber a necessidade de prevenir os efeitos indesejveis desta
mudana. Tambm percebemos que o stakeholder junta de freguesia, recolhe pouco impacto, ao lhe ser
imputada a referida mudana negativa. Assim, recomendaramos, numa fase de melhoramento deste SROI, a
pesquisa de outras mudanas significativas para a junta de freguesia, que permitam a este stakeholder
perceber os seus ganhos na colaborao com o projeto. Destacamos, a ttulo de exemplo, a mudana
participao num projeto de desenvolvimento local como uma possvel mudana a acrescentar anlise.
Esta mudana atribui reconhecimento importante colaborao da junta e mensurvel.

A anlise de sensibilidade efetuada demonstrou que o ExAz um projeto de tipologia de interveno com
algum grau de risco, visto que apresenta uma grande oscilao de SROI, entre o cenrio pessimista (1,1) e
otimista (14,5). A grande variabilidade deste SROI est sobretudo associada ao nmero de populao que
cada stakeholder pode abranger, isto , se considerarmos que o projeto apenas consegue envolver um
nmero reduzido de pessoas, a sua sustentabilidade poder ser posta em causa, bem como o seu impacto
social. Por outro lado, se o projeto conseguir envolver um nmero elevado de pessoas, poder ter um alcance
significativo. Sublinha-se o facto deste projeto abranger uma grande diversidade de stakeholders, o que
diminuir o risco de insucesso, visto que poder haver compensaes de envolvimento entre stakeholders.

Salienta-se ainda que, aquando do envolvimento dos stakeholders na anlise, nos deparmos com uma
motivao transgeracional da populao para abraar este projeto. Foi com grande disponibilidade que
fomos sendo recebidas pelos vrios grupos envolvidos, que demonstraram vontade e, acima de tudo,
acreditaram ser o projeto ideal para a sua Comunidade.

303
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

No entanto, estamos conscientes de que manter a motivao e o interesse, bem como gerir possveis
conflitos, um trabalho desafiante, apenas ao alcance de uma equipa robusta e muito hbil nas relaes
inter-pessoais.

Outro ponto essencial a ter em conta a avaliao do projeto. Esta dever ser contnua, garantindo a
pertinncia do projeto desde da fase inicial e a coerncia de todas as suas atividades e contributos.
Consideramos que um projeto deste mbito deveria manter-se no terreno pelo menos trs anos, de forma a
permitir uma avaliao real de todas as mudanas inerentes interveno, em prol de uma avaliao que
permita o ajustamento das aes mantendo a coerncia dos nossos propsitos.

Sabendo que um projeto para uma comunidade mais sustentvel se for feito pela mesma, salientamos que
o ExAz se deve pautar por uma governana colaborativa entre as foras vivas, da comunidade e o poder
local. Assim, torna-se essencial que a equipa que dinamize este projeto garanta o estmulo e o envolvimento
de todos os atores ao longo das vrias fases do projeto.

Por fim, recomendamos que, alm das cautelas acima referidas, seja feito um SROI avaliativo, aps o 1 ano
de interveno, no sentido de monitorizar a efetividade dos resultados alcanados, assegurando a eficincia
da relao custo/beneficio do projeto. Sentindo que se esto a dar passos importantes na implementao de
uma cultura de avaliao entre as organizaes sociais, temos a responsabilidade de continuar o exerccio
avaliativo que comprove o valor da interveno social.

304
EXPERIENCING AZORES - Silncio Sonoro

7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
UNESCO. (2003) Conveno para a Salvaguarda do Patrimnio Cultural Imaterial.

Gabinete de Anlise EconmicaGANEC. (2014) Cultura e Desenvolvimento: Um Guia para decisores


Polticosrelatrio final.

https://www.ine.pt

http://www.ipdt.pt

http://estatistica.azores.gov.pt

http://www.observatorioturismoacores.com

Secretaria Regional da Solidariedade Social (2013)Boletim Estatstico

Secretaria Regional da Solidariedade Social (2014)Boletim Estatstico

Censos 2011 Resultados Definitivos_Regio Autnoma dos Aores

AGRADECIMENTOS

Gostaramos de agradecer CASES e Fundao Montepio pela oportunidade que nos deram de nos
aproximarmos da importante ferramenta que uma anlise SROI. Acreditamos que a rea social tem, cada
vez mais, de se robustecer de meios de avaliao de impacto que credibilizem a sua interveno e elevem a
sua valorizao. A metodologia SROI permite-nos caminhar nesse sentido.

Queremos tambm agradecer Equipa da 4Change, pela capacitao e por toda a disponibilidade, simpatia
e profissionalismo que nos transmitiram. Um especial muito obrigada Mariana Branco, pelo interesse e
apoio extra. E um grande muito obrigada, ao Luca Padovani, nosso mentor, por toda a dedicao e
disponibilidade fora de horas!

Agradecemos a todos os Covoadences, que nos inspiraram para criar este projeto, e a todos os que
abraaram esta ideia, com timismo, motivao e vontade de construir um mundo melhor!

Por fim, agradecemos s nossas famlias pelo apoio e compreenso pelas nossas ausncias!

Muito obrigada e bem hajam!

FICHA TCNICA

Responsvel pelo projeto:


Joana Amen
Equipa de anlise SROI:
Joana [email protected]
Diana [email protected]

305
8. MAPA DE IMPACTO
Stakeholders Recursos Resultados Mudanas Descontos (DC) Impacto Clculo do Retorno Social

Quem afetamos/ O que vo eles investir? Valor Atividades em Descrio Indicador (QT) Durao Aproximao Financeira (AF) Valor AT I DES AT II RED QT x AF - DC Taxa de Desconto 5.50%
nos afeta? nmeros
O que muda nas suas vidas? Como medimos a mudana? Que preo atribumos mudana? Ano 0 Ano 1 Ano 2

Dinamizadores Salrio de arteso com 30 5,237.24 10 formaes menos isolamento 1. N de novas amizades/contatos; 2. Nvel de isolamento 5 1 ir ao teatro e frequentar aulas de hidroginstica 240.00 0% 0% 0% 75% 1,200.00 1,200.00 1,200.00 0.00
anos de experincia: 4
atividades mensais de 16h.
+ IVA = 436,43 euros

mais estimulao 1. N de atividades em que se envolve; 2.Nvel de estimulao 3 0 frequncia de um ateli de pintura 360.00 0% 0% 0% 75% 1,080.00 1,080.00 0.00 0.00
(sensorial, cognitiva e social)

melhor auto-estima 1. Nvel de auto-estima;2. Satisfao que a pessoa tem com a 5 0 Consultas de psicologia (terapia breve de 12 sesses) 600.00 0% 0% 0% 75% 3,000.00 3,000.00 0.00 0.00
sua vida

orgulho 1. N de pessoas a quem revela que participa no ExAz; 2. Nvel 10 10 viagem ao Santurio de Ftima 324.00 0% 0% 0% 0% 3,240.00 3,240.00 3,240.00 3,240.00
de orgulho em colaborar para o desenvolvimento local

trabalho remunerado 1. Valor auferido em regime de prestao de servios 10 0 valor de 40 horas mensais, deprestao de servios, por ano, 2,946.00 0% 0% 0% 100% 29,460.00 29,460.00 0.00 0.00
com base na tabela salarial de um artesocom 30 anos de
experincia

Beneficirios de 10 formaes poupana 1.Quantidade de poupana quanto aos gastos em po 34 10 Valor de poupana gerado por terem a opo de fazer po 506.00 0% 10% 0% 0% 15,483.60 15,483.60 15,483.60 15,483.60
RSI nos fornos de lenha

mais trabalho remunerado 1. Valor auferido em regime de prestao de servios 34 0 valor de 40 horas mensais, de prestao de servios, por ano, 1,710.00 0% 0% 0% 20% 58,140.00 58,140.00 0.00 0.00
com base na tabela salarial de um arteso com1 ano de
experincia

insero social 1. N de participaes em eventos sociais e culturais; 2. 17 2 Formao em reas que proporcionem facilmente o 72.00 0% 0% 0% 0% 1,224.00 1,224.00 1,224.00 1,224.00
Sentimento de pertena Comunidade sentimento de utilidade e participao social, assim como o
reconhecimento de outros (p.e.,eletricidade, costura,
mecnica, culinria)

melhor auto-estima 1. Nvel da auto-estima; 2.Satisfao que a pessoa tem com a 22 0 Consultas de psicologia (terapia breve de 12 sesses) 600.00 0% 0% 0% 50% 13,200.00 13,200.00 0.00 0.00
sua vida

Comunidade da Voluntariado 8,275.00 96 dinmicas coeso social 1.Participao em eventos locais ; 2. Aumento da coeso social 433 2 Participao num casamento 100.00 15% 0% 27% 25% 26,867.65 26,867.65 26,867.65 20,150.74
Covoada comunitrias

menos isolamento face ao exterior 1.N de visitantes da Covoada; 2.Nvel de isolamento da 332 1 pacote de tm, telefone, tve internet 48.00 15% 0% 26% 50% 10,023.74 10,023.74 10,023.74 0.00
Covoada

mais vendas 650 1 Gastos mdios de um visitante Covoada 20.00 15% 0% 23% 75% 8,508.50 8,508.50 8,508.50 0.00

Visitantes Preo atividades 21300 440 visitas- reforo da identidade micaelense; Nvel de importncia, da valorizao do PCI, no reforo da 3285 2 Preferncia revelada atravs da questo quanto estariam 33.00 40% 0% 30% 50% 45,530.10 45,530.10 45,530.10 22,765.05
roteiros identidade micaelense; Nvel de importncia, da valorizao do dispostos a pagar para contactar com o PCI?
48 workshops PCI, para o aumento do sentimento de pertena

satisfao N de interessados em contactar com os saberes populares da 4459 0 Almoarfora com amigos 10.00 25% 0% 25% 100% 25,081.88 25,081.88 0.00 0.00
Covoada

novos saberes Grau de estimulao da criatividade no contato com o PCI da 1254 10 Atelis de 11.00 25% 0% 0% 0% 10,345.50 10,345.50 10,345.50 10,345.50
Covoada cestaria (vime),
escamas de peixe
prespio de lapinha

conhecimento + aprofundado da Nvel de conhecimento da regio atravs do contacto com o 2186 10 Visita a instituies culturais, monumentos naturais, jardins 34.50 15% 0% 50% 0% 32,052.23 32,052.23 32,052.23 32,052.23
cultura micaelense PCI da Covoada; Nvel de valorizao da cultura com o contacto botnicos, etc de So Miguel
do PCI da Covoada

Junta de Cedncia do edifcio e 4.831,94 12 reunies Notoriedade 1.N de aes relacionadas com a valorizao e preservao do 0.857 5 Plano de comunicao e marketing 5,000.00 0% 0% 0% 25% 4,285.00 4,285.00 4,285.00 3,213.75
Freguesia da resposabilizao pela sua PCI da Covoada; 2. Nvel de atrao da Covoada
Covoada manutno

