O Grande Conflito (Condensado) PDF
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O Grande Conflito (Condensado) PDF
(condensado)
Ellen G. White
2007
Copyright 2013
Ellen G. White Estate, Inc.
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Contedo
Informaes sobre este livro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . i
Introduo Erguendo o vu do futuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vi
Captulo 1 Predito o destino do mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Captulo 2 Os primeiros cristos: leais e genunos . . . . . . . . . 22
Captulo 3 Trevas espirituais na igreja primitiva . . . . . . . . . . . 27
Captulo 4 Os valdenses defendem a f . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Captulo 5 A luz irrompe na Inglaterra . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Captulo 6 Dois heris enfrentam a morte . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Captulo 7 Lutero, o homem para seu tempo . . . . . . . . . . . . . 65
Captulo 8 Um campeo da verdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Captulo 9 A luz acende-se na Sua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Captulo 10 Progresso na Alemanha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
Captulo 11 O protesto dos prncipes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Captulo 12 Aurora na Frana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Captulo 13 Os Pases Baixos e a Escandinvia . . . . . . . . . . 129
Captulo 14 A verdade avana na Gr-Bretanha . . . . . . . . . . 134
Captulo 15 O reinado do terror na Frana . . . . . . . . . . . . . . 144
Captulo 16 Buscando liberdade no novo mundo . . . . . . . . . 156
Captulo 17 A esperana que infunde alegria . . . . . . . . . . . . 162
Captulo 18 Nova luz na Amrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172
Captulo 19 Luz para os nossos dias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186
Captulo 20 Um grande movimento mundial . . . . . . . . . . . . 192
Captulo 21 Ceifando o furaco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
Captulo 22 Profecias cumpridas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212
Captulo 23 Esclarecido o mistrio do santurio . . . . . . . . . . 220
Captulo 24 O que Cristo est realizando agora? . . . . . . . . . 228
Captulo 25 A imutvel lei de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233
Captulo 26 Campees da verdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243
Captulo 27 Como alcanar a paz de esprito? . . . . . . . . . . . 247
Captulo 28 Enfrentando o registro de nossa vida . . . . . . . . 256
Captulo 29 Por que existe o sofrimento? . . . . . . . . . . . . . . . 263
Captulo 30 Guerra entre Satans e o homem . . . . . . . . . . . . 270
Captulo 31 Maus espritos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273
Captulo 32 Como derrotar a Satans . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277
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Entretanto, o fato de que Deus revelou Sua vontade aos homens por meio de Sua Palavra no tornou desnecessria a contnua
presena e direo do Esprito Santo. Ao contrrio, o Esprito foi
prometido por nosso Salvador para aclarar a Palavra a Seus servos,
para iluminar e aplicar os seus ensinos. E visto ter sido o Esprito de
Deus que inspirou a Escritura Sagrada, impossvel que o ensino
do Esprito seja contrrio ao da Palavra.
O Esprito no foi dado nem jamais o poderia ser a fim
de sobrepor-se Escritura; pois esta declara explicitamente ser ela
mesma a norma pela qual todo ensino e experincia devem ser
aferidos. Diz o apstolo Joo: Amados, no deis crdito a qualquer
esprito; antes, provai os espritos se procedem de Deus, porque
muitos falsos profetas tm sado pelo mundo. 1 Joo 4:1. E Isaas
declara: lei e ao testemunho! Se eles no falarem desta maneira,
[10] jamais vero a alva. Isaas 8:20.
Grande oprbrio tem sido lanado sobre a obra do Esprito Santo
pelos erros de uma classe que, pretendendo possuir iluminao,
afirma no mais necessitar da orientao da Palavra de Deus. Estas pessoas so governadas pelas impresses que consideram como
sendo a voz de Deus. Mas o esprito que as controla no o Esprito de Deus. Ao seguir essas impresses, ao mesmo tempo em
que negligenciam as Escrituras, sero to-somente conduzidos a
confuso, engano e runa. Isso serve apenas para o cumprimento dos
desgnios do enganador. Uma vez que o ministrio do Esprito Santo
de vital importncia para a igreja de Cristo, um dos artifcios de
Satans atravs dos erros de extremistas e fanticos produzir
contenda em relao obra do Esprito e levar o povo de Deus a
negligenciar esta fonte de fortalecimento, a qual foi provida pelo
prprio Senhor.
Em harmonia com a Palavra de Deus, o Esprito deveria continuar Sua obra durante todo o perodo da dispensao evanglica.
Durante os sculos em que as Escrituras do Antigo Testamento,
bem como as do Novo, estavam sendo dadas, o Esprito Santo no
cessou de comunicar luz a mentes individuais, independentemente
das revelaes a serem incorporadas no Cnon Sagrado. A Bblia
mesma relata como mediante o Esprito Santo os homens receberam
advertncias, reprovaes, conselhos e instrues, em assuntos de
nenhum modo relativos outorga das Escrituras. So mencionados
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profetas de vrias pocas, de cujos discursos nada h registrado. Semelhantemente, aps a concluso do cnon das Escrituras, o Esprito
Santo deveria ainda continuar a Sua obra, esclarecendo, advertindo
e confortando os filhos de Deus.
Jesus prometeu aos discpulos: O Esprito Santo, a quem o Pai
enviar em Meu nome, esse vos ensinar todas as coisas e vos far
lembrar de tudo o que vos tenho dito. Ele vos guiar a toda a
verdade [...] e vos anunciar as coisas que ho de vir. Joo 14:26;
16:13. As Escrituras ensinam claramente que estas promessas, longe
de se limitarem aos dias apostlicos, se estendem igreja de Cristo
em todos os sculos. O Salvador afirma a Seus seguidores: Eis que
estou convosco todos os dias at consumao dos sculos. Mateus
28:20. E Paulo declara que os dons e manifestaes do Esprito
foram postos na igreja para o aperfeioamento dos santos para o
desempenho do seu servio, para a edificao do corpo de Cristo,
at que todos cheguemos unidade da f e do pleno conhecimento
do Filho de Deus, perfeita varonilidade, medida da estatura da
plenitude de Cristo. Efsios 4:12, 13.
Em favor dos crentes de feso o apstolo orou: Para que o Deus
de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glria, vos conceda esprito
de sabedoria e de revelao no pleno conhecimento dEle, iluminados
os olhos do vosso corao, para saberdes qual a esperana do Seu
chamamento [...] e qual a suprema grandeza do Seu poder para com
os que cremos. Efsios 1:17-19. O ministrio do divino Esprito
na iluminao do entendimento e abertura da mente s profundezas [11]
da Santa Palavra de Deus foi a bno que Paulo suplicou sobre a
igreja de feso.
Depois da maravilhosa manifestao do Esprito Santo no dia
de Pentecostes, Pedro exortou o povo a arrepender-se e batizarse em nome de Cristo, para a remisso de seus pecados; e disse
ele: Recebereis o dom do Esprito Santo. Pois para vs outros
a promessa, para vossos filhos, e para todos os que ainda esto
longe, isto , para quantos o Senhor nosso Deus chamar. Atos dos
Apstolos 2:38, 39.
Em imediata relao com as cenas do grande dia de Deus, o
Senhor prometeu, pelo profeta Joel, uma manifestao especial de
Seu Esprito. Joel 2:28. Esta profecia recebeu cumprimento parcial
no derramamento do Esprito, no dia de Pentecostes. Mas atingir
seu pleno cumprimento na manifestao da graa divina que acompanhar a obra final do Evangelho.
A grande controvrsia entre o bem e o mal crescer em intensidade no final do tempo. Em todas as eras, a ira de Satans tem se
manifestado contra a igreja de Cristo; e Deus tem derramado Sua
graa e Esprito sobre Seu povo, a fim de habilit-lo a permanecer
de p diante do poder do maligno. Quando os apstolos de Cristo
deveriam apresentar o evangelho ao mundo e registr-lo para todas
as eras futuras, foram especialmente capacitados pela iluminao
do Esprito. medida, entretanto, que a igreja se aproxima de sua
final libertao, Satans dever operar com grande poder. Ele se
apresenta cheio de grande clera, sabendo que pouco tempo lhe
resta. Apocalipse 12:12. Ele operar com todo poder, e sinais e
prodgios da mentira. 2 Tessalonicenses 2:9. Durante 6.000 anos
esta poderosa mente, que uma vez foi a de mais elevada posio
entre os anjos de Deus, tem sido aplicada inteiramente obra de
engano e runa. E todas as profundezas da satnica habilidade e
sutileza adquiridas, toda a crueldade desenvolvida durante esta luta
de tantos sculos, sero lanadas contra o povo de Deus no conflito final. Nesse tempo de perigo os seguidores de Cristo devero
apresentar ao mundo a advertncia quanto ao segundo advento do
Senhor; e um povo dever preparar-se a fim de permanecer de p
diante dEle, em Sua vinda, e isto sem mcula, e irrepreensveis. 2
Pedro 3:14. Nesse tempo a dotao especial da divina graa e poder
no sero menos necessrios igreja do que nos dias apostlicos.
Mediante a iluminao do Esprito Santo, as cenas do prolongado
conflito entre o bem e o mal foram patenteadas autora destas
pginas. De quando em quando me foi permitido contemplar a
operao, nas diversas pocas, do grande conflito entre Cristo, o
Prncipe da vida, o Autor de nossa salvao, e Satans, o prncipe
do mal, o autor do pecado, o primeiro transgressor da santa lei
de Deus. A inimizade de Satans para com Cristo manifestou-se
contra os Seus seguidores. O mesmo dio aos princpios da lei de
Deus, o mesmo expediente de engano, em virtude do qual se faz
[12] o erro parecer verdade, pelo qual a lei divina substituda pelas
leis humanas, e os homens so levados a adorar a criatura em lugar
do Criador, podem ser divisados em toda a histria do passado. Os
esforos de Satans para representar de maneira falsa o carter de
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a vista aos cegos, fazendo andar aos coxos e ouvir aos surdos, purificando os leprosos, ressuscitando os mortos e pregando o evangelho
aos pobres. Atos dos Apstolos 10:38; Lucas 4:18; Mateus 11:5.
De modo itinerante, sem lar, Ele viveu para ministrar s necessidades e abrandar as desgraas humanas, para insistir com os homens
[15] a aceitarem o dom da vida. As ondas de misericrdia, rebatidas por
aqueles coraes obstinados, retornavam em uma vaga mais forte
de terno e inexprimvel amor. Mas Israel se desviara de Seu melhor Amigo e nico Auxiliador. Os rogos de Seu amor haviam sido
desprezados.
A hora de esperana e perdo transcorria rapidamente. As nuvens
que haviam estado a acumular-se durante sculos de apostasia e
rebelio, estavam prestes a desabar sobre um povo culpado. Aquele
que, unicamente, os poderia salvar da condenao iminente, fora
menosprezado, injuriado, rejeitado, e em breve seria crucificado.
Ao olhar Jesus sobre Jerusalm, a condenao de toda uma cidade, de toda uma nao se apresentava diante dEle. Contemplava
Ele o anjo destruidor com a espada erguida contra a cidade que
durante tanto tempo fora a morada de Deus. Do prprio lugar mais
tarde ocupado por Tito e seu exrcito, olhava Ele atravs do vale
para os ptios e prticos sagrados. Com a viso obscurecida pelas
lgrimas, Ele via os muros cercados por hostes estrangeiras. Ouvia
o tropel de exrcitos dispondo-se para a guerra, as vozes de mes
e crianas clamando por po na cidade sitiada. Via entregues s
chamas o santo templo, os palcios e torres convertidos num monte
de runas fumegantes.
Olhando atravs dos sculos futuros, via o povo do concerto espalhado em todos os pases, semelhantes aos destroos numa praia
deserta. A divina piedade, o terno amor, encontraram expresso
nestas melanclicas palavras: Jerusalm, Jerusalm! que matas os
profetas e apedrejas os que te foram enviados! quantas vezes quis
Eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos
debaixo das asas, e vs no o quisestes! Mateus 23:37.
Cristo viu em Jerusalm um smbolo do mundo endurecido
na incredulidade e rebelio, apressando-se ao encontro dos juzos
retributivos de Deus. Seu corao se moveu de infinita compaixo
pelos aflitos e sofredores da Terra. Almejava vivamente aliviar a
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Que razo pode ser dada para uma mudana que as Escrituras no
sancionam?
No sculo sexto o bispo de Roma foi declarado como a cabea
de toda a igreja. O paganismo cedera lugar ao papado. O drago dera
besta o seu poder, o seu trono e grande autoridade. Apocalipse
13:2.
Comearam assim os 1.260 anos da opresso papal preditos
nas profecias de Daniel e Apocalipse 7:25; Apocalipse 13:5-7. Os
cristos foram obrigados a renunciar sua integridade e aceitar as
cerimnias e culto papais, ou passar a vida nas masmorras, ou sofrer a morte. Cumpriam-se assim as palavras de Cristo: E sereis
entregues at por vossos pais, irmos, parentes e amigos; e mataro
alguns dentre vs. De todos sereis odiados por causa do Meu nome.
Lucas 21:16, 17.
O mundo se tornou um vasto campo de batalha. Durante sculos
a igreja de Cristo encontrou refgio no isolamento e obscuridade. A
mulher, porm, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado
lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta
dias. Apocalipse 12:6.
O acesso da Igreja de Roma ao poder assinalou o incio da Idade
Escura. A f foi transferida de Cristo para o papa de Roma. Em
vez de confiar no Filho de Deus para o perdo dos pecados e para
[28] a salvao eterna, o povo olhava para o papa e para os sacerdotes
a quem ele delegara autoridade. O papa era seu mediador terrestre.
Para as pessoas, ele estava em lugar de Deus. Esquivar-se de suas
exigncias era motivo suficiente para que se infligisse ao infrator
a mais severa punio. Assim a mente do povo se desviava de
Deus para homens falveis e cruis, e ainda mais, para o prprio
prncipe das trevas que por meio deles exercia o seu poder. Quando as
Escrituras so suprimidas e o homem vem a se considerar supremo,
s podemos esperar fraudes, engano e aviltante iniqidade.
Dias de perigo para a igreja Os fiis porta-estandartes eram
poucos. Parecia, por vezes, que o erro prevaleceria e que a verdadeira
religio seria banida da Terra. O evangelho perdeu-se de vista e
o povo foi sobrecarregado com severas exigncias. Era ensinado
a confiar nas prprias obras para a expiao do pecado. Longas
peregrinaes, atos de penitncia, adorao de relquias, construo
de igrejas, relicrios e altares, bem como o pagamento de grandes
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Sagradas Escrituras, versculo por versculo. Anjos celestiais circundavam esses fiis obreiros.
Satans incitara sacerdotes e prelados a enterrarem a Palavra
da verdade sob a escria do erro e superstio. Mas de um modo
maravilhoso ela foi conservada incontaminada atravs de todos
os sculos de trevas. Tal como a arca sobre as profundas guas
encapeladas, a Palavra de Deus leva de vencida os temporais que
a ameaam de destruio. Assim como a mina tem ricos veios de
ouro e prata ocultos sob a superfcie, as Sagradas Escrituras tm
tesouros de verdade que so revelados unicamente ao humilde e
devoto pesquisador. Deus designou que a Bblia fosse um compndio
para toda a humanidade, uma revelao de Si mesmo. Cada nova
verdade divisada uma nova revelao do carter de seu Autor.
