2013 - TGA I - Material Didatico
2013 - TGA I - Material Didatico
2013 - TGA I - Material Didatico
Cuiab MT
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NDICE
UNIDADE I FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAO................................................
CAPTULO 1 PRINCPIOS E CONCEITOS DE ADMINISTRAO........................
1. A Formao Profissional e Conceitos de Administrao......................................................
2. As Organizaes e a Administrao......................................................................................
3. Conceito de Administrao...................................................................................................
4. Administrao como Arte e Cincia......................................................................................
5. Construo e Formao do Conhecimento Administrativo .................................................
6. Eficincia e Eficcia..............................................................................................................
7. Teorias da Administrao e das Organizaes......................................................................
8. Novos Paradigmas da Administrao....................................................................................
CAPTULO 2 TEORIA GERAL DA ADMINISTRAO..............................................
1. Teoria da Administrao Cientfica.......................................................................................
2. Teoria Clssica da Administrao.........................................................................................
3. Teoria das Relaes Humanas...............................................................................................
4. Teoria da Burocracia.............................................................................................................
5. Teoria Estruturalista .............................................................................................................
6. Teoria Neoclssica da Administrao...................................................................................
7. Teoria Comportamental.........................................................................................................
8. Teoria do Desenvolvimento Organizacional.........................................................................
9. Teoria Sistmica da Administrao.......................................................................................
10. Teoria da Contingncia........................................................................................................
11. Novos Tericos da Administrao.......................................................................................
CAPTULO 3 O QUE OS ADMINISTRADORES REALIZAM....................................
1. Funes Desempenhadas pelos Administradores..................................................................
1.1 Planejamento...................................................................................................................
1.2 Organizao.....................................................................................................................
1.3 Liderana.........................................................................................................................
1.4 Controle ..........................................................................................................................
2. Nveis de Administrao.......................................................................................................
2.1 Nmero de Empregados por Nveis................................................................................
2.2 Atividades em cada Nvel................................................................................................
2.3 Os Ttulos dos Cargos.....................................................................................................
3. Funes Organizacionais......................................................................................................
4. Habilidades do Administrador..............................................................................................
CAPTULO 4 REAS FUNCIONAIS DAS ORGANIZAES....................................
1. Funes das Empresas..........................................................................................................
2. Operaes e Produo...........................................................................................................
3. Marketing..............................................................................................................................
4. Finanas................................................................................................................................
5. Recursos Humanos................................................................................................................
6. Logstica e Distribuio........................................................................................................
CAPTULO 5 ADMINISTRAO NA HISTRIA DA HUMANIDADE....................
1. Antiguidade: 4000 a.C a 476 d.C..........................................................................................
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2. Idade Mdia: de 476 d.C at 1453........................................................................................
3. Idade Moderna: de1453 at 1789..........................................................................................
4. Idade Contempornea: de 1789 at os dias atuais.................................................................
CAPTULO 6 AMBIENTES MUTVEIS DA ADMINISTRAO..............................
1. Ambientes Organizacionais...................................................................................................
2. Macroambiente......................................................................................................................
3. Ambiente de Tarefa...............................................................................................................
4. Microambiente......................................................................................................................
UNIDADE II ESCOLA CLSSICA DA ADMINISTRAO........................................
CAPTULO 7 ADMINISTRAO CIENTIFICA E LINHA DE MONTAGEM.........
1. Taylor e o Movimento da Administrao Cientfica.............................................................
2. Fases da Administrao Cientfica........................................................................................
2.1 Primeira Fase: Salrios e Sistemtica da Produo.........................................................
2.2 Segunda Fase: Aprimoramento dos Mtodos de Trabalho..............................................
2.3 Terceira Fase: Consolidao dos Princpios....................................................................
3. Integrantes do Movimento....................................................................................................
4. Produo em Massa e Linha de Montagem..........................................................................
4.1 Princpios da Produo em Massa..................................................................................
4.2 A Linha de Montagem de Henry Ford............................................................................
4.3 A Linha de Montagem Mvel.........................................................................................
4.4 Inovaes de Ford...........................................................................................................
CAPTULO 8 TEORIA CLSSICA E ADMINISTRAO POR OBJETIVOS.........
1. Processo Administrativo na Viso de Henry Fayol...............................................................
2. As Funes Administrativas..................................................................................................
3. Princpios da Administrao de Fayol..................................................................................
4. Discpulos de Fayol.............................................................................................................
5. Comparao entre Taylor e Fayol ......................................................................................
6. Teoria Neoclssica...............................................................................................................
7. Administrao por Objetivos (APO)...................................................................................
7.1 Conceitos e Caractersticas...........................................................................................
7.2 Aspectos-Chave do Processo da APO...........................................................................
CAPTULO 9 PROCESSO INTEGRADO DE ADMINISTRAO...........................
1. A Informao e Tomada de Deciso....................................................................................
2. Planejamento.......................................................................................................................
3. Organizao.........................................................................................................................
4. Liderana.............................................................................................................................
5. Execuo.............................................................................................................................
6. Controle...............................................................................................................................
CAPTULO 10 TEORIA DA BUROCRACIA................................................................
1. Grupos Formais e Informais................................................................................................
2. Max Weber e a Burocracia..................................................................................................
3. Classificao de Autoridade................................................................................................
4. Outros Estudiosos da Burocracia........................................................................................
5. Caractersticas da Burocracia..............................................................................................
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5.1 Formalidade..................................................................................................................
5.2 Impessoalidade..............................................................................................................
5.3 Profissionalismo............................................................................................................
6. Tipo Ideal de Burocracia.....................................................................................................
7. As Funes e Disfunes da Burocracia.............................................................................
8. Relao entre as Teorias Clssicas......................................................................................
9. Amitai Etzioni e o Poder.....................................................................................................
9.1 Organizaes Coercitivas..............................................................................................
9.2 Organizaes Utilitrias................................................................................................
9.3 Organizaes Normativas.............................................................................................
10. Modelos de Organizao...................................................................................................
10.1 Tipo Mecanicista.......................................................................................................
10.2 Tipo Orgnica............................................................................................................
11. Adhocracia.........................................................................................................................
UNIDADE III DA ESCOLA CLSSICA AO MODELO JAPONS...........................
CAPTULO 11 TEORIA ESTRUTURALISTA..............................................................
1. A Organizao como Funo da Administrao.................................................................
2. Estrutura Formal da Organizao........................................................................................
3. Tipos de Organizao..........................................................................................................
4. Departamentalizao...........................................................................................................
5. Princpios Centrais da Teoria Estruturalista........................................................................
6. Autores da Teoria Estruturalista..........................................................................................
7. Estrutura Organizacional no Terceiro Milnio....................................................................
CAPTULO 12 PAPEL DOS GERENTES......................................................................
1. Introduo...........................................................................................................................
2. Chester Barnard e as Funes do Executivo.......................................................................
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3.1 Tomada de Decises Gerenciais e Resoluo de Problemas.........................................
3.2 Certeza, Risco e Incerteza ............................................................................................
3.3 Abordagens Tomada de Decises...............................................................................
4. Henry Mintzberg e os Papeis Gerenciais............................................................................
5. Rosemar Stewart e as Escolhas Gerenciais.........................................................................
6. Princpios de Adrew Grove.................................................................................................
7. Fred Luthans e o Desenvolvimento dos Gerentes...............................................................
CAPTULO 13 AUTORIDADE E PODER NAS ORGANIZAES..........................
1. Delegao............................................................................................................................
2. Autoridade...........................................................................................................................
3. Poder...................................................................................................................................
4. Responsabilidade e Prestao de Contas.............................................................................
5. Centralizao e Descentralizao........................................................................................
6. Downsizing.........................................................................................................................
CAPTULO 14 ADMINISTRAAO DA QUALIDADE................................................
1. Introduo...........................................................................................................................
2. Principais Integrantes da Escola da Qualidade...................................................................
3. Termos Centrais do Conceito de Qualidade........................................................................
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3.1 Excelncia.....................................................................................................................
3.2 Valor..............................................................................................................................
3.3 Conformidade com Especificaes...............................................................................
3.4 Regularidade.................................................................................................................
3.5 Adequao ao Uso.........................................................................................................
4. Qualidade em Produtos e Servios......................................................................................
5. Custos..................................................................................................................................
6. O Cliente em Primeiro Lugar..............................................................................................
7. Eras da Histria da Qualidade.............................................................................................
7.1 Era da Inspeo.............................................................................................................
7.2 Era do Controle Estatstico...........................................................................................
7.3 Era da Qualidade Total..................................................................................................
CAPTULO 15 QUALIDADE TOTAL JAPONESA......................................................
1. A Escola Japonesa da Qualidade Total................................................................................
2. Gurus da Qualidade no Japo..............................................................................................
2.1 Deming..........................................................................................................................
2.2 Juran..............................................................................................................................
2.3 Ishikawa........................................................................................................................
2.4 Crosby...........................................................................................................................
3. A Era da Qualidade atinge a Maturidade.............................................................................
4. Normas ISO 9000................................................................................................................
CAPTULO 16 MODELO JAPONS DE ADMINISTRAAO...................................
1. Ideias Centrais versus Ideias Orientais da Administrao..................................................
2. Sistema Toyota de Produo...............................................................................................
2.1 Eliminao de Desperdcios..........................................................................................
2.2 Fabricao com Qualidade............................................................................................
3. Ferramentas da Qualidade...................................................................................................
3.1 CCQ Crculos de Controle de Qualidade...................................................................
3.2 TQC Total Quality Control........................................................................................
3.3 Programa 5S..................................................................................................................
3.4 Princpio de Pareto........................................................................................................
3.5 Diagrama de Ishikawa...................................................................................................
REFERNCIAS....................................................................................................................
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organizaes, de modo a contribuir com o desenvolvimento socioeconmico do pas.
Em seguida, foram fundados os Conselhos Regionais de Administrao nas diversas
capitais brasileiras, formando o atual sistema CFA/CRAs.
Em 1985, no 20 aniversrio da Profisso de Administrador, a Lei Federal, de 13
de junho de 1985, alterou a denominao Tcnico de Administrao para Administrador,
aps intensa campanha coordenada pelo CRA-SP, com apoio de universidades,
faculdades e outros conselhos regionais.
Em 4 de outubro de 1993, a Resoluo do Conselho Federal de Educao n. 2
aprovou um novo currculo mnimo, substituindo o de 1966. A formao bsica e
instrumental era composta por disciplinas como Economia, Direito, Filosofia,
Sociologia, Psicologia, Matemtica, Estatstica, Contabilidade e Informtica. As
disciplinas de formao profissional incluam Teorias da Administrao; Administrao
(mercadolgica, de produo, financeira e oramentria, de Recursos Humanos, de
Materiais e Patrimoniais, de Sistema de Informao) e Organizao, Sistemas e
Mtodos. A Resoluo ainda definia 960 h/a de disciplinas eletivas e complementares
mais 300h/a de estgio supervisionado. O Art. 4 estabelecia que os mnimos de
contedo e durao, fixados nessa Resoluo sero obrigatrios a partir de 1995,
podendo, as instituies que tenham condies para tanto e assim desejarem, aplica-los
a partir de 1994.
Com a redemocratizao, em 1985, e a abertura econmica do pas, em 1990, o
papel do Administrador torna-se imprescindvel para o desenvolvimento da sociedade,
por meio dos setores primrio (Estado, e os rgos de administrao direta e indireta),
secundrio (iniciativa privada, composta pelas indstrias, comrcio e servios) e
tercirio (Organizaes No-Governamentais). So organizaes que precisam dar
resultados e alcanar objetivos de forma eficiente e eficaz. Para isso, devem ser
gerenciadas por profissionais capazes de compreender a dinmica, o processo, a
interdependncia das partes, as variveis ambientais. E por tudo isso, os administradores
tm habilidades para envolver os elementos essenciais no planejamento e cada ao
executada.
nesse novo cenrio que o MEC instituiu em 2005, as novas diretrizes do Curso
de Administrao (Resoluo n. 4, de 13 de julho de 2005), atravs da Cmara de
Educao Superior do Conselho Nacional de Educao, no qual as universidades devem
se adequar para inserir no mercado de trabalho, profissionais capacitados e habilitados.
Para isso, o Art. 3 da Resoluo n. 4/05, diz que:
A formao na rea de Administrao deve ensejar como perfil desejado do
formando, capacitao e aptido para compreender questes cientficas,
tcnicas, sociais e econmicas da produo e de seu gerenciamento, observados
nveis graduais do processo de tomada de deciso, bem como para desenvolver
gerenciamento qualitativo e adequado, revelando a assimilao de novas
informaes e apresentando flexibilidade intelectual e adaptabilidade
contextualizada no trato de situaes diversas, presentes ou emergente, nos
vrios segmentos do campo de atuao do administrador.
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consultora e assessoria empresarial; reconhecer e definir problemas; equacionar
solues; refletir e atuar criticamente sobre a esfera da produo; ter vontade poltica e
administrativa; ter conscincia tica do seu exerccio profissional, dentre outros.
Para atender s novas determinaes, o Projeto Poltico Pedaggico (PPP) deve
estruturar o currculo de modo a contemplar os contedos de Formao Bsica
(antroploga, sociologia, filosofia, psicologia, tica, cincia poltica, economia,
contabilidade, direito, tecnologia), de Formao Profissional (teorias da administrao
e das organizaes, administrao de recursos humanos, mercado e marketing,
materiais, produo e logstica, financeira e oramentria, sistema de informaes,
planejamento estratgico e servios), de Estudos Quantitativos e suas Tecnologias
(pesquisa operacional, teoria dos jogos, modelos matemticos e estatsticos, aplicao
de tecnologias), de Formao Complementar (estudos opcionais de carter transversal
e interdisciplinar para o enriquecimento do perfil do formando).
A Cincia da Administrao dinmica, isso porque as organizaes so
sistemas abertos capazes de receber e exercer influncia com o ambiente externo e
interno.
2. AS ORGANIZAES E A ADMINISTRAO
Vivemos em um mundo de organizaes, sejam elas pblicas, privadas ou as
chamadas do Terceiro Setor, que so entidades de direito privado, mas sem fins
lucrativos. As organizaes fazem parte das nossas vidas desde muito tempo e so elas
que vm, a cada dia, suprindo nossas necessidades desde as mais bsicas, como
alimentao com empresas como Nestl at de relacionamento e comunicao, como o
Google. Na histria da humanidade, encontramos registros de antigas organizaes
como o Arsenal de Veneza (1436) e a Kongo Gumi (fundada em 578 no Japo e que
funcionou at 2007, e especializada em construo de centros budistas), Coca-Cola
(1886), outras recentes e com forte posio no mercado como Google (1998), e outras
que ainda esto na ativa como Banco do Brasil (1808), Ypica (1846), Mongeral (1835),
Dirio de Pernambuco (1825), Gol (2001). Enfim, para nascermos, crescermos e at
morrermos precisamos de organizaes.
Na sociedade de organizaes, o ambiente cada vez mais mutvel e complexo:
so diversas empresas heterogneas que desenvolvem produtos e servios para atender
pessoas ou outras organizaes, que mudam constantemente, de acordo com os
problemas e necessidades que se apresentam. Podemos relacionar aqui algumas
organizaes com diferentes objetivos, setores (pblicas, indstrias, comrcio, servios,
agropecurias) e portes (micro, pequenas, mdias e grandes), porm essenciais ao bemestar social, tais como: indstrias de alimentos e de artigos de higiene pessoal, fazendas
e beneficiadoras, atacados e distribuidores, varejo de supermercados, farmcias,
hospitais, escolas, universidades, exrcitos, autarquias, empresas pblicas, instituies
financeiras, lanchonetes, asilos, creches, agncias de viagem, empresas de comunicao,
entretenimento e lazer, gua e energia, dentre vrias outras.
Com relao aos setores, o primrio compreende as organizaes pblicas, o
secundrio as organizaes de iniciativa privada, e o terceiro as organizaes nogovernamentais, tambm denominadas Organizaes da Sociedade Civil de Interesse
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Pblicos (OSCIPs), e criadas pela Lei n 9.790, de 23 de maro de 1999. O Quadro 1.1
traz um resumo dos tipos de organizaes por setores.
SETOR
Primrio
TIPOS DE ORGANIZAES
Estado, autarquias, fundaes, empresas pblicas
Secundrio
Tercirio
EXEMPLOS
Mato
Grosso,
ANVISA,
UFMT, Banco do Brasil.
Unilever, Extra, Localiza, A.
Maggi.
Cruz Vermelha, SOS Mata
Atlntica, Associaes de
Bairros, Fundao Bradesco.
INDSTRIAS
Com at 19 empregados
De 20 a 99 empregados
De 100 a 499 empregados
Mais de 500 empregados
COMRCIO E SERVIOS
At 9 empregados
De 10 a 49 empregados
De 50 a 99 empregados
Mais de 100 empregados
Exemplos
Sadia, Ambev, Nestl, Cargill, JBS, M. Dias Branco.
Papirus, Kimberly-Clark, Melhoramentos, Suzano, Rigesa.
John Deere, Agrale, Sthil, New Holland, Case.
Bayer, Basf, Chemicals.
Alpargatas, Arezzo, Beira Rio, Ferracini, Ramarim, Dakota.
Santista, Marisol, Damyller, Marisa.
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Moveleiro
Cosmtico e Perfumaria
Informtica
Minerao
Higiene e Limpeza
Brinquedos
Automotivo
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Para exemplificar o impacto que as organizaes exercem no comportamento
das pessoas, podemos citar o site de relacionamento Facebook, que em pouco tempo,
pelo menos aqui no Brasil, reuniu milhares de pessoas em torno de discusses,
encontros, amizades, troca de informaes, anncios, comunidades, em uma plataforma
virtual. Entretanto, importante que lembremos aqui, que o reconhecimento de qualquer
organizao se d pelos servios de qualidade e pela tica e transparncia nas relaes
entre organizao e usurio.
Segundo o site Cases de Sucesso (2011), para exemplificar o papel da empresa,
pesquisa divulgada pela Right Management, em 2 de novembro de 2011, revela que o
Facebook a plataforma preferida por recrutadores de empresas (headhunters),
superando o LinkedIn, rede especializada em contatos profissionais mas somente na
sia e na Europa, por enquanto. De acordo com a consultoria de RH, 75% dos
recrutadores na sia j usam a maior rede social em seus processos seletivos.
Na Europa, o ndice cai um pouco, mas tambm alto: 62%.
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3. CONCEITO DE ADMINISTRAO
Etimologicamente, a palavra Administrao, vem do latim ad, que significa
direo e minister, subordinao ou obedincia. Assim, uma atividade no qual algum
realiza algo sob o comando de outro. Nesse significado, h subordinao, mas hoje o
conceito de administrao engloba outros fatores que exigem participao,
envolvimento e cooperao e no somente obedincia. o caso da viso sistmica,
holstica e pensamento estratgico. No decorrer dessa disciplina, vamos abordar esses
elementos. Na disciplina de Planejamento Estratgico e Organizacional, sero
detalhados os princpios, conceitos e processos do pensamento estratgico.
Megginson et al (1998) conceituam Administrao como trabalho com
recursos humanos, financeiros e materiais para atingir objetivos organizacionais atravs
do desempenho das funes de planejar, organizar, liderar e controlar. (Ver Fig. 1.3).
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Para isso, desempenham-se as funes administrativas como planejamento e
liderana e utilizam-se de pessoas (recursos humanos), de dinheiro (recursos
financeiros) e edifcio, equipamentos e matria-prima (recursos materiais). O conceito
de administrao requer uma anlise sistmica e holstica de uma organizao.
Nas empresas familiares, por exemplo, a Administrao permite que as mesmas
cresam e se sejam valorizadas. Segundo lvares (2007), o crescimento das empresas
brasileiras com controle familiar foi superior ao das demais empresas. Mas para isso,
houve profissionalismo nas decises e na gesto. Por exemplo, a Votorantim, no incio
dos anos 2000, a empresa implantou um novo modelo de gesto. Os membros da
famlia, Antonio Ermrio de Moraes e Jos Ermrio de Moraes, se afastaram das
decises dirias e concentraram suas aes no campo estratgico.
4. ADMINISTRAO COMO ARTE E CINCIA
A palavra Cincia provm do latim scire, que significa to-somente conhecer.
Para Caravantes (1998), o objetivo da cincia descrever os fenmenos do mundo real.
E quando utilizamos o conhecimento para agir, ento passamos para o campo das
cincias aplicadas.
Segundo Lupton (1972) apud Caravantes (1998), as cincias sociais so todas as
atividades que esto preocupadas em sistematicamente investigar e explicar aspectos da
relao entre o indivduo e a sociedade da qual faz parte. Assim, a Administrao
denominada Cincia Social Aplicada, pois investiga as organizaes, de modo a
conhec-las, para que possa aplicar constantemente novos conhecimentos, teorias,
princpios, contribuindo assim, com o desenvolvimento das mesmas. uma cincia que
aplica os conhecimentos ao, como afirmava Peter Drucker.
Os administradores eficazes usam, em geral, a abordagem cientfica ao tomar
decises. Eles sistematicamente observam a existncia de um problema, coletam dados
sobre eles e solues em potencial, generalizam em relao aos resultados em potencial,
e tomam a deciso necessria. Para Chiavenatto (2006, p. 2), a Administrao constitui
a maior inovao do sculo XX. Graas a ela, a cincias puderam ver suas descobertas
transformadas em bens e servios disponveis sociedade. (...) Tornou produtivos os
conhecimentos dos vrios campos do conhecimento humano.
Entretanto, como afirmam Megginson et al (1998), em muitos aspectos de
planejamento, liderana, comunicao e trato com o elemento humano, os
administradores tambm usam a abordagem artstica, baseando suas decises em
julgamento, intuio ou simplesmente em palpite.
Algumas consideraes devem ser feitas sob o enfoque da administrao como
cincia: (SILVA 2005, p. 29):
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verdade que a administrao no pode ser uma cincia exata, mas cientfica
porque um administrador se comporta do mesmo modo que um cientista. Os
princpios que governam a formulao de metas, hipteses, coleta de dados,
anlise e interpretao dos fatos, teste de concluses e alcance das solues so
os mesmos. A grande diferena que o administrador tem que operar sob certas
limitaes impostas pelas mutantes condies dos negcios.
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5. CONSTRUO E FORMAO DO CONHECIMENTO ADMINISTRATIVO
Os conhecimentos da Cincia da Administrao so produzidos pela observao,
levantamentos e anlise crtica da experincia prtica das organizaes e de seus
administradores.
H duas fontes principais desses conhecimentos: a prpria experincia prtica e
os mtodos cientficos. (Adaptado de CHIAVENATTO 2006; MAXIMIANO 2006a).
