A Vida Cristã Com Mais Excelência

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Revista de Estudo Crescimento Bblico

Apresentao
O tema para este trimestre : A vida crist com mais
excelncia. Denominamos assim uma vida com Deus
que lhe agrada em tudo: santidade bblica incontestvel,
ministrio profcuo e um andar com Deus que deixa marcas
indelveis aqui na terra e na eternidade.
Infelizmente, a maioria dos cristos vive de maneira
inadequada, sem se preocupar com as coisas do alto.
Esqueceram-se, ou no tm atentado para o fato de que
possuem uma alma, a qual prestar contas com o Senhor
da glria. So como a figueira visitada por Jesus, que tinha
apenas folhas e nem um fruto (Mc 11.13).
O cristo que alcanou excelncia na vida espiritual
vive nas alturas como as guias, e por isso, a sua viso alcana horizontes que ultrapassam a mediocridade. Ele tem
luta, mas um vencedor; tem dificuldades, mas experimentado em toda situao; no se preocupa com as coisas
deste mundo, seno em andar com Deus. Que o Senhor nos
d a Sua infinita graa.

MINISTRIO DE EDUCAO CRIST

SUMRIO

A VIDA CRIST COM MAIS EXCELNCIA


LIO 01 - Fortalecendo-se em Deus ......................................... 04
LIO 02 - Sedento de Deus ...................................................... 09
LIO 03 - Consagrando-se a Deus ............................................ 13
LIO 04 - Considerando a vida espiritual ................................. 19
LIO 05 - Iluminado por Deus .................................................. 25
LIO 06 - Buscando a Deus ...................................................... 30
LIO 07 - Andando com Deus .................................................. 35
LIO 08 - Enxergando sob a tica de Deus ............................... 41
LIO 09 - Entregando tudo a Deus ........................................... 47
LIO 10 - Vencendo com Deus ................................................. 53
LIO 11 - Persistindo com Deus ............................................... 58
LIO 12 - Acrescentando as ddivas espirituais de Deus .......... 63
LIO 13 - Recapitulao ............................................................ 68
Comentaristas:
. Evandro Arruda do Nascimento (Ministro de Educao Crist)
. Eliude Fernandes Silva Flix (Vice-lder Ministrio Feminino)
. Marcos de Oliveira Santana (Comentarista EBD)
. Andr de Oliveira Santana (Comentarista EBD)
. Maria Rosa C. de S Brito (Comentarista EBD)
. Nilton Flix Batista (Coordenador EETAD)

. Elaine Jos Alves (Comentarista EBD)


Superviso Geral
Natanael Nogueira de Sousa
Pastor Presidente
Reviso Geral
Evandro Arruda do Nascimento
Ministro de Educao Crist
Reviso Hermenutica e Teolgica
Nilton Flix Batista
Reviso Ortogrfica
Antnia B. Costa Carvalho
Danusa Garcia Alves
Maria Zlia Oliveira Freitas
Desing Capa
Kleber Paulo Santana
Editorao Grfica
Kleber Paulo Santana

BBLIA - Verses Usadas: Revista e Corrigida (RC) Revista e Atualizada (RA)


Contatos: www.adgo.com.br
Todos os direitos reservados Igreja Assemblia de Deus do Gama Oeste - A/E 2/4 - DF.

FORTALECENDO-SE EM DEUS
Lio 01 - 03 de julho de 2016
VERSCULO CHAVE:
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir
no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer
inabalveis (Efsios 6.13).
OBJETIVOS DA LIO:

Mostrar a necessidade deste fortalecimento em Deus;


Destacar os meios para nos fortalecermos em Deus.
CULTO FAMILIAR:

Segunda - (Salmo 28.7) - O Senhor a minha fora


Tera - (Mateus 22.29) - Errais no conhecendo o poder de Deus
Quarta - (Atos 14.22) - Fortalecendo a alma
Quinta - (1 Corntios 4.20) - O Reino de Deus consiste em poder
Sexta - (Colossenses 1.11) - Fortalecidos segundo a fora da sua glria
Sbado - (Efsios 6.10-18) - Fortalecendo-se na fora do Senhor

SUGESTO DE HINOS HARPA CRIST:

046 - 047 - 581

Efsios 6.10-18
10 - Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na fora do seu poder.
11 - Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar
firmes contra as ciladas do diabo;
12 - porque a nossa luta no contra o sangue e a carne, e sim contra os
principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso,
contra as foras espirituais do mal, nas regies celestes.
13 - Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir
no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabalveis.
14 - Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos
da couraa da justia.
15 - Calai os ps com a preparao do evangelho da paz;

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16 - embraando sempre o escudo da f, com o qual podereis apagar


todos os dardos inflamados do Maligno.
17 - Tomai tambm o capacete da salvao e a espada do Esprito,
que a palavra de Deus;
18 - com toda orao e splica, orando em todo tempo no Esprito e
para isto vigiando com toda perseverana e splica por todos os santos

INTRODUO

cristo consciente sabe que no pode vencer sem a ajuda de Deus.


Desde o momento em que abraa o evangelho, ele trava uma luta
ferrenha contra as potestades malignas. O Senhor, sabedor disso,
providenciou tudo o que necessrio para o seu fortalecimento. Veja
como podemos levar esta verdade a termo:
I - MEIOS PELOS QUAIS PODEMOS NOS
FORTALECER EM DEUS
Deus nos disponibilizou meios pelos quais podemos adquirir fora
suficiente para vencer todos os ataques de Satans, que com seus dardos inflamados, procura nos atingir durante toda a nossa existncia
nesta terra. Somos sditos do Reino Celestial, mas habitamos num reino
onde atuam as potestades malignas. Ento, de que maneira poderemos
permanecer firmes?
1. Valendo-nos da fora que vem Dele. Quanto ao mais, sede
fortalecidos no Senhor e na fora do seu poder (v. 10) - Tudo o que
vimos nos captulo 1.1 - 5.9 de Efsios est relacionado com a unidade
da igreja, o ministrio, a vida espiritual, o relacionamento familiar, a vida
social etc. So essas coisas mencionadas anteriormente por Paulo que
justificam o versculo 10, que comea dizendo Quanto ao mais. Na
verdade, trata-se de uma concluso. Ele est dizendo: E para terminar,
sede fortalecidos. A vitria do crente est vinculada ao fortalecimento
no Senhor diariamente. No uma nica vez, mas constantemente, como
indica o tempo verbal. Nada h que possamos fazer para enfrentar as
diversas situaes propostas por Paulo se no for por meio do fortalecimento no prprio Senhor e na Sua fora.
2. Utilizando as armaduras que Ele nos disponibilizou. (vv.
11a;13a,14-17) - O verbo revesti-vos, no versculo 11, est no imperativo, indicando uma ordem. O Senhor nos preparou uma armadura, mas
no a coloca em ns. Precisamos exercitar a nossa vontade e nos revestir

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dela. Quanto aos dardos inflamados, reportamo-nos aos dardos com


estopas embebidas em lquido inflamvel, que eram usados nas batalhas.
Aqui eles representam as lnguas inflamadas dos homens, as dvidas, o
relativismo, as vs filosofias, os sofismas etc. As armas defensivas so:
a verdade (Ef 4.15); a justia e a santidade (Rm 3.22; 1Pe 1.15); a f
nas promessas de Deus (Lc 1.37); a certeza da salvao (1Ts 5.8); e, a
arma ofensiva a Palavra de Deus (Hb 4.12). Devemos sempre lembrar
que as nossas armas humanas no possuem valor algum; desta forma,
precisamos lanar mo das que Deus nos fornece (2Co 10.4).
3. Dirigindo-nos a Ele com orao plena e contnua. com toda orao e splica orando em todo tempo no Esprito... (v. 18a) - A analogia
feita por Paulo leva em conta o soldado romano e faz meno de todas
as peas usadas por ele. A orao, contudo, no uma pea adicional.
Trata-se de algo que devemos fazer e continuar fazendo em conexo com
o uso de toda a armadura. Em outras palavras, incoerncia tentar vestir
esta armadura, sem ter comunho com o Senhor. Tambm, no devemos
achar que, uma vez revestidos, no precisamos fazer mais nada. O orar
em todo tempo, no verso 18, est em conexo com o restante das Escrituras que nos exortam a orar sem cessar (Rm 12.12; 1Ts 5.17), de forma
que tratemos cada incidente da vida em orao. A palavra tempo, do
grego kairos, refere-se aos tempos do cumprimento dos propsitos de
Deus. Quando todos os tempos e pocas que Deus fixou por Sua prpria
autoridade tiverem se completado, o eterno propsito de Deus, o qual
Ele planejou em Cristo, alcanar completa realizao (F.F.Bruce).
Devemos considerar, tambm, que a orao deve ser no domnio do
Esprito e na esfera Dele (Rm 8.26,27).
4. Resguardando-nos com a vigilncia e a perseverana. ... e para
isto vigiando com toda perseverana e splica por todos os santos (v.
18b) - A vigilncia faz parte dos grandes ensinos enfatizados por Jesus.
Ele alertou os Seus discpulos quanto necessidade de vigiar em todo
tempo, para que pudessem escapar das intempries e permanecer firmes
diante do Senhor (Lc 21.36); Ele alertou quanto vigilncia para que eles
no cassem em tentao (Mc 14.38). Os apstolos deram seguimento
a esta importante doutrina. Paulo, por exemplo, ensina que devemos
perseverar na orao e na vigilncia (Cl 4.2) e Pedro vai mais alm (1Pe
5.8 - BLH). A vigilncia deve ser acompanhada de splica por todos
os santos. Isso indica que no h poder na vida do crente separado do
corpo de Cristo, que a Igreja. A fora do Senhor s opera na unidade.
Um guerreiro vestido com toda armadura, mas sem os braos ou sem
uma perna, que fora teria?

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II - OBJETIVOS PELOS QUAIS DEVEMOS NOS FORTALECER EM


DEUS
Basta lermos o texto base da lio, para podermos perceber quo dura a
luta diria para manter uma vida crist com mais excelncia. A ordem para nos
revestirmos de toda armadura de Deus justificada pelos seguintes objetivos:
... para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo (v. 11) e ... para
que possais resistir no dia mau e, [...] permanecer inabalveis (v. 13). Estes
e outros veremos a seguir:
1. Para nos mantermos firmes contra as ciladas. ... para poderdes ficar
firmes contra as ciladas do diabo (v. 11b) - Paulo j havia escrito anteriormente,
nos alertando: para que Satans no alcance vantagem sobre ns, pois no
lhe ignoramos os desgnios (2Co 2.11). Geralmente quando o inimigo nos ataca
de frente, de forma escancarada, conseguimos identific-lo e reagir rapidamente;
mas ele raramente atua desta maneira, pois prefere agir de forma mais sutil. Os
seus ataques so ciladas, que so planos malignos para destruir o cristo. John
Stott chama isso de estratagema, uma combinao de sagacidade ttica com
engano engenhoso. Stott diz ainda: Quando o diabo se transforma em anjo de
luz, geralmente somos apanhados sem nada suspeitar. Ele um lobo perigoso,
mas tambm se infiltra no rebanho de Cristo disfarado de ovelha. Somente
fortalecidos no Senhor Jesus, poderemos permanecer firmes na batalha espiritual
contra Satans e o seu reino maligno.
2. Para lutarmos contra seres sobre-humanos. porque a nossa luta no
contra o sangue e a carne... (v. 12a) - A expresso sangue e carne diz
respeito aos homens. Por detrs deles, esto as foras malignas operando contra
o propsito de Deus. Por isso no devemos debater ou lutar contra os resistentes,
pois eles esto enlaados pelas foras do diabo. S a instruo na Palavra de Deus,
com pacincia e mansido, pode libert-los da vontade do inimigo (2Tm 2.23-26).
As heresias so disseminadas entre os cristos por pessoas mpias ali infiltradas.
Um exemplo clssico de como o diabo opera por meio das pessoas o de Pedro
sendo usado como instrumento para tentar desviar o Senhor da Cruz. Todavia,
Jesus sabia exatamente quem falava por meio dele: Mas Jesus, voltando-se,
disse a Pedro: Arreda, Satans! (Mt 16.23). Paulo tambm nos d um bom
exemplo em (At 16.18).
3. Para vencermos poderosos inimigos. ... e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as foras espirituais
do mal, nas regies celestes (v. 12b) - Paulo nos adverte quanto necessidade de
lutarmos contra as foras demonacas organizadas numa hierarquia que domina o
sistema e as pessoas longe de Deus. O seu maioral Satans, o antigo querubim,
que um dia desejou ser dominador e a disse: Eu subirei ao cu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono (Is 14.13). Em parte, ele conseguiu o seu
intento, pois hoje tem o seu reino das trevas (Jo 14.30; 2Co 4.4). Os seus sditos

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so os demnios, os dominadores deste mundo tenebroso, e nas
regies dos ares que eles tm o seu maior poder de atuao. O apstolo
diz que as pessoas sem Deus andam governadas pelo prncipe da potestade do ar, do esprito que agora atua nos filhos da desobedincia (Ef
2.2). nas regies celestiais onde acontece, de fato, o nosso combate
espiritual, mas tambm l que estamos guardados no Senhor e na fora
do Seu poder (Ef 1.3).
4. Para permanecermos inabalveis. ... para que possais resistir
no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabalveis
(v. 13b) - A ordem expressa para que tomemos toda armadura, e no
apenas parte dela, para que possamos demonstrar resistncia inabalvel.
A Bblia nos mostra que, nesse mundo, todos os dias so maus (Ef 5.16).
Contudo, existe ainda um dia D, onde os ataques satnicos se intensificaro e, por isso, o cristo deve entrar na luta todos os dias, fortalecendo-se
cada vez mais. Somente dessa forma, estaremos em pleno treinamento,
preparando-nos para os momentos em que a batalha se tornar mais renhida. Como diz o hino 212 da Harpa Crist: Eu quero estar com Cristo,
onde a luta se travar, no lance imprevisto na frente mencontrar. At que
o possa ver na glria se alegrando da vitria, onde Deus vai me coroar.
Romanos 8.38,39 nos d uma bela mensagem de confiana.
CONCLUSO
Esta lio deve nos alertar quanto nossa vida espiritual, pois so muitas
as adversidades que teremos de enfrentar durante a nossa jornada terrena.
So prncipes, potestades, espritos da maldade, que nos rodeiam, tentando
nos destruir. Portanto, amados, revesti-vos de toda a armadura de Deus
e fiquem firmes. Orai em todo tempo por todos os santos, para que todos
estejam livres das astutas ciladas do diabo (2Co 11.3).
Para reflexo:
Voc tem se fortalecido na fora do Senhor?
Voc tem orado continuamente?
Voc est preparado para enfrentar o dia mau
Questionrio para avaliao e debate:

1. Quais so as peas da armadura que servem para defesa do crente?


2. Quais so as peas da armadura que so para ataque?
3. O que uma cilada?

SEDENTO DE DEUS
Lio 02 - 10 de julho de 2016
VERSCULO CHAVE:
Como suspira a cora pelas correntes das guas, assim, por ti,
Deus, suspira a minha alma (Salmo 42.1).

OBJETIVOS DA LIO:

Ensinar que a excelncia da vida crist comea quando estamos sedentos de Deus;
Mostrar como podemos nos saciar da vida de Deus.
CULTO FAMILIAR:
Segunda - (Isaas 44.3) - Derramarei gua sobre o sedento
Tera - (Isaas 55.1) - Quem tem sede venha s guas
Quarta - (Mateus 5.6) - Bem-aventurado o que tem sede de justia
Quinta - (Joo 4.14) - Quem bebe da gua que Eu lhe dou nunca mais ter sede
Sexta - (Joo 7.37) - Quem tem sede venha e beba
Sbado - (Salmo 42) - Sedento de Deus

SUGESTO DE HINOS HARPA CRIST:

027 - 285 - 360

Salmo 42
1 - Como suspira a cora pelas correntes das guas, assim, por ti,
Deus, suspira a minha alma.
2 - A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me
verei perante a face de Deus?
3 - As minhas lgrimas tm sido o meu alimento dia e noite, enquanto
me dizem continuamente: O teu Deus, onde est?
4 - Lembro-me destas coisas-e dentro de mim se me derrama a alma,de como passava eu com a multido de povo e os guiava em procisso
Casa de Deus, entre gritos de alegria e louvor, multido em festa.
5 - Por que ests abatida, minha alma? Por que te perturbas dentro
de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxlio e
Deus meu.

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6 - Sinto abatida dentro de mim a minha alma; lembro-me, portanto,


de ti, nas terras do Jordo, e no monte Hermom, e no outeiro de Mizar.
7 - Um abismo chama outro abismo, ao fragor das tuas catadupas;
todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim.
8 - Contudo, o SENHOR, durante o dia, me concede a sua misericrdia, e noite comigo est o seu cntico, uma orao ao Deus da minha
vida.
9 - Digo a Deus, minha rocha: por que te olvidaste de mim? Por que
hei de andar eu lamentando sob a opresso dos meus inimigos?
10 - Esmigalham-se-me os ossos, quando os meus adversrios me
insultam, dizendo e dizendo: O teu Deus, onde est?
11 - Por que ests abatida, minha alma? Por que te perturbas dentro
de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxlio e

INTRODUO

aciar a sede essencial para a sobrevivncia do corpo. De igual


importncia saciar-se espiritualmente. E assim como no dia a dia
no se bebe gua impura, na vida crist excelente s possvel saciar-se
bebendo da verdadeira fonte de gua: Deus. Esta lio demonstra a trajetria
do homem sedento, o qual deseja a presena do Altssimo, adorando-o em
todo o tempo e mantendo-se inabalvel na Rocha. Prossiga no estudo:
I - QUEM TEM SEDE DE DEUS ANSEIA POR SUA PRESENA
... quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? (v.
2b). Ansiar por Deus ter um ardente desejo de beber direto Dele, experimentando Sua gloriosa presena na prpria vida. A plenitude de Deus
na vida dos cristos tanto eficaz em saciar a sede, como em afastar
qualquer angstia do corao. Observe:
1. Porque somente Nele a alma pode ser saciada.Assim como o
cervo brama pelas correntes das guas, assim suspira a minha alma
por ti, Deus! (v. 1) - O versculo refere-se a um homem totalmente sedento de Deus que, como um animal em busca de sobrevivncia, procura
tenazmente por gua direto da Fonte para matar a sede. Esse homem, em
uma necessidade vital da presena do Senhor, tem a conscincia de que
somente Nele poder saciar-se. assim que deve pautar-se a vida crist
excelente: em uma busca incessante por beber goles profundos do Pai,
mantendo uma inabalvel comunho e uma espiritualidade fortalecida
Nele. ... Ele o meu Deus, o meu refgio, a minha fortaleza, e nele
confiarei (Sl 91.2).

