Rotulagem - Legislacao Europeia - 2007/06 - Reg Nº 834 - QUALI - PT
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Rotulagem - Legislacao Europeia - 2007/06 - Reg Nº 834 - QUALI - PT
REGULAMENTOS
O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, (3) O quadro jurídico comunitário que rege o sector da
produção biológica deverá perseguir o objectivo de garantir
uma concorrência leal e o funcionamento adequado do
Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia,
mercado interno dos produtos biológicos, bem como o de
nomeadamente o artigo 37.o,
manter e justificar a confiança dos consumidores nos
produtos rotulados como tal. Além disso, deverá procurar
Tendo em conta a proposta da Comissão, criar condições em que esse sector se possa desenvolver em
sintonia com a evolução da produção e do mercado.
Tendo em conta o parecer do Parlamento Europeu (1),
(4) A Comunicação da Comissão ao Conselho e ao Parlamento
Europeu sobre um Plano de acção europeu para os
Considerando o seguinte: alimentos e a agricultura biológicos propõe a melhoria e
o reforço das normas comunitárias relativas à agricultura
(1) A produção biológica é um sistema global de gestão das biológica e dos requisitos de controlo e de importação. Nas
explorações agrícolas e de produção de géneros alimentí- suas Conclusões de 18 de Outubro de 2004, o Conselho
cios que combina as melhores práticas ambientais, um convidou a Comissão a, num intuito de simplificação e de
elevado nível de biodiversidade, a preservação dos recursos coerência global, reexaminar a legislação comunitária
naturais, a aplicação de normas exigentes em matéria de aplicável neste domínio com vista à definição de princípios
bem-estar dos animais e método de produção em sintonia básicos que incentivem a harmonização das normas e,
com a preferência de certos consumidores por produtos sempre que possível, reduzam o nível de pormenor.
obtidos utilizando substâncias e processos naturais. O
método de produção biológica desempenha, assim, um (5) Por conseguinte, é conveniente definir mais explicitamente
duplo papel societal, visto que, por um lado, abastece um os objectivos, princípios e regras aplicáveis à produção
mercado específico que responde à procura de produtos biológica, a fim de aumentar a transparência e a confiança
biológicos por parte dos consumidores e, por outro, dos consumidores e contribuir para uma percepção
fornece bens públicos que contribuem para a protecção do harmonizada do conceito de produção biológica.
ambiente e o bem-estar dos animais, bem como para o
desenvolvimento rural.
(6) Para tal, o Regulamento (CEE) n.o 2092/91 do Conselho, de
24 de Junho de 1991, relativo ao modo de produção
(2) A parte de mercado do sector agrícola biológico está a biológico de produtos agrícolas e à sua indicação nos
aumentar na maior parte dos Estados-Membros. O produtos agrícolas e nos géneros alimentícios (2), deverá ser
crescimento da procura por parte dos consumidores nos revogado e substituído por um novo regulamento.
últimos anos é particularmente notável. As recentes
reformas da política agrícola comum, com a ênfase posta
na orientação para o mercado e no fornecimento de (7) Há que estabelecer um quadro comunitário geral de regras
produtos de qualidade que satisfaçam as expectativas dos de produção biológica aplicáveis à produção vegetal e
consumidores, deverão estimular ainda mais o mercado dos animal e à aquicultura, que inclua regras aplicáveis à
produtos biológicos. Neste contexto, a legislação relativa à colheita de plantas selvagens e de algas marinhas, regras em
produção biológica desempenha um papel cada vez mais matéria de conversão, assim como regras aplicáveis à
importante no quadro da política agrícola e está estreita- produção de alimentos para animais e géneros alimentícios
mente ligada à evolução dos mercados agrícolas.
(2) JO L 198 de 22.7.1991, p. 1. Regulamento com a última redacção
(1) Parecer emitido em 22 de Maio de 2007 (ainda não publicado no que lhe foi dada pelo Regulamento (CE) n.o 394/2007 da Comissão
Jornal Oficial). (JO L 98 de 13.4.2007, p. 3).
L 189/2 PT Jornal Oficial da União Europeia 20.7.2007
transformados, incluindo vinho, e de leveduras biológicas. (16) Uma vez que a criação biológica de animais é uma
A Comissão deverá autorizar a utilização de produtos e actividade ligada aos solos, os animais deverão ter acesso,
substâncias e decidir dos métodos a utilizar na agricultura sempre que possível, a espaços ao ar livre ou a pastagens.
biológica e na transformação de géneros alimentícios
biológicos.
(17) É necessário que a criação biológica de animais respeite
(8) Há que facilitar o desenvolvimento da produção biológica, normas exigentes em matéria de bem-estar dos mesmos,
designadamente através do incentivo à utilização de novas atendendo às necessidades comportamentais próprias de
técnicas e de substâncias mais bem adaptadas à produção cada espécie, e que a gestão da saúde animal se baseie na
biológica. prevenção das doenças. Nesta matéria, deverá ser dada
especial atenção às condições de alojamento, às práticas de
criação e ao encabeçamento. Além disso, a escolha das
(9) Os organismos geneticamente modificados (OGM) e os raças deverá ter em conta a sua capacidade de adaptação às
produtos obtidos a partir de OGM ou mediante OGM são condições locais. As normas de execução para a produção
incompatíveis com o conceito de produção biológica e com animal e a aquicultura deverão estar, pelo menos, em
a percepção que os consumidores têm dos produtos conformidade com as disposições da Convenção Europeia
biológicos. Em consequência, não deverão ser utilizados relativa à Protecção dos Animais nos Locais de Criação e
na agricultura biológica nem na transformação de produtos recomendações subsequentes do seu comité permanente
biológicos. (T-AP).
(23) Por razões de protecção dos consumidores e de concor- rotular um produto como biológico quando tenha de
rência leal, os termos utilizados para indicar os produtos constar do rótulo que contém OGM, é constituído por
biológicos deverão ser protegidos contra a sua utilização OGM ou foi obtido a partir de OGM.
em produtos não biológicos, em toda a Comunidade e
independentemente da língua utilizada. É conveniente que
(31) A fim de assegurar que os produtos biológicos sejam
essa protecção seja igualmente aplicável aos derivados ou
produzidos em conformidade com os requisitos estabele-
abreviaturas habituais desses termos, utilizados isolada-
cidos no quadro jurídico comunitário para a produção
mente ou combinados.
biológica, as actividades dos operadores em todas as fases
da produção, preparação e distribuição de produtos
biológicos deverão ser sujeitas a um sistema de controlo
(24) Num intuito de clareza para os consumidores em todo o
criado e gerido em conformidade com as regras estabele-
mercado comunitário, é conveniente tornar obrigatório o
cidas no Regulamento (CE) n.o 882/2004 do Parlamento
logotipo da União Europeia no que diz respeito a todos os
Europeu e do Conselho, de 29 de Abril de 2004, relativo
géneros alimentícios biológicos pré-embalados produzidos
aos controlos oficiais realizados para assegurar a verificação
na Comunidade. Por outro lado, deverá ser possível utilizar
do cumprimento da legislação relativa aos alimentos para
o logotipo da União Europeia numa base voluntária no
animais e aos géneros alimentícios e das normas relativas à
caso de produtos biológicos não pré-embalados obtidos na
saúde e ao bem-estar dos animais (1).
