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Noes de
Lngua Portuguesa
MDULO 01
BRASLIA 2011
Os textos do presente Mdulo no podem ser reproduzidos sem autorizao do
INEDI Instituto Nacional de Ensino a Distncia
SCS Qd. 08 Ed. V enncio 2000, Bloco B 60 Sala 245 Braslia - DF
Venncio
Telefax: (0XX61) 3321-6614
COORDENAO NACIONAL
Andr Luiz Bravim Diretor Administrativo
Antnio Armando Cavalcante Soares Diretor Secretrio
COORDENAO PEDAGGICA
Maria Alzira Dalla Bernardina Corassa Pedagoga
COORDENAO DIDTICA COM ADAPTAO PARA EAD
Tibrio Cesar Bravim MBA em Cincias da Educao
COORDENAO DE CONTEDO
Ricardo Jos Vieira de Magalhes Pinto
PRODUO EDITORIAL
Luiz Ges
EDITORAO ELETRNICA E CAPA
Alessandro dos Santos
IMPRESSO GRFICA
Grfica e Editora Equipe Ltda
347.46:145
C560m
Caro Aluno,
Em sntese, caro aluno, o estudo dedicado do contedo deste mdulo lhe permitir
no s o domnio dos conceitos mais elementares da Lngua Portuguesa, alm do
conhecimento dos instrumentos bsicos para que o futuro profissional possa atingir os
seus objetivos no mercado de imveis. Alm desse mdulo, leia outros textos com maior
ateno. Voc vai gostar e aprender muito.
Boa sorte!
SUMRIO
INTRODUO.......................................................................................................................... 07
UNIDADE I
1. COMUNICAO.................................................................................................................. 11
1.1 O processo de comunicao e as variantes lingusticas ......................................... 11
1.2 Funes da linguagem .............................................................................................. 13
1.3 Problemas de comunicao na empresa................................................................. 14
1.3.1. Algumas expresses a evitar ........................................................................... 18
UNIDADE II
3. TEXTO TCNICO ................................................................................................................ 39
3.1 A organizao do texto tcnico............................................................................... 39
3.2 A unidade do pargrafo ........................................................................................... 42
3.3 A produo do texto tcnico .................................................................................. 44
3.3.1. O texto da carta empresarial .......................................................................... 47
3.3.1. O planejamento do texto da carta ................................................................. 47
UNIDADE III
5. REVISO GRAMATICAL................................................................................................... 67
5.1 Ortografia .................................................................................................................. 67
5.1.1. Fonemas e letras ............................................................................................... 67
5.2 Acentuao ................................................................................................................ 70
5.2.1. Emprego do hfen ............................................................................................ 70
5.2.2. Uso da vrgula .................................................................................................. 71
5.2.3. Uso da crase ..................................................................................................... 73
5.3 Plural das palavras compostas ................................................................................. 74
5.4 Flexo dos adjetivos compostos ............................................................................. 74
5.5 Concordncia verbal e nominal ............................................................................... 75
5.6 Frase orao perodo......................................................................................... 77
5.6.1. Termos essenciais da orao........................................................................... 78
5.6.2. Tipos de sujeito ................................................................................................ 78
5.6.3. Orao sem sujeito .......................................................................................... 79
5.6.2. Tipos de predicado.......................................................................................... 79
5.7 Correlaes frasais .................................................................................................... 80
Sucesso!
TCNICO EM TRANSAES IMOBILIRIAS
Unidade
I
guagem mais informal, sem grandes c) Faa um resumo do que vem a ser lingua-
preocupaes com a correo grama- gem literria.
tical; esse tipo de linguagem chama- _____________________________________
do de linguagem coloquial ou fami- _____________________________________
liar. Em situaes mais formais (por
exemplo, o discurso numa solenidade d) Com suas prprias palavras defina o que vem
de formatura ou em uma missa de sti- a ser linguagem culta.
mo dia) usamos uma linguagem mais _____________________________________
cuidada, procurando obedecer as nor- _____________________________________
mas gramaticais; esse tipo de linguagem
chamada lngua culta ou norma pa- e) Faa um resumo do voc que entende por
dro, e utilizada nos livros didticos, linguagem familiar.
no ensino escolar, nos manuais etc. _____________________________________
_____________________________________
Quando o uso da lngua no se restringe
s necessidades prticas do cotidiano comuni-
cativo, incorporando preocupaes estticas
surge a lngua literria, que procura produzir
um sentimento esttico no leitor, submetendo
a escolha e a combinao dos elementos lin-
gusticos a atividades criadoras e imaginativas.
Exemplo:
Ex.: Fizemos tudo por si na reunio; conta- esses elementos de coeso podemos citar as pre-
mos consigo hoje, na conveno. posies (a, de, para, com, por, etc.), as con-
junes (que, para que, quando, embora, mas,
Correto: Fizemos tudo por ti na reunio; e, ou, etc.), os pronomes (ele, ela, seu, sua, este,
contamos contigo hoje, na conveno. esta, esse, essa, aquele, o qual, que, etc.), os
Erro nas palavras (erro na estrutura ou no em- advrbios (aqui, a, l, assim, etc.).
prego da palavra).
Ex.: sabido que a violncia nas escolas
Ex.: Ele aspira um cargo de chefia. cresce assustadoramente. sabido, ainda,
que no se achou ainda uma soluo para
Correto: Ele aspira a um cargo de chefia. o problema. Em vista disso, a sociedade
Preciso Para um texto ser preciso, ele est se unindo para tentar modificar esse
precisa conter todos os elementos necessrios quadro. Para tanto, convoca uma reunio
comunicao, respondendo s indagaes e com todos os diretores de escolas da rede
interesses eventuais. municipal.
Ex.: Convido Vossa Senhoria a participar Como voc viu, no exemplo acima, os
da abertura do Primeiro Seminrio Regio- segmentos do texto esto ligados entre si, por
nal sobre o uso eficiente de energia no Setor meio de palavras que servem para dar conti-
Pblico, a ser realizado em 5 de junho pr- nuidade ao que foi dito anteriormente e acres-
ximo, s 9 horas, no auditrio da Escola Na- centar novos dados.
cional de Administrao Pblica, localizada Consistncia Um texto consisten-
no Setor de reas Isoladas, nesta capital. te quando d informaes confiveis e cor-
retas, demonstrando conhecimento do as-
Coerncia A coerncia deve ser en- sunto e tratando apenas do que significati-
tendida como unidade do texto. Num texto vo para quem o l.
coerente todas as partes se encaixam de ma-
neira complementar, de modo que no haja Ex.: Comunicamos que, a 7 do corrente,
nada destoante, nada ilgico, nada contradit- foi instalado o Instituto de Ciberntica Jur-
rio. Existe uma solidariedade entre as partes dica, rgo integrante desta Instituio. So
do texto, possibilitando um bom entendimen- objetivos do novo Instituto estudar as im-
to do mesmo. plicaes sociais da ciberntica no campo do
Texto incoerente: Embora seu livro seja Direito e divulgar conhecimentos sobre os
fundamental para nossos alunos, vamos ado- sistemas utilizveis no setor jurdico. Para
t-lo imediatamente em nossa escola. isso, o novo rgo entrar em contato com
Texto coerente: Considerando que seu o Poder Pblico, a Universidade, a indstria
livro fundamental para nossos alunos, vamos especializada e promover cursos, confern-
adot-lo imediatamente em nossa escola. cias e seminrios.
