Modelagem Financeira de Uma PPP

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 79

1 LUGAR - REGULAO ECONMICA

AUTOR: CARLOS MOTTA NUNES


BRASLIA DF

MODELAGEM FINANCEIRA DE UMA PARCERIA PBLICO-PRIVADA


PARA OPERAO DO PROJETO DE INTEGRAO DO RIO SO
FRANCISCO COM AS BACIAS HIDROGRFICAS DO NORDESTE
SETENTRIONAL (TRANSPOSIO DO SO FRANCISCO).

RESUMO
O presente trabalho visou a estudar uma alternativa para operao sustentvel, sob
o ponto de vista financeiro, do Projeto de Integrao do Rio So Francisco com as
Bacias Hidrogrficas do Nordeste Setentrional PISF, tambm conhecido como
Projeto de Transposio do Rio So Francisco.

A alternativa estudada foi a sua concesso por meio de uma Parceria PblicoPrivada (PPP), na modalidade concesso patrocinada, que envolve a cobrana de
tarifa aos usurios e o pagamento de contraprestao pecuniria pelo Poder
Concedente, no caso, o Governo Federal.

A opo por PPP apresenta vantagens decorrentes principalmente da dificuldade


institucional de criao de uma nova empresa pblica para a operao do PISF, haja
vista a grande polmica que o envolve. Alm disso, um dos grandes problemas da
concesso do projeto, a prestao de garantias pelo Governo, est equacionado por
meio do Fundo Garantidor de PPPs, j implantado e gerido pelo Banco do Brasil

Para a modelagem financeira da alternativa apresentada, foram levantados os


custos de implantao das obras, instalao da concessionria, operao e
manuteno. Foram tambm estimadas as receitas e, conseqentemente, a tarifa
requerida para remunerar o capital privado a uma taxa de retorno de 12%.

Os resultados da modelagem determinaram a tarifa mdia a ser cobrada pela


operao do PISF. Foi feita uma anlise da repartio dessa tarifa entre os usurios
e o Governo Federal, para diferentes cenrios de capacidade de pagamento dos
usurios, contrapondo a parcela pblica com a arrecadao de impostos federais
decorrentes da concesso do projeto.

Foi tambm realizada uma anlise de sensibilidade aos parmetros de maior


incerteza. Verificou-se que o ponto de equilbrio do projeto era muito elevado quando
comparado ao risco de efetivao das demandas para os diversos tipos de usos da
gua: abastecimento humano, industrial e irrigao.

Para reduzir o risco decorrente do elevado ponto de equilbrio, foi proposto um


modelo tarifrio que dividiu as vazes contratadas em 2 lotes, o primeiro referente s
vazes para consumo humano, e que tem um preo que cobre todos os custos fixos
do projeto alm dos variveis relativos quela vazo. O 2 lote corresponde s
demais vazes contratadas e seu preo cobre os respectivos custos variveis.

O modelo tarifrio foi estudado para 2 cenrios, relativos forma de tarifao de


energia eltrica a que o projeto estar sujeito: consumidor livre e tarifa horosazonal. Para o cenrio consumidor livre, a tarifa total requerida do 1 lote de
vazes de R$ 0,289/m3 que, numa eventual PPP, pode ser decomposta numa
parcela a ser paga pelos usurios de R$0,233/m3 e numa parcela pblica de R$
0,056/m3, enquanto a tarifa do 2 lote de R$0,081/m3, que deve ser totalmente
coberta pela tarifao, sem necessidade de contraprestao pelo parceiro pblico.

Quanto ao cenrio tarifa horo-sazonal, a tarifa total requerida do 1 lote de


R$0,420/m3, decomposto em parcelas de R$0,315/m3 como tarifa aos usurios e
R$0,105/m3 de parcela pblica. Para o 2 lote, pago exclusivamente pelos usurios,
a tarifa deve ser de R$0,240/m3.

Palavras-chave: So Francisco. Parcerias Pblico-Privadas. Tarifas. Custos.

LISTA DE ILUSTRAES
Figura 1: Modelo Esquemtico da Concesso Patrocinada ......................................18
Figura 2: Modelo Esquemtico da Concesso Administrativa...................................18
Figura 4: Modelo de Gesto do PISF ........................................................................30
Figura 5: Organograma da empresa concessionria ................................................38
Grfico 1: Evoluo das Demandas de Projeto, por tipo de uso. ..............................43
Grfico 2: Evoluo da Contraprestao para o cenrio consumidor livre, para TIR
= 12% e Tarifa Requerida de R$0,137/m3..........................................................48
Grfico 3: Evoluo da contraprestao para o cenrio Tarifa Horo-sazonal, TIR de
12% e tarifa requerida de R$0,289/m3. ..............................................................54
Grfico 4: Evoluo da contraprestao para o cenrio consumidor livre, TIR de
12% e tarifa requerida de R$0,289/m3 para o 1 lote de vazes e restante a R$
0,081/m3 .............................................................................................................59
Grfico 5: Evoluo da contraprestao para o cenrio tarifa horo-sazonal, TIR de
12% e tarifa requerida de R$0,420/m3 para o 1 lote de vazes e restante a R$
0,240/m3 .............................................................................................................60
Grfico 6: Tarifa mdia em funo da vazo contratada no cenrio consumidor
livre, horizonte 2025..........................................................................................61
Grfico 7: Tarifa mdia em funo da vazo contratada no cenrio tarifa horosazonal, horizonte 2025. ...................................................................................61

LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Resumo dos oramentos das obras (atualizados para maio de 2008)......26
Tabela 2: Custos unitrios do PISF ...........................................................................32
Tabela 3: Investimentos fixos para implantao da Entidade Operadora Federal ....35
Tabela 4: Custos fixos do Projeto de Integrao do So Francisco ..........................40
Tabela 5: Tarifas de energia eltrica adotadas .........................................................42
Tabela 6: Cenrio Consumidor Livre - Oramento de Custo e Receita do Projeto com
Financiamento....................................................................................................46
Tabela 7: Cenrio Consumidor Livre - Fluxo de Caixa do Projeto com Financiamento
...........................................................................................................................46
Tabela 8: Cenrio Consumidor Livre - Oramento de Custo e Receita do Projeto sem
Financiamento....................................................................................................47
Tabela 9: Cenrio Consumidor Livre - Fluxo de caixa do Projeto sem Financiamento
...........................................................................................................................47
Tabela 10: Anlise de Sensibilidade do Cenrio Consumidor Livre ..........................50
Tabela 11: Cenrio Tarifa Horo-sazonal - Oramento de Custo e Receita do Projeto
com Financiamento ............................................................................................52
Tabela 12: Cenrio Tarifa Horo-sazonal - Fluxo de Caixa do Projeto com
Financiamento....................................................................................................52
Tabela 13: Cenrio Tarifa Horo-sazonal - Oramento de Custo e Receita do Projeto
sem Financiamento ............................................................................................53
Tabela 14: Cenrio Tarifa Horo-sazonal - Fluxo de caixa do Projeto sem
Financiamento....................................................................................................53
Tabela 15: Anlise de Sensibilidade do Cenrio Tarifa Horo-sazonal ....................55
Tabela 16: Estrutura tarifria proposta ......................................................................58
Tabela 17: Tarifas de gua bruta no Estado do Cear..............................................62
Tabela A-1: Modelo de Oramento de Custo e Receita ............................................75
Tabela A-2: Modelo de Fluxo de Caixa .....................................................................76

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS


ANA

Agncia Nacional de guas

ANEEL

Agncia Nacional de Energia Eltrica

CELPE

Companhia Energtica de Pernambuco

CERTOH

Certificado de Avaliao da Sustentabilidade da Obra Hdrica

CHESF

Companhia Hidreltrica do So Francisco

COFINS

Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social

COGERH

Companhia de Gesto de Recursos Hdricos

CSLL

Contribuio Social sobre Lucro Lquido

DNOS

Departamento Nacional de Obras e Saneamento

Eletrobrs

Centrais Eltricas Brasileiras S.A.

FGV

Fundao Getlio Vargas

FUNCATE

Fundao de Cincias e Tecnologias Espaciais

ICMS

Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios

IGP-M

ndice Geral de Preos do Mercado

INCC

ndice Nacional de Custo da Construo

IRPJ

Imposto de Renda - Pessoa Jurdica

MI

Ministrio da Integrao Nacional

MMA

Ministrio do Meio Ambiente

MME

Ministrio das Minas e Energia

MPV

Medida Provisria

OGU

Oramento Geral da Unio

PFI

Public Finance Initiatives

PIS

Programa de Integrao Social

PISF

Projeto de Integrao do Rio So Francisco com as Bacias


Hidrogrficas do Nordeste Setentrional

PPP

Parceria Pblico-Privada

PRODES

Programa Despoluio de Bacias Hidrogrficas

SAC

Sistema de Amortizao Constante

SEPRE

Secretaria Especial de Polticas Regionais

SGIB

Sistema de Gesto da Bacia de Integrao

SPE

Sociedade de Propsito Especfico

TIR

Taxa Interna de Retorno

VPL

Valor Presente Lquido

SUMRIO

I.

INTRODUO .....................................................................................................8

II.

REVISO BIBLIOGRFICA..............................................................................12
II.1. PPPS ...........................................................................................................12
II.1.1. Definio ..............................................................................................12
II.1.2. Histrico das PPPs ..............................................................................13
II.1.3. A legislao federal sobre PPPs..........................................................15
II.2. PROJETO DE INTEGRAO DO RIO SO FRANCISCO COM AS BACIAS
HIDROGRFICAS DO NORDESTE SETENTRIONAL - PISF...............................................21
II.2.1. Descrio do Projeto............................................................................23
II.2.2. O Sistema de Gesto da Bacia de Integrao - SGIB .........................27

III.

ESTUDO DE CASO .......................................................................................33

III.1. METODOLOGIA ..............................................................................................33


III.1.1. Identificao dos Investimentos a serem realizados:...........................34
III.1.2. Identificao dos custos de operao e manuteno: .........................35
III.1.3. Receitas do Projeto..............................................................................42
IV.

RESULTADOS ...............................................................................................45

IV.1. CENRIO CONSUMIDOR LIVRE ........................................................................45


IV.1.1. Anlise de Sensibilidade ......................................................................49
IV.2. CENRIO TARIFA HORO-SAZONAL...................................................................51
IV.2.1. Anlise de Sensibilidade ......................................................................54
V.

DISCUSSO ......................................................................................................55
V.1.
V.2.
V.3.

COMPARAO ENTRE CENRIOS .....................................................................56


DISCUSSO DO PONTO DE NIVELAMENTO ........................................................57
COMPARAO COM OUTRAS EMPRESAS OPERADORAS DE GUA BRUTA ..............60

VI.

CONCLUSES ..............................................................................................63

VII.

REFERNCIAS ..............................................................................................68

I.

INTRODUO

O Governo Federal, por intermdio do Ministrio da Integrao Nacional, definiu,


dentre suas principais aes de governo, a construo do Projeto de Integrao do
Rio So Francisco com as Bacias Hidrogrficas do Nordeste Setentrional PISF,
tambm conhecido como Projeto de Transposio do Rio So Francisco.

Esse empreendimento consiste na retirada e transporte de parcela das guas do Rio


So Francisco para o atendimento das demandas hdricas de algumas bacias
hidrogrficas do Nordeste Setentrional, nos Estados do Cear, Paraba, Pernambuco
e Rio Grande do Norte. Visa, principalmente, oferecer uma fonte hdrica segura para
essas bacias hidrogrficas, garantindo gua para o abastecimento humano e
dessedentao animal em toda sua regio de abrangncia e liberando suas reservas
hdricas atuais para o atendimento de demandas reprimidas de irrigao e
industriais.

O projeto engloba as obras desde as captaes de gua no Rio So Francisco at


sua entrega aos Estados supracitados, ocasio em que a responsabilidade pelo
gerenciamento e transporte das guas ficar a cargo dos mesmos. O
empreendimento composto por 02 (dois) eixos principais, denominados Eixo Norte
e Eixo Leste, cada um deles formado por captaes no Rio So Francisco, estaes
de

bombeamento,

canais,

aquedutos,

barragens,

tneis

outras

obras

complementares e est orado em aproximadamente R$ 7,6 bilhes em valores


atualizados para maio de 2008. Trata-se de um projeto multidisciplinar, que envolve
uma gama de aspectos no somente tcnicos de engenharia, mas tambm sociais,
econmicos, institucionais, ambientais e, principalmente, de gesto de recursos
hdricos.

O Projeto de Integrao do Rio So Francisco com as Bacias Hidrogrficas do


Nordeste Setentrional est em sua fase inicial de construo. Na fase de
planejamento, um estudo elaborado pela Fundao Getlio Vargas para o Ministrio
da Integrao Nacional (2005) estimou seus custos de operao e manuteno e
detalhou um arranjo institucional para sua operao sustentvel.

No entanto, o estudo de estimativa de custos no englobou aspectos financeiros e


contbeis de anlise de empreendimentos, nem props uma estrutura tarifria para a
cobrana dos servios a serem prestados pelo Projeto de Integrao.

Por sua vez, de acordo com o arranjo institucional proposto, a operao do projeto
ficaria a cargo de uma empresa subsidiria da Companhia Hidreltrica do So
Francisco CHESF. No entanto, para criao dessa subsidiria, so necessrias
alteraes nas leis de criao da prpria CHESF e da Eletrobrs, que a
controladora da empresa, permitindo que a primeira opere servios de transporte de
gua bruta. A alterao das leis dessas empresas corresponde a uma tarefa muito
difcil do ponto de vista poltico e institucional, pois teria que ocorrer mediante sua
aprovao no Congresso Nacional.

Tendo em vista essa dificuldade institucional, a presente proposta visa apresentar


uma alternativa para operao do Projeto de Integrao do Rio So Francisco por
meio de sua concesso ao setor privado sob a forma de Parceria Pblico-Privada.
No entanto, para que o setor privado se interesse, necessrio que sejam
estabelecidas as condies financeiras mnimas, compatveis com os riscos de tal
empreendimento.

O presente trabalho contribui, portanto, com o Projeto de Integrao do Rio So


Francisco ao analisar a viabilidade de conceder a operao do projeto iniciativa
privada.

Trata-se de um assunto de interesse direto da Agncia Nacional de guas - ANA,


pois segundo o arranjo institucional proposto, a regulao da concesso da
operao do Projeto de Integrao ficar a cargo dessa agncia. Assim, a proposta
em tela permitir tambm um maior aprofundamento da ANA no assunto,
antecipando-se a possveis problemas decorrentes da concesso dos servios ao
setor privado.

O presente documento est dividido em 4 partes. A primeira corresponde


introduo e reviso bibliogrfica referente s concesses de servios pblicos e
parcerias pblico-privadas (PPPs) e descrio do Projeto de Integrao do Rio So
Francisco, constituindo os captulos I e II.

A segunda parte, correspondente ao captulo III, refere-se ao estudo de caso, com a


apresentao das premissas e procedimentos metodolgicos adotados.

Os captulos IV e V constituem a terceira parte do documento e incluem a


apresentao e discusso dos resultados a partir de diferentes cenrios, incluindo a
anlise de sensibilidade para as diversas premissas adotadas.

Por fim, o captulo VI, que corresponde ltima parte do documento, apresenta as
concluses deste estudo e traa recomendaes para futuros aprofundamentos nas
questes abordadas neste trabalho.

10

O texto elaborado admite que o leitor possui conhecimentos bsicos de anlise


financeira de projetos. Todavia, caso alguns conceitos aqui apresentados no sejam
de conhecimento do leitor, esses podem ser obtidos em consulta ao Apndice A, que
descreve os principais indicadores de anlise financeira.

importante delimitar a abrangncia deste estudo. O presente trabalho no buscou


verificar a capacidade de pagamento dos usurios finais. Tambm no objetivou
propor tarifas diferenciadas entre os Estados de forma a atender aos critrios de
rateio propostos por estudos anteriores, bem como no verificou o total cada Estado
ter que pagar pelas guas do Projeto.

11

II.

REVISO BIBLIOGRFICA

II.1. PPPs

II.1.1. Definio
A literatura apresenta vrias definies de Parcerias Pblico-Privadas. Segundo o
Fundo Monetrio Internacional (International Monetary Fund, 2004), as PPPs so
arranjos contratuais pelos quais o setor privado passa a prover infra-estrutura de
bens e servios que usualmente tm sido providos pelo setor pblico.

Na mesma linha, a Comisso Europia (European Commission, 2000) indica que as


PPPs correspondem a todas as formas legais e econmicas atualmente em uso, que
tornam possvel para o setor privado investir em infra-estrutura e servios pblicos.

Por sua vez, a definio apresentada por Di Pietro (2006) e baseada na legislao
brasileira, preconiza que PPP " o contrato administrativo de concesso que tem por
objeto (a) a execuo de servio pblico, precedida ou no de obra pblica,
remunerada mediante tarifa paga pelo usurio e contraprestao pecuniria do
parceiro pblico, ou (b) a prestao de servio de que a Administrao Pblica seja
usuria direta ou indireta, com ou sem a execuo de obra e fornecimento e
instalao de bens, mediante contraprestao do parceiro pblico".

Todavia, todas as definies de Parcerias Pblico-Privadas guardam um aspecto em


comum: a prestao de um servio pblico, com ou sem a execuo da obra, por um
parceiro privado.

12

importante salientar que uma PPP no se trata de privatizao ou terceirizao de


competncias pblicas para o setor privado. Pelo contrrio, trata-se de um
mecanismo legal e institucional pelo qual os riscos dos empreendimentos e seus
possveis ganhos so repartidos pelos parceiros pblico e privado.

II.1.2. Histrico das PPPs


As PPPs iniciaram-se em 1992, no Reino Unido, durante o governo do Partido
Conservador e surgiram como uma resposta s necessidades do governo britnico
de investir em infra-estrutura apesar da situao vivida quela poca de escassez de
recursos pblicos. As Public Finance Initiatives (PFI), como so denominadas as
PPPs no Reino Unido, at 2004 eram responsveis por cerca de 14% de todo o
investimento pblico britnico, nas mais diversas reas de infra-estrutura e servios
(International Monetary Fund, 2004).

A experincia britnica difundiu-se pelo mundo, especialmente na Europa durante a


dcada de 90. Pasin e Borges (2003) apontam vrias iniciativas de parcerias
pblico-privadas nesse continente, tais como as rodovias irlandesas, em que os
investimentos na construo dessa infra-estrutura so pagos pelos pedgios
cobrados populao e por aportes do setor pblico. Em Portugal, segundo os
autores, as PPPs de rodovias utilizaram-se do mecanismo denominado pedgio
sombra, isto , naquelas onde fosse comprovada a inviabilidade para o setor
privado, a viabilidade era garantida pelo Governo. Foram apresentados outros
exemplos de PPP encontrados na Polnia, Hungria, Frana e Repblica Tcheca,
envolvendo alm de rodovias, sistemas de saneamento e telecomunicaes.

