Composição Química Da Carne - Roca
Composição Química Da Carne - Roca
Composição Química Da Carne - Roca
Carnes
Suna
Bovina
Vitelo
Cervo
Frango peito
Frango coxa
Peru peito
Peru coxa
Pato
Ganso
Gordura de suno
Gordura de Bovino
SEU, 1991, 1993.
gua
Protena
Gordura
Minerais
Cont.
energtico
75,1
75,0
76,4
75,7
75,0
74,7
73,7
74,7
73,8
68,3
7,7
4,0
22,8
22,3
21,3
21,4
22,8
20,6
24,1
20,5
18,3
22,8
2,9
1,5
1,2
1,8
0,8
1,3
0,9
3,1
1,0
3,6
6,0
7,1
88,7
94,0
1,0
1,2
1,2
1,2
1,2
0,7
0,1
112
116
98
103
105
116
112
120
132
161
812
854
Alimentos
gua
Protena
Gordura
Cont.
energtico
58,4
59,0
60,9
61,7
42,0
74,6
87,6
38,5
30,4
27,0
28,5
31,4
24,8
12,1
3,2
6,4
9,2
13,0
9,5
5,6
28,3
11,2
3,5
1,0
213
233
207
184
369
158
63
239
Alimentos
gua
Minerais
Protena
Gordura
68,28
55,41
50,53
43,32
32,57
54,34
6,08
75,31
73,70
3,36
4,36
4,07
4,89
6,28
4,84
54,87
3,53
23,90
15,53
10,67
11,35
22,38
31,16
16,92
8,52
18,59
1,10
11,22
20,25
25,99
27,46
20,84
15,98
20,35
2,20
1,40
68,26
62,91
3,23
4,20
11,66
11,52
8,74
11,50
1- GUA
A gua muito importante para a atividade muscular, uma vez que a
presso e descompresso, contrao e relaxamento somente possvel em
presena da gua. A porcentagem da gua dos animais abatidos guarda
estreita relao com a protena. A relao gua-protena pode ser considerada
como uma constante biolgica. Esta relao utilizada para determinar a
quantidade de gua adicionada carne picada e aos embutidos.
A carne vermelha magra possui ao redor de 75% de gua, em peso.
Por ser um componente abundante, a gua influi na qualidade da carne,
afetando a suculncia, textura, cor e sabor. Sendo a gua o meio universal das
reaes biolgicas, sua presena afeta diretamente as reaes que ocorrem na
carne durante o armazenamento e processamento.
2- Minerais
O contedo de cinzas ou resduo mineral fixo, obtido aps
incinerao da carne a 500-600C, est em torno de 0,8 a 1,8%. Entre as
funes importantes que exercem os ons orgnicos e inorgnicos destacamse: o clcio e o magnsio desempenham papel importante na contrao
muscular; os compostos orgnicos do fsforo, com diversos steres do cido
fosfrico intervm nas modificaes post-mortem, no processo de maturao
da carne e hidratao da carne.
A carne possui quase todos os minerais de importncia para a
nutrio humana. Em termos quantitativos, o fsforo e o potssio so os mais
importantes (Tabela 4). A relao entre potssio e sdio favorvel na carne,
considerando que o sdio se encontra em quantidade escassa. Entretanto, os
produtos crneos processados so ricos em sdio devido a adio de sal
refinado, na proporo de 2 a 3% durante a elaborao.
A carne tambm uma boa fonte de oligoelementos como zinco e
ferro A importncia da carne como fonte de ferro no se baseia somente no
elevado teor, e sim porque o ferro proveniente da carne possui uma melhor
biodisponibilidade que os alimentos vegetais.
Tecidos/alimentos
Ca(g/100g)
Na(g/100g)
K(g/100g)
Fe(mg/100g)
0,15
0,084
0,087
0,07
0,07
0,08
0,09
0,65
0,14
0,05
0,50
0,35
8,6
0,33
0,298
0,3
0,4
0,3
0,4
0,1
0,1
0,2
0,2
4,0
3,0
12,1
3,2
1,3
2,1
1,3
0,6
2,1
0,1
2,5
Total corporal
2,0
Ossos
20,2
Carne bovina
0,013
Fgado
0,008
Carne bovina magra, assada
Carne suna magra, assada
Carne de cordeiro magra, assada
Carne de vitelo magra, assada
Queijo edam
Ovo cozido
Leite pasteurizado
Po de centeio
SEU, 1991; PRICE & SCHWEIGERT, 1994.
