Apostila de Centro Cir+ürgico-Pronatec PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 112

1

PROGRAMA DE DISCIPLINA

ESCOLA OFERTANTE:
CURSO: Tcnico em Enfermagem
SEMESTRE: 2 ANO: 2014
DISCIPLINA: Clnica Cirrgica C/H SEMESTRAL: 80 H
MDULO: III C/H SEMANAL: 4 H
I Objetivos
Conhecer a estrutura fsica e funcional da Central de Material Esterilizado, bem como as
necessidades bsicas dos clientes/pacientes nas diferentes faixas etrias em tratamento cirrgico,
nos perodos pr, trans e ps-operatrio, compreendendo: Aplicao de princpios cientficos e
execuo de procedimentos que minimizem os riscos cirrgicos; Incentivo ao autocuidado;
promoo de apoio e segurana.

II Contedo
Central de Material Esterilizado.
Princpios de assepsia e anti-sepsia
Fisiopatologia dos principais agravos sade que determinam necessidade de tratamento
cirrgico.
Cuidados de enfermagem pr-operatrios gerais e especficos.
Tcnicas bsicas de preparo fsico do paciente no pr-operatrio.
Tcnicas de transporte do paciente no pr e ps-operatrio.
Processo de trabalho em centro cirrgico.
Tcnicas de circulao e instrumentao em sala de cirurgia.
Tcnicas de manuseio de material e instrumental cirrgico, estril e contaminado.
Indicativos da recuperao dos nveis de conscincia e dos sentidos.
Cuidados de enfermagem no ps-operatrio imediato, mediato e tardio.
Desconforto e complicaes no ps-operatrio: sinais, sintomas e cuidados de
enfermagem.
Drenos, cateteres e sondas utilizados em cirurgia.
Normas tcnicas e manuais de utilizao de aparelhos e equipamentos especficos.
Procedimentos indicados para cirurgias contaminadas antes, durante e aps o ato cirrgico.
Tcnicas de posicionamento correto no leito e na mesa de operao, proteo de membros

2
e tronco do cliente/paciente, mudanas de decbito e outras que visem segurana e ao
conforto e ainda evitem complicaes ou seqelas.
Alteraes fisiolgicas decorrentes de cirurgias.
Formulrios padronizados.
Organizao, estrutura e funcionamento de um Centro Cirrgico, Centro de Recuperao
Ps-anestsica e Unidade de Internao Cirrgica.
Principais tipos de cirurgias
III - Metodologia
A metodologia do curso privilegia a leitura e tem como pressuposto bsico a apropriao crtica
dos contedos. Por isso, torna-se indispensvel ao aluno a posse e a leitura cuidadosa de todos os
textos bsicos e complementares da disciplina, sendo utilizadas as seguintes ferramentas
metodolgicas: Aulas expositivas dialogadas e terico-prticas; Trabalhos individuais e em grupo;
Estudos dirigidos e grupos de discusso; Visitas tcnicas.
IV - Avaliao
So critrios de avaliao: assiduidade, pontualidade, interesse e participao nas atividades, nvel
de reflexo crtica e de questionamento, organizao e criatividade na apresentao dos trabalhos e
pontualidade na entrega dos mesmos. Para efeito de aprendizagem dos contedos, sero
desenvolvidas atividades, tais como: provas, trabalhos individuais e em grupo e produo de
textos. A avaliao constar de quatro notas mensais, com valor atribudo de 0 (zero) a 10 (dez)
pontos.
V Bibliografia
BRASIL. Profissionalizao dos Trabalhadores da rea de Enfermagem. PROFAE, vol. 7:
Assistncia Clnica. 2. ed. rev., 1.a reimpr. Braslia: Ministrio da Sade; Rio de Janeiro: Fiocruz,
2003.
CRUZ, A. P. da. Curso Didtico de Enfermagem. Mdulo I. So Caetano do Sul: Editora
Yendis, 2006.
HARGROOVE-HUTTEL, R. A. Srie de estudos em Enfermagem: Enfermagem Mdico-
cirrgica. vol.1. Rio de Janeiro: Guanabara/ Koogan, 1998.
HARGROOVE-HUTTEL, R. A. Srie de estudos em Enfermagem: Enfermagem Mdico-
cirrgico. vol.2. Rio de Janeiro: Guanabara/ Koogan, 1998.
LIMA. H. L. e MATO, M. E. L. E Manual do Tcnico e Auxiliar de Enfermagem. 6. ed. So
Paulo: Editora AB, 2006.
NETTINA, S. M. Prtica de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
SCHULL, P. D. Enfermagem bsica: teoria e prtica. So Paulo: Editora Rideel Ltda., 1996.
SMELTZER, S. C; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: Tratado de Enfermagem Mdico-
Cirrgica. 10. ed. vol. 1. Rio de Janeiro: Guanabara/ Koogan, 2006.
SMELTZER, S. C; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: Tratado de Enfermagem Mdico-
Cirrgica. 10. ed. vol. 2. Rio de Janeiro: Guanabara/ Koogan, 2006.

3
SUMRIO

Captulo 1: Introduo ao estudo do Centro Cirrgico 5

10
Captulo 2: Central de Material Esterilizado - CME

13
Captulo 3: Princpios de assepsia e antissepsia

Captulo 4: Fisiopatologia dos principais agravos sade que


19
determinam necessidade de tratamento cirrgico e cuidados de
Enfermagem.

Captulo 5: Tcnicas bsicas de preparo fsico e transporte do 24


paciente no pr-operatrio.

30
Captulo 6: Processo de trabalho em Centro Cirrgico

64
Captulo 7: Principais Cirrgias

106
Exerccios Clnica Cirrgica
112
Referncias Bibliogrficas

4
Captulo 1: Introduo ao estudo do Centro Cirrgico

Cirurgia o procedimento realizado quando se lida com doenas e condies


fsicas que necessitam da inciso dos tecidos humanos para remoo, reparao ou
substituio da parte acometida, atravs de tcnicas operatrias.

Clnica Cirrgica

a unidade hospitalar onde permanecem os indivduos nos perodos pr e ps-


operatrios, e onde so preparados para o ato cirrgico e auxiliados, aps ele a
recuperarem o equilbrio orgnico.
a) Pr-operatrio: perodo que antecede o ato cirrgico.
b) Ps-operatrio: perodo posterior ao ato cirrgico.

Caractersticas Fsicas da Clnica Cirrgica


- Sala para chefia de Enfermagem, destinada ao desempenho de funes do
chefe de Enfermagem;
- Sala para reunies, reservada para planejamentos e avaliaes dos servios;
- Secretaria, reservada para o desenvolvimento de servios burocrticos;
- Posto de enfermagem, local para arquivo e manipulao dos pronturios e
papeletas, realizao de relatrios dirios de Enfermagem, dependncia para preparo de
medicamentos e materiais diversos utilizados nas tcnicas;
- Enfermarias e apartamentos (com banheiros), rea ocupada pelo cliente para
repousar, promover higiene, eliminaes e submeter-se a diversos tratamentos;
- Sala para curativos e exames, o prprio nome da sala j diz a sua finalidade;
- Sala para recreao e palestras, rea reservada ao lazer e educao do paciente;
- Copa, local para realizao das refeies dos pacientes autorizados a
deambular;
- Arsenal, rea onde so armazenados os materiais estreis;
- Expurgo.

Especialidades Cirrgicas

- Cirurgias neurolgicas (cirurgias,do sistema nervoso);


- Cirurgias oftlmicas (cirurgias dos olhos);
- Cirurgias otorrinolaringolgicas (cirurgias dos ouvidos, nariz e laringe);

5
- Cirurgia geral (cirurgia da glndula tireide, da traquia, das hrnias, do
fgado, das vias biliares, do bao, do esfago, do estmago e dos intestinos);
- Cirurgia torcica (cirurgia da parede torcica e dos pulmes);
- Cirurgia cardiovascular (cirurgia do corao e dos vasos sanguneos);
- Cirurgias urolgicas (cirurgias do aparelho urinrio e do aparelho reprodutor
masculino);
- Cirurgias ginecolgicas (cirurgias do aparelho reprodutor feminino);
- Cirurgias ortopdicas (cirurgias do aparelho locomotor).

Risco Cirrgico ou Operatrio

Risco cirrgico o perigo de complicaes e mortalidade a que o doente


submetido frente a uma interveno operatria. Esto mais propensos a apresentar riscos
operatrios: os idosos; os submetidos a interveno de urgncia ou de grande porte; com
alterao respiratria, renal, heptica cardiovascular; com alteraes nutricionais, de
coagulao e do estado imunolgico; diabticos, etc.

Pr-Operatrio

Objetivos:
- Elevar ao mximo as condies fsicas e emocionais do paciente para enfrentar
a cirurgia;
- Prevenir desconfortes e complicaes ps-operatrias.

Classificao:
- Pr-Operatrio Mediato: vai do momento da internao at 24 horas antes da
cirurgia;
- Pr-Operatrio Imediato: perodo que inicia 24 horas antes da cirurgia e
termina quando o paciente encaminhado ao centro cirrgico.

Cuidados de Enfermagem:
a) Pr-Operatrio Mediato:
- Atender psicologicamente o paciente, chamar pelo nome, ouvir, esclarecer
dvidas;
- Verificar sinais vitais de 6/6 horas; - Observar e anotar a aceitao da dieta;
- Pesar o paciente (clculo de medicamentos, detectar reteno hdrica e
controlar peso);

6
- Colher material para exame (urina e fezes), para se detectar infeco urinria e
parasitoses, que devero ser tratadas no pr-operatrio para se prevenir complicaes
cirrgicas;
- Melhorar a respirao atravs de exerccios, postura, ingesto hdrica e
excluso do fumo;
- Orientar quanto ao uso de comadre e compadre (papagaio);
- Promover recreao. Importante para o equilbrio emocional;
- Promover assistncia espiritual: a f traz esperana e segurana e, diminui a
ansiedade.

b) Pr-Operatrio Imediato:
- Higiene corporal na manh que antecede o ato cirrgico e, tambm, uma hora
antes dele;
- Lavar os cabelos na manh que antecede o ato cirrgico (aproximadamente 8
horas antes);
- Higiene oral aps as refeies e uma hora antes da cirurgia;
- Cortar unhas, limpar e retirar esmalte: previni infeces e avaliao dos leitos
ungueais;
- Oferecer alimentos at oito horas antes da cirurgia;
- Orientar quanto aos procedimentos pr-operatrios (higiene, jejum, enterclise
etc.);
- Verificar sinais vitais de 6/6 horas e 30 min., antes da cirurgia;
- Fazer enterclise com 1000 ml a 1500 ml de gua morna na noite da vspera da
cirurgia;
- Fazer tricotomia da rea operatria uma hora antes de encaminhar o paciente;
- Orientar para urinar 30 min., antes da cirurgia;
- Retirar prteses dentrias, culos, jias e bijuterias, roupas ntimas e
maquiagem 30 min. antes do ir ao CC;
- Encaminhar o paciente ao centro cirrgico com a folha de prescrio e de
evoluo, com o pedido de cirurgia, os exames e tudo o que tiver sido solicitado pelo
cirurgio;
- Fazer cama de operado.

Ps-Operatrio

Objetivos:
- Restabelecer as funes orgnicas;
- Prevenir os desconfortes e as complicaes.
7
Classificao:
- Ps-Operatrio Imediato (POI): as 24 horas que se inicia ao trmino do ato
cirrgico;
- Ps-Operatrio Mediato: aps as 24 horas que se sucedem ao ato cirrgico.

Cuidados de Enfermagem:
a) Ps-Operatrio Imediato:
- Transferir o paciente da maca para o leito, com dois ou trs auxiliares;
- Posicionar o paciente em decbito dorsal horizontal com a cabea lateralizada;
- Observar o estado de conscincia;
- Conectar aos tubos de drenagem os frascos coletores e mante-los abertos;
- Observar e anotar o estado externo dos curativos (sangramentos);
- Verificar sinais vitais de 15/15 min., 30/30 min., 45/45 min., at que seja de 4/4
horas;
- Estimular dez inspiraes profundas de 1/1 hora;
- Aliviar dor atravs do posicionamento adequado no leito, de mudanas de
decbito, de ambiente tranquilo, de roupas de cama secas e esticadas e da administrao
de analgsico prescrito;
- Observar sinais de choque: sudorese abundante, hipotermia, hipotenso,
dispneia, oligria, taquicardia, alteraes da conscincia; Manter corretos os
gotejamentos das infuses venosas para prevenir hipovolemia, distrbios eletrolticos ou
sobrecarga cardaca;
- Umedecer os lbios;
- Fazer leves movimentos com os MMII de 1/1 hora at cessarem os efeitos
anestsicos.
- A 1 refeio aps cirurgia ser oferecida aps retorno do peristaltismo,
detectado por enfermeiro ou mdico;
- Fazer controle de diurese para avaliao do funcionamento renal;
- Anotar volume e aspecto das drenagens;
- Assistir psicologicamente: ajudar nas necessidades, esclarecer dvidas, etc.

b) Ps-Operatrio Mediato:
- A deambulao precoce na maioria dos casos - 24 horas aps o ato cirrgico.
Processo para esta deambulao: elevar a cabeceira do leito, sentar numa cadeira,
deambular. Se ocorrerem queixas de tonturas e palidez, retornar ao leito e solicitar ao
paciente que inspire profundamente;
- Ajudar na higiene corporal, se necessrio, ou supervisionar;
8
- Supervisionar higiene oral;
- Observar e anotar a aceitao da dieta;
- Oferecer lquidos por VO de 2/2 horas;
- Curativo dirio ou de acordo com as necessidades (drenagens abundantes
requerem mais de um curativo ao dia). Os pontos sero retirados em torno do 7 DPO,
alternadamente ou no;
- Promover recreao compatvel com o estado fsico e emocional do paciente.

9
Captulo 2: Central de Material Esterilizado - CME

Central de Material Esterilizado

A Central de Material e Esterilizao (CME) a rea responsvel pela limpeza e


processamento de artigos e instrumentais mdico-hospitalares. na CME que se realiza
o controle, o preparo, a esterilizao e a distribuio dos materiais hospitalares.
A CME pode ser de trs tipos, de acordo com sua dinmica de funcionamento:
- descentralizada: utilizada at o final da dcada de 40, neste tipo de central cada
unidade ou conjunto delas responsvel por preparar e esterilizar os materiais que
utiliza;
- semi-centralizada: teve incio na dcada de 50, cada unidade prepara seus
materiais, mas os encaminha para serem esterilizados em um nico local;
- centralizada: utilizada atualmente, os materiais do hospital so processados no
mesmo local, ou seja, os materiais so preparados, esterilizados, distribudos e
controlados quantitativa e qualitativamente na CME.
A CME centralizada apresenta inmeras vantagens, das quais podem se destacar:
a eficincia, a economia e a maior segurana para a equipe e para os clientes.
O servio de Enfermagem em Central de Material tem com principal objetivo a
segurana da Esterilizao como garantia de bom atendimento aos pacientes. Alm
disso, possui outros objetivos:
Fornecer o material esterilizado a todo hospital;
Promover a interao entre as reas: expurgo preparo e montagem de
instrumental;
Adequar as condies ambientais s necessidades do trabalho na rea;
Planejar e implementar programas de treinamento e reciclagem que atendam s
necessidades da rea junto Educao Continuada;
Promover o envolvimento e compromisso de toda a equipe com os objetivos e
finalidades do servio;
Favorecer o bom relacionamento interpessoal;
Prover materiais e equipamentos que atendam s necessidades do trabalho na
rea.

10
Setores da CME

Expurgo
Setor responsvel por receber, conferir, lavar e secar os materiais provenientes do
Centro Cirrgico e Unidades de Internao. Os funcionrios desta rea utilizam EPIs
(Equipamentos de proteo individual) para se protegerem de se contaminarem com
sangue e fluidos corpreos, quando lavam os instrumentais. As lavadoras ultrassnicas
auxiliam na lavagem dos instrumentais atravs da vibrao do som adicionado com
soluo desincrostante, promovendo uma limpeza mais eficaz e maior segurana para o
funcionrio.

Preparo de materiais
Setor responsvel por preparar e acondicionar os materiais. So utilizados
invlucros especiais que permitam a passagem do agente esterilizante e impeam a
passagem dos microorganismos.

Fig. 2. 1: Fluxograma materiais CME


Preparo de instrumentais cirrgicos
Setor responsvel por conferir, preparar e acondicionar caixas para as diversas
especialidades cirrgicas.

11
Esterilizao
O setor de esterilizao da Central de Material e Esterilizao (CME) responsvel
pela esterilizao dos materiais. Esta rea destina-se instalao dos equipamentos
utilizados para a esterilizao de materiais pelos mtodos fsicos e qumicos.

Montagem de carros para cirurgia


Setor responsvel por separar os materiais a serem utilizados em uma cirurgia.

Distribuio de materiais esterilizados


Setor responsvel por distribuir materiais esterilizados para as Unidades de
Internao e Ambulatrios.

12
Captulo 3: Princpios de assepsia e anti-sepsia

Assepsia
um conjunto de medidas que visam reduzir o nmero de microrganismos e
evitar sua disseminao ou contaminao de uma rea ou objeto estril. Pode ser
classificada em:
- assepsia mdica: auxilia a diminuir o nmero de microrganismos, impedindo
sua passagem de pessoa para pessoa (tcnica assptica);

Fig. 3.1: A tcnica assptica um exemplo de assepsia mdica.

- assepsia cirrgica: torna e mantm os objetos e reas livres de todos os


microrganismos (tcnica estril).

Fig. 3.2: A degermao cirrgica das mos um exemplo de assepsia cirrgica.

13
Anti-sepsia
So medidas que visam diminuir e prevenir, o crescimento de microrganismos,
mediante aplicao de um agente germicida.

Fig. 4.7: A lavagem das mos um exemplo de anti-sepsia.

14
Desinfeco
o processo que remove ou mata a maioria dos microrganismos patognicos
(no necessariamente matando os esporos) existentes em uma superfcie inerte. Pode ser
feita por vapor mido, por processos fsicos (pasteurizao e gua em ebulio ou
fervura) ou por processos qumicos por meio da imerso em solues germicidas (lcool
etlico a 70%, cloro e compostos clorados, fenlicos, formaldedo, etc.).

Esterilizao
a destruio de todas as formas de vida microbiana (matando os esporos)
existentes em determinado objeto (em sua superfcie ou interior). Pode ser realizada
atravs de mtodos fsicos ou qumicos (vapor seco e vapor saturado sob presso),
qumicos (agentes qumicos) e fsico-qumicos (autoclave de perxido de hidrognio).

Processos de descontaminao e esterilizao

As superfcies fixas com presena de matria orgnica, em reas crticas,


semicrticas e no crticas devero sofrer desinfeco e/ou descontaminao e,
posteriormente, limpeza.

reas crticas
reas que oferecem maior risco de infeco devido ao estado grave dos
pacientes e aos procedimentos invasivos aos quais se submetem. x. UTI

15
reas semicrticas
So as demais reas onde se encontram pacientes, mas cujo risco de transmisso
de infeco menor do que nas reas crticas. Ex. Lavanderias, ambulatrios

reas no crticas
So todas as reas de uma unidade de sade no ocupadas ou transitadas por
pacientes. Ex. reas administrativas.