13

Na Amrica Latina os pioneiros em Parcerias Pblico-Privadas foram o Mxico e o


Chile. No Mxico, os investimentos em rodovias foram realizados por meio de PPPs
a partir de meados da dcada de 90 (Pasin e Borges, 2003). J o Chile, considerado
o pas de economia mais liberal da Amrica Latina, desde a dcada de 90 tambm
vem adotando modelos de PPP nas concesses de servios pblicos e de infraestrutura,

incluindo

estradas,

aeroportos,

prises

projetos

de

irrigao

(International Monetary Fund, 2004).

No Brasil, algumas experincias de PPP foram levadas a cabo, mesmo antes da


promulgao da legislao federal sobre o assunto. Um exemplo o Programa
Despoluio de Bacias Hidrogrficas PRODES, executado pela Agncia Nacional
de guas - ANA desde 2001. Nesse programa de governo, tambm conhecido
como Programa de Compra de Esgoto Tratado, os Prestadores de Servio Pblico
de Saneamento investem na construo e operao de estaes de tratamento de
esgotos e recebem os recursos do Governo Federal durante a operao da estao,
mediante o cumprimento de metas contratuais relativas eficincia dos servios
prestados (ANA, 2002).

H exemplos de PPPs no mbito dos Estados brasileiros, como a Linha 4 do Metr


de So Paulo, assinado em 2006, onde o Estado de So Paulo participa com R$
1,96 bilho e o parceiro privado com R$ 724,3 milhes, totalizando R$ 2,68 bilhes.
Outro exemplo, no Estado de Minas Gerais, a rodovia MG-050, com 371 km de
extenso, que liga a BR 262 em Juatuba a So Sebastio do Paraso, na divisa com
So Paulo. Nesse projeto, cujo prazo de concesso de 25 anos, a iniciativa privada
entrar com R$ 712 milhes e ter como receita o pedgio da rodovia, no valor de

14

R$ 3,30, alm do pagamento de contraprestao pelo Governo de Minas Gerais no


valor de R$ 658 mil mensais (Minas Gerais, 2008).

Essas PPPs so decorrentes das legislaes estaduais, muitas delas promulgadas


anteriormente Lei Federal, com o caso dos estados de Minas Gerais, que foi o
primeiro, tendo sido seguido por Santa Catarina, So Paulo, Gois, Bahia, Cear.
Posteriormente Lei Federal, que de 30 de dezembro de 2004, Pernambuco, Rio
Grande do Sul, Piau, Rio Grande do Norte e Distrito Federal promulgaram suas leis.

Em mbito federal, nenhuma PPP foi ainda implantada. O projeto que se encontra
em estgio mais avanado o Projeto Pontal, para irrigao em Petrolina,
Pernambuco. Esse projeto encontra-se no momento (junho de 2008) em anlise pelo
Tribunal de Contas da Unio para que seja lanado o edital de licitao.

II.1.3. A legislao federal sobre PPPs


Em mbito federal, as parcerias pblico-privadas so regidas pela Lei n. 11.079 de
30 de dezembro de 2004, que institui normas gerais para licitao e contratao de
parceria pblico-privada, no mbito da administrao pblica. A referida lei
estabelece, em seu artigo 2, que:

.................
Art. 2 Parceria Pblico-privada contrato administrativo de concesso, na
modalidade patrocinada ou administrativa.
1 Concesso patrocinada a concesso de servios pblicos ou de obras
pblicas de que trata a Lei n. 8.987, 13 de fevereiro de 1995, quando
envolver, adicionalmente tarifa cobrada dos usurios, contraprestao
pecuniria do parceiro pblico ao parceiro privado.
15

2 Concesso administrativa o contrato de prestao de servio de que a


Administrao Pblica seja a usuria direta ou indireta, ainda que envolva
execuo de obra ou fornecimento e instalao de bens.
3 No constitui parceria pblico-privada a concesso comum, assim
entendida a concesso de servios pblicos ou de obras pblicas de que trata
a Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando no envolver
contraprestao pecuniria do parceiro pblico ao parceiro privado.
........................
Portanto, a legislao federal trata as PPPs como uma modalidade de concesso na
qual existe a contraprestao pecuniria, ou pagamento pelos servios, do parceiro
pbico ao privado. No Brasil, as concesses so regidas pela Lei n. 8.987, de 13 de
fevereiro de 1995 e diferem-se das PPPs pelos seguintes aspectos, segundo Di
Pietro (2006):

A remunerao da concesso patrocinada, modalidade de PPP, envolve,


alm da tarifa cobrada ao usurio final, a contraprestao pecuniria pelo
Poder Concedente.
Existe a obrigatoriedade de constituio de Sociedade de Propsito
Especfico (SPE) para implantar e gerir o projeto de PPP. Na concesso
comum, regida pela Lei 8.987/95, existe essa possibilidade, mas no
obrigatoriedade.
As PPPs prevem a possibilidade de prestao de garantias pelo Poder
Pblico para o cumprimento de suas obrigaes pecunirias.
As PPPs prevem o compartilhamento dos riscos e dos ganhos econmicos
do parceiro privado com o Poder Pblico.

16

PPPs

aplicam-se

normas

especficas

de

licitao,

utilizando-se

subsidiariamente a Lei das Licitaes (Lei 8666/93).


Nas PPPs existe a possibilidade de aplicao de penalidades Administrao
Pblica por inadimplemento contratual.
As PPPs prevem prazos mnimo e mximo para as concesses, 5 e 35 anos,
respectivamente, e;
So impostos limites de contrato com parcerias pblico-privadas.
Em relao s modalidades de PPPs permitidas em mbito nacional, duas foram
definidas na Lei 11.079/04: a concesso patrocinada e a concesso administrativa. A
concesso patrocinada difere-se da administrativa pelo fato da primeira exigir, alm
da contraprestao pecuniria por parte do parceiro pblico, a cobrana de tarifa dos
usurios finais dos servios. No caso da concesso administrativa, o parceiro pblico
pode at cobrar dos usurios finais, mas os recursos do parceiro privado so
decorrentes exclusivamente da parcela pblica.

As

figuras

2,

adaptadas

de

Silva

Alencar

(2007)

apresentam,

esquematicamente, os modelos de PPPs estabelecidos na legislao federal.

Para ambos os casos, o parceiro pblico deve escolher o parceiro privado por meio
de licitao. A Lei das PPPs prev que essas licitaes devero ser do tipo
concorrncia pblica e os critrios de julgamento podem ser:

menor valor da tarifa do servio pblico a ser prestados;


fixada a tarifa, menor valor da contraprestao a ser paga pelo parceiro
pblico;

17

Co
ntr
ap

Parceiro Pblico

res
ta
o
Pe
cu
ni
$$
ria
$

Tarifas
$$$

Presta Servios

Concessionria / SPE
Procedimento Licitatrio

Usurios

Parceiro Privado

Figura 1: Modelo Esquemtico da Concesso Patrocinada


Fonte: Silva e Alencar (2007), adaptado pelo autor.

Parceiro Pblico
iria
ecun
o P
ta
s
apre
Contr
$$$

Tarifas,
Taxas ou
Impostos
$$$

Parceiro Pblico

Procedimento Licitatrio

Concessionria / SPE

Presta Servios

Usurios

Parceiro Privado

Figura 2: Modelo Esquemtico da Concesso Administrativa


Fonte: Silva e Alencar (2007), adaptado pelo autor.

18

combinao da melhor oferta pelo servio pblico, seja ela tarifa ou


contraprestao, com a proposta tcnica da licitante.
Em todos os casos exigido que o consrcio ou empresa vencedora da licitao
constitua Sociedade de Propsito Especfico SPE anteriormente assinatura do
contrato. Sociedade de Propsito Especfico uma empresa criada por uma
empresa ou grupo de empresas com o propsito de prestar o servio ou implantar
um empreendimento com um objeto especfico, e cuja contabilidade desvinculada
das empresas me. Podem ser criadas para grandes projetos que envolvem
compartilhamento de risco, denominados Project Finance, ou para prestar servios
pblicos concedidos, como aqueles que so objeto de PPP.

Do ponto de vista privado, a criao da SPE importante porque impede uma


mistura entre as contabilidades das empresas, de forma a no afetar as contas das
empresas me em caso de problemas com a concesso do servio e isolar a SPE
de riscos estranhos ao servio por ela prestado, decorrentes das atividades das
empresas me. Alm disso, permite que financiadores do projeto assumam a SPE
em caso de inadimplncia, sem afetar as empresas formadoras.

Por outro lado, do ponto de vista pblico, essa exigncia necessria especialmente
no que tange regulao do servio pblico concedido, quando da necessidade de
avaliao de ativos e das contas da concessionria nos momentos de anlise de
equilbrio econmico-financeiro dos contratos, que no podem ser afetados pela
contabilidade das empresas formadoras da SPE.

Os contratos de PPP envolvem compartilhamento de riscos, de ganhos decorrentes


de reduo de risco de crdito e garantias para ambas as partes. O artigo 5, inciso

19

III da Lei 11.079/04, estabelece que os contratos devem prever, de maneira objetiva,
a repartio dos riscos entre as partes, incluindo, dentre outros, fora maior e fato do
prncipe1.

O parceiro privado deve prestar garantias ao parceiro pblico, nas formas previstas
usualmente em contratos administrativos, que prevem as seguintes alternativas:
cauo em dinheiro ou ttulos da dvida pblica, seguro-garantia e fiana bancria.

Por outro lado, as garantias a serem prestadas pelo parceiro pblico esto
expressas no artigo 8 da Lei 11.079/04 e incluem: vinculao de receitas, instituio
de fundos especiais, contratao de seguro-garantia, garantia prestada por
organismos internacionais ou instituies financeiras no controladas pelo Poder
Pblico, garantias prestadas por fundo garantidor e outros mecanismos previstos em
lei.

O mecanismo de garantia por meio de fundo garantidor foi concretizado pela criao
do Fundo Garantidor das PPPs. Esse fundo, conforme estabelecido no artigo 16 da
Lei das PPPs, tem por finalidade prestar garantia de pagamento de obrigaes
pecunirias pelos parceiros pblicos federais em virtude de parcerias de que trata a
lei. Tem um capital integralizvel de R$ 6 bilhes de reais, na forma de transferncia
de aes da Unio referentes s suas participaes minoritrias e em excesso
manuteno do seu controle em sociedades de economia mista, conforme
estabelecido no Decreto Federal 5.411 de 6 de abril de 2005. Seu funcionamento foi
aprovado pelo Conselho Monetrio Nacional (CMN), enquanto a administrao de

Fato do Prncipe toda determinao do governo que afete ou onere a execuo de um contrato.

20

sua carteira foi regulamentada pela Comisso de Valores Mobilirios (CVM) e


gerida pelo Banco do Brasil desde 2006.

II.2. Projeto de Integrao do Rio So Francisco com as Bacias Hidrogrficas


do Nordeste Setentrional - PISF
A preocupao com a ocorrncia de secas no Nordeste acompanha a histria do
Brasil desde os tempos de Colnia. Entre 1721 a 1727, por exemplo, para amenizar
os efeitos da seca, a Coroa Portuguesa enviou navios de mantimentos regio e
determinou que os beneficiados deveriam ser recrutados para melhoria nas vilas das
reas atingidas (Ministrio da Integrao Nacional, 2001).

A ocorrncia de secas no Nordeste recorrente. No intervalo de 200 anos entre os


sculos XIX e XX ocorreram 50 anos secos na regio, afetando significativamente a
vida da populao local (Ministrio da Integrao Nacional, 2001). Essa estatstica
significou uma probabilidade de 25% para ocorrncia de perodos secos a qualquer
ano. Todavia, tendo em vista a disperso temporal desses perodos secos, no
possvel estabelecer um padro cclico de forma a permitir a previso de sua
ocorrncia.

No Semi-rido Nordestino, regio abrangida grosso modo pelos municpios situados


dentro da isoieta2 de 800 mm de chuva anual, a situao atpica. Em termos
relativos, chuvas anuais de 800 mm no caracterizam uma regio seca. Em Paris,

Isoietas correspondem representao espacial das curvas que unem pontos de mesma precipitao (mm de

chuva) para um perodo determinado.

21

Frana, por exemplo, a mdia anual de chuvas tambm inferior a esse valor. No
entanto, no semi-rido as chuvas so muito concentradas em apenas 3 meses
durante o ano, o que explica a necessidade de reservao da gua, por meio da
construo de audes, obras tpicas da regio. Some-se a isso o alto ndice de
evaporao devido insolao. Enquanto a chuva mdia anual de 800 mm, a
evaporao mdia anual de mais de 2.000mm. Por isso, costuma-se dizer que no
Semi-rido chove para cima.

Por outro lado, em Paris, as chuvas so

regularmente distribudas durante o ano e a evaporao baixa.

No Nordeste Setentrional, que compreende os Estados de Pernambuco, Paraba,


Rio Grande do Norte e Cear, a situao agravada pela geologia. Grande parte da
regio, excetuando-se a zona costeira, situa-se sobre a formao geolgica
denominada Cristalino. Essa formao bastante rasa, aflorando em vrias regies,
e impermevel, o que faz com que as chuvas sigam rapidamente para os leitos dos
rios e da para o mar e no infiltrem no subsolo de forma a recarregar os aqferos.
Esse conjunto de caractersticas naturais leva a uma situao de inexistncia de rios
perenes na regio. O Rio Jaguaribe no Cear, por exemplo, conhecido como o
maior rio seco do mundo.

Por todo o exposto, a gesto dos recursos hdricos de fundamental importncia no


Nordeste Setentrional. necessrio gerenciar adequadamente as guas dos audes
da regio, de forma a superar os perodos secos com os menores danos possveis.
No entanto, conforme foi dito anteriormente, no existe um padro cclico para
ocorrncia das secas e o gestor dos audes tem que tomar decises que afetam a
vida de milhares de pessoas: caso ele permita a utilizao integral do volume til dos
audes pela populao, ele promover as atividades econmicas da regio, como a

22

agricultura irrigada, por exemplo. Contudo, se no ano seguinte no chover o


suficiente para encher novamente o aude, ele poder estar comprometendo at
mesmo a disponibilidade de gua para o consumo humano. Por outro lado, se o
gestor no libera a gua do aude para precaver-se de uma seca nos prximos
anos,

ele

est

garantindo

suficiente

para

consumo

humano,

mas

comprometendo o uso econmico da gua, alm de perder uma importante parcela


por evaporao.

nesse contexto que surge o Projeto de Integrao do Rio So Francisco com as


Bacias Hidrogrficas do Nordeste Setentrional, doravante denominado PISF. O Rio
So Francisco o nico grande rio perene do Nordeste e capaz de oferecer uma
fonte segura de gua mesmo nos perodos de seca no Nordeste Setentrional. Assim,
com a implantao do projeto, o gestor dos recursos hdricos, tendo uma fonte
segura de gua durante todos os anos, pode utilizar ao mximo a gua dos seus
audes, incentivando o desenvolvimento econmico da regio, sem precisar
preocupar-se com a possibilidade de seca no futuro e reduzindo suas perdas por
evaporao.

II.2.1. Descrio do Projeto.


Desde os tempos do Imprio, D. Pedro II j imaginava uma soluo para as secas
do Nordeste levando as guas do So Francisco. A idia no foi frente por no
existirem recursos tcnicos poca. Muitas discusses ocorreram desde ento e o
projeto como est concebido foi proposto em 1985 pelo extinto Departamento
Nacional de Obras e Saneamento - DNOS, sendo aperfeioado pelo Ministrio da
Integrao Regional em 1994. Seus estudos foram retomados em 1997 pela
Secretaria Especial de Polticas Regionais - SEPRE, no mbito do Conselho de

23

Governo e continuados pelo Ministrio da Integrao Nacional, a partir de agosto de


1999 (Ministrio da Integrao Nacional, 2001). A verso atual do projeto e que deu
origem s obras j em andamento (junho 2008) foi elaborada pela Fundao de
Cincias e Tecnologias Espaciais - FUNCATE - em 2001.

O Projeto de Integrao do Rio So Francisco com Bacias Hidrogrficas do Nordeste


Setentrional consiste na construo de estruturas para retirada, bombeamento e
transporte de uma parcela das guas do Rio So Francisco a algumas bacias
hidrogrficas dos Estados de Pernambuco, Paraba, Rio Grande do Norte e Cear.
O Projeto composto por 2 eixos que, por sua vez, so divididos em trechos:

Eixo Norte, dividido nos trechos I, II, III, IV e VI;


Eixo Leste, composto pelo trecho V e pelo Canal do Agreste Pernambucano.
O Eixo Norte ter seu canal de tomada dgua no Rio So Francisco prximo
cidade de Cabrob/PE, aps a barragem de Sobradinho. Esse eixo visa atender s
bacias hidrogrficas dos rios Piranhas - Au, na Paraba e Rio Grande do Norte,
Apodi no Rio Grande do Norte, e Jaguaribe, no Cear, alm das bacias dos rios
Brgida e Terra Nova, afluentes do prprio So Francisco no Estado de Pernambuco.

J o Eixo Leste ter sua tomada dgua prxima ao municpio de Floresta/PE e


atender bacia hidrogrfica do Rio Paraba, na Paraba e do Agreste
Pernambucano, por meio do Canal do Agreste. A figura 3 apresenta um desenho
esquemtico do projeto, com sua respectiva rea de influncia direta.

24

Figura 3: rea de influncia direta do PISF


Fonte: Ministrio da Integrao Nacional
As obras em ambos os trechos incluem a construo de canais, estaes de
bombeamento, aquedutos, tneis, barragens, hidreltricas, linhas de transmisso e
estruturas complementares.

A tabela 1 apresenta um resumo das obras e seu

oramento, atualizados para maio de 2008.

Os trechos devero ser construdos por etapas, sendo que a primeira etapa, com
trmino previsto para o ano 2010, abrange os trechos I e II do Eixo Norte e trecho V,
do Eixo Leste. Os demais trechos tm sua concluso prevista para o ano 2015.

A rea de abrangncia do projeto de cerca de 66.500 km2, beneficiando uma


populao projetada de 11,6 milhes de habitantes em 2025, de 86 municpios nos 4
estados atendidos.

25

Os principais benefcios do projeto so decorrentes do aumento da segurana


hdrica, uma vez que, ao assegurar uma fonte constante de gua ao Nordeste
Setentrional, o gestor de recursos hdricos poder disponibilizar as guas
armazenadas nos audes para todos os usos reprimidos na regio, no somente o
consumo humano, mas tambm o industrial e para irrigao, oferecendo condies
para o desenvolvimento econmico.

