Auriculoterapia e Emoçoes

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Auriculoterapia

e
Emoes

Ttulo

Editora

Dedico este livro a minha famlia esposa Mara, e meus filhos


Samuel, Fernando e Saulo, cuja subtrao do tempo a eles de direito, me
proporcionou oportunidade de construir e realizar o que fiz at hoje.

Jos Arantes da Silva

Dedico este livro s minhas netas Maria Luza e Beatriz


pela alegria que me do no cotidiano da vida.
A meus filhos rika Regina, Alexandre e Mariana,
pelo orgulho de v-los como vencedores na vida, formados e probos,
superando em muito minhas expectativas de pai.
E por fim , de maneira sempre especial, minha esposa, Llia Maria,
inseparvel companheira da estrada da vida,
coautora de minhas aes, com quem divido as alegrias desta existncia
e creio que de todas as outras , que foram e que se seguiro.

Srgio Motti Trombelli

Agradeo a Deus, no qual coloco toda a minha confiana e minha vida,


que por sua infinita bondade, mesmo no necessitando deste mdico,
quer atuar atravs de mim para aliviar
o sofrimento dos que me buscam, Seus filhos.

Jos Arantes da Silva

Agradeo inicialmente ao Lar Rubataiana,


na pessoa de nosso mentor Ricardo Plaa,
pela permisso a mim conferida de praticar l meu voluntariado.
Agradeo a Maria Aparecida do Nascimento,
D. Lcia, companheira voluntria,
sem a qual meu trabalho no poderia jamais ser feito.
Agradeo de forma especial a Atman Espao Vivencial ,
onde nasceu meu conhecimento sobre a acupuntura,
e mais ainda, por tudo aquilo que ele descortinou na minha mente,
abrindo meu pensar numa direo jamais imaginada por mim .
Neste sentido, destaco e agradeo a Sandra Cristina da Silva ,
mais que professora , mestra de tantos de ns que pelas terras deste pas
praticamos a teraputica dentro dos princpios
que a Atman nos ensinou e
por isso mesmo, princpios sadios que do orgulho a quem os pratica

Srgio Motti Tromberlli

Felizmente, foi-se o tempo em que os mdicos acadmicos


podiam aludir com prazer, e sob os aplausos do pblico,
as suas milhares de cirurgias executadas
sem que jamais tivesse sido encontrada uma alma sequer.
A propsito, esse argumento sempre foi expresso de arrogncia ...
A mesma opinio teramos de um tcnico de televiso que afirmasse
jamais ter encontrado um programa de TV,
apesar de ter aberto milhares de aparelhos ,
concluindo da a no existncia de programa algum
Rudiger Dahlke

O crebro controla o comportamento de todas as clulas do corpo.


Isto algo importante a se considerar antes de
acusar as clulas de nossos rgos e tecidos
pelos problemas de sade que temos
Bruce H. Lipton

Atrs de cada coisa h uma idia ( Plato ) ... e uma emoo ( os autores )
7

Prefcio

Houve um tempo em que a acupuntura no era reconhecida pela


medicina brasileira. Hoje uma especialidade mdica. Os cursos de PsGraduao dentro desta rea confirmam sua importncia e evoluo, o que
mostra ser a medicina uma cincia viva e capaz de reciclar a si mesma na
busca de caminhos sempre novos que possam dar aos seres humanos uma
melhor qualidade de vida.
Embora a acupuntura

possa estar presente num sem nmeros de

terapias, apresentando resultados satisfatrios, sabidamente ela

atua com

grande intensidade nas disfunes e analgesias. Os casos de diminuio ou


at mesmo eliminao das dores musculoesquelticas que so tratados com
esta tcnica esto a para provar sua eficcia, assim como as disfunes
orgnica em geral, quer do sistema digestrio, respiratrio para citar apenas
dois casos.
O livro em questo vem abordar a disfuno emocional, talvez a mais
constante em todos os quadros clnicos que temos visto, uma vez que no fundo
de cada doena , h sempre um distrbio emocional importante , cujo
tratamento fundamental para a cura do paciente.
Por outro lado, a tcnica aqui abordada a da acupuntura auricular, a
auriculoterapia, cuja origem francesa, mas que hoje est propagada no
mundo inteiro. Por esta razo a obra na sua primeira parte, d uma viso
ampla da auriculoterapia , e na segunda parte, relaciona os pontos auriculares
com a emoo.
Neste sentido, que a obra cresce, mais ainda, pois traz estudos
inovadores relacionando as emoes com as regies cerebrais e com as
glndulas endcrinas, uma abordagem at ento nunca feita e que foi
amplamente testada pela prtica teraputica desenvolvida pelo Dr. Arantes e
pelo Prof. Srgio.
Vale, inclusive, ressaltar que a obra vem quebrar um paradigma
importante : um mdico e um tcnico se unem na produo de um mesmo
texto. A acupuntura, no seu surgimento no Brasil, foi feita por tcnicos, uma vez
que ela no era aceita pela classe mdica como o hoje.
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Foi graas as estes tcnicos que ela se propagou a ponto de merecer o


estudo da medicina brasileira. Assim , a unio destes dois autores vem mostrar
que o conhecimento da cincia unido prtica um caminho seguro na busca
da cura do paciente e que nenhum preconceito deve prevalecer neste
momento da ao de atendimento ao doente , uma vez que o objetivo maior
deve sempre o bem-estar das pessoas.
Assim , a Unimed se sente feliz em auxiliar na difuso deste trabalho
pioneiro. Eu, como todos os meus colegas mdicos, que possuem a mente
aberta, busco sempre os caminhos que nos levam real compreenso da
doena e dos meios capazes de promover a cura. Este foi o nosso juramento e
temos que segui-lo com denodo, de forma a dar a esta profisso a magnitude
que ela tem direito e merece.
A obra ser distribuda em todo os sistema Unimed do estado de So
Paulo porque esta nossa parceria, mas estar nas melhores livrarias que
tratam do assunto acupuntura de forma a propagar este conhecimento valioso.
E , para mdicos e terapeutas, como dizem os autores, ao final da obra ( ... )
veja o que pode lhe ser til nesta obra, e se atire cada vez mais nesta misso
que poucos tm , mas que justifica toda uma existncia : a misso de ajudar o
semelhante na propagao da vida .

Dr. Marcos Cunha

Introduo

Para muitos autores, a auriculoacupuntura apenas um apndice da


acupuntura sistmica , embasada na Medicina Tradicional Chinesa. Contudo,
os estudos avanados que , ao longo dos anos, temos visto acontecer, j do
prtica teraputica auricular uma condio de independncia capaz de
proporcionar um corpus doutrinrio suficientemente slido para tornar
autnoma esta disciplina que chamamos hoje de Auriculoterapia
Depois do inovador estudo do Dr. Nogier, muitos estudiosos no Brasil
tm contribudo para isso com vasta publicao, alm de cursos capazes de
formar terapeutas e solidificar uma prtica de atendimento com resultados
promissores.
Neste mister,

a bem da verdade e usando da liberdade natural de

expresso e defesa de idias, importante se conjecturar , nesta introduo,


sobre fatos realmente histricos.
Hoje, algumas terapias so aceitas com mais facilidade, como por
exemplo a homeopatia e a acupuntura, embora outras tantas, tambm estejam
em curso e ganhando seu espao nos tratamentos que vemos ocorrer em
clnicas e consultrios.
Contudo, as duas formas de terapia em questo homeopatia e
acupuntura, hoje j aceitas como especialidades mdicas, no seu incio aqui no
Brasil , no tiveram o beneplcito da classe mdica.
A homeopatia foi introduzida por mdicos, verdade, mas sua prtica e
disseminao pelo Brasil afora, teve que contar com apoio dos leigos , os
quais nos longnquos sertes e cidades , recebiam os medicamentos com uma
pequena bula, tendo frequentemente impressas nas caixas as indicaes de
uso, principalmente nos casos de dor de cabea, amigdalite, bronquite, enfim ,
inmeras patologias conhecidas na poca.
Assim tambm aconteceu com a acupuntura que durante longos anos,
permaneceu na penumbra da Medicina Ocidental, sendo praticada por
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acupuntursitas, algumas vezes mdicos na China, mas sem reconhecimento


aqui no Brasil , os quais usavam desta prtica em tratamentos de sade em
nosso pas. Outras vezes, como ocorria tambm na China, a prtica era feita
por leigos, tcnicos, geralmente formados em institutos de terapia, ou quando
no, a tcnica era empregada de forma clandestina.
Ocorre que foi esta clandestinidade que possibilitou a

milhares de

pessoas se sentirem bem , ou at mesmo, se beneficiarem com curas reais,


efeitos prprios da acupuntura que se pratica at hoje. A atuao destes
terapeutas que provocou o interesse da classe mdica a ponto de se tornar
especialidade nos dias atuais. Por isso, agradecemos a estes pioneiros, da
mesma forma que temos que agradecer o seu trabalho feito ao longo do tempo
e julgamos que , dentro de uma legislao que discipline funes , merecem
continuar atuando, tanto assim que o congresso ainda ir disciplinar o assunto,
uma vez que ficou fora da legislao do chamado ato mdico.
Filosofias parte, e at mesmo paixes em disputas estreis para se
apurar quem tem a primazia disto ou daquilo, ou ainda mesmo o absurdo de se
tentar estipular qual prtica teraputica melhor ou pior, se a Escola Francesa
ou a Medicina Tradicional Chinesa, disputas estas prprias de mentalidades
frgeis e pouco cientficas, a verdade que a acupuntura , seja ela auricular ou
sistmica, ganhou seu espao na prtica da medicina moderna. Sua aplicao
tem demonstrado eficcia num nmero grande de patologias clnicas e seu
uso, por estar longe das drogas medicamentosas, tem contribudo para uma
cura sem efeitos colaterais nenhum.
Ao tentarmos, com este trabalho, ligar ainda mais a Auriculoterapia s
emoes, buscamos apenas ampliar este leque de possibilidades, ao mesmo
tempo em que efetuamos o registro de nossas experincias, cuja finalidade no
outra que no aquela de ser apenas mais um degrau nesta caminhada
ascendente que a Auriculoterapia vem fazendo em todos os cantos do mundo.
No participamos de nenhuma forma passional de imposio de idias
sobre a primazia de mtodos; ao contrrio, de maneira bem heterodoxa
abrimos um leque bem ecltico de possibilidades sobre o entendimento do
tema; mais que isso, sobre as possibilidades da prtica teraputica. No h
como dissociar os conhecimentos da MTC da sabedoria ocidental na rea de
sade. Alis, seria uma imensa besteira. Muitos por a, pelo simples fato de um
11

conhecimento ser da MTC o condenam; ao mesmo tempo em que apologistas


orientalistas dizem aos quatro ventos que a medicina ocidental est equivocada
em tudo.
No fundo, nunca o ocidente se orientalizou tanto, assim como o oriente
se ocidentalizou na mesma proporo. O que o mundo, enquanto comunidade
busca, uma unidade de saberes capaz de possibilitar a todos o verdadeiro
conhecimento, seja ele qual for, a respeito de qualquer assunto, e dentro da
medicina principalmente , uma vez que a cincia existe, em ltima instncia ,
para o bem final de bem servir ao ser humano.
Por esta razo, que alm do carter informativo e didtico, essa obra
tem um carter poltico e social no campo da sade que achamos de relevante
destaque.
A necessidade de assistncia sade nesse imenso pas muito
grande, de tal forma que no nos apercebemos, mas o prprio governo se
obriga a criar programas de assistncia prescindindo do mdico, pela falta
deste nas regies mais pobres. Um exemplo o incentivo ao parto feito por
parteiras , comumente pessoas leigas mas bem familiarizadas com a prtica da
obstetrcia em vrios lugares do Brasil. Isso tambm j aconteceu na China
com a popularizao da acupuntura para se atender a imensa populao l
existente.
Hoje fala-se na incluso da Homeopatia e Acupuntura no SUS, ou seja
na rede pblica. Mas a presena dessas terapias muito tmida para a grande
populao brasileira, salvo em algumas pouqussimas cidades onde a viso do
prefeito ou do secretrio de sade local avanam em benefcio da populao.
Exemplo na cidade de Maca no interior do Rio de Janeiro, onde a dengue teve
uma queda de 300% com a utilizao de medicamentos preventivos de
homeopatia, com custos infinitesimais ( um trocadilho com as doses
homeopticas ), alm claro, das prticas preventivas convencionais, e isto foi
amplamente noticiado pela Rede Globo.
Em alguns centros de formao mdica , j esto comeando algumas
prticas da acupuntura com doentes que no mais respondem a analgsicos,
com graves seqelas neurolgicas , mas que conseguem alvio e melhor
qualidade de vida, submetendo-se a sesses de acupuntura. Portanto , - se
no for nossa pretenso

- esta obra pode servir tambm para popularizar


12

essas prticas naturais de terapia de modo semelhante s iniciativas


governamentais em vigor.
Medicina Oriental sinnimo de acupuntura. Medicina Ocidental
sinnimo do que conhecemos aqui no ocidente : cirurgias,

comprimidos

( frequentemente carssimos e fora do alcance de todos ), prteses etc...


No fcil introduzir essa medicina natural na rede pblica, a barreira
muito grande; tanto porque fere o poder econmico das indstrias
farmacuticas, como pela maioria da populao de formandos mdicos sem
conhecimento dessas terapias.
O prprio Dr. Arantes, quando vereador e mdico numa cidade do
interior paulista, de boa infraestrutura , acima da grande maioria das cidades do
Brasil , fez um projeto de lei para a introduo da homeopatia e da acupuntura
na rede pblica. O projeto foi vetado porque o secretrio de sade no s
desconhecia como no aceitava esse tipo de especialidade. O prefeito, por sua
vez, desconhecendo tanto a acupuntura e a homeopatia como desconhece,
nem sequer se atentou o custo extremamente baixo dessas especialidades,
cotejados com os benefcios que fariam.
Portanto preciso que haja vontade poltica daqueles que decidem o
destino dos outros. Enquanto isso, grande parte da populao, principalmente
os mais carentes, sem condies de adquirir um plano de sade, geralmente
com doenas crnicas, com sndromes dolorosas, acamadas, correm atrs de
medicamentos da rede pblica, ora inexistentes, ou quando existentes, so
entregues com vistas no troco pelo voto do doente.
Recentemente , os canais de comunicao nos deram conta de cidades
que esto distribuindo remdios homeopticos contra a gripe comum , como
forma de combate gripe suna, assim como j haviam distribuindo
medicamentos contra dengue os resultados vm sendo satisfatrios.
A grande massa da populao brasileira , formada por classes de
pessoas que nunca adentraram num consultrio particular ou de convnio, tem
necessidade de cuidados e de terapias que podem muito bem ser tratadas com
homeopatia e acupuntura, que curam um enorme espectro de patologias e que
no necessitam de tecnologia de ponta para a cura de seus males.
O mdico que se forma numa faculdade de medicina ocidental tal como
se conhece, sem aberturas para outras formas de terapia, sem nunca ter visto
13

outra forma de curar, como por exemplo, nunca terem visto uma pneumonia
dupla, sendo curada sem antibiticos , estes formandos acabam sendo uma
grande barreira para que essas terapias ( alternativas ) cheguem at a classe
pobre, que tambm paga impostos.
Outro fato que as indstrias farmacuticas investem muito na
publicidade de seus produtos, atuando de forma acintosa, principalmente nos
estudantes de medicina, despejando amostras grtis e folhetos com as
respectivas dosagens, que ficam gravadas pelo resto da vida na memria dos
formandos. A indstria farmacutica tem grande peso na formao do mdico e
na sua profisso aps a graduao, cuja prtica se completa com o aliciamento
daqueles que procuram ganhar viagens , passagens de avio , com toda a
famlia, para congressos patrocinados pelos laboratrios, isto , benesses aos
que prescreverem as drogas indicadas.
Os benefcios dessas terapias naturais so to grandes e os custos to
baixos, que a recusa em se implantar esses mtodos na rede pblica, nos
obriga a pensar que haja interesse nos custos elevados e isto se torna um
complicador extremamente pesado contra a sade das pessoas mais humildes
que no podem ter as facilidade e os avanos da medicina . Acreditamos que
terapias alternativas possam atuar em conjunto com a prtica mdica atual,
barateando a sade e tornando mais democrtica a cura das enfermidades,
hoje, indubitavelmente , privilgio das classes mais abastadas de nossa
populao.
Assim , no estamos aqui fazendo libelos e proselitismo poltico, nem
mesmo um tratado novo de Auriculoterapia, longe disso, trazemos apenas
uma contribuio simples . Pela necessidade do caminhar da obra, na primeira
parte , apresentamos algumas consideraes sobre acupuntura, resvalamos na
chamada energia vital, para depois nos fixarmos mais na Auriculoterapia,
apresentando num s mapa auricular pontos antigos e novos,

aceitos e

consagrados pelas diferentes correntes e autores.


Na segunda parte, sem psicologismos, abordamos as emoes , onde
elas nascem, e quais pontos auriculares podem ser acessados para a melhoria
de patologias emocionais do dia-a-dia. Novos pontos, frutos da prtica
teraputica sero apresentados, segundo sempre a morfologia do corpo
humano distribudo no pavilho auricular , conforme os estudos de Paul Nogier.
14

Ao final da primeira parte, apresentamos um repertrio teraputico para


servir de guia aos praticantes da Auriculoterapia, sem deixar de consignar aqui
que nada substitui a experincia do terapeuta e sua relao com o paciente .
Esperamos que a obra possa contribuir para ampliar os horizontes da
Auriculoterapia e continuamos abertos ao dilogo sadio, cuja finalidade o
crescimento individual dos auriculoterapeutas.

Os autores

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PARTE I
AURICULOTERAPIA

16

Colocando o tema Acupuntura

A Acupuntura um mtodo teraputico utilizado no oriente h mais de


4.000 anos. Depois de ter nascido na China, foi adotada pela

teraputica

mdica de outros pases asiticos, vindo, finalmente, a se propagar por todo o


mundo e consiste na estimulao de pontos dos chamados meridianos atravs
da pele. Junto de outras terapias, e hbitos alimentares especficos, compe o
que atualmente chamada de Medicina Tradicional Chinesa.
A origem da palavra latina, provavelmente dada pelos jesutas que
tambm se utilizaram desta tcnica. Acus significa agulha, punctura significa
puncionar. O termo acupuntura se refere, portanto, insero de agulhas
atravs da pele nos tecidos subjacentes em diferentes profundidades e em
pontos especficos do corpo. O nome original da acupuntura na China Zhen
Jiu , cujos significados so Zhen , agulha e Jiu , moxa , donde se v a
importncia que a medicina chinesa d ao calor sobre os pontos de
acupuntura.
Contudo, hoje em dia, entende-se como acupuntura no apenas a
praticada com agulhas, mas tambm as demais formas , inclusive as
chamadas de no invasivas, como: moxa,

ventosa , acupressura,

fitoacupuntura, o uso de raio laser, a eletroacupuntura, a magnetoacupuntura


feita com ims, ou at mesmo o uso de pastilhas com selnio, ou remdios em
pontos especficos dos meridianos.
A histria da acupuntura se perde no p do tempo. Teria comeado bem
antes do Imperador Amarelo, Huang-ti que viveu de 2698 a 2598 aC , mas
teria sido ele o primeiro a pedir uma compilao do que se sabia sobre
acupuntura. Alm do que, muitos atribuem a longevidade deste imperador
100 anos ao fato dele ter sido tratado com esta tcnica . Seja como for, os
manuais mais antigos de acupuntura contam com mais de 2000 anos ! A mais
antiga referncia escrita sobre acupuntura pode ser encontrada no "The Nei
Jing Yellow Emperors Classic of Internal Medicine", de Huang Ti, que data de
cerca de 300 aC e bem depois , em 260 d.C., Huang-Fu Mi escreveu 12
17

volumes relatando a tcnica da acupuntura. Seus livros descrevem os pontos


que so utilizados ainda hoje, alm da localizao de cada um e a intensidade
de penetrao das agulhas
Por isto, impossvel que uma arte de curar tenha durado tanto tempo
se no fosse efetivamente eficiente. No existem milagres na Medicina . H
sempre uma causa, biolgica ou emocional que determina o processo de cura.
A acupuntura no foge a esta regra. O xito do seu segredo ( ainda no
explicado totalmente )

reside na relao existente entre a pele e rgos

internos . No propriamente a pele apenas, mas os pontos nos chamados


meridianos , os quais so canais no percebidos anatomicamente , mas que
existem e podem carregar a energia distribuindo-a por todo o organismo,
fazendo fluir a energia vital que os chineses chamam de Chi.
Wolf Ulrich no seu Livre-se das dores pela Acupuntura e Acupressura,
deixa claro, entre outras coisas que os rgos so controlados pelos nervos
no-voluntrios ( vegetativos) . Este controle exercido simultaneamente por
dois sistemas nervosos, o simptico e o vagotnico. Os nervos simpticos
comandam a operosidade, a energia, o entusiasmo

e a produtividade. Os

nervos vagotnicos induzem calma, ao repouso e ao sono. Curiosamente


nada se sabia sobre isso nos tempos do surgimento da acupuntura, mas os
meridianos parecem ter sido concebidos tendo em vista este duplo comando e
sua atuao se d exatamente neste sentido de controle dos rgos atravs
dos sistemas nervosos citados
Os primeiros acupunturistas utilizavam agulhas feitas com pedras a
arqueologia tem encontrado destas peas em escavaes na China. Depois
foram usados ossos e mais tarde foram criadas as agulhas de bambu e
metal, como o bronze, ouro e prata. Inicialmente havia apenas 365 pontos de
presso no corpo, cada um correspondendo a um dia diferente do ano. Aps
algum tempo, esse nmero cresceu , chegando

a mais de 2 mil pontos

diferentes na acupuntura moderna.


No comeo do sculo XIX,

viajantes que haviam ido China

aprenderam a tcnica e comearam a introduzir a acupuntura no Ocidente. Um


dos pioneiros da acupuntura no Ocidente foi o mdico francs Geourge Soulie
de Morant. Fazendo pesquisa na China na virada do sculo XX, retornou
18

Frana, aps duas dcadas, e apresentou os textos e tcnicas clssicas da


acupuntura para os mdicos franceses.
Nos EUA, a acupuntura tornou-se popular na dcada de 70, com a
viagem que o presidente Nixon fez China. A primeira meno feita
acupuntura na mdia americana foi um artigo do "New York Times" escrito por
James Reston, onde ele descrevia como a acupuntura aliviara sua dor aps
uma cirurgia de apendicite.
Da mesma forma, relatos sobre a acupuntura auricular foram
encontrados em textos muito antigos, o que mostra ser a tcnica milenar, e a
despeito da relativa ausncia de postulados cientficos sobre o tema, h uma
imensa prtica mdica que comprova a sua funcionalidade em um nmero
significativo de doenas. Resta apenas continuar com as pesquisas na busca
das explicaes necessrias formao de um texto acadmico que seja plena
e cientificamente aceito.
Na viso da Medicina Tradicional Chinesa, nosso organismo composto
de matria e energia. A parte energtica Chi - circula nos meridianos e nos
mantm sadios. Quando ocorre uma alterao no fluxo energtico, se
estabelece a doena. Hoje essa crena envolve outras formas de medicina,
principalmente a chamada medicina alternativa, mudando-se apenas o termo
Chi para Fora Vital ou Energia Vital. Para os chineses, esta energia,
semelhante a um fluxo de grande vitalidade que torna possvel a existncia
tal qual a conhecemos , sem ela o mundo no existiria. Vimos que os chineses
chamam esta energia de chi, os japoneses de ki , os hindus denominam esta
fora de prana, e modernamente existe uma corrente menos ortodoxa ,
ocidental, que j aceita a integrao oriente/ocidente, chama esta energia de
forma mais clara : energia vital
Quanto aos

meridianos, estes so linhas anatomicamente no

identificveis, porm, funcionalmente presentes, distribudas pelo corpo, por


onde flui a energia vital Chi . Ao serem introduzidas as agulhas em pontos
especficos dos meridianos, ou se usando de outro estmulo moxa, ventosa,
acupressura,

provocada uma reao especialssima na qual substncias

anti-inflamatrias, analgsicas, calmantes, e at hormonais, comea a ocorrer,

19

e esta reao capaz de estimular ou sedar os rgos e com isso contribuir


para a soluo dos problemas de sade fsica ou emocional - apresentados
pelo paciente.
Os meridianos ligam os rgos internos com o exterior. O ponto a ser
estimulado na Acupuntura nada mais do que o local onde se acessa o
meridiano, fazendo fluir a energia estagnada. Estas linhas , mesmo no sendo
identificveis anatomicamente, esto longe de serem imaginrias, e para
caracteriz-las foi a medicina ocidental quem

denominou estes canais de

energia com o nome de meridianos.


A existncia do meridiano foi demonstrada pelo Dr. Jean Claude Darras,
do Hospital Neker, em Paris, que provou cientificamente que os canais de
energia de fato percorrem todo o corpo humano . Em um determinado ponto de
acupuntura, Dr. Darras injetou uma substncia radioativa de contraste,
denominada tecncio. A princpio, o tecncio espalhou-se por toda a regio
desordenadamente; porm, outro ponto relacionado ao mesmo meridiano foi
estimulado. Observou-se, ento, que a substncia se concentrou no ponto de
origem e correu por um suposto canal at alcanar o outro ponto estimulado.
Com essa experincia provou-se a existncia de canais em nosso
organismo que no podem ser vistos a olho nu, mas que existem e podem
conduzir o Chi propalado pelos chineses ou a chamada energia vital. Toda a
teoria chinesa da acupuntura est ligada ao que se denominou de

cinco

elementos: madeira, fogo, metal, terra e gua, os quais regem rgos


especficos do corpo humano. Ademais, os princpios taoistas trouxeram
forma de pensamento ocidental os conceitos de Yin e Yang, respectivamente,
princpio feminino e masculino, que esto em cada ser humano e em cada
coisa existente. o equilbrio yin / yang que estabelece a harmonia universal e
consequentemente a harmonia do corpo humano. Os desequilbrios , quando
ocorrem, provocam as doenas.
Excesso de trabalho, de comida, de bebida e os vcios como o fumo,
alm do no entendimento daquilo que seja a natureza dos organismos e o
respeito que eles precisam ter, geram o desequilbrio da terra como um todo,
provocando desarmonia e isto ocasiona a doena.

