Usinagem - Rebolos e Ferramentas de Brunir
Usinagem - Rebolos e Ferramentas de Brunir
Usinagem - Rebolos e Ferramentas de Brunir
Fbio Kirly
Vitor Szpoganicz
Florianpolis, 2012
Fbio Kirly
Vitor Szpoganicz
Relatrio
referente
ao
seminrio
Catarina,
orientado
pelo
ampliar
os
conhecimentos
dos
Florianpolis, 2012
RESUMO
SUMRIO
1. INTRODUO ...............................................................................................10
2. HISTRICO ...................................................................................................12
2.1 Pr-histria ...............................................................................................12
2.2 Evoluo e primeiros materiais ................................................................14
3. OPERAES COM FERRAMENTAS DE GEOMETRIA NO DEFINIDA..16
3.1 Retificao ................................................................................................16
3.2 Lixamento . ...............................................................................................17
3.3 Lapidao..................................................................................................17
3.4 Tamboreamento........................................................................................18
3.5 Brunimento................................................................................................18
4. CARACTERSTICAS DOS REBOLOS..........................................................20
Caractersticas Gerais....................................................................................20
4.1 Abrasivos..................................................................................................21
4.1.1 Naturais..........................................................................................22
4.1.2 Sintticos........................................................................................25
4.2 Granulometria...........................................................................................28
4.3 Ligantes....................................................................................................30
4.3.1 Orgnicos.......................................................................................30
4.3.2 Inorgnicos.....................................................................................31
4.4 Estrutura...................................................................................................33
4.4.1 Fechada.........................................................................................33
4.4.2 Aberta............................................................................................33
4.5 Propriedades............................................................................................34
4.5.1 Dureza...........................................................................................34
4.5.2 Tenacidade e Friabilidade.............................................................36
4.5.3 Estabilidade trmica......................................................................36
4.5.4 Resistncia ao atrito......................................................................36
5. ESPECIFICAO E PADRONIZAO........................................................37
5.1 Formas .....................................................................................................40
Perfis.........................................................................................................42
6. PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO DOS REBOLOS...................................43
6.1 Velocidade de trabalho..............................................................................44
Fatores
Constantes...................................................................................46
7.1.1 Material a retificar...........................................................................46
7.1.2 Preciso e grau de acabamento superficial...................................47
7.1.3 rea de contato..............................................................................47
7.1.4 Tipo de operao...........................................................................48
7.2
Fatores
Variveis......................................................................................48
7.2.1 Velocidade de corte.......................................................................48
7.2.2 Velocidade de avano...................................................................49
7.2.3 Estado da retfica...........................................................................49
7.2.4 Caractersticas do operador..........................................................49
8.
FABRICAO
DE
REBOLOS......................................................................50
8.1
Abrasivos
de
xido
de
alumnio
ou
carboneto
de
cbico
de
silcio.........................50
8.2
Abrasivos
de
diamante
ou
nitreto
boro....................................50
9. DESGASTES E DEFEITOS DE REBOLOS..................................................52
9.1 Desgastes.................................................................................................52
9.1.1 Cegamento do gro abrasivo.........................................................53
9.1.2 Arrancamento do gro abrasivo.....................................................53
9.1.3 Microfratura do gro abrasivo........................................................53
9.1.4 Desgaste do ligante.......................................................................54
9.2 Defeitos....................................................................................................55
9.2.1 Desgaste excessivo......................................................................55
9.2.2 Espelhamento...............................................................................55
9.2.3 Empastamento..............................................................................55
10. RETIFICAO DE REBOLOS.....................................................................56
10.1
Dressing.............................................................................................56
10.2
Trueing...............................................................................................56
11.
REFRIGERAO....................................................................................
