História Da Língua Portuguesa
História Da Língua Portuguesa
História Da Língua Portuguesa
PREFCIO
A lngua portuguesa tem uma das histrias mais fascinantes entre as lnguas de origem
europeia. Em razo das navegaes portuguesas nos sculos XV e XVI, tornou-se um dos poucos
idiomas presentes na frica, Amrica, sia e Europa, sendo falado por mais de 200 milhes de
pessoas.
Este texto procura inicialmente apresentar um pouco da histria desta lngua, partindo das
razes latinas na Europa at o portugus moderno. Em seguida, apresenta a situao atual do
portugus nos diversos pases e regies do mundo onde ele falado.
Este texto no escrito por nem para especialistas em lnguas. Destina-se s pessoas em
geral que desejam conhecer um pouco mais sobre a lngua portuguesa. Trata-se de um trabalho
formado a partir de contribuies recolhidas de diversas fontes e por vrias pessoas. Por estas
razes, pedimos antecipadamente desculpas por eventuais erros e omisses e convidamos todos a
acrescentarem seus comentrios e sugestes.
2. HISTRIA
ndice
2.1. O perodo pr-romnico
2.2. O perodo romnico
2.3. O galego-portugus
2.4. O portugus arcaico
2.5. O portugus moderno
Os celtas estavam situados de incio no centro da Europa, mas entre o II e o I milnios A.C. foram
ocupando vrias outras regies, at ocupar, no sculo III A.C., mais da metade do continente europeu. Os
celtas so conhecidos, segundo as zonas que ocuparam, por diferentes denominaes: celtiberos na
Pennsula Ibrica, gauleses na Frana, bretes na Gr-Bretanha, glatas no centro da Turquia, etc.
O perodo de expanso celta veio, entretanto a sofrer uma reviravolta e, devido presso exterior,
principalmente romana, o espao ocupado por este povo encolheu. As lnguas clticas, empurradas ao
longo dos sculos at as extremidades ocidentais da Europa, subsistem ainda em regies da Irlanda (o
irlands inclusive uma das lnguas oficiais do pas), da Gr-Bretanha e da Bretanha francesa.
Surpreendentemente, nenhuma lngua cltica subsistiu na Pennsula Ibrica, onde a implantao dos celtas
ocorreu em tempos muito remotos (I milnio A.C.) e cuja lngua se manteve na Galiza (regio ao norte de
Portugal, atualmente parte da Espanha) at o sculo VII d.C.
A partir de 711, com a invaso moura da Pennsula Ibrica, o rabe adotado como lngua oficial
nas regies conquistadas, mas a populao continua a falar o romance. Algumas contribuies dessa poca
ao vocabulrio portugus atual so arroz, alface, alicate e refm.
No perodo que vai do sculo IX (surgimento dos primeiros documentos latino-portugueses) ao XI,
considerado uma poca de transio, alguns termos portugueses aparecem nos textos em latim, mas o
portugus (ou mais precisamente o seu antecessor, o galego-portugus) essencialmente apenas falado na
Lusitnia.
2.3. O galego-portugus
No sculo XI, medida que os antigos domnios foram sendo recuperados pelos cristos, os rabes
so expulsos para o sul da pennsula, onde surgem os dialetos morabes, a partir do contato do rabe com
o latim.
Cancioneiro da Ajuda - Copiado (na poca ainda no havia imprensa) em Portugal em fins do sculo
XIII ou princpios do sculo XIV. Encontra-se na Biblioteca da Ajuda, em Lisboa. Das suas 310 cantigas, quase
todas so de amor.
Cancioneiro da Vaticana - Trata-se do cdice 4.803 da biblioteca Vaticana, copiado na Itlia em fins
do sculo XV ou princpios do sculo XVI. Entre as suas 1.205 cantigas, h composies de todos os gneros.
Cancioneiro Colocci-Brancutti - Copiado na Itlia em fins do sculo XV ou princpios do sculo XVI.
Descoberto em 1878 na biblioteca do conde Paulo Brancutti do Cagli, em Ancona, foi adquirido pela
Biblioteca Nacional de Lisboa, onde se encontra desde 1924. Entre as suas 1.664 cantigas, h composies
de todos os gneros.
lngua portuguesa, em 1990, para uniformizar o vocabulrio tcnico e evitar o agravamento do fenmeno
de introduo de termos diferentes para os mesmos objetos.
3. O PORTUGUS NO MUNDO
O mundo lusfono (que fala portugus) avaliado hoje entre 190 e 230 milhes de
pessoas. O portugus a oitava lngua mais falada do planeta, terceira entre as lnguas ocidentais,
aps o ingls e o castelhano.