Tabela 1: Resumo dos oramentos das obras (atualizados para maio de 2008)
Obra
Tomadas dgua

Oramento(R$)
193.990.016

Estaes de Bombeamento

1.139.691.433

Canais Artificiais

2.542.010.523

Galeria

14.785.464

Tneis

347.863.830

Aquedutos

226.062.820

Pontes

63.833.495

Barragens/Reservatrios/Estruturas de Controle

781.968.623

Obras de Infra-estrutura e Drenagem

807.961.124

SDSC / CCO

133.067.837

UHE

426.837.857

Linha de transmisso

162.170.797

Aquisio de Terras e benfeitorias

51.592.261

Relocaes

24.640.856

Custos Indiretos
Total

728.953.926
7.645.430.861

Fonte: Ministrio da Integrao Nacional, 2001 (atualizado pelo autor utilizando o


ndice Nacional de Custo da Construo - INCC)
Alm disso, ao utilizar a gua dos audes, ser reduzido o volume de perdas por
evaporao, o que corresponde a mais um ganho de volumes de gua para a regio,
no somente aquela fornecida pelo projeto. Esse ganho de volume resultante da
disponibilizao das vazes do PISF o que se denomina sinergia do projeto.

26

Em termos hidrulicos, os canais, aquedutos e tneis foram projetados para


transportar uma vazo mxima de 127 m3/s (Ministrio da Integrao Nacional,
2001).

No entanto, as condies hidrulicas foram redefinidas pela outorga de

direito de uso da gua expedida pela Agncia Nacional de guas - ANA, por meio da
Resoluo n. 411 de 22 de setembro de 2005. De acordo com esse documento, a
vazo de retirada mxima no PISF de 26m3/s durante todo o ano, reservada ao
atendimento de demandas decorrentes do consumo humano, podendo chegar a
127m3/s nos momentos em que a barragem de Sobradinho estiver vertendo ou
quando seu volume til for superior ao volume de espera contra as cheias. Isso
significa que s haver retirada superior a 26m3/s quando o Rio So Francisco
contar com gua em excesso. Essas condicionantes resultam numa vazo mdia de
longo perodo de 67 m3/s, vazo essa a ser utilizada nos planejamentos de longo
prazo (Agncia Nacional de guas, 2005).

A barragem de Sobradinho regulariza uma vazo mdia a jusante de cerca de 1850


m3/s. A retirada de 26m3/s representa menos de 5% da vazo do rio, valor esse
incapaz de ser percebido mesmo pelos equipamentos de medio de vazo mais
modernos do mercado. A outorga expedida pela ANA tambm indica que, at que as
demandas para consumo humano alcancem os 26m3/s, a parcela no utilizada pelas
empresas de abastecimento de gua poder ser utilizada para outros usos. As
regras estabelecidas pela outorga da ANA, portanto, condicionam a operao do
projeto, delimitando seu alcance.

II.2.2. O Sistema de Gesto da Bacia de Integrao - SGIB


O modelo para gesto do Projeto de Integrao do Rio So Francisco comeou a ser
efetivamente estudado em 2004, quando da criao de um Grupo de Trabalho por

27

meio da Portaria Interministerial n 7 de 14 de abril daquele ano, envolvendo os


ministrios da Integrao Nacional, do Meio Ambiente e das Minas e Energia, com a
atribuio de propor um arranjo institucional sustentvel para operao do projeto
(Brasil, 2004).

O resultado dos trabalhos desse grupo, divulgado em junho de 2004, apresentou 4


alternativas para a gesto do projeto, a saber:

empresa privada, na modalidade de PPP;


Departamento Nacional de Obras contra as Secas DNOCS (autarquia
federal);
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do So Francisco e Parnaba
CODEVASF; e
Companhia Hidreltrica do So Francisco CHESF.
poca, a legislao federal relativa a PPPs no havia sido ainda aprovada, o que
fez com que o Grupo de Trabalho descartasse essa opo. Alm disso, a portaria,
em seu artigo 1, inciso I, indicava que o modelo operacional devia contar com a
participao da CHESF, o que resultou na anlise detalhada somente dessa
alternativa (Brasil, 2004).

Os resultados apresentados pelo Grupo de Trabalho serviram de base para o estudo


desenvolvido pela Fundao Getlio Vargas para o Ministrio da Integrao
Nacional em 2005 e apresentado Agncia Nacional de guas para obteno da
outorga de direito de uso e do Certificado de Avaliao da Sustentabilidade da Obra
Hdrica CERTOH. O referido estudo detalhou a proposta apresentada pelo Grupo

28

de Trabalho e estabeleceu o modelo para o arranjo institucional para operao do


PISF, a ser efetivado a partir da publicao de um decreto presidencial.

Assim, em 19 de dezembro de 2006, por meio do Decreto n. 5.995, o Governo


Federal estabeleceu o modelo institucional para operao do Projeto de Integrao
do So Francisco. De acordo com esse modelo, a operao do projeto ficar a cargo
de uma Entidade Operadora Federal, que ser responsvel pelo transporte das
guas do Rio So Francisco at os Portais do PISF, pontos de entrega da gua aos
Estados do Cear, Rio Grande do Norte, Paraba e Pernambuco. A partir desses
portais, a responsabilidade pelo gerenciamento dessas guas ficar a cargo das
denominadas Entidades Operadoras Estaduais. Essas ltimas se encarregaro de
levar as guas at os usurios finais: companhias de saneamento, servios
autnomos de gua e esgoto, indstrias e irrigantes.

Entre esses agentes sero estabelecidas relaes comerciais, isto , a Entidade


Operadora Federal cobrar tarifa das Entidades Operadoras Estaduais, que por sua
vez cobraro tarifas dos usurios finais.

Ser criado um comit gestor, composto por representantes dos ministrios da


Integrao Nacional, do Meio-Ambiente, das Minas e Energia e da Casa Civil, alm
dos 4 estados beneficirios do projeto. O Comit Gestor ter como atribuies,
dentre outras, a de aprovar o plano anual de vazes a serem distribudas aos
Estados. A regulao econmica dos servios de transporte de gua da Entidade
Operadora Federal dever ficar a cargo da Agncia Nacional de guas - ANA. A
figura 4 apresenta esquematicamente o modelo de gesto a ser adotado no projeto.

29

Conselho Gestor
rgo Regulador
MI ou ANA

MI, MME, MMA


CE, RN, PB, PE

Fixao de tarifas e
condicionantes operacionais
de aduo de gua do PISF

Plano de Gesto Anual


Repartio de gua entre os Estados,
obrigaes, metas, incentivos, punies

Entidade
Operadora
Estadual

Entidade
Operadora
Estadual

Entidade
Operadora
Estadual

Entidade
Operadora
Estadual

CE

RN

PB

PE

Entidade
Operadora
Federal
CHESF gua

Figura 4: Modelo de Gesto do PISF


Fonte: Autor
A entidade operadora federal originalmente indicada no estudo do Ministrio da
Integrao Nacional foi a Companhia Hidreltrica do So Francisco - CHESF, por
meio de uma subsidiria a ser criada exclusivamente para esse fim, batizada
poca de CHESF-gua.

Todavia, a criao de uma subsidiria para a CHESF

incorre em uma srie de dificuldades, especialmente de cunho institucional e legal. A


CHESF, empresa pblica, no dispe, em seu decreto de criao, da atribuio de
prover servios de aduo de gua. Para incluir essa nova atribuio, necessria a
alterao de sua lei e da lei de criao da Eletrobrs, de quem a CHESF
subsidiria. Tendo em vista toda a polmica que cerca o Projeto de Integrao do
So Francisco, a alterao das leis da CHESF e da Eletrobrs pode no ser vivel
no Congresso Nacional, dentro do prazo previsto para o incio de suas atividades,
2010.

De acordo com o modelo proposto pelo Governo Federal, a construo ser feita
com recursos do Oramento Geral da Unio OGU, a fundo perdido. J os custos
30

de operao e manuteno devero ser arcados pelos Estados beneficirios, por


meio da tarifao dos servios de aduo de gua bruta.

Esses custos foram estimados pelo Ministrio da Integrao Nacional por meio do
estudo contratado junto Fundao Getlio Vargas - FGV em 2005. Esse estudo
props um modelo de rateio dos custos operacionais do projeto entre os Estados,
estabelecendo custos unitrios diferenciados em funo de uma taxa de utilizao
da infra-estrutura do Projeto de Integrao.

A Tabela 2, cujos dados foram extrados do referido estudo, apresenta os custos


unitrios (por m3 de gua disponibilizada) de operao a manuteno que cada
Estado deve arcar em funo do grau de utilizao da infra-estrutura do Projeto,
tendo como referncia os anos de 2010 e 2015, para a vazo contnua de 26m3/s
relativa ao consumo humano.

O estudo do Ministrio da Integrao Nacional props tambm uma srie de


mecanismos de securitizao Entidade Operadora Federal, de forma a garantir o
ressarcimento das despesas de operao e manuteno. Os mecanismos propostos
foram:

cesso dos direitos da parcela de gua bruta destacada na conta de gua


tratada dos usurios finais dos sistemas de saneamento;
aval das empresas de saneamento;
bloqueio de repasses constitucionais para os Estados receptores;
cauo;

31

cesso de direitos creditrios sobre aplicaes financeiras; e


fiana bancria.
Tabela 2: Custos unitrios do PISF
Ano

Total PISF

Eixo Leste

Eixo Norte

UF

2010
Custo Total
(R$/ano)

2015
Custo unitrio
3

(R$/m )

Custo Total

Custo unitrio

(R$/ano)

(R$/m3)

CE

16.509.315

0,119

33.626.162

0,121

PB

6.656.982

0,119

3.794.055

0,118

PE

2.368.910

0,096

4.344.289

0,110

RN

6.757.484

0,116

7.599.424

0,134

Subtotal

32.292.690

0,083

49.363.929

0,122

PB

14.542.733

0,154

19.911.975

0,167

PE

18.068.264

0,143

31.587.144

0,195

Subtotal

32.610.997

0,148

51.499.119

0,185

CE

16.509.315

0,084

33.626.162

0,121

RN

21.199.715

0,132

23.706.030

0,159

PB

20.437.173

0,135

35.931.433

0,185

PE

6.757.484

0,082

7.599.424

0,134

64.903.687

0,116

100.863.049

0,154

Total

Fonte: Ministrio da Integrao Nacional (2005)


Em que pese a qualidade do referido estudo, esse no objetivou verificar sob quais
condies financeiras deveria operar a entidade operadora federal, ou seja, qual
deveria ser o preo de venda da gua. O presente trabalho, ao avaliar o preo
mnimo de venda da gua do PISF contribui com as discusses sob a forma mais
adequada para a gesto do projeto, oferecendo uma nova perspectiva para sua
operao, visando a garantir a sustentabilidade financeira e viabilidade institucional.

32

III.

ESTUDO DE CASO

III.1. Metodologia
Esta seo apresenta a aplicao dos conceitos e prticas de anlise privada de
projetos para verificao das condies mnimas necessrias e suficientes para que
a concesso da operao do Projeto de Integrao do Rio So Francisco, sob a
forma de Parceria Pblico-Privada, seja atrativa para o setor privado por meio da
tarifao dos servios prestados, sem onerar o parceiro pblico e os usurios com
um custo muito elevado.

Para tanto, foi desenvolvida uma planilha eletrnica contendo o oramento de custo
e receita e o fluxo de caixa do projeto, ambos com e sem financiamento. O horizonte
de anlise corresponde a um prazo de concesso de 25 anos, iniciando-se em 2010
e terminando em 2035. Foram feitas anlises de Taxa Interna de Retorno (TIR),
Valor Presente Lquido (VPL), prazo de payback e ponto de nivelamento para o
projeto, sob a tica de uma empresa privada. Tambm foram avaliados o valor da
contraprestao pecuniria e a arrecadao de impostos pelo governo. A base
terica para interpretao dos indicadores apresentada no Apndice A.

A determinao dos custos do projeto baseou-se essencialmente em 2 documentos:

Estudo de Sustentabilidade Institucional, Administrativa, Financeira e


Operacional do Projeto de Integrao do Rio So Francisco com Bacias
Hidrogrficas do Nordeste Setentrional Reviso e Atualizao dos Custos
Operacionais do Projeto de Integrao da Bacia do Rio So Francisco - PISF
- entre os Estados Receptores (Ministrio da Integrao Nacional, 2005); e

33

Nota Tcnica n. 49/2007-SRE/ANEEL Primeira Reviso Tarifria peridica


das concessionrias de transmisso de energia eltrica do Brasil. Metodologia
e Critrios Gerais (ANEEL, 2007).
O primeiro documento j foi abordado anteriormente nesta monografia. O segundo
documento, produzido pela Agncia Nacional de Energia Eltrica - ANEEL, em que
pese se tratar de metodologia para concessionrias de transmisso de energia
eltrica, apresenta muitas similaridades com o PISF, especialmente na determinao
de despesas administrativas e custos de pessoal.

III.1.1. Identificao dos Investimentos a serem realizados:


A construo das estruturas civis ser executada pelo Governo Federal, a fundo
perdido. Portanto, as obras no fazem parte do investimento da empresa que
assumir a operao do PISF.

Os investimentos fixos correspondem s despesas de aquisio do mobilirio dos


escritrios, veculos, ferramentas, equipamentos de informtica e softwares e
totalizam R$ 1.147.500,00. A tabela 3 apresenta um resumo desses investimentos,
cuja referncia para custos unitrios a Nota Tcnica ANEEL (2007) e para os
quantitativos o nmero de funcionrios estimados para a concessionria, a ser
apresentado na figura 5.

J os investimentos em capital circulante dependem dos cenrios a serem


considerados no projeto e totalizam R$ 95 milhes e R$ 163 milhes para os
cenrios consumidor livre e tarifa horo-sazonal a serem descritos mais adiante.
Esses valores decorrem principalmente do financiamento das vendas, que
corresponde ao prazo de recebimento de parcelas de contraprestao pecuniria

34

junto aos governos, especialmente no incio de cada ano, quando os oramentos


federal e estaduais no se encontram ainda liberados para execuo.

Tabela 3: Investimentos fixos para implantao da Entidade Operadora Federal


Unid

Quant

Custo
Unitrio

Item

Descrio

Mobilirio

1.1

Mdulos individuais de funcionrios


(mesas, cadeiras, gaveteiros, armrios
e acessrios)

Cj

55

1.450,00

79.750,00

1.2

Mdulos
individuais
de
diretores
(mesas, cadeiras, gaveteiros, armrios
e acessrios)

Cj

8.950,00

8.950,00

Veculos

2.1

Automvel

un.

31.000,00

151.000,00

2.2

Caminhonete

un.

57.000,00

171.000,00

2.3

Caminho Basculante

un.

120.000,00

240.000,00

2.4

Caminho Munck

un.

120.000,00

240.000,00

Equipamentos de Informtica

3.1

Microcomputador

un.

56

2.000,00

112.000,00

3.2

Notebook

un.

3.000,00

9.000,00

3.3

Impressora Laser

un.

800,00

2.400,00

3.4

Impressora Jato de Tinta

un.

400,00

2.400,00

3.5

Scanner

un.

500,00

1.500,00

3.6

Data Show

un.

4.000,00

8.000,00

Softwares

4.1

Sistema Gesto Comercial

licen

12.500,00

12.500,00

4.2

Sistema SCADA

licen

24.000,00

24.000,00

4.3

Sistema GIS

licen

5.000,00

25.000,00

4.4

Windows + Office

licen

56

1.000,00

56.000,00

TOTAL

Custo Total

1.147.500,00

Fonte: Nota Tcnica n. 49/2007-SRE/ANEEL (ANEEL, 2007).

III.1.2. Identificao dos custos de operao e manuteno:


Os custos de operao e manuteno foram classificados em fixos e variveis, de
acordo com sua variao em funo da produo.

35

III.1.2.1.

Custos Fixos:

Os custos fixos identificados para o projeto foram: depreciao, amortizao de


despesas diferidas, manuteno fixa, mo-de-obra, encargos sociais, seguros, taxa
de fiscalizao, despesas administrativas, tarifa de demanda de energia eltrica e
juros.

Para depreciao, tendo em vista tratar-se de uma PPP, na qual os ativos retornaro
ao Poder Pblico ao final da concesso, foram considerados apenas os
investimentos em capital fixo realizados pela prpria concessionria. Portanto, a
depreciao dos ativos do projeto (obras de infra-estrutura) no foi includa na
modelagem. J a depreciao dos ativos constantes do capital fixo da empresa foi
calculada pelo mtodo linear para uma vida til mdia de 5 anos para veculos e
equipamentos de informtica.

A amortizao de despesas diferidas refere-se aos softwares de computador a


serem adquiridos pela concessionria para apoio gesto do projeto. J para
determinao da manuteno fixa considerou-se uma verba anual proporcional ao
valor do investimento realizado at o ano de anlise. Essa verba corresponde a um
percentual do valor das obras, para o qual se adotou o valor de 1,0 % do custo das
obras civis.

Para determinao da mo-de-obra e encargos sociais adotou-se um organograma


tpico de empresa de transmisso de energia eltrica de at 1.000 km de linha de
transmisso, conforme modelo apresentado na Nota Tcnica n. 49/2007SRE/ANEEL (ANEEL, 2007), complementado pela equipe de operao estabelecida
no anexo II do Estudo de Rateio de Custos do Ministrio da Integrao Nacional

36

(2005). A utilizao de uma empresa de transmisso de energia eltrica adequada


uma vez que o PISF pode ser comparado a uma linha de transmisso de gua, que
transporta o produto a grandes distncias, at as distribuidoras. Os custos unitrios
adotados bem como os percentuais de encargos sociais so aqueles utilizados na
Nota Tcnica da ANEEL e totalizam R$ 5,7 milhes anuais. A figura 5 apresenta o
organograma tpico que foi adotado para o presente projeto.

Foi adotada uma alquota de seguro sobre os ativos do projeto (infra-estrutura) de


0,05% do valor do investimento, conforme referncia da ANEEL (2007). Para taxa de
fiscalizao, adotou-se a estabelecida na Medida Provisria MPV 437 de 29 de julho
de 2008, que incluiu, entre as atribuies da Agncia Nacional de guas ANA, a
regulao dos servios de aduo de gua bruta e instituiu a taxa anual de
fiscalizao, de acordo com a frmula (4) a seguir:

TF = 100.000 + 6.250 Qout.

(4)

Onde: TF = taxa de fiscalizao, em reais;


Qout = vazo mxima outorgada, em metros cbicos por segundo;
100.000 e 6.250 = parmetros da frmula, em reais e reais por metros
cbicos por segundo, respectivamente.
Aplicando-se a frmula ao Projeto de Integrao, para uma vazo mxima outorgada
de 127 m3/s, obtm-se uma taxa anual de R$ 893.750,00.

