Surama Fichamento Carlos Lemos Alvenaria Burguesa
Surama Fichamento Carlos Lemos Alvenaria Burguesa
Surama Fichamento Carlos Lemos Alvenaria Burguesa
Fichamento
Temtica
Referncia
Alvenaria Burguesa
Carlos A. C. Lemos
modismo lanado pela sociedade revelia das posturas municipais que, como vimos,
enquanto exigia recuos fronteiros nas casas operrias de periferia, praticamente
proibia esses afastamentos nas ruas dentro do permetro urbano. Os recuos
obrigatrios em certas ruas vieram mesmo foi j na dcada dos anos vinte, aps a
experincia e o exemplo erudito das cidades jardins da Companhia City, cujo jardim
Amrica, de 1912, serviu de paradigma, a partir de sua efetiva instalao, a todos os
loteadores desejosos de formar bairros elegantes. At ento, podemos considerar
esses recuos fronteiros e laterais, s vezes, como facultativos e por isso que vemos
em fotos, do incio do sculo, de ruas dos Campos Elsios, por exemplo, num mesmo
quarteiro, casas apalacetadas envolvidas por amplos jardins e casas destitudas de
recuos fronteiros, portanto somente em um dos seus flancos um modesto corredor
descoberto.
Do partido arquitetnico colonial aos novos partidos residenciais
P. 94 e 95 [...] A casa antiga, ainda de taipa, nos primrdios do caf, aquela com
salas na frente, alcovas no miolo escuro e varanda com sua cozinha anexa, pelo lado
de trs, estava ainda vinculada ao partido colonial: geminada de ambos os lados ou
raramente provida de passagem lateral para carros, coberta sempre por telhados de
duas guas, sendo a cumeeira necessariamente paralela ao alinhamento e isso devido
possibilidade de os panos de telhas das casas contguas terem continuidade fcil, o
que evitava intersees vulnerveis s guas pluviais, providncia tpica de sistemas
construtivos destitudos de recursos apropriados aos desvios da chuva [...] Da, a
proibio de cumeeiras perpendiculares s ruas, pelo menos em So Paulo, como
vemos no j citado Cdigo de 1886. Essa codificao possua vrios artigos tendentes
a normalizar as fachadas das construes com o fito de se obter uniformidade na
seqencia de frontispcios de um mesmo quarteiro. [...] tornava proibida a
construo dentro da cidade de sto de cumeeira para frente. [...]
P. 95 [...] At as profundidades dessas salincias to comuns nas modinaturas
neoclssicas o referido Cdigo de 1886 regulamentava. [...]
P. 96 [...] o primeiro esquema de circulao domestica foi substitudo por aquele cujo
partido caracterizado pelo corredor lateral descoberto, patrocinador de ar e luz aos
cmodos intermedirios. [...] O telhado que sempre comandou as decises relativas
segurana, satisfao da funo de abrigo, vinculando a planta s suas possveis
variaes formais. Somente a partir dos recentes recursos tcnicos, telhas planas de
Marselha, rufos e calhas de cobre, rinces protegidos adequadamente, condutores,
grgulas e buzinotes que os telhados passaram a ser movimentados, tornando-se
independentes de compromissos com as coberturas vizinhas. Antes, um pano de
telhado era justaposto a outro, evitando solues de continuidade, fatais pontos de
infiltraes; agora, telhados piramidais de quatro guas totalmente desvinculados dos
seus confinantes lindeiros. Essa a grande caracterstica desse partido, que podemos
denominar como o caracterstico da primeira arquitetura de tijolos, aquela dos
primeiros projetos de agrupamentos residenciais de aluguel, das primeiras casas
realmente bem iluminadas privilgio de todos [...].
P. 96, 98 Esse partido admitiu uma variante de certo interesse [...]. Referimo-nos s
[...]
P. 118 Podemos afirmar que a vida do escritrio do nosso arquiteto dividiu-se em
duas fases: de 1896 at o inicio da Primeira Grande Guerra e desse tempo at a sua
morta em 1928. Na primeira fase, ao comando espiritual alm-tmulo de Vignola, que
certamente comovia o arquiteto brasileiro, mas que orientava necessariamente todos
os pensamentos de seu auxiliar Domiziano Rossi. Nesse perodo, os projetos de obras
oficiais so de modo deliberado no estilo neoclssico [...].
P. 119 Na segunda fase do escritrio, Ramos de Azevedo j conta prevalentemente
com a presena de Ricardo Severo e o afrouxamento das idias neoclssicas de
Rossi, que passou a se dedicar de corpo e alma ao Liceu at falecer, em 1920, com o
cargo de Inspetor de Curso de Arte. Foi quando espritos nacionalistas elevaram
oficialidade o neocolonial. [...]
P. 119 Mas, no que tangia produo arquitetnica relativa a moradias em geral, o
escritrio de Ramos de Azevedo, em qualquer um dos perodos acima equacionados,
no era excessivamente rigoroso quantos aos estilos dizem que o prprio arquiteto
titular sempre pendia para o neoclssico e para o ecletismo fundamentado ou no
repertorio italiano renascentista, ou no estilo francs divulgado durante o governo de
Napoleo III, mas no impunha suas idias aos clientes amigos. [...] Desse modo, foi
normal o puro e simples atendimento aos desejos estilsticos dos clientes particulares.
A maioria optava pelos estilos da moda e ao costume de caracterizar as construes
segundo seu tipo de uso as casas prprias, de moradia da famlia importante,
necessariamente deveriam ser isoladas e cercadas pelos quatro lados por caprichados
jardins e nesse isolamento haveria um mnimo de monumentalidade aliada a um toque
romntico e aconchegante, sem o que, a moradia iria dar impresso de edifcio oficial.
[...] A maioria dos ricos estava a fim era de construir seus palacetes bastante
personalizados e em estilos compatveis com a funo de morar e que nunca
pudessem lembrar reparties pblicas [...]
A moradia dos ricos e os bairros nobres
P. 120 [...] nos primrdios do caf, grandes residncias isoladas, s nas chcaras.
Quem pretendesse morar na cidade, mesmo na cidade nova, l pelos lados de Santa
Ifignia ou do Jardim da Luz, haveria de fazer como todo mundo: grandes, enormes
sobrades neoclssicos levantados nos alinhamentos e s vezes, sem nenhum jardim
lateral, somente com quintais arborizados.
P. 130 residncia Veridiana da Silva Prado (1884); residncia Maria Anglica Aguiar
de Barros (1891); e residncia do Conselheiro Antnio Prado (Chcara do Carvalho,
1891) > vieram [...] a constituir a trinca pioneira das construes nobres e eruditas
da cidade. Foram as trs o ponto de partida, o inicio da semostrao dos milionrios
que passaram a provar que sabiam morar bem como qualquer fidalgo doutras terras. A
cidade caipira fora-se com o tempo, O caf era a civilizao chegada.
P. 132 [...] Toda a classe mdia alta, no s a ligada ao caf, mas aqueles bem
situados graas indstria florescente e ao comrcio, principalmente gente de fora,