Descontaminao o processo que visa destruir os microrganismos patogncios,


utilizado em artigos contaminados ou em superfcie ambiental, tornando-os,
consequentemente, seguros ao manuseio.
Pode ser realizada por processo qumico, no qual os artigos so imersos em
soluo desinfetante antes de se proceder a limpeza; por processo mecnico, utilizando-
se mquina termo desinfectadora ou similar; ou por processo fsico, indicando-se a
imerso do artigo em gua fervente durante 30 minutos (mtodo nem sempre indicado
pois, h impregnao de matria orgnica quando aplicado a artigos sujos.
A limpeza o ato de remover sujidade por meio da frico e uso de gua e sabo
ou solues detergentes. H vrias frmulas de detergentes disponveis no mercado,
variando do neutro especficos para lavadoras. Ainda nesta classificao, podemos
apontar os enzimticos utilizados para limpeza de artigos por imerso, bastante
recomendados, atualmente, por sua eficcia na limpeza - so capazes de remover a
matria orgnica da superfcie do material em tempo inferior a 15 minutos (em mdia, 3
minutos), no danificam os artigos e so atxicos e biodegradveis.
Limpar procedimento que deve sempre preceder a desinfeco e a
esterilizao; quanto mais limpo estiver o material, menor a chance de falhas no
processo. A matria orgnica, intimamente aderida ao material, como no caso de crostas
de sangue e secrees, atua como escudo de proteo para os microrganismos,
impedindo que o agente desinfetante/esterilizante entre em contato com a superfcie do
artigo, tornando o procedimento ineficaz.
Para a realizao da descontaminao e limpeza dos materiais, recomenda-se
adotar as seguintes medidas:
os procedimentos s devem ser feitos por profissionais devidamente
capacitados e em local apropriado (expurgo);

16
sempre utilizar sapatos fechados, para prevenir a contaminao por respingos;
quando do manuseio de artigos sujos, estar devidamente paramentado com
equipamentos de proteo: avental impermevel, luvas de borracha antiderrapantes e de
cano longo, culos de proteo e mscara ou protetor facial;
utilizar escovas de cerdas macias, evitando a aplicao de materiais abrasivos,
como palhas de ao e saplio;
as pinas devem estar abertas quando de sua imerso na soluo;
desconectar os componentes acoplados, para uma efetiva limpeza;
enxaguar os materiais em gua corrente potvel;
secar os materiais com tecido absorvente limpo, atentando para o resultado da
limpeza, principalmente nas ranhuras das pinas;
armazenar o material ou encaminh-lo para desinfeco ou esterilizao.
Desinfeco o processo de destruio de microrganismos em estado vegetativo
(com exceo das formas esporuladas, resistentes ao processo) utilizando-se agentes
fsicos ou qumicos. O termo desinfeco aplicado tanto no caso de artigos quanto de
superfcies ambientais.
A desinfeco pode ser de:
alto nvel: quando h eliminao de todos os microrganismos e de alguns
esporos bacterianos;
nvel intermedirio ou mdio: quando h eliminao de micobactrias (bacilo
da tuberculose), bactrias na forma vegetativa, muitos vrus e fungos, porm no de
esporos;
baixo nvel: quando h eliminao de bactrias e alguns fungos e vrus, porm
sem destruio de micobactrias nem de esporos.
Os processos fsicos de desinfeco so a pasteurizao e a gua em ebulio ou
fervura
A pasteurizao uma desinfeco realizada em lavadoras automticas, com
exposio do artigo em gua a temperaturas de aproximadamente 60 a 90 graus
centgrados por 10 a 30 minutos, conforme a instruo do fabricante. indicada para a
desinfeco de circuitos de respiradores.
A gua em ebulio ou fervura utilizada para desinfeco de alto nvel em
artigos termorresistentes. Consiste em imergir totalmente o material em gua fervente,
com tempo de exposio de 30 minutos, aps o que o material retirado com o auxlio

17
de pina desinfetada e luvas de amianto de cano longo. Em seguida, deve ser seco e
guardado em recipiente limpo ou desinfetado ressalve-se que esse procedimento
indicado apenas nas situaes em que no se disponha de outros mtodos fsicos ou
qumicos.
A desinfeco por processo qumico feita por meio de imerso em solues
germicidas. Para garantir a eficcia da ao faz-se necessrio: que o artigo esteja bem
limpo, pois a presena de matria orgnica reduz ou inativa a ao do desinfetante; que
esteja seco, para no alterar a concentrao do desinfetante; que esteja totalmente
imerso na soluo, sem a presena de bolhas de ar; que o tempo de exposio
recomendado seja respeitado; que durante o processo o recipiente seja mantido tampado
e o produto esteja dentro do prazo de validade.
Esterilizao o processo utilizado para destruir todas as formas de vida
microbiana, por meio do uso de agentes fsicos (vapor saturado sobre presso
autoclave e vapor seco estufa) e qumicos (xido de etileno, plasma de perxido de
hidrognio, formaldedo, glutaraldedo e cido peractico).
A esterilizao pelo vapor saturado sob presso realizada em autoclave, que
conjuga calor, umidade, tempo e presso para destruir os microrganismos. Nela podem
ser esterilizados artigos de superfcie como instrumentais, baldes, bacias e artigos de
espessura como campos cirrgicos, aventais e compressas, e artigos crticos e
semicrticos termorresistentes e lquidos.
Na estufa, o calor produzido por resistncias eltricas e propaga-se lentamente,
de maneira que o processo moroso e exige altas temperaturas - vrios autores indicam
a esterilizao por esse mtodo apenas quando haja impossibilidade de submeter o
material autoclavao, como no caso de ps e leos. O material a ser processado em
estufa deve ser acondicionado em caixas metlicas e recipientes de vidro refratrio. A
relao tempo-temperatura para a esterilizao de materiais por esse mtodo bastante
controvertida e as opinies muito divergentes entre os diversos autores.

18
Captulo 4: Fisiopatologia dos principais agravos sade
que determinam necessidade de tratamento cirrgico e
cuidados de Enfermagem.

1.0 - Complicaes Circulatrias


1.1 - Hemorragia
a perda de sangue mais ou menos copiosa seguida ao rompimento de um vaso
sanguneo, podendo ser de origem arterial ou venosa.
Classificao:
a) Hemorragia interna: quando o sangramento se faz para o interior de uma
cavidade. Pode haver exteriorizao do sangue atravs dos orifcios naturais como:
boca, ouvido, reto etc.;
b) Hemorragia externa: a localizao do sangramento visvel, e o sangue se
exterioriza atravs da pele que foi rompida.

Sinais e sintomas:
- Aumento da frequncia do pulso;
- Agitao ou prostrao;
- Respirao rpida;
- Pele mida e fria;
- Transpirao abundante;
- Borramento da viso;
- Desmaio;
- Sensao de sede.

Cuidados prestados pelo Tcnico de Enfermagem:


- Deitar o paciente;
- Afrouxar as, vestes;
- Elevar a rea afetada;
- Manter o paciente aquecido;
- Estancar a hemorragia;
- Controlar os sinais vitais.

19
Hemorragias especficas:
a) Hemorragia Nasal:
- Colocar o paciente sentado;
- Inclinar a cabea para trs;
- Colocar bolsa contendo gelo sobre o nariz;
- Pressionar na face lateral que est sangrando.

b) Hemorragia do Estmago:
- Colocar o paciente em decbito dorsal;
- Deixar o paciente em jejum absoluto;

- Colocar bolsa contendo gelo, sobre o estmago;


- Elevar os membros inferiores.
c) Hemorragia Genital:
- Repousar a paciente com os membros inferiores mais elevados;
- Colocar bolsa contendo gelo na regio suprapbica;
- Fazer tamponamento vaginal.

1.2 - Choque
a diminuio do fluxo sanguneo adequado manuteno da perfuso tecidual.
Classificao:
a) Choque hipovolmico
Causas: hemorragias; desidratao; queimaduras.
Quadro clnico: queda da presso venosa; aumento da resistncia perifrica;
taquicardia.

b) Choque cardiognico
Causas: infarto; tamponamento cardaco; embolia pulmonar.
Quadro clnico: oligria; presso venosa alta.

c) Choque sptico
Causa: infeco generalizada.
Quadro clnico: hipotenso; taquicardia; prostrao; calafrios.

d) Choque neurognico
Causas: traumatismos; intoxicaes.
Quadro clnico: anestesia medular alta; distrbios emocionais.

20
Cuidados prestados pelo Tcnico de Enfermagem:
- Posicionar o paciente em decbito dorsal e horizontal; -
Oxigenoterapia, se prescrita;
- Monitorizar a respirao, a presso, o pulso e a temperatura; -
Medir a diurese;
- Providenciar bandeja para dissecao venosa;

Vigilncia rigorosa quanto aos sinais:


- Colorao da pele;
- Sudorese;
- Respirao rpida;
- Nvel de conscincia;
- Edema;
- Manter o paciente aquecido.

1.3 - Parada Cardaca


Interrupo abrupta das funes do corao seguida do colapso crdio-
respiratrio-cerebral.
Causas: obstruo das vias areas superiores; intoxicao; choque eltrico;
hipoventilao; superdosagem de anestsicos; hipotermia; infarto do miocrdio;
afogamento; intoxicao por monxido de carbono; arritmias cardacas.
Quadro clnico: respirao agnica; irregularidade do ritmo do pulso; queda
rpida da presso arterial; cianose; palidez da face; sudorese; estado de inconscincia;
midrase.

Cuidados prestados pelo Tcnico de Enfermagem:


- Posicionar o paciente em decbito dorsal e horizontal;
- Afrouxar as roupas do paciente;
- Colocar um coxim sob as espduas do paciente;
- Aproximar do paciente o desfibrilador e o aspirador;
- Providenciar o material para o uso de incubao orotraqueal e ventilao
mecnica;
- Aproximar do paciente o carro contendo os medicamentos usados na RCP;
- Isolar a cama ou a maca do paciente com biombo, se o quarto no for
individual;
- Durante a desfibrilao, desligar o eletrocardigrafo, pela desconexo do plug
da tomada;

21
- Colocar ordem no quarto ou enfermaria, sem descuidar em nenhum momento
do paciente, se este permanecer na unidade; ou aguardar a sua transferncia para a UTI,
para iniciar a limpeza.

1.4 - TrombofIebite
a inflamao de uma veia em associao com uma trombose.
Causas: leso endotelial; alterao do equilbrio de fatores da coagulao; estase
circulatria.
Quadro clnico: desconforto ou queimao na poro posterior da perna; podem
ocorrer cimbras; pode haver prurido na regio das veias; dores; sensao de
formigamento e de peso na perna; edema; calor; pode haver vermelhido no trajeto da
veia.

Cuidados prestados pelo Tcnico de Enfermagem:


- Elevar os membros inferiores;
- Orientar o paciente para se mover no leito;
- Hidratao adequada (idosos); no os deixar com m postura, evitando deixar
os MMII pendentes;
- Enfaixamento dos membros inferiores;
- Verificar sinais vitais na fase aguda, a cada quatro horas;
- Observar sinais clnicos associados embolia pulmonar, como: dispnia,
cianose, sudorese, pulso rpido etc.

2.0 - Complicaes Respiratrias


2.1 - Pneumonia
Inflamao dos pulmes associada presena de exsudato nas luzes dos
alvolos, comumente causada por agentes infecciosos e qumicos.
Sinais e sintomas: calafrios; febre (38,5 - 40,5 C); dor em pontada no trax;
tosses com expectorao; taquipnia; sudorese profusa.

Cuidados prestados pelo Tcnico de Enfermagem:


- Auxiliar o enfermeiro em suas condutas;
- Executar a prescrio do enfermeiro;
- Estimular deambulao precoce;
- Exerccios respiratrios e percusso torcica (qdo prescrito pelo enfermeiro ou
mdico).

22
2.2 - Embolia Pulmonar
a presena de um corpo estranho na corrente sangunea (cogulo), que
transportado para o interior da artria pulmonar, onde obstrui a artria principal ou um
de seus ramos.
Sinais e sintomas: aumento da frequncia respiratria; taquicarda; 10% so
assintomticas; 10% hemoptise e dor pleural (infarto pulmonar).

Cuidados prestados pelo Tcnico de Enfermagem:


- Proporcionar deambulao precoce;
- Supervisionar movimentos ativos e realizar movimentos passivos dos membros
no leito.

O cuidado de enfermagem no ps-operatrio


Ps-operatrio inicia-se a partir da sada do cliente da sala de operao e perdura
at sua total recuperao.
Subdividem-se:
Ps-operatrio imediato (POI): at s 24 horas posteriores cirurgia;
Ps-operatrio mediato: aps as 24 horas e at 7 dias depois; e tardio, aps 7
dias do recebimento da alta.
Objetivos: identificar, prevenir e tratar os problemas comuns aos procedimentos
anestsicos e cirrgicos, tais como dor, laringite ps- entubao traqueal, nuseas,
vmitos, reteno urinria, flebite ps-venclise e outros, com a finalidade de
restabelecer o seu equilbrio.

23
Captulo 5: Tcnicas bsicas de preparo fsico e transporte
do paciente no pr-operatrio.

O perodo pr-operatrio classifica-se em pr-operatrio mediato e pr-


operatrio imediato. O mediato consiste na assistncia prestada ao paciente em vigncia
de cirurgias eletivas. Compreende o perodo desde a internao at as 24 horas antes da
cirurgia, e tem por objetivo principal preparar o paciente psicolgica e fisicamente para
o ato cirrgico e estabilizar condies que podem interferir na recuperao. O perodo
pr-operatrio imediato consiste na assistncia pr-operatria prestada ao paciente
imediatamente, ou seja, algumas horas antes da cirurgia, e termina com o incio da
cirurgia.
O preparo pr-operatrio do paciente cirrgico pode ocorrer no consultrio
mdico ou em sua residncia antes da internao, por ocasio da internao durante os
dias properatrios, na noite que precede a cirurgia, caso o paciente se encontre no
hospital, ou na manh da cirurgia por ocasio da admisso.
A maioria dos pacientes chega para internar no perodo pr-operatrio imediato,
ou seja, poucas horas antes do procedimento. Assim em cirurgias eletivas neste
perodo que se inicia o preparo, que executado pela equipe de enfermagem.
Assim o cuidado de enfermagem ao paciente cirrgico, numa unidade de
internao inicia-se no momento da admisso.
A partir de ento, o ambiente hospitalar, pelas suas caractersticas passa a impor
uma srie de adaptaes em seu modo de vida, tais como: mudana nos hbitos dirios,
(alimentao, higiene e outros); restrio de liberdade (ambientes restritos, horrios
preestabelecidos, visitas controladas); e ainda exposio a agentes infecciosos. A estes
fatores, soma-se a ansiedade frente ao tratamento cirrgico a que ir se submeter.
Os objetivos dos cuidados de enfermagem realizados no perodo pr-
operatrio so:
proporcionar ao paciente as melhores condies fsicas e emocionais
possveis;
minimizar a sua ansiedade, a fim de contribuir para a diminuio de risco
cirrgico e preveno de complicaes ps-opertrias;

24
como tambm educar o paciente e a famlia para medidas de recuperao,
aumentando sua autoconfiana e facilitar a prtica do autocuidado no
ps-operatrio.
Neste contexto, o preparo do paciente no pr-operatrio, deve ser realizado de
acordo com a especificidade de cada cirurgia e participao do paciente, com tcnicas
adequadas visando sua melhor recuperao no ps-operatrio.

Orientao
A tarefa da orientao realizada pela enfermagem deve envolver o preparo
fsico, psicolgico espiritual do paciente para a cirurgia, bem como orientar a finalidade
de todos os cuidados que sero realizados. No perodo pr-operatrio, se lida com
pacientes que podem apresentar situaes de desequilbrio, pois o fato de se submeter a
uma cirurgia, e a uma anestesia pode ser motivo desencadeador de emoes com
caractersticas individuais, assim sendo estes devem ser considerados com relevantes
para o cuidado do enfermeiro, gerando emoes e necessidades individuais que devem
ser atendidas.

Preparo Psicolgico e Espiritual


O preparo psicolgico deve ser realizado para avaliar o conhecimento dos
sentimentos do paciente, se ele dispe dos recursos emocionais necessrios para
enfrentar o estress da cirurgia, bem como explicar ao paciente todos os cuidados que
envolvem o procedimento, com a finalidade de diminuir a preocupao com a anestesia,
com o medo da dor e da morte, com a permanncia no centro cirrgico, bem como o
retorno da anestesia e cirurgia no ps-operatrio.

Exame Fsico Geral


Uma avaliao completa inclui um histrico de sade e um exame fsico
completo. O histrico de sade inclui a queixa principal, uma histria da doena atual,
histria clnica geral e cirrgica, uma histria familiar, uma histria social e uma reviso
de sistemas. Geralmente o exame fsico segue um formato metdico, da cabea at os
ps.
Desta maneira no perodo pr-operatrio ele deve ser realizado pelo enfermeiro
na admisso do paciente ao hospital, com a finalidade de determinar os dados bsicos e

25
identificar as doenas que podem interferir na administrao de anestesia e acarretar
problemas no ps-operatrio, bem como observar sinais e sintomas que podem
desencadear negativamente na cirurgia. Qualquer sintoma anormal, deve ser
comunicado ao cirurgio e ao anestesista, e pode causar adiamento da cirurgia at que o
problema seja tratado. Assim um exame fsico inclui as condies fsicas gerais de um
paciente e de cada sistema orgnico, para a elaborao de um diagnstico definitivo.

Jejum
O jejum solicitado como exigncia para grande parte das cirurgias sendo
determinada pelo tipo de anestesia e o procedimento cirrgico a ser realizado. O perodo
exigido pode variar de acordo com a cirurgia, em mdia 8 a 10 horas antes da mesma. O
jejum necessrio, porque o estmago deve estar isento de alimentos no momento de
determinadas cirurgias, para prevenir vmitos e consequente aspirao do contedo
gstrico para as vias respiratrias, que pode evoluir para insuficincia respiratria e
evoluo dramtica.

Sinais Vitais
Os sinais vitais devem ser checados registrados no pronturio com o horrio da
verificao na admisso do paciente e a intervalos regulares conforme indicao, bem
como antes da medicao pr-anestsica. O profissional de enfermagem ao exercer este
cuidado deve visar correta realizao e a reduo de riscos ao paciente.

Pr-Anestsico
Os medicamentos pr-anestsicos so drogas prescritas com a finalidade de
conferir maior conforto ao paciente, facilitar os procedimentos do ato anestsico,
reduzir a ansiedade do mesmo, facilitar a induo da anestesia e diminuir as secrees
da faringe. Normalmente so administradas umas h duas horas antes das cirurgias. Os
mais utilizados so os medicamentos do grupo dos anticolinrgicos, tranquilizantes e
hipnoanalgsicos.

Cuidados Cutneos
A principal finalidade da preparao cutnea apropriada da pele do paciente,
tornar a mesma o mais livre possvel de micro-organismos, reduzindo o risco de

26
infeco da ferida cirrgica, podendo envolver um banho de banheira ou chuveiro ou
uma esfregao do local da inciso com soluo degermante antissptica seguida da
remoo de pelos para a cirurgia.
Os cuidados de higiene fazem parte da vida diria das pessoas, porm de
responsabilidade da equipe de enfermagem orientar e encaminhar o paciente para
higiene corporal completa, ou prover meios para a higiene do acamado, a qual deve ser
realizada antes de todos os procedimentos cirrgicos, na qual o profissional solicita ao
paciente ateno especial para esfregar bem o local da operao.
A remoo de pelos ou tricotomia realizada da rea onde ser feita a inciso
cirrgica. Modernamente existem controvrsias acerca deste cuidado como medida de
preparo pr-operatrio, sendo que cada instituio tem uma orientao em relao
remoo de pelos. Este cuidado pode aumentar o potencial da infeco da ferida
cirrgica, por este motivo quando realizada deve ser feita o mais prximo possvel da
cirurgia. Recomenda-se que a tricotomia seja realizada apenas quando os pelos
interferirem no procedimento operatrio.

Roupas
Quando o paciente encaminhado ao centro cirrgico solicitado que retire
todas as suas roupas, e coloque a camisola hospitalar, que aberta atrs e amarrada,
sendo que este deve ser auxiliado na colocao da mesma.

Preparo Gastrintestinal
Em determinadas cirurgias, existe a necessidade de preparo intestinal e/ou
passagem de sonda nasogstrica. O cuidado realizado para o esvaziamento intestinal
tem por finalidade evitar o traumatismo acidental de alas intestinais nas cirurgias
abdominais e plvicas, alm de facilitar a viso do campo operatrio, e evitar o risco da
liberao do contedo intestinal, ou contaminao acidental do peritnio pelas fezes.

Eliminaes Urinrias
Em casos de cirurgias de grande porte, geralmente realizada a sondagem
vesical, que se refere introduo de uma sonda atravs do meato uretral at a bexiga,
para monitorizar o fluxo urinrio durante o decorrer da cirurgia, alm de prevenir o
trauma da bexiga, bem como favorecer a abordagem dos rgos da cavidade plvica.

27
Controle de Peso
O controle do peso, como rotina antes de todos os cuidados cirrgicos
realizada pela importncia que este tem para a administrao de medicamentos,
principalmente os anestsicos, os utilizados em casos de uma emergncia, para o clculo
exato das suas doses. Existem instituies nas quais o peso verificado como rotina.

Remoo de Prteses e Dentaduras


Qualquer tipo de prtese pode facilmente se perder ou danificar durante a
cirurgia, desta maneira elas devem ser removidas e guardadas em local seguro,
incluindo as prteses dentrias, membros artificiais e lentes de contato, aparelhos de
audio e culos.

Remoo de Joias, Esmalte e Maquiagem


A remoo de joias, alianas, grampos, prendedores de cabelos e outros, esto
atribudos diretamente ao controle de infeco, para evitar perda e possvel queimadura
relacionada ao uso de bisturi eltrico aterrado, sendo o ltimo motivo citado, ainda no
estar devidamente esclarecido. Ainda existem outros motivos citados pela mesma autora
como garroteamento do dedo por edema quando utilizados anis.

