Explicaçao de Textos Difíceis Da Bíblia - Pedro Apolinário
Explicaçao de Textos Difíceis Da Bíblia - Pedro Apolinário
Explicaçao de Textos Difíceis Da Bíblia - Pedro Apolinário
Pedro Apolinrio
Professor de Grego e Crtica Textual no
Seminrio Adventista Latino-Americano de Teologia
4 EDIO (Corrigida) 1990
EDITORA UNIVERSITRIA ADVENTISTA
INSTITUTO ADVENTISTA DE ENSINO
Tel. (011) 511-4011
Estrada de Itapecerica (Km 23) 22-901
Santo Amaro So Paulo
NDICE
Prefcio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1. Por que Estudar Hebraico e Grego? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2. Justificao, Santificao e Glorificao . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3. F e Obras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4. Lei e Graa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5. A Lei e o Evangelho Segundo Lutero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
6. A Predestinao Bblica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
7. Batismo com gua, Fogo e com o Esprito Santo . . . . . . . . . . . 77
8. O Vinho na Bblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
9. Duas Embaraantes Passagens Relacionadas com Vinho . . . . 100
10. A Palavra Inferno e a Bblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
11. O Arrependimento de Deus e do Homem . . . . . . . . . . . . . . . . 111
12. Pedro e a Pedra Mat. 16:15-19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
13. Camelo Pelo Fundo de uma Agulha? Mat. 19:24 . . . . . . . . . 131
14. Duas Problemticas Declaraes em Marcos 7:15 e 19 . . . . . 140
15. A Discutvel Terminao do Evangelho de Marcos . . . . . . . . 151
16. Uma Melhor Traduo de Romanos 1:17 . . . . . . . . . . . . . . . . 155
17. "Seja Entregue a Satans" I Cor. 5:5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
18. Batismo Pelos Mortos I Cor. 15:29 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
19. Partir e Estar Com Cristo Filip. 1:23 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
20. Pregar aos Espritos em Priso I Ped. 3:19 . . . . . . . . . . . . . . . 177
21. Qual o Descanso de Hebreus 4:9? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184
22. Estudo Exegtico de Lucas 16:16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192
23. "Hoje Estars Comigo no Paraso" Luc. 23:43 . . . . . . . . . . 198
24. Dia do Senhor Apoc. 1:10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
25. Qual a Melhor Traduo de Apoc. 22:14? . . . . . . . . . . . . . . . . 209
26. O que Crem os Adventistas Sobre a Parusia . . . . . . . . . . . . . 214
27. Denominao para o Domingo no Novo Testamento Grego .... 222
28. Trs Dias e Trs Noites na Sepultura Mat. 12:40 . . . . . . . . 227
29. Jesus Filho de Deus e Filho do Homem . . . . . . . . . . . . . . . . 233
30. Uma Contradio Explicada pelo Grego Atos 9:7; 22:9 . . . 244
31. A Doxologia do Pai Nosso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247
32. As Trs Testemunhas Celestiais de I Joo 5:7-8 . . . . . . . . . . . 253
33. Qual o Significado de Hilastrion em Rom. 3:25? . . . . . . . . . 258
34. Paracleto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265
35. Estudo das Palavras Antema e Maranata I Cor. 16:22 . . . . . 267
36. sculo Santo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272
37. Novo em Grego e Novo em Portugus . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277
38. A Ira de Deus e a Ira do Homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 281
39. Alma e Esprito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 299
40. O Amor A Maior das Virtudes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312
41. Glossolalia ou Dom de Lnguas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 321
42. A Hermenutica e a Teologia da Libertao . . . . . . . . . . . . . . 336
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 351
APNDICE
Da apostila:
Anlise Textos Bblicos de Difcil Interpretao,
volume I, de Pedro Apolinrio
PREFCIO
Mais um livro! Exclamar algum.
Haver necessidade para este trabalho?
Sim, h e muita, mas prefiro que voc mesmo d a resposta aps a sua
leitura.
Quero fazer minhas as palavras introdutrias do livro Princpios de
Interpretao Bblica de Louis Berkhof:
"Em nossos dias a maior parte da confuso no terreno religioso e na
aplicao dos princpios bblicos tem suas razes na m interpretao da
Palavra de Deus. Isto verdade at mesmo nos crculos que aceitam
firmemente a infalibilidade das Escrituras Sagradas''.
Se um nome apropriado pudesse ser dado ao presente trabalho creio
que o melhor seria Tentativas para Explicar Passagens Difceis da
Bblia. Por que tentativas? Porque se todo o estudante, em qualquer ramo
do saber, sente sua limitao diante da vasta imensido do saber, muito
mais o pesquisador da Bblia sente a sua pequenez para exaurir da Fonte
Sagrada do Saber todas as riquezas espirituais da Revelao Divina.
Estas pginas foram escritas com a esperana de que elas possam
ajudar a compreender passagens bblicas que sempre preocuparam os que
manuseiam a Palavra de Deus. Se elas ajudarem a solucionar inquietaes
doutrinarias, estou satisfeito, porque como bem declarou Louis Courier:
"Qualquer produo do nosso esprito, uma vez que possa tornar-se
til, est por si mesma justificada".
Se este objetivo no for alcanado, ao menos estou satisfeito, porque
lutei com esta finalidade.
Esta apenas uma abertura do caminho, porque com a ajuda divina
almejamos prosseguir at alcanar resultados mais positivos. Sei tambm
que precisaria de mais tempo investigando e refletindo sobre alguns dos
temas expostos, mas se fosse esperar pela completa realizao de tudo
quem se animaria a escrever?
Palavras apresentadas na edio do primeiro volume em 1980. Em
198l apareceu o segundo volume. Sendo que ambos se esgotaram, achei
melhor fundi-los em um s, para isto retirando alguns captulos e
acrescentando outros. Sugestes foram feitas para que apresentasse as
apostilas em formato de livros, e por julg-las vantajosas foram aceitas.
Ao compulsar este trabalho, o prezado leitor perceber que alguns
assuntos so difceis, por requererem seleo de muito material existente.
Procurei, na preparao dos diversos captulos, dar especial ateno as
nossas fontes de informao, como o SDABC, Ministrio Adventista,
escritos do Esprito de Profecia, Dicionrios e Comentrios Gregos, bem
como estudos de autores conservadores afinados com as doutrinas das
Escrituras Sagradas.
esto usando uma mscara, moldando-se de acordo com este sculo, pondo
sobre si uma cobertura opaca que oculta a presena interior do Senhor
Jesus e impede que o Esprito Santo manifeste a sua beleza na vida. Essas
idias emergem do verbo conformar-se, mas isto do texto grego.
O pregador toma a palavra "transformar" e encontra
"metamorfoomai". O verbo simples significa "dar expresso exterior ao
ntimo de algum, sendo que essa expresso provm desse ntimo e o
representa." A preposio "meta" indica mudana. Ele traduz: "Mudai
vossa expresso exterior (daquela que veio de vossa natureza totalmente
depravada quando no estveis salvos) por aquela que vem do vosso intimo
(como salvos que estais). Esta traduo traz novas e ricas idias: santos
transfigurados, a vida exterior deve encontrar a sua fonte na natureza
divina, a vida deve ser a expresso exterior de uma natureza interior, no
um disfarce nos trajes do mundo. Apenas o grego pode guiar-nos a essas
idias.
2) Uma curiosa palavra grega o verbo estudar de II Tim. 2:15:
"Estuda para mostrar-te aprovado diante de Deus." Estudar, hoje se refere
ao esforo para aprender, especialmente pelo ler e pensar. Fala de escola,
livros, professores, e aplicao da mente na aquisio de conhecimento.
A palavra grega no tem essa conotao de acordo com o "Vocabulary
of the Greek Testament de Moulton and Milligan". Sua real significao
seria: apressa-te, s impetuoso, usa de diligncia, faze um esforo para
conseguir o teu melhor, implicando em todas as reas do servio e da vida
crist.
O rico sistema verbal grego com seus aspectos, tempos, modos e
vozes apresenta verdades intraduzveis para lnguas modernas, como Joo
15:7 ilustra. O verbo "meno" significa permanecer, estar, habitar, abrigar.
A famosa concordncia "Englishman's Greek Concordance" nos informa
que na Bblia este verbo quando usado com pessoas implica em amizade,
companheirismo, como nas passagens de Luc. 1:56; 19:5. Uma boa
traduo para S. Joo 15:7 seria: Se voc mantiver uma viva comunho
comigo e as minhas palavras forem recebidas por voc, ento haver um
companheirismo constante, momento a momento, com o Senhor.
Os exemplos poderiam ser multiplicados, como prova do riqussimo
material existente disposio dos estudantes de grego.
Concluso
Sem algum conhecimento de hebraico e grego o Pastor no est
altura de entender os comentrios crticos sobre as Escrituras; no poder
ajudar os que lhe pedem auxlio em problemas de traduo; no pode estar
O que Justificao?
Para Vincent, Word Studies in the New Testament, vol. III, pg. XI:
"Justificao pela f envolve unio pessoal com Cristo e conseqente morte
para o pecado e ressurreio moral para novidade de vida."
" a obra de Deus ao lanar a glria do homem por terra, e fazer pelo
homem o que no lhe possvel fazer em seu prprio poder."7
"A justificao um ato da livre graa de Deus, mediante a qual Ele
perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos aos seus olhos,
baseado somente na retido de Cristo, a ns imputada, e recebida
exclusivamente pela f."8
"Ser justificado independentemente das obras ser justificado sem
contar com qualquer coisa que merea tal justificao." Hodge.
" a imputao divina da justia de Cristo ao nosso nome individual."9
Justificao uma parte do processo completo da salvao.
"A justificao um ato declarativo de Deus. Este ato de declarar o
homem justificado no como o ato de Deus regenerando o homem. Na
regenerao efetua Deus uma mudana radical no homem, mas na
justificao Ele declara, apenas, que no pode mais conden-lo e o restaura
Sua graa. Deus no faz o homem justo por declar-lo justificado. Uma
das maiores glrias do evangelho esta doutrina, que Deus, o justssimo
entre todos, pode justificar o injusto sem praticar injustia."10
Caminho a Cristo explica o que justificao da seguinte maneira:
"Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis,
por pecaminosa que tenha sido a vossa vida, considerados justos por Sua
causa. O carter de Cristo substituir o vosso carter e sereis aceitos diante
de Deus exatamente como se no houvsseis pecado."
Em outras palavras, assim poderia ser explicada: aceitando a Cristo
como nosso Salvador pessoal, Deus nos liberta de toda a culpa, cobre-nos
com o manto da justia de Cristo, em lugar dos farrapos da nossa justia,
vendo Deus em ns a perfeita e imaculada justia de Seu Filho.
Justificar, segundo o pensamento da Reforma do sculo XVI, significa
considerar justo e nunca tornar justo como defendia o catolicismo. A igreja
25 vezes. Em Romanos 1 a 4 existe uma concentrao no aspecto da f justificao; enquanto nos captulos 5 a 8, a nfase est na maneira de
viver, isto , a santificao.
O estudioso Matthew Arnold condensou a doutrina paulina da
justificao pela f em Romanos da seguinte maneira:
"O primeiro captulo se refere aos gentios, e seu comentrio : Vs no
tendes justia. O segundo captulo se refere aos judeus, e seu contedo : Vs
no tendes mais justia do que eles, embora assim penseis. O terceiro capitulo
apresenta a f em Cristo como a nica fonte de justia para todos os seres
humanos. O quarto captulo d idia da justificao pela f o respaldo do
Velho Testamento e da histria de Abrao. O captulo quinto insiste nas causas
pelas quais devemos estar agradecidos e gozosos pelo dom da justificao
mediante a f em Cristo; ademais, um a histria de Ado como uma ilustrao.
O captulo seis coloca esta importantssima pergunta: 'Em que consiste esta f
em Cristo, qual eu, Paulo me refiro?' E responde a esta pergunta. O captulo
sete ilustra e explica sua resposta. Mas o captulo oito, at o verso 28, amplia e
completa a pergunta. O restante do captulo oito expressa o sentido de
segurana e gratido que a soluo do assunto colocado pode proporcionar.
Os captulos nove, dez e onze apoiam a tese do captulo dois to difcil para
um judeu, to fcil para ns segundo a qual a justia no se obtm por meio
da lei judaica; finalmente fala com esperana e gozo de um resultado final das
coisas que ho de ser favorveis para Israel."
A Justificao e a Lei
As Epstolas aos Glatas e Romanos provam que o crente salvo pela
f, naquilo que Cristo fez por ele, e no por sua dedicao na prtica de
boas obras, ou por sua diligncia na observncia aos preceitos da lei (Gl.
2:16, Rom. 3:28).
Se confrontarmos Romanos 3:28, onde diz que o homem justificado
pela f, independente das obras da lei, com Fil. 2:12 onde Paulo afirma:
desenvolvei a vossa salvao com temor e tremor, parece haver contradio
entre estas duas passagens. Como possvel dizer em Romanos que o
homem justificado independentemente das obras da lei e em Filipenses
afirmar que temos de operar a nossa salvao? Nenhuma contradio pode
haver nestas duas declaraes do mesmo apstolo.
Paulo diz taxativamente que ningum pode tornar-se justo diante de
Deus por seu prprio esforo. Ningum pode apresentar-se perante Deus
pensando ser aceito por ter praticado obras meritrias. A razo para isto
apresentada em muitas passagens bblicas, como exemplo Ecles. 7:20 e
Rom. 3:23.
A pessoa que aceitou a Cristo como seu Salvador revelar sua
converso no viver e no agir. Depois de crer, deve seguir um viver correto
praticando as obras. Esta declarao de Lutero jamais deve ser esquecida:
"No nos tornamos justos praticando coisas justas, mas praticamos coisas
justas sendo justos." Com esta frase ele cortou o n grdio da filosofia
aristotlica, tambm aceita pela igreja catlica que assim poderia ser
expressa: praticando as virtudes o homem se torna justo diante de Deus.
A crena adventista quanto observncia da lei e da prtica de obras
est bem consubstanciada no seguinte pargrafo:
"As obras da lei no podem expiar pecados passados. A justificao
no pode ser adquirida. Ela s pode ser recebida pela f no sacrifcio
expiatrio de Cristo. Logo, neste sentido, as obras da lei nada tm a ver
com a justificao. Ser justificado sem obras significa ser justificado sem
que haja qualquer mrito de nossa parte na justificao."14
Na melhor biografia que j foi escrita sobre Cristo lemos:
"Uma religio legal nunca poder conduzir almas a Cristo; pois
destituda de amor e de Cristo. . . . Nossas prprias obras jamais podero
comprar a salvao."15
Sobre a Justificao
"Isto ensinamos: que no somos justificados diante de Deus em
virtude de nossos mritos e obras, seno que somos justificados
gratuitamente, na virtude de Cristo, pela f, crendo que Cristo morreu para
expiar nossos pecados e por Seu intermdio recebemos o perdo dos
pecados."
O Conclio de Trento teve como escopo principal combater a reforma,
mas o debate nmero um do conclio, foi justamente a questo da
justificao pela f.
Benefcios da Justificao
Paulo apresenta alguns destes benefcios:
a) Rom. 5:1 Temos paz com Deus.
b) Rom. 5: 2 Abre-se o caminho para nosso acesso a Deus.
c) Rom. 5: 3 e 4 D-nos a esperana de uma vida melhor.
d) Efs. 2:10 A justificao nos leva a produzir boas obras.
e) Temos alegria e felicidade na vida.
f) Proporciona-nos a esperana de uma vida futura.
Santificao
O que santificao? Aps sermos justificados, o Senhor trabalhar
em ns e por ns, na obra de preparar-nos para o Cu, isto santificao.
A santificao pode ser comparada a uma escada com muitos degraus
que levam da terra ao Cu. Mas s existe uma escada assim, e precisamos
descobrir onde ela comea antes de tentar subir. Os caminhos que a ela
conduzem so: O chamado de Deus, o arrependimento, a converso, a
justificao, a regenerao ou novo nascimento. Cumpre a ns trilharmos
estes caminhos.
A palavra santificao apresenta uma gama muito variada de
significados. Relacionada com os pertences do culto do santurio "pr
parte para uso santo", "tornado livre do pecado", "purificado". Em nosso
contexto, a palavra empregada no processo pelo qual, depois da
justificao, o cristo deve desenvolver um carter que o qualifique para o
cu.
"A santificao comea por ocasio da converso, e continua atravs
de toda a vida do crente. o gradual desenvolvimento de um carter
semelhante a Cristo, produzido pela submisso do crente graa de Deus.