Os estados de insnia e

agitao, a ansiedade reinante no mundo moderno, nervosismo, fome


compulsiva so exemplos de prevalncia do elemento yang. Ao passo que a
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timidez, a depresso, apatia, sonolncia , insegurana e medo frente aos


problemas do mundo tendem a ser prevalncia do elemento yin. Bastou haver
prevalncia que cessa a harmonia.
Contudo, existe uma corrente mais ocidentalizada dentro da acupuntura
que no atua seguindo estes princpios orientais, embora reconhea os pontos
nos meridianos, inclusive na orelha, mas prefere dar ao tratamento um toque
mais ocidental , onde a acupuntura entra como elemento de apoio junto aos
procedimentos mdicos normais. Esta posio de coadjuvante deu mais fora
acupuntura, uma vez que sua prtica no desqualifica a medicina tradicional
ocidental muitos orientalistas superestimaram a acupuntura em detrimento
da medicina tal qual a conhecemos, o que foi um erro.
Alm disso , na prpria China

algumas teorias que embasaram no

passado a acupuntura e eram tidas como absolutas e mgicas, no possuem


mais a fora de antigamente. Muitos as consideram fruto das ponderaes
msticas em torno do algarismo cinco. Na China antiga ,

se admitia

existncia de cinco rgos Yin pulmo, bao, corao, rim e fgado cinco
rgos Yang intestino grosso, intestino delgado, estmago, vescula e bexiga.
Na natureza, os chineses diferenciavam os elementos em cinco terra, fogo,
metal, madeira e gua; da mesma forma que tinham cinco estaes do ano
primavera, vero, vero tardio, outono e inverno; cinco pontos cardeais norte,
sul, leste , oeste e meio; cinco cores bsicas amarelo, vermelho, azul, branco
e preto; cinco influncias atmosfricas vento, seca, calor, umidade e frio e
cinco planetas Marte, Vnus, Mercrio, Jpiter e Saturno.
Desnecessrio se dizer quo especulativas eram tais teorias, j que
fatos comprovados pelas Cincias Naturais desmentem as assertivas, como no
caso dos planetas, das cores e dos pontos cardeais. Alm do mais , como se
falar em vero

e vero tardio em determinadas regies do globo como a

frica?
Contudo isto no invalida a acupuntura porque sua prtica comprova
sua eficcia . Modernamente, entretanto, os mdicos chineses, mesmo usando
da tcnica e de toda tradio chinesa sobre o binmio sade / doena, no
deixam de lado os mtodos da atual medicina ocidental. o que atesta o Dr.
Hong Jin Pai, mdico formado pela Faculdade de Medicina da USP, Psgraduado em Acupuntura na China, coordenador de cursos de Especializao
21

de Acupuntura, membro da Sociedade Mdica Brasileira de Acupuntura : O


diagnstico clnico baseado apenas no meridiano comprometido requer
prudncia em sua interpretao, pois pode levar a erros. A dor localizada entre
a base do polegar e do indicador pode ser interpretada como decorrente de
problemas intestinais, uma vez que esta rea corresponde ao trajeto do
meridiano do intestino grosso. Na realidade, esta dor pode ser causada
tambm por tendinites, artrites ou mesmo artrose do polegar . E em seguida
complementa: Na Medicina Chinesa, o procedimento do diagnstico como
o de uma consulta mdica da medicina convencional, acrescido de perguntas
voltadas para a MTC. Da consulta constam a anamnese e a coleta de dados
complementares , tais como exames

laboratoriais, radiografias, exame de

imagem entre outros. Da mesma maneira preciso saber que

na China,

tambm existem cirurgias, remdios alopticos, fisioterapia e no s shiatsu,


tudo isso junto, convivendo de maneira harmoniosa na busca da cura do
paciente. Os pressupostos orientais e ocidentais sobre medicina se tornam
amalgamados j que ambos contribuem para uma melhor qualidade de vida
das pessoas.
Estas prticas, portanto, se complementam em vez de se exclurem e ,
por esta razo, terapeutas modernos unem as vrias formas de aplicao da
acupuntura, envolvendo escolas diferentes num mesmo tratamento, aliadas
aos conhecimentos da medicina convencional, o uso de florais, homeopatia,
remdios alopticos e fitoterpicos , enfim, a cincia mdica no pode
prescindir de nada. Nenhum mtodo teraputico representa a palavra final em
seu setor. Citando Ulrich mais uma vez : Toda arte de curar eficiente
quando incorpora as melhores idias e a maior quantidade possvel de
experincias prticas...
Esta conduta a que tem se provado eficiente e a qual acreditamos e
faremos por prevalecer nesta obra.

22

Mecanismos de Ao da Acupuntura

exceo das dores msculoesquelticas, onde o tratamento pode ser


tpico bem sobre a dor, tudo na acupuntura reflexo, isto , a atuao dos
estmulos nos meridianos reflexa. Os meridianos, portanto, esto repletos
de pontos por onde o rgo, ou parte do corpo, possui relao reflexa com
todo o organismo e atravs desta relao que a ao da acupuntura se faz.
Da mesma forma a Auriculoterapia, cujos pontos do pavilho auricular mantm
a mesma relao reflexa com as diferentes partes e rgos do corpo humano,
alm das especificidades dos pontos emocionais.
Os estudos recentes demonstraram que a acupuntura estimula a
produo de neurotransmissores e hoje fala-se muito neles. Por qu ?
Primeiramente porque so responsveis pela comunicao entre as clulas
nervosas , os neurnios. Sem os neurotransmissores no haveria
cerebral e nem

funo

comando das atividades fisiolgicas do organismo , que

acabam atuando no crebro, na medula espinal e nos nervos perifricos, os


quais combatem a

dor, tanto como analgsico, como relaxante muscular.

Estes efeitos so benficos inclusive

na analgesia geral dos rgos e no

sitema msculoesqueltico, assim, todo o processo sedativo do corpo, atua de


forma decisiva nas vias orgnicas envolvidas com a emoo / associao da
dor com ansiedade. A acupuntura, por isto , tem atuado com eficincia inclusive
na depresso e nos transtornos da sndrome do pnico.
Ademais , a acupuntura ativa a circulao do crebro, em especial o
hipotlamo e a glndula pituitria,

conduzindo a

um aumento da funo

imunolgica, alm de tambm aumentar a concentrao de endorfinas e de


serotonina no lquor, que o lquido crebro-espinal.
O uso tpico das agulha nos acupontos dos meridianos induzem a
liberao de substncia P, que se transforma em peptdeo ativo com ampla
atuao no sistema nervoso central e perifrico. Mais ainda, as agulhas
acabam

causando vasodilatao, e com isso o aumento de fluxo sanguneo

no local , assim como um pequeno edema, provocando resposta inflamatria.


23

Por isso, as pesquisar tm comprovado que a acupuntura provoca uma


analgesia perifrica localizada.
Outro fator o efeito analgsico segmentar via medula espinhal que os
mesmos neurotransmissores provocam j que na medula ocorre o efeito
inibidor da transmisso do potencial nocivo. Atuam neste sentido a sertotonina
e a noradrenalina conjuntamente com os peptdeos opiides e isto influencia
todo o organismo.
Especificamente

na segunda parte deste trabalho, falaremos sobre

emoo e comportamento, mas bom antecipar que tambm nesta esfera de


ao, a acupuntura tem se demonstrado satisfatria uma vez que ela ativa um
circuito neurofuncional,

envolvendo vrias partes do crebro como ser

salientado.
Apesar de existirem correntes que tentem demonstrar o contrrio, a
acupuntura no se aplica a todas as doenas, isto , existem limitaes. De
forma geral, a acupuntura complementa

e complementada por outras

especialidades mdicas.
Dr. Hong claro ao se referir a isso : Fala-se muito sobre os pontos de
acupuntura e do seu poder energtico na cura de diversos males e at mesmo
de um possvel aumento de capacidade de inteligncia utilizvel na matemtica
por meio de sua aplicao. Os mais audaciosos alegam serem os pontos de
acupuntura situados na mo, na orelha e na planta dos ps, conforme mapas
descritivos, responsveis pelo diagnstico de qualquer doena, e que a
aplicao da acupuntura nesses pontos seria capaz de tratar qualquer
enfermidade, sugerindo at que o estudo mdico no seria necessrio e
mesmo dispensvel. No compartilho desse entendimento.
Muito embora no devamos chegar a extremos, isto no invalida as
terapias

que

se

utilizam

de

craniopuntura e principalmente

mapas

de

manupuntura,

podopuntura,

da auriculopuntura sobre a qual estamos

tratando. Essas terapias tm a sua validade comprovada na ao sobre a


melhora da vida das pessoas, uma vez que todas estabelecem conexes
orgnicas capazes de produzir efeitos benficos no ser humano.
Assim, mesmo que haja incrdulos, observamos que na orelha, por
exemplo, temos a representao de todo o corpo humano atravs de pontos

24

especficos, igualmente como na face, no crnio, nas mos sendo que estes
pontos se conectam com todo o organismo pelo princpio da neurofisiologia.
Na verdade, a prtica teraputica tem sido intensa e por isso mesmo tem
crescido e sido aprimorada , mas est longe de fazer desta tcnica algo
milagroso que supera a prpria medicina. preciso parcimnia, mais que isso,
jamais o terapeuta acupunturista ocidental deve rivalizar com a medicina
oriental porque ambos se complementam e no se substituem . A atuao da
acupuntura, no nosso entender, apesar de ter eficcia em muitas doenas
fsicas , tem atuao em analgesias e disfunes, sendo que destas
disfunes, as psicolgicas, distrbios emocionais e de comportamento, so
as mais afeitas ao trato da acupuntura, e as

que

tm demonstrado uma

melhor eficcia quando se utiliza a acupuntura .

Acupuntura Auricular

A Auriculoacupuntura, ou Auriculoterapia , um mtodo de tratamento


dentro da acupuntura que se utiliza de pontos especficos localizados no
pavilho auricular. A estimulao desses pontos reflete diretamente no crtex
cerebral, no sistema nervoso central e atua no equilbrio dos canais de energia
do corpo, restaurando e mantendo o fluxo do Chi

, ou Energia Vital, no

organismo.
Fundamentalmente, a Auriculoterapia um mtodo teraputico que
consiste na estimulao dos pontos especficos da aurcula com a finalidade de
promover a homeostasia de uma forma geral, seja de ordem orgnica,
funcional ou psquica.
A medicina tradicional chinesa considera a orelha um extremo de ntima
relao com os canais de energia uma parte do corpo que se liga a todos
os outros rgos . histrico o relato de que as mulheres do antigo Egito
usavam pontos auriculares como forma de anticoncepcional, isto pelo sculo
2.500 A.C. (Egiptlogo Alexandre Varilla).

25

Ao escrever O Livro das Epidemias, Hipcrates fez referncias a uma


puno com estiletes nos vasos auriculares, para tratamento de processos
inflamatrios.
No Sri Lanka (Ceilo) foram achados manuscritos que comprovam a
prtica milenar da acupuntura feita na ndia, inclusive em animais de grande
porte , como os elefantes. Os turcos do sculo III usavam certos instrumentos
de cauterizao de pontos auriculares no tratamento de vrias doenas.
Em 1637, o mdico portugus Zacutus Lusitanus descreveu a utilizao
de cauterizaes auriculares no tratamento da nevralgia citica. Ao longo do
tempo, os relatos de manuseio da orelha para fins de tratamento da dor,
principalmente, se sucederam , contudo , em 1950 mdicos franceses na
regio Lyon comearam a receber pacientes com cauterizaes na orelha e
todos se diziam aliviados de dor no nervo citico. Um desses mdicos era Paul
Nogier, que se interessou em pesquisar mais o assunto.
Assim , ficou sabendo que uma mulher denominada Madame Barrim era
responsvel pelo tratamento, e foi at ela para saber dos procedimentos
praticados.

Isto fez com que Nogier comeasse a relacionar o pavilho

auricular com o resto do corpo at chegar na disposio do feto invertido


como veremos frente, hoje mundialmente consagrado, fazendo com que a
auriculoterapa tivesse uma aceitao mais intensa no ocidente.
Depois , seu filho Raphael Nogier ampliou seus estudos . No que a
auriculoacupuntura no existisse na China antiga, ela apenas no era vista de
forma isolada e independente como hoje. .
A partir desta sistematizao inicial de conhecimentos , comearam as
pesquisas sobre

o assunto,

surgindo assim a

Escola Francesa de

Auriculuterapia , que tem seus prprios postulados, embasados nos folhetos


embrionrios. Mais tarde, embora a acupuntura sistmica j usasse de alguns
pontos auriculares, surgiu a Escola Chinesa de Auriculoacupuntura calcada na
Medicina Tradicional Chinesa, a MTC. Fundamentalmente as diferenas dizem
respeito localizao dos pontos no pavilho auricular. H quem critique uma
e outra escola e h quem transite entre ambas de forma normal, utilizando-se
dos pontos comprovadamente eficientes que uma e outra escola possui.
O prprio Raphael Nogier declara : A acupuntura uma tcnica
chinesa ancestral, que repousa , at certo ponto, nas noes filosficas de yin
26

e yang, que so energias complementares. Na acupuntura tradicional, a gente


pica os pontos para controlar esta energia , que passa pelos meridianos. Na
Auriculoterapia

no h essa idia de energia ; ela uma tcnica pura e

simplesmente ocidental, descoberta em 1951 por meu pai, Paul Nogier, e que
repousa em noes neurofisiolgicas. A idia bsica que a representao do
sistema nervoso feita de tal maneira que , na orelha, ns encontramos pontos
que representam os diferentes rgos. Ou seja, colocando-se as agulhas nas
orelhas ns podemos agir sobre as funes desses rgos ou sobre as dores
nas reas relacionadas . E completa : possvel fazer um diagnstico
atravs da Auriculoterapia porque, se ns encontramos dor na rea da orelha
que representa o estmago, por exemplo, saberemos que h algo errado, algo
problemtico

nesse

rgo.

Tambm

podemos,

atravs

de

aparelhos

eletrnicos, medir a resistncia oferecida pela pele da orelha passagem da


corrente eltrica; assim , possvel detectar ( j que conhecemos o
mapeamento do corpo da orelha) o ponto que apresenta disfuno.
Como se v , a orelha no possui meridianos e isto, como fez aluso
Raphael Nogier, afasta a idia do fluxo de energia passando por meridianos
na orelha porque eles no existem nesta rea do corpo. Recentemente , um
trabalho pioneiro de Clio Pasqua estabelece os meridianos auriculares,
contudo o estudo ainda recente e precisa de prtica teraputica para a
comprovao e aceitao plena de sua eficcia. Enquanto isso, a ao dos
estmulos na orelha continuar sendo entendida como um reflexo nos rgos
devidamente mapeados, como confirmou Raphael Nogier. O que, por sua vez,
no descarta a possibilidade dos pontos auriculares terem influncia no Chi
que corre pelos meridianos do corpo, tendo, portanto uma atuao de
somatizao.
Esta tese foi defendida pelo sino-americano M.H.Cho no seu trabalho de
formulao da Teoria do Reflexo Delta. Dr. Cho chegou , inclusive, a postular
que havia uma relao entre os pontos auriculares e seus pontos
correspondentes sistmicos, semelhante relao de uma chave e sua
fechadura, isto , a estimulao do ponto auricular poderia abrir o caminho
para se obter respostas somticas correspondentes s diferentes partes do
corpo humano, e com isso liberaria o Chi estagnado ao longo do organismo.

27

A auriculoacupuntura

utiliza-se de sementes, ou esferas, alm de

agulhas metlicas tradicionais , ou semipermanentes, de 1 , 2 e 3 milmetros


de profundidade, aplicadas no pavilho auricular, as quais agem no Sistema
Nervoso Central (SNC) com o objetivo de aumentar a resistncia orgnica
(Sistema Imunolgico) contra agentes agressores ( vrus, bactrias) . Como
citado anteriormente, a aurculoacupuntura

atua como coadjuvante no

tratamento de vcios, como alcoolismo, tabagismo e para emagrecimento, uma


vez que contribui para o equilbrio emocional do paciente, dando-lhe fora de
vontade no combate aos vcios em geral.

Como atuam os estmulos na orelha


e quais doenas que podem ser tratadas

O pavilho auricular e o dorso da orelha formam um microssistema , o


qual atua como receptor de sinais de alta especificidade, podendo refletir todas
as mudanas fisiopatolgicas dos rgos, vsceras, membros , alm do tronco,
rgos do sentidos e at mesmo emoes.
Por isso, quando ocorrem problemas de sade que afetam o corpo,
imediatamente a patologia refletida na orelha. H casos que , mesmo antes
do aparecimento do sintoma no corpo humano, a orelha apresenta algum tipo
de reflexo capaz de antecipar algum mal que possa estar em curso no
organismo.
Estimulando-se os pontos auriculares, desencadeia-se uma sucesso
de reflexos condicionados, os quais fazem parte de uma teia de relao com
capacidade racional, formando um circuito de estmulos no crtex cerebral, os
quais terminam por agir sobre a formao reticulada do sistema nervoso
central,

proporcionando

uma melhora do tnus do sistema nervoso e da

reatividade do sistema neurovegetativo.


A orelha uma formao esqueltica fibrocartilaginosa, penetrada por
msculos que a ligam diretamente cabea. Os nervos que ela possui so do
28

tipo motores e sensitivos, onde se interpenetram veias que possibilitam a


existncia de todo um sistema linftico com um grande nmero de condutos o
que facilita a acupuntura e a interligao dos pontos auriculares , os quais
veremos mais adiante.
Fundamentalmente a Auriculoterapia tem as mesmas propriedades da
acupuntura, isto , cuida de analgesias e disfunes. Contudo, a literatura atual
costuma descrever que a acupuntura auricular benfica em cerca de 250
doenas, a saber :
* Doenas infecciosas
* Doenas do aparelho digestivo e urinrios
* Alteraes da presso e cardiopatias
* Alteraes glandulares (hiper ou hipotireodismo, diabetes)
* Doenas sseas e musculares (artrite, artrose, bursite, reumatismo,
lombalgia, tores e leses)
* Sistema Nervoso - Depresso, psicoses, sndrome do pnico, insnia,
enxaqueca, estresse, ansiedade, dificuldade de concentrao, vertigem.
* Melhora da libido e disfuno ertil
* Rinite, sinusite, bronquite, resfriados, asma
* Auxilio para obesidade, tabagismo, alcoolismo, toxicomania, TPM.
O efeito do tratamento quase imediato . O estmulo leva o crebro a
agir sobre os rgos, os membros e suas funes, equilibrando e
harmonizando o organismo, provocando assim a eliminao dos males que
acometem o indivduo, fazendo fluir a energia vital pelo corpo.
Outro aspecto importante da auriculoacupuntura que , diferentemente
da acupuntura sistmica, que possui meridianos com um nmero muito grande
de pontos, na orelha o ponto apenas um s, ou , em poucos casos, dois ou
trs. Isto quer dizer que um ponto tem o valor de todo um meridiano sistmico
e por isso, para alguns especialistas, a sua ao mais rpida. Para muitos
estudiosos isto uma vantagem, j que num s ponto se acessa todo um
meridiano; para outros, entretanto, uma deficincia , pois com mais pontos ,
como tem a sistmica, as opes de tratamento podem ser ampliadas. Por
isso, que os dois tratamentos, quase sempre so complementares. Mais
ainda, a Auriculoterapia permite que o indivduo leve o tratamento para casa,
fazendo com que o estmulo perdure mais tempo com o paciente.
29

De fato, temos observado que para alguns pacientes , seja por motivos
prticos de tempo, ou por medo de agulhas ento optam por sementes seja
por serem crianas cuja dor das agulhas amedronta, ou at mesmo pacientes
que, por sua livre escolha, optam por uma ou outra forma de tratamento , os
resultados ocorrem normalmente , demonstrando que nenhuma tcnica
melhor que a outra e sim que todas atuam com eficcia quando bem
empregadas.

Vantagens da Auriculoterapia

So inmeras as vantagens da acupuntura auricular,

dentre elas

salientamos:

1) Rapidez e eficcia
Nos casos de analgesia e inflamaes, contra dores msculo-esquelticas de
todo tipo, podendo, em muitos casos, a dor desaparecer em poucos minutos. O
mesmo se dando com febre e presso alta, lembrando sempre que
importante discernir o limite de cada terapia, caso a caso.

2) Fcil localizao dos rgos e partes do corpo, uma vez que para cada
caso h apenas um ponto, ou dois, para ser estimulado, diferentemente dos
meridianos sistmicos.

3) Fcil manejo e fcil aprendizagem


A aplicao simples e pode ser apreendida rapidamente. Claro est que os
casos complexos exigem amplo domnio da tcnica e a correlao dos pontos
a serem tratados, o que demanda um conhecimento mais aprofundado. Por
isso, assim como na sistmica a prtica teraputica que acabar indicando,
em ltima instncia, o tratamento a ser adotado.

30

4) Economia e praticidade
Diferentemente de outras tcnicas, a acupuntura auricular de baixo custo e
sua aplicao requer poucos apetrechos, podendo i ser feita em

qualquer

lugar, inclusive no local de trabalho.

5) Diagnstico simples
Usando de uma boa ficha de anamnese, o diagnstico direto, uma vez que
os pontos a serem estimulados sedao ou tonificao esto devidamente
mapeados, requerendo apenas cuidados do terapeuta em saber fazer as
perguntas corretas e dominar o interrelacionamento dos pontos para uma maior
eficcia de tratamento. Da mesma forma, o que simplifica o diagnstico que a
apalpao e anamnese da orelha podem ocorrer em qualquer lugar onde se
esteja, sem ser necessrio se deitar para a aplicao.

6) No apresenta efeitos colaterais.


A auriculoacupuntura segura e , caso o tratamento no tenha sucesso, no
h risco de intercorrncias, salvo os casos de falta de higienizao da orelha
ou quando se mantm os pontos alm dos prazos previstos.

7) Atua como medida preventiva.


Sua capacidade de harmonizar o organismo muito grande, o que permite
uma ao de preveno de doenas j que a Auriculoterapia pode ampliar as
defesas do organismo e equilibrar as emoes.

Ilustrando melhor . Dr. Jos Arantes, um dos autores desta obra, certa
feita , voltando num vo de Braslia para So Paulo ( naquela poca , materiais
mdicos eram permitidos a bordo ) , uma aeromoa, inexplicavelmente, na hora
de servir o lanche, desabafou que estava com uma dor de dente insuportvel.
Imediatamente , Dr. Arantes perguntou se ela precisava de ajuda, e se
identificou como mdico. Confirmada a necessidade por parte dela, e logo
aps o servio de bordo, ele foi atend-la . Inicialmente a aeromoa pensou se
tratar da administrao de algum medicamento . Ele explicou que era
acupuntirista e poderia ajud-la com isso. Mesmo ela no acreditando, foram
colocadas agulhas semipermanentes no lado do dente inflamado, tanto no
31

pavilho como no dorso nos pontos de Dente, Analgesia . Passado alguns


minutos, a dor havia diminudo, e ao descer em So Paulo, ela no sentia mais
dor. Foi-lhe recomendado procurar seu dentista.
O professor Srgio Trombelli, certa vez na faculdade onde leciona,
encontrou uma aluna, em dia de prova, com dores terrveis de cabea. Ao
oferecer ajuda, foi prontamente aceito. Assim , depois de uma rpida
anamnese, foram acessados pontos de Cefalia, Analgesia, Vescula Biliar e o
Shenmen A dor , gradativamente foi sumindo at desaparecer por completo,
permitindo que ela fizesse a prova normalmente.
Casos desta natureza mostram a rapidez que a auriculoterapia possui, a
facilidade de tratamento e manejo , alm da simplicidade do diagnstico.
A satisfao dos pacientes com queixas dolorosas que saem da sala de
consulta sem dor gratificante. Inmeras vezes, o mdico ou terapeuta ouve o
paciente dizer na sala de espera que est sem dor completamente aps uma
aplicao de acupuntura.
Evidentemente

que cada patologia precisa ser acompanhada, assim

como fundamental se ter conhecimento da sua evoluo para que no se


mascare uma doena com possibilidades de complicaes posteriores.

A natureza dos pontos


e as caractersticas do pavilho auricular

Somatotipia o termo usado para se dizer que existe uma relao entre
determinadas regies cerebrais com determinadas regies corporais. isso
exatamente que ocorre no processo da acupuntura auricular. A base da ao
auriculoteraputica est justamente no entendimento que temos da natureza
dos pontos auriculares j devidamente mapeados e dois so os tipos de pontos
auriculares : os pontos exclusivamente nervosos e os pontos neuro-humorais.
Os primeiros, so facilmente sentidos ou evidenciados atravs do
apalpador de presso, ou de qualquer outro processo que pressione o ponto
em questo.

Geralmente so dolorosos quando o rgo especfico est


32

doente. Na teraputica, o tratamento mais comum o estmulo, para sedar ou


tonificar, com agulhas , sementes ou outros materiais, conforme se ver.
Os segundos so pontos que so apenas evidenciados atravs de
estmulo eletrnico. Geralmente , aps a evidncia , so tratados com laser.
Todos os pontos se tornam doloridos quando a rea ou rgo ao qual
eles esto relacionados est doente. Este fenmeno explicado pela
organizao do sistema nervoso. A ligao entre o ponto e a rea se d
atravs do sistema espino-talmico e reticular, por isso, se a rea perifrica
est dolorida, a presso auricular detecta ocasionando dor. Isto se d porque
na orelha existem formaes histolgicas associadas a pequenas artrias, ou
uma vnula, ou um vaso linftico , ou terminaes nervosas. Entre os
elementos vasculares insinuam-se as fibras nervosas, envoltas por mielina . A
coexistncia destes nervos e de vasos de parede fina geram formaes
denominadas complexos neurovasculares.
Pesquisas mostraram que h evidncias do envolvimento neuro-humoral
e neural no mecanismo de analgesia feito pela acupuntura auricular, o que
comprova o aspecto neurolgico que a orelha possui. As substncias mais
conhecidas provocadas por estes estmulos so : endofinas, encefalinas,
serotonina, histamina , prostaglandina entre outras. Sua ativao, geralmente
leva de 15 a 20 minutos, por isso a ao da Auriculoterapia rpida. Os
estmulos auriculares tambm acabam atuando em toda a enervao que a
orelha possui e esta enervao se relaciona com outros nervos do sistema
orgnico, facilitando a ao dos estmulos e a rapidez com que estes se
propagam , por

isso, como dissemos,

a Auriculoterapia possui resposta

rpida.
O pavilho auricular um rgo isolado, contudo, mantm relaes com
os demais rgos e regies do corpo, atravs de reflexos cerebrais. Em outras
palavras , cada ponto da orelha mantm relao com um ponto cerebral, o qual
est ligado a um determinado rgo, ou regio do soma, pela rede do sistema
nervoso.
Esta relao:

ponto auricular crebro rgo que possibilita

Auriculoterapia exercer tratamento para as mais variadas enfermidades. Todo o


pavilho, frente e dorso, entrecortado por filetes nervosos e uma extensa
malha de capilares capaz de promover a circulao sangunea e reflexa.
33

Os estmulos perifricos sobre esta capilaridade sangunea e nervosa


atingem diretamente o tlamo e deste ao cerebelo, ao troco cerebral, ao
encfalo, por isso o mecanismo gera uma ao do crebro como um todo
sobre o organismo.
O pavilho conta com inervao trplice, formada pelo trigmeo, pelo
vago e pelo plexo cervical superficial. Ainda mais : em termos filogenticos, os
pontos auriculares partem do centro para a periferia no centro encontra-se o
sistema nervoso central.