O portugus a lngua oficial em oito pases de quatro continentes:
Angola (10,9 milhes de habitantes)
Brasil (185 milhes)
Cabo Verde (415 mil)
Guin Bissau (1,4 milho)
Moambique (18,8 milhes)
Portugal (10,5 milhes)
So Tom e Prncipe (182 mil)
Timor Leste (800 mil).
Europa
sia
Amrica do Sul
frica
O portugus uma das lnguas oficiais da Unio Europeia (ex-CEE) desde 1986, quando da
admisso de Portugal na instituio. Em razo dos acordos do Mercosul (Mercado Comum do Sul),
do qual o Brasil faz parte, o portugus ensinado como lngua estrangeira nos demais pases que
dele participam.
Em 1996, foi criada a Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (CPLP), que reune os
pases de lngua oficial portuguesa com o propsito de aumentar a cooperao e o intercmbio
cultural entre os pases membros e uniformizar e difundir a lngua portuguesa.
3.1. O mundo lusfono
dos outros dialetos da mesma origem. De modo secundrio, poder-se-iam tambm chamar
dialetos as estruturas lingusticas, simultneas de outra, que no alcanam a categoria de lngua.
Falar seria a peculiaridade expressiva prpria de uma regio e que no apresenta o grau de
coerncia alcanado pelo dialeto. Caracterizar-se-ia por ser um dialeto empobrecido, que, tendo
abandonado a lngua escrita, convive apenas com manifestaes orais.
No entanto, vista da dificuldade de caracterizar na prtica as duas modalidades,
empregamos neste texto o termo dialeto no sentido de variedade regional da lngua, no
importando o seu maior ou menor distanciamento com referncia lngua padro.
No estudo das formas que veio a assumir a lngua portuguesa, especialmente na frica, na
sia e na Oceania, necessrio fazer a distino entre os dialetos e os crioulos de origem
portuguesa. As variedades crioulas resultam do contato que o sistema lingustico portugus
estabeleceu, a partir do sculo XV, com sistemas lingusticos indgenas. 0 grau de afastamento em
relao lngua me hoje de tal ordem que, mais do que como dialetos, os crioulos devem ser
considerados como lnguas derivadas do portugus.
3.2. O portugus na Europa
3.2.a. Portugal
A fronteira entre os dialetos portugueses setentrionais e centro-meridionais atravessa Portugal de
noroeste a sudeste. Merecem ateno especial algumas regies do pas que apresentam caractersticas
fonticas peculiares: a regio setentrional que abrange parte do Minho e do Douro Litoral, uma extensa
rea da Beira-Baixa e do Alto-Alentejo, principalmente centro-meridional, e o ocidente do Algarve, tambm
centro-meridional.
Os dialetos falados nos arquiplagos dos Aores e da Madeira representam um prolongamento dos
dialetos portugueses continentais, podendo ser includos no grupo centro-meridional. Constituem casos
excepcionais a ilha de So Miguel e da Madeira: independentemente uma da outra, ambas se afastam do
que se pode chamar a norma centro-meridional por acrescentar-lhe certo nmero de traos muito
peculiares (alguns dos quais igualmente encontrados em dialetos continentais).
3.2.b. O galego
ndice
3.3.a. Histria da lngua no Brasil
3.3.b. Zonas dialectais brasileiras
A fala popular brasileira apresenta uma relativa unidade, maior ainda do que a da
portuguesa, o que surpreende em se tratando de um pas to vasto. A comparao das variedades
dialetais brasileiras com as portuguesas leva concluso de que aquelas representam em
conjunto um sincretismo destas, j que quase todos os traos regionais ou do portugus padro
europeu que no aparecem na lngua culta brasileira so encontrados em algum dialeto do Brasil.
A insuficincia de informaes rigorosamente cientficas e completas sobre as diferenas
que separam as variedades regionais existentes no Brasil no permite classific-las em bases
semelhantes s que foram adotadas na classificao dos dialetos do portugus europeu. Existe,
em carter provisrio, uma proposta de classificao de conjunto que se baseia - como no caso do
portugus europeu - em diferenas de pronncia (basicamente no grau de abertura na pronncia
das vogais, como em pEgar, onde o "e" pode ser aberto ou fechado, e na cadncia da fala).
Segundo essa proposta, possvel distinguir dois grupos de dialetos brasileiros: o do Norte e o do
Sul. Pode-se distinguir no Norte duas variedades: amaznica e nordestina. E, no Sul, quatro:
baiana, fluminense, mineira e sulina.
Esta proposta, embora tenha o mrito de ser a primeira tentativa de classificao global
dos dialetos portugueses no Brasil, claramente simplificadora. Alguns dos casos mais evidentes
de variaes dialectais no representadas nessa classificao seriam:
As caractersticas prprias aos trs estados da regio sul (PR, SC e RS), em particular
o(s) dialeto(s) utilizado(s) no estado do Rio Grande do Sul (RS)