Henry Fayol, Frederick W. Taylor e Chester Barnard escreveram suas memrias
administrativas a partir de suas prprias experincias. Por mais que fossem empricas,
esses estudiosos deixaram um legado para a teoria administrativa e na consolidao do
campo cientfico da Administrao.
Em relao aos mtodos cientficos, temos:
6. EFICINCIA E EFICCIA
O desempenho de uma organizao pode ser medido de vrias formas. E as
empresas devem satisfazem seu pblico, como clientes, usurios, funcionrios, a
sociedade de uma forma geral, o governo, entre outros, e por cima, resolvem seus
problemas e atingem seus objetivos, ela est sendo eficiente e eficaz em sua
Administrao. No caso da Administrao Pblica, o desempenho tambm passar a ser
medido pela eficincia dos servios prestados sociedade, como educao, sade e
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lazer, e os servios suplementares como atendimento, acompanhamento da satisfao do
usurio.
Mas o que significa Eficincia e Eficcia? Quais as suas diferenas?
Eficincia a capacidade de fazer as coisas direito, um conceito
matemtico: a relao entre insumo e produto (input e output). Um administrador
eficiente o que consegue produtos mais elevados (resultados, produtividade,
desempenho) em relao aos insumos (mo-de-obra, material, dinheiro, mquinas e
tempo) necessrios sua consecuo. (MEGGINSON et al 1998). Para Maximiano
(2006a), eficincia a palavra usada para indicar que a organizao utiliza
produtivamente, ou de maneira econmica, seus recursos. Em outras palavras, significa
usar menor quantidade de recursos para produzir mais. Pode ser definida pela equao E
= P/R, onde P so os recursos resultantes e R os recursos utilizados.
Eficcia a capacidade de fazer as coisas certas ou de conseguir resultados.
Isto inclui a escolha dos objetivos mais adequados e os melhores meios de alcan-los.
(MEGGINSON et al 1998). Segundo Maximiano (2006a), eficcia a palavra usada
para indicar que a organizao realiza seus objetivos. Quanto mais alto o grau de
realizao dos objetivos, mais a organizao eficaz.
Baixa
Baixa
Eficcia
Eficcia
Alta
Alta
Para retratar a diferena dos dois termos, vamos descrever o seguinte exemplo:
Uma empresa pode desenvolver um produto de forma eficiente, utilizando os recursos
(materiais, financeiros, pessoais) economicamente, mas o produto no obteve xito
comercial. Nesse caso, a empresa foi eficiente, porm ineficaz, porque adotou a
estratgia errada ou lanou o produto errado.
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7. TEORIAS DA ADMINISTRAO E DAS ORGANIZAES
Para compreendermos o significado da teoria da administrao e das
organizaes, vamos definir o que teoria.
Segundo Maximiano (2006a), a teoria , essencialmente, uma representao
abstrata do que se percebe como realidade. A teoria um conjunto de afirmaes ou
regras feitas para enquadrar alguma parte do mundo real. Para Chiavenatto (2006, p. 3),
teoria o nome dado a um conjunto de abstraes que tenta explicar a realidade.
Assim, podemos sintetizar como leis que explicam os acontecimentos ou proposies
sobre os fatos da realidade, de modo racional, como tambm complexo. Isto porque as
organizaes so formadas por pessoas e a Administrao se caracteriza como uma
Cincia Social Aplicada, e por isso, no-linear. uma cincia marcada passa por
mudanas constantes no ambiente das organizaes e no comportamento das pessoas,
sejam trabalhadores, consumidores, clientes, usurios, cidados.
As teorias da administrao, segundo Maximiano (2006a), so conhecimentos
organizados, produzidos pela experincia prtica das organizaes. E a teoria geral da
administrao o conjunto dessas teorias, que so designadas por meio de diferentes
termos. Para Chiavenatto (2006, p.2), a teoria das organizaes o campo do
conhecimento humano que se ocupa do estudo das organizaes em geral. E teorias
da administrao so conhecimentos organizados e codificados em decorrncia da
experincia prtica e emprica da administrao em organizaes.
A TGA, segundo Chiavenatto (2006, p. 12), estuda a Administrao das
organizaes do ponto de vista da interao e interdependncia entre seis variveis
principais: tarefa, estrutura, pessoas, tecnologia, ambiente e competitividade.
Competitividade
Competitividade
Tecnologia
Pessoas
Organizao
Ambient
e
Estrutur
a
Tarefas
Figura 1.5 As Variveis Bsicas
Fonte: Chiavenato (2006, p. 11).
19
Essas variveis atuam de maneira sistmica e integrada, considerando as partes
internas e externas das quais a organizao faz parte. Estudar TGA possibilita
compreender as teorias que explicam o funcionamento sistemtico das empresas em
busca do alcance dos objetivos. Os primeiros tericos da Administrao como Frederick
Taylor e Henry Fayol, as organizaes ainda eram predominantemente fechadas em suas
estruturas. Pensadores modernos apresentam teorias com foco na viso sistmica e
holstica, como a quinta disciplina, de Peter Senge, em 1990. Por exemplo, as indstrias
do final do sculo XIX e comeo do sculo XX apresentavam uma estrutura
organizacional estvel em funo da baixa influncia do ambiente em sua volta, o que
levava a tarefas rotineiras, processos e produtos padronizados. Hoje, incio do sculo
XXI, as indstrias, por exemplo, inovam com freqncia, modificam estruturas, lanam
produtos diferenciados para cada mercado-alvo, e so influenciadas de forma
significativa pelos seus concorrentes diretos, fornecedores, governo, cultura, recursos
naturais.
Na Administrao, o resultado de estudos, pesquisas, experincias,
levantamentos e observaes nas organizaes foi um conjunto de teorias, como a
Teoria Clssica, Teoria da Burocracia, Teoria das Relaes Humanas, Teoria
Estruturalista, Teoria Comportamental e da Motivao Humana, Teoria Geral dos
Sistemas, Teoria da Contingncia. A Figura 1.6 apresenta um esquema da evoluo das
principais teorias do campo da Administrao.
Ano
1903
1909
1916
1932
1947
1951
1953
1954
1957
1962
1972
1990
Teoria
Administrao Cientfica
Teoria da Burocracia
Teoria Clssica
Teoria das Relaes Humanas
Teoria Estruturalista
Teoria dos Sistemas
Abordagem Sociotcnica
Teoria Neoclssica
Teoria Comportamental
Desenvolvimento Organizacional
Teoria da Contingncia
Novas abordagens
20
Nas premissas ou hipteses ocorrem explicaes que procuram ajudar a
compreender as organizaes e a forma como devem ser administradas. Por exemplo, a
administrao da qualidade parte da premissa que as empresas conseguiro conquistar
os clientes, uma vez que garantiro a qualidade dos produtos e servios em toda a cadeia
de valor compra da matria-prima at o ps-venda.
Em relao aos modelos, os paradigmas referem-se s tcnicas e solues de
problemas complexos que ocorrem na administrao das empresas. Por exemplo, o
modelo burocrtico de administrao objetiva profissionalizar, formalizar e organizar
hierarquicamente uma organizao; o modelo japons de gesto que procura atingir a
qualidade total, atravs da produo enxuta e a integrao de todos os funcionrios.
No Quadro 1.5 a seguir ser apresentado um resumo das principais mudanas de
paradigmas que ocorrem na passagem para o terceiro milnio.
PARADIGMAS TRADICIONAIS
Revoluo industrial substituio
trabalho humano por mquinas.
do
PARADIGMAS DO TERCEIRO
MILNIO
Revoluo digital substituio das funes
humanas de deciso, comunicao e
informao por computadores.
Trabalhadores em servios e do conhecimento
e profissionais liberais mais numerosos que os
operrios clssicos.
Grupos de trabalhadores autogeridos e
polivalentes, com educao de nvel superior.
Desemprego, empregabilidade, terceirizao,
economia informal, empreendedorismo.
Estruturas organizacionais enxutas.
nfase na competitividade.
tica e responsabilidade social, cidadania
empresarial.
21
8) Analise os paradigmas tradicionais da Administrao e os paradigmas do terceiro milnio, e
suas influncias nas organizaes
22
23
relaes humanas, confiana nas pessoas, dinmica grupal e interpessoal.
Homem Social. O grupo informal. Participao nas decises.
24
Objetivos: Representa uma nova roupagem da teoria clssica, com nfase nos
aspectos prticos da administrao, pelo pragmatismo e pela busca de resultados
concretos e palpveis, retomando grande parte do material desenvolvido pela
Teoria Clssica, redimensionando-o e reestruturando-o de acordo com as
contingncias da poca, dando-lhe uma configurao mais ampla e flexvel. Do
pragmatismo e racionalidade.
25
No caso da Habibs:
Na Habibs, o treinamento dos funcionrios, para exercer cada vez melhor suas
funes, e atingir os objetivos da empresa.
Fixao de objetivos visando sempre a qualidade do produto.
Os departamentos de Marketing, Recursos Humanos, dentre outros possuem
seus objetivos departamentais, que se interligam e convergem para os objetivos
globais da empresa e de sua capacdade de expanso para novos mercados.
7. TEORIA COMPORTAMENTAL (ou behaviorismo)
Objetivos: Veio significar uma nova direo e um novo enfoque dentro da teoria
administrativa: a abordagem das cincias do comportamento, o abandono das
cincias normativas e prescritivas das teorias anteriores (Teoria Clssica, Teoria
das Relaes Humanas e Teoria da Burocracia) e a adoo de posies
explicativas e descritivas.
26
A Habibs um sistema fsico e aberto. Fsico, pois real e aberto porque sofre
influncias do exterior. Sendo a Habibs uma empresa focada na gerao de
lucros, ela sofre influncias dos seus concorrentes, clientes, fornecedores,
poltica, economia etc.
A necessidade de suprimentos de materiais, a Habibs tem centrais de
reabastecimento para que suas franquias fiquem sempre com os estoques cheios,
e processa-os.
H tambm a reao e adaptao ao ambiente que a empresa precisa ter frente
s mudanas.
Cada funcionrio tem sua funo que depende da funo do outro, e vice-versa.
27
28
com que as empresas japonesas inovam. Elas so peritas em fomentar a
inovao de forma contnua, incremental e em espiral. Ressaltam o
conhecimento tcito, que altamente personalizado, dificilmente visvel, difcil
de formalizar e tambm de transmitir e compartilhar.
29
30
1.2 Organizao
Organizar determinar os recursos e atividades necessrios para se atingir os
objetivos da organizao, combinar esses recursos e atividades em grupos prticos,
designar a responsabilidade de atingir os objetivos a empregados responsveis e delegar
a esses indivduos a autoridade necessria para realizar essas tarefas. (MEGGINSON et
al 1998). Para Silva (2005, p. 10), organizao o processo de designao de tarefas,
de agrupamento de tarefas em departamentos e de alocao de recursos para os
departamentos.
H vrios aspectos na funo de organizar: colocao de pessoal; relao
autoridade-responsabilidade entre os membros da organizao; grupos de trabalho;
atividades intergrupais; comunicao entre os nveis; reunir equipamentos, mquinas,
capital e tecnologia; integrar recursos financeiros, fsicos e humanos no esquema
produtivo total.
Essa funo fornece a estrutura formal atravs do qual o trabalho definido,
subdividido e coordenado.
1.3 Liderana
Liderar conseguir dos empregados que eles faam as coisas que voc deseja
que eles faam. Portanto, abrange no s a qualidade, o estilo e o poder do lder, mas
tambm suas atividades relacionadas comunicao, motivao e disciplina.
(MEGGINSON et al 1998). Denominada por Silva (2005, p. 10) como direo, a
liderana significa a influncia para que outras pessoas realizem suas tarefas de modo a
alcanar os objetivos estabelecidos, envolvendo energizao, ativao e persuaso
daquelas pessoas.
Essa funo pode ser desempenhada atravs de designao de tarefas, das
instrues, transmitir objetivos, pedir cooperao ou idias e da comunicao.
1.4 Controle
Todas as funes anteriores sero ineficazes sem esta ltima: controlar. Para
Megginson et al (1998), controlar delinear os meios para se ter certeza de que o
desempenho planejado seja realmente atingido. De acordo com a definio de Silva
(2005, p. 10), controle a funo que se encarrega de comparar o desempenho atual
com os padres predeterminados, isto , com o planejado.
A funo controle freqentemente desempenhada no dia-a-dia das pessoas,
como no controle de troca de leo do motor do veculo.
Controlar envolve: (1) estabelecer padres de desempenho, (2) determinar
mtodos de medir desempenho, (3) medir o desempenho real, (4) comparar com os
padres estabelecidos e (5) empreender ao corretiva, quando necessrio, para que o
desempenho real se ajuste ao padro.
2. NVEIS DE ADMINISTRAO
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Os administradores podem ser classificados em gerais ou funcionais, ou seja,
administrador de marketing, administrador financeiro, administrador de produo e
operaes, administrador de recursos humanos. Com relao posio que ocupa na
estrutura organizacional, possvel distinguir, teoricamente, trs nveis administrativos o estratgico, o ttico e o operacional, conforme figura 3.1.
32
exemplo, coordenam as atividades de uma unidade ou subunidade, isto
, coordenam as atividades de outros gerentes.
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Na alta administrao diretor, vice-presidente, chefe de diviso.
Na gerncia ttica superintendente, chefe de departamento, diretores de
escolas, gerentes de filial.
No operacional supervisor, enfermeira-chefe, chefes.
3. FUNES ORGANIZACIONAIS
Megginson et al (1998) classifica os administradores em geral e funcionais. (Ver
Fig. 3.2)
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A habilidade que os administradores eficazes geralmente usam pode ser
classificada em trs tipos principais: (Ver. Fig 3.3). De acordo com Silva (2005, p. 14),
habilidades so destrezas especficas para transformar conhecimento em ao, que
resulte no desempenho desejado para alcance dos objetivos.
Robert Katz apud Sobral & Peci (2008, p. 15) define assim cada habilidade:
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Por exemplo, numa indstria de alimentos, essas habilidades permitem o
administrador a estudar as tendncias de consumo no mercado. De acordo com a Tate &
Lyle (2011), empresa fornecedora global de ingredientes, tem por objetivo principal
apoiar os fabricantes de alimentos a impulsionar suas marcas, para que atendam s
preferncias dos consumidores, em constante mudana, as principais tendncias na rea
de alimentao para 2011 so:
Menos mais: os consumidores esto cada vez mais exigentes quando se trata
de revisar o rtulo dos alimentos, dando preferncia aos produtos com o mnimo
de aditivos possvel, alm de sempre escolherem ingredientes j conhecidos e
estudados. Por exemplo, a Natural Line, famlia de produtos naturais da
Alimentos Zaeli, passa a contar com um a aveia em flocos. O produto
acondicionado em embalagens cartonadas de 250 gramas. O lanamento amplia
o portflio da linha, que passa a contar agora com 11 itens destinados a
alimentao saudvel.
Acesso
em:
36
37
38
Figura 3.8 Linha de Produo da Coca-Cola
Fonte: www.esagsr.blogspot.com. Acesso em: 15/08/11.
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2. OPERAES E PRODUO
Toda empresa tem um sistema de operaes, que transforma matrias-primas,
componentes, mo-de-obra e outros recursos em bens e servios, vendidos aos clientes.
Esta rea considerada fim nas organizaes, pois a responsvel pela produo de
bens e servios que a empresa oferece ao seu mercado-alvo.
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A funo produo na organizao aquela que representa a reunio de recursos
destinados produo de seus bens e servios. A Administrao da Produo como o
termo usado para as atividades, decises e responsabilidades dos gerentes de produo,
como afirmam Slack et al (1997).
Segundo Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 4), a Administrao da Produo
a atividades de gerenciar recursos destinados produo e disponibilizao de bens e
servios. A funo da produo a parte da organizao responsvel por esta atividade.
De acordo com Corra & Corra (2009, p. 5), a gesto de operaes ocupa-se da
atividade de gerenciamento estratgico dos recursos humanos escassos (humanos,
tecnolgicos, informacionais e outros), de sua interao e dos processos que produzem e
entregam bens e servios, visando atender a necessidades e desejos de qualidade, tempo
e custo de seus clientes.
A administrao de operaes, segundo Sobral & Peci (2008, p. 262), pode ser
definida como a rea ou campo da administrao responsvel pelo planejamento,
operao e controle do processo de transformao que converte insumos e recursos
(mo-de-obra, capital, suprimentos, informao ou equipamentos) em produtos (bens e
servios).
Por exemplo, na padaria, diversos ingredientes e a mo-de-obra so
transformados em diversos tipos de po. No hospital, equipamentos e mo-de-obra so
transformados em servios aos pacientes.
Na indstria de alimentos, a funo produo envolve toda a cadeia desde a
fonte de insumos de matrias-primas, passando pela transformao dos recursos como
leite para a fabricao de queijos, por exemplo, considerando a qualidade total, at o
produto ser expedido para disponibilidade de vendas no mercado.
A Administrao de Operaes e Produo uma atividade complexa de
administrao que envolve: (SOBRAL & PECI 2008, p. 10)
a) Planejamento do produto: desenvolvimento de um projeto de produto, por meio
de sua exeqibilidade tecnolgica e do potencial de comercializao.
b) Instalaes: definio das caractersticas fsicas das instalaes, naturalmente,
da capacidade produtiva e de sua localizao.
c) Processo produtivo: escolha dos mtodos, tecnologias e fluxos dos processos
produtivos.
d) Organizao do trabalho: definio da estrutura de cada trabalho ou tarefa
como ser realizado e quem vai realiz-lo.
e) Administrao de estoques: determinao das necessidades de recursos e
materiais necessrios produo de forma a minimizar os custos operacionais.
f) Controle: monitorao do desempenho dos sistemas de operaes, por exemplo,
dos custos de produo, da qualidade e da manuteno dos equipamentos.
g) Compras: administrao da aquisio dos recursos necessrios produo de
bens ou prestao de servios.
O processo de produo da cerveja nas indstrias da AMBEV consiste em dois
fundamentais: a fabricao e o packaging. O processo de fabricao constitui das
transformaes fsico-quimicas e bioqumicas que ocorrem na matria-prima. O
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packaging a etapa que ocorre o envase e a embalagem do produto, de modo a garantir
a qualidade e a boa apresentao do produto ao mercado consumidor.
Transformadores
Fabricantes
Transportadores
Revendedores
Consumidor Final
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consumidores com casas e mais a decorao assinada pelo arquiteto e designer de
interiores Marcelo Rosenbaum. (Ver Figura 4.3). Outro exemplo a mudana de
embalagem e logotipo da gua mineral Purssima, Com design diferenciado, anatmico
e que utiliza at 15% menos PET em sua produo, as garrafas de 500 ml tambm
integram a linguagem braile. (Ver Figura 4.4).
De acordo com Sobral & Peci (2008, p. 11), a rea comercial e de marketing
responsvel por diversas funes e atividades organizacionais, entre as quais esto:
a) Pesquisa de mercado: conduo de estudos e pesquisas com o objetivo de
identificar as necessidades, preferncias e tendncias de mercado.
b) Produto: desenvolvimento de produtos adequados s necessidades identificadas,
em termos de caractersticas tcnicas, marca, embalagem etc.
c) Preo: estabelecimento e gesto de preo dos produtos ou servios de acordo
com as polticas comerciais da organizao.
d) Distribuio: concepo e administrao de um sistema de entrega do produto
certo, no local certo, no momento certo e nas quantidades certas.
e) Comunicao: sinalizao do pblico-alvo por meio de aes de publicidade,
promoo, propaganda e relaes pblicas, alm de merchandising, marketing
direto e fora de vendas.
f) Vendas: administrao das transaes entre a organizao e seus clientes em
algumas organizaes, uma rea funcional independente.
Por exemplo, o Marketing da CVC Turismo inclui:
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Comunicao de marketing: slogans publicitrios: onde os sonhos se tornam
conquistas, sonhe com o mundo e gente leva voc... Por meio de anncios
impressos para Revista e Jornal, mdia exterior como outdoor, comerciais para
TV, spot para rdio, marketing digital, marketing direto (mala direta) etc.
Distribuio: se aproximar do cliente, que muda de comportamento, abrindo
lojas em shopping, com horrio diferente do comercial, alm da loja virtual,
inaugurada em agosto de 2000.
Preo: universalizar o turismo por meio de preo acessvel. Em em 2003, por
exemplo, uma viagem de sete noites para Cancun custava R$ 4.524,00 por
pessoa. Em 2007, o mesmo pacote sai por R$ 2.900,00.
Produto: portflio de mais de 770 produtos, incluindo cruzeiro martimo, voos
nacionais e internacionais, fretamento areos, turismo rodovirio, pacotes
tursticos, reservas de hotis, aluguel de veculos.
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4. FINANAS
A funo financeira cuida do dinheiro da empresa, para proteg-lo e promover
sua utilizao eficaz. Isso inclui a maximizao do retorno dos investimentos e a
manuteno de certo grau de liquidez, para o cumprimento das obrigaes. Segundo
Chiavenatto (2005, p. 9), a Administrao Financeira a rea responsvel pela
administrao dos recursos financeiros da empresa, proporcionando condies que
garantam sua rentabilidade e liquidez.
As demonstraes financeiras so relatrios que classificam e quantificam as
contas de uma empresa. E os trs principais so: o balano patrimonial, a demonstrao
dos resultados do exerccio e a demonstrao do fluxo de caixa. (MAXIMIANO 2006b).
O balano patrimonial reflete a posio financeira da empresa em um
determinado momento. constitudo por duas colunas, a do ativo e do passivo e
patrimnio lquido. (Ver Quadros 4.1 e 4.2).
A equao patrimonial expressa da seguinte forma:
ATIVO = PASSIVO + PATRIMONNIO LQUIDO
ATIVO
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prazo, investimentos, imobilizado, intangvel.
Alm de bens e direitos que no se destinam a
venda e tm vida til como imveis, mquinas
e equipamentos, veculos.
prazo.
Para Sobral & Peci (2008, p. 11), a rea financeira responsvel pelas seguintes
funes:
a) Informao de gesto: produo de relatrios e documentos contbeis que
traduzam a situao econmica e patrimonial da organizao.
b) Anlise: avaliao e controle do desempenho da organizao em termos de
rentabilidade, equilbrio financeiro e risco.
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c) Investimento: definio da poltica de investimentos da organizao, escolhendo
as melhores alternativas para a aplicao dos recursos financeiros.
d) Financiamento: definio da poltica de financiamento, escolhendo as melhores
fontes de recursos para o crescimento e a administrao da organizao.
e) Distribuio de dividendos: definio da poltica de distribuio de lucros,
decidindo qual a aplicao dos excedentes financeiros gerados pela atividade da
organizao.
