Educação Especial Clauss PDF
Educação Especial Clauss PDF
Educação Especial Clauss PDF
EMDIREO A
EDUCAAO INCLUSIVA
Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul
Chanceler
Dom Dadeus Grings
Reitor
Norberto Francisco Rauch
Vice-Reitor
Joaquim Clotet
Conselho Editorial
Antoninho Muza Naime
Antonio Mario Pascual Bianchi
Dlcia Enricone
Helena Noronha Cury
Jayme Paviani
Jussara Maria Rosa Mendes
Luiz Antonio de Assis Brasil e Silva
Marlia Gerhardt de Oliveira
Mirian Oliveira
Urbano Zilles (Presidente)
Diretor d a EDIPUCRS
Antoninho Muza Naime
CLAUS DIETER STOBAUS
JUAN JOS MOURINOMOSQUEWI
(Orgs.1
-
EDIPUCRS
Porto Alegre
2004
O EDIPUCRS, 2 0 0 3 ; 2a ed. 2004
Capa:
Clarissa Furlan Zabka
Preparao de originais:
Eurico Saldanha de Lemos
Reviso d e normas:
Ana Zubik Camargo de Souza
Reviso:
dos organizadores
Edi torao:
Supernova Editora
Impresso e acabamento:
Grfica Epec
CDD 371.9
EDIPUCRS
Av. Ipiranga, 668 1 - Prdio 33
Caixa Postal 1429
CEP 90619-900 Porto Alegre, RS - BRASIL
FoneFax: (51) 3320-3523
E-mail: [email protected]
www.pucrs.br/edipucrs
Proiblda a reproduo total ou parcial desta obra sem a autorizao expressa da Editora.
Introduo ....................................................................
CAP.1 - Ateno diversidade e Educao Especial .....
Orlando Terr Camacho
CAP.2 - Aspectos histricos da Educao Especial: da
excluso incluso - uma longa caminhada .................
Marilene d a Silva Cardoso
CAP.3 - Uma escola de todos, para todos e com todos:
o mote da incluso ..........................................................
Maria Teresa Eglr Mantoan
CAP.4 - Tendncias futuras da Educao Inclusiva.. .....
Vtor d a Fonseca
CAP. 5 - Da Educao Especial Escola Inclusiva .........
Saul Neves d e J e s u s , Maria Helena Martins e
Ana S u s a n a Almeida
CAP.6 - Adolescncia e inadaptao social ....................
Berta Weil Ferreira
CAP. 7 - La hidroterapia como posibilidad de trata-
miento en las patologas neuromotoras .........................
Laura Luna Oliva e Hernn Ariel Villagra
CAP.8 - Entrevista com o Prof. Dr. ngel Rivire sobre
Educao Especial ..........................................................
Claus Dieter Stobus
CAP.9 - Processo formal de educao de pessoas sur-
das: subsdios para a (re)construo do espao educa-
cional para portadores de surdez ..................................
Alvina T h e m i s Silveira Lara
CAP.10 - O processo de incluso/excluso: uma possi-
bilidade de (rehignificar prticas .................................. 147
Elisa Kern
CAP. 1 1 - Hacia la Educacin Inclusiva de nifios con Sn-
drome de Down, como parte de1 proceso de Educacin
Inclusiva en Educacin Bsica ...................................... 177
Lydia Chango Lizarazu
CAP.12 - A criana com Necessidades Educativas Es-
peciais: uma viso ampla e aportes educacionais ......... 187
Claus Dieter Stobaus e J u a n Jos Mouririo Mosquera
CAP. 13 - Professor, personalidade saudvel e relaes
interpessoais: por uma educao da afetividade na
Educao Especial ..........................................................205
J u a n Jos Mouririo e Mosquera Claus Dieter Stobaus
CAP. 14 - A incluso da criana especial comea na
famlia .....................
...................................................... 22 1
Gilca Maria Lucena Kortmann
CAP. 15 - O aluno com altas habilidades/superdotao:
uma criana que no o que deve ser ou o que no
deve ser? ......................................................................... 237
S u s a n a Graciela Prez Barrera Prez
Referncias ......................................................................25 1
Este livro que apresentamos fruto do esforo de vrias
pessoas que atuam na Educao ~ s p e c i a lSo
. nossos amigos e
colegas, muito colaboraram para que ele pudesse ir adiante. To-
dos nos enviaram os materiais, que unimos de maneira que o
texto tivesse uma forma mais coerente e compreensvel, para
que o leitor pudesse encontrar, em cada um dos captulos, pos-
sibilidades de suporte terico, bem como idias, exemplos e
aplicabilidades em diversos campos de trabalho e estudo.
