O Efeito Imediato Da Técnica de Inibição Dos Músculos

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CENTRO UNIVERSITRIO DE BRASLIA - UniCEUB


FACES - FACULDADE DE CINCIAS DA EDUCAO E DA SADE
CURSO DE FISIOTERAPIA

O EFEITO IMEDIATO DA TCNICA DE INIBIO DOS MSCULOS


SUBOCCIPITAIS EM INDIVDUOS COM ENCURTAMENTO DE ISQUIOTIBIAIS.

Gabriel Silva Figueiredo


Luiza Koebe de Oliveira

Braslia
2011

Gabriel Silva Figueiredo


Luiza Koebe de Oliveira

O EFEITO IMEDIATO DA TCNICA DE INIBIO DOS MSCULOS


SUBOCCIPITAIS EM INDIVDUOS COM ENCURTAMENTO DE ISQUIOTIBIAIS

Trabalho ser apresentado ao Centro


Universitrio de Braslia - UniCEUB
como pr-requisito para obteno da
concluso da graduao em
fisioterapia.

Orientador: Prof. Msc. Hugo Alves de Sousa

Graduando em Fisioterapia - Faculdade de Cincias da Educao e da Sade


Centro Universitrio de Braslia
Graduanda em Fisioterapia - Faculdade de Cincias da Educao e da Sade Centro Universitrio de Braslia

Resumo

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Introduo: O encurtamento muscular uma das maiores causas de
disfuno do movimento, interferindo na funcionalidade dos indivduos. O objetivo do
estudo avaliar o efeito imediato da tcnica de inibio dos msculos Suboccipitais
em indivduos que apresentam encurtamento de Isquiotibiais e comparar o ngulo
poplteo, flexo de quadril e a flexo de tronco antes e depois da tcnica de inibio.
Materiais e Mtodos: O estudo apresenta-se como analtico descritivo de carter
transversal, parcialmente cego, cuja amostra foi selecionada por convenincia.
Foram selecionados 43 voluntrios do sexo masculino, entre 18 e 30 anos divididos
em: grupo de estudo (30) e grupo controle (13). Concluso: A proposta do estudo
em verificar o efeito imediato da tcnica de inibio dos suboccipitais, sugere que
houve melhora no encurtamento, visto que ocorreu um aumento nas medidas
coletadas.
Palavras-chave: Inibio Subocciptal, Amplitude de Movimento, Fscia.

The immediate effect of the inhibition technique of subocciptal muscles in


individuals with shortening of the hamstrings.
Abstract
Muscle shortening is the major cause of movement dysfunction, interfering with the
functionality of individuals. The study objective is to evaluate the immediate effect of
suboccipital muscle inhibition technique in people who have hamstring shortening.
Material and Methods: The study presents itself as a descriptive analytical, partly
blinded and transverse. It was selected 43 male volunteers, aged 18 to 30 years,
divided into two groups: study group (30) and control group (13). Conclusion;
Immediate effects of flexibility and stretching after application of the technique of
inhibition of suboccipital showed significant results, whitch suggests the technique
effectiveness, as well as other studies, using other techniques.
Key Words: Subocciptal Inhibition, Range of Motion, Fascia.

