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Open Research Online
The Open Universitys repository of research publications
and other research outputs Novos paradigmas na educacnline com a aprendizagem aberta Conference Item How to cite: Okada, Alexandra (2007). Novos paradigmas na educacnline com a aprendizagem aberta. In: 5th In- ternational Conference in Information and Communication Technologies in Education, Challenges 2007, 17-18 May 2007, Centro de Competia da Universidade do Minho, Portugal. For guidance on citations see FAQs. c 2007 Not known Version: Version of Record Link(s) to article on publishers website: http://www.nonio.uminho.pt/challenges2007/en/paralelas/17MaiA1man.html Copyright and Moral Rights for the articles on this site are retained by the individual authors and/or other copy- right owners. For more information on Open Research Onlines data policy on reuse of materials please consult the policies page. oro.open.ac.uk Alexandra Okada 1 NOVOS PARADIGMAS NA EDUCACO ONLINE COM A APRENDIZAGEM ABERTA Alexandra Okada The Open University Knowlege Media Institute Resumo Este texto visa discutir conceitos importantes para EAD online que trazem um novo paradigma educacional: aprendizagem aberta com materais de aprendizagem de livre acesso e tecnologias gratuitas. Neste contexto, apresentamos o Open Learn ambiente virtual na plataforma Moodle com recursos educacionais gratuitos desenvolvido pela Open University. O objetivo principal do projeto OpenLearn ampliar as oportunidades de aprendizagem visando a incluso digital e educacional superior. O OpenLearn oferece no apenas materiais de cursos, mas novas tecnologias integradas para construo coletiva de conhecimentos como software de mapeamento Compendium e o aplicativo de web videoconferencia Flashmeeting. No final deste artigo, destacamos algumas aes importantes para facilitar interatividade e co-autoria em comunidades de aprendizagem. Abstract This paper aims to discuss important concepts related to online education which bring a new educational paradigm: open learning through free learning materials and technologies. In this context, we present the OpenLearn Project - virtual environment based on the plataform Moodle with educational resources developed by the Open University. The purpose of the OpenLean project is widening participation through digital inclusion and free acess to higher education learning. The OpenLearn offers not only course contents, but also new technologies integrated for collective construction of knowledge such as: the software tool Compendium and the web aplication for video conference Flashmeeting. In the end, we highlight some important actions to facilitate interactivity and co-authorship for learning communities. 1. Introduo A Educao a Distncia tem sido aplicada em diversos setores desde o ensino superior at como suporte ao ensino bsico envolvendo alunos, professores, profissionais e pesquisadores. Seu alcance tem sido cada vez mais amplo viabilizando um nmero crescente de cursos de treinamento profissional, formao docente, especializao nvel tcnico, graduao e ps-graduao. O amplo acesso educao uma das maiores marcas da EAD cujo objetivo oferecer maiores oportunidades para pessoas que no podem frequentar os tradicionais cursos presenciais. Neste contexto, o nmero de instituies que atuam com ensino a distncia, principalmente as universidades abertas tem crescido aceleradamente. Segundo o Banco Mundial (2006) entre a dcada de 70 e 80, foi um perodo marcado por universidades abertas. Cerca de 25% de alunos graduados obtiveram seus certificados atravs de estudo a distncia na Alemana (Mhle, 1988, p. 325). Na sia, um exemplo a ser destacado a Universidade Aberta da Tailndia que chegou a ter 500.000 alunos matriculados e 78.000 graduados. Em 1986, a Universidade Aberta do Pakisto teve 120.000 alunos e Indira Gandhi Universidade Aberta da ndia tem alcanado anualmente 700.000 estudantes (Taylor and Sharma, 1990). A Open University - A Universidade Aberta do Reino Unido atua no ensino a distncia desde 1969. Trata-se de uma instituio altamente conceituada e considerada como uma das maiores universidades em educao a distncia. Sua misso promover educao superior numa dimenso ampla e aberta a metodologias, idias, locais e pessoas. Atualmente, a Open University possui cerca de 250.000 alunos, sendo que uma grande parte so trabalhadores e seus estudos so finaciados pelos seus empregadores. Atravs da parceria bem sucedida com a rede BBC a Open University tem sido destacada na qualidade de desenvolvimento de materiais de aprendizagem para ensino a distncia. 