Metodos Indiretos
Metodos Indiretos
Metodos Indiretos
RECIFE
MAIO DE 2015
RESUMO
Nos projetos de engenharia a fase que antecede a fase de construo a
investigao do solo. Essa investigao realizada atravs de mtodos diretos,
semi diretos e indiretos,
Os mtodos indiretos so tcnicas que realizam a observao a distancia,
no alterando as propriedades fsicas do material. E suas principais vantagens so o
baixo custo e a rapidez do processo.
Dentre os mtodos indiretos, existe o sensoriamento remoto e os mtodos
geofsicos. O primeiro se baseia em fotografias areas da regio, enquanto o
segundo baseia-se em conceitos fsicos.
Os principais mtodos geofsicos so: geoeltricos (eletrorresistividade,
eletromagntico), ssmicos e potenciais (magnetometria, gravimetria). Cada um
desses mtodos possui campo de aplicao em que se tem um maior
aproveitamento e resultados.
Os mtodos de eletrorresistividade e o Ground Penetration Radar (GPR)
foram utilizados para um estudo de caso a cerca das crateras.
Palavras- chaves: mtodos indiretos, mtodos geofsicos, investigao do
subsolo, solo.
SUMRIO
INTRODUO..............................................................................................................5
1 MTODOS INDIRETOS.............................................................................................6
1.2 TIPOS DE MTODOS GEOFSICOS.....................................................................7
2. MTODOS SSMICOS..............................................................................................9
2.1 DEFINIO.............................................................................................................9
2.2 ONDAS SSMICAS.................................................................................................9
2.2.1 TIPOS DE ONDAS SSMICAS............................................................................9
2.2.2 VELOCIDADE DAS ONDAS SSMICAS...........................................................11
2.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NOS MTODOS SSMICOS............................14
2.4 FUNCIONAMENTO E EXECUO DO MTODO SSMICO..............................16
2.5 MTODO SSMICO DE REFRAO...................................................................18
2.5.1 PROPAGAO DAS ONDAS EM MEIOS DISTINTOS...................................18
2.5.2 LEVANTAMENTO DO MTODO SSMICO DE REFRAO...........................20
2.5.3 CASO COM DUAS CAMADAS COM INTERFACE HORIZONTAL E PLANA 21
2.5.4 PROCEDIMENTO E ANLISE DE DADOS......................................................24
2.5.5 APLICAES E CONSIDERAES DO MTODO SSMICO DE REFRAO
.....................................................................................................................................25
2.6 MTODO SSMICO DE REFLEXO....................................................................27
2.6.1 FUNDAMENTAO TERICA DO MTODO SSMICO DE REFRAO......27
2.6.2 PROCEDIMENTO E ANLISE DE DADOS......................................................29
2.6.3 APLICAES E CONSIDERAES DO MTODO SSMICO DE REFLEXO
.....................................................................................................................................30
2.7 CONCLUSO A RESPEITO DOS MTODOS SSMICOS..................................31
3 MTODOS ELTRICOS E ELETROMAGNTICOS..............................................32
3.1Tcnicas de Investigao dos Mtodos Geoeltricos.....................................32
3.2 CAMINHAMENTO ELTRICO:............................................................................33
3.2.1FUNDAMENTOS TERICOS E AQUISIO:..................................................34
3.2.2 PROCESSAMENTO E ANALISE DE DADOS:................................................37
3.3 SONDAGEM ELTRICA VERTICAL SEV:.......................................................38
3.3.1 INTERPRETAO DOS DADOS DE CAMPO:................................................38
3.4 GROUND PENETRATION RADAR (GPR)..........................................................39
3.4.1 FUNDAMENTOS E AQUISIO.......................................................................40
3.4.2 PROCESSAMENTO E ANLISE DE DADOS..................................................42
4 MTODOS POTENCIAIS........................................................................................45
4.1 GRAVIMETRIA......................................................................................................45
4.1.1 GRAVIDADE......................................................................................................46
4.1.2 GRAVMETROS.................................................................................................47
4.1.3 LEVANTAMENTOS GRAVIMTRICOS............................................................48
4.1.4 CORREES DAS MEDIDAS..........................................................................50
4.1.5 INTERPRETAO.............................................................................................52
4.2 MAGNETOMETRIA..............................................................................................56
4.2.1 O CAMPO GEOMAGNTICO...........................................................................57
4.2.2 LEVANTAMENTO MAGNETOMTRICO..........................................................57
4.2.3 CORREES DAS MEDIDAS..........................................................................58
4.2.4 ANOMALIAS MAGNTICAS............................................................................58
4.2.5 INTERPRETAO DE RESULTADOS.............................................................59
6 ESTUDO DE CASO.................................................................................................62
CONCLUSO.............................................................................................................63
REFERENCIAS...........................................................................................................64
ANEXOS.....................................................................................................................67
INTRODUO
Na fase que antecede um projeto de engenharia se faz necessrio um estudo
do solo e do subsolo aonde ir se localizar a futura obra.
