HOGBEN Euclides Sem Lagrimas
HOGBEN Euclides Sem Lagrimas
HOGBEN Euclides Sem Lagrimas
CAPITULO IV
~UCLIDES
SEM LGRIMAS
ou
'Q Q_ue se F_oe Fazer com a Geometria
'Nos cat)fulos anteriores, esforamo-nos por fazer uma .recns
tifitlo, em parte imaginada, do mundo de antanho, o mundo em que
os homens comeavam apenas a balbuciar a linguagem das grandezas.
At crca de 2000 a. C., muito pouco se fz no sentido de inventar
princpios gerais relativos contagem e me.diiio das coisas. A lite
ratura matemtica ainda no existia. As realizaes arquitetnicas
de nossos antepassados impressionam-nos bem mais que as poucas
tabuletas de aritmtica comercial desenterradas em Nippur, ou o papiro
que encerra hHlo quanto conhecemos :acrca da sabedoria sacerdotal
da civilizao do Nilo. A grande pirmide de Queops foi o grande
monumento que les ergueram quelas momentosas verdades sbrc
tringulos, que transmitiam de bca em bca, sacerdotes a novio~.
mestres rle obras a aprendizes , escravos artfices aos seus filhos. Portentoso monumento! Talvez ainda exista, no dia em que deixarmos de
aprender como os gregos construram a sua grande pirmide de lgica,
no menos rgida e inabalvel!... No resta a menor dvida que
ns mquitctos dos templos e os coletores de impostos j haviam adquirida
a prEltica de traar modelos na areia para orient-los na arte de medir
sombras e dimenses, muito antes de aparecerem os primeiros homens
que colecionaram as figuras traadas e tentaram formular os princpios fundamentais das artes construtivas. O traado na areia continuou a ser, por sculos e sculos, o nico mtodo resolutivo do :;
problemas geomtricos. Arquimedes, o maior matemtico da antiguidade, estava a fazer desenhos na areia, quando foi massacrado pela>
legies romanas. Os mtodos pelos quais os homens fizeram as
primeiras construes geomtricas, com o auxlio de cordas e cavilhas,
tio de prumo e nivel d'gua, so bem mais notveis que os livros
sbrc les escritos.
Aos chineses cabe a glria de terem sido os primeiros a lanar
as bases ele uma literatura de grandezas. A medida que o tempo passa,
mais 11os capacitamos do quanto lhes devemos. A ilustrao que
reprocluzi!l~os na Fig. 19, basta para justificar a nosr-a crena de <Jue,
'
121 .
meio milnio antes dos gregos, les l haviam descobertd regras gerai'
importantssimas relativas s figuds. Tambm sbre os nmeros,
descobriram muitas causas interessantes misturadas, porm, com bo1
dose de bobagens. Parec~ provvel que j conhecessem as famlias numerais, to importantes na moderna estatstica. Lamentvelmentc,
apenas uma pequena parcela de seus conhecimentos chegou at ns.
resto se perdeu. Como as duas bibliotecas de Alexandria, as primitivas
bibliotecas chinesas foram incendiadas. Esta calamidade no foi obr&
da guerra. O incndio foi propositado, tal como a destruio da
cultura alem pelo chanceler Hitler. Ordenou-o um imperador que
acreditava, como Bernard Shaw, que os homens haveriam de escreve!
melhor se lessem um pouco menos.
A princpio os chineses gozavam de pelo menos uma vantagem
sbre as primeiras civilizaes europias. Os sc'us o rganizadores d~
calendrios constituam uma casta cerimonial menos fechada. :Ries
eram tipos mais leigos. No sabemos porque os chineses no cumpri
ram as suas promessas mais antigas; potlcmos apenas conjeturar sbre
alguns dos seus obstculos, Uma das razes, pode ter sido o fato da
sua educao ter comeado cedo demais. Alm di sto, les estavam
carregados com uma complicada escrita de hicroglifos, imprpria para
exprimir coisas simples de maneira simples. Por isso, les llo foram
adiante.
Qs gregos que, possivelmente, aprenderam muito dles, no tinham
nem o obstculo da casta sacerdotal, nem o de uma educao custosa.
Enquanto os chineses escreviam seus primeiros livros de matemtica, C'
continente grego era invadido por certas tribos nmades provindas
do norte. :Rsses invasores arianos eram originrios de desoladas estepes, de raras noites estreladas. No conheciam a arte de escrever.
Ignoravam as artes da construo e do comrcio. No dispunham
de pesos e medidas. S o que sabiam fazer era assolar as costas da
Asia Menor, onde fundaram pequeninos reinos, como a Lidia, insignificantes cidades-estados, como Mileto, bem no ex t remo da grantl~
cadeia de portos comerciais fundados pelos maiores comerciantes c
navegadores da antiguidade. Foi por intermdio dos fencios-semitas
que o homem nrdico contraiu a sua primeira divida para com os
judeus. Dvida, esta, d!! aluno para professor. Com les aprendeu
a . ler, a escrever, a contar. Sua prpria ignorncia facilitou-lhe re
nunciar complicada escrita pictrica .e aos ideogramas que embargavam o progresso das primitivas civilizaes do Egito e da China.
Lanou mo dos velhos smbolos, para representar a,s sonoridades de
sua lngua mais simples. Adotou um bom alfabeto, com que comeou
a compor frases claras e simples. Como no o esmagassem tradie'
de ~er.imoniais complicados, podia sondar os segredos sacerdotais com
!=\lr!qsgl!l9.e, ~ll! :vez de 9 fa:zer ~on~ ~eyernci!J., Ningu~~ !he~ cns~
1?.2
MARAVILHAS DA MATEMTICA
nara que "no princpio era o Verbo". No princpio era o Caos. p;,
ordem, f-la le, depois de se familiarizar com o caos.
No sabemos se stes selvagens nrdicos que ocuparam o nordeste mediterrneo tinham olhos azuis e cabelos louros. S sabemos
r1ue nada, em absoluto, justifica a crena que as realizaes cientficas
ela civiliza~o grega eram fruto de seu equipamento racial. Os dois
famosos funcldores da geometria grega, Tales (640-549 a. C.) e
Pitgoras ( 587-507 a. C.) eram -ambos de origem fencia . A cincia
e a matemtica s penetraram no continente grego, quando ste j se
encontra~ no fim de seu perodo de formao.