37

Figura 5: Organograma da empresa concessionria


Fonte: ANEEL(2007)

38

As despesas administrativas correspondem quelas de aluguel e manuteno dos


escritrios (gua, luz, telefone, internet, limpeza), materiais de consumo e despesas
com veculos. Esses custos totalizam cerca de R$ 600 mil/anuais e a referncia
adotada para esses custos tambm foi a Nota Tcnica n. 49/2007-SRE/ANEEL
(ANEEL, 2007).

A tarifa de demanda adotada ser apresentada posteriormente neste documento


quando forem descritos os custos de energia eltrica como um todo.

Foi considerada a necessidade de financiamento para o investimento fixo da


implantao da empresa e para o investimento em capital de giro. Para o
investimento fixo, adotou-se um percentual financivel de 80%, enquanto para o
capital de giro esse percentual foi de 50%. Em ambos os casos adotou-se uma taxa
de juros anual de 10% amortizadas pelo Sistema de Amortizao Constante SAC.

A tabela 4 apresenta um resumo dos custos fixos mdios para os anos 2015 e 2035,
com os respectivos custos unitrios de produo, para a demanda de projeto.

Percebe-se que o custo mais significativo corresponde manuteno fixa. Alm


disso, essa despesa a de maior incerteza no projeto, tendo em vista o porte do
empreendimento, nunca implantado antes no pas. A diferena nos custos fixos
ocorre por conta do faseamento da implantao do Projeto, pois em 2015 somente
os trechos I, II e V estaro em funcionamento.

39

Tabela 4: Custos fixos do Projeto de Integrao do So Francisco


2015

Custos Fixos

Valor (R$)
Depreciao

2035
%

Valor (R$)

116.530,00

0,17

116.530,00

0,12

23.500,00

0,03

23.500,00

0,02

45.979.617,21

66,48

68.402.438,19

70,38

Mo de obra

3.292.127,80

4,76

3.292.127,80

3,39

Encargos sociais

2.451.218,84

3,54

2.451.218,84

2,52

Seguros

2.523.679,16

3,65

3.822.715,43

3,93

Taxa de fiscalizao

893.750,00

1,29

893.750,00

0,92

Despesas administrativas

606.825,00

0,88

606.825,00

0,62

12.397.633,96

17,92

17.574.948,54

18,08

Juros

881.185,59

1,27

Total

69.166.067,57

100,0

97.184.053,81

100,0

Amortizao
Diferidas

de

Despesas

Manuteno fixa

Tarifa demanda energia eltrica

Custo Unitrio (R$/m3)

III.1.2.2.

0,055

0,046

Custos Variveis

Os custos variveis do projeto correspondem s matrias primas principais: custo da


retirada da gua do Rio So Francisco e o custo de energia eltrica, alm dos
impostos sobre a produo.

O custo da retirada de gua do Rio So Francisco decorrente da Lei Federal n.


9.433 de 09 de janeiro de 1997, que instituiu a Poltica Nacional de Recursos
Hdricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos. De
acordo com a referida lei, a gua um bem pblico dotado de valor econmico e, por
isso, um dos instrumentos de gesto de recursos hdricos estabelecido naquele
instrumento legal a cobrana pelo uso da gua, que visa promoo de seu uso
racional a partir da definio de um valor econmico. A cobrana pelo uso da gua
estabelecida pelo Comit de Bacia Hidrogrfica, organismo colegiado criado pela
40

referida lei e que funciona como um parlamento das guas, onde assuntos que
afetam a bacia hidrogrfica so discutidos e deliberados.

No caso do Rio So Francisco, o respectivo comit de bacia est atualmente (junho


de 2008) discutindo a implantao da cobrana na bacia e a previso que seja
iniciada em 2009. O valor da cobrana ainda no foi definido e, por isso, neste
trabalho, adotou-se o valor unitrio utilizado na Bacia do Rio Paraba do Sul, que
de R$ 0,01/m3 de gua retirada do rio. De acordo com as discusses atualmente em
pauta no Comit da Bacia Hidrogrfica do Rio So Francisco, acredita-se que o valor
unitrio no deve se distanciar muito do adotado no presente trabalho.

Em relao ao custo de energia eltrica, esse dos mais significativos do projeto.


Para que as guas do Rio So Francisco alcancem as bacias hidrogrficas do
Nordeste Setentrional, necessrio que venam elevaes do terreno de 180 m no
caso do Eixo Norte e de 300m no Eixo Leste. O custo de energia eltrica do projeto
corresponde ao de bombeamento das guas para vencer essas elevaes do
terreno. O Projeto de Integrao corresponde a um consumidor de energia de grande
porte e, de acordo com o estudo do Ministrio da Integrao Nacional (2005), por
possuir suas prprias linhas de transmisso de energia, pode ser enquadrado em
duas categorias de consumo: consumidor livre, ou sujeito tarifa horo-sazonal azul
A1 230kV fora de ponta da Companhia Energtica de Pernambuco CELPE, uma
vez que todas as estaes de bombeamento localizam-se em Pernambuco.

Para a determinao da tarifa de consumidor livre utilizou-se os resultados do estudo


do Ministrio da Integrao Nacional (2005) atualizado para maio de 2008 pelo
ndice Geral de Preos do Mercado (IGP-M), enquanto as tarifas da CELPE
41

adotadas foram aquelas homologadas pela ANEEL em 29 de abril de 2008 e incluem


ICMS e PIS/COFINS. A tabela 5 abaixo apresenta um resumo dessas tarifas:

Tabela 5: Tarifas de energia eltrica adotadas


Tarifa

Unidade

Tarifa
Demanda

de

Tarifa
Consumo

de

Consumidor
Livre

R$/kW
R$/kWh

Mdia Adotada

CELPE Horo-sazonal Azul A1 230kV


Fora de Ponta Seca

Fora de Ponta mida

6,00

0,00

0,00

0,06011

0,20775

0,18799

R$ 6,00/kW

R$ 0,199517/kWh

R$ 0,06011/kWh

Fonte: Ministrio da Integrao Nacional (2005) e CELPE (2008)


Os impostos que incidem sobre o projeto so o PIS e COFINS, com alquotas de
1,65% e 7,60% sobre o faturamento, respectivamente.

Alm desses, foram

considerados os impostos incidentes sobre o lucro do projeto, a saber: Imposto de


Renda de 15% e Contribuio Social de 9%.

III.1.3. Receitas do Projeto


As receitas do projeto so provenientes dos servios de aduo de gua bruta aos
Estados receptores. Para estimativa da receita, foi utilizado o estudo de demandas
realizado pela Agncia Nacional de guas durante os estudos necessrios para
emisso da outorga de direito de uso do Projeto de Integrao do Rio So Francisco
(Agncia Nacional de guas, 2005). Nesse estudo, foram identificadas todas as
demandas potenciais das regies a serem atendidas pelo PISF, nos mais diversos
usos, abastecimento humano, industrial, irrigao e dessedentao animal, nos
horizontes dos anos 2010, 2015 e 2025.

42

Este trabalho, por sua vez, utilizou as demandas estimadas pela ANA restritas
possibilidade de oferta de gua a partir do Rio So Francisco de acordo com as
regras operativas definidas na outorga de direito de uso da gua do projeto (67m3/s
de vazo mdia de longo prazo), interpolando os resultados entre os horizontes
estudados e extrapolando para o horizonte 2035. Alm disso, no considerou as
demandas para dessedentao animal, por no terem valor comercial. O grfico 1
apresenta a evoluo das demandas do projeto de acordo com o tipo de uso.

80.000,00
demanda total

70.000,00

Vazo (L/s)

60.000,00
50.000,00
irrigao

40.000,00
30.000,00

abastecimento humano

20.000,00
indstria

10.000,00
0,00
2010

2015

2020

2025

2030

2035

Ano
Grfico 1: Evoluo das Demandas de Projeto, por tipo de uso.
A reduo da demanda de irrigao no grfico ao longo do tempo decorrente do
aumento da demanda para os outros usos e a limitao da vazo mdia total.

A partir das demandas estudadas, este trabalho buscou estabelecer a receita e,


conseqentemente, a tarifa mnima necessria para cobrir todos os custos do projeto

43

e ainda oferecer ao empreendedor uma taxa de retorno mnima atrativa ao setor


privado.

Apesar do estudo no definir a capacidade de pagamento dos usurios, a partir da


tarifa mnima necessria foram estabelecidos cenrios para diversas capacidades de
pagamento das Entidades Operadoras Estaduais, admitindo que a diferena entre a
tarifa mnima e a capacidade de pagamento seja arcada pelo Governo Federal, na
forma de contraprestao pecuniria de uma Parceria Pblico-Privada - PPP. Essa
contraprestao corresponde segunda fonte de receita do projeto.

Outra fonte de receita para o empreendimento corresponde gerao de energia


pelas usinas hidreltricas que podem vir a ser implantadas no mbito do projeto, nas
barragens de Jati e Atalho. Caso essas usinas tenham sua viabilidade comprovada,
tero capacidade instalada de 52 MW. A anlise da receita proveniente dessas
usinas no foi considerada no presente trabalho.

44

IV.

RESULTADOS

O presente estudo apresenta os resultados para 2 cenrios, de acordo com o modelo


tarifrio de energia eltrica a que o PISF ser submetido. Para esses dois cenrios
foram realizadas anlises de sensibilidade para 3 aspectos relevantes do projeto: o
custo de manuteno fixa, a demanda do projeto e a TIR requerida.

IV.1. Cenrio Consumidor Livre


Para esse cenrio foi adotada a tarifa de energia considerada de consumidor livre, a
alquota de manuteno de 1% ao ano e a TIR requerida de 12%. A demanda
considerada corresponde total do projeto, limitada pela vazo mdia de longo
prazo do PISF (67m3/s).

Apresentam-se, adiante, as tabelas 6, 7, 8 e 9, com as planilhas relativas ao


Oramento de Custo e Receita e Fluxo de Caixa do Projeto, ambos os casos com e
sem financiamento.

Nesse cenrio, os resultados obtidos indicam que a tarifa mdia requerida de venda
de R$ 0,137/m3 de gua aduzida. Para essa tarifa, a receita obtida com o projeto
varia de R$ 181,6 milhes em 2011 a R$ 290,0 milhes em 2035, contra um custo de
total de R$ 182,5 milhes a R$ 273,3 milhes, respectivamente. Nessas condies, o
prazo de payback de nove anos na situao sem financiamento e de 10 anos com
financiamento. O ponto de nivelamento do projeto ocorre com 86% da vazo mdia
de longo prazo, ou seja, com 57,3 m3/s de mdia anual. J a arrecadao de
impostos com essa tarifa atinge R$ 237 milhes a valor presente.

45

Tabela 6: Cenrio Consumidor Livre - Oramento de Custo e Receita do Projeto com Financiamento
DISCRIMINAO
CUSTO FIXO
DEPRECIAO
AMORTIZAO DESP. DIFERIDAS
MANUTENO FIXA

2011
72.691.217

2012
71.809.950

2013
70.928.683

2014
70.047.416

2015
70.465.185

2016
97.184.054

2017
97.184.054

2018
97.184.054

2019
97.184.054

2020
97.184.054

2021
97.184.054

2022
97.184.054

Ano
2023
97.184.054

2024
97.184.054

2025
97.184.054

2026
97.184.054

2027
97.184.054

2028
97.184.054

2029
97.184.054

2030
97.184.054

2031
97.184.054

2032
97.184.054

2033
97.184.054

2034
97.184.054

2035
97.184.054

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

45.979.617

45.979.617

45.979.617

45.979.617

45.979.617

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438
3.292.128

MO DE OBRA

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

ENCARGOS SOCIAIS

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

SEGUROS

2.523.679

2.523.679

2.523.679

2.523.679

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715
893.750

TAXA DE FISCALIZAO

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

12.397.634

12.397.634

12.397.634

12.397.634

12.397.634

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

TARIFA DEMANDA EN. ELTRICA


JUROS

4.406.335

3.525.068

2.643.801

1.762.534

881.267

CUSTO VARIVEL 109.808.495

114.572.292

119.567.385

124.805.498

130.298.953

176.464.241

176.466.284

176.468.322

176.470.353

176.472.378

176.474.396

176.476.405

176.478.405

176.480.395

176.482.375

176.484.342

176.486.297

176.488.238

176.490.164

176.492.075

176.493.969

176.495.845

176.497.703

176.499.540

176.501.356

13.233.559

13.806.099

14.406.400

15.035.869

15.695.984

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

2.509.286

2.550.210

2.591.801

2.634.071

2.677.030

6.563.204

6.661.967

6.762.216

6.863.973

6.967.261

7.072.104

7.178.524

7.286.546

7.396.194

7.507.491

7.620.463

7.735.135

7.851.532

7.969.682

8.089.609

8.211.340

8.334.904

8.460.327

8.587.637

8.716.863

719.237

732.592

746.196

760.052

774.165

2.103.253

2.141.381

2.180.199

2.219.722

2.259.960

2.300.929

2.342.639

2.385.106

2.428.343

2.472.364

2.517.182

2.562.813

2.609.271

2.656.572

2.704.730

2.753.760

2.803.680

2.854.505

2.906.251

2.958.935

10.005.036

10.523.296

11.068.403

11.641.746

12.244.789

12.462.662

12.325.772

12.186.705

12.045.425

11.901.898

11.756.087

11.607.956

11.457.468

11.304.583

11.149.266

10.991.475

10.831.172

10.668.316

10.502.867

10.334.782

10.164.019

9.990.536

9.814.289

9.635.232

9.453.322

79.769.812

83.234.007

86.866.484

90.675.773

94.670.843

128.503.525

128.505.568

128.507.606

128.509.638

128.511.663

128.513.680

128.515.690

128.517.690

128.519.680

128.521.659

128.523.626

128.525.581

128.527.522

128.529.449

128.531.359

128.533.253

128.535.130

128.536.987

128.538.824

128.540.641

Consumo Humano

15.444.708

15.696.595

15.952.590

16.212.760

16.477.174

40.745.470

41.358.604

41.980.964

42.612.690

43.253.922

43.904.803

44.565.479

45.236.096

45.916.805

46.607.757

47.309.106

48.021.010

48.743.625

49.477.115

50.221.642

50.977.373

51.744.476

52.523.122

53.313.486

54.115.742

Consumo Industrial

3.603.038

3.669.942

3.738.089

3.807.502

3.878.203

12.120.284

12.339.998

12.563.695

12.791.448

13.023.329

13.259.413

13.499.777

13.744.499

13.993.656

14.247.331

14.505.604

14.768.559

15.036.280

15.308.855

15.586.371

15.868.918

16.156.587

16.449.471

16.747.664

17.051.262

60.722.067

63.867.470

67.175.805

70.655.511

74.315.467

75.637.772

74.806.966

73.962.946

73.105.500

72.234.412

71.349.464

70.450.433

69.537.095

68.609.218

67.666.571

66.708.916

65.736.013

64.747.616

63.743.478

62.723.346

61.686.962

60.634.067

59.564.394

58.477.675

57.373.636

16.805.124

17.532.186

18.294.501

19.093.855

19.932.126

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

CUSTOS TOTAIS 182.499.712

186.382.242

190.496.068

194.852.914

200.764.139

273.648.295

273.650.338

273.652.375

273.654.407

273.656.432

273.658.450

273.660.459

273.662.459

273.664.449

273.666.428

273.668.396

273.670.351

273.672.292

273.674.218

273.676.129

273.678.023

273.679.899

273.681.757

273.683.594

273.685.410

MATRIA PRIMA PRINCIPAL

(1)

Consumo Humano
Consumo Industrial
irrigao
MATRIA PRIMA SECUNDRIA

(2)

irrigao
IMPOSTOS SOBRE A PRODUO
OUTROS

189.537.143

197.778.387

206.420.056

215.482.448

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

RECEITAS OPERACIONAIS

RECEITAS TOTAIS 181.677.021


(3)

178.653.040

186.382.332

194.486.402

202.984.232

211.895.782

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

RECEITAS OPERACIONAIS

(4)

3.023.981

3.154.811

3.291.985

3.435.824

3.586.666

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184
16.385.894

RECEITAS NO OPERACIONAIS
LUCRO TRIBUTVEL

3.154.901

7.282.319

11.567.143

14.718.309

16.423.009

16.420.966

16.418.928

16.416.897

16.414.872

16.412.854

16.410.845

16.408.845

16.406.855

16.404.875

16.402.908

16.400.953

16.399.012

16.397.086

16.395.175

16.393.281

16.391.405

16.389.547

16.387.710

IMPOSTO DE RENDA + CSLL

757.176

1.747.757

2.776.114

3.532.394

3.941.522

3.941.032

3.940.543

3.940.055

3.939.569

3.939.085

3.938.603

3.938.123

3.937.645

3.937.170

3.936.698

3.936.229

3.935.763

3.935.301

3.934.842

3.934.387

3.933.937

3.933.491

3.933.050

3.932.614

LUCRO LQUIDO
(1) Cobrana pelo uso da gua
(2) Energia Eltrica
(3) Tarifao aos usurios
(4) Contraperstao Pecuniria

2.397.725

5.534.562

8.791.029

11.185.915

12.481.487

12.479.934

12.478.386

12.476.841

12.475.302

12.473.769

12.472.242

12.470.722

12.469.209

12.467.705

12.466.210

12.464.724

12.463.249

12.461.785

12.460.333

12.458.893

12.457.467

12.456.056

12.454.660

12.453.279

Tabela 7: Cenrio Consumidor Livre - Fluxo de Caixa do Projeto com Financiamento


2011
181.677.021

2012
189.537.143

2013
197.778.387

2014
206.420.056

2015
215.482.448

2016
290.071.304

2017
290.071.304

2018
290.071.304

2019
290.071.304

2020
290.071.304

2021
290.071.304

ANOS
2022
2023
290.071.304 290.071.304

2024
290.071.304

2025
290.071.304

2026
290.071.304

2027
290.071.304

2028
290.071.304

2029
290.071.304

2030
290.071.304

2031
290.071.304

2032
290.071.304

2033
290.071.304

2034
290.071.304

2035
376.362.007

RECEITAS OPERACIONAIS (1)

178.653.040

186.382.332

194.486.402

202.984.232

211.895.782

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

RECEITAS OPERACIONAIS (2)

3.023.981

3.154.811

3.291.985

3.435.824

3.586.666

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

DISCRIMINAO
ENTRADAS

2010
44.063.351

RECEITAS NO OPERACIONAIS
FINANCIAMENTO

44.063.351

VALOR RESIDUAL

86.290.703
SADAS

INVESTIMENTO FIXO
INVESTIMENTO CIRCULANTE

87.438.203

195.812.058

200.916.465

206.301.668

212.817.637

277.449.787

277.451.340

277.452.888

277.454.432

1.147.500

278.603.471

277.457.505

277.459.032

277.460.552

277.462.064

1.147.500

278.611.068

277.465.064

277.466.549

277.468.025

277.469.489

1.147.500

278.618.441

277.472.380

277.473.806

277.475.218

277.476.614

277.477.995

1.147.500

86.290.703

CUSTOS FIXOS
CUSTOS VARIVEIS
IMPOSTO DE RENDA
SERVIO DVIDA (AM+JUROS)
SALDO

191.172.353

1.147.500

(43.374.851)