De suas escolas nas montanhas alguns dos jovens foram enviados
a instituies de ensino na Frana ou Itlia, onde havia campo mais
vasto para o estudo do que nos Alpes. Os jovens assim enviados
estavam expostos tentao. Defrontavam-se com agentes satnicos,
que queriam impor-lhes as mais sutis heresias e os mais perigosos
enganos. Mas sua educao desde a meninice preparara-os para tudo
isso.
Nas escolas aonde iam, no deveriam fazer confidentes a quem
quer que fosse. Suas vestes eram preparadas de maneira a ocultar seu
mximo tesouro as Escrituras. Sempre que podiam, cautelosamente punham uma poro ao alcance daqueles cujo corao parecia
aberto recepo da verdade. Ganhavam-se conversos verdadeira
f nessas instituies de ensino, e freqentemente seus princpios
permeavam toda a escola. Contudo, os chefes papais no conseguiam
descobrir a fonte da assim chamada heresia corruptora.
Jovens treinados como missionrios Os cristos valdenses
sentiam solene responsabilidade no sentido de permitir que a sua
luz brilhasse. Pelo poder da Palavra de Deus procuravam romper o
cativeiro que Roma havia imposto. Os ministros valdenses deviam
[35] servir trs anos em algum campo missionrio antes de assumir o
encargo de uma igreja em seu pas introduo apropriada vida
pastoral naqueles tempos que punham prova o carter dos homens.
Os jovens viam diante de si, no a perspectiva de riquezas e glrias
terrestres, e sim trabalhos e perigos, e possivelmente o destino de
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onde iria. Ficavam to dominados que no pensavam em interroglo. No seria ele um anjo do Cu? indagavam.
Em muitos casos o mensageiro da verdade seguira para outros
pases, ou sua vida se consumia em algum calabouo, ou talvez seus
ossos estivessem branqueando no local em que testificara a verdade.
Mas as palavras que deixara para trs faziam o seu trabalho.
Os lderes papais viram perigo no trabalho desses humildes itinerantes. A luz da verdade varreria as pesadas nuvens do erro que
envolviam o povo; dirigiria as mentes dos homens a Deus unicamente, talvez destruindo, afinal, a supremacia de Roma.
Esse povo, mantendo a f da antiga igreja, era testemunho constante da apostasia de Roma, e assim excitava dio e perseguio.
Sua recusa em renunciar s Escrituras era uma ofensa que Roma no
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poderia tolerar.
Roma decide destruir os valdenses Comearam agora as
mais terrveis cruzadas contra o povo de Deus em seus lares nas
montanhas. Puseram-se inquisidores em suas pegadas. Reiteradas
vezes foram devastadas as suas frteis terras e destrudas as suas
habitaes e capelas. Nenhuma acusao se poderia levantar contra
o carter moral da classe banida. Seu grande crime era o de no
quererem adorar a Deus segundo a vontade do papa. Por tal crime,
todo insulto e tortura que homens ou diabos pudessem inventar,
amontoaram-se sobre eles.
Determinando-se Roma a exterminar a odiada seita, uma bula
[edito] foi promulgada pelo papa, condenando-os como hereges e
entregando-os ao morticnio. No eram acusados como ociosos, ou
desonestos, ou desordeiros; mas declarava-se que tinham uma aparncia de piedade e santidade que seduzia as ovelhas do verdadeiro
aprisco. Essa bula convocava todos os membros da igreja para se
unirem cruzada contra os hereges. Como incentivo, o texto desobrigava a todos os que se unissem cruzada, de qualquer juramento
que pudessem ter feito; legitimava seu direito a qualquer propriedade que pudessem ter adquirido ilegalmente, e prometia remisso
de todos os pecados aos que matassem algum herege. Anulava todos
os contratos feitos em favor dos valdenses, proibia toda pessoa a
dar-lhes qualquer auxlio que fosse e a todos permitia tomar posse da
propriedade deles.3. Esse documento revela claramente o bramido
do drago, e no a voz de Cristo. O mesmo esprito que crucificou a
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1. Wylie,
livro 3, cap. 1.
2. Ibid.
3. Bonnechose,
v. 1, p. 147, 148.
v. 1, p. 148, 149.
5. Ibid., v. 1, p. 247.
6. Jacques Lenfant, History of the Council of Constance, v. 1, p. 516.
7. Bonnechose, v. 2, p. 67.
8. J. H. Merle DAubign, History of the Reformation of the Sixteenth Century, livro
1, cap. 6.
9. Bonnechose, v. 2, p. 84.
10. Wylie, livro 3, cap. 7.
11. Ibid.
12. Ibid.
13. Bonnechose, v. 1, p. 234.
14. Ibid., v. 2, p. 141.
15. Ibid., v. 2, p. 146, 147.
16. Bonnechose, v. 2, p. 151, 153.
17. Wylie, livro 3, cap. 10.
18. Bonnechose, v. 2, p. 168.
19. Wylie, livro 3, cap. 17.
20. Ibid., livro 3, cap. 18.
21. Ibid., livro 3, cap. 19.
4. Ibid.,
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anterior. Sob influncias favorveis, seu esprito logo se desenvolveu. A incansvel aplicao logo o colocou em primeiro plano entre
[57] seus companheiros.
Lutero no deixava de iniciar cada dia com orao, em que o
ntimo estivesse continuamente a respirar uma splica de orientao:
Orar bem, dizia ele muitas vezes, a melhor metade do estudo.1.
Um dia, enquanto examinava os livros da biblioteca da universidade, Lutero descobriu uma Bblia latina, livro que nunca vira antes.
Tinha ouvido pores dos evangelhos e epstolas, e supunha que
isso fosse a Bblia toda. Agora, pela primeira vez, olhava para o
todo da Palavra de Deus. Com reverncia e admirao folheava as
pginas sagradas e lia por si mesmo as palavras de vida, detendo-se
a fim de exclamar: Oh! se Deus me concedesse possuir tal livro!2.
Anjos estavam a seu lado. Raios da luz divina revelavam tesouros
da verdade sua compreenso. Profunda convico de seu estado
pecaminoso apoderou-se dele como nunca antes.
Paz com Deus O desejo de encontrar paz com Deus levouo a devotar-se vida monstica. Foi-lhe exigido que efetuasse os
mais humildes trabalhos e mendigasse de porta em porta. Suportou
pacientemente a humilhao, crendo ser necessria por causa de seus
pecados.
Furtando-se ao sono e cedendo mesmo o tempo empregado em
suas escassas refeies, deleitava-se no estudo da Palavra de Deus.
Achara uma Bblia acorrentada parede do convento, e a ela muitas
vezes recorria.
Levava vida austera, esforando-se por meio de jejuns, viglias e
penitncias para subjugar os males de sua natureza. Disse ele mais
tarde: Se fora possvel a um monge obter o Cu por suas obras
monsticas, eu teria certamente direito a ele. [...] Se eu tivesse continuado por mais tempo, teria levado minhas mortificaes at a
prpria morte.3. Com todos os seus esforos, o corao sobrecarregado no encontrou alvio. Finalmente foi arrojado s bordas do
desespero.
Quando pareceu a Lutero que tudo estava perdido, Deus lhe
suscitou um amigo. Staupitz abriu a Palavra de Deus ao esprito de
Lutero e orientou-o a no olhar para si mesmo, mas a Jesus. Em
vez de torturar-te por causa de teus pecados, lana-te nos braos
do Redentor. Confia nEle, na justia de Sua vida, na expiao de
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Sua morte. [...] O Filho de Deus [...] Se fez homem para dar-te a
certeza do favor divino. [...] Ama Aquele que primeiro te amou.4.
Essas palavras produziram profunda impresso na mente de Lutero.
Veio-lhe a paz ao esprito perturbado.
Lutero foi ordenado ao sacerdcio, sendo chamado para o cargo
de professor na Universidade de Wittenberg. Comeou a fazer conferncias sobre os Salmos, os Evangelhos e as Epstolas, s multides
que se deleitavam em ouvir. Staupitz, seu amigo e superior, insistia
que ele subisse ao plpito e pregasse. Mas Lutero se sentia indigno
de falar ao povo em lugar de Cristo. Foi apenas depois de longa luta
que cedeu s solicitaes dos amigos. Era poderoso nas Escrituras,
e sobre ele repousava a graa de Deus. A clareza e poder com que [58]
apresentava a verdade levavam-nos convico, e seu fervor tocava
os coraes.
Lutero era ainda um verdadeiro filho da igreja papal, e no tinha idia alguma de que houvesse alguma outra coisa. Levado a
visitar Roma, seguiu viagem a p, hospedando-se nos mosteiros,
pelo caminho. Encheu-se de admirao ante a magnificncia e luxo
que testemunhou. Os monges habitavam em esplndidos apartamentos, ornamentavam-se em custosas vestes e banqueteavam-se em
suntuosas mesas. A mente de Lutero se tornou perplexa.
Contemplou finalmente, distncia, a cidade das sete colinas.
Prostrou-se ao solo, exclamando: Santa Roma, eu te sado!5. Visitou as igrejas, ouviu as histrias maravilhosas repetidas pelos padres
e monges, e cumpriu todas as cerimnias exigidas. Por toda parte via
cenas que o enchiam de espanto iniqidade entre o clero, gracejos
imorais dos prelados. Horrorizou-se com sua espantosa profanidade,
mesmo durante a missa. Deparou-se com desregramento e libertinagem. Ningum pode imaginar, escreveu ele, que pecados e aes
infames se cometem em Roma. [...] Por isso costumam dizer: Se h
inferno, Roma est construda sobre ele.6.
A verdade junto escada de Pilatos Fora prometida certa
indulgncia a todos os que subissem de joelhos a escada de Pilatos,
que se dizia ter sido miraculosamente transportada de Jerusalm para
Roma. Lutero estava certo dia subindo devotamente esses degraus,
quando de sbito uma voz semelhante a trovo pareceu dizer-lhe:
O justo viver por f. Romanos 1:17. Ergueu-se de um salto, envergonhado e horrorizado. Desde aquele tempo, viu mais claramente
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livro 6, cap. 2.
livro 6, cap. 1.
25. DAubign, livro 6, cap. 3.
26. Ibid., 3 ed. londrina, Walther, 1840, livro 6, cap. 9.
27. Ibid.
28. Ibid., livro 6, cap. 10.
29. Martyn, p. 372, 373.
24. Wylie,
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No contente com esta vitria, Aleandro trabalhou para conseguir a condenao de Lutero, acusando o reformador de sedio,
rebelio, impiedade e blasfmia. Mas sua veemncia revelava demasiadamente claro o esprito que o impulsionava. Ele movido
pelo dio e vingana, foi a observao geral.3.
Com redobrado zelo, Aleandro insistia que o imperador executasse os editos papais. Vencido pela importunao do legado, Carlos
[68] ordenou-lhe apresentar seu caso Dieta. Com algum receio, os que
favoreciam o reformador anteviam o efeito do discurso de Aleandro. O eleitor da Saxnia no estava presente, mas alguns de seus
conselheiros tomaram notas do discurso do nncio.
Lutero acusado de heresia Com erudio e eloqncia,
Aleandro lanou-se contra Lutero, como sendo este inimigo da Igreja
e do Estado. Nos erros de Lutero h o suficiente, declarou ele,
para assegurar a queima de cem mil hereges.
O que so estes luteranos? Uma quadrilha de insolentes pedantes, padres corruptos, devassos monges, advogados ignorantes
e nobres degradados. [...] Quanto lhes superior o partido catlico
em nmero, competncia e poder! Um decreto unnime desta ilustre
assemblia esclarecer os simples, advertir os imprudentes, firmar
os versteis e dar fora aos fracos.4.
Os mesmos argumentos ainda se apresentam contra os que ousam apresentar os claros ensinamentos da Palavra de Deus. Quem
so estes pregadores de novas doutrinas? So indoutos, poucos em
nmero, e das classes pobres. Contudo, pretendem ter a verdade e
ser o povo escolhido de Deus. So ignorantes e esto enganados.
Quo superior em nmero e influncia a nossa igreja! Tais argumentos no so mais conclusivos hoje do que o foram nos dias do
reformador.
Lutero no se achava presente, com as claras e convincentes
verdades da Palavra de Deus, para superar o campeo papal. Era manifesta a disposio geral de no somente conden-lo, e s doutrinas
que ele ensinava, como ainda, em sendo possvel, desarraigar a heresia. Tudo que Roma poderia haver dito em sua prpria vindicao,
fora dito. Dali em diante o contraste entre a verdade e o erro seria
visto mais claramente, ao entrarem para a luta em campo aberto.
O Senhor constrangeu ento um membro da Dieta a dar uma
descrio verdadeira dos efeitos da tirania papal. O duque Jorge da
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Alm do mensageiro imperial, trs amigos decidiram acompanhar Lutero. O corao de Melncton achava-se unido ao do reformador, e ele suplicou por acompanhar aquele. Seus rogos, porm,
no foram atendidos. Disse o reformador: Se eu no retornar e
meus inimigos me matarem, continua a ensinar e permanece firme
na verdade. Trabalha em meu lugar. [...] Se sobreviveres, minha
morte ter pouca importncia.8.
A mente das pessoas achava-se oprimida por sombrios pressentimentos. Souberam que os escritos de Lutero haviam sido condenados
em Worms. O arauto, temendo pela segurana de Lutero no conclio,
perguntou-lhe se ainda desejava ir avante. Ele respondeu: Mesmo
interditado em todas as cidades, irei.9.
Em Erfurt, Lutero passou pelas ruas que muitas vezes atravessara,
visitou sua cela no convento e pensou nas lutas pelas quais a luz
que agora inundava a Alemanha se derramara em sua vida. Insistirase com ele que pregasse. Isto lhe havia sido vedado, mas o arauto
concedeu-lhe permisso, e o frade que outrora fora o servial do
convento, subiu agora ao plpito.
O povo ouvia como que extasiado. O po da vida foi partido
quelas pessoas. Perante elas Cristo foi levantado acima de papas,
[70] legados, imperadores e reis. Lutero no fez referncia alguma
sua perigosa posio. Em Cristo perdera de vista o prprio eu.
Escondera-se detrs do Homem do Calvrio, procurando apenas
apresentar a Jesus como o Redentor do pecador.
Coragem de mrtir Enquanto o reformador prosseguia,
uma vida multido se acotovelava em redor dele, e vozes amigas
advertiam-no dos propsitos dos romanistas. Eles vos queimaro,
diziam alguns, e reduziro vosso corpo a cinzas, como fizeram com
Joo Huss. Lutero respondia: Ainda que acendessem por todo o
caminho de Worms a Wittenberg uma fogueira [...] em nome do
Senhor eu caminharia pelo meio dela; compareceria perante eles [...]
e confessaria o Senhor Jesus Cristo.10.
