Manual Do Exame Médico
Manual Do Exame Médico
Manual Do Exame Médico
Concurseiro Robson
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Apresentao
O objetivo deste e-book auxiliar candidatos de concursos pblicos na
realizao da etapa do exame mdico, em especial aqueles dos concursos da Polcia
Federal. Dessa forma, mais um material dentro de um esforo maior, que conta j com
o Manual do Psicotcnico (1 e 2 edio) e o Manual das Lotaes (1 e 2 edio).
Embora devesse ser uma etapa trivial do concurso, afinal bastaria ter sade
normal para ser aprovado, na prtica o exame mdico se mostra uma das etapas mais
estressantes do concurso e boa parte dos candidatos no consegue ser aprovado sem a
ainda mais estressante necessidade de recurso administrativo, aps ser reprovado
preliminarmente. A maior parte dessas reprovaes provisrias, entretanto, poderia ser
facilmente evitada com um pouco de conhecimento da dinmica da realizao da etapa
do exame mdico. nesse sentido que as principais dvidas sero aqui esclarecidas e se
traar um roteiro seguro para a aprovao nessa etapa, de forma a evitar dores de
cabea nos candidatos.
Este e-book escrito usando o mtodo de perguntas frequentes (FAQ) e dividido
em captulos. No Captulo 1 sero apresentadas as principais regras que o candidato
deve conhecer e as formalidades a serem cumpridas para evitar a reprovao preliminar
no exame mdico. Tambm sero apresentados todos os exames que devem ser
entregues no concurso da Polcia Federal e para ajudar a entender como esses exames
devem ser entregues digitalizei meus exames mdicos do concurso da PF de 2012 e os
acrescentei como modelo (fui aprovado sem necessidade de recurso para correo dos
exames entregues usando esses exames). Alm disso, os principais erros dos candidatos,
com base em concursos anteriores, so apresentados e se mostra como evita-los. No
Captulo 2 so apresentadas as condies incapacitantes, de acordo com o edital,
fazendo-se uma anlise crtica e mostrando como tais condies so verificadas nos
exames mdicos. O Captulo 3 apresenta as regras e esclarece as dvidas a respeito do
exame clnico, que o exame realizado pela junta mdica da banca do concurso. O
Captulo 4 apresenta alguns esclarecimentos sobre o resultado dos exames e os recursos
em caso de reprovao preliminar. Por fim, no Captulo 5 sero apresentados alguns
comentrios a respeito do exame mdico para os candidatos portadores de necessidades
especiais (PNEs).
Espero que este material seja til e permita que mais candidatos deixem de ser
reprovados preliminarmente nesta etapa e s vezes at definitivamente, ensejando
recursos judiciais desnecessrios. Faz-se a ressalva para que no possuo formao na
rea de Medicina e as dvidas especficas devem ser, obviamente, resolvidas com os
profissionais. Apesar disso, j fui aprovado em vrios exames mdicos e acompanhei de
perto outros candidatos em fruns, de forma que possuo boa experincia no assunto.
Robson Timoteo Damasceno (Concurseiro Robson)
20 de Fevereiro de 2015
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SUMRIO
Apresentao ................................................................................................................................ 2
Captulo 1 Principais Regras do Exame Mdico ......................................................................... 5
1.1 Quando realizado o exame mdico? ............................................................................. 5
1.2 Como funciona o exame mdico? .................................................................................... 5
1.3 Onde encontrar as regras do exame mdico? ................................................................. 6
1.4 De que forma os candidatos so avaliados no exame mdico?....................................... 6
1.5 Qual a melhor poca para fazer os exames laboratoriais e complementares? ............... 7
1.6 Como no gastar muito com os exames laboratoriais e complementares? .................... 7
1.7 Onde realizado o exame mdico e quem convocado para esse exame? ................... 7
1.8 Quais exames devem ser apresentados pelo candidato? ................................................ 8
1.9 O que essencial apresentar no exame mdico? .......................................................... 28
1.10 Qual a forma correta de apresentao banca dos exames laboratoriais e
complementares? ................................................................................................................... 36
1.11 Exemplo de Exames apresentados em concursos anteriores ...................................... 37
1.12 Modelo de recibos da banca para a entrega dos exames mdicos ............................. 73
1.13 Quais os principais erros cometidos pelos candidatos na apresentao dos exames
banca? ..................................................................................................................................... 76
1.14 Quais motivos levam reprovao no exame mdico? .............................................. 81
1.15 Deixei de entregar um exame banca no dia da avaliao clnica. Serei reprovado? 82
Captulo 2 Condies Incapacitantes e Dvidas sobre os Exames ........................................... 83
2.1 Quais as critrios para considerar as alteraes como sendo incapacitantes no exame
mdico? ................................................................................................................................... 83
2.2 Quais so as condies incapacitantes listadas no edital do concurso da Polcia
Federal? ................................................................................................................................... 84
2.3 Quais alteraes nos exames laboratoriais e complementares so toleradas? .......... 127
2.4 Quem responsvel pelo exame mdico e pela avaliao dos exames entregues? ... 127
Captulo 3 Exame Clnico ........................................................................................................ 128
