Construção de Divisores de Frequencia
Construção de Divisores de Frequencia
Construção de Divisores de Frequencia
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Introd uo
Em um sistema acstico de alta qualidade praticamente obrigatria a presena de falantes especializados em faixas de frequncias diferentes,
geralmente apresentando diversos dimetros. Isto torna-se necessrio j que falantes de dimetros maiores no so bons reprodutores de agudos e
falantes de menores dimetros no possuem a capacidade de movimentao necessria de ar exigida pelas frequncias mais baixas.
Para a separao das frequncias presentes no sinal musical, conduzindo somente aquelas adequadas a cada tipo de falante, so utilizados os
divisores de frequncia ("crossover networks"). O projeto do divisor de frequncias constitue-se em parte importante e sensvel do sonofletor, sendo
em grande medida responsvel pela qualidade final do som que ser obtido.
Tipos d e Divisor es
De maneira geral os divisores de frequncia podem ser classificados em ativos e passivos. Os divisores ativos so usados em sistemas de som mais
sofisticados, sendo instalados entre o pr-amplificador e o amplificador de potncia.
Os divisores passivos so os rotineiramente mais usados e podem ser instalados tanto na mesma posio que os ativos, isto , entre o
pr-amplificador e o amplificador de potncia, como nos prprios sonofletores (o que o caso mais comum).
Dentre os divisores passivos existem os de tipo srie e os de tipo paralelo. No tipo srie os elementos reativos so dispostos em srie com a fonte
de potncia, j no circuito paralelo estes elementos encontram-se em paralelo com o amplificador, oferecendo algumas vantagens, principalmente
quanto a perdas e estabilidade de caractersticas.
deste ltimo tipo de divisor que trataremos em maior profundi dade, procurando cobrir tanto os aspectos tericos de projeto como a realizao
prtica, fornecendo inclusive um exemplo de montagem com todas as indicaes necessrias como exemplo para a construo.
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Muitos tipos de divisores tem sido propostos pela literatura especializada, e se tornaram conhecidos pelos nomes dos seus propositores:
Butterworth, Bessel, Chebychev, Gaussiano, Linkwitz-Riley, e outros. Atravs de estudos matemticos e da prtica habitual de projeto, acabou por
tornar-se universalmente aceito o tipo de divisor conhecido como de "Butterworth", cujas caracterlsticas so:
* Resposta em amplitude mxima plana, ou seja, nas proximidades da frequncia de corte oferece a resposta mais suave, sem picos ou quedas
bruscas.
* Resposta em fase de comportamento constante, porm na frequncia de corte dependente da taxa de atenuao.
* Possibilidade de escolha de taxas de atenuao para fora da banda passante, de 6 dB/oitava, 12 dB/oitava, 18 dB/oitava, 24 dB/oitava e assim
por diante.
Os filtros resultantes so conhecidos como, respectivamente, Butterworth de 1 ordem, 2 ordem, 3 ordem, 4 ordem, etc. Portanto temos filtros
de ordem impar (1, 3, etc) e de ordem par (2, 4, etc), cujas caractersticas so diversas, como veremos a seguir.
Outros tipos de filtros apresentando caractersticas de respos tas diferentes tambm poderiam serem empregados como divisores de frequncia, no
entanto como no tem um emprego to universal como os filtros de Butterworth, e considerando que estamos aqui iniciando uma introduo ao
assunto, deixaremos para os comentar em trabalhos futuros.
O Divisor de 1 or de m (6 dB/oitava)
crossover 6dB/oitava
O divisor de 1a ordem o filtro mais simples, consistindo somente em uma indutncia que direciona as frequncias baixas ao "woofer" e um
capacitor, que entrega as frequncias mais altas ao Tweeter, conforme pode ser visto na figura. Este tipo de divisor mais barato e normalmente
encontrado em sistemas econmicos.
O maior problema encontrado no divisor de 1a ordem consiste na atenuao demasiadamente suave fora da banda de passagem.
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Na figura a seguir mostramos a resposta em frequncia de diversos filtros, inclusive do de 6dB/oitava, sintonizados em 1000Hz, onde este
comportamento torna-se evidente. Na frequncia de corte de 1000 Hz, proporcionada uma queda de 3dB aos dois falantes; uma oitava abaixo e
acima desta frequncia, ou seja, em 500 Hz e 2000 Hz, a atenuao de 9dB; duas oitavas alm, em 250 Hz e 4000 Hz, a atenuao ainda de
somente 15dB.