Abrange todo o momento da vida, e de importncia progressiva. Significa
perfeito amor, obedincia e perfeita conformidade vontade de Deus."20
Os que se convertem a Cristo so por Ele santificados, isto ,
separados para Deus, e por isso denominados santos. Atos 9:32; Rom. 1:7.
A santificao um processo de desenvolvimento espiritual, auxiliado
pelo Esprito Santo, para que o homem possa prestar verdadeiro culto
(servio) ao Pai. Rom. 12:1.
a) Deus. I Tes. 5:23. "O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo;
e o vosso esprito, alma e corpo, sejam conservados ntegros e
irrepreensveis na vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo."
b) Jesus Cristo. l Cor. 1:30. "Mas vs sois dele, em Cristo Jesus, o
qual se nos tornou da parte da Deus sabedoria, e justia, e
santificao, e redeno."
c) O Esprito Santo. l Ped. 1:2. "Eleitos, segundo a prescincia de
Deus Pai, em santificao do Esprito, para a obedincia e a
asperso do sangue de Jesus Cristo: Graa e paz vos sejam
multiplicadas."
d) A Palavra. S. Joo 17:17. "Santifica-os na verdade; a tua palavra
a verdade."
e) Provas. Tiago 1:2-4.
f) A Igreja. Efs. 4:11-13.
Glorificao
o ato final no processo da salvao. Paulo nos ensinou que ela viria
em ltimo lugar. Rom. 8:30.
a recompensa dos que foram justificados e santificados por Cristo.
Rom. 8:19-23; 1 Tes. 4:16-17; II Ped. 3:13.
A glorificao ser aps a segunda vinda de Cristo.
F E OBRAS
Para boa compreenso de qualquer assunto necessrio definir
palavras para ter noes exatas do seu significado.
Que f?
Dentre tantas definies coligidas estas se avultam por sua
expressividade:
"A f um ato pelo qual o homem se entrega a Deus." Bblia de
Jerusalm, pg. 1472.
Conservando a idia anterior, mas usando outras palavras: a
completa entrega da nossa vida aos cuidados de Deus.
"F a reao do homem diante de uma ao de Deus." Meditaes
Matinais 6-5-1981.
Em Romanos 12:3 Paulo nos lembra que a f constitui um dom
concedido a cada pessoa.
Sua definio real segundo o sentido que Jesus lhe deu : confiana.
Assim a definiu Ellen G. White: "A f a confiana em Deus, ou seja
a crena de que ele nos ama e conhece perfeitamente o que para o nosso
bem." Educao, pg. 253.
"F salvadora uma transao, mediante a qual, os que recebem a
Cristo se ligam em concerto com Deus." Obreiros Evanglicos, pg. 261.
a atitude de completa confiana em Cristo, de dependncia
exclusiva dele e ainda o abandono pelo homem de toda a confiana em seus
prprios esforos para obter a salvao.
O Novo Dicionrio da Bblia, editado em portugus por R, P. Shedd,
vol. II, pg. 609, explica o que f: "F significa lanar-se sem reservas
nas mos misericordiosas de Deus."
F significa apegar-se s promessas de Deus em Cristo, dependendo
inteiramente da obra terminada de Cristo referente salvao.
F implica em completa dependncia de Deus e plena obedincia ao
Senhor. F o ato de entrarmos numa relao de concerto com Deus.
Cristo deu f um valor importante na salvao, como nos mostram
as passagens de Mat. 15:28 e Luc. 7:50.
F no Velho Testamento
A palavra encontrada apenas duas vezes. Deut. 32: 20 e Habacuque
2:4 (hebraico emun e emunah).
Seria seu exguo emprego o desprestgio da f, no Velho Testamento?
No. Embora a palavra seja pouco freqente, a idia de f salientada por
F em o Novo Testamento
No Novo Testamento, a f altamente preeminente, porque agora
Cristo se tornou muito mais real.
O substantivo pistis (f) aparece 243 vezes; o verbo pisteo (exercer f,
crer, confiar) se encontra 241 vezes, enquanto o adjetivo pistos = fiel,
ocorre 67 vezes.
O Crente e as Obras
O crente no pratica boas obras para ser salvo, porm est salvo pela
f em Cristo, por isso as pratica.
Enas Tognini no livro O Cristo e as Obras, pgina 20, nos apresenta
esta importante verdade:
"Em Efsios 2:8, Paulo, pelo Esprito Santo diz: 'Pela graa sois salvos
mediante a f. . .' Nesta maravilhosa escritura temos as duas partes
envolvidas no plano da salvao: Deus e o homem. Da parte de Deus a
Graa. Graa favor de Deus, presente de Deus. A Mo de Deus est
estendida para o homem com o presente eterno, que Jesus. O Salvador lhe
oferecido inteiramente de graa, isto , sem dinheiro e sem preo. A parte
do homem a F. O homem estende a sua mo e recebe de Deus o presente
que Jesus. E nesse ato de Deus dar e o homem receber, consumou-se a
salvao."
A parte do homem apenas dizer: "Sim, eu aceito o sacrifcio que
Cristo fez por mim, eu creio." Isto f.
sem as obras, suficiente. Tiago diz a estes que eles no tinham f, porque
no a revelavam em obras de amor. Tiago no acredita em f e obras, mas
em f que opera.
Paulo condena as obras da lei e Tiago defende as obras da f, do amor
ou da graa.
Se o contexto indica que eles esto falando de obras diferentes, a
hermenutica nos instrui que diferente deve ser a sua explicao.
Tognini no mesmo livro e mesma pgina j citados conclui:
"Se uma pessoa diz que cr em Jesus, prove isso realizando algo.
Paulo atenta para a causa da salvao, Tiago para os efeitos da mesma
salvao; Paulo fala em f, Tiago em obras, ambos, porm, se referem
mesma salvao; f que produz obras e obras que provam a f."
O que mais intrigava a Lutero era que Paulo e Tiago defendiam suas
posies aparentemente contraditrias com o mesmo exemplo bblico, o de
Abrao. Paulo afirma que o Patriarca foi justificado pela f, sem qualquer
obra de lei; enquanto Tiago diz que Abrao foi justificado por obras,
quando estava disposto a oferecer o seu filho ao Senhor. Paulo olha para o
ato da salvao, o momento em que o Senhor entrou e possuiu o corao do
Patriarca; Tiago, porm, contempla o efeito dessa f, que se manifestou no
oferecimento de Isaque no monte Mori.
Enas Tognini conclui de maneira feliz suas ponderaes ao dizer:
"Paulo contempla a causa da salvao, que a f em Cristo e Tiago o
efeito da mesma salvao que so as obras. Paulo no combateu as obras,
nem Tiago a f. Cada uma delas legtima em seu devido lugar."
Em Gnesis 15 Abrao foi justificado pela f (Paulo cita o verso 61,
mas em Gnesis 22, Deus justificou Abrao por suas obras, mas obras de
f. F em ao o que Tiago nos apresenta no capitulo 2 de seu livro,
ilustrando-a com a experincia de Abrao relatada. o captulo do
sacrifcio.
Concluses
"Que ningum diga que vossas obras nada tm que ver com vossa
categoria e posio diante de Deus. No juzo, a sentena pronunciada ser
de acordo com o que tenha sido feito ou deixado de fazer." Mensagens
Escolhidas, livro 1, pg, 381.
Como igreja jamais depreciemos as boas obras, porque "a justia de
Cristo consiste em aes corretas e boas obras provenientes de motivos
puros e altrustas." Testimonies, vol., 3, pg. 528.
errado pensar em Paulo enaltecendo a f e apoucando as obras e
julgar que Tiago exalta as obras e minimiza a f.
Paulo condena as obras para a salvao, mas a exemplo de Tiago
conclama os crentes, que aceitaram a Cristo, para as praticarem.
Nota
Dentre as fontes consultadas para este captulo, as mais expressivas
foram:
O Cristo e as Obras, de Enas Tognini.
F e Obras de E. G. White.
Justificao, Santificao e Glorificao de Hans LaRondelle.
LEI E GRAA
Introduo
Infelizmente, membros de Igrejas Evanglicas e at estudantes de
Teologia de certas faculdades crem firmemente que a lei se ope graa.
Anote estas declaraes:
"Pondo o assunto em seu devido lugar, somente quando a lei feita
um meio de salvao, entra ela em choque com os princpios da graa. A
lei destina-se a revelar o pecado; a graa destina-se a salvar do pecado.
Nenhum conflito pode existir entre ambas."1
Os dispensacionalistas, contrariando o ensino bblico, tm defendido
duas pocas distintas: dispensao da lei Velho Testamento e dispensao
da graa Novo Testa mento.
A finalidade deste estudo harmonizar a lei com a graa, colocando
cada uma em seu devido lugar.
Comentrios Gerais
I. Que Lei?
Na Bblia, a palavra empregada com mltiplos significados.
a) Designa o Pentateuco. Luc. 24:44.
b) A lei dada a Moiss no Monte Sinai. Rom. 5:13; Gl. 3:17,19.
c) empregada no sentido de expresso da vontade de Deus e do Seu
carter justo e santo. Rom. 3:20; 7:12; I Tim. 1:8; Tiago 1:25.
Em outras palavras: a expresso do carter de Deus em termos
humanos.
Como igreja cremos nesta trplice finalidade da lei.
1) Ela nos mostra o pecado ou convence-nos de que somos
pecadores. "Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado." Rom. 3: 20.
2) Guia o pecador a Cristo. Efs. 4:24-25.
3) Ser a norma do juzo. Tiago 2:12.
As leis so as normas estabelecidas por Deus para que por elas
pautemos a nossa vida.
II. O que Graa?
a) Favor imerecido. Ddiva a que se no faz jus.
b) uma qualidade intrnseca de Deus, que brota do Seu amor por
ns, levando-o a fazer tudo em nosso favor a fim de que possamos
ser salvos.
c) a fonte de nossa salvao. "Porque pela graa sois salvos,
mediante a f; e isto no vem de vs, dom de Deus." Efs. 2:8.
Os Adventistas e a Lei
Como igreja j fomos acusados de crermos na justificao pela
obedincia lei.
uma realidade inegvel, que antes de 1888 nossos pregadores
encareciam muito a lei de Deus, mas aps a Conferncia Geral de
Minepolis graas atuao segura de Ellen G. White e os estudos dos
pastores Waggoner e Jones passamos a encarecer a Justificao pela F.
A acusao de crermos que somos salvos pela guarda dos
mandamentos infundada. Ningum poder provar atravs de nossas
sermes e de nossa literatura esta idia antibblica.
A rica bibliografia adventista confirma que jamais atribumos lei
uma funo salvadora. Nossa posio quanto aos Dez Mandamentos esta:
So grandes preceitos morais, imutveis, obrigatrios a todos os homens,
em todas as pocas. xo. 20:1-17.
Aceitamos a declarao do eminente telogo batista, Strong, em sua
Teologia Sistemtica, pg. 538:
"A lei de Deus , por conseguinte, simplesmente uma expresso da
natureza divina, em forma de reivindicaes morais."
No pargrafo oitavo, das Crenas Fundamentais dos Adventistas do
Stimo Dia se encontra:
"O homem justificado, no pela obedincia da lei, mas pela graa
que h em Cristo Jesus. Aceitando a Cristo, ele reconciliado com Deus,
justificando por seu sangue quanto aos pecados cometidos no passado e
salvos do poder do pecado pela permanncia de Sua vida nele."
A seguinte declarao de Santo Agostinho oportuna: "Pela lei
tememos a Deus, pela graa confiamos nele."
Nos dias de Paulo havia trs erros concernentes lei e graa, erros
esses que tm perdurado at os nossos dias. Esses erros so:
1) O Legalismo o ensino que somos salvos pelas obras,
observando cerimnias e preceitos da lei. O livro de Romanos refuta esse
erro.
2) O Antinomianismo. Ensina que se somos salvos pela graa, no
faz diferena alguma como vivemos e nos conduzimos.
A epstola de Tiago uma resposta a este erro doutrinrio.
3) O galacianismo. o ensino que somos salvos pela graa, mas,
aps isto, somos guardados pela lei. Em outras palavras: Somos salvos pela
f e obras. Paulo guiado pelo Esprito Santo escreveu a carta aos Glatas
combatendo esta heresia. Ver Novo Testamento Interpretado, de Russel
Norman Champlin, 4 vol. pg. 435.
Deploravelmente, h muita gente entre ns no sabendo distinguir o
legalismo da guarda dos mandamentos. Legalismo no guardar a lei,
obedecer a Deus, mas guardar a letra da lei para obter mritos diante de
Deus. Legalismo o mau uso da lei.
A obedincia necessria, mas depender de nossa obedincia para a
salvao totalmente contrria ao esprito do evangelho.
Os judeus afirmavam que Jesus no interpretou bem a lei, quando
sabemos que Ele o verdadeiro intrprete da lei.
Nossa atitude para com a lei deve ser a que Cristo teve, como est
relatada na profecia messinica de Isaas 42:21 "Foi do agrado do Senhor,
por amor de sua prpria justia, engrandecer a lei e faz-la gloriosa."
Hal Lindsey na obra Satan is Alive and Well on Planet Earth, pg.
163, escreveu:
"Se procurarmos ser justificados como crentes pela obedincia a
qualquer lei, negamos o poder de Cristo em nossa vida. Isto o que Paulo
afirma em Gl. 5:1-5.
"Obedincia o resultado de um relacionamento espiritual com Cristo
e no o meio para alcanar esse relacionamento."
Ellen G. White escreveu:
"H dois perigos contra os quais os filhos de Deus particularmente
aqueles s que s h pouco aceitaram Sua graa devem, especialmente,
evitar. O primeiro. . . o de considerar as prprias obras, confiando em
qualquer coisa que se possa fazer, a fim de se colocar em harmonia com a
vontade de Deus. Aquele que procura se tornar santo por suas prprias
obras, guardando a lei, tenta o impossvel. Tudo que o homem possa fazer
sem Cristo est poludo de egosmo e pecado. . . .
"O erro oposto e no menos perigoso o de que a crena em Cristo
isenta o homem de guardar a lei de Deus, considerando que somente pela f
que nos tornamos participantes da graa de Cristo e que as obras nada
tm que ver com nossa redeno." Caminho a Cristo, pgs. 59-60.
O Bispo Hopkins ensinou:
Paulo e a Lei
H algumas expresses paulinas que so mal compreendidas porque
no so explicadas de acordo com uma exegese correta.
Paulo escrevendo a Timteo (I Tim. 1:8) exps a sua concepo sobre
a lei. "Sabemos, porm, que a lei boa se algum dela se utiliza de modo
legitimo." A traduo da The New English Bible transmite bem a idia do
original: "A lei uma excelente coisa, contanto que a consideremos como
lei".
I. "Morrer para a Lei"
Em Rom. 7:4-6 ele declara que morremos para a lei e fomos dela
libertados.
Em Glatas 2:19 afirma: "Porque eu, mediante a prpria lei, morri
para a lei, a fim de viver para Deus. .."
O contexto e outros princpios exegticos nos informam que as
expresses: "morrer para a lei" e "ser libertados da lei" significam o
seguinte: O lao que nos ligava lei como caminho para ser aceito por
Deus tem que ser quebrado.
Notem a declarao do comentarista Stamm: "A morte para, a lei
significa deixar de obedecer lei como meio que nos assegura a boa
vontade divina."
Morrer para a lei, jamais quis significar que no temos mais a
obrigao de guardar a lei, mas sim morrer para a lei como meio de
justificao.
"Quem procura alcanar o cu por suas prprias obras, guardando a
lei, tenta uma impossibilidade." Mensagens Escolhidas, livro 1, pg. 364.
Os fariseus ensinavam que a "Torah
Torah"
Torah encerra os elementos da
vida dos judeus; todos quantos lhe obedecessem viveriam, e aqueles que
lhe fossem desobedientes morreriam. (Ver Deut. 30:11-20).
Com a expresso "morrer para a lei" Paulo fazia referncias ao
rompimento da crena que a guarda da lei era o caminho para nossa
aceitao perante Deus.
II. "No estais debaixo da lei"
Muitos evanglicos citam a expresso de Paulo: "no estamos debaixo
da lei" (Rom. 6: 14-15; Gl. 5:18), querendo significar que a lei moral foi
abolida.
Antinomianismo
Lutero no foi um antinomiano, porque sua doutrina exatamente
como a paulina no ab-roga a lei, mas ao contrrio a ensina nova e
positivamente. sabido que Lutero combateu a disputa antinomiana com
mxima veemncia. Abordamos neste ponto a questo do antinomianismo
em si, a qual at hoje constitui um, seno o problema interno do
protestantismo. Todo o combate moderno contra o Antigo Testamento tem
a sua raiz.