.....60
11.1
Fludos de corte.................................................................................60
Inspeo de Rebolos.........................................................................63
12.2
12.3
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Pedra lascada [1]
Figura 2.2 Pedra Polida [2]
Figura 2.3 Oficina ltica no Sambaqui, Florianpolis SC [3]
Figura 3.1 Processos de Retificao [4]
Figura 3.2 Tamboreamento [5]
Figura 4.1 Estrutura do rebolo [6]
Figura 4.2 Estrutura e funcionamento do rebolo [7]
Figura 4.3 Pedra de amolar [8]
Figura 4.4 Corndon natural [9]
Figura 4.5 Textura da pedra pome ampliada [10]
Figura 4.6 Pedra de Granada [11]
Figura 4.7 Morfologia do diamante em p [12]
Figura 4.8 Rebolos em Carboneto de Silcio [13]
Figura 4.9 Nitreto Cbico de Boro [14]
Figura 4.10 Diamante sinttico [15]
Figura 4.11 Granulometria e as malhas [16]
Figura 4.12 Resina natural [17]
Figura 4.13 Liga metlica [18]
Figura 4.14 Estrutura fechada de um rebolo [19]
Figura 4.15 Estrutura aberta de um rebolo [20]
Figura 5.1 Rebolo diamantizado [21]
Figura 5.2 Formas mais comuns de rebolos suas e aplicaes [22]
Figura 5.3 Outras Formas de Rebolos [23]
Figura 5.4 Perfis de Rebolos [24]
Figura 6.1 Funcionamento de um rebolo [25]
Figura 6.2 Cavacos produzidos por um processo de retificao [26]
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 Abrasivos e suas durezas nas escalas Knoop e Mohs [47]
Tabela 4.2 Granulometria [47]
Tabela 4.3 Aplicao de abrasivos de acordo com sua granulometria
Tabela 4.4 Especificao da dureza em rebolos. [47]
Tabela 5.1 Padronizao dos rebolos [47]
Tabela 5.2 Subdivises na identificao de um rebolo superabrasivo [48]
Tabela 7.1 Velocidades de avano recomendadas [m/min] [47]
Tabela 13.1 Codificao das caractersticas de segmentos abrasivos de
brunimento, de acordo com os fabricantes (a) Nagel (NAGEL, 1990); (b) Gehring
(GEHRING, 2003) [49]
Tabela 13.2 - Velocidades de corte timas para diferentes tipos de abrasivos: (a)
corindum nobre branco, (b) diamante sinttico e (c) CBN [50]
Tabela 13.3 - Faixas de velocidades e taxas de remoo usuais em brunimento [50]
10
1 INTRODUO
11
definem a forma, dimenso e bordos que os rebolos tm. Com a informao dos
parmetros, forma e bordos do rebolo, pode-se especificar totalmente o rebolo e
padronizar sua comercializao. Todas essas informaes de abrasivo, ligante,
estrutura, etc., devem vir especificadas sobre a ferramenta.
Tal quais outras ferramentas, o rebolo tambm sofre desgaste e perde sua
forma ideal. Algumas precaues podem e devem ser tomados para se garantir o
bom uso do rebolo. A refrigerao e uso de fluidos de corte tambm se aplica para
essa ferramenta. Alm disso, tambm temos a retificao dos rebolos, que visa
recuperar o rebolo. Dois processos de recuperao so abordados: dressamento,
para renovar a superfcie, e perfilamento para afiao do rebolo.
12
2 HISTRICO
2.1 Pr-Histria
13
De acordo com Nussbaum (1988), h 4.000 anos a.C. j era usado pelos
egpcios um processo para corte de grandes blocos de pedra, de forma similar ao
usado hoje nas marmorarias para o corte de grandes blocos de granito com fios de
ao e p de diamante. L tambm j era trabalhado o bronze com uma mquina
rudimentar similar a um torno, sendo possivelmente esta a primeira retfica. O
diamante j era usado na ndia como p polidor em 800 a.C.
O que caracteriza esse processo de aperfeioamento de ferramentas um
fenmeno chamado abraso. Do latim abradere, a abraso definida como a
operao de arrancar partculas de um material por esfregamento contra outro
material que ser quase sempre mais duro do que o primeiro.
14
2.2
15
A produo necessitava ser cada vez mais rpida para atender demanda e os
processos de acabamento de superfcie tornaram-se to essenciais que o controle
acerca das propriedades e fornecimento dos abrasivos era fundamental. Para tanto,
era necessrio no mais fabricar sua ferramenta abrasiva a partir de materiais
naturais, mas sintetiz-los e, em 1927, apareceram os primeiros rebolos fabricados
com resinas sintticas como ligante.
