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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSA

CAMPUS DE RIO PARANABA

APOSTILA DA DISCIPLINA
CRP 194 ESTATSTICA EXPERIMENTAL

Prof. Carlos Eduardo Magalhes dos Santos

Rio Paranaba/MG
2010

CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


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1.0 - INTRODUO ESTATSTICA EXPERIMENTAL

1.1 Introduo

A estatstica experimental tem por objetivo o estudo dos experimentos, isto :


seu planejamento, execuo, anlise dos dados e interpretao dos resultados
obtidos.
Existem

alguns

conceitos

bsicos

relacionados

essas

etapas

da

experimentao agrcola, que passaremos a enunciar:

a) Experimento ou ensaio: um trabalho previamente planejado, que segue


determinados princpios bsicos e no qual se faz a comparao dos efeitos
dos tratamentos.
b) Tratamento: utilizado para designar o mtodo, elemento ou material cujo efeito
desejamos medir ou comparar em um experimento. Um tratamento pode ser
por exemplo: variedades de soja, quantidade de fertilizantes para a cultura
do milho, doses de fungicidas para controle de Alternaria solani na cultura da
batata, recipiente para a produo de mudas de espcies florestais, dentre
outros.
c) Unidade experimental ou parcela: a unidade que vai receber o tratamento e
fornecer os dados que devero refletir seu efeito. Uma parcela por ser: uma
planta ou um grupo delas, uma rea do terreno com plantas, um vaso com
plantas, um animal, dentre outros.
d) Delineamento experimental: o plano utilizado na experimentao e implica
na forma como os tratamentos sero designados s unidades experimentais,
alm de um amplo entendimento das anlises a serem feitas quando todos
os dados estiverem disponveis. Como exemplo de delineamentos
experimentais, podemos citar: delineamentos inteiramente casualizados,
delineamento em blocos casualizados e delineamento em quadrado latino.
e) Esquema: quando no mesmo experimento so avaliados dois ou mais fatores,
os nveis dos fatores podem ser combinados de maneiras diferentes.
Exemplos: esquemas fatoriais e esquemas de parcelas subdivididas.
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Captulo 2 Testes de hipteses


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f) Populao ou conjunto universo: o conjunto constitudo por todos os dados
possveis com relao caracterstica em estudo. Por exemplo, se
desejamos estudar a produtividade de milho na regio do Alto Paranaba, a
populao ser constituda pelas produtividades das lavouras de milho de
toda a regio do Alto Paranaba.
g) Amostra: uma parte representativa da populao, isto , um subconjunto do
conjunto universo. Na prtica, trabalhamos com amostras (experimentos)
para obter informaes que sero utilizadas nas populaes amostradas.
h) Varivel resposta: a varivel mensurada usada para avaliar o efeito de
tratamentos.
i) Erro experimental: o efeito de fatores que atuam de forma aleatria e que
no so passveis de controle do experimentador.

Em qualquer pesquisa cientfica, o procedimento geral o de formular hipteses


e verific-las, diretamente, ou por meio de suas conseqncias. Para tanto
necessrio um conjunto de observaes ou dados, e o planejamento de experimentos
essencial para indicar o esquema sob o qual as hipteses podem ser testadas.
As hipteses so testadas por meio de mtodos de anlise estatstica que
dependem do modo como as observaes ou os dados foram obtidos, e, desta forma,
o planejamento de experimentos e a anlise dos dados esto intimamente ligados e
devem ser utilizados em uma certa sequncia nas pesquisas cientficas.

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2.0 TESTES DE HIPTESES

2.1 Introduo

Um dos principais objetivos da Estatstica a tomada de decises a respeito da


populao, com base na observao de amostras, ou seja, a obteno de concluses
vlidas para toda a populao, com base em amostras retiradas dessa populao.
Os testes de hipteses fazem parte de um conjunto de procedimentos
inferenciais usados em estatstica. O uso de tais procedimentos permite ao
pesquisador fazer inferncias a respeito de uma populao a partir de uma ou mais
amostras representativas da populao da qual as amostras foram retiradas.
No dia a dia usamos de inferncia para tomarmos certas decises. Por
exemplo, quando vamos a feira para comprar abacaxi e um feirante nos oferece um
pedao de abacaxi. Qual o nosso procedimento? Se aquele pedao de abacaxi for
doce, conclumos que todo o lote de abacaxi vendido por aquele feirante doce. Por
outro lado, se o pedao for azedo, inferimos que todo o lote azedo. lgico que
podemos tomar decises erradas devido amostragem. Por exemplo, corremos o
risco de levar abacaxi azedo para casa, mesmo que na prova tenha sido doce. Isto
pode acontecer porque o lote de abacaxi pode no ser completamente uniforme no
teor de acar, ou porque experimentamos um abacaxi doce no meio de um lote
composto por abacaxis azedos.
Este um exemplo prtico que ilustra o principio bsico do teste de hipteses.
Porm, em cincia necessrio que todos os procedimentos sejam padronizados e
bem especificados. O objetivo deste captulo fornecer os conceitos tericos
fundamentais para um correto uso dos testes de hipteses mais comuns para
comparar no mximo parmetros de duas populaes. Outros testes de hipteses
aplicveis para comparaes de parmetros envolvendo mais de duas populaes
sero apresentados no captulo sobre comparaes mltiplas.

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Captulo 2 Testes de hipteses


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2.2 Conceitos fundamentais em testes de hipteses

2.2.1 Parmetro: uma medida usada para caracterizar uma populao. Assim
sendo para se obter o valor de um parmetro necessrio coletar informao a
respeito de uma ou mais variveis em todos os indivduos dessa populao, ou seja,
realizar um censo da mesma. possvel caracterizar uma populao por meio de duas
medidas principais: posio e disperso.
As medidas de posio so tambm conhecidas como medidas de tendncia
central, pois elas indicam em que posio, a distribuio dos valores de uma
populao tende a se concentrar. Alguns exemplos de medidas de posio so a
mdia aritmtica (m = = E(X)), a mediana (Md) e a moda (Mo).
As medidas de disperso indicam quanto os valores de uma populao esto
dispersos em torno de sua mdia. Como exemplo de medidas de disperso temos a
varincia ( 2 = V(X)) e o desvio-padro ( ).
2.2.2 Estimador: quando na maioria das situaes no possvel realizar o censo
de uma populao, porque ou a populao muito grande ou de tamanho infinito.
Para contornar este problema, o pesquisador pode retirar uma amostra da populao e
a partir desta amostra caracterizar a populao de onde a amostra foi retirada sem
nenhum vis.
Para alcanar este objetivo deve-se usar frmulas estatsticas, conhecidas
como estimadores, que apresentem caractersticas estatsticas desejveis, tais como
no-tendenciosidade, varincia mnima, fornecer estimativas que se aproximem do
valor paramtrico medida que o tamanho da amostra aumenta, dentre outros.
, que usada
Exemplos de estimadores so a mdia aritmtica amostral, m

para estimar a mdia populacional; e a varincia amostral, s2, que usada para
estimar a varincia populacional. Outras simbologias comuns para a mdia amostral
so

x , e para a varincia amostral so

(X).
2 e V

Observe que algumas vezes a simbologia usada para representar os


parmetros e seus respectivos estimadores muito parecida. Por exemplo, podemos
, ou seja, a diferena
representar a mdia populacional por m e seu estimador por m

entre o parmetro e o seu estimador o chapu que existe no smbolo usado para
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representar o estimador. Isto parece ser uma diferena mnima, mas do ponto de vista
estatstico, a diferena conceitual entre parmetro e estimador enorme.
O parmetro sempre um valor constante, pois para a obteno do mesmo so
usados todos os elementos da populao. Por outro lado, o estimador representa uma
varivel aleatria, pois seus valores mudam de amostra para amostra. Isto acontece
porque os elementos que pertencem a uma amostra geralmente no so os mesmos
em outras amostras. Consequentemente possvel estabelecer uma distribuio de
probabilidades para os valores de um estimador. Para o parmetro, isto no
possvel, pois se assume que ele tem um valor constante. Por isto recomenda-se muito
cuidado para usar corretamente a simbologia para o parmetro e para o estimador.
Conforme mencionado anteriormente, os estimadores podem assumir valores
diferentes em amostras diferentes. Estes diferentes valores que um estimador assume
so tambm conhecidos como estimativas, exemplo, X = 10,5

s 2 = 4,55.

2.2.3 Hipteses em um teste estatstico

uma suposio quanto ao valor de um parmetro populacional que ser


verificada por um teste paramtrico, ou uma afirmao quanto a natureza da
populao, que ser verificada por um teste de aderncia. As hipteses estatsticas
devem ser formuladas de modo a minimizar os erros de deciso.
Para realizar um teste de hiptese e divulgar as concluses necessrio seguir
um procedimento aceito pela comunidade cientfica. Neste procedimento, o
pesquisador deve deixar claro qual a hiptese que ele deseja testar. Para isto ele
precisa escrever em termos estatsticos a sua hiptese cientfica. A hiptese cientfica
do pesquisador, nada mais o que levou a realizar a sua investigao.
Por exemplo, suponha que um pesquisador deseja verificar se as variedades de
soja Cristalina e Roundup Ready apresentam a mesma produtividade por hectare.
Em termos estatsticos esta hiptese expressa por:
m Cristalina = m Roundup Ready
Em que:
m 'Cristalina : mdia da produtividade/ha da variedade de soja Cristalina; e

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Captulo 2 Testes de hipteses


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m Roundup

Ready :

mdia da produtividade/ha da variedade de soja Roundup

Ready.

O pesquisador deseja testar esta hiptese porque ele desconfia que a mdia de
produtividade ha-1 no seja a mesma para as duas variedades. Ento ele tem que ter
uma alternativa para esta hiptese inicial. Nesta alternativa, ele lana a sua
desconfiana a respeito do que pode acontecer. Se ele desconfiar que a variedade
Cristalina tem uma mdia de produtividade/ha maior que a variedade Roundup
Ready, ento a hiptese alternativa expressa por
m 'Cristalina > m Roundup Ready
Por outro lado, se ele desconfiar que a variedade Roundup Ready tem uma
mdia de produtividade/ha maior que a variedade Cristalina, ento a hiptese
alternativa expressa por
m 'Cristalina < m Roundup Ready
Uma outra alternativa seria a situao em que ele no tem nenhuma
desconfiana de qual variedade teria uma mdia de produtividade/ha maior do que a
outra. Neste caso, a hiptese alternativa expressa por
m 'Cristalina m Roundup Ready
Neste ponto fica claro que para realizar um teste de hipteses necessrio que
o pesquisador lance duas hipteses. A primeira que contm um sinal de igualdade
conhecida como hiptese de nulidade, comumente denotada por H 0 . dado este
nome pois ela representa uma nulidade de diferena entre mdias. J a outra hiptese
que contm um sinal de desigualdade, conhecida como hiptese alternativa,
comumente designada por Ha ou H1. Como o prprio nome diz, ela uma alternativa
a hiptese de nulidade. Na verdade, quando um pesquisador realiza um experimento,
a hiptese de nulidade construda com o expresso propsito de ser rejeitada. Isto faz
sentido porque, quem teria o trabalho de realizar um experimento se achasse que
duas mdias so iguais? Qualquer um se daria ao trabalho de instalar um
experimento, apenas se desconfiar que exista diferena significativa entre as mdias
de duas populaes. No entanto, num teste de hipteses, at que se prove o contrrio,
a Ho considerada como a hiptese verdadeira.
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Para o exemplo dado, supondo que o pesquisador no desconfie a princpio
qual variedade que apresenta maior mdia de produtividade/ha, o par de hipteses a
ser lanado expresso por
Ho: m Cristalina = m Roundup Ready
Ha: m 'Cristalina m Roundup Ready
Observe que apesar de ser possvel existir trs possibilidades para Ha, apenas
uma possibilidade foi lanada. Outro ponto importante que as hipteses foram
lanadas em termos dos parmetros e no em termos dos seus estimadores. No faz
sentido lanar as hipteses usando os estimadores, pois os mesmos no possuem um
valor fixo, ou seja, apresentam valores diferentes para amostras diferentes, enquanto
que o parmetro possui um valor fixo.

1.2.4 Deciso em um teste de hipteses


Para decidirmos se devemos ou no devemos rejeitar a hiptese de nulidade,
baseamos na comparao do valor especificado para o parmetro com aquele
estimado a partir de uma amostra da populao. Raramente, o valor estimado ser
idntico quele especificado para o parmetro.
Conforme mencionado anteriormente, um estimador pode assumir valores
diferentes para amostras diferentes, sendo que existem intervalos de valores mais
provveis de ocorrer do que outros. Portanto pode-se construir uma distribuio de
probabilidades para os valores de um estimador.
O valor fornecido pelos estimadores poder diferir do ponto de vista
matemtico, do valor esperado para o parmetro. Esta diferena matemtica nem
sempre representa que a hiptese de nulidade deve ser rejeitada, pois como o
estimador uma varivel aleatria, esperado que ele possa assumir valores dentro
de um intervalo. O que um teste de hipteses geralmente faz comparar duas fontes
de variao. A primeira fonte de variao diz respeito variao entre o valor
paramtrico e uma estimativa. A segunda fonte de variao diz respeito variao
existente na populao.
Se as duas fontes de variao apresentarem valores semelhantes ento o valor
do parmetro no difere do valor especificado na hiptese de nulidade. Neste caso, a
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Captulo 2 Testes de hipteses


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variao observada entre o valor paramtrico e sua estimativa uma variao prpria
dos dados. Conclui-se, portanto que a hiptese Ho no deve ser rejeitada.
Por outro lado, se as duas fontes de variao apresentarem valores bem
diferentes, conclui-se que a variao entre o valor especificado para o parmetro e o
de sua estimativa no prpria dos dados. Neste caso a variao entre o valor
paramtrico e a estimativa significativa, o que leva a rejeitar-se a hiptese de
nulidade.
Para ento decidirmos entre rejeitar ou no-rejeitar a hiptese de nulidade
devemos estabelecer o que uma pequena e uma grande variao. Para isto,
precisamos conhecer a distribuio de probabilidades do estimador usado para
estimar o parmetro. Vamos ilustrar esta situao no seguinte exemplo.
Suponha que um pesquisador desconfie que a estatura mdia dos adolescentes
na faixa etria de 13 a 15 anos menor do que aquela informada por um rgo oficial
como sendo igual a 1,5 metros. Este pesquisador sabe de fontes seguras que a
estatura uma varivel aleatria que segue uma distribuio normal com varincia
igual a 0,25 metros2. Se a informao do rgo oficial for verdadeira, ou seja, a mdia
de estatura for igual a 1,50 metros, poderamos descrever a distribuio de valores da
varivel estatura, digamos X, como X ~ N (1,50; 0,25) e representar esta distribuio
por meio do grfico;
1
0.9
0.8
0.7

f(X)

0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0.5

0.8

1.0

1.3

m = 1.5

1.8

2.0

2.3

2.5

Varivel X

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A funo densidade de probabilidade de uma varivel aleatria contnua que
tem distribuio normal, no caso, f(X) dada por:

1 x m

1
f (X ) =
e 2
2

Para verificar se a informao do rgo oficial correta, o pesquisador tem


duas opes: medir a estatura da populao de todos os adolescentes, ou ento tomar
uma amostra de adolescentes e medir a estatura dos mesmos e usar um teste de
hipteses. Na primeira opo nenhum teste de hipteses seria necessrio, pois o
pesquisador teria condies de conhecer o verdadeiro valor da mdia de estatura, ou
seja, ele conheceria o parmetro mdia daquela populao de adolescentes. Na
segunda opo, o pesquisador teria que usar uma mdia da amostra para tomar a sua
deciso.
evidente que a segunda opo operacionalmente mais fcil, pois o custo e o
tempo gasto so muito menores. Para a realizar a segunda opo, o pesquisador deve
escolher um tamanho de amostra adequado, por exemplo, suponha que para este
exemplo o tamanho amostral ideal seja igual a 10 indivduos. Da populao de
adolescentes possvel retirar um grande nmero de diferentes amostras de tamanho
10.
Cada amostra fornece um valor para a mdia amostral. Pode ser demonstrado
que a mdia de todas as mdias amostrais igual mdia da varivel original, a
varincia igual varincia original dividido pelo tamanho da amostra e que a varivel
tambm segue distribuio normal, ou seja, m
~ N(1,5; 0,025). O grfico da
aleatria m

distribuio das mdias amostrais seria

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Captulo 2 Testes de hipteses


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1.4

1.2

f(Xb)

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0.5

0.75

1.25

m = 1.5

1.75

2.25

2.5

Varivel: Xb

e f(Xb) = f( m
).
em que Xb = m

Como pode ser notado, a distribuio das mdias amostrais para a varivel
estatura, representadas no grfico por Xb, mais concentrada em torno da mdia do
que a varivel original X. Isto acontece porque a varincia das mdias amostrais
menor do que a varincia da varivel original estatura.
Deve ficar entendido que possvel retirar um nmero muito grande de
amostras de mesmo tamanho de uma populao, principalmente se a populao for
muito grande. No entanto, numa pesquisa geralmente toma-se deciso usando-se
apenas uma nica amostra. As hipteses estatsticas para esta situao seriam:

Ho: m altura = 1,5 metros


Ha: m altura < 1,5 metros
Para se entender a lgica dos testes de hipteses, vamos supor diferentes resultados
possveis para a mdia amostral obtida a partir de uma amostra de 10 estudantes.
,
Suponha inicialmente que o pesquisador, obtenha uma mdia amostral, digamos m

igual a 1,49 metros. Neste caso, a variao entre o valor observado igual a 1,49 e o
valor suposto igual a 1,50 muito pequena. Pode-se-ia atribuir esta variao ao acaso,
ou seja, esta variao uma variao prpria de uma populao que apresente mdia
igual a 1,5 metros. Em termos probabilsticos poderamos dizer que existe uma grande
probabilidade de numa populao com mdia igual a 1,50 metros existir grupos de 10
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indivduos que apresentem uma mdia de estatura igual ou inferior a 1,49 metros.
Justificativa semelhante poderia ser atribuda a mdias amostrais que tivessem valores
prximos ao valor suposto, tais como: 1,48; 1,47; 1,42; etc.
Por outro lado, se a mdia amostral apresentar um valor muito distante do valor
suposto, como por exemplo, 0,60 metros, o pesquisador tem a tendncia de rejeitar a
hiptese de nulidade, isto porque h um forte indcio de que a amostra foi retirada de
uma populao que apresenta uma mdia menor do que a suposta de 1,5 metros. Em
termos probabilsticos poderia se dizer que a probabilidade de encontrar um grupo de
indivduos com mdia igual ou inferior a 0,60 metros muito pequena, em uma
populao que apresenta uma mdia igual a 1,5 metros. Veja a figura a seguir

1.4

1.2

f(Xb)

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0.5 0,60

0.75

1.25

1.5

1.75

2.25

2.5

Varivel: Xb

A funo densidade de probabilidade da mdia amostral de uma varivel


aleatria que tem distribuio normal, no caso, f(Xb), dada por:

f (Xb) =

1
e
2

1 x m

A rea sob a curva abaixo do valor 0,60 m indica a probabilidade de se


encontrar um valor igual ou inferior a 0,60 metros em uma populao com mdia igual
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Captulo 2 Testes de hipteses


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a 1,5 metros. Como pode ser notada, esta probabilidade pequena em relao rea
total do grfico. Com base neste raciocnio que o pesquisador estabelece um valor
crtico que o ajuda a decidir sobre a rejeitar ou no-rejeitar a hiptese de nulidade.
Este valor crtico pode a princpio ser estabelecido de duas maneiras. A primeira delas
seria a situao em que o pesquisador de posse de seu conhecimento prvio no
assunto estabeleceria um valor crtico antes de coletar a amostra. Este valor crtico
seria um valor para a mdia amostral tal que acima dele o pesquisador no-rejeitaria a
hiptese de nulidade e abaixo dele rejeitaria a hiptese de nulidade. Digamos que
neste caso o valor crtico adotado fosse igual a 1,0 metro. O valor para a mdia igual a
1,0 metro determinaria duas regies na distribuio das mdias amostrais, conforme
apresentado na figura a seguir. Estas duas regies so denominadas como Regio de
No-Rejeio da Hiptese de Nulidade (RNRHo) e Regio de Rejeio da Hiptese de
Nulidade (RRHo). Como os respectivos nomes indicam, se o valor da mdia amostral
estiver contido na RNRHo, o pesquisador no deve rejeitar a hiptese de nulidade.
Caso, contrrio, se o valor da mdia amostral estiver contido na RRHo, o pesquisador
deve rejeitar a hiptese de nulidade e considerar a hiptese alternativa como sendo a
hiptese verdadeira.

Deve-se observar que ao adotar o critrio acima, o pesquisador sempre estar


sujeito a cometer um de dois erros possveis. Um destes erros, conhecido como erro
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tipo I ou erro alfa ( ) , se refere probabilidade de rejeitar uma hiptese verdadeira, no
caso a hiptese de nulidade. Na figura citada anteriormente, o critrio adotado pelo
pesquisador foi que se a mdia amostral assumisse um valor menor que 1,0 metro,
ento rejeitar-se-ia a hiptese de nulidade. exatamente a adoo deste critrio que
pode levar o pesquisador cometer um erro em sua tomada de deciso, pois como se
pode observar na figura, em uma populao que realmente apresenta mdia igual a
1,5 metros, existe uma pequena percentagem de indivduos que podem apresentar
uma altura mdia inferior a 1,0 metro. No entanto, o pesquisador acaba assumindo
que devido ao fato daquela chance ser muito pequena, ele decide que se uma amostra
de elementos apresentar mdia menor que 1,0 metro, ela pertence a uma populao
com mdia inferior especificada de 1,5 metros, conforme mostrado na figura seguir.

H0: m = 1,5
Ha: m < 1,5

Nesta figura, pode-se observar duas curvas: a da esquerda quando se assume


que a populao tem uma mdia inferior a especificada, isto a curva para a hiptese
alternativa (Ha) com m < 1,5 metros; e a curva da direita para a situao em que a
populao apresenta mdia igual especificada, ou seja, curva para a hiptese de
nulidade (Ho) com mdia m = 1,5 metros. Quando o pesquisador toma a deciso de
rejeitar a Ho, ele na verdade acaba por concluir que a populao de onde foi retirada a
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Captulo 2 Testes de hipteses


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amostra pertence aquela populao com mdia m < 1,5 metros. Observem, valores
nesta regio podem levar a duas concluses que a rigor ambas estariam corretas,
mas a probabilidade de encontrar indivduos com mdia inferior ou igual ao valor
crtico, no caso 1,0 metro, bem maior numa populao com m < 1,5 metros do que
numa populao com mdia m = 1,5 metros. esta diferena nas probabilidades que
leva o pesquisador a rejeitar Ho ao invs de no rejeit-la.
Conforme mencionado anteriormente, a rea sob a curva da hiptese Ho que
leva a sua rejeio se refere probabilidade de se rejeitar Ho quando Ho verdadeira.
Isto foi definido anteriormente como erro alfa. Um raciocnio lgico que se tem tentar
fazer este erro ser o menor possvel. No entanto, em todo teste de hipteses existe
tambm um outro erro, conhecido como erro tipo II ou erro beta () , o qual aumenta o
seu valor medida que se diminui o erro alfa. Este erro se refere probabilidade norejeitar a hiptese Ho quando Ho falsa (ver figura anterior). No exemplo que estamos
trabalhando, este erro beta ser tanto maior, quanto menor for o valor crtico. Se por
exemplo, fizermos que o valor crtico para a mdia amostral seja igual a 0,9 m, ento a
nova proporo entre os erros alfa e beta seria conforme a figura a seguir.

Ns acabamos de ver a maneira emprica de realizar um teste de hiptese, a


qual se baseia no fato do pesquisador estabelecer o valor crtico de rejeio da
hiptese Ho com base em seu prvio conhecimento do problema. Este procedimento,
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embora seu forte apelo prtico traga a desvantagem de no poder estabelecer a
princpio qual seria a probabilidade de ser cometer o erro tipo I, ou seja, a que nvel de
significncia que o teste de hipteses ser realizado. de consenso que se publique,
que nos trabalhos cientficos, a que nvel de significncia um teste de hipteses foi
realizado. Desta forma, possvel comparar os resultados e concluses de diferentes
trabalhos de pesquisa, pois existe uma tendncia que, para determinada rea do
conhecimento, o nvel de significncia esteja dentro de uma faixa de valores aceito
pela maioria dos pesquisadores. A determinao do nvel de significncia quando se
usa o mtodo emprico possvel, embora computacionalmente no seja uma tarefa
fcil, pois envolve a integrao de funes complexas tais como exponenciais, gama,
beta, dentre outros. Devido a todas estas razes, o mtodo no-emprico o mais
usado.

O quadro abaixo sintetiza as probabilidades de uma escolha decisiva:


Realidade
Deciso

Ho verdadeira

Ho falsa

Rejeitar Ho

Aceitar Ho

O procedimento para um teste de hipteses usando o mtodo no-emprico


similar ao mtodo emprico. A diferena est basicamente que no mtodo noemprico, o valor crtico conhecido a partir do nvel de significncia estabelecido e o
uso de tabelas estatsticas. Existe uma tabela estatstica apropriada para cada tipo de
teste de hipteses. Estas tabelas fornecem valores crticos que delimitam regies de
rejeio e de no-rejeio de Ho. O valor obtido de uma ou mais amostras retirada
da(s) populao(es) ento usado para calcular o valor de uma estatstica que tem
distribuio de probabilidades idntica quela usada para identificar o valor tabelado. A
comparao dos valores calculado e tabelado permite ao pesquisador decidir entre
rejeitar ou no-rejeitar Ho.
Os prximos itens deste captulo iro tratar sobre alguns testes de hipteses
que usam este mtodo no-emprico.

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Captulo 2 Testes de hipteses


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2.3 Testes de hipteses

2.3.1 Teste Z

2.3.1.1 Teste de hipteses para uma mdia populacional


Caso em que X normalmente distribudo com varincia populacional

conhecida. Seja uma varivel aleatria X ~ N , 2 . Pode-se demonstrar que a mdia


amostral X tambm segue est distribuio normal com a mesma mdia porm a

2
varincia est dividida pelo tamanho da amostra X ~ N , .
n
Usando-se a varivel normal padronizada ou reduzida Z, temos Z =

Z=

x o
2x

ou

x o
, onde:

x = mdia amostral;
o = valor da hiptese Ho;

= desvio padro populacional;


n = tamanho da amostra.

Exemplo:
a) A produtividade mdia por hectare do feijoeiro vermelho na Regio de Viosa/MG
de 1800 Kg e o desvio padro de 100 Kg. Mediante avanos no programa de
melhoramento gentico desta cultura na UFV proclamou-se que a produtividade pode
ser aumentada. Para testar esta declarao, ensaiou-se 50 lavouras em diferentes
pequenas propriedades, tendo-se determinado a produtividade mdia nestas de 1850
Kg. Pode-se confirmar a eficincia do melhoramento da cultura ao nvel de
significncia de 0,05 (ou 5%). R: Z cal = 3,54
b) Considerando o mesmo problema anterior, testar:
b.1)

Ho : = 1800 Kg
Ha : 1800 Kg

= 5%

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_____________________________________________________________________________

b.2)

Ho : = 1800 Kg
Ha : 1800 Kg

= 1%

2.3.1.2 Teste de hipteses para duas mdias populacionais


Caso em que X A e X B so normalmente distribudos com varincia
populacionais conhecidas.
Sejam X A e XB as mdias obtidas em duas amostras de tamanho n A e n B ,
retiradas de duas populaes normais P A e P B , respectivamente, com varincias
2A e B2 conhecidas mdias A e B desconhecidas. Considerando-se as variveis
aleatrias X A e XB independentes, tende-se que:

(X

2
2
+ B
e XB ~ N A B ; A
nA
nB

Nosso problema , ao nvel de significncia , testar:

Ho : A = B ou

Ho : A B = 0

Ha : A > B 1 ; ou

A < B 2 ; ou

A B 3

Utilizaremos ento a estatstica:


Z=

(X

e XB ( A B )

V X A e XB

Sob Ho segue-se que X A e XB vai seguir uma distribuio normal com mdia

2
2
2
2
zero e varincia A
+ B , ento:
+ B , ou ento: X A e XB ~ N 0; A
nA
nB
nB

nA

Z=

(X

2
A

e XB 0
nA

2
B

Z=

ou

nB

(X

2
A

nA

e XB
+

2
B

nB

Exemplo:
a) Dois diferentes tratores so indicados para a execuo de determinada tarefa na
propriedade. Deseja-se saber se so igualmente eficientes no sentido de tempo
exigido para execuo da mesma. Sabe-se que os tempos de execuo em minutos
atravs dos mtodos A e B, so normalmente distribudos com varincias
___________________________________________________________________________________

17

Captulo 2 Testes de hipteses


_____________________________________________________________________
2A = 8, B2 = 10. Afim de chegar a uma deciso, retirou-se uma amostra de 48
operaes realizadas com o trator A e 36 operaes realizadas com o trator B. A
seguir os tempos de execuo foram medidos obtendo-se as seguintes mdias
amostrais (minutos): X A = 40 e XB = 42. A que concluso chegaremos ao nvel = 1%.
b) Um fabricante faz 2 tipos de pneus para o tipo A ( A = 2500 milhas ) e para o tipo B

(B = 3000 milhas ) . Um veculo testou 50 pneus do tipo A e 40 pneus do tipo B, obtendo


24000 milhas e 26000 milhas de durao mdia dos respectivos tipos. Adotando-se
um risco = 4% , testar a hiptese de que a vida mdia dos 2 tipos a mesma.