Degradao ambiental 1.Aumento do n de estratgias de preservao ambiental 0.67 1 Equipa de cantoneiros -7,200.00 0% 0% 0% 50% -4,824.00 -4,824.00 -4,824.00 0.00

Universidade Consultadoria e 2,202.79 72h. de aumento do conhecimento sobre 1.Produo cientfica na rea da psicologia comunitria; 2.Mais 3 10 Prmio de mrito na rea da psicologia 2,525.00 42% 0% 67.% 0% 1,449.86 1,449.86 1,449.86 1,449.86
dos Aores voluntariado consultadoria + psicologia comunitria conhecimento na rea da interveno comunitria
192 h. de
voluntariado

mais empregabilidade 1.Melhoria do CV; 2.Enriquecimento de competncias 4 10 Frequncia de uma formao que promova a 600.00 42% 0% 33% 0% 932.64 932.64 932.64 932.64
profissionais empregabilidade

melhor auto-estima 1.Nvel da auto-estima; 2.Satisfao que a pessoa tem com a sua 1 1 Consultas de psicologia (terapia breve de 12 sesses) 600.00 33% 0% 33% 50% 269.34 269.34 269.34 0.00
vida

mais bem-estar social 2.Sentimento de bem-estar relativamente Sociedade 4 1 Doao de brinquedos a uma IPSS 35.00 25% 0% 0% 50% 105.00 105.00 105.00 0.00

Financiadores 65,000.00 0.00 0.00 0.00 0.00

Total 102,015.03 Total 286,655.03 286,655.03 156,693.15 110,857.36

Valor presente de cada ano (aps descontos) 286,655.03 148,524.32 99,600.06

Valor atual lquido total (VAL) 534,779.41

VAL - Investimento 432,764.38

Retorno Social por (VAL / investimento) 5.2


SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

SNOEZELEN COM
IDOSOS EM CONTEXTO
HUMANITUDE
Projeo de impacto 2016-2018
METODOLOGIA SROI

Via Hominis
307
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

SUMRIO EXECUTIVO
A Via Hominis uma cooperativa de solidariedade social, criada para investigar, desenvolver e implementar
em Portugal a geriatria enquanto especialidade clnica e orientadora de cuidados especializados, trazendo
evidncia o valor da relao nas intervenes em doentes idosos dependentes e na educao, com o objetivo
ltimo de criar e implementar o primeiro referencial de qualidade em cuidados humanizados.

Os ambientes teraputicos Snoezelen tm dado origem a muitos investimentos em salas nas instituies de
apoio, sendo j mais de 200 em todo o pas. Contudo, a maioria ou no utilizada ou no totalmente
rentabilizada, devido falta de tcnicos com formao especfica e resultados sustentveis.

Esta anlise avalia o uso concomitante das tcnicas de estimulao multissensorial Snoezelen e da
humanizao profissionalizada, proporcionada pela metodologia relacional de cuidados em Humanitude -
antes, durante e aps as sesses com idosos dementes.

Com um SROI de 5,39, este piloto leva-nos a crer que o valor revela a necessidade de mudana da tpica
abordagem aloptica, onde a pessoa palco para a aplicao de tcnicas por parte do cuidador (curador),
para um paradigma holstico e profiltico onde a forma de relacionamento com a pessoa sob cuidado,
tambm parte da equao.

Dois grandes desafios tornaram-se evidentes para que os impactos se ampliem e sustentem:

1. Criar estratgias para capacitar e envolver os cuidadores informais (familiares) e


2. Acompanhamento clinico multi e interdisciplinar fsico, mental e social, reduzindo os efeito da
iatrogenia medicamentosa.
Conclui-se que o cuidado humanizado faz a diferena e o projeto leva essa ferramenta aos cuidadores.

308
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

1. MBITO E STAKEHOLDERS
1.1. MBITO DA ANLISE

Em Portugal assiste-se ao envelhecimento generalizado da populao, com mais de 2 milhes acima dos 65
anos (Censos 2011). A demncia no o resultado da idade avanada e a perda grave da memria no uma
consequncia habitual do envelhecimento. Contudo as doenas do crebro parecem ser mais comuns nas
pessoas mais velhas.

A demncia consiste numa perda das funes mentais, envolvendo problemas com a memria, o raciocnio e
a privao sensorial. A demncia um problema srio de sade pblica, com impacto importante em milhes
de pessoas afetadas e nas suas famlias.

O principal fator de risco para a demncia a idade. Aproximadamente 3% dos homens e mulheres com
idades entre os 65 e os 74 anos sofrem de demncia, mas aps os 65 a percentagem de pessoas com
demncia duplica aproximadamente em cada dcada de vida. A proporo de pessoas com 85 ou mais anos
com demncia situa-se entre 25 e 35%. No entanto, importante compreender que a demncia uma
doena da idade mais avanada, mas no faz parte do envelhecimento normal.

Foi escolhida para esta anlise, como representativa daquele contexto, a freguesia de Arroios (a mais
populosa e envelhecida de Lisboa) e o Centro Social Paroquial de S. Jorge de Arroios (CSPSJA) como resposta
social tpica de apoio a esta problemtica.

Sendo a nossa misso dotar as instituies de sade e acolhimento com ferramentas de comprovado impacto
na sade e no bem-estar dos idosos portadores ou em risco de demncia, visamos:

Melhorar a eficincia e a eficcia das interaes entre os pacientes, seus cuidadores e familiares;
Manter ou melhorar os processos sensoriais e cognitivos;
Valorizar a pessoa, melhorando a sua autoestima;
Manter ou melhorar a autonomia e independncia e
Contribuir para o aumento das competncias dos cuidadores.

Deste processo vm resultando evidncias e investigao cientfica por parte dos tcnicos da Via Hominis,
que tornaram imperativa, tambm, a identificao e medio do impacto social.

Projeto: ampliao e sustentao dos resultados do Snoezelen

Metodologia: a partir das sesses em sala (momento privilegiado de interao personalizada), perceber qual
o contributo catalisador das tcnicas relacionais humanizantes, nos resultados, sua durao e impactos
noutros stakeholders.

Processo: formao profissional on job em estimulao multissensorial Snoezelen e metodologia relacional


Humanitude.

Perodo: avaliao prospetiva 2015-2016 com projeo em 2017 e 2018.

Pblico-alvo: organizaes que dispem de salas de Snoezelen, famlias, financiadores de projetos de apoio a
esta problemtica e a Via Hominis, Crl enquanto agente disseminador de conhecimento.

309
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

1.2. STAKEHOLDERS

1.2.1. STAKEHOLDERS INCLUDOS/EXCLUDOS

A identificao dos stakeholders significativos envolveu a nossa parceria com o CSPSJA e a consulta de
literatura, tendo por base a experincia de vrios anos de implementao de salas de snoezelen e avaliao j
realizada dessa interveno.

IDOSOS

Beneficirios diretos. Partimos da constatao de que a relao interpessoal com pessoas com demncia
difcil. preciso complementar os cuidados com outros mtodos de interao e estes relacionam-se
diretamente com os sentidos. O uso do snoezelen potencia a relao e promove maior qualidade de vida,
minimizando os efeitos da privao sensorial.

FAMLIAS

Cuidar de um idoso com sndrome demencial encontra-se associado a nveis elevados de ansiedade, irritao,
depresso, somatizao, levando paulatina degradao do ambiente familiar (75%), consumo de
psicotrpicos (48%) e desenvolvimento de doenas do foro mental (17%). O snoezelen ajuda a perceber que a
estimulao sensorial dever ir para l da sala, devendo-se tambm desenvolver em atividades da vida
quotidiana.

CUIDADORES ESPECIALIZADOS

Receberam formao em Snoezelen-Humanitude. So beneficirios diretos do snoezelen porque lhes permite


uma maior interao com os idosos, levando a maior realizao pessoal e profissional. Responsveis pela
ligao com as atividades fora da salaquer com os demais cuidadores, quer com as famliasna manuteno
de um continuum de estimulao adequada.

CSPSJA

Instituio parceira da Via Hominis para o desenvolvimento do modelo de implementao integrado


Snoezelen-Humanitude. Representa o perfil tpico da resposta social onde a populao alvo se encontra.
Investiu na formao, nas metodologias e na criao da sala. Tem-se tornado uma unidade de referncia,
vendo a sua imagem institucional reconhecida e diferenciada positivamente.

VIA HOMINIS CRL

Para alm da formao profissional, acompanha tecnicamente o projeto e busca medir os seus resultados a
nvel de sade e bem-estar dos idosos, orientando diretamente a implementao do mesmo. Da parceria
com a instituio ficar com o usufruto da sala para a atividade formativa. Cofinanciador da sala.

FORNECEDOR OI DESIGNS

Empresa com quem o CSPSJA estabeleceu relao comercial, para a aquisio dos equipamentos da sala.

JUNTA DE FREGUESIA

Parceiro estratgico do CSPSJA enquanto publicitador do projeto e recurso (sala snoezelen).

310
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

FINANCIADORES

O SROI prospetivo ser apresentado a possveis financiadores, para que estes participem na potenciao de
mais mudanas, ainda que indiretamente, com a aquisio necessria de mais equipamento para a sala de
snoezelen.

OUTRAS INSTITUIES LOCAIS

Potenciais utentes da sala de snoezelen com os seus clientes idosos. Pela parceria de utilizao validam a
replicao na sua instituio.

STAKEHOLDERS INCLUDOS? JUSTIFICAO

Idosos sim So os Beneficirios diretos do projeto snoezelen. Enquanto clientes do


Centro e utilizadores das sesses de estimulao sensorial.
com sndromes demenciais

Famlia sim Os idosos do Centro de Dia, esto inseridos na famlia. Os beneficios do


snoezelen esto associados a menores nveis de agitao e agressividade,
pelo que a famlia poder detetar mudanas.

Cuidadores Especializados sim Participantes neste projeto para dinamizar as sesses de estimulao
sensorial, recolher dados psico-fisiolgicos e sociais e participarem na
deteo da mudana para a construo do SROI.

CSPSJ Arroios sim A resposta social Centro de Dia o elemento fulcral, cujas mudanas
sendo altamente relevantes, so contudo ao nvel da imagem, portanto
imateriais.Includo enquanto principal investidor

Via Hominis sim A credibilidade e imagem so impactadas, mas o seu funcionamento no


afetado de forma material por esta interveno, no entanto, includo
enquanto investidor

Fornecedor (OI designs) no stakeholder no includo porque no provoca impacto nas mudanas
nem o seu bem-estar afetado.

Poder Local (Junta de no No material. Divulgador do projeto nos meios de comunicao de que
Freguesia) dispem.

Outras Instituies locais no O seu funcionamento no afetado de forma material pela atividade.

Financiadores no A sua associao a um projeto de sucesso uma mudana imaterial .

311
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

1.2.2. ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS

O envolvimento dos stakeholders ocorreu em dois momentos e est diretamente ligado s atividades do
projeto e ao impacto na teoria da mudana, quer de partida quer chegada e a distncia percorrida.