Novos abrasivos surgiram nos anos seguintes, como o diamante sinttico, em
1957, atravs de um processo que envolve altssima presso e temperatura, da
mesma forma que a natureza o faz.
De acordo com Nussbaum (1988), em 26 anos, o diamante j havia conquistado
mais de 30% do mercado industrial Norte-Americano em termos de valor financeiro.
Porm os abrasivos sintticos apresentam algumas limitaes tcnicas, como a
afinidade qumica do diamante pelas ligas ferrosas de cobalto e nquel e sua
instabilidade trmica devida s altas temperaturas no contato entre rebolo e pea,
dando mais espao a materiais como o Corndon e o Carboneto de Silcio.
16
Retificao
17
3.2
Lixamento
3.3
Lapidao
18
Tamboreamento
19
3.5
Brunimento
20
4.1
Caractersticas Gerais
21
F
ig
4.1 Estr
utur
a do
rebo
lo
4.2
Abrasivos
22
4.2.1
Naturais
23
24
ou
retificao.
abrasivo
especialmente
utilizado
para retificao
de
ferramentas de
metal duro.
25
4.2.2 Sintticos
26
27
Abrasiv
o
Diamant
Dureza Knoop
[K100]
5000 a 7000
e
CBN
4700
B4 C
2230 a 2760
Dureza
Mohs
10
28
Si C
2450 a 3000
Al2O3
2150
WC
1880
Granada
1350
Quartzo
820
Vidro
450 a 500
5,5
4.3
Granulometria
29
do nmero de fios que uma rea padro de uma polegada quadrada da peneira
contm. O produto, ou quadrado, do nmero de fios chamado de mesh (malha).
Ento, por exemplo, uma peneira que possua 10 x 10 fios, possui um malha de 100.
Nessa medida, quanto maior o nmero de mesh, menor o tamanho de gro.
Abaixo temos uma classificao da granulometria em mesh, de acordo com
Stemmer (2008).
30
31
4.4
Ligantes
4.4.1
Orgnicos
32
4.4.2
Inorgnicos
33
4.5.1
Fechada
34
Significa que os gros abrasivos esto mais prximos uns dos outros, vide
Figura 26, o que garante maior nmero de gumes. Segundo Stemmer (2005, p.
285), materiais duros exigem estruturas fechadas. Quanto mais densa a estrutura,
mais fino o acabamento, a fim de se ter suficiente densidade de gumes para o
processo.
Vale ressaltar que quanto maior o nmero de gumes em contato com a pea,
maior a quantidade de calor produzido durante a usinagem, acelerando o
desgaste da ferramenta.
4.5.2
Aberta
35
Propriedades
4.6.1 Duzera
Dureza a resistncia de um material em riscar/penetrar outro. Quanto mais
duro, maior essa capacidade de penetrao.
Em se tratando de rebolos e brunidores, a resistncia oposta ao arrancamento
dos gros. Tem-se como regra, de acordo com Stemmer (2005), que quanto mais
duro o material, mais macio o rebolo, e vice-versa. primeira vista esta regra no
parece fazer sentido, mas se for feita uma anlise adequada do funcionamento de
um rebolo ou um brunidor, chega-se a duas concluses fundamentais:
a fora a que os gros so sujeitos durante a usinagem deve ser suficiente
para que possam remover material da pea ainda com gumes vivos;
a mesma fora deve ser, porm, insuficiente a ponto de reter os gros
arredondados e desgastados.
36
37
Alguns materiais possuem afinidade qumica com outros, como o ferro que
reage com SiC auxiliado pela alta temperatura do processo. Outros, apesar de muito
duros, no conseguem bom desempenho por reagirem com o oxignio presente na
atmosfera, como no caso do Carbureto de Boro. Visto assim, a escolha de um
abrasivo mais duro que o material da pea no garante a usinabilidade do mesmo e,
com tantas variveis a serem levadas em conta, o conhecimento emprico de que
um rebolo X melhor para usinar um material Y considerado mais simples e,
tambm, fundamental.