A anamnese e a forma de atendimento

O atendimento comea pela anamnese. Talvez seja este um dos pontos


mais importantes de toda e qualquer abordagem junto ao paciente: a busca de
um diagnstico preciso.

Neste sentido, a

empatia no relacionamento

paciente/terapeuta precisa ser total de modo a permitir que ambos possam


caminhar juntos para a formao de um diagnstico, o mais correto possvel.
Neste ponto, convm abordar uma questo de nomenclatura que tem
provocado divergncias entre os terapeutas. H escolas que consideram o
termo paciente um equvoco, ou um termo restrito medicina, devendo ser
usado pelos mdicos e, por isso, os terapeutas optam pelo termo cliente
quando se referem ao indivduo que est sendo atendido pelo terapeuta.
Neste mister, valem algumas consideraes importantes. O termo
paciente, vem do latim patiens, entis, que significa aquele que suporta, isto ,
resiste. O significado , pelo verbete do Dicionrio Houais que tem pacincia
( virtude) , sereno, que aguarda, indivduo doente.
Por outro lado, o termo cliente vem do latim clien , entis, protegido de
um patrono, vassalo, como se v, um submisso, podendo chegar inclusive a
estar ligado, atravs de client, freguesia. O termo cliente , hoje em dia, est
muito calcado sobre o mercantilismo do conceito de fregus.
Por esta razo, continuaremos a manter o termo paciente ao nos
referirmos s pessoas que procuram o terapeuta, uma vez que entendemos
34

que o lado mercantilista do termo cliente foge um pouco ao esprito da misso


teraputica que nos propusemos a realizar.
Voltando anamnese, importantssimo o domnio de tcnicas

de

diagnstico capazes de dar subsdios seguros ao acupunturista. Assim ,


conhecer

a morfologia da lngua, fazer o exame da pulsao, e mais

recentemente, a leitura da ris, so instrumentos que permitiro ao terapeuta


confirmar e aprofundar as informaes dadas pelo paciente. No mercado,
existem livros sobre estes temas , alm de cursos que podem ser feitos pelos
interessados.
Contudo, para o auriculoterapeuta nada mais importante do que a
anlise direta da orelha, a apalpao das regies com vistas a descobrir
patologias que esto sendo refletidas em cada ponto. Mais frente falaremos
sobre a morfologia da orelha e ao que deve ser observado.
A forma de localizar os pontos que devem ser tratados se d pelo uso do
apalpador de presso. Um basto de metal com ponta arredondada e uma
mola interna , cuja finalidade exercer presso constante. Todo ponto auricular
com desequilbrio apresenta algum tipo de dor , mesmo que pequena, quando
pressionado . Contudo, esta norma no absoluta. H ocasies em que o
ponto no indica

dor, por esta razo

o dilogo paciente/terapeuta se

apresenta como fundamental.


O uso de luvas e mscaras sempre indicado. mais higinico, alm
de ser uma forma de proteo para ambos.
Na prtica no se deve estimular o mesmo ponto nas duas orelhas ao
mesmo tempo, a no ser em casos excepcionais de crise aguda de dor como
a enxaqueca, por exemplo. bom intercalar as aplicaes em uma orelha por
vez, num intervalo de sete dias no mximo. . Existem vrias formas de
aplicao da acupuntura auricular. As mais conhecidas so :

Com agulhas longas - Normalmente usadas no corpo, podem ser tambm


utilizadas em aurculo. Seu nico inconveniente que o paciente dever
permanecer deitado e com as agulhas na orelha por um perodo de 20 a 30
minutos e a cada 5 minutos deve-se estimular o ponto girando a agulha.

35

Com agulhas semipermanentes Parecem pequenas tachinhas com uma


ponta que no ultrapassa 3 milmetros. Depois de aplicadas, deve-se cobri-las
com um pequeno pedao de fita micropore, para evitar que caiam. O paciente
deve permanecer com as agulhas pelo prazo mximo de sete dias e evitar
contaminao.

Com ponto esfera - Constitudo por uma pequena esfera de metal, este ponto
deve ser aplicado da mesma forma que a agulha semipermanente e os
resultados obtidos so os mesmos. A diferena que o ponto esfera pressiona,
em vez de furar, o que o torna prefervel para uso em crianas. Ainda em se
tratando de esferas, as de prata servem para sedao e as de ouro para
estimulao do ponto tratado. Assim , no ponto do corao, por exemplo,
usamos uma ou outra conforme for a necessidade apresentada pela
anamnese. Recentemente tem surgido um tipo de esfera de metal,
considerado neutro, podendo tanto sedar quanto estimular o ponto.
Com ponto cristal Em vez de esferas, um pequeno pedao de cristal. Diz-se
que o cristal neutro, podendo tanto sedar como estimular. Ademais, o cristal
permite a infuso com cores, por exemplo, possibilitando a execuo de
procedimentos de cromo-aurculo-acupuntura.
Com ponto semente O mais tradicional e antigo procedimento. uma
pequena semente de mostarda, usada da mesma forma que o ponto esfera,
com a diferena de que este ponto semente deve permanecer na orelha por um
prazo mximo de cinco dias. Por se tratar de material orgnico, ele pode se
decompor e causar algum tipo de alergia, e, em conseqncia, provocar
inflamao na regio. A semente tambm neutra. Hoje, existem estudos
sobre a utilizao de vrios tipos de semente: a fitoacupuntura. Dependendo
da semente utilizada, o efeito da aplicao varia, o que amplia as formas de
tratamento. Na acupuntura sistmica, qualquer semente pode ser usada, mas
na auricular nem sempre isso possvel devido ao tamanho de cada semente.
Por isso, na auriculoterapia se usa geralmente lascas de sementes para o
emprego da fitoacupuntura.

36

Com ponto de ms - Muito usadas hoje em dia, as ims substituem as


esferas e sementes com resultados que tm se apresentados promissores. As
ims de menor tamanho no mercado so de 2mm de circunferncia por 1,5mm
de altura. Elas so colocadas nos pontos selecionados , conforme a patologia,
e depois cobertas com micropore ou esparadrapo. A acupuntura sistmica
tambm faz uso deste material, mas com peas de dimetro maior.

Com o uso da moxa - A moxabusto um mtodo tambm aplicado na


auriculoterapia. Embora se possa usar a moxa de artemsia, ou moxas bem
finas ( at mesmo incensos ) a preferncia para se esquentar as esferas ou
agulhas e aplic-las nos pontos selecionados. Com o aumento da temperatura,
o estmulo se torna mais intenso. possvel ainda se esquentar a ponta do
prprio apalpador e com ele fazermos estmulos nos pontos necessrios.
Moxas que queimam ervas muitas vezes provocam desagrado nos pacientes
por conta de alguma alergia ao cheiro, por esta razo, apesar das propriedades
da artemsia, a opo mais usado hoje em dia o calor pura e simplesmente
das esferas, ou de um apalpador como dito acima.

Sangria - Existem pontos que possibilitam uma pequena sangria, como no


caso do pice da orelha, ou do sulco hipotensor na parte dorsal do pavilho,
indicados nos casos de presso alta. Os resultados so rpidos. Da mesma
forma, h casos em que a insero da agulha no ponto a ser estimulado produz
uma sangria natural. Nestas situaes, o procedimento est encerrado, no
sendo necessria nenhuma estimulao a mais. Geralmente a sangria feita
para eliminar acmulo de calor, febre, convulso, dores, elevao da presso
arterial, cefalias e inflamaes. Mais frente, voltaremos a falar nos pontos
que geralmente so sangrados. Para a execuo da sangria basta uma agulha,
mas existem instrumentos de puno que facilitam a tarefa. Geralmente duas
gotas so o suficiente. Faz-se a sangria uma vez por dia em dias alternados e
no mximo em dois pontos ao mesmo tempo. Duas gotas em cada ponto
bastam para produzir o efeito desejado.
Eletroacupuntura Mtodo que combina o uso de agulhas com um
estimulador eltrico. As ondas eltricas sedam ou estimulam os pontos
37

selecionados . O tempo das estimulaes geralmente de 5 minutos para


ativar mais intensamente os pontos selecionados. O equipamento usado
porttil e o tratamento pode ser feito com facilidade
Auriculoterapia a laser Modernamente passou-se a usar o laser no
tratamento auricular, a chamada laserpuntura. O estmulo feito por raios
laser produzidos por bastes especialmente fabricados para este fim. Os
bastes so os mesmos da acupuntura sistmica. Na aurculoterapia, contudo,
devido a uma maior sensibilidade a intensidade do raio na orelha deve sempre
ser menor e a durao do estmulo no deve passar de 2 minutos.
Cromoauriculoterapia Combina a cromoterapia com a aurculo. Existem
bastes com cristal luminos para aplicao tpica nos pontos selecionados. As
cores tm as mesmas funes da cromoterapia tradicional e o tempo no deve
exceder a 2 minutos em cada ponto.

Cada cor pode ser utilizada at no

mximo 30 segundos.
Escova de dente Principalmente em bebs, em quem a dificuldade da
aplicao dos estmulos muito grande, quer pela possibilidade da dor, quer
pelo fato dos bebs no ficarem parados , usa-se uma escova de dentes com
cerdas bem macias como estmulo nos pontos selecionados. Ademais, em
adultos, esta prtica tambm utilizada, mas com escovas mais firmes,
geralmente a escova bi-tufo, principalmente para pontos perto do canal
auricular onde a colocao de esferas, agulhas e demais materiais sempre
um risco.
Massagem auricular A massagem pura e simples da orelha j um mtodo
de tratamento no qual se pressionam os pontos auriculares, provocando um
aumento da circulao sangunea em todo o pavilho. Nos tratamentos de
Auriculoterapia , massagear a orelha antes da aplicao dos estmulos
( agulhas, sementes , etc ) estimula os terminais nervosos e prepara o pavilho
para o tratamento, alm de ser um grande relaxante que predispe o paciente
para o tratamento de auriculoacupuntura.

38

Deve-se atentar para o fato de que toda e qualquer forma de aplicao


auricular no deve exceder a seis agulhas, ou seis esferas ou sementes, ou
estmulos, por orelha , e , como

dito antes, os pontos devem ser colocados

numa s orelha, salvo os casos excepcionais de crises onde as duas orelhas


precisam ser ativadas, tendo em vista a quantidade de patologias.
H correntes de pensamento que entendem ser indiferente a orelha a
ser usada no tratamento. H outras correntes que buscam usar as orelhas
conforme a posio dos rgos no corpo, ou os membros afetados .
Geralmente no caso de dores msculoesquelticas, usa-se o lado onde a dor
ocorre, mas no caso de rgos,

esta prtica no precisa realmente ser

seguida, na opinio de uns, enquanto tem que ser rigorosamente seguida na


opinio e outros.
Seja como for, a experincia do terapeuta que vai determinar as
condutas em cada tratamento, por isso, embora apresentemos mais frente
uma coletnea de protocolos para atendimento em diferentes patologias , cabe
ao terapeuta descobrir em cada caso o caminho correto a seguir e os pontos a
serem estimulados .
Antes de qualquer aplicao, porque a orelha possui oleosidade, devese limpar a regio, de preferncia com lcool a 70 GL, ou 68,4% INPM,
antissptico. Para localizar desequilbrios, deve-se primeiro observar a orelha
e tentar encontrar anomalias no pavilho auricular , como, por exemplo,
pequenas manchas ou pontos pretos, escamaes e at diferenas de
tonalidade da pele, que a princpio podem parecer natural, mas precisam de
ateno.
De acordo com

o Prof. Marcelo Pereira de Souza, os sinais mais

freqentes que a orelha apresenta , como indicativos de patologias so :


1) Modificao de pigmentao
- palidez deficincia orgnica, diminuio de atividade das funes
orgnicas desequilbrio por falta
- vermelhido hiperatividade funcional desequilbrio por excesso.

2) Modificaes morfolgicas
- Ressecamento da pele enfermidade de natureza crnica
- Exsudao sebcea indicativa de enfermidades sub-agudas
39

- Sudorese - tendncia a doenas degenerativas


- Quistos e Tubrculos patologia em curso ou que poder o correr na
regio.
- Pelos ou Escamaes degenerao senil.
- Ndulos e salincias indicao de enfermidade no local
- veias salientes indicativos de patologia no rgo correspondente do
pavilho auricular.

3) Modificaes de sensibilidade
- Hiperestesia ( muita sensibilidade ) enfermidades agudas
- Hipoestesia ( pouca sensibilidade ) enfermidades crnicas
Ainda bom ressaltar que de forma geral, a prtica teraputica tem
demonstrado que as orelhas que apresentam excesso de escamaes podem
indicar estados de desequilbrio emocional do paciente , com predominncia da
ansiedade.
Por outro lado,

existem reaes das mais variadas, decorrentes da

aplicao dos estmulos, dependendo sempre da sensibilidade de cada


paciente. Geralmente h calor, vermelhido ou dor nos pontos estimulados.
Jovens saudveis so mais suscetveis aos estmulos, enquanto que as
pessoas de mais idade demoram mais tempo para reagirem s estimulaes.
O tempo de resposta aos estmulos varia conforme cada caso, h respostas
imediatas e outras que demoram , s vezes, um dia inteiro. H orelha
absolutamente insensveis e outras sensveis em demasia, e isto dificulta a
anamnese quando se fixa a pesquisa da patologia em apenas a apalpao dos
pontos. Como ressaltado antes, sempre importante uma anamnese bem feita.
Como a acupuntura auricular de reflexo, os rgos aos quais os
pontos se referem tambm podem apresentar respostas aos estmulos, o que
apenas um indicativo da preciso da aplicao feita. Da mesma forma que,
como os pontos auriculares so extremamente prximos, quanto maior for a
preciso do estmulo, maior ser a resposta.
Uma boa opo testar, por exemplo , quando se desejar colocar
estmulo no ponto do estmago, fazer uma presso com instrumento
adequado, pina ou apalpador, na regio do pavilho auricular, correspondente
ao prprio estmago de forma a identificar o ponto mais dolorido dentro
40

daquela regio especfica. O resultado desta prtica bem melhor , porque os


mapas auriculares tm um padro geral aceito universalmente pelos que
praticam a acupuntura, mas no atendem s diferenas individuais.
Queremos somente lembrar que , a exemplo das terapias naturais, a
auriculoterapia tambm busca individualizar cada quadro de acordo com o
doente, levando-se em considerao

as peculiaridades de raa, biotipo,

comportamento, entre outros. Quase que podemos afirmar que deve existir um
mapa para cada pessoa, seguindo o formato geral da representao do corpo
humano invertido na orelha.
Por isso, a pesquisa do ponto mais doloroso na regio que se pretende
puncionar tem um resultado mais eficaz do que simplesmente se colocar um
estmulo, olhando e seguindo as regras dos mapas existentes.
Resta apenas ressaltar que , se o ponto estiver sobremaneira dolorido, e
assim se mantiver por dois dias, o estmulo deve ser suspenso e revisto o
tratamento. H autores que entendem ser de no mximo 3 dias o prazo para
as aplicaes feitas com sementes, uma vez que estas se deterioram e podem
causar problemas para o paciente.

O pavilho auricular

Uma imagem de grande importncia usada na auriculoterapia a de que


a orelha como se fosse uma imagem invertida do ser humano. A simples
mentalizao desta figura auxilia sobremaneira a aplicao dos pontos
auriculares . No se trata de haver uma exatido, mas a semelhana vlida e
facilita o entendimento para uma melhor prtica teraputica.
A imagem a que segue abaixo:

41

Por outro lado, a orelha na sua parte anterior pavilho est dividida
conforme o grfico

a seguir. importante saber cada uma das partes da

orelha uma vez que a

localizao dos pontos auriculares sempre feita

levando-se em considerao o local em que ele se encontra no pavilho ou no


dorso. Memorizar a anatomia da orelha fundamental para a prtica
teraputica de qualquer acuputurista auricular.

42

importante estar familiarizado com a anatomia acima porque os pontos


auriculares sero sempre agrupados em cada uma destas regies , e mesmo
quando se estudar aos pontos em geral, a sua localizao estar sempre
consignada conforme a posio que ocupa em cada uma das partes do
pavilho e do dorso.

43

Pontos Auriculares ,
um mapa-sntese dos mapas conhecidos

Todo o corpo humano est devidamente representado no pavilho


auricular, assim, para todas as patologias, conhecendo-se a sua evoluo e
limite de cura, existe a possibilidade de tratamento com vistas a sedar ou
tonificar cada rgo, ou membro do corpo, alm dos pontos emocionais.
Desta forma, o que torna mais eficaz o tratamento a acertada escolha
dos pontos / regies por parte do terapeuta, o qual atravs da prtica e do
conhecimento,

vai criando os chamados protocolos de atendimento, muito

teis porque permitem uma prtica teraputica mais eficaz, uma vez que os
tratamentos j foram testados e aprovados.
Hoje em dia, so muitas as correntes de pensamento a respeito da
acupuntura, o que faz existir tambm uma grande quantidade de mapas
auriculares. Figuramos entre os terapeutas que no adotam uma posio
ortodoxa sobre qual filosofia se deva usar para a escolha dos pontos
auriculares,

uma vez que entendemos que a prtica teraputica que

determina a eficcia dos tratamentos.


Assim , pontos da escola francesa, da escola japonesa e da escola
chinesa podem atuar conjuntamente , desde que se apresentem eficazes com
comprovado acerto e com isso

facilitando os tratamentos . Desta forma,

analisando o que existe hoje em dia , podemos ter uma idia da diversidade
dos pontos e sua localizao no pavilho auricular, por isso novos mapas
surgiram e vo surgir, ampliando os pontos j catalogados . No apenas na
parte externa da orelha, mas tambm no dorso que, alm dos seus pontos
especficos, considerado um espelho do pavilho. Isto , em muitos casos,
na mesma direo do ponto do lado externo da orelha, internamente este ponto
rebatido . Isto facilita a localizao correta do local a ser estimulado .
A seguir, apresentamos um mapa compilado dos mapas auriculares
mais conhecidos, tentando com isso, unir os variados pontos de forma a se
oferecer ao terapeuta um rol maior de possibilidades de ao.

44

pice da orelha
A mg

Reflexo Cerebral

dal a
1

A le r
gia
os
el h
A rt

Fgado Yang 1

m
Tu
or
2

Joelho ext.

o
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Hipotensor

do

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Oc

Ale rgia 1

Joelho

Perna

o
rv
Ne

Tornozelo

ea
r

Dedos
maos

Calcanhar
nus

Hepatite

Coxa

Hlix 1

Pulso
Ping Chuan sup.

tero

Fgado Yang 2

Febre

Constipao

Simpatico

Quadril

Genital exter no

Pt. Calor
t er

Pncreas

e
ic
nd
pe

Bao
Cr dia

Esfago

Laringe
Faringe

Brnquios

Glote

Pulmo 2

Tuberculose

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o tin

Sanjiao
(metabolismo)
C

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Occipital
Ping Ch uan

Su bCrtex

ENDCRINO
(Periocdio)

. Pe

Nervo
Vago

Corao

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Traquia

Supra
Renal

V. C

Nariz Ext.

H li x 3

is

Timo

Axila

Art. Ombro

sco
co

Pulmo 1

Sede

Vertex

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eu

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en

Clavcula

Anti
Depressivo

Li
bi
do

pice
do trago

Vcios/Mania

V. To raxi

Relaxante
Muscular

Boca

Brao

Glan d
u
Mam las
rias 1

Estmago

Corao 2

Hlix 2

Trax

cas

Fgado
Ponto Zero

Art. Cotovelo

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V. Bilia r
Int. Delgado

Ouvido Externo

Nariz Int.

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Analgesia

Diafr agma

Fome

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Diabetes Ins.

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Bexiga

Prstata
Uretra

Ante brao

o
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Citico

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Simpatico
Externo

Shen Me n

Hlix 4

Eu for ia
Tmpora

Ovr io

Hipertensor

Vis o 1
Vis o

Palato Inf.
Dente

Compulso
Sexual

Gono das Fronte

Ansiedade

ATM

Lngua

e
fa c
da
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r

Tensao

Palato Sup.
Pt.Neurast enia

Mandbula

Amigdala
Cerebr al

Olho
Hlix 5

Ouvido
Interno

Pt.Ansiedade

or
m
u
oT
ad
e
r

Amgdala

Hlix 6

45

Desordem mental

Antipirtico

lia
Cefa
lia
Cefa

Gonalgia
a d
re

Imunologia
Posterior
da perna

co
i ti
oc

Timo

Analgesia
Sulco Hipotensor

Medula Espinhal

Dorsalgia
Fgado

Costas

Fome
Compulsiva

Bao
C o r a o

Ombro

rea da Cervical

Rim
Anorexia
a
tur
Ton

Disfuno Hormonal

Analgesia
Pt. Inteligncia

Ansiedade
Pt. Sono
Pt. Alegria

Ansiedade

46

As caractersticas e a funo dos pontos mais importantes no pavilho


auricular est descrita abaixo. Para este estudo, usamos as informaes de
vrias obras publicadas sobre Auriculoterapia.
Abdmen (1 e 2 ) Usa-se nas enfermidades abdominais relativas ao sistema
digestivo e nas enfermidades ginecolgicas, flatulncia abdominal, obesidade.
Alergia 1 e 2 nos casos de alergia em geral, quer da pele,

quer das

mucosas nasais.
Amdala 1 e 2 Usa-se em amidalites, faringites e laringites.
Amgdala Cerebral os casos de emoes fortes como o medo, a raiva .
Analgesia todos os tipos de dores como analgsico geral, alm de ser
coadjuvante nas anestesias por acupuntura.
Ansiedade Diminui a ansiedade. Deve ser conjugado com outros pontos
conforme se ver segunda parte deste trabalho.
Antebrao usado para alvio da dor no local
Anti-depressivo usado em todos os casos de depresso, para dar nimo.
nus usado nos casos de hemorridas, diarria e constipao
Apndice nos casos de apendicite aguda bem como no trato do plastro
apendicular
pice da Orelha Ponto preferido para sangramento com vistas a diminuir
inflamaes , diminuio da febre, baixa da presso arterial. Auxilia na
diminuio das dores em geral

47

pice do Trago A sangria faz baixar a febre , reduz inflamaes. Usado para
as inflamaes comuns, elimina as dores em geral e traz tranqilidade. A
sangria tambm ajuda nos casos de baixa da presso arterial.
rea da face Ponto usado na neuralgia do trigmeo, espasmos faciais,
paralisia facial, paralisia nervosa, acne.
rea de Neurastenia combate os estados de neurastenia, a fraqueza, ,
fadiga fsica e mental, insnia , irritabilidade e dificuldade de memroa
rea de Tumor 1 e 2 em todos casos de tumor como coadjuvante contra
dores.
Artelhos Cuida das articulaes da regio dos dedos dos ps.
Articulao do Ombro Combate a distenso, dores, periartrite do ombro,
bursite.
Asma Regulariza o centro da respirao, usa-se para tratar da tosse, da
asma.
Ascite Usa-se para a cirrose heptica, flatulncia .
ATM nos casos de disfuno da articulao temporo-mandibular, para
facilitar a articulao que liga o maxilar mandbula
Axila para os casos de dor nas axilas, hidrodenite ( erupes da pele )
Bao O bao atua na circulao e na digesto, alm de modificar o sangue,
nutrir os msculos e fortifica a oxigenao. O bao transporta os nutrientes por
isso usado nos casos de anemia. Maneja os msculos e pode ser acessado
nos casos de distrofia, astenia e atrofia muscular . usado tambm em casos
de diarria.

48

Bexiga A bexiga armazena a urina e est intimamente ligada aos rins. Usase este ponto para cistites, prostatites, incontinncia urinria entre outras
afeces. Pela sua ligao com outras partes do corpo, o ponto da bexiga
ainda usado nos casos de insnia, neurastenia, dores no citico, dor de
cabea , dor lombar
Brnquios como calmante da tosse, nos caos de pneumonia
Boca afeces bucais , herpes.
Brao para alvio das dores e problemas no local
Calcanhar Cuida das afeces na regio, espores , fasciite plantar.
Crdia no tratamento da azia, gastrite, e hrnia de hiato
Crebro como tnico das funes cerebrais, clareia a mente
Citico Tratamento das dores do nervo citico em toda a sua extenso
Clavcula Elimina as dores de clavcula e dos ombros.
Corao 1 e 2 O corao tem a funo de tranqilizar a mente e pacificar o
esprito. Ele regula a circulao sangunea alm de acalmar a ansiedade.
O ponto usado para curar enfermidades cardacas, palpitao, dores no
peito. D claridade cabea ( aclara a mente ) e por estar ligado
transpirao atua na sudorese exagerada e na insnia.
Cotovelo usado nas tores, luxaes da regio e no brao dolorido.
Compulso Sexual como sedativo nos casos de excesso de libido e
compulso sexual descontrolada

49

Constipao nos casos de intestino preso.


Coxa para dores no local

Dente - usado nas dores dentais e anestesias


Dedos das mos Usa-se para tratar das afeces relativas s articulaes
dos dedos das mos, dedo em gatilho, LER.
Diabetes usado para tratamento da diabetes, todos os tipos
Diafragma Cuida dos espasmos do msculo do diafragma, auxilia nas
afeces do sangue e da pele, alm de ser tranqilizante e atuar nos
problemas de ordem psicossomtica.
Endcrinas Representa todo o sistema de secreo interna. Previne
reumatismos, alergias. O aparato digestivo contribui para normalizar a
absoro dos elementos necessrios ao seu bom funcionamento. Pode reduzir
a febre e o calor de causas desconhecidas.