Segundo Beatriz Olivon, da Exame.com, de 9 de fevereiro de 2012, a PepsiCo
anunciou que pretende demitir cerca de 3% de seus funcionrios no mundo aproximadamente, 8.700 pessoas. O corte j era especulado e faz parte do plano de
otimizao das estruturas da empresa que pretende economizar cerca de 1,5 bilhes de
dlares at 2014 (sendo 500 milhes de dlares em 2012). Ao mesmo tempo, os
investimentos em marketing devem aumentar entre 500 milhes de dlares e 600
milhes de dlares em 2012, com foco na Amrica do Norte. A empresa tambm
pretende aumentar investimentos em suas marcas cones e inovar. 2012 ser um ano de
transio, afirmou Indra Nooyi, CEO da PepsiCo em comunicado imprensa. A
empresa reafirmou a fora de sua operao nica sem separar as reas de bebidas e
alimentos, como foi especulado - e defendeu que oferece melhores resultados aos
acionistas com uma nica empresa.
5. RECURSOS HUMANOS
A funo de recursos humanos, ou de gesto de pessoas, procura encontrar, atrair
e reter as pessoas de que a empresa precisa. A Administrao de pessoal abrange desde a
contratao at a resciso de contrato.
Segundo Chiavenatto (2004, p. 10), a Gesto de Pessoas a funo que permite
a colaborao eficaz das pessoas empregados, funcionrios, recursos humanos,
talentos ou qualquer denominao utilizada para alcanar os objetivos organizacionais
e individuais. Para Marras (2000, p. 253), a administrao de recursos humanos a
gesto que privilegia como objetivo fundamental, atravs de suas intervenes, a
otimizao dos resultados finais da empresa e da qualidade dos talentos que a compem.
De acordo com Sobral & Peci (2008, p. 329), a Administrao de Recursos Humanos
refere-se concepo e aplicao de sistemas formais para garantir o uso eficaz e
eficiente do talento humano na realizao dos objetivos organizacionais.
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Nas indstrias, geralmente, temos muitos trabalhadores, inclusive para
classificar o porte das empresas, o nmero de funcionrios nesse segmento maior que
no comrcio e servios. Isso se justifica pela linha de produo, que exige mais mo-deobra. Nesse sentido, a administrao de recursos humanos envolve desde a seleo,
passando pelo treinamento, inclusive de uso de mquinas e manuseio de produtos, at
no atendimento ao cliente.
Por exemplo, a PepsiCo/Matutano conquistou o Prmio RH 2011 Excelncia,
atribudo pela RH Magazine. Um prmio que distingue a excelncia das polticas de
gesto de recursos humanos adoptadas pela PepsiCo no mbito da sua filosofia
Resultados com Responsabilidade (Performance with Purpose), e pelo impacto
positivo que estas tm no clima organizacional e na responsabilidade social corporativa.
Faz parte da poltica de recursos humanos da PepsiCo/Matutano o investimento nos
colaboradores de forma a que eles desenvolvam as competncias necessrias ao
crescimento da empresa, ao mesmo tempo que cria oportunidades de trabalho nas
comunidades locais onde est inserida. A PepsiCo disponibiliza o maior portfolio de
marcas de bebidas e de alimentos do mundo, que inclui 19 linhas de produtos diferentes,
como
Frito-Lay,
Quaker,
Pepsi-Fila,
Tropicana
e
Gatorade.
Sobral & Peci (2008, p. 11) afirmam que a rea de recursos humanos
responsvel pelas seguintes funes:
a) Implementao de polticas e procedimentos: elaborao de cdigo de conduta,
implementao de programas de gesto participativa, entre outros.
b) Planejamento de recursos humanos: diagnstico das necessidades da
organizao em termos de recursos humanos de forma a responder de maneira
eficaz a seus objetivos.
c) Recrutamento e seleo: processo de localizao, atrao e contratao de
candidatos qualificados para ocupar cargos na estrutura de pessoal da
organizao.
d) Treinamento e desenvolvimento: desenvolvimento de programas e aes para
reforar as competncias individuais e melhorar o desempenho e a produtividade
coletiva.
e) Avaliao de desempenho: implementao de mecanismos de avaliao formal,
sistemtica e peridica dos resultados alcanados pelos membros da
organizao.
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f) Remunerao e compensao: definio dos sistemas de recompensas e de
benefcios para os membros da organizao.
g) Melhoria das condies no local de trabalho: implementao de programas de
higiene, de segurana e de sade no trabalho.
h) Gesto administrativa do pessoal: processamento de salrios, elaborao de
arquivos de pessoal, controle de horrios, gesto dos contratos, entre outros
procedimentos burocrticos.
6. LOGSTICA E DISTRIBUIO
A distribuio fsica, logstica e SCM abrangem todos os canais de distribuio,
alm de outros servios da cadeia como estoques, transportes, pagamentos, entre outros.
Abaixo, vamos definir segundo alguns autores:
A distribuio fsica consiste em todas as atividades relacionadas com a
movimentao de uma quantidade certa de produtos certos ao lugar certo e no tempo
certo. Esses autores denominam tambm de logstica. (ETZEL et al 2001). Para
Churchill e Peter (2000, p. 400), a distribuio fsica o processo de lidar com os
pedidos e transportar e armazenar os produtos para faz-los chegar de forma eficiente
aos clientes.
Coughlan et al (2002) afirmam que a logstica constitui o gerenciamento do
fluxo de materiais fsicos. Hoje, a logstica mudou e seu conceito inclui o
gerenciamento da cadeia de suprimento (SCM Supply Chain Management), que
sucessivamente passou a implicar todo elemento da cadeia de valor agregado. De fato, o
SCM pleno remonta no s fbrica, mas tambm aos fornecedores dos fornecedores
dos fornecedores. Em seu extremo, o SCM significa no incio absoluto da cadeia de
valor agregado o que fazer e quando fazer, como funo do que est acontecendo no
final da cadeia de valor.
Segundo Kotler & Keller (2006, p. 519), o SCM comea antes da distribuio
fsica: tenta suprir os insumos corretos (matrias-primas, componentes e bens de
capital), converte-os eficientemente em produtos acabados e os despacha ao destino
final.
A logstica envolve o processamento e o rastreamento de bens industriais durante
o armazenamento, controle de estoque, transporte, documentao alfandegria (uma
questo menor ou inexistente em zonas de comrcio) e entrega para clientes. A logstica
de canal agora uma funo menos obscura em algumas empresas, devido s novas
opes disponveis e ao entendimento de que se pode ter enormes ganhos em eficcia e
eficincia em funo do melhor gerenciamento da logstica.
Para Kotler & Keller (2006, p. 520), a logstica de mercado envolve o
planejamento, a implementao e o controle dos fluxos fsicos de materiais e de
produtos finais entre os pontos de origem e os pontos de uso, com o objetivo de atender
s exigncias dos clientes e de lucrar com esse atendimento.
Uma cadeia de suprimento representa o grupo de entidades que coletivamente
fabrica um produto e o vende para um ltimo ponto (o cliente final).
50
Uma boa definio de SCM que se trata de um conceito organizador que
comea como servio ao cliente e argumenta que isso resultado dos esforos
cumulativos de todo o canal. O servio ao cliente no pode ser interpretado
como a responsabilidade nica de qualquer membro do canal individualmente.
O princpio norteador unificar os fluxos de produtos e os fluxos de
informao que se movimentam na rede de produo e distribuio. Fazer isso
exige (1) uma orientao para o mercado, centrada no ltimo cliente, (2) uma
administrao eficaz de canal, para permitir transferncias regulares de produto
e informao, e (3) logstica eficaz. (COUGHLAN et al 2002).
Funes
Armazenamento
Administrao de estoques
Processamento de pedidos
Processamento de pedidos
Administrao de estoques
Transporte
Armazenamento
Administrao de estoques
Processamento de pedidos
Processamento de pedidos
Processamento de pedidos
Administrao de estoques
Transporte
Administrao de estoques
51
Processamento de pedidos
Armazenamento
52
processamento de pedidos deveria incluir ainda medidas sobre faturamento, concesso
de crdito, elaborao de faturas e cobrana de contas vencidas.
Tem havido diversos avanos e tendncias nesse sentido, no processamento de
pedidos, com nomes como intercmbio eletrnico de dados (EDI) e reposio
automtica. Assim, em vez de enviar uns para os outros documentos em papel, como
ordens de compra e relatrios de embarque, os membros do canal usam intercmbio
eletrnico de dados para tornar as informaes mais flexveis e atualizadas. Com a
reposio automtica, o computador de uma loja de varejo sabe quando um produto foi
vendido e, em seguida, avisa o computador do fornecedor de que necessrio um item
de reposio.
A logstica to importante que envolve todas as reas das empresas, de modo a
entregar o produto no local e tempo certos, dentro das caractersticas de qualidade, para
atender ao mercado. A Figura 4.9 mostra a cadeia logstica da Nestl.
53
1) Analise as funes de forma sistmica e integrada, como a relao entre finanas e as
outras reas, marketing e logstica, marketing e produo.
54
55
A Administrao Financeira um dos principais aspectos das instituies
romanas. E continua [...] A tributao das cidades conquistadas era uma das
principais fontes da receita do Estado. Aps a conquista de um territrio, os
habitantes passavam ento a pagar o tributum sobre suas propriedades, alm de
um imposto individual.
56
A organizao linear originou-se da organizao militar da poca
medieval. O princpio da unidade de comando (cada subordinado s
pode ter um superior) o ncleo da organizao militar. A escala
hierrquica os vrios nveis hierrquicos de comando com
autoridade e responsabilidade tpica da organizao militar.
Quando o volume de operaes aumentou, cresceu a necessidade de
delegar autoridade para nveis mais baixos da organizao militar.
57
pela Igreja Catlica. Joo Calvino e Martinho Lutero enfatizavam o trabalho para
melhorar a situao da comunidade no presente. Lutero tambm aboliu a hierarquia da
Igreja Catlica e defendia que os negcios terrenos podem ser conduzidos pelo cidado
comum. A tica protestante tinha como elementos indissociveis o trabalho, o homem e
a f em Deus. O socilogo Max Weber (1864-1920) afirma que a tica protestante
liberou as pessoas do estigma de fazer negcios e de lidar com o comrcio.
Antes da ecloso da Revoluo Industrial, o sistema fabril inicia com as
mudanas sociais, polticas, econmicas da Europa, como afirma Silva (2005, pp. 100111),
Havia uma demanda de produtos, especialmente txteis, e uma oferta
de mo-de-obra criada pelo declnio do feudalismo e pela libertao
dos servos dos castelos. Como continuou a acontece no sculo XX, as
pessoas saam do campo e iam para as pequenas e grandes cidades.
Essas pessoas tinham de comprar roupa e o alimento que
anteriormente faziam e que cultivavam para si. A demanda de
produtos manufaturados crescia, e o mesmo acontecia com o nmero
de pessoas que procurava empregos. As condies eram favorveis
para a expanso da indstria e para a produo de um volume maior
de bens.
58
mquinas. H crescimento significativo em Pesquisa & Desenvolvimento, originando
vrios bens de consumo durvel, como automveis (inventos de Daimler e Benz, em
1880). Nesse perodo, Henry Ford cria o modelo T, que revolucionou a produo e as
vendas em 1808.
O aumento da produo, reduo dos custos dos custos, os objetivos lucrativos,
contribuem decisivamente para o avano do capitalismo, da dominao da indstria, do
crescimento de bancos e instituies financeiras, do surgimento de holding, fuses,
oligoplios. Nesse perodo, a Inglaterra era a maior potncia econmica mundial.
Com o crescimento das empresas, surge o papel dos gerentes, que passam a ser
responsveis pela administrao dos negcios. As estruturas departamentais so criadas,
uma vez que precisavam otimizar espaos, recursos materiais, dinheiro e pessoas. Como
afirma Chiavanatto (2006, p. 26), ao redor de 1889, as empresas acumulavam
instalaes e pessoal alm do necessrio para dominar novos mercados. Nesse perodo
surgem os departamentos de produo, compras, vendas, engenharia, finanas. Nas
grandes corporaes, desaparece a figura do dono, que controlava tudo. A estrutura
passa a ser integrada e, para isso, necessita de um gerente, que no necessariamente o
proprietrio.
Nesse sentido, h uma separao entre o empreendedor e o gerente. No entanto,
o empreendedor aquele que assume riscos, tem viso, aproveita as oportunidades, tem
pensamento sistmico e estratgico, sabe liderar e gosta do que faz. Para Dornelas
(2005, p. 39), apoiando-se em Joseph Shumpeter (1949), o empreendedor aquele que
destri a ordem econmica existente pela introduo de novos produtos e servios, pela
criao de novas formas de organizao ou pela explorao de novos recursos e
materiais.
No Sculo XIX, encontramos em diversos autores a aplicao de tcnicas,
mtodos, processos e atividades da Administrao. Na Inglaterra, em 1801, Mathew
Boulton adotava as gratificaes natalinas; em 1810, Robert Owen instituiu o
treinamento de pessoal; em 1832, Charles Babbage desenvolveu alguns princpios da
Administrao Cientfica, como o estudo dos tempos e movimentos.
No sculo XX, alm das teorias e abordagens que sero estudadas na disciplina
Teorias da Administrao II, merecem destaque os seguintes acontecimentos: o
desenvolvimento da Teoria Z, em 1981, de William Ouchi, que estabelece o conceito de
administrao participativa e a reestruturao das empresas; a publicao, em 1990, do
livro de Peter Senge intitulado The Learning Organization, que mostra que as
organizaes aprendem a partir de sua relao com o ambiente interno e externo; e
ainda a reengenharia das organizaes, por volta de 1990 nos Estados Unidos e em 1993
aqui no Brasil.
A disputa entre os Estados Unidos, lder do sistema capitalista e a Unio das
Repblicas Socialistas Soviticas (ex-URSS) - Guerra Fria - teve fim em 1989, e esse
fato representou o triunfo do capitalismo e sua expanso pelo mundo, culminando no
que se denomina de globalizao da economia. Para as empresas, foi um perodo de
mudanas e de ambientes turbulentos, obrigando-as a mudar de postura frente
crescente concorrncia que se instalara desde ento. No Brasil, o Governo Collor iniciou
o processo de abertura econmica do pas, que j havia dado largada tambm a abertura
poltica, anos antes. A Queda do Muro de Berlim (novembro de 1989), a reunificao da
59
Alemanha Oriental e Ocidental (outubro de 1990) e a dissoluo da URSS (Dezembro
de 1991) foram marcos histricos que consolidaram a evoluo do capitalismo e solidez
da globalizao dos negcios.
Desde 1990 a tecnologia da informao vem influenciando as empresas e os
modelos de gesto. Cada vez mais, em um curto perodo de tempo, novas ferramentas
surgem, tornando outras obsoletas rapidamente. Essa realidade exige uma postura mais
pro ativa das empresas que precisam adaptar as pessoas, seus recursos, produtos e
servios s tecnologias. Podemos citar softwares de gesto, videoconferncia, robs e
equipamentos digitais, reengenharia e downsizing.
No Brasil, na Administrao Pblica, o Governo Collor fechou diversas
empresas, aplicando uma verdadeira ao de downsizing no setor pblico. Mais de 108
mil empregos foram cortados entre 16/03/90 a 30/09/92 com o fechamento de empresas
como Embrafilme, Petrobrs Minerao, CAEBB (Companhia Auxiliar de Empresas
Brasileiras), Banco Meridional Crdito Cooperativo, CBTU (Companhia Brasileira de
Trens Urbanos), Eletro Sul Centrais Eltricas, dentre outras, totalizando 24 no total.
Em 1995, a Rede Mundial de Computadores Internet - surge como ferramenta
comercial. Desde ento, a forma de se comunicar com clientes e colaboradores mudou,
o modo de distribuio foi alterado com o surgimento das empresas pontocom, e at na
relao do governo, uma vez que com a internet possvel declarar imposto de renda de
pessoa fsica. As empresas nesse cenrio passaram a ser mais cobradas pelos clientes e
por outros pblicos de interesse.
Desde 1992, autoridades mundiais e entidades de defesa do planeta vm
discutindo formas de produzir e aquecer a economia, mas com condies visveis de
renovao dos recursos naturais e com menos poluio. Em junho de 1992 foi discutido
em conferncia sobre o meio ambiente no Rio de Janeiro medidas para preservao e
conservao do ecossistema e biodiversidades. Em 1997, foi elaborado o Protocolo de
Kyoto com a proposta de reduo, por parte das naes mais ricas, de poluentes na
atmosfera. Em 2007, a ONU vem divulgando vrios relatrios que mostram as
condies precrias em que se encontra o planeta aps sculos de devastao, produo
e consumo irresponsveis. E essa varivel modifica a estrutura das empresas, seu modo
de pensar e produzir. Em 2009, a Conferncia de Copenhagen reuniu 192 naes e que
deveria promover melhorias do meio ambiente e reduzir a emisso de gases que
provocam o efeito estufa na atmosfera, mas no chegaram a um acordo e resultou em
apenas uma carta de inteno, mas nada de concreto ou documento legal que se venha a
cobrar atitudes dos pases quanto questo ambiental.
QUESTES PARA REVISO E DISCUSSO
1) Qual a conseqncia imediata da Revoluo Urbana no campo da Administrao?
2) Que contribuies a China e Grcia Antigas trouxeram para o ensaio das primeiras
prticas administrativas?
3) Com o fim do Imprio Romano, uma Instituio dominou durante dez sculos
(perodo medieval) o mundo. Qual o seu nome? E que impacto representou para o nodesenvolvimento do comrcio e, por conseqncia, das funes administrativas?
60
61
Antes disso, outro evento tambm afetou as economias mais fortes da poca,
como a dos Estados Unidos e chegou a influenciar o Brasil, com a cultura cafeeira.
Estamos falando da Queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929. Outros
acontecimentos do sculo XX, no mbito internacional e nacional, no caso do Brasil,
tiveram impacto significativo nos ambientes organizacionais, principalmente no
segmento da indstria de alimentos. So eles: crise do petrleo, com seu auge em 1973;
a guerra Ir-Iraque, entre 1980 e 1988; a guerra do golfo, entre 1990 e 1991; a queda do
muro de Berlim, em novembro de 1989; os planos econmicos em combate a inflao
na segunda metade dos anos 80 e primeira metade dos anos 90; a abertura econmica do
Brasil, em julho de 1990; a promulgao do cdigo de defesa do consumidor, em
setembro de 1990; a implantao do plano real, em julho de 1994; a guerra ao
terrorismo mundial, principalmente a partir de 2001; o surgimento das redes sociais, em
2004; as mudanas na pirmide social no Brasil, com incio a partir de 1994, e com mais
nfase desde 2003; as fuses entre empresas que ocorrem desde meados dos anos 90 at
hoje em dia, com a criao da Brasil Foods, resultado da fuso em Sadia e Perdigo.
O grau de dinamismo dentro de um sistema aberto varia muito. Pois, como
ressalta Silva (2005, p. 48), as organizaes podem ser vistas como sistemas abertos,
os quais tomam entradas do ambiente (sadas de outros sistemas) e, por meio de uma
srie de atividades, transformam ou convertem estas entradas em sadas (entradas para
outros sistemas) para alcanar algum objetivo. O gestor precisa ter uma viso sistmica
para poder fazer a anlise do ambiente organizacional, que segundo Sobral & Peci
(2008, p. 70), reflete o estgio de desenvolvimento das teorias administrativas, cada vez
mais conscientes da permeabilidade de fronteiras organizao-ambiente.
A anlise do ambiente utiliza uma tcnica gerencial denominada de anlise
stakeholders (ou grupos de interesse), que podem ser externos e internos. Proposto em
1984, por Robert Edward Freeman, a anlise dos stakeholders no apenas uma anlise
de grupos e indivduos que afetam a organizao, mas tambm como um
comportamento administrativo adotado como resposta a esses grupos e indivduos. A
relao da empresa com os stakeholders deve considerar sua importncia para a
organizao e o nvel de incerteza ambiental associado com a esfera de atuao de cada
um deles e da organizao.
Enfim, descrevemos algumas situaes importantes que sero contextualizadas
no macro ambiente, constitudo pelos fatores polticos/legais, econmicos,
socioculturais, demogrficos, ecolgicos, tecnolgicos, internacionais; no ambiente de
tarefa ou operacional, formado pelos elementos como fornecedores, concorrentes,
clientes, grupos de interesses, rgos reguladores; e no ambiente interno, representado
pela organizao, sua cultura, diretrizes, pessoas, estrutura. A Figura 6.1 mostra os
ambientes que compem uma organizao:
62
Para que voc melhor compreenda cada uma dessas variveis indicadas na Fig.
6.1, elas sero explicadas, uma a uma, com exemplos de casos brasileiros.
2. MACROAMBIENTE
Segundo Sobral & Peci (2008, p. 72), o contexto ambiental inclui todos os
fatores que existem fora dos limites da organizao, mas que independem da ao dela.
O macroambiente composto de fatores bem amplos legal/poltico,
internacional, tecnolgico, econmico, social e o ambiente natural que afetam todas as
organizaes. Importante no esquecer o ambiente natural.
Os fatores polticos/legais referem-se s atividades do governo federal, estadual
e federal, e que tenham impactos significativos nas organizaes. Segundo Silva (2005,
p. 55), a legislao (...) afeta os salrios e taxas que as organizaes pagam, os direitos
dos empregados e as responsabilidades da organizao por danos causados aos clientes
pelos seus produtos. As foras polticas e legais podem restringir ou oportunizar novos
projetos nas organizaes. Por exemplo, leis antipoluio so vistas como restritivas por
algumas empresas, mas so oportunidades para outras que atuam no controle de
poluio do ar, tratamento de resduos slidos etc. De toda forma, as organizaes no
esto livres das polticas governamentais e sua legislao. O Direito, objetivamente
considerado, o conjunto de regras de conduta coativamente impostas pelo Estado.
(MEIRELLES 2007, p. 37).
63
No Brasil, temos vrios exemplos de leis e regulamentos. A seguir, listaremos
algumas:
64
Em 2006, vrios decretos e regulamentos foram institudos, como a
obrigatoriedade de mquinas de consulta de preos no varejo, o atendimento nas filas de
bancos, institudo em alguns municpios, a obrigatoriedade dos bancos seguirem o
Cdigo de Defesa do Consumidor, entre outros. Em 2008, temos o novo decreto n.
6.523/08, que regula o Servio de Atendimento ao Consumidor (SAC) ou Call Center.
No final de 2009, a ANVISA publicou no Dirio Oficial da Unio novas normas
para as embalagens de medicamentos. Os fabricantes tero que disponibilizar o nome do
remdio em braile nas caixas, alm de incluir informaes sobre conservao e prazo de
validade do produto aps a abertura (VER FIGURA 6.2). Em 2003, um decreto imps o
smbolo dos transgnicos na rotulagem dos produtos para alertar os consumidores que
no quisessem ingerir alimentos feitos a partir de organismos transgnicos.
