Direito Empresarial
Direito Empresarial
Direito Empresarial
Teoria Geral do
Direito de Empresa
Teoria da Empresa
Todos conhecemos a importncia da empresa na sociedade atual. A produo
de bens e servios, a contratao de profissionais, o atendimento ao
consumidor e aos fornecedores, enfim, a circulao de todo o aparato
econmico entre trabalho e capital passa pela empresa.
Foi o jurista italiano Alberto Asquini quem concebeu a figura da empresa como
um fenmeno econmico polidrico, ou seja, que enseja diversos perfis : o do
empresrio (perfil subjetivo), o da produo (perfil funcional), o da afetao de
um patrimnio para a finalidade desejada (perfil objetivo ou patrimonial) e o da
organizao de pessoas envolvidas na atividade ( perfil corporativo).
Nosso Cdigo Civil adotou a teoria da realidade para concepo da pessoa
jurdica. Segundo esta teoria: a pessoa jurdica existe como entidade moral.
Possui existncia prpria e diversa da pessoa fsica que a concebeu. Tambm
possui patrimnio e personalidade diferentes de seu instituidor.
A teoria da realidade objetiva, pensada pelo doutrinador alemo Gierke foi
adotada pelo nosso legislador ao tratar da pessoa jurdica sob diversos
aspectos. Para ele a pessoa jurdica possui vontade prpria, que depende da
criao, deliberao e vontade de seus instituidores: a vontade pblica ou
privada pode conferir vida autnoma a um organismo, que passa a ter
realidade sociolgica por se tornar sujeito de direito.
Podemos dizer ento, que a empresa a organizao dos fatores de
produo ou ainda, nas palavras de Jones Figueiredo Alves e Mrio Luiz
Delgado1 a atividade organizada e dirigida criao de riqueza, pela
produo e circulao de bens ou de servios, desenvolvida por uma
pessoa natural (empresrio) ou jurdica, por meio de um estabelecimento
(complexo de bens organizados para o exerccio da empresa).
Empresrio
Apud DINIZ, Maria Helena. Cdigo civil anotado 13. ed. re. aum. e atual. de acordo com a reforma do
CPC e com o Projeto de Lei 276/2007 So Paulo: Saraiva, 2008. p.650.
Sociedade Empresria
Art. 982. Salvo as excees expressas, considera-se empresria a sociedade
que tem por objeto o exerccio de atividade prpria de empresrio sujeito a
registro (art. 967); e, simples, as demais (Cdigo Civil).
O objeto, aqui, significa: que objetivo a empresa ter, como exemplo, a comercializao de produtos
reciclveis, prestao de servios para consertos de roupas, etc.
Sociedades de Fato
Observaes Importantes
possvel ao profissional que se dispe a realizar a atividade de empresa
optar por ser scio de sociedade empresria ou ser um empreendedor
individual. H, dentro destas hipteses, uma srie de diferenciaes. Veremos,
basicamente, quais so elas.
Empreendedor Individual
O empreendedor individual a pessoa que trabalha por conta prpria e que se
legaliza como pequeno empresrio. O empreendedor individual possui limite
De acordo com a Receita Federal o sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuies das
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples) um regime tributrio diferenciado, simplificado
e favorecido, aplicvel s pessoas jurdicas consideradas como microempresas (ME) e empresas de
pequeno porte (EPP); constitui-se em uma forma simplificada e unificada de recolhimento de tributos, por
meio da aplicao de percentuais favorecidos e progressivos, incidentes sobre uma nica base de
clculo, a receita bruta. Considera-se Micro Empresa, para efeito do Simples, a pessoa jurdica que tenha
auferido, no ano-calendrio, receita bruta igual ou inferior a R$120.000,00 (cento e vinte mil reais).
Considera-se Empresa de Pequeno Porte, para efeito do Simples, a pessoa jurdica que tenha auferido,
no ano-calendrio, receita bruta superior a R$120.000,00 (cento e vinte mil reais) e igual ou inferior a
R$1.200.000,00 (um milho e duzentos mil reais).
Empresrio Rural
H ainda o empresrio rural, ou seja,
pessoa que tem como profisso a
execuo de tarefas na produo rural.
Para estes, a lei permite a opo. Se
estiver cadastrado como produtor rural
pessoa fsica possvel ter mais
benefcios na rea da previdncia do
que aquele que optar pelo cadastro de
suas atividades como empreendedor
individual:
Art. 971. O empresrio, cuja atividade rural constitua sua principal profisso, pode,
observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus pargrafos, requerer
inscrio no Registro Pblico de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em
que, depois de inscrito, ficar equiparado, para todos os efeitos, ao empresrio sujeito
a registro.
