Modulo de Metodologia de Investigação Científica
Modulo de Metodologia de Investigação Científica
Modulo de Metodologia de Investigação Científica
ii
Agradecimentos
O Instituto Superior de Cincias e Educao a Distncia (ISCED) e o autor do presente manual
agradecem a colaborao dos seguintes indivduos e instituies na elaborao deste
manual:
Pela Coordenao
Pelo design
Financiamento e Logstica
Pela Reviso
Dr Sergio Artur
Elaborado Por:
Msc. Zacarias Mendes Magibire Mestrado Profissional em Administrao, pela
Universidade Metodista de Piracicaba, So Paulo, Brasil.
iii
ndice
Viso geral
35
iv
Sumrio ....................................................................................................................... 40
Exerccios de auto - avaliao ...................................................................................... 41
UNIDADE TEMTICA 2.2. Fases do Processo da Investigao- Aco ........................... 42
Introduo................................................................................................................... 42
Sumrio ....................................................................................................................... 45
Exerccios de auto-avaliao ........................................................................................ 45
TEMA III: FASES DE PLANEAMENTO ............................................................................. 46
Introduo da Temtica III ........................................................................................... 46
Exerccios de auto - avaliao ...................................................................................... 54
UNIDADE Temtica 3.2. Citaes e Referncias em Trabalhos de Pesquisa. ................ 55
Exerccios de auto avaliao ..................................................................................... 62
UNIDADE Temtica 3.3. Os Elementos de Pesquisa ..................................................... 63
Introduo.......................................................................................................... 63
Exerccios de auto - avaliao ...................................................................................... 80
TEMA IV: O INVESTIGADOR
82
Viso geral
Benvindo ao Mdulo de Metodologia de Investigao
Cientfica
Caro estudante, bem-vindo ao Mdulo de Metodologia de
Investigao Cientfica. A Metodologia de Investigao Cientfica
um campo das cincias que se ocupa com o estudo das diferenes
reas de pesquisa e investigao cientfica.
Esta cadeira permitir que o prezado estudante, compreenda,
conhea os trajectos percorridos para realizao e elaborao de
um trabalho de pesquisa.
Neste mdulo, sero discutidos assuntos como: A filosofia da
cincia, os diferentes tipos de conhecimentos, mtodos de
pesquisa e passos para elaborao de trabalhos cientficos.
Objectivos do Mdulo
Ao terminar o estudo deste mdulo de Metodologia de
Investigao Cientfica devers ser capaz de: aplicar diferentes
mtodos e tcnicas de investigao cientfica; dominar diferentes
estratgias de investigao; construir e aplicar instrumentos de
recolha de informao; analisar e interpretar os resultados obtidos
e propor solues para as problemticas identificadas.
Objectivos
Outros recursos
A equipa dos acadmicos e pedagogos do ISCED pensando em si,
num cantinho, mesmo recndito deste nosso vasto Moambique e
cheio de dvidas e limitaes no seu processo de aprendizagem,
apresenta uma lista de recursos didcticos adicionais ao seu
mdulo para voc explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos
relacionado com o seu curso como: livros e/ou mdulos, CD, CDROOM, DVD. Para alm deste material fsico ou electrnico
disponvel na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital
moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus
estudos.
Auto-avaliao e Tarefas de avaliao
Tarefas de auto-avaliao para este mdulo encontram-se no final
de cada unidade temtica e de cada tema. As tarefas dos
exerccios de auto-avaliao apresentam duas caracteristicas:
primeiro apresentam exerccios resolvidos com detalhes. Segundo,
exerccios que mostram apenas respostas.
Tarefas de avaliao devem ser semelhantes s de auto-avaliao
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das tarefas de avaliao ser objecto dos trabalhos de
campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de
correco e subsequentemente nota. Tambm constar do exame
do fim do mdulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os
exerccios de avaliao uma grande vantagem.
Comentrios e sugestes
Use este espao para dar sugestes valiosas, sobre determinados
aspectos, quer de natureza cientfica, quer de natureza didcticopedaggica, etc Pode ser que graas as suas observaes, o
prximo mdulo venha a ser melhorado.
cones de actividade
Ao longo deste manual ir encontrar uma srie de cones nas
margens das folhas. Estes icones servem para identificar
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar
1. O Ensino Universitrio
Segundo Mattar (2008, p. 100), a experincia da universidade uma
das mais marcantes na vida de um ser humano. O estudante passa,
durante o perodo em que est cursando a universidade, por diversas
mudanas, como mudanas de aprendizado e cognitivas, de atitudes e
valores, psicolgicos e sociais, alm do desenvolvimento moral.