Os stakeholders que foram envolvidos participaram ativamente atravs de entrevistas semi-estruturadas,


inquritos, obervao participante e recolha de literatura, antes e durante o desenvolvimento do SROI.
Marcou-nos a impossibilidade de recolher elementos mais representativos dada a dimenso da populao
alvo ser pequena (5 idosos, 3 cuidadores, 5 familiares) o que nos impele a envolver mais idosos e mais
cuidadores para maior generalizao das mudanas chegada.

O stakeholder CSPSJA confirma a necessidade de projeo de novas mudanas, nomeadamente as


relacionadas com o envolvimento dirio da famlia.

Excluiram-se stakeholders que no influenciavam as mudanas tais como: Oi Designs, Junta de Freguesia de
Arroios, Outras Instituies e Financiadores.

STAKEHOLDERS N PARTICIPANTES MTODO DE ENVOLVIMENTO

Idosos 5 Dada a Imposibilidade de recolha de elementos representativos devido


sua baixa cognio, a aplicao de inquritos e escalas foram
triangulados com: informaes: do enfermeiro do CSPSJA; avaliao dos
cuidadores e coordenador da Unidade Universitria de Geriatria da
FMUL.

Famlia 5 Entrevistas semi-estruturadas telefnicas e presenciais.

Cuidadores 3 Participao na reunio inicial para a recolha de elementos a utilizar na


especializados anlise SROI (recolha imparcial dos dados gerados nas sesses de
estimulao sensorial).

CSPSJArroios 1 Entrevistas com o diretor tcnico e geral, para determinao dos pontos
sensiveis da inter-relao com os cuidadores, idosos e familiares, que
orientaram o decurso dos trabalhos e aplicao de questionrios.

Via Hominis 2 Entrevistas de consultoria sobre a aplicao das metodologias de


estimulao sensorial e humanizao da relao, antes, durante e aps
as sesses de Snoezelen.

312
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

2. RECURSOS E ATIVIDADES
2.1. INVESTIMENTOS

O processo de viabilizao das sesses de Snoezelen passa, primariamente, pela formao de profissionais de
sade (fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros ou psiclogos) nas reas de animao ou de
servio social, que prestam apoio s organizaes. Sendo o Snoezelen um ambiente teraputico que faz uso
da estimulao sensorial, os profissionais so orientados para o uso consciente dos sentidos para aceder
memria emocional do paciente. Tal pode ser conseguido de forma continuada pelo uso profissionalizado
do toque, do olhar, da fala, da verticalidade (pilares dos cuidados em Humanitude) e/ou em salas desenhadas
e equipadas para, mais aprofundadamente, fazer uso da luz, sons, aromas, experincias tteis e propriocetivas.

Para definir um modelo de atuao que produza e monitorize resultados, necessrio o seguinte conjunto
de investimentos:

STAKEHOLDERS RECURSOS VALOR

Idosos Tempo. Devido condio de no autnomos dependentes, o seu no considerado


tempo no tem contra valor determinado por um possvel custo de
oportunidade.

Familias Tempo. A fim de monitorizar resultados, a interveno prev a no considerado


realizao de 10 entrevistas (15min/ entrevista) aos familiares no incio
e no final deste programa piloto (6 ms). Porque o tempo um
recurso sensvel, so efetuados quando vo buscar o idoso ao final do
dia.

CSPSJ Arroios Espao e equipamento a adquirir (cama de gua com sistema 3.000
vibro-acstico).

Formao (25h+35h) 875+1400

Cuidadores Especializados 225 sesses. 35min/sesso (0,65h) a 1/sesso (1) 225

Via Hominis Tempo de apoio s atividades

(1h/semana durante 30 semanas a 10/h) 300

Gesto do projecto 300

(1h/semana durante 30 semanas a 10/h) 170

Equipamento de monitorizao.

TOTAL 6 270

313
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

CLCULO DO CUSTO POR INVESTIMENTO Un EUROS


SESSO *

Custo de Funcionamento Custo total por utente (2014)* 1 370,42

Custo por dias de utilizao (2Sbado) 26 14,25

Custo por hora (09h00-18h30) 9,5 1,50

Custo por sesso (1) 0,65 1,00

Amortizao do investimento Amortizao equipamento (anos) 3 000,00 4 750,00

Amortizao formao (anos) 2 275,00 3 758,33

Soma 1 508,33

Custo por dias de utilizao 26 58,01

Custo por hora 9,5 6,11

Custo por sesso (h) 0,65 4,00

Total 5,00

* Fonte: Servios contabilisticos

2.2. RESULTADOS

A formao a pea chave deste projeto, decorrendo em contexto terico e prtico. A metodologia base,
transversal a toda a instituio Humanitude decorre ao longo de 35h (5 dias) e prepara 12 profissionais
para serem agentes de mudana e apoio ao processo de humanizao dos cuidados na organizao. O
Snoezelen prepara 3 dinamizadores de sesses em sala de estimulao sensorial ao longo de 25h (3 dias).
Estas tm a durao aproximada de 35 minutos e esto estruturadas em ciclos de 15 sesses, 2 vezes por
semana.

Neste prottipo SROI sero testados 3 ciclos de 15 sesses por paciente (45 no total) a fim de verificar e
validar os ganhos de sade e bem-estar marginais, e assim validar a eficincia e avaliar a eficcia, determinar
o custo de cada sesso e o ponto de maximizao do seu benefcio.

No incio do projeto e no fim de cada ciclo sero realizadas entrevistas com os familiares, a fim de avaliar a
evoluo da perceo da sua condio de sade e impactos no contexto familiar. Estas entrevistas so
orientadas pela equipa da Via Hominis e executadas pelos cuidadores especializados, no mbito das suas
funes que pontualmente incluem estes momentos de ponte.

314
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

SERVIOS ATIVIDADES CENTRO DE MEDIDA


CUSTOS

Formao profissional Formao Gesto Snoezelen (25h)


Humanitude (35h)

Entrevistas Avaliao Gesto 15 entrevistas (3,75h)


semi estruturadas (15 min/entrevista)

Sesses Snoezelen Preparao da sesso e materiais Gesto 1h/semana

Sesso, com monitorizao Sesso 0,65 h durao


(neurosky)

Avaliao de resultados de sade e Gesto 1h/semana


bem estar

315
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

3. TEORIA DA MUDANA
3.1. TEORIA DA MUDANA PARTIDA

O envolvimento inicial dos stakeholders permite-nos desenhar uma teoria da mudana que considere a sua
perspetiva sobre o impacto da humanizao da relao, consciente e profissionalizada (Humanitude) e o
papel que o snoezelen, enquanto momento relacional privilegiado, pode ter na vida das pessoas idosas e dos
que com elas interagem.

A interveno atravs do snoezelen pretende diminuir o impacto da privao sensorial na vida dos idosos. A
sensorialidade permite-lhe manter as capacidades cognitivas, sociais e afetivas, sempre com o foco na sua
valorizao enquanto pessoa e contribuindo para a melhoria do seu estado de sade. Para concretizar os
objetivos propostos, os colaboradores do CSPSJA, sob superviso da Via Hominis, dinamizam as seguintes
atividades: formao, entrevistas e acompanhamento.

Cada atividade no afeta apenas os seus beneficirios diretos as pessoas idosas abrangendo, ainda, outros
stakeholders que podero sentir mudanas benficas, por exemplo, ao nvel de reduo de custos da
medicao, reduo dos efeitos da agitao, ansiedade, agressividade e do sndrome do pr-do-sol o que
pressupe melhor ambiente familiar e institucional.

Os cuidadores, tambm eles beneficirios diretos, sero afetados por uma mudana positiva na medida em
que verificam que a estimulao sensorial promove comportamentos mais ajustados nos idosos, o que se
traduz numa melhoria das relaes, originando por seu turno maior motivao no trabalho.

A partir deste envolvimento, desenhamos a seguinte grelha para identificar o tipo e a relevncia das
mudanas por stakeholder, a fim de as agrupar e preparar a sua monitorizao, perceber e medir as evolues
ao longo da implementao do projeto.

STAKEHOLDERS PROBLEMA CURTO PRAZO MDIO PRAZO LONGO PRAZO

Idosos Demncia, Privao Acesso a estimulao Aumento das capacidades Melhoria e/ou
sensorial sensorial sensoriais manuteno das
capacidades
cognitivas

Conhecimento sobre a Aumento do sentimento Aumento dos


real privao sensorial de conforto e prazer sentimentos de
felicidade / auto-
estima

Recuperao de Melhoria das capacidades Aumento da


memrias afetivas relacionais perceo de carinho
sentido

Agitao, Diminuio dos Diminuio do Sndrome Reduo de


agressividade, sentimentos de ansiedade pr-do-sol psicofrmacos e
ansiedade outra medicao
complementar

Diminuio da agitao e
agressividade

316
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

STAKEHOLDERS PROBLEMA CURTO PRAZO MDIO PRAZO LONGO PRAZO

Famlias Dificuldades na Maior descanso a nvel Melhoria das relaes Maior descanso
relao com a pessoa fsico (noite) emocional
idosa

Despesas com a Reduo da medicao Diminuio de


medicao SOS e dosagem despesas com
medicao

Cuidadores Dificuldades na Maior conhecimento das Facilidade de Diminuio de


relao com a pessoa limitaes sensorias da compreender sentimentos de
idosa pessoa idosa comportamentos fsicos e angstia
emocionais da pessoa
idosa

Proporcionar lazer, Valorizao da formao Aumento da satisfao Maior valorizao e


relaxamento pessoa pessoal motivao
idosa profissional

Descoberta da pessoa por Alterao da conscincia Alterao da


detrs do corpo da importncia da relao conscincia da
perante dementes importncia da
relao entre
cuidador e a pessoa

Via Hominis Publicitao da Possibilidade de recolha e Disseminao como Valorizao enquanto


metodologia divulgao de resultados critrio de qualidade em fator multiplicador da
(servios formativos e cuidados humanizados Rede de Unidades de
infraestruturas (salas) Referncia
Humanitude (RURH)

Outras Instituies, Acesso terapia Acesso ao servio Acesso formao Integrao na RURH
Comunidade Local
Co-investimento em Democratizao do
novas salas e recursos conhecimento e
Investimento reduzido humanos especializados benefcios da
Humanitude e
Snoezelen

Poder Local (Junta de Respostas sociais Identificao de mais uma Compromisso visando a Valorizao das
Freguesia) para populao resposta para o desafio disseminao dos respostas que visem
envelhecida demogrfico atual benefcios a humanizao como
critrio de deciso
politica

Divulgao do Publicitao na Disponibilidade para Mais e melhores


projecto comunidade co-investimento em novas respostas no apoio a
infraestruturas e formao pessoas
dos recursos humanos das dependentes
respostas sociais prprias

3.2. TEORIA DA MUDANA CHEGADA

317
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

IDOSOS

A interveno em ambiente snoezelen beneficiar os clientes do CSPSJA, proporcionando-lhes atividades em


sesses especficas que promovem a base de sustentao das capacidades cognitivas, contribuindo para
maior qualidade de vida e fomentando uma relao facilitada com os cuidadores.