Em outubro de 2011, depois de ser adiada por trs vezes, a portaria 1.510/2009
do Ministrio do Trabalho, que determina o uso do registro de ponto eletrnico para
empresas com mais de dez funcionrios com carteira assinada. O sistema de registro do
ponto eletrnico foi regulamentado com o intuito de diminuir as reclamaes
trabalhistas e, consequentemente, reduzir o prazo de processos (PEDROSO 2011).
Nas indstrias de alimentos, por exemplo, esses fatores podem significar, por
exemplo, as mudanas nos rtulos e embalagens de produtos alimentcios, como a
incluso das quantidades de glutens, desde 1992; gorduras trans, colesterol e substncias
transgnicas na composio dos alimentos, desde 2004. Alm disso, desde 1990, com o
cdigo de defesa do consumidor (lei 8.078/90), todas as informaes a respeito dos
ingredientes dos produtos alimentcios, sua origem, prazo de validade, lote de
fabricao, e instrues sobre armazenamento e consumo, dentre outros, so exigncias
para essas empresas e revendedores e demais envolvidos na cadeia.
Por exemplo, comearam a chegar s prateleiras dos supermercados brasileiros,
em 2009, os primeiros produtos rotulados como transgnicos desde que a lei de
rotulagem entrou em vigor em 2004. O leo Soya, um dos mais vendidos do mercado
brasileiro, o primeiro a ostentar o smbolo de produto geneticamente modificado (uma
letra T no meio de um tringulo amarelo) no pas. A embalagem tambm traz o aviso:
Produto produzido a partir de soja transgnica. A rotulagem do leo Soya em todo o
territrio nacional s aconteceu graas denncia que o Greenpeace fez em outubro de
2005, comprovando que a soja usada pelas empresas Bunge (fabricante do leo Soya) e
a Cargill (fabricante do leo Liza) era geneticamente modificada.
65
Porcentagem de
contratao
2%
3%
4%
5%
66
67
A Figura 6.4 abaixo mostra um comparativo do aumento da renda no Brasil entre
2002 e 2010 e uma liderana no consumo da classe C.
68
empresas brasileiras que tm matria-prima atrelada ao dlar, a situao se
inverte.
Pela Figura acima, podemos perceber o quanto era grave a crise econmica de
1990-1992, perodo esse marcado pelo Governo Collor. Uma poca de altas taxas de
inflao, baixo consumo e desemprego, o que afeta diretamente a produtividade das
empresas e, consequentemente, a economia do pas. Importante ressaltar que, nesse
governo houve a abertura econmica do pas, que foi um dos pilares dos planos Collor I
69
e II. Em 1993 houve uma recuperao, o que mostrou bons resultados at 1997. Em
seguida, outras recesses em 1998 e 1999 e 2001, durante o governo Fernando Henrique
Cardoso. O primeiro ano do Governo Lula, 2003, o Brasil tambm passou por uma
recesso grave. Ainda no governo Lula, o ano de 2009 foi um ano de crise na economia,
conseqncia da recesso americana.
E acordo com os indicadores econmicos de 5 de abril de 2012 publicados no
site do Banco Central, a taxa de inflao (IPCA ndice de Preo ao Consumidor
Amplo), a inflao de maro de 2012 ficou em 0,21%. No acumulado dos ltimos dozes
meses (abril/11 a maro/12), o ndice de 5,24%. J o do ano de 2011, o IPCA est em
1,22%. Em 2004, fechou em 7,00%. No passado, como no ano de 1993, a inflao anual
passou de 2.500%, em 1987 (366%), e em 1990 (1.198%). A taxa de juros SELIC est
em 9,75%; o crescimento PIB de 2011 foi de 2,7%. Em 2010, o crescimento foi de
7.5%, obtendo o melhor resultado desde 1990, quando houve recuo de -4,3%, resultado
negativo que se repetiu em 1992 (-0,5%) e 2009 (-0,6%), alm de crescimento zero em
1998, e outro resultado expressivo em 1994 (5,9%), ano de implantao do plano real. A
taxa de cmbio, com relao ao dlar, chegou a R$ 1,8320 em 05/04/12, bem acima dos
R$ 1,5840 de 17/08/11.
Esses ndices refletem em preos de insumos e matrias-prima nas empresas, no
qual inclumos as indstrias de alimentos, nos preos praticados na indstria, atacado e
varejo. O aumento ou reduo do PIB influi no consumo e na gerao de empregos e
renda. A Figura 6.6 mostra o nvel de desemprego no Brasil desde 2003.
70
empreendedores para se tornarem microdistribuidores. Instalados em bairros perifricos,
eles recrutam mulheres da prpria comunidade para trabalhar com a venda de produtos
Nestl em carrinhos. O Leite Ideal, por exemplo, foi criado exclusivamente para atender
s necessidades da venda porta a porta. Enriquecido com ferro, clcio e as vitaminas A,
C e D, que buscam cobrir carncias nutricionais, o alimento oferecido em embalagens
sachs, o que reduz seu preo final. Sucesso de vendas, o Leite Ideal agora chega s
prateleiras dos supermercados da regio Nordeste do pas. A Nestl tambm j lanou
outros produtos tradicionais em embalagens de custo mais baixo, como os biscoitos
Bono e Passatempo e sachs de Farinha Lctea, Mucilon, Nescau e Ninho. A instalao
da fbrica de Feira de Santana, na Bahia, em 2007, tambm tem cumprido um papel
estratgico para a multinacional.
71
Quanto s indstrias de alimentos, por exemplo, essas variveis influenciam na
deciso de empresas como a fabricante da Jasmine e Vito lanarem arroz integral para
atender esse mercado.
72
tendncia de consumo individual. "A Chuva de Prata Mini opo ideal para casais,
solteiros, executivos em viagem e pessoas que querem comemorar ou apenas
saborear uma bebida especial com moderao", afirma Jos Fontelles, diretor
comercial da Cereser. A nova embalagem para consumo individual j pode ser
encontrada no comrcio e chega para atender consumidores que querem uma dose
nica da bebida para brindar as mais variadas ocasies. Segundo o executivo, alm
dos supermercados, o produto ser comercializado em todo o pas pelo sistema food
service, como bares, restaurantes, hotis e clubes.
A Figura 6.10 traz dados do IBGE-2010 com relao populao brasileira por
regio.
73
74
Com relao aos fatores tecnolgicos bem de perto, vamos exemplificar algumas
tecnologias:
75
Internet Segundo Castells (2003), a Internet teve origem a partir de 1969, com
o desenvolvimento de uma rede de computadores chamada ARPANET, criada
por um dos departamentos da Advanced Research Projects Agency (ARPA), que
pertencia ao departamento de defesa dos Estados Unidos. No Brasil, a histria da
Internet comeou em 1991 com a RNP (Rede Nacional de Pesquisa), uma
operao acadmica subordinada ao MCT (Ministrio de Cincia e Tecnologia).
O primeiro site foi criado em 06 de agosto de 1991, publicado por Tim BernersLee para explicar o que era o World Wide Web. Em 20 de dezembro de 1994, a
EMBRATEL lana o servio experimental da Internet. Em 1995, o Ministrio
das Telecomunicaes e Ministrio da Cincia e Tecnologia abriram a tecnologia
ao setor privado, para explorao comercial da populao brasileira. A internet
revolucionou o mundo dos negcios, as decises administrativas, as estratgias
de marketing, o setor pblico, com a instituio dos preges eletrnicos.
ERP - Para Cavalcanti (2003, p. 185), o sistema ERP integra as bases de dados
da empresa, as aplicaes, interfaces e ferramentas dos processos produtivos e
administrativos (Fig. 6.12). Esta tecnologia permite integrar as vrias reas da
Organizao, de modo a facilitar a tomada de deciso, otimizar tempo e espao,
atender as necessidades de clientes, fornecedores, funcionrios e demais
pblicos de interesse da Organizao.
76
O PIB brasileiro cresce como nunca: 8,8% em 1970, 12% em 1971,
11,1% em 1972, incrveis 14% em 1973. Mas no final de 1973,
acontece uma das maiores crises econmicas do sculo XX em todo o
mundo, em particular nos pases importadores de petrleo, caso do
Brasil. Sobem os preos de combustveis, solventes, tintas, asfalto,
fertilizantes, tecidos sintticos, transportes etc e o PIB para de crescer.
77
ar). Mas a disponibilidade dos mesmos depende da forma como so usados pelas
pessoas e organizaes.
Para Kotler (2006, p. 87), a deteriorao do ambiente natural uma importante
preocupao global. Em muitas cidades do mundo, a poluio do ar e da gua atingiu
ndices perigosos. Existe uma grande preocupao com o efeito estufa, causado pela
queima de combustveis fsseis, com a diminuio da camada de oznio devido a certos
produtos qumicos e com a crescente escassez de gua. Com o uso irresponsvel de
solo, por exemplo, pode faltar terra frtil para plantar e colher alimentos e os insumos
necessrios para o funcionamento de uma organizao. Com a poluio do ar, a vida
saudvel no planeta pode ficar comprometida.
O impacto que a produo sem controle causa na natureza tem efeito reverso,
pois o meio ambiente reage causando problemas, muitos deles at irreversveis, para as
empresas, governo e sociedade em geral. Podemos relacionar aqui apenas alguns, tais
como: gripe aviria, degelo na Antrtida, efeito estufa, aquecimento global, poluio de
gua e solo, extino de plantas e animais, dentre outros.
Seja para reagir ou se prevenir, dependendo da situao e da organizao, muitas
aes so colocadas em prtica, tais como: racionalizao de embalagem; reciclagem de
materiais; reaproveitamento de gua; reflorestamento; logstica reversa, como o Instituto
Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV), fundado em dezembro de
2001; tratamento de resduos slidos e lquidos; desenvolvimento de tecnologia
antipoluio; utilizao de embalagens oxibiodegradveis; coleta seletiva de lixo;
campanha de consumo consciente; substituio de matrias-primas com alto ndice de
gs poluente por outras renovveis e limpas, como o de amido de milho e resduo de
cana-de-acar, dentre outras.
Segundo pesquisa encomendada pelo Servio Mundial da BBC, que
ouviu 22 mil pessoas em 21 pases, nove entre cada dez brasileiros
acreditam que tero de mudar seu estilo de vida para ajudar a
combater o aquecimento global. [...] De acordo com o estudo, na
mdia global, 41% dos entrevistados afirmaram que,
definitivamente, teria de haver mudanas, 37% disseram que,
provavelmente, dever ocorrer mudanas e 50% acreditam que as
pessoas definitivamente tero que mudar seus estilos de vida para
combater as modificaes climticas (AQUECIMENTO GLOBAL,
N 3, Ano I, p. 6).
78
portflio de produtos. A empresa foi a primeira fabricante de computadores a operar em
sua prpria instalao de reciclagem em 1997.
Por exemplo, a Bunge Alimentos tem uma poltica de gesto ambiental que se
compromete a:
Cumprir a legislao ambiental e outros requisitos aplicveis aos seus processos,
produtos e servios.
Promover a melhoria ambiental contnua e o desenvolvimento sustentvel,
aplicando os princpios do gerenciamento ambiental, indicadores de desempenho
e avaliaes de risco ambiental.
Prover e apoiar o treinamento em gesto ambiental, respeito ao meio ambiente e
responsabilidade de desempenho ambiental para os seus colaboradores.
Medir e avaliar o desempenho ambiental associado aos processos de suas
instalaes, produtos e servios.
Atuar com responsabilidade social, procurando atender s necessidades
ambientais de suas comunidades e promovendo o uso responsvel dos recursos
naturais.
Buscar a preveno da poluio, a reduo de resduos, o re-uso e a reciclagem e
seus processos, produtos e servios, quando tecnicamente viveis e
economicamente justificveis.
Em 2009, a Bunge lanou o primeiro produto alimentcio industrializado em
embalagens biodegradveis no Brasil: creme vegetal Cyclus Nutrycell. O substrato da
embalagem produzido com resina PLA (sigla em ingls para poli-cido ltico
Iraplast/Cereplast) derivada da fermentao do amido de milho, e degrada em at 180
dias.
79
Ainda sobre comportamento das pessoas frente aos problemas ambientais, outro
estudo realizado pelo IBOPE Instituto Brasileiro de Opinio Pblica e Estatstica revela que ainda h uma dissonncia de pelo menos 31% entre inteno e hbito,
conforme mostra o Quadro 6.2:
DISSONNCIA
INTENO
HBITO
Separar lixo para reciclagem uma obrigao Na minha casa separo lixo para reciclagem.
da sociedade. (92%)
(61%)
Pilhas e baterias so extremamente Jogo baterias usadas em lixo comum. (32%)
prejudiciais ao meio ambiente. (85%)
Pirataria um crime contra a indstria e contra Nunca comprei um produto pirata. (30%)
a sociedade. (68%)
Os fabricantes devem prevenir possveis
problemas ao meio ambiente. (89%)
S compro produto de fabricantes que no
Vale a pena pagar mais caro por um produto agridem o meio ambiente, ainda que mais caro.
(52%)
que no agrida ao meio ambiente. (85%)
Quadro 6.2 O Estudo Cidadania Sustentvel: um chamado para a ao.
GAP
31 p.p
53 p.p
38 p.p
37 p.p
33 p.p
80
varejista), agricultor, quanto coleta das embalagens vazias. A sociedade tambm tem
papel importante no combate poluio do meio ambiente por meio desses produtos.
Outro destaque brasileiro a reciclagem de latas de alumnio, na qual segue na
liderana. Segundo a Revista EmbalagemMarca, de setembro de 2008, 96,5% das latas
comercializadas no Brasil, em 2007, foram recicladas. Esse nmero recorde e equivale
a 11,9 bilhes de unidades. Em 2005, 96,2% das latas foram recicladas. importante
que se institua polticas pblicas em defesa do meio ambiente, como tambm das
empresas, para que outros setores como PET e papel tambm se posicionem bem no
ranking das reciclagens.
3. AMBIENTE DE TAREFA
O ambiente de tarefa refere-se aos fatores que interagem diretamente com a
Organizao, como clientes, concorrentes, agncias reguladoras, grupos de interesse
especial e fornecedores. Para Silva (2005, p. 56), a diferena entre o ambiente geral e o
ambiente de tarefas que o ambiente geral o limite onde todas as organizaes atuam,
e o ambiente das tarefas aquele mais imediato, no qual uma organizao especfica
deve operar. Para Sobral & Peci (2008, p. 83), o ambiente operacional constitudo
por todos os elementos que interagem de forma mais direta e prxima com a empresa,
como os clientes, os fornecedores, os concorrentes, as instituies financeiras, os meios
de comunicao social, os sindicatos, dentre outros.
No entanto, os limites entre os ambientes no so estticos, uma vez que o
ambiente de tarefa de determinada organizao sofre mais ou menos influncia do
ambiente geral que outras. Podemos considerar uma indstria que atua no ramo
alimentar, que vai exigir de seus fornecedores certificados ou registro de rgos do
governo, como o Ministrio da Agricultura, atestando as condies adequadas de
processamento e industrializao da matria-prima. Outra organizao, a que atua no
setor de telecomunicaes vai receber a interferncia direta dos clientes, uma vez que h
legislao especfica que regula o atendimento telefnico dessas organizaes.
As empresas mantm relaes comerciais com fornecedores, que segundo Silva
(2005, p. 58), so as organizaes que provem os recursos - financeiros, energia,
equipamentos, servios e materiais para a produo de produtos ou servios de xito no
mercado -, os quais so as suas sadas e as entradas dos compradores. Os fornecedores,
de acordo com Sobral & Peci (2008, p. 84), so responsveis pelas matrias-primas
utilizadas pela empresa para produzir determinados bens ou servios. Alm de energia,
equipamentos, servios e trabalhos para o funcionamento das organizaes.
A escolha de fornecedores leva em conta a proximidade, o relacionamento, a
interao e os recursos provenientes dos mesmos podem afetar positiva ou
negativamente a qualidade dos produtos, os custos de produo e comercializao, o
prazo de entrega dos produtos e at a aceitao dos mesmos no mercado. Tambm as
leis e a sociedade, influenciam na escolha dos fornecedores. Por exemplo, a compra de
uma matria-prima ou mquina que emita poluio acima do permitido pela legislao
ambiental pode gerar multas e processos, como tambm o repdio e boicote da
sociedade aos produtos dessa organizao.
81
Percebe-se, ento, que as organizaes, sejam elas pblicas ou privadas, no so
autossuficientes, tero sempre que negociar com os fornecedores. Por exemplo, uma
instituio varejista compra mercadorias para revenda, mas tambm adquire outros
produtos fundamentais para o seu funcionamento, como material de limpeza, de
escritrio, equipamentos como prateleiras etc. Assim, os fornecedores so responsveis
pela administrao e operacionalizao das organizaes. O atraso na entrega do
produto pelo fornecedor afeta a disponibilidade do produto ao cliente final, no caso de
um varejista. Isto significa que outro elemento do ambiente de tarefa vai influenciar essa
organizao: os clientes.
Por exemplo, numa indstria a cadeia produtiva envolve muitos fornecedores. A
Ambev, por exemplo, cadeia comea no campo, com o incentivo ao cultivo de cevada e
guaran, passa pelo agronegcio, com as maltarias e a Arosucos, que faz concentrados
de refrigerantes, e conta com fbricas verticalizadas, que produzem embalagens como
garrafas, rolhas metlicas e rtulos. A cadeia de valor da Ambev movimenta diversos
ramos de atividade. Desde os fornecedores de insumos e suprimentos, para a atividade
produtiva, indstria da construo civil, aquecida com os investimentos destinados
ampliao das unidades industriais e de distribuio. A operao logstica utiliza
diversos modais - rodovirio, ferrovirio e martimo.
Os clientes so a razo de ser das empresas. As empresas pblicas e privadas
devem oferecer produtos e servios de qualidade, respeit-los, atender suas necessidades
e desejos com tica. Silva (2005, p. 56) define clientes como pessoas que compram
produtos ou servios de uma organizao, e que diferem fortemente em diversas
caractersticas como educao, idade, renda e estilo de vida, ou mesmo outras
organizaes. Os clientes, segundo Sobral & Peci (2008, p. 83), so pessoas ou
organizaes que adquirem ou podero adquirir produtos ou servios da empresa,
definindo no seu conjunto a demanda ou o mercado.
Os conceitos acima compreendem os clientes finais, considerados aqui as
pessoas fsicas, que consomem alimentos, roupas e eletrodomsticos, por exemplo, e os
compradores organizacionais, que so empresas que compram produtos de outras para o
seu funcionamento, conforme contextualizamos nos pargrafos anteriores.
Independentemente do tipo de cliente final ou organizacional as organizaes
precisam atend-los com produtos ou servios de qualidade, de modo a evitar que os
mesmos procurem outros fornecedores. Para isso, necessrio pesquisar o mercado e
conhecer suas caractersticas e, principalmente, responder aos anseios e necessidades.
Nesse sentido, frisa Silva (2005, p. 57), a falha em detectar mudanas nas preferncias
dos consumidores pode ser bastante custosa para os resultados organizacionais.
importante ressaltar que o ambiente poltico legal assegura os direitos dos
consumidores, que so os atores vitais para as organizaes. Diante isso, podemos
perceber o quanto o ambiente geral influencia no ambiente de tarefa das organizaes.
Em termos de Administrao Pblica, so inquestionveis a importncia e
necessidade da prestao dos servios de qualidade em: telefonia, energia, rodovias,
saneamento, habitao, entre outros. Mas h de se questionar: a quem cabe a
fiscalizao desses servios?
82
Existem no Brasil rgos de regulao e fiscalizao das organizaes. Como
so formados esses rgos de fiscalizao e como se procede o controle das agncias
reguladoras e qual seu papel principal o que estaremos estudando logo a seguir com
apresentao dos principais conceitos e exemplos.
Os reguladores so, segundo Silva (2005, p. 58), os elementos do ambiente das
tarefas que tm o poder de controlar, legislar ou influenciar as polticas e prticas das
organizaes. Alguns setores so mais regulados que outros pelo governo, como as
telecomunicaes, os transportes, a energia eltrica, considerados servios essenciais
para a sociedade. As principais agncias reguladoras so: ANVISA (Agncia Nacional
de Vigilncia Sanitria, criada em 1999); ANCINE (Agncia Nacional do Cinema,
criada em 2001); ANAC (Agncia Nacional de Aviao Civil, criada em 2005); ANEEL
(Agncia Nacional de Energia Eltrica, criada em 1996); ANA (Agncia Nacional da
gua, criada em 2000); ANATEL (Agncia Nacional de Telecomunicaes, criada em
1996); ANTT (Agncia Nacional de Transporte Terrestre, criada em 2001).
Alm das agncias, podemos relacionar outros rgos que influenciam as tarefas
das organizaes, como: PROCON; IPEM (Instituto de Pesos e Medidas) e INMETRO
(Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial, criada em 1973); CADE
(Conselho Econmico de Defesa Econmica, criada em junho de 1994); dentre outras.
Essas agncias reguladoras e demais rgos influenciam a relao entre empresa
e seus fornecedores, clientes e concorrentes, o que mostra a interdependncias dos
elementos do ambiente de tarefa, como tambm com o ambiente geral. Por exemplo, um
fabricante de medicamentos deve respeitar as normas da ANVISA quanto fabricao,
manuseio, comercializao, distribuio e vendas de remdios, o que necessariamente
vai envolver fornecedores, relacionamento com os revendedores (farmcias),
informaes ao cliente final e os seus direitos ao consumo seguro e responsvel,
garantidos pelo Cdigo de Defesa do Consumidor (elemento pertencente ao ambiente
poltico/legal).
A influncia das agncias nas empresas pode ser verificada com a fuso da
Perdigo e Sadia, que resultou na criao da Brasil Foods. O CADE aprovou o negcio,
mas imps vrias restries, tais como: est a suspenso temporria da marca Perdigo
em alguns mercados. A BRF concordou, por exemplo, em suspend-la por trs anos no
caso de produtos como presunto e pernil. No caso de salames, o prazo de quatro anos.
J no caso de lasanhas, pizzas congeladas e almndegas, a suspenso ser de cinco anos.
O acordo tambm fixa que a Batavo ficar fora do mercado de produtos processados por
quatro anos. A BRF tambm se comprometeu a alienar algumas marcas, como Rezende,
Wilson, Escolha Saudvel, Delicata, Doriana e Texas. O Cade exigiu ainda que a
empresa venda dez fbricas de alimentos processados e oito centros de distribuio.
