Deuses e Astronautas No Antigo Oriente - W. Raymond. Drake
Deuses e Astronautas No Antigo Oriente - W. Raymond. Drake
Deuses e Astronautas No Antigo Oriente - W. Raymond. Drake
Raymond Drake
Deuses e
Astronautas no
Antigo Oriente
Crculo do Livro
NDICE
1 O universo habitado
2 Em busca dos seres extraterrestres
3 Deuses espaciais da ndia antiga
4 Heris espaciais da ndia antiga
5 Histrias espaciais em snscrito
6 Astronautas no Tibete
7 Astronautas na velha China
8 Astronautas no antigo Japo
9 Reis espaciais no antigo Egito
10 Deuses espaciais no antigo Egito
11 A pirmide e a esfinge
12 O xodo
13 Reis espaciais da Babilnia
14 Deuses espaciais da Babilnia
15 Astronautas na Babilnia bblica
16 Deuses ou astronautas?
Captulo Um
O UNIVERSO HABITADO
Naqueles tempos maravilhosos em que a Terra era jovem e a
natureza resplendia de novidade, seres celestiais desceram
das estrelas para ensinar as artes da civilizao ao homem
simples, criando a Idade de Ouro cantada por todos os
poetas da antiguidade. Durante sculos a humanidade gozou
duma cultura brilhante e prosperou sob o governo benigno
dos reis espaciais, que possuam uma cincia psquica afinada
com as foras do universo e os poderes existentes dentro da
alma humana. Esses seres adoravam o Sol, o divino
Andrgino, smbolo do Criador; faziam ensinamentos sobre
a vida depois da morte, a reencarnao, a ascenso atravs
de existncias em diferentes dimenses at a unio com
Deus. O desenvolvimento da Terra era promovido pelos
planetas solares numa oitava de evoluo acima; orlavam a
Federao Galctica, cujas mirades de mundos floresciam
em deslumbrante esplendor. Em ocasies especiais desciam
Terra e compartilhavam seus arcanos secretos e sua
tecnologia com os iniciados eleitos.
O homem evolui pelo sofrimento. Assim como a luz exige a
escurido para realizar a iluminao, assim a lei divina
decreta que o bem deve ser temperado pelo mal. Deus
verdade eterna e absoluta, alm de todas as vicissitudes dos
homens mortais, mas os msticos suspeitam que Deus,
embora perfeito, precisa duma perfeio mais profunda e
por isso em seu sonho promove a existncia de uma
seqncia interminvel de universos, cada um deles
condicionado pela natureza de seu predecessor, a fim de ele
poder aprender por delegao com a experincia de todas as
criaturas, humanas, espritos, em todos os planetas de todos
os planos de sua Criao. O homem precisa de Deus, e
coisa maravilhosa, a mais maravilhosa de todas! Deus
precisa do homem; do contrrio no o teria criado. A vida
no iluso, nem o universo alguma brincadeira csmica da
Divindade; do inseto mais rudimentar ao arcanjo mais
sublime, de um gro de p a uma galxia, tudo tem
significado. A breve vida de cada homem, suas alegrias e
pesares, contribuem com seu propsito para o plano divino.
Esse conceito de existncia pode ser discutido, mas parece
to prximo quanto a falibilidade humana pode se aproximar
da verdade infinita. Poder o homem, que no se conhece a
si mesmo, conhecer o Criador?
Especulaes esotricas desse gnero no so destitudas de
relevncia para o estudo dos astronautas, nossas almas irms
atravs do universo vivente. O homem est no limiar duma
idade nova de afinidade csmica com as estrelas e agora tem
de esquecer sua filosofia geocntrica egosta; tem de
expandir-se at a conscincia csmica e compreender sua
unidade com toda a criao. Para reorientar seus
pensamentos de modo a abranger todos os seres sensveis
em todas as dimenses do universo, o homem deve
humilhar-se e comear no princpio. No princpio era Deus.
Todas as religies falam dos anjos da luz combatendo os
poderes das trevas pela posse da alma do homem. Esse
conflito entre o bem e o mal no plano espiritual poder
simbolizar de fato a guerra no cu descrita por Apolodoro,
Hesodo e Ovdio, exemplificada pela Torre de Babel no
Genesis e por lendas em todo o mundo.
Em todo o universo poucos homens so santos, muitos so
pecadores, a maioria tem virtudes contrabalanadas por
vcios; em todos os estdios da evoluo ningum
totalmente bom nem totalmente mau.
Os malficos invasores de Jpiter, ou de suas luas,
arrancaram os saturninos da Idade de Ouro e impuseram
uma tirania, levando revolta dos gigantes da Terra. Lendas
existentes em todo o mundo concordam em que houve
guerra na Terra e no cu com fantsticas armas nucleares,
aeronaves e mortferos raios laser, queimando cidades e
fazendo explodir montanhas com raios de eletricidade, des-
truio visvel ainda hoje. Mais tarde, como por castigo
divino, um cometa devastou a Terra, a "civilizao maravi-
lhosa foi destruda, o clima ficou frio, deformaes nas
tenses espaciais interromperam as comunicaes entre os
planetas, a maioria dos homens pereceu e os poucos sobre-
viventes mergulharam na barbrie. Aps sculos de isola-
mento, as velhas cincias e tecnologias foram em grande
parte esquecidas, embora fragmentos da antiga sabedoria
fossem preservados atravs das geraes por iniciados em
todos os pases, inclusive por feiticeiros atualmente. Me-
mrias tribais truncadas e o folclore imaginaram os astro-
nautas como deuses com poderes sobre-humanos, exultando
em batalhas areas ou descendo Terra para novas aventuras
amorosas.
A conscincia humana adivinhava que o homem no estava
s no universo, que em alguma parte no cu, em cima,
existiam seres de grande benevolncia que podiam ajudar a
humanidade. Certas pessoas supra-sensveis afirmavam
possuir influncia junto aos deuses, compuseram uma
teologia e uma comunicao por meio da orao e, a partir
de seu ritual e da sua moral, desenvolveram a religio.
Essa novel interpretao do passado confunde peritos e
leigos igualmente; uns e outros, por motivos diferentes, a
rejeitam como fico cientfica que merece muito pouca
considerao. O domnio extraterrestre da nossa Terra h
milnios pressupe planetas habitados por seres muito mais
adiantados do que ns e senhores de uma cincia que
transcende a nossa cincia atual. Os astrnomos e bilogos
que sugerem a existncia de vida em outras partes do
universo tm o cuidado de acentuar que nenhum dos
mundos nossos vizinhos pode ser habitado, que no h
certeza da existncia de planetas em volta das estrelas
prximas e que, se existem super-homens em outras
galxias, a viagem atravs de milhares de anos-luz parece
improvvel. Os arquelogos sorriem ao desenterrar
esqueletos e no espaonaves, esquecendo-se de que em
poucas centenas de anos toda a nossa aviao se dissolveria
em poeira. Os historiadores dizem que os clssicos nunca
mencionam astronautas, que Plato e Tito Lvio no deviam
conhec-los? Talvez eles os conhecessem, se os lermos
adequadamente? Os metodologistas raramente consideram
as lendas verdadeiras. Eles presumem um significado mais
primitivo ou sugerem simbolismos religiosos. Schliemann
acreditou na Ilada e descobriu Tria; Sir Arthur Evans,
fascinado pela idia de Teseu matando Minotauro,
desenterrou Cnosso e a civilizao minica de Creta; mas os
sbios ainda consideram os velhos deuses personificaes de
foras naturais, antropomorfismos de disposies humanas,
sem dvida um vo de inteligncia acima da maioria de ns
atualmente. possvel que o maior obstculo para aceitar o
advento dos astronautas resida na religio dogmtica. Os
telogos acreditam que a nica preocupao de Deus o
homem na Terra; se existem homens em outras partes,
Cristo deve ser crucificado milhes de vezes em todos os
mundos do universo? Imersos em seus prprios assuntos, a
maioria dos brilhantes especialistas so intolerantes em
relao a quaisquer novos conceitos que contradigam suas
prprias filosofiazinhas.
O homem da rua orgulha-se do seu senso comum, artigo
extremamente incomum; geralmente vive em estado de
transe, embrutecido pelos prazeres e pelas dores da
existncia cotidiana, e tem o crebro lavado pela presso da
propaganda, da imprensa e da televiso. As pessoas comuns
mantm-se uma gerao atrs das ltimas descobertas, tendo
como preocupao principal viver conforme as convenes
sociais de sua comunidade. Acreditam apenas no que vem
e sabem apenas o que querem saber. A conscincia de grupo
evolui lentamente, a educao em massa promete
esclarecimento, mas a histria sangrenta do nosso sculo XX
faz a pessoa mediana desconfiada de novas idias e
desiludida com a tradio do passado em que a nossa
civilizao est baseada; com o crebro toldado pelos
telogos pregando doutrinas surradas e os cientistas
ameaando sua vida com bombas cada vez maiores, ela sente
que seu mundo estaria melhor sem eles. O homem comum
raciocina com uma lgica slida, no deformada pelas
questes que perturbam a teologia e a cincia; quando olha o
cu esplendoroso, sente a maravilha do universo e sabe que
Deus no criou essas estrelas brilhantes apenas para os
homens as olharem. Como seus antepassados na antiguidade,
ele sente que toda a criao palpita de vida e sente que, seja
o que for que os astrnomos possam dizer, naquelas
profundezas estreladas do espao vivem seres sbios e
apaixonados, fracos e pecadores, humanos como ele mesmo.
O conceito de astronautas descendo na Terra atravs da
histria, se fosse provado, revolucionaria os nossos pontos
de vista sobre o passado, inspiraria o nosso presente e
prometeria um futuro glorioso; a humanidade acordaria dum
sonho para a realidade csmica. Finalmente o homem
descobriria seu verdadeiro eu e subiria regenerado at seus
irmos nas estrelas; a humanidade ascenderia a um plano
mais alto, mais perto de Deus.
Antes que possamos compreender a coexistncia de
astronautas, devemos primeiro encontrar-nos a ns mesmos
e avaliar a posio da nossa Terra no universo; devemos
abrir os olhos, destapar os ouvidos, sintonizar nossas almas
com a maravilha csmica da Criao; devemos expandir-nos
alm do espao e do tempo para abraar a eternidade.
O universo real o que Deus pensa, no o que o homem
imagina. A mente finita do homem sintetiza informaes
percebidas pelos seus cinco sentidos, ampliadas pela cincia
num padro que ele denomina cosmos; na medida em que a
sua percepo se intensifica, a sua concepo se expande em
grandeza. Se a viso do homem fosse sensvel a freqncias
inferiores da radiao, ele se maravilharia com aquelas
estrelas escuras detectadas pelos radioastrnomos e seria
cego para as maravilhosas constelaes que semeiam o cu.
Para uma minhoca o universo deve parecer uma escurido
unidimensional; alguns maravilhosos seres adiantados de
Srio talvez percebam uma infinidade de vibraes que lhes
permitam experimentar uma criao transcendente alm de
tudo o que podemos imaginar.
Muito do que existe no vemos, muito do que vemos no
existe. Os astrnomos no podem ver o vazio em que se diz
que as galxias vo declinando, os fsicos no podem ver
dentro do tomo; a luz que vemos de inumerveis estrelas
foi emitida h milhes de anos, e muitas j explodiram
depois disso: agora e o que agora? nossos sentidos
so estimulados por radiaes delas, nosso crebro computa
uma configurao baseada em seu banco de memria e
constri uma realidade. Esotericamente tudo o que vemos
sempre somos ns mesmos, um segredo profundssimo.
A cincia esotrica dos cosmlogos confronta fenmenos
observveis no cu e, desfilando para trs atravs do tempo,
prope teorias plausveis para explicar a origem do universo;
a cincia esotrica dos ocultistas comea com Deus e,
pensando para a frente, adivinha como o universo evoluiu
at o dia presente. A nossa filosofia materialista, ofuscada
pelos benefcios prticos da cincia, que transformou o
mundo, tende a desprezar os ocultistas, que operam nos
reinos do esprito, mas na maravilha infinita da Criao a
cincia e o ocultismo constituem pontos de vista diferentes
da manifestao de Deus, em quem vivemos e nos
movemos, e uma e outro tm igual validade. Pode ser que
superinteligncias em outras galxias percebam o universo e
suas origens em termos alm da nossa compreenso; a
concepo deles e a nossa so relativas realidade; s Deus,
o Criador, sabe a verdade.
O ocultismo a cincia da revelao divina. O ocultista olha
a divindade como o todo, e nenhuma manifestao pode
existir fora de Deus. Desde seu prprio esprito o Absoluto
principia cada dia csmico envolvendo a mente atravs de
mirades de formas at as vibraes mais grosseiras da
matria; quando a involuo est completa, comea a
evoluo; atravs de idades sem conta a matria evolui para
formas mais puras e mais complexas, que gradualmente se
atenuam at o esprito puro, de volta a Deus, que ento
medita sobre a experincia durante uma noite csmica,
quando nada existe. Alguns hindus acreditam que o dia de
Brama dura quinze milhes de anos e seguido duma noite
de igual durao, quando o Absoluto retira a sua
manifestao inteiramente para dentro de si mesmo e reside
no infinito. Ao fim desse perodo, o Absoluto invoca um
novo universo, um refinamento do anterior: dia e noite, em
sucesso interminvel, alm da compreenso do homem.
O ritmo fundamental atividade e inatividade
manifesta-se desde os universos at os tomos, inclusive no
prprio homem, e a base de todas as doutrinas secretas. Os
ensinamentos hindus mais elevados, entretanto, insistem em
que este princpio no se aplica ao prprio Absoluto, que
est constantemente criando e sustentando em sua mente
milhes de universos em diferentes estdios de evoluo;
quando noite numa srie, pode ser meio-dia em outra. A
mudana rtmica, a ascenso e a queda influenciaram
profundamente as filosofias dos antigos; Herclito ensinou
que o universo se manifestava em ciclos; os esticos
acreditavam que o mundo se movia num ciclo interminvel
atravs dos mesmos estdios; os seguidores de Pitgoras
afirmavam que cada universo repetia todos os outros
interminavelmente, na eterna repetio pregada por De
Siger na Idade Mdica e por Ouspensky atualmente. Os
iogues ensinam a evoluo cclica em progresso infinita.
Escritos orientais, os sublimes Upanixades, acentuam que
todo o nosso universo palpita com a Vida Una, adivinhada
pelos filsofos chineses, o inspirado Meister Eckhard,
msticos de todas as religies, Espinosa, Kant e os nossos
fsicos modernos. Os tomos tm conscincia, toda a
matria viva; alguns supra-sensveis afirmam que os
prprios planetas so seres maravilhosos; ns infestamos e
influenciamos a nossa Terra vivente como micrbios. Os
ocultistas crem que dentro do nosso prprio universo exis-
tem universos co-espaciais de freqncias vrias, planos
astrais habitados pelos chamados mortos e almas que es-
peram o renascimento, e tambm dimenses diferentes
povoadas por devas, espritos da natureza, fadas, dementais,
raas de seres em uma corrente de evoluo diferente da do
prprio homem.
A progresso cclica inclui o homem tambm. A alma
humana evolui por metempsicose, reencarnando vida aps
vida em ascenso para a perfeio em Deus. Essa doutrina
maravilhosa foi ensinada pelos sacerdotes egpcios, pelos
mistrios de Elusis da Grcia, por Pitgoras, Plato, Virglio,
os druidas, os sbios hindus, os iogues tibetanos, os magos
persas, a cabala judaica e os antigos padres cristos gnsticos.
Muitas grandes almas como Francis Bacon, Paracelso,
Giordano Bruno, Schopenhauer, Goethe, Gandhi e quase
todo o Oriente atualmente acreditaram m reencarnao
governada pelo carma, a lei de causa e efeito. O homem
sofre por seus prprios pecados. A Terra uma escola de
treinamento qual a alma volta para aprender suas lies, e
depois renascer num planeta mais altamente desenvolvido,
ascendendo atravs duma cadeia de mundos, assimilando
experincia.
Os ocultistas, os iogues e os mdiuns como Swedenborg
acreditavam em inumerveis mundos habitados em vrios
estdios de evoluo; muitos planetas estavam apa-
rentemente ligados em associaes, agrupados em federa-
es galcticas e possivelmente at em organizaes maio-
res. Para as nossas mentes sarcsticas esta concepo cheira
a fico cientfica, com suas guerras interplanetrias e
rivalidades galcticas, mas atrs da fantasia est a verdade
csmica. Tradies ocultistas falam de adeptos e mestres
residentes na Terra que em segredo e silncio dirigem a
evoluo do nosso planeta; diz-se que mantm comunicao
teleptica ou astral com avatares em mundos vizinhos, e so
todos subordinados a seres celestiais no Sol, que
provavelmente obedecem a alguma grande inteligncia que
controla a galxia, obedecendo ela mesma a uma entidade
mais alta ainda e subindo atravs duma hierarquia quase at
o infinito e inefvel Absoluto. H razo para crer que alguns
desses super-seres tm aparecido na Terra por encarnao
ou manifestao astral, ou que aterraram aqui em astronaves;
aqui ensinaram ao homem verdades csmicas, as artes e
tcnicas da civilizao, e promoveram a evoluo humana
de acordo com o plano divino.
O pensamento convencional condicionado pela concepo
judaico-crist da interveno de Deus na histria humana
como a suprema revelao do Criador, e pela filosofia
materialista do nosso sculo XX, ridiculariza o sublime
desgnio csmico dos ocultistas como maluquice, mas
quando os astrnomos olham o espao galctico e os fsicos
sondam o interior dos ncleos atmicos surpreendem-se ao
verificar que o seu novo conhecimento se aproxima muito
da velha e transcendente cincia secreta, das filosofias
hermticas dos iniciados ocultistas.
Todas as grandes religies do mundo expressam o anelo de
homens e mulheres, atravs dos sculos, de descobrir a
verdade da existncia terrestre. Suas almas inquiridoras
pairavam alm das circunstncias materiais e ansiavam por
inspirao, por satisfao, naquele silencioso e doce mistrio
que transcende o universo. O homem se maravilhava diante
das mirades de estrelas que povoavam o cu, dos milagres
da natureza em todos os seus aspectos, da procisso de
humanidade desde o passado remoto atravs dos altos e
baixos da histria e avanando para os planaltos velados do
futuro, do cortejo de nobres feitos, do drama da paixo
mortal, do milagre infinito da prpria vida. A lgica, a
filosofia, a cincia, os triunfos do intelecto humano
permitem ao homem modelar instrumentos para modificar o
seu ambiente e inventar sistemas persuasivos de padres de
pensamento que explicam o universo aparente, mas quanto
mais sua percepo se agua mais a ignorncia do homem se
intensifica, at que o verdadeiro sbio no sabe nada.
A sabedoria traz a humildade. Neste torturado sculo xx, que
comeou numa idade de ouro e agora marcha aos tropees
para o suicdio, os horftens no vem objetivo em suas vidas
e, como os cnicos pagos do passado, comem bem e se
divertem, porque amanh vo morrer. O masoquismo
esquizofrnico, a louca correria para a destruio em massa,
to manifestos na criminalidade nacional e nos conflitos
internacionais, so prova de uma humanidade consumida
por tenses ntimas e medo do futuro, terrvel ignorncia do
universo em infinita expanso. A cincia reduziu o homem
terreno de rei da Criao a uma formiga insignificante; Deus,
de Pai benigno que era, recuou para a distncia de uma
mente inexprimvel e inimaginvel, ocupada a conjurar um
universo de mundos incontveis em dimenses
interminveis, onde a Terra menos que poeira.
Em seus coraes, nunca na histria os homens foram to
religiosos; as crueldades com os homens e animais, aceitas
pela sociedade mais requintada de um sculo atrs, hoje so
condenadas como as orgias da Roma de Nero. Os capitalistas
e os comunistas lutam entre si pelo domnio do mundo, mas
atrs do clamoroso materialismo est a nsia de beneficiar
toda a humanidade; embora os mtodos difiram, na anlise
csmica a melhora do homem certamente obter a bno
de Deus. Os homens so humanos, a vida luta contra a
ignorncia. As pessoas no podem mais aceitar os poeirentos
dogmas do passado sem discusso; a humanidade tem
seguido tantos falsos messias, e hoje os homens procuram a
verdade e no encontram resposta. Espantam-se de ver que
cinco religies rivais em dois mil anos culminaram em
esterilidade espiritual, e, ofuscados pelas iluses do
esclarecimento moderno, destroem as velhas imagens e
descobrem que suas almas mergulharam em um nada do
qual no parece haver sada. A humanidade hoje espera uma
mensagem; os homens olham as estrelas silenciosas e
brilhantes e escutam. A Terra suspira de canseira. A salvao
deve vir do espao.
errado criticar a religio, censurar os sacerdotes zelosos,
ter pena dos iludidos por eles e zombar dos dogmas
tortuosos que sufocam as almas dos homens. A religio deve
adequar-se evoluo do homem. O dolo de pedra do
selvagem primitivo representa para ele alguma fora oculta
que ele no pode compreender; com efeito, os feiticeiros
parecem possuir restos duma antiga cincia que transcende a
nossa prpria sofisticao. A concepo de um deus ou
salvador personalizado como Osris, Orfeu, Crisna, Buda ou
Cristo deu o mais profundo conforto espiritual a incontveis
milhes de pessoas cuja inteligncia limitada no podia
conceber o Absoluto infinito e informe; os ensinamentos
dos livros sagrados e as vidas de homens e mulheres santos
inspiraram multides em sua peregrinao da escurido para
a luz; os homens esto eir diferentes estdios de evoluo; a
orientao de admirveis mestres atravs das geraes prova
sem dvida alguma a presena de poderes superiores e
demonstra a beneficncia de Deus.
A existncia de super-homens no cu foi aceita pelos povos
da antiguidade em todo o mundo; em reao contra o
paganismo, a Igreja Crist destronou os velhos deuses e
fechou as mentes dos homens para o universo vivente.
Durante dois milnios os cristos foram condicionados a
crer que a Terra era o centro da Criao e o homem a nica
preocupao de Deus. Embora os astrnomos modernos
ensinem que as velhas concepes so falsas e que a nossa
Terra um planeta inferior de um sol ano perto da beira da
Via-Lctea, apenas uma de incontveis galxias, essa
concepo mal chegou a permear a conscincia
contempornea, pois o conhecimento de astronomia da
maioria das pessoas atualmente parece que pouco melhor
do que a ignorncia dos primitivos Padres da Igreja; alguns
sbios como Santo Agostinho e o venervel Bede, familia-
rizados com os escritos gregos, tinham conhecimento dos
planetas, da esfericidade da Terra e de fenmenos dos cus,
mas os pontos de vista deles sobre questes cientficas foram
suprimidos pela Igreja. Durante dois mil anos a cincia
esteve adormecida. At hoje os cientistas, que deviam estar
mais bem esclarecidos, parecem relutantes em abandonar
sua idia preconcebida de que s existe vida na Terra,
embora devamos admitir que um nmero cada vez maior,
compreendendo a irracionalidade dessa crena, ensine agora
que deve existir vida atravs de todo o universo, mas no
nos outros planetas do nosso sistema solar. Dizem que
informaes telemetradas dos nossos satlites artificiais
provam cientificamente que no pode existir vida aqui na
nossa prpria Terra; fotografias de foguetes mostram o nosso
mundo deserto como a Lua, com uma atmosfera de
hidrognio irrespirvel. Visto que acreditamos nesses
mesmos instrumentos quando negamos a vida em Marte,
cientificamente ns no devemos existir.
Os cientistas no se levam a srio a si mesmos, nem so
levados a srio pelas pessoas que eles tentam impressionar.
To rpida a avalancha de novos conhecimentos, que todo
o mundo sabe que o que um cientista jura ser verdade hoje
ele prprio desdenhar amanh. A descrena fundamental
hoje nos astronautas pode ser devida ao padro de
pensamento geocntrico imposto pela religio.
Muitos cristos sinceros rejeitam a vida em outros planetas
argumentando que ento Cristo deveria ser crucificado em
cada estrela do cu, embora o Papa Pio XII declarasse que os
homens de outros mundos podero viver num estado de
graa sem a redeno pelo Filho de Deus, unia sutileza
teolgica acima da compreenso da maioria dos leigos. A
Igreja Protestante da Alemanha declarou que Deus teria
criado o homem atravs do universo para louvar suas
maravilhas, mas a maioria acha essa afirmao difcil de
conciliar com o cristianismo.
A cincia moderna torna o mistrio de Cristo mais
profundo. Ns nos perguntamos se Deus, criador de in-
contveis mundos em muitas dimenses, possivelmente
contrabalanado por um universo de antimatria, iria se
encarnar num nico ser na nossa pequenina Terra com um
objetivo que ainda no est bem esclarecido. O nascimento
da Virgem e a ressurreio no se limitam ao cristianismo,
mas so comuns maioria das religies da antiguidade.
Alguns telogos especulam sobre se a crucificao de Cristo
no poderia representar o assassinato de Tamus, o deus
babilnio da fertilidade, ou o Rei Mortal de muitos cultos
antigos. Os pergaminhos do mar Morto surpreendem-nos,
no mencionando Cristo nem o cristianismo, e suas
doutrinas essnias sugerem que parte da doutrina crist se
originou um sculo antes. Nada se encontra sobre Cristo em
fontes contemporneas, surpreendente numa era de
escritores clssicos. Quase tudo o que sabemos sobre ele
vem dos Evangelhos, redigidos por escritores imaginosos
dcadas mais tarde. Alguns eruditos, conquanto aceitem a
realidade do homem Jesus, crem que foi um piedoso
patriota judeu, lder de um movimento de resistncia contra
os romanos, pelo que foi crucificado; outros alegam que
Cristo sobreviveu cruz, viveu em Roma e morreu na ndia.
Argumentos convincentes sugerem que o Jesus histrico foi
realmente Apolnio de Tiana, o grande mestre espiritual que
h mil e novecentos anos errou pelo mundo ento
conhecido, fez milagres, curou doentes e ressuscitou
mortos, a quem os imperadores construram templos e
adoraram como a um Deus.
Voltaire disse: "Se Deus no existisse, o homem o
inventaria". Talvez o cristianismo seja um mito necessrio
evoluo do homem durante esta Idade Pscea perdida!
Negar Cristo no negar Deus; a nossa concepo de Deus
transcende sua humanizao na Terra numa gloriosa
expanso que abrange todos os seres sensveis em todos os
mundos de todos os reinos de todos os universos. A doce
imagem de Cristo oculta um mistrio alm da nossa
compreenso, a humanidade no limiar do espao sobe em
espiral para uma nova oitava de evoluo; a alma inquisitiva
do homem ergue-se acima dos credos dogmticos de ontem
para a religio csmica de amanh.
Captulo Dois
EM BUSCA DOS SERES EXTRATERRESTRES
A cincia, como a religio, refuta os astronautas e, enquanto
muitos cientistas especulam sobre planetas habitados a anos-
luz de distncia, a maioria hesita em admitir seres em
qualquer outra parte do nosso sistema solar e ridiculariza a
descida de seres extraterrestres na Terra. Como a Igreja, a
cincia oficial arroga-se presunes que no podem ser
provadas: a crena fundamental do cientista que a natureza
do universo e sua evoluo podem ser descobertas pelo
homem com o mesmo mtodo cientfico que transformou o
nosso mundo moderno. A cincia supe um universo
espao-tempo, composto de massa e energia, e governado
por leis imutveis. Essa concepo seria contestada pelos
santos, operadores de milagres, que vem a Criao como
uma manifestao de Deus, ou pelos adeptos da magia, que
consideram o universo uma grande mente. Os nossos
ocultistas evocam fenmenos psquicos e supem a
existncia de super-homens nas estrelas que manipulam
foras alm do nosso conhecimento. A cincia com todos os
seus instrumentos maravilhosos percebe apenas uma estreita
fresta do universo real; s Deus pode conhecer a sua prpria
Criao.
Hoje a cincia terica mergulha em profundezas to
esotricas como a religio, expandindo-se em uma rea da
ignorncia cada vez maior, enquanto a religio se fecha na
verdade interior que transcende a discusso. A antiga
afirmao orgulhosa da cincia de que conhece a realidade
dissolve-se num sonho. O slido tomo desaparece em
centenas de partculas, vibraes de energia que beiram o
pensamento puro. A cincia no pode conhecer o mundo
real; os fsicos no podem ver o elctron; o astrnomo v as
estrelas no como elas existem agora, mas como eram h
milhes de anos. A teoria da relatividade de Einstein no
est inteiramente provada, o princpio da incerteza parece
introduzir na fsica os problemas religiosos de destino versus
livre-arbtrio; h uma crescente reao contra a teoria da
evoluo de Darwin; em vez do desenvolvimento gradual
atravs de idades sem conta, parece que ocorreram
mutaes sbitas atravs de cataclismos e mudanas nos
raios csmicos. Alguns pensadores sugerem que o homem
no indgena da nossa Terra, mas que chegou aqui h
muitos milnios, vindo de outro planeta.
O raciocnio cientfico baseia-se na lgica dedutiva e
intuitiva, segundo a metodologia cientfica dos gregos.
Recentemente Goedel provou aos matemticos com clareza
magistral que a lgica dedutiva tem de ser incompleta, uma
vez que possvel fazer legitimamente perguntas sem
respostas aparentes, e a lgica dedutiva procura generalizar
uma teoria partindo de fatos que no podem ser
inteiramente verdadeiros, uma vez que no pode incluir
completamente o futuro nem provas alm da sua
experincia. A lgica no digna de confiana. Muitas
descobertas fundamentais so feitas por inventores prticos
desembaraados do treino cientfico. Simon Newcomb
provou conclusivamente que mquinas mais pesadas que o
ar no podiam voar. E, enquanto ele teorizava
brilhantemente, William e Orville Wright construam seu
aeroplano, o Kitty Hawk, e voavam nele. Muitas grandes
invenes nasceram por acaso, por pura sorte ou sbita
intuio, desafiando a lgica, inspiradas por fontes ocultas ou
pela mente subconsciente do homem. Se o homem no
pode conhecer-se a si mesmo, como pode conhecer o
universo?
Os cientistas consideram que suas experincias tm lugar em
um sistema isolado cuja evoluo, dominada pelo princpio
de Carnot, tende ao equilbrio termodinmico no estado
final de entropia; Giorgio Piccardi, professor de geofsica em
Florena, provou em uma brilhante srie de experincias
que a metodologia da pesquisa baseada nas condies iniciais
falsa. Ensaios qumicos efetuados com estrita preciso, dia
aps dia, ano aps ano, mostraram que os resultados variam
surpreendentemente de acordo com os fenmenos solares e
os campos de fora extraterrenos; a Terra gira em volta do
Sol, que se desloca atravs do espao no sentido da
constelao de Sagitrio. A Terra, pois, desloca-se em uma
trajetria espiral, atravessando linhas de fora criadas pela
Via-Lctea, cujo campo galctico em movimento
influenciado por toda a matria e energia mveis do
universo. Cada ser humano uma concreo de energia
eltrica. Um homem pode influenciar uma estrela, que
influencia o homem. Isso no ocultismo, astrologia ou
misticismo; toda a experincia, toda a paixo humana se
efetua contra o fundo de todo o universo. Toda a Criao
est em constante mudana; a nossa Terra e tudo o que nela
existe so influenciados por foras csmicas, cujas
intensidades totais no podemos medir, mas cujas variaes
alteram resultados preconcebidos, tanto no mundo da
matria como em nossas mentes.
A cincia, como a religio, tem dado muito humanidade;
seu domnio e manipulao do mundo fsico tem
revolucionado as vidas dos homens para o bem ou para o
mal; o mtodo cientfico a glria do intelecto humano.
Devemos reconhecer que ao considerarmos os seres extra-
terrestres no presente e no passado estamos lidando com
fenmenos fora da experincia da cincia e da religio
geocntricas; a apreciao de ambas essas disciplinas poder
trazer esclarecimentos, mas a revelao s pode vir do
espao. Embora a cincia ortodoxa, mesmerizada por seus
espectroscpios, negue a existncia de seres em outros
planetas solares, os cientistas compreendem que, uma vez
que todas as estrelas parecem compor-se dos mesmos
noventa e dois elementos bsicos da nossa prpria Terra,
provvel que existam formas de vida atravs de todo o uni-
verso. Alguns astrnomos crem que os planetas So pro-
dutos derivados da criao das estrelas, resultado da
concreo de tomos nascidos da energia csmica. A lenta
velocidade angular do nosso Sol dizem que devida sua
famlia de planetas, porque na nossa prpria galxia deve
haver milhes de sis como o nosso e mais ou menos da
mesma idade, a maioria deles provavelmente com planetas.
Os biolgos declaram que a vida aparece onde quer que as
condies favoream o seu desenvolvimento e consideram a
prpria vida como um fenmeno eletroqumico e no um
fenmeno espiritual. A atmosfera primeva da Terra consistia
em amnia, nitrognio e hidrognio, com um pouco de
oxignio e bixido de carbono a altas temperaturas,
carregada de tempestades eltricas que sintetizavam
aminocidos no mar, os quais evoluam para substncias
orgnicas, cujas clulas se reproduziam, produzindo atravs
de idades sem conta as mirades de formas de vida atual. Essa
evoluo deve ocorrer em todos os planetas semelhantes
Terra; enquanto os habitantes de alguns devem viver em
uma idade da pedra, os povos de outros mundos podem ter
atingido uma tecnologia muito superior nossa.
