Manual Do Exame Médico

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Manual do Exame Mdico

Guia completo e atualizado de recomendaes sobre a etapa do exame


mdico em concursos (com foco no concurso da Polcia Federal)

Este material no deve ser comercializado em nenhuma


condio. Distribua-o vontade.

Concurseiro Robson
1

Apresentao
O objetivo deste e-book auxiliar candidatos de concursos pblicos na
realizao da etapa do exame mdico, em especial aqueles dos concursos da Polcia
Federal. Dessa forma, mais um material dentro de um esforo maior, que conta j com
o Manual do Psicotcnico (1 e 2 edio) e o Manual das Lotaes (1 e 2 edio).
Embora devesse ser uma etapa trivial do concurso, afinal bastaria ter sade
normal para ser aprovado, na prtica o exame mdico se mostra uma das etapas mais
estressantes do concurso e boa parte dos candidatos no consegue ser aprovado sem a
ainda mais estressante necessidade de recurso administrativo, aps ser reprovado
preliminarmente. A maior parte dessas reprovaes provisrias, entretanto, poderia ser
facilmente evitada com um pouco de conhecimento da dinmica da realizao da etapa
do exame mdico. nesse sentido que as principais dvidas sero aqui esclarecidas e se
traar um roteiro seguro para a aprovao nessa etapa, de forma a evitar dores de
cabea nos candidatos.
Este e-book escrito usando o mtodo de perguntas frequentes (FAQ) e dividido
em captulos. No Captulo 1 sero apresentadas as principais regras que o candidato
deve conhecer e as formalidades a serem cumpridas para evitar a reprovao preliminar
no exame mdico. Tambm sero apresentados todos os exames que devem ser
entregues no concurso da Polcia Federal e para ajudar a entender como esses exames
devem ser entregues digitalizei meus exames mdicos do concurso da PF de 2012 e os
acrescentei como modelo (fui aprovado sem necessidade de recurso para correo dos
exames entregues usando esses exames). Alm disso, os principais erros dos candidatos,
com base em concursos anteriores, so apresentados e se mostra como evita-los. No
Captulo 2 so apresentadas as condies incapacitantes, de acordo com o edital,
fazendo-se uma anlise crtica e mostrando como tais condies so verificadas nos
exames mdicos. O Captulo 3 apresenta as regras e esclarece as dvidas a respeito do
exame clnico, que o exame realizado pela junta mdica da banca do concurso. O
Captulo 4 apresenta alguns esclarecimentos sobre o resultado dos exames e os recursos
em caso de reprovao preliminar. Por fim, no Captulo 5 sero apresentados alguns
comentrios a respeito do exame mdico para os candidatos portadores de necessidades
especiais (PNEs).
Espero que este material seja til e permita que mais candidatos deixem de ser
reprovados preliminarmente nesta etapa e s vezes at definitivamente, ensejando
recursos judiciais desnecessrios. Faz-se a ressalva para que no possuo formao na
rea de Medicina e as dvidas especficas devem ser, obviamente, resolvidas com os
profissionais. Apesar disso, j fui aprovado em vrios exames mdicos e acompanhei de
perto outros candidatos em fruns, de forma que possuo boa experincia no assunto.
Robson Timoteo Damasceno (Concurseiro Robson)
20 de Fevereiro de 2015
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SUMRIO
Apresentao ................................................................................................................................ 2
Captulo 1 Principais Regras do Exame Mdico ......................................................................... 5
1.1 Quando realizado o exame mdico? ............................................................................. 5
1.2 Como funciona o exame mdico? .................................................................................... 5
1.3 Onde encontrar as regras do exame mdico? ................................................................. 6
1.4 De que forma os candidatos so avaliados no exame mdico?....................................... 6
1.5 Qual a melhor poca para fazer os exames laboratoriais e complementares? ............... 7
1.6 Como no gastar muito com os exames laboratoriais e complementares? .................... 7
1.7 Onde realizado o exame mdico e quem convocado para esse exame? ................... 7
1.8 Quais exames devem ser apresentados pelo candidato? ................................................ 8
1.9 O que essencial apresentar no exame mdico? .......................................................... 28
1.10 Qual a forma correta de apresentao banca dos exames laboratoriais e
complementares? ................................................................................................................... 36
1.11 Exemplo de Exames apresentados em concursos anteriores ...................................... 37
1.12 Modelo de recibos da banca para a entrega dos exames mdicos ............................. 73
1.13 Quais os principais erros cometidos pelos candidatos na apresentao dos exames
banca? ..................................................................................................................................... 76
1.14 Quais motivos levam reprovao no exame mdico? .............................................. 81
1.15 Deixei de entregar um exame banca no dia da avaliao clnica. Serei reprovado? 82
Captulo 2 Condies Incapacitantes e Dvidas sobre os Exames ........................................... 83
2.1 Quais as critrios para considerar as alteraes como sendo incapacitantes no exame
mdico? ................................................................................................................................... 83
2.2 Quais so as condies incapacitantes listadas no edital do concurso da Polcia
Federal? ................................................................................................................................... 84
2.3 Quais alteraes nos exames laboratoriais e complementares so toleradas? .......... 127
2.4 Quem responsvel pelo exame mdico e pela avaliao dos exames entregues? ... 127
Captulo 3 Exame Clnico ........................................................................................................ 128
3.1 Como funciona o exame clnico?.................................................................................. 128
3.2 Posso ser reprovado no exame mdico apenas por conta do exame clnico? ............ 128
3.3 O que os mdicos avaliam no exame clnico? .............................................................. 129
3.4 Como a avaliao das tatuagens no exame clnico e o que resulta dessa avaliao?
............................................................................................................................................... 129
Captulo 4 Resultado do Exame e Recursos ........................................................................... 130
4.1 Como e quando fico sabendo se fui aprovado no exame mdico? ............................. 130
3

4
4.2 Qual a porcentagem de candidatos que aprovado no exame mdico?.................... 130
4.3 No fui aprovado no exame mdico. Como saber o motivo? ...................................... 130
4.4 Quais os motivos mais comuns de reprovao no resultado preliminar do exame
mdico? ................................................................................................................................. 131
4.5 Como proceder para fazer o recurso do exame mdico? ............................................ 131
4.6 Quais as principais dicas para reverter a reprovao preliminar no exame mdico? . 132
4.7 Quando sai o resultado definitivo do exame mdico?................................................. 132
4.8 Como proceder se fui reprovado definitivamente no exame mdico? ....................... 132
4.9 Quais as chances de conseguir liminar contra o resultado do exame mdico? .......... 132
Captulo 5 Exame Mdico dos Portadores de Necessidades Especiais (PNE) ........................ 134
5.1 Com o funciona a etapa do exame mdico para os PNEs? .......................................... 134
5.2 Quais tipos de necessidades especiais so consideradas para os candidatos serem
aprovados na vaga de PNE? Quais levam reprovao no exame mdico? ........................ 135
5.3 Como proceder se sou PNE e no fui considerado como tal pela banca do concurso?
............................................................................................................................................... 137
5.4 Como proceder se sou PNE e fui reprovado no exame mdico por conta dessa
condio? .............................................................................................................................. 137

Captulo 1 Principais Regras do Exame Mdico


1.1 QUANDO REALIZADO O EXAME MDICO?

R: O exame mdico (juntamente com a entrega dos exames complementares e


laboratoriais) geralmente realizado entre 40 a 60 dias aps a prova escrita.
Dependendo da pressa com o cronograma, ele ocorre cerca de 30 dias depois (como
em 2009 e 2012). Usualmente ocorre depois da realizao do exame de aptido fsica
(TAF) e antes da avaliao psicolgica (psicotcnico), mas pode ocorrer de haver
inverso na ordem dessas trs etapas. No concurso de APF 2014, o exame mdico ser
realizado entre 17 e 20 de Abril de 2014.

1.2 COMO FUNCIONA O EXAME MDICO?


R: Trata-se de uma etapa apenas eliminatria, que serve para aferir se o candidato
goza de boa sade fsica e psquica para suportar os exerccios a que ser submetido
durante o Curso de Formao Profissional e para desempenhar as tarefas tpicas da
categoria funcional.
A partir do exame mdico e da avaliao dos exames laboratoriais e
complementares, o candidato ser considerado apto ou inapto. Basicamente, o
candidato tem a obrigao de, por sua prpria conta e s suas expensas, realizar uma
srie de exames mdicos, conseguir o resultado por escrito desses exames e, em um
dia marcado pela banca, deve submeter-se a um exame clnico pela banca mdica
avaliadora, momento em que tambm entrega os laudos e resultados dos exames que
providenciou.
Com base na avaliao realizada pela banca, levando em considerao os
exames entregues e a avaliao realizada, o candidato considerado apto ou no.
Geralmente ocorre de os candidatos deixarem de entregar os exames como solicitado
pela banca, esquecerem algum exame ou apresentarem alguma alterao mdica.
Nesse caso, o candidato fica reprovado provisoriamente no exame mdico.
Para ser aprovado, o candidato deve ir at um local marcado pela banca, em
dia por ela determinado, para ter acesso ao motivo de sua reprovao. Com esse
documento, o candidato deve sanar a questo pendente (providenciar o exame
entregue errado ou no entregue, fazer algum exame extra solicitado pela banca, etc.)

e fazer o recurso. Depois de analisados os recursos, apresentado o resultado final,


dizendo se o candidato est apto ou no.

1.3 ONDE ENCONTRAR AS REGRAS DO EXAME MDICO ?

R: O marco legal que estabelece a avaliao mdia em concursos envolve os seguintes


diplomas legais: Decreto 6.944/2009 (Art. 19, XVIII), Decreto-Lei 2.320/87 (Art. 8, II) e
Lei 4.878/65 (Art. 9, VI).
Por outro lado, as regras da avaliao mdica so estabelecidas no edital do
concurso, geralmente em um anexo a ele. Antes do concurso de 2012 era comum se
publicar uma instruo normativa do DPF sobre o assunto, mas de 2012 para c as
regras tem sido estabelecidas no prprio edital.

1.4 DE QUE FORMA OS CANDIDATOS SO AVALIADOS NO EXAME MDICO?

R: O candidato avaliado por, basicamente, dois critrios, para sua aprovao nessa
etapa:

No apresenta nenhuma alterao clnica que seja prejudicial ao exerccio do


cargo, por critrio objetivo de anlise da junta mdica, no dia da avaliao
clnica.
No apresenta nenhuma alterao clnica nos exames laboratoriais e
complementares que apresentou.

Se houver dvidas por parte da junta mdica, o candidato reprovado


provisoriamente, para que a dvida seja esclarecida por ocasio do recurso dessa
etapa. Essa dvida tanto pode ser material, envolvendo alteraes clnicas observadas
no dia da avaliao ou nos exames, como formal, envolvendo a entrega incorreta ou
falta de entrega dos exames solicitados.

1.5 QUAL

A MELHOR POCA PARA FAZER OS EXAMES LABORATORIAIS E

COMPLEMENTARES ?

R: A melhor estratgia depender das datas marcadas para as etapas ps-resultado da


prova objetiva. Como o candidato precisa ser aprovado em outras etapas para ir para o
curso de formao, como o teste fsico, vale a pena adiar os exames mdicos at que
se tenha certeza de aprovao no maior nmero de etapas.
Assim, se houver tempo hbil para fazer os exames mdicos apenas depois de
ter feito o Teste de Aptido Fsica (TAF), deve-se deixar para comear apenas depois
desse dia, j que os gastos so altos com os exames e no vale a pena ter esses gastos
por nada. Dentro dessa ideia, vale a pena marcar os exames com antecedncia para a
data mais conveniente e adiantar os exames que demorem mais para se ter o
resultado, como o exame antidrogas. Deve-se ter bom planejamento nas etapas depois
do resultado das provas escritas, j que h muito para se fazer e o tempo curto.

1.6 COMO

NO

GASTAR

MUITO

COM

OS

EXAMES

LABORATORIAIS

COMPLEMENTARES ?

R: O ideal ter um plano de sade e conseguir que um mdico, preferencialmente


integrante do plano, solicite os exames, de forma que o plano cubra a maior parte dos
gastos. Caso no tenha um plano mdico, procure nas diversas clnicas de sua cidade e
regio aquela que faz os exames por menor preo e em tempo adequado para a
entrega, e mesmo locais pblicos que possam fazer os exames (pouco provvel de
conseguir, se no tiver algum conhecido).
Procure informaes com os colegas aprovados no concurso que sejam da
mesma regio de locais mais baratos e tente se informar nos fruns sobre essas
informaes. Novamente, um bom planejamento, sem ansiedade e com objetividade,
pode poupar um bom dinheiro nessa etapa.

1.7 ONDE REALIZADO O EXAME MDICO E QUEM CONVOCADO PARA ESSE EXAME?

R: O exame mdico, com a entrega dos exames complementares e laboratoriais,


ocorre em locais determinados no edital de convocao para essa etapa, sendo
realizado em todas as capitais dos estados e em Braslia. Os candidatos
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obrigatoriamente devem fazer essa etapa na mesma capital em que fizeram a prova
objetiva. Quanto a quem convocado para essa etapa, depende de cada concurso. Se
o cronograma est apertado, usual convocar todos os aprovados na prova objetiva e
dissertativa para essa etapa. Em concursos com o cronograma mais flexvel, usual
convocar para o exame mdico apenas os aprovados no Teste de Aptido Fsica (TAF),
como ocorreu no concurso de 2013.

1.8 QUAIS EXAMES DEVEM SER APRESENTADOS PELO CANDIDATO?

R: Durante a avaliao mdica realizada por junta mdica do Cespe devero ser
apresentados pelos candidatos os seguintes exames mdicos (todos com laudos
conclusivos) e avaliaes mdicas especializadas:

Exames de Sangue: so feitos todos com base em uma coleta apenas de sangue
pelos laboratrios que fazem exames clnicos. Alguns resultados demoram mais
para sair do que outros. Os exames que devem ser realizados nessa categoria so:
o Hemograma completo (com contagem de plaquetas) o hemograma
composto de duas partes principais e a contagem de plaquetas, assim, os
resultados a serem apresentados so:
Eritograma: o estudo dos glbulos vermelhos, ou seja, das
hemcias, tambm chamadas de eritrcitos. O eritograma deve
conter os seguintes dados:
Eritrocitros: a contagem de hemcias propriamente. Os
valores de referncias so entre 4,5 e 6,0
milhes/mm3(valores masculinos e para pessoas acima de
12 anos atente que os valores aqui referenciados podem
ser alterados dependendo do laboratrio e do sexo da
pessoa). Quando esto reduzidos, indicam anemia, isto ,
baixo nmero de glbulos vermelhos no sangue. Quando
esto elevados indicam policitemia, que o excesso de
hemcias circulantes. Na prtica, esse valor avaliado em
conjunto com os valores de hemoglobina e hematcrito.
Hemoglobina: a molcula central no transporte de
oxignio no sangue. Na prtica, a dosagem de hemoglobina
acaba sendo a mais precisa na avaliao de uma anemia,
quando abaixo do valor. Os valores de referncia so entre
13,0 e 20,0 g/dL, sendo que abaixo desse valor provvel
haver anemia.
Hematcrito: o percentual do sangue que composto por
hemcias. Um hematcrito de 45% significa que 45% do
sangue composto por hemcias. Os outros 55% so
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basicamente gua e todas as outras substncias diludas.


Pode-se notar, portanto, que praticamente metade do
sangue , na verdade, composto por clulas vermelhas. Os
valores de referncia so entre 36 e 52%.
VCM: o exame Volume Globular Mdio (VGM) ou Volume
Corpuscular Mdio (VCM) identifica o tamanho das
hemcias. Um VCM elevado indica hemcias macrocticas, ou
seja, hemcias grandes. VCM reduzidos indicam hemcias
microcticas, isto , de tamanho diminudo. Os valores de
referncia so entre 80 e 100 . Esse dado ajuda a
diferenciar os vrios tipos de anemia. Por exemplo, anemias
por carncia de cido flico cursam com hemcias grandes,
enquanto que anemias por falta de ferro se apresentam com
hemcias pequenas. Existem tambm as anemias com
hemcias de tamanho normal. Alcoolismo uma causa de
VCM aumentado (macrocitose) sem anemia.
HCM: esse dado indica a Hemoglobina Corpuscular Mdia.
o peso da hemoglobina dentro das hemcias. Tambm
ajudam a decifrar casos diferentes de anemias. Os valores de
referncia so entre 26 e 34 pg.
CHCM: a Concentrao de Hemoglobina Corpuscular
Mdia. Tem praticamente a mesma utilidade do HCM. Os
valores de referncia so entre 31 e 37 g/dL.
RDW: um ndice que avalia a diferena de tamanho entre
as hemcias. Quando este est elevado significa que existem
muitas hemcias de tamanhos diferentes circulando. Isso
pode indicar hemcias com problemas na sua morfologia.
muito comum RDW elevado, por exemplo, na carncia de
ferro, onde a falta deste elemento impede a formao da
hemoglobina normal, levando formao de uma hemcia
de tamanho reduzido. Tambm um ndice usado na
determinao de algumas doenas, mas que exige um
conhecimento mais apurado. Os valores de referncia so
entre 10 e 16%.
Leucograma: O leucograma a parte do hemograma que avalia os
leuccitos. Estes so tambm conhecidos como srie branca ou
glbulos brancos. So as clulas de defesa responsveis por
combater agentes invasores. Os leuccitos so, na verdade, um
grupo de diferentes clulas, com diferentes funes no sistema
imune. Alguns leuccitos atacam diretamente o invasor, outros
produzem anticorpos, outros apenas fazem a identificao, e assim
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por diante. Existem vrios tipos de leuccitos e sua determinao


tambm til no diagnstico clnico. No leucograma os exames
realizados so:
Leuccitos Totais: indica a quantidade total de leuccitos
presentes no sangue. Os valores de referncia so entre
4.000 e 10.000 clulas por microlitro (4.0 a 10.0 mil/mm3).
Bastonetes: Os bastes so os neutrfilos jovens. Quando
estamos infectados, a medula ssea aumenta rapidamente a
produo de leuccitos e acaba por lanar na corrente
sangunea neutrfilos jovens recm-produzidos. A infeco
deve ser controlada rapidamente, por isso, no h tempo
para esperar que essas clulas fiquem maduras antes de
lan-las ao combate. Em uma guerra o exrcito no manda
s os seus soldados mais experientes, ele manda aqueles que
esto disponveis. Normalmente, apenas 4% a 5% dos
neutrfilos circulantes so bastes. A presena de um
percentual maior de clulas jovens uma dica de que possa
haver um processo infeccioso em curso. No meio mdico,
quando o hemograma apresenta muitos bastes chamamos
este achado de desvio esquerda. Esta denominao
deriva do fato dos laboratrios fazerem a listagem dos
diferentes tipos de leuccitos colocando seus valores um ao
lado do outro. Como os bastes costumam estar esquerda
na lista, quando h um aumento do seu nmero diz-se que
h um desvio para a esquerda no hemograma. Portanto, se
voc ouvir o termo desvio esquerda, significa apenas que
h um aumento da produo de neutrfilos jovens. Os
valores de referncia so de 0 a 7%, ou entre 0 e 700 mm3.
Segmentados: Os neutrfilos segmentados so os neutrfilos
maduros. Quando o paciente no est doente ou j est em
fase final de doena, praticamente todos os neutrfilos so
segmentados, ou seja, clulas maduras. Os valores de
referncia so entre 47% e 67% (ou entre 1.900 e 6.700
mm3).
Linfcitos: Os linfcitos so o segundo tipo mais comum de
glbulos brancos. Os linfcitos so as principais linhas de
defesa contra infeces por vrus e contra o surgimento de
tumores. So eles tambm os responsveis pela produo
dos anticorpos. Quando temos um processo viral em curso,
comum que o nmero de linfcitos aumente, s vezes,
ultrapassando o nmero de neutrfilos e tornando-se o tipo
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de leuccito mais presente na circulao. Os linfcitos so as


clulas que fazem o reconhecimento de organismos
estranhos, iniciando o processo de ativao do sistema
imune. Os linfcitos so, por exemplo, as clulas que iniciam
o processo de rejeio nos transplantes de rgos. Os
linfcitos tambm so as clulas atacadas pelo vrus HIV.
Este um dos motivos da AIDS (SIDA) causar
imunossupresso e levar a quadros de infeces
oportunistas. Os valores de referncia so entre 20 e 35%(ou
entre 800 a 3.500 mm3).
Moncitos: Os moncitos normalmente representam de 3 a
10% dos leuccitos circulantes. So ativados tanto em
processos virais quanto bacterianos. Quando um tecido est
sendo invadido por algum germe, o sistema imune
encaminha os moncitos para o local infectado. Este se ativa,
transformando-se em macrfago, uma clula capaz de
comer microorganismos invasores. Os moncitos
tipicamente se elevam nos casos de infeces,
principalmente naquelas mais crnicas, como a tuberculose.
Os valores de referncia so entre 4 e 8% (ou entre 100 a
800 mm3).
Eosonfilos: Os eosinfilos so os leuccitos responsveis
pelo combate de parasitas e pelo mecanismo da alergia.
Apenas 1 a 5% dos leuccitos circulantes so eosinfilos. O
aumento de eosinfilos ocorre em pessoas alrgicas,
asmticas ou em casos de infeco intestinal por parasitas.
Os valores de referncia so entre 1 e 4% (ou entre 100 a
400 mm3).
Basfilos: Os basfilos so o tipo menos comum de
leuccitos no sangue. Representam de 0 a 2% dos glbulos
brancos. Sua elevao normalmente ocorre em processos
alrgicos e estados de inflamao crnica. Os valores de
referncia so entre 0 a 1% (ou entre 0 a 200 mm3).
Plaquetas: importante lembrar de constar esse valor no
hemograma, para o concurso. As plaquetas so fragmentos de
clulas responsveis pelo incio do processo de coagulao. Quando
um tecido de qualquer vaso sanguneo lesado, o organismo
rapidamente encaminha as plaquetas ao local da leso. As plaquetas
se agrupam e formam um trombo, uma espcie de rolha ou tampo,
que imediatamente estanca o sangramento. Graas ao das
plaquetas, o organismo tem tempo de reparar os tecido lesados sem
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que haja muita perda de sangue. O valor normal das plaquetas varia
entre 150.000 a 450.000 por microlitro (L). Porm, at valores
prximos de 50.000, o organismo no apresenta dificuldades em
iniciar a coagulao. Valores baixos de contagem de plaqueta
ocorrem, por exemplo, na dengue hemorrgica. Quando os valores
se encontram abaixo das 10.000 plaquetas/L h risco de morte,
uma vez que pode haver sangramentos espontneos. Os valores de
referncia so entre 140 a 400 mil/mm3. Tambm usual vir o valor
de VPM (Valor Plaquetrio Mdio), que representa a mdia dos
volumes de todas as plaquetas contadas e avaliadas
volumetricamente em um nmero de 10.000 clulas. Os valores de
referncia so entre 8.0 a 11.0 3.
o Glicemia de jejum: A glicemia de jejum um exame de sangue que mede a
taxa de acar no sangue e precisa ser feito com 8 horas de jejum, de
alimentos e gua. O exame de glicemia de jejum tem o objetivo de verificar
se a glicemia est normal, alta ou baixa e serve para diagnosticar diabetes.
No caso de indivduos diabticos, a glicemia de jejum serve para controlar
os nveis de glicose no sangue e monitorizar ou ajustar o tratamento com
insulina ou hipoglicemiantes orais. Os valores de referncia da glicemia de
jejum variam, mas usual ser aceito o seguinte:
Glicemia de jejum normal: entre 60 e 99 mg/dL
Glicemia de jejum alta ou hiperglicemia: igual ou superior a 100
mg/dL. Quando os valores de glicemia em jejum se encontram entre
os 100 e os 125 mg/dL, o indivduo pode ter pr-diabetes, ou seja,
ainda no tem diabetes, mas tem um risco aumentado de a
desenvolver.
Diabetes: igual ou superior a 126 mg/dL.
Glicemia de jejum baixa ou hipoglicemia: igual ou inferior a 60
mg/dL.
o Ureia: Ureia e creatinina so duas substncias presentes na corrente
sangunea, que podem ser dosadas atravs de exames de sangue quando se
pretende fazer uma avaliao da funo dos rins. Elevaes dos valores
dessas duas substncias so a principal forma de se diagnosticar
precocemente doenas renais. Mesmo a ureia no tendo a boa
especificidade para diagnosticar mudanas da funo renal geral, ela mais
sensvel a alteraes primrias das condies renais que a creatinina, por
isso um marcador que tem forte importncia em casos que envolvam esta
condio. Os valores da ureia esto aumentados em casos de insuficincia
renal aguda ou crnica, choque, insuficincia cardaca congestiva,
desidratao acentuada, catabolismo proteico aumentado, perda muscular,
alguns medicamentos tambm podem causar aumentos da ureia
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(tetraciclinas com uso de diurticos, um caso).J valores reduzidos da


ureia so referidos em casos de gravidez (segundo trimestre), diminuio
do consumo de protenas, uso de reposio de fluidos intravenosa,
insuficincia heptica severa, infncia, desnutrio, certos medicamentos,
entre eles, hormnios anabolizantes, estreptomicina, cloranfenicol. Os
valores de referncia para ureia, no exame por dosagem srica so entre 10
e 45 mg/dL.
o Creatinina: Como j destacado acima, a medida da creatinina um
importante indicador para doenas dos rins. A creatinina uma substncia
incua no sangue, sendo produzida e eliminada de forma constante pelo
organismo. Se o paciente mantm sua massa muscular mais ou menos
estvel, mas apresenta um aumento dos nveis de creatinina sangunea, isso
um forte sinal de que o seu processo de eliminao do corpo est
comprometido, ou seja, os rins esto com algum problema para excret-la.
Se os rins no esto conseguindo eliminar a creatinina produzida
diariamente pelos msculos, eles provavelmente tambm estaro tendo
problemas para eliminar diversas outras substncias do nosso metabolismo,
incluindo toxinas. Portanto, um aumento da concentrao de creatinina no
sangue um sinal de insuficincia renal. Perceba que necessria a perda
da funo renal em pelo menos 50% para que ocorra elevao dos nveis de
creatinina, desidratao e choque, obstruo do trato urinrio, intoxicao
com metanol, doenas musculares (rabdomilise, gigantismo, acromegalia,
etc.). Valores diminudos de creatinina so indicativos de debilitao,
gravidez, massa muscular reduzida, etc. Os valores de referncia para esse
exame so de 0,6 a 1,5 mg/dL.
o cido rico: A dosagem de cido rico no sangue pedida para detectar
nveis altos observados em pessoas com gota, um tipo de artrite. O exame
tambm usado para monitorar o nvel de cido rico em pessoas
submetidas quimioterapia ou radioterapia. Nveis altos de cido rico no
sangue (hiperuricemia) podem ser causados por produo excessiva de
cido rico ou por eliminao deficiente. Causas de produo excessiva
incluem cncer metasttico, mieloma mltiplo, leucemias, linfomas,
anemias hemolticas, policitemia, quimioterapia, radioterapia, alguns
medicamentos, dieta rica em protenas e alguns distrbios hereditrios.
Diminuio da excreo ocorre com doenas renais, acidose, toxemia da
gravidez, alcoolismo e com o uso de alguns medicamentos, em especial
diurticos. O aumento da concentrao de cido rico no sangue est
relacionado com a formao de cristais em articulaes (gota) ou nos rins
(nefropatiarica). Nveis baixos de cido rico so observados com menos
frequncia e no tm importncia clnica. Podem estar associados a alguns
distrbios, como determinados tipos de doena heptica ou renal, como a
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sndrome de Fanconi, exposio a algumas substncias e alguns erros do


metabolismo, como a doena de Wilson. Mesmo assim, a dosagem de cido
rico no usada nesses casos para diagnstico nem para
acompanhamento. Os valores de referncia para dosagem srica so entre
3,4 e 7,0 mg/dL(masculino) e 2,4 e 5,7 mg/dL (feminino).
o Colesterol (total e fraes LDL, HDL e VLDL): Exame de sangue que mede
as taxas de colesterol e de suas fraes HDL (o colesterol bom), LDL (o
colesterol ruim) e triglicerdeos na corrente sangunea. Produzida pelo
fgado, essa substncia est envolvida em diversos processos vitais do
organismo e seu excesso no sangue est relacionado a um maior risco de
desenvolvimento de doenas cardiovasculares. necessrio jejum (de 3 a
12 horas, dependendo da idade). recomendvel evitar excesso de comida
gordurosa nas ltimas 48 horas e o uso de lcool nas ltimas 72 horas antes
do exame. O uso de remdios deve ser informado. No exame, vrios
resultados so apresentados:
Colesterol Total: O colesterol o principal componente associado
avaliao de risco da doena coronariana. Nveis elevados se
associam a maior risco de aterosclerose. Est aumentado na
hipercolesterolemia primria e nas secundrias: sndrome nefrtica,
hipotireoidismo, diabetes mellitus, cirrose biliar, hipoalbuminemia,
etc. Poder estar diminudo na desnutrio e no hipertireoidismo.
Os valores de referncia mudam, mas aceito como recomendvel
at 200 mg/dL. Acima de 239 mg/dL considerado colesterol
elevado. O colesterol total e as suas fraes podem ser agrupados
atravs da frmula de Friedewald (vlida apenas para valores de
triglicerdeos abaixo de 400mg/dl): Colesterol total = LDL+ (
Triglicerdeos / 5 + HDL)
Colesterol HDL: A frao alfa (HDL) do colesterol protetora contra
doena arterial coronariana segundo grande nmero de estudos
populacionais, portanto, avalia o risco de doena aterosclertica.
So aceitos como valores aceitveis acima de 40 mg/dL.
Colesterol VLDL: a sigla para lipoprotenas de densidade muito
baixa. Seu valor de referncia aceitvel abaixo de 40 mg/dL.
Colesterol LDL: Os nveis elevados de LDL colesterol esto
associados com risco aumentado da doena arterial coronariana. As
lipoprotenas de baixa densidade so as principais protenas de
transporte do colesterol. Seus nveis tambm se elevam na
sndrome nefrtica, hipotireoidismo e ictercia obstrutiva. No tem
valor quando os triglicrides estiverem acima de 400 mg/dL. Os
valores de referncia aceitos so abaixo de 129 mg/dL, sendo que
acima de 160 mg/dL um valor elevado.
14