Introdl)ziu-as na
crte de Pricles, Aspsia, sua amante, cidad de Mileto, cidade do
litoral da sia Menor. Mileto era a ptria de: Tales. Foi a convite
da favorita que Anaxgoras transps o mar Jnio e pisou o continente
grego. Pitgoras e Empdocles, os primeiros que estudaram o vcuo,
viviam na Itlia e na Siclia. Demcrito, o especulador do tomo,
morava em Abclera, entre a si-a Menor e o continente grego. A
cstrla da cincia grega j se punha no horizonte, quando o culto da
filosof ia comeou. Grega nunca fra, no sentido continental da palavra. E a princpio, nem sequer o fra no sentido racial.
A origem tiriana de Pitgoras talvez explique os sinais evi'1entes de influncia chinesa encontrados em seus escritos, objeto do
prximo captulo. Pitgoras muito viajara pela sia. Nos dia~
de st1a mocidade, entrara em contato com a grande comunidade comercial, porto das rotas comerciais do interior asitico. Quanto a
fales que viveu numa ilha ou numa comunidade costeira, sem castas
viajado, conhecera o Egito; aplicara os pri~cpios que imaginara medio da altura da Grande Pirmide; predissera o eclipse ocorrido a 28
de maio de 585 a. C.; fizera experincias com o mbar; foi o primeirn
a observar as atraes magnticas e estudara o man. No cultiva\a
a matemtica como instrumento de perfeio espiritual. Provvelmente ficaria muito surpreendido se lhe dissessem que ela poJia servir
~ara isto. A situao gc<Jgrfica valeu a sses gregos jnios (como
Tales que viveu numa ilha ou numa comunidade costeira, sem casta~
preexistentes de comissrios eclesisticos), uma grande vantagem shre seus contemporneos chineses. Bem a podemos vislumbrar num
fr:~gnwnto do primeiro grande materialista sbre o qual K-arl Marx
escreveu a sua tese doutoral. Eis as palavras de Demcrito:
"De todos os meus contemporneos, fui o que mais viajou, o
que mais conhecett a terra; visitei as regies mais remotas, estudei
os climas mais diversos, os mais variados pases, ouvi mais gente.
~ingum me venceu em construes e demonstraes geomtricas,
uem mesmo os geI!_letras do Egito, entre os quais passei cinco longos
anos".
.
.
.
l~J
.'
124
MARAVILHAS DA MATEMTICA
.,.
I
I
I
I
Area
200x200
unidades quadradas.
1:<1
I
I
I
I
+
I
':...:-.-__-_-___-___-_-__-_-_-:-3~0~0------_-__-_-_-__-_-___-.J
..
o
I
"' . . .-.-_-__-_-_-__....,z'"'o'"'o~-------_-_----.-~
Fir. 28 -
UI
126
MARAVILHAS DA MATEMTICA
Enfado
.~
-~ :>---------~
Dcsnslre
Flr. 29
,.)
()
.. ..
e-.
Conhecem -se _o comprimento tle um lado e os tamanhoa doa dois &nruJ 01 q,u
" ~~lroa do11 Jadoo formam com o Lado oonhocldo,
--~-~
~~:~:~---:~~~------------------
~~
----
C '41 I,
ti
-------------------Lt-h!:::r:~!:!"
~~~---===~~----~~~~~~----~~~~~
--=- -=----
--=-~
30
12A
--------~------------------------------------~
MARAVILHAS DA :MATEMATICA
llll
130
MARAVILHAS DA MATEMTICA
com duas hastes de madeira (uma das quais era fixada), - unidas
por um pedao de corda (Fig. 18) .
A segunda in formao necessria ao traado de um tringulo ~
a do comprimento de dois lados e do ngulo por les formado. Conhecidos stes dados, fcil traar o tringulo, sendo para isto bastante unir por uma reta a extremidade dos dois lados conhecidos . Se
o ngulo fr maior que dois ngulos retos, no ser possvel construir
um tringulo que o contenha como elemento seu .
A terceira in formao que possibilita o traado de um tringulo
o conhecimento de um dos lados e dos dois ngulos a le adjacentes.
O tringulo ser possvel se a soma dos dois ngulos conhecidos no
exceder dois retos . Traados os ngulos, ser o bastante prolongar
as retas que os limitam at se encontrarem. A Fig. 30 mostra como
ste processo serviu, desde longa data, para a determinao grfica da
distncia de um navio a um ponto da c.osta.
A causa
!l
'
I
I
' de
Alrura
50 m~rros
I
131
25
'II
I
<----- 75 melros------,.
~- --------------\5O melros-------~---~
.
Bo
E'J,. 81. -
c:: . :.
8
..
A flrura 6 tambm um hlero~ll!o da dlvlsllo por B. Para ulilid.l eomo hl,
muque o ndmero de unldadea a dl;idlr a6bre a lioh ba o moa a porpoodicular.
\ ~2
.d
fo.TODO DE EUCLIDES
1
10
Em matemtica, costuma-se chamar esta razllo, tangente (to ngulo (A) formado pelo declive com o plano do horizonte, e represent-la pel~ abreviatura tg A, que significa: "Procurai o nmero
correspondente a A na tbua das tangentes" (1). H dois ramos
da matemtica particularmente interessados em declividades. 'A tri
gonometria as tabula, de modo que sempre possvel calcular o valor
de uma distncia difcil ou impossvel de medir diretamente (como,
por exemplo, a distncia da terra lua) desde que se possa medir o
ngulo ~ e alguma outra distncia (por exemplo, a distncia
entre dms pontos da terra). Isto equivale a utilizar o conhecimento
d.o consumo de gasolina de um automvel para calcular quantos quilometros se pode percorrer sem reabastecimento, ou de qu'3.1ltOS litros
se precisa para percorrer determinada distncia, .
.
. .O ramo d~ mate_m.tica denominado clculo diferencial, especiahza-se em med1r declividades que vergam; comparvel a uma aritmtica especializada em calcular distncias, a partir do consumo de
gasolina de um automvel que tem o tanque :vasndo. Se Euclides
fizesse uma idia da importncia que as razes assumiriam no futuro
de certo faria mais por inseri-las - !=<)mo .fazemos. ,......, nas primei~
pgin~ Qe se\! C!l~SQ ~e geo!J1e~r!a.
----
133
Nvel
de b/ha
Horizonle
l'lr. 82. -
dizer que o espao compreendido entre o fio de prumo e o nvel do horizonte o mesmo em qualquer direo. No preciso passar cinco anos
entre os sbios do Egito para descobrir esta verdade. Dois ngul-os
perfazem um ngulo reto (900) se um representa a inclinao de uma
estaca oblqua sbre o horizonte, e o outro a inclinao da mesma
estaca em relao a um fio de prumo. Se estudardes as legendas da
Fig. 33, pouca dificuldade tereis em apreender as duas regras que a
geometria aplica ao reconhecimento da equivalncia dos ngulos. Ei-las:
EUCLIDES SEM
MARAVILHAS DA MATEMTICA
Duas outras regr as aplicveis ao reconhecimento da equivalncia
de dois ngulos, evocam ao esprito uma quarta limitao da geometria
de Euclides. Euclides definia as paralelas como retas que, por mais
que se prolonguem, j amais se encontraro. Esta definio, depois
ele conduzir-nos ao stimo cu, abandona-nos, como Plato, no espao.
