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Wesley Gis
Doutor em Engenharia Civil
Professor Adjunto de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal do ABC
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Wesley Gis
Ficha Catalogrfica
Rua Pedroso Alvarenga, 1245, 4 andar
04531-934 So Paulo SP Brasil
Tel.: 55 11 3078-5366
[email protected]
www.blucher.com.br
Brasil, Reyolando M. L. R. F.
Mtodos numricos e computacionais na prtica
de engenharias e cincias / Reyolando M. L. R. F.
Brasil, Jos Manoel Balthazar, Wesley Gis. So
Paulo: Blucher, 2015.
Bibliografia
Segundo o Novo Acordo Ortogrfico, conforme 5. ed.
do Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa,
Academia Brasileira de Letras, maro de 2009.
ISBN 978-85-212-0934-8
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Prefcio
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Desde j, pedimos desculpas aos colegas matemticos pela falta de rigor da apresentao no que tange a provas de validade e ausncia de anlises de erros dos
algoritmos propostos.
Na gerao dos dois autores mais velhos, a programao em linguagens de
alto nvel tinha como ferramenta bsica de trabalho o Fortran. Atualmente,
programas extremamente amigveis dedicados soluo de problemas matemticos
e numricos esto disponveis, como MATLAB, Mathcad, Maple, Mathematica;
tambm h aplicativos de escritrio, como o Microsoft Office Excel. Nos apndices
deste livro, so apresentadas algumas implementaes em MATLAB.
Reconhece-se aqui o dbito de gratido com professores, livros e alunos, em
particular os livros de Crandall e Chapra.
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Sobre a notao
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Contedo
Prefcio............................................................................................................. 9
Sobre a notao................................................................................................. 11
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Contedo
84
Diferenas finitas.............................................................................. 88
Mtodo de Newmark....................................................................... 89
Mtodos de Runge-Kutta................................................................. 91
Aplicaes em engenharias e cincias............................................... 92
7.4.1 Movimento de um sistema mecnico linear.......................... 92
7.4.2 Meteorologia: o sistema de Lorenz....................................... 96
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Captulo
Modelagem conceitual,
matemtica e numrica
em engenharia
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nos quais leis bem definidas aplicadas sobre as variveis de entrada levam ao valor das variveis de sada. Outros so probabilsticos ou estocsticos, nos quais
essas leis no existem, sendo possvel encontrar apenas valores de resposta dentro
de certas faixas e com certa probabilidade. Alguns so modelos simplesmente
descritivos, enquanto outros so modelos de deciso; alguns so usados para fazer clculos, ao passo que outros so usados para investigar ou prever propsitos.
O desafio em modelagem matemtica no produzir o modelo descritivo mais
abrangente, mas, sim, produzir o modelo mais simples possvel que incorpore as
principais caractersticas do fenmeno de interesse. No h melhor modelo, apenas
modelos melhores. Cientistas experimentais ocupam-se de desmontar o mundo real
e estudar pequenos componentes. Desde que o mundo real no linear, a montagem
dos componentes juntos torna-se um quebra-cabea. A combinao de cincia e
modelagem leva-nos a uma completa compreenso do fenmeno estudado.
O processo de modelagem matemtica pode ser dividido em trs etapas
principais:
deve-se ter uma ideia clara dos vrios tipos de leis que regem o problema;
para idealizar ou simplificar o problema, deve-se introduzir certos pressupostos e converter o problema em equaes matemticas;
para resolver as equaes matemticas e interpretar os resultados, necessrio conhecimento das ferramentas analticas, numricas e experimentais.
Comea-se com um modelo simples que, depois, refinado gradualmente,
avaliando-se pressupostos e simplificaes efetuados, para que os resultados correspondam a uma situao do mundo real. Se a soluo no for aceitvel nem
vivel, mergulha-se novamente no oceano matemtico para realizar as modificaes
no modelo e o procedimento de soluo de forma mais rigorosa. Deve-se repetir
o procedimento at que uma soluo satisfatria seja obtida.
A tcnica usual de construo de modelos matemticos pode ser sumarizada
como na Figura 1.1.
extremamente difcil classificar os modelos matemticos de um sistema em
estudo. Existem dois tipos de classificao de modelos matemticos de acordo
com a maneira como as propriedades fsicas do sistema fsico so descritas. Esses
tipos podem ser discretos ou contnuos. Os discretos so descritos por equaes
algbricas ou diferenciais ordinrias (EDO), lineares ou no; os contnuos so
descritos por equaes a derivadas parciais (EDP), lineares ou no, ou equaes
integrais que so funes das coordenadas e do tempo (EI). Sabe-se que as equaes bsicas podem ser do tipo esttico, quando as variaes no tempo do sistema
no so levadas em conta, ou do tipo dinmico, quando as variaes no tempo do
sistema so levadas em conta.