Transporte
O transporte dever ser realizado trinta a quarenta minutos antes da cirurgia, o
paciente dever ser transportado de maca confortvel e com proteo lateral e dever
estar protegido com lenis, com a cabeceira da maca elevada. O mesmo deve ser
acompanhado at a entrada do centro cirrgico para que se sinta seguro e confiante,
sendo tambm coberto com lenis e cinto de segurana.
Os pacientes devem ser encaminhados ao centro cirrgico de maca
principalmente quando tomaram a medicao pr-anestsica. Este meio de transporte
tambm pode ser institua pela CCIH como norma do hospital.
Em alguns hospitais, este servio realizado por um funcionrio do centro
cirrgico, que traz a maca, confere o nome do paciente com o nome que consta na
papeleta, para certificar-se que a pessoa certa esta sendo levada para o centro cirrgico,
e os demais profissionais ajudam o paciente no translado da cama para a maca, visto que

28
ele j pode se encontrar sob ao da medicao pr-anestsica. Aps a sada do
paciente, os profissionais preparam o quarto e a cama para sua volta.

29
Captulo 6: Processo de trabalho em Centro Cirrgico

Centro cirrgico uma unidade especializada de um hospital, constituda por


mais de uma sala de cirurgia, destinada tanto realizao de procedimentos de qualquer
natureza, que venham requerer interveno cirrgica, como recuperao ps-
anestsica e ps-operatria imediata.

Localizao

A unidade de centro cirrgico deve ocupar uma rea independente da de


circulao geral, ficando livre do trnsito de pessoas e materiais estranhos ao servio,
devendo ser acessvel s enfermarias cirrgicas.

Caractersticas Fsicas

Elementos da Unidade de Centro Cirrgico


- Vestirios masc. e fem.: devem ser na entrada do CC. Contm armrios e
sanitrios anexos com chuveiros;
- Posto de enfermagem;
- Copa;
- Sala de cirurgia;
- Sala para material de limpeza;
- Sala de expurgo;
- Sala de material esterilizado;
- Local para lavabo;
- Sala de estar e para relatrios mdicos;
- Sala de estar e de repouso para pessoal;
- Sala para guarda de aparelhos e equipamentos;
- Rouparia;
- Sala de reserva de medicamentos e solues usados no CC;
- Sala de recuperao.

Sala de Cirurgia
a) rea fsica: sala de cirurgia geral, 25m2; neurocirurgia, 36m2; cirurgia
ortopdica, 20m2.
b) Forma: as salas podem ser retangulares, quadradas ou circulares.

30
c) Caractersticas das paredes: o revestimento das paredes tem que ser de
material resistente, lavvel e de cor neutra. Os cantos da parede com o piso, do teto com
a parede e da parede com outra parede devem ser arredondados.
d) Caractersticas do piso: o piso deve ser de material de fcil limpeza.
e) Caractersticas das portas: devem ser amplas com cantos protegidos por ao
inoxidvel.
f) Caractersticas das janelas: as janelas devem estar localizadas de modo a
espalhar luminosidade em todo o ambiente.

Equipamentos e Materiais de uma Sala de Cirurgia


a) Fixos: armrio embutido; balco; negatoscpio; foco central; ar condicionado.
b) Equipamentos mveis: mesa cirrgica; mesa auxiliar; mesa para instrumental;
suporte de bacia; suporte de soro; banco giratrio; balde para lixo; hamper; foco
auxiliar; escadinha; aspirador porttil; bisturi eltrico; esfigmomanmetro.
c) Material utilizado na sala de cirurgia: pacotes de avental; campo simples ou
duplo; impermevel; compressas grandes ou pequenas; cuba-rim; bacias; sondas e
drenos; luvas; caixa de instrumentos; anestsicos; cabo de bisturi eltrico; equipos de
soro; seringas; agulhas e materiais especficos para cada cirurgia; Impressos;
Medicamentos.

Unidade de Centro Cirrgico

o conjunto de elementos destinados realizaes de procedimentos cirrgicos,


em uma nica rea em hospitais de pequeno porte.
A unidade de Centro Cirrgico deve ser localizada em uma rea independente,
ficando livre do trnsito de pessoas e materiais estranhos, devendo ter fcil acesso s
unidades cirrgica.

Terminologia Cirrgica

A terminologia cirrgica o conjunto de termos prprios que expressam o


segmento corpreo afetado e a interveno cirrgica realizada no tratamento daquele
tipo de afeco. Os termos que compem a terminologia cirrgica so formados por
uma raiz e um sufixo. A raiz identifica a estrutura corprea. O sufixo est relacionado
com a interveno cirrgica.
As principais razes bem como os seus significados so:

31
- Adeno = Relativo glndula;
- Angio = Relativo vasos;
- Blfaro = Relativo plpebra;
- Crdia = Ao esfcter esfago-gstrico;
- Cisto = Relativo bexiga;
- Cole = Relativo vescula;
- Colo = Relativo ao clon;
- Colpo = Relativo vagina;
- Entero = Ao intestino delgado;
- Espleno = Relativo ao bao;
- Flebo = Relativo veia;
- Gastro = Relativo ao estmago;
- Hepato = Relativo ao fgado;
- Histero = Relativo ao tero;
- Laparo = Relativo parede abdominal;
- Masto = Relativo mama (seio);
- Meningo = Relativo meninge;
- Nefro = Relativo ao rim;
- Oftalmo = Relativo a olho;
- Oofor = Relativo aos ovrios;
- Orqui = Relativo aos testculos;
- steo = Relativo ao osso;
- Oto = Relativo ao ouvido;
- Pielo = Relativo pelve renal.
- Procto = Relativo ao reto e nus;
- Rino = Relativo ao nariz;
- Salpingo = Relativo tuba uterina;
- Trqueo = Relativo traquia;

Os principais sufixos usados bem como os seus significados so:


- Tomia: significa inciso, corte, abertura de parede ou de rgo;
- Stomia: fazer uma nova boca, comunicar um rgo tubular ou oco com o
exterior;
- Ectomia: significa extirpar parcial ou totalmente um rgo;
- Plastia: significa reparao plstica da forma ou funo do segmento afetado;
- Rafia: significa sutura;
- Pexia: significa fixao de uma estrutura corprea;

32
- Scopia: visualizar o interior de rgo ou cavidade com auxlio de aparelhos
(endoscpios).

A seguir alguns termos cirrgicos resultantes da juno da raiz com os diferentes


sufixos:
a) Cirurgias com o sufixo Tomia:
- Toracotomia: abertura da cavidade torcica;
- Cardiotomia: abertura do Crdia;
- Coledocotomia: abertura do coldoco;
- Laparotomia: abertura da cavidade abdominal;
- Uterolitotomia: do ureter pra remoo de clculo;
- Flebotomia: inciso na veia para colocao de cateter;
- Artrotomia: abertura de articulaes;
- Calicotomia: abertura de clice renal;
- Pielolitotomia: abertura para retirada de clculo do bacinete renal.

b) Cirurgias com o sufixo Stomia:


- Traqueostomia: formao de uma abertura na traquia e sutura das bordas da
abertura pele do pescoo;
- Gastrostomia: formao de abertura no estmago e colocao de sonda na
parede abdominal (alimentao);
- Jejunostomia: formao de abertura no jejuno e colocao de uma sonda na
parede abdominal (alimentao);
- Ileostomia: abertura cirrgica do leo, atravs da parede abdominal, para
desviar o trnsito intestinal;
- Colostomia: abertura cirrgica do clon, atravs da parede abdominal, para
desviar o trnsito intestinal;
- Nefrostomia: formao de uma abertura na pelve renal e colocao de uma
sonda na regio lombar.

c) Cirurgias com o sufixo Ectomia:


- Adenoamigdalectomia: das adenides/ amgdala;
- Apendicectomia: retirada do apndice;
- Colecistectomia: remoo da vescula biliar;
- Colectomia: remoo parcial ou total do clon;
- Embolectomia: extrao cirrgica de um mbolo;
- Esofagectomia: remoo parcial/total do esfago;
- Esplenectomia: remoo do bao;

33
- Gastrectomia: retirada parcial/total do estmago;
- Hemorroidectomia: retirada de hemorrideas;
- Histerectomia: extirpao do tero;
- Laminectomia: resseco da lmina vertebral pela parte posterior;
- Lobectomia: retirada de um ou mais lobos do pulmo;
- Mastectomia: retirada da mama;
- Neurectomia: retirada da poro de um nervo.
- Ooforectomia: extirpao do ovrio;
- Prostatectomia: remoo da prstata;
- Safenectomia: extirpao da safena;
- Salpingectomia: extirpao da tuba uterina;
- Tireoidectomia: Extirpao parcial/total da tireide;

d) Cirurgias com o sufixo Plastia:


- Blefaroplastia: correo cirrgica da plpebra;
- Mamoplastia: correo cirrgica das mamas;
- Queiloplastia: reparo de defeito nos lbios;
- Rinoplastia: correo cirrgica do nariz;
- Ritidoplastia: correo cirrgica de rugas da face.

e) Cirurgias com o sufixo Rafia:


- Colporrafia: sutura da parede vaginal;
- Gastrorrafia: sutura da parede do estmago.
- Herniorrafia: sutura para correo de hrnia;
- Perineorrafia: sutura do perneo;

f) Cirurgias com o sufixo Pexia:


- Cistopexia: elevao e fixao da bexiga;
- Nefropexia: elevao e fixao do rim;
- Orquiopexia: fixao do testculo na bolsa escrotal..
- Retinopexia: fixao da retina descolada;

g) Cirurgias com o sufixo Scopia:


- Broncoscopia: visualizao direta dos brnquios;
- Cistoscopia: visualizao da bexiga.
- Colonoscopia: visualizao do intestino grosso, vlvula ileocecal e poro
terminal do leo;

34
- Esfagogastroduodenoscopia: visualizao direta do esfago, estmago e
duodeno;
- Laparoscopia: visualizao da cavidade abdominal;
- Reto-Sigmoidoscopia: visualizao do canal anal, reto e sigmide;

Termos cirrgicos que no seguem os mesmos padres descritos


anteriormente:
- Abcesso: coleo de pus localizado;
- Aderncia: colabamento anormal de rgos prximos geralmente resultantes de
inflamao, brida;
- Amputao: retirada parcial ou total de um membro ou de um rgo;
- Anastomose: comunicao cirrgica realizada entre dois vasos sanguneos ou
entre duas vsceras ocas;
- Artrodese: imobilizao cirrgica de uma articulao;
- Atelectasia: colapso do parnquima pulmonar por conta de uma insuficincia
de oxignio nos pulmes;
- Circunciso ou postectomia: a exciso do prepcio para facilitar a exposio
da glande;
- Divertculo: apndice oco em forma de bolsa ou saco, de uma cavidade ou tubo
principal;
- Empiema: coleo de pus em uma cavidade;
- Enucleao: retirada de um tumor ou rgo com seus envoltrios;
- Enxerto: insero de material autgeno, homlogo, hetergeno ou sinttico
para corrigir defeito em tecidos;
- Estenose: estreitamento de uma passagem ou canal corporal;
- Eventrao: sada total ou parcial das vsceras atravs de abertura muscular na
parede abdominal, ficando protegidas somente pelos tegumentos superficiais;
- Eviscerao: extrao ou sada das vsceras de suas cavidades continentes;.
- Exrese: significa extirpao parcial ou total de um segmento corpreo;
- Fstula: comunicao anormal entre 2 rgos, ou entre rgo cavitrio e a pele,
por onde sai pus ou secreo.
- Paracentese: puno de espao cheio de lquidos (com agulha ou trocarte), para
aspirar ao lquido a contido;
- Toracentese: puno/aspirao do espao intrapleural para remover lquidos
anmalos;

Pode-se ainda utilizar o nome do cirurgio que idealizou e aperfeioou a


tcnica cirrgica:

35
- Operao a Billroth: reconstruo do trnsito alimentar com anastomose do
estmago ao duodeno;
- Heller-Linder: para ttt do megaesfago chagsico, com cardiomiotomia
extramucosa e gastrofundopexia.
- Operao de Manchester: para correo de prolapso de tero e cistocele;
- Operao de Werthein: histerectomia abdominal com linfadenectomia plvica
seletiva.

Normas e Rotinas do Centro Cirrgico

1. Membros da Equipe Cirrgica


A equipe cirrgica constituda por: cirurgio, assistente e instrumentador, que
pode ser um Enfermeiro, um Mdico ou um Tcnico em Enfermagem. O
instrumentador o integrante da equipe que se responsabiliza pelo preparo da mesa,
fornece instrumentais ao cirurgio e ao assistente, mantm a mesa em ordem e deve
estar atento para que no falte nenhum material. de sua competncia prever o material
necessrio cirurgia e separar os instrumentais aps o uso.

2. Tcnicas usadas no Centro Cirrgico


2.1 - Escovao das mos
A escovao tem por propsito ajudar a prevenir a possibilidade de
contaminao da ferida operatria por bactrias das mos e dos braos. Deve-se gastar
no mnimo 10 min para a escovao de cada antebrao. Escovar 50 vezes as unhas, 20
vezes cada dedo, 30 vezes o antebrao, 10 vezes o cotovelo.
Tcnicas:
- Lavar as mos, os antebraos e o cotovelo;
- Enxaguar as mos, os antebraos e o cotovelo;
- Comear a escovao pelas unhas, depois passar para o dedo mnimo, na face
anterior, com movimento de vai e vem da ponta do dedo at a palma da mo; proceder
assim at o dedo polegar;
- Escovar a face posterior da mo, usando o mesmo mtodo;
- Escovar a face anterior e posterior do antebrao, em movimentos de vai e vem;
- No cotovelo a escovao ser em movimentos circulares.
Durante e aps a lavagem, mantenha as mos mais elevadas do que os cotovelos.
Observao: se a escovao for feita com Fisohex, no ser necessrio usar
soluo.

36
2.2 - Vestir avental
- Apanhar o avental com uma das mos, puxando-o diretamente para cima do
pacote;
- Segurando a gola com as mos, desfazer suavemente as dobras do avental;
- Enfiar as mos nas aberturas das mangas, mantendo-as para cima, ao nvel dos
ombros;
- Vestir e oferecer os cintos para a circulante.

2.3 - Calar luvas


- Calar primeiro a mo esquerda;
- Levantar parte do envelope com a mo esquerda e retirar a luva;
- Calar a mo esquerda, deixando o punho dobrado;
- Ao calar a mo direita, poder pegar na parte interna da dobra do punho com a
mo esquerda j enluvada;
- Ajustar as luvas e colocar o punho da luva sobre o punho do capote.

3. Posies para Cirurgias


A escolha da posio cirrgica depende do tipo de cirurgia e da tcnica a ser
empregada:
a) Decbito dorsal: as pernas e braos ficam estendidos ao longo do corpo.
b) Decbito ventral: paciente deitado sobre o abdome, com pernas e braos
esticados ao longo do corpo e a cabea voltada para um dos lados. Colocar dois coxins
sob os ombros e um sob a regio infra-umbilical.
c) Decbito lateral: o paciente colocado sobre um dos lados, tendo a perna
inferior fletida e a superior em extenso, separadas por um coxim; o paciente fixado
mesa cirrgica por uma faixa larga, passada sobre o quadril.
d) Posio ginecolgica: a paciente colocada, em decbito dorsal, tendo as
pernas abertas e apoiadas em perneiras acolchoadas.
e) Trendelemburg: a posio dorsal com elevao da pelve e dos membros
inferiores. Por inclinao da mesa, a cabea ficar mais baixa que os ps.
f) Proclive: a posio dorsal com elevao da cabea e do trax e com
abaixamento dos membros inferiores.

Atribuies do Circulante em uma Sala de Operaes

1. Montagem de uma Sala de Cirurgia


- Ler com ateno o pedido de cirurgia, observando o material e aparelhos a
serem usados;

37
- Verificar a limpeza do piso e das paredes;
- Equipar a sala com os aparelhos solicitados;
- Remover o p dos equipamentos com tecido embebido em lcool etlico a
70%;
- Testar o funcionamento dos aparelhos eltricos; at os focos, pontos de gs, luz
e aspirador;
- Verificar se o lavabo est equipado para uso, e lavar as mos;
- Revisar o material existente na sala, complementar o que falta e providenciar o
especfico;
- Verificar as medicaes e os impressos;
- Equipar a mesa da anestesia e coloc-la cabeceira da mesa cirrgica;
- Colocar o pacote de campos e o de aventais, as luvas e a caixa de instrumental
acessvel;
- Preparar o soro e a bandeja de anti-sepsia.

2. Cuidados aps Cirurgia Simples


- Desligar o foco e aparelhos eltricos;
- Remover os campos e pinas que esto sobre o paciente;
- Transferir o paciente para a maca;
- Providenciar o transporte do paciente, encaminhando-o com o pronturio
completo;
- Separar a roupa utilizada na cirurgia e encaminhar;
- Separar o material de vidro, cortante, borracha e instrumentais. As pinas so
abertas;
- Encaminhar a pea anatmica identificada;
- Colocar as luvas usadas em uma bacia com soluo.

3. Montagem de uma Sala de Operaes Contaminada


So contaminadas as salas de cirurgias que contenham: pus, fezes, queimados,
eliminao de escarros contaminados, gangrenas, pctes portadores de doenas infecto-
contagiosas e outros.

3.1 - Antes do incio da Cirurgia Contaminada


- Embeber pano mido de cho em soluo anti-sptica e colocar na porta da
Sala;
- Deixar na sala somente o material a ser utilizado para aquele tipo de cirurgia;
- Lavar as mos antes de montar a sala;
- Rotular a sala contaminada;

38
- Colocar uma cuba com soluo para os mdicos da equipe lavarem as mos.

3.2 - Depois da cirurgia contaminada


- Pedir que os membros da equipe cirrgica retirem botas, aventais, gorros e
mscaras, deixando-os na sala;
- Pedir equipe cirrgica que lave as luvas na soluo da bacia, antes de retir-
las;
- Oferecer gorros e botas limpas, antes de a equipe sair da sala;
- Se o paciente estiver sujo, limp-lo com compressas embebidas em lcool
iodado;
- Transferir o paciente para a maca;
- Conduzir junto com o paciente a papeleta e as radiografias;
- Verificar se os tubos de drenagem esto fechados; - Calar as luvas;
- Puxar o carro que foi preparado antes e pegar os baldes com as solues;
- Imergir os instrumentos na soluo;
- Separar o material cortante;
- Separar o material de borracha;
- Colocar as roupas no saco;
- Colocar as agulhas e seringas e cubas dentro de outro balde contendo soluo;
- Se a cirurgia for altamente contaminada, deixar tudo dentro da sala e pulverizar
o ambiente com soluo bactericida. Deixar a sala fechada por trs horas.

Material Instrumental

1. Material de Direse
Este grupo constitudo plos bisturis, tesouras, trpano, rugina e outros. O
bisturi composto de um cabo e uma lmina mvel, que variam na forma e tamanho.
As tesouras tambm variam no tamanho e na forma, podendo ser retas ou curvas, com
pontas finas ou rombas.

2. Material de Sntese
Este grupo constitudo pelas agulhas de sutura e porta-agulhas. Os porta-
agulhas so de tamanhos e formatos diferentes. As agulhas so os instrumentos
utilizados para conduzir o fio de sutura. As agulhas possuem caractersticas peculiares:
1) quanto curvatura - podem ser retas ou curvas;
2) quanto ao comprimento - curvas de fundo fixo de 1,5 a 10,5 cm e as retas, de
1,8 a 10 cm;

39
3) quanto seco transversal: agulha de ponta cilndrica; agulha de ponta
cortante; agulha de ponta romba; agulha espatular escleral.

3. Pinas Auxiliares: So as pinas destinadas a auxiliar o uso de outros grupos


de instrumentos. So elas: pina dente de rato e pina de disseco.

4. Instrumental Especial: o grupo de instrumentais utilizados para cada tipo


de cirurgia.

5. Pina de Campo: E utilizada para prender o campo operatrio.

6. Afastadores: So instrumentos utilizados para afastar rgos ou tecidos, com


a finalidade de propiciar melhor visualizao do campo operatrio.

7. Pinas Hemostticas: Este grupo formado pelas pinas hemostticas relas e


curvas, de tamanhos diferentes, providas ou no de dentes.

8. Fios usados em Cirurgias


o material empregado para unir estruturas, nervos, msculos, ossos, vasos
sanguneos, at que se processe a cicatrizao. Classificao:
a) Absorvveis: so absorvidos aps algum tempo. Podem ter origem animal ou
sintticos.
b) Fios Inabsorvveis: so os fios que no so absorvidos pelo organismo.