68.144.852

68.144.852

68.144.852

68.144.852

68.144.852

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

109.808.495

114.572.292

119.567.385

124.805.498

130.298.953

176.464.241

176.466.284

176.468.322

176.470.353

176.472.378

176.474.396

176.476.405

176.478.405

176.480.395

176.482.375

176.484.342

176.486.297

176.488.238

176.490.164

176.492.075

176.493.969

176.495.845

176.497.703

176.499.540

176.501.356
3.932.614

757.176

1.747.757

2.776.114

3.532.394

3.941.522

3.941.032

3.940.543

3.940.055

3.939.569

3.939.085

3.938.603

3.938.123

3.937.645

3.937.170

3.936.698

3.936.229

3.935.763

3.935.301

3.934.842

3.934.387

3.933.937

3.933.491

3.933.050

13.219.005

12.337.738

11.456.471

10.575.204

9.693.937

(9.495.332)

(6.274.915)

(3.138.078)

118.388

2.664.811

12.621.517

12.619.964

12.618.416

12.616.871

11.467.832

12.613.799

12.612.272

12.610.752

12.609.239

11.460.235

12.606.240

12.604.754

12.603.279

12.601.815

11.452.863

12.598.923

12.597.497

12.596.086

12.594.690

98.884.012

(9.023.209)

2.444.623

15.058.422

27.670.694

40.281.446

52.890.685

64.350.921

76.957.161

89.561.915

102.165.194

114.767.009

126.219.872

138.818.796

151.416.293

164.012.379

176.607.069

275.491.081

ACUMULADO (43.374.851) (52.870.183) (59.145.099) (62.283.177) (62.164.788) (59.499.978) (46.878.461) (34.258.496) (21.640.081)
(1) Tarifao aos usurios
(2) Contraperstao Pecuniria

46

Tabela 8: Cenrio Consumidor Livre - Oramento de Custo e Receita do Projeto sem Financiamento
2011
68.284.882

2012
68.284.882

2013
68.284.882

2014
68.284.882

2015
69.583.918

2016
97.184.054

2017
97.184.054

2018
97.184.054

2019
97.184.054

2020
97.184.054

2021
97.184.054

2022
97.184.054

Anos
2023
97.184.054

2024
97.184.054

2025
97.184.054

2026
97.184.054

2027
97.184.054

2028
97.184.054

2029
97.184.054

2030
97.184.054

2031
97.184.054

2032
97.184.054

2033
97.184.054

2034
97.184.054

2035
97.184.054

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

45.979.617

45.979.617

45.979.617

45.979.617

45.979.617

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

MO DE OBRA

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

ENCARGOS SOCIAIS

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

SEGUROS

2.523.679

2.523.679

2.523.679

2.523.679

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715
893.750

DISCRIMINAO
CUSTO FIXO
DEPRECIAO
AMORTIZAO DESP. DIFERIDAS
MANUTENO FIXA

TAXA DE FISCALIZAO

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

12.397.634

12.397.634

12.397.634

12.397.634

12.397.634

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

17.574.949

CUSTO VARIVEL 109.808.495

TARIFA DEMANDA EN. ELTRICA


JUROS

114.572.292

119.567.385

124.805.498

130.298.953

176.464.241

176.466.284

176.468.322

176.470.353

176.472.378

176.474.396

176.476.405

176.478.405

176.480.395

176.482.375

176.484.342

176.486.297

176.488.238

176.490.164

176.492.075

176.493.969

176.495.845

176.497.703

176.499.540

176.501.356

13.233.559

13.806.099

14.406.400

15.035.869

15.695.984

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

2.509.286

2.550.210

2.591.801

2.634.071

2.677.030

6.563.204

6.661.967

6.762.216

6.863.973

6.967.261

7.072.104

7.178.524

7.286.546

7.396.194

7.507.491

7.620.463

7.735.135

7.851.532

7.969.682

8.089.609

8.211.340

8.334.904

8.460.327

8.587.637

8.716.863

719.237

732.592

746.196

760.052

774.165

2.103.253

2.141.381

2.180.199

2.219.722

2.259.960

2.300.929

2.342.639

2.385.106

2.428.343

2.472.364

2.517.182

2.562.813

2.609.271

2.656.572

2.704.730

2.753.760

2.803.680

2.854.505

2.906.251

2.958.935

10.005.036

10.523.296

11.068.403

11.641.746

12.244.789

12.462.662

12.325.772

12.186.705

12.045.425

11.901.898

11.756.087

11.607.956

11.457.468

11.304.583

11.149.266

10.991.475

10.831.172

10.668.316

10.502.867

10.334.782

10.164.019

9.990.536

9.814.289

9.635.232

9.453.322

79.769.812

83.234.007

86.866.484

90.675.773

94.670.843

128.503.525

128.505.568

128.507.606

128.509.638

128.511.663

128.513.680

128.515.690

128.517.690

128.519.680

128.521.659

128.523.626

128.525.581

128.527.522

128.529.449

128.531.359

128.533.253

128.535.130

128.536.987

128.538.824

128.540.641

Consumo Humano

15.444.708

15.696.595

15.952.590

16.212.760

16.477.174

40.745.470

41.358.604

41.980.964

42.612.690

43.253.922

43.904.803

44.565.479

45.236.096

45.916.805

46.607.757

47.309.106

48.021.010

48.743.625

49.477.115

50.221.642

50.977.373

51.744.476

52.523.122

53.313.486

54.115.742

Consumo Industrial

3.603.038

3.669.942

3.738.089

3.807.502

3.878.203

12.120.284

12.339.998

12.563.695

12.791.448

13.023.329

13.259.413

13.499.777

13.744.499

13.993.656

14.247.331

14.505.604

14.768.559

15.036.280

15.308.855

15.586.371

15.868.918

16.156.587

16.449.471

16.747.664

17.051.262

60.722.067

63.867.470

67.175.805

70.655.511

74.315.467

75.637.772

74.806.966

73.962.946

73.105.500

72.234.412

71.349.464

70.450.433

69.537.095

68.609.218

67.666.571

66.708.916

65.736.013

64.747.616

63.743.478

62.723.346

61.686.962

60.634.067

59.564.394

58.477.675

57.373.636

16.805.124

17.532.186

18.294.501

19.093.855

19.932.126

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

26.831.596

CUSTOS TOTAIS 178.093.377

182.857.174

187.852.267

193.090.380

199.882.872

273.648.295

273.650.338

273.652.375

273.654.407

273.656.432

273.658.450

273.660.459

273.662.459

273.664.449

273.666.428

273.668.396

273.670.351

273.672.292

273.674.218

273.676.129

273.678.023

273.679.899

273.681.757

273.683.594

273.685.410

MATRIA PRIMA PRINCIPAL

(1)

Consumo Humano
Consumo Industrial
irrigao
MATRIA PRIMA SECUNDRIA

(2)

irrigao
IMPOSTOS SOBRE A PRODUO
OUTROS

189.537.143

197.778.387

206.420.056

215.482.448

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

290.071.304

RECEITAS OPERACIONAIS

RECEITAS TOTAIS 181.677.021


(3)

178.653.040

186.382.332

194.486.402

202.984.232

211.895.782

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

RECEITAS OPERACIONAIS

(4)

3.023.981

3.154.811

3.291.985

3.435.824

3.586.666

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184
16.385.894

RECEITAS NO OPERACIONAIS
LUCRO TRIBUTVEL

3.583.643

6.679.969

9.926.120

13.329.677

15.599.576

16.423.009

16.420.966

16.418.928

16.416.897

16.414.872

16.412.854

16.410.845

16.408.845

16.406.855

16.404.875

16.402.908

16.400.953

16.399.012

16.397.086

16.395.175

16.393.281

16.391.405

16.389.547

16.387.710

860.074

1.603.193

2.382.269

3.199.122

3.743.898

3.941.522

3.941.032

3.940.543

3.940.055

3.939.569

3.939.085

3.938.603

3.938.123

3.937.645

3.937.170

3.936.698

3.936.229

3.935.763

3.935.301

3.934.842

3.934.387

3.933.937

3.933.491

3.933.050

3.932.614

2.723.569

5.076.777

7.543.851

10.130.554

11.855.678

12.481.487

12.479.934

12.478.386

12.476.841

12.475.302

12.473.769

12.472.242

12.470.722

12.469.209

12.467.705

12.466.210

12.464.724

12.463.249

12.461.785

12.460.333

12.458.893

12.457.467

12.456.056

12.454.660

12.453.279

IMPOSTO DE RENDA + CSLL


LUCRO LQUIDO
(1) Cobrana pelo uso da gua
(2) Energia Eltrica
(3) Tarifao aos usurios
(4) Contraperstao Pecuniria

Tabela 9: Cenrio Consumidor Livre - Fluxo de caixa do Projeto sem Financiamento


2011
181.677.021

2012
189.537.143

2013
197.778.387

2014
206.420.056

2015
215.482.448

2016
290.071.304

2017
290.071.304

2018
290.071.304

2019
290.071.304

2020
290.071.304

2021
290.071.304

ANOS
2022
2023
290.071.304 290.071.304

2024
290.071.304

2025
290.071.304

2026
290.071.304

2027
290.071.304

2028
290.071.304

2029
290.071.304

2030
290.071.304

2031
290.071.304

2032
290.071.304

2033
290.071.304

2034
290.071.304

2035
376.362.007

RECEITAS OPERACIONAIS (1)

178.653.040

186.382.332

194.486.402

202.984.232

211.895.782

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

285.243.120

RECEITAS OPERACIONAIS (2)

3.023.981

3.154.811

3.291.985

3.435.824

3.586.666

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

4.828.184

DISCRIMINAO
ENTRADAS

2010
0

RECEITAS NO OPERACIONAIS
FINANCIAMENTO
VALOR RESIDUAL

86.290.703
SADAS

INVESTIMENTO FIXO
INVESTIMENTO CIRCULANTE

87.438.203

177.953.347

183.474.320

189.459.994

195.726.464

1.147.500

203.123.700

277.449.787

277.451.340

277.452.888

277.454.432

1.147.500

278.603.471

277.457.505

277.459.032

277.460.552

277.462.064

1.147.500

278.611.068

277.465.064

277.466.549

277.468.025

277.469.489

277.470.941

277.472.380

277.473.806

277.475.218

277.476.614

277.477.995

1.147.500

86.290.703

CUSTOS FIXOS
CUSTOS VARIVEIS
IMPOSTO DE RENDA

68.144.852

68.144.852

68.144.852

68.144.852

68.144.852

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

97.044.024

109.808.495

114.572.292

119.567.385

124.805.498

130.298.953

176.464.241

176.466.284

176.468.322

176.470.353

176.472.378

176.474.396

176.476.405

176.478.405

176.480.395

176.482.375

176.484.342

176.486.297

176.488.238

176.490.164

176.492.075

176.493.969

176.495.845

176.497.703

176.499.540

176.501.356

757.176

1.747.757

2.776.114

3.532.394

3.941.522

3.941.032

3.940.543

3.940.055

3.939.569

3.939.085

3.938.603

3.938.123

3.937.645

3.937.170

3.936.698

3.936.229

3.935.763

3.935.301

3.934.842

3.934.387

3.933.937

3.933.491

3.933.050

3.932.614

3.723.673

6.062.823

8.318.393

10.693.593

12.358.748

12.621.517

12.619.964

12.618.416

12.616.871

11.467.832

12.613.799

12.612.272

12.610.752

12.609.239

11.460.235

12.606.240

12.604.754

12.603.279

12.601.815

12.600.363

12.598.923

12.597.497

12.596.086

12.594.690

98.884.012

(8.421.075)

4.195.796

15.663.628

28.277.427

40.889.699

53.500.451

66.109.691

77.569.926

90.176.166

102.780.920

115.384.200

127.986.015

140.586.378

153.185.301

165.782.799

178.378.885

190.973.574

289.857.586

SERVIO DVIDA (AM+JUROS)


SALDO

(87.438.203)

ACUMULADO (87.438.203) (83.714.529) (77.651.706) (69.333.313) (58.639.720) (46.280.972) (33.659.455) (21.039.491)


(1) Tarifao aos usurios
(2) Contraperstao Pecuniria

47

Na hiptese de concesso do PISF sob a forma de PPP, o grfico 2 a seguir


apresenta, para cada valor de tarifa a ser pago pelas Operadoras Estaduais, o valor
presente da contraprestao pecuniria a ser paga pelo Governo Federal,
contrapondo-se ao valor presente da arrecadao de impostos do projeto, ambos
descontados a uma taxa de 10% a.a. A interseo entre essa duas curvas
corresponde ao ponto onde a arrecadao de impostos iguala-se contraprestao
pecuniria. Para tarifas maiores que a mnima requerida, a arrecadao com
impostos aumenta, mas, por outro lado, aumenta demasiadamente a Taxa Interna de
Retorno do concessionrio, imputando s Operadoras Estaduais uma tarifa muito
elevada, contrariando o princpio da modicidade tarifria.

2.500.000.000,00

Contraprestao
Impostos

Valor Presente (R$)

2.000.000.000,00

1.500.000.000,00

1.000.000.000,00

500.000.000,00
237.000.000,00

0,000

0,050

0,100

0,125

0,150

0,200

0,250

Valor da Tarifa s Operadoras Estaduais (R$/m )

Grfico 2: Evoluo da Contraprestao para o cenrio consumidor livre, para TIR


= 12% e Tarifa Requerida de R$0,137/m3

48

Verifica-se que, para uma tarifa mdia cobrada s Operadoras Estaduais de R$ 0,


125/m3, a parcela de contraprestao do Governo Federal numa eventual PPP ser
de R$ 0,012/m3, totalizando R$ 0,137/m3. O conjunto de desembolsos da parcela de
contraprestao pecuniria trazido a valor presente a uma taxa de 10% a.a. resulta
em R$ 237 milhes, mesmo valor da arrecadao de impostos trazida a valor
presente sob as mesmas condies.

Para tarifas maiores do que R$0,137/m3, a TIR do projeto aumenta e,


conseqentemente, a arrecadao de impostos. Por isso, a partir dessa tarifa, ocorre
a mudana de declividade da curva referente aos impostos no grfico 2.

IV.1.1. Anlise de Sensibilidade


A anlise de sensibilidade do resultado ser feita em funo dos fatores de maior
incerteza do projeto: custo de manuteno fixa e demanda. Alm disso, ser
verificado o efeito do aumento da TIR requerida, tendo em vista o risco inerente ao
projeto. Portanto, os parmetros adotados na anlise de sensibilidade so:

S1: Aumento de 50% no custo de manuteno, mantendo-se a TIR requerida


em 12%.
S2: Reduo da demanda para a relativa somente parcela do consumo
humano (reduo de 60% na demanda), mantendo-se a TIR requerida em
12%.
S3: Aumento de 25% na TIR TIR de 15%

49

Tabela 10: Anlise de Sensibilidade do Cenrio Consumidor Livre


Resultados

S1

Original
Valor

S2
%

Valor

S3
%

Valor

Tarifa Requerida

0,137

0,156

+13,9%

0,291

+112,4
%

0,13
9

+1,5%

Receita 2035 (x 106)

290,0

330,2

+13,9%

253,8

-12,5%

294,
6

+1,6%

Custo Total 2035 (x 106)

273,3

311,6

+14,0%

183,5

-32,9%

274,
1

+0,3%

Valor Presente Impostos

237,0

270,9

+14,3%

183,2

-22,7%

248,
5

+4,9%

10

10

11,5

+15%

-20%

57,3

58,7

+2,4%

11,8

-79,4%

55,3

-3,5%

Payback
(anos)

c/

financiamento

Ponto de Nivelamento 2016


(m3/s)

Verifica-se que o aumento no custo de manuteno fixa no representa variao


muito significativa nos indicadores do projeto. Alm disso, uma alquota de
manuteno de 1% ao ano pode ser considerada uma premissa bastante
conservadora e, qualquer aumento dessa despesa, portanto, no deve causar
grande influncia nos resultados do projeto.

Da mesma forma, verifica-se que, caso seja realizada uma anlise de risco mais
aprofundada para o projeto e identifique-se a necessidade de uma TIR requerida
mais elevada, isso no causar grandes impactos no resultado sob a tica dos
usurios. Isto , a tarifa requerida e a arrecadao com impostos no sofrero
alteraes significativas.

Por outro lado, a reduo da demanda o fator primordial na anlise de


sensibilidade do projeto. Sua reduo em 60%, para uma vazo equivalente ao do
consumo humano para a regio, acarreta num aumento de mais de 110% na tarifa
50

requerida e aumenta em quase 2 anos o prazo de payback, prazo esse passando a


alcanar quase a metade do perodo de concesso.

As demandas para consumo humano j existem na regio e por isso o risco de no


se configurarem baixo. No entanto, as demandas para consumo industrial e de
irrigao so demandas reprimidas, que necessitam tambm de investimentos
adicionais na regio para se instalarem. Alm disso, so demandas mais elsticas,
isto , tarifas mais elevadas podem resultar na reduo do consumo, ao contrrio
das demandas para abastecimento humano, que podem ser consideradas bastante
inelsticas.

IV.2. Cenrio Tarifa Horo-Sazonal


Nesse cenrio considera-se a tarifa de energia eltrica Horo-sazonal Azul A1 230
kV com PIS/COFINS cobrada pela Companhia Energtica de Pernambuco CELPE,
a alquota de manuteno de 1% ao ano e a TIR requerida de 12%. As tabelas 11,
12, 13 e 14 apresentam os respectivos oramentos de custo e receita e os fluxos de
caixa do projeto com e sem financiamento.