Esfago- para os casos de refluxo, esofagites e afeces do esfago


Estmago Faz a recepo e digesto dos alimentos e est intimamente
ligado ao bao. usado nos males do estmago lceras, gastrites, perda de
apetite, nuseas, vmitos. Pode ser acessado tambm nas dores de cabea
frontal e insnia.
Euforia usado para aumento de energia fsica e mental do organismo.
Geralmente utilizado em casos de neurastenia e depresso, fraqueza mental,
ps-operatrio. um poderoso estimulante

Febre - diminui a febre e provoca bem-estar.

50

Fgado O fgado produz a blis, atua na circulao do sangue e fortifica o


estmago. O ponto utilizado para os casos de hepatite, mas o fgado tambm
controla os msculos e por isso deve ser usado nas tores em geral, na
astenia muscular e nos desmaios, Deve ser usado nas afeces do sistema
digestivo, na distenso abdominal e na depresso psquica.
Fronte usado nas dores de cabeas frontais. Induz a tranquilidade, combate
a insnia e sonhos excessivos, alm de atuar nas sinusites e rinites , inclusive
as alergias. ponto auxiliar nas neurastenias.
Fome ponto utilizado em regimes e para tratamento da fome compulsiva.
Garganta Usa-se para tratar da faringite aguda e crnica, afonia, amidalite ,
bronquite e asma bronquial.
Genital externo Usa-se para impotncia sexual, tranqilizante, combate a
ansiedade, ponto usado para problemas emocionais e afetivos.

Glndulas Mamrias- Trata de mastites, falta de leite e insuficincias em geral


das glndulas mamrias.

Glote - Nos casos de perda total ou parcial da vozes, calos nas cordas vocais.

Gnodas - Atua no auxlio da produo e regulao dos hormnios estrognio


nas mulheres e testosterona nos homens. Casos de infertilidade.

Hipfise ( Pituitria ) -

Usado no tratamento da meningite, convulses,

tremores, regula o crescimento do crebro. usado tambm nas alergias,


induz tranqilidade.
Hipotlamo regula o hipotlamo, o centro de atividade neurovegetativa , o
stress e o prazer.

51

Hlix ( de 1 a 6 ) usados no combate inflamaes, na reduo da febre,


alivia os inchaos , diminuindo a presso sangunea. Os pontos so usados
ainda nos casos de amidalites e nos sangramentos atua para baixar a presso
arterial. Os seis pontos do Hlix so usados para dar mais energia ao paciente.
Hipotensor usado para diminuir a presso arterial
Hipertensor Usado para aumentar a presso arterial
Hepatite nos caos de hepatite e infeces e desequilbrio do fgado e
vescula biliar
Intestino Grosso responsvel por expelir as fezes, por isso usa-se este
ponto para as disenterias, enterites, diarria. Junto com o intestino delgado, o
intestino grosso subordina-se ao estmago e importante nos casos de
indigesto.
Intestino Delgado Separa o nutritivo do excremento, por isso est ligado
digesto. Atua nos casos de diarria, coadjuvante nos casos de palpitaes e
dispnia devida sua ligao com o corao.
Joelho usa-se para as dores no joelho, nas articulaes da rtula, , peso nas
pernas, artrite, reumatismo
Joelho externo para dores no local, articulao da perna, ligamentos
Laringe / Faringe esto intimamente ligadas. O ponto atua nos casos de
rouquido e afeces da garganta , laringite e faringite.
Lngua para problemas de afta, problemas digestivos.

Libido- para a falta de desejo sexual, adormecimento da libido.

52

Mandbula Usados nos casos de bruxismo, dores de dente, paralisia facial,


dores na mandbula , ATM.
Manias ponto extremamente importante para os casos de obsesses,
podendo ser associado aos tratamentos de vcios em geral .
Nariz Interno Trata da rinite, da nasorinite, inclusive as de origem alrgica, e
infeco das adenide
Nariz Externo Usado nas afeces nasais, gripe.
Nervo Occipital Menor Este ponto tem o efeito de diminuir a dor em geral.
Usado nos espasmos dos vasos sanguneos cerebrais, seqelas de traumas
cerebrais, dor de cabea, enjos, paralisao parcial causadas por hemorragia

Nicotina- no combate ao vcio de fumar e nos casos de dependncia txica


provocado pelo fumo

Nervo Vago - para os casos de estress, tenso, nevralgias, fome compulsiva


Occipital Usado no tratamento do sistema nervoso. Combate as dores da
nuca, previne enjos e vmitos e alteraes em viagens e alturas.
antiinflamatrio, combate as inflamaes e contribui para diminuir a tosse e a
asma.
Ovrio usado para os distrbios da funo sexual da mulher, menstruao
irregular e infertilidade.
Olho Usa-se para tratamento de todas as afeces dos olhos : glaucoma,
atrofia tica, conjuntivite e enxaqueca oftlmica.
Ouvido Externo Trata da surdez, diminuio da capacidade auditiva, tontura
pela audio, barulhos e zumbidos.

53

Ouvido Interno Cuida da surdez , infeces auditivas, zumbidos, labirintite.


Palato superior e palato inferior usado no trato das afeces inflamatrias
da cavidade bucal , lbios, periodontite e neuralgias do trigmio
Pncreas o rgo que desempenha um importante papel na digesto da
comida, tambm produz a insulina, o principal qumico no corpo responsvel
pelo equilbrio dos nveis de acar no sangue por isso fundamental nos
casos de diabetes. O pncreas geralmente acessado em conjunto com o
bao, uma vez que ambos conduzem nutrientes para a corrente sangunea,
fortalecendo e equilibrando o corpo.
Ping Chuan nos casos de asma.
Pineal Nos casos emocionais para clarear a mente
Pulmo O pulmo controla a respirao, oxigena o sangue e promove a
circulao, estando ligado ao ato de urinar e na temperatura do corpo. Todas
as patologias do sistema respiratrio tuberculose, asma, edemas podem
ser acessadas por este ponto. Nos casos de afonia um bom coadjuvante,
alm de cuidar da transpirao involuntria e os suores noturnos e sudorese. O
pulmo est ligado aos sentimentos , emotividade.
Punho Trata dos problemas de luxao, infeco e dores articulares na
regio do punho.
Perna usa-se para as dores nas pernas, peso nas pernas, artrite, reumatismo
Ponto do Calor Elimina as dores, dilata os vasos sanguneos, cuida
particularmente da luxao aguda da coluna, falta de pulso e inflamaes
vasculares em geral.
Ponto da Ansiedade o mesmo que a Ansiedade.

54

Pescoo Trata, junto da Tireide, do hipo e hipertiroidismo e afeces da


cartida.
Ponto de Neurastenia nos casos de fraqueza, fadiga mental e fsica,
dificuldade de concentrao, falta de memria , irritabilidade e insnia
Ponto Zero revigorante do organismo, o ponto de abertura energtica da
orelha e de alinhamento para os demais pontos na auriculoterapia francesa
Prstata usada nos casos de prostratite, dificuldade em urinar.
Quadril Ponto usado para as afeces da regio dos quadris e alvio da dor
local.

Rim - Os rins separam o puro do impuro. Esto ligados s vrtebras lombares,


cistites. Como armazenam a essncia, esto ligados ao crebro. Os rins e a
bexiga so as razes de toda atividade fsica. Ajudam na digesto, na falta de
apetite, auxiliam nas dores de cabea e enfermidades do sistema nervoso.
Este ponto junto do SNV e do shenmen forma o chamado tringulo ciberntico,
o qual estudaremos mais detalhadamente frente.
Relaxamento Muscular em todos os casos de relaxamento muscular , nas
dores artrite-reumatide em geral, calmante
Reto doenas do intestino e do reto e no caso de hemorridas
Reflexo Cerebral melhorar as sinapses cerebrais. Tnico do crebro ,
melhorando a memria e o raciocnio.
Shemen Sua traduo porta da alma, por isso tranqiliza a mente, ajuda
na cura das dores em geral, a insnia, febre, presso alta. Junto do rim e do
simptico forma o que se chama de tringulo ciberntico, sobre o qual
falaremos mais frente.
55

Simptico (SNV interno e externo) Cuida das enfermidades causadas por


desequilbrio do sistema neurovegetativo. Ajuda na eliminao das dores e
disritmias cardacas. Junto do Shenmen e do Rim forma o tringulo ciberntico
sobre o qual falaremos mais amide frente.
Subcrtex Regula estados depressivos , e tambm a excitao euforia
excessiva . Reduz inchaes, restabelece a tranqilidade e ajuda no combate
s dores.
Sacro coccix Para tratamento na regio sacro
Suprarrenais Atua

nas glndulas suprarrenais, alm de ser dilatador e

vasoconstritor, estabiliza a presso sangunea sendo til nos casos de alta ou


baixa de presso arterial, libera a adrenalina para todo o corpo atuando nas
questes emocionais.

Sede- usado nos casos de alcoolismo e nos casos de dependncia da bebida

Tlamo - leva a dor ao sistema nervoso central. Ao ser acessado , interrompe


a passagem dos estmulos de dor impedindo que chegue ao crtex cerebral,
ajuda na liberao de endorfinas.
Tmporas ( Tai yang ) enxaqueca , dor de cabea lateral, acalma a mente,
labirintite e zumbido
Tenso acalma a mente, diminui o stress
Timo ponto de estimulao desta glndula, importante no desenvolvimento
infantil. Usado em estados emocionais, combinado com o ponto do corao.
Trax Cuida das enfermidades do trax, neuralgia intercostal, dores no peito,
peso no peito.

56

Tireide Para inflamaes da tireide, hiper e hipotiroidismo


Traquia usados nos casos de asma e bronquite, diminui a tosse e drena a
garganta

Triplo Aquecedor ( Metabolismo , Sanjiao ) - uma generalizao dos trs


aquecedores: o superior situa-se na regio torcica acima do diafragma,
incluindo-se o Corao e os Pulmes; o aquecedor mdio situa-se na regio
epigstrica acima do umbigo, incluindo-se o Bao/Pncreas e o Estmago e o
aquecedor inferior situa-se na regio abdominal abaixo do umbigo, incluindo-se
o Fgado, os Rins, a Bexiga, o Intestino Grosso e o Intestino Delgado. A funo
principal do triplo aquecedor dirigir as funes de energia de todo o corpo,
alm de ser a passagem para o transporte dos alimentos e das substncias
essenciais; o triplo aquecedor imprescindvel na transformao e na gerao
de energia, fortalecendo o sangue e os lquidos orgnicos e melhorando toda a
metabolizao destes, por isso importante na reproduo, circulao,
dificuldade de respirao, anemia, indigesto. O triplo aquecedor um
harmonizador do corpo.
Tronco Cerebral utilizado nos casos de insnia, pnico, falta de
concentrao. O tronco acalma a mente e baixa a febre.
Tuberculose como coadjuvante no tratamento da tuberculose.
Tornozelo para dores no local
tero Trata da inflamao da plvis e do tero. Cuida da menstruao
irregular, distrbios da funo sexual e pode acelerar o parto.
Uretra usado para os casos de uretrite, litase e problemas nas vias urinrias
Ureter acessado junto com a uretra para as mesma patologias desta , mais
os problemas de clculos renais.

57

Vescula Biliar Armazena a blis e est intimamente ligado ao fgado. Usa-se


para os problemas de vescula, clculos biliares, atua tambm em dores de
cabea, enjo, e sonhos excessivos
Vrtebras Cervicais Trata das articulaes da regio, artrose e artrite da
regio cervical, dores localizadas na regio, hrnia de disco.
Vrtebras Torcicas Ponto para tratamento das vrtebras torcicas, dores,
desvios, hrnia de disco.
Vrtebras Lombares Trata das vrtebras da regio lombar, dores, hrnias
de disco
Viso 1 e 2 distrbios em geral da viso, glaucoma

Vrtex - usado em cefalias na parte superior do crnio e em neurastenia


Vertigem nos casos de tontura, falta de equilbrio, labirintite
Vcios/ Manias usado nos casos de vcios em geral , inclusive na fome
compulsiva. sempre ponto coadjuvante a ser associado conforme seja o vcio
a se combatido : fumo, alcoolismo, bulimia, anorexia.
Yang do Fgado 1 e 2 Combate a hepatite crnica e infecciosa. Usado em
todos os casos de ascenso do Yang.

Da mesma forma, a funo e caractersticas dos pontos auriculares do


dorso da orelha esto descritas abaixo :
Analgesia para todos os tipos de dores, como analgsico em geral.
Anorexia contra a falta de apetite
rea da Cervical para as dores na regio da cervical
58

rea do Citico para as dores na regio do citico


Ansiedade contra a ansiedade, produz calma e serenidade.
Antipirtico combate a febre
Bao as mesmas propriedades do ponto no pavilho auricular.
Cefalia combate os mais diferentes tipos de dor de cabea
Corao mesmas propriedades do ponto no pavilho auricular.
Costas dores costais em geral
Disfuno Hormonal para equilbrio hormonal em casos de deficincia
Desordem Mental traz serenidade, nos casos de hemiplegia
Dorsalgias para dores dorsais
Fgado mesmas propriedades do ponto no pavilho auricular.

Fome compulsiva - nos casos de obesidade , compulso alimentar , bulimia


nervosa.
Gonalgia nos casos de afeces nas gnodas , tanto masculina como
feminina
Imunologia atua no fortalecimento do organismo, contra infeces em geral
Medula Espinhal esclerose mltipla, meningites, discopatias, dificuldades de
coordenao motora.

59

Ombro mesmas propriedades do ponto no pavilho auricular.


Ponto da Alegria traz calma , e serenidade, provocando bem-estar
Ponto da Inteligncia clareia a mente e facilita o estudo.
Ponto do Sono auxilia no combate aos distrbios do sono
Posterior da Perna para dores na parte posterior da perna, panturrilha.
Rim mesmas propriedades do ponto no pavilho auricular.
Sulco Hipotensor usado nos casos de hipertenso. Para presso muito alta,
indicada a sangria.
Timo mesmas propriedades do ponto no pavilho auricular.
Tontura em todos os casos de labirintite, vertigem , sensao de desmaio.

A combinao dos pontos do pavilho com os pontos do dorso sempre


indicada nos casos onde se exige mais rapidez na ao teraputica. Da mesma
forma, j dissemos antes , o dorso um espelho do pavilho e em muitos
casos indicada a repetio dos pontos acessados no pavilho mesmo que
estes pontos no estejam constando no mapa aurcula posterior .
Geralmente, o dorso da orelha mais dolorido, sendo prefervel a
colocao de sementes ou esferas em vez de agulhas semipermanentes.
Vale mais uma vez ressaltar que a moxa praticamente impossvel de
ser aplicada na orelha dentro dos modelos conhecidos, com os bastes de
artemsica. prefervel , como dito antes, aquecer o apalpador, ou as esferas ,
na busca de um resultado melhor, mas todos os pontos assinalados para
serem tratados com sementes, agulhas , eletroacupuntura, cromo ou laser,
so os mesmos para a moxa.

60

Comeando a usar
os pontos auriculares

Floreal Carballo, no seu

Acupuntura y Auriculoterpia ,

fala sobre trs

princpios guias para selecionar os pontos auriculares.


1) A seleo dos pontos feita conforme as reas correspondentes. No
o ponto em si , mas toda a rea em que ele se encontra que deve ser
estimulada ou sedada, uma vez que existe correspondncia entre os
diferentes pontos conforme a sua localizao no pavilho auricular.
Assim , ao se tratar de uma enfermidade estomacal, fundamental
trabalhar-se igualmente o fgado e a vescula biliar. Quando h algum
problema de clavcula, envolver demais pontos prximos da fossa
escafide e assim sucessivamente. Este mtodo importante nas crises
agudas de dor.
2) A seleo feita de acordo com o mtodo dialtico, elaborado por
Carballo. Esta teoria prega que as interrelao dos rgos deve ser
sempre respeitada. Assim , corao e intestino delgado devem sempre
estar sendo estimulados em conjunto. O mesmo se dando com o bao e
o estmago, fgado e vescula biliar e assim por diante. Esta teoria se
estabelece dentro de linhas estritamente da MTC, e se reporta
especificamente aos meridianos.
3) Por fim, a seleo dos pontos se d pela funo especfica de cada
ponto , que comumente usada

e a que nos parece de mais

efetividade, afinal, como visto antes, os pontos auriculares atuam


atravs de estmulos neurofisiolgicos, ficando difcil de se estabelecer
ligao dos estmulos da orelha com os meridianos da MTC.
Por isso, a experincia clnica que vai determinar qual o caminho a ser
usado pelo terapeuta. Para Carbalho , deve-se sempre respeitar o lado da
enfermidade na hora de escolher o pavilho a ser tratado. Ainda para ele, o
objetivo sempre fazer a escolha certa para se usar o menor nmero possvel
de pontos em cada sesso.

61

Por outro lado, especialistas afirmam que geralmente se deve pensar


numa regio , ou rea, e no no ponto especificamente assinalado nos mapas
auriculares. A prpria Fsica Quntica contribui para que um ponto no esteja
exatamente localizado naquele local

de pessoas para pessoa. Dr.Amit

Goswami, no seu livro O Mdico Quntico, afirma Por que os meridianos


descrevem apenas caminhos aproximados ? Por que , em ltima instncia , a
energia vital de natureza quntica, e , portanto, impossvel descrever os
seus movimentos atravs de trajetrias exatas. Essa uma mxima do
princpio da incerteza de Heisenberg E em seguida Embora os
tradicionalistas insistam em dizer que os meridianos so fixos, como os pontos
da acupuntura, eles aceitam que mais do que pontos, os meridianos denotam
reas.
Esta mxima se aplica tambm para a auriculoterapia, por isso a
pesquisa sobre o local exato do ponto deve ser feita pelo terapeuta e no
apenas se fixar no mapa que designa um ponto num local especfico. Ademais,
para cada biotipo h uma possibilidade diferente de localizao dos pontos
auriculares.
Por esta razo que os pontos devem sempre ser estimulados aos
pares dentro do pavilho auricular e no dorso da orelha. Isto , todo ponto tem
correlao com outro, principalmente pela sua proximidade na orelha ou na
anatomia humana. Assim no se pode tratar do fgado sem a vescula biliar, ou
do joelho sem a coxa, da lombar sem as costas. Mais ainda, no se deve
nunca esquecer dos pontos emocionais em todas as questes de tenso. A
prtica teraputica vai sempre indicar novos caminhos em cada caso,
independentemente dos mapas auriculares existentes. Eles nos auxiliam , mas
no podem engessar o tratamento.

Pontos de Comando Geral

A Auriculoterapia possui pontos que podemos chamar de comando


geral, haja vista no apenas a sua importncia , mas a sua aplicabilidade j
62

que se encontram na maioria dos protocolos de tratamento. So pontos que


atuam em grandes reas e at mesmo em sistemas orgnicos , sendo que sua
utilizao se torna obrigatria em inmeros tratamentos j que , quase sempre,
eles revigoram o organismo.
Ponto zero situado na raiz da hlice, centro geomtrico e fisiolgico da
orelha. o ponto de abertura energtica da orelha. Geralmente um ponto
bem dolorido. Ponto usado para alinhamento dos demais pontos da orelha e
como tnico revigorante do organismo.
Ponto ShenMen situado na fossa triangular, logo acima do ponto da febre.
um ponto muito importante, d equilbrio ao organismo e promove a abertura
do portal que permite o trabalho auricular. Tem efeito analgsico, antialrgico,
tranqilizante, distrbios do sistema nervoso; um ponto que se utiliza em
quase todos os casos.
Ponto subcrtex situado na curva ascendente em direo ao pice do antitrago, na borda superior da concha. utilizado nos tratamento de enxaqueca,
cefalia, labirintite, reteno urinria, distrbio de secreo glandular, luxaes,
tores, fratura e etc.
Ponto simptico situado no meio da raiz inferior abaixo da membrana do
hlix. Comanda o sistema nervoso autnomo . utilizado nos tratamentos de
analgesia, anestesia, gastrite agudo ou crnica, diarria, hipertenso arterial,
infeco urinria, dismenorria, clculo renal, hipotenso, indigesto, nuseas
e vmitos, indigesto, bronquite, asma, arritmia, diabetes, e etc.
Ponto suprarrenal situado no pice do trago, na sua projeo para a concha
cava. responsvel pela produo de adrenalina e estimula todo o organismo.
utilizado nos tratamentos de broncopneumonias, asma, distrbio circulatrio,
arritmia cardaco, insuficincia renal, tosse, ovrio, artrite reumtica, contuses,
distenses, esclerose mltipla, articulaes, amenorria, eczema, dermatite
seborria, insolao, hemorragia urinria, etc.

63

O tringulo Ciberntico

O Prof. Marcelo Ferreira de Souza, no seu Tratado de Auriculoterapia


fala que os tratamentos de aurculo devem sempre comear pela estimulao
de trs pontos fundamentais . Mais tarde, estes pontos receberam o nome de
Tringulo Ciberntico tamanha a sua importncia. Os pontos so , pela ordem ,
o ShenMen, o Rim e o Simptico e os motivos pela adoo deste critrio o
que segue transcrito do prprio livro do Prof. Marcelo :
Shenmen: inicia-se a terapia por este ponto, em aplicao profunda. Nas
crises de dor, febre ou mal estar, aplica-se em ambas as orelhas. Antes de
qualquer outro ponto, o Shenmen deve ser estimulado vigorosamente, mesmo
que o paciente se queixe de incmodo local. Os efeitos da aplicao desse
ponto so os seguintes:
- predispe o tronco e o crtex cerebral a receber e decodificar os reflexos dos
pontos que sero usados a seguir;
- provoca no crebro a produo de cargas de hormnios naturais do tipo
endorfinas, que aliviaro as dores e o mal estar do paciente, produzindo efeito
sedativo;
- por vezes o uso da agulha apenas no ponto Shenmen elimina ou atenua a
enfermidade, como nos casos de dores agudas na coluna, diarrias, cefalias,
sndromes de labirintite, etc;
- d ao crebro condies ideais para decodificar, modular e condicionar os
reflexos que as agulhas seguintes provocaro na aurcula, impedindo que
ocorram desequilbrios que possam levar a novas enfermidades.

Rim: o segundo ponto a ser usado na auriculoterapia. A aplicao de agulha


neste ponto provoca no organismo, os seguintes efeitos;
- estimula a filtragem do sangue pelos rins, libertando-o das toxinas e
propiciando melhores condies de circulao.

64

- estimula as funes do sistema respiratrio, aumentando o processo do


metabolismo do oxignio;
- estimula o aumento das funes das glndulas endcrinas e provoca em
alguns casos, o aparecimento, na corrente sangunea, de hormnios, mesmo
que haja paralisao de algumas glndulas endcrinas.
- estimula as funes dos rgos excretores, inclusive das glndulas sebceas
e sudorparas.

Simptico ( SNV ): o terceiro ponto a ser estimulado por agulhas em


qualquer tratamento de auriculoterapia. Este estmulo provoca os seguintes
efeitos:
- acelera e regula as atividades do sistema neurovegetativo. Ao reequilibrar o
sistema nervoso autnomo, provoca no organismo um equilbrio geral.
- estimula as funes de medula ssea, bem como o metabolismo do clcio,
age sobre o tecido sseo, e o peristeo equilibrando sua formao ou
regenerao;
- provoca vasodilatao tornando mais ativa a circulao sangunea, quando
recebe o estmulo de tonificao.
- age sobre os tecidos musculares provocando ao anti-inflamatria,
relaxamento ou tonificao das fibras do sistema msculo-tendinoso.
Somente o tringulo ciberntico, por si s, j um poderoso tratamento.
Isto , pacientes que saem da sala de atendimento com os trs pontos
estimulados j apresentam melhora geral.

A Teoria Zang-Fu

A teoria Zang-Fu , embasada na Medicina Tradiconal Chinesa , MTC,


trata dos rgos e das vsceras do corpo humano. So reas muito utilizadas
na MTC para tratamento de inmeras patologias ligadas aos cinco rgos e
cinco vsceras sobre as quais a teoria se refere
65

Os rgos so : corao, pulmo, bao/pncreas, rins e fgado. As


vsceras : intestino delgado, intestino grosso, estmago, bexiga e vescula
biliar. Para a auriculoterapia, a teoria tem utilidade uma vez que no pavilho
todos os rgos e vsceras so representadas , e mais do que apenas o
estmulo de cada um , a malha de relacionamento que eles possibilitam ,
igualmente acupuntura sistmica, muito importante na cura das patologias
conforme se v nos quadros abaixo:

Zang

Governa

Conexo

Corao

Sangue e vasos

Intestino delgado

Fgado

Sangue - armazenamento e tonificao

Vescula biliar

Bao/pncreas Sangue

energia

transporte

transformao dos alimentos


Pulmo

Estmago

Respirao e drenagem de gua, pele e


pelos

Rins

Reproduo,

Intestino Grosso
metabolismo

da

gua

armazena a essncia ( energia ancestral )

Fu

e
Bexiga

Governa

Conexo

Vescula Biliar

Armazenamento da blis, poder de deciso

Fgado

Estmago

Digesto

Bao

Intestino Delgado

Absoro e digesto

Corao

Intestino Grosso

Transporte

Pulmo

Bexiga

Armazenamento e excreo da urina

Rim

sumamente importante a conexo dos rgos e vsceras da teoria


Zang- Fu nos tratamentos auriculares. Os pontos Zang devem sempre ser
acessados com os seus pares Fu de forma a possibilitar uma maior efetividade
nos tratamentos. Da mesma maneira que, conforme veremos na segunda parte
deste trabalho, a teoria Zang-Fu se relaciona com as emoes, sendo que
rgos e vsceras possuem correspondncia com as cinco emoes
preconizadas pela MTC

66

Sanjiao, ou
Trplice Aquecedor

O mundo ocidental divide o corpo humano em cabea, tronco e


membros. A MTC tem um conceito especfico que abraa o tronco e a ele
denomina de Sanjiao, cuja significao para ns Triplo Aquecedor.,
metabolismo.
A lgica desta nomenclatura espantosa. Por que aquecedor, e porque
triplo ? No tronco coexistem trs formas de energia : a cardio-respiratria ,
fruto do bombeamento do sangue pelo corao e das trocas gasosas
realizadas pelos pulmes , a energia oriunda da fermentao , decomposio
dos alimentos , realizada pelo bao/pncreas e estmago e a energia advinda
da metabolizao do sangue da gua , somada matria densa destinada a
excreo feita pelo fgado , rins, bexiga, intestino delgado e intestino grosso. A
funo principal do triplo aquecedor dirigir as funes de energia de todo o
corpo , alm de ser a

passagem para o transporte dos alimentos e das

substncias essenciais; o triplo aquecedor imprescindvel na transformao e


na gerao de energia, fortalecendo o sangue e os lquidos orgnicos e
melhorando toda a metabolizao destes , por isso importante na
reproduo, circulao, dificuldade de respirao, anemia, indigesto. O triplo
aquecedor um harmonizador do corpo. Como a energia quente, e elas
somam trs, da o nome de Triplo Aquecedor.
Este ponto auricular usado em inmeras situaes , sempre com vistas
a

equilibrar

organismo,

harmonizar

funes

orgnicas

internas,

principalmente na terceira idade. chamado tambm de ponto do


metabolismo,

com eficcia nas aes imunolgicas. Os antigos costumavam

se referir a um certo mal estar inexplicvel, quando intestino, estmago,


respirao e batimentos cardacos no atuavam com a sincronia que precisam
atuar, davam o nome de nhaca , uma palavra que expressava um mal-estar
que no se conseguia explicar, enfim , quando h algo que no vai bem. O

67

Sanjiao atua no sentido de eliminar isso, uma vez que o Triplo Aquecedor se
conecta diretamente ao pericrdio , ao meridiano da Circulao-Sexo.