Atravs de sua histria a nossa Terra tem sido bombardeada
por chuvas de pedras do cu, a maioria das quais se inflama e
reduz a p na atmosfera superior; alguns sideritos,
compostos de ferro e nquel, juncam o fundo do oano,
outros aerlitos, no metlicos, esto muitas vezes
misturados com rochas terrestres; em raras ocasies
gigantescos meteoros tm produzido imensas crateras em
todo o mundo. Em 1836 o qumico Berzelius analisou
pedras cadas na Frana e ficou espantado de verificar que a
substncia carbnica continha considervel quantidade de
gua, muito surpreendente numa matria do espao. Mais
tarde, Berthelot examinou fragmentos do meteorito Orgueil,
de 1864, e encontrou substncias orgnicas. As sugestes de
que tais descobertas evidenciavam vida extraterrestre foram
ridicularizadas pelos astrnomos, os quais argumentaram
que, visto que a cincia acreditava no poder existir vida no
espao, por conseguinte no existia vida no espao. Em
1961, motivados pela pesquisa espacial em curso, o
Professor Nagy e seus colegas reexaminaram fragmentos do
meteorito Orgueil e verificaram que sua microestrutura era
de origem viva, contendo hidrocarbonetos, que mais tarde
analisaram como complicadas cadeias de substncias graxas,
e at hormnios sexuais, anlogos, mas no completamente
idnticos aos do metabolismo terrestre. A anlise de
meteoritos em museus de todo o mundo acusou diversos
vestgios minsculos, mas inconfundveis, de compostos
orgnicos. Esses meteoritos podem ser fragmentos do
suposto planeta Maldek, entre Marte e Jpiter, que se
acredita ter explodido, desfazendo-se em asterides; essas
chuvas meteorticas devem cair em Marte, em Vnus e na
nossa Lua. Em tempos idos as estrelas cadentes tinham
significao flica, as pessoas acreditavam que elas
inseminavam a Terra recumbida. Isso pode ser que seja
verdade. Pode ser que a vida seja levada nas correntes
espaciais de planeta para planeta. Os nossos cientistas
concordam agora com os antigos em que deve existir vida
em toda parte.
Os nossos maiores telescpios pticos no so poderosos o
bastante para distinguir se existem quaisquer planetas em
volta de Alfa Centauri, a estrela mais prxima, a quatro anos-
luz de distncia, e at recentemente tal deteco parecia
impossvel. Os radioastrnomos observaram perturbaes
nos sinais do Sol quando os planetas Jpiter e Saturno
ocupavam certas posies, sugerindo que periodicamente
sua gravitao exercia maior influncia sobre a radiao do
Sol. Perturbaes peridicas nas emanaes de outras
estrelas no binrias sugeriram um fenmeno semelhante e
h uma certeza razovel de que a estrela de Barnard, distante
seis anos-luz, tem uma companheira invisvel e que a Tau
Ceti, distante onze anos-luz, tambm tem planetas. Os
astronautas russos acreditam que os lampejos de luz laser da
estrela Cygnus 61, em 1894 e 1908, foram respostas a um
aparente sinal da Terra, na realidade a erupo do Krakatoa,
em 1883. As estrelas giram rapidamente ao tempo de sua
criao; depois, em certo momento, diminuem de
velocidade, exaurida sua energia pelos planetas
acompanhantes. A observao infere que para saber se uma
estrela tem planetas basta apenas medir a velocidade de sua
rotao; a oscilao no movimento de uma estrela pode
agora ser considerada prova de companheiros planetrios
no detectados.
Os biologistas provam que a substncia fundamental de todas
as formas de vida o cido desoxirribonuclico, ADN, cuja
molcula espiralada contm em cdigo toda a informao da
hereditariedade encadeada como um fio de contas. Esse
polmero compe-se de acar, cido fosfrico e bases
nitrogenosas. A descoberta do ADN em outros planetas seria
geralmente aceita como prova de vida. A Administrao
Nacional de Aeronutica e Espao da Amrica, mantendo
seu programa para o primeiro desembarque do homem na
Lua e sondas para Marte e Vnus, est realizando pesquisas
intensivas para descobrir vida no espao. Uma tcnica
notvel de espectroscopia de absoro poderia detectar a
presena de base nitrogenosa e por conseguinte vida em
amostras de solo; por isso os americanos inventaram o
sistema multivador de deteco de vida, um laboratrio
biolgico em miniatura, com meio quilo de peso apenas, que
pode efetuar quinze experincias separadas. Ao pousar num
planeta so sopradas amostras de solo atravs do multivador,
so injetados solventes em cmaras de reao, lmpadas
fluorescentes acendem-se em seqncia, medida a
fluorescncia e as medidas so telemetradas para a Terra para
decifrao. O microscpio Vidicon transmitir fotografias de
microrganismos da superfcie de um planeta; Gulliver, uma
sonda bioqumica de radioistopo com a forma de um
pequeno cone, desenrola trs fios de quinze metros
recobertos por uma susbtncia viscosa, depois enrola-os de
volta para dentro de um caldo de cultura. Em quatro horas
os organismos vivos devem comear a crescer, produzindo
aumento do gs radiativo; a radiatividade ento registrada
por um contador Geiger, cuja informao imediatamente
transmitida de volta Terra.
Os aminocidos, componentes das protenas, quando
aquecidos a vapor, podem ser detectados por meio de
espectrometria. Os exobiologistas da ANAE (NASA) tencio-
nam depositar espectrmetros miniaturizados em massa na
superfcie dum planeta, os quais constataro o espectro de
qualquer molcula biolgica e o transmitiro de volta
Terra. Dizem eles que essa experincia poder detectar uma
forma de vida no conhecida por ns. Outro dispositivo
engenhoso uma Armadilha Wolf (do nome de seu
inventor, o Professor Wolf Vishniac). Consiste essa cha-
mada armadilha num tubo destinado a sugar poeira por meio
de vcuo, poeira que ser imersa num meio de cultura. Se
crescerem bactrias, elas produziro uma mudana na
intensidade da luz em uma clula fotoeltrica, cuja variao
de sinais ser transmitida para a Terra. Uma nova
possibilidade o lanamento dum espectrofotmetro
ultravioleta para comparar as cores dos espectros das pro-
tenas e dos peptdios para estabelecer a presena de mo-
lculas orgnicas; espera-se tambm detectar organismos
vivos no espao por meio de cromatografia gasosa. Os
cientistas propem-se usar uma mistura de luciferina e
lucifran, extradas dos vagalumes, cujo brilho produzido
por sua reao com ATP (trifosfato de adenosina), que se
encontra em todas as clulas vivas. Quando a mistura entrar
em contato com qualquer quantidade de ATP, as substncias
qumicas brilharo e o resultado transmitido para a Terra
ser interpretado como encontro com clulas vivas. Essas
tcnicas notveis mostram que a Administrao Nacional de
Aeronutica e Espao reconhece a possibilidade de vida
extraterrestre e utiliza todos os artifcios da cincia para
provar sua existncia.
O astrnomo russo Joseph Shklovsky, aps brilhante anlise
da nossa galxia, supe que, se a distncia entre duas
civilizaes for de cerca de dez anos-luz, s trs estrelas, a
Epsilon Eridani, a Tau Ceti e a Epsilon Indus tm
probabilidade de possuir seres inteligentes capazes de se
comunicarem conosco. Os americanos, escutando na
freqncia de hidrognio de mil quatrocentos e vinte
megaciclos, afirmam que receberam fortes impulsos dessas
estrelas. O professor americano Robert N. Bracewell apia
Shklovsky e produziu grficos mostrando que, na suposio
de que uma civilizao tecnolgica dure dez mil anos,
dentro dum raio de mil anos-luz deve haver cerca de
cinqenta mil civilizaes. A essa distncia os sinais de rdio
seriam demasiado fracos para deteco, e sugere-se que
foguetes com radiossondas a uma velocidade de cento e
sessenta mil quilmetros por segundo poderiam em alguns
sculos aproximar-se de civilizaes distantes, emitir sinais,
registrar e reenviar sinais recebidos e talvez televisionar para
outros mundos um mapa dos cus onde a sonda se originou.
No comeo de abril de 1964 os russos lanaram sua Sonda 1
com destino desconhecido e em abril de 1965 Gennady
Sholomitsky anunciou que tinham descoberto uma nova
civilizao a milhes de quilmetros de distncia no espao.
Emisses de radioondas de uma fonte misteriosa conhecida
por CTA-102 seguem um padro regular de lampejos a cada
cem dias, sugerindo controle por seres inteligentes. Os
radioastrnomos de Jordrell Bank mostram-se cticos e
atribuem as pulsaes a uma quasar, mas o Dr. Nikolai
Kardashev sustenta que as emisses so extremamente
pequenas e devem ser de origem inteligente. Cientistas de
Moscou consideram esta a descoberta mais notvel da
radioastronomia. Esses sinais lembram as pulsaes do
espao recebidas por Tesla e Marconi no princpio do
sculo.
Os milhares, talvez milhes de civilizaes da nossa galxia
certamente anunciaro a sua existncia a estrelas do seu
permetro como o nosso prprio Sol e provavelmente
enviaro radiossondas para explorar o nosso sistema solar.
H cerca de trinta anos Stormer e Van der Pol detectaram
ecos anormais, repeties de sinais da Terra vrios minutos
depois de sua emisso; Bracewell acredita que eram
repetidos por uma sonda automtica extraterrestre a milhes
de quilmetros de distncia.
Shklovsky acha que possvel que inteligncias supremas
modifiquem as prprias estrelas. Declara ele que algumas
estrelas da rara srie espectral S revelam vagos vestgios de
tecncio, que no se encontra naturalmente na Terra, pois
um p branco-prateado, produzido num reator nuclear. O
perodo de vida do tecncio radiativo de apenas duzentos
mil anos, e difcil compreender como possa existir em
estrelas com milhares de milhes de anos de idade.
Shklovsky pergunta se super-homens no tero
manufaturado milhes de toneladas de tecncio e impreg-
nado com ele a atmosfera de algumas estrelas para mani-
festarem ao universo vigilante a realidade de inteligncia no
espao. Uma empresa to fantstica de assombrar, mas
quem sabe que tecnologia os super-homens no possuem?
Os russos perguntam-se se as grandes inteligncias csmicas
no sero, na realidade, engenheiros estelares, capazes de
modificar e controlar o desenvolvimento de estrelas e com
incrveis raios laser faz-las explodir como supernovas.
A prova de seres inteligentes no nosso prprio sistema solar
pode existir nas luas de Marte: Fobos, a nove mil e trezentos
quilmetros do centro de Marte, e Deimos, a vinte e quatro
mil quilmetros, esto mais perto de seu planeta do que
qualquer dos satlites naturais conhecidos.
Shklovsky nota que os nicos corpos celestes do sistema
solar que se movem em volta dum planeta mais rpido do
que este gira sobre seu eixo so Fobos e os satlites artificiais
da Terra; acentua que Fobos, com um dimetro de dezesseis
quilmetros, e Deimos, com oito quilmetros, parecem
objetos pequenos demais para um sistema planetrio;
nenhum dos dois tem a clssica cor vermelha de Marte; a
acelerao da rotao de Fobos sugere retardamento na
atmosfera marciana e final queda no planeta, como
acontecer com os nossos prprios satlites artificiais. A
densidade das luas demasiado pequena para satlites
naturais e sugere cascas ocas de ao, com uma espessura de
oito centmetros apenas, segundo clculos de Andr
Avignon. A ausncia de peso no espao tornaria a
construo de tais luas artificiais tecnicamente possvel.
Shklovsky sugere que Fobos e Deimos so monumentos de
alguma raa marciana de eras passadas girando em volta dum
planeta morto, como os nossos prprios satlites podero
ficar girando em volta da Terra depois que perecer o ltimo
homem. Fotografias tiradas pela sonda espacial americana
Mariner IV sugerem que a superfcie de Marte deserta,
sem os famosos canais. Pelo menos uma foto revelou uma
construo quadrangular, que encoraja a crena na
possibilidade de inteligncia em Marte.
Embora os cientistas se mostrem cticos, supostas
comunicaes de seres espaciais com pessoas supra-sensveis
na Terra insistem em que gente como ns habita no s os
planetas em volta do nosso prprio Sol, mas tambm outros
mundos em volta de incontveis estrelas. O universo inteiro
palpita de vida.
O maior impedimento para a aceitao de seres
extraterrestres a ignorncia da realidade pelo homem. Cada
homem o centro de seu prprio universo particular
conhecido por seus cinco sentidos, sintetizado numa mente
condicionada pela educao e pela experincia. O universo
dum homem a quintessncia de seus prprios pensa-
mentos; alguns intuitivos tentam humildemente transcender
seu ponto de vista egocntrico aspirando a ver o universo
pelos olhos do Criador, mas verificam que no podem esca-
par priso do eu e reduzem Deus sua prpria imagem.
Como todos os homens tm faculdades sensoriais semelhan-
tes e em qualquer momento d histria so condicionados
por padres de cultura semelhantes, segue-se que a expe-
rincia geral produz concordncia comum quanto aparente
natureza do universo, cuja aparncia muda de acordo com o
novo conhecimento. A nossa cosmologia atual difere
enormemente da Terra chata e das esferas celestes con-
cntricas pressupostas por Ptolomeu, mas daqui a dois mil
anos a nossa prpria concepo de um universo finito em
expanso pode parecer ridcula.
natural para o homem limitar o universo prova de suas
prprias percepes sensoriais ampliadas por instrumentos
engenhosos e negar a realidade a domnios fora de sua
percepo imediata. A observao restrita pode ser
equiparada atitude mental rgida; algumas pessoas acham os
fenmenos ocultos inaceitveis para a cincia, e, entretanto,
durante milhares de anos tem-se acumulado uma vasta
literatura dedicada descrio de dimenses e estados de
existncia fora do conhecimento normal.
A afirmao dos ocultistas de que existem mundos invisveis
em reinos astrais e planos etreos habitados por devas, fadas
e os chamados mortos foi por muito tempo, ridicularizada
pelas pessoas comuns, que acreditavam no senso comum, e
pelos cientistas materialistas, mesmeriza- dos por seus
prprios instrumentos. O estudo dos tomos insubstanciais,
a descoberta de dezenas de partculas subatmicas, o novo
estado da matria conhecido como plasma e a maior
conscincia dos campos vibratrios revolucionaram a
concepo cientfica da matria, aproximando-a dos
ensinamentos dos antigos filsofos hermticos e dos iogues
do Tibete. Os fsicos agora admitem que o que
denominamos universo fsico apenas o espectro de vibra-
es apreendidas pelos nossos sentidos fsicos; lgico
supor que podem existir freqncias de matria alm da
nossa tangibilidade, exatamente to reais como essas estrelas
escuras que no podemos ver. Pode existir matria em
oitavas co-espacialmente umas dentro das outras; dentro da
nossa prpria Terra podem interpenetrar-se outros mundos
habitados por seres quentes e apaixonados, que podem
manifestar-se aos nossos sentidos como aparies, ou,
inversamente, seres terrenos podem por acaso desaparecer
em outra dimenso. O fato que os ocultistas afirmam
existir outro mundo co-espacial da Terra, um mundo cuja
capital Sambal, uma gloriosa cidade eterna coexistente
com o nosso deserto de Gobi; alguns adeptos dessa teoria
afirmam que visitam esse reino em seu corpo astral.
Os ensinamentos dos ocultistas outrora escarnecidos so
hoje levados avante por pesquisadores ultramodernos, os
paracientistas que afirmam ter contato com seres da Vnus
etrea que gozam duma civilizao maravilhosa muito
superior nossa. interessante notar que a Doutrina Secreta
e essa obra profunda que Oahspe falam de seres etreos
descendo em naves de fogo de seu plano para o nosso
prprio plano material h muitos e muitos milhares de anos.
A filosofia hermtica ensinava que com o tempo a nossa
prpria Terra seria espiritualizada por vibraes cada vez
mais sutis, passando da nossa atual oitava grosseira a um
plano etreo e ficando cada vez mais requintada, at a
absoro por Deus.
Alguns paracientistas de fronteira acreditam que os
aparecimentos e desaparecimentos de UFOS so manifes-
taes de astronaves de mundos invisveis, cujos coman-
dantes tm o poder de retardar suas freqncias fsicas para
se materializarem diante de ns.. Alguns supra-sensveis
afirmam possurem a capacidade de viajar em seus corpos
etreos e falam de aventuras inspiradoras em mundos alm
da percepo normal.
A realidade de planetas etreos assusta as nossas mentes
condicionadas ao plano materialista; entretanto, a sua
aceitao explicaria facilmente muitos fenmenos ocultos,
episdios maravilhosos da Bblia e da literatura religiosa,
bem como muitas estranhas manifestaes na histria que
nos intrigam. Talvez alguns dos deuses do passado de fato
"descessem" Terra, vindos do "cu", essas paragens
interiores dentro do nosso universo fsico.
At h pouco tempo, os fsicos acreditavam que Deus,
quando criou o universo, decidiu solenemente construir
seus tomos com um ncleo de prtons carregados posi-
tivamente e nutrons no carregados, em volta do qual
giravam elctrons carregados negativamente, criando um
universo positivo habitado por gente positiva as nossas
positivas pessoas. Por que Deus havia de mostrar tal pre-
dileo pelo positivo, quando toda a Criao, segundo
parece, funciona no equilbrio dos opostos, a dualidade do
bem e do mal, do certo e do errado, da luz e da escurido?
Isso incomodava certos filsofos, que raciocinavam que,
pelo princpio fundamental universal da simetria, devia
existir um universo negativo, espelho do nosso prprio
universo. Essa suposio fantstica parecia ser uma das
maluquices mais levianas da cincia, como a levitao e a
quadratura do crculo, e era reprovada pela Igreja. Acusar
Deus de criar um universo canhoto era indubitavelmente
um pecado mortal.
Em 1957, Madame Wu, sem a inibio da nossa teologia
crist, congelou cobalto radiativo e surpreendeu-se ao
verificar que seus eltrons emitiam anti-simetricamente em
relao direo prevista; dois sino-americanos, T. D. Lee e
C. N. Yang, mais tarde descobriram que a rotao de certos
elctrons era assimtrica em relao matria convencional,
sugerindo desse modo a existncia de matria negativa em
relao nossa, como se fosse por assim dizer o seu reflexo
em um espelho. Novas pesquisas dos raios csmicos e
partculas, acelerados eii cclotrons, revelaram antiprtons,
antinutrons, elctrons positivos ou postrons, sugerindo
antimatria paralela. No momento da Criao
provavelmente uma partcula de matria positiva e uma
partcula de antimatria entraram em coexistncia e foram
imediatamente repelidas pela antigravidade, pois estes
opostos ao se tocarem aniquilam-se, mergulhando no vazio
primevo. Para que a totalidade da Criao seja uniforme,
cada tomo de matria positiva deve ser equilibrado por um
tomo equivalente de antimatria, do contrrio a Criao
seria desequilibrada e tal desequilbrio levaria sua
destruio, alm de ferir o nosso senso inato de harmonia.
No universo de antimatria as nossas leis de fsica seriam s
avessas; a antigravidade faria as mas "carem" para cima,
anticlulas fabricariam anti-homens e fabulosas
antimulheres.
Alguns astrnomos atualmente conjeturam que algumas das
galxias que enfeitam os cus podero ser de antimatria, e
suas colises com galxias positivas podero ser o que causa
aquelas exploses de energia que partem do espao. Os
fsicos esto correndo para isolar a antimatria, e o vencedor
poder fazer uma antibomba que acabar com tudo.
Mas em 1966 esse princpio de simetria foi seriamente
contestado. Um grupo de fsicos em Brookhaven, Long
Island, sob a direo do Dr. Paolo Franzini, com sua mulher,
Dra. Juliet Lee-Franzini, o Dr. Charles Balty e o Dr.
Lawrence Kirsch, analisaram meio milho de fotografias de
colises atmicas dentro dum tanque de hidrognio pesado
lquido. Quando uma partcula chamada mson eta decai sob
um processo eletromagntico, eles verificaram diferenas
inesperadas nas velocidades das partculas positivas e
negativas. Os fundamentos matemticos da fsica moderna
baseada na teoria da relatividade e na mecnica quntica
esto agora abertos discusso. O nosso universo parece
estranhamente torto.
Em 1964 os americanos descobriram que as observaes do
mson K pareciam indicar a direo em que o tempo voa. O
Dr. F. R. Stannard, fsico do University College, de Londres,
sugere no nmero de Nature de agosto de 1966 que
possvel que estejamos rodeados por outro universo,
invisvel, onde o tempo corre para trs. O nosso universo
aparentemente enviesado pode ser equilibrado por outro
governado pelas mesmas leis fsicas, mas no qual o tempo
invertido; a totalidade da Criao seria assim simtrica, em
concluso. Essa teoria pressupe um universo faustiano
completamente isolado do nosso; um homem faustiano
poderia passar atravs de ns, podem existir galxias
faustianas no cu que parecem absorver a luz em vez de
emiti-la. Do nosso ponto de vista, os habitantes faustianos
pareceriam viver de diante para trs, ficando mais jovens em
direo ao seu nascimento; tais seres pareceriam estar
viajando, por assim dizer, do nosso futuro para trs. A
interao desses universos complementares pode ser
sugerida pelo comportamento peculiar dos msons K; estes
decaem rapidamente em outras partculas, mas a proporo
parece viver muito mais tempo do que deveriam viver.
Teoriza-se que alguns msons K do um salto de tempo para
o universo faustiano, onde ficam mais jovens, depois saltam
de novo para trs. Outra partcula esquiva, o quark (partcula
elementar da matria), hipoteca um novo nvel de realidade
com idias estranhas de espao e tempo, mesmo de
causalidade. Na ndia fotografias mostraram que um raio
csmico neutrino atingindo um ncleo atmico na rocha
formava, no um mson, mas dois, sugerindo que tinha sido
produzido no apenas um muon, mas tambm um boson,
que logo decaa em outro muon; os fsicos, agora com seus
formidveis aceleradores, esperam tremendos
desenvolvimentos que levem ao controle da gravidade. Essas
concepes esotricas confundem o nosso entendimento.
Entretanto, os extraterrestres, com suas tecnologias
adiantadas, provavelmente possuram tcnicas nucleares
alm da nossa imaginao.
Alguns pesquisadores afirmam que os UFOS vm no de
outros planetas, mas da nossa prpria Terra. A cincia
ridiculariza as pretenses de que a nossa Terra oca, mas h
quem afirme que aberturas existentes no plo Norte e no
plo Sul do acesso fantstica civilizao de Agharta,
muitos quilmetros abaixo da superfcie, povoada por
lemurianos e atlantes, cujos continentes pereceram h
milnios. Dizem que esses subterrneos chegam nossa
superfcie por tneis secretos e para observarem o nosso
mundo tambm de discos voadores; agora esto mais preo-
cupados do que nunca com as nossas bombas de hidrognio,
que podero destruir-nos e destruiro a eles tambm. Essa
teoria poder parecer estranha para o padro de pensamento
a que estamos condicionados, enquanto no recordarmos as
lendas gregas dos ciclopes e suas oficinas subterrneas, onde
eles fabricavam armas maravilhosas para a guerra entre os
deuses e os gigantes, e tambm as histrias medievais de
intrusos de uma terra sombria, os ensinamentos rosacruzes
sobre lemurianos que viviam sob o monte Shasta, na
Califrnia, e o mistrio de Shaver sobre uma suposta
comunicao de super-homens do interior da Terra. A
descoberta que fez o Almirante Byrd, de uma regio sem
gelo, com montanhas, florestas, lagos e rios, onde
aparentemente se entrava por uma abertura no plo Norte,
parece indicar a existncia de um mundo subterrneo. O
aumento do interesse pela Antrtica e pelos UFOS que foram
vistos mergulhar nas profundezas do mar sugere a existncia
de outros reinos fascinantes dentro d nosso mundo
surpreendente.
Alguns matemticos insinuam seriamente que os UFOS so,
na realidade, mquinas do tempo da nossa prpria Terra,
vindos de muitos milhares de anos no futuro. O nosso
conceito minkovskiano do universo aceito, do seu espao-
tempo governado pelas teorias da relatividade de Einstein,
contestado pelos modelos complexos de Kurt Goedel, que,
embora compatveis com a relatividade geral, no obstante
pressupem a existncia do futuro com linhas de tempo
"abertas" e "fechadas", permitindo a volta de seres vivos do
futuro.
Seja qual for a dimenso em que os astronautas se originem,
as lendas de todos os pases parecem mostrar que desde h
milhares de anos seres dotados de sabedoria transcendente
tm intervindo nos negcios humanos. O homem pode
aprender muito com as estrelas, mais que com a histria. O
que foi ser novamente; o futuro est no passado. O segredo
do destino do homem pode ser encontrado no antigo
Oriente.
Captulo Trs
DEUSES ESPACIAIS DA NDIA ANTIGA
Os povos da antiguidade imaginavam que suas civilizaes
comearam no Oriente e maravilhavam-se com aquelas
terras encantadas do levante onde imperadores governavam
em ureo esplendor, escravas se tornavam rainhas, santos
homens realizavam milagres, e entre cujas multides atravs
das idades se encarnavam aqueles divinos salvadores para
ensinar humanidade o amor de Deus. Ainda hoje, no
nosso sculo XX materialista, apesar da nossa decantada
cincia e do nosso ceticismo, sentimos nossas almas
empolgadas pelo fabuloso Oriente e sentimos aquele verniz
de sofisticao que vela o mistrio imemorial do prprio
homem.
As mais antigas fontes de sabedoria do mundo devem estar
na ndia, cujos iniciados h muito tempo sondaram os
segredos do cu, a histria da Terra, as profundezas da alma
do homem, e formularam aqueles sublimes pensamentos
que iluminaram os magos de Babilnia, inspiraram os
filsofos gregos e exerceram sua sublime influncia sobre as
religies do Ocidente. Quando os rias invadiram a ndia,
vindos de sua terra desconhecida no norte, e por volta de
2.000 a.C. subjugaram os restos duma civilizao cuja
origem remontava aos prprios deuses, h milnios sem
conta, herdaram aquelas tradies ocultas da Lemria e da
Atlntida que falavam de intercmbio csmico com mestres
do espao. Sculos mais tarde, ondas de rias de pele clara
migraram das plancies superpovoadas do Ganges e,
ladeando o Himalaia, espraiaram-se para o norte at a Prsia,
para o oeste at a Grcia e at a Glia, trazendo sua cultura e
seus deuses, e o snscrito, a lngua da civilizao, raiz da
lngua que falamos atualmente. Se homens do espao
desceram na Terra em eras passadas, como sugerem lendas
amplamente difundidas, esses deuses do cu certamente
dominaram a ndia antiga.
Enquanto os cientistas do nossa Terra quatro mil e
quinhentos milhes de anos e os paleontologistas desen-
terram crnios humanos de um milho de anos, os histo-
riadores restringem a civilizao a seis milnios, imaginando
que por enormes espaos de tempo os homens viveram no
limbo duma Idade da Pedra, em uma civilizao suspensa,
at que o destino subitamente arrancou o Homo sapiens da
escurido para a luz; os arquelogos de vez em quando
descobrem artefatos que as tcnicas do carbono 14 e do
potssio-argnio datam de incrvel antiguidade, mas, na
ausncia de registros contemporneos, essas relquias so
postas de lado. Os telogos pregam que Deus criou o
homem para louvar suas maravilhas e vagamente acusam o
Criador de esperar-milhes incontveis de anos enquanto se
divertia a observar idades geolgicas de brontossauros se
banhando toa nos pntanos antes de colocar seus bonecos
neste palco terreno. Se Deus realmente esperou uma tal
imensidade de tempo antes de criar o homem, seremos to
importantes aos seus olhos como os insetos que criou
primeiro e que continuaro infestando o nosso planeta
muito depois que o ltimo ser humano se tiver dissolvido
em p? A falta de documentos escritos da distante
antiguidade impede de fato o estudo cientfico, que obedece
sua prpria disciplina de fatos, mas a pobreza de provas
diretas sujeitas a exames atentos no refuta inteiramente a
existncia de civilizaes antiqussimas. Tria ficou perdida
durante trs milnios, at Schliemann desenterrar a coroa de
Helena, o rosto que lanou ao mar mil navios e queimou as
torres altssimas de llion. A Babilnia de Nabucodonosor, rei
dos reis, deixou um monte de entulho sob o lodo da
Mesopotmia, a bela Pompia perdeu-se para a histria at
que foi desenterrada pela p. Quem sabe que cidades
afundadas, outrora cheias de vida, apodrecem no fundo do
oceano, que populosas metrpoles jazem engolidas pelas
areias do deserto? Daqui a dez mil anos pode ser que
homens das cavernas saiam de seus abrigos subterrneos
perto do Tmisa para construir uma nova Londres,
inteiramente ignorantes de sua prpria capital reduzida a
poeira por bombas nucleares. Os historiadores futuros
podero pr em dvida a existncia da nossa orgulhosa
civilizao, e do nosso sculo xx talvez no reste mais nada
que adulteradas lembranas folclricas de mquinas voadoras
e guerras areas com armas fantsticas que assombraro os
nossos descendentes atravs de sculos de escurido, at que
a cultura humana ascenda novamente. S os adeptos da
Cincia Secreta preservariam em seus ensinamentos
ocultistas tradies da nossa era perdida.
A evoluo do limo do mar at o homem pensante, pregada
por Darwin e todos os seus discpulos, encontra provas
impressionantes na histria natural e aceita pelos cientistas
em geral, mas o fato de no se ter encontrado o "elo
perdido" depois de um sculo de busca leva-nos hoje a
especular se o homem no teria sido criado imagem de
Deus, como sugerem as Escrituras, ou seja, se a nossa Terra
no teria sido colonizada por seres de outros planetas, talvez
das estrelas. No fim dos tempos os habitantes da Terra
podero povoar outros mundos, pois o destino da vida
povoar todo o universo como o lquen subindo pelas rochas
nuas. Os iogues falam de uma cadeia de mundos com ondas
de vida passando de um planeta para outro, e a biologia
extraterrestre torna isso crvel. O tempo no nosso universo
apenas relativo; parece no haver razo lgica para a nossa
Terra no ter sido habitada pela primeira vez por colonos de
outros mundos h milhes de anos. Se o Imprio Planetrio
se dissolveu e devido a um cataclismo csmico cessou a
comunicao com o mundo pai, os colonos isolados na Terra
teriam ficado entregues a si mesmos para evolurem por
conta prpria, com apenas uma vaga lembrana folclrica de
sua origem csmica. Essa especulao no fico cientfica,
mas digna de pensamento srio. Fotografias tiradas pela
sonda espacial americana Mariner IV sugerem que Marte
talvez no seja habitado, embora existam ainda controvrsias
a respeito dos marcianos. Ao fim deste sculo grupos de
homens e mulheres podero desembarcar l. Se a
profetizada guerra de bombas de hidrognio devastar a nossa
Terra, os colonos isolados em Marte se acasalaro para
sobreviverem, deixando descendentes que povoaro o
planeta. Teria sido assim a origem do homem na Terra?
Os Livros Sagrados de Dzyan ensinam que os primeiros
homens na Terra eram filhos dos homens celestes ou pitris,
que significa pais, antepassados lunares que desceram Terra
vindos da Lua, a qual exerce, segundo se acredita, uma sutil
influncia psquica e fsica sobre o nosso mundo. Dizem que
esses relatos antiqiissimos so a fonte dos livros sagrados da
China, da ndia, do Egito e de Israel; dizem tradies que o
texto, escrito na lngua sacerdotal secreta, chamada senzar,
foi ditado aos atlantes por seres divinos, provavelmente
astronautas. As estncias descrevem a evoluo do homem
desde a primeira raa at a nossa quinta raa, parando na
morte de Crisna, h cerca de cinco mil anos. Essa doutrina
dos senhores da chama dirigindo os assuntos humanos e dos
filhos da sabedoria enviados da Lua, despida de sua
significao oculta, poder ser uma lembrana folclrica
truncada dos venusianos que primeiro desembarcaram na
Lua e depois colonizaram a Terra. Os gnani iogues acreditam
que a primeira e a segunda raas-troncos ocuparam pases
tropicais que agora esto cobertos de gelo nos plos Norte e
Sul, embora a doutrina secreta situe a segunda raa nos
Hiperbreos, a Terra da Primavera cantada pelos gregos, que
se acreditava ficar no noroeste da Europa. A terceira raa, de
lemurianos, que viveu h cerca de dezoito milhes de anos
(cronologia ridicularizada pelos cientistas ignorantes da
cincia oculta), habitava uma vasta rea que compreendia
grande parte dos atuais oceanos Indico e Pacfico, inclusive
a Australsia.
O crnio neandertalide de um homnida, meio macaco,
meio homem, desenterrado em Broken Hill, na frica do
Sul, parecia ter um buraco de bala num lado; o lado oposto
do crnio parecia ter sido esfacelado pela sada da bala. Em
1962 paleontlogos russos descobriram na Yukusia, regio
do nordeste da Sibria, um bisonte de tempos pr-histricos,
perfeitamente conservado, o qual tinha na testa um buraco
circular que os cientistas acreditaram ter sido produzido por
um projtil de alguma arma de fogo semelhante s nossas
prprias armas. Na opinio do Professor Konstantin Flerov,
o bisonte no podia ter sido usado como alvo por um
caador moderno, pois o animal no morrera do ferimento:
o exame mostrou que o ferimento curou. Quem o alvejou?
Os lemurianos durante "milhes" de anos fizeram um vasto
progresso material, e dizem que construam aeronaves
utilizando foras que ns no descobrimos; parece provvel
que houvesse intercmbio com planetas interiores,
particularmente com Vnus. Muitos lemurianos esclareci-
dos, advertidos do cataclismo que destruiu Mu, migraram
para o continente da Atlntida. O Livro de Dzyan descreve
as dinastias divinas da primitiva Atlntida declarando que os
"reis da luz" ocupavam "tronos celestes", descrio adequada
para um ser extraterrestre em uma nave espacial. Os atlantes
tambm atingiram uma civilizao extremamente brilhante,
pervertida pela magia negra, e por volta de 9.000 a.C.
(alguns ocultistas interpretam a data como 900.000 a.C.) este
continente por sua vez foi engolfado pelo mar, segundo a
narrao de Plato no Timeu. Dzyan declara que os "grandes
reis do rosto deslumbrante" enviaram seus veculos (Viwan)
para salvar os escolhidos da Atlntida, sugerindo que esses
iniciados foram transladados para Vnus. Essa tradio foi o
que provavelmente inspirou as profecias do Novo
Testamento de que no Dia do Juzo o cu se abrir e o Filho
do Homem aparecer com seus anjos para salvar seus filhos
da Terra condenada; sem dvida, uma memria racial da
interveno celeste na queda da Atlntida.
Muitos dos lemurianos fugiram para os cumes das
montanhas que depois da convulso se tornaram as ilhas do
Pacfico; geraes posteriores migraram para uma nova terra
que tinha surgido do mar ao norte. A epopia hindu
Ramiana declara que os primeiros homens da ndia foram
maias que deixaram a Lemria e posteriormente se fixaram
no De, conquistando por fim todo o subcontinente.