A estimulao multissensorial reduz a agitao e a ansiedade, levando ao aumento do nvel de auto-estima,


com consequente reflexo no bem-estar psicolgico e fsico.

Ao utilizar-se o snoezelen em estados depressivos ou distmicos tem-se como principal objetivo aumentar a
sensibilidade atravs dos recetores sensoriais que so estimulados isolada e simultaneamente numa
abordagem multissensorial e diminuir a frequncia de consultas de foro mental. O resultado pretendido
promover processos de plasticidade neuronal que ativem os processos de estabilizao cognitiva. Apesar
dos resultados imediatos, quase toda a literatura refere que os efeitos do snoezelen no perduram para l da
sesso (para alm da reduo do nvel de ansiedade, agitao e presso arterial).

De acordo com a hiptese em teste, foi possvel comprovar e extrapolar efeitos que perduram quando as
sesses so efetuadas e contextualizadas em ambiente humanizado, fazendo o uso consciente e profissional
do olhar, fala e toque na promoo da individualidade, liberdade e verticalidade da pessoa. Uma forma
continuada de subtil estimulao multissensorial antes, durante e aps a sesso.

Contudo, foi identificada a necessidade de um apoio clinico holstico e proativo para evitar teraputicas
farmacolgicas para l da sua estrita necessidade, diminuindo situaes de iatrogenia e consequente reduo
da medicao.

FAMLIAS

Paralelamente aos cuidadores formais, semelhantes mudanas podero ser observadas nas famlias enquanto

Conhecimento sobre Aumento do sentimento


a real privao sensorial de conforto e prazer
Bem-estar
psicolgico
Demncia Acesso a estimulao Aumento das capacidades
Privao sensorial sensoriais
sensorial

Recuperao de Melhoria das capacidades Estabilizao


memrias afetivas relacionais cognitiva

Reduo
da medicao

Diminuio dos sentimentos Diminuio do Sndrome


de ansiedade
Agitao,
agressividade,
ansiedade
Diminuio da agitao
e agressividade

318
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

cuidadores informais no que respeita melhoria relacional, levando a menor stress e consequente bem-estar
no ambiente familiar, causa e consequncia no desenvolvimento de estratgias de coping.

Toda a literatura afirma a clara correlao entre a sade dos familiares cuidadores e o nvel de desafio que
cuidar de um idoso demente: o desconhecimento da origem e da possibilidade de cura gera ansiedade,
irritao, depresso, alteraes na atividade profissional, nos tempos livres e de lazer, desaguando na
necessidade de recurso a frmacos psicotrpicos.

Apesar de no conseguirmos, no mbito deste prottipo, uma avaliao quantitativa e qualitativa num
perodo de tempo relevante e natural, foi confirmado como expectvel, a longo prazo, a reduo de custos
com a sade dos familiares, tambm designados como pacientes ocultos. No foram identificadas em curso
nenhumas outras terapias ou atividades com efeito direto na melhoria do estado de sade geral dos familiares
enquanto cuidadores.

H, no entanto, outras mudanas que podem impactar negativamente os stakeholders idosos e famlias. Ao
promover maior auto-estima nos idosos, a mesma pode estar associada a maior autonomia. Muitas vezes a
famlia habitua-se a gerir todas as decises, desde as mais bsicas das atividades da vida diria s financeiras.
Neste caso referimos, de modo especial, as AVDs (Atividades de vida diria). Momentaneamente, os idosos
podem apresentar a possibilidade de retomar alguma autonomia o que pode originar desencontros
familiares, tornando-se difcil perceber a disponibilidade intermitente para assumir as AVDs. Podem surgir
dvidas sobre como lidar com a situao.

CUIDADORES ESPECIALIZADOS

Dificuldades na relao Maior descanso bem-estar no


com a pessoa idosa a nvel fsico (noite) Melhoria das relaes ambiente familiar

Somatizao

Despesas com Reduo da medicao Apoio clinico Reduo de custos


a medicao SOS e dosagem holstico e proactivo com sade - familiares

Foi referido pelos cuidadores que o facto de a instituio ter implementado os cuidados em Humanitude fez
diferena, permitindo em ltima anlise que, em alguns dos casos, s aps a aplicao em contnuo dessa
metodologia foi possvel criar condies para levar os idosos sala para uma interveno mais profunda,
sistematizada e complexa. Ficou claramente expresso que s a conjugao das duas abordagens, tem
permitido que os resultados em bem estar psicolgico e estabilizao cognitiva perdurem para l do tempo
e espao das sesses, potenciando a reduo da medicao. Esta informao amplamente validada por
toda a literatura.

Os cuidadores, durante e aps a interveno no snoezelen , testemunham o aumento de empatia com as

319
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

Dificuldades Maior conhecimento Facilidade de compreender Diminuio de Perceo do


na relao com das limitaes sensoriais comportamentos fsicos e sentimentos de valor do servio
a pessoa idosa da pessoa idosa emocionais da pessoa idosa angstia que presto

Valorizao Aumento da satisfao Maior valorizao e Bem-estar


Proporcionar lazer, pessoal motivao profissional psicolgico
da formao
relaxamento
pessoa idosa

Alterao da conscincia Alterao da conscincia


Descoberta da pessoa
da importncia da relao da importncia da relao
por detrs do corpo
perante dementes entre cuidador e a pessoa

Competio
profissional
(inveja)
MUDANA
NEGATIVA

pessoas idosas. A base filosfica e as tcnicas promotoras de cuidados humanizados, por via dos seus
resultados, vo-se assim interiorizando, passando a constituir patrimnio dos cuidadores, que deles fazem a
base da sua atuao em contnuo desenvolvimento.

semelhana de um processo teraputico em que, para debelar um foco de particular dificuldade, se recorre
interveno cirrgica, unnime a informao de que a estimulao multissensorial continuada que os
cuidados em Humanitude proporcionam constitui base da mudana experimentada, onde as sesses de
snoezelen constituem o momento cirrgico para os casos mais complexos (demncias). Induzir a uma reao
humana positiva por parte de quem est sob os seus cuidados, a base da sua profisso e, por consequncia,
da sua realizao pessoal, onde o momento da sesso uma ferramenta importante para catalisar resultados.

A grande concluso, passa ento, pela perceo de que as sesses no so em si uma terapia, mas um
ambiente teraputico, se utilizado como um momento relacional privilegiado, potencialmente fonte de
realizao pessoal e profissional. A verificao desta alterao qualitativa nas relaes entre cuidadores e
idosos, permite-lhes desenvolver mais objetivamente a perceo do valor da sua profisso em geral e do seu
servio em particular.

Com os restantes cuidadores podem surgir impactos negativos1, pelo fato de nem todos poderem usufruir
do acompanhamento das sesses de snoezelen com os idosos. O snoezelen visto como um espao e
momento especial, tranquilizador para ambos. As questes da competio profissional pode ter de ser
confrontada, o que faz com que os cuidadores que acompanham os idosos no Snoezelen sejam vistos como
aqueles que esto a receber um tratamento diferenciado, j que tambm usufruem das caractersticas e
possibilidades da sala. Conseguem-se mudanas com os idosos que fora daquele ambiente no seria possvel.
E surgem questes do tipo: eu tambm sou atenciosa e no consigo os mesmos resultados, porque o
idoso prefere a outra cuidadora, o que traz desgaste emocional (por exemplo, o senhor A que no cedia a
tomar banho ajudado pela cuidadora C o que estava a originar escalada de agressividade e ansiedade foi
levado ao snoezelen pela cuidadora B encarregue das sesses e o relaxamento fez com que aceitasse
depois facilmente e se tornasse colaborante na prestao dos cuidados de higiene).

1 Conforme Anlise de sensibilidade apresentada em seo prpria.

320
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

4. PROVAS E VALOR
4.1. INDICADORES (QUANTIDADE)

IDOSOS

O bem-estar psicolgico dos idosos com sndromes demenciais foi medido atravs de dois indicadores:
necessidade de consultas de foro mental e o nvel de auto-estima. Para a sua medio foi utilizado um
inqurito aplicado aos idosos pelos cuidadores durantes as sesses de snoezelen. Para a estabilizao
cognitiva usamos uma VAS (Visual Analog Scale) fsica e o SAM (Self-Assessment-Manikin), que uma medida
pictogrfica, que utiliza a sequncia de figuras humanoides, para representar a classificao das dimenses
emocionais, facilitando a compreenso a pessoas com comprometimentos cognitivos. Permitiu-nos avaliar a
experincia do snoezelen antes e depois da interveno, considerando as duas dimenses: experincia
(cognitiva) e de bem-estar (afetiva), e assim avaliar a perceo do estado geral de sade.

A estimulao ativa mecanismos sensoriais de plasticidade e remodelao de circuitos cerebrais promovendo


a ativao da memria emocional, ateno, relaxamento, melhoras dos ritmos circadianos, concentrao e
inibio da dor, potenciando a reduo da medicao por efeito psicossomtico a nvel geral e a de
psicofrmacos em particular. A melhoria da relao com o ambiente fsico e humano, reduz a necessidade
destes ltimos para controlar a agitao, agressividade ou depresso, verificando-se no s uma reduo
quantitativa, mas tambm qualitativa (tipologia e dosagem). Estes indicadores foram avaliados com apoio
dos cuidadores formais e famlias atravs da aplicao dos questionrios, cruzados com informao e
avaliao clinica e sustentada na literatura.

FAMILIARES

Cuidar de idoso com sndrome demencial est muitas vezes associado a nveis elevados de irritao,
ansiedade e depresso, com importante influncia na sade dos familiares, sendo recorrente o uso de
psicofrmacos com natural peso nos custos com a sua sade.

A diminuio das atividades sociais frequente pela vergonha e/ou falta de tempo devido diminuta
perceo da importncia das mesmas para a sade sensorial e cognitiva. O snoezelen revela a estimulao
multissensorial como ferramenta e que deve tambm desenvolver-se em atividades da vida quotidiana,
sendo necessrio dar tempo suficiente pessoa para que possa experimentar diferentes sensaes ao longo
do dia (ex: passeios aos locais de memrias emocionais positivas, jardins, terra de origem, recuperar cheiros,
imagens e sabores).

Nesta dinmica, a perceo da qualidade do ambiente familiar e o nmero de atividades ldicas mensais que
incluam o idoso foram ento os indicadores para medir mudanas no ambiente familiar

O resultado dos inquritos e da entrevista semiestruturada foram triangulados com uma validao subjetiva
dos cuidadores que fazem a ponte com as famlias, com a literatura que refere a clara interdependncia e
fundamenta adiante a aproximao financeira, e dados da Consulta Multidisciplinar de Geriatria do HPV (feita
com a presena de pelo menos um familiar cuidador) e Visita Domiciliria de Geriatria da Unidade Universitria
de Geriatria da FMUL.