Teste para a proporo

1 passo:
Ho: p = p o ;
Ha 1 : p > p o , ou
Ha 2 : p < p o , ou
Ha 3 : p p o .
2 passo:
Fixar , varivel escolhida a Z
3 passo:
Regio crtica (demonstrado no quadro)

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________

4 passo:
Calcular Z

Z=

f po
p o (1 p o )
n

onde: f = freqncia relativa do evento na amostra;


p o = valor de Ho;
n = tamanho da amostra.

5 passo;
Concluso
a) Se Z Z Z Rejeita-se Ho (Teste bilateral)
2
2
b) Se Z Z Rejeita-se Ho (Teste unilateral direita)
c) Se Z Z Rejeita-se Ho (Teste unilateral esquerda)

Exemplo;
As condies de mortalidade de uma suinocultura so tais que a proporo de
nascidos que sobrevivem at 60 dias de 0,6. Testar est hiptese ao nvel= 5% se
em 1000 nascimentos amostrados aleatoriamente verificou-se 530 sobreviventes at
60 dias.

2.3.2 Teste t de Student Teste para pequenas amostras

A aplicao do teste t indicada quando o tamanho amostral igual ou


inferior a 30 elementos. Para amostras com tamanho superior a 30, recomenda-se o
teste Z. O uso do teste t pressupe que a caracterstica em anlise normalmente
distribuda com varincia populacional desconhecida.
O teste t tem trs aplicaes principais: teste para uma mdia populacional,
teste para duas mdias populacionais e teste para mais que duas mdias

___________________________________________________________________________________

19

Captulo 2 Testes de hipteses


_____________________________________________________________________
populacionais. As duas primeiras aplicaes vo ser apresentadas neste captulo. A
terceira aplicao ser apresentada no Captulo sobre Comparaes Mltiplas.

2.3.1.1 Teste de hipteses para uma mdia populacional

Este teste usado para verificar se a mdia de uma caracterstica de uma


populao assume um valor especificado, digamos m o . Para aplicao deste teste
devemos selecionar uma amostra aleatria de tamanho n da populao. Digamos que
os elementos amostrais sejam: X 1 , X 2 ,...., X n . Com base nestes elementos amostrais,
, e seu desvio padro, s. Estas estatsticas so ento
calculamos a sua mdia, m

utilizadas para calcular o valor de t usando a expresso


t=

mo
m
s
n

Esta estatstica t, tem distribuio t de Student com n-1 graus de liberdade, ou


seja, uma distribuio de probabilidades que depende do nmero de graus de
liberdade associado. A figura a seguir, ilustra a distribuio t para trs valores
diferentes no nmero de graus de liberdade.

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________
As hipteses num teste t, para uma mdia populacional, so do seguinte tipo
Ho: m = m o

versus

Ha: m > m o

ou

Ha: m < m o

ou

Ha: m > m o
Para decidirmos entre Rejeitar ou No-Rejeitar Ho, comparamos o valor de t
com o valor tabelado de t obtido por t tab = t (n 1) . A tabela apresentada no anexo
desta apostila uma tabela elaborada para testes bilaterais. Neste caso, para
encontrarmos o valor tabelado basta entrar com o valor de e o respectivo nmero de
gruas de liberdade. Por outro lado, se desejarmos realizar um teste unilateral e
usarmos uma tabela bilateral, devemos entrar na tabela com 2 como nvel de
significncia. Este procedimento garante que realizaremos o teste ao nvel de
significncia como desejado para testes unilaterais.
Depois de obtido o valor calculado e o valor tabelado de t, usamos a seguinte
regra decisria:
- se t t tab ento Rejeita-se Ho.
- se t t tab ento No-Rejeita-se Ho.

Exerccios
2.1 Em indivduos sadios, o consumo renal de oxignio distribui-se normalmente em
torno de 12 cm3/min. Deseja-se investigar, com base em cinco indivduos portadores
de certa molstia, se esta tem influncia no consumo renal mdio de oxignio. Os
consumos medidos para os cincos pacientes foram:
14,4 12,9 15,0 13,7 13,5
Qual a concluso ao nvel de 1% de significncia?

2.2 Uma amostra de seis elementos, extrada de uma populao normal, forneceu
6

Xi = 84,0 e
i=1

(Xi m)
6

= 55,0

i=1

Deseja-se saber se a mdia da populao pode ser considerada como superior


a 11. Qual a concluso, ao nvel de 5% de significncia?
___________________________________________________________________________________

21

Captulo 2 Testes de hipteses


_____________________________________________________________________

2.3.1.2 Teste de hipteses para duas mdias populacionais


O objetivo deste teste verificar se suas populaes, digamos populao 1 e
populao 2 apresentam um mesmo valor mdio para uma determinada caracterstica,
isto , deseja-se verificar se m 1 = m 2 . Com esta finalidade necessrio obter uma
amostra de cada populao. Estas duas amostras podem ser relacionadas ou no, ou
seja, podem ser dependentes ou independentes uma da outra. Esta distino no
relacionamento das duas amostras gera dois testes distintos.

2.3.1.2.1 Teste de hipteses para o caso de duas amostras independentes


Duas amostras so ditas independentes quando no existe nada que as
relacione. Nesta situao, os valores amostrais foram obtidos em conjuntos amostrais
distintos, ou seja, os elementos amostrais que originaram os valores de uma amostra
so distintos dos elementos amostrais que originaram a segunda amostra.
Conforme mencionado anteriormente, para comparar as mdias das duas
populaes, toma-se uma amostra de cada populao. Suponha que as amostras
geradas sejam X 11 , X 12 ,..., X 1n e X 21 , X 22 ,..., X 2m , onde o tamanho das amostras
podem ser diferentes, ou seja, n pode ser diferente de m. Para cada amostra, ento
calcula-se a sua mdia e varincia. Um estimador comum para a varincia obtido
tomando-se uma mdia ponderada das estimativas de varincia obtidas para as duas
amostras. O tamanho da amostra utilizado como um peso para o clculo desta
varincia mdia ponderada. A obteno de um estimador comum para a varincia
pressupe que a varincia das duas populaes sejam idnticas, ou seja 12 = 22 . A
frmula do estimador comum :

em que s12 e s 22 so as varincias amostrais das populaes 1 e 2, respectivamente. A


frmula geral para o clculo da varincia amostral dada por:

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Uma vez obtidas estas estimativas, calcula-se o valor da estatstica t dada por:

Esta estatstica tem distribuio t de Student com (n 1 + n 2 - 2)graus de


liberdade. A comparao do valor calculado de t com o valor tabelado dado por t tab =
t (n 1 + n 2 2), usada para testar a hiptese de nulidade
H 0 : m 1 = m 2 versus
Ha: m 1 > m 2 ou
Ha: m 1 < m 2 ou
Ha: m 1 m 2
A regra de deciso idntica ao caso anterior, ou seja:
- se t t tab ento Rejeita-se Ho.
- se t < t tab ento No-Rejeita-se Ho.

2.3 Os dados que seguem referem-se a cinco determinaes da resistncia de dois


tipos de concreto. Ao nvel de 5% de significncia, h evidncia de que o concreto 1
seja mais resistente que o concreto 2?

Concreto 1 54 55 58 51 57
Concreto 2 50 54 56 52 53

2.3.1.2.2 Teste de hipteses para o caso de duas amostras dependentes

Duas amostras de elementos so ditas serem dependentes quando existe algo


que as relacione. Por exemplo, se os valores de duas amostras forma obtidos de um
mesmo conjunto de elementos amostrais, podemos dizer que as duas amostras de
valores so dependentes uma vez que foram tomados de um conjunto de elementos
amostrais comum.

___________________________________________________________________________________

23

Captulo 2 Testes de hipteses


_____________________________________________________________________
O objetivo neste caso verificar se houve alterao na mdia de uma
populao quando a mesma avaliada sob duas condies diferentes. Cada condio
representa uma populao distinta, embora se suponha que os elementos
populacionais sejam os mesmos nas duas condies. Para verificar se houve
alterao na mdia, avalia-se uma caracterstica de interesse do pesquisador num
conjunto de elementos amostrais tomados ao acaso na populao quando a mesma
esteja sob a condio 1. Digamos que a avaliao da caracterstica resulte nos
seguintes valores amostrais X 11 , X 12 ,..., X 1n . Depois de feita esta avaliao, os
elementos amostrais que originaram a primeira amostra, sejam submetidos condio
2. Os mesmos elementos amostrais so novamente avaliados para a mesma
caracterstica na nova condio 2. Digamos que esta nova avaliao resulte nos
seguintes valores amostrais X 21 , X 22 ,..., X 2n . Se a condio 2 no tiver nenhum efeito,
espera-se que em mdia os valores observados nas duas condies sejam iguais.
Em termos de desvios, se a alterao das condies no resultasse em nenhum
efeito significativo, poderamos dizer que a diferena entre os valores observados na
primeira condio e na segunda condio seria em mdia igual a zero. Portanto para
verificar se houve alterao na mdia de uma populao avaliada em duas condies
diferentes, pode-se testar a hiptese de que o desvio mdio ser estatisticamente igual
a zero. Portanto, a partir de duas amostras obtm-se uma outra baseada nos desvios,
conforme mostrado a seguir

Elemento amostral i

...

Amostra 1

X 11

X 12

...

X 1n

Amostra 2

X 21

X 22

...

X 2n

d i = X 1i X 2i

d1

d2

...

dn

Apresentado desta forma, o teste para duas amostras dependentes reduz-se


teste t para uma mdia populacional, visto anteriormente. No presente caso, deseja-se
testar se a mdia dos desvios igual por exemplo a um valor m o . Escrevendo em
termos de hipteses estatsticas teramos

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_____________________________________________________________________________
Ho: m = m o

versus

Ha: m > m o

ou

Ha: m < m o

ou

Ha: m > m o
Para decidir entre rejeitar ou No-Rejeitar a hiptese de nulidade, deve-se
calcular o valor da estatstica t dada por
t=

mo
m
s
n

em que
n
di
n
2
di i=1

n
s 2 = i=1
n 1

=
m

d
i=1

Sob H o , esta estatstica t tem distribuio t de Student com n-1 graus de


liberdade. A comparao deste valor calculado com o valor de t tab dado por t tab = t (n1).
Depois de obtido os valores calculado e tabelado de t, usamos a seguinte regra
decisria:
- se t t tab ento Rejeita-se Ho.
- se t < t tab ento No-Rejeita-se Ho.

Exerccios
2.4 Com o objetivo de avaliar se determinado produto qumico eficiente para repelir
insetos pragas, foi realizada uma contagem de nmero de insetos, antes e aps a
aplicao deste produto qumico, em 7 lavouras. O nmero de insetos observado em
cada residncia foi
Lavouras

Antes da aplicao

Aps a aplicao

___________________________________________________________________________________

25

Captulo 2 Testes de hipteses


_____________________________________________________________________
Por meio destes dados e ao nvel de 5% de probabilidade, possvel concluir,
em termos mdios, que o produto utilizado eficiente para repelir insetos?

2.5 Com finalidade de testar se determinado mtodo de secagem rpida consegue


reduzir significativamente a quantidade mdia de gua de gros de cereais, uma
poro de cada um dos seguintes tipos de cereais: Milho, Cevada, Trigo, Arroz e
Sorgo, foram expostas ao referido mtodo de secagem. Os resultados obtidos, para o
peso da poro (em g) amostrada por cereal, com a realizao do experimento foram:
Milho Cevada Trigo Arroz Sorgo
Sem a secagem

30

34

41

25

36

Com a secagem

21

28

33

21

31

possvel concluir ao nvel de 5% de significncia que o mtodo de secagem


proposto, eficiente para secar os gros?

2.3.3 Teste F para Comparaes de Varincias de Duas Populaes

A distribuio F est entre aquelas distribuies de probabilidades mais


importantes na estatstica, principalmente na estatstica experimental, com enorme
emprego na anlise de experimentos.
Este teste indicado para verificar se duas populaes, digamos 1 e 2,
apresentam igual valor para o parmetro varincia. Sejam as variveis aleatrias
independentes 1 e 2, com distribuio de qui-quadrado ( 2 ), com n 1 e n 2 graus de
liberdade, respectivamente. Denomina-se F a varivel aleatria definida por:
V1
n1
F=
V2
n2

Considerando 2 amostras de tamanho n x e n y das variveis aleatrias normais


X e Y respectivamente, pode-se demonstrar que:

(n 1) s2x
V1 = x
2x

n s2
= 1 2x
x

(n
V2 =

1)s 2y
2y

n2 s 2y
2y

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Considerando Ho: 2x = 2y = 2 , ento:
2
1 n1 s x
n1 2
s 2x
F=
=
n2 s 2y s 2y
1
n2 2

ou seja, F tem distribuio de Fisher-Snedecor, com (n x -1)= n 1 e (n y -1)= n 2


graus de liberdade.

Em termos de hipteses estatsticas teramos:


Ho : 12 = 22

versus

Ha : 12 > 22

ou

Ha : 12 < 22

ou

Ha : 12 22
OBS Neste curso, vamos adotar sempre colocar a maior varincia no numerador, de
modo a obter um F calculado maior que 1, usaremos a tabela unilateral para F>1.

A estatstica F usada para decidir entre Rejeitar ou No-Rejeitar Ho dada pelo


quociente entre as duas estimativas de varincia, ou seja:
F=

s12
s 22

Sob a hiptese de nulidade, este quociente tem distribuio F, de FisherSnedecor, com n 1 e n 2 graus de liberdade, ou seja, a distribuio de probabilidades da
estatstica F depende dos nmeros de graus de liberdade n 1 e n 2 . Um grfico para a
distribuio F, para trs diferentes pares de graus de liberdade ilustrado na figura a
seguir.

___________________________________________________________________________________

27

Captulo 2 Testes de hipteses


_____________________________________________________________________

A concluso do teste feita mediante a comparao do valor de F com o valor


de F tab = F = (n 1 , n 2 ).
Se F Ftab Rejeita-se H o ao nvel de probabilidade. Caso contr
rio No

Rejeita-se H o .
Exerccios
2.6 Com o intuito de controlar a homogeneidade da produo de certas partes ao
longo do tempo, amostras semanais so retiradas da produo corrente. Uma primeira
amostra, de dez elementos, forneceu mdia 284,55 e desvio padro 0,320, ao passo
que, numa segunda amostra, forneceu, nas mesmas unidades, os seguintes valores:
284,6

283,9

284,8

285,2

284,3

283,7

284,0

Ao nvel de 5% de significncia, podemos concluir que a semana 2 apresentou


maior variabilidade que a semana 1?

2.7 A qualidade de rebites tanto melhor quanto maior sua homogeneidade. Seis
rebites de duas marcas foram ensaiados ao cisalhamento, tendo-se obtido as
seguintes cargas de ruptura:
Rebite

Marca A

34,9

35,5

38,8

39,2

33,7

37,6

Marca B

38,5

39,0

40,7

42,9

37,8

41,4

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________

Estes resultados ratificam a afirmao do produtor da marca B, de que seus


rebites so melhores? Use o nvel de 5% de significncia?

Exerccios Suplementares

1 Uma fbrica de cermica produz um tipo de pea usando o processo A de


fabricao. Com o objetivo de melhorar a mdia de resistncia das peas, quando
submetidas a determinado grau de temperatura, o processo B foi introduzido. Com os
dados amostrais abaixo, relativos temperatura de rompimento das peas, testar a
hiptese Ho e concluir para = 5%.
Processo A

90,3

93,4

96,8

91,4

92,6

102,5

103,4

Processo B

101,4

98,5

104,6

95,8

96,2

94,6

99,5

2 Um material isolante foi utilizado com a finalidade de reduzir a temperatura mdia


interna em ambientes similares. Para testar a hiptese H 0 , 10 ambientes foram
selecionados ao acaso e expostos a uma determinada fonte de radiao de calor.
Testar a hiptese H0 e concluir para = 5%. Os dados obtidos (em C) so fornecidos
abaixo.
Ambiente

10

s/isolante

30,5

35,3

33,2

40,8

42,3

41,5

36,3

43,2

34,6

38,5

c/isolante

28,2

35,1

33,2

35,6

40,2

37,4

34,2

42,1

30,5

38,4

3 Dois processos que tm por objetivo o controle da temperatura mdia interna em


ambientes foram colocados em competio. Para testar a H 0 , 20 ambientes foram
convenientemente preparados. Testar e concluir para = 5%, considerando os dados
abaixo.
Processo

Temperatura C

s/isolante

30,5

35,3

33,2

40,8

42,3

41,5

36,3

43,2

34,6

38,5

c/isolante

28,2

35,1

33,2

35,6

40,2

37,4

34,2

42,1

30,5

38,4

___________________________________________________________________________________

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


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2.0 TESTES DE HIPTESES

Exerccios Suplementares

1 Uma fbrica de cermica produz um tipo de pea usando o processo A de


fabricao. Com o objetivo de melhorar a mdia de resistncia das peas, quando
submetidas a determinado grau de temperatura, o processo B foi introduzido. Com os
dados amostrais abaixo, relativos temperatura de rompimento das peas, testar a
hiptese Ho e concluir para = 5%.
Processo A

90,3

93,4

96,8

91,4

92,6

102,5

103,4

Processo B

101,4

98,5

104,6

95,8

96,2

94,6

99,5

2 Um material isolante foi utilizado com a finalidade de reduzir a temperatura mdia


interna em ambientes similares. Para testar a hiptese Ho, 10 ambientes foram
selecionados ao acaso e expostos a uma determinada fonte de radiao de calor.
Testar a hiptese H0 e concluir para = 5%. Os dados obtidos (em C) so fornecidos
abaixo.

Ambiente

10

s/isolante

30,5

35,3

33,2

40,8

42,3

41,5

36,3

43,2

34,6

38,5

c/isolante

28,2

35,1

33,2

35,6

40,2

37,4

34,2

42,1

30,5

38,4

3 Dois processos que tm por objetivo o controle da temperatura mdia interna em


ambientes foram colocados em competio. Para testar a Ho, 20 ambientes foram
convenientemente preparados. Testar e concluir para = 5%, considerando os dados
abaixo.

Processo

Temperatura C

s/isolante

30,5

35,3

33,2

40,8

42,3

41,5

36,3

43,2

34,6

38,5

c/isolante

28,2

35,1

33,2

35,6

40,2

37,4

34,2

42,1

30,5

38,4

Captulo 3 Contrastes
_____________________________________________________________________

3.0 CONTRASTES

3.1 Introduo

O estudo de contrastes muito importante na Estatstica Experimental,


principalmente quando o experimento em anlise composto por mais do que dois
tratamentos. Com o uso de contrastes possvel ao pesquisador estabelecer
comparaes, entre tratamentos ou grupos de tratamentos, que sejam de interesse.
Este captulo visa dar fundamentos para estabelecer grupos de contrastes,
obter a estimativa para cada contraste estabelecido, bem como estimar a variabilidade
associada a cada um destes contrastes. Todos os conhecimentos adquiridos neste
captulo sero utilizados no captulo sobre Comparaes Mltiplas para a realizao
de testes de hipteses para grupos de contrastes estabelecidos.

3.2 Definies

3.2.1 Contrastes
Considere a seguinte funo linear de mdias populacionais de tratamentos
C = a 1 m 1 + a 2 m 2 + ... + a I m I
I

C ser um contraste entre mdias se satisfazer a seguinte condio:

a
i=1

=0

3.2.2 Estimador do Contraste


Na prtica, geralmente no se conhece os valores das mdias populacionais m i ,
mas suas estimativas. Assim, em Estatstica Experimental, no se trabalhar com
, que tambm uma funo linear de mdias
contraste C mas com o seu estimador C
obtidas por meio de experimentos ou amostras. Assim tem-se que o estimador para o
contraste de mdias dado por:

=am

C
1 1 + a 2m 2 + + aImI

___________________________________________________________________________________

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________
Exerccio
3.1 Num experimento de consrcio na cultura do abacaxi, com 5 repeties, as mdias
de produo de frutos de abacaxi (em t/ha), foram as seguintes:
Tratamentos

i
m

1 Abacaxi (0,90 x 0,30m) monocultivo

53,5

2 Abacaxi (0,80 x 0,30m) monocultivo

56,5

3 Abacaxi (0,80 x 0,30m) + amendoim

62,0

4 Abacaxi (0,90 x 0,30m) + feijo

60,4

Pede-se obter as estimativas dos seguintes contrastes:


C 1 = m 1 + m 2 m 3 m 4
C2 = m1 - m2
C 3 = m 3 m 4
3.2.3 Medidas de disperso associadas a contrastes
Considere o estimador do contraste C, dado por:

=am

C
1 1 + a 2m 2 + + aImI

A varincia do estimador do contraste dada por:

()

= V (a m

VC
1 1 + a 2m 2 + + aImI )
Admitindo independncia entre as mdias

()
) = a V (m
) + a V (m
) + + a V (m
)
V (C
= V (a m

VC
1 1 ) + V (a 2m 2 ) + + V (aImI )
2
1

i ) = i
Sabe-se que: V (m

2
2

2
I

rI

, assim

()

= a 2 1
VC
1

+ a 22 2
2

r1

+ + aI2 I

r2

rI

Admitindo-se homogeneidade de varincia 2 , mas sua estimativa a qual obtida


por meio de dados experimentais. Esta estimativa denominada como estimador
comum ( sc2 ). Ento o que normalmente se obtm o valor do estimador da varincia
do estimador do contraste, a qual obtida por:
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Prof. Carlos Eduardo Magalhes dos Santos

31

Captulo 3 Contrastes
_____________________________________________________________________

()

= s 2 ai
V C
c
i=1

ri

Exerccio
3.2 Por meio dos dados e dos contrastes fornecidos abaixo, obter as estimativas dos
contrastes e as estimativas das varincias das estimativas dos contrastes.
1 = 11,2
m

2 = 10,5
m

r1 = r2 = 6

r3 = 4

3 = 10,0
m

r4 = 5

4 = 21,0
m

sc2 = 0,45

C1 = m1 + m2 m3 m4
C2 = m1 m2
C3 = m3 m4
3.2.4 Contrastes Ortogonais

Em algumas situaes desejamos testar um grupo de contrastes relacionados


com o experimento em estudo. Alguns tipos de testes indicados para este objetivo
necessitam que os contrastes que compem o grupo a ser testado, sejam ortogonais
entre si.
A ortogonalidade entre os contrastes indica independncia linear na
comparao estabelecida por um contraste com a comparao estabelecida pelos
outros contrastes.
Sejam os estimadores dos contrastes de C 1 e C 2 dados, respectivamente, por:
=am

C
1
1 1 + a 2m 2 + + aImI
=bm

C
2
1 1 + b 2m 2 + + bImI

eC
, supondo independncia entre tratamentos, obtida
A covarincia entre C
1
2
por

,C
= a b V (m
1 ) + a 2b 2 V (m
2 ) + + aIbI V (m
I)
Cov C
1
2
1 1
i ) = i
A varincia da mdia amostral dada por: V (m

ri

, para i = 1, 2, ..., I.

Logo,
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32

CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________

,C
= a b 1
Cov C
1
2
1 1

+ a 2b 2 2
2

r1

+ + aIbI I

r2

rI

Admitindo que exista homogeneidade de varincias entre os tratamentos, ou


seja: 12 = 22 = = I2 = 2 , ento.

I
,C
= a1b1 + a 2b 2 + + aIbI 2 = 2 aibi
Cov C

1
2
r
r2
rI
i=1 ri
1

Sabe-se que, de duas variveis aleatrias so independentes, a covarincia

eC
so independentes, a covarincia entre
entre elas igual a zero. Assim, se C
1
2
eles igual a zero, isto :

,C
=0
Cov C
1
2

Para que a covarincia seja nula, necessrio, portanto que:


I

i=1

aibi
=0
ri

Esta a condio de ortogonalidade entre dois contrastes para um experimento


com nmero diferente de repeties para os tratamentos. Para um experimento com
mesmo nmero de repeties, satisfazendo as mesmas pressuposies (mdias
independentes e homogeneidade de varincias), a condio de ortogonalidade se
resume a:
I

a b
i=1

i i

=0

Para um experimento com I tratamentos, podem ser formados vrios grupos de


contrastes ortogonais, no entanto cada grupo dever conter no mximo (I 1)
contrastes ortogonais, o que corresponde ao nmero de graus de liberdade para os
tratamentos.
Dentro de um grupo de contrastes ortogonais, todos os contrastes tomados dois
a dois, sero tambm ortogonais.

Exerccios
3.3 Verificar se os contrastes do Exerccio 2.1 formam um grupo de contrastes
ortogonais.
___________________________________________________________________________________
Prof. Carlos Eduardo Magalhes dos Santos

33

Captulo 3 Contrastes
_____________________________________________________________________
3.4 Verificar se os contrastes do Exerccio 2.2 formam um grupo de contrastes
ortogonais.

3.2.5 Mtodos para obteno de grupos de contrastes mutuamente ortogonais

3.2.5.1 Obteno por meio de sistema de equaes lineares


Neste mtodo, deve-se estabelecer, a princpio, um contraste que seja de
interesse e, a partir deste que os demais so obtidos. Por meio da imposio da
condio de ortogonalidade e da condio para ser um contraste, obtm-se equaes
lineares, cujas incgnitas so os coeficientes das mdias que compem o contraste.
Como o nmero de incgnitas superior ao nmero de equaes existentes, ser
sempre necessrio atribuir valores a algumas incgnitas. desejvel que os valores a
serem atribudos, permitam que os coeficientes sejam nmeros inteiros.

Exerccio
3.5 Foi instalado um experimento para avaliar a produo de 4 hbridos cujas as
caractersticas so apresentadas na tabela a seguir.

Hbrido

Porte

Alto

Alto

Alto

Baixo

Inicio do Florescimento Precoce Tardio Tardio Precoce


ndice de acamamento

Baixo

Alto

Alto

Baixo

ri

Suponha que ao estabelecer as comparaes dos hbridos com relao a


produo, seja levado em considerao
o porte;
o incio do florescimento;
o ndice de acamamento.

Obtenha um grupo de contrastes ortogonais que permita testar as comparaes


segundo os critrios citados.
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34

CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________

3.2.5.2 Obteno por meio de regras prticas

Por meio desta metodologia, possvel estabelecer facilmente um grupo de


contrastes ortogonais. A metodologia pode ser resumida nos seguintes passos
(Banzatto e Kronka, 1989):
Divide-se o conjunto das mdias de todos os tratamentos do experimento em
dois grupos. O primeiro contraste obtido pela comparao das mdias de um grupo
contra as mdias do outro grupo. Para isso atribui-se sinais positivos para membros de
um grupo e negativos para membros do outro grupo.
Dentro de cada grupo formado no passo anterior, que possui mais que uma
mdia, aplica-se o passo 1, subdividindo-os em subgrupos. Repete-se este passo at
que se forme subgrupos com apenas uma mdia. Ao final, devemos ter formado (I 1)
comparaes.
Para se obter os coeficientes que multiplicam cada mdia que compem os
contrastes estabelecidos, deve-se, para cada contraste:
Verificar o nmero de parcelas experimentais envolvidas no 1 grupo, digamos
g 1 , e o nmero de parcelas experimentais envolvidas no 2 grupo, digamos g 2 .
Calcula-se o mnimo mltiplo comum (MMC) entre g 1 e g 2 .
Dividir o MMC por g 1 . O resultado ser o coeficiente de cada mdia do 1 grupo.
Dividir o MMC por g 2 . O resultado ser o coeficiente de cada mdia do 2 grupo.
Multiplicar os coeficientes obtidos pelo nmero de repeties da respectiva
mdia. Se possvel, simplificar os coeficientes obtidos por uma constante. No caso em
que o nmero de repeties igual para todos os tratamentos, este passo pode ser
eliminado.