Lutero divisa o grande perigo de que em suas prprias fileiras seja
desconsiderado o mandamento mximo de sua teologia, a saber, a
correlao e o inter-relacionamento de lei e evangelho, a fim de que em
aparente radicalidade, a qual em verdade no passa de cegueira e
incompreenso, entrar em vigor exclusivamente o evangelho,
exclusivamente a graa, exclusivamente a cruz.
Lutero luta em favor do "e": lei e evangelho. Propugna para que no
se invertam ambas as grandezas ou, pior ainda, se exclua totalmente a lei.
A PREDESTINAO BBLICA
COMO HARMONIZAR A LIBERDADE HUMANA COM A
DOUTRINA DA PREDESTINAO?
A Hermenutica e a Predestinao
Trs teis princpios hermenuticos ou interpretativos nos ajudaro a
compreender o problema da predestinao.
1) a regra urea da interpretao, chamada por Orgenes de
"Analogia da F". O texto deve ser interpretado atravs do conjunto das
Escrituras e nunca atravs de passagens isoladas. No podemos basear uma
doutrina numa s passagem.
2) Para compreender bem uma passagem precisa consultar as
passagens paralelas. So aquelas que tratam do mesmo assunto.
3) Observar bem o contexto. Ver o que vem antes e depois para saber
de que autor est tratando.
Ilustremos com exemplos bblicos estes princpios, visando elucidar o
assunto que estamos apresentando.
1) Prov. 16:4 "O Senhor fez todas as coisas para determinados fins,
e at o perverso para o dia da calamidade."
Ecles. 7:29 "Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas
astcias."
Deus de modo algum o originador do mal, mas os que se tornam
malvados por sua livre vontade, Deus os destruir.
Eleio e Vocao
Intimamente relacionadas com a predestinao se encontram a eleio
e a vocao.
Vocao o chamado.
Eleio a escolha.
Ilustrao
A historieta de um velho preto, membro leigo, de parcos
conhecimentos teolgicos, nos informa da nossa parte no problema da
salvao: "Bem, h uma eleio onde Deus est votando a nosso favor e o
diabo votando para a nossa perdio, do lado em que pusermos o nosso
voto esse ganhar a eleio."
Comentando esta declarao o famoso evangelista Wilbur Chapman
declarou: "Tenho feito um curso de teologia, sou graduado num seminrio
teolgico, mas nunca ouvi uma explicao to boa como esta".
Concluso
Os adventistas cremos:
"Que o homem livre para escolher ou rejeitar o oferecimento da
salvao por meio de Cristo; no cremos que Deus tenha predestinado que
alguns homens sejam salvos e outros perdidos" Questions on Doctrine,
pg. 23.
Compreendida em seu sentido positivo e bblico a predestinao
algo sublime, confortadora para cada cristo, mas em seu sentido
negativo, antibblico, calvinista pode levar ao fracasso na carreira crist.
Nota
Dentre as fontes consultadas a mais valiosa foi a Apostila Herana
Teolgica Protestante, Predestinao Bblica do Prof. LaRondelle.
O Significado do Batismo
1) "O significado central do Batismo a participao na morte e
ressurreio de Cristo. O Batismo com o qual o prprio Jesus foi batizado,
segundo Marcos 10:38, fornece-nos a chave para o entendimento comum
deste tema. Jesus comeou por solidarizar-se com os pecadores, no seu
batismo no rio Jordo, e prosseguiu a sua carreira terrena nos caminhos do
Servo Sofredor, atravs da sua paixo, morte e ressurreio. O Esprito que
desceu sobre Jesus no batismo, desce tambm sobre a Igreja e une o Seu
povo com Ele na Sua morte e ressurreio, no batismo e atravs da ao
batismal. O nosso batismo une-nos com Cristo que tomou sobre si mesmo
os nossos pecados e os de todo o mundo, para que esses pecados pudessem
ser perdoados e apagados, abrindo-nos as portas para uma vida renovada.
2) No Batismo, administrado com gua e em nome do Pai, do Filho e
do Esprito Santo, para remisso de pecados, somos batizados por um
Esprito em um corpo. Em nosso Batismo, o Esprito do Pentecostes unenos ao corpo de Cristo que a Sua Igreja, e recebido por aqueles que
crem em Jesus Cristo. Administrado em obedincia ordem de Nosso
Senhor, sinal e selo do nosso discipulado. Este batismo nico, que nos
coloca em comunidade com Cristo e uns com os outros, pe fim a toda
segregao humana baseada, por exemplo, em diferenas de raa ou de
classe."3
assim como o ministrio de Joo foi com 'gua'. verdade tambm que
Cristo julgar (verso 12), e que o fogo smbolo de juzo. . . 4) A
interpretao mais aceita de que o fogo do verso 11 indica o carter do
batismo do Esprito. ... Os hinos de Qumran falam de batismo de
fogo, tais como um rio em chamas que engolfaria os 'lanados fora'; e
alguns bons intrpretes reputam esse batismo de fogo como algo que se
refere ao juzo." O Novo Testamento Interpretado, Versculo por
Versculo, vol. 1, pgs. 288-289.
II. "O fogo e a gua so dois grandes agentes naturais de purificao, e
apropriado que ambos sejam empregados para representar a regenerao
do corao. Semelhantemente, so os dois agentes pelos quais Deus
purificou, ou purificar a Terra do pecado e dos pecadores (II Ped. 3:5-7).
Se os homens se apegarem persistentemente ao pecado, tero de afinal ser
com ele consumidos. Quanto melhor, ento, permitir que o Esprito Santo
faa a obra purificadora agora, enquanto ainda h graa! O pecador ser, ou
purificado do pecado, ou com ele destrudo. Disse Paulo: 'O fogo provar
qual seja a obra de cada um." SDABC, vol. V, pg. 300.
III. "O fogo, instrumento de purificao menos material e mais eficaz
do que a gua, simboliza j no Antigo Testamento a interveno soberana
de Deus e do seu Esprito, que purifica as conscincias." Nota da Bblia
de Jerusalm sobre Mateus 3:11.
O Selo
Nos pases do Oriente o selo era muito usado em documentos oficiais,
como uma garantia de que esses documentos no seriam violados.
A Bblia nos diz que o crente aps ser regenerado, justificado e
batizado com o Esprito Santo ele selado. Efs. 1:13; 4:30.
Paulo parece ter em mente duas coisas quando fala de sermos selados
com o Esprito Santo. Uma segurana, a outra propriedade. O vocbulo
selo no grego quer dizer confirmar ou imprimir. Quando o Esprito Santo
nos sela ou pe em ns sua marca, ns estamos seguros em Cristo.7
O Professor Elemer Hasse discute o problema do selamento do
Esprito Santo nos seguintes termos:
"E que sinal d Deus para sabermos se estamos ou no selados? Deus
no deixou nenhum sinal. O importante que Jeov o saiba. No h perigo
de que na Sua vinda Ele o ignore. 'o fundamento de Deus fica firme, tendo
este selo: o Senhor conhece os que so seus (II Tim. 2:19).
"Ademais, todos os que buscam emoes e sinais para a confirmao e
certeza de sua f, mostram que no tm certeza da salvao e aceitao por
Cristo. Tm dvidas a respeito de sua experincia com Jesus.
"A verdadeira f no busca sinais: 'os judeus pedem sinal' (I Cor.
1:22); 'Se no virdes sinais e milagres no crereis (Joo 4:48); 'Que sinal,
pois, fazes Tu, para que o vejamos e creiamos em Ti? Que fazes Tu?' (Joo
6: 30). Mas ns 'andamos por f, e no por vista' (II Cor. 5: 7)."8
Concluso
Esta concluso no bem uma concluso, mas um adendo que refora
e esclarece certos aspectos j apresentados neste estudo.
"Consideramos ser o batismo uma das ordenanas da igreja crist e
um memorial apropriado da morte, sepultamento e ressurreio de Cristo.
"Como hbito cerimonial, o batismo antecede a era crist. O fato de o
batismo por imerso haver sido um dos requisitos que os proslitos eram
obrigados a cumprir, evidencia que os judeus o praticavam.
"Para o judeu familiarizado com o sistema mosaico, as 'vrias
ablues' (Heb. 9:10) indicadas nas ordenanas tinham significao
espiritual.
"Em sua orao Davi implorou a Deus Lava-me. Sal. 51:7.
"Batismo significa mudana de proprietrio.
"Batizado em Cristo, significa tomar-se propriedade de Cristo.
"O batismo significa a renncia de todos os liames da velha vida de
pecado as coisas velhas j passaram, eis que tudo se fez novo. II Cor.
5:17.
Batismo significa ligao vital com Cristo. O batismo significa f em
Cristo: 'Quem crer e for batizado. ..' Mar. 16:16.
O batismo significa arrependimento: 'Arrependei-vos e cada um de
vs. . . ' 'Arrependei-vos porque chegado o reino dos cus'."12
Referncias:
1. Dicionrio Internacional de Teologia do Novo Testamento, vol.
l, pgs. 260-264.
2. O Ministrio Adventista, setembro/outubro de 19B3, pgs. 16 e
17.
3. Um s Batismo, Uma s Eucaristia e Um s Ministrio,
Documento da Comisso de "F e Ordem", do Conselho Mundial
de Igreja, pgs. 16 e 17.
4. Luz Sobre o Fenmeno Pentecostal, pg. 36.
5. Nota da Lio da Escala Sabatina do dia 5 de Novembro
de1978.
6. O Esprito Santo, Billy Graham, pg. 70.
O VINHO NA BBLIA
Introduo
A finalidade deste estudo pesquisar no Livro Santo para saber o que
ele tem a nos dizer sobre o uso do vinho.
Se a Bblia no se pode contradizer em seus ensinos, como iremos
harmonizar declaraes aparentemente contraditrias como estas: o uso da
vinho uma maldio, o uso do vinho uma bno. Essa aparente
contradio escriturstica levou os editores de O Novo Dicionrio da Bblia
a afirmarem: "Esses dois aspectos do vinho, seu emprego e seu abuso, seus
benefcios e sua aceitao aos olhos de Deus e sua maldio esto
entrelaados na trama do Antigo Testamento de tal modo que o vinho pode
alegrar o corao do homem (Sal. 104:15) ou pode fazer a mente errar (Isa.
28:7). O vinho pode ser associado ao regozijo (Ecl. 10:19) ou ira (Isa.
5:11); pode ser usado para descobrir as vergonhas de No (Gn. 9:21) ou,
nas mos de Melquisedeque pode ser usado para honrar a Abrao (Gn.
14:18)."
Se estas duas possibilidades antagnicas provm do vinho fcil
concluir que a Bblia apresenta duas espcies distintas de vinho. A primeira
espcie seria o vinho no fermentado, o puro suco de uva que pode ser uma
bno. A outra espcie o vinho fermentado, intoxicante, causador de
muitos problemas sociais como discrdia, misria, destruio da vida, por
isso vrios escritores bblicos o condenaram com veemncia.
O que diz a Bblia? O que dizem os exegetas e os comentaristas sobre
este problema?
The Interpreter's Bible, vol. XI, pg. 445 comentando este verso
declara:
"Sendo que na ocasio o vinho era considerado como til na medicina
indicado na cura de uma variedade de doenas, a prtica da abstinncia
total significa renncia ao vinho no apenas como uma bebida, mas
tambm como um remdio. Esta prtica prejudicial, diz o autor: Tendo
Timteo um estmago fraco ou por causa de suas freqentes enfermidades,
ele no devia hesitar em usar um pouco de vinho."
"O verso ilustra muito bem o senso comum, o ponto de vista
moderado do autor. Ele no defende nenhum vinho como prazer. A religio
demasiado sria para isto. Mas quando ela chega a recusar remdio, ele
traa-lhe um limite.''
O SDABC apresenta sobre esta passagem os seguintes
esclarecimentos:
"Alguns comentaristas crem que Paulo aqui defende o uso moderado
de vinho fermentado para propsito medicinais. Chamam a ateno para o
fato de que aquele vinho assim tem sido usado atravs dos sculos. Outros
sustentam que Paulo se refere ao suco de uvas no fermentado, arrazoando
que ele no daria conselho inconsistente com o resto das Escrituras, que
advertem contra o uso de bebidas intoxicantes (veja Prov. 20: 1; 23: 2932)." vol. VII, pg. 314.
O estudo da passagem de 1 Tim. 5: 23 nos leva concluso de que
neste caso Paulo est tratando de um caso isolado e especial um problema
de doena. Em suas demais epstolas ele sempre defendeu total abstinncia
do vinho, como nos comprovam Rom. 14:21 ". . . bom no beber
vinho..." Efsios 5:18 "... No vos embriagueis com vinho. . ."
No justo algum apoiar-se nesta passagem para defender o uso do
vinho com lcool.
Do excelente folheto "Vinho", de autoria de Walter G. Borchers,
destacamos estas judiciosas palavras concernentes a este verso:
"Os que querem beber vinho que contm lcool, no obstante a
proibio bblica, no seu desespero lanam mo, por ltimo, de um s texto
(eu diria dois, sendo o outro I Tim. 3:8), a saber, I Tim. 5:23. Mas, vamos
ao texto. Descobriremos logo que o jovem pregador Timteo, que conhecia
as Sagradas Escrituras desde a sua infncia, era um consciencioso e
rigoroso abstmio; tambm, que ele tinha a infelicidade de no andar bem
de sade, tendo estmago fraco e sofrendo freqentes indisposies; e que
S. Paulo lhe aconselhou o uso de um pouco de vinho, como remdio, por
causa dessas suas enfermidades.
"Se olhssemos para o texto pelo prisma dos apologistas do vinho,
diramos: parece que S, Paulo, como algumas pessoas de hoje, que no
acompanham a cincia moderna, pensava que o uso de 'um pouco de
vinho', como remdio, embora fermentado, talvez fizesse bem.
"Notemos, porm, que o termo 'oinos', usado neste texto, sendo
empregado, s vezes, no sentido de vinho doce, no diz com clareza se era
vinho novo e doce ou fermentado, o que Timteo devia usar; mas mesmo
que fosse vinho fermentado, existe muita diferena entre o uso de um
pouco, no caso de doena, e o beber vinho fermentado de preferncia ao
novo e doce, sob uma infinidade de pretextos fteis, desprezando assim a
Palavra de Deus, que, no Velho Testamento, probe, em 134 textos
diferentes, o uso do vinho fermentado, e, no Novo Testamento, coloca na
categoria de libertinos, idlatras, maldizentes, adlteros, ladres e
assassinos, os bebedores de vinho dessa qualidade (I Cor. 6:9 e 10; Gl.
5:19-21; etc., etc.), deixando bem claro que os bbados no herdaro o
reino de Deus." pgs. 9 e 10.
Quais Seriam as Razes Fundamentais Indicadas pela Palavra de Deus
para que Seus Filhos se Abstenham de Bebidas Alcolicas?
Uma resposta segura e abalizada se encontra no artigo O Consumo de
Vinho do Ponto de Vista Bblico de L. E. Froom, de onde extramos os
seguintes passos:
"Transportando agora todos os tipos e figuras, que alguns poderiam
minimizar, passamos plena admoestao de Deus sobre o cuidado e a
proteo que devemos dedicar ao nosso corpo, e razo relativa disso.
Descobrimos que de nosso corpo declarado ser o 'templo de Deus' trs
vezes e a habitao do Esprito Santo. No devemos contaminar este
templo com bebidas e alimentos proibidos, mas conserv-lo santo, para no
sermos destrudos quando todos os maus forem exterminados. Paulo
enuncia isto em 1 Corntios: 'No sabeis vs que sois santurio de Deus e
que o Esprito de Deus habita em vs? Se algum destruir o santurio de
Deus, Deus o destruir'. I Cor. 3:16, 17.
"No sexto captulo declara que somos 'templos do Esprito Santo', o
qual no tem qualquer parentesco com o lcool e a embriaguez. Devemos
glorificar a Deus com este corpo que redimido em virtude do sangue de
Cristo: o nosso corpo deve ser cuidado como lugar de habitao de Deus. I
Cor. 6:19, 20.
"Enfim, o apstolo Paulo repete a admoestao divina afirmando que
ns somos o templo de Deus vivente, no qual Ele faz morada. Por isso
devemos ser separados como o eram os nazireus da antigidade. No
devemos tocar aquilo que impuro, mas antes purificar-nos de toda
imundcia e aperfeioarmo-nos na santidade. Agora e para sempre devemos
ser possesso divina, pois o que Deus espera de ns Ver II Cor. 6:1617." O Atalaia, Maio de 1977 pgs. 6 e 7.