Comunidade ou de produtos biológicos importados de
países terceiros.
(32) Em certos casos, poderá parecer desproporcionado aplicar
requisitos de notificação e de controlo a certos tipos de
(25) Todavia, é conveniente limitar a utilização do logotipo da retalhistas, como os que vendem produtos directamente ao
União Europeia aos produtos que contenham exclusiva- consumidor ou ao utilizador final. Por conseguinte, é
mente ou quase exclusivamente ingredientes biológicos, a conveniente permitir que os Estados-Membros isentem
fim de não induzir os consumidores em erro quanto ao esses operadores de tais requisitos. Todavia, a fim de evitar
carácter biológico da totalidade do produto. Por conse- as fraudes, é necessário excluir dessa isenção os retalhistas
guinte, não deverá ser permitido utilizar esse logotipo na que produzam, preparem ou armazenem produtos fora do
rotulagem de produtos provenientes de explorações em ponto de venda, ou que importem produtos biológicos ou
conversão ou de géneros alimentícios transformados de que ainda que tenham subcontratado a terceiros essas activida-
menos de 95 % dos ingredientes de origem agrícola sejam des.
biológicos.
(33) Os produtos biológicos importados para a Comunidade
(26) O logotipo da União Europeia não deverá nunca impedir a Europeia deverão poder ser colocados no mercado
utilização simultânea de logotipos nacionais ou privados. comunitário como biológicos, sempre que tenham sido
obtidos em conformidade com regras de produção e
sujeitos a disposições de controlo conformes ou equiva-
(27) Além disso, a fim de evitar práticas enganosas ou qualquer lentes às previstas na legislação comunitária. Além disso, os
possível confusão para os consumidores sobre a origem produtos importados sob um sistema equivalente deverão
comunitária ou não comunitária do produto, sempre que se ser cobertos por um certificado emitido pela autoridade
utilize o logotipo da União Europeia, os consumidores competente ou por uma autoridade ou um organismo de
deverão ser informados do lugar onde foram produzidas as controlo reconhecido do país terceiro em causa.
matérias-primas agrícolas de que é composto o produto.
(34) A avaliação da equivalência no que respeita aos produtos
importados deverá ter em conta as normas internacionais
(28) As regras comunitárias deverão promover um conceito
estabelecidas pelo Codex Alimentarius.
harmonizado de produção biológica. As autoridades
competentes, assim como as autoridades e os organismos
de controlo, deverão abster-se de qualquer actuação que (35) É considerado adequado manter a lista dos países terceiros
possa criar obstáculos à livre circulação de produtos reconhecidos pela Comissão como aplicando normas de
conformes que tenham sido certificados por uma autori- produção e disposições de controlo equivalentes às
dade ou um organismo situado noutro Estado-Membro, previstas na legislação comunitária. Quanto aos países
não devendo, em especial, impor quaisquer controlos terceiros não incluídos nessa lista, a Comissão deverá
adicionais nem encargos financeiros. estabelecer uma lista das autoridades e organismos de
controlo reconhecidos como competentes para assegurar os
controlos e a certificação nos países em questão.
(29) Por uma questão de coerência com a legislação comunitária
noutros domínios, no caso da produção vegetal e animal, os
Estados-Membros deverão poder aplicar nos seus próprios (36) É conveniente recolher informações estatísticas pertinentes
territórios regras de produção nacionais mais rigorosas do com vista a obter dados fiáveis necessários para a execução
que as regras comunitárias aplicáveis à produção biológica, e o acompanhamento do disposto no presente regulamento
desde que essas regras nacionais se apliquem também à e para o fornecimento de um instrumento aos produtores,
produção não biológica e estejam em conformidade com o operadores do mercado e decisores políticos. As informa-
direito comunitário. ções estatísticas necessárias deverão ser definidas no
contexto do Programa Estatístico Comunitário.
(30) A utilização de OGM é proibida na produção biológica. Por (1) JO L 165 de 30.4.2004, p. 1. Rectificação no JO L 191 de
razões de clareza e coerência, não deverá ser possível 25.5.2004, p. 1.
L 189/4 PT Jornal Oficial da União Europeia 20.7.2007
(37) O presente regulamento deverá ser aplicável a partir de uma c) Alimentos para animais;
data que dê à Comissão tempo suficiente para adoptar as
medidas necessárias à sua execução.
d) Material de propagação vegetativa e sementes.
Artigo 1.o
Artigo 2.o
Objectivo e âmbito de aplicação
Definições
1. O presente regulamento constitui a base para o desenvolvi-
mento sustentável da produção biológica, garantindo simulta- Para efeitos do disposto no presente regulamento, entende-se
neamente o funcionamento eficaz do mercado interno, por:
assegurando a concorrência leal, garantindo a confiança dos
consumidores e protegendo os seus interesses.