Exerccio
3.6 Num experimento inteiramente casualizado, com 4 repeties, foram
comparados os efeitos de 5 tratamentos em relao ao crescimento de mudas de
Pinus oocarpa, 60 dias aps a semeadura. Os tratamentos utilizados e os resultados
foram (Banzatto e Kronka, 1989):

___________________________________________________________________________________
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35

Captulo 3 Contrastes
_____________________________________________________________________
Tratamentos

Totais

1 Solo de cerrado (SC)

21,0

2 Solo de cerrado + esterco (SC+E)

27,1

3 Solo de cerrado + esterco + NPK (SC+E+NPK)

26,6

4 Solo de cerrado + vermiculita (SC+V)

22,1

5 Solo de cerrado + vermiculita + NPK (SC+V+NPK)

25,6

Obtenha um grupo de contrastes ortogonais entre as mdias.

3.7 Suponha agora para o exemplo 1 que os tratamentos 1 e 4 tenham 3 repeties


e os tratamentos 2, 3 e 5 tenham 4 repeties. Obtenha um grupo de contrastes
ortogonais entre mdias.

3.8 Sejam os dados abaixo relativos aos totais de tratamentos de um experimento


realizado com a finalidade de testar 4 meios de cultura no crescimento bacteriano.

Meio de cultura base de:

N de repeties

Total

Uria

16,20

Amnio

18,00

Nitrato

20,40

Fsforo

30,00

12 = 10, 22 = 8, 32 = 5 e 24 = 5

Pede-se:
a) Obtenha um grupo de contrastes ortogonais entre as mdias?
b) Obtenha as estimativas dos contrastes obtidos?
c) Obtenha as estimativas das varincias dos contrastes obtidos?

___________________________________________________________________________________

36

CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________
Exerccios complementares

3.9 Dados
Tratamentos

i
m

ri

25,0 5

18,7 5

30,4 5

27,5 6

e os contrastes
C1 = m1 m2
C 2 = m 1 + m 2 2m 3
C 3 = m 1 + m 2 + m 3 3m 4
Admitindo que os estimadores das mdias sejam independentes e que
sc2 = 0,45 , pede-se

,C
eC

a) C
1
2
3

( ) ( ) ( )

, V C
, e V C

b) V C
1
2
3

c) As estimativas das covarincias entre os estimadores dos contrastes, e por


meio das mesmas, dizer quais so os contrastes ortogonais entre si.

3.10 Supondo independncia entre mdias, homogeneidade de varincias entre


tratamentos e admitindo que m 1 , m 2 e m 3 tm, respectivamente, 5, 3 e 6 repeties,
verificar se os contrastes dados abaixo so ortogonais.
C1 = m1 m2
C 2 = m 1 + m 2 2m 3
3.11 Considere um experimento com 4 tratamentos e as seguintes informaes:
sc2 = 4,10

r 1 = r 2 =r 3 = 4; r 4 = 3
C 1 = m 1 + m 2 + m 3 3m 4
___________________________________________________________________________________
Prof. Carlos Eduardo Magalhes dos Santos

37

Captulo 3 Contrastes
_____________________________________________________________________
C 2 = m 1 - 2m 2 + m 3
Pede-se:
a) Forme um grupo de contrastes ortogonais, a partir dos contrastes C 1 e C 2 ,

( )

b) Obtenha V C
1

c) Obtenha V (C1 )

3.12 Num experimento com 4 tratamentos e 5 repeties, so dados os seguintes


contrastes ortogonais:
C1 = m2 m4
C 2 = -2m 1 + m 2 + m 4
Determinar um contraste C 3 que seja ortogonal a C 1 e C 2 .
3.13 Com os dados abaixo, obter o contraste C 3 ortogonal aos contrastes C 1 e C 2 .
C1 = m1 m2
C 2 = 4m 1 + 5m 2 9m 4

r1 = r3 = 4
r2 = r4 = 5

___________________________________________________________________________________

38

Captulo 3 Contrastes
_____________________________________________________________________

3.0 CONTRASTES

Exerccios complementares

2.8 Dados
Tratamentos

i
m

ri

25,0 5

18,7 5

30,4 5

27,5 6

e os contrastes
C1 = m1 m2
C 2 = m 1 + m 2 2m 3
C 3 = m 1 + m 2 + m 3 3m 4
Admitindo que os estimadores das mdias sejam independentes e que
sc2 = 0,45 , pede-se
,C
eC

a) C
1
2
3

( ) ( ) ( )

, V C
, e V C

b) V C
1
2
3

c) As estimativas das covarincias entre os estimadores dos contrastes, e por


meio das mesmas, dizer quais so os contrastes ortogonais entre si.

2.9 Supondo independncia entre mdias, homogeneidade de varincias entre


tratamentos e admitindo que m 1 , m 2 e m 3 tm, respectivamente, 5, 3 e 6 repeties,
verificar se os contrastes dados abaixo so ortogonais.
C1 = m1 m2
C 2 = m 1 + m 2 2m 3
2.10 Considere um experimento com 4 tratamentos e as seguintes informaes:

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________
sc2 = 4,10
r 1 = r 2 =r 3 = 4; r 4 = 3
C 1 = m 1 + m 2 + m 3 3m 4
C 2 = m 1 - 2m 2 + m 3
Pede-se:
a) Forme um grupo de contrastes ortogonais, a partir dos contrastes C 1 e C 2 ,

( )

b) Obtenha V C
1

c) Obtenha V (C1 )

2.11 Num experimento com 4 tratamentos e 5 repeties, so dados os seguintes


contrastes ortogonais:
C1 = m2 m4
C 2 = -2m 1 + m 2 + m 4
Determinar um contraste C 3 que seja ortogonal a C 1 e C 2 .
2.12 Com os dados abaixo, obter o contraste C 3 ortogonal aos contrastes C 1 e C 2 .
C1 = m1 m2
C 2 = 4m 1 + 5m 2 9m 4

r1 = r3 = 4
r2 = r4 = 5

2.13 Dado o contraste C 1 = 2m 1 m 2 m 3 , referente a um experimento com 3


tratamentos (r 1 = r 2 = r 3 = 5), obter um contraste ortogonal C 2 em relao a C 1 .
2.14 - Dado o contraste C 1 = 2m 1 m 2 m 3 , referente a um experimento com 3
tratamentos (r 1 = r 2 = 4 e r 3 = 5), obter um contraste ortogonal C 2 em relao a C 1 .
2.15 Dado o contraste C 1 = 9m 1 4m 2 5m 3 , referente a um experimento com 3
tratamentos (r 1 = r 2 = 4 e r 3 = 5), obter um contraste ortogonal C 2 em relao a C 1 .
2.16 Dados os contrastes C 1 = m 2 m 4 e C 2 = -2m 1 + m 2 + m 4 , referente a um
experimento com 4 tratamentos (r 1 = r 2 = r 3 = r 4 = 5), obter um contraste ortogonal C 3
em relao a C 1 e C 2 .
___________________________________________________________________________________
Prof. Carlos Eduardo Magalhes dos Santos

Captulo 3 Contrastes
_____________________________________________________________________

2.17 Dados os contrastes C 1 = m 1 + m 2 + m 3 3m 4 e C 2 = m 1 - 2m 2 + m 3 , referente


a um experimento com 4 tratamentos (r 1 = r 2 = r 3 = 4 e r 4 = 3), obter um contraste
ortogonal C 3 em relao a C 1 e C 2 .
2.18 Dados os contrastes C 1 = m 1 - 4m 2 + m 3 + 2m 4 e C 2 = m 1 m 3 , referente a um
experimento com 4 tratamentos (r 1 = r 3 = 6, r 2 = 4 e r 4 = 5), obter um contraste
ortogonal C 3 em relao a C 1 e C 2 .
2.19 Para verificar o efeito de trs tipos de adoantes no teor de glicose no sangue,
foi realizada uma pesquisa em que se ministrou cada um destes tipos de adoantes a
um determinado grupo de cobaias, por certo perodo de tempo. Ao final deste perodo,
i ) no sangue foi avaliado para cada grupo, obtendo-se os
o teor mdio de glicose ( m
seguintes resultados:
Adoante

N de cobaias m
i

s2

1 Qumico 8

115 30

2 Qumico 10

90

30

3 Natural

75

30

A partir dos dados fornecidos acima, pede-se:


2.19.1 Desejando-se testar o teor mdio de glicose do conjunto de cobaias que
recebeu adoante qumico contra o grupo que recebeu adoante natural, qual seria o
contraste apropriado? Qual o valor da estimativa deste contraste?

2.19.2 Suponha que seja de interesse testar a seguinte comparao: C 1 = m 2 m 3 ,


no entanto, desejamos testar outros contrastes que sejam ortogonais a C 1 . Obtenha o
(s) outro (s) contraste (s) ortogonal (is) necessrio (s) para completar o grupo de
contrastes ortogonais a C 1 .
2.20 Num experimento, 4 novos tipos de herbicida foram comparados para verificar
se so eficazes para combater ervas daninhas e assim manter a produo de milho
em nveis elevados. Um resumo do experimento dado a seguir
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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________
Herbicida

Mdia de produo

Repeties

(kg/ha)
1 Biolgico

46

2 Qumico base de nitrognio e enxofre

31

3 Qumico base de nitrognio e fsforo

32

25

Qumico

base

de

inativadores

enzimticos

Suponha que seja de interesse testar o seguinte contraste entre as mdias de


tratamentos C 1 = 3m 1 m 2 m 3 m 4 . Suponha ainda que todos os tratamentos
possuam uma mesma varincia e que sua estimativa igual a 35 Kg ha-2. Perguntase:
a) Qual a comparao que est sendo feita pelo contraste C 1 ? Qual a estimativa
para este contraste?
b) Por meio da estimativa obtida para o contraste C 1 pode-se AFIRMAR que exista
um grupo melhor de herbicidas do que outro? Justifique a sua resposta?
c) Qual a estimativa da varincia para a estimativa do contraste C 1 ?
d) Forme um grupo de contrastes ortogonais a partir do contraste C 1 . Descreva
qual comparao que est sendo feita por cada contraste que voc obteve.
Baseando-se nos dados amostrais fornecidos, obtenha tambm a estimativa
para cada um dos contrastes.

2.21 Considere um experimento, onde foi avaliada a varivel produo (kg/parcela)


de quatro tratamentos (adubaes), denominados como: T 1 = Sulfato de Amnio, T 2 =
Sulfato de Amnio + Enxofre, T 3 = Nitroclcio e T 4 = Nitroclcio + Enxofre. Os
resultados obtidos foram:
Tratamentos

i
m

ri

1 = Sulfato de Amnio

24,0 4

2 = Sulfato de Amnio + Enxofre 28,0 5


3 = Nitroclcio

27,0 4

4 = Nitroclcio + Enxofre

25,0 5

sc2 = 0,75
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Captulo 3 Contrastes
_____________________________________________________________________
a) Estabelecer as seguintes comparaes de interesse (as comparaes
solicitadas, no so necessariamente ortogonais):
i. Sulfato de Amnio versus Nitroclcio na ausncia de Enxofre
ii. Sulfato de Amnio versus Sulfato de Amnio + Enxofre
iii. Nitroclcio versus Nitroclcio + Enxofre
b) Sendo dados, com base em outros critrios, os seguintes contrastes:
C1 = m1 m2
C 2 = 4m 1 + 5m 2 + 4m 3 13m 4
Pede-se:
i) Obter a estimativa do contraste C 2 .
ii) Obter a estimativa da varincia da estimativa do contraste C 2 .
iii) Obter a varincia do contraste C.
iv) Os contrastes C 1 e C 2 so ortogonais? Justifique a sua resposta.

___________________________________________________________________________________

CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________

4.0 INTRODUO EXPERIMENTAO

4.1 Introduo

A experimentao tem por objetivo o estudo dos experimentos, isto , seu


planejamento, execuo, anlise dos dados obtidos e interpretao dos resultados.

4.2 Alguns conceitos bsicos


a) Experimento ou ensaio: um trabalho previamente planejado, que segue
determinados princpios bsicos e no qual se faz a comparao dos efeitos dos
tratamentos.

b) Tratamento ou fator: o mtodo, elemento ou material cujo efeito desejamos


medir ou comparar em um experimento. Exemplos: i) variedades de milho; ii)
nveis de protena na rao e iii) diferentes temperaturas de pasteurizao do leite.

b) Unidade experimental: a unidade que vai receber o tratamento e fornecer os


dados que devero refletir o seu efeito. De um modo geral, a escolha da parcela
deve ser orientada de forma a minimizar o erro experimental, isto , as parcelas
devem ser o mais uniforme possvel, para que, ao serem submetidas a
tratamentos diferentes, seus efeitos sejam detectados. Exemplos: i) uma fileira de
plantas com 3 metros de comprimento no campo; ii) um leito e iii) um litro de leite.
No planejamento deve ter uma discusso para definio da parcela entre o
experimentador e o estatstico.
c) Delineamento experimental: a maneira como os tratamentos so designados
as unidades experimentais. Exemplos: Delineamento Inteiramente Casualizado,
Delineamento em Blocos Casualizados e Delineamento em Quadrado Latino.

d) Esquema: quando em um mesmo experimento so avaliados dois ou mais


fatores, os nveis dos fatores podem ser combinados de maneiras diferentes. O
esquema justamente a maneira utilizada pelo pesquisador ao combinar os nveis
___________________________________________________________________________________

39

Captulo 4 Introduo Experimentao


_____________________________________________________________________
dos fatores para se obter os tratamentos. Exemplos: Esquema Fatorial e Esquema
em Parcelas Subdivididas.

e) Varivel resposta: a varivel mensurada usada para avaliar o efeito de


tratamentos.

f) Erro experimental: o efeito de fatores que atuam de forma aleatria e que no


so passveis de controle pelo experimentador.

A pesquisa cientfica est constantemente se utilizando de experimentos para


provar suas hipteses. claro que o procedimento para realizar um experimento varia
de acordo com a rea para a qual est se fazendo uma pesquisa. Porm, todo
experimento deve seguir alguns princpios bsicos, para que as concluses sejam
vlidas.

4.3 Princpios Bsicos da Experimentao


So trs os princpios bsicos da experimentao: repetio, casualizao e
controle local.
4.3.1 Princpio da Repetio
A repetio consiste em aplicar o mesmo tratamento a vrias unidades
experimentais, ou seja, consiste na reproduo do experimento bsico. No existe
uma regra dizendo qual deve ser o nmero mnimo de repeties. Isto depende do
conhecimento do pesquisador sobre o assunto e do conjunto de condies em que
ser realizado o experimento. Como regra prtica, sugere-se que os experimentos
tenham pelo menos 20 unidades experimentais e 10 graus de liberdade para o
resduo. Quanto maior o nmero de repeties, espera-se que seja maior a preciso
do experimento.
Em termos estatsticos, o uso do princpio da repetio tem por finalidade obter
uma estimativa do erro experimental.

Princpio da

repetio

___________________________________________________________________________________
Prof. Carlos Eduardo Magalhes dos Santos

40

CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________

4.3.2 Princpio da Casualizao


O princpio da casualizao consiste em distribuir ao acaso os tratamentos s
unidades experimentais. Este princpio tem por finalidade propiciar, a todos os
tratamentos, a mesma chance de ser designados a qualquer uma das unidades
experimentais, visando evitar que algum dos tratamentos seja sistematicamente
favorecido ou desfavorecido por atores fora de controle do pesquisador. Sendo assim
com o uso do princpio da casualizao, as variaes que contribuem para o erro
experimental so convertidas em variveis aleatrias.
Do ponto de vista estatstico, com o uso do princpio da casualizao em um
experimento:
a) Obtm-se uma estimativa vlida do erro experimental;
b) Fica garantido o uso de testes de significncia, pois os erros experimentais
atuam de forma independente nas diversas unidades experimentais.

REGRA GERAL: Todo experimento deve conter no mnimo os princpios bsicos da


repetio e da casualizao.

Princpio da repetio +

casualizao

4.3.3 Princpio do controle da casualizao


O uso do princpio do controle da casualizao s recomendado quando as
unidades experimentais no so ou no esto sob condies homogneas devido a
influncia de um ou mais fatores. Para utilizar este princpio, necessrio inicialmente
dividir as unidades experimentais em blocos de unidades de tal forma que dentro de
cada bloco haja homogeneidade e um nmero de unidades igual ao nmero de
tratamentos do experimento. A distribuio dos tratamentos as unidades feita ento
dentro de cada bloco. Da o nome do princpio controle na casualizao.
A finalidade, do uso do princpio do controle na casualizao, reduzir o efeito
do erro experimental atravs do controle da variao existente entre as unidades

___________________________________________________________________________________

41

Captulo 4 Introduo Experimentao


_____________________________________________________________________
experimentais. Espera-se que com o controle na casualizao a estimativa obtida para
o erro experimental seja menor.
B1

B2

B3

B4

B5

B6

Princpio da repetio +

casualizao + controle

4.4 Fontes de variao de um experimento


Em um experimento podem ocorrer as seguintes fontes de variao:

Premeditada aquela introduzida pelo pesquisador com a finalidade de fazer


comparaes. Por exemplo: tratamentos.

Sistemtica Variaes no intencionais, mas de natureza conhecida.


Variao inerente ao material experimental. Podem ser controladas pelo pesquisador.
Por exemplo: heterogeneidade do solo, tamanho de semente, etc.

Aleatria So variaes de origem desconhecida, no podendo ser


controladas. Constituem o erro experimental. So devidas a duas fontes: variao no
material experimental e falta de uniformidade nas condies experimentais.
Nem sempre possvel distinguir claramente este tipo de variao da anterior.
O experimentador deve planejar o experimento de tal forma que consiga isolar
os efeitos de todos os fatores que podem ser controlados.

4.5 Mtodos para aumentar a preciso dos experimentos


A preciso se refere ordem de grandeza da diferena entre dois tratamentos,
passvel de ser detectada em um experimento.

4.5.1 Escolha do material experimental


Para

certos

tipos

de

trabalhos

desejvel

um

material

uniforme,

cuidadosamente selecionado. Entretanto, devemos sempre ter em mente a populao


a qual desejamos informaes, utilizando tipos de materiais experimentais que
realmente sero usados na prtica.
___________________________________________________________________________________
Prof. Carlos Eduardo Magalhes dos Santos

42

CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________

4.5.2 Escolha da unidade experimental


Em experimentao de campo, as parcelas retangulares so mais eficientes na
superao da heterogeneidade do solo quando seu eixo maior est na direo da
maior variao do solo.

4.5.3 Escolha dos tratamentos


Cuidadosa seleo dos tratamentos importante no apenas na obteno dos
objetivos do experimentador, mas tambm para aumentar a preciso do experimento.
O uso de experimentos fatoriais, nos quais dois ou mais fatores so testados
simultaneamente, pode proporcionar considervel aumento na preciso.

4.5.4 Aumento do nmero de repeties


A preciso de um experimento sempre pode ser aumentada pelo uso de
repeties adicionais, mas o nvel de melhoria nessa preciso diminui com o aumento
do nmero de repeties.
De modo geral, para obteno de uma preciso razovel em experimentos de
campo com culturas, so necessrias de quatro a oito repeties.

4.5.5 Tcnicas mais refinadas


Uma tcnica adequada tem por objetivos: a) aplicao uniforme dos
tratamentos; b) proporcionar medidas adequadas e no viciadas dos efeitos dos
tratamentos; c) prevenir erros grosseiros; e d) controlar influncias externas de forma
que todos os tratamentos sejam afetados igualmente.
A tcnica comumente utilizada a de anlise de covarincia.

4.6 Exerccios
4.6.1 Um experimento deve conter no mnimo o(s) seguinte(s) princpio(s) bsico(s)
da experimentao:
a) repetio
b) casualizao
c) controle local
d) repetio e controle local
___________________________________________________________________________________

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Captulo 4 Introduo Experimentao


_____________________________________________________________________
e) repetio e casualizao
f) casualizao e controle local
g) nenhuma das respostas anteriores

4.6.2 A repetio tem a funo de:


a) fornecer uma estimativa do erro experimental
b) validar a estimativa do erro experimental
c) controlar a heterogeneidade das unidades experimentais
d) nenhuma das anteriores

4.6.3 A casualizao tem a funo de:


a) fornecer uma estimativa do erro experimental
b) validar a estimativa do erro experimental
c) controlar a heterogeneidade das unidades experimentais
d) nenhuma das anteriores

Exerccios Suplementares

4.1 Um extensionista, desejando comparar 10 raes para ganho de peso em


animais, procedeu da seguinte forma:
Tomou 10 animais de uma propriedade rural. Estes 10 animais
visivelmente no eram homogneos entre si, porque foram oriundos de
diferentes cruzamentos raciais e apresentavam idades diferentes.
As raes que o extensionista julgou ser as melhores foram designadas
aos melhores animais, e as raes que o extensionista julgou ser as
piores foram designadas aos piores animais, de tal forma que cada
animal recebeu uma nica rao.
Ao final de sua pesquisa, o extensionista recomendou a rao que
proporcionou maior ganho de peso nos animais.

Baseado nestas informaes, pergunta-se:

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________
4.1.1 Quantos e quais foram os tratamentos em teste nesta pesquisa? Justifique sua
resposta.
4.1.2 Qual foi a constituio de cada unidade experimental nesta pesquisa?
Justifique sua resposta.
4.1.3 Qual(is) foi(ram) o(s) princpio(s) bsico(s) da experimentao utilizados nesta
pesquisa? Justifique sua resposta.
4.1.4 possvel estimar o erro experimental nesta pesquisa? Justifique sua
resposta.
4.1.5 A concluso dada pelo extensionista ao final da pesquisa, estatisticamente
aceitvel? Justifique a sua resposta.

4.2 Um bioqumico desejando verificar qual entre 5 enzimas (identificadas como E1,
E2, E3, E4 e E5) produz maiores fragmentos de DNA de clulas epiteliais de cobaias,
realizou o seguinte ensaio:
Selecionou um conjunto de 15 cobaias (sistematicamente identificadas como 1,
2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15) que eram supostamente
homogneas para as caractersticas essenciais;
De cada uma das 15 cobaias, tomou uma amostra de tecido epitelial de cada
um dos seguintes membros; superior, mediano e inferior. Procedeu
posteriormente a um mistura das amostras coletadas dos trs membros,
denominada de amostra composta;
Cada amostra composta foi convenientemente tratada para extrao do DNA. A
amostra obtida contendo apenas o DNA foi denominada amostra genmica. As
amostras genmicas foram identificadas de acordo com o nmero da cobaia
que a originou, ou seja, a amostra genmica identificada como C1, contenve
DNA extrado da cobaia 1; a amostra genmica identificada como C2, conteve
DNA extrado da cobaia 2; e assim por diante. Ao final obteve-se as amostras
genmicas C1, C2, C3, C4, C5, C6, C7, C8, C9, C10, C11, C12, C13, C14 e
C15;
Cada uma das amostras genmicas foi tratada com um tipo de enzima. A
distribuio das enzimas s amostras foi feita da seguinte forma sistemtica:
E1 foi destinada s amostras genmicas C1, C2 e C3; E2; foi destinada s
amostras genmicas C4, C5 e C6; E3 foi destinada s amostras genmicas C7,
___________________________________________________________________________________

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Captulo 4 Introduo Experimentao


_____________________________________________________________________
C8 e C9; E4 foi designada s amostras genmicas C10, C11 e C12; e E5 foi
destinada s amostras genmicas C13, C14 e C15;
Uma amostra de 1 ml de cada substrato qumico dos fragmentos de DNA foi
colocado para correr em um gel. O tempo, em minutos, gasto por cada uma
das 15 amostras para percorrer a distncia de 25 cm foi registrado para
comparar o efeito das enzimas E1, E2, E3, E4 e E5.

Com base nas informaes fornecidas deste ensaio e das explicaes fornecidas
em sala de aula, pergunta-se:

4.2.1 Quais foram os tratamentos em teste neste experimento? Justifique a sua


resposta.

4.2.2 Neste experimento os tratamentos surgiram de uma forma aleatria,


premeditada ou sistemtica? Justifique sua resposta.

4.2.3 Qual foi a unidade experimental nesta pesquisa? Justifique sua resposta.

4.2.4 O princpio da repetio foi utilizado nesta pesquisa? Justifique sua resposta.
Em caso afirmativo, explique porque diferentes observaes obtidas para um mesmo
tratamento no so iguais. Em caso negativo, faa uma anlise crtica quanto
necessidade do uso de repeties num experimento.

4.2.5 O princpio da casualizao foi utilizado nesta pesquisa? Justifique sua


resposta.

4.2.6 O princpio do controle local foi utilizado nesta pesquisa? Justifique sua
resposta. Em termos gerais, quando que o princpio do controle local deve ser utilizado
em um experimento?

4.2.7 possvel estimar o erro experimental nesta pesquisa? Justifique sua


resposta. Em caso afirmativo, a estimativa do erro experimental vlida? Justifique
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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________
sua resposta. Em caso negativo, indique o que deveria ser feito de diferente neste
ensaio para ser possvel estimar o erro experimental. Justifique sua resposta.

4.2.8 Neste ensaio, qual foi a varivel resposta utilizada para comparar os efeitos de
tratamentos? Justifique sua resposta.

4.3 Um pesquisador desejava comparar os efeitos que 8 tipos de leo tm sobre o


teor de gordura total em preparos de maionese. Com esta finalidade, esse pesquisador
procedeu da seguinte forma:

para a avaliao do teor de gordura total, o pesquisador tinha sua


disposio 8 bioqumicos. Devido falta de experincia dos bioqumicos, o
pesquisador temia que a medio dos mesmos pudesse interferir na
comparao dos tipos de leo. Visando controlar esta fonte de variao, o
pesquisador decidiu que cada um dos 8 bioqumicos deveria fazer a medio
do teor de gordura dos preparos de maionese produzidos utilizando os 8
tipos de leo;

baseado em experimentos anteriores, o pesquisador sabia que, apesar do


controle de qualidade, havia variao entre os lotes de substrato de preparos
de maionese. O substrato de preparo da maionese o composto que tem
todos os ingredientes do preparo da maionese, exceto o leo. Como um lote
de substrato no seria suficiente para testar os 8 tipos de leo em todas as
repeties desejadas, o pesquisador decidiu que prepararia 8 lotes de
substrato e dividiria cada lote em 8 partes iguais. Cada uma das 64 partes,
assim obtidas, seria denominada de amostra bsica;

foi ento realizada um distribuio ao acaso dos 8 tipos de leo s amostras


bsicas, tendo as seguintes restries na casualizao:

1) cada tipo de leo deveria se aplicado em uma nica amostra bsica de cada
um dos 8 lotes de substrato.
2) os 8 tipos de preparo de maionese obtidos misturando cada uma das
amostras bsicas com cada um dos 8 tipos de leo, deveriam ser avaliadas por
cada um dos 8 bioqumicos;

___________________________________________________________________________________

47

Captulo 4 Introduo Experimentao


_____________________________________________________________________
No local que foi conduzido o experimento, o pesquisador constatou que, aps
certo tempo do experimento ter sido instalado, houve uma pequena contaminao por
fungo em algumas unidades experimentais. O pesquisador, usando do seu
conhecimento tcnico na rea, julgou que a contaminao no comprometeria os
resultados obtidos no experimento.
Baseando-se nestas informaes, responda com objetividade e clareza, as
seguintes perguntas:

4.3.1 Quais foram os tratamentos em teste? Justifique sua resposta.

4.3.2 Como voc classificaria a fonte de variao contaminao por fungo,


observada nesse experimento? Justifique sua resposta.

4.3.3 Qual foi a unidade experimental utilizada nesta pesquisa? Justifique sua
resposta.

4.3.4 O princpio da repetio foi utilizado nesta pesquisa? Se sua resposta for
afirmativa, responda qual foi o nmero de repeties utilizado. Se a sua resposta for
negativa, responda se o procedimento do pesquisador est correto.

4.3.5 O princpio da casualizao foi utilizado nesta pesquisa? Justifique sua


resposta.

4.3.6 O princpio do controle local foi utilizado nesta pesquisa? Se sua resposta for
afirmativa, explique como este princpio foi utilizado. Se sua resposta for negativa,
explique por que no houve a necessidade da utilizao deste princpio.

4.3.7 Qual foi a caracterstica utilizada pelo pesquisador para avaliar o efeito de
tratamentos neste experimento. Justifique sua resposta.

4.4 Um fabricante de mveis realizou um experimento para verificar qual dentre cinco
marcas de verniz proporciona maior brilho. Com esta finalidade, procedeu da seguinte
forma:
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_____________________________________________________________________________
Em sua fbrica identificou amostras de madeira que estariam disponveis para a
realizao deste experimento. Verificou que possua cinco tbuas de Jatob,
cinco tbuas de Cerejeira, cinco tbuas de Mogno, cinco tbuas de Goiabo e
cinco tbuas de castanheira. Constatou tambm que as cinco tbuas de cada
tipo de madeira eram homogneas para as caractersticas essenciais e que
havia uma grande variedade de cores entre os cinco tipos de madeira (Jatob,
Cerejeira, Mogno, Goiabo e Castanheira). Sabe-se que a cor da madeira pode
influenciar muito o brilho da mesma quando envernizada;
Resolveu ento distribuir ao acaso as cinco marcas de verniz s tbuas de
madeira, de tal forma que cada tipo de madeira fosse testada com todas as
marcas de verniz;
O brilho foi medido por meio de um aparelho que mede a refletncia da luz
branca projetado sobre a tbua de madeira envernizada;

Baseado nas informaes deste experimento, pergunta-se:

4.4.1 Qual foi a unidade experimental utilizada neste experimento? Justifique sua
resposta.

4.4.2 - Quais foram os tratamentos comparados neste experimento? Justifique sua


resposta.