Isto significa que para no haver deficincia na qualidade sonora resultante, no caso do divisor de 6db/oitava, precisamos escolher falantes que
apresentem boa resposta pelo menos duas oitavas alm da frequncia de corte que queremos escolher.
Esta superposio entre as respostas dos falantes, em torno de quatro oitavas, origina tambm efeitos de reforo e cancelamento aleatrios em
torno destas frequncias, geralmente no plano vertical, se os falantes estiverem posicionados dessa forma na caixa acstica. Portanto o
posicionamento correto dos falantes muito importante para evitar, ou melhor, minimizar, estas interferncias. Embora este efeito ocorra tambm
com filtros de ordens mais elevadas, ele mais pronunciado com o de 1a ordem. Sobre a forma de colocar os falantes no painel frontal
comentaremos em artigos prximos.
A maior vantagem do divisor de 1a ordem reside no fato dele apresentar o menor desvio de fase absoluta entre os falantes, e por consequncia no
originar problemas de alinha mento na resposta transiente, sendo portanto essencialmente do tipo que muitos fabricantes comercialmente
denominam "linear phase". Com base nesta caractersticas muitos sonofletores fabricados por puristas, empregam filtros de 1a ordem, no entanto
os falantes empregados so geralmente fabricados especialmente, tendo em vista a larga faixas de frequncia que tem de suportar.
Dessa forma, para o amador, a vantagem do filtro de 1a. Ordem permanece apenas em plano terico, em vista que as desvantagens prticas
acima apontadas so bem maiores.
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crossover 12dB/oitava
O filtro de 2 ordem emprega dois elementos reativos por ramo de circuito, uma indutncia e um capacitar.
O problema de superposio que haviamos encontrado no filtro de 1a ordem j agora fica bem menos crtico. Conforme podemos observar na
mesma figura anterior, uma oitava acima e abaixo da frequncia de corte (500 Hz e 2000 Hz) o sinal fica atenua do de 15 dB, uma diferena bastante
sensvel em relao ao divisor anterior e que impe bem menos exigncias aos reprodutores que sero empregados.
No entanto em contrapartida os sinais eltricos nas saidas do divisor de 2a ordem encontram-se em contrafase, com 180o de diferena, provocando
um ponto de amplitude nula na frequncia de corte. Esta caracterstica contornada por muitos projetistas atravs da inverso eltrica dos sinais na
entrada do divisor, invertendo a ligao do"tweeter" ou do "woofer". No entanto esta medida, se resolve este problema, cria outro, pois ter-se- um
pico de 3 dB na frequncia de corte acompanhado de um deslocamento de fase de 180 no restante das banda passante de graves e agudos.
Uma outra soluo mais completa, porm mais custosa e por isto pouco usada, consiste em manter as ligaes nas polaridades corretas e usar um
outro falante ("filler") especificamente para cobrir este ponto de amplitude nula. Naturalmente isto implica em criar mais uma faixa de crossover, com
todos os problemas decorrentes, o que no uma boa escolha para o projetista amador.
O divisor de 2a ordem, apesar destes problemas ainda o mais usado, j que se trata de uma soluo de compromisso entre as vantagens e
desvantagens do emprego de filtros de complexidade crescente e custos maiores e aqueles mais simples e custos menores.
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crossover 18dB/oitava
O divisor de 3a ordem emprega trs elementos reativos por ramo. Este divisor, apesar da maior complexidade, o mais indicado tecnicamente,
tanto pela pequena superposio das faixas de atuao dos falantes, assegurando uma resposta com menor faixa de interferncia e
consequentemente possuindo maior regularidade, como por assegurar um menor defasamento na frequncia de corte. Isto proporciona uma resposta
mais plana e uniforme em toda a extenso em torno do corte, sendo virtualmente idntica do filtro de 1a ordem.
Outras possibilidades do divisor de 3a ordem e que so exploradas por projetos mais sofisticados, incluem a maior faci lidade de equalizao eltrica
da resposta acstica dos falantes e a possibilidade para a incluso de amortecimento r resistivo, isto sendo possvel pelo maior controle que os
divisores de ordem mais alta proporcionam em relao ao comportamento dos falantes.
A desvantagem deste divisor consiste no seu custo relativamente elevado, por empregar um maior nmero de elementos reativos.
