Aquilo
Aquilo
Aquilo
Atividades
Essa crnica tem como caracterstica principal o elemento surpresa, que
s vai se desvencilhar no final da histria, apontando para o humor,
caracterstica principal das crnicas de Verssimo.
Brincadeira
(Luis Fernando Verssimo)
COMPREENSO E INTERPRETAO
1. No incio do texto, o narrador conta que o protagonista (personagem principal)
Descobriu que tinha poder sobre as pessoas. O que as pessoas temiam?
Que seus segredos fossem descobertos.
2. Impostor aquele que quer passar pelo que no . Voc diria que o texto narra a
histria de um
impostor? Por qu?
Sim, porque o protagonista finge saber o que no sabe.
Respostas:
1. Que seus segredos fossem descobertos.
INTERPRETAO DO TEXTO
1) Todo texto narrativo apresenta uma personagem principal, qual se d o nome de
protagonista. Quando j uma personagem que se ope s aes e aos interesses do
protagonista, ela chamada de antagonista. No incio do texto,vemos que o protagonista
Descobriu que tinha poder sobre as pessoas.
a) O que as pessoas temiam?
b) Qual dos itens seguintes traduz o tipo de poder que supostamente o protagonista tem?
( ) poder econmico ( ) poder poltico ( ) poder da informao
a) De acordo com a definio acima, voc diria que o texto narra a histria de um impostor?
Por qu?
________________________________________________________________
b) No caso das vtimas, desconhecemos o segredo que elas guardavam. Contudo, no caso
da protagonista, sabemos qual o seu segredo. O que supostamente o tudo mencionado
pela voz misteriosa?
c) O protagonista tem poder sobre as demais pessoas porque supostamente tem informaes
sigilosas sobre elas. Contudo, a partir do momento em que ele se torna vtima de sua prpria
brincadeira, quem passa a dominar quem?
ATIVIDADES GRAMATICAIS
1) Homnimos so palavras que possuem a mesma pronncia (s vezes, a mesma
grafia), mas significaes diferentes. Parnimos so palavras parecidas na grafia ou na
pronncia, mas com significaes diferentes. Com base nestas explicaes, e com a
ajuda do dicionrio, complete corretamente a cruzadinha a seguir.
a) O protagonista do texto era ____________________ em enganar as pessoas. (experto
esperto)
b) Os amigos enganados ____________________ o colega de trabalho. (absolveram
absorveram).
c) Antes mesmo do ____________________ ele dizia: eu sei de tudo (comprimento
cumprimento)
d) Depois de desmascarado, apanhou tanto que teve o _____________ fraturado (externo
esterno)
e) No era _________________ no que fazia, tinha experincia. (incipiente insipiente)
f) Pela sua __________________ ser promovido na empresa. (descrio discrio)
g) gentleman: palavra do ingls que significa homem fino, _____________ (cavaleiro
cavalheiro)
h) Fazia uma ________________ fiel dos segredos que as pessoas guardavam. (discrio
descrio)
LIO 3:
Os namorados da filha
Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai no disse nada. No a recriminou, no
lembrou os rgidos padres morais de sua juventude. Homem avanado, esperava que aquilo acontecesse um dia. S
no esperava que acontecesse to cedo.
Mas tinha uma exigncia, alm das clssicas recomendaes. A moa podia dormir com o namorado:
Mas aqui em casa.
Ela, por sua vez, no protestou. At ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em
domiclio, o que mais podia desejar? Perfeito.
O namorado no se mostrou menos satisfeito. Entre outras razes, porque passaria a partilhar o abundante caf da
manh da famlia. Alis, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melanclico do dono da casa,
devorava toneladas do melhor requeijo, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.
Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas j estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o
rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
Breve, o homem descobriria que constncia no era uma caracterstica fundamental de sua filha. Os namorados
comearam a se suceder em ritmo acelerado. Cada manh de domingo, era uma nova surpresa: este o Rodrigo, este
o James, este o Tato, este o Cabea. L pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se
estava na mesa do caf da manh, era namorado. s vezes, tambm acontecia ah, essa prstata, essa prstata que
ele levantava noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos gals no corredor. Encontro inslito, mas os
cumprimentos eram sempre gentis.
Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado.
Tranquilizou-o:
Eu sou o pai da Melissa. No se preocupe, fique vontade. Faa de conta que a casa sua.
E foi deitar.
Na manh seguinte, a filha desceu para tomar caf. Sozinha.
E o rapaz? perguntou o pai.
Que rapaz? disse ela.
Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, ps-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, faltava a mquina
fotogrfica, faltava a impressora do computador. O namorado no era namorado. Paixo poderia nutrir, mas era pela
propriedade alheia.
Um nico consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, no fizera estrago no caf da manh.
Moacyr Scliar
(Crnica extrada da Revista Zero Hora, 26/4/1998, e contida no livro Boa Companhia: crnicas, organizado por
Humberto Werneck, So Paulo: Companhia das Letras, 2006, 2. reimpresso, pp. 205-6.)
01. (D2) No texto procure uma palavra que possa substituir os termos grifados nas frases abaixo.
03. (D10) Essa crnica contm elementos predominantemente narrativos. Agora localize no texto cada um desses
elementos.
a) Situao inicial
b) Conflito
c) Clmax
d) Desfecho
07. (D11) Por que o pai da jovem era realmente um homem avanado?
11. (D10) Como o narrador conseguiu tornar o cmico o equvoco do pai, no final do texto?