A Grande Transformação - Introdução de Fred Block
A Grande Transformação - Introdução de Fred Block
A Grande Transformação - Introdução de Fred Block
Polanyi, Karl. The great transformation: the political and economic origins of our time; foreword by
Joseph E. Stiglitz; with a new introd. by Fred Block.2nd Beacon Paperback ed. Traduo: Lessa, D.V.O.
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Budapeste para Viena, para a Inglaterra e depois para os Estados Unidos, combinadas
com um profundo senso de responsabilidade moral, fizeram de Polanyi uma espcie de
cidado do mundo. No final de sua vida, ele escreveu para um velho amigo: ... "Minha
vida era uma vida mundial eu vivi a vida do mundo humano... Meu trabalho para a
sia, para a frica, para os novos povos. Enquanto ele manteve um profundo apego
sua Hungria nativa, Polanyi transcendeu viso eurocntrica e compreendeu as maneiras
pelas quais formas agressivas de nacionalismo tinham sido promovidas e apoiadas por
certo conjunto de arranjos econmicos globais.
Nos anos aps a Segunda Guerra Mundial, Polanyi ensinou na Universidade de
Columbia, em Nova York, onde ele e seus alunos engajaram-se na investigao
antropolgica sobre dinheiro, comrcio, mercados e sociedades pr-capitalistas. Com
Conrad M. Arensberg e Harry W Pearson, ele publicou Comrcio e Mercado nos
Primeiros Imprios; depois, seus alunos prepararam para publicao volumes pstumos
com base no trabalho de Polanyi deste perodo. Abraham Rotstein ajudou com a
publicao de Dahomey e o Trfico de Escravos; George Dalton editou uma coleo de
ensaios previamente publicados, incluindo excertos de A Grande Transformao, em
Primitivas, Arcaicas, e Modernas Economias: Ensaios de Karl Polanyi; e Pearson tambm
compilou A Subsistncia do Homem das notas da palestra de Columbia de Polanyi.
O Argumento de Polanyi: Estrutura e Teoria
A Grande Transformao est organizada em trs partes. Partes I e III focam nas
circunstncias imediatas que produziram a Primeira Guerra Mundial, a Grande
Depresso, a ascenso do fascismo na Europa Continental, o New Deal nos Estados
Unidos e o primeiro plano de cinco anos na Unio Sovitica. Nestes captulos
introdutrios e conclusivos, Polanyi apresenta um enigma: Por que um perodo
prolongado de relativa paz e prosperidade na Europa, durando de 1815-1914, de repente
deu lugar a uma guerra mundial seguida por um colapso econmico? Parte II o cerne do
livro Polanyi fornece a soluo ao enigma. Voltando Revoluo Industrial inglesa, nos
primeiros anos do sculo XIX, Polanyi mostra como os pensadores ingleses responderam
aos distrbios da industrializao recente pelo desenvolvimento da teoria do liberalismo
de mercado, com sua crena central em que a sociedade humana pode ser subordinada a
mercados autorregulados. Estes esforos significavam que o liberalismo de mercado no
podia trabalhar como o planejado e as instituies que governam a economia global
criaram tenses crescentes dentro e entre as naes. Polanyi traa o colapso da paz que
levou primeira Guerra Mundial e demonstra o colapso da ordem econmica que levou
Grande Depresso a ser consequncia direta da tentativa de organizar a economia global
com base no liberalismo de mercado. A segunda grande transformao a ascenso do
fascismo o resultado da primeira a ascenso do liberalismo de mercado.
Ao construir seu argumento, Polanyi apresenta sua vasta leitura da histria, da
antropologia e da teoria social. A Grande Transformao tem coisas importantes a dizer
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sobre os eventos histricos do sculo XV Segunda Guerra Mundial; ela tambm faz
contribuies originais sobre temas to diversos como o papel da reciprocidade e da
redistribuio nas sociedades pr-modernas, as limitaes do pensamento econmico
clssico e os perigos da mercantilizao da natureza. Muitos cientistas sociais
contemporneos antroplogos, socilogos polticos, historiadores e economistas encontraram inspirao terica nos argumentos de Polanyi. Hoje, um nmero crescente
de livros e artigos so estruturados em torno de citaes-chave de A Grande
Transformao.
Devido prpria riqueza desse livro, intil tentar resumi-lo; o melhor que pode
ser feito aqui a elaborao de algumas das principais linhas de argumentao de
Polanyi. Mas fazer isso requer, em primeiro lugar, reconhecer a originalidade de sua
posio terica. Polanyi no se enquadra facilmente em mapeamentos padro do cenrio
poltico; embora ele concorde com grande parte da crtica do liberalismo de mercado de
Keynes, ele no era um keynesiano. Ele se identificou ao longo de sua vida como um
socialista, mas ele tinha profundas diferenas com o determinismo econmico de todas as
variedades, incluindo o marxismo tradicional. Suas prprias definies de capitalismo e
socialismo divergem dos entendimentos habituais desses conceitos.