3.1 Como funciona o exame clnico?.................................................................................. 128
3.2 Posso ser reprovado no exame mdico apenas por conta do exame clnico? ............ 128
3.3 O que os mdicos avaliam no exame clnico? .............................................................. 129
3.4 Como a avaliao das tatuagens no exame clnico e o que resulta dessa avaliao?
............................................................................................................................................... 129
Captulo 4 Resultado do Exame e Recursos ........................................................................... 130
4.1 Como e quando fico sabendo se fui aprovado no exame mdico? ............................. 130
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4.2 Qual a porcentagem de candidatos que aprovado no exame mdico?.................... 130
4.3 No fui aprovado no exame mdico. Como saber o motivo? ...................................... 130
4.4 Quais os motivos mais comuns de reprovao no resultado preliminar do exame
mdico? ................................................................................................................................. 131
4.5 Como proceder para fazer o recurso do exame mdico? ............................................ 131
4.6 Quais as principais dicas para reverter a reprovao preliminar no exame mdico? . 132
4.7 Quando sai o resultado definitivo do exame mdico?................................................. 132
4.8 Como proceder se fui reprovado definitivamente no exame mdico? ....................... 132
4.9 Quais as chances de conseguir liminar contra o resultado do exame mdico? .......... 132
Captulo 5 Exame Mdico dos Portadores de Necessidades Especiais (PNE) ........................ 134
5.1 Com o funciona a etapa do exame mdico para os PNEs? .......................................... 134
5.2 Quais tipos de necessidades especiais so consideradas para os candidatos serem
aprovados na vaga de PNE? Quais levam reprovao no exame mdico? ........................ 135
5.3 Como proceder se sou PNE e no fui considerado como tal pela banca do concurso?
............................................................................................................................................... 137
5.4 Como proceder se sou PNE e fui reprovado no exame mdico por conta dessa
condio? .............................................................................................................................. 137
R: O candidato avaliado por, basicamente, dois critrios, para sua aprovao nessa
etapa:
1.5 QUAL
COMPLEMENTARES ?
1.6 COMO
NO
GASTAR
MUITO
COM
OS
EXAMES
LABORATORIAIS
COMPLEMENTARES ?
1.7 ONDE REALIZADO O EXAME MDICO E QUEM CONVOCADO PARA ESSE EXAME?
obrigatoriamente devem fazer essa etapa na mesma capital em que fizeram a prova
objetiva. Quanto a quem convocado para essa etapa, depende de cada concurso. Se
o cronograma est apertado, usual convocar todos os aprovados na prova objetiva e
dissertativa para essa etapa. Em concursos com o cronograma mais flexvel, usual
convocar para o exame mdico apenas os aprovados no Teste de Aptido Fsica (TAF),
como ocorreu no concurso de 2013.
R: Durante a avaliao mdica realizada por junta mdica do Cespe devero ser
apresentados pelos candidatos os seguintes exames mdicos (todos com laudos
conclusivos) e avaliaes mdicas especializadas:
Exames de Sangue: so feitos todos com base em uma coleta apenas de sangue
pelos laboratrios que fazem exames clnicos. Alguns resultados demoram mais
para sair do que outros. Os exames que devem ser realizados nessa categoria so:
o Hemograma completo (com contagem de plaquetas) o hemograma
composto de duas partes principais e a contagem de plaquetas, assim, os
resultados a serem apresentados so:
Eritograma: o estudo dos glbulos vermelhos, ou seja, das
hemcias, tambm chamadas de eritrcitos. O eritograma deve
conter os seguintes dados:
Eritrocitros: a contagem de hemcias propriamente. Os
valores de referncias so entre 4,5 e 6,0
milhes/mm3(valores masculinos e para pessoas acima de
12 anos atente que os valores aqui referenciados podem
ser alterados dependendo do laboratrio e do sexo da
pessoa). Quando esto reduzidos, indicam anemia, isto ,
baixo nmero de glbulos vermelhos no sangue. Quando
esto elevados indicam policitemia, que o excesso de
hemcias circulantes. Na prtica, esse valor avaliado em
conjunto com os valores de hemoglobina e hematcrito.
Hemoglobina: a molcula central no transporte de
oxignio no sangue. Na prtica, a dosagem de hemoglobina
acaba sendo a mais precisa na avaliao de uma anemia,
quando abaixo do valor. Os valores de referncia so entre
13,0 e 20,0 g/dL, sendo que abaixo desse valor provvel
haver anemia.