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2. Porque longe Dele a alma se angustia e se deprime. As minhas


lgrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, enquanto me
dizem constantemente: Onde est o teu Deus? (v. 3). Os inimigos
do salmista, por conseguinte de Deus tambm, feriam-no com ceticismo
cruel e zombaria, devido a sua busca incessante e diligente pela presena
do Senhor. Isso lhe atingia de tal forma que a inapetncia lhe dominava
por completo, a ponto de sua dieta diria ser substituda por lgrimas.
O salmista ansiava por uma manifestao genuna de Deus em seu ser.
Assim como ele, o cristo deve buscar pela presena do Pai de forma
dedicada, perseverante e de todo o corao (Jr 29.13).
II - QUEM TEM SEDE DE DEUS UM
ADORADOR INCONDICIONAL
As adversidades por vezes entristeciam o salmista. Porm, em uma
atitude de um adorador que conhece o Deus que serve, recordava-se dos
bons feitos e benevolncia do Senhor. Atente:
1. Pois se achega a Ele em meio a amargura. meu Deus, dentro
de mim a minha alma est abatida; por isso lembro-me de ti desde a
terra do Jordo... (v. 6a). Diante da sua amargura de alma, o salmista
recorre s suas memrias litrgicas, desenvolvidas ao longo de sua vida,
a fim de encontrar foras para permanecer adorando ao seu Deus. Tais
lembranas o auxiliam em sua reaproximao do Senhor, no permitindo que a distncia seja definitiva. De igual maneira, o cristo no deve
esquecer-se dos grandes feitos de Deus realizados em sua vida, mas
deve valer-se deles para seguir com excelncia diante do Pai (Lm 3.21).
2. Pois O adora em qualquer circunstncia. ... todas as tuas ondas
e as tuas vagas tm passado sobre mim (v. 7b). O salmista, tomado
pela tristeza de no gozar da presena de Deus em sua vida, se sente
atropelado por ondas que no lhe do trgua, mas que o derrubam a
cada tentativa de manter-se em p. Mesmo sentindo-se to mal, ele no
desiste de sua busca vida pela manifestao do Senhor e sua adorao
transcende tais aflies. Da mesma forma, as adversidades do mundo no
devem desanimar o cristo que almeja uma experincia pessoal com Deus.
Sua adorao deve ser constante e fiel, independente das circunstncias,
baseando-se na fidelidade do Senhor (Sl 34.1).
III - QUEM TEM SEDE DE DEUS INABALVEL NA SUA F
Direi a Deus, minha rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que
ando lamentando por causa da opresso do inimigo? (v. 9). Mesmo

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vacilando na percepo de um suposto abandono da parte de Deus, o


salmista, num sentimento totalmente paradoxal, permanece crendo Nele
como uma rocha e considerando-o como nico Cuidador e Salvador.
1. Pois o considera como nico cuidador. Contudo o SENHOR mandar a sua misericrdia de dia, e de noite a sua cano estar comigo,
uma orao ao Deus da minha vida (v. 8). Mesmo em detrimento a todo
o sofrimento diuturno, o salmista mantinha-se firme em sua f, crendo
piamente na soberania de Deus, que no falha em Seu cuidado sequer
por um instante. Mesmo permitindo que a adversidade lhe sobrevenha,
Ele continua sendo o Deus que cuida incondicionalmente. Semelhante
firmeza necessita ter o cristo que preza por uma vida excepcional diante
do Senhor, enxergando somente em Deus o nico socorro (Sl 121.2).
2. Pois descansa Nele como suficiente salvador. ... Espera em Deus,
pois ainda o louvarei, o qual a salvao da minha face, o meu Deus
(v. 11b). Ainda que tomado por certa depresso e melancolia, o salmista
consegue reunir foras para voltar o olhar para Deus, fitando-o com muita
f e esperana, pois sabe que no h outro que pode assemelhar-se ao Deus
vivo. A mesma convico necessria para uma vida crist excelente,
vida que no se distrai com as ofertas do mundo, mas que tem o Senhor
como nico Cordeiro salvfico. O sedento de Deus o louva com f inabalvel, pois em seu corao renovada a alegria da salvao (Sl 51.12).
CONCLUSO
A lio revela que a sede de Deus deve ser uma constante na vida de
todo cristo e a insistncia em saci-la proporciona uma vida espiritual
saudvel. O sedento pelo Senhor deve prosseguir na busca por uma vida
crist de excelncia, na qual a experincia pessoal da vvida presena
de Deus buscada persistentemente, com adorao incondicional e com
convico inabalvel (Sl 107.8-9).
Para reflexo:
Do que que a tua alma mais tem sede?
Quem voc tem buscado nos momentos de angstia?
Voc tem descansado em Deus?
Questionrio para avaliao e debate:
1. O salmista tinha sede de qu?
2. Como podemos identificar uma alma angustiada?
3. Como podemos descansar em Deus?

CONSAGRANDO-SE A DEUS
Lio 03 - 17 de julho de 2016
VERSCULO CHAVE:
Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; no
toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai,
e vs sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor
Todo-Poderoso (2 Corntios 6.17,18).
OBJETIVOS DA LIO:

Ensinar que a consagrao a Deus implica em entrega total a Ele;


Destacar que a transformao espiritual comea com a renovao da mente.
CULTO FAMILIAR:

Segunda - (1 Tessalonicenses 4.3) - A vontade de Deus: a santificao


Tera - (1 Tessalonicenses 4.7) - Deus nos chamou para a santificao
Quarta - (Hebreus 12.14) - Segui a paz e a santificao
Quinta - (1 Pedro 1.16) - Sede santos porque Deus santo
Sexta - (1 Pedro 3.15) - Santificai a Cristo como Senhor no corao
Sbado - (Romanos 12.1,2) - Apresentai o vosso corpo

SUGESTO DE HINOS HARPA CRIST:

056 - 203 - 432

Romanos 12.1,2
1 - Rogo-vos, pois, irmos, pelas misericrdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifcio vivo, santo e agradvel a Deus, que
o vosso culto racional.
2 - E no vos conformeis com este sculo, mas transformai-vos pela
renovao da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradvel e perfeita vontade de Deus.

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INTRODUO

vida crist com mais excelncia exige mais do que o levantar das
mos em aceitao a Cristo, do batismo nas guas, da participao
nos cultos e da celebrao da Ceia do Senhor. Ela requer total
consagrao do nosso ser a Deus, mudana de mentalidade e transformao radical. Somente assim, poderemos conhecer plenamente a vontade
do Senhor. Portanto, vejamos os elementos, as atitudes e os resultados
da consagrao a Deus:
I - ELEMENTOS PRIMORDIAIS NA CONSAGRAO
Ao contrrio do que alguns pensam, a consagrao a Deus, para ser
efetivada, demanda o empenho do cristo, no sentido de entregar-se ao
Senhor, que j fez o que lhe concerne e deu aos Seus servos todo subsdio
necessrio a fim de que estes cumpram sua parte. Portanto, so elementos
necessrios na consagrao:
1. Prontido para atender ao apelo bblico. Rogo-vos, pois,
irmos, pelas misericrdias de Deus... (v. 1a) - O Evangelho a
maior demonstrao do favor de Deus para com pecadores indignos. A
salvao no depende do desejo ou do esforo humano, mas da infinita
graa divina (Ef 2.8). Sabendo-se que tanto os gentios quanto os judeus
se mostraram desobedientes (Rm 11.30,31), Deus a todos encerrou na
desobedincia, a fim de usar de misericrdia para com todos (Rm
11.32). E nesse ponto que Paulo se baseia para conclamar os cristos
prontido no atendimento ao apelo das Escrituras. Ele sabe que as misericrdias do Senhor so a grande motivao para se viver em santidade.
Longe de incentivar ou condescender com o pecado, so elas a fonte e
o fundamento de uma conduta ntegra (Ef 2.3-6), que movem Deus no
sentido de tratar os pecadores compassivamente.
2. Dedicao inteligente para com o culto a Deus. ... que o
vosso culto racional (v. 1c) - Esse deve ser um culto razovel, lgico e
sensato, pois se trata de uma adorao oferecida com a mente e o corao;
deve ser tambm um culto espiritual em oposio ao culto cerimonial e
formalista oferecido pelos religiosos no templo em Jerusalm. A dedicao inteligente no culto deve contrastar com aquilo que mecnico,
automtico e esquematizado, seja no aspecto cerimonial, seja na forma,
de maneira que toda a liturgia culmine no louvor a Deus. Por causa da
grande misericrdia divina, devemos nos oferecer completamente ao
Senhor como um sacrifcio vivo, dedicado ao Seu servio e agradvel a
Ele. Essa a verdadeira expresso de adorao que Deus requer dos Seus.

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3. Disposio para rejeitar a conduta secular. E no vos conformeis com este sculo... (v. 2a) - Sculo refere-se ao sistema mundano,
com o qual muitos cristos andam sincronizados. o mundo da sabedoria que Deus tornou louca (1Co 1.20). Ele aponta para o sistema de
valores que a sociedade sem Deus quer impr a todos. Ele luta para que
o pecado seja visto e aceito sem preconceito ou discriminao. Contudo,
no devemos nos acomodar sua cultura predominante e nem sua frma de relativismo moral. Segundo Barclay: No devemos ser como o
camaleo que assume as cores daquilo que o cerca. Pelo contrrio,
como sal da terra e luz do mundo, devemos viver o desafio de sermos
modernos sem sermos mundanos. O padro do mundo e a vontade de
Deus so to divergentes entre si que no existe a menor possibilidade
de compromisso mtuo (Tg 4.4). Por isso, Jesus Cristo se entregou a
si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo
perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai (Gl 1.4).
II - ATITUDES ESSENCIAIS NA CONSAGRAO
Respaldados e sustentados pelas muitas misericrdias de Deus, temos grande alento e, assim, somos levados prtica de atitudes que nos
proporcionaro vida consagrada. As seguintes atitudes so essenciais:
1. Entrega voluntria. ... que apresenteis o vosso corpo... (v. 1b)
- O apelo do apstolo para que o cristo faa, de uma vez por todas,
uma entrega consciente a Deus. O sentido da expresso apresentar
fala de uma entrega definitiva do corpo ao Senhor, como os noivos que
se entregam um ao outro na cerimnia de casamento. O nosso passado
repleto de prticas ofensivas ao Senhor, pois andvamos segundo as
inclinaes da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e ramos, por natureza, filhos da ira (Ef 2.3). Portanto,
agora, com a mesma intensidade que outrora entregvamos nosso corpo
ao pecado, como instrumentos de iniquidade, devemos oferec-lo a
Deus, como instrumentos de justia (Rm 6.13). Nossos membros eram
escravos da impureza e totalmente dedicados ao sistema mundano, mas
agora, mudamos a nossa atitude no sentido de consagr-los ao servio
correspondente justia para a santificao (Rm 6.19).
2. Empenho em alcanar uma vida transformada. ... mas
transformai-vos... (v. 2b) - Como afirmou o pastor norte-americano,
Warren Wiersbe: se o mundo controla nossa maneira de pensar, somos
conformados, mas, se Deus controla nossa maneira de pensar, somos
transformados. Somente uma transformao interior nos far altamente

Revista de Estudo Crescimento Bblico

16

capacitados pelo Esprito que habita em ns para que no nos amoldemos


s coisas exteriores. Outra colocao sbia : No adotem o padro
exterior e transitrio deste mundo, mas sejam transformados em sua
natureza ntima - William Sanday, Telogo ingls. Essa a nica maneira de no nos amoldarmos a este mundo: pensar diferente dele, para
agirmos de forma diferente. A palavra usada por Paulo, traduzida por
transformar tem o mesmo significado de transfigurar, que corresponde a uma metamorfose, ou seja, uma mudana completa. dessa
maneira que somos transformados de glria em glria, na imagem
do Senhor (2Co 3.18).
3. Busca pelo conhecimento experimental. ... para que experimenteis... (v. 2c) - A transformao se d por meio da renovao da
mente que, por sua vez, nos capacita a discernir, analisar e a optar por
obedecer de modo consciente e racional vontade de Deus, que regulamenta a vida do cristo. O experimentar, nesse texto, significa provar
por experincia prpria qual a vontade divina. Se Ado tivesse levado
em conta a vontade de Deus, o pecado no teria entrado no mundo e,
com ele, a morte; se o povo no deserto tivesse seguido a vontade divina,
no teria morrido no caminho, antes teria entrado na Terra da Promessa.
Por outro lado, se Jesus, no Getsmani, no tivesse resistido angstia
da Sua alma, submetendo-se vontade do Seu Pai, seria impossvel o
milagre da salvao. Portanto, amados, procuremos um conhecimento
experimental de Deus.
III - RESULTADOS FUNDAMENTAIS DA CONSAGRAO
Como no poderia ser diferente, a consagrao devida a Deus, feita
com sinceridade, por meio das etapas apresentadas pelo apstolo Paulo,
nos levar, consequentemente, a resultados essenciais:
1. Vida totalmente dedicada a Deus. ... sacrifcio vivo, santo e
agradvel a Deus... (v. 1b) - Alguns cristos compreendem, exageradamente, que o corpo um estorvo para a santificao. Esta ideia foi
herdada de Plato, cujos discpulos diziam: o corpo uma tumba.
Paulo, no entanto, mostra que a dedicao do nosso corpo um ato
espiritual de adorao a Deus, pois a santidade no pode ser apenas no
interior, mas tambm, no exterior. Sabendo-se que por meio do corpo
que se manifesta toda depravao (cf. Rm 3.12-18), devemos reverter
tal situao, apresentando-o a Deus, como sacrifcio vivo. A despeito de
termos morrido para o pecado quando nos unimos a Cristo, o sacrifcio
aqui sugerido difere daqueles do Antigo Testamento, onde a vida do
animal era requerida. Naquele contexto, o animal era levado a contra

Revista de Estudo Crescimento Bblico

17

gosto ao altar; neste, o ofertante sobe voluntariamente nele. Mas, para


que o sacrifcio seja agradvel a Deus, precisamos seguir o princpio
normativo que a santidade, onde vivemos separados e reservados
para o servio divino no lar e no labor cotidiano.
2. Percepo plenamente renovada. ... pela renovao da
vossa mente... (v. 2b) - O apelo de Paulo para que no nos amoldemos ao padro mundano, pelo contrrio, devemos ser modelo para
ele. O crente que pretende viver fazendo a vontade de Deus deve ser
transformado pela renovao da sua mente. O homem costuma agir
em concordncia com aquilo que pensa. Porque, como imagina em
sua alma, assim ele (Pv 23.7). Um pensamento fora dos princpios
da Palavra de Deus pode gerar o pecado; por isso, devemos escolher
meditar nas coisas que ajudaro a moldar nossa forma de pensar (Fp
4.8). Ao mesmo tempo, devemos direcionar a nossa mente para o alvo
certo (Cl 3.2). Por ltimo, a meditao de dia e de noite na Palavra do Senhor mudar a nossa forma de pensar e, consequentemente,
moldar a nossa conduta (Sl 1.2).
3. Conhecimento amplo da vontade de Deus. ... qual seja a boa,
agradvel e perfeita vontade de Deus (v. 2c) - Paulo, finalmente nos
leva ao pice da questo da consagrao: o pleno conhecimento da vontade de Deus. Ele parece levar em conta que a maioria dos cristos receia
entregar tudo a Deus e viver de acordo com a Sua vontade. Demonstram
certo medo do que possa acontecer e que preo tero de pagar; por isso,
muitos preferem manter certas reservas. No entanto, o apstolo procura
esclarecer que a vontade de Deus : boa, agradvel e perfeita, ou
seja, no nos causar dano algum, pois deleitosa e no apresenta falhas.
Portanto, irmos, eis a vontade de Deus: a vossa santificao, que vos
abstenhais da prostituio (1Ts 4.3). Alm do mais, devemos saber
que o mundo passa, bem como a sua concupiscncia; aquele, porm,
que faz a vontade de Deus permanece eternamente (1Jo 2.17).
CONCLUSO
Rogo-vos, pois, irmos, pelas misericrdias de Deus o apelo
do apstolo para cada um de ns, amados. Apresentemos os nossos corpos em sacrifcio ao Senhor, ofereamos a Ele o nosso culto espiritual
e inteligente. Procuremos renovar a nossa maneira de pensar, a fim de
que possamos compreender claramente a vontade de Deus para nossas
vidas, pois ela boa, agradvel e perfeita.

Revista de Estudo Crescimento Bblico


Para reflexo:
A tua vida j foi consagrada ao Senhor?
Voc conhece a vontade de Deus?
Voc tem uma mente renovada?
Questionrio para avaliao e debate:
1. O que um culto racional?
2. O que conformar com o mundo?
3. O que um sacrifcio vivo?

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18

CONSIDERANDO A VIDA ESPIRITUAL


Lio 04 - 24 de julho de 2016
VERSCULO CHAVE:
Ouvindo-o Jesus, disse-lhe: Uma coisa ainda te falta: vende tudo o
que tens, d-o aos pobres e ters um tesouro nos cus; depois,
vem e segue-me (Lucas 18.22)
OBJETIVOS DA LIO:

Ensinar que a riqueza verdadeira est na estreita relao com Deus;


Destacar as coisas que devemos levar em conta para uma vida crist mais excelente.
CULTO FAMILIAR:
Segunda - (Salmo 73) - A vaidade como um lugar escorregadio
Tera - (Salmo 90) - A nossa existncia de pouca durao
Quarta - (Lucas 9.25) - A nossa alma tem um valor
Quinta - (Efsios 1.3) - Devemos buscar as bnos espirituais
Sexta - (1 Timteo 6.19) - Devemos buscar a verdadeira riqueza
Sbado - (Lucas 12.15-21) - O cuidado com a vida espiritual

SUGESTO DE HINOS HARPA CRIST:

052 - 273 - 370

Lucas 12.15-21
15 - Ento, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda
e qualquer avareza; porque a vida de um homem no consiste na abundncia dos bens que ele possui.
16 - E lhes proferiu ainda uma parbola, dizendo: O campo de um
homem rico produziu com abundncia.
17 - E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois no tenho
onde recolher os meus frutos?
18 - E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstru-los-ei
maiores e a recolherei todo o meu produto e todos os meus bens.
19 - Ento, direi minha alma: tens em depsito muitos bens para
muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te.

Revista de Estudo Crescimento Bblico

20

20 - Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pediro a tua alma; e o
que tens preparado, para quem ser?
21 - Assim o que entesoura para si mesmo e no rico para com Deus.

