Cacau Adafax
Cacau Adafax
Cacau Adafax
Cacaueiros
Cultivo e Manejo de
Cacaueiros
Apresentao........................... 7
Introduo................................ 9
Caractersticas da planta.......... 11
rea de plantio.............................. 12
1. Sistema cabruca............................................................. 13
2. Preparo de rea aberta......................................................... 15
Mudas....................................................... 18
Formao das mudas............................................................... 18
Plantio das mudas................................................................... 21
Manejo do Cacaueiro.............................................................. 22
Tratos culturais........................................................................ 22
Beneficiamento da produo................... 32
Outras formas de beneficiamento............................................ 33
Comercializao do cacau........................ 34
Referncias............................................... 35
5
Esta publicao tem por objetivo disponibilizar informaes tcnicas sobre o cultivo e o manejo do cacaueiro, como forma de
auxiliar os agricultores e agricultoras familiares da regio do Alto
Xingu a melhorarem a produtividade de seus cultivos.
As informaes apresentadas inspiram-se em experincias realizadas desde 2006 no acompanhamento de grupos de referncia pela
equipe tcnica da ADAFAX. Renem experincias desenvolvidas
nos projetos Terra Verde (2006 a 2008), em parceria com Groupe de Recherche et dchanges Technologiques (GRET); Fronteiras
Florestais (2009 a 2012), em parceria com o Instituto Internacional
de Educao do Brasil (IEB), Pacto Amaznico, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaznia (IMAZON) e GRET; e Xingu
Ambiente Sustentvel (2011 a 2012), em parceria com o IEB; alm
das parcerias estabelecidas com a Comisso Executiva do Plano da
Lavoura Cacaueira (CEPLAC) regional e com o Instituto de Manejo
e Certificao Florestal e Agrcola (IMAFLORA).
Boa leitura!
10
11
Preparo da rea
O preparo da rea para o plantio da lavoura cacaueira pode ser
feito por dois mtodos, que variam em funo do nmero de plantas por hectare e tambm do tipo de sombreamento necessrio.
12
1. Sistema de cabruca
Este sistema comum nas primeiras regies de plantio comercial
de cacau no Brasil, no estado da Bahia. Consiste em desmatar a
vegetao mais fina de uma mata primria ou de uma mata secundria (capoeiro), deixando apenas as rvores mais grossas, que
no podem ser cortadas com faco ou foice. O raleamento permite
realizar o balizamento e a implantao das mudas de cacau.
Balizamento
As balizas servem para demarcar o local onde sero colocadas
as mudas. H diversas vantagens em realizar o balizamento, que
propicia: melhor aproveitamento da rea; desenvolvimento uniforme das copas dos cacaueiros; mais facilidade na realizao do
manejo e da colheita. Recomenda-se o espaamento de 3 m x 3 m,
que equivale a 1.111 ps por hectare. Pode ser utilizado tambm o
espaamento de 4 m x 3 m, com 833 ps por hectare.
Manejo do sombreamento
O sistema cabruca exige controle constante do sombreamento. O
cacaueiro precisa de arborizao para proteo contra os raios
solares. Quanto mais nova a planta, mais sombra precisa. Pouca
13
14
Balizamento
Recomenda-se o espaamento de 3,0 x 3,0 metros, que equivale a
1.111 ps por hectare.
3m
3m
3m
15
Sombreamento provisrio
Protege as plantas durante a fase de crescimento juvenil contra os
efeitos do excesso de sol e dos ventos. Recomenda-se o plantio das
seguintes espcies:
Espcie
16
Ciclo
Caractersticas
Espaamento
prprio
Espaamento
com cacau
Banana
(variedades recomendadas: prata,
nanica)
3-4 anos
6m x 3m
sentido
norte-sul
1,5m x 3m
Mamona
1 a 2 anos
Produz renda se
houver mercado local.
3m x 3m
1,5 m
Feijo-guandu
1 a 2 anos
1m x 1m
1m
Mandioca
1 a 2 anos
1m x 1m
1m
Milho
6 meses
0,5m x 0,5m
Sombreamento definitivo
Proporciona condies ambientais mais estveis. Recomenda-se a
consorciao com espcies arbreas de copa alta, como mogno,
cumar, freij, ip, andiroba, acap, cedro, angelim, jatob, tatajuba, eritrina, seringueira, entre outras (Foto 4). Isso permitir uma
boa ventilao da lavoura.
O espaamento varia de acordo com o tamanho das copas das rvores, sendo utilizado comumente 18 x 18 metros, 21 x 21 metros
ou 24 x 24 metros. O plantio das espcies de sombreamento definitivo deve ser feito na mesma poca do plantio do sombreamento
provisrio.
17
Formao de mudas
A formao das mudas deve ser iniciada durante o
plantio dos sombreamentos e, apresenta distintas
fases:
Construo do viveiro
Tamanho: Um mtodo prtico para determinar o tamanho do viveiro dividir o total de mudas por 30. Assim, se
for necessrio preparar 3.000 mudas, divide-se 3000 por 30 = 100
m2, podendo ser uma rea de 20 m x 5 m.
Localizao: O viveiro deve ficar prximo rea de plantio e tambm de uma fonte de gua, j que ser necessrio regar as mudas.
Altura: Sua altura deve ter em mdia 2,5 m e a cobertura pode ser
feita com palha de palmeira, permitindo entrada de luz de 50%.