Alm destes dispositivos do Cdigo Civil, podem ser utilizados outros, em caso
de omisso da lei, que se aplicam sociedade simples. Vamos, agora
conhecer alguns pontos importantes para aquele que pretende desenvolver a
atividade empresria.
Exerccio da Atividade Empresria Requisitos
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Registro
Por isso podemos dizer que o REGISTRO a certido de nascimento da
empresa. Todo e qualquer interessado em realizar a atividade de empresa
deve registrar seu negcio no rgo competente antes do incio das atividades:
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Escriturao e Balanos
Superada a questo da personalidade jurdica da empresa, ou seja, estando
ela devidamente registrada e, em consequncia, em condies de ter seu
patrimnio e existncia independente da pessoa que a criou, h ainda outras
obrigaes que a lei impe a todos os empresrios.
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Estabelecimento Empresarial
Atravs deste conjunto de bens a empresa pode crescer e realizar suas tarefas
contando com equipamentos, imveis, tecnologia, marcas, ponto comercial,
etc.
Em paralelo ao estabelecimento comercial est a clientela. Aqueles que
utilizam e consomem os produtos e servios da empresa so o ponto central da
atividade empresarial e por isso precisam de toda ateno dos profissionais
que com eles lidam diretamente.
H, ainda, o passivo da empresa. Podemos conceitu-lo, de modo simples,
como os dbitos devidamente contabilizados que a empresa possui. Em caso
de venda, dissoluo ou qualquer modificao na estrutura empresarial o
passivo ser verificado. Isto porque a empresa que considerada s
(saudvel) aquela que possui um passivo menor que o ativo: o patrimnio
social suficiente para arcar com as dvidas e dbitos contrados.
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Do Capital Humano
Alm de todo o patrimnio da empresa, atualmente, um dos diferenciais na
estrutura de uma empresa seu capital humano. So as pessoas e auxiliares
que conferem profissionalismo ao exerccio da atividade.
Vrias so as pessoas que exercem papel de destaque na empresa: os
prepostos, os gerentes, aqueles que auxiliam na contabilidade do negcio,
aqueles que executam as tarefas do objeto social, propriamente dito.
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NOO:
Pessoas jurdicas,
portanto, so entes
abstratos com
personalidade jurdica
prpria, criados pelo
homem para consecuo
de finalidade especfica.
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DIREITO PBLICO
(finalidade pblica)
EXTERNO
INTERNO
(art. 41 CC)
Municpios
Estados Membros
Unio
Distrito Federal
Autarquias1 e entidades
pblicas criadas por lei1
Autarquia ente criado por lei, com personalidade jurdica, patrimnio e receita
prprios, para executar atividades tpicas da Administrao Pblica, que requeiram,
para seu melhor funcionamento, gesto administrativa e financeira descentralizadas.
So consideradas como demais entidades, mencionadas no CC as associaes e
fundaes pblicas. Fundao Pblica a entidade dotada de personalidade
jurdica, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorizao legislativa, para o
desenvolvimento de atividades que no exijam execuo por outros rgos ou
entidades de direito pblico, com autonomia administrativa, patrimnio prprio gerido
pelos respectivos rgos de direo e funcionamento custeado por recursos da Unio
e de outras fontes, sendo que elas adquirem personalidade jurdica com a inscrio da
escritura pblica de sua constituio no Registro Civil de Pessoas Jurdicas, no se
lhes aplicando as demais disposies do Cdigo Civil concernentes s fundaes. O
consrcio pblico apresentado segundo duas modalidades de associao entre as
pessoas jurdicas polticas (Unio, Estado, Distrito Federal, Municpio), que podem dar
origem a uma pessoa jurdica de direito privado ou de direito pblico. O consrcio
pblico com personalidade jurdica de direito pblico no uma associao, mas sim
uma autarquia e chama-se associao pblica.
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ASSOCIAES PBLICAS
DIREITO PRIVADO
(finalidade privada - art. 44 CC)
Sociedades
Associaes
Partidos Polticos
Organizaes Religiosas
Fundaes
Empresas Individuais
SOCIEDADE
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Universitas Personarum
Consiste na reunio de pessoas e se dividem em: sociedades e associaes.