a) «Produção biológica», a utilização do método de produção
conforme com as regras estabelecidas no presente regula-
O presente regulamento estabelece os objectivos e princípios mento em todas as fases da produção, preparação e
comuns destinados a estear as regras nele definidas relativa- distribuição;
mente:
a) A todas as fases da produção, preparação e distribuição dos b) «Fases da produção, preparação e distribuição», qualquer
produtos biológicos e ao seu controlo; fase desde a produção primária de um produto biológico
até à sua armazenagem, transformação, transporte, venda
ou fornecimento ao consumidor final e, se for caso disso, a
b) À utilização de indicações referentes à produção biológica rotulagem, publicidade, importação, exportação e activida-
na rotulagem e na publicidade. des de subcontratação;
a) Produtos agrícolas vivos ou não transformados; d) «Operador», a pessoa singular ou colectiva responsável pelo
cumprimento dos requisitos do presente regulamento
dentro da empresa biológica sob o seu controlo;
b) Produtos agrícolas transformados destinados a serem
utilizados como géneros alimentícios;
e) «Produção vegetal», a produção de produtos agrícolas
(1) JO L 184 de 17.7.1999, p. 23. Decisão alterada pela Decisão 2006/ vegetais, incluindo a colheita de produtos vegetais selvagens
/512/CE (JO L 200 de 22.7.2006, p. 11). para fins comerciais;
20.7.2007 PT Jornal Oficial da União Europeia L 189/5
f) «Produção animal», a produção de animais terrestres competência, assim como, se for caso disso, a autoridade
domésticos ou domesticados (incluindo insectos); correspondente de um país terceiro;
z) «Radiação ionizante», a acepção dada na Directiva 96/29/ a) Concepção e gestão adequadas de processos biológicos
/Euratom do Conselho, de 13 de Maio de 1996, que fixa as baseados em sistemas ecológicos que utilizem recursos
normas de segurança de base relativas à protecção sanitária naturais internos ao sistema através de métodos que:
da população e dos trabalhadores contra os perigos
resultantes das radiações ionizantes (1), e restringida pelo
n.o 2 do artigo 1.o da Directiva 1999/2/CE do Parlamento i) Empreguem organismos vivos e métodos de produção
Europeu e do Conselho, de 22 de Fevereiro de 1999, mecânicos;
relativa à aproximação das legislações dos Estados-Mem-
bros respeitantes aos alimentos e ingredientes alimentares ii) Pratiquem o cultivo de vegetais e a produção animal
tratados por radiação ionizante (2); adequados ao solo ou pratiquem a aquicultura
respeitando o princípio da exploração sustentável
aa) «Operações de restauração colectiva», a preparação de dos recursos haliêuticos;
produtos biológicos em restaurantes, hospitais, cantinas e
outras empresas semelhantes do sector alimentar no ponto iii) Excluam a utilização de OGM e de produtos obtidos a
de venda ou de entrega ao consumidor final. partir de OGM ou mediante OGM, com excepção dos
medicamentos veterinários;
TÍTULO II
iv) Se baseiem na avaliação dos riscos e na utilização de
OBJECTIVOS E PRINCÍPIOS DA PRODUÇÃO BIOLÓGICA medidas de precaução e de medidas preventivas, se for
caso disso;
Artigo 3.o
b) Restrição da utilização de insumos externos. Quando forem
Objectivos necessários insumos ou quando não existam as práticas e
métodos de gestão adequados referidos na alínea a), estes
A produção biológica tem os seguintes objectivos gerais: devem ser limitados a:
a) Estabelecer um sistema de gestão agrícola sustentável que: i) Insumos provenientes da produção biológica;
ii) Contribua para um elevado nível de diversidade iii) Fertilizantes minerais de baixa solubilidade;
biológica;
c) Estrita limitação da utilização de insumos de síntese
iii) Faça um uso responsável da energia e dos recursos química a casos excepcionais em que:
naturais, como a água, os solos, as matérias orgânicas
e o ar;
i) Não existam práticas adequadas de gestão; e
d) Adaptação, sempre que necessário, no âmbito do presente agricultura biológica e por substâncias não agrícolas
regulamento, das regras da produção biológica, tendo em naturais;
conta a situação sanitária, as diferenças climáticas regionais
e as condições locais, os estádios de desenvolvimento e as
práticas específicas de criação. l) Aplicação de práticas de criação que reforcem o sistema
imunitário e aumentem as defesas naturais contra as
doenças e que incluam nomeadamente o exercício regular e
o acesso a áreas ao ar livre e a terrenos de pastagem, se for
Artigo 5.o caso disso;
d) Transformação cuidadosa dos alimentos para animais, de 4. A Comissão decide nos termos do n.o 2 do artigo 37.o das
preferência através da utilização de métodos biológicos, medidas de execução da proibição de utilização de OGM e de
mecânicos e físicos. produtos obtidos a partir de OGM ou mediante OGM.
TÍTULO III
Artigo 10.o
REGRAS DE PRODUÇÃO
Proibição de utilização de radiações ionizantes
CAPÍTULO 1
É proibida a utilização de radiações ionizantes para o tratamento
Regras gerais aplicáveis à produção dos géneros alimentícios biológicos, dos alimentos biológicos
Artigo 8.o para animais, ou das matérias-primas neles utilizadas.
Requisitos gerais
Artigo 11.o
Artigo 9.o
Regras gerais aplicáveis à produção agrícola
Proibição de utilização de OGM
1. Na produção biológica, não podem ser utilizados OGM nem A totalidade da exploração agrícola é gerida em conformidade
produtos obtidos a partir de OGM ou mediante OGM como com os requisitos aplicáveis à produção biológica.
géneros alimentícios, alimentos para animais, auxiliares tecnoló-
gicos, produtos fitofarmacêuticos, fertilizantes, correctivos dos
solos, sementes, materiais de propagação vegetativa, micror- Contudo, de acordo com condições específicas a estabelecer nos
ganismos e animais. termos do n.o 2 do artigo 37.o, uma exploração pode ser dividida
em unidades claramente separadas ou sítios de produção
aquícola que não sejam todos geridos segundo métodos de
2. Para efeitos da proibição referida no n.o 1 relativamente a produção biológica. No tocante aos animais, esta separação deve
OGM ou produtos obtidos a partir de OGM para géneros dizer respeito a espécies distintas. No que se refere à aquicultura,
alimentícios e alimentos para animais, os operadores podem pode dizer respeito às mesmas espécies, desde que haja uma
confiar nos rótulos que acompanham os produtos ou em separação adequada entre os sítios de produção. No tocante às
quaisquer outros documentos de acompanhamento, apostos ou plantas, a separação deve dizer respeito a variedades distintas ou
fornecidos nos termos da Directiva 2001/18/CE, do Regula- que possam ser facilmente distinguidas.
mento (CE) n.o 1829/2003 relativo a géneros alimentícios e
alimentos para animais geneticamente modificados (1), ou do
Regulamento (CE) n.o 1830/2003, relativo à rastreabilidade e Sempre que, em aplicação do segundo parágrafo, não seja
rotulagem de organismos geneticamente modificados e à utilizada para a produção biológica a totalidade das unidades de
uma exploração agrícola, o operador separa as terras, os animais
(1) JO L 268 de 18.10.2003, p. 1. Regulamento com a última redacção e os produtos utilizados ou obtidos pelas unidades biológicas dos
que lhe foi dada pelo Regulamento (CE) n.o 1981/2006 da Comissão utilizados ou obtidos pelas unidades não biológicas e mantém
(JO L 368 de 23.12.2006, p. 99). registos adequados que demonstrem essa separação.
20.7.2007 PT Jornal Oficial da União Europeia L 189/9
a) A produção vegetal biológica recorre a práticas de b) A colheita não afecte a estabilidade do habitat natural nem a
mobilização e de cultivo que mantenham ou aumentem conservação das espécies na zona de colheita.