10
11
Paradigma reflexivo
A educao o resultado da
participao em uma comunidade de
investigao
orientada
pelo
professor;
O professor est pronto a admitir
erros, numa postura de falibilidade;
Os alunos so estimulados a
pensar sobre o mundo quando o
nosso conhecimento a seu respeito
revela-se ambguo, equvoco e
inexplicvel;
Os alunos pensam e reflectem,
desenvolvendo cada vez mais o usos
da razo, assim como a capacidade de
serem criteriosos;
As disciplinas em que ocorrem
questionamentos
no
so
coincidentes nem completas, e suas
relaes com os temas so bastantes
problemticas.
12
Sumrio
A universidade, na sua essncia, assume o papel de construtora de
conhecimento, na sua trade de ensino, pesquisa e extenso. A
pesquisa deve ser entendida como a produo de conhecimento por
uma comunidade de investigao, a extenso a forma de a
universidade prestar servios comunidade, oferecendo cursos e
actividades diversas, o ensino em geral compreendido como um
momento em que, o aluno, numa postura activa e reflexiva
desenvolve o seu conhecimento com a orientao do professor.
Exerccios de auto-avaliao
1. Indique as pricipais transformaes pelas quais o aluno passa
numa universidade.
Resposta: mudanas de aprendizado e cognitivas, de atitudes e
valores, psicolgicos e sociais, alm do desenvolvimento moral.
2. Quais so as principais funes de uma universidade
Resposta: ensino, pesquisa e extenso.
3. O que pesquisa.
Resposta: A pesquisa deve ser entendida como a produo de
conhecimento atravs de um processo de investigao.
4. Descreva as caractersticas do paradigma padro do processo
educativo.
Resposta:
A educao consiste na transmisso de conhecimentos daqueles
que sabem para aqueles que no sabem.
O professor desempenha um papel de autoridade no processo de
ensino;
Nosso conhecimento do mundo inequvoco, explicvel e no
ambguo.
Os alunos adquirem conhecimentos por intermdio da absoro
de informaes e dados sobre assuntos especficos; uma mente bemeducativa uma mente bem estruturada,
Os conhecimentos so distribudos entre as disciplinas no
coincidentes e que juntas completam o universo a ser conhecido,
5. Discuta a diferena entre ensino universitrio do ensino mdio
13
ou primrio.
Resposta: A diferena entre o ensino universitrio e o ensino nos
nveis inferiores reside tripla funo da universidade (ensino, pesquisa
e extenso) e na forma como o aluno desenvolve o seu conhecimento.
Enquanto nos nveis inferiores, predomina o paradigma padro, onde
o aluno, numa atitude, espera absorver, simplesmente, as informaes
transmitidas pelo professor. Na universidade predomina o paradigma
reflexivo, onde professor visto como orientador de estudo, e do
aluno universitrio se espera uma postura activa e reflexiva.
Exerccios
Objectivos
1.
15
16
2.
Tipos de conhecimentos
17
18
2.
A Cincia :
a. Acumulao de conhecimentos sistemticos
b. Actividade que prope demostrar a verdade dos factos
19
Exerccios
1.
4.
5.
6.
7.
20
1.
A pesquisa cientfica
Sumrio
Na Universidade, a aprendizagem, a docncia, o ensino, s sero
significativas se forem sustentadas por uma permanente atividade de
construo do conhecimento. Tanto quanto o aluno, o professor
precisa da pesquisa para bem conduzir um ensino eficaz.
Essa exigncia decorre de duas injunes: primeiro, quem lida com
processos e produtos do conhecimento precisa ficar em permanente
situao de estudo pois o conhecimento uma atividade histrica,
que se encontra em contnuo devir, e o mnimo que se exige de um
professor que ele acompanhe o desenvolvimento do saber de sua
rea; mas alm disso, impe-se a postura investigativa porque o
27
Justificativa
b.
Objetivos
c.
Contedos
d. Expeculao
2.
b.
c.
d.
Exerccios
28
3.
Elementos pr-textuais
b)
c)
d)
3.
4.
5.
Errata (opcional) onde aparecem as correes descobertas
aps a impresso do trabalho;
6.
Folha de aprovao (obrigatria) o local onde o
examinador assina e coloca a data de avaliao do trabalho;
7.