Esses estudos tm como objetivo a determinao da profundidade e da
espessura das camadas do subsolo, descrio do solo de cada camada,
compacidade
ou
consistncia,
cor
outras
caractersticas
perceptveis,
1 MTODOS INDIRETOS
Mtodos indiretos so aqueles que a determinao das camadas do subsolo
feita de modo indireto pela observao a distncia, sem alterar as propriedades
fsicas do material coletado ou pela medida de outras grandezas do solo, existe o
sensoriamento remoto e os mtodos geofsicos.
O sensoriamento remoto um mtodo que se baseia em fotografias areas e
imagens orbitais, que utilizam tcnicas de fotointerpretao, realizando as seguintes
observaes: (BASTOS)
Formas de relevo
Rede de drenagem
Tipo de vegetao
A geofsica uma cincia que desenvolve tcnicas para a investigao
indireta se baseando em conceitos fsicos.com aplicao na geologia e na geotecnia
Podemos classificar a geofsica em duas grandes reas de atuao: a
geofsica pura (ou geofsica da Terra slida) e a geofsica aplicada, tendo como
objetivo principal a questo econmica, tecnolgica e social.
A principal
Mtodos geoeltricos
i.
Eletrorresistividade
ii.
Eletromagnticos
Mtodos ssmicos
Mtodos potenciais
i.
Magnetometria
ii.
Gravimetria
Algumas aplicaes:
1.
ssmicos e gravimtricos
2.
radioativos.
3.
Campo de fora
Propriedades fsicas
Magntico
Campo magntico
terrestre
Susceptibilidade
magntica
Gravimtrico
Campo
gravitacional
terrestre
Densidade
Eltricos
A) Campo
eltrico
natural
B) Campo
eltrico
artificial
Ssmicos
Campo de
vibrao elstica
A) Condutividade
eltrica
B) Condutividade ou
resistividade
eltrica
Velocidade de
propagao de ondas
elsticas
Campo de
aplicao
Minerao
Pesquisa de
petrleo
Agua
subterrneas e
engenharia civil
Petrleo e
engenharia civil
2. MTODOS SSMICOS
2.1 DEFINIO
Os mtodos ssmicos so mtodos indiretos e ativos utilizados na
investigao e anlise do subsolo. Esses mtodos, estudam a distribuio, em
profundidade, da velocidade de propagao das ondas ssmicas produzidas
artificialmente no solo. As ondas produzidas so ondas do tipo mecnicas, que tm
duas caractersticas: So governadas pelas leis de Newton e existem apenas em um
meio material, no caso das ondas ssmicas utilizadas nos mtodos indiretos, esse
meio so principalmente, as rochas presentes no solo.
10
Figura 2.2: Exemplos de intervalos de velocidades da onda P para alguns materiais e rochas mais
comuns. Fonte: Decifrando a Terra, 2 Ed. 2003.
11
Figura 2.3: Representao de uma onda Love que se propaga junto a superfcie da Terra, com
oscilao horizontal transversal. Fonte: http://it.wikipedia.org/wiki/Onde_di_Love.
Figura 2.4: Representao de uma onda Rayleigh. Esse tipo de onda se propaga junto a
superfcie da Terra e uma combinao de ondas P e S onde cada partcula oscila num
movimento elptico. Fonte: http://es.wikipedia.org/wiki/Onda_s%C3%ADsmica.
12
12
ondas
P e
S.
