O Livro Didático em Questão
O Livro Didático em Questão
O Livro Didático em Questão
CIONAIS
Barbara Freitag
Valeria Rodrigues Motta
Wanderly
Ferreira Costa
Brasilia, 1987
Presidente da Repblica
Jos Sarney Ministro da
Educao Jorge
Bornhausen Secretario
Geral Aloisio Sotero
Diretor-Geral
Pedro Demo
Diretora de Estudos e Pesquisas
Acacia Zeneida Kuenzer
Diretor de Planejamento e Administrao
Carmo Nunes
Diretora de Documentao e Informao
Magda Maciel Montenegro
Coordenador-Geral da REDUC
Luis Brahm Menge
SUMARIO
Introduo
01
05
A legislao do livro d i d t i c o a p ar t i r de
1930
05
Concluses
10
A P o l t i ca do Livro Didtico
Consideraes gerais
13
da
20
di
dticos
26
31
Concluses
33
37
38
edito
ras
42
43
Concluses
47
49
Os estudos pioneiros
49
54
58
Concluses
74
79
79
86
Concluses
92
97
a s a l ad e aula
Concluses
97
104
109
Bibliografia
Relao das Instituies
127
INTRODUO
e tnicas
da discusso
de
1983).
Neste trabalho, partimos, pois, do pressuposto bsico
de que o estudo do livro d i d t i c o nao pode ser feito i s o l a d a
mente, focalizando-se o livro didtico em si. Um estudo que re
a l m e n t e atenda s exigencias do Estado da Arte do Livro Didti
co no Brasil pressupe uma anlise comparativa que nos dar os
parmetros para situar a qualidade e o nvel da discusso bra
sileira. Por isso mesmo, ser uma das preocupaes d e s t e traba
lho verificar em que m e d i d a essa discusso acompanha, a n t ec i pa
ou confirma a discusso travada em outras partes do mundo.
Simultaneamente,
estaremos
preocupados
em
fazer
uma
em torno do livro di
dtico
problemas
se
insere
na
discusso
geral
dos
educacionais
brasileiros.*
E, finalmente, estaremos empenhados em uma anlise da
relao
do
livro
didtico
com
produo
literria
infanto-ju
li-
ensino
obrigatrio)
com
destaque
especial
aos
quatro
seguin_ te
forma:
1. Examinamos as publicaes
sobre o livro
didtico
nas duas
de
Estudos
Pedaggicos
(editada
desde
1944
pelo
1970 p e l a
Fundao Carlos
Chagas/Sao Paulo);
2. Fizemos levantamentos junto aos dois institutos de p e s q u is a
educacionais de maior projeo no pais (o INEP - Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais, rgo de pesqui sa
vinculado
ao MEC-Ministrio
da Educao
em Brasilia,
de
Campinas
(via
levantamento
realizado
pela
os
c at l o go s
doutorado disponveis:
resumos
de
teses
de
mestrado
Nacional
de
Ps-Graduao
em
Cincias
Sociais);
as
em
Braslia,
sidade
Educao
1984;
da
PIMES
UnB:
-
1975-1984,
Programa
Federal do Recife;
de
Resumos
Indicativos,
Ps-Graduao
da
Univer
os
estudos
nacional,
realizados
merecem,*
luz
do funcionamento do nosso s i s t e ma
do
debate
educacional
inter
e do
bibliogrficas
aparentemente
desordenada,
sem
corre
ou
etc.).
Essa
histria
da
seriao
de
leis
metodolgico.
Em
verdade,
os
dois
aspectos,
sendo
Ensino
provo_
competir
comerci
105).
as at i v id a des
estabelecer
assegurassem
convnios
a produo
(Freitag, 1985a, p.
com
e distribuio
instituies
que
do li_ vro d i d t i c o
134).
Livros
de
leitura
de
classe
sao
os
livros
usados
pa
ra
do
membros,
Livro
Didtico
designados
pela
(CNLD),
composta
Presidncia.
inicialmente
Cabia
por
a essa comisso
20, do
35).
at
os
menores
detalhes.
controle
que
es
sa
28).
Nacional
do Livro Didtico,
fortalecida
com essa
com seus
Alves, assessora
que o convnio
firmado
em
do MEC naquela
06/01/67 entre
ocasio,
explica
o MEC/SNEL/USAID (Mi
ajuda
da
USAID
era
denunciado
por
crticos
da
educao
sua
vez,o
controle,
tambm
ideologico,
de
uma
fatia
sintetizou
este
tipo
de
denncia
em
sua
Histria
da
de
execuo,
mas
aos
rgos
tec
de
nicos
da
(Romanelli,
do
134).
A partir
de ento, passou
a ser da c o m p e t e n c i a
da
e culturais,
p bl i cas
e privadas,
na
da p o l t i c a
com a
(Programa
do
Livro
Didtico
Ensino
Fundamen-tal),
de
Programa
do
recursos
Livro
financeiros
Didtico,
..."
Braslia,
(MEC/FENAME:
1980,
p.
1,
ao alunado
PLIDEF
'gesto
do
facilitar
processo
didtico-pedaggico."
(MEC/FAE:
em
assistncia
uma
do
instituio
governo,
como
nica,
o
PNAE
vrios
(Programa
pro
gramas
Nacio
Didti
nal
de
de
regionais e secretarias
estaduais de
crticas
foram
periodicamente
apresentadas
ao
Celio
Cunha/CNPq-Braslia,
Amlia
Cludio
de
Moura
Castro/
aos
m e m b r o s nomeados do comit).
A p e s a r dos amplos poderes concedidos (no papel) ao comit, este nunca chegou a funcionar com o mesmo peso das duas
comisses anteriores (a CNLD e a C0LTED). A atuao do comit se
restringiu
a algumas sugestes,
d iscutidas
raeiro d i r e t o r da FAE. Elas acabaram sendo parcialmente integradas ao Decreto 91.542 de 1/08/85, assinado pelo presidente nos
primeiros meses de euforia da Nova Repblica. Logo em seguida i
publicao do decreto, o comit foi desativado pelo novo pre_
sidente da FAE.
A nova legislao procura corrigir algumas das
anoma
lias
apontadas e
busca
descentralizao
administrativa
do
nvel
estadual,
essa
poltica
estava
sendo
posta
em
das legisla_
es estaduais
A., 1961). A
sobre
o assunto,
(cf. Oliveira,
da federao
somente oficializou
as decises
por
editorial.
Nao
necessidade
pedagogica,
educativa.
luxo
mas
de
r e u ti l i z v el
..." (discurso
do presidente
proferido
por
Na tentativa
deste
no Brasil, nos
os historiadores
1984
1986/1961),
e
que
O l i v ei r a,
trataram
J.B.A.,
o
tema
1985
de
Oli
modo
veira,
parcial
A.,
e
fragmentrio.
2. A histria do livro didtico tampouco foi sistematizada pe
los pesquisadores e assessores do MEC (Ministrio da Educa
o), INL (Instituto Nacional do Livro) ou pelo INEP (Insti
tuto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), ou se ja,
por aqueles organismos oficiais, especialmente
10
criados
para assegurar
uma politica- e s t a t a l
coerente
do livro no
Brasil. Por isso mesmo, parece nao haver uma memria das po
lticas pblicas desenvolvidas em relao ao livro didtico
no ministrio competente, repetindo-se iniciativas, recrian
do-se, com cada governo, novas comisses e instituies (INL,
FENAiME,
FAE),
renomeando-se
polticos
refazendo-se
da popu lao
Consideraoes gerais
Neste tpico, focalizaremos a poltica do livro didtico dos l t i m o s quinze a v i n t e anos, marcados pelo regime mili tar
no
Brasil,
perodo
de
distensao
(Geisel)
abertura
(Fi
tratarmos
do
livro
didtico
do
ngulo
poltico,
contextualizao
poltica
da
poltica
educacional
global,
que
por
sua
do
livro
didati
particular
vez,
se
co.
Essa
da polt_i_
insere
nas
ca
mudanas
o mercado l i v r e i r o ,
as asso
entregue
a tcnicos
e assessores
da burocracia
governamental, muitas vezes sem as qualificaes ou especializaoes necessrias e sem uma legitimidade que as autorize a de_
finir
uma
p o l tic a
que
hoje
afeta
aproximadamente
trinta
mi
prprias
das
decises
polticas
sobre
cora
livro
di_
mnimo
(ncleo
comuni
suas
adaptaes
especificas
tal,
elas
seguem
risca
os
pareceres
emitidos
pelos
so
13
sancionados.