Para complementao observamos que so mais raramente empregados os divisores de ordem mais alta. Os de 4a ordem (24 dB/oitava) so
usados em sonofletores profissionais que empregam a tcnica de retardo no tempo para compensao de desvios de fase ("time delay
compensated"), os de 5a ordem (30 dB/oitava) e acima j so custosos demais e praticamente no compensam serem empregados. Este tipos so
mais indicados em divisores ativos, j que so mais facilmente sintetizados atravs de amplificadores operacionais.
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nem sempre facilmente resolvveis, ainda mais sem dispor de aparelhos sofisticados de medidas, portanto importante que, principalmente em um
primeiro projeto, escolhamos algo mais simples.
Outro ponto a notar, consiste em, de preferncia, limitar o emprego de somente um reprodutor por faixa. Naturalmente o falante ter que ser
escolhido de forma a possuir a capacidade adequada para a dissipao da potncia necessria. Somente se no for possvel o uso de apenas um
falante por faixa que devero ser empregadas associaes de dois ou mais falantes.
Se for empregado mais de um reprodutor por faixa, a forma de associao mais conveniente em paralelo e os falantes devero ser alinhados
verticalmente. Esta providncia limitar a interferncia que ocorrer entre eles ao plano vertical, com menores consequncias na qualidade subjetiva
do som. Dever ser tomado o cuidado necessrio quanto impedncia da associao: por exemplo, dois falantes de 8 ohms em paralelo
correspondero a 4 ohms e o divisor dever ser dimensionado para a impedncia resultante.
Tambm a sensibilidade de cada falante importante no balanceamento final entre os canais. Para isto pode-se empregar potencimetros de fio
(minimo de 30 ohms) como atenuadores na saida dos canais mdios e agudos, pressupondo-se que tenham sido escolhidos falantes mais eficientes
para essas faixas. No canal do "woofer" no recomendvel o uso de atenuao j que para as frequncias baixas torna-se necessrio o melhor
acoplamento possvel entre o falante e o amplificador.
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O F alante d e Mdios
Escolhidos os falantes de graves e agudos, bem como as frequncias de transio, podemos proceder seleo do reprodutor de mdios. Vamos
considerar a escolha de um divisor de 12 dB/oitava nas seguintes frequncias de corte:
* 1.000 Hz e 3.500 Hz - Necessitamos neste caso de resposta uma oitava abaixo e acima dos cortes, portanto de 500 Hz a 3.000 Hz - um bom
modelo de 12 cm suficiente.
* 500 Hz (ou 700 Hz) e 6.000 Hz - Considerando as condies j colocadas acima, o reprodutor de mdios necessitaria possuir boa resposta entre
250 Hz (ou 350 Hz) e 12.000 HZ, uma faixa muito ampla para os falantes comuns.
Para a reproduo subjetivamente boa na faixa inferior importante considerar o uso de um falante de 12 cm a 15 cm, com traseira aberta (isto
sem fechamento interno em metal, isto ser feito posteriormente no prprio sonofletor utilizando uma caixinha de madeira de volume adequado). J
a reproduo at 12.000 Hz bastante problemtica, sendo aconselhvel ou empregar a soluo sugerida anteriomente, com um "Tweeter" de cone
cobrindo a faixa superior, ou baixar a frequncia de corte a um valor mais aceitvel.
De qualquer forma a soluo definitiva depender sempre dos falantes usados e da adequao entre os objetivos do projetista e dos dispndios que
sero feitos.
Pr tica de p rojeto
J vimos as condies e limitaes para o emprego dos divisores de frequncia. Em sequncia veremos como calcular e construir divisores de taxas
de atenuao de 6 dB/oitava, 12 dB/oitava e 18 dB/Oitava, possuindo dois ou mais canais.
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O Divisor de 6 d B/Oitava
Inicialmente vamos supor o emprego de um divisor de 6 dB/oitava, conforme mostra a figura 4.
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Divisor de 6 dB/oitava
Chamaremos de F a frequncia de corte, R a impedncia de carga - que consideraremos igual a 8 ohms, de L o valor da indutncia que
necessitamos e de C o valor do capacitor. Escolhida a frequncia de corte f, os valores de L e C podem ser calculados pelas expresses:
L = R / (2*pi*F) em Henries (1)
C = 1 / (2*pi*R*F) em Farads (2)
Estas equaes em uma forma mais operacional seriam escritas:
L = 1.270 / F (mH)
C = 19.900 / F (uF)
Para maior facilidade mostramos na tabela para uma srie de frequncias os valores de C e L j calculados.