Essas
velocidades,
escritas
em
funo
do
mdulo
de
K +
V P =
V S=
Nestas equaes,
(2.
1)
(2.
2)
VP
VS
(2.
3)
Z S=V S .
(2.
4)
K ,
) rege o
K , G
12
Entre outros fatores. Assim, com a variao desses parmetros, ocorrer mudanas
nas velocidades das ondas estudadas, permitindo a anlise de dados.
14
Figura 2.5: Uso de uma marreta como fonte de ondas ssmicas. A aplicao dos
golpes realizada em uma placa de metal fixada na superfcie do solo. Fonte:
(AZEVEDO, P. A.; ROCHA, M. P.).
15
t ), pode ser
) por
t=
onde
Fn
1
2 Fn
(2.
5)
15
16
sofrem maior efeito de atenuao pelos meios geolgicos e por isso, no alcanam
grandes profundidades (REDAELLI, L. L e CERELLO, L. 1998).
A correta gravao de dados imprescindvel para o sucesso do mtodo
ssmico. O equipamento deve ser confivel, ter grande capacidade (memria) e
velocidade de acesso, j que o volume de dados de um sismograma (grfico
produzido pelo sismgrafo) pode ser significativo. O equipamento de controle,
chamado sismgrafo, utilizado para controlar os parmetros da aquisio, como o
intervalo de amostragem (Eq. 2.5) e seu tempo total. A Fig. 2.7 mostra um tipo de
sismgrafo utilizado para o controle de dados.
Figura
2.7:
Modelo
de
um
sismgrafo.
http://www.tecnilab.pt/content/default.asp?idcat=Seistronix
%20&idCatM=NOTICIAS&idContent=75624054-F931-4876-A0DF8ACAB2B0E28C
Fonte:
17
18
19
Esse fenmeno obedece a Lei de Snell que afirma o seguinte: a razo entre o
ngulo de incidncia (ngulo formado com o raio de onda e a reta normal a interface
de separao das camadas) e a velocidade de propagao da onda para o mesmo
meio permanece constante. A sua representao matemtica dada por:
sen( 1) sen (2 )
=
=constante
V1
V2
(2.6)
onde:
o ngulo de incidncia;
V1
o ngulo de refrao;
V2
19
i=arcsen
V1
V2
( )
(2.
7)
20
Como pode-se observar pela Eq. 2.7, o ngulo crtico depende das
velocidades de propagao da onda nos meios, e para que exista esse ngulo
crtico, necessrio que a velocidade da primeira camada (camada superior), seja
menor do que a velocidade da segunda camada (camada inferior).
Quanto maior a distncia entre a fonte e o receptor, maior o ngulo de
incidncia do raio. Por conta disso, a ssmica de refrao indicada para
investigaes rasas de maior extenso, pois os receptores devem ser instalados a
distncias maiores da fonte, para que se colete preferencialmente a onda refratada.
Em um levantamento ssmico de refrao, no so importantes os raios de
ondas incidentes com ngulos superiores ao ngulo crtico, pois isso ocasionaria
reflexo total da energia ssmica. Outro ponto determinante num levantamento
ssmico de refrao que a velocidade da camada inferior deve ser sempre maior
que a da camada superior, caso contrrio no ir existir um raio de onda refratado
criticamente se propagando pela interface entre essas duas camadas, assim, esse
raio no retornar para a superfcie.
A propagao da onda refratada regida pelas propriedades do meio interno,
ou seja, ela se propaga com a velocidade adquirida nesse meio, logo, a partir de
determinados afastamentos (distncia de cruzamento), a primeira a chegar.
2.5.2 LEVANTAMENTO DO MTODO SSMICO DE REFRAO
O mtodo de ssmica de refrao baseia-se nas primeiras chegadas de
energia ssmica a um receptor afastado da fonte ssmica, considerando que aps
viajar atravs do solo, essa energia retorna para a superfcie. Atravs de um
levantamento ssmico de refrao possvel ter acesso a informaes sobre as
interfaces refratoras por meio da interpretao do grfico de tempo de percurso pela
distncia percorrida (grfico tempo x distncia) para um raio de onda. Para tanto,
necessrio considerar a premissa de que as primeiras chegadas da energia ssmica
aos geofones sero relacionadas sempre a um raio direto ou a um raio refratado.
