Grandes Navegações Século XV e XVIx

Grandes Navegaes Sculo XV e XVI:
Portugal e Espanha
Prof. Izaac Erder Silva Soares
A expanso portuguesa:
Portugal fundado no decorrer da reconquista ibrica,
ou seja no processo de expulso dos mulumanos do
pennsula ibrica.
Existe em Portugal ento dois sentidos importantes: uma
expanso pela f (a ideia de cruzadas contras os infiis)
e a formao de uma burguesia mercantil poderosa que
explorava o comrcio de especiarias com o oriente.
Nesse sentido a expanso portuguesa tanto uma
questo religiosa quanto econmica.
As chamadas Grandes Navegaes se inserem nesse
universo duplo da expanso portuguesa: Cruzada e
comrcio.
Expanso Portuguesa
Grandes Navegaes
Motivaes
Condies
Naturais:
-Portugal situa-se no extremo ocidental da
Europa, prximo ao norte da frica.
-Vasto litoral, com bons portos naturais.
-Rota do comrcio entre o Mediterrneo e o
Norte da Europa.
Polticas:
-Estabilidade governativa.
-Novos quadros dirigentes.
-Paz interna.
-Medidas de apoio construo naval (Sagres).
-Tradio na navegao (atividade pesqueira).
Tcnicas e Cientficas:
-Conhecimentos tcnicos de orientao
(bssola, quadrante e astrolbio) e construo
naval (Caravela).
-Domnio e experincia nas tcnicas de
navegao.
-Reunio e registros cartogrficos (mapas).
Econmicas:
Sociais:
Religiosidade:
-Carncia de cereais, metais

preciosos e matria-prima.
-Fechamento da rota de
comrcio para os mercados do
oriente
pelo
Imprio
Otomano).
-Coroa:
Alcanar
maior
autoridade e prestgio;
-Nobreza: Obter novos cargos
e mais terras;
-Clero: Expandir a f crist;
--Burguesia: Alcanar novos
mercados
e
produtos
(especiarias);
--Povo:
Melhorar
suas
condies de vida
-Esprito de cruzadas;
-Ampliar o nmero de fieis
catlicos;
As Navegaes Portuguesas
Nos sculos seguintes Portugal esteve na vanguarda dos povos, no intento
de realizar um projeto de continuidade das cruzadas e da expanso da f
crist para todo o mundo, alm das grandes navegaes e o desejo de
estabelecer comrcio com o extremo oriente.
No sculo XV, com o incio das grandes navegaes, Portugal iniciou o
Imprio Ultramarino lusitano. Em 1415, d. Joo 1 enviou uma expedio
militar para conquistar Ceuta, importante centro comercial do norte da
frica controlado pelos muulmanos. A cidade foi tomada com grande
facilidade pelos portugueses, iniciando-se assim a expanso martima
portuguesa ou, como se dizia na poca, os descobrimentos.
O mais importante homem da primeira fase da expanso ultramarina foi o
Infante d. Henrique (1394-1460). Por isso, esses primeiros tempos ficaram
conhecidos como Perodo Henriquino.
As Navegaes Portuguesas
D. Henrique foi sagrado cavaleiro durante as guerras em Ceuta, e ficou como o

responsvel por essa cidade aps sua conquista. Quando D. Henrique retornou a
Portugal (1417), foi morar em Sagres e ali se cercou de diversos estudiosos e
mestres da cincia de marear, surgindo da o mito da Escola de Sagres, pois no
existiu uma escola realmente, o que houve foi uma profunda dedicao desses
homens em "descobrir" os segredos das navegaes.
D. Henrique organizou expedies que chegaram Ilha da Madeira (1419) e ao
arquiplago dos Aores (1427), que foram colonizados pelos portugueses. As
conquistas portuguesas no norte da frica se revestiam de um carter religioso e
militar, como se fossem um prolongamento da Reconquista. A nobreza portuguesa,
que ganhava terras, ttulos e a administrao de tais cidades, era a maior
beneficiada.
Em 1434, o navegador Gil Eanes ultrapassou o Cabo Bojador, considerado at
ento como o limite sul da frica. Os descobrimentos no cessavam, e a cada
movimento das esquadras portuguesas, mais novidades apareciam. Os
mercadores portugueses, interessados nos lucros do comrcio africano, se
envolviam cada vez mais com a expanso. Da em diante, Ceuta passou a ser uma
cidade importante, pois garantia os suprimentos para as viagens atlnticas.
O papado contribuiu expanso martima,conferindo aos portugueses, por meio
de duas bulas (Dum Diversas, 1452, e Romanus Pontifex, 1455), o direito de
navegar, explorar e escravizar os povos africanos.
Escola de Sagres: estudos sobre a