Valores para o Divisor de 6 dB/oitava
Esta tabela foi montada levando em conta os valores de capacitncias geralmente encontrados no comrcio, a partir dos quais foram derivados os
valores das frequncias de corte e dos indutores.
O Divisor de 12 dB/oitava
A figura 5 mostra a composio do divisor de 2a ordem, o qual emprega dois elementos reativos por canal.
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Divisor de 12 dB/oitava
Nesta figura tomamos como unidade os valores de C e L empregados no divisor de la ordem (figura 1) para o mesmo valor da frequncia de corte.
Ou seja, todos os valores de C na figura 2, mantendo-se as mesmas frequncias de corte,devem ser multiplicados por O,707 e os valores de L por
1,414.
Portanto, podemos escrever:
C2
L2
L1
C1
=
=
=
=
0,707
1,414
1,414
0,707
C
L
L
C
Na demonstrao a seguir, montamos uma tabela semelhante anterior, porm agora valendo para o divisor de 2a ordem e mantendo os mesmos
valores de capacitores empregados na figura 5.
Valores para o divisor de 12dB/oitava
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O Divisor de 18 dB/oitava
A figura 6 mostra o circuito do divisor de 3a ordem, com os valores das capacitncias e indutncias, da mesma forma como no item anterior, em
valores por unidade em relao ao filtro de la ordem. Note que neste caso cada elemento reativo ter seu valor prprio, portanto sendo praticamente
inevitvel o recurso associao de mais de um capacitor para chegar-se ao valores que se necessitar. Por este motivo no forneceremos uma
tabela pronta para uso. Neste caso o leitor dever partir dos valores da Tabela I e utilizando os multiplicadores a seguir calcular os valores que
necessitar.
C21
C22
L21
L11
L12
C11
=
=
=
=
=
=
0,67 C
2,0 C
0,75 L
1,5 L
0,5 L
1,33 C
Divisor de 18 dB/oitava
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Dependendo das possibilidades do oramento de cada um e na medida do possvel deve-se dar preferncia aos capacitares de filme plstico, tipo
polistireno, polipropileno, poliester ou mylar, principalmente para os canais de mdios e agudos. Se forem usados eletrolticos, estes devero ser
no-polarizados e adequados para suportar a tenso mxima da potncia a ser aplicada ao sistema.
Uma especificao de 50 Vrms ser suficiente para picos de potncia da ordem de 150 Wrms em sonofletores de 8 ohms nominal com bastante
folga. De modo geral conveniente o emprego de capacitores com especificao mnima de 20 Vrms, em virtude da inevitvel deteriorao
progressiva das caractersticas da camada dieltrica ao longo do tempo.
Normalmente a especificao dos capacitores quanto tolerncias em relao capacidade nominal de +- 20%. Naturalmente valores com menor
tolerncia assegurariam uma caracterstica do divisor mais prxima terica, no entanto na prtica no h grande vantagem em assegurar os
valores tericos de C e L, tendo em vista de que os falantes eletrodinmicos costumeiramente apresentam discrepncias muito maiores de
impedncias em relao ao nominal de 8 ohms.
Constr uo de Indutor es
Esta a parte mais crtica do projeto, j que no so disponveis indutores prontos no comrcio e portanto torna-se necessrio constru-los.
Em sistemas montados por amadores empregam-se normalmente bobinas enroladas em ncleos a ar. J em sistemas comerciais so muito
empregados os ncleos de ferrite por permitirem menor nmero de espiras e consequentemente menos perdas e menor custo. No entanto como, em
falantes de graves possvel chegar-se a correntes de pico da ordem de 10 A, deve-se tomar cuidado para no causar saturao no ferrite, o que
provocaria nveis de distoro indesejveis, bem como problemas de impedncia do conjunto, que podem levar o amplificador saturao.
Neste sentido conveniente o dimensionamento dos ncleos (principalmente os da faixa inferior) para em torno do dobro da mxima corrente
esperada. Portanto, como regra geral, em sistemas de at 100 Wrms (potncia do amplificador) e para indutores de at 5 mH devem ser usados
ncleos de 19 mm pelo menos, para at 50 Wrms ncleos de 12 mm e em sistemas de at 25 Wrms ncleos de 9,5 mm.
Para nossas construes usaremos bobinas com ncleo a ar e as frmulas e clculos a seguir so vlidos somente para este tipo de indutor.