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Introduo
Dentre os diversos recursos empregados pelos fisioterapeutas e terapeutas
manuais destaca-se o alongamento muscular, que est relacionado com a
flexibilidade, hipomobilidade e contratura.
O alongamento uma manobra utilizada para melhorar a amplitude de
movimento (ADM) e aumentar a mobilidade dos tecidos moles atravs do aumento
do comprimento de estruturas que esto encurtadas e hipomveis. Consiste tambm
na mudana da estruturao de componentes contrteis e no-contrteis das
unidades musculotendneas (KISNER; COLBY, 2005).
A efetividade do alongamento est relacionada s mudanas na tolerncia do
indivduo ao alongamento. Desta forma, a integridade articular, a extensibilidade dos
tecidos moles periarticulares e o comprimento dos msculos so fatores
determinantes para o alongamento e, consequentemente para a flexibilidade de um
indivduo (KISNER; COLBY, 2005).
A flexibilidade a capacidade de mover uma nica articulao ou vrias
articulaes de maneira harmnica atravs da ADM, sem proporcionar dor ao
indivduo (KISNER; COLBY, 2005). essencial para atividades da vida diria
(AVDs) e inerente ao alongamento muscular, proporcionando maior amplitude de
movimento, diminuindo o risco de leso e melhorando o gesto esportivo (SAFRAN
et. al., 1989).
O encurtamento muscular uma das maiores causas de disfuno do
movimento, interferindo na funcionalidade dos indivduos. Mesmo sabendo que os
efeitos do treinamento para aumentar o comprimento do msculo, de modo geral,
so transitrios, a flexibilidade muscular pode ser alterada por meio de tcnicas de
alongamentos, j que a hipomobilidade pode ocorrer por diversos tipos de patologia
(LIMA et. al., 2001).
Existem grupos musculares unidos por um nico conjunto de fscias
denominada cadeias musculares, que vo dos dedos dos ps at a poro
occipital, podendo ser a causa de disfunes em vrias reas distintas do corpo
(BRICOT, 2004; BARLOW et. al., 2004; SHOUCHARD, 1985).
Existe no sistema corporal o conceito de fscia, que um tipo de tecido
conjuntivo fibroso de proteo organizado para estruturas como ligamentos,
aponeuroses e tendes que proporciona aos rgos a ideia de continuidade

8
(TANAKA; FARAH, 1997). A liberao da fscia muscular envolvida na tenso do
msculo, reduz o tnus podendo ter um maior alongamento dos msculos flexores
do joelho (SCHLEIP, 1996).
A cadeia muscular posterior constitui-se de feixes de msculos e fscias com
um poder de encurtamento e uma tendncia para a retrao no sistema muscular do
corpo. Com o aumento do tnus a aponeurose fica em estado de tenso de um ou
vrios msculos e todos em conjunto elevam seu tnus. Desta forma surge no corpo
um conjunto de tenso miofascial, em toda a cadeia muscular. (CAMPIGNION,
2003).
O ngulo poplteo o mtodo mais utilizado para a avaliao da retrao dos
msculos isquiotibiais (FORLIN et. al., 1994). Atravs da mensurao do ngulo
poplteo possvel medir o grau de encurtamento desses msculos (MALHEIROS
et. al., 1995). Patologias como a disfuno fmuro-patelar, pubalgia, lombalgia,
tendinite e desvios posturais globais, podem ser causadas por uma alterao de sua
flexibilidade e/ou alteraes biomecnicas, por isto a importncia de estudar os
msculos isquiotibiais e a mensurar seu comprimento (BARLOW et. al., 2004).
Alguns autores consideram que se diminuir o tnus na musculatura
suboccipital ocorrer um aumento no comprimento dos tendes dos msculos
isquiotibiais e a amplitude de flexo de quadril e flexo de tronco, sob a hiptese de
que a relao entre suboccipitais e isquiotibiais de estarem relacionados ao
controle postural, com a dura-mter ou com as cadeias miofasciais (APARICIO et.
al., 2009).
A terapia manual utiliza a manipulao de tcnicas com objetivos teraputicos
para tratar o paciente. Algumas tcnicas de terapia manual favorecero um ganho
de flexibilidade do tecido muscular (LENDERMAN, 2001). A tcnica de inibio dos
msculos Suboccipitais baseia-se na tentativa de inibir a tenso dos mesmos. Os
msculos Suboccipitais e Isquiotibiais pertencem mesma cadeia miofascial
posterior. Essa tcnica amplamente usada na terapia manual acreditando que
essa inibio tensional acarretaria um aumento no comprimento de outros msculos,
como por exemplo, os Isquiotibiais (APARICIO et. al., 2009).
Toda conduta fisioteraputica manual tem influncia em um determinado
mecanismo fisiolgico que pode ser atravs da organizao do tecido local, da

9
organizao

neurolgica

ou

da

organizao

psicofisiolgica.