Este p r o c e d i m e n t o
pais
mestres,
organizaes
de
alunos,
etc.,
participam
livro
didtico
Kultusministerium
daquela
Rheinland
unidade
da
federao
Pfalz/Koramisssion
"Anwalt
cf.
des
as
associaes
de
classe,
os
cientistas
pedagogos
(Baumann, 1982).
"Na URSS e nos pases do leste, onde nao se deu ao lu_ xo
de
realizar
experincias
pedaggicas
utpicas
mal
contro
uma
dosar
seu
contedo
neles
196).
introduzir
interdiscipli
1978,
p.
sendo
as
outras
constitudas
pe_
los
o Estado
assumiu
totalmente
a realizao
contedos
dos
livros-texto,
Estado
promove
concursos
nos
pases
economicamente
mais
avanados,
permaneceram
engavetados,
sem
merecer
ateno
dos
livro
didtico,
procurando
influenciar
via
e colabo
111).
industrial
operria),
criada
e
a
profissionalizante
primeira
(destinado
universidade
Rural
a
(no
classe
Rio
de
as
e universitrios
dos antigos
"bacha_ ris". 0
"A
educao,
longe
de
ser
neutra,
precisa
tomar
cala de valores; ela precisa ser conduzida pelas diretivas morais, polticas e econmicas do sistema que r e p r e s e n t a as bases de nossa nao e que po r isso mesmo esta sob a proteo, o
c o n tr o le
defesa
Sade, 1937, p.
do
Estado."
(Ministrio
de
Educao
9).
as
relacionadas
ao
livro
didtico,
somente
adquirem
uma
a poltica
mili
d i d t i co s
etc.)
at
mesmo
cujos contedos,
fundamentao
psico-pedaggica
seguia
as
decretadas
inseriam-se
em
um
nao
constituram
conjunto
de
aes
medidas
isoladas
visando
sim
sistema
assim,
neutralizar
essencialmente
as
influencias
francesas). O m o d elo
anteriores
(europias,
ao
cultivo
excessiva
do
de
corpo
valores
beletrsticos
discente.
recurso
,
aos
"as
acad-
do
1975)
impoe-se,
como
nao
poderia
deixar
de
ser,
merecem
ser
lembrados:
(a)
eficcia
do
sistema
educa
educacional em todos
os nveis
de ensino; (d)
(e)
controlam-se
i d e ol gic a
poli
e muitos outros).
cada
rea
disciplina,
elabora
os
pareceres
que
e possveis
disciplinas
ser
Secretarias
de
Educao
Estaduais
elabo
ram
as
currculos
17
comisses
ou d ir et o ri as ,
passam
ser
comprados
os livros
pelo
pelo c r i v o
das
recomendados ou indicados
Estado
(atravs
dos
organismos
em condies
de p a r t i r
para
a anlise strictu
no
Brasil
pode,
grosso
modo
ser
dividido
em
duas
grandes
didtico,
assegurar
sua produo e
retomar
sua discusso.
Voltaremos a elas
bem
como
vrios
trabalhos
isolados
que
vem
sendo
fontes.
Entrevistou
para o b t e r
editores,
alunos;
redondas
(como
realizada
no
Rio,
em
01/10/80,
com
dos
1
tema."
(Oliveira,
J.B.A.
et
alii,
1984,
p.
7).
Essa
nas
outra,
por
pesquisadores
cari
cas,
did
de
pesquisa
assessorarem
em
terica
Sao
Paulo
de
empiricamente
levantarem
a
informaes
produo
do
material
(FUNBEC,
1976, 1978).
Examinando-se todos os estudos disponveis sobre o as_
sunto, podemos organizar a discusso da poltica do livro did
tico no Brasil nos ltimos quinze a vinte anos em tornos dos
seguintes temas (pares antagnicos):
. centralizao vs. descentralizao da p ol ti c a do
livro didtico ;
. qualidade vs. quantidade do livro didtico;
. livro didtico para todos vs. livro didtico para
os carentes .
C e n t r a l i z a o versus descentralizao da p o l t i c a do
livro
didtico
decisorio
nanciamento,
tem
sobre
distribuio.
livro
Nao
h,
didtico,
como
foi
sua
escolha,
argumentado
do
fi
pelo
direo
apontada,
verificando-se,
ao
contrrio,
em praticamente todas
as gestes
favorecimento
em
licitaes,
uso
do
m a t er i al
das decises
impede,
organismos
com
suas
decises
centralizadas
nao
aceitam crticas nem o controle por parte da sociedade, pecando, a longo prazo, por distores, as quais nao tem, assim, me
canismos de controle e reviso.
O l i ve i ra et alii (1984) tomam explicitamente p a r t i d o
em favor de uma maior descentralizao da p oltica do livro d^
dtico, sugerindo que alm dos estados e municpios tambm as
escolas (diretores, professores, pais e alunos) p ar t ic i p em do
processo
decisorio,
cabendo ao professor
regente
de classe
compreendem
livro
didtico,
especificidade
por
regionalizao
especialmente
cultural
adequao
a cartilha
e lingstica
do
contedo
do
de alfabetizao,
da regio
em questo
das crianas d i t a s
carentes que vi
assumiram
desafio
no
final
da
dcada
de
setenta,
da c a r t i l h a
mais vi vel
regional.
suge rido
pelo
de
ocorriam,
no
descentralizao,
mesmo
uma
Ministrio,
das
quais
algumas
propunha
dimaior
participao dos estados na poltica do livro didtico." (Oliveira, J.B.A., 1983a, pg. 44).
Nos dez estados es c o lh i dos do N o r t e e N o r d e s t e do p
Is, beneficiados por este programa, a elaborao da c a r t i l h a
deveria ser fruto de uma pesquisa participante desenvolvida pe_
Ia equipe, por assessores (em geral recrutados nas universida
des federais do Estado) e pela comunidade. O projeto era geren
ciado pelo MEC, atravs de uma assessoria tcnica. Yara Esposi to
(1984) fez o relato sobre o andamento dos trabalhos em seu estudo
encomendado p e l a Fundao Carlos Chagas e pelo INEP (Cartilhas e
Materiais
Didticos:
Educacional,
Sao
Critrios
Norteadores
Paulo/Braslia,
unanimidade na a v a l i a o
dos
1984),
para
uma
mostrando
que
projetos
por parte
Poltica
no
houve
das equipes
de
que
regionalizao
reforasse
as
desi-gualdades
questo
da
linguagem
regional
(dialetal).
Apoiando-se
em
restringe
um
universo
muito
limitado,
sendo
qual
se
abrem
seus
horizontes
para
mundo,
alm
das
Stella
Maris,
justificadas,
desenvolvidos
1985),
levantadas
no
slums
apesar
contra
das
os
americanos,
crticas,
era
p a r te
"pro
gramas
compensatrios"
trans_
postos
acriticamente
de
um
Manual
do
Professor)
que
foi
reformulada
heterogeneidade
regional
da
imensa
regio
abran
gida
pela
de
desempenho
das
crianas.
estes
"Entre
materiais
outras
partem
par
das ca
intrnsecas
do
105).
cia terica e
concebido
praticado
por
alguns
anos
no
Dis_
trito
Federal.
A m e t o d o l o g i a d i d t i c a desenvolvida pela pesquisadora
da Fundao Carlos Chagas e sua equipe (Ana Maria Popovic, Yara
Esposito, Maria Lucia Franco e outras) visava a criana margi
nalizada
urbanos.
Os materiais
didticos
prvios,
respeitar
cuidadosamente
os nveis
elaborados.
Neles
procuravam-se
p e r if e ria , o ritmo de aprendizado, as condies scio-economicas, o nvel cultural e lingstico. A Editora Abril/S.P. assu_
miu a editorao desses materiais que eram comprados, inicial_
mente pela Secretaria de Educao do Estado de Sao Paulo e dis_
tribuidos, gratuitamente p e l a s escolas da periferia da Grande
Sao Paulo. Outros centros urbanos interessaram-se pela
propos_
ligados ao
de Ivonilde
Morroni
no D i s t r i t o
Federal,
Ncleo
Bandeirante,
cidade
satlite
de
Braslia,
as
edu
educacionais
do
porte
da
Fundao
Carlos
de pes_
Chagas
para
compunha
de
tres
peas
essenciais
para
concep_
do
uma
metodologia
(desenvolvido
d e f ic i ent e s
por
de
ensino
Pierre
mentais)
na
ba seada
Vayer,
na
1976,
"pedagogia
do
concepo
1980,
oprimido"
do
corpo
1982
para
(de
Paulo
programa
se
d e s ti n ava
crianas
carentes
de
e metodolgico
(explicitamente
ressaltados
como vanta
regra
nao
apenas
teoricamente
e c l t ic o ,
reunindo
elementos
do
fundamenta
primria
do
Distrito
Federal,
eram
classificadas,
no
Na
pratica
escolar,
essa
mento
caracterizao
se
77-120).
