Apostila Fontes Chaveadas Pomilio
Apostila Fontes Chaveadas Pomilio
Apostila Fontes Chaveadas Pomilio
Fontes Chaveadas
Apresentao
Este texto foi elaborado em funo da disciplina "Fontes Chaveadas", ministrada nos cursos
de ps-graduao em Engenharia Eltrica na Faculdade de Engenharia Eltrica e de
Computao da Universidade Estadual de Campinas. Este um material que deve sofrer
constantes atualizaes, em funo da constante evoluo tecnolgica na rea da Eletrnica de
Potncia, alm do que o prprio texto pode ainda conter erros, para os quais pedimos a
colaborao dos estudantes e profissionais que eventualmente fizerem uso do mesmo, no
sentido de enviarem ao autor uma comunicao sobre as falhas detectadas. Os resultados
experimentais includos no texto referem-se a trabalhos executados pelo autor, juntamente
com estudantes e outros pesquisadores, gerando publicaes em congressos e revistas,
conforme indicado nas referncias bibliogrficas.
ii
Contedo
1.
Topologias bsicas de conversores no isolados
Princpios de operao de conversores comutados. Conversores buck, boost, buck-boost, Cuk,
SEPIC e zeta.
2.
Topologias bsicas de conversores com isolao
Caracterizao de elementos magnticos. Conversor Fly-back, Conversor forward,
conversores Cuk, SEPIC e zeta; Conversores push-pull e ponte.
3.
Tcnicas de modulao para fontes chaveadas
Modulao por largura de pulso, modulao em freqncia, modulao por histerese,
controles one-cycle, charge control e delta.
4.
Conversores ressonantes
Princpios de comutao suave. Conversores srie e paralelo ressonantes. Regies de
comutao suave.
5.
Conversores com outras tcnicas de comutao suave
Conversores quase-ressonantes. Conversores com circuitos auxiliares comutao.
6.
Componentes passivos
Caractersticas no ideais de capacitores e de elementos magnticos, especialmente em termos
de comportamento com a freqncia.
7.
Modelagem de fontes chaveadas: mtodo de inspeo
Anlise de estabilidade atravs de diagramas de Bode. Obteno de funo de transferncia de
circuitos comutados. Anlise das caractersticas dinmicas dos conversores bsicos.
8.
Modelagem de fontes chaveadas: mtodo de variveis de estado
Mtodo analtico para obteno de funo de transferncia de conversores estticos utilizando
modelagem no espao de estado.
9.
Modelagem da chave PWM
Modelagem de conversores utilizando o mtodo da chave PWM, adequado para uso em
simuladores de circuitos eltricos.
10.
Projeto de sistema de controle linear para fontes chaveadas
Uso do mtodo do fator k para proejto de controladores lineares para conversores comutados.
11.
Circuitos integrados dedicados
Uma viso de circuitos integrados dedicados ao controle de fontes chaveadas, explorando
diferentes tipos de aplicaes.
12.
Caracterizao de fontes chaveadas
Uma viso geral de testes e caractersticas que devem apresentar estes circuitos,
especialmente em relao a normas de IEM.
13.
Componentes semicondutores rpidos de potncia
Diodos de juno e Schottky, MOSFET e IGBT.
iii
Prefcio
A tecnologia de fontes chaveadas no recente. Fontes de alta tenso baseadas no
conversor fly-back, por exemplo, esto presentes em aparelhos de TV h muitas dcadas. As
grandes alteraes tecnolgicas ocorridas nos ltimos 20 ou 30 anos, no entanto, esto
relacionadas com o surgimento de componentes semicondutores de potncia capazes de
comutar em alta freqncia (entendido como acima de 20 kHz, de modo a no ser audvel
pelo ser humano), com baixas perdas.
Principalmente devido criao do transistor MOSFET, ao qual se seguiu o IGBT,
ambos com desempenho muito superior ao transistor bipolar em aplicaes de chaveamento
rpido, toda uma nova rea de desenvolvimento tecnolgico pode se estabelecer.
A crescente demanda por fontes de alimentao compactas, de alto rendimento (baixas
perdas) e rpida resposta dinmica a transitrios de carga, decorrente da ampliao de cargas
eletro-eletrnicas a serem alimentadas em tenso CC, exigiu solues que transcendiam as
fontes convencionais baseadas em retificadores (controlados ou no), seguidos por filtros
passivos e reguladores srie.
Em potncias mais elevadas (o que pode significar alguns watts), a perda de potncia
em um regulador srie pode ser proibitiva. O uso de transistores como chave permite
minimizar as perdas de potncia, desde que as transies dos estados ligado e desligado sejam
muito rpidas (minimizando o intervalo no qual o componente atravessa sua regio ativa).
Com isso minimiza-se a necessidade de dispositivos de dissipao do calor gerado no
semicondutor.
Mas ao operar como chave, estes circuitos exigem filtros passa-baixas que sejam
capazes de recuperar uma tenso CC adequada aos circuitos de carga. Tais filtros utilizam
indutores e capacitores. A minimizao destes elementos requer que a freqncia de
comutao seja a mais elevada possvel, de modo que valores aceitveis de ripple sejam
obtidos com baixas indutncias e capacitncias.
A elevao da freqncia, no entanto, fica restrita pelas perdas devidas s comutaes.
dos componentes semicondutores.
Alm disso, os elevados valores de di/dt e dv/dt (taxas de variao de corrente e de
tenso, respectivamente) so importantes fontes de interferncia eletromagntica (IEM), as
quais devem ser devidamente minimizadas para evitar mau-funcionamento do circuito e
interferncia em outros dispositivos alimentados pela mesma fonte (interferncia conduzida)
ou que esteja nas proximidades (interferncia irradiada).
Apesar das muitas solues tecnolgicas j obtidas, continuam a surgir novos desafios,
como a alimentao em tenses cada vez mais baixas dos circuitos digitais, com implicaes
sobres os valores mnimos de queda de tenso direta dos componentes, ou ainda os circuitos
de eletrnica embarcada em automveis, e tantas outras aplicaes em aparelhos de
tecnologia da informao e de uso mdico.
O texto que se segue procura dar a seus leitores informaes necessrias para o
entendimento do funcionamento das principais topologias de fontes chaveadas, de seu
controle e do comportamento dos componentes ativos e passivos nestas utilizados. Trata-se de
um texto em constante aprimoramento, para o que sempre solicitamos a colaborao dos
leitores.
iv
J. A. Pomilio
Princpios bsicos
io
iD
+
Ro
Vo
D
Io
1-1
J. A. Pomilio
Se a corrente pelo indutor no vai a zero durante a conduo do diodo, diz-se que o
circuito opera no modo contnuo. Caso contrrio tem-se o modo descontnuo. Via de regra
prefere-se operar no modo contnuo devido a haver, neste caso, uma relao bem determinada
entre a largura de pulso e a tenso mdia de sada. A figura 1.2 mostra as formas de onda tpicas
de ambos os modos de operao.
Conduo contnua
Conduo descontnua
tT
Io
tT
i
t2
tx
o Io
T
E
E
Vo
Vo
0
Figura 1.2 Formas de onda tpicas nos modos de conduo contnua e descontnua
1.2.1 Modo de conduo contnua (MCC)
A obteno da relao entrada/sada pode ser feita a partir do comportamento do elemento
que transfere energia da entrada para a sada. Sabe-se que a tenso mdia sobre uma indutncia
ideal, em regime, nula,como mostrado na figura 1.3.
A1 = A 2
V1 t 1 = V2 ( t 1)
(1.1)
vL
V1
A1
t1
A2
V2
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1-2
J. A. Pomilio
Vo t T
=
E
1.2.2
i o (E Vo) t T (E Vo)
=
=
2
2L
2L
(1.3)
(1.4)
Vo
=
t
E
1 x
(1.5)
i o max
2
i o max =
(E Vo) t T
L
(1.6)
(1.7)
Vo Ii i o max ( E Vo) 2
=
=
=
E
Io
2 Io
2 Io L
(1.8)
2 L Ii
Vo
= 1
E
E 2
(1.9)
E
Vo =
2 L Io
1+
E 2
Vo
E 2
==>
=
E
2 L Io + E 2
(1.10)
L Io
E
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(1.11)
1-3
J. A. Pomilio
(1.12)
1 1 8 K
2
(1.13)
Cond. descontnua
0.75
K=.01
Vo/E
K=.1
K=.05
0.5
0.25
Cond. contnua
0
0.2
0.4
0.6
0.8
Figura 1.4 Caracterstica de controle do conversor abaixador de tenso nos modos contnuo e
descontnuo.
1
Cond. contnua
=0,8
0.8
=0,6
0.6
Vo/E
Cond. descontnua
0.4
=0,2
0.2
0
=0,4
Io
E.
8L
Figura 1.5 Caracterstica de sada do conversor abaixador de tenso nos modos contnuo e
descontnuo.
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1-4
1.2.3
J. A. Pomilio
Dimensionamento de L e de C
Da condio limite entre o modo contnuo e o descontnuo (I=2.Iomin) , tem-se:
I o min =
( E Vo)
2L
(1.14)
E (1 )
2 Io min
(1.15)
Quanto ao capacitor de sada, ele pode ser definido a partir da variao da tenso
admitida, lembrando-se que enquanto a corrente pelo indutor for maior que Io (corrente na carga,
suposta constante) o capacitor se carrega e, quando for menor, o capacitor se descarrega, levando
a uma variao de tenso Vo.
Q =
1 t T t T I I
+
2 2
2 2
8
Io
(1.16)
tT
A variao da corrente :
Io =
(E Vo) t T E (1 )
=
L
L
(1.17)
Q 2 E (1 )
=
8 L Co
Co
(1.18)
Logo,
Vo (1 ) 2
Co =
8 L Vo
1.3
(1.19)
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1-5
io
ii
iT
J. A. Pomilio
+
Ro
vT Co
Vo
E t T (Vo E)( t T )
=
L
L
(1.20)
Vo =
E
1
(1.21)
Embora, teoricamente, quando o ciclo de trabalho tende unidade a tenso de sada tenda
para infinito, na prtica, os elementos parasitas e no ideais do circuito (como as resistncias do
indutor e da fonte) impedem o crescimento da tenso acima de um certo limite, no qual as perdas
nestes elementos resistivos se tornam maiores do que a energia transferida pelo indutor para a
sada.
Conduo contnua
Conduo descontnua
tT
Ii
tT
ii
t2 tx
Ii
Io i D
Io
iT
Vo
E
0
Vo
T
0
Figura 1.7 Formas de onda tpicas de conversor boost com entrada CC
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1-6
1.3.2
J. A. Pomilio
Vo = E
1 tx
(1.22)
1 tx
E2 2
2 L Io
(1.23)
(1.24)
1 1 8 K
2
(1.25)
K=.01
40
30
Vo/E
cond. descontnua
K=.02
20
K=.05
10
0
0.2
0.4
0.6
0.8
Figura 1.8 Caracterstica esttica do conversor elevador de tenso nos modos de conduo
contnua e descontnua, para diferentes valores de K.
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1-7
J. A. Pomilio
10
cond. contnua
Vo/E
4
=.8
cond.
descontnua
=.6
=.4
=.2
0.04
0.08
Io
0.12
0.16
0.2
E.
8.L
Ii E t T Vo (1 )
=
=
2
2L
2L
(1.26)
Io =
Ii ( t T ) E (1 )
=
2
2L
(1.27)
L min =
E (1 )
2 Io(min)
(1.28)
Io(max)
Vo
1.4
(1.29)
Neste conversor, a tenso de sada tem polaridade oposta da tenso de entrada. A figura
1.10 mostra o circuito.
Quando T ligado, transfere-se energia da fonte para o indutor. O diodo no conduz e o
capacitor alimenta a carga. Quando T desliga, a continuidade da corrente do indutor se faz pela
conduo do diodo. A energia armazenada em L entregue ao capacitor e carga.
Tanto a corrente de entrada quanto a de sada so descontnuas. A tenso a ser suportada
pelo diodo e pelo transistor a soma das tenses de entrada e de sada, Vo+E. A figura 1.11
mostra as formas de onda nos modos de conduo contnua e descontnua (no indutor).
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1-8
vT
iT
iD
J. A. Pomilio
Co
iL
Ro Vo
+
(1.30)
E
1
(1.31)
Conduo contnua
Conduo descontnua
tT
tT
t2 tx
iL
Io i D
Io
iT
E+Vo
vT
E+Vo
E
0
(a)
(b)
Figura 1.11 Formas de onda do conversor abaixador-elevador de tenso operando em conduo
contnua (a) e descontnua (b).
1.4.2
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1-9
Vo =
E
1 tx
J. A. Pomilio
(1.32)
E tT
L
(1.33)
Ii max t T
2
(1.34)
Io Vo
E
(1.35)
(1.36)
E2 2
2L
(1.37)
(1.38)
1 1 8 K
2
(1.39)
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1-10
J. A. Pomilio
50
K=.01
40
cond. descontnua
30
Vo/E
20
K=.02
10
K=.05
0.2
0.4
0.6
0.8
cond. contnua
Vo/E
=.8
cond.
descontnua
0
0.04
=.6
=.4
=.2
0.08
Io
0.12
0.16
0.2
E.
8.L
1.4.3 Clculo de L e de C
O limiar entre as situaes de conduo contnua e descontnua dado por:
I L ( t T ) Vo ( t T ) (1 ) Vo (1 ) 2
Io =
=
=
2
2L
2L
L min =
E (1 )
2 Io(min)
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(1.40)
(1.41)
1-11
J. A. Pomilio
Io(max)
Vo
1.5
Conversor Cuk
(1.42)
L2
C1
Ro
Co
Vo
+
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1-12
i L1
Conduo contnua
J. A. Pomilio
Conduo descontnua
i L1
I1
Ix
i L2
i L2
I2
vC1
-Ix
t2
tT
V1
tx
tT
(1.43)
I L1 E = I L2 Vo
Vo =
E
1
(1.44)
2
Vo
=
E
2 Ke
(1.45)
L e Io
E
Le =
L1 L 2
L1 + L 2
1 1 8 Ke
2
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1-13
J. A. Pomilio
1.5.1
Dimensionamento de C1
C1 deve ser tal que no se descarregue totalmente durante a conduo de T. Considerando
iL1 e iL2 constantes, a variao da tenso linear. A figura 1.16 mostra a tenso no capacitor numa
situao crtica (ripple de 100%). Caso se deseje uma ondulao de tenso de 10%, basta utilizar
um capacitor 10 vezes maior do que o dado pela equao 1.48.
v
C1
2V
C1
tT
C1
(1.46)
Na condio limite:
Io = I L2 = C1
C1 min =
2 (E + Vo)
tT
(1.47)
Io(max) (1 )
2E
(1.48)
1.5.2
Dimensionamento de L1
Considerando C1 grande o suficiente para que sua variao de tenso seja desprezvel, L1
deve ser tal que no permita que iL1 se anule. A figura 1.17 mostra a corrente por L1 numa
situao crtica.
E=
L 1 I L1 max
tT
Ii = I L1 =
(1.49)
I L1 max
2
(1.50)
E+Vo
+
L1
L1
L1max
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1-14
J. A. Pomilio
Quando T conduz:
L1 =
E tT
2 Ii
L 1 min =
(1.51)
E
2 Io(min)
(1.52)
1.5.3 Clculo de L2
Analogamente anlise anterior, obtm-se para L2:
L 2 min =
E
2 Io(min)
(1.53)
1.5.4
E 2
8 L 2 Vo
1.6
Conversor SEPIC
(1.54)
+ E i L1
L1
C1
i L2
L2
Co
Vo
Ro
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1-15
1.7
J. A. Pomilio
Conversor Zeta
O conversor Zeta, cuja topologia est mostrada na figura 1.19, tambm possui uma
caracterstica abaixadora-elevadora de tenso. Na verdade, a diferena entre este conversor, o
Cuk e o SEPIC apenas a posio relativa dos componentes.
Aqui a corrente de entrada descontnua e a de sada continua. A transferncia de
energia se faz via capacitor. A operao no modo descontnuo tambm se caracteriza pela
inverso do sentido da corrente por uma das indutncias. A posio do interruptor permite uma
natural proteo contra sobre-correntes. A tenso a ser suportada pelo transistor e pelo diodo
igual a Vo+E.
i L2
- Vo +
T
L2
C1
+
E
L1
i L1
Co
Vo
Ro
Pelas funes indicadas anteriormente, tanto para o conversor elevador de tenso quanto
para o abaixador-elevador (e para o Cuk, SEPIC e Zeta), quando o ciclo de trabalho tende
unidade, a tenso de sada tende a infinito. Nos circuitos reais, no entanto, isto no ocorre, uma
vez que as componentes resistivas presentes nos componentes, especialmente nas chaves, na
fonte de entrada e nos indutores, produzem perdas. Tais perdas, medida que aumenta a tenso
de sada e, conseqentemente, a corrente, tornam-se mais elevadas, reduzindo a eficincia do
conversor. As curvas de Vo x se alteram e passam a apresentar um ponto de mximo, o qual
depende das perdas do circuito.
A figura 1.20 mostra a curva da tenso de sada normalizada em funo da largura do
pulso para o conversor elevador de tenso.
Se considerarmos as perdas relativas ao indutor e fonte de entrada, podemos redesenhar
o circuito como mostrado na figura 1.21.
Para tal circuito, a tenso disponvel para alimentao do conversor se torna (E-Vr),
podendo-se prosseguir a anlise a partir desta nova tenso de entrada. A hiptese que a
ondulao da corrente pelo indutor desprezvel, de modo a se poder supor Vr constante.
O objetivo obter uma nova expresso para Vo, em funo apenas do ciclo de trabalho e
das resistncias de carga e de entrada. O resultado est mostrado na figura 1.22.
E Vr
1
(1.55)
Vr = R L Ii
Vo = Ro Io
(1.56)
Io = Ii (1 )
(1.57)
Vo =
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1-16
R L Io
R L Vo
=
1
(1 ) Ro
Vr =
E
Vo =
Vo
=
E
J. A. Pomilio
(1.58)
R L Vo
R L Vo
E
(1 ) Ro
=
1
1 Ro (1 ) 2
(1.59)
(1.60)
R
(1 ) + L
Ro
2
40
Vo( d )
20
0.2
0.4
0.6
0.8
Io
E-Vr
Co
Ro
+
Vo
Vo( d )
2
0.2
0.4
0.6
0.8
1-17
1.9
J. A. Pomilio
Exerccios
C1
A
B
L1
L2
I1
I2
Io
C
b) Determine as seguintes grandezas: Tenso de sada; potncia de entrada; correntes mdias nos
indutores L1 e L2. Suponha o capacitor de sada grande o suficiente para que Vo seja
praticamente constante.
4. Para o conversor cc-cc mostrado no circuito ao lado,
a) identifique, por inspeo, a polaridade da tenso de sada e a
tenso mdia que h sobre o capacitor C1.
b) Determine a caracterstica esttica entre a tenso de sada e a
tenso de entrada, supondo funcionamento no MCC, em
funo do ciclo de trabalho. Indique as suposies necessrias.
Comente sobre as eventuais restries sobre o ciclo de
trabalho para que seja possvel o funcionamento desta
topologia.
E
c) Considere os seguintes dados: E=10V, =0,75, Ro=10.
Determine as seguintes grandezas: Tenso de sada; potncia
de entrada; correntes mdias de entrada (na fonte), de sada (no
diodo), em L1 e em L2. Suponha o capacitor de sada grande o
suficiente para que Vo seja praticamente constante.
Ro
Vo
L1
D
C1
S
L2
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1-18
J. A. Pomilio
6. O circuito abaixo representa uma fonte chaveada do tipo abaixadora de tenso. O transistor
comandado por um pulso quadrado com largura 50%, em 25 kHz. Deseja-se obter 10 V na sada,
com um ripple de tenso de 1%. A corrente nominal de sada de 5 A. Os pulsos de comando do
transistor devem variar entre 0 e 10V, com tempos de subida e de descida de 100ns.
a) Calcule a mnima indutncia para operar no MCC com uma corrente de sada de 1 A.
b) Calcule o capacitor de filtro para o ripple de tenso indicado.
c) Simule o circuito, pelo menos por 5ms, partindo de condies iniciais nulas tanto no
indutor quanto no capacitor, e verifique se os valores tericos correspondem aos simulados.
Explique eventuais discrepncias.
d) Calcule o valor da tenso de sada, caso se opere no MCD com corrente mdia de sada de
0,5 A.
e) Simule o circuito no MCD, partindo de condies iniciais nulas tanto no indutor quanto no
capacitor, e verifique se os valores tericos correspondem aos simulados. Explique
eventuais discrepncias.