2. Discutindo o conceito de Educao aberta. A educao a distncia, principalmente educao aberta so consideradas modelos importantes para promover a democratizao da aprendizagem, pois viabilizam o ensino flexvel e amplo para um grande nmero de pessoas. Neste contexto, importante ressaltar o que educao aberta. Muitas vezes seu conceito confundido com educao a distncia. Educao aberta est ligada com o conceito de abertura cuja origem vem do ingls openess . Trata-se de uma filosofia educacional cujo objetivo quebrar as barreiras que limitam o acesso educao superior proporcionando maiores oportunidades de aprendizagem. Os aspectos que caracterizam a aprendizagem aberta Alexandra Okada 2 so amplo acesso materiais e tecnologias, opes de escolha em relao aos contedos e metodologias, e grande abertura a diversos pblicos em diferentes locais, culturas, e contextos. Desse modo, atravs da aprendizagem aberta alunos podem gerenciar seu prprio processo de aprendizagem atravs de escolhas o que (material), qual sequncia seguir (grade curricular), quando (tempo) , como (metodologia), quais recursos tcnicos (tecnologia) , onde (local), quantas vezes interagir(frequncia), quem contatar (equipe pedaggica ou apoio tcnico), com quem estudar (colegas), como ser avaliado (sistema de avaliao). A disseminao e construo rpida do conhecimento atravs da aprendizagem aberta marca uma nova gerao. Esta filosofia aprendizagem aberta est presente no apenas nas Universidades mas na web, principalmente com a expanso rpida de bibliotecas digitais, jornais e revistas cientficas, listas de discusso, software freeware e open source, tutoriais, videos e aplicativos de livre acesso, etc. Willinsky (2006) A aprendizagem aberta tm se expandido tambm atravs de comunidades de aprendizagem grupo de pessoas ativamente engajadas em aprender em conjunto que compartilham interesses, objetivos, materiais, idias e experincias dentro de um contexto educacional. As tecnologia de comunicao e informao tm favorecido muito a expanso de comunidades de aprendizagem. O nmero de programas de cdigo fonte aberto, sistemas e aplicativos gratuitos e servios online tem aumentado aceleradamente. Vrios ambiente virtuais, sistemas de interao, software para gerenciamento de informao e troca tm promovido a rpida expanso de comunidades virtuais de aprendizagem. Muitas comunidades so divulgadas na prpria web e por serem abertas permitem o ingresso de participantes interessados em aprender assuntos em comum. O livre acesso a contedos, recursos, softwares e sistemas de interao e gerenciamento ampliaram a circulao e construo democrtica do conhecimento. Willinsky (2006) Desse modo, os membros da comunidade podem compartilhar informaes relevantes, escolher contedos para aprender, discutir, questionar, construir conhecimentos coletivamente. Alguns autores destacam que aprendizes envolvidos em comunidades de aprendizagem tornam-se mais comprometidos e responsveis pela prpria aprendizagem e engajados para contribuir com a aprendizagemde seus colegas. Neste contexto, recursos educacionais abertos so bem teis para as comunidades virtuais. Recursos educacionais abertos so materiais de aprendizagem eletrnicos de acesso gratuito em diversos formatos, como por exemplo, textos, som, imagem, videos. (Roll , 2005; Stover, 2005; Santos, 2006). Estes materiais online podem ser utilizados como referncias para aprendizagem em comunidades virtuais. Os recursos educacionais abertos visam: oferecer contedos de cursos de alta qualidade para grande parcela da populao incentivar a aprendizagemaberta e coletiva atravs de tecnologias interativas favorecer a constituio de comunidades de aprendizagem propiciar construo de conhecimentos de modo colaborativo promover incluso educacional nvel superior e tambmincluso tecnolgica beneficiar pessoas que no tem acesso ao ensino e cursos de formao Atualmente vrias instituies internacionamente reconhecidas esto disponibilizando o contedo de seus cursos gratuitamente na internet. Nos Estados Unidos um dos pioneiros em projetos de recursos educacionais gratuitos foi MIT atravs do OpenCourseWare. Atualmente existem outros pases que esto colaborando para aprendizagem aberta com iniciativas similares, por exemplo, o Japo, a China e a Frana. A William and Flora Hewlett Foundation um dos principais patrocinadores do projeto Open Learn contribuindo com 4.45 milhes de dlares, aproximadamente metade do custo total estimado de 9.9 milhes de dlares. 