3- Carboidratos
A carne pobre em carboidratos, podendo ser constituda de
polissacardeos (glicognio) e monossacardeos (glicose e frutose).
O contedo de glicognio varia com o tipo de msculo e atividade.
No animal vivo, est em torno de 1,5%, e aps as modificaes post-mortem,
em torno de 0,1%. As vsceras comestveis so mais ricas em carboidratos do
que a carne muscular. O fgado bovino possui de 2 a 4% e de suno, 1% de
carboidratos.
Quando a carne assada, os carboidratos combinam-se com
aminocidos
livres,
formando
melanoidinas
que
do
sabor
odor
caractersticos.
4- Vitaminas
A carne possui vitaminas hidrossolvel do grupo B, como vitaminas
B1, B2, B6 e B12 (Tabela 5). As vitaminas lipossolveis, como vitamina A e D,
encontram-se
em
quantidades
importantes
somente
nas
vsceras,
B1 g
B2 g
B6 g
B12 g
A g
C mg
100
700
105
70
260
50
75
40
160
260
360
280
350
2200
370
280
180
120
380
420
150
305
570
70
115
40
120
2,7
0,8
2,6
1,8
18,7
1,9
1,3
0,4
0
20
10
45
10
18000
230
160
30
0
1
1
1
1
24
0
1
0
SEU, 1991.
5- Matria Graxa
A carne tem sido classificada dentro da categoria de alimentos ricos
em gordura e apontada de maneira muito crtica, quanto ao aspecto de
alimentao saudvel. As tabelas de composio qumica da carne divulgadas
normalmente, so antigas e ultrapassadas e apresentam um teor de matria
graxa elevado, o que no observado atualmente.
5
Componente
cidos graxos
Lurico
Mirstico
Palmtico C16
Esterico C18
Saturados Totais
Palmitoleico C16:1 ( 9)
Oleico C18:1 ( 9)
Linoleico C18:2 ( 6)
Linolnico C18:3 (3)
Insaturados Totais
Triacilgliceris
Totalmente saturados
Tripalmitina
Dipalmitoestearina
Palmitodiestearina
Mono-oleo-dissaturados
Oleodipalmitina
Oleopalmitoestearina
Oleodiestearina
Di-oleo-monossaturados
Palmitodiolena
Estearodiolena
Triolena
FORREST et al., 1979
Frango
Suno
Bovino
Ovino
0.1
25.6
0.7
42.7
7.0
20.4
21.3
67.3
traos
1.3
28.3
11.9
41.5
2.7
47.5
0.2
6.0
58.5
0.1
4.5
27.4
21.1
53.7
2.0
41.6
0.5
1.8
46.3
0.1
3.2
28.0
24.8
57.7
1.3
36.4
0.5
3.5
42.3
1
2
2
3
8
6
traos
3
2
5
27
-
15
32
2
13
28
1
53
7
3
23
11
0
46
7
0
6- Compostos Nitrogenados
6.1- Protenas
O teor em protenas com alto valor biolgico uma caracterstica
positiva da carne. O valor biolgico de uma protena est determinado pelo seu
contedo em aminocidos essenciais. As protenas de origem animal possuem,
devido sua composio em aminocidos, um valor biolgico mais elevado
que as protenas de origem vegetal.
Sob o ponto de vista da solubilidade, as protenas podem ser
classificadas em:
Protenas solveis em gua ou em solues salinas diludas. Compreende
numerosas protenas sarcoplasmticas (cerca de 50 componentes), muito
dos quais so enzimas glicolticas. Inclua-se tambm aqui a mioglobina,
principal pigmento da carne;
Protenas solveis em solues salinas concentradas ou protenas
miofibrilares (actina, miosina, actomiosina). Estas protenas so importantes
na contrao muscular e nas modificaes post-mortem.
