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Cong
AULAS DE UMBANDA
Sumrio
Introduo ............................................................................................................................ 2
O que um cong ................................................................................................................ 3
Finalidades bsicas superiores ........................................................................................ 4
Captao de fludos divinos e energias espirituais ........................................................ 4
Distribuio energtica ................................................................................................... 4
Emisso de fludos divinos .............................................................................................. 4
Finalidades decorrentes ................................................................................................... 5
Atrao vibratria ............................................................................................................ 5
Armazenamento vibratrio.............................................................................................. 5
Transformador vibratrio ............................................................................................... 6
Elementos de composio................................................................................................... 6
Cong, o reflexo de seu mestre construtor .................................................................... 7
Formatos .............................................................................................................................. 8
Cong familiar ..................................................................................................................... 11
Edificando um cong familiar .............................................................................................. 13
Aspectos gerais e concluso ................................................................................................. 14
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Introduo
Cong uma palavra que, pelo dicionrio banto online 1, sinnimo de altar.
Independente da origem ou do sentido original da palavra em sua lngua materna,
atualmente e dentro da religio de Umbanda, cong tido como sinnimo de altar.
O dicionrio Aurlio indica que altar :
Mesa em que o sacerdote pago sacrifica divindade.
Mesa consagrada, geralmente com um retbulo, onde se celebra
missa.
Mesa a que se sentam os dignitrios manicos.
Religio, culto.
Objeto de amor e venerao; ara.
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Finalidades decorrentes
Atrao vibratria
O cong atrai para si o fluxo de energias do terreiro. Se fizssemos uma
analogia com as foras dos planetas, diramos que o cong possui grande massa e
assim, gera campo gravitacional atraindo para si a energia que est prxima. Atrai
as formas pensamento, atrai espritos e energias que devem tomar o seu caminho
de acordo com o seu merecimento (cong tambm portal), atrai energias
positivas e negativas.
Armazenamento vibratrio
Funo decorrente da captao e emisso energtica do terreiro, o cong
acumula as energias de sua atrao vibratria para assim distribui-las de acordo a
necessidade do momento.
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Transformador vibratrio
O cong tem a capacidade de transformar nossos campos vibratrios para
que se tornem equilibrados.
Elementos de composio
As imagens, os ots (pedras), as quartinhas, guias consagradas, pembas,
flores, instrumentos de Orixs e entidades, coit (cuia), curiadores (bebidas),
toalhas e todos os demais elementos que se relacionam com os Orixs e com as
entidades que o dirigente espiritual necessita firmar em seu cong para sustentar
os trabalhos do terreiro so elementos de composio de um cong.
A ideia central de um cong levar o ponto de fora da natureza para atuar
no terreiro. Levamos um pedao de cachoeira para entronar a Me Oxum em seu
local de atuao. Pegamos uma parte de sua gua de cachoeira colhida em ritual
prprio para tal finalidade e colocamos em um quartilho de armazenamento.
Parte desta gua do quartilho utilizamos em copos, potes, bacias e outros objetos
capazes de armazenar gua em seu interior. Retiramos pedras para servir de ot
ou utilizamos o quartzo rosa como pedra de fundamento para Oxum. Tudo
depende de sua escola umbandista formadora. Pegamos as flores referentes
Oxum, as folhas que contm sua vibrao ou que atuam em sua vibrao.
Recolhemos na praia a gua do mar para compor o local de entronizao de
Iemanj. O mesmo ritual e armazenamento realizado. Retiramos conchas, areia,
colocamos suas flores e suas folhas. O mesmo ocorre com todos os demais Orixs
que desejamos entronizar junto ao nosso cong. Idem para as entidades.
Portanto, tambm faz parte do conceito de cong a extrao de foras da
natureza por meio de objetos e elementos que esto dispostos nos pontos de fora
de cada divindade a ser entronizada para assim, agir no conjunto energtico
estrutural a que chamamos de altar de terreiro ou cong. Pegamos a natureza e a
levamos para dentro do terreiro.
Mesmo se o terreiro fosse localizado no prprio ponto de fora da natureza,
ainda assim construiramos um cong. o que ocorre em quase todas as
sociedades antigas ou modernas. Dispomos de smbolos, sejam imagens,
esculturas, objetos para nos localizar no mundo em que vivemos e direcionar
nosso fluxo mental ao objetivo que pretendemos. Assim ocorre com os ndios que,
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mesmo j estando nas matas, edificam estruturas dentro das ocas para seu culto
religioso. O mesmo se d com os nativos europeus, africanos e assim por diante.