4.4.3 Quais foram os princpios bsicos da experimentao utilizados neste


experimento? Justifique sua resposta.

4.4.4 possvel estimar o erro experimental neste experimento? Justifique sua


resposta. Se a resposta for afirmativa, a estimativa do erro vlida? Justifique. Se a
resposta for negativa, explique o que deveria ser feito para obter uma estimativa vlida
para o erro experimental.

4.4.5 O que faz surgir o erro experimental num experimento? possvel eliminar
totalmente o efeito do erro experimental em um experimento? Justifique sua resposta.
___________________________________________________________________________________

49

Captulo 4 Introduo Experimentao


_____________________________________________________________________

4.4.6 O procedimento adotado pelo pesquisador de distribuir as marcas de verniz ao


acaso dentro de cada tipo de madeira foi realmente necessrio? Justifique sua
resposta.

4.5 Um pesquisador de uma indstria de alimentos desejava verificar se seis sabores


de sorvete apresentavam o mesmo teor de glicose. O pesquisador, baseado em
experimentos anteriores, sabia que duas fontes de variao indesejveis poderiam
influenciar o valor mensurado do teor de glicose: o tipo de recipiente utilizado para
armazenagem do sorvete e o equipamento utilizado para mensurao do teor de
glicose. Para controlar estas duas fontes de variao o pesquisador decidiu que cada
sabor deveria ser avaliado em cada um dos seis equipamentos disponveis; e
armazenado em cada um dos seis tipos de recipientes disponveis. Com esta
finalidade, o pesquisador planejou o experimento da seguinte maneira:
Preparar 6 lotes de 100 ml de cada sabor. O total de lotes a serem preparados
seria de 36 lotes;
Os lotes de sorvetes deveriam ser distribudos ao acaso aos recipientes, com a
restrio de que cada tipo de recipiente recebesse todos os 6 sabores uma
nica vez;
Os lotes de sorvetes seriam designados ao acaso aos equipamentos para
anlise do teor de glicose, com a restrio de que cada equipamento avaliasse
cada um dos seis sabores uma nica vez.
Baseando-se nestas informaes, pergunta-se:

4.5.1 Quais foram os tratamentos em teste neste experimento? Justifique sua


resposta.
4.5.2 O princpio da repetio foi utilizado neste experimento? Justifique sua
resposta.
4.5.3 O princpio do controle local foi utilizado neste experimento? Justifique sua
resposta. Se a resposta for afirmativa, quantas vezes o mesmo foi utilizado? Se a
resposta for negativa, discuta sobre a necessidade do mesmo ser utilizado neste
experimento.
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4.0 INTRODUO EXPERIMENTAO

Exerccios

4.1 Um extensionista, desejando comparar 10 raes para ganho de peso em


animais, procedeu da seguinte forma:
Tomou 10 animais de uma propriedade rural. Estes 10 animais
visivelmente no eram homogneos entre si, porque foram oriundos de
diferentes cruzamentos raciais e apresentavam idades diferentes.
As raes que o extensionista julgou ser as melhores foram designadas
aos melhores animais, e as raes que o extensionista julgou ser as
piores foram designadas aos piores animais, de tal forma que cada
animal recebeu uma nica rao.
Ao final de sua pesquisa, o extensionista recomendou a rao que
proporcionou maior ganho de peso nos animais.

Baseado nestas informaes, pergunta-se:


4.1.1 Quantos e quais foram os tratamentos em teste nesta pesquisa? Justifique sua
resposta.
4.1.2 Qual foi a constituio de cada unidade experimental nesta pesquisa?
Justifique sua resposta.
4.1.3 Qual(is) foi(ram) o(s) princpio(s) bsico(s) da experimentao utilizados nesta
pesquisa? Justifique sua resposta.
4.1.4 possvel estimar o erro experimental nesta pesquisa? Justifique sua
resposta.
4.1.5 A concluso dada pelo extensionista ao final da pesquisa, estatisticamente
aceitvel? Justifique a sua resposta.

4.2 Um bioqumico desejando verificar qual entre 5 enzimas (identificadas como E1,
E2, E3, E4 e E5) produz maiores fragmentos de DNA de clulas epiteliais de cobaias,
realizou o seguinte ensaio:
___________________________________________________________________________________

Captulo 4 Introduo Experimentao


_____________________________________________________________________
Selecionou um conjunto de 15 cobaias (sistematicamente identificadas como 1,
2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15) que eram supostamente
homogneas para as caractersticas essenciais;
De cada uma das 15 cobaias, tomou uma amostra de tecido epitelial de cada
um dos seguintes membros; superior, mediano e inferior. Procedeu
posteriormente a um mistura das amostras coletadas dos trs membros,
denominada de amostra composta;
Cada amostra composta foi convenientemente tratada para extrao do DNA. A
amostra obtida contendo apenas o DNA foi denominada amostra genmica. As
amostras genmicas foram identificadas de acordo com o nmero da cobaia
que a originou, ou seja, a amostra genmica identificada como C1, contenve
DNA extrado da cobaia 1; a amostra genmica identificada como C2, conteve
DNA extrado da cobaia 2; e assim por diante. Ao final obteve-se as amostras
genmicas C1, C2, C3, C4, C5, C6, C7, C8, C9, C10, C11, C12, C13, C14 e
C15;
Cada uma das amostras genmicas foi tratada com um tipo de enzima. A
distribuio das enzimas s amostras foi feita da seguinte forma sistemtica:
E1 foi destinada s amostras genmicas C1, C2 e C3; E2; foi destinada s
amostras genmicas C4, C5 e C6; E3 foi destinada s amostras genmicas C7,
C8 e C9; E4 foi designada s amostras genmicas C10, C11 e C12; e E5 foi
destinada s amostras genmicas C13, C14 e C15;
Uma amostra de 1 ml de cada substrato qumico dos fragmentos de DNA foi
colocado para correr em um gel. O tempo, em minutos, gasto por cada uma
das 15 amostras para percorrer a distncia de 25 cm foi registrado para
comparar o efeito das enzimas E1, E2, E3, E4 e E5.

Com base nas informaes fornecidas deste ensaio e das explicaes fornecidas
em sala de aula, pergunta-se:

4.2.1 Quais foram os tratamentos em teste neste experimento? Justifique a sua


resposta.

___________________________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________________
4.2.2 Neste experimento os tratamentos surgiram de uma forma aleatria,
premeditada ou sistemtica? Justifique sua resposta.

4.2.3 Qual foi a unidade experimental nesta pesquisa? Justifique sua resposta.

4.2.4 O princpio da repetio foi utilizado nesta pesquisa? Justifique sua resposta.
Em caso afirmativo, explique porque diferentes observaes obtidas para um mesmo
tratamento no so iguais. Em caso negativo, faa uma anlise crtica quanto
necessidade do uso de repeties num experimento.

4.2.5 O princpio da casualizao foi utilizado nesta pesquisa? Justifique sua


resposta.

4.2.6 O princpio do controle local foi utilizado nesta pesquisa? Justifique sua
resposta. Em termos gerais, quando que o princpio do controle local deve ser utilizado
em um experimento?

4.2.7 possvel estimar o erro experimental nesta pesquisa? Justifique sua


resposta. Em caso afirmativo, a estimativa do erro experimental vlida? Justifique
sua resposta. Em caso negativo, indique o que deveria ser feito de diferente neste
ensaio para ser possvel estimar o erro experimental. Justifique sua resposta.

4.2.8 Neste ensaio, qual foi a varivel resposta utilizada para comparar os efeitos de
tratamentos? Justifique sua resposta.

4.3 Um pesquisador desejava comparar os efeitos que 8 tipos de leo tm sobre o


teor de gordura total em preparos de maionese. Com esta finalidade, esse pesquisador
procedeu da seguinte forma:

para a avaliao do teor de gordura total, o pesquisador tinha sua


disposio 8 bioqumicos. Devido falta de experincia dos bioqumicos, o
pesquisador temia que a medio dos mesmos pudesse interferir na
comparao dos tipos de leo. Visando controlar esta fonte de variao, o
pesquisador decidiu que cada um dos 8 bioqumicos deveria fazer a medio

___________________________________________________________________________________

Captulo 4 Introduo Experimentao


_____________________________________________________________________
do teor de gordura dos preparos de maionese produzidos utilizando os 8
tipos de leo;

baseado em experimentos anteriores, o pesquisador sabia que, apesar do


controle de qualidade, havia variao entre os lotes de substrato de preparos
de maionese. O substrato de preparo da maionese o composto que tem
todos os ingredientes do preparo da maionese, exceto o leo. Como um lote
de substrato no seria suficiente para testar os 8 tipos de leo em todas as
repeties desejadas, o pesquisador decidiu que prepararia 8 lotes de
substrato e dividiria cada lote em 8 partes iguais. Cada uma das 64 partes,
assim obtidas, seria denominada de amostra bsica;

foi ento realizada um distribuio ao acaso dos 8 tipos de leo s amostras


bsicas, tendo as seguintes restries na casualizao:

1) cada tipo de leo deveria se aplicado em uma nica amostra bsica de cada
um dos 8 lotes de substrato.
2) os 8 tipos de preparo de maionese obtidos misturando cada uma das
amostras bsicas com cada um dos 8 tipos de leo, deveriam ser avaliadas por
cada um dos 8 bioqumicos;

No local que foi conduzido o experimento, o pesquisador constatou que, aps


certo tempo do experimento ter sido instalado, houve uma pequena contaminao por
fungo em algumas unidades experimentais. O pesquisador, usando do seu
conhecimento tcnico na rea, julgou que a contaminao no comprometeria os
resultados obtidos no experimento.
Baseando-se nestas informaes, responda com objetividade e clareza, as
seguintes perguntas:

4.3.1 Quais foram os tratamentos em teste? Justifique sua resposta.

4.3.2 Como voc classificaria a fonte de variao contaminao por fungo,


observada nesse experimento? Justifique sua resposta.

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4.3.3 Qual foi a unidade experimental utilizada nesta pesquisa? Justifique sua
resposta.

4.3.4 O princpio da repetio foi utilizado nesta pesquisa? Se sua resposta for
afirmativa, responda qual foi o nmero de repeties utilizado. Se a sua resposta for
negativa, responda se o procedimento do pesquisador est correto.

4.3.5 O princpio da casualizao foi utilizado nesta pesquisa? Justifique sua


resposta.

4.3.6 O princpio do controle local foi utilizado nesta pesquisa? Se sua resposta for
afirmativa, explique como este princpio foi utilizado. Se sua resposta for negativa,
explique por que no houve a necessidade da utilizao deste princpio.

4.3.7 Qual foi a caracterstica utilizada pelo pesquisador para avaliar o efeito de
tratamentos neste experimento. Justifique sua resposta.

4.4 Um fabricante de mveis realizou um experimento para verificar qual dentre cinco
marcas de verniz proporciona maior brilho. Com esta finalidade, procedeu da seguinte
forma:
Em sua fbrica identificou amostras de madeira que estariam disponveis para a
realizao deste experimento. Verificou que possua cinco tbuas de Jatob,
cinco tbuas de Cerejeira, cinco tbuas de Mogno, cinco tbuas de Goiabo e
cinco tbuas de castanheira. Constatou tambm que as cinco tbuas de cada
tipo de madeira eram homogneas para as caractersticas essenciais e que
havia uma grande variedade de cores entre os cinco tipos de madeira (Jatob,
Cerejeira, Mogno, Goiabo e Castanheira). Sabe-se que a cor da madeira pode
influenciar muito o brilho da mesma quando envernizada;
Resolveu ento distribuir ao acaso as cinco marcas de verniz s tbuas de
madeira, de tal forma que cada tipo de madeira fosse testada com todas as
marcas de verniz;

___________________________________________________________________________________

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Captulo 4 Introduo Experimentao


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O brilho foi medido por meio de um aparelho que mede a refletncia da luz
branca projetado sobre a tbua de madeira envernizada;

Baseado nas informaes deste experimento, pergunta-se:

4.4.1 Qual foi a unidade experimental utilizada neste experimento? Justifique sua
resposta.

4.4.2 - Quais foram os tratamentos comparados neste experimento? Justifique sua


resposta.

4.4.3 Quais foram os princpios bsicos da experimentao utilizados neste


experimento? Justifique sua resposta.

4.4.4 possvel estimar o erro experimental neste experimento? Justifique sua


resposta. Se a resposta for afirmativa, a estimativa do erro vlida? Justifique. Se a
resposta for negativa, explique o que deveria ser feito para obter uma estimativa vlida
para o erro experimental.

4.4.5 O que faz surgir o erro experimental num experimento? possvel eliminar
totalmente o efeito do erro experimental em um experimento? Justifique sua resposta.

4.4.6 O procedimento adotado pelo pesquisador de distribuir as marcas de verniz ao


acaso dentro de cada tipo de madeira foi realmente necessrio? Justifique sua
resposta.

4.5 Um pesquisador de uma indstria de alimentos desejava verificar se seis sabores


de sorvete apresentavam o mesmo teor de glicose. O pesquisador, baseado em
experimentos anteriores, sabia que duas fontes de variao indesejveis poderiam
influenciar o valor mensurado do teor de glicose: o tipo de recipiente utilizado para
armazenagem do sorvete e o equipamento utilizado para mensurao do teor de
glicose. Para controlar estas duas fontes de variao o pesquisador decidiu que cada
sabor deveria ser avaliado em cada um dos seis equipamentos disponveis; e
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armazenado em cada um dos seis tipos de recipientes disponveis. Com esta
finalidade, o pesquisador planejou o experimento da seguinte maneira:
Preparar 6 lotes de 100 ml de cada sabor. O total de lotes a serem preparados
seria de 36 lotes;
Os lotes de sorvetes deveriam ser distribudos ao acaso aos recipientes, com a
restrio de que cada tipo de recipiente recebesse todos os 6 sabores uma
nica vez;
Os lotes de sorvetes seriam designados ao acaso aos equipamentos para
anlise do teor de glicose, com a restrio de que cada equipamento avaliasse
cada um dos seis sabores uma nica vez.
Baseando-se nestas informaes, pergunta-se:

4.5.1 Quais foram os tratamentos em teste neste experimento? Justifique sua


resposta.

4.5.2 O princpio da repetio foi utilizado neste experimento? Justifique sua


resposta.

4.5.3 O princpio do controle local foi utilizado neste experimento? Justifique sua
resposta. Se a resposta for afirmativa, quantas vezes o mesmo foi utilizado? Se a
resposta for negativa, discuta sobre a necessidade do mesmo ser utilizado neste
experimento.

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5.0 DELINEAMENTO INTEIRAMENTE CASUALIZADO

4.1 Introduo

No Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC) a distribuio dos tratamentos


s unidades experimentais feita inteiramente ao acaso. Os outros delineamentos
experimentais, por exemplo: blocos casualizados e quadrado latino, se originam do
DIC pelo uso de restrio na casualizao. O DIC utiliza apenas os princpios bsicos
da repetio e da casualizao.
Como no faz restries na casualizao, o uso do DIC pressupe que as
unidades experimentais esto sob condies homogneas. Estas condies
homogneas geralmente so obtidas em locais com ambientes controlados tais como
laboratrios, estufas e casas de vegetao.
O delineamento inteiramente casualizado apresenta, em relao aos outros
delineamentos, as seguintes vantagens:
a) um delineamento bastante flexvel, visto que o nmero de tratamentos e de
repeties depende apenas do nmero de parcelas disponveis;
b) o nmero de repeties pode ser diferente de um tratamento para outro,
embora ideal seja que eles se apresentem igualmente repetidos;
c) a anlise estatstica simples, mesmo quando o nmero de repeties por
tratamento varivel;
d) o nmero de graus de liberdade para o resduo o maior possvel.

Em relao aos outros delineamentos experimentais, este apresenta as


seguintes desvantagens:
a) exige homogeneidade total das condies experimentais;
b) pode conduzir a uma estimativa de varincia residual bastante alta, uma vez,
que no se utilizando do princpio do controle local, todas as variaes,
exceto as devidas a tratamentos, so consideradas como variao do acaso.

Neste delineamento, as parcelas que recebero cada um dos tratamentos so


determinadas de forma inteiramente casual, por meio de um sorteio, para que cada
___________________________________________________________________________________

51

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________
unidade experimental tenha a mesma probabilidade de receber qualquer um dos
tratamentos estudados, sem nenhuma restrio na casualizao.

4.2 Quadro de tabulao dos dados


A ttulo de exemplo, considere um experimento instalado no DIC com I tratamentos
e J repeties. A coleta de dados da pesquisa pode ser resumida, num quadro do tipo
a seguir:

Tratamentos
Repeties

...

Y 11

Y 21

...

Y I1

Y 12

Y 22

...

Y I2

...

...

...

...

...

Y 1J

Y 2J

...

Y IJ

Totais

T1

T2

...

TI

Deste quadro pode-se retirar algumas informaes de interesse:


n de unidades experimentais: N = I x J
Total geral: G =

I,J

Y = T = Y..

i=1, j=1

ij

i=1

Total para o tratamento i: Ti = Yij = Yi.


j=1

i = Ti
Mdia para o tratamento i: m
J
=G
Mdia geral do experimento: m
IJ

4.3 Modelo estatstico

Existe um modelo estatstico especfico para cada tipo de delineamento. O


modelo estatstico identifica quais so as fontes de variao dos valores de uma
varivel resposta em estudo.
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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


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Para os dados oriundos de um experimento instalado segundo o DIC, o
seguinte modelo estatstico deve ser utilizado nas anlises estatsticas:
Yij = m + t i + eij
em que,
Y ij - o valor observado para a varivel resposta obtido para o i-simo tratamento em
sua j-sima repetio;
m mdia de todos os valores possveis da varivel resposta;
t i o efeito do tratamento i no valor observado Y ij ;
t i = m i m
e ij o erro experimental associado ao valor observado Y ij ;
e ij = Y ij m i
O erro experimental ocorre em todos os experimentos, porque no possvel
controlar o efeito de fontes de variaes que ocorrem de forma aleatria e
desconhecida. Este erro o responsvel pela variao observada entre as
observaes obtidas nas repeties para cada tratamento.

4.4 Anlise de Varincia

uma tcnica de anlise estatstica que permite decompor a variao total, ou


seja, a variao existente entre todas as observaes, na variao devido ao acaso,
que tambm denominada de erro experimental ou resduo.
No entanto, para que esta tcnica seja empregada necessrio que sejam
satisfeitas as seguintes pressuposies:
1) os efeitos do modelo estatstico devem ser aditivos;
2) os erros experimentais devem ser normalmente distribudos, independentes, com
mdia zero e com varincia comum.
Com relativa freqncia, constata-se que uma ou mais dessas hipteses
bsicas no se verifica, e, ento, antes de se proceder anlise de varincia, os
dados experimentais devem ser transformados, de tal forma que as suposies
bsicas sejam satisfeitas.

___________________________________________________________________________________

53

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________
Um dos casos mais freqentes de no satisfao das hipteses bsicas
aquele em que no existe homogeneidade de varincias, ou seja, as varincias no
so de mesma ordem de grandeza nos diferentes tratamentos. Isso caracteriza o que
denominamos heterogeneidade dos erros, que pode ser de dois tipos:
1 Heterogeneidade irregular: ocorre quando certos tratamentos apresentam
maior variabilidade que outros, como nos experimentos com inseticidas, nos quais
considerado um grupo de parcelas no tratadas (testemunha). De um modo geral,
verificamos que os nmeros de insetos vivos nas parcelas tratadas so menores e
mais homogneos que os da testemunha, que apresentam maior variabilidade.
2 Heterogeneidade regular: ocorre devido falta de normalidade dos dados
experimentais, existindo, frequentemente, certa relao entre a mdia e a varincia
dos diversos tratamentos testados. Se a distribuio de probabilidade dos dados for
/s 2 dos tratamentos tambm o ser, e os dados podero ser
conhecida, a relao m
transformados de forma que passem a ter uma distribuio aproximadamente normal e
as mdias e varincias se tornem independentes, permitindo estruturar a anlise de
varincia.
Se a heterogeneidade for regular, devemos buscar uma transformao tal que
os dados passem a apresentar uma distribuio aproximadamente normal. As
transformaes mais utilizadas so:
a) Transformao de raiz quadrada -

x : frequentemente utilizada para dados

de contagens, que geralmente seguem distribuio de Poisson, na qual a


mdia igual varincia. Exemplos: nmero de plantas daninhas por
parcela, nmero de insetos capturados em armadilhas luminosas, nmero de
pulges ou caros por folha, dentre outras. Quando ocorrem zeros ou
valores baixos (menores que 10 ou 15), as transformaes recomendadas
so

x + 0,5 ou

x + 1,0 .

b) Transformao angular arc sen x

100

: recomendvel para dados

expressos em porcentagens, que geralmente seguem distribuio binomial.


Se as porcentagens estiverem todas na faixa de 30% a 70%, torna-se
desnecessria a transformao, e podemos analisar diretamente os dados
originais. Devem ser transformados os dados de porcentagem provenientes
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54

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_____________________________________________________________________________
de dados discretos num total de casos, como, por exemplo, porcentagem de
germinao (nmero de sementes germinadas/nmero total de sementes),
porcentagem de plantas doentes (nmero de plantas doentes/nmero de
plantas consideradas).
c) Transformao logartmica log x ou ln x: utilizada quando constatada certa
proporcionalidade entre as mdias e os desvios padres dos diversos
tratamentos. Consideramos, por exemplo, o caso de contagens de insetos:
se a populao numerosa, as contagens sero altas tanto para a
testemunha como para os tratamentos no eficientes (por exemplo variao
de 1000 a 10000 insetos), ao passo que para os outros tratamentos que
controlam melhor a praga, a amplitude de variao ser baixa (por exemplo,
entre 5 e 100 insetos). A transformao logartmica aconselhvel nesses
casos. Quando ocorrerem zeros, os dados devem ser transformados para
log (x + C), na qual, geralmente, se torna C = 1.

Observao: Verificada a necessidade de transformao, os dados sero


transformados, e toda anlise estatstica (anlise de varincia, testes de comparao
de mdias e desdobramentos de graus de liberdade de tratamentos) dever ser feita
com os dados transformados. Se houver interesse em ilustrar com as mdias no
transformadas, as mesmas no devero ser calculada a partir dos dados originais, e
sim aplicando mdias dos dados transformados a operao inversa da
transformao. Por exemplo, se a transformao foi de

x + 0,5 , a mdia no

transformada ser calculada elevando-se a mdia transformada ao quadrado e


subtraindo-se 0,5.
Se a heterogeneidade dor irregular, para elimin-la, podemos simplesmente
eliminar os tratamentos discrepantes ou, se isso no for possvel ou recomendvel,
devemos subdividi-los em grupos e test-los separadamente, com resduos
apropriados a cada grupo.

Partindo do modelo estatstico, pode-se decompor a variao entre os valores


observados nas diferentes causas de variabilidade, como demonstrado a seguir:
Considere o modelo estatstico para um experimento instalado segundo o DIC:
___________________________________________________________________________________

55

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________
Y ij = m + t i + e ij
Fazendo t i = m i m e e ij = Y ij m i , tem-se:
Y ij m = (m i m) + (Y ij m i ),
Substituindo m, m i e e ij por seus estimadores tem-se:

= (m
i m
) + (Yij m
i ),
Yij m
elevando ambos os membros ao quadrado

(Y m ) = [(m m ) + (Y m )] ,
2

ij

ij

aplicando somatrio

(Y m )
I,J

ij

i=1, j=1

(Y m )
I,J

i=1, j=1

ij

(m m )

i=1, j=1

i=1, j=1

I,J

[(m m ) + (Y m )]
I,J

ij

(Y m )
I,J

ij

i=1, j=1

I,J

duplos produtos

i=1, j=1

I,J

Pode-se verificar que:

duplos produtos = 0 .

i=1, j=1

Escrevendo de uma forma mais simplificada a igualdade anterior temos:


SQTotal = SQTrat + SQRes

Por meio das frmulas obtidas anteriormente, pode-se obter os valores para as
respectivas somas de quadrados. No entanto, essas frmulas demandam muitos
clculos. Frmulas de mais fcil aplicao podem ser obtidas, conforme mostrado a
seguir. Inicialmente trabalharemos com a frmula da SQTotal.
Tem-se que:

SQTotal =

(Y m )
I,J

i=1, j=1

ij

desenvolvendo o quadrado perfeito,

(Y m )
I,J

i=1, j=1

ij

(Y
I,J

i=1, j=1

2
ij

Yij + m
2
2m

aplicando-se as propriedades de somatrio, temos:

(Y m )
I,J

i=1, j=1

ij

i=1, j=1

ij

i=1, j=1

(Y m )
I,J

I,J

=
=

I,J

I,J

Yij +
Yij2 2m

i=1, j=1

i=1, j=1

I,J

i=1, j=1

I,J

Yij + IJm
2
Yij2 2m
i=1, j=1

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_____________________________________________________________________________

I,J

=
A mdia geral pode ser escrita como: m

i=1, j=1

ij

, assim

IJ

I,J
Y
Y

ij
ij
I,J
I,J
I,J
2
i=1, j=1
i=1, j=1

2
(Yij m ) = Yij 2
Yij + IJ

IJ i=1,j=1
IJ
i=1, j=1
i=1, j=1

I,J

simplificando tem-se,
2

I,J
I,J
Yij
Yij

I,J
I,J
2
i=1,j=1 + i=1,j=1
2

(
)

Y
m
Y
2
ij
ij
IJ
IJ
i=1, j=1
i=1, j=1

finalmente temos:
I,J
Yij

I,J
I,J
2
i=1, j=1
2

SQTotal = (Yij m) = Yij


IJ
i=1, j=1
i=1, j=1

I,J
Yij

i=1, j=1
Como a expresso
denominada de correo, tem-se:
IJ

(Y m )
I,J

SQTotal =

ij

i=1, j=1

I,J

i=1, j=1

2
ij

que a frmula mais prtica para se calcular a SQTotal.


Para a SQTratamentos tem-se:

(m m )
I,J

SQTotal =

i=1, j=1

desenvolvendo o quadrado perfeito,

(m m )
I,J

i=1, j=1

(m
I,J

i=1, j=1

2
i

m
i +m
2
2m

aplicando-se as propriedades de somatrio, temos:

(m m )
I,J

i=1, j=1

I,J

i=1, j=1

I,J

i2 2m
m
i+
m
i=1, j=1

I,J

i=1, j=1

___________________________________________________________________________________

57

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________

(m m )
I,J

i=1, j=1

i=1

i=1

i2 2m
J m
i + IJm
2
= J m

A mdia geral e a mdia para tratamentos podem ser escritas respectivamente


como:
I,J

=
m

i=1, j=1

IJ

ij

i = Ti
em
J

substituindo na expresso anterior, tem-se:

I,J
Y
Y

ij
ij
2
I,J
I
I
T
T
2
=
=
=
=
i
1,
j
1
i
1,
j
1

(m i m ) = J i2 2
J i + IJ

IJ
IJ
i=1, j=1
i=1 J
i=1 J

I,J

sabe-se que Ti = Yij , ento


j=1

I,J
Y
Y
Yij

ij
ij
2
I,J
I
(m i m )2 = J Ti2 2 i=1,j=1 J i=1,j=1 + IJ i=1,j=1

IJ
J
IJ
i=1, j=1
i=1 J

I,J

I,J

simplificando, tem-se.
2

I,J
I,J
Yij
Yij

2
I,J
I
T
2
i
1,
j
1
i=1, j=1
=
=

2
+
(mi m) =
IJ
IJ
i=1, j=1
i=1 J

finalmente tem-se:
2

I,J
Yij

2
I,J
I
T
2
i m
) = i i=1,j=1 ou
SQTrat = (m
IJ
i=1, j=1
i=1 J

Ti2
C

i=1 J
I

A frmula anterior utilizada quando o nmero de repeties igual para todos


os tratamentos. No caso em que o nmero de repeties varia de acordo com o
tratamento a frmula apropriada
I,ri
Yij
I
Ti2 i=1,j=1

SQTrat =
N
i=1 ri

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_____________________________________________________________________________
em que,
I

N o nmero de unidades experimentais = ri


i=1

r i o nmero de unidades experimentais do tratamento i.