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Enunciado no
matemtico de um
problema real
Idealizao
mediante
suposies
Modelo matemtico
Tcnicas
matemticas
Resultado de um
modelo matemtico
Resultados experimentais
ou observados do problema
real suposto
FIM
Se satisfatrio
Comparao
dos resultados
Reexaminar os
resultados
experimentais ou
observados
Se no satisfatrio
Fazer idealizaes
adicionais
X n +1 = 2 X n ,
n = 0, 1,..
(1.1)
Os exemplos de modelos discretos dados por uma equao diferencial ordinria so osciladores amortecidos, no forados; portanto, a equao independente do tempo explicitamente.
d 2x
dx
= kx b
.
2
dt
dt
(1.2)
+ bx + a (e x 1) = 0.
x
(1.3)
+ a x + w 02 x + bx 3 = f sin w t.
x
(1.4)
a (1 x 2 )x + w 02 x = f sin w t.
x
(1.5)
+ ( + p(t))x = 0,
x
(1.6)
(1.7)
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20
(1.8)
y 2 = (1 y12 )y 2 y1
No caso contnuo, tem-se a expresso:
F = f (p (x, y, z, t))
(1.10)
onde F o parmetro previsto; p o argumento generalizado; x, y, z so as coordenadas espaciais; e t o tempo. Quando o parmetro p e, portanto, F, dependem
das coordenadas espaciais e do tempo, os modelos so chamados dependentes do
tempo, no autnomos ou dinmicos. Quando o parmetro p e, portanto, F, so
independentes do tempo t, os modelos so chamados estacionrios, autnomos
ou estticos. Eles podem ser representados pela relao F = f(p(x, y, z)).
Como exposto, os modelos matemticos tambm podem ser classificados
como determinsticos quando o argumento generalizado p na Equao (1.10) puder ser definido por um valor do parmetro previsto F.
Entretanto, se as medidas incluem alguma componente estatstica, como mdia, disperso e desvio padro, um modelo estocstico. O valor previsto, nesse
caso, apresenta-se por um espectro de valores possveis (como na ao de ventos
ou sismos em estruturas). Os modelos que incluem aleatoriedade so chamados
estocsticos.
Ressalta-se que o material discutido aqui serve como ponto de partida para
discusses mais amplas.
Os resultados obtidos por meio de modelos matemticos so sempre diferentes
daqueles que seriam obtidos por cuidadosos ensaios experimentais. Dessa forma,
claro que no existe um nico modelo matemtico para o problema real, mas
sim vrios, cada um com diferentes graus de aproximao e de validade.
Nos estgios iniciais de uma anlise de engenharia ou fsica, por exemplo,
procura-se comear com um modelo matemtico mais simples, com o objetivo de
adquirir um bom conhecimento do problema sem esforo excessivo. Entretanto,
medida que so necessrios modelos matemticos com menos limitao, preciso
acrescentar novos aspectos do problema real que podem resultar na elaborao de
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E=
E
Eatual Eanterior
Eanterior
ou E = atual
Eanterior
Eatual
(1.11)
A propagao de erros pode ser facilmente detectada nas operaes aritmticas bsicas, e esses conceitos podem ser estendidos tambm para outras operaes, tais como potenciao, exponenciao e extrao de logaritmos, usando a
metodologia exposta a seguir.
Se x erro em X e h erro em Y, isto :
xv = xa + x
(1.12)
yv = ya + h
(1.13)
Re l[ x a + y b ] = x + h = Re l[ x a ] + Re l[y a ]
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(1.14)
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23
x v .y v x a y a = x v .h + y v .x + x.h
(1.15)
obtm-se:
Re l[ x v .y v x a y a ] =
x v .y v x a y a
= Re l[ x a ] + Re l[y a ] Re l[ x a ].Re l[y a ] (1.16)
xv yv
xv xa
Re l[ x a ] Re l[y a ]
]=
yv ya
1 Re l[y a ]
(1.17)
Soluo:
7x1 + 10x2 = 1
x1 = 0
x2 = 0,1
5x 1 + 7 x 2 = 0, 69 Soluo:
x 1 = 0,17
7 x 1 + 10x 2 = 1, 01
x = 0, 22
2
V-se que uma pequena mudana nos coeficientes do lado direito do sistema
levou a grandes mudanas no resultado. Do ponto de vista prtico, deve-se introduzir uma medida de estabilidade (nmero de condio), que a medida de sensibilidade da soluo para pequenas mudanas na amostra.