Inicialmente, um raio direto sempre ser detectado como primeira chegada at uma
distancia limite, chamada distncia de cruzamento
x cros
(crossover distance), e a
21
deslocamento sobre um intervalo de tempo, o tempo gasto pelos raios diretos para
chegarem a fonte D de:
t Direto=
x
V1
(2.
8)
21
A Eq. 2.8 representa uma reta que passa pela origem, cujo o coeficiente
angular o inverso da velocidade de propagao da onda na primeira camada. A
partir dessa equao, possvel encontrar o valor dessa velocidade.
22
Para os raios refratados, o tempo total gasto por estes para sair da fonte A at
o receptor D a soma de cada intervalo de tempo na qual essa onda percorre.
Esses intervalos de tempo so:
t AB
chegar a interface que separa as duas camadas (ponto B). Nesse trecho,
o raio possui velocidade
t BC
V1
t CD
V2
t refra o
V1
fonte A e chegar ao receptor D. Esse tempo dado pela soma dos outros
trs tempos logo acima.
assim, de uma forma mais matemtica, o tempo de percurso que a onda refratada
leva para sair da fonte A e chegar ao receptor D :
(2.
9)
t refra o=t AB +t BC +t CD
mas, t AB = AB /V 1 ; t BC = BC /V 2 e t CD =CD /V 1 .
Considerando-se
AB=Z
/cos ( ) ;
CD=Z
/cos ( )
=x2. Z . tan ()
BC
. Substituindo esses dados na Eq. 2.9 e aps algumas
22
manipulaes matemticas, obtido que o tempo total que a onda refratada leva
para sair da fonte A at o receptor D dado por:
t refra o=
x 2. Z . cos ( )
+
V2
V1
(2.1
0)
Ou, utilizado a equao fundamental da trigonometria, junto com a Lei de Snell para
o ngulo crtico, possvel escrever a Eq. 2.10 da seguinte forma:
x 2. Z . ( V 2V 1 )
t refra o= +
V2
V 1 .V 2
(2.1
1)
23
A Eq. 2.10 e Eq. 2.11. representam o tempo gasto pela onda refratada. Como
pode-se observar, o coeficiente angular dessas equaes justamente o inverso da
velocidade de propagao da onda na camada inferior, enquanto que, o coeficiente
linear um parmetro que depende da profundidade da camada superior, alm da
velocidade desta e da camada inferior. A Fig. 2.12 mostra como seria o grfico das
retas propostas pelas Eq. 2.8 e Eq. 2.10 ou Eq. 2.11.
Figura 2.12: Curvas tempo x distncia para a onda direta e a onda refratada em um
modelo considerando duas camadas com interfaces horizontais e planas. Fonte:
(AZEVEDO, P. A.; ROCHA, M. P.).
x cros
ti
(no eixo t ) e o
2. Z . cos ( ) 2. Z . ( V 2V 1 )
ti =
=
V1
V 1 .V 2
(2.1
2)
23
24
2
2
x
x 2. Z . ( V 2V 1 )
= +
V1 V2
V 1. V 2
isolando o valor de
e considerando que
x=x cros
2. Z . ( V 22V 21 )
x cros=
V 2V 1
(2.1
3)
24
25
26
27
Figura 2.14: Representao ilustrativa do mtodo ssmico de reflexo. As ondas geradas pela
fonte incidem na interface que separa o meio 1 do meio 2 e refletem sobre o mesmo ngulo de
incidncia at retornarem a superfcie, onde so captadas pelos receptores. Fonte:
http://tecnopetrobr.blogspot.com.br/2008/11/ssmica-de-reflexo.html
27
onde
V1
o ngulo crtico,
camada superior e
V2
(2.1
4)
a distncia
x
4 Z 2+ x 2
(2.1
5)
x . Logo, essa
2. Z . V 1
2
2
V 21
(2.1
6)
27
29
30
2
0
( )
(2.1
7)
t , velocidade
x .
30
31
32
j E
(1)
A Permissividade Dieltrica () a constante de proporcionalidade entre o
campo eltrico e a polarizao. Essa constante bastante influenciada pela
umidade do material, pois a gua com ons dissolvidos causa grande atenuao do
campo eletromagntico aplicado sobre o meio.