INTRODUO

bordaremos, nesta lio, a parbola do rico insensato, lembrando


que o nosso objetivo maior no falar sobre a avareza em si, mas
mostrar o contraste entre ter e ser, possuir e viver. A vida crist
com mais excelncia deve ter suas prioridades. Portanto, baseado nas
aes do personagem da parbola, destacaremos alguns fatos que jamais
devem ser ignorados e outros que devem ser tomados como essenciais
para a vida espiritual. Vejamos:
I - O QUE JAMAIS PODEMOS IGNORAR
NA VIDA ESPIRITUAL?
O ser humano vive nesta terra uma vez apenas, depois morrer e tudo
se findar. Na vida espiritual, o homem viver eternamente, com Deus ou
sem Ele; absolvido ou condenado, dependendo da sua atitude nesta vida
terrena. Nossas atitudes serviro de base para a felicidade ou infortnio
da vida no porvir. Portanto, estas coisas no podemos ignorar:
1. A Pessoa de Deus como Criador e Dono de tudo. E lhes proferiu ainda uma parbola, dizendo: O campo de um homem rico
produziu com abundncia (v. 16) - Quando as Escrituras falam de
bnos, certamente as aborda em dois aspectos: bnos espirituais e
bnos naturais. A primeira diz respeito quelas vindas diretamente do
Trono de Deus somente para os que esto em Cristo (Ef 1.3). A segunda refere-se quelas que so comuns a todos os seres humanos sobre a
face da terra, tanto maus como bons; justos e injustos (Mt 5.45). O rico
fazendeiro da parbola, apesar de ser descrito como materialista, louco,
despreparado espiritualmente para enfrentar a morte e pobre para com
Deus fez uma abundante colheita, beneficiando-se da semente plantada,
da terra arada e adubada, dos efeitos do sol e da chuva, tudo dado por
Deus e disponvel a qualquer que us-los adequadamente. No entanto,
no levou em conta que Deus o Criador e Dono de tudo (1Tm 6.17).
A ingratido fez toda a diferena.
2. O dever da generosidade. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois no tenho onde recolher os meus frutos? E disse:
Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstru-los-ei maiores e a

Revista de Estudo Crescimento Bblico

21

recolherei todo o meu produto e todos os meus bens (vv. 17,18) - O


egosmo o antnimo da generosidade. Sabendo-se que um abismo
chama outro abismo (Sl 42.7), o fato daquele homem ter ignorado
Deus na produo do seu campo, levou-o, consequentemente, a pensar
que, como dono de tudo, no precisaria dar satisfao a ningum (1Tm
6.18). Na ausncia da generosidade, tornamo-nos centralizadores dos
bens que adquirimos. No seria esta a caracterstica mais marcante da
maioria dos cristos hoje? Algum disse: o Senhor j me deu sete carros
importados e prometeu dar mais. Por que Ele faria isso com uma s
pessoa, enquanto tantos outros, incluindo obreiros esforados na obra,
esto andando a p? Que possamos pensar nisso todas as vezes em que
recebermos algo do Senhor, pois Mais bem-aventurado dar que
receber (At 20.35; Lc 6.38).
3. A fragilidade do ser humano. Ento, direi minha alma:
tens em depsito muitos bens para muitos anos; descansa, come,
bebe e regala-te (v. 19) - Outra coisa esquecida pelo rico fazendeiro,
e que jamais o cristo deve deixar de considerar, a efemeridade da
nossa vida terrena. Veja o que diz o Salmo 90.5,6,9,10: Tu acabas
com a vida das pessoas; elas no duram mais do que um sonho. So
como a erva que brota de manh, que cresce e abre em flor e de
tarde seca e morre. De repente os nossos dias so cortados pela tua
ira; a nossa vida termina como um sopro. S vivemos uns setenta
anos, e os mais fortes chegam aos oitenta, mas esses anos s trazem
canseira e aflies. A vida passa logo, e ns desaparecemos. Aquele
pobre homem, por meio do seu senso materialista, pensou que poderia
alimentar a sua alma com bens materiais. Provavelmente, nunca ouvira
falar que a nossa alma s se contenta com o prprio Deus (Veja a lio
02). triste observar que grande parte dos cristos, em nossos dias, est
vivendo dentro dos mesmos parmetros em que vivia o louco: descansa, come, bebe e regala-te.
4. A finalidade da vida. ... porque a vida de um homem no consiste na abundncia dos bens que ele possui (v. 15b) - Jesus, reprovando
a atitude daquele insensato, disse que a vida no se fundamenta nos bens
transitrios. De fato, a nossa alma adentrar na eternidade desprovida
de tudo o que acumulamos aqui durante toda a nossa vida na terra. Chegaremos ali de mos vazias, enquanto os nossos bens sero entregues a
qualquer um. O mais assustador que so tantas as semelhanas entre o
personagem da parbola e os cristos de hoje, que fica difcil acreditar
que ele tenha vivido cerca de 2000 anos atrs.
Mas qual a finalidade da vida? A Bblia diz: que acumulem para
si mesmos tesouros, slido fundamento para o futuro, a fim de se

Revista de Estudo Crescimento Bblico

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apoderarem da verdadeira vida (1Tm 6.19). Em Filipenses 3.7-14,


temos tambm uma boa orientao: Perder o que for necessrio para
ganhar mais de Cristo; abraar a Sua justia; experimentar o poder da
Sua ressurreio; esquecer as coisas passadas e prosseguir para o alvo,
em busca do prmio de maior valor, que a vocao de Deus em Cristo
Jesus (Veja a lio 06).
II - O QUE DEVEMOS CONSIDERAR COMO
ESSENCIAL NA VIDA ESPIRITUAL?
Quando Jesus orientou Seus discpulos a buscarem o Reino de Deus em
primeiro lugar, Ele estava falando de prioridades (Mt 6.33). Igualmente
Paulo ao afirmar: Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei
perda por causa de Cristo (Fp 3.7). Logo, veremos nos subtpicos
a seguir, alguns fatos que devemos tomar como essenciais para a nossa
vida espiritual:
1. Que qualquer projeto que exclui Deus insensato. Mas Deus
lhe disse: Louco... (v. 20a) - quele homem faltou sabedoria para
contar os dias da sua vida nesta terra (Sl 90.12). Deixou de considerar
os vrios avisos que Deus nos d antes de nos chamar para a eternidade
como, por exemplo, as mudanas naturais que ocorrem no nosso corpo,
indicando declnio do tempo da nossa existncia terrena (Ec 12.1-7). No
seu entendimento, ele tinha ainda muitos anos de vida para gastar seus
recursos recm-adquiridos (v. 19); no entanto, para Deus, restavam apenas
algumas horas: esta noite (v. 20b). Percebe-se, ento, a falibilidade dos
nossos projetos, quando deixamos de submet-los ao Senhor, pedindo,
inclusive, que Ele os leve a termo (1Cr 4.10). interessante notar que o
Salmo 90.10 j mostrava a expectativa de vida do ser humano naquela
poca, (entre 70 e 80 anos), que a mesma apresentada pelo IBGE em
2014 para o homem contemporneo (75 anos).
2. Que no somos donos da prpria vida. ... esta noite te pediro a tua alma; e o que tens preparado, para quem ser? (v. 20b)
- Conta-se que certo homem procurou o mdico para uma consulta
de rotina. De posse dos exames, o doutor sentenciou: O senhor est
mal e tem pouco tempo de vida. Ao que o paciente indagou: Quanto
tempo? E a resposta foi: dez, nove, oito.... Piada? No, realidade. A
morte pode ser uma surpresa desastrosa para quem no est preparado
para encar-la. Podemos imaginar que aquele homem to preparado para
viver regaladamente nesta terra, estivesse to despreparado para viver
na eternidade. A sentena foi urgente e amarga: hoje noite voc morrer e o que voc far com toda essa fartura? Irmo, preste ateno no

Revista de Estudo Crescimento Bblico

23

que Jesus disse: Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro,


se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo? (Lc 9.25). A vida
desfrutada com sabedoria e dentro dos padres estabelecidos por Deus
ser decisiva na sua continuao na eternidade (Mc 8.35-37).
3. Que nada levaremos deste mundo. Ento, lhes recomendou:
Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza... (v. 15a)
- A advertncia do Senhor Jesus contra a avareza traz duas palavras:
cuidado e guardai-vos. A primeira pede ateno redobrada em
relao a ela, pois idolatria; enquanto que a segunda admoesta o cristo
a se blindar contra ela. A Bblia rica em textos que falam do dinheiro,
nem sempre no sentido que disseminado em nossos dias. Primeira Timteo 6.7 diz: Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa
alguma podemos levar dele. Ao invs de acumular bens materiais
nesta terra, a Palavra de Deus recomenda acumular tesouros slidos
que serviro de fundamento para o futuro e dar condies de se
apoderarem da verdadeira vida (1Tm 6.19). Muitos cristos se desviam do verdadeiro alvo que nos far alcanar uma vida crist com mais
excelncia por causa da inveja dos mpios que prosperam. No entanto, o
fim do nosso personagem, estudado hoje, mostra claramente qual foi o
resultado de todo o seu investimento nessa vida passageira. Ele estava no
mesmo lugar onde esto todos os que confiam na vaidade: em lugares
escorregadios (Sl 73.18).
4. Que a verdadeira riqueza ter Deus. Assim o que entesoura para si mesmo e no rico para com Deus (v. 21) - A parbola
nos mostrou o triste fim de um homem que se preocupou em acumular
bens para si mesmo. Foi taxado de louco porque deixou de considerar a
brevidade da vida. Ele tinha um ponto de vista divergente do de Deus.
Enquanto valorizou mais o ter: tens em depsito muitos bens (v.
19), o Senhor valoriza mais a vida do que as coisas que a sustentam (Lc
12.23). Ao contrrio do que pensam muitos crentes, bem-estar, sade
e riquezas no significam, necessariamente, vida com Deus. Uma vida
crist adequada indica algum que j experimentou em profundidade as
riquezas da intimidade com Jesus Cristo. Ser rico para com Deus implica
que te conheam a ti, o nico Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a
quem enviaste (Jo 17.3).
CONCLUSO
Vimos que a vida espiritual exige responsabilidade e muito empenho,
pois qualquer engano poder fazer, de maneira irrevogvel, toda a diferena depois da morte. Confiar nos bens terrenos loucura. O egosmo

Revista de Estudo Crescimento Bblico

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exclui Deus dos nossos projetos que, mais cedo ou mais tarde, iro falir.
Os bens terrenos so efmeros e no tero valor na eternidade. Portanto,
atentemos para o ensino desta lio e procuremos uma vida crist com
mais excelncia.
Para reflexo:
Voc um cristo grato a Deus?
Voc um crente generoso?
Voc possui a Deus como a maior riqueza que podemos adquerir?
Questionrio para avaliao e debate:
1. Qual foi o grande engano daquele homem com relao vida?
2. O que aquele homem deveria fazer com toda a sua fortuna?
3. Qual a verdadeira riqueza do cristo?

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Altura e Disposio de Todos

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O PENTATEUCO
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ILUMINADO POR DEUS


Lio 05 - 31 de julho de 2016
VERSCULO CHAVE:
Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecer a luz, ele mesmo
resplandeceu em nosso corao, para iluminao do conhecimento da glria de Deus, na face de Cristo (2 Corntios 4.6).
OBJETIVOS DA LIO:

Ensinar que a vida crist inicia quando Deus trs luz ao nosso entendimento;
Destacar que a riqueza espiritual consiste em Cristo habitar em ns.
CULTO FAMILIAR:

Segunda - (Lucas 24.45) - Entendimento para compreender as Escrituras


Tera - (2 Corntios 4.4) - Entendimento cego
Quarta - (Efsios 4.18) - Entendimento obscurecido
Quinta - (Efsios 4.23) - Entendimento renovado
Sexta - (Colossenses 1.9) - Entendimento espiritual
Sbado - (2 Corntios 4.6-12) - Entendimento iluminando

SUGESTO DE HINOS HARPA CRIST:

111 - 131 - 400

2 Corntios 4.6-12
6 - Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecer a luz, ele mesmo
resplandeceu em nosso corao, para iluminao do conhecimento da
glria de Deus, na face de Cristo.
7 - Temos, porm, este tesouro em vasos de barro, para que a excelncia do poder seja de Deus e no de ns.
8 - Em tudo somos atribulados, porm no angustiados; perplexos,
porm no desanimados;
9 - perseguidos, porm no desamparados; abatidos, porm no destrudos;
10 - levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que tambm a
sua vida se manifeste em nosso corpo.

Revista de Estudo Crescimento Bblico

26

11 - Porque ns, que vivemos, somos sempre entregues morte por


causa de Jesus, para que tambm a vida de Jesus se manifeste em nossa
carne mortal.
12 - De modo que, em ns, opera a morte, mas, em vs, a vida.

INTRODUO

o podemos abordar o tema desta lio sem falarmos da situao


em que a humanidade distanciada de Deus se encontra. O
verdadeiro cristo pode observar essa situao diariamente a sua
volta, mas alm desta verificao, temos principalmente o testemunho
da Bblia que diz: ... todo o mundo est no maligno (1Jo 5.19) e ...
a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que
a luz ... (Jo 3.19). Existe ento uma condio de completa separao
entre Deus e o mundo, tendo em vista que, na mente e nos coraes dos
homens, h uma escurido to densa que impossvel que consigam
entender a verdade sobre Cristo. A maneira como Deus atua nesta desesperana trazendo luz ao corao, iluminando o caminho dos que
antes andavam perdidos (Sl 119.105). No tpico a seguir, veremos como
a ao de Deus ocorre e, no segundo tpico, veremos as implicaes
prticas desta atuao divina.
I - A ILUMINAO OCORRE POR MEIO DE UMA
AO LIBERTADORA
A incapacidade de ver a luz do evangelho da glria de Cristo tem sua
origem na incredulidade do ouvinte, que, tendo seu entendimento obscurecido pelo deus deste sculo, ouve a Palavra e ento a rejeita (2Co 4.4).
No entanto, para aqueles que aceitam o evangelho, Deus pode trazer luz
ao entendimento (Mt 4.16; Jo 12.46). Vejamos como isto ocorre:
1. Que realiza em ns a separao entre luz e trevas. Porque
Deus, que disse: das trevas resplandecer a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso corao... (v. 6a) - Para diversos comentaristas, esse
texto faz aluso a Gnesis 1.3,4, quando, por meio da palavra, a luz foi
originada e ento Deus fez a separao entre luz e trevas. Da mesma
forma que trouxe a luz existncia, onde outrora havia somente trevas,
o mesmo Deus poderoso para realizar esse milagre no corao daquele
que aceita a verdade do evangelho. As trevas, neste contexto, so comparadas morte espiritual. O corao que est envolto em trevas est

Revista de Estudo Crescimento Bblico

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morto espiritualmente e afastado da comunho com Deus; e, somente


Ele pode trazer a luz que vivifica (Ef 2.1). Essa luz, resplandecida no
corao, afasta todas as trevas da dvida, do medo, das incertezas e de
tudo o que nos impede de enxergar a verdade sobre Jesus Cristo.
2. Que nos proporciona o conhecimento de Cristo. ... para iluminao do conhecimento da glria de Deus, na face de Cristo (v.
6b) - Para muitos, Jesus foi apenas um profeta, um homem de grande
sabedoria ou at mesmo apenas um personagem irreal, inventado por
escritores da antiguidade. Contudo, muitos textos bblicos mostram-no
como a representao ou imagem perfeita de Deus (Cl 1.15; Hb 1.3), e o
prprio Jesus afirmava isso categoricamente (Jo 12.45). A Sua revelao
como sendo a imagem real de Deus no algo que o homem natural
possa conceber, uma vez que somente por meio da atuao divina esse
conhecimento desvendado (Mt 16.16,17).
3. Que nos enche com um tesouro inestimvel. Temos, porm,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelencia do poder seja
de Deus e no de ns (v. 7) - A expresso vasos de barro, refere-se
ao homem, pois somos o recipiente que contm este tesouro inestimvel.
Aquele que tem a iluminao de Deus torna-se morada permanente de
Cristo (Jo 14.23); mas isso no o torna, de forma alguma, mais valioso
que os demais, porque o valor real do cristo est em seu contedo, no
que Jesus Cristo representa em sua vida (At 17.28). Portanto, falsa a
teologia anunciada na atualidade, que coloca o homem no centro,
superestimando o seu valor. Esses ensinamentos infundados no levam
em conta o que Paulo afirma: E disse-me: A minha graa te basta,
o meu poder se aperfeioa na fraqueza. De boa vontade, pois, me
gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder
de Cristo (2Co 12.9). Por meio dessa fragilidade humana, o poder e o
brilho de Cristo resplandecem e mostram ao mundo a magnitude Daquele
que pode todas as coisas (1Cr 29.11; Sl 62.11; Mt 19.26).
II - A ILUMINAO TRAZ RESULTADOS PRTICOS
A iluminao do conhecimento gerada por Deus produz no homem
resultados visveis, que puderam ser vistos na vida de Paulo e de muitos
outros cristos daquela poca, e que podem ser vistos ainda hoje. Essa
iluminao traz liberdade ao homem, tornando-o um canal por meio do
qual o prprio Cristo pode atuar neste mundo (Jo 8.32; Mt 5.14-16),
cujos resultados sero analisados a seguir:
1. Faz-nos suportar as dificuldades. Em tudo somos desampara-

Revista de Estudo Crescimento Bblico

28

dos; abatidos, porm no destuidos (v. 8,9) - Paulo foi um dos apstolos que mais dificuldades sofreu em seu ministrio, como ele mesmo
demonstra na presente epstola (2Co 11.23-27). Porm, este sofrimento
temporrio no produziu nele amargura, medo ou qualquer outro tipo de
sentimento que pudesse impedi-lo de continuar pregando o evangelho.
Essa a atitude que deve demonstrar todo aquele que tem o entendimento iluminado por Deus, a compreenso de que estes impedimentos so
temporrios e no podem nos privar de alcanar as riquezas espirituais
em Cristo (2Co 4.17; Ef 1.3).
2. Manifesta em ns a vida de Jesus. Levando sempre no corpo o
morrer de Jesus, para que tambm a sua vida se manifeste em nosso
corpo (v. 10) - Este ponto novamente rebate as doutrinas antropocntricas que tm sido disseminadas em muitas igrejas, onde muitos esto
indo em busca do seu bem-estar, da autossatisfao, cujo objetivo tem
sido alcanar um vida nesta terra com mais luxo, riquezas e tranquilidade. O contraste que temos aqui que os que possuem o entendimento
iluminado por Deus manifestam uma viso equilibrada quanto sua
passagem pela terra, na qual o prprio corpo carnal j no possui valor
algum e deve ser oferecido todos os dias como sacrifcio a Deus (Rm
12.1), produzindo assim frutos excelentes (Jo 12.24,25). Temos, ento,
o que Paulo chama de a vida de Jesus , operando em ns o Seu sofrimento (Is 53.5; Mt 26.67; Lc 22.44), o Seu servio (Jo 5.17; Jo 4.34)
e, por fim, a Sua glorificao junto ao Pai (Mt 26.64). Temos uma nova
vida em Cristo (Gl 2.20).
3. Nos ajuda a servir de forma autntica. De modo que, em ns,
opera a morte, mas, em vs, a vida (v. 12) - Quando Paulo defende seu
apostolado aos cristos em Corinto, traz memria deles o que ele teve
que sofrer para que o evangelho puro chegasse at eles, e o quanto ele e
seus colaboradores se dedicaram ao servio para que as igrejas continuassem firmes. Essa forma abnegada de servir s pode ser alcanada por
algum que tem a iluminao divina. Este o verdadeiro servio a Deus.
Portanto, h uma entrega total da sua vida em favor do evangelho e no
h nada demasiadamente difcil ou oneroso que no possa ser realizado.
Este foi o sucesso da igreja primitiva, que no media esforos para que o
evangelho fosse entregue aos mais diferentes lugares. Os cristos eram
perseguidos e corriam risco de morte, mas no se intimidavam, porque
tinham um nico objetivo: que a palavra da vida fosse anunciada.
CONCLUSO
A iluminao do conhecimento algo espiritual, que somente Deus

Revista de Estudo Crescimento Bblico

29

pode realizar. Alm disso, esta iluminao do conhecimento traz resultados prticos no deixando assim que o conhecimento de Cristo se
torne sem frutos em nossa vida. Essas verdades foram vivenciadas pelos
cristos no passado e devem ser igualmente vivenciadas por ns tambm
nos dias atuais.
Para reflexo:
Voc um vaso de barro ou de ouro?
Voc traz no corpo as marcas do Senhor Jesus?
Voc foi iluminado por Deus?
Questionrio para avaliao e debate:
1. Quem so os vasos de barro
2. Quem o tesouro nos vasos de barro?
3. Como a vida de Cristo se manifesta em ns?

COMO SER?
Tu sabes, Senhor, como te sirvo com enorme
fervor emocional, quando estou debaixo de holofotes.

Sabes como falo de ti ardentemente, nas reunies.


Sabes com que entusiasmo promovo, uma reunio

de confraternizao.