15

o Triglicerdeos: A medida dos triglicerdeos no sangue em geral


apresentada junto com os valores de colesterol e usada para avaliar o risco
de doena cardaca. Como parte do perfil lipdico, pode ser usada para
monitorar pessoas com fatores de risco de doena cardaca e aquelas que
tiveram infarto do miocrdio ou que esto sendo tratadas por causa de
nveis altos de triglicerdeos. Os valores de referncia so abaixo de 150
mg/dL, sendo que acima de 200 mg/dL considerado elevado. Geralmente
se avalia colesterol e triglicrides juntamente.
o Gama-GT: O exame gama GT, gama glutamiltransferase, gama
glutamiltranspeptidase ou GGT o exame de sangue no qual so dosados
os nveis da enzima gama glutamiltransferase, que encontrada em vrios
locais no organismo como fgado, pncreas, rins e crebro. Devido sua
localizao nas clulas do fgado e dos ductos biliares, essa enzima aparece
elevada em vrios distrbios do fgado (hepticos). Sendo assim, esse
exame usado, principalmente, para auxiliar o diagnstico de alteraes
hepticas, como no caso da hepatite, cirrose, pancreatite, cncer no fgado,
hipertiroidismo e obesidade patolgica. Tambm usado para avaliao de
desordens no fgado causadas por medicamentos e no acompanhamento
do tratamento do alcoolismo, uma vez que essa enzima eleva-se
rapidamente quando h a ingesto de bebida alcolica. Existem muitas
causas para o Gama-GT estar alterado a mais frequente e mais importante
a inflamao (hepatite) no fgado decorrente de uso ou abuso de
substncias qumicas, sendo o lcool (abuso de bebidas alcolicas) o mais
importante (qualquer droga ou remdio pode causar).Quanto mais alto o
valor de Gama-GT maior o grau de inflamao heptica (refere-se a
gravidade da leso, mas no uma escala linear). Os valores de referncia
so entre 10 e 71 u/L para homens e entre 6 e 42 u/L para mulheres
(repita-se novamente que os valores mudam de laboratrio para
laboratrio).
o Fosfatase alcalina: A fosfatase alcalina (FA) definida como uma hidrolase,
ou seja, uma enzima que possui capacidade de retirar grupos de fosfato de
uma distinta gama de molculas, abrangendo nucleotdeos, protenas e
alcaloides. Como indica o prprio nome, esta enzima mais ativa em
solues alcalinas. A desfosforilao o processo de retirada desses grupos
fosfatos. A FA sintetizada por diferentes rgos e tecidos, como, por
exemplo, os ossos, fgado e placenta. Produzida por vrios rgos e tecidos,
como o fgado, ossos, intestinos e at placenta, por exemplo, a fosfatase
alcalina encontrada normalmente no sangue de pessoas sadias. Sua
dosagem geralmente utilizada para o diagnstico de doenas hepticas,
pois o aumento de seus nveis pode indicar leso heptica canalicular
(colestase, hepatite, etc). A fosfatase alcalina tambm pode aumentar
15

16

sempre que aumenta a atividade das clulas sseas (por exemplo, durante
o perodo de crescimento ou depois de uma fratura) ou como resultado de
doenas sseas, que incluem a osteomalacia, o cncer sseo, e a doena de
Paget. A dosagem de fosfatase alcalina feita no sangue. Ela possui duas
isoenzimas: uma de origem heptica que avalia de maneira significativa os
casos de obstruo biliar e outra de origem ssea que avalia as doenas que
afetam a atividade osteoblstica. Para a realizao do exame, o paciente
deve estar preferencialmente de jejum de quatro horas, evitar ingesto de
lcool 72 horas antes do exame e manter o uso de remdios apenas se no
puderem ser interrompidos. Os valores de referncia para a dosagem srica
so entre 40 e 129 u/L para homens e entre 35 e 104 u/L para mulheres.
o Transaminases (TGO/TGP): Os exames de TGO e TGP tm como utilidade o
diagnstico diferencial de doenas do sistema hepatobiliar e do pncreas
(TGO e TGP) ou colaborar com a identificao de infarto de miocrdio e
miopatias (TGP). Sempre que uma clula que contenha TGO ou TGP sofre
uma leso, essas enzimas escapam para o sangue, aumentando a sua
concentrao sangunea. Deste modo, leses aos tecidos ricos nestas
enzimas (corao - infarto do miocrdio; fgado - hepatites ou leses
musculares) causam um aumento dos nveis sanguneos de TGO e TGP.As
duas enzimas surgem em quantidades bastante semelhantes nas clulas do
fgado, por isso, as doenas hepticas decorrem com aumentos de nveis
tanto da TGO quanto da TGP. Os valores de referncia so:
TGO: ou Aspartato Aminotransferase (AST/TGO), entre 6 e 38 u/L.
TGP: ou Alanina Aminotransferase (ALT/TGP), entre 11 e 39 u/L.
o Bilirrubinas (total e fraes): As bilirrubinas so medidas (dosadas) para
avaliar anemias hemolticas ou doenas hepticas e das vias biliares.
Quando os nveis de bilirrubina esto elevados, a pele e a parte branca dos
olhos podem aparecer amarelo (ictercia). Ictercia pode ser causada por
doena heptica (hepatite), desordens hematolgicas (anemia hemoltica),
ou bloqueio dos tubos (ductos biliares), que permitem a passagem de blis
do fgado ao intestino delgado. til no diagnstico e na evoluo das
ictercias, das anemias e da obstruo biliar. No exame devem vir os valores
abaixo:
Bilirrubina Direta: ou conjugada, dissolve-se em gua (solvel).
produzida no fgado a partir de bilirrubina indireta. Seus valores de
referncia so at 0,3 mg/dL.
Bilirrubina Indireta: Este tipo de bilirrubina no se dissolve em gua
(insolvel). Percorre a corrente sangunea at o fgado, onde
transformada em uma forma solvel (direta ou conjugada).
avaliada apenas indiretamente, pela subtrao da bilirrubina direta
da bilirrubina total.
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17

Bilirrubina Total: o valor de referncia entre 0,3 e 1,0 mg/dl.


o Sorologia para doena de Chagas: existem alguns mtodos para detectar a
doena de Chagas na fase crnica, sendo estes baseados na presena de
anticorpos contra o Tripanossoma Cruzi (IgG). recomendvel usar duas
metodologias para esse teste, sendo que as mais comuns so
Imunofluorescncia Indireta (IFI), ELISA e Hemoaglutinao (HE). O exame
deve vir como no reagente, demonstrando que o candidato no possui a
doena.
o VDRL (ou sorologia para sfilis): O teste VDRL, sigla de Veneral Disease
Research Laboratory, um teste laboratorial que permite a identificao de
pacientes portadores da sfilis, uma doena de transmisso sexual, causada
pela espiroqueta Treponema pallidium. Comumente, um teste VDRL
negativo significa que o indivduo nunca entrou em contato com o agente
etiolgico da sfilis. Contudo, em indivduos que se esto em estgio
avanado da molstia, o resultado do VDRL dar negativo com frequncia,
sendo este denominado resultado falso-negativo, devido presena de
grande quantidade de reaginas, no havendo a ocorrncia de uma reao
equilibrada. Contrariamente, tambm pode acontecer do resultado do
teste fornecer resultado positivo na ausncia da doena, chamado de
resultado falso-positivo. Embora esta situao no seja comum, pode
ocorrer em indivduos que apresentem outro quadro patolgico, como:
brucelose, lepra, hepatite, malria, asma, gripe, tuberculose, cncer,
diabetes e doenas autoimunes que tambm liberam antgenos que
resultam na produo de reaginas. O resultado deve vir como sendo no
reagente.
o Perfil sorolgico para hepatite B (incluindo obrigatoriamente: HBsAg,
HBeAg, AntiHBc (IgM e IgG), AntiHBe, AntiHBs): Este um dos exames que
costumam mais levar a erros dos candidatos, por ser necessrio se
apresentar vrios testes diferentes e com nomenclatura parecida. Diversos
sistemas antgeno-anticorpo so associados com a infeco pelo vrus da
Hepatite B (HBV). Vejamos ento, separadamente, o que obrigatrio
aparecer nos resultados:
HBsAg: formalmente chamado de antgeno austrlia, um
determinante antignico encontrado na superfcie do vrus e que
pode pode ser identificado no soro uma a trs semanas aps a
exposio ao HBV, persistindo por perodos variveis. O HBsAg no
infeccioso; somente o vrus completo infeccioso. Entretanto,
quando o HBsAg est presente no sangue, o vrus completo tambm
est e indica que a pessoa est infectada (podendo ser uma infeco
aguda ou crnica) e pode transmitir o HBV. O resultado deve ser no
reagente, que geralmente equivalente a < 1,0 COI.
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HBeAg: uma protena solvel tambm contida no centro do HBV.


detectvel no soro de pessoas com altos ttulos virais e indica alta
infectividade. Deve vir como no reagente.
AntiHbcIgM: indica infeco recente pelo HBV e o melhor
marcador sorolgico da infeco aguda. Deve vir no reagente.
AntiHbcIgG: tambm chamado de anti-HBC total. Deve vir no
reagente.
AntiHBe: O anticorpo anti-HBeAg se torna detectvel quando o
HBeAg desaparece e associado a baixa infectividade do soro.
Tambm deve vir como no reagente.
AntiHBs: O anticorpo anti-HBsAg se desenvolve aps a infeco
aguda pelo HBV (durante a convalescncia) ou aps a vacinao
contra a Hepatite B. A presena do anti-HBsAg indica imunidade
Hepatite B. Uma titulagem superior a 10 mIU/mL considerada
indicativa de imunidade. comum as pessoas se confundirem com o
resultado desse exame, mas se a pessoa teve a doena ou recebeu a
doena, ela aparecer como reagente. Assim, deve vir como no
reagente, mas caso apena esse venha como reagente sinal de que
a pessoa se vacinou apenas, no sendo problema.
o Sorologia para Hepatite C (Anti HVC): ao contrrio da Hepatite B, somente
um exame e um resultado para a Hepatite C, que deve vir no reagente no
resultado.
o Tipagem sangunea (grupo ABO e fator Rh): apenas para identificar qual
tipo de sangue o candidato possui (A, B, AB, O) e seu Rh (positivo ou
negativo). No importa o resultado para a aprovao.
Exames de Urina: De preferncia, deve-se colher a primeira urina da manh, em
recipiente estril, em geral fornecido pelo laboratrio que proceder a anlise.
Comumente usada a primeira urina da manh, mas isso no obrigatrio e a
urina pode ser coletada em qualquer perodo do dia. A urina deve ser levada ao
laboratrio dentro de uma hora aps ser coletada e se isso no for possvel deve
ser mantida sob refrigerao, pelo prazo mximo de seis horas. O primeiro jato
deve ser desprezado e serve para eliminar as impurezas que possam estar na
uretra. Colhe-se o jato mdio (40-50 ml de urina), desprezando-se tambm o jato
final. Os homens devem lavar e secar previamente o pnis, com gaze estril ou
toalha bem limpa eretrair inteiramente o prepcio. As mulheres devem lavar a
regio genital de frente para trs, enxaguar e secar, tambm usando gaze estril ou
toalha limpa e, ao urinar, manter os grandes lbios da vagina afastados, de modo
que a urina seja colhida sem contato com o corpo. O ideal colher a urina no
prprio laboratrio, pois quanto mais fresca estiver a amostra, mais confiveis
sero seus resultados. Apresenta diversos dados, como anlise fsica (Volume,
Densidade, pH, Cor, Aspecto), anlise qumica (Glicose, Proteinas, Corpos
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Cetnicos, Pigmentos Biliares, Urobilinognio, Hemoglobina Livre, Nitrito) e anlise


microscpica (clulas epiteliais, leuccitos, hemcias, cilindros), mas importante
conter obrigatoriamente os seguinte dado:
o Elementos Anormais e Sedimentos (EAS): so os elementos acima citados,
que devem sempre estar ausentes (negativo) e/ou dentro das faixas de
referncia.
Exame Parasitolgico de Fezes (EPF): deve vir com resultado no visualizados, que
indica que nenhum parasita foi identificado no exame.
Exame Antidrogas: Esse um dos mais complicados de se fazer, por conta do
preo, pelo fato de no ser encontrado em qualquer lugar quem faa e por conta
da demora do resultado, alm do fato de que ter que tirar uma amostra
significativa de cabelo ou pelo para fazer ( comum encontrar pessoas que no
tenham a quantidade necessria para alcanar a janela de 90 dias). Quanto maior o
comprimento do cabelo ou do pelo, maior a janela de deteco do exame, sendo
que o comprimento de pelo , obviamente, menor do que o de cabelo, para uma
mesma janela de deteco. No deixe para fazer esse exame por ltimo e
principalmente no deixe para fazer em cima da data, sob pena de no ter o
resultado em tempo hbil. Geralmente demora cerca de 20 dias para o resultado,
pois a maior parte dos laboratrios mandam para o exterior para a anlise.
Entretanto, existe um laboratrio que faz no Brasil o teste, que o laboratrio
Contraprova (http://www.contraprova.com.br/). Assim, se estiver em cima da
data, faa por esse laboratrio. Porm, fique ciente de que a coleta do material
para o exame deve ser feita pela equipe do laboratrio, no sendo possvel coletar
e mandar para a anlise. O laboratrio possui parceiros em outros locais do pas. J
vi at casos de agendarem para coletar o material no aeroporto e o candidato vir
para isso e depois voltar em seguida. Enfim, no d bobeira com a realizao desse
exame. E fica a dica para quem tem o corpo raspado para comear a deixar os
pelos crescerem. exigido um exame com janela de deteco mnima de 90
(noventa) dias realizado por meio de amostra de queratina para deteco de:
o Maconha e Metablicos do delta-9 THC: Desnecessrio dizer que o
resultado de todos os exames antidrogas devem ser negativos. Geralmente
aparece como Carboxy THC e outras denominaes. O importante que o
resultado especifique que o resultado foi negativo para Maconha, j que
para chegar a esse resultado necessrio analisar os metablicos.
o Cocana: nesse grupo os laboratrios costumam analisar alm da prpria
cocana os compostos benzoilecgonina, norcocana e cocaetileno.
o Anfetaminas (inclusive metablitos e seus derivados): aqui costuma
aparecer o resultado da anlise dos seguintes compostos: ecstasy (MDMA),
ecstasy (MDA), alm da descrio genrica de anfetaminas.
o Opiceos: inclui-se aqui a anlise de codena, morfina e herona (6MAM).

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o Observao: os exames das substncias especificadas no edital devem


todos ser apresentados. A apresentao dos resultados muda de
laboratrio para laboratrio, sendo que alguns analisam ainda substncias
como PCP (fenilciclidina, p de anjo ou poeira da lua). Confira com ateno
se no resultado esto listados todos os testes exigidos. De preferncia,
antes de pedir o exame leve o edital e certifique-se que o laboratrio sabe
o que tem que fazer para o concurso em especfico.
Exames Neurolgicos: compostos por:
o Eletroencefalograma (EEG): a principal funo desse exame avaliar
epilepsia, mas tambm atesta a existncia de outras doenas neurolgicas e
psiquitricas. No laudo do exame costuma aparecer, quando est tudo
correto, observaes como no foram registrados grafoelementos
patolgicos, a atividade cerebral de repouso mostra-se regular, ou
mesmo simplesmente sem alteraes patolgicas. De qualquer maneira,
o exame deve ser analisado pelo neurologista (tambm neurocirurgies
podem laudar os exames neurolgicos).
o Laudo descritivo e conclusivo de consulta mdica realizada por mdico
especialista (neurologista), que deve adicional e obrigatoriamente citar o
resultado do eletroencefalograma realizado: aps realizar o
eletroencefalograma, deve-se realizar a consulta com o neurologista (ou
neurocirurgio), que deve atestar a sade do candidato, citando
obrigatoriamente o eletroencefalograma. suficiente que se ateste, por
exemplo, da seguinte maneira Declaro para os devidos fins que o
candidato XXX no apresenta alteraes neurolgicas, como verificado por
exame clnico e pelo eletroencefalograma.
Exames Cardiolgicos: contendo o seguinte:
o Eletrocardiograma (ECG), com laudo: alm do resultado do exame em si,
que so as linhas registradas no papel, deve vir um laudo, nem que seja no
prprio papel do resultado, dizendo que est tudo regular, sem alteraes
patolgicas, etc. No eletrocardiograma, obviamente, so detectadas
doenas do corao O exame pode detectar arritmias, aumento de
cavidades cardacas, patologias coronarianas, infarto do miocrdio, entre
outros diagnsticos. comum aparecer pequenas variaes registradas no
resultado do exame, que devem ser checadas com o mdico que far a
avaliao cardiolgica. Lembrando que o mdico deve citar o resultado do
ECG e do Doppler no seu laudo.
o Ecocardiograma bidimensional com Doppler, com laudo: A ecocardiografia
ou ecocardiograma bidimensional com doppler um exame de ultrassom,
no qual as imagens do corao, captadas por um transdutor colocado sobre
o trax do paciente, so transmitidas para um monitor. um mtodo
diagnstico muito utilizado em cardiologia para a deteco de alteraes
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21

estruturais e/ou funcionais do corao. Geralmente se utiliza para detectar


problemas mais srios, ou para elucidar o resultado do eletrocardiograma.
O laudo deve acompanhar o resultado, que composto por diversas
imagens do ultrassom. Quando tudo est normal, o laudo apresenta
indicaes como regular, sem alteraes, dentro do esperado para a
faixa etria, etc. comum que no laudo venha a anlise de diversos fatores
como espessura, funo contrtil, valvas, fluxo pulmonar, fluxo mitral, fluxo
artico, etc. Espera-se que em cada um desses resultados esteja tudo
atestado como regular.
o Laudo descritivo e conclusivo de consulta mdica realizada por mdico
especialista (cardiologista), que deve adicional e obrigatoriamente citar os
resultados dos dois exames acima: o laudo deve conter o resultado da
avaliao clnica e dos exames, que devem ser apresentados ao
cardiologista na consulta. suficiente um texto parecido com este: Atesto
para os devidos fins que o candidato XXX apresenta-se com condies
cardiolgicas normais, como verificado por exame clnico, ECG e
ecocardiograma.
Exames Pulmonares: so dois resultado a serem apresentados. Aqui no preciso
marcar consulta com o especialista, mas os exames devem vir com laudo.
o Radiografia de trax em projees pstero-anterior (PA) e perfil esquerdo,
com laudo (que deve obrigatoriamente avaliar a rea cardaca): o exame
deve ser apresentado com as folhas da radiografia e o laudo, que deve
constar Raio X pstero-anterior (PA, que a visualizao bsica do raio x do
trax - O pstero-anterior refere-se direo do Raios X atravessando o
paciente da frente para trs e esta imagem tirada com o paciente na
vertical, praticamente em p, em plena inspirao, ou seja, com os pulmes
cheios de ar) e o raio x perfil esquerdo (A radiografia torcica lateral
tirada com o lado esquerdo do trax do paciente encostado no filme do
raios X - lado esquerdo ao invs do direito para fazer o corao aparecer
mais ntido e menos ampliado, j que ele fica mais prximo do lado
esquerdo do peito). Alm das imagens, deve constar o laudo, com o nome
do candidato e a observao de que as radiografias PA e perfil esquerdo
no apresentaram alteraes, ou que esto dentro da normalidade, etc.
Como no ser feita consulta com o especialista, preste bastante ateno
no que est escrito no laudo. comum vir da seguinte forma: RX Trax PA
e P ausncias de leses pulmonares, seios costo-frnicos livres, rea
cardaca normal.
o Prova de funo pulmonar (espirometria), com e sem broncodilatador,
com laudo: A espirometria um teste que mede quantidade de ar que
entra e sai dos pulmes. Este teste pode ser realizado no consultrio do
especialista; um exame simples na aparncia, mas diversos requisitos
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precisam ser preenchidos para um teste adequado. O paciente senta-se em


frente mquina de espirometria que ligada a um computador que mede
o volume e o fluxo de ar que passa pela porta de entrada do sistema; o
dispositivo tem um bocal de papelo ligado a um filtro descartvel que
retm partculas e bactrias. O paciente coloca o tubo dentro da boca, e
aps algumas respiraes normais, inala o mais profundamente possvel, e
solta o ar o mais rpido que pode, por vrios segundos, at que o
computador assinale que no h mais ar para sair. No mnimo trs
manobras adequadas devem ser feitas e o melhor resultado usado para
avaliao. Mltiplas medidas so obtidas desta manobra. As mais usadas
so: a quantidade de ar eliminada aps se encher o pulmo ao mximo e
esvaziar o mximo Capacidade Vital Forada (CVF), o volume eliminado no
1. segundo da expirao forada (VEF1) e alguns fluxos instantneos
obtidos em certos volumes da CVF. Doentes com asma e DPOC com
obstruo dos brnquios esvaziam mais lentamente os pulmes, tendo
VEF1 reduzido. Estes valores so expressos como porcentagens em
comparao a valores previstos derivados para a populao brasileira, que
variam com a estatura, idade, raa e sexo. Embora seja exigido pelo edital,
desnecessrio se repetir a espirometria com o broncodilatador se o
resultado do exame sem o broncodilatador no apresentar qualquer
variao. O uso do broncodilatador recomendado para os casos de asmas,
para determinar a extenso desta. De qualquer maneira, para evitar
problemas, se durante o exame puder solicitar que seja feito com o
broncodilatador, faa assim mas no costumam criar caso com isso no
exame. O laudo deve apresentar alguma indicao como espirometria
normal.
Exames Oftalmolgicos: Este tambm fonte comum de erros dos candidatos, por
conta da grande quantidade de exames que deve constar no laudo (e da usual
preguia dos mdicos que o fazem). Antes de sair do oftalmo confira se tudo est
registrado corretamente e se no est marcado nada fora do normal nos
resultados. O resultado deve ser composto por:
o Laudo descritivo e conclusivo de consulta mdica realizada por
especialista (oftalmologista) que deve adicional e obrigatoriamente citar o
resultado dos testes abaixo: o oftalmo deve escrever um laudo no qual
atesta que examinou o candidato e que este encontra-se com condies
normais do ponto de vista oftalmolgico e, alm disso, deve
necessariamente apresentar os resultados dos exames a seguir, todos,
obviamente, dentro dos parmetros esperados:
o Acuidade visual sem correo: Acuidade Visual o grau de aptido do olho,
para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a
forma e o contorno dos objetos. Simplificando mais, seria o nvel de
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"nitidez" com que o olho consegue enxergar. O exame de vista realizado


geralmente pedindo-se que o candidato leia algo em linhas nas quais o
tamanho das letra fica cada vez menor (Tabela de Snellen) e determinandose sua acuidade visual baseado na menor letra que ele foi capaz de
enxergar. A acuidade marcada com dois nmeros (por exemplo, 20/40). O
primeiro nmero representa a distncia de teste em ps entre o quadro e o
paciente, e o segundo representa a fileira menor das letras que o olho do
paciente pode ler. Por conveno, a viso medida na distncia de 20 ps
(6 metros). A acuidade visual sem correo medida sem lentes, culos,
etc., mesmo que a pessoa necessite destes para ver. Se o candidato
conseguir 20/20 em ambos os olhos, desnecessrio fazer a medida com
correo, pois, obviamente, ele no precisa de correo nenhuma. O
resultado desse teste no importa eu mesmo consigo ver apenas as
maiores letras (equivalente a 20/200) e mesmo assim fui aprovado mais de
uma vez em exames mdicos do CESPE.
o Acuidade visual com correo: s deve ser avaliada para candidatos que
no enxergam 20/20 sem correo. Novamente, o teste refeito e o
candidato deve enxergar, obrigatoriamente, a linha 20/20 com um olho
pelo menos e no mnimo a linha 20/40 com o outro, para ser aprovado.
Para exemplificar melhor esta questo, que cria vrias dvidas, veja a figura
abaixo. Com correo, obrigatrio enxergar a linha 20/20 com pelo
menos um olho e com o outro deve-se ver, pelo menos, a linha 20/40.
Pessoas que tenham, por exemplo, 7 graus de miopia, ainda assim devem
enxergar o suficiente, com correo, para passar no teste. Logo, se seu grau
alto, no motivo de preocupao, desde que enxergue bem de culos. O
resultado deve obrigatoriamente constar os valores para o olho direito e
olho esquerdo.

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o Tonometria: Tonometria a medio da presso interna do globo ocular.


As variaes da presso intraocular so devidas ao humor aquoso, um
lquido que fica contido entre a ris e a crnea, constitudo por 98% de gua
e 2% de sais, o qual continuamente produzido e eliminado pelo
organismo. a quantidade desse lquido que d a presso intraocular. Se
houver um desequilbrio no mecanismo de produo/eliminao dele a
presso intraocular varia, geralmente aumentando. O teste indica
possibilidade de doenas como glaucoma e outras enfermidades como
tumores de ris, por exemplo, nas quais a presso intraocular costuma ser
elevada. Tambm no caso de a pessoa ter passado por cirurgias, como as de
catarata, o valor pode estar alterado. O resultado do exame fornecido em
milmetros de mercrio (mmHg). A presso normal varia entre 10 e 20
mmHg. Se o exame indicar presso muito alta, isso requerer providncias
mdicas urgentes porque as clulas nervosas receptoras da retina podem
ser danificadas por compresso e deixarem de funcionar, levando
cegueira.
o Biomicroscopia: Realizado com o auxlio do biomicroscpio, tambm
conhecido como lmpada de fenda. parte integrante do exame de rotina
e permite a inspeo das estruturas do segmento anterior (ris, aquoso,
cristalino e suas cpsulas) e parte do segmento posterior (vtreo anterior e
retina) atravs de lentes apropriadas, com excelente aumento e iluminao
adequada. parte integrante do exame oftalmolgico de rotina. Deve-se
dilatar a pupila para o correto exame. O resultado deve vir como normal,
sem alteraes, etc.
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o Fundoscopia: a anlise do fundo do olho deve ser feita durante a


biomicroscopia, sendo que o resultado deve ser explicitado como sendo
normal para o fundo do olho (F.O.) tambm. Atente-se para esse detalhe,
pois alguns oftalmos podem achar que seja suficiente dizer que a
biomicroscopia est normal, mas melhor explicitar o resultado da
fundoscopia.
o Motricidade ocular: O exame de motricidade ocular tem como objetivo
detectar alteraes da movimentao ocular podendo diagnosticar o
estrabismo (desvio ocular) e/ou dficit de convergncia. O teste tambm
chamado de motilidade ocular, que a mesma coisa. Logo, o mdico deve
escrever no laudo que sua motricidade ocular (ou sua motilidade ocular)
normal.
o Senso cromtico (teste completo de Ishihara): teste que verifica se o
candidato no possui daltonismo, ou seja, se enxerga adequadamente as
cores. O daltonismo e doenas do nervo ptico causam confuso no eixo
verde/vermelho e as doenas adquiridas na mcula tendem alterar a
percepo de azul/amarelho. O exame consiste na exibio de uma srie de
cartes coloridos, cada um contendo vrios crculos feitos de cores
ligeiramente diferentes das cores daqueles situados nas proximidades.
Seguindo o mesmo padro, alguns crculos esto agrupados no meio do
carto de forma a exibir um nmero que somente ser visvel pelas pessoas
que possurem viso normal. Vide a figura abaixo. Deve ser registrado no
laudo que o candidato possui o senso cromtico normal.

o Medida do campo visual por meio de campimetria computadorizada, com


laudo: este exame novidade nos concurso da PF, tendo sido exigido pela
primeira vez no concurso anterior. Por isso, atente-se para no esquecer de
faz-lo, pois precisa ser realizado s vezes em momento anterior consulta
com o oftalmo. A campimetria computadorizada avalia os defeitos do
campo visual e escotomas (reas sem viso) causadas por algumas
patologias. A indicao mais frequente para avaliao do dano do nervo
ptico pelo glaucoma. Alm do prprio resultado do exame, deve vir o
laudo dizendo que est tudo normal. E o laudo deve ser citado pelo
oftalmologista no laudo da avaliao oftalmolgica.