A concepo do livro didtico ou dos processos de alfabetizaao adaptados s especificidades regionais e scio-eco
nmicas das crianas carentes seria v l i d a em contextos em que o
nvel
mdio
de
psiclogos,
pedagogos,
cientistas,
professo
isso,
confeccionado
proposta
em
sala
da
de
regionalizao
aula
por
um
do
livro
professor
didtico,
despreparado,
crianas
pauperizadas
desmotivadas
no
representou
uma
educacional
se ocorresse
e
uma
elevao
geral
do
nvel
de
ainda
25
(Grupos
de
Estudos
sobre
Educao
Metodologia
de
Grupo de Estudos
do
elaborao
de
materiais
didticos
adequados
para
o ensino
de
materiais
didticos
para
as
primeiras
sries
em
fase
de
obter
densidade
frutos
positivos,
cultural
maior
um
nvel
de
no entanto
uma
qualificao
de
da
m d i a brasileira.
Cabe, ainda, lembrar que a regionalizao, mesmo em con
dies propcias, somente faz sentido para os nveis iniciais de
alfabetizao.
Seria
inconcebvel
provinciano
pensar
na
sries
livro
didtico,
apresentar de forma
text-book,
simples,
manuel
scolaire,
clara, l gi c a
libro-texto,
e sucinta
o corpo
avanarmos
para
anlise
do
contedo
dos
livros
didtico,
gostaramos
de
limitar-nos
discusso
de
dois
pbli
ob_
matemtica,
etc.), cada
uma exigindo
seu pr prio
livro didtico.
Hoje o governo fornece gratuitamente mais ou menos cin
quenta milhes de livros didticos por ano, para as escolas pu_
blicas de todo o pais (no Mxico, com uma populao bastante
inferior a brasileira, sao mais de oitenta milhes, cfe. Bertussi,
1986), encarregando-se assim da compra de praticamente cinquen ta
por cento da produo nacional de livros.
Dentro dessa p o l t i c a governamental, fixada no PLIDEF
e na nova Poltica Nacional do Livro Didtico (1985),levantara-se
duas q u e st e s fundamentais. Primeiro, medida que o go_ verno
brasileiro e o grande financiador do livro didtico, nao teria
ele tambm o d i r e i t o e o dever de velar pela q u a l i d a d e
desse
seria
recomendvel
reduzir
os
gastos
anuais
do
li
vro
tpicos:
avaliao
do
livro
didtico
por
comisses/
para
este
fim
CNDL,
criada
em
1938.
Posteri
dos livros,
determinando quais
seriam
comprados pelas
gratuita.
27
avaliao
ou
indicao
em
nvel
federal
tir .
aos assuntos
tratados
e ao nvel de conhecimento e
realizados
na elaborao
de esquemas for
permitisse
dar conta
de vri os
capa,
papel,
tipo
de
letra,
desenhos),
at
os
do contedo curricular.
Neste
do
de
das editoras
(Oliveira, 1983a).
Ate agora, nem no Brasil, nem no exterior foram encon
tradas solues ideais, que atendessem a todos os interessados
no livro d i d t i c o no que d i z respeito a avaliao de sua quali
dade. Em nosso entender, a modalidade mais s a t i s f a t r i a seria a
criao de comisses mistas, integradas por representantes de
todos
os setores
da sociedade,
pr aticado
em
de
exerccio,
em
um
mesmo
nico
compndio.
Seu
uso
totalmente
individualizado.
Alegou-se a
Sovitica
(teoria
do
retomada
comportamento
nos
Estados
operante)
Unidos
Skinner
por
Thorondike
(teoria
behavio
unidade,
at
que
criana
acerte
quanti
dade
de
unidade.
aprendizado
se
d,
pois,
colocan
do
matria
1 apresentada
oferecendo
regras
do
pr
na
qual
ensino
programado
vai
depositando
os
seus
de
ensino,
funcionamento
implica
do
tambm
organismo
uma
humano
concepo
(dai
mecnica
comportamento
do
"operan.
te", "behaviorismo").
A moderna p s i c o l o g i a da criana r e j e i t a essa concep
ao do comportamento e aprendizado humano, sugerindo um modelo
terico alternativo, de outra qualidade. Trata-se, via de re_
gra, de modelos cognitivos q u e tm uma viso dinamica do pro_
cesso de aprendizado, em que a criana tenha um papel ativo na
construo
do
seu
conhecimento,
baseado
em
uma
interao
da
criana cora seu meio, representado por pessoas e objetos (Piaget &
I n h e l d e r , 1967; Wallon, 1979; Vigotsky, 1932 e muitos outros).
Ao optar pela introduo do livro descartvel, o go
verno m i l i t a r aceitou, tambm, a concepo psico-pedagogica do
aprendizado, calcada no behaviorismo, rejeitando o m o d e l o alter
nativo das teorias cognitivas. Essa opo ocorreu no j u s t o mo
mento em que norte-americanos e europeus c r i t i c a v a m essa po sio
terica e ideolgica (Case & Bereiter, 1984; Michelel, 1981).
Hoje, nos Estados Unidos e na Sucia, o livro descartvel nao e
recomendado pelos governos para as sries superiores,
por no
parte
(Roraenelli,
dos
funcionrios
1979,
p.
214).
As
de
instituies
editoras
brasilei
nacionais
passaram
ras
a
financia_
com
advento
da
Nova
Repblica
em
1985
procura
rein
(capa,
papel,
cor,
tipo)
da
edio.
Mas,
se
essa
me
na
qualidade
interna,
i.e.
na
reviso
psico-peda
como
uma
instituio
exclusivamente
assistencialista,
de alimentos
se
31
estruturais
da
sociedade
brasileira
ocorridas
a exatamente vinte
por cento
do
Veja
de
15/10/80).
Surge,
no
entanto,
um
parado
xo
de classes
brasi_
dimenses
cada
vez
maiores,
levando,no
incio
da
anteriormente
organismos
estatais
dispersos
por
outros
crian a
ministerios
de
Leitura")
Literatura
(FAE/MEC:
Infantil
Programas
em
de
Sala
de
Assistncia
Aula:
ao
"Salas
de
Estudante,
lana,
ainda
em
1985,
alm
de
medidas
de
melhoria
do
um
total
de
trinta
milhes
de
habitantes
das
popula
oes
carentes
um
dado
inevitvel
insupervel
da
sociedade
dos
Municpios,
para
atender
programas
de
379, p. 51 do
distribuio
de renda,
garantia
de emprego,
momento, a p o l i t i c a
do livro didtico
poder
se
dirigindo
prioritariamente
crianas
"carentes",
as demais (eco
burocrtica
preferencialmente
assistencialista,
poltica
limitam-se
discutir
da
questo.
nmeros,
Os
documentos
recursos,
oficiais
cronogramas
se
restringiu-se,
p o l it i
Joo
Batista
Arajo
Oliveira.
Este
pesquisador,
pareceu
assessores,
professores,
alunos,
cientistas,
da
e gratuita
nas escolas,
dentro
de uma escala
de
p r i o r i d a d e s cuidadosamente elaborada.
Por isso os d i f e r e n t e s governos tm vacilado entre a
centralizao e a democratizao da poltica do livro did
tico, oscilando de um extremo a outro. Ora, sao indeseja veis
tanto o excesso de centralizao (que culmina em cen sura
poltico-ideolgica
do
livro
didtico)
quanto
uma
de
fora,
fazendo
seu
grande
negcio,
mas
prejudicari
do
es
acompanhada
de
uma
reduo
gradativa
de
recursos
anca carente.
(e) A p o l tic a do livro d i d t i c o no Brasil permanece, apesar
das inegveis boas intenes da Nova Repblica, uma colcha
34
integrada,
sistemtica,
sociais profundas.
voltada
para
transformaes
contrata
distribuio
gratuita
pelas
escolas
oficiais.
modelo
brasi
Livro
instncias
estatais,
que
com
isso
fazem
indiretamente
sua
do Estado,
dentro
da
mesma
editora.