Porque a verdade que no conhecemos nenhuma superfcie to plana
que nos permita prolongar indefinidamente duas linhas, conservando -as retas. Nossos desenhos so feitos em pedaos to reduzidos
da terra que, em compa rao com o restante, nos parecem realmente
planos. A moderna astronomia ensina-nos que no . seriam as paralelas euclideanas o gnero de linhas capazes de alcanar as mais remotas
estrlas, se ste emprgo lhes dssemos. Muito mais lgico comear
por itHluirir como se pode reconhecer quando duas linhas so paralelas.
Uma das maneiras de se fazer ste reconhecimento fixar
que duas vigas so paralelas , quando igualmente inclinadas ~bre uma
te rceira em que ambas se apiam, ou, em linguagem tcnica, quando os
ngulos con:espondentes so equivalentes (Fig. 33). :Voltando Fig. 12
180- a
180- c ,' , a = c.
P:s lngnloe a e c l&o chamado &a..
> + " +
(i ii)
(111)
(o)
!bl
Fie. sa
tu&l
poaloen.
LlGRIM~B
..
135
MARAVILHAS DA MATEMTICA
186
--
(b)
131
. So muito poucas as regras geomtricas que permitiram aos su~essores dos gregos inventar linguagens de grandezas mais teis e
menos trabalhosas tais como a trigonometria e a lgebra. Para ns,
1er suficiente uma dzia delas. Dispo-las-emos em trs classes, segundo o contexto social em que se originaram. Euclides denominava
teorema a apresentao de uma regra acrca de figuras. Segundo o.
materialista Demcrito, chama-la-emas demonstrao. Grupa-las-emcs.
;egundo o modo pelo qual foram primeiro usadas e reconhecidas, assim:
Quatro demonstraes de agrimensura, quatro demonstraes de medi-'es de sombras, com propsitos arquitetnicos e quatro demonstrae!
e astronomia, ou de cincia calendria. Antes, porm, cumpre aprender a aplicar as trs regras sbre tringulos, para que possamos compreender os trs mtodos de dissecao que essas demonstraes tn
~olvem. No .s~ P?de ser anatomista sem antes aprender a usar ~'
mstrumentos Cirurg1cos.
REGRAS DE DISSECAO
(d)
I:(rrr)
... Faa
r.P
Paralela a
AH
1:1.3
.,"t>
~::!.
t--a\90
0
A Compnmento B
o 3
dado
(e)
Fie. H. -
d '
. -~
BP = AP}
. I C\
'(ii)""[]""(;;)-Mea AD
perpendi cu lar a AB ,
'
-- a ,
..
Faa lb-l'l
para ter CB
, paralela
b'
..L~.fi._Q
l (i) Mea AB
<'>
LF.I ASNOTA. -
1~
llt-1!! :I
:para ter DC
!
r-, paralela a AB:--..
BO =AO
OP = OP
13,
MARAVILHAS DA MATEM1TICA
138
PB
PO
PO
Angulo APO
==
ngulo OPB
(c) Como levantar, de um ponto de uma reta, uma perpendicular a ela. - O problema consiste em achar o ponto de suspenso
do fio de prumo que, em sua posio vertical, passaria pelo ponto do
.-qual se quer levantar a perpendicular. Na figura 35 (c) P o
ponto de onde se deseja levantar a perpendicular reta AB, isto ,
levantar uma reta que forme com AB um ngulo reto. Comea-se
por traar, com centro em P, um crculo de raio r que corte AB em
C e D. Depois, com centro em C, traa-se um crculo maior, de raio R,
e o mesmo crculo, com centro em D . Os tringulos COP e DOP
tero, em virtude da Regra N . 1 dos Trrongulos, equivalentes pois:
CO- R= DO
CP- r = DP
OP- OP
Nestes dois tringulos equivalentes, os ngulos OPD e OPC so
eorrespondentes, e pois, equivalentes. Assim sendo, OP forma com
AB um ngulo reto. .
;x
)o
;;""'
I
,/
,/
~J
I
.__.A.................
_
REGRAS DE BISSEC.lO.
MARAVILHAS DA MATEMTICA
HO
!'Ir.
B~
(i)
Demonstrao 1
"A diagonal
equivalentes".
Na Fig. 37,
todos os ngulos
tringulos ABC
AC
(ii)
~AoB
.. u
A~B
~CQ
Q,
Paralela a
AB
A disseco consiste'
em traar a diagona(
::,~---"
D
(iii)
C',,
141
(i v)
..A
o
Iu "'\.
' ..
,..
. -ob
.. . ~'.J
...,
.....
-- a'
:
Fi,. 37, -
cf_\.41
(uii)
DEMONSTRA.CAO 1,
MARAVILHAS DA MATEM.lTICA
142
141
Demonstrao 2
"Se se divide um lado de um retngulo em dois segmentos quaisquer, sua rea total ser equivalente soma das reas dos retngulm
formados pelo lado no-dividido e cada segmento do lado dividido'' .
O lado AB de comprimento B, do retngulo representado na Fig
38 (i) dividido em trs segmentos AP, PQ e QB, com l, m e " unidades de comprimento, respectivamente. A Fig. 38 (ii) mostra romo s~
faz a dissecao, baixando dos pontos P e Q perpendiculares ao lado
oposto. Isto divide a figura em trs retngulos. Como os ladm
opostos do retngulo so equivalentes (Demonstrao 1 (a)), as perpendiculares so equivalentes a H, lado inteiro do retngulo. E'
evidente, pois, que:
A rea de todo o retngulo H por B = Soma das reas doe
retngulos H por l, H por m e H por tt.
A
t
I
I
H
----- .
