Material Didatico para Professores-Matematica em Musica
Material Didatico para Professores-Matematica em Musica
Material Didatico para Professores-Matematica em Musica
Apresento a voc uma verso preliminar da Coleo Cadernos de Ensino e Pesquisa em Educao
Matemtica. Nela, voc encontrar livretos com proposta de ensino e de formao de professores e
sugestes para compreender seu aluno, motiv-lo, avali-lo.
Cada Caderno representa o esforo de um(a) professor(a) de Matemtica em buscar alternativas para
a melhoria do ensino dessa disciplina. Todos eles cursaram o Mestrado Profissional em Educao
Matemtica da Universidade Federal de Ouro Preto e suas pesquisas tiveram como foco a sala de aula, a
formao de professores e/ou processos que envolvem professores, alunos e a Matemtica. Dessa forma, ao
final, cada professor defendeu uma pesquisa e construiu um produto educacional escrito e organizado para
compartilhar com voc essa experincia.
Essa primeira verso, preliminar, pretende apresentar a voc a Coleo e, em breve, teremos a verso
definitiva disponvel para aquisio (impressa) e na pgina do Programa (www.ppgedmat.ufop.br).
Espero que gostem!
Ana Cristina Ferreira
Coordenadora do Mestrado Profissional em Educao Matemtica
SUMRIO
I. INTRODUO ..................................................................................................................... 4
II. PROJETOS ENVOLVENDO MATEMTICA E MSICA .......................................... 5
1. ESTUDO DE PROPORES: O MONOCRDIO E A MARIMBA DE GARRAFAS. ........................ 5
1.1. Interao .............................................................................................................................. 5
1.2. Matematizao ................................................................................................................... 10
1.2.1. A escala de Zarlino ......................................................................................................... 11
1.3. O MODELO MATEMTICO .................................................................................................. 11
2. PROGRESSES GEOMTRICAS: CONSTRUO DE INSTRUMENTOS
ENVOLVENDO A RAZO DO TEMPERAMENTO MUSICAL. .................................. 15
2.1. INTERAO ........................................................................................................................ 15
2.2. MATEMATIZAO: IMPLEMENTANDO AS ATIVIDADES .................................................... 16
2.3. MODELO MATEMTICO. ................................................................................................... 21
2.3.1. Um exemplo de como montar o instrumento Marimba de Metal ............................... 29
2.4. VALIDAO E EXPOSIO DO PROJETO. .......................................................................... 32
3. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................. 33
I. INTRODUO
Este manual fruto de uma dissertao1 do Mestrado Profissional em Educao
Matemtica da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP MG). Para desenvolver o
contedo dessa obra, foram feitas pesquisas relacionando Matemtica Msica e Projetos
envolvendo Modelagem Matemtica, alm da experincia do autor mediante a realizao de
oficinas e aulas sobre o tema.
O primeiro projeto envolve um estudo de propores: O Monocrdio e a Marimba de
Garrafas, foi baseada em mini-cursos desenvolvidos por Camargos (2003), Ferreira e
Carvalho (2007) e em uma monografia de Especializao, Camargos (2008).
O segundo projeto apresenta atividades relacionando progresses geomtricas e
construo de instrumentos, envolvendo a razo do Temperamento Musical. Esse projeto foi
desenvolvido por pesquisas realizadas entre 2008 e 2010, tendo como base a Dissertao
referida anteriormente. Sugerimos ao leitor que, caso encontre dificuldades ou tenha dvidas
em implantar algum dos projetos, recorra dissertao na ntegra, nela o leitor encontrar
uma descrio minuciosa sobre a experincia da aplicao da atividade envolvendo
progresses geomtricas e notas musicais, bem como alguns questionamentos e dvidas mais
comuns, que podem surgir, no decorrer da implementao desse tipo de projeto.
Este manual expe sugestes embasadas, principalmente, em perspectivas de
Modelagem Matemtica na Educao Matemtica propostas por Biembengut e Hein (2003) e
Barbosa (2001, 2004, 2007).