(LENDERMAN, 2001).
Por ser uma tcnica de fcil aplicao e de efeito imediato, importante
estudarmos seus efeitos no tratamento com o objetivo de melhorar as disfunes
presentes, proporcionando ao indivduo maior qualidade na prtica de suas
atividades funcionais e contribuindo para que ele tenha qualidade de vida.
Portanto, o objetivo do estudo foi avaliar o efeito imediato da tcnica de
inibio dos msculos Suboccipitais em indivduos que apresentam encurtamento de
Isquiotibiais e assim comparar o ngulo poplteo, flexo de quadril e a flexo de
tronco antes e depois da tcnica de inibio.
Materiais e Mtodos
O estudo apresenta-se como analtico descritivo de carter transversal,
parcialmente cego, cuja amostra foi selecionada por convenincia (pr e psinterveno)

uma

abordagem

predominantemente

quantitativa.

Foram

selecionados 43 voluntrios do sexo masculino, entre 18 e 30 anos, sendo que 30


(trinta) indivduos participaram do grupo de estudo e 13 (treze) indivduos
participaram do grupo controle.
Antes da execuo de qualquer procedimento metodolgico, para fins de
apreciao dos aspectos ticos implicados em pesquisas com seres humanos, este
projeto foi submetido avaliao pelo Comit de tica em Pesquisa (CEP) da
Faculdade de Cincias da Educao e Sade - FACES, conforme resolues 196/96
(Anexo 1). Todos os sujeitos que foram selecionados para o estudo foram
voluntrios e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2),
dando cincia que conheceram os procedimentos a que foram realizados e as
possveis complicaes relacionadas com este tipo de procedimento e que
concordam com os objetivos da pesquisa.
As informaes coletadas pelo teste realizado em cada participante foram de
total sigilo dos dados confidenciais da pesquisa. O participante foi resguardado de
qualquer tipo de situao constrangedora que possa ocorrer durante a pesquisa,
tendo ele o direito de desistir a qualquer momento.
Os critrios de incluso foram: indivduos do sexo masculino, com idade entre
18 a 30 anos, com encurtamento de isquiotibiais. Os critrios de excluso foram:
indivduos com mensurao do ngulo poplteo maior que 160, indivduos com

10
possveis alteraes nos joelhos ou alguma patologia msculo-esqueltica
relacionada, deformidade, queixa de dor nas articulaes dos membros inferiores,
fratura de membro inferior, dor aguda nas costas, hrnia de disco, indivduos com
prtese de joelho e uso de medicamentos que possam interferir na musculatura,
como por exemplo, relaxante muscular.
A pesquisa foi coletada nos laboratrios do Labocien, localizado no Centro
Universitrio de Braslia (UNICEUB), bloco 9 da Faculdade de Cincias da Educao
e Sade - FACES, segundo subsolo.
Uma anamnese para obteno de dados pessoais sobre o paciente foi
realizada e a coleta de dados relacionada ADM da extenso do joelho, flexo do
quadril e flexo de tronco (anexo 3). Na avaliao fsica do ngulo poplteo foram
utilizados, como parmetro dentro da normalidade, os valores de coorte entre 161 a
180. Indivduos com mensurao do ngulo poplteo maior que 160 foram
excludos da pesquisa (KEYSER et. al., 2007).
Os indivduos foram distribudos em dois grupos. No grupo controle foi
realizada a tcnica de forma falsa, com efeito, placebo. J no grupo de estudo foi
realizada a aplicao da tcnica da forma correta, caracterizando a inibio dos
msculos suboccipitais.
Foram utilizados comandos verbais e manobras previamente padronizadas,
maca comum para posicionamento do participante e um gonimetro de plstico
CARCI para medio do ngulo poplteo e do ngulo de flexo de quadril, foi
utilizado tambm o Banco de Wells Sanny para mensurar a flexo de tronco.
Os participantes da pesquisa estavam trajando roupas leves (de ginstica)
para que no houvesse qualquer resistncia no momento da medio dos ngulos.
A avaliao do ngulo poplteo foi realizada com o participante em Decbito
Dorsal, com quadril do membro testado fletido a 90, o membro inferior contralateral
em extenso completa sobre a mesa de exame, no sendo permitida a flexo do
quadril ou joelho do mesmo. O eixo do gonimetro posicionado na face lateral do
joelho, com uma das hastes seguindo a linha lateral da coxa e a outra fixada parte
lateral da perna, partindo ento com o gonimetro a 90 (KEYSER et. al., 2007).
A avaliao da flexo do quadril foi feita com o participante permanecendo em
decbito dorsal e pernas estendidas na maca. O gonimetro posicionado com o seu
eixo central sobre o ponto trocantrico, com uma das hastes fixada na parte lateral