3. O que o OpenLearn? OpenLearn um projeto de aprendizagem aberta cujo objetivo oferecer materiais de aprendizagem para utilizao e reconstruo, incluindo tambm tecnologias do conhecimento gratuitamente na Internet. A inteno deste projeto incentivar a construo coletiva do conhecimento atravs de comunidades de ensino e aprendizagem no ensino superior; e tambm a constituio de uma rede internacional de pesquisa sobre incluso educacional. A Open University tem como misso e filosofia fazer a educao acessvel a todos. O projeto OpenLearn oferece a oportunidade de alcanar uma participao mais ampla atingindo milhes de pessoas a cada ano ao redor do mundo (Andy Lane, diretor do projeto Open Learn, Open University UK, 2006) O pblico alvo do OpenLearn compreende entidades governamentais e no governamentais com interesse em formao contnua, instituies pblicas e privadas de ensino superior, professores, formadores de docentes, alunos de graduao e ps-graduao, profissionais interessados em cursos de especializao. O OpenLearn visa atingir tambm rede de pesquisadores, participantes interessados em constituir comunidades de pesquisa. Alexandra Okada 3 O OpenLearn foi construdo na plataforma Moodle e composto por dois ambientes virtuais de aprendizagem: LearningSpace e o LabSpace. Fig. 1 - http://openlearn.open.ac.uk/ O Learningspace um espao de aprendizagem com materiais de acesso gratuito para alunos, professores e instituies. Estas unidades, inicialmente em ingls, so baseadas em cursos atuais da Open University. O objetivo deste espao oferecer cada vez mais recursos educacionais abertos. Fig. 2 - http://labspace.open.ac.uk/ O LabSpace um espao de laboratrio contendo as mesmas unidades do LearningSpace, porm disponveis para reconstruo. Alm disso, novas tecnologias esto integradas para criao de comunidades de aprendizagem. Usurios podem interagir, alterar e republicar o contedo apoiado pelo Creative Commons License. Neste ano, com o projeto OpenLearning, a Open University visa atingir um nmero bem maior de aprendizes interessados em desenvolvimento contnuo, aprimorar seus conhecimentos e participar de comunidades colaborativas de aprendizagem. Para isso, os pontos-chave agora so recursos educacionais gratuitos, tecnologias do conhecimento e construo colaborativa. A Aprendizagem online aberta atravs de recursos educacionais gratuitos na web tem sido apontada como uma estratgia importante para incluso educacional no ensino superior. Alunos, professores, instituies de ensino e inclusive pessoas que no tem acesso graduao podem aprender colaborativamente, acessar, reconstruir e compartilhar conhecimentos e constituir comunidades de pesquisa. O OpenLearn direcionado para um pblico diversificado. O projeto espera atrair trs categorias de audincia: indivduos aprendizes e usurios da web interessados em expandir seus conhecimentos e interagir com pessoas com interesses comuns professores, tutores, pesquisadores, coordenadores de cursos e responsveis por treinamentos profissionais com interesses de buscar e compartilhar novos recursos educacionais e estratgias de aprendizagem online organizaes e instituies do setor pblico e privado com inteno de estabelecer parcerias para desenvolvimento profissional de seus empregados ou comunidades. 4. Tecnologias para Aprendizagem Aberta No projeto OpenLearn - LabSpace, algumas tecnologias foram especialmente integradas com a plataforma Moodle. Tratam-se de software e aplicativos interativos e gratuitos que visam no apenas dinamizar a comunicao, mas facilitar a representao e o gerenciamento do conhecimento e tambm do percurso de aprendizagem. Estas tecnologias visam propiciar a criao de comunidades de aprendizagem: Alexandra Okada 4 Atravs do MSG possvel ver se os participantes esto online em todos os pontos nos quais o nome deles aparecem no ambiente, por exemplo, frum, wiki, etc. Fig3. MSG aplicativo de mensagem instntanea e presena virtual integrado no Moodle. Com o Flashmeeting as pessoas podem comunicar, compartilhar imagem, som texto e inclusive mostrar telas de power point. Fig4. Flashmeeting Aplicativo para videowebconferencia Alexandra Okada 5 Com o Compendium, participantes podem criar mapas do conhecimento associando idias, informaes, referncias, conceitos, etc. O mapeamento uma forma importante de visualizar o que foi aprendido e tambm indicar novos desafios no processo de