O livro est montado de modo a que nos propicie uma
viso bem ampla da Educao Especial, aprofundando no
sentido d a Educao Inclusiva.
O captulo inicial, de Orlando Terr Camacho, atual presi-
dente d a Associao Mundial de Educao Especial - AMEE,
introduz e inicia a polemizar o tema.
A seguir est o captulo dois, que, digamos assim, tem
mais indicativos tericos, especialmente confeccionado por
Marilene d a Silva Cardoso.
A proposta que Maria Teresa Eglr Mantoan nos coloca
no captulo trs, de tentar incluir todos, mesmo com suas
dificuldades em ambientes com recursos e preparo de seus
educadores complementada pela viso de Vtor da Fonseca,
no captulo quatro, que destaca a dificuldade e o cuidado com
que todos poderiam ser atendidos em suas particularidades,
portanto nem sempre seriam todos na mesma escola, em um
ponto futuro nem to futuro assim.
O captulo cinco segue questionando a implementao e
atualidade da Educao Inclusiva, novamente com uma viso
em Portugal, oportunizada pelos autores Saul Neves de Je-
sus, Maria Helena Martins e Ana Susana Almeida.
A seguir, o captulo seis aprofunda em um ngulo
bem atual, o de quando se torna o educando adolescente
AEDUCAAOESPECIALEAEDUCAO
INCLUSIVA
Porm, para Bueno ( 1993),a Educao Especial tem cum-
prido, na sociedade moderna, duplo papel, o de complemen-
taridade da educao regular, atendendo de um lado a demo-
cratizao do ensino, na medida que responde s necessida-
des de parcela da populao que no consegue usufruir dos
processos regulares de ensino; do outro, responde ao proces-
so de segregao, legitimando a ao seletiva da escola regu-
lar.
O papel d a Educao Especial assume, a cada ano, im-
portncia maior, dentro da perspectiva de atender s cres-
centes exigncias de uma sociedade em processo de renova-
yu" - -- ?
+ +w2
'-
ri inna rlarlPmnrrarln~ ?liP Rn
Instruo Directa
A Instruo Directa ilustra um termo genrico que essen-
cialmente descreve uma modalidade de ensino estruturado,
quer das competncias escolares, quer das competncias so-
ciais.
De acordo com Becker, Engelman, Carnine e Rhine ( 1981),
esta modalidade compe-se de oito componentes: 1 - focagem
nos objectivos escolares; 2 - professores adicionais na sala
de aula; 3 - utilizao estruturada do tempo; 4 - apresenta-
o escrita das lies; 5 - aplicao eficiente de mtodos de
ensino; 6 - treino e superviso cuidada; 7 - monitorizao do
progresso dos estudantes; e 8 - envolvimento activo dos pais.
Os custos deste modelo envolvem, preferencialmente, o
treino dos professores, a construo ou aquisio de mate-
riais pedaggicos hierarquizados por unidades de complexi-
dade crescente, e um supervisor.
Trata-se dum modelo de instruo mais sistemtico, do
tipo passo-a-passo, no qual o professor pode estar a traba-
lhar mais individualmente com um grupo reduzido de estu-
dantes, enquanto o restante da turma trabalha de forma mais
independente.
Interveno Estratgica
O modelo de Interveno Estratgica preconiza a orienta-
o cognitiva dum currculo de estratgias de aprendizagem
que permite aos estudantes utilizarem com mais eficcia as
suas competncias na aquisio de novos contedos.
Consultoria Pedaggica
Este modelo procura apoiar directamente o professor d a
sala de aula regular, fornecendo-lhe estratgias e promoven-
do-lhe competncias e recursos de ensino, de instruo, de
mediatizao, de identificao, de encaminhamento e de ava-
liao formativa dos estudantes, podendo incluir igualmente
apoios indirectos que sirvam, como suporte consultivo ou
como guia orientador, das suas intervenes prticas com os
estudantes com dificuldades ou problemas de aprendizagem,
diz Fonseca ( 1999a,b).
Esta modalidade pode ainda: estender a sua aco aos
grupos de suporte dos pais; proporcionar novos processos
de observao e de diagnstico que sustentem outras alterna-
tivas nos planos educacionais individualizados; sugerir inter-
venes mais adequadas e eventualmente supervisionar a efi-
ccia dos mtodos e dos programas aplicados.