A Soma de Quadrados do Resduo (SQRes) obtida por diferena,
SQRes = SQTotal SQTrat

O quadro de anlise de varincia, geralmente denotada por ANOVA (ANalysis


Of VAriance) para a anlise de um experimento instalado segundo o DIC, com igual
nmero de repeties para todos os tratamentos do seguinte tipo:

FV

GL

SQ

QM

F tab;

Tratamentos

(I 1)

SQTrat

SQTrat
I 1

QMTrat
QMRes

[(I -1); I(J 1)]

Resduo

I(J 1)

SQRes

SQRes
I(J 1)

IJ 1

SQTotal

Total

A partir das SQTrat e SQRes, obtm-se os respectivos quadrados mdios, por


meio do quociente entre a soma de quadrados com o respectivo nmero de graus de
liberdade.
Para se concluir se existe diferena entre tratamentos, calcula-se o valor de F,
que obtido pelo quociente do QMTrat com o QMRes. Este valor de F calculado deve
ser comparado com o valor de F tabelado, o qual obtido na tabela de distribuio da
varivel aleatria F, de acordo com o nvel de significncia do teste, graus de liberdade
para tratamentos e graus de liberdade para resduo.
As hipteses para o teste F da anlise de varincia para tratamentos so as
seguintes:
H 0 : m 1 = m 2 = ... = m i = m, o que equivale a dizer que todos os possveis contrastes
entre as mdias dos tratamentos, so estatisticamente nulos, ao nvel de probabilidade
que foi executado o teste.
___________________________________________________________________________________

59

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________
Ha: no H 0 , o que equivale a dizer que existe pelo menos um contraste entre as
mdias dos tratamentos, estatisticamente diferentes de zero, ao nvel de probabilidade
que foi realizado o teste.

A regra decisria para o teste F a seguinte:


se o valor de f calculado for maior ou igual ao valor de F tabelado, ento rejeitase H 0 e conclui-se que os tratamentos tem efeito diferenciado ao nvel de
significncia em que foi realizado o teste;
se o valor de F calculado for menor que o valor do F tabelado, ento no rejeitase H 0 e conclui-se que os tratamentos tm efeitos iguais ao nvel de
significncia em que foi realizado o teste.

4.5 Coeficiente de variao


O coeficiente de variao calculado da seguinte maneira:
CV =

QMRes
100

O CV utilizado para avaliao da preciso de experimentos. Quanto menor o


CV mais preciso tende a ser o experimento. A ttulo de classificao geral pode-se
utilizar a seguinte tabela
C.V.

Avaliao

Preciso

< 10%

Baixo

Alta

11 20%

Mdio

Mdia

21 30%

Alto

Baixa

> 31%

Muito Alto Muito Baixa

Porm o valor do CV no tem nada de absoluto, pois existe uma variabilidade


inerente a cada rea de pesquisa. Por exemplo, experimentos realizados em locais
com ambiente controlado geralmente so mais precisos e podem apresentar CV
menores que 5%.

___________________________________________________________________________________
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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________
4.6 Exemplo
Num experimento inteiramente casualizado, de competio de cultivares de
soja,

realizado

numa

rea

perfeitamente

homognea

quanto

condies

experimentais, foram utilizados 5 cultivares e 5 repeties. Os cultivares utilizados


foram:

A CD 216

B M-Soy 8001

C UFVS 2005

D CD 219 RR

E M-Soy 8008 RR

A designao dos tratamentos s parcelas no campo, juntamente com as


produtividades, em t/ha, so apresentados abaixo:
(A 3 )
2,03
(B 4 )
2,83
(E 2 )
4,78
(C 2 )
2,70
(E 3 )
5,64

(E 1 )
4,78
(D 2 )
4,32
(A 2 )
2,54
(D 5 )
4,03
(A 4 )
2,57

(C 3 )
2,58
(A 5 )
2,93
(E 4 )
50,5
(B 3 )
3,23
(C 5 )
2,23

(B 5 )
2,87
(A 1 )
3,89
(D 1 )
3,87
(C 4 )
2,69
(E 3 )
4,47

(B 1 )
2,09
(D 3 )
4,17
(C 1 )
2,81
(B 2 )
2,62
(D 4 )
3,90

O primeiro passo para a obteno da anlise do experimento consiste na


organizao do quadro que mostra a produtividade de cada tratamento em suas
diferentes repeties, transcrevendo os dados anteriores para o prximo quadro.
Quadro 4.6 Produtividades dos cultivares de soja, em t/ha.
Tratamentos
A CD 216
B M-Soy 8001
C UFVS 2005
D CD 219 RR
E M-Soy 8008 RR

1
3,89
2,09
2,81
3,87
4,78

Repeties
2
3
4
2,4
2,03 2,57
2,62 3,23 2,83
2,70 2,58 2,69
4,32 4,17 3,90
4,78 4,47 5,05

5
2,93
2,87
2,23
4,03
5,64

Totais
13,96
13,64
13,01
20,29
24,72
85,62

4.6.1 Obteno da anlise de varincia do experimento

___________________________________________________________________________________

61

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________
Para a obteno da anlise de varincia do experimento, necessitamos calcular
as somas de quadrados de cada uma das causas da variao.
Do quadro 4.6, obtemos:
I

G = Xij = 85,62
i=1 j=1

e a correo C calculada por:


G2 85,62 2
C=
=
= 293,231
IJ
55
I

i=1 j=1

2
ij

= 3,89 2 + 2,54 2 + + 5,64 2 = 318,326


I

Logo: S.Q.Total = Xij2 C = 25,094


i=1 j=1

J demonstramos que
S.Q.Tratam entos =

1 I 2
Ti C
J i=1

Portanto, S.Q.Tratam entos =

1
13,96 2 + 13,64 2 + + 24,72 2 C = 21,359
5

Tambm j foi demonstrado que:


S.Q.Resduo = S.Q.Total S.Q.Tratamentos
Logo:
S.Q.Resduo = 25,094 21,359 = 3,735

As hipteses que desejamos testar para tratamentos so:


H 0 : os cultivares testados possuem efeitos semelhantes sobre a produtividade de soja.
H 1 : os cultivares testados possuem efeitos diferentes sobre a produtividade de soja.
Para testar essas hipteses montamos a anlise de varincia .
Fonte
de
Variao (F.V)
Tratamentos
Resduo
Total

Graus de
liberdade (G.L.)
(5-1) = 4
(5 - 1) x 5 = 20
(5 x 5) -1 = 24

Soma de
quadrados (S.Q.)
21,359
3,735
25,094

Quadrado
mdio (Q.M.)
5,339
0,186

F
28,70**

___________________________________________________________________________________
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62

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_____________________________________________________________________________
Obtido o valor da estatstica F, buscamos os valores crticos da tabela nos
nveis de 5% e 1% de probabilidade, obtendo:
Valores de F da tabela 4 x 20 g.l.: {5% - 2,87

1% - 4,43}

Como o valor da estatstica F (28,70) supera o valor crtico no nvel de 1% de


probabilidade (4,43), ele significativo nesse nvel (P<0,01), o que indicamos
colocando sobre seu valor os 2 asteriscos e podemos chegar seguinte concluso:
O teste foi significativo no nvel de 1% de probabilidade (P<0,01).
Rejeitamos a hiptese H 0 .
Conclumos que os cultivares testados (pelo menos dois) possuem efeitos
diferentes sobre a produtividade de soja.
O grau de confiana superior a 99% de probabilidade.
4.6.2 Clculo do coeficiente de variao do experimento
O coeficiente de variao do experimento calculado por;
s = q.M.Res. = 0,186 = 0,431 t/ha

100 s
C.V. =

m
Logo:

= G = 85,62 = 3,42 t/ha.


m
IJ
25
C.V. =

100 0,431
= 12,60%
3,42

4.7 Exerccios

4.7.1 Para comparar a produtividade de quatro variedades de milho, um agrnomo


tomou vinte parcelas similares e distribuiu, inteiramente ao acaso, cada uma das 4
variedades em 5 parcelas experimentais. A partir dos dados experimentais fornecidos
abaixo, possvel concluir que existe diferena significativa entre as variedades com
relao a produtividade, utilizando o nvel de significncia de 5%?

___________________________________________________________________________________

63

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________
Variedades
A

25

31

22

33

26

25

26

29

20

28

28

31

23

27

25

34

21

24

29

28

Totais

115

135

130

155

Mdias

23

27

26

31

4.7.2 Um treinador de corrida rstica, objetivando melhorar o desempenho de seus


atletas, testou trs novas tcnicas de preparao. Para tanto trabalhou com um grupo
de 15 atletas completamente homogneos para as caractersticas essenciais. A
designao das tcnicas de preparao aos atletas foi feita totalmente ao acaso e de
tal forma que o nmero de atletas avaliados em cada uma das tcnicas fosse o
mesmo. Os resultados obtidos, aps um determinado perodo de tempo de
aprendizado da tcnica pelos atletas, foram os seguintes (minutos/25 Km):
Tcnicas de preparao
Repeties

130

125

135

129

131

129

128

130

131

126

129

128

130

127

130

Totais

643

642

653

De acordo com os resultados obtidos, pede-se.


a) Quais foram os Princpios bsicos da Experimentao utilizados pelo
pesquisador neste experimento?
b) Qual foi a unidade experimental nesta pesquisa?
c) possvel concluir que existe diferena entre as tcnicas de preparao com
relao ao tempo mdio gasto para percorrer a distncia de 25 Km? ( = 1%)
___________________________________________________________________________________
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64

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_____________________________________________________________________________
d) Qual seria a tcnica a ser recomendada?

4.7.3 Com o objetivo de diminuir o consumo dos motores gasolina, uma


determinada indstria petroqumica testou 4 novas formulaes de gasolina, as quais
se diferenciavam pelo tipo de aditivo que era acrescentado mesma durante o seu
processo de fabricao. Para efetuar o teste, a indstria petroqumica utilizou carros
completamente homogneos para todas as caractersticas. A designao das
formulaes aos carros foi feita inteiramente ao acaso. Aps os testes de rodagem, os
resultados obtidos foram (Km/l):

Aditivo a base de cido forte cido fraco Base forte Base fraca
Mdias

14,81

6,56

10,06

10,09

10

10

10

10

N de carros
SQResduo = 6,0264

Com base nos resultados acima, pede-se:


a) Existe diferena entre os 4 tipos de formulaes? ( = 5%)
b) Estabelea um contraste entre o grupo base de formulaes cida contra o
grupo base de formulao bsica. Obtenha a estimativa para este contraste.
c) Estabelea um contraste para comparar aditivos de formulao cida. Obtenha
a estimativa para este contraste.
d) Estabelea um contraste para comparar aditivos de formulao bsica. Obtenha
a estimativa para este contraste.

4.7.4 Com o objetivo de verificar se a partida tem influncia na taxa de glicose no


sangue, em ratos, um experimento no DIC foi realizado. Vinte e quatro ratos machos
da raa W foram escolhidos aleatoriamente e separados em trs grupos. Os dados
referentes as taxas de glicose, em miligramas por 100 ml de sangue, segundo o grupo,
em ratos machos com 60 dias de idade so dados abaixo:
Paratidectomizado

96,0

95,0

100,0

108,0

120,0

110,5

97,0

92,5

Pseudoparotidectimizado 90,0

93,0

89,0

88,0

87,0

92,5

87,5

85,0

Normal

85,0

105,0

105,0

90,0

100,0

95,0

95,0

86,0

___________________________________________________________________________________

65

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________
Usando = 5%, testar a hip
tese de que

as mdias relativas aos trs grupos

so iguais, e concluir.

4.7.5 O resultado das vendas efetuadas por 3 vendedores de uma indstria de


pesticidas durante certo perodo dado a seguir. Ao nvel de 5% de probabilidade e
considerando os vendedores como tratamentos de um D.I.C., verifique se h diferena
de eficincia entre os vendedores.

Vendedores
A

29

27

30

27

27

30

31

30

31

29

28

27

32

29

30
Totais

178

112

147

4.7.6 Baseado nas informaes fornecidas abaixo e supondo que os tratamentos


que possuem as maiores mdias so os desejados, pergunta-se:
Qual(is) tratamento(s) deve(m) ser recomendados(s)? Justifique a sua reposta. Use o
nvel de 1% de significncia.
FV
Tratamentos

GL

SQ

QM

14,80

7,40

14

78,40

Resduo
Total
Mdias de tratamentos:
1 = 128,6
m

2 = 128,4
m

3 = 130,6
m

___________________________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________________
4.7.7 Os seguintes dados referem-se a ganhos de peso, em kg, de animais durante
um perodo experimental.
Repeties
Raes

Totais

7,1

8,9

6,0

7,0

29,0

6,2

8,8

4,9

6,1

26,0

6,0

5,0

9,1

3,9

24,0

11,1

10,8

10,2

11,9

44,0

7,0

11,3

10,0

11,7

40,0
163,0

Tais dados so descritos segundo o modelo estatstico: Y ij = m + t i + e ij . Baseando nas


informaes fornecidas, pede-se:
a) Proceda a anlise de varincia dos dados (use = 5%)
b) De acordo com o resultado do teste F, pode-se concluir que existe efeito
significativo de raes com relao ao ganho de peso mdio proporcionado
pelas mesmas?
c) Proponha um contraste que compare as raes B e C juntas contra as raes D
e E. Obtenha a estimativa para este contraste.
d) Calcule o coeficiente de variao e interprete-o.

4.8 Pressuposies da Anlise de varincia

Na anlise de varincia, os valores observados Y ik de uma varivel resposta


so descritos em termos de um modelo estatstico. Uma das pressuposies para a
realizao da anlise de varincia que o modelo estatstico seja composto pela soma
de efeitos, os quais podem ser fixos ou aleatrios. Em geral, o efeito do fator em
estudo considerado fixo. Enquanto que o efeito do erro experimental considerado
aleatrio.
Por exemplo, para os valores observados em um experimento instalado
segundo o delineamento inteiramente casualizado (DIC) com I tratamentos e K
repeties, o modelo estatstico
___________________________________________________________________________________

67

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________
Y ij = m + t i + e ij
em que,
Y ik : o valor observado para a varivel resposta obtido para o i-simo tratamento em
sua k-sima repetio;
m: a mdia fixa de todos os valores possveis da varivel resposta;
t i : o efeito fixo do tratamento i no valor observado Y ik ;
ti = mi - m
e ik : o efeito aleatrio do erro ou resduo experimental associado ao valor observado
Y ik , definido por
e ik = Y ik m i
As pressuposies para a validade dos resultados da anlise de varincia so
que os erros experimentais:
1. Sigam uma distribuio normal;
2. Tenham varincia comum e
3. Sejam independentes

A estimativa do erro experimental, no DIC, obtida pela diferena entre o valor

, ou seja,
observado e o respectivo valor predito Y
ik

e ik = Yik Y
ik
O valor predito obtido por

=m
+ t i
Y
ik
A estimativa do efeito do tratamento i, t i , por sua vez obtida por
t = m
i m

Portanto temos que

=m
i
Y
ik
Ento a estimativa do resduo experimental, e ik , de acordo com o modelo
estatstico apresentado anteriormente obtida por
i
e ik = Yik m

___________________________________________________________________________________
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68

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_____________________________________________________________________________
Portanto, antes de interpretar os resultados da anlise de varincia recomendase verificar, por meios dos procedimentos descritos a seguir, se as estimativas dos
resduos satisfazem as pressuposies da anlise de varincia.

4.8.1 1 pressuposio: Normalidade da distribuio dos erros experimentais


Para verificar se os resduos associados ao modelo estatstico utilizado aderem
a uma distribuio normal, pode-se realizar o teste de hiptese de Lilliefors. As
hipteses para este teste so:
H 0 : os resduos experimentais seguem uma distribuio normal.
Ha: os resduos experimentais no seguem uma distribuio normal.

Este teste se baseia na comparao da freqncia acumulada emprica com a


freqncia acumulada terica, as quais so obtidas para cada valor do resduo
experimental.
Aps a ordenao crescente dos valores residuais, a freqncia acumulada
emprica, S( e ik ) obtida por
S(e ik ) =

n de valores <e ik
n

Por outro lado, para obter o valor da freqncia acumulada terica, F( e ik ), para
cada valor e ik , necessrio especificar a que distribuio normal os resduos
experimentais tendem a se aderir.
Uma distribuio normal especificada pelos parmetros mdia e varincia. Na
realizao deste teste, assume-se que os parmetros da suposta distribuio normal
dos resduos so iguais aos valores da mdia e varincia dos resduos experimentais.
A partir da especificao dos parmetros da distribuio normal possvel
calcular a freqncia acumulada terica. A distribuio acumulada definida como

F(e ik ) = P E ik e ik .
Supondo que a distribuio dos resduos experimentais tenha sido definida

como E ik ~ N m, 2 , ento o valor de F(e ik ) obtido por


e ik

e ik

F(e ik ) = f (e ik )d(e ik ) =

1
2

2
1 (e ik m )
2
2

d(e ik )

___________________________________________________________________________________

69

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________

Uma representao genrica para os grficos de uma distribuio normal e


respectiva distribuio acumulada terica so apresentados na Figura 1 (a) e (b),
respectivamente.

Figura 1 Distribuio normal (a) e respectiva distribuio acumulada (b)

Espera-se que para cada valor e ik os valores obtidos para S( e ik ) e F ( e ik )


sejam bem similares, caso os resduos experimentais sigam a distribuio normal
especificada. por esta razo que o teste de Lilliefors se baseia na comparao
destes dois valores de distribuio acumulada.
Aps a ordenao em ordem crescente (j = 1, 2, ..., n) dos resduos
experimentais so obtidos, para cada e ik , os mdulos das diferenas entre F( e ik ) j
S( e ik ) j e entre F( e ik ) j S( e ik ) (j1) . O teste de Lilliefors se baseia na maior diferena
absoluta encontrada. Esta diferena definida como sendo a estatstica d obtida por

d = max F(e ik )j S(e ik )j , F(e ik )j S(e ik )( j1)

O valor da estatstica d ento comparado com o valor tabelado d tab de acordo


com o nvel de significncia e do nmero de resduos experimentais. A Figura 2
apresenta as situaes com um bom ajustamento a uma distribuio normal e outra
com um mal ajustamento. Nesta Figura 2, a curva representa a distribuio acumulada
terica, e a escada representa a distribuio acumulada emprica.

___________________________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________________

Figura 2 Ilustraes de um bom ajuste a um mal ajuste de uma distribuio


normal.

Suponha os dados do Exemplo 4.7.1


Para comparar a produtividade de quatro variedades de milho, um agrnomo
tomou vinte parcelas similares e distribuiu, inteiramente ao acaso, cada uma das 4
variedades em 5 parcelas experimentais.

Totais
Mdias

1
25
26
20
23
21
115
23

Variedades
2
3
31
22
25
26
28
28
27
25
24
29
135
130
27
26

4
33
29
31
34
28
155
31

Neste caso como foi utilizado o DIC temos que o modelo estatstico
Y ik = m + t i + e ik
Portanto, segundo o exposto anteriormente, so apresentados na Tabela 1 os
valores observados e respectivos valores preditos residuais.

___________________________________________________________________________________

71

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________

) e residuais ( e )
Tabela 1 Valores (Y ik ) e respectivos valores preditos ( Y
ik
ik
Variedade
1
1
1
1
1
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
4
4
4
4
4
Mdia
Varincia
Desvio-padro
N

Repetio
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
-

Y ik
25
26
20
23
21
31
25
28
27
24
22
26
28
25
29
33
29
31
34
28
26,75
14,51
3,81
20

Y
ik
23
23
23
23
23
27
27
27
27
27
26
26
26
26
26
31
31
31
31
31
26,75
8,62
2,94
20

e ik
2
3
-3
0
-2
4
-2
1
0
-3
-4
0
2
-1
3
2
-2
0
3
-3
0
5,89
2,43
20

A partir da Tabela 1, podemos obter as distribuies de freqncia dos valores


residuais apresentadas na Tabela 2. Estas distribuies de freqncias sero
denominadas daqui para frente de distribuies de freqncias empricas.

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_____________________________________________________________________________
Tabela 2 Distribuies de freqncias empricas dos resduos ( e ik ) e
respectivas freqncias acumuladas tericas nas quais os resduos aparecem em
ordem (j) crescente
Frequncias Empricas
j

e ik

Simples

Relativa

0
1
2
3
4
5
6
7
8
9

-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4

1
3
3
1
4
1
3
3
1

0,05
0,15
0,15
0,05
0,20
0,05
0,15
0,15
0,05

Acumulada

ik )
S( e
0
0,05
0,20
0,35
0,40
0,60
0,65
0,80
0,95
1,00

Frequncia
Terica
Acumulada

F(e ik )j S(e ik )( j1)

F(e ik )j S(e ik )j

ik )
F( e
0
0,0497
0,1083
0,2050
0,3402
0,5000
0,6598
0,7950
0,8917
0,9503

0,0497
0,0583
0,0050
0,0098
0,1000
0,0598
0,1450
0,0917
0,0003

0,0003
0,0917
0,1450
0,0598
0,1000
0,0098
0,0050
0,0583
0,0497

Na Tabela 2 tambm apresentada a distribuio acumulada de freqncia


terica para os valores residuais e ik . A freqncia terica acumulada foi obtida
supondo que os resduos seguem uma distribuio normal com mdia igual a zero e
varincia igual a 5,89, ou seja, e ik ~ N(0; 5,89 ) .
Para encontrar o valor da freqncia terica acumulada, por exemplo, para os
valores dos resduos igual a -4 e -3, foram utilizados
4

1 (e 0 )
5,89

2
1 (e 0 )
5,89

1
e ik = 4 f (e )d(e ) =
e2

2 5,89
1
e ik = 3 f (e )d(e ) =
e2

2 5,89

d(e ) = 0,0497
d(e ) = 0,1083

Para obter estes valores sem calcular estas integrais basta converter tais
valores usando a distribuio normal padro ou seja,
40
e ik = 4 z =
= 1,65 P(Z < 1,65 ) = 0,0495
5,89
30
e ik = 3 z =
= 1,23 P(Z < 1,23 ) = 0,1093
5,89
Como pode ser notado os valores no so exatamente iguais aos apresentados
na Tabela 2. Isto ocorre devido as aproximaes realizadas durante o clculo. Para
gerar os valores apresentados na Tabela 2, foi utilizada a funo INV.NORMP do
___________________________________________________________________________________

73

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________
software Excel. Para os resduos -4 e -3 foram utilizadas INV.NORMP (-4; 0; 2,43),
respectivamente.
Ao observarmos a Tabela 2 podemos verificar que a estatstica d para os dados
do exemplo 4.7.1 igual a 0,1450. O respectivo valor tabelado, obtido na Tabela 3,
para = 5% e n = 20 dtab = 0,220.
As hipteses para este teste so:
H 0 : os resduos experimentais seguem uma distribuio normal.
Ha: os resduos experimentais no seguem a distribuio normal.

Como 0,1450 < 0,220 no devemos rejeitar H 0 . Portanto, conclui-se que os


resduos experimentais segundo o modelo estatstico adotado no diferem de uma
distribuio normal. As distribuies emprica e terica so apresentadas na Figura 3.

Figura 3 Distribuies emprica e terica obtida para o exemplo.

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74

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_____________________________________________________________________________
Tabela 3 Valores crticos (d c ) para o teste de Lilliefors (adaptado de Barbetta
et al., 2004)
n
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
25
30
N > 30

= 5%
0,381
0,337
0,319
0,300
0,285
0,271
0,258
0,249
0,242
0,234
0,227
0,220
0,213
0,206
0,200
0,179
0,190
0,173
0,161

dc =

0,886
n

= 1%
0,734
0,405
0,364
0,348
0,331
0,311
0,294
0,284
0,275
0,268
0,261
0,257
0,250
0,245
0,239
0,235
0,231
0,200
0,187

dc =

1,031
n

Uma avaliao visual da distribuio normal tambm pode ser realizada por
meio do grfico da probabilidade normal. Neste grfico so plotados os valores da
varivel normal correspondente as distribuies acumuladas empricas e terica. Os
valores da distribuio terica ajustam-se perfeitamente a uma reta. Caso os resduos
apresentarem distribuio normal, os valores da distribuio emprica tenderam a se
concentrar em torno da reta. Para os dados do exemplo 4.7.1, os valores da varivel z
normal correspondentes aos valores das distribuies emprica e terica so
apresentados na Tabela 4 e o grfico da probabilidade normal apresentado na
Tabela 3.

___________________________________________________________________________________

75

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________
Tabela 4 Valores do resduo, respectivas freqncias acumuladas terica e
emprica e valores da distribuio normal (z)
Resduo
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4

Frequncia acumulada
Emprica
Terica
0,05
0,0497
0,20
0,1083
0,35
0,2050
0,40
0,3402
0,60
0,5000
0,65
0,6598
0,80
0,7950
0,95
0,8917
1,00
0,9503

Z
Emprico
-1,64485
-0,84162
-0,38532
-0,25335
-0,253347
-0,38532
-0,841621
1,644854
1,644854

Terico
-1,64751
-1,23563
-0,82375
-0,41188
-1,4E-16
0,411877
0,823754
1,235632
1,647509

Figura 4 Grfico de probabilidade normal para os dados do exemplo.

2 Pressuposio Homogeneidade das varincias residuais


Para uma varivel resposta Y, considere I tratamentos, cada um com K
repeties, para os quais se deseja avaliar se a varincia residual idntica para
todos os tratamentos. As hipteses a serem testadas so
2
2
2
H0 : E1
= E2
= = EI
= E2

Ha: pelo menos um tratamento apresenta varincia residual diferente dos


demais.
Em termos prticos estamos querendo verificar se o efeito do erro experimental
afetou igualmente todos os tratamentos. Caso isso ocorra, as varincias dentro de
tratamentos tenderam a apresentar valores bem similares, sendo, portanto, vivel a
obteno de um estimador comum para a varincia dentro de tratamentos.

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_____________________________________________________________________________
Na anlise de varincia, o clculo do quadrado mdio do resduo estimador
comum da varincia dentro de tratamentos. Portanto, antes de interpretar os
resultados da anlise de varincia faz-se necessrio realizar um teste de hipteses
para a homegeneidade da varincia dentro de tratamentos.
Um dos testes que podem ser utilizados o teste de Cochran. Este teste s
pode ser aplicado quando o nmero de graus de liberdade for o mesmo para todas as
varincias, ou seja, quando o nmero de repeties por tratamento for o mesmo,
sendo dado por
Ccal =

maior sEi2
I

s
i=1

2
Ei

Se C cal C tab (, I, K 1), rejeita-se H 0 . Caso contrrio, se C cal < C tab , no se


rejeita H0 e conclui-se que existe homogeneidade de varincias residuais entre os
tratamentos.
Para os dados do exemplo 4.7.1 as varincias dentro de tratamentos so
apresentadas na Tabela 5.
Tabela 5 Valores originais e ajustados de Y e estimativas dos efeitos do erro
experimental
Variedade
1
1
1
1
1
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
4
4
4
4
4

Repetio
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5

Y ik
25
26
20
23
21
31
25
28
27
24
22
26
28
25
29
33
29
31
34
28

Y
ik
23
23
23
23
23
27
27
27
27
27
26
26
26
26
26
31
31
31
31
31

e ik
2
3
-3
0
-2
4
-2
1
0
-3
-4
0
2
-1
3
2
-2
0
3
-3

sEi2
2
sE1
= 6,5

2
sE2
= 7,5

2
sE3
= 7,5

2
sE4
= 6,5

___________________________________________________________________________________

77

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________

As hipteses testadas na pressuposio de homogeneidade de varincias so


iguais a:
2
2
2
2
H0 : E1
= E2
= E3
= E4
= E2 ;

Ha: pelo menos uma Ei2 (i = 1, 2, 3 e 4) difere das demais.

O teste de Cochran dado por


Ccal =

7,5
= 0,2679 e C tab (5%, 4, 4) = 0,6287;
6,5 + 7,5 + 7,5 + 6,5

No testes, conclui-se pela no rejeio de H 0 . Portanto, considera-se satisfeita a


pressuposio de homogeneidade de varincias.
A anlise grfica da homogeneidade de varincias pode ser feita por meio da
disperso dos valores observados para cada nvel do fator em estudo. Para o exemplo
em estudo este grfico de disperso apresentado na Figura 5. Pode ser observado
que a variabilidade da produo dentro de cada variedade, tende a ser a mesma em
todas as variedades.

Figura 5 Disperso das produes observadas em cada variedade

Um exemplo em que visualmente poderamos inferir que a varincia no a


mesma para todos os tratamentos apresentado na Figura 6.

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_____________________________________________________________________________

Figura 6 Exemplo de grfico de disperso quando as varincias dentro de


tratamento no homognea

3 Pressuposio Independncia dos erros

A independncia dos erros da anlise de varincia significa que os erros no


so correlacionados. Uma das situaes que podem fazer com que este resultado no
acontea aquela em que o valor do erro tende diminuir na sequncia cronolgica em
que os valores so observados.
Isto pode ocorrer quando, por exemplo, um laboratorista est aprendendo a
usar um equipamento. No incio, o erro associado a leitura grande. medida que
so feitas novas leituras o erro tende a ser menor.
Portanto, para fazer a avaliao da independncia dos erros necessrio ter
informaes adicionais, por exemplo ordem de coleta das observaes.
A ordem de coleta das observaes dos dados do exemplo 4.7.1 apresentada
na Tabela 6 e o grfico de disperso dos resduos versus a ordem de coleta
apresentada na Figura 7, Pode-se observar na Figura 7 que no existe nenhuma
tendncia nos resduos em relao a ordem de coleta.

