Cap 27 Tensão Superficial
Cap 27 Tensão Superficial
Cap 27 Tensão Superficial
SUPERFICIAL
1. INTRODUO
Quando duas fases distintas so colocadas em contato fsico, as
propriedades da zona fronteiria entre elas dependem do grau de afinidade
termodinmica entre tais fases. Mesmo no caso de fases com pouca afinidade
mtua ou "imiscveis", essa regio de fronteira no uma superfcie de
descontinuidade tal que se tenha, no equilbrio, de um lado, uma regio com
propriedades da fase e, de outro lado, outra com propriedades idnticas a
da fase (Figura 1).
der Waals. Desse modo, haver uma espcie de pelcula elstica estirada na
regio da interface. A energia necessria para o seu estiramento elementar em
condio isotrmica reversvel de quase-equilbrio uma energia interfacial
especfica, conseqncia da existncia de foras intermoleculares (Borsato et
al., 2004). Ela dimensionalmente expressa por energia sobre rea (J/m2), o que
equivalente fora por deslocamento (N/m), sendo o termo tenso
interfacial () mais usado. A tendncia contrao responsvel pela forma
esfrica de gotculas de lquido livre.
Deve-se ressaltar que, a rigor, essa energia especfica associada
extenso de uma superfcie j existente pode diferir da energia livre interfacial
especfica () de gerao de uma superfcie nova, dada pela equao de Gibbs.
A mobilidade das partculas no seio de fluidos idias possui trs graus de
liberdade, isto ,: elas podem se mover, sem maior esforo, para qualquer das
trs direes do espao, ao contrrio dos slidos, nos quais as partculas
vibram presas sua posio mdia no retculo, consumindo energia para se
deslocarem permanentemente dessa posio de equilbrio. Assim, nos fluidos
ideais, os valores numricos da tenso interfacial () e da energia livre
interfacial especfica () so coincidentes ( = ).
Entretanto, para os slidos, pode haver expanso isotrmica reversvel
da interface sem migrao das partculas (tomos e/ou molculas) do seio do
corpo para a regio da interface. Em tal caso, aps a expanso, o espaamento
entre as partculas na interface ter aumentado proporcionalmente, ao
contrrio do que ocorre no fluido no qual a expanso da superfcie
conseguida graas ao aporte de novas partculas interface na medida em que
expanso da pelcula progride, mantendo-se o espaamento constante. Para
os slidos, portanto: .
Quando as duas fases em contato so um lquido e um gs ou vapor, a
interfase usualmente referida como superfcie e os termos,
correspondentemente, passam a: tenso superficial e energia livre superficial
especfica.
Em funo dos estados de agregao da matria, as interfases e,
conseqentemente, as interfaces se classificam em: lquido/gs;
lquido/lquido; lquido/slido; slido/gs; e slido/slido.
476 Medida da Tenso Superficial
onde:
G energia livre do sistema (J);
ni nmero de moles da espcie i;
i potencial qumico da espcie i (J/kmol);
Tratamento de Minrios: Prticas Laboratoriais CETEM/MCT 477
G
= [4]
A T, p,i
2
Mx3
= K (Tc 6)
[5]
onde:
M massa molecular do lquido (kg);
X grau de associao do lquido;
478 Medida da Tenso Superficial
onde:
T = T 273,15
realizado pela presso (p) deve ser igual variao de energia livre
interfacial sofrida pela pelcula (desconsiderando efeitos gravitacionais, e
outros). Para interfaces curvas, a presso (p) dada pela equao de Young-
Laplace (Hiemenz, 1977):
1 1
p = + [7]
R1 R 2
onde:
3. CAPILARIDADE
Uma das manifestaes da tenso interfacial a capilaridade, ou os
fenmenos da ascenso ou depresso capilar. Um tubo capilar (ou duas placas
muito prximas) parcialmente imerso em um lquido mostrar uma elevao
ou uma depresso da superfcie do lquido em seu interior conforme a
afinidade do material do tubo com o lquido, em ltima anlise: da
intensidade das interaes entre as espcies.
onde:
tenso superficial (N/m, equivalente a J/m2);
rc raio do tubo capilar (m);
ngulo de contato (radiano);
diferena entre as massas especficas dos fluidos e (kg/m3);
onde:
Vgo
F = ln ln 3 + 2,28 ,
rc
pois, quando suspenso, ele deve tender a levar consigo uma coluna
aproximadamente cilndrica de lquido, at um ponto em que haja o
rompimento dessa pelcula. A fora, nesse momento, se iguala ao peso do
lquido suspenso (mg). A determinao da tenso superficial feita por:
mg R3 R
= f ; [14]
4 R V r
onde:
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Becher, P. Emulsiones Teoria y Prctica. (Traduccin de la 2 edicon
estadunidense). Madrid: Editorial Blume, 1972, 398 p.
Borsato, D.; Moreira, I.; Galo, O. F. Detergentes Naturais e Sintticos: um guia
tcnico. 2 edio revisada. Editora da Universidade Estadual de Londrina:
Eduel, 2004, 182 p.