Lição 10-A Grande Tribulação

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Lio 10: A Grande Tribulao

Ttulo: Escatologia O estudo das ltimas coisas


Comentarista: Elienai Cabral

TEXTO UREO

Porque haver, ento, grande aflio, como nunca houve desde o princpio do mundo
at agora, nem tampouco haver jamais (Mt 24.21).
VERDADE PRTICA

Os juzos de Deus sobre o mundo no perodo da Grande Tribulao sero inevitveis


porque a Palavra de Deus os revela e a Igreja se fortalece na esperana de que no
passar por esse perodo.
LEITURA DIRIA

Segunda - Fp 4.5; Hb 10.37; Tg 5.8


A proximidade da vinda de Cristo

Tera - Is 2.12; 13.6,9; At 2.20; 1Ts 5.2; 2Ts 2.2


A Grande Tribulao faz parte do Dia do Senhor

Quarta - Dn 9.24-27
O tempo da Grande Tribulao

Quinta - 2Ts 2.1-8


Quem impede a manifestao do Anticristo agora

Sexta - 1 Jo 4.3
O esprito do Anticristo
Sbado - Ap 13.1-8
A manifestao do Anticristo
LEITURA BBLICA EM CLASSE

Lucas 21.28-31; 1 Tessalonicenses 5.1-4,9.


Lucas 21
28 Ora, quando essas coisas comearem a acontecer, olhai para cima e levantai a
vossa cabea, porque a vossa redeno est prxima.
29 E disse-lhes uma parbola: Olhai para a figueira e para todas as rvores.
30 Quando j comeam a brotar, vs sabeis por vs mesmos, vendo-as, que perto
est j o vero.
31 Assim tambm vs, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Reino de
Deus est perto.
1 Tessalonicenses 5
1 Mas, irmos, acerca dos tempos e das estaes, no necessitais de que se vos
escreva;
2 porque vs mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor vir como o ladro de
noite.
3 Pois que, quando disserem: H paz e segurana, ento, lhes sobrevir repentina
destruio, como as dores de parto quela que est grvida; e de modo nenhum
escaparo.
4 Mas vs, irmos, j no estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda
como um ladro;
9 Porque Deus no nos destinou para a ira, mas para a aquisio da salvao, por
nosso Senhor Jesus Cristo.

COMENTRIO

INTRODUO
Na seqncia dos eventos escatolgicos, enquanto a Igreja arrebatada e ressuscitada
est no cu (nos ares) com Cristo, inicia-se um novo e terrvel perodo na Terra,
identificado na linguagem bblica como a Grande Tribulao. Esse perodo ser
precedido por vrios sinais reconhecidos pelos que lem e estudam as profecias bblicas.
I. O QUE A GRANDE TRIBULAO
1. O sentido da palavra tribulao na Bblia. Na lngua grega do Novo
Testamento, tribulao aparece como thilipsisque significa colocar uma carga sobre o
esprito das pessoas. Na traduo Vulgata Latina, a palavra tribulum e se refere a uma
espcie de grade para debulhar o trigo. Ou seja: instrumento que o lavrador usa para
separar o trigo da sua palha. A idia figurada, aqui, a de afligir, pressionar.
Analisada luz do contexto bblico, a palavra pode referir-se to-somente a um tipo
de presso, aflio ou angstia que se passa na vida cotidiana. Outras vezes, tem o
sentido escatolgico.
2. O sentido da expresso Grande Tribulao. A expresso essencialmente
escatolgica. No Antigo Testamento identificada por outros nomes tais como o dia do
Senhor (Sf 1.14-18; Zc 14.1-4); a angstia de Jac (Jr 30.7); a grande angstia (Dn
12.1); o dia da vingana (Is 63.1-4); o dia da ira de nosso Deus. No Novo Testamento,
a expresso ganha maior sentido com o prprio Senhor Jesus ao identificar aquele
tempo como perodo de grande aflio (Mt 24.21), depois em Ap 7.14, como Grande
Tribulao.
3. Estar a Igreja na Grande Tribulao? Existem duas linhas de entendimento
acerca desse assunto: uma acredita que a Igreja no estar no primeiro perodo da