Dedicatria (opcional) - tem a finalidade de oferecer o trabalho
a algum como homenagem de gratido especial. Este item
dispensvel, mas usual. So preferveis as mais formais;
8.
Agradecimentos (opcional) - manifestao de gratido queles
que contriburam na elaborao do trabalho. outro item dispensvel
e usual, a formalidade aqui tambm recomendada;
9.
Epgrafe (opcional) - citao de um pensamento que, de certa
forma, embasou ou inspirou o trabalho. Pode ocorrer, tambm, no
incio de cada captulo ou partes principais;
10.
ndices (obrigatrios): de figuras, mapas, tabelas, grficos,
fotografias;
11.
Lista de abreviaturas (obrigatria) contm todas as siglas e
abreviaturas utilizadas no texto;
12.
Resumo (obrigatrio) - tem por objectivo dar viso rpida do
contedo ao leitor, para que ele possa decidir sobre a convenincia da
leitura do texto inteiro. Deve ser totalmente fiel ao trabalho e no
pode conter nenhuma informao que no conste do texto integral. A
primeira frase do resumo deve ser significativa, explicar o tema
principal do documento. No devem constar do resumo citao de
autores, tabelas e figuras. O resumo pode ser precedido da referncia
30
B.
Elementos textuais
C.
Elementos ps-textuais
1.
Referncias bibliogrficas (obrigatria) onde constam todas
as obras citadas no texto;
2.
Apndice (opcional) conjunto de texto e documentos que
ajudam no entendimento do trabalh, mas que so de autoria do
pesquisador;
3.
Anexos (opcional) conjunto de textos e documentos que
auxiliam no entendimento do trabalho, mas que no so da autoria do
pesquisador.
4.
Glossrio (opcional) - explicao dos termos tcnicos, verbetes
ou expresses que constem do texto ou que o complementem.
Elemento facultativo, a ser inserido de acordo com necessidade,
uma lista em ordem alfabtica de palavras especiais, de sentido pouco
conhecido, obscuro ou de uso muito restrito, ou palavras em lngua
estrangeira acompanhadas de suas respectivas definies.
32
Exerccios de auto-avaliao
1.
2.
b.
c.
d.
Dedicatoria;
b.
Agradecimentos;
c.
Lista de figuras;
d. Bibliografia
33
Exerccios
34
35
Introduo
Esta unidade pretende dotar aos estudantes no concernente a
investigao aco. Portanto ela fornece subsdios naquilo que tem a
ver com a definio do conceito e a caracterizao da investigao.
Ao completar esta unidade, voc ser capaz de:
Caracterizar a investigao-aco
Objectivos
8.
Caractersticas da Investigao-aco
O investigador/actor formula primeiramente princpios especulativos,
hipotticos e gerais em relao aos problemas que foram
identificados; a partir destes princpios, podem ser depois produzidas
hipteses quanto aco que dever mais provavelmente conduzir,
na prtica, aos melhoramentos desejados. Essa aco ser ento
experimentada e recolhida a informao correspondente aos seus
efeitos; essas informaes sero utilizadas para rever as hipteses
preliminares e para identificar uma aco mais apropriada que j
reflicta uma modificao dos princpios gerais. A recolha de
informao sobre os efeitos desta nova aco poder gerar hipteses
posteriores e alteraes dos princpios, e assim sucessivamente.
Alguns autores criticam a investigao aco. Benavente et al (1990)
considera que a Investigao-aco, pelas caractersticas que rene e
a impreciso dos seus instrumentos e limites, tanto pode ser encarada
com uma grande exigncia, rigor e dificuldade, como pode ser um
caminho de facilidades, de superficialidades e de iluses. Chagas
(2005) acrescenta que a Investigao-aco, usada como uma
modalidade de investigao qualitativa, no entendida pelos
tradicionalistas como verdadeira investigao, uma vez que est ao
37
38
39
Sumrio
A investigao-aco uma metodologia de investigao orientada
para a melhoria da prtica nos diversos campos da aco (Jaume Trilla,
1998 e Elliott, 1996). Por conseguinte, o duplo objectivo bsico e
essencial , por um lado obter melhores resultados naquilo que se faz
e, por outro, facilitar o aperfeioamento das pessoas e dos grupos com
que se trabalha. Ela orienta-se pata a melhoria das prticas mediante a
mudana e a aprendizagem a partir das consequncias dessas
mudanas e permite ainda a participao de todos os implicados.