As
da oferta,
variaes
entre as
ocor
rem
em vrias
etapas
intermedirias do processo
de prodii
(papel,
tinta,
mquinas,
etc.)
ele
assegura
os
vro pronto, ele promove sua entrega nas escolas, fretando cami_
nhoes, barcos, lombos de burro (cf entrevista de Carlos Pe_
reira, Presidente da FAE a L e i a de dezembro de 1986); e, como
d i v ul g ado r do livro, funciona como seu intermedirio e comerci
alizador, fornecendo listas dos livros- produzidos aos profes
sores de escolas, para que estes possam fazer a sua escolha. Em
certas ocasies, o E s t a d o ainda assumiu as funes de avali ador
da q u a li da d e do livro ou de censor.
O envolvimento m l t i p l o do Estado com o livro d i d t i _
co e a relao ambgua com seu processo produtivo confirma a
tese de Offe (1984) de que o moderno estado c a p i t a l i s t a assu me,
em
suas
mltiplas
facetas,
papel
do
grande
articulador,
caractersticas
consumidor,
de
atenuando,
regulador
com
suas
do
mercado,
medidas,as
investidor.
tenses
sociais
e
e
questo,
contrastando
negativamente
com
seus
colegas
menos
tres
ngulos:
(a)
os
gastos
pblicos
com
de
livro
distribuio
gratuita
do
livro
didtico
nas
es
colas pblicas.
"O Programa Nacional do Livro D i d t i c o , de responsabi
lidade da FAE - Fundao de Assistncia ao Estudante, comprou,
para a distribuio em 1986, a estudantes de codo o pas, apro
ximadamence 45.000.000 de livros didticos, dos quais, a maior
parte, livros que atingem da alfabetizao 4- srie do 1 grau.
Se dermos aos livros um preo mdio de Cz$ 30,00, pode_ mos afirmar
que a nao brasileira gastou por volca de Cz$ .. 1.350.000.000,00
na
compra
destes
livros,
ou
seja,
em
outra
'moeda',
salrio mnimo e
1).
que
didtico
assim se beneficiam
para
Estado.
Em
outras
c i f r a s,
dos
800
remet-lo
as
tbelas
cuidadosamente
montadas
pelos
do Programa do Livro
Didtico
oes,
dos no
as
queda
ver
39
TABELA
1.
BRASIL PROGRAMA DO LIVRO DIDTICO ENSINO FUNDAMENTAL - PLIDEF
TTULOS, TIRAGEM E RECURSOS APLICADOS 1971-84
AQUISIO E/OU CO-EDICO
ANO
TIRAGEM
TTULOS
114
1971
LIVRO
MANUAL
7057 637
175 496
1972
212
7 812 857
225 998
1973
223
7 343 945
215 663
1974
1975
220
235
6 965 629
10423 190
234 212
347 553
1976
292
10 675 370
520 408
1977
1978
112
165
18 904 428
17 788 313
610850
578 285
1979
1980
233
325
16 209 7 79
14 096 206
528.971
462 958
1981
239
10 1 12 308
335 923
1982
346
11 828 304
464 735
1983
1984
(1) 415
1 1 748 691
20 720 018
469 878
830 037
CADERNO/ATIVIDADE
TOTAL
RECURSOS
APLICADOS
(Cr$)1 000)
7 233133
166518
44 236
20 761
9 038855
24 056
7 559 608
32297
7 199.841
10.770.743
46 479
35 542
11 1 9 5 7 7 8
111 752
19 5 1 5 2 7 8
18.366598
218 107
274 733
16 738 750
14 559 164
360 731
543.579
10.448 231
754 741
12 293.039
1 709 989
12 385 087
21 594 291
3 433.632
26 198 163
1972 82
Relatrio de Atividades
1983
FAE/DAOP
1984 Nota: A distribuio dos exemplares se da no ano imediatamente seguinte ao investimento (licitao
e co-edio) (1) A quantidade de ttulos refere-se somente 1 Fase.
Fonte:
GRAFICO 1.
BRASIL EVOLUO DO PROGRAMA DO LIVRO DIDTICO ENSINO
FUNDAMENTAL A NVEL DE TTULOS, LIVROS E MANUAL DO PROFESSOR
1971-64
ANO BASE: 1971
tiginosa
por parte
admi
Didtico,
lanado
no
segundo
s e m es tr e
de
1985
pelo
Presidente Sarney.
A meta da FAE para o ano de 1987 foi d i s t r i b u i r 52 mi_
lhes de livros, fazendo-se a s s im um esforo de aumentar em 10%
os i n v e st i m en t os p b l i c o s no livro didtico. com isso, a FAE
d e v e r chegar a Cz$ 2,5 a Cz$ 3,O b i l h e s de cruzados de gastos
anuais, somente para o livro didtico (cf- entrevista concedida
pelo Presidente
da Leia em d e z e m
bro de
1986).
A produo do livro didtico pelas editoras
Estado
aproximadamente
trs
transfere,
bilhes
pois,
de
anualmente
cruzados
(no
um
capital
valor
da
de
moeda
do Estudante,
nao seria
uma Fundao de
toras.
Segundo dados
publicados
pelo
Sindicato
Nacional de
por
aproximadamente
30
editoras
especializadas
editoras
na
con
uma
o que lhes
pode
paga
adiantado
uma
p a r te
da
tiragem.
"Isso
de
c e rta
de um
85).
um clculo
do custo
de um
no preo
da unidade esto
reproduzidas
na
tabela (2).
Weissmann (1982) e Oliveira, J.B.A. (1983a) asciare cem
que o clculo do custo do livro d i d t i c o extremamente di fcil
nao somente pelas mltiplas variveis a serem considera das, mas
tambm pela imprevisibilidade de variaes que podem ocorrer em
relao a um ou outro componente (falta de papel, tin ta, etc.).
Oliveira
lembra
em e s p e c i a l
que no clculo
encomendas
compras,
as
normas
tcnicas
que
li
mitam
fatores
acima referidos
(1981),
dirigido
autoridades
pblicas,
os
l i v r ei r os
cus
43
TABELA 2
pais,
do
professor em aula. E, finalmente, justificavam o livro pela incluso de inmeros exerccios e atividades, destinadas aos alu
nos, que seguiam os padres do ensino programado, baseado na
m l t i p l a escolha e no reforo, considerados as ltimas aquisi_
es da cincia (cf.
O l i v e i r a , 1983a).
Podemos
anuais em torno
p e r f ei ta m e nt e
falar
de Cz$ 2 b ilhes
para
esse
setor
do
de
da
empresarial oligopo
lstica.
O livro didtico no Brasil uma mercadoria produzida
pela indstria cultural, assumindo assim, todas as caracters
ticas dos p r o d u t o s dessa indstria.
Em p r im e ir o lugar, trata-se de uma produo em gran des
quantidades, d e s t i n a d a a grandes massas. Somente a carti lha
Caminho Suave de Branca Alves vendeu, d e s d e o seu lanamen to,
mais de 40 milhes de exemplares. Os livros de ingls de Amadeu
Marques e de historia de Maria Januria Vilela j ultra passaram
a respeitvel marca de 10 milhes de exemplares. O avi tor dos
livros de portugus para o 1? e 2? graus, Paschoal Se galla j
vendeu
em
30
anos
12
milhes
de
exemplares.
Somente
sua
10).
45
como segunda
caracterstica
de produto da indstria
de
uniformizao
em
vigor
no
mercado
livreiro.
Os
re
e manuais improvisados.
m a n us c rit o
lizado.
Um
Recebem um percentual
encaminhado editora,
manuscrito
lanado
que
sobre
cada
chances
de
mercado,
mais
prximos
da
norma
("currculo
mnimo"
"guia
sua
homogeneidade,
mediocridade
rotina
(repetio
dos
caracterstica,
cabe destacar
o carter
bem-estar,
para
impedir
que
os
consumidores
se
deem
apoderar
do
cio
do
consumidor,
nao
lhe
deixa
tempo
para
da
criana
frustrada
do
verdadeiro
da indstria
cui
Consideraes gerais
analisado
se_
enfoque
psico-pedaggico
dos
contedos;
(e)
en
foque
no
pertencem
os
critrios
de
classificao
aos
de
Osman
Lins
nos l i v r o s - t e x t o
(1977)
(c)
italianos
c r t i c a
em I
ide
logia
Pampini Bugiardi de
importancia
na
anlise
dos
livros
didticos:
seu
embasamento
da lngua
portuguesa
(e estrangeira)
e a dimenso
em que a clareza
de exposio
autor
analisa
h a v io r ist a ,
fundo
os
pressupostos
da
psicologia
be_
os processos
de
processo
de
alfabetizao
baseado
no
behaviorismo/asso
facilitar,
sobremaneira,
em
sua
vida
futura,
publicadas
da b i b l i o g r a f i a
gia
marcante e dificilmente
supervel em agude_
sua
distncia
com
relao
aos
problemas
da
realidade
prossegue
autor,
ela
assume
um
tom
desagradvel
de
incluem
autores
contemporneos,
como
Carlos
Drummond
de
ldico
e a pretensa
mercadolgico
automveis,
do livro i explcita:
sabonetes,
cigarros,
bebidas,
"Assim
se vendem
en ceradeiras,
etc.
poderoso.
mesmo
mecanismo
transposto
para
campo
da
p. 129).
de
Samir
italianos,
Curi
Meserani
s o b re t ud o
de
(1980),
iniciao
"rene
em
textos
leitura,
de
cons
sentido
da
palavra:
imitao
contestao.
no
A imitao
risvel
brasileiro
lianos
as
nao
ser
imbecilidades
difcil
escolares
associar
aos
textos
ita
nacionais."(Meserani,
in:
que
procuraram
transpor
para
contexto
brasi-leiro
semilogo
Chagas
mentiras
(1979),
sua
principal
fonte
de
inspirao.