18
Retirada da polpa ou mucilagem: Em seguida, esfregam-se as sementes com p de serra seco para a retirada da mucilagem, ou
seja, da polpa ao redor da amndoa.
Semeadura
O solo, se possvel, pode ser misturado com adubo orgnico. Os
sacos devem ser cheios at uns 3 cm da boca. Colocam-se as sementes no saco com a parte mais larga para baixo. Em seguida, o
restante da sacola deve ser preenchido com p de serra bem curtido.
A semeadura deve ser feita em poca que d condies para a muda
ir para o campo com dois a seis meses de idade.
19
Durante o perodo no viveiro, os tratos culturais das mudas consistem basicamente em retirada de plantas invasoras (mato), irrigao, adubao, manejo de sombra e tratos fitossanitrios, ou seja,
o combate s pragas e enfermidades. Isso deve acontecer at que
as mudas estejam em condies de serem transplantadas para o
local definitivo.
20
21
Tratos culturais
Esta etapa consiste na aplicao de tratos culturais
no plantio definitivo, o que envolve:
Escoramento
Os solos rasos, o excesso de frutos por planta e o tipo de formao
da copa so alguns fatores que contribuem para o tombamento do
cacaueiro. O escoramento uma prtica utilizada para manter o
cacaueiro em sua posio normal.
Poda e desbrota
O p de cacau deve ser mantido a uma altura de 4 m a 4,5 m de
altura, porque 80% a 90% dos frutos se encontram nessa faixa.
Alm disso, essa altura facilita a colheita e tambm a identificao
de doenas, como a vassoura-de-bruxa.
As podas tm a finalidade de controlar a altura do cacaueiro, eliminando as ramas chupadeiras (isto , aquelas ramas de crescimento vertical que deformam o desenho inicial das plantas) ou os
chupes, ou seja, os brotos vegetativos de reproduo assexuada.
22
As podas devem ser realizadas de dentro para fora das plantas, eliminando-se os ramos que se cruzam. No podem, no entanto, abrir
brechas para a entrada de luz solar direta sobre o terreno, como forma
de evitar o crescimento de plantas invasoras e de prejudicar a florao.
Essa prtica exige muito cuidado. A poda feita em excesso e realizada
sem critrio tcnico, retira ramos sadios, produtivos e expostos ao sol,
podendo ocasionar:
23
24
Fonte: CEPLAC
Podrido-Parda
Pode ser confundida com o peco fisiolgico, que o murchamento precoce dos frutos, provocando sua queda antes de amadurecer. Aps a infeco torna-se quase impossvel diferenci-lo da
vassoura-de-bruxa. Porm a podrido-parda ataca o fruto de fora
para dentro, enquanto a vassoura-de-bruxa ataca de dentro para
25
Fonte: CEPLAC
Mal-Rosado
Esta doena ainda pouca observada na regio cacaueira. Tambm causada por fungo (Erythricium salmonicolor), apresenta-se
26
Fonte: CEPLAC
Vassoura-de-bruxa
Sintomas da vassoura-de-bruxa em frutos adultos de duas reas severamente afetadas pelo fungo Crinipellis perniciosa.
Esta uma das mais importantes e destrutivas doenas do cacaueiro, chegando a causar perdas de at 90% da produo se no
forem tomadas as medidas cabveis, como identificao, controle
e poda.
Os principais sintomas da doena so caracterizados pelo superbrotamento dos lanamentos foliares, com proliferao na gema
lateral e engrossamento dos tecidos infectados e em crescimento.
Nas almofadas florais infectadas podem aparecer vassouras vegetativas, alm de flores anormais. Os frutos produzidos em tais casos so frequentemente com formas diferentes tipo: cenoura ou
27
Fonte: CEPLAC
Murcha-de-Verticillium
28
Fonte: CEPLAC
Murcha-de-Ceratocystis
29
devido aos seus sintomas, que so: murcha, amarelecimento e secagem dos galhos ou da planta inteira. As folhas pendem verticalmente, enrolando, secando e permanecendo aderidas ao tronco
por algumas semanas, mesmo aps sua morte. Sua disseminao
se d por dois fatores: a atuao de um inseto chamado Xyleborus
ssp. e por ferimentos deixados no ato da poda, desbrota e capina.
Controle: Recomenda-se a desinfeco das ferramentas com hipoclorito de sdio a 1% na execuo dos tratos culturais, alm do
combate aos insetos causadores da doena.
Fonte: CEPLAC
Morte-Descendente
30
Outros fatores
Alm das doenas citadas, existem outros fatores que incidem na
lavoura cacaueira e podem causar perda de produtividade e, em
consequncia, diminuio dos ganhos econmicos.
Formigas e cupins - Na maioria das vezes, estes so combatidos de
forma orgnica ou at mesmo com inseticidas sistmicos.
Roedores e macacos - Uma forma de limitar a invaso destes animais de isolar a rea de cacau dos remanescentes de mata nativa, criando uma rea aberta ao redor do plantio. Assim, esses animais ficam desprotegidos em relao a cachorros ou aos donos da
lavoura. Uma medida criada por agricultores e que mostrou certo
grau de eficcia a aplicao de calda de pimenta nos frutos das
rvores perifricas da lavoura.
Erva de passarinho - Esses parasitas vegetais devem ser retirados
do cacaueiro, j que roubam nutrientes da planta, tornando-a fraca e debilitada, podendo at mat-la por sufocamento.
31
Fonte: ADAFAX
32
Fonte: ADAFAX
33
34
35
Realizao
Apoio
36