as matérias orgânicas dos solos, reforcem a estabilidade e a
biodiversidade dos mesmos e impeçam a sua compactação 3. As medidas necessárias à execução das regras de produção
e erosão; constantes do presente artigo são aprovadas nos termos do n.o 2
do artigo 37.o
b) A fertilidade e a actividade biológica dos solos são mantidas
e aumentadas pela rotação plurianual das culturas, Artigo 13.o
incluindo leguminosas e outras culturas para a adubação
verde, e pela aplicação de estrume ou de matérias orgânicas, Regras aplicáveis à produção de algas marinhas
de preferência ambos compostados, provenientes da
produção biológica; 1. A colheita de algas marinhas selvagens, ou de partes destas,
que cresçam espontaneamente no mar é considerada um método
de produção biológica, desde que:
c) É permitida a utilização de preparados biodinâmicos;
a) As zonas de colheita se situem em águas em excelente
d) Além disso, só podem ser utilizados fertilizantes e estado ecológico como definido na Directiva 2000/60/CE
correctivos dos solos autorizados para utilização na do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro
produção biológica nos termos do artigo 16.o; de 2000, que estabelece um quadro de acção comunitária
no domínio da política da água (1), e, enquanto se aguardar
a sua aplicação, de qualidade equivalente às águas
e) Não podem ser utilizados fertilizantes minerais azotados; designadas nos termos da Directiva 2006/113/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro
de 2006, relativa à qualidade exigida das águas conquíco-
f) Todas as técnicas de produção vegetal utilizadas devem las (2), e que não estejam impróprias do ponto de vista
impedir ou reduzir ao mínimo eventuais contribuições para sanitário. Na pendência da introdução de regras mais
a contaminação do ambiente; pormenorizadas na legislação de execução, as algas
selvagens comestíveis não devem ser colhidas em zonas
que não obedeçam aos critérios aplicáveis às zonas da
g) A prevenção dos danos causados por parasitas, doenças e classe A ou da classe B definidas no anexo II do
infestantes deve assentar principalmente na protecção dos Regulamento (CE) n.o 854/2004 do Parlamento Europeu
predadores naturais, na escolha das espécies e variedades, e do Conselho, de 29 de Abril de 2004, que estabelece
na rotação das culturas, nas técnicas de cultivo e em regras específicas de organização dos controlos oficiais de
processos térmicos; produtos de origem animal destinados ao consumo
humano (3);
h) Em caso de ameaça comprovada para uma cultura, só
podem ser utilizados produtos fitofarmacêuticos autoriza- b) A colheita não afecte a estabilidade a longo prazo do habitat
dos para utilização na produção biológica nos termos do natural nem a conservação das espécies na zona de colheita.
artigo 16.o;
2. Para ser considerada biológica, a cultura de algas marinhas
deve ser realizada em zonas costeiras cujas características
i) Para a obtenção de produtos que não sejam sementes nem ambientais e sanitárias sejam pelo menos equivalentes às
material de propagação vegetativa, só podem ser utilizados enunciadas no n.o 1. Além disso:
sementes e materiais de propagação vegetativa produzidos
segundo métodos de produção biológica. Para tal, quer no a) Devem ser utilizadas práticas sustentáveis em todas as fases
caso das sementes, quer no caso do material de propagação da produção, desde a colheita de algas juvenis até à colheita
vegetativa, as respectivas plantas-mãe devem ter sido de algas adultas;
produzidas segundo as regras estabelecidas no presente
regulamento durante pelo menos uma geração ou, no caso
b) Para assegurar a manutenção de uma grande diversidade
de culturas perenes, dois ciclos vegetativos;
genética, convém efectuar regularmente a colheita de algas
juvenis na natureza para complementar as populações de
j) Só podem ser utilizados na produção vegetal produtos de cultura interior;
limpeza e desinfecção autorizados para utilização na
produção biológica nos termos do artigo 16.o (1) JO L 327 de 22.12.2000, p. 1. Directiva alterada pela Decisão
n.o 2455/2001/CE (JO L 331 de 15.12.2003, p. 68).
2
( ) JO L 376 de 27.12.2006, p. 14.
2. A colheita de plantas selvagens, ou de partes destas, que (3) JO L 139 de 30.4.2004, p. 206. Rectificação no JO L 226 de
cresçam espontaneamente em zonas naturais, florestas e zonas 25.6.2004, p. 83.
L 189/10 PT Jornal Oficial da União Europeia 20.7.2007
c) Não podem ser utilizados fertilizantes, a não ser em terrenos biológicos por animais de criação não
instalações interiores e se tiverem sido autorizados para biológica é autorizado sob certas condições restritivas;
utilização na produção biológica para esse efeito nos
termos do artigo 16.o vi) É proibido amarrar ou isolar os animais, a não ser em
casos individuais durante um período limitado e na
3. As medidas necessárias à execução das regras de produção medida em que tal seja justificado por razões de
constantes do presente artigo são aprovadas nos termos do n.o 2 segurança, de bem-estar ou veterinárias;
do artigo 37.o
vii) A duração do transporte dos animais é reduzida ao
mínimo;
Artigo 14.o
b) Quanto às práticas de criação e às condições de alojamento: i) A reprodução utiliza métodos naturais. No entanto, é
autorizada a inseminação artificial;
i) As pessoas que se ocupam dos animais devem possuir
os conhecimentos e competências básicos necessários ii) A reprodução não é induzida por tratamentos com
em matéria de saúde e bem-estar dos animais; hormonas ou substâncias semelhantes, excepto como
forma de tratamento veterinário de animais indivi-
duais;
ii) As práticas de criação, incluindo o encabeçamento, e
as condições de alojamento garantem que sejam
satisfeitas as necessidades de desenvolvimento dos iii) Não podem ser utilizadas outras formas de reprodu-
animais, bem como as suas necessidades fisiológicas e ção artificial, como a clonagem e a transferência de
etológicas; embriões;
iii) Os animais dispõem de acesso permanente a áreas ao iv) São escolhidas as raças adequadas. A escolha das raças
ar livre, se possível a pastagens, sempre que as contribui igualmente para prevenir o sofrimento e
condições meteorológicas e o estado dos terrenos o evitar a necessidade de mutilar os animais;
permitam, a menos que, com base na legislação
comunitária, sejam impostas restrições e obrigações d) Quanto aos alimentos para animais:
relacionadas com a protecção da saúde humana ou
animal; i) Os alimentos para animais devem provir sobretudo da
exploração onde os animais sejam mantidos ou de
iv) O número de animais é limitado com vista a reduzir outras explorações biológicas da mesma região;
ao mínimo o sobrepastoreio, o espezinhamento dos
solos, a erosão ou a poluição causada pelos animais ii) Os animais são alimentados com alimentos biológicos
ou pelo espalhamento do seu estrume; que satisfaçam as suas necessidades nutricionais nos
vários estádios do seu desenvolvimento. Uma parte da
v) Os animais de criação biológica são separados dos ração pode conter alimentos para animais provenien-
outros animais. No entanto, o pasto em terrenos tes de explorações em conversão à agricultura
comuns por animais de criação biológica e em biológica;
20.7.2007 PT Jornal Oficial da União Europeia L 189/11
iv) Só podem ser utilizadas matérias não biológicas para a 1. Para além das regras gerais de produção agrícola estabele-
alimentação animal de origem vegetal, matérias para a cidas no artigo 11.o, são aplicáveis à produção aquícola as
alimentação animal de origem animal e mineral, seguintes regras:
