Lição 10-A Grande Tribulação
Lição 10-A Grande Tribulação
Lição 10-A Grande Tribulação
TEXTO UREO
Porque haver, ento, grande aflio, como nunca houve desde o princpio do mundo
at agora, nem tampouco haver jamais (Mt 24.21).
VERDADE PRTICA
Quarta - Dn 9.24-27
O tempo da Grande Tribulao
Sexta - 1 Jo 4.3
O esprito do Anticristo
Sbado - Ap 13.1-8
A manifestao do Anticristo
LEITURA BBLICA EM CLASSE
COMENTRIO
INTRODUO
Na seqncia dos eventos escatolgicos, enquanto a Igreja arrebatada e ressuscitada
est no cu (nos ares) com Cristo, inicia-se um novo e terrvel perodo na Terra,
identificado na linguagem bblica como a Grande Tribulao. Esse perodo ser
precedido por vrios sinais reconhecidos pelos que lem e estudam as profecias bblicas.
I. O QUE A GRANDE TRIBULAO
1. O sentido da palavra tribulao na Bblia. Na lngua grega do Novo
Testamento, tribulao aparece como thilipsisque significa colocar uma carga sobre o
esprito das pessoas. Na traduo Vulgata Latina, a palavra tribulum e se refere a uma
espcie de grade para debulhar o trigo. Ou seja: instrumento que o lavrador usa para
separar o trigo da sua palha. A idia figurada, aqui, a de afligir, pressionar.
Analisada luz do contexto bblico, a palavra pode referir-se to-somente a um tipo
de presso, aflio ou angstia que se passa na vida cotidiana. Outras vezes, tem o
sentido escatolgico.
2. O sentido da expresso Grande Tribulao. A expresso essencialmente
escatolgica. No Antigo Testamento identificada por outros nomes tais como o dia do
Senhor (Sf 1.14-18; Zc 14.1-4); a angstia de Jac (Jr 30.7); a grande angstia (Dn
12.1); o dia da vingana (Is 63.1-4); o dia da ira de nosso Deus. No Novo Testamento,
a expresso ganha maior sentido com o prprio Senhor Jesus ao identificar aquele
tempo como perodo de grande aflio (Mt 24.21), depois em Ap 7.14, como Grande
Tribulao.
3. Estar a Igreja na Grande Tribulao? Existem duas linhas de entendimento
acerca desse assunto: uma acredita que a Igreja no estar no primeiro perodo da
Grande Tribulao; outra afirma que a Igreja sofrer no primeiro perodo da Grande
Tribulao. Os partidrios do arrebatamento da Igreja depois da Grande Tribulao
insistem que os rigores da tribulao so exclusivamente para Israel. Porm,
entendemos que o arrebatamento dos santos em Cristo se dar, nem na metade nem
depois da tribulao, mas exatamente antes dela, para livrar a Igreja desse inigualvel
tempo de sofrimento (1Ts 1.10; 3.10).
Podemos perceber que os juzos catastrficos de Deus sobre Israel e o mundo
naqueles dias s tero incio depois que a Igreja for retirada da Terra. At o captulo 5 de
Apocalipse se fala da Igreja, mas no captulo 6, quando se iniciam os juzos, a Igreja no
mais aparece, seno no captulo 19.
Os partidrios da idia de que a Igreja estar na primeira metade da Grande
Tribulao confundem essa metade, que ser de uma falsa paz negociada entre Israel e o
Anticristo (Dn 9.27). No cremos que a Igreja necessite da paz do Anticristo bem como
no podemos interpretar o cavaleiro do cavalo branco de Ap 6.2 como sendo Cristo, uma
vez que na seqncia do texto os outros cavalos e seus cavaleiros so demonstraes dos
juzos divinos (Ap 6.2-8).
II. PROPSITOS DA GRANDE TRIBULAO
Dois principais propsitos se destacam: o primeiro levar Israel a receber o seu
Messias; e o segundo trazer juzo sobre todo o mundo, especialmente, sobre as naes
incrdulas.
1. Levar Israel a receber o Messias. O profeta Jeremias profetizou que esse
tempo seria identificado como o tempo da angstia de Jac (Jr 30.7). Revela que ser
um tempo especialmente para os filhos de Jac, isto , Israel. Todos os eventos desse
perodo so indicados na Bblia, como o povo de Daniel, a fuga no sbado, o templo
e o lugar santo, o santurio, o sacrifcio, e outras mais. So expresses tpicas da
experincia poltica e religiosa de Israel. Portanto, antes de qualquer outra coisa, esse
perodo especialmente para o povo judeu.
cidade e os seus muros. Ocorreu em 445 a.C. quando foi dada a ordem para restaurar e
reedificar Jerusalm (Dn 9.25).
O segundo perodo de 62 semanas, equivalente a 434 anos, refere-se ao tempo do fim
do Antigo Testamento at a chegada do Ungido, o Messias. Nesse perodo, o Ungido
seria rejeitado e ultrajado pelo seu povo, e morto (Dn 9.26). Cumpriu-se esse segundo
perodo at o ano 32 d.C, quando Cristo, o Ungido, foi rejeitado e morto pelos judeus.
At ento, 69 semanas (ou 483 anos) se cumpriram.
O terceiro perodo abrange uma semana (7 anos) conforme est no texto de Dn
9.27. Misteriosamente, acontece um intervalo proftico na seqncia natural das 70
semanas identificado como os tempos dos gentios (o nosso tempo), no qual se destaca,
especialmente, a Igreja constituda de um povo remido por Jesus e que est em evidncia
at o seu arrebatamento para o cu. Ter incio, em seguida, a ltima semana, a 70.