Como resultado desse cenrio, verifica-se que a tarifa mdia requerida de


R$0,289/m3. A receita obtida varia de R$ 382,7 milhes em 2011 a R$ 611,0 milhes
em 2035, contra um custo total de R$ 377,1 milhes a R$ 583,9 milhes no mesmo
perodo. O payback do investimento se d em 10 anos e o ponto de nivelamento
ocorre a 75% da demanda mxima atendida pelo projeto, ou seja, na vazo de 49,9
m3/s. A arrecadao com impostos trazida a valor presente totaliza R$ 491,0
milhes.
51

Tabela 11: Cenrio Tarifa Horo-sazonal - Oramento de Custo e Receita do Projeto com Financiamento
DISCRIMINAO
CUSTO FIXO
DEPRECIAO
AMORTIZAO DESP. DIFERIDAS
MANUTENO FIXA

2011
63.761.349

2012
62.186.529

2013
60.611.708

2014
59.036.888

2015
58.761.104

2016
79.609.105

2017
79.609.105

2018
79.609.105

2019
79.609.105

2020
79.609.105

2021
79.609.105

2022
79.609.105

Ano
2023
79.609.105

2024
79.609.105

2025
79.609.105

2026
79.609.105

2027
79.609.105

2028
79.609.105

2029
79.609.105

2030
79.609.105

2031
79.609.105

2032
79.609.105

2033
79.609.105

2034
79.609.105

2035
79.609.105

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

45.979.617

45.979.617

45.979.617

45.979.617

45.979.617

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

MO DE OBRA

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

ENCARGOS SOCIAIS

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

SEGUROS

2.523.679

2.523.679

2.523.679

2.523.679

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

TAXA DE FISCALIZAO

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

7.874.101

6.299.281

4.724.460

3.149.640

1.574.820

CUSTO VARIVEL 313.387.328

326.988.987

341.251.193

356.207.424

371.892.880

504.149.342

504.156.123

504.162.886

504.169.629

504.176.350

504.183.046

504.189.714

504.196.352

504.202.957

504.209.525

504.216.055

504.222.543

504.228.985

504.235.378

504.241.720

504.248.006

504.254.233

504.260.397

504.266.495

504.272.523

13.233.559

13.806.099

14.406.400

15.035.869

15.695.984

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

2.509.286

2.550.210

2.591.801

2.634.071

2.677.030

6.563.204

6.661.967

6.762.216

6.863.973

6.967.261

7.072.104

7.178.524

7.286.546

7.396.194

7.507.491

7.620.463

7.735.135

7.851.532

7.969.682

8.089.609

8.211.340

8.334.904

8.460.327

8.587.637

8.716.863

719.237

732.592

746.196

760.052

774.165

2.103.253

2.141.381

2.180.199

2.219.722

2.259.960

2.300.929

2.342.639

2.385.106

2.428.343

2.472.364

2.517.182

2.562.813

2.609.271

2.656.572

2.704.730

2.753.760

2.803.680

2.854.505

2.906.251

2.958.935

10.005.036

10.523.296

11.068.403

11.641.746

12.244.789

12.462.662

12.325.772

12.186.705

12.045.425

11.901.898

11.756.087

11.607.956

11.457.468

11.304.583

11.149.266

10.991.475

10.831.172

10.668.316

10.502.867

10.334.782

10.164.019

9.990.536

9.814.289

9.635.232

9.453.322

TARIFA DEMANDA EN. ELTRICA


JUROS
MATRIA PRIMA PRINCIPAL

(1)

Consumo Humano
Consumo Industrial
irrigao
MATRIA PRIMA SECUNDRIA

(2)

264.744.125

276.241.271

288.296.921

300.939.384

314.198.426

426.484.058

426.490.839

426.497.602

426.504.345

426.511.066

426.517.762

426.524.430

426.531.068

426.537.673

426.544.242

426.550.771

426.557.259

426.563.701

426.570.094

426.576.436

426.582.722

426.588.949

426.595.113

426.601.211

426.607.239

Consumo Humano

51.258.685

52.094.661

52.944.271

53.807.737

54.685.285

135.228.144

137.263.045

139.328.567

141.425.171

143.553.325

145.713.502

147.906.186

150.131.865

152.391.036

154.684.203

157.011.877

159.374.577

161.772.832

164.207.175

166.678.150

169.186.308

171.732.208

174.316.419

176.939.517

179.602.087

Consumo Industrial

11.957.946

12.179.992

12.406.161

12.636.530

12.871.177

40.225.417

40.954.615

41.697.033

42.452.909

43.222.488

44.006.017

44.803.750

45.615.944

46.442.861

47.284.769

48.141.938

49.014.646

49.903.175

50.807.810

51.728.845

52.666.576

53.621.306

54.593.343

55.583.001

56.590.599

201.527.494

211.966.618

222.946.489

234.495.117

246.641.965

251.030.497

248.273.178

245.472.001

242.626.265

239.735.254

236.798.243

233.814.494

230.783.259

227.703.776

224.575.270

221.396.956

218.168.035

214.887.694

211.555.109

208.169.441

204.729.839

201.235.435

197.685.352

194.078.694

190.414.553

35.409.645

36.941.617

38.547.871

40.232.170

41.998.470

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

CUSTOS TOTAIS 377.148.677

389.175.515

401.862.901

415.244.312

430.653.985

583.758.447

583.765.228

583.771.991

583.778.734

583.785.455

583.792.151

583.798.819

583.805.457

583.812.062

583.818.631

583.825.160

583.831.648

583.838.090

583.844.483

583.850.825

583.857.111

583.863.338

583.869.502

583.875.600

583.881.628

RECEITAS TOTAIS 382.806.969

irrigao
IMPOSTOS SOBRE A PRODUO
OUTROS

399.368.830

416.733.743

434.942.382

454.037.513

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

RECEITAS OPERACIONAIS

(3)

330.838.963

345.152.467

360.160.004

375.896.727

392.399.596

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

RECEITAS OPERACIONAIS

(4)

51.968.006

54.216.364

56.573.740

59.045.656

61.637.917

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770
27.320.142

RECEITAS NO OPERACIONAIS
LUCRO TRIBUTVEL

5.658.292

10.193.315

14.870.842

19.698.070

23.383.528

27.443.323

27.436.542

27.429.779

27.423.036

27.416.315

27.409.619

27.402.951

27.396.313

27.389.708

27.383.139

27.376.610

27.370.122

27.363.680

27.357.287

27.350.945

27.344.659

27.338.432

27.332.268

27.326.170

IMPOSTO DE RENDA + CSLL

1.357.990

2.446.396

3.569.002

4.727.537

5.612.047

6.586.397

6.584.770

6.583.147

6.581.529

6.579.916

6.578.309

6.576.708

6.575.115

6.573.530

6.571.953

6.570.386

6.568.829

6.567.283

6.565.749

6.564.227

6.562.718

6.561.224

6.559.744

6.558.281

6.556.834

LUCRO LQUIDO
(1) Cobrana pelo uso da gua
(2) Energia Eltrica
(3) Tarifao aos usurios
(4) Contraperstao Pecuniria

4.300.302

7.746.919

11.301.840

14.970.533

17.771.482

20.856.925

20.851.772

20.846.632

20.841.507

20.836.399

20.831.311

20.826.243

20.821.198

20.816.178

20.811.186

20.806.223

20.801.293

20.796.397

20.791.538

20.786.718

20.781.941

20.777.208

20.772.523

20.767.889

20.763.308

Tabela 12: Cenrio Tarifa Horo-sazonal - Fluxo de Caixa do Projeto com Financiamento
2011
382.806.969

2012
399.368.830

2013
416.733.743

2014
434.942.382

2015
454.037.513

2016
611.201.770

2017
611.201.770

2018
611.201.770

2019
611.201.770

2020
611.201.770

2021
611.201.770

ANOS
2022
2023
611.201.770 611.201.770

2024
611.201.770

2025
611.201.770

2026
611.201.770

2027
611.201.770

2028
611.201.770

2029
611.201.770

2030
611.201.770

2031
611.201.770

2032
611.201.770

2033
611.201.770

2034
611.201.770

2035
766.847.784

RECEITAS OPERACIONAIS (1)

330.838.963

345.152.467

360.160.004

375.896.727

392.399.596

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

RECEITAS OPERACIONAIS (2)

51.968.006

54.216.364

56.573.740

59.045.656

61.637.917

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

DISCRIMINAO
ENTRADAS

2010
78.741.007

RECEITAS NO OPERACIONAIS
FINANCIAMENTO

78.741.007

VALOR RESIDUAL

155.646.014
SADAS 156.793.514

INVESTIMENTO FIXO
INVESTIMENTO CIRCULANTE
CUSTOS FIXOS
CUSTOS VARIVEIS
IMPOSTO DE RENDA
SERVIO DVIDA (AM+JUROS)
SALDO

394.114.838

407.230.082

421.040.075

435.580.020

1.147.500

451.722.667

590.204.815

590.209.968

590.215.108

590.220.233

1.147.500

591.372.841

590.230.429

590.235.497

590.240.542

590.245.562

1.147.500

591.398.054

590.255.517

590.260.447

590.265.343

590.270.202

1.147.500

591.422.522

590.279.799

590.284.532

590.289.217

590.293.851

590.298.432

1.147.500

155.646.014
55.747.218

55.747.218

55.747.218

55.747.218

55.747.218

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

313.387.328

326.988.987

341.251.193

356.207.424

371.892.880

504.149.342

504.156.123

504.162.886

504.169.629

504.176.350

504.183.046

504.189.714

504.196.352

504.202.957

504.209.525

504.216.055

504.222.543

504.228.985

504.235.378

504.241.720

504.248.006

504.254.233

504.260.397

504.266.495

504.272.523
6.556.834

1.357.990

2.446.396

3.569.002

4.727.537

5.612.047

6.586.397

6.584.770

6.583.147

6.581.529

6.579.916

6.578.309

6.576.708

6.575.115

6.573.530

6.571.953

6.570.386

6.568.829

6.567.283

6.565.749

6.564.227

6.562.718

6.561.224

6.559.744

6.558.281

23.622.302

22.047.482

20.472.662

18.897.842

17.323.022

(7.861.252)

(4.306.331)

2.314.846

20.996.955

20.991.802

20.986.662

20.981.537

19.828.929

20.971.341

20.966.273

20.961.228

20.956.208

19.803.716

20.946.253

20.941.323

20.936.427

20.931.568

19.779.248

20.921.971

20.917.238

20.912.553

20.907.919

176.549.352

3.935.134

24.906.475

45.872.748

66.833.975

87.790.183

107.593.899

128.540.153

149.481.476

170.417.902

191.349.470

211.128.718

232.050.689

252.967.927

273.880.481

294.788.400

471.337.752

(78.052.507) (11.307.869)

(637.638)

ACUMULADO (78.052.507) (89.360.376) (97.221.628) (101.527.960) (102.165.598) (99.850.752) (78.853.796) (57.861.994) (36.875.332) (15.893.795)
(1) Tarifao aos usurios
(2) Contraperstao Pecuniria

52

Tabela 13: Cenrio Tarifa Horo-sazonal - Oramento de Custo e Receita do Projeto sem Financiamento

DISCRIMINAO
CUSTO FIXO
DEPRECIAO

2011
55.887.248

2012
55.887.248

2013
55.887.248

2014
55.887.248

2015
57.186.284

2016
79.609.105

2017
79.609.105

2018
79.609.105

2019
79.609.105

2020
79.609.105

2021
79.609.105

2022
79.609.105

Anos
2023
79.609.105

2024
79.609.105

2025
79.609.105

2026
79.609.105

2027
79.609.105

2028
79.609.105

2029
79.609.105

2030
79.609.105

2031
79.609.105

2032
79.609.105

2033
79.609.105

2034
79.609.105

2035
79.609.105

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

116.530

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

23.500

45.979.617

45.979.617

45.979.617

45.979.617

45.979.617

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438

68.402.438
3.292.128

AMORTIZAO DESP. DIFERIDAS


MANUTENO FIXA
MO DE OBRA

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

3.292.128

ENCARGOS SOCIAIS

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

2.451.219

SEGUROS

2.523.679

2.523.679

2.523.679

2.523.679

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

3.822.715

TAXA DE FISCALIZAO

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

893.750

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

606.825

CUSTO VARIVEL 313.387.328

TARIFA DEMANDA EN. ELTRICA


JUROS
MATRIA PRIMA PRINCIPAL

(1)

Consumo Humano
Consumo Industrial
irrigao

326.988.987

341.251.193

356.207.424

371.892.880

504.149.342

504.156.123

504.162.886

504.169.629

504.176.350

504.183.046

504.189.714

504.196.352

504.202.957

504.209.525

504.216.055

504.222.543

504.228.985

504.235.378

504.241.720

504.248.006

504.254.233

504.260.397

504.266.495

504.272.523

13.233.559

13.806.099

14.406.400

15.035.869

15.695.984

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

21.129.120

2.509.286

2.550.210

2.591.801

2.634.071

2.677.030

6.563.204

6.661.967

6.762.216

6.863.973

6.967.261

7.072.104

7.178.524

7.286.546

7.396.194

7.507.491

7.620.463

7.735.135

7.851.532

7.969.682

8.089.609

8.211.340

8.334.904

8.460.327

8.587.637

8.716.863

719.237

732.592

746.196

760.052

774.165

2.103.253

2.141.381

2.180.199

2.219.722

2.259.960

2.300.929

2.342.639

2.385.106

2.428.343

2.472.364

2.517.182

2.562.813

2.609.271

2.656.572

2.704.730

2.753.760

2.803.680

2.854.505

2.906.251

2.958.935

10.005.036

10.523.296

11.068.403

11.641.746

12.244.789

12.462.662

12.325.772

12.186.705

12.045.425

11.901.898

11.756.087

11.607.956

11.457.468

11.304.583

11.149.266

10.991.475

10.831.172

10.668.316

10.502.867

10.334.782

10.164.019

9.990.536

9.814.289

9.635.232

9.453.322

264.744.125

276.241.271

288.296.921

300.939.384

314.198.426

426.484.058

426.490.839

426.497.602

426.504.345

426.511.066

426.517.762

426.524.430

426.531.068

426.537.673

426.544.242

426.550.771

426.557.259

426.563.701

426.570.094

426.576.436

426.582.722

426.588.949

426.595.113

426.601.211

426.607.239

Consumo Humano

51.258.685

52.094.661

52.944.271

53.807.737

54.685.285

135.228.144

137.263.045

139.328.567

141.425.171

143.553.325

145.713.502

147.906.186

150.131.865

152.391.036

154.684.203

157.011.877

159.374.577

161.772.832

164.207.175

166.678.150

169.186.308

171.732.208

174.316.419

176.939.517

179.602.087

Consumo Industrial

11.957.946

12.179.992

12.406.161

12.636.530

12.871.177

40.225.417

40.954.615

41.697.033

42.452.909

43.222.488

44.006.017

44.803.750

45.615.944

46.442.861

47.284.769

48.141.938

49.014.646

49.903.175

50.807.810

51.728.845

52.666.576

53.621.306

54.593.343

55.583.001

56.590.599

201.527.494

211.966.618

222.946.489

234.495.117

246.641.965

251.030.497

248.273.178

245.472.001

242.626.265

239.735.254

236.798.243

233.814.494

230.783.259

227.703.776

224.575.270

221.396.956

218.168.035

214.887.694

211.555.109

208.169.441

204.729.839

201.235.435

197.685.352

194.078.694

190.414.553

35.409.645

36.941.617

38.547.871

40.232.170

41.998.470

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

56.536.164

CUSTOS TOTAIS 369.274.576

382.876.235

397.138.441

412.094.672

429.079.165

583.758.447

583.765.228

583.771.991

583.778.734

583.785.455

583.792.151

583.798.819

583.805.457

583.812.062

583.818.631

583.825.160

583.831.648

583.838.090

583.844.483

583.850.825

583.857.111

583.863.338

583.869.502

583.875.600

583.881.628

RECEITAS TOTAIS 382.806.969

MATRIA PRIMA SECUNDRIA

(2)

irrigao
IMPOSTOS SOBRE A PRODUO
OUTROS

399.368.830

416.733.743

434.942.382

454.037.513

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

611.201.770

RECEITAS OPERACIONAIS

(3)

330.838.963

345.152.467

360.160.004

375.896.727

392.399.596

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

RECEITAS OPERACIONAIS

(4)

51.968.006

54.216.364

56.573.740

59.045.656

61.637.917

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

13.532.393

16.492.596

19.595.303

22.847.710

24.958.349

27.443.323

27.436.542

27.429.779

27.423.036

27.416.315

27.409.619

27.402.951

27.396.313

27.389.708

27.383.139

27.376.610

27.370.122

27.363.680

27.357.287

27.350.945

27.344.659

27.338.432

27.332.268

27.326.170

27.320.142

3.247.774

3.958.223

4.702.873

5.483.450

5.990.004

6.586.397

6.584.770

6.583.147

6.581.529

6.579.916

6.578.309

6.576.708

6.575.115

6.573.530

6.571.953

6.570.386

6.568.829

6.567.283

6.565.749

6.564.227

6.562.718

6.561.224

6.559.744

6.558.281

6.556.834

10.284.619

12.534.373

14.892.430

17.364.260

18.968.345

20.856.925

20.851.772

20.846.632

20.841.507

20.836.399

20.831.311

20.826.243

20.821.198

20.816.178

20.811.186

20.806.223

20.801.293

20.796.397

20.791.538

20.786.718

20.781.941

20.777.208

20.772.523

20.767.889

20.763.308

RECEITAS NO OPERACIONAIS
LUCRO TRIBUTVEL
IMPOSTO DE RENDA + CSLL
LUCRO LQUIDO
(1) Cobrana pelo uso da gua
(2) Energia Eltrica
(3) Tarifao aos usurios
(4) Contraperstao Pecuniria

Tabela 14: Cenrio Tarifa Horo-sazonal - Fluxo de caixa do Projeto sem Financiamento
2011
382.806.969

2012
399.368.830

2013
416.733.743

2014
434.942.382

2015
454.037.513

2016
611.201.770

2017
611.201.770

2018
611.201.770

2019
611.201.770

2020
611.201.770

2021
611.201.770

ANOS
2022
2023
611.201.770 611.201.770

2024
611.201.770

2025
611.201.770

2026
611.201.770

2027
611.201.770

2028
611.201.770

2029
611.201.770

2030
611.201.770

2031
611.201.770

2032
611.201.770

2033
611.201.770

2034
611.201.770

2035
766.847.784

RECEITAS OPERACIONAIS (1)

330.838.963

345.152.467

360.160.004

375.896.727

392.399.596

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

528.228.000

RECEITAS OPERACIONAIS (2)

51.968.006

54.216.364

56.573.740

59.045.656

61.637.917

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

82.973.770

DISCRIMINAO
ENTRADAS

2010
0

RECEITAS NO OPERACIONAIS
FINANCIAMENTO
VALOR RESIDUAL

155.646.014
SADAS

INVESTIMENTO FIXO
INVESTIMENTO CIRCULANTE

156.793.514

370.492.536

385.182.600

400.567.413

416.682.179

1.147.500

434.399.645

590.204.815

590.209.968

590.215.108

590.220.233

1.147.500

591.372.841

590.230.429

590.235.497

590.240.542

590.245.562

1.147.500

591.398.054

590.255.517

590.260.447

590.265.343

590.270.202

590.275.022

590.279.799

590.284.532

590.289.217

590.293.851

590.298.432

1.147.500

155.646.014

CUSTOS FIXOS
CUSTOS VARIVEIS
IMPOSTO DE RENDA

55.747.218

55.747.218

55.747.218

55.747.218

55.747.218

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

79.469.075

313.387.328

326.988.987

341.251.193

356.207.424

371.892.880

504.149.342

504.156.123

504.162.886

504.169.629

504.176.350

504.183.046

504.189.714

504.196.352

504.202.957

504.209.525

504.216.055

504.222.543

504.228.985

504.235.378

504.241.720

504.248.006

504.254.233

504.260.397

504.266.495

504.272.523

1.357.990

2.446.396

3.569.002

4.727.537

5.612.047

6.586.397

6.584.770

6.583.147

6.581.529

6.579.916

6.578.309

6.576.708

6.575.115

6.573.530

6.571.953

6.570.386

6.568.829

6.567.283

6.565.749

6.564.227

6.562.718

6.561.224

6.559.744

6.558.281

6.556.834

12.314.433

14.186.230

16.166.330

18.260.204

19.637.868

20.996.955

20.991.802

20.986.662

20.981.537

19.828.929

20.971.341

20.966.273

20.961.228

20.956.208

19.803.716

20.946.253

20.941.323

20.936.427

20.931.568

20.926.748

20.921.971

20.917.238

20.912.553

20.907.919

176.549.352

7.728.507

27.557.437

48.528.777

69.495.050

90.456.277

111.412.486

131.216.201

152.162.455

173.103.778

194.040.204

214.971.772

235.898.520

256.820.491

277.737.729

298.650.283

319.558.202

496.107.554

SERVIO DVIDA (AM+JUROS)


SALDO

(156.793.514)

ACUMULADO (156.793.514) (144.479.081) (130.292.851) (114.126.521) (95.866.317) (76.228.449) (55.231.494) (34.239.692) (13.253.030)
(1) Tarifao aos usurios
(2) Contraperstao Pecuniria

53

O grfico 3 apresenta a projeo dos valores de contrapartida para cada tarifa a ser
cobrada das Operadoras Estaduais, assim como a arrecadao de impostos
correspondentes.