321
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

CUIDADORES ESPECIALIZADOS

O burnout profissional associado aos cuidados de pessoas dementes tem vindo a ser referido como uma das
consequncias mais marcantes, caracterizando-se pela exausto emocional, muitas vezes associada a
demisses e/ou absentismo e sem capacidade para o desenvolvimento de estratgias de coping.

A melhoria das relaes com os idosos desperta para a perceo do valor do servio prestado e
consequentemente ao aumento do nvel de satisfao profissional.

A escala WHOQOL-Bref (verso portuguesa) adaptada serve de base avaliativa das mudanas relacionadas
com o bem estar e a qualidade de vida, que, de acordo com a OMS, esto assente na conjuno dos domnios
fundamentais, fsico, psicolgico, relaes sociais e meio ambiente. Atravs da Humanitude conseguimos
intervir em todos eles, e com as sesses de Snoezelen muito particularmente no fsico e psicolgico, usando-o
como porta de entrada para a interveno preconizadaholstica e sustentvel.

Os inquritos e entrevistas foram elaborados de forma a avaliar o estado inicial e prospetivar o mesmo aps a
interveno. A mdia destas diferenas nos indicadores de cada mudana a distncia percorrida (DP), cujo
valor foi multiplicado pelo n de elementos da amostra de cada stakeholder, dando-nos assim a quantidade
de mudana experimentada.

STAKEHOLDER MUDANA INDICADOR DP QUANTIDADE

Idosos Bem-estar Psicolgico Necessidade de consultas do foro 28% 1,41


mental

Nvel de autoestima

Estabilizao Cognitiva VAS Fsica 24% 1,19

Perceo do estado geral de sade

Reduo da medicao N medicamentos por dia 28% 1,41


(excluindo psicofrmacos)

N psicofrmacos

Familias Alterao dos custos de Influncia da condio do idoso 33% 1,63


sade demente na sade dos familiares

Toma de psicofrmacos

alterao no ambiente perceo da qualidade do ambiente 20% 1,00


familiar familiar

Cuidadores N atividades ldicas mensais que


incluam o idoso

Perceo de valor do seu Frequncia de demisses ou 25% 0,75


servio absentismo

Nvel de satisfao profissional

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SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

4.2. DURAO

Triangulando os resultados de entrevistas com os dados da UUG (formada em Humanitude) que faz a
reavaliao anual, conclui-se que os efeitos perduram nos idosos e familiares de forma variada entre 6 meses
a 1 anos aps as intervenes, sendo muito dependente do nvel de acompanhamento.

Nos cuidadores a mudana toma um carcter mais permanente, mas a necessitar sempre de reforo cclico.

Usaram-se ponderaes subjetivas sobre os indicadores para ultrapassar a referida variabilidade.

Stakeholder Mudana Indicador Ponderao Anos Durao

IDOSOS Bem-estar Psicolgico Necessidade de consultas 50% 2,0 1,75


do foro mental

Nvel de autoestima 50% 1,5

Estabilizao Cognitiva VAS Fsica 60% 1,5 1,50

Perceo do estado geral de 40% 1,5


sade

Reduo da medicao n medicamentos por dia 40% 2,0 1,70


(excluindo psicofrmacos)

N psicofrmacos 60% 1,5

Familias Alterao dos custos de Influncia da condio do 40% 2,0 1,70


sade idoso demente na sade
dos familiares

Toma de psicofrmacos * 60% 1,5

Alterao no ambiente perceo da qualidade do 70% 2,0 1,85


familiar ambiente familiar

n atividades ldicas 30% 1,5


mensais que incluam o
idoso

Cuidadores Perceo de valor do seu Frequncia de demisses ou 30% 3,0 3,00


servio absentismo

nvel de satisfao 70% 3,0


profissional

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SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

4.3. APROXIMAES FINANCEIRAS

IDOSOS

Bem-estar psicolgico: devido aos compromissos cognitivos, no verosmil obter respostas credveis
declaradas, pelo que fizemos busca no mercado para o valor mdio de sesses de psicoterapia2 como
abordagem alternativa. Assumiu-se o critrio do mesmo nmero de sesses: 40/sesso x 45 sesses =
1800.

Estabilizao cognitiva: com base num estudo suo de 2015, onde cuidadores informais foram questionados
quanto estariam disponveis para pagar (ano) pela estabilizao das habilidades cognitivas e funcionais das
pessoas sob seus cuidados, fizemos a mesma pergunta aos familiares da nossa populao, colocando os
valores numa base comum de acordo com o nmero de sesses previstas (225) e cruzamos os dados. Os
resultados foram praticamente coincidentes: mdia de 45/sesso nos nossos questionrios e de 43,73 no
estudo suo. Para a transferncia do valor da realidade sua para a portuguesa, foi usado o conversor PPC
(0,52).

Dado a relevncia e consistncia do estudo suo3 (126 participantes), optmos pelos resultados deste,
obtendo assim um valor um pouco mais conservador: 43,73 x 225 sesses = 9.840.

Reduo da medicao: segundo um estudo publicado na revista brasileira de Geriatria e Gerontologia em


2012, em resultado de uma unidade universitria de geriatria idntica portuguesa, sobre a polimedicao,
inapropriao e o uso de psicofrmacos em pacientes com idade mdia de 75 anos, verificou-se que a mdia
era 7,3 medicamentos, dos quais 1,75 (24%) so psicofrmacos. Estes dados so ligeiramente inferiores aos
registados pela UUG, mas ainda no esto publicados, pelo que mais uma vez optamos pela aproximao
mais conservadora4. Segundo o INFARMED, o preo mdio do medicamento em Portugal de 10,09 (2014).
Partindo do pressuposto que cada embalagem d para 1 ms e o perodo do projeto so 6 meses: 10,09 x 6
x 7,3 = 442, dos quais 106 (24%) so psicofrmacos.

FAMLIAS

Reduo dos custos de sade: sabendo que a maioria da populao em Centro de Dia reside, ou com o
cnjuge ou com a famlia de um filho (ou com o suporte direto deles), isso indica-nos que um idoso demente
cuidado informalmente em mdia por duas pessoas. Em consequncia direta ou indireta do papel de
cuidador, 48% tomam psicofrmacos, desenvolvendo 17% deles problemas de sade mental5. Segundo o
relatrio Psicofrmacos: Evoluo do consumo em Portugal Continental (2000 2012 INFARMED), a mdia
ponderada do consumo de ansiolticos, anti- depressivos e soporferos, de 0,5/dia. Sendo pelo menos 1
dos cuidadores tambm idoso, fizemos uso do rcio 1,75 psicofrmacos/pessoa da AF anterior, sendo ento
o custo mdio no perodo de: 0,5 x 1,75 x 180 dias = 157,50.

2http://rutelemos.com/honorarios.html
3http://www.globalvaluexchange.org/valuations/alzheimers-disease-patients-willingness-to-pay-for-the-prevention-of-further-detrioration-(median-household-
wealth)/
4http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-98232012000100006&script=sci_arttext
5http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/7152/2/Cuidadores%20Informais%20de%20Doentes%20de%20Alzheimer%20Sobrecarga%20Fis.pdf

324
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

Ambiente familiar: o acolhimento de um idoso demente impacta normalmente negativamente no ambiente


familiar. Foi verificado que para uma mudana positiva neste, elas esto dispostas a pagar por sesses de
terapia conjunta6. Buscando no mercado portugus, chegamos ao valor mdio por sesso de 45/sesso
para uma periodicidade quinzenal7. Para o perodo considerado teremos 45 x 6 meses x 2 (quinzenal) =
540.

CUIDADORES ESPECIALIZADOS

Perceo do valor do seu servio: na sade e no servio social, cuidar est inerente verificao de efeitos
positivos na sade e bem-estar da pessoa cuidada. A no se verificar, gera-se uma perceo de incumprimento
com o seu propsito, algo que tem a sua origem na mais profunda caracterstica humana a utilidade. Por
serem profisses sustentadas essencialmente na relao, a necessidade de satisfao com os resultados
mais evidente, verificando-se a predisposio para abdicar at 35% do salrio para a obter8. Usando da tabela
salarial de Assistente Social/Fisioterapeuta nvel VIII em IPSS (perfil mdio), temos ento: 773 x 35% x 6
meses = 1.623.

Stakeholders Mudana Aproximao financeira (AF) Valor da AF

Idosos com Bem- estar psicolgico Sesses de Psicoterapia 1 800,00


sndrome demencial
Establizao cognitiva Revelada:Disponibilidade para pagar pela 9 840,00
estabilizao das habilidades cognitivas e
funcionais (Suia)

Declarada: idem

Reduo da medicao Custo do consumo mdio de frmacos em 442,00


idosos com mdia de idade de 75 anos (6
meses)

Famlias Reduo dos custos de sade Influncia da condio do idoso demente na 157,50
sade dos familiares

Toma de psicofrmacos

Alterao no ambiente familiar Perceo da qualidade do ambiente familiar 540,00

N atividades ldicas mensais que incluam o


idoso

Cuidadores Perceo de valor do seu servio Frequncia de demisses ou absentismo 1 623,00


especializados
Nvel de satisfao profissional

6 http://www.globalvaluexchange.org/outcomes/satisfaction-of-family-relationships-(change-in)/
7 http://www.innerways.pt/precario
8 http://www.globalvaluexchange.org/valuations/wage-cut-that-people-would-take-to-work-in-a-job-they-like/

325
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

5. IMPACTO E RETORNO SOCIAL


5.1. ATRIBUIO I

A Humanitude e o Snoezelen foram inequivocamente identificados pelos cuidadores e CSPSJA, como os


nicos fatores que contriburam para a mudana, concluindo-se que se o projeto no haveria outros fatores a
concorrer para as mesmas mudanas (logo, considerou-se no haver atribuio do tipo I a descontar ao valor
das mudanas).

Quanto aos familiares no foi fcil obter uma resposta objetiva, pois a ideia de fatalidade condiciona muito
a reflexo.

5.2 ATRIBUIO II

Este tipo de atribuio foi encontrada atravs das entrevistas semi-estruturadas realizadas aos cuidadores,
respondendo por si e enquanto elementos de ligao com os idosos e familiares a quem entrevistaram sobre
outras atividades que considerem estar a contribuir para as mudanas. Nestes nada registaram, contudo h
percepo de que a interao coletiva recorrendo msica, aparenta contribuir para as suas e dos idosos.

STAKEHOLDERS MUDANAS AT II FONTE/QUESTO

Idosos com sndrome Bem- estar psicolgico 10% Tem frequentado outras atividades no Centro que
demencial podem contribuir para estas mudanas?