___________________________________________________________________________________

79

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________
Tabela 6 Valores observados com os respectivos valores preditos, residuais e
ordem de coleta
Ordem de coleta Variedade Repetio Y ik
1
1
1
25
5
1
2
26
9
1
3
20
13
1
4
23
17
1
5
21
2
2
1
31
6
2
2
25
10
2
3
28
14
2
4
27
18
2
5
24
3
3
1
22
7
3
2
26
11
3
3
28
15
3
4
25
19
3
5
29
4
4
1
33
8
4
2
29
12
4
3
31
16
4
4
34
20
4
5
28

Y
ik
23
23
23
23
23
27
27
27
27
27
26
26
26
26
26
31
31
31
31
31

e ik
2
3
-3
0
-2
4
-2
1
0
-3
-4
0
2
-1
3
2
-2
0
3
-3

Figura 7 Grfico de disperso dos resduos versus a ordem de coleta das


observaes

A Figura 8 apresenta o grfico de disperso em que os erros no so


independentes. Nesta Figura 8 pode-se observar que nas primeiras coletas, os valores
residuais tendem a ser maiores do que nas ltimas coletas. Uma possvel explicao
para isto o aprendizado na realizao do experimento.
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_____________________________________________________________________________

Figura 8 Disperso dos resduos e funo da ordem de coleta

Exerccio 4.7.8: Considere 4 resultados possveis (R1, R2, R3 e R4) para a realizao
de um experimento no DIC em que foram avaliados os efeitos de 5 tratamentos em 3
repeties. Para cada uma destas situaes, pede-se:

a) Proceda a ANOVA para R1, R2, R3 e R4;


b) Para um ou mais dos resultados (R1, R2, R3 e R4) a SQ para uma ou mais FV
apresentou valor zero. Explique a razo de ter sido obtido tais valores iguais a
zero.

R1

Tratamentos

Repeties

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

Totais

300

300

300

300

300

Mdias

100

100

100

100

100

___________________________________________________________________________________

81

Captulo 5 Delineamento Inteiramente Casualizado


_____________________________________________________________________
R2

Tratamentos

Repeties

90

80

70

60

50

100

100

100

100

100

110

120

130

140

150

Totais

300

300

300

300

300

Mdias

100

100

100

100

100

R3

Tratamentos

Repeties

98

99

100

101

102

98

99

100

101

102

98

99

100

101

102

Totais

294

297

300

303

306

Mdias

98

99

100

101

102

R4

Tratamentos

Repeties

98

99

100

101

102

99

100

101

102

103

100

101

102

103

104

Totais

297

300

303

306

309

Mdias

99

100

101

102

103

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_____________________________________________________________________________

6.0 PROCEDIMENTOS PARA COMPARAES MLTIPLAS

6.1 Introduo

O fator ou fatores em avaliao em um experimento podem ser classificados


como qualitativo ou quantitativo. Um fator quantitativo aquele onde cada nvel
descrito por uma quantidade numrica em uma escala. Como exemplos tem-se
temperatura, umidade, concentrao de um princpio ativo, nveis de insumo, doses de
fertilizantes, pH, dentre outros. Para estudar o efeito deste tipo de fator recomenda-se
realizar uma anlise de regresso, assunto que ser abordado no Captulo sobre
Regresso.
Por outro lado, um fator qualitativo aquele onde os nveis diferem por algum
atributo qualitativo. Como exemplos tm-se variedades, tipos de defensivos, mtodos
de conduzir uma determinada tarefa, etc. Para estudar o efeito deste tipo de fator,
deve-se proceder anlise de varincia dos dados e, se for conveniente, proceder s
comparaes entre as mdias dos nveis do fator usando algum dos procedimentos
para comparaes mltiplas descritos neste captulo.
A anlise de varincia, conforme visto no captulo anterior, serve para verificar
se existe alguma diferena significativa entre as mdias dos nveis de um fator a um
determinado nvel de significncia. Se o teste F para a fonte de variao que
representa o fator em estudo for no-significativa, ou seja, a hiptese de nulidade (H 0 :
m 1 = m 2 = ... = mI) no for rejeitada, todos os possveis contrastes entre mdias de
tratamentos so estatisticamente nulos. Neste caso, no necessrio a aplicao de
nenhum procedimento de comparaes mltiplas.
Por outro lado se o teste F for significativo, ou seja a hiptese de nulidade for
rejeitada, implica que existe pelo menos um contraste entre mdias estatisticamente
diferente de zero. Os procedimentos de comparaes mltiplas a serem vistos neste
captulo, visam identificar qual(is) (so) esse(s) contraste(s), para podermos por
conseqncia identificarmos qual(is) (so) o(s) nvel(is) do fator em estudo que
apresentou(ram) maior(es) mdia(s).

___________________________________________________________________________________

83

Captulo 6 Comparaes Mltiplas


_____________________________________________________________________
Dentre os diversos testes existentes na literatura, sero vistos os quatro testes
mais comumente utilizados. Estes testes podem ser divididos em duas categorias
principais de acordo com os tipos de contrastes que podem ser testados:
1a) Procedimentos para testar todos os possveis contrastes entre duas mdias
dos nveis do fator em estudo
a) Teste de Tukey
b) Teste de Duncan
2a) Procedimentos para testar todos os possveis contrastes entre mdias dos
nveis do fator em estudo
a) Teste t de Student
b) Teste de Scheff

Todos os procedimentos se baseiam no clculo de uma diferena mnima


significativa (dms). A dms representa o menor valor que a estimativa de um contraste
deve apresentar para que se possa consider-lo como significativo. Por exemplo, para
um contraste entre duas mdias, a dms representa qual o menor valor que tem que
ser detectado entre as suas estimativas para que se possa concluir que os dois
tratamentos produzam efeitos significativamente diferentes.
A princpio um determinado contraste, por exemplo, entre duas mdias poderia
ser testado por cada um dos procedimentos aqui apresentados. A concluso a respeito
da significncia do contraste pode variar de um procedimento para outro, pois o valor
da dms varia de um teste para outro, pois cada um se baseia numa distribuio de
probabilidades especfica. Devido a esta possibilidade na diferena de concluses a
respeito da significncia do contraste, ns podemos dizer que um teste mais
conservador (ou rigoroso) que os outros. Na estatstica dizemos que um teste mais
conservador que o outro quando a dms dele maior, pois ele tende a conservar a
hiptese de igualdade entre mdias como verdadeira. Isto porque quanto maior a dms
mais difcil se torna rejeitar a hiptese de nulidade.
Este maior ou menor conservadorismo de um teste pode ajudar o pesquisador a
escolher um procedimento de comparao mltipla. Se por exemplo, por experincia
prpria o pesquisador sabe que as diferenas entre os efeitos dos nveis do fator em
teste so pequenas e ele deseja detectar estas pequenas diferenas, ento ele deve
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usar um procedimento menos conservador, ou seja, que apresenta uma menor dms.
Se por outro lado, ele quer concluir que os nveis do fator tm efeitos diferentes
somente quando a diferena nos seus efeitos for realmente grande, ento ele deve
usar um teste mais conservador, ou seja, com maior dms.
Vamos ver a partir de agora cada procedimento com mais detalhe. Considere
para tanto, que estamos interessados em comparar as mdias dos I nveis de um fator
qualitativo, as quais foram obtidas a partir da realizao de um experimento no
delineamento inteiramente casualizado com J repeties, para o qual o teste F para
fator foi significativo; e que o nmero de graus de liberdade para o fator em estudo foi
igual a n 1 e para o resduo foi igual a n 2 , ou seja,
F.V.
G.L.
S.Q.
Q.M.
F
Fator
I1
SQFator QMTrat Significativo
Resduo I (J 1) SQRes QMRes
Total
IJ - 1
SQTotal
6.2 Alguns procedimentos para comparaes mltiplas
Dentre vrios procedimentos existentes para comparaes mltiplas, sero
apresentados quatro: teste de Tukey, teste de Duncan, teste t de Student e teste de
Scheff.

6.2.1 Teste de Tukey


O teste de Tukey, pode ser utilizado para comparar a totalidade dos contrastes
entre duas mdias, ou seja, para os I(I1)/2 contrastes do tipo C=m i m u ; para 1 i <
u I, em que I o nmero de nveis do fator em estudo. Este teste baseia-se na
diferena mnima significativa (d.m.s.) representada por e dada por:

em que,
q = q (I,n 2 ) o valor tabelado da amplitude total estudentizada, que obtido em
funo do nvel de significncia do teste, nmero de nveis do fator em estudo (I) e
nmero de graus de liberdade do resduo (n 2 ) da anlise de varincia.

___________________________________________________________________________________

85

Captulo 6 Comparaes Mltiplas


_____________________________________________________________________
No caso em que todos os tratamentos apresentaram o mesmo nmero de
repeties, ou seja, r i = r u = K, o valor de simplificado com a seguinte expresso

Para a realizao do teste Tukey, a um nvel de significncia , necessrio:


1. enunciar as hipteses: H 0 : C = 0 vs Ha: C 0, em que C = m i m u , para i u;
=m
i m
u , com base nos valores
2. obteno das estimativas dos contrastes, C
amostrais;
3. clculo do ;
4. concluir a respeito da significncia dos I(I1)/2 contrastes em teste, usando a

, rejeita-se H 0 ; caso contrrio, no se rejeita H 0 . Neste


seguinte relao: se C
caso, indicar as mdias iguais, seguidas por uma mesma letra.

Consideraes:
1.

O teste de Tukey vlido para a totalidade dos contrastes de duas mdias.

2.

O teste de Tukey exige, em princpio, balanceamento. Mas, no caso dos

tratamentos apresentarem nmeros de repeties diferentes, o resultado obtido por


este teste apenas uma aproximao.
3.

O teste de Tukey exato para testar a maior diferena, nos demais casos

conservador.

Exemplo: Foi montado um experimento no DIC com o objetivo de verificar qual o meio
de cultura (ABCD) propicia maior crescimento de colnias bacterianas. O nmero de
colnias bacterianas 48 horas aps a inoculao dado abaixo:
Tratamentos Rep 1 Rep 2 Rep 3 Rep 4 Rep 5 Totais
A

19

31

15

30

95

40

35

46

41

33

195

39

24

20

29

45

160

27

12

13

28

30

110

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_____________________________________________________________________________
Considerando = 5%, pede-se:
a) Fazer ANOVA?
b) Comparar as mdias pelo teste de Tukey?

6.2.2 - Teste de Duncan


Tal como o teste de Tukey, o teste de Duncan um procedimento seqencial,
vlido para a totalidade dos contrastes de duas mdias do tipo C = m i m u . O teste de
Duncan necessita a prvia ordenao das mdias, dos nveis do fator em estudo. Este
teste baseia-se na amplitude total mnima significativa (D i ) dada por:

em que,
z i = z (n, n 2 ) = o valor tabelado da amplitude total estudentizada, que obtido em
funo do nvel de probabilidade, nmero de mdias ordenadas abrangidas pelo
contraste entre os nveis do fator em estudo (i) e nmero de g.l. do resduo da ANOVA
(n 2 ). Como se trata de um processo seqencial, n 1 varia seu valor durante a aplicao
do teste;

No caso em que todos os tratamentos apresentaram o mesmo nmero de


repeties, ou seja, r i = r u = K, o valor de D i simplificado com a seguinte expresso

Para a realizao do teste Duncan a um nvel de significncia necessrio:


1. enunciar as hipteses: H 0 : C = 0 vs Ha: C 0, em que C = m i m u , para i u;
2. ordenar as mdias do fator em estudo em ordem crescente ou decrescente;
3. obter o valor da estimativa do contraste entre a maior e a menor mdia, com base
nos valores amostrais;
4. calcular o valor de D i , com base no nmero de mdias ordenadas abrangidas pelo
contraste. Neste primeiro passo i = I;
5. concluir a respeito da significncia do contraste em teste, usando o seguinte critrio:

___________________________________________________________________________________

87

Captulo 6 Comparaes Mltiplas


_____________________________________________________________________
a) Se o valor de D i for maior do que o mdulo da estimativa do contraste, no
rejeita-se H 0 e as mdias so ligadas por um trao, indicando que no h diferena
entre elas;
b) Caso contrrio, reduzir de uma unidade o valor de n 1 . Calcula-se o novo valor
de D i e, para todos os pares de mdias que no estejam ligadas por um mesmo trao
e que envolvem n 1 mdias, repetir o procedimento que consta no item 3 e nos
seguintes;
6. Proceder ao item 3 e seguintes at que i = 2.

Este teste tem como inconveniente, alm de ser um teste trabalhoso, o fato das
mdias ordenadas no serem independentes e o valor de z i em conseqncia, no ser
exato.
Consideraes:
1. O teste Duncan um procedimento seqencial vlido para a totalidade dos
contrastes de duas mdias;
2. Tal como o teste de Tukey, o teste de Duncan exige, em princpio, balanceamento.
Mas, no caso de serem diferentes os nmeros de repeties este teste pode ainda ser
usado, mas ento apenas aproximado;
3. Quando a maior mdia no diferir significativamente da menor, no se admitir
diferena significativa, entre as mdias intermedirias.

Exemplo: Aproveitando os dados do exemplo anterior para o teste de comparao de


Tukey, proceder a comparao das mdias pelo teste de Duncan?

6.2.3 - Teste t de Student


O teste t pode ser utilizado para testar contrastes envolvendo duas ou mais
mdias.
Porm este teste exige que:
1. as comparaes a serem realizadas sejam escolhidas a priori, ou seja, antes
de serem examinados os dados;
2. podem-se testar no mximo, tantos contrastes quantos so os graus de
liberdade para tratamentos, e estes contrastes devem ser ortogonais.
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A ortogonalidade entre os contrastes indica independncia linear na
comparao estabelecida por um contraste com a comparao estabelecida pelos
outros contrastes.
Entre I mdias de um fator, podem ser obtidos I 1 contrastes ortogonais.
Consideremos um contraste de mdias, entre os nveis de um fator, em sua
forma geral:
C = a 1 m 1 + a 2 m 2 + ... + a I m I
do qual obtemos a estimativa por meio do estimador

=am

C
1 1 + a 2m 2 + + aImI
que pode ser testada pelo teste t, calculando-se a estatstica t, dada por.

que tem distribuio t de Student com n 2 graus de liberdade, sendo n 2 o nmero de


graus de liberdade do resduo e QMResduo o quadrado mdio residual da anlise de
varincia.
Caso o nmero de repeties seja o mesmo para todos os tratamentos, ou seja
r 1 =r 2 =...=r I =K, ento a frmula para a aplicao do teste t

Quando aplicamos o teste t a um contraste, C, geralmente o interesse testar


as hipteses: H 0 : C = 0 vs Ha: C 0.
O valor tabelado de t obtido por ttab=t (n2).
A regra de deciso, neste caso, a seguinte:
Se |t| t tab rejeita-se H 0 .

Caso contrrio no se rejeita H 0 .

Consideraes:
1. O nvel de significncia vlido para um nico contraste, e no para uma srie
deles;

___________________________________________________________________________________

89

Captulo 6 Comparaes Mltiplas


_____________________________________________________________________
2. O nvel de significncia vlido somente se o contraste for estabelecido a priori e
no sugerido pelos dados, pois, pode ficar caracterizado uma estatstica de ordem ao
querer comparar a maior com a menor mdia, o que acarretaria certa dependncia
entre as mdias.

Exemplo: Num experimento de competio de fertilizantes nitrogenados para o


abacaxizeiro foram utilizados 6 tratamentos (5 fertilizantes e 1 testemunha) e 4
repeties no DIC.
Tratamentos
Testemunha
Sulfato de amnio
Salitre do Chile
Uria
Nitroclcio de Cubato
Nitroclcio de Cubato + S
2 = QMR = 0,64

m
21,57
27,76
24,58
28,44
28,85
28,30

Verificar pelo teste t se os fertilizantes nitrogenados possuem efeito na produo do


abacaxizeiro?

6.2.4 - Teste de Scheff


Este teste pode ser aplicado para testar todo e qualquer contraste entre mdias,
mesmo quando sugerido pelos dados. freqentemente utilizado para testar
contrastes que envolvam grupos de mdias. um teste mais conservador que o teste
t, porm no exige que os contrastes a serem testados sejam ortogonais e nem que
estes contrastes sejam estabelecidos antes de se examinar os dados.
Se o valor de F obtido no for significativo, nenhum contraste poder ser
significativo pelo teste de Scheff, e sua utilizao no se justifica.
A estatstica do teste, denotada por S, calculada por:

em que,
I = o nmero de nveis do fator em estudo (ou nmero de tratamentos do
experimento);

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F tab = F (I-1;n 2 ) o valor tabelado de F, obtido em funo do nvel de probabilidade,
nmero de graus de liberdade do fator em estudo, ou seja I - 1, e nmero de graus de
liberdade do resduo, ou seja n 2 ;

Caso o nmero de repeties seja o mesmo para todos os tratamentos, ou seja,


r 1 =r 2 =...=r I =K, ento a frmula para a aplicao do teste Schheff

Deve-se ento, calcular a estimativa do contraste C, ou seja,

=am

C
1 1 + a 2m 2 + + aImI
S , dizemos que o contraste significativamente
Se verificarmos que C
diferente de zero ao nvel de probabilidade, indicando que os grupos de mdias
confrontados no contraste diferem entre si a esse nvel de probabilidade.

Consideraes:
1. O teste de Scheff vlido para a totalidade dos contrastes.
2. Para testar um nico contraste, ou para testar um nmero pequeno deles, o teste de
Scheff bastante rigoroso.

Exemplo: Considerando os dados dos fertilizantes nitrogenados para o abacaxizeiro


em que o teste F para tratamento significativo, verificar pelo teste de Scheff se
existe diferena ao nvel de 5% de probabilidade, entre o Nitroclcio de Cubato (com
e sem enxofre) e os demais fertilizantes nitrogenados? QMRes = 0,64

6.3. Vantagens e Desvantagens dos Procedimentos Para Comparaes Mltiplas

O teste t no recomenda do para testar todas as possveis comparaes entre


mdias de um experimento, pois este teste aponta pequenas diferenas como
significativas. O procedimento de Duncan tambm sensitivo, no sentido de declarar
pequenas diferenas como significativas. Para estes dois testes, Duncan e t, o nvel de
___________________________________________________________________________________

91

Captulo 6 Comparaes Mltiplas


_____________________________________________________________________
significncia conjunto para um grande nmero de comparaes elevado. Quando
so utilizados para esta finalidade, estes testes podem apontar como significativos
contrastes, quando na verdade estes contrastes so no-significativos. Neste acaso o
erro tipo I tende a ocorrer mais frequentemente do que o estabelecido pelo nvel de
significncia do teste.
O teste de Tukey bastante rigoroso no sentido de apontar diferenas
significativas. Este teste til quando se deseja informaes preliminares a respeito
das diferenas entre os efeitos dos nveis de um fator. O procedimento de Scheff
ainda mais rigoroso que o Tukey para comparar pares de mdias.
Para a comparao de um nmero grande de mdias, no h um procedimento
ideal. Testes como Tukey ou Scheff, tornam-se extremamente rigorosos, pois o nvel
de significncia conjunto para a maioria dos contrastes muito menor do que o
estabelecido. O inverso ocorre com o teste t e Duncan.
Resumindo:
Previamente
escolhido

Ortogonais

Teste t

Sugerido pelos dados No usar Teste t


Contrastes

Mais de duas mdias

Teste de
Scheff

2 mdias entre si

Tukey
Duncan

No-ortogonais

6.4. Exerccios
6.4.1 - Aplique os testes Tukey e Duncan, aos exemplos dados ao final da apostila do
Captulo de Delineamento Inteiramente Casualizado.

6.4.2 - Para os dados fornecidos a seguir, conclua pelo teste Duncan e Tukey ( =
5%).
1 = 370
m

2 = 338
m

3 = 380
m

4 = 320
m

5 = 325
m

6 = 367
m

D6 = 31

D5 = 30,2

D 4 = 28,7

D3 = 26

D2 = 24,6

= 33

6.4.3 - Aplicar o teste de Duncan s comparaes mltiplas obtidas com as mdias


dos tratamentos instalados em um experimento segundo o Delineamento Inteiramente
Casualizado (DIC). Concluir para = 5% de probabilidade.
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T 1 = 452,16 T 2 = 481,80 T 3 = 442,56 T 4 = 469,52 T 5 = 439,48 T 6 = 461,60
SQTratamento = 331,8677

SQTotal = 783,4964

r=4

6.4.4 - Um experimento para avaliar a influncia de 4 tipos de aleitamento no ganho de


peso de leites foi conduzido utilizando-se o delineamento inteiramente casualizado
com 4 repeties. Foram obtidos os seguintes resultados parciais:
Tratamentos
Totais

1
37,2

2
44,8

3
31,6

4
32,8

F.V.
GL
SQ
QM
F
Tratamento
26,76
Resduo
Total
33,82
Complete o quadro da ANOVA e, considerando-se = 1%, responda qual(is)
o(s) melhor(es) tipo(s) de aleitamento. (Use o teste de Tukey, se necessrio)

6.4.5 - Com o objetivo de verificar se existe diferena, no tempo mdio gasto para ir de
0-100 km/h, entre 5 marcas de carro de mesma categoria, 4 carros de cada marca
foram escolhidos inteiramente ao acaso da linha de produo de cada marca e
avaliados em uma pista de provas apropriada. Os resultados obtidos, em segundos,
foram:
A
12
11
11
13

B
12
10
10
11

Marcas
C
8
7
8
6

D
12
12
10
11

E
13
14
15
13

Usando o nvel de 5% de probabilidade


a) Existe de diferena significativa entre as marcas de carro quanto ao tempo mdio
gasto para ir de 0-100 km/h?
b) Qual(is) (so) a(s) marca(s) mais lenta(s) para ir de 0-100 km/h, pelo teste de
Duncan?
c) Qual(is) (so) a(s) marca(s) mais rpida(s) para ir de 0-100 km/h, pelo teste de
Tukey?

___________________________________________________________________________________

93

Captulo 6 Comparaes Mltiplas


_____________________________________________________________________
d) Suponha que em termos de custo final ao consumidor pode-se classificar os carros
produzidos pela marca 1 como de custo alto, os produzidos pelas marcas 2 e 3 de
custo mdio e aqueles produzidos pelas marcas 4 e 5 como de custo alto. Suponha
tambm que este experimento tinha como objetivos verificar se existe diferena no
tempo mdio para ir de 0-100 km/h entre: 1) os carros de custo alto e os demais
carros; 2) entre os carros de custo mdio e os de custo alto; 3) os carros de custo
mdio; e 4) os carros de custo baixo. Utilize os testes de Scheff e de t para verificar
se estas comparaes so significativas.

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_____________________________________________________________________________

7.0 DELINEAMENTO EM BLOCOS CASUALIZADOS

7.1 Introduo

O principal objetivo do planejamento e execuo de um experimento apontar


diferenas significativas entre os efeitos os nveis de um fator em avaliao.
Inicialmente isto realizado mediante o teste F para o fator. Se o teste F for nosignificativo, conclumos que os efeitos so estatisticamente iguais e nada mais
precisa ser feito. Por outro lado, se o teste F for significativo, conclumos que existe
diferena significativa nos efeitos dos nveis do fator. O passo seguinte seria o uso de
um procedimento de comparaes mltiplas para identificar quais nveis dos fatores
proporcionam efeitos significativamente diferentes entre si do ponto de vista
estatstico.
Tal como o teste F, todos os procedimentos de comparao mltipla tem como
base para o clculo do valor da diferena mnima significativa a estimativa da
variabilidade associada ao efeito do erro experimental, a qual conhecida como
Quadrado Mdio do Resduo (QMRes). Sendo assim fica fcil entender que, para o
pesquisador conseguir atingir o seu objetivo, apontar diferenas significativas entre os
efeitos de nveis do fator, ele deve planejar e executar o seu experimento de tal forma
que a influncia do erro experimental seja a menor possvel.
O delineamento inteiramente casualizado pressupe para ser utilizado que, as
unidades experimentais sejam e estejam durante todo o experimento em condies
ambientais completamente homogneas. Caso o pesquisador perceba que algum fator
perturbe a homogeneidade das unidades experimentais ou nas condies ambientais
que as mesmas vo estar sujeitas durante o experimento, necessrio que o
pesquisador controle o efeito deste fator perturbador. Entenda-se aqui fator
perturbador como uma fonte de variao indesejvel entre as unidades experimentais
ou nas condies ambientais. Um exemplo seria a situao em que um pesquisador
deseja comparar o efeito de analgsicos em cobaias. No entanto as cobaias no so
de mesma idade. Se o pesquisador achar que a idade da cobaia pode influenciar na
avaliao dos analgsicos, ele deve controlar o efeito do fator perturbador idade.
___________________________________________________________________________________

95

Captulo 7 Delineamento em blocos casualizados


_____________________________________________________________________
O controle do efeito do fator pertubador feito pela formao de grupos, ou
seja, blocos de unidades experimentais homogneas e fazendo com que todos os
nveis do fator em estudo sejam avaliados em cada nvel do fator pertubador, ou seja,
em cada bloco de unidades homogneas. No delineamento em blocos casualizados
(DBC), a distribuio ao acaso dos nveis do fator em estudo s unidades
experimentais, sofre a restrio de ser feita dentro de cada bloco, desta forma o
nmero de unidades experimentais por bloco igual ao nmero de tratamentos.
Portanto o DBC faz uso dos trs princpios bsicos da experimentao: repetio,
casualizao e controle na casualizao. Vale lembrar que no delineamento
inteiramente casualizado (DIC), no existe nenhuma restrio na casualizao, uma
vez que os nveis do fator em estudo so distribudos inteiramente ao acaso em
relao a todas unidades experimentais.
Em experimentos instalados segundo o DBC, espera-se que as condies
experimentais de um bloco sejam diferentes das condies experimentais do outro
bloco e que haja homogeneidade das condies experimentais dentro de cada bloco.
Se um pesquisador instala o seu experimento segundo o DBC, o efeito do fator
perturbador controlado sendo portanto possvel quantificar o seu efeito e eliminar tal
efeito na anlise estatstica dos dados experimentais. Caso o pesquisador no controle
o efeito do fator perturbador por meio da formao de blocos de unidades
experimentais homogneas e controle na casualizao, o efeito do fator perturbador
absorvido pelo erro experimental. Tal absoro tende a provocar um aumento no valor
do QMRes, o que pode acarretar em no identificar nenhuma diferena nos efeitos dos
tratamentos, quando de fato uma ou mais diferenas possam existir.
No entanto, a instalao de um experimento no DBC quando o mesmo no
necessrio, pode implicar na perda de eficincia do experimento, pois quando se
instala um experimento no DBC com J blocos, quando na verdade o DIC seria
suficiente, so perdidos (J-1) graus de liberdade para o resduo. No DBC o n de graus
de liberdade para o resduo menor. Conseqente o F tabelado maior. Portanto
maior dever ser a diferena entre os efeitos dos nveis do fator para que tais
diferenas atinjam significncia estatstica.
O delineamento em blocos casualizados, devido suas caractersticas, o mais
utilizado na experimentao agrcola.
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Quando o nmero de tratamentos muito grande, torna-se, muitas vezes,
impossvel organizar blocos com unidades experimentais uniformes. Usamos, nesses
casos, blocos incompletos, os quais so menores (mas homogneos) e contm parte
dos tratamentos, resultando nos delineamentos denominados blocos incompletos
(balanceados, parcialmente balanceados, no-balanceados).