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1-19
J. A. Pomilio
arco
e
E
L
R
I
L
E
R
t
Figura 2.1 Processo de interrupo de corrente (fluxo magntico).
Quando se analisa um circuito eltrico, resulta da lei de Faraday a equao do indutor:
di
vL = L . No entanto, a grandeza fsica que no admite descontinuidade o fluxo magntico e
dt
no a corrente. Em um indutor simples, fluxo e corrente so associados pela indutncia
( = L i ).
Alguns dispositivos magnticos, no entanto, podem dispor de mais de um enrolamento
pelo qual possvel circular corrente e, desta forma, contribuir para a continuidade do fluxo
magntico.
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2-1
J. A. Pomilio
Xi
Vi
ii
e1
e2
Vs
N1 N2
Figura 2.2 Princpio de funcionamento de transformador: secundrio em aberto.
Com o secundrio aberto, pelo primrio circular apenas uma pequena corrente, chamada
de corrente de magnetizao. Todas as tenses e correntes so supostas senoidais. O valor eficaz
da tenso aplicada no primrio, e1, menor do que a tenso de entrada Vi. A corrente de
magnetizao produz um fluxo de magnetizao no ncleo, m.
ii =
Vi e1
Xi
(2.1)
N2
N1
(2.2)
e2 = e1
Quando se conecta uma carga no secundrio, inicia-se uma circulao de corrente por tal
enrolamento. A corrente do secundrio produz um fluxo magntico que se ope ao fluxo criado
pela corrente de magnetizao. Isto leva a uma reduo do fluxo no ncleo. Pela lei de Faraday,
ocorre uma reduo na tenso e1. Conseqentemente, de acordo com (2.1), h um aumento na
corrente de entrada, ii, de modo que se re-equilibre o fluxo de magnetizao. Este comportamento
est ilustrado na figura 2.3.
Xi
Vi
ii
is
e1
e2
Rs
N1 N2
Figura 2.3 Princpio de funcionamento de transformador: secundrio com carga.
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2-2
J. A. Pomilio
Verifica-se assim o processo que leva reflexo da corrente da carga para o lado do
primrio, o qual se deve manuteno do fluxo de magnetizao do ncleo do transformador.
Um dispositivo magntico comporta-se como um transformador quando existirem, ao
mesmo tempo, correntes em mais de um enrolamento, de maneira que o fluxo de magnetizao
seja essencialmente constante.
2.1.2
L1
e2
Co
Vo
N1 N2
Figura 2.4 Conversor fly-back
A tenso de sada, no modo de conduo contnua, dada por:
Vo =
N2 E
N1 (1 )
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(2.3)
2-3
J. A. Pomilio
2.3
Conversor Cuk
Neste circuito a isolao se faz pela introduo de um transformador no circuito.
Utilizam-se 2 capacitores para a transferncia da energia da entrada para a sada. A figura 2.5
mostra o circuito. A tenso sobre o capacitor C1 a prpria tenso de entrada, enquanto sobre C2
tem-se a tenso de sada.
N1
L1
E
N2
C1
T
L2
C2
V1
V2
Co
Vo
N2 E
N1 (1 )
(2.4)
O balano de carga deve se verificar para C1 e C2. Com N1=N2, C1=C2, tendo o dobro
do valor obtido pelo mtodo de clculo indicado anteriormente no circuito sem isolao. Para
outras relaes de transformao deve-se obedecer a N1.C1=N2.C2, ou V1.C1=V2.C2.
Note que quando T conduz a tenso em N1 VC1=E (em N2 tem-se VC1.N2/N1). Quando
D conduz, a tenso em N2 VC2=Vo (em N1 tem-se VC2.N1/N2). A corrente pelos enrolamentos
no possui nvel contnuo e o dispositivo comporta-se, efetivamente, como um transformador.
2.4
D1
D2
E
+
D3
Co
Vo
.
N1 N2 N3
Figura 2.6 Conversor forward
Para garantir a desmagnetizao do ncleo a cada ciclo, o conversor opera sempre no
modo descontnuo.
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2-4
J. A. Pomilio
0 t tT
VN1 =
T
E
D2
N1
E N1
N2
.
.
t T t t2
(2.5)
VN1
E
A1
t2
tT
N2
A2
E.N1/N2
A1=A2
..
E
Conversor push-pull
O conversor push-pull , na verdade, um arranjo de 2 conversores forward, trabalhando
em contra-fase, conforme mostrado na figura 2.9.
Quando T1 conduz (considerando as polaridades dos enrolamentos), nos secundrios
aparecem tenses como as indicadas na figura 2.10. D2 conduz simultaneamente, mantendo nulo
o fluxo no transformador (desconsiderando a magnetizao).
Note que no intervalo entre as condues dos transistores, os diodos D1 e D2 conduzem
simultaneamente (no instante em que T1 desligado, o fluxo nulo garantido pela conduo de
ambos os diodos, cada um conduzindo metade da corrente), atuando como diodos de livrecirculao e curto-circuitando o secundrio do transformador.
A tenso de sada dada por:
Vo =
2 E
n
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(2.6)
2-5
Vce1
T1
V1=E
i c1
i D1
..
.. ..
T2
D1
io
Co
E/n
J. A. Pomilio
Ro
.
E/n
i c2
iD2 D2
Figura 2.9 Conversor push-pull.
O ciclo de trabalho deve ser menor que 0,5 de modo a evitar a conduo simultnea dos
transistores. n a relao de espiras do transformador.
Os transistores devem suportar uma tenso com o dobro do valor da tenso de entrada.
Outro problema deste circuito refere-se possibilidade de saturao do transformador caso a
conduo dos transistores no seja idntica (o que garante uma tenso mdia nula aplicada ao
primrio). A figura 2.10 mostra algumas formas de onda do conversor.
V1
2
-E
Ic1
+E
T1/D2
D1
Vce1
2E
E
io
Io
Conversor em meia-ponte
Uma alterao no circuito que permite contornar ambos inconvenientes do conversor
push-pull leva ao conversor com topologia em meia ponte, mostrado na figura 2.11. Neste caso
cria-se um ponto mdio na alimentao, por meio de um divisor capacitivo, o que faz com que os
transistores tenham que suportar 50% da tenso do caso anterior, embora a corrente seja o dobro.
O uso de um capacitor de desacoplamento garante uma tenso mdia nula no primrio do
transformador. Este capacitor deve ser escolhido de modo a evitar ressonncia com o indutor de
sada e, ainda, para que sobre ele no recaia uma tenso maior que alguns porcento da tenso de
alimentao (durante a conduo de cada transistor).
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2-6
E/2
T1
E/2
T2
..
.
.
.
.
..
J. A. Pomilio
Co
Vo
T1
T3
.
.
.
.
.
.
.
T2
T4
.
..
.
.
..
Co
+
Vo
.
.
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2-7
2.8
J. A. Pomilio
Exerccios
Simule o circuito abaixo com uma freqncia de chaveamento de 25kHz, largura de pulso de
50%. A relao de espiras do elemento magntico de 1:10. Analise os valores das
grandezas listadas abaixo e verifique se o resultado da simulao consistente com as
expectativas tericas. Em caso de discrepncia, procure justificar as diferenas.
a) Tenso de sada.
b) Ondulao da tenso de sada.
c) Tenso sobre o indutor L1.
d) Ondulao da corrente em L1 e em L2 (considere apenas os intervalos em que h corrente
no transistor e no diodo, respectivamente).
e) Tenso Vce do transistor.
f) Altere o acoplamento dos indutores para 0.95 e repita a simulao e as anlises anteriores,
justificando as eventuais alteraes de resultados.
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2-8
J. A. Pomilio
3.
Calcule os seguintes parmetros: L5, L1, L2, C1, , para o conversor forward abaixo.
Simule o circuito e verifique se os resultados so consistentes com a expectativa. Justifique
eventuais discrepncias.
O circuito opera no modo de conduo contnua.
Tenso de sada de 12V
Ripple da corrente de sada (em L5) igual a 4 A (pico a pico)
Ripple da tenso de sada de 1%.
Relao de espiras entre L1 e L3 N1=10.N3.
L2 deve ser tal que garanta a desmagnetizao total do ncleo durante a conduo de D3.
A freqncia de chaveamento de 20 kHz.
4. Utilizando o circuito do exerccio anterior, aumente a largura de pulso para 60% e refaa a
simulao. Discuta as alteraes nos resultados.
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2-9
J. A. Pomilio
L
D
vo
Vo
vo
E
Vo
Figura 3.1 Conversor abaixador de tenso e forma de onda da tenso aplicada ao filtro de sada.
3.1
vp
vs(t)
vo
vs(t)
vo
tT
vc
Vs Vo
t T vc
=
vp
3-1
J. A. Pomilio
A freqncia da portadora deve ser pelo menos 10 vezes maior do que a modulante, de
modo que seja relativamente fcil filtrar o valor mdio do sinal modulado (MLP), recuperando
uma tenso mdia que seja proporcional ao sinal de controle. Para tanto tambm necessrio que
a onda portadora tenha uma variao linear com o tempo (onda triangular).
Do ponto de vista do comportamento dinmico do sistema (que ser detalhadamente
analisado em captulos posteriores), a MLP comporta-se como um elemento linear quando se
analisa a resposta do sistema tomando por base os valores mdios da corrente e da tenso.
3.1.1 Espectro Harmnico de Sinal MLP
A figura 3.3 mostra formas de onda relativas modulao MLP de um sinal de referncia
que apresenta um nvel contnuo. A sada do comparador uma tenso com 2 nveis, na freqncia
da onda triangular. Na figura 3.4 tem-se o espectro desta onda MLP, onde se observa a presena de
uma componente contnua que reproduz o sinal modulante. As demais componentes aparecem nos
mltiplos da freqncia da portadora sendo, em princpio, relativamente fceis de filtrar dada sua
alta freqncia.
10V
0V
10V
0V
0s
0.2ms
0.4ms
0.6ms
0.8ms
1.0ms
6.0V
4.0V
2.0V
0V
0Hz
50KHz
100KHz
150KHz
200KHz
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3-2
3.2
J. A. Pomilio
Mudana
na tenso de entrada
mudana
na carga
Imax
Io
Imin
t
vo
E
0
t
Figura 3.5 Formas de onda de corrente e da tenso instantnea na entrada do filtro de sada (ver
figura 3.6).
A obteno de um sinal MLC pode ser conseguida com o uso de um comparador com
histerese, atuando a partir da realimentao do valor instantneo da corrente. Caso a varivel que
se deseja controlar seja a tenso de sada, a referncia de corrente dada pelo erro desta tenso
(atravs de um controlador tipo integral). A figura 3.6 ilustra este sistema de controle.
A freqncia de comutao varivel e depende dos parmetros do circuito. Existem
algumas tcnicas de estabilizao da freqncia, mas envolvem uma perda de preciso na
corrente ou exigem um processamento digital.
A necessidade de realimentao do valor instantneo da corrente torna o sistema sensvel
presena dos rudos de comutao presentes na corrente ou mesmo associados interferncia
eletromagntica. Normalmente preciso utilizar filtros na realimentao de corrente de modo a
evitar comutaes indesejadas.
Dado que a freqncia de comutao varivel, o dimensionamento do filtro de sada
deve ser feito para as condies de pior caso, ou seja, para o conjunto de parmetros que leve
menor freqncia de operao. Quando a freqncia for superior a este valor a ondulao da
tenso de sada se reduzir.
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3-3
J. A. Pomilio
+
vo
Vo
sensor
corrente
io
i*
comparador
com histerese
Realimentao da
tenso de sada
referncia de
v* tenso
integrador
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3-4
J. A. Pomilio
pode ser compensada medindo-se a tenso instantnea no diodo. Para que a tenso de conduo
do diodo seja devidamente considerada, o reset do integrador deve ser muito rpido e o
integrador deve atuar mesmo durante o intervalo em que o transistor est desligado.
clock
+
vo
Vo
vo
E
integrador
vi
Q
S
v*
Q
comparador
vi
+
fc
Ci
Rf
+
v*
clock
referncia
+
E
vo
Vo
vo
E
ii
integrador
vi
i*
Q Q
S
fc
comparador
vi
+
i*
Ci
Rf
+
Realimentao da
tenso de sada
clock
Referncia
de corrente
referncia de
v* tenso de sada
integrador
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3-5
J. A. Pomilio
Vo
vo
E
v*
clock
integrador
comparador
fc
vo
I
+
+
S&H
v*
referncia
Modulao em freqncia - MF
Neste caso opera-se a partir de um pulso de largura fixa, cuja taxa de repetio varivel.
A relao entre o sinal de controle e a tenso de sada , em geral, no-linear. Este tipo de
modulao utilizado, principalmente em conversores ressonantes. A figura 3.10 mostra um
pulso de largura fixa modulado em freqncia.
Um pulso modulado em freqncia pode ser obtido, por exemplo, pelo uso de um
monoestvel acionado por meio de um VCO, cuja freqncia seja determinada pelo sinal de
controle.
vo
Vo
0
t1
t2
t3
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3-6
3.5
J. A. Pomilio
6.0V
4.0V
2.0V
0V
0Hz
50KHz
100KHz
150KHz
200KHz
Referncias
K. M. Smedley and S. Cuk: One-Cycle Control of Switching Converters. Proc. of PESC 91,
pp. 888-896.
E. Santi and S. Cuk: Modeling of One-Cycle Controlled Switching Converters. Proc. of
INTELEC 92, Washington, D.C., USA, Oct. 1993.
W. Tang and F. C. Lee: Charge Control: Modeling, Analysis and Design. Proc. of VPEC
Seminar, 1992, Blacksbourg, USA.
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3-7
3.7
J. A. Pomilio
Exerccios
1. Simule o circuito abaixo que se refere aplicao de um sinal MLP a um filtro LC e carga
resistiva. Observe o comportamento da corrente no indutor e da tenso de sada no transitrio
de partida (condies iniciais nulas) e quando ocorre a alterao na carga. A tenso de
alimentao do operacional de +/- 15V. A onda portadora de 1 kHz, variando entre 0 e 5V.
2. Faa a simulao do circuito abaixo que realiza modulao por limites de corrente (histerese).
Verifique o comportamento da corrente no indutor e da tenso de sada no transitrio inicial
(condies iniciais nulas) e quando ocorre a alterao na carga. Compare e comente as
diferenas com os resultados MLP.
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3-8
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
4. CONVERSORES RESSONANTES
Nas topologias em que as chaves semicondutoras comutam a corrente total da carga a cada
ciclo, elas ficam sujeitas a picos de potncia que colaboram para o "stress" do componente,
reduzindo sua vida til. Alm disso, elevados valores de di/dt e dv/dt so potenciais causadores de
interferncia eletromagntica (IEM).
Quando se aumenta a freqncia de chaveamento, buscando reduzir o tamanho dos
elementos de filtragem e dos transformadores, as perdas de comutao se tornam mais
significativas sendo, em ltima anlise, as responsveis pela freqncia mxima de operao dos
conversores.
Por outro lado, caso a mudana de estado das chaves ocorra quando tenso e/ou corrente por
elas for nula, o chaveamento se faz sem dissipao de potncia.
Analisaremos a seguir algumas topologias bsicas que possibilitam tal comutao nodissipativa. A carga vista pelo conversor formada por um circuito ressonante e uma fonte (de
tenso ou de corrente). O dimensionamento adequado do par L/C faz com que a corrente e/ou a
tenso se invertam, permitindo o chaveamento dos interruptores em situao de corrente e/ou
tenso nulas, eliminando as perdas de comutao.
4.1 Conversor ressonante com carga em srie (SLR)
A topologia bsica deste conversor mostrada na figura 4.1.
Io
i
S1
E/2
B
S2
E/2
D1
+ vc B'
Lr
Cr
D2
Vo
Co
Ro
(4.1)
(4.2)
Se D2 conduzir:
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4-1
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
vAB = -E/2
vAB' = -(E/2+Vo)
(4.3)
(4.4)
Se D1 conduz:
vAB = E/2
vAB' = E/2+Vo
(4.5)
o =
1
Lr Cr
(4.6)
+ Vo
B
Figura 4.2. Circuito ressonante equivalente
i L ( t ) = I Lo cos[o ( t to)] +
V VCo
sin[o ( t to)]
Zo
(4.7)
(4.8)
4-2
Zo =
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
Lr
Cr
(4.9)
E
vC
2Vo
S2
iL
D2 t5
S1
-2Vo
D1
to
t4
t3
t2
t1
1/
1/s
Comando de S1
A
Lr
E/2
B'
A
Lr
Cr
iL
Vo
iL
E/2
B'
A
Lr
Cr
Vo
E/2
B'
A
Lr
Cr
iL
Vo
E/2
Cr
iL
to a t1
t1 a t2
t3 a t4
t4 a t5
Vo
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4-3
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
Note que a entrada e a sada de conduo dos transistores e diodos ocorre quando a corrente
nula. Assim, no existe perda de chaveamento nos semicondutores. Por outro lado, o pico de
corrente pelos dispositivos implica num aumento das perdas de conduo.
4.1.2 Modos de operao contnuo para o/2<s<o
Atuando-se com freqncia de chaveamento na faixa o/2<s<o teremos uma situao em
que no ocorre descontinuidade da corrente, de modo que uma das comutaes dissipativa. A
figura 4.5. mostra as formas de onda de corrente pelo indutor e tenso no capacitor neste modo de
operao. Na figura 4.6. tm-se os circuitos equivalentes em cada intervalo.
vC
iL
D1 S2
S1
to
D2
t3 t4
t1 t2
A
Lr
E/2
B'
A
Lr
Cr
iL
Vo
iL
E/2
B'
A
Lr
Cr
Vo
E/2
B'
A
Lr
Cr
iL
Vo
E/2
Cr
iL
to a t1
t1 a t2
t2 a t3
t3 a t4
Vo
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4-4
CONVERSORES RESSONANTES
iL
D1
Vo
S2
D1
t3 t4
B'
A
Lr
Cr
iL
E/2
D2
t1 t2
B'
A
Lr
vC
S1
to
J. A. Pomilio
Lr
Cr
iL
E/2
B'
Vo
E/2
B'
A
Lr
Cr
iL
Vo
E/2
Cr
iL
to a t1
t1 a t2
t2 a t3
t3 a t4
Vo
Figura 4.7. Formas de onda para s>o e circuitos equivalentes em cada intervalo do modo de
operao.
Neste modo de operao possvel, adicionando-se capacitores entre os terminais principais
das chaves, obter-se comutao sob tenso nula, como mostra a figura 4.8.
Durante a conduo do interruptor (por exemplo, S1), o capacitor colocado em paralelo a
ele est, obviamente, descarregado. Quando a chave aberta, o capacitor se carrega com a corrente
da carga, at levar o diodo do ramo complementar (p.ex. D2) conduo. No semiciclo seguinte, ao
ser desligado o interruptor (S2), o diodo (D1) deve entrar em conduo, o que acontecer aps a
carga do capacitor conectado ao interruptor que estava em conduo. Como a tenso de entrada
constante, a carga de um capacitor implica na descarga do outro. Assim, a energia armazenada nos
capacitores no dissipada, mas fica fluindo (idealmente) de um para outro.
A figura 4.9. mostra a caracterstica esttica do conversor. Os valores so normalizados em
relao aos seguintes valores base:
E
2
E
I base =
2 Zo
base = o
Vbase =
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(4.10)
4-5
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
Io
i
S1
E/2
D1
C1
+ vc B'
Lr
B
D2
S2
E/2
Cr
C2
Vo
Co
Ro
i S1
i D2
S1
vS2
E
Figura 4.8. Incluso de capacitores para obter comutaes sob tenso nula.
Io
10
Vo=0.4
Vo=0.4
Vo=0.9
0
0.5
1.5
s
o
4-6
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
E/2
D1
Lo
S2
B'
Lr
B
E/2
Cr
Vo
Co
D2
Ro
Figura 4.10. Conversor ressonante com carga conectada em paralelo com o capacitor
Nesta topologia a carga conectada em paralelo com o capacitor do circuito ressonante. A
tenso sobre o capacitor retificada, filtrada e fornecida carga. possvel usar transformador para
isolar e escalonar a tenso de sada.
Para obter um modelo para o circuito, pode-se considerar que a corrente de sada seja sem
ondulao, o que razovel, considerando a elevada freqncia de chaveamento. A tenso sobre o
circuito ressonante, vAB ser igual a +E/2 caso conduzam S1 ou D1. Quando conduzirem S2 e D2,
a tenso ser -E/2.
Este conversor opera como uma fonte de tenso, podendo operar sem carga e suportando
uma larga variao na corrente de sada, mas no possui proteo contra curto-circuito.