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Exames Otorrinolaringolgicos: compostos por:


o Laudo descritivo e conclusivo de consulta mdica realizada por mdico
especialista
(otorrinolaringologista),
que
deve
adicional
e
obrigatoriamente citar o resultado da audiometria: deve-se fazer primeiro
a audiometria e depois marcar a consulta com o otorrinolaringologista para
que ele faa essa avaliao e diga que est tudo normal, inclusive na
audiometria. usual que o otorrino observe desvios de septo leves, que
podem ser registrados no laudo sem problemas, visto que no se reprova
por desvios leves. Mas desvios acentuados so motivos de reprovao e
daro problema ao candidato se for registrado no laudo.
o Audiometria tonal, com laudo: avalia as respostas do paciente a tons
puros, emitidos em diversas frequncias, detectando assim o grau e o tipo
de perda auditiva. considerado um teste subjetivo porque depende da
resposta do examinando aos estmulos auditivos fornecidos pelo
examinador. Dessa maneira, um mesmo candidato pode ter resultados
diferentes se fizer o mesmo exame duas vezes, sendo que em locais mais
criteriosos mais provvel registrar perdas auditivas. O examinando
colocado numa cabine acstica que visa isol-lo dos sons ambientais, a qual
tem uma parede de vidro atravs da qual o examinador pode v-lo. Quase
todo o exame transcorre em silncio, salvo as comunicaes entre o
paciente e o examinador, para o qu o examinando dever colocar um fone
de ouvido, acoplado a um pequeno microfone, atravs do qual ouvir
certos sons emitidos pelo examinador e dever responder a eles mediante
sinais gestuais previamente combinados (levantar uma das mos, por
exemplo). Em uma parte do exame o examinando dever repetir palavras
emitidas pelo examinador. O resultado da audiometria geralmente
expresso num audiograma, um grfico que informa sobre as respostas do
examinando aos diversos sons emitidos. A audiometria deve ser laudada,
ou seja, deve ter um registro de que est tudo normal. Se a audiometria
indicar perdas auditivas maiores que 25 decibis nas frequncias de 500,
1000 e 2000 Hz (hertz) ou perda auditiva maior que 30 (trinta) decibis
isoladamente nas frequncias de 500, 1000 e 2000 Hz, o candidato ser
reprovado. Quem lauda o exame o fonoaudilogo geralmente. Atente-se
que depois o otorrino deve citar que o resultado foi normal em seu laudo
de anlise clnica.
Exames de Radiografias: alm dos exames de raios-X cobrados na parte pulmonar,
devem ser entregues:
o Radiografia das colunas lombar e sacral (lombo-sacra), em projees
antro-posterior (AP) e perfil com laudo e medida dos ngulos de Cobbe
(ou) de Ferguson, se e quando houver qualquer desvio nesses segmentos
da coluna vertebral: so duas imagens, uma feita de lado e outra feita
26

27

frontalmente. O laudo deve citar, necessariamente, que foi analisada a


regio lombar e a regio sacral, ou que foi analisada a lombo-sacra. Atentese para isso, pois em 2012 diversos candidatos foram reprovados
preliminarmente no exame mdico por conta desse detalhe, pois embora o
exame tivesse sido feito corretamente, o resultado citou apenas coluna
lombar. O ideal que no tenha nenhuma alterao, mas se houver desvio
deve ser registrado os ngulos de Cobb e (ou) de Ferguson. O ngulo de
Cobb uma medida mundialmente utilizada para quantificar a angulao
frontal da escoliose em uma radiografia de incidncia A-P. A tomada de
deciso em relao ao tratamento baseia-se no grau e na progresso da
curvatura da escoliose, sendo que a gravidade da escoliose diretamente
proporcional angulao da curva. Geralmente se considera normal at 10
graus, sendo que 20 graus considerado escoliose leve. Para o concurso, o
ideal no aparecer desvio, mas se tiver, que seja at 10 graus de Cobb (se
tiver dvidas sobre como esse ngulo medido, veja essa pgina
http://fisioterapiahumberto.blogspot.com.br/2009/10/o-angulo-decobb.html). J o ngulo de Ferguson outro mtodo de medida da
angulao, que tambm pode ser usada na determinao de desvios da
coluna. Em resumo, preciso que os laudos de radiografias apaream como
sem alterao. Quanto s imagens, nem sempre a banca as pega, sendo que
em 2009, por exemplo, apenas os laudos foram pegos pela banca.
Exame de Ecografia: preciso entregar tambm a Ecografia de abdome total, com
laudo. Esse resultado apresenta as imagens do ultrassom (pode aparecer no
resultado ultrassom de abdmen total, que a mesma coisa) e deve apresentar o
laudo, atestando estar tudo dentro da normalidade. usual no laudo constar
informaes como descries do bao, rim, vias biliares, fgado, bexiga e outros
rgos plvicos.
Exame Psiquitrico: laudo descritivo e conclusivo de consulta mdica psiquitrica
realizada por mdico especialista (psiquiatra), que deve obrigatoriamente citar:
conscincia, orientao, ateno, pensamento (curso, forma e contedo),
memria, senso-percepo, humor/afeto, cognio/inteligncia, capacidade de
tirocnio e juzo crtico, linguagem, uso (ou no) de medicamentos psicotrpicos
(psicofrmacos), que deve obrigatoriamente seguir modelo constante abaixo. Este
mais um dos exames que do dor de cabea, pois os psiquiatras dizem que no
podem laudar sem fazer diversas consultas, sem conhecer o candidato, etc. Sendo
pragmtico, veja com colegas que j fizeram o exame e que no tiveram problemas
indicaes de psiquiatras, de preferncias que faam o laudo conforme o exigido,
que est abaixo.

27

28

1.9 O QUE ESSENCIAL APRESENTAR NO EXAME MDICO?

R: obrigao bsica de todo candidato srio fazer um check-list antes de entregar os


exames, seguindo o edital, mas vamos ajudar nessa tarefa. Para ser aprovado direto e
sem ter dor de cabea, deve-se entregar os seguintes resultados e exames, com as
seguintes condies:
1 - Exames clnicos: Todos devem vir com o nome do responsvel, seu nmero
de registro no rgo de classe e assinatura. Podem laudar esses exames
mdicos de qualquer especialidade e biomdicos (o rgo de classe nesse caso
o CRBM e no o CRM).
o Hemograma Completo: deve ter os exames abaixo listados, de
preferncia dentro dos valores de referncia, que so colocados no
resultado do exame pelo laboratrio, geralmente na forma de uma faixa
de valores aceitveis. Pequenas variaes da faixa de referncias so
aceitveis se tiver grandes variaes, procure um especialista e se
necessrio repita o teste em outras condies.
Eritograma:
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29

o
o
o
o
o

Eritrcitros (verificar se est dentro dos valores de


referncia)
Hemoglobina (verificar se est dentro dos valores de
referncia)
Hematcrito (verificar se est dentro dos valores de
referncia)
VCM (verificar se est dentro dos valores de referncia)
HCM (verificar se est dentro dos valores de referncia)
CHCM (verificar se est dentro dos valores de referncia)
RDW (verificar se est dentro dos valores de referncia)
Leucograma:
Leuccitos Totais (verificar se est dentro dos valores de
referncia)
Bastonetes (verificar se est dentro dos valores de
referncia)
Segmentados (verificar se est dentro dos valores de
referncia)
Linfcitos (verificar se est dentro dos valores de
referncia)
Moncitos (verificar se est dentro dos valores de
referncia)
Eosinfilos (verificar se est dentro dos valores de
referncia)
Basfilos (verificar se est dentro dos valores de
referncia)
Plaquetas (verificar se est dentro dos valores de referncia)
Glicemia de Jejum: verificar se est dentro da faixa de referncia, ou
seja, entre 60 e 100 mg/dL.
Ureia: verificar se est dentro da faixa de referncia, mas se aceitam
pequenas variaes.
Creatinina: verificar se est dentro da faixa de referncia, mas se
aceitam pequenas variaes.
cido rico: verificar se est dentro da faixa de referncia, mas se
aceitam pequenas variaes.
Colesterol: devem apresentar os seguintes resultados:
Colesterol Total: deveestar abaixo dos 200 mg/dL, de
preferncia, mas aceita-se pequenas variaes. Pode ser
determinado fazendo uma conta em cima dos valores de tipos
de colesterol e do valor de triglicrides.
Colesterol LDL: deve estar abaixo dos 160 mg/dL, de
preferncia, mas aceita-se pequenas variaes.
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30

o
o
o
o

o
o

o
o
o

Colesterol HDL: deve estar acima dos 40 mg/dL, de preferncia,


mas aceita-se pequenas variaes.
Colesterol VLDL: deve estar abaixo dos 40 mg/dL, de
preferncia, mas aceita-se pequenas variaes.
Triglicrides(ou triglicerdeos): deve estar abaixo dos 150 mg/dL, mas
aceita-se variaes.
Gama-GT: verificar se est dentro da faixa de referncia.
Fosfatase Alcalina: verificar se est dentro da faixa de referncia.
Transaminases: compreende dois resultados:
TGO (Aspartatoaminotransferase): verificar se est dentro da
faixa de referncia.
TGP (Alanina aminotransferase): verificar se est dentro da
faixa de referncia.
Bilirrubinas: compreende os seguintes resultados:
Bilirrubina Total: verificar se est dentro da faixa de referncia,
mas pequenas variaes so aceitveis.
Bilirrubina Direta: verificar se est dentro da faixa de referncia,
mas pequenas variaes so aceitveis.
Bilirrubina Indireta: verificar se est dentro da faixa de
referncia, mas pequenas variaes so aceitveis. Esse
resultado , na verdade, apenas uma conta baseada nos valores
de bilirrubina total bilirrubina direta.
Sorologia para Doena de Chagas: deve apresentar dois exames, sendo
os mais comuns Imunofluorescncia Indireta (IFI), ELISA e
Hemoaglutinao (HE), afirmando que o candidato no possui a doena
(resultado negativo ou no reagente).
VDRL (ou sorologia para Sfilis): resultado deve ser negativo ou no
reagente, para a doena.
Perfil Sorolgico para Hepatite B: cuidado para no esquecer de
apresentar alguns desses resultados, que so os seguintes:
HBsAg: deve ser no reagente.
HBeAg:deve ser no reagente.
AntiHBcIgM: deve ser no reagente.
Anti HBC IgG: deve ser no reagente.
AntiHBe: deve ser no reagente.
AntiHBs: deve ser no reagente, mas pode ser reagente, acima
de 10 mUI/mL, caso se tenha recebido vacina para Hepatite B.
Sorologia para Hepatite C (Anti HCV): deve ser no reagente.
Tipagem Sangunea: apresentando um dos valores usuais (A, B, O ou
AB).
Fator Rh: apresentando ou o valor negativo ou positivo.
30

31

o Exame de urina: deve apresentar os valores medidos dentro das faixas


de referncia e com o menor nmero de elementos anormais e
sedimentos registrados. Alguns elementos fora do valor de referncia,
porm, no so problema.
o Exame Parasitolgico de Fezes (EPF): com resultado sem alteraes,
dentro da normalidade, ou dizendo no ter sido visualizado.
Dependendo da alterao, como vermes sem ofensividade, no
problema tambm.
2 - Exame Antidrogas: feito com queratina (cabelo ou pelo, ou seja, no pode
ser por sangue) e com a janela de deteco registrada de 90 dias pelo menos (a
janela de deteco depende do tamanho da amostra retirada para o teste)
deve apresentar os seguintes resultados, necessariamente:
o Maconha: negativo.
o Metablicos do Delta-9-THC (Carboxy THC): negativo.
o Cocana: negativo.
o Anfetamina e seus derivados (como MDMA, MDA, Ecstasy,
metanfetamina, etc.): negativos.
o Opiceos (codena, morfina, herona, etc.): negativo.
3 Exames Neurolgicos:
o Laudo do Neurologista (ou neurocirurgio) dizendo que est tudo
normal e citando o resultado do eletroencefalograma: aqui, como nos
demais laudos de avaliao dos especialistas, cuidar para que conste o
nmero do CRM, a assinatura e a especialidadedo mdico.
o Eletroencefalograma, com laudo: alm da folha com os resultados (os
grficos gerados), deve ter um laudo do neurologista afirmando estar
tudo normal no exame. possvel pedir para o neurologista que fez a
consulta escrever o laudo na folha do exame, colocando seu carimbo
(com CRM e especialidade).
4 Exames Cardiolgicos:
o Laudo do Cardiologista dizendo que est tudo normal e citando o
resultado do eletrocardiograma e do ecocardiograma com Doppler:
aqui, como nos demais laudos de avaliao dos especialistas, cuidar
para que conste o nmero do CRM, a assinatura e a especialidade do
mdico.
o Eletrocardiograma, com laudo: alm dos resultados (os grficos
gerados), deve-se ter o laudo atestando estar tudo regular. O mdico
que fizer a consulta para dar o laudo pode atestar isso na folha do
exame, se necessrio, carimbando com CRM, especialidade e assinando.
o Ecocardiograma bidimensional com Doppler: alm das imagens, devese ter o laudo atestando estar tudo regular. O mdico que fizer a

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consulta para dar o laudo pode atestar isso na folha do exame, se


necessrio, carimbando com CRM, especialidade e assinando.
5 Radiografias:
o Radiografia de trax em projees pstero-anterior (PA):ou apenas
Raio X de Trax PA. Deve ter o laudo do radiologista, atestando estar
tudo normal. No laudo, deve constar a avaliao da rea cardaca, como
estando normal). O mdico radiologista deve assinar, colocar seu nome,
CRM e especialidade no laudo.
o Radiografia de Trax perfil esquerdo (P): ou apenas Raio X P.
Geralmente o laudo vem junto com o do Trax PA. So duas imagens
distintas, mas pode ser apenas um laudo, citando as duas imagens do
trax e dizendo estar tudo normal (lembrar de constar a avaliao da
rea cardaca).
o Radiografia das colunas lombar e sacral (lombo-sacra), em
projeoantro-posterior (AP), com laudo: lembrar de fazer constar o
termo lombar e o termo sacral (ou o termo lombo-sacra) no laudo dessa
radiografia e da abaixo. Deve estar laudado pelo radiologista, afirmando
estar tudo normal, ou sem alteraes. Se tiver alteraes, como
escoliose, verificar se foi registrado o grau de Cobb ou de Ferguson e se
est dentro do padro exigido pelo edital. No deve constar outras
variaes, como espondilolistese e espondillise.
o Radiografia das colunas lombar e sacral (lombo-sacra), em perfil (P),
com laudo: pode ter apenas um laudo, junto com a radiografia da
lombo-sacra em AP, mas o laudo deve citar as duas imagens e que est
tudo normal, sem variaes. O radiologista deve assinar o laudo,
constando seu CRM e especialidade.
6 Prova da funo pulmonar (espirometria):
o Sem broncodilatador: o exame normal, para pessoas sem problemas
pulmonares (como asma). Deve vir com laudo de um mdico, no sendo
necessrio ser o especialista, nesse caso. Deve ser apresentado com
resultado sem alteraes.
o Com broncodilatador: exigido para pessoas com asma e outros
problemas. Se deu tudo certo sem o broncodilatador, no faz sentido
refazer com ele. Mas, se tiver pegado um mdico com boa vontade,
pea para fazer tambm com o broncodilatador, para evitar problemas
com a banca (embora tenha que ser um avaliador muito burro ou
legalista para implicar, nesse caso). Vale as formalidades acima citadas
quanto ao laudo, sendo que pode ser apresentado em uma mesma
folha os dois resultados.

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7 Ecografia de abdmen total: ou ultrassom de abdmen total. Deve vir com


o laudo do mdico afirmando estar tudo normal, alm das imagens e dos
resultados usuais nesse tipo de exame.
8 Exames Otorrinolaringolgicos: devem conter:
o Audiometria Tonal, com laudo: deve vir com o laudo do fonoaudilogo
afirmando estar regular ou com perdas pequenas em algumas
frequncias (consultar quais perdas so permitidas no edital e em
outras partes desse guia).
o Laudo do otorrinolaringologista dizendo que est tudo normal e
citando o resultado da audiometria tonal: aqui, como nos demais
laudos de avaliao dos especialistas, cuidar para que conste o nmero
do CRM, a assinatura e a especialidade do mdico. Pequenos desvios de
septo podem ser registrados, sem problema.
9 Exames Oftalmolgicos: compostos por:
o Medida do campo visual por Campimetria computadorizada, com
laudo: o exame deve vir com os resultados e com o laudo do
oftalmologista, dizendo estar tudo normal, sem variaes, etc.
o Laudo do Oftalmologista, constando o resultado da campimetria e
necessariamente os resultados dos testes abaixo (lembrar das
formalidades de constar nome, especialidade, CRM e assinatura do
oftalmo):
Acuidade visual sem correo: no importa o valor para ser
aprovado, mas deve constar.
Acuidade visual com correo: no precisa constar se constar
que enxerga 20/20 com ambos olhos sem correo. Se no for o
caso, deve ser, pelo menos de 20/20 em um olho e no mnimo
de 20/40 no outro.
Tonometria: presso normal dos olhos (prxima a 10 mmHg).
Biomicroscopia: deve constar que foi realizada e que tudo est
normal, sem patologias.
Fundoscopia: deve constar sua realizao, afirmando estar tudo
normal. Cuidado para o mdico no esquecer esse resultado, por
j ter marcado o da biomicroscopia.
Motricidade ocular: ou motilidade ocular. Deve ser normal.
Senso cromtico (teste completo de Ishihara): deve constar que
o senso cromtico normal.
Observao: j citado acima, mas no demais repetir no se
esquea de fazer a campimetria e de fazer o mdico cit-la nesse
laudo.
10 Exames Psiquitricos: basicamente o laudo, escrito de acordo com o que
est no edital. Se necessrio, imprima uma cpia do texto e leve apenas para o
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mdico assinar e colocar seu CRM e especialidade (psiquiatra). No deixe o


psiquiatra escrever com suas prprias palavras. Se for necessrio, procure com
outros colegas que esto fazendo o concurso um psiquiatra que faa no padro
do edital.

Resumindo, para ficar mais fcil, preciso preencher o checklist abaixo, no qual se
considera um exame pronto para a entrega quando ele est materialmente (ou seja,
com os resultados citados corretamente e sem observaes que possam comprometer
o candidato, como resultados fora da referncia e citaes de doenas ou desvios
patolgicos) e formalmente (ou seja, com o nome do exame correto, com nome do
mdico correto, com especialidade do mdico no caso dos laudos de especialistas e
assinados) corretos:
1 - Exames clnicos:
o Hemograma Completo
o Glicemia de Jejum
o Ureia
o Creatinina
o cido rico
o Colesterol
Colesterol Total
Colesterol LDL
Colesterol HDL
Colesterol VLDL
o Triglicrides(ou triglicerdeos)
o Gama-GT
o Fosfatase Alcalina
o Transaminases
TGO (Aspartatoaminotransferase)
TGP (Alanina aminotransferase)
o Bilirrubinas
Bilirrubina Total
Bilirrubina Direta
Bilirrubina Indireta
o Sorologia para Doena de Chagas: dois entreImunofluorescncia
Indireta (IFI), ELISA e Hemoaglutinao (HE).
o VDRL (ou sorologia para Sfilis)
o Perfil Sorolgico para Hepatite B
HBsAg
HBeAg
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AntiHBcIgM
Anti HBC IgG
AntiHBe
AntiHBs
o Sorologia para Hepatite C (Anti HCV)
o Tipagem Sangunea
o Fator Rh
o Exame de urina
o Exame Parasitolgico de Fezes (EPF)
2 - Exame Antidrogas
o Maconha
o Metablicos do Delta-9-THC (Carboxy THC)
o Cocana
o Anfetamina e seus derivados (como MDMA, MDA, Ecstasy,
metanfetamina, etc.)
o Opiceos (codena, morfina, herona, etc.)
3 Exames Neurolgicos:
o Laudo do Neurologista (ou neurocirurgio) dizendo que est tudo
normal e citando o resultado do eletroencefalograma
o Eletroencefalograma, com laudo
4 Exames Cardiolgicos:
o Laudo do Cardiologista dizendo que est tudo normal e citando o
resultado do eletrocardiograma e do ecocardiograma com Doppler.
o Eletrocardiograma, com laudo.
o Ecocardiograma bidimensional com Doppler.
5 Radiografias:
o Radiografia de trax em projees pstero-anterior (PA)
o Radiografia de Trax perfil esquerdo (P)
o Radiografia das colunas lombar e sacral (lombo-sacra), em projeo
antro-posterior (AP), com laudo
o Radiografia das colunas lombar e sacral (lombo-sacra), em perfil (P),
com laudo
6 Prova da funo pulmonar (espirometria):
o Sem broncodilatador
o Com broncodilatador
7 Ecografia de abdmen total
8 Exames Otorrinolaringolgicos
o Audiometria Tonal, com laudo
o Laudo do otorrinolaringologista dizendo que est tudo normal e
citando o resultado da audiometria tonal
9 Exames Oftalmolgicos
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o Medida do campo visual por Campimetria computadorizada, com


laudo
o Laudo do Oftalmologista, constando o resultado da campimetria e
necessariamente os resultados dos testes abaixo (lembrar das
formalidades de constar nome, especialidade, CRM e assinatura do
oftalmo)
Acuidade visual sem correo
Acuidade visual com correo: no precisa constar se constar
que enxerga 20/20 com ambos olhos sem correo. Se no for o
caso, deve ser, pelo menos de 20/20 em um olho e no mnimo
de 20/40 no outro.
Tonometria
Biomicroscopia
Fundoscopia
Motricidade ocular
Senso cromtico (teste completo de Ishihara)
10 Laudo do Psiquiatra, conforme o modelo do edital

1.10 QUAL

A FORMA CORRETA DE APRESENTAO BANCA DOS EXAMES

LABORATORIAIS E COMPLEMENTARES?

R: Nos termos do edital, temos algumas exigncias formais:

Os exames mdicos, as avaliaes clnicas especializadas e outros exames de


complementao e (ou) correo mencionados acima devero ser realizados a
expensas do candidato e neles dever constar onome completo do candidato,
que dever ser conferido quando da avaliao mdica.
Em todos os exames mdicos, nas avaliaes clnicas especializadas e nos
outros exames de complementao e(ou) correo, alm do nome do
candidato, dever constar, obrigatoriamente, aassinatura, a especialidade e o
registro no rgo de classe especfico do profissional responsvel, sendo
motivo de inautenticidade destes a inobservncia ou a omisso do referido
nmero.
Os exames mdicos tero validade de 180 (cento e oitenta) dias.

Explicando melhor como ocorre na prtica, vejamos quais formalidades devem ser
necessariamente observadas:

Em todos os exames, certifique-se de que seu nome est escrito corretamente.


Isso envolve observar se no foram abreviados nomes do meio, principalmente.
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Em todos os exames, deve constar o nmero do registro de classe do


profissional responsvel (CRM para os mdicos, CRBM para os biomdicos e
CRF para fonoaudilogos).
Em todos os exames deve constar a especialidade do profissional responsvel.
Atente-se especialmente para isso nos laudos de avaliaes (do cardiologista,
do neurologista, do oftalmologista, do otorrinolaringologista e do psiquiatra).
Pode ser escrito a mo pelo mdico embaixo do carimbo, caso no carimbo no
conste a especialidade. Outra opo entrar no conselho de classe (CRM
geralmente), ir na busca de profissionais, colocar o nmero do CRM e imprimir
a folha onde consta a especialidade, grampeando juntamente com o exame. A
banca no rigorosa quanto forma como a especialidade apresentada, mas
rigorosa quanto omisso desse dado, especialmente nos laudos de
avaliaes (quase certo que se reprove provisoriamente para corrigir o erro
caso no conste a especialidade nesses laudos).
Pode-se entregar exames feitos at 6 meses antes da data de entrega. Ou seja,
exames feitos de novembro de 2014 para c so vlidos para o concurso de
agente 2014, caso j se os tenha por alguma razo (outro concurso, exames de
rotina, etc.). Apenas atente-se para o fato de que os exames devem estar no
padro exigido pela banca. Ainda pensando em usar os exames em outro
concurso, quando existe essa possibilidade, vale a pena tirar xerox autenticada
dos resultados e ficar com esses resultados, para concursos futuros.

1.11 EXEMPLO DE EXAMES APRESENTADOS EM CONCURSOS ANTERIORES

De forma a demonstrar exemplos de como os exames devem ser apresentados,


coloco as digitalizaes dos exames que entreguei no concurso de 2012, no qual fui
aprovado direto, sem ter de refazer nenhum exame. Observe que algumas exigncias
mudaram para esse concurso, como a exigncia do exame de campimetria e o modelo
de laudo psiquitrico. Observe tambm que se trata apenas de um exemplo e que os
valores de referncia tem pequenas variaes de laboratrio para laboratrio.

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1.12 MODELO DE RECIBOS DA BANCA PARA A ENTREGA DOS EXAMES MDICOS

Como se trata de uma lista grande de exames, comum a banca apresentar um


comprovante de entrega dos exames no dia do exame clnico. Veja os modelos usados
em 2009 e em 2012 para esse comprovante pela banca CESPE.

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1.13 QUAIS

OS

PRINCIPAIS

ERROS

COMETIDOS

PELOS

CANDIDATOS

NA

APRESENTAO DOS EXAMES BANCA?

R: Existem alguns erros bem comuns, que podem ser evitados com a devida ateno
e que faro com que poupe dor de cabea no concurso. Listamos a seguir:
1 Deixar de entregar algum exame
Esse , sem dvida, o maior motivo de reprovao no resultado provisrio, j que o
candidato que deixa de entregar qualquer exame ser reprovado preliminarmente. De
tabela, ficar sem saber qual o motivo por uns dias o que traz algum estresse nessa
fase final do concurso. Logo, para evitar isso, siga exatamente as regras do edital e das
dicas j passadas. De qualquer maneira, os exames que mais comumente so
esquecidos de entregar so esses:

Campimetria computadorizada: adotada apenas nos dois ltimos concursos,


acaba sendo esquecida, principalmente por quem j fez o exame mdico em
concursos anteriores que no pediam esse exame. Tambm comum esquecer
de pedir para o mdico citar o resultado no laudo da avaliao oftalmolgica.
Exames oftalmolgicos: alm da j citada campimetria, o oftalmologista ter
que fazer e marcar diversos testes na consulta. Assim, tenha o edital em mos e
s saia do consultrio quando tiver conferido item por item. Os mais comuns
de serem esquecidos so os valores de acuidade visual sem correo,
fundoscopia e tonometria.
Exames de sangue: voc ter que coletar sangue provavelmente um dia
apenas, mas sero diversos testes a serem realizados. Logo, confirme bem
antes de fazer o pedido na clnica e confira o resultado tambm. Os mais
comuns que so esquecidos so os subtestes da hepatite B, os testes de
Chagas, e as transaminases (TGO e TGP).
Exame antidrogas: ningum, em regra, esquece-se de fazer esse exame. O que
ocorre o candidato deixar para fazer o exame muito em cima da data e no
conseguir o resultado a tempo. Logo, faa esse exame pelo menos 40 dias antes
da entrega dos exames.

2 Entregar os exames fora das formalidades pedidas


Tambm um erro clssico. Aqui, atente-se em especial para isso:

Assinaturas em todos os exames: alguns exames so feitos por clnicas que


mandam os testes para outro lugar e recebem os resultados digitalizados.
Lembre-se de pedir que venha assinado por um responsvel, que seja
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77

identificado por registro de classe e especialidade tambm. Alm disso, muito


comum que a espirometria seja impressa no software prprio e que no venha
assinada. Cheque isso. Tambm fique de olho nos eletros (ECG e EEG) e nos
ultrassons (Doppler e Abdmen total) para ver se o laudo veio assinado.
Data em todos os exames: lembre-se que os exames tm validade de 180 dias
e se no tiver data em que foi realizado, o exame ser desconsiderado, por no
atender essa formalidade.
Especialidade do profissional explicitada nos exames: muitos mdicos no tem
o carimbo com sua especialidade ou esquecem de carimbar com esse,
colocando o geral apenas com o CRM. Se isso ocorrer, pea para o mdico
escrever sua especialidade, ou procure no site do CRM o profissional e imprima
a folha comprovando a especialidade dele. Fique de olho especialmente nas
radiografias (especialidade mdico radiologista), na ecografia de abdmen e
nos eletros.
Laudo do psiquiatra diferente do modelo do edital: no crie problemas para si.
Procure um psiquiatra que concorde em escrever de acordo com o edital. Se
preciso, combinem candidatos da mesma cidade de irem no mesmo local. Se o
mdico no quiser escrever o que est no edital, v em outro.
Nome do exame diferente do pedido no edital: em geral no costuma ter
problema o nome estar um pouco diferente, quando seja bvio para qualquer
mdico que o mesmo exame (motilidade ocular ao invs de motricidade ocular,
por exemplo). Mas alguns erros causam reprovao, como o caso de no citar
a regio sacral no exame de radiografia (aparecer apenas lombar, ao invs de
lombo-sacra). Na dvida se no souber se o exame correto, pergunte ao
mdico e no entregue nada errado.
Laudo de avaliaes clnicas fora do padro: os laudos de avaliao devem vir
com as formalidades apontadas no edital. Atente-se em especial para os casos
em que o mdico deve citar outros exames na avaliao (o cardiologista deve
citar o ECG e o Doppler, o neurologista deve citar o EEG, o otorrino deve citar a
audiometria e o oftalmo deve citar a campimetria e os demais exames que ele
deve fazer). Alm disso, o texto do laudo deve explicitar que o candidato est
em condies normais (ou outra forma de atestar no ter problemas de sade)
do ponto de vista daquela especialidade.
Nome errado do candidato nos exames: muito comum os exames virem com
nome errado ou com nomes abreviados. Pea para corrigir isso. No entregue
exames com nome incorreto.

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3 Entregar exames com alteraes de sade registradas


Alm de ser formalmente certo, os resultados dos exames devem ser
materialmente adequados, ou seja, atestar sua sade e aptido para o cargo. Logo,
evite problemas observando os detalhes abaixo:

Observaes inconclusivas em resultados de exames: alguns exames, como os


eletrocardiogramas, ecografias e espirometrias, podem resultar em resultados
duvidosos, que podem levar a banca a ficar em suspeita sobre a condio do
candidato e solicitar um exame extra, aps reprovar o candidato
preliminarmente no exame mdico. Logo, leia todos os exames com ateno e
se observar algo escrito que pode causar dvidas, converse com um
especialista e se necessrio refaa o exame. No d munio contra si,
entregando algo que possa lhe causar problemas posteriormente.
Valores de exames fora dos valores de referncia: especialmente nos exames
de sangue, comum alguns resultados fora dos valores esperados,
especialmente as bilirrubinas, pois com o treinamento para o teste fsico o
candidato muda sua rotina e alimentao, podendo sobrecarregar o
metabolismo. Logo, veja com cuidado cada valor e se necessrio refaa os
exames. Tomando os devidos cuidados de dieta e outros indicados pelos
mdicos, possvel refazer os exames e adequar os valores para a faixa de
referncia.
Audiometria com perdas auditivas: a audiometria um teste muito subjetivo,
de forma que voc pode ter como resultado um valor em um dia e outro
diferente em outro, principalmente a depender do rigor da clnica. Logo, se
tiver perdas significativas, fora dos valores do edital, mas na verdade no tiver
problemas de audio, refaa o exame em outras condies que conseguir um
resultado satisfatrio.
Radiografias com observaes: fique especialmente atento aos resultados nos
laudos das radiografias. comum o radiologista olhar o exame procurando por
problemas, j que, em regra, ningum vai tirar radiografia quando no tem
nada. Logo, explique que para concurso pblico e se sair alguma alterao,
refaa a radiografia, se necessrio em outro lugar. Ningum deve se meter em
problemas, quando tem a sade perfeita para exercer um cargo pblico,
apenas porque um mdico acha que viu algo na radiografia.
Resultados do oftalmologista: o oftalmologista ir realizar diversos exames e
escrever tudo em apenas uma consulta. A chance de ele escrever algo que
pode lhe dar problemas depois grande, se no prestar ateno no laudo e se
no explicar que para concurso pblico. Se no conseguiu um laudo com
todos os resultados adequados, v em outro oftalmologista.