7.2. Quadro de tabulao dos dados


A ttulo de exemplo, considere um experimento instalado no DBC com I
tratamentos e J repeties (blocos). A coleta de dados da pesquisa pode ser resumida,
num quadro do tipo a seguir:
Blocos
1
2

J
Totais

1
Y 11
Y 12

Y 1J
T1

Tratamentos
2

Y 21

Y 22

Y 2J

T2

I
Y I1
Y I2

Y IJ
Ti

Totais
B1
B2

BJ
G

Deste quadro pode-se retirar algumas informaes de interesse:


- n de unidades experimentais: N = I x J;
- Total geral:

- Total para o tratamento i:

- Total para o bloco j:

- mdia para o tratamento i:

- mdia para o bloco j:


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97

Captulo 7 Delineamento em blocos casualizados


_____________________________________________________________________

- mdia geral do experimento:

7.3. Modelo Estatstico


Para o DBC o modelo estatstico :
Y ij = m + t i + b j + e ij
em que,
Y ij o valor observado para a varivel em estudo referente ao tratamento i no
bloco j,
m = mdia de todas as unidades experimentais para a varivel em estudo.
t i o efeito do particular tratamento i no valor observado Y ij :
t i = m i -m
b j o efeito do bloco j no valor observado Y ij :
bj = mj - m
e ij o erro associado a observao Y ij :
e ij = Y ij + m m i m j
Admitimos, ainda, as pressuposies:
a) Os efeitos (m, t i , b j e e ij ) so aditivos e independentes entre e dentre si;
b) Os erros e ij so conjuntamente independentes;
c) Os erros e ij tm distribuio normal, mdia zero e varincia comum 2 .
7.4. Anlise de Varincia
Para realizar a anlise dos dados obtidos de um experimento instalado segundo
o DBC, deve-se decompor a variao total que existe entre todas as observaes nas
partes que a compe. Neste tipo de delineamento, a decomposio feita da seguinte
forma:
SQTotal = SQTratamentos + SQBlocos + SQResduo
conforme demonstrado a seguir.
Considere o modelo estatstico para um experimento instalado segundo o DBC:
Y ij = m + t i + b j + e ij
fazendo t i = m i m e b j = m j - m, tem-se:
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Y ij m = (m i m) + (m j m) + e ij ,
substituindo m, m i , m j e e ij por seus estimadores tem-se:

elevando ambos os membros ao quadrado

aplicando somatrio

Ou seja:

pode-se verificar que:


Por meio das frmulas obtidas no desenvolvimento anterior, pode-se obter os
valores para as respectivas somas de quadrados. No entanto, essas frmulas so
muito trabalhosas para se obter tais valores.
So fornecidas a seguir, frmulas mais prticas para se obter as somas de
quadrados.

SQResduo = SQTotal SQTratamentos - SQBlocos

Estas frmulas prticas so deduzidas a partir das somas de quadrados,


obtidas no desenvolvimento anterior, mediante o desenvolvimento do quadrado do
___________________________________________________________________________________

99

Captulo 7 Delineamento em blocos casualizados


_____________________________________________________________________
binmio, aplicao dos somatrios a todos os termos e substituio de cada uma das
mdias pelo quociente do total pelo n de observaes que origina cada total. As
dedues so semelhantes quelas apresentadas no captulo de Delineamento
Inteiramente Casualizado.

O quadro da ANOVA para a anlise de um experimento instalado segundo o


DBC do seguinte tipo:
F.V.
Blocos

G.L.
(J 1)

S.Q.
SQBlocos

Tratamentos

(I 1)

SQTratamentos

Resduo

(I 1) (J 1)

SQResduo

Total

IJ 1

SQTotal

Q.M.
SQTrat
I 1
SQRes
(I 1)(J 1)

F
QMTrat
QMRes

Geralmente, o que interessa na anlise de um experimento, avaliar se existe


diferena entre os tratamentos, o que pode ser verificado por meio do teste F para
tratamentos.
As hipteses para o teste F da anlise de varincia para tratamentos so as
seguintes:
H 0 : m 1 = m 2 = ... = m I = m, o que equivale a dizer que todos os possveis contrastes
entre mdias de tratamentos, so estatisticamente nulos, ao nvel de
probabilidade que foi executado o teste.
Ha: no H 0 , o que equivale a dizer que existe pelo menos um contraste entre mdias,
estatisticamente diferente de zero, ao nvel de probabilidade que foi realizado o
teste.
O teste F para blocos, ou seja, comparao entre blocos, geralmente
desnecessria, pois ao instalar o experimento no DBC, o pesquisador utilizou os
blocos para controlar uma causa de variao conhecida.
Nos casos em que a variao entre blocos duvidosa, o pesquisador pode
realizar o teste F para blocos, para servir como orientao para a instalao de futuros
experimentos.

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7.5. Exerccios
7.1 - Os dados abaixo, se referem a um experimento instalado segundo o DBC, em
que os tratamentos, 5 produtos comerciais para suprir deficincia de micronutriente em
caprinos, foram fornecidos aos animais os quais foram separados em 3 grupos
segundo a idade. Os resultados obtidos, expressos em ppm de micronutriente/ml de
sangue, foram os seguintes:

Pede-se proceder a ANOVA e aplicar o teste Tukey e Duncan, usando o nvel


de 5% de probabilidade.

7.2 - Com a finalidade de aumentar a produo de l de suas ovelhas, por meio de


uma alimentao mais apropriada um criador separou 28 ovelhas de sua criao.
Como as ovelhas eram de idades diferentes, dividiu-as em 7 grupos, sendo que dentro
de cada um destes grupos havia 4 ovelhas de mesma idade e homogeneidade para as
demais caractersticas. Dentro de cada grupo foi realizado um sorteio para distribuir ao
acaso, os 4 Tipos de Alimentao (TA) s ovelhas do grupo. O experimento se iniciou
logo aps as ovelhas terem sido submetidas a uma tosquia e se encerrou quando j
era o momento de se realizar uma nova tosquia da qual foram obtidos os seguintes
resultados, expressos em unidade de medida de l por animal:

Com base nas informaes anteriores, pede-se ( = 1%):


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Captulo 7 Delineamento em blocos casualizados


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a) Qual o tipo de delineamento experimental que o criador utilizou? Justifique
sua resposta.
b) Existe diferena entre os tipos de alimentao fornecidos s ovelhas com
relao produo de l?
c) Com base no teste Tukey, qual(is) seria(m) o(s) tipo(s) de alimentao a
ser(em) recomendada(s) s ovelhas?

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8.0 DELINEAMENTO EM QUADRADO LATINO

8.1 Introduo
No Delineamento em Quadrado Latino (DQL), alm dos princpios da repetio
e da casualizao, utilizado tambm duas vezes o princpio do controle na
casualizao para controlar o efeito de dois fatores perturbadores que causam
variabilidade entre as unidades experimentais. Para controlar esta variabilidade,
necessrio dividir as unidades experimentais em blocos homogneos de unidades
experimentais em relao a cada fator perturbador. O nmero de blocos para cada
fator perturbador deve ser igual ao nmero de tratamentos. Por exemplo, se no
experimento esto sendo avaliados I tratamentos, deve ser formado para cada fator
perturbador I blocos e cada um destes blocos deve conter I unidades experimentais.
Ao final so necessrios I2 unidades experimentais. Cada uma destas I2 unidades
experimentais classificada segundo cada um dos dois fatores perturbadores.
Uma vez formados os blocos, distribui-se os tratamentos ao acaso com a
restrio que cada tratamento seja designado uma nica vez em cada um dos blocos
dos dois fatores perturbadores.
Geralmente, na configurao de um experimento instalado segundo o DQL, os
nveis de um fator perturbador so identificados por linhas em uma tabela de dupla
entrada e os nveis do outro fator perturbador so identificados por colunas na tabela.
Alguns exemplos ilustrativos

Exemplo 1 - Num laboratrio devem ser comparados 5 mtodos de anlise (A, B, C, D


e E), programados em 5 dias teis e, em cada dia, feita uma anlise a cada hora,
num perodo de 5 horas. O quadrado latino assegura que todos os mtodos sejam
processados, uma vez em cada perodo e em cada dia. O croqui abaixo ilustra a
configurao a ser adotada.

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Captulo 8 Delineamento em Quadrado Latino


_____________________________________________________________________
Note que os nveis de uma fonte formam as linhas e os nveis da outra fonte
formam as colunas.

Exemplo 2 - Num experimento com sunos pretende-se testar 4 tipos de rao


(A,B,C,D), em 4 raas e 4 idades de animais. Sendo interesse fundamental o
comportamento dos 4 tipos de rao, toma-se a raa e a idade como blocos, ou seja:

Exemplo 3 - Um experimento de competio de 6 variedades de cana-de-acar em


que a rea experimental apresenta gradiente de fertilidade do solo em duas direes.
O quadrado latino possibilita a formao de blocos nas duas direes, ou seja,
procedemos a um duplo controle local. O croqui seguinte ilustra a distribuio das
variedades (A, B, C, D, E, F) nas parcelas.

8.2. Caractersticas do DQL


a) O nmero total de unidades experimentais necessrias para um experimento
nesse delineamento igual a I2, sendo I o nmero de tratamentos;
b) Cada tratamento representado uma nica vez e ao acaso em cada linha e
em cada coluna;
c) O nmero de tratamentos igual ao nmero de repeties;
d) Este delineamento aconselhvel quando o nmero de tratamentos oscila
entre 3 e 10. Mas, para 3 e 4 tratamentos, somente quando se puder repetir o
experimento em vrios quadrados latinos. Mais utilizados so 5 x 5 e 8 x 8.

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e) recomendvel quando as unidades experimentais puderem ser agrupadas
de acordo com os nveis de duas fontes de variao. A caracterstica principal deste
delineamento e que um tratamento aparece uma vez, s uma, em cada linha e em
cada coluna.

8.3. Casualizao no delineamento em quadrado latino


Consideremos 5 tratamentos: A, B, C, D, E.
1) Faz-se a distribuio sistemtica dos tratamentos dentro das linhas, de
maneira que cada coluna contenha tambm todos os tratamentos;

2) Em seguida distribui-se ao acaso as linhas entre si, e depois as colunas,


podendo-se obter um quadrado final semelhante ao apresentado abaixo.
OBS: Dentro das linhas e centro das colunas deve se ter a maior uniformidade
possvel.
Casualizando as linhas (2, 4, 5, 1, 3)

Casualizando as colunas (3, 5, 1, 4, 2)

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105

Captulo 8 Delineamento em Quadrado Latino


_____________________________________________________________________
8.4 - Modelo estatstico
O delineamento em quadrado latino apresenta o seguinte modelo estatstico:
Yij(k) = m + l i + c j + t k + e ij(k)
em que,
Y ij(k) o valor observado para a varivel em estudo referente ao k-simo
tratamento, na i-sima linha e na j-sima coluna;
m mdia de todas as unidades experimentais para a varivel em estudo;
l i o efeito da linha i;
c j o efeito da coluna j;
t k o efeito do tratamento k;
e ij(k) o erro experimental.
Admitindo-se I tratamentos, conseqentemente I linhas e I colunas, o esquema
da anlise de varincia fica:
F.V.
G.L.
Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3
Linhas
I-1
4
3
5
Colunas
I1
4
3
5
Tratamentos
I1
4
3
5
Resduo
(I 1)(I 2)
12
6
20
2
Total
I -1
24
15
35
Considerando
L i = Total da linha i;
C j = Total da coluna j;
T k = Total do tratamento k;
G = total geral;
as somas de quadrados so dadas por:

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


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8.5 Exerccios

8.5.1 - Num experimento de competio de variedades de cana forrageira foram


usadas 5 variedades: A=CO290; B=CO294; C=CO297; D=CO299 e E=CO295,
dispostas em um quadrado latino 5x5. O controle feito atravs de blocos horizontais e
verticais teve por objetivo eliminar influncias devidas a diferenas de fertilidade em
duas direes. As produes, em kg/parcela, foram s seguintes:

Considerando = 5% , pede-se:
a. Anlise de Varincia
b. Qual a variedade a ser recomendada? Utilize teste de Tukey, se necessrio.

8.5.2 - Em um experimento no delineamento em quadrado latino com 5 tratamentos,


so dados:

a. Verificar se existe efeito significativo de tratamentos, pelo teste F, e concluir


para = 5% .
b. Qual o tratamento deve ser recomendado nos seguintes casos:
b.1. Se estivssemos avaliando a produo de uma certa cultura (em kg/ha)?
b.2. Se estivssemos avaliando a perda de gros, durante a colheita, de uma
certa cultura (em g/parcela)?
Obs.: Utilize = 5% e o Teste de Duncan (se necessrio)

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107

Captulo 9 Experimentos Fatoriais


_____________________________________________________________________

9.0 EXPERIMENTOS FATORIAIS

9.1 Introduo
Experimentos fatoriais so aqueles em que se estudam simultaneamente dois
ou mais fatores, cada um deles com dois ou mais nveis. O fatorial um tipo de
esquema, ou seja, uma das maneiras de organizar os tratamentos e no um tipo de
delineamento, que representa a maneira pela qual os tratamentos so distribudos s
unidades experimentais. Na verdade, os experimentos fatoriais so montados segundo
um tipo de delineamento experimental, como por exemplo: o DIC e o DBC.
Nos experimentos fatoriais, os tratamentos so obtidos pelas combinaes dos
nveis dos fatores. Num experimento fatorial completo, cada nvel de um fator combina
com todos os nveis dos outros fatores. A principal aplicao de experimentos fatoriais
quando se quer saber sobre o efeito de diversos fatores que influenciam na varivel
em estudo e o relacionamento entre eles.
A simbologia comumente utilizada, para experimentos fatoriais indicar o
produto dos nveis dos fatores em teste. Por exemplo: Experimento Fatorial 2 x 4 x 6.
O produto 2 x 4 x 6 informa que no experimento foram testados simultaneamente 3
fatores. O primeiro possui 2 nveis, o segundo 4 nveis e o terceiro 6 nveis. Quando o
nmero de nveis igual para todos os fatores, pode-se utilizar a seguinte simbologia:
nF, em que F o nmero de fatores n o nmero de nveis de cada fator. Por
exemplo: Experimento Fatorial 43. A potncia 43 informa que o experimento tem 3
fatores com 4 nveis cada um.

9.2 Vantagens e Desvantagens


Vantagens
a) Permite o estudo dos efeitos principais e o efeito da interao entre os fatores.
b) O n de grau de liberdade associado ao resduo alto quando comparado com
os experimentos simples dos mesmos fatores, o que contribui para diminuir a
varincia residual, aumentando a preciso do experimento.
Desvantagem
a) Requer maior n de unidades experimentais em relao ao experimento
simples.
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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


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9.3 - Tipos de efeitos avaliados em um experimento fatorial


Nos experimentos fatoriais, podem ser estudados os seguintes efeitos:
- Efeito Principal: o efeito de cada fator, independente do efeito dos
outros fatores;
- Efeito de Interao: o efeito simultneo dos fatores sobre a varivel
em estudo. Dizemos que ocorre interao entre os fatores quando os efeitos
dos nveis de um fator so modificados pelos nveis do outro fator.
O efeito da interao pode ser mais facilmente compreendido por meio de
grficos. Para ilustrar o efeito da interao, considere um experimento fatorial 3x2, em
que os fatores em testes so Variedade (V) e Espaamento (E). Os tratamentos para
este experimento so os seguintes:
V1E1 V2E1 V3E1
V1E2 V2E2 V3E2
Suponha os seguintes resultados fictcios, para a varivel altura de plantas (cm), deste
experimento, nas seguintes situaes:
1) No h interao

Quando no h interao as diferenas entre os resultados dos nveis de um


fator so estatisticamente iguais para todos os nveis do outro fator.

]
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Captulo 9 Experimentos Fatoriais


_____________________________________________________________________
2) H interao

Quando h interao as diferenas entre os nveis de um fator dependem dos


nveis do outro fator.

9.4 - Quadro de tabulao de dados


Uma maneira de tabular os dados de um experimento fatorial, com dois fatores
A e B, com I e J nveis, respectivamente, instalados segundo o DIC, com K repeties,
fornecida a seguir:

Deste quadro, pode-se tirar algumas informaes que posteriormente sero


teis na anlise de varincia:

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


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Pode-se montar um quadro auxiliar contendo os totais de tratamentos, cujos


valores so obtidos pela soma de todas as repeties para o tratamento em questo.
Este quadro facilita o clculo das somas de quadrados devido aos fatores A e B, e da
interao entre eles. Para a situao citada, o quadro de totais de tratamentos do
seguinte tipo:

9.5 - Modelo estatstico


Considere um experimento fatorial, com dois fatores: o fator A com I nveis e o
fator B com J nveis, instalados segundo o DIC, com K repeties. O modelo estatstico
para um experimento como este :
Y ijk = m + i + j + () ij + e ijk
em que,
Y ijk o valor observado para a varivel em estudo referente a k-sima repetio
da combinao do i-simo nvel do fator A com o j-simo nvel do fator B;
m a mdia de todas as unidades experimentais para a varivel em estudo;
i o efeito do i-simo nvel do fator A no valor observado Y ijk ;
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Captulo 9 Experimentos Fatoriais


_____________________________________________________________________
j o efeito do j-simo nvel do fator B no valor observado Y ijk ;
() ij o efeito da interao do i-simo nvel do fator A com o j-simo nvel do
fator B;
e ijk o erro associado a observao Y ijk .
Para um experimento fatorial instalado segundo o DBC, com K blocos, o modelo
estatstico seria:
Y ijk = m + i + j + () ij + k + e ijk
em que,
k o efeito do k-simo bloco na observao Y ijk .

9.6 - Anlise de Varincia


A anlise de varincia de um experimento fatorial feita desdobrando-se a
soma de quadrados de tratamentos nas partes devido aos efeitos principais de cada
fator e na parte devido interao entre os fatores.
O quadro a seguir apresenta como seria a anlise de um experimento fatorial,
com 2 fatores A e B, com I e J nveis, respectivamente, e K repeties, instalado
segundo o DIC.

As frmulas para a obteno das somas de quadrados so as seguintes:

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________

O quadro abaixo apresenta como seria a anlise de um experimento fatorial,


com 2 fatores A e B, com I e J nveis, respectivamente, e K repeties (ou blocos),
instalado segundo o DBC.

Nesta situao,

em que,

Conforme apresentado nas duas tabelas anteriores, na anlise dos dados


oriundos de um experimento fatorial, para os dois tipos de delineamentos, deve-se
inicialmente proceder ao teste F para a interao entre os fatores. As hipteses para o
teste F da interao so:
H 0 : Os fatores A e B atuam independentemente sobre a varivel resposta em
estudo (Devem se estudar os fatores isoladamente).

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Captulo 9 Experimentos Fatoriais


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H a : Os fatores A e B no atuam independentemente sobre a varivel resposta
em estudo (Deve-se proceder ao desdobramento, estudando por um teste de mdia o
fator dentro de um nvel do outro fator).
O resultado deste teste F para a interao indica como as comparaes dos
nveis de um fator devem ser realizadas. Temos dois resultados possveis para o teste
F da interao os quais sero apresentados a seguir.

9.6.1 - Interao no-significativa


Este caso ocorre quando a hiptese H 0 para a interao entre os fatores no
rejeitada. Este resultado implica que os efeitos dos fatores atuam de forma
independente.
Portanto recomenda-se que as comparaes dos nveis de um fator sejam feitas
de forma geral em relao ao outro fator, ou seja, independente dos nveis outro fator.
O passo seguinte na anlise estatstica dos dados experimentais proceder ao teste F
para cada fator como ilustrado na tabela apresentada a seguir para o caso do DBC.

As hipteses para realizar o teste F para os efeitos principais so


Fator A
H 0 : m A1 = m A2 =

...

= m AI ou seja, todos os possveis contrastes entre as mdias dos

nveis do fator A, so estatisticamente nulos, ao nvel de probabilidade em que foi


executado o teste.

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


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H a : no H 0 ou seja, existe pelo menos um contraste entre as mdias dos nveis do
fator A, que estatisticamente diferente de zero, ao nvel de probabilidade em que foi
executado o teste.

Fator B

H 0 : m B1 = m B2 =

...

= m BJ ou seja, todos os possveis contrastes entre as mdias dos

nveis do fator B, so estatisticamente nulos, ao nvel de probabilidade em que foi


executado o teste.
H a : no H 0 ou seja, existe pelo menos um contraste entre as mdias dos nveis do
fator B, que estatisticamente diferente de zero, ao nvel de probabilidade em que foi
executado o teste.

Se os fatores A e B forem qualitativos, e o teste F para A e/ou B, for no


significativo, a aplicao do teste de mdias desnecessria. Se o teste F for
significativo, para A e/ou B, aplica-se um teste de mdias para comparar os nveis do
fator. As estimativas das mdias dos nveis dos fatores so obtidas por

Para realizar o teste de Tukey para comparar as medias dos nveis dos fatores
em teste temos que usar

Para o teste de Duncan temos que usar

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Captulo 9 Experimentos Fatoriais


_____________________________________________________________________
Em que n A e n B so os nmeros de mdias ordenadas abrangidas pelo
contraste sendo testados.
As hipteses para os testes Tukey e Duncan para comparar as mdias dos
nveis dos fatores so
Fator A H 0 : m Ai = m Au versus H a : m Ai m Au para i u = 1, 2, 3, ... , I
Fator B H 0 : m Bj = m Bu versus H a : m Bj m Bu para j u = 1, 2, 3, ... , J
Para a aplicao do teste t temos que usar

Em que
C A = a 1 m A1 + a 2 m A2 + ... + a I m AI e
C B = b 1 m B1 + b 2 m B2 + ... + b I m BJ
Para a aplicao do teste Scheff para testar os contrastes Y A e Y B temos que
usar

As hipteses para os testes de Scheff e t para testar os contrastes so


Fator A H 0 : C A = 0 versus H a : C A 0
Fator B H 0 : C B = 0 versus H a : C B 0

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________
Exemplo: Analizar os dados do fatorial 2 x 3, decorrente de 6 repeties , resumidos
no quadro de interaes e ANOVA, aplicar teste de Duncan se for necessrio para =
1%.

B
A
A1
A2
Totais de B j
yijk2 = 814,56

B1
20,3 (6)
21,4 (6)
41,7 (12)

B2
21,4
22,3
43,7

B3
20,9
35,6
56,5

Totais de A i
62,6 (18)
79,3 (18)
141,9 (36)

Analizar os dados do fatorial 3 x 4, com 3 repeties resumidos no quadro de ANOVA.

F.V.
Fator R
Fator E
Interao R x E
Tratamento
Bloco
Resduo
Total
yijk = 314

G.L.

ANOVA
S.Q.

Q.M.

36,278

R
1
2
3

Totais de tratamentos
E
1
2
3
25,4
27,8
29,6
23,1
25,0
27,2
20,5
22,8
24,8

4
31,4
29,6
26,8

Caso seja necessrio, proceder a comparao de mdias pelo teste de Tukey ao nvel
de 5% de probabilidade.

9.6.2 - Interao significativa


Este caso ocorre quando a hiptese H 0 para a interao entre os fatores
rejeitada. Este resultado implica que os efeitos dos fatores atuam de forma
dependente. Neste caso as comparaes entre os nveis de um fator levam em
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117

Captulo 9 Experimentos Fatoriais


_____________________________________________________________________
considerao o nvel do outro fator, pois o resultado significativo para a interao
indica que o efeito de um fator depende do nvel do outro fator.
Portanto, no recomendado realizar o teste F para cada fator isoladamente tal
como foi apresentado para o caso da interao no-significativa.
O procedimento recomendado realizar o desdobramento do efeito da
interao.
Para realizar este desdobramento deve-se fazer uma nova anlise de varincia
em que os nveis de um fator so comparados dentro de cada nvel do outro fator, tal
como apresentado nas tabelas a seguir.
Desdobramento para comparar os nveis de A dentro de cada nvel de B, ou
seja, estudar A/B

As hipteses para testar as fontes de variao da tabela acima, para j=1, 2, 3,


..., J, so
H 0 : m A1/Bj = m A2/Bj = ... = m AI/Bj
H a : no H 0
Desdobramento para comparar os nveis de B dentro de cada nvel de A, ou
seja estudar B/A

___________________________________________________________________________________

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________

As hipteses para testar as fontes de variao da tabela acima, para i=1, 2, 3,


..., I, so
H 0 : m B1/Ai = m B2/Ai = ... = m BJ/Ai
H a : no H 0
Em que as SQA/Bj e SQB/Ai podem ser obtidas usando a frmula geral para a
soma de quadrados dada por

Se os fatores forem qualitativos, procede-se ao teste F para cada fonte de


variao do desdobramento. Nas fontes de variao em que o teste F foi significativo e
o fator tem mais de dois nveis, recomenda-se a aplicao de um teste de mdias. As
estimativas das mdias dos nveis dos fatores so obtidas por

Para realizar o teste de Tukey para comparar as mdias dos nveis dos fatores
em teste temos que usar

___________________________________________________________________________________
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119

Captulo 9 Experimentos Fatoriais


_____________________________________________________________________

Para o teste de Duncan temos que usar

Em que nA e nB so os nmeros de mdias ordenadas abrangidas pelo


contraste sendo testados.
As hipteses para os testes Tukey e Duncan para comparar as mdias dos
nveis dos fatores so
Fator A H 0 : m Ai/Bj = m Au/Bj versus H a : m Ai/Bj m Au/Bj para i u = 1, 2, 3, ..., I e j = 1, 2,
... , J
Fator B H 0 : m Bj/Ai = m Bu/Ai versus H a : m Bj/Ai m Bu/Ai para j u = 1, 2, 3, ..., J e i = 1,
2, ... , I
Para a aplicao do teste t temos que usar

Em que
C A = a 1 m A1/Bj + a 2 m A2/Bj + ... + a I m AI/Bj para j = 1, 2, ..., J e
C B = b 1 m B1/Ai + b 2 m B2/Ai + ... + b J m BJ/Ai para i = 1, 2, ... , I

___________________________________________________________________________________

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_____________________________________________________________________________
Para a aplicao do teste Scheff para testar os contrastes C A e C B temos que
usar

As hipteses para os testes de Scheff e t para testar os contrastes so


Fator A H 0 : C A = 0 versus H a : C A 0
Fator B H 0 : C B = 0 versus H a : C B 0
Exemplo: Vamos considerar os dados de um experimento inteiramente casualizado,
com 4 repeties, no esquema fatorial 3 x 2, para testar os efeitos de 3 recipientes (R 1 ,
R 2 e R 3 ) para produo de mudas de 2 espcies de eucaliptos (E 1 e E 2 ), quanto ao
desenvolvimento das mudas. Os recipientes foram: saco plstico pequeno (R 1 ), saco
plstico grande (R 2 ) e laminado (R 3 ). As espcies de eucalipto testadas foram:
Eucalyptus citriodora (E 1 ) e Eucalyptus grandis (E 2 ).
Os totais de altura das mudas, em cm, aos 80 dias de idade so apresentados no
quadro.
Espcies
E1
E2
Totais de R j

F.V.
Recipientes (R)
Espcies (E)
Interao R x E
Tratamento
Resduo
Total

G.L.

R1
102,6
101,3
203,9

Recipientes
R2
R3
103,5
80,2
78,3
85,3
181,8
165,5
ANOVA
S.Q.

Totais de E i
286,3
264,9
551,2

Q.M.

23,09
198,79

Caso seja necessrio, proceda ao desdobramento da interao, e compare os nveis


de cada fator dentro do outro fator por um teste de comparao de mdias?
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121

Captulo 9 Experimentos Fatoriais


_____________________________________________________________________

9.7. Exerccios

9.7.1 - Seja um experimento fatorial instalado no DIC, com dois fatores: Irrigao (A) e
Calagem (B), cada um deles com dois nveis: presena (A 1 e B 1 ) ausncia (A 0 e B 0 ).
Os dados obtidos (kg de planta/parcela) para cada tratamento so fornecidos abaixo.
Pede-se realizar a ANOVA e obter as concluses sobre os fatores. Use = 5%.

9.7.2 - Em um experimento fatorial no DIC em que foram combinadas duas doses de N


e duas doses de fsforo, com 5 repeties, so dados:

Considerando o nvel de significncia de 5%, concluir sobre os efeitos dos


fatores.

9.7.3 - Foi realizada uma pesquisa para testar dois tipos de ambiente (com luz artificial
e sem luz artificial no perodo da noite) e dois tipos de rao (com clcio e sem clcio).
Para tanto foram utilizadas 24 poedeiras similares, escolhidas aleatoriamente. Ao final
da avaliao foram obtidos os seguintes resultados (ovos/poedeira):

Ao nvel de 1% de probabilidade e admitindo que se trata de um experimento


instalado segundo o DIC, pede-se:
a) Pode-se afirmar que o tipo de Rao e o tipo de Ambiente atuam
independentemente na produo de ovos?
b) Qual seria o tipo de Rao recomendada? (Use o teste Tukey se necessrio).
c) Qual seria o tipo de Ambiente recomendado? (Use o teste Tukey se necessrio).
___________________________________________________________________________________

122

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_____________________________________________________________________________

10.0 EXPERIMENTOS EM PARCELAS SUBDIVIDIDAS

10.1 Introduo
Tal como no caso de fatorial, o termo parcelas subdivididas no se refere a um
tipo de delineamento e sim ao esquema do experimento, ou seja, a maneira pela qual
os tratamentos so organizados. Nos experimentos em parcelas subdivididas, em
geral, estuda-se simultaneamente dois tipos de fatores os quais so geralmente
denominados de fatores primrios e fatores secundrios.
Em um experimento em parcelas subdivididas (split-plot), as unidades
experimentais so agrupadas em parcelas as quais devem conter um nmero de
unidades experimentais (subparcelas) igual ao nmero de nveis do fator secundrio.
Na instalao os nveis do fator primrio so distribudos s parcelas segundo um tipo
de delineamento experimental (DIC, DBC, etc...). Posteriormente os nveis do fator
secundrio so distribudos ao acaso as subparcerlas de cada parcela.
Como a variao residual entre subparcelas esperada ser menor do que entre
parcelas, deve-se escolher como fator secundrio, o fator que se espera apresentar
menor diferenas, ou para o qual deseja-se maior preciso.
s vezes o pesquisador pode optar entre um experimento com parcelas
subdivididas e um experimento fatorial. Para a escolha do esquema em parcelas
subdivididas, o pesquisador pode se basear nos seguintes critrios (VIEIRA, 1989):
1 - a parcela uma unidade "fsica" (um vaso, um animal, uma pessoa) que
pode receber vrios nveis de um fator secundrio;
2 - o fator principal exige "grandes parcelas" - como o caso da irrigao e de
processos industriais;
3 - o pesquisador quer comparar nveis de um fator secundrio com maior
preciso.