Sua aproximao de Worms estabeleceu grande comoo. Amigos tremiam por sua segurana; inimigos temiam pelo xito de sua
causa. Por instigao dos adeptos do papa, insistiu-se com que ele se
retirasse para o castelo de um fidalgo amigo, onde, declaravam, todas as dificuldades poderiam ser amigavelmente resolvidas. Amigos
descreviam os perigos que o ameaavam. Lutero, ainda inabal-
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ao papa, quer aos conclios, porque claro como o dia que eles tm
freqentemente errado e se contradito um ao outro. A menos que
eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras, [...] no posso
retratar-me e no me retratarei, pois perigoso a um cristo falar
contra a conscincia. Aqui permaneo, no posso fazer outra coisa;
queira Deus ajudar-me. Amm.20.
Assim se manteve esse homem justo. Sua grandeza e pureza
de carter, sua paz e alegria de corao eram manifestas a todos ao
testificar ele da superioridade da f que vence o mundo.
Em sua primeira resposta Lutero falara em atitude respeitosa,
quase submissa. Os romanistas haviam interpretado o pedido de
delonga como simples preldio de sua retratao. O prprio Carlos,
observando com certo desdm a constituio abatida do monge, seu
traje singelo e a simplicidade de suas maneiras, havia declarado:
Este monge nunca far de mim um herege. A coragem e firmeza
que agora ostentara, o poder de seu raciocnio, encheram de surpresa [74]
a todos os partidos. O imperador, possudo de admirao, exclamou:
Este monge fala com corao intrpido e inabalvel coragem.
Os partidrios de Roma haviam sido vencidos. Procuravam manter seu poder, no apelando para as Escrituras, mas recorrendo s
ameaas o infalvel argumento de Roma. Disse o anunciador
da Dieta: Se no te retratares, o imperador e os governos do imprio consultar-se-o quanto conduta a adotar contra um herege
incorrigvel.
Lutero disse calmamente: Queira Deus ser meu ajudador, pois
no tenho coisa alguma de que retratar-me.21.
Foi-lhe ordenado que se retirasse da Dieta, enquanto os prncipes manteriam consultas mtuas. A persistente recusa de Lutero
em submeter-se poderia afetar a histria da igreja durante sculos.
Decidiu-se oferecer-lhe mais uma oportunidade para abjurar. Novamente foi apresentada a questo: renunciaria ele a suas doutrinas?
No tenho outra resposta a dar, disse ele, a no ser a que j dei.
Os chefes papais aborreceram-se de que seu poderio fosse desta
maneira desprezado por um simples monge. Lutero falara a todos
com dignidade e calma crists. Suas palavras haviam sido isentas
de paixo e falsidade. Perdera de vista a si prprio e sentia unicamente que se achava na presena de Algum infinitamente superior
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6. Ibid.
7. Ibid.,
8. Ibid.,
livro 7, cap. 6.
livro 7, cap. 7.
9. Ibid.
10. Ibid.
11. Ibid.
12. Ibid.,
livro 7, cap. 8.
13. Ibid.
14. Ibid.
15. Ibid.
16. Ibid.
17. Ibid.
18. Ibid.
19. Ibid.
20. Ibid.
21. Ibid.
22. Ibid.,
livro 7, cap. 9.
23. Ibid.
24. Ibid.
25. Lenfant,
v. 1, p. 422.
v. 1, p. 404.
27. DAubign, livro 7, cap. 10.
28. Martyn, v. 1, p. 410.
29. DAubign, livro 7, cap. 11.
30. Martyn, v. 1, p. 420.
31. DAubign, livro 7, cap. 11.
26. Martyn,
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100
livro 8, cap. 5.
livro 8, cap. 6.
3. J. H. Merle DAubign, History of the Reformation of the Sixteenth Century, livro
8, cap. 9.
4. Ibid., livro 8, cap. 5.
5. Ibid.
6. Ibid., livro 8, cap. 6.
7. Ibid.
8. Ibid., livro 8, cap. 9.
9. Wylie, livro 8, cap. 11.
10. DAubign, livro 11, cap. 13.
11. Ibid.
2. Ibid.,
102
Outros, que eram naturalmente propensos ao fanatismo, se uniram a eles. A ao desses entusiastas criou grande confuso. A
pregao de Lutero tinha levado o povo a sentir a necessidade de
reforma, e agora algumas pessoas realmente sinceras foram transviadas pelas pretenses dos novos profetas.
Os lderes do movimento instaram com Melncton para que aceitasse suas pretenses. Ns somos enviados por Deus para instruir o
[86] povo. Temos mantido conversao familiar com o Senhor; sabemos
o que acontecer; em uma palavra, somos apstolos e profetas, e
apelamos para o Dr. Lutero.
Os reformadores ficaram perplexos. Disse Melncton: H efetivamente esprito extraordinrio nestes homens; mas que esprito?
[...] De um lado, acautelemo-nos de entristecer o Esprito de Deus, e
de outro, de sermos desgarrados pelo esprito de Satans.2.
O fruto dos novos ensinos torna-se evidente O povo foi
levado a negligenciar a Bblia ou a lan-la inteiramente de lado.
Estudantes, repelindo toda restrio, abandonavam os estudos e
retiravam-se da universidade. Os homens que se julgavam competentes para reanimar e controlar a obra da Reforma, conseguiram
unicamente lev-la s bordas da runa. Os romanistas recuperaram
ento sua confiana, e exclamaram exultantemente: Mais uma luta,
e tudo ser nosso.
Lutero, em Wartburgo, ouvindo o que ocorrera, disse com profundo pesar: Sempre esperei que Satans nos mandaria esta
praga.3. Percebeu o verdadeiro carter destes pretensos profetas. A oposio do papa e do imperador no lhe causara to grande
angstia quanto agora. Dos professos amigos da Reforma haviam surgido seus piores inimigos, provocando contenda e criando
confuso.
Lutero fora compelido frente pelo Esprito de Deus, e levado
alm do que ele pessoalmente teria ido. Contudo, muitas vezes
estremecia pelos resultados de seu trabalho. Se eu soubesse que
minha doutrina tivesse prejudicado um homem um s homem
por humilde e obscuro que fosse o que no pode ser, pois
que o prprio evangelho eu preferiria morrer dez vezes a no
retratar-me.4.
A prpria cidade de Wittenberg estava caindo sob o poder do
fanatismo e da anarquia. Por toda a Alemanha os inimigos de Lu-
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esta, teve como resultado tornar mais claro o contraste entre a obra
[90]
de Satans e a de Deus.
1. J.
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O eleitor partiu para Augsburgo. Muitos o seguiram com semblante triste e corao perturbado. Mas Lutero, que os acompanhou at Coburgo, reviveu-lhes a f cantando o hino escrito para
aquela viagem: Castelo Forte. Muitos coraes sobrecarregados
aliviaram-se ao som dos acordes inspirados.
Os prncipes reformados resolveram redigir uma declarao de
suas opinies, com as provas das Escrituras, a fim de apresent-la
Dieta. A tarefa de sua preparao foi confiada a Lutero, Melncton
e seus companheiros. Esta Confisso foi aceita pelos protestantes,
reunindo-se os mesmos para assinar o documento.
Os reformadores insistiam em que sua causa no fosse confundida com questes polticas. Ao virem para a frente os prncipes
cristos a fim de assinar a Confisso, Melncton se interps, dizendo:
Compete aos telogos e ministros propor estas coisas; reservemos
para outros assuntos a autoridade dos poderosos da Terra. Deus
no permita, replicou Joo da Saxnia, que me excluais. Estou
resolvido a fazer o que reto sem me perturbar acerca de minha
coroa. Desejo confessar o Senhor. Meu chapu de eleitor e meus
arminhos no so para mim to preciosos como a cruz de Jesus
Cristo. Disse outro dos prncipes ao tomar a pena: Se a honra de
meu Senhor Jesus Cristo o exige, estou pronto [...] para deixar meus
bens e a vida. Renunciaria de preferncia a meus sditos e a meus
domnios, deixaria de preferncia o pas de meus pais com o bordo
na mo, prosseguiu ele, a receber qualquer outra doutrina que no
a que se contm nesta Confisso.9.
Chegou o tempo designado. Carlos V, rodeado de seus eleitores
e prncipes, deu audincia aos reformadores protestantes. Naquela
augusta assemblia as verdades do evangelho foram claramente
apresentadas, e indicados os erros da igreja papal. Aquele dia foi
declarado o maior dia da Reforma, e um dos mais gloriosos na
[94] histria do cristianismo e da humanidade.10.
O monge de Wittenberg estivera sozinho em Worms. Agora, em
seu lugar estavam os mais nobres e poderosos prncipes do imprio.
Estou jubilosssimo, escreveu Lutero, de que eu tenha vivido at
esta hora, na qual Cristo publicamente exaltado por to ilustres
pessoas que O confessam, e numa assemblia to gloriosa.
Aquilo que o imperador proibiu que fosse pregado do plpito,
era proclamado em palcio; aquilo que muitos tinham considerado
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10. Ibid.,
11. Ibid.
12. DAubign,
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[101] fazia alto, a casa era invadida, a famlia era arrastada e acorrentada,
e o terrvel squito prosseguia em procura de novas vtimas. Morin
fez abalar toda a cidade. [...] Era o reinado do terror.10.
As vtimas foram mortas com tortura cruel, sendo ordenado
especialmente que o fogo fosse abaixado, a fim de prolongar-lhes
a agonia. Morreram, porm, como vencedores. Sua constncia foi
inabalvel, imperturbada a sua paz. Os perseguidores sentiram-se
derrotados. Toda a Paris habilitou-se a ver que espcie de homens
as novas opinies produziram. No havia plpito como a fogueira
do mrtir. A serena alegria que iluminava o rosto daqueles homens
ao se encaminharem [...] para o lugar da execuo, [...] pleiteava
com irresistvel eloqncia em prol do evangelho.11.
Os protestantes eram acusados de conspirar para o massacre dos
catlicos, subverter o governo e assassinar o rei. Sequer uma sombra
de provas podia ser apresentada em apoio s alegaes. Contudo,
as crueldades infligidas aos inocentes protestantes acumularam um
peso de retribuies e, sculos mais tarde, ocasionaram a mesma
sorte que eles haviam predito estar iminente sobre o rei, seu governo
e seus sditos. Porm, foi produzida pelos incrdulos e os prprios
romanistas. A supresso do protestantismo deveria trazer sobre a
Frana essas horrendas calamidades.
Suspeita, desconfiana e terror invadiam agora todas as classes
sociais. Centenas fugiram de Paris, constituindo-se exilados voluntrios de sua terra natal, dando assim em muitos casos a primeira
demonstrao de que favoreciam a f reformada. Os romanistas
olharam em redor de si com espanto, ao pensar nos hereges que,
sem o suspeitarem, haviam sido tolerados entre eles.
Declara-se abolida a imprensa Francisco I deleitara-se em
reunir em sua corte homens de letras de todos os pases. Agora,
inspirado pelo zelo em suprimir a heresia, este patrono do saber promulgou um edito declarando abolida a imprensa em toda a Frana!
Francisco I representa um exemplo, dentre os muitos registrados, de
que a cultura intelectual no salvaguarda contra a intolerncia e
perseguio religiosas.
Os padres exigiram que a afronta feita aos altos Cus, com a
condenao da missa, fosse expiada com sangue. O dia 21 de Janeiro
de 1535 foi marcado para a terrvel cerimnia. Diante de cada porta
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novo era o rei a figura principal; novamente havia tumulto e aclamaes; repetiu-se o clamor pedindo mais vtimas; reergueram-se
negros cadafalsos; e de novo encerraram-se as cenas do dia com horrveis execues; Lus XVI, lutando de mos com seus carcereiros e
executores, era arrastado para o cepo e ali seguro violentamente at
cair o machado e sua cabea decepada rolar no tablado.16. Perto do
mesmo local dois mil e oitocentos seres humanos pereceram pela
guilhotina.
A Reforma apresentara ao mundo a Bblia aberta. O amor infinito
manifestara aos homens os princpios do Cu. Quando a Frana
rejeitou a ddiva do Cu, lanou as sementes da runa. A inevitvel
operao de causa e efeito resultou na Revoluo e no Reinado do
Terror.
O ousado e ardoroso Farel fora obrigado a fugir da terra de
seu nascimento para a Sua. Todavia continuou a exercer decidida
influncia sobre a Reforma na Frana. Com o auxlio de outros
exilados, os escritos dos reformadores alemes foram traduzidos
para o francs e, juntamente com a Bblia francesa, foram impressos
em grande quantidade. Atravs de colportores estas obras foram
[103] extensamente vendidas na Frana.
Farel entrou para o seu trabalho na Sua com as humildes vestes
de mestre-escola, cautelosamente introduzindo as verdades da Bblia.
Houve alguns que creram, mas os padres se apresentaram para deter
o trabalho, e o povo supersticioso se ergueu para se opor ao mesmo.
Este no pode ser o evangelho de Cristo, insistiam os padres,
sendo que a pregao disto no traz paz, mas guerra.17.
De vila em vila ia ele, suportando fome, frio e cansao, e por
toda parte em perigo de vida. Pregava nas praas, nas igrejas, e por
vezes nos plpitos das catedrais. Mais de uma vez foi espancado
quase at morrer. Contudo, prosseguia. Uma aps outra, via vilas e
cidades que haviam sido redutos do papado, abrirem suas portas ao
evangelho.
Farel desejara implantar as normas protestantes em Genebra. Se
esta cidade pudesse ser ganha, seria um centro para a Reforma na
Frana, na Sua e na Itlia. Muitas das cidades e aldeias vizinhas
foram ganhas.
Com um nico companheiro, entrou em Genebra. Mas foi-lhe
permitido pregar apenas dois sermes. Os padres chamaram-no
Aurora na Frana
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perante um conclio eclesistico, ao qual chegaram com armas escondidas debaixo das vestes, decididos a tirar-lhe a vida. Fora do
salo foi reunida uma multido furiosa para garantir sua morte, caso
conseguisse escapar ao conclio. A presena dos magistrados e de
uma fora armada, contudo, salvou-o. Cedo, na manh seguinte,
foi conduzido atravs do lago para um lugar de segurana. Assim
terminou seu primeiro esforo para evangelizar Genebra.
Para a prxima prova foi escolhido um instrumento mais humilde
um jovem to modesto na aparncia, que foi tratado friamente at
mesmo pelos professos amigos da Reforma. Mas que poderia ele
fazer onde Farel havia sido rejeitado! Deus [...] escolheu as coisas
fracas do mundo para envergonhar as fortes. 1 Corntios 1:27.
Froment, o mestre-escola Froment iniciou seu trabalho
como mestre-escola. As crianas repetiam em seus lares as verdades
que ele ensinava na escola. Logo os pais foram ouvir a explicao da
Bblia. Novos Testamentos e folhetos foram livremente distribudos.