D E
(2)
A Permeabilidade Magntica () relaciona o Campo Magntico H e o Campo
B H
(3)
33
34
I
I Jds J 2R 2 J
2R 2
(4)
2R 2
(5)
O mdulo do campo eltrico gerado por um eletrodo pontual , portanto
inversamente proporcional ao quadrado da distncia. A diferena de potencial, V, se
relaciona com o campo eletromagntico atravs de:
35
N
I 1
VMN Edl
R1 R21
M
2
(6)
Onde R1 e R2 so as distncias dos pontos M e N ao eletrodo A,
respectivamente. O potencial absoluto de um ponto aquele para:
R2 VP I
2R
(7)
Com isso conclui-se que o potencial de um ponto qualquer em um meio
VN
2 AM BM
2 AN BN
(8)
* MN
1 / AM 1 / BM 1 / AN 1 / BN
I
(9)
O primeiro fator do segundo membro depende unicamente da disposio
geomtrica dos quatro eletrodos, e por isso denominado fator geomtrico (K).
Os meio geolgicos so no homogneos. Nesta situao, haver uma
variao da resistividade de um ponto para outro. No entanto, cada medio de DDP
influenciada por todo um segmento do meio que se quer analisar. Isso quer dizer
que a resistividade lida no real, mas uma resistividade aparente, influenciada
pelas propriedades eltricas no homogneas do meio e pela geometria dos
eletrodos.
A capacidade de imageamento do subsolo est diretamente relacionada
penetrao da corrente no meio. A percentagem de corrente que se mantm acima
de determinada profundidade pode ser estimada em uma analise geomtrica.
Esta profundidade no depende apenas da penetrao da corrente, mas
tambm do posicionamento de AB e MN.
Uma vez que tanto a profundidade de investigao quanto a resistividade
aparente dependem da disposio dos pares de eletrodos, esta tem grande
relevncia no mtodo de aquisio. Alguns arranjos, no desenvolver da tcnica, se
tornam mais utilizados, seja pela facilidade na aquisio ou na anlise dos dados.
Dentre eles podemos citar os arranjos tipo Wenner, Schlumberger, Dipolo-dipolo. A
Figura 3.4 abaixo apresenta as disposies espaciais de cada um.
36
O arranjo tipo Wenner foi criado pelo geofsico norte americano de mesmo
nome em 1915. O par de eletrodos de potencial fica entre os eletrodos de corrente,
sendo cada um deles equidistantes entre si. Para este arranjo, o fator geomtrico :
K 4b
(onde b = MN/2)
(10)
No arranjo de Schlumberger, criado na Frana quase no mesmo tempo que o
Wenner, os eletrodos de potencial tambm ficam entre os de corrente, mas os
eletrodos no so equidistantes, apenas a razo AB/MN>5 deve ser respeitada.
(a 2 b 2 )
K
2
b
(onde a = AB/2 e b = MN/2)
(11)
O dispositivo dipolo-dipolo mais recente e utilizado para investigaes de
superfcies mais profundas. Os eletrodos de corrente so bastante separados dos de
potencial. As distancias entre os eletrodos de cada par so iguais, e o espaamento
entre os pares seu mltiplo, o fator geomtrico dado por:
K n(n 1)( n 2)a
(onde a = MN)
(12)
Para os arranjos dipolo-dipolo, se o valor de n suficientemente grande, o
comportamento da injeo de corrente se aproxima daquele de um dipolo eltrico, o
que aumenta a sensibilidade do mtodo.
Na prtica, para cada aplicao de corrente fazem-se vrias medies de
potencial ao longo de uma mesma linha. Tambm sobre essa linha deslocam-se os
dipolos de corrente e de potencial, respeitando as caractersticas geomtricas de
cada arranjo, de modo que no final obtido um perfil resistivo bidimensional do
subsolo.
Estes equipamentos utilizados neste ensaio de caminhamento eltrico
utilizam corrente contnua por questes de segurana. Os resultados obtidos por
37
este mtodo no sofrem efeitos de variao de frequncia que poderiam ocorrer sob
corrente alternada.
interpretadas
da aplicao.