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Creio que os principais erros j foram cobertos na explicao acima, mas sei
que sempre d para criar um novo. De qualquer maneira, os candidatos que leiam isso
esto avisados de onde ter mais cuidado. Porm, a ttulo de ajuda extra, vou listar
alguns momentos durante a realizao dos exames que se deve ter maior ateno,
para evitar erros depois, e algumas dicas extras:

Sempre que possvel avise o motivo que est fazendo os exames: avise
sempre que para o concurso da Polcia Federal. Isso far, em regra, as
pessoas terem um pouco mais de cuidado para fazer os documentos embora
nem sempre. Alm disso, o meio mdico acostumado a procurar problemas
de sade, pois geralmente as pessoas vo atrs de exames por conta de estar
se sentindo mal. Logo, preciso mudar o paradigma no caso de exames para
concursos, pois aqui a ideia atestar a sade, no procurar doenas. Por fim,
pea, se for o caso, para o laboratrio no anotar nada no seu exame que
apenas venha a criar dvidas, quando na verdade no h nenhuma doena
naquele caso.
Explique bem as formalidades exigidas pela banca: explique antes de fechar
com o laboratrio que precisa que os exames tenham laudo, que o laudo seja
assinado pelo especialista, com carimbo que conste CRM e especialidade. Alm
disso, explique o quanto a banca chata com essas formalidades, que no se
pode abreviar seu nome e nem escrev-lo errado.
No v embora sem olhar o resultado e conferir se est tudo certo: parece
bvio, mas muita gente na correria dessa fase do concurso deixa para olhar o
exame s depois de ter ido para casa. Ocorre que muitos mdicos atendem s
de tempos em tempos em alguns lugares e ir atrs depois para corrigir algo
vai dar dor de cabea. Logo, antes de ir embora com o resultado sempre confira
os seguintes itens: nome do exame, seu nome nos exames, assinatura do
mdico, nmero do CRM, especialidade, se o resultado est atestando sua
sade ou se deixa dvidas, se todos os sub-resultados esto anotados como
deveriam estar, se o laudo est citando os exames que deveria citar e se no
exame consta a data em que foi feito (lembre-se que o exame precisa estar
dentro da validade de 180 dias).
Ateno nas avaliaes com os especialistas: o momento mais chato dessa
gincana de pegar resultados de exames pode ser a consulta com os
especialistas. So cinco consultas que voc necessariamente ter que fazer:
oftalmologista, psiquiatra, otorrinolaringologista, neurologista e cardiologista.
Os dois primeiros so os com mais potencial de dar problema. O oftalmo
porque tem que fazer muitos exames e nem todos tm pacincia para fazer e
escrever tudo no padro (lembre-se que a campimetria precisa ser feita antes
dessa consulta). O psiquiatra porque no quer colocar no papel que atesta a
sanidade mental de uma pessoa que no conhece e tambm porque no quer
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escrever no padro do edital. Quanto aos demais, no se esquea que: 1 - o


cardiologista precisa ver o eletro e o Doppler e colocar o resultado no laudo; 2
o otorrino precisa ver a audiometria (j com o laudo do fonoaudilogo) e
atestar a regularidade no laudo; 3 o neurologista precisa ver o
eletroencefalograma e atestar a regularidade no laudo.
Cuidado com os caprichos dos mdicos: se conseguir terminar os exames sem
se estressar nenhuma vez no processo, parabns. A chance de conseguir isso
baixa, especialmente se no tem um mdico de confiana. O ideal ter um
mdico que pea os exames e que indique colegas que podem fazer os laudos.
Mas, se no tiver, atente-se para alguns caprichos de mdicos que dificultam o
processo, como, por exemplo: 1 no ter o carimbo com sua especialidade; 2
no querer dar o laudo atestando um exame que tenha sido feito em clnica
diferente da que trabalha (muito comum os cardiologista e neurologistas se
negarem a escrever sobre os resultados nos seus laudos se o exame no foi
feito na clnica que trabalham); 3 no querer se comprometer atestando a
sade do candidato, mas escrever em termos relativos, como apenas pelo
exame clnico nada foi observado; 4 fazer questo de anotar dados
irrelevantes, como que a presso durante a consulta com o cardiologista estava
alta, quando se tm um Doppler atestando que o corao est saudvel e 5
abreviar seu nome nos exames ou escrever errado (mdico costuma ser
apressado e parte do pressuposto que essas formalidades so irrevelantes, j
que na prtica clnica geralmente so).
Seja organizado: anote todos os exames que precisa fazer e mantenha uma
boa organizao dos resultados. Em regra, uma boa sequncia de organizao
a abaixo apresentada, no qual tarefas que so independentes entre si so
colocadas em itens diversos:
o Faa o exame antidrogas: como o mais caro e demorado (a depender
do local, pois no contraprova rpido) deve ser feito logo. Mas, como
um exame caro, no o faa antes de ter certeza que passou nas etapas
anteriores, se for possvel. Por exemplo, no concurso de Agente 2014,
um bom tempo foi colocado entre o TAF e o mdico, de forma que vale
a pena comear a fazer os exames (e gastar dinheiro) apenas aps
passar no teste fsico.
o Faa os exames de sangue, urina e fezes: alguns exames de sangue
podem demorar e a chance de vir exames com alteraes significativa,
de forma que recomendvel fazer o quanto antes esses exames
clnicos. Tente conseguir desconto se for fazer particular, por conta do
volume de exames.
o Faa primeiro o Doppler, depois o eletrocardiograma e depois a
consulta com o cardiologista: se possvel, tente marcar em uma clnica

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o
o
o

o
o

s, para evitar que o cardiologista crie caso em fazer laudo com o


exame de outro local.
Faa a audiometria e depois a consulta com o otorrino: a mesma
observao do item anterior.
Faa o eletroencefalograma e depois a consulta com o neurologista
Faa as quatro radiografias: a radiografia tambm pode ter que se
refeita, de forma que vale a pena no demorar muito para fazer e ter
um resultado satisfatrio.
Faa a campimetria e depois a consulta com o oftalmo: lembre-se de
tentar fazer a campimetria e marcar a consulta com oftalmo da mesma
clnica, para evitar problemas.
Marque a consulta com o psiquiatra: de preferncia j sabendo, por
outro candidato, que ele far o laudo nos padres do edital.
Faa a espirometria: um exame tranquilo de fazer, mas tenha apenas
o cuidado de no levar um resultado automtico do software, sem o
carimbo e assinatura do mdico.
Faa a ecografia de abdmen: tambm um exame isolado dos
demais. Geralmente preciso fazer uma preparao com laxantes antes
de fazer esse exame. Precisa ter o laudo do especialista, com as
formalidades de praxe.

1.14 QUAIS MOTIVOS LEVAM REPROVAO NO EXAME MDICO?

R: Basicamente trs:

Deixar de comparecer no dia do exame clnico: motivo de reprovao certa.


Logo, tome cuidado com as datas e no deixe nenhum imprevisto o impedir de
estar presente no horrio marcado.
Apresentar alguma situao incapacitante, dentre as descritas no edital: veja
mais explicaes na prxima seo de respostas.
No entregar os exames mdicos: em um primeiro momento ser reprovado e
ter que entregar posteriormente no recurso. Se cometer um erro no recurso e
deixar de entregar os resultados como esperado, ser reprovado e eliminado,
tendo que recorrer justia.

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1.15 DEIXEI DE ENTREGAR UM EXAME BANCA NO DIA DA AVALIAO CLNICA . SEREI


REPROVADO ?

R: Seguindo as regras dos concursos anteriores da Polcia Federal (2009, 2012, 2013),
no ser eliminado do concurso por conta disso. Ser apenas reprovado
preliminarmente e ter que apresentar o exame faltante no recurso administrativo.
Porm, vale o cuidado de entregar tudo corretamente, pois no concurso da PRF o
CESPE reprovou os candidatos por falta de entrega de exame, o que criou muita
confuso. Logo, entregue tudo e evite dor de cabea.

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Captulo 2 Condies Incapacitantes e Dvidas sobre os


Exames
2.1 QUAIS

AS CRITRIOS PARA CONSIDERAR AS ALTERAES COMO SENDO

INCAPACITANTES NO EXAME MDICO ?

R: As condies incapacitantes esto todas listadas no edital do concurso. uma lista


imensa de doenas, mas apenas algumas costumam criar dvidas. A primeira regra a
ser seguida na interpretao do edital so os motivos que levam a considerar um
candidato como sendo no recomendado na avaliao mdica. Nos termos do edital,
uma alterao de sade deve ser considerada como motivo de reprovao se for
(comentrios meus):
I Incompatvel com o cargo pretendido: a incompatibilidade deve ser averiguada
pensando-se em termos das atribuies e funes do cargo. Logo, para um cargo
policial necessrio ter-se a capacidade de fazer as atividades dirias e aquelas
ocasionais, tais como: dirigir viaturas, andar sem dificuldades, enxergar
adequadamente o que ocorre ao seu redor, conversar e ouvir pessoas, redigir
documentos, carregar equipamentos, atirar, etc.
II Potencializada com as atividades a serem desenvolvidas: ou seja, aquelas
alteraes da sade que no causam normalmente problemas na vida diria, mas
podem se tornar um problema quando a pessoa comea a desenvolver as atividades
do cargo. Logo, por exemplo, problemas que sejam agravados caso a pessoa fique um
bom tempo em p, entre outros.
III Determinante de frequentes ausncias: Aqui entram os problemas de sade que
fazem as pessoas perderem frequentemente dias de trabalho, pedir licenas mdicas,
etc.
IV Capaz de gerar atos inseguros que venham a colocar em risco a segurana do
candidato ou de outras pessoas: Um critrio aplicvel, por exemplo, em problemas
psiquitricos e dependncias de lcool e drogas. Claro que no se pode levar a
extremos esse critrio, assim como os outros, mas pensar dentro dos critrios de
razoabilidade.
V Potencialmente incapacitante a curto prazo: Ou seja, aquelas alteraes de sade
que podem levar a graves prejuzos em um curto tempo, aquelas que tem potencial de
levarem a outras alteraes. Por esse motivo, alteraes como tumores malignos.
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2.2 QUAIS SO AS CONDIES INCAPACITANTES LISTADAS NO EDITAL DO CONCURSO


DA POLCIA FEDERAL ?

R: Segue a lista de condies incapacitantes do edital, com os comentrios pertinentes,


dentro dos critrios acima estipulados (para maiores informaes, obviamente, devese procurar um especialista, que quem pode passar essas informaes com o nvel de
certeza necessria para algo to importante quanto um concurso as informaes
abaixo foram tiradas de fontes confiveis na internet e verificadas em mais de um
endereo, mas servem apenas para uma indicao). Os casos de dvidas mais comuns
e importantes esto realados de amarelo:
1 Alteraes na cabea e pescoo: todas as doenas incapacitantes desse grupo so
detectadas no exame clnico, pela observao do mdico ou se o candidato relatar
essa situao, com exceo das alteraes da tiroide. As condies incapacitantes so:

Tumores malignos na rea de cabea e pescoo: geralmente formam caroos


que o mdico pode detectar (como caso dos linfomas de Hodgkin) e tambm
podem gerar alteraes nos exames de sangue. Dificilmente um candidato ter
esse problema e no ser detectado no exame mdico, portanto.
Alteraes estruturais da glndula tireoide, com repercusses em seu
desenvolvimento: aqui se tem em mente alteraes morfolgicas (como
tumores, por exemplo) e no alteraes fisiolgicas, visto que existe um item
especfico nesse sentido. Levando-se em conta isso e que o primeiro item
engloba tumores malignos no pescoo, esse item parece desnecessrio no
edital.
Deformidades congnitas ou cicatrizes deformantes ou aderentes que causem
bloqueio funcional na rea de cabea e pescoo: Deformidades congnitas so
aquelas presentes no nascimento, ou seja, resultantes de causas genticas e/ou
ambientais durante a gestao. Cicatrizes deformantes, obviamente, so
aquelas que causam deformao no rgo, ou seja, aquelas de grande
extenso. J as cicatrizes aderentes so aquelas nas quais o tecido cresce de
forma irregular na regio, como por exemplo, aquelas onde a pele fica
repuxada para dentro. Em todos esses casos, o julgamento feito com base
nessas alteraes causarem bloqueio funcional, ou seja, impedir o
funcionamento correto do rgo. Assim, por exemplo, uma cicatriz na regio
do pescoo que dificulte a movimentao a ponto de prejudicar as atividades
no cargo. Obviamente, esse tipo de alterao vista pelo mdico no exame
clnico, que far sua avaliao como sendo incapacitante ou no. Claro que no
qualquer cicatriz que motivo para reprovao, mas apenas aquelas que
causem incompatibilidades para o correto exerccio do cargo como sempre, o

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julgamento sempre feito com base nos cinco critrios que comentamos no
incio da resposta a essa pergunta.
2 Alteraes no ouvido e audio: destacam-se aqui as perdas auditivas.
Interessante observar, porm, que nos termos do Decreto 3.298/99 a perda auditiva
em alguns casos (vide abaixo) motivo para enquadrar o candidato como PNE. Nesse
item, enquadram-se como alteraes incapacitantes:

Perda auditiva maior que 25 (vinte e cinco) decibis nas frequncias de 500,
1000 e 2000 Hz (hertz): em termos bem prticos, o candidato ser submetido a
audiometria tonal, que avalia diversas frequncias (vide o exemplo de minha
audiometria colocada acima, na qual so medidas as frequncias de 250, 500,
1.000, 2.000, 3.000, 4.000, 6.000 e 8.000 Hz). Em cada frequncia, o
fonoaudilogo avaliar se h alguma perda auditiva, ou seja, se a pessoa no
capaz de ouvir adequadamente, dentro do normal, naquela faixa de frequncia.
Nos termos do edital, se for verificada uma perda auditiva acima de 25 dB nas
faixas de 500, 1000 e 2000 Hz, o candidato ser reprovado ou seja, preciso
ter perdas acima de 25 dB em todas essas faixas cumulativamente para ser
considerado no apto (vide, porm, o prximo item). Para ser considerado PNE,
o candidato deve ter perdas acima de 41 dB nas faixas de 500, 1000, 2000 e
3000 Hz. Logo, temos uma estranha zona de valores, entre 25 e 41 dB na qual o
candidato seria reprovado ao contrrio do candidato com maior perda, que
seria aceito na vaga de cotas. De qualquer maneira, como j comentado na
ocasio dos comentrios sobre a audiometria, trata-se de teste com uma boa
dose de subjetividade, de forma que se o resultado de seu exame apontar para
perdas na faixa de reprovao, vale a pena repetir o exame, se no encontra
dificuldades nas atividades dirias. Se, porm, sua perda dentro da faixa na
qual se pode entrar como PNE, vale a pena ir por esse caminho (embora, digase de passagem, o entendimento atual da banca do concurso parea ser pela
reprovao de candidatos, at mesmo nesse caso de forma que talvez seja
preciso ir Justia para conseguir a vaga).
Perda auditiva maior que 30 (trinta) decibis isoladamente nas frequncias de
500, 1000 e 2000 Hz (hertz): ao contrrio das perdas do item anterior, que
devem ser verificadas em todas as frequncias, uma perda acima de 30 dB em
uma das frequncias apontadas (500, 1000 e 2000 Hz) suficiente para a
reprovao. Aqui a faixa ainda mais apertada entre a reprovao e a condio
de PNE, pois uma perda de 41 dB j enquadra o candidato como PNE pelo
Decreto 3.289/99. Todos os conselhos sobre a subjetividade da audiometria
acima valem ainda mais aqui.
Otosclerose: Otosclerose uma doena gentica que causa perda auditiva.
Apesar da pessoa j nascer com o gene causador da doena, a perda auditiva
da otosclerose s costuma se manifestar a partir da terceira ou quarta dcada
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de vida. O portador de otosclerose comea ento a apresentar uma perda


auditiva progressiva, em geral assimtrica (mais em um ouvido que em outro),
muitas vezes acompanhada de zumbido e uma leve tontura.A progresso da
perda auditiva quase nunca evolui para surdez completa, mas pode chegar a
70% da audio em algumas frequncias. Para verificar que o candidato possui
a doena, somente se o otorrino marcar essa condio no laudo ou se o
candidato afirmar possuir a doena no exame clnico. Alm disso, se o
candidato j possuir a perda auditiva, ser enquadrado nas situaes j
descritas de perda auditiva.
Labirintopatia: popularmente conhecida como labirintite, relaciona-se a
distrbios na regio do labirinto. O labirinto, tem duas grandes funes: a parte
da frente escuta e a parte de trs, sente o equilbrio. Essas alteraes
costumam se manifestar isoladamente por meio de vertigem e/ou tontura ou
mesmo associadas a outros sintomas. Elas tm maior incidncia a partir dos 40
anos de idade, porm, possvel ocorrerem em qualquer faixa etria de ambos
os sexos. A doena pode ser detectada pelo otorrino durante o exame para
fazer o laudo de avaliao e, em tese, poderia ser detectada pelo mdico da
banca na avaliao do concurso, por conta de alteraes da mucosa interna
embora seja pouco provvel o mdico da banca fazer esse tipo de avaliao.
Em resumo, a banca apenas saber da doena pelo laudo do otorrino ou se o
candidato dizer que a possui durante o exame clnico.
Otite mdia crnica: Otite mdia uma inflamao do ouvido mdio: o espao
atrs da membrana timpnica. uma das duas condies geralmente referidas
como infeces do ouvido, a outra sendo a otite externa. A otite mdia possui
condies agudas e crnicas; todas envolvendo inflamao da membrana
timpnica e geralmente associadas com o aparecimento de fluido no espao
atrs do tmpano, o ouvido mdio. Detecta-se essa doena pelo exame com o
otoscpio, assim como a labirintopatia pode ser detectada. Logo, novamente,
uma doena que pode ser detectada apenas se o otorrino cit-la no laudo ou se
o candidato disser ao mdico da banca. Veja que a condio incapacitante a
da doena crnica, no qualquer inflamao.

3 Alteraes nos olhos e viso: uma das maiores dvidas entre os candidatos, mas
que no costuma trazer problemas. O edital no explica bem essa parte, de forma que
importante explan-la melhor. So condies incapacitantes neste grupo:

Baixa acuidade visual (pouca viso), mesmo quando usando culos e lentes
corretivas: no importa quanto o candidato enxergue sem culos, desde que
enxergue suficientemente bem com eles ou com lentes. Ou seja, voc pode ter
dez graus de miopia, por exemplo, mas ser aprovado se enxergar bem de
culos. A regra que necessrio enxergar pelo menos a linha 20/20 do exame
de viso com um dos olhos e no mnimo a linha 20/40 com o outro. Esses
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valores referem-se ao tamanho da letra, de acordo com o desenho abaixo (j


explicamos esse teste anteriormente). Logo, no importa qual problema de
viso que voc tenha (miopia, astigmatismo, hipermetropia ou presbiopia),
desde que enxergue o suficiente para ler a linha 20/20 com um olho e pelo
menos a linha 20/40 com o outro. Alm disso, se tiver feito cirurgia de
correo, no ter nenhum problema em ser aprovado, desde que tenha
atingido essa acuidade visual exigida.

Problemas na mobilidade dos olhos: o edital coloca esse trecho afirmando que
para ser aprovado preciso que as excurses oculares devem ser normais. Isso
significa que o candidato deve ser capaz de enxergar adequadamente em todas
as direes (costuma-se falar em visualizao adequada nas posies cardinais,
ou seja, para cima, para baixo, para a direita, para a esquerda, etc.). Portanto,
casos de estrabismo exagerado (que cause problemas funcionais, mas no
quando apenas uma questo de esttica) e outras alteraes impeam a
movimentao correta dos olhos so motivos incapacitantes. Esse tipo de
alterao pode ser percebida no exame de motilidade ocular extrnseca, feito
pelo oftalmo, e pode ser percebido pelo mdico da banca do concurso, se for
facilmente visvel em uma consulta clnica normal. Alm disso, a campimetria
computadorizada pode indicar algumas dessas alteraes.
Daltonismo: O daltonismo um tipo de deficincia visual em que o indivduo
no capaz de reconhecer e diferenciar algumas cores especficas. O
diagnstico feito apenas pelo ofatlmo que dar o laudo para o concurso,
atravs do teste de Ishihara. O edital prev que mais de trs interpretaes
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incorretas no teste completo de Ishihara uma condio incapacitante. O teste


composto de 32 placas e o nmero de erros relacionado a extenso do
daltonismo. Na prtica, os oftalmos ao saberem que se trata de teste para
concurso, no fazem o teste completo, se limitando a ver se a pessoa enxerga o
bsico de cores. A pessoa com daltonismo pode vir a ter problemas em alguns
testes da avaliao psicolgica, como os teste de ateno AD/AS.
Hipertenso intraocular: durante os testes do oftalmo, ser medida a presso
do olho, que deve estar entre os limites de 10 e 18 mmHg. Alta presso do olho
no uma doena em si, mas uma consequncia de alguma variao, como o
glaucoma, que previsto como causa incapacitante quando crnico. A nica
forma de a banca saber essa alterao pelo laudo do oftalmologista entregue
pelo candidato.
Infeces e processos inflamatrios crnicos, ressalvadas as conjuntivites
agudas e hordolo:Aqui no se tem em mente qualquer processo inflamatrio
do olho, como as conjuntivites normais e os hordolos (popularmente
conhecidos como teris), que curam em pouco tempo, mas sim outras
alteraes, como blefarite e uvetes crnicas. Essas alteraes so detectadas
pelo oftalmo na biomicroscopia e levadas ao conhecimento da banca apenas
pelo laudo do oftalmo.
Ulceraes, tumores, exceto o cisto benigno palpebral: aqui so colocados
como condio incapacitante lceras e tumores que possam causar problemas
funcionais, como carcinoma basicular e outros, que podem levar a
necessidades de cirurgias. Exclui-se, portanto, casos de menor importncia,
como o citado cisto benigno palpebral e outros, como molusco contagioso e
cistos epidrmicos. Esses tipos de tumores podem ser facilmente visto, de
forma que se possuir algum tipo de alterao o candidato deve pedir ao
oftalmo para avalia-la como sendo benigna ou no e constar isso no seu laudo,
para evitar problemas com a banca.
Opacificaesda crnea: A crnea opaca um problema caracterizado pela
perda de transparncia da crnea. Localizada na parede frontal do globo
ocular, a crnea compe, juntamente com a esclera, a parte fibrosa do olho.
Transparente, a crnea funciona como uma espcie de lente, focando a luz da
pupila na direo da retina do olho. Ela protege e tem papel fundamental para
a viso. Qualquer alterao no formato ou na transparncia da crnea pode
comprometer seriamente a viso de uma pessoa. A opacidade da crnea no
uma doena em si, mas sim resultado de outra alterao, como glaucoma,
ceratocone, distrofias e processos inflamatrios. Pode ser detectada pelo
oftalmo nos exames de biomicroscopia e pode levar a perda de acuidade visual,
o que se enquadraria nos casos de baixa acuidade visual.
Sequelas de traumatismos e queimaduras: aqui se tem um caso bem genrico,
que deve ser interpretado a luz dos cinco princpios que causam a inaptido,
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expostos inicialmente. Ou seja, essas sequelas devem causar problemas


funcionais, que sero detectados por perda de viso. Logo, no qualquer
sequela, mas sim aquelas que geram reais problemas na sade ocular. Podem
ser detectadas essas alteraes pelo oftalmo na biomicroscopia e podem gerar
alteraes na campimetria tambm.
Doenas congnitas e adquiridas, incluindo desvios dos eixos visuais
(estrabismo superior a 10 dioptrias-prismticas): mais um caso em que o
edital abre demais o leque de doenas, de forma que devemos fechar o
entendimento pensando em termos de prejuzos funcionais. O estrabismo, que
usado como exemplo, o defeito de posicionamento binocular, ou seja, o
defeito de posicionamento de um olho, relativamente ao outro. Existe mais de
uma unidade para medio do estrabismo, sendo a medida em dioptrias
prismticas a mais consagrada. O valor acima de 10 dioptrias prismticas
significativo e pode ser percebido pelo mdico da banca na avaliao clnica. Se
tiver estrabismo, portanto, certifique-se de estar abaixo desse valor e de
constar isso na laudo do oftalmo. Quanto s demais doenas, que poderiam ser
englobadas pela generalidade desse item, entendo que, na verdade, devem ser
algumas das que constam nos demais tpicos, j que ilegal fazer previso to
genrica como motivo de incapacitao, sendo nula essa clusula do edital.
Ceratocone: Alterao degenerativa da crnea que a deixa muito fina,
assumindo a forma de um cone. Essa forma irregular assumida pela crnea
resulta na distoro da imagem percebida e em grau elevado de astigmatismo
que no pode ser corrigido com culos. Geralmente usam-se lentes acrlicas ou
outros tipos especiais para a correo. Pode ser detectada pelo oftalmo que
far o laudo, sendo esta a nica forma de a banca saber dessa alterao.
Leses retinianas, incluindo aretinopatia diabtica: o edital aqui inclui leses
significativas na retina, que podem causar problemas funcionais. A retinopatia
diabtica causada como efeito do diabetes e se manifesta quando os vasos
sanguneos da retina se alteram e desenvolvem pequenos derrames, podendo
causar reduo e desfoque de viso.
Glaucoma crnico com alteraes papilares e(ou) no campo visual, mesmo
sem reduo da acuidade visual: O glaucoma definido como uma neuropatia
ptica crnica, progressiva, caracterizada por alteraes tpicas no nervo ptico
e na camada de fibras nervosas da retina, levando ao desenvolvimento de
defeitos caractersticos no campo visual, que em seu estgio mais avanado,
pode levar cegueira irreversvel. O glaucoma pode ser detectado pela alta
presso intraocular e, principalmente, pelas perdas visuais em algumas regies
dos olhos, o que pode ser detectado pela campimetria digital. Quando a pessoa
percebe a baixa visual, a leso j extremamente grave. De modo geral, a perda
da viso progressiva e lenta, mais perifrica do que central, mas a pessoa
continua enxergando e ser aprovada normalmente no teste de acuidade
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visual. preciso muita sensibilidade para perceber o comprometimento em


determinada rea do campo visual, quando a rea central no est prejudicada.
Em resumo, o glaucoma s ser detectado se estiver em um estgio
significativo, que causar perdas perceptveis na campimetria.
Doenas neurolgicas ou musculares: outra previso com excesso de
generalidade do edital. Diante dessa generalidade, deve-se usar os cinco
critrios de eliminao constantes do edital. Esse tipo de alterao apenas
pode ser detectada pelos testes feitos pelo oftalmo e somente sero
conhecidas, obviamente, se constar em algum dos resultados desses exames.
Na prtica, uma previso genrica da banca apenas para tentar se precaver de
alguma doena que no pensaram especificamente na hora que fizeram o
edital.
Discromatopsia completa: Discromatopsia a perda do senso cromtico,
sendo a discromatopsia congnita o daltonismo, que j comentamos. Como o
edital j prev a reprovao por erros nos teste completo de Ishihara, temos
mais uma previso desnecessria no edital, que demonstra falta de cuidado na
elaborao dessa lista de doenas.