Estabilizao cognitiva 10%

Reduo da medicao 10%

Famlias Alterao dos custos de sade 0%

Alterao no ambiente familiar 0%

Cuidadores Perceo de valor do seu servio 10% A entrevista semi-estruturada realizada aos
especializados cuidadores revelou a percepo de que h
caractersticas pessoais que favorecem a relao

5.3. TAXA DE REDUO


medida que o tempo passa aps as atividades, mais as mudanas esto expostas a fatores externos que
podem reduzir o impacto. A reduo explora a deteriorao dos efeitos da atividade ao longo do tempo. O
reforo da formao, a superviso e a dinmica institucional segundo a Humanitude garantem a manuteno
das mudanas. Foi calculada com base nos resultados das entrevistas semi-estruturadas aos stakeholders.

326
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

STAKEHOLDER MUDANA REDUO FONTE/QUESTO

Idosos com sndrome Bem- estar psicolgico 75% Entrevistas semi-estruturadas realizadas e
demencial trianguladas com enfermeiro do CSPSJA e
UGG FMUL/HPV.

Establizao cognitiva 75%

Reduo da medicao 75%

Famlias Alterao dos custos de sade 50% Daqui a 1 ano quanto acha que poderia ser
a reduo dos custos em sade

Alterao no ambiente familiar 50% Daqui a 1 ano quanto acha que poderia
melhorar o ambiente familiar

Cuidadores especializados Perceo de valor do seu servio 25% Daqui a 1 ano quanto acha que poderia
melhorar o ambiente familiar

5.4. DESLOCAO

Para a determinao da deslocao questionaram-se os stakeholders se h outras pessoas impactadas pela


interveno do Snoezelen-Humanitude e, no caso de haver, se esse impacto positivo ou negativo. Nenhum
inquirido referiu que o impacto negativo, o que nos faz concluir que a Deslocao para todos os stakeholders
zero.

5.5. CLCULO DO RETORNO SOCIAL

O SROI o resultado do balanceamento do custo dos recursos aplicados para a estruturao e


operacionalizao do projeto, com os benefcios por si gerados e identificados junto de todos os stakeholders
envolvidos e includos nesta anlise.

Apesar de prospetiva, a nossa avaliao pde beneficiar dos primeiros outcomes ao fim de apenas 5 sesses,
possibilitando o seu uso enquanto orientadores do processo avaliativo e dos fatores ter em conta na
construo do indicador SROI, cujo resultado est espelhado no mapa de impacto9.

Com um investimento global bsico de apenas 6.270 (uma sala de snoezelen completa custa cerca de
10.000), o resultado de 1:5,39 demonstra que a nossa proposta de conjugao com a humanizao da
relao, profissionalizada, potencia mais impacto e valor, com menos custos que o investimento na tecnologia
e os seus efeitos perduram.

9 O Mapa de Impacto, com os dados essenciais desta anlise, apresentado no final

327
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

5.6. ANLISE DE SENSIBILIDADE

Importa determinar o grau de robustez do modelo e de dependncia (risco) quando exposto a variaes no
comportamento dos stakeholders ou nos fatores que condicionam as mudanas.

Para analisar a sensibilidade s variaes, usmos duas abordagens distintas:

- uma para avaliao mais macro, procurando determinar se h risco de a avaliao estar demasiado
dependente dos parmetros de maior peso identificados na observao do mapa de impacto e dos grficos
1 e 2, impondo cortes nestes at se chegar ao rcio 1:1;

- e um segundo para uma avaliao mais qualitativa, decorrente das dificuldades ou fragilidades
metodolgicas sentidas na colheita dos dados, vertidas numa anlise de cenrios extremos.

Da observao dos grficos e do mapa de impacto, verifica-se um elevado peso do stakeholder Idosos, e
dentro destes da mudana estabilizao cognitiva, provavelmente muito condicionada pela escolha da
aproximao financeira.

Para alm do teste da reduo neste fatores, impusemos igualmente importantes redues naqueles em que
no foram encontradas relevantes condicionantes, como os descontos (atribuies I e II), testando assim o
efeito de uma eventual m identificao nestes captulos.

Pela anlise dos efeitos marginais na abordagem 1:1 e das variaes conducentes para cenrios extremos,
conclui-se que o cenrio de grande dependncia dos fatores de avaliao referentes aos idosos no tm uma
correlao direta, estando antes mais exposto ao risco de outras intervenes contributivas para as mudanas
(atribuio II) -o que est em linha com a relevncia da Humanitude no projeto ou da durao - o que est
em consonncia com a literatura.

Alterao dos parmetros SROI Efeito


5,39 marginal

Aumentar a Atribuio 1 para todas as mudanas em 20% 4,31 20%

Diminuir a Aproximao Financeira de maior valor em 30% 3,44 20%

Aumento de atribuio II de todas as mudanas em 20% 2,68 22%

Diminuir a Aproximao Financeira de 2 maior valor em 15% 2,60 3%

Reduzir a quantidade de mudana de 30% nas famlias 2,55 2%

Reduzir em 1 ano a durao da mudana nos Idosos 1,40 45%

Aumento da taxa de reduo em 15% 1,38 1%

Reduzir a quantidade de todas as mudana em 20% nos Idosos 1,19 14%

at 1,00 Rcio 1:1

328
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

Apesar de na parte final deste piloto termos ficado convencidos que o stakeholder outros cuidadores dever
ser avaliado de forma independente e includos, a sua influncia no de todo crtica para a robustez do
modelo, representando aproximadamente apenas 0,23.

Desta anlise resulta que, em contexto real, nula a possibilidade do retorno deste projeto ser negativo, e
que as variaes, negativas ou positivas, dificilmente atingiro os 30%.

SROI 5,39 Otimista

Stakeholder Descrio Racional Hiptese Variao SROI


cumulativo

Idosos A falta de aplicao de Porque tm um grande peso na anlise, e foram Alterao na 25% 6,55
diagnstico multisdisciplinar identificadas potencias significativas alteraes numa quantidade
causa de grande nmero de avaliao sumria pela metodologia Avaliao
iatrogenias clinicas e Geriatrica Global da UGG
medicamentosas, com efeitos
diretos em todas as mudanas
medidas

Famlias Custos de Sade Dificuldade dos familiares se exporem a questes Alterao na 25% 6,57
sobre a sua sade mental, tendo ficado a sensao de quantidade
que muito ficou por ser dito e avaliado

Famlias Ambiente Familiar As respostas prospetivas sobre a possibilidade do Alterao na 30% 6,63
aumento das atividades ldicas e impacto no quantidade
ambiente familiar, so muito heterogneas e
condicionadas pela noo de fatalismo

Cuidadores Perceo do valor do servio Constrangimento na manifestao da insatisfao Alterao na 20% 6,72
Especializados durante o questionrio, pois a questo da quantidade
confidencialidade no estava expressa. Dificuldade
em assumirem um perfil representativo da classe antes
dos efeitos da Humanitude

Outros Aps 1 ms de projeto, os efeitos No foram antecipados impactos nos restantes Incluso como 50% 6,95
Cuidadores nos idosos melhorou a eficcia cuidadores, pois eles receberam igualmente formao Stakeholder.
da interao com os restantes em Humanitude para o sustento dos resultados fora Dado ser
cuidadores da instituio das sesses. Contudo, estas ampliaram para l do semelhante aos
expectvel os efeitos, melhorando as relaes de cuidadores
todos os profissionais com os idosos. especializados,
usaremos % da
Quantidade
destes

Idosos Atribuio II de todas as Humanitude enquanto projeto autnomo


mudanas ser atribuvel s
Humanitude

SROI ajustado 29% 6,95

329
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

SROI 5,39 Pessimista

Stakeholder Descrio Racional Hiptese Variao SROI


cumulativo

Idosos A falta de aplicao de diagnstico Porque tm um grande peso na anlise, e Alterao nas aprox. -20% 4,46
multisdisciplinar causa de foram identificadas potencias financeiras
grande nmero de iatrogenias significativas alteraes numa avaliao
clinicas e medicamentosas, com sumria pela metodologia Avaliao
efeitos diretos em todas as Geriatrica Global da UGG
mudanas medidas

Famlias Custos de Sade Dificuldade dos familiares se exporem a Alterao nas aprox. -25% 4,44
questes sobre a sua sade mental, tendo financeiras
ficado a sensao de que muito ficou por
ser dito e avaliado

Famlias Ambiente Familiar As respostas prospetivas sobre a Alterao na quantidade -20% 4,40
possibilidade do aumento das atividades
ldicas e impacto no ambiente familiar,
so muito heterogneas e condicionadas
pela noo de fatalismo

Cuidadores Perceo do valor do servio Constrangimento na manifestao da Alterao na quantidade -15% 4,33
Especializados insatisfao durante o questionrio, pois a por efeito de mudanas
questo da confidencialidade no estava negativas na relao
expressa. Dificuldade em assumirem um com os restantes
perfil representativo da classe antes dos cuidadores
efeitos da Humanitude

Outros Aps 1 ms de projeto, os efeitos No foram antecipados impactos nos Mudanas negativas por -10% 4,28
Cuidadores nos idosos melhorou a eficcia da restantes cuidadores, pois eles receberam inveja da possibilidade
interao com os restantes igualmente formao em Humanitude de privarem com os
cuidadores da instituio para o sustento dos resultados fora das idosos no ambiente
sesses. Contudo, estas ampliaram para l relaxante da sala.
do expectvel os efeitos, melhorando as Reduo da Quantidade
relaes de todos os profissionais com os
idosos.

Idosos Atribuio II de todas as mudanas Humanitude enquanto projeto autnomo Alterao na -50% 4,09
ser atribuvel s Humanitude Quantidade

SROI ajustado -24% 4,09

330
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

6. CONCLUSO E
RECOMENDAES
O rcio SROI obtido (1:5,39) a sntese final do processo de medio dos recursos e do impacto social do
Snoezelen-Humanitude no Centro Social e Paroquial de So Jorge de Arroios (CSPSJA).

Como seria de esperar o projeto tem mais impacto nos seus beneficirios diretos - os idosos. Dentro deste
grupo, o snoezelen evidencia que o impacto maior junto dos que tm sndrome demencial, mas que
necessita de uma metodologia relacional de suporte base para a permanncia dos resultados - a a
Humanitude prova-se eficaz.

As mudanas com maior impacto nos idosos so a estabilizao cognitiva e a reduo da medicao. No
entanto, esta confirma a necessidade de diagnsticos e teraputicas mais assertivas e menos iatrognicos
pelo que estar subavaliada.

Os cuidadores especializados apresentam as sesses como ambiente teraputico atravs da relao que se
estabelece com o idoso. Referenciam que a captura sensorial, enquanto estratgia apreendida na
Humanitude, um dos pilares da sesso e da potenciao dos efeitos teraputicos, consequentemente da
sua realizao profissional e pessoal.

Verifica-se na anlise grfica (grfico 1) que as mudanas relativas estabilizao cognitiva (68%) e o bem-
estar psicolgico (15%) dos idosos so as mais relevantes. Daqui podemos concluir que se a base sensorial
-em analogia com a pirmide de Maslow - e relacional - Humanitude - estiverem satisfeitas, mais facilmente
os processos cognitivos e emocionais encontram sustentabilidade.