O primeiro atendimento

Geralmente o paciente , quando chega ao consultrio, tem uma queixa


dominante que motiva a sua ida ao terapeuta. Assim , a primeira pergunta ,
conforme vimos na anamnese, deve sempre buscar saber isso Qual o motivo
principal pelo qual, o senhor (a) nos procurou hoje?.
Esta tentativa de identificao do mal maior que aflige o paciente
fundamental para o comeo do tratamento.
Desta forma, seguindo a orientao do Prof. Marcelo de Souza , os
pontos iniciais sero assinalados sempre, pela ordem , Shenmen , Rim e SNV.
Geralmente , aps este procedimento inicial o paciente vai para casa na
espera da harmonizao do organismo e na semana seguinte que o
tratamento de verdade comea.
Ocorre que , quando o terapeuta detecta, com certeza absoluta, a
patologia do paciente , aps o tringulo ciberntico, e segundo a principal
queixa feita pelo paciente principalmente se for caso de dor , e a maioria o ,
deve-se usar o ponto de Analgesia associado ao local da dor.
Por fim , como todo estado de enfermidade gera tenso, seda-se o ponto
de Ansiedade /Tenso para ajudar no equilbrio emocional do paciente . Desta
forma, com o equilbrio proporcionado pelo tringulo ciberntico , associado a
algum tratamento de dor , utilizando-se o ponto de analgesia e o local
correspondente da dor, mais o alvio proporcionado pela utilizao dos pontos
de tenso / ansiedade, o paciente recebe uma melhora considervel. A partir
da segunda sesso , j ser possvel se pensar em tratamento de outras
patologias .
Caso

terapeuta

domine

outras

tcnicas,

como

reflexologia,

acupressura, energizao de chacras, estas deve ser realizadas logo no


primeiro atendimento no sentido de proporcionar ao paciente um estado mais
completo de satisfao e cura.
68

Smula dos pontos


com suas respectivas propriedades

Na medicina ocidental aloptica,

comum encontrar livros de

teraputica que sugerem para cada patologia a conduta propriada, quais as


medicaes e as dosagens recomendadas em cada caso. Esta relao de
condutas chamada de protocolos, os quais podem at mesmo serem
diferentes, conforme as escolas e os autores.
Pois bem, a finalidade auxiliar o terapeuta na conduta a ser tomada em
cada caso. Alm do que, por serem consagrados, os protocolos abreviam a
pesquisa podendo ser implantados rapidamente e com isso se combater com
mais presteza e at eficincia o mal que est acometendo o paciente.
Tambm na MTC existem sugestes teraputicas para as diferentes
patologias. o que apresentaremos nas pginas que se seguiro. Contudo,
antes preciso enfatizar que nada substitui a anamnese e a anlise do
terapeuta , os quais esto sempre acima de qualquer regra pr-estabelecida e
consagrada em qualquer protocolo. Vale lembrar ainda que o diagnstico
sempre privativo do mdico, este sim , profissional preparado e autorizado por
lei para faz-lo. Ademais , vale ressaltar que sempre se faz necessrio ter o
conhecimento da evoluo da patologia a ser tratada para que no se passe ao
doente uma perspectiva de cura ilusria frente a uma doena que no tem
cura, ou at mesmo mascarar doenas curveis.
Isto posto, possvel encontrar smulas de tratamento com protocolos
para quase todos os tipos de doenas. Ao final , apresentamos alguns para os
casos mais comuns que ocorrem nos consultrios.
Contudo, interessante que os terapeutas, antes dos protocolos para
patologias especficas, tenham conhecimento de outro tipo de protocolo que
trata das propriedades de cada ponto, isto , quais os pontos que sedam , ou
so anticidos, ou combatem a ansiedade, ainda mesmo que no se fale de
protocolos de doenas especficas. Este saber facilita o uso dos pontos de
69

maneira mais pessoal , levando-se em considerao cada paciente em vez de


se seguir uma receita pronta. J dissemos que , independentemente dos
pontos terem um mapa fixado, a prtica teraputica, o toque, a anamnsese
enfim quem vai determinar o tratamento .

Propriedades

Pontos primrios

Pontos secundrios

Analgesias em

Shenmen, pice, occipital, SNV ,

Sangria no pice

geral

analgesia , rea correspondente

Pontos que

Shenmem, rim, frontal, occipital

sedam
Sonferos

Corao, sangria no
pice do hlice

Shenmem, rim , corao, fronte,

Sangria no pice,

subcrtex, neurastenia, frontal

distrbios do sono
( dorso )

Anti-inflamatrio

Occipital, endcrinas, pice


suprarrenais.

Antirreumtico

Anti-infeccioso

Rim , fgado, suprarrenais , bao,

Triplo aquecedor

zona correspondente

Sangria no pice

Sangria no pice, supra-renal,

Sangria no pice do

endcrino, shenmen, rea

hlice

correspondente
Antialrgico

Digestivos

Shenmen, endcrinas, alergia 1 e

Pulmo, intestino

2, suprarrenais, crtex occipital

grosso

Estmago, bao, intestino

Rim, vescula biliar

delgado, fgado
cido rico

Rim , fgado, rea correspondente


SNV , endcrinas, fgado,

Anticido

estmago

Laxante

Tronco cerebral, intestino grosso,

Shenmen, occiptial

Occipital

reto, constipao
Antidiarreico

Shenmen, intestino delgado, SNV,

Bao, pulmo

rim
Antifebril

Occipital, febre, suprarrenais,

Fgado

pice, antipirtico ( dorso )

70

Antitussgeno

Shenmen, pulmo, laringe,


suprarrenais, occipital

Antivertiginoso

Rim , shenmen, ouvido interno ,

Occipital, fgado

sangria no pice
Sudorese

Corao, shenmen, endcrinas,

SNV, occipital

pulmo , occipital
Audio

Ouvido interno, rim , shenmen

Diurtico ,
drenagem de

Endcrinas, rim , SNV, bao

Shenmen.

Aniasmtico

Suprarenais, pulmo, ping-chuan

Rim , occipital

Uremia

Rim , bexiga, tronco cerebral ,

Corao, pulmo

lquidos

bao
Fortalecer o

Corao, rim , crebro, tlamo,

Fronte

crebro

hipfise

Fortalecer o

Corao, occipital, SNV, pulmo,

corao

suprarrenais.

Anti-hemorrtico

Bao, diafragma, suprarrenais

Corao, snv

Arritmias

Corao, crebro, SNV, intestino

Shenmen

Intestino delgado

delgado, pulmo
Abaixa presso

Hipotensor, corao, pulmo,

Fgado, bao,tenso

arterial

occipital, suprarrenais, ansiedade

sangria no pice

Aumenta a

Hipertensor, shemen, corao,

SNV

presso arterial

occipital, pice

Fortificante em

Corao, bao, estmago,

anemias

imunologia ( dorso )

Euforizante

Euforia, hlix ( 1 a 6 ) , fronte

Fgado, endcrino,

suprarrenais, corao

pituitria, tlamo

Shenmen, hlix, euforia ,

Inteligncia ( dorso )

Bem-estar geral

Triplo Aquecedor

neurastenia, alegria ( dorso ) ,


Ansiedade

Shenmen, ansiedade ( todos ) ,

Bao, rim

corao, occipital. Cromo : azul


em todo o pavilho

71

Antidepressivo

Shenmen , rea de depresso ,

Ansiedade

anti-depressivo, tenso, euforia


Bao, estmago. Shemen ,

Fgado , frontal ,

Epilepsia

occipital, corao

hemiplegia (dorso )

Enxaqueca

Shemen , frontal , vrtex, occipital,

Ansiedade

analgesia, fgado, vescula biliar


Dores msculo-

Parte correspondente, Shemen,

esquelticas

analgesia, relaxante muscular.

Irregularidades

Ovrio, endcrinas, tero, rim,

menstruais

hipfise, genitais

Dores

tero, , SNV, endcrinas, crtex

menstruais

occipital, shenmen, analgesia

Ansiedade

Ansiedade, tlamo

Endcrinas, pulmo, rea


Dermatites

correspondente

Equilbrio do

Shenmen, SNV, occipital, rim

Crebro

sistema nervoso
Nuseas, viagem Shenmen, occipital, estmago,
ou martimas

ouvido interno

Ativa a

Simptico, corao, fgado,

circulao

pulmo, zona correspondente

Metabolismo,

Sanjiao, Shemen, corao,

digestivo

pulmo, suprarrenais,

Cromoauriculoterapia

Como citado anteriormente, a cromoterapia se aplica nos tratamentos


auriculares, a cromoauriculoterapia. De uns tempos para c, cada vez mais
temos entendido que as cores atuam de forma intensa na nossa vida, quer
provocando estados emocionais especficos, quer ajudando a equilibrar rgos
do corpo humano.

72

O uso de cores dentro da prtica mdica est inteiramente tratado na obra


clssica de Ren Nunes Compndio Cientfico da Cromoterapia. Trata-se de
um trabalho completo do uso das cores, dentro de uma filosofia espiritualista, e
amplia de forma cientfica a utilizao das cores em vrias patologias clnicas.
Por outro lado, na sua obra Auriculoterapia, o Dr. Valter Douglas Dal
Mas, apresenta um quadro interessante sobre o uso da cor nos tratamentos
auriculares. Este uso est consignado tambm nos protocolos que esto mais
frente nesta obra. O quadro do Dr. Dal Mas est reproduzido abaixo :

Para sedar:

Vermelho

Amarelo

Verde / azul

Branco

Intestino grosso

Rim

Estmago

Vescula biliar

Intestino delgado

Bexiga

Bao

Fgado

Corao

Pncreas

Pulmo
Triplo aquecedor

Para Tonificar

Vermelho

Amarelo

Verde / azul

Branco

Rim

Estmago

Fgado

Intestino grosso

Bexiga

Bao

Vescula biliar

Intestino delgado

Pncreas

Corao
Pulmo
Triplo aquecedor

Cada aplicao deve durar no mnimo 5 minutos , sendo que o mximo de


tempo de 10 minutos. Nos casos de insnia , ansiedade , tenso , usa-se a
regio do lbulo, por 5 minutos na cor azul.

73

Estimulao com
remdios homeopticos

Outro mtodo citado pelo Dr. Dal Mas o uso de remdios homeopticos
nos pontos auriculares. Por ser de grande interesse, transcrevemos aqui o
trecho que aborda o assunto em sua obra Auriculoterapia : Outra tcnica
utilizada na auriculoterapia aquela em que se introduz o remdio
homeoptico. Uma forma muito eficaz desta tcnica por meio dos
analgsicos homeopticos como a arnica na dinamizao 6Ch. Pega-se uma
agulha semipermanente, pinga-se uma gota do remdio desejado nessa agulha
e coloca-se no ponto auricular dolorido com o referido problema.
Outra forma de usar a homeopatia quando se conhece o remdio de
fundo do indivduo, ou seja, tem-se de descobrir similia similibus curent, isto
, a cura feita por intermdio de seu prprio semelhante: se o veneno da
cobra o causador da intoxicao, o prprio veneno da cobra que trar a
cura. Com auxlio de um mdico homeopata unicista, que determine o remdio
de fundo do indivduo, com uma agulha semipermanente, pinga-se uma gota
desse remdio, em dinamizaes normalmente elevadas, acima de 100 Ch, e a
introduz no Ponto Zero, na raiz do hlix, do lado dominante, cobre-se com um
micropore deixando-a para que atinja o efeito.
Da mesma forma , este mtodo vem sendo usado com florais, ou com
vitaminas e at xilocana. Embora este mtodo seja pouco praticado no Brasil,
na China ele muito utilizado. Vale lembrar , contudo, que para esta prtica ,
h a necessidade de

um domnio de farmacologia por parte do mdico

terapeuta.

74

Protocolos
para as doenas mais comuns

Voltamos a frisar : a prtica teraputica que deve determinar o


tratamento a ser seguido, uma vez que cada ser humano possui caractersticas
peculiares e o que se adotou num caso pode no ter eficcia em outro. Assim ,
as receitas prontas so sempre condenveis porque tratam os seres humanos
como robs.
Contudo, os chamados protocolos servem como ponto de partida para a
ao teraputica. Da mesma forma que apresentamos anteriormente a funo
dos pontos, interessante, principalmente para os iniciantes, que se apresente
uma relao de atendimentos nos casos das doenas mais comuns. Estes
protocolos devem ser entendidos como guias da ao teraputica e no uma
receita acabada para cada patologia

Afta

Boca, endcrino, adrenal, occipital, molar

Alcoolismo

Shenmen, sede, occipital, pulmo, frontal, subcrtex

Amidalite

Laringe, faringe, amgdala, hlice 1,2,3,4,5,6

Antipirtico

Febre,

simptico,

tlamo,

pulmes,

occipital,

endcrino, sangria no pice do trago


Apatia

Fgado, corao, subcrtex, frontal, tronco do


crebro, sangria no pice, bao

Arritmia

Corao, intestino delgado, subcrtex, ponto do


corao, simptico, Shenmem, adrenal

Artrite reumatide

Shenmen,

adrenal,

subcrtex,

endcrino,

rim,

occipital, rea correspondente


Calcanhar (dor)

Calcanhar, rim, fgado, Shenmen, bexiga

Clculo renal

Uretra,

rim,

simptico,

fgado,

endcrino,

suprarrenal, (bao)
Cefalia

Occipital,

frontal,

Shenmen,

subcrtex,

nervo

occipital menor.

75

Cefalia

Shenmen,

subcrtex,

sangria

no

pice,

rea

correspondente
Citico

Citico, rim, Shenmen (suprarrenal, , occipital)

Cistite

Bexiga, uretra, rim, endcrino, Shenmen, pice da


hlice, suprarrenal,

Climatrio

Genitlia interna, endcrino, ovrio, rim, fgado

Clica menstrual

Shenmen, tero, simptico, endcrino

Constipao

Intestino grosso, triplo aquecedor, bao, subcrtex,


constipao

Costas (dor)

Shenmen, ponto correspondente, fgado, vescula,


pulmo, occipital, frontal, subcrtex

Depresso

Shenmen, corao, subcrtex, zona de depresso,


occipital, sangria no pice. Cromo : vermelho em
todo o pavilho

Dermatite alrgica

Pulmo,

endcrino,

occipital,

adrenal,

pontos

correspondentes
Diabetes

Shenmen, bao, endcrino, rim, pncreas, vescula


biliar, ponto cerebral

Diarria

Clon, intestino delgado, simptico, bao (pulmo)

Diarria

Reto,

intestino

grosso,

Shenmen,

occipital,

endcrino, bao, simptico


Disfuno

Estmago, clon, intestino delgado, simptico, bao,

gastrointestinal

pncreas (triplo aquecedor)


Libido , hipfise, shenmen , compulso sexual. Com
cromo apenas . Laranja : Shenmen, occipital,

Disfuno sexual

hipfise,

tmporas;

azul

tronco

cerebral,

suprarrenais; vermelho : SNV


Dismenorria

tero, ovrio, endcrino, ponto do crebro, rim,


fgado, bao

76

Dores musculares em Relaxante


geral

muscular,

rea

correspondente,

analgesia. Com cromo apenas : vermelho na rea


correspondente.

Ejaculao noturna

Rim, corao, subcrtex, fgado, Shenmen, occipital,


pice

Enjo, tontura

Estmago, crdia, occipital, tontura ( dorso ) ,


subcrtex (por odores fortes: alergia)

Enurese

Bexiga, uretra, nimo, crebro

Envelhecimento,

Corao,

enfraquecimento

subcrtex

Esclerose mltipla

Shenmen, rim, endcrinas, tronco cerebral, crebro,

bao,

pulmo,

endcrino,

frontal,

occipital, fronte
Enxaqueca

Shenmen, subcrtex, rim, occipital , temporal

Excesso de sonhos

Corao, subcrtex, zona de depresso, sangria no


pice (associar ao rim e ao bao)

Faringite

Faringe, endcrinas, suprarrenal.

Garganta (sensao de Fgado, pulmo, estmago, garganta, brnquios,


aperto)

traquia, triplo aquecedor, bao, subcrtex

Gastrite

Estmago, bao, subcrtex, shenmen

Glaucoma crnico

Rim, fgado, olho, vista1, vista2

Gripe

Pulmo, nariz interno, garganta (febre-sangria no


pice do hlice, no pice do trago e da adrenal)

Hemorridas

Reto, intestino grosso, bao, suprarrenal, ponto de


crebro, diafragma, subcrtex, Shenmen
Com apenas cromo : Azul Shenmen, occipital ,
anus; Amarelo : Intest. Grosso, Fgado

Hipertenso

Simptico, Shenmen, corao, pontos hipotensores

Hipertenso

Sangria no pice , e no sulco hipotensor no dorso da


orelha, hipotensor, corao, subcrtex, simptico

Hipotenso

Suprarrenal, ponto do crebro, corao

Histeria

Shenmen, occipital, corao, estmago, crebro


(subcrtex)

77

Impotncia

Genitlia externa, testculo, nimo, crebro, fgado,


frontal, libido

Impotncia, ejaculao Shenmen, tero, genitlia externa, rim, endcrino,


precoce
Inflamao

fgado, testculo
articulao Shenmen, ponto correspondente, fgado, bao,

ombro, joelho, cotovelo

endcrino

Insnia

Shenmen, rim, occipital, corao (triplo aquecedor)

Labirintite

Rim, Shenmen, occipital, orelha interna, subcrtex,


estmago

Menopausa
Menstruao

Suprarrenal, , endcrino, tero, rim, ovrio


- Endcrino, hipfise, tlamo, ovrio, rim, rgos

regularizao

genitais

Nusea, vmito

Estmago,

Shenmen,

occipital,

simptico

(subcrtex, esfago)
Neurastenia

Rim,

Shenmen,

occipital,

corao,

estmago

(subcrtex)
Obesidade

Endcrino, ponto do crebro, energia, frontal,


tlamo, fome, rim, intestino grosso, triplo aquecedor,
ponto correspondente

Olfato (perda)

Nariz interno, pulmo, tlamo, prstata, endcrino,


suprarrenal,

Ombro (dor), periartrite

Shenmen, adrenal, ombro, articulao do ombro,


clavcula

Priso de ventre

Clon, reto, subcrtex, simptico (bao)

Prostatite

Prstata, uretra, rim, fgado, endcrino, pice da


hlice

Rinite alrgica

Nariz interno, suprarrenal, frontal, pulmo, endcrino

Rinite crnica

Nariz interno, pulmo, orelha externa, endcrino,


suprarrenal, alergia

Rinite simples

Nariz interno, suprarrenal, frontal, pulmo

Sinusite

Nariz interno, suprarrenal, frontal, pulmo

Sudorese

Shenmen, subcrtex, simptico, corao, pulmo,


ponto correspondente

78

Surdez, zumbido

Orelha interna, orelha externa, rim, fgado, vescula,


triplo aquecedor, temporal, sangria no pice
Boca, nariz interno, pulmo, bao, brnquios, ponto

Tabagismo

do

crebro,

shenmen,

subcrtex,

endcrino,

simptico, fome
Taquicardia

Corao, simptico, Shenmen, intestino delgado,


subcrtex

Toro

Shenmen,

analgesia

pontos

correspondentes

(associar ao fgado, bao, em caso de reteno de


sangue ou lquido: bexiga.
Torcicolo

Shenmen, vrtebras cervicais, pescoo, relaxante


muscular, analgesia

Tosse

Asma, adrenal, faringe, laringe, occipital, pulmo,


(Shenmen)

lcera

Boca,

endcrino,

shenmen,

lngua,

pulmo,

estmago
Dor

nas

vrtebras Cervical, shenmen, relaxante muscular, analgesia,

cervicais
Dor

nas

tenso
Vrtebras ,Lombar,

lombares
Dor

na

shenmen,

bao,

fgado,

relaxante

muscular, analgesia, tenso


vrtebras Trax, shenmen, relaxante muscular, analgesia ,

torcicas

tenso

Vertigens, tontura

Occipital, estmago, orelha externa, Shenmen,


vertigem, fgado, sangria no pice.

Zumbido, m audio

Orelha externa, orelha interna, occipital, rim

79

PARTE II
AURICULOTERAPIA E EMOES

80

AS EMOES

A prtica teraputica tem demonstrado que no fundo de cada


manifestao de doena fsica h uma origem emocional.
A doena, portanto, vai alm do sintoma fsico, j que todo um aspecto
no material se incorpora neste processo, gerando a quebra

do que

chamamos de homeostasia , equilbrio


O sistema nervoso autnomo principalmente pela sua diviso
simptica ,

lana mo de recursos capazes de promover

o equilbrio

homeosttico do organismo e , quando este processo se interrompe e


desarmoniza, ns comeamos a perder o estado de sade plena. O doente,
ento, pode dar sinais da doena ou no. Assim como ele pode se reequilibrar
e adquirir novamente a sade.
Mas h um limite. Na maior parte das vezes, quando o doente exterioriza
sinais de doena, ele necessita da ajuda teraputica para retomar o equilbrio
perdido e promover novamente a homeostasia.
importante lembrar sempre que existe a doena e o doente. A doena
se manifesta quando a pessoa j est doente, em outras palavras, os sintomas
aparecem para mostrar algo que j existe.
Sabidamente, a doena o resultado de um distrbio mais profundo a
doena resultado de uma desarmonia entre a Energia Universal, a Mente e a
Energia Fsica todas so formas diferentes de manifestaes do que os
chineses chamam de Chi
Hoje em dia estas energias esto muito bem demonstradas pela Fsica
Quntica. O fluxo energtico que corre nos meridianos do corpo o mesmo
fluxo da Energia Universal e esta possui um propsito , qual seja, a propagao
da vida. Toda vez que este propsito desvirtuado ( geralmente pela mente )
o fluxo no corre livremente pelo corpo, gerando estagnaes energticas e
com isso, dor , pena e falta de sade.