Algumas aplicaes desta metodologia so:
Caracterizao de sedimentos, solos e rochas;
Determinao da profundidade do nvel de gua e lenol fretico;
Determinao de fraturas, fissuras e recalques;
Determinao de plumas de contaminao no solo;
Explorao mineral;
Avaliao de infiltraes em barragens.
38
39
40
Foi s na dcada de 70, com a misso Apollo 17, que a pesquisa para
utilizao em outros continentes ganhou fora. O desenvolvimento tecnolgico
mundial j permitia a construo de equipamentos com aquisio digita, baixando os
custos. Na sequncia o GPR tornou-se comercial, sendo reconhecido como mtodo
geofsico na dcada de 80 pela comunidade cientfica internacional. A figura abaixo
mostra a aquisio do GPR em campo.
41
k1 k 2
k1 k 2
(15)
Onde k1 e k2 representam as constantes dieltricas das camadas acima e
abaixo do refletor, respectivamente.
O mtodo GPR utiliza ondas na faixa de 10 MHz a 2,5 GHz, sendo os
aparelhos mais comuns tem capacidade de operar entre 25 e 400 MHz. Ao contrrio
do caminhamento eltrico, o mtodo GPR sofre bastante influncia da frequncia
utilizada, j que ela est diretamente relacionada tanto penetrao do sinal quanto
resoluo vertical obtida.
Para um mesmo material, o aumento da frequncia da onda transmitida gera
um aumento da atenuao da onda, e consequentemente a diminuio da
penetrao do sinal. Por outro lado, a resoluo vertical inversamente proporcional
ao comprimento da onda, aumentando a frequncia.
O Georadar consiste em obter imagens de alta resoluo da subsuperfcie,
atravs da transmisso de ondas eletromagnticas (EM) de altas frequncias, que
por sua vez repetidamente radiada para dentro da terra por uma antena
transmissora colocada na superfcie (Davis & Annan, 1989).
42
43
que deve saber separar, mas tambm da clareza e detalhamento dos dados de
campo, no que diz respeito ao mapeamento destas fontes de interferncia.
A interpretao feita observando-se no apenas superfcies identificveis na
seo, mas tambm mudanas na textura e presena de hiprboles. Como
verificamos na figura abaixo:
44
45
4 MTODOS POTENCIAIS
Os mtodos potenciais partem da mesma premissa geral da geofsica, que
camadas diferentes possuem caractersticas distintas, mas diferentemente dos
mtodos ativos, utiliza o prprio potencial dessas propriedades para seu estudo. Os
campos potenciais da terra so o campo gravitacional e o campo geomagntico, que
servem de base para o mtodo da gravimetria e magnetometria, respectivamente.
As informaes so obtidas atravs desses mtodos sem a necessidade de
utilizao de nenhuma fonte externa de energia para envio de sinais.
Um problema dos mtodos geofsicos est associado sua ambiguidade de
interpretao. Se a estrutura interna e as propriedades fsicas da Terra fossem
conhecidas precisamente, a intensidade de uma medio particular, efetuada
superfcie, poderia ser prevista precisamente e de uma forma nica (LUIS, 2005).
Porm, o que acontece na prtica o inverso; tenta-se deduzir as propriedades a
partir de medies na superfcie. O problema decorrente disso, que geralmente a
soluo no nica, ou seja, h mais de uma possibilidade para cada medio
realizada. Por isso, em levantamentos com mtodos geofsicos, recomendado o
uso de mais de um mtodo, para que atravs da interpolao de resultados de
mtodos diferentes possa-se traar um modelo mais preciso.
A seguir, ser feito um detalhamento dos mtodos supracitados, gravimetria e
magnetometria, respectivamente.
4.1 GRAVIMETRIA
A Gravimetria, do latim gravis = peso, e do grego = medida, se baseia
na medio da gravidade e suas variaes que tem origem em diversas causas: a
rotao e o achatamento da Terra, efeitos da Lua e do Sol, variaes de altitude
entre os pontos de medida, efeitos da estrutura da crosta e manto superior, etc.