Concatenao A concatenao de
ideias est inserida em um elemento textual Propriedade no uso da palavra Essa
chamado coeso. A concatenao a conexo propriedade se refere ao uso apropriado da
que deve existir entre os enunciados de um tex- linguagem, ao cuidado no emprego das pala-
to, quando organicamente articulados entre si. vras, evitando cacoetes lingusticos e termos
As relaes de sentido de um texto so mani- surrados. Na escolha das palavras, devemos
festadas por uma categoria de palavras deno- preferir a que traduz, com mais preciso, o que
minadas conectivos ou elementos de coeso. Dentre queremos dizer.
16 INEDI - Cursos Profissionalizantes
LNGUA PORTUGUESA Unidade I
A construo correta :
Os maiores de sessenta anos esto isentos
do pagamento daquele imposto.
Informar
Use as variaes comunicar, avisar, noticiar, par-
ticipar, levar ao conhecimento, dar conhecimento,
instruir.
Onde
Como pronome relativo significa em
que (lugar): A cidade onde nasceu./ O
pas onde viveu. Evite, ento, constru-
es como a lei onde fixada a penali-
dade ou a reunio onde o assunto foi
discutido. Nesses casos, faa a substi-
tuio, empregando em que, na qual, no
qual, nas quais, nos quais. O correto : A
reunio na qual o assunto foi discutido./
A lei na qual fixada a penalidade.
Ressaltar
Varie com destacar, sublinhar, frisar, salientar,
relevar, distinguir, sobressair.
Nem
Conjuno aditiva que significa e no e
tampouco, dispensando, portanto, a
conjuno e: No foram feitos reparos
proposta de comercializao da soja,
nem nova proposta de pagamento.
Evite, ainda, a dupla negao no nem,
nem tampouco. Ex: No pde encaminhar
os relatrios no prazo, nem no teve
tempo para revis-los.
Enquanto
Conjuno proporcional equivalente a ao
passo que, medida que. Evite empregar a cons-
truo enquanto que, usada coloquialmente.
INEDI - Cursos Profissionalizantes 19
TCNICO EM TRANSAES IMOBILIRIAS
Retrato
1 Eu no tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos to vazios,
nem o lbio amargo.
5 Eu no tinha estas mos sem fora,
to paradas e frias e mortas;
eu no tinha este corao
que nem se mostra.
Eu no dei por esta mudana,
10 to simples, to certa, to fcil:
Em que espelho ficou perdida
minha face?
Ceclia Meireles: poesia. Por Darcy Damasceno,
Rio de Janeiro, Agir, 1974., p. 19 20
tos: um do passado, outro, do presente, am- amargo, que nem se mostra, nos levam a entender
bos com caractersticas opostas entre si. que o envelhecimento fsico foi acompanhado
pela perda da energia, do entusiasmo, da ale-
Significados que remetem passado gria de viver.
ao presente (explicitamente) O poema permite, ento, duas leituras:
Eu no tinha este rosto de hoje o desgaste material das coisas com o passar
assim calmo, assim triste dos anos, e o desgaste psquico, a perda de ilu-
assim magro ses do ser humano com o passar do tempo.
EIXO 1
nem estes olhos to vazios No podemos, entretanto, dizer que um
nem o lbio amargo texto, ao implicar vrias leituras, possa admitir
que qualquer interpretao seja correta nem que
Eu no tinha estas mos sem fora, o leitor possa dar ao texto o sentido que lhe
to paradas, e frias, e mortas aprouver.
eu no tinha este corao Para impedir que a interpretao seja
que nem se mostra pura inveno do leitor, contamos com os in-
dicadores das vrias possibilidades de leitura
Significados que remetem presente que o texto admite; podemos observar, ento,
ao passado (implicitamente) que no interior do texto aparecem figuras ou
Eu tinha aquele rosto de outrora temas que tm mais de um significado, e que
to irrequieto, to alegre apontam para mais de um plano de leitura,
to cheio como no caso do poema examinado, em que
e olhos to expressivos os estados da alma (triste, amargo) possibilita-
EIXO 2
grafia e pronncia semelhantes ou iguais. caso Incidente - episdio; que incide, que ocorre:
dos fenmenos denominados homonmia ou O incidente da demisso j foi superado.
paronmia. Adotar - escolher, preferir; assumir; pr em
A homonmia a designao geral prtica.
para os casos em que palavras de sentidos di- Dotar - dar em doao, beneficiar: Ele o dotou
ferentes tm a mesma grafia. Manga, por com aplicaes em ttulos do governo.
exemplo.
A paromnia designa o fenmeno que ocorre Afim - que apresenta afinidade, semelhana,
com palavras semelhantes (no idnticas) quan- relao (de parentesco): Se o assunto era afim, por
to grafia ou pronncia, como entre descrio que no foi colocado no mesmo captulo?
(ato de descrever) e discrio (qualidade do que A fim de - para, com a finalidade de: O projeto
discreto), ratificar (confirmar) e retificar foi encaminhado com muita antecedncia a fim de per-
(corrigir). mitir um exame minucioso.
Como o nosso objetivo trabalhar prin-
cipalmente com a redao tcnica, a lista abai- Aleatrio - casual, fortuito, acidental.
xo vai ajud-lo a esclarecer suas dvidas quan- Alheatrio - alienante, que desvia ou perturba.
hom to grafia e ao sentido das palavras, para que
voc passe a us-las com propriedade. Ante - (preposio): diante de, perante: Ante
tal fato, devemos repensar nossa metodologia de ensi-
Absolver - relevar da culpa imputada, inocen- no.
tar: O ru foi absolvido. Ante - (prefixo): expressa anterioridade: ante-
Absorver - esgotar, embeber em si: A gua da por, antever, anteprojeto, antediluviano.
chuva foi absorvida pelo solo. Anti - (prefixo): expressa contrariedade, opo-
sio: Aquele rapaz anticomunista.
Ascender - elevar-se, subir: Aquele homem as-
cendeu socialmente. Ao encontro de - para junto de; favorvel a :
Acender - atear (fogo), inflamar. Ele foi ao encontro de seus amigos./ O plano de car-
reira foi ao encontro das necessidades dos funcionrios.