aprendizagem. Fig5. Para construir mapas com Compendium basta arrastar dados da internet, intranet e do micro. Compendium oferece icones e recursos para anotar, categorizar, selecionar e reorganizar facilitando analise e interpretacao. Fig6. Compendium software de para mapear e gerenciar conhecimentos (Memetic 2005) Alexandra Okada 6 5. A construo coletiva do conhecimento A era da mente (age of mind) refere-se transposio da produo e acesso informao atravs da tecnologia para viso crtica ampla e profunda sobre as barreiras, desafios e novos horizontes sobre como usar a informao. (Jefferson, Kirschner and BuckingShum.) Nesse contexto digital no linear, estratgias importantes sobre a inteligncia complexa (Demo, 2003) podem enriquecer a mediao pedaggica e a aprendizagem on-line. Para isso, importante refletir sobre o desafio de enriquecer as comunidades virtuais de aprendizagem com as tecnologias interativas para construir conhecimentos. Destacamos algumas aes que consideramos relevantes: Atuar de modo muito flexvel: a criatividade pode surgir com novos desafios. Desse modo, fundamental reconstruir o processo de aprendizagem observando suas prprias transformaes. Perceber novas potencialidades, dificuldades e estratgias conduzem a novos caminhos mais significativos para aprendizagem. Com isso o uso da tecnologia e o planejamento do contedo, design, interfaces, atividades e interaes podem ser aprimorados e reconfigurados favorecendo um processo contnuo de novas aes e readaptaes. Identificar emergncias e oportunidades de aprendizagem: Muitas vezes so os momentos imprevisveis, decorrentes da interao coletiva, que envolvem mais os aprendizes. Temas conflitantes, perguntas sem respostas, novos assuntos de interesse coletivo muitas vezes so ignorados, pois significa um desvio do planejamento e uma situao mais difcil de ser trabalhada. No entanto, essas situaes emergentes so circunstncias ricas e significativas que podem favorecer o alcance mais rpido dos objetivos pedaggicos. Buscar o sentido e questionar mensagens ambguas: significados polivalentes, superpostos, contraditrios merecem reflexo cuidadosa. A busca do sentido de mensagens ambguas favorece compreenso mais profunda. Para isso, question-las essencial. A interpretao um processo decorrente de cada sujeito que a reconstri de acordo com seus conhecimentos prvios e seu contexto. No de objetos que espelham e reproduzem mecanicamente a informao. A comunicao on-line apresenta-se incompleta e por isso mesmo, modulvel capaz de ser reconstruda, reeditada de modo mais interativo e rico. na possibilidade de mltiplas interpretaes que os conceitos se enriquecem e tornam-se mais significativos. Reorganizar mapeando o que relevante e significativo: a aprendizagem reconstrutiva conduz a novas reorganizaes do que normalmente j est construdo. Muitas vezes, as novas produes so na verdade apenas novas reordenaes de conceitos j existentes. No entanto, quando o mediador provoca os aprendizes para buscarem a essncia dos elementos, novas interpretaes podem surgir. Quando o sentido de cada conceito realmente apreendido, uma rede de conexes pode emergir de modo mais fcil. Essas articulaes mais significativas permitem novas interpretaes no processo de reconstruo de conhecimentos. Desse modo, a ao interpretativa hermenutica pode conduzir a inovao, a reinveno e a criao de procedimentos e fenmenos que antes no existiam. Portanto, a mediao pedaggica deve favorecer a liberdade de expresso, o pensamento crtico, discusso argumentativa, multiplicidade de interpretaes e reconstrues coletivas. A multirreferencialidade e a multidimensionalidade do ser humano e do mundo implica numa postura sensvel, intelectual e transcendental perante si mesmo e perante o mundo. Implica decodificar as informaes provenientes dos diferentes nveis que compem o ser humano e como eles repercutem uns nos outros. A transdisciplinaridade transforma nosso olhar sobre o individual, o cultural e o social remetendo para uma reflexo respeitosa e aberta. Em ambientes heterogneos, ao considerar os diferentes interesses, expectativas, estilos e ritmos de aprendizagem fica um tanto difcil entender o caminhar do outro. No entanto, preciso reconhecer que esse outro tambm no quer outra coisa, seno a expresso de ser inteiro. Isso significa ser multirreferencial e multidimensional com uma viso mais ampla e mais profunda. Isso significa, compreender as diferenas, enfrentar a complexidade e enriquecer-se na diversidade. Enfrentar novas