Nesta perspectiva podem mesmo criar-se comits dos pla-
nos educacionais individualizados, com o objectivo de su-
portar os professores e a s famlias a concretizarem uma
incluso total, e mais efectiva, dos estudantes com NEE na
escola da s u a residncia e na sua comunidade mais alargada.
Boas Prticas de E1
Implementar a E1 envolve de certa forma uma experincia
de inovao, uma atitude experimental e uma avaliao quali-
tativa permanente. Vrias autoridades, entre elas Chalfant,
Pysh e Moultrie (1979) e Gerber e Semmel (1985) vm reco-
mendando um conjunto de boas prticas, d a s quais destaca-
mos:
Equipas de Pr-encaminhamento e de Consultoria
Colaborativa - tais equipas multidisciplinares, em par-
ceria com os professores regulares, procuram desenhar
recomendaes e estratgias para trabalhar com estu-
dantes com NEE dentro da sala de aula normal, garan-
tindo uma co-consultoria de igual autoridade e uma for-
mulao de solues alternativas co-responsveis que
DA EDUCAO ESPECIAL A
ESCOLA INCLUSIVA
-
De acordo com esta abordagem, o professor dever plani-
ficar as suas aulas ou unidades de ensino, utilizando quatro
etapas especficas:
Etapa 1 - O professor escolhe os principais conceitos ou
idias a serem ensinados em cada aula ou unidade. Estes con-
ceitos devem ser os mesmos para todos os alunos; devem ser
ns- r
entendam.
Etapa 2 - O professor desenvolve uma variedade de for-
maslestratgias, atravs das quais possa apresentar esses
conceitos ou informaes classe. Assim, o professor pode
decidir a:
- fornecer aos alunos a s informaes;
- levar os alunos a procurarem eles mesmos a s informa-
es, usando para tal bibliografia adequada, computa-
dor, filmes, entre outros;
- conduzir os alunos a efectuarem experincias/situaes
das quais possam retirar a s concluses respeitantes aos
conceitos ou informaes a serem explorados.
Etapa 3 - O professor proporciona aos alunos uma opor-
tunidade para reflectir ou praticar as novas informaes ou
CONSIDERAOES FINAIS
A construo de uma Escola Inclusiva veio recolocar na
educao geral muitas das responsabilidades que at ento
se mantinham atribudas Educao Especial. Acreditamos
que a Escola Inclusiva no uma utopia; no entanto, neces-
srio que os pais, os profissionais, os governantes e a popu-
lao em geral acreditem que a Escola Inclusiva qualquer
coisa por que vale a pena lutar.
A construo de uma Escola Inclusiva e a educao de
crianas e jovens que se deparam com obstculos ao seu de-
senvolvimento exige uma estratgia global de educao que
valorize no interior das escolas a solidariedade e o esprito
de equipe.
O desafio colocado aos professores grande e parte sig-
nificativa continua a no estar preparada para desenvolver
estratgias de ensino diversificado. A formao dos docentes
e o seu desenvolvimento profissional so condies necess-
rias e fundamentais para a construo d a Escola Inclusiva. A
formao inicial e a formao contnua so condies indis-
pensveis para que os docentes possam fazer face ao acrsci-
mo de tarefas e responsabilidades que a Escola Inclusiva re-
presenta.
Fundamental ainda incentivar a formao especializada
pois que, por forma a assegurar a s escolas o apoio tcnico
indispensvel, haver que dotar o Sistema Educativo com tc-
nicos especializados, desde docentes de apoio, psiclogos
educacionais, terapeutas, monitores e intrpretes de lngua
gestual, entre outros.
A construo de uma Escola Inclusiva exige um esforo e
uma colaborao estreita de todos, como referiu o Prof. Mel
Ainscow (1995, p. 5 9 ) , no Congresso de Birmingham sobre
Educao para Todos:
BERTAWEIL FERREIRA*
CONTEXTO DO ADOLESCENTE
A vida atual regida pelos meios de comunicao de mas-
s a e pela informtica. As notcias do que acontece no mundo
alcanam as populaes quase ao mesmo tempo em que es-
to ocorrendo. Pela Internet, as pessoas se comunicam com
todas a s partes do universo. Contudo, em lugar de vida me-
lhor resultante dos avanos tecnolgicos, o que vemos so
altos ndices de desemprego. Segundo a TV RBS, no ano de
200 1, citando dados do censo, 13,9%d a populao brasilei-
r a era constituda de desempregados.