--- -
'
I
I
I
rtlngulo completo
'j
H por I
H por Hporn H
m
H por B
I
I
I
I
,
I
t L--,-_-__-. -.----.-_-;8::---.-----------------._,
(i i)
-.~-tt
unidades-----
(i v)
l'\ Area da wngulo I
const1tuida dt IJ faixaa
retangulares,
:~aL--~~--~~--t
+ Hm + Hn)
unidades de rea,
e. como
podemos, ainda, escrever :
H
(I+ m + n)
= Hl + Hm + Hn
Se subtrairmos o pequeno retngulo h por a em (vii) do retncuJo h por b, obteremos, do mesmo modo:
= hb -
h (b- a)
{fi)
ha
36 (16
+ 8 + 1)
~~~
(iii)
(v)
t ~--a---,..~--- (b -a)---~
2= 36 + 36
36 X 4= 72+ 72
72
144
36 X 8
36 X 16
288
36 X
= 144 +
=
144
288 + 288
36 X 16
h
I
II
t~~-+--------~
(vii)
i'lr, SB, -
= 576
36 X
36 X
1 -
288
36
900
= 576
HG
144
MARAVILHAS DA MATEMA.TICA
Na antiguidade, outro mtodo de multiplicar parece ter encontrado. alguma aceitao, pois que os povos primitivos, - como as
de N1ppur o demonstram - deram-se ao trabalho de compilar tbua&
de quadrados. E' lcito escrever:
25 X 36
= 25 (25 + 11)
25 2
+ 11' +
1)2
+3 +3 +
2
3 . (2)
+ 121 + 9 + 9 + 9 + 6
121
A= !px
-! flx
ou
+ ! PY
A --
A--
Hb
+ !PY
= 1- p (x
(;r+ y)
+ y)
= !(Jb
ou
E, da mesma maneira:
25 X 36
(ii) Se um dos ngulos fr maior que 90", baixa-se uma perpendicular sbre o prolongamento da base (como na Fig. 39(ii)).
Teremos:
A = ! p (b
x) - ! px
Dem. 2(a)'
+
+ ! px -
t px
= ! pb
Isto e, a razo 'das 'reas Cle tringulos de meS11W aliura, ' iguaL
d razo de suas bases. Para a importantssima demonstrao a que
nos referimos, precisamos saber reconhecer quando dois tringulos
tm a mesma altura. Para isto existem duas regras:
(b) TritJglllos com base sbre a mesma ,-ela e v~rtices 110
mesmo ponto, tm necessriamet1te a mesma altura.
E' o que se pode ver na Fig. 39 (iv). Os tringulos ABC, ABE,
AED, ADC, AEC e ABD tm todos a mesma altura.
(c) Os trillgJtlos de base comum tero trecessriametJte a mestna altura, se os se11s vrtices se acharem todos sbre uma mesm<1 l-inha,
paralela d base.
E' o que se v na Fig. 39 (iii). Vimos, na Demonstrao 1 (b)
que as perpendiculares que unem duas paralelas so equivalentes.
Demonstrao 4 (Como dissecar um quadrado)
lU
MARAVILHAS DA MATEMATICA
EUCLIDES SEM LGnTMAS
Por
l1J1Ya
IJ
-.-x--,..
------1}-----
H'l
x- y
= (x-y) x
(x-y) y
x1
(i)
y' = (x- y) (x
+ y)
Veremos no captulo 7 que as espcies de multiplicao representadas hieroglificamente por estas figuras desempenharam um papel
muito importante na descoberta da Algebra. Ser conveniente para
o leitor conferir pessoalmente essas regras de multiplicao, efetuando-as em exemplos numricos, verbi gratia:
(a)
(3
(b)
71
~-Jf,.
(i i)
+ 4)3 = 7 = 3' + 2 (3 X 4) + 4
- (9 + 24 + 16) = 49
4' = 33 - (7- 4) (7 + 4)
8
(i ii)
(i v)
INr. Si. -
DElfONSTRAOlO 8,
xz =
x( x-y)
~
'
+ y) unidades de rea =
(x + 2.-ry + y') das mesmas unidades
(x
isto :
I
I
--~
(i i)
(i)
de rea,
!1'11. (0, -
DEMONSTRAQlO (.
MARAVILHA~
148
37 X 25
= (31-6)(31+6)
= 3p
149
DA MATEMATICA
= (37 X 25) - 25
- 6 - 25 = 900
(Dem. 2 (b))
(118) 2
(118) 2
.(100) (136)
(18) 2
+ 18)
= 13 924
FI ~
Quanto nuta dhh.nto um corpo celeste, menor .o ln~ln. f o r ~11'LilD ~los niM. .d
kla proveniente& de auns extremidades. Quando a du;tnn cll\ c 111 1\ lln grane, os I ~ 10 '
O l.ngulo existente entre o.a doi! pontos . ma ia a{a!.tad~s do d1~~
aolar, ou lnnr.r (t.&l com, 6 ob!ervado da t&rra) de npcna! .me10 grau, llpro~tme.damente.
O .partellamo doa raios do a.ol ou da lua .ora um conh e ctmen~o comunisstmo para. o
llomen. quo .' iriam an\o~ da inven~o do ndro, em easa de 1anolas alt.aa oalr&Jkt.
paruom 'P&taleloa.
160
l bl
- - - - - - -
MARAVILHAS DA MATEMJTICA
1
l
A. + B
C = D
C + E (Regra N. 2 de Paralelismo)
D +C+ E= 180" (Regra N. 1 dos Angnlos- Fig. 33 (i)).
I
i
''
= 18()<> -
rir.
62. -
(A+ B)
DEl)NBTRAO.lO
~.
.J
151
MARAVILHAS DA MATEMATICA
( b)
18t~gulo,
Conhecido um dos ngulos no-retos de um tringulo r~(A), conhece-se, ipso-facto, o outro ngulo no-reto (90-A).
+ 900 + 90 -
153
Eis o que apresenta a Fig. 43 (iii) e (iv). E' ste um dos ma1s
importantes truques para a disscca.o de tringulos.
i
AA
= 1800
(c) Tringulos tct11gulos ccrm o mesmo ngttlo agudo so setndha1.1t_es, isto ~~ equiug_u[os ~Fig:. 43 _(i))_.
A
(i)
(i i)
90
rir.
43
90'~
lh,-A
(b) O Tringulo
Retngulo issceles
~se
Flr. U. -
DEMONSTRAO .5.
MARAVILHAS DA MATEMTICA
154
155
Demonstrao 6
"Se dois lados de um tringulo so equiva'lentes, os ngulos que
lhes so opostos, tambm so equivalentes; e, se dois ngulos so
equivalentes, os lados opostos tambm o sero".
A demonstrao enuncia, pois, uma dupla verdade, mas a rlis~e
cao a mesma para ambas . Disseca-se o tringulo em dois, dividindo-se o ngulo formado pelos lados equivalentes (isto , o ngulo
no-equivalente do tringulo) pela sua bissetriz, segundo a primeira
regra de dissecao.
(i) Se nos afianam que AB =I= AC {Fig. 44 (i)), com
parando os tringulos ADP e APC verificamos que:
AB
ngulo BA P AP -
ACB
DAP
!a=
AP
AP
\
r
I
AC
!- a = ngulo CAP
AP
l'lr. !. -
(elemento comum)
MEDINDO
A SOMBRA PARA
OALOULAR A. ALTURA.