aditivos para a alimentação animal, certos produtos
utilizados na nutrição animal e auxiliares tecnológicos
a) Quanto à origem dos animais de aquicultura:
autorizados para utilização na produção biológica nos
termos do artigo 16.o;
i) A aquicultura biológica baseia-se na criação de
populações de juvenis originárias de reprodutores
v) Não podem ser utilizados promotores de crescimento biológicos e de explorações biológicas;
nem aminoácidos sintéticos;
ii) Quando não estiverem disponíveis populações de
juvenis originárias de reprodutores biológicos ou de
vi) Os mamíferos lactantes são alimentados com leite explorações biológicas, podem ser introduzidos numa
natural, de preferência materno; exploração animais de criação não biológica, em
condições específicas;
2. As medidas e condições necessárias à execução das regras de iii) São estabelecidas condições próprias a cada espécie
produção constantes do presente artigo são aprovadas nos para a gestão dos reprodutores, a reprodução e a
termos do n.o 2 do artigo 37.o produção de juvenis;
L 189/12 PT Jornal Oficial da União Europeia 20.7.2007
d) Quanto aos alimentos para peixes e crustáceos: iii) É permitida a utilização de medicamentos veterinários
imunológicos;
i) Os animais são alimentados com alimentos que
satisfaçam as suas necessidades nutricionais nos vários iv) São autorizados os tratamentos relacionados com a
estádios do seu desenvolvimento; protecção da saúde humana ou animal impostos por
força da legislação comunitária;
ii) A parte vegetal da ração deve provir da produção
biológica, devendo a parte dos alimentos derivada de g) Quanto à limpeza e desinfecção, só podem ser utilizados
animais aquáticos provir da exploração sustentável nos tanques, gaiolas, edifícios e instalações produtos de
dos recursos haliêuticos; limpeza e desinfecção autorizados para utilização na
produção biológica nos termos do artigo 16.o
iii) Só podem ser utilizadas matérias não biológicas para a
alimentação animal de origem vegetal, matérias para a 2. As medidas e condições necessárias à execução das regras de
alimentação animal de origem animal e mineral, produção constantes do presente artigo são aprovadas nos
aditivos para a alimentação animal, certos produtos termos do n.o 2 do artigo 37.o
utilizados na nutrição animal e auxiliares tecnológicos
autorizados para utilização na produção biológica nos
termos do artigo 16.o;
Artigo 16.o
iv) Não podem ser utilizados promotores de crescimento Produtos e substâncias utilizados na agricultura e critérios
nem aminoácidos sintéticos; para a sua autorização
e) Quanto aos moluscos bivalves e outras espécies que não 1. A Comissão, nos termos do n.o 2 do artigo 37.o, autoriza
são alimentadas pelo homem mas que se alimentam de para utilização na produção biológica e inclui numa lista restrita
plâncton natural: os produtos e substâncias que podem ser utilizados na
agricultura biológica para os fins que seguem:
b) Todos os produtos e substâncias devem ser de origem Os pedidos de alteração ou de retirada, bem como as
vegetal, animal, microbiana ou mineral, a menos que não decisões que lhes digam respeito, devem ser publica-
estejam disponíveis produtos e substâncias dessas origens dos;
em quantidades suficientes ou com qualidade suficiente ou
não existam alternativas;
c) Os produtos ou substâncias utilizados antes da
aprovação do presente regulamento para fins corres-
c) No caso dos produtos referidos na alínea a) do n.o 1, são pondentes aos referidos no n.o 1 podem continuar a
aplicáveis os seguintes critérios: ser utilizados após a referida aprovação. Em qualquer
caso, a Comissão pode retirar esses produtos ou
substâncias nos termos do n.o 2 do artigo 37.o
i) A sua utilização é essencial para lutar contra um
organismo nocivo ou uma doença específica para os 4. Qualquer Estado-Membro pode regulamentar, no seu
quais não existam outras alternativas biológicas, físicas território, a utilização na agricultura biológica de produtos e
ou de selecção dos vegetais, nem outras práticas de substâncias para fins diferentes dos enunciados no n.o 1, desde
cultivo ou de gestão eficazes; que a sua utilização obedeça aos objectivos e princípios
estabelecidos no título II, bem como aos critérios gerais e
específicos previstos no n.o 2, e respeite a legislação comunitária.
ii) Se os produtos não forem de origem vegetal, animal, O Estado-Membro em questão deve informar os demais Estados-
microbiana ou mineral e não forem idênticos à sua -Membros e a Comissão dessas regras nacionais.
forma natural, só podem ser autorizados se as
condições da sua utilização excluírem qualquer
contacto directo com as partes comestíveis da planta; 5. É autorizada na agricultura biológica a utilização de
produtos e substâncias não abrangidos nos n.os 1 e 4, desde
que obedeça aos objectivos e princípios estabelecidos no título II
d) No caso dos produtos referidos na alínea b) do n.o 1, a sua e aos critérios gerais previstos no presente artigo.
utilização é essencial para obter ou manter a fertilidade do
solo ou para satisfazer requisitos nutricionais específicos
das culturas, ou objectivos específicos de correcção do solo;
Artigo 17.o
2. As medidas e condições necessárias à execução das regras microrganismos e enzimas, minerais, oligoelementos,
constantes do presente artigo, nomeadamente os períodos a que vitaminas, bem como aminoácidos e outros micronutrien-
se referem as alíneas c) a f) do n.o 1, são definidas nos termos do tes, autorizados para utilização na produção biológica nos
n.o 2 do artigo 37.o termos do artigo 21.o;
2. À composição dos géneros alimentícios biológicos trans- Critérios aplicáveis a certos produtos e substâncias na
formados, são aplicáveis as seguintes condições: transformação
a) O produto é obtido principalmente a partir de ingredientes 1. A autorização dos produtos e substâncias a utilizar na
de origem agrícola; para determinar se um produto é obtido produção biológica e a sua inclusão numa lista restrita de
principalmente a partir de ingredientes de origem agrícola, produtos e substâncias a que se referem as alíneas b) e c) do n.o 2
não deve ser tida em conta a adição de água nem de sal de do artigo 19.o ficam sujeitas aos objectivos e princípios
cozinha; estabelecidos no título II e aos critérios a seguir indicados, que
devem ser avaliados como um todo:
b) Nos géneros alimentícios destinados a uma alimentação
especial, só podem ser utilizados aditivos, auxiliares i) Inexistência de alternativas autorizadas nos termos do
tecnológicos, aromas, água, sal, preparados de presente capítulo;
20.7.2007 PT Jornal Oficial da União Europeia L 189/15
ii) Impossibilidade de produzir ou conservar os géneros c) Quando sejam necessárias para garantir o acesso a
alimentícios ou de satisfazer determinados requisitos ingredientes de origem agrícola, quando tais ingredientes
nutricionais previstos com base na legislação comunitária não estejam disponíveis no mercado na forma biológica;
sem recorrer a esses produtos ou substâncias.
d) Quando sejam necessárias para resolver problemas especí-
Além disso, os produtos e substâncias a que se refere a alínea b) ficos relacionados com a gestão dos animais de criação
do n.o 2 do artigo 19.o devem existir na natureza, podendo ser biológica;
sujeitos apenas a processos mecânicos, físicos, biológicos,
enzimáticos ou microbianos, a menos que não se encontrem
e) Quando sejam necessárias, no tocante à utilização de
no mercado produtos dessa proveniência em quantidades
produtos e substâncias específicos na transformação a que
suficientes ou com qualidade suficiente.