O homem est sendo substitudo, cada vez mais, pela m-
quina. Para competir no mercado de trabalho, tem que pre-
parar-se melhor. Ao terminar um curso superior, no tem
certeza de encontrar trabalho. Isto desencoraja os adolescen-
tes.
LA HIDROTERAPIA COMO
POSIBILIDAD DE TRATAMIENTO EN
LAS PATOLOGIAS NEUROMOTORAS
Adaptacin a1 agua
E1 objetivo bsico es aclimatar 10s usuarios a1 entorno pis-
cina (vestuarios,duchas, cambiadores, temperatura, personal
de apoyo) y propio de1 vaso de piscina (temperatura de1 agua,
profundidad, luces, caracteres propios de1 agua, etc.).
Control respiratorio
En nuestra experiencia hemos observado la dificultad que
tienen para controlar la respiracin en e1 medio acutico,
motivado por respiracin mixta buco-nasal, poca capacidad
CONTROL RESPIRATORIO
Desplazamiento bsico
Comenzamos a trabajar especficamente e1 desplazamiento
en e1 agua cuando es capaz de mantenerse en la barra o
manguitos. AI inicio debemos perseguir cualquier tipo de
desplazamiento en funcin de Ias posibilidades de cada
usuario; segn qu refleje en nivel motor. Los objetivos de
trabajo en e1 Programa de Nivel Intermedio, respecto a1
desplazamiento, se estructuran siguiendo Ia secuencia, tems
H.P4 a1 H.F? 9.
ENTREVISTA
Passo agora a transcrever a ntegra d a entrevista em espa-
nhol, assinalando quando fao a pergunta e quando ele res-
ponde.
i Claus: Antes de profundizar, un poco de tu trayectoria,
formacin y como Ilegaste, 10 que ests haciendo en e1 rea de
Educacin Especial.
ngel: Bueno, yo hice Psicologa, soy de la primera
promocin de Psicologa, de la misma que lvaro Marchesi,
de1 grupo de gente que participamos luego en e1 proceso de la
reforma de Ia Educacin en Espana, haba varios que
estbamos en aquella primera promocin.
Provena de un colegio de Madrid, con una educacin muy
personalizada, muy cuidadosa, que se llamaba Santa Mara
de las Nieves, que era de otras personas y de mis padres.
Vengo de1 mundo de la Educacin, de tradicin familiar
vieja. Mis abuelos eran maestros, mi padre y mi madre eran
profesores, y haba estado muy en contacto con e1 mundo de
la Educacin.
Cuando acab la carrera, pas inmediatamente a ser
profesor aqu, desde 10s 22 afios. Y simultneamente era psi-
clogo de aquel Centro. Es decir, ejerc como psiclogo, diga-
mos escolar, desde una serie de anos.
Por entonces, mis intereses principales tenan que ver,
principalmente, siempre me han interesado mucho 10s
intereses tericos, en Ia Psicologa, pues con Ia obra de
Vygotsky, Piaget. Hace ya muchos afios, en e1 afio 8 5 me pare-
ce que fue, publiqu un librito sobre Vygotsky, que fue e1
primero que hubo en Espana sobre s u obra. Temas que tenan
que ver, tambin, con la Psicologa Cognitiva, con e1 pensa-
miento, te estoy hablando de1 72 o 73. Y empec a trabajar en
o PROCESSO DE INCLUSAO/EXCLUSO:
U M A POSSIBILIDADE DE
(REISIGNIFICAR PRTICAS
CONSIDERAOES FINAIS
A partir da pesquisa, considero o processo de incluso1
excluso um binmio indissocivel. No me parece possvel
pensar em incluso ou excluso, mas em um processo indis-
socivel, que ocorre numa interao dialtica que no privile-
gia um dos termos, nem procura uma sntese.
No entanto, nos indcios revelados na pesquisa, percebo
que o processo ainda visto de uma forma contraditria pe-
los praticantes; ora dissociando, entendendo que est incluin-
do ou excluindo, ora como um processo indissocivel. Enten-
do esta contradio como fazendo parte de uma prtica nova
que est sendo instituda. A meu ver, essa contradio no
inviabiliza o processo, mas parte constitutiva dele.