As mais antigas tradies asiticas falam de um vasto mar
interior h muito tempo, no norte do Himalaia, no centro
do qual havia uma ilha de maravilhas, governada pelos filhos
de Deus, os elvins, possivelmente astronautas que
controlavam os elementos, exerciam domnio sobre a terra,
a gua, o ar e o fogo, e possuam uma cincia psquica que
revelavam a iniciados escolhidos. O conhecimento desse
arcano pode ter sido um eco da sabedoria csmica dos
planetas, cujos fragmentos durante milnios sem conta
foram preservados na cincia mutilada dos mgicos que
previam o tempo, dos feiticeiros e dos xams de todo o
mundo que persistem em confundir os nossos cientistas
atualmente.
A mitologia indiana acreditava que a Terra era o centro de
uma srie de esferas concntricas, correspondentes Lua, ao
Sol, a Mercrio, Vnus, Marte, Jpiter e Saturno. Os hindus
conheciam um stimo planeta, que pode ter sido Urano,
redescoberto por Herschel em 1781 da nossa era; suas
intricadas observaes dos planetas e estrelas distantes
resultaram na fixao do calendrio, na inveno do
zodaco, no clculo da precesso dos equincios e na
predio de eclipses milhares de anos antes dos babilnios,
que herdaram as cincias deles, sugerindo que os antigos
astrnomos da ndia possuam instrumentos pticos,
perdidos para os seus descendentes, ou receberam os seus
conhecimentos de astronautas. Alm do cu havia as esferas
dos santos, dos filhos de Brama e das divindades, todas
contidas em uma concha csmica. Em volta desta havia
camadas de gua, por sua vez rodeadas de fogo, ar, a mente,
tudo contido em Brama, infinito, alm do espao e do
tempo. Esse sistema de esferas foi transmitido aos gregos,
inspirou os epiciclos de Ptolomeu, formou a cosmogonia de
Dante, da Igreja e dos sbios medievais, e persistiu at as
descobertas revolucionrias de Coprnico e dos nossos
astrnomos modernos.
A mais antiga arte da astrologia, praticada desde uma
antiguidade distante, parece provar que as primeiras
civilizaes possuam uma cincia em muitos respeitos mais
adiantada do que a nossa moderna astronomia, que deve ter-
se desenvolvido atravs de milnios precedentes, provando
a evoluo cultural do homem atravs de vastos espaos de
tempo, ou ento essa sabedoria recndita deve ter sido
trazida Terra por astronautas. Os antigos viam o universo
como um pensamento supremo, uma criao de fluido
mental que se cristalizava nos corpos celestes, nos
fenmenos da natureza e no prprio homem; toda a Criao
atravs de todos os planos visveis e invisveis era contida na
mente do Criador, no sonho de Brama. Os astrlogos
acreditavam que cada estrela emitia raios poderosos que
influenciavam a mente do homem de modo menos
fantasioso nossos radioastrnomos medem a radiao
eletromagntica de estrelas visveis e invisveis. Quando um
homem nascia, aquelas constelaes determinadas im-
primiam um certo padro no seu crebro, como o programa
em um computador, o qual iria dirigir a tendncia bsica de
sua vida, como o cdigo dos cromossomos e seus genes
molda seu corpo fsico ou como as instrues gravadas num
mssil o "prendem" infalivelmente ao seu alvo, seja ele
Marte ou Moscou. Os primeiros povos da ndia, como os
tibetanos, acreditavam que a alma que reencarna realmente
escolhe a hora e o lugar de seu nascimento, quando as
influncias estelares prognosticam a futura experincia que o
indivduo precisa para as suas novas lies na escola de
treinamento da Terra.
A cincia esotrica que inspirou essa crena pressupe uma
inteligncia do mais alto nvel, superior mente mediana da
atualidade, que v as estrelas como convenientes lmpadas
no cu e ridiculariza os horscopos, confundindo as tolices
escritas pelos colunistas dos jornais com a verdadeira cincia
da astrologia. Os anais da velha astrologia hindu mostram
seus horscopos romantizados com mais fantasia do que
fatos, mas a arte dos astrlogos assim mesmo revela
resqucios de alguma antiga cincia, uma cincia psquica
universal de grande antiguidade que transcende muito a
nossa. S agora a fsica ultramoderna, com sua fisso dos
tomos e sua pesquisa sobre as ltimas partculas, est
chegando concluso de que a chamada matria slida
apenas manifestao de um pensamento supremo. Os
radioastrnomos esto registrando emisses de estrelas
visveis e invisveis que afetam seus receptores e essas ondas
de rdio e suas freqncias mais sutis devem gravar-se
indelevelmente na mente subconsciente do homem. As
extraordinrias pesquisas do Professor Giorgio Piccardi, da
Universidade de Florena, sobre a qumica csmica, provam
que os campos de energia do espao modificam a matria
fsica nas experincias qumicas e exercem uma poderosa
influncia sobre as clulas vivas do crebro e do corpo, fato
de que h muito suspeitavam os psiquiatras.
Se nossos prprios cientistas de reconhecido gnio, em
resultado de estudos empricos, se esto voltando para o
cosmos e se perguntam se as radiaes planetrias no
afetaro a matria e o homem, ambos concrees de ener-
gia, os iniciados de tempos antigos que levaram a astrologia a
tal refinamento matemtico e filosfico devem ter
desenvolvido uma supercincia que lhes permitiria con-
quistar o espao, controlar os elementos, desafiar a gravi-
dade, voar mais rpido que a luz, agir como deuses, como
astronautas! A astrologia, mesmo na forma tristemente
aviltada como praticada atualmente, as provas de origem
milenar de seres de sabedoria transcendente, os homens do
espao, os heris das epopias indianas, a penetrao do
nosso novo conhecimento, tudo d s lendas hindus mara-
vilhosa significao; suas revelaes tornam-se verdadeiras.
A literatura mais antiga do mundo provavelmente o Rig-
Veda, que significa "conhecimento em verso",
compreendendo dez mil invocaes aos deuses, escritas em
snscrito por volta de 1.500 a.C., embora certos dados
astronmicos do texto sugiram 4.000 a.C., e a mitologia
represente personificaes de deuses em um naturalismo de
imensa antiguidade, registrando acontecimentos celestes de
muitos milhares de anos antes. Sanscritistas como o Dr. Max
Mller concordam em que os Vedas so muito mais antigos
do que Homero e formam a verdadeira teogonia da raa
ariana; em comparao, a cosmogonia e a teogonia de
Hesodo e do Genesis parecem imagens toscas da
sublimidade vdica. Os primeiros rias eram um povo alegre
e brincalho como os primeiros gregos, adorando a natureza
e as estrelas, conscientes da maravilha da vida. S muitos
sculos depois suas almas simples despertaram para os
problemas religiosos da existncia humana. Ao que parece,
viviam em inocncia natural como Ado e Eva antes de
provarem a ma do conhecimento e se tornarem
conscientes de si mesmos.
O Rig-Veda canta o culto da natureza com vrios deuses,
mas o refinamento de seu pensamento revela uma
penetrao mstica que transcende muito a cultura no-
sofisticada dos rias e deve emanar de uma civilizao muito
mais antiga ou dos deuses, isto , dos astronautas. Em
linguagem potica os Vedas pregam um monismo total, o
Deus nico que paira sobre os muitos. A essncia universal,
o Absoluto, sonhando a existncia do universo por um
perodo finito de tempo, de cento e cinqenta e quatro
milhes de milhes de anos segundo se dizia, era Brama, que
sustentava cada estrela e cada tomo; o Pai dos Deuses, um
ser pessoal, era Dyaus-Pitar (Deva-Deus, Pitar-Pai),
helenizado para Zeus-Pater, em latim Jpiter, o Pai do Cu,
adorado sob vrios nomes pelos celtas, os egpcios, os
babilnios, os mexicanos, os chineses e os povos nativos de
todo o mundo. O cu era um reino fsico no firmamento,
embora o pensamento esotrico geralmente o supusesse
composto de vibraes etreas mais sutis do que a matria
terrestre. O Pai do Cu ("Pai nosso que estais no cu", no
nosso pai-nosso) era provavelmente um rei espacial de
algum planeta adiantado do nosso prprio sistema solar, um
pontinho infinitesimal de todo o universo imaginado por
Deus, o Brama Absoluto. Dyaus-Pitar governou toda a Terra
numa idade de ouro; os hindus, como os japoneses, os
egpcios e os romanos, acreditavam que as primeiras
dinastias da Terra foram divinas.
O Rig-Veda descreve Dyaus como "um touro rubro e
berrando para baixo", evocando os touros alados de
Babilnia e Nnive, que para as mentes dum povo agrrio de
natureza simples possivelmente simbolizava poderosas
espaonaves. Dyaus tambm comparado a "um corcel
negro recoberto de prolas", uma aluso ao cu estrelado,
que lembra Pgaso, o cavalo alado dos gregos em que
Belerofonte fez guerras areas, tambm simbolismo de seres
espaciais. Um poema refere-se a "Dyaus sorrindo atravs das
nuvens"; em snscrito clssico a palavra que significa sorriso
relacionada com "brancura deslumbrante" e "relmpago".
Esse lirismo poderia simbolizar uma espaonave brilhante
dardejando atravs dos cus.
Um deus mais poderoso da mitologia pr-indiana men-
cionado nos Vedas, Varuna, era relacionado com corpos
celestes do firmamento; ele controlava a Lua, as estrelas e o
vo das aves, e tinha autoridade moral sobre os homens,
mas nos poemas posteriores foi suplantado pelo deus-
guerreiro Indra. Parece existir uma notvel semelhana com
as lendas gregas; "Varuna", que significa "o cu abrangido",
era Ouranos (Urano), suplantado por Indra, isto , Saturno
(Cronos). A comparao reforada pelo fato de que mais
tarde Indra foi destronado e exilado, em correntes, e, de
acordo com Ovdio, Saturno foi usurpado por Zeus (Jpiter)
e aprisionado na Gr-Bretanha. Talvez possamos interpretar
isso como simbolizando a dominao da nossa Terra em
idades passadas por sucessivos invasores do espao, como
sugerem as idades de Ouro, Prata e Ferro dos poetas
clssicos.
Indra tornou-se o deus das batalhas a dardejar pelo cu num
carro areo com a velocidade do pensamento, puxado por
corcis com crinas de ouro e pele brilhante; ele fazia guerra
aos asuras (no-deuses) e destruiu suas cidades com raios
como bombas nucleares, lembrando a guerra entre os deuses
e os gigantes, descrita nas mitologias grega e cltica,
sugerindo conflito entre homens espaciais, talvez contra a
Terra.
Em suas batalhas Indra era ajudado pelos maruts, ou deuses
da tempestade, representados com jovens guerreiros que
rodavam em carros dourados, empunhavam raios e corriam
como os ventos. Associado a Indra havia Vayu, deus do
vento, que disparava atravs do cu mais rpido do que a luz
em uma carruagem brilhante puxada por uma parelha de
cavalos rubros com olhos como o Sol. Savitri, o deus do Sol,
era transportado por rpidos corcis que atravessavam os
cus e irradiavam inspirao para os homens. Visnu
atravessava os trs mundos com trs passadas e Puxan, "o
melhor piloto do ar", cortava o vazio com ofuscante rapidez
a servio de outra divindade solar, Surya. No Konarak, ndia,
encontram-se algumas das mais belas esculturas das oito
rodas descritas como um transporte da deusa do Sol, Surya,
para o cu. Os deuses mais freqentemente invocados eram
os dois asvins, que guiavam um carro fulvo, brilhante como
ouro polido, armado de raios; algumas vezes eles "flutuavam
por sobre o oceano, conservando-se fora da gua" em um
veculo estranhamente descrito como "tricolunar, triangular
e tricclico, bem construdo", no qual salvaram Bhujya do
mar num navio que veio do espao. Os asvins, filhos do cu,
eram eternamente jovens, saltando para o Sol no piscar de
um olho, acompanhados da bela Surya; os dois muitas vezes
desciam Terra para livrar pessoas de dificuldades e agiam
como mdicos divinos. Os efeitos dos dois asvins e sua
popularidade geral tornam-nos idnticos aos discoros
gregos, Castor e Plux, a So Miguel e So Jorge, cavaleiros
celestes que vinham em auxlio dos homens. Esses seres
celestiais invocados pelos Vedas residiam no firmamento,
no como espritos insubstanciais, mas como espaonautas
reais dum planeta prximo, que desciam em suas
espaonaves rutilantes e privavam com os povos da velha
ndia.
Os hinos do Rig-Veda exaltam seres celestiais menores que
ocasionalmente desciam Terra para amar ou fazer guerra,
exatamente como os deuses e deusas da Grcia. Os
gandarvas, segundo o Visnu Purana, eram seguidores de
Indra, o rei da Tempestade; derrotaram os nagas, os
homens-serpentes da Lemria, apoderaram-se de suas jias e
usurparam seu reino no Deco; sua ptria nas regies
espaciais sobrevive na expresso "cidade dos gandarvas", um
dos sinnimos de "miragem" em snscrito. As apsaras,
tentadoras esposas dos deuses, eram ninfas sedutoras das
"guas" do espao. Os poetas indianos pintavam as apsaras
sorrindo para seus bem-amados no mais alto dos cus; belas
e voluptuosas, essas ninfas areas eram amantes dos
gandarvas e constituam as recompensas que o cu da ndia
oferecia aos heris que caam em combate, tal como as huris
no paraso seduziam os muulmanos fanticos fiis de
Maom. s vezes uma apsara descia Terra e enamorava-se
de um homem mortal, como Urvasi, que, de acordo com o
Satapatha Brahmana, desposou seu amante terreno,
Pururavas, deu-lhe um filho e depois voltou ao cu. Esse
romance constituiu o tema de Vikramarvasi ou Urvasi
conquistada pelo valor, brilhante e pungente pea do
dramaturgo clssico do sculo V, Kalidasa. Ficamos
perplexos ao ler na crnica medieval De nugis curialium, de
Walter de Mapes, a respeito do patriota saxo Edric, o Bravo,
que em 1070 d.C. se enamorou de uma linda donzela do
espao, com quem se casou e que apresentou na corte de
Guilherme, o Conquistador; o filho deles, Alnodus, tornou-
se famoso por sua sabedoria e piedade. Infelizmente, a
esposa espacial desapareceu no cu, deixando Edric
inconsolvel, ao contrrio de Urvasi, que posteriormente
voltou para o marido e viveu feliz com ele. Recordamos os
"scubos", "demnios" femininos da Idade Mdia, que
seduziam homens mortais, e as arrebatadoras mulheres
espaciais como Aura Rhanes, que encantou Truman
Bethuram na Amrica. Quem sabe se as apsaras no eram
mulheres reais de outros planetas que desposavam heris da
ndia antiga? O Rig-Veda menciona uma raa de sacerdotes
chamados bhrigus, a quem Matarisvan deu o fogo secreto
roubado do cu. Essa verso indiana de Prometeu sugere,
com outras lendas semelhantes da Grcia, um conflito de
mbito mundial na antiguidade distante entre os povos da
Terra e os homens do espao.
Olhados com a nossa percepo moderna, os maravilhosos
hinos dos Vedas revelam uma notvel afinidade com aquelas
manifestaes do cu que nos empolgam atualmente.
Captulo Quatro
HERIS ESPACIAIS DA NDIA ANTIGA
Contando com mgica fantasia as aventuras de Rama em
busca de Sita, sua mulher, raptada, o Ramiana empolgou o
povo da ndia durante milhares de anos; geraes de
contadores de histrias itinerantes recitavam seus vinte e
quatro mil versos para auditrios maravilhados, cativados
pelo brilhante panorama do passado fantstico, as paixes de
amor herico, as tragdias da vingana, as batalhas areas
entre deuses e demnios, efetuadas com bombas nucleares;
a glria de nobres feitos, a empolgante poesia da vida, a
filosofia do destino e da morte. Essas histrias maravilhosas
foram narradas pelo sbio Narada ao historiador Valmiki,
que encadeou os pitorescos incidentes num fascinante
poema pico salpicado de prolas de sabedoria, cuja perene
inspirao anima os indianos atualmente. Alguns eruditos
datam o Ramiana de antes de 500 a.C., outros de antes de
5.000 a.C., embora, como as histrias foram contadas por
menestris atravs dos tempos, os acontecimentos devam
ter ocorrido numa antiguidade distante.
Rama, filho de Dasaratha, rei de Ayodha (Oudh), no norte
da ndia, estava casado com a casta Sita, ainda hoje dolo das
mulheres indianas. O rei dispunha-se a nomear Rama seu
herdeiro, quando a rainha o persuadiu a nomear, em vez
dele, seu outro filho, Bharata, e a banir Rama por catorze
anos. Rama vivia feliz com Sita na floresta de Dandaka;
quando o rei morreu, Bharata nobremente ofereceu o trono
a Rama, que o recusou, consagrando-se a uma cruzada
contra os gigantes e demnios que infestavam a floresta. O
chefe gigante Ravana arrebatou Sita para a ilha de Lanka
(Ceilo), onde foi encontrada por Hanuman, senhor dos
macacos, amigo de Rama. Rama e seus seguidores, ajudados
por Hanuman, com suas hordas de macacos, invadiram
Lanka pelo ar. Rama duelou com Ravana no cu em carros
celestes e destruiu-o com msseis aniquiladores para
reconquistar Sita. Posta em dvida a sua fidelidade, Sita
purificou-se pelo ordlio do fogo e voltou com Rama para
Ayodha, onde os dois governaram numa gloriosa idade de
ouro.
Em sua maravilhosa traduo (inglesa) do Ramiana, Romesh
Dutt descreve o pai de Rama, o Rei Dasaratha, como
"originrio de antiga raa solar", descendente de reis do Sol,
seres celestiais, que governaram a ndia, ttulo ainda hoje
conferido ao micado do Japo. Enquanto Rama e Laksman
estavam na floresta caando um gamo encantado, Ravana
apoderou-se de Sita desamparada.
Sentou-a no seu carro celeste puxado por velozes jumentos
alados
Da cor e brilho do ouro, rpidos como os corcis celestes de
Indra,
Depois elevou o carro celeste por cima da colina e do vale
do bosque.
Como uma serpente nas garras de uma guia, Sita contorcia-
se, gemendo dolorosamente.
Durante o vo foram atacados por Jatayu numa "ave" gigante
como um avio de caa.
O gigante Ravana aprisionou Sita em sua fortaleza no Ceilo.
Hanuman voou atravs do estreito at a ilha e deu a Sita um
testemunho de Rama, que, comandando um grande exrcito
e ajudado pelos seres celestiais, lanou um assalto areo
contra a cidadela.
O bravo Matali dirigia o carro de guerra, como raio solar,
puxado por corcis,
Para onde o honrado e justo Rama procurava o inimigo em
fatal refrega.
Ele deu ao sublime Rama brilhantes armas celestiais.
Quando o justo luta, os deuses assistem os honrados e
valentes.
"Toma este carro", disse Matali, "que os deuses propcios te
fornecem;
Toma, Rama, estes corcis celestiais, monta o carro de ouro
de Indra."
Rvana em seu carro de guerra e Rama em seu carro celeste
empenharam-se num duelo pico, uma luta furiosa e
demorada. Os ventos silenciaram em mudo terror e o
prprio Sol empalideceu.
A luta continuou dbia, at que Rama em sua ira
Brandiu a mortfera arma de Brama, flamejante de fogo
celeste,
Arma que a Santa Angostya tinha dado ao seu heri,
Alada como o dardo de fogo de Indra, fatal como o raio do
cu.
Envolto em fumaa e relmpagos, partindo do arco cintado,
Ela trespassou o corao de ferro de Ravana e prostrou o
heri sem vida.
Bnos do cu brilhante choveram sobre o filho de Raghni.
"Campeo dos honrados e justos! Tua tarefa est concluda!"
Depois da purificao de Sita nas chamas, Rama levou-a para
casa num carro areo, um carro enorme de dois andares,
lindamente pintado, munido de janelas e adornado de
bandeiras e flmulas, e tendo vrios compartimentos para os
passageiros e a tripulao. O veculo emitia um som
melodioso ouvido em terra.
"V, meu amor!", exclamou Rama quando no carro, Pushpa
voador,
Tirado por cisnes, os exilados, de volta ptria, deixaram o
campo de batalha.
O feliz casal, reunido, voou do Ceilo atravs da ndia e por
cima do Ganges, de volta a Ayodha; Rama ia dando uma
descrio pitoresca da histrica paisagem de colinas e rios
que deslizavam rapidamente embaixo.
Voando pelo ter sem nuvens vinha o carro Pushpa de
Rama,
E ento milhares de vozes jucundas gritaram o alegre nome
de Rama.
Cisnes prateados por ordem de Rama desceram suavemente
do ar
E o carro pousou em terra... carro de flores divinamente
belo.
(Para os mortais maravilhados as astronaves brilhantes ao sol
deviam parecer cisnes de prata.)
A suspeita de que Sita teria cedido seduo de Ravana
obcecava Rama. E exilou sua mulher para a floresta, onde ela
encontrou um eremitrio e deu luz dois meninos gmeos.
Anos mais tarde Rama descobriu-a e aos filhos e, torturado
pelo remorso, implorou-lhe que voltasse a Ayodha e
provasse sua virtude.
Deuses e espritos e imortais esplndidos vieram quela real
Yajna,
Homens de todas as raas e naes, reis e chefes de nobre
fama.
Sita viu os esplendorosos seres celestiais, os monarcas vindos
de longe.
Viu seu real senhor e marido, resplendente como astro do
cu.
A inabalvel fidelidade de Sita, em meio mais negra
suspeita e s mais duras tribulaes, fazem dela ainda hoje a
inspirao das mulheres indianas, que durante sculos tm
seguido submissamente o seu abnegado exemplo.
Profundamente desgostosa, Sita no pleiteou sua causa
alegando inocncia, mas pediu Me Terra que a aliviasse do
fardo da vida.
Ento a Terra se fendeu e abriu, como as folhas se abrem
desvendando a flor,
E de dentro subiu um tronco de ouro, sustentado por nagas
cobertos de jias.
Rama continuou vivo, mais solitrio do que nunca. Teve
uma conferncia secreta com um mensageiro celeste
(pensamos nos profetas bblicos encontrando-se com o
"Senhor"). Seu irmo Laksman inadvertidamente interveio
e, como castigo, perdeu a vida. Anos mais tarde Rama
deixou Ayodha e entrou no cu. Pode ser que tenha sido
trasladado para o cu como Elias.
O Drona Parva, p. 171, regozija-se dizendo que, quando
Rama governou seu reino, os rixis, os deuses e os homens
viviam todos juntos na Terra; o mundo tornou-se
extremamente belo. Rama (e provavelmente seus descen-
dentes) governou em seu reino durante onze mil anos.
Nessa poca andavam pela nossa Terra seres celestes de
outros planetas, segundo se menciona em textos egpcios e
gregos.
O nome de Rama abenoado atravs da ndia. Gandhi,
assassinado, morreu invocando "Rama!" Todos os outonos a
histria de Rama e Sita representada em festivais de dez
dias atravs de toda a ndia.
H uma notvel semelhana entre o Ramiana e a Ilada,
ambas as epopias contam a histria de um marido em busca
de sua mulher seqestrada, cujo rapto causa guerras ferozes
e ateia fogo ao mundo. Os heris so inspirados pelos
deuses, que intervm nos negcios humanos e dirigem o
destino dos homens. Intriga-nos saber que ambos, o
Ramiana e a Ilada, tm uma fascinante afinidade com um
poema pico encontrado em antigos textos ugarticos em
Ras Shamra, onde, por volta do dcimo quarto sculo antes
de Cristo, um heri semtico, o Rei Kret (que sugere a Creta
minica), perde a noiva para um inimigo e assalta a cidade
deste para reav-la. Talvez a civilizao h milhares de anos
fosse mundial; essa epopia encontrada em muitos pases
sobre um prncipe e sua noiva seqestrada, que provocam
uma guerra e a destruio de uma grande cidade, parece ter
uma origem histrica comum.
A maravilhosa epopia do Ramiana, inspirao da maior
literatura clssica do mundo, intriga-nos principalmente na
atualidade por suas freqentes aluses a veculos areos e
bombas aniquiladoras, que ns consideramos serem
invenes do nosso prprio sculo XX, impossveis no
passado distante. Os estudiosos da literatura snscrita no
tardam a fazer uma reviso das suas idias preconcebidas e
descobrem que os heris d antiga ndia estavam
aparentemente equipados com aviao e msseis mais sofis-
ticados do que os nossos atualmente. O captulo 31 do
Samaranganasutradhara, atribudo ao Rei Bhojadira, do
sculo XI, contm descries de aeronaves notveis, como a
mquina-elefante, a mquina-ave-de-madeira que viajava no
cu, a mquina vimana-de-madeira que voava no ar, a
mquina-porteiro, a mquina-soldado, etc., denotando
diferentes tipos de aeronaves para diferentes fins. O poeta
no havia descrito os mtodos para construir as mquinas;
"qualquer pessoa no iniciada na arte de construir mquinas
causar transtornos". Uma maneira bastante eufmica de
falar!
Ramachandra Dikshitar, em seu fascinante livro War in
Ancient ndia (A guerra na ndia antiga), traduz o Samar
como dizendo que estas mquinas podiam atacar objetivos
visveis e invisveis, subindo, cruzando milhares de lguas
em diferentes direes na atmosfera e subindo mesmo at as
regies solares e estelares. "O carro areo feito de madeira
leve, parecendo uma grande ave, com corpo durvel e bem
formado e tendo mercrio dentro e fogo no fundo. Tem
duas asas resplendentes e impelido pelo ar. Voa nas regies
atmosfricas por grandes distncias e leva vrias pessoas com
ele. A construo interior parece o cu criado pelo prprio
Brama. Tambm so usados na construo dessas mquinas
ferro, cobre, chumbo e outros metais." Apesar de sua
aparente simplicidade, o Samar acentua que essas vimanas
custavam muito caro para fazer e eram privilgio exclusivo
dos aristocratas, que se empenhavam em duelos celestes.
Hoje relacionamos essas aeronaves com os homens do
espao.
As mais fantsticas histrias de guerra no ar com armas
fabulosas, que transcendem a nossa prpria fico cientfica
atual, so narradas no Maabrata, um maravilhoso poema de
duzentos mil versos, oito vezes o tamanho da Ilada e a
Odissia juntas, um verdadeiro mundo na literatura. Esta
epopia relativa Guerra de Bharata, no norte da ndia,
ocorrida por volta de 1.400 a.C., pinta em cores
esplendorosas uma grande e nobre civilizao, onde reis e
sacerdotes, prncipes e filsofos, guerreiros e lindas
mulheres se misturavam numa brilhante sociedade, talvez o
perodo mais resplendente de toda a histria. Os inmeros
incidentes, de duelos nos cus a assaltos de cidades,
conselhos de guerra a roubo de gado, torneios a casamentos
malfadados, eram contados oralmente, a princpio, por
menestris ambulantes, com toda a magia do Oriente, at
que sculos mais tarde foram gravados naqueles estranhos
smbolos snscritos, vindo a formar um tesouro inesgotvel
que inspirou os indianos por milhares de anos e ainda hoje
domina a sua cultura. A brilhante caracterizao do nobre
Prncipe Arjuna, a sua incomparvel noiva Draupadi, o deus
Crisna, a multido de seres celestes e cavaleiros guerreiros,
transcende as buclicas criaes de Homero, e o brilhante
cortejo entremeado de personagens humanas, cujas quedas
da sublimidade no desespero so reveladas com uma
penetrao inexcedida pelo gnio em nosso mundo ociden-
tal. A transmudar as aventuras marciais e as paixes intensas
vm as sublimes doutrinas do Bhagavad Gita, com sua
incalculvel influncia sobre os filsofos gregos e os grandes
pensadores do Ocidente. Hoje estamos mais intrigados com
as aeronaves e as armas maravilhosas que sugerem alguma
cincia secreta inspirada por seres vindos do espao.
O Maabrata descreve a guerra de dezoito dias entre
Duryodhana, chefe dos curus, e seu primo, Yudhisthir,
chefe dos vizinhos pandus, tribos do alto Ganges, que se diz
ter ocorrido catorze sculos antes de Cristo. Dentro dessa
narrativa h uma fantstica coleo de lendas, histrias de
deuses e reis, e extensas dissertaes sobre religio, filosofia,
costumes sociais, misturadas com empolgantes descries de
batalhas e ternas histrias de amor, que tornam a obra uma
verdadeira quintessncia da cultura indiana. As dissertaes
entre o heri Arjuna e o Senhor Crisna, quando o guerreiro
hesita em combater o seu parente, formam o sublime
Bhagavad Gita (A cano do Senhor), onde Crisna revela o
sentido do universo, a sabedoria de Brama e o dever dos
homens, expondo a religio dos hindus.
difcil acreditar que essa sublime epopia retrate de fato a
civilizao de 1.400 a.C., quando os rias nmades estavam
desembocando pelos desfiladeiros setentrionais para invadir
a plancie indiana, uma poca talvez contempornea de
Moiss. Em Os filhos de Mu (The children of Mu),
Churchward afirma que o Maabrata compreende histrias
dos anais dos tempos referentes a pocas de vinte mil anos
antes de Cristo, que talvez coincidam com a Idade de Ouro,
quando Urano, um astronauta, governava o mundo, a era
exaltada por Ovdio e pelos poetas clssicos. A guerra no ar
evoca as lendas gregas e a guerra celeste entre os deuses e os
homens descrita na Teogonia de Hesodo.
Madame H. P. Blavatsky, na Doutrina secreta, insiste em
que o Maabrata se refere luta histrica entre os
suryavansas (adoradores do Sol) e os indavansas (adoradores
da Lua), um conflito de grande significao esotrica, que as
pessoas menos inclinadas ao ocultismo podero talvez
interpretar como uma luta entre duas raas de seres
extraterrestres vindos do espao.
Em sua excelentssima traduo do snscrito, Romesh Dutt
descreve que pretendentes de toda a ndia contenderam
pela mo de Draupadi, princesa de Panchala.
E os deuses em carros transportados em nuvens vieram ver
o belo espetculo,
Brilhantes adityas em seu esplendor, maruts no carro mvel.
Brilhantes imortais alegremente apinhados viam o
espetculo de beleza sem par,
Flores celestiais, descendo suavemente, enchiam o ar de
perfume.
Deslumbrantes carros celestes em grande nmero
atravessavam o cu sem nuvens,
O ar enchia-se com o som de tambores e flautas, harpas e
tamborins.
(Livro I, captulo 4)
Yudihisthir convocou uma assemblia para proclamar a sua
supremacia sobre todos os reis da ndia antiga.
Brilhantes imortais vestidos de luz solar atravessavam o cu
lquido
E seus carros deslumbrantes correndo em nuvens pousavam
nas altas torres.
Oferendas de ida, adja e homa contentavam os Brilhantes no
Alto,
Bramas satisfeitos com presentes caros enchiam o cu com
suas bnos. (Livro III, captulo 2)
E ele viu neles seres encarnados do cu
E no Crisna de olhos de loto o Altssimo nas Alturas.
(Livro III, captulo 3)
Em sua paixo pelo jogo, Yudihisthir empenhou o seu reino,
os irmos, a si mesmo e depois a bela Draupadi, perdeu tudo
para o seu ciumento inimigo Duryodhana e partiu para o
exlio. Seu usurpador, Duryodhana, desentendeu-se com os
gandharvas, seres celestes, e caiu prisioneiro. Os irmos
pandavas salvaram-no de seus captores areos. Aps doze
anos de penitncia, Yudihisthir comandou um exrcito para
reconquistar seu trono, ajudado por Arjuna e Crisna.
Devas em seus carros sobre nuvens e gandharvas no cu
Olhavam do alto com mudo espanto os chefes humanos.
(Livro VIII, captulo 2)
O famoso general de Duryodhana, Bhisma, rechaou todos
os ataques.
Em vo tambm os irmos pandavas caam sobre o
incomparvel Bhisma,
Nem os deuses no cu nem os guerreiros terrestres podiam
vencer o inigualvel Bhisma.
(Livro VIII, captulo 8)
Por fim, Duryodhana foi morto e Bhisma morreu.
Yudihisthir, coroado rei, realizou o antigo rito hindu do
sacrifcio do cavalo para afirmar o seu reinado; assistiram
festa seres celestiais e prncipes de toda a ndia.
Devas e rixis olhavam os festejos, os meigos gandharvas
cantavam,
Apsarasas como raios de sol deslizavam pelo gramado verde.
Yudihisthir, triunfante, recebeu homenagens de deuses e
homens.
E est no meio de seus irmos, deslumbrante de alegria, puro
e alto, Como o prprio Indra, cercado pelos habitantes do
cu.
A batalha entre Arjuna e os gigantes rakchasas subiu das
plancies da ndia at os cus. O Samsaptakabadha Parva, p.
88, descreve Arjuna e Crisna em um carro.
...extremamente resplendente como um carro celeste.
rei, na batalha entre os deuses e os asuras nos velhos
tempos, ele executava um movimento circular, para a frente,
para trs, e diversas outras espcies de movimento... O filho
de Pandu soprou sua prodigiosa buzina de concha,
Devadotta. E depois disparou a arma chamada Tashtva; isto
, capaz de matar grandes formaes de inimigos de uma s
vez.
O Drona Parva, p. 661, comenta:
Na terrvel batalha aqueles dardos, rei, como os prprios
raios do Sol, em um momento cobriram todos os quadrantes
em volta, o cu e as tropas. Inmeras bolas de ferro tambm,
rei, apareceram depois como resplendentes luminrias no
firmamento claro. Shataghnis, alguns equipados com quatro,
outros com duas rodas, e inmeras clavas e discos com
bordas agudas como navalhas e resplendentes como o Sol
apareceram l tambm.
A descrio adapta-se a uma frota de espaonaves no cu.
Em linguagem potica o Drona Parva, p. 497, descreve uma
aparente espaonave do seguinte modo:
Vendo aquela montanha como uma massa de antimnio
com inmeras armas caindo dela, o filho de Drona no se
impressionou de modo algum. Invocou a arma Vajra. O
prncipe das montanhas, atingido por essa arma, foi
rapidamente destrudo. Depois este rakchasa,
transformando-se numa massa de nuvens azuis no
firmamento, coberta por um arco-ris, comeou a despejar
furiosamente sobre o filho de Drona, nessa batalha, uma
chuva espessa de pedras e rochas. Depois, o mais notvel de
todos os homens, conhecedor de armas, isto ,
Ashwatthaman, apontando a arma Vayarya, destruiu aquela
nuvem azul que tinha subido no firmamento.