Como se pode observar atravs da ilustrao na figura 4.1, a mudana de
composio dos materiais em subsuperfcie acarreta em variaes de gravidade que
podem ser medidas na superfcie. Uma variao da gravidade em um ponto
chamada de anomalia gravtica. Atravs do estudo dessas anomalias podem-se
46
4.1.1 GRAVIDADE
Toda a base da gravimetria se baseia na lei da gravitao universal de
Newton:
F G
m1 m2
r2
F G
Mm
GM
mg g 2
2
R
R
47
grandeza muito pequena, que o Gal, 1Gal = 10 -2m/s, e sua subunidade, miligal,
1mGal = 10-5m/s.
4.1.2 GRAVMETROS
A medio da gravidade se baseia na lei de Hooke. Como se observa na
figura 4.2, pode-se calcular a variao da gravidade em funo da variao s:
m( g g ) k ( s s ) g
ks
m
Para levantamentos prticos, s tem que ser medido com uma preciso de 10 8
Figura 4.2 Variao da gravidade obtida a partir da distenso de uma mola Fonte: (LUIS, 2005)
48
Figura
4.3
Gravmetro
Fonte:
http://www.iag.usp.br/geofisica/graduacao/m%C3%A9todos-geof
%C3%ADsicos
49
Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/pdf/bservico1602.pdf
50
DD
LD
Tt TE
Considera-se que a deriva dinmica linear, assim, deve ser feita a correo
de todas as medidas aferidas de acordo com o tempo.
4.1.4.2 Correo luni-solar
As mars terrestres, tal como as suas congneres marinhas, fazem com que
a elevao do ponto de observao varie. Enquanto que no caso marinho a
amplitude da variao pode ir desde menos de 1 m at quase dezena de metros,
no caso continental as variaes atingem no mximo alguns cm. As variaes da
gravidade
devidas
mar
terrestre
tm
um
mximo
de
amplitude
de
51
O valor de
, com h em metros e
bouguer deve subtrada do valor medido, j a influencia das rochas contribui para o
aumento da gravidade.
52
Figura 4.4 (a) Correo de ar livre de uma observao situada a uma altura h acima do datum. (b)
Correco de Bouguer. (c) Correco de Terreno Fonte: (LUIS, 2005)
A anomalia de bouguer completa, leva em considerao a correo de arlivre, correo de bouguer e correo de topografia.
4.1.5 INTERPRETAO
Recapitulando o conceito de corpo casual, considera-se esse, uma unidade
rochosa de densidade diferente das rochas vizinhas, produzindo uma anomalia
gravtica. A interpretao de dados gravimtricos pode variar desde a simples
interpretao de anomalias, at a elaborao de modelos 2D e 3D, dependendo da
finalidade do projeto.
Um passo inicial interpretao de um levantamento seria a separao entre
anomalias regionais e locais.
53
Figura 4.5 Separao entre anomalias regionais e locais Fonte: (LUIS, 2005)
54
55
Outro fator que pode dar bastante informao,so os pontos de inflexo dos
grficos das anomalias, onde a localizao destes pontos no grfico, podem indicar
a tendncia de forma do corpo casual, como mostra a figura 4.8
56
4.2 MAGNETOMETRIA
Magnetometria a rea da Geofsica que utiliza as medies do campo
geomagntico e tenta a partir delas inferir a distribuio de minerais com
propriedades magnticas distintas em subsuperfcie. Atravs deste mtodo, rochas
com significativas quantidades de materiais magnticos, e/ou objetos com origem
humana que provocam anomalias magnticas podem ser identificados.
O magnetismo uma caracterstica intrnseca da matria. Os tomos
possuem estruturas que se assemelham a um im, chamados de dipolos
magnticos. Quando um material colocado num campo magntico ele pode
adquirir uma magnetizao na direo do campo, a qual desaparece quando o
material retirado do desse campo. Este fenmeno designado por magnetizao
induzida, e resulta do alinhamento dos dipolos magnticos elementares do material.