81

A doena, portanto, um desvio de finalidade da energia existencial e o


corpo o palco onde os distrbios entram em cena. Paracelso afirmou O
melhor remdio para o homem o homem. O mais alto grau de cura o amor.
Mas, por que adoecemos ? A pergunta pode parecer absurda, afinal no
ciclo da vida nada eterno e a doena faz parte disto. Nascemos, crescemos,
nos desenvolvemos, nos reproduzimos e morremos. E tem sido assim com
todas as espcies desde a origem dos tempos, por isso, adoecemos porque
da nossa essncia sermos finitos neste mundo e esta finitude est ligada ao
bom ou mal funcionamento do corpo. o famoso tudo tem seu fim que se
ouve desde pequeno, afinal no h bem que sempre dure e nem mal que
nunca acabe
Thorwald Dethlefsen e Rdiger Dahalke no best-seller A Doena como
Caminho , fazem consideraes instigantes sobre a doena e a cura .
Reproduzimos aqui alguns pontos . ... um automvel possui diversas
lmpadas de controle no painel, as quais s se acendem quando alguma
funo importante do carro no est mais funcionando como devia. Num caso
concreto, quando uma dessas luzinhas se acendem durante uma viagem , no
ficamos nada satisfeitos com o fato. Sentimo-nos obrigados a interromper
nosso passeio por causa desse sinal. Apesar de nossa inquietao, muito
compreensvel, seria uma bobagem ficarmos zangados com a lmpada: afinal,
ela nos informa sobre um evento que, de outra forma, talvez nem notssemos ,
ou ento demorssemos a notar, visto que para ns ele est numa zona
invisvel. Assim , entendermos que o fato de a lmpada acender se equivale a
um convite para chamarmos um mecnico que para, com sua interveno, a
luzinha se apague e ns possamos tranquilamente continuar nossa viagem .
claro que ficaramos muito zangados

se o mecnico apagasse a lmpada

usando o estratagema de retir-la. Por certo, a luzinha no se acenderia mais


- e isso de fato o que desejvamos - , mas o modo como o problema foi
resolvido nos pareceria pior do que incompetente
E completa : A funo da lmpada agir como um mero indicador nos
induzindo a fazer perguntas. Aquilo que, no exemplo acima, a lmpada de
controle, equivale em nosso caso ao sintoma. O que constantemente se
manifesta em nosso corpo como sintoma a expresso visvel de um invisvel,

82

o qual deseja interromper nosso caminho por meio de sua funo de sinal de
advertncia, indicando que alguma coisa no est em ordem
Assim sintomas so luzes que se acendem para nos alertar a respeito
de nossa harmonia . Quando aparecem , interrompem o fluxo natural da vida
para nos alertar que algo no est bem, como a lmpada do painel, e pede
uma interveno que v alm de si mesma. H uma causa, ou alguma coisa
est faltando, enfim , como seres humanos , temos um componente anmico e
esta correlao entre o fsico e o mental, ou espiritual est em descompasso.
Por isso que na mesma obra os autores definem doena como um estado
do ser humano que indica que , na sua conscincia, ela no est mais em
ordem , ou seja, sua conscincia registra que no h harmonia, ou seja, o ser
humano est doente.
Ora, se a conscincia registra e o fsico responde, a doena se opera
inicialmente a nvel no-fsico, seja emocional, mental, espiritual, mas no
fsico inicialmente .
Usando tambm um conceito de medicina natural, a homeopatia,
conforme Leon Vanies, temos uma hierarquia de estados no processo
desequilbrio / equilbrio. O primeiro, de maior importncia, o estado

mental

( emocional, espiritual ); o segundo, com importncia menor, o funcional ; o


terceiro, por ltimo, o estrutural.
Vejamos. Uma pessoa que vive sob forte stress ( mental ) acaba tendo
uma disfuno do peristaltismo, promovendo aumento de secreo de cido
clordrico ( funcional ), o que , em persistindo, acaba conduzindo o paciente a
uma leso da mucosa, promovendo uma ferida, uma lcera, ou at um cncer
( estrutural ) .
Por esta razo que nenhum tratamento pode se esquecer do todo que
o ser humano. O corpo nada faz por si s os cadveres provam isso .
Quando se morre, o corpo a est, mas e a mente , a Energia Universal ? O
corpo apenas segue um padro que dado para ele. Quando as funes
normais falham , pontos no corpo comeam a dar sinais de dor ou disfuno,
ento podemos afirmar que h alguma doena.
Assim como o corpo no pode viver sem a conscincia a mente a
doena tambm no. Por isso, como dito, a doena ocorre a nvel da mente e
os sintomas a nvel do corpo. Isto , a mente registra que algo deixou de
83

cumprir a sua funo impedindo a Energia Universal de fluir para a Energia


Fsica e o corpo comea a dar sinais , ou sintomas , de que h algo de errado
na harmonia do ser humano. Esse descumprimento no s fsico, a mente
toma decises equivocadas e estas condutas mudam o fluxo energtico dentro
do corpo.
Para o Dr. Bach, por exemplo , doze estados mentais, praticamente
arqutipos, estariam na base de todos

os desalinhamentos energticos

possveis : medo, terror, indeciso , tortura mental

(preocupao)

indiferena, desnimo, excesso de preocupao com os outros, fraqueza, falta


de confiana em si mesmo, impacincia, excesso de entusiasmo, orgulho. Isto
sem contarmos com a ansiedade, cuja interface estaria ligada a muitos dos
estados mentais acima descritos.
Por isso, mesmo sendo difcil de definir, doena perda , relativa ou
permanente, da harmonia fsica, ou at mesmo doena o questionamento do
equilbrio interior do ser, geralmente provocado pela mente humana. O que
acusa estas anomalias so os sinais, ou sintomas. Muitas vezes a medicina
tradicional fica apenas no nvel de sintoma sem se importar com as causas.
Muitos mdicos mostram isso ao receitarem indiscriminadamente benzetacil
nos ambulatrios, alm de um nmero imenso de remdios para dor.
Deixando o doente de lado para se importar com a doena, a unidade se
perde e uma polaridade nociva passa a ser sentida : sade / doena ; bem
estar / mal estar , dor / alvio , que no fundo nada mais do que a prevalncia
da parte sobre o todo uma impossibilidade no s filosfica, conceitual, mas
material tambm , por isso que , fazendo a parte prevalecer, muitas vezes, ao
se tratar apenas do sintoma , gera-se novos sintomas e assim sucessivamente.
Isto explica a grande realidade de hoje em dia quando um doente faz
uma peregrinao infindvel nas mais variadas especialidades mdicas. Uma
dor articular ou fibromuscular, por exemplo, leva o doente ao ortopedista que
prescreve medicamentos antiinflamatrios. Logo em seguida, por conta dos
medicamentos,

quando

doente

tem

acesso,

seu

destino

gastroenterologista por conta da dor no estmago. Em seguida volta ao


ortopedista para novas prescries, agora com manipulados que incluem os
antiinflamatrios junto com anticidos. Como no melhora, vai a um

84

neurologista que acrescenta mais algumas drogas e como a cura no est a,


acaba indo a um psiquiatra que acaba lhe acrescentando algum antidepressivo.
J que o doente persiste no seu estado doentio, afastado do trabalho,
e o ciclo continua, talvez porque o mdico no tenha tido tempo suficiente para
apenas ouvi-lo.
Resumindo, o sucessivo aparecimento de novos sintomas numa pessoa
com doena atesta uma realidade triste em nosso povo que peregrina de
especialista em especialista para curar suas doenas, quando na verdade o
importante era curar o doente. Isto quebra a harmonia de que falamos atrs.
Com falta de harmonia, adoecemos porque no d para separar o ser
humano em partes e se esquecer

da sua essncia anmica. Quando a

medicina cria abismos entre o fsico e a alma, ela se esquece do ser humano
para ficar s voltas com as patologias. O prprio termo psicossomtico traz na
sua raiz o conceito do espiritual, do imaterial.

A chamada cura quntica,

abordada em obras internacionalmente conceituadas como O Mdico


Quntico de Amit Goswami, ou ainda A Biologia da Crena de Bruce H.
Lipton traz exemplos de casos inexplicveis pela medicina atual, relatados e
comprovados, no por msticos ou filsofos , mas sobretudo por cientistas de
renome, premiados , cujos argumentos so irrefutveis e as suas constataes
no conseguem ser contestadas pela cincia fria da prpria medicina.
A medicina sempre entendeu que: 1) doenas so eventos que tm
causas determinveis ; 2) A classificao das doenas deve ser feita de acordo
com suas causas; 3) Os sintomas indicam a causa das doenas, sendo que os
que possuem causa direta com a doena so os mais importantes para fins de
tratamento do que os sintomas que possuam causa remota..
Hahnemann, atravs da homeopatia, veio se insurgir contra isso e trouxe
para o mundo ocidental o conceito de que a doena uma quebra das foras
vitais, uma linha de pensamento que coincide com o desequilbrio orgnico de
que fala a Medicina Tradicional Chinesa. O mesmo princpio norteou os
trabalhos do Dr. Bach quando introduziu os seus florais, hoje difundidos numa
gama imensa de produtos com provada eficcia em vrios tipos de patologias.
E mais recentemente os conhecimentos de que fala a Fsica Quntica, a qual
aplicada

medicina

chega

at

mesmo

considerar

hiptese

do

85

desenvolvimento de instrumentos de diagnstico intuitivos, uma verdadeira


revoluo para uns, uma heresia para outros...
Para Bruce H. Lipton nesta interao mente/corpo, que se encontra o
grande caminho da medicina do futuro , porque comeam a surgir
componentes novos no processo de cura que precisam ser confirmados e
aceitos, ou desmentidos. Ambas as possibilidades esto ainda em aberto.
Incrivelmente, a alma humana no mais coisa do outro mundo, como nos
diziam antes.
Da se entender que as emoes se constituem num dos fatores mais
significativos para a quebra desta harmonia apenas um pulo. Elas compem
um estudo complexo e por isso mesmo fascinante. No objeto deste trabalho
discorrer sobre as diferentes teorias que falam das emoes, contudo h que
se seguir uma linha de entendimento para que com isso, se possa criar um
padro de tratamento atravs da acupuntura auricular. Vejamos.
Inicialmente, a

Medicina Tradicional Chinesa que trata o problema

emocional de forma direita: A alegria, a ira, a melancolia, a ansiedade, a


tristeza, o medo e o susto so as emoes que resultam das reaes diante do
estmulo do ambiente .

Mais ainda: uma excitao emocional sbita ou de

longa durao que pode provocar os desequilbrios do Chi , convertendo-se em


fator patognico , os quais acabam afetando diretamente os rgos internos do
corpo . Esta relao das emoes, dentro dos padres da MTC , com o corpo
humano ser vista no captulo a seguir.
Entretanto, o que uma emoo ? Emoo e sentimento so a mesma
coisa ? So as emoes ou os sentimentos que acabam desaguando em
somatizaes nocivas sade humana ?
Etimologicamente sentimento vem da raiz latina sent , da sentire
isto , que sente, que pensa, que sabe. Sentir, portanto, est ligado funo
psicofisiolgica pelo qual o organismo recebe uma informao, justamente por
isso est mais perto da conscincia . Emoo, por sua vez, vem do latim
emotionem, movimento, ato de mover, composto por ex fora e motio, movimento , liga-se a movere , isto , traz na sua formao a idia de moverse para fora. A definio nos diz que emoo est ligada ao abalo, ao afetivo
exacerbado, motivado por um fato que afeta o esprito. Por esta razo a
emoo um impulso que pode gerar sentimentos e pode provocar reaes
86

afetivas transitrias.

Os sentimento duram , as emoes passam.

Desta

forma, sentimentos e emoes, mesmo parecendo ser lados de uma mesma


moeda, no so a mesma coisa.
Sentimentos , de uma forma geral, so informaes que o ser humano
capaz de sentir conforme as situaes que cada um est vivenciando nos mais
variados momentos da vida. Sentimentos so intrnsecos ao prprio ser, esto
l como parte de ns mesmos, da nossa constituio mental.
As emoes, ao contrrio, so reaes neurais

provocadas por

estmulos psicofisiolgicos. Elas acontecem quando o crtex cerebral recebe


informaes fisiolgicas e , ao trmino destas, o organismo continua reagindo
durante algum tempo envolvendo outros fatores fisioemocionais . Por isso, e
seguindo a prpria etimologia do termo, a emoo uma exploso, algo que
sai do ser , se manifesta, diferentemente da condio mais interior do ato de
sentir.
Portanto, o homem domina os sentimentos, mas se torna escravo das
emoes. O sentimento benfazejo, a emoo turbilho, cujo final foge,
muitas vezes, ao controle do prprio ser humano. Isto, entretanto, no significa
dizer que as emoes so todas negativas. Muitas vezes graas a elas que o
ser humano encontra a sua autoproteo, se prepara para as situaes
adversas provocadas pelo medo excessivo, enfim , a emoo igualmente
boa, desde que permanea com o ser humano por um tempo curto e no seja
exagerada, a ponto de fazer fugir o controle. Quando o ser humano se vale das
emoes para seu proveito, elas so benfazejas. Contudo, quando as emoes
se instalam de forma constante, elas passam a determinar as condutas
humanas, e isso que se torna perigoso.
Costuma-se dizer que os verdadeiros sentimentos humanos so : a
alegria, a tristeza, o medo , a raiva , o amor e a vontade de realizao pessoal
Contudo, se a alegria sentimento, a euforia emoo; se a tristeza
sentimento, a depresso emoo; se o medo sentimento, o pnico
emoo; se a raiva sentimento, o dio emoo ; se o amor sentimento, a
paixo emoo ; a vontade de realizao sentimento, a ansiedade
emoo.
Sentimento no gera distrbios psicossomticas, mas as emoes sim.
Elas levam excitao, s iluses, criao de expectativas irreais , as quais
87

comprometem a capacidade de julgamento do ser humano e atravs da


ansiedade criam os problemas de somatizao, passando a desequilibrar o
corpo fsico e com isso pode haver o surgimento de doenas.
Geralmente as emoes sobrecarregam a energia vital do ser humano,
criando descompensaes internas no corpo, o que leva ao funcionamento
desajustado de rgos e sistemas. A emoo , no fundo, um impulso neural
que move o organismo para a ao. Enquanto o sentimento filtrado pelos
centros cognitivos do crebro, especificamente o lobo frontal, a emoo foge
deste controle e segue impulsos que muitas vezes acabam por ensejar
condutas cujos padres de uma determinada pessoa fogem da maneira natural
dessa mesma pessoa ser. A emoo muda comportamento e com isso muda
as pessoas.
Estes humores emocionais acabam sendo responsveis por doenas
cuja origem a mente humana e, neste mister, a ansiedade acaba sendo a
grande vil, uma vez que ela se interrelaciona com todas as demais emoes.
Ela decorrente de uma excessiva excitao do sistema Nervoso Central e a
conseqente interpretao de uma situao de perigo, da muitos a
considerarem parente prxima do medo. S que este, geralmente, tem um fator
desencadeante real, e a ansiedade tem um estmulo mais subjetivo, por isso
mais freqente.
Assim, as emoes citadas : euforia, depresso, pnico, dio , paixo
e ansiedade acabam gerando desequilbrio no ser humano.

A excitao,

quando ocorre, decorrente da descarga de um neurotransmissor chamado


Noradrenalina, produzido nas supra-renais .
Daniel Goleman, na sua obra consagrada Inteligncia Emocional,
seguindo os passos de Paul Ekman, da Universidade da Califrnia em San
Francisco, defende a posio de que h famlias de emoes. Isto , h uma
srie de emoes-base e em torno de cada uma

surge uma famlia de

emoes afins, ligadas por um fio capaz alinhavar as afinidades emocionais


para cada caso.
Embora, no prprio entender de Goleman, existam centenas de
emoes e uma infindvel gama de combinaes, as famlias so as que
seguem:

88

1) Ira: fria, revolta, ressentimento, raiva , exasperao, indignao vexame,


acrimnia, animosidade, aborrecimento, irritabilidade, hostilidade e , talvez, no
extremo, dio e violncia patolgicas
2)

Tristeza

sofrimento,

mgoa,

desnimo,

desalento,

melancolia,

autopiedade, solido, desamparo, desespero, e , quando patolgica, severa


depresso.
3) Medo : ansiedade, apreenso, nervosismo, preocupao, consternao,
cautela, escrpulo, inquietao, pavor, susto, terror, e , como psicopatologia,
fobia e pnico.
4) Prazer : felicidade, alegria, alvio, contentamento, deleite, diverso, orgulho,
prazer sensual, emoo, arrebatamento, gratificao, satisfao, bom humor,
euforia, xtase, e , no extremo, mania.
5) Amor: aceitao, amizade, confiana, afinidade, dedicao, adorao,
paixo, gape.
6) Surpresa : choque espanto, pasmo, maravilha.
7) Nojo: desespero, desdm, antipatia, averso, repugnncia, repulsa.
8) Vergonha: culpa , vexame, mgoa, remorso, humilhao, arrependimento,
mortificao e contrio.
Para Goleman, entretanto, esta lista no esgota as possibilidades, uma
vez que as emoes se combinam e as caracterizaes ficam difceis. Da
mesma forma, ainda para Golemam, no h como explicar as virtudes
esperana, f, coragem , perdo, certeza, por exemplo. Ou ainda alguns vcios
clssicos, como dvida, complacncia, preguia, torpor e tdio. Por isso, a
classificao ainda est longe de ser concluda, por mais cientficos que os
estudam possam ser.
Ekman, entretanto, num estudo que analisou as expresses faciais dos
mais diferentes povos da terra, inclusive povos primitivos, pde constatar que
emoes como o medo, a ira, a tristeza e a alegria so identificveis pela
expresso facial em qualquer lugar do globo, no importando a cultura , a raa
e a ancestralidade de cada povo, o que se tenderia a considerar como sendo
estas , pelo menos, as emoes fundamentais de todos os seres humanos.
Na verdade, todas as emoes esto em busca de contedos, isto ,
so formas corporais somatizadas e este jogo simblico de forma e contedo
se expressa atravs de sintomas e aes que praticamos .
89

Finalizando, sabemos que a energia psquica o grande combustvel


para o bom funcionamento da mente. Embora o seu conceito seja meio
nebuloso, sabidamente a energia psquica tem a ver com a nossa forma de ver,
sentir, interpretar o mundo nossa volta. Quanto mais o ser humano deseja as
coisas para si , e caso elas no sejam conquistadas , mais ele tende a se sentir
desanimado, injustiado, abatido, com medo, apaixonado, depressivo e
ansioso para que seu desejo se concretize. Por isso, toda doena tem uma
origem emocional e tratar desta doena , sobretudo, descobrir e controlar as
emoes s quais estamos sujeitos.

Onde nascem as emoes

Toda emoo qumica, e talvez o crebro seja a maior indstria


farmacutica de que se tem notcia.
O hipotlamo o principal centro autnomo do organismo. Ele regula a
presso arterial, o dimetro da pupila, o ritmo cardaco, a temperatura, a
piloereo, a adiposidade, o apetite, a sudorese, a respirao, a hidratao, o
peristaltismo intestinal, a secreo digestiva e as glndulas endcrinas. Quer
mais ?
O hipotlamo responsvel pela fabricao de substncias qumicas
que determinam as emoes que sentimos. Rogrio Pires, na obra Que
somos ns? , diz que As substncias qumicas produzidas pelo hipotlamo
so chamadas de peptdeos, no fundo so pequenas cadeias de aminocidos.
Os diferentes estados emocionais que sentimos a cada segundo esto
associados aos peptdeos e neuro-hormnios especficos. Sendo assim, h
qumicos para raiva, outros para tristeza, outros para sentimento de vtima,
para desejo, para o amor, para a felicidade, ou seja, h substncias qumicas
para combinar com todos os estados emocionais que experimentarmos todos
os dias.
Ao ser elaborada a emoo, o hipotlamo passa a agir e fabrica o
peptdeo especfico, o qual distribudo pela glndula hipfise, ou pituitria, na
corrente sangunea. Da para frente, os peptdeos acham o seu caminho para
as diferentes partes do corpo. Neste sentido,

que a MTC atesta que


90

determinadas emoes se alojam ora no fgado, ora no bao, ora no pulmo ,


e assim sucessivamente. Os receptores de peptdeos entendem a informao
carregada por eles e desencadeiam uma srie de eventos qumicos que
desequilibram o organismo, quebrando a homeostasia existente. De forma que
podemos entender a clula como sendo a menor unidade consciente

que

existe; no fundo , ela pensa !


Por isso, acreditamos que as emoes esto mais ligadas ao crebro e
aos hormnios, isto , s glndulas endcrinas, do que aos rgos Zang / Fu,
como preconiza a MTC. Da entendermos que a ao sobre as emoes deve
sempre tentar buscar a causa do desequilbrio emocional e no os sintomas,
quais sejam , os desequilbrios do fgado, corao, e demais rgos. Evidente
que pontos de acupuntura relativos aos rgos afetados devem ser acessados,
mas o que acreditamos ser o mais adequado acessar a fonte da produo
dos hormnios da emoo principalmente, e no apenas os reflexos destas
emoes que, por ventura, como diz a MTC , se alojam neste ou naquele
rgo.
Em outras palavras, no crebro que nascem as emoes e tudo o que
est vivo est envolto em algum tipo de emoo. Principalmente no caso das
doenas, j que todas elas fazem disparar emoes nas pessoas, e quando
no, as prprias emoes antecedem os estados de enfermidade. No se sabe
ainda em que grau isto ocorre, mas descartar este aspecto emocional nos
processos de desarmonia do corpo inaceitvel hoje em dia.
Falamos sobre os peptdios , verdadeiros mensageiros qumicos que
estabelecem a conexo mente / corpo e modernas pesquisas , como a de
Candice Pert,

mostram isso e ainda mais: determinadas emoes se

relacionam a reas especficas do crebro humano. Assim , as emoes


positivas estariam ligadas ao nucleus accumbens, enquanto as emoes
negativas estariam ligadas amdala, conforme a autora.
Na tradio oriental, existem trs fatores causadores de doena que so
levados em conta: os fatores externos, os internos e os mistos. Os fatores
externos se referem s seis influncias climticas perniciosas (energias
denominadas: Vento, Frio, Calor, Umidade, Secura e Fogo). Os fatores mistos
se

referem

ao

estilo

de

vida

(nutrio,

ocupao,

atividade

fsica,

relacionamentos, traumas, parasitas, etc.). E, seguindo a mstica do algarismo


91

cinco, sobre o qual j nos referimos, os fatores internos geram as cinco


emoes:
- Raiva (ressentimento, irritao, fria, indignao, amargura): a
agressividade uma emoo fundamental para a sobrevivncia e a adaptao
do homem, impulsionando-o para o crescimento. Contudo, a Raiva (ira) uma
manifestao extrema da agressividade que em vez de ajudar leva
desarmonia interna..
- Alegria (excitao excessiva, ansiedade, mania, excesso de
estimulao mental): no falamos aqui da alegria saudvel e construtiva.
Falamos da excitao, da ansiedade, capaz de desestabilizar o ser humano,
gerando insnia e inquietao constante..
- Pensamento obsessivo (preocupao): as pessoas obsesssivas ,
geralmente perdem a flexibilidade . Quando a obsesso sadia, isto , busca
algo construtivo, ela benfica, mas nos casos de obsesses compulsivas e
mal orientadas , gerando pensamentos fixos para o que nocivo ela se torna
problemtica
- Tristeza (pesar, dor, mgoa, melancolia): uma emoo que se for
profunda, gera um desligamento da realidade, e fora a uma espiral para
dentro de si mesmo cujo final a depresso profunda.
- Medo (ansiedade, susto, terror, pnico): a emoo fundamental ,
necessria, j que possibilita ao ser humano a percepo dos perigos que a
vida oferece. Contudo, o seu excesso gera o pnico, que passa a ser um
limitador do prprio ser humano que se isola de tudo e de todos.
Geralmente, quando tratamos as emoes, buscamos seguir uma
espcie de tabela consagrada da MTC, como se o tratamento fosse uma
questo de ao / reao pura e simplesmente, acessando com estmulos os
acupontos dos meridianos , relacionando cada rgo a um estado emocional,
ou mais at que um. A correlao , apesar dos incrdulos, faz plenamente
sentido, afinal no a raiva que nos faz expelir blis vontade ? Ento, nada
mais justo do que o fgado, que trabalha mais nestas horas e por isso induz
produo de mais blis, estar relacionado aos estados raivosos. A alegria
atributo do corao, assim como a tristeza, que se prende ao pulmo pela
respirao ofegante; da mesma forma que a ansiedade que nos faz o corao

92

bater mais forte e a respirao ora falhar, ora no. Todo indivduo preocupado
tem um certo n no estmago e a comida, justamente por isso, no cai bem...
Por isso que , apesar de existirem pontos especficos sobre os estados
emocionais , e cujo mapa se ver ao final , bom falar um pouco de como
pontos de suporte se relacionam a rgos especficos, posto que neles que
se armazenam os sinais das instabilidades emocionais que possumos. Assim
apenas para codificar o que a MTC possui, o quadro abaixo pode auxiliar o
estudioso e terapeuta

de auriculoacupuntura a encontrar caminhos para o

tratamento das emoes que todos ns sentimos.


Vale ressaltar que na acupuntura sistmica a variedade de pontos em
cada meridiano muito grande. Assim, para o medo, os pontos B23, B52 so
indicados, dentre os 67 pontos existentes no meridiano da bexiga, alm de
outros pontos em outros meridianos. S que na acupuntura auricular, a bexiga
um ponto s, ou regio circunscrita, e sua ao, como j falado antes, no
a de desbloquear meridianos, posto que se trata de uma ao neurofisiolgica.
Para muitos , um ponto apenas pode parecer uma desvantagem da
auriculoterapia , mas talvez esta seja a sua vantagem maior ,

os pontos

auriculares congregam em si mesmos todos os acupontos dos meridianos,


bastaria estimular a bexiga associada a um protocolo pessoal

assim

conforme as necessidades do paciente -

para o tratamento fazer o seu efeito.

A MTC, mesmo em se tratando da auriculoterapia, preconiza que se


deve acessar os seguintes pontos quando nos casos de necessidade de
equilbrios emocionais:

Estados emocionais

Acupontos para rgos ou vsceras

Alegria / tristeza

Corao , Pulmo, Intestino Delgado

Raiva / Ira / dio

Fgado, Bao, Pncreas, Bexiga

Melancolia

Pulmo, Intestino Grosso

Medo

Rim , Bexiga

Susto

Corao

Preocupao

Bao, Pncreas, Vescula

Depresso

Fgado, Corao

Pesar

Bexiga, Pulmo

93

Choque / Susto / Perda

Corao, Bexiga,

Excitao / Ansiedade

Corao, Bexiga, Estmago

Meditao/ introspeco

Bexiga, fgado, Bao/ Pncreas

Solido

Bexiga, Rim

Contudo isso muito pouco para explicar os casos psicossomticos que


acometem o organismo. Ademais , pela MTC, estes rgos ou vsceras so
afetados pelas emoes, mas no so os responsveis pelo surgimento
delas, eles so sintomas e no causa. A proposta deste trabalho tentar
mostrar onde as emoes ocorrem, isto , onde nascem, para que, seguindo o
mesmo princpio que defendemos sobre a doena, venhamos a tratar da causa
e no dos sintomas.

Como caminham
as emoes dentro do crebro

Tudo o que j se sabe sobre o crebro humano pouco Com mais de


100 bilhes de clulas nervosas, emitindo outros tantos trilhes de sinapses,
produzindo comandos que controlam tudo no corpo humano , esta mquina
superior ao mais complexo dos computadores fabricados. Saber de suas
possibilidades totais ainda demanda tempo, se que chegaremos um dia saber
de tudo.
Entretanto, acredita-se que o sculo XXI vai ser o sculo da descoberta
de muitas coisas sobre o crebro humano e sobre como as coisas acontecem
em meio quelas bilhes de clulas. A emoo uma delas, afinal, os
pesquisadores j podem ver como o amor e a depresso, dentre outras
emoes, alteram o crebro humano, condicionando o homem a uma srie de
aes que muitas vezes escapam de seu controle.
Alis, desde a dcada de 70 foram descobertos os neurotransmissores
que, como vimos, so produzidos no crebro e conduzem para os rgos as
nossas emoes , desejos, sonhos, ambies . O ato de sentir e pensar so
responsveis por uma qumica cerebral que impregna todo nosso organismo.
94

Isto se liga diretamente Fsica Quntica e est revolucionando os processos


de cura. Na verdade, para muitos, a cura ( fsica, mental, emocional) consiste
em ir at Aquele que fez a planta original das clulas, fugindo do repetitivo
mundo fsico e descobrindo uma dimenso espiritual dentro de cada ser
humano. Por isso, cincia e espiritualidade esto prestes a se encontrar e
deste evento, o corpo , a mente, a emoo faro parte porque j esto aqui
conosco, dentro de ns, dentro dos rgos e sobretudo dentro do crebro. A
grande conexo que os aguarda a conscincia que aos poucos se amplia e
logo estar ocupando o seu lugar neste desabrochar da espcie humana
programado para este milnio, conforme inmeras obras de msticos, filsofos
e ... cientistas.
A anatomia da emoo, envolvendo todas elas, est sendo mapeada ,
tanto assim que pesquisadores do Instituto Nacional de Sade Mental dos
Estados Unidos j sabem que cada emoo um tipo de informao
processada por circuitos neurais criados pela evoluo da espcie com o fim
de regular o bem-estar bioqumico do corpo. O pensamento tambm.