Ao analisar as implicaes dos professores, constato con-
flitos, angstias, ambivalncias, incertezas que permeiam o
seu agir. Estas implicaes nem sempre so claras ou admiti-
das. Considerar a indissociabilidade do processo de inclu-
ENSINO
Quanto queles elementos que denotam posicionamentos
relativos ao ensino, os sujeitos destacaram pontos em uma
direo mais positiva, bem como tambm em uma mais ne-
gativa, em suas falas, lembrando que so necessrias cons-
tantes atualizaes, cuidados com e durante o processo
avaliativo docente, evitar falta de acompanhamento com equipe
multi e interdisciplinar, cuidando em detectar mnimas mo-
dificaes comportamentais e cognitivas, como nos relatos.
Aqui aparece tambm colocada a noo do professor quei-
mado, torrado, burnout, pelo estresse que o acomete, como
diramos aqui, carregar o piano o tempo todo, enquanto ou-
tros esto tocando ou ouvindo a msica.
FORMAAO DO PROFESSOR
Nesta categoria aparecem comentrios sobre os aspectos
da formao que o professor realizou, que tm relao, tanto
direta como indireta, com a Educao Especial. Aqui apare-
ceram comentrios que vo desde uma formao diretamen-
te na rea, em curso especfico, at aquelas que passam por
reas distintas at escolherem a de Educao Especial, ou
mesmo algum momento da vida que marcou, como um pro-
fessor que tinha um amigo de infncia Down, que morreu jo-
vem, relatando que o marcou desde ento, inclusive a ponto
de pertencer a grupo de apoio famlia (como APAE).
UTILIZAAO DA NOMENCLATURA
Encontramos duas subcategorias: como sinnimos e como
diferentes.
Como Sinnimos
Nesta subcategoria inclumos a s falas daqueles professo-
res que comentaram que a utilizao dos termos Incluso e
Integrao indistintamente no causa ou no possui inconve-
nientes, podendo ser usados de forma idntica, igual, consta-
tado nas falas.
O termo portadores d e no mais to utilizado entre ns,
vem sendo substitudo, pelo menos na rea educacional, por
aluno ou pessoa com necessidade educativa especial. Tam-
Como Diferentes
Nesta subcategoria inclumos os depoimentos daqueles
professores que consideraram os termos como diversos, di-
ferentes, at como opostos, antnimos, em especial os ter-
mos Portadores/Alunos e Integrao/Incluso, em que apare-
ceram comentrios s vezes at opostos, no sentido de que
integrao seria maior que incluso. Tambm apareceu que
seria melhor utilizar portador, em vez de aluno com.
de se destacar que realmente ficamos, ainda mais aqui
no pas, restritos ao campo do menos, muitas vezes esque-
cendo o campo do mais, os chamados alunos prodgio ou at
aqueles superdotados, pessoas que tambm tm suas restri-
es ou dificuldades, que nem so trabalhadas em nossa for-
mao, na rea da Educao Especial. Passam despercebi-
das nas Licenciaturas em geral, acabam por ser esquecidas.
Remetemos ainda aos comentrios de Palcios, Marchesi
e C011 (1999), enquanto ao atendimento de 2% ou 18-20%,
isto , seriam atendidos 2% dos alunos se falssemos daque-
les realmente com problemas muito srios, necessitando de
cuidados j bem especficos, porm seriam 18 a 20% do total
de alunos se falssemos daqueles que necessitam de apoios
para sanar suas dificuldades.
Recentemente se tem ouvido novamente falar em mudan-
as, propostas de reconsiderao do uso de terminologia, em
termos de nomenclatura, utilizando educandos ou pessoas
no lugar de alunos, mais no sentido de que no seriam ape-
nas aqueles alunos em idade escolar ou que tivessem acesso
SENTIMENTOS EXPERIMENTADOS
Relatam que sempre h algum grau de ansiedade no con-
tato com novos alunos, a cada incio de perodo letivo, alguns
at ressaltam a cada incio de aula ou mesmo em atividade
diferentes ou mudanas da normalidade na sala de aula.
Muitos consideram como contribuio positiva s pesso-
as e sociedade, j alguns dos entrevistados comentaram que
experimentam sentimentos conflitivos e mesmo ambivalentes,
incluindo aqui o que muitas vezes at foi explicitado por eles,
de amor elou dio pelo aluno (ou colegdchefe), nem sempre
controlado pelo professor e mesmo pelo aluno, uma sensa-
o de potncia, de grande poder ao estar na situao de pro-
fessor, dominando a classe. H tambm, mais frequentemente
ainda, a sensao de impotncia, no sentido de no consegui-
rem se conter ou conter o grupo, no conseguir seguir o seu
planejamento. Evidenciam sentimentos de angstia, por um
lado, por exemplo ao no se sentirem satisfeitos com o que
realizaram, ou no tendo tempo e condies de realizar o tra-
balho, bem como aos de felicidade por outro, claramente ex-
presso ao dizerem a misso est cumprida.