Esta narrativa um tanto truncada sugere um bombardeio por
espaonaves, uma das quais foi destruda por um mssil
terra-ar.
Um tronco sem cabea e uma clava apareceram na face do
Sol.
(Drona Parva, p. 209)
Os estudiosos dos UFOS devem ficar impressionados com
esta semelhana com os prodgios vistos sobre a Roma
antiga, registrados por Tito Lvio e Jlio Obsequens.
A referncia a armas fantsticas no Maabrata no mais
evoca ridculo mas assume intenso interesse para as nossas
mentes do sculo XX, assombradas pelas bombas nucleares.
O Bhisma Parva, p. 44, descrevendo o conflito entre Arjuna
e Bhisma, declara que o inimigo invocou uma arma celeste
semelhante ao fogo em fulgor e energia. Chandra Roy, em
sua magistral traduo, nota: "Esta Brama-danda, que quer
dizer Vara de Brama, infinitamente mais poderosa at
mesmo do que o raio de Indra. Este ltimo pode ferir
somente uma vez, mas a primeira pode atingir pases
inteiros e raas inteiras de gerao em gerao". Durante
milhares de anos os eruditos achavam tratar-se de uma
fico do poeta; de repente somos chocados pela sinistra
semelhana com a nossa bomba de hidrognio, cujas
radiaes provocam mutaes em geraes ainda por nascer.
Arjuna e seus contemporneos pareciam possuir um arsenal
de variadas e sofisticadas armas nucleares, iguais e talvez
superiores aos msseis dos americanos e russos atualmente.
O Badha Parva, p. 97, menciona a arma Vaisnava, que
conferia invisibilidade, capaz de destruir todos os deuses e
todos os mundos. O Drona Parva, p. 383, refere-se a uma
"clara" aniquiladora, ou mssil.
Envolvido por eles (os arqueiros), Bharata, Bhisma,
lutando e soltando um rugido leonino, apanhou e
arremessou contra eles com grande fora uma terrvel maa
destruidora de fileiras hostis. Essa maa de fora adamantina,
arremessada como o trovo de Indra pelo prprio Indra,
esmagou, rei, os teus soldados na batalha. E pareceu
encher, rei, toda a Terra com um rudo alto. E, ardendo
em esplendor, aquela maa feroz incutiu medo em teus
filhos. Vendo aquela maa de impetuosa corrida e dotada de
relmpagos correr para eles, teus guerreiros fugiram soltando
gritos de terror. E ao ouvirem o som incrvel, Senhor,
daquela terrvel clava, muitos homens tombaram onde
estavam e muitos guerreiros de carros tambm caram de
seus carros.
A guerra atmica com os defensores tentando em vo lanar
antimsseis para conter os foguetes nucleares surpreende-
nos por sua estranha semelhana com as guerras futuras,
quando as capitais da nossa Terra podero ser varridas por
bombas de antimatria lanadas de satlites espaciais. O
Drona Parva, p. 592, descreve:
Numa ocasio, assaltado por Valadeva, Jarasandha, tomado
de clera, lanou para destruir-nos uma clava capaz de matar
todas as criaturas. Dotada do esplendor do fogo, aquela clava
correu para ns dividindo o cu (a Criao) como a risca na
cabea que parte as tranas duma mulher e com a
impetuosidade do trovo, arremessado por Shukra. Vendo
aquela maa correndo assim para ns, o filho de Rohimi
arremessou a arma chamada Sthunakarma para frustr-la.
Com a fora destruda pela energia da arma de Valadeva,
essa clava caiu na Terra, abrindo-a (com seu poder) e
fazendo as prprias montanhas tremerem.
Descries de "fender a Terra" evocam ensinamentos
ocultistas sobre a destruio do dcimo planeta, o Maldek,
entre Marte e Jpiter, por seus habitantes malvados,
transformando-o nos fragmentos que chamamos asterides.
Uma narrativa fantstica dada no Drona Parva, p. 690,
relativa destruio de trs "cidades" no cu, possivelmente
imensas naves-bases, que alguns ocultistas acreditam
patrulhar o espao atualmente.
Antigamente os valentes asuras tinham no cu trs cidades.
Cada uma dessas cidades era excelente e grande. Uma era
feita de ferro, outra de prata e uma terceira de ouro. A
cidade de ouro pertencia a Kamaloksha, a cidade de prata a
Tarakaksha e a terceira, feita de ferro, tinha Viyunmalin por
senhor... Quando entretanto as trs cidades se encontraram
no firmamento, o Senhor Mahadeva atravessou-as com
aquele terrvel dardo seu que consistia em trs ns. Os
danavas eram incapazes de olhar para aquele dardo inspirado
pelo fogo Yuga e composto de Visnu e Soma.
Provavelmente eram utilizados msseis seletivos como a
arma Narayana, chamada "chamuscador de inimigos", contra
as tropas no campo de batalha. A ltima palavra em armas
era a Agneya, que lembra a Mash-mak da Atlntida e que se
dizia utilizar alguma fora sideral, misericordiosamente no
descoberta por ns atualmente. O Drona Parva, p. 677,
mantm-nos fascinados.
O valente Ashwatthaman, ento, mantendo-se re-
solutamente no seu carro, tocou a gua e invocou a arma
Agneya, a que os prprios deuses no podiam resistir.
Apontando contra todos os seus inimigos visveis e
invisveis, o filho do preceptor, aquele matador de heris
hostis, inspirou com mantras uma lana ardente com o
fulgor de um fogo sem fumaa e despediu-a para todos os
lados, cheio de raiva. Densas nuvens de setas partiram ento
dela no cu. Dotadas de chamas ardentes, aquelas setas
envolveram Parthie por todos os lados. Caram meteoros em
fogo do firmamento. Uma espessa escurido envolveu
subitamente a hoste (pandava). Todos os quadrantes em
redor tambm foram envolvidos por essa escurido.
Rakchasas e vichochas, encolhendo-se uns contra os outros,
soltavam gritos ferozes. Ventos nefastos comearam a
soprar. O prprio Sol no mais dava calor. De todos os lados
crocitavam corvos ferozmente. Rugiam nuvens do cu
chovendo sangue. As aves, as feras, as vacas, manis de altos
votos e outras almas sob completo controle ficaram
extremamente inquietos. Os prprios elementos pareciam
estar perturbados. O Sol parecia girar em seu eixo. O
universo crestado por calores parecia estar com febre. Os
elefantes e as alimrias da terra, chamuscados pela energia
daquela arma, corriam aterrados, arfando ruidosamente e
desejosos de proteo contra a terrvel fora. Tendo a
prpria gua sido aquecida tambm, as criaturas que viviam
nesse elemento, Bharata, ficaram extremamente inquietas
e pareciam queimar. De todos os pontos do quadrante,
cardiais e colaterais do firmamento e da prpria Terra, caam
chuvas de setas penetrantes e agudas e desciam com a
impetuosidade de Garuda (espaonave?) no vento. Feridos e
queimados por aquelas setas de Ashwatthaman, todas
dotadas da impetuosidade do trovo, os guerreiros hostis
tombavam como rvores queimadas por um incndio
avassalador.
Elefantes enormes queimados por essa arma caam na Terra
em toda parte, soltando gritos ferozes to altos como os das
nuvens. Outros enormes elefantes, chamuscados pelo fogo,
corriam para aqui e para l, berrando aterrados, como no
meio dum incndio de floresta. Os corcis, rei, e os carros
tambm queimados pela energia dessa arma pareciam,
Senhor, como as copas de rvores queimadas num incndio
de floresta. Milhares de carros caam para todos os lados. De
fato, Bharata, parecia que o divino Senhor Agni queimava
a hoste (pandava) naquela batalha como o fogo de Somvarta
destruindo tudo no fim da Yuga. (fogo celestial destruindo a
civilizao ao fim duma idade do mundo.)
Poderia essa maravilhosa descrio duma exploso
semelhante exploso nuclear, feita por um indiano simples
h milhares de anos, ser suplantada pelos nossos reprteres
cientficos atuais? Essa empolgante narrativa em palavras
simples faz-nos lembrar os testemunhos visuais da gente de
Hiroxima. Essa histria tem todo o cunho da verdade; no
pode ser fantasiosa fico cientfica; h muito tempo, na
torturada histria do nosso mundo, essa terrvel catstrofe
deve ter acontecido.
Essa guerra fantstica deve ter deixado perplexo Chandra
Roy, ao traduzir o Drona Parva nos dias pacatos de 1888,
quando as batalhas eram vencidas por cargas de cavalaria e
heris agitando bandeiras; hoje ns compreendemos
demasiado bem os titnicos horrores da guerra atmica.
Recordando os cinco anos de esforos dos maiores cientistas
da Amrica e da Gr-Bretanha, apoiados por uma imensa
tcnica industrial, que foram necessrios para manufaturar a
bomba primitiva que devastou Hiroxima, ficamos
naturalmente um pouco cticos ante a sugesto de que os
guerreiros da ndia h milnios pudessem manejar armas
nucleares de fora colossal; fora uma cincia adiantada que
eles implicam, o lanamento de tais msseis exige intricados
sistemas de orientao eletrnica e as mais complexas
defesas, e a perfeio dum mssil antimssil vem frustrando
os nossos cientistas de gnio atuais. A histria convencional
nega qualquer tecnologia desenvolvida aos povos da
antiguidade, que se acredita que viveram numa cultura
esttica durante milhares de anos, em comunidades
agrcolas, espera de que James Watt despertasse um dia e
inventasse a mquina a vapor.
J novas tcnicas esto reduzindo os custos de fabricao; a
atrasada China tem bombas de hidrognio, a Indonsia e
Israel ameaam seguir seu exemplo e prometem-nos que em
breve qualquer comunidade empreendedora, munida de um
estojo de "faa com as suas prprias mos'", estar em
condies de fazer bombas suficientes para mandar seus
vizinhos pelos ares. A existncia de bombas nucleares na
antiga ndia pressupe que esse perodo sucedeu uma
civilizao avanada milhares de anos, possivelmente a
Lemria e a Atlntida descritas pelos ocultistas.
Suponhamos que a cincia na antiguidade se desenvolvesse
com tcnicas diferentes da nossa fsica atual. A arma Agneya
que desbaratou as hostes dos pandavas na velha ndia evoca
a destruio de Sodoma e Gomorra, o aniquilamento do
exrcito de Senaqueribe que cercava Pelsio (?) em 670 a.C.
(?) e o fogo do cu que destruiu o Castelo de Vortigern na
Gr-Bretanha no sculo V. O homem sofreu outras
Hiroximas h muito tempo; a humanidade sempre aprende o
bastante para cometer os mesmos erros lamentveis.
O Prometeu indiano, Matarisvan, roubou o Agni oculto, o
fogo secreto, do cu. Quem sabe se os indianos no
aprenderam suas tcnicas nucleares com os homens do
espao?
O Ramiana e o Maabrata, escritos h tantos milnios,
mostram que nossos remotos antepassados no eram
brbaros, mas viviam e amavam numa alegre e brilhante
cultura, com uma compreenso dos mistrios csmicos que
transcendia a nossa. Talvez no passado distante possamos
discernir o nosso futuro. Dentro de poucas dcadas pode ser
que a nossa Terra seja favorecida novamente por
espaonautas, os deuses da velha ndia.
Captulo Cinco
HISTRIAS ESPACIAIS EM SNSCRITO
Lendas de todos os pases do mundo descrevem um
convvio de seres celestes do firmamento com os povos da
Terra na antiguidade. A gente simples da Grcia e de Israel
adorava os espaonautas como deuses, com temerosa
superstio, mas a mil e quinhentos quilmetros de
distncia, na ndia, os sofisticados nobres tratavam os vi-
sitantes como iguais, no se deixando atemorizar por seus
hspedes celestes. A literatura snscrita deliciava-se com
fascinantes histrias da rivalidade entre deuses e mortais
pelo amor de alguma donzela sedutora; galantes do mundo
superior desciam Terra e punham cerco a alguma orgu-
lhosa beldade, envolvendo-se em faanhas amorosas que
transcendiam a grosseira concupiscncia de Zeus seduzindo
as mulheres da Grcia. Os heris subiam aos cus em carros
celestes empenhavam-se em duelos areos, atacando seus
rivais com dardos explosivos ou aniquilando exrcitos com
bombas nucleares. Essas encantadoras histrias da velha
ndia, mais fascinantes do que a nossa prpria fico
cientfica, falavam de uma terra quente e pitoresca de
cultura, com uma sociedade esplendorosa, onde prncipes e
poetas, santos e patifes, msticos e mgicos viviam com um
entusiasmo como no houve igual at que o brilhante
Renascimento despertou para a vida o gnio da Itlia.
Naqueles exticos reinos do Himalaia os espaonautas
sentiam-se em casa, em uma sofisticao que nunca
poderiam encontrar na rgida austeridade do Peloponeso ou
na orgulhosa intolerncia da Palestina. As histrias snscritas
brilham de humanismo e humor destilados em fascinante
poesia, pintando uma sociedade jovial e culta de milnios de
idade, sem dvida inspirada por alguma maravilhosa e
resplendente civilizao das estrelas.
Os poetas e contadores de histrias pareciam impressionados
com as histrias que contavam; sua maneira simples eles
comparavam as aeronaves com as aves e animais que
conheciam melhor, chamando a uma aeronave um cavalo
voador, exatamente como muitos sculos mais tarde os
peles-vermelhas viam uma locomotiva como um cavalo de
ferro. Subishmanya montava um pavo, Brama um cisne,
Visnu e Crisna voavam atravs dos cus na ave gigantesca
chamada Garuda. Os ocultistas ensinam que essa criatura
monstruosa, meio homem meio ave, a fnix indiana, o
homem-leo ou esfinge egpcio, um simbolismo esotrico
do templo solar e cclico. Ns insistimos: Garuda no seria
uma espaonave? O asura (no- deus) chamado Maya tinha
um carro de ouro animado, com quatro fortes rodas e com
uma circunferncia de doze mil cbitos, que possua o
maravilhoso poder de voar vontade para qualquer lugar.
Dikshitar declara que esse carro era equipado com vrias
armas e ostentava enormes estandartes na batalha entre os
devas e os asuras na qual Maya se distinguiu; consta que
vrios guerreiros voavam em aves. O Drona Parva, p. 145,
narra:
Sem arco e sem carro, mas com o olhar atento para o seu
dever como guerreiro, o belo Abhinanya, tomando de uma
espada e de um escudo, pulou para o cu. Denotando grande
fora e grande atividade e descrevendo a trajetria chamada
Krucika e outras, o filho de Arjuna corria ferozmente
atravs do cu como o prncipe das criaturas aladas (Garuda).
O Badha Parva, p. 546, referindo-se batalha entre Rama e
os rakchasas, declara:
Teu filho, Dasaratha, avanou contra aquele poderoso
guerreiro de carro, Prativindhya, que avanava (contra
Drona) queimando seus inimigos na batalha.
O encontro que teve lugar entre eles, rei, parecia to belo
como o de Mercrio e Vnus no firmamento sem nuvens.
Essa citao particularmente fascinante porque revela que
os antigos indianos conheciam Mercrio e Vnus e algum
possvel conflito entre eles, conhecimento que ns
tendemos a relacionar apenas com os gregos.
O Rei Satrugit foi presenteado por um brama, Gogava, com
um cavalo chamado Kirvelaya, que o transportava a qualquer
lugar da Terra, lembrando o heri grego Belerofonte e seu
cavalo alado Pgaso.
O monge budista Gunavarman, no sculo IV d.C., afirmou
que tinha voado do Ceilo a Java para converter o rei desta
ilha sabedoria do "modo dos oito caminhos". No dia
anterior sua chegada a me do rei sonhou que um grande
mestre tinha descido do cu numa nave voadora. Quando a
aurora iluminou a Terra, Gunavarman chegou; julgado um
mensageiro dos deuses, foi tratado com imenso respeito.
Todos os espectadores se maravilharam de ver uma nave
brilhante deslizar do alto e pousar sem o menor som. Outra
jtaca falava de um rei de Benares que possua um veculo
recoberto de jias que voava; o dramaturgo Bhavabhuti
escreveu no quinto sculo da nossa era a respeito de um
veculo voador usado para trabalho em geral na comunidade
pelos funcionrios do conselho local. Em seu livro notvel,
War in Ancient ndia (A guerra na ndia antiga),
Ramachandra Dikshitar recorda que, no Vikra-marvastya
(Drona, p. 176), o Rei Puruvravas viajou num carro areo
para salvar Urvasi, em perseguio ao danava que a raptara.
Referncias curiosas a viagens areas aparecem no
Budhasvamin Brihat Katha Shlokasamgraha, um romance
snscrito, escrito na bela escritura antiga dum tipo bem
conhecido no Nepal do sculo XII, reproduo dum
manuscrito muito antigo. Este foi traduzido para o francs
por Felix Lacote em 1908.
O tirano Mahasena, rei do povo avanti, no norte da ndia,
governava em Uijayani, uma cidade rodeada de fossos to
largos como o mar, uma cidade imensa como as montanhas.
O rei foi deposto por seu filho mais velho, Gopala, que um
dia ouviu por acaso...
...um homem queixando-se a sua amante de que ela o
atormenta. A amante sugere que ele mate o marido dela, as
leis so desprezadas, brio de apetite de poder o filho matou
o rei, seu pai.
Gopala, que tinha levado uma vida desregrada at ento,
decidiu tornar-se um asceta e abdicou em favor de seu irmo
mais jovem, Palche, que depois de um longo reinado deixou
o governo para seu sobrinho Avantwardhava. Um dia
Avantwardhava enamorou-se de uma moa que viu num
balano em uma rvore, a seguir o elefante dele correu
descontrolado e foi ajoelhar-se aos ps da donzela que tinha
roubado o corao do jovem rei.
Ela era Surasamanjari, filha de Upalastaka, chefe dos
matangos. Avantwardha casou com Surasamanjari. Ela disse
que na realidade seu pai era Siddhamatanjavidya, que a tinha
prometido a um vilo chamado Ipploha. "Um dia, quando
meu pai viajava no ar, com sua coroa de chamas, rodeado
por enxames de abelhas, amarelas de plen, foi encantado
pelo vento." O rei foi amaldioado por Narada, que estava
margem do Ganges, mas a praga seria levantada quando sua
filha se casasse com o filho de Gopala. Ela disse que o rei dos
vidyaharas e outros seres celestes estabeleciam como regra
que um rei, mesmo errado, no devia ser perturbado quando
est no seu harm. Ipploha, fervendo em raiva, raptou a
moa. Uns eremitas, pondo os olhos no cu, viram vir um
ser divino com espada e escudo, resplendente na luz. O ser
divino desceu pelo caminho dos ventos, e ps Ipploha a
ferros.
O ser divino disse: "Desde Haravashanadotta, rei dos
vidyaharas, eu sou teu servo dedicado. Sou chamado
Divaskavadeva. Quando atravessava os ares do Himavit, no
monte Malaya, ao passar sobre os avantis vi o sandala que
fugia raptando o rei e sua esposa... Lutei com ele e o venci.
Levei-o ao cakravartim (imperador), que o interrogou e o
envia para a Corte de Justia de Kashyupe... Ele vir ver-nos
amanh com suas esposas".
Depois desse discurso de Divaskavadeva, os rixis banharam-
se em lgrimas de alegria e acharam a noite longa. De
manh, no cu sem nuvens, os ascetas ouviram um rudo
fragoroso que enchia a atmosfera. "Que isso?",
perguntaram ao ser areo. " o rudo dos tambores dos
viajantes areos que esto fechados no seio dos carros e
soam como o trovo. Aqui vem o nosso senhor, o rei dos
reis dos vidyaharas, com a tempestade de tambores rugindo
pelos caminhos do cu. Vejam!" Como uma manada de
nuvens que o arco-ris ilumina, enchendo todos os espaos
do firmamento, um bando de carros esplendorosos de jias
apareceu aos ascetas distncia, chegando do cu. Os carros
desceram, o de Shakravatan parou porta do eremitrio, os
outros nas gargantas, nas encostas e nos topos das
montanhas. O carro do rei supremo dos vidyaharas tinha a
forma de uma flor de ltus, e era ornamentado com vinte e
seis ptalas feitas de rubi. Ele prprio estava em p no meio
do pericarpo, formado por uma esmeralda, nas ptalas
estavam suas esposas maravilhosamente vestidas.
No julgamento na corte, diante dos seres celestiais, Ipploha
alegou que Surasamanjari lhe tinha sido prometida, o Rei
Upalastaka disse que isso era de fato verdade, mas que
Ipploha tinha renunciado a ela dizendo que era filho dum
homem amaldioado (por Narada, no Ganges). Ele ento a
tinha prometido ao rei dos avantis. Kacyopa, ento,
condenou Ipploha a ir at Benares para mergulhar os
cadveres no Ganges, residindo no cemitrio, vestindo os
andrajos dos criminosos e vivendo de esmolas. Ao fim de
um ano seria libertado da praga.
Por fim acorreu gente por todos os meios a Ujyayami. At
velhos, cegos e recm-chegados, almas simples e crianas,
ansiosos por dar com o filho do rei dos vatsas, e a floresta do
eremitrio encheu-se com a multido alegre.
Essa histria encantadora fala dos tempos em que a gente do
espao convivia com os homens em mtuo prazer. O "rudo
de tambores dos viajantes areos" faz-nos lembrar avies
hoje rompendo a barreira do som; a comparao das
espaonaves com jias faz lembrar o profeta Ezequiel, que
descreveu seus visitantes em carros de pedras preciosas; o
julgamento na presena dos seres celestiais evoca os deuses
dos dramaturgos gregos que julgavam os homens.
O Brihat Katha continua com uma histria maravilhosa que
nos lembra hoje a fico cientfica, embora o escritor
snscrito a contasse como verdadeira.
O Rei Padmavit e a Rainha Vasavadotta desejavam
enormemente ter um filho, e finalmente ela ficou grvida.
Um dia, quando ela pensava ansiosamente sobre o
acontecimento vindouro, sua sogra contou-lhe que quando
ela mesma estava grvida, um dia encontrava-se no terrao
do palcio olhando o cu, quando uma "ave" desceu e a
levou pelo ar e a colocou numa terra distante. O pssaro ia
devor- la, mas foi salva por dois jovens rixis. Eram esguios,
um crculo luminoso espalhava-lhes uma luz dourada nos
membros, sua tranas eram de uma beleza deslumbrante.
Disseram-lhe: "Rainha, no tenha medo. Este o eremitrio
de Vasistha, situado num lugar puro ao p do monte
Oriental". A ela deu luz Odayana. Quando cresceu,
Odayana deixou o eremitrio e viajou. Num lago cheio de
ltus e toda a espcie de aves viu jovens que no tinham
forma humana se divertindo. Fechou os olhos e eles o
levaram para a morada do povo-serpente, sem Sol, sem Lua,
sem planetas nem constelaes ou estrelas, mas o esplendor
de aventurinas e pedras lunares dissipava a escurido. Na
cidade no havia velhice, nem doena, nem deformidade
fsica ou moral, mas palcios deliciosos, e nesse esplendor
havia som de cmbalos. Era a Cidade das Serpentes,
Bhavagata, onde moravam seres que viviam numa calpa.
Com relutncia Odayana teve de partir e eles o
acompanharam de volta ao cimo do lago.
Os adeptos da teoria da terra oca diriam que Odayana foi
trasladado a essa maravilhosa civilizao de Agharta, que
dizem existir centenas de quilmetros abaixo dos nossos ps.
O "povo-serpente" conhecido esotericamente como uma
raa no humana de seres maravilhosos com imensa
sabedoria csmica; interessante verificar que eles eram
conhecidos, ao que parece, dos escritores da velha ndia.
A mitologia grega abunda em histrias de deuses que
desciam Terra para seduzir alguma mulher apetitosa. O
Brihat, Livro Quinto, p. 179, conta-nos:
Em Mathura, Manorama, esposa do poderoso Rei Ujrasena,
passeava no belo jardim de sua casa para respirar o perfume
das kadambas. "Ela estava no primeiro dia de seu ms." Um
dnava chamado Drumba estava passando no ar, a beleza do
jardim chamou-lhe a ateno, viu Manorama l e, por esp-
rito de malcia, tomou a forma de Ujrasena (seu marido),
uniu-se a ela, e imediatamente ela sentiu que estava grvida.
O Brihat Katha, p. 190-199, adiante d uma informao mais
direta sobre aviao:
Ento Padmavit explicou que Vasavadotta desejava subir
num carro areo e desse modo visitar toda a Terra. "As
esposas dos servos do rei tinham exatamente o mesmo
desejo. Eu disse a mesma coisa a todas elas. Pendurem um
balano em varas longas, subam nele, depois balancem-se no
ar para frente e para trs. Outros meios de satisfaz-las seus
maridos no conhecem! Se ela tem desejo de viajar no ar,
que se contente da mesma maneira!" Todos riram. "Deixe de
brincadeira!", disse Rumanavat, "e vamos questo!" "Que
adianta sonhar com isso?", disse Yongan-dharayame. "Trata-
se apenas dum trabalho de artesos." Rumanavat convocou
os carpinteiros e mandou-lhes que fabricassem sem demora
uma mquina que se movesse no ar. Eles saram dali e o
corpo de artesos teve uma conferncia demorada, depois
procuraram Rumanavat novamente e balbuciaram aterrados:
"Ns conhecemos quatro espcies de mquinas: mquinas
de gua, mquinas de pedra, mquinas de p e as feitas de
muitas peas. Quanto a mquinas voadoras, os yavanas (os
gregos) conhecem- nas, mas ns nunca tivemos
oportunidade de ver nenhuma".
Ento um brama falou dum carpinteiro chamado Pukrasaka,
a quem seu rei havia falado de Vicvita, que tinha montado
um galo mecnico. Os embaixadores estrangeiros disseram:
"No devemos revelar nunca a ningum, arteso ou qualquer
outro, o segredo das mquinas areas, difceis de adquirir por
qualquer um que no seja grego". Rumanavat disse que o rei
estava tentando arrancar dele o segredo das mquinas
voadoras, que era seu dever escond-lo como os usurrios
escondiam seus tesouros. Os artesos podiam ser postos a
ferros, chicoteados, torturados, que no revelariam o
segredo.
De repente apareceu um estranho e pediu a Rumanavat os
materiais necessrios e fez um carro voador com a forma de
Garuda, ornado de flores de mandara.
A rainha e o marido viajaram no ar em volta da Terra e
voltaram cidade dos avantis.
Num maravilhoso dia de primavera, a rainha deu luz um
filho.
Os povos da ndia antiga consideravam todos os ocidentais
procedentes do Mediterrneo "iavanas", ou gregos,
exatamente como os rabes, sculos depois, chamavam aos
cruzados "francos", fosse qual fosse o seu pas de origem.
Provavelmente usavam a palavra "yavana" para indicar
qualquer pessoa de pele mais clara, mesmo um espaonauta.
Quem era aquele "estranhe", que apareceu a Rumanavat e
construiu aquele carro areo? Seria um homem do espao?
Mais referncias a iavanas e suas mquinas voadoras eram
feitas no Harscha Charita de Bana, um vatsyayenas
bramnico, que viveu em Thanesar no norte da ndia no
comeo do sculo VII d.C. O romance histrico de Bana
tomou o seu prprio rei, Shri Harscha, como heri e baseou-
se num acontecimento real do reinado dele. Um viajante
budista chins, Hinan Throng, visitou a corte de Shri
Harscha por volta de 630 d.C. e deixou uma vvida narrativa
dessa visita. A fascinante obra do prprio Bana fornece um
maravilhoso quadro da ndia do sculo VII.
A brilhante traduo de E. B. Cowell e F. W. Thomas
descreve as vicissitudes de Harscha, seus amores, ascetismo,
traies, batalhas, at que se torna rei. Imediatamente jurou
vingana contra o rei de Ganda e ordenou ao seu
comandante de elefantes, Sandagupta, que mobilizasse suas
foras. Sandagupta fez-lhe uma longa descrio de desastres
devidos a erros cometidos pelo descuido, a qual, embora no
tenha importncia particular para caso dos astronautas, ,
sem dvida, de salutar interesse, como a maioria das
histrias da velha ndia.
Sandagupta respondeu: "...Ponha de lado, pois, essa
confiana universal, to agradvel aos hbitos de sua prpria
terra e nascida da franqueza inata de esprito.
Freqentemente chegam aos ouvidos de Vossa Majestade
notcias de desastres devidos a erros por falta de cuidado.
Em Gadmavati houve a queda do herdeiro de Najasena para
a casa dos nagas, cu j poltica foi publicada por uma ave
sarika. Em Sravasti apagou-se a glria de Sutavarman, cujo
segredo foi ouvido por um papagaio. Em Mittikarati palavras
ditas no sono foram a morte de Suvanaranda.
"A sorte de um rei yavana foi decidida pelo guarda do seu
carro de guerra de ouro, que leu as letras dum documento
refletidas em seu elmo precioso. A golpes de espada o
exrcito de Viduratha retalhou o avarento Mathura quando
cavava tesouros na calada da noite. Vatsapati quando se
divertia na floresta dos elefantes foi aprisionado pelos
soldados de Pra- hasena que saram da barriga dum elefante
de mentira (cavalo de Tria?). Sumitri, filho de Wjnimita,
gostando muito de teatro, foi atacado por Mitradeva no meio
dos atores e com uma cimitarra separado da cabea como
uma haste de ltus. Sharabha, rei" de Asmaka, gostava muito
de msica de instrumentos de corda, e seus inimigos
disfarados de estudantes de msica cortaram-lhe a cabea
com facas afiadas escondidas no espao entre a vina e a
cabaa acstica. Um general de baixo nascimento, Prispantri,
assassinou seu tolo senhor maurya, Brihadratha, numa re-
vista de todo o exrcito, que Prispantri organizou com o
pretexto de manifestar o poder do senhor. Kaakavarma,
curioso de maravilhas, foi arrebatado, ningum sabe para
onde, em um carro areo artificial feito por um yavana
condenado morte."
Essa histria snscrita de um rei arrebatado num carro areo
lembra a histria do Cavalo Encantado das Mil e uma noites.
Seria um rapto para outro planeta ou o primeiro acidente
areo registrado na histria?
Sandagupta continuou a deprimir o Rei Harscha com
descries de infortnios; elas podero ter pouca relao
com os astronautas, mas essas fascinantes histrias talvez
devam ser ressuscitadas do negligenciado snscrito e apre-
sentadas hoje para esclarecimento dos nossos leitores mo-
dernos. possvel que tambm aprendamos com estes inci-
dentes da velha ndia.
"O filho de Susumaya foi, por instncia de seu ministro
Vasudeva, privado da vida por uma filha da escrava de
Devabhuti, disfarada como sua rainha. Por meio de uma
mina no monte Dodhama, animado pelo tinido de argolas
das pernas de numerosas mulheres, o rei de Maghadha, que
tinha a mania de grutas de tesouros, foi levado pelos
ministros do rei de Makabo para a terra deles. Kumavasene,
prncipe de Pannytha, irmo mais jovem de Prodyota, tendo
a mania de histrias sobre venda de carne humana, foi
assassinado na festa de Mahakabe pelo vampiro Tabajongha.
Por meio de drogas cujas virtudes tinham sido celebradas
por muitos indivduos diferentes, alguns pretensos mdicos
causaram atrofia em Ganyapati, filho do rei de Vidaha, que
era louco pelo elixir da vida. Confiando em mulheres, o
kalinga Bhorasena encontrou a morte s mos de seu irmo
Virasena, que secretamente encontrou acesso parede dos
aposentos da Primeira Rainha. Deiando-se em um colcho
no leito de sua me, um filho de Dodhra, senhor dos
karusas, causou a morte de seu pai, que tencionava ungir
outro filho. Bandrakaba, senhor dos sokones, sendo muito
ligado ao seu camareiro, foi com seu ministro privado da
vida por um emissrio de Sudsoka. A vida de Pusnava, rei de
Cammidi, amante da caa, foi sorvida enquanto ele estripava
rinocerontes dos soldados do senhor de Campas, escondidos
num alto canavial. Arrebatado por seu entusiasmo pelos
trovadores, o bobo de Markhari, Ksatravarman, foi abatido
por bardos, emissrios de seu inimigo, aos gritos de
"Vitria!" Na cidade de seu inimigo, o rei dos sakos, quando
cortejava a mulher de outro, foi chacinado por Cantragupta,
escondido na roupa de sua amante. Os erros de homens
descuidados causados por mulheres tm chegado
suficientemente aos ouvidos do meu senhor. Assim, para
garantir a sucesso de seu filho, Suprabha com mosquitos
envenenados matou Mahasena, rei de Kachi, amante de
guloseimas. Rotnavati, fingindo um frenesi de amor, matou
o vitorioso Jarutha de Ayodhya com um espelho que tinha
uma borda afiada como navalha. Dhaki, apaixonada por um
irmo mais jovem, empregou contra Devasena ltus cujo
suco fora tocado com p envenenado. Uma rainha ciumenta
matou Randideva de Vranti, com uma argola de tornozelo
cravejada que emitia uma infeco de p mgico; Vindumati
matou o Visnu Vidmatha com um punhal escondido nas
tranas do cabelo; Hamasavati, o rei de Sauviva, Virasena,
com um ornamento de cinto que tinha veneno no interior;
Pauravi, o senhor Somaka de Paurava, fazendo-o beber um
gole de vinho envenenado, tendo ela besuntado sua prpria
boca com um antdoto invisvel."
Assim ele falou, e partiu para executar a ordem de seu
senhor.
Sem se deixar impressionar com o triste relatrio, Harscha
levou o seu exrcito e derrotou o rei de Ganda.
Essas histrias maravilhosas da velha ndia, que tanto fazem
lembrar o Renascimento italiano e a gerao dos Brgia,
poderiam dar enredos para os dramaturgos de hoje e inspirar
nos nossos scripts de televiso um brilho muito necessrio.