A sbia orientao divina consiste em advertir-nos, seriamente, para
os perigos e as nefastas conseqncias das bebidas. Os apreciadores de
vinho no deviam ingeri-lo, justificando este desejo com exemplos
bblicos. Em vez de assim faz-lo deviam meditar bem que esta fraqueza
poder lev-los embriaguez, que est arrolada na Bblia entre as obras da
carne, que nos excluem do reino dos cus. (Gl. 5:21; I Cor. 6:10).
Concluso
Diante da exposio feita a nica concluso a que devemos chegar
deve ser esta:
A sbia lio aos sacerdotes no santurio: o edificante exemplo dos
nazireus; as ponderadas advertncias de Salomo; e a orientao divina no
caso de Joo Batista; as oportunas exortaes do apstolo Paulo com
respeito a ser o nosso corpo o templo do Esprito Santo; a moral elevada
que deve ser seguida na vida dos verdadeiros cristos, tudo nos leva a
afirmar: a abstinncia do vinho ou de qualquer bebida alcolica o
caminho seguro e o ideal proposto por Deus para os seus filhos em todas as
idades e atravs de todas as pocas.
Conquanto o uso do lcool como bebida no seja condenado per si na
Bblia, os princpios de sade esboados nas pginas sagradas e os
horrveis exemplos, tais como os de Nabal, do autenticidade ao conselho
dado por Ellen G. White de que "a nica atitude segura no tocar, no
provar, no manusear". A Cincia do Bom Viver, pg, 335.
Ela acrescenta que "a total abstinncia a nica plataforma sobre que
o povo de Deus pode conscienciosamente firmar-se." Testimonies, vol. 7,
pg. 75. Comentrio da Lio da Escola Sabatina, 21-5-1983, pg. 120.
Comentrios Gerais
A doutrina de um inferno para tormento eterno de origem pag, foi
aceita pela igreja dominante, nos sculos escuros da Idade Mdia, para
intimidar os pagos a aceitar as crenas catlicas.
O que levou o jovem Lutero para dentro do convento, a fim de tornarse sacerdote foi o medo do inferno. Pensava ele que aderindo s crenas e
prticas da Igreja Catlica Romana, encontraria o nico meio de escapar
morte eterna.
Na mitologia greco-romana o inferno era o reino de Pluto.
A idia de um lugar debaixo da Terra para tormento dos maus nasceu
da mitologia romana (basta ler a Eneida de Virglio para nos cientificarmos
desta realidade), da a origem da palavra inferno do latim inferi, inferior,
que vai para baixo.
Esta palavra normalmente foi usada pelos tradutores para expressar o
sentido do termo hebraico "Sheol
Sheol"
Sheol e dos gregos "Hades", "Geena" e
"Trtaro".
Sheol
Hades
usada apenas 10 vezes no Novo Testamento, Mat. 11:23; 16:18;
Luc. 16:23; Atos 2:27, 31; Apoc. 1:18; 6:8; 20:13, 14 (I Cor. 15:55).
Sobre o emprego desta palavra em 1 Cor. 15:56, Edilson Valiente
numa Monografia sobre a palavra Hades, pg, 27 (1978), declarou:
"A passagem de Paulo de 1 Cor. 15:56 apresenta um problema de
crtica textual. Na leitura feita na Septuaginta, encontramos tambm neste
verso a palavra hades, no vocativo. As tradues mais antigas da Bblia,
antes das descobertas do sculo XIX para c, traziam a palavra 'inferno'
como sendo a traduo de hades.
"Com estudos feitos na rea da crtica textual, valendo-se das
importantssimas descobertas de Tishendorf, verificou-se que a palavra
usada no era hades, mas a palavra yanate (morte). Este estudo foi
baseado nos mais fidedignos MSS descobertos at hoje.
"Com tudo isto ficou claro que Paulo no usou nem uma vez o termo
hades em seus escritos, provavelmente para no confundir com os
conceitos deturpados do hades que existiam em sua poca. Outra razo
dada por Edwards, dizendo que Paulo, escrevendo em grego, procurava
fugir do mau agouro que acompanhava a palavra e causava terror ao povo;
cita Plato para reafirmar sua idia: 'O povo em geral usa a palavra Pluto
como eufemismo de hades, com seus temores de lev-los para as partes
errneas do invisvel'. certo, tambm que Paulo no usou nenhuma vez a
expresso Pluto, mas subentendendo o conceitualismo bblico, em Rom.
10:7 usa o termo abismo."
O Edilson concluiu suas ponderaes declarando:
Alm de todas estas razes, Nichol, em seu Answers to Objections diz:
"Ns conclumos que tambm em I Cor. 15:55, onde a palavra
sepultura uma traduo de hades, e descreve que sobre o tal os justos
sero finalmente vitoriosos na ressurreio. Incidentemente, 1 Cor. 15:55
uma citao do Velho Testamento (Osias 13:14), onde encontramos a
palavra sheol aplicada." F. Nichol. Answers to Objections, pg. 366.
Geena
Palavra hebraica transliterada para o grego geena, que se encontra nas
seguintes 12 passagens: Mat. 5:22, 29, 30; 10:28; 18:9; 23:15, 33; Mar.
9:43, 45, 47; Luc. 12:5; Tiago 3:6.
para ilustrar o que seria no fim do mundo a destruio dos mpios, sendo
queimados na geena universal.
Os rabis mais primitivos baseiam a idia de ser a Geena um tipo do
fogo do ltimo dia da passagem bblica de Isaas 31:9.
Trtaro
A palavra grega "trtaro" ocorre somente uma vez no Novo
Testamento. Encontra-se em II Pedro 2:4 e diz o seguinte:
"Ora, se Deus no poupou a anjos quando pecaram, antes
precipitando-os no inferno (trtaro no original) os entregou a abismos de
trevas, reservando-os para juzo."
A palavra trtaro, usada por Pedro se assemelha muito palavra
"Tartarus", usada na mitologia grega, com nome de um escuro abismo ou
priso; porm, a palavra trtaro, parece referir-se melhor a um ato do que a
um lugar. A queda dos anjos que pecaram foi do posto de honra e
dignidade desonra e condenao; portanto a idia parece ser: Deus no
poupou aos anjos que pecaram, mas os rebaixou e os entregou a cadeias de
trevas. No existe nenhuma idia de fogo ou tormento nesta palavra, ela
simplesmente declara que estes anjos esto reservados para um julgamento
futuro.
Concluso
Os problemas relacionados com a palavra inferno se desfazem como
bolhas de sabo, quando conhecemos bem o significado etimolgico dos
termos sheol,
sheol hades, geena e trtaro, que jamais poderiam ser
traduzidos pela nossa palavra inferno por ter uma conotao totalmente
diferente do que expresso por aqueles vocbulos.
A palavra inferno foi usada pelos tradutores por influncias pags e
por preconceitos enraizados na mente de muitos, mas totalmente estranhos
ao texto sagrado.
De acordo com a Bblia todos os que morrem, quer sejam bons, quer
sejam maus descem sepultura, ao lugar do esquecimento e ali esperam at
o dia da ressurreio quando ento recebero a recompensa. Apoc. 22:14.
Muitas das tradues modernas da Bblia, mais fiis aos originais
hebraico e grego, preferem manter estas palavras transliteradas, por
expressarem melhor o que elas significam.
As palavras sheol em hebraico e hades em grego eram usadas
para sepultura, no trazendo nenhum sentido de sofrimento e castigo
eterno.
O Que Arrependimento?
Afirmou Billy Graham que se o vocbulo arrependimento pudesse ser
descrito com uma palavra, ele usaria o vocbulo renncia. E esta renncia
seria o pecado.
O primeiro sermo pregado por Jesus foi: "Arrependei-vos, porque
est prximo o reino dos cus."
Devemos a salvao unicamente graa de Deus, mas a fim de que o
sacrifcio de Cristo na cruz do Calvrio se torne eficaz ao crente, preciso
que ele se arrependa do pecado e aceite a Cristo atravs da f.
O arrependimento mencionado 70 vezes no Novo Testamento. Jesus
disse: ". . . se, porm no vos arrependerdes, todos igualmente perecereis."
Que significaria a palavra arrependimento para Jesus?
Qualquer um de nossos dicionrios a definir como "sentir tristeza, ou
lamentar." Porm, a palavra no original hebraico e grego tem uma
conotao muito mais ampla por significar mais do que lamentar e sentir
tristeza pelo pecado.
Arrependimento na Bblia significa "mudar ou voltar-se". A Palavra
indica que deve haver uma completa mudana no indivduo.
Pedro mostrou com seu arrependimento que estava disposto a
transformar sua vida, a seguir uma nova direo. De outro lado, Judas
entristeceu-se, sentiu remorso, mas no se arrependeu.
De acordo com o Dicionrio da Lngua Portuguesa de Aurlio
Buarque de Holanda Ferreira, "arrependimento sinnimo de compuno,
contrio. Insatisfao causada por violao da lei ou de conduta moral e
que resulta na livre aceitao do castigo e na disposio de evitar futuras
violaes."
que tem de aplicar ou quando o mal a sobrevir desviado por ter havido
uma reforma genuna (Gnesis 6:6; Jonas 3:10)."
II. dd` Shubh arrependimento do homem.
Este vocbulo hebraico corresponde ao grego metanoo.
A palavra significa girar, voltar ou retornar, e aplicada quando a
pessoa deixa o pecado e se volta para Deus de todo o corao.
Se pecado etimologicamente significa falhar em atingir o alvo,
desviar-se do caminho certo; arrepender-se retornar ao caminho correto
ou total retorno da pessoa a Deus.
Concluso
A idia principal na afirmao de que Deus se arrependeu, nada tem a
ver com falhas e pecados como acontece com o homem, mas apenas a sua
mgoa com o mau procedimento humano e o seu desejo de sustar o curso
do mal.
Rendamos sempre graas a Deus porque no seu infinito amor ele se
entristece com o nosso pecado e muda o seu tratamento, quando nos
arrependemos de nossas obras ms.
Deus imutvel, mas a mutabilidade humana faz com que ele mude o
seu trato para conosco.
Referncias
1. O Novo Testamento Interpretado Versculo por Versculo, vol. III,
pg. 68.
2. O Novo Dicionrio da Bblia, vol. 1, pg. 141.
3. A Teologia Sistemtica de Strong, pg. 124.
4. Testemunhos Seletos, de Ellen G. White, vol. II, pg. 94.
5. Patriarcas e Profetas, de Ellen G. White, pg. 630.
6. SDA Bible Dictionary
7. O Desejado de Todas as Naes, de Ellen G. White, pgs. 654 e
655.
PEDRO E A PEDRA
ESTUDO EXEGTICO DE S. MATEUS 16:15-19
So Mateus 16:18 tem sido considerado como o texto mais
controvertido do Novo Testamento. Nenhum outro tem suscitado tantos
problemas e levantado tantos debates.
A Igreja Catlica Romana tem pregado atravs dos sculos, que Cristo
nomeou So Pedro chefe dos Apstolos, primaz de seus colegas, superior
hierrquico da ordem clerical, papa da Cristandade.
Se perguntarmos: Mas, onde esto no Novo Testamento os ttulos
dessa nomeao e dessa transmisso hereditria, trs passagens sero
citadas:
1) So Mateus 16:18-19.
2) So Lucas 12:31, 32.
3) So Joo 21:15-17.
Dos trs passos citados o nico importante para a defesa catlica o
de Mateus 16:18, 19. Apelando ainda para a tradio, a igreja de Roma
pretende provar estas quatro coisas:
1) Pedro a pedra fundamental do texto de Mateus.
2) Pedro foi o superior hierrquico dos Apstolos.
3) Pedro estabeleceu em Roma a sede de seu episcopado.
4) Ele instituiu os bispos de Roma seus herdeiros.
Os lderes catlicos romanos chamam de "Primado de Pedro" esta
distino e primazia sobre os demais apstolos.
A dificuldade exegtica de Mat. 16:18, 19 encontra-se na interpretao
correta de duas metforas pedra e chaves.
Quem a pedra? O que so as chaves?
Identificao da Pedra
A leitura atenta do contexto til para uma melhor compreenso do
assunto.
Jesus caminhando para Cesaria de Filipe pergunta aos discpulos:
"Quem diz o povo ser o Filho do homem?" Mat. 16:13.
Aps vrias respostas interroga diretamente os discpulos: "Mas vs
quem dizeis que eu sou?". A resposta de Pedro imediata e firme: "Tu s o
Cristo, e Filho do Deus vivo". Mat. 16:15-16.
A Igreja Catlica Romana ensina que como recompensa a esta
confisso. . .
1) Cristo lhe mudou o nome, indicando a posio que ocuparia da por
diante.
2) Edificou a Sua Igreja sobre Pedro.
A Pedra Cristo
Telogos protestantes sempre foram ardorosps defensores da Igreja
construda sabre Cristo.
Jernimo, Agostinho e Ambrsio aplicam a pedra tanto a Pedro como
a Cristo. Eis as palavras que aparecem no fim do Evangelho de S. Mateus,
traduo da Bblia do Padre Antnio Pereira de Figueiredo, edio de 1857,
de Lisboa, pg. 95:
"Santo Agostinho no tratado CXXIV sobre S. Joo entende por esta
pedra no a Pedro, mas a Cristo, em quanto confessado Deus por Pedro,
como se Cristo dissera: Tu s Pedro, denominado assim da pedra, que
confessaste, que sou eu, sobre a qual edificarei a minha igreja".
Estas palavras do maior telogo catlica romano por serem muito
claras dispensam comentrios.
do nosso conhecimento que o termo "pedra ou rocha" foi usado no
Velho Testamento para Deus. Salmo 18:2 "O Senhor a minha rocha";
Deut. 32: 4 "Eis a Rocha! Suas obras so perfeitas."
O Messias descrito em Isaas 28:16 como "uma pedra, pedra j
provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada".
O Novo Testamento apresenta a Cristo como o fundamento da igreja:
1 Cor. 10:4; Atos 4:12; Rom. 9:33; 1 Cor. 3:11; Efs. 2:20; I Pedro 2:4, 5;
Mat. 21:42-44.
A estrutura da f crist tem resistido, e ir resistir at o fim, porque
construda sobre um alicerce firme o prprio Jesus Cristo.
Ele vela constantemente com solicitude por ela, e fortalece-a por Seu
Esprito Santo."
Teodoro Beza, a notvel figura da Crtica Textual e propugnador da
difuso do texto bblico declarou:
"A igreja uma bigorna que j desgastou muitos martelos."
Nota
Este trabalho pesquisado em vrias fontes, recebeu a melhor
orientao das seguintes obras:
1. O Problema Religioso na Amrica Latina de Eduardo Carlos
Pereira e
2. O Comentrio Adventista.
Comentrios Gerais
A palavra camelo usada seis vezes no Novo Testamento:
1. Trs vezes relatando uma ilustrao de Cristo. S. Mat. 19:24; S.
Mar. 10:25 e S. Luc. 18:25.
2. Duas vezes com referncia s vestes de Joo Batista. S. Mat. 3:4 e
S. Mar. 1:6.
3. Uma crtica de Cristo aos escribas e fariseus que coavam um
mosquito e engoliam um camelo. S. Mat. 23:24.
Uma leitura rpida da passagem tem levado muitos seguinte
concluso: Os ricos nunca podero entrar no reino dos Cus, desde que um
camelo jamais passar pelo fundo de uma agulha.
Vejamos primeiro o estudo do contexto porque ele nos ajudar na boa
compreenso do texto.
Um moo rico aproximou-se de Cristo dirigindo-Lhe a pergunta:
"Mestre, que farei de bom, para alcanar a vida eterna?" S. Mat. 19:16.
Jesus o informa da necessidade de guardar os mandamentos. A
resposta do jovem foi incontinente: "Tudo isso tenho observado; que me
falta ainda?"
Preso aos bens materiais, a sua maneira de guardar os mandamentos,
no se coadunava com as diretrizes divinas. Diante desta realidade foi que
Cristo lhe exps a necessidade de guardar os mandamentos no de maneira
fria, ritualstica e farisaica, mas sim de modo consentneo com o
desprendimento celeste.
O jovem rico, embora houvesse guardado os mandamentos
literalmente, a sua atitude egosta no se harmonizava com o que Deus
espera de ns, guardara na letra, mas no no esprito, por isso de maneira
franca e sincera Cristo lhe apresentou o que lhe faltava desprender-se
completamente das posses terrestres. O pedido do Mestre lhe pareceu
exigente demais para ser cumprido, portanto o dilogo foi encerrado.