A construo de altares de cunho religioso matria vastamente estudada por
socilogos e antroplogos. Para aprofundamento neste estudo sugiro o livro O
homem e seus smbolos de Carl Jung.
Cong, o reflexo de seu mestre construtor
Geralmente, o cong reflexo da coroa medinica do dirigente espiritual do
terreiro. Deus o dono da obra, os Orixs so os arquitetos, os guias espirituais
so os fiscais de obra e o pedreiro que constri o cong ou seu mestre de obras j
que, na maioria das vezes, manda fazer com as medidas e o material exigido por
seus superiores o dirigente espiritual.
O cong conta a histria de seu mestre construtor, o dirigente espiritual.
Pode no estar claro a quem observa pela primeira vez, mas com o passar do
tempo e ao conhecer melhor o dirigente, seremos capazes de ler no cong a sua
histria e reconhecer os caminhos que tomou em sua jornada espiritual at o
presente momento.
Imagens de santos catlicos, s quartinhas com ots, cristais e luzes
coloridas, velas coloridas ou velas brancas, ausncia de imagens, smbolos escritos
ou ausncia de smbolos. Estes objetos cuidadosamente colocados revelam as
escolas religiosas por onde este construtor passou, bem como revela seu ntimo.
Um cong limpo revela um dirigente preocupado com a limpeza energtica
de seu terreiro mantendo o cong desobstrudo e com fluidez. Um cong
encardido revela a falta de cuidado com aquilo que lhe sagrado ou sua
incapacidade em priorizar aquilo que lhe mais importante. Escolha perda.
Quando escolhemos perdemos aquilo que no se encontra dentro de nossas
escolhas. Escolher no cuidar do cong perd-lo aos poucos para o acmulo de
p e o entupimento fludico de seu fluxo. Um cong bonito revela um dirigente
devotado beleza do culto. Beleza questo relativa. Um cong com flores e
folhas revela um dirigente conectado fora das matas. So muitas as leituras de
um cong, mas todas revelam o ntimo de cada dirigente espiritual. Observem os
congs e saibam que ali est o reflexo de seu mestre construtor.
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Formatos
O cong pode ter muitos formatos. Pode ser uma mesa, podem ser
prateleiras individuais para cada fora entronada, pode ser uma prateleira para
todos os poderes, podem ser prateleiras umas acima das outras, podem ser mesas
mais prateleiras, enfim, podem ser de diversas formas, conforme as fotos
relacionadas abaixo:
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Figura 4 - Antigo cong do Templo Sete Montanhas do Brasil em dia de homenagem Nan
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terreiro acontece o mesmo. Devemos estar alinhados com aquilo que nosso
terreiro reflete para que sempre saibamos quais so os nossos valores espirituais
e, por mais diferentes que sejamos diante de nossos irmos umbandistas ou de
outras religies, honraremos estes valores para que nos conduza corretamente na
jornada espiritual de uma vida.
A construo de um cong matria relativa a um curso chamado de
sacerdcio, que exige o prvio conhecimento dos assuntos relativos teologia de
Umbanda, j ter a mediunidade desenvolvida para que obviamente as entidades
espirituais possam se fazer presentes e dialogar com seus pares e ministrante
espiritual da turma de estudiosos, bem como j ter bagagem experiencial de
terreiro para compreender o contedo ali presente. O aluno que no atende a estes
requisitos fica impedido de aproveitar os conhecimentos trazidos e impedido de
evoluir nas discusses, bem como no alcana o que sua trama de espritos e seu
enredo de Orixs deseja comunicar para o seu progresso de vida. Esta somente
minha opinio. Respeito todos os demais colegas que pensam o contrrio e exijo
o respeito s minhas convices.
Cong familiar
Geralmente substitumos o termo cong familiar para altar particular ou
altar caseiro a fim de gerar a ideia de um local simples de culto dentro de casa.
Chamar uma mesa de cadeira e uma cadeira de mesa no nos traz a possibilidade
de sentarmos na mesa e comermos na cadeira. Os nomes no mudam as coisas.
Chamar uma ma de abacaxi no aumentar a acidez da ma. Contudo, o nome
no altera o estado da coisa, mas altera o nosso posicionamento em relao a esta
mesma coisa.
O cong familiar uma estrutura de sustentao energtica familiar, como
o prprio nome diz. O cong de terreiro estrutura de sustentao energtica de
terreiro, ou seja, de corrente medinica e de trabalhos junto uma corrente
medinica.