Os deuses da antiga Grcia folgavam em amorosos prazeres
com qualquer beldade, casada ou solteira, que casse sob seus
olhos concupiscentes; por vezes parece que essas mesmas
deidades celestes iam divertir-se tambm sobre a ndia
antiga. O Boital Pachis ou As vinte e cinco histrias de um
duende, traduzido do hindi por J. Platts, fala de Hariswami,
que era "to belo como Cupido, igualava Brihaspati em seu
conhecimento dos tratados cientficos e religiosos e era to
rico como Kuvera". Casou com uma filha de um brmane,
chamada Levenyavata, e a levou para casa.
Em suma, numa noite na estao quente estavam ambos
dormindo pesadamente no teto plano duma casa de vero. O
vu da mulher escorregou-lhe do rosto quando um semideus
estava passando em um carro pelo ar. Vendo por acaso a
mulher, o semideus baixou o carro, colocou-a nele assim
mesmo adormecida e fugiu com ela. Depois de algum
tempo, brmane acordou tambm e eis que sua mulher
no estava (ao seu lado). Ficou alarmado e desceu e
procurou-a atravs da casa. No a encontrando l, saiu e
procurou-a pelas ruas e vielas da cidade, mas no a
encontrou. Ento comeou a dizer consigo mesmo: "Quem
a ter levado e aonde ter ido?" A dor foi-lhe fatal. Depois de
muito sofrimento, comeu arroz que tinha sido envenenado
por uma serpente e morreu.
A desgraa deste homem, no sei por qu, no nos causa
pena. Sentimos que qualquer homem que durma com sua
mulher em cima dum telhado plano, com astronaves
passando por cima, merece perd-la. A moral para ns
atualmente, nesta era de UFOS, dormir dentro de casa.
As vinte e cinco histrias de um vetala, escritas no sculo
VII d.C., falam de um carpinteiro que construiu um carro
areo camuflado como uma enorme ave que permitiu a um
moo salvar sua noiva do harm dum rei poderoso.
As histrias do Panchatantra, escritas no snscrito da velha
ndia, tm sido contadas por contadores de histrias
itinerantes por geraes atravs do mundo. Esses romances
mgicos de reinos de maravilha inspiraram o Asno de ouro,
de Apuleio, as fabulosas Mil e uma noites, o cavaleiro Gesta
Romanorum, o picante Decamero, de Boccaccio, as fbulas
de La Fontaine e aqueles deliciosos contos de Grimm e Hans
Andersen que nos fascinam at hoje. Aquelas histrias de
fadas que encantam a nossa meninice ainda evocam um
mundo de magia que sentimos deve ser a verdadeira
realidade, alm da nossa percepo limitada, talvez naquelas
regies transcendentes onde seres maravilhosos manipulam
as foras secretas do universo; alguns mitologistas acreditam
que os duendes foram antigos deuses; hoje ns os
confundimos com astronautas.
A histria de O tecelo como Visnu, maravilhosamente
traduzida por Alfred Williams, conta que no pas dos gangas,
em uma cidade chamada Pundravardhaanam, um jovem
tecelo e um carpinteiro, vestindo as suas melhores roupas,
passeavam pelo meio da multido em meio a uma grande
festa. Sentada em frente duma janela superior do palcio
real, viram a princesa, cuja beleza sem igual trespassou o
corao do tecelo. To apaixonado ficou este, que seu
amigo, o carpinteiro, lhe fez uma mquina maravilhosa com
a forma e as cores de uma ave, modelada de acordo com a
divina Garuda, para que ele pudesse chegar princesa, que
dormia sozinha em sua sacada. O tecelo tomou banho,
vestiu a sua melhor roupa, perfumou o hlito e subiu com
sua mquina. A princesa, sozinha em sua sacada, suspirava
para a lua quando viu o tecelo na forma de Visnu em uma
enorme ave que vinha do cu.
O tecelo disse donzela, que acreditava que ele era Visnu,
qu ela havia sido sua esposa anterior e que eles podiam
casar-se sob as estrelas. Todas as noites ele visitava a
princesa, e, quando a aurora iluminava os seus amores, dizia-
lhe um adeus carinhoso e subia para o cu. Um dia o rei
descobriu o segredo da princesa e jurou mandar matar o
amante; a princesa ento revelou-lhe que estava sendo
cortejada pelo prprio Visnu. O rei e a rainha ficaram
encantados de saber que o deus estava tendo amores com
sua filha, e o rei gabou-se de que com Visnu como genro
conquistaria a Terra. Assim encorajado, desafiou o poderoso
Vikramasena, rei do Sul, e recusou-se a pagar-lhe seu tributo
usual. Vikramasena invadiu o pas com um grande exrcito
de elefantes, e ento o rei pediu a sua filha que dissesse ao
bendito Visnu para aniquilar o inimigo. O tecelo prometeu
assim fazer e o rei encantado jurou que quem quer que
matasse Vikramasena ficaria com todos os imensos tesouros
dele.
A princpio, o tecelo ficou alarmado ante a perspectiva de
batalha, mas a vida sem a sua bem-amada princesa era
morte, e decidiu desafiar Vikramasena, que, afinal de contas,
talvez imaginasse que ele era o verdadeiro Visnu.
No cu o deus Visnu, que generosamente havia observado
divertido aquela impostura, subitamente compreendeu que
sua imagem sofreria muito se o tecelo, julgado Visnu, fosse
morto por mortais. Entrou no corpo do tecelo, subiu no
pssaro e arremessou o seu disco contra Vikramasena,
cortando-o em dois. O exrcito invasor rendeu-se, em
pnico. O inspirado tecelo reclamou todas as possesses do
rei derrotado e na vitria mostrou verdadeira nobreza de
alma. O rei prestou-lhe as mais altas homenagens, todo o
povo se regozijou muito, e o tecelo e a princesa viveram
felizes para sempre.
Se um entusiasta dos UFOS hoje personificasse um
astronauta, ser que algum louro venusiano viria em seu
socorro? Talvez devssemos tentar.
Outra histria divertida do Panchatantra conta que o rei
exilado Putraka obteve um par de botas mgicas e voou com
elas alto por cima de cidades, rios e cumes de montanhas
para vencer seus inimigos.
Cientistas de muitos pases estudam hoje os velhos textos
snscritos minuciosamente para redescobrir segredos do vo
espacial. Maharshi Bharadwja fez uma traduo
extraordinria intitulada Aeronutica, descrita como Um
manuscrito do passado pr-histrico, que contm dados
fascinantes, quase incrveis, nos seguintes extratos-amostras,
publicados pela Academia Internacional de Pesquisa Sns-
crita, Misore. ndia.
Em confronto com versos snscritos, estas so as :uriosas
interpretaes que nos assombram.
Neste livro descreve-se em oito fascinantes captulos a arte
de fabricar vrios tipos de aeroplanos para viajar, suave e
confortavelmente, pelo cu, como uma fora unificada para
o universo, que contribuir para o bem-estar da
humanidade. O que pode mover-se por sua prpria fora
como um pssaro, em terra, na gua ou no ar, chamado
"vimana". O que pode viajar no cu, de lugar para lugar, de
pas para pas, ou de globo para globo, chamado "vimana"
pelo cientista de aeronutica.
O segredo de construir aeroplanos que no quebrem, que
no possam ser cortados, que no peguem fogo e que no
possam ser destrudos. O segredo de fazer avies imveis. O
segredo de fazer avies invisveis. O segredo de ouvir
conversas e outros sons em avies inimigos. O segredo de
receber fotogmfias do interior de avies inimigos. O segredo
de verificar a direo da aproximao de avies inimigos. O
segredo de fazer pessoas em avies inimigos perderem a
conscincia. O segredo de destruir avies inimigos.
Assim como o nosso corpo, quando completo em todos os
seus membros, pode realizar todas as coisas, um aeroplano
deve ser completo em todas as suas partes a fim de ser
eficaz. A comear pelo espelho fotogrfico embaixo, um
aeroplano deve ter trinta e uma partes. O piloto deve ser
munido de diferentes materiais de roupa, de acordo com as
diferenas de estao, como prescrito por Agnimitra.
Trs variedades de comida devem ser dadas aos pilotos,
variando com as estaes do ano, segundo o Kalpa-Sastra.
Vinte e cinco espcies de veneno que aparecem nas
estaes so destrudos pelas mudanas de regime alimentar
acima. A comida de quatro formas: gro cozido, mingau,
massa, po e essncia. Todas elas so sadias e contribuem
para a formao do organismo.
Os metais adequados para aeroplanos, leves e absorventes do
calor, so de dezesseis espcies, de acordo com Sownaka.
Grandes sbios declaram que esses dezesseis metais so bons
para a construo de avies.
No se trata aqui de fico cientfica ou de segredos do
Comando Areo Americano; essas "revelaes" so extratos
dos clssicos snscritos, escritos na bela e fascinante
escritura que se usava h muitos milhares de anos. Tais
revelaes no sugerem uma tecnologia, aerodinmica,
eletrnica, engenharia, metalurgia, comunicaes, medicina
espacial, tudo sculos frente das nossas?
O grande gramtico snscrito Panini, que viveu por volta de
400 d.C., escreveu, segundo dizem, uma fascinante obra
intitulada As viagens de Panini, na qual descreve visitas que
fez a planetas interiores, afirmando que os seres
extraterrestres freqentemente levavam iniciados em pas-
seios a Mercrio e Vnus. No parece Adamski? George lia
snscrito? faceto talvez ridicularizar Adamski, porque
fenmenos atualmente vistos por cosmonautas tendem a
consubstanciar as afirmaes dele de que viajou numa
astronave; igualmente o sbio Panini pode ter dito a verdade
a uma posteridade incrdula. Algumas dcadas antes, em
312 d.C., Constantino e todo o seu exrcito viram no cu,
quando marchavam para Roma, uma cruz de fogo,
aparentemente uma espaonave, confirmando que seres
extraterrestres visitavam a nossa Terra naquele sculo; alm
disso, as runas dum velho templo em Borobodura, Java, que
datam daquele perodo, contm afrescos que mostram o que
parecem ser astronautas e smbolos astronmicos que
sugerem visitantes de Vnus.
Conquanto a nossa civilizao ocidental seja baseada nas
culturas grega e judaica, raramente nos damos conta de que
os gregos e os judeus derivaram muitos de seus conceitos
fundamentais da velha ndia, especialmente depois que a
invaso de Alexandre, o Grande, em 327 a.C., promoveu
comrcio e cultura entre a ndia e o Oriente Mdio. Por esse
tempo, de acordo com Tito Lvio, quando os espaonautas
visitavam Roma certamente observavam tambm outras
partes da Terra. Frank Edwards, investigador americano dos
UFOS, escreve que dois discos prateados brilhantes, cuspindo
fogo em redor pelas bordas, mergulharam repetidamente
sobre as colunas gregas que desciam os desfiladeiros para o
Punjab, apontando cavalos e elefantes e voltando de novo
para o cu. Esse incidente no pode ser confirmado pelas
histrias contemporneas de Arriano, Ptolomeu, Megstenes
ou Estrabo, mas apresenta uma notvel semelhana com
aqueles escudos flamejantes dos cus que, em 776 d.C.,
salvaram os cavaleiros de Carlos Magno, em Sigiburg, dos
saxes que os sitiavam, to vividamente descritos nos
Annales Laurissenses, na Patrologiae de Migne, Saeculum
IX.
Kananda e os gnani iogues especulavam sobre o tomo
quinhentos anos antes de Demcrito; Arybatha, no sexto
sculo antes de Cristo, ensinava sobre a rotao da Terra; os
princpios da medicina, da botnica e da qumica foram
estabelecidos j em 1.300 a.C., na ndia, e a astronomia data
de remota antiguidade.
A criao do Genesis parece uma verso primitiva dos
profundos ensinamentos dos Dias e noites de Brama; a
histria de No, um eco de Vaivasvata, que Visnu avisou
para construir um navio para a enchente prxima; a origem
da cabala judaica e de vrios acontecimentos da Bblia pode
ser encontrada nas escrituras hindus, escritas muitos sculos
antes.
Em mentes condicionadas por milhares de anos de
cristianismo, as vidas e doutrinas de Crisna e Buda lanam
tanta dvida sobre a historicidade de Jesus, que nos atre-
vemos a perguntar se toda a lenda crist no ser apenas um
plgio do hindusmo e do budismo. Essa aparente blasfmia
fere todos os nossos sentimentos: duvidar da realidade de
Jesus parece um pecado mortal, mas, se estudarmos
honestamente os ensinamentos de Crisna, helenizado para
Chrestos e da Cristo, e compararmos os dogmas
fundamentais do nascimento da Virgem, os milagres, a
morte ritualstica numa rvore ou na cruz, a imortalidade,
surpreendemo-nos especulando se Cristo no seria um mito
baseado no Crisna histrico anterior. Alguns intuitivos
afirmam que as doutrinas hindus foram trazidas da ndia por
aquele maravilhoso asceta que foi Apolnio de Tiana, que se
diz ter sido o homem que adoramos como Jesus.
Essa controvrsia deixa-nos confusos atualmente. Talvez
devamos transigir e voltar nossos estudos para o inspirado
Apolnio e seu jovem companheiro Damis, andando pelas
estreitas ruas de Txila, ansiosos por aprenderem a VERDADE
dos lbios dos sbios indianos, que provavelmente herdaram
sua sabedoria dos astronautas.
Muitos eruditos acreditam que a velha ndia foi a fonte no
s da civilizao, das artes e das cincias, mas tambm de
todas as grandes religies da antiguidade. Alguns orientalistas
sugerem que os Vedas refletem influncia estrangeira da
mais remota antiguidade. Os ocultistas afirmam que a cultura
da ndia se originou no continente submerso da Lemria; e
isso pode ser verdade, mas o que compreendemos hoje
sobre o universo habitado leva- nos a perguntar se os
mestres da ndia no teriam descido das estrelas.
As lendas mais primitivas falam da primeira dinastia de seres
divinos da ndia, a raa do Sol, que reinou em Ayodha (hoje
Oudh); a segunda, raa da Lua, que reinou em Pruyag
(Allahabad); uma curiosa semelhana com as dinastias
divinas do Egito relacionadas por Maneton e com os deuses
da Idade de Ouro da Grcia, cantados por Hesodo e Ovdio,
concordando tudo com a antiga dominao da Terra por
super-homens do Espao.
As provas sobre o passado remoto so de fato escassas e
confusas, mas o fsico sovitico M. Agrest declarou
recentemente que na famosa gruta de Bohistan h inscries
que mostram a Terra e Vnus unidos por uma seta. Quem
sabe que revelaes no viro a ser encontradas pelos
arquelogos ao desenterrarem as misteriosas runas de
Mohenjo Daro e Harappa? Aparecer alguma "pedra de
Roseta" para lanar uma luz deslumbrante sobre os
astronautas na ndia antiga?
Examinando esses fascinantes clssicos hindus, com suas
tradies de mquinas voadoras, bombas fantsticas e heris
maravilhosos, luz do nosso moderno conhecimento do
espao, sentimos com crescente emoo que a ndia antiga
foi governada por espaonautas.
Captulo Seis
ASTRONAUTAS NO TIBETE
O glorioso Sol enchia a Terra de esplendor, inspirando nos
gigantes a alegria de viver, a emoo de gozar a beleza deste
mundo maravilhoso, vivendo quase para sempre como os
deuses ureos do cu. Os raios de sol danavam nas
pequeninas ondas que lambiam o litoral tibetano e
acariciavam as multides que se divertiam na praia; crianas
brincavam e patinhavam no mar e paravam para olhar com
olhos espantados quando um vimana brilhante descia do cu
em direo s torres de Lassa, a cidade celestial, cujos
templos translcidos e parques floridos lembravam aos
venusianos seu prprio e belo planeta. Jovens namorados
saltavam em alegre abandono ao som de msica conjurada
do ar; alguns olhavam mudamente seus companheiros,
perdidos no doce mistrio do amor, enquanto seus amigos
pairavam alegremente sobre feriados passados nas florestas
do plo Sul, escalando aquelas montanhas, cobertas de neve
da Atlntida, ou at dando um pulo.at Prosrpina, o planeta
recm-descoberto alm de Pluto, cujas feiticeiras sedutoras
prometiam tentadoras delcias. Mulheres em trajes exticos,
combinando com sua disposio de nimo, exibiam a beleza
do corpo e da alma; com feminina satisfao bisbilhotavam
sobre o ltimo escndalo que despertava a curiosidade dos
alegres tibetanos. Talor, o jovem sumo sacerdote, cujo
gnio, fantstico mas rebelde, assombrava at os mais
insignes cientistas daquela ilha asitica, tinha materializado,
trazida dos pramos etreos, uma donzela loura que
tencionava desposar. As damas protestavam com
indignao: noivas das estrelas poderiam ser bem-vindas
talvez, mas uma demnia do mundo astral constitua uma
competio desleal, especialmente se seu rosto era
realmente mais belo do que o Sol e seus olhos mais mgicos
do que a Lua. Seu encanto vivaz estava seduzindo o viril
sumo sacerdote, perversamente imune a todas as beldades
do Tibete. Algumas damas defendiam-no. Depois de
milnios de paz, os homens estavam entediados; o espao
no mais os empolgava; o nosso planeta parecia como
qualquer outro; a telepatia com os animais revelou-se
decepcionante; o prprio sexo estava perdendo o seu sabor;
aquela demnia trazia novas idias; suas estranhas e
empolgantes revelaes do mundo etreo revolucionariam a
vida na Terra; o futuro brilhava de promessa.
Num rochedo prximo alguns gigantes louros escutavam
Yellus, o psicocientista cujas feies de bronze denotavam
uma preocupao incomum nos alegres tibetanos. Ele estava
explicando que os astrnomos de Saturno tinham detectado
um corpo celeste que se aproximava do sistema solar; os
observadores acreditavam que o intruso era um asteride
errante, mas os supra-sensveis juravam que era um mssil
de Srio, cujos senhores dirigiam os destinos da Terra. O
homem tinha chegado ao fim duma idade do mundo; era
chegado o tempo de as almas humanas espiralarem para uma
nova oitava de evoluo; a civilizao tinha que ser
destruda para que subisse de novo para o esplendor. Os
gigantes mostravam-se incrdulos; o Sol brilhava, a Terra
folgava; Zeus, seu rei divino, salvaria seu povo; todos,
contudo, se lembravam de que os profetas previam a
destruio para esse sculo.
As premonies logo se confirmaram. Todas as naes da
Terra se mobilizaram para resistir ao choque. Foram
perfurados abrigos nas montanhas e abastecidos de provises
e equipamento para os poucos que sobrevivessem. Os
iniciados esconderam cpsulas de tempo com a antiga
sabedoria para as geraes ainda no nascidas; frotas
espaciais de Vnus salvaram os escolhidos; alguns cientistas,
em submarinos nucleares, procuraram refgio no mar, mas
quando o terrvel asteride encheu o cu sua atrao
gravitacional ameaou despedaar a prpria Terra.
Os chefes da defesa do mundo aconselharam Zeus a
comandar uma armada espacial para desintegrar com msseis
nucleares o monstro que se aproximava a grande velocidade,
mas o terrvel asteride fundiu os aparelhos eletrnicos de
navegao e a maior parte da frota foi destruda.
Tempestades eltricas convulsionaram a atmosfera, cortando
os fornecimentos de energia e as comunicaes de rdio e
inutilizando toda a aviao. As florestas incendiavam-se
espontaneamente, ventos titnicos arrasavam cidades
inteiras, os oceanos, fervendo, varriam o mundo de plo a
plo, os vulces vomitavam enchentes de lava, sepultando
aldeias e cidades em fogo. Abismos enormes abriam-se e
fechavam-se, as montanhas tremiam e aluam nas
profundezas, e o ar carregado de fumaa e p sufocava os
homens e os animais. O asteride ardente bateu no
noroeste, deslocando o eixo da Terra e impelindo-a a oscilar
pelo espao. Mantos densos de fumaa e poeira cobriam o
Sol e gases mefticos poluam a atmosfera; a maioria das
criaturas que ainda viviam, morreram asfixiadas.
Meses depois alguns magros sobreviventes saram len-
tamente de suas cavernas e depararam assombrados com
uma desolao aterradora, e o choque desse espetculo
encheu suas mentes feridas de fantasia. As terras tinham-se
tornado mares, os mares tinham-se tornado terras; o velho
mundo familiar havia desaparecido. A Terra apresentava-se
selvagem e crua como no dia da Criao. Os solitrios
gigantes que ficaram no Tibete estremeceram subitamente
com frio; quando finalmente o Sol vermelho apareceu
atravs do nevoeiro, sua luz carmesim revelou uma pai-
sagem fantstica: os mares acolhedores tinham-se evapo-
rado; a ilha celestial elevara-se at um altssimo planalto no
meio das nuvens, cercado por grandes picos de montanhas;
os orgulhosos edifcios de Lassa jaziam por terra, espalhados
no lodo.
Os desolados sobreviventes imploraram aos deuses que
ajudassem a Terra novamente; alguns seres extraterrestres
desceram em suas naves de luz para ensinar civilizao ao
homem. As geraes famintas, lutando desesperadamente
pela vida em condies selvagens, lembravam a Idade de
Ouro de seus antepassados como um sonho vago, e s alguns
iniciados solitrios preservavam a sabedoria antiga do
passado; o mundo deveria sofrer por muitos milnios antes
que o homem ascendesse a novo esplendor.
Os livros sagrados de Dzyan referem-se aos lhas, que
"circulam, dirigindo seus carros em volta de seu senhor, o
Olho nico", uma curiosa descrio que sugere o Olho de
Horo, o smbolo egpcio de um espaonauta. Uma estncia
ocultista descreve que "as chamas vieram, fogos com
fagulhas, os lhas do alto (drages de sabedoria) lutaram com
homens-cabras e homens com cabea de co e homens com
corpo de peixe", lembrando Oannes, o babilnio, meio
peixe, meio homem, um ser extraterrestre com um traje
espacial. Esse estranho simbolismo pode ser alguma
lembrana fragmentria da conhecida guerra nos cus entre
os deuses e os gigantes. Os lhas, antigos "espritos" asiticos,
construram a cidade celestial chamada Lassa,
provavelmente naquela ilha lendria da sia central habitada
pelos filhos de Deus, que faziam magias, dominando a Terra
e o cu com prodgios. Os tibetanos acreditam que, antes de
aparecer o Himalaia, a terra deles era plana e frtil, rodeada
por mar e povoada por sobreviventes do continente
submerso de Mu, imprio do Sol. O Himalaia provavelmente
no se elevou desde a crosta da Terra, mas foram os mares
que se afastaram, deixando as montanhas com o Tibete l no
alto, exatamente como na Amrica do Sul o antigo porto de
mar de Tiahuanaco ficou encalhado a milhares de metros de
altura nos recm- aparecidos Andes. As tradies tibetanas
afirmam que o Vazio deu nascimento a um Ovo maravilhoso
que, rompendo-se, produziu o espao, o fogo, o oceano, as
montanhas e o prprio homem. Essa estranha concepo
pode ser uma lembrana confusa do renascimento do
mundo destrudo em conseqncia de alguma catstrofe
csmica.
A histria tibetana velada por mitos e lendas. O primeiro
rei, Shipuye, foi seguido por sete khris (tronos) celestes de
dois tengs (altos) superiores, anlogos s dinastias divinas do
Vietnam, da ndia, da China, do Japo, do Egito e da Grcia.
A esses governantes sucederam seis lags (bons) mdios, oito
des (monarcas mundanos) terrenos, quatro tsans (reis
poderosos) inferiores, semelhantes talvez Idade dos Heris
que existe na memria da maioria dos pases. O primeiro
soberano histrico, Nami Sontson, levou no sculo VII os
exrcitos tibetanos em campanhas vitoriosas da China at a
Prsia.
A religio original do Tibete, o culto bon, um animismo
universal no qual as estrelas e as pedras, as rvores e os rios
possuem espritos guardies, propiciados por sacrifcios para
que no influenciem os seres humanos. Os deuses, quando
irritados, enviam tempestades de granizo e pragas, mas
podem ser induzidos a abenoar o mundo com sol e
fertilidade. O cu est intimamente ligado Terra; os
espritos descem para renascer passando pelas almas dos
mortos, que sobem para o reino astral. Os senhores da luz
fazem guerra eterna aos poderes das trevas como nas
teologias semticas; esse conflito comum maioria das
religies pode ser alguma espiritualizao da guerra dos cus
levada a efeito por deuses ou espaonautas. As vidas dos
tibetanos so regidas por pressgios que lanam sombras
malficas que s podem ser evitadas pelo exorcismo dos
lamas, o girar das rodas de rezar ou o agitar de bandeiras de
orao. A cincia moderna e o cristianismo formal
desprezam as crenas bons, como supersties primitivas,
embora muitas sejam compartilhadas pela Igreja Catlica;
mas a sua comparao com cultos nativos em todo o mundo
sugere que todas podero ser restos adulterados de uma
cincia universal de longnqua antiguidade, provavelmente
trazida Terra por mestres do espao. Estudo recente de
partculas subatmicas, revelaes de espiritualistas e
pesquisas para cientistas sobre matria etrea sugerem a
coexistncia de reinos invisveis povoados por seres de
matria mais sutil do que ns, que podem intrometer-se no
nosso plano da Terra e produzir fenmenos estranhos, h
muito conhecidos pelos bons do Tibete e pelos cultos
antigos de todo o mundo. Embora a religio oficial do Tibete
seja o budismo, com sua sublime mensagem de compaixo
por todas as criaturas sensveis, os lamas reconhecem muitos
deuses e deusas benficos e malignos que governam cada
detalhe da vida cotidiana, adorados no intricado ritual
formulado nos textos tntricos. Todos os tibetanos crem
em reinos transcendentais dos quais avataras, bodhisattvas,
voltam para ensinar a humanidade sobre a peregrinao at a
unio com Deus. A grande alma, Chenrezi, encarna como
dalai-lama; o prximo salvador, Senhor Maitreya, espera no
cu Tushita, preparando-se para descer Terra.
At a invaso dos comunistas chineses, o Tibete era
geralmente considerado uma terra de magia e mistrio,
governada por um deus, onde os lamas desenvolviam po-
deres sobrenaturais praticando uma feitiaria que confundia
a nossa cincia lgica. Uns poucos europeus tm vivido
entre os mgicos tibetanos e do impressionados testemu-
nhos de fenmenos espantosos que desafiam as nossas leis
da fsica. Madame Alexandra David-Neel, uma inspirada
estudiosa do ocultismo, fala da materializao de formas de
pensamento em pessoas ou coisas, homens que correm mais
do que cavalos, eremitas nus que se aquecem entre as neves
da montanha, comunicao teleptica atravs de vastas
distncias, transmigrao de almas, transferncia do eu
etreo, viagem astral, comunicao com os chamados
mortos, cadveres que danam, conflitos com demnios e
muitas outras fantasias inacreditveis, mas confirmadas por
outros observadores dignos de confiana. O famoso erudito
Dr. W. Y. Evans-Wentz devotou sua vida ao estudo do
iogue tibetano e s doutrinas secretas, revelando um vasto
campo de conhecimentos esotricos completamente
estranhos aos nossos padres de conhecimento
convencionais; outros pesquisadores comprovam a
levitao, a animao suspensa por iogues enterrados vivos,
profecias exatas e muitos outros prodgios desconhecidos
para o nosso ctico mundo ocidental. salutar verificar que
pesquisadores de vanguarda em parapsicologia, pr-
cognio, telepatia, ocultismo e at fsicos nucleares esto
transmudando o nosso mundo materialista em um mundo
de estudos esotricos, aproximando-se pouco a pouco do
psiquismo h muito praticado pelos lamas tibetanos. A antiga
sabedoria do Tibete deve ter sido herdada de alguma
civilizao perdida do passado ou ensinada por espaonautas
dum planeta adiantado.
A vasta literatura do Tibete quase no conhecida no
Ocidente; o total dos arquivos das lamaserias deve rivalizar
com a Biblioteca do Vaticano. O Kanjur compreende mil e
oitenta e trs obras diferentes, o Tanjur consiste em
duzentos e vinte e cinco volumes in-flio, pesando cada um
de dois quilos a dois quilos e meio, o Btaam-Hgym uma
compilao de obras literrias tibetanas em duzentos e vinte
e cinco volumes que tratam de literatura, cincia,
astronomia e cerimnias tntricas. H mil e quinhentos anos
os monges tibetanos vm estudando a alma humana, o cu e
os reinos invisveis em volta de ns; muitos desses eruditos
devem ter sido homens de gnio, com milnios de tradio
e experincia, que devem, sem dvida, ter descoberto
muitas facetas deste espantoso universo alm da nossa
percepo. O Bard Thdol, muitas vezes comparado ao
Livro dos mortos egpcio, descreve a vida depois da morte,
os julgamentos da alma nos mundos astrais e o processo de
renascimento com uma penetrao espiritual que transcende
as nossas filosofias ocidentais. Acredita-se que, como nos
textos snscritos da velha ndia, estes antigos livros do
Tibete podero em algum lugar explicar os segredos da
antigravidade, da teleportao, da psicocinesia e de foras
siderais alm do nosso conhecimento; devem conter, sem
dvida, fascinantes informes sobre os espaonautas no
revelados ao Ocidente. Alguns pesquisadores acham que a
existncia destes registros antigos com seus maravilhosos
segredos de tecnologias arcanas foram o que na verdade
induziu a invaso chinesa do Tibete, uma afirmao um
tanto extravagante talvez, mas uma preocupao que no
seria sensato excluir inteiramente. O desenvolvimento
inesperadamente rpido da bomba de hidrognio pelos
chineses prova seu terrvel potencial em cincia nuclear,
que poderia ter sido ampliado por conhecimento colhido no
velho Tibete.
Os contos populares do Tibete comprazem-se no so-
brenatural comum a todos os pases do mundo. Uma histria
muito conhecida trata dum rapaz com a cabea deformada,
que se casou com a filha do rei dos duendes, que morava
entre os deuses no cu, mas de vez em quando descia
Terra sob a forma de um pato branco. A filha viveu com o
jovem por nove anos, e ento de repente voltou ao cu.
Cheio de angstia, o desconsolado marido errou por toda
parte procura da esposa desaparecida; um dia salvou um
grifo sagrado de um drago, e em recompensa foi levado ao
cu, onde encontrou sua esposa. Os deuses ficaram to
comovidos com o mtuo amor dos dois, que finalmente
permitiram que a esposa celeste descesse e vivesse feliz com
seu marido mortal na Terra. Uma histria idntica contada
no Sudhana Avadana, sobre uma moa celeste, Manohara,
capturada com uma corrente mgica pela caadora Philoka
quando se banhava com suas companheiras num lago; sua
beleza despertou a paixo do Prncipe Sudhana, e Manohara
tornou-se esposa dele. Anos mais tarde ela voltou ao seu
prprio povo entre os "espritos", seguida de seu devotado
marido, que, depois de severas provas, foi finalmente
reunido esposa para sempre. Um tema semelhante lembra
os mitos dos "cavaleiros do cisne" na Idade Mdia, que
provavelmente inspiraram o Lohengrin de Wagner e o
popular Lago dos cisnes de Tchaikovsky. Essas histrias
sugerem que h sculos atrs as pessoas acreditavam nas
relaes com outros mundos com a mesma credulidade que
hoje concedemos aos astronautas.
Um pitoresco conto tibetano descreve Sudarsoma, a cidade
dos trinta e trs deuses no cu, que media dois mil e
quinhentos yojanas de comprimento e outros tantos de
largura, tinha sete fileiras de muros de ouro de vinte e dois
yojanas de altura, com novecentas e noventa e nove portas,
cada uma guardada por quinhentos yakahas de vestes azuis e
cotas de malha, armados de arcos e flechas. A arquitetura
reluzia de ouro, prata, berilo e cristal; rvores dos desejos
floriam indumentria azul, vermelha, amarela e branca; os
deuses imaginavam qualquer roupa que desejassem e as
rvores obsequiosamente a produziam; uma explicao
fantasiosa talvez da materializao das formas de
pensamento, que alguns clarividentes atualmente alegam ser
o processo de manufatura usado pelos mestres em planetas
adiantados. O Rei Mandhotar, depois de conquistar todo o
mundo, subiu a esta cidade celestial e compartilhou o trono
de Indra, at que a ambio o levou a aspirar ao domnio do
cu e da Terra. Uma tal arrogncia os ofendidos deuses no
podiam permitir, e ele foi arrojado para baixo e morreu.
Enquanto Mandhotar estava no cu, a cidade celestial foi
atacada pelos asuras; os carros de guerra dos deuses e dos
asuras chocaram-se em batalha area; o rei venceu-os a
todos e repeliu o inimigo de volta sua prpria fortaleza
distante, no espao. Os tibetanos acreditavam que os deuses
habitavam no cume do monte Meru, onde um dia era igual a
cem anos na Terra; como os deuses viviam milhares de anos
celestiais sua idade equivalia a trinta e seis milhes de anos
dos homens. Uma idade muito, muito longa, mas um
momento apenas no universo infinito. A morte chega
finalmente, mesmo para os deuses!
A Epopia de Gesar de Ling, um longo poema cavalheiresco
mgico, a Ilada da sia central, do nvel do Ramiana e da
Eneida de Virglio. Gesar, algumas vezes identificado como
Kuan-ti, deus da guerra dos imperadores mandchus, viveu,
segundo dizem, no Tibete oriental, entre os sculos VII e
VIII, embora suas fabulosas aventuras provavelmente
mencionem incidentes das lendas populares antigas. O guru
Rimpoche, o precioso mestre espiritual do Tibete,
conhecido por seu nome snscrito de Padma Sambhava,
persuadiu um deus a encarnar como o heri Gesar de Ling, a
fim de destruir os reis-demnios que estavam pervertendo a
Terra com maldade e atacando o povo bom do Tibete.
Padma Sambhava viajava atravs das nuvens num cavalo
alado. Depois de uma visita ao jovem Gesar, "fechou-se em
sua tenda maravilhosa e lentamente subiu para o cu; por
alguns momentos a luz que o rodeava traou um caminho
luminoso entre as nuvens, depois dissolveu-se na distncia".