Conheces meu sincero fervor, em um grupo de


estudo bblico.

Mas como ser que reagiria, se me apontasses


uma bacia com gua e me pedisses para lavar os ps
calosos, enrugados, cheios de feridas, do meu prximo,
todos os dias, de todos os meses, num lugar recluso
onde ningum visse e ningum soubesse do fato?
Ruth Harms Calkin

BUSCANDO A DEUS
Lio 06 - 07 de agosto de 2016
VERSCULO CHAVE:
Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto
est perto (Isaas 55.6).
OBJETIVOS DA LIO:

Ensinar que a vida crist exige progresso contnuo;


Mostrar como devemos prosseguir para alcanar um melhor padro de vida.
CULTO FAMILIAR:
Segunda - (1 Crnicas 16.11) - Buscai o Senhor e o seu poder
Tera - (Salmo 34.4) - Busquei o Senhor e Ele me acolheu
Quarta - (Isaas 55.6) - Buscai o Senhor enquanto se pode achar
Quinta - (Ams 5.4) - Buscai o Senhor e vivei
Sexta - (Mateus 6.33) - Buscai primeiro o Reino de Deus
Sbado - (Filipenses 3.7-18) - Prosseguindo para o alvo

SUGESTO DE HINOS HARPA CRIST:

025 - 205 - 545

Filipenses 3.7-18
7 - Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa
de Cristo.
8 - Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade
do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi
todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo
9 - e ser achado nele, no tendo justia prpria, que procede de lei,
seno a que mediante a f em Cristo, a justia que procede de Deus,
baseada na f;
10 - para o conhecer, e o poder da sua ressurreio, e a comunho dos
seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte;
11 - para, de algum modo, alcanar a ressurreio dentre os mortos.
12 - No que eu o tenha j recebido ou tenha j obtido a perfeio;

Revista de Estudo Crescimento Bblico

31

mas prossigo para conquistar aquilo para o que tambm fui conquistado
por Cristo Jesus.
13 - Irmos, quanto a mim, no julgo hav-lo alcanado; mas uma
coisa fao: esquecendo-me das coisas que para trs ficam e avanando
para as que diante de mim esto,
14 - prossigo para o alvo, para o prmio da soberana vocao de Deus
em Cristo Jesus.
15 - Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e,
se, porventura, pensais doutro modo, tambm isto Deus vos esclarecer.
16 Todavia, andemos de acordo com o que j alcanamos.
17 - Irmos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo
o modelo que tendes em ns.
18 - Pois muitos andam entre ns, dos quais, repetidas vezes, eu vos
dizia e, agora, vos digo, at chorando, que so inimigos da cruz de Cristo.

INTRODUO

busca por Deus no est relacionada a uma atitude superficial ou


comportamental. Ou seja, no se trata de uma atitude exterior,
onde se estipulam metas curriculares, achando que com isso chegaremos ao pleno conhecimento Dele. No se trata tambm de amoldar-se
a quaisquer padres estabelecidos pelos homens. Paulo percebeu isso e
pde nos dar dicas para conhecermos verdadeiramente a Deus e alcanarmos aquilo para o que tambm fomos alcanados por Cristo Jesus
(v. 12). Nesta lio veremos as implicaes em se buscar a Deus, bem
como o que Ele requer de ns, para que tenhamos um conhecimento
progressivo Dele. Vejamos:
I - BUSCAR A DEUS IMPLICA EM ABANDONAR
AS VELHAS PRTICAS - (vv. 7-12)
A maioria dos cristos est presa a rudimentos da carne e adora a um
Deus que ainda no conheceu. Sabemos o que o evangelho, fomos
batizados, frequentamos aos cultos, sabemos as referncias bblicas de
cor, enfim, nos consideramos verdadeiros cristos, nos gloriando na
carne. Porm, Paulo, mesmo sendo mais religioso do que qualquer
um de ns (antes da converso era fariseu), nos mostra que todo nosso
esforo para merecer um relacionamento com Deus vo. Essas coisas
jamais sero suficientes para nos fazer merecer uma relao com Deus.
Para tanto, necessrio que abandonemos as velhas prticas:

Revista de Estudo Crescimento Bblico

32

1. Da falsa santidade. (vv. 7,8) - Nos tempos do apstolo Paulo, os da


falsa circunciso ensinavam que o conceito de santidade estava nas atitudes exteriores; e hoje, o pensamento parece ser o mesmo. As pessoas que
falam constantemente de religio, que oram mais alto ou que se emocionam nas canes cantadas, obtm a reputao de serem mais espirituais.
A verdadeira santidade, porm, no se fundamenta em exterioridades,
mas em desejos profundamente arraigados e suficientemente poderosos
para controlar a vida, de maneira tal que se prefira morrer a pecar, pois,
aproximar-se de Deus se distanciar do pecado. Sendo o corao enganoso, por vezes, julga-se que a aparente santidade, travestida de uma falsa
piedade (theosebeia significando devoo) o que se deve almejar. Porm,
os que assim agem, assemelham-se a sepulcros caiados, que por fora
realmente parecem formosos, mas por dentro esto cheios de ossos e
de toda imundcia (Mt 23.27).
2. Da justia prpria. E seja achado nele, no tendo a minha justia
que vem da lei, mas a que vem pela f em Cristo... (v. 9a) - Algumas
metas que estipulamos na nossa vida crist, com o objetivo de estar na
presena de Deus, no passam de tentativas vis de obter justificao, inculpabilidade e santificao. Esse esforo humano de tentar apaziguar a
Deus pela tentativa arrogante de auto justificao, s aumenta a frustrao
e o pecado, pois assumir compromissos que no se pode cumprir, s multiplica a culpa. Somente a f na obra redentora de Cristo pode justificar o
pecador, e somente o ser uma nova criatura pode capacit-lo a produzir
bons frutos, de forma que no seja como a figueira que, vista de longe,
aparentemente tinha frutos, mas, chegando-se a ela, nada foi encontrado,
seno folhas (Mc 11.12-14).
3. Do comodismo. No que j a tenha alcanado ou que seja
perfeito; mas prossigo para alcanar aquilo para o que fui tambm
preso por Cristo Jesus (v. 12) - Nicodemos tinha alcanado um patamar
religioso muito elevado diante dos judeus e; isso era tudo que um cristo
amestrado (treinado religiosamente) poderia desejar ser, porm, nada disso
importava, uma vez que lhe faltava algo essencial: nascer de novo (Jo
3.1-21). Assim como ele, o apstolo Paulo, antes da converso, jactava-se
de ter uma importante envergadura espiritual (Fp 3.4-6). Ambos, contudo,
estavam muito aqum do verdadeiro conhecimento de Deus. Portanto uma
grande lio que se deve aprender que, independentemente dos anos de
converso ou do quanto se tem sido abenoado por Deus, ou ainda, do nvel
de santidade que se tenha atingido, Deus sempre quer que se esteja diante
Dele em uma busca constante. Se voc foi salvo h quarenta anos, deve
continuar buscando a Deus com a mesma humildade daquele bbado ou
daquela prostituta que vm ao altar agora, clamando por salvao.

Revista de Estudo Crescimento Bblico

33

II - BUSCAR A DEUS REQUER PROGRESSIVO CONHECIMENTO DELE - (vv. 13-18)


Antes de iniciarmos a subida da montanha que nos levar a Ele,
precisamos parar para fazer uma profunda e fundamental reflexo. Ela
se relaciona com nosso objetivo, interesse para com aquilo que se acha
digno de ateno e com o que eu pretendo fazer com o conhecimento
de Deus que vou adquirir. Nesta escalada, esses so os temas dignos de
nossa ateno, essa reflexo deve ser a nossa primeira atitude que nos
levar, de maneira correta, a buscar a Deus.
1. Como nico objetivo supremo. Prossigo para o alvo, pelo prmio da soberana vocao de Deus em Cristo Jesus (v. 14) - Todos
ns, como seres livres, temos que escolher o nosso objetivo superior de
vida, e todos o fazemos. Portanto, quando se escolhe um, rejeitam-se
outros. Na verdade, ningum pode servir a dois senhores, pois sempre
se estar inclinado a obedecer a um e ignorar o outro (Lc 16.13). O propsito supremo de vida revelado pelos meios que se usa para atingi-lo.
Se algum disser que conhecer a Deus e alcanar o cu o seu objetivo,
mas, conscientemente, escolher meios que so contrrios a ele, enganase. Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as
coisas que so de cima, onde Cristo est assentado destra de Deus.
Pensai nas coisas que so de cima, e no nas que so da terra (Cl
3.1,2). A escolha por Deus como objetivo supremo de vida determinar
o caminho a ser seguido; e assim sendo, quem faz tal escolha, no pode
mais viver para o mundo?
2. Com constncia. Mas, naquilo a que j chegamos, andemos
segundo a mesma regra e sintamos o mesmo (v. 16) - A falta de constncia na vida dos cristos evidenciada por aquilo que est verdadeiramente entronizado em seus coraes, e que demanda todo o esforo de
suas vidas. O nosso bem-estar e dos nossos filhos, redes sociais, diverses,
formao acadmica, tudo isso fazemos sem hesitar, com todo interesse
e empenho. Amamos as nossas conquistas, vivemos para elas e em busca
delas. Por outro lado, aquilo que dizemos ser o nosso objetivo supremo
fica sempre em segundo plano, escondido atrs de promessas indevidas
e no cumpridas. Mas a busca por Deus requer uma constante luta em
nossas vidas, onde imprescindvel que todos os nossos esforos sejam
canalizados para o que dizemos ser o nosso objetivo maior. S assim
nos manteremos constantemente firmes, empenhados, lutando pelo que
realmente importa (Tg 1.7,8).

Revista de Estudo Crescimento Bblico

34

3. Como exemplo a ser seguido. Sede meus imitadores, irmos, e


tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em ns... (v. 17a) - Paulo,
com toda ousadia, conclama para que sejamos seus imitadores. Mas, com
que autoridade ele faz isso? primeira vista, podemos achar que Paulo
era arrogante, mas o que ele estava ordenando era que os cristos fossem
como ele, que imitava a Cristo. Paulo no tinha a pretenso de ser padro
em lugar do Mestre, antes, queria que todos desejacem ser como Jesus:
Sede meus imitadores, como tambm eu o sou de Cristo (1Co 11.1).
Paulo estava falando de exemplo. Portanto, devemos ser referncia para o
mundo moderno, que adotou padres equivocados de conduta. As pessoas
esto imitando os maus exemplos e se tornando maus exemplos. O que
Paulo estava dizendo, em outras palavras, que a sua referncia e o seu
exemplo o Senhor Jesus Cristo, e que a Ele que devemos copiar.
CONCLUSO
O fato que temos que enfrentar que, se procuramos conhecer a Deus
apenas para termos mais conhecimento, isso ir nos prejudicar, tornando-nos
orgulhosos, pois o saber ensoberbece (1Co 8.1). Se algum julga saber
alguma coisa, com efeito, no aprendeu ainda como convm saber
(1Co 8.2). O interesse em obter conhecimento de Deus deve ser prtico, e
no apenas terico. Devemos entender a verdade de Deus a fim de que o
nosso corao possa corresponder a ela e viver de acordo com ela.
Para reflexo:
Voc santo de acordo com o ensino bblico?
Qual o seu objetivo supremo de vida?
Que exemplo voc tem seguido?
Questionrio para avaliao e debate:
1. O que justia prpria?
2. O que ser constante na vida crist?
3. Qual foi o exemplo que Paulo seguia e, recomendou-nos tambm?

Mas vs sois dele, em Cristo Jesus,


o qual se nos tornou, da parte de Deus,
sabedoria, e justia, e santificao, e redeno (1 Corntios 1.30).

ANDANDO COM DEUS


Lio 07 - 14 de agosto de 2016
VERSCULO CHAVE:
Andaro dois juntos, se no houver entre eles acordo?
(Ams 3.3).
OBJETIVOS DA LIO:
- Ensinar que a vida crist mais excelente consiste em andar com Deus;
- Mostrar como podemos andar com Deus.

CULTO FAMILIAR:

Segunda - (Gnesis 5.18-24) - Enoque andou com Deus


Tera - (Gnesis 6.9) - No andava com Deus
Quarta - (Gnesis 17.1) - Anda com Deus e s perfeito
Quinta - (Isaas 55.8) - Andando nos caminhos do Senhor
Sexta - (Ams 3.3) - Andando em pleno acordo com Deus
Sbado - (Hebreus 11.5) - Agradando a Deus

SUGESTO DE HINOS HARPA CRIST:

186 - 413 - 515

Gnesis 5.18-24; Hebreus 11.5


Gnesis 5.18-24
18 - Jarede viveu cento e sessenta e dois anos e gerou a Enoque.
19 - Depois que gerou a Enoque, viveu Jarede oitocentos anos; e teve
filhos e filhas.
20 - Todos os dias de Jarede foram novecentos e sessenta e dois anos;
e morreu.
21 - Enoque viveu sessenta e cinco anos e gerou a Metusalm.
22 - Andou Enoque com Deus; e, depois que gerou a Metusalm,
viveu trezentos anos; e teve filhos e filhas.
23 - Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos.

Revista de Estudo Crescimento Bblico

36

24 - Andou Enoque com Deus e j no era, porque Deus o tomou para si.
Hebreus 11.5
5 - Pela f, Enoque foi trasladado para no ver a morte; no foi achado,
porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladao, obteve testemunho de haver agradado a Deus.

INTRODUO

ndar com Deus a forma mais elevada de se viver a vida espiritual


por Ele proposta. A Bblia menciona apenas dois homens que
andaram com Deus. So eles: Enoque e No. Nesta lio,
aprenderemos com o exemplo de ambos, a fim de que possamos imit-los,
de forma que a alcanar uma vida crist com mais excelncia, trilhando
caminhos que agradam ao Senhor. Portanto:
I - CONSIDEREMOS O EXEMPLO DE ENOQUE
(Gn 5.18-24; Hb 11.5)
O nome Enoque vem do hebraico Enockh, que quer dizer Instrudo. De acordo com o apstolo Judas, ele era profeta (Jd 14,15). Trs
livros, que no so cannicos, trazem a autoria de Enoque. A citao de
Judas refere-se ao primeiro livro de Enoque. Ele viveu entre dois grandes
recordistas de vida nessa terra: Jarede, seu pai, 962 anos e Metusalm,
seu filho, 969 (Gn 5.18-27). Na genealogia, ele contado como o stimo depois de Ado (1Cr 1.1-3). Enoque pertenceu linhagem dos que
invocavam a Deus (Gn 4.25,26).
1. Que teve uma comunho excelente com Deus. Andou Enoque
com Deus... (Gn 5.24a) - Andar com Deus significa ter estreita comunho com Ele, visto ser impossvel que duas pessoas andem juntas sem
que estejam de pleno acordo (Am 3.3). Da podermos deduzir que Enoque
viveu uma vida de santidade, afastado dos caminhos mundanos e em
plena luz divina, pois a luz e as trevas so veredas totalmente dspares
(1Jo 1.5-7). Seu andar agradvel com o seu Deus lhe rendeu o testemunho
da prpria Palavra divina: andou Enoque com Deus. Isso significa
que ele andou nos caminhos que o Senhor andou; manteve o temor a
Ele e guardou os Seus mandamentos. Enoque teve o privilgio de ouvir
a voz do Altssimo, serviu-o e permaneceu na Sua presena (Dt 13.4). A
vida crist com mais excelncia exige nada mais, nada menos que esse

Revista de Estudo Crescimento Bblico

37

tipo de conduta. Por isso, o Senhor nos admoesta: ... anda na minha
presena e s perfeito (Gn 17.1). Paulo tambm complementa: Ora,
como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele (Cl 2.6).
2. Que foi tomado como propriedade de Deus. ... e j no era,
porque Deus o tomou para si (Gn 5.24b) - O andar com Deus implica
em abrir mo dos prprios direitos para trilhar caminhos determinados
por Ele (Is 55.8). Significa andar nas alturas, o que parecido com o
caminho da guia no cu (Pv 30.19). pensar alto (Is 55.9). Foi assim
que Enoque andou com Deus e, por isso, o Senhor o tomou para ser seu.
Da mesma maneira, Jesus Cristo nos tomou para ser Dele (Rm 1.6). O
Senhor nos deu um maravilhoso padro de vida espiritual: Vs, porm,
sois raa eleita, sacerdcio real, nao santa, povo de propriedade
exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que
vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9).
3. Que foi poupado da morte por Deus. Pela f, Enoque foi
trasladado para no ver a morte; no foi achado, porque Deus o
trasladara... (Hb 11.5a). Gnesis 5.24 diz apenas que andou Enoque
com Deus e j no era, porque Deus o tomou para si. Mas o texto
em epgrafe acrescenta maiores detalhes que nos fazem entender que foi
exclusivamente a grande f desse heri que o levou a ser trasladado para
no sofrer o dano da morte. Ele foi poupado e, dessa maneira, tornou-se
num importante argumento escatolgico quanto ao arrebatamento da
igreja antes da grande tribulao, para no sofrer seu dano. Enoque foi
trasladado assim como foi o profeta Elias, e no foi achado. Com
certeza, seus parentes (porque teve filhos e filhas - Gn 5.22) e amigos o
procuraram, mas ele estava em outro patamar. Elias, tambm, foi procurado pelos seus discpulos, mas no foi achado (2Rs 2.11-17). A Bblia
diz que ns, tambm, estamos escondidos com Cristo, em Deus (Cl 3.3).
4. Que agradou a Deus. ... Pois, antes da sua trasladao, obteve
testemunho de haver agradado a Deus (Hb 11.5b). Agradar a Deus
significa viver uma vida de f e confiana na Sua Palavra, pois sem f
impossvel agrad-lo (Hb 11.6). Dentro desses parmetros, podemos
afirmar que Enoque foi um pregador da justia, que condenou o pecado
e o modo mpio de vida da sua gerao. Ele anunciou s pessoas que o
Senhor viria julgar o procedimento dos pecadores: Quanto a estes foi
que tambm profetizou Enoque, o stimo depois de Ado, dizendo:
Eis que veio o Senhor entre suas santas mirades, para exercer juzo
contra todos e para fazer convictos todos os mpios, acerca de todas
as obras mpias que impiamente praticaram e acerca de todas as
palavras insolentes que mpios pecadores proferiram contra ele (Jd

Revista de Estudo Crescimento Bblico

38

14,15). A vida crist com mais excelncia pede que: segundo santo
aquele que vos chamou, tornai-vos santos tambm vs mesmos em
todo o vosso procedimento (1Pe 1.15).
II - TOMEMOS O EXEMPLO DE NO (Gn 6.8,9; Hb 11.7)
No era neto de Metusalm e bisneto de Enoque, portanto, dono de
uma importante rvore genealgica (Gn 5.21-29). Tendo morrido com 950
anos, tornou-se o terceiro homem que mais viveu nesta terra, perdendo
apenas para Metusalm (969 anos) e Jarede (962 anos). Gerou trs filhos:
Sem, Cam e Jaf e teve de conviver durante 600 anos com uma sociedade
corrompida vista de Deus e cheia de violncia (Gn 7.6; 6.11). O
seu nome a variao em portugus do nome hebraico Noach, que
significa descanso.
1. Que foi portador da graa de Deus. Porm No achou graa
diante do Senhor (Gn 6.8) - A maior de todas as recompensas para No
foi a de achar favor aos olhos de Deus. No foi fcil conviver durante
tanto tempo com pessoas que condenavam o certo e abraavam o errado,
que admitiam a promiscuidade e todo tipo de injustia social, homens e
mulheres totalmente contrrios aos preceitos divinos. Jesus os descreveu
como gerao materialista, pois viviam a sua rotina, at ser surpreendido
pelas guas do dilvio (Mt 24.38). No, porm, achou graa diante do
Senhor, e isso significa fora interior, conscincia limpa e vida isenta
de culpa. Da mesma forma, a graa de Deus que nos ajuda a viver
num patamar mais elevado; a graa de Deus que nos d asas como as
da guia, no permitindo que nos cansemos de fazer o bem e nem que
desvaneamos no caminhar com Deus (Is 40.31). Se por um lado a lei
a vara que fustiga algum que no sabe nadar a atravessar um rio agitado
e profundo, a graa o barco que o transporta at a outra margem em
segurana. Enquanto a lei cobra, a graa prov. A lei expulsa o homem
da presena santa de Deus, a graa o acolhe.
2. Que foi herdeiro da justia. Pela f, No, divinamente instrudo
acerca de acontecimentos que ainda no se viam e sendo temente a
Deus, aparelhou uma arca para a salvao de sua casa; pela qual
condenou o mundo e se tornou herdeiro da justia que vem da f
(Hb 11.7) - A f o nico meio de nos relacionarmos com Deus de maneira adequada e agradvel. O patriarca foi divinamente instrudo,
creu e comeou a trabalhar, sem ao menos saber o que era um dilvio
(Gn 6.14,22), e nisso perseverou por mais de cem anos. A arca aparece
como uma tipologia de Cristo, que o nico meio de salvao. Foi a
arca que salvou No com os seus, e Jesus a nossa Arca, que nos

Revista de Estudo Crescimento Bblico

39

salvar e, tambm, o nosso lar, se todos permanecermos Nele (Jo 6.56).