se refere a alínea b) do n.o 2 do artigo 19.o, para garantir a
produção na forma biológica de géneros alimentícios
2. A Comissão, nos termos do n.o 2 do artigo 37.o, decide da tradicionais;
autorização dos produtos e substâncias e da sua inclusão na lista
restrita referida no n.o 1 do presente artigo, e estabelece as f) Sempre que sejam necessárias medidas temporárias para
condições específicas e os limites da sua utilização, decidindo permitir que a produção biológica continue ou recomece
também, se necessário, da retirada de produtos. em caso de circunstâncias catastróficas;
Sempre que um Estado-Membro considere que um produto ou g) Quando seja necessário utilizar aditivos alimentares e
uma substância deve ser aditado à lista referida no n.o 1, ou outras substâncias previstas na alínea b) do n.o 2 do
retirado dessa lista, ou que as especificações de utilização artigo 19.o ou aditivos para a alimentação animal e outras
mencionadas no presente número devem ser alteradas, assegura substâncias previstas na alínea d) do n.o 1 do artigo 16.o e
que seja enviado oficialmente à Comissão e aos outros Estados- essas substâncias não estejam disponíveis no mercado
-Membros um dossier com a justificação da inclusão, da retirada numa forma não obtida mediante OGM;
ou das alterações.
h) Quando a utilização de aditivos alimentares e outras
Os pedidos de alteração ou de retirada, bem como as decisões substâncias previstas na alínea b) do n.o 2 do artigo 19.o
que lhes digam respeito, devem ser publicados. ou de aditivos para a alimentação animal previstos na
alínea d) do n.o 1 do artigo 16.o seja exigida com base na
legislação comunitária ou nacional.
Os produtos e substâncias utilizados antes da aprovação do
presente regulamento que sejam abrangidos pelo âmbito das
alíneas b) e c) do n.o 2 do artigo 19.o podem continuar a ser 3. A Comissão, nos termos do n.o 2 do artigo 37.o, pode
utilizados após a referida aprovação. De qualquer forma, a estabelecer condições específicas para a aplicação das isenções
Comissão pode retirar esses produtos e substâncias nos termos previstas no n.o 1.
do n.o 2 do artigo 97.o
TÍTULO IV
CAPÍTULO 5
ROTULAGEM
Flexibilidade
Artigo 23.o
Artigo 22.o
Utilização de termos referentes à produção biológica
Derrogação das regras de produção
1. Para efeitos do presente regulamento, considera-se que um
1. Nos termos do n.o 2 do artigo 37.o e nas condições produto exibe termos referentes ao método de produção
enunciadas no n.o 2 do presente artigo, no respeito dos biológica quando, na rotulagem, na publicidade ou na
objectivos e princípios previstos no título II, a Comissão pode documentação comercial, esse produto, os seus ingredientes ou
prever a concessão de isenções às regras de produção as matérias-primas destinadas aos alimentos para animais sejam
estabelecidas nos capítulos 1 a 4. descritos em termos que sugiram ao comprador que os mesmos
foram obtidos em conformidade com as regras previstas no
2. As isenções referidas no n.o 1 são limitadas ao mínimo e, se presente regulamento. Mais concretamente, os termos enumera-
for caso disso, limitadas no tempo e só podem ser previstas nos dos no anexo e os seus derivados ou abreviaturas, tais como «bio»
seguintes casos: e «eco», isolados ou combinados, podem ser utilizados, em toda a
Comunidade e em qualquer língua comunitária para a rotulagem
a) Quando sejam necessárias para garantir que a produção e a publicidade de produtos que satisfaçam os requisitos
biológica possa ser iniciada ou mantida em explorações estabelecidos no presente regulamento ou conformes com o
afectadas por condicionantes climáticas, geográficas ou mesmo.
estruturais;
Na rotulagem e na publicidade de produtos agrícolas vivos ou
b) Quando sejam necessárias para garantir o acesso a não transformados, só podem ser utilizados termos referentes ao
alimentos para animais, sementes e materiais de propaga- método de produção biológica se, além disso, todos os
ção vegetativa, animais vivos e outros insumos agrícolas, ingredientes desse produto tiverem sido produzidos em
quando tais insumos não estejam disponíveis no mercado conformidade com os requisitos estabelecidos no presente
na forma biológica; regulamento.
L 189/16 PT Jornal Oficial da União Europeia 20.7.2007
2. Os termos referidos no n.o 1 não podem ser utilizados em 6. A Comissão, nos termos do n.o 2 do artigo 37.o, pode
parte nenhuma da Comunidade, nem em nenhuma língua adaptar a lista de termos constante do anexo.
comunitária, na rotulagem, na publicidade e na documentação
comercial de um produto que não satisfaça os requisitos
estabelecidos no presente regulamento, a menos que esses Artigo 24.o
termos não se apliquem a produtos agrícolas presentes em
géneros alimentícios ou alimentos para animais ou não tenham Indicações obrigatórias
manifestamente qualquer relação com a produção biológica.
1. Sempre que sejam utilizados os termos a que se refere o
n.o 1 do artigo 23.o:
Além disso, não podem ser utilizados na rotulagem e na
publicidade termos, designadamente termos utilizados em
marcas, nem práticas susceptíveis de induzir o consumidor ou a) Deve constar igualmente do rótulo o número de código,
o utilizador em erro por sugerirem que um produto ou os seus referido no n.o 10 do artigo 27.o, da autoridade ou do
ingredientes satisfazem os requisitos estabelecidos no presente organismo de controlo a que está sujeito o operador que
regulamento. efectuou a mais recente operação de produção ou de
preparação;
3. Os termos referidos no n.o 1 não podem ser utilizados para
nenhum produto em cuja rotulagem ou publicidade deva ser b) Também deve constar da embalagem o logotipo comuni-
indicado, em conformidade com as disposições comunitárias, tário referido no n.o 1 do artigo 25.o, no que diz respeito
que contém OGM, é constituído por OGM ou foi obtido a partir aos géneros alimentícios pré-embalados;
de OGM.
c) Sempre que seja utilizado o logotipo comunitário, também
4. Relativamente aos géneros alimentícios transformados, os deve constar no mesmo campo visual que o logotipo uma
termos referidos no n.o 1 podem ser utilizados: indicação do lugar onde foram produzidas as matérias-
-primas agrícolas que compõem o produto, devendo essa
a) Na denominação de venda, desde que: indicação assumir uma das seguintes formas:
i) O género alimentício transformado satisfaça o — «Agricultura União Europeia», sempre que a matéria-
disposto no artigo 19.o; -prima agrícola tenha sido produzida na União
Europeia,
ii) Pelo menos 95 %, em peso, dos seus ingredientes de
origem agrícola sejam biológicos; — «Agricultura não União Europeia», sempre que a
matéria-prima agrícola tenha sido produzida em
b) Apenas na lista dos ingredientes, desde que o género países terceiros,
alimentício esteja em conformidade com o n.o 1 do
artigo 19.o e com as alíneas a), b) e d) do n.o 2 desse mesmo
— «Agricultura União Europeia/não União Europeia»,
artigo;
sempre que uma parte das matérias-primas agrícolas
tenha sido produzida na Comunidade e outra parte
c) Na lista dos ingredientes e no mesmo campo visual da
num país terceiro.