Sem dvida, uma bela descrio de um UFO! O Mestre
confiou a Gesar um "dorje" mgico, ou vara Vril, para abrir o
palcio subterrneo que continha tesouros; nas batalhas de
Gesar contra os demnios, Padma Sambhava aparecia no cu
rodeado de numerosos deuses e duendes, que agitavam
bandeiras, portavam sombrinhas e espargiam flores e arroz
sobre o vencedor. Isso lembra os festejos depois da vitria
de Rama sobre Ravana to brilhantemente descrita no
Ramiana. Nessa campanha fantstica Gesar empregou armas
mgicas, varas de invisibilidade, conjurou aparies, montou
cavalos alados, usou bonecos encantados, ajudado pelos
celestiais e seus belos dakinis numa epopia maravilhosa e
divertida que transcendia muito a nossa fria fico cientfica
atual. As fabulosas faanhas de Gesar de Ling no Tibete do
sculo VII assombram-nos por sua sofisticao e
extravagncia extica, transportando-nos alm do plat
gelado do Himalaia at um pas de maravilhas, de deuses e
demnios, feiticeiros e duendes, lanando seus sortilgios
em espantoso encantamento, onde as leis fsicas so
mantidas em maravilhosa suspenso, as dimenses
transcendem o espao e o tempo, talvez mesmo o universo
real, sugerindo a maravilhosa tecnologia que atribumos aos
astronautas.
Os misteriosos rastros nas neves do Himalaia, atribudos aos
itis, ou abominveis homens da neve, podem ser na
realidade causados pela radiao de astronaves como a aero-
forma oval brilhante vista no alto, por cima dos cumes, pelo
explorador Nicholas Roerich, em 1921, e o objeto de prata
luzente quilmetros acima do Everest, observado pelo
escalador F. S. Smythe durante sua expedio de 1933.
O discutido lama Lobsang Rampa, filho dum nobre tibetano,
cujas revelaes confundem e embaraam todos os peritos
em Tibete, afirma que o Tibete visitado por discos
voadores h milhares de anos; ele os viu no cu e no solo e
conta uma histria extremamente divertida de uma viagem
de um deles que rivaliza com Adamski. Escrevendo em
1957, antes do primeiro Sputnik, este curioso lama
descreveu o brilhante panorama do espao incrustado de
estrelas e a aparncia da Terra exatamente como os futuros-
cosmonautas. Adamski! Lobsang Rampa! Que dizer?
O Tibete ser a ptria dos deuses?
Captulo Sete
ASTRONAUTAS NA VELHA CHINA
Acredita-se que os chineses herdaram sua civilizao
original do antigo imprio dos uigures, a maior colnia dos
filhos do Sol, da perdida Lemria. H tradies que afirmam
que os antigos ideais lemurianos ainda constituam a base
poltica e filosfica da cultura chinesa por volta de 2000 a.C.:
a venerao de sua ptria original, submersa milnios antes,
evoluiu para o culto dos antepassados, codificado e adotado
como religio do Estado pelo Imperador Yao no ano de
1550 a.C.
Os registros mais antigos dizem que nos tempos mais
distantes a China foi governada durante dezoito mil anos por
uma raa de reis divinos, de acordo com o manuscrito Tchi,
um fascinante paralelo com revelaes semelhantes a
respeito da ndia, do Japo, do Egito e da Grcia, feitas 110
Ramiana, no Kojiki, na Histria de Maneton e na Teogonia
de Hesodo. O clssico Huai-nan-tzu (captulo 8) descreve
uma idade idlica, quando os homens e os animais viviam
em paz e beleza num jardim do den, o corpo e a alma
unidos na harmonia csmica; o clima era benvolo, no
havia calamidades naturais, "os planetas no se desviavam de
suas rbitas", a ofensa e o crime eram desconhecidos, a
Terra e a humanidade prosperavam. Mais tarde os homens
caram em desgraa e encheram o mundo de discrdia. Os
"espritos" desciam freqentemente para o meio dos homens
e ensinavam-lhes sabedoria divina, depois a humanidade
degenerou em concupiscncia e perverses. O Shan-hai-
Ching (Livro Stimo) menciona uma raa humana
turbulenta, dotada de asas, chamada miao, que por volta de
2400 a.C. perdeu o poder de voar e, depois de se desavir
com o "Senhor do Alto", foi exilada.
O Shoo-King (Quarta Parte, captulo 27, p. 291), referindo-
se quarta raa matriz (os atlantes), declara:
Quando os mao-tse (aquela raa antediluviana pervertida que
se retirou em tempos antigos para as grutas rochosas e cujos
descendentes se diz que ainda se encontram nas vizinhanas
de Canto), de acordo com antigos documentos nossos,
devido aos engodos de Tchy-Yeoo, perturbavam toda a
Terra, esta encheu-se de bandidos. O Senhor Chang-ty
(um rei da dinastia divina) viu que seu povo tinha perdido os
ltimos vestgios de virtude. Depois ordenou a Tchang e
Lhy (dois dhyan chohans inferiores) que cortassem toda a
comunicao entre o cu e a Terra. Desde ento no houve
mais "subida e descida".
Os miaos, como os nove lis antes deles, fomentavam nova
rebelio, e o imperador pediu aos descendentes de Tchang e
Lhy que sufocassem a desordem. Dizem que "Tchang
levantou o cu e Lhy baixou a Terra", e cessou a
comunicao entre o cu e a Terra.
No Kuo-yiu o Rei Chao, de Chu (500 a.C.), perguntou se
essa comunicao teria sido mesmo cortada, se os mortais
no poderiam ainda subir ao cu. Seus conselheiros,
igualmente confusos, apresentaram a interpretao mais
tarde proposta pelos nossos telogos no Ocidente e
vagamente sugeriram que os "espritos", como os "anjos",
eram entidades desencarnadas, embora realmente o con-
texto desses textos chineses, como a Bblia, sugira que esses
visitantes dos cus eram sem dvida astronautas.
Os estudiosos de mitologia imediatamente reconheceram a
histria familiar, repetida em tradies da maioria dos pases
do mundo, de que em tempos muito antigos a Terra foi
governada por seres do espao em uma maravilhosa Idade
de Ouro; a humanidade rebelou-se, o nosso planeta foi
assolado por catstrofes, e os reis do espao voltaram s
estrelas, deixando que o homem construsse novamente a
sua civilizao. H milhares de anos havia, ao que parece,
constante comunicao entre a Terra e outros mundos;
agora restam apenas vagas memrias disso, que as nossas
mentes condicionadas no querem aceitar.
Como acontece com a maioria dos povos antigos, a
cronologia chinesa conjetural e extremamente confusa.
Quase todas as crnicas antigas foram destrudas por ordem
do Imperador Che Hwang-te em 213 a.C., como no
Ocidente, alguns sculos depois, a maioria dos inestimveis
documentos do passado foram queimados por imperadores
romanos megalomanacos e cristos fanticos, imitados no
sculo XVII pelos fanticos sacerdotes espanhis, no M-
xico, que sistematicamente destruram os arquivos inapre-
civeis dos astecas. A perda quase total dos registros da
antiguidade nunca poder ser substituda pela arqueologia; as
revelaes de fontes ocultas so desdenhadas pela mente
cientfica moderna, que interpreta as descobertas desenter-
radas pela p de acordo com as suas prprias idias con-
dicionadas; de modo que muitssimo duvidoso que a Idade
de Ouro dos deuses possa algum dia ser. reconstituda, a no
ser pelas lendas e as epopias antigas. A inesperada
descoberta dos pergaminhos do mar Morto j est
influenciando fundamentalmente a nossa concepo de cris-
tianismo; talvez algum futuro Champollion encontre alguma
pedra de Roseta da perdida Atlntida ou decifre alguma
inscrio no deserto de Gobi e revolucione o nosso
conhecimento do passado.
Alguns sinlogos indagam se os chineses no teriam se
originado na Acdia e tentam mostrar uma possvel
afinidade deles com os antigos babilnicos, o que no
surpreende muito, pois h provas de migraes em massa
atravs da Europa e da sia milnios atrs, causadas talvez
por catstrofes que abalaram o mundo. Alguns filsofos
afirmam que o sumeriano era a nica lngua aglutinante do
antigo Oriente Mdio, pertencendo neste aspecto ao mesmo
grupo da chinesa; o silabrio chins ainda hoje baseado em
signos fundamentalmente semelhantes aos pictogramas
usados pelos sumerianos.
A Bblia, o Talmude e as lendas babilnicas sugerem o
desembarque de astronautas no Oriente Mdio alguns
sculos antes de Cristo; de modo que provvel que eles
tenham visitado a China tambm. Os prprios chineses
acreditam vagamente que houve uma idade de magia seguida
de uma idade herica, o que concorda com as tradies
clssicas de uma Idade de Ouro, depois uma era de guerras
de calamidades que degenerou at a barbrie mundial, que
pouco a pouco foi ascendendo para uma civilizao muito
inferior maravilhosa cultura do passado. Os primeiros
testemunhos escritos encontram-se em textos gravados em
osso e concha de tartaruga procedentes de Honan,
atribudos Dinastia Shang-Yin, por volta de 1700 a.C.; a
escrita revela Uma tal elegncia e habilidade tcnica, que
certamente o resultado de uma evoluo de muitos sculos.
Inscries em requintados vasos de bronze desenterrados
em Anyang, trezentos e poucos quilmetros ao sul de
Peiping, sugerem uma civilizao altamente desenvolvida,
possivelmente em 2.000 a.C., talvez at anterior. Os
primeiros textos datados, entretanto, remontam apenas ao
Imperador Wu Ting, no sculo xiv a.C., de modo que os
registros chineses seguros datam apenas de trs milnios
atrs, e por conseguinte no ajudam muito para estudar o
passado remoto.
O chins antigo acreditava em astrologia, a qual ensinava
que as influncias das estrelas afetavam a psique humana e
motivavam acontecimentos terrestres. Recentes descobertas
feitas pelos sputniks e por fsicos especializados em raios
csmicos provam que o nosso universo parece ser um vasto
campo de radiao, e o Professor Piccardi, de Florena,
demonstra convincentemente, em experincias qumicas
delicadssimas, que as variaes nas sutis tenses espaciais,
enquanto o nosso sistema solar se desloca atravs do espao,
exercem uma influncia perceptvel aqui na Terra. A muito
ridicularizada astrologia dos antigos parece ser resto de uma
vasta cincia psquica de mbito mundial ensinada pelos
astronautas. Na China, como na antiga Roma, os homens
observavam os prodgios no cu com temor. Uma estrela
cadente era temida como um mau agouro. Consta que, por
volta de 2.000 a.C., um imperador chins mandou matar
dois dos seus principais astrnomos por no terem predito
um eclipse do sol: que rei se importaria hoje?
A astronomia chinesa em tempos antigos era
assombrosamente precisa, em particular no que dizia
respeito fixao do calendrio; existiam calendrios desde
as dinastias Hsia, Yin e Chu do segundo milnio a.C.,
provavelmente antes. O Professor Tung-Stso-pin, numa
comunicao s Naes Unidas, em 1951, afirma que a
Dinastia Shang (1.700-1.100 a.C., possivelmente anterior)
usava o calendrio misto lunar-solar de Ssu-Fen, cujo ms
consistia em vinte e nove ou trinta dias, com uma extenso
exata de 29,5305106 dias, aproximando-se do nosso clculo
moderno de 29,530585 dias. O ano consistia em 365,25
dias, concordando quase exatamente com o nosso. Em tem-
pos muito antigos, o dia intercalar era colocado ao fim do
ano, mais tarde foram inseridos sete dias intercalares em
cada perodo de dezenove anos para conciliar o ano solar de
trezentos e sessenta e cinco dias e um quarto com o ano
"comum" de trezentos e sessenta e cinco dias. Este perodo
de dezenove anos, quando o Sol e a Lua ocupavam quase o
mesmo lugar no zodaco, como acontecia no comeo do
perodo, no se conheceu no Ocidente at que foi desco-
berto por Meton, que o descreveu num livro intitulado
Enneades Caterides. Esse Ciclo de Meton foi adotado pelos
atenienses em 432 a.C. e gravado em letras de ouro nas
paredes do Templo de Minerva. Diodoro Sculo disse que
um deus visitava a Gr-Bretanha a cada dezenove anos,
danava e depois voltava s estrelas. Talvez em sua viagem
peridica esse astronauta parasse na China?
Um osso oracular desenterrado em Anyang tem uma
inscrio que consigna um eclipse da Lua "no dcimo quinto
dia do duodcimo ms do vigsimo nono ano do Rei Wu-
Ting", isto , em 23 de novembro de 1311 a.C. "Na Dinastia
Chou, no ano trigsimo oitavo do Imperador Shang Ti-hsin
(1137 a.C.), o soberano Chou, Chou-wen-wang, ordenou o
oferecimento de um sacrifcio porque o eclipse no
aconteceu no dia certo, ocorrendo no dia dezesseis do ms,
de acordo com o calendrio, e no no dia quinze." O fato de
os astrnomos chineses, h mais de trs mil anos, poderem
prognosticar eclipses com tal preciso sugere sem dvida um
conhecimento tcnico adiantado, desenvolvido atravs de
muitos milnios ou talvez ensinado por seres extraterrestres.
Uns textos surpreendentes da Dinastia Chou, referentes ao
ano 2346 a.C., consignam o aparecimento de dez sis no
cu, que lembram ao mesmo tempo os sis extras sobre a
antiga Roma mencionados por Jlio Obsequens, os prodgios
celestes mencionados na Idade Mdia por Matthew of Paris
e vises semelhantes comunicadas por estudiosos de UFOS
atualmente. Os manuscritos antigos Chuang-tzu (cap. 2),
Liu-Shi, Ch'un-ch'iu (cap. 22, 5) e Hua-non-tzu (cap. 8),
provavelmente escritos sculos mais tarde, contavam
vividamente que a Terra, no reinado do Imperador Yao, foi
afligida por terrveis calamidades: calor intenso ressecou a
terra, as colheitas morreram, tempestades terrveis aoitaram
as cidades e o campo, os mares agitavam-se em maremotos e
ferviam, inundando os campos, enormes monstros
rondavam pela terra fazendo devastaes, a humanidade
temia o Dia do Juzo, o fim de uma idade do mundo.
O Imperador Yao consultou seus sacerdotes e sbios, que,
como de costume, quando mais se precisava deles, no
ajudaram muito, e ento, desesperado, chamou o seu
arqueiro divino, Tzu-yu, que era capaz de voar no ar e vivia
apenas de flores, uma curiosa afinidade com esses
astronautas de hoje, que dizem viverem de frutas e sementes
de girassol. Esse heri imediatamente derrubou com suas
flechas os nove sis falsos, tendo o cuidado de deixar o
verdadeiro brilhando sobre as loucuras da humanidade;
matou tambm todos os drages e salvou a Terra em geral
para uma humanidade ingrata.
A empresa cavaleiresca de Tzu-yu no impressionou a
esposa dele, Heng-O. Enquanto o marido matava drages e,
sem dvida, salvava donzelas em apuros, ela tomou uma
plula antigravidade e voou para a Lua, que achou luminosa e
fria como gelo. A nica vegetao que havia l era a
caneleira. Arrostando o desconforto, ficou l. Ao voltar de
sua cruzada, Tzu-yu, muitas vezes conhecido como Shen I,
o arqueiro divino, demonstrando conhecimento de cincia
espacial, comeu um bolo mgico para neutralizar o calor,
montou numa ave encantada e voou para o cu, onde gozou
de ventura. De repente, lembrando-se de sua mulher, voou
para a Lua num raio de luz. Heng-O mostrou pouco
entusiasmo por ver seu marido errante, construiu pata si
uma casa de caneleiras, que no a alegrou, e Tzu-yu voltou
para o Sol, construiu um palcio maravilhoso e viveu l em
bem-aventurana. Esta lenda poder perpetuar as teorias de
que o Sol e a Lua eram habitados; uma crena partilhada
milhares de anos mais tarde pelo astrnomo Sir William
Herschel, que achava que o Sol era frio, teoria esposada
seriamente por alguns revolucionrios da atualidade.
difcil interpretar esta histria de Tzu-yu satisfatoriamente.
Muitos mitos tm vrios substratos de verdade; por vezes no
decorrer do tempo a memria racial funde alguns incidentes
separados em um s e apresenta uma histria fragmentria
difcil de desemaranhar. Os dez sis podem ser uma
explicao fantasiosa para explicar o calor fantstico que
crestou a Terra, e o heri lendrio derrubando nove deles,
uma inveno ingnua para explicar como o cataclismo foi
evitado. Hoje, se algum intruso celeste ameaasse a Terra, os
nossos prprios "arqueiros" lanariam msseis nucleares para
abat-lo. O conceito de mais de um sol no cu era
claramente aceitvel para o pensamento chins antigo, e isso
leva suposio de que os discos celestes mencionados no
velho Egito e em Roma tambm visitaram a China. As
lendas polinsias, siberianas e dos peles-vermelhas falam de
vrios sis queimando a Terra, que algum guerreiro ou
animal mais tarde destruiu. Os gregos acusam Faetonte de
guiar mal o carro do Sol e incendiar pases inteiros; h
provas geolgicas e histricas que sugerem que h quatro ou
cinco mil anos um cataclismo csmico qualquer realmente
ameaou o nosso planeta. Essa devastao da China foi
possivelmente a mesma catstrofe que atingiu os
Hiperbreos, as Terras do Ocidente, mencionada pelos
clssicos gregos.
Divindades do Sol e da Lua eram adoradas como parte da
religio do Estado, suas mudanas de cor e os eclipses eram
temidos como sinais de infortnio. Como os egpcios, os
chineses rendiam venerao supersticiosa a Tien-Kou, Srio,
o Co; talvez a cincia secreta dos sacerdotes ensinasse que
Srio era habitada por grandes almas, guardis do Sistema
Solar, como acreditam alguns supra-sensveis atualmente. O
famoso texto Hsio-hsiao-chieng, um calendrio para
agricultores que mostra as doze lunaes no quarto sculo
a.C., foi mais tarde incorporado ao captulo 47 do To-tai-Li-
chi. Este compreendia o catlogo estelar mais primitivo
extrado dos Shih-Shen, Kan-Te e Wu-hsien, hoje perdidos.
No sculo VIII a.C. o astrnomo Ch'u-t'-Hsi-Tu, em sua
obra Kai-yuan-chang-ching, mencionou observaes feitas
no sculo iv a.C. que levaram construo de um catlogo
estelar contendo mil, quatrocentas e sessenta e quatro
estrelas, divididas em duzentas e oitenta e quatro
constelaes. O captulo sobre astronomia ("T'ien-Kuan'")
no Shih-chi de Ssuma-Chien, por volta de 90 a.C., contm
uma lista de constelaes e descreve os movimentos e
conjunes celestes e d interpretaes de fenmenos
incomuns. No sculo x a.C. o Shan-shu-wei-kao props a
teoria de que a Terra se deslocava trinta mil lis para o oeste
depois do solstcio de inverno e trinta mil lis para o leste
depois do solstcio de vero, ficando parada apenas nos
equincios. Acreditava-se que todas as estrelas eram
possudas por "espritos", uns benficos, outros malvolos,
que influenciavam o homem para o bem ou para o mal;
estranhamente, os nossos astrnomos modernos hoje
ensinam que h vida em inmeros planetas, e os nossos
entusiastas dos UFOS esto ansiosamente espera dos
"espritos" das estrelas. A crena em influncias das estrelas,
partilhada por todos os povos da antiguidade, pode constituir
os restos de alguma cincia csmica dos astronautas versados
no conhecimento das emanaes da radiao e das tenses
eltricas de que est carregado o espao. Os chineses
conheciam Mercrio, Vnus, Marte, Jpiter e Saturno, que
tinham cores caractersticas. Esses planetas influenciavam os
acontecimentos terrestres e eram ptrias de deuses.
Nas escavaes de Anyang foram descobertos notveis
astrolbios de bronze que mostram como os antigos
chineses cartografavam as estrelas. Por volta de 175 a.C.
Chou-li atribuiu a primeira observao do solstcio de vero
ao Duque de Chou j no sculo XIX a.C.; em 20 a.C. Liu-
Hsiang mencionou em seu Wu-ching-t'ung que as ver-
dadeiras causas dos eclipses do Sol eram conhecidas j no
quarto sculo a.C.; o mesmo astrnomo, em 7 a.C., publicou
o calendrio "Sou-t'ung", baseado num ciclo de cento e
trinta e cinco meses, contendo vinte e trs eclipses. A
exploso duma supernova registrada em 134 a.C. foi tambm
observada na Grcia por Hiparco, inspirando-o a compilar
seu catlogo estelar preservado por Ptolomeu. Os
astrnomos chineses registraram suas observaes com me-
ticulosos detalhes, mostrando a posio exata, o tempo, a
durao, o brilho e a cor dos fenmenos, tudo catalogado
com mtodo cientfico. Reconhece-se em geral que as listas
de estrelas dos chineses so as mais precisas que chegaram
at ns vindas da antiguidade. O Chi-nitzu do sculo IV a.C.
mostrou que os chineses tambm faziam meticulosas
observaes de meteoros, fenmenos incomuns, inundaes
e secas. Parece que os astrnomos da antiga China herdaram
notveis tcnicas matemticas e de observao de milnios
de desenvolvimento ou as receberam de seres extraterrenos.
A literatura chinesa no se gaba de uma grande epopia
nacional como o Ramiana ou a Ilada para inspirar o
orgulho dos homens, mseros mortais aquecidos ao brilho
do divino imperador, filho do cu, que denota de fato
origem do alto. Os chineses acreditavam que seu imperador
tirava seus poderes do deus do plo Norte Celeste; por isso o
trono do imperador e os templos do Sol estavam sempre
voltados para o sul, enquanto os sditos os olhavam para o
norte. interessante notar que essa venerao da Estrela
Polar, tambm encontrada no Egito antigo, pode ter alguma
relao com a nossa crena moderna de que as astronaves
que nos visitam agora aparentemente vm do norte pela
abertura polar existente nos cintures de radiao de Van
Allen. Como os siberianos nativos, os chineses adoravam a
constelao da Ursa Maior, de cuja direo aparentemente
vinham os astronautas.
Os mitos da China no so to dramticos como as histrias
clssicas da ndia ou da Grcia; seus personagens carecem
das paixes hericas de Rama e Apolo, principalmente
porque durante a longa Dinastia Chou (1027-221 a.C.) os
chineses, com seu esprito prtico, tenderam a racionalizar
seus deuses, resumindo os seus super-homens na figura
convencional de seu prprio imperador. Os eruditos
treinados nos preceitos humansticos de Confcio despiram
as velhas histrias do sobrenatural e apresentaram-nas em
termos sociais do cotidiano, exatamente como qualquer
marxista que reescrevesse a Bblia hoje omitiria Deus e
apresentaria o "Livro" como as lutas de classe dos judeus. As
lendas populares imortalizaram pessoas de interesse local e
elevaram-nas categoria de deuses, exatamente como no
Ocidente certos tipos foram canonizados como santos.
difcil, pois, identificar muitas das inmeras divindades
chinesas como astronautas do cu.
Os nossos astrnomos atuais, que rejeitam a teoria da criao
contnua para a expanso do universo desde a exploso do
tomo primevo infinitamente denso, podero encontrar
algum dbio encorajamento na velha crena chinesa de
Panku, nascido de um ovo e criando o cu e a Terra do caos,
mito que, como sua narrativa do Dilvio, os chineses
provavelmente tomaram emprestado aos indianos e aos
babilnios. Os filsofos taostas e budistas especularam mais
e ensinaram que o universo se originou do esprito, o
conhecido do desconhecido, concluso que a nossa cincia
aceita.
As lendas do Feng-shen-yen-i falam de uma Idade de
Maravilha h quatro mil anos, narrada como fantasias de
fico cientfica em termos fora da nossa experincia, mais
parecidas com as batalhas areas do Maabrata. Faces
rivais lutavam pelo domnio da China ajudadas por seres
celestiais, que tomavam partido exatamente como os deuses
que apoiaram os gregos ou os troianos durante o cerco de
Tria. Em termos modernos ns poderamos imaginar os
marcianos apoiando os americanos e os venusianos
aconselhando os russos em qualquer conflito futuro; essa
perspectiva pode no ser to inteiramente fantstica como
parece; a conscincia do advento das astronaves, atualmente
vindas de pelo menos dois planetas, torna a interferncia
extraterrestre em nossas polticas partidrias da Terra uma
fascinante possibilidade. Os nossos escritores de fico
cientfica, que com sua brilhante imaginao desenvolvem
as espantosas invenes cientficas que esto transformando
o mundo, veriam suas fantasias futuristas eclipsadas pela
encantadora magia das velhas histrias chinesas.
Os deuses brandiam armas maravilhosas, mais sofisticadas do
que os nossos armamentos modernos atualmente. No-Cha
usou o seu bracelete cu-e-terra para derrotar Feng-Lin, que
em vo mergulhou numa cortina de fumaa protetora; mais
tarde o heri, em sua roda-de-vento-de- fogo, venceu
Chang-Kuei-Fong, chamando em seu auxlio hostes de
drages voadores de prata. Weng-Chung vergastou Chi'ih
com um chicote mgico, mas foi derrotado por um
irresistvel espelho yin-yang que irradiava alguma espcie de
fora mortfera. As guerras eram feitas com a tecnologia que
ns atribumos aos astronautas; os combatentes emitiam
raios deslumbrantes de luz, soltavam gases venenosos,
lanavam drages de fogo e globos de chamas, disparavam
dardos relampejantes e raios; praticavam a guerra biolgica
lanando cpsulas de micrbios de umbrelas celestes;
protegiam-se com vus de invisibilidade e aparentemente
possuam deteco radar capaz de ver e ouvir objetos a
centenas de lguas de distncia , tecnologia quase idntica
ao arsenal descrito nos versos snscritos do Maabrata.
Os antigos chineses anteciparam-se aos nossos qumicos
modernos na composio de plulas que conferiam
imortalidade, tabletes de rejuvenescimento que davam eter-
na juventude; outras drogas produziam um estado de hiber-
nao com o corpo em animao suspensa, que a nossa
medicina espacial espera descobrir para imobilizar os nossos
cosmonautas em viagens de anos para as estrelas. Diz-se que
os antigos alquimistas produziram uma plula para anular os
efeitos da gravidade, ps que transformavam gua de arroz
em vinho e incenso que restaurava magicamente a vista das
pessoas. Tais compostos bioqumicos, com efeitos
maravilhosos, so tambm mencionados nos clssicos
snscritos. difcil crer que uma primitiva comunidade
agrcola pudesse adquirir conhecimento farmacutico maior
que o dos nossos qumicos atuais; essas drogas maravilhosas
no sugerem alguma cincia transcendente, possivelmente
de astronautas?
A China escolheu como seu emblema nacional o Drago,
um smbolo de profunda significao. Em tempos
antediluvianos, durante a poca da Atlntida, o cu noite
apresentava-se diferente; o plo do cu era a Alpha-
Draconis da constelao de Draco, no a nossa atual estrela
polar na Ursa Menor; os astronautas, seres celestiais com
sabedoria transcendente, que desciam das estrelas para
ensinar a humanidade, eram conhecidos pelos antigos como
os drages ou povo-serpente. As serpentes eram adoradas
pelos lemurianos e os atlantes como simbolizando a sabe-
doria divina; milnios depois essa adorao degenerou em
cultos da serpente entre povos nativos de todo o mundo.
Por alguma inverso paradoxal do pensamento, possivel-
mente por uma interpretao teolgica errada da serpente
do jardim do den, a serpente passou a ser associada a
Satans e tornou-se emblema do mal. Os prticos de alguns
templos neolticos eram constitudos de colunatas
serpenteantes; da Babilnia ao Japo encontram-se desenhos
de drages de fogo em tijolos cozidos e tecidos de seda, e
serpentes de fogo foram mencionadas por profetas na Bblia
e eram veneradas no Mxico antigo. Tradies galesas
afirmam que nos tempos do culto do Sol, no reinado de
Prydain, filho de Aedd, o Grande, os filhos da deusa
Keridwen foram levados por drages para a ptria deles nos
cus. Iniciados do Egito e da ndia relacionavam o Rei
Drago com Saturno, pai dos deuses; ele tinha alguma
conexo mstica com o Rei Artur e a religio dos celtas.
Mais do que qualquer outra nao os chineses fizeram do
drago um smbolo de sua civilizao; eles acreditavam que
o Drago Celestial era o pai de sua primeira dinastia de
imperadores divinos; o emblema pictrico do drago
influenciou intimamente essa original e fascinante arte
chinesa e na conscincia popular o drago era considerado
inspirador de beneficncia divina para com seus filhos nesta
Terra do Sol.
Os zologos duvidam que os drages tenham jamais existido;
o dentado pterodctilo, de h muitos milhes de anos,
parece aproximar-se do nosso conceito dum drago voador,
mas nenhuma dessas terrveis aves sobreviveu at os tempos
histricos. At mesmo a nossa gente culta de hoje acha
difcil imaginar algo que nunca viu; todos ns podemos
descrever um aeroplano a contento geral, mas poderamos
concordar com uma descrio qualquer se ele no tivesse
sido inventado? Histrias da antiguidade em todo o mundo
concordam entre si misteriosamente na descrio de drages
com hlito de fogo que percorriam a terra, o mar e o cu.
Nenhum povo d descries to pitorescas, mesmo
desenhos de drages, como os chineses. Os textos antigos
descrevem monstros fantsticos, com o corpo coberto de
escamas como armadura, olhos lanando relmpagos, as
fauces vomitando chamas; as grandes feras subiam rugindo
nos ventos para os cus, mergulhavam nas profundezas do
oceano, seu hlito de fogo reduzia cidades a cinzas; algumas
vezes um drago raptava uma donzela e levava-a para o seu
covil nas nuvens. No nos faz isto lembrar aquelas terrveis
histrias de UFOS contadas por aterrados camponeses da
Amrica do Sul atualmente?
Os reis drages tinham poderes sobrenaturais, praticavam
mesmerismo e telepatia, eram invulnerveis a armas mortais,
viviam e amavam em eterna juventude. Dizia-se que
moravam em palcios encantados no fundo do mar, mas
todos deviam obedincia ao seu Senhor nas estrelas. Subiam
rugindo para o cu como luzes chamejantes, em meio a
ventos fortes que causavam tempestades que faziam a
prpria Terra rugir. Os mares podiam significar as "guas do
espao", embora devamos lembrar que, segundo consta,
muitas astronaves mergulham para bases nas profundezas do
nosso prprio oceano. Os deuses viajavam em drages, assim
tambm imperadores e santos homens. Yu, fundador da
Dinastia dos Heris, tinha uma carruagem puxada por dois
drages; o Imperador Yoan dizia-se filho do Drago
Vermelho. Fantasmas com chapus azuis apareciam s vezes
em drages. As almas dos mortos eram transportadas para o
cu pelos deuses alados. Dizem que um drago compareceu
ao nascimento de Confcio. Poderiam os chineses
analfabetos da antiguidade imaginar um drago, poderia seu
conceito permear sua conscincia, inspirar sua religio e
arte, marcar sua vida cotidiana, se esse "objeto voador"
nunca tivesse existido?
Para os estudiosos dos UFOS desses tempos antigos as
descries de drages de fogo voadores, vistos com os
nossos olhos modernos, parecem estranhamente familiares;
a fantasia dissolve-se e o pitoresco drago materializa-se,
tornando-se uma nave espacial. Os textos da antiga China
falam com maravilhosa fantasia de UFOS cortando os cus,
mergulhando nos mares, aterrando camponeses, incendian-
do fortificaes, crestando campos, raptando gente ou
desembarcando seres divinos para inspirar a humanidade.
Imediatamente nos recordamos do objeto voador luminoso
que em 4 de novembro de 1957 pairou sobre o forte
brasileiro de Itaipu e paralisou soldados e circuitos el- trics
com raios de calor, das numerosas pessoas cujo
desaparecimento misterioso sugere raptos celestes, e de
Orthon, o venusiano que falou com Adamski. Os seres
celestiais, os drages, filhos do Sol, os espritos da velha
China eram sem dvida naves espaciais.
As referncias histricas a vises chinesas so escassas. Esse
pesquisador erudito que Yusuke J. Matsumura declara no
vol. I, n. 2 de Brothers, o fascinante magazine de Cosmic
Brotherhood Association (Associao da Fraternidade
Csmica):
Vocs podem encontrar tambm o registro de uma espcie
na Enciclopdia Wen Hien Tsung Kwao, editada pela
Companhia Editora Ma Tsuanling, onde se diz que uma
substncia como de cometa foi vista durante dois meses na
era do primeiro Han, no ano 12 a.C. H outra roda de
chamas comunicada ao jeito chins no Picture dictionary of
foreign affairs, compilado em 1932. Diz o registro que as
rodas eram ligadas ao coche no ngulo de graus para o lado
da direo do movimento, de maneira muito diferente das
rodas das carruagens ordinrias. Uma energia sui generis
sugerida no quadro. Diz-se que uma espcie de veculo
chamado Kiryao, existente na era de Yin, era um aparelho
em forma de animal, sarapintado de branco, com crinas
vermelhas, olhos de ouro e a cabea parecida com a de um
galo. Dizem que se um homem viajar no seu lombo viver
mil anos. O livro das montanhas e dos mares, uma das
famosas histrias mticas chinesas, diz que um andrgino
que tinha apenas um brao e trs olhos viajou no vento num
veculo voador at pases distantes.
Uma xilografia chinesa de Tu Shu tsi Chang representa a
carruagem volante de Kijung.
Acreditava-se que o imperador chins era descendente do
Deus Sol; nas crises Gengis Khan orava ao Sol pedindo ajuda;
durante sculos o Imprio Mongol adorou o Sol. Consta que
alguns primitivos cristos acreditavam que Cristo era um ser
celestial do Sol; uma crena semelhante era alimentada pelos
chineses, que provavelmente no incio adoravam seres
maravilhosos procedentes do Sol e no o Sol fsico
propriamente. Yusuke J. Matsumura recorda:
Na ndia um sol personificado era chamado um deus de
ouro, enquanto os clssicos chineses Shi-Chi e Han-Shu tm
uma descrio do "homem celeste cor de ouro", do qual se
tinha ouvido falar havia j quinhentos anos, entre a idade de
Han e a de Tang. muito significativo que eles tenham
usado no a palavra "deus", mas "homem celeste cor de
ouro".