4 Alteraes na boca, nariz, laringe, faringe, traqueia e esfago: destacam-se os


problemas de desvio de septo acentuados e os problemas de fonao, que so os
casos mais comuns. Entre os casos tratados pelo edital, temos:

Anormalidades estruturais congnitas ou no, com repercusso funcional:


mais uma vez a banca usa um critrio amplo, para tentar se precaver de todas
as situaes possveis. Na prtica, esses tipos de previso nada mais so do que
reafirmar os cinco critrios balizadores da avaliao mdica para os rgos em
questo (ou seja, so condies incapacitantes aquelas incompatveis com o
cargo pretendido, potencializadas com as atividades a serem desenvolvidas,
determinante de frequentes ausncias, capazes de gerar atos inseguros que
venham a colocar em risco a segurana do candidato ou de outras pessoas e
potencialmente incapacitante a curto prazo). Em minha opinio, uma tcnica
regulamentar pobre, que demonstra precauo demasiada e uma tentativa de
abrir a chance de reprovar os candidatos, que pode se tornar ilegal se aplicada
nos seus extremos.
Desvio acentuado de septo nasal, quando associado repercusso funcional:
O desvio de septo pode ser um distrbio congnito ou manifestar-se na
infncia, durante o desenvolvimento dos ossos da face. Ou, ento, resultar de
processos inflamatrios, infecciosos ou alrgicos crnicos ou cirurgia. Pode,
ainda, ser provocado por traumatismos. A pessoa fere o nariz numa queda,
num acidente automobilstico ou ao praticar esportes, por exemplo. Desvios de
septo s representam problema, quando a alterao impede o nariz de realizar
suas funes no sistema respiratrio. O desvio de septo pode ser assintomtico
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ou provocar graus variados de obstruo nasal e, como consequncia, reteno


das secrees, rinossinusite crnica e sangramentos. Respirao pela boca,
dificuldade para dormir, apneia do sono, roncos, cansao, dores de cabea e na
face so outros sintomas que podem estar associados ao desvio do septo.
Somente o otorrino pode identificar o desvio de septo e se ele registrar que o
desvio leve, o candidato no ter problemas. Na prtica, para ser reprovado
por desvio de septo apenas se o otorrino registrar esse problema no laudo,
como sendo acentuado e causador de problemas de respirao. um tanto
questionvel esse item do edital, ainda mais quando o desvio de septo pode ser
corrigido facilmente com cirurgia.
Mutilaes, tumores, atresias e retraes: Mutilao e tumor so dois termos
de amplo conhecimento. Atresia o termo usado para descrever a condio na
qual um rgo est ausente ou anormalmente fechado. Retrao indica a
condio em que o rgo anormalmente diminudo. O que esse item do edital
quer dizer que qualquer malformao ou defeito em um dos rgos do item
(boca, nariz, faringe, laringe e esfago) que cause problemas funcionais
relevantes (como dificuldade de respirao, por exemplo) um condio
incapacitante. Tirando os casos facilmente visveis e aqueles que causam
alteraes perceptveis, somente se o otorrino registrar a alterao para a
banca saber da condio.
Fstulas congnitas ou adquiridas: Fstula uma patologia causada pela
conexo entre um rgo ou de um vaso sanguneo com outra estrutura que
normalmente no esto conectados. Geralmente so resultado de leso,
doena ou cirurgia e causam srio transtorno. No caso em questo, temos, por
exemplo, as fstulas entre traqueia e esfago. Existem diversos tipos de fstulas
e at mesmo elas pode ser provocadas por motivos teraputicos. Portanto,
somente os casos que causem problemas funcionais (os j tradicionais cinco
critrios do edital) so levados em considerao.
Infeces crnicas ou recidivantes: A inflamao crnica aquela de
prolongada durao, de semanas a meses, na qual a inflamao ativa,
destruio tecidual e tentativas de reparao esto ocorrendo
simultaneamente. Embora possa suceder a inflamao aguda, a crnica
geralmente comea de maneira insidiosa, como uma resposta de baixo grau,
latente e muitas vezes assintomtica. Infeces recidivantes so aquelas que
cessam e voltam de tempos em tempos (acontece uma recidiva). Esse item
muito aberto tambm e precisa ser interpretado no sentido de causar perdas
funcionais, o que no seria o caso de uma simples sinusite, por exemplo. Tais
condies s sero observadas pelo otorrino, em regra.
Deficincias funcionais na mastigao, respirao, fonao e deglutio: outro
item que merece a crtica por sua ilegal abrangncia. A banca deveria fechar
mais esse item, sob pena de cair em ilegalidade se no observar os conceitos de
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adequao ao cargo na anlise. Destaque para a questo de deficincias


funcionais na fonao, que o caso de candidatos mudos, que em termos do
edital, deveriam ser eliminados. Mas, novamente, fica o critrio demasiado
aberto, pois poderia ser questionado se os casos de gagueira seriam
incapacitantes para o servio, por exemplo, quando conhecido que existem
profissionais na ativa no cargo que possuem tal problema. Enfim, essa a
previso no edital. Algumas deficincias prevista, como as de mastigao, por
exemplo, no so identificveis pelos exames, exceto se causarem outras
alteraes fisiolgicas.
5 Alteraes na pele e tecido celular subcutneo: essas alteraes so detectadas
apenas na avaliao mdica da banca do concurso, na qual o candidato deve ficar nu,
em regra, e ser examinado pelo mdico. No h exames complementares para esse
grupo de doenas. Como sempre, e no demais observar, o guia para entender
quando a alterao incapacitante analisa-la pelos cinco critrios do edital (ou seja,
so condies incapacitantes aquelas incompatveis com o cargo pretendido,
potencializadas com as atividades a serem desenvolvidas, determinante de frequentes
ausncias, capazes de gerar atos inseguros que venham a colocar em risco a segurana
do candidato ou de outras pessoas e potencialmente incapacitante a curto prazo). So
listadas nessa srie:

Infeces bacterianas ou micticas crnicas ou recidivantes: como j


comentado antes, infeces crnicas so aquelas que se prolongam por muito
tempo e recidivantes aquelas que se manifestam de tempos em tempos. Para
gerar inadequao ao cargo, essa infeco deve ser de grande monta, capaz de
produzir problemas funcionais.
Micoses profundas: As micoses profundas, ao contrrio das superficiais,
invadem preferencialmente a derme e/ou a hipoderme, e, tambm com certa
frequncia, os rgos internos. Geralmente essas doenas fazem com que o
corpo produza anticorpos, que podem causar alteraes nos exames de
sangue. Embora previsto no edital, difcil enxergar um caso em que a simples
micose, mesmo que profunda, possa ser o fator de reprovao por si prpria, j
que o causaria alteraes incapacitantes seriam as consequncias nos rgos
internos, a serem aferidas por exames prprios.
Parasitoses cutneas extensas: Inmeros parasitas podem acometer a pele,
porque encontram nela nicho favorvel para sobreviver. Os mais comuns so
os caros que provocam a escabiose, popularmente conhecida como sarna;
dois tipos de piolhos, que proliferam no couro cabeludo ou em outras reas do
corpo humano; a fmea de uma espcie de pulga responsvel pelo bicho do p,
to prevalente nas cidades do interior; o bicho geogrfico cuja infestao
ocorre em solos contaminados pelas fezes de ces e gatos, e o berne. Porm,
no so essas alteraes, obviamente, motivo de reprovao, mas, novamente,
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apenas aquelas que cheguem a causar alteraes relevantes na sade.


Dificilmente algum reprovado por conta de uma doena como essa, ainda
porque h tempo para fazer o tratamento antes do exame mdico.
Eczemas alrgicos cronificados ou infectados: O eczema, tambm conhecido
como dermatite, uma inflamao aguda ou crnica na pele que gera sintomas
como coceira, inchao e vermelhido, podendo ser causado por uma alergia.
Somente as formas crnicas e de amplo dano pelo podem ser questo de
inaptido. Novamente, somente a avaliao clnica pela banca detectar essa
classe de alteraes.
Expresses cutneas das doenas autoimunes: As patologias autoimunes tm
frequentemente expresso na pele. De fato, a partir da observao da pele,
mucosas, unhas ou cabelos podem ser detectadas manifestaes de doenas
autoimunes to diversas, como o lpus (discide, subagudo, sistmico), artrite
reumatide, dermatomiosite, esclerodermia (cutnea ou sistmica), doenas
bolhosasauto-imunes (pnfigo, penfigoidebolhoso, etc), vitiligo, doena de
Behcet, sndrome de Reiter, sndrome de Sjgren, vasculites, livedo reticular,
etc. Novamente, no desnecessrio fazer a observao de que o exame
clnico pode detectar essas alteraes e a observao que apenas se houver
problemas reais funcionais que se pode falar em inaptido (sendo, por
exemplo, ilegal, em minha opinio, reprovar algum por ter vitiligo, por
exemplo, se nenhum dano a sade isso causa).
Ulceraes, edemas ou cicatrizes deformantes que podero vir a
comprometer a capacidade funcional de qualquer segmento do corpo: no
esprito de todas as explicaes que j colocamos, fica claro a teleologia dos
itens do edital, no sentido de que apenas cicatrizes, edemas e ulceraes que
causem problemas funcionais (como dificuldades de movimentao, por
exemplo) so motivos para inaptido.
Hansenase: A hansenase, tambm conhecida pelo j estigmatizado nome de
lepra, uma doena infecciosa e contagiosa causada por um bacilo denominado
Mycobacterium leprae. A hansenase no hereditria e sua evoluo depende
de caractersticas do sistema imunolgico da pessoa que foi infectada. O edital
prev a doena em termos absolutos, mas, novamente, tal previso carente
de base legal, visto que a doena apresente cura e em alguns casos sequer se
manifesta. Assim, somente os casos extremos (como nos casos de hansenase
vichowiana), em que h diminuio da fora muscular justificariam a
reprovao por essa doena.
Psorase grave com repercusso sistmica: Psorase uma doena inflamatria
da pele, crnica, no contagiosa, multignica (vrios genes envolvidos), com
incidncia gentica em cerca de 30% dos casos. Caracteriza-se por leses
avermelhadas e descamativas, normalmente em placas, que aparecem, em
geral, no couro cabeludo, cotovelos e joelhos. A doena no tem cura, mas tem
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tratamento. Apenas os casos graves, com repercusso sistmica, ou seja,


aquelas que causam problemas em outras partes do corpo que so motivo
para incapacidade, a se julgar o caso em concreto. H jurisprudncia ampla no
sentido da no possibilidade de reprovao do candidato com psorase, exceto
nos casos em que se comprova a leso sade de forma extensiva e clara.
Eritrodermia: afeo cutnea caracterizada por rubor difuso da pele, por vezes
com bolhas, seguida de descamao. Pode ser congnita ou adquirida e, neste
ltimo caso, devida a leucemia, infeo, intoxicao medicamentosa, psorase,
etc. Somente os casos que levem a inaptido, nos termos dos cinco critrios do
edital podem ocasionar problemas para o concurso.
Prpura: Prpura uma condio em que h extravasamento de sangue para a
pele ou mucosas, ocasionando manchas arroxeadas indolores, de tamanhos
variveis. Se essas manchas forem muito pequenas e em grande nmero so
chamadas petquias e quando maiores so ditas equimoses. Existem prpuras
ditas trombocitopnicas, em que h diminuio das plaquetas - tambm
chamadas de trombcitos - (clulas sanguneas que iniciam o processo de
coagulao do sangue, fechando as pequenas hemorragias) e prpuras notrombocitopnicas, em que no h diminuio das plaquetas. Embora,
novamente, o edital faa previso genrica, somente os casos extremos em que
h perdas funcionais, verificveis, em regra, pelo hemograma, que pode ser
considerados casos de possvel reprovao, a serem verificados pelo mdico da
banca.
Pnfigo (em todas as formas): tambm conhecido popularmente como fogo
selvagem, uma doena autoimune. A primeira manifestao clnica o
aparecimento de bolhas cheias de lquido, intraepidrmicas, de dimetros
diferentes, primeiro nas membranas mucosas da boca, vagina e pnis, ou na
pele do trax, rosto e couro cabeludo, mas que depois se espalham pelo corpo
todo. Quando essas bolhas se rompem, surgem no local feridas em carne viva
que podem ocupar grandes reas e servem de porta de entrada para infeces.
Pnfigo uma doena grave que, no tratada a tempo, pode levar morte. A
doena pode ser detectada pelas leses que causa na pele, durante o exame
clnico.
lcera de estase, anmica, microangioptica, arteriosclertica e neurotrfica:
uma srie de doenas relacionadas. Dermatite e lceras de estase, ou
simplesmente dermatite de estase, uma inflamao na pele causada por
acmulo de sangue nas veias das pernas. Esse acmulo recebe o nome de
insuficincia venosa ou estase venosa. Nos estgios avanados pode causar
fortes dores na panturrilha. A chamada lcera anmica aquela causada nos
membros inferiores, geralmente, pela anemia falciforme. Os demais tipos de
ulceraes citadas, quais seja, microangioptica, arterioesclertica e
neurotrfica variam em funo de sua origem. Em todos os casos, a grosso
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modo, o que se tem em mente so lceras, vulgarmente feridas, da pele, que


possam causar leses significativas, com perdas funcionais. A presena dessa
alterao verificada no momento do exame clnico e, a juzo do mdico
avaliador, ensejar a realizao de exames complementares extras.
Colagenose lpus eritematoso sistmico, dermatomiosite, esclerodermia: A
colagenose um grupo de doenas autoimune relacionadas produo
excessiva ou deficiente das fibras de colgeno que podem atingir vrios rgos
e sistemas como pulmo, vasos sanguneos e tecidos linfticos, por exemplo. As
doenas citadas no item so os casos dessa alterao que a banca considerou
como relevantes para a constatao da incapacidade para o cargo. Lpus
eritematoso sistmico apresenta-se em duas formas, uma cutnea (benigna) e
outra visceral (maligna). A forma cutnea atinge somente a pele, mas as leses
so de difcil regresso. Acomete principalmente mulheres entre os 30 e 40
anos de vida. Na esclerodermia sistmica predominam os processos
proliferativos sobre os exsudativos e normalmente de curso crnico. Sofre
uma ntida influncia de emoes reprimidas e mais comum em mulheres
excessivamente tmidas e emotivas. Dermatomiosite uma doena
inflamatria que atinge a pele e os msculos. Tem uma incidncia um pouco
maior no sexo feminino, sendo comum na infncia. Ascolagenoses costumam
apresentar-se com manifestaes cutneas isoladas ou associadas a sintomas
sistmicos. No lpus eritematoso, por exemplo, a apresentao varia de
simples manchas cutneas discoides at formas viscerais, potencialmente
fatais, como o acometimento dos rins e do sistema nervoso central. Logo, a
presena dessa doenas deve ser avaliada caso a caso para o diagnstico da
inaptido ou no para o cargo.
Paniculite nodular eritema nodoso: Paniculites so doenas caracterizadas
por inflamao do tecido adiposo subcutneo. Esses mltiplos ndulos
subcutneos macios e recorrentes que podem se tornar progressivamente mais
escura e graves. Entre essas paniculites, escolheu o avaliador como citao de
situao incapacitante o eritema nodoso. Eritema nodoso uma inflamao
dermatolgica, caracterizada pelo aparecimento de ndulos dolorosos sob a
pele. O nmero de ndulos pode variar entre 5 e 50 e geralmente aparecem na
parte inferior das pernas e nos braos, com a colorao avermelhada. O
eritema nodoso considerado um sintoma de algumas doenas, como a
hansenase, a tuberculose e a colite ulcerativa, mas tambm pode ser causado
por uma reao alrgica a determinados medicamentos. A doena pode ser
grave, causando cansao e dor nas articulaes. Como anteriormente dito,
somente casos graves e verificados de maneira adequada ao sistema
administrativo brasileiro, no qual vale o contraditrio e o devido processo legal,
podem ensejar incapacitao para o cargo.

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Neoplasia maligna: Vulgarmente, conhecida como tumor (embora no seja a


correta descrio), a neoplasia uma proliferao anormal do tecido, que foge
parcial ou totalmente ao controle do organismo e tende autonomia e
perpetuao, com efeitos agressivos sobre o hospedeiro. As neoplasias
malignas (popularmente, cncer) compreendem um grupo de doenas
caracterizadas pelo desenvolvimento incontrolado de clulas anormais que se
disseminam, podendo acometer outros rgos, a partir de um stio anatmico
primitivo. Aqui, parece que o que se tem em mente so os casos de cncer de
pele. De qualquer forma, mesmo em casos assim deve prevalecer o estudo caso
a caso, diante dos critrios de adequao ao cargo e aptido para o exerccio
contnuo e saudvel da funo de policial.

6 Alteraes no sistema pulmonar: aqui destaca-se apenas a tuberculose (desde que


nos termos descritos abaixo). Em regra, essas alteraes so detectadas nas
radiografias do trax e na espirometria. As radiografias do trax, portanto, devem ser
normais, sem alteraes, excetuando-se alteraes de pouca significncia e
desprovidas de potencial para agravamento ou perda funcional. Assim, so condies
que podem gerar incapacitao para o cargo nesse grupo:

Doena pulmonar obstrutiva crnica (DPOC): DPOC (doena pulmonar


obstrutiva crnica) um espectro de doenas que inclui a bronquite crnica
(estreitamento das vias areas e paralisao da atividade dos clios) e o
enfisema (danos irreversveis nos alvolos).O cigarro responsvel pela
imensa maioria dos casos. A constante exposio a elementos irritantes, como
poeira, poluentes do ar e vapores qumicos, tambm pode contribuir para o
aparecimento da doena. A DPOC uma doena insidiosa de instalao lenta.
Geralmente, o primeiro sintoma uma discreta falta de ar (dispneia) associada
a esforos como subir escadas, andar depressa ou praticar atividades
esportivas. Com o passar do tempo, a falta de ar vai se tornando mais intensa e
provocada por esforos cada vez menores. Nas fases mais avanadas, a falta
de ar se manifesta mesmo com o doente em repouso e agrava-se muito diante
das atividades mais corriqueiras. A alterao pode ser detectada pela
espirometria. Pela melhor exegese do edital, os casos mais avanados da
doena so causas de incapacitao, posto que nestes casos o nico
tratamento mdico capaz de aumentar a sobrevida dos portadores da doena
a oxigenioterapia e o paciente tem sua vida abreviada.
Tuberculose ativa pulmonar e em qualquer outro rgo: A tuberculose
causada pelo Mycobacterium tuberculosis, tambm conhecido como bacilo de
koch.A tuberculose pulmonar a forma mais frequente e generalizada da
doena. Porm, o bacilo da tuberculose pode afetar tambm outras reas do
nosso organismo, como, por exemplo, laringe, os ossos e as articulaes, a pele
(lpus vulgar), os glnglios linfticos (escrfulo), os intestinos, os rins e o
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sistema nervoso. As tuberculoses ativas so caracterizadas pela presena do


Mycobacterium tuberculosis ao exame direto e/ou cultura de qualquer
secreo ou material colhido para exame em amostras diferentes e podem ser
caracterizadas pela radiografia como tal. A deteco da tuberculose como ativa
motivo comum para afastamento de servidores, de forma que a deteco no
concurso motivo para reprovao.
Sarcoidose: A sarcoidose uma doena autoimune na qual ocorre a
inflamao de diferentes rgos e tecidos do corpo humano ao mesmo tempo,
como gnglios linfticos, pulmes, fgado, olhos, pele, entre outros. Em termos
mdicos, a sarcoidose uma doena glanulomatosa, ou seja, uma forma de
inflamao crnica que o organismo pode desenvolver em resposta agresso
de diversos agentes. Se a doena j estiver avanada, pode ser detectada pela
espirometria. Nos estgios iniciais pode ser assintomtica e no ser detectada
pela banca. Somente os casos mais graves so, de qualquer forma, motivo
suficiente para incapacidade para o cargo.
Pneumoconiose:A pneumoconiose uma doena respiratria causada pela
inalao de substncias qumicas, como silicose, alumnio, grafite ou asbestos,
que provocam tosse frequente ou dificuldade para respirar, por exemplo.
Geralmente, a pneumoconiose afeta indivduos que esto constantemente em
locais de trabalho com muita poeira, como minas de carvo, fbricas
metalrgicas ou obras de construo e, por isso, considerada uma doena
ocupacional. A doena pode ser detectada na radiografia de trax. Casos mais
graves so motivos de inaptido, mas no todos os casos, sendo, como
sempre, necessrio analisar a doena em termos das condies incapacitantes
do edital. Como curiosidade, pertence a esse grupo a doena
Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose, pequena palavra que ganhou
destaque por ser tida como a maior palavra da lngua portuguesa
dicionarizada, ganhando de anticonstitucionalissimamente. Essa foi apenas
para descontrair, depois de falar de tantas doenas.
Tumores malignos do pulmo ou pleura: os cnceres de pulmo e pleura,
grosso modo. O cncer de pulmo um tumor caracterizado pela quebra dos
mecanismos de defesa naturais do pulmo, a partir de estmulos
carcinognicos ao longo dos anos, levando ao crescimento desorganizado de
clulas malignas. O cncer de pulmo um tumor maligno que pode pegar
desde a traqueia at a periferia do pulmo. uma das principais causas de
morte entre as neoplasias no Brasil, com 18 mil casos novos em 2012, sendo a
principal causa de morte por cncer entre homens e segunda causa entre as
mulheres. Certamente , portanto, uma doena grave e um caso de inaptido
e de real preocupao com a sade. Pode ser detectado o cncer pela
radiografia, at mesmo em estgios iniciais.

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7 Alteraes no sistema cardiovascular: so as doenas desse grupo facilmente


descobertas, por conta da necessidade de o candidato se submeter a
eletrocardiograma e, principalmente, ao ecocardiograma bidimensional por Doppler,
que so exames bastante precisos. O caso mais comum de hipertenso, que costuma
causar dor de cabea a alguns candidatos. Sem mais delongas, vamos s alteraes
citadas no edital:

Doena coronariana: A doena coronariana o resultado da formao de


placas de aterosclerose, que so placas de tecido fibroso e colesterol, que
crescem e acumulam-se na parede dos vasos a ponto de dificultar ou mesmo
impedir a passagem do sangue. O crescimento desta leso pode ser acelerado
por fumo, presso alta, colesterol sanguneo elevado e diabete. A doena
mais frequente medida que envelhecemos, mas no uma consequncia
natural do envelhecimento. Quando o entupimento da artria pela
aterosclerose envolve mais de 50 a 70% do seu dimetro, o fluxo sanguneo
torna-se insuficiente para nutrir a poro do corao irrigada por aquela
artria doente, especialmente quando a necessidade de oxignio maior,
como durante exerccio fsico. A irrigao inadequada de uma determinada
regio, levando-a ao sofrimento e expondo aquele tecido ao risco de morrer
denomina-se isquemia. A isquemia, se prolongada, pode provocar a morte do
tecido e este fenmeno se denomina infarto. Logo, os casos mais avanados da
doena so graves e causam a incapacitao no exame mdico. Os casos
iniciais, porm, podem ser facilmente tratados e no devem ser encarados
como condies incapacitantes, nos termos do edital.
Miocardiopatia: Miocardiopatia que literalmente quer dizer doena do
msculo do corao a deteriorao da funo do miocrdio (o msculo do
corao) por alguma razo. Pessoas com miocardiopatia esto sempre
sofrendo o risco de uma arritmia ou morte cardaca sbita ou ambos.
Hipertenso arterial sistmica, no controlada ou com sinais de repercusses
em rgo alvo: Grosso modo, a famosa presso alta. No , porm, qualquer
sinal de presso alta que condio incapacitante, mas apenas os casos mais
graves, nos quais a presso alta est descontrolada e prxima de causar outros
problemas de sade, ou que j os est causando (as repercusses em rgos
alvos do edital). A hipertenso pode ser dividida em trs estgios, definidos
pelos nveis de presso arterial. Esses nmeros, somados a condies
relacionadas que o paciente venha a ter, como diabetes ou histrico de AVC,
determinam se o risco de morte cardiovascular do paciente leve, moderado,
alto ou muito alto. Alm disso, quanto mais alta a presso arterial, maior a
chance de o paciente precisar usar medicamentos. O diagnstico de
hipertenso feito pela medida da presso, que ser feita pelo cardiologista
para o laudo, e tambm pelo mdico da banca avaliadora. Se o valor medido
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for igual ou maior do que 14 por 9 (140 mmHg x 90mmHg), j um motivo


para preocupao. Geralmente, porm, h candidatos que ficam nervosos no
momento do exame clnico e ficam com a presso alterada. Assim, o mdico
costuma fazer mais de uma medida da presso. Se, porm, na segunda medida
a presso continuar alta, provavelmente o candidato ficar reprovado
preliminarmente na avaliao mdica e ter que fazer um teste conhecido
como monitorizao ambulatorial da presso arterial (MAPA), com um
aparelho que efetua medidas de seus valores por 24 horas ao longo das
atividades cotidianas e durante o sono.
Cardiopatia congnita, ressalvada a comunicao interatrial (CIA), a
comunicao interventricular (CIV) e a persistncia do canal arterial (PCA)
desde que corrigidas cirurgicamente, e a presena de valva artica bicspide,
desde que no esteja associada a repercusso funcional: item extenso.
Trocando em midos, cardiopatia um termo geral que pode ser usado no
sentido que englobe todas as doenas do corao. Porm, o item se refere a
doenas congnitas, ou seja, aquelas presentes na estrutura do corao
mesmo antes do nascimento. O edital ressalva algumas dessa doenas, porm,
como sendo no incapacitantes, o que era esperado, por serem condies que
no causam perdas funcionais e nem maiores preocupaes sade. Apesar
da dupla negativa (desde que no no esteja, sic), erro de ateno da banca
nesse item, somente as doenas congnitas que causem perdas funcionais e
a respeito das quais certamente o candidato j tem conhecimento -, so
motivos para reprovao.
Valvulopatia adquirida, ressalvado o prolapso de valva mitral que no esteja
associado a repercusso funcional: A valvulopatia uma doena na qual uma
ou mais vlvulas cardacas no funcionam apropriadamente. O corao tem
quatro vlvulas: tricspide, pulmonar, mitral e artica. Essas vlvulas tm abas
que abrem a fecham em cada batimento cardaco. Essas abas fazem com que o
sangue flua na direo correta atravs das quatro cmaras cardacas e para o
resto do corpo. Valvulopatia adquirida geralmente envolve as vlvulas artica
ou mitral. Embora a vlvula seja normal a princpio, doena pode causar
problemas com o decorrer do tempo. O edital faz a ressalva, como j seria o
caso mesmo que no fosse citado, que h necessidade de repercusso
funcional para essas doenas serem causas de reprovao, o que no o caso
dos prolapsos da valva mitral, em regra, por exemplo.
Pericardite crnica: A pericardite uma inflamao do pericrdio, uma espcie
de bolsa que envolve o corao. O pericrdio tem como funo manter o
corao em sua posio e impedir que ele se encha de sangue alm de sua
capacidade. Para a maioria dos casos leves de pericardite, o repouso e o uso de
medicamentos vendidos sem necessidade de prescrio mdica, como
analgsicos, podem ser usados para aliviar a dor causada pela doena. Os
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casos crnicos, porm, aqueles prolongados e que causam repercusses,


podem ser motivos incapacitantes.
Arritmia cardaca complexa e(ou) avanada: Em condies normais, o corao
bate entre 60 e 100 vezes por minuto. Em pessoas que se exercitam
rotineiramente ou que recebem medicamentos para diminuir o ritmo cardaco,
a frequncia pode cair para 55 batimentos por minuto. Valores de batimentos
fora dessas faixas so as chamadas arritmias. Batimentos acima dos valores
normais so chamados de taquicardia, enquanto batimentos abaixo do normal
so chamados de bradicardia. As arritmias so causadas por distrbios na
conduo dos impulsos eltricos que coordenam os batimentos do corao.
So casos incapacitantes as arritmias cardacas complexas, como a taquicardia
ventricular e a fibrilao ventricular, que podem levar morte em casos de
realizao de atividades fsicas e os casos avanados, que so aqueles nos
quais a doena provoca perdas funcionais.
Linfedema: Linfedema, mais popularmente conhecido como inchao crnico,
uma tumefao de algum rgo do corpo, decorrente da perturbao ou
obstruo na circulao linftica. Consiste em um acmulo do fluido linftico
no tecido intersticial, o que causa edema, mais frequente em braos e pernas,
quando os vasos linfticos esto prejudicados. Olinfedema pode ser
diagnosticado pela observao dos sintomas. No entanto, alguns exames
podem ser necessrios no s para confirmar o diagnstico. Com tratamento,
a doena pode ser minimizada, de forma que no se pode enxergar a previso
editalcia como sendo absoluta, mas sim, como sempre, harmoniz-la com as
balizas colocadas na anlise da capacidade funcional.
Fstula arteriovenosa: Como j comentado anteriormente, fstula uma
patologia causada pela conexo entre um rgo ou de um vaso sanguneo com
outra estrutura que normalmente no esto conectados. No caso da fstula
arteriovenosa, temos uma comunicao anmala entre uma artria e uma
veia. Normalmente, o sangue flui das artrias para os capilares e depois para
as veias. Porm, quando existe uma fstula arteriovenosa, o sangue flui
diretamente de uma artria para uma veia, sem passar pelos capilares. Uma
pessoa pode nascer com uma fstula arteriovenosa (fstula congnita) ou ento
esta pode aparecer depois do nascimento (fistula adquirida). As fstulas
arteriovenosas congnitas no so frequentes. As adquiridas podem ser
causadas por qualquer ferida que lesione uma artria e uma veia que se
encontram juntas. O mais habitual que se trate de uma ferida penetrante
causada por arma branca ou de fogo. A fstula pode aparecer imediatamente
ou desenvolver-se em poucas horas. A zona pode inchar rapidamente caso se
escape sangue para os tecidos circundantes. A previso dessa alterao no
pode ser encarada como absoluta, pois a criao de fstulas arteriovenosas
pode ser at um recurso teraputico. Logo, apenas as fstulas que causem
100

101

problemas funcionais so casos de incapacitao, aps a anlise de cada caso


em especfico.
Angiodisplasia: Angiodisplasia uma malformao vascular, podendo aparecer
em qualquer orgo. Podem ser arteriais, venosas e linfticas. O tipo de
complicao e o tratamento depende da localizao da angiodisplasia, que
ser o que determinar se caso de inadequao ou no para o cargo.
Arteriopatia oclusiva crnica arteriosclerose obliterante, tromboangete
obliterante, arterites: D-se o nome de arteriopatia a qualquer doena nas
artrias. Nas arteriopatias oclusivas, as artrias so obstrudas impedindo o
fluxo de sangue. As doenas em que isso ocorre, como exemplificado pelas
doenas citadas no item, so casos de inaptido, quando crnicos e causadores
de repercusses funcionais.
Arteriopatia no oclusiva aneurismas, mesmo aps correo cirrgica:
neste item, tem-se em mente as alteraes nas artrias que no so oclusivas,
ao contrrio do item anterior, ou seja, aquelas que no so caracterizadas pela
obstruo do fluxo de sangue. Dentre dessa classe, citado o aneurisma,
caracterizado pela dilatao anormal de um vaso sanguneo causado pelo
enfraquecimento das paredes do vaso, por trauma ou por doena vascular,
que podendo ocorrer basicamente em qualquer vaso sanguneo. A previso do
edital parece extensa demais, pois h casos de aneurismas que sequer causam
sintomas. Assim, os aneurismas que o edital parece prever so aqueles graves,
como alguns casos de aneurismas da aorta, que podem levar a hemorragia
interna se houver o rompimento. A previso de que mesmo aps correo
cirrgica trata-se de condio incapacitante me parece ilegal, pois se a
correo foi feita de forma a evitar problemas funcionais e no houve grandes
riscos de a doena se desenvolver em mdio prazo, no h porque reprovar
algum. Mais uma vez o avaliador se mostra por demais cauteloso,
esbarrando, porm, em seu receio na ilegalidade, ferindo o princpio do livre
acesso a cargos pblicos.
Arteriopatia funcional doena de Raynaud, acrocianose, distrofia simptico
reflexa: nessas lista de doenas das artrias, temos aquelas caracterizadas por
alteraes transitrias, intermitentes, da colorao da pele das extremidades,
acompanhadas por modificaes da temperatura e da sensibilidade. Elas so
decorrentes de espasmos das artrias, em regra. Todas as doenas citadas
esto dentro desse grupo. O fenmeno de Raynaud, por exemplo, uma
condio na qual ocorre um exagero na resposta temperatura fria. As
manifestaes clnicas do fenmeno de Raynaud so causadas pela
vasoconstrio (estreitamento) dos vasos sanguneos (artrias e arterolas),
que resulta na reduo do fluxo sanguneo para a pele (isquemia), enquanto a
cianose (arroxeamento da pele) causada pela diminuio da oxigenao nos
pequenos vasos sanguneos (arterolas e capilares) da pele. A pele fica fria e
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102

gera uma rea empalidecida bem demarcada ou uma cianose em dedos de


mos e ps. Algumas pessoas tambm sentiro a pele plida e fria em orelhas,
nariz, face, joelhos, e qualquer rea exposta. A previso desse grupo de
doenas no edital mais uma vez despropositado. Em primeiro lugar, porque
no detectado nos exames exigidos esses tipos de doenas. Em segundo
lugar, porque alguns casos so de pouca seriedade e facilmente contornveis.
Sndrome do desfiladeiro torcico: A Sndrome do Desfiladeiro Torcico (SDT)
ocorre devido compresso neurovascular. E o que isso significa? Quer dizer
que nervos (neuro) e vasos sanguneos (vascular) so comprimidos causando
sintomas. Por ser uma sndrome, pode-se dizer que existem diferentes causas
que levam a esse mesmo quadro, e uma somatria de diferentes sintomas.
Mas a quais nervos e vasos se refere essa sndrome? Ela se refere s estruturas
presentes no chamado desfiladeiro torcico, que a regio entre a primeira
costela e a clavcula - esta pode ser palpada do ombro ao centro do corpo, em
ambos os lados do pescoo. A tambm se encontram os msculos escalenos e
o msculo peitoral. Mais uma condio prevista despropositadamente, j que
a sndrome pode ser ocasionada por diferentes situaes e, em regra, pode ser
curada com tratamento adequado.