Funes do (a) Instrumentador (a)

1. Antes da Cirurgia
- Escovao completa das mos;
- Colocar o avental;
- Calar as luvas;
- Colocar os campos na mesa de instrumentos mdicos;
- Colocar as lminas nos cabos de bisturi;
- Organizar os instrumentos;
- Contar as compressas;
- Arrumar os fios;
- Manter a mesa de instrumentos em ordem, sem desarrumar ou manusear os
objetos;

40
- Apresentar os campos e as pinas ao cirurgio, segu-lo no lado da mesa que
ele escolher;
- Colocar o restante dos campos, conforme exigir o procedimento.

2. Durante a Cirurgia
- Observar o campo e antecipar-se s necessidades do cirurgio. Manter 2
compressas limpas sobre o campo;
- Se compressas forem acrescentadas durante a operao, deve-se cont-las;
- No misturar esponjas e compressas sobre a mesa;
- Descartar as compressas sujas;
- Manter o campo limpo;
- Limpar o sangue dos instrumentos utilizados;
- Manter as mos livres;
- Pedir os suprimentos com calma;
- Ser preciso(a) e estar alerta;
- Trabalhar rapidamente, sem sacrificar a preciso e a tcnica.

3. Aps o Trmino da Cirurgia


- Retirar as compressas sujas da mesa;
- Separar as compressas limpas das sujas;
- Observar todos os campos, certificando-se da existncia de algum
equipamento;
- Cuidar das amostras de tecido de acordo com a rotina do hospital;
- Preparar-se para a prxima cirurgia.

Tcnicas de circulao e instrumentao cirrgica

Circulante ou profissional de enfermagem de sala cabe a este o pronto e


eficiente atendimento s solicitaes da equipe.
O circulante, alm de auxiliar o anestesista no posicionamento do cliente,
tambm auxilia, quando necessrio, a suprir material - e durante a cirurgia comunica e
registra as alteraes do que observou.
Tambm atribuio do circulante ajudar os integrantes da equipe cirrgica se
paramentar.

41
Para tanto, no momento de vestir o avental, o circulante deve posicionar-se de
frente para as costas do membro da equipe que est se paramentando, introduzir as mos
nas mangas - pela parte interna do avental - e puxar at que os punhos cheguem aos
pulsos; amarrar as tiras ou amarilhos do decote do avental, receber os cintos pela ponta
e amarrar; posteriormente, apresentar as luvas.
Aps auxiliar a equipe a se paramentar, abrir o pacote com o impermevel sobre
a mesa do instrumentador e a caixa de instrumentais sobre a mesa auxiliar, fornecer ao
instrumentador os materiais esterilizados (gaze, compressas, fios, cpulas, etc.) e
oferecer ao cirurgio a bandeja de material para antissepsia. Auxiliar o anestesista a
ajustar o arco de narcose e o suporte de soro de cada lado da mesa cirrgica, fixar as
pontas dos campos esterilizados - recebidos do assistente - no arco e suportes, formando
uma tenda de separao entre o campo operatrio e o anestesista.
Posteriormente, aproximar da equipe cirrgica o hamper coberto com campo
esterilizado e o balde de lixo; conectar a extremidade de borracha recebida do assistente
ou instrumentador ao aspirador, e lig-lo.
Sabemos que a palavra cirurgia significa operao manual, pois deriva do grego
cheir (mo) e ergon (trabalho). evidente que um ato cirrgico requer tambm
instrumentos para aumentar a destreza do operador e possibilitar a realizao de
manobras impossveis de serem executadas apenas com as mos. Usamos os termos
instrumento para denominar cada pea, em particular; e instrumental para o conjunto
destas peas. O nmero de instrumentos cirrgicos incontvel; ao longo dos tempos os
cirurgies vm criando e modificando novos elementos, que so incorporados aos j
existentes. Quase sempre levam o nome de seus idealizadores, muitas vezes diferindo
apenas em detalhes muito pequenos. Na rotina da clnica cirrgica veterinria utilizamos
um universo relativamente reduzido, destas peas, se comparado com a diversidade
estampada nos catlogos dos fabricantes. Estes instrumentos sero objeto de
comentrios nesta pgina, divididos em suas diferentes categorias.

Instrumentador
O tcnico ou auxiliar de enfermagem, atuando na funo de instrumentador,
passa a integrar a equipe cirrgica e, como tal, suas atribuies, so:
Verificar para que sala de operao est escalado e, em funo disso, em que
operaes ir atuar;

42
Informar-se quanto aos tipos de fios, agulhas e materiais especiais a serem
utilizados, caso no esteja familiarizado com a rotina do cirurgio;
Executar o preparo das mos e dos antebraos, vestir o avental esterilizado e
calar as luvas cirrgicas, de acordo com a tcnica correta.
Na sala, efetua-se a secagem das mos e parte dos antebraos com uma
compressa esterilizada, indo na direo das mos para o cotovelo. Estando com as mos
secas, o instrumentador vestir o avental esterilizado, tocando-o apenas pelo avesso para
no contamin-lo, j que as mos, embora escovadas, ainda esto sem luvas.
Distribuio
H muitas formas de se dispor os instrumentos numa mesa, em funo do tipo de
mesa, tipo de cirurgia e at da preferncia do instrumentador.

Organizao da mesa de instrumental

Cada instrumento de uso corrente possui um sinal manual que facilita as


manobras realizadas durante os procedimentos cirrgicos, desta forma o cirurgio
transmite a informao de qual material precisa para realizar a manobra proposta de
maneira silenciosa e eficiente, reduzindo o tempo total da cirurgia, melhora a
comunicao entre a equipe cirrgica, melhora o acompanhamento anestsico.

43
BISTURI

TESOURA

PINA HEMOSTTICA

44
AFASTADOR DE FARABEUF

COMPRESSA

INSTRUMENTOS DE CAMPO OPERATRIO

ANTISSEPSIA
A pina de Cheron utilizada para realizao da anti-sepsia do paciente por
possuir hastes longas, assegurando que o instrumentador no se contamine. Apresentam
cremalheiras e angulao em suas hastes. As garras so ligeiramente ovais e com
ranhuras para fixao das gazes.
45
FIXAO
As pinas de campo operatrio tm por finalidade fixar os panos de campo,
fenestrados ou no, pele do paciente, para impedir que a sua posio seja alterada
durante o trabalho. Tambm podem ser utilizadas para manter, unido aos panos de
campo, elementos como mangueiras de suco, cabos de eletrocauterio e outros
equipamentos necessrios. Podem variar de 8 a 15 cm.

INTRUMENTOS DE DIRESE
Direse advm do latim diaerese e do grego diaresis, ambos significando
diviso, inciso, seco e separao, puno e divulso.

46
BISTURI
Cabo de bisturi Bard-parker n 3 n. 9 a 17, cabo Bard-parker n 4 , n 18 a 50

TESOURAS
Suas funes so cortar, dissecar, debridar ou divulsionar tecidos orgnicos, e,
para modelos apropriados, cortar fios cirrgicos, gazes, borrachas, plsticos, etc.
Pontas romba-romba, romba-fina ou fina-fina

TESOURAS DE MAYO
As tesouras de Mayo so utilizadas para desbridar e cortar tecidos mais densos
como fscia e msculos, so encontrados retas ou curvas.

47
TESOURAS DE METZENBAUM
A tesoura de Metzenbaum usada para seccionar tecidos, dividir vasos ligados e
so muito usada tambm para disseco. Limitada para a disseco de tecidos densos.

INSTRUMENTOS DE HEMOSTASIA
Hemostasia provm do grego haimstasis (hemos sangue; stasis deter). por
isso uma importante fase do ato operatrio, pois visa coibir a perda de sangue e a
infiltrao do mesmo nos tecidos seccionados. A hemostasia pode ser temporria ou
definitiva.

PINAS HEMOSTTICAS DE KELLY


Apresentam ranhuras transversais em 2/3 da garra, com 13 a 16 cm de
comprimento; apresentam pontas menores, utilizadas para pinamento de vasos e fios
grossos.

PINAS HEMOSTTICAS DE KOCHER


48
Sua parte preensora apresenta ranhuras transversais e apresentam dentes de rato
nas suas extremidades, aumentando a capacidade de preenso, tornando-a mais
traumtica.
Sendo por isso utilizada, muitas vezes, na trao de tecido fibroso como
aponeurose.

INSTRUMENTOS DE SNTESE
Estes instrumentos so os responsveis pelas manobras destinadas
reconstituio anatmica e/ou funcional. Para isto so utilizadas agulhas e pinas
especiais para conduzi-las denominadas Portaagulhas.
So fundamentais para a confeco das suturas, uma vez que a maioria das
agulhas so curvas e os espaos cirrgicos so exguos. Somente as agulhas retas e as
em"S" dispensando seu uso.

INSTRUMENTOS AUXULIARES
O instrumental auxiliar no interfere diretamente na ao, apenas cria condies
propcias para a atuao de outros instrumentos. Inclui as pinas de disseco, pinas de
apreenso e afastadores.

49
Tcnicas de manuseio de material e instrumental cirrgico, estril e contaminado

Manuseio de Material Estril

Tcnica para abrir um pacote estril


1-Lavar as mos.
2- Colocar o pacote sobre a superfcie limpa e seca.
3- Posicionar o pacote de modo que a dobra de cima do invlucro fique de frente
para voc. Retire a fita adesiva para autoclave termos sensvel.
4 - Puxar a dobra de cima do pacote, abrindo de modo que a ponta se abra.
Mantenha seu brao fora das bordas externas do pacote aberto.
5- Abrir as dobras laterais uma de cada vez.
6- Abrir a dobra mais prxima de voc por ltimo.
7- O interior do invlucro considerado estril, podendo ser usado com base de
campo Para reduzir os riscos profissionais, necessrio o uso de precaues ou medidas
que proporcionam maior segurana no manuseio de sangue e de outros fluidos
orgnicos.
As precaues universais determinadas pelo Ministrio da sade so:
Lavagem das mos, antes e aps qualquer contato com secrees do doente e
aps a remoo das luvas.
Uso de luvas para contatos com lquido corporais, mucosas, pele no integra e
para venopuno.
Uso de aventais, mascaras e culos de proteo para procedimentos em que
sangue ou lquido corporais possam ser espirrados.
50
Agulhas e instrumentos cortantes devem ser colocados em recipientes slidos e
resistentes.
No reencapar, dobrar ou quebrar as agulhas utilizadas.
No remover as agulhas das seringas.
Evitar deixar o material contaminado exposto no meio no meio ambiente.
Amostras para laboratrio devem ser enviadas dentro de sacos plsticos
transparentes. Sangue e fluidos derramados no ambiente devem ser limpos com
hiplocorito de sdio a 1%.
Se a higiene do paciente for precria ou se houver possibilidade de
contaminao do ambiente com sangue ou secreo deve-se coloc-lo em quarto
privativo.
Os equipamentos reutilizveis no devem ser usados em outros pacientes antes
de serem limpos, desinfetados e esterilizados.

Ateno: como descartar o material perfurante:


Nunca re-encapar a agulha aps o uso.
Nunca separar a agulha da seringa.
Nunca jogar seringas no lixo comum.
Matrias cortantes (agulhas, escalpes, laminas) devem ser descartadas em
recipientes adequado, rgido, resistente e impermevel.
Uma das tcnicas fundamentais para evitar a propagao de microorganismos
patognicos, de um individuo para outro a tcnica de lavagem das mos, atividade que
deve tornar-se um habito para o profissional de enfermagem.

Classificao dos materiais hospitalares


Materiais crticos: So aqueles que penetram atravs da pele e mucosas,
atingindo os tecidos sub-epiteliais, e no sistema vascular, bem como todos os
que estejam diretamente conectados com este sistema.
Materiais semi-crticos: So todos aqueles que entram em contato com a pele
no ntegra, ou com mucosas ntegras.
Materiais no-crticos: So aqueles que entram em contato apenas com a pele
ntegra, e ainda os que no entram em contato direto com o paciente.

51
Por que embalar artigos esterilizados?
Ao trmino de um procedimento correto de esterilizao, os produtos no interior
da cmara do esterilizador estaro esterilizados. O ar da sala onde o esterilizador
estiver instalado contm partculas de poeira que podem conter
microorganismos. Logo, ao remover a carga do esterilizador, esta ser
novamente contaminada. Alm do mais, normalmente os artigos esterilizados
so armazenados por algum tempo antes de serem utilizados e ainda por cima
so transportados dentro do ambiente hospitalar at o local onde sero
utilizados. Fica claro que qualquer artigo, quando no protegido, ser
recontaminado at o momento de ser usado.
Os artigos devem ser acondicionados em embalagens para evitar a
recontaminao aps a esterilizao. Ao mesmo tempo, o material da
embalagem deve ser adequado para permitir a esterilizao dos artigos contidos
dentro dela!
Alm do que, a embalagem deve proteger seu contedo durante o manuseio e
transporte.
Embalagem primria para acondicionar produtos
A embalagem primria evita a recontaminao do produto aps a esterilizao.
Ela deve oferecer uma barreira microbiana e permitir a passagem de ar e do
agente esterilizador, ex.: vapor. Uma embalagem primria suficiente quando
no h possibilidade de que poeira se deposite na embalagem, como em um
depsito livre de poeira ou nos casos de reutilizao imediata do material. A
embalagem primria mantm a esterilizao durante o armazenamento e
transporte. Exemplos de embalagem primria so: 2 camadas de papel, 2
camadas de folhas de TNT (tecido no-tecido), pouches de filme laminado ou
duplamente laminado, saco de papel ou invlucros contendo filtro(s) adequados.

Embalagem secundria
Esta segunda camada serve para ajudar no armazenamento adequado e no
transporte at o usurio. Essa embalagem pode conter uma ou mais embalagens
primrias. Ex.: uma embalagem extra de plstico, saco, caixa de papelo ou
invlucro. Essa embalagem pode garantir proteo adicional contra poeira e

52
maior resistncia mecnica, tornando o manuseio mais fcil. Essa embalagem
comumente usada para artigos esterilizados descartveis
Embalagem para transporte
Essa embalagem utilizada para transporte externo de artigos esterilizados
dentro de suas embalagens primrias e secundrias. Normalmente uma caixa
de papelo resistente, engradado ou uma vagoneta fechada ou outro tipo de
"container. Quando os artigos entram em um ambiente limpo, ex.: sala de
cirurgia,a embalagem para transporte deve ser removida
Tecidos: algodo ou linho
Tecidos de algodo h muito vm sendo o material de embalagem padro para
artigos esterilizados. Esse material possui algumas grandes vantagens:
Tecidos so produtos comuns e bem conhecidos nas dependncias hospitalares.
Possuem boa resistncia
Facilmente dobrveis e conveniente de serem utilizados.
Podem ser reutilizados.
Contudo, as aberturas entre as tramas so maiores que a maioria dos
microorganismos impedindo assim que o tecido seja utilizado como barreira
microbiana. Logo esse material j no atende s exigncias de material para
embalagem primria para artigos esterilizados. Contudo, esse material
freqentemente utilizado como embalagem interna ou como proteo contra
poeira.
Folhas de papel
Uso: Embalagem primria para embrulhos com tecidos e conjuntos de
instrumentos em bandejas. Tambm so utilizados como embalagem interna em
container.
O papel foi a primeira alternativa ao uso de tecidos. Papel possui tamanhos de
poros inferiores queles dos tecidos, podendo assim ser usado como embalagem
primria. Papeis macios so utilizados para embrulhos internos, enquanto que
papel crepado mais resistente e spero.
Durante a esterilizao, o vapor penetra atravs da embalagem. Quando o papel
molhado ele perde boa parte de sua resistncia mecnica original, logo deve
ser evitado qualquer tipo de stress na embalagem. A embalagem no deve ser

53
feita muito apertada, mas tambm no pode ser muito frouxa. A secagem deve
ser feita de maneira adequada.
As folhas de papel so de uso nico, no podendo ser re-aproveitadas.
Sacos de Papel para esterilizao
Uso: Para embalar instrumentos individuais ou pequenos conjuntos de
instrumentos utilizados em enfermarias.
O fechamento normalmente feito com aparelhos de selagem.
Desvantagem:
No so muito resistentes
A abertura no prtica: rasgar ou cortar.
No propiciam uma abertura assptica.
No possibilitam a visualizao do contedo
A apresentao assptica pode ser melhorada com a colocao do instrumento
com o cabo voltado para a abertura. No conveniente remover o instrumento
do saco. Sua utilizao tem sido reduzida com o aparecimento do pouches de
filme laminado.
Sacos de papel para esterilizao devem ser utilizados uma nica vez.
Folhas de tecido no-tecido (TNT)
Uso: Embalagem primria para envolver embrulhos de material txtil e
conjuntos de instrumentos em bandejas. Tambm so utilizadas para embalagem
interna em container.
O material TNT possui certa quantidade de fibras sintticas. Outros tipos de
fibras podem ser adicionados a ele, tais como fibras inorgnicas, txteis, de
celulose ou outras fibras sintticas. Essas fibras diferentes podem ser unidas por
prensagem e calor. Isso significa que as fibras no so tecidas e sim seladas.
Alguns materiais TNT foram desenvolvidos para atender as exigncias para sua
utilizao como material para embalagem primria de produtos esterilizados.
Esses materiais combinam vrias caractersticas desejveis de outros materiais
de embalagem:
So muito resistentes
So facilmente dobrveis
Permitem a retirada do ar e a penetrao do agente esterilizador
Possuem poros muito pequenos, resultando em uma barreira microbiana eficaz

54
No soltam pelos e esto livres de partculas e fibras soltas
Repelem lquidos (hidrofbicos) e os fluidos no so absorvidos pelo tecido.
Existem vrios materiais no-tecidos disponveis para uma ampla variedade de
aplicaes na rea de esterilizao: extra macio, extra forte, etc.
Folhas de material no-tecido devem ser utilizados uma nica vez.

Tcnicas de manuseio do material cirrgico contaminado

Tempo cirrgico
Abrange, de modo geral, a seqncia dos quatro procedimentos realizados pelo
cirurgio durante o ato operatrio. Inicia-se pela direse, que significa dividir, separar
ou cortar os tecidos atravs do bisturi, bisturi eltrico, tesoura, serra ou laser; em
seguida, se faz a hemostasia, atravs de compresso direta com os dedos, uso de pinas,
bisturi eltrico (termocautrio) ou sutura para prevenir, deter ou impedir o
sangramento. Ao se atingir a rea comprometida, faz-se a exrese, que a cirurgia
propriamente dita (ato cirrgico cujo objetivo a extirpao de um rgo, parte dele
ou de um tumor)... tambm conhecida como resseco ou exciso . A etapa final a
sntese cirrgica, com a aproximao das bordas da ferida operatria atravs de sutura,
adesivos e/ou ataduras.

Instrumentais e fios cirrgicos


Auxiliam a equipe cirrgica durante a operao, mas para isso necessrio que a
equipe de enfermagem oferea-os em perfeitas condies de uso e no tamanho correto.

55
O instrumentador cirrgico o profissional responsvel por prever os materiais
necessrios cirurgia, bem como preparar a mesa com os instrumentais, fios cirrgicos
e outros materiais necessrios, ajudar na colocao de campos operatrios, fornecer os
instrumentais e materiais equipe cirrgica e manter a limpeza e proteo dos
instrumentais e materiais contra a contaminao.
Os instrumentais cirrgicos so classificados de acordo com sua funo:
direse - utilizados para cortar, tais como o bisturi, tesouras, trpano;
hemostticos - auxiliam a estancar o sangramento, tais como as pinas de Kelly,
Kocher, Rochester;
sntese cirrgica - geralmente utilizados para fechamento de cavidades e
incises, sendo o mais comum a agulha de sutura presa na porta-agulha;
apoio ou auxiliares - destinam-se a auxiliar o uso de outros grupos de
instrumentais, destacando-se o afastador Farabeuf para afastar os tecidos e permitir uma
melhor visualizao do campo operatrio e a pina anatmica para auxiliar na disseco
do tecido;
especiais - aqueles especficos para cada tipo de cirurgia, como, por exemplo, a
pina gmea de Abadie, utilizada nas cirurgias do trato digestivo.
Os fios cirrgicos apresentam-se com ou sem agulhas, e sua numerao varia de
1 a 5 e de 0-0 a 12-0 (doze-zero). So classificados em absorvveis e no-absorvveis.
Os fios absorvveis, como o prprio nome indica, so absorvidos pelo
organismo aps determinado perodo. O catgut de origem animal (do intestino delgado
dos bovinos), podendo ser simples ou cromado. O catgut simples indicado para os
tecidos de rpida cicatrizao, com absoro total em 2 a 3 semanas; o catgut cromado,
devido impregnao com sais de cido crmico, totalmente absorvido em 6 meses.
Os fios no-absorvveis permanecem encapsulados (envolvidos por tecido
fibroso) nas estruturas internas e nas suturas de pele; devem ser removidos entre o 7 e
o 10 dia de ps-operatrio. Pode ser de origem animal, como a seda; de origem
vegetal, como o algodo e linho; de origem sinttica, como o nylon, perlon, polister;
ou de origem mineral, como o fio de ao.
Para suturar as estruturas internas (tecidos internos e rgos), utilizam-se os fios
absorvveis, enquanto que o algodo est indicado para ligar vasos sangneos e
aponeurose, o fio de ao para suturar ossos e os fios de origem sinttica para a sutura de
pele. A seda geralmente utilizada nas pessoas que provavelmente tero dificuldade no

56
processo de cicatrizao (obesos, desnutridos, diabticos ou aqueles com abdome
volumoso), onde a sutura realizada com pontos subtotais.
O sangramento de capilares pode ser estancado pela aplicao de substncia
hemosttica no local. Podemos citar como exemplo, a cera para osso - utilizada para
estancar o sangramento sseo nas cirurgias ortopdicas e neurocirurgias.
Outro recurso o bisturi eltrico, que pode ser utilizado com a funo de
coagulao e seco (corte) dos tecidos, atravs da aplicao local de descargas
eltricas.