5 ESPECIFICAES DE REBOLOS
Como j foi dito, cada tipo de material deve ser utilizado para um fim especfico,
sempre observando o conjunto material da pea, tarefa a ser executada e
acabamento desejado. Sendo assim, importante que todas as informaes da
38
39
Tabela 5.2
Identificao de
um rebolo
resinoide de
diamante
(superabrasivo)
40
5.1 Formas
41
42
43
5.2 Perfis
No que se refere aos bordos dos rebolos, existe tambm uma variedade; como
mostra a figura a seguir, os perfis podem ter diferentes formas padronizadas.
44
45
Em magnitude, o cavaco produzido por uma ferramenta de geometria nodefinida muito menor do que os produzidos em processos como torneamento e
fresamento, por exemplo. Nussbaum (1988, p. 81) diz que as formas geomtricas
so diversas devidas forma irregular dos gros abrasivos e de sua distribuio
aleatria ao longo do aglomerado. Na Figura 6.2 esto duas amostras de cavacos
gerados durante a retificao e, como demonstrada pela escala representada por
100 m (0,1 mm), seu tamanho muito reduzido.
46
47
7 SELEO DE REBOLOS
A fim de se atingir resultados superiores com custos menores, a seleo do
melhor tipo de rebolo essencial. Uma escolha criteriosa poupa tempo de mquina,
evita o desgaste excessivo das ferramentas, ou mesmo sua quebra, e garante um
acabamento de superfcie coerente com a aplicao a que a pea em questo se
sujeitar.
Apesar de a maioria dos fabricantes j indicar as tarefas a que seus produtos se
prestam a realizar, uma escolha mais particular pode garantir um trabalho ainda
mais eficiente. Para tal, importante observar todos os aspectos apresentados
nesse trabalho, e principalmente as caractersticas constitutivas dos rebolos, que
so abrasivo, granulometria, ligante, estrutura e dureza.
De acordo com Stemmer (2005) e Nussbaum (1988), essas caractersticas so
relacionadas com os critrios de projeto, bem como com as variveis de operao.
Segundo eles, as caractersticas so divididas em dois fatores: constantes, os quais
so especificados no projeto da pea, sendo impedidos de serem alterados; e
variveis, ajustveis no cho de fbrica.
b) Dureza do rebolo:
Duro: materiais macios e frgeis;
Macio: materiais duros.
c) Tipo de abrasivo:
xido de alumnio: retificao de aos carbonos, ao liga, ao rpido, ferro
fundido malevel e nodular, bronze duro;
SiC: ferro fundido cinzento, coquilhado, no ferrosos e no metlicos;
Diamante: metal duro, quartzo, mrmore, granito e cermica;
48
d) Estrutura:
Fechada: materiais duros e quebradios;
Aberta: materiais macios e dcteis;
b) Ligante:
Vitrificado: rebarbao e semi-acabamento;
Orgnicos (resinide, borracha ou goma-laca): acabamento finssimo, com
efeito suave.
c) Estrutura:
Pequenas reas: permitem estruturas fechadas, melhorando o acabamento;
Grandes reas: exigem gros mais espaados para alojar os cavacos.
b) Dureza:
Pequenas reas de contato causam das grandes tenses concentradas,
presses que arrancam mais facilmente os gros. Assim sendo, quanto menor a
rea de contato, mais duro deve ser o ligante.
c) Estrutura:
Fechada: pequenas reas;
Aberta: grandes reas, para poder se retirar a grande quantidade de cavacos.
49
b) Estrutura:
Aberta: retificao plana e frontal, com grandes reas de contato;
Mdia: retificao cilndrica externa;
Fechada: retificao cilndrica externa com pequena rea de contato, e na
retificao de roscas.
a) Dureza:
Macio: velocidades altas;
Duro: velocidades baixas, para evitar o desgaste.
b) Ligante:
Cermico: velocidades de at 30m/s;
Orgnico: velocidades de 48m/s ou mais.
50
51
8. FABRICAO DE REBOLOS
52
base do rebolo. O corpo base do rebolo deve ser usinado com preciso, ou
prensado diretamente junto com a parte abrasiva e retificado posteriormente.