Acento - sinal grfico; inflexo vocal: Esta pa- De encontro a - contra; em prejuzo de: O vecu-
lavra no tem acento. lo foi de encontro ao muro./ O governo no apoiou a me-
Assento - banco, lugar: Ele tomou assento ao dida, pois vinha de encontro aos interesses dos partidos.
meu lado.
Ao invs de - ao contrrio de: Ao invs de demi-
Acerca de - sobre, a respeito de: No discurso, o tir dez funcionrios, a empresa contratou mais trinta.
deputado falou acerca de seu projeto habitacional. ( inaceitvel o cruzamento ao invs de)
A cerca de - a uma distncia aproximada de: A Em vez de - em lugar de: Em vez de demitir dez
creche fica a cerca de vinte metros do prdio principal. funcionrios, a empresa demitiu quarenta.
H cerca de - faz aproximadamente (tanto
tempo): H cerca de dois anos, nos deparamos com Evocar - lembrar, invocar: Evocou na palestra o
um caso semelhante; existem aproximadamente: incio de sua carreira.
H cerca de mil ttulos na biblioteca do colgio. Invocar - pedir (a ajuda de); chamar, proferir:
Para alcanar seus objetivos, ele invocou a ajuda de Deus.
Acidente - acontecimento casual, desastre: A
demisso foi um acidente na sua vida profissional. A Cassar - tornar nulo ou sem efeito, suspender,
tempestade provocou vrios acidentes. invalidar: O mandato do deputado foi cassado.
Induzir - causar, sugerir, aconselhar, levar a: O Sustar - parar, interromper, suspender: O che-
ru declarou que havia sido induzido a praticar o crime. que foi sustado.
Aduzir - expor, apresentar: A defesa, ento, adu- Suster - sustentar, manter; fazer parar, deter.
ziu novas provas em contrrio. Taxa - imposto, multa, tributo.
Tacha - prego pequeno; mancha; defeito.
Inflao - ato ou efeito de inflar, emisso exage- Tachar - censurar, qualificar: O rapaz foi tacha-
rada de moeda, aumento persistente de preos. do de subversivo.
Infrao - ato ou efeito de infringir ou violar Taxar - fixar a taxa de, regular, regrar: O im-
uma norma. posto sobre mercadorias foi taxado em 2%.
Trfego - trnsito de veculos, percurso,
Infligir - cominar, aplicar (pena, repreenso, transporte.
castigo): O juiz infligiu uma pena leve ao ru, que Trfico - ne gcio ilcito, comrcio,
era primrio. negociao.
Infringir - transgredir, violar, desrespeitar (lei, Trs - atrs, detrs, em seguida, aps (cf. em
regulamento etc.): O motorista infringiu as leis de locues: detrs, por trs)
trnsito. Traz - 3 pessoa do singular do presente do
indicativo do verbo trazer.
Mandado - ato de mandar, ordem escrita ex- Vestirio - guarda-roupa; local em que se tro-
pedida por autoridade judicial ou administra- cam roupas.
tiva: mandado de segurana, mandado de priso etc. Vesturio - as roupas que se vestem; traje.
Mandato - autorizao que algum confere a Vultoso - de grande vulto, volumoso: Ele pe-
outrem para praticar atos em seu nome; dele- diu uma quantia vultosa para fazer a percia tcnica.
gao, procurao: A durao do mandato do de-
putado de dois anos.
2.3.2. Outras recomendaes na escolha dos fossem de linho egpcio. melhor escrever: O
vocbulos artista fez exigncias descabidas, pedindo diariamen-
te dois litros de usque importado e toalhas de linho
Na elaborao de um texto tcnico, pre- egpcio.
valecem alguns cuidados no uso dos vocbu-
los. No se devem utilizar palavras de difcil Ambiente/meio ambiente - Prefira ambi-
compreenso, mas tambm no se pode per- ente ao pleonasmo meio-ambiente.
mitir que a lngua falada interfira na lngua escrita,
que so dois meios de comunicao diferen- Ano - sempre escreva sem ponto de milhar.
tes. A lngua falada mais solta, acompanhada Ex: 1998
de mmica e de entonao, elementos que, na-
turalmente, no aparecem na lngua escrita. Jus- Bimensal - para qualificar algo que aconte-
tamente por isso devemos utilizar termos cla- ce duas vezes por ms, empregue quinzenal.
ros, evitando cacoetes de linguagem, chaves No confunda com bimestral, que significa
e cacfatos, sob pena de empobrecer a reda- uma vez a cada dois meses.
o. O uso da lngua culta obrigatrio nos
textos de que tratamos. Alm desses cuidados, Cacfato - Mesmo que os textos no sejam
devemos atentar, tambm, para o significado lidos em voz alta, evite a ocorrncia de sons
correto dos vocbulos, de modo a no ocor- desagradveis formados pela unio das sla-
rer em deturpao de sentido do que quere- bas finais de uma palavra com as iniciais de
mos dizer. outra. Ex: conforme j, marca gol, confisca gado,
A seguir, apresentamos alguns vocbu- uma herdeira etc.
los que podem ser utilizados livremente, e ou-
tros, cujo uso convm ser evitado em algumas Cacoete de linguagem - Evite expresses
situaes: pobres, repetidas exausto, perfeitamente
dispensveis em textos tcnicos. Ex.: via de
Admitir - no utilize como sinnimo de di- regra, at porque, sal da terra, rota de coliso, trocar
zer, declarar ou afirmar. Admitir significa acei- figurinhas, a toque de caixa, visivelmente emociona-
tar ou reconhecer fato em geral negativo: O do, bater de frente com, causar espcie, elevada esti-
ministro admitiu que a inflao pode voltar. ma e distinta considerao, avanada tecnologia,
carreira meterica, longo e tenebroso inverno, a nvel
Advrbio - evite comear perodos com de, aparar arestas, em nvel de, luz no fim do tnel,
advrbios formados com o sufixo mente: Cu- erro gritante, consequncias imprevisveis, duras cr-
riosamente, o PT venceu as eleies. melhor es- ticas, quebrar o protocolo, pergunta que no quer
crever: Ao contrrio do que previam as pesquisas, calar, inflao galopante, lanar farpas, ataque ful-
o PT venceu as eleies. minante etc.
Alegar - Significa aceitar como prova, explicar e Cargo - escreva sempre com minscula. Ex.:
desculpar-se. O aluno alegou que no fez a tarefa presidente, secretrio, papa, deputado, desembarga-
porque estava doente. dor, juiz, promotor etc.