As principais caractersticas da investigao aco metodologia,
nomeadamente:
responsabilidade e envolvimento;
conduz
processos
Exerccios
A Aco visa:
a. Orientar mudana numa comunidade ou organizao
ou programa
b. Debater mudana numa comunidade ou organizao ou
programa
c. Obter mudana numa comunidade ou organizao ou
programa
d. Recorrer a uma comunidade ou organizao ou
programa
41
Introduo
Esta unidade pretende dotar os estudantes no concernente as fases da
investigao aco.
Ao completar esta unidade, voc ser capaz de:
Replanificao.
Para Kuhne e Quigley (1997) apresentado por Almeida (2005), as fases
da Investigao-aco assumem a configurao apresentada na figura
seguinte:
44
Sumrio
A Investigao-aco deve estar definida por um plano de investigao
e um plano de aco, tudo isto suportado por um conjunto de
mtodos e regras. So as chamadas fases neste processo
metodolgico. As principais fases desta metodologia resumem em fase
de planificao, de aco e de reflexo. A Investigao-aco exerce
um forte contributo na prtica educativa. os processos de mudana
so problemtica nuclear da Investigao-aco. Ao utilizar-se esta
metodologia o que se pretende a mudana na forma e na dinmica
da interveno educativa que se realiza no dia-a-dia na escola.
Exerccios de auto-avaliao
1. As fases da investigao aco so:
a. Planificao, aco e reflexo;
b. Planificao orientao e implementao;
c. Orientao, implementao e reflexo;
d. Aco, reflexo e planificao.
2. Os objetivos da investigao-aco, visam:
a. Construo do plano de aco;
b. Execuo do plano de aco;
c. Avaliao do plano de aco
d. Discutir o plano de aco
Exerccios
46
Introduo
Objectivos
2.
Tipo de Pesquisa
b)
c)
d)
e)
Pesquisa quantitativa
As pesquisas quantitativas so aplicveis em situaes nas quais se
exige um estudo exploratrio, buscando-se um conhecimento mais
profundo do problema ou objecto de estudo. Por exemplo, na anlise
de desempenho, relao de causa e efeito, incidncias e ndices.
Nas pesquisas quantitativas as informaes so de natureza numrica.
O pesquisador busca classificar, ordenar ou medir as varivies para
aprensentar estattisticas, comparar grupos ou estabelecer associaes.
Alguns exemplos podem ilucidar a abordagem quantitativa so: (1) as
pesquisas de inteno de voto, na qual o pesquisador pergunta se a
eleio fosse hoje, em que o eleitor votaria? Ou (2) Quando um
pesquisador/educador questiona qual a incidncias da evaso
escolar, considerando sexo, faixa etria e rendimento familiar nas
escolas da cidade da Beira?
No primeiro exemplo podem ser calculados os percentuais dos votos de
cada candidato a partir da amostra, com a devida margens de erro o
resultado pode ser generalizado para uma populao maior e concluir48
Pesquisa qualitativa
Diferentemente da primeira abordagem, a pesquisa qualitativa o
pesquisador procura reduzir a distncia entre a teoria e dos dados,
entre o contexto e a aco, usando a lgica da anlise fenomenolgica,
49
50
PESQUISA BIBLIOGRAFICA
A pesquisa bibliogrfica desenvolvida c o m base em material j
elaborado, constitudo principalmente de livros e artigos
cientficos. Embora em quase todos os estudos s e j a exigido algum
52
A abordagem
Ao nvel de investigao
Aos objectivos
As fontes de informao
54
Exerccios
2. pesquisa.
3. Discuta o termo pesquisa quanto aos objectivos
4. Fale dos objetivos duma pesquisa.
5. Estabelea a relao entre a pesquisa bibliografica e a pesquisa
documental.
1.
Tipos de citaes
55
56
b)
2.
As Referncias Bibliogrficas
60
eletrnicos.
Disponvel
em:
61
Fazenda (2001, p.48) afirma que a vida acadmica deve favorecer tanto a
construo como a socializao dos conhecimentos. O exemplo acima referese a uma:
a.
b.
c.
d.
3.
c.
d.
62
Exerccios
Introduo
63
Teixeira (2000) citado por Srgio Artur sugere que para a definio de
um problema, seja levada em conta a experincia do pesquisador: o
que ele tem lido? Em qu trabalha? O que lhe preocupa nas suas
experincias profissionais? Assim pode-se definir como requisitos para
a escolha do problema: (a) conhecimento suficiente sobre o problema
e interesse pelo mesmo; (b) a experincia profissional e, (c) as leitura
feitas pelo pesquisador.
