UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRINGULO MINEIRO

Clostridium botulinum
COMPONENTES:
HELOSA RIBEIRO
JACYARA SANTOS
JSSICA LEE
TAINARA GONALVES

INTRODUO
O botulismo uma enfermidade que resulta da ao de uma potente

neurotoxina de origem proteica, produzida pelo Clostridium botulinum,

normalmente decorrente da ingesto de alimentos contaminados pela bactria.
O botulismo foi primeiramente descrito na Alemanha, no sculo XVIII, aps
um surto associado ingesto de salsicha de produo domstica, de onde se
originou o nome (botulus em latim significa salsicha).

www.mytaste.se

CLOSTRIDIUM BOTULINUM
O Clostridium botulinum um bacilo gram-positivo, que se desenvolve em meio
anaerbio, produtor de esporos ovais, encontrado com frequncia no solo, em legumes,

verduras, frutas, sedimentos aquticos e fezes humanas.

www.picsfab.com

A germinao dos esporos nos alimentos promovida por condies anaerbicas

(alimentos embalados ou lacrados) em que o pH superior a 4,5, com uma elevada

atividade de gua. Assim, as clulas vegetativas produzem a toxina dentro do

recipiente durante o armazenamento.

www.orvedbrock.com.br

Os esporos do Clostridium botulinum so as formas mais resistentes que se tm

encontrado entre os agentes bacterianos, podendo sobreviver por mais de 30 anos em
meio lquido e, provavelmente, mais tempo ainda em estado seco.

pH inferior a 4,5 impede sua multiplicao;

atividade de gua menor que 0,93 limitante;

www.microbewiki.kenyon.edu

concentraes de NaCl maiores que 8% impedem a produo da toxina.

Mecanismo de ao da neurotoxina: a subunidade B possui especificidade com

os receptores pr-sinpticos de ACh na placa motora e aps se ligar aos mesmos

permite a internalizao da subunidade A.

www.old.hssyxx.com

Desse modo, como a ACh no exocitada e no alcana seus receptores, a

neurotoxina leva inibio da contrao muscular (o msculo uma vez relaxado,
permanece relaxado). Atenta-se para o fato de que a toxina no leva destruio
tecidual e, ento, a alta taxa de mortalidade da doena est relacionada parada

respiratria.

www.saudemedicina.com

TRANSMISSO
Botulismo alimentar

Ocorre pela ingesto de

alimentos contaminados com a toxina botulnica,

geralmente causado pela conservao de maneira inadequada;

Os mais envolvidos so: conservas vegetais artesanais (como palmito e picles) e

alimentos enlatados industrializados.

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TRANSMISSO
Botulismo por ferimentos

A transmisso ocorre pela contaminao de feridas com o Clostridium botulinum

proveniente do ambiente, geralmente do solo;

As principais portas de entrada so lceras dos membros,leses traumticas ou

mesmo feridas cirrgicas;

O botulismo tambm pode ser transmitido atravs do uso de drogas injetveis

(herona) ou drogas aspirveis(cocana).

TRANSMISSO
Botulismo intestinal (botulismo infantil)

Ocorre geralmente em crianas com idade entre 1 semana e 1 ano (maioria dos
casos entre 3 e 26 semanas) e resulta da ingesto dos esporos de Clostridium
botulinum presentes nos alimentos ou solo.

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TRANSMISSO

Esta forma comum no mel, que um alimento frequentemente contaminado

com o Clostridium botulinum. Porm, a grande quantidade de acar do mel
impede a transformao dos esporos para a sua forma vegetativa, no havendo,
portanto, produo de toxinas. Sendo assim, somente ao chegarem aos intestinos,

os esporos encontram um meio mais propcio para ficarem ativos, passando a se

multiplicar e a produzir toxinas.

www.perfecto.buzz

TRANSMISSO
Esta forma no costuma acometer adultos saudveis, pois os esporos no
conseguem se fixar aos intestinos. Todavia, adultos com doenas dos intestinos
(como doena de Crohn) tambm podem adquirir este tipo de botulismo.

www.melhorcomsaude.com

SINTOMAS
Botulismo alimentar
O perodo de incubao costuma ser curto, na maioria dos casos entre 12 e 36
horas, mas pode variar entre 2h at 10 dias, dependendo da quantidade de
toxinas presentes;
As manifestaes gastrointestinais so: nuseas, vmitos, diarreia e dor
abdominal;

www.nutricaoalemdocorpo.com.br

SINTOMAS
As manifestaes neurolgicas so caracterizadas por uma paralisia muscular que
atinge inicialmente os nervos cranianos e vai descendo para o resto do corpo;

www.colourbox.com

Os sintomas neurolgicos do botulismo costumam se iniciar com viso borrada ou

viso dupla, paralisia das plpebras, dilatao das pupilas e limitao dos
movimentos dos olhos;

SINTOMAS
A partir dos olhos, a doena comea a atingir tambm o resto da cabea,
comprometendo a fala, a mastigao, a capacidade de engolir e os movimentos
da lngua. O prximo passo o acometimentos dos msculos do pescoo,
impedindo o paciente de sustentar o peso da cabea;

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SINTOMAS
Quando chega ao tronco, a paralisia compromete o funcionamento dos msculos do
diafragma, levando o paciente insuficincia respiratria aguda e necessidade de
ventilao mecnica (respirador artificial);
Boca seca, paralisia dos intestinos, hipotenso e reteno urinria tambm so

sintomas comuns.