Alm disso, alm do que - melhor evitar. Clera - quando significa raiva palavra fe-
Geralmente pode ser substitudo por e ou minina: Ela chegou ao limite da clera. Quando
por um ponto. O artista fez exigncias descabi- designa a doena, pode ser masculino ou fe-
das, pedindo diariamente dois litros de usque im- minino. Ex.: O amor nos tempos do clera (livro
portado. Alm disso, exigiu que todas as toalhas de Gabriel Garca Marques).
28 INEDI - Cursos Profissionalizantes
LNGUA PORTUGUESA Unidade I
Chefe da nao - use apenas quando se re- Meia-noite - Significa o horrio que marca
ferir s sociedades tribais. Quando se trata o fim de um dia, no o comeo de outro
de sociedades no tribais, como a nossa, dia. O correto escrever/dizer: A manifesta-
emprega-se chefe de Estado ou chefe de governo. o comea meia-noite de hoje.
Culminar - evite essa expresso como sin- Norte/Sul - Use maiscula somente quan-
nimo de terminar. Use-a apenas no sentido li- do se referir aos hemisfrios, ou s regies
teral, de chegar ao ponto mais alto: A parti- Norte e Sul do Brasil. Ex.: As chuvas tm cas-
cipao do Brasil nas Olimpadas culminou na con- tigado a regio Sul do pas.
quista de um ttulo importante para a natao.
ONG - Sigla de organizao no-governa-
Disciplina - escreva sempre com minscu- mental. Deve ser grafada em caixa alta
la: direito, cincias sociais, geografia, filosofia, por- (maisculas).
tugus, matemtica.
Pas - deve ser escrito com minscula, mes-
E - evite comear frase com essa conjuno. mo quando se referir ao Brasil.
Ex: O ministro da economia anunciou o aumento
da contribuio do INSS. E, alm disso, informou Ph.D - Abreviatura da expresso philosophi-
que a idade requerida para aposentadoria tambm ae doctor (doutor em filosofia). Com o uso ge-
ser modificada. neralizado para outras reas, traduz-se por
doutor.
Estado/estado - Utilize maiscula para de-
signar conceito poltico ou unidade da Fe- Que - Evite em excesso, para tornar o texto
derao: o Estado de Gois, golpe de Estado. mais elegante e conciso.
Quando significar situao ou disposio,
empregue minscula: O meu estado de esprito Ressaltar - significa destacar, tornar sali-
est pssimo. ente. No empregue como sinnimo de
dizer.
Falecer - Falecer um eufemismo que signifi-
ca haver falta ou carncia. Use a palavra morrer. Revelar - no utilize como sinnimo de di-
zer. Significa tirar o vu, desvelar.
Garantir - No utilize como sinnimo de
dizer; garantir significa asseverar, responsabilizar- Salientar - no use como sinnimo de di-
se, afianar. zer. Significa ressaltar, tornar saliente, distinto
ou visvel.
Lembrar - No deve ser utilizado como si-
nnimo de dizer. Vlido - S use no sentido restrito de ter va-
lidade, vigncia: Essa promoo vlida somente
Linguagem coloquial - Utilize uma lin- at sexta-feira.
guagem prxima da coloquial, respeitan-
do a norma culta, escolhendo a expresso Viatura - o termo um jargo policial; subs-
mais clara possvel. O encarregado do almo- titua por carro de polcia.
xarifado no sabe quanto gastou na compra
melhor que O encarregado do almoxarifado Essas consideraes a respeito da ade-
no sabe precisar com exatido o montante gasto quao vocabular sero complementadas sob
na transao comercial. o ttulo Produo do texto tcnico.
INEDI - Cursos Profissionalizantes 29
TCNICO EM TRANSAES IMOBILIRIAS
passagens descritivas, como ocorre no texto nada que indique progresso de um estado an-
acima, no qual o narrador descreve (mesmo terior para outro posterior. Se por acaso ocor-
que de forma sucinta) a personalidade dos per- rer essa progresso, o texto passa a ser um tex-
sonagens (os meninos). to narrativo. Veja um exemplo de texto des-
critivo:
TEXTO DESCRITIVO
Eis Braslia s seis da tarde. O trnsito
A descrio o que chamamos de re- flui lentamente. As lojas comerciais baixam suas
trato verbal de objetos, pessoas, cenas ou am- portas. Pessoas lotam os pontos de nibus. Os
bientes. Ela trabalha com imagens, permitindo bares colocam suas mesas nas caladas, espe-
que o leitor visualize o que est sendo descri- rando os fregueses habituais. Pedestres atraves-
to. No entanto, a descrio no se resume a sam as ruas, apressados. Luzes plidas inci-
uma simples enumerao de detalhes. es- dem sobre os prdios e casas. Anoitece.
sencial que o autor, ao fazer uma descrio,
saiba captar o trao particular que diferencie Encontramos no texto caractersticas
o objeto ou ser descrito de todos os demais de um texto descritivo, pois:
objetos ou seres semelhantes. No caso de pes- So relatados vrios aspectos de um lu-
soas, fundamental um retrato que valorize gar (Braslia), num determinado tempo, que
no somente a descrio fsica, mas tambm esttico (seis da tarde);
a descrio psicolgica. Tudo simultneo, no existindo pro-
A descrio possui, muitas vezes, um ca- gresso temporal entre os enunciados.
rter subjetivo, pois ao fazer o retrato do perso- Uma observao final e importante a
nagem, ele insere a sua viso pessoal, o que de que dificilmente voc encontrar um texto
no deve ser considerado um defeito, j que que seja exclusivamente descritivo. frequente
sem essa subjetividade a descrio seria ape- encontrarmos trechos descritivos inseridos
nas um retrato frio e sem vida, uma fotografia. numa narrao ou numa dissertao. Num ro-
Assim, em maior ou menor grau, o autor reve- mance, por exemplo, que essencialmente um
la a impresso que ele tem daquilo que descre- texto narrativo, voc perceber vrias passa-
ve, exceto nas chamadas descries tcnicas ou gens descritivas, de pessoas, objetos, persona-
cientficas. gens ou ambientes.
Quando o autor, ao descrever, procura
mostrar uma imagem bastante prxima da re- TEXTO DISSERTATIVO
alidade, ele faz uma descrio objetiva. Mas, O texto dissertativo se caracteriza pela
como j mencionamos anteriormente, excetu- defesa de um ponto de vista, de uma ideia, ou
ando as descries tcnicas ou cientficas, difi- pelo questionamento acerca de um assunto
cilmente voc encontrar uma descrio em que determinado. Na dissertao, o autor traba-
a subjetividade esteja ausente. O que distingue lha com argumentos (o texto dissertativo
uma descrio objetiva de uma descrio sub- um texto argumentativo), com dados, com
jetiva o grau de interferncia do sujeito (au- fatos, utilizando-os para justificar seu ponto
tor) na descrio. de vista.