Hematcrito: o percentual do sangue que composto por
hemcias. Um hematcrito de 45% significa que 45% do
sangue composto por hemcias. Os outros 55% so
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que haja muita perda de sangue. O valor normal das plaquetas varia
entre 150.000 a 450.000 por microlitro (L). Porm, at valores
prximos de 50.000, o organismo no apresenta dificuldades em
iniciar a coagulao. Valores baixos de contagem de plaqueta
ocorrem, por exemplo, na dengue hemorrgica. Quando os valores
se encontram abaixo das 10.000 plaquetas/L h risco de morte,
uma vez que pode haver sangramentos espontneos. Os valores de
referncia so entre 140 a 400 mil/mm3. Tambm usual vir o valor
de VPM (Valor Plaquetrio Mdio), que representa a mdia dos
volumes de todas as plaquetas contadas e avaliadas
volumetricamente em um nmero de 10.000 clulas. Os valores de
referncia so entre 8.0 a 11.0 3.
o Glicemia de jejum: A glicemia de jejum um exame de sangue que mede a
taxa de acar no sangue e precisa ser feito com 8 horas de jejum, de
alimentos e gua. O exame de glicemia de jejum tem o objetivo de verificar
se a glicemia est normal, alta ou baixa e serve para diagnosticar diabetes.
No caso de indivduos diabticos, a glicemia de jejum serve para controlar
os nveis de glicose no sangue e monitorizar ou ajustar o tratamento com
insulina ou hipoglicemiantes orais. Os valores de referncia da glicemia de
jejum variam, mas usual ser aceito o seguinte:
Glicemia de jejum normal: entre 60 e 99 mg/dL
Glicemia de jejum alta ou hiperglicemia: igual ou superior a 100
mg/dL. Quando os valores de glicemia em jejum se encontram entre
os 100 e os 125 mg/dL, o indivduo pode ter pr-diabetes, ou seja,
ainda no tem diabetes, mas tem um risco aumentado de a
desenvolver.
Diabetes: igual ou superior a 126 mg/dL.
Glicemia de jejum baixa ou hipoglicemia: igual ou inferior a 60
mg/dL.
o Ureia: Ureia e creatinina so duas substncias presentes na corrente
sangunea, que podem ser dosadas atravs de exames de sangue quando se
pretende fazer uma avaliao da funo dos rins. Elevaes dos valores
dessas duas substncias so a principal forma de se diagnosticar
precocemente doenas renais. Mesmo a ureia no tendo a boa
especificidade para diagnosticar mudanas da funo renal geral, ela mais
sensvel a alteraes primrias das condies renais que a creatinina, por
isso um marcador que tem forte importncia em casos que envolvam esta
condio. Os valores da ureia esto aumentados em casos de insuficincia
renal aguda ou crnica, choque, insuficincia cardaca congestiva,
desidratao acentuada, catabolismo proteico aumentado, perda muscular,
alguns medicamentos tambm podem causar aumentos da ureia
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sempre que aumenta a atividade das clulas sseas (por exemplo, durante
o perodo de crescimento ou depois de uma fratura) ou como resultado de
doenas sseas, que incluem a osteomalacia, o cncer sseo, e a doena de
Paget. A dosagem de fosfatase alcalina feita no sangue. Ela possui duas
isoenzimas: uma de origem heptica que avalia de maneira significativa os
casos de obstruo biliar e outra de origem ssea que avalia as doenas que
afetam a atividade osteoblstica. Para a realizao do exame, o paciente
deve estar preferencialmente de jejum de quatro horas, evitar ingesto de
lcool 72 horas antes do exame e manter o uso de remdios apenas se no
puderem ser interrompidos. Os valores de referncia para a dosagem srica
so entre 40 e 129 u/L para homens e entre 35 e 104 u/L para mulheres.
o Transaminases (TGO/TGP): Os exames de TGO e TGP tm como utilidade o
diagnstico diferencial de doenas do sistema hepatobiliar e do pncreas
(TGO e TGP) ou colaborar com a identificao de infarto de miocrdio e
miopatias (TGP). Sempre que uma clula que contenha TGO ou TGP sofre
uma leso, essas enzimas escapam para o sangue, aumentando a sua
concentrao sangunea. Deste modo, leses aos tecidos ricos nestas
enzimas (corao - infarto do miocrdio; fgado - hepatites ou leses
musculares) causam um aumento dos nveis sanguneos de TGO e TGP.As
duas enzimas surgem em quantidades bastante semelhantes nas clulas do
fgado, por isso, as doenas hepticas decorrem com aumentos de nveis
tanto da TGO quanto da TGP. Os valores de referncia so:
TGO: ou Aspartato Aminotransferase (AST/TGO), entre 6 e 38 u/L.
TGP: ou Alanina Aminotransferase (ALT/TGP), entre 11 e 39 u/L.
o Bilirrubinas (total e fraes): As bilirrubinas so medidas (dosadas) para
avaliar anemias hemolticas ou doenas hepticas e das vias biliares.
Quando os nveis de bilirrubina esto elevados, a pele e a parte branca dos
olhos podem aparecer amarelo (ictercia). Ictercia pode ser causada por
doena heptica (hepatite), desordens hematolgicas (anemia hemoltica),
ou bloqueio dos tubos (ductos biliares), que permitem a passagem de blis
do fgado ao intestino delgado. til no diagnstico e na evoluo das
ictercias, das anemias e da obstruo biliar. No exame devem vir os valores
abaixo:
Bilirrubina Direta: ou conjugada, dissolve-se em gua (solvel).
produzida no fgado a partir de bilirrubina indireta. Seus valores de
referncia so at 0,3 mg/dL.