No campo de educao os problemas educacionais podem emergir
dos processos de ensino-aprendizagem, da avaliao, gesto, da tica,
das metodologias, etc.
Um problema de pesquisa na educao algo que est acontecer em
algum lugar (o locus), envolve um aspecto do contexto educacional (o
conceito) e nesta situao esto envolvidos pessoas (actores sociais).
Uma situao problema apresentada na forma descritiva e terminar
com uma pergunta, denominada questo de pesquisa, ou norteadora.
Todo o problema de pesquisa deve ser associado a um tema de
investigao, que normalmente uma rea de investigao cientfica.
importante referenciar que a identificao de um problema de
pesquisa um exerccio mental que culmina com a sua
sistematizao delimitao. Vejamos abaixo o que importante para
a definio do problema de pesquisa:
Primeiro: Breve descrio das caractersticas scio-econmicas e
culturais; ideia do estado de sade do sistema de sade no local a
pesquisar (pas, distrito, localidade, bairro, etc.); se possvel pode-se
apresentar dados estatsticos;
Segundo: Uma descrio concisa da natureza do problema a
descrepncia entre o que e o que deve ser e o tamanho,
distribuio e severidade (que est afectado, onde, desde quando e
quais so as consequncias para os afectados e para os servios).
65
A reviso bibliogrfica
Porm, a delimitao precisa do problema somente acontece quanto o
pesquisador possuir conhecimento sobre o tema relacionado com o
problema.
Neste caso, pertinente a reviso bibliogrfica, cujo objectivo de
aumentar o acervo de informaes e de conhecimentos do
investigador com as contribuies tericas j produzidas pela cincia,
para que, sustentando-se em alicerces de conhecimentos mais slidos,
possa tratar o seu objecto de investigao mais seguro (KCHE:
1997:131).
Pela reviso bibliogrfica possvel compreender, luz das teorias os
66
ii)
iii)
67
iv)
ii)
iii)
Variveis de estudo
Segundo Vaz Freixo (p. 174), uma varivel pode ser definida como
qualquer caracterstica da realidade que pode tomar dois ou mais
valores mutuamente exclusivos. Refere-se ainda a qualquer
caracterstica que numa experincia manipulada, medida ou
controlada. Para o mesmo autor, uma varivel pode ser classificada
de diferente maneiras, conforme o tipo de utilizao que dela se faz
numa investigao. Algumas podem ser manipuladas, outras
69
controladas.
O autor enfatiza a necessidade de definio e operacionalizao de
variveis afirmando que assim, uma varivel necessria depois de
formular uma hiptese; o investigador deve identificar e definir o
estatuto das variveis, tanto na hiptese como em qualquer outro
ponto
da
investigao.
mesmo
autor
considera
que
ii.
independentes.
H aquelas que so consideradas variveis de base que so as que
esto presentes em todos os estudos, independentemente da sua
natureza. Por exemplo: idade, sexo, estado civil, religio, situao
socioeconmica.
Numa investigao cientfica a definio das variveis de estudo ajuda
na elaborao dos instrumentos de coleta de dados, pois as varivies
oferecem os indicadores de anlise.
5. Os instrumentos e tcnicas de colecta de dados
Srgio Artur (2011) sistematiza as principais tcnicas e instrumentos
de recolha de dados nas pesquisas cientficas, a saber: a entrevista, a
observao e o questionrio. Um aspecto importante a considerar
que a escolha de cada um dos instrumentos ou tcnicas depende o
tipo e da finalidade da investigao a ser realizada, das abordagens,
das fontes de informaes, entre outros factores.
Seguidamente, vamos detalhar cada um dos instrumentos e tcnicas
vom forma de explict-los para uma melhor compreenso.
A. A observao
um mtodo de colecta de dados que se apropria da capacidade
selectiva da mente humana.
Ldke e Andr (1986:25) consideram que para que se torne um
instrumento vlido e fidedigno de investigao cientfico, a observao
precisa ser antes de tudo controlada e sistemtica.
A planificao cuidadosa e rigorosa da observao importante,
sabendo-se que normalmente, as pessoas vem sob os olhos da sua
formao e das sua histria de vida.
Assim, planificar a observao significa determinar com
atencendncia, o qu e como observar (ibidem). Isso acontece com
delimitao do objecto de estudo, do problema e do foco da
investigao.