O circuito ressonante equivalente est mostrado na figura 4.11. e tem as seguintes equaes
(vlidas no intervalo entre t1 e t3):
E
VCo
2
i L ( t ) = Io + (I Lo Io) cos[o ( t t1)] +
sin[o ( t t1)]
Zo
v C (t) =
E E
2 2
(4.11)
(4.12)
B'
A
Lr
+ E/2
+
-
+
v
C
+ Io
Cr
B
Figura 4.11. Circuito ressonante equivalente para conversor com carga em paralelo ao capacitor.
Nos intervalos (to a t1) e (t3 a t4) as formas de onda tm uma evoluo linear.
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4-7
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
Io <
E
2Zo
(4.13)
E
vC
E/2
i
Linear
Io
Linear
D1
S1
to t1
t2
t3 t4
t5
Comando de S1
Figura 4.12. Formas de onda de corrente e tenso nos elementos ressonantes no modo de operao
descontnuo.
iL
iL
B'
A
Io
+
E/2
B'
A
Io
+
E/2
to a t1
t1 a t3
B'
Io
+
E/2
B'
E/2
t3 a t4
Io
+
v
t4 a t5
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4-8
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
vC
iL
0
D2
S1
S2
D1
to t1
D2
t2 t3
t4
t5
Figura 4.14. Formas de onda de corrente pelo indutor e tenso no capacitor para o/2<s<o
iL
iL
B'
to a t1
t1 a t2
B'
Io
+
E/2
B'
Io
+
E/2
iL
B'
Io
+
E/2
iL
E/2
t2 a t3
Io
+
v
t3 a t4
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4-9
CONVERSORES RESSONANTES
iL
vC
S1
D1
to
J. A. Pomilio
D2
S2
t1 t2
t3 t4
Figura 4.16. Formas de onda de tenso no capacitor e corrente no indutor para s>
iL
iL
B'
to a t1
t1 a t2
B'
Io
+
E/2
B'
Io
+
E/2
iL
B'
Io
+
E/2
iL
E/2
t2 a t3
Io
t3 a t4
No item 4.2. foi visto um conversor cuja carga, conectada em paralelo ao capacitor de
ressonncia, era alimentada atravs de um filtro LC, ou seja, do ponto de vista do conversor, a
carga se comporta como uma fonte de corrente. Outra possibilidade ter-se uma carga que se reflita
sobre o capacitor ressonante como uma fonte de tenso [4.3], ou seja, que o estgio de sada no
possua a indutncia de filtragem, como se v na figura 4.19.
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4-10
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
Vo
Io=0.4
4
Io=0.4
Io=0.8
s
o
Figura 4.18. Caracterstica esttica do conversor com carga conectada em paralelo com o capacitor
ressonante.
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.2
1.4
Io
S1
E/2
B
E/2
D1
S2
D2
iL
+
B'
Lr
Cr
Vo
Co
Ro
4-11
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
intensidade. Isto se torna mais crtico medida que crescem a potncia e a freqncia de
chaveamento.
linear
ressonante
Vo
vC
iL
linear
-Vo
to t1
D1
t2
S1
t3
S1
D2
S2
Figura 4.20. Formas de onda do conversor com carga em paralelo do tipo capacitiva
4.4 Alteraes nas topologias dos conversores ressonantes
O controle da tenso de sada, conforme foi visto, se faz pela variao da freqncia de
chaveamento. Isto significa que, para os casos em que se deseja uma larga faixa de variao da
tenso, o espectro de freqncia pode ser grande. A dificuldade oriunda deste fato que o
dimensionamento dos elementos de filtragem deve ser feito para a menor freqncia possvel,
levando, assim, a um superdimensionamento para as freqncias mais altas. Alm disso, a relao
entre o sinal de controle e a tenso de sada , em geral, no-linear, levando a uma maior
dificuldade no projeto da malha de controle.
Outro fator significativo nestes conversores o de que a corrente e a tenso RMS pelas
chaves semicondutoras maior do que a necessria para a transferncia de potncia para a sada.
Isto ocorre por conta da energia envolvida no processo de ressonncia prprio do circuito,
implicando no aumento dos reativos do circuito, sem relao com a potncia ativa da sada.
Visando basicamente, contornar estes inconvenientes, quais sejam, os maiores valores RMS
e o controle por variao da freqncia, tm sido feitas inmeras propostas de alteraes nestas
topologias, das quais, a ttulo de exemplo, indicaremos o caso do conversor SLR.
4.4.1 Limitao da sobre-tenso
A figura 4.21. mostra um circuito que limita a tenso sobre o capacitor do circuito
ressonante tenso de alimentao [4.5]. A colocao dos diodos evita a presena de valores de
tenso mais elevados sobre os componentes. A no existncia de um retorno de energia para a
fonte faz com que a energia retirada da alimentao v toda para a carga (desconsiderando-se as
perdas). Neste circuito, o controle da tenso de sada continua sendo feito pela variao da
freqncia de chaveamento [4.6].
Em t1 o interruptor entra em conduo, partindo de uma corrente inicial nula. A tenso
sobre o capacitor, que estava limitada em -E/2, cresce, variando de modo ressonante, at que em t2,
atinge +E/2 e fica limitada. A corrente passa a variar linearmente, decaindo at zero em t3. Em t4
S2 ligado e inicia-se o ciclo negativo.
O aumento da freqncia pode fazer com que a corrente no caia a zero durante a conduo
dos interruptores. Caso isto acontea, quando os interruptores so desligados, a continuidade da
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4-12
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
corrente se d pela conduo dos diodos D1 ou D2. A incluso de capacitores junto aos
interruptores permite, assim, um desligamento suave.
A figura 4.22. mostra as formas de onda obtidas.
Da1
S1
D1
E/2
+ vc -
Vo
S2
Co
Lr
D2
Cr
Ro
E/2
Da2
Figura 4.21. Circuito ressonante com carga em srie, com limitao de tenso
inclinao depende de Vo
iL
vC
E/2
-E/2
S1
to
t1
S1 Da1
t2
t3
t4
Figura 4.22. Formas de onda com limitao da tenso sobre o capacitor ressonante
4.4.2 Controle por MLP
Torna-se possvel realizar um controle por Modulao de Largura de Pulso [4.7] por meio
da interrupo do processo ressonante que envolve o capacitor no momento em que sua tenso
passa pelo zero. Isto feito pelo uso de chaves colocadas em paralelo com o capacitor, as quais so
fechadas no momento adequado, abrindo-se quando se deseja concluir o processo ressonante. O
circuito mostrado na figura 4.23.
A chave colocada junto ao capacitor deve ser bidirecional em tenso e corrente. Seu
acionamento ocorre quando a tenso atinge o zero, de modo que o circuito de controle precisa
monitorar esta tenso para saber o momento de ligar a chave auxiliar.
Na verdade, o controle no MLP puro, uma vez que a tenso de sada depende tambm da
durao do perodo de ressonncia. Fazendo-se com que este perodo seja muito menor do que o
perodo no qual se faz o controle MLP, obtm-se uma relao razoavelmente linear entre o sinal de
controle e a tenso de sada. A figura 4.24. mostra as formas de onda do circuito.
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4-13
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
Da1
S1
S aux
D1
E/2
Vo
S2
Co
Lr
D2
Cr
Ro
E/2
Da2
v
0
-E/2
t2'
to t1
t2
S1 S1
Saux
t3 t4 t5
S1 e Da1
Figura 4.24. Sinais de comando dos interruptores (traos superiores); corrente no indutor e tenso
no capacitor ressonante.
Em to o interruptor S1 ligado. Inicia-se a ressonncia entre Lr e Cr. O capacitor, que
estava carregado com uma tenso negativa -E/2, vai invertendo sua tenso. Quando esta chega a
zero, em t1, o interruptor auxiliar, Saux, entra em conduo, mantendo a tenso sobre Cr em zero. A
corrente por Lr cresce linearmente at que em t2 a chave auxiliar aberta. A ressonncia entre Lr e
Cr retomada, e a tenso cresce at o valor E/2, no qual limitada. Quando o diodo de limitao da
tenso entra em conduo encerra-se a ressonncia e a corrente pelo indutor comea a cair
linearmente, atingindo zero em t3. S1 desligado sob corrente zero em t4. O semiciclo negativo se
inicia com a entra em conduo de S2, em t5.
4.5 Referncias Bibliogrficas
[4.1]
[4.2]
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor
4-14
[4.3]
[4.4]
[4.5]
[4.6]
[4.7]
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
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4-15
CONVERSORES RESSONANTES
J. A. Pomilio
4.6 Exerccio
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4-16
J. A. Pomilio
Conversores quase-ressonantes
Os conversores quase-ressonantes procuram associar as tcnicas de comutao suave
presentes nos conversores ressonantes s topologias usualmente empregadas em fontes (buck,
boost, Cuk, etc.) [5.1].
Os conversores quase-ressonantes associam s chaves semicondutoras um circuito
ressonante (composto por um indutor e um capacitor) de modo que as mudanas de estado das
chaves ocorram sempre sem dissipao de potncia, seja pela anulao da corrente (ZCS), seja pela
anulao da tenso (ZVS) [5.2].
A figura 5.1. mostra as estruturas das chaves ressonantes, as quais, substituindo os
interruptores nas topologias bsicas, permitem oper-los sempre com comutao suave.
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5-1
Lr
Lr
J. A. Pomilio
Cr
Cr
a)
S
Lr
Lr
Cr
Cr
b)
Lr
Cr
Lr
Cr
Cr
a)
Lr
Cr
b)
Figura 5.2. Interruptores ZCS com:
a) Configurao de meia-onda e b) configurao de onda completa
Da mesma forma que para os interruptores ZCS, os ZVS tem as configuraes de meia-onda
(nas quais a tenso sobre o interruptor s pode assumir uma polaridade) e de onda completa
(quando ambas polaridades so possveis de serem suportadas pelo interruptor), como se v na
figura 5.3.
Lr
Lr
Cr
Cr
a)
Lr
Lr
Cr
Cr
b)
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5-2
J. A. Pomilio
A figura 5.4. mostra algumas das topologias bsicas quando convertidas para operar com
ZCS e ZVS. Note-se que a nica alterao a substituio do interruptor simples pelos
interruptores descritos anteriormente.
Lr
Lr
Cr
Buck
Cr
Buck - ZVS
Buck - ZCS
Cr
Lr
Lr
Cr
Boost
Boost - ZCS
Boost - ZVS
Figura 5.4. Conversores buck e boost nas configuraes bsica, ZCS e ZVS
5.3
Neste tipo de conversor, a corrente produzida em uma malha ressonante flui atravs da
chave, fazendo-a entrar e sair de conduo sob corrente nula.
Considerando um conversor abaixador de tenso (figura 5.5), a chave simples substituda
por uma outra que associada ao capacitor Cr e ao indutor Lr. O indutor de filtro suficientemente
grande para considerar-se Io constante.
Io
E
iL
Lr
Lf
vC Cr
Cf
Vo
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5-3
J. A. Pomilio
iT
2E
vC
E/Zo
E
Io
to t1
t1'
t1" t2
t3
Figura 5.6. Formas de onda para conversor buck, ZCS, meia onda
Entre t2 e t3 Cr se descarrega a corrente constante. Quando sua tenso se anula o diodo torna
a entrar em conduo.
As equaes pertinentes ao circuito so:
o =
1
Lr Cr
(5.1)
Zo =
Lr
Cr
(5.2)
Lr Io
E
(5.3)
E
sin[o ( t t1)],
Zo
(5.4)
(5.5)
(5.6)
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5-4
v C = v C ( t 2)
Io
( t t 2) ,
Cr
J. A. Pomilio
(5.7)
v C ( t 2) Cr
Io
(5.8)
Note que Vo a tenso mdia sobre o capacitor Cr (pois a tenso mdia sobre Lf nula).
Como a forma de vC depende a corrente Io, a regulao deste circuito (em malha aberta) no boa.
Registre-se ainda que o capacitor fica sujeito a uma tenso com o dobro da tenso de entrada,
enquanto a corrente de pico pela chave maior do que o dobro da corrente de sada.
A tenso de sada dada por:
t2
t3
1
Io
Vo =
E {1 cos[o ( t t1)]} dt + v C ( t 2) Cr ( t t 2) dt
T
t1
(5.9)
t2
Nota-se a dependncia da tenso de sada com a corrente de carga (que a que descarrega o
capacitor Cr entre t2 e t3). A figura 5.7. mostra a variao de Vo (normalizada em relao tenso
de entrada) com a corrente (normalizada em relao corrente de pico do circuito ressonante).
Assim, necessria a presena de uma carga mnima de modo que se proceda descarga de Cr
dentro do perodo de chaveamento.
Tenso de sada normalizada (Vo/E)
0.8
0.6
0.4
0.2
2fs
fs
0
0
0.2
0.4
0.6
0.8
Z
Io.
E
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5-5
J. A. Pomilio
0.5
0.8
0.7
0.6
0.9
0.4
0.2
0.2
0.4
0.6
0.8
fs
f
Figura 5.8. Variao da tenso de sada com a freqncia de chaveamento, para diferentes correntes
de carga.
Para que seja possvel a ocorrncia de comutao no-dissipativa, necessrio que o valor
de pico da senide de corrente, E/Zo, (que se inicia em t1) seja maior que Io, uma vez que isto
garante que a evoluo de iT se far de modo a inverter sua polaridade (veja eq. 5.4).
Uma outra possibilidade de se obter um circuito ZCS mostrada na figura 5.9., alterando-se
a posio do capacitor. Neste caso a mxima tenso sobre o capacitor fica limitada a +/-E. A figura
5.10. mostra as formas de onda pertinentes.
Cr
Lr
E
Lf
Cf
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor
5-6
vC
+E
J. A. Pomilio
iL
Io
T
-E
to t1
t1" t2
t3
2E
vC
E
Io
to t1
t1'
t1"
t2 t3
Figura 5.11. Formas de onda da corrente e da tenso nos componentes do circuito ressonante
A figura 5.12. mostra a variao da tenso de sada (normalizada em relao tenso de
alimentao) com a corrente de carga (normalizada em relao corrente de pico do circuito
ressonante), para dois valores de freqncia de chaveamento. Obviamente o comportamento
muito mais independente da corrente do que o caso do conversor de meia-onda.
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5-7
J. A. Pomilio
2fs
0.3
0.2
fs
0.1
0
0.2
0.4
0.6
Io Z
0.8
Nestes conversores o capacitor ressonante produz uma tenso nula sobre a chave, devendo
ocorrer o chaveamento sob esta situao.
O circuito mostrado de uma topologia abaixadora de tenso. O funcionamento de meiaonda, uma vez que o diodo no permite a inverso da tenso no capacitor. A corrente de sada pode
ser considerada constante (Lf grande o suficiente) durante o intervalo em que ocorre a ressonncia
entre Lr e Cr.
Io
Dr
E
Cr
Lr
iL
Lf
+
Cf
Vo
+ vC
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5-8
vC
Io
J. A. Pomilio
iL
Zo.Io
to t1
t1'
t1" t2
t2'
t3
E Cr
Io
(5.10)
(5.11)
1
E
a sin
Zo Io
o
(5.12)
i L = Io cos[ o ( t t1)] ,
para t1 t t2
(5.13)
E
( t t 2) ,
Lr
para t2 t t3
(5.14)
Lr [Io i L ( t 2)]
E
(5.15)
Como as tenses mdias sobre as indutncias so nulas, a tenso de sada a diferena entre
a tenso de entrada e a tenso mdia sobre o capacitor ressonante.
Vo = E v C
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(5.16)
5-9
Vo = E
t2
1 t1 Io t
dt + [ E + Zo Io sin[o ( t t1)] dt
T 0 Cr
t1
J. A. Pomilio
(5.17)
0.8
0.6
Vo/E
0.4
Io=1
0.2
Io=2.5
Io=5
0.2
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
fs/fo
Figura 5.15. Variao da tenso de sada com a freqncia de chaveamento, para diferentes
correntes de carga.
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5-10
iL
S1
D1
J. A. Pomilio
Io
C1
E
Lf
S2
D2
+
Vo
Cf
C2
v C2
iL
Io=iL
S1
S1
D2
C1 C2
to t1
S2 C1 D1
C2
t2 t3
t4 t5
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5-11
J. A. Pomilio
5.5
Io
iL
Sp
Lr
Lf
Da
Sa
Df
vc
vd
Cf
Vo
Cr
vd
vC
2E
iL
5-12
J. A. Pomilio
Vo = E * +
fo
(5.18)
1
Vo/E
0.5
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
fs/fo = 0.1
0.8
0.9
fs/fo = 0.001
Figura 5.20. Variao da tenso de sada com o intervalo de interrupo do ciclo ressonante, para
diferentes freqncias de chaveamento
5.5.2 Conversor ZVS-MLP
De forma anloga ao que foi apresentado para o conversor ZCS, possvel tambm alterar o
conversor ZVS de modo a ter um comportamento tipicamente MLP, ou seja, que tenha a tenso de
sada ajustvel no pela variao da freqncia, mas pelo controle do intervalo de conduo dos
interruptores.
A figura 5.21. mostra uma topologia de conversor abaixador de tenso para operao em
MLP. A conduo da chave auxiliar produz um intervalo em que se inibe a realizao da
ressonncia entre Lr e Cr, como se pode analisar pelas formas de onda da figura 5.22.
Consideremos que a chave Sp esteja conduzindo e que por ela passe a corrente de carga, Io,
suposta constante. A tenso aplicada ao filtro de sada a prpria tenso de entrada (uma vez que
no h queda sobre Lr).
vcr
Sa
Io
Cr
Sp
Lr
Lf
iL
Dp
E
vD
Df
Cf
Ro
Vo
5-13
J. A. Pomilio
de sada, fazendo com que a tenso vD se reduza da mesma forma, at que, em t1, o diodo de livrecirculao entra em conduo e a corrente da sada circula por ele. Como a chave auxiliar continua
conduzindo, o indutor Lr tambm entra num intervalo de livre-circulao at que em t2 o
interruptor Saux aberto (sob tenso nula).
Sp
Sa
Cr
0
Io
IL
0
V
0
0
Lr
to t1
t2
t3 t4 t5
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5-14
T1
D1
A
Lr
iL
Cr
+
T4
D4
D2
CARGA
J. A. Pomilio
T2
B
Ia
T3
D3
D1
D3
D2
D4
-Ip
-E
Ressonante (Cr)
Cr
Lr
(5.19)
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5-15
J. A. Pomilio
Lr
IL
carga
Cr
+ Vc
vC
D
t1
t2
t3
T
t4
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5-16
J. A. Pomilio
Lr
+
Ii
Co
Vo
Co
Vo
Lr
+
(a)
Co
Vo
Lr
+
S
E
Cr
Co
Vo
Cr
E
Co
+
Vo
(b)
(c)
Figura 5.28. Possibilidades de conversor boost semi-ressonante
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5-17
J. A. Pomilio
Vo
vc
iL
Do
Cr
t1 t2
t3
Cr
Ds
t4 t5
A figura 5.30. mostra um conversor elevador de tenso que difere de uma topologia MLP
convencional pela adio de uma rede ressonante auxiliar [5.8], composta, alm do Lr e Cr, do
interruptor S2 e dos diodos D2 e D3.
Diferentemente do que ocorre nos conversores que empregam chaves ressonantes (ZVS),
aqui se faz a introduo de um circuito auxiliar que se comporta como uma espcie de snubber
ativo, que reduz a potncia a ser dissipada sobre o interruptor e envia essa energia para a carga ou
para a fonte.
Embora o exemplo utilizado seja de um conversor elevador de tenso, pode-se aplicar este
princpio a qualquer das topologias.
VD
Is
Li
Lr
Ii
Do
+
Cr I Lr
E
Vs
S 2 D3
S1 D1
Co Ro
Vo
D2
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5-18
J. A. Pomilio
S1
hard
S2
I Lr
Ii
Is
VD
Vo
0
S2 S2
Do Lr
Lr Cr
to
t1 t2
S2 D1 S1
D1 D3 D3
t3
VS
Do
S1
Cr
t5 t6
t4
Ii Lr
(5.20)
Vo
Ii
Lr
Vo
Ii
to a t1
Ii
Lr
Vo
t3 a t4
Lr
Cr Ii
Lr
t2 a t3
t1 a t2
Ii
Ii
Cr
Ii
Vo
t4 a t5
t5 a t6
t6 a T
Lr Cr
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(5.21)
5-19
J. A. Pomilio
Para obter uma entrada em conduo no dissipativa, o sinal de comando de S1 deve ser
aplicado durante a conduo de D1 (ou seja, aps t2). Entre t2 e t3 conduzem S2 e D1, de modo que
a tenso sobre Lr nula e a corrente por ele se mantm constante.