No
en
italiana"
...
"a
nossa
bela
lngua",
etc,
sao
fecundos
de
Ideologiekritik
Brasileira,
tda
via,
da ideologizao decorrente
do livro-texto
sobre
que
nao
explica,
contudo,
por
que
uma
criana
sofre
e f e i t o da i d e o l o g i zaao e nao outra, sujeita s mesmas investidas ideologizadoras, vindas da mesma fonte. Bonazzi & Eco procuram
e s c la r ece r que a banalizao e unidimensionalizaao dos temas,
problemas,
conflitos,
via
livro
didtico,
decorrem
da
zaao, e, por
contexto
53
ser criticado,
Em um
do professor,
para
hoje
atua
nas
escolas
brasileiras
substituindo-o
por
um
do
livro didtico.
Os novos estudos e sua distribuio geogrfica
sobre o livro
contedos.
de
Campinas),
que
mais
intensamente
se
trabalhou
Fa
mais solicitados
pelos
o acervo na rea
de publicaes
do livro
e/ou
didtico;
reunies
(c) d i v u l g a r ,
cientficas,
o material
equipe
para a
Lombello,
culados
Jos
Cardoso
ao I n s t i t u t o
Grisolia
Geraldi,
Paes
de Estudos
Hilrio
de
Almeida
Filho,
todos
da Linguagem, Corinta
Fracalanza,
vin
Maria
Franco,
cologia
da
desenvolvidos
1981,
USP
Balau,
1982
(Universidade
trabalhos
e
de
teses
outros).
So
de
No
Paulo)
peso,
Instituto
foram
sobre
os
de
Psi
igualmente
contedos
Pau
55
Sisto,
1983;
Lima
Verde,
1985).
Em
S.J.
do
Rio
Preto,
Brasileira
publicaes
Fundao
para
Ensino
da
Cincia)
com
vri
as
Carlos
Chagas
(FCC)
que,
em
incios
dos
anos
seten
Suzie
(1984),
Sperber
dando
seqncia
pesquisas,
era
geral
pesquisadores
em
uma
instituio
de
pesquisa
ou
univer_
sidade nao pode ser vista de forma rgida, j que muitos deles
tm mltiplos vnculos, sendo freqente um professor e pesqui
sador da UNICAMP estar adicionalmente vinculado PUC ou I FCC em
Sao Paulo, ou a ambas.
Depois da rea p a u l i s t a segue a rea do Rio de Janei
ro, onde i m p o rt a nte s estudos foram e esto sendo realizados.
J tivemos ocasio de referir-nos Associao Brasi_
leira de Tecnologia Educacional, centro de pesquisas em que Joao
B a t i s t a Arajo e Oliveira, um dos mais incansveis debate_ dores
dos problemas do livro didtico no Brasil, tem desenvol_ vido,
com uma equipe de pesquisadores, trabalhos sobre a hist ria,
poltica
e economia do l i v r o
centro,
pela
V.
Telles,
Brasileiro,
Marilena
Maria
Guersola,
Antonieta
Miriam
W.
Pirrone,
Chaves,
Ma
ria
Neila
Teresa
G.
Alves,
P o r t ug u s
Matemtica,
(Comunicao
seis
colees
Expresso),
de
seis
cole
Biologia/Qumica
es
de
F isi c a
Menciona,
como
exemplo,
poema
de
Luiz
Vi
tor
Paulo),
recomendado
para
"atividades
de
reflexo
(23/03/87)
financia e q u ip e s
Em
Aberto:
de pesquisa
Livro
Didtico
(23/03/87),
como
educao,
na
escola
(Zilbermann,
1981;
Wagner,
1983;
Cader
dispersos
pelas
grandes
capitais
brasileiras,
poderia
ser
de que
nao nos
foi
possvel
fazer
did ticos
dois
grupos:
os
preocupados
em
analisar
fundamenta
ao
segundo,
e filosfica.
Incluiremos
no segundo grupo as
anlises dedicadas a reas especficas do saber (ciencias naturais, biologia, fsica, matemtica, histria, portugus, etc.)
visando a denncia do tratamento ideolgico dos problemas, bem
como a c e r t o s
temas e s p e c f i c o s ,
anterior.
apontadas
no
campo
Ainda assim
psico-pedaggico
por
Grisi
(1951)
fazem
nem
sempre
seguido
pelos
analistas
moder
nos,
aspec
que
tos do
nao
surpreende
que
uma
das
melhores
definies
muito
(Cf.
Fleury, 1961,
p. 174-177).
no inicio d e s te
traba
Domingues
de
Castro
(1973)
fez
reviso
do
conotao
de
"forma
mais
adequada
de
ensi
nar",
forma
mais
transmitir
simples,
criana
clara
compreensvel,
conhecimento
de
certas
procu
ra
disciplinas
estudo
exaustivo
das publicaes
Brasileira
cados sobre
laborioso,
sobre
autora
o tema da d i d t i c a
seguiu
na Revista
por
quase quatro
s d i f e r e n t e s
instrumental; os estudos em
de
raciocnio
das
crianas
(nfase
na
teoria).
E,
verdadeiramente
cientfica
da
questo,
realizando-se
pes
com a assimilao
de P i ag e t
e sua psicolo
gi
uma
adequao
do
material
didtico
ao
e s t g io
se
do comportamentalismo (behaviorismo)
em
que
transcendem
sao
importantes
para
p r ob l e m t ica
a
sua
do
livro
discusso
didtico,
fundamentao
mas
que
psico-pedag
epistemolgicas
nas
quais
se
assenta
ensino
Patto
(1973,
Grossi
Freitag
(1984,
1986).
Esses
trabalhos
estu
dam
os
relao
ambiente
com
processo
de
ap rendizado
na
escola
de cunho psico-
ou ao
e scio-
revolucionando
todas
as
certezas
desnu
dando
nossa
dos livros-texto,
do trabalho
Nilda
(1986),
Alves
na
da
equipe
pesquisa
de pesquisa FLACSO/INEP de
da
UNICAMP
era
andamento,
co
de avaliao
textos
e crtica
didticos.
Assim,
dos contedos
equipe
veicula
preocupou-se
em
dos
ca_
nao
cientficos,
conceitos
pressupostos,
conceitos
conceitos adquiridos
emp_i
chegam
escola,
deixando
de
explicar
conceitos
com
Ribeiro,
1981;
Balau,
1981;
Sisto,
1983,
Va
lente,
Bereiter
(1984) e Piourt
(1981) de
mesmo tempo revelam, deixando clara a baixa qualidade dos tex tos dos
livros didticos em uso no Brasil, que essa tendncia para uma mudana da
fundamentao p s i c o - pe d a g o g i c a e l i n g u i s t i ca ain da nao se faz sentir
no prpri o material didtico. Isso nos de fronta com a dura realidade de
que
os
livros
didticos
contemporneos
ainda
esto
sendo
e s c r i t o s,
crticos
que
analisam
os
contedos
transmitido s
por
esses
livros, servem por enquanto como denncia da defasagem temp ral em que se
encontra o processo educacional brasileiro, ca_l cado em premissas e
fundamentos epistemolgicos e pedaggicos equivocados. Os crticos e
analistas
b r a s i l e ir o s ,
que
acompa
nham
discusso
internacional,
sobre
a poltica,
ser
estudiosos.
dada
Por
pelas
sua
vez,
universi d ades,
quando
as
centros
instncias
de
deci
p e s q u i sa
srias
tomam
seu
jargo
inacessvel,
por
seus
de_
ba tes
excessivamente
para
r e o r i e n t ar os c o n t e d o s do livro di d t i c o .
livro
didtico,
pedagogico
interes sante
lingstico
no
verificar
includo
que
ou
debate
absorvi do
psicope
los
do li vro
implci
63
discriminao
racial,
seja
presena
de
esteretipos
machistas a u t or i t r i os e ufanistas.