5.000.000.000,00

Contraprestao
Impostos

Valor Presente (R$)

4.000.000.000,00

3.000.000.000,00

2.000.000.000,00

1.000.000.000,00
491.000.000,00
0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,260

0,300

0,350

Valor da Tarifa s Operadoras Estaduais (R$/m )

Grfico 3: Evoluo da contraprestao para o cenrio Tarifa Horo-sazonal, TIR de


12% e tarifa requerida de R$0,289/m3.
Verifica-se que, nesse cenrio, o valor timo para PPP, ou seja, aquele em que a
arrecadao de impostos iguala-se contraprestao pecuniria ocorre na tarifa
final s Operadoras Estaduais de R$ 0,260/m3, o que determina um valor unitrio da
parcela de contraprestao de R$ 0,029/m3.

IV.2.1. Anlise de Sensibilidade


Apresenta-se, a seguir, a anlise de sensibilidade para os mesmos parmetros
adotados na anlise do cenrio consumidor livre, quer sejam:

S1: Aumento de 50% no custo de manuteno, mantendo-se a TIR em 12%.


54

S2: Reduo da demanda para a relativa somente parcela do consumo


humano (reduo de 60% na demanda), mantendo-se a TIR em 12%.
S3: Aumento de 25% na TIR TIR de 15%.
Tabela 15: Anlise de Sensibilidade do Cenrio Tarifa Horo-sazonal
Resultados

S1

Original
Valor

S2
%

Valor

S3
%

Valor

Tarifa Requerida

0,289

0,308

+6,6%

0,420

+45,3%

0,29
3

+1,4%

Receita 2035 (x 106)

611,0

651,2

+6,6%

366,3

-40,0%

618,
9

+1,3%

Custo Total 2035 (x 106)

583,9

621,8

+6,5%

301,8

-48,3%

584,
6

+0,1%

Valor Presente Impostos

491,0

524,24

+6,8%

238,4

-51,4%

510,
3

+3,9%

10

10

11,5

+15%

-20%

49,9

53,2

+6,6%

7,4

-85,2%

46,7

-6,4%

Payback
(anos)

c/

financiamento

Ponto de Nivelamento 2016


(m3/s)

Nesse cenrio, a sensibilidade ao aumento dos custos de manuteno reduz-se


tendo em vista o impacto maior que o custo de energia eltrica causa no custo total
do projeto.

Assim como no cenrio consumidor livre, o aumento da TIR em 25% no causa


alteraes significativas na tarifa requerida e reduz sensivelmente o prazo de
payback. Tambm nesse cenrio, a reduo na demanda causa impactos
significativos, da ordem de 45% na tarifa requerida, mas de magnitude inferior ao
cenrio consumidor livre.

V.

DISCUSSO
55

Esta monografia visa identificar as condies financeiras mnimas para a concesso


do Projeto de Integrao do Rio So Francisco com as Bacias Hidrogrficas do
Nordeste Setentrional. Alm disso, busca obter a configurao de uma futura
Parceria Pblico-Privada para o projeto que no seja onerosa ao governo federal. A
discusso que se segue procura, portanto, verificar quais so essas condies
mnimas a partir dos resultados do captulo anterior.

V.1. Comparao entre cenrios


Os resultados obtidos indicam que a tarifa mdia requerida de R$0,137/m3 para o
cenrio Consumidor Livre e de R$0,289/m3 para o cenrio Tarifa horo-sazonal.

Essa diferena de tarifas entre os cenrios, de mais de 100%, demonstra que a


definio do modelo tarifrio de energia eltrica a qual o PISF ser submetido de
fundamental importncia na determinao da tarifa requerida do projeto.

O investimento da empresa concessionria ser relativamente baixo (cerca de R$1,1


milho) comparado com o investimento pblico na construo da obra (acima de R$
7 bilhes). Contudo, o perodo de payback de 10 anos em ambos os cenrios, o
que indica um risco maior de investimento, que dever ficar preso ao projeto por
um prazo relativamente longo.

Tambm para ambos os cenrios o ponto de nivelamento elevado: 57 m3/s ou 86%


da vazo mdia de longo prazo para o cenrio consumidor livre e 49,9m3/s ou 75%
da vazo mdia de longo prazo para o cenrio Tarifa Horo-Sazonal. Esses valores
do ponto de nivelamento so muito elevados para o projeto, tendo em vista o grande
56

risco da demanda no se consolidar na velocidade esperada dentro prazo de


concesso. A demanda para abastecimento humano j existe e tem um risco baixo.
Por sua vez, as demandas para indstria e irrigao ainda no esto consolidadas e
apresentam um risco de grau mais elevado.

V.2. Discusso do Ponto de Nivelamento


Apesar da anlise para determinao da tarifa ter se baseado exclusivamente na
TIR mnima requerida, faz-se necessrio que seja avaliado tambm uma tarifa cujo
ponto de nivelamento coincida com a demanda para abastecimento humano, de
forma a reduzir os riscos de demanda do empreendedor.

A tarifa que atende a esse requisito deve ser prxima correspondente anlise de
sensibilidade S2 em ambos os cenrios: R$0,291/m3 para consumidor livre e R$
0,420/m3 para Tarifa Horo-Sazonal. Ocorre que essas tarifas, quando aplicadas a
demandas superiores a de abastecimento humano, resultam numa TIR muito
elevada para o empreendimento, o que sobrecarregaria os custos das Operadoras
Estaduais a feriria o princpio da modicidade tarifria, estabelecido na Lei das
Concesses (Lei 8.795/05).

Faz-se necessrio ento estabelecer um modelo tarifrio que remunere o capital do


empreendedor a uma taxa justa, no caso definido como 12%, reduza os riscos
decorrentes da incerteza das demandas, trabalhando num ponto de nivelamento
relativo quela para abastecimento humano e, ao mesmo tempo, no impute s
Operadoras Estaduais custos demasiadamente elevados.

57

A soluo identificada para essa questo a adoo de um modelo tarifrio


composto de tarifas distintas em dois lotes de vazo. Assim, o primeiro lote,
correspondente ao abastecimento humano, teria uma tarifa mais elevada, que
cobriria todos os custos fixos do projeto mais os custos variveis para aquele lote e,
um segundo lote, para as vazes que ultrapassem as de consumo humano, para o
qual se cobraria uma tarifa relativa aos respectivos custos variveis ou, em outras
palavras, seu preo marginal.

A tabela 16 abaixo apresenta as tarifas segundo o modelo descrito acima, para uma
TIR de 12%, sob os 2 cenrios de trabalho.

Tabela 16: Estrutura tarifria proposta

1 Lote (vazes consumo humano)


2 Lote (vazes demais consumos)
3

Tarifa mdia (vazo de projeto: 67m /s)

Cenrio

Cenrio

Consumidor Livre

Horo-sazonal

0,289

0,420

0,081

0,240

0,137

0,289

Para esse modelo tambm possvel estabelecer uma estrutura de PPP, definindose o ponto timo de subsdio governamental comparado arrecadao de impostos.
Os grficos 4 e 5 apresentam essa anlise para os dois cenrios de trabalho.

No cenrio consumidor livre, pode se inferir que, para o 1 lote de vazes, a tarifa a
ser cobradas s Operadoras Estaduais de forma que a arrecadao de impostos
iguale-se contraprestao pecuniria de R$ 0,233/m3, com uma contraprestao
igual arrecadao de impostos a valor presente de R$ 275 milhes, o que
corresponde a uma parcela pblica de R$0,056/m3.
58

1.600.000.000,00

Contraprestao
Impostos

1.400.000.000,00

Valor Presente (R$)

1.200.000.000,00

1.000.000.000,00

800.000.000,00

600.000.000,00

400.000.000,00
275.000.000,00
200.000.000,00

0,233
0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0,350

Valor da Tarifa s Operadoras Estaduais (R$/m )

Grfico 4: Evoluo da contraprestao para o cenrio consumidor livre, TIR de


12% e tarifa requerida de R$0,289/m3 para o 1 lote de vazes e restante a R$
0,081/m3
Por sua vez, no cenrio tarifa horo-sazonal, as Operadoras Estaduais devem estar
sujeitas a uma tarifa de R$0,315/m3 no 1 lote de vazes e de R$ 0,240/m3 para o 2
lote. Isso resulta numa contraprestao equivalente arrecadao de impostos de
cerca de R$ 513 milhes, correspondente a uma parcela pblica de R$0,105/m3. Em
ambos os cenrios, para o 2 lote de vazes no ser necessria contraprestao
pecuniria.

Com essa estrutura tarifria, os preos mdios de venda reduzir-se-o com o


aumento da vazo aduzida, at o limite da demanda total do projeto. Os grficos 6 e
7 apresentam a evoluo dessas tarifas mdias.

59

2.200.000.000,00

Contraprestao
2.000.000.000,00

Impostos

1.800.000.000,00

Valor Presente (R$)

1.600.000.000,00
1.400.000.000,00
1.200.000.000,00
1.000.000.000,00
800.000.000,00
600.000.000,00
513.000.000,00
400.000.000,00
200.000.000,00
0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,315
0,300
0,350

0,400

0,450

Valor da Tarifa s Operadoras Estaduais (R$/m )

Grfico 5: Evoluo da contraprestao para o cenrio tarifa horo-sazonal, TIR de


12% e tarifa requerida de R$0,420/m3 para o 1 lote de vazes e restante a R$
0,240/m3

V.3. Comparao com outras empresas operadoras de gua bruta


No Brasil, somente uma empresa presta servios de aduo de gua, a Companhia
de Gesto de Recursos Hdricos COGERH, no Estado do Cear. A COGERH
realiza a cobrana por 2 formas: cobrana pelo uso, quando envolve a retirada de
gua pelo usurio diretamente do manancial (rio ou gua subterrnea) e,
adicionalmente, a cobrana pelo servio de aduo de gua bruta, quando o usurio
retira gua de obras operadas pela empresa (canais, adutoras e audes).

A tabela 17 apresenta a tarifa cobrada atualmente dos diversos usurios de recursos


hdricos no Estado do Cear.

60

Tarifa mdia Operadora Estadual (R$/m)

0,250
0,233

0,200

0,150
0,137
0,100
1 lo te
Co n s u mo Hu man o

2 lo te
Demais d eman d as

0,050

10

20

23,8

30

40

50

60

67

70

Vazo contratada (m /s )

Grfico 6: Tarifa mdia em funo da vazo contratada no cenrio consumidor


livre, horizonte 2025.

Tarifa mdia Operadora Estadual (R$/m)

0 ,3 2 0
0,233

0 ,3 1 0
0 ,3 0 0
0 ,2 9 0
0 ,2 8 0

2 lo t e
D e m a is d e m a n d a s

1 lote
Consumo Humano

0 ,2 7 0
0 ,2 6 7
0 ,2 6 0
0

10

20

30

40

50

60

67

70

V a z o c o ntra ta da (m /s )

Grfico 7: Tarifa mdia em funo da vazo contratada no cenrio tarifa horosazonal, horizonte 2025.
Verifica-se que as tarifas propostas para o PISF so bastante superiores quelas
cobradas atualmente pela COGERH. Tal fato deve-se essencialmente pelos
elevados

custos

de

operao

do

PISF,

decorrentes

principalmente

do

bombeamento.
61

Tabela 17: Tarifas de gua bruta no Estado do Cear.


Tarifa (R$/ m3)

Categoria de Uso
Abastecimento Pblico
Regio Metropolitana de Fortaleza

0,06930

Demais regies do interior do Estado do Cear

0,03277

Indstria

1,03665

Piscicultura
Em Tanque Escavado

0,01560

Em Tanques Rede

0,03120

Carcinicultura

0,03120

gua Mineral e gua Potvel de mesa

1,03665

Irrigao
Consumo de 1.441 m3/ms at 5.999 m3/ms
3

0,00300

Consumo de 6.000 m /ms at 11.999 m /ms

0,00672

0,00780

0,00840

Consumo de 12.000 m /ms at 18.999 m /ms


Consumo de 19.000 m /ms at 46.999 m /ms
3

Consumo a partir de 47.000 m /ms


Demais categorias de uso

0,00960
0,06930

Fonte: Resoluo n. 002/2006 - Conselho Estadual de Recursos Hdricos do Cear.


Por outro lado, deve-se ressaltar que, para os usurios dos servios da COGERH, o
aumento do custo da gua no ser diretamente proporcional tarifa cobrada pela
Entidade Operadora Federal do PISF, pois a gua disponibilizada ser misturada
gua existente nos audes do Cear, cuja vazo garantida superior fornecida
pelo PISF. A avaliao do real impacto financeiro das tarifas do PISF sobre os
sistemas de cobrana pela gua dos Estados receptores no faz parte do escopo do
presente trabalho e merece um estudo parte.

62

VI.

CONCLUSES

O presente trabalho buscou obter uma modelagem financeira para a concesso da


operao e manuteno do Projeto de Integrao do Rio So Francisco com as
Bacias Hidrogrficas do Nordeste Setentrional, sob a forma de parceria pblicoprivada, na modalidade concesso patrocinada.

Para subsidiar o estudo, foi feita uma reviso bibliogrfica das parcerias pblicoprivadas no exterior e no Brasil e uma descrio do Projeto de Integrao do Rio
So Francisco em seus aspectos relevantes para o entendimento do arranjo
institucional-legal.

A justificativa para adoo de PPP recai sobre a dificuldade institucional de se criar


uma nova empresa pblica para operao do PISF ou mesmo a indicao de
empresas pblicas existentes, que necessitam de alteraes em suas leis de criao
para que possam operar servios de aduo de gua bruta. Alm disso, a adoo do
modelo de PPP permite a utilizao do Fundo Garantidor de PPPs, que j est
institudo, o que gera maior garantia aos investidores.

Por isso, foi realizada a modelagem financeira do projeto sob a forma de PPP, por
meio de uma estimativa de todos os custos, fixos e variveis, incidentes na operao
e manuteno do PISF e um estudo de demandas para definio do mercado e,
conseqentemente, da receita do projeto.

Para definio dessas receitas foi utilizado o estudo de demandas realizado pela
Agncia Nacional de guas durante a avaliao do pedido de outorga do PISF em
63

2005 e aplicada a tarifa requerida para obter a TIR mnima do projeto, definida como
12%.

Em relao aos custos fixos, verificou-se que o mais relevante o custo de


manuteno da obra, para o qual foi adotada uma alquota de 1% sobre o valor das
obras civis. Trata-se do custo de maior incerteza no projeto e que necessita ser mais
bem estudado para sua correta definio. Todavia, acredita-se que a alquota de 1%
pode ser considerada conservadora e, portanto, eventuais aumentos sero difceis
de ocorrer.

O custo mais relevante para o projeto como um todo o de energia eltrica,


decorrente do bombeamento a alturas de 180m e 300m nos Eixos Norte e Leste,
respectivamente. Alm de ser o maior custo do projeto, a definio do modelo de
tarifao de energia a que o projeto ser submetido afeta significativamente o valor
da tarifa mnima requerida.

Por isso, foram definidos 2 cenrios para avaliao das tarifas do PISF, em funo
do modelo tarifrio de energia eltrica: consumidor livre e tarifa Horo-sazonal da
CELPE. A tarifa mdia definida para o projeto foi de R$ 0,137/m3 para o cenrio
consumidor livre e de R$ 0,289/m3 para o cenrio tarifa horo-sazonal. Para essas
tarifas, numa eventual PPP, a modelagem ideal para que o subsdio governamental
na forma de contraprestao pecuniria iguale-se arrecadao de impostos indica
que, para o cenrio consumidor livre, a parcela privada deve ser de R$0,125/m3,
enquanto a parcela pblica deve ser de R$0,012/m3, numa proporo prxima de

64

10:1. Por sua vez, para o cenrio tarifa horo-sazonal, a parcela privada deve ser de
R$ 0,260/m3 e a parcela pblica de R$ 0,029/m3, numa proporo de cerca de 9:1.

Para cada um desses cenrios foi realizada uma anlise de sensibilidade e verificouse que alteraes nas alquotas de manuteno e aumento da TIR requerida no
causam grandes impactos nos resultados do modelo. Por outro lado, verificou-se
que a reduo da demanda pode alterar significativamente o seu fluxo de caixa, o
que exige um tratamento mais refinado da questo.

Constatou-se tambm que a adoo de um modelo tarifrio com valor unitrio


constante independente da demanda resulta num ponto de nivelamento muito
elevado, o que aumenta sobremaneira os riscos do projeto, tendo em vista que,
apesar de boa parte da demanda ser reprimida, necessita ainda ser efetivamente
instalada. Props-se ento um modelo tarifrio no qual as vazes so divididas em 2
lotes, o 1 lote correspondendo s vazes equivalentes ao consumo humano e cuja
tarifa deve cobrir todos os custos fixos do projeto, alm dos custos variveis
decorrentes da respectiva demanda. O 2 lote corresponde tarifa relativa aos
custos marginais para aduo das vazes superiores s decorrentes do consumo
humano.