5+32+2315329
RETORNO POR MUDANA (grfico 1)

Bem-estar psicolgico 15%

Estabilizao cognitiva 68%

Reduo da medicao 3%

Reduo dos custos de sade 2%

Melhoria no ambiente familiar 4%

Perceo de valor do seu servio 8%

No grfico seguinte (grfico 2) comprova-se que os maiores beneficirios (86%) desta interveno so os
idosos.

331
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

86+6+8
RETORNO POR STAKEHOLDER (grfico 2)

Idosos 86%

Famlias 6%

Cuidadores 8%

PONTOS FRACOS

Acreditamos que os resultados positivos desta anlise no refletem a totalidade do impacto do trabalho
realizado e que devero ser tidos em conta em futuras avaliaes e na interpretao do atual SROI:

A recolha de informao junto dos idosos e famlias foi um desafio cuja soluo se revelou no muito
eficiente. As sndromes demenciais impem limitaes cognitivas, e dificuldade em detetar a
necessidade e a avaliao das mudanas. A famlia por seu turno, para l das caractersticas j descritas
nesta anlise, desconhecia o Snoezelen. Os questionrios como forma de recolha da informao foram,
apesar de tudo, a metodologia possvel no espao de tempo til disponvel, sendo necessrio recorrer
a triangulao de informaes junto de cuidadores e do diretor do CSPSJA. Por esta razo, a Via
Hominis agora j dispe de equipamento e materiais que iro ser utilizados, no futuro, como
complemento dos questionrios, sobretudo no que respeita aos idosos.
O prazo extremamente limitado para a criao da sala e a necessidade de mais equipamento para
catalisar as distncias percorridas nos idosos, indutoras das mudanas nos outros stakeholders.

PONTOS FORTES

A robustez do modelo provado pela anlise de sensibilidade.


atribudo alto valor ao equipamento do snoezelen e demasiado exigente a relao-cuidado
personalizado, ambos portanto com pouco retorno. Esta anlise permite-nos perceber que o valor da
sesso e do investimento rapidamente compensado com as mudanas observadas, a partir do
modelo formativo e de interveno proposto.
A Humanitude enquanto conceito de natureza antropolgica faz-nos perceber essncia da nossa
condio humana, que se materializa em relaes e sentimentos de utilidade. nesta perspetiva que
ousamos conceptualizar que esta base filosfica suporta a interveno no ambiente snoezelen, na
medida em que fornece instrumentos e estratgias prticas para a abordagem pessoa idosa.

332
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

RECOMENDAES

No foram confirmadas e portanto, no foram alvo de quantificao e valorizao, mas podem ocorrer outras
mudanas que podem impactar negativamente os stakeholders idosos e famlias. Ao promover maior auto-
estima nos idosos, a mesma pode estar associada a maior autonomia. Muitas vezes a famlia habitua-se a
gerir todas as decises, desde as mais bsicas das atividades da vida diria (AVDs) s financeiras.
Momentaneamente, os idosos podem apresentar a possibilidade de retomar alguma autonomia o que pode
originar desencontros familiares, tornando-se difcil perceber a disponibilidade intermitente para assumir as
AVDs. Podem surgir dvidas como lidar com a situao. Futuramente devem ser consideradas e quantificadas.

Um SROI prospetivo encerra a possibilidade e a oportunidade de melhorar e ser mais evidenciador. Neste
sentido, devero ser includos como stakeholders os demais cuidadores, uma vez que tambm so
beneficirios e potenciadores de mudanas.

Nos idosos com demncias, prova-se de grande utilidade a utilizao de equipamentos como neurosky,
termmetro do stress e biodots em complemento dos questionrios/escalas avaliativas.

As famlias necessitam de uma estratgia de envolvimento, pois tendem a ser demasiado distantes em
virtude do sentimento generalizado de fatalidade, impotncia e at de desdm. Aes formativas de
cuidadores informais nas tcnicas Humanitude podem ser uma boa oportunidade para as instituies, quer
para o envolvimento dirio, quer para o desenvolvimento de fontes de recolha de dados, proporcionando
melhor contextualizao para a aplicao de questionrios, entrevista e possibilitar a criao de grupos
focais.

O Snoezelen-Humanitude deve concorrer para dar aos cuidadores o calor e o humanismo que do qualidade
aos cuidados, como vimos pode alterar inteiramente o proscnio teraputico, desde que acompanhado por
uma prtica clnica conforme.

333
SNOEZELEN COM IDOSOS EM CONTEXTO HUMANITUDE - Via Hominis

7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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335
8. MAPA DE IMPACTO

Stakeholders Recursos Resultados Mudanas Descontos (DC) Impacto Clculo do Retorno Social

Quem afetamos/ O que vo eles Valor Atividades em nmeros Descrio Indicador (QT) Durao Aproximao Financeira (AF) Valor AT I DES AT II Reduo QT x AF - DC Taxa de Desconto 5.50%
nos afeta? investir?
O que muda nas suas vidas? Como medimos a mudana? Que preo atribumos mudana? Ano 0 Ano 1 Ano 2

Idosos com Tempo 0.00 225 sesses - 3 ciclos de 15 sesses em 5 Bem-estar Psicolgico necessidade de consultas do foro 1.41 1.75 Sesses de Psicoterapia: 40/sesso x 45 sesses 1,800.00 0% 0% 10% 75% 2278.125 2,278.13 2,278.13 569.53
sindromes idosos referenciados mental
demnciais
Nvel de auto-estima

Estabilizao Cognitiva VAS Fsica/SAM 1.19 1.5 Disponibilidade para pagar pela estabilizao das 9,840.00 0% 0% 10% 75% 10516.5 10,516.50 10,516.50 2,629.13
habilidades cognitivas e funcionais (Suia): PPC (Suia/
Perceo do estado geral de Portugal) 81,3/154,5 = 0,52 x 18.700
sade

Alterao da medicao (reduo) N medicamentos por dia 1.41 1.7 Preo mdio do medicamento em portugal 10,09; 442.00 0% 0% 10% 75% 559.406 559.41 559.41 139.85
(excluindo psicofrmacos) durao mdia 1 ms; n mdio de frmacos no
paciente idoso 7,3;periodo do piloto: 6
N psicofrmacos meses:10,09x7,3x6

Familias Tempo 0.00 15 entrevistas (3,75h) semi estruturadas Alterao dos custos de sade Influncia da condio do idoso 1.63 2 Valor dos Psicofrmacos: 0,5/dia mdia ponderada do 157.50 0% 0% 0% 50% 255.938 255.94 255.94 127.97
(15 min/entrevista) (reduo) demente na sade dos familiares consumo das vrias tipologias de psicofrmacos x 180
dias x 1,75 (n mdio de psicofrmacos nos idosos - a
Toma de psicofrmacos maioria dos cuidadores so igualmente idosos-
conjuge)

Alterao no ambiente familiar Perceo da qualidade do 1.00 2 Terapia familiar: 45/sesso para uma frequncia 540.00 0% 0% 0% 50% 540 540.00 540.00 270.00
(melhoria) ambiente familiar quinzenal x 6 meses x 2 sesses

N atividades ldicas mensais


que incluam o idoso

Cuidadores Sesses 225.00 5 idosos x 45 sesses =225 Perceo de valor do seu servio Frequncia de demisses ou 0.75 3 Valor da reduo salarial que os trabalhadores estariam 1,623.00 0% 0% 10% 25% 1095.525 1,095.53 1,095.53 821.64
Especializados absentismo dispostos a abdicar por um aumento da satisfao com
o seu trabalho: Assistente Social/Fisioterapeuta nivel
nvel de satisfao profissional VIII em IPSS: 773 X35%X6 meses

CPSSJ Arroios Formao 875.00 1 formao - 25h para 3 fisioterapeuta/


snoezelen Assistente social

Formao 1,400.00 1 Formao 35h para 12 cuidadores


Humanitude

Equipamento 3,000.00 Equipamento base para1 sala de


estimulao sensorial

Via Hominis CRL Controlo de 300.00 30h - 1h/semana


qualidade

Gesto do 300.00 30h - 1h/semana


projeto

Monitores 170.00 1 monitor EEG; 1 Stress Thermometer


neurofeedback

Total 6,270.00 Total 15,245.49 15,245.49 15,245.49 4,558.12

Valor presente de cada ano (aps 15,245.49 14,450.70 4,095.25


descontos)

Valor atual lquido total (VAL) 33,791.45

VAL - Investimento 27,521.45

Retorno Social por (VAL / 5.39


investimento)
GLOSSRIO

CONCEITO DEFINIO

mbito Atividades, calendrio, limites e tipo de anlise SROI.

Amostra Conjunto de pessoas representativas de uma populao.

Amostra "bola de neve" Quando se pede aos inquiridos que sugiram outros potenciais respondentes que obdeam a certas
caractersticas (particularmente til quando difcil encontrar pessoas disponveis para responder)

Amostra aleatria Amostra onde toda os elementos tiveram a mesma probabilidade de ser seleccionados.

Amostra no aleatria Feita por motivos de custo-eficincia ou de convenincia (ex: amostra constituida por qualquer
pessoa que aceite responder s questes)

Anlise 1:1 Clculo de quanto seria necessrio mudar em cada parmetro para que o retorno social por 1
investido fosse igual a 1 de valor social.

Anlise apoiada na Construo de sries de valores que os parmetros crticos podem assumir e test-los,
substituio livre independentemente no SROI, para saber como se altera o rcio SROI.

Anlise de Cenrios Consiste em usar combinaes de valores otimistas e pessimistas, relacionados com uma srie de
hipteses que culminam na criao de cenrios realistas. Uma vez criados os cenrios, substituem-se
os parmetros no mapa de impacto e calcula-se o SROI de cada cenrio.

Anlise de Grficos Consiste em recorrer representao visual para perceber de que forma diferentes componentes
pesam no resultado final do SROI.

Anlise de sensibilidade Conjunto de tcnicas para avaliar como reaje o modelo analtico cajo a alteraes em parmetros
crticos.

Anlise de variaes Consiste em considerar o impacto relativo de uma variao absoluta nas diferentes componentes do
SROI.

Anlise reflexiva Consiste em refletir sobre um conjunto de categorias de parmetros e definir, com base na
experincia de terreno e no conhecimento da envolvente do projeto, quais so os fatores mais
importantes a medir.

Aproximao financeira Aproximao ao valor de uma mudana, utilizada quando impossvel obter uma medida exata e
direta.

Atividade Qualquer evento que provoque o consumo de recursos.

Atividades de suporte Atividades que esto relacionadas com todas as outras e que acontecem independentemente do
nmero ou conjunto de servios fornecidos. Representam custos indiretos.

Atribuio I Proporo de mudana que teria acontecido independentemente da atividade em causa.

Atribuio II Proporo de mudana passvel de ser imputada a terceiros.