8 Alteraes no abdome e trato intestinal: as alteraes mais significativas aqui so


as doenas hepticas a pancreticas, alm da hrnia, que podem causar alguma
dvida, devido grande extenso desse termo. Algumas alteraes so detectadas
pelo mdico da banca no exame clnico, algumas pelos exames de sangue e outras pela
ecografia de abdmen. As alteraes nesse grupo so:

Hrnia da parede abdominal com protuso do saco hernirio inspeo ou


palpao: Hrnia o escape parcial ou total de um ou mais rgos por um
orifcio que se abriu por m formao ou enfraquecimento nas camadas de
tecido protetoras dos rgos internos do abdome. As hrnias abdominais se
manifestam como abaulamentos na parede abdominal, contendo estruturas
que saem de dentro de sua cavidade. O contedo das hrnias que atravessa a
musculatura da parede abdominal constitudo, habitualmente, por alas
intestinais, especialmente de intestino delgado que muito mais mvel do que
o intestino grosso. Esse contedo envolvido por um saco hernirio revestido
externamente por pele e internamente por peritnio, que a delgada lmina
de tecido que recobre a cavidade abdominal internamente. No existe uma
causa evidente para o surgimento de uma hrnia. Algumas so resultado de
levantar muito peso. Elas podem estar presentes na pessoa desde o
nascimento, mas a protuberncia pode ser imperceptvel por muitos anos.
Segundo o edital, basta a hrnia estar suficientemente desenvolvida, de forma
a ser percebida na apalpao pelo mdico da banca no momento do exame
clnico, para que seja motivo de incapacitao. De fato, o mdico da banca far
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103

esse exame no dia do exame clnico. Porm, essa previso se mostra


desproporcional, tendo em conta as questes de capacidade para o exerccio
do cargo, de forma que no pode ser qualquer hrnia abdominal que reprove,
at porque essa condio pode ser resolvida por cirurgia. Para evitar
problemas, porm, se possui uma hrnia faa a cirurgia para a correo.
Visceromegalias: o aumento do tamanho dos rgos internos do abdmen,
tais como fgado, bao, estmago, rins e pncreas. Geralmente, faz com que o
abdmen fique com inchao. No propriamente uma doena, mais um
sintoma. Dessa forma, deve ser analisado o caso concreto diante dos cinco
critrios de adequao ao cargo (ou seja, so condies incapacitantes aquelas
incompatveis com o cargo pretendido, potencializadas com as atividades a
serem desenvolvidas, determinante de frequentes ausncias, capazes de gerar
atos inseguros que venham a colocar em risco a segurana do candidato ou de
outras pessoas e potencialmente incapacitante a curto prazo).
Formas graves de esquistossomose e de outras parasitoses (como por
exemplo: doena de Chagas, Calazar, malria, amebase extraintestinal): aqui
a banca explicita que as doenas citadas devem estar em suas formas graves,
algo que j est implcito ao prprio exame mdico, pois no se pode impedir
algum de entrar para o servio pblico por uma doena simples. A
esquistossomose pode ser detectada pela presena dos ovos no exame
parasitolgico de fezes e tambm pode causar mudanas no hemograma. A
doena de Chagas em suas fases mais avanadas causa alteraes facilmente
detectadas no ecocardiograma, mas de qualquer forma pede-se um exame
prprio para essa doena (sorologia para Chagas). Calazar ou Leishmaniose
visceral pode ser detectada pelos exames ELISA eimunofluorescncia, que
compem a sorologia para Chagas. A malria tem um exame de sangue prprio
para sua confirmao, mas esse no pedido pela PF. Porm, a malria
apresenta sintomas que debilitam a pessoa, permitindo que, em casos graves,
seja percebido pelo mdico. A amebase quando chega a causar efeitos
extraintestinais pode ser detectada pelas alteraes nos exames de sangue. O
ponto semelhante entre essas doenas que todas causam, quando em um
quadro avanado e grave, sintomas debilitantes, como febres, dores no corpo,
etc. Ao deixar claro que os quadros graves que so considerados, fica patente
que deve-se avaliar caso a caso e somente nos casos mais crticos que
provavelmente tero alteraes em outros exames que pode a banca
decidir pela inaptido.
Histria de cirurgia significativa ou resseco importante (quando presente
deve-se apresentar relatrio cirrgico, descrevendo o motivo da operao,
relatrio descritivo do ato operatrio, alm de resultados de exames
histopatolgicos quando for o caso): Resseco a interveno cirrgica
para extrao total ou parcial de um rgo ou de uma neoformao patolgica.
103

104

Logo, tanto as cirurgias quanto as ressees devem ser justificadas por laudo
que constate que estas no trouxeram prejuzo funcional. Quem se submeteu a
uma cirurgia que tenha deixado cicatrizes deve, diante dessa ideia, j prepararse para apresentar essa documentao.
Doenas hepticas e pancreticas: mais uma vez a banca peca por abrir demais
o item. Logo, cabe a hermenutica do edital fechar o item, colocando nele
apenas as alteraes significativas (ou seja, aquelas incompatveis com o cargo
pretendido, potencializadas com as atividades a serem desenvolvidas,
determinante de frequentes ausncias, capazes de gerar atos inseguros que
venham a colocar em risco a segurana do candidato ou de outras pessoas e
potencialmente incapacitante a curto prazo). Doenas hepticas (do fgado)
incluem, por exemplo, os vrios tipos de hepatites (cada um com uma
gravidade), cirrose heptica, indo de simples processo inflamatrios de menor
gravidade at o cncer de fgado. O caso que gera mais dvida o da hepatite.
O edital pede diversos exames para a Hepatite B e a sorologia para a Hepatite
C. A primeira delas, Hepatite B, causa pelo vrus VHB, manifesta-se em uma
fase aguda, que pode passar despercebida, sendo assintomtica. Porm, em
uma pequena porcentagem de casos, a doena evolui para a forma crnica. A
hepatite B crnica tambm pode evoluir sem apresentar sintomas que chamem
a ateno durante muitos anos. Isso no indica que parte dos infectados possa
desenvolver cirrose heptica e cncer de fgado no futuro. Na maioria das
vezes, porm, quando os pacientes procuram o mdico, j h sinais de
insuficincia heptica crnica: ictercia, aumento do bao, acmulo de lquido
na cavidade abdominal (ascite), distrbios de ateno e de comportamento
(encefalopatia heptica). A evoluo dessa forma da doena depende de
fatores, como a replicao do vrus, a resposta imunolgica, o consumo de
lcool e a eventual infeco por outros vrus. Salvo melhor entendimento do
edital, que no especifica quais doenas hepticas so eliminatrias, apenas os
casos em que j se manifestam os sinais da hepatite B (ou seja, os acima
listados e o incio de leses significativas no rgo, que podem levar cirrose e
a cncer). A hepatite C, por outro lado, causa pelo vrus VHC, quase sempre
assintomtica e a maioria das pessoas que tm a doena no sabem. Porm,
tambm ela pode evoluir para a forma crnica, com graves leses no fgado. A
Hepatite C, pelo entendimento melhor das condies incapacitantes, no pode
ser um motivo de inaptido, pois na maior parte das causas o tratamento leva a
eliminao do vrus do organismo. De qualquer maneira, se tiver diagnstico
positivo nos exames de hepatite (excetuando-se a observao referente ao
exame anti HBS, que pode vir positivo para os casos de vacinao), procure um
especialista e refaa os testes para ter certeza. Quanto s doenas
pancreticas, temos diabetes (sendo que diabetes mellitus causa de
incapacitao para o cargo, nos termos do edital), insuficincia enzimtica do
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pncreas, pancreatites, cncer de pncreas, etc. Apenas os casos que sejam de


fato incapacitantes, nos termos que j expusemos, so motivos para
eliminao.
Leses do trato gastrointestinal ou distrbios funcionais, desde que
significativos: esse item mais bem redigido do que o anterior, pois especifica
que as leses devem ser significativas e causarem distrbios funcionais, algo
que j est implcito na vaga descrio doenas hepticas e pancreticas.
Porm, em vista do todo do edital, que j especifica que qualquer alterao
com essa caracterstica pode ser considerada incapacitante, este item nada
acrescenta. De qualquer forma, leses gastrointestinais com reflexos funcionais
so motivos de incapacitao.
Tumores malignos: para resumir o assunto, tumores malignos em qualquer
regio do corpo, ou seja, cncer, so motivos para a banca investigar a fundo o
caso e decidir pela inaptido ou no. Em regra, se detectadas essas alteraes,
o candidato deve ser reprovado.
Doenas inflamatrias intestinais: Doena Inflamatria Intestinal um termo
geralmente usado para se referir a um grupo de doenas inflamatrias crnicas
de causa desconhecida envolvendo o Aparelho Digestivo. A Doena
Inflamatria Intestinal (DII) uma afeco na qual o intestino se torna
vermelho, inchado e com feridas espalhadas pelo intestino. As Doenas
Inflamatrias Intestinais podem ser divididas em dois grupos principais, a
Retocolite Ulcerativa (RCU) e a Doena de Crohn (DC). Ningum sabe
exatamente as causas da Doena Inflamatria Intestinal, ou por que algumas
pessoas so portadoras dessa doena e outras no. Geralmente a confirmao
dessas doenas deve ser feita por exames no pedidos para o concurso, como
colonoscopia e raio x de brio. Em resumo, dificilmente esse ser o motivo de
reprovao de algum candidato, que ser antes eliminado por conta de algum
efeito da doena, se causar alteraes no exame.
Obesidade mrbida: levando-se em considerao que o exame mdico no
concurso atual realizado depois do teste de aptido fsica, que eliminatrio,
parece mais um excesso de cuidado da banca colocar obesidade mrbida como
fato de reprovao. De qualquer maneira, esta a previso se algum com
IMC acima de 40 conseguir nadar, correr, fazer barra e saltar os ndices, no
fique contente ainda, pois ser reprovado no exame mdico se no tiver
emagrecido durante esses testes...

9 Alteraes no aparelho genito-urinrio: as alteraes nesse grupo so, na maior


parte das vezes, detectadas por alteraes na ecografia de abdmen, alguns exames
de sangue e no exame de urina. Neste sentido, a orientao do edital de que este
exame deve vir sem a presena de cilindro renais (cilindruria), protenas (proteinuria),
sangue (hematria) e glicose (glicosria), alm dos padres colocados, quais sejam o +
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+ colocado no resultado, que diz respeito quantificao dessas alteraes. Claro que
no a simples presena da alterao que motivo de reprovao, mas sim quando
ela sinal de alguma doena, como fica claro quando o edital afirma que a presena
de glicose deve ser correlacionada com o exame de sangue de glicemia de jejum e que
a presena de sangue e protenas nas mulheres pode ser normal a depender do
perodo do ciclo menstrual. A lista de alteraes a seguinte:

Anormalidades congnitas ou adquiridas da genitlia, rins e vias urinrias,


associadas repercusses funcionais: em resumo, qualquer alterao
anatmica, seja de nascena ou no, nos rgos desse sistema, que possa
causar alterao funcional o que no mais do que reafirmar a regra geral
para o caso especfico. Alm de ser uma previso desnecessria, ainda mal
redigida, por conta da crase antes de palavra no plural.
Uropatia obstrutiva crnica: Uropatia obstrutiva uma doena na qual o fluxo
de urina sofre uma inverso de direo. Em vez de fluir dos rins para a bexiga, a
urina "reflui" de volta para os rins. O refluxo da urina na uropatia obstrutiva
deve-se ao bloqueio no ureter, um dos tubos que transporta a urina entre os
dois rgos. A uropatia obstrutiva pode causar inchao e outros danos em um
ou ambos os rins. A doena pode ser detectada pelo exame de ecografia.
Somente os casos crnicos, nos quais j existe danos aos rins ou a perspectiva
de ocorrncia alta so motivos para preocupao, nos termos do edital.
Prostatite crnica: Prostatite um termo amplo que engloba vrias condies
que cursam com inflamao da prstata. A forma crnica da doena
geralmente se caracteriza por queixas de disria (incmodo ao urinar) e
vontade de urinar frequentemente. O diagnstico no simples e dificilmente
essa doena ficar caracterizada pelos exames solicitados pela banca.
Rim policstico: Rins policsticos, ou doena renal policstica (PKD, sigla de
Polycistic Kidney Disease) uma molstia gentica, relativamente comum,
progressiva e hereditria, determinada por mutaes nos genes PKD1 (85% dos
casos) e PKD2 (15% dos casos). Ela se manifesta em ambos os sexos, no
importa a idade nem a etnia. Parea haver fatores ambientais envolvidos. Sua
principal caracterstica a formao de inmeras dilataes semelhantes a
bolhas de diferentes tamanhos, em alguma parte do nfron (ou nefrnio), a
unidade funcional dos rins encarregada de filtrar o sangue e eliminar a urina. O
exame de ecografia pode ajudar a indicar a doena. Na grande maioria dos
casos, no incio, os cistos so assintomticos. Com a evoluo do quadro,
porm, as queixas mais frequentes so dor nas costas, cansao, edema
(inchao), nusea, sangue na urina (hematria), infeces urinrias, clculo
renal. Hipertenso arterial, perda de protenas pela urina que fica espumosa
(proteinria), doena diverticular do intestino, aneurisma intracraniano so
comorbidades que podem estar associadas aos rins policsticos.
106

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Insuficincia renal de qualquer grau: Insuficincia renal a perda das funes


dos rins, podendo ser aguda ou crnica. A insuficincia renal aguda
caracterizada por reduo rpida da funo dos rins que se mantm por
perodos variveis, resultando na inabilidade de os rins exercerem suas funes
bsicas. Em muitas ocasies o paciente necessita ser mantido com tratamento
por dilise at que os rins voltem a funcionar. Em outros casos, os rins no tem
sua funo reestabelecida e o paciente precisa ser mantido em dilise.
Insuficincia renal crnica a perda lenta, progressiva e irreversvel das
funes renais. Por ser lenta e progressiva, esta perda resulta em processos
adaptativos que, at um certo ponto, mantm o paciente sem sintomas da
doena. At que tenham perdido cerca de 50% de sua funo renal, os
pacientes permanecem quase sem sintomas. A partir da, podem aparecer
sintomas e sinais que nem sempre incomodam muito. Assim, anemia leve,
presso alta, edema (inchao) dos olhos e ps, mudana nos hbitos de urinar
(levantar diversas vezes noite para urinar) e do aspecto da urina (urina muito
clara, sangue na urina, etc). Deste ponto at que os rins estejam funcionando
somente 10 a 15% da funo renal normal, geralmente, pode-se tratar os
pacientes com medicamentos e dieta. Quando a funo renal se reduz abaixo
desses valores, torna-se necessrio o uso de outros mtodos de tratamento da
insuficincia renal: dilise (hemodilise ou dilise peritoneal) ou transplante
renal. Variaes no valor de creatinina podem indicar quadros de insuficincia
renal, mas no so um diagnstico confivel. A previso de qualquer grau como
sendo incapacitante parece desarrazovel, pois se deve sempre se levar em
conta as questes de aptido para o cargo, no podendo supor que qualquer
doena que possa, num futuro distante, trazer complicaes de sade possa ser
causa de inaptido.
Nefrite intersticial: A nefrite uma inflamao dos rins, geralmente causada
por uma infeco ou por uma reao do sistema imune que acaba atacando os
rins. Nefrite intersticial ou nefrite tubulointersticial, caracteriza-se pela
inflamao ocorrer nos tbulos dos rins e nos espaos entre os tbulos e o
glomrulo. Embora a doena cause mudanas nos exames laboratoriais,
somente uma bipsia renal pode confirmar o diagnstico e determinar o nvel
de gravidade da enfermidade. Logo, trata-se de uma doena de difcil
caracterizao, nos termos do edital.
Glomerulonefrite: Glomerulonefrite um tipo de nefrite, em que a inflamao
afeta principalmente a primeira parte do aparelho de filtragem, o glomrulo. O
comentrio sobre o diagnstico acima aplica-se tambm aqui.
Sfilis secundria latente ou terciria: detectada pelo exame VDRL, a sfilis ou
lues, uma doena infectocontagiosa, sexualmente transmissvel, causada pela
bactria Treponema pallidum. Pode tambm ser transmitida verticalmente, da
me para o feto, por transfuso de sangue ou por contato direto com sangue
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contaminado. Se no for tratada precocemente, pode comprometer vrios


rgos como olhos, pele, ossos, corao, crebro e sistema nervoso. A
enfermidade se manifesta em trs estgios diferentes: sfilis primria,
secundria e terciria. Nos dois primeiros, os sintomas so mais evidentes e o
risco de transmisso maior. Depois, h um perodo praticamente
assintomtico, em que a bactria fica latente no organismo, mas a doena
retorna com agressividade acompanhada de complicaes graves, causando
cegueira, paralisia, doena cardaca, transtornos mentais e at a morte. As
fases so: sfilis primria pequenas feridas nos rgos genitais (cancro duro)
que desaparecem espontaneamente e no deixam cicatrizes; gnglios
aumentados e nguas na regio das virilhas; sfilis secundria manchas
vermelhas na pele, na mucosa da boca, nas palmas das mos e plantas dos ps;
febre; dor de cabea; mal-estar; inapetncia; linfonodos espalhados pelo corpo,
manifestaes que tambm podem regredir sem tratamento, embora a doena
continue ativa no organismo e sfilis terciria comprometimento do sistema
nervoso central, do sistema cardiovascular com inflamao da aorta, leses na
pele e nos ossos.
Varicocele e(ou) hidrocele em fase de indicao cirrgica: Varicocele, ou
varizes do testculo, consiste na dilatao anormal das veias testiculares,
principalmente aps esforo fsico. Essas veias fazem parte do cordo
espermtico. Sua dilatao pode dificultar o retorno venoso provocando
disfuno testicular e piora da qualidade do smen. Embora seja uma das
causas da infertilidade masculina, varicocele no provoca distrbios da
potncia sexual. Geralmente congnita, aparece na maior parte das vezes na
adolescncia e quase nunca na infncia. J hidrocele a presena de lquido em
quantidades anormais dentro do escroto e envolvendo o testculo. As
hidroceles podem ser congnitas ou adquiridas. A presena da alterao
verificada pelo mdico da banca no exame clnico. O edital coloca como motivo
de inaptido se j estiver em fase de ser necessria uma cirurgia. De qualquer
maneira, o candidato que tem a doena provavelmente j ter corrido atrs de
tratamento antes.
Orquite e epidemite crnica: A orquite, tambm conhecida por orqueite,
uma inflamao nos testculos que pode ser causada por traumatismo local ou
outros fatores, mas que geralmente est relacionada ao vrus da caxumba. A
orquite pode afetar somente um ou os dois testculos e pode ser classificada
como aguda ou crnica, sendo que na forma crnica os sintomas esto
ausentes. J epidimite provavelmente erro de digitao, pois a doena
epididimite, uma inflamao do epiddimo o tubo sinuoso que coleta os
espermatozoides do testculo e os transporta aos ductos deferentes. Nas
formas crnicas essas doenas podem levar a anos de tratamento com
medicao. O diagnstico dessas doenas s pode ser feito pelo exame clnico,
108

109

se os sintomas estiverem visveis de forma que o mdico da banca venha a


pedir algum exame extra para elucidao.
Criptorquidia: significa a ausncia do testculo no local costumeiro, que a
bolsa escrotal. Em outras palavras, no houve a descida do testculo da
cavidade abdominal (local no qual o testculo desenvolve-se quando o feto
encontra-se em ambiente intrauterino) para o escroto. Essa condio tambm
conhecida como testculo ectpico. Pode a doena ser detectada no exame
clnico. A presena dessa alterao como condio incapacitante duvidosa,
pois na maioria dos casos no h qualquer prejuzo funcional. Normalmente,
no h a presena de manifestaes clnicas, com exceo de presena de
alguma complicao no testculo abdominal, como infeces, que j esto
previstas nos itens anteriores.

9 Alteraes no aparelho osteomioarticular: outra das grandes fontes de dor de


cabea no exame da PF, as alteraes detectadas nos exames de raios X so fonte de
dvidas comuns. Bastante comum tambm so as dvidas sobre quais casos de
cirurgia podem levar a incapacitao e a ideia que apenas os casos listados so
incapacitantes, pelo edital. Trata-se da maior lista de alteraes previstas, que
esmiuaremos a seguir. Destacaremos, como antes, os casos que causam mais dvidas.

Doena infecciosa ssea e articular (osteomielite): Osteomielite , por


definio, um quadro inflamatrio que afeta um ou mais ossos, geralmente
provocado por infeco bacteriana ou fngica. A osteomielite pode
permanecer localizada ou difundir-se pela corrente sangunea,
comprometendo outras partes do osso e tecidos do corpo. A osteomielite no
tem cura, mas hoje existem diversos tratamentos para a doena. O exame de
raios X pode indicar alguma alterao e os exames de sangue podem ajudar no
diagnstico.
Alterao de eixo que comprometa a fora e a estabilidade das articulaes:
na verdade, muitas das alteraes previstas posteriormente nada mais so do
que um tipo de alterao do eixo da coluna. Assim, temos aqui uma m tcnica
de redao novamente. De qualquer maneira, est bem delimitado o critrio
para a anlise, qual seja, se a alterao compromete a fora e estabilidade das
articulaes.
Alterao ssea que comprometa a fora e a estabilidade dos membros
superiores e inferiores: mais um item por demais genrico e assim
desnecessrio. J esto mais do que bem explicitados exemplos de alteraes e
j h uma regra geral para a anlise das causas de incapacitao.
Escoliose desestruturada e descompensada, associada a ngulo de Cobb
maior do que 10 (tolerncia de at 3): A escoliose se caracteriza por um
desvio da coluna vertebral para os lados quando observamos a pessoa de
frente ou de costas. Antigamente, acreditava-se que a escoliose era somente
109

110

um desvio lateral da coluna, chamada leigamente de coluna torta.


Atualmente a definio correta a de que a escoliose um desvio
tridimensional da coluna vertebral, ou seja, a coluna desvia-se nos trs planos
do espao; Assim, a coluna realmente se torce, no somente para os lados, mas
tambm para frente /trs e em volta do seu prprio eixo. O grau de desvio, se a
doena for detectada no exame, deve vir explcito no laudo e deve ser abaixo
de 10 Cobb (que uma das formas de medida adotada). Se tiver alterao no
Raio X desse tipo, procure refaz-lo e certificar-se da condio antes de
entregar desnecessariamente um laudo com alteraes.
Lordose acentuada, associada com ngulo de Ferguson maior do que 45
(radiografia em posio ortosttica e paciente descalo): Lordose (ou
hiperlordose) uma alterao postural que corresponde a um aumento
excessivo das curvaturas da coluna vertebral na regio cervical e/ou lombar
quando observamos a pessoa de lado. O edital indica de que forma deve ser
entregue a radiografia extra no caso de detectada a alterao nos raios X que
foram pedidos.
Hipercifose associada a ngulo de Cobb maior do que 45 e com
acunhamento maior do que 5 em pelo menos trs corpos vertebrais
consecutivos: Hipercifose o aumento da curvatura da coluna torcica
tambm observada de lado; conhecido como corcunda. Os termos tcnicos
vo alm da explicao necessria aqui, mas se for detectada a alterao,
certifique-se de verificar se ela est dentro desse quadro.
Genurecurvatum com ngulo maior do que 5 alm da posio neutra na
radiografia em projeo lateral, paciente em decbito dorsal com elevao do
calcneo de 10 cm, em situao de relaxamento: O genu recurvatum
caracterizado pela hiperextenso do joelho, sendo considerado patolgico, e,
portanto, passvel de tratamento quando alcana uma angulao acima de 15.
Somente o mdico da banca pode verificar essa alterao no exame clnico e
caso verifique ele pedir uma exame extra, que o descrito no item, alm de
deixar o candidato provisoriamente reprovado no exame mdico. Se sabe ter
essa alterao, portanto, j fique preparado para o caso de o mdico anotar
algo a respeito no exame clnico.
Genuvarum que apresente distncia bicondilar maior do que 7 cm, cujas
radiografias realizadas em posio ortosttica com carga, mostrem ngulo de
5, com tolerncia de mais ou menos 3, no gnero masculino, no eixo
anatmico: Conhecido tambm popularmente como perna de cowboy, o
genuvarum a deformidade que consiste no arqueamento das pernas,
promovendo a projeo dos joelhos para fora da linha mdia do corpo, o que
caracteriza um afastamento dos joelhos. O indivduo apresenta abduo do
fmur e o excesso de rotao da tbia. Entre as causas mais comuns esto o
raquitismo e as malformaes congnitas. Novamente, uma variao que pode
110

111

ser percebida pela junta mdica do concurso, que pedir os exames


complementares para atestar. A banca especifica que essa variao
considerada apenas para o sexo masculino.
Genu valgum que apresente distncia bimaleolar maior do que 7 cm, cujas
radiografias realizadas em posio ortosttica com carga, mostrem ngulo de
5, no gnero masculino, no eixo anatmico: As conhecidas pernas para
dentro, genu valgum a malformao que consiste na aproximao dos
joelhos e no afastamento dos ps, caracterizando uma angulao medial do
joelho e desvio do eixo longitudinal da tbia e do fmur para fora. O indivduo
apresenta aduo e rotao medial do fmur, associadas ao excesso de rotao
da tbia. Caso o problema seja bilateral, os membros inferiores apresentam
uma forma tpica em X. Novamente especificado apenas o grau para o sexo
masculino, o que pode ser alegado para no caracterizar mulheres com a
alterao.
Discrepncia no comprimento dos membros inferiores observada ao exame
clnico, com encurtamento de um dos membros superior a 10 mm (1,0 cm), o
que deve ser confirmado mediante exame de escanometria dos membros
inferiores: em alguns casos, a diferena entre o tamanho das pernas pode
caracterizar o candidato como PNE. Porm, se for maior do que 1 cm, nos
termos do edital, o candidato ser reprovado. Se o mdico da banca perceber a
diferena (o que deve ocorrer, pois um dos aspectos analisados), ele pedir o
exame extra de escanometria.
Espondillise, espondilolistese, hemivrtebra, tumores vertebrais (benignos e
malignos): Espndilo o termo grego para vrtebra adjacente. Assim,
espondilolistese significa escorregamento da vrtebra adjacente. J
espondillise refere-se apenas h um defeito na vrtebra sem escorregamento.
Este defeito pode ocorrer em diversas partes da vrtebra, principalmente nos
elementos posteriores. Pode ser uma leso ssea propriamente dita como uma
fratura da pars articulares ou dos pedculos ou pode ser uma alterao da
conformao da vrtebra como por exemplo uma deformidades das facetas
articulares que permite o escorregamento de uma vrtebra sobre a outra.
Hemivrtebra uma anomalia de desenvolvimento em que um lado da
vrtebra incompletamente desenvolvido. Alm dessas anomalias nas
vrtebras, os tumores, sejam benignos ou malignos, so colocados como
condio incapacitante. Todas essas variaes podem ser detectadas na
radiografia. Ateno para os diagnsticos de espondilolistese, que podem ser
feitos incorretamente pelo radiologista. Por isso, refaa o exame, se for o caso.
Discopatia, laminectomia, passado de cirurgia de hrnia discal, pinamento
discal lombar do espao intervertebral; presena de material de sntese
(exceto quando utilizado para fixao de fraturas), desde que estas estejam
plenamente consolidadas e que no exista qualquer dficit funcional do
111