Navegao
A escola de Sagre se desenvolveu em Portugal e foi um centro
de estudos e difuso entre os navegadores portugueses.
Muitos dos conhecimentos sobre a navegao foram
sistematizados e aprimorados.
Com as Grandes navegaes, a cartografia se desenvolveu
muito, alm dos conhecimentos que se tinha sobre a
navegao em alto mar.
A escola de Sagres est diretamente ligada ao
desenvolvimento, conquistas e navegao portuguesa.
No foi realmente uma escola, pois no oferecia cursos, mas
na verdade um centro de troca de informaes sobre recursos
e tcnicas da arte de navegar, alm do constante registro e
atualizao dos mapas, os continentes e as correntes
marinhas
Produtos consumidos na
Europa depois do Sculo XVI
Trazidos
da frica
-Malagueta
-Batata-doce
-Melo
-Melancia
-Caf
Trazidos
da sia
-Pimentas
-Canela
-Noz-moscada
-Ch
-Soja
-Laranja doce
-Coco
-Banana
Trazidos
da Amrica
-Pimentas
-Caju
-Milho
-Batata
-Cacau
-Tomate
-Feijo
-Tabaco
-Anans
O rico comrcio das Especiarias

As especiarias so temperos (condimentos) usados na culinria para
proporcionar sabores diferentes nas comidas. Algumas especiarias
tambm eram, e ainda so, utilizadas na fabricao de cosmticos, leos e
medicamentos. As principais so: pimenta, gengibre, cravo, canela, noz
moscada, aafro, cardamomo e ervas aromticas. Muitos dos
conhecimentos sobre a navegao foram sistematizados e aprimorados.
Na poca das Grandes Navegaes e Descobrimentos Martimos (sculos
XV e XVI) eram muito valorizadas na Europa, pois no podiam ser
cultivadas neste continente em funo do clima. O surgimento e
crescimento da burguesia tambm aumentou a demanda por produtos
considerados de luxo na poca, como, por exemplo, as especiarias.
No sculo XV, os comerciantes de Gnova e Veneza, cidades italianas,
tinham o monoplio destas especiarias. Compravam do Oriente atravs do
comrcio com os rabes, principalmente produtos da ndia e China, e
vendiam com alta porcentagem de lucro no mercado europeu. Estas
especiarias eram levadas para Europa atravs da rota do Mar
Mediterrneo, dominada pelos comerciantes italianos.
O rico comrcio das Especiarias

Com a ascenso e expanso do imprio Turco-Otomano em meados
do sculo XV, e a queda do Imprio Bizantino, o acesso dos italianos
aos mercados do oriente foram fechados, visto que os Otomanos
proibiam todos os mercadores rabes de comercializar com os
europeus.
No sculo XVI, os portugueses descobriram uma rota alternativa
para chegar diretamente aos mercados do oriente, atravs da
navegao pela costa africana.
Passaram a comprar as especiarias diretamente na fonte e
conquistaram o monoplio que era dos italianos. As caravelas
portuguesas chegavam Europa carregadas de especiarias, que
eram vendidas com alta taxa de lucro. Portugal se tornou a super
potncia econmica da poca.
Os lucros eram to elevados que podem ser calculados em 1 para
2000, exemplo: se o custo de um quilograma de cravo era 1 ris,
esse mesmo produto era vendido na Europa por 2000 ris.
Mares desconhecidos: navegando

entre monstros e medos
Os navegadores se lanavam em longas viagens martimas, enfrentando suas

supersties em relao aos mares. As viagens bem sucedidas poderiam deixar os
marinheiros ricos, alm de ser uma possibilidade de conhecer o novo mundo (o
mundo alm da Europa).
Consequncias das Grandes

Navegaes europias
Deslocamento do eixo econmico europeu do mar mediterrneo
para o Oceano Atlntico (do oriente para o ocidente);
Decadncia das cidades italianas com a perda monoplio do
comrcio de especiarias;
Mundializao do comrcio (incio da globalizao);
Fortalecimento das monarquias e burguesia europias;
Contato com as Amricas e outras regies do mundo, antes
desconhecidas;
Incio a escravido africana em larga escala (para o modelo de
colonizao plantation);
Transferncia (expropriao) de riquezas das Amricas para a
Europa;
Extermnio de milhes de indgenas americanos;
Consolidao de Portugal e Espanha como as duas maiores
potncias poltico econmicas no mundo.

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-Carncia de cereais, metais

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O rico comrcio das Especiarias

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