Bilirrubina Indireta: Este tipo de bilirrubina no se dissolve em gua
(insolvel). Percorre a corrente sangunea at o fgado, onde
transformada em uma forma solvel (direta ou conjugada).
avaliada apenas indiretamente, pela subtrao da bilirrubina direta
da bilirrubina total.
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Resumindo, para ficar mais fcil, preciso preencher o checklist abaixo, no qual se
considera um exame pronto para a entrega quando ele est materialmente (ou seja,
com os resultados citados corretamente e sem observaes que possam comprometer
o candidato, como resultados fora da referncia e citaes de doenas ou desvios
patolgicos) e formalmente (ou seja, com o nome do exame correto, com nome do
mdico correto, com especialidade do mdico no caso dos laudos de especialistas e
assinados) corretos:
1 - Exames clnicos:
o Hemograma Completo
o Glicemia de Jejum
o Ureia
o Creatinina
o cido rico
o Colesterol
Colesterol Total
Colesterol LDL
Colesterol HDL
Colesterol VLDL
o Triglicrides(ou triglicerdeos)
o Gama-GT
o Fosfatase Alcalina
o Transaminases
TGO (Aspartatoaminotransferase)
TGP (Alanina aminotransferase)
o Bilirrubinas
Bilirrubina Total
Bilirrubina Direta
Bilirrubina Indireta
o Sorologia para Doena de Chagas: dois entreImunofluorescncia
Indireta (IFI), ELISA e Hemoaglutinao (HE).
o VDRL (ou sorologia para Sfilis)
o Perfil Sorolgico para Hepatite B
HBsAg
HBeAg
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AntiHBcIgM
Anti HBC IgG
AntiHBe
AntiHBs
o Sorologia para Hepatite C (Anti HCV)
o Tipagem Sangunea
o Fator Rh
o Exame de urina
o Exame Parasitolgico de Fezes (EPF)
2 - Exame Antidrogas
o Maconha
o Metablicos do Delta-9-THC (Carboxy THC)
o Cocana
o Anfetamina e seus derivados (como MDMA, MDA, Ecstasy,
metanfetamina, etc.)
o Opiceos (codena, morfina, herona, etc.)
3 Exames Neurolgicos:
o Laudo do Neurologista (ou neurocirurgio) dizendo que est tudo
normal e citando o resultado do eletroencefalograma
o Eletroencefalograma, com laudo
4 Exames Cardiolgicos:
o Laudo do Cardiologista dizendo que est tudo normal e citando o
resultado do eletrocardiograma e do ecocardiograma com Doppler.
o Eletrocardiograma, com laudo.
o Ecocardiograma bidimensional com Doppler.
5 Radiografias:
o Radiografia de trax em projees pstero-anterior (PA)
o Radiografia de Trax perfil esquerdo (P)
o Radiografia das colunas lombar e sacral (lombo-sacra), em projeo
antro-posterior (AP), com laudo
o Radiografia das colunas lombar e sacral (lombo-sacra), em perfil (P),
com laudo
6 Prova da funo pulmonar (espirometria):
o Sem broncodilatador
o Com broncodilatador
7 Ecografia de abdmen total
8 Exames Otorrinolaringolgicos
o Audiometria Tonal, com laudo
o Laudo do otorrinolaringologista dizendo que est tudo normal e
citando o resultado da audiometria tonal
9 Exames Oftalmolgicos
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1.10 QUAL
LABORATORIAIS E COMPLEMENTARES?
Explicando melhor como ocorre na prtica, vejamos quais formalidades devem ser
necessariamente observadas:
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1.13 QUAIS
OS
PRINCIPAIS
ERROS
COMETIDOS
PELOS
CANDIDATOS
NA
R: Existem alguns erros bem comuns, que podem ser evitados com a devida ateno
e que faro com que poupe dor de cabea no concurso. Listamos a seguir:
1 Deixar de entregar algum exame
Esse , sem dvida, o maior motivo de reprovao no resultado provisrio, j que o
candidato que deixa de entregar qualquer exame ser reprovado preliminarmente. De
tabela, ficar sem saber qual o motivo por uns dias o que traz algum estresse nessa
fase final do concurso. Logo, para evitar isso, siga exatamente as regras do edital e das
dicas j passadas. De qualquer maneira, os exames que mais comumente so
esquecidos de entregar so esses:
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Creio que os principais erros j foram cobertos na explicao acima, mas sei
que sempre d para criar um novo. De qualquer maneira, os candidatos que leiam isso
esto avisados de onde ter mais cuidado. Porm, a ttulo de ajuda extra, vou listar
alguns momentos durante a realizao dos exames que se deve ter maior ateno,
para evitar erros depois, e algumas dicas extras:
Sempre que possvel avise o motivo que est fazendo os exames: avise
sempre que para o concurso da Polcia Federal. Isso far, em regra, as
pessoas terem um pouco mais de cuidado para fazer os documentos embora
nem sempre. Alm disso, o meio mdico acostumado a procurar problemas
de sade, pois geralmente as pessoas vo atrs de exames por conta de estar
se sentindo mal. Logo, preciso mudar o paradigma no caso de exames para
concursos, pois aqui a ideia atestar a sade, no procurar doenas. Por fim,
pea, se for o caso, para o laboratrio no anotar nada no seu exame que
apenas venha a criar dvidas, quando na verdade no h nenhuma doena
naquele caso.