Grande Tribulao; outra afirma que a Igreja sofrer no primeiro perodo da Grande
Tribulao. Os partidrios do arrebatamento da Igreja depois da Grande Tribulao
insistem que os rigores da tribulao so exclusivamente para Israel. Porm,
entendemos que o arrebatamento dos santos em Cristo se dar, nem na metade nem
depois da tribulao, mas exatamente antes dela, para livrar a Igreja desse inigualvel
tempo de sofrimento (1Ts 1.10; 3.10).
Podemos perceber que os juzos catastrficos de Deus sobre Israel e o mundo
naqueles dias s tero incio depois que a Igreja for retirada da Terra. At o captulo 5 de
Apocalipse se fala da Igreja, mas no captulo 6, quando se iniciam os juzos, a Igreja no
mais aparece, seno no captulo 19.
Os partidrios da idia de que a Igreja estar na primeira metade da Grande
Tribulao confundem essa metade, que ser de uma falsa paz negociada entre Israel e o
Anticristo (Dn 9.27). No cremos que a Igreja necessite da paz do Anticristo bem como
no podemos interpretar o cavaleiro do cavalo branco de Ap 6.2 como sendo Cristo, uma
vez que na seqncia do texto os outros cavalos e seus cavaleiros so demonstraes dos
juzos divinos (Ap 6.2-8).
II. PROPSITOS DA GRANDE TRIBULAO
Dois principais propsitos se destacam: o primeiro levar Israel a receber o seu
Messias; e o segundo trazer juzo sobre todo o mundo, especialmente, sobre as naes
incrdulas.
1. Levar Israel a receber o Messias. O profeta Jeremias profetizou que esse
tempo seria identificado como o tempo da angstia de Jac (Jr 30.7). Revela que ser
um tempo especialmente para os filhos de Jac, isto , Israel. Todos os eventos desse
perodo so indicados na Bblia, como o povo de Daniel, a fuga no sbado, o templo
e o lugar santo, o santurio, o sacrifcio, e outras mais. So expresses tpicas da
experincia poltica e religiosa de Israel. Portanto, antes de qualquer outra coisa, esse
perodo especialmente para o povo judeu.

Outrossim, o propsito de Deus para com Israel na tribulao o de trazer converso


a esse povo, porque parte dele se converter e entrar com o Messias no reino milenial
(Ml 4.5,6).
Quando o Messias surgir, no s os judeus povoaro a Terra, mas uma multido de
gentios se converter pela pregao do remanescente judeu (Mt 25.31-46; Ap 7.9), e
entrar no reino milenial de Cristo.
2. Trazer juzo sobre o mundo. Ap 3.10 revela esse propsito quando fala a
igreja de Filadlfia: tambm eu te guardarei da hora da angstia que h de vir sobre o
mundo inteiro. A mensagem para a Igreja e d a garantia de que ser guardada
daquele tempo. Mais uma vez compreende-se que a Igreja no passar pela Grande
Tribulao. Entendemos que esse perodo alcanar a todas as naes da Terra (Jr
25.32,33; Is 26.21; 2Ts 2.11,12), e Deus estar julgando-as por sua impiedade. Diz a
Bblia que as naes da Terra tero sido enganadas pelo ensino da grande meretriz
religiosa, chamada Babilnia (Ap 14.8), e seguido ao Falso Profeta na adorao a Besta
(Ap 13.11-18). Esses juzos viro para purificar a Terra e, quando o Messias assumir o
comando mundial de governo, haver paz e justia.
III. O TEMPO DA GRANDE TRIBULAO
No h texto bblico mais explcito quanto ao tempo da Grande Tribulao do que a
profecia de Daniel 9.24-27 acerca das setenta semanas determinadas por Deus para a
manifestao dos juzos de Deus sobre Israel e sobre o mundo.
1. O que so as setenta semanas. A identificao comea com Dn 9.24: Setenta
semanas esto determinadas. A palavra semana interpreta-se como semana de dias. O
nmero sete indica a quantidade de dias da referida semana. Porm, a palavra dia
interpreta-se como ano. Cada dia equivale a um ano e, sete dias multiplicados por
setenta (70 x 7) d o total de 490 anos.
2. Os trs perodos das 70 semanas. O primeiro perodo de sete semanas,
equivalente a 49 anos, teve o seu incio no reinado de Artaxerxes atravs de Neemias,
copeiro-mor (Ne 2.1,5,8), quando pediu ao rei para voltar sua terra e reedificar a