Conforme Barbosa (2004), a aplicao de um modelo matemtico varia de acordo com
o grau de conhecimento do professor e alunos que iro desenvolv-lo. No caso de um modelo
relacionado Msica, interessante que o professor tenha noes de teoria musical (ou
proponha uma parceria com um professor de msica), pois tal projeto sempre desperta nos
alunos o interesse em maiores informaes sobre msica e, conforme observamos em oficinas
relacionando Matemtica e Msica, a parte prtica, isto , a execuo musical de alguma obra
de interesse dos estudantes ou de notas ou escalas, facilita bastante a compreenso dos alunos.
No final deste manual, apresentamos algumas referncias bibliogrficas que se
enquadram como sugestes de leitura ao professor que pretenda aplicar algum desses projetos.
1.1. Interao
Diviso dos alunos em grupos (para projetos como esse, sugerimos de trs a cinco
alunos por grupo);
Nessa fase do projeto, sugerimos que o professor pea aos alunos que pesquisem sobre
o tema Matemtica e Msica, Pitgoras, o Monocrdio e o instrumento marimba. Em seguida,
discuta com os alunos sobre o material pesquisado, tentando chegar a uma questo de
5
investigao. Caso os alunos no consigam chegar a alguma questo que permita desenvolver
o projeto, sugerimos ao professor propor alguma questo, exemplo: Existem relaes entre
Matemtica
Msica?
Podemos
construir
instrumentos
musicais
utilizando
Matemtica?.
Aps as discusses sobre o material pesquisado (pelos alunos), necessrio que os
alunos compreendam a experincia feita por Pitgoras utilizando o Monocrdio. Para isso,
sugerimos a anlise do DVD Arte e Matemtica (TV Cultura, 2005). Apresentamos abaixo
uma descrio resumida de tal experincia.
Pitgoras teria inventado um aparelho cientfico capaz de verificar a relao existente
entre a harmonia musical e os nmeros. Esse aparelho foi denominado monocrdio (Fig.1).
Ele teria esticado uma corda musical que produzia um determinado som, que tomou
como fundamental, o tom. Fez marcas na corda que a dividiam em doze sees iguais.
Observe:
D (C)= 1
R (D) = 8/9
Mi (E) = 64/81
F (F) = 3/4
Sol (G) = 2/3
L (A) = 16/27
Si (B) = 128/243
D (C) = 1/2
7
Essas fraes correspondentes s notas podero ser passadas aos alunos, observando
que cada nota representa uma proporo ao tamanho da corda.
Caso professor e alunos achem interessante construir um monocrdio para
compreender melhor o assunto, podero construir uma maquete do aparelho. Inicialmente o
professor poder indicar aos alunos os materiais a serem utilizados. Uma maquete pode ser
feita de papelo, isopor, madeira etc. Nesse caso, de acordo com Carvalho e Dias (2006),
sugerimos os seguintes materiais:
Martelo;
Pregos;
Para montar o monocrdio o professor dever pedir aos alunos que fixem os pregos
nas extremidades da tbua e estiquem a corda o mximo possvel, fixando-a nos pregos.
Observe o modelo a seguir:
Observe que, nesse modelo, utilizam-se materiais como transferidor, ponteiro e cutelo;
esses materiais no sero necessrios para esse tipo de atividade que queremos desenvolver.
Para facilitar, basta pedir aos alunos que coloquem um prego no lugar do cutelo, como nos
mostra a figura anterior. Essa figura um modelo de Monocrdio utilizado por Mtzenberg
(2004) em experimentos de Fsica. Consiste numa caixa de madeira de 75 cm 15 cm 10
cm, onde foram utilizadas tbuas de madeira macia com 1,5 cm de espessura. Nas
extremidades da caixa foram colocados blocos de madeira, para melhorar a fixao dos eixos
em que seriam enrolados os fios.