Voc deve observar, ainda, que o texto A dissertao organizada em trs par-
descritivo relata as caractersticas de um obje- tes distintas. So elas:
to ou de uma situao qualquer num certo Introduo - Na introduo voc vai
momento esttico do tempo, no existindo, explicar o assunto a ser discutido, apresentan-
obviamente, a anterioridade e posterioridade pre- do uma ideia, de um ponto de vista que voc
sentes no texto narrativo, ou seja, no existe ir defender com argumentos.
INEDI - Cursos Profissionalizantes 31
TCNICO EM TRANSAES IMOBILIRIAS
ainda um bilhete sobre esse texto: Brastemp cidade procura chamar a ateno pelo lado
Mondial, vai dizer que voc ainda no tem?). humorstico da situao.
A publicidade ainda explora o uso de
expresses da lngua falada, objetivando criar Exemplos:
uma atmosfera de intimidade com o leitor. Em
um anncio da Kibon, aparece o seguinte tex- A gente nem tem roupa para receber o
to: Vai morango a, freguesa?. Em outro, prmio (mensagem da revista Playboy, co-
o anncio utiliza dois termos caractersticos da nhecida, sobretudo, pelas fotos de mulheres
impreciso do cdigo oral (treco e coiso) para nuas).
valorizar o produto anunciado: Esse treco
serve pra voc nunca mais esquecer o nome Foi bombom para voc tambm? (ann-
daquele coiso. (o produto anunciado era um cio do bombom Sonho de Valsa, da Lacta).
dicionrio visual).
Outra caracterstica facilmente compro- Tem coisa melhor que ficar falada no
vada nos anncios publicitrios o uso de fra- bairro? (anncio do jeans Di Paolucci, mos-
ses curtas, de adjetivos, o uso do verbo no im- trando os corpos de duas jovens vestidas
perativo, o uso da segunda pessoa, advrbios. com o jeans da marca).
Exemplos:
Se algum bater em voc, chame a Todas as caractersticas do texto publi-
gente (campanha do Bamerindus Seguros, re- citrio obedecem a uma lgica pr-determina-
ferindo-se batida de carros) da: o uso de adjetivos e advrbios procura cri-
No faa lipo. Faa aspirao (cam- ar uma caracterizao exagerada do produto
panha de Diet Shake, decompondo a palavra anunciado; a funo apelativa (mais usada) se
lipoaspirao, para incentivar o consumo do destina a convencer o receptor; e, finalmente
produto) utiliza frases curtas, pois geralmente a mensa-
Uma programao para quem ta- gem apresentada num espao pequeno (p-
rado por futebol Se voc do tipo que fica gina de revista ou jornal), ou em um tempo
todo assanhado quando o assunto fute- curto (intervalos comerciais de rdio e TV).
bol, ento no pode perder a programao Quando se trata de um texto radiofni-
da TVA (anncio de emissora de TV, mos- co, as repeties, principalmente do nome do
trando a foto de duas bolas de futebol dentro anunciante, so propositais. Quem elabora o
de um suti de renda). anncio radiofnico sabe que os ouvintes es-
Veja. Sinta. Tenha. Uma pele perfeita. to sempre trocando de estao, ento a repe-
Lisa tio permite que a mensagem sempre seja cap-
Renovada tada, mesmo que pela metade.
Uniforme Segundo o pesquisador Jsus Martn Ri-
Equilibrada beiro, nossa sociedade constri dia-a-dia a ima-
Suave (anncio do creme Idealist, de gem que cada um tem de si. Para ele, a publici-
Este Lauder) dade um espelho, apesar de bem deformado,
pois a imagem do lado de l muito mais bela
Nos textos publicitrios comum o uso que a imagem do lado real.
da ambigidade, da dubiedade de sentido nas O poder da publicidade, atualmente,
frases, que na publicidade passa a ser uma qua- no se restringe a convencer o consumidor a
lidade, o que no ocorreria, naturalmente, num adquirir determinado produto, mas tambm a
texto tcnico. Quando utiliza palavras que ofe- idealizar modelos estticos, sexuais e compor-
recem dupla possibilidade de leitura, a publi- tamentais. O receptor da mensagem quer ter a
34 INEDI - Cursos Profissionalizantes
LNGUA PORTUGUESA Unidade I
Unidade
II
Ex.: O diretor chamou, com horror, o coordenador Ex.: O resultado da votao no causou como-
e o professor que me falaram ontem sobre o amor. o na populao.
INEDI - Cursos Profissionalizantes 39
TCNICO EM TRANSAES IMOBILIRIAS
junto margem esquerda do papel a 2,5 cm, c) Para aumentar seu nvel de conhecimentos,
localiza-se abaixo do ndice e do nmero da responda como deve ser o fecho de um ofcio,
carta a um espao e meio, e dever ser idntico de um memorando ou de uma carta.
ao constante no envelope. Ocupa geralmente ___________________________________________
de trs a cinco linhas sempre dispostas em blo- ___________________________________________
cos; observe a grafia correta do nome ou ra-
zo sociais, a fim de evitar constrangimentos. d) E no ofcio, que cuidado deve-se ter em re-
No ofcio, localiza-se na parte inferior esquer- lao ao transporte da mensagem para uma
da a 2,5cm da margem esquerda do papel, se- eventual segunda pgina?
guindo-se o mesmo critrio da carta quanto ___________________________________________
sua disposio em efeito de blocos e ocupa de ___________________________________________
duas a trs linhas.
TRANSPORTE DA MENSAGEM
No oficio devem-se transportar pelo menos
duas linhas, deixando o endereamento na pri-
meira folha e transporta-se o restante dos ele-
mentos, no sendo necessrio o transporte do
timbre e indica-se com o nmero da folha.
Repete-se o ndice e o nmero; sua localizao
fica a 2,5cm da margem esquerda, a 2,5 cm do
todo da folha ou 2,5cm abaixo do timbre se
esse o tiver. Na carta tambm com duas linhas,
sendo que todos os elementos que lhe sucedem
so transportados.
postal, uma das mais belas da Sua, tem atrado A reformulao do texto, consideran-
ultimamente um grande nmero de pessoas doentes que do apenas as ideias mais importantes, ficaria
decidem pr fim prpria vida, na Dignitas, uma assim:
ONG que pratica a eutansia legalmente. O governo Federal se empenha arduamente em
acabar com a fome atravs do projeto Fome Zero. No
O perodo acima prolixo e centopeico entanto, muitos obstculos, como a burocracia e a falta
(longo, caudaloso). Os pormenores excessivos, de participao da sociedade, entravam o projeto.
grifados no texto, so dispensveis, no servin- Ora, uma diviso de tarefas e uma participao
do de reforo ideia-ncleo (Em Zurique, pes- mais ampla e direcionada da sociedade seriam funda-
soas doentes decidem pr fim prpria vida). mentais para o bom resultado do projeto. Entretanto,
Eliminando os pormenores e redundn- os representantes de diversos setores da sociedade vm
cias, teramos: falhando lamentavelmente, em virtude de uma falta de
Um dos mais movimentados centros financeiros do conscientizao coletiva.
mundo, Zurique, alm de possuir uma paisagem de car- Embora se possa colocar em pargrafos
to postal, tem atrado ultimamente um grande nmero de diferentes ideias igualmente importantes, a
pessoas doentes que decidem pr fim vida na Dignitas, ideia-ncleo no deve ser fragmentada em v-
uma ONG que pratica a eutansia legalmente. rios pargrafos.