Explique bem as formalidades exigidas pela banca: explique antes de fechar
com o laboratrio que precisa que os exames tenham laudo, que o laudo seja
assinado pelo especialista, com carimbo que conste CRM e especialidade. Alm
disso, explique o quanto a banca chata com essas formalidades, que no se
pode abreviar seu nome e nem escrev-lo errado.
No v embora sem olhar o resultado e conferir se est tudo certo: parece
bvio, mas muita gente na correria dessa fase do concurso deixa para olhar o
exame s depois de ter ido para casa. Ocorre que muitos mdicos atendem s
de tempos em tempos em alguns lugares e ir atrs depois para corrigir algo
vai dar dor de cabea. Logo, antes de ir embora com o resultado sempre confira
os seguintes itens: nome do exame, seu nome nos exames, assinatura do
mdico, nmero do CRM, especialidade, se o resultado est atestando sua
sade ou se deixa dvidas, se todos os sub-resultados esto anotados como
deveriam estar, se o laudo est citando os exames que deveria citar e se no
exame consta a data em que foi feito (lembre-se que o exame precisa estar
dentro da validade de 180 dias).
Ateno nas avaliaes com os especialistas: o momento mais chato dessa
gincana de pegar resultados de exames pode ser a consulta com os
especialistas. So cinco consultas que voc necessariamente ter que fazer:
oftalmologista, psiquiatra, otorrinolaringologista, neurologista e cardiologista.
Os dois primeiros so os com mais potencial de dar problema. O oftalmo
porque tem que fazer muitos exames e nem todos tm pacincia para fazer e
escrever tudo no padro (lembre-se que a campimetria precisa ser feita antes
dessa consulta). O psiquiatra porque no quer colocar no papel que atesta a
sanidade mental de uma pessoa que no conhece e tambm porque no quer
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R: Basicamente trs:
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R: Seguindo as regras dos concursos anteriores da Polcia Federal (2009, 2012, 2013),
no ser eliminado do concurso por conta disso. Ser apenas reprovado
preliminarmente e ter que apresentar o exame faltante no recurso administrativo.
Porm, vale o cuidado de entregar tudo corretamente, pois no concurso da PRF o
CESPE reprovou os candidatos por falta de entrega de exame, o que criou muita
confuso. Logo, entregue tudo e evite dor de cabea.
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julgamento sempre feito com base nos cinco critrios que comentamos no
incio da resposta a essa pergunta.
2 Alteraes no ouvido e audio: destacam-se aqui as perdas auditivas.
Interessante observar, porm, que nos termos do Decreto 3.298/99 a perda auditiva
em alguns casos (vide abaixo) motivo para enquadrar o candidato como PNE. Nesse
item, enquadram-se como alteraes incapacitantes:
Perda auditiva maior que 25 (vinte e cinco) decibis nas frequncias de 500,
1000 e 2000 Hz (hertz): em termos bem prticos, o candidato ser submetido a
audiometria tonal, que avalia diversas frequncias (vide o exemplo de minha
audiometria colocada acima, na qual so medidas as frequncias de 250, 500,
1.000, 2.000, 3.000, 4.000, 6.000 e 8.000 Hz). Em cada frequncia, o
fonoaudilogo avaliar se h alguma perda auditiva, ou seja, se a pessoa no
capaz de ouvir adequadamente, dentro do normal, naquela faixa de frequncia.
Nos termos do edital, se for verificada uma perda auditiva acima de 25 dB nas
faixas de 500, 1000 e 2000 Hz, o candidato ser reprovado ou seja, preciso
ter perdas acima de 25 dB em todas essas faixas cumulativamente para ser
considerado no apto (vide, porm, o prximo item). Para ser considerado PNE,
o candidato deve ter perdas acima de 41 dB nas faixas de 500, 1000, 2000 e
3000 Hz. Logo, temos uma estranha zona de valores, entre 25 e 41 dB na qual o
candidato seria reprovado ao contrrio do candidato com maior perda, que
seria aceito na vaga de cotas. De qualquer maneira, como j comentado na
ocasio dos comentrios sobre a audiometria, trata-se de teste com uma boa
dose de subjetividade, de forma que se o resultado de seu exame apontar para
perdas na faixa de reprovao, vale a pena repetir o exame, se no encontra
dificuldades nas atividades dirias. Se, porm, sua perda dentro da faixa na
qual se pode entrar como PNE, vale a pena ir por esse caminho (embora, digase de passagem, o entendimento atual da banca do concurso parea ser pela
reprovao de candidatos, at mesmo nesse caso de forma que talvez seja
preciso ir Justia para conseguir a vaga).