Em t3, S2 desligado, o que fora a corrente iLr a circular por D3, fazendo-a decair
linearmente. Isto provoca um desligamento dissipativo de S2, uma vez que a tenso sobre este
interruptor cresce para o valor da tenso de sada. Entre t3 e t4 a corrente Is se torna positiva,
passando a circular por S1.
Quando a corrente ILr se anula, D3 desliga, em t4. Como S1 est conduzindo, energia est
sendo armazenada na indutncia de entrada, at que, em t5, S1 desligado. Como Cr est
descarregado, este desligamento sob tenso nula. Em t6 a tenso Vs atinge o valor da tenso de
sada e o diodo Do entra em conduo, completando o ciclo.
Circuitos amaciadores
Mesmo quando no se utiliza um circuito que apresente comutao suave, pode ser
necessrio reduzir a potncia dissipada sobre o transistor e o diodo. Neste caso pode-se recorrer ao
uso dos circuitos amaciadores (snubber).
A atuao do snubber se d, em geral, pelo desvio da corrente e pela limitao da tenso nos
componentes nos momentos de comutao. A energia desviada poder ser dissipada ou, em
algumas topologias especficas, reaproveitada no prprio circuito (retornando para a fonte ou sendo
absorvida pela carga).
5.8
5.8.1 Fonte de Tenso com comutao suave utilizando conversor com capacitor flutuante
A figura 5.33 mostra conversores Cuk e SEPIC modificados, ditos com capacitor flutuante
[5.9], operando como fonte de tenso regulada. O circuito possui 2 interruptores os quais controlam,
respectivamente, os estgios de entrada e de sada, de maneira independente.
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5-20
J. A. Pomilio
A topologia permite uma isolao em alta freqncia e o circuito, com o comando adequado,
possibilita comutaes suaves sem aumento nos esforos dos componentes e sem a necessidade de
circuitos adicionais [5.10].
io
+ Vb Li
ii
Vi
Lo
Cb
Ti
To
Di
Vo
Do
(a)
+ Vb Li
ii
Vi
Cb
Ti
Do
To
Di
Vo
Lo
io
(b)
Figura 5.33 - Conversores Cuk (a) e SEPIC (b) com capacitor flutuante.
Em CCM, a caracterstica esttica do conversor Cuk tradicional (sem To e Do), para um ciclo
de trabalho i aplicado ao interruptor Ti, :
Vo = Vi
i
1 i
(5.22)
Vi
1 i
(5.23)
Vo = Vb o
(5.24)
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(5.25)
5-21
J. A. Pomilio
(5.26)
Esta topologia permite obter diversas comutaes suaves para os transistores e diodos sem a
necessidade de circuitos adicionais. Uma capacitncia Cs colocada entre os terminais de dreno e
fonte de To, adiciona-se capacitncia prpria do transistor e propicia um desligamento do tipo
ZVS, o que equivale a uma entrada em conduo para Do tambm ZVS. Este diodo passa a conduzir
apenas quando Cs , carregado pela corrente de sada, atingir uma tenso igual a Vb (considerando o
valor refletido ao primrio, caso o circuito tenha transformador).
Uma vez que Ti desliga aps To, tem-se tambm sobre este transistor um desligamento ZVS.
A corrente de entrada descarrega Cs, levando Di a uma entrada em conduo ZVS.
Para permitir a To ligar sob tenso nula, seu sinal de comando deve ser enviado com um
pequeno avano em relao ao sinal que ligar Ti. A entrada em conduo do transistor de entrada
dissipativa, assim como o desligamento de Do.
De qualquer modo, sem circuitos adicionais 6 das 8 comutaes presentes no conversor so
suaves, o que um mrito adicional desta topologia. A figura 5.34 mostra os estgios de operao e
na figura 5.35 tm-se resultados de simulao, indicando claramente as comutaes ZVS.
Di
+ Vb ii
Cb
To
Di
io
Lo
Li
ii
Vo
Do
Ti
+ Vb -
io
Lo
Li
Cb
To
Vo
Do
Ti
+
Di
+ Vb i i
Cb
To
Di
i i
Cb
To
Di
+ Vb -
io
Lo
Li
Vo
Do
Ti
i i
io
Lo
Li
Vo
Do
Ti
+ Vb -
io
Lo
Li
Cb
Ti
To
Do
Vo
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5-22
J. A. Pomilio
i Ti
Vg Ti
(a)
0
0
Vds
To
i To
Vg
To
(b)
Figura 5.35 - Tenso, corrente e sinal de comando nos transistores Ti e To.
Mltiplas sadas podem ser obtidas, cada uma delas com um ps-regulador prprio.
A indutncia de disperso do transformador produz uma sobretenso no momento em que
Ti desligado, provocando uma inverso no sentido da corrente pelo transformador. Um circuito
snubber ou um limitador de tenso deve ser usado com o objetivo de limitar o pico de tenso que
se observa sobre os transistores.
Um prottipo no-isolado foi construdo com as seguintes caractersticas:
Tenso de sada: 50V
Potncia de sada: 500W
Freqncia de chaveamento:100 kHz
O rendimento do circuito mostrado na figura 5.36 para diversos nveis de potncia de
entrada. Mesmo operando a 100 kHz obtm-se, para uma larga faixa de potncia, uma eficincia
superior a 90%.
Figura 5.37 mostra as formas de onda de tenso e de corrente sobre To. As comutaes ZVS
so claras. Quando Ti liga o diodo Do desliga e a corrente por To muda de sentido. A oscilao
observada na tenso devida a ressonncia entre Cs e indutncias parasitas presentes na malha
intermediria do conversor. O pico de corrente devido corrente de recombinao reversa de Do.
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5-23
J. A. Pomilio
Rendimento (%)
96
94
92
90
88
200
300
400
500
Potncia [W]
V DS
ID
+ Ua -
+ Ub -
Ca
Cb
Li
va
vb
vc
+
Ls
Us
L
UD
+
N:1
IL
RL
UL
+
Figura 5.38 - Conversor Cuk, isolado, com entrada trifsica e carga indutiva
Esta topologia apresenta vrios aspectos interessantes: alto fator de potncia (desde que se
opere em conduo descontnua nos indutores de entrada), uma nica chave comandada, controle
com freqncia fixa, isolao em alta freqncia. Como pontos negativos tem-se a comutao
dissipativa e o "stress" de tenso e de corrente a que fica sujeito o interruptor.
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5-24
J. A. Pomilio
Considera-se uma carga indutiva. Nestes casos, o valor da corrente de sada pode ser fixo ou
sujeito a ajustes.
O fato de o transistor estar submetido a uma tenso elevada praticamente impe o uso de um
IGBT, uma vez que um MOSFET para tal tenso, tipicamente apresenta uma elevada resistncia de
conduo. O processo de desligamento de um IGBT, por sua vez, apresenta um fenmeno de "tail"
de corrente, que pode tornar as perdas de desligamento bastante significativas.
Por esta razo, a busca de uma alternativa para se obter comutao suave, especialmente no
desligamento, se torna importante [5.12]. No que se refere entrada em conduo, uma
possibilidade de que seja suave, que se realize a corrente nula [5.13, 5.14], o que pode ocorrer se
se permitir um comportamento de conduo descontnua na sada.
O uso de comutao suave permite ainda uma relativa reduo nos nveis de interferncia
eletromagntica [5.15]. A necessidade de filtros na entrada do circuito (trifsico), a fim de obter
uma corrente praticamente senoidal na rede tambm auxilia a reduo da IEM conduzida.
A figura 5.39 mostra as principais formas de onda do circuito, enquanto o diagrama do
conversor est na figura 5.40, indicando o circuito no-dissipativo empregado para a limitao dos
picos de tenso que ocorrem no desligamento da chave S, devido, principalmente, indutncia de
disperso do transformador.
possvel, mantendo a capacidade de limitao do pico de tenso, fazer este circuito
funcionar de modo a garantir um desligamento da chave S sob tenso nula. Observe-se que o
desligamento a comutao mais crtica, uma vez que ocorre quando a corrente pela chave
mxima, quando ocorrem sobre-tenses e quando existe o fenmeno de rabo da corrente do IGBT.
Suponhamos inicialmente que a indutncia de disperso seja nula. Consideremos que ao
final do intervalo em que o transistor est desligado a corrente de sada do retificador seja nula, que
a tenso Uc seja igual tenso de sada refletida ao primrio e que o diodo de sada esteja em
conduo.
Quando S entra em conduo, o capacitor Cc ressoa com Lc. Pelo interruptor circula a soma
da corrente do retificador com a componente ressonante e com a corrente de sada refletida (D
bloqueado). No instante T1 a tenso Uc atinge o valor -Ua e o diodo D1 entra em conduo.
Supondo Ca>>Cc, a tenso sobre Lc se torna praticamente constante (igual a Ua) e sua corrente
decai linearmente. Ao final do tempo de conduo (T2), o transistor se abre sob tenso nula. O
capacitor Cc se carrega com uma corrente praticamente constante. Em T3 a tenso no primrio
atinge o valor da tenso de sada (refletida), levando o diodo de sada conduo. No intervalo
entre T3 e T6 a corrente do retificador vai a zero.
Na verdade, a presena da indutncia de disperso faz com que, no instante T3, ao ocorrer a
inverso do sentido da corrente pelos enrolamentos do transformador, surja um pico de tenso, o
qual limitado pela presena do capacitor Cc, e eleva sua tenso acima do valor N.UL.
A condio para que se obtenha sempre desligamento a tenso nula :
Uc > Ua
Sem considerar a sobre-tenso, esta condio equivale a > 0,5.
Esta restrio no muito severa pois, via de regra, para um melhor aproveitamento do
material magntico do transformador, a operao em regime se faz em torno deste ponto. J para
situaes transitrias, em que o ciclo de trabalho menor do que 50%, o que ocorre que a tenso
com a qual Cc se carrega inferior quela necessria para realizar a comutao sem perdas,
constituindo-se num fator de reduo das perdas de desligamento, mas no sua eliminao.
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5-25
J. A. Pomilio
ir
va
ia
Li
+
vb
Us
vc
S -
+ Ub
Ca
D1
D2
Lc i l
Cb
N:1
LL
D
+ ic
Uc
Cc
-
RL
IL
UL
+
Ld I L
+ r
Cc N
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(5.27)
5-26
J. A. Pomilio
0
Us
Referncias Bibliogrficas
[5.1]
[5.2]
[5.3]
[5.4]
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5-27
J. A. Pomilio
[5.5]
5.10
Exerccios
1.
Considere um conversor Buck quase-ressonante, ZCS, onda completa, com as seguintes
caractersticas:
E=100V
Vo=50V
IoMAX=10A
fs=200kHz (freq. de chaveamento mxima carga)
Determine os valores de Cr e Lr que permitam a operao do circuito nas condies dadas e
que produza o mnimo pico de corrente pelo interruptor.
Desenhe (ou simule) as formas de onda da tenso sobre Cr e da corrente por Lr para esta
situao.
2.
Para os mesmos parmetros do exercco anterior, e usando Cr=40nF e Lr=4H, determine o
valor da tenso de sada quando a corrente da carga for de 5A.
3. Considere o circuito mostrado abaixo. Trata-se de um conversor elevador de tenso com um
circuito auxiliar para desligamento sob tenso nula. O conversor opera no modo de conduo
descontnuo.
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5-28
J. A. Pomilio
a)
Descreva qualitativamente o seu funcionamento, descrevendo cada intervalo de
funcionamento. Suponha que os comandos dos transistores sejam iguais e que os componentes so
ideais.
b)
Simule o circuito e fornea as formas de onda da tenso e da corrente nos interruptores.
D1
Li
D3
S2
Vi
Lr
Vo
D2
S1
Vi = 300V
Vo = 600V
Li = 100uH (corrente inicial zero)
Cr = 100nF (tenso inicial = 600V)
Cr
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5-29
6. COMPONENTES
CHAVEADAS
6.1
PASSIVOS
UTILIZADOS
J. A. Pomilio
EM
FONTES
Capacitores
C
Rse
Lse
a) Circuito equivalente de capacitor
C = 100 uF L = 100 nH
10
R = 1 ohm (T = -40 C)
R = .01 ohm (T = 85 C)
1.0m
10Hz
100Hz
1.0KHz
10KHz
100KHz
1.0MHz
10MHz
100MHz
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6-1
J. A. Pomilio
L
+
Rse
Ro Vo
E
C
L=1mH
C=220uF
Rse=.45 ohm
Ro=.5 ohm
E=20V
Vo=10V
10.04V
10.02V
10.00V
9.98V
9.96V
0s
0.2ms
0.4ms
0.6ms
0.8ms
1.0ms
R se =
tg
2fC
(6.1)
6.1.1
Capacitores eletrolticos
O capacitor eletroltico tem seu funcionamento baseado em fenmenos eletroqumicos.
A principal caracterstica reside no fato que um dos eletrodos, o catodo, constitudo pelo
prprio fludo condutor (eletrlito), e no por uma placa metlica. O outro eletrodo, o anodo,
constitudo de uma folha de alumnio em cuja superfcie formada (por um processo
eletroqumico) uma camada de xido de alumnio, a qual serve de dieltrico [6.1].
A principal vantagem destes capacitores a alta capacitncia especfica (F/m3). Isto se
deve, principalmente espessura da camada de xido, tipicamente de 0,7 m (outros materiais
dieltricos dificilmente tem espessura inferior a 6 m), mesmo para componentes para baixas
tenses. A intensidade de campo permitida de aproximadamente 800 V/ m.
O mtodo de bobinagem o mais empregado na fabricao dos componentes. A
bobina contm, alm da folha do anodo, uma segunda folha de alumnio (chamada de folha do
catodo) que tem, no mnimo, a mesma dimenso da folha do anodo.Esta segunda folha no
oxidada e sua funo servir como uma grande rea supridora de corrente para o eletrlito.
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6-2
J. A. Pomilio
Ambas folhas so separadas por camadas de papel, cujas funes so: armazenador de
eletrlito (nos poros do papel absorvente) e separador das folhas metlicas (para evitar curtocircuito).
Capacitores construdos como descrito s funcionam convenientemente quando se liga
o potencial positivo ao anodo. A ligao inversa produz um processo eletroltico de deposio
de xido sobre a folha do catodo. Neste processo ocorre gerao interna de calor e gs, que
pode destruir o componente. Por outro lado, a capacitncia diminui, uma vez que aumentada
a espessura do dieltrico.
Assim, a aplicao tpica em tenses contnuas. Tenses alternadas, sobrepostas
contnua, desde que no alterem a polaridade, podem ser utilizadas. Na verdade as
polarizaes invertidas podem ocorrer at cerca de 2 V, que o potencial no qual se inicia o
processo de deposio de xido.
Existem capacitores eletrolticos bipolares que, por construo, j tem ambas folhas de
alumnio oxidadas. Obviamente, a capacitncia especfica menor.
Como aplicaes tpicas em fontes chaveadas pode-se citar:
Filtros de entrada: usa-se capacitor eletroltico de alumnio, com alto produto capacitncia
x tenso (CV) e baixas perdas.
Filtros de sada: capacitor eletroltico de alumnio, com baixo Rse e Lse, especiais para
operao em altas freqncias.
Outra caracterstica importante dos capacitores refere-se sua confiabilidade. Os
fabricantes especificam seus componentes em funo de sua expectativa de vida, sendo os de
alta confiabilidade aqueles que apresentam a maior durabilidade. Esta varivel determinada,
para os capacitores eletrolticos de alumnio, pela qualidade dos materiais utilizados na
fabricao.
Em geral, a um aumento de temperatura corresponde uma reduo na vida do capacitor
eletroltico, de acordo com a expresso:
BT = Bo 2
T To
(6.2)
D
2fC
(6.3)
6-3
J. A. Pomilio
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6-4
6.2
J. A. Pomilio
Componentes magnticos
Materiais
Os materiais mais utilizados so ferrites, as quais possuem valores relativamente
reduzidos de Bmax (entre 0,3T e 0,5T), apresentando, porm, baixas perdas em alta freqncia
e facilidades de manuseio e escolha, em funo dos diversos tipos de ncleos disponveis. As
ferrites so constitudas por uma mistura de xido de ferro (Fe2O3) com algum xido de um
metal bivalente (NiO, MnO, ZnO, MgO, CuO, BaO, CoO). Possuem resistividade muito maior
do que os materiais metlicos (da ordem de 100k.cm) o que implica em perdas por correntes
de Foucault desprezveis quando operando com um campo magntico alternado.
Algumas aplicaes em que no se pode admitir distoro no campo magntico devese utilizar ncleo de ar, com o inevitvel valor elevado do fluxo disperso.
Ncleos de ferro laminado so utilizados apenas em baixa freqncia por apresentarem
lao de histerese muito largo, embora possuam um Bmax de cerca de 1,5T.
Um terceiro tipo de material so os aglomerados de ferro (iron powder) [6.4] que so
constitudos por minsculas partculas de compostos de ferro, aglomerados entre si, mas que
apresentam um entreferro distribudo ao longo de todo comprimento magntico. um material
adequando para aplicaes em que devem coexistir campos de baixa freqncia (60Hz) e de
alta freqncia, garantindo, ao mesmo tempo, que o ncleo no sature e no apresente
elevadas perdas.
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6-5
J. A. Pomilio
6.2.2
Formatos de ncleos
Os ncleos de tipo "pot core" (e seus derivados tipos RM, PM, EP, cube core, etc.) so
geralmente usados na construo de indutores e transformadores para pequenas e mdias
potncias, com baixa disperso, devido sua forma fechada.
6-6
J. A. Pomilio
Br
-Hc
-3.0
-2.0
-1.0
0.0 Hc
1.0
2.0
3.0
H (A.esp/m)
-Br
1 T = 10000 G
-Bmax
-5.0K
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6-7
J. A. Pomilio
Hg g + Hm l c = N i
(6.4)
B = 0 Hg = c Hm
(6.5)
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6-8
Hm =
N i Bm g
lc
0 l c
J. A. Pomilio
(6.6)
Nota-se na figura 6.7 que a introduo do entreferro faz com que Hm seja atingido para
valores maiores de corrente. O efeito sobre a curva B x Ni mostrado na figura 6.7.b. A
indutncia incremental se reduz, mas linearizada. O valor de Br tambm se reduz. Bmax no
se altera por ser uma caracterstica do material.
O fluxo magntico proporcional a B, enquanto a corrente proporcional a H. Assim,
a curva de magnetizao que relaciona com i, cuja inclinao a indutncia do elemento
magntico, tem o mesmo comportamento da curva B x H.
Em sntese, a presena do entreferro leva a uma diminuio da indutncia,
manuteno de um valor constante, independente da corrente, e aumenta o valor da corrente na
qual ocorre a saturao.
(6.7)
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6-9
J. A. Pomilio
(6.8)
4,35 10 3
f
(6.9)
: dimenso dentro da qual, para uma dada freqncia, no ocorre reduo significativa na
superfcie condutora (em metros)
Por exemplo, para 20kHz, = 0,47 mm, ou seja, um fio com dimetro de 0,94 mm
pode ser usado para conduzir uma corrente a 20kHz sem ter sua rea condutora
significativamente reduzida pelo efeito pelicular.
Relembre-se aqui que as correntes no so, via de regra, senoidais, de modo que deve
ser considerado um certo fator de folga para acomodar as perdas devidas s componentes
harmnicas.
A figura 6.8 mostra, para cada freqncia, qual condutor (de cobre) pode ser usado de
maneira evitar o aumento das perdas pelo efeito pelicular.
A maneira usual de se contornar este problema o uso de "fio Litz", o qual um cabo
composto por diversos fios (isolados entre si) de dimetro adequado freqncia de operao,
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6-10
J. A. Pomilio
cuja seco transversal total permita uma densidade de corrente suficientemente baixa para
no causar perdas elevadas (em geral inferior a 3 A/mm2). Outra possibilidade o uso de fitas
de cobre com espessura inferior a 2. Como, geralmente, estas fitas no so isoladas, deve-se
tomar cuidados adicionais com este aspecto.
Um outro aspecto que deve ser lembrado refere-se induo de corrente nos
condutores prximos s regies do ncleo nas quais ocorre um estrangulamento do fluxo
magntico com uma conseqente disperso local pelo ar. bvio que este problema mais
grave se for utilizado um enrolamento com fita metlica, a qual apresenta uma resistncia
menor do que um cabo Litz de rea equivalente (em virtude da isolao entre cada fio).
Dimetro do fio em mm
10
0.1
1000
4
1 10
5
1 10
6
1 10
f(Hz)
Figura 6.8 Dimetro de fio que deve ser usado em funo da freqncia.