11
do tronco, sobre o prolongamento da linha axilar, e a outra, na face externa da coxa,
em sua linha mediana, em seguida, realizando passivamente a flexo da articulao
do quadril at o limiar de dor ou da prpria estrutura ou quando percebida uma
u
compensao com o membro contralateral ao testado e/ou da cintura plvica.
(KEYSER et. al., 2007).
A avaliao de flexo de tronco foi realizada com auxlio do Banco de Wells
com o participante sentado, as pernas totalmente estendidas os ps descalos e
ligeiramente afastados, apoiados contra o banco, em seguida o participante realizou
trs tentativas de flexo do tronco mantendo os joelhos, cotovelos e punhos em
extenso mxima. Sendo que no se atingiu a flexo de tronco mxima para no
forar o participante
cipante a realizar o alongamento. (KEYSER et.. al., 2007).
2007

ngulo Poplteo

Flexo de Quadril

Flexo de Tronco

Aps esse procedimento, foi aplicado o protocolo


protocolo de interveno conforme os
grupos:
-

Controle grupo placebo, com posicionamento da mo abaixo da cabea do


participante (a mo ser posicionada de forma simples, como se fosse
segurando a cabea). Ser cronometrado 1 minuto para este placebo, com
posterior
rior mensurao de medidas.

Estudo posicionamento das mos em posio supina, abaixo do osso


occipital apoiando a polpa dos dedos maior e indicador na musculatura
suboccipital, com posterior elevao dos dedos com as mos rgidas a fim de
provocar presso
o no local. solicitado ao participante que relaxe sua cabea,
at que o pesquisador possa senti-la
senti la na palma de suas mos. Foi
cronometrado 1 minuto para a Tcnica, com posterior mensurao das
medidas.

12

Tcnica de Inibio

Tcnica placebo

A seguir, realizou nova aferio das medidas. No trmino da interveno, foi


calculada a mdia aritmtica simples dessas medies, pois cada medida foi
realizada trs vezes.
Foi utilizado para anlise das variveis o Teste t com amostras independentes
e homocedsticas. Foi utilizado o programa estatstico Bioestat 5.0 Para analisar a
normalidade dos dados utilizou-se o Teste Kolmogorov-Smirnov.

Resultados
O grupo estudo foi composto por 30 pessoas, idade mdia de 23,8 anos (
2,9), altura mdia 1,76m ( 0,04), peso mdio 75,47Kg ( 9,2), IMC com mdia de
24,0 ( 2,2), dominncia: 28 destros (93,4%) e 2 canhotos (6,6%), sendo todos do
sexo masculino. O grupo controle foi composto de 13 participantes, idade mdia de
24,4 anos ( 2,7), altura mdia 1,78m ( 0,07), peso mdio 83kg ( 12,2), IMC com
mdia de 26, 2 ( 3,4), dominncia: 12 destros (92,3%), 01 canhoto (7,7%), sendo
todos do sexo masculino.
Na verificao da normalidade dos dados recorreu-se ao teste de Kolmogorov.Sminov (K.S) com significncia =0,05. O mesmo demonstrou
normalidade para todos os dados coletados.
De acordo com a tabela 1 pode-se observar os resultados obtidos com o
grupo estudo antes e aps interveno. Com o intuito de averiguar a eficcia da
tcnica de inibio dos msculos subocciptais utilizou-se o teste T amostra
independente. O teste evidenciou uma diferena significativa entre o grupo pr e
ps-interveno, onde (p 0.05). Houve aumento evidente na mensurao do
ngulo poplteo direito (3,2) e esquerdo (4,1). Enquanto que na flexo de quadril
direito e esquerdo houve um menor aumento, sendo 2,0 e 2,6 respectivamente.