Perda auditiva maior que 30 (trinta) decibis isoladamente nas frequncias de
500, 1000 e 2000 Hz (hertz): ao contrrio das perdas do item anterior, que
devem ser verificadas em todas as frequncias, uma perda acima de 30 dB em
uma das frequncias apontadas (500, 1000 e 2000 Hz) suficiente para a
reprovao. Aqui a faixa ainda mais apertada entre a reprovao e a condio
de PNE, pois uma perda de 41 dB j enquadra o candidato como PNE pelo
Decreto 3.289/99. Todos os conselhos sobre a subjetividade da audiometria
acima valem ainda mais aqui.
Otosclerose: Otosclerose uma doena gentica que causa perda auditiva.
Apesar da pessoa j nascer com o gene causador da doena, a perda auditiva
da otosclerose s costuma se manifestar a partir da terceira ou quarta dcada
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3 Alteraes nos olhos e viso: uma das maiores dvidas entre os candidatos, mas
que no costuma trazer problemas. O edital no explica bem essa parte, de forma que
importante explan-la melhor. So condies incapacitantes neste grupo:
Baixa acuidade visual (pouca viso), mesmo quando usando culos e lentes
corretivas: no importa quanto o candidato enxergue sem culos, desde que
enxergue suficientemente bem com eles ou com lentes. Ou seja, voc pode ter
dez graus de miopia, por exemplo, mas ser aprovado se enxergar bem de
culos. A regra que necessrio enxergar pelo menos a linha 20/20 do exame
de viso com um dos olhos e no mnimo a linha 20/40 com o outro. Esses
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Problemas na mobilidade dos olhos: o edital coloca esse trecho afirmando que
para ser aprovado preciso que as excurses oculares devem ser normais. Isso
significa que o candidato deve ser capaz de enxergar adequadamente em todas
as direes (costuma-se falar em visualizao adequada nas posies cardinais,
ou seja, para cima, para baixo, para a direita, para a esquerda, etc.). Portanto,
casos de estrabismo exagerado (que cause problemas funcionais, mas no
quando apenas uma questo de esttica) e outras alteraes impeam a
movimentao correta dos olhos so motivos incapacitantes. Esse tipo de
alterao pode ser percebida no exame de motilidade ocular extrnseca, feito
pelo oftalmo, e pode ser percebido pelo mdico da banca do concurso, se for
facilmente visvel em uma consulta clnica normal. Alm disso, a campimetria
computadorizada pode indicar algumas dessas alteraes.
Daltonismo: O daltonismo um tipo de deficincia visual em que o indivduo
no capaz de reconhecer e diferenciar algumas cores especficas. O
diagnstico feito apenas pelo ofatlmo que dar o laudo para o concurso,
atravs do teste de Ishihara. O edital prev que mais de trs interpretaes
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Logo, tanto as cirurgias quanto as ressees devem ser justificadas por laudo
que constate que estas no trouxeram prejuzo funcional. Quem se submeteu a
uma cirurgia que tenha deixado cicatrizes deve, diante dessa ideia, j prepararse para apresentar essa documentao.
Doenas hepticas e pancreticas: mais uma vez a banca peca por abrir demais
o item. Logo, cabe a hermenutica do edital fechar o item, colocando nele
apenas as alteraes significativas (ou seja, aquelas incompatveis com o cargo
pretendido, potencializadas com as atividades a serem desenvolvidas,
determinante de frequentes ausncias, capazes de gerar atos inseguros que
venham a colocar em risco a segurana do candidato ou de outras pessoas e
potencialmente incapacitante a curto prazo). Doenas hepticas (do fgado)
incluem, por exemplo, os vrios tipos de hepatites (cada um com uma
gravidade), cirrose heptica, indo de simples processo inflamatrios de menor
gravidade at o cncer de fgado. O caso que gera mais dvida o da hepatite.