Ao terminarem de prender a corda, o professor pedir aos alunos que meam o
tamanho da corda e, em seguida, procurem e faam as marcaes na tbua, correspondentes a
1/2, 2/3 e 3/4 da corda, verificando e discutindo se elas realmente produzem sons em
harmonia (agradveis ao ouvido).
Caso o professor no queira montar os monocrdios em sala, poder utilizar um violo
para explicar a experincia de Pitgoras. Por exemplo, pode-se utilizar a corda Mi (mais
grave), que solta possui 65 cm, que podemos fazer corresponder tnica representada pelo
nmero 1.
Se quisermos encontrar a oitava, devemos calcular metade do comprimento da corda.
Assim: 8 nota = 1/2 65 cm = 32,5 cm, que ser correspondente a pressionar a dcima
segunda casa do violo.
Para encontrar a quarta nota, que corresponde a 3/4 do tamanho da corda, basta utilizar
a proporcionalidade: 4 nota = 3/4 65 cm = 48,5 cm (ser correspondente quinta casa do
violo). Para encontrar a 5 nota, faremos: 2/3 65 cm = 43,3 cm (ser correspondente
stima casa).
Compreenderamos, ainda, essa fase descrita como uma interao com o tema da
oficina em questo, cujo objetivo consiste em utilizar fraes e proporcionalidade para
construir o instrumento Marimba de Garrafas. De acordo com Camargos (2008), marimba
um instrumento de percusso, confeccionado com lamelas de madeira, normalmente de pausanto ou pau-rosa, que ao serem percutidas com baquetas, geralmente produzem sons doces e
melodiosos; no entanto, os instrumentos que construmos utilizaram, no lugar da madeira,
garrafas de vidro, nas quais foi colocada gua, numa proporo relacionada s fraes de
Zarlino (veja 1.2.1). Esse projeto tambm foi aplicado em sala de aula pelo autor deste
manual e baseado em uma oficina desenvolvida no V CNMEM, pelos autores Ferreira e
Carvalho (2007).
1.2. Matematizao
Segundo Biembengut e Hein (2003), a Matematizao constitui-se no processo de
formulao do problema, criao de possveis hipteses que possam estar relacionadas a ele e
sua resoluo usando o modelo criado; contudo, inicia-se a anlise de possveis teorias
matemticas que possam ser abordadas em sala de aula e aplicadas com o desenvolvimento do
Modelo Matemtico que buscamos.
Para que se possa prosseguir com o desenvolvimento do Modelo Matemtico,
devemos analisar primeiramente a relao entre as cordas e suas frequncias. Em Camargos
(2003), observa-se que Galileu Galilei e Marin Mersenne (1588-1648) no incio, do sc. XVII,
estabeleceram o que hoje denominamos Lei Fundamental das Cordas Vibrantes: A
Frequncia de um som fundamental inversamente proporcional ao comprimento da corda
vibrante, isto :
K
L
10
D / R / Mi / F / Sol / L / Si / D
1
9
8
5
4
4
3
3
2
5
3
15
8
Um exemplo:
Se voc tem uma garrafa com 300 mL de gua e considerar essa como a tnica, a
segunda garrafa dever ter 300 mL 8/9 que corresponde a aproximadamente 266,7 mL. A
terceira garrafa dever ter 300 mL 4/5 que corresponde a 240 mL e assim por diante.
De um modo geral, poderamos considerar a garrafa cheia ou tnica como a nota d e
as fraes seguintes correspondentes s notas da escala diatnica, por exemplo: 8/9
corresponderia ao r, 4/5 corresponderia ao mi, e assim sucessivamente.
D / R / Mi / F / Sol / L / Si / D
1
2
3
4
5
6
7
8
12
Fita crepe;
Calculadora;
13
14
2.1. Interao
O incio do projeto dever se apresentar como um convite ao cenrio de investigao
pretendido. O professor deve tentar aguar a curiosidade dos alunos sobre os temas
Matemtica e Msica. Em nosso caso, como o professor pesquisador possui certa experincia
como msico, isso foi relevante na motivao dos alunos.