Em um transformador, caso se faa uso de condutores slidos, de cabos Litz e fitas, a
colocao de cada um no ncleo deve seguir a seguinte ordem: cabo Litz mais prximo ao
ncleo (e, assim, mais susceptvel ao fluxo disperso), metade do enrolamento do primrio, os
secundrios com fita, e a segunda metade do primrio. Note-se que a posio do secundrio
enrolado com fio Litz no contido pelo primrio, leva a um aumento do fluxo de disperso,
com os inconvenientes j citados. A figura 6.9 mostra o arranjo recomendado [6.7].
Fitas de isolao
Ncleo
Fio Litz Secundrios
1/2 primrio
6-11
J. A. Pomilio
Cp
Lm
Cs
Rfe
1:N
IDEAL
a)
Fase
90d
-90d
10k
b)
10m
1.0kHz
Rp=.01
Lp=1uH
Rfe=10k
Cp=10pF
Lm=100uH
Cps=10pF
N=40
Cs=100pF
Ls=10uH
Rs=1
Mdulo
10kHz
100kHz
1.0MHz
10MHz
100MHz
6-12
J. A. Pomilio
6.2.6
NCLEO
Isolamento
Primrio
NCLEO
Secundrio
Secundrio
Figura 6.11 Posies de enrolamentos em transformador.
6-13
J. A. Pomilio
Sada realimentada
100 120
Potncia de sada (%)
Figura 6.12 Tenses de sada normalizadas para fonte com mltiplas sadas.
Caso este tipo de enrolamento no seja possvel, deve-se buscar a melhor disposio
relativa dos enrolamentos, como mostrado nas figuras abaixo.
T1
Primrio
T2
Secundrio 1
T3
T4
Secundrio 2
T2 (V)
17,20
16,97
16,75
16,45
16,19
15,97
15,74
15,55
12,14
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T3 (V)
16,40
16,26
16,15
15,96
15,76
15,61
15,51
15,36
12,27
T4 (V)
16,30
16,15
16,00
15,85
15,70
15,55
15,45
15,30
12,26
R01()
0,44
0,50
0,56
0,65
0,77
0,96
1,27
1,83
3,5
6-14
6.3
J. A. Pomilio
Supercapacitores
Um capacitor tradicional acumula energia no campo eltrico criado pela separao das
cargas eltricas. Este campo existe no dieltrico que se torna polarizado. A capacitncia
proporcional permissividade do material e rea das placas, sendo inversamente
proporcional distncias entre as placas.
J em um supercapacitor no h um dieltrico, mas um eletrlito. A principal diferena
a grande rea propiciada por materiais porosos, aliada pequena distncia entre as cargas,
que da ordem de nanmetros. Com um eletrlito aquoso, a tenso por capacitor de cerca de
1 V, enquanto para um eletrlito orgnico este valor cresce para 2,5 V. A obteno de tenso
elevada feita pela associao em srie de capacitores [6.9].
Hermann Helmholtzi, em 1853, descreveu que quando uma tenso aplicada entre dois
eletrodos de carbono, imersos em um fluido condutor, no h circulao de corrente at que
uma certa tenso limiar seja atingida. Ao se iniciar a conduo h tambm a formao de gs
devido reao qumica na superfcie dos eletrodos. Abaixo desta tenso limiar o dispositivo
se comporta como um capacitor [6.10 e 6.11].
Diferentemente de uma bateria, no h acmulo de energia qumica. Em torno de um
eletrodo poroso de carbono situa-se o eletrlito, carregado de cargas. Na realidade, conforme
mostra a figura 6.14, h dois eletrodos e, nas adjacncias de cada um, ocorre o acmulo de
ons positivos e negativos O separador isola os eletrodos, mas permite a livre passagem dos
ons. Por esta razo estes dispositivos so tambm denominados capacitores de dupla camada.
Do ponto de vista de uma aplicao, a principal diferena entre um supercapacitor e
uma bateria o fato da bateria ter um melhor desempenho como fonte de energia, enquanto o
capacitor tem um comportamento superior em termos de fonte de potncia. Ou seja, para uma
dada tenso, um supercapacitor capaz de responder a uma demanda de corrente de maneira
muito mais rpida do que uma bateria, o que se deve a uma resistncia interna muito menor.
No entanto, mesmo podendo atingir capacitncias muito elevadas (da ordem de
milhares de Farads), a energia acumulada, merc da baixa tenso, muito inferior que se
consegue numa bateria com volume/peso equivalente. A figura 6.15 mostra um mapeamento
de diferentes dispositivos de acmulo de energia em funo de densidade de potncia e de
energia, chamado diagrama de Ragone.
Nota-se que os SC (na figura designados como capacitores eletroqumicos), podem
apresentar densidade de potncia similar a um capacitor eletroltico, o que significa que o
produto tenso x corrente similar. No entanto, a densidade de energia de uma a duas ordens
de grandeza superior, o que significa que um SC capaz de acumular muito mais energia. Em
relao s baterias e clulas a combustvel, apresentam densidade de energia muito menor,
mas com densidade de potncia muito mais elevada.
No entanto um supercapacitor no se comporta exatamente como o modelo de dupla
camada de Helmholtz, pois as cargas do eletrlito no se acumulam na superfcie
imediatamente vizinha ao eletrodo, mas se distribuem de uma maneira mais complexa, que
pode ser modelada de vrias formas, como ilustra a figura 6.16 [6.12]. No modelo de
Helmholtz, a separao entre as cargas seria igual ao dimetro molecular do eletrlito. Para
6-15
J. A. Pomilio
O modelo de Stern, leva em conta que parte da carga se apresenta difusa no eletrlito,
podendo-se considerar que h duas capacitncias em srie, uma devido camada compacta e
outra camada difusa. A capacitncia total ser menor do que esta ltima. Um modelo eltrico
que represente todos estes comportamentos fsicos e qumicos no simples. A complexidade
do modelo adotado, no entanto, depende da aplicao especfica e do erro admissvel em cada
anlise.
Um melhor modelo eltrico deve considerar que processos de carga e descarga no so
simultneos em toda superfcie do material poroso, levando a um circuito com capacitncias
distribudas, acopladas por resistncias, como mostra a figura 6.16. Tais capacitncias so
ainda dependentes da tenso aplicada.
a)
b)
Figura 6.16 Modelo de distribuio de cargas de Helmholtz (a) e de Stern (b)
(Figura obtida em [6.13]).
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6-16
J. A. Pomilio
Figura 6.17 Circuito equivalente para cada poro do eletrodo (Figura obtida de [6.12]).
Conforme citado em [6.12], a primeira patente deste tipo de dispositivo de 1957
[6.14], com os primeiros componentes aparecendo no mercado em 1970 [6.15], com o
chamado SOHIO. Mas apenas nos anos 90 os supercapacitores comearam a ter um uso mais
intenso.
H vrias companhias fabricantes, como a Maxwell Technologies [6.16], a Siemens
Matsushita (atravs da EPCOS) [6.17], NEC-Tokin [6.18], Panasonic [6.19], ELNA [6.20],
AVX [6.21] (estes quatro ltimos com componentes para aplicaes eletrnicas, ou seja, de
baixa tenso), Evans [6.22], etc.
Como caractersticas gerais de um supercapacitor, pode-se indicar:
Densidade de energia 100 vezes maior do que um capacitor convencional;
Densidade de potncia dez vezes maior do que baterias convencionais;
Densidade de energia na faixa at 10 Wh/kg;
Referncias Bibliogrficas
[6.1]
[6.2]
[6.3]
S. G. Parler Jr., Deriving Life Multipliers for Electrolytic Capacitors. IEEE Power
Electronics Society Newsletter, First Quarter, 2004, pp. 11-12.
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor
6-17
J. A. Pomilio
[6.4]
[6.5]
[6.6]
[6.7]
[6.8]
[6.9]
[6.10] H. L. F. von Helmholtz, Uber einige Gesetze der Vertheilung elektrischer Strome in
korperlichenLeitern mit Anwendung auf die thierisch-elektrischen Versuche [Some
laws concerning the distribution of electrical currents in conductors with applications
to experiments on animal electricity]. Annalen der Physik und Chemie, 89(6):211233,
1853.
[6.11] H. Michel, C. Raible: Bursting with Power, PCIM Europe Magazine, 3/1999, pp. 3637.
[6.12] R. Kotz, M. Carlen: Principles and Applications of Electrochemical Capacitors,
Electrochimica Acta, vol. 45, 2000, pp. 2483-2498.
[6.13] F. Belhachemi, S. Rael, B. Davat, A physical based model of power electric doublelayer supercapacitors, Proc. of the IEEE IAS Annual Meeting, Rome, Italy, Oct. 2000.
[6.14] H. E. Becker, U.S. patent 2 800 616 (to General Electric), 1957.
[6.15] D. I. Boos, U. S. Patent 2 536 963 (to Standard Oil, SOHIO), 1970.
[6.16] http://www.maxwell.com/ultracapacitors/ (em 01/04/2003)
[6.17] http://www.epcos.com/web/home/html/home_e.html (em 01/04/2003)
[6.18] http://www.nec-tokin.net/now/english/product/pdf_dl/SuperCapacitors.pdf
01/04/2003)
(em
[6.19] http://www.panasonic.com/industrial/components/pdf/double_appguide_dne.pdf
01/04/2003)
(em
6-18
6.5
J. A. Pomilio
Exerccios
Lp
Lm
Cs
Rfe
1 : 100
IDEAL
6-19
J. A. Pomilio
-50dB
0
-400
100Hz
1.0kHz
10kHz
100kHz
1.0MHz
10MHz
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7-1
J. A. Pomilio
o indutor como uma fonte de corrente e a tenso no capacitor ser a nica varivel de estado a
ser considerada.
A figura 7.2 mostra um resultado de um conversor abaixador de tenso que opera,
inicialmente, no MCC. Note que o sistema responde (em malha aberta) com comportamento
oscilatrio, tpico de um sistema de segunda ordem. Em 6ms h uma reduo na tenso de
entrada, mas o circuito continua no MCC. Em 10ms se d uma reduo na corrente de sada
(aumento na resistncia de carga), o que leva o circuito ao MCD. Observe que o sistema passa a
ter um comportamento de primeira ordem.
Figura 7.2 Comportamento tpico de tenso no capacitor (trao superior) e corrente no indutor
(trao inferior) em conversor abaixador de tenso nos modos MCC e MCD. (fchav=25kHz,
L=200uH, C=100uF, Vi=30, ou 35V, =50%.)
No caso dos conversores Cuk, SEPIC e zeta, preciso considerar a questo da
descontinuidade com mais cuidado, pois a corrente dos indutores no se anula. Alm disso, por
haver 2 indutores e 2 capacitores, o sistema pode se comportar como de quarta ordem.
Embora pouco comum, possvel tambm que se d uma descontinuidade da tenso, o
que pode ocorrer se a capacitncia de sada tiver valor muito reduzido e se descarregar
plenamente.
7.1
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7-2
J. A. Pomilio
- vo
Ii
C
L
Vi
Ro
Rse
io
Vs
Compensador
vc
+
ev
+
Vref
Ip
Ii
Ii
0
tT
tT
Vi t T
L
(7.1)
Ii =
Vi t 2T
2L
(7.2)
Vi 2 t 2T
Pi = Vi Ii =
2L
(7.3)
Po = Ro i o = Pi
2
(7.4)
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(7.5)
7-3
io =
2
Vi 2 t T2
io =
2 L Ro
vc
2 L Ro f Vs
Vi
J. A. Pomilio
(7.6)
Seja:
A=
Vi
2 L Ro f
(7.7)
Ro
vo
dvo vo
+
dt Ro
(7.8)
dv o
vo
A v
+
= c
dt
C Ro C Vs
(7.9)
V o (s)
A
=
V c (s)
R o C C Vs
(7.10)
A funo de transferncia :
G (s) =
V o (s)
=
Vc (s)
Vi
2L
Ro
1
1
Vs (1 + s R o C)
(7.11)
Vi
2L
Ro
1 (1 + s R se C)
Vs (1 + s R o C)
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(7.12)
7-4
J. A. Pomilio
Nota-se claramente que a presena da resistncia srie do capacitor impede que o ganho
se reduza com o aumento da freqncia, o que implica na presena, no sinal realimentado, de
uma componente de tenso na freqncia do chaveamento.
Os diagramas mostrados na figura 7.6 indicam a resposta do circuito. Sem a presena da
resistncia srie do capacitor a amplitude sempre decrescente com o aumento da freqncia,
enquanto a fase se mantm em -90 graus. Considerando-se a presena de Rse e, portanto, de um
zero na funo de transferncia, o ganho deixa de decrescer com a aumento da freqncia e a
defasagem vai a -90 graus mas retorna para zero.
Dada a dependncia da carga, os diagramas devem ser analisados para as condies
extremas de Ro, fazendo-se o projeto em funo do pior caso.
20
0
Ganho (dB)
Fase (graus)
Rse=0
-100
20
0
Ganho (dB)
Rse>0
Fase (graus)
-100
100mHz
1.0Hz
10Hz
100Hz
1.0KHz
10KHz
100KHz
1.0MHz
Figura 7.6 Diagramas de Bode do conversor buck-boost, no modo descontnuo, para Rse=0 e
Rse>0.
7.1.1
O compensador
Considerando os diagramas de Bode apresentados anteriormente, com realimentao
negativa e com o uso de algum elemento integrador, dependendo da freqncia dos plos e zeros
da funo de transferncia, a mxima defasagem poder se aproximar de 360, produzindo uma
margem de fase muito pequena, que resulta em uma resposta oscilatria, com pouco
amortecimento. Quanto ao ganho, deve-se buscar elevar o ganho CC a fim de reduzir o erro
esttico, alm disso, para freqncias elevadas, deve-se garantir um ganho decrescente para
minimizar a realimentao da ondulao da tenso de sada.
A freqncia de cruzamento (ganho 0dB), em malha fechada, deve ser ajustada at no
mximo, cerca de 1/5 da freqncia de chaveamento.
Um possvel compensador mostrado na figura 7.7, o qual tem uma caracterstica de
filtro passa-baixas, tendo o ganho CC ajustado pelas resistncias. Sua freqncia de corte dada
por: pa=1/RfCi.
Para evitar que a margem de fase se estreite muito (o que levaria a uma resposta subamortecida), a freqncia de corte do compensador deve ser colocada prxima freqncia
determinada pelo zero da funo de transferncia.
Mostram-se a seguir os diagramas relativos a dois compensadores diferentes. Na figura
7.8 tem-se a freqncia de corte do filtro alocada em um valor bem abaixo (2 dcadas) da
freqncia determinada por Rse e pela capacitncia. Note-se a estreita margem de fase (30). No
segundo caso (figura 7.9) a freqncia do filtro foi alocada para a freqncia relativa ao zero da
funo de transferncia. Observa-se claramente a melhoria na margem de fase (90), a expanso
da faixa de passagem para 580Hz (contra 175Hz do caso anterior), mantendo-se o ganho CC
(41dB) e a atenuao para freqncias crescentes.
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7-5
J. A. Pomilio
Ri
Ve
Tenso de erro Ve=Vr-Vo
Vc
Ganho (dB)
Fase (graus)
Figura 7.8 Resposta de buck-boost, em malha aberta, realimentado com freqncia de corte do
compensador muito baixa.
Ganho (dB)
Fase (graus)
Figura 7.9 Resposta de buck-boost, em malha aberta, com freqncia de corte do compensador
igual freqncia do zero (Rse.C).
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7-6
J. A. Pomilio
Figura 7.10 Resposta no tempo de buck-boost, em malha fechada, para ambos ajustes do
compensador.
7.2
Vo (s)
Vi
=
d (s) (1 D )2
D
sL
1
2
(1 D ) Ro
2
2
sL 1
1
2
1+
+ s LC
Ro 1 D
1 D
(7.13)
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7-7
J. A. Pomilio
Um zero no RHP provoca, sobre o ganho, uma variao de +20dB/dec (como um plo no
semiplano esquerdo). No entanto, produz uma defasagem de -90, como se v na figura 7.12.
0
Ganho
Fase
50
100
freq
freq
(7.14)
Io
T
T
D
D
Figura 7.13 Efeito de variao de carga sobre o ciclo de trabalho em malha fechada.
Na ocorrncia de um aumento em degrau na carga (o que provoca uma reduo na tenso
de sada, devido s perdas do circuito e regulao do transformador), o amplificador de erro
produz um aumento no ciclo de trabalho do conversor, buscando elevar a tenso de sada. No
entanto, um maior ciclo de trabalho implica num menor intervalo de tempo no qual ocorre a
conduo do diodo de sada, intervalo este no qual ocorre a transferncia de energia para a sada.
Ora, se o crescimento da corrente mdia pelo indutor demora alguns ciclos para se
estabilizar, a reduo do intervalo de conduo do diodo instantnea a partir da a mudana no
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7-8
J. A. Pomilio
ciclo de trabalho. Assim, o primeiro efeito que se observa sobre a carga , na verdade, o de uma
reduo ainda maior na tenso, causada pela diminuio na corrente de sada. Isto continua at
que a corrente pelo indutor cresa para o novo e adequado valor.
7.3
Estes conversores so aqueles que possuem um filtro de segunda ordem na sada, como o
abaixador de tenso ou o push-pull. A figura 7.14 mostra uma topologia tpica com controle de
tenso.
O filtro LC produz a mais baixa freqncia de corte do sistema e significa um plo duplo
(-40dB/dec e defasagem de -180). O capacitor e sua resistncia srie representam um zero
(+20dB/dec e defasagem de +90).
f LC =
fz =
o =
2 LC
1
LC
(7.15)
1
2 C Rse
(7.16)
..
Vi
N3
V2
LC
+Vo
Rse
Ro
N1 N2
Vs
+
Compensador
Vc
Vr
N2
Vi N 2 Vc
=
N1
N 1 Vs
V2 Vi N 2
=
Vc Vs N 1
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(7.17)
(7.18)
7-9
J. A. Pomilio
A relao entre a tenso no secundrio e a tenso de sada dada pela resposta do filtro
de segunda ordem da sada. Desconsiderando o efeito da resistncia da carga e de Rse tem-se um
fator de qualidade infinito.
Vo
1
=
2
V2 1 + s L C
(7.19)
A funo de transferncia :
G (s) =
Vo(s)
Vi N 2
=
Vc(s) Vs N1 (1 + s2 / o 2 )
(7.20)
z =
Vo(s)
Vi N 2 (1 + s / z )
=
Vc(s) Vs N1 (1 + s2 / 2o )
(7.21)
1
Rse C
(7.22)
Ganho (dB)
-200
0d
Fase (graus)
-200d
1.0Hz
10Hz
100Hz
1.0KHz
10KHz
100KHz
1.0MHz
Figura 7.15 Resposta de filtro de segunda ordem, para diferentes resistncias de carga.
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7-10
J. A. Pomilio
50
Ganho (dB)
-200
0d
Fase (graus)
-200d
1.0Hz
10Hz
100Hz
1.0KHz
10KHz
100KHz
1.0MHz
Figura 7.16 Resposta de filtro de segunda ordem, considerando Rse, para diferentes resistncias
de carga.
7.3.1
O compensador
O compensador mostrado na figura 7.17 tem como principal caracterstica oferecer uma
defasagem positiva, o que permite uma melhoria na margem de fase.
Sua funo de transferncia dada por:
v c (s)
=
v e (s)
(1 + R iz C i s) (1 + C f R fz s)
R ip R iz
s C f (R ip + R iz ) 1 + s C i
R iz + R ip
(7.23)
Ci
Rfz
ve
Rip
Riz
Cf
vc
R ip + R iz
C i R ip R iz
1
C i R iz
1
=
C f R fz
z1 =
z2
(7.24)
7-11
J. A. Pomilio
Ganho (dB)
50
-50
Fase (graus)
-100
100mHz
1.0Hz
10Hz
100Hz
1.0KHz
10KHz
100KHz
1.0MHz
Ganho (dB)
Fase (graus)
-100
-200
100mHz
1.0Hz
10Hz
100Hz
1.0KHz
10KHz
100KHz
1.0MHz
Conversor boost
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7-12
Vo (s)
Vi
=
d (s) (1 D )2
J. A. Pomilio
1
sL
1
(1 D )2 Ro
2
2
sL 1
1
2
1+
+ s LC
Ro 1 D
1 D
(7.25)
v (s) Vi 2 Ro
Vi
1
=
L
v c (s) Vs
Vo 2 Vi + 1 Vi s C Ro
Vo Vo
(7.26)
Ganho (dB)
Fase (graus)
20
0
50
20
40
10
100
1000
f(Hz)
1 10
100
10
100
1000
1 10
f(Hz)
Figura 7.21 Resposta em freqncia de conversor boost no modo descontnuo, em malha aberta.