As obras de No o tornaram justo, pois foram realizadas pela f na
palavra daquele que as proclamou. Ele condenou o mundo por meio da
arca, demonstrao clara da sua f, sendo que seus contemporneos se
fizeram surdos diante da proclamao da mensagem divina (Lc 17.27;
1Pe 3.20; 2Pe 2.5). E disse o Senhor a No: Entra na arca, tu e toda
a tua casa, porque reconheo que tens sido justo diante de mim no
meio desta gerao (Gn 7.1).
3. Que foi um homem ntegro. Eis a histria de No. No era homem justo e ntegro entre os seus contemporneos... (Gn 6.9a) - No
no concordava com os conceitos formados pelos seus contemporneos,
nem pautava sua vida nos padres estabelecidos por eles, por isso os
advertiu quanto ao iminente perigo de destruio que viria sobre toda a
terra. Por esta razo, ele recebeu do prprio Deus o testemunho de que
era homem ntegro no meio de uma sociedade corrompida. Amados,
uma bno sem medida ser achado justo e ntegro no meio de uma
gerao injusta, corrupta e pervertida: Fazei tudo sem murmuraes
nem contendas, para que vos torneis irrepreensveis e sinceros, filhos
de Deus inculpveis no meio de uma gerao pervertida e corrupta,
na qual resplandeceis como luzeiros no mundo (Fp 2.14,15). O caminhar em integridade proporcionou a No copioso livramento. O mesmo
acontecer com os cristos que perseverarem nesse caminho (Pv 28.18).
4. Que manteve a comunho com Deus. ... No andava com
Deus (Gn 6.9b) - Somente Enoque e No, em toda a Bblia, alcanaram
o testemunho de terem andado com Deus, o que nos mostra a sublimidade desse tipo de comunho com o Senhor. Essa a vida crist com
mais excelncia, esse o padro mais elevado que Deus exige de ns.
Amados, estamos andando com Deus e vivendo em verdadeira santidade, discordando do pecado e falando com as pessoas sobre os riscos de
permanecerem nesse estado? Estamos advertindo a nossa gerao a fugir
da ira vindoura? (1Ts 1.10). Somos cristos que fazem a diferena no
comportamento, nas palavras, na justia e na verdade? Estamos aguardando ansiosos a vinda do Senhor Jesus Cristo para nos resgatar desta
terra, a fim de estarmos para sempre com Ele? (1Ts 4.16,17). Somos
o sal da terra? A luz do mundo? Somos cristos reluzentes? As
nossas obras glorificam a Deus? (Mt 5.6). Pensemos nisso.
CONCLUSO
O que acabamos de estudar, nesta lio, deve ser aplicado com muita
diligncia em nosso viver dirio. S agindo assim, tiraremos proveito de
tudo que as Escrituras reservaram para ns. Andar com Deus deve ser

Revista de Estudo Crescimento Bblico

40

o nosso maior empenho daqui para a frente. Que Enoque e No, esses
dois servos de Deus, sejam exemplos prticos para ns, a fim de que
alcancemos uma vida crist com mais excelncia.
Para reflexo:
Voc anda com Deus?
Voc justo na sua gerao?
Voc vive como propriedade de Deus?
Questionrio para avaliao e debate:
1. Quantos homens a Bblia diz ter andado com Deus?
2. Por que Enoque foi tomado para Deus?
3. Por que No se tornou herdeiro da justia?

Cristianismo Prtico
Assim brilhe tambm a vossa luz diante

dos homens.
Nossas boas obras devem ser pblicas
para que a nossa luz brilhe; nossa devoo
religiosa deve ser secreta para no nos vangloriarmos dela. Alm disso, a finalidade de
ambas as instrues de Jesus a mesma, ou
seja, a glria de Deus.
Por que devemos fazer a nossa luz brilhar e praticar abertamente as boas obras? Para
que os homens possam glorificar ao nosso Pai
celestial.
John Stott

ENXERGANDO SOB A TICA DE DEUS


Lio 08 - 21 de agosto de 2016
VERSCULO CHAVE:
To-somente no sejais rebeldes contra o SENHOR e no temais o
povo dessa terra, porquanto, como po, os podemos devorar;
retirou-se deles o seu amparo; o SENHOR conosco;
no os temais (Nmeros 14.9).
OBJETIVOS DA LIO:

Ensinar que a viso na ptica de Deus nos far contemplar outras perspectivas;
Mostrar o exemplo de Josu e Calebe que enxergarem coisas que outros no viram.
CULTO FAMILIAR:
Segunda - (Gnesis 21.19) - Abriu os olhos para ver o poo
Tera - (1 Samuel 16.7) - O Senhor no v como v o homem
Quarta - (2 Reis 6.17) - Abriu os olhos e viu o invisvel
Quinta - (Salmo 119.18) - Desvendando os olhos para ver a lei do Senhor
Sexta - (Nmeros 13.27-33) - Viso distorcida
Sbado - (Nmeros 14.6-9) - Viso sob a tica de Deus

SUGESTO DE HINOS HARPA CRIST:

058 - 084 - 225

Nmeros 13.27-33; 14.6-9


Nmeros 13.27-33
27 - Relataram a Moiss e disseram: Fomos terra a que nos enviaste;
e, verdadeiramente, mana leite e mel; este o fruto dela.
28 - O povo, porm, que habita nessa terra poderoso, e as cidades,
mui grandes e fortificadas; tambm vimos ali os filhos de Anaque.
29 - Os amalequitas habitam na terra do Neguebe; os heteus, os jebuseus e os amorreus habitam na montanha; os cananeus habitam ao p
do mar e pela ribeira do Jordo.
30 - Ento, Calebe fez calar o povo perante Moiss e disse: Eia! Subamos e possuamos a terra, porque, certamente, prevaleceremos contra ela.

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31 - Porm os homens que com ele tinham subido disseram: No


poderemos subir contra aquele povo, porque mais forte do que ns.
32 - E, diante dos filhos de Israel, infamaram a terra que haviam espiado, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar terra que
devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela so homens de
grande estatura.
33 - Tambm vimos ali gigantes (os filhos de Anaque so descendentes
de gigantes), e ramos, aos nossos prprios olhos, como gafanhotos e
assim tambm o ramos aos seus olhos.
Nmeros 14.6-9
6 - E Josu, filho de Num, e Calebe, filho de Jefon, dentre os que
espiaram a terra, rasgaram as suas vestes
7 - e falaram a toda a congregao dos filhos de Israel, dizendo: A
terra pelo meio da qual passamos a espiar terra muitssimo boa.
8 - Se o SENHOR se agradar de ns, ento, nos far entrar nessa terra
e no-la dar, terra que mana leite e mel.
9 - To-somente no sejais rebeldes contra o SENHOR e no temais
o povo dessa terra, porquanto, como po, os podemos devorar; retirou-se
deles o seu amparo; o SENHOR conosco; no os temais.

INTRODUO

uando o profeta Samuel foi casa de Jess e ficou admirado com


a imponncia do seu filho mais velho, Eliabe, a ponto de querer
ungi-lo como rei de Israel, Deus lhe disse, entre outras coisas, as
seguintes palavras: ... o Senhor no v como v o homem... (1Sm
16.7). Diante dessa afirmao, fica evidente que homem algum jamais
poder ter a viso perscrutadora de Deus. Contudo, no decorrer desta
lio, demonstraremos que possvel a um ser humano falvel e normal
viver uma vida crist com mais excelncia, desde que resolva enxergar
as circunstncias sua volta sob uma perspectiva divina. Vejamos:
I - IMPLICA EM ABRIR MO DO OLHAR CONVENCIONAL
A Bblia narra inmeras situaes nas quais o olhar natural, humano
e carnal culminou em desconforto, problemas e derrotas (2Rs 6.15; Gn
18.10-12; 1Sm 17.23,24). Isso se deu, e se d, pelo fato de que o olhar
convencional s permite ver o que est diante dos olhos (1Sm 16.7). Assim, enquanto no o renunciarmos, vivenciaremos os problemas a seguir:

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1. Onde as adversidades parecem intransponveis. O povo, porm, que habita nessa terra poderoso, e as cidades, fortes e mui
grandes; e tambm vimos ali os filhos de Anaque (Nm 13.28). Os hebreus tinham inmeras razes para temer tomar posse da terra prometida:
as cidades eram (muitas delas) amuralhadas, os povos que l viviam eram
experimentados na batalha, conheciam a topografia da regio e possuam
(muitos deles) uma estatura avantajada, a ponto de serem chamados de
gigantes. No de se admirar que tenham assumido a incapacidade de
venc-los. Assim o olhar convencional, no deixa margem para qualquer
perspectiva diferente. As adversidades so como se apresentam; e no h
nada que se possa fazer a respeito. A nica possibilidade de se enfrentar
tantas dificuldades renunciando a esse tipo de olhar.
2. Onde as foras parecem inexistentes. Porm os homens que com
ele subiram disseram: no poderemos subir contra aquele povo, porque
mais forte que ns (Nm 13.31). Depois de enxergarem as dificuldades
que a terra impunha, os hebreus chegaram seguinte concluso: no h
como vencer esse povo. Reconhecer a prpria fraqueza um excelente
sinal de humildade e submisso, desde que seja feito para com Deus.
Ante as adversidades, o que a Palavra nos orienta que nos fortaleamos
no Senhor e na fora do Seu poder (Ef 6.10). Foi essa a atitude do rei
Josaf, quando soube que um exrcito inumervel estava vindo contra
Jud. Prostrou-se diante do Senhor e reconheceu: ... em ns no h
fora perante essa grande multido (2Cr 20.12). Apresentar-se fraco
diante do inimigo equivale a assumir a derrota (Pv 24.10).
3. Onde as bnos figuram como miragens (Nm 13.27,32b). No
versculo 27, o povo diz: Fomos terra a que nos enviaste; e verdadeiramente, mana leite e mel, e este o seu fruto. J no versculo
32, eles dizem: ... A terra, pelo meio da qual passamos a espiar,
terra que consome os seus moradores. O que eles estavam dizendo
era que a beno que Deus lhes dera era realmente grande; mas, eles
no podiam usufruir dela, uma vez que era um perigo at mesmo para
os seus prprios moradores. Nesse sentido, a beno de Deus seria ilusria, fictcia, apenas uma miragem, como se o Senhor tivesse prometido
algo que jamais pudesse entreg-los. O problema, contudo, no estava
na beno (a terra), e muito menos no abenoador (Deus); o problema
estava na viso apequenada e equivocada deles.
4. Onde o que se v deturpado. Tambm vimos ali gigantes... e
ramos aos nossos olhos como gafanhotos e assim tambm ramos
aos seus olhos (Nm 13.33). certo que havia gigantes na terra prometida, contudo os espias incrdulos os viam como sendo maiores do

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que realmente eram, numa relao entre homem e gafanhoto. Assim,


eles maximizaram o poder do inimigo, ao mesmo tempo em que minimizaram suas prprias capacidades. Essa tambm ser a maneira como
enfrentaremos as dificuldades do dia a dia, se insistirmos em olhar com
os olhos convencionais. Com a viso humana e carnal, na qual se v to
somente o que est diante dos olhos, as adversidades sempre parecero
maiores do que realmente so.
II - IMPLICA EM OLHAR PARA ALM
DO QUE APARENTE
Diferente do olhar convencional, enxergar sob a tica divina nos
permite ver at mesmo o que no existe ou o que existe, mas no est
aparente. Esse o olhar da f, que foca no nas adversidades, mas Naquele que chama as coisas que no so como se j fossem (Rm 4.17). O
olhar com esse vis culmina nos seguintes resultados:
1. Onde a convico da vitria suplanta a possibilidade de derrota.
Ento, Calebe fez calar o povo perante Moiss e disse: Subamos
animosamente e possuamo-la em herana; porque, certamente,
prevaleceremos contra ela (Nm 13.30). Amparado pela palavra do
Senhor, Calebe no tinha a menor dvida sobre o resultado daquela
batalha: certamente, prevaleceremos contra ela, disse ele. A convico desse heri da f foi to grande que no desvaneceu nem mesmo
depois de 45 anos, quando, j encanecido, ele chega diante de Josu, o
ento comandante de Israel, e diz: d-me este monte de que o Senhor
falou aquele dia... o Senhor ser comigo para os expelir (Js 14.613). Enxergar para alm do que aparente, a ponto de se ter convico
da vitria, no significa ignorar a real presena dos gigantes, mas, ver
neles, o triunfo do Senhor dos Exrcitos.
2. Onde se mantm a f, mesmo contra a posio da maioria. E
Josu, filho de Num, e Calebe, filho de Jefon, dos que espiaram
a terra, rasgaram as suas vestes (Nm 14.6). Enquanto dez espias
desanimaram o povo com o seus relatos pessimistas, Calebe e Josu
rasgaram suas vestes em sinal de total discordncia com eles. Enxergar
sob a tica divina implica, por vezes, em contrariar a deciso da maioria.
s vezes temos a tendncia de seguir a multido, pensando que Deus
est dirigindo e abenoando o grupo mais numeroso; Ele, porm, no
se impressiona com nmeros. Para o Senhor, salvar com mil ou com um
no faz a menor diferena, uma vez que a vitria no est nos nmeros,
mas sim, na f que se deposita Nele. Pelo exposto, podemos assegurar
que nem toda igreja que cresce numericamente est necessariamente no

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centro da vontade de Deus; bem como, nem toda igreja que no cresce
est carente da manifestao divina. Para Deus, quantidade no pressupe
qualidade, mas, definitivamente, qualidade demanda f.
3. Onde se discerne a necessidade de intimidade com Deus. Se o
Senhor se agradar de ns, ento, nos por nesta terra e no-la dar,
terra que mana leite e mel (Nm 14.8). Olhar para alm do que
aparente exige comunho com o Senhor. Calebe deixou isso bem claro,
quando disse: se o Senhor se agradar de ns. E, somente vivendo de
acordo com as Escrituras poderemos agrad-lo. Enxergar sob a tica de
Deus uma exclusividade daqueles que, como o salmista, esconderam
a Palavra no corao para no ofender santidade divina (Sl 119.11).
Quando ignoramos essa intimidade, tendemos a firmar o nosso olhar em
polticos, em posses, em quantidade e/ou na nossa prpria fora. Somente
quem tem comunho com o Altssimo pode dizer: O Senhor o meu
pastor e nada me faltar (Sl 23.1).
4. Onde a obstinao abandonada. To somente no sejais rebeldes contra o Senhor e no temais o povo desta terra, porquanto so
eles nosso po; retirou-se deles o seu amparo, e o Senhor conosco;
no os temais (Nm 14.9). A rebeldia tem o poder de cegar, de vendar
os olhos, de obscurecer a viso. O rebelde rejeita a Palavra, pois passa a
viver segundo o seu corao obstinado. Assim, perde a conexo com o
Criador, sendo impedido de enxergar sob a tica Dele. Foi exatamente
o que aconteceu com os espias incrdulos e, consequentemente, com o
povo: eles desacreditaram em Deus e em Suas promessas; rejeitaram a
segurana que advm Dele e passaram a enxergar segundo os seus olhos
obscurecidos. Abandonar a obstinao equivale a abraar novamente a
Palavra, a ponto de poder dizer como Calebe: o Senhor conosco;
no os temais.
CONCLUSO
Enxergar sob a tica de Deus no , de forma alguma, uma tentativa
humana de usurpar um atributo essencialmente divino. Trata-se de um
constante exerccio de f, no qual aquele que o pratica, no est buscando
para si a glria devida a Deus, mas sim, buscando glorific-lo. Embora
estejamos vivendo em um mundo fsico, material e visvel, sabemos que
pertencemos a outro Reino, que invisvel, imaterial e eterno. Como
cidados do Reino Celestial, devemos ajustar a nossa viso, segundo
a vontade do Grande Rei; e essa atitude certamente nos auxiliar na
caminhada. A diferena entre uma vida crist com mais excelncia e
uma vida crist medocre pode estar simplesmente na viso. Enquanto

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Geazi via uma cidade cercada pelo exrcito srio, Elizeu via a si mesmo
cercado por carros e cavalos de fogo (2Rs 6.8-17). A pergunta : O que
voc est vendo?
Para reflexo:
Como est a tua viso espiritual?
Como voc v os problemas do dia a dia?
Voc um vitorioso?
Questionrio para avaliao e debate:
1. Por que os dez espias ficaram amedrontados?
2. Por que Josu e Calebe agiram de forma diferente da maioria?
3. O que uma viso na tica de Deus?

RIQUEZAS INSONDVEIS
DE CRISTO!
No de admirar que Paulo chame de
insondveis riquezas de Cristo. A palavra anexniastos significa, literalmente,
cuja pista no pode ser achada. Pode ser
aplicada s maravilhas da criao. Assim
como a terra, vasta demais para ser explorada; como o oceano, profundo demais
para ser sondado, as riquezas de Cristo so:
inescrutveis, incalculveis, insondveis,
pois o que est certo sobre as riquezas que
Cristo tem e d que nunca chegaremos
ao fim delas.
Mensagem de Efsios - John Stott

ENTREGANDO TUDO A DEUS


Lio 09 - 28 de agosto de 2016
VERSCULO CHAVE:
Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele
far (Salmo 37.5).
OBJETIVOS DA LIO:

Ensinar que a vida crist excelente exige entrega total;


Mostrar o exemplo dado no texto da lio.
CULTO FAMILIAR:

Segunda - (Salmo 22.14) - Derramei-me como gua


Tera - (1 Samuel 3.4-16) - Eis-me aqui
Quarta - (Romanos 12.1,2) - Apresentando o corpo ao Senhor
Quinta - (Glatas 2.20) - Vivendo pelo Senhor
Sexta - (Filipenses 3.8) - Considerei perda por Cristo
Sbado - (Marcos 14.3-9) - Entregando tudo ao Senhor

SUGESTO DE HINOS HARPA CRIST:

005 - 434 - 440

Marcos 14.3-9
3 - Estando ele em Betnia, reclinado mesa, em casa de Simo, o
leproso, veio uma mulher trazendo um vaso de alabastro com preciosssimo perfume de nardo puro; e, quebrando o alabastro, derramou o
blsamo sobre a cabea de Jesus.
4 - Indignaram-se alguns entre si e diziam: Para que este desperdcio
de blsamo?
5 - Porque este perfume poderia ser vendido por mais de trezentos
denrios e dar-se aos pobres. E murmuravam contra ela.
6 - Mas Jesus disse: Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou boa
ao para comigo.