(BECK E ROSA 2011).
83
84
em p, 15,2% no mercado de creme de leite e 30,6% no mercado de leite condensado.
Essas estatsticas mostram a liderana da empresa em diversas categorias, mas so itens
que ainda mantm concorrncia pura, devido diversidade de oferta do produto no
mercado.
Constituem-se em grupos de interesse os sindicatos, que surgiram a partir
Revoluo Industrial, quando as pessoas comearam a ser prejudicadas em sua
qualidade de vida, submetidas a situaes extenuantes, nas quais apenas as empresas
ganhavam em detrimento dos trabalhadores.
No campo institucionalizado, uma das principais formas de regulao , sem
dvida, a negociao coletiva, que envolve a relao direta dos grupos de interesses
empregador e empregados, atravs de seus sindicatos ou associaes.
A Constituio Federal de 1988 garante a livre criao de Sindicatos no pas. A
liberdade sindical consiste no direito que tm as associaes profissionais ou sindicais
de se organizarem e serem mantidas conforme seu prprio regulamento, sem a
ingerncia estatal. A natureza jurdica dos sindicatos perante o direito brasileiro a de
pessoa jurdica de direito privado.
Melo (1995, p. 169) afirma que o sistema de regulao leva em considerao o
quadro jurdico, o sistema de relaes profissionais, prevalecendo no sistema macro a
formao cultural e as prticas sociais a serem levadas em conta, alm da ao dos
empregados, seja atravs da mobilizao coletiva, seja em nvel de racionalidades
individuais e de grupos, buscando os melhores resultados numa relao de poder
existente na organizao.
As expectativas por esses resultados foram se modificando, assim como a prtica
gerencial nas organizaes, haja vista a forte competio internacional e a globalizao
da economia que exigiram das empresas mudana de foco com relao aos seus
recursos humanos, deixando de administrar as pessoas para administrar com as pessoas.
Essa mudana no foco sobre as pessoas por parte das organizaes levou aos
sindicatos a necessidade de modificar a sua postura, deixando de radicalismo quanto
simples questes salariais, para tentar garantir melhorias na qualidade de vida dos
trabalhadores dentro e fora das empresas, seja atravs da concesso de benefcios e/ou
participao no dia-a-dia da vida organizacional, melhorando aspectos como o clima e o
desenvolvimento de competncias.
Desse modo, a postura atual dos sindicatos deve ser estabelecida de acordo com
um dos melhores conceitos de Administrao: fazer com que pessoas e organizaes
atinjam seus objetivos. Outros grupos de interesse que podemos relacionar so:
cooperativas de reciclagem e rgos de defesa do meio ambiente.
Por fim, temos ainda como variveis do ambiente operacional as instituies
financeiras e os meios de comunicao.
Para Sobral & Peci (2008, p. 85),
As organizaes dependem de uma variedade de instituies
financeiras, as quais incluem, entre outros, os bancos comerciais, os
85
bancos de investimento e as seguradoras, que lhes permitem o acesso
ao capital necessrio para a manuteno ou expanso de seus
negcios. J os meios de comunicao social incluem a mdia de
massa ou especializada, responsvel pela comunicao e divulgao
das aes da empresa para o para o pblico em geral, bem como pela
propaganda de seus produtos e servios.
86
87
88
Dessa forma, esses argumentos serviram como base para iniciar os estudos que
ficaram conhecidos como Administrao Cientfica de Taylor, no qual a improvisao
89
deve ceder lugar ao planejamento, e o empirismo cincia. Chiavenatto (2006, p. 35)
ressalta que, para Taylor, o objetivo principal da Administrao assegurar o mximo
de prosperidade ao patro e o mximo de prosperidade ao empregado. Por isso, a
importncia de profissionalizar as organizaes e estud-las cientificamente, bem como
sistematizar todas as operaes e movimentos, para o alcance da eficincia.
2. FASES DA ADMINISTRAO CIENTFICA
O movimento desenvolveu-se em trs momentos, segundo Maximiano (2006a)
(Ver Fig. 7.1):
Primeira Fase
Segunda Fase
Ampliao de escopo da
tarefa da Administrao.
Sistema de administrao de
tarefas.
Terceira Fase
90
Pegar o parafuso.
Transport-lo at a pea.
Posicion-lo.
Pegar a chave de fenda
Transport-la at o parafuso.
Utiliz-la
Posicion-la na situao anterior.
91
Esse estudo resultou no livro Administrao de Oficinas, que tem como essncia
os seguintes aspectos: (SILVA 2005, p. 120)
O objetivo de uma boa administrao era pagar altos salrios e ter baixos custos
de produo;
A administrao devia aplicar mtodos cientficos de pesquisa e experimento, a
fim de formular princpios e estabelecer processos padronizados para o controle
das operaes de produo;
Os empregados tinham de ser cientificamente colocados em postos em que os
materiais e condies de trabalho fossem cientificamente selecionados, para que
as normas pudessem ser cumpridas;
Os empregados deviam ser cientificamente treinados para desenvolver aptides
e, portanto, executar uma tarefa de modo a cumprir a produo normal;
A alta administrao devia desenvolver uma atmosfera de cooperao para com
os trabalhadores, de modo a garantir um ambiente que possibilitasse a aplicao
dos outros aspectos mencionados.
92
mediano, a especializao do trabalhador por meio da diviso do trabalho e superviso
funcional, no qual para cada tarefa do processo ficava sob a responsabilidade de um
administrador ou supervisou, caracterizando, assim, a multiplicidade de comando.
Para Taylor,
A Administrao funcional consiste em dividir o trabalho de maneira
que cada homem, desde o assistente at o superintendente, execute a
menor variedade possvel de funes. Sempre que possvel, o trabalho
de cada homem deve limitar-se execuo de uma nica funo. (...)
Cada operrio, em lugar de se pr em contato direto com a
administrao em um nico ponto por intermdio de seu chefe de
turma, recebe orientao de vrios encarregados diferentes, cada qual
desempenhando sua prpria funo. (apud CHIAVENATTO 2006, p.
39-40).
93
Para Taylor, a administrao cientfica era uma revoluo mental, uma revoluo
na maneira de encarar o trabalho e as responsabilidades em relao empresa e aos
colegas.
Uma das idias fundamentais: a produtividade resulta da eficincia do trabalho e
no da maximizao de esforos. O foco era a inteligncia e no o trabalho duro.
3. INTEGRANTES DO MOVIMENTO
Vamos abordar rapidamente os seguidores e colaboradores da administrao
cientfica.
O grupo que pesquisar sobre esse tema desenvolver as principais idias desses
estudiosos.
94
Os autores acima foram responsveis para se desenvolver as primeiras teorias a
respeito das organizaes e da administrao.
Em 1919, segundo Cadena (2001, p. 59), a Ford se instala no Brasil por meio de
uma unidade de montagem num armazm da Rua Florncio de Abreu, em So Paulo. Os
veculos vem desmontados em caixotes, transportados pela estrada de ferro de Santos,
do porto at a capital paulista.
No sistema de Ford, o operrio adaptava seus movimentos velocidade da
esteira rolante sendo naturalmente conduzido ritmizao involuntria, de acordo com
o nvel de produo. Essa situao representa no filme Tempos Modernos, no qual
assistiremos em sala de aula. A seguir, os princpios fordistas de produo.
4.1 Princpios da Produo em Massa
95
Henry Ford elevou dois dos princpios da produo em massa, que a fabricao
de produtos no diferenciados em grande quantidade: peas padronizadas e trabalhador
especializado.
Alm desses, outros princpios elencados por Henri Ford foram abordados por
Chiavenatto (2006, p. 41):
Segundo: Ford decidiu que o montador executaria uma nica tarefa, andando de
um carro para outro dentro da fbrica. Em 1913, antes de implantar a linha de
96
montagem, o tempo mdio de ciclo do montador j havia cado para 2,3
minutos. Esse mtodo no funcionou, porque os mais lentos comprometiam a
eficincia dos mais rpidos.
4.3 A Linha de Montagem Mvel
Caracteriza-se pelo processo em que o produto desloca-se ao longo de um
percurso enquanto os operadores ficam parados. Era incio de 1914, e as conseqncias
foram espantosas desse novo sistema de produo: o tempo mdio de ciclo foi reduzido
para 1,19 minutos, por causa da imobilidade do trabalhador; a velocidade maior da
produo reduzia tambm os custos dos estoques de peas espera da montagem;
quanto mais carros produzidos, mas baratos ficavam. Qual a relao entre preo de
uma nova categoria ou verso significativamente melhorada e a produo?
4.4 Inovaes de Ford
Assim, de acordo com Silva (2005, p. 131), com sua filosofia de produo em
massa, preos baixos, altos salrios e organizao eficiente do trabalho, destacando-se a
a rapidez de fabricao, Henry Ford apresentou ao mundo o maior exemplo de
administrao eficiente individual que a histria conhece.
97
2) Nas pesquisas de Taylor, quais os principais problemas detectados nas indstrias
americanas, das quais se tornaram as bases da administrao cientficas?
3) Voc acha que as melhores condies de trabalho e salrios maiores conforme expe
Taylor realmente aconteceram na prtica? Justifique.
4) O que significa o estudo dos tempos e movimentos e como Taylor relacionou essa
sistemtica com a questo salarial?
5) Toda atividade cerebral deve ser removida da fbrica e centralizada no departamento
de planejamento, propunha Taylor. O que voc acha dessa afirmao?
6) Resuma as trs fases do movimento da administrao cientfica.
7) Explique o significado de linha de montagem e produo em massa. Contextualize
as mudanas no ambiente de trabalho.
8) Qual era a viso de Taylor sobre o comportamento dos operrios (vadiagem) e por
qu?
9) Quais os princpios do Fordismo. Explique cada um deles.
10) Contextualize as inovaes trazidas por Henry Ford no campo da Administrao de
Empresas.
98
Este captulo traz a Teoria Clssica, proposta por Henry Fayol e a Administrao por
Objetivos (APO), desenvolvida por Peter Drucker nos anos 1950.
1. PROCESSO ADMINISTRATIVO NA VISO DE HENRY FAYOL
Henry Fayol (1841-1925) nasceu em Constantinopla, numa famlia burguesa, foi
educado no Liceu de Lion, na Frana, e em 1860 se graduou engenheiro de minas pela
Escola Nacional de Minas em Saint tienne. Foi trabalhar nas atividades de minerao
de carvo e fundio de ferro do consrcio francs Commentry-Fourchambault
Company. Fayol passou sua vida inteira trabalhando na mesma empresa. De 1860 a
1866 trabalhou como engenheiro, fazendo notveis avanos na tcnica de combate aos
incndios subterrneos que ocorriam na companhia.
O perodo histrico do surgimento da Teoria Clssica da Administrao, na
Europa, compreende a segunda dcada do sculo XX, e foi muito tumultuada, como
afirma Chiavenatto (2006, p. 49):
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) envolveu a Europa e os
Estados Unidos em operaes e os Estados Unidos em operaes
militares conjuntas. Aps seu trmino, os meios de transporte tiveram
enorme expanso, com a indstria automobilstica, as ferrovias e o
incio da aviao militar, civil e comercial. As comunicaes passaram
por enorme expanso do jornalismo e do rdio em ondas mdias e
curtas.
99
na empresa em seguida. A verdadeira razo da ausncia do ensino
administrativo nas escolas profissionais a falta de doutrina.
Funo
tcnica
Funes
comerciais
Funes
financeiras
Funes de
segurana
Funes
contbeis
100
Diante disso, podemos afirmar que Fayol foi um dos pioneiros do conceito de
Administrao e da importncia do planejamento para o futuro das organizaes. O
mesmo tinha uma viso completa da organizao, porm, em sua poca, era um
processo voltado para dentro da organizao.
Assim, a Teoria Clssica, como afirma Chiavenatto (2006, p. 49), partia da
organizao como um todo e da sua estrutura para garantir eficincia a todas as partes
envolvidas. Essas partes podiam ser rgos, como setores ou departamento ou pessoas,
gerentes ou executores.
3. PRINCPIOS DA ADMINISTRAO DE FAYOL
Fayol considerava a empresa como sistema racional de regras e de autoridade,
que justifica sua existncia na medida em que atende ao objetivo primrio de fornecer
valor, na forma de bens e servios.
O trabalho do dirigente consiste em tomar decises, estabelecer metas, definir
diretrizes e atribuir responsabilidades aos integrantes da organizao, de modo que as
atividades de planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar estejam numa
seqncia lgica.
O papel do gerente fazer com que os funcionrios trabalhem, exercendo as
funes administrativas.
Quando Fayol separa a funo administrativa das demais, o propsito separar
as atividades operacionais e tcnicas da administrativa, que corresponde a empresa
como um todo. Essa dificuldade de separar a administrao das operaes, foi usada
para ilustrar o Princpio de Peter, definido em 1969.
E o que significa princpio de Peter? Significa que todos atingem um dia seu
nvel de incompetncia. O autor dessa idia, Lawrence J. Peter (1919-1990), afirma que
um especialista muito competente pode tornar-se um administrador incompetente, desde
que continue a raciocinar e comportar-se como especialista, sem conseguir assumir o
papel e as responsabilidades de administrador.
Os princpios da administrao definidos por Fayol so os seguintes:
1 - Diviso do trabalho entre grupos e indivduos, para garantir que esforo e ateno
estejam focados em pores especiais da tarefa; Fayol props a especializao do
trabalho como a melhor maneira de usar os recursos humanos da organizao.
2 - Autoridade e responsabilidade a autoridade, para Fayol, definida como o
direito de dar ordens e o poder para a exata obedincia, responsabilidade envolve ser
confivel e, deste modo, est naturalmente associada autoridade.
101
3 - Disciplina significa a necessidade de esforo comum dos trabalhadores, de
maneira ordenada; punies, entretanto, deveriam ser aplicadas criteriosamente para
encorajar este esforo comum.
4 - Unidade de comando os trabalhadores nas organizaes deveriam receber ordens
de um gerente somente, para evitar conflitos e mal-entendidos.
5 - Unidade de direo a organizao toda deveria estar se movendo em direo a um
objetivo comum, numa direo comum.
6 - Subordinao do interesse individual ao interesse geral os interesses de uma
pessoa (ou grupo) no deveriam prevalecer sobre os interesses da organizao como um
todo.
7 - Remunerao do pessoal o pagamento deveria ser justo no-explorativo - e
deveria recompensar pelo bom desempenho; deveriam ser avaliados vrios modos de
pagamento, tais como tempo, trabalho, razo de produo etc.; recompensas nofinanceiras tambm deveriam ser usadas.
8 - Centralizao segundo a definio de Fayol, a centralizao era como a
diminuio da importncia do papel do subordinado, enquanto a descentralizao era a
elevao dessa importncia; os graus de centralizao/descentralizao adotados
dependem de cada organizao especfica, na qual o gerente est trabalhando.
9 - Cadeia escalar definida por Fayol como linha de autoridade, queria significar
certa quantidade de autoridade correspondente posio hierrquica, mas significava
tambm que nveis mais baixos de administradores deveriam sempre manter os nveis
mais altos informados das suas atividades de trabalho.
10 - Ordem para o bem da eficincia e coordenao, todos os materiais e pessoas
relacionados a um tipo especfico de trabalho deveriam ser designados mesma
localizao geral na organizao; um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar.
11 - Equidade que Fayol diferenciava de justia, era pr em execuo as convenes
estabelecidas mas as convenes no poderiam prever tudo e, ento, precisavam ser
interpretadas, ou suas inadequaes, complementadas; todos os empregados deveriam
ser tratados o mais igualmente possvel.
12 - Estabilidade de pessoal a reteno dos trabalhadores mais produtivos deveria ser
alta prioridade da administrao; custos de recrutamento e seleo, bem como de
defeitos, esto associados normalmente contratao de novos empregados.
13 - Iniciativa os administradores deveriam encorajar a iniciativa do trabalhador, que
pode ser definida como uma nova ou adicional atividade empreendida por vontade
prpria.
14 - Esprito de equipe os administradores deveriam enfatizar a harmonia e a boa
vontade geral entre os empregados, como grandes foras da organizao.
4. DISCPULOS DE FAYOL
102
Investigao
Previso
Planejamento
Organizao
Coordenao
Comando
Controle
Planejamento: a tarefa de traar as linhas gerais das coisas que devem ser
feitas e dos mtodos de faz-las, a fim de atingir os objetivos da empresa.
103
Taylor e Fayol so os mais importantes representantes da teoria clssica da
administrao. Para Claude George apud Silva (2005, p. 154), os trabalhos dos mesmos
foram essencialmente complementares, ambos perceberam que a chave do sucesso
industrial estava no problema do pessoal e de sua administrao. Ambos foram
pioneiros e prestaram uma grande colaborao ao moderno pensamento administrativo.
Enquanto Taylor enfatiza a tarefa, Fayol buscava entender a organizao em sua
estrutura, caracterizando assim, uma viso mais ampla da mesma. Mesmo assim, os dois
estudiosos so considerados complementares em seus estudos, criando o que se
denomina Escola Clssica da Administrao.
A Figura 8.2 mostra um comparativo entre os principais pontos de Taylor e
Fayol:
6. TEORIA NEOCLSSICA
104
Com as mudanas que vinham ocorrendo aps a Segunda Guerra Mundial,
alguns estudiosos passaram a estudar os preceitos da teoria clssica de modo a adequlos a nova realidade das empresas. De acordo com Chiavenatto (2006, p. 83-84), as
principais caractersticas da teoria neoclssica so as seguintes:
105
na General Motors, na dcada de 1920, com base nas prticas administrativas criadas na
Companhia DuPont. Um dos componentes da filosofia de administrao de Sloan era a
definio de objetivos e a cobrana de resultados pela matriz da empresa, ficando as
divises responsveis pela operacionalizao e execuo dos detalhes.
Segundo Megginson et al (1998), a Administrao por Objetivos
um processo entre o superior e os subordinados de uma organizao
para estabelecer em conjunto metas comuns, definindo a principal rea
de responsabilidade de cada indivduo em funo dos resultados
esperados, e usando essas medidas como guia para operar a unidade e
avaliar a contribuio de cada um de seus membros.
Para Silva (2005, p. 433), a Administrao por Objetivos pode ser definida
como um estilo ou sistema de administrao que relaciona as metas organizacionais
com o desempenho e desenvolvimento individual, por meio do envolvimento de todos
os nveis administrativos. Segundo Chiavenatto (2006, p. 101), a APO proporciona a
avaliao do desempenho humano, remunerao flexvel e conjuno entre objetivos
organizacionais e objetivos individuais das pessoas. E continua (idem p. 100), um
mtodo no qual as metas so definidas em conjunto pelo gerente e pelo subordinado.
No livro A prtica da Administrao (1954), Drucker enfatizou a necessidade de
definir objetivos e avaliar os resultados em reas-chaves de desempenho, tais como:
Gerente
Ao individual
do Gerente
Proporcionar
apoio, direo e
recursos
Avaliao
conjunta do
alcance dos
objetivos e
reciclagem
do processo
de APO
106
Formulao
conjunta de
objetivos de
desempenho
Subordinado
Ao
individual do
subordinado
Desempenhar as
107
Com relao s caractersticas principais da APO, Silva (2005, p. 433)
relaciona as seguintes:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
108
QUESTES PARA REVISO E DISCUSSO
1) Descreva cada uma das operaes de uma empresa, estabelecidas por Fayol.
2) Explique as funes administrativas de Henry Fayol.
3) Fayol diferencia a funo administrativa das demais funes. Voc concorda? Por
qu?
4) Explique quatro dos princpios de administrao de Fayol.
5) O que significa Princpio de Peter? Voc concorda? Justifique.
6) O que voc entendeu por Administrao por Objetivos? Qual a sua importncia para
a administrao moderna?
7) Quais so as principais caractersticas da APO, bem como os passos fundamentais de
seu processo.
8) Cite exemplos de objetivos e metas de forma confusa e clara.
9) Quais as funes administrativas definidas por Urwick?
10) Cite e descreva os elementos administrativos institudos por Gulick.
109
cinco
funes:
110
111
Segundo o estudo realizado por Gaspar & Abreu (2008) para elaborao do
plano de marketing para a linha de produto, a anlise SWOT dos chocolates Nestl sem
adio de acar a seguinte:
AMBIENTE INTERNO
PONTOS FORTES
PONTOS FRACOS
Chocolate com mesmo sabor
Produto novo no mercado
Com menos caloria
Desconhecido e que pode ser rejeitado
No favorecem a crie dentria
Aconselhados por nutricionistas e dentistas
AMBIENTE EXTERNO
AMEAAS
OPORTUNIDADES
Aceitao do pblico em geral
Inovao e criao de novos produtos
Concorrncia
Novos clientes
Quadro 9.1 Anlise SWOT da Linha de Chocolate sem Adio de Acar Nestl
Fonte: GASPAR, F. ABREU, A. (2008)
112
No caso das indstrias de alimentos, podemos exemplificar com o planejamento
da logstica das fbricas de chocolates em perodo que antecedem a pscoa. Segundo
Cludia Borges (2010), de nada adiantaria os esforos da indstria com produo, se
todos os elos da cadeia no funcionassem perfeitamente, como o caso da logstica.
Pois so as operaes logsticas - transporte, armazenagem, distribuio - que vo
garantir que os chocolates, ovos e cestas de Pscoa cheguem aos pontos de venda no
momento certo, intactos e nas condies ideais para o consumo. A distribuio
planejada para que as mercadorias cheguem quando as parreiras e locais de exposio j
estejam organizados e montados. A posio em que os ovos so expostos estabelecida
em negociao do fabricante com a rede. A logstica de Pscoa requer muita
movimentao, pois o prazo para a execuo das entregas curto. Mas as maiores
dificuldades acontecem na distribuio, em funo dos horrios de recebimento das
mercadorias pelos pontos de venda, muito restritos.