FATORES DE RISCOS OPERATRIOS


Faixa etria elevada
Desnutrio
Obesidade
Tabagismo
Doenas pulmonares
Hipertenso arterial
Cirurgias de difcil acesso
Cirurgias contaminadas
De grande manipulao de rgos
Cirurgias de urgncia
Precariedade de recursos humanos e materiais

SALA DE RECUPERAO ANESTSICA


Local responsvel em receber e prestar assistncia aos pacientes que se
submetem a atos cirrgicos e esto sob efeitos anestsicos. Neste local, o
paciente observado constantemente at que ocorra a recuperao da
conscincia, normalizao dos reflexos e sinais vitais (SSVV). Este perodo
um momento de riscos para o paciente, pois pode ocorrer o desenvolvimento de
complicaes ps-cirrgicas, podendo necessitar de ressuscitao ventilatria.
A SRA localiza no mesmo andar que a sala de cirurgias, permitindo, assim, o
fcil acesso ao entendimento pelos cirurgies, anestesias e equipe de
enfermagem.

57
Este local deve ser equipado com materiais de forma racional, levando-se em
considerao a gravidade do estado do paciente. Assim sendo o local deve
conter:
Macas com grades laterais de proteo (para evitar quedas)
Esfigmomanmetro com estetoscpio individual por leito
Aspirador de secrees
Dispositivo de oxignio para cada leito.
Cardioversor com desfibrilador
Monitor cardaco
Bandeja de emergncia, montada com laringoscpio completo, cnulas de
guedel
Amb

Assistncia de Enfermagem ao Paciente na SRA


A equipe deve conhecer:
Condies gerais do paciente (quando o paciente recobrar os sentidos deve ser
permitido os movimentos normais).
Tipo de cirurgia realizada
Problemas ou complicaes ocorridas durante o perodo transoperatrio.
Posicionamento do paciente, levando em considerao o tipo de anestesia
realizada
Cuidados com curativos, sondas e drenos

Consideraes sobre o ps-operatrio (PO)


A alta do paciente deve obedecer alguns critrios como dor mnima e sinais
vitais estveis
O paciente idoso leva mais tempo para eliminar os anestsicos

Os cuidados na SRA iniciam-se na admisso do paciente no local


- Manter o paciente aquecido (em decorrncia a efeitos anestsicos o paciente
sente frio em excesso)
Observar e anotar:

58
- Permeabilidade de vias areas (devido a efeitos anestsicos, ocorre diminuio
dos movimentos musculares diafragmticos, o que dificulta o processo da respirao)
- Nvel de conscincia (deve-se observar atentamente a recuperao, pois, aps a
anestesia ocorre queda do nvel de conscincia)
- Queda de PA
- SSVV (durante a cirurgia o paciente sofre perdas que podem atingir o processo
hemodinmico)
- Colorao da pele (pode ocorrer cianose azulada ou arroxeada em lbios e
extremidades, que pode indicar complicaes respiratrias e circulatrias ou palidez que
pode indicar hemorragia interna levando ao choque hipovolmico)
- Condies do curativo (pode apresentar indcios de hemorragia)
- Presena de sondas ou drenos observando a permeabilidade
- Eliminao urinria (em decorrncia de efeitos anestsicos pode ocorrer
diminuio de sensibilidade esfincteriana uretral, anal ou pilrica, podendo levar
reteno urinria, constipao.

Drenos, Cateteres e Sondas utilizados em cirurgias


Algumas cirurgias exigem a necessidade da colocao de drenos para facilitar o
esvaziamento do ar e lquidos (sangue, secrees) acumulados na cavidade. Assim, para
que exera corretamente sua funo o profissional deve ter a compreenso do que vem a
ser dreno, bem como suas formas e localizaes. Dreno pode ser definido como um
objeto de forma variada, produzido em materiais diversos, cuja finalidade manter a
sada de lquido de uma cavidade para o exterior.
De maneira geral, os cuidados de enfermagem so: manter a permeabilidade,
visando garantir uma drenagem eficiente; realizar o adequado posicionamento do dreno,
evitando que ocorra trao e posterior deslocamento; realizar o curativo conforme a
necessidade e com o material determinado para a preveno de infeces; controlar a
drenagem, atentando para a quantidade e aspecto da secreo drenada, e registrar
corretamente todos estes dados.
Para melhor entendimento, apresentaremos a seguir alguns tipos de drenos, seu
posicionamento, cuidados especficos e em que tipos de cirurgia podem ser utilizados.
O sistema para drenagem fechada de feridas realiza a drenagem com o auxlio de uma
leve succo (vcuo), sendo composto por uma extenso onde uma extremidade fica

59
instalada na cavidade e a outra em uma bolsa com o aspecto de sanfona. Seu manejo
consiste em manter essa sanfona com a presso necessria para que a drenagem ocorra
com mais facilidade. Este sistema utilizado principalmente para a drenagem de
secreo sanginolenta, sendo amplamente utilizado nas cirurgias de osteosntese e
drenagem de hematoma craniano.

Dreno de Trax
Sabemos que os pulmes esto envolvidos por um saco seroso, completamente
fechado, chamado pleura - que possui um espao (cavidade pleural) com pequena
quantidade de lquido. Nesta cavidade a presso menor que a do ar atmosfrico, o que
possibilita a entrada de ar. Sempre que o pulmo perde essa presso negativa, seja por
abertura do trax devido cirurgia, trauma ou por presena de ar, pus, ou sangue no
trax ocorrer o colapso pulmonar.
Na presena desse colapso faz-se necessria a realizao de drenagem torcica
para a reexpanso pulmonar pela restaurao da presso negativa. Para tal procedimento
faz-se necessria a utilizao de mscara, aventais e luvas estreis, soluo para a
assepsia do local de puno, sistema de drenagem montado, anestsico local e material
para curativo Durante o procedimento, a equipe de enfermagem deve auxiliar a
circulao dos materiais e promover conforto e segurana ao cliente.
Em relao manuteno do sistema fechado, a equipe de enfermagem deve
observar e realizar algumas aes especficas para impedir a entrada de ar no sistema
pois, caso isto ocorra, o ar pode entrar nas pleuras (colabamento pulmonar) e comprimir
os pulmes, provocando dispnia e desconforto respiratrio para o cliente. Como
precauo a esta eventualidade o dreno deve estar corretamente fixado ao trax do
paciente com fita adesiva o que impede seu deslocamento.
Um dos cuidados prioritrios de enfermagem para com o paciente com dreno
de trax impedir a entrada na cavidade torcica.

Formulrios padronizados
Consiste em seguir uma rotina no ambiente do centro cirrgico.
Horrios de trabalho do plantonista das 7:00h s 19:00 h com uma hora de
descanso para almoo das 12:00h s 13:00 h, e 15 minutos para o lanche na escala
12x36.

60
- Horrio do diarista das 7:00h s 16:00 h. com uma hora de descanso para
almoo das 11:00h s 12:00h, e 15 minutos para o lanche de 2 6 feira .
- EPIs Usados no Setor: Uniforme, touca bota Luvas de diferentes cores para
cada funo, Avental impermevel.
culos de proteo, (mascara caso seja necessrio).
Chegando ao devido setor vo para os vestirios, colocando os pijamas, tocas,
sapatilhas, mascara.
- Arrumam os materiais no DML, verifica se tem alguma cirurgia em salas,
para fazer limpezas e desinfeco das mesmas.
- Mesmo no havendo cirurgias nas salas, so limpas novamente.
- Limpam os seguintes setores farmcia satlite, Sala de esterilizao, Sala da
chefia, estar mdico, Copa, Vestirios feminino/ masculino, Lavam os banheiros, DML,
expurgo da enfermagem etc...
- Continuam limpando salas, fazendo reviso nos setores sempre que necessrio.
- Retiram os lixos e roupas usadas e colocam no expurgo para serem retirados
pelo outro funcionrio do abrigo do lixo e lavanderia.
- A cada final de planto, anotam as pendncias no livro de higiene do prprio
setor para continuidade.

Rotina Diria Diurna do Centro Cirrgico

IMPORTANTE:
Sempre que fizerem as reposies do sabonete e lcool gel trocar a data
- Todos os banheiros devem ser lavados todos os dias e noites.
- Anotar as pendncias no livro da rotina para continuidade

Segunda Feira
Geral na farmcia satlite, prateleiras, janela, paredes, porta, cho.
Fazer desinfeco em todas as mesas Cirrgicas vagas Limpas.

Tera - Feira
Geral na sala de lavagem de materiais, gavetas, bancada, paredes, porta,
cho.

61
Fazer desinfeco em todas as mesas Cirrgicas vagas Limpas.

Quarta -Feira
Limpar todos os vidros dos setores, salas, repouso mdico.
Fazer desinfeco em todas as mesas Cirrgicas vagas Limpas.

Quinta - Feira
Lavar geral a copa, paredes, janela, pia, portas, cho.
Fazer desinfeco em todas as mesas Cirrgicas vagas Limpas.

Sesta - Feira
Geral nas salas da chefias, mesas, paredes, portas, cho.
Fazer desinfeco em todas as mesas Cirrgicas vagas Limpas

Sbado
Geral na sala do faturamento, mesas, paredes, portas, cho.
Lavar e fazer desinfeco geral no expurgo.
Fazer desinfeco em todas as mesas Cirrgicas vagas Limpas

Domingo
Limpar as paredes da recepo e corredor de servio.
Fazer desinfeco em todas as mesas Cirrgicas vagas limpas.

QUANDO OCORRER CONTAMINAO COM: SANGUE, SECREES E


EXCREES:

LIMPAR O LOCAL COM PAPEL TOALHA


APLICAR O HIPOCLORITO COM PULVORIZADOR, DEIXAR
AGIR POR 10 MINUTOS
REMOVER O HIPOCLORITO COM PANO UMIDO.
LIMPAR COM PANO UMEDECIDO EM DETERGENTE
NEUTRO, ENXAGUAR.

62
Rotina diria do Centro Cirrgico

IMPORTANTE:

- Sempre que fizerem as reposies do sabonete e lcool gel trocarem a data


- Todos os banheiros devem ser lavados todos os dias e noites
- Anotar as pendncias no livro da rotina para continuidade

Segunda - Feira
Lavar os expurgos e DML, pias bancadas, armrios, prateleiras, cho.
Tera - Feira
Lavar todas as Lixeiras
Quarta-Feira
Limpar todas as cortinas
Quinta - Feira
Limpar os carrinhos de inox
Sexta - Feira

Limpar todas as luminrias e sadas dos acondicionados de paredes.


Sbado
Lavar todas as lixeiras dos leitos, banheiros, postos
Lavar geladeira da copa
Domingo
Limpar todos os dispense de papeleiras e saboneteiras.

63
Captulo 7 Principais cirurgias

1. Cirurgias Neurolgicas
1.1 - Craniotomia
a abertura do crnio para tratamento cirrgico das estruturas intracranianas.
Indicaes: tumor, abscesso ou hematoma intracraniano; traumatismos
cranioenceflicos.
Complicaes cirrgicas: sstoles; meningites; hematomas ao redor das rbitas;
cefalia, desequilbrio hidreletroltico; hemorragia intracraniana; choque hipovolmico;
trombofiebites; atelectasias e pneumonias; status epilpticus e infeco urinria.

Pr-operatrio:
- Observar paralisia, alteraes auditivas e/ou visuais, alteraes na fala,
incontinncias e nvel de conscincia;
- Observar a marcha, acompanhar nas deambulaes e fornecer apoio. Andar
pode ser lento;
- Controlar rigorosamente de 2/2 horas a PA, pois a hipertenso pode indicar
aumento de presso intracraniana;
- Estar atento s queixas de cefalia;
- Posicionar o paciente em Fowler para reduzir a presso intracraniana;
- Fazer controle de diurese;
- Fazer controle hdrico;
- Fazer tricotomia do couro cabeludo;
- Ajudar na higienizao;
- O cateterismo vesical dever ser feito de preferncia no centro cirrgico;
- Apoiar psicologicamente, ouvindo temores, fazendo reforo positivo.
Observao: Os enemas so contra-indicados, pois aumentam a presso
intracraniana.

Ps-operatrio:
- Manter o leito em Fowler, lateralizando a cabea do paciente;
- Verificar sinais vitais rigorosamente;

64
- Fazer mudanas de decbito de2/2 horas;
- Fazer controle hidreletroltico;
- Observar as ataduras que envolvem o crnio, pois poder haver sangramentos;
- Anotar volume e aspecto das drenagens (se houver dreno de suco);
- O curativo compressivo. Dever ser trocado aps 24 hs. Se tiver dreno de
Penrose, ser retirado aps 24 hs, e se houver de suco, aps 72 hs, anotando aspectos
e volumes das secrees;
- Pesar o paciente pela manh, antes do caf, o que identifica ocorrncia de
reteno hdrica;
- Anotar aparecimento de complicaes e avisar a enfermeira;
- Manter corretos os gotejamentos das infuses venosas.

2. Cirurgias Oftlmicas
2.1 - Facectomia
a) Extrao do Cristalino:
Indicao cirrgica: catarata (opacidade do cristalino).
Complicaes cirrgicas: hemorragias; deiscncia das suturas.

Pr-operatrio:
- Assistir psicologicamente;
- Esclarecer dvidas;
- Propiciar reforo positivo;
- Higiene corporal completa;
- Higiene oral;
- Tricotomia facial em paciente do sexo masculino;
- Lavar os olhos com gua boricada;
- Verificar sinais vitais.
- Administrar colrios (midriaticotpico: facilita a retirada do cristalino;
ciclopgico: paralisa os msculos da acomodao), se prescritos;
Ps-operatrio:
- Evitar decbito do lado cirurgiado;
- Curativo oclusivo: 24hs (usar culos escuros por 5 dias, aps retirada do
tampo ocular);

65
- Deambular no final do dia, levantar devagar do leito e com ajuda;
- Manter a cabeceira do leito entre 30 a 45 graus de elevao;
- Evitar correntes de ar. Espirro e tosse aumentam a presso intra-ocular;
- Dieta lquida no POI;
- No esfregar os olhos, fech-los lentamente sem comprimir as plpebras;
- Aliviar a dor;
- Providenciar grades laterais para o leito dos pacientes idosos;
- Manter o ambiente quieto e tranquilo;
- Anotar e avisar imediatamente ao enfermeiro queixa de dor ocular sbita;
- Orientar para usar culos escuros aps a retirada do curativo ocular.

2.2 - Trepanao Crneo-Esclertica


E a abertura na juno da crnea com a esclertica para escoamento do lquido
intra-ocular e diminuio da presso, no interior do olho.
Indicao: glaucoma (aumento da presso intra-ocular).
Complicaes cirrgicas: infeces; prolapso da ris.

Pr-operatrio:
- Educar o paciente quanto atividades que aumentam a presso ocular: correr,
subir escadas, inclinar-se para pegar objetos, girar a cabea rapidamente e espirrar;
- Assistncia psicolgica: perdas visuais significativas e apreenso quanto ao
prognstico;
- Administrar colrios (Pilocarpina: substncia mitica, afasta a ris da crnea
para permitir a drenagem do humor aquoso atravs dos espaos linfticos para o Canal
de Schlemn);
- Diminuir a ingesto hdrica;
- Jejum de oito horas;
- Higiene completa.

Ps-operatrio:
- Manter repouso no leito por 24 horas para evitar prolapso da ris;
- Evitar espirros e tosse e no esfregar as plpebras, pois aumentam a presso
intra-ocular;

66
- Dieta lquida tarde;
- Deitar do lado oposto rea operada;
- Aliviar a dor;
- Curativo oclusivo por 24 hs; aps retirada recomendado o uso de culos
escuros.

3. Cirurgias Otorrinolaringolgicas
3.1 - Cirurgias do ouvido
a) Miringotomia
Inciso no tmpano com instalao ou no de um tubo plstico com a finalidade
de drenar secrees e aliviar a presso.
Indicaes: otite mdia secretora, otite mdia aguda, ocasionalmente mastoidite.
Complicaes cirrgicas: recidiva.

Pr-operatrio:
- Falar pausadamente e em tonalidade mais elevada para facilitar a compreenso;
- Colher material (secreo do ouvido afetado) para cultura e antibiorama;
- Administrar antibiticos, cumprindo rigorosamente os horrios;
- Observar e anotar aspecto e quantidade das secrees (pequena, moderada ou
grande);
- Verificar sinais vitais de 6/6 horas. (A temperatura poder estar elevada);
- Orientar quanto ao jejum para cirurgia (oito horas antes) e colocar placa no
leito;
- Fazer tricotomia periauricular;
- Lavar os cabelos no dia anterior ao da cirurgia;
- Evitar alimentos e lquidos gelados e correntes frias de ar.

Ps-operatrio:
- Deitar do lado afetado para facilitar a drenagem pela fora da gravidade;
- Aliviar a dor;
- Deambulao precoce;
- Observar quantidade e aspecto das secrees;

67
- Dieta lquido-pastosa na tarde da cirurgia;
- Nos pacientes com instalao do tubo plstico no ouvido: no molhar o ouvido
durante o banho; devem saber que mergulhos - contra-indicados; usar tampes auditivos
durante a natao.

b) Timpanoplastia ou miringoplastia
Cirurgia plstica que tem o objetivo de fechar as perfuraes da membrana
timpnica, prevenindo contaminao do ouvido mdio e melhorando a audio.
Indicaes: perfurao por infeco (otite mdia), perfurao timpnica por
exploses, objetos estranhos, gua, mergulhos, perfurao traumtica (acidente) da
membrana timpnica.
Complicaes cirrgicas: recidiva, paralisia facial.

Pr-operatrio:
- No molhar o ouvido acometido;
- Jejum de oito horas;
- Verificar sinais vitais;
- Tricotomia periauricular;
- Evitar resfriados;
- Oferecer lquidos orais de 2/2 hs para prevenir desidrataes (at 8 hs antes da
cirurgia).

Ps-operatrio:
- Decbito do lado operado;
- Dieta pastosa no dia da cirurgia e, aps, livre;
- Oobservar: tonteiras, vmitos e simetria de face;
- Curativo: no retir-lo; observar se h sangramento;
- Antibioticoterapia por cinco dias aproximadamente, obedecendo, com rigor,
aos horrios;
- No lavar os cabelos.

3.2 - Cirurgias do Nariz


a) Septoplastia:

68
Descolamento da membrana mucosa com remoo e deflexo ssea e
cartilaginosa do septo.
Indicaes: deflexo do septo nasal, hipertrofia dos ossos dos cornetos e presena
de plipos.
Complicaes cirrgicas: hemorragia, infeco.
Pr-operatrio:
- Verificar sinais vitais;
- Higiene oral e corporal uma hora antes da cirurgia;
- Jejum de oito horas;
- Apoiar psicologicamente.

Ps-operatrio:
- Manter a cabeceira do leito elevada para reduzir o edema e favorecer a
drenagem;
- Fazer higiene oral com frequncia (quatro vezes ao dia ou de acordo com a
necessidade), pois a respirao oral e possibilita ocorrncia de halitose;
- Oferecer dieta lquida pastosa no jantar;
- Deambulao precoce;
- O curativo dever ser retirado em torno de 36 horas;
- Evitar correntes de ar frio;
- Verificar sinais vitais de 2/2 horas nas primeiras seis horas;
- Ateno a ocorrncia de sangramento, nuseas, vmitos e dispneia. Comunicar o
enfermeiro.

b) Rinoplastia
Cirurgia plstica que corrige as deformaes do nariz.
Indicaes: nas deformaes nasais congnitas, traumticas ou patolgicas.
Complicaes cirrgicas: a hemorragia a principal complicao; infeco.
Pr-operatrio:
- Assistir psicologicamente;
- Higienizao completa;
- Jejum de oito horas;
- Verificar sinais vitais.