Protenas insolveis em solues salinas concentradas. So protenas do
tecido conjuntivo (colgeno, elastina e reticulina) e enzimas da respirao e
fosforilao oxidativa. O colgeno o principal componente do tecido
conjuntivo, que encontrado na pele, tendes e fazendo parte do msculo
esqueltico. Em presena de gua, aquecida a 60-70C, o colgeno sofre
encolhimento; temperaturas mais elevadas (80C), converte-se em
gelatina, solvel em gua. O colgeno apresenta elevado teor de
hidroxiprolina, que pode ser usada para a determinao da riqueza de um
msculo em tecido conjuntivo.
A solubilidade das protenas da carne o principal fator que
determina as propriedades de suculncia. A solubilidade influenciada pelo
7
6.2- Enzimas
Entre outras, encontram-se catepsinas, aldolases, fosforilases,
lipases, catalases e peroxidases. So muito importantes nos fenmenos postmortem . A maior parte encontram-se no sarcoplasma.
Entre os fatores que influem na ao das enzimas podem ser
destacados:
Temperatura: atuam numa faixa de temperatura que vai de -20 a +60C. A
Temperaturas inferiores sua ao retardada. Acima de 60c, inicia-se sua
inativao. A 100C h destruio total.
pH: a faixa tima de atuao est entre pH 5-7.
Umidade: a reao enzimtica ocorre quando os componentes esto em
meio aquoso. Diminuindo-se o teor de umidade, diminui tambm a ao
enzimtica.
A ao enzimtica pode ser evidenciada em vrios aspectos. A
catepsina importante na maturao da carne. Atua em pH 4 a 5 (neste pH a
maioria das enzimas so inativadas), rompendo-se as ligaes -CO-NH das
substncias proticas. Na transformao do cido ltico atuam vrias enzimas:
amilases, que desdobram o glicognio em glicose; uma mistura de enzimas
(transferases, xido-redutases e esterases) transformam a glicose em cido
ltico. As nitrato redutases reduzem os ons de nitrato a nitrito, so encontrados
em bactrias e fungos. Na putrefao da carne e produtos crneos participam
as xido-redutases, provocando a decomposio das substncias nutritivas e
dando formao a substncias de mau odor e sabor. As enzimas lipolticas
podem causar a rancificao das gorduras.
7- Colesterol e purina
Na carne esto presentes tambm substncias indesejveis, como
colesterol e purinas, que devem ser evitadas o consumo em elevadas
concentraes.
O colesterol uma substncia encontrada na membrana celular de
toda clula animal, sendo necessria para sua existncia. A carne magra
possui, em mdia 70mg de colesterol por 100g de carne crua, sendo maiores
para novilhos e animais silvestres. Os valores dos embutidos variam de acordo
com a quantidade de gordura. As vsceras apresentam elevados teores de
colesterol (Tabela 7).
As purinas so formadas a partir do ATP e elementos do cido
nucleico e so degradadas no organismo formando cido rico, que em
pessoas normais eliminado pela urina. Em pessoas com transtorno do
metabolismo rico, o consumo de alimentos ricos em purina eleva o teor de
cido rico no sangue, podendo levar a ocorrncia de gota rica. Por essa
razo recomendvel indicar o teor de purinas em mg de cido rico formado
por 100g de alimento. A carne magra contm aproximadamente 150 mg/100g,
pertencendo ao grupo de alimentos com teor mdio de purina (Tabela 8). Os
teores elevados de purinas so encontradas nas vsceras animais.
Alimento
Carne bovina*
Carne suna*
Carne ovina*
Carne de ave*
Carne de animais silvestres*
Corao*
Rins*
Fgado*
Crebro*
Embutidos
Manteiga
Maionese (80% de gordura)
Leite*
Creme de leite
Queijo (40 a 60% de gordura)
Ovo (total)*
*= alimentos crus.
SEU, 1990.
Colesterol
70
70
70
75
110
130
320
300
2200
85-100
240
140
12
102
100
470
Alimento
Carne bovina*
Carne suna*
Carne ovina*
Fgado de suno*
Fgado de bovino*
Fgado de ovino*
Bao de suno*
Rim de suno*
Timo de ovino*
Salame
Sardinha em leo
Grmen de trigo
Chocolate com leite
*= alimentos crus.
SEU, 1990.
Purina
154
152
164
293
230
221
379
253
918
104
221
843
91
10
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