Viso
Viso corporativa
corporativa
Misso
Misso corporativa
corporativa
Ser
Ser reconhecido
reconhecido como
como aa empresa
empresa lder
lder pela
pela
qualidade
qualidade ee inovao
inovao em
em seus
seus produtos,
produtos, ee por
por
sua
sua preocupao
preocupao com
com oo meio
meio ambiente
ambiente
Ser
Ser reconhecido
reconhecido como
como aa empresa
empresa lder
lder pela
pela
qualidade
qualidade ee inovao
inovao em
em seus
seus produtos,
produtos, ee por
por
sua
sua preocupao
preocupao com
com oo meio
meio ambiente
ambiente
Objetivos
Objetivos estratgicos
estratgicos
Direo
Direo geral
geral
Retorno
Retorno sobre
sobre oo investimento
investimento de
de
25%
25%
Crescimento
Crescimento das
das receitas
receitas de
de 15%
15%
Entrada
Entrada no
no mercado
mercado argentino
argentino em
em
dois
dois anos
anos anos
anos
Objetivos
Objetivos Tticos
Tticos
Direito
Direito de
de marketing
marketing
Aumentar
Aumentar a
a
participao
participao de
de
mercado
mercado para
para
30%
30%
Aumentar
Aumentar a
a
notoriedade
notoriedade da
da
marca
marca em
em 12%
12%
Direito
Direito de
de produo
produo
Aumentar
Aumentar a
a
produtividade
produtividade de
de
das
das fbricas
fbricas em
em
10%
10%
Direito
Direito de
de RH
RH
Diminuir
Diminuir a
a
Rotatividade
Rotatividade do
do
pessoal
pessoal para
para 18%
18%
Aumentar
Aumentar a
a
produtividade
produtividade dos
dos
funcionrios
funcionrios em
em
5%
5%
Reduzir
Reduzir aos
aos
estoques
estoques em
em 15%
15%
Direito
Direito Financeiro
Financeiro
Aumentar
Aumentar a
a
participao
participao de
de
mercado
mercado para
para
30%
30%
Aumentar
Aumentar a
a
notoriedade
notoriedade da
da
marca
marca em
em 12%
12%
Objetivos
Objetivos Operacionais
Operacionais
Gerente
Gerente Regio
Regio sul
sul
Cumprir
Cumprir quota
quota de
de
500
500 mil
mil reis/ms
reis/ms
para
para a
a regio
regio
Supervisor
Supervisor produto
produto A
A
Produo
Produo de
de 15
15
mil
mil unidades
unidades por
por
ms
ms
Gerente
Gerente de
de informaes
informaes
Um
Um novo
novo
programa
programa de
de
treinamento
treinamento por
por
trimestre
trimestre
Gerente
Gerente de
de recebimentos
recebimentos
Reduzir
Reduzir oo prazo
prazo
mdio
mdio de
de
pagamento
pagamento em
em
trs
trs dias
dias
113
3. ORGANIZAO
Para executar os planos, necessrio organizar os recursos.
Organizar o processo de dispor qualquer conjunto de recursos em uma
estrutura que facilite a realizao dos planos. Segundo Sobral & Peci (2008, p. 8), a
organizao a funo da administrao que faz a distribuio das tarefas e dos
recursos entre os membros da organizao, define quem tem autoridade sobre quem e
quando e onde devem tomar decises.
O processo de organizar tem como resultado o ordenamento das partes de um
todo, ou a diviso de um todo em partes ordenadas, segundo algum critrio ou princpio
de classificao. Significa alocar os recursos pessoas, dinheiro, equipamentos,
matria-prima, informao, tecnologia para as reas diversas, de modo que todas
contribuam com a execuo dos planos e, consequentemente, o alcance dos objetivos.
Organizar tomar decises: decises de dividir o trabalho, atribuir
responsabilidades a pessoas e estabelecer mecanismos de comunicao e coordenao.
Definio de
Responsabilidade
Anlise dos
Objetivos
Diviso do
Trabalho
Desenho da Estrutura
Organizacional
Definio de
Autoridade
114
Dependendo do tamanho da organizao, um departamento pode ser vrios
cargos ou apenas um. Os cargos que tm mais de um ocupante so chamados de
posies. H cargos com um nico ocupante e outros com vrios. Alguns ttulos so
professor e gerente de produo.
Depois de dividir o trabalho, preciso atribuir autoridade a pessoas ou a
unidade de trabalho.
Autoridade (formal) o direito legal que os chefes ou gerentes tm de dirigir o
comportamento dos integrantes de sua equipe, chamados colaboradores ou
funcionrios.
A autoridade a contrapartida da responsabilidade. Por qu?
A atribuio de autoridade implica dois conceitos importantes do processo de
organizao: hierarquia e amplitude de controle.
115
A figura mostra que cada cargo deve ter uma posio definida no organograma.
A posio do cargo no organograma define o seu nvel hierrquico, a subordinao (a
quem presta responsabilidade), os subordinados (sobre quem exerce autoridade) e o
departamento ou diviso onde est localizado. Por essa razo, os cargos so
representados no organograma atravs de retngulos, cada qual com dois terminais de
comunicao: o superior, que o liga ao cargo acima e define sua subordinao, e o
inferior, que o liga com os cargos abaixo e define seus subordinados. Sob o prisma
horizontal, cada cargo est emparelhado a outros cargos do mesmo nvel hierrquico,
que em geral, recebem um ttulo equivalente (como diretores, gerentes, coordenadores,
chefes, etc.). Sob o prisma vertical, cada cargo est includo em algum departamento,
diviso ou rea da empresa.
A Figura 9.6 mostra os departamentos da Nestl em seu organograma:
116
empresas. Mas para integrar as pessoas preciso liderar, o que no significa apenas a
autoridade constituda legalmente pelo cargo.
A administrao uma competncia intelectual, mas tambm interpessoal.
Maximiano (2006a). Segundo Sobral & Peci (2008, p. 7), a direo est relacionada
com os processos de gesto de pessoas na organizao. Dirigir significa liderar, motivar
e coordenar os trabalhadores no desenvolvimento de suas tarefas e atividades. Dirigir
significa selecionar o canal de comunicao mais adequado e resolver conflitos entre os
subordinados.
A liderana um processo complexo, que compreende diversas atividades e
competncias dos administradores, como coordenao, direo, motivao,
comunicao e participao.
5. EXECUO
O processo de execuo consiste em realizar atividades planejadas, envolvendo
dispndio de energia fsica e intelectual. Maximiano (2006a). a aplicao das
estratgias definidas no planejamento por meios das pessoas, dos lderes e da estrutura
organizacional.
So exemplos de atividades de execuo:
Elaborar planos
Organizar uma equipe
Realizar uma tarefa operacional, como montar um automvel, preencher um
formulrio, preencher um formulrio, elaborar uma tabela de preo
Realizar pesquisas de satisfao do usurio
Promover produtos no ponto de venda
Ministrar aulas
Os resultados do processo de execuo so produtos ou servios.
6. CONTROLE
Para mensurar o resultado do plano continuamente, importante que se faa o
controle. Segundo Sobral & Peci (2008, p. 7), o controle a funo da administrao
que assegura que os objetivos esto sendo alcanados. Consiste na monitorao e na
avaliao do desempenho da organizao, na comparao deste com os objetivos
planejados e na correo dos desvios que se verifiquem. Quando dissemos que o
planejamento deve ter prazos definidos e os objetivos sempre que possvel ser
quantificveis, para definir melhor os mecanismos de controle e desempenho das
estratgias. O processo de controle est ligado realizao de objetivos. E para alcanlos, necessrio informaes. Nesse sentido, o sistema informatizado deve ser utilizado
para assegurar a realizao dos objetivos.
Outro ponto importante a comparao de desempenho com os objetivos.
Informar tambm ao sistema o que deve ser feito para assegurar a realizao dos
objetivos.
117
Os elementos do processo de controle so: Maximiano (2006a):
118
QUESTES PARA REVISO E DISCUSSO
1) Releia as funes administrativas e pesquise em uma empresa:
a) O seu planejamento, com objetivos, estratgias e planos de ao.
b) A sua estrutura organizacional, departamentalizao, diviso de trabalho,
responsabilidades e autoridades.
c) Os mecanismos de controle.
119
120
De acordo com Weber, as organizaes formais modernas baseiam-se em leis,
que as pessoas aceitam por acreditarem que so racionais, isto , definidas em funo
do interesse das prprias pessoais e no para satisfazer aos caprichos arbitrrios de um
dirigente.
As pessoas que integram as organizaes modernas tambm aceitam que
algumas pessoais representem a autoridade da lei, como um juiz ou gerente. A
contrapartida da autoridade a responsabilidade que essas pessoas tm pelo
cumprimento e zelo da lei. A obedincia devida s leis, formalmente definidas, e s
pessoas que as representam, que agem dentro de uma jurisdio.
3. CLASSIFICAO DE AUTORIDADE
Max Weber teorizou trs tipos bsicos de relaes de autoridade que podiam ser
usados para classificar as organizaes:
121
5. CARACTERSTICAS DA BUROCRACIA
As organizaes formais ou burocrticas apresentam trs caractersticas
principais, que as distinguem dos grupos informais ou primrios: formalidade,
impessoalidade e profissionalismo. Elas so caracterizadas pelo modelo ideal de
burocracia, criado por Max Weber. O tipo ideal um modelo abstrato que procura
retratar os elementos que constituem qualquer organizao formal do mundo real.
(MAXIMIANO 2006a).
5.1 Formalidade
5.2 Impessoalidade
5.3 Profissionalismo
122
123
A racionalidade enfatiza a razo objetiva, mais do que a emoo pessoal ou a
opinio.
124
A Figura 10.1 mostra a comparao entre as teorias clssica. Aqui, so
ressaltadas as caractersticas de cada Teoria, bem como o foco, benefcios e
inconvenientes. Um dos pontos negativos da burocracia a lentido, da administrao
cientfica a no relevncia das necessidades sociais, e a clssica a superenfatizao do
comportamento racional dos administradores.
TIPO DE CONTRATO
TIPO DE ORGANIZAO
PSICOLGICO
ALIENATRIO: obedincia sem COERCITIVA: objetivo
em questionamento
controlar o comportamento
COERCITIVO:
baseia-se
punies
MANIPULATIVO:
CALCULISTA:
baseia-se
em interesseira
recompensas
125
NORMATIVO:
baseia-se em crenas e
smbolos
funcionrios
NORMATIVA: objetivo
realizar misso ou tarefa em
que
os
participantes
acreditam.
126
Ambientes assim oferecem problemas complexos que podem ser resolvidos por
pessoas com especialidades tradicionais.
11. ADHOCRACIA
O termo Adhocracia foi vista por Alvin Toffer em seu livro Choque do Futuro
(1970). Para ele, a nova sociedade do futuro ser extremamente dinmica e mutvel.
Para poder acompanhar o ambiente turbulento, as organizaes precisaro ser orgnicas,
inovadoras, temporrias, isto , antiburocrticas. As organizaes precisam mudar suas
feies internas com tal frequncia que os cargos mudaro de semana para semana e as
responsabilidades se deslocaro continuamente. As estruturas organizacionais sero
flexveis e mutveis, fazendo com que departamentos e divises irrompam subitamente
para se integrarem em outras organizaes. A flexibilidade aparece mais
dramaticamente nos "projetos", nos quais os grupos renem a fim de resolver problemas
especficos e temporrios.
127
128
129
130
O objetivo de uma organizao algo que os indivduos no conseguem atingir
sozinhos. Para isso, necessrio sinergia. Vejamos o caso da Administrao Pblica
Federal, por exemplo, no qual os objetivos no so alcanados apenas pela ao do
Presidente da Repblica, mas pelo resultado conjunto de ministrios, agncias
reguladoras, empresas pblicas. Nas organizaes privadas, nenhum vendedor, por
exemplo, vai aumentar as vendas atuando isoladamente, mas pelo envolvimento das
reas de produo, de marketing, de logstica.
E o que sinergia?
Segundo Megginson et al (1998), o conceito pelo qual duas ou mais pessoas,
trabalhando de forma coordenada e cooperativa, podem realizar mais do que qualquer
uma delas o faria isoladamente.
Por mais que busquemos a sinergia nas organizaes, a diviso do trabalho
um dos smbolos para a formalizao da estrutura organizacional das empresas. A
diviso do trabalho, segundo Megginson et al (1998) o princpio que estabelece que
dividir o trabalho em seus componentes e design-los aos membros de um grupo
permite realizar mais do que se cada pessoa tentasse realizar sozinho o trabalho todo.
Para ter sucesso, a diviso do trabalho exige a especializao, pela qual os
empregados (e administradores) executam as atividades em que so mais qualificadas e
competentes. Importante frisar aqui que a especializao no significa alienao do
processo, conforme foi pensado e aplicado na administrao cientfica.
b) Cadeia de comando
Retrata a relao autoridade-responsabilidade que une superiores e subordinados
em toda a organizao.
Flui do executivo no topo da organizao at o empregado do nvel mais baixo.
c) Unidade de comando
O princpio pelo qual cada empregado em uma organizao se reporta e recebe
ordens s de um superior imediato.
d) Nveis de administrao
Os nveis da administrao que exigem em uma estrutura, assim como a cadeia
de comando e seus relacionamentos, so comumente mostrados no organograma. As
linhas verticais de um nvel para outro refletem graus diferentes de autoridade e
responsabilidade.
e) Burocracia
uma forma altamente especializada de estrutura organizacional projetada para
assegurar ordem e direo, muitas vezes caracterizada como altamente restritiva e
impessoal.
131
As estruturas burocrticas podem ser muito eficazes, pois proporcionam ordem e
direo. Contudo, as tarefas altamente especializadas podem se tornar montonas; as
regras muitas vezes so desnecessariamente restritivas; os administradores no podem
ser sempre impessoais.
A formalidade burocrtica significa a rotina oficial e os procedimentos marcados
por uma complexidade excessiva, resultando em demora desnecessria.
Hoje, temos uma conotao extremamente negativa associada burocracia.
3. TIPOS DE ORGANIZAO
Para compreender o desenho organizacional devemos examinar os tipos de
organizao mais populares. Os principais so: (1) organizao de linha, (2) organizao
de linha-assessoria e (3) organizao funcional. (CHIAVENATO 2006; MAXIMIANO
2006, MEGGINSON et al 1998).
a) A organizao de linha
So os departamentos de uma organizao que desempenham atividades mais
intimamente relacionadas sua misso ou propsito.
A organizao do tipo linear constitui a forma estrutural mais simples e antiga,
pois tem sua origem na organizao dos antigos exrcitos e na organizao eclesistica
dos tempos medievais.
Suas principais caractersticas so:
132
financeiro e um gerente de produo, ao lado dos empregados que desempenham as
tarefas de produo, finanas e vendas.
b) A organizao funcional
Tipo de organizao que aplica os princpios da especializao funcional e tem
como caractersticas a autoridade funcional de acordo com a rea (recursos humanos,
operaes, jurdico, informtica, atendimento), de forma horizontal, ou seja, no mesmo
nvel. Apresenta-se linha direta de comunicao com o responsvel pela rea, como
tambm a descentralizao das decises para cada funo, ao invs de centralizar na alta
administrao. Por exemplo, os vendedores reportam-se ao gerente de vendas e os
operadores de mquinas ao gerente de produo.
133
do
staff
so:
DAVID
R.
HAMPLAS
apud
134
4. DEPARTAMENTALIZAO
Na medida em que a organizao cresce, segundo Chiavenatto (2006, p. 115),
ela tende a se diferenciar e a especializar cada vez mais as unidades que compem sua
estrutura organizacional. O processo organizacional de determinar o agrupamento das
atividades se chama departamentalizao. Os principais tipos so:
a) Departamentalizao funcional: agrupa funes comuns ou atividades semelhantes
para formar uma unidade organizacional. Definida por Luther Gulick, em 1937,
possvel quando rene pessoas em um mesmo trabalho, mesmo processo, para a mesma
clientela, no mesmo lugar. Assim, todos os indivduos desempenhando funes
semelhantes so agrupadas, como por exemplo, o pessoal de vendas, o pessoal de
contabilidade, o pessoal de marketing etc. (Ver Fig. 11.1)
As principais vantagens so: ela mantm o poder e prestgio das funes
primordiais, cria eficincia atravs do princpio da especializao, centraliza o
conhecimento dos especialistas e permite controle mais cerrado da alta administrao
sobre as funes. Diminui a duplicao de pessoal e equipamento. Por exemplo, reunir o
pessoal de informtica em um nico departamento menos dispendioso do que permitir
a vrios departamentos ter e supervisionar seu prprio equipamento e sistema.
As principais desvantagens so: a responsabilidade pelo desempenho total fica
nas mos da alta administrao, a coordenao entre as funes torna-se mais complexa
e difcil medida que a organizao cresce, os indivduos se identificam com suas
responsabilidades funcionais mais limitadas, contra-indicada para circunstncias
ambientais imprevisveis e mutveis.
Figura 11.1 Departamentalizao por funes
Fonte: elaborado pelo professor
135
administrao considera de grande potencial podem no receber a ateno que
merecem. Assim, a departamentalizao por produto a forma pela qual so agrupadas
as funes associadas a uma nica linha de produto criada para transformar a
organizao menor e rpida nas decises. (Ver. Fig. 11.2)
As principais vantagens so: pode-se dar mais ateno a linhas de produtos ou
servios especficos, h uma melhoria da coordenao de funes no nvel de diviso de
produtos, e pode-se determinar melhor a responsabilidade pelo lucro. A
departamentalizao por produto permite tambm o emprego de tecnologia, mquinas,
equipamentos, matria-prima, informao e conhecimento, pessoas.
As principais desvantagens so: exige mais pessoal e recursos materiais, pode-se
causar duplicao desnecessria de recursos e equipamentos, enfraquecimento da
especializao, contra-indicada para circunstncias estveis e rotineiras.
136
departamentos podem ter uma loja de jovens, uma de noivas, alm de departamentos
infantis. (Ver Fig. 11.4)
A maior vantagem da departamentalizao por cliente ser adaptvel a uma
clientela em particular, com diferentes caractersticas e necessidades.
As desvantagens so a dificuldade de coordenao, utilizao mnima de
recursos e competio entre administradores por privilgios para seus prprios clientes,
torna secundrias as demais atividades da organizao (como produo ou finanas),
pode sacrificar outros objetivos como produtividade, lucratividade, eficincia.
137
As principais desvantagens so: falta de clareza e de coordenao de papis a
serem desempenhados; podem surgir conflitos por causa da dualidade ou multiplicidade
de comando.
138
139
estrutura organizacional e acabou com o sistema de decises centralizadas no topo da
pirmide executiva.
d) Alfred Sloan: desenvolveu princpios de organizao baseados em controles centrais
que no prejudicassem a autonomia das unidades de negcios, implantou estrutura por
grupos de divises (carros, peas etc), implementou uma poltica de produto focada a
qualidade e variedade, alm de mudanas nas decises.
e) James Mooney e Alan C. Reiley: formularam princpios organizacionais como
coordenao, princpio escalar e princpio funcional.
f) Luther Gulick e Lyndall Urwick: tericos que instituram os princpios da
departamentalizao. Como o por funo, por processo, por cliente e por localidade.
g) Peter Blau e W. R. Scott: definem uma tipologia de organizao, que apresentam
participantes como os prprios membros da organizao; proprietrios, dirigentes ou
acionistas da organizao; clientes da organizao; pblico em geral. E classificam
assim as organizaes: associaes de benefcios mtuos (sindicatos, por exemplo);
organizaes de interesses comerciais (empresas privadas, sociedades annimas e de
responsabilidade social); organizaes de servios (escolas, por exemplo); e
organizaes de estado (correios, por exemplo).
7. ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS NO TERCEIRO MILNIO
Diviso do trabalho, departamentalizao funcional, cadeia de comando,
descentralizao, assessoria e outros princpios de organizao so perenes. O processo
de estruturao situacional. No final do sculo XX, muitas mudanas foram sendo
institudas nas estruturas por meio da prtica do enxugamento.
E o que enxugamento ou downsizing? Para Maximiano (2006), a prtica de
diminuir o tamanho das organizaes, por meio da reduo do nmero de nveis
hierrquicos e da quantidade de funcionrios.
QUESTES PARA REVISO E DISCUSSO
1) Descreva e explique os elementos formais da estrutura organizacional.
2) Quais os tipos de organizao? Explique cada um deles.
3) Cite e conceitue os principais tipos de departamentalizao.
4) Quais os aspectos centrais da abordagem estruturalista, segundo Amitai Etzione?
5) Como podemos perceber as mudanas nas estruturas organizacionais no terceiro milnio?
6) Quando o conflito considerado positivo e negativo?
7) Como Blau e Scott classificam as organizaes. D exemplo de cada e contextualize.
140
Este captulo vai contemplar o papel do gerente a partir dos estudos de Andrew Grove,
Rosemary Stewart, Henry Mintzberg, Herbert Simon e Chester Barnard.
1. INTRODUO
Os gerentes, ou administradores, so agentes ou protagonistas do processo
administrativo. Os gerentes so funcionrios responsveis pelo trabalho de outros
funcionrios nas organizaes. So tambm chamados chefes ou dirigentes. No decorrer
da histria da humanidade, o papel do administrador torna-se cada vez mais crucial para
o sucesso das organizaes, que so responsveis por suprir as necessidades mais
bsicas at os desejos mais exigentes da sociedade.
Segundo Silva (2005, p. 16), papis so o conjunto de expectativas de
comportamento de um indivduo, em situaes especficas.
O Quadro 12.1 abaixo traz os principais autores que estudaram os gerentes:
Maximiano (2006a):
AUTOR
Henry Fayol (1916)
Chester Barnard (1938)
Herbert Simon (1960)
Henry Mintzber (1973)
Rosemary Stewart (1982)
Fred Luthan (1988)
Andrew Grove (1983)
TEORIA
Processo administrativo
Funes do executivo
Processo decisrio
Papis do gerente
Processo decisrio
Desempenho dos gerentes
Princpios de administrao de alta performance
141
142
trabalho dos gerentes. Faleceu em 9 de fevereiro de 2001. De acordo com Simon,
administrar sinnimo de tomar decises, como a deciso de lanar um produto, de
contratar funcionrios, de contratar uma consultoria etc.
Idealmente, as decises gerenciais, de acordo com Simon, tm sua base na
teoria econmica tradicional, que pressupe a maximizao dos ganhos por meio da
racionalidade. O homem econmico seleciona o melhor curso de ao, dentre todas as
possibilidades, de modo a aproveitar todas as vantagens.
O modelo simplifica pensamento e ao, j que a racionalidade tem limites e no
possvel apreender toda a complexidade do mundo. Simon compartilha com March a
criao do conceito de racionalidade limitada, que exprime essa incapacidade. Aqui,
as decises so as satisfatrias, e no as timas, do modelo econmico.
Em lugar do homem econmico, Simon prope o modelo de homem
administrativo, que procura tomar as decises satisfatrias (em lugar das decises
maximizadas). O modelo do homem administrativo aceito pela abordagem
comportamental, que estudaremos ainda nessa disciplina.
As decises satisfatrias so aquelas que atendem aos requisitos mnimos
desejados. As limitaes so de ordem humana, de informao, de domnio, de tempo,
entre outros.
Simon distingue dois tipos de decises: programadas e no-programadas:
As decises programadas so repetitivas e tomadas automaticamente. Hbitos,
rotinas, manuais de instrues e operaes padronizadas so formas de tomar decises
programadas.