69
Ps-operatrio:
- Manter o paciente em decbito dorsal com a cabeceira ligeiramente elevada;
- Compressas de gelo para reduzir sangramentos, edemas e dor;
- Dieta lquida no dia da cirurgia;
- Evitar assoar o nariz e fazer presso sobre ele (no usar culos por algumas
semanas);
- O tampo nasal retirado em torno de 24 horas;
- Deambulao precoce;
- Observar sinais e sintomas de hemorragia.

3.3 - Cirurgias da Laringe


a) Laringectomia
Remoo parcial ou total da laringe.
Indicao: neoplasias.
Complicaes cirrgicas: atelectasias, pneumonias, alteraes olfativas e
gustativas, fstula larngea, infeco da ferida operatria.

Pr-operatrio:
- Assistir psicologicamente, alguns pctes ficam curiosos com os resultados do
TTT, temem o cncer e a morte;
- Proporcionar assistncia espiritual;
- Verificar sinais vitais;
- Higiene oral criteriosa e com uso de anti-spticos orais para reduzir a flora
bacteriana;
- Jejum de oito horas;
- Enterclise na noite de vspera, ou oito horas antes da cirurgia;
- Tricotomia facial, cervical anterior e torcica nos indivduos do sexo
masculino.

Ps-operatrio:
- Observar rigorosamente a eficincia respiratria. Ateno ocorrncia de
inquietao, respirao trabalhosa, apreenso e taquicardia;

70
- Antes e aps administrao de analgsicos e sedativos verificar sinais vitais; as
medicaes que deprimem a respirao devem ser evitadas;
- Evitar falar por aproximadamente 3 dias. Oferecer papel e caneta para
comunicao;
- Cuidados com o tubo de laringectomia (os mesmos da traqueostomia);
- Manter o leito em semi-Fowler aps recuperao anestsica;
- Estimular deambulao precoce;
- Evitar entrada de corrente de ar fria no quarto;
- Cuidados com a hidratao venosa;
- Atender para a higiene oral;
- Verificar sinais vitais;
- Aps 1 semana iniciar a alimentao oral; at a ela ser por sonda
nasogstrica;
- Transmitir confiana, fazer reforo positivo;
- Umidificar o ambiente, pois o ar frio e seco irritante s mucosas.

4. Cirurgia do Sistema Endcrino


4.1 - Tireoidectomia
a exrese da glndula tireide.
Indicaes: bcios txicos, bcios atxicos que comprometem a respirao, a
deglutio e a esttica, tumores benignos ou malignos.
Complicaes cirrgicas: hemorragia, edema de glote, hipocalcemia e afonia.

Pr-operatrio:
- Assistir psicologicamente: os pacientes com hiperfuno glandular so bastante
inquietos e apreensivos. Ocupar o seu tempo com recreaes ou atividades que os
motivem e tranquilizem;
- Estimular inspiraes profundas;
- Verificar sinais vitais;
- Enterclise na noite de vspera da cirurgia;
- Colocar placa de jejum no leito e orientar quanto a ele, 8 hs antes da
operao (quando no for aumentar a ansiedade do paciente: nos bcios txicos
contra-indicado);

71
- Fazer tricotomia cervical anterior e facial, quando houver plos.

Ps-operatrio:
- Aps a recuperao anestsica, manter em semi-Fowler: favorece a drenagem,
regride o edema e reduz a dor;
- Observar e anotar a ocorrncia de sangramento pelo curativo. Comunicar o
enfermeiro;
- Estar atento ao sianis de taquicardia, palidez, cianose, hipotenso, hipotermia e
dispneia;
- Manter material para traqueostomia de emergncia vista, quando houver
edema de glote;
- A primeira dieta dever ser lquida para facilitar a ingesto e evitar a dor;
- Bolsa de gelo na regio cervical poder ser indicada quando houver hemorragia
intensa e grandes edemas;
- Orientar para que o paciente fale baixo; observar e anotar ocorrncia de
rouquido;
- Deambulao aps 24 horas;
- Controlar diurese;
- Aliviar a dor.
- Verificar sinais vitais;

5. Cirurgias do Aparelho Respiratrio


5.1 - Traqueostomia
a) Traqueostomia
Abertura cirrgica entre o 2. e o 3. anis da traquia;

b) Traqueostomia
Insero de um tubo de demora (cnula) na traquia.
Indicaes: casos de obstruo das vias areas superiores por objetos estranhos,
tumores, colapso da parede por compresso dos bcios tireoidianos, queda da lngua
(AVC, TCE), excessivas secrees traqueobrnquicas; para uso de respiradores.
Complicaes: atelectasia, infeco, estenose, necrose, perfurao,
broncopneumonia.

72
Pr-operatrio:
- Manter-se calmo, transmitir tranquilidade, confiana;
- Verificar sinais vitais;
- Fazer tricotomia cervical anterior e facial nos homens (no for emergncia ou
der tempo).

Ps-operatrio:
- Observar rigorosamente sinais vitais;
- Aps estabilizao dos sinais vitais, manter o leito em Fowler, para facilitar as
drenagens e favorecer a mecnica respiratria;
- Aspirar as secrees traqueobrnquicas de 2/2 hs ou quando necessrio,
seguindo a tcnica assptica;
- Estimular a tosse para facilitar a eliminao das secrees;
- O paciente teme asfixiar-se; manter vigilncia e tranquiliz-lo;
- Oferecer prancheta, lpis e papel para proporcionar comunicao;
- Umedecer o ambiente com nebulizadores ou borbulhadores;
- Desinsuflar o balonete da cnula de 2/2 horas por 2 min para prevenir
ulcerao e necrose da traquia, sendo que a aspirao traqueobrnquica antecede este
cuidado. Essa cnula usada em pctes em coma ou usando respiradores, para que a luz
traqueal se mantenha ocluda e no escape ar e para que no haja aspirao do contedo
gstrico;
- Manter gazes limpas entre a pele e as partes laterais da cnula (curativo-
assptico);
- As cnulas internas ou anti-cnulas devem ser trocadas diariamente, pelo
enfermeiro;
- Fazer higiene oral quatro vezes ao dia ou sempre que necessrio.

5.2 - Drenagem Torcica


Colocao de um dreno tubular no espao intrapleural p/ remoo de gs /
lquidos / slidos.
Termos:
- Pneumotrax: presena de ar no espao intrapleural;
- Hemotrax: presena de sangue no espao intrapleural;

73
- Empiema: presena de pus no espao intrapleural;
- Quilotrax: presena de lquidos no espao intrapleural.

Cuidados de Enfermagem prestados pelo Tcnico de Enfermagem:


- Colocar gua esterilizada no frasco de drenagem cobrindo 2 cm do tubo longo.
Na drenagem subaqutica a gua atua como selador e evita o retorno do ar para o espao
pleural. Clampear o sistema, durante a troca do frasco ou retirada das secrees, para
evitar pneumotrax;
- Manter o leito em semi-Fowler para facilitar a drenagem e a expanso pulmonar;
- Evitar formao de alas na tubulao, pois elas produzem presso retrgrada e
podem favorecer o refluxo ou comprometer a drenagem do espao pleural;
- Curativo diariamente. Usar gaze em tringulo, envolvendo o dreno junto
inciso e fix-la;
- Fazer meso para evitar a sada acidental do dreno (para fazer o meso
desengordure a pele com ter); corte uma tira de 20 cm e duas de 10 cm de
comprimento esparadrapo, micropore ou dermicel, por 5cm de largura, envolva o dreno
na metade da fita longa, colando fita com fita por 2cm abaixo do dreno e fixe o restante
na pele;
- Encorajar o indivduo a respirar profundamente e a tossir em intervalos
frequentes, pois isso aumenta a presso intrapleural e permite o esvaziamento do espao
pleural e remove secrees traqueo-brnquicas, favorecendo a expanso pulmonar e
evitando atelectasia;
- Observar, relatar e anotar, imediatamente, sinais de respirao rpida e
superficial, cianose, presso do trax, enfisema subcutneo, sintomas de hemorragia,
alterao de sinais vitais. Tais condies clnicas podem indicar complicaes como:
pneumotrax hipertensivo, deslocamento mediastinal, hemorragia, dor incisional,
embolia pulmonar, tamponamento cardaco;
- Anotar o volume drenado por unidade de tempo (Ex.: 250 ml/6h). Utilizar fita
adesiva junto escala do frasco;
- Anotar o aspecto da drenagem;
- Rotular o frasco de drenagem, indicando data, hora e volume da gua destilada;
- Observar borbulhas no frasco selo dgua (indica fstula, dreno mal posicionado
ou vazamento no sistema);

74
- Manter o frasco de drenagem abaixo do nvel do trax, para evitar o reflexo das
drenagens;
- Evitar clampear o dreno durante o transporte do paciente ou deambulao (um
dreno clampeado pode provocar pneumotrax hipertensivo e parada cardaca);
- Nunca conectar a rede de vcuo diretamente no respiro do frasco selo dgua;
usar o sistema regulador;
- Evitar ordenhar o dreno, pois pouco efetivo e pode gerar uma presso negativa
muito alta;
- Mudana de decbito: favorece a drenagem, melhora a troca gasosa, evita
deformidades e contraturas posturais;
- Estimular movimentos com o brao e o ombro do lado afetado para evitar
anquilose do ombro e reduzir a dor e o desconforto ps-operatrio;
- Colocar suporte plstico ou metlico para proteger o frasco, evitar contato direto
com o piso e permitir o controle visual do nvel lquido no seu interior.

5.3 - Toracotomia
Abertura cirrgica da caixa torcica.
Indicaes: diagnstico duvidoso, tumor maligno p/ determinar operabilidade,
trauma torcico
Complicaes cirrgicas: hemorragia, fstula broncopulmonar, insuficincia
respiratria, pneumonite, atelectasia, arritmias cardacas, distenso gstrica,
insuficincia renal.
Pr-operatrio:
- Interromper o fumo;
- Aumentar a ingesto hdrica para fluidificar as secrees traqueobrnquicas;
- Fazer nebulizao;
- Estimular a tosse;
- Anotar aspecto e volume das secrees expectoradas;
- Estimular deambulao;
- Verificar sinais vitais; - Orientar e supervisionar os exerccios respiratrios;
- Jejum de oito horas; - Enterclise oito horas antes da cirurgia ou logo aps o
incio do jejum;
- Tricotomia nas regies axilar, torcica e pubiana;

75
- Poder ser realizado cateterismo vesical na sala de cirurgia;
- Apoiar psicologicamente.

Ps-operatrio:
- Observar estado de conscincia e resposta aos estmulos;
- Verificar sinais vitais;
- Aps estabilizao dos sinais vitais, manter o leito em semi-Fowler;
- Controlar a diurese;
- Cuidados com a drenagem torcica;
- Estimular inspiraes profundas (pouco uso de analgsico - prevenir depresso
respiratria)
- Estimular a tosse;
- Mudar o decbito de 2/2 horas no POI e estimular deambulao aps este
momento;
- Cuidados com a infuso venosa;
- Observar se h sangramento plos curativos;
- Esclarecer as dvidas; auxiliar quando necessrio;
- Aerossis para fluidificar as secrees;
- Movimentar levemente o brao e o ombro do lado afetado para prevenir o
enrijecimento.

6. Cirurgia do Aparelho Cardiovascular


6.1 - Safenectomia
Remoo da veia safena.
Indicao: varizes nos MMII
Complicaes cirrgicas: hemorragias,trombose e embolia.

Pr-operatrio:
- Posio de Trendelemburg, para facilitar o retorno venoso, reduzir o edema e
aliviar a dor;
- Usar meias elsticas;
- Deambular periodicamente;
- Estimular a ingesto hdrica;

76
- Higienizao completa;
- Enterclise na noite de vspera da cirurgia;
- Jejum de oito horas;
- Tricotomia do membro afetado, da regio inguinal e pubiana.

Ps-operatrio:
- Controlar sinais vitais;
- Observar sinais de choque;
- Observar colorao e temperatura da extremidade enfaixada;
- Observar sangramento nas ataduras;
- Manter o leito em Trendelemburg;
- No 1. PP deambular de 2/2 horas por 5 min. e retornar ao leito;
- Dieta livre aps o retorno do peristaltismo.

6.2 - Circulao extracorprea


o aparelho que substitui a funo cardaca e a pulmonar durante as cirurgias
cardacas.

7. Cirurgias do Aparelho Digestivo


7.1 - Cirurgias do Esfago
a) Diverticulectomia
Remoo de divertculo esofagiano (evaginao em forma de bolsa).
Indicao: divertculo esofagiano.
Complicaes: hemorragias (trauma na artria cartida comum e veias jugulares
internas).

Pr-operatrio:
- Dietas lquidas e fracionadas; manter-se em posio vertical at 2 horas aps as
refeies;
- Proporcionar higiene oral com anti-spticos para reduzir a halitose;
- Pesar diariamente;
- Jejum de dez horas;
- Verificar sinais vitais;

77
- Fazer enterclise na noite de vspera;
- Tricotomia axilar, torcica e pubiana.

Ps-operatrio:
- Observar rigorosamente sinais de choque;
- Verificar sinais vitais;
- Prevenir complicaes respiratrias e circulatrias;
- Controlar diurese;
- Observar sangramento pelo curativo;
- Manter o leito em Fowler;
- Manter sonda nasogstrica aberta no POI e anotar volume e aspecto das
drenagens;
- Ao retorno do peristaltismo, iniciar dieta por SNG (ver cuidados de dieta por
gastrostomia)

b) Cardiomiotomia Heller
Seco de uma tira muscular do esfago e parte da crdia, sem atingir a luz do
rgo.
Indicao: megaesfago sem esofagite de refluxo.
Complicaes: refluxo gastroesofgico e fstula.

Pr-operatrio:
- Orientar da importncia dos exerccios respiratrios;
- Dieta lquida (4 dias que antecedem a cirurgia);
- Controlar o peso diariamente;
- Cuidados com: gastrostomia ou parenteral, se houver;
- Estimular deambulao;
- Excluso do fumo;
- Lavagem do esfago na noite de vspera da cirurgia;
- Jejum de 12 a 18 horas;
- Tricotomia torcica e abdominal;
- Assistir psicologicamente.
- Enterclise na noite anterior cirurgia (12 horas antes);

78
Ps-operatrio:
- Decbito dorsal inicialmente e, aps normalizao dos sinais vitais, em Fowler,
para facilitar as drenagens gstricas e prevenir compresso da asa do nariz pela sonda
nasogstrica;
- Verificar sinais vitais;
- Manter SNG aberta no POI, anotar volume e aspecto;
- Estimular exerccios respiratrios;
- Deambulao precoce.

c) Esofagogastrofundopexia
a fixao do fundo gstrico ao esfago.
Indicao: megaesfago com esofagite de refluxo.
Complicaes cirrgicas: fstula esofgica, cicatrizao retrtil.

Pr-operatrio: o mesmo que o de cardiomiotomia.


Ps-operatrio: o mesmo que o de cardiomiotomia.

d) Merendino
Exrese do esfago terminal e interposio de segmento intestinal entre esfago
e estmago.
Indicao: casos de megaesfago com estenose terminal, cncer do tero inferior
do esfago.
Complicaes cirrgicas: deiscncias, complicaes respiratrias, infeco.

Pr-operatrio:
Mesmo que na Heller, s que a lavagem de esfago inicia-se trs dias antes do
ato cirrgico.

Ps-operatrio:
- Decbito dorsal com cabea lateralizada at passar a anestesia e aps, semi-
Fowler/Fowler;
- Verificar sinais vitais com o rigor ps-operatrio;

79
- Manter a SNG aberta no POI ou at retornarem os rudos hidroareos;
- Anotar volume e aspecto das drenagens pela SNG;
- Controlar diurese;
- Observar sinais de choque;
- Deambulao precoce.

7.2 - Cirurgias do Estmago


a) Gastrostomia
Procedimento cirrgico que mantm uma comunicao da luz gstrica com o
plano cutneo da parede abdominal atravs de uma sonda com as finalidades de
drenagem ou de alimentao.
Indicaes: estenoses custicas do esfago, tumores esofagianos, situaes em
que ocorrem perda dos reflexos da deglutinao e da tosse (TCE, acidente vascular
cerebral etc.) e megaesfago.
Complicaes: emagrecimento, desnutrio e distrbios do funcionamento
intestinal.

Pr-operatrio:
- Verificar sinais vitais;
- Supervisionar higienizao completa;
- Pesar o paciente;
- Colocar placa de jejum e orientar o pcte, 10 hs antes do ato cirrgico;
- Fazer tricotomia abdominal em pacientes do sexo masculino;
- Assistir psicologicamente, o pcte poder resistir a nova forma de nutrio e
mudana anatmica (sonda).

Ps-operatrio:
- Conectar a sonda de gastrostomia ao ltex e adaptar ao coletor;
- Manter a sonda de gastrostomia aberta no POI;
- Anotar aspecto e volume das drenagens de 6/6 horas;
- Observar queixas de nuseas e vmitos e ocorrncia de distenso abdominal.
Comunicar ao enfermeiro, pois o sistema poder estar obstrudo;

80
- Quando houver retorno do peristaltismo, iniciar a alimentao pela sonda de
gastrostomia;
- Observar rigorosamente o volume e os intervalos das refeies;
- No administrar refeies quentes ou muito frias;
- No administrar rapidamente a dieta para prevenir a distenso abdominal;
- No usar mbolo de seringas para forar a entrada dos alimentos: usar fora da
gravidade;
- Irrigar a sonda de gastrostomia antes e aps as refeies com 15 ml de gua
filtrada, para detectar estase e prevenir infeces gastrintestinais, causadas por
alimentos que se alojam na sonda, e para prevenir a sua obstruo;
- Manter a sonda fechada aps as refeies;
- Pesar diariamente;
- Posicionar o paciente em semi-Fowler durante e aps as refeies;
- Permitir que o paciente experimente a dieta, quando no houver contra-
indicaes;
- Supervisionar a higiene oral quatro vezes/dia ou quando necessrio;
- Observar e anotar frequncia e aspecto das eliminaes intestinais.

b) Gastrectomia
a resseco parcial ou total do estmago.
Indicaes: tumores gstricos, traumatismos do estmago, obstruo pilrica,
lceras perfuradas ou que no respondem ao tratamento clnico.
Complicaes: choque, hemorragias, atelectasia e pneumonia, deficincia de Vit
B.

Pr-operatrio:
- Assistir psicolgica e espiritualmente;
- Excluir o fumo;
- Orientar quanto aos exerccios respiratrios;
- Higienizao completa;
- Jejum de 12 horas;
- Fazer enterclise dez horas antes da cirurgia;

81
- Auxiliar o enfermeiro na lavagem gstrica (indicada para os casos de obstruo
pilrica);
- Fazer tricotomia dos mamilos at s regies pubianas e axilares;
- Verificar sinais vitais;
- Orientar sinais vitais;
- Orientar para esvaziar a bexiga.

Ps-operatrio:
- Observar sinais de choque;
- Verificar sinais vitais, obedecendo ao rigor do POI;
- Estimular inspiraes profundas;
- Auxiliar nas mudanas de decbito;
- Observar aspecto externo dos curativos;
- Fazer controle de diurese;
- Manter SNG aberta e anotar volume e aspecto das drenagens;
- No permitir que a SNG comprima a asa do nariz nem haja dobras no sistema;
- Manter o leito em Fowler aps o restabelecimento dos sinais vitais;
- Manter corretos os gotejamentos dos soros;
- Deambulao precoce;
- Ocorrncia de nuseas, vmitos, distenso abdominal. Anotar e avisar o
enfermeiro;
- Primeira dieta ser oferecida aps o retorno do peristaltismo, aps 72 hs
aproximadamente.

7.3 - Cirurgias do Intestino Delgado


a) Jejunostomia
Comunicao cirrgica do jejuno com o plano cutneo da parede abdominal.
Indicaes: pancreatite aguda e traumtica, casos de estenose custica e tumores
esofagianos (com estmago inopervel), neoplasia gstrica inextirpvel, traumatismos
duodenais nos indivduos submetidos e gastrectomia total, a esofagectomia e
duodenotomia; em deiscncias.
Complicaes cirrgicas: diarrias, Dumping, clicas.

82
Pr-operatrio:
- Dieta lquida e mnima em resduos. Anotar a aceitao;
- Verificar sinais vitais;
- Anotar frequncia e aspecto das evacuaes;
- Jejum de 12 horas;
- Enterclise at que a gua saia limpa (contra-indicada nos casos de abdome
agudo);
- Tricotomia nas regies axilar, abdominal e pubiana.