Cristo espera que Seus filhos no vejam as possesses com o nica
objetivo de trazer-lhes comodidade e conforto, mas como um privilgio
outorgado por Deus para converter-se numa bno aos mais carentes.
Os judeus tinham noes erradas sobre os ricos e os pobres,
Inclinavam-se a pensar que a prosperidade era a prova mxima do favor
divino e um smbolo das bnos de Deus; iam mesmo alm em suas
conjeturas, pois criam que era mais fcil a salvao para os ricos do que
para os pobres. Cristo teve que desarraigar estas concluses erradas, por
isso O vemos antes deste incidente com o moo citar a parbola do Rico e
Lzaro, onde o rico vai para a perdio e o pobre para a salvao. Longe de
ns a concluso simplista de que os ricos vo se perder, e de outro lado os
pobres se salvaro. O ensinamento bblico de acordo com esta passagem
este: mais difcil para um rico ser salvo do que para um pobre. As
riquezas podem ser perigosas para aqueles que as possuem.
O Comentrio Adventista tem para o verso 23 a seguinte observao:
" difcil para um homem rico obter o reino dos Cus, no porque ele
rico mas por causa da sua atitude para com as riquezas."
O contexto de S. Mateus 19:24 no apresenta a impossibilidade da
salvao para os ricos, mas apenas as maiores dificuldades que eles tero
de vencer, basta ler os versos 23 e 26.
Os trs maiores perigos das riquezas, de acordo com William Barclay,
ao comentar S. Mateus 19:24 so estes:
1) As posses numerosas fomentam uma falsa independncia.
Quem tem bens materiais inclinado a pensar que pode vencer
qualquer situao inesperada. O dinheiro leva a pessoa a pensar que pode
comprar o caminho da felicidade, bem como aquele que o livrar da dor.
Pensa ainda que pode afastar todas as dificuldades sem Deus.
2) As riquezas prendem as pessoas a este mundo.
"Porque onde est o teu tesouro, a estar tambm o teu corao." S.
Mat. 6:21.
Se tudo o que o homem deseja pertence a este mundo, se todos os seus
interesses esto centralizados aqui, nunca pensa em ir ao mundo do alm.
Apegado demasiadamente Terra possvel esquecer que h um Cu.
3) As riquezas tendem a fazer a pessoa egosta.
Por mais que possua natural ao homem desejar um pouco mais. O
suficiente sempre um pouco mais do que se tem. A pessoa que chegou a
desfrutar do luxo e da comodidade sempre tende a temer viver sem eles. A
vida se converte em uma luta cansativa para reter o que se possui. O
resultado que quando o homem enriquece, em lugar de sentir o impulso
de dar, s experimenta o desejo de prender-se s coisas. O seu instinto o
leva a possuir mais e mais, em busca da segurana, que cr, as coisas lhe
possam dar.
O perigo das riquezas que estas levam o homem a esquecer que
perde o que retm e ganha aquilo que d aos outros.
Trs Interpretaes Para S. Mat. 19: 24
1) Houve uma substituio da palavra grega kmilos corda, para
kmelos o animal. O fundo da agulha considerar-se-ia literalmente.
2) A palavra camelo deve ser considerada literalmente, mas o fundo
da agulha era uma pequena porta ao lado da porta principal de Jerusalm,
Concluso
Das trs explicaes existentes apenas uma defensvel para os
telogos adventistas, bem como para todos os eruditos das demais
organizaes religiosas.
Cristo estava usado uma hiprbole, figura que se caracteriza pelo exagero,
com o objetivo de despertar a ateno dos ouvintes, para melhor fixar o
fato na memria.
Comentrios Gerais
I. A Experincia de Pedro com Cornlio.
Lucas nos relata a experincia com certa pessoa de destacada posio
social, da cidade de Cesaria, chamada Cornlio. So salientados os
predicados que ornavam seu carter: piedosa e temente a Deus com toda a
sua casa, dava muitas esmolas aos necessitados e de continuo orava a Deus.
Apesar destes atributos, ele necessitava da orientao divina, para melhor
compreender o seu plano para conosco. Foi esta a razo que ao estar orando
um anjo lhe indicou que devia chamar a Pedro para lhe dar nova
orientao.
A Verdadeira Contaminao
Concluso
Nada melhor do que concluir este trabalho, com as oportunas palavras
de J. C. Ryle, em seu Comentrio Expositiva do Evangelho Segundo
Marcos, ao tecer consideraes sobre o captulo sete de Marcos:
"Devemos pedir diariamente o ensino do Esprito Santo, se quisermos
adiantar-nos no conhecimento das coisas divinas. Sem o Esprito Santo a
inteligncia mais robusta e o raciocnio mais vigoroso pouco nos faro
adiantar. Na leitura da Bblia e na ateno que prestamos pregao da
Palavra, tudo depende do esprito com que lemos e ouvimos.
Introduo
A traduo Revista e Atualizada no Brasil apresenta:
"Entregue a Satans para a destruio da carne, a fim de que o esprito
seja salvo no dia do Senhor."
Sendo este um dos textos mais citados pelos nossos oponentes, crentes
na imortalidade da alma, como prova da dicotomia que fazem entre corpo e
alma, ele necessita de uma anlise detida, para se chegar concluso exata
do que Paulo queria dizer.
Os que ensinam doutrinas no defensveis pela Bblia, se valem de
versos difceis de serem explicados para nos confundirem e rejeitarem as
mensagens que pregamos. No nos devemos impressionar com as
artimanhas dos inimigos da verdade, por mais especiosas que sejam,
porque temos a verdade e esta no teme nem ataques nem confrontos.
Comentrios Gerais
Em nenhum Dicionrio ou Comentrio Bblico, encontramos uma
explicao defendendo a extravagante idia, do corpo ser destrudo em
conseqncia do pecado e a alma ser salva para o reino de Deus.
Para uma impressiva compreenso desta passagem devemos conhecer
bem o contexto, porque este nos ajuda a entender o motivo da declarao
paulina.
No primeiro verso do captulo cinco lemos:
"Geralmente se ouve que h entre vs imoralidade e imoralidade tal,
como nem mesmo entre os gentios, isto , haver quem se atreva a possuir a
mulher de seu prprio pai."
O relato do apstolo nos d a entender que ele ouvira esta
desagradvel histria, provavelmente, atravs dos escravos da casa de Cloe
(ver I Cor. 1:11). Conclumos, quedas notcias indignas que ouvira,
relatando o procedimento reprovvel de alguns membros da igreja de
Corinto, o caso mais escabroso era um pecado de incesto. Certa pessoa
mantinha relaes sexuais com a mulher de seu pai, evidentemente sua
madrasta.
O vocbulo grego traduzido por imoralidade "pornia", que
significa prostituio, falta de castidade, fornicao. Em grego a palavra
designava qualquer relao sexual proibida. A palavra "pornogrfica"
muito usada, entre ns, para designar gravuras ou literatura obscenas nos
indica porque ela apropriada para as mulheres decadas. Paulo usando
" certo que a igreja de Deus, se ela est na situao em que deve
estar, lugar sagrado, seguro, abenoado; mas uma pessoa como a descrita
em nosso texto perdeu todos os direitos igreja, e o Senhor queria que ele
no continuasse sob a proteo da igreja, e experimentasse o que
significava ficar fora e lutar sozinho contra Satans. Isso devia a igreja
fazer a fim de levar o pecador ao arrependimento, e assim pudesse ser salvo
no salvo em sua carne concupiscente, mas salvo em sua vida espiritual.
A julgar pela segunda epstola, parece claro que o homem se arrepende, e
Paulo pede igreja que o receba, para que no seja devorado de demasiada
tristeza. II Cor. 2:6-11."
Da expresso "a fim de que o esprito seja salvo no dia do Senhor",
o vocbulo esprito merece esta referncia:
Os dicionrios gregos que mais se notabilizam, como os de Liddell e
Scott, Arndt e Gingrich, apresentam para a palavra "pneuma" alm dos
sentidos comuns de sopro, ar, respirao, vento, vida, etc., o de ser vivente,
pessoa.
Concluso
O livro Consultoria Doutrinria da Casa Publicadora Brasileira, pg,
246 comentando esta passagem conclui:
"Uma das solues mais razoveis do texto em lide o que o apstolo
S. Paulo, ao debater a doutrina da ressurreio, cita um costume pago ou
hertico de sua poca, se bem que no o aprova''.
Finalizo com a sinttica explicao apresentada a este versculo em A
Bblia Vida Nova: "H umas quarenta interpretaes. Seria uma prtica sem
Concluso
Comentrios Gerais
1) Quem eram os espritos que estavam em priso?
A Bblia usa esprito como sinnimo de pessoa, o ser humano vivente.
Em I Cor. 16:18 "Porque trouxeram refrigrio ao meu esprito, isto , a
mim, a minha pessoa." Gl. 6:18. "A graa de nosso Senhor Jesus cristo
seja irmos, com o vosso esprito." Vosso esprito, quer dizer convosco, a
vossa pessoa.
A primeira parte do verso 20 de I Pedro 3 parece identific-los com as
pessoas que viviam na Terra. Eram seres humanos reais, como as "oito
almas" que se salvaram na arca.
2) Eram estes espritos vivos ou mortos?
O termo esprito s usado na Bblia com referncia aos vivos. Paulo
em Heb. 12:22 e 23 d as boas vindas aos novos membros que ingressaram
na igreja "espritos dos justos aperfeioados". O apstolo faz referncias a
pessoas viventes.
Em Nm. 27:15-16, relata que Moiss, no trmino da vida, roga que
um lder, dentre os vivos o substitua. O texto fala dos "espritos de toda a
carne", isto , seres vivos e no mortos.
Adam Clarke, vol. VI, pg. 862, comentando esta passagem conclui
pela impossibilidade de se tratar de "espritos desencarnados", pois diz que
a frase "os espritos dos juros aperfeioados" (Heb. 12:23) certamente se
refere a homens justos, e homens que se acham ainda na igreja militante; e
o Pai dos Espritos (Heb. 12:9) tem referncia a homens ainda no corpo; e o
"Deus dos Espritos de toda a carne" (Nm. 27:161 significa homens, no
em estado desencarnado".
3) Quem lhes pregou?
O Dr. Joo Pearson, em sua Exposio do Credo, obra clssica da
Igreja Anglicana, observa: " certo, pois, que Cristo pregou quelas
pessoas que nos tempos de No foram desobedientes, em todo o tempo em
que a longanimidade de Deus esperava e, conseqentemente, enquanto era
oferecido o arrependimento. E igualmente certo que Ele nunca lhes
pregou depois de haverem morrido". Este eminente telogo, crente na
imortalidade da alma, afirma que esta passagem no ensina tal doutrina.
As palavras "no qual" do verso 19 podem tanto referir-se ao Esprito
Santo como a Cristo. O Comentrio Bblico Adventista, bem identificado,
entre ns, pelas siglas SDABC, apresenta trs explicaes para a expresso
"no qual".
a) "No qual" refere-se ao termo anterior "Esprito" e o verso 19,
significa que Cristo pregou aos antediluvianos, pelo Esprito Santo, atravs
do ministrio de No.
b) "No qual" refere-se ao termo anterior para a verso preferida,
"esprito" que a referncia a Cristo, em seu estado preexistente, um estado
que, como a sua glorificada natureza na ps-ressurreio, pode ser descrito
como no "esprito". Compare a expresso: "Deus esprito" Joo 4:24. A
pregao de cristo foi para os antediluvianos, "enquanto se preparava a
arca", portanto durante o seu estado preexistente.
c) "No qual" refere-se ao verso 18 como um todo, e o verso 19
significa que em virtude da sua ainda futura morte vicria e ressurreio no
"esprito" Cristo foi e pregou "aos antediluvianos atravs do ministrio de
No. Foi em virtude do fato, de que Jesus foi "morto na carne, mas
Concluses
Concluso
De conformidade com os ensinos de Cristo, a analogia das Escrituras,
a comparao de passagens paralelas, e o contexto do verso, a nica
concluso a que se chega :
Uma melhor traduo da passagem seria: A lei e os profetas foram
pregados at Joo.
luz do que nos ensina claramente a Palavra de Deus, e apoiados no
testemunho de abalizados comentaristas podemos concluir, sem nenhuma
dvida, que a lei de Deus permanece como disse Barclay: "inalterada e
inaltervel".
A Lei dos Dez Mandamentos representa o carter de Deus, portanto
to eterna quanto Ele prprio.
Dia do Juzo
Embora Joo tivesse tido uma viso sobre o dia do juzo, no poderia
ter sido neste dia, porque este ainda estava no futuro.
Esta interpretao no pode ser aceita quando sabemos:
1) Vincent em Word Studies in the New Testament, vol. II, pg. 425,
comentando Apoc. 1:10, assim se expressa:
"Dia do juzo expresso no Novo Testamento por
h hme?ra tou~~ Kuri?ou he hemera tu kuriu
II Tes. 2: 2; ou hme?ra Kuri?ou hemera kuriu II Ped.
3:10; ou ainda hme?ra cristou~~ hemera christu o
dia de Cristo Fil. 2:16".
2) O SDABC comentando esta mesma passagem afirma:
"O contexto nos indica que a expresso 'dia do Senhor' se refere ao
tempo em que Joo teve a viso e no ao seu contedo".
3) A palavra traduzida por em e?n , e, quando se refere a tempo,
definida por Robertson nos seguintes termos: "tempo em que, um ponto
ou perodo definido em, durante o qual alguma coisa se realizou". Nunca
significa acerca de, sobre. Assim sendo os que defendem que Joo estava
se referindo ao dia do juzo, esto em contradio com a linguagem usada,
querendo que a preposio en (em) signifique acerca, sobre, em vez de en
(em), e talvez o pior ainda que fazem Joo afirmar uma estranha
falsidade, ao declarar que teve uma viso na ilha de Patmos, h
aproximadamente dezenove sculos, no dia do juzo, que ainda hoje se
encontra no futuro.
Dia do Imperador
A Histria nos confirma que no Imprio Romano o Imperador era
freqentemente chamado de Krios Senhor, conseqentemente todas as
coisas pertencentes ao Imperador eram denominadas de Kuriaks = do
Senhor.
Isbon T. Beckwith, no livro The Apocalypse of John, pg, 435 nos diz
que o primeiro dia do ms era chamado na sia Menor "Dia do
Imperador".
Dia do Domingo
Este ponto de vista defendido pela maioria dos comentaristas
catlicos e protestantes, interessados em justificar pela Bblia que o
domingo o dia do Senhor.
Ser que h provas bblicas para fazer tal afirmao?
A resposta a esta pergunta apenas pode ser uma forte negao nem
uma prova bblica jamais foi encontrada neste sentido.
A histria eclesistica nos confirma que os pais da igreja fizeram
longo uso da expresso "Kuriak hemera" para o primeiro dia da semana.
Por esta razo muitos estudiosos argumentaram, que Kuriak hemera, em
Apoc. 1:10, tambm se refere ao domingo e que Joo no apenas recebeu
sua viso naquele dia, mas tambm o reconheceu como o "dia do Senhor"
pelo fato de naquele dia o Senhor haver ressuscitado dos mortos.
Esta argumentao no subsiste quando se pondera o seguinte, de
acordo com o SDABC, vol. VI1, pg. 735:
"Existem razes tanto negativas como positivas para a rejeio desta
interpretao. A primeira o reconhecimento do princpio do mtodo
histrico que declara que uma aluso deve ser interpretada somente em
termos da evidncia que lhe antecede no ponto de vista do tempo, ou que
lhe seja contempornea e no por dados histricos dum perodo posterior.
Este princpio tem um aspecto importante no problema do significado da
expresso 'dia do Senhor' como aparece na presente passagem. Embora este
termo ocorra freqentemente nos Pais da Igreja cem a significao de
domingo, a primeira evidncia conclusiva de tal uso no aparece seno na
ltima parte do segundo sculo, no apcrifo Evangelho Segundo Pedro (912; ANF. Vol. 9, pg. 8), onde o dia da ressurreio de Cristo
denominado 'dia do Senhor'. Desde que este documento foi escrito pelo
menos trs quartos de sculos ap6s Joo ter escrito o Apocalipse, ele no
pode ser apresentado como prova de que a frase 'dia do Senhor' no tempo
de Joo se refere ao domingo".
Maka?rioi
tav
entolav
makarioi hoi piountes
plu?nontev
plu?nonte
auton
oi~~
plu?nontev
autw~~u
tas
entolas
autou.
b) Sua Traduo.