10.2. Modelo estatstico


O modelo estatstico, para um experimento em parcelas subdivididas, varia de
acordo com o tipo de delineamento utilizado. Assim, para um experimento instalado
segundo o DIC, em que o fator A o fator primrio e o fator B o fator secundrio, o
modelo estatstico :
___________________________________________________________________________________

123

Captulo 10 Experimentos em Parcelas Subdivididas


_____________________________________________________________________
Y IJK = m + I + IK + J + () IJ + e IJK
em que,
Y ijk o valor observado para a varivel em estudo referente a k-sima repetio
da combinao do i-simo nvel do fator A com o j-simo nvel do fator B;
m a mdia de todas as unidades experimentais para a varivel em estudo;
i o efeito do i-simo nvel do fator A no valor observado Y ijk ;
j o efeito do j-simo nvel do fator B no valor observado Y ijk ;
() ij o efeito da interao do i-simo nvel do fator A com o j-simo nvel do
fator B;
ik o efeito residual das parcelas, caracterizado como componente do erro (a);
e ijk o efeito residual das subparcelas, caracterizado como componente do erro
(b).
Para um experimento em parcelas subdivididas instalado segundo o DBC, com
K blocos, o modelo estatstico seria:
Y ijk =m + i + ik + j + () ij + k + e ijk
em que,
k o efeito do k-simo bloco na observao Y ijk .
10.3. Quadro de tabulao de dados
O quadro de tabulao de dados de um experimento em parcelas subdivididas
similar ao usado para tabular os dados de um experimento em fatorial. O quadro a
seguir, ilustra a tabulao de dados de um experimento em parcelas subdivididas, no
qual o fator primrio representado pelo fator A com I nveis, e o fator secundrio
representado pelo fator B com J nveis:

Deste quadro, pode-se tirar algumas informaes que posteriormente sero


teis na anlise de varincia:
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124

CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________

Para experimentos em parcelas subdivididas, pode-se montar dois quadros


auxiliares. O primeiro deles idntico ao visto para experimentos fatoriais que o
quadro de totais de tratamentos, cujos valores so obtidos pela soma de todas as
repeties para o tratamento em questo. Para a situao citada, o quadro de totais de
tratamentos do seguinte tipo:

O segundo quadro se refere ao quadro de totais de parcelas. Este quadro


facilita o clculo das somas de quadrados de parcelas. Para a situao acima, o
quadro de totais de parcelas do seguinte tipo:

___________________________________________________________________________________

125

Captulo 10 Experimentos em Parcelas Subdivididas


_____________________________________________________________________

10.4. Anlise de varincia


A anlise de varincia de um experimento em parcelas subdivididas feita
desdobrando os efeitos das parcelas e das subparcelas nas partes que as compem.
Para cada um destes desdobramentos, existe um resduo, o qual utilizado para
testar o efeito das fontes de variao pertinentes.
O quadro a seguir apresenta como seria a anlise de um experimento instalado
segundo o DBC com K repeties no esquema em parcelas subdivididas, em que o
fator A com I nveis foi designado s parcelas e o fator B com J nveis foi designado s
subparcelas

em que:

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________

Tal como no esquema fatorial, na anlise dos dados oriundos de um


experimento em parcelas subdivididas deve-se inicialmente proceder ao teste F para a
interao entre os fatores. As hipteses para o teste F da interao so:
H 0 : Os fatores A e B atuam independentemente sobre a varivel resposta em
estudo.
H a : Os fatores A e B no atuam independentemente sobre a varivel resposta
em estudo.

O resultado deste teste F para a interao indica como as comparaes dos


nveis de um fator devem ser realizadas. Temos dois resultados possveis para o teste
F da interao os quais sero apresentados a seguir.

10.4.1 Interao no-significativa


Este caso ocorre quando a hiptese H 0 para a interao entre os fatores no
rejeitada. Este resultado implica que os efeitos dos fatores atuam de forma
independente.
Portanto recomenda-se que as comparaes dos nveis de um fator sejam feitas
de forma geral em relao ao outro fator, ou seja, independente dos nveis outro fator.

___________________________________________________________________________________

127

Captulo 10 Experimentos em Parcelas Subdivididas


_____________________________________________________________________
O passo seguinte na anlise estatstica dos dados experimentais proceder ao
teste F para cada fator como ilustrado na tabela apresentada a seguir para o caso do
DBC.

As hipteses para realizar o teste F para os efeitos principais so


Fator A
H 0 : m A1 = m A2 =

...

= m AI ou seja, todos os possveis contrastes entre as mdias dos

nveis do fator A, so estatisticamente nulos, ao nvel de probabilidade em que foi


executado o teste.
H a : no H 0 ou seja, existe pelo menos um contraste entre as mdias dos nveis do
fator A, que estatisticamente diferente de zero, ao nvel de probabilidade em que foi
executado o teste.

Fator B

H 0 : m B1 = m B2 =

...

= m BJ ou seja, todos os possveis contrastes entre as mdias dos

nveis do fator B, so estatisticamente nulos, ao nvel de probabilidade em que foi


executado o teste.
H a : no H 0 ou seja, existe pelo menos um contraste entre as mdias dos nveis do
fator B, que estatisticamente diferente de zero, ao nvel de probabilidade em que foi
executado o teste.

Se os fatores A e B forem qualitativos, e o teste F para A e/ou B, for no


significativo, a aplicao do teste de mdias desnecessria. Se o teste F for
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significativo, para A e/ou B, aplica-se um teste de mdias para comparar os nveis do
fator. As estimativas das mdias dos nveis dos fatores so obtidas por

Para realizar o teste de Tukey para comparar as medias dos nveis dos fatores
em teste temos que usar

Para o teste de Duncan temos que usar

Em que n A e n B so os nmeros de mdias ordenadas abrangidas pelo


contraste sendo testados.
As hipteses para os testes Tukey e Duncan para comparar as mdias dos
nveis dos fatores so
Fator A H 0 : m Ai = m Au versus H a : m Ai m Au para i u = 1, 2, 3, ... , I
Fator B H 0 : m Bj = m Bu versus H a : m Bj m Bu para j u = 1, 2, 3, ... , J
Para a aplicao do teste t temos que usar

___________________________________________________________________________________

129

Captulo 10 Experimentos em Parcelas Subdivididas


_____________________________________________________________________
Em que
C A = a 1 m A1 + a 2 m A2 + ... + a I m AI e
C B = b 1 m B1 + b 2 m B2 + ... + b I m BJ
Para a aplicao do teste Scheff para testar os contrastes Y A e Y B temos que
usar

As hipteses para os testes de Scheff e t para testar os contrastes so


Fator A H 0 : C A = 0 versus H a : C A 0
Fator B H 0 : C B = 0 versus H a : C B 0
10.5.2 Interao significativa
Este caso ocorre quando a hiptese H 0 para a interao entre os fatores
rejeitada. Este resultado implica que os efeitos dos fatores atuam de forma
dependente. Neste caso as comparaes entre os nveis de um fator levem em
considerao o nvel do outro fator, pois o resultado significativo para a interao
indica que o efeito de um fator depende do nvel do outro fator.
Portanto, no recomendado realizar o teste F para cada fator isoladamente tal
como foi apresentado para o caso da interao no-significativa. O procedimento
recomendado realizar o desdobramento do efeito da interao.
Para realizar este desdobramento deve-se fazer uma nova anlise de varincia
em que os nveis de um fator so comparados dentro de cada nvel do outro fator, tal
como apresentado nas tabelas a seguir.
Para comparar os nveis de um fator principal em cada nvel do fator
secundrio, necessrio fazer uma combinao das duas estimativas obtidas para o
erro experimental bem como do nmero de graus de liberdade associado as mesmas.
Esta combinao denominada de resduo combinado (ResComb). A estimativa do
quadrado mdio deste resduo combinado obtida por
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_____________________________________________________________________________

O nmero de graus de liberdade associado a esta estimativa obtido pela


frmula dos graus de liberdade de Satterhwaitte (n*) dada por

Desdobramento para comparar os nveis de A dentro de cada nvel de B, ou


seja estudar A/B

As hipteses para testar as fontes de variao da tabela acima, para j = 1, 2, 3,


..., J, so
H 0 : m A1/Bj = m A2/Bj = ... = m AI/Bj
H a : no H 0
Desdobramento para comparar os nveis de B dentro de cada nvel de A, ou
seja estudar B/A

___________________________________________________________________________________

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Captulo 10 Experimentos em Parcelas Subdivididas


_____________________________________________________________________

As hipteses para testar as fontes de variao da tabela acima, para i = 1, 2, 3,


..., I, so
H 0 : m B1/Ai = m B2/Ai = ... = m BJ/Ai
H a : no H 0
Em que as SQA/Bj e SQB/Ai podem ser obtidas usando a frmula geral para a
soma de quadrados dada por

Se os fatores forem qualitativos, procede-se ao teste F para cada fonte de


variao do desdobramento. Nas fontes de variao em que o teste F foi significativo e
o fator tem mais de dois nveis, recomenda-se a aplicao de um teste de mdias. As
estimativas das mdias dos nveis dos fatores so obtidas por

Para realizar o teste de Tukey para comparar as mdias dos nveis dos fatores
em teste temos que usar

___________________________________________________________________________________
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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________

Para o teste de Duncan temos que usar

Em que n A e n B so os nmeros de mdias ordenadas abrangidas pelo


contraste sendo testados.
As hipteses para os testes Tukey e Duncan para comparar as mdias dos
nveis dos fatores so
Fator A:
H 0 : m Ai/Bj = m Au/Bj vs H a : m Ai/Bj m Au/Bj para i u = 1, 2, 3, ... , I e j = 1, 2, ... , J
Fator B:
H 0 : m Bj/Ai = m Bu/Ai vs H a : m Bj/Ai m Bu/Ai para j u = 1, 2, 3, ... , J e i = 1, 2, ... , I
Para a aplicao do teste t temos que usar

Em que
C A = a 1 m A1/Bj + a 2 m A2/Bj + ... + a I m AI/Bj para j = 1, 2, ..., J e
C B = b 1 m B1/Ai + b 2 m B2/Ai + ... + b j m BJ/Ai para i = 1, 2, ... , I
Para a aplicao do teste Scheff para testar os contrastes C A e C B temos que
usar
___________________________________________________________________________________

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Captulo 10 Experimentos em Parcelas Subdivididas


_____________________________________________________________________

As hipteses para os testes de Scheff e t para testar os contrastes so


Fator A H 0 : C A = 0 versus H a : C A 0
Fator B H 0 : C B = 0 versus H a : C B 0
Exemplo (Livro Banzatto & Kronka, pag. 142)
Considerar os dados de um experimento sobre fertilizao nitrogenada em milho, em
parcelas subdivididas, no qual foram comparados: 4 fertilizantes (Tratamentos
Principais) e 3 doses (Tratamentos Secundrios) em 4 blocos.
Fertilizantes

Doses

A1
A1
A1
A2
A2
A2
A3
A3
A3
A4
A4
A4

D1
D2
D3
D1
D2
D3
D1
D2
D3
D1
D2
D3
Totais

Blocos
1
2747
2889
3578
3164
3831
4107
1902
2547
3364
2978
3451
3742
38300

2
2702
2731
3387
2658
3049
3031
1773
2642
2427
2769
2258
2498
31925

3
2671
2633
3858
3600
4182
3791
3440
3347
4053
2640
2478
3458
40151

4
2547
2756
4284
2760
3102
3547
2347
2924
3111
2542
2562
3076
35558

Totais
10667
11009
15107
12182
14164
14476
9462
11460
12955
10929
10749
12774
145934

10.5. Vantagens e desvantagens


Em comparao com experimentos fatoriais, experimentos em parcelas
subdivididas so mais fceis de instalar. No entanto, existe duas estimativas de
varincia residual: uma associada s parcelas e outra associada s subparcelas. Este
desdobramento da varincia residual faz com que o nmero de graus de liberdade

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associado a cada um dos resduos seja menor do o associado ao resduo se o
experimento tivesse sido instalado segundo o esquema fatorial.
Conseqentemente, h uma tendncia de se obter maior valor para a estimativa
do erro experimental. Portanto, em experimentos com parcelas subdivididas, todos os
efeitos so avaliados com menor preciso que nos experimentos fatoriais
correspondentes. Por isso, sempre que possvel, prefervel utilizar experimentos
fatoriais em lugar dos experimentos em parcelas subdivididas.

10.6. Exerccios
10.6.1. Considere um experimento instalado segundo o DBC e no esquema em
parcelas subdivididas no qual so comparadas 4 variedades de aveia e 4 tratamentos
de sementes (3 produtos qumicos + testemunha no tratada) quanto aos efeitos de
produo. Na instalao do experimento, as 4 variedades foram distribudas ao acaso
nas parcelas de cada um dos 4 blocos do experimento e os tratamentos de sementes
foram distribudos ao acaso nas 4 subparcelas de cada parcela (BANZATTO &
KRONKA, 1989).
Com base nos resultados fornecidos a seguir, pede-se, usando o nvel de 5%
de probabilidade, proceder a anlise de varincia e aplicar o teste Tukey, quando
necessrio:

___________________________________________________________________________________

135

Captulo 10 Experimentos em Parcelas Subdivididas


_____________________________________________________________________

10.6.2. Para se estudar o brix de mangas de acordo com a variedade e a posio dos
frutos em relao aos pontos cardeais, um pesquisador procedeu a coleta de 4 frutos,
cada um deles de um ponto cardeal, em cada um dos 3 exemplares de cada uma das
5 variedades em teste. Com base nos resultados (brix) fornecidos a seguir (GOMES,
1987), pede-se usando o nvel de 5% de probabilidade, proceder a anlise de
varincia e o teste Duncan quando necessrio.

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CRP 194 Estatstica Experimental 2010/II


_____________________________________________________________________________

10.6.3. Um pesquisador, com o objetivo de verificar o efeito da dose de adubao


fosfatada e o seu tipo de aplicao na cultura do milho, instalou um experimento no
qual cada uma as doses de adubao fosfatada constituram as parcelas as quais
foram distribudas segundo o DBC e o tipo de aplicao as subparcelas. Com base
nos resultados fornecidos abaixo, referentes a produo de milho (kg/ha), pede-se ao
nvel de 5% de probabilidade, proceder a anlise de varincia e ao teste Tukey quando
necessrio (FERREIRA, 1991).

10.6.4. Suponha que para um experimento instalado segundo o delineamento


inteiramente casualizado e no esquema de parcelas subdivididas com 3 repeties,
foram obtidos os seguintes resultados:

___________________________________________________________________________________

137

Captulo 10 Experimentos em Parcelas Subdivididas


_____________________________________________________________________

Usando o nvel de 5% de significncia quando necessrio, pede-se:


10.6.4.1. Os fatores A e B atuam independentemente? Justifique sua resposta.
10.6.4.2. Existe diferena entre os nveis de B pelo teste F da anlise de varincia?
10.6.4.3. Se o objetivo obter menores mdias, qual(is) o(s) nvel(is) de B que devem
ser recomendados? (Use o teste de Duncan, se necessrio).

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_____________________________________________________________________________

11.0 REGRESSO

11.1 Introduo
Um fator em estudo num experimento pode ser classificado como qualitativo ou
quantitativo. Um fator qualitativo aquele onde os seus nveis diferem por algum
atributo qualitativo. Como exemplos tm-se variedades, tipos de defensivos, mtodos
de conduzir uma determinada tarefa, etc. Por outro lado, um fator quantitativo aquele
onde os nveis se diferem com relao a quantidade do fator. Como exemplos tm-se
temperatura, umidade, concentrao de um princpio ativo, nveis de insumo, pH, etc.
Quando o fator qualitativo, deve-se proceder anlise de varincia dos dados
e s comparaes entre mdias dos nveis do fator usando algum dos procedimentos
para comparaes mltiplas, quando o F for significativo. Para o caso de um fator
quantitativo, deve-se estudar o efeito do fator quantitativo por meio de uma relao
funcional entre o mesmo e a varivel resposta. A tcnica indicada neste caso a
anlise de regresso.
A anlise de regresso consiste na realizao de uma anlise estatstica com o
objetivo de verificar se a relao funcional estabelecida entre um fator quantitativo e
uma varivel resposta significativa. Em outras palavras, consiste na obteno de
uma equao que tenta explicar a variao significativa de uma varivel resposta em
funo da variao dos nveis de um ou mais fatores quantitativos.

11.2. Escolha do modelo para equacionar o fenmeno em estudo


Para tentar estabelecer uma equao que representa o fenmeno em estudo,
pode-se plotar um diagrama de disperso para verificar como se comportam os valores
da varivel resposta (Y) em funo da variao dos nveis do fator quantitativo (X).
O comportamento de Y em relao a X, pode se apresentar de diversas
maneiras: linear, quadrtico, cbico, exponencial, logartmico, dentre outros. Para se
estabelecer o modelo para explicar o fenmeno, deve-se verificar qual tipo de curva e
equao de um modelo matemtico que mais se aproxime dos pontos plotados no
diagrama de disperso.
Contudo, pode-se verificar que os pontos do diagrama de disperso, no vo se
ajustar perfeitamente curva do modelo matemtico proposto. Haver na maioria dos
___________________________________________________________________________________

139

Captulo 11 Regresso
_____________________________________________________________________
pontos, uma distncia entre os pontos do diagrama e aqueles obtidos quando a curva
do modelo proposto traada. Isto acontece, devido ao fato do fenmeno que est em
estudo, no ser um fenmeno matemtico e sim um fenmeno que est sujeito a
influncias de inmeros fatores. Assim, o objetivo da regresso obter um modelo
matemtico que melhor se ajuste aos valores observados de Y em funo da variao
dos nveis da varivel X.
O modelo matemtico que ir ser ajustado deve satisfazer as seguintes
condies:
- Modelo selecionado deve ser coerente para representar em termos prticos, o
fenmeno em estudo;
- Modelo deve conter apenas as variveis que so relevantes para explicar o
fenmeno.

11.3. Mtodo para obter a equao estimada


Como foi dito anteriormente, os pontos do diagrama de disperso ficam um
pouco distantes da curva do modelo matemtico escolhido. Um dos mtodos que se
pode utilizar para obter a relao funcional, se baseia na obteno de uma equao
estimada de tal forma que as distncias entre os pontos do diagrama e os pontos da
curva do modelo matemtico, no todo, sejam as menores possveis. Este mtodo
denominado de Mtodo dos Mnimos Quadrados (MMQ). Em resumo por este mtodo
a soma de quadrados das distncias entre os pontos do diagrama e os respectivos
pontos na curva da equao estimada minimizada, obtendo-se, desta forma, uma
relao funcional entre X e Y, para o modelo escolhido, com um mnimo de erro
possvel.

11.3.1. Modelo linear de 1 grau


O modelo estatstico para esta situao seria:

em que
Y i o valor observado para a varivel dependente Y no i-simo nvel da varivel
independente X;

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0 a constante de regresso. Representa o intercepto da reta com o eixo dos
Y;
1 o coeficiente de regresso. Representa a variao de Y em funo da
variao de uma unidade da varivel X;
X i o i-simo nvel da varivel independente X (i = 1, 2, K, n); e
e i o erro que est associado distncia entre o valor observado Y i e o
correspondente ponto na curva, do modelo proposto, para o mesmo nvel i de X.
Para se obter a equao estimada, vamos utilizar o MMQ, visando a
minimizao dos erros. Assim, tem-se que:

elevando ambos os membros da equao ao quadrado,

aplicando o somatrio,

(1)
Por meio da obteno de estimadores de 0 e 1 , que minimizem o valor obtido
na expresso anterior, possvel alcanar a minimizao da soma de quadrados dos
erros.
Sabemos do Clculo que para se encontrar o mnimo de uma equao deve-se
derivar a equao em relao varivel de interesse, e igualar a derivada resultante
ao valor zero. Portanto, derivando a expresso (1) em relao a 0 e 1 e igualando-as
a zero, obtm-se:

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Captulo 11 Regresso
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Este o sistema de equaes normais, que permite a obteno de estimativas


de 0 e 1 , que minimizam a soma de quadrados dos erros.
Uma vez obtidas estas estimativas, podemos escrever a equao estimada:

11.3.2. Modelo linear de 2 grau


O modelo estatstico para esta situao seria:

em que,
Y i o valor observado para a varivel dependente Y no i-simo nvel da varivel
independente X;
0 a constante de regresso;
1 o coeficiente de regresso;
X i o i-simo nvel da varivel independente X (i = 1, 2, K, n);
2 o coeficiente de regresso;
Xi2 o i-simo nvel da varivel independente X, elevado ao quadrado;
e i o erro que est associado distncia entre o valor observado Yi e o
correspondente ponto na curva para o mesmo nvel i de X.

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Utilizando o MMQ, no modelo de 2 grau, chegar-se- ao seguinte sistema de
equaes normais, para se obter as estimativas de 0 , 1 e 2 :

Uma vez obtidas estas estimativas, podemos escrever a equao estimada:

11.4. Anlise de varincia da regresso


A equao estimada obtida, apenas estabelece uma relao funcional, entre a
varivel dependente e a varivel independente, para representar o fenmeno em
estudo.
Portanto a simples obteno da equao estimada no responde ao
pesquisador se a variao da varivel independente influencia significativamente na
variao da varivel dependente.
Para se responder a esta pergunta, necessrio realizar um teste estatstico
para as estimativas dos coeficientes da equao de regresso estimada. Um teste que
pode ser realizado para verificar tal fato o teste F da anlise de varincia. Portanto,
necessrio realizar uma anlise de varincia dos dados observados, em funo do
modelo proposto.
Contudo, a estratgia da anlise de varincia depende se houve ou no
repeties no experimento.

11.4.1. Apenas um nico valor observado para cada nvel da varivel


independente
Nesta situao no existe repetio. A nica estimativa da varincia residual
aquela dada pela falta de ajuste dos valores observados ao modelo ajustado. O
quadro para a anlise de varincia para a regresso para esta situao do seguinte
tipo:
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Captulo 11 Regresso
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em que,
p = no de coeficientes de regresso (no inclui o 0 )
n = no de observaes.

As frmulas para a obteno das somas de quadrados total e da soma de


quadrados do independente da regresso so as mesmas, tanto para o modelo linear
de 1o grau quanto para o de 2o grau, as quais so dadas a seguir:

SQInd = SQTotal - SQRegresso

J a soma de quadrados para a regresso varia de acordo com o modelo em


teste.

As hipteses estatsticas para o teste F so as seguintes:


H0: 1 = 2 =

...

= p = 0, o que significa dizer que as p variveis independentes

no exercem influncia na varivel dependente, segundo o modelo proposto.


H a : i 0, para pelo menos um i, o que significa dizer que pelo menos uma das
p variveis independentes exerce influncia na varivel dependente, segundo o
modelo proposto.

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O valor de F da anlise de varincia, deve ser comparado, com o valor de F
tabelado (F tab ), o qual se obtm na tabela da distribuio F de acordo com o nvel de
significncia do teste, e o nmero de graus de liberdade para a regresso e
independente da regresso, ou seja:

A regra decisria para o teste F :


- Se F calc F tab Rejeita-se H 0 ao nvel de significncia que foi realizado o

teste. Pode-se inferir que a varivel independente influncia


significativamente a varivel dependente Y.

teste.

- Se F calc < F tab No rejeita-se H 0 ao nvel de significncia que foi realizado o


Pode-se inferir que a varivel independente no influncia significativamente a

varivel dependente Y.

11.4.2. Mais de um valor observado para cada nvel da varivel independente


Nesta situao, existe mais de um valor observado para cada nvel da varivel
independente. Assim possvel obter uma estimativa da varincia residual tal como
aquela obtida em modelos de delineamento, o que no possvel quando se tem uma
nica observao para cada nvel da varivel independente.
Normalmente o que se faz numa situao como esta inicialmente proceder a
uma anlise de varincia usual considerando o efeito do fator quantitativo como se
fosse a fonte de variao tratamentos numa anlise de varincia usual. Isto realizado
para que se quantifique a varincia residual. Posteriormente, o efeito de tratamentos
desdobrado nos efeitos associado a um ajuste de um modelo de regresso e tambm
a falta de ajuste deste modelo. A escolha do modelo de regresso a ser ajustado
aquele que mais se aproxima dos pontos mdios observados para cada nvel da
varivel independente. O quadro abaixo resume o que acabou de ser descrito, para
uma situao geral em que se est testando I nveis da varivel independente em um
experimento instalado segundo o delineamento inteiramente casualizado com K
repeties. Pressupe-se tambm que se est testando um modelo de regresso com
p coeficientes de regresso. O total de observaes neste experimento igual a N =
IK.
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Captulo 11 Regresso
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O teste F para a falta de ajustamento realizado para verificar se o modelo


adotado est se ajustando bem aos dados. Se o teste F para a falta de ajustamento for
significativo, indica que o modelo ajustado no apropriado e um novo modelo que se
ajuste melhor aos dados deve ser testado. Se por outro lado, a falta de ajustamento for
no-significativa indica que o modelo adotado se ajusta bem aos dados.
Conseqentemente faz sentido analisar o teste F para a fonte de variao
regresso para saber se a varivel independente tem influncia significativa sobre a
varivel dependente.
No caso de falta de ajustamento significativa no faz sentido realizar o teste
para a regresso, pois o modelo de regresso no se ajustou significativamente aos
dados.
As hipteses para a falta de ajustamento so:
H 0 : a falta de ajustamento no significativa
H a : a falta de ajustamento significativa
O valor tabelado de F para a falta de ajustamento encontrado usando

A regra decisria para o teste F para a falta de ajustamento :


Se F calc F tab Rejeita-se H 0 ao nvel de significncia que foi realizado o teste.

O modelo adotado no se ajusta bem aos dados. Um novo modelo deve ser testado.

Se F calc < F tab No rejeita-se H 0 ao nvel de significncia que foi realizado o

teste. O modelo adotado se ajusta bem aos dados. No h necessidade de se testar


um novo modelo. Procede-se ao teste F para regresso.

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O teste F para a regresso idntico ao caso anterior, ou seja, com apenas
uma observao para cada nvel da varivel independente.
11.5. Coeficiente de determinao (R2)
O coeficiente de determinao fornece uma informao auxiliar ao resultado da
anlise de varincia da regresso, para verificar se o modelo proposto adequado ou
no para descrever o fenmeno.
Para o caso em que se tem uma nica observao para cada nvel da varivel
independente, o R2 obtido por:

J para o caso em que se tem mais de um valor observado para cada nvel da
varivel independente, o valor de R2 obtido por:

O valor de R2 varia no intervalo de 0 a 1. Valores prximos de 1 indicam que o


modelo proposto adequado para descrever o fenmeno.

11.6. Exerccios
11.6.1. Verificar, utilizando os dados amostrais fornecidos abaixo, se a temperatura
tem influncia significativa sobre o comprimento de uma barra de ao. Utilize o modelo
linear de 1 grau e o nvel de 5% de significncia.

11.6.2. Para verificar se existe uma relao linear de 1 grau entre Umidade Relativa
(UR) do ar da secagem de sementes e a germinao das mesmas, um pesquisador
realizou um teste com 4 diferentes valores para a % de UR do ar que atravessava as
sementes armazenadas, obtendo-se os seguintes valores amostrais:

Ao nvel de 5% de probabilidade, qual seria a concluso do pesquisador? Qual


seria a equao estimada?
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Captulo 11 Regresso
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11.6.3. Para o seguinte conjunto de valores de X (varivel independente) e Y (varivel


dependente), faa a anlise de regresso segundo o modelo linear de 1 grau e
obtenha a equao de regresso estimada. Use o nvel de significncia de 5%.

11.6.4. De acordo com os dados fornecidos abaixo para a varivel X (dose do


micronutriente Zn em ppm) e a varivel Y (matria seca em g/planta), verifique, usando
o nvel de 5% de probabilidade e o modelo linear de 2 grau, se a relao entre as
variveis X (independente) e Y (dependente) significativa.

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