situaes decorrentes da interao consigo, com outro e com o ambiente significa buscar novamente aprender a aprender, conhecer nossa relao com ns mesmos, com nossos colegas e com o meio em que vivemos. Para isso, necessrio saber lidar com a pluralidade e procurar harmonia e equilbrio. Nesse contexto, necessrio tornarmos conscientes de nossas potencialidades e tambm de nossos limites. A abertura para interagirmos com a ausncia de segurana e de certeza completa propicia enfrentarmos nossa vulnerabilidade. De certa forma, isso favorece assumirmos uma posio de maior risco, imprevisibilidade e ao mesmo tempo de criarmos circunstncias de maior criatividade e inovao. O processo tripolar auto-formao: formao consigo mesmo, heteroformao: formao em relao com os outros, ecoformao: formao em relao ao ambiente, possibilita o olhar tridimensional de diferentes nveis de percepo do sujeito e diferentes nveis de realidade do objeto. (Galvani, 2002) Alexandra Okada 7 Fig.7 - O Processo Tripolar Esse olhar mais amplo, coletivo e tridimensional permite compreender no s os textos, mapas e imagens que antes no tinham tanto significado, como tambm ver que as reflexes e as atitudes de express-las nos propiciam uma corrente de inspiraes... Muito provavelmente, essas reflexes faro emergir novas aes que propiciaro novos momentos de desordem e por sua vez, ordem. No entanto, a cada nvel de reorganizao atingido, elas nos trazem uma sensao cada vez maior de associaes significativas que fazem desse processo algo extremamente enriquecedor. Esta transformao decorrente do prprio processo de investigao (reflexo/ ao/ co-construo) permite revisitar o processo e buscar uma compreenso cada vez maior, mais crtica, consciente e significativa. Crtica porque este processo deve ser permeado por interaes, discusses, reflexes individuais e coletivas e, diversas mediaes pedaggicas. Em ambientes virtuais de aprendizagem, professores e alunos so aprendizes e mediadores. Consciente importante criar oportunidades de no s discutir contedos, mas tambm, refletir sobre o processo. Isso significa lidar com a complexidade e auto-organizao, como essas concepes tericas podem propiciar a ao tambm complexa e auto-organizadora no prprio ambiente. necessrio estar aberto para conhecer novas teorias e vivenci-las... Significativa Pois parte do que nos significativo, das nossas angstias, interesses e encantamentos, da nossa possibilidade de construir olhares diferenciados e transformadores: individuais (eu e minha pesquisa) e coletivos (ns e nossos interesses em comum) 6. A intermediao pedaggica mltipla e redes do conhecimento Numa comunidade colaborativa de aprendizagem essencial um ambiente participativo onde todos se sintam vontade para construir conhecimentos em conjunto. No modelo tradicional de mediao pedaggica, o professor o mediador e os alunos so mediados no processo de aprendizagem. O professor posiciona-se como um orientador e facilitador e seus alunos apresentam uma postura ativa e cooperativa na construo de conhecimentos. Porm, num ambiente virtual de aprendizagem que contemple a construo coletiva de redes de conhecimento, observamos que necessria uma nova postura pedaggica. Os participantes so tambm mediadores pedaggicos quando tm uma abertura maior no processo de aprendizagem. Alunos compartilham no apenas seus conhecimentos prvios e opinies sobre o assunto; mas tambm reflexes crticas atravs de mltiplos feedbacks para todos os colegas tornando-se tambm co-autores das produes do curso ou de sua comunidade. Neste sentido, na intermediao pedaggica mltipla (Okada S., 2005), todos os participantes so mais crticos, argumentativos e colaborativos. Eles compartilham mais seus conhecimentos e experincias prvias, questes para todo o grupo, referncias tericas, sugestes em relao ao percurso de aprendizagem e oferecem tambm feedback construtivo das opinies dos colegas. Na intermediao pedaggica mltipla, o aluno mediado torna-se um mediador pedaggico ao lado dos professores, seus auxiliares e colaboradores internos (colegas) e externos (autores consultados e palestrantes convidados) deixando de ser o nico mediado. A intermediao pedaggica mltipla propicia a aprendizagem mediada por todos. Todos aprendem com todos (professores, monitores, tutores e alunos). Todos os participantes so co-responsveis e co-autores da produo coletiva de conhecimentos. E todos eles auxiliam um ao outro na sua produo individual (autoria prpria). (Okada S., 2005:3) Alexandra Okada 8 Como