Em algumas tradues como a de Figueiredo, Ferreira de Almeida,
Bblia de Jerusalm, New English Bible, Novo Testamento na Linguagem
de Hoje, Novo Testamento Vivo e estrangeiras como: Alford, Goodspeed,
Spender, Moulton, Fenton, Weymouth, Moffatt, Wyclif, Knox
encontramos:
"Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras. . ."; enquanto
que as tradues: The Holy Bible, King James Version, La Sacra Biblia,
Giovani Diodati (Italiana), a traduo siraca e outras consignam:
"Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos..."
Concluso
Nota
Este livro citado, publicao adventista da Review and Herald,
bastante til para obreiros e mesmo leigos estudiosos.
Que Parusia?
Palavra grega proveniente do verbo grego "pareimi" que significa
estar presente. A palavra parusia usada 24 vezes no Novo Testamento.
Catorze vezes nas Epstolas Paulinas, quatro em Mateus, duas em Tiago,
trs em II Pedro e uma em 1 Joo.
Todos os comentrios e dicionaristas so unnimes em afirmar que o
termo grego significa, presena, chegada, vinda, volta e que usado duas
vezes para presena (II Cor. 10:10; Fil. 2:12) e 22 vezes para a vinda de
Cristo (Mat. 24: 3, 27, 37; I Cor. 1:8 etc. etc.)
O alentado Dicionrio do Novo Testamento de Tayer ao estudar a
palavra "parusia" afirma:
"No Novo Testamento acha-se, especialmente, relacionada com o
Advento, isto , a futura volta visvel de Jesus, procedente do cu, o
Messias, que vir para ressuscitar os mortos, decidir o ltimo julgamento e
estabelecer de maneira aparente e gloriosa, o Reino de Deus".
Apesar desta uniformidade, quanto sua significao, idias
antibblicas tm surgido em sua interpretao. Dentre estas as duas mais
conhecidas so:
I. A dos Dispensacionalistas ou do Arrebatamento Secreto
Concluses
Depois de estudar como ser a Segunda Vinda de Cristo, conforme a
Bblia, conclumos:
A idia Dispensacionalista, embora bem arquitetada por seus
defensores, baseia-se em argumentos humanos. A autoridade suprema em
assuntos religiosos a Bblia no os aprova, portanto no podem ser
aceitos. As idias russelitas partem de vrias premissas falsas luz da
Bblia, comeando pela traduo errada da palavra grega parusia. Sendo a
Bblia a norma do pesquisador sincero, concluses que ela no aprova
devem ser colocadas de lado.
Apesar da exuberante luz encontrada nas Escrituras Sagradas h
grupos, como os dois j citados, e pessoas isoladas que no aceitam os seus
ensinos sobre a maneira da Segunda Vinda de Cristo. Quo terrvel ser
para estes o glorioso aparecimento nos ares de Cristo em Sua glria, na
glria de Seu Pai e na glria de mirades de santos anjos, Ttricas so as
palavras bblicas que descrevem a sua angstia. Apoc, 6:15-17.
nesteuo dis tu sbbatu; que numa traduo literal seria: Jejuo duas vezes
no sbado. No h necessidade de muita acuidade mental, para concluir que
o homem no poderia estar afirmando, que jejuava duas vezes durante um
nico sbado. Com facilidade conclumos que ele queria dizer que jejuava
duas vezes durante a semana, ou no perodo marcado por dois sbados
sucessivos.
Os judeus designavam os dias da semana usando a expresso
"primeiro", "segundo", "terceiro", etc. dos sbados, subentendendo-se
evidentemente a palavra dia, que em grego do gnero feminino. Em
outras palavras, os judeus denominavam o domingo como o primeiro dia
depois do sbado.
Este processo, encontrado no Novo Testamento, comprovado com
exemplos de escritores gregos e latinos dos primeiros sculos, Embora
numerosos, os seguintes so suficientes para nosso esclarecimento:
a) Didach, ou Ensino dos Apstolos (cerda de 150 A.D.) livro 5,
captulo 19.
b) Constituio dos Santos Apstolos (cerca de 390 A.D.).
c) Sobre o Jejum, de Tertuliano (cerca de 225 A.D.) captulo14.
d) Narrao sobre o Salmo 80, de Agostinho (cerca de 420 A.D.),
pargrafo segundo.
No apenas os textos neotestamentrios usam a expresso mi
sabbton, para o primeiro dia da semana, j que esta denominao se
conserva at hoje nas Igrejas da Sria e Etipia.
Conclumos portanto que a expresso "mi sabbton" foi
corretamente traduzida para o portugus por primeiro dia da semana.
Em segundo lugar, no resta dvida alguma, sobre o fato de que a
Bblia no faz meno especial de qualquer espcie, ao primeiro dia da
semana como querem defender os guardadores do domingo.
O Dr. Anbal Pereira Reis, em seu livro A Guarda do Sbado, pgs.
140-141, com bastante sagacidade e astcia tenta provar, atravs de
sofismas baseados em Marcos 16:2 e 9 que o domingo o principal dia da
semana.
egpcia que registra a morte de uma sacerdotisa no quarto dia do 129 ms,
relata que o sucessor dela chegou no 12 dia, quando se passaram 12 dias.
evidente que, pela nossa maneira de contar diramos que os doze dias,
passados a partir do 4 dia, chegariam data de 16".
Broadus e outros pesquisadores citam uma frase do Talmude de
Jerusalm que nos til: "um dia e uma noite juntos formam um onah
e qualquer parte deste perodo contada como um todo. O termo hebraico
onah,
onah corresponde ao grego nicthmeron, que significa, noite e dia,
como est empregado em II Cor. 11:25. No foi este o vocbulo empregado
por Mateus, talvez em virtude de estar fazendo uma citao do Velho
Testamento (Jonas 1:17).
Seria de bom alvitre frisar que "trs dias e trs noites" s aparece em
Mal. 12:40, porque nas passagens paralelas so usadas estas outras
expresses equivalentes: trs dias, depois de trs dias, ao terceiro dia.
Cristo o fez por estar citando o Velho Testamento (Jonas 1:17), mas deve
ficar bem claro, que est usando em hebrasmo, ou a contagem inclusivo.
Textos que mencionam este mesmo perodo de tempo.
No terceiro dia
Em trs dias
Depois de trs dias
Mat. 26:61; 27:40 Mat. 27:63
Mat. 16:21; 17:23; 27:64
Mar. 14:58
Mar. 8:31
Luc. 9:22; 24:21, 46
Joo 2:19
Para uma compreenso mais ampla do problema seria til consultar o
Comentrio Adventista, Vol. l, pg. 82, e Vol. II, pgs. 135-137.
Concluso
A passagem de Mat. 12:40 no deve ser citada por nenhum incrdulo
como prova de contradio nas Santas Escrituras.
Nenhuma dificuldade existe para harmoniz-la com o perodo em que
Cristo esteve na sepultura, se for considerada a cultura hebraica e o
contexto histrico da poca.
Se o problema, aparentemente existe, este dirimido, quando se
considera a contagem diferente dos orientais.
Vale ainda ressaltar, mais importante do que o tempo da estada de
Cristo na tumba, foi a sua morte vicria, que nos propicia a salvao.
Demos sempre graas a Deus pelo sublime sacrifcio de Cristo por ns.
Filho de Deus
Filho do Homem
Esta expresso usada 94 vezes no Novo Testamento, sendo
empregada por Mateus, 32 vezes; Marcos, 14; Lucas, 26; Joo 12; Atos, 7;
Heb. 1; e Apocalipse, 2; sempre pelo prprio Cristo, exceto em so Joo
12:34, Atos 7:56, Heb. 2:6 e Apoc. 1:13; 14:14.
Outras fontes mencionam 83 vezes referindo-se a Cristo.
Concluso
Para a nossa mente ocidental os termos "Pai" e "Filho", sugerem por
um lado a idia de origem e superioridade, e por outro lado, a idia de
dependncia e subordinao. Numa linguagem teolgica, porm, eles so
usados no sentido oriental ou semtico de igualdade com respeito natureza
(mesma natureza). Quando as Escrituras chamam a Jesus Cristo como o
Filho de Deus, elas querem afirmar a verdadeira divindade de Cristo.
Quando O denominam Filho do homem querem realar a Sua humanidade.
Esta idia bastante clara nos conceitos emitidos pelos telogos
adventistas, como nos comprovam estas duas destacadas obras.
1) "O ttulo acentua a realidade de Sua natureza humana, assim como
o ttulo semelhante, 'Filho de Deus' confirma sua divindade." SeventhDay Adventist Bible Dictionary, by Siegfried H. Horne.
2) "O termo 'Filho de Deus' d nfase identidade de Cristo com
Deus, Sua natureza divina, e Sua ntima e pessoal relao com o Pai. O
termo 'Filho do Homem' d nfase a Sua identidade com o homem, Sua
natureza humana, e Sua ntima e pessoal relao com a humanidade."
Problems in Bible Translation, publicao da Review and Herald, pg. 243.
Apesar destas declaraes to evidentes, antes de concluir preciso
acrescentar o seguinte:
"Tradicionalmente o ttulo, Filho do homem, tem sido empregado para
designar a humildade de Cristo para distinguir de Sua natureza divina.
Certamente esta significao est envolvida, mas uma muito mais profunda
significao emerge de um mais atento exame de seu uso." "Com esta
expresso Cristo reivindica sua natureza divina." The Zondervan
Pictorial Encyclopedia of the Bible, vol. V, pg. 485.
A obra The Christology of the New Testament de Oscar Cullman na
pgina 162, nos informa:
"A Teologia clssica sempre contrastou Filho do Homem e Filho de
Deus. Do ponto de vista do dogma posterior "verdadeiro Deus verdadeiro
homem", entendeu-se a designao "Filho do Homem" apenas como uma
expresso da "natureza humana" de Jesus em contraste com sua "natureza
III. Variante
a maneira diferente da mesma passagem se apresentar nos
manuscritos. Expressando-nos de outra maneira: Quando os manuscritos
que contm a Bblia em seu idioma original diferem entre si em algum
pormenor, o modo diferente de cada manuscrito chama-se "variante". A
finalidade principal da Crtica Textual concluir qual seja a melhor
variante, indubitavelmente a que tem mais probabilidade de ser a original e
autntica.
O Novo Testamento Grego, normalmente, traz uma folha com o
Aparato Crtico, conjunto de sinais indicando as mudanas que copistas,
algumas vezes intencionalmente, porm, muitas outras despercebidamente
introduziram no texto que estavam copiando. papel primordial da Crtica
Textual detectar estas variantes, escoimando o texto das omisses,
mudanas ou acrscimos que por acaso tenham aparecido.
Aps esta digresso pelo reino da Crtica Textual, faamos alguns
comentrios sobre o trmino do Pai Nosso.
Quase todas as Bblias evanglicas registram estas palavras finais,
enquanto as Bblias catlicas jamais perfilharam este caminho.
Modernamente h a tendncia de elimin-la nas Sociedades 8blicas, como
podemos notar na American Standard Version (1901), na The New English
Bible (1970), e em O Novo Testamento Vivo. A Almeida Revista e
Atualizada no Brasil e o Novo Testamento na Linguagem de Hoje a
colocam entre colchetes, como indicao de que esta parte no se encontra
no texto grego que serviu de base para a traduo.
A Crtica Textual, depois de um estudo detalhado e consciencioso,
concluiu que ela apenas se encontra nos seis seguintes manuscritos unciais:
K, L, W, delta, teta, e Pi. Os peritos nesta matria esto bem cientes de que
estes manuscritos, dos 252 existentes, no esto entre os mais
significativos. Dos 2.700 manuscritos cursivos, apenas 19 apresentam a
doxologia. Poucas das inmeras verses antigas, como a siraca, copta,
latinas, etope, armnia, egpcia, gtica a consignam. Diante desta realidade
os entendidos da Crtica Textual da Bblia aconselham os tradutores a
suprimirem definitivamente a doxologia,
O Comentrio Adventista segue orientao idntica ao declarar:
"Esta clusula apresenta a doxologia do Pai Nosso. Importante
evidncia textual pare ser citada em favor da sua omisso. No consta da
verso de S. Lucas desta orao (S. Luc. 11:4). Contudo, o sentimento que
ela expressa escriturstico, em estilo paralelo com I Crn. 29:11-13."
Concluso
Nota
O peridico "O Pregador Adventista", Janeiro-Fevereiro de 1949, pg.
22, trouxe a seguinte informao sobre A Comma Joanina:
"Cipriano Bispo de Cartago (que morreu em 258) escreveu as
palavras na margem do versculo, como simples anotao sua. Mais tarde
foram acrescentadas aos manuscritos posteriores da Vulgata de S.
Jernimo".
Concluso
Quero terminar e sumariar cem o que declarou Edward W. H. Wick no
livro j citado, pg. 24:
"A fim de descobrir o que Paulo quer dizer em Romanos ao afirmar
que Jesus a propiciao, devemos ir a outro lugar no Novo Testamento
onde a palavra empregada, e este em Hebreus, na descrio do
santurio. Ali a palavra usada para a tampa da arca, o lugar entre os
querubins. Ali o sangue era aspergido no Dia da Expiao. Em outras
palavras, havia o lugar onde a expiao era feita em prol dos israelitas.
Assim, de acordo com Romanos, se Jesus nosso hilastrion, Ele o lugar
onde, ou o meio pelo qual nossa expiao feita.
"Expiao significa o perdo dos pecados, o cancelamento dos
mesmos. Assim Jesus o meio da expiao, a maneira pela qual os pecados
so cobertos. Propiciao significa o desvio da ira, a expiao significa o
apagamento do pecado. O sacrifcio o meio pelo qual a expiao feita.
O sacrifcio de Jesus a maneira pela qual os pecados so perdoados".
PARACLETO Paravklhtov
Paravklhto
Este vocbulo que usado no Novo Testamento 5 vezes, aparece
apenas nos escritos joaninos (4 vezes no evangelho 14:16, 26; 15: 26; 16:
7; e uma vez na primeira epstola 2:1). A forma verbal paraclein e o
substantivo parclesis so freqentes nos escritos neotestamentrios,
porm, no so usados por Joo.
Paracleto no aparece na Septuaginta, A palavra formada da
preposio parav par = ao lado de, junto a; e do verbo
kalevw kaleo = chamar; significando portanto chamado para o
lado de, algum chamado para ajudar ao lado de outrem.
Os gnsticos usavam esta palavra com o sentido de assistente ou
ajudante. No grego clssico paracleto usada com o sentido de advogado,
algum que pleiteia a causa de outrem, sentido este que passou ao grego
helenista, nos escritos de Josefo, Filo e tambm para os papiros dos tempos
apostlicos. No incio a palavra apenas designava um advogado, mas o seu
sentido se ampliou, indicando idias de consolo e conselho. O verbo
paracleo, to comum na Septuaginta, ocorre com freqncia, para indicar o
auxlio que Deus concede, aos seus filhos, a fim de ajud-los em todas as
suas necessidades.
Paracleto usado no Novo Testamento tanto para o Esprito Santo
quanto para cristo. O Esprito Santo no se limita ao papel de um
advogado, pois Cristo declara que ele nos guiar a toda a verdade,
convencer o mundo do pecado, havendo de operar a nossa transformao
para que nos qualifiquemos para o cu.
Para Arthur John Gossip a obra do Esprito Santo a seguinte: "O
Esprito que ele 'Deus' nos envia, um Esprito poderoso, que insta
conosco de forma intensa. Ele impele, ele reaviva, ele revigora, ele infunde
novo nimo e nova coragem aos descorooados e, repondo na ordem as
fileiras dispersas, permite-nos tirar a vitria da prpria derrota".
Maranata
Concluso
Como acabamos de expor, difcil apresentar com preciso o exato
significado desta palavra aramaica, mas procurando captar o consenso geral
dos estudiosos, podemos declarar que se trata de uma orao,
particularmente usada por Paulo em suas saudaes crists como o mais
sublime e exultante testemunho da acariciada esperana na vinda do Senhor
Jesus. (Fil. 4:5; Judas 5; Apoc. 1:7; 7:11).
SCULO SANTO
fivlhma
confortador saber que a Nova Terra (kain) vista por Joo esta
nossa Terra, renovada pelo poder de Deus. Sabemos tambm que o pecado
obliterou o plano divino para esta Terra, mas graas ao plano da salvao
esta abenoada Terra, que nos viu nascer, depois de purificada pelas
chamas destruidoras ser o lar ednico dos salvos.
Assim como esta terra ser renovada (kain), a nossa vida tambm
precisa ser renovada pelo poder de Deus. Devemos submeter-nos justia
de Cristo, para que esta renovao seja completa. "E assim, se algum est
em Cristo, nova Criatura: as coisas antigas j passaram; eis que se
fizeram novas." II Cor. 5:17.