13
Tabela 1. Resultado dos valores do pr-interveno e ps-interveno em graus
(Grupo estudo).
Pr
Interveno

Ps
Interveno

Mdia DP

Mdia DP

Flexo Quadril (D)

45,7 6,8

Flexo Quadril (E)


ngulo Poplteo (D)

Absoluto

47,7 7,0

2,0

0.0001*

44,1 6,3

46,7 6,7

2,6

0.0015*

118,2 3,8

121,4 3,9

3,2

0.0001*

ngulo Poplteo (E)


119,5 5,4
* (p0,05); D = direito E = esquerdo.

123,6 4,2

4,1

0.0001*

De acordo com a tabela 2 pode-se verificar os resultados obtidos do grupo


controle pr e ps-interveno (placebo). Conforme o teste utilizado na pesquisa
para anlise dos dados encontrados, no foi verificado nos testes realizados,
significncia estatstica, onde (p > 0,05) para todos os dados da tabela 2.

Tabela 2. Resultado dos valores pr-interveno e ps-interveno placebo em


graus (Grupo controle).
Pr
Interveno

Ps
Interveno

Mdia DP

Mdia DP

Flexo Quadril (D)

47,4 6,5

Flexo Quadril (E)

Absoluto

48,3 6,6

0,9

0.2073*

49,2 5,4

49,3 5,2

0,1

0.8333*

ngulo Poplteo (D)

121,6 2,9

122,4 2,3

0,8

0.1378*

ngulo Poplteo (E)

123,6 3,6

124,5 3,8

0,8

0.1316*

* significativo (p>0,05); D = direito E = esquerdo.

Na anlise da diferena pr e ps-interveno para flexo de tronco entre o


grupo de estudo e o grupo controle constatou-se uma diferena significativa, onde
p=0,0092. (Tabela 3).

14

ultados da Flexo de Tronco pr e ps interveno em centmetros


Tabela 3 Resultados
(Grupo Estudo e Grupo Controle).
Pr
Interveno

Ps
Interveno

Mdia DP

Mdia DP

Flexo de Tronco
(Estudo)

18,0 6,2

Flexo de Tronco
(Placebo)

22,9 11,6

Absoluto
Absoluto

20,4 6,5

2,5

0.0001*

23,3 12,2

0,5

0.4543*

* (p0,05).

No grfico abaixo est demostrado os resultados encontrados nos grupos


estudo e controle aps a interveno.

Grfico 1 - Mdia da diferena absoluta obtida aps a interveno. (Grupo Controle


e Grupo de Estudo).

4,5
4
3,5

Graus

3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Quadril DQuadril
Quadril EPoplteo
E
DPoplteo E
Grupo Controle

Quadril DQuadril EPoplteo


Poplteo DPoplteo E
Grupo Estudo

Discusso
Neste estudo, observa-se
observa se um alto nvel de significncia das variveis
analisadas, mostrando assim a diferena de forma crescente e quantitativa dos

15
ngulos dos membros inferiores e da amplitude de movimento para flexo de tronco
que esto envolvidos na extensibilidade e flexibilidade dos msculos isquiotibiais.
O conceito de globalidade do corpo um fator importante quando se fala de
cadeia muscular e da ao em conjunto dos msculos. Por isso observa-se a
integrao de toda a rede muscular onde no existir individualizao dos msculos
e