Cabe, tambm, nesse sentido, o observador definir o grau de sua
participao na observao designadamente: observao participante
(no qual o observador fica face a face com o pesquisado e tem
possibilidades de modificar as situaes) ou no participante.
A planificao da obsrvao no envolve apenas a definio do objecto
e do foco da observao, mas tambm, o preparo material, fsico,
71
74
Diante do entrevistado
- Estabelea uma relao amistosa e no trave um debate de
idias.
- No demonstre insegurana ou admirao excessiva diante do
entrevistado para que isto no venha prejudicar a relao entre
entrevistador e entrevistado.
- Deixe que as questes surjam naturalmente, evitando que a
entrevista assuma um carter de uma inquisio ou de um
interrogatrio policial, ou ainda que a entrevista se torne um
"questionrio oral".
- Seja objetivo, j que entrevistas muito longas podem se tornar
cansativas para o entrevistado.
- Procure encorajar o entrevistado para as respostas, evitando que
ele se sinta falando sozinho.
- V anotando as informaes do entrevistado, sem deixar que ele
fique esperando sua prxima indagao, enquanto voc escreve.
- Caso use um gravador, no deixe de pedir sua permisso para tal.
Lembramos que o uso do gravador pode inibir o entrevistado.
C. O questionrio
O Questionrio, numa pesquisa, um instrumento ou programa de
coleta de dados. Se sua confeco feita pelo pesquisador, seu
preenchimento realizado pelo informante.
Vieira (2009:15) define o questionrio como sendo o instrumento de
pesquisa constitudo por uma srie de questes sobre determinado
tema, que normalmente entregue aos respondentes para o
preenchimento e as respostas transformadas em dados estatsticos.
Por ser um instrumento mais barato deveras utilizado nas pesquisas
em cincias sociais, humanas e de sade e podem produzir dados de
bom nvel.
A linguagem utilizada no questionrio deve ser simples e direta para
que o respondente compreenda com clareza o que est sendo
perguntado. No recomendado o uso de grias, a no ser que se faa
necessrio por necessidade de caractersticas de linguagem do grupo
(grupo de surfistas, por exemplo).
Todo questionrio a ser enviado deve passar por uma etapa de pr75
Contedo de um questionrio:
a) Carta Explicao que deve conter:
A proposta da pesquisa;
Instrues de preenchimento;
Instrues para devoluo;
Incentivo para o preenchimento e;
- Agradecimento.
b) Itens de Identificao do Respondente
Para que as respostas possam ter maior significao
interessante no identificar diretamente o respondente com
perguntas do tipo NOME, ENDEREO, TELEFONE etc., a no ser
que haja extrema necessidade, como para selecionar alguns
questionrios para uma posterior entrevista (trataremos das
tcnicas de entrevistas posteriormente).
Normalmente, num questionrio podem ser feitas perguntas
sobre factos, opinies, atitudes, preferncias, grau de
satisfao, valores, razes, motivos, esperanas, crenas, entre
tantas.
Exemplos de questes nos questionrios:
Sobre factos: quantos professores trabalham na escola?
Sobre opinio: voc acha que a passagem semi-automtica
contribui para a fraca qualidade do ensino em Moambique?
Sobre atitudes: voc bateria uma criana indisciplinada na sala
de aula para se comportar melhor?
Sobre preferncias: prefere trabalhar sozinho ou em grupo?
Sobre satisfao: em que medida est satisfeito com o
rendimento da sua disciplina?
Tipos de aplicao dos questionrios
Para Vieira (2009) so trs as principais formas de aplicao
76
dos questionrios:
1) Questionrios de autoaplicao nas quais se entre o
questionrio ao responde e este preenche e o envia depois.
O envio pode ser feito por correio, pela internet ou outras
formas. Tem algumas desvantagens: as respostas podem
demorar e muitas pessoas podem no responder o
questionrio enviado. As principais vantagens do
questionrio de autoaplicao so: a possibilidade do
respondente responder na hora e espao que quiser e a
no influncia do pesquisador na colecta da informao;
2) Questionrios aplicados em entrevistas por telefone
muito usados pelas empresas de marketing, de telefonia
mvel e fixa e nas pesquisas de marcado.
3) Questionrios aplicados em entrevista face a face estes
so feitos por meio de entrevista na qual o pesquisador
preenche o formulrio com perguntas, geralmente,
estruturadas;
Na elaborao dos questionrios h que planificar os objectivos e a
escolha dos respondentes e outros elementos importantes que
constam no projecto de pesquisa.