Ps-operatrio:
- Conectar a sonda a tubos de drenagem (ltex ou equipos) e adaptar ao frasco
coletor. Manter aberta no POI ou at quando necessrio; anotar o volume e o aspecto
das drenagens;
- Aps o retorno do peristaltismo, fecha-se a sonda e se inicia irrigao,
intercalada e gota a gota, com soro fisiolgico glicosado. Observar e seguir
rigorosamente o esquema estabelecido pelo nutricionista ou cirurgio. Estar atento a
ocorrncias de diarria e distenso abdominal. Os frascos de alimentos devem ser
mantidos na altura do jejuno; as dietas so administradas lenta e continuamente; as
dietas devem ser mornas e agitadas antes da administrao;
- Pesar diariamente e no mesmo horrio.

b) Ileostomia
Comunicao do leo com a parede abdominal para excreo.
Indicaes: megaclon txico, perfurao do clon, necrose de delgado com
peritonite, insuficincia vascular intestinal aguda, neoplasias do clon, descendente
perfurado, deiscncias das anastomoses ileoclicas e ileoileais, traumas extensos do
clon descendente, colite ulcerativa.
Complicaes cirrgicas: prolapso, necrose, distrbios hidroeletrolticos,
estenose, clculos renais, clculos biliares, problemas psicolgicos.

83
Pr-operatrio:
- Contribuir para a aceitao da modificao anatmica e para adaptao nova
forma de eliminao intestinal; ouvir com ateno os temores e as dvidas;
compreender a ansiedade, irritao, depresso ou agressividade;
- Orientar como usar o dispositivo de ileostomia;
- Observar e anotar frequncia e aspecto das eliminaes intestinais;
- Dietas pobres em resduos; - Colher fezes para exame coprolgico;
- Jejum de 12 horas;
- Preparo intestinal segundo o enfermeiro/cirurgio: contra-indicada a
enterclise nos casos de abdome agudo;
- Tricotomia axilar, abdominal e pubiana;
- Escovar a regio abdominal;
- Orientar para esvaziar a bexiga;
- Verificar sinais vitais.

Ps-operatrio:
- A bolsa coletora para ileostomia deve conter um orifcio que ultrapasse o
estorna e que no deixe a pele ao seu redor exposta, pois a excreo contm enzimas
que escoriam a pele. Bolsas com orifcio na parte inferior so apropriadas para
esvaziamento, no precisa troc-las frequentemente;
- Aspirina triturada ou pedacinhos de carvo atuam como desodorizantes,
quando colocados na bolsa coletora;
- Aps retorno do peristaltismo, so oferecidas dietas em pouco volume para
evitar excitao do peristaltismo, dietas lquidas e sem resduos. O espinafre e a salsa
so excelentes desodorizantes; deve ser estimulada a sua ingesto;
- Os alimentos muito quentes ou muito frios e o fumo devem ser evitados, pois
so excitantes do peristaltismo. Peixes, cebola e repolho do odor ftido s eliminaes;
- Manter o ambiente bem ventilado e desodorizar, se necessrio;
- Observar e anotar aspecto das eliminaes pela ileostomia;
- Orientar o paciente quanto ao autocuidado, reforando as explicaes pr-
operatrias, e envolv-lo, gradualmente, para que se torne independente;
- Ouvir os receios e dvidas sobre a sua nova situao;
- Ingerir bastante lquido (a gua de coco previne distrbios hidroeletrolticos);

84
- Em torno de 60 dias o paciente poder voltar gradualmente s atividades
normais, se a evoluo for boa (esporte, trabalho, atividades sexuais etc.).

7.4 - Cirurgia do Apndice


a) Apendicectomia
Remoo cirrgica do apndice vermiforme.
Indicao: apendicite.
Complicaes cirrgicas: infeco da ferida operatria, abscesso intracavitrio,
obstruo intestinal por brida, fstulas enterocutneas.

Pr-operatrio:
- Higienizao completa;
- Jejum de oito horas;
- Verificar sinais vitais;
- Observar ocorrncia de nuseas e vmitos;
- Fazer tricotomia na regio abdominal e escovar posteriormente;
- O Tratamento com calor local e a enterclise so contra-indicados;
- Nos casos de peritonite generalizada h indicaes de sondagem nasogstrica a
fim de prevenir o leo paraltico e vesical para melhor controle do paciente e facilitar a
tcnica cirrgica.

Ps-operatrio:
- Observar sinais de choque; - Verificar sinais vitais, atentar para a elevao da
temperatura;
- Observar aspecto dos curativos (drenagens, sangramento);
- Fazer controle de diurese;
- Cuidados com infuso venosa;
- Deambulao precoce;
- Oferecer alimentao lquida aps o retorno do peristaltismo.

7.5 - Cirurgias do Intestino Grosso


a) Colectomia
Resseo de parte do clon.

85
Indicaes: carcinomas de clon, enterites cicatrizantes.
Complicaes cirrgicas: deiscncia da linha de anastomose, infeco da parede
abdominal.

Pr-operatrio:
- Observar e anotar aceitao da dieta - deve ser pobre em resduos (dieta lquida
48 a 72 hs antes da operao);
- Enemas dirios, que iniciam na antevspera da cirurgia (alterados no caso de
ocluso / subocluso intestinal);
- Colher fezes para exame coprolgico;
- Estimular a ingesto hdrica;
- Observar e anotar aspecto e frequncia das eliminaes intestinais;
- Orientar quanto ao jejum (12 horas antes do ato operatrio) e colocar placa no
leito;
- Preparar o paciente psicologicamente para o tratamento cirrgico;
- Fazer tricotomia ampla abdominal, axilar e perineal; sondagem nasogstrica.

Ps-operatrio:
- Manter o paciente em posio confortvel;
- Observar sinais de choque;
- Verificar sinais vitais;
- Observar e anotar aspecto dos curativos (sangramentos);
- Manter sonda nasogstrica aberta e anotar volume e aspecto das drenagens;
- Estimular exerccios respiratrios;
- Ajudar nas mudanas de decbito;
- Deambulao precoce;
- Manter corretos os gotejamentos dos soros.

b) Colostomia:
Comunicao da luz do clon com a parede abdominal.
Indicaes: obstruo aguda do clon, neoplasia intestinal, trauma intestinal.
Complicaes cirrgicas: prolapso, diarrias.

86
Pr-operatrio:
- Ouvir com ateno, minimizar os receios (no caso da ileostomia), estar atento
quanto ao comportamento;
- Dieta lquida e mnima em resduos;
- Jejum de 12 horas;
- Orientar quanto aos cuidados com a colostomia (higienizao, desodorizao,
troca da bolsa coletora);
- Quando a cirurgia eletiva, fazer o preparo intestinal inicial com antecedncia
(no pr-operatrio mediato): exame coprolgico; administrao de antibiticos e anti-
spticos intestinais; laxantes, enemas e clister para reduzir a flora de modo a permitir a
limpeza esperada (so contra-indicados nos casos de obstruo intestinal e abdome
agudo);
- Tricotomia abdominal e pubiana.
Ps-operatrio:
- Observar alteraes como taquicardia, cianose, dispneia, sudorese, hipotenso
a palidez (no POI);
- Observar e anotar, periodicamente, o aspecto e o volume das eliminaes pela
colostomia;
- Manter correto o gotejamento dos soros; - Deambulao precoce;
- Trocar a bolsa de colostomia sempre que necessrio;
- No permitir que as eliminaes caiam na pele para no irrit-la; durante a
troca da bolsa colocar sobre a colostomia gazes, para absorverem as eliminaes e
permitirem a adeso da bolsa;
- Dieta lquida, quando houver o retomo do peristaltismo;
- Colocar AAS triturado ou carvo na bolsa de colostomia para eliminar o mau
cheiro;
- A regio colostomizada deve ser lavada com gua e sabo; em sua volta
pincelar povidine;
- Encaminhar o paciente ao grupo de ostomizados da cidade;
- Para prevenir flatulncia, orientar o pcte para comer com a boca fechada e
evitar falar durante as refeies;

87
- Orientar que dietas ricas em feijo, repolho, peixes, pepino, rabanete, ovos,
cebola e condimentos aumentam o odor desagradvel das eliminaes e a probabilidade
de flatulncia.

7.6 - Cirurgias Anorretais


a) Hemorroidectomia
Resseco das dilataes varicosas anorretais.
Indicaes: para hemorridas que no respondem ao tratamento clnico.
Complicaes: hemorragias, dor, reteno urinria, estenose, fissura e
incontinncia anal.

Pr-operatrio:
- A ltima refeio dever ser pobre em resduos;
- Jejum de oito horas.
- Enterclise na noite de vspera da cirurgia; ateno para no traumatizar o
paciente;
- Tricotomia perineal e perianal uma hora antes da cirurgia;

Ps-operatrio:
- Aliviar a dor; normalmente ela intensa nesta cirurgia e traz bastante
desconforto;
- Fazer controle de diurese. Assistir psicologicamente, para que o paciente no
tema a dor ao urinar e no venha apresentar reteno urinria;
- Observar ocorrncia de sangramento pela regio anal;
- Controlar sinais vitais;
- Fazer banho de assento com gua morna, a partir do l. PO, trs vezes ao dia;
- Aps o retomo do peristaltismo sero fornecidas dietas ricas em resduos, para
facilitar as evacuaes;
- Anotar frequncia e aspecto das eliminaes intestinais; - Estimular
deambulao;
- Orientar o paciente para manter-se em decbito nas posies lateral ou ventral
e evitar sentar; no usar papel higinico, mas lavar-se aps evacuaes; estabelecer
horrio para eliminaes intestinais; ingerir bastante lquidos.

88
b) Fistulectomia
Resseco total do trajeto fistuloso, deixando ferida externa ampla.
Indicaes: fstulas anorretais.
Complicaes cirrgicas: retardo na cicatrizao, recidivas e incontinncia fecal.
Pr-operatrio:
- Administrar antibitico no horrio correto, obedecendo dosagem e via
prescritas;
- Verificar temperatura de 4/4 horas; - Higienizao completa;
- Jejum de oito horas;
- Orientar para urinar 30 min antes do ato cirrgico.

Ps-operatrio:
- Manter decbito lateral;
- Observar e anotar a drenagem pelo curativo;
- Verificar sinais vitais;
- Deambulao precoce;
- Dieta livre aps cessarem os efeitos anestsicos.

7.7 - Cirurgia das Vias Biliares


a) Colecistectomia
a remoo da vescula biliar.
Indicaes: colecistite, colelitase, tumor da vescula biliar, anomalia congnita
da vescula.
Complicaes cirrgicas: distenso abdominal, complicaes respiratrias.

Pr-operatrio:
- Oferecer dietas ricas em carboidratos e protenas para favorecer a cicatrizao e
prevenir a leso heptica;
- Estimular a ingesto hdrica;
- Orientar e supervisionar os exerccios respiratrios;
- Jejum de oito horas;
- Fazer enterclise na noite de vspera da cirurgia;

89
- Tricotomia dos mamilos regio infra-umbilical e axilar. Fazer escovao da
regio operatria.

Ps-operatrio:
- Manter decbito dorsal at normalizao da presso arterial e depois manter
Fowler;
- Verificar sinais vitais;
- Observar sinais de choque;
- Observar e anotar o estado dos curativos. Estar atento nos casos de
sangramentos;
- Fazer controle de diurese;
- Se o paciente estiver com sonda nasogstrica, aspir-la de 2/2 horas no POI
Anotar as drenagens;
- Estimular exerccios respiratrios; a inciso alta e apresentam probabilidades
de complicaes respiratrias;
- O retomo das dietas ser aps normalizao do peristaltismo, aproximadamente
48 horas aps o ato cirrgico.

8. Cirurgia do Bao
a) Esplenectomia
Exrese cirrgica do bao.
Indicaes: ruptura do bao, hiperesplenismo, ectopias e cistos esplnicos,
tumores.
Complicaes: atelectasias, pneumonias, distenso abdominal, abscesso
subfrnico.

Pr-operatrio:
- Controlar sinais vitais;
- Fazer enterclise aps a ltima refeio que antecede o ato operatrio;
- Jejum de oito horas;
- Tricotomia torcica, abdominal e pubiana. Escovao da rea operatria.

Ps-operatrio:

90
- Observar sinais vitais;
- Fazer controle de diurese;
- Manter decbito dorsal inicialmente, e, aps normalizao dos sinais vitais,
colocar em semi-Fowler;
- Manter sonda nasogstrica aberta e anotar volume e aspecto das drenagens.
Aspirar, se necessrio;
- Observar sangramentos pelo curativo abdominal;
- Estimular exerccios respiratrios;
- Fazer movimentos passivos com MMII e, aps cessarem os efeitos anestsicos,
estimulares ativos.

9. Cirurgias Urolgicas
9.1 - Nefropexia
a elevao e fixao do rim.
Indicao: nefroptose com destruio, infeco ou hidronefrose.
Complicaes cirrgicas: infeco na parede, infeco urinria.

Pr-operatrio:
- Aliviar a dor: posicionamento no leito (deitar de bruos e com os quadris
elevados) e com analgsicos.
- Fazer controle de diurese;
- Verificar sinais vitais;
- Oferecer lquidos por via oral de 2/2 horas;
- Jejum de oito horas;
- Fazer enterclise na noite de vspera da cirurgia;
- Fazer tricotomia da regio lombar e da pubiana.

Ps-operatrio:
- Manter decbito contrrio ao lado operado;
- Controlar diurese;
- Dieta lquida pastosa no jantar aps retomo do peristaltismo;
- Verificar sinais vitais;
- Deambulao precoce;

91
- Incentivar a ingesto hdrica;
- Observar aspecto do curativo.

9.2 - Nefrectomia
a retirada parcial ou total do rim.
Indicaes: tumores e clculos renais, anomalias congnitas e traumatismos
graves.
Complicaes cirrgicas: hemorragia, atelectasia, pneumonia, distenso
abdominal.

Pr-operatrio:
- Colher urina para exame; - Observar e anotar volume e aspecto de drenagem
urinria;
- Oferecer lquidos orais de 2/2 horas para haver uma eliminao maior de
escrias;
- Verificar sinais vitais;
- Orientar e supervisionar os exerccios respiratrios de 2/2 horas;
- Fazer enterclise;
- Fazer tricotomia axilar, pubiana, abdominal, inguinal e dorsal;
- Escovar a regio dorsal, com movimentos leves, 30 minutos antes do ato
cirrgico.

Ps-operatrio:
- Decbito contrrio ao do lado operado;
- Podero ficar pinas na inciso e no devem ser tocadas;
- Aliviar a dor;
- Estimular inspiraes profundas e mudanas de decbito;
- Controlar rigorosamente a diurese; - Fazer balano hidreletroltico;
- Deambulao precoce;
- Oferecer dietas aps o retorno do peristaltismo;
- Verificar sinais vitais;
- Orientar o pcte a no carregar peso e praticar esportes por 1 ano.

92
- Observar sangramento plos curativos e atentar aos sinais de hemorragia
(sudorese, taquicardia, agitao);

9.3 - Pielolitotomia
a retirada de clculos pilicos ou caliciais, cujo tamanho no permita a
eliminao espontnea, ou de clculos menores que causam hidronefrose.
Indicaes: litase renal.
Complicaes cirrgicas: infeco da ferida operatria, infeco urinria,
recidiva.

Pr-operatrio:
- Oferecer frasco para exame de urina e orientar quanto a este; - Aumentar a
ingesto hdrica;
- Fazer controle de diurese;
- Aliviar a dor;
- Dieta pobre em clcio e fsforo, em vitamina D e minerais;
- Estimular deambulao;
- Orientar quanto aos exerccios respiratrios;
- Fazer enterclise;
- Verificar sinais vitais;
- Tricotomia do flanco D ou E, regio axilar e pubiana.

Ps-operatrio:
- Evitar decbito lateral do lado cirurgiado;
- Verificar sinais vitais;
- Observar sinais de choque;
- Fazer controle de diurese;
- Controlar as infuses venosas;
- Observar se h sangramento plos curativos;
- Deambulao precoce;
- Oferecer dieta aps o retorno do peristaltismo;
- Estimular a ingesto hdrica.

93
9.4 - Ureterostomia Cutnea
Consiste na seco do ureter e sua implantao na pele.
Indicaes: nos casos de dilatao do ureter por obstruo vesical, tumor ou
reflexo vesicoureteral, para prevenir uma presso retrgrada grave e leso dos rins.
Complicaes: choque, descompensao cardaca, trombose, estenose da
ostomia, infeco.

Pr-operatrio:
A assistncia psicolgica de fundamental importncia, pois o pcte ter que se
adaptar nova forma de vida.
- Orientar quanto ao manuseio da bolsa coletora de urina;
- Observar se o paciente ou no alrgico ao adesivo da bolsa coletora;
- Estimular a ingesto hdrica para promover um bom fluxo urinrio e prevenir
hipovolemia;
- Fazer controle de diurese;
- Jejum de oito horas;
- Fazer enterclise na noite de vspera da cirurgia para reduzir a estase fecal e o
leo paraltico ps-operatrio;
- No banho, antes de ir para o CC, observar para que as marcas da posio da
ostomia no sejam apagadas;
- Fazer tricotomia da regio abdominal, do flanco D ou E, das axilas e regio
pubiana;
- verificar sinais vitais de 6/6 horas e ainda, 30 minutos antes da cirurgia.

Ps-operatrio:
- Fazer controle de diurese;
- Evitar decbito ventral;
- Trocar a bolsa coletora de urina, sempre que necessrio, e anotar o volume
urinrio;
- Lavar a pele ao redor da ostomia com gua e sabo;
- Colocar gaze sobre a ostomia para absorver a urina e propiciar a aderncia da
bolsa;

94
- Observar a pele ao redor da ostomia e detectar se h irritao por contato com a
urina, o que deve ser evitado;
- Para reduzir o odor desagradvel de urina, colocar vinagre branco diludo
(algumas gotas) ou aspirina triturada na bolsa coletora. A ingesto de sucos de frutas
ctricas tambm diminui o odor;
- Deambulao precoce;
- Estimular a ingesto hdrica;
- Verificar sinais vitais.

9.5 - Prostatectomia
a remoo cirrgica parcial ou total da prstata.
Indicao: hiperplasiaprosttica (acomete principalmente homens com mais de
60 anos).
Complicaes: hemorragias, ITU, epididimite, trombose venosa e embolia
pulmonar.

Pr-operatrio:
- Fazer controle de diurese;
- Observar funcionamento da sonda vesical ou da cistostomia, quando houver,
sendo que a primeira deve estar fixada na regio medial da coxa e a segunda, no
abdome;
- Oferecer entre 2.500 a 3.000 ml/dia de lquidos orais para corrigir e prevenir
desidratao e controlar a azotemia (acmulo de catablitos no sangue), exceto nos
pacientes com insuficincia cardiovascular;
- Excluir o fumo e fazer exerccios respiratrios;
- Auxiliar na colocao de meias antiemblicas, quando indicado (preveno de
complicaes circulatrias devido posio de litotomia no transoperatrio);

- Jejum de oito horas;


- Fazer enterclise para prevenir o esforo evacuatrio PO, que favorece a
ocorrncia de hemorragia;
-Tricotomia: por via uretral tricotomizar a regio pubiana; e abdominal acrescer
a regio abdominal e plvica.

95
Ps-operatrio:
- Observar sinais de hipovolemia: hipotenso, sudorese, palidez, taquicardia;
- Observar o aspecto externo dos curativos (tcnica abdominal ou plvica).
Dever ser trocado por enfermeiro;
- Manter o gotejamento rpido da irrigao vesical ( 70 gts/min.); trocar os
frascos dos lquidos irrigadores (AD ou SF), anotar em grfico especial para irrigao
vesical as entradas e as sadas e o aspecto da drenagem; manter vigilncia, pois a
obstruo do sistema poder acarretar complicaes (hemorragias severas, ruptura de
bexiga e morte);
- Movimentao passiva dos MMII de 1/1 hora at passar o efeito anestsico e
aps estimular exerccios ativos;
- A deambulao deve ser evitada no pr-operatrio imediato para pievenir
ocorrncia de hemorragias;
- Aliviar a dor, pois o aumento da presso venosa estimula os sangramentos;
- A alimentao oral dever ser iniciada aps o retorno do peristaltismo.
Observar e anotar a aceitao;
- Orientar o paciente a no sentar por longos perodos, para prevenir o aumento
da presso intra-abdominal e, conseqentemente, os sangramentos;
- Verificar sinais vitais;
- Estimular a ingesto hdrica;
- Estimular os exerccios respiratrios.