SINTOMAS
Botulismo por ferimentos
O tempo mdio de incubao de 7 dias, podendo variar entre 4 a 21 dias;
Os sintomas so praticamente iguais ao do botulismo alimentar, exceto pela ausncia
de sintomas gastrointestinais.

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SINTOMAS
Botulismo infantil (botulismo intestinal)
No h informaes precisas sobre o perodo de incubao, pois muitas vezes difcil
identificar quando os esporos foram ingeridos;
O botulismo infantil ocorre mais em bebs e manifesta-se geralmente com constipao

e irritabilidade, que evoluem para sinais neurolgicos, como dificuldade de controlar os

movimentos da cabea, suco fraca, engasgos, choro fraco, prostrao e paralisias
bilaterais descendentes, que podem provocar paradas respiratrias.

TRATAMENTO
Durante o tratamento, sero utilizadas formas para retirar as toxinas do organismo.
Lavagem gstrica, medicamentos que induzem o vmito e laxantes podem ser
utilizados para o tratamento da doena.
Existe um antdoto para a toxina botulnica, chamado soro antibotulnico (SAB).
Este tratamento, porm, s atua contra a toxina circulante no sangue, ou seja, contra
aquelas que ainda no se fixaram aos nervos.

TRATAMENTO
Portanto, quanto mais precocemente o soro antibotulnico for iniciado, maior ser

a sua eficcia.
Antibiticos, como a penicilina, podem ser usados nos casos de botulismo por
feridas, ajudando a eliminar qualquer bactria que esteja se reproduzindo dentro
das leses. Nos pacientes alrgicos penicilina, o Metronidazol uma opo.

DIAGNSTICO

Diagnstico clnico

Diagnstico eletrofsico

Diagnstico laboratorial

www.diagnosticoscampinas.com.br

www.eldiagnosticos.com.br

www.einstein.br

DIAGNSTICO CLNICO

Anamnese

Exame fsico geral

Exame neurolgico

www.semiologiaortopedica.com.br

www.mundodastribos.com

www.psicoresumos.blogspot.com

DIAGNSTICO ELETROFISIOLGICO

A eletroneuromiografia um exame que permite identificar- se a leso no

sistema nervoso perifrico;

O exame auxilia no diagnstico diferencial de outras doenas com quadros

clnicos semelhantes.

www.vitaclinica.com.br

DIAGNSTICO LABORATORIAL
1) Coleta de amostras
Soro
Fezes/contedo intestinal e vmito/lavado gstrico
Material de ferimentos

2) Amostras bromatolgicas
www.especialista24.com

FONTES DE CONTAMINAO

Conservas artesanais;
www.bolsademulher.com.br

Produtos de carne cozidos, curados e defumados de forma

artesanal;

Presunto e carne de lata;

Pescados defumados, salgados e fermentados;

Queijos;

Mel artesanal;

Alimentos enlatados industrializados.

www.monarca.web

www.apiarioslambertucci.com.br

GRUPO DE RISCO

Criana pequenas;
www.comendocomosolhos.com

Consumidores de conservas caseiras;

Consumidores de alimentos embalados a vcuo;

Indivduos que consumam drogas injetveis (botulismo de feridas).

PREVENO
No ingerir:

Alimentos cuja lata ou tampa se apresentem estufadas ou enferrujadas;

Alimentos cujo contedo lquido se apresente turvo;

Alimentos cujo vidro se apresente turvo;

S consumir mel de procedncia conhecida;

Ferver alimentos enlatados antes do consumo, principalmente o palmito.

www.bolsademulher.com.br

INVESTIGAO FRENTE A UM CASO SUSPEITO

Diante de um caso ou surto suspeito de botulismo, a investigao deve

ser realizada, de maneira integrada, entre as reas de vigilncia
epidemiolgica, vigilncia sanitria, laboratrio, assistncia e outras
reas que se fizerem necessrias.

A cooperao e o intercmbio de informaes entre as reas

envolvidas so fatores essenciais para a boa qualidade da
investigao.

CASOS DE SURTOS

CASOS DE BOTULISMO ARRASAM VENDA DE

ALHEIRAS DE TRS-OS-MONTES

Publicado em: www.publicopt.com no dia 29/09/2015;

Aconteceu em Portugal;

Foram retirados do mercado os produtos base de carne e

de queijo comercializados com a marca Origem
Transmontana por supostamente terem originado trs casos
confirmados;

5 casos confirmados que evoluram no bom sentido;

Responsvel ex-concorrente do Concurso Culinrio

MasterChef.