Para construirmos os indutores necessitamos saber, para o valor de L que queremos, um conjunto de parmetros, como: qual seria o melhor
dimetro do fio a ser empregado, o dimetro da bobina, quantas voltas so necessrias e o peso do fio a ser comprado, j que este fio vendido por
kg.
importante que a bobina dissipe a menor energia possvel, o que significa manter baixo o valor da resistncia do enrolamento, tipicamente abaixo
de 10% da impedncia nominal do divisor. Muitos autores prope que esse valor no passe de 5%, o que certamente torna menos crtico o ajuste do
divisor. Embora, teoricamente, o ideal seja um valor muito prximo de zero, tendo em vista reduzir ao mnimo a interferncia nos parmetros do
divisor, como o fio esmaltado de cobre bastante dispendioso, pode no ser interessante procurar reduzir demais esta resistncia.
Portanto, em sistemas de 8 ohms as bobinas devero possuir resistncia abaixo de 0,8 ohms, ou, se preferirmos, abaixo de 0,4 ohms, sendo este
valor mais crtico somente para os indutores maiores, por serem bem mais dispendiosos e estarem em srie com o "woofer" do sonofletor.
Para a construo da bobina estaremos nos baseando nas dimenses constantes da figura 4, que mostra o perfil do carretel, sendo X sua largura e
raio, estando cheio at a profundidade C.
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medidas do carretel
Para este carretel podem ser usados tubos de PVC para encanamentos, estando disponveis no comrcio nos dimetros desde 12,8 mm (l/2
polegada), at 100 mm (4 polegadas) ou mesmo maiores.
No nosso caso, os dimetros 25 mm (1 polegada), 38 mm (1 e 1/2 polegadas) e 50 mm (2 polegadas) so os mais teis, sendo os valores de X,
respectivamente, 12,5 mm, 19,0 mm e 25,0 mm. Como aba lateral do carretel pode ser usado qualquer material no-metlico; papelo, cartolina,
madeira, ou o prprio PVC (atravs de "flanges", muito usados para fixao dos encanamentos).
Para o ncleo do carretel qualquer material no-metlico tambem pode ser empregado, j que serve somente como estrutura fsica para a bobina.
bom notar que os valores que iremos calcular so tericos, e na prtica importante assegurar que se tenha uma quantidade de fio a mais, o
suficiente para corrigir a eventual falta de espiras para atingir a indutncia necessria, j que no estamos levando em conta as diversas perdas que
ocorrem no processo. Deixe de 30% a 50% de folga no comprimento do fio a ser utilizado.
Outra observao importante refere-se ao erro crescente que as frmulas introduzem para os valores de indutncias muito pequenos - conforme
veremos a seguir, a medio posterior do valor atingido muito importante e nunca deve ser deixada de lado.
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L - indutncia em milihenries;
f (fi) - dimetro do fio a ser empregado , em milmetros ( ou em AWG, onde especificado);
R - resistncia total da bobina, em ohms;
r (r) - resistncia por unidade de comprimento de um determinado fio, em ohms;
m (mi) - comprimento por unidade de peso de um determinado fio, em mm/Kg.
Para comear, temos duas alternativas. A primeira corresponde a supor o carretel completamente cheio e, sabendo o dimetro do fio a ser usado,
iremos calcular o dimetro do ncleo necessrio - qualquer que seja; se temos a possibilidade de manufaturar um ncleo com esse dimetro, por
exemplo, a partir da madeira, ento podemos seguir em frente e achar os valores necessrios de N (espiras) e a resistncia resultante, conferindo
este valor com os limites que desejamos. Se queremos usar um carretel com um dimetro fixo, ento a coisa muda um pouco de figura, j que
provavelmente o carretel no estar cheio, e teremos que partir para uma srie de clculos por erro e tentativas.
Para o clculo da primeira alternativa, sabemos L, e o dimetro do fio fi, e podemos calcular o dimetro do carretel, X, com a seguinte frmula:
X = 13,35*raiz(L*fi^2) (3)
Podemos agora determinar o nmero de espiras:
N = X*X / fi
(4)
e a resistncia do enrolamento:
R = 9,42*r*X*N*10^-6 (5)
Se essa resistncia satisfizer a nossos critrios, a seguir calculamos o peso desse enrolamento:
P = (9,42*X*N) / m
(6)
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R = 6,28*fi*[X+(C/2)]*N*10^-6 (10)
Se R for maior que o requerido, ou aumentamos o dimetro do fio para uma bitola maior, ou o raio do carretel usado. Em qualquer caso, o peso do
enrolamento aumentar e, claro, o custo da bobina.