Trabalhamos com uma turma de 19 alunos do 2 ano do E. M. e as discusses sobre o
tema proporcionaram o surgimento de dilogos entre professor e alunos, com
questionamentos do tipo: Existem relaes entre Matemtica e msica?, Se existem,
podemos aprender algo relacionado Matemtica a partir da Msica?
Em casos em que o professor queira envolver os alunos com a ideia de um trabalho de
Modelagem Matemtica, sugerimos que fale um pouco sobre o que seria a Modelagem
Matemtica, porm, no se apegando s definies, simplesmente ao processo ou ideia de
obteno de um modelo, dando exemplos, como observa-se em Biembengut e Hein (2003, p.
52-69) e em REIS, F. S. et al. (2005), sobre construes de maquetes, pois definies tericas
podem apresentar-se cansativas aos alunos.
Para uma interao maior com o tema, sugerimos ao professor pedir aos alunos que
realizem pesquisas sobre definies de: Msica, Matemtica, ritmos, compasso, sons, notas
musicais e oitavas, sendo necessria a discusso dos assuntos pesquisados, pelos alunos e
professor, pois dessa forma podero surgir questionamentos que impulsionem o projeto.
15
16
Sugerimos que o professor desenhe essas figuras no quadro sem os nmeros abaixo,
pois precisaremos que os alunos interpretem as relaes de tempo das notas com os nmeros
que percebero.
Procedimento:
Sugerimos regular o metrnomo num tempo entre 80 a 100 batidas por minuto;
Pedir aos alunos (divididos em grupos) que observem as notas no quadro e quantas
sero necessrias para preencher um compasso 4/4, sempre fazendo anotaes em suas
folhas;
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Lembrando que as respostas devem partir dos alunos. O professor dever repetir o
procedimento at os alunos compreenderem que a semibreve dura quatro tempos, e
que precisamos de uma para preencher um compasso 4/4.
Realizada a atividade anterior, podemos pedir aos alunos que faam algumas
observaes relacionadas sequncia de nmeros encontrada. Em nosso trabalho, aps
discusses entre alunos e professor, os alunos levantaram as seguintes hipteses, que foram
transcritas no quadro pelo professor:
uma proporo.
O primeiro termo um.
Os termos so obtidos multiplicando-se o anterior por dois.
O nmero de termos n vale sete (isso se deve ao fato de que foram desenhadas sete
figuras musicais, da semibreve semifusa).
Ao invs de somar, multiplica (essa hiptese surgiu do comentrio de um aluno:
uma PA, s que ao invs de somar, multiplica!).
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2 atividade: PG decrescente.
19
Procedimento:
Lembramos que essas observaes, feitas pelos alunos, so de suma importncia para
darmos sequncia ao trabalho. Caso isso no ocorra, sugerimos ao professor novamente fazer
questionamentos sobre a razo dessa nova sequncia e sobre crescimento ou decrescimento da
mesma.
20
Nessa atividade, devemos propiciar aos alunos caminhos para obterem o termo geral
da PG, ainda sem nenhuma formalizao sobre o tipo de sequncia que esto trabalhando,
para que possamos evitar algum tipo de consulta a algum livro didtico ou material que
possua a frmula que devemos obter.
Procedimento:
Pedir aos grupos de alunos que analisem a primeira sequncia vista (1, 2, 4, 8, 16, 32,
64...);
Propor aos alunos que tentem criar uma frmula geral (modelo matemtico) para
encontrar outros termos da sequncia, recorrendo s hipteses anotadas anteriormente;
an an1 2
Observe que esse modelo ainda no a frmula geral da PG, mas em seguida
sugerimos:
professor, contudo achamos vlido que o professor tente conduzir essas discusses e anotar no
quadro algumas observaes importantes que tenha percebido em relao nova frmula
procurada.