As histrias da velha China esto repletas de magia, as lendas
sugerem seres estranhos maravilhosos com uma cincia
maravilhosa, vivendo e amando e partilhando sua sabedoria
com os filhos do Sol de olhos oblquos.
Captulo Oito
ASTRONAUTAS NO ANTIGO JAPO
Os sorridentes japoneses comprazem-se na crena de que
seus primeiros antepassados vieram da "habitao dos
deuses" e adoram seu micado como descendente direto de
Amaterasu, a brilhante deusa do Sol, soberana das altas
plancies do cu. Conscientes de sua origem divina, os filhos
dos deuses desenvolveram sua extica cultura em esplndido
isolamento. Hoje, sob essa espantosa ocidentalizao que
est transformando o Japo, o esprito do Bushido, uma
fidalguia peculiar ao pas, continua inspirando-lhes
superioridade sobre os mortais inferiores do mundo. Estes
filhos do Sol podero no conquistar nunca o domnio
militar, porm, mais do que qualquer outra raa, eles sentem
em suas almas afinidade com os seres celestes, superiores aos
plebeus da Terra, e no segredo de seus coraes se imaginam
astronautas.
Tradies antigas ensinam que h muitos milhares de anos as
ilhas do Japo formavam uma colnia distante da Lemria135,
o Imprio do Sol. Os primeiros colonos, uma raa de pele
branca, trouxeram consigo da ptria uma civilizao
altamente desenvolvida, que preservou a cultura lemuriana
bsica at o advento dos europeus h apenas um sculo. A
bandeira japonesa, o Sol Nascente, ainda simboliza o sagrado
emblema da submersa Lemria. Como os hindus, os
chineses e os egpcios, os japoneses tambm se gabam de
doze dinastias de reis divinos que reinaram dezoito mil anos,
sugerindo dominao de astronautas.
Os etnlogos concordam em que os primeiros antepassados
dos japoneses foram os yamatos de pele branca, que
venceram os aborgenes neolticos, os cabeludos ainos, uma
raa primitiva decadente que hoje est quase extinta.
Milnios de cruzamentos com os mongis de pele amarela,
malares salientes e olhos oblquos produziram essa mutao
caracterstica que hoje chamamos japoneses, embora um
surpreendente nmero deles parea quase europeu. A
anlise lingstica arrisca a sugesto de que a lngua japonesa
tem afinidades com a babilnia e que a escrita ideogrfica se
parece exatamente com a assria, levando a especular sobre a
Torre de Babel e as tribos perdidas de Israel. Sobreviventes
de algum grande cataclismo no Oriente Mdio h trs ou
quatro mil anos atravessaram a sia Central e desceram os
longos rios siberianos at aquelas fragrantes ilhas da costa da
China; outros caucasianos e semitas seguiram pela ndia, a
Malsia e o Pacfico. Chegou a alegar-se at que Jesus
sobreviveu cruz e morreu no norte do Japo, o que foi
sugerido por uma curiosa seita crist existente sculos antes
de os missionrios portugueses aportarem l. Os tmulos
antigos s vezes contm relquias caractersticas dos maias
do Mxico, o que no de surpreender muito, pois deve ter
havido alguma comunicao com o continente americano.
Claro que nesta altura difcil apresentar fatos concretos,
mas os testemunhos acumulados tendem a apoiar a con-
cluso de que h uns trs mil anos, na era de Salomo, de
Tria, do Maabrata na ndia, do Rei Bladud na Gr-
Bretanha, o Japo formava parte de uma cultura de mbito
mundial, regida e inspirada por homens do espao.
Escavaes de antigos dlmens e montes tumulares mostram
que durante o terceiro milnio antes de Cristo os yamatos
gozaram de uma cultura requintada, ostentando maestria em
cermica delicada, resplendentes armaduras e armas de
bronze e ferro trabalhadas com habilidade tcnica, espelhos
artsticos e jias magnficas que rivalizavam com os tesouros
contemporneos do Egito da Nona Dinastia. Na Gr-
Bretanha o Sol no iluminava ainda nenhum Stonehenge;
um milhar de anos decorreria antes que a beleza de Helena
lanasse ao mar um milhar de navios para queimar as
altssiirias torres de Tria; perto da cidade de Ur, na Caldia,
Abrao guardava seus rebanhos e falava com "Deus", com
Jeov, que deveria inspirar seu filho Israel e os filhos de
Israel atravs de quarenta sculos de sofrimento. Enquanto
os "anjos" (astronautas?) salvavam Lot da Sodoma e Gomorra
que destruram, falavam com Moiss e os profetas, os
yamatos na sua ilha da flor de cerejeira, continuando a
civilizao da Lemria, o perdido Imprio do Sol, devem ter
acolhido bem esses homens das estrelas.
Nos tmulos pr-histricos encontram-se "haniwa", figuras
de barro de uma curiosa gente pequenina. Essas estatuetas de
terracota, chamadas Jomon Dogus, tm rostos de nobreza
caucasiana, no de mongis orientais. Os arquelogos
acreditaram a princpio que eram substitutos rituais de
sacrifcio humano, porm, mais tarde, sua semelhana com
os clebres "marcianos" das pinturas rupestres de Tassili, no
Saara, com os duvidosos petrglifos de uma caverna prxima
de Ferghana, no Usbequisto, e com as estatuetas astecas do
antigo Mxico, sugerem que esses homenzinhos usavam
trajes espaciais e capacetes como Oannes, que, de acordo
com Beroso, foi quem ensinou o povo da Babilnia.
Supondo que tais inscries neolticas tenham sido
representaes do Deus Sol, possvel igualmente que
fossem representaes de astronautas. O brilhante
investigador japons Yusuke J. Matsumura e seus sbios
colegas da Associao da Fraternidade Csmica de
Yokohama fizeram um estudo profundo das estatuetas
Jomon, comunicado no vol. 2, n.os 1-4, de sua revista
Brothers. Isao Washio, num estudo convincente, nota que
na rea de Tohuku as esttuas pareciam usar "culos dc sol",
as encontradas na Prefeitura de Aomori aparentemente
tinham capacetes e trajes de mergulhador, muito parecidos
com os trajes usados pelos cosmonautas americanos
atualmente. Yusuke J. Matsumura comparou essas estatuetas
com as pinturas rupestres e entalhes encontrados em
Fukuoka, Kyushu, Hokkaido e em muitas outras partes do
Japo. Informes semelhantes foram dados pelo notvel
investigador sovitico Dr. Alexander Kasantzev, que insistiu
em que "criaturas altamente adiantadas de Marte visitaram a
Terra muitas vezes at hoje".
As provas de visitantes do espao na antiguidade podem
estar bem diante dos nossos olhos, mas algum curioso
arrevesamento nos nossos padres de pensamento frustra o
seu reconhecimento; assim tambm os cientistas, com a
mente condicionada, no podem aceitar as naves espaciais,
to claramente vistas por seus prprios olhos. Num tmulo
de Chip-San, nos subrbios da cidade de Yamaga,
Kumamoto, Prefeitura de Kyushu, uma pintura em parede
de cerca de 2.000 a.C. mostra um antigo rei japons com as
mos erguidas num gesto de boas-vindas para sete discos
solares, semelhantes aos dos murais pr-histricos
encontrados na Etrria, na ndia e no Ir. Outra gravura em
Izumizaki, Fukushima, mostra sete pessoas segurando as
mos umas das outras num grande crculo, olhando para o
cu e evocando o aparecimento de discos voadores. Os
arquelogos supunham que tais cenas eram simblicas do
culto solar, mas a nova compreenso atual do
extraterrestrialismo sugere que esses resplendentes orbes
representam naves espaciais, revolucionando assim a nossa
concepo do passado. A prpria palavra "Chip-San", na
lngua pr-aino, significava, segundo dizem, "o lugar onde o
Sol desceu".
Informe da Diviso de Pesquisa Cientfica da AFC, em
Brothers, vol. 2, n.os 1-4:
A baa de Yatshshiro-kai em Kyushu, Japo, chamada mar
de Shiranuhi-kai, ou mar do Fogo Desconhecido, desde
tempos antigos, e um fogo misterioso que nunca foi
compreendido aparece l num dia determinado, ou perto do
romper do dia 1 de agosto, pelo velho calendrio.
A pesquisa moderna sugere que esse "fogo desconhecido"
deve ser um fogo magntico acendido do espao e que
completamente controlado pelos discos voadores e que tem
relao com aquelas rodas de fogo que vm visitando a nossa
Terra atravs da histria.
Num estudo especial dos discos solares, alados e sem asas,
Yusuke J. Matsumura faz uma comparao convincente com
os discos solares do antigo Egito, do Ir e de Israel, provando
aparentemente que os discos representavam no o Sol, mas
os discos voadores. curioso notar que os discos solares
encontrados nos tmulos antigos tinham uma semelhana
extraordinria com os smbolos circulares das foras areas
do mundo atualmente, uma coincidncia verdadeiramente
proftica. O Dr. Yoshiyuki Tange declara em Brothers, vol.
2, n.os 1-4:
Verificou-se que aquelas marcas do Sol traadas no interior
dos antigos tmulos de Kyushu so o smbolo dos discos
voadores h milhares de anos. Entrementes, uma lenda do
povo aino em Hokkaido diz que Okikurumi-kamui (antigo
deus aino) desceu dos cus e pousou em Haiopira,
Hokkaido, a bordo de um brilhante shinta (bero aino), no
qual descobrimos a mesma marca do Sol. Ele ensinou a
maneira justa de vida ao povo aino e destruiu o deus do mal;
era um irmo do espao que veio do espao exterior a bordo
de um disco voador chamado shinta pelo povo aino
naqueles tempos.
A Associao da Fraternidade Csmica (AFC), de Yokohama,
d uma interpretao revolucionria dos crculos de pedra
encontrados em todo o mundo.
Como se pode ver nas runas de figuras de crculos duplos e
triplos no cho, encontradas na cidade de Kawagoe,
Prefeitura de Saitama, no Japo, ou em Glatley, Little Cursus,
Dorchester, Inglaterra; e Stonehenge, tambm na Inglaterra,
ou no crculo de pedra de Oyu, na Prefeitura de Akita, no
Japo, o CRCULO e o ESPAO esto intimamente
relacionados um com o outro.
A literatura mais primitiva do Japo, o Kojiki, ou Relao de
assuntos antigos, escrita em caracteres japoneses arcaicos,
baseada em histrias multi-seculares preservadas por bardos
e recitadores pblicos, foi composta em 712 d.C. por um
imaginoso camareiro da corte, Hiyeda-
No-Are, um homem de memria maravilhosa e inventiva
infinita. Ele ditou uma confuso de mitos e lendas a um
nobre chamado O-No-Yasumaro, que dedicou sua obra-
prima formidvel Imperatriz Gemmyo. Pouco depois, em
720 d.C., as mesmas tradies foram revistas e reescritas em
chins clssico, a lngua dos eruditos, em trinta livros
conhecidos como Nihongi pelo Prncipe Toneri e
Yasumara-Futo-No-Ason, e a obra, convenientemente
dedicada imperatriz, provava a toda a posteridade sua
descendncia divina de Amaterasu, deusa do Sol.
Os japoneses guardam como tesouros preciosos essas velhas
crnicas, mas ns no Ocidente no nos impressionamos
com elas. Imaginem a nossa cultura ocidental sem quaisquer
registros escritos at o sculo viu, a era de Carlos Magno!
Sem Bblia, sem Homero, sem squilo, sem Aristteles, sem
Virglio, sem Ccero, sem Plnio, sem nenhum daqueles
filsofos clssicos que modelaram as nossas artes, a nossa
cincia, a nossa poltica, a nossa civilizao! A glria da
Grcia, o esplendor de Roma, seriam apenas um sonho, uma
lembrana obcecante, meio esquecida como a Atlntida. Os
antigos tmulos do Japo no revelam hierglifos, nenhuma
pedra de Roseta como a que desvendou as maravilhas do
Egito, o solo do Japo no encobre tabuinhas de barro como
aquela biblioteca cuneiforme que descreve os feitos dos
assrios; devem ter surgido e cado civilizaes de que no
resta memria. Quantos grandes reis, quantos grandes
filsofos e nobres damas de beleza viveram e amaram no
velho Nipon! Que batalhas sangrentas no devem ter
manchado seu solo ensolarado, cujos fantasmas pararam para
uma breve hora de vida e depois desapareceram nos
corredores poeirentos do tempo para nunca mais voltarem?
Aos japoneses atuais a antiguidade no deixa nenhum legado
que se compare nossa herana da Grcia e de Roma, no
lhes vem nenhuma revelao de Deus que rivalize com o
nosso cristianismo, nenhuma palavra de filsofo para imitar
nossa democracia; os escritos do Japo remontam apenas a
doze sculos, para a mente japonesa o mundo antigo
permanece um reino de mito.
Os japoneses podem responder que a literatura mais antiga
da Inglaterra aparentemente data da mesma poca que a
deles, com o Beowulf e as Histrias de Bede; todo o mundo
se esquece de que os druidas da Gr-Bretanha tinham, ao
que consta, guardados manuscritos de sculos de idade e
escritura ogam na grande Biblioteca de Rangor, destruda em
607 d.C., quando o arcebispo e seus monges foram
massacrados pelos saxes, com o encorajamento de Roma,
segundo se pretende. Os gelogos acreditam que a nossa
Terra tem cerca de quatro bilhes e quinhentos milhes de
anos de idade, os paleontlogos atualmente atribuem ao
homem uma existncia de vinte milhes de anos: parece
provvel que comunidades civilizadas habitassem as ilhas
floridas do Japo h muitos milhares de anos. Os iogues
falam de quatro raas matrizes antes da nossa; tradies de
todas as naes indicam a existncia de ciclos repetidos de
humanidade destrudos por cataclismos; depois a
humanidade renascida espirala para cima na cadeia de evo-
luo, periodicamente detida por novas catstrofes, prel-
dios de renascimento ainda mais alto. Embora basicamente
verdadeira, essa progresso csmica retardada por uma
regresso temporria na evoluo, pois alguns dos nossos
povos primitivos da frica e da Amrica atualmente pare-
cem ser descendentes degenerados de grandes naes cuja
civilizao milnios atrs transcendeu a nossa atual: a cincia
fragmentria dos feiticeiros e dos profetas do tempo parece
que so restos de uma cincia psquica muito frente do
nosso sculo XX.
Se a nossa civilizao for destruda por alguma guerra
nuclear, todos os livros do mundo podero desaparecer no
cataclismo, e cinco mil anos depois do nosso arrogante
sculo nada mais restar que algumas lembranas raciais
truncadas que falaro de antepassados que usaram mal as
foras existentes dentro do tomo e causaram a prpria
destruio. Hoje olhamos perplexos as inscries dos
etruscos, os hierglifos do Mxico, a escritura "A" linear de
Cnossos, os curiosos smbolos de Mohenjo-Daro; talvez
brevemente os arquelogos descubram pictogramas do ve-
lho Japo que algum computador poder interpretar para
alumiar um maravilhoso panorama do passado!
Os mitos japoneses do Kojiki foram indubitavelmente
modificados pela predominante influncia chinesa, pois
essas tradies de idades anteriores foram compiladas para
glorificar a dinastia reinante e promover a unidade nacional.
O Nihongi, ou Crnicas do Japo, pouco depois interpolou-
lhe elementos puramente chineses e uma vaga cronologia,
mas a proximidade do Japo e da China continental torna
quase certo que os dois pases compartilharam experincias
semelhantes com astronautas. As fontes contribuintes foram
o Kogushui, ou Respingos de histrias antigas, compilado em
807 d.C., suplementado pelo Norito, liturgias muito antigas,
coligidas em 927 d.C., no Engi-Shiki, ou Cerimnias do
perodo Engi. Material secundrio de interesse particular
foram os Fudoki, ou Notcias provinciais, iniciados em 713
d.C.. que comentavam as lendas e o folclore das regies em
pitoresca profuso; o tempero literrio e romntico era
acrescentado pelo Manyoshu, uma coletnea de poesias feita
no sculo VIII contendo poemas recitados centenas de anos
antes. Todas as fontes se combinam para fornecer a
fascinante mas confusa mitologia do Japo.
O Kojiki diz que no princpio existia o caos na forma de um
ovo que continha todos os germes da Criao; uma
semelhana notvel com a nossa prpria teoria cosmo-
lgica da expanso do universo desde o supertomo original.
Na Plancie do Alto Cu nasceram as divindades Senhor-do-
Augusto-Centro-do-Cu, a Sublime-Augusta-Maravilhosa-
Divindade-Produtora e a Divina-Maravilhosa-Divindade-
Produtora, e depois dessa trindade sagrada apareceram vrias
divindades celestes. De um rebento de canio que nasceu
quando a Terra era jovem e vogava como uma gua-viva
nasceram mais divindades. As divindades celestes
ordenaram a Izanagi e Izanami que ficassem juntos na ponte
flutuante do cu (uma astronave?) para mergulharem uma
preciosa lana na salmoura catica, que eles mexeram at
que o lquido coalhou e engrossou, e gotas de salmoura
recaindo no oceano condensaram-se na ilha de Onogoro.
Izanagi e Izanami desceram na ilha, tornando-a o centro da
Terra e erigiram um augusto-pilar-celestial e um palcio-de-
oito-braas. O casal celestial anelava por unir-se para
produzir gente para a sua ilha, mas, com grande embarao
para ambos, verificaram que ignoravam a deliciosa arte das
relaes sexuais, o que no de surpreender, porque o
mtodo natural ainda no tinha sido tentado. Um pouco
frustradas, as duas divindades viram uma levandisca
sacudindo a cabea e a cauda para baixo e para cima, e isso
inspirou Izanagi e Izanami a inventarem os prazeres da
relao sexual, para delcia dos futuros amantes. Os dois
copularam incessantemente, produzindo numerosas
divindades, e tambm ilhas, mares e montanhas, at fogo. O
nascimento do Deus do Fogo queimou de tal modo as partes
da Augusta Fmea, que Izanami morreu, deixando a Izanagi
a triste tarefa de criar sozinho. Do olho esquerdo de Izanagi
nasceu a Deusa Sol, Amaterasu, Brilho do Cu, do olho
direito o Deus da Lua, Tsuki-Yami, do nariz Susanowo, o
Macho Impetuoso.
Izanagi fez Amaterasu soberana da Plancie do Alto Cu e
deu a Susanowo o domnio sobre o mar. O Macho
Impetuoso, desapontado, exigiu conhecer sua me, Izanami,
na Distncia Inferior, e quando o pai lhe recusou permisso
e o baniu, Susanowo subiu ao cu para dizer um tumultuoso
adeus a sua irm. Alarmada com sua ruidosa aproximao,
Amaterasu tomou de seu arco com setas de ponta de sol, e a
vista da encantadora amazona despertou emoes
romnticas no Macho Impetuoso, que cordialmente sugeriu
que fizessem um juramento de evitar discrdia e gastassem
suas energias unindo-se na agradvel tarefa de procriar a
posteridade. A sugesto agradou a Amaterasu, que deu
nascimento a mais divindades. Mas o comportamento do
Macho Impetuoso ficou pior: pisoteou e destruiu a diviso
ntida dos campos de arroz do cu, atulhou os fossos de
irrigao e poluiu o palcio real com excremento. Por fim, o
violento deus esfolou um potro pintado celeste, que caiu
para trs, abrindo um buraco no telhado do palcio sobre as
mulheres que teciam as vestimentas celestiais, fazendo as
lanadeiras feri-las fatalmente nas partes e causando suas
mortes, Susanowo foi censurado pelo alto conselho dos
deuses, multado pesadamente, e foram-lhe arrancadas as
unhas dos ps e das mos e jogadas embaixo, na Coria;
depois ele atravessou para Izumo a caminho de mais
desventuras. A deusa do Sol, ofendida, retirou-se para uma
gruta, deixando o mundo entregue escurido e ao desastre,
at que, finalmente, as outras divindades, um tanto
alarmadas, a seduziram com um espelho, induzindo-a a sair,
e assim a luz voltou Plancie do Alto Cu e Terra da Flor
de Cerejeira, embaixo. Essa divertida histria a verso japo-
nesa da guerra do cu entre os deuses e o subseqente
cataclismo na Terra; uma descrio muito mais agradvel do
que o horrendo conflito nos cus pintado pelos chineses.
Nessa idade mitolgica dos deuses o Japo era conhecido
como Toyo-ashi-hara-no-chio-aki-no-mizuho-no-kuni,
Terra-de-Frteis-Plancies-de-Canios, De-Colheitas- Fartas-
e-Espigas-de-Arroz-Plenas. Durante sculos o pas foi
chamado Yamato a provncia onde o primeiro imperador,
Jimmu, construiu sua capital, em 660 a.C. O ideograma
chins "Wa", que representava "Yamato", tambm
significava "ano", e por isso em 670 d.C. os japoneses
pediram aos chineses que se referissem ao seu pas como
"Nipon" ou "Nihon", "Origem do Sol" ou "Lugar do Sol
Nascente". Os chineses e os coreanos interpretaram os
signos que representavam "Nihon" como "Jih-pen", mais
tarde ocidentalizado para "Japo", ainda simbolizando a
crena japonesa fundamental de sua origem celestial no Sol,
que ns hoje traduzimos como descendentes de astronautas.
Susanowo, o "deus cado", banido do cu por sua
impetuosidade, salvou uma princesa de um drago de oito
cabeas e oito caudas, construiu um belo palcio em Suga,
Izuma, casou com ela e teve muitos filhos; outras divindades
desceram Terra e se uniram com as filhas dos homens,
confirmando tradies semelhantes de unio celestial com
mortais mencionadas no Genesis, no snscrito e nos
clssicos gregos. O filho mais famoso de Susanowo,
chamado Okuninushu, tornou-se soberano da Terra, ofen-
dendo os deuses no cu, desprezando a sua autoridade e
seguindo seus prprios planos de imprio. Os deuses, ofen-
didos com essa rebelio, enviaram c embaixo vrias divin-
dades para restaurar a sua soberania, mas sem sucesso; esses
emissrios foram vencidos pelos insurretos na Terra.
Finalmente, a deusa do Sol em Takama-gaharo, a Plancie do
Alto Cu, ordenou a seu neto Ninigi-no-Mikoto que tomasse
posse da Terra-das-Plancies-de-Canios e restaurasse o
governo celestial. O Prncipe Ninigi e Ame-no-Koyana,
antepassado das famlias cortess, levado na ponte flutuante
do cu (uma nave espacial?), desceu no pico de Takachiho,
de Hyuga, em Kyushu, em frente da terra de Kara (Coria).
Consigo Ninigi trouxe, da parte de Ama-terasu, a deusa do
Sol, a espada, o espelho e a jia, os trs smbolos da
soberania. Rapidamente conquistou as regies em volta e
estabeleceu no Japo o governo da dinastia divina.
Uma fascinante narrao da descida dos seres celestiais em
naves espaciais para conquistar a Terra, abandonada
iniqidade e ao pecado, dada no Nihongi ou Crnicas do
Japo dos tempos mais remotos at 697 d.C. Esta brilhante
traduo de W.G. Aston, Livro Primeiro, p. 110, parece
vagamente semelhante ao Genesis, Teogonia de Hesodo e
ao conflito entre os deuses e os mortais no Maabrata.
Em 667 a.C. o Nihongi descreve o Imperador Kami-
Yamato-Ihare-Biko:
Quando chegou idade de quarenta e cinco anos, ele (o
imperador) falou aos seus filhos mais velhos e aos filhos
deles, dizendo: "Desde tempos antigos as nossas divindades
celestiais, Taka-mi-musuli-no-Mikoto e Oho-hiru-me-no-
Mikoto, apontando para esta Terra-de-Belas-Espigas-de-A
rroz-da-Frtil-Plancie-de-Juncos, deu-a ao nosso
antepassado celeste, Hiko-ho-no-ninigi-no-Mikoto. Ento
Hiko-ho-no-nini-gi-no-Mikoto, abrindo a barreira do cu e
cortando uma passagem nas nuvens, percorreu rapidamente
a sua rota sobre-humana, at que parou. Nesse tempo o
mundo estava entregue desolao geral. Nessa tristeza, por
conseguinte, ele promoveu a justia e desse modo governou
esta costa ocidental (Kyushu). Nossos antepassados imperiais
e nosso pai imperial, como deuses, como sbios,
acumularam felicidade e amealharam glria. Muitos anos se
passaram. Da data em que nosso antepassado celestial desceu
at agora so passados mais de 1.792.470 anos. Mas as
regies remotas ainda no gozam as bnos do governo im-
perial. Permite-se que cada cidade tenha seu senhor e cada
aldeia seu chefe, que cada um por si mesmo faa diviso de
territrio e pratique a agresso e conflito mtuos,
"Agora eu ouvi o Velho do Mar (Shiho-Tsutsu-no-Ogi) dizer
que no leste h uma bela terra cercada de montanhas por
todos os lados. Alm disso, h o Um que desceu l viajando
num barco de rocha celestial. Eu creio que esta terra ser
indubitavelmente adequada para a extenso da tarefa
celestial (isto , para maior expanso do poder imperial), a
fim de que sua glria encha o universo. , sem dvida, o
centro do mundo. A pessoa que baixou l, creio, foi Nigi-
hoye-lu' (significa 'Sol-Rpido-Suave'). Por que no
havamos de ir para l e fazer dela a nossa capital?"
Todos os prncipes imperiais responderam e disseram: "A
verdade disso manifesta. Esse pensamento est
constantemente presente em nossas mentes tambm.
Vamos para l rapidamente". Ocorreu isso no ano Kihoye
Tora (51) do Grande Ano.
A afirmao de que antepassados celestiais desceram dos
cus num barco de balano celestial h perto de dois
milhes de anos por certo divertir os cientistas que acre-
ditam que a civilizao foi desenvolvida pelo prprio
homem h uns poucos milhares de anos, mas a descida de
astronautas em remota antiguidade confirmada por
ensinamentos ocultos, pelos livros sagrados de Dzyan e por
lendas em todo o mundo.
Antes de Ninigi partir para a Terra foi-lhe dito que nas
encruzilhadas do cu havia uma divindade estranha cujo
nariz tinha sete mos de comprimento e em cuja boca e
traseiro brilhava uma luz. Esta estranha descrio pode
referir-se a um ser celestial em uma astronave de outra
galxia, pois nenhum dos deuses sabia nada a respeito dele.
A deusa Uzume-hime abordou o estranho, que disse que seu
nome era Saruto-hiko; tambm ele tencionava pousar na
terra do Japo e ofereceu-se para fazer para a deusa uma
ponte volante ou barco-ave-celeste.
O bisneto do Prncipe Ninigi, o Imperador Immu, invadiu
Naniwa (Osaca) para conquistar Yamato, mas a princpio foi
repelido pelos Tsuchi-gumo, as "aranhas da Terra", os
aborgines originais, os cabeludos ainos, no descendentes
dos deuses. Depois da conquista final, o imperador subiu a
uma montanha e olhando para o belo cenrio exclamou:
"Umashi kunizo Akitan-no-toname-suru ni nitari!" ("Belo
pas! Parece liblulas copulando!") De modo que para os
homens do espao olhando para baixo o Japo devia ser
"Akitsushima" "Terra da Liblula".
Os japoneses acreditam que em 660 a.C. as divindades
celestiais vieram em auxlio do Imperador Jimmu para
vencer seus inimigos, fazendo lembrar aqueles gmeos ce-
lestiais, Castor e Plux, que em 498 a.C. ajudaram os
romanos a derrotar os tusculanos junto ao lago Regillus. O
apoio das divindades a Jimmu esteve longe de ser decisivo,
pois a histria acrescenta que o imperador convidou oito
"aranhas da Terra"' para um banquete e mandou assassin-las
antes de poder completar a conquista.
Em 9 a.C., de acordo com Yusuke J. Matsumura146, "os
aborgines japoneses chamados kumaso prosperavam em
Kyushu, excedendo a Dinastia Yamato em influncia,
quando, em 10 de fevereiro, apareceram no cu nove sis
que causaram muito caos na Terra e a Dinastia Yamato foi
lanada em grande confuso. Foi isso no dcimo ano do
Imperador Suinin. Esses nove sis, ou discos solares, como
os antigos os chamavam, eram discos voadores".
Os nove sis sobre o Japo em 9 a.C. so como os dez sis
sobre a China em 2346 a.C., quando nove foram abatidos
pelo "divino arqueiro" Tzu-yu. Em ambas as ocasies a Terra
foi presa de discrdia; o aparecimento dos nove "discos" em
9 a.C. foi considerado pelos aborgines, que adoravam os
discos solares, um sinal de descontentamento celestial
contra a Dinastia Yamato pela escravizao mental e fsica
que impunha aos seus sditos.
O Nihongi, Livro Primeiro, p. 226, declara, por volta de 200
d.C.:
Alm disso, havia na aldeia de Notorita um homem
chamado Hshiro-Kuma-Washi (guia Cervejeira Pena
Branca). Era um indivduo extremamente forte e tinha asas
no corpo, de modo que podia voar e subir no ar. Por isso
no obedecia s ordens imperiais e geralmente saqueava as
pessoas.
Nem o divino Leonardo da Vinci conseguiu resolver o
problema do vo humano. Seria aquele homem um
astronauta?
Durante os primeiros sculos, quando os "anjos" andavam
ajudando o Rei Artur e Merlin e, mais tarde, So Patrcio e
So Germano em suas lutas com os saxes que invadiam a
Gr-Bretanha, do outro lado do mundo os deuses assistiam
os japoneses. Por volta de 220 d.C. a famosa Imperatriz
Jingo invadiu a Coria, e as divindades foram antes e depois
da expedio. O rei de Silla (Coria) foi vencido por esses
invasores divinos e imediatamente se submeteu.
Uma curiosa referncia a um parente astronauta em 460 d.C.
aparece no Nihongi, Livro Primeiro, p. 342.
Quarta primavera, segundo ms. O imperador (Oho-
Hatsuse-Waka-Tak) (Nota: "Hatsuse" um lugar em
Yamato, "Waka-taka" significa "jovem, bravo") foi caar com
arcos e flechas no monte Katsu-raki. De repente apareceu
um homem alto, que se aproximou e ficou parado no vale
vermelho. No semblante e no porte ele se parecia com o
imperador. O imperador sabia que ele era um deus e, por
conseguinte, passou a interrog-lo dizendo: "De que lugar
s, Senhor?" O homem alto respondeu e disse: "Sou um deus
de homens visveis (isto , um deus que assumiu forma
mortal). Dize-me tu primeiro teu nome principesco e depois
eu por minha vez te informarei do meu". O imperador
respondeu e disse: "Ns somos os Waka-taka-no-Mikoto". O
homem alto, a seguir, deu o seu nome dizendo: "Teu servo
o deus Hito-Koto-Mushi" (literalmente, "senhor de uma
palavra". A divindade que dissipa com uma palavra o mal e
com uma palavra o bem). Finalmente ele lhe fez companhia
na diverso da caa. Perseguiram um veado e cada um cedeu
ao outro o privilgio de atirar a flecha. Galoparam, lado a
lado, usando um com o outro, linguagem respeitosa como na
companhia de gnios. Ento o sol se ps e a caada
terminou. O deus escoltou o imperador e acompanhou-o at
a gua de Kume. Desta vez o povo dizia: "Um imperador de
grande virtude!"
No evoca esta histria os seres celestiais da antiga ndia, os
deuses e mortais da Grcia, os anjos e reis do Velho
Testamento? No so ecos vagos desses encontros amveis
entre astronautas e seus "contatos" de que se fala hoje?
Essa visitao em 460 d.C. foi mencionada novamente cerca
de cem anos mais tarde no Nihongi, em 556 d.C., durante o
reinado do Imperador Ame-Kuni-Oshi- Hiroki-Hiro-Niha.
O ministro Soga disse: "Antigamente, no reino do
Imperador Oho-hatsuse, teu pas estava sendo atacado pela
Koryo (Coria) e encontrava-se numa posio to crtica
como uma pilha de ovos. Diante disso, o imperador ordenou
reverentemente ao ministro da religio xintosta que se
aconselhasse com os deuses. E ento o sacerdote, por
inspirao divina, respondeu e disse: 'Se, depois de humilde
prece ao Deus Fundador da Terra (Oho-namochi-no-Kami),
tu fores em auxlio do soberano que ameaado de
destruio, certamente haver tranqilidade para o Estado e
paz para o povo'. Fez-se a prece ao deus, foi prestado o
auxlio, e a paz foi assegurada. Ora, o deus que originalmente
fundou o pas o deus que desceu do cu e estabeleceu este
Estado no perodo em que o cu e a Terra foram separados,
e quando as rvores e as ervas tinham fala. Recentemente foi
informado de que o teu pas deixou de ador-lo. Mas se te
arrependeres agora de teus erros anteriores, se construres
um santurio ao deus e fizeres sacrifcio em honra de seu
divino esprito, teu pas prosperar. No deves esquecer
isto".
O comentador do Tau-ch aqui cita a seguinte declarao
curiosa da obra chamada Sei-to-ki:
"No reinado do Imperador Kwammu (782-806 d.C.) ns (os
japoneses) e a Coria tnhamos escritos da mesma espcie. O
imperador, no gostando disso, queimou-os e disse: 'Estes
escritos falam do deus que fundou o pas e no mencionam
os deuses nossos antepassados'. Mas possivelmente isto
apenas se refere lenda de Tan-kun, que o Tongkom d
como segue: 'Na Regio Oriental (Coria) no princpio no
havia chefe. Ento houve um homem divino que desceu
debaixo dum sndalo, e o povo da terra estabeleceu-o como
seu senhor. Era chamado Tan-kun (Senhor do Sndalo) e o
pas recebeu o nome de Choson (que quer dizer frescor). Foi
no reinado do imperador chins Tong-Yao (2357-2258
a.C.), no ano Mon-Shen. A capital no princpio foi Phyong-
yong, que depois se chamou Pek-ok (a colina branca). No
oitavo ano (1317 a.C.) do reinado de Wu-Ting, da Dinastia
Shang, ele entrou no monte Asatai e tornou-se um deus'.
Acreditava-se que esses seres divinos tinham vivido mil
anos na Coria, e depois, segundo parece, trasladaram-se
para o cu. Isso nos faz lembrar o misterioso Conde de St.
Germain, que dizem ter visitado a Terra durante vrios
sculos, voltando periodicamente ao planeta Vnus. Que
dizer...?