A criao dos itens formulrio segue as regras abaixo.
Itens sobre as questes a serem pesquisadas.
Formulrio de itens sim-no, certo-errado e verdadeiro-falso;
Ex.: Trabalha? ( ) Sim ( ) No
Respostas livres, abertas ou curtas;
Ex.: Bairro onde mora: ______________________________
Formulrio de mltipla escolha;
Ex.: Renda Familiar:
( ) Menos de 1 salrio mnimo
( ) 1 a 3 salrios mnimos
( ) 4 a 6 salrios mnimos
( ) 7 a 11 salrios mnimos
( ) Mais de 11 salrios mnimos
Questes mistas.
77
D. Ficha documental
A ficha documental um dos meios para a colecta de dados,
principalmente nas pesquisas qualitativas. Sobre este assunto
pode rever a unidade V deste mdulo, relativa as Prticas de
documentao.
80
a. Titulo
b. Tema de estudo;
c. Justificativa;
d. Metodologia de estudo.
Exerccios
81
82
Introduo
Nesta unidade temtica, pretendemos que voc tenha um domnio
sobre os mtodos de pesquisa.
Ao completar esta unidade, voc ser capaz de:
Identificar os mtodos de pesquisa
Caracterizar os diferentes mtodos de trabalho de pesquisa
Objectivos
A.
Os mtodos de pesquisa
84
Conhecimento prvio
(referencial terico)
+
Imaginao criativa
Factos,
fenmenos,
situaes
Observao
(percepo significativa)
CONTEXTO
DE
DESCOBERTA
PROBLEMA
(dvida)
HIPTESES
Rejeio das
hipteses
CONTEXTO
DE
JUSTIFICAO
No rejeio das
hipteses
(corroborao)
Nova teoria
Novo problema
85
que se interligam:
O primeiro, o contexto da descoberta, no qual luz dos fenmenos
e do conhecimento disponvel identificado o problema (aquela
dvida que no pode ser respondida com o conhecimento disponvel)
e a partir da competncia do investigador so formuladas as
hipteses, solues provisrias. preciso enfatizar que quanto maior
o conhecimento prvio (referencial terico) do pesquisador, sua
imaginao criativa e capacidade de observar a realidade (factos,
situaes, fenmenos, etc.) maior ser a sua capacidade de identificar
problemas e formular hipteses.
O segundo, o contexto da justificao, no qual as hipteses
formuladas so confrontadas e testados com dados empricos, a partir
da experimentao e com objectividade. Neste processo verifica-se a
interpretao e avaliao das hipteses, quanto confirmadas geram
novas teorias e posteriomente do origem a novas dvidas
(problemas) ou que podem ser rejeitadas.
Nessa perspectiva o mtodo cientfico desenvolve-se sobre um
contexto cclico, no qual novos conhecimentos (teorias) so
susceptveis de questionamentos, ou seja, de gerarem novos
problemas e posteriomente, novas teorias. Isso porque a cincia
contempornea impregnada numa concepo de ser uma
investigao constante, em contnua construo e reconstruo, tanto
das suas teorias quanto dos seus processos de investigao (KCHE,
1997:78).
Do esquema 1 pode-se deduzir que os elementos do mtodo cientfico
so: o problema, as hipteses, o referencial terico, testagem,
interpretao e avaliao das hipteses (que podem ser confirmadas
ou rejeitadas) e os resultados (teorias).
d) Dialtico: que penetra o mundo dos fenmenos atravs de sua ao
recproca, da contradio inerente ao fenmeno e da mudana
dialtica que ocorre na natureza e na sociedade.
2. Mtodo de procedimento
a) Histrico: Parte do princpio de que as atuais formas de vida e de
agir na vida social, as instituies e os costumes tm origem no
passado, por isso importante pesquisar suas razes para
compreender sua natureza e funo.
b) Monogrfico: Para Lakatos e Marconi (1996, p. 151) [...] um
estudo sobre um tema especfico ou particular de suficiente valor
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Exerccios
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Introduo
Nesta unidade temtica, pretendemos que voc tenha um domnio
sobre os mtodos de pesquisa.