Na obteno de revestimentos com ligantes metlicos infiltrados para rebolos,
usa-se um metal de baixo ponto de fuso liquefeito e fora-se o mesmo por
capilaridade no corpo poroso que constituir o rebolo. Na fabricao de diamante e
CBN, primeiramente realiza-se a mistura com p metlico, carga e abrasivo. Ento,
feita a prensagem a frio e adicionado o material de infiltrao e, por ltimo, leva-se
o pr-rebolo ao tratamento trmico.
No caso do revestimento com ligante metlico aplicado por galvanizao
mergulha-se um corpo de ao coberto por gros de diamante ou CBN num banho
galvnico geralmente de nquel. Quando a camada metlica atinge uma espessura
suficiente para fixar os gros de diamante ou CBN o processo interrompido.
53
9.1 Desgaste
O desgaste dos gros abrasivos tem incio nas camadas cristalinas prximas
camada superficial do gro. Nessas camadas, as temperaturas e presses
extremamente altas levam a fenmenos de oxidao e de difuso que reduzem a
resistncia abrasiva do material. Forma-se uma camada menos resistente a
compresso que, devido ao mecnica subsequente, removida por abraso e
com isto, novas camadas cristalinas do gro abrasivo so submetidas a este tipo de
desgaste. Na figura 9.1, podemos observar o desgaste no gro e no ligante, devido
temperatura.
As influncias trmicas podem trazer problemas durante a usinagem, como este
citado anteriormente. Por um lado o desgaste e o consequente desprendimento do
gro abrasivo fundamental para que os gumes cegos e desgastados possam dar
lugar a novos gumes afiados. Porm, importante observar que este processo no
pode ser demasiadamente acelerado ou lento, pois isto indica que algum dos
parmetros no foi bem escolhido.
O desgaste do gro abrasivo d-se de trs formas: cegamento do gro,
microfratura e/ou fratura do gro e arrancamento do gro do ligante. Por sua vez, o
desgaste do ligante se d principalmente pelo atrito entre ele e a pea, atrito com
cavacos e com partculas abrasivas. Ainda pode-se adicionar a possibilidade de
adeso do material da pea ao segmento abrasivo, que pode ocasionar um
desgaste ou a perda da capacidade de corte da referida ferramenta.
54
Este tipo de desgaste desejvel (Figura 8.3), pois a quebra progressiva dos
gros em pequenas partculas gera constantemente novos gumes de corte,
mantendo a boa capacidade de corte da ferramenta, sem a queda de grandes
pores do gro ou seu completo arrancamento.
55
56
9.2 Defeitos
9.2.2 Espelhamento
9.2.3 Empastamento
57
10 RETIFICAO DE REBOLOS
Aps a fabricao, ou aps o uso, ferramentas para a retificao podem ser
encontradas numa condio inadequada para o uso. Podem estar com uma forma
no desejada e/ou apresentar gumes cegos. Alm disso, os poros podem estar
preenchidos por cavacos, prejudicando a entrada de novos cavacos nos poros.
Mesmo tomando os cuidados, ainda necessrio uma reafiao peridica do
rebolo para manter a qualidade das peas produzidas. Stoeterau cita algumas
operaes que so efetuadas para a mantenabilidade do rebolo, e estas so:
Limpeza operao que tem objetivo a desobstruo dos poros do rebolo.
Trueing ou Perfilamento operao que tem objetivo dar forma ao rebolo.
Dressing ou Dressamento uma espcie de reafiao, que consiste em
remover gros arredondados (rebolo espelhado) ou limpar rebolos carregados de
cavacos (rebolo empastado).
Afiao operao que tem objetivo remover o ligante entre os gros
abrasivos, geralmente utilizada aps a dressagem em rebolos com ligantes
resinides.
Destas, as que merecem uma explicao mais detalhada so Trueing e
Dressing, que usualmente ocorrem simultaneamente, e que por isso denomina-se
apenas retificao do rebolo.
10.1 Dressing
A dressagem se presta a fazer o rebolo atuar melhor, seja por remover gros
arredondados, seja por limpar os rebolos, ao se livrar do excesso de cavaco
armazenado sobre ele.