3. A ltima semana proftica. No texto de Dn 9.26 surge um povo e um
prncipe que viro para assolar e destruir Israel sob as asas das abominaes. Esse
prncipe no outro seno o assolador, o Anticristo, o homem do pecado e o
prncipe que h de vir (Dn 9.26). Ele far uma aliana com Israel por uma semana
(Dn 9.27). Vir com astcia e inteligncia. Sua capacidade de persuaso ser enorme e,
na aliana que far com Israel, no ter a plena aprovao desse povo. Sua tentativa ser
a de restabelecer a paz, sobretudo no Oriente Mdio oferecendo um tratado. O mundo
todo o honrar e o admirar naqueles dias. Ele se levantar de uma fora poltica
mundial, uma confederao europia, que, na linguagem figurada da profecia, aparece
como um chifre pequeno que surge do meio de dez chifres do animal terrvel e
espantoso, conforme Dn 7.8. Esse animal terrvel e espantoso pode ser identificado
como o sistema europeu, equivalente ao antigo Imprio Romano.
Num breve espao, metade da semana (trs anos e meio), esse lder alcanar o
apogeu do seu domnio mundial e ento haver uma falsa paz. Nesse momento se dar o
rompimento da aliana com Israel. O prncipe, embriagado pelo poder poltico, entrar
em Israel e ento se iniciar a grande angstia de Israel (2Ts 2.4; Ap 13.8-15), a
Grande Tribulao.
CONCLUSO
A Grande Tribulao no se destina Igreja de Cristo e, sim, para o povo de Israel e o
mundo gentio. Todos os juzos de Deus profetizados tero o seu cumprimento. Ningum
sabe quando se dar o arrebatamento da Igreja findando o parntese proftico entre a
69 semana e 70. No sabemos o dia da volta do Senhor, mas sabemos que a nossa
misso principal pregar o Evangelho e dar testemunho de Cristo diante dos homens.
VOCABULRIO
Subsdio Bibliolgico
A idia prevalecente quanto Grande Tribulao a do Dia do Senhor. A expresso
ocorre em vrios textos da Bblia como em Is 2.12; 13.6,9; Ez 13.5: 30.3; Jl 1.15; 2.1,11,31;
3.14; Am 5.18; Sf 1.7.14; Zc 14.1; Ml 4.5; At 2.20; 2Ts 2.2; 2 Pe 3.10. Tem grande
importncia na linguagem proftica da Bblia. Por exemplo, em Sofonias 1.14-18, o Dia
do Senhor aparece como juzo sobre Israel e sobre as naes nos dias da volta do Messias
e, em Zacarias 14.1-4, os eventos da segunda vinda de Cristo esto no contexto do
programa do Dia do Senhor.
Subsdio Teolgico
Aspectos da natureza da Grande Tribulao:
1. Base na profecia bblica. Esse assunto no uma inveno dos telogos. Ele tem
todo o seu respaldo nas Escrituras. No Antigo e no Novo Testamentos vemos toda a linha
de revelao expressa na prescincia divina. Para termos um conhecimento amplo dessa
revelao devemos estudar Dt 4.30,31; Is 2.19; 24.1,3, 6.19-21; 26.20,21; Jr 30.7; Dn
9.27; 12.1; Jl 1.15; 2.1,2; Am 5.18,20; Sf 1.14.15,18; Mt 24.21,22; Lc 21.25,26; 1Ts 5.3; Ap
3.10. Todos esses textos falam da Grande Tribulao identificada por termos como
castigo, quebrantamento, indignao, angstia de Jac, destruio do TodoPoderoso, dia de trevas e obscuridade, tempo de ira, angstia das gentes, prova,
ira do Cordeiro, etc.
2. O carter. Ser um perodo da manifestao da ira de Deus contra o pecado,
especialmente, contra Israel. Esse perodo identificado nas Escrituras como tempo de
ira (Sf 1.15,18; 1Ts 1.10; 5.9; Ap 6.16,17; 11.18; 14.10,19; 15.1,7; 16.1,19); tempo de juzo
(Ap 14.7; 15.4; 16.5,7; 19.2); tempo de indignao (Is 26.20,21; 34.1-3); tempo de
prova (Ap 3.10); tempo de angstia (Jr 30.7; Sf 1.14,15; Dn 12.1); tempo de
destruio (Jl 1.15; 1Ts 5.3); tempo de trevas (Jl 2.2; Am 5.18; Sf 1.14-18); tempo de
desolao (Dn 9.27; Sf 1.14,15); tempo de transtorno (Is 24.1-4,19-21); tempo de
castigo (Is 24.20,21). Na verdade, ser um tempo inevitvel e nada poder aliviar a
severidade daqueles dias sobre a terra.
Subsdio Doutrinrio
Os trs perodos distintos das 70 semanas so: um perodo de sete semanas; o
segundo perodo de 62 semanas e o terceiro perodo de uma semana. No entanto, dentro
destes trs perodos de tempos, pode-se, ainda, destacar duas etapas distintas (Dn 9.24).
A primeira que comea nos dias de Daniel at Cristo, no Calvrio. Nesse perodo
inicial trs fatos distintos deveriam acontecer: cessar a transgresso, dar fim aos
pecados e expiar a iniqidade. Somente Cristo podia realizar essa trplice obra e Ele
assim fez cabalmente.