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No caso particular em que se considera que uma funo de uma varivel f(xv)
uma aproximao por f(xa), pelo teorema do valor mdio, tem-se:
f (x v ) f (x a )
df (x a )
.(x v x a ) + ...
dx
(1.18)
E[ f ( x )] =
f (x v ) f (x a ) f (x )(x v x a )
f (x a )
f (x a )
Usando-se a definio E[ x] =
condio, definido por:
K(x) = x a
f (x a )
f (x a )
(1.19)
xv xa
e introduzindo-se K como o nmero de
xa
(1.20)
obtm-se:
E[ f ( x )] = [ x a
f (x a ) x x a
] (
) = K(x) E[ x]
f (x a )
x
(1.21)
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aproximar outros. Portanto, h a necessidade da deciso sobre a ordem de grandeza de diferentes elementos do sistema.
A seguir, ilustra-se o processo de adimensionalizao por meio de um exemplo da teoria de vibraes.
Considere-se o modelo matemtico de um problema de vibrao com um
grau de liberdade, definido pela Figura 1.2. A varivel u o deslocamento e a
varivel t o tempo. Obtm-se a equao de movimento, com as condies iniciais de posio e velocidade, de acordo com a segunda lei de Newton:
u(0) = u0
du(0)
dt = 0
d 2u
du
m 2 +m
+ ku = 0,
dt
dt
(1.22)
u(t)
k
m
t* = w 0t
u* =
u
k
; w 02 =
u0
m
du d
du *
dt *
d
= w 0 u0
= [ u0 u *] = (u0 u*)
dt dt
dt *
dt
dt
du *
d
du * dt *
d 2u *
d 2 u d du d
2
w
w
=
w
=
=
=
u
u
u
0 0
0 0
0 0
dt * dt *
dt * dt
dt *2
dt 2 dt dt dt
obtm-se:
d 2u *
du *
+ m*
+ u* = 0
2
dt *
dt *
;
m
m* =
mw 0
u *(0) =
u(0) u0
=
=1
u0
u0
du *(0) du(0)
=
=0
dt
dt
(1.23)
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Ao adicionar-se uma componente no linear na expresso da fora restauradora, por exemplo, da seguinte forma f Mola = ku + k2 u 2, obtm-se:
d 2u *
du *
+ m*
+ u * + e u *3 = 0
dt *2
dt *
e=
k2
u0
k
(1.24)
onde e a razo das rigidezes no linear e linear. Note que se e for zero, obtm-se
a Equao (1.22).
dx
Figura 1.3
O modelo conceitual adotado como o apresentado na Figura 1.3. A estrutura , na realidade, um slido tridimensional de medidas variveis e materiais
no homogneos e no istropos. Admite-se que possa ser representado por trs
elementos lineares retos, chamados barras, de seo constante e material homogneo e istropo, aos quais se atribui os nomes de colunas quando so verticais e
de viga quando so horizontais. Essas caractersticas geomtricas e materiais so
consideradas invariantes no tempo. Alm disso, assume-se que a estrutura e seus
carregamentos estejam contidos em um plano. As condies de contorno geom-
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tricas nas bases das colunas so de total imobilidade. Finalmente, nesse exemplo,
os deslocamentos dos pontos dessa estrutura no tempo so admitidos pequenos,
de forma que o equilbrio possa ser escrito na posio original, no deslocada, da
estrutura. No se levou em conta dissipao de energia.
O modelo matemtico adotado como o apresentado a seguir. A ordenada
x define a posio ao longo do eixo do elemento de uma seo genrica de uma
dessas barras; u(x,t) e v(x,t) so os deslocamentos dos pontos dessa seo nas direes paralela e transversal ao eixo, respectivamente.
Considere-se o segmento de barra de comprimento infinitesimal dx, mostrado nas Figuras 1.4 e 1.5. Segundo as leis da mecnica clssica, escreve-se as equaes de equilbrio dinmico desse pequeno volume deste modo:
EI
4v
2v
p
r
A
+
=
y
x 4
t 2
(1.25)
2u
2u
+
p
=
r
A
x
x 2
t 2
(1.26)
EA
onde A e I so a rea e o momento de inrcia da seo da barra; E e r so o mdulo de elasticidade e densidade do material; p(x,t) um carregamento externo
distribudo ao longo da barra que, no caso geral, varivel no espao e no tempo
e tem componentes nas direes paralela e transversal ao eixo da barra.
dv
X
x
dx
u
dx + du
Figura 1.4
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M + dM
Q
Q + dQ
M
N
Figura 1.5
(1.27)
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