As

estruturas cerebrais envolvidas com a emoo se interligam intensamente e


nenhuma delas especificamente responsvel deste ou daquele estado
emocional, embora algumas regies contribuam mais que outras para este ou
aquele tipo de emoo As partes que se envolvem mais intensamente nas
emoes so sempre as mesmas, mas, a partir delas, toda uma rede de
interrelao acontece abrangendo o crebro todo. Mas quais as regies do
crebro que atuam na formao das emoes que sentimos ?
Entende-se hoje que as partes mais importantes que atuam na produo
das emoes so o crtex cerebral, o tronco cerebral, o tlamo , o hipotlamo e
o sistema lmbico. Primeiramente, bom dizer que o sistema lmbico
conhecido como o crebro emocional, assim como o neocrtex o crebro
conhecido como intelectual. Fazem parte do sistema lmbico, o Giro Cingulado,
Hipocampo, O Fornix, as Amdalas, o Hipotlamo, partes , que pelas suas
caractersticas esto ligadas s emoes.
E o que caracteriza cada uma destas regies e quais emoes se
prendem a cada uma delas. ?
Crtex Cerebral Nele chegam os impulsos provenientes de todas as vias da
sensibilidade como viso, tato, dor , temperatura, olfato , audio. Cabe ao
95

crtex codificar e conscientizar estes estmulos. O crtex a sede no apenas


das atividades sensoriais mas tambm dos fenmenos intelectuais e psquicos.
Tronco Cerebral - a regio cerebral responsvel pelas reaes emocionais.
o Tronco que proporciona as manifestaes emocionais de choro,
expresses faciais de medo , sudorese, salivao, aumento dos batimentos
cardacos, presso sangunea e a regulao do sistema respiratrio.
Hipotlamo - Com certeza o grande centro catalizador das atividades dos
rgos viscerais, responsvel pela homeostase corporal. Ele faz

a ligao

entre o sistema nervoso e o sistema endcrino ( que falaremos mais frente )


porque o hipotlamo controla a hipfise , ou pituitria. Nas emoes, o
hipotlamo desempenha papel importante no prazer e na raiva. Embora esteja
mais na conexo das emoes do que na sua criao propriamente dita , o
hipotlamo atua intensamente na libido e na sexualidade. Liga-se ainda ao
estresse emocional,

ativando vias do sistema nervoso central. Nas partes

laterais, ele se liga averso, ao desprazer e a tendncia ao riso


descontrolado, o que pode aumentar a ansiedade. Devido a isto o Tlamo
tambm atua como centralizador e seletor de informaes sensitivas como o
tato , a dor, a temperatura a presso. Ele envia ao crtex cerebral a informao
sobre a presena de estmulos nocivos. Por esta razo, o binmio
tlamo/hipotlamo

est ligado a homeostase que regula o corpo humano

inteiro.
Amdalas - Controlam as emoes de ordem maior, como a amizade, o amor
e afeio, as exteriorizaes do humor. Por ser o centro identificador do perigo,
todas as emoes de autopreservao, esto nas Amdalas, por isso, elas
respondem igualmente pelo medo e ansiedade, e sua exacerbao pode
chegar at a agressividade. Conforme Daneil Goleman , as Amdalas
funcionam como alarme do crebro.
Hipocampo - Especialmente ligado na memria, principalmente na memria
de longa durao, inclusive quela memria que persiste , s vezes, para
sempre. Como as Amdalas e o Hipocampo trabalham juntos, lcito concluir
que a associao de conhecimentos ou de fatos de contedo emocional
aumentam a capacidade de fixao na memria, tornando-se mais duradouros,
por isso, a nossa tendncia em lembrarmos de fatos com carga emocional
intensa.
96

Giro Cingulado -

Responde pelas vises com memrias agradveis

reao emocional dor.


rea tegmental ventral - Atua nas sensaes de prazer, imbricando neste
aspecto a alternativas prazerosas atpicas e nocivas , como os vcios
Septo - Abriga os centros de orgasmos ( quatro para a mulher e um para o
homem )

e se relaciona com as sensaes de prazer, mormente as

experincia relacionadas ao ato sexual.


rea Pr-frontal - No faz parte do sistema lmbico propriamente dito, mas
devido s suas conexes com as Amdalas e Tlamo desempenha papel
importante na gnese da expresso dos estados afetivos, como a tristeza,
alegria, esperana ou desesperana, etc. Na regio Pr-frontal est tambm a
capacidade de concentrao e abstrao alm do senso de responsabilidade
social .
Explicitando cada regio do crebro, ento teramos :
Regio do crebro

Ao / Emoo/ Funo

Crtex Cerebral

Intelectualidade

Sistema Lmbico

Grande

complexo

emocional

do

crebro,

afetividade
Interligado a todas as manifestaes emocionais:
Tronco Cerebral

alegria, raiva, amor , ternura, medo, tristeza,


choro.
Informaes sensitivas, dor, calor, temperatura

Tlamo / Hipotlamo

homeosttica

do

corpo,

fome

sono,

comportamento sexual, prazer , raiva, stress


emocional, obesidade.
Amdala

Agressividade, raiva, amor, medo

rea Tegmental Ventral

Apego tanto ao prazer como ao vcio

Hipocampo

Memria de longa durao


Memria das sensaes de prazer, reao

Giro Cingulado

refratria dor.

Septo

Orgasmo

rea Pr-Frontal

Concentrao,

abstrao,

esperana

desesperana

97

E o que tudo isso tem a ver com a auriculoterapia ? que nem todas
estas reas esto mapeadas nos protocolos auriculares e com isso perdemos
uma possibilidade imensa de atuao nos estados emocionais dos pacientes.
Por isso, nossa preocupao com os pontos emocionais , tanto assim que
apresentaremos mais frente o que denominamos de mapa da emoo, cuja
finalidade , atravs do estmulo neurofisiolgico , interferir nos problemas de
distrbios emocionais . O que se objetiva com isso a criao de um
mapeamento final das emoes na orelha, envolvendo os mais diferentes
pontos a serem manuseados e com isso expandir a tabela que se conhece da
MTC. O mesmo se d com as Glndulas Endcrinas que veremos a seguir.

As Glndulas Endcrinas
e a formao do Eu emocional

Desde h longa data, as Glndulas Endcrinas vm sendo objeto de


pesquisas e estudos profundos de cientistas. Uma glndula formada por uma
massa celular; esta composta por uma substncia densa, incolor , gelatinosa,
chamada protoplasma. Cada glndula, no fundo, um laboratrio, as suas
clulas so os operrios e o produto final a secreo. O que secretado?
Hormnios. A palavra de origem grega e significa estimular, pr em
movimento. Por outro lado, a palavra endcrina formada por endo que
significa dentro e Krino que significa eu separo. Isto , as glndulas
produzem substncias altamente especializadas, separadas das demais e com
funes especficas, quais sejam , estimular o organismo.
Assim, as glndulas endcrinas so laboratrios que separam e colocam
em movimento substncias capazes de promover estmulos, das mais variadas
espcies. S que

todos estes hormnios , j que estimulam , pem em

movimento, so dotados de energia, por isso no seria exagero afirmar que as


glndulas endcrinas so responsveis por abastecer de energia vital o
organismo, afinal , sabidamente, sem o suprimento de fsforo endcrino

98

produzido pela glndula Tiride o crebro no funcionaria, assim como

pulsao do corao cessaria sem o suprimento secretado pelas Suprarrenais ,


s para citar dois exemplos.
As Endcrinas no possuem aberturas, tubos, nem condutos para
excretar suas secrees, elas ocorrem diretamente no sangue e nos vasos
linfticos; em outras palavras : tudo o que fabricado por elas feito no corpo
e fica dentro do corpo. As glndulas produzem uma verdadeira alquimia no
interior do corpo humano. Para os msticos, as glndulas endcrinas fazem
parte da manifestao do Eu Divino dentro do ser humano. Atravs delas, as
diferentes manifestaes divinas encontram campo propcio para a vibrao
necessria vida.
Outro aspecto importante que todo o sistema dos Chacras est em
perfeita correspondncia com as glndulas endcrinas. A palavra Chacra
significa roda e cada um deles tem a propriedade de otimizar os centros de
magnetismo do corpo humano.

Os chacras so, portanto, motores de

propulso que captam e distribuem energia que facilitam a nossa vida fsica,
mental, espiritual e emocional. Ademais , eles atuam na nossa disposio e
alegria de viver, por isso precisam ficar permanentemente equilibrados.
So em nmero de sete e cada um se relaciona com uma glndula
endcrina. O Chacra Raiz est em sintonia com a Suprarrenais ; o Chacra do
Sacro est em consonncia com as Gnodas ; o Chacra do Plexo Solar com o
Pncreas ; o Chracra do Corao est em consonncia com o Timo; o Chacra
da Garganta com a Tiride ; o Chacra Frontal com a Pituitria, e o stimo
Chacra, o da Coroa, est em consonncia com a Glndula Pineal. Por esta
razo, o Reiki feito exatamente para alinhamento destas glndulas como
forma de energizao do corpo fsico com repercusses no corpo astral. Da se
entender o porqu das glndulas serem consideradas pelos msticos como
manifestaes do Eu Divino .
Os hormnios produzidos pelas glndulas endcrinas proporcionam
sempre um efeito estimulante, por esta razo que no d para separar as
Glndulas Endcrinas das emoes humanas.O funcionamento desta cadeia,
envolvendo as Glndulas Endcrinas ocorre da seguinte forma : os impulsos
que se manifestam nos comportamentos humanos impulsos eltricos so
estmulos provocados pelo crebro sendo que

os neurnios emitem
99

informaes para o sistema nervoso, atravs de neurotransmissores , os quais


vm atuar na Hipfise, ou Pituitria. Esta glndula, que no fundo um centro
de alimentao de informaes, estimula a produo dos hormnios atravs
das demais glndulas,

os quais

iro produzir efeitos

estimulantes no

organismo.
Esta seqncia, embora comprovada pela cincia, entendida
diferentemente pelos msticos, como dito acima.

Para estes, as Glndulas

Endcrinas pertencem no ao corpo fsico propriamente dito, elas so


expresses da fora vital que junto com o sangue percorrem o organismo todo,
da ser da sua natureza pertencer tanto ao fsico como personalidade do
indivduo. Este estudo, amplamente conhecido, foi feito por Onslow H.Wilson,
e est publicado na obra Glndulas, o Espelho do Eu
Em verdade, o ser humano trino na sua manifestao, isto , esprito,
mente e corpo. Esta relao mais intensa e complexa entre o corpo e a
mente. Muito j se discutiu sobre haver pontos especficos no corpo atravs
dos quais a mente, tanto humana e como divina, se manifestam. A MTC
encontrou rgos da cadeia Zang Fu para alojar os sentimentos , por exemplo,
e como j vimos anteriormente. No fundo, o que se tenta estabelecer so elos
entre os elementos qumicos que constituem o corpo do ser humano com as
manifestaes da mente, ou da fora vital, csmica, que empregana tudo o
que existe. Para Onslow, as Glndulas Endcrinas so estes espaos de
intercomunicao entre a fora vital que ele chama de Eu Divino , e a foras
fsica e mental , tipicamente humanas. Quando h harmonia entre estas foras,
h equilbrio e bem-estar, quando no, h desalinhamento das foras que
formam a existncia dentro do corpo humano , e a ocorre a doena, o malestar.
Ainda conforme Onslow, as Gndulas so centros , no apenas da
alquimia fsica, mas de alquimia divina,

que promovem a harmonia do ser

humano de forma a permitir a sincronicidade / identidade com o fluxo de


vibraes csmicas. Quando isto no acontece , h disfuno emocional e isto
gera , pelo somatismo, as doenas fsicas.
Por isso, fundamental para o terapeuta auricular saber qual emoo
se liga a cada glndula de modo a poder acessar no pavilho auricular os
pontos de desequilbrio do ser humano, da mesma forma que o terapeuta
100

reikiano atua atravs de energizaes . Antes, porm, dos sentimentos, cada


glndula deve ser entendida na sua mecnica fsica, isto , na produo de seu
hormnio especfico, uma vez que , conhecer a atuao glandular auxilia o
auriculoterapeuta no s no emocional, mas em demais distrbios orgnicos
que seus pacientes possam apresentar. No se trata, obviamente , de um
tratado das funo das glndulas Endcrinas o que propomos aqui, mas
importante saber o que cada uma delas pode oferecer para o mundo fsico e
emocional das pessoas. Abordaremos cada uma delas individualmente.

1) Gnodas
A palavra gnoda deriva do grego gonos que significa semente. H ,
inclusive uma analogia da palavra com outros termos, que significam vir-aser. Isto, por si s, j suficiente para o entendimento desta glndula, uma
vez que este

vir-a-ser est intimamente ligado ao tornar-se , gerar,

portanto, algo que nos remete ao futuro ao encontro do destino.


Seus hormnios so os esterides progesterona predominante na
mulher, via ovrios; e testosterona predominante no homem, via testculos, por
isto as gnodas so chamadas de glndulas sexuais. Para alguns estudiosos,
como existe uma funo excrina ( para fora ) da glndula sexual , esta no
uma glndula endcrina autntica, tendo as duas funes de interiorizao e
exteriorizao e o estado de vir-a-ser citado antes, como semente psquica
se transmuta em aspiraes e desejos, o que explica o seu carter de
harmonizao,

uma vez que as gnodas possuem uma interface de

associao como a glndula Pineal o terceiro olho, como veremos mais


frente.

2) Bao-Pncreas

Uma das coisas mais acertadas que a MTC preconiza entender o


meridiano do Bao-Pncreas como uma unidade indissolvel. Tanto o Bao
como o Pncreas , ambos glndulas endcrinas embora este ltimo tenha
uma funo excrina, tem a responsabilidade de nutrir o corpo orgnico.

101

O processo de transformao de energia que existe em todos os


organismos vivos tem uma finalidade subjacente : a da nutrio. Graas a isso
que o corpo humano evolui e se mantm vivo.
O Bao, a maior das glndulas endcrinas , fabrica os corpsculos
brancos do sangue, armazena ferro , tem grande influncia no sistema nervoso
e auxilia a digesto. Alm do mais , o bao funciona como um grande filtro
do sangue. no seu interior que so removidas as hemcias defeituosas ou
muito velhas, sem elasticidade. Alm disso, o bao parte importante do
sistema imunolgico, onde os linfcitos tm a oportunidade de entrar em
contato com antgenos estranhos,

presentes na superfcie de agentes

infecciosos que eventualmente ganhem acesso corrente sangnea. O Bao


limpa o sangue que nutre o organismo.
Da mesma forma , o Pncreas que tem uma funo dual , endcrina e
exgena, cria o ambiente necessrio para a digesto dos alimentos
complexos, liberando o suco pancretico, que transforma as protenas em
aminocido, as gorduras em cidos graxos e glicerol e os carboidratos em
acares. O Pncreas produz insulina e sem ela o corpo humano entraria em
desarmonia, o que ocorre quando h a sua falta ou excesso.
A necessidade de nutrir-se que o organismo humano possui cria os
mecanismos de transformao de energia

do corpo .

Mecanismos desta

natureza no podem estar dissociados do comportamento, uma vez que todo o


sistema fisiolgico trabalha para subsistir. Neste sentido, o complexo BaoPncreas atua como um modelador silencioso de nutrientes, em doses
precisas, filtrando impurezas ao mesmo tempo em que alimenta a continuidade
da fora vital que percorre o corpo humano. Por isso, este sistema equilibra o
organismo.
Uma inteligncia prodigiosa est sempre em atuao no corpo e a
funo de nutrio um exemplo mximo de sabedoria que o organismo
possui, porque decompe e reconstri a energia ingerida que deve ser mantida
e usada por todo o organismo. J foi dito que o organismo deseja perdurar,
isto , ele trabalha para continuar trabalhando.

Faz parte do prprio

funcionamento dos rgos e sistemas a sua manuteno em plena atividade,


por isso o sistema nervoso simptico o que , independente de nossa
vontade,

e uma imensa gama de procedimentos feita sem que nos


102

apercebamos porque da natureza humana que estes procedimentos


continuem para a prpria propagao do organismo, da vida enfim.
Assim , a vontade , o desejo, as aspiraes , a continuidade so
alimentadas e protegidas pelo sistema Bao-Pncreas. Ele d fora vida, e
mais , d suporte vontade de perdurar que o organismo possui.

3) Suprarrenais

So chamadas de Suprarrenais porque so duas , uma sobre cada rim.


Alm do mais , cada uma delas dupla , composta pelo crtex ( camada
exterior) e pela medula ( camada interior ) . A grande importncia dessas
glndulas que elas produzem

adrenalina

noradrenalina - poderosos

estimulantes do corao com efeito restaurador do corpo. Contudo,


justamente o excesso de adrenalina e noradrenalina que conduz ao stress, um
dos males mais intensos do mundo moderno.
As emoes profundas acabam diminuindo a adrenalina nas glndulas
e aumentando no sangue, por isso o desgosto, a irritao , o medo, provocam
descarga das glndulas na circulao sangunea. Com a adrenalina ampliada
no sangue, h o aumento

do vigor e da tenso do sistema nervoso,

provocando aquilo que todos sabemos : batimentos cardacos mais


acelerados, maior nmero de glbulos vermelhos no sangue, apuro da
audio, melhora da viso, a respirao fica mais rpida. Esta adrenalina extra
refora as propriedades nutritivas do sangue, o tnus muscular e as atividades
cerebrais, por isso, ela benfazeja, desde que em duraes curtas de tempo e
para enfrentar momentos em que o ser humano precisa de maior capacidade ,
quer para o trabalho, o estudo, o amor, alm de capacitar o ser humano para
os enfrentamentos do cotidiano, que obriga as pessoas

estarem

mais

otimizados para as dificuldades da vida. Da, estas glndulas serem


conhecidas como glndulas de combate em momentos de crise.
Como um todo, as Suprarrenais so as glndulas da presso e do
stress, ou mais propriamente, as responsveis pela mobilizao, prontido
ser humano no momento da ao e no que tange ao equilbrio entre a razo e
o corao.

103

Assim , as Suprarrenais esto intimamente ligadas aos estados de


ansiedade, preocupao; mais precisamente , busca de satisfao de
desejos, aspiraes , por isso elas proporcionam energia psquica ao ser
humano. Ocorre que , muitas vezes, por serem estimuladoras do fsico e do
psquico, chegam ao excesso e acabam desaguando na ao desordenada,
que faz perder paradoxalmente energia , causando instabilidade fsica e
emocional, porque justamente

no conseguem solucionar o conflito do

binmio corao / emoo

4) Timo

O Timo promove o crescimento , a competncia imunolgica do


organismo e responsvel pelo sistema sentimental, isto , a compreenso,
uma vez que ele ajuda a harmonizar o sistema endcrino . Seu hormnio a
Timovidina.
Ademais, os Linfcitos T so produzidos pela medula e maturados no
Timo. Entram pelo crtex, migram para o centro do Timo onde passam por
uma seleo positiva e negativa. Os Linfcitos T possuem duas funes . Uma,
de reagir a antgenos exgenos ou nocivos; outra, no reagir a antgenos
prprios . Se o Linfcito falhar em uma destas funes , ele destrudo. Isto
quer dizer que ele combate o que ruim e refora o que bom. Em outros
termos, o desagradvel e o agradvel, respectivamente.
Nos ltimos anos, os estudos sobre o Timo ganharam mais fora. Ele
se localiza no corpo humano bem encostado no corao, justamente atrs do
osso o qual tocamos com o dedo quando perguntamos eu ?.
A palavra vem do grego Thmos que significa energia vital. Como ele
encolhia aps a infncia , pensou-se que ele perdia a sua funo na
puberdade. Hoje sabe-se que no assim , ele continua ativo e responsvel
pelos sentidos, a conscincia e a linguagem.
Cabe a ele ser

o primeiro sinal de alerta quando h intrusos no

organismo : micrbios e toxinas em geral. As experincias de laboratrio


mostram que ele diminui de tamanho dizem que fica triste - quando as
palavras so speras, h pensamentos negativos, sentimentos maus , e que

104

fica alegre nos momentos de felicidade. Comprovadamente , ele reage s


cores, sons, estados emocionais agradveis .
Com isso, fica mais fcil entender o bem que fazem os Doutores da
Alegria nos hospitais. A alegria melhora a nossa imunidade...
Assim , em termos emocionais e de comportamento, o Timo possui as
mesmas caractersticas que o corao na MTC, isto , relaciona-se com a
tristeza, a alegria, ao choro fcil, aos estados de euforia e melancolia, mais
ainda, est ligado harmonizao da energia vital.
Como o ser humano muda, se aprimora, cresce e passa a ter sucesso
na execuo das suas aes , ele pode entender a realidade e o mundo de
maneira melhor e com isso pode fazer crescer o nosso Eu, o que nos torna
melhores. O Timo est ligado a isso,

a este estado de aprimoramento,

melhora, otimizando aquilo de bom que temos dentro de ns.

5) Tiride

A Tiride a glndula da energia . Sua secreo controla o ritmo do


viver, tanto assim que quanto menor

a quantidade de secreo que ela

proporciona, menor ser o nvel de atividade do corpo humano; assim como o


contrrio, uma vez que nos indivduos com funo tiroidiana baixa h letargia
mental, e naqueles outros com funo acima do normal , h nervosismo, e
irritabilidade. A Tiride se localiza na garganta e produz a Tiroxina , que
responsvel pelo conhecimento e a criatividade. Por isso,

a atividade do

sistema nervoso influenciada pelos hormnios da Tiride. Sem ela no pode


haver pensamento complexo, educao, formao de hbitos e energias
reativas capazes de promover os desafios da vida, as defesas com as quais o
ser humano precisa contar para a sua sobrevivncia. Ademais , ela est
intimamente ligada ao estabelecimento da memria, regulando a linha

de

energia entre o passado e o presente.


Encaixadas no corpo da Tiride esto as Paratirides,

cuja funo

exclusiva atuar no metabolismo de substncias minerais, principalmente de


clcio e fsforo para os ossos.
Quanto s emoes, estas se prendem Tiride pela possibilidade que
esta glndula possui de estimular a vivacidade e agilidade mental. Ela promove
105

a emotividade, o apuro da percepo, a vontade rpida, impulsividade e at


mesmo nas crises explosivas de gestos e linguagem . Atravs da Tiride que
o ser humano possui maior ou menor capacidade de trabalho, por isso seu
excesso conduz tambm para a ansiedade e sua falta de atividade provoca
lentido e torpor no organismo.

6) Pituitria ou Hipfise

As glndulas endcrinas vistas at agora , embora tenham a mesma


funo de harmonizar a energia do corpo humano, precisam de um elemento
organizador capaz de promover o funcionamento de cada uma delas, no tempo
certo e com necessidades especficas.
Esta funo feita pela Pituitria, ou Hipfise, por isso ela considerada
por muitos como sendo a glndula mestra, coordenadora de todo o sistema
glandular.
Vimos no incio deste tpico que o Hipotlamo emite estmulos atravs
de neurotransmissores que fazem funcionar a Pituitria, a

qual acaba

produzindo hormnios trficos acredita-se que a Pituitria produza nada


mais, nada menos do que oito hormnios - capazes de ativar as demais
glndulas e com isso permitir as interfaces do mundo fsico e mental.
As secrees da Pituitria tm efeitos sobre a produo de energia ,
principalmente a energia do sistema nervoso central, a matria cinzenta do
crebro e da medula espinhal. A ligao da glndula Pituitria com o crebro
s possvel atravs da ponte feita pelo Hipotlamo, que liga as atividades
do Sistema Nervoso Central ao sistema glandular. Com isso , estabelece-se
uma identidade de ao e propsitos entre ambos , principalmente na liberao
das substncias conhecidas como endorfinas que a Pituitria administra para
todo o organismo.
O eixo Pituitria-Hipotlamo possibilita uma distribuio inteligente de
energia para todo o organismo. Neste sentido, a Pituitria o espao da
harmonizao e da unidade, fazendo com que esta glndula adquira uma
importncia capital no processo endcrino porque ela faz todo o sistema
funcionar.
106

7) Pineal
H pelo menos 200 anos , a Pineal conhecida como sede da alma,
ou morada da alma. Alguns sbios chegaram a afirmar que o grau de
desenvolvimento

psquico

de

uma

pessoa

dependia

do

grau

de

desenvolvimento da sua glndula Pineal. Seja como for, hoje se sabe que a
Pineal est ligada transio entre a mentalidade autocentrada da infncia e a
maturidade e benevolncia. o terceiro olho.
Ren Descartes se referiu a ela como a sede da alma racional, a
glndula do saber , do conhecer. Fisicamente , se parece com uma pinha
localizada no centro da cabea e segrega melatonina, uma substncia que
ativa a sensibilidade dos neurnios , o que acaba influenciando as atividades
do crtex suprarrenal, da tiride, do timo, das gnodas e do prprio sistema
hipotlamo-pituitria, por isso, para alguns estudiosos ela a reguladora das
reguladoras.
Com o passar do tempo e a calcificao da Pineal , a capacidade
intuitiva diminui. Alguns atribuem isto menor produo de melatonina, que por
sua vez responsvel pela sensao de bem-estar.
Outro fato de relevncia que esta glndula reage luz do ambiente,
sendo suscetvel ao contraste luz / escurido que reflete os ciclos do dia e da
noite, chamado de ritmo circadiano. Assim, a glndula Pineal um rgo
importante que liga o ambiente com o sistema endcrino por meio dos olhos e
outros meios de percepo .
Portanto, a Pineal pode realmente ser o elo entre o macrocosmo, ou
universo maior, por um lado , e o homem, microcosmo, ou pequeno universo
de outro. A Pineal acaba sendo, de fato, o olho pelo qual o ser humano
harmoniza o mundo interior e o mundo exterior. A Pineal o grande espao de
integrao entre o lado ontolgico e cosmolgico do saber uma vez que ela
estabelece a relao entre a sabedoria da cabea e a sabedoria do corao.
Emocionalmente a Pineal pacificadora porque traz a compreenso.
Assim , fazendo uma smula de cada glndula, teramos :

107

Glndulas

Ao / Caractersticas
Atuam na ao, no fazer agir atravs da adrenalina e
noradrenalina , produzidas pelas glndulas . Seu excesso

Suprarrenais

aumenta a energia e causa instabilidade fsica e psquica,


abalando o emocional. Est ligada ao desejo, s aspiraes,
provoca o conflito razo x corao e estimula a ansiedade.
Produz os esterides e como semente da espcie, as
gnadas

Gnodas

esto

ligadas

ao

vir-a-ser,

por

isso

suas

manifestaes esto intimamente ligadas s aspiraes e


desejos para o amanh, o que gera uma interface com a
ansiedade.
Atuam no sistema de filtragem do sangue e fortalecimento
do corpo, modelam e selecionam nutrientes em doses
precisas, por isso, ambos equilibram o corpo e a mente. Por

Bao /

isso alimentam as emoes , principalmente no que tange

Pncreas

aos desejos, o pensamento, o estudo e o esforo pessoal. O


Bao produz os glbulos brancos do sangue e o Pncreas a
insulina.
Muito do que se atribui ao corao est no timo. Da ele
estar ligado s emoes de alegria, tristeza, choro fcil, riso
descontrolado, etc. Contudo , ele a sede do chacra
cardaco e portanto a chave da energia vital, da ser o

Timo

guardio do sistema imunolgico . Produz o Linfcito T . O


timo protege o corpo e a mente. sensvel aos
pensamentos de amor e dio, alm de estar ligado
linguagem e conscincia.
A vivacidade, a agilidade mental esto ligadas tiride, por
isso

Tireide

ela

responsvel

pelo

conhecimento

pela

criatividade. Seu excesso gera ansiedade; sua lentido


provoca o torpor. Produz a Tiroxina que ativa o sistema
nervoso. Seu excesso conduz ansiedade.

