Modelo de Fatores Especificos PDF
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Especficos
INTRODUO
o A renda no nada mais do que a remunerao aos detentores
dos fatores de produo por sua utilizao. O modelo
Ricardiano, em que h s um tipo de fator de produo escasso
(a mo de obra homognea) e inexistem custos ou barreiras para
a movimentao do fator trabalho entre os diferentes setores
produtivos, a questo da distribuio da renda domstica no
pode ser avaliada de forma adequada.
o
As limitaes do Modelo Ricardiano no eliminam sua
utilidade, seus resultados bsicos sobre a relao entre a
produtividade e a remunerao aos fatores e referente
existncia de potenciais ganhos com o comrcio sempre que os
custos de oportunidade relativos sejam diferentes entre os
pases so inatacveis e vlidos. Para tratar de questes mais
refinadas, entretanto, uma especificao mais precisa e
detalhada da estrutura das economias passa a ser necessria.
o
Com o modelo de fatores especficos (Paul Samuelson e
Ronald Jones), procura-se analisar, entre outros temas, o
impacto do comrcio internacional sobre a distribuio de
renda interna aos pases envolvidos. Este no o nico modelo
capaz de tratar o tema da distribuio de renda, mas um
modelo que se destaca nesta modalidade de anlise.
o
Para tratar da questo da distribuio de renda interna,
o novo modelo exige alteraes em diversas hipteses
simplificadoras do modelo ricardiano. No modelo de fatores
especficos mais simples h dois pases, dois bens e trs
fatores de produo (Capital, Terra e Mo de Obra). As
tecnologias de produo esto sujeitas a rendimentos marginais
decrescentes, sendo Capital e Terra especficos dos
respectivos setores de produo, vale dizer, estes recursos
no podem ser deslocados da produo de um bem para a de
outro. O trabalho, como no modelo Ricardiano, permanece
homogneo e mvel entre os setores.
O Modelo de Fatores Especficos
1) Estrutura:
a) 2 bens
i) Manufaturas (M)
ii) Alimentos (A)
b) 2 pases
i) local (domstico)
ii) estrangeiro (*)
c) 3 fatores escassos
i) 2 especficos aos setores (indstrias)
(1)
Capital , K, usado apenas na produo de
manufaturas
(2)
Terra,
alimentos
ii)
T,
usado
apenas
na
produo
de
1 fator no especfico
(1)
mo de obra, L, usada tanto na produo de
manufaturas, LM, quanto na produo de alimentos,
LA.
d) Tecnologia - Funes de Produo:
i) Produo de Manufaturas
QM = QM ( K , LM )
QM
= PMg LM > 0
L
Trabalho Positiva)
PMg LM
<0
L
Decrescentes)
(Produtividade Marginal do
(Rendimentos Marginais
QM
= PMg KM > 0
K
Capital Positiva)
ii)
(Produtividade Marginal do
Produo de Alimentos
Q A = Q A (T , L A )
Q A
= PMg LA > 0
L
Trabalho Positiva)
PMg LA
<0
L
Decrescentes)
Q A
= PMg TA > 0
T
Terra Positiva)
(Produtividade Marginal do
(Rendimentos Marginais
(Produtividade Marginal da
ii)
iv)
Pleno Emprego: a condio de pleno emprego dos
fatores agora trplice:
(1)
(2)
(3)
L = LM + L A
para
produzir
e) Se
houver
uma
alterao
nos
preos
relativos,
entretanto, espera-se a ocorrncia de efeitos reais, ou
seja, mudanas no proporcionais nos preos implicam
alteraes na alocao de recursos da economia. O
grfico abaixo exibe uma elevao de 7% no preo das
manufaturas, sem mudana nos preos nominais dos
alimentos:
i) A curva do valor da demanda por trabalho desloca-se
possvel
dizer
se
os
trabalhadores estaro mais ou menos satisfeitos com
a mudana sem conhecer a composio de sua cesta
de consumo. O que interessa a redistribuio real
de renda, no a nominal. Se a cesta de consumo dos
trabalhadores for composta apenas por alimentos,
certamente eles gostaro do aumento dos seus
salrios, que implicar maior poder de compra
(renda real);
(2)Os
detentores
de
capital,
insumo
usado
exclusivamente
na
produo
de
manufaturas,
percebero um aumento inequvoco de renda, sendo
beneficiados pela alterao de preos. Para ter
proprietrios
de
terras,
insumo
usado
exclusivamente na produo de alimentos, percebero
uma reduo inequvoca de renda, sentindo prejuzos
com a alterao de preos. Para ter certeza disto,
suponha que a remunerao pela utilizao de
capital seja representada por z:
PMg TA PA = z
h) Determinao
observadas
ainda, no
grfico da
til, e de
dos
preos
relativos
na
economia
domstica
e
estrangeira, de fato, os preos sero determinados pelo
equilbrio no mercado mundial, conforme mostra o grfico
abaixo:
ou,
DA QA =
PM
(QM DM )
PA
liberalizao
comercial
nos
pases?
Os
impactos
redistributivos so fundamentais compreenso e
resposta de ambas as questes:
i) Efetivamente, em anlises deste tipo, procura-se
avaliar os ganhos ou perdas de bem estar do pas com o
comrcio. No dispomos ainda de elementos mais
rigorosos para este tipo de anlise, mas importante
perceber que as variaes de renda (poder de compra)
afetam de forma diversa as diferentes pessoas,
dependendo de seu nvel de renda. Assim, uma reduo
no poder de compra de um assalariado de baixa renda
tem um impacto social diverso da mesma reduo
(absoluta) de poder de compra de um grande empresrio.
Para responder as questes acima, alguma forma de
ponderao
que
diminua
estas
disparidades
importante.
ii) Mesmo que, via de regra, as alteraes de renda
afetem os agentes de forma diferente, possvel
defender o comrcio e tentar reduzir os prejuzos de
segmentos especficos com mecanismos de redistribuio
de renda ou compensao que no se traduzam em
barreiras ao comrcio. De forma geral, isto
consistiria da apropriao de parte dos ganhos com o
comrcio pelo Estado que o redistribuiria aos
prejudicados com a liberalizao comercial.
iii) Os grupos potencialmente prejudicados costumam ser
melhor organizados do que os favorecidos, o que, de
certa forma, cria presses polticas no sentido de uma
liberalizao mais lenta e traumtica. Adentra-se no
Apndice
a) A relao entre preos relativos e distribuio de renda
Exerccios
Cap 3 Krugman: Todos