O CONCEITO DE EMBUTIMENTO (EMBEDDEDNESS) DE POLANYI
O ponto de partida lgico para explicar o pensamento de Polanyi o seu conceito
de embutimento. Talvez a sua mais famosa contribuio para o pensamento social, este
conceito tambm tem sido uma fonte de enorme confuso. Polanyi comea por enfatizar
que toda a tradio do pensamento econmico moderno, continuando at o presente
momento, repousa sobre o conceito de economia como um sistema de interligao de
mercados que automaticamente ajusta a oferta e a demanda por meio do mecanismo de
preos. Mesmo quando os economistas reconhecem que o sistema de mercado s vezes
precisa da ajuda do governo para superar o fracasso do mercado, eles ainda se baseiam
neste conceito da economia como um sistema de equilbrio de mercados integrados. A
inteno de Polanyi mostrar como este conceito difere acentuadamente da realidade
das sociedades humanas ao longo de toda a histria humana registrada. Antes do sculo
XIX, ele insiste, a economia humana sempre foi embutida na sociedade.
O termo embutimento expressa a ideia de que a economia no autnoma, como
deve ser na teoria econmica, mas subordinada poltica, religio e s relaes sociais.
O uso do termo por Polanyi sugere mais do que a ideia agora familiar de que transaes
de mercado dependem da confiana, entendimento mtuo e execuo jurdica dos
contratos. Ele utiliza o conceito para realar como ocorreu uma ruptura radical com os
economistas clssicos, especialmente Malthus e Ricardo, feita com pensadores anteriores.
Ao invs do padro historicamente normal de subordinar a economia sociedade, seus
sistemas de mercados autorregulados requerem subordinar a sociedade lgica do
mercado: ele escreve na primeira parte: "Em ltima anlise, por isso que o controle do
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AS CONSEQUNCIAS DA IMPOSSIBILIDADE
Os esforos dos tericos do livre mercado para desembutir a economia da
sociedade esto condenados ao fracasso. Mas o carter fortemente utpico do liberalismo
de mercado provm de sua extraordinria resilincia intelectual. Em razo de as
sociedades invariavelmente recuarem beira da experimentao em larga escala do
mercado autorregulvel, seus tericos sempre podem afirmar que quaisquer falhas no
eram o resultado do projeto, mas a falta de vontade poltica em sua implementao. A
crena na autorregulao do mercado, assim, no pode ser desacreditada por experincias
histricas; seus advogados tm uma desculpa hermtica para seus fracassos. Isso tinha
ocorrido mais recentemente no esforo de impor o capitalismo de mercado na antiga
Unio Sovitica por meio da terapia de choque. Embora o fracasso desse esforo seja
bvio para todos verem, defensores da terapia de choque continuam a culpar o fracasso
sobre os polticos que cederam muito rapidamente s presses polticas; tivessem eles
persistido, os benefcios prometidos de uma rpida mudana para o mercado poderia ter
sido realizada.
O ceticismo extremo de Polanyi a respeito do desembutimento da economia
tambm a fonte de seu poderoso argumento sobre o duplo movimento. Em razo de
os esforos para desembutir a economia da sociedade inevitavelmente encontrarem
resistncia, Polanyi alega que as sociedades de mercado so constitudas por dois
movimentos de oposio: o movimento laissez-faire para expandir o escopo do mercado
e o contramovimento protetivo que surge para resistir ao desembutimento da economia.
Embora o movimento da classe trabalhadora tenha sido uma parte fundamental do
contramovimento de proteo, Polanyi afirma explicitamente que todos os grupos na
sociedade tm participado desse projeto. Quando crises econmicas peridicas destroem
o sistema bancrio, por exemplo, grupos de negcios insistem que o banco central seja
fortalecido para isolar a oferta domstica de crdito das presses do mercado global. Em
uma palavra, os capitalistas periodicamente resistem incerteza e s flutuaes que o
mercado autorregulado produz e participam nos esforos para aumentar a estabilidade e
previsibilidade por meio de formas de proteo.
Polanyi insistente em que o laissez-faire foi planejado; planejando no ser. Ele
explicitamente ataca os liberais de mercado que culpam uma conspirao coletivista
por erigir barreiras protetivas contra o trabalho dos mercados globais. Ele argumenta, em
vez disso, que tal criao de barreiras foi uma resposta espontnea e no-planejada por
todos os grupos na sociedade contra as presses impossveis do sistema de mercado
autorregulado. O contramovimento protetivo teve que acontecer para prevenir o
desastre de uma economia desembutida. Polanyi sugere que o movimento em direo a
uma economia de laissez-faire precisa do contramovimento para criar estabilidade.