O elroulo que rodtia o ~qusno obal~oo 1nlar, te.m como ra;o o comprimento ct.
tr6prlo obelisco, de maneira que, qul\ndo o 8ol atinro a alLura de 4.5 abre o h ori110nk,
I
I
I
I
I
;
I
I
156
!57
Um processo dt medir
i .
... ,
(
Sombra
~aescac!&
',.
;
IS)
parafuso
Nvel de
blha
__ _
p-r,-- ... )
l ... ..
l'ir.
longitude, a hora e o quanto a terra parece oscilar em seu eixo durante o ano (isto , a inclinao da rbita em relao aos polos,
chamada, pelos astrnomos, - obliqidade da eclptica).
DemoJJslrao 7
lll n+S
c
46. -
a mesma".
Fir. 's
.l
I lcuol a
~IAil.AVILHAS
15S
DA MATEMTICA
ti
151
(i)
F
(i i)
E'ir. '7. -
DEMONSTRAQAO 1.
GAH = BAC
GAH = EDF
AHG = ACB
AGH = ABC
AHG
L
f Regra
= DFE;
N. 1 de Paralelismo
e AGH
= DEF
ngulo EDF
(: os tringulos ABC e
DEF so semelhantes).
= ngulo GAH
DF = AH
ngulo DFE
(por construo)
ngulo AHG
= EF
GH
:A A~
G
Flc. 48. -
DEMONSTllAQO 1
(Coc!.lnua!lo).
(iii) Na Demonstrao 3 aprendemos, tambm, que os tringulos cujos bases esto sbre uma reta e cujos vrtices opostos, coincidam, ter?~ necessriamente, a mesma altura. Podemos obter dois pares de trtangulos nestas condies, incorporando o tringulo AGH,
primeiro ao tringulo GHB e depois ao tringulo GCH. E' claro que:
rea dos tringulos AGH+BGH =rea dos tringulos AGH+GCH
AG =DE
AGH slio
(o)
,(b)
ou
AB
AG
rea AGC
AC
rea AGH
AH
AC
A~
AH
160
161
MARAVILHAS DA MATEJMATICA
AC
-DE
- = -DF
Ou. em virtude ~a regra diagonal (pg. 105).
AB
DE
AC
DF
EF
AC
DF
ou
BC
EF
AB
DE
vara de medir
A Fig. 49 mostra-nos como Thales utilizou esta relao para
medir a altura da Grande Pirmide de Queops, evitando esperar um
dos dias em que o sol meridiano atingisse a altura de 4So sbre o hori
zonte. Fincou um basto no solo, bem na extremidade da sombra
da pirmide. Basto, raio de sol e sombra formavam um tringulo,
de ngulos iguais a 90, A e 90 - A. A altura da pirmide, os raios
de sol e a sombra acrescida da metade da base formavam outro, de
ngulos equivalentes. Como os dois tringulos so semelhantes, os
lados corrcspond.entes esto entre s1 na mesma razo, isto ~_;
!b
+s
j
I
IGZ
MARAVILHAS DA MATEMTICA
--------------------
hase
altura
hipotenusa
163
,I
Chegada a
--
(Edlmburgu)
P. M.
Newcaatle
3.0
4.30
5.15
6.30
y,,.
Londres
6.45
11.58
= tgA
----- hipotenusa
base
seu A
- cosA
Tg A
Sen A
Coa A
sec A, respetivamente.
(1)
sen A
cos (90'>- A)
cosA
sen (90"- A)
tg
~=
::
Vide demonstrao 5 ( b)
~(: =~
!:..)
X
- _!_
h
b
Denwnitrao 8
164
MARAVILHAB DA MATEMATICA
165
.J
' a
"
:.
a~
+ b'
= ex
+ b'
= b' .+
c (x
+ y, vemos ,que:
cy
+ y)
(Demonstrao 2).
(i)
p
jl
'
: .
(i i i)
(i li)
; 60"
---Ijz--cos. 60 o= 1/z
l!'lr. so
Fi~. 51. -
a'
= ex
,(l)emonstrao
Em
DEMONSTRAO 8,
fJ
X
e pois
104)~
pt
3'
= xy
ou
-p
p
\lxy
I,
= cy
Nesta ltima expresso, p se denomina mdia geomftrica ou mdia proporcio11al de x e y. Assim, a mdia geomtrica de 3 e 27
I
y3 X 27, isto , y 81 = 9. A mdia aritmtica dos mesmos nmeros
15. Em noventa e nove por cento das vzes em
seria: ! (3 27)
que os polticos tdem a mdias, esquecem de dizer a qual se referem.
H muitas espcies de mdias, cada uma C(Jm u~11 cmprg:o particular.
166
MARAVILHAS DA MATJiJMATICA
a'
ou ento
+b
0) =
1-
t =t
0 cume do mesmo,
Chamando h a altura do barranco,
a 300 de elevaao.
-=--
ou
h=--
v3
-yh = v -3
escrevemos:
p-
161
= b'
=V!
ou
=y
yl
,. = 1' + p = 2
, = vz
Poclemos, pois, encher os espaos em branco do nosso "horrio" de
tangentes, senos e co-senos (Fig. 52) :
!ngulo
45
~angcnte
Seno
V3
~ 'J
\v
.
\/2
\/3
-~/2
00-aeno
/
I
.f
I
~ 6 o
Ir U
i oen 46
= -;
ooa 45
v"'i
lc 80
=V:
Hn GO
.../1
= -:
OM
Lc SO ;: - ;
80 .;:::: -
60
=2
UD
=-
j COA
"
8UO :::. -
MARAVILHAS DA MATEMTICA
168
..J2 V3
8-
.. M; I
DEMONSTRAOES DE ASTRONOMIA
..
.--
'"J
lU .
_--,.,... .
.. ( '(~
": ~
.:.;::~
rJ;_~~
......,_
~"~!':
...~
. . ....................~-:::-- ....... .....
_.....
..... ........
,,1
\.,
~
~'"'
'
.,
....
'
~""
.~'''"~_r.;:
_//~~-=
~.._,..
....; _ C : : '.:':~~~
~~....-
~~~~-
..-- ~~~
~~
-~--..,:::::::::;=~-
~'
''1/(t~~~ ~
N&o
18
pode madir
::a;
~.
1
-h = --
'"
OU
b \j 8
(o:- d)
Xj
(~
v8
b'l/3-d=-
va temo1:
va =h
~h= t
''..