Como resultado deste alinhamento, o material exibe uma distribuio de polos
superfcie que corresponde s extremidades dos dipolos (LUIS, 2005). Porm, nem
sempre esse campo desaparece quando o campo externo cessado. Essa a
chamada magnetizao remanente. A facilidade com que um material magnetiza
chamada de susceptibilidade magntica, e varia de acordo com a composio e
estrutura cristalina do material. A susceptibilidade magntica inversamente
proporcional temperatura, pois dentro do cristal, a fora magntica compete com a
temperatura. Isso se d pelo fato do alinhamento dos dipolos elementares ser
dificultado quando h uma maior agitao molecular, que justamente o conceito de
temperatura. Existe uma temperatura limite para cada material, chamada de
temperatura de Curie, onde o material perde todas as suas propriedades magnticas
devido grande agitao molecular.
No processo de formao das rochas gneas, o magma ou lava que se
encontra a temperaturas em torno de 1400C, que geralmente est muito acima da
temperatura de Curie dos constituintes das rochas, comea a esfriar, e ao chegar em
800C comeam a ser formados cristais. A essa temperatura, o campo magntico
terrestre j pode competir com a temperatura, alinhando esses cristais. Quando a
rocha se solidifica, possui um campo gerado por esse alinhamento e que ir se
sobrepor ao campo magntico terrestre, provocando anomalias magnticas.
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pedestre,
levantamento
areo
levantamento
marinho.
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e faz um ngulo
H ' H cos
H '
em H, dada por
Da figura 4.10(b)
( B B ) 2 ( H H ' ) 2 ( Z Z ) 2
As variaes
magntico.
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6 ESTUDO DE CASO
As crateras implicam um risco potencial para a segurana humana e pode
causar danos em vrias reas da infra estrutura, como construo de fundaes,
estradas, linhas eltricas e campos agrcolas, isso implica um investimento
significativo em trabalhos de reparao e manuteno dos solos. Atravs do estudo
do solo pela aplicao de mtodos de prospeco indireta como a tomografia de
eletrorresistividade e o Ground Penetration Radar(GPR), pode-se obter informaes
acerca da formao geolgica, da morfologia e dimenses da estrutura. Devido ao
risco inerente associado s crateras, a aplicao de diferentes tcnicas geofsicas
para o mapeamento dos solos afetados por crateras se faz necessrio. O uso
dessas tcnicas aliado s informaes geolgicas permite localizar, avaliar e
dimensionar crateras e cavidades presentes no solo. Por conta do risco segurana
que pode ser gerado pelas crateras, o trabalho tem como objetivo verificar a
existncia e as caractersticas das cavidades e galerias no interior do solo. Bem
como avaliar o risco de formao de crateras, aplicando a combinao de tcnicas
geofsicas, GPR e a tomografia de eletrorresistividade. O estudo fornece resultados
muito satisfatrios, pois o uso desses mtodos na avaliao dos riscos geotcnicos
bastante adequado no que se refere a localizao e dimensionamento de galerias,
tendo como dificuldade a profundidade limitada dos mtodos utilizados. Este estudo
apresenta uma metodologia que foi aplicada pela primeira vez para a rea de estudo
do solo que foi a utilizao de dois mtodos geofsicos em sua anlise e os
resultados obtidos podem ser uteis para definir a estratgia de pesquisa para
estudos semelhantes.
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CONCLUSO
Com este presente trabalho, verificou-se a importncia dos mtodos indiretos
de sondagens no estudo do solo. Foi apresentado de cada mtodo suas
peculiaridades, vantagens e desvantagens, bem como sua aplicabilidade. A distino
entre as particularidades dos mtodos ativos e potenciais ficou evidente. Os
mtodos ssmicos, assim como os mtodos eltricos, necessitam de uma fonte de
energia que ir testar as propriedades do terreno que se quer investigar. As
medies so feitas com aparelhos especficos para cada caso. Nos mtodos
potenciais, no h a necessidade de fontes externas de energia esses mtodos se
baseiam apenas na leitura direta das propriedades especificas dos materiais. Porem
o que se observou em comum em todos os mtodos, foi o cuidado especial com o
tratamento dos dados. Cada mtodo possui uma tcnica para correo de erros e
interferncias, a fim de manter um trabalho confivel, dentro dos limites de
aceitao. Todos os mtodos se baseiam em tcnicas geofsicas que foram
adaptadas, em certos casos, para a engenharia especificamente, mas tendo uma
aplicabilidade que abrange desde o estudo de pequenas reas, at a modelagem do
prprio planeta.
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REFERENCIAS
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ANEXOS