resultado da intermediao pedaggica mltipla, o ensinar aprendendo, o aprender ensinando e os desdobramentos da teoria e prtica, fluem-se, espontaneamente, tornando essa participao ativa de cada qual, realmente, gratificante. Isto ocorre na interatividade comunicativa tanto sncrona quanto assncrona. (Okada S., 2005:10). Novos desafios podem ser levantados pelos participantes e escolhidos pelo grupo. A complexidade de mltiplas mediaes pode ser resolvida pela prpria comunidade. A qualquer momento os prprios participantes fundamentados em pesquisa paralela ou pelo seu saber prprio podem tambm propor novos caminhos, solues e novos rumos. Logo, todos exercem a funo de pesquisadores, de aprendizes e de mediadores pedaggicos. A dinamicidade da interao e produo provocada, incentivada e aplaudida por todos. A motivao e o interesse so despertados para uma disposio espontnea e entusistica de todos. Os participantes sentem-se mais preparados para promover o senso, o consenso, e o pacto. A transao de informaes, rede de conhecimentos e saberes intermediada atravs no apenas de mltiplos mapeamentos coletivos; como tambm de uma postura mais participativa, argumentativa e de co-autoria. Nesse contexto, a intermediao pedaggica mltipla faz o seu papel de filtro e concentrao no estudo comum em questo. Por isso, reacende-se a permisso mtua no passo de compreender e cooperar, indagar e ser indagado, problematizar e propor solues. Os benefcios e as dificuldades so compartilhados por todos. A rede de conhecimentos construda por todos: alunos, colegas, professores, tutores, monitores, mentores, especialistas, autores de obras pesquisadas e visitantes interessados. Todos so chamados de intermediadores pedaggicos mltiplos; pois podem propor situaes-problema e tambm contribuir com as informaes significativas solicitadas. Os participantes tm a liberdade de expressar com riqueza de detalhes no contedo e forma, quer na comunicao sncrona quer na assncrona. Para isso, todos podem utilizar e integrar diversas interfaces: os recursos como skype, web-conferncia, power-point, sites, messenger, chat, frum, e-mail, blogs, wikis, workgroup, e outros. Nesta comunicao de mltiplos posicionamentos e construes coletivas, os participantes acabam promovendo e desenvolvendo habilidades na leitura crtica e escrita reflexiva. Ler com eficcia e com rigor interpretativo fundamental, assim como aprender a redigir as prprias idias da forma clara e concisa. Assim, a leitura crtica discutida e debatida por todos interessados com tempo para sistematizar reflexes relativas individuais e em conjunto. Fig. 8 Webconferencia com Flashmeeting Alexandra Okada 9 Fig9. Mapa da webconferencia feito no Compendium 7. Concluses Torna-se extremamente relevante refletir sobre o uso de tecnologias e como enriquecer ambientes abertos de aprendizagem. Isso significa tecnologia aplicada mltiplas co-autorias, interatividade, viso crtica participativa. (Jones 1998) Atravs da aprendizagem aberta, parcelas significativas da populao podem ter acesso a aprendizagem de acordo com seus interesses e disponibilidades. Desse modo, aprendizes podem construir conhecimentos a partir de objetivos comuns, profissionais podem aprimorar suas habilidades de auto-estudo, alunos podem desenvolver aprendizagem autodirigida. No entanto, importante que os participantes da comunidade possam estar abertos e atentos no apenas rem relao ao contudo discutido, mas tambm metodologia e tecnologia envolvida. Para isso, algumas estratgias podem facilitar aprendizagem mais crtica, consciente e significativa: interagir com flexibilidade, identificar emergncias, buscar significado com questionamentos e mapear o que relevante. Tais aes podem propiciar o processo tripolar: auto-formao, heteroformao e ecoformao favorencendo o desenvolvimento de uma viso mais ampla, coletiva e tridimensional. Referncias Bibliograficas Aigrain, P. (2004). The individual and the collective in open information communities. 16th BLED Electronic Commerce Conference, 9-11. Retrieved on January, 17, 2007 from < http://opensource.mit.edu/papers/aigrain3.pdf >. Bucking Shum, S. (2005). Knowledge Technologies in Context. Open University Press Alexandra Okada 10 Buckingham Shum, S. (2005a), From Open Content Repositories to Open Sensemaking Communities. Conference on Open Educational Resources, Logan, Utah (Sept. 2005). Cedergren, M. (2003). Open content and value creation. First Monday, 8,(8,). 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