- u).
h
h
-=v'BouJ=--
T~g11a de madeira .,
F ixa -se nas dues extrornidadu
&!!lm
reU.ngulo em qne:
Ao=- no
2
= -- . ~
vs
lllq
v' 3
lt,lftt111 tr11
-- - ~-
o(t1r1{,/lt,v
Jl'r 63 ' .
.
~~~~
___. ~
Auim,
AB
= ,vs
2
AR
va
80
MARAVILHAS DA MATEMTJiCA
170
171
g:reg:a
g:~m)!laram,
Qemcnstra,o
.
'A ~a~eira mais simples de se demonstmr a veracidade dste postulad~ e a t!u;trada na _F1g. 56. Quando o fio de prumo roa, apenas,
o honzonte, e perpendtcular a ele. Se o fizermos oscilar (ou oscilar
um pndulo de comprimento equivalente, fixo no mesmo ponto de
suspenso) le descrever o arco de um crculo que apenas roa o
horizonte. O raio de uma roda, cujo terminal est em contato com
o cho, descreve um ngulo reto at o momento em que atinge uma
;JOsi_o pa_ralela ao solo. A Fig. 57 apresenta a demonstrao matemtica mats comumente encontrada nos livros de geometria elementar.
-'~ por ste motivo a inclumos aqui. Se o leitor no simpatiza com ela,
detx~-a de lado.. A ver?.ad: q~e. a demonstraq ~ rimitq Jll(!'!QS
CO!J:Y!!.l<;;eQte ~ue ~ ~:KP.e.f!~!1~!a Qt!qtana.
Flr. 55 . -
"amonh, 1,
11
+ Jl
:.
c:
.,;3
:::
11
AI
a,S
1:
ri,.
50, -
. MARAVILHAS DA MATEMATIC
17Z
~ngul~ ,OPA
,OP
i 1
ngulo BOP.
= ,OP,
.Estrla no znite c A
~(distncia zental__:;;; O~)
tb)
; (a)
173
il
(c)
"
------~
J\"
/'"
I
I
I
\\
',
.........
''
I
I
Fie. 58
Flr. 87. -
DE~fONSTRA.CXO O.
<>
qtll
A palav l'a tangenl5 vt~m do Terbo iatlno tangue, tocar. A fi~:un moalra por
motivo a valnvro. uuda, tanto para de11ign1r uma ra.a:4o angular, como para de '> i~nar
quahauer rl)ta quo avenaa Wque o circulo.
PQ
tg A = -
OQ
Bc o drculo Liver como raio a unids.Je (OQ = 1 unido.de de comprlmonto) (
~
A:= PQ
i
l
t~\
/\o pen etrarem ft fttmosfcra tenoe.he, O! Talos dt\ 1n~ 111\o ~e !Tiados ht 6
nlfratndos, do modo quo o distAncia nnita.l verda1lelra da estrla a.o na.st:er ~ a~ "& pr'
n!io 6 ex-atament-e goa!
174
MARAVIJsHAS DA MATEMTICA
+ AD
AB"
Q.istt1cia ao li orizo11k
'.''-r Na Figura
~9
AD
= ZDC
+ 2DC
CB
CB
+ CB
= r = DC
+ CBa
.
'Otamand~ AB - ~ distncia do objeto no momento eni que
desaparece aba1xo do honzonte - d, e BC (sua altura se fsse completamnte :visvel) h, temos:
'
= 2rh + la
d2
=h (2r.+ 11)
BC-altura o
navro (~
..
Isto mostra a que distncia deve estar uma elevao de 600 metros
de altura, no momento em que se afunda para um observador situa~W
no nve! do mar,
. .
d"
600
==
2 X - - X 6 300
1,2 X 6 300
V,l,Z X 6 300
1000
'd
D
!'l1:,
centro da terr!l
;& drcunfertlcia
fi~.
:f-. f..D, =
==
DB2
(DC CB)
;:::: DC2 .+ ZDC CB
= 2hr
+: CBa
8~
= 87
{aproximadamente).
quilmetros
aa terra
,.
' - .
178
MARAVILHAS DA MATEM!TICA
177
r - ! DB 2
(h-H)
- t AB
-j{;j: Esrrla
' i.
I I
I I
II
.,j
pouco menor que h. Medindo-se li, H e BD, fncil ser achar o raio
Como
da circunferncia da terra aplicando as Demonstraes ~ ~
I!
I
I
*'!:. \ II I
~; l \I
Q.
I I ! 'o- I I
!2..~ I ! I
! i ! I !I
I
IIi
I
1
,4
.,'
Paio N.
Larirud~
: )--"-
a- r~ ....
900-:
'._
d.z.
= .(r+ 11) = BC
'AC
I l
Flr. 80. -
I
I
I
I
I
:
I I i
I
I
Polar
d.zl
:AQ =
!AB
= DB
~,
~."ssirri
.....
lt
+ DC' =
BC 2
DB + (r+H)
DB
+ r +
pn .+
H2
2rH
h2
.,
!'Ir. ~1. -
= .(r+h)'
lP = r .
+ 2rll + !~'
= 2rh - 2rH -
= 2r (h-H)
DB + H'- h'
2 (h-H).
''
-9QOI
90
L -d.z. \
Equador
j
I
\.
178
MARAVILHAS DA)fATEMATICA
179
I
i
I
l
(Tri6ngufo ~
/Lu,lra/ ~ .. y
(l ..
o do
'Znict
P. Sul
1
J
\
I
/'-
1900
P'ir. 81 A. -
t
j
{
180
MARAVILHAS DA MATEMTICA
m:sma h_ora,
l
j
)
1St
ou a terra girado mais 15 para leste, entre os dois meio-dias . Estamos, pois, 15 a Oeste de Greenwich. Os povos da antiguidade descobriram que a hora do quadrante solar no coincide com a de outros
pontos da terra, observando a ocorrncia dos eclipses ou a ocasio em
que um planeta passava por sbre o disco lunar. Os babilnios tinham
relgios de areia, ou ampulhetas, e podiam, pois, observar o tempo
transcorrido entre o meio-dia de unia certa data e o princpio ou fim
de um ecl ipse, ou ocultao. Antes da inveno dos cronmetros, ste
era o melhor processo de determinar a longitude. Se, num certo lugar,
se observava o incio de um eclipse lunar, oito horas depois do meio-dia
klcal, e em outro, 9! horas depois, o meio-dia, no segundo lugar,
ocorria f t horas mais cedo que no primeiro. (Vide Fig. 116 A) .
a Leste do priLogo, o segundo lugar achava-se a 1 t X 15 = 22
meiro.
Os gregos jamais lograram construir mapas baseados em latitude
e longitude. Isto s foi conseguido quando a geometria grega se
transferiu para o grande centro navegador do mundo clssico, a cidade
de Alexandria.
to
Demonstrao 10
"As retas que unem as extremidades de um dimetro a qualquer
ponto da circunferncia, formam um ngulo reto" .