As decises no programadas no dispem de solues automticas. Lanar
novos produtos, reduzir o quadro de funcionrios e mudar a sede da empresa so
exemplos de decises no programadas.
Para lidar com as decises no programadas, Simon indica que os gerentes
devem desenvolver sua capacidade de julgamento, intuio e criatividade. Estas
habilidades permitem lidar com a complexidade de modo eficiente.
3.1 Tomada de Decises Gerenciais e Resoluo de Problema
O processo de tomada de decises vincula-se mais estreitamente ao
planejamento, uma vez que todo planejamento envolve tomar decises.
Ocorre resoluo de problema, segundo Caravantes et al (2005), quando um
gerente se defronta com uma situao com a qual no est familiarizado e para a qual
no h procedimentos preestabelecidos que especifiquem como lidar com o problema.
Ele pode receber informaes de seus chefes, subordinados, clientes ou de outra fonte
qualquer indicando que algo no est saindo de acordo com aquilo que foi planejado.
Suponha que um gerente de fbrica de uma pequena empresa de produtos
eletrnicos perceba que a rotatividade de pessoal elevou-se substancialmente no
143
decorrer do ano. Uma vez que nunca se deparou com esse problema anteriormente,
ele faz algumas investigaes e descobre que os empregados esto saindo para
ocupar cargos mais altos em outras empresas, porque os ndices salariais no
acompanharam as taxas salariais prevalecentes na rea.
Portanto, o gerente deve cuidar da questo salarial. O problema envolve
uma questo bsica: qual a alternativa resolver melhor o problema elevar os
salrios, mant-los como esto e conviver com uma rotatividade mais elevada ou
oferecer outros incentivos diferentes de aumentos salariais?
Tomar decises o processo de escolher uma dentre um conjunto de
alternativas. (CARAVANTES et al 2005).
O processo de tomada de deciso e de resoluo de problema est representado
na figura 12.1 abaixo:
144
gerente pode separar outras alternativas, caso coloque em ao outro plano no futuro
que se adapte melhor ao momento.
A quinta fase corresponde implementao da alternativa. Em alguns casos,
ela relativamente fcil, como telefonar para o candidato X para uma vaga na empresa.
Em outras situaes, entretanto, a implantao pode ser bastante complicada, pois
mudanas demandam tempo, esto sujeitas a armadilhas inesperadas e nem sempre
funcionam de acordo com o previsto. Os gerentes precisam ter pacincia e buscar
entendimento durante essa fase.
A ltima fase (avaliando os resultados) corresponde s conseqncias da
implementao da alternativa escolhida. Dificilmente as coisas saem to harmoniosas,
ento o gerente precisa ter habilidade para acompanhar (follow-up) e avaliar os
resultados da alternativa levando em conta a situao original.
3.2 Certeza, Risco e Incerteza
A tomada de deciso sob uma condio de certeza ocorre quando o gerente sabe
exatamente quais so as alternativas e que cada alternativa est garantida.
Sob uma condio de risco, o gerente tem um entendimento bsico das opes
disponveis e pode estimar com certo grau de confiana as probabilidades associadas a
cada alternativa.
A condio de tomada de deciso mais comum que os gerentes devem
confrontar a incerteza. Nesse caso, no somente as probabilidades so difceis de
avaliar, mas a lista de alternativas disponveis tambm. Ou seja, o gerente
provavelmente no seja capaz de identificar todas as alternativas possveis que devem
ser consideradas. Essa a situao que os gerentes enfrentam no mutvel cenrio atual d
pases como Bolvia, Equador e Venezuela, que apresentam instabilidade poltica e
econmica.
3.3 Abordagens Tomada de Decises
O modelo racional de tomada de decises supe que os tomadores de deciso
sejam objetivos, tenham informaes completas e considerem todas as alternativas e
conseqncias ao tomar decises.
Esse modelo supe que os gerentes tm todas as informaes relevantes para a
situao e essas so completamente acuradas. Segundo, ele tem conhecimento completo
de todas as alternativas. Em seguida, ele sustenta que os gerentes sejam sempre
racionais, com capacidade de avaliar sistemtica e logicamente cada alternativa e suas
probabilidades associadas e tome a melhor deciso para a situao. Finalmente, o
modelo racional supe que o tomador de deciso deve agir sempre mesmo que faa
sofrer.
O modelo comportamental de tomada de deciso reconhece que os gerentes
tm informaes incompletas a respeito da situao, das alternativas e de sua avaliao,
limitando assim seu potencial para tomar a melhor deciso possvel.
145
Foi explicada primeiramente por Herbert Simon. Esse modelo supe
informaes incompletas, no compreendem todas as alternativas possveis, se
caracteriza por racionalidade limitada, em que mesmo os gerentes sendo racionais, so
restringidos por seus prprios valores, experincia, reflexos inconscientes, habilidades e
hbitos. Por fim, os gerentes podem escolher a primeira alternativa minimamente
aceitvel no obstante uma pesquisa mais cuidadosa para descobrir alternativas
melhores. Nesse sentido, entra o fator TEMPO.
O Quadro 12.2 abaixo resume as principais caractersticas das abordagens:
Modelo racional
O tomador de deciso tem informaes
perfeitas (relevantes e acuradas)
Modelo comportamental
O tomador de decises tem informaes
imperfeitas (incompletas e possivelmente
imprecisas)
146
se nas atividades que os gerentes realizam: o que eles fazem, com quem conversam,
como se comunicam, quanto tempo trabalham sozinhos e assim por diante.
Esta pesquisa deu-lhe a base para fazer a proposio de que as atividades dos
gerentes classificam-se em dez papis. Mintzberg definiu papel como um conjunto
organizado de comportamentos que pertencem a uma funo ou posio identificvel.
O Quadro 12.3 apresenta as principais caractersticas desses papis.
INTERPESSOAIS
PAPEL
Smbolo
Lder
INFORMACIONAIS
Elemento
Ligao
DECISRIOS
DESCRIO
Representao simblica do grupo
ou da organizao, atuando como
referncia.
Direo das atividades dos
subordinados,
levando-os
Monitor
Disseminador
Porta-voz
Empreendedor
Identificao de oportunidades
que
potencializem
o
desenvolvimento da organizao.
Solucionador
de conflitos
Resoluo de conflitos ou de
problemas que impeam o
desenvolvimento
normal
da
atividade.
Alocao
dos
recursos
organizacionais em funo dos
objetivos e necessidades.
Representao da organizao ou
grupo nas principais negociaes.
Administrador
de Recursos
Negociador
EXEMPLO DE ATIVIDADES
Representao da organizao em
cerimnias e solenidades; assinatura de
documentos legais; acompanhamento de
visitantes.
Realizao de todas as atividades que
envolvam as relaes com os
subordinados (persuaso, motivao,
orientao etc.)
Manuteno de redes de contatos com o
exterior;
acompanhamento
de
correspondncia; construo de coalizes
e alianas.
Leitura de peridicos e de relatrios;
manuteno de contatos pessoais;
participao em eventos e conferncias.
Reunies formais ou informais com o
grupo;
telefonemas
e
e-mails
informativos;
divulgao
de
memorandos e newsletters.
Comunicados de imprensa; entrevistas
mdia; participao em reunies de
acionistas ou com outros grupos de
interesse externo.
Reunies de brainstorming com os
subordinados;
implementao
de
projetos; desenvolvimento de novas
iniciativas empresariais.
Aes corretivas em disputas ou crises;
resoluo
de
conflitos
entre
subordinados; auxlio aos subordinados
durante processos de mudana ou crise.
Realizao de todas as atividades que
envolvam o oramento e a programao
do trabalho dos subordinados.
Negociao com sindicatos de condies
de
trabalho;
negociao
com
fornecedores, clientes ou instituies
financeiras.
147
Papis interpessoais
148
produo de alimentos (elemento de ligao). Os papeis interpessoais ganham cada vez
mais importncia. Nas palavras do presidente da Coca-Cola, em 1990, Roberto
Goyzuetta, podemos enfatizar esse papel quando disse que as empresas precisam de
gerentes que tem como ponto fundamental buscar, capacitar e desenvolver pessoas
talentosas e com conhecimento e competncias suficientes para ajudar na transformao
das empresas do sculo XXI.
Papis de informao
Papis de deciso
149
150
de desempenh-lo. Escolhas, em resumo, so as decises que o gerente toma. Exemplos:
tarefas que o gerente pode delegar a subordinados, as habilidades que ele prefere
aprimorar, etc.
A atuao do administrador na atualidade j era pensada por Stewart nos incio
da dcada de 80, quando enfatizava que as decises so afetadas ou limitadas pelo
ambiente, como uma legislao governamental. Atualmente, temos a exigncia de
alguns setores como o bancrio, de manterem 24 horas, sete dias por semana, as centrais
de atendimento ao cliente funcionando.
6. PRINCPIOS DE ANDREW GROVE
O hngaro naturalizado americano Andrew Grove, nascido em 1936, um
engenheiro e empresrio que foi um dos fundadores e presidente da Intel. Como
cientista, Grove teve participao importante no desenvolvimento dos
microprocessadores e na indstria de computao.
Em 1983, em seu livro Gerenciamento de Alta Produtividade, Grove afirmou
que h trs idias bsicas que orientam a administrao de alta performance: produo,
trabalho em equipe e empenho individual.
a) Produo
Todos produzem de alguma forma. H funcionrios que fabricam chips,
enquanto outros emitem fatura, ou criam anncios publicitrios.
Produo, para Grove, a palavra que define os resultados do administrador. O
encarregado da fabricao de bolachas de silcio, das quais se cortam os chips, produz
bolachas bem acabadas e processadas, e de alta qualidade. O supervisor de um grupo de
projetos produz projetos completos, que funcionem e estejam prontos para entrar em
produo.
b) Trabalho em equipe
Os resultados do administrador so os resultados das unidades organizacionais
sob sua superviso direta ou influncia os resultados de sua equipe e de outras
equipes. Se o administrador tem um grupo de pessoas que se reporta a ele, ou um
crculo de pessoas sob sua influncia, seu produto deve ser avaliado pelo produto criado
por essas pessoas.
Grove resume essa idia na seguinte proposio:
Produo do administrador = produo de sua organizao + produo das
organizaes localizadas em sua rea de influncia.
A produtividade elevada do administrador depende da escolha de atividades de
alta alavancagem administrativa, as atividades que maximizam a produo.
Grove recomenda aos administradores que se concentrem nas atividades com
maior potencial de alavancagem, como as seguintes:
151
c) Desempenho individual
Segundo Grove, uma equipe s trabalha bem quando cada um de seus
integrantes empenhar-se ao mximo. O empenho, ou desempenho, de uma pessoa na
realizao de seu trabalho depende de suas capacidades e sua motivao.
H duas formas de o administrador obter o mximo desempenho da equipe e
alcanar alta produtividade: o treinamento e a motivao.
Contemporneo, vrios novos paradigmas so inseridos nos estudos de Grove,
como a delegao, o foco no cliente e no mercado, a interdependncia, a motivao, a
qualidade de vida no trabalho.
7. FRED LUTHANS E O DESEMPENHO DOS GERENTES
Outro estudo, conduzido por Fred Luthans (nascido em 1939), em 1988,
concluiu que as atividades dos gerentes podem ser classificadas em quatro categorias,
de acordo com o livro Managers Real:
a) Funes gerenciais: tomar decises, planejar e controlar.
b) Comunicao: trocar e processar informaes; processar documentao.
c) Administrao de recursos humanos: motivar, resolver conflitos, colocar pessoal,
treinar.
d) Relacionamentos (networking): manter relaes sociais, fazer poltica, interagir
com pessoas de fora da organizao.
QUESTO PARA REVISO E DISCUSSO:
152
153
154
A Teoria da Aceitao da Autoridade critica a idia de que a autoridade pode ser
delegada. Os tericos da administrao (principalmente behavioristas) acreditam que a
autoridade do administrador s confirmada quando aceita pelo grupo ou pelo
indivduo sobre quem se exerce essa autoridade. Chester Barnard tomou essa posio
quando declarou: se uma ordem aceita pela pessoa a quem foi dirigida, a autoridade
est confirmada ou estabelecida. A desobedincia a essa comunicao por um
empregado a negao de sua autoridade sobre ele.
Definimos autoridade de acordo com a posio apresentada pela teoria formal
autoridade o direito de um administrador, recebido formalmente da organizao. Ela
pode ser
Tipos de autoridade: outro aspecto da autoridade a diferena entre seus tipos,
isto , de linha, de assessoria e funcional. Os administradores, em todas as empresas,
podem usar esses tipos de autoridade.
Por exemplo, o gerente de pessoal usa autoridade de linha ao lidar com os
subordinados no departamento de pessoal; usa a assessoria ao aconselhar a alta
administrao sobre assuntos de pessoal, e usa autoridade funcional quando resolve
questes de pessoal em todas as partes da organizao.
Autoridade de linha aquela em que os administradores exercem sobre os
subordinados imediatos. uma autoridade de comando e corresponde diretamente via
de comando.
Autoridade de assessoria o direito das unidades de assessoria ou de
especialistas para aconselhar, recomendar ou propor. No d aos assessores a autoridade
para mandar na linha ou dar ordens para realizar certos atos. Na verdade, geralmente se
dirige para cima, na estrutura, para os que esto acima dos assessores.
Autoridade funcional corresponde ao relacionamento mais intenso que a
assessoria pode ter com a linha. Quando a alta administrao delega autoridade
funcional, um assessor especialista tem o direito de dar ordens a unidades de linha em
assuntos relacionados atividade funcional em que o assessor se especializa.
Exemplos: o diretor de marketing pode ter autoridade funcional para mostrar ao
departamento de produo que um determinado produto deve ter sua embalagem
alterada.
A autoridade funcional, quando delegada a unidades de assessoria, pode violar o
princpio de unidade de comando, e quando isso acontece surgem conflitos
organizacionais.
Assim, muitos conflitos existem entre os departamentos de linha e assessoria. Os
principais so:
155
3. PODER
O que poder? Como se obtm poder? Como o poder pode ser usado? Quais os
limites de autoridade e poder?
Conceito de poder: a capacidade de influenciar indivduos, grupos,
acontecimentos e decises, e est intimamente relacionado liderana. Assim, os
assessores tm pouca autoridade, mas muito poder para influenciar os administradores
de linha, por exemplo.
Para se obter poder, J. R. P. Frensc, Jr. e Bertram Raven (1959) afirmam que h
seis fontes para isso. So as seguintes: (Ver exemplos no Quadro 13.1)
Poder coercitivo: resulta da expectativa das pessoas com relao ao castigo que
sofrero se no seguirem as ordens, como demisso, repreenso etc.
156
SITUAO
1. Uma pea indispensvel se quebra. Os maquinistas mais jovens
seguem as ordens dadas pelo mecnico mais antigo, muito
respeitado como um dos mais experientes nesse campo.
FONTE DE PODER
157
Prestar contas significa ser responsvel perante o supervisor, que tanto pode
punir como recompensar, dependendo de como se exerceu a autoridade delegada.
A delegao de responsabilidade e do dever de prestar contas: um princpio
organizacional que ningum pode assumir ou aceitar a responsabilidade de outra
pessoa para realizar um trabalho. Delegar autoridade a outra pessoa no o desobriga da
sua responsabilidade inicial.
Outro princpio importante de organizao afirma que os indivduos devem ter
uma designao ou delegao de autoridade suficiente para levar a cabo sua
responsabilidade. Por exemplo, se a responsabilidade de um administrador manter
certo nvel de produo, ele deve ter autoridade suficiente para tomar decises que
afetem seu nvel de produo.
A igualdade de responsabilidade e autoridade boa na teoria, porm difcil de
conseguir na prtica. Na verdade, muitos especialistas afirmam que no mundo da
administrao de hoje irreal tentar consegui-lo.
Algumas conseqncias da desigualdade entre responsabilidade e autoridade:
Se der pouca autoridade e muita responsabilidade pode resultar em frustrao e
ineficincia.
Caso a autoridade maior do que a responsabilidade pode levar a abusos e
arrogncia.
5. CENTRALIZAO E DESCENTRALIZAO
O que centralizao e descentralizao? Quais as diferenas? Quais fatores
afetam? Qual a necessidade da abordagem contingencial?
Conceitos: centralizao a concentrao de poder e autoridade na chefia da
organizao. Descentralizao a distribuio de poder e da tomada de deciso para os
nveis sucessivamente mais baixos da organizao.
O conceito de descentralizao, como o de delegao, refere-se ao grau de
concentrao ou distribuio de autoridade.
A centralizao-descentralizao e a cadeia de comando: Megginsson et al
(1998)
1. Presidente
2. Vice-Presidente
3. Gerente de diviso
4. Gerente de unidade/rea
5. Chefe de departamento
6. Supervisor
7. Empregado
158
Nas organizaes centralizadas, uma proporo maior de decises importantes
tomada nos nveis altos presidente, vice-presidente e gerente de diviso.
Nas organizaes descentralizadas, uma proporo maior de decises
importantes tomada em nveis mais baixos gerente de unidade, chefe de
departamento, supervisor e empregado.
Fatores que afetam o grau de descentralizao e centralizao:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
159
160
161
O ciclo PDCA, desenvolvido na dcada de 1920 por Walter Shawhart, ganhou
destaque com Deming na dcada de 1950 e significa Planejar, Executar, Verificar e
Atuar corretivamente. (Ver Fig. 14.1)
Conformidade
Regularidade
CONCEITO
O melhor que se pode fazer. O padro mais elevado de desempenho
em qualquer campo de atuao.
Qualidade como luxo. Maior nmero de atributos. Utilizao de
materiais ou servios raros, que custam mais caro.
Qualidade planejada. Projeto do produto ou servio. Definio de
como o produto ou servio deve ser.
Grau de identidade entre o produto ou servio e suas especificaes.
Uniformidade. Produtos ou servios idnticos.
Adequao ao uso
Valor
Especificaes
162
3.1 Excelncia
A idia de qualidade foi discutida primeiramente pelos filsofos gregos, que
pensaram no ideal da excelncia, ou aret. Excelncia a caracterstica que distingue
alguma coisa pela superioridade em relao aos semelhantes e depende do contexto.
um conceito abstrato e subjetivo.
3.2 Valor
A noo de qualidade associada a valor estabeleceu-se em meados do sculo
XVIII, quando a indstria comeou a produzir bens massificados e baratos. A idia de
produto barato, para as massas, contrasta com a idia de produto de luxo ou de alto
desempenho, que poucos podem comprar ou que custa mais caro. Qualidade passou a
significar produto de luxo ou que vale mais.
Em 1951, Armand V. Feigenbaum argumentou que a noo de qualidade de
valor era relativa. Qualidade no tem o sentido popular de melhor. Qualidade
significa melhor para determinadas condies do cliente. Estas condies so a
UTILIZAO e o PREO DE VENDA DO PRODUTO.
Considerando o valor, a qualidade varia e divide-se em nveis: desde a qualidade
inferior at qualidade superior. Quanto mais alta a qualidade do produto, mais alto seu
preo.
Leite tipo A e B.; Classe econmica e executiva
Gasolina premium e comum;
163
164
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/985249-governo-do-rs-diz-que-toddynho-ja-causoureacao-em-22-pessoas.shtml. Acesso em 06/12/11.
165
166
comportamento do consumidor, as relaes interperssoais, as circunstncias do
momento, o local, o tempo, entre outros.
Quando no se tem qualidade, os custos so bem maiores do que queles
relativos preveno, controle, acompanhamento e garantia total da qualidade. Esse o
assunto do prximo tpico.
5. CUSTOS
Para manter um padro de qualidade, as empresas precisam desembolsar um
montante significado de dinheiro e investimento oramentrio.
So custos de preveno - planejamento, controle, inspeo, treinamento,
pesquisa e desenvolvimento de produtos, manuteno preventiva, implantao, sistemas
e programas de qualidade. Para Silva (2005, p. 467), os custos de preveno so
investimentos feitos para evitar que produtos no conformes ocorram e alcancem os
consumidores.
So tambm custos de avaliao mensurao e teste de matria-prima e
insumos da produo, aquisio de equipamentos para avaliar produtos, atividades de
controle estatstico, inspeo, relatrio. De acordo com Silva (2005, p. 467), os custos
de avaliao so aqueles associados com esforos de assegurar conformidade aos
requisitos, por meio de inspees e anlise de dados, para detectar no conformidades.
Mas no somente a qualidade que produz custos elevados para as empresas, a
no-qualidade tambm acarreta custos altos e prejuzos materiais e de imagem.
Custos internos dos defeitos insumos e produtos refugados, produtos
retrabalhados, modificaes no processo produtivo, perda de receita, ociosidade de
mquinas e tempos, pressa e tenso para entrega de produtos corrigidos ou consertados.
Os custos de falhas internas, segundo Silva (2005, p. 467), ocorrem como resultado da
qualidade insatisfatria, detectada antes da entrega de um produto ao consumidor.
Custos externos dos defeitos cumprimento das garantias oferecidas ao cliente,
perda de encomendas, devolues, processos judiciais nos organismos de defesa do
consumidor, comprometimento da imagem, perda de clientes e competitividade no
mercado. Para Silva (2005, p. 257), os custos de falhas externas ocorrem como
resultado da qualidade insatisfatria, que alcana o consumidor pela aquisio do
produto.
6. O CLIENTE EM PRIMEIRO LUGAR
A qualidade, dentro do moderno enfoque da qualidade, definida a partir das
necessidades e do interesse do cliente, que deseja dispor de produtos ou servios livres
de deficincias.
Nesse processo, uma tcnica denominada de QDF Quality Function
Deployment (desdobramento da funo da qualidade) consiste em quatro fases para
garantir a satisfao do cliente, atendendo suas necessidades e desejos. So elas:
167
ERA DO CONTROLE
ESTATSTICO
Observao direta do produto
ou servio pelo fornecedor,
ao final do processo
produtivo.
ERA DA QUALIDADE
TOTAL
Produtos e servios definidos
com base nos interesses do
consumidor
Produtos e servios
inspecionados com base em
amostras
Observao de produtos e
servios durante o processo
produtivo
Qualidade garantida do
fornecedor ao cliente.
168
Ela continua sendo praticada pelos consumidores em feiras livres, nos
supermercados e no comrcio de produtos artesanais, com a finalidade de
encontrar o que melhor atende suas necessidades e interesses.
No incio do sculo XX, as grandes empresas criam a funo de inspetor de
qualidade, este era desvinculado hierrquica e funcionalmente do supervisor de
produo, para que seu julgamento sobre a qualidade do produto fosse independente.
Mais tarde criaram-se os departamentos de controle de qualidade, desvinculados dos
departamentos de produo, com a mesma idia de julgamento independente.