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7 - Porque os pobres, sempre os tendes convosco e, quando quiserdes,


podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes.
8 - Ela fez o que pde: antecipou-se a ungir-me para a sepultura.
9 - Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o evangelho, ser tambm contado o que ela fez, para memria sua.

INTRODUO

vaso de alabastro com contedo fino e precioso foi comparado


ao brilho de diamante por Jos de Alencar em seu livro, cujo
ttulo : Senhora. Naquele jantar em Betnia, sua preciosa
essncia de nardo puro foi despejada sobre Cristo, misturando-se s
lgrimas de uma mulher que venceu todos os obstculos, para entregar
o que tinha de mais valioso ao Mestre Jesus.
Essa cena, retratada em trs dos quatro evangelhos, e que gera certo
questionamento acerca de quem era essa mulher, nos d o perfeito exemplo
de como deve ser uma entrega total a Cristo. O registro desse ato abnegado
e sincero serve-nos de exemplo para que alcancemos a excelncia na vida
crist, e justamente por isso que o estudaremos a seguir:
I - O QUE IMPEDE A NOSSA ENTREGA TOTAL A DEUS?
Ainda que no possamos afirmar com certeza se era Maria, a irm de
Lzaro (cf. Jo 12.3), ou uma pecadora (cf. Lc 7.37), a mulher que untou os
ps de Cristo encontrou vrios desafios para essa entrega total ao Senhor;
e, por serem desafios semelhantes aos nossos, vamos estud-los a seguir:

1. As convenes sociais. E alguns houve que em si mesmos se indignaram... (v. 4a) - O contexto em que essa mulher se destaca no lhe
era favorvel, no entanto, ela tinha em Jesus um grande exemplo para
sobrepujar as dificuldades. Ele foi um revolucionrio em sua poca contra
as convenes sociais, pois curava tanto homens quanto mulheres (Lc
13.11-13; Mt 15.21-28; Mc 5.25-34); dirigiu-se a uma mulher, quando
para isso havia certas restries (Jo 4.5-30); perdoou os pecados e at
livrou da morte uma adltera (Jo 8.3-11). Por tudo isso, naquele jantar,
aquela mulher se vale dessa audcia do Mestre, para vencer todas as
convenes sociais, aproximando-se e derramando-se aos Seus ps. Portanto, seja qual for a sua dificuldade em entregar-se totalmente ao Senhor,
inspire-se nessa mulher, que teve como exemplo o Mestre dos mestres.

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2. A comodidade. ... e disseram: para que se fez este desperdcio


de unguento? (v. 4b) - Aquela mulher fez histria com uma nica oportunidade. Diferente de muitos cristos, que tm se acomodado e desperdiado
oportunidades genunas com esta mesma pergunta: Para que fazer algo a
mais? E, por isso, levam uma vida crist medocre, que no sai do senso
comum e que no se lana a novos desafios. perfeitamente possvel ter um
cargo na igreja e, ainda assim, estar acomodado, no alcanando a totalidade
da entrega ao Senhor e a excelncia na vida crist. Para estes, fica o recado
de Spurgeon: No se contente mais com as suas exguas conquistas.
Aspire por uma vida mais plena, aspire por uma vida mais alta, aspire
por uma vida mais nobre. V para cima. V para mais perto de Deus.
(Mananciais no Deserto).
3. As coisas materiais. Porque podia vender-se por mais de trezentos dinheiros, e d-los aos pobres. E bramavam contra ela (v. 5) - Segundo historiadores, o Nardo, um dos perfumes mais preciosos da poca,
era proveniente de Tarso e geralmente usado quando a moa era pedida em
casamento. Derramava-se, ento, aos ps do noivo, para honrar o futuro
marido, o que demonstra um desprendimento incontestvel desta mulher, ao
faz-lo sobre Cristo, o noivo da Igreja. Ela nos deixa tambm uma grande
lio: no ame objetos, ame pessoas (Jo 13.34). Devemos nos desprender
de tudo o que nos impede de nos entregar totalmente ao Senhor; e se as
coisas materiais esto nos impedindo de faz-lo, lembremo-nos do que foi
dito em Mateus 6.24: Ningum pode servir a dois senhores; porque
ou h de odiar um e amar o outro, ou se dedicar a um e desprezar
o outro. No podeis servir a Deus e a Mamom.
II - COMO DEVE SER ESSA ENTREGA TOTAL A DEUS?
A nossa luta pela qualificao espiritual deve ser constante, pois nossa
batalha pela excelncia crist continua at a volta do Mestre. Portanto, no se
acomode; levante-se e lute, entregando a Deus o que h de melhor em voc.
Para uma melhor compreenso do que estamos ressaltando, vamos analisar no
exemplo desta mulher, como deve ser essa entrega total ao Senhor:
1. Com gratido. Porque sempre tendes os pobres convosco, podeis
fazer-lhes bem, quando quiserdes; mas a mim nem sempre me tendes (v. 7) - Jesus, profetizando sobre Sua morte e ressureio, disse aos
seus discpulos que, ao chegar a Jerusalm, seria chegada a Sua hora (Mt
20.17-19). Aquele seria um dos Seus ltimos momentos e, por isso, aquela
mulher no se conteve para agradecer ao Senhor por ter transformado a sua
vida (v 8). Cristo a compreendeu perfeitamente quando disse que os pobres
ou a obra em si poderiam esperar. Muitas vezes, estamos to envolvidos
com o fazer a obra, que nos esquecemos de algo primordial: agradecer ao

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Senhor da Obra. indispensvel esse sentimento de entrega e gratido


por Aquele que deu Sua vida em sacrifcio por cada um de ns (Gl 1.4;
Jo 3.16; 2 Co 5.15).
2. Com qualidade. Esta fez o que podia; antecipou-se a ungir
o meu corpo para a sepultura (v. 8) - A Bblia relata que, posteriormente, o corpo do Senhor no foi encontrado para ser ungido (Lc 24.13). Felizmente, j havia sido feito por aquela mulher, deixando-nos um
exemplo perfeito de qualidade crist. bvio que no vivemos segundo
o mesmo padro de qualidade, embora tenhamos um nico padro, que
o determinado na Palavra. Todavia, o Senhor que esquadrinha a cada
um, enxergando o quanto do nosso potencial est sendo direcionado a
Ele. Aquela mulher fez o que pde, assim como bem ressaltou o Mestre. O problema que muitos investem qualidade em diversas reas da
vida, mas, para com as coisas do Reino, agem de forma relaxada, sem
primazia e sem a devida entrega (Jr 48.10). Devemos ter em mente que
a quem muito dado, muito tambm ser cobrado (Lc 12.48). A qualidade com que nos entregamos ao Senhor primordial para alcanarmos
a excelncia na vida crist.
3. Com humildade. Ento Maria, tomando um arrtel de unguento de nardo puro... ungiu os ps de Jesus, e enxugou-lhe os ps com
os seus cabelos... (Jo 12.3a) - Mais que um gesto de humildade, o ato
daquela mulher revela como deve ser a nossa entrega ao Senhor: simples, despojando-nos do velho homem com o seu ego exacerbado. Isso
demonstra que no precisamos de grandes movimentos para nos entregar
a Deus. Paulo e Silas, por exemplo, estavam simplesmente louvando na
priso e grandes maravilhas sobrevieram disso (At 16.25-33).
Na atualidade, onde h uma constante busca pela exposio, cada
um querendo ser mais do que o outro, seria quase impossvel visualizar
servos dispostos a lavar os ps de Cristo; no mximo, sentariam ao Seu
lado para sair na mesma foto. Para esses, temos, na Palavra do Senhor, a
referncia de como deve ser essa entrega total a Deus: Nada faais por
contenda ou por vanglria, mas por humildade; cada um considere
os outros superiores a si mesmo (Fp 2.3).
III - QUAIS OS FRUTOS DESTA ENTREGA TOTAL A DEUS?
Nenhuma outra atitude to bem retribuda quanto ao fato de nos
entregarmos totalmente a Deus, buscando a excelncia na vida crist.
Os benefcios so ilimitados, mas nos deteremos em apenas trs, que
veremos a seguir:

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1. A aceitao do Senhor. Jesus, porm, disse: (...) Ela fez-me


boa obra (v. 6) - Como diz C.S. Lewis em um dos seus livros acerca
do desejo de Deus: Nenhuma meia medida boa; mas, se voc se
entrega totalmente no Altar do Senhor, assim como aquela mulher que
colocou sua f e esperana aos ps de Jesus, a sua aceitao certa. Como
nos diz o Salmo 51.17: ...a um corao quebrantado e contrito no
desprezars, Deus. Assim tambm nos diz Thomas Toke Bunch:
Os que esto quebrados na riqueza, quebrados na vontade, quebrados
nas ambies e em seus belos ideais, quebrados na reputao perante o
mundo, quebrados nas afeies, e muitas vezes quebrados na sade, os
que esto desprezados parecem muitas vezes esquecidos e abandonados,
a esses o Esprito Santo est tomando e usando para a glria de Deus.
2. A proteo do Senhor. Jesus, porm, disse: deixai-a, para que
a molestais? (v. 6a) - No h nada melhor do que estar amparado pelo
Senhor. Ao defender aquela mulher, Jesus fez com que ela se sentisse
acolhida e protegida; e exatamente assim que Ele trata cada um daqueles que a Ele se entregam: protege (Sl 18.2); guarda das tentaes
(1Co 10.13); livra de todo mal (2Ts 3.3); ampara nas perseguies (Lc
21.17,18); fortalece (2Tm 4.17); sustenta (Sl 37.17). Que beno inenarrvel entregar-se aos cuidados do Senhor, assim como nos diz o Salmo
5.11,12: Mas alegrem-se todos os que confiam em ti; exultem eternamente, porquanto tu os defendes; e em ti se gloriem os que amam
o teu nome. Pois tu, Senhor, abenoars ao justo; circund-lo-s da
tua benevolncia como de um escudo.
3. A honra do Senhor. Em verdade vos digo que, em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, tambm o que ela fez
ser contado para sua memria (v. 9) - Num mundo em que muitos
buscam ser exaltados, aquela mulher se humilhou, e por isso foi honrada.
Seu gesto de humildade, referendado pelo prprio Jesus, continua sendo
lembrado, mesmo tendo se passado quase dois mil anos. Como bem diz
as Escrituras: A humildade precede a honra (Pv 15.33). A Palavra do
Senhor tambm nos aponta outros vrios exemplos a serem admirados e
seguidos (1Co 11.1; Hb 11), pois esta a dinmica do Reino, como nos
diz Provrbios 21.21: Quem segue a justia e a lealdade, encontra
vida, justia e honra. Assim so aqueles que se entregam totalmente
a Deus, deixando sempre exemplos dignos de serem lembrados, alcanando a excelncia na vida crist e recebendo honra do prprio Senhor.
CONCLUSO
Nesta lio, contemplamos o exemplo de uma mulher que, com o

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esprito humilde, reverente e agradecido, se doou em total entrega ao


nico digno de toda honra e louvor, Jesus Cristo. Que possamos tambm
quebrar diariamente o nosso vaso de alabastro, para derramar aos ps do
Mestre o que temos de mais valioso, que um corao contrito, dedicado e abnegado, ofertando a totalidade das nossas vidas, para alcanar a
excelncia na vida crist.
Para reflexo:
O que tem lhe impedido de se entregar totalmente ao Senhor?
O Senhor est presente em todas as reas da sua vida?
Voc tem doado o mximo do seu potencial com qualidade ao Senhor?
Questionrio para avaliao e debate:
1. Por que aquela mulher derramou o perfume sobre Jesus?
2. O que aquela mulher fez que demonstrou humildade?
3. De que maneira aquela mulher foi honrada?

No prximo
trimestre estaremos
estudando o Tema:
A PRESENA DE DEUS.
As mensagens traro
uma nova perspectiva
de vida para
o povo de
Deus.

VENCENDO COM DEUS


Lio 10 - 04 de setembro de 2016
VERSCULO CHAVE:
no temas, porque eu sou contigo; no te assombres, porque eu sou o
teu Deus; eu te fortaleo, e te ajudo, e te sustento com a minha
destra fiel (Isaas 41.10).
OBJETIVOS DA LIO:

Ensinar que a nossa vida pode ser mais abenoada dependendo das nossas atitudes;
Mostrar o exemplo de Jabez no texto da lio.
CULTO FAMILIAR:
Segunda - (Apocalipse 2.11) - O vencedor no sofrer o dano da segunda morte
Tera - (Apocalipse 3.5) - O vencedor vestir vestiduras brancas
Quarta - (Apocalipse 3.12) - O vencedor ser uma coluna no santurio de Deus
Quinta - (Apocalipse 3.21) - O vencedor sentar com o Senhor no trono
Sexta - (Apocalipse 21.7) - O vencedor herdar estas coisas
Sbado - (1 Crnicas 4.9,10) - O vencedor com Deus

SUGESTO DE HINOS HARPA CRIST:

033 - 296 - 372

1 Crnicas 4.9,10
9 - Foi Jabez mais ilustre do que seus irmos; sua me chamou-lhe
Jabez, dizendo: Porque com dores o dei luz.
10 - Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Oh! Tomara que me
abenoes e me alargues as fronteiras, que seja comigo a tua mo e me
preserves do mal, de modo que no me sobrevenha aflio! E Deus lhe
concedeu o que lhe tinha pedido.

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INTRODUO

s caractersticas apontadas pela maioria dos cristos, como sendo


a daquele que vence com Deus, por muitas vezes, foge ao padro
estabelecido nas Escrituras. O texto que vamos estudar nos revela
caractersticas bem marcantes de um vencedor, as quais devem ser estudadas e aplicadas ao nosso viver dirio. S assim, seremos, por meio
desta lio, beneficiados. Portanto:
I - UM VENCEDOR TEM AS SEGUINTES CARACTERSTICAS

Algumas pessoas podem ter um conceito errado sobre o que vem a ser
um vencedor. Talvez pensem se tratar de algum que, com o passar dos
anos, tornou-se imune ao pecado e s doenas, alm de ter acumulado
riquezas nesta terra. No entanto, a lio pretende mostrar o verdadeiro
sentido bblico da palavra vencedor. Faremos isso por meio de uma
anlise das seguintes caractersticas:
1. destacado no meio dos demais. Foi Jabez mais ilustre do
que seus irmos... (v. 9a) - A Bblia diz que Deus no faz acepo de
pessoas (Rm 2.11). Pelo contrrio, faz bem tanto aos maus como aos
bons; aos justos e aos injustos (Mt 5.45). No entanto, agir de maneira
correta na vida crist pode acarretar em significados extraordinrios,
como foi o caso de Jabez, cuja atitude fez com que ele recebesse o ttulo
de mais ilustre do que seus irmos. Esse nome foi citado no meio de
tantos outros, na descendncia de Jud, mas somente ele se destacou por
causa do seu brilhantismo, por suas qualidades dignas de louvor, por sua
notabilidade. No sabemos o que aconteceu com os outros que ficaram
no anonimato (1Cr 4.1-8). Deus a favor daqueles que lhe pertencem e
o buscam. Almejar o melhor da vida crist no ambio mundana, mas
o desejo de receber a honra que vem de Deus, o que equivale deixar para
trs a mediocridade e abraar uma vida crist com mais excelncia. Paulo
nos ensinou a buscar as riquezas do Senhor, ao deixar o seu exemplo:
Prossigo para o alvo, para o prmio da soberana vocao (Fp 3.14).
2. determinado, mesmo com as adversidades do passado. ...
sua me chamou-lhe Jabez, dizendo: Porque com dores o dei
luz (v. 9b) - Jabez foi um cidado Israelita que viveu no reino do Sul,
depois da conquista de Cana. Era da tribo de Jud e, de acordo com o
texto, um notvel lder de seu cl. A sua histria comea com seu nome
que significa dor. Uma traduo mais literal poderia ser: ele causa
dor. Tudo indica que o seu nascimento foi traumtico para sua me,
por isso, deu-lhe esse nome. O fato que ele cresceu com um nome que

Revista de Estudo Crescimento Bblico

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provavelmente lhe causou muito desconforto. Nos tempos bblicos, um


homem e seu nome relacionavam a tal ponto que a expresso apagar
o nome da terra, podia significar matar tal pessoa. Foi por este motivo
que Jac (suplantador) teve o seu nome mudado para Israel (o que luta
com Deus). Apesar do vento contrrio, Jabez investiu em uma maneira
inovadora para a sua vida. Provavelmente, cresceu ouvindo falar sobre
o Deus de Israel que havia libertado seus ancestrais da escravido, que
os resgatara das mos de poderosos inimigos e os colocara numa terra
de fartura. J adulto, acreditou e confiou neste Deus que podia curar seus
traumas e mudar sua histria.
3. consciente da necessidade de estreita relao com Deus. Jabez
invocou o Deus de Israel... (v. 10a) - Podemos abraar uma vida crist
medocre ou extraordinria, dependendo apenas do quanto almejamos
e buscamos uma viso mais ampla do Reino de Deus e uma comunho
mais estreita com Ele. Muitos cristos no conseguem sequer lembrar
qual foi a ltima vez que Deus atuou, de maneira evidente, por meio de
suas vidas. bastante expressivo o fato de Jabez ter invocado ao Senhor. Esta palavra significa chamar algum pelo nome, crendo que tal
pessoa ouvir e atender o chamado. A Bblia mostra que personagens
importantes abraaram a carreira espiritual, invocando ao Senhor. Por
exemplo: Enos (Gn 4.26); Abrao (Gn 13.4); Samuel (1Sm 12.18 - RA).
Alis, a Palavra de Deus revela o perfil do verdadeiro cristo vencedor
dos ltimos dias. Veja At 2.17,21.
4. ouvido em suas peties. ... E Deus lhe concedeu o que lhe
tinha pedido (v. 10c) - Fatos impressionantes acontecem na vida de
pessoas que acreditam que Deus responde s oraes ousadas. A orao
de Jabez, com certeza, no se mostrou desconexa com a vontade de Deus,
pois podemos notar, pelas coisas pedidas, que ele estava perfeitamente
claro quanto aos desejos do Senhor (1Jo 5.14). A confiana fruto do
saber que estamos orando de acordo com a vontade e o prazer de Deus.
Voc, irmo, sente no fundo do seu ser a convico de que certo orar
assim? Sabe, sem qualquer sombra de dvida, que o que pedir ao Senhor
receber por causa do desejo que Ele tem em mente de abenoar voc?
Portanto, pea-o de todo o corao.
II - UM VENCEDOR DEMONSTRA QUALIDADES
NA SUA ORAO
Quando contemplamos os feitos de homens e mulheres de f, como
os apresentados em Hebreus 11, a maneira como enfrentavam as crises
e a forma como viviam, imediatamente percebemos uma caracterstica