Quando, por exemplo, o movimento por laissez-faire muito poderoso, como na dcada
de 1920 (ou na dcada de 1990) nos Estados Unidos, os excessos especulativos e a
crescente desigualdade destruram as bases para uma prosperidade contnua. E embora
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se engajar livremente em transaes uns com os outros. Eles arrazoaram que se todos os
pases conformassem-se com trs regras simples, a economia global poderia ter o
mecanismo perfeito para a autorregulao global. Primeiro, cada pas deveria definir o
valor de sua moeda em relao a uma quantidade fixa de ouro e se comprometer com a
compra e venda de ouro a esse preo. Segundo, cada pas deveria basear sua oferta
domstica de dinheiro na quantidade de ouro que detinha em suas reservas, sua moeda
em circulao seria lastreada pelo ouro. Terceiro, cada pas deveria se esforar para dar a
seus residentes liberdade mxima para se envolver em transaes econmicas
internacionais.
O padro-ouro colocou um maquinrio fantstico de autorregulao global em
funcionamento. Firmas na Inglaterra foram capazes de exportar produtos e investir em
todas as partes do mundo, confiantes que as moedas que eles ganharam seriam to boas
como o ouro. Na teoria, se um pas est em uma posio deficitria num dado ano
porque seus cidados gastaram mais no exterior do que ganharam, o ouro flui para fora
das reservas para saldar pagamentos devidos aos estrangeiros. A oferta domstica de
dinheiro e de crdito automaticamente encolhe, as taxas de juros sobem, preos e salrios
caem, a demanda por importados diminui e exportaes se tornam mais competitivas. O
dficit do pas seria, portanto, autoliquidado. Sem a mo pesada do governo, cada conta
internacional de nao chegaria a um equilbrio. O globo seria unificado em um nico
mercado sem a necessidade de algum tipo de governo mundial ou autoridade financeira
global; a soberania permaneceria dividida entre os muitos Estados-naes cujos interesses
prprios os levariam a adotar as regras do padro-ouro voluntariamente.
CONSEQUNCIAS DO PADRO OURO
O padro-ouro era pretendido para criar um mercado global integrado que
reduzisse o papel de unidades nacionais e governos nacionais, mas suas consequncias
foram exatamente o oposto. Polanyi demonstra que quando foi amplamente adotado na
dcada de 1870, ele teve o efeito irnico de intensificar a importncia da nao como
uma entidade unificada. Embora os liberais de mercado sonhassem com um mundo
pacificado no qual os conflitos internacionais seriam somente aqueles de indivduos e de
empresas a superar os seus concorrentes, seus esforos para realizar esses sonhos por
meio do padro-ouro produziram duas guerras mundiais horrveis.
A realidade foi que as regras simples do padro-ouro impuseram s pessoas custos
econmicos que foram literalmente insuportveis. Quando a estrutura de preos internos
de uma nao divergiu dos nveis de preos internacionais, o nico meio legtimo para o
pas ajustar o dreno das reservas de ouro foi pela deflao. Isso significou permitir que
sua economia se contrasse at diminuir os salrios e reduzir o consumo o suficiente para
restaurar o equilbrio externo. Isso implicou em diminuio dramtica nos salrios e
rendimentos agrcolas, aumento no desemprego e a um aumento acentuado em falncias
de empreendimentos e de bancos.
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acontece com a economia global que precisa de fortes instituies regulatrias, incluindo
um emprestador de ltima instncia. Sem tais instituies economias particulares e
talvez toda a economia global iro sofrer duras crises econmicas.
Mas o ponto mais fundamental ensinado por Polanyi que o liberalismo de
mercado faz demandas sobre as pessoas comuns que so simplesmente insustentveis.
Trabalhadores, agricultores, e pequenos empresrios no tolerariam por qualquer
perodo de tempo um padro de organizao econmica no qual eles so sujeitos a
peridicas flutuaes dramticas em suas circunstncias econmicas dirias. Em suma, a
utopia neoliberal de um globo sem fronteiras e pacfico requer que milhes de pessoas
comuns ao longo do mundo tenham a flexibilidade de tolerar talvez to
frequentemente quanto a cada cinco ou dez anos um conjuro prolongado no qual eles
precisaro sobreviver com metade ou menos do que eles anteriormente ganhavam.
Polanyi acredita que esperar tal tipo de flexibilidade tanto moralmente errado quanto
profundamente irrealista. Para ele inevitvel que a populao se mobilize para se
proteger desses choques econmicos.