Depois de algum tempo esse obreiro tambm foi obrigado a fugir,
mas as verdades que ensinara tinham alcanado a mente das pessoas.
A Reforma havia sido plantada. Os pregadores retornaram, e o culto
protestante foi finalmente estabelecido em Genebra. A cidade j
se havia declarado pela Reforma quando Calvino entrou por suas
portas. Estava ele a caminho de Basilia quando foi obrigado a tomar
um desvio por Genebra.
Nessa visita Farel reconheceu a mo de Deus. Embora Genebra
houvesse aceitado a f reformada, a obra de regenerao devia ainda
ser realizada no corao pelo poder do Esprito Santo, e no por
decretos de conclios. O povo de Genebra repelira a autoridade de
Roma, mas no se mostrava to pronto para renunciar aos vcios que
[104]
haviam florescido.
Em nome de Deus, Farel conjurou solenemente o jovem evangelista a que ficasse e ali trabalhasse. Calvino recuou, alarmado.
Temia o contato com o esprito ousado e mesmo violento daquele
filho de Genebra. Desejava encontrar um silencioso retiro para o
estudo, e ali, pela imprensa, instruir e edificar igrejas. Entretanto,
no ousou recusar-se. Pareceu-lhe que a mo de Deus estivesse
estendida do Cu, tomando-o e fixando-o irrevogavelmente no lugar
que ele estava to impaciente por deixar.18.
126
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128
cap. 16.
6. Wylie, livro 13, cap. 9.
7. Ibid., livro 13, cap. 7.
8. Martyn, v. 3, cap. 13.
9. DAubign, livro 2, cap. 30.
10. Ibid., livro 4, cap. 10.
11. Wylie, livro 13, cap. 20.
12. Ibid., livro 13, cap. 21.
13. DAubign, livro 4, cap. 12.
14. Wylie, livro 13, cap. 21.
15. DAubign, livro 4, cap. 12.
16. Wylie, livro 13, cap. 21.
17. Ibid., livro 14, cap. 3.
18. DAubign, livro 9, cap. 17.
130
131
132
133
Brandt, History of the Reformation in and About the Low Countries, livro 1,
p. 6.
2. Ibid.,
p. 14.
v. 2, p. 87.
4. Wylie, livro 18, cap. 6.
5. Ibid.
6. Ibid., livro 10, cap. 4.
3. Martynm,
135
poupar minha vida, dentro em pouco farei com que um rapaz que
[111]
conduz o arado saiba mais das Escrituras do que vs.4.
Tyndale traduz o Novo Testamento em ingls Expulso de
casa pela perseguio, foi a Londres, e ali prosseguiu por algum
tempo em seus labores, sem ser molestado. Mas de novo os romanistas o obrigaram a fugir. Toda a Inglaterra parecia fechar-se contra
ele. Na Alemanha comeou a imprimir o Novo Testamento. Quando
proibido de imprimir numa cidade, ia para outra. Finalmente tomou o caminho de Worms onde, poucos anos antes, Lutero havia
defendido o evangelho perante a Dieta. Naquela cidade havia muitos
amigos do reformador. Trs mil exemplares do Novo Testamento
foram logo concludos, e seguiu-se outra edio.
A Palavra de Deus foi secretamente levada para Londres e circulou por todo o pas. Os romanistas tentaram suprimir a verdade,
mas em vo. O bispo de Durham comprou de um livreiro todo o
seu estoque de Bblias com o propsito de destru-las, supondo que
desta forma embaraaria a obra. Mas o dinheiro assim obtido foi
usado para a compra de material para uma nova e melhor edio.
Quando mais tarde Tyndale foi preso, foi-lhe oferecida a liberdade
sob a condio de revelar os nomes dos que o haviam auxiliado a
enfrentar as despesas com a impresso de Bblias. Ele respondeu
que o bispo de Durham fizera mais do que qualquer outra pessoa ao
pagar elevado preo pelos livros deixados em seu poder.
Tyndale finalmente testemunhou de sua f mediante a morte de
mrtir; mas as armas que preparou habilitaram outros soldados a
batalhar por todos os sculos, chegando mesmo ao nosso tempo.
Latimer sustentava do plpito que a Bblia deveria ser lida na
lngua do povo. No tomemos quaisquer atalhos, mas dirija-nos a
Palavra de Deus; no andemos segundo nossos antepassados, nem
busquemos saber o que fizeram, mas sim o que deveriam ter feito.5.
Barnes e Frith, Ridley e Cranmer, lderes da Reforma na Inglaterra, eram homens de saber, grandemente estimados pelo zelo e
piedade na comunho romana. Sua oposio ao papado resultou de
seu conhecimento dos erros da Santa S.
Infalvel autoridade das Escrituras O grande princpio
mantido por aqueles reformadores o mesmo que fora sustentado pelos valdenses, por Wycliffe, Huss, Lutero, Zunglio e pelos
que a eles se uniram foi a autoridade infalvel das Escrituras.
136
Por seus ensinos provavam todas as doutrinas e todas as reivindicaes. A f na Palavra de Deus sustentava aqueles homens santos
ao renderem a vida na fogueira. Consola-te, exclamou Latimer a
seu companheiro de martrio, quando as chamas estavam a ponto de
fazer silenciar-lhes a voz; acenderemos neste dia na Inglaterra uma
luz que, pela graa de Deus, espero que jamais se apague.6.
Durante sculos, depois que as igrejas da Inglaterra se submeteram a Roma, as da Esccia mantiveram sua liberdade. No dcimo
segundo sculo, contudo, o papado estabeleceu-se ali, e em nenhum
[112] pas foram mais densas as trevas. Todavia, ali chegaram raios de
luz penetrando a escurido. Os lolardos, vindos da Inglaterra com a
Bblia e os ensinos de Wycliffe, fizeram muito para preservar o conhecimento do evangelho. Com a inaugurao da Reforma, vieram
os escritos de Lutero e o Novo Testamento redigido por Tyndale. Esses mensageiros atravessaram silenciosamente as montanhas e vales,
reacendendo o facho da verdade prestes a extinguir-se, e desfazendo
a obra que quatro sculos de opresso haviam realizado.
Os chefes romanistas, apercebendo-se subitamente do perigo que
ameaava a sua causa, levaram fogueira alguns dos mais nobres
dentre os filhos da Esccia. Aquelas moribundas testemunhas, por
todo o pas, fizeram o corao do povo vibrar no propsito firme de
se libertar das algemas de Roma.
Joo Knox Hamilton e Wishart, ao lado de grande nmero
de discpulos mais humildes, renderam a vida na fogueira. Mas de
junto da pira ardente de Wishart veio algum a quem as chamas no
reduziriam ao silncio, algum que, abaixo de Deus, vibraria o golpe
de morte ao domnio papal, na Esccia.
Joo Knox desviara-se das tradies da igreja para alimentar-se
das verdades da Palavra de Deus. Os ensinos de Wishart haviam
confirmado sua determinao de abandonar Roma e unir-se aos
reformadores perseguidos.
Havendo seus companheiros insistido em que ele pregasse, tremeu diante da responsabilidade. Foi somente depois de dias de
intenso conflito que consentiu. Mas, uma vez aceito o cargo, foi
avante com inflexvel coragem. Este genuno reformador no temia
a face do homem. Quando posto face a face com a rainha da Esccia, Joo Knox no foi ganho por meio de afagos; no se subjugou
diante de ameaas. Ele havia ensinado o povo a receber uma reli-
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firmar-se; apenas um segurou firme a aba de meu colete, que logo lhe
ficou na mo; a outra aba, em cujo bolso havia uma nota de banco,
foi rasgada apenas pela metade. [...] Um homem robusto, bem atrs,
me bateu vrias vezes com uma grossa vara de carvalho, com a [116]
qual, caso tivesse me acertado uma nica vez, na parte posterior da
cabea, teria se poupado de maiores esforos. Mas todas as vezes
as pancadas se desviaram para o lado, no sei como; pois no podia
mover-me nem para a direita, nem para a esquerda.12.
Os metodistas daqueles dias suportaram ridculo e perseguio, e
muitas vezes at mesmo violncia. Em alguns casos, avisos pblicos
eram afixados, convocando os que desejavam ajudar a quebrar as
janelas e saquear as casas metodistas, a se reunirem em determinado
tempo e lugar. Promovia-se perseguio sistemtica contra um povo
cuja nica falta era a de procurar conduzir os pecadores para a senda
da santidade.
O declnio espiritual ocorrido na Inglaterra precisamente antes do
tempo de Wesley foi em grande parte o resultado do ensino segundo
o qual Cristo abolira a lei moral e os cristos no mais se acham sob
a obrigao de guard-la. Outros declaravam no ser necessrio que
os ministros exortassem obedincia de seus preceitos, uma vez que
aqueles a quem Deus elegera para a salvao seriam, pelo impulso
irresistvel da graa divina, levados prtica da piedade e virtude,
ao passo que os que estavam destinados condenao eterna no
tinham fora para obedecer lei divina.
Outros, sustentando que os eleitos no podem cair da graa,
nem privar-se do favor divino, chegavam concluso ainda mais
horrvel de que as aes mpias que cometem no so realmente
pecaminosas [...] e que em conseqncia no tm motivo quer para
confessar os pecados, quer para romper com os mesmos pelo arrependimento.13. Declaravam, portanto, que mesmo um dos mais
vis pecados, universalmente considerado como violao enorme
da lei divina, no pecado vista de Deus, se cometido por um
dos eleitos de Deus. Estes no podem fazer coisa alguma que seja
desagradvel a Deus ou proibida pela lei.
Essas monstruosas doutrinas so essencialmente as mesmas que
o ensino posterior de que no h lei divina imutvel como norma do
que reto, mas que a moralidade indicada pela prpria sociedade
e est constantemente sujeita a mudana. Todas essas idias so
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Os aperfeioamentos da imprensa deram impulso obra da circulao da Bblia. A derrocada de antigas barreiras de preconceitos
e exclusivismo nacional, assim como a perda de poder secular por
parte do pontfice de Roma, tm aberto o caminho para a entrada da
Palavra de Deus. A Bblia est sendo levada atualmente a todas as
partes do globo.
Disse o incrdulo Voltaire: Estou cansado de ouvir dizer que
doze homens estabeleceram a religio crist. Eu provarei que basta
um homem para suprimi-la. Milhes tm aderido guerra contra a
Bblia. Mas ela est longe de ser destruda. Onde havia cem cpias
da Palavra de Deus nos dias de Voltaire, agora existem cem mil. Nas
palavras de um primitivo reformador: A Bblia uma bigorna que
tem gasto muitos martelos.
O que quer que seja edificado sobre a autoridade do homem, ser
destrudo; mas o que se acha fundado sobre a rocha da Palavra de
[129]
Deus subsistir eternamente.
1. Blackwood
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v. 5, p. 340.
parte 1, cap. 15, pargrafo 2.
8. Martyn, v. 5, p. 349, 350.
9. Ibid., v. 5, p. 354.
10. Documentos do Congresso (dos EUA), srie n 200, Documento n 271.
11. Bancroft, parte 1, cap. 19, pargrafo 25.
7. Bancroft,
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170
Daniel T. Taylor, The Reign of Christ on Earth ou The Voice of the Church in
All Ages, p. 33.
2. Sir Charles Lyell, Principles of Geology, p. 495.
3. Encyclopedia Americana, artigo Lisbon (ed. de 1831).
4. The Essex Antiquarium, Abril de 1899, v. 3, n 4, p. 53, 54.
5. William Gordon, History of the Rise, Progress and Establishment of the Independence of the USA., v. 3, p. 57.
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(25/5/1780).
7. Carta do Dr. Samuel Tenney, de Exeter, New Hampshire, em Dezembro de 1785, no
Massachusetts Historical Society Collections, 1792, v. 1, p. 97.
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todos os demais textos que pareciam ter qualquer relao com o assunto sob exame. Permitia que cada palavra tivesse a relao prpria
com o assunto do texto. Assim, sempre que encontrava passagem
difcil de entender, achava explicao em alguma outra parte das
Escrituras. Estudava com fervorosa orao pedindo esclarecimento
divino, e assim experimentou a veracidade das palavras do salmista:
A revelao das Tuas palavras esclarece, e d entendimento aos
smplices. Salmos 119:130.
Com intenso interesse estudou ele os livros de Daniel e Apocalipse e constatou que os smbolos profticos podiam ser compreendidos. Viu que todas as figuras, metforas, smiles, etc., ou eram
explicadas em seu contexto, ou ento definidas em outros textos e
[144] deviam, neste caso, ser entendidas literalmente. Elo aps elo da cadeia da verdade recompensava seus esforos. Passo a passo divisava
as grandes linhas profticas. Anjos celestiais estavam a guiar-lhe a
mente.
Chegou concluso de que o conceito popular, de um milnio
temporal antes do fim do mundo, no encontrava apoio na Palavra
de Deus. Essa doutrina, indicando mil anos de paz antes da vinda do
Senhor, contrria aos ensinamentos de Cristo e dos apstolos, os
quais declararam que o trigo e o joio devem crescer juntos at a ceifa
o fim do mundo e que os homens perversos e impostores iro
de mal a pior. 2 Timteo 3:13.
Vinda pessoal de Cristo A doutrina da converso do mundo
e do reino espiritual de Cristo no era sustentada pela igreja apostlica. No foi geralmente aceita pelos cristos antes do comeo do
sculo dezoito. Ensinava os homens a afastarem para um longnquo
futuro a vinda do Senhor, e os impedia de prestar ateno aos sinais
que anunciavam Sua aproximao. Levou muitos a negligenciarem
o preparo para o encontro com o Senhor.
Miller descobriu que a vinda de Cristo, literal, pessoal, plenamente ensinada nas Escrituras. Porquanto o Senhor mesmo, dada a
Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta
de Deus, descer dos Cus. Vero o Filho do homem vindo sobre
as nuvens do Cu com poder e muita glria. Porque assim como o
relmpago sai do oriente e se mostra at no ocidente, assim h de ser
a vinda do Filho do homem. Quando vier o Filho do homem na
Sua majestade e todos os anjos com Ele, ento Se assentar no trono
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a esses conversos, e as igrejas comearam a tomar medidas disciplinares contra os que haviam abraado as opinies de Miller. Este
ato provocou uma resposta de sua pena: Se estamos errados, peo
que mostrem em que consiste nosso erro. Mostrem, pela Palavra de
Deus, que estamos enganados. Temos sido bastante ridicularizados;
isso nunca nos poder convencer de que estamos em erro; a Palavra
de Deus, unicamente, pode mudar nossas opinies. Chegamos s
nossas concluses depois de refletir maduramente e muito orar, e ao
vermos sua evidncia nas Escrituras.10.
Quando a iniqidade dos antediluvianos levou Deus a trazer o dilvio sobre a Terra, primeiramente Ele lhes anunciou Seu propsito.
Durante cento e vinte anos soou o aviso para que se arrependessem.