112

segmento acometido, sem presena de sinais de infeco ssea: A discopatia


sinnimo de doena do disco intervertebral ou doena degenerativa do disco
intervertebral. Laminectomia o procedimento cirrgico para a remoo de
uma ou mais lminas vertebrais. A hrnia de disco ocorre quando parte de um
disco intervertebral sai de sua posio normal e comprime as razes dos nervos
que se ramificam a partir da medula espinhal e que emergem da coluna
espinhal e o passado de cirurgia para esse problema a questo apontada.
Pinamento a aproximao entre os discos, no caso na regio lombar e do
espao intervertebral. Sntese cirrgica o conjunto de manobras manuais e
instrumentais, destinadas a unir os tecidos separados, restituindo sua
continuidade anatmica e funcional pelo bom entendimento do edital,
especifica-se os casos de sntese apenas nessa regio dos discos
intervertebrais. No caso do edital, fala-se em presena de material de sntese, o
que seria os materiais usados para esses procedimentos, como fios e metais.
Excetuam-se, nesse ltimo caso, os casos em que haja presena de materiais de
sntese, mas no haja perdas funcionais e nem sinal de infeco.
Presena de artrodese em qualquer articulao: A artrodese um
procedimento realizado para causar fuso ssea em uma articulao, causando
sua imobilidade. A artrodese um dos tratamentos mais tradicionais da
cirurgia de coluna. Esta tcnica consiste na juno de duas ou mais vrtebras e
pode ser feita com ou sem a insero de parafusos. Na radiografia facilmente
detectado a presena de articulaes que tenham sido submetidas a esse
procedimento.
Prteses articulares de quaisquer espcies: Prtese o componente artificial
que tem por finalidade suprir necessidades e funes de indivduos sequelados
por amputaes, traumticas ou no. Uma prtese substitui um membro ou
uma parte do organismo - prtese de mo (mo artificial, prtese de membro
inferior (perna artificial) -, enquanto um implante acrescenta volume ou funo
a algo que j existe (implante mamrio, implante peniano). Nos termos do
edital, qualquer prtese nas articulaes motivo de incapacitao.
Doenas ou anormalidades dos ossos e articulaes, congnitas ou
adquiridas, inflamatrias, infecciosas, neoplsticas e traumticas; casos
duvidosos devero ser esclarecidos por Percia Mdica Oficial: mais uma vez
uma previso genrica demais, que a banca delimita um pouco dizendo que a
junta mdica deve esclarecer o que j o bvio, pois os casos que no so
claramente incapacitantes devem sempre ser esclarecidos.
Luxao recidivante de qualquer articulao, inclusive ombros; frouxido
ligamentar generalizada ou no; instabilidades em qualquer articulao: A
luxao, em termos mdicos, definida como a perda do contato articular.
Isto , a separao de dois ossos que costumam estar em ntimo e contnuo
contato por meio de uma rea lisa e deslizante, chamada de cartilagem. A
112

113

luxao do ombro ocorre quando uma fora extrema supera os mecanismos


estabilizadores (lbio, cpsula e manguito) e desloca a cabea do mero para
fora da glenide. Chamamos de subluxao quando o mero retorna posio
original sozinho aps o deslocamento. Essas circunstncias podem ocasionar
leses dos tecidos. Na maioria das vezes, os danos sero no lbio e nos
ligamentos. Em pacientes acima dos 40 anos, alm do lbio, os tendes do
manguito rotador tambm podem ser lesados, o que torna a luxao mais
grave. Chama-se luxao recidivante aquela na qual no h correta cicatrizao
e a luxao volta. Na literatura mdica, a frouxido est relacionada chamada
de Sndrome de Ehlers-Danlos e descrita como uma doena gentica
relacionada sntese de colgeno, que causa hipermobilidade das articulaes
e algumas outras alteraes corporais. Pelo menos 13 tipos desta sndrome
foram identificados e os tipos so relacionados a distrbios hereditrios mais
comuns do tecido conjuntivo, podendo acometer diferentes articulaes e se
manifestar em diferentes graus de severidade. Instabilidades em qualquer
articulao um termo genrico, que precisa, como sempre, ser analisado
pelas regras de incapacitao do edital.
Fratura viciosamente consolidada, pseudoartrose: Pseudoartrose a no
consolidao de uma fratura. Tambm definida como falsa articulao, a
pseudoartrose caracteriza-se ento pela falta de consolidao ssea em relao
a uma fratura ou mesmo a uma artrose. uma subespcie das fraturas mal
consolidadas. Em resumo, as fraturas devem estar recuperadas, sem perdas
funcionais.
Doena inflamatria e degenerativa osteoarticular, incluindo as necroses
avasculares em quaisquerossos e as osteocondrites e suas sequelas: Outra
srie extensa de doenas, relacionadas s inflamaes e degeneraes dos
tecidos. Necrose avascular, tambm conhecida como osteonecrose, necrose
assptica ou necrose isqumica do osso uma doena causada pela perda
temporria ou permanente da irrigao de sangue aos ossos. A morte do tecido
sseo causa seu colapso resultando em dor e deficincia. Osteocondrite o
nome que se d para as inflamaes conjuntas de osso e cartilagem, podendo
provocar encurtamento ou engrossamento das extremidades sseas ou
separao estratificada de osso e cartilagem.
Artropatia gotosa, contraturas musculares crnicas, contratura de dupuytren:
Gota uma condio crnica, no contagiosa, causada pelo depsito de cristais
de cido rico nas articulaes. O acmulo de cido rico no sangue pode
acontecer tanto pela produo excessiva, quanto pela eliminao deficiente da
substncia. Mas importante saber que nem todas as pessoas que apresentam
aumento de cido rico no sangue apresentaro gota. A gota uma das
principais causas da artrite crnica e est associada a outras patologias como
obesidade, clculos renais, alteraes do colesterol, diabetes e insuficincia
113

114

renal. A contratura muscular ocorre quando o msculo contrai-se de maneira


incorreta e no volta ao seu estado normal de relaxamento. Isso pode
acontecer aps um exerccio muito forte ou quando um indivduo est muito
tenso, vivendo situaes de estresse e cheio de preocupaes. A contratura de
Dupuytren uma alterao que ocorre na palma da mo que faz com que um
dedo fique sempre mais dobrado que os outros.
Tumor sseo e muscular: outra previso genrica, na qual vale os comentrios
de praxe.
Distrbios osteomusculares relacionados ao trabalho ou leses por esforo
repetitivo, incluindo tendinopatias em membros superiores e inferiores: As
famosas LER. Tendinopatia uma doena no tendo, da qual a tendinite um
exemplo. A previso aqui ampla demais, devendo ser levado em conta apenas
os casos em que h problemas funcionais.
Deformidades congnitas ou adquiridas das mos, associadas repercusso
funcional: qualquer alterao anatmica nas mos que dificulte a prtica diria
dentro do cargo de policial.
Deformidades congnitas ou adquiridas dos ps (p cavo-varo, p plano
rgido, hlux-valgo, hlux-varo, hlux-rgido, sequela de p torto congnito,
dedos em garra com calosidade ou no, calosidade aquileia, dedo
extranumerrio, coalizes tarsais): A mesma previso feita para as mos, aqui
repetida para os ps, mas com uma enumerao dos casos em que, em tese, se
verifica perdas funcionais. Somente podem ser motivo de incapacitao os
casos citados quando comprovadamente houver perda funcional, logo a citao
de joanete, por exemplo, deve ser desconsiderada como sendo de carter
geral. P cavo o contrrio de p plano (popular, p chato), ou seja, aquele
que tem a curva do p muito alta. Hallux valgus ou hlux valgo, popularmente
conhecido como joanete, um desvio lateral acentuado do primeiro
pododctilo, o hlux ou dedo do p. Hlux-varo o contrrio do anterior, ou
seja, o desvio no sentido oposto do joanete. Hlux-rgido uma desordem
degenerativa da maior articulao do primeiro dedo do p (dedo), que leva ao
desgaste da cartilagem (artrose). Calosidade uma zona da parte superior da
pele, o estrato crneo ou camada de queratina, que se torna anormalmente
grossa e aquileia se refere ao tendo de aquiles. Dedo extranumerrio
aquele, como o nome diz, alm da quantidade normal. Coalizo tarsal a fuso
parcial ou total de dois ossos do p, formando uma barra ssea, cartilaginosa
ou fibrosa entre eles.
Ausncia parcial ou total, congnita ou traumtica de qualquer segmento das
extremidades: ou seja, perda de dedos ou de parte deles. Cada caso deve ser
analisado nos termos do edital para a incapacitao, como sempre, no se
podendo pensar em regra absoluta.

114

115

Qualquer diminuio da amplitude do movimento em qualquer articulao


dos membros superiores e inferiores, da coluna vertebral ou pelve:
novamente vai mal a banca. Melhor seria ter escrito diminuio de amplitude
de movimento das articulaes dos membros superiores e inferiores, da coluna
vertebral ou pelve, que cause problemas funcionais, que o verdadeiro
esprito da regra.

10 Doenas metablicas e endcrinas: chamam a ateno as doenas da tireoide e o


diabetes mellitus, como as doenas mais comuns de criarem dvidas. Esse um dos
item mais mal redigidos dessa parte do edital, pois depois de listar as doenas
colocado simplesmente o termo doenas metablicas comentaremos depois. A
maior partes das alteraes descoberta pelos resultados alterados que podem causar
nos exames de sangue ou pelos sintomas visveis, em alguns casos. Ausentes esses
sintomas, apenas se o candidato afirmar possuir a doena para que ela seja verificada.
As doenas nessa lista so:

Diabetes mellitus: Diabetes Mellitus uma doena do metabolismo da glicose


causada pela falta ou m absoro de insulina, hormnio produzido pelo
pncreas e cuja funo quebrar as molculas de glicose para transform-las
em energia a fim de que seja aproveitada por todas as clulas. A ausncia total
ou parcial desse hormnio interfere no s na queima do acar como na sua
transformao em outras substncias (protenas, msculos e gordura).Na
verdade, no se trata de uma doena nica, mas de um conjunto de doenas
com uma caracterstica em comum: aumento da concentrao de glicose no
sangue provocado por duas diferentes situaes. Dessa forma, a previso de
diabetes mais um caso de excesso de generalidade. O tipo mais grave da
doena, o tipo I, ocorre mais na infncia e adolescncia e
insulinodependente, isto , exige a aplicao de injees dirias de insulina e
talvez seria o caso de inaptido por existir a chance de ser potencialmente
incapacitante a curto prazo. J o tipo II, que ocorre geralmente depois dos 40
anos de idade, pode ser mais facilmente controlado e no deveria ser caso de
incapacitao.
Tumores hipotalmicos e hipofisrios: O hipotlamo e a hipfise so duas
pequenas estruturas situadas na base do crebro, as quais regem a atividade
hormonal de todo o organismo. Assim, tumores nessas regies do sistema
endcrino so colocadas como motivos de incapacitao. Claro que em casos
no avanados praticamente impossvel saber dessas alteraes pelos
exames solicitados.
Disfuno hipofisria e tireoidiana sintomtica: alm dos tumores acima
citados, so colocados como significativas outras alteraes na glndula
hipfise e na tireoide, que sejam sintomticas. A palavra mais correta aqui no
seria sintomtica, pois somente se pode cogitar de alteraes que tragam
115

116

perdas funcionais. Assim, os casos de hipertireodismo e hipotireodismo devem


ser avaliados dentro dos critrios de razoabilidade, luz dos critrios
balizadores do exame mdico e das regras legais administrativas.
Tumores da tiroide, com exceo dos cistos tireoideanos insignificantes e
desprovidos de potencialidade mrbida: Aqui se tratam especificamente dos
tumores na tireoide. A exceo de que os casos insignificantes e desprovidos de
potencialidade mrbida no so incapacitantes implcita ao prprio sistema
de avaliao e deve ser estendida tambm aos tumores citados nos demais
itens.
Tumores de suprarrenal e suas disfunes congnitas ou adquiridas: As
glndulas supra-renais ou adrenal, como tambm so chamadas, so glndulas
pequenas, componentes do sistema endcrino. Elas esto localizadas acima de
cada rim e na parte mais anterior.
Hipogonadismo primrio ou secundrio: Hipogonadismo o termo usado para
descrever a condio de uma diminuio da funo das gnadas (ovrios ou
testculos). O hipogonadismo pode ser primrio ou secundrio e afetar tanto os
homens quanto as mulheres. No hipogonadismo primrio os testculos, nos
homens, ou os ovrios, nas mulheres, so primariamente afetados. No
hipogonadismo secundrio eles so atingidos devido a outra doena que afeta
outra parte do corpo. O dficit de hormnios sexuais pode ocasionar um mau
desenvolvimento das caractersticas sexuais primrias ou secundrias e resultar
em infertilidade. O termo geralmente aplicado para os defeitos permanentes
e no para os temporrios ou reversveis, consequentes a uma deficincia
hormonal tratvel. Claro que no podem ser todos os casos dessas doenas
incapacitantes, visto que algumas apenas alteram a potncia sexual e a
capacidade reprodutiva, por exemplo. Logo, apenas os casos de repercusso
funcional, como sempre, so incapacitantes, a serem atestados nos casos
concretos.
Distrbios do metabolismo do clcio e fsforo, de origem endcrina: Existem
diversas alteraes nessa classe, como hipercalcemia, hipocalcemia,
hiperfostatemia e hipofosfatemia. Somente os casos sintomticos graves,
obviamente, so significativos.
Erros inatos do metabolismo: Os Erros Inatos do Metabolismo (EIM) so um
grupo de doenas geneticamente determinadas que afetam de diversas
maneiras o metabolismo, provocando dessa forma sintomas que envolvem
diversos rgos e sistemas, como o crebro (convulses, coma), fgado
(ictercia prolongada, insuficincia heptica), trato digestrio (vmitos
recorrentes), causando acidose metablica e hipoglicemia (baixa taxa de acar
no sangue) entre outros, dependendo da doena identificada. Obviamente que
aqui esto sendo considerados apenas essas doenas propriamente, no

116

117

qualquer problema metablico como seria o caso, por exemplo, dos


albinismos leves.
Desenvolvimento anormal, em desacordo com a idade cronolgica: levandose em considerao que apenas pessoas maiores de 18 anos de idade podem
prestar o concurso, desnecessria a previso de que o desenvolvimento esteja
em desacordo com a idade cronolgica. De qualquer maneira, temos aqui os
problemas como nanismo e gigantismo. Vide, porm, que os casos de nanismo
so enquadrveis como PNE o que levaria a concluso de que, na muito
improvvel hiptese, um ano que fizesse todos os ndices do TAF e passasse
por todas as etapas do concurso deveria ser enquadrado como PNE e aceito ao
cargo.
Doena metablica: vai muito mal a banca em fazer essa previso genrica, j
que especificou os casos acima. Se o prprio tpico j chamado de doenas
metablicas, qual a necessidade dessa previso? De novo o excesso de
legalismo e a tentativa de cercar-se de cuidados para evitar questionamentos
judiciais esbarra nos limites da inteligncia. Claro que a previso sem efeito,
pois somente os casos com repercusso funcional que podem ser levados em
considerao.

11 Alteraes no sangue e rgos hematopoiticos: rgos hematopoiticos so


aqueles relacionados produo dos elementos do sangue, ou seja, medula ssea,
linfonodos (gnglios linfticos), bao e fgado. A maior parte das alteraes desse
grupo so detectadas pelas variaes que causam no hemograma. So aqui citados
como condies relevantes:

Anemias, exceto as de etiologia carencial: Anemia o nome genrico de uma


srie de condies caracterizadas pela deficincia na concentrao da
hemoglobina (elemento do sangue com a funo de transportar oxignio dos
pulmes para nutrir todas as clulas do organismo) ou na produo das
hemcias (o mesmo que eritrcitos ou glbulos vermelhos).Elas podem ser
agudas ou crnicas, adquiridas ou hereditrias. So agudas, quando h perda
expressiva e acelerada de sangue, o que pode acontecer nos acidentes,
cirurgias, sangramentos gastrintestinais, etc. As crnicas so provocadas por
doenas de base, algumas hereditrias (talassemia e anemia falciforme, por
exemplo) e outras adquiridas, como as que ocorrem por deficincia nutricional,
na gestao, por deficincia de ferro (anemia ferropriva, a mais comum), por
carncia da vitamina B12 ou de cido flico (anemia megaloblstica). O edital
exclui as anemias causadas por m alimentao, mas deveria ter citado que
apenas os casos com repercusso funcional so incapacitantes. Trata-se de
mais um caso em que se deve analisar caso a caso, no cabendo se falar na
legalidade dessas previses excessivamente genricas.

117

118

Doena linfoproliferativa maligna leucemia, linfoma: A leucemia uma


doena maligna dos glbulos brancos (leuccitos) de origem, na maioria das
vezes, no conhecida. Ela tem como principal caracterstica o acmulo de
clulas jovens (blsticas) anormais na medula ssea, que substituem as clulas
sanguneas normais. Linfoma um termo genrico utilizado para designar um
grupo de diversas doenas neoplsicas do sistema linftico que se originam da
proliferao clonal de linfcitos B ou T em qualquer um de seus estgios de
maturao. Os linfomas so classificados em dois grandes grupos: os linfomas
Hodgkin e os linfomas no-Hodgkin.
Doena mieloproliferativa - mieloma mltiplo, leucemia, policitemia vera: As
perturbaes mieloproliferativas so doenas em que as clulas que produzem
clulas sanguneas (clulas precursoras) crescem e se reproduzem
anormalmente na medula ssea ou ento so expulsas da mesma devido a um
desenvolvimento excessivo do tecido fibroso. As quatro perturbaes
mieloproliferativas principais so a policitemia vera, a mielofibrose, a
trombocitemia e a leucemia mielide crnica. O mieloma mltiplo uma
doena hematolgica maligna que afeta originalmente a medula ssea e se
caracteriza pelo aumento do plasmcito, um tipo de clula que produz
imunoglobulina, protena que participa de nosso sistema de defesa. J a
policitemia vera diagnosticada pelo excesso de glbulos vermelhos.
Hiperesplenismo: Entre as funes do bao est a de destruir as clulas
sanguneas deformadas ou envelhecidas. No hiperesplenismo, o bao est
aumentado de tamanho e tem aumentada tambm sua capacidade de reter,
armazenar e destruir clulas sanguneas, levando, por consequncia, reduo
no nmero delas (eritrcitos, leuccitos e plaquetas) na circulao. Ele , pois,
neste caso, um bao demasiado ativo que sequestra e destri as clulas em
ritmo acelerado. Geralmente, a reduo das plaquetas mais acentuada do
que das demais clulas. Geralmente essa alterao pode ser detectada na
ecografia, pela variao do tamanho normal do bao.
Agranulocitose: A Agranulocitose uma doena agudado sangue, que se
caracteriza pela diminuio ou ausncia de granulcitos ou leuccitos
granulosos. Estes elementos so os principais agentes contra as infeces. A
doena apresenta um elevado risco do paciente contrair infeces, contra as
quais o organismo no se encontra preparado para defender-se. Existem
diferentes etiologias para a causa dessa doena, como o uso de certos
medicamentos (clozapina, dipirona e metamizol, por exemplo), exposio
radiao, imunodeficincia adquirida (AIDS), desnutrio, fatores genticos,
entre outros. Existe tambm uma forma rara, gentica, onde a agranulocitose
herdada. Claro que deve ser analisado o caso em concreto, dentro da
razoabilidade.

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Distrbios hereditrios da coagulao e da anticoagulao e deficincias da


anticoagulao (trombofilias): temos nesse grupo, por exemplo, a hemofilia e
a Doena de Von Willebrand (vWD). As Trombofilias so caracterizadas por
promoverem alteraes na coagulao sangunea que resultam em um maior
risco para trombose.

12 Doenas neurolgicas: o caso que pode causar mais dvidas a epilepsia, que
colocada como condio incapacitante. Temos tambm a meningite, que pode ser
classificada como infeco do SNC. As doenas desses grupo podem ser detectadas no
eletroencefalograma, que deve vir sem alteraes dos padres de normalidade.
Porm, a simples presena de alteraes no pode ser colocada como condio
incapacitante, sendo antes necessrio se esclarecer qual a razo dessas alteraes e se
trata-se de uma doena com repercusses funcionais. Temos nesse grupo:

Infeco do sistema nervoso central: Doenas infecciosas do sistema nervoso


so doenas causadas por microrganismos na forma de infeces. Apesar de
epidemiologicamente falando encontrarmos um nmero restrito de infeces
do sistema nervoso, potencialmente, o parnquima, os envoltrios e os vasos
sanguneos do sistema nervoso, podem ser invadidos, praticamente, por todos
os microrganismos patognicos. Temos entre os casos mais conhecidos as
meningites e as encefalites. Essas doenas, entretanto, apresentam variados
graus de risco e cada caso deve ser analisado dentro dos critrios de legalidade
e razoabilidade.
Doena vascular do crebro e da medula espinhal: A interrupo do afluxo de
sangue ao crebro pode ocasionar a morte das clulas cerebrais ou lesion-las
devido falta de oxignio. As clulas cerebrais tambm podem ser afectadas
por uma hemorragia no crebro ou volta do mesmo. As alteraes
neurolgicas resultantes denominam-se acidentes vasculares cerebrais (AVC)
porque afetam os vasos sanguneos (vascular) e o encfalo (crebro). Esse tipo
de leso tambm pode ocorrer na medula e tambm aqui explicitada.
Sndrome ps-traumatismo crnio-enceflico: Traumatismo cranioenceflico
(TCE), tambm conhecido como leso intracraniana, ocorre quando uma fora
externa causa um ferimento traumtico no crebro. TCE pode ser classificado
com base na severidade, mecanismo (ferimento fechado ou que penetra o
crnio), ou outras caractersticas (como, por exemplo, ocorrncia em um local
especfico ou em uma rea ampla). Os TCE de uma maneira geral podem
provocar significativas alteraes neuropsiquitricas de curta, mdia e longa
durao. Somente os casos significativos de leses, que causem sndromes com
repercusses funcionais devem ser considerados.
Distrbio do desenvolvimento psicomotor: A rea Psicomotora compreende: a
Coordenao Motora ( utilizao eficiente das partes do corpo), a Tonicidade
(adequao de tenso para cada gesto ou atitude), a Organizao Espacial e
119

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Percepo Visual (acuidade, ateno, percepo de imagens, figura fundo e


coordenao viso-motora), a Organizao Temporal e Percepo Auditiva
(ateno, discriminao, memria de sons e coordenao auditiva-motora), a
Ateno (capacidade de apreender o estmulo), Concentrao (capacidade de
se ater a apenas um estmulo por um perodo de tempo), Memria (capacidade
de reter os estmulos e suas caractersticas), Desenvolvimento do Esquema
Corporal (referncia de si mesma) e a Linguagem. Logo, trata-se de um item
excessivamente amplo, que deve ser contrabalanceado com as questes de
repercusses funcionais.
Doena degenerativa e heredodegenerativa, distrbio dos movimentos:
Classe ampla de alteraes que levam a degenerao do sistema neurolgico,
sendo um exemplo o mal de Parkison. Trs critrios so comuns s doenas
heredodegenerativas do sistema nervoso: seu determinismo gentico, a
sistematizao das leses e a qualidade do processo patolgico: degenerao
lenta, sem necrose nem inflamao.
Distrofia muscular progressiva: A Distrofia Muscular Progressiva (DMP)
engloba um grupo de doenas genticas, que se caracterizam por uma
degenerao progressiva do tecido muscular. At o presente momento tem-se
o conhecimento de mais de trinta formas diferentes de DMPs, algumas mais
benignas e outras mais graves, que podem atingir crianas e adultos de ambos
os sexos. Todas atacam a musculatura, mas os msculos atingidos podem ser
diferentes de acordo com o tipo de DMP. A Distrofia Muscular de Duchenne
uma das formas mais comuns e severa das distrofias. Apresenta incidncia de 1
a cada 3.500 nascimentos de meninos e causada por um distrbio na
produo de uma protena associada membrana muscular chamada
distrofina, que mantm a integridade da fibra muscular. Os portadores de DMD
apresentam um ligeiro atraso no desenvolvimento motor e prejuzos em
algumas atividades como saltar, subir escadas, correr e levantar-se do cho
devido fraqueza muscular progressiva e simtrica que acomete inicialmente
cintura plvica, observando o clssico sinal de Gowers ou levantar mioptico.
Doenas desmielinizantes e esclerose mltipla: Uma doena desmielinizante
qualquer doena do sistema nervoso na qual a bainha de mielina dos neurnios
danificada. Isso prejudica a conduo de sinais nos nervos afetados, causando
prejuzos na sensao, movimento, cognio e outras funes dependendo dos
nervos envolvidos. O termo descreve o efeito da doena, ao invs de sua causa;
algumas doenas desmielinizantes tem causa gentica, algumas so causadas
por agentes infecciosos, outras por reaes autoimunes e outras por fatores
desconhecidos. Dentre as doenas desmielinizantes, a principal e mais
conhecida a esclerose mltipla, caracterizada por uma reao inflamatria na
qual so danificadas as bainhas de mielina que envolvem os axnios dos

120

121

neurnios cerebrais e medulares, levando sua desmielinizao e ao


aparecimento de um vasto quadro de sinais e sintomas.
Epilepsias e convulses: A epilepsia uma disfuno do crebro que cursa com
descargas eltricas anormais e excessivas do crebro, que interrompem
temporariamente sua funo habitual e produzem manifestaes involuntrias
no comportamento, no controle muscular, na conscincia e/ou na sensibilidade
do indivduo. A convulso acontece por causa de uma falha na conduo
eltrica no crebro, levando maior atividade eltrica em algum ponto
suscetvel deste, o que provoca os sintomas da crise convulsiva (abalos
musculares, perda da conscincia, salivao, e em alguns casos perda
esfincteriana diurese e evacuao espontnea durante as crises).O tipo mais
comum e conhecido de convulses a crise convulsiva generalizada, onde o
indivduo desmaia, e comea a ter abalos generalizados, sem nenhuma
conscincia, geralmente revirando os olhos e com hipersalivao
acompanhando o quadro. Toda convulso uma crise epilptica, mas alm da
convulso existem vrias formas de crises epilpticas. Na convulso o paciente
apresenta movimentos grosseiros de membros, desvio dos olhos, liberao de
esfncteres e perda de conscincia. E um exemplo comum de crise epilptica
no convulsiva a crise de ausncia.

14 Doenas psiquitricas: falar em doenas psiquitricas envolve falar de


normalidade psiquitrica, que um conceito difcil, ainda mais quando se fala em
transtornos de humor, por exemplo. De qualquer maneira, aqui temos um grupo de
doenas de mais difcil averiguao pela junta mdica, ainda mais que a maior parte
delas s pode ser conhecida se o psiquiatra atestar no laudo (algo que o candidato
pode evitar) ou se o candidato afirmar que a possui. De qualquer maneira, so
condies incapacitantes desse grupo:

Transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substncias


psicoativas: os casos mais comuns so as sequelas causadas pelo uso de drogas
ilcitas. Uma categoria de difcil conceituao e de difcil averiguao, que,
entretanto, pode ser motivo de incapacitao se os transtornos se notarem no
cotidiano, j que h um curso de formao de vrios meses para ser cumprido
antes da nomeao.
Esquizofrenia, transtornos esquizotpicos e delirantes: A esquizofrenia uma
doena psiquitrica endgena, que se caracteriza pela perda do contato com a
realidade. A pessoa pode ficar fechada em si mesma, com o olhar perdido,
indiferente a tudo o que se passa ao redor ou, os exemplos mais clssicos, ter
alucinaes e delrios. Ela ouve vozes que ningum mais escuta e imagina estar
sendo vtima de um compl diablico tramado com o firme propsito de
destru-la. No h argumento nem bom senso que a convena do contrrio.
Grosso modo, h dois tipos de sintomas: os produtivos e os negativos. Os
121

122

sintomas produtivos so, basicamente, os delrios e as alucinaes. O delrio se


caracteriza por uma viso distorcida da realidade. O mais comum, na
esquizofrenia, o delrio persecutrio. O indivduo acredita que est sendo
perseguido e observado por pessoas que tramam alguma coisa contra ele.
Imagina, por exemplo, que instalaram cmeras de vdeo em sua casa para
descobrirem o que faz a fim de prejudic-lo. As alucinaes caracterizam-se por
uma percepo que ocorre independentemente de um estmulo externo. Por
exemplo: o doente escuta vozes, em geral, as vozes dos perseguidores, que do
ordens e comentam o que ele faz. So vozes imperativas que podem lev-lo ao
suicdio, mandando que pule de um prdio ou de uma ponte. Delrio e
alucinaes so sintomas produtivos que respondem mais rapidamente ao
tratamento. No outro extremo, esto os sintomas negativos da doena, mais
resistentes ao tratamento, e que se caracterizam por diminuio dos impulsos
e da vontade e por achatamento afetivo. H a perda da capacidade de entrar
em ressonncia com o ambiente, de sentir alegria ou tristeza condizentes com
a situao externa.
Transtornos do humor: Transtornos do humor so aqueles nos quais o sintoma
central a alterao do humor ou do afeto. Afeta diversas reas da vida do
indivduo (profissional, familiar, social) e a maioria dos outros sintomas so
menos prejudiciais ou consequncia do humor alterado. Tendem a ser
recorrentes e a ocorrncia dos episdios individuais pode frequentemente
estar relacionada com situaes ou fatos estressantes. Os transtornos do
humor podem ter frequncia, gravidade e durao variveis. Temos nesse
grupo, por exemplo, o transtorno bipolar, os casos de euforia e transtornos
depressivos.
Transtornos neurticos: A Neurose uma reao exagerada do sistema
emocional em relao a uma experincia vivida (Reao Vivencial). Engloba
uma srie de casos, como transtorno obsessivo-compulsivo, transtornos de
fobia, reaes ao estresse grave e transtornos de adaptao. Como em todos
os casos de alteraes psiquitricas apenas os casos srios e que causem
problemas funcionais devem ser considerados.
Transtornos de personalidade e de comportamento: Os Transtornos de
Personalidade, tambm referidos como Perturbaes da Personalidade,
formam uma classe de transtorno mental que se caracteriza por padres de
interao interpessoais to desviantes da norma, que o desempenho do
indivduo tanto na rea profissional como em sua vida privada pode ficar
comprometido. Existem diversas alteraes nessa classe, como sociopatia,
borderline, transtornos de dependncia, personalidade esquiva, narcisismo,
personalidades paranoides, cleptomania, etc e etc. Somente aqueles
incompatveis com o cargo podem ser motivo de incapacitao, mas o
diagnstico complexo e pouco provvel na etapa do concurso. Na prtica,
122

123

acaba sendo usada a capacidade de adaptao e convivncia durante o curso


de formao como um laboratrio para averiguar a presena desses
transtornos, exceto nos casos mais gritantes.
Retardo mental: O retardo mental uma condio, geralmente irreversvel,
caracterizada por uma capacidade intelectual inferior normal com
dificuldades de aprendizado e de adaptao social, que normalmente est
presente desde o nascimento ou que se manifesta nos primeiros anos da
infncia. A previso de retardo mental como condio incapacitante chega a
ser cmica, diante da necessidade de aprovao em um concurso disputado,
que conta inclusive com prova discursiva, para o qual se exige diploma de nvel
superior. De qualquer maneira, est prevista, como mais um caso de excesso
de regulao. Se algum tem retardo mental e consegue ter diploma de nvel
superior, passar no concurso, no psicotcnico e se formar na ANP, por que no
poderia exercer o cargo? A resposta bvia que essa pessoa no tem retardo
mental logo, o prprio sistema do concurso serve para eliminar essas
pessoas, de forma que desnecessria a previso.
Dependncia de lcool e drogas: o uso de drogas frequente e atual pode ser
verificado pelo exame antidrogas. J a dependncia de lcool s pode
verificada por alguma alterao que cause nos exames ou pelo comportamento
do candidato durante o curso de formao (embora se possa levantar algo na
investigao social).