7.5
Controle feed-forward
7-13
J. A. Pomilio
Isto pode ser obtido fornecendo um sinal da tenso de entrada para o circuito que produz
o sinal MLP, mais especificamente, ao gerador de rampa, o qual deve ter sua amplitude varivel
em funo da tenso de entrada, como mostrado na figura 7.22.
Nota-se que a um aumento da tenso de entrada eleva-se o valor de pico da onda dente de
serra, provocando, para uma mesma referncia, uma reduo no ciclo de trabalho, o que levar a
uma estabilizao da tenso de sada, desde que o ganho que realiza o aumento da amplitude da
rampa esteja corretamente dimensionado.
Vi maior
Vs2
Vs1
Vc
1
2
Figura 7.22 Variao na amplitude da onda dente de serra e no ciclo de trabalho com controle
feed-forward.
O uso desta tcnica em fontes tipo abaixador de tenso e fly-back (modo descontnuo),
tem excelente resultado. J sua aplicao em conversores tipo push-pull, meia-ponte e ponte
completa, necessita de ateno para evitar a saturao do transformador, o que poderia ocorrer
caso a forma de onda deixasse de ser simtrica.
7.6
O controle MLP da tenso de sada est mostrado na figura 7.23. Neste caso, a tenso de
controle, obtida a partir do erro de tenso e do compensador, determina a largura do pulso pela
comparao com uma onda dente de serra de freqncia fixa.
Este controle da chave de potncia ajusta por quanto tempo se aplica tenso sobre o
indutor e, assim, sua corrente.
Em termos de modelagem dinmica, ao se fazer o controle da corrente, tem-se uma
reduo na ordem do sistema (a exemplo do que ocorre no MCD). No entanto, para os
conversores boost e buck-boost mantm-se o comportamento de fase no-mnima.
No controle no modo corrente, uma malha adicional de corrente usada como mostra a
figura 7.24, para um conversor abaixador de tenso. Neste caso, a referncia de corrente (Ir)
determina diretamente a corrente do indutor (seu valor mdio) e, conseqentemente, a tenso de
sada.
Existem diferentes tipos de controle no modo corrente:
a) corrente mdia;
b) histerese;
c) tempo ligado ou desligado constante;
d) freqncia constante com acionamento sincronizado.
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7-14
Vi
Compensador
Vr
Vc
Comparador
J. A. Pomilio
Ro Vo
+
Acionador
Figura 7.23 Esquema bsico de controle no modo tenso (exemplo de circuito fly-back).
Vi
Regulador de
tenso
L
Clock
Vr
+
-
+
C
Ro Vo
Ir
iL
FF Q
Acionador
Comparador
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7-15
J. A. Pomilio
Imax
Imdio=K.Vc
Imin
a) Histerese
Imax=K.Vc
toff=cte
= cte
c) Freqncia constante com acionamento sincronizado
Vr +
I
Gr
ir
Kc
io
Ro
Vo
1+sCRo
Hv
Figura 7.26 Diagrama de blocos de conversor abaixador de tenso com controle de corrente.
A funo de transferncia para o conversor buck com controle de corrente :
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7-16
V o (s)
Kc R o
=
i r (s) 1 + s C R o
J. A. Pomilio
(8.55)
A figura 7.27 mostra a resposta deste conversor a uma variao na referncia, com a
corrente do indutor controlada por histerese. O regulador de tenso um simples PI (bloco Gr na
figura 7.26). Observe o comportamento de primeira ordem (compare com a figura 8.4), mesmo
operando em malha fechada e no MCC.
Para um sistema semelhante ao usado no resultado anterior, a figura 7.28 mostra
resultados de simulao para o conversor boost. Note-se que se mantm o comportamento de
fase no mnima, apesar da resposta do sistema apresentar-se com ordem reduzida em relao ao
controle direto da tenso de sada.
Figura 7.27 Resposta de converso buck com controle de corrente do indutor (histerese), com
malha externa de tenso de sada.
A funo de transferncia para o conversor boost com controle de corrente, no MCC, :
s L Vi2
1
V o (s) Vi R o
R o Vo2
(8.56)
=
s C Ro
Vo
i r (s)
1+
2
Repare que esta relao, ao utilizar o valor de Vo, se modifica caso a tenso de sada se
altere, como o caso da figura 7.28.
O controle no modo corrente apresenta diversas vantagens sobre o controle pela tenso
de sada:
a) Limite do pico de corrente pela chave de potncia. Como se faz uma medida da corrente, seja
no indutor, seja na prpria chave, possvel estabelecer um valor mximo para a tenso de
controle de modo a proteger a chave semicondutora contra sobre-corrente.
b) Reduo da ordem do sistema. O fato de se controlar a corrente pelo elemento indutivo (o que
o torna uma "fonte de corrente") altera significativamente o comportamento dinmico dos
sistemas.
c) Modularidade. Sadas de mais de uma fonte podem ser facilmente paraleladas, mantendo uma
distribuio equilibrada de corrente, quando se usa uma mesma tenso de controle para
todos os mdulos.
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7-17
J. A. Pomilio
Variao da referncia de
tenso de 20V para 40V
Corrente no indutor com
controle por histerese
Efeito do comportamento de
fase no-mnima
Diminuio da
resistncia da carga
Figura 7.28 Resposta de converso boost com controle de corrente do indutor (histerese), com
malha externa de tenso de sada.
d) Simetria de fluxo. Em conversores push-pull ou em ponte, o controle de corrente elimina o
problema de desequilbrio de fluxo, dado que se monitora os picos de corrente. Caso o
circuito tenda para a saturao, ocorre um aumento no valor instantneo da corrente,
levando a uma reduo da largura de pulso e, assim, da tenso aplicada, saindo-se da
saturao.
e) Comportamento antecipativo (feed-forward) em relao tenso de entrada. Como a
derivada da corrente depende do valor da tenso de entrada, caso ocorra uma alterao em
tal tenso, a nova inclinao da corrente produz uma variao na largura de pulso que
automaticamente compensa a perturbao, de modo que ela no seja observada na sada,
conforme se v na figura 7.29.
Imdia
I
1
2
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7-18
J. A. Pomilio
Iref
distrbio
antes do distrbio
aps o distrbio
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7-19
J. A. Pomilio
Referncias bibliogrficas
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7-20
8. MODELAGEM DE FONTES
VARIVEIS DE ESTADO
J. A. Pomilio
CHAVEADAS:
MTODO
DAS
Middlebrook e Cuk (1976, 1977) desenvolveram uma tcnica para obter um modelo
de variveis mdias no espao de estado, resultando em um modelo linear para o estgio de
potncia, incluindo o filtro de sada, modelo este vlido para pequenas perturbaes, fazendose a linearizao em torno do ponto de operao.
Por variveis mdias entende-se o valor mdio de cada varivel considerada
(normalmente corrente no indutor e tenso no capacitor), valor mdio calculado a cada
perodo de comutao. Ou seja, o modelo no capaz de representar o ripple da corrente ou
da tenso, mas representa a evoluo do valor mdio destas variveis. As realimentaes
necessrias operao em malha fechada no devem conter sinais de alta freqncia, ou seja,
devem ser devidamente filtradas, de maneira que o modelo reproduza de maneira fiel o
comportamento do sistema.
Caso o ripple de alta freqncia no seja suficientemente atenuado, sua presena no
circuito pode levar a funcionamentos no previstos pelo modelo e que, portanto, no podem
ser explicados por este.
A figura 8.1 mostra um diagrama de blocos do sistema (domnio do tempo), enquanto
em 8.2 tem-se uma representao em termos de funes de transferncia (domnio da
freqncia).
Cada bloco do sistema mostrado na figura 8.2 pode ser representado por uma funo
de transferncia. Os pequenos sinais causadores, ou resultados, da perturbao so indicados
por uma letra no formato v, d, i.
Zf
Vs
Vi
Zi
Vc
+
Vr
Controlador
PWM
Estgio de
Potncia e
filtro
Vo
Compensador
Tm(s)=
Tc(s)
Vr=0 +
Ve
Vc
Controlador
Compensador
d
Vc
PWM
Vo
Vc
Tp(s)=
Vo
d
Estgio de
Potncia e
filtro
Vo
b)
Figura 8.2 Funes de transferncias do conversor.
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8-1
J. A. Pomilio
8.1
Linearizao do estgio de potncia usando valores mdios das variveis de estado
para obter vo(s)/d(s)
O objetivo deste estudo obter uma funo de transferncia para pequenos sinais entre
a tenso de sada (vo) e o ciclo de trabalho (), em torno de seus pontos de operao, Vo e D,
respectivamente.
Quando for indicada a varivel em tipo maisculo (Vo, por exemplo), refere-se ao
valor mdio da varivel. Quando for indicado vo, indica-se apenas o componente alternado,
relativo perturbao, e quando se expressar a varivel em tipo minsculo (vo), refere-se
soma de Vo com vo.
A anlise que se segue refere-se operao no modo contnuo.
a) Passo 1: Descrio no espao de estado
Operando no modo contnuo, existem apenas duas configuraes topolgicas para o
circuito, uma quando a chave controlada est conduzindo e outra quando est bloqueada e o
diodo est conduzindo.
Durante cada subintervalo, o circuito (linear) descrito atravs de seu vetor de estado,
x, o qual composto pelas correntes dos indutores e pelas tenses sobre os capacitores.
possvel incluir no modelo as resistncias de indutores e capacitores, assim como algumas no
idealidades dos interruptores. Normalmente, por sua importncia no comportamento
dinmico, o elemento parasita includo a resistncia srie equivalente do capacitor.
Seja Vi a tenso de entrada do conversor. A1 e A2 so matrizes de estado, quadradas,
com a mesma dimenso do nmero de variveis de estado, e B1 e B2 so vetores.
x& = A 1 x + B 1 Vi
durante
(8.1)
x& = A 2 x + B 2 Vi
durante (1 - )
(8.2)
Para um conversor tipo buck, boost ou buck-boost tem-se apenas duas variveis de
estado:
iL
x=
vC
Geralmente a varivel de sada (tipicamente a tenso aplicada carga) pode ser escrita
em termos apenas das variveis de estado:
v o = C1 x
d ur a nte
(8.3)
vo = C2 x
d ur a nte (1-)
(8.4)
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8-2
J. A. Pomilio
x& = [A 1 + A 2 (1 )] x + [B 1 + B 2 (1 )] Vi
(8.5)
v o = C1 + C 2 (1 ) x
(8.6)
(8.7)
= D+d
Em geral, vi=Vi+vi. Entretanto, como o objetivo aqui obter uma funo entre vo e ,
consideraremos a tenso de entrada sem variao, de modo que vi=Vi.
& =0, tem-se:
Usando as equaes precedentes e reconhecendo que X
x& = A X + B Vi + A x + [( A 1 A 2 ) X + (B 1 B 2 ) Vi ] d
(8.8)
(8.9)
B = B 1 D + B 2 (1 D)
(8.10)
A X + B Vi = 0
X = A 1 B Vi
(8.11)
(8.12)
Analogamente,
Vo + v 0 = C X + C x + [(C 1 C 2 ) X] d
(8.13)
C = C1 D + C 2 (1 D)
(8.14)
(8.15)
v o = C x + [(C 1 C 2 ) X] d
(8.16)
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8-3
J. A. Pomilio
(8.17)
(8.18)
ou,
x (s) = [s I A ] [( A 1 A 2 ) X + (B 1 B 2 ) Vi ] d (s)
1
(8.19)
v o (s)
1
= C [s I A ] [( A 1 A 2 ) X + (B 1 B 2 ) Vi ] + (C 1 C 2 ) X
d (s)
(8.20)
(8.21)
vc(t)= a sin(t + )
(8.22)
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(8.23)
(8.24)
8-4
v s (t)
J. A. Pomilio
v c (t)
Vs
a
Vc
t
Componente fundamental
(t)
1
D
0
( t ) = D + d ( t )
D=
(8.25)
Vc
Vs
d (t) =
(8.26)
a sin (t + )
Vs
(8.27)
d (s)
1
=
v c (s) Vs
(8.28)
8.3
RL
x2
x1
Vi
Ro
Rse
L
+
RL
x2
x1
Vo
Ro
+
Vo
Rse
(a)
(b)
Figura 8.4 Alternativas topolgicas (modo contnuo) de conversor abaixador de tenso:
conduo do transistor (a) e conduo do diodo (b).
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8-5
J. A. Pomilio
(8.29)
(8.30)
x& 1
L ( R se + Ro)
x& =
Ro
2
C ( Ro + R se )
Ro
1
L ( Ro + R se ) x1
+ L Vi
1
x2 0
C ( Ro + R se )
(8.31)
Ro R se x 1 + Ro x 2
Ro + R se
(8.32)
Ento:
Ro R se
C1 = C 2 =
Ro + R se
Ro + R se
Ro
(8.33)
L
A = A1 = A 2 =
1
C = C1 = C 2 R se
L
1
C Ro
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(8.34)
(8.35)
8-6
1
B = B1 D = L D
0
J. A. Pomilio
(8.36)
A inversa da matriz A :
C Ro
A 1 =
Ro + R se + R L 1
C
L C Ro
L
R se + R L
L
1
(8.37)
(8.38)
(8.39)
v o (s)
Vi
d (s)
1 + s R se C
R + RL
1
1
L C s 2 + s
+ se
+
L
Ro C
L C
(8.40)
8-7
J. A. Pomilio
Figura 8.6 Resposta a uma variao na tenso de entrada (equivalente a uma mudana de
largura de pulso) em conversor abaixador de tenso operando no MCC. Em cima: resposta do
modelo. Embaixo: resposta no circuito.
8.4
Vo (s)
Vi
=
d (s) (1 D )2
1
sL
1
(1 D )2 Ro
2
2
sL 1
1
2
1+
+ s LC
Ro 1 D
1 D
(8.41)
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8-8
J. A. Pomilio
Vo (s)
Vi
=
d (s) (1 D )2
D
sL
1
(1 D )2 Ro
2
2
sL 1
1
2
1+
+ s LC
Ro 1 D
1 D
(8.42)
Referncias Bibliogrficas
8-9
8.6
J. A. Pomilio
Exerccios
1
sL
1
(1 D )2 Ro
Vo (s)
Vi
.
=
2
2
2
d (s) (1 D )
sL 1
1
2
1+
+ s LC
Ro 1 D
1 D
No inclua as resistncias do capacitor ou do indutor no modelo.
Trace os diagramas de Bode utilizando os seguintes valores: Vi=10V, D=0,5,
L=100uH, C=100uF, Ro=2 , Vs=5V, fchav=20kHz. Comente os resultados.
2. Demonstre que a funo de transferncia vo(s)/d(s) para o conversor buck-boost, no
D
sL
1
(1 D ) Ro
Vo (s)
Vi
.
MCC :
=
2
2
d (s) (1 D )2
sL 1
1
2
1+
+ s LC
Ro 1 D
1 D
No inclua as resistncias do capacitor ou do indutor no modelo.
Trace os diagramas de Bode utilizando os seguintes valores: Vi=10V, D=0,5,
L=100uH, C=100uF, Ro=2 , Vs=5V, fchav=20kHz. Comente os resultados.
3. Obtenha a funo de transferncia vo(s)/d(s) para o conversor buck, no MCC. Inclua
apenas a resistncia do capacitor no modelo.
Trace os diagramas de Bode utilizando os seguintes valores: Vi=20V, D=0,5,
L=200uH, C=100uF, Ro=10, Vs=10V, fchav=20kHz, Rse=0,1. Comente os
resultados.
Simule no tempo o conversor e compare os resultados do modelo com os do circuito
quando ocorrer uma alterao na tenso de entrada de 20 para 22 V. Note que a funo
de transferncia idntica caso se obtenha a relao vo(s)/vi(s), bastando trocar Vi por D
no numerador.
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8-10
J. A. Pomilio
ia
ic
Vi
Vi
C
p
L1
ic
C
ia
ia C1
L2
Vi
ia
Vi
C
c
ic
ic
Figura 9.1 Conversores bsicos indicando terminais ativo (a), passivo (p) e comum (c).
A chave pode ser modelada da seguinte forma:
ia
ic
p
Figura 9.2 Modelo da chave PWM.
onde o ciclo de trabalho e *=(1-), o seu complemento.
No modo contnuo, ic ser sempre diferente de zero. No intervalo (.) (chave controlada
fechada), independentemente da topologia, tem-se:
i a (t)= i c (t)
(9.1)
v ap (t)= v cp (t)
(9.2)
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9-1
J. A. Pomilio
No intervalo complementar:
i a (t)= 0
(9.3)
v cp (t)= 0
(9.4)
Novamente, tambm neste tipo de anlise, interessam os valores mdios das variveis (uma
vez que se pretende utilizar ferramentas de anlise linear de sistemas). No estudo do
comportamento dinmico, as perturbaes estudadas sero, por hiptese, em freqncia muito
menor do que a freqncia de chaveamento e de pequena amplitude.
As grandezas mdias sero expressas por tipos maisculos, enquanto os termos relativos s
perturbaes sero indicados com uma letra em estilo: d,v, etc.
Pode-se demonstrar que a seguinte relao verdadeira:
Ia = Ic
(9.5)
Considerando as formas de corrente ia(t) e ic(t) mostradas na figura 9.3, e ainda a presena
da resistncia srie do capacitor do filtro de sada, tem-se as ondas de vap(t) e vcp(t) indicadas na
figura 9.4, considerando e desprezando a ondulao na corrente.
ia (t)
Ia=Ic.
tT
ic (t)
Ic
t
Figura 9.3 Corrente nos terminais ativo e comum.
A forma retangular de vap(t) (exceto no conversor abaixador, quando vap(t) sempre igual
tenso de entrada), decorre, assim, da presena de resistncia no caminho da corrente ic(t).
Desprezando a ondulao desta corrente, a ondulao na tenso vap(t) pode ser dada por:
Vr = I c R e
(9.6)
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9-2
J. A. Pomilio
vap (t)
vap (t)
Vr
Vap
tT
tT
vcp (t)
vcp (t)
Vcp
(a)
(b)
Figura 9.4 Tenses nos terminais da chave PWM sem (a) e com (b) a ondulao na corrente
considerada.
Nos conversores elevador e abaixador-elevador, o capacitor de sada est em paralelo com a
carga, de modo que o valor de Re a associao em paralelo de Rse e R. No conversor Cuk Re =
Rse.
Da figura anterior, pode-se obter:
Vcp = ( Vap I c R e *)
Caso a queda de tenso na juno do diodo, vd, deva ser considerada, a equao precedente
deve ser reescrita como:
Vcp = ( Vap I c R e *) v d *
9.2
(9.7)
Seja o ciclo de trabalho composto por uma componente de valor constante e uma
perturbao:
= D +d
(9.8)
Para um ciclo de trabalho constante (=D), e supondo que as variveis sofram alguma
perturbao devido a mudana na tenso de entrada ou na carga, tem-se:
(I a + i a ) = D (I c + i c )
(9.9)
Ia = D Ic
(9.10)
Vcp = D Vap D* D R e I c v d D *
(9.11)
Das equaes anteriores, obtm-se o circuito equivalente dado na figura 9.5, no qual o
"transformador" um elemento fictcio e que permite a transformao de tenses CA ou CC.
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9-3
J. A. Pomilio
D.D*.Re
a
Ia
. .
Ic
vd.D*
1: D
Vap
Vcp
Figura 9.5 Circuito CC equivalente (fictcio) para chave PWM com transformador CC.
9.3
(9.12)
v cp = D (v ap + I c R e d i c R e D*) + d (Vap I c R e D * + v d )
(9.13)
v ap =
v cp
D
] dD
+ i c R e D * Vap + I c (D D*) R e + v d
(9.14)
VD = Vap + I c R e (D D*) + v d
(9.15)
- +
VD d
D
ia
d.Ic
vd.D*
ic
1: D
vcp
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9-4
J. A. Pomilio
9.4
Efeito das perdas em conduo e do tempo de armazenamento sobre o modelo da chave
PWM
ic
I me
(9.16)
onde Ime um parmetro que depende do tipo de circuito de acionamento de base do transistor.