Quando o revelador descreveu o novo cu e a Nova Terra nesta
passagem ele usou a palavra grega "kains" que quer dizer nova em
qualidade, contrastando cem nos que significa nova em tempo.
O Comentrio Adventista, vol. 7, pg, 889, consigna:
"Joo estava, provavelmente, ressaltando o fato de que os novos cus
e a nova Terra sero criados dos elementos purificados dos velhos, e assim
sero novos em qualidade, e sero diferentes. Os novos cus e a nova Terra
sero ento uma recriao, uma nova feitura dos elementos existentes."
IV. Novo Concerto
A expresso Novo Concerto, em grego "diateke kaine" usada em
Heb. 8:8 significa restaurar ou renovar. um novo renovado, melhorado,
de maior excelncia.
Nem sempre a diferena entre kains e nos bem ntida, como na
referncia a novo homem, que aparece na Bblia: kains ntropos e nos
ntropos.
E. W. Bullinger no precioso A Critical Lexicon and Concordance,
pg. 523, estabelece para este caso a seguinte distino:
"Quando as duas palavras so usadas para a mesma coisa, h sempre
esta diferena: assim o kains ntropos, o novo homem, aquele que
difere do anterior; o nos aquele que renovado segundo a imagem
daquele que o criou." Em Efsios 2:15 "aboliu na sua carne a lei dos
mandamentos na forma de ordenanas, para que dos dois criasse em si
mesmo um novo homem, fazendo a paz"; encontra-se o kains ntropos.
Em Colossenses 3: 10 "e vos revestistes do novo homem que se refaz
para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou",
aparece nos ntropos.
Concluso
Creio que o estudo destas duas palavras proveitoso para a explicao
de passagens bblicas, a fim de que os torcedores da verdade, no
empreguem declaraes como "novo mandamento" e "novas lnguas" para
apoiarem ensinamentos no defensveis pelas Sagradas Escrituras.
Comentrios Gerais
Definio de Ira
"Mgoa ou paixo que a injria desperta na pessoa injuriada; raiva,
clera. Desejo de vingana." Laudelino Freire.
Ira do Homem
De acordo cem o Dicionrio Enciclopdico da Bblia (Editora Vozes
Limitada, Petrpolis) a ira do homem geralmente reprovada na Escritura;
quanto ao Velho Testamento sobretudo, nos escritos de Salomo. O motivo
parece ser mais utilitrio desde que a ira nos causa prejuzo.
Prov. 15:18 "O homem iracundo suscita contendas, mas o
longnimo apazigua a luta."
Prov. 18:19 "Homem de grande ira tem de sofrer o dano."
O Novo Testamento tambm condena a ira, basta ler:
v Mat. 5: 22 "Quem se irar contra seu irmo estar sujeito a
julgamento."
v Efsios 4:31 "Longe de vs toda a amargura, e clera e ira..."
Pode-se ler ainda: Gl. 5:20; Ecles. 7:9; J 5:2, Sal. 37:8; Prov.14:17.
A ira est classificada pela Igreja Catlica entre os sete pecados
capitais; sendo os outros seis: orgulho, avareza, luxria, gula, inveja,
preguia. Destes sete h dois que merecem, no uso corrente da linguagem,
uma exceo muito honrosa, o orgulho e a ira. Falamos habitualmente em
santo orgulho (a justa soberba) como em santa ira (o dio bem fundado).
Quando nos orgulhamos de atos que merecem o nosso respeito e
representam verdadeiros paradigmas de nossa conduta, o orgulho deixa de
ser pecado para se transformar em virtude. o santo orgulho. Quando
odiamos a injustia, o erro, o pecado e discernimos, com isso, o bem do
mal, o certo do errado, a virtude do relaxamento, esse dio se transfigura e
se redime. a santa ira. Desta santa ira o prprio Jesus nos deu o exemplo,
como se v na sua maneira de falar sobre os fariseus e no seu
comportamento no templo. Estas atitudes esto relatadas em Marcos 3:5 e
Mat. 21:12.
Em Marcos 3:5 no grego se encontra: olhando-os ao redor, cem ira
orgu.
No seria a esta ira que se refere a Palavra Divina, quando preceitua:
"Irai-vos e no pequeis" (Efs. 4:26?
orghv
orgu;
qimovv
parorgismovv parorguisms:
thims;
Ira de Deus
Uma pesquisa na Bblia nos leva concluso de que a ira humana e a
ira de Deus so totalmente distintas.
Freqentemente o princpio da ira de Deus apresentado em termos
antropomrficos. Veja apndice.
Russel Norman Champlin, em seu comentrio sobre Romanos 1:18
pondera:
"A ira de Deus no indica alguma forma de emoo humana, que
perturbe o equilbrio emocional das pessoas e as torne desejosas de ferir s
outras, em forma de aes maldosamente planejadas, conforme a ira
humana geralmente obriga as suas vitimas a fazerem. A ira de Deus
ordinariamente aludida em termos escatolgicos, referindo-se ao
julgamento que haver no futuro dia do Senhor."
" a justa indignao de Deus quando do julgamento contra o
pecado." Idem, comentrio de Rom. 5:9.
F. F. Bruce no livro: Romanos Introduo e Comentrio, pg. 69 ao
analisar Rom. 1:18 nos esclarece:
"Se se pensa que a palavra ira no muito apropriada para usar-se
com relao a Deus, provavelmente porque a ira como a conhecemos na
vida humana, constantemente envolve paixo egocntrica, pecaminosa.
Com Deus no assim. Sua 'ira' a reao da santidade divina face
impiedade e rebelio. Paulo decerto concordaria com Isaas ao descrever
esta ira de Deus, como 'sua obra estranha' (Isaas 28:21) qual Ele a aplica
lentamente e com relutncia. ...
"A idia de que Deus ira no mais antropoptica do que o
pensamento de que Deus amor. A razo pelo qual a idia da ira divina
est sempre sujeita a mal-entendidos que a ira entre os homens
eticamente errada. E contudo, mesmo entre os homens no falamos da ira
justa?"
H dois extremos que devem ser evitados ao tratar-se da ira de Deus.
O primeiro pertence queles que O apresentam cheio de amor e
longanimidade e como um Pai amoroso no ir destruir os seus filhos,
portanto no acreditam na severidade ou na ira de Deus. No extremo oposto
se encontram os que apresentam a Deus como um ser vingativo e irado que
far os homens queimarem para sempre. Muitos sacrifcios tm sido feitos
para aplacar esta ira.
No h nenhuma discrepncia nos versos que apresentam a Deus
cheio de bondade e amor com aqueles que revelam sua ira contra o pecado
e os pecadores que acintosamente o rejeitam. O amor requer julgamento. A
severidade divina sempre manifestao do amor.
Quantas vezes a ira que veio a Israel foi interpretada como vinda de
Deus. Assim, Satans oculta sua obra, atribuindo-a a Deus. Ele tem alistado
muitos telogos ao seu lado para ajud-lo nesta fraude.
"Satans exerce domnio sobre todos os que Deus no guarda
especialmente. Ajudar e far prosperar alguns, a fim de favorecer os seus
prprios intuitos; trar calamidade sobre outros, e levar os homens a crer que
Deus que os aflige."16
Concluso
Quando a Bblia fala da ira de Deus ela nos deseja ensinar que Ele
justo e tem averso ao pecado.
Ira de Deus uma expresso bblica que significa o castigo dos mpios
no Juzo Final.
Ira de Deus outra expresso para a justia divina.
Apndice
Os judeus apresentavam a divindade com reaes humanas
antropomrficas.
A
palavra
antropomorfismo
significa
em
grego
ALMA E ESPRITO
interessante, antes do estudo destas duas palavras, saber que existem
duas doutrinas relacionadas com este tema.
1) Conhecida cem o nome de tricotomia (diviso em trs partes)
segundo a qual o homem constitudo de corpo, esprito e alma.
2) Chamada de dicotomia (diviso em duas partes) por defender que o
homem formado de duas partes: corpo, sendo a alma e o esprito uma s
coisa, isto , a parte imaterial do homem.
I. Origem, traduo, vezes usadas e definies
1) O que alma?
O melhor ir ao original hebraico no VT e ao grego no NT para nossa
melhor compreenso.
A palavra hebraica para alma "nephesh
nephesh".
nephesh Nephesh o
substantivo derivado do verbo naphash,
naphash que usado somente trs
vezes no Velho Testamento (xo. 23:12; 31:17; II Sam. 16:14) cada vez
significando para reviver a si mesmo, ou tomar alento.
De acordo com o livro Questions on Doctrine, pg. 512 ela usada 75
vezes no Velho Testamento. conforme citao de E. W. Bullinger em A
Critical Lexicon and Concordance, pg. 721, este termo usado no Velho
Testamento 752 vezes, E. W. Bullinger nos informa ainda que ela
traduzida de 44 maneiras diferentes, sendo agrupadas em 4 classes distintas
com finalidades didticas. Estas classes so:
a) Criatura
b) Pessoas
c) Vida e Vidas
d) Desejos
Outros estudiosos falam em 754 vezes. Esta divergncia no nos deve
preocupar porque ela resultante de manuscritos diferentes em que se
basearam os pesquisadores.
passagens de Ezeq. 18: 4; Apoc. 16:3 e Atos 3:23. H aqui a prova mxima
de que estes vocbulos no indicam que a pessoa possa ter uma existncia
consciente e independente aps a morte.
A palavra nephesh usada em Gn. 2:7 tambm empregada
para designar a condio do animal em Gn. 1:20, 21, 24; 2:19.
A afirmao de Gn. 2:7 importante para ns: "Ento formou o
Senhor Deus ao homem do p da terra (isto o corpo), e lhe soprou nas
narinas, o flego de vida (chamado esprito), e o homem passou a ser alma
vivente." A combinao do sopro (flego) e do corpo resultou em uma
alma vivente. Aqui no existe a declarao que foi dada ao homem uma
alma vivente, mas que ele se tornou uma alma vivente.
O que precisa ser bem frisado desta declarao que a pessoa uma
alma, e no que a pessoa tem uma alma.
Ponderar algum: Mas h muitas expresses na Bblia, como "minha
alma", "tua alma", "sua alma", "a alma deles", que parecem indicar que a
pessoa tem uma alma. Estas expresses, na maioria dos casos, so usadas
para substituir os pronomes pessoais correspondentes. Seriam
peculiaridades ou substituies literrias, como em portugus, minha alma
= me, tua alma = te, a alma deles = eles ou lhes.
No Salmo 7:2 temos esta confirmao: "Para que ele no arrebate a
minha alma como leo..." significa: Para que ele no me arrebate como
leo...
Outros exemplos bblicos da palavra alma usada como pronomes
pessoais ns os temos em Mat. 11:29 ". . . e achareis descanso para
vossas almas" (isto , para vs); II Cor. 12:15 "Eu de boa vontade me
gastarei e ainda me deixarei gastar em prol das vossas almas." evidente
que aqui significa em favor de vs.
Joo comumente emprega a palavra alma (psiqu) para designar o
princpio da vida natural (Joo 10:11, 15; 13:37; 15:13; 1 Joo 3:16; Apoc.
8:9; 12:11; 16:3). Em todas as passagens, excetuando-se a ltima a palavra
yujkhv psiqu est traduzida por vida na traduo de Almeida
Edio Revista e Atualizada no Brasil. Em Apoc. 16:3 foi traduzida por
ser vivente. H dois excelentes exemplos bblicos, um de Joo e outro de
Lucas onde a palavra original psiqu foi adequadamente traduzida por
vida: Joo 10:11 "Eu sou o bom pastor. O bom pastor d a vida pelas
ovelhas." Atos 20:24 "Porm, em nada considero a vida preciosa para
mim mesmo..."
Freqentemente a Bblia usa alma em nosso sentido de corao, como
acontece nas passagens de Luc. 1:46; 2:35, S. Joo 10:24 e Atos 14:2.
The Interpreter's Dictionary of the Bible ao estudar a palavra alma nos
informa que este vocbulo freqentemente est impregnado da filosofia
platnica e de idias gnsticas. Afirma ainda que no Velho Testamento
nunca significa a alma imortal, mas essencialmente o princpio de vida, o
ser vivo.
"Antes que a poeira retorne terra para se tornar o que era; e antes que
o sopro de vida retorne a Deus que o deu".
O livro Consultoria Doutrinria da Casa Publicadora Brasileira, pgs.
93-94 assim explica este verso:
"Esse flego, dado por Deus a todos os homens, bons e maus, e aos
animais recolhido por Deus. Por ocasio da morte, Deus recolhe o flego
da criatura, para reintegr-lo no ar, a fim de que na ressurreio Ele
proceda de novo como na criao: far assoprar o flego do ar para as
narinas dos ressuscitados. Lemos em Ezeq. 37:9 e 10: 'Assim diz o Senhor
Deus: Vem dos quatro ventos, esprito, e assopra sobre estes mortos, para
que vivam. . . E o esprito (ou flego) entrou neles e viveram e se puseram
em p, um exrcito sobremodo numeroso'. Tal ocorrer na ressurreio
final. O homem no tem poder para reter seu flego. Cristo e Estvo, ao
expirarem, pediram a Deus que lhes recebesse o flego".
As duas palavras, flego e esprito, so usadas na Bblia uma em lugar
da outra.
e) Gn. 35:18 "Ao sair-lhe a alma (porque morreu), deu-lhe o nome
de Benoni; mas seu pai lhe chamou Benjamim."
Esta passagem tem sido muito citada pelos defensores da idia de que
a alma tem existncia separada do corpo.
A palavra nephesh usada neste texto tem o significado de vida,
por isso a frase deveria ser traduzida: "como sua vida estava saindo".
Concluso
Embora a Bblia nada ensina sobre uma alma ou esprito consciente
que sobrevive aps a morte do corpo, ela fala muito sobre a vida aps a
morte. Nenhuma distino feita entre a maneira da morte do justo ou do
mpio. Assim como morre um morre o outro. Mas h uma diferena cardeal
com relao ao futuro dos justos e dos mpios mortos. Todos permanecem
no p at o tempo da ressurreio. Ento vivero novamente para enfrentar
as conseqncias de suas escolhas durante o tempo de vida. Joo 5:28, 29;
1Tes. 4:16, 17. Os que aceitaram a oferta de Cristo de vida eterna e
imortalidade a recebero por ocasio da vinda do Senhor. Os que rejeitaram
esta oferta no podem receber vida de nenhuma outra fonte. (Joo 1:4;
3:16; 17:2; I Joo 5:12).
O que verdadeiro para o homicida mencionado em I Joo 3:15
verdadeiro para qualquer pecador que no aceite a Cristo como Seu
Salvador.
'Aquele que tem o Filho tem a vida'. l Joo 3:15. Literalmente a
expresso diz: 'tem a vida', e se refere 'vida eterna' de I Joo 5:11. Esta
vida comea com o novo nascimento do cristo (Joo 3:7), e continua pela
eternidade. I Joo 3: 14; 5:11, 12; S. Joo 1:4; 5:24; 10:28; 12:25. Aquele
que vitorioso em Cristo nunca perde este dom. Morte, dissoluo fsica, e
sono inconsciente at a ressurreio no elimina o dom da vida por Cristo.
Para os mortos que dormem no h conscincia do lapso de tempo entre a
morte e a ressurreio.
O conceito da imortalidade da alma, esta sobrevivendo aps a morte
do homem, como um esprito sensvel e inteligente, com uma existncia
separada do corpo, penetrou durante o perodo intertestamentrio, atravs
da influncia da filosofia grega, sobre o pensamento judeu. Durante os trs
primeiros sculos DC, a teologia crist adotou a idia da mesma origem,
especialmente de Plato. Segundo o historiador grego, Herdoto, os gregos
tomaram emprestado este conceito dos egpcios. O conceito popular base
para vrias doutrinas tal como a idia de que aps a morte o homem vai
para o cu, purgatrio ou inferno, e que os perversos vo ser queimados
eternamente. As Escrituras ensinam que somente Deus imortal, ou tem a
O grego, sendo uma das mais ricas lnguas do mundo, tem o poder
inigualvel de expressar sutis diferenas de significado por palavras
distintas. Freqentemente o grego apresenta vrias palavras para expressar
mudanas de significados, enquanto ns o fazemos mediante um s
vocbulo. Em portugus todas as cambiantes do rico sentimento do amor
so expressas por uma palavra, enquanto o grego o faz atravs de quatro
formas distintas. So elas:
1) O verbo agapavw agapao e o substantivo
avgaph gape.