A maior parte dos e s t ud o s se a tm a dois modelos te
ricos que v i e r am da Europa e foram trazidos mais ou menos na
mesma poca para o Brasil. Um d e l e s recorre concepo materi_
alista da historia de Gramsci, concretizada em seu modelo pol
tico
do
bloco
histrico
mais
tarde
operacionalizada
por
Bugiardi
anterior.
Esses
explicativa
(1972),
modelos
amplamente
discutido
no
subtpico
mas a p r op r iad o s
(cartilhas,
livros-texto
em
diferentes
nveis
de
especficos)
tornam-se
montonos
e,
por
sua
vez,
ide
de
classe
mediante
ideologia
veiculada
atravs
dos
1979; Faria,
1981;
contida
no livro didtico
serve
para consolidar
sao
unanimes
apesar
das
diferenas
de
nfase
em
ignorando a tese
em negativo
de Marx de que
a re a lid a d e
est
as relaes
de produo sao ci
primeiro
lugar,
inserir
livro
d i d t ic o
no
conjunto
de
especfico
desse
livro
no
sistema
ideolgico
global,
que
ideologia
contida
no
livro
didtico
traduz-se
em
para
fazer-se
anlise
da
sociedade
ita
liana
(ou
leite a outro
menino que mora numa casa com aquecimento central, nao precisa
trabalhar e ao que consta, nao magro. A "aurora", o "sorriso", a
"esperteza" sao os disfarces dessa crua reali dade a diferena
entre duas crianas de classes distintas.
E, finalmente, o problema da criana carente dificilmen
te pode ser tratado de forma adequada no livro di d ti c o, por mais
que
ele
explicar
procure
o
retratar
mecanismo
de
ambiente
extrao
de
fala
da
mais-valia
favela,
do
ou
sistema
capitalista de produo.
Por isso, acreditamos que seria muito mais interessali
te mostrar nesses e s t ud o s como o p r o f e s s o r e ou nao capaz de
lidar com esses contedos para desmascarar o s i g n if ic a d o real,
o c u lt a do e disfarado pelo texto do livro, e como os contedos
so percebidos, absorvidos e re trabalhados pelas crianas,
se_
desvendar
(ou
nao)
as
contradies
as
"belas
mentiras"
de seu texto
pela
criana, incorrem
no
erro dos
(1981),
originalmente
defendido
como
tese
de
mestrado
na
textos
didticos,
autora
se
deu
trabalho
de
entre_
de
trabalho,
das
relaes
de
classe,
de
patro
em
coletiva
enquanto
soma
de
trabalhos
(funes
no
aparelho
ideolgico
do
estado.
Portanto
escola
que
pela
(ibid.
escola
pg.
primaria,
79).
livro
que
saber
didtico
tambm
de
v e i c u lo
de
que
tinham
as crianas operrias
essa concepo
ja sintetizada,
13) .
esta
viso
e,
portanto,
estaria
tambm
ele
con
p. 16).
se
julga
em
condies
de
responder
positivamente
essa
est muito
mais
67
de
Faria
(1981)
apesar
dos
indiscutveis
mritos
Ao
entrevistar
as
crianas
operrias
da
escola
haviam
sido
"receptculo"
da
endotrinao
b u r gu e sa
dos livros
didticos
em questo.
Negligenciando
as
dificaao
de
mltiplas
mensagens
por
da seleo
p ar t e
da
e deco
criana.
Um
fica evidente
se apropriam
na
programado, censurado,
palavra
escrita,
gerada
em
diagramado e
situa
ao
luz do conceituai
marxista
do trabalho
e a ele
como
na
prtica
seria
difcil
sustentar
essa
tese.
Correa
didtico:
Junior
"Ama
um
pequeno
trabalho
operrio,
contido
em
oficina/onde,
um
entre
livro
amigos
no trabalho
porfia/com
o trabalho
em
dia a dia,/
12).
uma t e n t a t i v a
de obter
pelo
"inaltecimento moral do
mais
sofisticada
resgata
liao
dada
por
Marx
no
e grande indstria,
que
revolucionava as
relaes
de
se
lembra
das
passagens
fundamentais
da
desapro
capital,
reconhecer
no
poema
um
momento
pr-capitalista
e desmoralizao
nas condies
individual
se
reconheceria
novamente
no
produto
do
seu
sua
69
conscincia histrica.
Um professor c u l to e treinado poderia tomar este tex
to do Pequeno Operrio como p o n t o de p a r t i d a para desenvolver
tda uma argumentao c r t i c a no sentido a p o n t a d o por Marx.
Dessa forma, o texto estaria longe de "reproduzir as
relaes de classe", e sim serviria para o seu questionamento,
teoricamente fundamentado.
Da maneira como Meserani (1980) ou Faria (1981) e mui_
tos outros tendem a ler os textos didticos, eles sempre esta_
riam a servio das classes dominantes. Suas anlises no tra zem
por isso mesmo, apesar do recurso material emprico novo, nenhuma
novidade,
desembocando
sempre
numa
interpretao
teri_
ca
produo.
"Le
capitaine
Jonathan/E
tant
de
dix-huit
son
tour,
un
oeuf
tout
blanc/Do
sort,
l'on
ne
fait
pas
d ' o m el e tte
avant."
(Robert
burguesas.
Mas os li
afirmar que
todos
eles
limitam-se
a reproduzir
dos textos
Grande
nacionalismo
racial
que, explicitamente se d e s ti n a
ao ca
analisa
gua
ou
onde
custo
da
gua
tao
elevado
que
seria
im
tiveram
ampla
discusso
nesse
ensaio,
quando
expusemos
lingstica
do
meio
infantil.
Dificilmente
uma
extremo:
a realidade,
autenticidade
e criatividade
das
burguesa:
ideologia
do
"povo".
Ora,
se
da
ele,
com
tanto
homem
rondando.
Ela
devia
de
1985, p.
3.483).
obviamente
nao
tange
os
problemas
que
aqui
nos
in_
contradies
de classe,
textos,
ou
seja,
retratando
realidade
de
uma
nica
classe?
Ousamos questionar, nisso concordando com Bonazzi & Eco,
Nosella
Faria,
Mariz
tantos
outros,
possibilidade
de
formular
"subcultura" (Oevermann).
de
vida,
sua
linguagem
sua
"c ultura
da
pobreza"
e condio de classe
com
nao
suficientes.
escola
livro
didtico
que
negarem essa universalidade I criana oriunda das classes populares esto reforando, com uma segregao cultural, a segrega
ao scio-econmica em que ela j vive de fato. Pois o elemen
73
1976)
(Grisi,
1951;
ideolgica
Castro,
(Bonazzi
&
1973),
Eco,
literria
1972),
estabe_
equipes
interdisciplinares
dedicam-se
de
forma
Braslia,
a regio
nordeste
(Fortaleza, Recife,
at
recentemente
predominante.
Essa
nova
teorizao
fornece
outro,
conseguido
sem
que a maioria
desenvolver
urna
dos estudos
pesquisa
te_ nha
metodologica
ou
brasileiros
refere-se
questo da criana
feliz
e p r o v e i t os a
para
a emancipao dessa
enor me
categoria social.
(g) Lamentavelmente os
p e s q u isa d o re s
brasileiros
nao se apro
(1976)
Bettelheim
&
Zelan
(1981),
Benjamin
do
livro
didtico
(descartvel)
introduzidas
na
J a q ue l ine
Argentina,
Tschukowski
(1969)
na
Held
(1981)
na
Ulrike
Bastian
Unio
Sovitica
Frana,
(1981)
na
acentuam
Jesualdo
Alemanha
em
seus
e
es
crticos
literrios
que
atua
no
Centro
de
no
qual
foram
gerados
ou
compilados
os
rejeita
contos,
75
filosofia
da
histria
de
Valter
Benjamin,
pre_
As analises de
contedo
anos
ocorridas
assinalar
duas
nos
ltimos
grandes tendncias.
vinte
A primeira
p e r mi t em
re vela um
crticos
e i n t e le c tua i s
do outro.
A segunda
as ideolgicas
artigos
examinados
procuram
de
uma
ou
outra
forma
"
gumes,
vindo
prejudicar
prpria
causa
da
eman
laoes de produo.
Estamos convencidas de que modificaes de superficie,
em somente um dos elementos que integram o processo
educacio
de
d i f e r e n c i a o e consolidao das c l a s se s .