Podemos agora calcular quanto cobre usaremos:
P = {6,28*[X+(C/2)]*N} / m
(11)
L
X
C
N
R
P
Fio
(mH) (mm) (mm) N
(ohms) (Kg)
(AWG)
------------------------------------------4,3
25
14
282
0,76
0,66
16
3,0
20
16
256
0,61
0,53
16
2,1
20
11
221
0,75
0,26
18
1,4
20
9
182
0,59
0,20
18
0,96 12,5 15
177
0,47
0,16
18
0,64 12,5 12
148
0,37
0,13
18
0,43 12,5 10
123
0,29
0,10
18
0,30 12,5
8
104
0,23
0,08
18
0,21 12,5
7
88
0,19
0,06
18
0,14
9,5
8,5
80
0,15
0,05
18
0,11
9,5
7,5
71
0,13
0,04
18
Os valores de X e fi j esto otimizados para cada indutncia. Portanto, objetiva-se o menor custo para cada bobina, mantendo-se R menor que 0,8
omhs e usando-se fio de, no mnimo, 1,02 mm de dimetro (18 AWG).
Nestas tabelas foram utilizados trs dimetros diferentes de carretel, e trs bitolas de fio.Naturalmente qualquer outra combinao poder ser
usada, de acordo com a criatividade do fregus.
Neste sentido, assinalamos que a relao raio=largura do carretel foi tomada por ser vantajosa do ponto de vista de reduo de peso da bobina,
sendo qualquer outra relao, que fornea a mesma indutncia, mais dispendiosa do que esta.
Dimenses de Indutores para crossovers de 12 dB/oitava
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L
X
C
N
R
P
Fio
(mH) (mm) (mm) N
(ohms) (Kg)
(AWG)
------------------------------------------8,7
25
25
384
0,76
1,66
14
6,0
25
20
324
0,61
1,33
14
4,2
25
14
278
0,75
0,65
16
2,8
20
16
248
0,58
0,51
16
1,9
20
11
214
0,71
0,24
18
1,28 20
9
174
0,57
0,19
18
0,87 12,5 14
169
0,44
0,15
18
0,60 12,5 12
143
0,35
0,12
18
0,42 12,5
9,5 122
0,28
0,10
18
0,28 12,5
8
101
0,22
0,08
18
0,23 12,5
7
92
0,20
0,07
18
A seguir, fornecemos as caractersticas mais importantes de alguns condutores em funo do seu dimetro.
Caractersticas de fios
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ou 19.900 / F (uf)
Concluso
Para finalizar, algumas observaes so teis:
Divisores de trs (ou mais) canais:
O canal de mdios montado colocando-se em srie um filtro passa-altas e um passa-baixas. Os valores dos capacitores e indutores sero
colocados da mesma forma que se fossem divisores de dois canais, sendo portanto iguais aos que sero usados nas sees passa-baixas e passaaltas.
crossover de 3 vias
Controles de Volume:
Podem ser usados nos canais de mdios e agudos. Recomenda-se o uso de potencimetros de fio de 30 ohms e preferencialmente, aps ser feita a
regulagem definitiva, trocar por divisores fixos.
Uso de Placas de Circuito Impresso:
Para facilidade de montagem podem ser usadas placas de circuito impresso, porm tomando-se o cuidado de evitar retorno comum aos canais, bem
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Para facilidade de montagem podem ser usadas placas de circuito impresso, porm tomando-se o cuidado de evitar retorno comum aos canais, bem
como os filetes devem proporcionar a maior rea possvel de placa condutora para a entrada e o canal de graves.
necessrio que os indutores permaneam o mais afastados posslvel entre si. Se, devido s dimenses da montagem, isto no for possvel, as
bobinas devem ser colocadas formando ngulo de 90 entre si, minimizando a indutncia mtua.
Bibliogr afia
* Vance Dickason: "Caixas Acsticas e Falantes" (H.Sheldon, 1993 - Traduo do prof. Homero S. Silva)
* H. M. Tremaine: "Audio Cyclopedia" (H.W. Sams & Co.,inc., 1969)
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* M. Colloms, "High Performance Loudspeakers" (Pentech Press, 1978)
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