Dizemos familiar porque nenhuma estrutura sagrada dentro de nossos lares
exclusiva de algum. Um ncleo familiar, mesmo com todos os problemas
ideolgicos existentes, uma forte unio de pessoas. O mentor de um mdium
um ser de alta luz e acompanha a jornada espiritual desta pessoa. Para que isto
ocorra, a famlia componente importante. No estou me referindo a laos de
sangue e sim, de laos familiares. Aqui esto includos os filhos que moram no
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Pese seus prs e seus contras dentro de seu cotidiano e decida por si s.
desnecessrio dizer que ser preciso autorizao do Guia Chefe e tambm do
dirigente espiritual (so duas pessoas diferentes) do templo que frequenta.
Edificando um cong familiar
Um cong familiar possui os mesmos princpios de construo e
estruturao energtica de um cong de terreiro, porm, mais simplificado.
Tratando-se de uma ao direta a um grupo pequeno de pessoas ou at mesmo
um nico mdium, devemos ter em mente que as imagens, as quartinhas e os
elementos so em menor quantidade e tamanho por uma questo de uso, de
espao, de dinmica de cuidados e do bom senso.
Extrai-se da natureza os elementos necessrios para a constituio daquele
espao em especial e os colocamos harmoniosamente em uma mesa de canto,
prateleira ou qualquer outro local que seja compatvel com o culto daquilo que lhe
sagrado. Para extrair os elementos ou consagr-los no ponto de fora:
1. Dirija-se ao ponto de fora respectivo daquela imagem e/ou elementos que
deseja colocar em seu cong familiar;
2. Oferende os Exus Guardies daquele ponto de fora nem que seja com uma
nica vela ou com uma reza solicitando passagem e trabalho medinico;
3. Dirija-se ao ponto especfico em que ir colocar sua oferenda consagratria,
por exemplo, nas matas para Oxossi levar frutas, folhas, velas, alimentos e
bebidas de Oxossi;
4. Coloque os elementos a serem consagrados em seu centro;
5. Arranje a oferenda em smbolo geomtrico como, por exemplo, um crculo;
6. Prepare o local de forma ritualstica do mesmo modo que aprendeu ou como
sua escola de Umbanda determina. No geral, abre-se com uma cruz, elevase o pensamento e pede-se aquilo que deseja obter;
7. Recolha o material extrado e/ou consagrado, de preferncia (no regra),
em um pano branco ou na cor do Orix e/ou entidade a que se consagrou;
8. Feche o portal;
9. Retire-se do local;
10. S retire o material de dentro do tecido no momento em que for coloca-los
no cong.
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Est muito complicado? Leve estes objetos (imagens e afins) para uma
entidade incorporada cruzar e coloque em seu cong familiar. Teremos o mesmo
efeito prtico. Esta dica no vale para os elementos do cong de terreiro a no ser
que o Guia Chefe assim indicou a fazer.
Aspectos gerais e concluso
1. Aquilo que se aplica a um cong familiar aplica-se ao cong de terreiro e
vice-versa;
2. Cong familiar estrutura de sustentao energtica de unidade familiar;
3. Cong de terreiro estrutura de sustentao energtica de unidade de
terreiro, de corrente medinica e de seus trabalhos;
4. Cong, em linhas gerais, representa o ntimo daquele que o edificou;
5. Cong mais do que representao e menos do que idolatria. No cultuamos
as imagens. Deus e suas divindades no esto ali. Podem quebrar todo o meu
cong que Deus ainda estar em seu devido lugar e os Orixs, idem;
6. Cong no condomnio de entidades cada um com seu andar e unidade
tendo como sndico Oxal;
7. Toda e qualquer pessoa pode ter um cong familiar. Para isto, basta que
Olorum fale mais alto em seu corao. Caso contrrio, estar edificando um
altar de adorao de imagens e no de Deus. No me importo com o que a
Bblia diz sobre isso. Quem adora livros idolatra folhas de papel e no Deus.
Eu no idolatro nem livros, nem imagens, nem palavras, nem pessoas. Amo
as pessoas e adoro Deus. Leio a palavra e tomo minhas notas como fao com
diversos outros livros considerados sagrados;
8. No adoro meus familiares, mas se voc pegar uma foto de meus pais e rasgala tomarei o exemplo de Jesus Cristo com os mercadores do tempo e sairei
gritando e xingando. Se para seguir Jesus, que seja em todos os sentidos e
em todos os seus atos;
9. Respeito opinies contrrias. Exijo respeito s minhas.
Adrito Simes
Dirigente Espiritual do Templo Sete Montanhas do Brasil.
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