cidade e os seus muros. Ocorreu em 445 a.C. quando foi dada a ordem para restaurar e
reedificar Jerusalm (Dn 9.25).
O segundo perodo de 62 semanas, equivalente a 434 anos, refere-se ao tempo do fim
do Antigo Testamento at a chegada do Ungido, o Messias. Nesse perodo, o Ungido
seria rejeitado e ultrajado pelo seu povo, e morto (Dn 9.26). Cumpriu-se esse segundo
perodo at o ano 32 d.C, quando Cristo, o Ungido, foi rejeitado e morto pelos judeus.
At ento, 69 semanas (ou 483 anos) se cumpriram.
O terceiro perodo abrange uma semana (7 anos) conforme est no texto de Dn
9.27. Misteriosamente, acontece um intervalo proftico na seqncia natural das 70
semanas identificado como os tempos dos gentios (o nosso tempo), no qual se destaca,
especialmente, a Igreja constituda de um povo remido por Jesus e que est em evidncia
at o seu arrebatamento para o cu. Ter incio, em seguida, a ltima semana, a 70.
3. A ltima semana proftica. No texto de Dn 9.26 surge um povo e um
prncipe que viro para assolar e destruir Israel sob as asas das abominaes. Esse
prncipe no outro seno o assolador, o Anticristo, o homem do pecado e o
prncipe que h de vir (Dn 9.26). Ele far uma aliana com Israel por uma semana
(Dn 9.27). Vir com astcia e inteligncia. Sua capacidade de persuaso ser enorme e,
na aliana que far com Israel, no ter a plena aprovao desse povo. Sua tentativa ser
a de restabelecer a paz, sobretudo no Oriente Mdio oferecendo um tratado. O mundo
todo o honrar e o admirar naqueles dias. Ele se levantar de uma fora poltica
mundial, uma confederao europia, que, na linguagem figurada da profecia, aparece
como um chifre pequeno que surge do meio de dez chifres do animal terrvel e
espantoso, conforme Dn 7.8. Esse animal terrvel e espantoso pode ser identificado
como o sistema europeu, equivalente ao antigo Imprio Romano.
Num breve espao, metade da semana (trs anos e meio), esse lder alcanar o
apogeu do seu domnio mundial e ento haver uma falsa paz. Nesse momento se dar o
rompimento da aliana com Israel. O prncipe, embriagado pelo poder poltico, entrar
em Israel e ento se iniciar a grande angstia de Israel (2Ts 2.4; Ap 13.8-15), a
Grande Tribulao.

CONCLUSO
A Grande Tribulao no se destina Igreja de Cristo e, sim, para o povo de Israel e o
mundo gentio. Todos os juzos de Deus profetizados tero o seu cumprimento. Ningum
sabe quando se dar o arrebatamento da Igreja findando o parntese proftico entre a
69 semana e 70. No sabemos o dia da volta do Senhor, mas sabemos que a nossa
misso principal pregar o Evangelho e dar testemunho de Cristo diante dos homens.
VOCABULRIO

Assolar: Arrasar; devastar; talar; destruir, arruinar.