108

A pineal estabelece o elo entre o micro e o macrocosmo. o


terceiro olho, atravs do qual se harmoniza os mundos
interior e exterior. Sua funo de absoluto equilbrio e
Pineal

sinergia, evitando o catico e proporcionando a harmonia


global do ser. Produz melatonina, substncia importante na
ativao da sensibilidade dos neurnios , o que liga esta
glndula a todas as demais .
A hipfise faz a roda glandular girar. Os estmulos vindo do
hipotlamo so distribudos pela hipfise que faz agir as
diferentes glndulas conforme as respostas que o organismo

Pituitria , ou precisa dar aos diferentes estmulos recebidos,


Hipfise

por isso

relaciona-se com todo o corpo. Deve fazer parte de


praticamente todos os tratamentos glandulares. Produz
cerca de oito hormnios que se relacionam com as demais
glndulas e possibilitam a interface dos mundos fsico e
mental.

Vale ressaltar mais uma vez a importncia do Hipotlamo no processo


relacionado s emoes, principalmente quando se trata das glndulas
endcrinas. Ele reage aos impulsos do mundo fsico e mental, na busca do
melhor equilbrio entre o Eu interior e o Eu exterior, por isso o hipotlamo
libera neuro-humores que direcionam a atividade da Pituitria, no fundo, ele
atua como ponte entre o crebro e o sistema glandular endcrino. O
relacionamento das glndulas endcrinas com a emoo est expresso no
quadro abaixo:
Glndula
Gnodas

Ao / Emoo
Vir-a-ser, ansiedade, intuio, solido, indeciso quanto ao
futuro

Bao/Pncreas

Vontade, desejo, preocupao ,

ansiedade, aspiraes,

necessidade de manuteno e preservao


Suprarrenais

Impacincia, ansiedade, tenso nervosa, stress, prontido

109

Timo

Alegria, choro e riso fcil, euforia, melancolia, depresso,


desiluso, harmonizao

Tiride

Energia, ansiedade, vontade, conhecimento e criatividade


torpor, neurastenia, medo e insegurana

Pineal

Intuio, maturidade, compreenso, equilbrio entre a razo


e o corao. Maturidade

Pituitria

Organizao interior, harmonizao, disciplina , energia


espiritual, arrogncia .

A ansiedade em tudo

Nem necessrio se fazer pesquisa, basta perguntar a qualquer


terapeuta o que ocorre durante a anamnese. O paciente fala de suas dores, de
seu mal-estar, e quando se entra no aspecto emocional, a fonte geradora da
doena est l. So os medos do desemprego, da violncia, a melancolia do
tempo perdido, a tristeza da infelicidade, a raiva da traio, enfim, nenhum
desequilbrio orgnico deixa de ter uma causa emocional. Por isso, a emoo
est em tudo. Existe at uma patologia denominada fobia social, fruto da
timidez, que , atravs do medo do ridculo, da avaliao social, da necessidade
de falar com o outro no dirio da vida, acaba gerando esta fobia, a qual impede
o cidado de simplesmente viver : ir at a padaria, pedir pes, tomar um
nibus, solicitar uma informao a algum.

Quanto mais, lutar pelos seus

direitos. H os que se calam por medo da vida.


Este pnico, que desgua numa ansiedade aguda, gera o desespero e
esta situao est no mago de inmeros suicdios, ou da fuga fcil para as
drogas
A ansiedade, portanto, no uma emoo isolada, ela possui interfaces
com as outras emoes, o que amplia o problema emocional, tornando a cura
realmente difcil. A ansiedade a emoo do tempo presente, por isso o stress
to intenso. A vida moderna exige demais do ser humano. O medo do futuro,
do amanh

( Gnodas ) , obrigando a uma alta dosagem permanente de

adrenalina ( Suprarrenais) capaz de manter o estado de prontido nas


110

pessoas, exigindo cada vez mais excelncia no aproveitamento dos nutrientes


que o ser humano metaboliza para sobreviver ( Bao-Pncreas) , abala as
emoes

agradveis ( Timo), trazendo doses de indecises sobre a sua

prpria existncia, o que obriga a mais atividade ainda ( Tiride) alm de


discernimento e criatividade, de modo a equilibrar a vida cotidiana com os
ideais mais altos da criao, mundo do macro e do microcosmo ( Pineal), tudo
isso junto, acaba por exigir uma ao conjugada de todos os recursos
endcrinos do ser humano ( Pituitria) , porque somente assim todas as
funes cerebrais podem atingir o seu pice ( Hipotlamo) . Como se v , o
equilbrio emocional no to simples como parece.
Muito se tem falado sobre a ansiedade, contudo os especialistas
admitem que ela sempre esteve presente na histria da humanidade. Freud foi
o primeiro a usar o termo tal qual o usamos hoje. A palavra veio primeiro do
alemo angst, depois foi para a Grcia, passou pelo latim na forma angor. No
Egito, sua forma era ankh e estava relacionada ao primeiro sopro de vida
como se v , a ansiedade sempre estive ligada respirao, ou a falta dela.
A ansiedade, em si mesma , no uma doena. Faz parte do sistema de
defesa do ser humano e est presente em quase todos os animais. A
ansiedade um estado emocional com a qualidade do medo, dirigido para o
futuro, que gera no ser humano um desconforto, uma apreenso subjetiva,
uma ameaa que est prxima. Os graus variam de indivduo para indivduo e
ela mais intensa nas mulheres, quer pelo problema hormonal daa TPM ,
quer pela prpria cultura que praticamente tornou a mulher mais descriminada.
Ocorre que , no frigir dos ovos, a ansiedade tida como a vil dos
tempos atuais, e aquela sua caracterstica de ser um alerta benfazejo que
ajuda os seres humanos a sair de problemas cruciais na trajetria da vida ,
passou a ser uma condio de limitao. A ansiedade atrapalha o candidato ao
emprego, o estudante na hora da prova, o rapaz que tenta uma aproximao
com uma nova namorada, enfim, o medo da vergonha, do fracasso, do
impedimento, esto presentes na ansiedade. Hoje so por demais grandes as
necessidades de escolha que temos que fazer, e ningum deseja errar, por
isso viver ansioso quase uma constante nas pessoas de nosso tempo.
Ademais , o volume de informaes do mundo moderno est a para
causar temor por conta de um novo cncer, uma tragdia natural, os crimes, os
111

assaltos, a corrupo, a violncia contra crianas e mulheres, enfim, os


veculos de comunicao de massa nos bombardeiam com estmulos que
causam medo e ansiedade. Alm disso, a busca de sucesso, quando no
alcanada, motivo de stress e ansiedade.
Por isso, esta emoo se prende a todos. Excessivamente ansioso, o
ser humano acaba permitindo a entrada de outros males, da , dominar a
ansiedade ser fundamental, principalmente nos processos de cura. Quase
sempre , a Ansiedade um ponto auricular obrigatrio de ser acessado em
qualquer tratamento, uma vez que praticamente ningum est livre desta
emoo.

Indo um pouco alm

Os ltimos tempos tm sido verdadeiramente revolucionrios no que diz


respeito cura e prpria medicina. O que antes era impensvel, hoje figura
em congressos, estudos avanados e at mesmo teses. So os casos da
chamada Medicina Alternativa, a incluso dos pressupostos da medicina
Tradicional Chinesa nos meios tradicionais, a musicoterapia, aromaterapia ,
alm dos remdios homeopticos e florais atuando junto com a alopatia , e ,
mais recentemente, com o advento da Fsica Quntica, a chamada cura
quntica, onde a energizao e at mesmo a prece passam a fazer parte do
composto cura.
Sobre estes aspectos, duas obras em especial so importantes demais
para no serem mencionadas aqui. A primeira, Biologia da Crena de Bruce H.
Lipton

e o Mdico Quntico, do Dr. Amit

Goswami No so obras

sensacionalistas, fruto da curiosidade de algum ou outro estudioso.

primeiro autor, Lipton , cientista internacionalmente conhecido e reconhecido


como autoridade no assunto. Bilogo celular, tendo lecionado em escolas de
Medicina nos Estados Unidos. Pesquisador, o criador de uma nova cincia , a
epigentica, sendo seu mais conceituado especialista, o que lhe permite ser
palestrante por todo o globo. Sua obra chegou casa de cerca de 200 mil
112

exemplares vendidos, com traduo em quase todas as lnguas do planeta. O


Dr. Amit professor universitrio, pesquisador, fsico quntico no Institute of
Noetic Sciences, autor de inmeras obras sobre o tema.

Como se v no se

trata de pura especulao, mesmo porque fugiria formao acadmica de


ambos os autores.
Assim , em Biologia da Crena, h um novo entendimento sobre o
placebo, por incrvel que parea. Para Lipton, o efeito placebo a prpria
crena, e quando a mente age, nada pode ser superior a ela. Ao acreditar no
remdio, no tratamento, na possibilidade de cura, o paciente faz funcionar
elementos internos do organismo , altamente benficos, e que contribuem para
a cura. O oposto disto, o nocebo ( termo usado por Lipton) altamente nocivo
justamente porque traz desalento e desesperana ao doente. Desta forma, a
crena elemento de grande importncia na atuao do mdico, pena que
nem sempre aceita e incentivada pela medicina.
Isto porque a mente todos estamos cansados de saber isso controla
o corpo, e neste script as emoes desempenham um papel primordial. S
que, se

para o autor os nveis deste controle so praticamente absolutos , a

medicina moderna admite um pouco de somatizao e ( quase ) nada mais que


isso.
Citando um trabalho pioneiro , inovador e instigante da pesquisadora
Candice Pert, o livro Molculas de Emoo, Lipton concluiu, como Pert , que
a mente no se concentra apenas na cabea, mas sim que est distribuda em
molculas sinalizadoras presentes no corpo todo. J dissemos no incio da
segunda parte deste livro, que as clulas pensam , e por isso, como diz Lipton
Por meio da autoconscincia, a mente pode usar o crebro para gerar
molculas de emoo e agir sobre todo o sistema. Por isso, estamos
afirmando a toda hora que a emoo est em tudo. O efeito placebo
exatamente isso, em outras palavras, uma questo de crena.
Lipton ainda sentencia Os mdicos deveriam ser treinados para
reconhecer o poder de nossos recursos internos, e no para considerar o poder
da mente como algo simples ou inferior ao poder dos elementos qumicos ou
de um bisturi. Est na hora de deixarem de lado sua convico de que o corpo
e seus membros so desprovidos de inteligncia e que precisamos de
elementos externos para manter a sade. Que grande verdade !
113

Henry Ford afirmou com preciso no importa se voc acredita ou no


que pode fazer algo ... voc est certo . Todas as pessoas que reconhecem o
poder de sua crena, acham a liberdade, porque a escolha de vida depende
disso. No fundo, todos podemos escolher o que queremos para ns, o que
queremos ver, os caminhos que vamos trilhar, os estados de sade ou doena
aos quais vamos nos sujeitar.
No sem razo que o ltimo captulo do livro desgua na
espiritualidade nem poderia ser diferente. Com uma citao de Einstein A
emoo mais bela e profunda que podemos sentir a do sobrenatural. Este o
poder da verdadeira cincia, Lipton aglutina num s escopo a emoo, a
espiritualidade e a cincia , uma tarefa nada fcil, mas que, pela simplicidade
de sua linguagem e a fora de sua argumentao , torna este caminho mais
fcil de ser seguido, afinal, cientistas e espiritualistas tm vises diferentes da
vida. Uns vo at Deus na busca de foras sensveis para ter ajuda; outros
vo ao laboratrio na busca de drogas . O resultado quase sempre o mesmo,
pelo menos na opinio de cada um.
H os que , como Lipton, acabam confessando que a cincia os levou
espiritualidade, um caminho nada fcil e apresenta a frmula : Como somos
mquinas de protena , por definio somos feitos imagem e semelhana do
ambiente, seja ele o chamado universo ou, como muitos preferem cham-lo, o
prprio Deus.
O Dr. Amit vai ainda mais alm . Analisando a medicina nos tempos
modernos e fazendo dela uma leitura quntica ele se baseia no primado da
conscincia um novo paradigma na sua maneira de ver as coisas , para falar
inclusive no componente espiritual da cura. A conscincia vem em primeiro
lugar; ela o fundamento de todo ser. Tudo o mais, inclusive a matria, uma
possibilidade da conscincia , uma afirmao que refora o princpio da
possibilidade quntica de Heisenberg.
Discorrendo sobre as diferentes medicinas, ele aborda as possibilidades
contemporneas de cura atravs da acupuntura, da homeopatia , do Ayurveda
at chegar na cura espiritual
Assim , dentro desta espiritualidade cientfica , seguindo sempre o
ritmo e o caminho que as emoes apresentam para ns, buscando o equilbrio
o interior para ter foras e se tornar consciente a respeito da sua capacidade
114

de cura, foi acreditando nisso tudo que nos posicionamos nesta obra ,
entendendo a emoo como fonte onde se pode beber o elixir que d foras
para uma vida mais saudvel. Por isso, criamos um mapa de pontos
auriculares imagem e semelhana das emoes disparadas pelo crebro e
administradas e distribudas pelo corpo todo atravs das glndulas endcrinas.
Com estes pontos, somados aos que j so contemplados pela MTC,
acreditamos poder equilibrar as emoes individuais, sem elimin-las porque
seria impossvel, mas disciplinando-as, domando-as, para que elas possam
agir a favor e no contra o organismo.
Consignamos tambm os pontos estabelecidos por Paul Nogier para as
emoes. Vale ressaltar que na auriculoterpia francesa criada por ele, os
pontos auriculares tem uma ao primrioa e uma ao secundria. A
aplicao emocional deles foi estabelecida por Nogier com amplo uso e
resultados positivos. Sempre bom lembrar que a Escola Francesa de
Auricuoloterapia no est embasada na Medicina Tradicional Chinesa, a MTC.
Na escola francesa, no existe , como dissemos anteriormente , uma malha de
meridianos capaz de fazer fluir o Chi por todo o pavilho auricular. O princpio
ativo desta escola o neurofisiolgico, que est diretamente relacionado aos
trs folhetos embrionrios endoderma, mesoderma, ectoderma .
Mais uma vez lembramos que no temos nenhuma restrio unio das
tcnicas, sejam francesa, chinesa, japonesa, enfim , qualquer uma desde que a
ao teraputica seja comprovada. Para a elaborao deste mapa e seus
protocolos foram realizados mais de dois mil atendimentos com comprovada
eficcia. A sensibilidade do terapeuta e anamnese que deve estabelecer os
pontos a serem acessados uma vez que existem pontos diversos para estados
emocionais idnticos.
Assim , no caso da ansiedade, a mais comum das emoes modernas,
cabe ao terapeuta a anlise precisa para se saber quais pontos associar aos
pontos bsicos de ansiedade. H estados ansiosos por amor, alegria, tristeza ,
medo do futuro, depresso, medo falta de capacidade mental, enfim , estar
ansioso no ter um tipo apenas de estmulo , por isso a associao de pontos
diversos nos tratamentos emocionais indicada , juntamente com os pontos
fsicos , principalmente os que causam dor. O mapa emocional o que segue:
.
115

Afetiv idade

Hlix 1

Shen Men

Simpatico
Externo
Simpatico
Psiquismo

Bexiga

Rim
Afetiv idade

G
t.
In

Estado Psiquico

o
ss
ro

Afetiv idade

Hlix 2

Pncreas

V. Biliar
Int. Delgado
Fgado

Ponto Zero

Estmago
Emotividade

Corao 2

Afetiv idade

Relaxante
Muscular

Bao

Pulmo 1

Hlix 3

Timo

Nervo
Vago

Corao

Supra
Renal

Tireide

Pulmo 2

Afetiv idade

a mo n ia l
otal
Pe

Controle
Nervoso

ENDCRINO
(Periocdio)

t
Pi

Gonodas

Tronco
Cerebral
Ant i
ia
en Depressivo
st
ra
u
Ne

SubCrtex
Euforia

ria

Li
bi
do

o Hip
ebr
Cr

a
uit

Tmporas

Hlix 4

Compuls o
Sexual

Fronte

Amigdala
Cerebral

Ansiedade

Tensao

Pt.Neurastenia
Hlix 5

Pt. Do Sono

Comportamento

Pt.Ansiedade

Hlix 6

Comportamento

Comportamento

116

O mapa acima uma compilao do que existe hoje para tratamento da


emoo. Alguns pontos estavam sequer catalogados, como a Amdala
Cerebral, antes envolvida no Crebro. Sua localizao foi igualmente testada.
Da mesma forma que outros pontos tiveram seu lugar modificado, como caso
do Timo, cuja localizao aparece na Concha Cava, bem prximo do Corao.
H quem o colocara antes no Anti-Trago e at mesmo no Lbulo.
Vale repetir : este mapa foi amplamente testado e sua eficcia tem sido
comprovada no apenas pelos autores da obra, mas por outros terapeutas que
ajudaram na confirmao da eficcia a qual aludimos antes.
Da mesma forma , os pontos no esgotam as possibilidades. A pesquisa
est aberta, uma vez que o estudo das emoes, como dito antes, est longe
de ter concluses definitivas. Sempre que se fala em emoes, estamos
entrando num terreno de amplas possibilidades, mesmo porque, como dito por
Goleman, as combinaes das emoes tornam cada caso num caso
especfico, valendo sempre reforar que a anamnese fundamental e no
apenas seguir uma tabela de protocolos, embora eles sejam importantes.

Protocolos emocionais

Os protocolos emocionais necessitam de uma percepo ainda maior do


terapeuta. Enquanto os protocolos patolgicos orgnicos se explicam por si,
afinal uma dor na cervical e uma dor no joelho so facilmente identificveis e
distinguidas, na emoo, as coisas no acontecem assim .
Por isso, tentamos , alm das emoes chamadas puras, como Raiva,
Alegria, Tristeza, que so mais fceis de serem identificadas ( mas no to
simples ) h uma variedade de nuances para casos de ansiedade, por
exemplo, ou medo, ou ainda comportamentos, os quais dependem no s do
que o paciente est sentindo, mas o momento em que est vivendo.
Assim , as emoes mais tradicionais esto assim protocoladas:

117

Ponto Emocional

Emoo / caractersticas
Sensao de abandono, falta de capacidade em dar e

Afetividade

receber afeto

Amgdala

Agressividade intensa, medo, dio

Cerebral
Ansiedade

Estados de ansiedade em geral

Antidepressivo

Contra a depresso,
Aspiraes, vontade de prosseguir, preocupao, raiva

Bao / Pncreas
Racionalidade, intelectualidade, concentrao ,
Crebro

memria

Cicatrizes

Para ps-operatrios, traumas fortes em geral, grandes

Psquicas

emoes que perduram longo tempo, mgoas antigas


Estados em que h a necessidade de ajuste de

Comportamento

comportamento scio-emocional
Excesso de libido, estados compulsivos em relao s

Compulso Sexual

necessidade sexuais, ganncia


Promove o controle das emoes e condutas, inibindo

Controle Nervoso

o desequilbrio emocional de qualquer natureza


Alegria e tristeza exageradas, riso e choro

Corao

descontrolado, susto, choque, perda, excitao


Fraqueza de raciocnio, falta de reflexo, descontrole

Desordem Mental

da ordem lgica do pensamento, estado de confuso.


Emoes descontroladas, para os casos de retomada

Emotividade

de equilbrio emocional
Harmonizao, chamamento das foras interiores no

Endcrino

sentido de achar caminhos , equilbrio

Estmago

Ansiedade

Estado Psquico

Para equilibrar estados psquicos descontrolados, medo

Euforia

Em todos os casos de neurastenia mental e fsica

Fgado

Raiva , dio, ira

Fronte

Estados de tenso em geral

118

Gnodas

Indecises quando ao futuro, o vir-a-ser

Hlix

Para ter nimo, vontade de prosseguir


Excesso de stress, busca do prazer pelas coisas da

Hipotlamo

vida, responsvel pela homeostasia do corpo, cansao

Intestino Delgado

Contradies entre alegria e tristeza

Intestino Grosoo

Melancolia
Par aumentar a libido em estados de neurastenia

Libido

sexual, valorizao do eu.

Nervo Vago

Nos casos de stress e tenso

Neurastenia

Estados de debilidade fsica e emocional


Para buscar iluminao, clarear a mente, intuio ,

Pineal

maturidade
Proporciona a disciplina, harmonizao com o eu

Pituitria

interior , controla a arrogncia e fortalece o esprito.


Nos estados depressivos, para buscar a alegria e a paz

Pt. Alegria ( dorso)

interior

Pt.Inteligncia

Aumenta a capacidade intelectual, a reflexo, o

( dorso )

raciocnio

Pt. Sono ( pavilho

Combate a insnia, provoca a calma

e dorso )
Pt. Zero

Ponto mestre , d vigor e equilibra o organismo


Elimina os estados de fraqueza da mente , clareia o

Psiquismo

pensamento, auxilia no tratamento obsessivo


compulsivo.

Pulmo

Tristeza, melancolia , pesar


Promove o relaxamento muscular nos estados de

Relaxante

tenso e dor.

Muscular
Rim

Medo , pnico, solido


Ponto mestre , permite a abertura para tratamentos

Shen Men

auriculares, combate a ansiedade

119

Simptico

Responsvel pelo equilbrio vasossimptico de todo o


organismo
Aumenta a intelectualidade, promove a harmonizao

Sub-Cortex

cerebral, a lgica , a razo, ajuda nos processos


compulsivos
Responsvel pela adrenalina no corpo humano, atua

Suprarrenais

em todos os processos de ansiedade, desejos, medos


e emoes exacerbadas

Tmporas

Combate a ansiedade
Diminui os estados de tenso no organismo frente a

Tenso

qualquer situao fsica ou emocional


Responsvel pela Energia Vital do corpo, fortalece o
ser humano nos estados de depresso, ansiedade,

Timo

excesso de euforia / tristeza, promove a harmonizao,


a alegria
D energia fsica e mental, promove a vontade para a

Tireide

ao, anima o corpo e a mente.

Interliga-se a todas as emoes emanadas pelo


Tronco Cerebral

crebro , um condutor e deve atuar sempre em


conjunto com outros pontos emocionais.

Vescula Biliar

Preocupao, raiva.

Uma modesta concluso

Para terminar. Nenhum livro, ou trabalho, ou pesquisa em sade,


principalmente, uma receita de bolo pronta para que os profissionais que
atuam nesta rea especfica dela se utilizem.

120

Mesmo quando usamos receitas de bolos idnticas, muitas vezes


acabamos tendo bolos diferentes, pois no so s os ingredientes prescritos
que contam. Depende tambm da qualidade dos produtos, da temperatura do
forno, da cozinheira enfim , cuja mo como dizem traz com ela o amor pelo
que faz, a experincia de receitas e receitas j realizadas.
Ainda mais, quando falamos em emoo, um tema que possui o
interesse de tantos pensadores contemporneos, o que por si s j demonstra
a dificuldade que encontramos para

catalogar estados emocionais

em

protocolos fixos. Contudo, nada supera a prtica teraputica e esta tem


comprovado que os mapas de pontos atrs apresentados tm surtido
resultados positivos. Se no a cura, o alvio da patologia, principalmente se
associado a outras prticas teraputicas , dentre as quais o shiatsu, a
reflexologia e o apoio de prescries homeopticas e de florais.
Assim sendo, equilibrado, o ser humano tem uma condio maior de
buscar a cura, ou, quando no, a cura em si mesma justamente a falta de
equilbrio. Para esta percepo das necessidades dos pacientes, preciso um
toque de arte. Por isso, curar tambm uma arte. isso que faz de mdicos e
terapeutas, verdadeiros artistas da propagao da vida. Um placebo bem dado
pode ter resultados espantosos num doente. No mundo de hoje, quando as
pessoas no mais conversam entre si, quando o semelhante um competidor,
quando o tempo deve ser medido apenas em ganhos materiais no final do dia,
placebos, e mais , toda e qualquer palavra amiga, todo e qualquer gesto que
v alm da materialidade em que se baseiam os relacionamentos modernos,
so poderosos instrumentos desta arte de curar.
A preocupao da causa principal da doena, compreender o doente e
sobretudo, amar o ser humano, tudo isso junto faz parte desta ao criativa de
cura. O ser humano produto de uma constituio multifacetada onde entram
a nossa ancestralidade, nossa vida atual, nossa alimentao, o meio em que
vivemos , e todos estes fatores acabam sendo amalgamados, formando uma
colcha de retalhos que nos define, conforme cada um destes retalhos esto
sendo costurados. Em verdade , esta colcha no termina nunca. Ela sempre
estar em costura, nos definindo e redefinindo a cada instante da vida. Por
isso, nossa sade no um estado perene de mal-estar ou de bem-estar. No
fundo, buscamos a doena, da mesma forma que buscamos a cura, s que
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esta buscamos conscientemente e a primeira adquirimos , muitas vezes, sem o


saber.
Por isso, estar vigilante no seu dia-a-dia, valorizar sua sade, fugindo
dos maus hbitos, procurar sempre um mdico evitando a automedicao,
deixando de lado terapeutas despreparados que muitas vezes se acham
infalveis , um caminho mais que do que seguro para ter uma sade melhor.
Ademais , no meio mdico h o dito : Deus sabe que no mdico, mas tem
mdico que ainda no sabe que no Deus. O duro que alguns tm certeza
de que so,

e a a coisa complica e muito.

No este o caminho . A

humildade, a curiosidade cientfica em saber a verdade, a melhoria do


atendimento que se possa dar ao paciente, a pesquisa de novas formas de
cura , novos conhecimentos, sem preconceitos infantis, faz parte desta costura
de retalhos que nos define como terapeutas.
Pense nisto, veja o que pode lhe ser til nesta obra, e se atire cada vez
mais nesta misso que poucos tm , mas que justifica toda uma existncia : a
misso de ajudar o semelhante na propagao da vida .

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