Ao completar esta unidade, voc ser capaz de:
Identificar os principais factores da tica na pesquisa
Caracterizar os diferentes aspectos da tica na pesquisa
Objectivos
tica e responsabilidade na pesquisa
Segundo Teixeira (2000) as directrizes bsicas em pesquisa cientfica
foram estabelecidaas pela primeira vez em 1947, no Cdigo de
Nuremberg, no qual ficou definido que seria indispensvel o
consentimento do participaente de pesquisa clnica. Este cdigo tinha
com principal finalidade controlar atrocidades cometidas pelo regime
nazista.
Em 1964, foi redigida a declarao de Helsinque pela Organizao
Mdica Mundial que estabelece os princpios orientadores da pesquisa
mdica e em 1982 as Directrizes Internacionais para pesquisas
Biomdicas, que envolvem seres humanos.
A preocupao com as questes ticas surge quanto a cincia, ou os
seus pesquisadores, extrapolam os limites da dignidade humana,
principalmente nas experincias com seres humanos.
Um dos grandes princpios na pesquisa o consentimento esclarecido
dos envolvidos, dos participantes. Tal deve ser feito com clareza e uma
linguagem acessvel.
Normalmente, em todas as pesquisas no momento de colecta de
dados importante ter em mos uma carta de apresentao
(credencial). Se os informantes for menor, uma autorizao expressa
do encarregado ou responsvel.
preciso ter em conta que o pesquisador ao lidar com a pessoa
humana deve preservar sempre a sua dignidade. Ademais, a cincia
no feita apenas de certezas, mas tambm de erros, que quanto
cometidos em humanos podem deixar sequelas graves.
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89
Figura 1: "bomba_nuclear"
Isso apenas para citar alguns poucos exemplos.
medida que a pesquisa cientfica afeta o mundo convm ficarmos de
sobreaviso. Isso por que a cincia feita por pessoas. E todas as
pessoas, mesmo sendo cientistas, possuem interesses, intenes e
ambies. Para agravar esse quadro, a cincia financiada por
governos e por empresas cujas polticas podem nem sempre visar o
bem comum entendendo essa expresso, em seu sentido mais
amplo como sendo o bem, em sua essncia, estendido para toda a
humanidade.
Fica cada vez mais claro que pesquisa cientfica atual, em seus passos
mais decisivos, est condicionada s regras de financiamento, s
expectativas sobre seus resultados e s foras sociais e de instituies
que moldam seus rumos.
Ora vejamos:
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Ou no?
Na dcada de 1950, quando Jonas Salk um dos cientistas que
participou do desenvolvimento da vacina contra a poliomielite foi
questionado sobre se ele patentearia a vacina. Ele respondeu com
outra pergunta:
Voc poderia patentear o sol?
Em outras palavras:
Pode um cientista propor ou aceitar a privatizao de um
conhecimento que beneficiaria a todos?
Existem duas linhas de pensamento sobre essa questo:
O primeiro vis advm de empresas (e de governos) que
comercializam cincia e tecnologia e so detentores de muitas
patentes. Seu principal argumento pode ser assim resumido:
Como o investimento em programas de pesquisa cientfica
extremamente oneroso, tanto para empresas quanto para naes
natural oferecer garantia para os investidores de que ocorrer o
retorno desses investimentos. E tais garantias passam invariavelmente
pela reserva de mercado e obviamente a privatizao das descobertas,
protegidas por leis de propriedade intelectual.
O argumento contrrio privatizao dos resultados aponta que a
restrio do uso de muitas descobertas atrapalha o aperfeioamento
da prpria descoberta, alm de reprimir a inovao e o
desenvolvimento de novos produtos.
Alm de que, ao negar o benefcio a outro ser humano se estaria
tambm praticando uma forma de desumanidade. Por exemplo,
A indstria farmacutica Novartis tentou bloquear recentemente a
fabricao na ndia de um medicamento genrico aplicado na terapia
do cncer.
Joseph Stiglitz, prmio Nobel de Cincias Econmicas, tem uma
posio radicalmente contra as leis de propriedade intelectual.
Ele enfatiza que essa prtica visa apenas garantir lucros exorbitantes
para as desenvolvedoras, que por congelamento do desenvolvimento
cientfico, certifica-se de no haver concorrncia.
Pela lei dos mercados fcil observar o que se resulta de um
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Exerccios
Bibliografia
ARTUR, Srgio Daniel. Metodologia de Investigao Cientfica. UCM,
2011.
CARVALHO, J. Eduardo. Metodologia do Trabalho Cientfico: SaberFazer da investigao para dissertaes e teses. Editora Escolar, 2009.
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