Ultrassonografia
Ultrassonografia
Ultrassonografia
FUNDAMENTOS E APLICAES
Rio de Janeiro
2008
Prefcio
Este texto o resultado do Projeto de Iniciao Cientfica intitulado
Ultra-sonografia: fundamentos e aplicaes, desenvolvido na Universidade
Estcio de S, pelas alunas de graduao do curso de Medicina Lvia Silva
Quelhas e Maria Isabel de Brito Almeida, sob a orientao da Profa Dra Carmem
Adilia Simes da Fonseca Coordenadora da disciplina de Biofsica Mdica.
A elaborao deste texto visa a publicao de material didtico para
servir de guia de estudos para acadmicos e residentes de medicina, bem como
para os demais estudantes da rea da sade. Com o objetivo de ser um texto
de aprendizado bsico, utilizando-se de termos simples para explicar a tcnica
bsica e os princpios fsicos dos aparelhos de ultra-sonografia, bem como
mostrar as diversas aplicaes deste tipo de diagnstico por imagem.
Especial agradecimento ao Dr. Carlos Bruno Reis Pinheiro, mdico ultrasonografista da ULTRALAB, membro titular do Colgio Brasileiro de Radiologia,
pelas orientaes prticas e pelo auxlio na obteno das imagens ultrasonogrficas inclusas neste material. Bem como pela reviso tcnica deste
texto.
Sobre as autoras:
Lvia Silva Quelhas
Estudante
Integrante
Integrante
SUMRIO
1) Som e Ultra-som, 4
2) Histrico da Ultra-sonografia, 8
5) Aplicaes e Contra-indicaes, 21
A Aplicaes da Ultra-sonografia, 21
B Contra-indicaes da Ultra-sonografia, 21
6) Vantagens e Limitaes, 22
7) Bibliografia, 23
1) SOM E ULTRA-SOM
Figura 02: Amplitude das vibraes de uma partcula do campo ondulatrio (meio).
O grfico relaciona os deslocamentos (S) em funo do tempo (t).
Sabe-se que as ondas sonoras audveis pelo homem esto numa faixa de
16-20 a 20.000 Hz de freqncia. Valores inferiores a esses so chamados
de infra-som e valores acima de 20 kHz constituem o ultra-som.
2) HISTRICO DA ULTRA-SONOGRAFIA
A Teoria do Som foi exposta pela primeira vez no ano de 1877 por um
cientista ingls chamado de Lorde Rayheigh. Esta tcnica foi posta em prtica
pela primeira vez na Primeira Guerra Mundial e era usada como auxlio para a
navegao submarina, permitindo a deteco de icebergs.
Durante a Segunda Guerra Mundial houve um aprimoramento da tcnica,
com a criao do SONAR (Sound Navigation and Ranging). Neste mesmo
perodo pde-se perceber o uso da tcnica tambm para fins no-militares,
como exemplo na metalurgia, com o objetivo de detectar fissuras em metais.
Finalmente, o uso do ultra-som na medicina teve incio com objetivos
teraputicos, como exemplo para tratar pacientes com artrite reumatide,
lceras gstricas, asma, tireotoxicose, hemorridas, incontinncia urinria,
elefantase e at mesmo angina.
Transdutores menores e mais eficientes foram montados a partir de novos
cristais piezeltricos sintticos (como o titanato de brio) aps a dcada de 40;
esses foram substitudos em seguida por zircnio-titanato de chumbo (PZT)
quando o mesmo foi descoberto em 1954. Os novos transdutores eram mais
sensveis, tinham maior espectro de freqncia e melhor impedncia acstica.
Nos mesmos anos 1950, um neuropsiquiatra da Universidade de Viena, Karl
Theodore Dussik resolveu usar a tcnica pela primeira vez em medicina
diagnstica, com o objetivo de localizar tumores cerebrais atravs da
mensurao da transmisso dos sons pelo crnio.
Na dcada de 1950 a tcnica j se mostrava mais difundida, sendo utilizada
tambm por mdicos americanos como Douglas Howry. Porm, nesta poca o
procedimento no era prtico e ainda produzia imagens de baixa qualidade e
resoluo, uma vez que o paciente deveria ficar submerso e imvel dentro de
uma banheira com gua para realizao do exame. J no final dos anos 50, j
eram observados aprimoramentos, sendo a banheira com gua substituda por
uma pequena quantidade de gel, que aumenta a superfcie de contato entre a
pele e o transdutor.
A partir de 1966 houve um considervel aumento na utilizao da ultrasonografia na obstetrcia, quando centros de pesquisa na Europa, Estados
Unidos e Japo passaram a empregar grandes recursos na pesquisa dessa rea.