Revista de Estudo Crescimento Bblico

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comum a todos eles: todos possuiam um diferencial na maneira de pensar,


agir e, principalmente, de orar. Vejamos:
1. ousado naquilo que pede a Deus. ... Oh! Tomara que me abenoes... (v. 10) - Ao contrrio do que muitos pensam e ensinam, o Senhor
quer que peamos mais e que desejemos maiores bnos. Alis, a Bblia
afirma: ... no desejou a bno, ela se afaste dele (Sl 109.17b ARC).
Podemos notar, em vrios textos bblicos, inclusive nos ensinados por
Jesus, que vontade de Deus que peamos mais das Suas bnos (Mt
7.7; Jo 16.24). Parece que Jabez, mesmo vivendo sob o regime da Antiga
Aliana, tinha este tipo de viso. Na sua orao, formulou um pedido que
somente vencedores como ele poderia imaginar: Oh! Que me abenoes.
Segundo o Comentrio Bblico de Matthew Henry, Esta foi a linguagem
do desejo mais ardente e afetuoso: Se me abenoares muitssimo. Ao
pedirmos a Deus que nos abenoe, estamos solicitando algo que jamais
poderamos conseguir pelo nosso prprio esforo. a este tipo de bno
que o escritor de provrbios se refere: A bno do Senhor enriquece,
e, com ela, ele no traz desgosto (Pv 10.22).
2. nobre naquilo que deseja de Deus. ... me alargues as fronteiras...
(v. 10) - Naquela poca, os acontecimentos mais atuais incluam a conquista
de Cana por intermdio de Josu e a repartio da Terra Prometida entre
as tribos israelitas. Alargar territrios j era uma linguagem familiar entre
os Hebreus, devido s constantes promessas feitas por Deus: Porque
lanarei fora as naes de diante de ti e alargarei o teu territrio (x
34.24a). Com certeza, o pedido de Jabez inclua algo mais que terras. Ele
queria a bno do Senhor sobre aquilo que lhe concedesse e que prosperasse para a Sua maior glria. Provavelmente, desejava influncia entre os
seus e maiores oportunidades vindas de Deus.
Quando orarmos com sinceridade, pedindo ao Senhor responsabilidade e
meios de honrar o Seu nome, o Senhor colocar oportunidades e pessoas em
nosso caminho, e podemos confiar que Ele nunca ir mandar algum a quem
no possamos ajudar. Quando imploramos a Deus: Senhor, usa-me! D-me
um ministrio para ti, os verdadeiros milagres vo se desencadear.
3. confiante no poder de Deus. ... que seja comigo a tua mo...
(v. 10) - Jabez desejou que a mo do Senhor estivesse com ele para guilo, proteg-lo e fortalec-lo. A mo do Senhor um termo bblico para
expressar o poder de Deus agindo na vida de Seu povo (Dt 26.8; Ed 7.6).
O grande sucesso da Igreja do primeiro sculo deve ser atribudo a um
importante detalhe: A mo do Senhor estava com eles, e muitos, crendo,
se converteram ao Senhor (At 11.21). Isso equivale a dizer que Deus os
encheu do Esprito Santo e foi isso que promoveu o crescimento da igreja.

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Veja como a orao dos irmos em Atos demonstra esta grande verdade (Leia
Atos 4.29,30). Quando pedirmos a poderosa presena de Deus, como fizeram Jabez e a Igreja primitiva, veremos, tambm, resultados tremendos que
s podem ser explicados como vindos Dele. Quando clamarmos a Deus por
grandes coisas, ns no nos tornaremos grandes, pelo contrrio, seremos mais
dependentes da Sua forte mo, que ser sobre ns, absolutamente suficiente.
4. coerente com a vontade de Deus. ... e me preserves do mal de modo
que no me sobrevenha aflio! (v. 10) - O pedido de Jabez para que o
Senhor o livre da oportunidade de pecar, do mal que os problemas podem
causar e dos maus desgnios dos inimigos. Ele poderia ter imaginado que era
capaz de entrar em qualquer arena e enfrentar qualquer leo e vencer, agora
que recebera bnos sobrenaturais, influncia e poder. No entanto, no foi
isso que fez, antes entendeu que a melhor estratgia para vencer o leo bravio era manter-se fora da arena. por isso que a parte final de sua orao
trata do pedido para que Deus o mantenha longe da tentao. importante
lembrarmos que, medida que a vida crist transcende o comum e comea
a conquistar novos territrios para Deus, o terreno inimigo que est sendo
invadido. Com o sucesso vm, tambm, grandes oportunidades de fracasso,
pois podemos deixar de depender de Deus e nos tornarmos arrogantes. Jesus
nos ensinou a orar assim: e no nos deixes cair em tentao; mas livra-nos
do mal (Mt 6.13).
CONCLUSO
A orao de Jabez no para ser decorada e repetida vrias vezes, como se
fosse um amuleto da sorte. So palavras sbias para as quais devemos atentar
e princpios que devemos estudar e aplicar no nosso viver dirio. Precisamos
pedir as bnos do Senhor e desejar ter uma vida crist excelente que sirva de
exemplo para as pessoas que nos cercam. Busquemos, tambm, um ministrio
abenoado por Deus. Que seja conosco a sua mo e que o nosso territrio seja
grandemente expandido por Ele.

Para reflexo:
Voc um vencedor?
Voc abenoado por Deus?
Voc confia inteiramente na mo poderosa do Senhor?
Questionrio para avaliao e debate:
1. O que significa invocar ao Senhor?
2. O que significa o pedido de Jabez: me alargues as fronteiras?
3. Como podemos nos livrar do mal?

PERSISTINDO COM DEUS


Lio 11 - 11 de setembro de 2016
VERSCULO CHAVE:
Assim diz o SENHOR, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o
SENHOR, o teu Deus, que te ensina o que til e te guia pelo caminho em que deves andar (Isaas 48.17).
OBJETIVOS DA LIO:

Ensinar que a vida crist excelente implica em fazer a vontade de Deus sempre;
Mostrar como podemos realizar a obra divina.
CULTO FAMILIAR:

Segunda - (1 Reis 11.6) - Perseverando em seguir o Senhor


Tera - (Romanos 2.7) - Perseverando em fazer o bem
Quarta - (Colossenses 4.2) - Perseverando em orao
Quinta - (Hebreus 12.1) - Perseverando na carreira crist
Sexta - (Tiago 1.12) - Perseverando na provao
Sbado - (2 Timteo 4.1-5) - Perseverando em fazer a obra de Deus

SUGESTO DE HINOS HARPA CRIST:

011 - 212 - 340

2 Timteo 4.1-5
1 - Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que h de julgar vivos e
mortos, pela sua manifestao e pelo seu reino:
2 - prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer no, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.
3 - Pois haver tempo em que no suportaro a s doutrina; pelo contrrio, cercar-se-o de mestres segundo as suas prprias cobias, como
que sentindo coceira nos ouvidos;
4 - e se recusaro a dar ouvidos verdade, entregando-se s fbulas.
5 - Tu, porm, s sbrio em todas as coisas, suporta as aflies, faze
o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministrio.

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INTRODUO

vida crist do Apstolo Paulo era de uma excelncia to singular


que, mesmo sofrendo duras penas por causa do Evangelho , jamais
desistiu de andar com Deus. A convico de que este era o caminho
certo, levou-o a dizer por diversas vezes: Sede meus imitadores (1Co
4.16; 11.1; Fp 3.17). Agora, j em seus ltimos dias de vida, incentiva
Timteo, seu filho na f (1Tm 1.2), a seguir sua caminhada, persistindo
com Deus. Por essa razo, ao analisarmos a efetividade desse incentivo, aprenderemos, nesta lio, como levar uma vida crist com mais
excelncia.
I - PREGANDO A PALAVRA COM INTREPIDEZ
Todo aquele que prega a palavra de Deus mais preocupado com a opinio pblica do que com o fato de que o Autor da Palavra est presente
comete sacrilgio, pois, como se sabe, a covardia ser o direcionador
de suas palavras. Em contrapartida, o que persiste com Deus pregar a
Palavra com intrepidez.
1. Aproveitando e criando oportunidades. Paulo sabia que Timteo
estava cercado de fatores que o impediriam de pregar a Palavra de Deus.
No foi sem razo que ele sempre direcionou o olhar do jovem pastor para
o dom que havia recebido (1Tm 4.14; 2Tm 1.6,7), pois presses culturais e, principalmente, poltico-religiosas , viriam a todo o momento (At
16.18-22; 19.23-34). Contudo, ele recomenda: prega a palavra, insta,
quer seja oportuno, quer no (v. 2). No importa se as oportunidades
de pregar a Palavra esto sendo tolhidas, pois o crente que persiste com
Deus sempre ser levado a cri-las (At 17.16-34). Portanto, fique sempre
atento s oportunidades e, no as havendo, crie-as.
2. Corrigindo o erro. Dentre os resultados do pregar a Palavra com
intrepidez, a correo geralmente est presente. No entanto, por estar
associada repreenso (v. 2), comumente vista com repulsa, at que
seu fruto aparea (Hb 12.11). Mesmo ciente de tal averso, o apstolo
ordena seu uso. Preocupados com a aceitao pblica, assim como os
profetas bajuladores, muitos vm retirando a correo e a repreenso de
seus sermes (1Rs 22.1-28; Lm 2.14). Ao privar os filhos de enxergarem
a presena do Pai com esse procedimento (Hb 12.7), tais profetas esto
aqum de uma vida crist com mais excelncia.
3. Exortando o abatido. Segundo o Aurlio, exortar significa: animar,
incitar, encorajar, estimular. Diante do valor dessas aes para os que se

Revista de Estudo Crescimento Bblico

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encontram abatidos, compreendemos a importncia das palavras: exorta


com toda a longanimidade e doutrina (v. 2). Somente aquele que tem
intimidade com Deus (Sl 25.14) pode alcanar um corao abatido por
meio da semente milagrosa que a Sua Palavra (Lc 8.11), pois uma alma
ferida no sarar com condolncias mrbidas, mas com admoestao
verdadeira que a encoraje e a estimule a prosseguir.
II - REJEITANDO AS OFERTAS DO PRESENTE SCULO
Uma das coisas que tem impedido o crente de ter uma vida crist com
mais excelncia o seu visvel apego s ofertas do presente sculo (2Tm
4.10). Para saciar esse intento, muitos tm optado por ideologias que
vo contra os princpios da Palavra. Em embate a esse procedimento, o
crente s consegue provar para si mesmo que est andando com Deus,
no momento em que rejeita tais ofertas.
1. Apegando-se s doutrina. Os princpios que servem de base para
o cristianismo, conhecido como s doutrina, so os que fundamentam a
excelncia da vida crist na presena de Deus. E, como esses princpios
vm de encontro ao comportamento humano (Sl 119.11; Jo 15.3), Paulo
declara: haver tempo em que no suportaro a s doutrina (v. 3).
O crente que no se apega s doutrina, jamais conseguir rejeitar as
ofertas do mundo, pois como persistir na companhia de Deus andando
em lugares que Ele abomina? (Ez 8.7-14). Se quisermos realmente uma
vida crist com mais excelncia indispensvel que nos apeguemos aos
princpios elementares do cristianismo.
2. Afastando-se de mestres oportunistas. Em atendimento demanda dos que buscam alimentar a ambio, Paulo afirma que muitos
cercar-se-o de mestres segundo as suas prprias cobias (v. 3).
So os mestres oportunistas que atendem a todos os que pensam como
eles. Mas, ciente da falta de discernimento dos tais, o apstolo j os havia desmascarado (1Tm 1.7). Mesmo sendo muitos, preciso afastar-se
desses mestres oportunistas. No entanto, somente o crente que persiste
com Deus em sua caminhada poder se livrar dos malefcios oriundos
desses falsrios (2Pe 2.1).
3. Apartando-se de fbulas que maquiam a verdade. ... e se
recusaro a dar ouvidos verdade, entregando-se s fbulas. (v.
4). Mesmo no revelando que fbulas seriam estas, pois provvel que
Timteo j fosse conhecedor, Paulo revela a razo de seus surgimentos,
porquanto, o que queriam era substituir a verdade que j no suportavam
ouvir. A verdade do Evangelho no consiste em fbulas engenhosamen-

Revista de Estudo Crescimento Bblico

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te inventadas (2Pe 1.16), muito menos de frutos de mentes desviadas da


verdade (Tt 1.14). E, como tais historinhas servem apenas para maquiar a
verdade, os que a rejeitam, conquistaro uma vida crist com muito mais
excelncia.
III - CUMPRINDO CABALMENTE O MINISTRIO
H diferena entre cumprir o ministrio e cumpri-lo cabalmente.
Ambos apontam para o fim de uma jornada de trabalho, porm o segundo,
indicado no versculo 5, sugere execuo completa. Essa excelncia no
proceder s pode ser alcanada por aqueles que prosseguem de maneira
ntegra no ministrio.
1. Agindo com sobriedade em todas as coisas. Ser sbrio em todas as
coisas (v. 5) era de fundamental importncia para que Timteo cumprisse
cabalmente sua misso, pois, por no manterem a calma e o equilbrio,
respeitados servos de Deus deixaram marcas negativas em seus ministrios
(Nm 20.8-11; Dt 32.51; Jn 4.1-4), inclusive o prprio Paulo (At 15.36-40)
vindo a consertar mais adiante (2Tm 4.11). Todo aquele que decide agir por
conta prpria, afirmando insanamente que est fazendo a vontade de Deus,
como se trouxesse no peito uma placa escrita: no falo da parte de Deus.
Os fatos revelaro o seu erro e a consequente necessidade de retratao.
2. Suportando as aflies. A perseguio contra os que foram separados
para a edificao do corpo de Cristo o principal agente das aflies. E ,
como em uma igreja elas surgem tanto do lado externo como interno (At
8.3; 2Co 13.1-6), o crente precisa estar preparado para suport-las. Por
essa razo, Paulo recomenda: suporta as aflies (v. 5). Suportar as
aflies consiste em passar pela prova apoiado em Deus, pois Dele que
vir a recompensa (Tg 1.12). Assim, quando as aflies vierem do sistema
mundano, preciso suportar por meio da resistncia (Ef 6.10-13, 1Pe 5.8,9;
Tg 4.7), mas, quando vierem de pessoas, preciso suportar por meio da
flexibilidade (Cl 3.13).
3. Fazendo o trabalho de um evangelista. Mesmo havendo semelhana
com o primeiro tpico da lio, aqui o assunto exclusivamente voltado
para a expresso: faze o trabalho de um evangelista (v. 5). Entre outras
palavras, Paulo estava dizendo: seja um portador de boas novas para as
almas perdidas; no de qualquer forma, mas de maneira estratgica (1Co
9.19-23). Antes que algum diga: mas eu no fui consagrado a evangelista, bom lembrar que Paulo no est se referindo a um ofcio, mas a uma
funo. como Filipe que mesmo sendo dicono (At 6.3-5), era chamado
de evangelista (At 21.8), pois exercia essa funo (At 8.4-8; 26-40).

Revista de Estudo Crescimento Bblico

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CONCLUSO
Conforme o exposto nesta lio, vimos que para gozar de uma vida
crist com mais excelncia, implica em fazer a vontade de Deus em
qualquer circunstncia, pois a excelncia espiritual no consiste no
meditar transcendente, mas no realizar com primazia a obra a que
fomos chamados. obvio que empecilhos sempre surgiro contra os
que se prontificam a servir a Deus, mas a excelncia est no fato de
transform-los em oportunidades. Assim, o crente conseguir pregar
a palavra com intrepidez, rejeitar as ofertas do presente sculo e
cumprir cabalmente o seu ministrio.
Para reflexo:
Voc tem criado oportunidades para pregar a Palavra de Deus?
Voc tem valorizado a s doutrina?
Voc tem suportado com honra as aflies?
Questionrio para avaliao e debate:
1. Na Bblia, qual o sinificado da palavra exortar?
2. O que uma s doutrina?
3. Como podemos pregar a Palavra sendo oportuno ou no?

A VIDA CRIST COM MAIS EXCELNCIA


EXIGE QUE OS CRISTOS:
Pensem a mesma coisa
Tenham o mesmo amor
Sejam unidos de alma
Tenham o mesmo sentimento
Faam tudo por humildade
Considerem uns aos outros superiores a si mesmos
Tenham em vista (a necessidade) dos outros
Tenham o mesmo sentimento de Cristo
Desenvolvam a salvao
Faam tudo sem murmurao
Faam tudo sem contendas
Preservem a Palavra da vida.