Alm disso, o perodo recente de neoliberalismo ascendente j testemunhou
protestos generalizados ocorrendo ao redor do mundo onde pessoas tentavam resistir aos
rebentamentos econmicos da globalizao. Como tais insatisfaes se intensificam, a
ordem social se torna mais problemtica e aumenta o perigo de que lderes polticos
busquem distrair o descontentamento usando como bodes expiatrios inimigos internos
e externos. assim que a viso utpica dos neoliberais conduz no paz, mas a conflitos
intensificados. Em muitas partes da frica, por exemplo, os efeitos devastadores das
polticas de ajuste estrutural tm desintegrado sociedades e produzido fome e guerras
civis. De outra parte, o perodo ps-Guerra Fria tem visto o surgimento de regimes
militantes nacionalistas com intenes agressivas em relao a vizinhos e s suas prprias
minorias tnicas. Ademais, em cada canto do mundo movimentos militantes muitas
vezes misturados com fundamentalismo religioso esto prontos para tirar vantagem
dos choques econmicos e sociais da globalizao. Se Polanyi est correto, esses sinais de
desordem so anunciadores de circunstncias ainda mais perigosas no futuro.
Alternativas Democrticas
Embora tenha escrito A Grande Transformao durante a Segunda Grande guerra,
Polanyi permaneceu otimista sobre o futuro; ele pensou que o ciclo de conflito
internacional poderia ser quebrado. A etapa chave seria derrubar a crena de que a vida
social poderia ser subordinada ao mecanismo do mercado. Uma vez livre dessa
mentalidade de mercado obsoleta, o caminho poderia ser aberto para subordinar tanto
as economias nacionais quanto a economia global s polticas democrticas. Polany viu as
reformas do New Deal de Roosevelt como um modelo dessas possibilidades do futuro. As
reformas de Roosevelt fizeram com que a economia dos EUA continuasse a ser
organizada em torno dos mercados e da atividade de mercado, mas um novo conjunto de
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ser protegido institucionalmente. Os indivduos precisam ser livres para seguir sua
conscincia, sem medo dos poderes que venham a ser responsveis pelas tarefas
administrativas em alguns dos campos da vida social.
Polanyi termina o livro com essas palavras eloquentes: Enquanto [o homem] for
fiel sua tarefa de criar liberdade mais abundante para todos, ele no precisa temer que
qualquer poder ou planejamento se voltar contra ele e destruir a liberdade que ele est
construindo pela sua instrumentalidade. Esse o significado da liberdade em uma
sociedade complexa; ela nos d toda a certeza da qual ns precisamos. Claro, o otimismo
de Polanyi sobre a era imediatamente aps a Segunda Guerra no se justificou pelo curso
real dos eventos. A vinda da Guerra Fria significou que o New Deal foi o fim da reforma
nos Estados Unidos, no o comeo. A cooperao econmica global planejada deu lugar,
de modo relativamente rpido, a novas iniciativas para expandir o papel global dos
mercados. Precisamente, as realizaes considerveis dos governos social-democrticos
da Europa, particularmente na Escandinvia, a partir da dcada de 1940 at os anos de
1980, fornecem evidncias concretas que a viso de Polanyi tanto poderosa quanto
realista.
Todavia, agora que a Guerra Fria histria, o otimismo inicial de Polanyi pode
finalmente ser vindicado. H uma alternativa possvel ao cenrio no qual a
insustentabilidade do liberalismo de mercado produz crises econmicas e a reemergncia
de regimes autoritrios e agressivos. A alternativa que as pessoas comuns nas naes ao
redor do globo engajem-se em um esforo comum de subordinar a economia a polticas
democrticas e reconstruam a economia global sobre a base de uma cooperao
internacional. De fato, h claros sinais nos ltimos anos de 1990 de que tal movimento
social transnacional, para remodelar a economia global, agora seja mais do que uma
possibilidade terica.
Ativistas, tanto nos pases desenvolvidos quanto em pases em desenvolvimento,
tm organizado protestos militantes contra as instituies internacionais a Organizao
Mundial do Comrcio, o Fundo Monetrio Internacional, e o Banco Mundial que
adotam as regras do neoliberalismo. Grupos ao redor do mundo tm comeado um
intenso dilogo global sobre a reconstruo da ordem financeira global.
Esses movimentos nascentes encontram enormes obstculos; no ser fcil forjar
um aliana durvel que reconcilie os frequentes interesses conflitantes das pessoas do Sul
do globo com as do Norte do globo. Alm disso, quanto mais bem sucedido tal
movimento for, mais formidveis sero os desafios estratgicos que ele enfrentar.
Permanece altamente incerto se a ordem global pode ser reformada a partir de baixo sem
mergulhar a economia mundial em uma espcie de crise que ocorre quando os
investidores entram em pnico. No entanto, de enorme significncia que pela primeira
vez na histria, a estrutura de governana da economia global tenha se tornado o alvo
central da ao do movimento social transnacional.
Esse movimento transnacional uma indicao da vitalidade contnua e
praticidade da viso de Polanyi. Para Polanyi o defeito mais profundo no liberalismo de
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