Dispositivos Legais
Em 197 1, a LDB, na Lei 5.692171 (apud Ministrio de Edu-
cao, 1998, p. 91 menciona, no seu artigo gO,que "[...I os
superdotados devero receber tratamento especial, de acor-
do com as normasfixadas pelos competentes Conselhos de
Educao".
A Poltica Nacional de Educao Especial, de 1994 (apud
Brizolla, 2000, p. 32) [grifo nosso] define que a:
PESSOA PORTADORA DE NECESSIDADES ESPE-
CIATS: a que apresenta, e m carter permanente ou
temporrio, algum tipo de deficincia~ica,sensorial,
cognitiva, mltipla, condutas tpicas ou altas habi-
lidades, necessitando, por isso, de recursos especia-
lizado~ para desenvolver mais plenamente o seu po-
tencial elou superar ou minimizar suas dificuldades.
No contexto escolar, costumam ser chamadas de pes-
soas portadoras de necessidades educativas espe-
ciais.
J os Parmetros Curriculares Nacionais: Adaptaes Cur-
riculares (MEC/ SEFI SEESl? 1998, p. 32) estabelecem que:
A expresso necessidades educacionais especiaispo-
de ser utilizada para referir-se a crianas e jovens
cujas necessidades decorrem de sua elevada capaci-
CAP. 2
BIANCHETTI, L. et al. U m olhar sobre a diferena: interao, tra-
balho e cidadania. Campinas: Papirus, 1998.
BUENO, J . G . S . Educao Especial brasileira - integraolsegre-
gao d o aluno d g e r e n t e . S o Paulo: EDUC, 1993.
CARNEIRO, M. S . C. A Integrao de alunos considerados Es-
peciais n a s redes pblicas d e ensino - u m olhar Vygotskyano.
In: ABRAMOWICZ, A. et al. Para a l m d o fracasso escolar. C a m -
pinas: Papirus, 1997.
CARVALHO, R. E . A nova LDB e a Educao Especial. Rio de Ja-
neiro: WVA, 1997.
COLL, C.; PALACIOS, J. ; MARCHESI, . Desenvolvimento psicol-
gico e educao. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1995. v. 3 .
CORREIA, L. de M. Alunos c o m necessidades educativas e s p e -
ciais n a s classes regu lares. Porto: Editora Porto, 1997.
DECLARAO DE SALAMANCA. Enquadramento d a ao: neces-
sidades educativas especiais. In: Conferncia Mundial sobre NEE:
Acesso e Qualidade - UNESCO. Salamanca/Espanha: UNESCO,
1994.
FERREIRA, J. R. A excluso d a diferena: a educao d o porta-
dor d e deficincia, Piracicaba: U n i m e p , 1994.
FONSECA, V. da. Educao Especial. Porto Alegre: Artes Mdicas,
1995.
FORTUNATO, M. Educao e deficincia. In: MANTOAN, M. T . E .
A integrao d e pessoas c o m deficincia. So Paulo: Memnon, 1997.
, B. Educacin Especial y Reforma Educativa: necesi-
J I M N E Z R.
d a d e s educativas especiales. Mlaga: Aljibe, 1993.
MARQUES, C . A. Para u m a filosofia d a deficincia: aspectos d a
pessoa portadora d e deficincia. 1994. Dissertao (Mestrado e m
Educao) - Faculdade de Educao d a Universidade Federal d e
Juiz de Fora, Juiz d e Fora.
MILLS, N. D. A educao d a criana c o m S n d r o m e de Down.
In: SCHWARTZMAN, J . S . et al. Sndrome d e D o w n . S o Paulo:
Memnon. 1999.
cm. 4
ADELMAN, H.; TAYLOR, L. Learning problems & learning disabili-
ties: moving forward. Pacific Grove: Brooks/Cole Publishing, 1993.
AINSCOW, M. Special Education in change. London: Falmer Press,
1989.
. Effective Schools for All. London: Fulton, 1991.
. Towards inclusive schooling. British Journal of Special
Education, v. 1, n. 24, p. 3-6, 1997.
. Desarrollo d e Escuelas Inclusivas. Madrid: Narcea, 2001.