Mas eles no creram. Zombavam do mensageiro de Deus. Se a mensagem de No era verdadeira, por que todo o mundo no o viu e
creu? A palavra de um homem contra a sabedoria de milhares! No
queriam dar crdito ao aviso, nem buscar refgio na arca.
Escarnecedores apontavam sucesso invarivel de estaes,
ao cu azul que nunca havia derramado chuva. Desdenhosamente
declaravam ser o pregador da justia um tremendo fantico. Foram
em frente, mais decididos em seus maus caminhos do que nunca
antes. Ao tempo designado, porm, os juzos do Senhor caram sobre
os que haviam rejeitado Sua misericrdia.
Cpticos e descrentes Cristo declarou que assim como as
pessoas dos dias de No no o perceberam, seno quando veio o
dilvio e os levou a todos, assim ser tambm a vinda do Filho do
homem. Mateus 24:39. Quando o professo povo de Deus estiver
se unindo ao mundo, quando o luxo do mundo se tornar o luxo da
igreja, quando todos olharem ao futuro esperando muitos anos de
prosperidade temporal ento, subitamente, tal como nos cus
fulgura o relmpago, vir o fim de suas esperanas ilusrias. Assim como Deus enviou Seu servo para advertir o mundo do dilvio
vindouro, enviou tambm mensageiros escolhidos para tornar conhecida a proximidade do juzo final. E assim como os contemporneos
de No se riam com escrnio das predies do pregador da justia,
assim, nos dias de Miller, muitos dentre o professo povo de Deus
[152]
zombavam das palavras de advertncia.
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essa mensagem; assim foi ela em grande medida outorgada a homens humildes. Lavradores deixavam o campo; mecnicos, suas
ferramentas; comerciantes, as suas mercadorias; profissionais, as
suas ocupaes. Voluntariamente suportaram as fadigas, privaes e
sofrimento, a fim de poderem chamar os homens ao arrependimento,
[165]
para a salvao. A verdade do advento foi aceita por milhares.
As Escrituras simples produzem convico Tais como Joo
Batista, os pregadores punham o machado raiz da rvore, e insistiam com todos a que produzissem frutos dignos de arrependimento. Em marcante contraste com as afirmaes de paz e segurana que se ouviam dos plpitos populares, o testemunho simples
das Escrituras comunicava uma convico a que poucos eram capazes de resistir inteiramente. Muitos buscavam ao Senhor com
arrependimento. As afeies que durante tanto tempo se haviam apegado s coisas terrestres agora se fixavam no Cu. Com o corao
abrandado e subjugado, uniam-se para fazer soar o clamor: Temei
a Deus e dai-Lhe glria, pois chegada a hora do Seu juzo.
Pecadores, chorando, perguntavam: Que devo fazer para me
salvar? Aqueles que haviam sido desonestos ansiavam por fazer
restituio. Todos os que encontravam paz em Cristo anelavam por
ver outros participarem dessa bno. O corao dos pais se convertia aos filhos, e o dos filhos, aos pais. Malaquias 4:5, 6. Barreiras
de orgulho e reserva foram varridas. Fizeram-se confisses sinceras.
Por toda parte havia pessoas pleiteando com Deus. Muitos passavam
em orao noites inteiras a fim de obter a certeza de que seus pecados
estavam perdoados, ou pela converso dos parentes ou vizinhos.
Todas as classes ricos e pobres, grandes e humildes
achavam-se ansiosas por ouvir a doutrina do segundo advento. O
Esprito de Deus dava poder a Sua verdade. A presena de santos
anjos era sentida nessas assemblias, e muitos eram diariamente
acrescentados aos crentes. Vastas multides escutavam em silncio
as solenes palavras. Cu e Terra pareciam aproximar-se um do outro.
Os homens procuravam seus lares com louvores nos lbios, ressoando o som festivo no ar silencioso da noite. Qualquer pessoa que
tenha assistido quelas reunies jamais poder esquecer-se dessas
cenas do mais profundo interesse.
Oposio mensagem A proclamao de um tempo definido
para a vinda de Cristo despertou grande oposio de muitos, dentre
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A mensagem do segundo anjo no alcanou completo cumprimento em 1844. As igrejas experimentaram ento uma queda moral,
em conseqncia de recusarem a luz da mensagem do advento; mas
essa queda no foi completa. Prosseguindo em rejeitar as verdades
especiais para esse tempo, elas tm cado mais e mais. Contudo,
no se pode dizer ainda que caiu Babilnia [...] que a todas as
[174] naes deu a beber do vinho da fria da sua prostituio. As igrejas
protestantes esto includas na solene denncia do segundo anjo.
Mas a obra da apostasia ainda no atingiu o clmax.
Antes da vinda do Senhor, Satans operar com todo poder, e
sinais e prodgios de mentira, e com todo engano de injustia; e
os que no acolheram o amor da verdade para serem salvos sero
deixados merc da operao do erro, para darem crdito mentira. 2 Tessalonicenses 2:9-11. A queda de Babilnia se completar
quando a unio da igreja com o mundo tiver se consumado em toda
a cristandade. A mudana gradual, e o cumprimento perfeito de
Apocalipse 14:8 ainda est no futuro.
Apesar das trevas espirituais nas igrejas que constituem Babilnia, a grande massa dos verdadeiros seguidores de Cristo encontra-se
ainda em sua comunho. Muitos jamais viram as verdades especiais
para o tempo presente. Muitos anelam por mais clara luz. Procuram
em vo a imagem de Cristo nas igrejas a que esto ligados.
Apocalipse 18 indica o tempo em que o povo de Deus ainda
presente em Babilnia ser chamado a separar-se de sua comunho.
Esta mensagem, a ltima que ser enviada ao mundo, cumprir a
sua obra. A luz da verdade brilhar ento sobre todos aqueles cujo
corao estiver aberto para receb-la, e todos os filhos do Senhor
que permanecem em Babilnia atendero ao chamado: Sai dela,
[175] povo Meu. Apocalipse 18:4.
1. Bliss,
p. 328.
2. Congregational
3. Richard
51.
7. Gavazzi,
8. Wesley,
Ceifando o furaco
9. Second
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Profecias cumpridas
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Profecias cumpridas
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Profecias cumpridas
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Profecias cumpridas
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p. 236, 237.
Advent Herald and Signs of the Times Reporter, v. 8, n 14 (13/11/1844).
3. Bliss, p. 256, 255, 277, 280, 281.
2. The
221
O santurio era o tabernculo construdo por Moiss, por ordem de Deus, como a morada terrestre do Altssimo. E Me faro
um santurio, para que Eu possa habitar no meio deles. xodo 25:8.
Foi esta a ordem dirigida a Moiss. O tabernculo era uma estrutura
de grande magnificncia. Alm do ptio exterior, o tabernculo pro- [183]
priamente dito consistia de dois compartimentos, chamados o lugar
santo e o lugar santssimo, separados por uma bela cortina, ou vu.
Um vu idntico fechava a entrada ao primeiro compartimento.
Lugares santo e santssimo No lugar santo estava o castial,
do lado do sul, com sete lmpadas a iluminar o santurio, tanto
de dia quanto noite; ao lado norte encontrava-se a mesa com os
pes da proposio. Diante do vu, separando o lugar santo do lugar
santssimo, encontrava-se o altar do incenso, de ouro, do qual a
fragrante nuvem, com as oraes de Israel, ascendia diariamente
presena de Deus.
No lugar santssimo achava-se a arca, uma caixa recoberta de
ouro, e depositria dos Dez Mandamentos. Acima da arca estava o
propiciatrio, encimado por dois querubins de ouro macio. Nesse
compartimento a presena divina se manifestava na nuvem de glria
entre os querubins.
Depois do estabelecimento dos hebreus em Cana, o tabernculo foi substitudo pelo templo de Salomo, o qual, embora fosse
uma estrutura permanente e de maior escala, observava as mesmas
propores e continha mobilirio semelhante. Sob essa forma o
santurio existiu exceto enquanto esteve em runas no tempo de
Daniel at sua destruio pelos romanos em 70 d.C. Este o
nico santurio sobre a Terra, acerca do qual a Bblia prov informaes o santurio do primeiro concerto. Mas o novo concerto
no tem santurio?
Volvendo novamente ao livro de Hebreus, os pesquisadores da
verdade descobriram que um segundo santurio o do novo concerto estava subentendido nas palavras j citadas: Ora, a primeira
aliana tambm tinha preceitos de servio sagrado, e o seu santurio
terrestre. Voltando ao princpio do captulo anterior, eles leram:
Ora, o essencial das coisas que temos dito, que possumos tal
sumo sacerdote, que Se assentou destra do trono da Majestade nos
Cus, como ministro do santurio e do verdadeiro tabernculo que o
Senhor erigiu, no o homem. Hebreus 8:1, 2.
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Porque o prprio Pai vos ama. Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo. Deus amou ao mundo de tal maneira que
deu o Seu Filho unignito. Joo 16:27; 2 Corntios 5:19; Joo 3:16.
Resolvido o mistrio do santurio O verdadeiro tabernculo no Cu o santurio do novo concerto. Com a morte de Cristo,
terminou o servio tpico. Uma vez que a profecia de Daniel 8:14
se cumpre na presente dispensao, o santurio ao qual ela se refere
deve ser o santurio do novo concerto. Desta forma, a profecia at
duas mil e trezentas tardes e manhs; e o santurio ser purificado
aponta ao santurio celestial.
Mas [...] o que a purificao do santurio? Poder haver no Cu
alguma coisa a ser purificada? No captulo 9 de Hebreus acha-se
claramente ensinada a purificao tanto do santurio terrestre quanto
do celestial: Quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam
com sangue; e sem derramamento de sangue no h remisso. Era
necessrio, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos Cus
se purificassem com tais sacrifcios [o sangue de animais] mas as
prprias coisas celestiais com sacrifcios a eles superiores (Hebreus
9:22, 23); ou seja, com o prprio sangue precioso de Cristo.
A purificao do santurio A purificao no servio real
deve ser realizada pelo sangue de Cristo. Sem derramamento de
sangue no h remisso. Remisso, ou o ato de lanar fora o pecado,
a obra a ser efetuada.
Mas, como poderia existir pecado em relao com o santurio
celestial? Isto pode ser compreendido por uma referncia ao culto
simblico, pois os sacerdotes terrestres serviam de figura e sombra
das coisas celestes. Hebreus 8:5.
O servio no santurio terrestre dividia-se em duas partes: Os
sacerdotes ministravam diariamente no lugar santo, ao passo que
uma vez ao ano o sumo sacerdote efetuava uma obra especial de
[186] expiao no lugar santssimo, para a purificao do santurio. Dia
aps dia o pecador arrependido levava sua oferta e, colocando a mo
sobre a cabea da vtima, confessava seus pecados, transferindo-os
simbolicamente de si prprio para o sacrifcio inocente. O animal
era ento morto. Porque a vida da carne est no sangue. Levtico
17:11. A lei de Deus, transgredida, requeria a vida do transgressor.
O sangue, representando a vida do pecador cuja culpa a vtima assumira, era levado pelo sacerdote ao lugar santo e aspergido diante do
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vu, atrs do qual estava a arca contendo a lei que o pecador transgredira. Por essa cerimnia, o pecado era figuradamente transferido
para o santurio. Em alguns casos o sangue no era levado para o
lugar santo, mas a carne deveria ento ser comida pelo sacerdote.
Ambas as cerimnias simbolizavam a transferncia do pecado do
penitente para o santurio.
Esta era a obra que se prolongava por todo o ano. Os pecados
de Israel eram assim transferidos ao santurio, e uma obra especial
necessitava ser efetuada para a sua remoo.
O grande dia da expiao Uma vez ao ano, no grande Dia da
Expiao, o sacerdote entrava no lugar santssimo para a purificao
do santurio. Dois bodes eram trazidos e sobre eles se lanavam
sortes, uma para o Senhor, e a outra para o bode emissrio. Levtico
16:8. O bode do Senhor era morto como oferta pelo pecado do povo,
e o sacerdote devia trazer o sangue do mesmo para dentro do vu
e aspergi-lo diante do propiciatrio e tambm diante do altar de
incenso, diante do vu.
Aro por ambas as mos sobre a cabea do bode vivo, e sobre
ele confessar todas as iniqidades dos filhos de Israel, todas as suas
transgresses e todos os seus pecados; e os por sobre a cabea do
bode, e envi-lo- ao deserto, pela mo de um homem disposio
para isso. Assim aquele bode levar sobre si todas as iniqidades
deles para terra solitria. Levtico 16:21, 22. O bode emissrio no
mais vinha ao acampamento de Israel.
A cerimnia tinha por fim impressionar os israelitas com a santidade de Deus e o Seu horror ao pecado. Exigia-se que, enquanto
se efetuava a obra de expiao, cada pessoa se afligisse. Todas as
ocupaes deviam ser postas de lado, e a congregao de Israel devia
passar o dia em orao, jejum e exame do corao.
Um substituto era aceito em lugar do pecador, mas o pecado no
se cancelava pelo sangue da vtima; era transferido para o santurio.
Pelo oferecimento de sangue, o pecador reconhecia a autoridade
da lei, confessava sua transgresso e expressava sua f num Redentor vindouro; entretanto, no ficava ainda inteiramente liberado
da condenao da lei. No Dia da Expiao o sumo sacerdote, havendo apresentado uma oferta pela congregao, adentrava ao lugar
santssimo. Espargia o sangue dessa oferta sobre o propiciatrio, [187]
diretamente sobre a lei, a fim de satisfazer aos seus reclamos. Ento,
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Quem poder subsistir? Diz o profeta: Quem poder suportar o dia da Sua vinda? E quem poder subsistir quando Ele
aparecer? [...] Assentar-Se- como derretedor e purificador de prata;
purificar os filhos de Levi e os refinar como ouro e como prata;
eles traro ao Senhor justas ofertas. Malaquias 3:2, 3. Os que estiverem vivendo na Terra quando a intercesso de Cristo cessar, devero, [190]
sem mediador, estar em p na presena de Deus. Suas vestes devem
estar imaculadas, seu carter purificado do pecado pelo sangue da
asperso. Mediante a graa de Deus e seu prprio diligente esforo,
devem eles ser vencedores na batalha contra o mal. Enquanto o juzo
investigativo prosseguir no Cu, enquanto os pecados dos crentes
arrependidos esto sendo removidos do santurio, deve haver uma
obra especial de afastamento do pecado entre o povo de Deus na
Terra. Esta obra apresentada na mensagem do captulo 14 de Apocalipse. Quando ela tiver sido realizada, os seguidores de Cristo
estaro prontos para o Seu aparecimento. Ento a igreja que nosso
Senhor deve receber para Si, Sua vinda, ser a igreja gloriosa,
sem mcula, nem ruga, nem coisa semelhante. Efsios 5:27.
Eis o Noivo! A vinda de Cristo como Sumo Sacerdote ao
lugar santssimo para a purificao do santurio (Daniel 8:14), a
vinda do Filho do homem ao Ancio de dias (Daniel 7:13) e a vinda
do Senhor ao Seu templo (Malaquias 3:11) so o mesmo evento.