sim

uma

continuidade

funcional,

de

forma

que

todo

sistema

musculoaponeurtico participe dos movimentos do corpo, at os mais simples


(BIENFAIT, 2000).
A excitabilidade nervosa pode ser aumentada atravs de espasmos, pois a
maioria dos nervos perifricos faz seu trajeto atravs dos membros, pelos canais
osteofibrosos e entre os feixes musculares. A estimulao dos nervos perifricos
ser propagada para cima em direo medula espinhal e para baixo,
representando assim uma produo de cadeias miofasciais (RICARD; SALL,
1996).
Por ser muito inervada, a fscia reage a traes e as tenses originando
influxos nociceptivos, provocando modificaes vasculares e bioqumicas. Uma
disfuno somtica cervical devido a uma tenso na aponeurose, por exemplo, pode
se estender para diferentes localidades do corpo, realizando restries da
mobilidade dos movimentos executados. Essas disfunes podem interferir na
funcionalidade de vsceras e dos movimentos do corpo humano, pelo desvio de sua
vascularizao e de seus plexos neurovegetativos (RICARD; SALL, 1996). A fscia
representa o segundo fator mais importante que limita a amplitude de movimento, j
que o msculo o primeiro (ALTER, 1999).
A inervao recproca um reflexo determinante para a organizao do
sistema locomotor, permitindo a dualidade muscular. Isso explicado pelo reflexo
que harmoniza a funo esttica e a funo dinmica do corpo. Portanto sem esse
reflexo o corpo humano se tornaria rgido, pois o menor movimento seria impedido
pela tenso dos msculos antagonistas (BIENFAIT, 2000).
A tcnica de inibio dos Subocciptais exerce um efeito imediato em relao
ao alongamento dos msculos. Portanto, uma das utilidades da aplicao dessa
tcnica a sua utilizao quando o msculo que necessita ser alongado estiver
sensvel, inacessvel ou quando no for possvel colocar o membro da forma correta
para realizar o alongamento desejado (APARICIO et. al., 2009).

16
Alm disso, a tcnica se faz de extrema importncia por trabalhar com a
inibio dos msculos em conjunto proporcionando um alongamento, j que existe
uma relao importante de globalidade, j falada anteriormente, entre os msculos
da regio cervical com os msculos da cadeia posterior do corpo.
De acordo com os autores citados acima pode-se constatar que o corpo um
conjunto global, que realiza funes em conjunto e que responde a estmulos
externos e internos de forma integrada com todo o corpo. A partir dessa constatao
entende-se o motivo do alongamento nos msculos isquiotibiais ao se aplicar a
tcnica de inibio dos suboccipitais.
De acordo com a neurofisiologia da tcnica entende-se que existe uma alta
densidade de feixes neuromusculares nos msculos suboccipitais. Desta forma ao
aplicar a tcnica ocorre uma liberao em sequncia da fscia muscular dos
msculos do joelho, atravs de um alongamento, diminuindo o tnus dessa
musculatura. Isso possvel devido relao existente entre os msculos
suboccipitais e os msculos da cadeia posterior (SCHLEIP R. 1996).
De acordo com a tabela 1 pode-se observar que houve um aumento
importante dos ngulos poplteos e de quadril no grupo estudo, ou seja, o grupo que
recebeu a tcnica proposta pela pesquisa.
Em relao ao aumento do ngulo poplteo direito (3,2) e esquerdo

(4,1)

o presente estudo foi semelhante aos dados de Aparicio et. al. (2009), que
encontrou (4,1) no joelho direto e (5,2) no joelh o esquerdo aps aplicao da
tcnica de inibio dos msculos suboccipitais. No estudo de Brasileiro et. al.,
(2006) analisou-se os efeitos do resfriamento e do aquecimento sobre a flexibilidade
dos msculos isquiotibiais. Para extenso de joelho foi observado os efeitos agudos
e crnicos no mtodo utilizado. Nos resultados obtiveram-se os seguintes valores
para extenso de joelho aps a interveno: alongamento (2,6), alongamento mais
gelo (4,3) e alongamento mais aquecimento (2,4), resultado positivo para o ganho
na ADM.
Na mensurao da flexo de quadril os resultados encontrados foram (2,0)
para o lado direito e (2,6) para o lado esquerdo (tabela 1). No estudo de Hopper
et. al., (2004) verificou-se o efeito do alongamento e da mobilizao dos tecidos
moles (massagem clssica) em indivduos com encurtamento de isquiotibiais,
atravs da avaliao da flexo de quadril. A pesquisa foi composta por 45 homens,