Juntamente com o livro didtico, que necessariamente
teria de ser um livro universal, de qualidade, e durvel, deve
ria
ocorrer
tda
educacional,
professor,
uma
reformulao
comeando-se pe l a
como agente
central
reorientao
valorizao
do processo
do
sistema
e qualificao
educativo,
do
e que
Consideraes gerais
Do p o n t o de v i s t a do uso, h tres c a te g o ri a s de
usua
i n s tr u m en t o
no
aprendiza
do Estado,
enquanto c o m p r a d o r
e ao livro
texto
e de
e utilizado
mais
estudos
se
referindo
esse
primeiro
que
ao
segundo aspecto.
Joo Batista de Ol iveira (1985) procurou estudar o uso
do
livro
didtico
no
primeiro
grau(
enfatizando
as
primeiras
abrangendo ura t o t a l
nem
atravs
das
Secretarias
de Educao
ou das Supervises
Em
menos
de
12%
efetivamente
dos
casos,
trevistado
quem
escolheu
(Oliveira,
foi
livro
professor
que
en
adotava."
livros
referem-se
e s s en c ial m e nt e
adequao entre
1%
dos
casos
declararam
ter
seguido
sugesto
de
uma
de
reas
rurais
desconheciam
reunies
dessa
na_
p. 103).
papel
i m p or t an t e
no
processo
de
seleo
adoo
que
realizado pelos docentes, visto que se encarregam de lhes informar sobre os ttulos que sao colocados no mercado, mantendo
para tanto, um ca dastro de s t es p ro f i ss i ona i s que delas rece
bem, gratuitamente, os livros ou as reedies quando r e v i s t a s
ou modificadas.'" (p .
100).
estes
contedos,
f r o nt a lme n t e
com
suas
mesmo
quando
idias
os
pessoais
textos
e
se
convices
cho
cam
mais
pro_
fundas.
"como se nota, os professores chegara a perceber a des_
vinculao da disciplina cora a realidade objetiva, mas prova
velmente pelo tipo de formao que receberam, no conseguem ar_
ticular
estas
transmitem.
entrevistados
dificuldades
Tal
fato
nao
diretamente
tornou-se
questionaram
com os contedos
e x p l c i to
estes
contedos
medida
e
que
que
tomaram
os
como
p. 103).
mas
passa
assumir
carter
de
"critrio
de
as professoras
entrevistadas
mos
do
tacitamente
de Educao.
Finalizando,
a autora
chega
tendncia
para
"unidimensionalizaao"(Marcuse)
en
tre
autores
e d i to r es
bem
como
maneiras
do
professor
de
aula.
como
temas
fortes,
tinham
sido
carac
terizados
ou
de
entrevistados
agresso
fsica
concordaram
com
moral.
73%
afirmao
dos
de
pro
que
fessores
tais
temas
quais
os
alguns
destacavam
c ont e do
gramatical
do
livro,
efeti
que
estava
professores
utilizando
declaravam
em
gostar
sala
do
de
aula
livro.
(73%).
metade
Em
dos
75%
os
entrevis
inteligente,
nem
estimulam
reflexo
crtica."
p. 30).
indicao
dos
heterogneos
seus
(aspecto
livros
baseados
grfico,
envio
em
criterios
gratuito
bastari
do
livro
te
pela
etc.).
denominador
comum,
no
entanto,
sua
exte
no
contentamento
geral
Segundo Alves o p r o f es s or
dos
gosta
professores
com
seu
li
vro.
autoridade
absoluta,
sentido,
os
livros
contedo
ideolgico
parecem
do
critrio
estar
livro
ltimo
de
verdade.
modelando
os
professo
absorvido
pelo
Neste
res.
professor
O
e
mediador
dos
contedos
ideolgicos
veiculados
pe_
los
interpretar
lgico,
os
emaranhados
caminhos
do
labirinto
ideo_
dades".
A questo
da ideologia
do livro didtico
se torna,
das
quin ze
um
jornal
de
vez
em
quando.
Mais
de
80%
dos
m e s t r es
O l i v e i r a et alii, 1984,
p. 98).
Em um depoimento colhido
pela
Fundao para o L i v r o
"Ah
........ as mi
eu
acho
que
sou
saudosista
...
leio
e torno
muitos
livros
p. 24).
de textos
literrios.
com excessao
de cinco
pro_
"No seu t r a b a l h o
com alunos
pr-adolescentes
(11 a 14
recebeu
resposta
de
uma
das
professoras,
li
em
se
detalhadamente
1981,
dar
toda
linha
com as respectivas
de
movimentos
literrios
caractersticas."
(Rocco,
p. 27).
A dificuldade do professor de lidar com o texto lite-
de
sua
funo
social
pedaggica
se
evidencia
em
outro
estudo, realizado em Braslia e j citado anteriormente. A autora apresentou a mais de 3 00 professores da rede oficial e
p a r t i c u l a r de ensino (Braslia, Belo Horizonte e Rio) a seguin
diante dessa
afirmao os profes
4%
discordaram
concordaram
plenamente.
plenamente,
31%
Das
professoras
discordaram
10%
leigas
59%
concordaram
em
professores
licenciatura
leitura
nas
leigos,
p l en a
15%
mais
do
que
admitem a dimenso
escolas,
resultado
dos
professo
ldica
surpreendente
res
de
e e s t t ic a
da
pouco
lisoti
da
PUC
do
Rio
Grande
do
Sul,
em
que
foram
aplicados
291
melanclica
de
que
essas
professoras
se
revela
ram
de
seus
alunos.
Regina
Zilbermann
(1981)
procura
iri
p. 121/2).
sua
85
o prazer
da leitura,
a curio
o professor
da razo e do s e n t i d o
mais
de
grande
parte
do
alunado.
Estamos,
ao
contra
rio,
brasileira
para
fato
de
que
eles
esto
negligen
ao
do professor,
livro
da disciplina
pesquisada,
nao
7).
pertence
grande
parte
das
crianas,
como
caso
das
crianas carentes .
Pressupondo-se, contudo, que o livro chegue s mos da
criana
matriculada
em
uma
escola,
interessa
saber,
nao
so
o material
algumas afir
maoes.
Em seu estudo
anteriormente mencionado,
feito
em 36
58
alguma
utilidade.
Mas,
quando
se
pede
que
precisem
de
regra,
autora
observa
pouca
crtica
aos
contedos
alarmante
Conselhos
entre
Federal
programa
Estadual
de
ofici
ai
prescrito
ensino,
os
contedos
166 e seguintes).
Em trabalho recentemente realizado pela Secretaria Es_
contedos
lingsticos
em
cartilhas
usadas
para
alfa
elas
Caminho
Suave
Brincando
com
as
Letrinhas)
18
simples
inadequao
da
cartilha,
gerando
possi_
e a produo de
dos
livros
didticos
da
terceira
serie
na
rea
de
interpretao
(intertextualidade)
no
terceiro,
busca-se
in
tra
realizadas
decodificaoes
automticas,
sem
que
sejam
soli
de envolvimento, p a r t i c i
p. 86).
estudo
procurou
verificar,
se
uso
dos
livros
ou
Vayer
estavam
a
e
adoo
do
assimilado
mtodo
por
de
alfabetizao
Ivonilde
Morroni
calcado
(Projeto
em
ABC),
colaboradores.
Confrontando-se
desempenho
de
cada
calculadas
as
percentagens
das
crianas
que
cairam
em
seu
nivel
de
desem
i., um
por
Vayer
Morroni i.e, . um m t o d o
apresentavam
percentagem
decorrer
um
melhor
desempenho
(ou
se_
uma
espontnea,
ja,
comparadas
crianas
submetidas
e da fala
ao
todo
crianas
nao
apresentavam
diferenas
estatisticamen
te
lgico
da
fala
espontnea
das
crianas
livro
que
Apesar
crianas
desse
alfabetizadas
resultado
por
pelo
mtodo
ns esperado,
expe_
isso nao
p. 70).
infantil brasileira. Em
crianas
foram
submetidas
ao
estmulo
do
programa,
en
favorecem
desenvolvimento
do
desempenho
controle
contra
expostas
1985
protocolos
presen-
nao
re_
seus
Maria
li
se
dois
es
respos
tas :
"Indagados se gostavam de 1er e produzir textos, a
grande
en
excees), sobretu
scio-
de que tanto
o livro
em O Estranho
mundo
91
as
quais,quatro
meninas)
de
11
anos.
Ao
cabo
das
uma
histria
exigncias
ser
apontando
boa
...
caminhos,
Fazendo
que
suas
deveriam
observaes
ser
mais
apro
(e pra
(Abramovich, 1983,
gente
p. 44).
realizar-se
numa reflexo
profunda
sobre
as razes,
ateno especial
fessor e o aluno.