Como observamos em nossa pesquisa, alguns grupos j estavam pensando em termos
relacionados com PA, tentando trabalhar com o primeiro termo apenas e com a razo, isso foi
relevante para o desenvolvimento do projeto. Observe algumas conjecturas feitas pelos
alunos:
Devemos elevar o nmero dois (razo) a quantas vezes ele foi multiplicado;
Elevamos o nmero dois a n menos um (n se refere ao nmero de termos).
o nmero que voc quer, menos um (n 1).
Essas conjecturas foram relevantes para que os alunos, ento, pudessem desenvolver a
frmula do termo geral, pois, nesse momento, eles perceberam que precisariam somente do
primeiro termo, como j tinham a razo. Alguns grupos chegaram ao seguinte modelo:
an a1 2 n1
O professor dever manter a discusso para que os grupos restantes possam tentar
chegar a um modelo qualquer.
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Para chegar ao modelo final, sugerimos que o professor tente fazer com que os alunos
entendam que a razo, nesse caso, seria o nmero dois; poder pedir aos alunos que
testem suas frmulas na segunda sequncia que foi desenvolvida: (4, 2, 1, , , 1/8,
1/16,...), tentando achar, por exemplo, o termo a10;
O professor deve auxiliar os alunos a perceberem que a razo dever ser representada
por uma incgnita. Sugerimos alguns questionamentos: Como podemos representar
um nmero, caso no saibamos seu valor? Se a razo no for conhecida, como
podemos denomin-la?
Em nosso projeto, definimos que nossa razo seria representada pela letra x; o
an a1 x n1
Em seguida, no intuito de permitir aos alunos que testem o modelo desenvolvido, o
professor poder pedir-lhes que calculem alguns termos das sequncias conhecidas.
Para maiores detalhes sobre as definies e como foram realizadas as aulas, sugerimos ao leitor que recorra ao
relato de experincia: Camargos, C. B. R.; Moreira, J. M.; Reis, F. S. (2009) e dissertao, base desse manual.
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Frequncias sonoras esse tema pode ser auxiliado pelo professor de Fsica. Nessa
atividade envolveremos algumas frequncias de notas musicais;
Formalizao das sequncias vistas como uma PG e anlise do modelo obtido com
alguma frmula definida no livro didtico.
Procedimento:
Espera-se que os alunos consigam chegar a umas das propriedades da PG: O produto
dos extremos igual ao produto dos meios ou Sejam trs termos em PG, o termo do
meio igual mdia geomtrica dos outros dois. Caso no seja possvel, o professor
poder concluir tal afirmao, pois isso no afetar nossa atividade.
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sabemos, ter o dobro de sua frequncia (220 Hz). Queremos dividir o espao entre esse L e
sua oitava com outras onze notas musicais. Observe a sequncia abaixo:
L, L#, Si, D, D#, R, R#, Mi, F, F#, Sol, Sol#, L
Como podemos fazer para encontrar a frequncia das outras notas?.
Resoluo:
Trata-se de um problema de interpolao geomtrica com a1 = 110 e a13 = 220, logo
25
Procedimento:
Propor uma nova pesquisa aos alunos sobre relaes entre frequncias de notas
musicais e comprimentos de uma corda (ou de tubos) e como fazer instrumentos
musicais com materiais reciclveis ou materiais mais acessveis.
Aps analisar e discutir as pesquisas feitas pelos alunos, o professor poder sugerir a
construo de alguns instrumentos. Essa escolha dever ser discutida e analisada com
cuidado, pois existem instrumentos que, somente utilizando aparelhos profissionais,
poderiam ser confeccionados.
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1
1 / 12
, pois estaro
Seguiremos as dimenses e os clculos feitos pelos alunos em nosso projeto. Para esse
instrumento, os alunos decidiram que a tnica ou a1 teria comprimento igual 40 cm.