17
divididos em 3 grupos, sendo que 15 indivduos no grupo controle, 15 no grupo que
recebeu a massagem clssica e 15 no que recebeu a massagem clssica mais
alongamento. No resultado do estudo observou-se um ganho de 1,3 para
massagem clssica e 4,7 para alongamento com a mas sagem clssica de acordo
com o ngulo de flexo de quadril.
Pollard e Ward (1997) avaliaram o efeito do PNF nos msculos suboccipitais
e o PNF nos msculos isquiotibiais mensurando a flexo de quadril para medir a
flexibilidade de isquiotibiais. Na amplitude de movimento observou-se um ganho
para os dois grupos pesquisados, sendo que, o grupo que recebeu o PNF na regio
suboccipital obteve resultado superior ao presente estudo.
Neste presente estudo, no grupo interveno, os sujeitos foram avaliados com
o auxlio do Banco de Wells, para mensurao da flexo de tronco. Aps a tcnica
de inibio observou-se um ganho na amplitude de movimento (2,5 cm).
Comparando com o estudo de Aparicio et. al. (2009), que utilizou a caixa
antropomtrica para medir a distncia da falange mdia distal at o cho, sendo que
os indivduos da pesquisa foram posicionados em p e tentaram alcanar o cho, o
valor obtido na mensurao foi de (4,4 cm) aps a tcnica de inibio de
Suboccipitais.
Segundo o estudo de Barlow et. al. (2002) observou-se atravs da avaliao
da flexo de tronco, teste sentar e alcanar, que aps a aplicao da massagem nos
isquiotibiais obteve-se ganhos na flexibilidade, mas no foram estatisticamente
significativos, aps interveno.
Observando o estudo de Pollard e Ward (1997) e Aparacio et. al. 2009,
parece indicar que a terapia manual na regio dos suboccipitais pode contribuir
positivamente no tratamento de disfunes musculoesquelticas de membros
inferiores.
Porm, alguns autores divergem sobre aceitao da tcnica de inibio da
musculatura suboccipital. No artigo de Taylor et. al. (2003) foi investigado o efeito
da aplicao da tcnica de contrair e relaxar para verificar a extensibilidade dos
msculos isquiotibiais e examinar a durao deste tratamento. Foram selecionados
pacientes assintomticos e divididos em dois grupos, um de estudo e um controle.
Foi mensurada a extenso do joelho (ngulo poplteo) antes e aps a aplicao da
tcnica. Na anlise dos dados e de acordo com os resultados conclui-se que no

18
houve diferena significativa para a extensibilidade dos isquiotibiais aps a
execuo da tcnica.
As relaes funcionais entre a fscia, as foras e as presses que so
geradas atravs de contraes musculares no so muito bem compreendidas
atualmente, pois existe necessidade de que pesquisas sejam realizadas com o
intuito de estudar os efeitos biomecnicos da fscia sobre o msculo que observem
o efeito que a remoo da fscia tem sobre o msculo e o compartimento osseofascial (ALTER, 1999).
Portanto, o que fica evidente em relao ao estudo apresentado e levando
em conta as colocaes dos autores citados, que parece existir uma relao
importante entre os msculos do corpo, sua inervao, sua estrutura e sua
biomecnica. Assim o presente estudo se torna vlido ao tentar compreender a
interao corporal, j que a aplicao da interveno aconteceu em ponto distante
das articulaes avaliadas, sendo assim possvel observar o comportamento da
cadeia muscular posterior.
As limitaes encontradas no estudo, como por exemplo, a goniometria
realizada, o nmero de participantes no grupo estudo e no grupo controle, o
posicionamento dos membros, so fatores relevantes para minimizar os possveis
erros que podem acontecer na pesquisa. Alm disso, pode-se citar o nmero
pequeno de artigos encontrados para a realizao da pesquisa, fazendo que o
estudo seja baseado apenas em artigos que esto relacionados com o assunto e
no artigos que falem diretamente sobre a pesquisa.

Concluso
A proposta do estudo em verificar o efeito imediato da tcnica de inibio dos
suboccipitais, afirma que houve melhora no encurtamento, visto que ocorreu um
aumento nas medidas de flexo de quadril, ngulo poplteo e flexo de tronco. J no
grupo controle, no foi encontrado nenhum resultado relevante nas medidas de
flexo de quadril, flexo de tronco e ngulo poplteo. Desta forma, aps a
comparao entre as medidas encontradas o estudo parece indicar que a tcnica
eficiente para o alongamento dos isquiotibiais.

19
Referncias

ALTER, M.J. Cincia da Flexibilidade. Porto Alegre: Artmed, 1999.

APARICIO, E.Q. QUIRANTE,L.B. Blanco, C.R. Sendn, F.A. Immediate Effects of the
Suboccipital Muscle Inhibition Technique in Subjects With Short Hamstring
Syndrome. Journal of manipulative and Physiological therapeutics, 2009, vol.32., n.
4, p. 262-69.