Em 1973, Hugh Robinson foi capaz de realizar a medio do comprimento
crnio-caudal do feto atravs da ultra-sonografia; a partir da os mdicos foram
capazes de diagnosticar vrias mal-formaes fetais como espinha bfida pela
utilizao da ultra-sonografia no pr-natal.
O uso da ultra-sonografia ficou restrito obstetrcia durante muitos anos,
sendo em seguida adotada pelos demais ramos da medicina como mtodo
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A - Efeito Piezeltrico
O efeito piezeltrico foi observado primeiramente em 1880, atravs de
Jacques e Pierre Curie que explicitaram a capacidade de certos cristais naturais
como quartzo e turmalina de emitir uma descarga eltrica quando submetidos a
uma presso mecnica e vice-versa.
O transdutor, parte do equipamento de ultra-sonografia que entra em
contato com o paciente, possui em sua superfcie cristais; esses cristais
possuem a capacidade de converter energia eltrica em energia mecnica,
assim como a capacidade de converter energia mecnica em eltrica.
Ao receber um estmulo eltrico, os cristais piezeltricos o transformam em
energia mecnica ondas de ultra-som. Essas ondas iro penetrar o corpo do
paciente, onde sero absorvidas, refratadas e refletidas. As ondas refletidas
voltam para o transdutor onde, mais uma vez, acionam os cristais piezeltricos,
que iro convert-las em energia eltrica.
Os cristais piezoeltricos mais utilizados so o quartzo, a turmalina e os
cristais sintticos, que so mais baratos.
B - Equipamento
Sincronizao de imagem
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C - Tipos de Ultra-sonografia
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corpo humano tem como mdia 1.540 m/s, j que suas velocidades so muito
semelhantes, com exceo do ar (pulmo e intestino) e dos ossos.
Se a estrutura gerar muitos ecos, chamada hiperecognica, hiperecica,
ecognia ou ainda, ecica e vista como uma estrutura branca na tela; se o
rgo der origem a poucos ecos, visto como uma regio cinza, sendo
chamada hipoecognica ou hipoecica; caso a estrutura no seja capaz de
gerar ecos, ser vista como uma regio preta e classificada como anecognica
ou anecica.
Os tecidos moles so bons condutores do ultra-som e causam pouca reflexo,
dando origem a poucos ecos (ex: msculos). J as estruturas com densidades
diferentes como osso e ar no transmitem bem o som e causam muita reflexo.
Lquidos so excelentes condutores de som, no causando reflexo (ex: gua).
A atenuao definida como a diminuio da intensidade do feixe sonoro ao
atravessar o tecido, sendo diretamente proporcional a freqncia do transdutor,
ou seja, quanto maior a freqncia do transdutor maior a atenuao. Para
compensar a atenuao os equipamentos possuem recursos de ampliao.
A absoro pelos tecidos feita atravs da transformao de energia sonora
em calor, geralmente esse aumento de temperatura imperceptvel, sendo
proporcional a freqncia e dependente da viscosidade do meio. O osso, por
exemplo, absorve 10 vezes mais os ultra-sons que os tecidos moles.
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monitor
energia eltrica
energia mecnica
TRANSDUTOR
amplificador
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Termo
Hiperecognico
Cor
Branca
Produo de ecos
Estruturas
Ecos intensos
Ar
Osso
Metal
Calcificao
Hipoecognico
Cinza
Ecos de moderada e
baixa intensidade
Anecognico
Preta
No h eco
Msculo
Tecidos moles
rgos
gua
Sangue
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E Imagens Ultra-sonogrficas
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F Termos Especiais
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Figura 17: Ultra-sonografia em modo B; as setas mostram uma imagem de sombra acstica.
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5) APLICAES E CONTRA-INDICAES
A - Aplicaes da Ultra-sonografia
A ultra-sonografia utilizada principalmente para diagnstico de
alteraes do trato urinrio, sistema reprodutor e corao, alm de avaliar o
sistema vascular, msculos e tendes, glndulas (salivares, tireide e mama) e
tegumento. Embora o ultra-som possa ser utilizado para deteco e
confirmao de derrame pleural, no indicado para avaliao do parnquima
pulmonar. Sua grande vantagem est na capacidade de distinguir massas
lquidas
(cistos)
de
massas
slidas
(calcificaes,
tumores)
alm
de
B - Contra-indicaes da Ultra-sonografia
Esta tcnica de diagnstico por imagem no possui contra-indicaes.
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6) VANTAGENS E LIMITAES
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7) BIBLIOGRAFIA
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