Devemos utilizar como modelo a escala temperada para definir as notas a serem
calculadas:
D / D# / R / R# / Mi / F / F# / Sol / Sol# / L / L# / Si / D
1
10
11 12 13
Para calcular o tamanho dos tubos, utilizaremos a frmula do termo geral com a razo
do temperamento musical q
1
1 / 12
1
a2 2 nota (D#) = 40.q n1 40. 1/12 37,75cm
2
2
1
a3 3 nota (R) = 40.q n 1 40. 1 / 12 35,64cm
2
3
n 1
1
40. 1/12 33,64cm
2
30
12
1
a13 13 nota (D) = 40.q n 1 40. 1/12 20cm
2
Aps calcular o tamanho dos tubos, os alunos devero fazer as marcaes do local
onde devero cort-los (sugerimos um espao para corte de 1cm) e para isso podero utilizar
uma segueta (lmina prpria); no entanto aconselhamos o professor ou os alunos que levem o
material a uma serralheria, para evitar algum tipo acidente.
Caso os alunos ou professor forem comprar o material, outra sugesto seria calcular
anteriormente o tamanho dos tubos e pedir aos funcionrios da loja de materiais de construo
que j cortem no tamanho correto.
Base do instrumento:
A base do instrumento dever ser retangular, com aproximadamente 45 cm 20 cm
(para canos de 2 cm de espessura), a espessura podendo variar de 1 a 4 cm. O material poder
ser madeira ou metal.
Caso seja madeira, os alunos devero utilizar pregos para fixar a ponta do tubo
(aproximadamente 2 cm da extremidade) em sua base.
Caso seja metal, sugerimos que levem a uma serralheria e peam para prender o
material base, com solda ou parafuso.
necessrio deixar um espao constante entre os tubos, de no mnimo 1 cm, para que
esses no fiquem em atrito, quando se tocar o instrumento.
Observaes:
1
2
1 / 12
para calcular o comprimento (ou quantidade de gua) que dever ter o material para as
outras notas, utilizando a escala temperada como base.
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Caso queiram obter apenas as notas da escala diatnica, como fizemos em nosso
trabalho com a flauta de pvc, os alunos devero calcular apenas os termos
correspondentes escala: D (a1), R (a3), Mi (a5), F (a6), Sol (a8), L (a10), Si (a12),
D (a13).
Para ter uma base do total de material a ser gasto nos instrumentos que utilizam as 13
notas (a1, a2, ..., a13) sugerimos utilizar a frmula da soma de uma PG finita:
a1 .( q n 1)
, deixando alguns centmetros a mais no material calculado, devido s
q 1
Para finalizar o projeto, sugerimos que o professor faa um primeiro teste com os
instrumentos, juntamente com os alunos, para analisar a sonoridade do material e fazer
sugestes, caso necessitem de aperfeioamento. uma ideia interessante o professor convidar
algum msico para participar e dar tambm suas opinies sobre os instrumentos, o que poder
fazer parte da validao do trabalho.
Outra sugesto interessante a realizao de uma mostra do trabalho escola, ou at
mesmo comunidade, em que os alunos possam apresentar os instrumentos e explicar como
foram construdos, desde a parte matemtica (clculos, utilizao da PG) at a parte prtica
(materiais envolvidos na construo dos instrumentos, o que cada membro do grupo realizou,
etc.). Consideramos isso de grande importncia ao meio escolar e social, pois mostra uma de
tantas aplicaes prticas da Matemtica e pode influenciar outros professores a adotarem
novas metodologias de ensino.
Como relatamos na dissertao, ao aplicar projetos envolvendo Matemtica e Msica
em sala de aula, isso poder despertar o interesse dos alunos em fazer algum tipo de
apresentao musical escola. Em nosso projeto, alguns alunos tiveram a iniciativa de propor
uma apresentao; ensaiamos algumas msicas com o violo e convidamos dois msicos da
cidade para participarem da apresentao. Formamos um coral com os alunos do 2 ano
(participantes do projeto) e fizemos uma apresentao musical no dia em que ocorreu a
mostra dos trabalhos desenvolvidos. Isso propiciou um grande envolvimento dos alunos,
aumentando ainda mais seu interesse em mostrar o trabalho realizado. Se houver tempo, o
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3. Referncias Bibliogrficas
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