As Figs. 64 ( b), (c) e ( d) mostram como fazer a disseco. O
raio do semicrculo. na Fig. 64, tem r unidades de comprimento. A
marcha da demonstrao a seguinte:
_,
Flr. 68. nl 4
Dll:TI':RMlNAC.O DA LONGITUDE
~o _melo-di~
o aol ae acha cxataoaenLa a6bro a l-i nha que une oa ponto norte
1
pr&H:tl on~ont:.,b 11to , s~bre o meridie.no de lonl'hndo do oburvador. Na firura , ..
mo- o lv re o meradiano de Greenwich , portanto ao melo-dia em Gre.enwlch' S.
0
~sarv:dor e encontra o. 30 ~ le~te de Greenwi-ch, 8 te.rra girou de soo d-68de Qu 1
Jlu~lon:O~P~::r Jo~l mti&rcou deJO"<iJa.. Completcu, po~s, ~ vir6sima p~r.te de 1ue reTo
eo}ar marce 14 he
Sar-as, e tne.nean~ quo, ao meto-dJ& de Greeuwich, o qn&dr&n.&t
ora!,
o o obse1 va?o.r est6. a 60 e. oeste, a terra ter i ainda de liru
60
&nt&s qui!! (J eol corte o ecu mend1~uo (o merldi-&no J.ocal) ia:to um aexto da IUe
tefolucAo de 24 boraa; o quadrante &olar do observador m1uo.ar, pols, 's ht'ru da mnhi .
J.!
+b+c
+ b + (.t" + y)
(x + y) + (x + y)
180
Zc
180
90
180
180
= \Jxy
Para acharmos
.-ry (Vide Fig. 51) precisamos construir um
ngulo reto, cuja altura, baixada do ngulo rto! .CP. unidades de com
182
(b)
. . ~
OC une C oo rt!Hrl
J'ic. 55. -
...
C
A
A Dem, 6 mostra porque R d
,....
x- 2
yl
'Raio do Crculo -1/Z ( x + IJ) ou I 1/Z
P.oro ochor
yB
11=2;
r=22
Fi~r.
64 , -
DE'MONSTRAQ!O 10.
2c
1)
i.8to 6, - - c:: 1 I
I
::z:::B:
180' - a (D em. 5)
= c (l>em . 6)
2.
a+ b +c
b+ c
2c
lofteren am tr!Anrl
1+2
(e)
DEMONSTRAQ!O 11,
Demcnslrao 11
v2J,
:. ~ + c =
A Dem . 6 .mourq
porque Ob
\ ..
--.t~"!"~~r-:---~~-----r-----.,..
(d)
183
180
180 -a
- 180"
- c
- tC
-
D.mwn.rlrao 12
18t
I\IARAVILHAS DA MATEMTICA
'A
t.
Fir. 65 A. -
185
(Demonolrano O),
Aebam
.,
/
"I
'\
,1,
~I;
I,
~;
l,_,
!'ir. ee. -
ss
1/.,;
n&
lig, 65 A) pod6111oa
olilift
:Y. .
...
. 181
O~l
ola
1-
Como sr comtri
um polgono dt
a lados inscrito
nu111 crculo dr raio !.
iiie6rrid eiitri
r hlporenus
~ 360"
AZI]
quorlrnlo (pollronOI
do ' ll.do irWiil), .
360'
l :..: gulo ;:- !)ntr.al - o : : 4.5,
..
.
Observemos agor a: Fig. 69. 0'em os,
esquerda:, ois crculos
circunscrevendo dois poligonos de lados equivalentes. A direita, dois
polgonos de lados equivalentes circunscrevendo dois crculos concntricos. Na figura, t1 igual a 6. Em cada figura, traaram-se os
dois polgonos de modo ,que 95 !loze tringulos retngulos em que
podem ser dissecados fiquem com os mesmos ngulos agudos. Como
J<Kfo~ os tringulos re~.ngl!)Qs g~ me!!mq ~ngu)o agudq ~~o seD-!e!hant~
lado$ drcunJmlo
sno
-16- = 22 ~.
I
.I
i'lr. u
(Demonstrao S (c)), a razo dos lados correspondentes do! tringulos maior e menor a mesma. (Demonstrao 7). Chamando r o
raio do crculo pe_queno, e R o ~o crculo granQe! a !iB:U!.a ga ~~u~~~a
Ul()stra-nos que_;
PB
OB
pb,
PB
Fi1. &7. -
P"-
pb
.o~
t:
Zn X PB
ZR
2t' X pb_
f!: . .
MARAVILHAS DA MATBlMATlCA
Assim, chamando C' e c' os permetros dos dois polgonos cirttnscrevedores, teremos;
18S
c~
,..
D
ou
d
C'
c"
189
(!e 11
c
ri
F'
e~
pa
PA
pO
PO
PO
ou
211 X (PA)
211 X lPa)
pO
PA
pa
ZR
2r
ou
m!
Zm::
MARAVILHAS DA MATEMTICA
100
...
isto , 3d. 'A circunferncia <lo circulo , pois, i11enoi' que 4d e maior
que 3d. O que equivale a dizer que :rc fica entre 3 e ;\. '(:rc = 3,5 0,5),
Basta olhar a figura para ver que a circunferncia: ao crculo mais
prxima do polgono hexagonal inscrito do que do quadrado que a
circunscreve. :rc , pois, maior do que 3 e mais prximo de 3 que de
~. Em outras palavras , fica entre 3 e 3,5 (lt
3,25 0,25).
O btido um valor para lt, fcil calcular a rea de qualquer circul ei. Observando a Fig. 68 (metade inferior), v-se que a rea do
,pol~O!l Q Qe n lados que inscreve a circun!erncia :
2n vzes
1R
E quando
11
vzes o permetro
ci crculo,
E como D
-
-----
2R
-1
.~
'
=ll._t.. itP.
' W:::
~tK"'
''
'A geometria grega que, em 300 a. C. , Euclid es levou para Alexandria, j atingira o seu clmax. Constituam-na todos os princpios de
que rabes e alexandrinos extrairiam as regras de clculo e mtOdm
mais econmicos de cartografia, astronomia , geografia, arquitetut'l\
e domsticos. A incapacidade dos gregos em fazerem descobertas no't veis, seguindo a luminosa trilha de Anaxgoras ou desenvolvend~
as brilhantes medies de Aristarco e Eratstenes (Captulo 6), fo:
devida ao fato de a geometria se ter transformado num passatempo
9e intelectuais, desinteressados nas realizaes sociais de artesos r
rnari nhejros.
v3 ou n.