BARLOW, A. CLARKE, R. JOHNSON, N. SEABOURNE, B. THOMAS, D. GAL, J.


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Flexibilidade. Braslia: Thesaurus, 2007,p.142 e 148.

21

Anexos
(Anexo 1)

22
(Anexo 2)

Termo de consentimento livre e esclarecido TCLE


O(a) senhor(a) est sendo convidado(a) a participar desta pesquisa,
mas antes de decidir se deseja participar (de livre e espontnea vontade) dever ler
e compreender todo o contedo. Antes de assinar faa perguntas sobre tudo que
tiver dvidas. A equipe deste estudo responder s perguntas a qualquer momento
(antes, durante e aps o estudo). Ao final, caso decida participar, solicitaremos que
assine o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e receber uma cpia do
mesmo.
Utilizaremos os dados coletados do(a) senhor(a), e garantimos total sigilo dos
dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Caso haja questes ou situaes
constrangedoras no decorrer da pesquisa o(a) senhor(a) ter total direito de no
realiz-las. Se decidir desistir da pesquisa no sofrer, em hiptese alguma,
penalizao da instituio local de estudo.
O projeto de pesquisa tem como objetivo analisar o Efeito imediato da tcnica
de inibio dos msculos suboccipitais em indivduos com encurtamento de
Isquiotibiais. Este procedimento ser realizado apenas uma vez. Sero testes muito
simples, de rpida execuo e no oferecer riscos para os participantes. No ser
necessrio despir-se para realizarmos as medidas, mas solicitaremos ao()
senhor(a) que venha vestido(a) com bermuda/ shorts ou roupa de ginstica para
facilitar a execuo dos movimentos que sero necessrios ser realizados para
aferir as medidas durante a avaliao.
Inicialmente, os indivduos podero ser aleatoriamente colocados em um
grupo placebo, mas que no final da pesquisa o grupo placebo, ter a garantia de
receber a aplicao correta da tcnica de inibio dos suboccipitais, para que os
mesmos, tambm possam se beneficiar com os efeitos da tcnica.
O material advindo desta pesquisa ser utilizado como trabalho de concluso
de curso do Curso de Fisioterapia do Centro Universitrio de Braslia (UniCEUB), e
poder ser usado para confeco de artigo cientfico, ser submetido publicao em
peridicos cientficos e/ou apresentado em congressos como banner. Ser mantido
o anonimato dos sujeitos da pesquisa e suas instituies.

23
Os dados coletados dos participantes da pesquisa ficaro sob a guarda do
pesquisador Gabriel Silva Figueiredo durante o perodo de cinco anos aps o
trmino da pesquisa com a garantia de sigilo e confidencialidade.
Eu,

_____________________________________________

RG

________________, aps receber uma explicao completa dos objetivos do estudo


e dos procedimentos envolvidos concordo voluntariamente em fazer parte deste
estudo.

Braslia, _____ de _____________________ de 2011

______________________________________________________
Participante, telefone:

______________________________________________________
Orientador: Hugo Alves de Sousa (61) 84072519

______________________________________________________
Pesquisador: Gabriel Silva Figueiredo (61) 99695969

______________________________________________________
Pesquisador: Luiza Koebe de Oliveira (61) 78147325

24
Apndices

Ficha de Anamnese
Nome: _________________________________________________________
Idade: ___________________
Altura:___________________
Peso:____________________

Pr-Interveno
Flexo de Quadril
Direita

Esquerda

ngulo Poplteo
Direita

Esquerda

Flexo de Tronco

Ps-Interveno
Flexo de Quadril
Direita

Esquerda

ngulo Poplteo
Direita

Flexo de Tronco

Esquerda

25
( )ALTERAO DE JOELHO
( )PATOLOGIA MUSCULO ESQUELETICA
( )DEFORMIDADES
( )FRATURA DE MMII
( )DOR AGUDA NAS COSTAS
( )HERNIA DE DISCCO
( )PROTESE DE JOELHO
( )MEDICAMENTO (RELAXANTE MUSCULAR)

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