Este tambm representado pela vinda do noivo para o casamento,
na parbola das dez virgens, em Mateus 25.
Nessa parbola, em chegando o noivo, as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas. A vinda do noivo ocorre
antes das bodas. O casamento representa a recepo do reino por
parte de Cristo. A Santa Cidade, a Nova Jerusalm, que a capital
e representa o reino, chamada a noiva, a esposa do Cordeiro.
Disse o anjo ao apstolo Joo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa
do Cordeiro. E me transportou em esprito, diz o profeta, e me
mostrou a santa cidade, Jerusalm, que descia do Cu, da parte de
Deus. Apocalipse 21:9, 10.
A noiva representa a Santa Cidade, e as virgens que saem ao
encontro do noivo so um smbolo da igreja. No Apocalipse dito
que o povo de Deus so os convidados ceia das bodas. Se eles so
os convidados, no podem ser a noiva. Cristo receber do Ancio
de dias, no Cu, domnio, e glria, e o reino, a Nova Jerusalm,
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sbado tivesse sido abolido, ou modificado. Tinham procurado sinceramente conhecer e praticar a vontade de Deus; agora manifestaram
lealdade para com Deus, santificando Seu sbado.
Muitos foram os esforos para subverter a f dos crentes adventistas. Ningum poderia deixar de ver que a aceitao da verdade
[194] concernente ao santurio celestial envolvia o reconhecimento dos
requisitos da lei de Deus e do sbado do quarto mandamento. A
estava o segredo da decidida oposio exposio harmoniosa das
Escrituras que revelam o ministrio de Cristo no santurio celestial.
Os homens procuravam fechar a porta que Deus abriu, e abrir a porta
que Ele fechou. Cristo, porm abriu a porta do ministrio no lugar
santssimo. O quarto mandamento estava includo na lei que ali se
acha encerrada.
Os que aceitaram a luz relativa mediao de Cristo e lei de
Deus constataram que estas verdades eram as mesmas de Apocalipse
14, uma trplice mensagem de advertncia que visa preparar os
habitantes da Terra para a segunda vinda do Senhor. O anncio
Vinda a hora do Seu juzo anuncia uma verdade que deve ser
proclamada at que cesse a intercesso do Salvador e Ele retorne a
fim de levar para Si mesmo o Seu povo. O julgamento que iniciou em
1844 deve prosseguir at que sejam decididos todos os casos, tanto
dos vivos quanto dos mortos; disso se conclui que ela se estender
at ao final do tempo de graa.
A fim de que os homens possam preparar-se para estar em p
no juzo, a mensagem ordena-lhes que temam a Deus e Lhe dem
glria e adorem Aquele que fez o cu, e a Terra, e o mar, e as
fontes das guas. O resultado da aceitao destas mensagens
apresentado: Aqui est a perseverana dos santos, os que guardam
os mandamentos de Deus e a f em Jesus. Apocalipse 14:7, 12.
A fim de preparar-se para o juzo, os homens devem observar
a lei de Deus, que ser a norma de carter no juzo. Paulo declara:
Todos os que com a lei pecaram, mediante a lei sero julgados [...]
no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos
dos homens. Os que praticam a lei ho de ser justificados. A f
essencial para que se possa observar a lei de Deus, pois sem f
impossvel agradar a Deus. Tudo que no provm de f pecado.
Romanos 2:12-16; Hebreus 11:6; Romanos 14:23.
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Campees da verdade
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Avivamentos populares muitas vezes excitam as emoes, satisfazendo o amor quilo que novo e surpreendente. Conversos
ganhos desta maneira sentem pouco desejo de ouvir as verdades
bblicas. A menos que o servio religioso assuma algo de carter
[205] sensacional, no lhes oferece atrao.
Para toda pessoa verdadeiramente convertida, a relao com
Deus e com as coisas eternas ser o grande objetivo da vida. Onde,
nas igrejas populares de hoje, existe o esprito de consagrao a
Deus? Os conversos no renunciam ao orgulho e amor do mundo.
No esto mais dispostos a negar-se, tomar a cruz e seguir o manso e
humilde Jesus, do que antes da converso. O poder da piedade quase
desapareceu de muitas das igrejas.
Apesar do generalizado declnio da f, h verdadeiros seguidores
de Cristo nessas igrejas. Antes de os juzos de Deus carem finalmente sobre a Terra, haver, entre o povo de Deus, tal reavivamento
da primitiva piedade como no foi testemunhado desde os tempos
apostlicos. O Esprito de Deus ser derramado. Muitos se separaro
das igrejas em que o amor deste mundo suplantou o amor a Deus e
a Sua Palavra. Muitos pastores e pessoas do povo aceitaro alegremente as grandes verdades que preparam um povo para a segunda
vinda do Senhor.
O inimigo deseja comprometer esta obra, e antes que chegue o
tempo para tal movimento, esforar-se- por introduzir uma contrafao. Nas igrejas que puder colocar sob seu poder, far parecer
que a bno especial foi derramada. Multides exultaro: Deus
est operando maravilhosamente, quando na verdade a obra de
outro esprito. Sob o disfarce religioso, Satans procurar estender
sua influncia sobre o mundo cristo. H um excitamento emotivo,
mistura do verdadeiro com o falso, muito apropriado para transviar.
luz da Palavra de Deus, contudo, no difcil determinar a natureza desses movimentos. Onde quer que as pessoas negligenciem o
testemunho da Bblia, desviando-se das verdades claras que servem
para provar a cada um, e que requerem a renncia de si mesmo e a
do mundo, podemos estar certos de que ali no outorgada a bno
de Deus. Segundo a regra pelos seus frutos os conhecereis
(Mateus 7:16) evidente que esses movimentos no so obra do
Esprito de Deus.
249
As verdades da Palavra de Deus so um escudo contra os enganos de Satans. A negligncia destas verdades abriu a porta aos
males que agora se generalizam no mundo. Tem-se perdido de vista,
em grande medida, a importncia da lei de Deus. Uma concepo
errnea da lei divina tem ocasionado erros quanto converso e santificao, rebaixando a norma da piedade. Aqui deve ser encontrado
o segredo da falta do Esprito de Deus nos reavivamentos de nosso
tempo.
A lei da liberdade Muitos ensinadores religiosos afirmam
que Cristo, por Sua morte, aboliu a lei. Alguns h que a representam com um jugo penoso, e em contraste com a servido da lei
apresentam a liberdade a ser desfrutada sob o evangelho.
No foi, porm, assim que profetas e apstolos consideraram
a santa lei de Deus. Disse Davi: Andarei com largueza, pois me
empenho pelos Teus preceitos. Salmos 119:45. O apstolo Tiago [206]
refere-se ao Declogo como a lei da liberdade. Tiago 1:25. O
apstolo Joo pronuncia uma bno sobre todos os que guardam
os Seus mandamentos, para que tenham direito rvore da vida, e
possam entrar na cidade pelas portas. Apocalipse 22:14.
Se tivesse sido possvel mudar a lei ou p-la de parte, Cristo
no precisaria ter morrido para salvar o homem da pena do pecado.
O Filho de Deus veio para engrandecer a lei, e torn-la gloriosa.
Isaas 42:21. Disse Ele: No penseis que vim revogar a lei ou os
profetas; no vim para revogar, vim para cumprir. [...] At que o Cu
e a Terra passem, nem um i ou til jamais passar da lei. Concernente
a Si prprio, declara Ele: Agrada-Me fazer a Tua vontade, Deus
Meu; dentro em Meu corao est a Tua lei. Mateus 5:17, 18;
Salmos 40:8.
A lei de Deus imutvel, sendo uma revelao de Seu carter.
Deus amor, e Sua lei tambm o . O cumprimento da lei o
amor. Diz o salmista: A Tua lei a prpria verdade; todos
os Teus mandamentos so justia. Paulo declara: A lei santa,
e o mandamento, santo e justo e bom. Romanos 13:10; Salmos
119:142, 172; Romanos 7:12. Semelhante lei deve ser to duradoura
como o seu Autor.
obra da converso e santificao reconciliar os homens com
Deus, pondo-os em harmonia com os princpios de sua lei. No
princpio, o homem estava em perfeita harmonia com a lei de Deus.
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da salvao aceita sem uma mudana radical do corao ou reforma da vida. So assim abundantes as converses superficiais, e
multides se unem s igrejas que nunca se uniram a Cristo.
Que santificao? Teorias errneas sobre a santificao
tambm procedem da negligncia ou rejeio da lei divina. Estas
teorias, falsas na doutrina e perigosas nos resultados prticos, esto,
de modo geral, sendo bem recebidas.
Paulo declara: Esta a vontade de Deus, a vossa santificao.
A Bblia ensina claramente o que santificao, e como deve ser
alcanada. O Salvador orou em favor dos discpulos: Santifica-os na
verdade; a Tua Palavra a verdade. E Paulo ensina que os crentes
devem ser santificados pelo Esprito Santo. 1 Tessalonicenses 4:3;
Joo 17:17; Romanos 15:16.
Qual a obra do Esprito Santo? Jesus disse aos discpulos:
Quando vier [...] o Esprito da verdade, Ele vos guiar a toda a
verdade. Joo 16:13. Acrescenta o salmista: Tua lei a verdade.
Desde que a lei de Deus santa, justa e boa, o carter formado pela
obedincia lei deve ser santo. Cristo o exemplo perfeito de um
tal carter. Diz Ele: Tenho guardado os mandamentos de Meu Pai.
Eu fao sempre o que Lhe agrada. Joo 15:10; 8:29. Os seguidores
de Cristo devem tornar-se semelhantes a Ele pela graa de Deus
devem formar carter em harmonia com os princpios de Sua santa
lei. Isto santificao bblica.
Somente pela f Esta obra pode ser efetuada unicamente
pela f em Cristo, pelo poder do Esprito de Deus habitando em
ns. O cristo sentir as insinuaes do pecado, mas sustentar luta
constante contra ele. Aqui que o auxlio de Cristo necessrio.
A fraqueza humana se une fora divina, e a f exclama: Graas
a Deus que nos d a vitria por intermdio de nosso Senhor Jesus
[208]
Cristo. 1 Corntios 15:57.
A obra de santificao progressiva. Quando, na converso, o
pecador encontra paz com Deus, est apenas iniciando a vida crist.
Deve agora deixar-se levar para o que perfeito, crescendo at
medida da estatura da plenitude de Cristo. Prossigo para o
alvo, para o prmio da soberana vocao de Deus em Cristo Jesus.
Hebreus 6:1; Efsios 4:13; Filipenses 3:14.
Os que experimentam a santificao bblica manifestaro humildade. Vem a sua prpria indignidade em contraste com a perfeio
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do Ser infinito. O profeta Daniel foi exemplo de genuna santificao. Ao invs de pretender ser puro e santo, este honrado profeta
identificou-se com os israelitas que verdadeiramente eram pecadores, enquanto pleiteava perante Deus em prol de seu povo. Daniel
10:11; 9:15, 18, 20; 10:8, 11.
No pode haver exaltao prpria, jactanciosa pretenso libertao do pecado, por parte dos que andam sombra da cruz do
Calvrio. Eles sentem que foi seu pecado o causador da agonia que
quebrantou o corao do Filho de Deus, e este pensamento os levar
humilhao prpria. Os que vivem mais perto de Jesus, discernem
mais claramente a fragilidade e pecaminosidade do ser humano, e
sua nica esperana est nos mritos de um Salvador crucificado e
ressurreto.
A santificao que ora adquire importncia no mundo religioso
traz consigo o esprito de exaltao prpria e o desrespeito lei de
Deus, os quais a identificam como estranha Bblia. Seus defensores
ensinam que a santificao obra instantnea, pela qual, atravs da
f somente, alcanam perfeita santidade. Crede to-somente,
dizem eles, e a bno ser vossa. Pressupe-se que no seja
necessrio qualquer outro esforo por parte do que a recebe. Ao
mesmo tempo negam a autoridade da lei de Deus, insistindo que
esto livres da obrigao de guardar os mandamentos. Mas [...]
porventura possvel aos homens ser santos sem estar em harmonia
com os princpios que expressam a natureza e vontade de Deus?
O testemunho da Palavra de Deus contra essa doutrina insidiosa
da f sem as obras. No f pretender o favor do Cu sem cumprir
as condies necessrias para que a graa seja concedida. Isto
presuno. Tiago 2:14-24.
Ningum se engane com a crena de que pode se tornar santo
enquanto transgride voluntariamente um dos mandamentos de Deus.
Cometer pecado conhecido faz silenciar a voz do Esprito e separa
a pessoa de Deus. Embora Joo trate to amplamente do amor, no
hesita, todavia, em revelar o verdadeiro carter dessa classe que
pretende ser santificada ao mesmo tempo em que vive transgredindo
a lei de Deus. Aquele que diz: Eu O conheo, e no guarda os
Seus mandamentos, mentiroso, e nele no est a verdade. Aquele,
entretanto, que guarda a Sua palavra, nele verdadeiramente tem sido
aperfeioado o amor de Deus. 1 Joo 2:4, 5. Esta a pedra de toque
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diante de Meu Pai que est nos Cus. Isaas 43:25; Apocalipse 3:5;
Mateus 10:32, 33.
O Intercessor divino apresenta a petio para que todos os que
venceram pela f em Seu sangue sejam restabelecidos a seu lar
ednico, e coroados com ele como co-herdeiros do primeiro domnio. Miquias 4:8. Cristo pede agora que o plano divino na criao
do homem seja levado a efeito como se o homem nunca houvesse
cado. Pede, para Seu povo, no somente perdo e justificao, mas
participao em Sua glria e assento sobre o Seu trono.
Enquanto Jesus faz a defesa dos sditos de Sua graa, Satans
os acusa perante Deus. Aponta para o relatrio de suas vidas, para
os defeitos de carter e dessemelhana com Cristo, para todos os
pecados que ele prprio os tentou a cometer. Por causa disso os
reclama como sditos seus.
Jesus no lhes justifica os pecados, mas apresenta o seu arrependimento e f. Reclamando o perdo para eles, ergue as mos
feridas perante o Pai, dizendo: Gravei-os na palma de Minhas mos.
Sacrifcios agradveis a Deus so o corao quebrantado; corao
compungido e contrito no o desprezars, Deus. Salmos 51:17. [214]
O Senhor repreende a Satans Ao acusador de Seu povo
Ele declara: O Senhor te repreende, Satans, sim, o Senhor que
escolheu Jerusalm te repreende; no este um tio tirado do fogo?
Zacarias 3:2. Cristo vestir Seus fiis com Sua prpria justia, para
que os possa apresentar a Seu Pai como igreja gloriosa, sem mcula,
nem ruga, nem cousa semelhante. Efsios 5:27.
Assim se realizar o cumprimento total da promessa do novo
concerto: Perdoarei as suas iniqidades, e dos seus pecados jamais Me lembrarei. Naqueles dias, e naquele tempo, diz o Senhor,
buscar-se- a iniqidade de Israel, e j no haver; os pecados de
Jud, mas no se acharo. Ser que os restantes de Sio e os que
ficarem em Jerusalm sero chamados santos; todos os que esto
inscritos em Jerusalm para a vida. Jeremias 31:34; 50:34; Isaas
4:3.