Frases entrecortadas prejudicam a uni- Ex:
dade do pargrafo. Selecione as mais impor-
tantes, transformando-as em oraes principais Nas ltimas semanas, o trfico de drogas
de perodos curtos. produziu duas notcias chocantes.
Ex: Levantei-me cedo hoje de manh. Eu tinha Um pai de famlia acabou por matar a tiros
perdido o guarda-chuva. O nibus demorou a passar. um filho dependente, quando ele tentava vender
Eu fiquei ensopada. Eu apanhei um bruto resfriado. a TV da famlia para comprar cocana.
Reformulao: A me do rapaz disse: Era ele ou ns,
Levantei-me cedo hoje. Como tinha perdido o no havia outra alternativa.
guarda chuva e o nibus custasse a passar, fiquei enso- A me do rapaz foi ouvida por Dbora
pada e apanhei um bruto resfriado. Abreu, da sucursal de Fatos, no Rio de Janeiro.
Coloque em pargrafos diferentes ideias Semanas antes, em So Paulo, um pai
igualmente importantes, relacionando-as atra- matou o filho caula pelo mesmo motivo.
vs de expresses que deem ideia de transio: Foi uma reao inevitvel, disse o irmo
Ex: O governo Federal se empenha ardua- da vtima em entrevista a Luiz Ortiz, de Fatos.
mente em acabar com a fome, por meio do Projeto
Fome Zero. Muitos obstculos, no entanto, entravam Reformulando o texto:
o projeto, impedindo uma ao mais eficiente. A par-
ticipao hesitante da sociedade, as dificuldades bu- Nas ltimas semanas, o trfico de drogas
rocrticas que impedem que os recursos cheguem ao produziu duas noticias chocantes. Um pai de
seu destino so fatores difceis de serem contornados. famlia acabou por matar a tiros um filho de-
Todos sabem que uma diviso de tarefas, com a par- pendente quando ele tentava vender a TV da
ticipao das associaes de bairros, que passariam a famlia para comprar cocana. Era ele ou ns,
fiscalizar o desperdcio de alimentos, campanhas de no havia outra alternativa, disse a me, ouvi-
mobilizao em prol do mesmo objetivo, seriam fun- da por Dbora Abreu, da sucursal de Fatos, no
damentais para o bom resultado do projeto. Os repre- Rio de Janeiro. Semanas antes, em So Paulo,
sentantes de diversos setores da sociedade vm falhan- um pai matou o filho pelo mesmo motivo. Foi
do lamentavelmente, em virtude de uma falta de cons- uma reao inevitvel, disse o irmo da vtima
cientizao coletiva. em entrevista a Luiz Ortiz, de Fatos.
INEDI - Cursos Profissionalizantes 43
TCNICO EM TRANSAES IMOBILIRIAS
1 Cabealho:
Timbre
ndice e nmero
44 INEDI - Cursos Profissionalizantes
LNGUA PORTUGUESA Unidade II
*Use Sua quando se referir autoridade sem se dirigir diretamente a ela. Empregue Vossa quando estiver se
dirigindo diretamente autoridade.
Ofcio n 524/SG-PR
5 cm
Senhor Deputado,
dade prtica nas reas s quais se destinam. pode ser uma simples carta ou memorando,
So eles: ou uma exposio de uma conferncia, de
um grfico, de uma tabela, desde que
Relatrio de gesto social ou anual: nor- requerido ou utilizado pelos administrado-
mal, pois elaborado em perodos regula- res.
res, em regra um ano (civil, financeiro ou fis-
cal); o report de maior importncia, pe- Relatrio tcnico-cientfico: o docu-
los esclarecimentos que presta e pela divul- mento original atravs do qual se difundem
gao que promove; exigido por lei ou esta- as informaes correntes, sendo elaborado
tuto, dirigido aos scios ou aos acionistas, principalmente para descrever experincias,
ou ainda, ao povo, se a entidade de onde ele investigaes, mtodos, processos e anlises.
emana for associativa, de fins comerciais ou
estatais. 4.4.1. Elementos do relatrio
belas etc. mesmo que no sejam es- Respondendo a essas perguntas, voc
tritamente necessrios para a compre- pode passar redao do relatrio, obedecen-
enso do assunto. do a certas normas:
Estilo - O estilo da redao de um rela-
Bibliografia indicaes cuidadosas e trio (seja ele de qual tipo for) deve ser for-
precisas, permitindo a identificao de mal, considerando as seguintes regras:
publicaes, no todo ou em parte. Ausncia de pronomes pessoais (eu, ns);
Inexistncia de abreviaes;
Quanto localizao, as referncias biblio- Uso da terceira pessoa (Fulano decidiu);
grficas podem ser: Ausncia de estrangeirismos ou regiona-
lismos (a no ser quando imprescindveis
Inteiramente includas no texto; compreenso do assunto);
Parte no texto, parte em nota de roda- Preferncia pela voz ativa;
p; Ausncia de grias ou expresses colo-
Em nota de rodap ou de fim de texto; quiais.
Em listas bibliogrficas, sintticas ou nfase nos pontos importantes - O re-
analticas; dator tcnico deve usar a disposio das frases
Encabeando resumos. e das palavras no perodo, com o intuito de
realar as ideias principais. Para isso ele deve
4.4.2. Tcnicas para a elaborao de considerar que o incio do pargrafo o me-
relatrios lhor lugar para colocar a frase que deseja enfa-
tizar. Ela tambm pode ser colocada no final
A primeira providncia preparar um do pargrafo, se o relator quiser variar, mas
plano ou esquema. Com a ajuda do esquema, nunca deve estar diluda no meio do pargrafo.
fica mais fcil perceber a importncia do as- A ordem inversa tambm pode ser utilizada
sunto a ser tratado, selecionar os fatos impor- para realar ideias. Ex.: Se no for possvel modifi-
tantes, estabelecer uma hierarquia entre as idei- car o projeto, outras solues devero ser encontradas.
as. Na organizao do relatrio, preciso con- Ordem inversa: Outras solues devero ser encon-
siderar o tema, as circunstncias, o receptor, a tradas, se no for possvel modificar o projeto.