denominação de venda, desde que:
A indicação «União Europeia» ou «não União Europeia» acima
i) O principal ingrediente seja um produto da caça ou da referida pode ser substituída ou completada pelo nome de um
pesca; país, caso todas as matérias-primas agrícolas que compõem o
produto nele tenham sido produzidas.
ii) Contenha outros ingredientes de origem agrícola
todos eles biológicos;
No tocante à indicação «União Europeia» ou «não União
o Europeia» acima referida, podem não ser tidas em conta
iii) O género alimentício satisfaça o disposto no n. 1 do
pequenas quantidades de ingredientes desde que a quantidade
artigo 19.o e nas alíneas a), b) e d) do n.o 2 desse
total dos ingredientes que não foram tidos em conta não exceda
mesmo artigo.
2 % da quantidade total, em peso, das matérias-primas de origem
agrícola.
A lista dos ingredientes deve indicar quais são os ingredientes
biológicos.
A indicação «União Europeia» ou «não União Europeia» acima
Nos casos em que se apliquem as alíneas b) e c) do presente referida não pode figurar numa cor, num tamanho nem em
número, as referências ao método de produção biológica só caracteres mais destacados do que a denominação de venda do
podem figurar relativamente aos ingredientes biológicos e a lista produto.
dos ingredientes deve incluir uma indicação da percentagem total
de ingredientes biológicos em relação à quantidade total de A utilização do logotipo comunitário a que se refere o n.o 1 do
ingredientes de origem agrícola. artigo 25.o e da indicação referida no primeiro parágrafo são
facultativas para os produtos importados de países terceiros. No
Os termos e a indicação da percentagem a que se refere o entanto, sempre que o logotipo comunitário a que se refere o
parágrafo anterior devem figurar com a mesma cor, dimensão e n.o 1 do artigo 25.o conste da rotulagem, a indicação referida no
tipo de letra que as restantes indicações constantes da lista dos primeiro parágrafo também deve constar da mesma.
ingredientes.
2. As indicações referidas no n.o 1 são inscritas num sítio em
5. Os Estados-Membros tomam as medidas necessárias para evidência, de modo a serem facilmente visíveis, claramente
garantir o cumprimento do disposto no presente artigo. legíveis e indeléveis.
20.7.2007 PT Jornal Oficial da União Europeia L 189/17
3. A Comissão, nos termos do n.o 2 do artigo 37.o, estabelece avaliação dos riscos de ocorrência de irregularidades e de
critérios específicos no que respeita à apresentação, composição infracções no que respeita ao cumprimento dos requisitos
e tamanho das indicações referidas nas alíneas a) e c) do n.o 1. estabelecidos no presente regulamento. Em qualquer caso, todos
os operadores são sujeitos a uma verificação do cumprimento
pelo menos uma vez por ano, com excepção dos grossistas que
Artigo 25.o lidem apenas com produtos pré-embalados e dos operadores que
vendam ao consumidor ou ao utilizador final referidos no n. o 2
Logotipos da produção biológica do artigo 28.o
a) Aos alimentos biológicos para animais; i) Dispõe dos conhecimentos técnicos, do equipamento
e das infra-estruturas necessárias para efectuar as
b) Aos produtos de origem vegetal provenientes de explora- tarefas que nele sejam delegadas;
ções em conversão;
ii) Dispõe de pessoal em número suficiente e com
c) Ao material de propagação vegetativa e às sementes. qualificações e experiência adequadas; e
6. Para além do disposto no n.o 5, ao acreditar um organismo 13. Os Estados-Membros garantem que o sistema de controlo
de controlo a autoridade competente tem em conta os seguintes assim estabelecido permita assegurar a rastreabilidade de cada
critérios: produto em todas as fases da produção, transformação e
distribuição em conformidade com o artigo 18.o do Regula-
a) O procedimento de controlo normalizado a seguir, com mento (CE) n.o 178/2002, nomeadamente a fim de oferecer aos
uma descrição pormenorizada das medidas de controlo e consumidores garantias de que os produtos biológicos foram
das precauções que o organismo se compromete a impor produzidos em conformidade com os requisitos estabelecidos no
aos operadores sujeitos ao seu controlo; presente regulamento.
b) As medidas que o organismo de controlo tenciona aplicar 14. Até 31 de Janeiro de cada ano, as autoridades e organismos
sempre que se verifiquem irregularidades e/ou infracções. de controlo devem transmitir às autoridades competentes uma
lista dos operadores que foram submetidos aos seus controlos até
31 de Dezembro do ano anterior. Até 31 de Março de cada ano,
7. As autoridades competentes não podem delegar nos
deve ser apresentado um relatório sucinto das actividades de
organismos de controlo as seguintes tarefas:
controlo realizadas no ano anterior.
Artigo 28.o
b) Competência para conceder derrogações a que se refere o
artigo 22.o, a menos que tal esteja previsto nas condições
específicas estabelecidas pela Comissão nos termos do n.o 3 Sujeição ao sistema de controlo
do artigo 22.o
1. Os operadores que produzam, preparem, armazenem, ou
8. Em conformidade com o n.o 3 do artigo 5.o do Regulamento importem de um país terceiro produtos na acepção do n.o 2 do
(CE) n.o 882/2004, as autoridades competentes que delegam artigo 1.o ou que coloquem no mercado tais produtos devem,
tarefas de controlo em organismos de controlo devem, se antes de colocar no mercado um produto como sendo biológico
necessário, organizar auditorias ou inspecções a esses organis- ou proveniente de uma exploração em conversão a biológico:
mos. Se, em resultado de uma auditoria ou de uma inspecção, se
constatar que um organismo não executa devidamente as tarefas a) Declarar a sua actividade às autoridades competentes do
que nele foram delegadas, a autoridade competente que delega Estado-Membro em que a referida actividade é exercida;
pode retirar a delegação em questão. Esta deve ser retirada sem
demora se o organismo de controlo não tomar medidas
correctoras adequadas e atempadas. b) Sujeitar a sua empresa ao sistema de controlo a que se refere
o artigo 27.o
9. Para além do disposto no n.o 8, a autoridade competente
deve: O primeiro parágrafo aplica-se igualmente aos exportadores que
exportem produtos obtidos em conformidade com as regras de
a) Assegurar que os controlos efectuados pelo organismo de produção estabelecidas no presente regulamento.
controlo sejam objectivos e independentes;
Se um operador subcontratar a terceiros qualquer das suas
b) Verificar a eficácia dos referidos controlos; actividades, esse operador fica não obstante sujeito aos requisitos
referidos nas alíneas a) e b) e as actividades subcontratadas ficam
sujeitas ao sistema de controlo.
c) Tomar conhecimento de todas as irregularidades ou
infracções constatadas e das medidas correctoras aplicadas;
2. Os Estados-Membros podem isentar da aplicação do
d) Retirar a acreditação desse organismo se este não satisfizer presente artigo os operadores que vendam produtos directa-
os requisitos referidos nas alíneas a) e b) ou tiver deixado de mente ao consumidor ou ao utilizador final, desde que não os
preencher os critérios indicados nos n.os 5 e 6 ou não produzam, não os preparem, não os armazenem senão no ponto
satisfizer os requisitos estabelecidos nos n.os 11, 12 e 14. de venda, nem os importem de um país terceiro, ou que não
tenham subcontratado a terceiros essas actividades.