BAUWENS, J.; HOURCADE, J . ; FRIEND, M. Cooperative Teaching:
a model for general and special education integration. Remedial
a n d Special Education. v. 2, n . 10, p.17-22, 1989.
BAUMEISTER, A.; KUPSTAS, l?; KLINDWORTH, L. New Morbidity:
implications for prevention o f children's disabilities. Exceptionality,
v. 1, n . 1, p. 1-16, 1990.
BECKER, W. C.; ENGELMAN, S . ; CARNINE, D.; RHINE, W . Direct
instructional model in encouraging cheating i n America's schools.
New York: Academic Press, 1981.
BOGDAN, R.; BIKLEN, D. Handicapism. Social policy, v. 5 , n. 7,
14-19, 1977.
BOOTH, T. Inclusion in Education. International. Consultive Forum
o n Education for All, Executive S u m m a r i e s . Paris: UNESCO, 2000.
BOS, C.; VAUGHN, S . Strategies for teaching students with learning
a n d behaviour problems. Boston: Allyn and Bacon, 1994.
CAP. 5
AINSCOW, M. Educao para todos: torn-la u m a realidade. Lis-
b o a , Instituto d e Inovao Educacional. 1995.
-. Necessidades especiais n a s a l a d e aula: u m guia para a for-
m a o d e professores. Lisboa: Instituto de Inovao Educacional,
Edies UNESCO, 1998.
AINSCOW, M.; PORTER, G.; WANG, M. Caminhos para as Escolas
Inclusivas. Lisboa: Instituto d e Inovao Educacional, 1997.
B A I R M O , J. O s conceitos de Educao Especial. Revista d o De-
senvolvimento d a Criana, Lisboa, v. 1-2, n . 6, p. 5-8,1987.
. Tendncias actuais da Psicologia Educacional. Psicologia, v. 1,
n . 8, p. 5-9, 1989.
BARROSO, M. J.; SALEMA, M.H. Salas d e estudo e auto-regulao
da aprendizagem. Revista d e Educao, v. 2, n . 8, p. 139-161, 1999.
BNARD DA COSTA, A. M. A Escola Inclusiva: d o conceito prti-
ca. Inovao, Lisboa, Instituto d e Inovao Educacional, v. 112,
n. 9, p. 5-7, 1996.
-. No caminho da Educao Inclusiva - u m exemplo que veio da
frica d o S u l . Inovao, Lisboa, Instituto de Inovao Educacio-
nal, v. 113, n . 15, p. 221-240, 2002.
BLOOM, B. S . H u m a n characteristics a n d School Learning. New
York: McGraw-Hill Book Company, 1976.
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAO. U m a Educao Inclusiva
apartir d a escola que temos. Lisboa: Seminrios e Colquios, 1999a.
-. Parecer no 1/99 - Crianas e Alunos c o m Necessidades Edu-
cativas Especiais. Dirio d a Repblica, I1 Srie, n. 40, 1710211999b.
CAP. 8
R I V I R E ,. Lapsicologa d e Vygotsky. Madrid: Visor, 1985.
. E1 sujeto d e lapsicologa cognitiva. Madrid: Alianza,
-- 1987
-, Objetos con m e n t e . Madrid: Alianza, 1991.
-. Autismo. Madrid: Trotta, 2001.
CAP.9
BARDIN, L. Anlise d e contedo. Lisboa: Edies 70, 1995.
BEHARES, L. Adquisin inicial de1 lenguage por e1 nifio sordo. In:
CONGRESO INTERNACIONAL DE LA A S O C I A C I ~ NLINGUSTICA
Y FILOLOGADE AMRICA LATINA, IX, 1990, Campinas/SP Actas. ..
Campinas/SE Unicamp, 1990.
BELLUGI, U.; KLIMA, E. T h e signs o f l a n g u a g e . Cambridge, Mass.:
Harvard University Press, 1979.
BIANCHETTI, L. Aspectos histricos da Educao Especial. Revis-
t a Brasileira d e Educao Especial, Piracicaba, v. 11, n. 3, p. 7-19,
1995.
BRASIL. Declarao d e S a l a m a n c a e linhas d e a o - sobre n e -
c e s s i d a d e s educativas especiais. Braslia: Coordenadoria Nacio-
nal para Integrao da Pessoa Portadora d e Deficincia, 1994.
CICCONE, M. Comunicao total. Introduo. Estratgia. A pes-
s o a s u r d a . Rio d e Janeiro: Cultura Mdica, 1990.