Para tanto, os dressadores tambm devem estar em boas condies, caso
contrrio, o rebolo resultante no estar em condies de operar, devido a pouca
qualidade do acabamento de superfcie fornecido pela manuteno.
A dressagem pode ser operada a seco ou sobre a ao de um fluido
refrigerante, dependendo das condies de trabalho do rebolo; dressagem a seco
para retificao a seco, e vice-versa.
No caso de dressagem com ponta de diamante simples, Stemmer (2005) atenta
para os seguintes cuidados:
58
10.2Trueing
O perfilamento visa dar forma ao rebolo, seja para que ele gire adequadamente,
ou mesmo para lhe conferir alguma forma especial, a fim de reproduzir perfis. O
perfil desejado pode ser obtido de vrias formas, e a escolha do mtodo de
perfilhamento depende do material, da forma a ser obtida e das condies da oficina.
Pode-se optar pelo esmagamento mecnico do rebolo, por meio de um rolo de
forma condizente com a desejada, chamado crusher, ou ento realizar uma
retificao da forma do rebolo, utilizando um rolete dressador de forma rotativo,
diamantado. Outra opo ainda a cpia da forma, atravs de um sistema
59
60
61
11 REFRIGERAO
Lubri-refrigerantes so altamente recomendados para os casos agressivos onde
grandes quantidades de calor so geradas, e possuem diversas finalidades e
vantagens que, em muito, justificam o seu uso. Alm de esfriar a pea, as pores
de fluido localizadas imediatamente nos pontos de contato da pea com o abrasivo,
conferem uma boa lubrificao na interface da pea com o rebolo. De acordo com
Nussbaum (1988), os fluidos contribuem para manter a uniformidade da distribuio
de temperaturas na rea usinada, ponto-chave para evitar as deformaes
originadas de choques trmicos. A remoo dos cavacos pelo fluido de corte evita
tambm que o arraste na retirada dos mesmos e sua compresso contra o rebolo
prejudique no acabamento da pea ou feche os poros do rebolo precocemente. A
aplicao de fluidos de corte, portanto, auxilia nos objetivos gerais do rebolo, na
medida em que contribui para o arranque do material sob a forma de cavaco e
melhora o acabamento superficial da pea usinada.
62
63
64
Para evitar acidentes, que podem ser muito srios, devem ser observados
diversos cuidados na utilizao e na montagem nas afiadoras e retficas.
65
66
13 FERRAMENTAS DE BRUNIR
Ferramentas utilizadas nos processos de brunimento, os brunidores possuem a
mesma constituio de um rebolo: gros abrasivos, ligante e poros. O processo
realizado por esse tipo de ferramenta de geometria no definida considerado mais
fino que a retificao. Alm do acabamento, a diferena entre retificao e
brunimento consiste na velocidade de rotao. No brunimento ela j bem menor e
o trabalho feito com presso maior, de 30 a 80N/cm.
Apesar de possurem a mesma constituio dos rebolos, as ferramentas para
brunir tm suas particularidades, como a fabricao, que se resume na utilizao de
abrasivos
convencionais
(xido
de
Alumnio
Carboneto
de
Silcio)
67
68
69
possibilidade
de
automao.
Mas
pode-se
citar
como
70
71
72
13.3
73
74
75
No caso das ferramentas para brunir, a sua especificao diz respeito a seus
segmentos para brunir, e essa especificao tanto dimensional quanto de
propriedades.
76
77
78
14 CONCLUSO
79
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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81
[39] Fonte: Stoeterau, Prof. Dr. Eng. Rodrigo Lima. Usinagem com Ferramentas e
Geometria
No
Definida.
LMP
- Laboratrio
de
Mecnica
de
Preciso.
<http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5240/Aula-23-U-2006-1brunim_lapid_jateam_lixam.pdf.>Acesso em : 16/11/2012
[40] Fonte: <http://www.freepatentsonline.com/6558240-0-large.jpg>. Acesso em:
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[41] Fonte: <http://ecx.images-amazon.com/images/I/41I8SJmyZaL.jpg>. Acesso
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[42]Fonte: <http://www.etoolcart.com/ProductImages/brushresearch/ BRMGBD6.jpg
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