utilidade das informaes e a pertinncia das Utilize sempre palavras especficas, per-
sugestes finais. tinentes ao assunto, empregando verbos no
Escrever muito no significa, necessari- imperativo, evitando sempre que possvel a voz
amente, escrever bem. O relatrio deve se passiva. Ex.: Foram feitas vrias alteraes. Voz
restringir s informaes realmente teis, que ativa: Fizemos vrias alteraes.
podem ser complementadas com tabelas, Divida o relatrio em sees e subse-
grficos, fotos e outras ilustraes que, mui- es, ou itens e subitens, para realar as idei-
tas vezes, causam mais impacto do que as as e garantir a ateno do receptor. Os ttu-
palavras. los devem ser curtos e uniformes, ou seja,
No esquema, procure determinar os ver- quando no primeiro ttulo aparecer um subs-
dadeiros objetivos do relatrio. Faa as seguin- tantivo, no segundo voc pode usar um ge-
tes perguntas: rndio, o que contribui para maior clareza
do texto. Ex.: 2.1. Definio do campo de atua-
Por que escrever este relatrio? o. 2.2. Atuando com professores/pesquisadores.
Quem ler o relatrio? (no primeiro ttulo, voc utilizou o substan-
O que pretendo escrever? tivo atuao; no segundo, voc empregou o
Como faz-lo? gerndio atuando).
INEDI - Cursos Profissionalizantes 57
TCNICO EM TRANSAES IMOBILIRIAS
Eficcia da redao Para garantir uma no lugar de Carlos bom digitador, prefira Car-
comunicao eficiente, voc deve: los digita 300 toques por minuto.
4.5 CARTA
tradio entre a ideia-ncleo e as ideias com- de 1,5. Entre os pargrafos colocam-se dois
plementares? (rever unidade do pargrafo, coeso espaos de 1.5 ou trs espaos simples.
e coerncia) O vocativo pode usar frmulas como:
Clareza: qualidade indispensvel em qual- Prezado Senhor, Senhor Diretor, Senhores, Prezado
quer correspondncia comercial. Mesmo que Amigo, etc.
existam expresses tcnicas no texto, a reda- Como outras correspondncias tcnicas, as
o deve ser to clara que mesmo um leigo no cartas comerciais apresentam as seguintes partes:
assunto consiga apreender-lhes o sentido.
Conciso: o redator deve observar o Cabealho ou timbre;
meio-termo, no escrevendo de forma to pro- ndice e nmero (algumas vezes apenas nmeros);
lixa ou concisa que se torne incompreensvel Local e data;
para o leitor. Endereo ou destino;
Vocativo;
4.5.4. Simplificando o texto Introduo;
Explanao, ou desenvolvimento;
Ao escrever o texto o redator deve se Fecho, ou encerramento;
restringir ao essencial, por economia de tem- Assinatura;
po e levando em conta a objetividade e conci- Iniciais (redator e datilgrafo, ou digitador).
so. Prefira expresses mais curtas, no caso, as
da direita: Obs. Algumas cartas comerciais, de cu-
nho mais informal, no fazem uso de todas as
Acusamos o recebimento: recebemos. partes citadas, o que no constitui erro nem in-
Segue anexo a esta: anexamos. terfere na eficcia da redao.
Na expectativa de: esperamos.
Um cheque nominal na importncia de: um Modelos:
cheque de.
No decorrer do ano em curso: durante. So Paulo, 10 de maio de 2003.
Ser prontamente atendido: ser atendido.
No corrente ms de maio: neste ms. Senhor Empresrio
Anteriormente citado: citado.
Estamos iniciando a comercializao de car-
Evite estas expresses clichs: tes de Natal confeccionados pelos menores da Cre-
che Nossa Senhora de Ftima.
Agradecemos-lhe antecipadamente. Tal iniciativa se deve a uma postura de incen-
Aguardamos ansiosamente sua resposta. tivo criatividade infanto-juvenil, de integrao do
No devido tempo. menor sociedade por meio da arte.
Permita-me dizer. Convidamos V. Exa. a participar desse pro-
Pela presente acusamos o recebimento. cesso adquirindo os cartes da Creche Nossa Senho-
Rogamos acusar o recebimento. ra de Ftima.
Lamentamos informar. Agradecemos, desde j, em nome dos menores,
Servimo-nos desta para inteir-lo. a sua ajuda.
Rgis Pereira
Chefe do SvRP
MT/SB
Unidade
III
Escrevem-se com s: alis, alisar, fase, fu- Grafia correta de algumas palavras:
so, atrs, quiser, coliso, nasal, psames, inclusive, Com g: anglico, estrangeiro, evangelho, gerin-
usina, mosaico, empresa, aviso, atravs, brasa, catali- gona, sargento, sugesto, tangerina, gengibre, gengiva,
sar, ciso, lisonjeiro, surpresa, lisura, crase, despesa, herege, monge, vagido, ligeiro, ogiva, gim, tigela.
uso, visar, invs, brasa, atraso, atrasado, sinusite.
Escrevem-se com z: abalizar, azia, baliza, Com j: anjo, gorjeta, jenipapo, monja, ojeriza,
tenaz, veloz, coriza, sagaz, assaz, capaz, rapaz, azar, paj, jil, cafajeste, majestade, sarjeta.
azia, lazer, talvez, vazio, arroz, algoz, aprendiz, ba-
zar, buzina, cafuzo, rodzio, feroz, verniz, xadrez, USO DO X E DO CH
chafariz, fugaz, deslize, desprezo, giz, batizar (mas Emprega-se a letra x:
batismo), prazo. 1. Geralmente depois de ditongo. Ex.: eixo,
caixa, caixote, caixo, feixe, faixa etc.
USO DO G E DO J
Emprega-se a letra g : 2. Depois de slaba inicial en-. Ex.: enxada,
1. Nas palavras terminadas em - gio/ - enxoval, enxame, enxuto, enxaguar, enxaque-
gio/ - gio/ - gio/ gio. Ex.: pedgio, ca etc. Excees: encher e seus derivados
rgio, litgio, relgio, refgio. so grafados com ch: enchimento, enchen-
68 INEDI - Cursos Profissionalizantes
LNGUA PORTUGUESA Unidade III
AS LETRAS O e U:
A oposio entre as letras o e u res-
ponsvel pela diferena de significado entre as
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TCNICO EM TRANSAES IMOBILIRIAS
6. Nos vocbulos formados pelo prefixo O prefixo sub junta-se s palavras inicia-
supra, seguido por palavra comeada das por b, r e h por meio de hfen: sub-
por vogal, por r ou s: regio, sub-bibliotecrio, sub-heptico;
supra-renal
supra-sumo Os prefixos ad, ab, ob e sob juntam-se s
supra-axila palavras iniciadas por b, d ou r : ab-rogar,
ob-reptcio, sob-roda.