CONRAD, R. T h e deaf scholl child. Language a n d cognitive
function. London: Harper & Row, 1979.
CORREIA, L. d e M. Alunos c o m necessidades educativas e s p e -
ciais n a s Classes Regulares. Porto, Portugal: Porto Editora, 1997.
CUXAC, C . Le langage d e s sourds. Paris: Payot, 1983.
FENEIS. LIBRAS. Lngua brasileira d e sinais. Belo Horizonte, 1995.
FERNANDES, E. Problemas lingusticos e cognitivos d o surdo. Rio
d e Janeiro: Agir, 1990.
FERREIRA BRITO, L. Integrao social e educao d e surdos. Rio
d e Janeiro: Babe1 Editora, 1993.
CAP. 1 I
CAZDEN, C. D. E1 discurso e n e1 aula. E1 lenguaje d e ia e n s e f i a n z a
y del aprendizaje. Barcelona: Paids, 1991.
C E N S O NACIONAL D E PERSONAS CON S N D R O M E DE DOWN.
Montevideo: Asociacin Down de1 Uruguay, 2 0 0 0 .
CHANGO LIZARAZU, L. Estudio d e caso sobre ia inclusin d e u n
nifio c o n Sndrome d e D o w n . 2000. Disertacin (Maestra e n
Educacin) - Facultad de Educacin d e la Universidad Catlica de1
Uruguay, Montevideo.
LUHMANN, N. S i s t e m a educativo. Problemas d e reflexin. Mxi-
co, D.F.: Universidad de Guadalajara, 1993.
MONTOBBIO, E. L a necesidad d e normalidad: e1 derecho a la
diversidad d e las personas discapacitadas. Montevideo: Confe-
rencia en la Intendencia Municipal d e Montevideo (material repro-
ducido por A.D.D.U.), 1998.
P I C H N - R I V I R EE.
, E1 proceso grupal. De1 psicoanlisis a ia
psicologa grupal. Buenos Aires: Nueva Visin, 1971. T o m o 1.
CAP. 12
BARDIN, L. Anlise d e contedo. Lisboa: Edies 70, 1995.
BARTON, L. (Org.) Discapacidad y sociedad. La Coruiia: Paideia;
Madrid: Morata, 1998.
BAUTISTA, R. (Org.).Necessidades Educativas Especiais. Lisboa:
Dinalivro, 1997.
BIANCHETTI, L. (Org.). U m olhar sobre a diferena: integrao,
trabalho e cidadania. Campinas: Papirus, 1998.
BLANCO, R.; DUK, C. Adaptaciones curriculares y a l u m n o s con
necesidades especiales. Madrid: Ministerio de Educacin y Ciencia,
1992.
BRASIL. Lei d e Diretrizes e Bases d a Educao Brasileira. Braslia:
MEC, 1996.
. Princpios bsicos d a Educao Especial. Braslia: MEC/
CENESF: 1994.
BUENO, J . G. S . Educao Especial Brasileira. Integrao/segre-
gao d o aluno diferente. So Paulo: EDUC, 1993.
CARNEIRO, M. S . C. A integrao de alunos considerados especiais
n a s redes pblicas d e ensino- u m olhar vygotskiano. In: DANIELS,
H. (Org.). V y g o t s k y e m foco. Pressupostos e d e s d o b r a m e n t o s .
2. ed. Campinas: Papirus, 1997.
CASADO, D. Ante la discapacidad. Glosas iberoamericanas. Buenos
Aires: L u m e n , 1995.
COLL, C. et al. Necessidades Educativas Especiais e a p r e n d i z a -
g e m escolar. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1995.
CORREIA, L. de M. Alunos c o m necessidades especiais n a s esco-
l a s regulares. Porto, Portugal: Porto Editora, 1997.
CORREIA, L. d e M.; SERRANO, A. M. (Org.).Envolvimento parenta1
e m interveno precoce. Porto, Portugal: Porto Editora, 1998.
FERREIRA, J. R. A excluso d a diferena: a e d u c a o d o porta-
dor d e deficincia. Piracicaba, So Paulo: UNIMEP, 1994.
FONSECA, V. da. Educao Especial. Porto Alegre: Artes Mdicas,
1995.
GRAU RUBIO, C. Educacin Especial. De la integracin a la escuela
inclusiva. Valencia, Espanha: Promolibro, 1998.
GUERRERO LPEZ, J . F. Introduccin a la investigacin e t n o -
grfica e n Educacin Especial. Salamanca, Espanha: Amar, 199 1 .