O edital pede diversos exames para a Hepatite B e a sorologia para a Hepatite
C. A primeira delas, Hepatite B, causa pelo vrus VHB, manifesta-se em uma
fase aguda, que pode passar despercebida, sendo assintomtica. Porm, em
uma pequena porcentagem de casos, a doena evolui para a forma crnica. A
hepatite B crnica tambm pode evoluir sem apresentar sintomas que chamem
a ateno durante muitos anos. Isso no indica que parte dos infectados possa
desenvolver cirrose heptica e cncer de fgado no futuro. Na maioria das
vezes, porm, quando os pacientes procuram o mdico, j h sinais de
insuficincia heptica crnica: ictercia, aumento do bao, acmulo de lquido
na cavidade abdominal (ascite), distrbios de ateno e de comportamento
(encefalopatia heptica). A evoluo dessa forma da doena depende de
fatores, como a replicao do vrus, a resposta imunolgica, o consumo de
lcool e a eventual infeco por outros vrus. Salvo melhor entendimento do
edital, que no especifica quais doenas hepticas so eliminatrias, apenas os
casos em que j se manifestam os sinais da hepatite B (ou seja, os acima
listados e o incio de leses significativas no rgo, que podem levar cirrose e
a cncer). A hepatite C, por outro lado, causa pelo vrus VHC, quase sempre
assintomtica e a maioria das pessoas que tm a doena no sabem. Porm,
tambm ela pode evoluir para a forma crnica, com graves leses no fgado. A
Hepatite C, pelo entendimento melhor das condies incapacitantes, no pode
ser um motivo de inaptido, pois na maior parte das causas o tratamento leva a
eliminao do vrus do organismo. De qualquer maneira, se tiver diagnstico
positivo nos exames de hepatite (excetuando-se a observao referente ao
exame anti HBS, que pode vir positivo para os casos de vacinao), procure um
especialista e refaa os testes para ter certeza. Quanto s doenas
pancreticas, temos diabetes (sendo que diabetes mellitus causa de
incapacitao para o cargo, nos termos do edital), insuficincia enzimtica do
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+ colocado no resultado, que diz respeito quantificao dessas alteraes. Claro que
no a simples presena da alterao que motivo de reprovao, mas sim quando
ela sinal de alguma doena, como fica claro quando o edital afirma que a presena
de glicose deve ser correlacionada com o exame de sangue de glicemia de jejum e que
a presena de sangue e protenas nas mulheres pode ser normal a depender do
perodo do ciclo menstrual. A lista de alteraes a seguinte:
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12 Doenas neurolgicas: o caso que pode causar mais dvidas a epilepsia, que
colocada como condio incapacitante. Temos tambm a meningite, que pode ser
classificada como infeco do SNC. As doenas desses grupo podem ser detectadas no
eletroencefalograma, que deve vir sem alteraes dos padres de normalidade.
Porm, a simples presena de alteraes no pode ser colocada como condio
incapacitante, sendo antes necessrio se esclarecer qual a razo dessas alteraes e se
trata-se de uma doena com repercusses funcionais. Temos nesse grupo:
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prpura de Henoch-Shlein: As vasculites constituem processos clnicopatolgicos caracterizados pela inflamao e leso da parede dos vasos
sanguneos. Nestas doenas, a parede dos vasos sanguneos invadida por
clulas do sistema imunolgico, o que pode provocar estenose (estreitamento),
ocluso (fechamento), formao de aneurismas e/ou hemorragias. Podemos
classificar as vasculites em primrias e secundrias. As vasculites primrias so
doenas raras, de causa pouco conhecida, que ocorrem quando o vaso
sanguneo o alvo principal da doena. A classificao das vasculites primrias
baseia-se no tamanho do vaso acometido (pequenos, mdios e grandes vasos).
J as vasculites secundrias so aquelas em que se observa o acometimento
dos vasos devido a alguma doena autoimune, infeces, neoplasias, exposio
a drogas, dentre outras. A Granulomatose de Wegener consiste em inflamao
granulomatosa que afeta o trato respiratrio, ao lado de vasculite necrosante,
que pode comprometer as artrias, arteriolas, vnulas e capilares, incluindo o
capilar glomerular. Poliangite microscpica (PAM) uma vasculite sistmica de
pequenos vasos (vnulas, capilares, arterolas) tipicamente levando a uma
glomerulonefrite crescntica associada vasculite sistmica generalizada.
Sndrome de Churg Strauss uma vasculite que envolve inflamao de
pequenos e mdios vasos. Caracteriza-se por asma e predomnio de eosinfilos
(clulas brancas do sangue). Pode acometer seios de face, pulmes, corao e
outros rgos. Poliarterite nodosa (PAN) uma vasculite sistmica primria
necrosante que compromete artrias de mdio calibre. Apresenta espectro de
manifestao ampla, desde uma forma leve/limitada progressiva e fatal,
acometendo sistema nervoso central e perifrico, rins, msculos, trato
gastrintestinal e cutneo. A doena de Kawasaki (DK) uma vasculite
autolimitada e sistmica que acomete vasos de mdio calibre. conhecida
tambm por sndrome febril linfonodo-mucocutnea, acomete principalmente
crianas < 5 anos de idade (80 a 90% dos casos) e do sexo masculino. A arterite
de Takayasu (AT) uma vasculite primria sistmica que acomete vasos de
grande calibre, ou seja, a aorta e seus ramos principais, alm de artria
pulmonar. conhecida tambm por doena sem pulsos, aortite esclerosante,
coarctao reversa, sndrome do arco artico, arterite primria da aorta,
aortite estenosante, tromboarteriopatia oclusiva, sndrome da aortite e
aortoarterite medial idioptica. A arterite de clulas gigantes (ACG) uma
vasculite que acomete vasos de grande e mdio calibre, preferencialmente os
ramos extracranianos das cartidas e, em particular, a artria temporal
superficial. A prpura de Henoch-Schnlein (PHS) uma vasculite sistmica
primria imunomediada, autolimitada, que acomete principalmente as
crianas, entre 4 e 9 anos de idade. Cursa com prpuras palpveis, artrite ou
artralgia, dor abdominal e envolvimento renal.
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2.3 QUAIS
TOLERADAS?
2.4 QUEM
ENTREGUES?
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3.2 POSSO
CLNICO?