2) O verbo filevw fileo e o substantivo filiva filia
3) O verbo stevrgw stergo e o substantivo stovrgh
storge.
4) O verbo e}ravw erao e o substantivo e}rov eros.
usado para o amor de Jesus por Lzaro (Joo 11:3, 36) e uma vez usado
para o amor de Jesus pelo discpulo amado (S. Joo 20: 2).
3) Stergo um verbo que est mais relacionado com afeio familiar.
Seria traduzido com propriedade para o portugus por amar com ternura,
suportar.
Pode ser usado para o amor de um povo por seu governo, mas o seu
uso mais normal descrever o amor entre cnjuges, e entre pais e filhos.
Plato escreveu: "Um filho ama (stergein) e amado por aqueles que o
geraram".
Este verbo no aparece no Novo Testamento, mas apenas em um
adjetivo cognato filovstorgov filstorgos Rom. 12:10,
traduzido na Almeida Revista e Atualizada no Brasil por "amor fraternal".
Paulo o usa como indicao de que a comunidade crist no uma
sociedade, mas uma famlia.
4) Erao usado principalmente para o amor entre os sexos, Tanto em
grego como os derivados em portugus (erotismo, ertico) nos evidenciam
que este verbo adquiriu uma conotao pejorativa. A nossa palavra amante
expressa esta idia decadente do vocbulo.
Tambm no usado no Novo Testamento, porm, aparece duas vezes
na Septuaginta em Ester 2:17 e Prov. 4: 6.
Sendo que erao expressava o lado negativo do amor, isto , a palavra
desprezvel, e que stergo estava ligado mais com afeio familiar, elas
tinham que ser colocadas de lado, por no expressarem os vastssimos
conceitos do amor cristo.
Das afirmaes anteriores, conclumos que as duas que se sobressaem
e merecem nosso especial interesse so: agapao e fileo, sendo Joo o
escritor bblico que mais constantemente usa estas duas palavras.
Agapao
O
verbo
agapavw
agapao e o substantivo
avgaph gape so as duas palavras mais comuns no Novo
Testamento. Agapao e fileo corresponderia s palavras latinas diligo e amo
usadas na Vulgata.
As seguintes declaraes de William Barclay, em New Testament
Words, pgs. 20-23 ao comentar gape so importantes:
"A grande razo por que o pensamento cristo se fixou em gape
que esta palavra exige o exerccio do homem todo. O amor cristo no deve
apenas se estender aos nossos mais prximos e mais queridos, nossa
parentela, nossos amigos e aqueles que nos amam; o amor cristo deve
estender-se comunidade crist, ao prximo, ao inimigo, a todo o mundo".
"gape tem a ver com a mente: no simplesmente uma emoo que
surge espontaneamente em nosso corao; um princpio pelo qual
vivemos deliberadamente. gape tem a ver supremamente com a vontade.
Fileo
Este verbo usado 25 vezes no Novo Testamento, 22 das quais
significando amar e 3 com o significado de beijar.
H um fascinante calor nesta palavra, Ela significa olhar para algum
com afetuosa considerao. Esta palavra tem em si todo o calor da
verdadeira afeio e do verdadeiro amor.
Umas poucas vezes fileo usado para expressar o amor do Pai pelo
Filho Joo 5:20; para o amor de Deus pelo homem (Joo 16:27); para a
devoo que o homem deve prestar a Jesus (I Cor. 16:22); mas as
ocorrncias de fileo no Novo Testamento so comparativamente poucas,
quando comparadas a agapao que usado quase seis vezes mais.
Que Amor?
J falamos muito sobre o amor, mas ainda no o definimos.
Todas as definies conseguidas so limitadas e ineficazes para
expressar este atributo divino.
Os seguintes pensamentos (eu chamaria de tentativas para defini-lo)
so teis para ampliarem nossa compreenso deste profundo sentimento.
"O amor o caminho mais curto de reconduo a Deus".
"Amor uma gota celeste colocada no clice da vida para lhe corrigir
o amargor".
Definies e Explicaes
A palavra glossolalia, de acordo com seus elementos
constitutivos, significa: Glossa = lngua lalia = o ato de falar (do verbo
lalo), significando assim falar lnguas.
Joo F. Soren, assim define:
"O dom de lnguas um milagre divino em que, no exerccio da
vontade e sabedoria divinas, o Esprito Santo concede a alguns crentes o
poder de falarem em idiomas que no aprenderam pelos processos naturais,
e isto para o fim de testemunharem eles de Jesus Cristo perante os que no
crem."
Elemer Hasse o define com bastante preciso:
"Dom de lnguas a divina capacitao de se poder exprimir numa
lngua estrangeira."
Em outras palavras: Dom de lnguas a possibilidade que o Esprito
Santo concede ao crente para falar um idioma totalmente desconhecido
para ele.
Os comentaristas de um modo geral afirmam: Esse dom consistia de
poderes milagrosos conferidos aos apstolos para pregar o Evangelho a
todas as naes nas suas respectivas lnguas.
bom saber que este dom no necessrio para a salvao da pessoa,
mas uma concesso dada por Deus para levar a salvao a outros.
O Interpreter's Dictionary of the Bible, vol. 4, pg. 671 declara que a
glossolalia foi um notvel fenmeno do cristianismo primitivo,
mas logo a seguir acrescenta que este fenmeno no estava circunscrito ao
cristianismo, desde que era encontrado em muitas das religies do mundo
antigo.
No livro A Doutrina do Esprito Santo, pg. 51, Joo F. Soren afirma:
"O fenmeno glossollico universal no sentido que aparece nas mais
variadas circunstncias, tempos e lugares. Encontramo-lo em o Velho
Testamento. Descobrimo-lo nas religies pags e tnicas. Reponta em
seitas neopags e em diversos ramos e grupos do cristianismo primitivo,
medieval e hodierno. Constatamo-lo ainda em manifestaes psicopticas e
psiconeurticas, sem qualquer influncia religiosa."
Comentrios Gerais
O Batismo com o Esprito Santo e o Falar Lnguas
Indica a Bblia que toda a pessoa batizada com o Esprito Santo falaria
lnguas? Os pentecostais declaram de maneira enftica que os cristos que
recebem o Esprito Santo precisam falar lnguas.
Eis suas declaraes:
"Um cristo que no foi batizado com o Esprito Santo, tendo como
prova disso o falar em lnguas, um fracalho espiritual, comparado com
aquilo que poderia ser caso fosse batizado com o Esprito Santo, de acordo
com Atos 2:4."
dogma entre as igrejas pentecostais, que o batismo no Esprito Santo
sempre vem acompanhado das 1nguas.
A Constituio das Assemblias de Deus afirma:
"O batismo no Esprito Santo testemunhado pelo sinal fsico inicial
do falar em outras lnguas, segundo o Esprito de Deus lhes concede."
Esta afirmao seria defensvel pela Bblia? De modo nenhum, pois
uma pesquisa bblica nos informa que de dezoito notveis relatos do
batismo com o Esprito Santo, catorze no apresentam nenhuma referncia
a lnguas.
Na Igreja Apostlica h muitas evidncias da manifestao do Esprito
Santo na vida e na obra dos crentes sem o aparecimento do dom de 1nguas.
Os seguintes exemplos so concludentes:
1) Os sete diconos foram homens cheios do Esprito Santo, mas no
h nenhuma meno de que tivessem falado lnguas.
2) Os samaritanos ao crerem na Palavra de Deus receberam o Esprito
Santo, porm, no foram agraciados com o dom de lnguas.
O pastor luterano Larry Christenson estudando os relatos sobre o
batismo, no livro de Atos, pergunta:
"Significar isso que todo aquele que recebe o Esprito Santo fala em
lnguas e que se algum no falou em lnguas no recebeu realmente o
Esprito Santo?" Sua resposta : "No creio que se possa tirar essa
concluso fixa das Escrituras." Revista Trinity, vol. III. N l).
2) Arrependimento.
"Cada um de vocs deve abandonar o pecado, voltar-se para Deus e ser
batizado no nome de Jesus Cristo para o perdo dos seus pecados: ento
vocs tambm recebero o Esprito Santo, que ser dado a vocs." Atos 2:38.
3) Obedincia.
"Ns somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Esprito Santo, que
Deus outorgou aos que lhe obedecem." Atos 5:32.
Porque esta idia no est contida na Bblia. O relato divino este: "No
so, porventura, galileus todos esses que a esto falando? E como os
ouvimos falar, cada um em nossa prpria lngua materna?" Lucas apresenta
a seguir a relao de dezesseis regies lingsticas, cujos habitantes ouviam
os apstolos falarem nas lnguas de sua procedncia.
O milagre de Pentecostes consistiu no seguinte: Deus concedeu aos
discpulos a faculdade de falarem nas lnguas maternas representadas pelas
diversas nacionalidades mencionadas em Atos 2:9-10. Este milagre era
uma evidncia de que o Esprito Santo viera, e um sinal para os judeus de
que Jesus era verdadeiramente o Messias e ainda de que a mensagem
apostlica era verdadeira.
O livro Atos dos Apstolos, pgs. 39 e 40 confirma as afirmaes
feitas:
"O Esprito Santo, assumindo a forma de lnguas de fogo, repousou sobre
a assemblia. Isto era um emblema do dom ento outorgado aos discpulos, o
qual os capacitava a falar com fluncia lnguas com as quais no tinham nunca
entrado em contato. . . . Esta diversidade de lnguas teria sido um grande
embarao proclamao do evangelho; Deus, portanto, de maneira
miraculosa, supriu a deficincia dos apstolos. O Esprito Santo fez por eles o
que no teriam podido fazer por si mesmos em toda uma existncia. Agora
podiam proclamar as verdades do evangelho em toda a parte, falando cem
perfeio a lngua daqueles por quem trabalhavam. Este miraculoso dom era
para o mundo uma forte evidncia de que o trabalho deles levava o sinete do
cu."
Concluso
Nota
Na elaborao deste tema valemo-nos de Dicionrios, Comentrios,
artigos de revistas, estudos esparsos e de alguns livros, destacando-se entre
estes por nos fornecerem os melhores subsdios os trs seguintes:
1) Movimento Moderno de Lnguas de Robert G. Gromacki;
2) Luz Sobre o Fenmeno Pentecostal de Elemer Hasse;
3) A Doutrina do Esprito Santo do Parecer da Comisso dos Treze.
Quem se interessar por uma viso mais ampla do assunto, deveria l-los.
Concluso
O desejo de que houvesse em nosso mundo justia social com
extermnio da misria louvvel, mas a maneira apresentada para atingir
Nota
Para a apresentao deste trabalho consultei muitos livros, revistas
populares e religiosas, como a Revista Eclesistica Brasileira; e vrios
artigos de jornais. Dentre os livros destacam-se como mais significativos os
seguintes: Libertao da Teologia de Juan Luis Segundo; Teologia da
Libertao de Segundo Galilea; Frontiers of Theology in Latin America,
editado por Rosino Gibellini; Teologia da Libertao de Hubert
Lepargneur; Teologia do Poltico e Suas Mediaes de Clodovis Boff; Da
Libertao de Leonardo Boff e Clodovis Boff.
BIBLIOGRAFIA
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Berkhof, Louis. Princpios de Interpretao Bblica. Rio de Janeiro:
Casa Publicadora Batista, 1965.
Mas quantas vezes o povo de Deus no tem sido livrado da morte e dos
sofrimentos que Satans provoca como mundo.
Trs vezes Cristo faz referncias a Satans como Prncipe deste
mundo: Joo 12:31; 14:30; 16:11.
3) Sofremos porque Deus nos est disciplinando.
No est esta idia bastante arraigada em nosso meio?
O quarto acusador de J, o jovem Eli parece ser o pai deste
argumento. Isto est bem confirmado no captulo 33:19 e 29. H muitos
Elis em nossos dias, bem intencionados, mas totalmente equivocados
quanto ao modo de Deus agir com o homem.
Muitos admitem que Deus em Sua infinita sabedoria e bondade
submete o homem a uma tortura cruel para purific-lo.
Algum afirmou: "O sofrimento a escada da purificao".
Em um Estudo Bblico estampada na Revista Adventista do ms de
Abril de 1952 pg. 11, h esta afirmao: "Deus nos purifica mediante a
aflio. Isa. 48:10; J 23:10."
Se fosse assim no deveramos abrandar o sofrimento, porque seria
contrrio aos planos divinos. Sabemos que uma obra divina o aliviar a
dor. Se a perfeio fosse adquirida pelo sofrimento teramos a salvao
pelas obras. As penitncias teriam a aprovao divina. A salvao s
obtida pela graa de Cristo mediante a influncia do Esprito Santo no
corao.
Note bem: Se Deus usasse a dor, o sofrimento para nossa disciplina
haveria uma incoerncia com a teologia bblica que ensina algo diferente. I
Cor. 3:16-17. Ainda mais o apstolo Joo, em sua terceira carta, verso 2
declara: "Desejo que tenhas sade".
H uma ntima relao entre a sade do corpo e da alma. A condio
fsica afeta a condio da alma, portanto o sofrimento no pode purificar a
alma. Lendo o livro Temperana, especialmente, o captulo Fumo,
notaremos a ntida relao entre a sade do corpo e da alma.
Mas no diz a Bblia que Deus corrige, admoesta, disciplina os seus
filhos?
Apoc. 3:19 "Eu repreendo e castigo a quantos amo."
Heb. 12:6 "Porque o Senhor corrige a quem ama, e aoita todo filho
a quem recebe."
Sempre que Deus tomou medidas disciplinares com os homens,
quando a sua maldade era extrema como no Dilvio e em Sodoma e
Gomorra, antes de faz-lo enviou mensageiros apelando para que as
pessoas se arrependessem. J o fez e o far novamente no futuro, mas Isaas
28:21 nos diz que esta obra uma obra estranha personalidade divina.
Algum estar raciocinando assim: "Se as idias dos amigos de J
esto relatadas na Bblia, ento elas so certas."
Concluso
b) No Novo Testamento
Nesta parte da Bblia ela aparece apenas 4vezes em Apoc. 19, versos
1, 3, 4 e 6. Nestes versos ela indica o canto de jbilo dos Salvos no Cu,
pelo privilgio da salvao.
Esta palavra na realidade, a mais sinttica de todas as doxologias
conhecidas.
3) Amm
uma palavra mais rica de significados no original. Vem do verbo
hebraico amn, que significa: amparar, suportar, confiar, ser verdadeiro, o
que permanece firme, verdico, seguro, eterno.
Sendo uma palavra to rica em significaes ela usada:
a) Para confirmao de um compromisso que se toma, como pode ser
visto em I Reis 1:36 e Jer. 11: 5; ou para a pessoa declarar que
aceita a maldio ou castigo caso no cumpra o compromisso. Um
exemplo frisante se encontra em Deut. 27:15-26, onde os doze
versculos culminam com um enftico "amm".
b) Como frmula de apoio a um desejo ou uma esperana, a exemplo
da orao de Davi. I Crn. 16:36.
c) Como um ttulo para Cristo em Apoc. 3:14. Esta a nica vez no
Novo Testamento que Amm usada como um nome prprio. Ele
aqui chamado o Deus do Amm, porque ele a autenticao e
a segurana pessoais da verdade de Deus entre os homens.
Os comentaristas vem nesta expresso uma influncia de Isaas 65:16
que chama a Deus, como o Deus que dir Amm. Nesta passagem de Isaas
Deus chamado duas vezes de Eloim Amm = Deus do Amm, cuja
expresso tambm pode ser traduzida como o Deus da verdade, isto , o
Deus que garante o que promete com a verdade de suas palavras.
A identificao de Deus que diz Amm, em Isaas 65:15, com Cristo,
o Amm de Apoc. 3:14 uma prova irrecusvel da divindade do nosso
Salvador.
Cristo ao declarar-se como o Amm, deseja transmitir-nos a idia de
que Ele a verdade de Deus aos homens, e que podemos crer em suas
promessas. Ele a segurana e o testemunho fiel e veraz da revelao
divina.
Os salmos se dividem em 5 livros terminados assim:
a) O primeiro em 41:13 (Amm e amm!)
b) O segundo em 72:19 (Amm e amm!)
c) O terceiro em 89:52 (Amm e amm!)
d) O quarto em 106:48 (Amm! Aleluia!)
e) O quinto evidentemente em 150:6 (Aleluia!)
Os trs primeiros livros terminam com um duplo amm; o quarto,
com amm e aleluia; enquanto o quinto, apenas com a palavra aleluia.
Pedro Apolinrio
Anlise Textos Bblicos de Difcil Interpretao, vol. I, pgs. 27-29.