ASSOCIAES
So entidades sem fins lucrativos (CC Art. 53. Constituem-se as
associaes pela unio de pessoas que se organizem para fins
no econmicos. Pargrafo nico. No h, entre os associados,
direitos e obrigaes recprocos), criadas para cumprir as
finalidades (ou interesses) de seus associados cuja nfase pode ser: religiosa
(organizaes religiosas)8, cultural, benemrita, recreativa, cientfica, literria,
esportiva, educacional, moral etc. O patrimnio da associao formado pela
contribuio, pela ajuda dos scios, visando cumprir os fins almejados. Devem
sua existncia legal a inscrio de seus estatutos sociais nos rgos
competentes. Exemplo: APAE, Associao dos Advogados, Associao de
Pais e Mestres etc.
Veja a regulamentao do CDIGO CIVIL:
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FUNDAO
Na fundao um patrimnio, uma universalidade de bens est
afetada e destinada pelo fundador, para realizar certa
finalidade. A personalizao da fundao decorre da ordem
jurdica.
O termo fundatio a palavra latina que designa FUNDAR. A
fundao constituda por testamento e escritura pblica reservando bens,
patrimnio, dinheiro, para uma finalidade lcita. Cabe ao Ministrio Pblico
analisar o estatuto e fiscalizar a instituio.
Art. 62. Art. 62. Para criar uma fundao, o seu instituidor far, por
escritura pblica ou testamento, dotao especial de bens livres,
especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira
de administr-la.
Pargrafo nico. A fundao somente poder constituir-se para fins
de (Redao dada pela Lei n 13.151, de 2015)
I assistncia social (Includo pela Lei n 13.151, de 2015)
II cultura, defesa e conservao do patrimnio histrico e
artstico;(Includo pela Lei n 13.151, de 2015)
III educao;(Includo pela Lei n 13.151, de 2015)
IV sade; (Includo pela Lei n 13.151, de 2015)
V segurana alimentar e nutricional; (Includo pela Lei n 13.151, de
2015)
VI defesa, preservao e conservao do meio ambiente e promoo
do desenvolvimento sustentvel; (Includo pela Lei n 13.151, de 2015)
VII pesquisa cientfica, desenvolvimento de tecnologias alternativas,
modernizao de sistemas de gesto, produo e divulgao de
informaes e conhecimentos tcnicos e cientficos; (Includo pela Lei n
13.151, de 2015)
VIII promoo da tica, da cidadania, da democracia e dos direitos
humanos; (Includo pela Lei n 13.151, de 2015)
IX atividades religiosas; e (Includo pela Lei n 13.151, de 2015)
X (VETADO). (Includo pela Lei n 13.151, de 2015)
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundao, os bens a ela
destinados sero, se de outro modo no dispuser o instituidor,
incorporados em outra fundao que se proponha a fim igual ou
semelhante.
Art. 64. Constituda a fundao por negcio jurdico entre vivos, o
instituidor obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real,
sobre os bens dotados, e, se no o fizer, sero registrados, em nome
dela, por mandado judicial.
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PARTIDOS POLTICOS
SOCIEDADE DE
ECONOMIA MISTA
Caractersticas
Suas normas obedecem ao regime de direito empresarial e trabalhista.
Esto sujeitas a certos PRINCPIOS de rigidez no trato com a coisa pblica.
Ex. licitaes, prestaes de contas etc.
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PERSONALIDADE JURDICA
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ENTES DESPERSONALIZADOS
Sem registro, em regra, entidades no podem adquirir direitos e
obrigaes por si s. So entes sem personalidade.
H, todavia, os denominados de entes com personificao
anmala. So entidades que possuem aptido para terem deveres
e contrarem obrigaes, mas por serem grupos
despersonalizados ou um conjunto de direito, obrigaes, pessoas
e bens so tratados com caractersticas prprias. Ex. massa falida,
esplio, condomnio, sociedades de fato, herana jacente e
vacante etc.
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Irresponsabilidade
Origem do direito Pblico: negava-se a responsabilidade (O Rei
no pode errar).
Os representantes do rei tambm eram abrangidos por tal princpio,
porm no de forma absoluta. Na Frana o funcionrio poderia ser
responsabilizado quando o ato lesivo pudesse ser direto e
relacionado a um comportamento seu. Mas gozavam, os
funcionrios, de uma garantia administrativa (qualquer ao
contra eles dependia de prvia autorizao do conselho do Estado
Francs).
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Responsabilidade Civilista
Influncia do Liberalismo. Estado assemelhado ao indivduo, para
que pudesse ser responsabilizado pelos atos culposos. No
necessria a identificao da culpa individual para caracterizar a
responsabilidade do Estado.
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DOMICLIO
Da pessoa jurdica de direito pblico a sede de seu respectivo governo:
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