7. Nos vocbulos formados pelo prefixo
super , seguido de palavra iniciada por O prefixo scio no admite hfen: socioeco-
h ou r: nmico, sociolingustica.
super-requintado
super-homem
5.2.2. Uso da vrgula
8. Nos vocbulos formados pelos seguin-
tes prefixos, seguidos por palavras ini- A vrgula marca separaes breves de
ciadas por vogal ou h: sentido, entre termos vizinhos, expresses ex-
pan pan-asitico plicativas, inverses, na orao ou no perodo.
mal mal-amado
Principais casos do emprego da vrgula:
9. Nos vocbulos formados pelo prefixo
bem, quando a palavra seguinte possui Para separar palavras ou oraes justa-
significado independente ou quando a postas, ou seja, no ligadas por conjun-
pronncia o requer: o. Ex.: Chegou a Europa, visitou mu-
bem-aventurado seus, resolveu assuntos comerciais, pas-
bem-vindo seou com amigos, voltou ao Brasil e ca-
bem-amado sou-se com uma amiga de infncia.
10. Nos vocbulos formados pelos prefi- As intercalaes tambm devem ser co-
xos abaixo: locadas entre vrgulas. Ex.: O processo,
sem sem-cerimnia acredito eu, ser decidido favoravelmente.
vice vice-reitor
ex ex-diretor Colocam-se entre vrgulas as expresses
explicativas, corretivas, como: isto , ou
11. Nos vocbulos formados pelos prefi- seja, ou melhor, ou por outra, quer dizer, por
xos: exemplo, etc. Ex.: Os policiais, a meu ver,
ps ps-meridiano deveriam ser mais rigorosos no cumpri-
pr pr-escolar mento do dever.
pr pr-reitoria
cadas entre vrgulas. Ex.: O semestre foi Aps no entanto, entretanto, por isso, porm,
difcil; no me queixo, porm./ Era pre- contudo, todavia, entretanto, quando essas palavras
ciso, pois, levar o caso s ltimas conse- ou expresses iniciarem o perodo.
quncias.
Ex.: No entanto o lder do partido deixou
As oraes adjetivas no restritivas (ex- claro que no aceitar discusses./No entan-
plicativas), os apostos, os vocativos, de- to, o lder do partido deixou claro que no
vem ser separados por vrgulas. Ex.: Pro- aceitar discusses.Cuidado! No existe essa
fessores, chegada a hora de tomar uma opo quando essas palavras ou expresses
deciso./ Rodin, o grande escultor, teve uma no iniciarem o perodo. Ex.: O lder do par-
existncia atribulada. O homem, que um tido declarou que participar da sesso, no en-
animal racional, deve ser sensato em to- tanto avisa que no aceitar discusses.
das as suas atitudes.
Antes de oraes adverbiais de alguma
Utiliza-se a vrgula tambm para indicar extenso que venham aps a orao principal.
a elipse (ocultao) de verbo ou outro ter-
mo anterior. Ex.: As mulheres agem com Ex.: O vereador deixar o partido se a C-
o corao; os homens, com a cabea./ mara no aprovar a CPI para apurar o caso
Os meninos brincam de bola; as meninas, das licitaes./ O vereador deixar o partido,
de bonecas. se a Cmara no aprovar a CPI para apurar o
caso das licitaes.
Separam-se os topnimos, nas datas. Ex:
So Paulo, 10 de maro de 2003.
Consideraes gerais:
de um contexto suficiente para transmitir um apenas uma orao, a qual recebe o nome de
contedo claro. orao absoluta (Ex.: A menina dormia na sala),
Na lngua portuguesa, existem alguns ti- ou composto, quando constitudo por mais de
pos de frases cuja entonao mais ou menos uma orao (Ex.: Ela saiu de casa/ e no voltou
previsvel, de acordo com o sentido transmiti- mais).
do. Assim: 5.6.1. Termos essenciais da orao:
Ex.: Os professores, os alunos e os co- b) Verbos: fazer, ser, estar indicando cli-
ordenadores organizaram a excurso. ma ou tempo cronolgico.
Sujeito composto Ex.: uma hora./ Est quente./Faz dois
anos desde o meu casamento.
Em muitos casos, o sujeito no vem ex-
presso na orao, mas pode ser facilmente iden- c) O verbo haver, quando empregado com
tificado pelo contexto e est implcito na desi- referncia a decurso de tempo, ou no
nncia verbal. Trata-se de um sujeito simples sentido de existir.
implcito e sempre estar representado por um Ex.: H seis meses no chove nesta cidade./
pronome pessoal reto. Ex.: Quero que voc me Havia muitas mulheres na festa.
ganhe, que voc me apanhe... (Caetano Veloso).
O sujeito tambm pode ser indetermi- Obs: O verbo existir no impessoal,
nado, quando no se pode (ou no se quer ento ter o sujeito concordando regu-
precisar) que elemento da orao o sujeito. larmente com ele. Ex.: Existem seres de
Ex.: Mataram minha cadela de estimao./ Precisa- outros planetas.
se de motoqueiros.
Obs. Se a palavra se for partcula apassi- 5.6.4. Tipos de predicado:
vadora, o sujeito no ser indeterminado, j
que estar expresso na orao. Ex.: Aluga-se Existem trs tipos de predicado:
uma casa de praia. O sujeito uma casa de
praia. O se partcula apassivadora quando PREDICADO VERBAL: aquele que
vem acompanhado de verbo que no transi- tem um verbo (transitivo ou intransiti-
tivo (v.t.d.) direto (sem preposio). O sujeito vo) como ncleo significativo. Ex.: O dia
expresso na orao. amanheceu./Senti uma sensao estra-
nha./Contaram a triste verdade ao rapaz
Ex.: Revelou-se a idade do seqestrador. enganado.
v.t.d. sujeito
PREDICADO NOMINAL: aquele que
O se ndice de indeterminao do su- tem um nome como ncleo significativo;
jeito quando vem acompanhado de verbo que esse nome atribui uma qualidade ou um esta-
no transitivo direto; nesse caso, o sujeito do ao sujeito, sendo chamado de predicativo
indeterminado. do sujeito. Nesse caso, o verbo no ser sig-
nificativo, funcionando somente como elo
Ex.: Confia-se em pessoas religiosas. entre o sujeito e o atributo (qualidade) do
v.i. sujeito. Esse tipo de verbo chamado ver-
bo de ligao. Ex.: Marcos estava chateado./
5.6.3. Orao sem sujeito: Maria estava agitada.
BIBLIOGRAFIA
SAVIOLI, Francisco Plato; FIORIN, Jos Luiz. Para entender o texto leitura
e redao. 8. ed. So Paulo: Editora tica, 1994.
GABARIT
GABARITOO
EXERCCIO I EXERCCIO II