15 Doenas reumatolgicas: Existem mais de 100 tipos diferentes de doenas que


podem ser classificadas como reumticas. Os tipos mais comuns de reumatismo, no
Brasil, so a artrite, a artrose, a tendinite, a gota, as dores na coluna e a osteoporose.
Apesar de apresentarem alguns sintomas semelhantes, como dor nas articulaes,
cada tipo de doena reumtica tem caractersticas prprias, as doenas reumticas
provocam dor e incapacidade, mas raramente so fatais. Algumas doenas j foram
tratadas anteriormente e criou-se um item especfico aqui para englobar outras
condies, quais sejam:

Artrite reumatoide: Artrite reumatoide uma doena inflamatria crnica,


autoimune, que afeta as membranas sinoviais (fina camada de tecido
conjuntivo) de mltiplas articulaes (mos, punhos, cotovelos, joelhos,
tornozelos, ps, ombros, coluna cervical) e rgos internos, como pulmes,
corao e rins, dos indivduos geneticamente predispostos. A progresso do
quadro est associada a deformidades e alteraes das articulaes, que
podem comprometer os movimentos. Somente os casos mais avanados
podem ser detectados nos exames de raios X.
Vasculites sistmicas primrias e secundrias (granulomatose de Wegener,
poliangiite microscpica, sndrome de Churg-Strauss, poliarterite nodosa,
doena de Kawasaki, arterite de Takayasu), arterite de clulas gigantes,
123

124

prpura de Henoch-Shlein: As vasculites constituem processos clnicopatolgicos caracterizados pela inflamao e leso da parede dos vasos
sanguneos. Nestas doenas, a parede dos vasos sanguneos invadida por
clulas do sistema imunolgico, o que pode provocar estenose (estreitamento),
ocluso (fechamento), formao de aneurismas e/ou hemorragias. Podemos
classificar as vasculites em primrias e secundrias. As vasculites primrias so
doenas raras, de causa pouco conhecida, que ocorrem quando o vaso
sanguneo o alvo principal da doena. A classificao das vasculites primrias
baseia-se no tamanho do vaso acometido (pequenos, mdios e grandes vasos).
J as vasculites secundrias so aquelas em que se observa o acometimento
dos vasos devido a alguma doena autoimune, infeces, neoplasias, exposio
a drogas, dentre outras. A Granulomatose de Wegener consiste em inflamao
granulomatosa que afeta o trato respiratrio, ao lado de vasculite necrosante,
que pode comprometer as artrias, arteriolas, vnulas e capilares, incluindo o
capilar glomerular. Poliangite microscpica (PAM) uma vasculite sistmica de
pequenos vasos (vnulas, capilares, arterolas) tipicamente levando a uma
glomerulonefrite crescntica associada vasculite sistmica generalizada.
Sndrome de Churg Strauss uma vasculite que envolve inflamao de
pequenos e mdios vasos. Caracteriza-se por asma e predomnio de eosinfilos
(clulas brancas do sangue). Pode acometer seios de face, pulmes, corao e
outros rgos. Poliarterite nodosa (PAN) uma vasculite sistmica primria
necrosante que compromete artrias de mdio calibre. Apresenta espectro de
manifestao ampla, desde uma forma leve/limitada progressiva e fatal,
acometendo sistema nervoso central e perifrico, rins, msculos, trato
gastrintestinal e cutneo. A doena de Kawasaki (DK) uma vasculite
autolimitada e sistmica que acomete vasos de mdio calibre. conhecida
tambm por sndrome febril linfonodo-mucocutnea, acomete principalmente
crianas < 5 anos de idade (80 a 90% dos casos) e do sexo masculino. A arterite
de Takayasu (AT) uma vasculite primria sistmica que acomete vasos de
grande calibre, ou seja, a aorta e seus ramos principais, alm de artria
pulmonar. conhecida tambm por doena sem pulsos, aortite esclerosante,
coarctao reversa, sndrome do arco artico, arterite primria da aorta,
aortite estenosante, tromboarteriopatia oclusiva, sndrome da aortite e
aortoarterite medial idioptica. A arterite de clulas gigantes (ACG) uma
vasculite que acomete vasos de grande e mdio calibre, preferencialmente os
ramos extracranianos das cartidas e, em particular, a artria temporal
superficial. A prpura de Henoch-Schnlein (PHS) uma vasculite sistmica
primria imunomediada, autolimitada, que acomete principalmente as
crianas, entre 4 e 9 anos de idade. Cursa com prpuras palpveis, artrite ou
artralgia, dor abdominal e envolvimento renal.

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125

Lpus eritromatoso sistmico: Lpus uma doena inflamatria autoimune,


desencadeada por um desequilbrio no sistema imunolgico, exatamente
aquele que deveria proteger a pessoa contra o ataque de agentes patognicos.
Lpus pode manifestar-se sob a forma cutnea (atinge apenas a pele) ou ser
generalizado. Neste caso, atinge qualquer tecido do corpo e recebe o nome de
lpus eritematoso sistmico (LES). Estudos recentes mostram que fatores
genticos e ambientais esto envolvidos no aparecimento das crises lpicas.
Entre as causas externas, destacam-se a exposio ao sol, o uso de certos
medicamentos, alguns vrus e bactrias e o hormnio estrgeno, o que pode
justificar o fato de a doena acometer mais as mulheres em idade frtil do que
os homens. Os sintomas dependem basicamente do rgo afetado. Os mais
frequentes so: febre, manchas na pele, vermelhido no nariz e nas faces em
forma de asa de borboleta, fotossensibilidade, feridinhas recorrentes na boca e
no nariz, dores articulares, fadiga, falta de ar, taquicardia, tosse seca, dor de
cabea, convulses, anemia, problemas hematolgicos, renais, cardacos e
pulmonares. Portadoras de lpus eritematoso sistmico podem ter dificuldade
para engravidar e levar a gestao adiante. No entanto, a gravidez possvel,
desde que sejam respeitadas algumas medidas teraputicas e mantido o
acompanhamento mdico permanente.
Fibromialgia: Fibromialgia caracteriza-se por dor crnica que migra por vrios
pontos do corpo e se manifesta especialmente nos tendes e nas articulaes.
Trata-se de uma patologia relacionada com o funcionamento do sistema
nervoso central e o mecanismo de supresso da dor que atinge, em 90% dos
casos, mulheres entre 35 e 50 anos. A fibromialgia no provoca inflamaes
nem deformidades fsicas, mas pode estar associada a outras doenas
reumatolgicas o que pode confundir o diagnstico. Trata-se de doena de
difcil diagnstico, que no pode ser verificada no exame mdico do concurso.
Sndrome de Sjgren: A Sndrome de Sjgren uma doena autoimune que
afeta as glndulas produtoras de lgrimas e saliva, causando olho e boca seca.
A doena pode, ainda, afetar outras partes do corpo, podendo causar
problemas tambm aos rins e aos pulmes, por exemplo. Mais uma condio
mdica de difcil diagnstico.
Sndrome de Behet: A sndroma de Behet uma doena inflamatria crnica,
recidiva, que produz, de forma recorrente feridas dolorosas na boca, bolhas na
pele, lceras genitais e inflamao das articulaes. Tambm se podem
inflamar os olhos, os vasos sanguneos, o sistema nervoso e o trato
gastrointestinal. A incidncia da sndroma duas vezes superior entre os
homens do que entre as mulheres. Geralmente aparece entre os 20 e os 30
anos de idade, mas pode desenvolver-se durante a infncia. Desconhece-se a
causa da sndroma de Behet, mas no se exclui que os vrus e as doenas autoimunes possam desempenhar um papel no seu desenvolvimento.
125

126

Sndrome de Reiter: sndroma de Reiter uma inflamao das articulaes e


das unies dos tendes s mesmas, acompanhada com frequncia de uma
inflamao da conjuntiva do olho e das membranas mucosas, como as da boca,
do trato urinrio, da vagina e do pnis, e por uma erupo cutnea
caracterstica. Somente por sintomas de casos avanados pode-se cogitar da
presena dessa doena.
Espondilite anquilosante: Espondilite anquilosante uma doena inflamatria
crnica, incurvel por enquanto, que afeta as articulaes do esqueleto axial,
especialmente as da coluna, quadris, joelhos e ombros. O diagnstico leva em
conta os sinais e sintomas, os resultados de exames laboratoriais de sangue e
os achados radiogrficos nas articulaes da regio sacroilaca.
Dermatopolimiosite: A dermatopolimiosite (DPM) uma doena inflamatria
crnica da musculatura estriada (miosite).
Esclerordemia: A esclerodermia uma doena inflamatria crnica do tecido
conjuntivo que envolve alteraes na pele, nos vasos sanguneos, nos msculos
e nos rgos internos. Ela um tipo de doena autoimune, um problema que
ocorre quando o sistema imunolgico ataca e destri tecidos saudveis do
corpo por engano.

16 Tumores e neoplasias: no satisfeito em j prever tumores em todos os sistemas


anteriormente considerados, a banca faz aqui uma previso especfica para esse caso.
Em resumo, afirma-se que qualquer tipo de cncer condio incapacitante e que
demais tumores so condies incapacitantes quando causem perdas funcionais.
Resumindo conforme o edital:

Qualquer tumor maligno: prev-se que todos os tipos de cncer so


incapacitantes. Observe-se que preciso um exame especfico para determinar
de que tipo de tumor se trata.
Tumores benignos dependendo da localizao, repercusso funcional e
potencial evolutivo: em resumo, os casos de tumores no malignos sero
analisados caso a caso.

126

127

2.3 QUAIS
TOLERADAS?

ALTERAES NOS EXAMES LABORATORIAIS E COMPLEMENTARES SO

R: Como expusemos em grandes detalhes no item anterior, os exames laboratoriais e


complementares servem para determinar a presena de doenas que possam ser
incapacitantes, nos termos do edital. Logo, quaisquer alteraes que no indiquem
alguma condio incapacitante ou que gerem dvidas so tolerveis. Portanto,
pequenas alteraes nos exames de sangue, por exemplo, sem nenhuma outra
alterao nos demais exames, so questes relevveis. De qualquer maneira, para
evitar dvidas, verifique todos os exames e esclarea as dvidas com o especialista
antes de entrega-los.

2.4 QUEM
ENTREGUES?

RESPONSVEL PELO EXAME MDICO E PELA AVALIAO DOS EXAMES

R: A banca do concurso contrata alguns mdicos para realizar os exames clnicos.


Acima desses mdicos contratados existem mdicos da banca que so responsveis
por resolver os casos de dvidas e tambm por fazer a posterior anlise conjunta dos
exames entregues e da documentao do dia da avaliao mdica. O mdico que faz o
exame clnico, em regra, portanto, no ser o mesmo que conferir os exames
entregues.

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Captulo 3 Exame Clnico


3.1 COMO FUNCIONA O EXAME CLNICO?

R: Os candidatos so convocados para um horrio especfico para ser submetido ao


exame pelos mdicos contratados pela banca. Geralmente existe mais de uma junta
mdica fazendo as avaliaes no dia.
O candidato entrega os exames para os funcionrios da banca, que iro conferir
se todos foram entregues e geralmente entregar um recibo de que os exames foram
entregues (ou indicando quais exames foram entregues ou indicando quantas pginas
de exames foram deixadas pelo candidato). Depois disso o candidato ir ser pesado e
ter sua altura medida.
Em seguida, o candidato segue para outra sala, na qual ser submetido ao
exame clnico propriamente. Esse ser realizado geralmente por dois mdicos. Sero
feitas avaliaes diversas, sem um padro especfico (cada mdico avalia como acha
adequado, acontecendo de candidatos na mesma cidade terem diferentes avaliaes).
So exames usuais: medio da presso, mandar o candidato tirar a roupa, caminhar
pela sala, apalpar a barriga para identificar hrnias, auscultar o corao, etc.
Alm disso, h um formulrio com diversas perguntas, como por exemplo:
histrico de doenas do candidato, histrico de algumas doenas na famlia, se o
candidato toma alguma medicao, se o candidato j fez cirurgia, etc.

3.2 POSSO
CLNICO?

SER REPROVADO NO EXAME MDICO APENAS POR CONTA DO EXAME

R: Sim. Algumas doenas, como problemas de joelho, por exemplo, podem ser
identificadas apenas no exame clnico (indicamos outros casos nos comentrios sobre
as condies incapacitantes) e se forem caso de incapacitao levaro a reprovao.

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3.3 O QUE OS MDICOS AVALIAM NO EXAME CLNICO ?

R: Devem avaliar diversas condies que os exames no indicam, como presena de


tumores e outras deformidades no corpo, falta de dedos dos ps e das mos, membros
inferiores de tamanho diferentes uns dos outros, problemas de pele, etc. e etc. Alm
disso, pelo questionrio feito sero levantadas outras questes a serem esclarecidas.

3.4 COMO

A AVALIAO DAS TATUAGENS NO EXAME CLNICO E O QUE RESULTA

DESSA AVALIAO ?

R: Os mdicos da banca iro fazer anotaes detalhadas de onde as tatuagens esto


localizadas, seu tamanho e o que est desenhado. Com exceo de tatuagens
ofensivas em locais visveis (susticas, mensagens obscenas explcitas, etc.), nenhum
problema ter o candidato com isso. Vrios servidores do DPF possuam tatuagens e
foram aceitos normalmente. A nica questo que pode causar problemas so
tatuagens ofensivas, s quais sugere-se cobrir com outra tatuagem, se for o caso, para
evitar problemas.

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Captulo 4 Resultado do Exame e Recursos


4.1 COMO E QUANDO FICO SABENDO SE FUI APROVADO NO EXAME MDICO?

R: Depende do cronograma do concurso, mas o resultado somente ser publicado


cerca de 30 dias depois da entrega dos exames e do exame clnico. Antes disso, no h
como saber se foi aprovado ou reprovado, exceto se tiver deixado de entregar exames
caso em que certamente ficar reprovado preliminarmente. O resultado publicado
na internet, indicado apenas os candidatos aprovados na lista.

4.2 QUAL A PORCENTAGEM DE CANDIDATOS QUE APROVADO NO EXAME MDICO?

R: No resultado preliminar a taxa de reprovao muito alta, chegando at aos 50%


em alguns concursos, pois os candidatos deixam de entregar exames e no prestam
ateno aos detalhes necessrios para ser aprovado (que mostramos em diversos
pontos anteriormente). Porm, a imensa maioria das pessoas aprovada
posteriormente e a taxa de reprovao definitiva abaixo dos 5% dos candidatos.
Somente a taxa de reprovao entre os PNE alta, pois necessrio no estar numa
das condies incapacitantes, o que contraditrio condio da maioria dos PNEs.

4.3 NO FUI APROVADO NO EXAME MDICO. COMO SABER O MOTIVO ?

R: Logo quando o resultado publicado o candidato no ter como saber o motivo.


Porm marcado um horrio para que o candidato tenha acesso, geralmente nos
mesmos locais em que fez o exame, ao seu resultado, sabendo de forma motivada
quais os motivos que levaram a sua reprovao provisria.

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4.4 QUAIS OS MOTIVOS MAIS COMUNS DE REPROVAO NO RESULTADO PRELIMINAR


DO EXAME MDICO ?

R: A maior parte das reprovaes decorre da falta de entrega de exames e da entrega


de exames de forma incorreta (vide os comentrios anteriores). Outra boa parcela
decorre de entrega de exames com alteraes, que fazem a banca pedir exames extras
para esclarecer a condio. Ainda outra parcela significativa de candidatos reprovada
para fazer exames extras para esclarecer algo que o mdico ficou em dvida no dia do
exame clnico o caso mais comum dentro desse grupo decorre das medidas de
presso alta no dia do exame clnico, que levam a ter de fazer o MAPA. Por fim, a
menor parcela de reprovaes decorre de deteco de alguma condio incapacitante
nos exames entregues ou no exame clnico.

4.5 COMO PROCEDER PARA FAZER O RECURSO DO EXAME MDICO?

R: Seja direto e completo, esclarecendo exatamente o que foi pedido pela banca nos
motivos que levaram a reprovao provisria. Se foi pedido um exame, faa-o e
entregue cumprindo todos os critrios para a aprovao, ou seja, os formais
(assinatura, carimbo, CRM, nome do candidato, nome correto do exame, etc.) e os
materiais (ou seja, nunca entregue um exame com alteraes no recurso, pois no h
recurso do recurso). Se foi pedido que se esclarea uma condio mdica, faa os
exames necessrios e anexe um laudo de especialista da rea afirmando que no h
problemas funcionais. Em resumo, responda de acordo com o que a banca pediu e
demonstre de forma inequvoca que no possui nenhuma condio incapacitante, ou
seja, aquela que tem uma das caractersticas abaixo:
I incompatvel com o cargo pretendido;
II potencializada com as atividades a serem desenvolvidas;
III determinante de frequentes ausncias;
IV capaz de gerar atos inseguros que venham a colocar em risco a segurana do
candidato ou de outras pessoas;
V potencialmente incapacitante a curto prazo.

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132

4.6 QUAIS

AS PRINCIPAIS DICAS PARA REVERTER A REPROVAO PRELIMINAR NO

EXAME MDICO ?

R: Se no seguiu as dicas dadas nesse material, e cometeu erros na entrega dos


exames, agora a hora de fazer tudo dentro do padro esperado. Ou seja, faa os
exames pedidos, confira com ateno, veja se tudo est adequado, redija o recurso de
forma clara e indicando que deve ser aprovado.

4.7 QUANDO SAI O RESULTADO DEFINITIVO DO EXAME MDICO?

R: Depende do cronograma do concurso, mas geralmente demora mais de duas


semanas, em regra, depois do fim do prazo dos recursos para o resultado definitivo.

4.8 COMO PROCEDER SE FUI REPROVADO DEFINITIVAMENTE NO EXAME MDICO?

R: Os candidatos que so reprovados definitivamente tm o direito de ter acesso ao


motivo da reprovao. Com esse dado e com os demais documentos necessrios,
entre com ao judicial.

4.9 QUAIS
MDICO?

AS CHANCES DE CONSEGUIR LIMINAR CONTRA O RESULTADO DO EXAME

R: A chance , no geral, alta. Como tivemos oportunidade de apontar em diversos


momentos nos comentrios sobre as condies incapacitantes, no so todas as
condies apontadas que realmente so motivos razoveis para reprovar algum.
Logo, se foi reprovado injustamente, por uma condio que no atrapalharia para o
exerccio de uma profisso como a de policial, h boas chances de conseguir
judicialmente a reverso da deciso da banca e quase sempre se consegue uma
liminar para o curso de formao, bastando nesse caso demonstrar que h dvidas
sobre a reprovao.

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133

Cabe ao advogado questionar o edital, mas colocaremos alguns pontos que podem
ser considerados:

Princpio da ampla acessibilidade aos cargos pblicos: a Constituio assegura


que a todos aberto o acesso aos cargos pblicos, desde que preenchidos os
requisitos estabelecidos na lei. Dessa forma, no pode o edital do concurso,
que no lei, vedar o acesso a um cargo pblico, devendo, antes, seguir os
parmetros da lei. Dessa forma, toda previso excessiva do edital deve ser
revista pela Justia, garantindo a legalidade do exame mdico em concursos.
Vedaes discriminatrias e que no sejam razoveis e proporcionais devem
ser consideradas como sendo no escritas no edital.
Adequao ao cargo: Policial no super-heri, mas sim um servidor pblico
com atribuies especficas. Logo, no pode a Administrao querer pessoas
perfeitas para seus quadros policiais, devendo, isso sim, controlar apenas para
que no sejam aceitos candidatos que se mostrem incapazes de exercer as
atribuies tpicas do cotidiano do cargo. Logo, deve reinar o bom senso e no
o rigorismo cego no exame mdico, sob pena de flagrante ilegalidade.
Portanto, um candidato somente pode ser reprovado se a banca conseguir
comprovar de forma clara que este no apresenta condies de sade que o
permitam exercer satisfatoriamente as funes do cargo. Dessa maneira,
apenas demonstrar que o candidato possui uma alterao de sade, que,
entretanto em nada prejudica sua vida ou apenas demonstrar que o candidato
tem potencial para num futuro indeterminado desenvolver quadros agravados
de uma doena no motivo suficiente para uma reprovao. Dessa forma,
deve o candidato que deseja ir a juzo contra a Administrao demonstrar que
sua condio de sade em nada o desqualifica para o cargo em questo,
mostrando, por exemplo, que exerce suas atividades dirias normalmente e
que outras pessoas com condio semelhante so ocupantes do cargo.

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Captulo 5 Exame Mdico dos Portadores de Necessidades


Especiais (PNE)
5.1 COM O FUNCIONA A ETAPA DO EXAME MDICO PARA OS PNES?

R: Para os PNEs h uma etapa extra, que a percia. Fora isso, o candidato PNE deve se
submeter normalmente ao exame mdico, seguindo todas as regras j explicadas. A
diferena fica por conta da Percia, que fixada no edital pelas seguintes regras:

Os candidatos que se declararem com deficincia, se no eliminados na prova


objetiva, na prova discursiva e no exame de aptido fsica, sero convocados
para se submeter percia mdica oficial promovida por equipe
multiprofissional de responsabilidade do Cespe, formada por seis profissionais,
que analisar a sua qualificao como deficiente, nos termos do artigo 43 do
Decreto n 3.298/1999 e suas alteraes e da Smula n 377 do Superior
Tribunal de Justia (STJ).
Os candidatos devero comparecer percia mdica munidos de documento de
identidade original e de laudo mdico (original ou cpia autenticada em
cartrio) que ateste a espcie e o grau ou nvel de deficincia, com expressa
referncia ao cdigo correspondente da Classificao Internacional de Doenas
(CID-10), conforme especificado no Decreto n 3.298/1999 e suas alteraes,
bem como a provvel causa da deficincia, de acordo com o modelo abaixo, e,
se for o caso, de exames complementares especficos que comprovem a
deficincia.

O laudo mdico (original ou cpia autenticada em cartrio) ser retido pelo


Cespe por ocasio da realizao da percia mdica.
Perder o direito de concorrer s vagas reservadas s pessoas com deficincia o
candidato que, por ocasio da percia mdica, no apresentar o laudo mdico
(original ou cpia autenticada em cartrio) ou que apresentar laudo que no
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135

tenha sido emitido nos ltimos doze meses, bem como o que no for
qualificado na percia mdica como pessoa com deficincia ou, ainda, que no
comparecer percia.
O candidato que no for considerado com deficincia na percia mdica, caso
seja aprovado no concurso, figurar na lista de classificao geral.
A compatibilidade entre as atribuies do cargo e a deficincia apresentada
pelo candidato ser avaliada pela percia mdica oficial, promovida por equipe
multiprofissional, em cumprimento deciso proferida pelo Supremo Tribunal
Federal, nos autos do Recurso Extraordinrio n 676.335/MG, de 26 de
fevereiro de 2013, a qual expressamente afirmou que: a banca examinadora
responsvel, conforme anunciado acima, respeitando critrios objetivos,
poder declarar a inaptido de candidatos inscritos e cujas necessidades
especiais os impossibilite do exerccio das atribuies inerentes ao cargo para
qual estiver concorrendo, confirmada pelas decises de 23 de maio de 2013 e
de 6 de agosto de 2013, no mbito do mesmo Recurso Extraordinrio.
O candidato com deficincia reprovado na percia mdica em razo de
incompatibilidade da deficincia com o exerccio normal das atribuies do
cargo ser eliminado do concurso.
O candidato que, no ato da inscrio, se declarar com deficincia, se for
qualificado na percia mdica e no for eliminado do concurso, ter seu nome
publicado em lista parte e figurar tambm na lista de classificao geral.
As vagas que no forem providas por falta de candidatos com deficincia
aprovados sero preenchidas pelos demais candidatos, observada a ordem
geral de classificao.
Demais informaes a respeito da percia mdica constaro de edital especfico
de convocao.

5.2 QUAIS

TIPOS DE NECESSIDADES ESPECIAIS SO CONSIDERADAS PARA OS

CANDIDATOS SEREM APROVADOS NA VAGA DE

PNE? QUAIS LEVAM REPROVAO NO

EXAME MDICO ?

R: As condies para uma pessoa ser considerada PNE esto no Decreto n 3.298/1999
e na Smula 377 do STJ. Logo, vejamos o que dizem essas normas:
Decreto 3289/99
Art. 3 - Para os efeitos deste Decreto, considera-se:
I - deficincia toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou funo
psicolgica, fisiolgica ou anatmica que gere incapacidade para o desempenho de
atividade, dentro do padro considerado normal para o ser humano;
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II - deficincia permanente aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um


perodo de tempo suficiente para no permitir recuperao ou ter probabilidade de
que se altere, apesar de novos tratamentos; e
III - incapacidade uma reduo efetiva e acentuada da capacidade de integrao
social, com necessidade de equipamentos, adaptaes, meios ou recursos especiais
para que a pessoa portadora de deficincia possa receber ou transmitir informaes
necessrias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de funo ou atividade a ser
exercida.
Art. 4 - considerada pessoa portadora de deficincia a que se enquadra nas
seguintes categorias:
I - deficincia fsica - alterao completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo
humano, acarretando o comprometimento da funo fsica, apresentando-se sob a
forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputao ou ausncia de
membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congnita ou
adquirida, exceto as deformidades estticas e as que no produzam dificuldades para
o desempenho de funes;
II - deficincia auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um
decibis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqncias de 500HZ, 1.000HZ,
2.000Hz e 3.000Hz;
III - deficincia visual - cegueira, na qual a acuidade visual igual ou menor que
0,05 no melhor olho, com a melhor correo ptica; a baixa viso, que significa
acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correo ptica; os
casos nos quais a somatria da medida do campo visual em ambos os olhos for igual
ou menor que 60o; ou a ocorrncia simultnea de quaisquer das condies anteriores;
IV - deficincia mental funcionamento intelectual significativamente inferior
mdia, com manifestao antes dos dezoito anos e limitaes associadas a duas ou
mais reas de habilidades adaptativas, tais como:
a) comunicao;
b) cuidado pessoal;
c) habilidades sociais;
d) utilizao da comunidade;
d) utilizao dos recursos da comunidade; (Redao dada pelo Decreto n 5.296,
de 2004)
e) sade e segurana;
f) habilidades acadmicas;
g) lazer; e
h) trabalho;
V - deficincia mltipla associao de duas ou mais deficincias.

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Smula 377 STJ


O portador de viso monocular tem direito de concorrer, em concurso pblico, s
vagas reservadas aos deficientes.

5.3 COMO PROCEDER SE SOU PNE E NO FUI CONSIDERADO COMO TAL PELA BANCA
DO CONCURSO ?

R: Entrar na justia mostrando atravs de laudos e outras provas que se enquadra nas
condies legais para ser considerado PNE e que a banca no fez corretamente o
enquadramento. O fato de o candidato j ser concursado como PNE em outro rgo e
ter sido submetido percia um forte argumento.

5.4 COMO PROCEDER SE SOU PNE E FUI REPROVADO NO EXAME MDICO POR CONTA
DESSA CONDIO ?

R: Entrar com a ao judicial, apontando que sendo cumprida a deciso do STF, cuja
finalidade permitir o acesso dos PNE ao cargo, dentro das condies que sejam
compatveis com o cargo. Logo, no pode a Administrao criar regras que, na prtica
impossibilitem a deciso judicial de ter efeito. Assim, candidatos que tenham
condies de passar no TAF e cursar normalmente a ANP no podem ser eliminados no
exame mdico pela condio que o enquadra legalmente como PNE.

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