ACRESCENTANDO AS DDIVAS ESPIRITUAIS DE DEUS

Lio 12 - 18 de setembro de 2016


VERSCULO CHAVE:
Porque estas coisas, existindo em vs e em vs aumentando, fazem
com que no sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo
(2 Pedro 1.8).
OBJETIVOS DA LIO:

Ensinar que a vida crist composta por coisas celestiais dadas por Deus;
Mostra como devemos agir para evitar a vida medocre abraada por muitos.
CULTO FAMILIAR:

Segunda - (Salmo 115.14) - Acrescentando bnos


Tera - (Filipenses 1.9) - Acrescentando amor
Quarta - (Filipenses 2.12) - Desenvolvendo a salvao
Quinta - (1 Pedro 2.2) - Crescendo para salvao
Sexta - (2 Pedro 3.18) - Crescendo na graa
Sbado - (2 Pedro 1.3-11) - Acrescentando as ddivas divinas

SUGESTO DE HINOS HARPA CRIST:

297 - 394 - 564

2 Pedro 1.3-11
3 - Visto como, pelo seu divino poder, nos tm sido doadas todas as
coisas que conduzem vida e piedade, pelo conhecimento completo
daquele que nos chamou para a sua prpria glria e virtude,
4 - pelas quais nos tm sido doadas as suas preciosas e mui grandes
promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza
divina, livrando-vos da corrupo das paixes que h no mundo,
5 - por isso mesmo, vs, reunindo toda a vossa diligncia, associai
com a vossa f a virtude; com a virtude, o conhecimento;
6 - com o conhecimento, o domnio prprio; com o domnio prprio,
a perseverana; com a perseverana, a piedade;
7 - com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor.
8 - Porque estas coisas, existindo em vs e em vs aumentando, fazem

Revista de Estudo Crescimento Bblico

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com que no sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento


de nosso Senhor Jesus Cristo.
9 - Pois aquele a quem estas coisas no esto presentes cego, vendo
s o que est perto, esquecido da purificao dos seus pecados de outrora.
10 - Por isso, irmos, procurai, com diligncia cada vez maior, confirmar a vossa vocao e eleio; porquanto, procedendo assim, no
tropeareis em tempo algum.
11 - Pois desta maneira que vos ser amplamente suprida a entrada
no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

INTRODUO

entre os requisitos imprescindveis para se conduzir a vida crist


de forma primorosa est a necessidade de acrescentar,
continuadamente, as ddivas espirituais de Deus maneira de
viver e, por conseguinte, o desvencilhamento das corrupes do mundo.
Deve-se, tambm, somar o conhecimento experimental de Jesus Cristo
f acrescida de virtudes espirituais. O texto base desta lio evidencia pelo
menos duas maneiras de o cristo agregar, incessantemente, essas ddivas
espirituais na conduo de uma vida de piedade com mais excelncia:
I - CONHECENDO AS DDIVAS ESPIRITUAIS DE DEUS
O apstolo Pedro sintetiza as ddivas de Deus para o crescimento na
graa da eleio, das quais os crentes so destinatrios e partcipes. Alm
disso, deixa evidente que o Senhor colocou disposio das pessoas os
meios necessrios para o desenvolvimento de uma vida crist frutfera e
com mais excelncia. Neste tpico, destacam-se trs importantes motivos,
pelos quais o crente precisa buscar conhecer essas ddivas espirituais:
1. Implica em tudo o que diz respeito vida e piedade. Visto
como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito vida
e piedade... (v. 3a) - O substantivo piedade foi utilizado aqui no
sentido de reverncia a Deus. No texto grego do NT, essa reverncia
dirigida somente a Ele (2Pe 3.11). Uma conduta de reverncia sincera e
espontnea a Deus primordial para o desenvolvimento da vida espiritual, para a qual s o conhecimento de Deus a fonte de onde se obtm
a graa e a paz necessrias na caminhada para uma vida crist com mais
excelncia: Antes crescei na graa e conhecimento de nosso Senhor
e Salvador, Jesus Cristo... (2Pe 3.18a).
Pedro contrariou os gnsticos, os quais acreditavam que o conheci-

Revista de Estudo Crescimento Bblico

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mento (saber) fosse a raiz da felicidade e que Deus teria colocado esse
conhecimento disposio do homem. Todavia, para haver crescimento
espiritual, o Senhor propiciou tudo o que diz respeito consecuo de
uma vida de piedade: o amor paterno de Deus (Rm 5.8), a salvao na
pessoa de Jesus Cristo (Jo 3.16,17), as consolaes e o batismo do Esprito
Santo (Jo14.16; Mt 3.11), a comunho dos santos (1Jo 1.3) e a Palavra
de Deus (2Tm 3.16-17; Sl 119.105).
2. Possibilita uma maior compreenso de Deus. ... pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glria e virtude (v. 3b)
- A palavra virtude aqui empregada, no original grego, tem o sentido de
excelncia intrnseca ou atribuda. Refere-se ao poder de Deus (v. 3a)
e tambm bondade das aes, s obras virtuosas (Fp 4.8; 2Pe 1,5). A
maneira eficaz para se obter o maior conhecimento da Pessoa divina
por meio da leitura e estudo das Escrituras, que dispensa quaisquer sabedorias, tcnicas ou teorias humanas, sob ttulo de complet-las, pois
trata-se da prpria Palavra de Deus (2Tm 3.16). Nenhuma outra fonte de
conhecimento, sob qualquer pretexto, pode oferecer mais profundidade no
conhecimento de Deus do que aquilo que foi proclamado e vivenciado por
nosso salvador, e que os apstolos testemunharam in loco, o nico meio
de chegar ao Pai, que Jesus Cristo (Jo 14.6). Ele mesmo testemunhou
essa verdade em Sua orao final por Seus discpulos, com palavras que
revelaram Seus anseios para todos os Seus seguidores (Jo 17.3).
3. Inclui a promessa de ser participante da natureza divina. Pelas
quais ele nos tem dado grandssimas e preciosas promessas, para
que por elas fiqueis participantes da natureza divina... (v. 4) - Essa
promessa de participao referida por Pedro aqui, foi dirigida a pessoas
que j professavam a f em Cristo, os seus filhos na f (v. 1), para os
quais proferiu palavras de exortao no sentido de que vivessem com
sabedoria, combinando-a, de modo salutar, ao conhecimento bblico e
rotina crist. Isso porque a experincia da salvao precisa trazer o efeito
da separao entre o crente e o mundo, que a santificao. Naturalmente,
durante a peregrinao terrena, persistir a condio de pecador peculiar ao homem, entretanto, a santificao envolve um desenvolvimento
progressivo ao crente. Alm disso, a santificao tambm o processo
divino de levar o crente a uma crescente conformao imagem de Jesus
Cristo e Sua santidade (1Co 6.19; Ef 4.13,24).
II - AGREGANDO AS VIRTUDES DADAS POR DEUS
Pedro mostra a importncia do crescimento no conhecimento de Jesus
Cristo e faz um alerta quanto necessidade de se agregar e preservar

Revista de Estudo Crescimento Bblico

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as virtudes dadas por Deus, que favorecem o desenvolvimento de um


viver vitorioso e frutfero no caminhar rumo a excelncia. Neste tpico,
destacam-se trs importantes conselhos, pelos quais o crente precisa se
pautar ao buscar as ddivas espirituais:
1. Com todo o empenho da nossa alma. E vs tambm, pondo nisto mesmo toda a diligncia... (v. 5a) - A importncia do conhecimento
de Deus est pacificada no tpico I. Cabe acrescentar que, medida que
se conhece mais o Senhor, o corao do crente se constrange em amor
(2Co 5.14), que o motiva a obedincia Sua Palavra e ao cultivo de um
relacionamento ntimo com Ele. Isso requer zelo pela orao particular,
que deve ser ardente e contnua na vida do crente. A expresso pondo
nisto mesmo toda a diligncia ressalta a necessidade de se empreender
todo esforo em prol do crescimento espiritual (Fp 2.12,13). Ao aceitar
a Cristo como salvador, o crente deve imediatamente empenhar-se em
acrescentar sua f todos os atributos preceituados nos versculos de 5 a
7. Tratam-se de predicados espirituais que no surgem automaticamente,
mas, desenvolvem-se mediante diligente afinco para cultiv-los.
2. Com a prtica dos exerccios espirituais - (vv. 5b-7) - A realizao
das boas obras evidenciam de forma clara a verdadeira converso de uma
pessoa ao senhorio de Jesus Cristo (Mt 7.16-18). A autenticidade da f
crist confirmada medida que se manifestam as virtudes espirituais.
Assim, o cristo reconhecido pelos seus frutos (Mt 7.20), pois a f opera pelo amor (Gl 5.6) e produz as boas obras (Tg 2.17,18). Pedro alista
as virtudes que o cristo deve desenvolver a fim de ser espiritualmente
vitorioso e frutfero diante de Deus e prescreve uma receita infalvel
para o seu alcance: f com virtude, isso excelncia moral, probidade,
retido; virtude com conhecimento, ou seja, ato ou efeito de conhecer a
Deus, dado por Ele mesmo (x 31.3); conhecimento com domnio prprio, isso quer dizer temperana (Gl 5.22; Tt 1.8); domnio prprio com
perseverana, isto , com firmeza, constncia na f (Lc 8.15; Rm 5.3);
piedade com fraternidade, ou seja, amor fraternal e unio (Rm 12.10; 1Ts
4.12; e fraternidade com amor, que se constitui de uma afeio sincera
e profunda (Hb 13.1).
3. Com o anelo constante pelo crescimento espiritual. Porque, se
em vs houver e aumentarem estas coisas, no vos deixaro ociosos
nem estreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (v.
8) - O acrscimo das ddivas de Deus vida crist propicia a firmeza
da vocao e eleio por Cristo Jesus. A f e a salvao no so coisas
automticas ou da prpria pessoa, elas procedem de Deus (Ef 2.8-9). Por
isso, faz-se necessrio perseverar fiel at o fim, o que ocorre somente com

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diligncia, mediante a graa de Deus, para acrescentar f as qualidades


espirituais enumeradas nos versculos de 5 a 9.
A sentena ociosos nem estreis no conhecimento de nosso Senhor
Jesus Cristo fala dos resultados de o cristo empreender esforos nessa
busca pelas virtudes espirituais, que a frutificao para Deus e em prol
do Seu Reino (Rm 7.4; Cl 1.10).
CONCLUSO
Aprendemos que a vida crist constituda por ddivas do Senhor e
que devemos empreender todos os esforos possveis para acrescentar
nossa f, na sua totalidade, as qualidades espirituais aqui estudadas. Devemos ter sempre em mente que o Senhor que nos capacita e fortalece,
contudo, precisamos ser esforados para desenvolver as caractersticas
crists que nos acrescentam as coisas de Deus, nos levam ao crescimento
espiritual e a uma vida crist com mais excelncia.
Para reflexo:
A piedade uma realidade em sua vida?
Voc tem acrescentado sua vida as ddivas divinas?
Voc um cristo frutfero?
Questionrio para avaliao e debate:
1. O que que precisamos acrescentar nossa f?
2. Como podemos participar da natureza divina?
3. O que um cristo ocioso e estril?

Quero cessar toda a minha


atividade e desistir de todo o meu
poder, para que o Senhor possa
realizar o Seu desejo de possuirme inteiramente (M. Guyon)

RECAPITULAO
Lio 13 - 25 de setembro de 2016
VERSCULO CHAVE:
Se algum me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estar tambm o
meu servo. E, se algum me servir, o Pai o honrar
(Joo 12.26).
OBJETIVOS DA LIO:

Procurar relembrar os ensinos mais importantes ministrados no trimestre;


Incentivar cada aluno a praticar estas verdades.
CULTO FAMILIAR:
Segunda - (Efsios 6.10-18) - Tomando posse da fora do Senhor
Tera - (Salmo 42) - Tendo sede de Deus
Quarta - (Gnesis 5.18-24) - Andando com Deus
Quinta - (Marcos 14.3-9) - Entregando tudo a Deus
Sexta - (1 Crnicas 4.9,10) - Vencendo com Deus
Sbado - (Joo 12.24-26) - Seguindo o Senhor

SUGESTO DE HINOS HARPA CRIST:

027 - 033 - 046

Joo 12.24-26
24 - Em verdade, em verdade vos digo: se o gro de trigo, caindo na
terra, no morrer, fica ele s; mas, se morrer, produz muito fruto.
25 - Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida
neste mundo preserv-la- para a vida eterna.
26 - Se algum me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estar tambm
o meu servo. E, se algum me servir, o Pai o honrar.

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INTRODUO
reviso das doze lies visa relembrar e fixar na vida dos alunos
da Escola Bblica e dos leitores da revista, os ensinos mais
importantes ministrados no trimestre:

I - FORTALECENDO-SE EM DEUS - (Efsios 6.10-18)

A vitria do crente est vinculada ao fortalecimento no Senhor diariamente. No uma nica vez, mas constantemente. Nada h que possamos
fazer para enfrentar as adversidades se no for por meio do fortalecimento
no prprio Senhor e na Sua fora. Tambm, devemos orar continuamente
em conexo com o uso de toda a armadura. As Escrituras nos exortam
a orar sem cessar (Rm 12.12; 1Ts 5.17).
II - SEDENTO DE DEUS - (Salmos 42)
O Salmo refere-se a um homem totalmente sedento de Deus que,
como um animal em busca de sobrevivncia, procura tenazmente por
gua direto da Fonte para matar a sede. Esse homem, em uma necessidade vital da presena do Senhor, tem a conscincia de que somente Nele
poder saciar-se. assim que deve pautar-se a vida crist excelente: em
uma busca incessante por beber goles profundos do Pai, mantendo uma
inabalvel comunho e uma espiritualidade fortalecida Nele (Sl 91.2).
III - CONSAGRANDO-SE A DEUS - (Romanos 12.1,2)
O padro do mundo e a vontade de Deus so to divergentes entre si
que no existe a menor possibilidade de compromisso mtuo (Tg 4.4).
Por isso, Jesus Cristo se entregou a si mesmo pelos nossos pecados,
para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de
nosso Deus e Pai (Gl 1.4). O apstolo apela para que o cristo faa,
de uma vez por todas, uma entrega consciente a Deus. Por ltimo, a
meditao de dia e de noite na Palavra do Senhor mudar a nossa
forma de pensar e, consequentemente, moldar a nossa conduta (Sl 1.2).
IV - CONSIDERANDO A VIDA ESPIRITUAL - (Lucas 12.15-21)
O fato daquele homem ter ignorado Deus na produo do seu campo, levou-o, consequentemente, a pensar que, como dono de tudo, no
precisaria dar satisfao a ningum (1Tm 6.18). Jesus, reprovando a
atitude daquele insensato, disse que a vida no se fundamenta nos bens
transitrios. A Bblia diz: que acumulem para si mesmos tesouros,

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slido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida (1Tm 6.19).
V - ILUMINADO POR DEUS - (2 Corntios 4.6-12)
A expresso vasos de barro, refere-se ao homem, pois somos o
recipiente que contm este tesouro inestimvel. Aquele que tem a iluminao de Deus torna-se morada permanente de Cristo (Jo 14.23); mas
isso no o torna, de forma alguma, mais valioso que os demais, porque o
valor real do cristo est em seu contedo, no que Jesus Cristo representa em sua vida (At 17.28). Portanto, falsa a teologia anunciada na
atualidade, que coloca o homem no centro, superestimando o seu valor.
Esses ensinamentos infundados no levam em conta o que Paulo afirma:
E disse-me: A minha graa te basta, o meu poder se aperfeioa na
fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas,
para que em mim habite o poder de Cristo (2Co 12.9).
VI - BUSCANDO A DEUS - (Filipenses 3,7-18)
O propsito supremo de vida revelado pelos meios que se usa para
atingi-lo. Se algum disser que conhecer a Deus e alcanar o cu o
seu objetivo, mas, conscientemente, escolher meios que so contrrios
a ele, engana-se. Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com
Cristo, buscai as coisas que so de cima, onde Cristo est assentado
destra de Deus. Pensai nas coisas que so de cima, e no nas que
so da terra (Cl 3.1,2). A escolha por Deus como objetivo supremo
de vida determinar o caminho a ser seguido; e assim sendo, quem faz
tal escolha, no pode mais viver para o mundo?
VII - ANDANDO COM DEUS - (Gn 5.18-24; 6.8,9; Hb 11.5; 7)
Somente Enoque e No, em toda a Bblia, alcanaram o testemunho
de terem andado com Deus, o que nos mostra a sublimidade desse tipo
de comunho com o Senhor. Essa a vida crist com mais excelncia,
esse o padro mais elevado que Deus exige de ns. Amados, estamos
andando com Deus e vivendo em verdadeira santidade, discordando do
pecado e falando com as pessoas sobre os riscos de permanecerem nesse
estado? Estamos advertindo a nossa gerao a fugir da ira vindoura?
(1Ts 1.10). Somos o sal da terra? A luz do mundo? Somos cristos
reluzentes? As nossas obras glorificam a Deus? (Mt 5.6).
VIII - ENXERGANDO SOB A TICA DE DEUS
(Nm 13.27-33; 14.6-9)

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Enquanto dez espias desanimaram o povo com o seus relatos pessimistas,


Calebe e Josu rasgaram suas vestes em sinal de total discordncia com
eles. Enxergar sob a tica divina implica, por vezes, em contrariar a deciso
da maioria. s vezes temos a tendncia de seguir a multido, pensando
que Deus est dirigindo e abenoando o grupo mais numeroso, mas para
o Senhor, salvar com mil ou com um no faz a menor diferena, uma vez
que a vitria no est nos nmeros, mas sim, na f que se deposita Nele.
IX - ENTREGANDO TUDO A DEUS - (Marcos 14.3-9)
Mais que um gesto de humildade, o ato daquela mulher revela como deve
ser a nossa entrega ao Senhor: simples, despojando-nos do velho homem
com o seu ego exacerbado. Isso demonstra que no precisamos de grandes
movimentos para nos entregar a Deus. Paulo e Silas, por exemplo, estavam
simplesmente louvando na priso e grandes maravilhas sobrevieram disso
(At 16.25-33). Na atualidade, onde h uma constante busca pela exposio,
cada um querendo ser mais do que o outro, seria quase impossvel visualizar
servos dispostos a lavar os ps de Cristo. Para esses, temos, na Palavra do
Senhor, a referncia de como deve ser essa entrega total a Deus (Fp 2.3).
X - VENCENDO COM DEUS - (1 Crnicas 4.9,10)
Fatos impressionantes acontecem na vida de pessoas que acreditam que
Deus responde s oraes ousadas. A orao de Jabez, com certeza, no
se mostrou desconexa com a vontade de Deus, pois podemos notar, pelas
coisas pedidas, que ele estava perfeitamente claro quanto aos desejos do
Senhor. E esta a confiana que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve (1Jo 5.14). A
confiana fruto do saber que estamos orando de acordo com a vontade
e o prazer de Deus.
XI - PERSISTINDO COM DEUS - (2 Timteo 4.1-5)
Paulo sabia que Timteo estava cercado de fatores que o impediriam
de pregar a Palavra de Deus. No foi sem razo que ele sempre direcionou
o olhar do jovem pastor para o dom que havia recebido, pois presses
culturais e, principalmente, poltico-religiosas, viriam a todo o momento
(At 16.18-22; 19.23-34). Contudo, ele recomenda: prega a palavra,
insta, quer seja oportuno, quer no. No importa se as oportunidades
de pregar a Palavra esto sendo tolhidas, pois o crente que persiste com
Deus sempre ser levado a cri-las (At 17.16-34). Portanto, fique sempre
atento s oportunidades e, no as havendo, crie-as.

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XII - ACRESCENTANDO AS DDIVAS ESPIRITUAIS


DE DEUS - (2 Pedro 1.3-11)
Uma conduta de reverncia sincera e espontnea a Deus primordial
para o desenvolvimento da vida espiritual, para a qual s o conhecimento
de Deus a fonte de onde se obtm a graa e a paz necessrias na caminhada para uma vida crist com mais excelncia (2Pe 3.18a). Pedro alista
as virtudes que o cristo deve desenvolver a fim de ser espiritualmente
vitorioso e frutfero diante de Deus e prescreve uma receita infalvel
para o seu alcance.
CONCLUSO
Apliquemos ao corao as verdades ensinadas no trimestre para sermos
abenoados. Sigamos o cominho da vida crist mais excelente.

QUESTIONRIO PARA AVALIAO E DEBATES


Lio 01
1. Quais as peas que compem a armadura de Deus?
2. Que lugar ocupa a orao em todo tempo?
Lio 02
1. Explique a relao de um cervo sedento com um cristo que tem
sede de Deus.
2. O que significa esperar em Deus?
Lio 03
1. O que um culto racional?
2. Como podemos ser transformados, de acordo com o texto?
Lio 04
1. O que o louco da parbola deixou de considerar em relao a
Deus?
2. O que o louco da parbola deixou de considerar em relao ao
tempo de vida?
Lio 05
1. Quem so os vasos de barro?
2. Quem o tesouro dentro dos vasos?

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Lio 06
1. Como podemos detectar uma falsa santidade?
2. Quem o nosso exemplo supremo de vida?
Lio 07
1. Quem foi arrebatado por andar com Deus?
2. Por que No chamado de pregoeiro da justia?
Lio 08
1. O que uma viso fora da tica divina?
2. O que uma viso sob a tica de Deus?
Lio 09
1. Por que aquela mulher derramou o perfume sobre Jesus Cristo?
2. De que maneira aquela mulher foi honrada por Jesus Cristo?
Lio 10
1. Quais foram os pedidos de Jabez na sua orao?
2. O que quer dizer: seja comigo a tua mo?
Lio 11
1. Como podemos aproveitar as oportunidades para expandir o Reino
de Deus?
2. De que maneira podemos suportar as aflies?
Lio 12
1. Quais foram as coisas que Deus nos concedeu, de acordo com o
texto?
2. Quais so os itens que devemos acrescentar nossa f?

Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita
e preciosa, tambm vs mesmos, como pedras que
vivem, sois edificados casa espiritual para serdes
sacerdcio santo, a fim de oferecerdes sacrifcios
espirituais agradveis a Deus por intermdio de
Jesus Cristo (1 Pedro 2.4,5).

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