Luvas Exotérmicas
Luvas Exotérmicas
Luvas Exotérmicas
( * ) Arnaldo Romanus
Introduo
As luvas exotrmicas so utilizadas com a finalidade principal de reduzir o tamanho
dos massalotes, visando aumentar o rendimento metalrgico e sem permitir a ocorrncia de
rechupes nas peas.
Infelizmente, muitas vezes as luvas exotrmicas acabam gerando diversos
problemas, sem que se consiga descobrir a sua origem.
Diante disso, o presente trabalho tem por finalidade apresentar as possveis causas
de defeitos detectados j na prpria luva exotrmica ou ento nas peas.
Embora as orientaes bsicas dos problemas a serem abordados a seguir sejam
vlidas principalmente para um tipo especfico de luva exotrmica, na maioria das vezes as
solues apresentadas para cada defeito tambm podero vir a servir para outros produtos
relativamente semelhantes.
1. Formulao bsica da luva exotrmica
Embora no se venha a apresentar uma formulao especfica de luva exotrmica, j
que a mesma poder vir a variar muito de um fornecedor para outro em funo da
finalidade de aplicao de cada produto, no presente caso o trabalho tratar dos problemas
que normalmente acabam surgindo ao se fabricar luvas contendo os seguintes
componentes:
alumnio atomizado
xido de ferro natural
salitre do Chile
fluorita
farinha de madeira
cianita
mulita
areia de slica
p de slica
silicato de sdio.
2. Problemas / defeitos tpicos de luvas exotrmicas
Logicamente que diversos outros problemas podero surgir em distintos tipos de
luvas exotrmicas, resultando tambm em defeitos diferentes nas peas.
No presente trabalho, todavia, sero abordados os seguintes problemas/defeitos:
ausncia de reao da luva
escorificao excessiva durante o teste de exotermia da luva
fervura do metal aps o seu vazamento na luva (observada no teste de exotermia)
fratura escura no pescoo do massalote
friabilidade da luva
incluso de luva na pea
massalote intacto e externamente liso
massalote oco
massalote partido ao meio horizontalmente
massalote rebaixado, com superfcie superior lisa
massalote rebaixado, com superfcie superior rugosa
reao e sem reao das luvas no mesmo teste de ignio
reao demorada da luva (observada no teste de ignio)
reao fraca da luva (observada no teste de exotermia)
reao demorada e fraca da luva (observada nos testes de ignio e de exotermia)
reao rpida da luva (observada no teste de ignio)
reao violenta da luva (observada no teste de exotermia)
reao rpida e violenta da luva (observada nos testes de ignio e de exotermia)
rechupe forte na pea
rechupe fraco na pea
solidificao rpida do metal na luva (observada no teste de exotermia)
tempo de reao excessivamente longo e tempo de solidificao muito curto aps a
reestufagem das luvas
trincas na luva,
sendo que todos esses problemas sero abordados nos captulos 3 25 a seguir.
3. Ausncia de reao da luva
3.1- Causas
demasiada insuficincia (ou falta total) de salitre do Chile;
substituio da fluorita por p de slica (neste caso, ambos com aspecto muito
semelhante).
3.2- Soluo
se no houve a troca dos componentes citados, deve-se aumentar o teor de salitre do
Chile em at 1,0 %.
4. Escorificao excessiva durante o teste de reao da luva
4.1- Causa
Teor excessivo de silicato de sdio na composio, desde que no tenha ocorrido
uma reao muito violenta da luva (que seria um indicativo de um excesso de fluorita).
4.2- Solues
o ideal seria reduzir a adio de silicato de sdio em at 1,0 %;
se, todavia, a mera reduo da adio de silicato de sdio resultar em friabilidade da
luva e/ou em incluso da mesma na pea, pode-se aumentar em cerca de 2,0 % o
teor de cianita e reduzir na mesma proporo (simultaneamente) a adio de slica,
sem alterao do teor de silicato de sdio.
23.2- Solues
Dependendo da causa do problema, seriam as seguintes as providncias mais viveis a
serem adotadas:
aumento da adio de fluorita em cerca de 1,0 %;
reduo do teor de alumnio atomizado em at 1,5 %;
uso de alumnio atomizado com mdulo de finura preferencialmente > 60 AFS.
24. Tempo de reao excessivamente longo e tempo de solidificao muito curto aps a
reestufagem das luvas
24.1- Causas
excessivo tempo de estocagem das luvas;
armazenamento do lote de luvas em ambiente demasiadamente mido.
24.2- Soluo
Todo o restante do lote de luvas dever ser descartado, caso contrrio se corre um
risco srio de refugar as peas a serem produzidas com as mesmas.
25. Trincas na luva
25.1- Causa
Utilizando-se a composio correta, o mais provvel que esse defeito seja oriundo
de falhas no ferramental de confeco da luva, que resultam em trincas na mesma durante a
sua extrao.
25.2- Soluo
Neste caso, em princpio no se deve atuar sobre a composio da luva.
Consideraes finais
Certamente que sempre podero continuar existindo problemas de alimentao das
peas mesmo ao se utilizar luvas exotrmicas.
Todavia, desde que o fabricante dessas luvas tenha pleno conhecimento de causa da
real finalidade de utilizao de cada componente que entra em sua formulao, bem como
dos teores limtrofes que os mesmos devero ter na mesma, dificilmente a fundio ter
refugo por rechupes atribuveis a essa varivel.