O apagamento dos pecados A obra do juzo investigativo e
extino dos pecados deve efetuar-se antes do segundo advento do
Senhor. No culto tpico, o sumo sacerdote saa e abenoava a congregao. Assim Cristo, no final de Sua obra mediatria, aparecer
sem pecado, aos que O aguardam para a salvao. Hebreus 9:28.
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O sacerdote, ao remover do santurio os pecados, confessavaos sobre a cabea do bode emissrio. Cristo colocar todos esses
pecados sobre Satans, o instigador do pecado. O bode emissrio era
enviado terra solitria. Levtico 16:22. Satans, levando a culpa
de todos os pecados que levou o povo de Deus a cometer, estar
durante mil anos circunscrito terra desolada, e por fim sofrer
a pena no fogo que haver de destruir a todos os maus. Assim o
plano da redeno atingir seu cumprimento na erradicao final do
pecado.
No tempo indicado No tempo indicado o encerramento
dos 2.300 dias em 1844 comeou a obra de investigao e apagamento dos pecados. Pecados de que no houve arrependimento
e que no foram abandonados, no sero apagados dos livros de
registro. Anjos de Deus testemunharam cada pecado e o registraram.
O pecado pode ser escondido, negado, encoberto ao pai, me, esposa, filhos e companheiros; jaz, porm, descoberto diante dos Cus.
Deus no Se deixa enganar pelas aparncias. No comete erros. Os
homens podem ser enganados pelos que so de corao corrupto,
mas Deus l a vida ntima.
Quo solene este pensamento! Nem o mais poderoso conquistador terrestre capaz de trazer de volta o registro de um nico dia.
Nossos atos, nossas palavras, mesmo os nossos motivos secretos,
embora esquecidos por ns, daro o seu testemunho para justificar
ou condenar.
No juzo ser examinado o uso feito de cada talento. Como
usamos nosso tempo, nossa pena, nossa voz, nosso dinheiro, nossa
[215] influncia? O que fizemos por Cristo, na pessoa dos pobres, dos
aflitos, dos rfos, das vivas? Que fizemos com a luz e verdade que
nos foram concedidas? Unicamente o amor que se revela por obras
considerado genuno. somente o amor que, vista do Cu, torna
de valor qualquer ato.
Revela-se o egosmo oculto O oculto egosmo humano permanece revelado nos livros do Cu. Quantas vezes foram cedidos a
Satans o tempo, o pensamento e a fora que pertenciam a Cristo!
Seguidores professos de Cristo esto absortos na aquisio de posses
mundanas ou do gozo de prazeres terrenos. Dinheiro, tempo e fora
so sacrificados na ostentao e condescendncia prprias; poucos
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Vivemos hoje no grande dia da expiao. Enquanto o sumo sacerdote fazia expiao por Israel, exigia-se de todos que se afligissem
em arrependimento do pecado. De igual modo, todos quantos desejam que seu nome seja conservado no livro da vida, devem agora
afligir-se diante de Deus, em genuno arrependimento. Deve haver
um exame de corao, profundo e sincero. O esprito frvolo, alimentado por tantos, deve ser abandonado. H uma luta intensa diante
de todos os que desejam subjugar as ms tendncias que lutam pelo
predomnio. Cada um deve ser encontrado sem mcula, nem ruga,
nem coisa semelhante. Efsios 5:27.
Hoje, mais que em qualquer outro tempo, importa que todos
atendam admoestao do Salvador: Estai de sobreaviso, vigiai;
porque no sabeis quando ser o tempo. Marcos 13:33.
Decidido o destino de todos O tempo da graa finaliza pouco
antes do aparecimento do Senhor nas nuvens do Cu. Cristo, prevendo esse tempo, declara: Continue o injusto fazendo injustia,
continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prtica
da justia, e o santo continue a santificar-se. E eis que venho sem
demora, e comigo est o galardo que tenho para retribuir a cada um
segundo as suas obras. Apocalipse 22:11, 12.
Os homens estaro plantando, construindo, comendo e bebendo,
todos inconscientes de que a deciso final foi pronunciada no santurio celestial. Antes do dilvio, aps a entrada de No na arca, Deus
o encerrou e excluiu os mpios; mas, durante sete dias, o povo continuou em sua vida de amor aos prazeres, zombando das advertncias
quanto ao juzo iminente. Assim, diz o Salvador, ser tambm
na vinda do Filho do homem. Silenciosamente, despercebida como
o ladro meia-noite, vir a hora decisiva que determina o destino
de cada homem. Vigiai, pois, [...] para que, vindo Ele inesperadamente, no vos ache dormindo. Mateus 24:39; Marcos 13:35,
36.
Perigosa a condio dos que, cansando-se de vigiar, volvem s
atraes do mundo. Enquanto o homem de negcios est absorto em
busca de lucros, enquanto o amante de prazeres procura satisfazer os
mesmos, enquanto a escrava da moda est a arranjar os seus adornos
pode ser que naquela hora o Juiz de toda a Terra pronuncie a
[217] sentena: Pesado foste na balana, e achado em falta. Daniel 5:27.
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Maus espritos
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o favor como so recebidas. Satans est pronto a suprir o desejo do corao, e apresenta suas burlas em lugar da verdade. Foi
assim que o papado alcanou seu poderio sobre o entendimento
dos homens. E, pela rejeio da verdade, pois que ela implica uma
cruz, os protestantes esto seguindo o mesmo caminho. Todos os
que estudam convenincias e expedientes para no se acharem em
desacordo com o mundo, sero deixados a colher heresias destruidoras. 2 Pedro 2:1. Quem olha com horror para um engano,
receber facilmente outro. por este motivo, pois, que Deus lhes
manda a operao do erro, para darem crdito mentira, a fim de
serem julgados todos quantos no deram crdito verdade, antes,
pelo contrrio, se deleitaram com a injustia. 2 Tessalonicenses
2:11, 12.
Erros perigosos Entre as operaes de maior xito do grande
enganador, encontram-se os ensinos ilusrios e mentirosos do espiritismo. Rejeitando a verdade os homens caem presas do engano.
Outro erro a doutrina que nega a divindade de Cristo, alegando
que Ele no teve existncia antes de Seu advento ao mundo. Essa
teoria contradiz as declaraes de nosso Salvador concernentes a
Seu relacionamento com o Pai e Sua preexistncia. Corri a f na
Bblia como revelao de Deus. Se os homens rejeitam o testemunho
[231] das Escrituras concernente divindade de Cristo, vo argumentar
com eles; pois nenhum argumento, ainda que conclusivo, poderia
convenc-los. Pessoa alguma que alimente este erro pode ter exato
conceito do carter ou misso de Cristo, nem do plano de Deus para
a redeno do homem.
Ainda outro erro a crena de que Satans no existe como ser
pessoal, de que este nome empregado nas Escrituras meramente
para representar os maus pensamentos e desejos do homem.
O ensino de que o segundo advento de Cristo a Sua vinda a
cada indivduo por ocasio da morte um ardil para desviar a mente
dos homens de Sua vinda pessoal nas nuvens do Cu. Satans tem
estado assim a dizer: Eis que Ele est no interior da casa (Mateus
24:23-26), e muitos se tm perdido pela aceitao deste engano.
Homens de cincia ensinam que a orao no pode, na verdade,
ser atendida; isto seria a violao da lei um milagre, e milagres
no existem. O Universo, dizem eles, governado por leis fixas, e o
prprio Deus nada faz que contrarie estas leis. Assim representam
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celestial nos revelar tanto quanto para o nosso bem saber; alm
disso, devemos confiar na Mo que onipotente, no Corao que
est repleto de amor.
Deus jamais remover toda desculpa para a descrena. Todos os
que buscam ganchos em que pendurar suas dvidas, encontr-los-o.
E os que se recusam a obedecer at que toda objeo tenha sido
removida, jamais viro luz. O corao no renovado encontrase em inimizade com Deus. Mas a f inspirada pelo Esprito
Santo e florescer medida que for acalentada. Ningum poder se
tornar forte na f sem esforo decidido. Se os homens se permitirem
contestar, vero que suas dvidas se tornam constantemente mais
acentuadas.
Mas os que duvidam e no confiam na certeza de Sua graa,
desonram a Cristo. So rvores infrutferas que excluem a luz do Sol
de outras plantas, fazendo-as atrofiar-se e morrer na fria sombra. O
trabalho de tais pessoas aparecer como uma constante testemunha
contra si mesmas.
H apenas um caminho a seguir, para quantos desejem sinceramente livrar-se das dvidas. Em vez de questionar aquilo que
no compreendem, atendam luz que j resplandece sobre eles, e
recebero maior luz.
Satans pode apresentar uma contrafao to parecida com a
verdade, que seja capaz de enganar aos que esto dispostos a ser
enganados, que desejam excluir o sacrifcio requerido pela verdade.
Impossvel lhe , porm, reter sob seu poder uma s pessoa que
sinceramente deseje conhecer a verdade, custe o que custar. Cristo
a verdade, a luz que [...] ilumina a todo homem. Se algum
quiser fazer a vontade dEle, conhecer a respeito da doutrina. Joo
1:9; 7:17.
O Senhor permite que Seu povo seja submetido atroz prova da
tentao, no porque Ele tenha prazer em sua angstia, mas porque
tal operao indispensvel sua vitria final. Ele no poderia, de
maneira coerente com Sua prpria glria, escud-los da tentao,
pois o objetivo da prova prepar-los para resistirem s sedues do
mal. Nem homens mpios nem demnios podem excluir a presena
de Deus de Seu povo se este confessar e abandonar seus pecados
e reclamar Suas promessas. Toda tentao, quer manifesta, quer
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secreta, pode ser vencida com xito, no por fora, nem por poder,
mas pelo Meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos. Zacarias 4:6. [233]
Quem que vos h de maltratar, se fordes zelosos do que
bom? 1 Pedro 3:13. Satans est bem ciente de que a pessoa mais
frgil que permanece em Cristo mais que suficiente para competir
com as hostes das trevas. Portanto, procura retirar de suas potentes
fortificaes os soldados da cruz, enquanto jaz de emboscada, pronto
para destruir todos os que se arriscam a penetrar em seu terreno.
Unicamente na confiana em Deus e na obedincia a todos os Seus
mandamentos, poderemos achar-nos em segurana.
Ningum se encontra livre de perigo por um dia ou uma hora,
sem orao. Devemos rogar ao Senhor por sabedoria para compreender Sua Palavra. Satans hbil em citar as Escrituras, dando
sua prpria interpretao s passagens pelas quais espera fazer-nos
tropear. Devemos estudar com humildade de corao. Ao mesmo
tempo em que nos devemos guardar constantemente contra os ardis
de Satans, cumpre-nos orar continuamente: No nos deixes cair
[234]
em tentao. Mateus 6:13.
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Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso no consultar o povo ao
seu Deus? A favor dos vivos se consultaro os mortos? lei e ao
testemunho! Se eles no falarem desta maneira, jamais vero a alva.
Isaas 8:19, 20.
Se os homens estivessem dispostos a receber a verdade concernente natureza do homem e ao estado na morte, veriam no
espiritismo o poder e os prodgios de mentira de Satans. Entretanto,
multides fecham os olhos luz, e Satans tece as suas armadilhas
em volta deles. Porque no acolheram o amor da verdade, para
serem salvos, [...] Deus lhes manda a operao do erro, para darem
crdito mentira. 2 Tessalonicenses 2:10, 11.
Os que se opem ao espiritismo enfrentam a Satans e a seus
anjos. Satans no ceder uma polegada de terreno sequer, a menos
que seja rechaado pelo poder dos mensageiros celestes. Ele capaz
de citar as Escrituras, pervertendo seus ensinos. Os que quiserem estar em p neste tempo de perigo devem compreender por si mesmos
o testemunho das Escrituras.
Espritos de demnios personificando parentes ou amigos, apelaro a nossos mais ternos sentimentos e operaro milagres. Devemos
resistir-lhes com a verdade bblica de que os mortos nada sabem, e
de que os que aparecem desta maneira so espritos de demnios.
Todos aqueles cuja f no estiver estabelecida na Palavra de Deus
sero enganados e vencidos. Satans opera com todo o engano da
injustia, e seus enganos aumentaro. Mas aqueles que almejam
o conhecimento da verdade e se esforam em confirmar a salvao
pela obedincia, encontraro refgio no seguro Deus da verdade. O
Salvador estaria mais pronto a enviar todos os anjos do Cu para a
proteo de Seu povo, do que deixar a pessoa que nEle confia ser
vencida por Satans. Os que se consolam com a segurana de que [245]
no haver castigo para o pecador, que renunciam s verdades que o
Cu proveu como defesa no tempo de angstia, aceitaro as mentiras
de Satans, as sedutoras pretenses do espiritismo.
Escarnecedores ridicularizam as declaraes das Escrituras concernentes ao plano da salvao e retribuio que aguarda os que
rejeitam a verdade. Aparentam grande piedade por espritos to acanhados, fracos e supersticiosos que reconheam as reivindicaes da
lei de Deus. Tm se entregado completamente ao tentador, acham-se
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O conflito iminente
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O tempo de angstia
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Quando a presena de Deus se retirou da nao judaica, sacerdotes e povo consideravam-se ainda os escolhidos de Deus. Continuou
o ministrio no templo; diariamente a bno divina era invocada
sobre um povo culpado do sangue do Filho de Deus. Assim, quando
a deciso irrevogvel for pronunciada e o destino do mundo estiver
estabelecido para sempre, os habitantes da Terra no o sabero. As [269]
formas de religio continuaro a ser mantidas por um povo de quem
o Esprito de Deus ter Se retirado; o prncipe do mal os inspirar
para o cumprimento de seus maldosos desgnios.
Como o sbado se tornou o ponto especial de controvrsia por
toda a cristandade, insistir-se- em que os poucos que se acham em
oposio Igreja e ao Estado no devam ser tolerados, de que
melhor que eles sofram do que toda a nao ser lanada em confuso
e ilegalidade. O mesmo argumento foi apresentado contra Cristo.
Disse Caifs: Convm que morra um s homem pelo povo, e que
no venha a perecer toda a nao. Joo 11:50. Este argumento
parecer convincente; finalmente, ser expedido um decreto contra
todos os que santificam o quarto mandamento, denunciando-os e
concedendo ao povo liberdade para, depois de certo tempo, mat-los.
O romanismo no Velho Mundo e o protestantismo apstata do Novo
adotaro uma conduta idntica. O povo de Deus ser ento imerso
naquelas cenas de aflio descritas como o tempo de angstia de
Jac. Jeremias 30:5-7; Gnesis 32:24-30.
O tempo de angstia de Jac Por causa do engano praticado a fim de assegurar a bno de seu pai, destinada a Esa, Jac
havia fugido, alarmado pelas ameaas de morte feitas por seu irmo.
