Oficina de Raku

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OFICINA DE CERMICA

RAKU

BREVE INTRODUO
O Raku uma tcnica cermica de origem japonesa que surgiu no
sculo XVI e est associada cerimnia do ch. Tradicionalmente ela
foi criada e utilizada para a fabricao de taas ou chvenas, entre
outros objetos ligados a essa tradio. O ceramista japons Tanaka
Chojiro criou-a e desenvolveu-a at que em meados de 1920 ela foi
trazida para o mundo ocidental e desde ento vulgarizou-se ao ser
aplicada em novas peas, estilos de criao, mtodos de queima e
novas caractersticas estilsticas no uso no mais meramente
utilitrio, mas sobretudo para o mundo das artes decorativas.
Alguns passos so necessrios para a criao de peas no RAKU e seu
ritual envolve uma vivncia de elementos, materiais e
compartilhamento da experincia com os demais participantes no
processo de fabricao. O RAKU envolve a manipulao dos quatro
elementos e, por isso, diferencia-se das demais tcnicas puramente
processuais e mecnicas, pois exigir um aprimoramento sensvel de
quem se prope a execut-la. O resultado final variar da qualidade
das matrias primas, da forma integrada com que trabalhada e da
sensibilidade de seus manipuladores.
Tudo comea com a manipulao do barro e seu cozimento, depois da
aplicao do vidrado e demais tipos de pigmentos. Na primeira etapa
no se trabalha com altas temperaturas, entretanto na segunda ela
dever variar entre os 800 e 1000 graus.
Um terceiro passo inicia-se a partir da obteno dessa escala de calor
e ento as peas so retiradas do forno (que pode ter diversas formas
de construo e concepo, desde os eltricos e mais modernos, aos
adaptados e menos industriais, chegando aos rsticos e mais
contemplativos), sendo colocadas ainda incandescentes numa
atmosfera redutora (de pouco oxignio) que composta de
elementos orgnicos misturados como serradura e palha de milho,
entre outras fibras. Durante alguns minutos as peas descansaro
nesse processo de resfriamento enquanto liberam um fumo em forma
de lenol espesso, quase vioso e txico. Por isso, bom conhecimento
de proteo e uso correto de procedimentos extremamente
importante nessa fase do processo de manipulao.
A etapa seguinte envolve a retirada das peas dessa serradura e seu
rpido mergulho em gua. Por justamente estarem muito quentes,
nesse momento a liberao de vapor traz uma experincia fascinante
de alquimia.

Quando as peas esto suficientemente arrefecidas, ento


manualmente so retiradas da gua e passam por um processo de
retirada da serradura apegada que cria inicialmente uma casca
escura, carbonizada, que ao ser completamente despegada da pea
comear a exibir sua beleza singular (uma vez que uma pea nunca
sair como as demais, criando sempre objetos nicos, exclusivos). O
passo seguinte envolve uma lustrao sob gua corrente que ento
permitir criar efeitos ainda mais exclusivos e apaixonantes, como:
craquels, vidrados, brilhos especiais, pontos foscos, porcelanato etc.
Peas que quebrem, devem ser coladas e refeitas, faz parte dessa
experincia o respeito natureza e aos elementos que esto sendo
usados para a sua fabricao.
O RAKU uma mistura linda de cermica e culinria. Depende de
criatividade, tcnica, receita, sensibilidade, de olho no forno e
ateno aos acabamentos, at o momento que a servimos!

OFICINA DE RAKU
Uma oficina de RAKU sempre pedir uma nova experincia. Para sua
realizao fundamental a formao de um grupo, no apenas
porque ela sugere isso como forma de ritual, mas porque seu
processo exigir uma quantidade mnima de pessoas para que a
dinmica contribua com os resultados. O espao para sua realizao
dever ser aberto ou semi-aberto, oferecendo ao menos um pouco de
sombra para abrandar o calor. gua corrente fundamental e os
equipamentos a serem utilizados, so bastante simples, mas devero
ser corretamente utilizados evitando acidentes nocivos.
fundamental um profissional que saiba manipular e instruir todo o
processo do incio ao fim.

MATERIAIS
Segue uma lista de itens necessrios para a realizao de uma
confraternizao de RAKU:
- Bancada(s) de madeira, pedra ou similar que acomode(m) bem
todos os participantes.
- Cadeiras ou assentos que acomodem todos proporcionando um
altura confortvel, evitando desgastes ou cansaos fsicos durante o
processo (visto que a prpria manipulao nos procedimentos o far).

- Lixeiras resistentes ou similares para orgnicos e seleo de outros


materiais (que sero descartados aps o encontro.
- gua potvel e refeio (uma vez que uma vivncia como essa
durar tempo suficiente para que haja momentos de pausa para
almoo, lanche etc).

Segue uma lista de intens. imprescindveis para a fabricao do


RAKU:
- Argila ou peas cermicas (caso o trabalho seja apenas de
cobertura, ou seja, tcnica de pigmentao com RAKU).
- Pigmentos (vidrados, pigmentos em p, reaproveitveis etc)
segundo as tcnicas que sero aplicadas e resultados esperados.
- Forno (eltrico, adaptado ou rstico). Vale a pena salientar que com
exceo do forno eltrico (industrial), os outros podero ser expostos
enquanto estrutura e portanto possvel ensinar como constru-los, o
que seria uma outra vivncia ou oficina.
- Tonis de resfriamento (para serradura). A quantidade variar de
acordo com o volume e tipos de peas que sero executadas.
- Tanques ou tonis de arrefecimento (com gua para resfriamento
final). Variam em quantidade segundo os mesmo preceitos do item
anterior.
- Pinas para retirada peas do forno e da serradura.
- Mscaras de respirao, luvas e aventais de amianto, culos de
proteo, pacote de palha de ao; individuais e intransferveis por
participante.

OBSERVAES
Uma oficina de RAKU nunca acontecer em um nico dia.
necessrio de dois a trs dias para uma vivncia, mesmo quando a
mesma objetiva trabalhar apenas os aspectos de pigmentao, ou
seja, ensinar aos participantes tcnicas de cobertura.
O tempo (carga horria) de cada vivncia sempre dever ser
estabelecido com base nas informaes tericas em funo da

operao prtica da experincia proposta. De modo simplificado, uma


boa oficina pode acontecer com dois ou trs encontros subdividindo
15 horas de teoria e prtica.
Oficinas de RAKU podem modularem-se por assuntos e perifricos. Por
exemplo, em uma expor a primeira tcnica pigmental, queima e
resultados afim de demonstrar num primeiro contato as primeiras
possibilidades de resultados, mas depois outras vivncias podem
contemplar outras tcnicas de aplicao de coberturas, queima inicial
de peas, usos e manipulaes mais arrojadas da argila, insero de
materiais ricos ou pobres, montagem de fornos, concepo original,
formas e histria, indues etc.

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