SURTO DE BOTULISMO EM SANTA CATARINA

7 casos confirmados sendo 1 bito

Alimento envolvido: MORTADELA COM CUBOS DE

TOUCINHO sob a marca Pena Branca com data de
fabricao de 17 de fevereiro de 2011 e vencimento em 18 de
abril de 2011, produzido pela empresa Penasul Alimentos Ltda,
localizada no municpio de Roca Sales, no Rio Grande do Sul.

Foi consumido na primeira quinzena de maro

Dos sete casos inicialmente suspeitos, seis

foram confirmados pelo critrio laboratorial do
produto e vnculo epidemiolgico, sendo que um

dos casos foi descartado devido ao resultado

laboratorial negativo do alimento consumido, apesar

da mesma marca, mas de lotes diferentes.

www.dicastruqes.blogspot.com

SURTO DE BOTULISMO MATA MAIS DE 160

ANIMAIS EM CAMPOS DOS GOYTACAZES (RJ)

Intoxicao ocorreu atravs de gua contaminada com a toxina

163 bfalos foram a bito, sendo 105 fmeas em fase de gestao

ou fase de amamentao

Os proprietrios no recolhiam os corpos que se decompunham na

pastagem ou em contato com a gua pantanosa. Com a ocorrncia

crescente da enfermidade e de bitos, eram muitos os corpos

decompostos presentes na gua que os animais bebiam, fator que
retroalimentava a mortalidade.

CURIOSIDADES
O botulismo no fornece imunizao permanente. Uma

mesma pessoa pode ter botulismo mais de uma vez na vida.

www.pt.dreamstime.com (Adaptado)

O uso esttico da toxina botulnica se d em geral,

principalmente para suavizar rugas e linhas de expresso na
regio da face.

www.soparaelaas.blogspot.com

CURIOSIDADES
O Botox tambm usado na oftalmologia para correo de

diversas doenas, como espasmo hemifacial, distonias e para

www.fernandacristofolini.com.br

corrigir alguns casos de estrabismo.

A toxina botulnica tipo A pode ser usado para Doenas
Urolgicas como incontinncia urinria e bexiga hiperativa;
www.atualizacaofarmaceutica.com

CONCLUSO
O botulismo uma doena grave, de alta letalidade, que deve ser considerada
como uma emergncia mdica e de sade pblica e a suspeita de um caso deve
desencadear a imediata comunicao entre os profissionais da rea da assistncia e
tcnicos de vigilncia epidemiolgica.

REFERNCIAS
FRANCO, Bernadette D. G. De M.; LANDGRAF, Maria. Microbiologia de Alimentos. 1 ed. Atheneu,2008.

TRABULSI, Luiz Richard; ALTERTHUM, Flvio. Microbiologia. 5 ed. So Paulo; Atheneu, 2008.

MD. SADE. Botulismo: Causas e sintomas. Disponvel em: <http://www.mdsaude.com/2013/01/botulismo.html>. Acesso em: 27 jan. 2016.
NOTICIAKI. Botulismo Causas, Sintomas, Transmisso e Tratamento. Disponvel em: <http://www.noticiaki.com/botulismo-causas-sintomastransmissao-e-tratamento.html>. Acesso em: 27 jan. 2016.

ANVISA. Manual Integrado de Vigilncia Epidemiolgico do Botulismo. Disponvel em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/478af3804

74576bf84a0d43fbc4c6735/manual_botulismo.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 28 jan. 2016.

MINISTRIO DA SADE. Orientaes. Disponvel em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/6

23-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/botulismo/11182-orientaes>. Acesso em: 28 jan. 2016.

CERESER, Natacha Deboni et al. Foodbourne botulism. Cincia Rural, v. 38, n. 1, p. 280-287, 2008.
http://ranieralph.weebly.com/uploads/3/1/9/3/3193594/aula15-anaerobios.pdf. Acesso em: 29 jan.2016.

REFERNCIAS
MICROBIOLOGIA. Microorganismos Anaerbios. Disponvel em: http://ranieralph.weebly.com/uploads/3/1/9/3/3193594/aula15-anaerobios.pdf
Acesso em: 29 jan.2016.

JUSBRASIL.

Disponvel

em:

<http://anda.jusbrasil.com.br/noticias/100627401/surto-de-botulismo-mata-mais-de-160-animais-em-campos-dos-

goytacazes-rj>. Acesso em: 29 jan. 2016.

BARBOZA, O. M. Morgana; SANTOS, F. Norival; SOUSA, V. Oscarina. Surto familiar de botulismo no Estado do Cear: relato de caso. Revista da
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 44(3):400-402, mai-jun, 2011.
PUBLICO PORTUGAL. Casos de botulismo arrasam venda de alheiras de Trs-os-Montes. Disponvel em: <https://www.publico.pt/sociedade/not
icia/casos-de-botulismo-arrasam-alheiras-de-trasosmontes-1709537>. Acesso em: 29 jan. 2016.
ASCOM. Sade confirma surto de botulismo em Santa Catarina. Disponvel em: <http://portalses.saude.sc.gov.br/index.php?option=com_conten
t&view=article&id=1297:saude-confirma-surto-de-botulismo-em-santa-catarina&catid=625:ascom-assessoria-de-comunicacao2011&Itemid=430>.
Acesso em: 29 jan 2016.