I
I
i
I.
I
lU
192
MARAVILHAS DA MATEMATICA
+ 3b) = 4a +
2
(2a
15
14
(3a- 2b) = 9a
(2a
i'
12
10
11
+ 4b
= 6a + Sal'
1
= 4n' -
13
Fie. 70. -
6'
9 2
+ Yi + 1
+ 2xy + y + 2.-r + 2y + 1
I2ab
(2a
+ 9b
12ab
16
.t'
1' ~
O QUADRADO MAGIOO.
x2-=-!=-2xy
Vifflllcol que qualquer lililia, O<liun ou alaconal, ..ma u ;--InoonliO- numii- uln- - - - - - -1- - - - - - - - -[-(x ~=-y)~r-:-t-] t _
prata Uo sr.ulo XVI, lh:t..e quadrado protegia o 1eu pouuidor oont.ra a p<.e. t:at..e mt.odo
T
I
t.araputit:o nilo ae confin.ave a enfermidade.a de ri,em microbin6, 'ramb6m tdnha pre-ten&.S psioanaUticss. Hl um qua-drado m'(ico numa plr'I'ed4 de uma da mai.l famoa.u
N ate-se que quando
rravur. . da Albrochl DUrer.
~,v
_ !~t~2x'=t~zy L'~l~
------I
I
r
I
(.t'
+ y + 2)2
(x
2) 2
(x -
(4a -
(x
(2a
DESCOBERTAS E PERGUNTAS SOBRE O CAPtTULO
(x
l. Dua.s retas se cortam, formando os ngulos A, B, C e D. Representai, grficamente, os outros trs ngulos, quando A fr igual (i)
a 3", (ii) a 6", (iii) a 45.
2. Um tringulo tem trs lados de comprimento a, b, c, opostos
aos trs ngulos A, B e C. Prolongai o lado a at o ponto E, traai
45 i
a figuro e achai o valor do ngulo ACE quando (i) A= 30, B
(ii) A= 45, l3 = 75. Chamando o ngulo ACE de ngulo externo
em C, qual a regra geral que exprime a relao existente entre o
ngulo exterior de um tringulo c os dois ngulos internos opostos?
3. Traai um tringulo eqiltero de 1 unidade de lado. Baixai
uma perpendicular de um vrtice sbre o lado oposto. Exprim a
a rea do tringulo em tnnos de (a) sen 60" (b) cos 30. Se o
comprimento do lado _r a unidades, qual a sua rea?
y -
+ 3y
+ y)
-1-
I )2
I )2
Sb)'
(xy- !)
a 2ab
b2
9.-r 2
4a
l6a 2
+ 42xy + 49y"
-
20ab
72ab
+ 125b
a
.t'
+ 6a + 9
-
2.t'
+ 8lb
.:r + 2x +
.:r + 24xy + 144y
2
'
r.
MARAVILHAS DA MATEMTICA
194
"(.r
1) (x -
1)
ex + 3) (x -
'
I
3)
.14.
195
-
15.
:Uma
escada,
encostada
a
um
muro
vertical
faz
com
le
um
(x
y - 2) (x
y
2)
ngulo de 30. .Os ps da escada ficam a 3 metros da parede. Que
9. E' de grande utilidade saber decompor em fatres uma ex
~i!,!ra da parede alcana a escada e qual o seu comprimento?
presso complicada. J sabeis decompor em fatres expresses do
e;
.16. .Um guarda-roupa de 1,80 m de altura, fica num recinto cujo
tipo : a2
2ab + b2 A identidade a'- b2 =(a- b) (a+ b) pres-Edo inclinado. A distncia mnima a que se pode co!oc~-lo ~ ~e
ta-se para a decomposio em fatres, de expresses "difercn~ de
Q,Q m da parede, Qual a inclinao do teto?
1) (ab -
1)
(a' -
b') (a
+ +
P)
",
MARAVILHAS DA MATEMTICA
196
\1 3
- - 1 - t "l
t
,
- _S~ sen ~ = - - ~ s :r. ; 2' ~tt- ya_e a g -t"l
2
Se sen x
0,4 e cos x = 0,9, quanto vale a tg x ?.
Se cos .-r = 0,8 e sen x = 0,6, quanto vale a tg x ?.
~(! gg ~ =. 0,!?. ~ ~9s ,!
0,~! sua!!l;Q y\e
tg xl,
'.'1 1
iI
go
;c ar
~(c)~
Q,Ol~,
91!.?.!!!
2x-4
- - - do ngulo reto.
.t
gujl.!!l<!~IQS_?.
197
cm
2
39. Como a rea ue um crculo de unidade de raio . n:
= lt
qtmndo r= 1), usai as expresse~ gerais que acabastes de ob.tcr para
achar os limites entre os quais f1ca :t, supondo-o entre as arcas do
polgono inscrito e circunscrito de 180 1-auos iguais.
4D. Adotando para o raio da terra o valor de 6 300 quilmetros,
oual a distncia entre dois lugares de mesma longitude, separados por
io de latitude?
41. Qual a distncia de dois pontos, ambos sbre o Equador,
mas separados por 1 de longitude?
_
_
42. Depois de navegar 320 quilmetros par:t oeste, um naviO
veri fica que sua longitude se alterou de S. Qual a sua latitude~
43. No dia do solstcio do vero, o sol se acha exatamente sobre
o Trpico do Capricrnio (Latitude 2~ !"S.); no solstcio do inverno,
~bre o Trpico do Cncer (23 !" N.). Fazei uma figura mostrando
qual a inclinao do sol meridiano sbre o horizonte de Prto Alerrre
(Latitude 30 2' S.) a 21 de dezembro e 21 de junho.
44. Mostrai, por meio de figuras, que a sombra <lo nicio-<li~ ser.lpre apont-a para o sul em Curitiba (Lat. 25 25' S.) ; em Florianpolis
,(Lat ... ~l" .J~' ~-).e Pr~o Alegre (3Q 2' S.).
-----199
1V8
'
Se B
(I) C = 90"- A
A=90"-C
( b)'
ae
'8,
Ara
= j-lrb
_(II) A
(UI)
sen A
+ a
= -ab =
tgA
2.
cos C
c _ sen C
cosA
~(IX
b'
J!:qua~o!l
= -<
(li)
= - = -tg-cc
Znr
Area
nr2
(ou rul)_
- . .. .
.
valentes aos dois lados e ngulo compreendtdo do outro.
(III) Se um lado e os dois ngul~s adjacentes de um sao ~ut
yalentes a um lado e os dois ngulos adJacentes do outro.
N-l_a
4a. Edilra.