Persuaso: Ato ou efeito de persuadir; convico, certeza.
Remanescente: Restante.
Ultrajado: Com a dignidade ofendida, difamado, injuriado, insultado, afrontado.
AUXLIOS SUPLEMENTARES

Subsdio Bibliolgico
A idia prevalecente quanto Grande Tribulao a do Dia do Senhor. A expresso
ocorre em vrios textos da Bblia como em Is 2.12; 13.6,9; Ez 13.5: 30.3; Jl 1.15; 2.1,11,31;
3.14; Am 5.18; Sf 1.7.14; Zc 14.1; Ml 4.5; At 2.20; 2Ts 2.2; 2 Pe 3.10. Tem grande
importncia na linguagem proftica da Bblia. Por exemplo, em Sofonias 1.14-18, o Dia
do Senhor aparece como juzo sobre Israel e sobre as naes nos dias da volta do Messias
e, em Zacarias 14.1-4, os eventos da segunda vinda de Cristo esto no contexto do
programa do Dia do Senhor.

Subsdio Teolgico
Aspectos da natureza da Grande Tribulao:

1. Base na profecia bblica. Esse assunto no uma inveno dos telogos. Ele tem
todo o seu respaldo nas Escrituras. No Antigo e no Novo Testamentos vemos toda a linha
de revelao expressa na prescincia divina. Para termos um conhecimento amplo dessa
revelao devemos estudar Dt 4.30,31; Is 2.19; 24.1,3, 6.19-21; 26.20,21; Jr 30.7; Dn
9.27; 12.1; Jl 1.15; 2.1,2; Am 5.18,20; Sf 1.14.15,18; Mt 24.21,22; Lc 21.25,26; 1Ts 5.3; Ap
3.10. Todos esses textos falam da Grande Tribulao identificada por termos como
castigo, quebrantamento, indignao, angstia de Jac, destruio do TodoPoderoso, dia de trevas e obscuridade, tempo de ira, angstia das gentes, prova,
ira do Cordeiro, etc.
2. O carter. Ser um perodo da manifestao da ira de Deus contra o pecado,
especialmente, contra Israel. Esse perodo identificado nas Escrituras como tempo de
ira (Sf 1.15,18; 1Ts 1.10; 5.9; Ap 6.16,17; 11.18; 14.10,19; 15.1,7; 16.1,19); tempo de juzo
(Ap 14.7; 15.4; 16.5,7; 19.2); tempo de indignao (Is 26.20,21; 34.1-3); tempo de
prova (Ap 3.10); tempo de angstia (Jr 30.7; Sf 1.14,15; Dn 12.1); tempo de
destruio (Jl 1.15; 1Ts 5.3); tempo de trevas (Jl 2.2; Am 5.18; Sf 1.14-18); tempo de
desolao (Dn 9.27; Sf 1.14,15); tempo de transtorno (Is 24.1-4,19-21); tempo de
castigo (Is 24.20,21). Na verdade, ser um tempo inevitvel e nada poder aliviar a
severidade daqueles dias sobre a terra.

Subsdio Doutrinrio
Os trs perodos distintos das 70 semanas so: um perodo de sete semanas; o
segundo perodo de 62 semanas e o terceiro perodo de uma semana. No entanto, dentro
destes trs perodos de tempos, pode-se, ainda, destacar duas etapas distintas (Dn 9.24).
A primeira que comea nos dias de Daniel at Cristo, no Calvrio. Nesse perodo
inicial trs fatos distintos deveriam acontecer: cessar a transgresso, dar fim aos
pecados e expiar a iniqidade. Somente Cristo podia realizar essa trplice obra e Ele
assim fez cabalmente.

Entre a primeira etapa e a seguinte h um intervalo proftico, que j dura quase


2.000 anos e no qual prevalece a Igreja.
A segunda etapa futura e se refere ao que Cristo far na Sua segunda volta como o
Messias esperado de Israel, na instalao do reino milenial sobre a Terra. Esse tempo
identificado pelas expresses finais do texto de Dn 9.24, as quais dizem que Ele haveria
de trazer a justia eterna, selar a viso e a profecia e ungir o Santo dos santos.

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