9.6 - Postectomia
a remoo cirrgica do prepcio peniano.
Indicao: nos casos de fimose.
Complicaes cirrgicas: infeco, edema, estenose uretral.

Pr-operatrio:
- Jejum de oito horas (quando a anestesia for geral);
- Higienizao completa;
- Tricotomia pubiana nos homens adultos ou com plos na regio;
- Orientar para esvaziar a bexiga 30 minutos antes da cirurgia;

96
- Verificar sinais vitais.

Ps-operatrio:
- Verificar sinais vitais;
- Observar se h sangramentos e edema na regio operada;
- Aliviar a dor;
- Manter a regio peniana suspensa;
- Em casos de sangramento, colocar bolsa de gelo;
- Controlar diurese;
- Deambulao precoce.

10. Cirurgias Ginecolgicas


10.1 - Histerectomia
Cirurgia parcial ou total do tero.
Indicaes: nos casos de tumores benignos ou malignos do tero.
Complicaes cirrgicas: hemorragias, flebites, trombose.

Pr-operatrio:
- Estimular a ingesto de lquidos:
- Observar e anotar a aceitao da dieta;
- Orientar sobre a coleta de urina para exame;
- Apoiar psicologicamente: ter interesse pelo problema e ouvir a paciente com
ateno. Ela poder apresentar-se muito sensvel, triste pela perda da capacidade
reprodutora ou ansiosa quanto ao prognstico;
- Fazer enterclise na noite da vspera do ato cirrgico;
- Jejum de oito horas;
- Fazer tricotomia da regio abdominal, pubiana e perineal;
- Verificar sinais vitais;
- Orientar para urinar 30 min antes de a paciente ser encaminhada ao centro
cirrgico.

Ps-operatrio:
- Observar atentamente aparecimento de sinais de choque;

97
- Verificar SSVV rigorosamente;
- Observar se h sangramento na inciso cirrgica ou por via vaginal e anotar;
- Manter correios os gotejamentos das infuses venosas;
- Fazer controle de diurese;
- Curativo perineal trs vezes ao dia, ou de acordo com a necessidade;
- Estimular mudanas de decbito e exerccios com os MMII;
- Deambulao precoce;
- Oferecer a dieta e anotar a aceitao, aps o retorno do peristaltismo;
- Nas pacientes com sonda vesical, fazer clampeamento dela nas 24 horas que
antecedem a sua retirada, para prevenir alteraes nas eliminaes urinrias;
- Aliviar a dor;
- Assistir psicologicamente.

10.2 - Fechamento Parcial da Vagina


a sutura parcial da vagina.
Indicao: prolapso uterino (desencadeado aps o parto pelo enfraquecimento
dos suportes).
Complicaes: estenose vaginal, infeco.

Pr-operatrio:
- Manter o leito em decbito horizontal por dois ou trs dias para diminuir a
tenso dos ligamentos e favorecer uma tcnica operatria mais fcil;
- Jejum de oito horas;
- Fazer enterclise;
- Tricotomia da regio pubiana e perineal.

Ps-operatrio:
- Controlar diurese;
- Fazer curativo perineal trs vezes ao dia ou sempre que necessrio;
- Observar sangramento vaginal e anotar;
- Deambulao precoce;
- Verificar sinais vitais.

98
10.3 - Salpingectomia e Ooforectomia
a) Salpingectomia: remoo cirrgica das trompas;
b) Ooforectomia: remoo cirrgica dos ovrios.
Indicaes:
- Salpingectomia: em casos de prenhez ectpica, processos inflamatrios (que
no respondem a antibioticoterapia);
- Ooforectomia: em casos de cistos ovarianos ou neoplasias, carcinoma mamrio
(em pacientes que no chegaram menopausa).
Complicaes cirrgicas: hemorragias, infeces.

Pr-operatrio:
- Colher urina para exame;
- Estar atento a queixas de dor e distenso abdominal;
- Verificar sinais vitais;
- Jejum de oito horas;
- Fazer enterclise na noite de vspera (quando no houver abdome agudo);
- Tricotomia na regio plvica, inguinal e pubiana;
- Assistir psicologicamente.

Ps-operatrio:
- Verificar SSVV de 2/2 hs, por dez horas, e espaar para quatro horas, se os
sinais estiverem normalizados;
- Observar sinais de choque;
- Manter correios os gotejamentos das infuses venosas;
- Fazer controle de diurese;
- Estimular mudanas de decbito;
- Observar ocorrncias de sangramento no curativo;
- Deambulao precoce;

10.4 - Colpoperineoplastia
o reparo da parede vaginal anterior (colporrafia anterior) e da parede posterior
(colporrafia posterior ou perineorrafia).

99
Indicaes: cistocele (deslocamento da bexiga pelo orifcio vaginal) e retocele
(profuso do reto na parede posterior vaginal).
Complicao: infeco.

Pr-operatrio:
- Orientar quanto s rotinas da clnica, esclarecer dvidas, minimizar receios;
- Colher urina para exame;
- Fazer enterclise na noite de vspera da cirurgia;
- Jejum de oito horas;
- Tricotomia pubiana, perineal e do tero superior da coxa;
- Orientar para esvaziar a bexiga;
- Verificar sinais vitais.

Ps-operatrio:
- Observar e anotar sangramentos na regio perineal, comunicar ao Enf. se for
abundante ou aumentar volume;
- Verificar sinais vitais rigorosamente;
- Estar atento aos sinais de choque;
- Controlar a diurese;
- Estimular e acompanhar nas deambulaes;
- Irrigar a regio perineal com soro fisiolgico morno quatro vezes/dia e aps as
evacuaes;
- Clampear a sonda vesical de 3/3 horas e abrir por 15 minutos nos intervalos; se
houver distenso abdominal ou queixas de dor, abri-la antes deste perodo;
- Oferecer dieta aps o retorno do peristaltismo;
- Aliviar a dor;
- Manter roupas de cama secas e limpas;
- A partir do 2. DPO estimular exerccios perineais para fortalecer musculatura:
orientar para contrair e relaxar os glteos, sucessivamente, dez vezes de hora em hora.

10.5 - Mastectomia
Remoo parcial ou total da mama, msculos peitorais, tecido adiposo e
linfonodos axilares.

100
Indicao: carcinoma da mama.
Complicaes cirrgicas: linfedema; infeco.

Pr-operatrio:
- Assistir psicolgica e espiritualmente; pois reflete-se na feminilidade e
sexualidade da pcte;
- Oferecer lquidos por via oral de 2/2 horas;
- Verificar sinais vitais;
- Jejum de oito horas;
- Enterclise na noite de vspera da cirurgia;
- Tricotomia da parede torcica, do tero superior do brao, da axila e da parte
superior do abdome.

Ps-operatrio:
- Controle rigoroso dos sinais vitais no POI (de 2/2 horas, at completar 13
horas);
- Observar ocorrncias de sangramento no curativo;
- Estimular inspiraes profundas de hora em hora;
- Auxiliar nas mudanas de decbito de 2/2 horas;
- Aliviar a dor;
- Manter o leito em Fowler, aps a normalizao e os sinais vitais, para facilitar
as drenagens;
- O curativo no dever ser trocado at o 3. DPO;
- Umedecer os lbios antes da liberao para ingesto de lquidos e alimentos;
- Anotar aceitao da dieta ou ocorrncia de nuseas e vmitos (aps o retorno
do peristaltismo);
- Se houver cateter de drenagem, anotar volume e aspecto das secrees;
- Orientar para elevar os braos levemente de 2/2 horas para prevenir o
linfedema;
- Manter o brao, do lado operado, em tipia para evitar tenso excessiva na
cicatriz cirrgica;
- Usar roupas largas, frouxas, que no comprimam o trax;- Evitar decbito
ventral;

101
- Quando houver cicatrizao, auxiliar na colocao de porta-seios ou prteses,
se necessrio;
- Assistir psicologicamente.

11. Cirurgias Ortopdicas


11.1- Artrodese, Artroplastia e Osteotomia
a) Artrodese: fixao cirrgica de uma articulao;
b) Artroplastia: cirurgia plstica de uma articulao para restabelecimento da
sua funo;
c) Osteotomia: abertura de um osso.
Indicaes: distrbios do sistema msculo-esqueltico que no podem ser
corrigidos.
Complicaes cirrgicas: atrofia muscular, infeces, embolia, complicaes
respiratrias, flebite e trombose, infeco urinria, deformidades.

Pr-operatrio:
- Cuidados com gesso e/ou trao, se houver;
- Assistir psicologicamente;
- Auxiliar na higienizao, se necessrio;
- Orientar e supervisionar exerccios respiratrios;
- Estimular a ingesto hdrica;
- A ltima refeio antes da operao deve ter poucos resduos;
- Jejum de oito horas;
- Controlar sinais vitais;
- Lavagem intestinal na noite de vspera nas cirurgias de mdio e de grande
porte. Nos lesados medulares, o preparo intestinal inicia-se trs dias antes da cirurgia
(com laxantes, dieta mnima em resduos e lavagem intestinal);
- Nas grandes cirurgias realizado cateterismo vesical;
- Se houver curativo, troc-lo antes de encaminhar o paciente ao centro
cirrgico;
- Tricotomia e escovao da regio operatria.

102
Ps-operatrio:
- Verificar sinais vitais;
- Controlar diurese no POI ou at quando necessrio;
- Minimizar a dor (observar se a causa no compresso pelo gesso antes da
administrao de analgsico);
- Observar sangramentos nos curativos e delimitar a rea com caneta, quando
estiver com gesso;
- Elevar o membro operado para reduzir o edema e aliviar a dor;
- Prevenir escaras;
- Estimular movimentos das reas no afetadas;
- Manter correto o alinhamento do corpo;
- Observar colorao, temperatura, edema e pulsao na extremidade da rea
operada;
- Auxiliar na higienizao, no molhar gessos, curativos nem traes;
- Estimular os exerccios respiratrios;
- Oferecer a dieta aps o retorno do peristaltismo;
- Observar e anotar frequncia e aspecto das eliminaes intestinais;
- Manter repouso no leito (varia de dias a meses, dependendo do tipo de cirurgia
e da evoluo do paciente).

11.2 - Gesso
constitudo por sulfato de clcio desidratado, utilizado para imobilizar ossos.
Indicaes: fraturas, luxaes, complemento cirrgico.
Complicaes: edema, complicaes circulatrias e respiratrias, escoriaes,
atrofia musc.

Cuidados prestados pelo Tcnico de Enfermagem:

- Manter o membro gessado elevado, para reduzir o edema, melhorar o retorno


venoso e aliviar a dor;
- Os aparelhos gessados recentemente no devem ser apoiados em travesseiros
ou no leito, nem envolvidos por cobertas para prevenir queimaduras pela elevao da
temperatura;

103
- Queixas de formigamento, dor e cianose significam compresso de vasos
sanguneos, o que poder levar necrose da rea. Manter vigilncia, observar
frequentemente a extremidade do membro gessado;
- No permitir que objetos sejam introduzidos no interior do gesso para se
prevenir leses cutneas;
- Estimular movimentos dos dedos do lado afetado;
- No permitir que o gesso molhe. Orientar o paciente;
- Observar se no h mau cheiro no membro afetado;
- Evitar andar em locais escorregadios e molhados;
- Aps a retirada do gesso, lavar o membro de forma suave com gua morna e
sabo e enxugar com toalha macia, pois a pele fica bastante sensvel. Lubrificar a pele,
no coar e evitar esforos bruscos.

11.3 - Trao
a aplicao de uma forma externa e contnua sobre um segmento corporal na
tentativa de neutralizar a contratilidade muscular e assim diminuir o espasmo muscular
e a dor, restaurar o comprimento de membros, reduzir luxaes, corrigir deformidades e
como complemento cirrgico.
Indicaes: fraturas, luxaes, processos infecciosos, complementao cirrgica.
Complicaes: retardamento da formao do calo sseo; afastamento das
extremidades sseas, osteoporose; leso da pele; infeco cutnea ou ssea;
trombofiebite; dor; edema; necrose; atrofia muscular; escaras; rigidez articular.

Cuidados prestados pelo Tcnico de Enfermagem:


- Observar aspecto das extremidades (core sensibilidade);
- Manter o alinhamento do corpo correto;
- No permitir que os pesos, as roldanas e os fios toquem o leito ou o piso;
- No retirar os pesos durante o banho ou a mobilizao do paciente;
- Estimular movimentos das articulaes liberadas;
- Observar se h leso na pele quando a trao for retirada. Lavar o membro com
gua e sabo e enxugar com toalha macia, com movimentos suaves;
- Prevenir complicaes respiratrias, circulatrias, urinrias e intestinais.
Nas traes transesquelticas (fora aplicada sobre ossos):

104
- Os cinco primeiros itens citados na trao cutnea e o ltimo;
- No molhar o local de insero dos pinos;
- Verificar temperatura de 4/4 horas;
- Manter as extremidades dos fios do Steimn protegidos com rolhas esterilizadas;
- Os pacientes com trao craniana devem fazer mudanas de decbito em bloco.

105
Exerccios Clnica Cirrgica

1 Histerectomia a retirada de:


a) bao
b) mama
c) tero
d) vescula
e) ovrio

2 O processo cirrgico de extrao de um clculo renal denomina-se:


A) Nefrolitotomia
B) Nefroplastia
C) Nefroplasectomia
D) Nefroblastomia
E) Nefromielite

3 O sufixo centese, pexia e ptose significam respectivamente:


A) dilatao, abaixo e rpido
B) dor, prximo e falso
C) atravs, sutura e inciso
D) puno, fixao e prolapso
E) lento, sobre e reduo

4 Dos sufixos a seguir, o que significa abertura :


A) rafia
B) tomia
C) otomia
D) oscopia
E) ostasia

5 considerada cirurgia potencialmente contaminada:


A) a artroplastia de quadril

106
B) o enxerto cutneo
C) a cirurgia de clon
D) a histerectomia abdominal
E) a cirurgia vascular

6 As cirurgias realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco


numerosa ou em tecido de difcil descontaminao, classifica-se como:
A) limpas
B) infectadas
C) contaminadas
D) potencialmente contaminadas

7 No conceito de cirurgia de emergncia, tem-se que:


A) o paciente deve ser operado de acordo com a agenda da SO,
B) o paciente deve ser operado imediatamente, pois o distrbio que o acomete pode
ameaar a vida
C) o paciente deve ser operado aps o consentimento da famlia
D) o paciente deve ser operado aps entrevista com religioso
E) o paciente deve ser operado por seu mdico de escolha

8 O material de curativo considerado assptico quando est: A) pulverizado


B) desinfetado
C) sanificado
D) esterilizado
E) flambado

9 O lcool a 70 % usado para:


A) antissepsia das mos
B) desinfeco de instrumentos cirrgicos
C) limpeza de ferramentas
D) aplicao de revulsivos

107
10 O agente qumico indicado para desinfeco de superfcie e mobilirio em
berrios e pediatria, por possuir baixa toxicidade, :
A) fenol sinttico
B) biguanida
C) quaternrio de amnia
D) lcool isoproplico

11 Os cuidados pr-operatrios ao paciente submetido cirurgia constituem-se


de:
A) preparao psicossocial
B) medidas higinicas, nutrio e enemas
C) preparao pr-operatria
D) os itens A e C esto corretos e B incorreto
E) os itens A, B e C esto corretos

12 - O paciente operado, ao sair da sala de cirurgia, dever ser transportado em:


A) cama com rodas
B) maca prpria com grades e rodas
C) carrinho
D) cama prpria com grades e rodas

13 So considerados desconfortos ps-operatrios:


A) sede, dor, nuseas e constipao intestinal
B) hipertenso arterial, escara de presso e choque
C) hemorragia, choque, sede e sudorese
D) sede, dor, nuseas e pulso rpido

14 O objetivo da orientao pr-operatria quanto realizao de exerccios


respiratrios :
A) prevenir atelectasias
B) evitar insuficincia renal
C) inibir arritmias cardacas
D) impedir complicaes cardiovasculares

108
15 A esterilizao por processo qumico depende principalmente:
A) do calor
B) do tempo
C) da concentrao da substncia qumica usada e do tempo em que se deixa atuar
D) somente da concentrao da substncia qumica

16 Luvas, sondas de borracha, gazes, algodo e tecidos so esterilizados:


A) na autoclave
B) na estufa
C) na gua em ebulio
D) em solues qumicas
E) os itens A e B esto corretos

17 Dentre os fatores que influenciam o aparecimento da infeco, podemos citar:


A) grau de temperatura
B) a data da esterilizao
C) nmero de microorganismos invasores, virulncia e resistncia do organismo
invadido
D) somente o nmero de microorganismos invasores

18 A lavagem intestinal um procedimento de rotina no pr-operatrio, na


vspera da operao. Entretanto, para que o efeito seja satisfatrio, o paciente
dever permanecer de 10 a 15 minutos na seguinte posio:
A) Sims
B) decbito dorsal
C) ginecolgica
D) Trendelenburg
E) decbito ventral

19 Posio dorsal com elevao a cabea e do trax e com abaixamento dos


membros inferiores. A afirmativa trata-se de:
A) prclise
B) Trendelenburg

109
C) decbito dorsal
D) litotomia

20 As feridas podem ser classificadas de vrias formas, no que se refere a


maneira como ocorrem. Assim, a ferida contusa pode ser definida como:
A) provocada por instrumentos pontiagudos
B) produzida por mquina, apresentando rasges
C) resultante de picadas de insetos
D) provocadas por queda e pancada, em que os tecidos vizinhos ficam traumatizados
E) ferida cirrgica

21 As feridas operatrias so:


A) asspticas
B) contaminadas
C) laceradas
D) spticas

22 numa deiscncia de ferida operatria abdominal, uma situao grave que


pode ocorrer a:
A) exposio das estruturas torcicas
B) sada do material operatrio
C) exposio das alas intestinais
D) dor no local da ferida
E) inquietao

24 Dentre os cuidados ps operatrios mediatos, destaca-se a deambulao


precoce, que tem o objetivo de prevenir a seguinte complicao:
A) arritmia
B) gastrite
C) tromboflebite
D) insuficincia renal

110
25 A alta do paciente em uma Sala de Recuperao Anestsica baseada em
alguns critrios, tais como:
A) ausncia de dor e febre
B) dor mnima e sinais vitais estveis
C) balano hdrico negativo e diurese espontnea
D) dbito urinrio igual a 10 ml/h e pulso filiforme

111
Referncias Bibliogrficas

BRETAS, A. C. P. Enfermagem e sade do adulto. So Paulo: Manole, 2006.


MANGANARO, Mrcia Marcondes et al. Enfermagem na sade do adulto. Cap. 5 In:
MURTA, Genilda Ferreira (Org.) Saberes e prticas guia para ensino e aprendizado
de enfermagem. v 2 So Caetano do Sul: Difuso Editora, 2006.
CRAVEN, R. F; HIRNLE, C. J. Fundamentos de enfermagem: sade e funo
humanas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
ELIOPOULOS, C. Enfermagem gerontolgica. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
BOUNDY, J. Enfermagem mdico-cirrgica. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso,
2005.
SMELTZER, S. C; BARE, B. G. Tratado de enfermagem mdico-cirrgica. 10 ed. So
Paulo: Guanabara Koogan, 2005.
SANTOS, Nvia Cristina Moreira. Clnica mdica para enfermagem: conceitos e
atuao para profissionais de enfermagem. So Paulo: Iatria, 2004.
MARIA, V. L. R Exame clnico de enfermagem do adulto. So Paulo: Iatria, 2003.
ROACH, S. S. Introduo enfermagem gerontolgica. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2003.
BRASIL, Ministrio da Sade. Profissionalizao de Auxiliares de Enfermagem:
instrumentalizando a ao profissional. Ministrio da Sade. Braslia: Ministrio da
Sade: Rio de Janeiro: Fiocruz 2000.
LIMA, Idemilda Lopes de [et.al] Manual do Tcnico e auxiliar de Enfermagem, 6 ed.
ver. ampl. Goinia: AB, 2000.
BRUNNER, L. S. Tratado de Enfermagem Mdico Cirrgica. Interamericana, Rio
de Janeiro, 1982.
BRUNNER, L. S. Prtica de Enfermagem. 3 ed., Interamericana, Rio de Janeiro,
1982.
ETECLA. Enfermagem Mdica
BRUNNER, L. S.; SUDDARTH, D.S. Tratado de enfermagem mdico cirrgica. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogam, 1994. V.2.
GUIA ELABORADO POR ENFERMEIROS BRASILEIROS. Recomendaes; prticas
em processos de esterilizao em estabelecimentos de sade, parte l: esterilizao a
calor. So Paulo, Komedi, 2000.
SILVA, M. A. A. et al. Enfermagem na unidade de centro cirrgico. So Paulo: EPU,
1997.

112

Você também pode gostar