Substituindo (16) em (12) e (14) chega-se a:
I
i a = D c i c + I c d
I me
v ap =
rm =
(9.17)
r V
+ ic R e D * + m D d
D
D D
v cp
VD
I me
(9.18)
(resistncia modulada)
(9.19)
ia
rt
vd.D*
rm
ic
rd
p
(9.20)
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v ap =
v cp
D
+ i c rc d
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VD
D
(9.21)
rc = rm + D rt + D * rd + D D * R e
(9.22)
VD = Vap + ( D D*) I c R e + I c ( rd rt )
(9.23)
ia
d.Ic
- +
VD d
D
D.D*.Re
vd.D*
1: D
rm
Drt +D*rd i c c
ia
Vi
ic
C
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VD d
D
a
ia
- +
vi
a1
c1
ic
1: D
d.Ic
vap
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va1p
D.D*'.Re
r m D r +D*r
t
d
io
RL
c
vd.D*
vc1p
Rse
Ro
vcp
vo
i1
Vap = Vi
(9.24)
Vc1p = D Vap
(9.25)
Vc1p Vo = (R L + rm + D rt + D * rd ) I c + v d D *
(9.26)
I c = Io =
Vo
Ro
(9.27)
D Ro (Vi D * v d )
Ro + R L + rm + rt D + rd D *
(9.28)
Vo
D Ro
=
Vi
Ro + R L + rm + rt D + rd D *
(9.29)
Desprezando ainda rm, RL, rt e rd, tem-se ento a relao do conversor sem perdas:
M=
Vo
=D
Vi
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9-7
J. A. Pomilio
D v i v o = (rm + D rt + D * rd + R L ) i c + L
di c
dt
(9.30)
v o = Ro i o
(9.31)
R 1 = rm + D rt + D * rd + R L
(9.32)
v o = R se i 1 +
1
i 1 dt
C
(9.33)
ic = io + i1
(9.34)
v o (s)
=
v i (s)
D Ro (s C R se + 1)
(Ro C L + R se C L)
(9.35)
C (Ro R 1 + Ro R se + R 1 R se ) + L
Ro + R 1
s2 + s
+
L C (Ro + R se )
L C (Ro + R se )
vi
+
-
1
sL+R 1
ic
i1
+
-
1
Rse+
sC
vo
io
1
Ro
v o (s)
= D
v i (s)
1
LC
1
1
s2 + s
+
Ro C L C
(9.36)
A simulao da equao 9.35 resulta nos diagramas de Bode mostrados na figura 9.12.
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9-8
J. A. Pomilio
Ganho (dB)
Fase ()
-100
-200
Hz
Figura 9.12 Diagramas de Bode da relao vo(s)/vi(s) para conversor abaixador de tenso no MCC.
Utilizando o modelo da figura 9.10, e lembrando que, para esta anlise d=0, o circuito
resultante mostrado na figura 9.13. A respectiva resposta em freqncia mostrada ao lado, a qual
coincidente com a obtida pela funo de transferncia. Verifica-se, deste modo, a praticidade
desta modelagem, pois permite obter o comportamento dinmico do sistema a partir do prprio
circuito.
Os parmetros usados so: L=10mH, C=100uF, Rse=0,3, rt=0,1 , rd=0,3 , RL=0,
Ro=10 , rm=0, D=0,5, vd=0,8.
A resposta no tempo a um degrau na tenso de entrada mostrada na figura 9.14, tanto para
o circuito completo (com transistor e diodo) quanto para o modelo. Neste caso, a incluso do
parmetro vd no modelo essencial para a exatido da resposta.
Figura 9.13. Circuito utilizando modelo da chave PWM e respectiva resposta em freqncia.
Figura 9.14 Resposta a um degrau na tenso de entrada: circuito com chaveamento e modelo.
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9-9
J. A. Pomilio
Sabendo que Vap = Vi, e admitindo vi constante (vi = 0) e que o ciclo de trabalho sofra
pequena perturbao, da anlise do modelo tem-se:
v ap = v a1p VD
d
=0
D
(9.37)
v c1p = D v a1p
(9.38)
v c1p = VD d
(9.39)
Como no existe ondulao de tenso em vap (j que para este conversor Re = 0), pode-se
escrever, de (9.23):
VD = Vi + I c ( rd rt )
(9.40)
Definindo R2 = rd - rt +RL
(9.41)
chega-se ao seguinte sistema de equaes, o qual leva ao diagrama de blocos mostrado na figura
9.15:
VD d v o = R 2 i c + L
di c
dt
(9.42)
v o = Ro i o
v o = R se i 1 +
(9.43)
1
i 1 dt
C
(9.44)
ic = io + i1
(9.45)
VD
+
-
1
sL+R 2
ic
i1
Rse+
1
sC
vo
io
1
Ro
9-10
J. A. Pomilio
v o (s)
= VD F(s)
d(s)
(9.46)
Ro (1 + s C R se )
L C ( Ro + R se )
F(s) =
(9.47)
C ( Ro R 2 + Ro R se + R se R 2 ) + L
Ro + R 2
2
s + s
+
L C ( Ro + R se )
L C ( Ro + R se )
VD = Vi + I c ( rd rt )
(9.48)
Nota-se que a resposta independe do valor mdio do ciclo de trabalho, ou seja, do ponto de
operao.
A figura 9.16 mostra os diagramas de Bode da funo de transferncia entre a tenso de
sada e o ciclo de trabalho, considerando e desprezando as resistncias parasitas do modelo.
50
Ganho (db)
Com Rse e R2
Sem Rse e R2
50
Valores usados:
-100
0
Vi=100
rm=0
Ro=10
=0,5
Rse=0,3
Fase
Po=250W
100
rt=0,1
rd=0,3
L=10mH
-200
10
100
1 .10
1 .10
1 .10
C=100uF
f (Hz)
Zin = vin(s)/iin(s)
(9.49)
Do modelo, vin(s) = vi(s) e iin(s) = ia(s). Admitindo um ciclo de trabalho constante (d = 0), tem-se:
ia = D ic
(9.50)
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9-11
J. A. Pomilio
s C Ro
1
R
se +
+ 1
L C (Ro + R se ) Ro s C Ro
i c (s)
=
D v i (s)
L + C (Ro (R 1 + R se ) + R 1 R se )
R 1 + Ro
s2 + s
+
L C (Ro + R se )
L C (Ro + R se )
(9.51)
L + C ( Ro ( R1 + R se ) + R1 R se )
R1 + Ro
E = s2 + s
+
L C ( Ro + R se )
L C ( Ro + R se )
(9.52)
Z in =
v i (s)
1 E C L (Ro + R se )
= 2
i a (s) D 1 + s C (Ro + R se )
(9.53)
Z out = o // Ro // R se +
s C
i c (s)
(9.54)
Do diagrama de blocos,
v o (s)
= s L + R1
i c (s)
(9.55)
9-12
Z out =
J. A. Pomilio
s L
Ro R 1
1 +
[1 + s C R se ]
R1
L C (Ro + R se )
E
(9.56)
Referncias Bibliogrficas
[9.1]
Vorprian, V.: Simplify PWM Converter Analysis Using a PWM Switch Model. PCIM,
March 1990, pp. 10-15.
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9-13
J. A. Pomilio
Ri
ve
Cf
-
Tenso de erro
vc( )
ve=-(Vr-vo)
0.1
1000
4
1 10
5
1 10
1
Cf
v e (t)
dt
Ri
(10.1)
Este circuito apresenta um plo na origem, o que significa uma defasagem constante de
-90 e uma atenuao de 20dB/dec. A funo de transferncia e a freqncia de ganho unitrio
so, respectivamente:
v c (s)
1
=
v e (s)
R i Cf s
(10.2)
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10-1
fc =
1
2 R i C f
J. A. Pomilio
(10.3)
b) Tipo 2
R2 C1
ve
C2
R1
Tenso de erro
ve=-(Vr-vo)
vc
v c (s)
1 + s C1 R 2
=
v e (s) s R 1 (C1 + C 2 + s R 2 C1 C 2 )
O ganho AV dado por: AV =
(10.4)
R2
R1
0d
Fase (graus)
-100d
Ganho (dB)
-20 dB/dec
AV
1.0mHz
100mHz
10Hz
1.0KHz
100KHz 1.0MHz
fp2 =
1
2 R 2 C1
C1 + C 2
1
2 R 2 C1 C 2 2 R 2 C 2
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(10.5)
se C1 >> C 2
(10.6)
10-2
J. A. Pomilio
c) Tipo 3
Este circuito, mostrado na figura 10.4, apresenta 2 zeros e 3 plos (sendo um deles na
origem). Isto cria uma regio em que o ganho aumenta (o que pode melhorar a resposta
dinmica) , havendo ainda um avano de fase.
AV1 =
R2
R1
AV2 =
R 2 (R 1 + R 3) R 2
R1 R 3
R3
(10.7)
se R 1 >> R 3
C3
R3
R2
C1
C2
R1
ve
(10.8)
Tenso de erro
ve=-(Vr-vo)
vc
1
2 R 2 C1
(10.9)
f2 =
1
1
2 C 3 (R 1 + R 3 ) 2 C 3 R 1
(10.10)
f3 =
1
2 C3 R 3
(10.11)
f4 =
C1 + C 2
1
2 C1 C 2 R 2 2 C 2 R 2
se C1 >> C 2
(10.12)
-100
Ganho (dB)
AV2
-20 dB/dec
+20 dB/dec
-20 dB/dec
AV1
1.0mHz
10Hz
100mHz
f1
f2
1.0kHz
100kHz 1.0MHz
f3
f4
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10-3
J. A. Pomilio
d) O fator k
O fator k uma ferramenta matemtica para definir a forma e a caracterstica da funo
de transferncia. Independente do tipo de controlador escolhido, o fator k uma medida da
reduo do ganho em baixas freqncias e do aumento de ganho em altas freqncias, o que se
faz controlando a alocao dos plos e zeros do controlador, em relao freqncia de
cruzamento do sistema (fc).
Para um circuito do tipo 1, k vale sempre 1. Para o tipo 2, o zero colocado um fator k
abaixo de fc, enquanto o plo fica um fator k acima de fc. No tipo 3, um zero duplo est
alocado um fator k abaixo de fc, e o plo (duplo), k acima de fc.
Sendo fc a mdia geomtrica entre as alocaes dos zeros e plos, o pico do avano de
fase ocorrer na freqncia de corte, o que melhora a margem de fase.
Seja o avano de fase desejado. Para um circuito do tipo 2, o fator k dado por:
k = tg +
2 4
(10.13)
(10.14)
Avano
de fase
(graus)
Tipo 3
150
100
Tipo 2
50
0
1
10
100
1000
1 10
Fator k
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10-4
J. A. Pomilio
Tipo 1:
UGF =
1
2 C f R i G
(10.15)
1
2 R 1 ( C 1 + C 2 )
(10.16)
Tipo 2:
UGF =
C2 =
1
2 f G k R1
C 1 = C 2 ( k 2 1)
R2 =
k
2 f C1
(10.17)
(10.18)
(10.19)
Tipo 3:
UGF =
C2 =
1
2 R 1 (C1 + C 2 )
1
2 f G R1
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(10.20)
(10.21)
10-5
J. A. Pomilio
C 1 = C 2 ( k 1)
(10.22)
R2 =
k
2 f C1
(10.23)
R3 =
R1
k 1
(10.24)
C3 =
1
2 f R3 k
(10.25)
10.2
Exemplo 1
Considere um conversor em meia ponte, operando a 20kHz, cuja funo de
transferncia apresenta os diagramas de Bode (vo(s)/vc(s)) mostrados na figura 10.7.
Determinar um compensador para que se tenha uma margem de fase de 60.
Figura 10.7 Diagramas de Bode de conversor meia-ponte (tipo abaixador de tenso). Vi=20V,
Rse=0,12, Ro=4, Vs=5V, L=250uH, C=100uF.
Soluo:
A freqncia de corte em malha fechada ser de 4kHz.
Nesta freqncia, o sistema apresenta uma atenuao de 12dB. Assim, o compensador
deve ter um ganho de 12dB (4 vezes).
Ainda em 4kHz, a defasagem provocada pelo sistema de 155. O avano de fase
necessrio :
Avano = 60 - (-155) - 90 = 125
Isto significa que devemos usar um controlador do tipo 3.
Usando as curvas mostradas anteriormente, determinamos um fator k = 16.
Os componentes so agora calculados, arbitrando um valor para R1 de 10k.
C2 = 1nF
C1 = 15nF
R2 = 10,6k
R3 = 667
C3 = 15nF
O zero duplo estar alocado em 1kHz, enquanto o plo duplo estar em 16kHz.
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10-6
J. A. Pomilio
40
Ganho (dB)
30
0d
20
-50d
10
Fase (graus)
-100d
0
10Hz
100Hz
1.0KHz
10KHz
100KHz
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10-7
J. A. Pomilio
Exemplo 2
Consideremos um conversor elevador de tenso, operando no modo de conduo
contnua. Como j foi visto no captulo anterior, neste caso tem-se um sistema que apresenta
um zero no semi-plano direito, sendo de difcil controle.
A frequncia de corte escolhida de 400 Hz, quando a fase de 219. Para obter uma
margem de fase de 30, o avano de fase necessrio de 159, devendo-se usar um
compensador tipo 3. O fator k vale 118, e os componentes do compensador esto mostrados na
figura 10.15. O indutor do conversor de 10 mH, o capacitor de 100 uF e a carga de 100
ohms. A tenso de entrada de 100 V e a de sada de 200 V, com uma largura de pulso de
0,5. A onda triangular tem amplitude de 10V.
A figura 10.11 mostra a resposta do sistema sem o compensador, assim como a resposta
em freqncia do compensador, obtida a partir do circuito cujos parmetros esto mostrados na
figura 10.12.
A figura 10.13 mostra a resposta do sistema completo, em malha aberta, sendo possvel
verificar que so atendidas as especificaes de projeto. No entanto, a resposta do sistema no
ser ditada por este resultado, uma vez que h situaes muito mais crticas na faixa de baixa
freqncia, na qual o ganho resultante inferior a 0 dB. Ou seja, o sistema s ter capacidade
de resposta numa faixa de freqncia abaixo de 1 Hz.
Na figura 10.14 tem-se a resposta no tempo a uma mudana de 2,5% na referncia,
podendo-se notar a variao da sada inicialmente no sentido oposto ao desejado (sistema de
fase no mnima) e o comportamento estvel mas subamortecido e o longo tempo de
estabilizao, devido ao baixo ganho em baixas freqncias.
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10-8
100
J. A. Pomilio
100
Fase (graus)
Ganho (dB)
50
Ganho (dB)
0
-100
Fase (graus)
-50
-200
-100
100mHz
100mHz
1.0Hz
10Hz
100Hz
10kHz
1.0KHz
10Hz
1.0Hz
100Hz
1.0KHz
10kHz
100KHz
100KHz
C1 2.86u
C3
855 43n
C2
24.2n
0
e
-
+
-
R1 100k
Compensador
tipo 3
R3
E1
V3
+-
Referncia
Ganho (dB)
0
-100
Fase (graus)
-200
-300
-400
100mHz
1.0Hz
10Hz
100Hz
1.0KHz
10kHz
100KHz
10-9
J. A. Pomilio
210.0V
200.0V
10.0ms
20.0ms
30.0ms
40.0ms
50.0ms
60.0ms
240V
220V
200V
0s
100ms
300ms
500ms
Referncias Bibliogrficas
H. D. Venable: "The k-factor: A New Mathematical Tool for Stability Analysis and Synthesis"
Proc. of Powercon 10, March 22-24, 1983, San Diego, USA.
http://www.dsca.fee.unicamp.br/~antenor
10-10
10.5
J. A. Pomilio
Exerccios
http://www.dsca.fee.unicamp.br/~antenor
10-11
J. A. Pomilio
Modo Corrente
Osc.
Tcnica de controle
(esquemtico)
Osc.
MLP
Osc.
S
Q
vc
vc
S
I
R
MLP
Ref.
Sada nica
Sada dupla
Caracterstica
MC34060
TL494/594
Baixo custo
MPC1600
UC1842
SG3525/26/27
UC1846
Limite digital de Especial para Flycorrente.
back.
Boa imunidade a Inerente
rudo
compensao
da
tenso de entrada
Formas de onda
11-1
11.1
J. A. Pomilio
Elementos de
Chaveamento
Retificador e
Filtro de
Sada
Vo
Retificador e
Filtro de
Sada
Vo
T2
Amplif. de erro e
Controlador MLP
T1
Vi (ac)
Retificador de
entrada e filtros
Elementos de
Chaveamento
Ref
Controlador
MLP
Ampl.
erro
Isolador tico
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11-2
11.2
J. A. Pomilio
TL494
A figura 11.2 mostra o diagrama interno do CI TL494.
13
Vcc
6
.
.
Oscilador
FF
Comparador
com tempo morto
CK
0,12V
0,7mA
+
1
-
+
0,7V
.
.
.
.
Q2
MLP
+
GND
2-
Referncia
Vcc
Vref
12
Amplif. de erro
7
1
.
.
Q1
15
16
5V
14
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11-3
J. A. Pomilio
menor largura de pulso nas sadas. A tenso neste pino encontra-se entre 0,5 e 3,5V.
dispe de uma fonte de referncia interna de 5V
11.3
O CI
UC1840
Clock
Rt/Ct : 9
Ger.
Rampa
10: Rampa
Osc.
15: Vin (fonte)
Drive
Latch
Compensao: 1
14: Polarizao
do driver
12: sada MLP
R
Ent. inv: 17
+Comp.
+ MLP
+
Amp
+
Ent. NI: 18
Start/sub-tenso: 2
Latch
MLP
+
Comp.
200uA
Histerese
5V
16: Ref. de 5V
Fonte
S Start
latch
Reset: 5
3V(int.)
Comp.
+
S Reset
Latch
40V
Interna
3V (int.)
13: GND
R
8: Partida suave ou
limitador de largur
R
Parada ext.: 4
Comp.
+
sobre-tenso: 3
Comp.
+
R
S Erro
Latch
+
Comp.
6: Limiar de
limite de corrente
+
Comp.
7: sensor de corrente
400mV
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11-4
J. A. Pomilio
Entrada cc
Rr
Rin
N3
+Vin
Entrada ca
Vref
16
R4
N1
15
N4
Cin
11
Rt
Ger.
Vref
Rampa
10
Osc.
Ct
Cr
+Vin
N5
N2
R1
Rf Cf
Drive
17
14
Vref
R5
18
Ampl.
Erro
PWM
Rb
Cd
12
Vref
Rd
R8
R6
sub-tenso
R2
6
sobre-tenso
7
Limite
corrente
R3
Stop
Rs
Remoto
Reset
R7
4
5
Partida
Rcs
Suave
13
UC1804
Cs
Rdc
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(11.1)
11-5
J. A. Pomilio
UC1524A
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11-6
Vin
15
+ 5V
Referncia
Subtenso
Osc.
Rt
Ct
3
6
7
Osc.
FlipFlop
. .
.
.
9
Inv.
N. Inv.
2
4
200mV
12
11
13
Vref
Ca
Ea
Cb
Eb
14
Limite de corrente
. .
.
PWM
S Latch
Ampl. Erro
Compensao
16
Clock
J. A. Pomilio
GND
Shutdown
1k
10k
10
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11-7
J. A. Pomilio
UC1846
Este CI, mostrado na figura 11.7, adequado ao controle no modo corrente [11.1].
Possui uma fonte interna de referncia de 5,1V +1%, usada tambm para alimentar
circuitos de baixo consumo. Um gerador de rampa, com freqncia fixa, determinada por um
par RC conectado externamente (pinos 9 e 8), pode produzir um sinal de 1MHz. Um sinal de
sincronismo fornecido no pino 10. O sinal de sada do oscilador tem um tempo baixo
mnimo, o qual inibe ambas as sadas durante um intervalo, garantindo um tempo morto
mnimo. A durao deste intervalo depende tambm do resistor e do capacitor do oscilador,
sendo coincidente com o intervalo de diminuio da tenso da onda dente de serra.
Vin
15
+ 5,1 V
Referncia
Subtenso
Sinc.
10
Rt
Ct
Osc.
Clock
4
Sensor de corrente
Q
FF
Comp.
PWM
+
X3
+
.
..
Vref
Vc
13
Sada
11 A
.
.
S R
Q
S
14
12
Sada
B
GND
0,5 mA
0,5V
Ampl. Erro
6
5
16
Comp.
350mV
Limite de
Corrente
Shutdown
6k
7 Compensao
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11-8
J. A. Pomilio
Rs
Sada
+ 4
- 3
X3
+
3
X3
4
Rs
(c)
(a)
+ 4
- 3
X3
+
3
X3
4
Cf
Rs
Trafo de corrente
(d)
Spike
(b)
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11-9
J. A. Pomilio
GP605
Vcc
GND
4
OL
RSD
UV/OV
VCO
R
C
Ton
Seq.
16
Sobrecarga
Sobretenso
Subtenso
Remoto
Shutdown
sncrono
12
Soft-start
Soft-start
15
13
14
VCO
Monoestvel
11
5V
Vref
9
8
10
Out A
FF
6
5
Out B
GND
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11-10
J. A. Pomilio
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11-11
J. A. Pomilio
Referncias bibliogrficas
[11.1] Linear/Switchmode Voltage Regulator Handbook, Motorola Inc., 4 Ed., 1989, USA
[11.2] Product Catalog, Gennum Corporation, Canada, 1989.