Depois de permanecer durante muitos anos no exlio, ps-se a caminho de seu pas natal. Chegando s fronteiras da terra, encheu-se de
terror com as notcias da aproximao de Esa, certamente decidido
a vingar-se. A nica esperana de Jac se achava na misericrdia de
Deus; sua nica defesa deveria ser a orao.
Sozinho com Deus, confessou seu pecado com a mais profunda
humilhao. Chegara o momento crtico em sua vida. Nas trevas,
prosseguiu orando. Repentinamente percebe uma mo sobre o ombro. Imaginou ser um inimigo querendo roubar-lhe a vida. Com toda
a energia do desespero, luta com o assaltante. Quando comeou a
raiar o dia, o estranho empregou sua fora sobrenatural. Jac sentiuse como que paralisado e caiu, desamparado, choroso e suplicante,
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O tempo de angstia
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da Minha fora, e faam paz comigo; sim, que faam paz comigo.
Isaas 27:5. Embora sofrendo ansiedade e angstia, no cessam as
suas intercesses. Apoderam-se de Deus como Jac se apoderara do
Anjo; e sua linguagem : No Te deixarei ir, se no me abenoares.
Pecados apagados No tempo de angstia, se o povo de Deus
tivesse pecados no confessados que surgissem diante deles enquanto torturados pelo temor e angstia, seriam vencidos. O desespero suprimiria sua f, e no poderiam suplicar de Deus o livramento.
Mas no possuem falta oculta para revelar. Seus pecados foram examinados e extintos no juzo; no os podem trazer lembrana.
O Senhor mostra, em Seu trato com Jac, que de maneira alguma tolerar o mal. Todos os que escondem ou desculpam seus
pecados e permitem que estes permaneam nos livros do Cu, sem
ser confessados e perdoados, sero vencidos por Satans. Quanto
mais exaltada for a sua posio, mais certa a vitria de seu grande
adversrio. Os que retardam seu preparo no podero obt-lo no
tempo de angstia, ou em qualquer ocasio posterior. O caso de
todos estes sem esperana.
A histria de Jac tambm uma segurana de que Deus no
lanar fora aqueles que, arrastados ao pecado, se voltam a Ele com
verdadeiro arrependimento. Deus enviar Seus anjos para confort- [271]
los no tempo de perigo. Os olhos do Senhor esto sobre Seu povo. As
chamas da fornalha parecem prestes a consumi-los, mas o Refinador
os apresentar como ouro provado no fogo.
F que suporta O tempo de agonia e angstia que est diante
de ns exigir uma f que possa suportar o cansao, a demora e a
fome uma f que no desfalea ainda que severamente provada. A
vitria de Jac uma evidncia do poder da orao importuna. Todos
os que lanarem mo das promessas de Deus, como ele o fez, sero
bem-sucedidos como ele o foi. Lutar com Deus quo poucos
sabem o que isto significa! Quando ondas de desespero assoberbam
o suplicante, quo poucos se apegam com f s promessas de Deus!
Os que agora exercem pouca f, correm maior perigo de cair
sob o poder dos enganos de Satans. E mesmo resistindo prova,
sero imersos numa aflio mais profunda, porque nunca adquiriram o hbito de confiar em Deus. Devemos provar agora as Suas
promessas.
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O tempo de angstia
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refgio nas fortalezas das montanhas, tais como os cristos nos vales
[273] do Piemonte (ver o quarto captulo). Muitos, porm, de todas as
naes e de todas as classes elevados e humildes, ricos e pobres,
negros e brancos sero arrojados na escravido mais injusta e
cruel. Os amados de Deus passaro dias penosos em prises, sentenciados morte, aparentemente deixados a morrer nos escuros e
ftidos calabouos.
O Senhor Se esquecer de Seu povo nessa hora de provao?
Ele Se esqueceu do fiel No, de L, de Jos, de Elias, Jeremias ou
Daniel? Ainda que os inimigos os lancem nas prises, as paredes
do calabouo no podem interceptar sua comunicao com Cristo.
Anjos viro a eles nas celas solitrias. A priso ser como um
palcio, e as sombrias paredes sero iluminadas como quando Paulo
e Silas, meia-noite, cantaram na masmorra de Filipos.
Os juzos de Deus cairo sobre os que procuram destruir Seu
povo. Para Deus, a punio um estranho ato. Isaas 28:21; Ezequiel 33:11. O Senhor compassivo, clemente e longnimo, e
grande em misericrdia e fidelidade, [...] que perdoa a iniqidade,
a transgresso e o pecado. Contudo, ao culpado no tem por inocente. xodo 34:6, 7; Naum 1:3. A nao que suportou por tanto
tempo e que encheu a medida de sua iniqidade, beber, por fim, a
taa da ira sem mistura de misericrdia.
Quando Cristo cessar Sua intercesso no santurio, ser derramada a ira sem mistura reservada aos que adoram a besta. As pragas
do Egito eram similares aos mais extensos juzos que devem cair
sobre o mundo justamente antes do livramento final do povo de
Deus. Diz o autor do Apocalipse: Aos homens portadores da marca
da besta e adoradores da sua imagem sobrevieram lceras malignas
e perniciosas. O mar se tornou em sangue como de morto. Os
rios e as fontes de guas se tornaram em sangue. O anjo declara:
Tu s justo [...] pois julgaste estas coisas; porquanto derramaram
sangue de santos e de profetas, tambm sangue lhes tens dado a
beber; so dignos disto. Apocalipse 16:2-6, 8, 9. Condenando o
povo de Deus morte, so to culpados do derramamento de sangue
como se este tivesse sido derramado por suas prprias mos. Cristo
declarou que os judeus de Seu tempo eram culpados do sangue de
homens santos desde os dias de Abel (Mateus 23:34-36), pois eles
possuam o mesmo esprito daqueles assassinos dos profetas.
O tempo de angstia
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O tempo de angstia
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quele que morreu por eles. Seu rosto, pouco antes to plido e
descomposto, resplandece agora com admirao. Suas vozes se
erguem em triunfante cntico: Deus nosso refgio e fortaleza,
socorro bem presente nas tribulaes. Portanto no temeremos, ainda
que a Terra se transtorne, e os montes se abalem no seio dos mares;
ainda que as guas tumultuem e espumejem, e na sua fria os montes
se estremeam. Salmos 46:1-3.
Enquanto essas palavras de santa confiana se elevam a Deus, a
glria da cidade celestial emana de suas portas entreabertas. Aparece
ento de encontro ao cu uma mo segurando duas tbuas de pedra.
Aquela santa lei, proclamada no Sinai, agora apresentada como a
[278] norma do juzo. As palavras so to claras que todos podem l-las.
Desperta-se a memria. Varrem-se de todas as mentes as trevas da
superstio e da heresia.
impossvel descrever o horror e desespero dos que pisaram
a lei de Deus. A fim de conseguir o favor do mundo, puseram de
parte seus preceitos e ensinaram outros a transgredir. Agora so condenados por aquela lei que desprezaram. Vem que se acham sem
desculpas. Os inimigos da lei de Deus tm agora nova concepo
da verdade e do dever. Tarde demais, vem que o sbado do quarto
mandamento o selo do Deus vivo. Demasiado tarde, vem o fundamento arenoso sobre o qual estiveram a construir. Vem que tinham
estado a combater contra Deus. Ensinadores religiosos conduziram
pessoas perdio ao mesmo tempo que professavam gui-las s
portas do paraso. Quo grande a responsabilidade dos homens no
ofcio sagrado, quo terrveis os resultados de sua infidelidade!
Aparece o Rei dos reis A voz de Deus ouvida nos Cus,
declarando o dia e a hora da vinda de Jesus. O Israel de Deus fica
a ouvir, tendo o semblante iluminado com a Sua glria. Surge logo
no Oriente uma pequena nuvem negra. a nuvem que rodeia o
Salvador. Em solene silncio o povo de Deus fita-a enquanto se
aproxima, at ela se tornar uma grande nuvem branca, mostrando
na base uma glria semelhante ao fogo consumidor, encimada pelo
arco-ris do concerto. Agora no mais como Homem de dores,
Jesus aparece como poderoso vencedor. Santos anjos, em vasta e
inumervel multido, acompanham-nO, dez milhares vezes dez
milhares, e milhes de milhes. Todos os olhos contemplam o
Prncipe da vida. Um diadema de glria repousa sobre a santa fronte.
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O semblante divino irradia o fulgor deslumbrante ao Sol do meiodia. Tem no Seu manto, e na Sua coxa, um nome inscrito: Rei dos
reis e Senhor dos senhores. Apocalipse 19:16.
O Rei dos reis desce sobre a nuvem, envolto em fogo chamejante.
A Terra treme diante dEle: Vem o nosso Deus, e no guarda silncio;
perante Ele arde um fogo devorador, ao Seu redor esbraveja grande
tormenta. Intima os cus l em cima, e a Terra para julgar o Seu
povo. Salmos 50:3, 4.
Os reis da Terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos, e disseram aos montes e aos rochedos: Ca sobre ns, e
escondei-nos da face dAquele que Se assenta no trono, e da ira do
Cordeiro, porque chegou o grande dia da ira dEles; e quem que
pode suster-se? Apocalipse 6:15-17.
Cessaram os gracejos escarnecedores, cerraram-se os lbios mentirosos. Nada se ouve seno a voz de oraes e o som de choro.
Os mpios suplicam para que sejam sepultados sob as rochas das
montanhas, em vez de ver o rosto dAquele que desprezaram. Eles
conhecem aquela voz que penetra no ouvido dos mortos. Quantas
vezes seus ternos acentos os chamaram ao arrependimento! Quantas
vezes foi ouvida nos rogos tocantes de um amigo, um irmo, um Re- [279]
dentor! Aquela voz desperta memrias de advertncias desprezadas,
de convites recusados.
Ali esto os que zombaram de Cristo em Sua humilhao. Ele
declarou: Vereis o Filho do homem assentado direita do Todopoderoso e vindo sobre as nuvens do Cu. Mateus 26:64. Agora
O contemplam em Sua glria, e ainda devem v-Lo assentado
direita do poder. Ali est o altivo Herodes, que zombou de Seu
ttulo real. Ali esto os homens que com mos mpias Lhe colocaram sobre a fronte a coroa de espinhos e na mo um simulacro
de cetro aqueles que se prostraram diante dEle em zombaria
blasfema, que cuspiram no Prncipe da vida. Procuram fugir de Sua
presena. Aqueles que introduziram os cravos em Suas mos e ps,
contemplam esses sinais com terror e remorso.
Com terrvel preciso, sacerdotes e prncipes recordam-se dos
acontecimentos do Calvrio, quando, meneando a cabea em satnica alegria, exclamaram: Salvou os outros, a Si mesmo no pode
salvar-se. Mateus 27:42. Mais alto que o grito Crucifica-O!
crucifica-O! que ecoou por Jerusalm, eleva-se o pranto deses-
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A terra em runas
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Por sua vida declararam: No queremos que este Jesus reine sobre
ns.
Derrota de Satans Como que extasiados, os mpios contemplam a coroao do Filho de Deus. Vem em Suas mos as
tbuas da lei divina que desprezaram. Testemunham o irromper de
adorao por parte dos salvos; e ao propagar-se a onda de melodia
sobre as multides fora da cidade, todos exclamam: Justos e verdadeiros so os Teus caminhos, Rei das naes! Apocalipse 15:3.
Prostrando-se, adoram o Prncipe da vida.
Satans parece paralisado. Havendo sido uma vez o querubim
cobridor, lembra-se de onde caiu. Est excludo para sempre do
conselho onde recebeu tanta honras. V que agora um outro se
encontra perto do Pai, um anjo de majestosa presena. Sabe que a
exaltada posio deste anjo poderia ter sido sua.
A memria recorda o lar de sua inocncia, a paz e contentamento
que eram seus at ter se rebelado. Rev sua obra entre os homens e
seus resultados a inimizade do homem para com seu semelhante,
a terrvel destruio da vida, a derrocada de tronos, os tumultos, conflitos e revolues. Recorda seus constantes esforos na oposio
obra de Cristo. Quando contempla os frutos de seu trabalho, v apenas fracasso. Reiteradas vezes, no transcurso da grande controvrsia,
foi derrotado e obrigado a capitular.
O objetivo do grande rebelde foi sempre provar que o governo
divino era o responsvel pela rebelio. Levou multides a aceitar
este ponto de vista. Durante milhares de anos esse chefe conspirador tem apresentado a falsidade em lugar da verdade. Mas agora
chegado o tempo em que devem ser revelados a histria e o carter
de Satans. Em seu ltimo e grande esforo para destronar a Cristo,
[291] destruir Seu povo e tomar posse da Cidade de Deus, o arquienganador foi completamente desmascarado. Os que a ele se uniram vem
o fracasso completo de sua causa.
Satans v que sua rebelio voluntria o desqualificou para o
Cu. Exercitou suas faculdades para guerrear contra Deus; a pureza e
harmonia do Cu seriam sua suprema tortura. Ele se curva e confessa
a justia de sua sentena.
Todas as questes sobre a verdade e o erro no prolongado conflito foram agora esclarecidas. Os resultados de se pr de parte os
estatutos divinos foram revelados vista de todo o Universo. A his-
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energias. Os mais grandiosos empreendimentos podero ser executados, alcanadas as mais elevadas aspiraes, realizadas as mais altas
ambies. E surgiro ainda novas alturas a atingir, novas maravilhas
a admirar, novas verdades a compreender, novos objetivos a aguar
as faculdades da mente e do corpo.
Todos os tesouros do Universo estaro abertos aos remidos de
Deus. Livres da mortalidade, alaro vo incansvel para os mundos
distantes. Os filhos da Terra entram de posse da alegria e sabedoria
dos seres no cados e compartilham de tesouros de entendimento
adquiridos durante sculos e sculos. Com viso clara, olham para a
glria da criao sis e estrelas e sistemas, todos na sua indicada
ordem, a circular em torno do trono da Divindade.
E ao transcorrerem os anos da eternidade, traro eles mais e mais
gloriosas revelaes de Deus e de Cristo. Quanto mais os homens
aprendem de Deus, mais Lhe admiram o carter. medida que
Jesus abre diante deles as riquezas da redeno e os estupendos
[294] feitos do grande conflito com Satans, o corao dos remidos vibra
com devoo, e milhes de milhes de vozes se unem para avolumar
o potente coro de louvor.
Ento ouvi que toda criatura que h no Cu e sobre a Terra,
debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles h, estava dizendo:
quele que est sentado no trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a
honra, e a glria, e o domnio pelos sculos dos sculos. Apocalipse
5:13.
O grande conflito terminou. Pecado e pecadores no mais existem. O Universo inteiro est purificado. Uma nica palpitao de
harmonioso jbilo vibra por toda a vasta criao. DAquele que tudo
criou emanam vida, luz e alegria por todos os domnios do espao
infinito. Desde o minsculo tomo at ao maior dos mundos, todas
as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito
gozo, declaram que Deus amor.