Dos poucos estudos empricos que discutem esse aspecto, os
estudos sobre o uso do livro d i dt i c o pelo p r o f e s s o r so
mais freqentes que os estudos sobre o destinatrio ltimo
do livro: a criana, respeitando muito mais os decretos de
lei, prescries do Conselho Federal, as leis de mercado e
92
entre
critrios
que
professores
os
levam
para
adotar
conhecer
este
ou
os
motivos
aquele
livro,
externos
ao
processo
pedagogico.
As
ra
zes
sugeridos
pe_ Ias
em
argumentos
prprios,
elaborados
com
base
em
em
sala
esttico
feitas,
de
aula
ldico.
sao feitas
nao
pode
estar
As
recomendaes
com
defasagens,
associado
de
ao
prazer
leituras,
quando
a cartilhas
e livros didticos
pouco
gosto
pela
leitura,
literatura,
escrita
compreen
93
isso,
at
agora,
apesar
dos
livros
didticos
dos
professores desestimuladores .
Os estudos ate agora realizados sobre o uso do livro did
tico deveriam ser intensificados,
focalizando-se antes
de
excelente
ensino
promover
um
extraordinrio
apren-
em
sala
requisitos
de
aula
suas
leituras,
com
base
nos
pr-
termos li ngsticos,
cognitivos
e niveis
de informao,
su
tais textos
demo
grupos
desconhecendo as
gabinetes
tendo com
Consideraes gerais
O estudo do livro didtico a partir de varias ticas a
histrica,
a poltica,
a economica,
a lingstica,
a psi co-
dos usurios
do
livro
didtico
se
insere
em
um
contexto
mais
amplo
que
s o c ied a d e
onamento.
brasileira
livro
para
didtico
que
compreendamos
insere-se,
assim,em
o
uma
seu
funci_
grande
ma
estatais.
Nas reflexes que se seguem,gostaramos de retraar
em crculos concntricos a atuao do livro didtico no con-texto
da sala de aula e da escola. A p a r t i r do sistema educa cional
como um todo, no qual esse livro atua, estenderemos. o raio de
nossa anlise s trs esferas da s o c i e d a d e anteriormen te j
mencionadas:
Estado,
economia
sociedade
civil,
Defensores
crticos,
polticos
cientistas,
profes
mais
e alunos
perden
do a
do
stimulus-response
procuram
transformar
os
alunos
em
corretas
estabelecidas
entre
desenho
do
e interpretaes
prprias,
ou transformando-o em
livros
d i d ti c o s,
universidades
apostilas.
manuais
solicitando
Ler
um
programados,
perpetuao
"verdadeiro"
texto
etc.,
dessa
de
chegam
prtica
nas
filosofia,
de
compndio
de
matemtica
de
Euler
transforma-se
para
Psicognese
de
crianas
sistemticos - so
adolescentes
esclarecem
(Carraher & Rego, 1984) que via de regra eles desenvol vera
normalmente
suas
j u l ga m ent o
competncias
autnomo,
ainda
cognitivas,
que,
os
lingsticas
contedos
dos
de
livros
di
sociais
entre pares,
em contextos
informais
cogniti
do
ainda
devidamente treinados
poderiam
pois,
uma
inadequao
do
livro
didtico
r egularmente
escolarizadas
(Secretaria
de
Educao
didtico
descartvel,
de
qualidade,
exclusi
vamente
de
interdisciplinares
muitas
vezes
de
composi
ao
as
crianas
que
usam
esse
livro
nao
sao
crian
as
instrumento
de
trabalho
entre
outros.
professor
me
de t r a b a l h o .
na
rea,
Este
sendo
serve como l t i m a
tratado
era
aula
palavra
como
do
verdade
1984).
Experiencias
na
Amaznia
(Witter,
Mas o
de
a l fa b e ti z a o ,
que
no
caso
era
realizado
por
por
uma m e l h o r
formao do professor.
Para que
isso
da m er a
r ep r od u o
do sempre-
universitarios.
Torna-se
lhe uma r e c i c l a g e m
necessrio,
nos cursos
adicionalmente,
normais e
assegurar
de
ser
dada
pelas
universidades.
no
Brasil
vrias
ex
com
isso
reduzir
extraordinariamente
as
taxas
de
evaso
esses professores
esco
escolar,
contribuiria
para
moderar a nsia
de re
pesquisa
seriam
os
in g r ed i ent e s
necessrios
para
formao
do
dita,
para
explorar
essas
implicaes,
gostaramos
de
pelo menos
criana de de
elas
(Brooklyn Paulista), at
gama
imaginvel
de
usos
abusos
das
bibliotecas
foi
da
escola;
laboratrios
qumicos
bem
equi
pados,
por
falta
de
espao
e,
mais
freqentemente,
por
falta
de
responsveis
pelo
acervo,
temiam
extra_
vio;
Leitura"
concorriam
com
os
pacotes
da
merenda
es
colar,
invi
na
rede
de
ensino
uma
rubrica
para
biblioteca,
com
Marques
de
Pombal,
no
sculo
XVIII,
de
abolir
ensino
da
"ilustrao",
ficou
vazio
absoluto,
fazen_
do
alguma v i a b i l i d a d e
nos pases
brasileiro
constituiria
uma ca
t s t r o f e absoluta.
Isso, contudo, nao s i g ni f ic a que a economia p o l t i c a
do livro didtico, como praticada no Brasil, tenha que ser pre_
servada, em seu funcionamento atual. Para a confeco de um li vro
d i d t i co
de
qualidade,
como
vimos,
ela
precisa
ser
estrutu
ramente modificada.
Para que as bibliotecas possam re al m e nt e funcionar no
Brasil (como por e x e m p l o a sempre vazio Real Gabinete Portu
guis de L e i t u r a , no Rio) torna-se necessrio um pr-requisito, a
ser ainda criado, o hbito, o gosto e o prazer da leitura.
Essa
funo
no
momento
ainda
precisa
ser
preen
do livro didtico,
criticamos polticos,
buro
livros-texto,
livros
didticos,
etc. Os
textos.
m ui t o s
li
carente
com
incompetencia
do
Estado,
enquanto
Graas
competncia
empresarial
dessas
editoras,
grande
parte,
despreocupado
com
por
o
valor
culpa
de
de
uso
um
real
comprador
do
produto
negligen
comprado.
te,
No
mostrou
pelo Estado
sao as
p o p u l a e s carentes.
De fato, essas populaes de baixa renda nao p o d er i am
enviar seus filhos s escolas
e pagar-lhes
os livros escola
onde
se
concentra
populao
carente,
est
ofe
J. B.A.
res
o seu destino.
Examinando-se contudo, a
e de classe, a m e d i d a
que
a t u a m como p a l i a t i _
e a organizao
entretanto
social
uma d i a l t i c a
para
reverter
inerente
este processo.
Ha
se d i s p e
a "dar" de forma p a t e r n a l i s t a
e o que as
do
que
Estado
se
dispe
oferecer
geram
um
burocracia
brasiliense.
Ela
precisa
ser
acompanha
da,
livro
didtico
que
de
alguma
forma
contribuem
para
outras,
que,j
partir
da
dcada
de
oitenta,
des
su
periodicamente
esses
profissionais
em
cursos
no_
educacional,
desde
cientfico,
mediante
constituio
de
equipes
de
es_
pecialistas.
Quanto valorizao do professor, a questo es c a pa ao
mbito da universidade e se transforma em uma questo pol tica
que atinge a tda a sociedade brasileira. Enquanto o cida_ dao
comum nao reconhecer a importncia da questo educacional para a
sua
existencia
suficientes
sobre
de
seus
filhos,
nao
haver
o governo e o legislador
presses
de
especificado
ordem
Educao
nesse programa,
para
Todos
implica,
como
foi
conferiria
maior
prestgio
reconhecimento
ao
assim
valorizado,
tambm
estaria
mais
motivado
mais
brasileiro.
desqualificaao
Para
do
reverter
ensino
no
o processo
Brasil,
de bana_
procurando-se
de
aula.
Uma
soluo
democrtica,
que
nao
exclu
iria
CONCLUSES
sobre
assunto).
Nossa
tarefa
primordial
consistiu
em
no Brasil,
procurando fornecer
o quadro mais c o m p le to
sobre
esta
ou
aquela
instituio,
sobre
este
ou
no
Brasil
tem
longa
tradio,
sobre o livro
apresentando
maior
im
caracterizado
pela
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CEP: 96.000 - Porto
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