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11-12
J. A. Pomilio
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12-1
J. A. Pomilio
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12-2
J. A. Pomilio
+
Fonte
carga
nominal
sob teste
Vi
osciloscpio
Tenso de entrada
100%
0
Tempo de sustentao
Vo
Vomin
Regula o de Linha =
Vomax Vomin
100
Voideal
(12.1)
+
Fonte
Vi
ajustvel
Carga
nominal
sob teste
Vo
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12-3
J. A. Pomilio
Vomax Vomin
100
Voideal
(12.2)
+
Fonte
1/2
carga
nominal
sob teste
Vi
nominal
-
1/2
carga
nominal
Vo
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12-4
J. A. Pomilio
+
Fonte
1/2
carga
nominal
sob teste
Vi
nominal
1/2
carga
nominal
osciloscpio
carga
100%
50%
tempo de resposta
Vo
Este teste verifica se a isolao entre a entrada, chassis e sada(s) excede um valor
de tenso mnima especificado. As tenses de teste so, tipicamente, CA (50 ou 60Hz),
podendo ser substitudas por uma tenso CC com um valor equivalente ao pico da tenso
CA.
O propsito do teste assegurar que no exista possibilidade de que tenses
potencialmente letais advindas da rede ou do prprio equipamento atinjam o usurio final
do produto.
As reas crticas para este teste so as isolaes do transformador de potncia, o
espaamento entre as trilhas da placa de circuito impresso e a isolao para o chassi.
A falha detectada caso ocorra uma corrente acima da especificada durante a
aplicao da tenso ao equipamento.
Alguns cuidados devem ser tomados durante a verificao da isolao, com o
intuito de no danificar os componentes do equipamento. Por exemplo, os fios de entrada
devem ser curto-circuitados, bem como os de sada. O uso de tenso CC mais conveniente
por no permitir a ocorrncia de fugas pelo transformador (acoplamento capacitivo), o que
poderia danificar algum componente. A figura 12.6 mostra o teste com tenso aplicada
entre entrada e sada, enquanto na figura 12.7 tem-se o teste entre entrada e chassis.
Realiza-se tambm o teste entre chassis e sada.
Os componentes colocados entre os terminais de entrada ou de sada e o chassis
devem suportar uma tenso maior que a tenso de teste. Tais componentes so basicamente
os capacitores do filtro de IEM. Tambm aqui deve ser usada uma tenso CC.
A tenso de teste deve ser rampeada em um tempo sempre superior a 2 segundos, de
modo a evitar a induo de tenses elevadas no circuito.
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12-5
Alta
Tenso
CC
+
Todas as
sadas e
retornos
curtocircuitados
conjuntamente
Fonte
sob teste
Entrada e retorno
curtocircuitados
J. A. Pomilio
Todas as
sadas e
retornos
curto-circuitados
conjuntamente
Fonte
sob teste
Entrada e retorno
Curto-circuitados
Alta
Tenso
CC
Chassi/terra
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12-6
J. A. Pomilio
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12-7
Limite
dB(uV)
50
J. A. Pomilio
Medidas distncia de 10 m
40
37dB
30
10
30
100
300
Frequncia (MHz)
1000
Figura 12.8 Limites de IEM irradiada para equipamento ISM, grupo 1, classe B
12.7.2 IEM conduzida pela rede
A principal motivao para que se exija um limitante para a IEM que um
equipamento injeta na rede evitar que tal interferncia afete o funcionamento de outros
aparelhos que estejam sendo alimentados pela mesma rede. Esta susceptibilidade dos
aparelhos aos rudos presentes na alimentao no est sujeita a normalizao, embora cada
fabricante procure atingir nveis de baixa susceptibilidade.
A medio deste tipo de interferncia feita atravs de uma impedncia (LISN Line Impedance Stabilization Network) colocada entre a rede e o equipamento sob teste,
cujo esquema est mostrado na figura 12.9. A indutncia em srie evita que os rudos
produzidos pelo equipamento fluam para a rede, sendo direcionados para a resistncia de
1k, sobre a qual feita a medio (com um analisador de espectro com impedncia de
entrada de 50). Os eventuais rudos presentes na linha so desviados pelo capacitor de
1F, no afetando a medio.
Esta impedncia de linha pode ser utilizada na faixa entre 150kHz e 30MHz, que a
banda normatizada pela CISPR. A faixa entre 10kHz e 150kHz definida apenas pela
VDE, estando em estudo por outras agncias. Nesta faixa inferior, a LISN implementada
com outros componentes, como mostrado na mesma figura 12.9.
Tambm so feitas as distines quanto aplicao e ao local de instalao do
equipamento. A figura 12.10 mostra estes limites para a norma CISPR 11 (equipamentos
ISM). O ambiente de medida composto basicamente por um plano terra sobre o qual
colocada a LISN. Acima deste plano, e isolado dele, coloca-se o equipamento a ser testado.
As elevadas taxas de variao de tenso presentes numa fonte chaveada e as
correntes pulsadas presentes em estgios de entrada (como nos conversores para correo
de fator de potncia) so os principais responsveis pela existncia de IEM conduzida pela
rede.
No caso das correntes pulsadas, esta razo bvia, uma vez que a corrente presente
na entrada do conversor est sendo chaveada em alta freqncia, tendo suas harmnicas
dentro da faixa de verificao de IEM conduzida.
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12-8
.
Rede
CA
..
L1
L2
9 a 150 kHz
C1
C2
C3
R1
R2
R3
Fonte
Vo
J. A. Pomilio
L1=250uH
L2=50uH
C1=4uF
C2=8uF
C3=250nF
R1=10
R2=5
R3=1k
150kHz a 30MHz
L1=0
L2=50uH
C1=0
C2=1uF
C3=100nF
R2=0
R3=1k
Analisador
de Espectro
(50 ohms)
Figura 12.9 Impedncia de linha normatizada (LISN).
dBuV
100
90
80
70
60
Classe A
50
Classe B
10k
100k
1M
10M
100M
f (Hz)
Figura 12.10 Limites de IEM conduzida pela norma CISPR 11 (equipamentos de uso
Industrial, Cientfico e Mdico - ISM)
A reduo dos nveis de IEM conduzida pode ser obtida com o uso de filtros de
linha [12.6]. Seu objetivo criar um caminho de baixa impedncia de modo que as
componentes de corrente em alta freqncia circulem por tais caminhos, e no pela linha.
Devem-se considerar 2 tipos de corrente: a simtrica e a assimtrica.
No caso de correntes simtricas (ou de modo diferencial), sua existncia na linha de
alimentao se deve ao prprio chaveamento da fonte. A figura 12.11 mostra esta situao.
A reduo da circulao pela linha pode ser obtida pelo uso de um filtro de segunda ordem,
com a capacitncia oferecendo um caminho de baixa impedncia para a componente de
corrente que se deseja atenuar. Os indutores criam uma oposio fuga da corrente para a
rede. Em 60Hz a queda sobre tais indutncias deve ser mnima.
J para as correntes assimtricas (ou de modo comum), como sua principal origem
est no acoplamento capacitivo do transistor com o terra, a reduo se faz tambm com um
filtro de segunda ordem. No entanto, o elemento indutivo deve ser do tipo acoplado e com
polaridade adequada de enrolamentos, de modo que represente uma impedncia elevada
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12-9
J. A. Pomilio
rede
..
fonte
aterramento
Filtro de linha
[12.1] CISPR specification for radio interference measuring apparatus and measurement
methods. International Electrotechnical Comission, International Special
Committee on Radio Interference, CISPR 16, second edition, 1987.
[12.2] Limits ans methods of measurement of electromagnetic disturbance characteristics
of industrial, scientific and medical (ISM) radio-freqency equipment.
International Electrotechnical Comission, International Special Committee on Radio
Interference, CISPR 11, second edition, 1990.
[12.3] Limits and methods of measurement of radio disturbance characteristics of
electrical lighting and similar equipment. International Electrotechnical Comission,
International Special Committee on Radio Interference, CISPR 15, fourth edition,
1992.
[12.4] Limits and methods of measurement of radio disturbance characteristics of
electrical motor-operated and thermal appliances for household and similar
purposes, electric tools and electrical apparatus. International Electrotechnical
Comission, International Special Committee on Radio Interference, CISPR 14, third
edition, 1993.
[12.5] Barbi, Ivo: Curso de fontes chaveadas, Florianpolis, 1987.
[12.6] Nave, Mark J.: Power Line Filter Design for Switched-Mode Power Supplies. Van
Nostrand Reinhold, New York, 1991.
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12-10
13.
J. A. Pomilio
Diodos de Potncia
Um diodo semicondutor uma estrutura P-N que, dentro de seus limites de tenso e de
corrente, permite a passagem de corrente em um nico sentido. Detalhes de funcionamento, em
geral desprezados para diodos de sinal, podem ser significativos para componentes de maior
potncia, caracterizados por uma maior rea (para permitir maiores correntes) e maior
comprimento (a fim de suportar tenses mais elevadas). A figura 13.1 mostra, simplificadamente,
a estrutura interna de um diodo.
Juno metalrgica
_ _
P+ + + + + + + _ _ + + _ _ _ _ _ N
++++++++ _ _ + + _ _ _ _ _ _ _
++++++++ _ _ + + _ _ _ _ _ _ _
++++++++ _ _ + + _ _ _ _ _ _ _
Anodo
Catodo
++++++++ _ _ + + _ _ _ _ _ _ _
+
_
Difuso
Potencial
0
1u
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13-1
J. A. Pomilio
trr
dir/dt
dif/dt
Anodo
P+
10e19 cm-3
10 u
Vfp
Qrr
i=Vr/R
iD
Von
t4 t5
vD
_
10e14 cm-3
Depende
da tenso
-Vr
Vrp
t2
+Vr
vi
N+
10e19cm-3
vD
250 u
-Vr
substrato
vi
iD
R
Catodo
Figura 13.2. Estrutura tpica de diodo de potncia e formas de onda tpicas de comutao de
diodo de potncia.
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13-2
J. A. Pomilio
Durante t1, remove-se a carga acumulada na regio de transio. Como ainda no houve
significativa injeo de portadores, a resistncia da regio N- elevada, produzindo um pico de
tenso. Indutncias parasitas do componente e das conexes tambm colaboram com a sobretenso. Durante t2 tem-se a chegada dos portadores e a reduo da tenso para cerca de 1V. Estes
tempos so, tipicamente, da ordem de centenas de ns.
No desligamento, a carga espacial presente na regio N- deve ser removida antes que se
possa reiniciar a formao da barreira de potencial na juno. Enquanto houver portadores
transitando, o diodo se mantm em conduo. A reduo em Von se deve diminuio da queda
hmica. Quando a corrente atinge seu pico negativo que foi retirado o excesso de portadores,
iniciando-se, ento, o bloqueio do diodo. A taxa de variao da corrente, associada s indutncias
do circuito, provoca uma sobre-tenso negativa.
Diodos rpidos possuem trr da ordem de, no mximo, poucos micro-segundos, enquanto
nos diodos normais de dezenas ou centenas de micro-segundos.
O retorno da corrente a zero, aps o bloqueio, devido sua elevada derivada e ao fato de,
neste momento, o diodo j estar desligado, uma fonte importante de sobre-tenses produzidas
por indutncias parasitas associadas aos componentes por onde circula tal corrente. A fim de
minimizar este fenmeno foram desenvolvidos os diodos soft-recovery, nos quais esta variao
de corrente suavizada, reduzindo os picos de tenso gerados.
A figura 13.3 mostra resultados experimentais de um diodo de potncia lento
(retificador) em um circuito como o da figura 13.2, no qual a indutncia desprezvel, como se
nota na figura (a), pela inverso quase imediata da polaridade da corrente. A corrente reversa
limitada pela resistncia presente no circuito. J na entrada em conduo, a tenso aplicada ao
circuito aparece instantaneamente sobre o prprio diodo, o que contribui para limitar o
crescimento da corrente. Quando esta tenso cai, a corrente vai assumindo seu valor de regime.
(a)
(b)
c)
Figura 13.3 - Resultados experimentais das comutaes de diodos: (a) desligamento de diodo
lento; (b) entrada em conduo de diodo lento; (c) desligamento de diodo rpido.
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13-3
13.2
J. A. Pomilio
Diodos Schottky
Al
Al
contato
hmico
SiO2
N+
Tipo N
Substrato tipo P
Figura 13.4 - Diodo Schottky construdo atravs de tcnica de CIs e formas de onda tpicas no
desligamento.
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13-4
J. A. Pomilio
13.3
saturao
Vcc
J2
J1
C
N+
C
N-
quase-saturao
Ic
N+
Vcc/R
Ib
regio ativa
B
Vb
B
Rb
Vcc
Vce
E
corte
Vcc
Vce
Figura 13.5 - Estrutura bsica de transistor bipolar tipo NPN, seu smbolo e caracterstica esttica
com carga resistiva.
A operao normal de um transistor feita com a juno J1 (B-E) diretamente polarizada,
e com J2 (B-C) reversamente polarizada.
No caso NPN, os eltrons so atrados do emissor pelo potencial positivo da base. Esta
camada central suficientemente fina para que a maior parte dos portadores tenha energia
cintica suficiente para atravess-la, chegando regio de transio de J2, sendo, ento, atrados
pelo potencial positivo do coletor.
O controle de Vbe determina a corrente de base, Ib, que, por sua vez, se relaciona com Ic
pelo ganho de corrente do dispositivo.
Na realidade, a estrutura interna dos TBPs diferente. Para suportar tenses elevadas,
existe uma camada intermediria do coletor, com baixa dopagem, a qual define a tenso de
bloqueio do componente.
A mnima queda de tenso vce ocorre quando o transistor est na chamada regio de
saturao (caracterizada pelo fato de ambas junes ficarem diretamente polarizadas). s baixas
perdas de conduo nesta situao contrape-se o fato de que, no momento do desligamento do
TBP haver um significativo atraso entre o comando de base e o efetivo aumento da tenso vce,
decorrente da necessidade do desaparecimento dos portadores minoritrios da regio do coletor
(lacunas injetadas pela base).
Para minimizar tal atraso normalmente impede-se que o TBP entre na regio de saturao,
atuando na assim chamada regio de quase-saturao, na qual a juno J2 no chega a ficar
diretamente polarizada, minimizando a quantidade de portadores minoritrios no coletor.
O TBP no sustenta tenso no sentido oposto porque a alta dopagem do emissor provoca a
ruptura de J1 em baixas tenses (5 a 20V).
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13-5
J. A. Pomilio
O uso preferencial de TBP tipo NPN se deve s menores perdas em relao aos PNP, o
que ocorre por causa da maior mobilidade dos eltrons em relao s lacunas, reduzindo,
principalmente, os tempos de comutao do componente.
13.3.2 Mtodos de reduo dos tempos de chaveamento
Um ponto bsico utilizar uma corrente de base adequada, como mostra a figura 13.6. As
transies devem ser rpidas, para reduzir os tempo de atraso. Um valor elevado Ib1 permite uma
reduo de tri. Quando em conduo, Ib2 deve ter tal valor que faa o TBP operar na regio de
quase-saturao. No desligamento, deve-se prover uma corrente negativa, acelerando assim a
retirada dos portadores armazenados.
Para o acionamento de um transistor nico, pode-se utilizar um arranjo de diodos para
evitar a saturao, como mostrado na figura 13.7.
Neste arranjo, a tenso mnima na juno B-C zero. Excesso na corrente Ib desviado
por D2. D3 permite a circulao de corrente negativa na base.
Ib1
Ib2
dib/dt
dib/dt
Ibr
Figura 13.6 Forma de onda de corrente de base recomendada para acionamento de TBP.
D1
D2
D3
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13-6
13.4
J. A. Pomilio
MOSFET
G
+++++++++++++++
N+
-Id
- - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - ---------------- - - - - - - -- - - --
-Id
P
N-
N+
Smbolo
D
SiO2
metal
13-7
J. A. Pomilio
Id
regio
resistiva Vgs3
Vgs2
regio ativa
Vgs1
Vdso
vgs3>Vgs2>Vgs1
Vds
log Id
Id pico
Id cont
A
B
C
D
13-8
J. A. Pomilio
Df
V+
V th
C gd
Id
Id=I
V dd
V ds
C ds
Rg
V ds
V ds
V gs
V gg
Id
C gs
td
C A R G A IN D U TIV A
Figura 13.12 Formas de onda na entrada em conduo de MOSFET com carga indutiva.
b) Desligamento
O processo de desligamento semelhante ao apresentado, mas na ordem inversa. O uso de
uma tenso Vgg negativa apressa o desligamento, pois acelera a descarga da capacitncia de
entrada.
Quando em conduo, os MOSFETs no apresentam cargas minoritrias estocadas, ou
seja, no h acmulo de eltrons na regio P, nem de lacunas na regio N. A conduo feita
toda com base na formao do canal, assim que o canal se desfaz, pela retirada da polarizao do
gate, a conduo cessa.
C [nF]
C [nF]
Ciss
Cgs
3
Cos
Cds
Crss
Cgd
0
0
10
20
30
40 Vds
10
20
30
40
Vds
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13-9
13.5
J. A. Pomilio
J3
N+
C
J2
N-
E
N+
P+
J1
C o le to r
S iO 2
m e ta l
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13-10
J. A. Pomilio
13.6
13.7.1 Desligamento
Objetivo: atrasar o crescimento de Vce (figura 13.15)
Quando Vce comea a crescer, o capacitor Cs comea a se carregar (via Ds), desviando
parcialmente a corrente, reduzindo Ic. Df s conduzir quando Vce>Vcc.
Quando o transistor ligar o capacitor se descarregar por ele, com a corrente limitada por
Rs. A energia acumulada em Cs ser, ento, dissipada sobre Rs.
Sejam as formas de onda mostradas na figura 13.16. Considerando que Ic caia linearmente
e que IL constante, a corrente por Cs cresce linearmente. Fazendo-se com que Cs complete sua
carga quando Ic=0, o pico de potncia se reduzir a menos de 1/4 do seu valor sem circuito
amaciador.
13.7.2 Dimensionamento simplificado de circuito amaciador de desligamento
Considerando que Io constante, a tenso por Cs cresce linearmente, durante um tempo tr,
especificado pelo projetista para um valor prximo do tempo de crescimento da tenso sem o
amaciador.
O valor de Rs deve ser tal que permita toda a descarga de Cs durante o mnimo tempo
ligado do transistor e, por outro lado, limite o pico de corrente em um valor inferior mxima
corrente de pico repetitiva do componente. Deve-se usar o maior Rs possvel.
Os valores da capacitncia e da resistncia (e sua potncia) so dados, respectivamente
por:
Io t r
Cs =
(13.1)
Vcc
Vcc
min
(13.2)
Rs
Id pico
3 fs Cs
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Io
log
Lcarg
Df
sem
Io
Cs
R
carg
Vcc
Ic
Cs
Vcc
Vcs
Vce
Ds
log
Rs
Vcc
Ic
Io
Ic
Vcc
Vce
Vce
Io.Vcc
tfi
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Figura 13.17 De cima para baixo:Tenso VDS, corrente ID (invertida) e potncia instantnea no
transistor (invertida).
Figura 13.18 Detalhe do desligamento (esq.) e entrada em conduo (dir), sem snubber.
Figura 13.19 Detalhe do desligamento (esq.) e entrada em conduo (dir), com snubber.
13.7.3 Entrada em conduo
Objetivo: reduzir Vce e atrasar o aumento de Ic (figura 13.20)
No circuito sem amaciador, aps a entrada em conduo do transistor, Ic cresce, mas Vce
s se reduz quando Df deixar de conduzir. A colocao de Ls provoca uma reduo de Vce, alm
de reduzir a taxa de crescimento de Ic.
Normalmente no se utiliza este tipo de circuito, considerando que os tempos associados
entrada em conduo so bem menores do que aqueles de desligamento. A prpria indutncia
parasita do circuito realiza, parcialmente, o papel de retardar o crescimento da corrente e diminuir
a tenso Vce. Inevitavelmente, tal indutncia ir produzir alguma sobre-tenso no momento do
desligamento, alm de ressoar com as capacitncias do circuito.
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Df
Vcc
carga
Ds
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Rs
Ls
Referncias Bibliogrficas
International,
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13.9
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Exerccios
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13-15
J. A. Pomilio
2 ohms
Vi
L
3) Considere o circuito abaixo e a forma de onda da corrente pelo transistor. Esboce, indicando os
valores pertinentes, as formas de onda das tenses vd, vo e da corrente pelo diodo. Considere que
o diodo se comporta como uma chave que no apresenta queda de tenso quando conduz e que
muda de estado instantaneamente.
iT
iT
50A
100nH
vd
20V
vo
0,1uH
30A
0
t
1us
200ns
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