Nesse modelo tarifrio, para o cenrio consumidor livre, a tarifa total requerida do
1 lote de R$ 0,289/m3, que numa eventual PPP pode ser decomposta numa
parcela privada de R$0,233/m3 e numa parcela pblica de R$ 0,056/m3, enquanto a
tarifa do 2 lote de R$0,081/m3, que deve ser totalmente coberta pela tarifao das
operadoras estaduais.
65

Quanto ao cenrio tarifa horo-sazonal, a tarifa total requerida do 1 lote de


R$0,420/m3, decomposto em parcelas de R$0,315/m3 como tarifa s operadoras
estaduais e R$0,105/m3 de parcela pblica. Para o 2 lote, pago exclusivamente
pelas operadoras estaduais, a tarifa deve ser de R$0,240/m3.

Em suma, dos estudos realizados, pode-se concluir que:

A adoo do modelo de PPP para o PISF interessante tendo em visto as


dificuldades institucionais e as garantias ao projeto que podem ser
disponibilizadas por meio do Fundo Garantidor das PPPs.
Os custos mais importantes do projeto so os de manuteno fixa, que
apresenta grande incerteza na sua obteno, e o de energia eltrica, que
depende da definio do modelo tarifrio a que o projeto ser submetido
perante o setor eltrico.
A definio do modelo de tarifao do setor eltrico afeta significativamente a
tarifa requerida do PISF, sendo que o cenrio tarifa horo-sazonal resulta em
tarifas do PISF cerca de 2 vezes superiores ao modelo de tarifao de
energia denominado consumidor livre.
A demanda do projeto um fator de grande incerteza e, por isso, um modelo
tarifrio do PISF que reduza o ponto de nivelamento do projeto reduz
bastante seus riscos.
A proposta de modelo define 2 lotes de vazo: o 1 correspondente s vazes
para consumo humano, para o qual devem ser includos todos os custos fixos
e respectivos custos variveis, e o 2 lote de vazes, para o qual deve ser
66

includo apenas o custo marginal de fornecimento dessas vazes, que


corresponde, em grande parte, ao custo de energia eltrica.
No foram considerados nesses estudos o valor total a ser pago pelas Operadoras
Estaduais, tendo em vista as respectivas vazes demandadas. Alm disso, o estudo
no avaliou os impactos financeiros do custo das vazes aportadas pelo PISF aos
preos a serem cobrados pelas operadoras estaduais. Dessa forma, para
aprofundamento das questes relativas modelagem financeira do PISF,
recomenda-se:

Uma avaliao dos valores totais a serem pagos pelas operadoras estaduais
em funo das suas demandas projetadas.
O impacto financeiro dessas despesas das operadoras estaduais em seus
custos e, conseqentemente, em suas tarifas, considerando o efeito da
diluio dos custos do PISF na disponibilidade hdrica total dos Estados.
Um estudo mais aprofundado dos custos anuais de manuteno das obras
civis do projeto.

67

VII.

REFERNCIAS

AGNCIA NACIONAL DE GUAS. Nota Tcnica n. 390/2005/SOC. Anlise do


pedido de outorga de direito de uso de recursos hdricos para o Projeto de
Integrao do Rio So Francisco com as Bacias Hidrogrficas do Nordeste
Setentrional. Braslia, 2005. p.59.

AGNCIA NACIONAL DE GUAS - ANA. Programa Despoluio de Bacias


Hidrogrficas - PRODES. Manual de Operaes, Verso 2002. Braslia, 2002 p.
149.

AGNCIA NACIONAL DE GUAS - ANA. Resoluo n. 411 de 22 de setembro


de 2005. Outorga ao Ministrio da Integrao Nacional o direito de uso de
recursos hdricos do Rio So Francisco, para a execuo do Projeto de
Integrao do Rio So Francisco s Bacias Hidrogrficas do Nordeste
Setentrional. Braslia 2005. p. 4.

AGNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELTRICA - ANEEL. Primeira reviso


tarifria peridica das concessionrias de transmisso de energia eltrica do
Brasil. Metodologia e Critrios Gerais. Braslia, 2007. 31 p.

BRASIL. Decreto 5.411 de 6 de abril de 2005. Autoriza a integralizao de cotas


no Fundo Garantidor de Parcerias Pblico-Privadas - FGP, mediante aes
representativas de participaes acionrias da Unio em sociedades de
economia mista disponveis para venda e d outras providncias. Dirio Oficial
[da] Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF, 07 abr. 2005. Disponvel em
68

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5411.htm>.
Acesso em 14 jun. 2008.

BRASIL. Lei n. 8.987 de 13 de fevereiro de 1995. Dispe sobre o regime de


concesso e permisso da prestao de servios pblicos previstos no art.
175 da Constituio Federal, e d outras providncias. Parcerias PblicoPrivadas. Senador Rodolpho Tourinho, Braslia: Senado Federal. p152.

BRASIL. Lei n. 9.074 de 7 de julho de 1995. Estabelece normas para outorga e


prorrogaes das concesses e permisses de servios pblicos e d outras
providncias Parcerias Pblico-Privadas. Senador Rodolpho Tourinho, Braslia:
Senado Federal. p. 152.

BRASIL. Lei n. 9.433 de 08 de janeiro de 1997. Institui a Poltica Nacional de


Recursos Hdricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hdricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituio Federal, e altera o
art. 1 da Lei n. 8.001, de 13 de maro de 1990, que modificou a Lei n. 7.990,
de 28 de dezembro de 1989. Dirio Oficial [da] Repblica Federativa do Brasil,
Braslia,

DF,

09

jan.1997.

Disponvel

em:

<http://www.planalto.gov.br

/ccivil_03/Leis/L9433.htm>. Acesso em 14 jun. 2008.

BRASIL. Lei n. 11.079 de 30 de dezembro de 2004. Institui normas gerais para


licitao

contratao

de

parceria

pblico-privada,

no

mbito

da

administrao pblica. Parcerias Pblico-Privadas. Senador Rodolpho Tourinho,


Braslia: Senado Federal 31 dez. 2004. p. 152.

69

BRASIL. Medida Provisria n. 437 de 29 de julho de 2008. Altera as Leis nos 7.853,
de 24 de outubro de 1989, 9.650, de 27 de maio 1998, 9.984, de 17 de julho de
2000, e 10.683, de 28 de maio de 2003, dispe sobre a transformao da
Secretaria Especial de Aqicultura e Pesca da Presidncia da Repblica em
Ministrio da Pesca e Aqicultura, cria cargos em comisso do Grupo-Direo
e Assessoramento Superiores - DAS, Funes Comissionadas do Banco
Central - FCBC e Gratificaes de Representao da Presidncia da Repblica,
e d outras providncias.

Dirio Oficial [da] Repblica Federativa do Brasil,

Braslia, DF, 30 jul. 2008. Disponvel em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03


/_Ato2007-2010/2008/Mpv/437.htm>. Acesso em: 12 ago. 2008.

BRASIL. Ministrio da Integrao Nacional. Ministrio do Meio Ambiente. Ministrio


das Minas e Energia. Grupo de Trabalho interministerial constitudo para analisar e
propor um sistema operacional sustentvel para o Projeto de Integrao do Rio So
Francisco com as Bacias Hidrogrficas do Nordeste Setentrional. Relatrio. Braslia,
DF, jun. 2004.

BRASIL. Portaria Interministerial n 7, de 14 de abril de 2004. Dirio Oficial [da]


Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF, 15 abr. 2004.

CELPE COMPANHIA ENERGTICA DE PERNAMBUCO. Tarifas. Informaes


ao

Cliente.

Disponvel

em:

<http://www.celpe.com.br/Aplicacoes/Orientacao

/orientacoes_energia.asp?c=29&tensao=Alta#a7>. Acesso em 14 jun. 2008

70

CONSELHO DE RECURSOS HDRICOS DO ESTADO DO CEAR. Resoluo n.


002 de 23 de maro de 2006. Aprova alteraes no Decreto n. 27.271, de 28 de
novembro de 2003, e d outras providncias.

BRAGANA, G.F; ROCHA, K.; CAMACHO, F. Custo de Capital e a nova


regulao de telecomunicaes In: SALGADO, L.H.; MOTTA, R.S. Regulao e
Concorrncia no Brasil: Governana, Incentivos e Eficincia. Rio de Janeiro:
IPEA, 2007. Cap. 14. p. 316. disponvel em <http://www.ipea.gov.br/sites/000/2
/livros/regulacaonobrasil/Arq23_Cap14 .pdf.>. Acesso em: 07 jun. 2008.

COUTINHO, P.C.; OLIVEIRA, A. Determinao da Taxa de Retorno adequada


para Concessionrias de Distribuio de Energia Eltrica no Brasil. Braslia:
FUBRA - Fundao Universitria de Braslia. Relatrio Final. 83 p.

DAS NEVES, C. Anlise de Investimentos. Projetos Industriais e Engenharia


Econmica. 1 Ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982. 223p.

DI PIETRO, M.S.Z. Parceiras na Administrao Pblica - Concesso,


Permisso, Franquia, Terceirizao, Parceria Pblico-Privada e outras Formas.
5 ed. So Paulo: Atlas, 2006. 449 p.

ECONOMIC

COMISSION

Partnerships

for

FOR

EUROPE.

Infrastructure

Guidelines

development.

on

Private
Disponvel

Public
em:

<http://www.planejamento.gov.br/ppp/conteudo/ref_bibliograficas/index.htm>. Acesso
em: 14 jun. 2008.

71

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. MG-050 passa a contar com 2


nmeros

0800.

Disponvel

em:

<http://www.transportes.mg.gov.br/noticias

.asp?pagina=lista.asp&cod= 337>. Acesso em: 14 jun. 2008.

INTERNATIONAL MONETARY FUND. Public-Private Partnerships Disponvel em:


<http://www.imf.org/external/np/fad/2004/pifp/eng/031204.pdf>. Acesso em: 14 jun.
2008.

LANNA, A.E. Estudo Institucional e Tarifrio para o Projeto de Transposio do


Rio So Francisco para os Estados Receptores. Rateio dos custos
operacionais do projeto entre os Estados receptores. So Jos dos Campos:
Fundao de Cincia Aplicada e Tecnologias Espaciais - FUNCATE, 2001. 60 p.
Relatrio Final. Verso 7.

MINISTRIO
Institucional,

DA

INTEGRAO

Administrativa,

NACIONAL.

Financeira

Estudo

de

Operacional

Sustentabilidade
do

Projeto

de

Integrao do Rio So Francisco com as Bacias Hidrogrficas do Nordeste


Setentrional. Relatrio 2. Reviso e Atualizao dos Estudos de Rateio dos
Custos Operacionais do Projeto de Integrao da Bacia do Rio So Francisco PISF - entre os Estados Receptores. Braslia, 2005. 46 p.

MINISTRIO DA INTEGRAO NACIONAL. Transposio de guas do So


Francisco. Relatrio Sntese. Braslia, 2001. 70 p. Relatrio Tcnico.

72

PASIN, J.A.B.; BORGES, L.F.X. A nova definio de Parceria Pblico-Privada e


sua aplicabilidade na gesto de infra-estrutura pblica. Revista do BNDES, Rio
de Janeiro, v. 10, n. 20, p. 173-196, dez. 2003.

_____________. Primeira PPP Federal ser em irrigao Disponvel em:


<http://www.planejamento.gov.br/noticias/conteudo/znoticia_geral.asp?Cod=2318>.
Acesso em: 07 jun. 2008.

ROCHA, K., CAMACHO,F., FIUZA, G. Custo de capital das concessionrias de


distribuio de energia eltrica no processo de reviso tarifria - 2007 2009.
Rio de Janeiro: IPEA, 2006. 40 p. Texto para discusso n. 1174.

SILVA, L.M. As parcerias pblico-privadas como ambiente de captao de


investimentos em estaes de tratamento de esgotos no Brasil. So Paulo,
2006. 153 f. Dissertao (mestrado em Engenharia) - Escola Politcnica,
Universidade de So Paulo.

WOILER, S.; MATHIAS, W.F. Projetos: Planejamento, Elaborao e Anlise. 1


Ed. So Paulo: Atlas, 2007. 294 p.

73

APNDICE A
ANLISE FINANCEIRA
A anlise financeira de um projeto de investimento visa a responder perguntas do
tipo:

Dadas 2 alternativas de investimento, qual delas mais vantajosa?


Qual o retorno mnimo de um investimento para que seja interessante aplicar
meu capital nele?
A anlise financeira, ou anlise privada de projetos, corresponde, portanto, a uma
srie de avaliaes dos aspectos financeiros de um projeto, utilizando ferramentas e
indicadores que auxiliam o investidor na deciso de implement-lo.

Para a anlise privada de projetos, uma srie de indicadores baseados nos


oramentos de custo e receita e no fluxo de caixa dos projetos so utilizados, dentre
eles: Taxa Interna de Retorno (TIR), Valor Presente Lquido (VPL), Prazo de
Payback e Ponto de Nivelamento. Apresenta-se, a seguir, uma viso geral das
ferramentas e indicadores acima listados.

A.1 Oramento de Custo e Receita e Fluxo de Caixa


O oramento de custo e receita engloba todos os custos fixos e variveis que
incorrem os projetos, bem como as receitas decorrentes de sua implantao,
durante o horizonte de planejamento. O oramento de custo e receita constitui uma
prvia da demonstrao de resultados do exerccio do projeto, pois inclui a
depreciao e a amortizao de ativos diferidos. Quando inclui, dentre os custos
74

fixos, os juros de financiamento, diz-se tratar de oramento de custo e receita sob a


tica do empreendedor, pois os juros so considerados despesas do projeto e, por
isso, trazem benefcios fiscais ao empreendimento, reduzindo o valor do imposto de
renda devido. Por sua vez, quando no inclui as despesas de financiamento,
denomina-se oramento de custo e receita sob o ponto de vista do projeto em si,
pois demonstra o resultado real do projeto sem os benefcios fiscais decorrentes dos
financiamentos. A tabela A-1 a seguir apresenta um modelo de oramento de custo
e receita do projeto com financiamento. Para a situao sem financiamento, basta
excluir as despesas relativas aos juros.

Tabela A-1: Modelo de Oramento de Custo e Receita


Discriminao

Ano 1

Ano 2

Ano3

...

Ano N

Custos Fixos
Depreciao
Amortizao
Diferidas

de

Despesas

Manuteno Fixa
Mo-de-obra
Encargos Sociais
Seguros
Taxa de Fiscalizao
Despesas Administrativas
Juros
Custos Variveis
Matria Prima Principal
Matria Prima Secundria
Impostos sobre a produo
Receitas
Receitas Operacionais
Receitas No-Operacionais
Lucro Tributvel
Imposto de Renda + CSLL
Lucro Lquido

75

De acordo com Das Neves (1982), fluxo de caixa de um projeto a resultante final
de todas as entradas e sadas de recursos gerados pela deciso de se executar o
projeto em questo. O fluxo de caixa inclui somente receitas e despesas reais,
excluindo provises como a depreciao e a amortizao de ativos diferidos. O
perodo de projeo anual e inicia-se no denominado ano 0 (zero) do projeto, que
corresponde ao seu perodo de implantao. Tambm se diferencia em fluxo de
caixa com e sem funcionamento, com o mesmo conceito descrito no oramento de
custo e receita.

A tabela A-2 apresenta um modelo de fluxo de caixa com

financiamento. Para fluxos de caixa sem financiamento, basta excluir as linhas


referentes ao financiamento e aos servios da dvida.

Tabela A-2: Modelo de Fluxo de Caixa


Discriminao

Ano 0

Ano 1

Ano 2

...

Ano N

Entradas
Receitas Operacionais
Receitas No-Operacionais
Financiamento
Valor Residual
Sadas
Investimento fixo
Investimento circulante
Custos Fixos
Custos Variveis
Imposto de Renda
Servio da Dvida
Saldo
Saldo Acumulado

76

A.2 Valor Presente Lquido (VPL)


Define-se valor presente lquido (VPL) como a soma algbrica dos saldos do fluxo de
caixa trazidos a valor presente a uma determinada taxa. Ou seja, com esse mtodo
busca-se trazer todos os saldos do fluxo de caixa para uma base comum (data atual)
de forma a tornar o valor do dinheiro comparvel no tempo. Sua formulao
apresentada a seguir:

VPL = r =1
n

Sr
(1 + i ) r

(1)

Onde: r = perodo
Sr = Saldo do fluxo de caixa no perodo
i = taxa de desconto
Valores do VPL superiores a zero indicam que o projeto remunera o investimento
feito a uma taxa igual taxa de desconto adotada e que ainda permite aumentar o
valor do investimento no valor do VPL que ainda sim se obtm aquela taxa de
desconto.

Caso o VPL seja negativo, significa que o projeto remunera o investimento a uma
taxa menor do que a taxa de desconto adotada e por isso deve ser rejeitado.

A.3 Taxa Interna de Retorno (TIR)


Define-se Taxa Interna de Retorno (TIR) taxa de desconto que torna nulo o valor
presente lquido. Corresponde soluo da equao (2) a seguir:
77

n
r =1

Sr
=0
(1 + i ) r

(2)

Onde: r = perodo
Sr = Saldo do fluxo de caixa no perodo
i = taxa de desconto
A TIR resultante pode ser interpretada como a taxa na qual o capital investido
totalmente recuperado e ainda rende juros compostos no valor da TIR ao longo do
perodo de anlise. A deciso de investimento ocorre por aqueles que apresentam
maior TIR ou, na ausncia de projetos para comparao, naqueles projetos que
rendem uma TIR superior ao custo de oportunidade do capital.

A.4 Prazo de Payback


O prazo de payback corresponde ao perodo necessrio para que os investimentos
sejam recuperados. obtido a partir dos saldos acumulados do fluxo de caixa, no
momento em que esses se tornam novamente positivos.

Para interpretao do prazo de payback considera-se que um projeto tanto mais


vivel quanto mais curto seu prazo de recuperao do investimento realizado. Outra
forma de interpretar fixar um prazo limite para recuperao do capital investido.
Projetos cujo prazo de payback so superiores ao limite devem ser rejeitados.

O prazo de payback tambm um indicador utilizado na anlise de riscos de


projetos. Um projeto cujo prazo de recuperao do investimento muito elevado
78

apresenta maior risco para o empreendedor, tendo em vista as incertezas


intrnsecas s projees do fluxo de caixa.

A.5 Ponto de Nivelamento


Define-se Ponto de Nivelamento ou Ponto de Equilbrio o nvel de produo em que
o lucro operacional igual a zero, isto , a partir de que produo as receitas do
projeto igualam-se aos custos totais. Pode ser calculado pela frmula (3), a seguir:

Q=

F
P V

(3)

Onde:Q = volume de produo e de vendas no ponto de equilbrio


F = Custo operacional fixo total
P = preo unitrio de venda
V = custo operacional varivel unitrio
Interpreta-se o ponto de nivelamento da seguinte forma: quanto mais alto o seu
valor, maior o seu risco, por se tratar do volume mnimo de produo necessrio
para a gerao de lucro pelo projeto. Trata-se, portanto, de um indicador largamente
utilizado nas anlises de risco de projetos.

79

Você também pode gostar