10. Os Estados-Membros atribuem um número de código a
cada autoridade ou organismo de controlo que realize as tarefas 3. Os Estados-Membros designam uma autoridade ou acredi-
de controlo a que se refere o n.o 4. tam um organismo para a recepção dessas notificações.
12. As autoridades e organismos de controlo asseguram que 5. As autoridades e organismos de controlo devem manter
sejam aplicadas aos operadores sujeitos ao seu controlo pelo uma lista actualizada dos nomes e endereços dos operadores sob
menos as medidas de precaução e de controlo referidas no n.o 2. seu controlo. A lista será disponibilizada às partes interessadas.
20.7.2007 PT Jornal Oficial da União Europeia L 189/19
2. O operador deve verificar as provas documentais dos seus 1. Um produto importado de um país terceiro pode ser
fornecedores. colocado no mercado comunitário como sendo biológico desde
que:
2. As informações sobre casos de irregularidades ou infracções Os organismos de controlo devem estar acreditados de acordo
que afectem o estatuto biológico de um produto são com a versão mais recentemente notificada através de publicação
imediatamente comunicadas entre organismos e autoridades de no Jornal Oficial da União Europeia, série C, da Norma Europeia
controlo, autoridades competentes e Estados-Membros em causa EN 45011 ou da ISO/IEC Guide 65 (Requisitos gerais para
e, se for caso disso, à Comissão. organismos de certificação de produtos). Os organismos de
controlo são submetidos regularmente a uma avaliação in loco, à
fiscalização e à reavaliação plurianual das suas actividades pelo
O nível de comunicação depende da gravidade e da amplitude da organismo de acreditação.
irregularidade ou infracção detectada.
confiar a peritos a tarefa de examinar in loco as regras de Sempre que examine pedidos de reconhecimento, a Comissão
produção e as actividades de controlo realizadas no país terceiro convida o país terceiro a fornecer todas as informações
pela autoridade ou pelo organismo de controlo em causa. necessárias. A Comissão pode confiar a peritos a tarefa de
examinar in loco as regras de produção e as medidas de controlo
do país terceiro em causa.
Os organismos ou as autoridades de controlo reconhecidos
fornecem os relatórios de avaliação emitidos pelo organismo de
acreditação ou, se for caso disso, pela autoridade competente
relativos à avaliação in loco, à fiscalização e à reavaliação Até 31 de Março de cada ano, os países terceiros reconhecidos
plurianual regulares das suas actividades. enviam à Comissão um relatório anual conciso relativo à
aplicação e execução das medidas de controlo neles estabelecidas.
Artigo 33.o
3. Relativamente aos produtos não importados nos termos do
Importação de produtos que oferecem garantias artigo 32.o e não importados de um país terceiro reconhecido
equivalentes nos termos do n.o 2 do presente artigo, a Comissão, nos termos
do n.o 2 do artigo 37.o, pode reconhecer as autoridades e
1. Um produto importado de um país terceiro pode igualmente organismos de controlo, incluindo as autoridades e organismos
ser colocado no mercado comunitário como sendo biológico, de controlo a que se refere o artigo 27.o competentes para
desde que: executar controlos e emitir certificados em países terceiros para
efeitos do n.o 1, e estabelecer uma lista dessas autoridades e
organismos. A avaliação da equivalência deve ter em conta as
a) O produto tenha sido obtido em conformidade com regras directrizes CAC/GL 32 do Codex Alimentarius.
de produção equivalentes às referidas nos títulos III e IV;
b) Os operadores tenham sido submetidos a medidas de A Comissão examina qualquer pedido de reconhecimento
controlo de eficácia equivalente às referidas no título V e a apresentado por uma autoridade ou por um organismo de
aplicação dessas medidas tenha sido permanente e efectiva; controlo de um país terceiro.
2. A Comissão, nos termos do n.o 2 do artigo 37.o, pode Com base nesses relatórios de avaliação, a Comissão, assistida
reconhecer os países terceiros cujo sistema de produção obedeça pelos Estados-Membros, assegura uma supervisão adequada dos
a princípios e regras de produção equivalentes aos estabelecidos organismos e autoridades de controlo reconhecidos, reexami-
nos títulos II, III e IV e cujas medidas de controlo sejam de nando regularmente o seu reconhecimento. A natureza da
eficácia equivalente às previstas no título V, e estabelecer uma supervisão é determinada com base numa avaliação dos riscos de
lista desses países. A avaliação da equivalência deve ter em conta ocorrência de irregularidades ou infracções ao disposto no
as directrizes CAC/GL 32 do Codex Alimentarius. presente regulamento.
20.7.2007 PT Jornal Oficial da União Europeia L 189/21
Artigo 36.o
Artigo 39.o
Informações estatísticas
Revogação do Regulamento (CEE) n.o 2092/91
Os Estados-Membros transmitem à Comissão as informações
estatísticas necessárias para a execução e o acompanhamento do 1. O Regulamento (CEE) n.o 2092/91 é revogado a partir de
disposto no presente regulamento. Essas informações estatísticas 1 de Janeiro de 2009.
são definidas no contexto do Programa Estatístico Comunitário.
a) O âmbito de aplicação do presente regulamento e, em O presente regulamento entra em vigor no sétimo dia seguinte
particular, no que diz respeito aos géneros alimentícios ao da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia.
biológicos preparados por estabelecimentos de restauração
colectiva; Enquanto não forem estabelecidas normas de execução referentes
à produção de determinadas espécies animais, plantas aquáticas e
b) A proibição de utilização de OGM, incluindo a disponibi- microalgas, são aplicáveis, no que respeita à rotulagem, as regras
lidade de produtos não obtidos mediante OGM, a previstas no artigo 23.o e, no que respeita aos controlos, as
declaração do vendedor, a viabilidade de limiares de previstas no título V. Na pendência da aprovação dessas normas,
tolerância específicos e as suas repercussões no sector são aplicáveis as regras nacionais ou, na sua ausência, as normas
biológico; privadas aceites ou reconhecidas pelos Estados-Membros.
Pelo Conselho
O Presidente
S. GABRIEL
20.7.2007 PT Jornal Oficial da União Europeia L 189/23
ANEXO