R: Sim. Algumas doenas, como problemas de joelho, por exemplo, podem ser
identificadas apenas no exame clnico (indicamos outros casos nos comentrios sobre
as condies incapacitantes) e se forem caso de incapacitao levaro a reprovao.
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3.4 COMO
DESSA AVALIAO ?
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R: Seja direto e completo, esclarecendo exatamente o que foi pedido pela banca nos
motivos que levaram a reprovao provisria. Se foi pedido um exame, faa-o e
entregue cumprindo todos os critrios para a aprovao, ou seja, os formais
(assinatura, carimbo, CRM, nome do candidato, nome correto do exame, etc.) e os
materiais (ou seja, nunca entregue um exame com alteraes no recurso, pois no h
recurso do recurso). Se foi pedido que se esclarea uma condio mdica, faa os
exames necessrios e anexe um laudo de especialista da rea afirmando que no h
problemas funcionais. Em resumo, responda de acordo com o que a banca pediu e
demonstre de forma inequvoca que no possui nenhuma condio incapacitante, ou
seja, aquela que tem uma das caractersticas abaixo:
I incompatvel com o cargo pretendido;
II potencializada com as atividades a serem desenvolvidas;
III determinante de frequentes ausncias;
IV capaz de gerar atos inseguros que venham a colocar em risco a segurana do
candidato ou de outras pessoas;
V potencialmente incapacitante a curto prazo.
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4.6 QUAIS
EXAME MDICO ?
4.9 QUAIS
MDICO?
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Cabe ao advogado questionar o edital, mas colocaremos alguns pontos que podem
ser considerados:
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R: Para os PNEs h uma etapa extra, que a percia. Fora isso, o candidato PNE deve se
submeter normalmente ao exame mdico, seguindo todas as regras j explicadas. A
diferena fica por conta da Percia, que fixada no edital pelas seguintes regras:
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tenha sido emitido nos ltimos doze meses, bem como o que no for
qualificado na percia mdica como pessoa com deficincia ou, ainda, que no
comparecer percia.
O candidato que no for considerado com deficincia na percia mdica, caso
seja aprovado no concurso, figurar na lista de classificao geral.
A compatibilidade entre as atribuies do cargo e a deficincia apresentada
pelo candidato ser avaliada pela percia mdica oficial, promovida por equipe
multiprofissional, em cumprimento deciso proferida pelo Supremo Tribunal
Federal, nos autos do Recurso Extraordinrio n 676.335/MG, de 26 de
fevereiro de 2013, a qual expressamente afirmou que: a banca examinadora
responsvel, conforme anunciado acima, respeitando critrios objetivos,
poder declarar a inaptido de candidatos inscritos e cujas necessidades
especiais os impossibilite do exerccio das atribuies inerentes ao cargo para
qual estiver concorrendo, confirmada pelas decises de 23 de maio de 2013 e
de 6 de agosto de 2013, no mbito do mesmo Recurso Extraordinrio.
O candidato com deficincia reprovado na percia mdica em razo de
incompatibilidade da deficincia com o exerccio normal das atribuies do
cargo ser eliminado do concurso.
O candidato que, no ato da inscrio, se declarar com deficincia, se for
qualificado na percia mdica e no for eliminado do concurso, ter seu nome
publicado em lista parte e figurar tambm na lista de classificao geral.
As vagas que no forem providas por falta de candidatos com deficincia
aprovados sero preenchidas pelos demais candidatos, observada a ordem
geral de classificao.
Demais informaes a respeito da percia mdica constaro de edital especfico
de convocao.
5.2 QUAIS
EXAME MDICO ?
R: As condies para uma pessoa ser considerada PNE esto no Decreto n 3.298/1999
e na Smula 377 do STJ. Logo, vejamos o que dizem essas normas:
Decreto 3289/99
Art. 3 - Para os efeitos deste Decreto, considera-se:
I - deficincia toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou funo
psicolgica, fisiolgica ou anatmica que gere incapacidade para o desempenho de
atividade, dentro do padro considerado normal para o ser humano;
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5.3 COMO PROCEDER SE SOU PNE E NO FUI CONSIDERADO COMO TAL PELA BANCA
DO CONCURSO ?
R: Entrar na justia mostrando atravs de laudos e outras provas que se enquadra nas
condies legais para ser considerado PNE e que a banca no fez corretamente o
enquadramento. O fato de o candidato j ser concursado como PNE em outro rgo e
ter sido submetido percia um forte argumento.
5.4 COMO PROCEDER SE SOU PNE E FUI REPROVADO NO EXAME MDICO POR CONTA
DESSA CONDIO ?
R: Entrar com a ao judicial, apontando que sendo cumprida a deciso do STF, cuja
finalidade permitir o acesso dos PNE ao cargo, dentro das condies que sejam
compatveis com o cargo. Logo, no pode a Administrao criar regras que, na prtica
impossibilitem a deciso judicial de ter efeito. Assim, candidatos que tenham
condies de passar no TAF e cursar normalmente a ANP no podem ser eliminados no
exame mdico pela condio que o enquadra legalmente como PNE.
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