7.2 Era do Controle Estatstico
Com a ascenso da grande empresa industrial e da produo massificada,
tornou-se impraticvel inspecionar a totalidade de produtos que saam aos milhares das
linhas de montagem.
Por causa disso, o contexto tornou-se favorvel ao surgimento do controle da
qualidade, que se baseia na amostragem. Para Chiavenatto (2006, p. 235), o Controle
Estatstico da Qualidade tem por objetivo localizar desvios, erros, defeitos ou falhas no
processo produtivo, comparando o desempenho com o padro estabelecido.
As propriedades dessa amostra podem ento ser estendidas ao lote do qual foi
extrada.
O pioneiro da aplicao da estatstica ao controle da qualidade foi Walter A.
Shewhart, dos Laboratrios Bell, que em 1924 preparou o primeiro rascunho do que
viria a ser conhecido como carta de controle.
A adoo das tcnicas criadas por Shewhart, Dodge e Romig foi lenta. Mas aps
a Segunda Guerra Mundial houve um crescimento significativo, pois precisavam de
grande quantidade de itens com elevados padres de qualidade.
A partir da, cresceu o interesse em conhecer cientificamente os mtodos de
controle de qualidade, com publicaes de tabelas de amostragem e implantao de
programas amplos de treinamento. William Edwards Deming (1900-1993) foi um dos
entusiastas, j que era especialista em amostragem e discpulo de Shewhart.
Chiavenatto (2006, p. 236), assim define controle de qualidade por amostragem,
O controle de qualidade por lotes de amostras recolhidos para serem
inspecionados. O controle amostral substitui o controle total por no
interferir no processo produtivo. Se a amostra aprovada, todo o lote
aprovado. Se a amostra rejeitada, todo o lote dever ser
inspecionado.
169
Nesse modelo, faltava uma coordenao central, e fez com que Armand V.
Feigenbaum, em 1951, defender em seu livro Quality control, a idia de que as
empresas deveriam criar um departamento para cuidar exclusivamente da qualidade,
tendo como principal atribuio preparar e ajudar a administrar o programa da
qualidade. O papel do departamento era para dar foco a qualidade, de coordenar as
atividades, dar assessoria (quando necessrio).
O objetivo maior agora, segundo Feigenbaum, era mudar a nfase da correo
para a preveno de defeitos, idia sintetizada na frase fazer certo da primeira vez.
Mas a prtica de preveno foi rebaixada de nvel, aps um perodo de
prosperidade no consumo da sociedade americana. A quantidade da produo ficou mais
importante do que a qualidade, reforando a mentalidade de praticar o controle para
encontrar os defeitos ao invs de evit-los. O problema da qualidade era da estatstica
e dos inspetores, ao invs de ser assunto com a qual toda a empresa deveria estar
envolvida. Isso causou tristeza e preocupao em gurus da qualidade, como William
Deming.
7.3 Era da Qualidade Total
Em 1961, Feigenbaum apresentou uma verso evolutiva das proposies
publicadas dez anos antes, qual deu o nome de controle da qualidade total (TQC
Total Quality Control).
Para Silva (2005, p. 465), a Gesto da Qualidade Total (TQM) capaz de
fornecer s organizaes o impulso para mudanas favorveis, estimulando a fora de
trabalho e possibilitando um ambiente que gere para a empresa uma vantagem
competitiva.
A idia do TQC tinha uma definio de qualidade em que o interesse do cliente
era o ponto de partida.
Portanto, qualidade no apenas a conformidade com as especificaes, que era
a acepo tradicional, na qual predominava a atividade de inspeo. A qualidade teria
que ser embutida no produto ou servio desde o comeo, a partir dos desejos e
interesses do cliente. A concepo do produto ou servio, comearia da, e, em seguida,
viriam outros aspectos que fariam parte do conjunto total de caractersticas do produto,
como confiabilidade e manuteno satisfatria.
Para Chiavenato (2006, 236),
Enquanto o controle estatstico da qualidade aplicvel apenas no
nvel operacional e na rea de produo e manufatura -, a qualidade
total estende o conceito de qualidade a toda a organizao, desde o
nvel operacional at o nvel institucional, abrangendo o pessoal de
escritrio e do cho de fbrica em um envolvimento total. Envolve a
rede de fornecedores at o cliente final em uma abrangncia sem
limites.
170
(1) Marketing: avalia o nvel de qualidade desejado pelo cliente e o custo que
ele est disposto a pagar.
(2) Engenharia: transforma expectativas e desejos do cliente em especificaes.
(3) Suprimentos: escolhe, compra e retm fornecedores de peas e materiais.
(4) Engenharia de processo: escolhe as mquinas, ferramentas e mtodos de
produo.
(5) Produo: a superviso e os operadores tm uma responsabilidade
importante pela qualidade durante a fabricao.
(6) Inspeo e testes: verificam a conformidade do produto com as
especificaes.
(7) Expedio: responsveis pelas funes de embalagem e transporte.
(8) Instalao e assistncia tcnica: a instalao e assistncia tcnica corretas
ajudam a garantir o funcionamento correto do produto.
Com essa nova dimenso, a qualidade deixa de ser atributo apenas do produto ou
servio. Deixa de ser tambm responsabilidade exclusiva do departamento da qualidade.
A qualidade problema de todos e envolve todos os aspectos da operao da empresa.
A qualidade exige viso sistmica, para integrar aes das pessoas, as mquinas,
informaes e todos os outros recursos envolvidos na administrao da qualidade. Isso
exige um sistema de qualidade, que segundo Feigenbaum significa:
(...) a estrutura operativa de trabalho, em relao qual toda a empresa
est de acordo, documentada em procedimentos tcnicos e
administrativos, efetivos e integrados, que orienta as aes das pessoas,
mquinas e informaes, da maneira melhor e mais prtica para assegurar
a satisfao do cliente com a qualidade e o custo econmico da qualidade.
171
QUESTES DE REVISO E DISCUSSO
1) Discuta o conceito de qualidade a partir dos seguintes termos:
a) Excelncia
b) Valor
c) Especificaes
d) Conformidade
e) Regularidade
f) Adequao ao uso
2) Quais os custos de qualidade e da no-qualidade? Voc acha que tem como evitar os
custos da qualidade? E da no-qualidade? Justifique sua resposta.
3) Quais so as dimenses da qualidade para produtos manufaturados e os servios?
Explique cada uma delas, analise as diferenas e semelhanas e d exemplos.
4) Caracterize a qualidade a partir da expresso: o cliente em primeiro lugar.
5) Cite e descreva as principais Eras da qualidade.
6) Descreva e argumente como o controle de qualidade total pode ser aplicado em um
bem durvel como Geladeira em todo o ciclo industrial.
172
173
Desde 1945, os japoneses tm feito enormes investimentos no gerenciamento da
qualidade. Saram de posies retardatrias para a liderana e tm feito isso
segundo uma sistemtica e ordenada progresso.
Na h nenhuma dvida de que as teorias administrativas geradas no Ocidente e as
tecnologias desenvolvidas a partir delas tiveram um profundo impacto no Japo.
Juran usa com freqncia o grfico apresentado na Figura 15.1 para mostrar a
evoluo comparativa da qualidade nos pases ocidentais e no Japo.
174
Muitas mensagens aparentemente simples, mas de grande alcance, que viriam a
se tornar alicerces do moderno enfoque da qualidade, foram nessa ocasio apresentadas
por Deming aos japoneses:
Predominncia do cliente
Importncia da mentalidade preventiva
Necessidade do envolvimento da alta administrao.
175
2.2 Juran
Os japoneses comportaram-se como estudantes aplicados dos professores
americanos. Um deles foi Joseph M. Juran, e sofreu forte influncia de Walter A.
Shewhart. Trabalhou na Western Electric.
Finda a Segunda Guerra Mundial, Juran tornou-se consultor independente, assim
como Deming. Em 1954, Juran foi ao Japo e l ministrou, a convite da JUSE, uma
srie de cursos e seminrios de controle da qualidade destinados alta e mdia gerncia.
Em 1979, fundou o Juran Institute, onde ficou at 1989, ano em que passou o
comando para um de seus colaboradores.
Para Juran, o gerenciamento para a qualidade feito pelo uso de trs processos
universais de gerenciamento: planejamento da qualidade, controle da qualidade e
melhoramento da qualidade. Esses processos so conhecidos como a Trilogia Juran.
O planejamento da qualidade a atividade que visa:
176
2.3 Ishikawa
Os japoneses foram alm das tcnicas e criaram tambm uma filosofia de
administrao da qualidade, qual por coincidncia tambm deram o nome de controle
da qualidade total.
O controle de qualidade total, segundo Armand Feigenbaum apud Maximiano
(2006)
um sistema eficaz de integrar os esforos de desenvolvimento,
manuteno e aprimoramento da qualidade para levar a produo e o
servio aos nveis mais econmicos que resultam em plena satisfao
do consumidor. O TQC requer a participao de todas as divises,
inclusive de marketing, projeto, manufatura, inspeo e expedio.
da qualidade:
177
8. Treinar supervisores: em todos os nveis.
9. Dia do zero defeito: para que todos percebam as mudanas.
10. Estabelecer metas de melhorias: transformar comprometimento em ao.
11. Remoo das causas dos erros: comunicando os obstculos.
12. Reconhecer e valorizar aquele que atinge sua meta de qualidade.
13. Conselhos de qualidade: dividir problemas, experincias e idias.
14. Repetir tudo.
3. A ERA DA QUALIDADE ATINGE A MATURIDADE
Nas Eras da inspeo e do controle estatstico, a nfase est na qualidade do
produto ou servio.
Na Era da qualidade total, a nfase desloca-se para o sistema de qualidade.
Agora, a qualidade no diz respeito apenas ao produto ou servio, nem uma
responsabilidade apenas do departamento da qualidade. A qualidade um problema de
todos e abrange todos os aspectos da operao da empresa. Portanto, assunto que deve
ser tratado de modo sistmico.
Na Era do controle estatstico, as empresas faziam o controle da qualidade no
apenas de seus prprios produtos, mas tambm dos materiais recebidos de seus
fornecedores. Assim, a mesma pea era inspecionada pelo fabricante e pelo
comprador. Havia duplicidade de esforos e custos.
Ao invs de inspecionar os componentes e matrias-primas, os grandes
compradores decidiram exigir que os fornecedores os entregassem com sua qualidade
assegurada ou qualidade garantida.
As empresas passaram a fazer a auditoria do sistema de qualidade de seus
fornecedores, ao invs de inspecionar os produtos.
A empresa compradora passa a exigir que seus fornecedores tenham um
departamento da qualidade, especificaes precisas para todos os seus produtos,
sistemas e mtodos de medio, procedimentos explcitos para lidar com defeitos,
certificaes e assim por diante.
E como fazer a auditoria?
Para certificar-se da qualidade garantida de seu fornecedor, a empresa
compradora faz ento a auditoria do sistema de qualidade. Seus auditores visitam as
instalaes do fornecedor e o inspecionam, com base numa lista de perguntas ou
critrios (ou manual de avaliao).
178
Isto significa que, numa cadeia produtiva, cada fabricante recebe produtos
e servios com qualidade assegurada de seus fornecedores e fornece produtos e
servios com qualidade assegurada para seus clientes.
4. NORMAS ISO 9000
A International Organization for Standardization (ISO) uma organizao
internacional, privada e sem fins lucrativos, que foi criada em 1947 e tem sede em
Genebra, na Suia.
A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), fundada em 1940,
membro fundador da ISO, a organizao nacional de normatizao que representa o
Brasil.
Em 1987, a ISO publicou manuais de avaliao do sistema da qualidade,
chamados Normas ISO Srie 9000 de Padres Internacionais, que sintetizavam diversas
normas j existentes, que regulamentavam as relaes entre fornecedores e
compradores.
Em 1996, foram publicadas as Normas ISO 14.000, que tratam da
administrao ambiental. Ambas fazem parte de um conjunto de mais de 11.000
padres internacionais que a ISO produziu desde sua fundao.
Quando formos estudar gesto ambiental como nova filosofia de administrao,
veremos com mais detalhes a certificao ambiental ISO 14.000
Desde 2000, a famlia ISO 9000 compreende as seguintes quatro normas
especficas a seguir, chamadas padres primrios. Para saber mais, consulte o site da
ISO na internet.
179
Para Silva (2005, p. 462), a famlia de normas ISO 9000 define os padres de
um sistema de qualidade que orientam o desempenho de uma empresa em requisitos
especficos nas reas de projeto/desenvolvimento, produo, instalao e servio.
Ler nas pginas 176-179 do livro de Maximiano sobre os prmios da qualidade:
Deming, Baldrige e Europeu.
QUESTES PARA REVISO E DISCUSSO
1) Analise a situao poltica, econmica e social japonesa aps a Segunda Guerra
Mundial e os motivos que levaram a perseguir a qualidade total.
2) Explique os principais preceitos da qualidade na viso de:
a) Deming
b) Juran
c) Ishikawa
d) Crosby
3) Quais a principais diferenas entre a Era da Inspeo e do Controle Estatstico da
Qualidade para a Era da Qualidade Total?
4) Quais os principais objetivos das Normas ISO?
180
IDIAS ORIENTAIS
Grupos de trabalho autogeridos
Parcerias com fornecedores dedicados,
produo enxuta, mentalidade Just in Time
(somente quando necessrio).
Guerra ao desperdcio
Produo flexvel
Administrao enxuta, empresa enxuta
Crculos da qualidade,
contnuo
Alta qualidade e baixo preo
Toyota, Mitsubishi, Nissan
aprimoramento
181
Esses dois princpios possibilitam a manufatura de produtos de alta qualidade e
baixo preo.
Isso levou a Toyota, de empresa insignificante, posio de terceira
montadora do mundo, atrs de General Motors e Ford. Para o bom funcionamento
desses dois princpios, o sistema Toyota depende do comprometimento e
envolvimento dos funcionrios.
Por isso, a administrao participativa, que promove a participao dos
funcionrios no processo decisrio, tornou-se o terceiro elemento mais importante do
sistema Toyota, ao lado da fabricao com qualidade e da eliminao de desperdcios.
(Ver Fig. 16.1)
Qualidade
Qualidade
Produtividade
Produtividade
Sistema Toyota
Participao
182
Para ser eficiente e competitiva, a Toyota precisaria modificar e simplificar o
sistema da Ford, tornando-o mais racional e econmico. Dessa observao nasceu o
elemento bsico do Sistema Toyota de Produo: eliminao de desperdcios.
Segundo os manuais da Toyota, os desperdcios classificam-se em sete
principais:
Espera
Transporte
Deslocamento
Realizao de operaes e
atividade de transformao
estritamente ligada ao produto
ou servio
In Eficincia inevitvel
Desperdcio
Atividade que
criam valor para o
produto ou servio
183
Racionalizao da fora de trabalho: a Toyota agrupou os operrios em
equipes, com um lder ao invs de um supervisor. As equipes receberam um conjunto de
tarefas de montagem e a misso de trabalhar coletivamente de modo a execut-las da
melhor maneira possvel. O lder deveria trabalhar junto com o grupo e coorden-lo,
substituindo qualquer trabalhador que faltasse. A idia de racionalizao da fora de
trabalho est na raiz de conceitos que viram a ter grande importncia na moderna
administrao: manufatura celular, autogesto e trabalho em equipe.
Mas alm da Toyota, outras empresas inovaram na forma de produo, como
afirma Chiavenatto (2006, p. 115),
Embora a linha de montagem seriada exemplo do fordismo fosse
o mais marcante exemplo da Administrao Cientfica e da abordagem
neoclssica, foi na dcada de 1970 que a fbrica da Volvo em Kalmar,
na Sucia, fez a experincia pioneira de substituir a tradicional linha
de montagem de carros por clulas de produo relativamente
autnomas e baseadas em trabalho em equipe.
184
interesse operar o tempo todo na mxima capacidade. O ritmo de produo ditado
pela capacidade excessiva do primeiro processo, que "empurra" a produo em direo
aos processos sucessivos, resultando inventrio consideravelmente mais alto do que o
necessrio.
A meta do JIT, que foi desenvolvido em 1960 pela Toyota, desenvolver um
sistema que permita a um fabricante ter somente os materiais, equipamentos e pessoas
necessrios a cada tarefa. Para isso preciso trabalhar sobre seis objetivos bsicos:
1. Integrar e otimizar cada etapa do processo de manufatura
2. Produzir produtos de qualidade
3. Reduzir os custos de produo
4. Produzir somente em funo da demanda
5. Desenvolver flexibilidade de produo
6. Manter os compromissos assumidos com clientes e fornecedores
JIC: caso for necessrio, estar pronto
JIT: quando for necessrio, estar pronto
Kanban de requisio;
Kanban de ordem de produo.
185
O Kanban de requisio detalha a quantidade que o processo subseqente deve
retirar.
O Kanban de ordem de produo determina a quantidade que o processo
precedente deve produzir.
Estes cartes circulam dentro da fbrica, entre as fbricas do grupo e dentro das
fbricas cooperativas. Os Kanbans fornecem informaes de retirada de peas e
produo, a interao destas operaes promove o equilbrio da situao Just in time.
O supridor da linha de montagem que produz um produto ou agregado qualquer,
vai linha de usinagem retirar as peas, portanto um Kanban de requisio deixa no
local outro Kanban de ordem de produo.
Produo flexvel: consiste em fabricar produtos, em geral em pequenos lotes,
de acordo com as encomendas dos clientes. Para isso, preciso fazer mudanas
constantes nas mquinas da linha de produo. O Sistema Toyota contrasta com a
filosofia ocidental de fabricar lotes de grandes quantidades utilizando mquinas
dedicadas.
Ohno treinou os operrios para que eles prprios (e no especialistas) fizessem
as mudanas, vrias vezes ao dia, dos moldes de prensa que fazem a lataria dos
veculos. O processo ficou conhecido como produo flexvel.
2.2 Fabricao com Qualidade
A fabricao com qualidade tem por objetivo primordial identificar e corrigir
defeitos e eliminar as causas. tambm uma forma de eliminar desperdcios, porque,
quanto menor a quantidade de refugos e retrabalho, mais eficiente o sistema
produtivo.
A fabricao com qualidade tem trs elementos, que so: fazer certo da primeira
vez, corrigir os erros em suas causas fundamentais e utilizar crculos da qualidade.
Fazer certo da primeira vez: A Toyota e toda a indstria japonesa foi
influenciada pelos professores, especialmente William Edwards Deming.
O mandamento : tomar providncias assim que surgir a anormalidade,
qualquer que seja. Tomar providncias imediatamente resulta em descobrir com mais
facilidade as causas do defeito e cuidar para que o defeito no ocorra outra vez.
A filosofia de fazer certo da primeira vez torna o trabalhador responsvel pela
qualidade de seu trabalho.
Apesar de a Tayota utilizar este princpio desde os anos 50, apenas nos anos 90 a
indstria ocidental conseguiu eliminar os inspetores e tornar os operrios
responsveis pela qualidade de seu prprio trabalho.
Corrigir os erros em suas causas fundamentais: outra providncia da Toyota
foi dar aos trabalhadores o poder de parar a linha de produo sempre que encontrassem
um problema que no conseguissem resolver. Em segundo lugar, os trabalhadores
186
deveriam analisar sistematicamente cada erro, perguntando sucessivamente por qu?
at chegar causa fundamental.
Crculos da qualidade: os crculos de controle da qualidade (CCQ) foram
desenvolvidos pelo Dr. Kaoru Ishikawa e aplicada pioneiramente pela Toyota.
No formato original, o CCQ um grupo de voluntrios de um mesmo setor ou
de outra rea de trabalho que se renem regularmente para estudar e propor a soluo de
problemas que estejam comprometendo a qualidade e a eficincia dos produtos.
H diferentes tipos de problemas de qualidade e eficincia que podem ser
atacados pelos crculos da qualidade: qualidade dos produtos, produtividade dos
recursos, custos, condies do ambiente fsico de trabalho, racionalizalizao dos
processos produtivos, condies e segurana do trabalho, anlise de refugos e
reclamaes de clientes.
No tpico seguinte, abordaremos com mais detalhe o CCQ.
3. FERRAMENTAS DA QUALIDADE
3.1 CCQ Crculo de Controle de Qualidade
Os Crculos de Controles de Qualidade tiveram origem no Japo, por volta de
1962, criada pelo Professor Kaoru Ishikawa, como resultado de um impulso dado a
qualidade na indstria japonesa, e os conseqentes contatos entre as universidades e os
operadores de fbricas.
No Brasil, o movimento foi iniciado em 1972, nos setores de qualidade e
produo da Johnson & Johnson, como uma conseqncia da necessidade de um
programa motivacional de apoio a qualidade, aps o deslocamento da fbrica da cidade
So Paulo para a cidade de So Jos dos Campos, passando por todos os tipos de
dificuldades com os novos empregados. Logo a idia se expandiu para vrias empresas
em todo estado. At o incio de 1981, j se somavam 100 empresas que implementaram
os CCQs.
O CCQ pode ser definido como sendo um pequeno grupo voluntrio de
funcionrios pertencentes ou no mesma rea de trabalho, treinados da mesma
maneira, com compreenso da mesma filosofia e os mesmos objetivos, e que tentam
melhorar o desempenho, reduzir os custos, aumentar a eficincia, etc, especialmente no
que se refere qualidade dos seus produtos ou de seu trabalho.
Para Silva (2005, p. 459),
Um Crculo da Qualidade (CQ) consiste em um pequeno grupo de
empregados o nmero mdio nove que voluntariamente se rene
regularmente para a discusso dos projetos relacionados ao trabalho
para avanar a empresa, melhorar as condies de trabalho e acelerar
autodesenvolvimento mtuo, tudo utilizando conceitos de controle da
qualidade.
187
3.3 Programa 5S
Este um mtodo de trabalho de mudanas comportamentais, que surgiu no
Japo logo aps da Segunda Guerra Mundial, fundamentado no comprometimento das
pessoas, que, combinando suas aes profissionais e pessoais, criam um ambiente com
qualidade para a melhor qualidade de vida.
O mtodo tem como principais objetivos mudar comportamentos e aprimorar
atitudes, trocar informaes entre funcionrios e/ou reas, contribuindo para uma
administrao mais participativa e de maior responsabilidade de todos com as condies
de trabalho da empresa. Os 5s so: senso de utilizao, senso de organizao, senso de
limpeza, senso de conservao e senso de autodisciplina.
188
PREJUZOS
450.000.00
225.000,00
117.000,00
54.000,00
27.000,00
18.000,00
9.000,00
900.000,00
PARTICIPAO
50%
25%
13%
6%
3%
2%
1%
P.ACUMULADA
50%
75%
88%
94%
97%
99%
100%
IMPORTNCIA
1
2
3
4
5
6
7
189
190
191
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