CAPEX So gastos de capitais ocorridos quando uma empresa investe na compra, melhoramento,
desenvolvimento ou extenso da vida de activos corpreos, tais como infra-estruturas,
equipamento, sistemas, propriedades, etc. que tenham um perodo de vida til (produzam
benefcios) superior ao exerccio (um ano); portanto sujeito a reconhecimento do respectivo custo
via amortizaes.

337
CONCEITO DEFINIO

Coeficiente de alocao Razo que explicita qual o consumo de despesas gerais por cada atividade.

Construes binrias Quantificao da mudana obtida atravs da diviso de um dado stakeholder em dois grupos de
individuos consoante terem ou no experienciado a mudana. A quantidade da mudana neste caso
representada pela percentagem de individuos que experenciaram a mudana.

Custeio por Atividades Mtodo para o tratamento dos custos indiretos atravs da anlise das atividades e das medidas de
atividade.

Custo indireto Custos que so partilhados entre os servios prestados, a que j nos referimos como atividades de
suporte.

Custos Gastos incorridos com os fatores de produo.

Custos Diretos Custos que variam proporcionalmente em funo da quantidade de cada atividade.

Desconto Processo de recalcular ganhos e custos financeiros futuros para o valor presente, com o objetivo de
chegar ao Valor Atual Lquido (VAL).

Desgaste Componente da taxa de reduo que capta o efeito de algumas mudanas, cuja durao vai alm da
atividade, poderem simplesmente desgastar-se custa de outros fatores - e por esse motivo os
stakeholders deixam de as experienciar (por exemplo, perdem o emprego que tinham conseguido
com o projeto).

Deslocao Proporo de mudana que conseguida custa de outras mudanas. uma mudana positiva ou
negativa que geramos na comunidade de forma no intencional em consequncia dos processos de
mudana desencadeados pela nossa atividade.

Despesas Gastos associados ao ato da venda - dispndio no processo de aquisio de receita.

"Distncia Percorrida Medida do processo de mudana expresso ocorrido entre dois perodos de tempo. Medir a distncia
percorrida requer avaliar, pelo menos, duas ocasies distintas para entender o que mudou: o
momento inicial (T0) e o momento atual (T1).

Dupla Contagem ou Falcia que ocorre quando se conta uma mudana mais do que uma vez, o que resulta numa
Duplicao quantidade de mudana errada, isto , superior real.

Entrevistas Conversa entre duas uma ou mais pessoas com um fim determinado. Diferencia-se do questionio
pois neste ltimo as perguntas e respostas so feitas de forma escrita.

Environamental Identity Foi projetada para medir em que grau os indivduos se identificam com o ambiente natural e as
Scale causas ambientais. composta por 28 items que so classificados numa escala de Likert de 5 pontos,
variando de 1 (discordo plenamente) a 5 (concordo plenamente).

Escala Converte o total de mudana nas unidades de medida que definimos previamente (portanto
converte a mudana num indicador).

Escala De Autoeficcia Escala de 10 items desenhada para medir a capacidade para lidar de forma eficaz com diferentes
Geral Percecionada situaes stressantes. Nesta escala pede-se aos respondentes que digam de 1 a 4 (em que 1 De
modo nenhum verdade e 4 Exatamente Verdade).

FSE Fornecimento de Servios Externos (por exemplo, gua, luz, contratao de pequenas reparaes,
etc.).

Gastos Custos financeiros para a obteno de produtos ou servios.

338
CONCEITO DEFINIO

Grupo Focal Mtodo de recolha de dados que permite encontrar-se com stakeholders de uma s vez para
discutir um conjunto de tpicos. Metodologia indicada para recolher um grande conjunto dados
num curto perodo de tempo e para compreender normas sociais.

"Impacto Valor da mudana deduzido dos descontos (atribuio I e II, deslocao e reduo).

Indicador Traduz a unidade em que a mudana vai ser medida.

Indicadores Diretos/ Indicadores indiretos so as aproximaes que fazemos quando no existe informao imediata
Indiretos sobre aquilo que pretendemos medir. Indicadores diretos so medidas extradas dos resultados.

Indicadores qualitativos/ Indicadores podem ser quantitativos como taxas, percentagens e rcios - ou medidas qualitativas,
quantitativos que captam as percees dos stakeholders sobre um determindado tema.

Indicadores Subjetivos/ Indicadores subjetivos dependem da perceo do stakeholder; os objetivos so os observveis.


Objetivos

Inqurito apreciativo Mtodo de desenvolvimento organizacional que envolve todos os stakeholders no sentido de
incrementar os pontos fortes da organizao.

Inqurito com mtodo de "Mtodo de envolvimento de stakeholders que recorre a grupos estruturados de especialistas,
Delphi inquiridos individualmente sobre determinado tema.

Investimentos As contribuies monetrias e no monetrios que so feitas, ou que tm que ser feitas, para que a
atividade tome lugar.

Mapa de impacto Representao visual de como a organizao utiliza certos recursos para completar atividades que,
por sua vez, levaro os stakeholders a sentir determinadas mudanas.

Mapa Mental Diagrama construdo a partir de uma ideia central, a partir da qual se ramificam conceitos
associaodos. Muito utilizado para explorar processos criativos.

Materialidade Considera-se material a informao que, omitida ou distorcida, pode alterar o fundamento do
julgamento e decises dos stakeholders.

Medida de atividade Unidade utilizada para quantificar os custos. Este termo sinnimo de unidade de medida, uma vez
(condutor de custos) que esta medida conduz ou indica a quantidade de custos a ser alocada.

Medidas de durao Contagem da quantidade de tempo necessria para executar uma atividade

Medidas de transao Contagem do nmero de vezes que uma atividade acontece.

Modelo lgico Mtodo que mostra visualmente as relaes causais entre recursos, atividades, resultados e impactos.
Tambm referida como quadro lgico ou teoria da mudana, est na base da metodologia SROI.

Monetizao/Valorao Atribuio de um valor financeiro a algo.

Mudana Alterao que ocorre na vida de um stakehoder como resultado de uma atividade (outcome em
Ingls).

Mudanas Intangveis Os indicadores podem caracterizar resultados, que so mudanas facilmente verificveis, claramente
definidas e simples de quantificar (por exemplo, taxa de reincidncia dos ex-presidirios). Podem
ainda caraterizar mudanas intangveis, ou seja, mudanas mais subtis que carecerem de um grau
de anlise mais aprofundado na sua construo (por exemoplo, o nvel de segurana sentido pela
comunidade).

339
CONCEITO DEFINIO

Observao Participante Forma de recolher dados cujo objetivo compreender o dia a dia da populao que ir ser alvo da
mudana.

Preferncias Declaradas Mtodo de construo de aproximaes financeiras que recorre a fontes primrias e que se aplica
quando o comportamento do mercado no observvel. Neste mtodo os stakeholders so
convidados a expor suas preferncias em cenrios hipotticos.

Preferncias Reveladas Mtodo de construo de aproximaes financeiras que recorre a fontes secundrias, isto ,
observao das preferncias reveladas pelo comportamento do mercado atual. Representa a
evidncia do mundo real sobre as escolhas que os indivduos fazem.

Questo Recolhe informao sobre a mudana luz dos indicadores e escalas concebidos.

Questo aberta Questo qual o inquirido pode resposta de forma livre.

Questo fechada Questo onde o inquirido est sujeito a um conjunto de respostas fornecidas partida.

Questionrio Questionrio uma tcnica de investigao composta por um nmero grande ou pequeno de
questes apresentadas por escrito que tem por objetivo propiciar determinado conhecimento ao
pesquisador. Diferencia-se da entrevista pois nesta ltima as perguntas e respostas so feitas de
forma oral.

Rcio SROI Valor atual lquido do retorno social dividido pelo total do investimento.

"Receita O valor monetrio que a organizao recebe das suas vendas, doaes, contratos, subsdios ou de
outras fontes.

Recuperao dos custos Recuperao dos custos totais que uma organizao teve para desenvolver e vender o seu produto
totais ou servio.

Reduo Mede a desvalorizao a que a mudana pode estar sujeita com o passar do tempo e est
diretamente associada durao da mudana.

Resultado Forma quantitativa de descrever a atividade que decorre dos investimentos de cada stakeholder
(output em Ingls).

Role play Mtodo de envolvimento de stakeholders que incita cada participante a assumir um papel numa
situao dada, com maior ou menor liberdade de interpretao. Muito til para fazer cenrios de
comportamentos.

Sense of Coherence Scale, Escala que fem como conceito central o sentido de coerncia (SC), o qual composto por trs
Antonovsky componentes: compreenso, manejo e significado. Um forte SC permite ao indivduo enfrentar o
stress da vida quotidiana e manter-se saudvel. Esta escala foi desenvolvida em 1987 por Antonovsky

SF-36 Escala que tem por objetivo medir e avaliar o estado de sade de populaes e indivduos com ou
sem doena, monitorizar doentes com mltiplas condies, comparar doentes com condies
diversas e comparar o estado de sade de doentes com o da populao em geral. As pontuaes
por dimenso so apresentadas numa escala de orientao positiva de 0 (pior estado de sade) a
100 (melhor estado de sade).

Stakeholder Pessoas, organizaes ou entidades que experenciam mudana, seja ela positiva ou negativa, como
resultado da atividade que est a ser alvo de anlise.

Taxa de Atividade Custo de uma unidade de atividade.

340
CONCEITO DEFINIO

Taxa de desconto Taxa de juro usada para determinar o valor presente dos ganhos futuros. A taxa de desconto
incorpora o valor temporal do dinheiro (a ideia de que o dinheiro disponvel hoje mais valioso do
que o mesmo montante de dinheiro disponivel no futuro porque poderia estar a render) e o risco de
incerteza de antecipar ganhos futuros (que pode ser inferior ao esperado).

Taxa Interna de "A TIR a taxa de desconto que faz com que o Valor Atual Lquido (VAL) do projeto seja zero. Um
Rendibilidade (TIR) projeto atrativo quando sua TIR for maior do que o custo de capital do projeto.

Teoria da mudana Ferramenta de planeamento e avaliao. Explica os caminhos das mudanas que, no decorrer de
uma interveno, levam concretizao de um propsito de longo prazo. Revela tambm como
atividades, resultados e mudanas se sucedem e relacionam ao longo desse caminho.

Valor Financeiro Excedentes financeiros gerados por uma organizao no decorrer das suas atividades.

WEMWBS escala de 14 items desenhada para avaliar o bem-estar psicolgico do indivduo (pensamentos e
emoes) nas ltimas duas semanas. Foi desenvolvida pelas Universidades de Edinburgo e Warwick
em 2006.

WHOQOL-100 Medida genrica, multidimensional e multicultural desenvolvida pela OMS (Organizao Mundial de
Sade) para uma avaliao subjetiva da qualidade de vida, podendo ser utilizada num largo espectro
de distrbios psicolgicos e fsicos, bem como com indivduos saudveis. Deve o seu nome ao
nmero de items: 100 questes organizadas em 6 domnios, 24 facetas especficas e numa faceta
geral de avaliao global da qualidade de vida.

341
WWW.IMPACTOSOCIAL.PT

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