O nico deus estelar mencionado nos mitos japoneses
Kagase-Wo, descrito como um rebelde vencido,
possivelmente, referindo-se um tanto vagamente a algum
conflito no espao. despojado dos ttulos de kami
(divindade) e mikoto (augusto), acrescentados aos nomes de
outros deuses. As nicas mencionadas no Kojiki ou Ni-
hongi so Vnus, Marte, Jpiter, as Pliades e a estrela Alpha
Lyrae, esta ltima relacionada com uma lenda chinesa.
O Nihongi, Livro Segundo, p. 122, surpreende-nos com a
histria de um extraordinrio menino-prodgio, nascido no
dcimo dia do quarto ms de 593 d.C., durante o reinado da
Imperatriz Toyo-Mike-Koshiki-yo-Hime.
O prncipe da casa imperial Mumayodo-no-Toyo- Sumi foi
nomeado prncipe imperial. Ele tinha o controle geral do
governo e foram-lhe confiados todos os detalhes da
administrao. Era o segundo filho do Imperador Tochi-
bane-no-Toyo-hi. A imperatriz-con-sorte, ttulo da me
dele, era a princesa imperai Ana-hohe-Hashito. A
imperatriz-consorte, no dia em que ia dar luz, deu volta ao
recinto proibido, inspecionando os diversos servios.
Quando chegou seo dos cavalos e acabava de chegar
porta do estbulo, deu-o subitamente luz e sem esforo.
Ele falou logo que nasceu e tornou-se to sbio quando
cresceu, que era capaz de acompanhar os processos legais de
dez homens ao mesmo tempo e julg-los sem erro. Sabia de
antemo o que ia acontecer. Alm disso, aprendeu a
doutrina interior (budismo) com um sacerdote coreano
chamado Hye-Cha e estudou os clssicos de fora (clssicos
chineses) com um doutor chamado Hok-ka. Em ambos esses
ramos de estudo ele se tornou perfeitamente proficiente. O
imperador, seu pai, amava-o e f-lo ocupar o salo superior,
o sul do palcio. Por isso, era intitulado Snior Prncipe
Kamu-tou-miya-Mumaya-do-Toyo-tomini (Nobre Filho da
Imperatriz Toyo do Palcio Superior e da Porta do Estbulo).
Embora esse nome fosse talvez adequado, o prncipe deve,
sem dvida, ter precisado de toda a sua serena filosofia para
tolerar semelhante ttulo!
619 d.C.: Um objeto brilhante como uma figura humana foi
visto por cima do rio Gamo, no Japo central.
(Brothers, vol. 3, n 1)
Como os romanos, os maias e os chineses, os antigos
japoneses tinham um respeito supersticioso pelos prodgios
da Terra e do cu, que os adivinhos prognosticavam como
anunciando acontecimentos fatdicos.
650 d.C.: De acordo com o Nihongi, Livro Segundo, p. 241,
o Imperador Ame-Yorudzu-Toyo-Lu declarou:
Quando um governante sbio aparece no mundo e governa,
o imprio suscetvel a ele e manifesta augrios favorveis.
Nos tempos antigos, durante o reinado de Changwong, da
Dinastia Chou, um governante da Terra Ocidental (China), e
novamente no tempo de Ming-Ti, da Dinastia Han, foram
vistos faises brancos. Na nossa terra do Japo, durante o
reinado do Imperador Hamuto, um corvo branco fez o
ninho no palcio. No tempo do Imperador Oho-sazaki
(Ojinn Tenno, 271 d.C.) um cavalo-drago apareceu no
ocidente.
O cavalo-drago tinha asas na cabea; atravessava a gua sem
afundar e aparecia quando um soberano ilustre ocupava o
trono. Este pode ter sido um UFO, mas mais provvel que
tenha sido um cometa como "uma estrela longa" vista no sul,
em 634 d.C., durante o reinado do Imperador Okinaga-
Tohashi-hi-Hiro-Nuka, que o povo chamou estrela-vassoura.
Trs anos mais tarde, em 634 d.C., o Nihongi, Livro
Segundo, p. 168, informou:
Uma grande estrela flutuou de leste para oeste e houve um
rudo como de um trovo. A gente desse tempo disse que
era o som da estrela cadente. Outros disseram que era trovo
da terra. Ento o sacerdote budista, Bin, disse: "No a
estrela cadente mas o Co Celestial, o som de cujo ladrido
como o trovo".
Uma semana depois houve um eclipse do Sol. O sbio
sacerdote Bin foi, sem dvida, enganado por Os clssicos das
montanhas e dos mares, um livro chins muito antigo que
dizia:
Na montanha da Porta do Cu h um co vermelho
chamado o Co Celestial. Seu lustro voa atravs do cu e,
flutuando assim, torna-se uma estrela de muitas varas de
comprimento. rpida como o vento. Sua voz como o
trovo e seu fulgor como o relmpago.
Essa descrio sugere uma astronave em forma de charuto!
O Co Celestial era Srio, mas essa referncia clssica uma
estrela que flutuava, se alongava, tinha brilho vermelho,
movia-se rapidamente, soava como trovo e emitia radiao
lembra as grandes naves-bases vistas alto ns nossos cus
atualmente.
Um comentrio no Nihongi declara:
O Co Celestial, ou Tengu da superstio japonesa moderna,
uma criatura alada de forma humana, com nariz
extremamente longo, que freqenta os cumes das
montanhas e outros lugares ocultos.
Os estudiosos dos UFOS imediatamente reconhecem a
semelhana desta apario com os astronautas mencionados
nos clssicos que dizem que andam atualmente assustando
camponeses na Frana, na Amrica e no Brasil. Nos tempos
bblicos as naves espaciais pousavam entre as montanhas,
aonde os "anjos" chamavam Moiss e os profetas para
receberem revelaes divinas; a maioria dos pases tem pelo
menos uma montanha sagrada associada s manifestaes
dos deuses.
O "nariz extremamente longo" da "criatura alada com forma
humana" referia-se sem dvida a algum capacete com
aparelho respiratrio, pois para alguns seres extraterrestres a
nossa atmosfera oxigenada pode ser venenosa; lembramo-
nos de Oannes, um ser com corpo de peixe, que, segundo
Beroso, ensinou aos babilnios as artes da civilizao; sua
semelhana com um peixe provavelmente indicava que o
estranho usava um traje espacial, talvez um daqueles "trajes
pressurizados" dos Jomon Dogu reproduzidos nas vrias
estatuetas encontradas em todo o Japo. Visto que a criatura
alada de nariz comprido deu nascimento a uma superstio,
de supor que suas manifestaes nas montanhas do Japo
no fossem infreqentes atravs de vrios sculos,
mostrando que observavam regularmente os filhos do Sol.
Em novembro de 1837 d.C. "um intruso, um monstro de
poder sobre-humano, impossvel de pegar, assombrava os
caminhos de Middlesex, na Inglaterra. De acordo com J.
Vyner, em seu fascinante artigo na Flying Saucer Review, de
maio-junho de 1961:
O intruso era alto, esguio e possante. Tinha nariz
proeminente e dedos ossudos, com imensa fora,
semelhantes a garras. Era incrivelmente gil. Usava uma
longa capa esvoaante do tipo usado pelos freqentadores de
pera, os militares e os atores ambulantes. Na cabea usava
um capacete alto aparentemente de metal. Sob a capa tinha
trajes justos de um material luzente como oleado ou malha
de metal. Tinha uma lmpada adaptada ao peito. Mais
estranho que tudo: a criatura tinha as orelhas cortadas ou
pontudas como as de um animal.
O velho Duque de Wellington, que havia derrotado
Napoleo em Waterloo, armou-se com um par de pistolas e,
no verdadeiro estilo da caa raposa, partiu para tocaiar
aquele salteador de estrada que saltava por cima de sebes e
casas com a maior facilidade; mas, depois de alguns meses
ameaando os honestos cavalheiros da regio e aterrando as
mulheres com olhos como bolas de fogo vermelhas, a
apario desvaneceu-se, para reaparecer em 1880, 1948 e
1953, na Amrica.
Talvez a criatura alada dos antigos clssicos japoneses se
tivesse cansado do Japo e viesse procurar os subrbios mais
fascinantes do Ocidente.
638 d.C.: No dia 26 do primeiro ms da primavera, uma
estrela comprida apareceu no noroeste. O sacerdote Bin
disse que era uma estrela-vassoura. Quando ela apareceu
houve fome.
O astrlogo Bin provavelmente viu um cometa. O Nihongi,
Livro Segundo, p. 169, delicia os futuros estudiosos de UFOS
registrando em:
640 d.C.: No dia 7 do segundo ms da primavera, uma
estrela entrou na Lua.
642 d.C.: No outono, nono dia, stimo ms, durante o
reinado da Imperatriz Ame-Toyo-Tokaro-Ikashi-hi-Tarashi-
Hime uma estrela hspede entrou na Lua.
A histria chinesa refere que a entrada de Vnus na Lua era
olhada pelos adivinhos como anncio de mortalidade entre
o povo. significativo que Vnus fosse a nica estrela
adorada pelos astecas no Mxico; adoravam-na com grande
venerao e a ela ofereciam em sacrifcio os coraes
sangrentos dos cativos. A associao de Vnus com
malevolncia para com a Terra pode ter sido alguma
memria racial da guerra com invasores desse belo planeta
mencionada nos clssicos gregos e snscritos.
Os japoneses acreditavam em demnios semelhantes aos
asuras ou "deuses rebeldes" descritos no Rig Veda; os
gandharvas (guerreiros celestiais), Garudha (o monstruoso
"homem-pssaro"), a nave celeste de Indra, e seres areos
semelhantes queles "orgulhosos demnios em navio de
vidro" mencionados no Orlando furioso, Canto I, estncia 8,
de Ariosto, poeta do Renascimento italiano. O Nihongi,
Livro Segundo, p. 272, menciona:
661 d.C.: No outono, primeiro dia do oitavo ms. O prncipe
imperial, acompanhando os restos mortais da imperatriz,
voltou at o Palcio de Ihase. Nessa tarde, no topo do monte
Asakura estava um demnio (ou "esprito") com um grande
chapu olhando para baixo para as cerimnias fnebres.
Todo o mundo soltou exclamaes de espanto.
Essa manifestao faz recordar o ano de 1099 d.C., quando
os cruzados estavam sitiando Jerusalm. Matthew of Paris,
em sua Historia Anglorum, escreveu que um resplandecente
cavaleiro, que agitava um escudo brilhante, apareceu
subitamente no monte das Oliveiras e acenou para os
desanimados cruzados para que atacassem novamente. Os
estudiosos de UFOS imediatamente se ho de lembrar do
espantoso incidente ocorrido em 26 de junho de 1959 na
Nova Guin, quando o Reverendo William Boot Gill,
missionrio anglicano, viu um enorme disco com dois pares
de pernas apontando diagonalmente para baixo e quatro
homens na "coberta" acenaram para ele. 661 d.C. no Japo,
1099 d.C. em Jerusalm, 1959 d.C. na Nova Guin! Estaro
estes amveis astronautas sempre a nos observar? Trs anos
depois desta viso no Japo, em 664 d.C., segundo a Histria
eclesistica de Bede, Livro Quarto, captulo 7, uma luz do
cu brilhou sobre as freiras no cemitrio do Mosteiro de
Barking, s margens do Tmisa; em seguida, passando para o
outro lado, brilhou sobre os monges, e depois retirou-se para
o cu.
11 de agosto de 671 d.C.: Um objeto flamejante foi visto
voando para o norte de muitos pases no Japo, um ano
antes da guerra dos Jinshim.
1 de outubro de 679 d.C.: Matria semelhante a algodo
("cabelo de anjo") de cinco a seis ps de comprimento caiu
sobre Naniwa, nome anterior de Osaca, e foi levada pelo
vento para vrios lugares.
(Brothers, vol. 3, n 1)
O sculo VII parece que presenciou atividades de UFOS em
todo o mundo. As luzes celestiais mencionadas pelos anglo-
saxes apareceram sobre o Japo. Os compiladores do
Nihongi anteciparam-se ao nosso Charles Frost e citaram
muitos fenmenos fascinantes.
680 d.C.: Dcimo primeiro ms, primeiro dia. Houve um
eclipse do Sol. No terceiro dia houve um brilho a leste desde
a hora do Co at a hora do Rato (das oito da noite at a
meia-noite).
681 d.C.: Nono ms, dcimo sexto dia. Apareceu um
cometa, no dcimo stimo dia o planeta Marte entrou na
Lua.
682 d.C.: Sexto ms, terceiro dia. Os hspedes da Coria
foram recebidos em Tsukushi. Nesta tarde ao crepsculo
uma grande estrela passou de leste para oeste.
682 d.C.: Oitavo ms, dcimo primeiro dia. Apareceu uma
coisa com a forma como de uma bandeira batismal budista e
de cor de chama. Flutuou atravs do vazio em direo ao
norte e foi vista por todas as provncias. Alguns dizem que
mergulhou no mar ao largo de Koshi. Neste dia um vapor
branco subiu da montanha Oriental com quatro braas de
tamanho.
No dcimo segundo dia houve um grande terremoto.
Um dia depois o vice-rei de Tsukushi deu parte de um pardal
com trs pernas. No dcimo stimo dia houve outro
terremoto. Neste dia houve um arco-ris bem no meio do
cu e oposto ao Sol.
digno de nota que Julio Obsequens, em Prodigiorum
lihellus, menciona luzes brilhantes sobre a antiga Roma
antes da ocorrncia de terremotos, e desde 1927 os obser-
vadores tm notado UFOS no cu pouco antes da atividade
vulcnica, confirmando informes de supostos astronautas de
que suas astronaves controlam o campo magntico da Terra
e mostram grande preocupao com zonas aparentemente
fracas na nossa crosta terrestre.
684 d.C.: Outono, stimo ms, vigsimo terceiro dia. Um
cometa apareceu no noroeste com mais de dez ps de
comprimento.
684 d.C.: Dcimo primeiro ms, vigsimo primeiro dia. Ao
escurecer sete estrelas derivaram juntas para o nordeste e
afundaram.
Dcimo primeiro ms, vigsimo terceiro dia. Ao pr do sol
uma estrela do tamanho dum pote caiu no setor do leste.
hora do Co (sete-nove da noite), as constelaes ficaram
completamente desordenadas e caam estrelas como chuva.
Dcimo primeiro ms. Durante este ms houve uma estrela
que subiu no znite e continuou acompanhando as Pliades
at o fim do ms, quando desapareceu.
692 d.C.: Outono. Stimo ms, vigsimo oitavo dia. Reinado
do Imperador Tokama-No-Hara-Hiro-No-Hime. O carro
imperial voltou ao palcio. Esta noite Marte e Jpiter
aproximaram-se e afastaram-se, um do outro, quatro vezes o
espao de um passo, brilhando e desaparecendo
alternadamente.
As vises relatadas no Nihongi continuaram atrav. da Idade
Mdia at os tempos modernos. A Associao da
Fraternidade Csmica de Yokohama relaciona pelo menos
setenta fenmenos celestes extraordinrios de 858 a 1.832
d.C. Nos sculos XIX e XX essas visitaes misteriosas
aumentaram, at que hoje os serenos cus do Japo parecem
povoados de astronaves. Pessoas supra-sensveis afirmam
terem comunicao cordial com seres extraterrestres, como
seus antepassados da antiguidade.
As Notcias histricas do Japo contam que o Imperador
Hwang, desejando fazer descer um drago e viajar no seu
lombo, primeiro reuniu cobre, metal relacionado com o
planeta Vnus, em uma montanha e fundiu uma trpode.
Imediatamente um drago voou do alto para ele; depois de o
monarca ter usado o "deus" como aeronave, setenta de seus
sditos voaram nele tambm.
O xinto, ou kami-no michi, a maneira dos deuses, permeia
praticamente todos os aspectos da vida japonesa, embora o
budismo, particularmente a doutrina zen, influencie
profundamente as artes e as cincias, inspirando todos os
buscadores da verdade. H muitos milhares de deuses no
xintosmo, que abrange o culto dos antepassados e o culto
dos espritos da natureza, tornando a mente japonesa
receptiva para a existncia de vida atravs do universo, de
habitantes de outras dimenses e de astronautas das estrelas.
O sistema xinto tem afinidades notveis com o druidismo da
Gr-Bretanha antiga. Os japoneses, como os celtas,
acreditavam na santidade dos seres reais ancestrais,
reminiscncias da Idade de Ouro dos reis do espao. Hoje
mesmo a maioria dos japoneses ainda venera seu micado
como descendente de Amaterasu, deusa do Sol.
Atualmente os japoneses veneram o seu glorioso passado e
atravs de sua Associao da Fraternidade Csmica esto
planejando o futuro ureo, quando o ensolarado Japo
conduzir toda a humanidade novamente a uma maravilhosa
amizade com os nossos irmos do espao.
Captulo Nove
REIS ESPACIAIS NO ANTIGO EGITO
Egito! Terra de maravilha, mistrio e magia. Durante sculos
sem conta as vastas pirmides, a inescrutvel esfinge, aqueles
imponentes templos ao longo do Nilo tm dominado as
mentes dos homens, evocando com sua grandeza silenciosa
os ecos duma antiguidade grandiosa, a presena de
orgulhosos imortais, aquela Idade de Ouro dos deuses em
que a Terra era jovem. Essas runas colossais dum passado
remotssimo intrometem-se no nosso mundo presente
como smbolos de alguma raa galctica; sua aura de poder e
fora espiritual irradiam uma mensagem que os homens no
podem ler; erguem-se ali solitrias, em alheio isolamento,
dominando os areais alm do espao e do tempo, espera de
que o homem se erga at a compreenso. Essa
impressionante majestade revela uma raa de seres maior e
mais nobre que transcende o homem mortal os seres
celestiais que ensinaram a civilizao Terra, os astronautas
das estrelas.
Hoje o nosso mundo sofisticado perdeu o seu senso de
deslumbramento, aquela divina expectativa da alma que
transmuda as frias relquias do passado em vida quente e
apaixonada. O nosso sculo xx sem alma, condicionado pela
cincia e pelo socialismo a apreciar a nossa era, com todos os
seus defeitos, como o cume mais alto do esforo humano,
zomba da antiguidade como desolada ignorncia,
esquecendo que a verdadeira civilizao amadurece dentro
da alma e no por meio de superbombas. Ns, que cercamos
a Lua de foguetes e desafiamos as estrelas, desprezamos os
sbios do passado. Mas suponhamos que os segredos do
antigo Egito contenham alguma maravilhosa revelao que
transforme o futuro do homem. Suponhamos que os
conceitos convencionais estejam errados. O nosso mundo
clama por compaixo. Devemos procurar inspirao nas
estrelas?
Os poucos milnios que imaginamos que marcam a histria
do homem sobre a Terra so determinados pelos vrios
objetos descobertos pelos arquelogos, datados pelo
radiocarbono, o potssio-argnio ou outras tcnicas e con-
firmados por testemunhos contemporneos, se alguns exis-
tem; Sobre as vastas eras de evoluo humana pregada pelos
paleontologistas nada se sabe. Os cientistas hoje admitem
que as civilizaes de outros planetas no so sncronas com
a nossa. Em alguns sistemas estelares as pessoas podem estar
milhares, at milhes de anos mais adiantadas do que ns.
possvel que em idades passadas alguns astronautas que
andassem explorando a nossa beira da galxia tenham
desembarcado na Terra e, obedientes lei csmica, tenham
ensinado ao homem primitivo os rudimentos da cultura;
talvez tenham governado como reis, partindo depois para
semearem as sementes da civilizao em outras partes. Essa
hiptese no absolutamente fico cientfica, pois nos
sculos vindouros inteno dos cosmonautas futuros
espalhar as duvidosas bnos da Terra por todas as estrelas
visveis.
Os egiptlogos tm dedicado suas vidas a estudar as areias do
Nilo; arquelogos de gnio, submetendo seus achados
percepo erudita, tm revelado um brilhante panorama do
Egito antigo, o esplendor dos faras, a sabedoria dos
sacerdotes, a maravilhosa herana legada Grcia e a Roma,
que est influenciando profundamente a nossa civilizao
atualmente. A decifrao da pedra de Roseta, por
Champollion, iluminou um mundo perdido. Sir Flinders
Petre com sua p desenterrou histria; sbios de uma
dezena de pases pacientemente ressuscitaram um quadro
vvido de sete mil anos de civilizao. Sete mil anos!
Herdoto escreveu que os egpcios se consideravam os mais
antigos da humanidade. Que aconteceu no Egito antes da
histria?
Tradies ocultas conservam conhecimento esotrico,
transmitido por incontveis adeptos desde a mais remota
antiguidade, que ilumina vastas pocas da evoluo do
homem muito alm do mbito limitado da arqueologia
fatual. Essas revelaes, porm, no servem para a cincia,
que deve seguir sua prpria metodologia rgida de fatos,
experincia e prova; mas, a no ser que ponhamos de lado a
maioria dos pensadores verdadeiramente grandes do passado
como vazios sonhadores, s porque adotaram um padro de
pensamento diferente do nosso, teremos que dar algum
crdito aos ensinamentos dessas tradies ocultas,
especialmente quando extremamente improvvel que ve-
nham a ser encontradas, algum dia, quaisquer provas escritas
dos tempos remotos.
O historiador atualmente acha difcil compreender o nosso
prprio sculo perturbado; olha com justo ceticismo a
sabedoria dos msticos fora da disciplina racional; deve,
porm, lembrar-se de que em idades vindouras o nosso
mundo moderno poder ter-se tornado to pouco conhe-
cido como a perdida Atlntida, e esta uma possibilidade
aterradoramente real. Se uma guerra nuclear ou cataclismo
csmico assolasse a nossa Terra hoje, os incndios, as
inundaes e os terremotos poderiam destruir todos os
documentos escritos, reduzir a p os mais imponentes
edifcios e aturdir as mentes dos homens, obliterando todas
as suas lembranas da catstrofe; os poucos sobreviventes
mergulhariam na barbrie, na luta frentica pela
sobrevivncia num mundo destroado, demasiado chocados
para meditarem sobre os horrores do passado. Quando os
futuros sbios se dedicassem a estudar o nosso sculo XX,
talvez no restasse mais nada da nossa orgulhosa cultura.
Tria desapareceu da histria; os professores clssicos ju-
ravam que a cidade de Pramo era um sonho de Homero, at
que o ingnuo Schliemann desenterrou o diadema precioso
de Helena; Pompia e Herculano, sepultadas pelas cinzas do
Vesvio que sufocaram o erudito Almirante Plnio em 79
d.C., durante dezoito sculos foram apenas lendas. Quem
sabe se em eras futuras as nossas grandes metrpoles no
sero apenas um mito? Daqui a dez mil anos os arquelogos,
na ausncia de artefatos, podero negar que algum dia
existimos; a nica memria da nossa era tempestuosa poder
encontrar-se na cincia dos adeptos. errado ridicularizar as
velhas tradies; a cincia devia lev-las em conta.
A cincia secreta ensina que h dez mil anos os lemurianos,
terceira raa tronco da humanidade, migravam de seu
continente submerso atravs da ndia para formar colnias
no alto Nilo; a cronologia torna-se confusa. Beroso afirma
que um rei governou Babilnia quatrocentos e trinta e dois
mil anos antes do dilvio; se assim foi, um monarca
contemporneo deve ter reinado no Egito; afirmao que
podemos aceitar ou rejeitar.
O prximo grande ciclo da humanidade evoluiu na
Atlntida, um continente-ilha existente no oceano Atlntico
h mais de duzentos mil anos. Poucos assuntos tm des-
pertado tanta exaltao como a Atlntida a no ser talvez
os discos voadores! Cerca de dois mil livros j foram escritos
provando sua existncia e quase outros tantos refutando-a;
os crescentes conhecimentos de geologia e climatologia
sugerem que mais cedo ou mais tarde a cincia aceitar a
verdade da Atlntida submersa, como aceitar a dos UFOS
que nos freqentam atualmente.
Sob a benfica orientao dos iniciados em cincia solar,
procedentes de Vnus, os atlantes atingiram uma civilizao
maravilhosa que teve seu znite h cerca de noventa mil
anos, baseada numa cincia psquica que controlava foras
etreas. Os adeptos adquiriram poderes mentais
supranormais, conjurando a ajuda de elementais de outras
dimenses. Com seus mestres do espao os atlantes
aprenderam o culto do Sol, a adorao do logos solar, do
qual o Sol visvel apenas um smbolo. Acreditavam na vida
depois da morte, na reencarnao da alma, na carne atravs
da cadeia de mundos, para atingir a perfeio na harmonia
com Deus, que sonhava o universo vivo. Os cientistas
dominavam um poder chamado vril que causava a levitao;
manejavam uma fora sideral titnica que produzia aquelas
exploses aniquiladores to vividamente descritas milnios
depois pelo Maabrata. Os primeiros soberanos, reis divinos
do espao, promoveram intercmbio entre os planetas.
Provavelmente havia comunicao com seres maravilhosos
de Srio, que tanto fascnio mstico exercia sobre os povos
do mundo antigo. A Terra poderia ser um posto avanado da
Federao Galctica, como sugere o conhecimento
recndito de alguns iniciados.
Os astrnomos ficam muitas vezes espantados quando suas
descobertas recentes parecem ter sido feitas antes por
antigos povos primitivos que no possuam os nossos te-
lescpios modernos. No podendo atribuir tal conhecimento
observao direta, tendem a desprezar o fato como no
cientfico, especialmente se no parece haver nenhuma
explicao lgica. Jean Servier, professor de etnologia em
Montpellier, chama a ateno para os dogons dos rochedos
de Bondiagara, no Mli, na frica, que h muito sabem que
Srio tem dois satlites e conhecem a periodicidade de cada
um; dizem eles que o companheiro ntimo da estrela
composto de um metal chamado sogolu, mais brilhante do
que o ferro, e que um gro dessa substncia "pesa tanto
como quinhentas e oitenta cargas de jumento". Essa crena
poder ser ridicularizada a princpio como superstio, mas
ento astrnomos lembram-se de que em 1862 Alvan G.
Clark, usando um refrator de dezoito polegadas, descobriu
uma companheira de Srio com uma aparente densidade de
cinqenta vezes o peso da gua. Uma caixa de fsforos dessa
matria pesaria uma tonelada. Os fsicos explicam essa como
a sugesto de que os tomos do sogolu seriam destitudos de
elctrons e seus ncleos comprimidos uns contra os outros
uma explicao plausvel no provada. Os nossos
astrnomos hoje concordam com um segundo satlite de
Srio, mas, ao contrrio dos dogons, no determinaram sua
rbita. Os iniciados do Sudo veneram Srio como o
progenitor do nosso sistema solar, confirmando a maioria da
cincia oculta antiga. A tribo dos shilluks da frica do Sul
sempre chamou a Urano "Trs Estrelas", um planeta com
duas lutas; entretanto, at a sua redescoberta por Rerschel,
em 13 de maro de 1781, Urano era desconhecido para os
astrnomos modernos. Os tuaregues do deserto do Saara
partilham de uma srie de lendas mundiais concernentes a
Orion e s Pliades. Um conhecimento to profundo das
estrelas, transmitido por geraes de povos primitivos
atravs de milhares de anos, s pode ter sido obtido por
astrnomos em alguma civilizao h muito desaparecida
como a Atlntida, ou por astronautas.
Os atlantes rebelaram-se contra os soberanos do espao, que
voltaram s estrelas possivelmente a guerra titnica entre
os deuses dos gigantes revelada nas lendas gregas e no
Ramiana. Milhares de anos de atividade vulcnica
desfizeram o continente em ilhas, que afundaram no mar.
Prevendo a destruio final, muitos atlantes emigraram para
o leste at o vale do Nilo ou para oeste at a Amrica,
construindo colnias feio da sua ptria. As semelhanas
culturais, particularmente na arquitetura, na metalurgia e nas
crenas religiosas entre os egpcios e os astecas, sugerem
origem comum na Atlntida. Mais tarde, em vs tentativas
para evitarem seu destino, os sacerdotes perverteram a
cincia psquica transformando-a em magia negra, e os reis
empreenderam a invaso martima dos pases do
Mediterrneo e do norte da frica e foram finalmente
derrotados pela herica Atenas. Por volta de 11.000 a.C., a
ltima grande ilha de Poseidon foi destruda por uma
erupo vulcnica; a orgulhosa Atlntida mergulhou no
oceano e, pouco depois, era apenas uma vaga recordao,
alimentada por muitos crentes, mas desprezada pela crena
oficial, que no pde encontrar provas. H tradies ocultas
de que astronautas de Vnus desceram Terra para salvar os
iniciados escolhidos da destruio. Essa salvao parece
perpetuada nos ensinamentos cristos dos "anjos do Senhor"
que descero do cu para salvar os justos no Dia do Juzo,
que as escrituras descrevem vividamente como as chamas e
inundaes que destruram a perversa Atlntida.
Poucos testemunhos desse continente perdido ficaram para
a posteridade. A Atlntida foi mencionada no Livro de
Dzyan, escrito originalmente em senzar, mais tarde tra-
duzido para o chins, o tibetano e o snscrito. O testemunho
mais valioso da Atlntida, preservado por Plato no Timeu,
declara que seu famoso antepassado, Slon, visitou o Egito
por volta de 590 a.C. e, conversando sobre a antiguidade
com sacerdotes de Sas, no delta do Nilo, foi-lhe dito por um
sacerdote muito velho que em tempos antigos:
.. .o Atlntico era navegvel desde uma ilha situada a oeste
do estreito a que vs chamais as Colunas de Hrcules; a ilha
era maior do que a Lbia e a sia juntas... Ora, a ilha era
chamada Atlntida e era o centro de um grande e
maravilhoso imprio que tinha o domnio sobre outras
partes do continente, e alm disso, sujeitava partes da Lbia
at o Egito, e da Europa at a Tirrnia.
O sacerdote contou como o vasto poderio dos atlantes
tentou subjugar o Egito e a Grcia, mas os atenienses e seus
aliados derrotaram os invasores e libertaram os povos
conquistados.
Mas depois ocorreram violentos terremotos e inundaes e
num s dia e noite de chuva todos os seus homens belicosos
afundaram de uma vez na terra e a ilha da Atlntida da
mesma maneira desapareceu sob o mar.
Slon escreveu Atlantikos, um poema inacabado,
provavelmente baseado nos escritos egpcios sobre a
Atlntida, mas infelizmente esse poema se perdeu e se
perderam tambm os escritos egpcios; mas quem sabe que
documentos podero ser desenterrados das areias do Nilo?
Os iniciados acreditam que os atlantes depositaram cpsulas
de tempo detalhando sua histria, e que, quando o mundo
estiver preparado, esses segredos sero desvendados. Essa
idia parece fico cientfica, mas quantas verdades csmicas
tm sido reveladas ao homem neste sculo! A prova da
Atlntida poder ser encontrada no Egito.
A civilizao numa antiguidade fantasticamente remota
desdenhada pelos egiptlogos, que estabelecem a cronologia
fazendo clculos estimativos baseados em listas dinsticas de
reis encontradas em inscries, baseando-se em alguma data
fixada na histria babilnica contempornea ou no ciclo
stico um perodo de mil e quatrocentos e sessenta anos,
a coincidncia do nascimento de Srio e do primeiro dia do
calendrio civil. O estabelecimento das idades dos objetos
orgnicos como madeira e osso efetuado medindo-se seu
contedo de radiocarbono 14, a idade da cermica
estabelecida pelo mtodo de termoluminescncia, que
determina a quantidade de luz emitida pela argila quando
aquecida. Essa luz tem importncia em sua idade. Mas at os
grandes peritos diferem. Petrie datou a Primeira Dinastia de
Mens a partir de 4.777 a.C., Breasted a partir de 3.400 a.C.,
algumas autoridades sugerem 2.850 a.C., os egiptiogos
reconhecem culturas pr-dinsticas da Idade da Pedra,
estabelecidas com base na cermica e nos slexes
encontrados em antigos tmulos, que variam em requinte
do perodo gerzeano superior ao primitivo perodo tasiano;
o comeo dos tempos neolticos vagamente calculado em
cinco ou seis mil anos a.C., que parece ser apenas ontem em
comparao com os vinte milhes de anos a.C. atribudos
pelo Dr. L. S. B. Leaky aos fragmentos fossilizados da
mandbula do Kenya Pithecus africanus encontrados em
janeiro de 1967 no Qunia.
improvvel que os egiptiogos estendam seu conhe-
cimento muito mais para trs, pois o estabelecimento das
datas pelo radiocarbono vai apenas at uns trinta mil anos
a.C.; as areias profundas tornam o estabelecimento das datas
pelos mtodos geolgicos praticamente impossvel.
Conquanto devamos honrar os dedicados egiptiogos por
suas brilhantes descobertas, devemos reconhecer a limitao
da arqueologia no estabelecimento da antiguidade remota e
considerar os escassos recursos que nos foram deixados na
literatura e nas lendas.
A mais antiga e mais fascinante descrio do antigo Egito foi
preservada por Herdoto, nascido de uma famlia nobre de
Halicarnasso em 484 a.C. Para escapar ao tirano da cidade,
exilou-se e em 443 a.C. partiu do Pireu em suas picas
viagens aos citas, no mar Negro, Sria, Babilnia, e passou
algum tempo no Egito explorando o Nilo para o sul, at as
primeiras cataratas perto de Elefantina. Seu objetivo
principal era imortalizar o conflito entre a Grcia e a Prsia,
mas, dotado de verdadeiro instinto de jornalista, discorre de
modo fascinante sobre as naes da antiguidade, dando-nos
uma narrativa cativante, vvida e pitoresca, to atual hoje
como quando foi escrita h dois mil e quatrocentos anos.
Herdoto, o "pai da histria", relatou tais maravilhas, que os
eruditos incrdulos o alcunharam o "pai das mentiras", mas a
arqueologia e a pesquisa modernas cada vez mais esto
provando que ele foi um paciente e honesto reprter. Esse
maravilhoso dirio de viagem, repleto de anedotas pessoais,
curiosidades e jias da intelectualidade dos pases que
visitou, foi escrito com tal humor e arte narrativa que,
quando Herdoto leu sua obra para os gregos reunidos em
Olmpia, o jovem Tucdides se comoveu at as lgrimas e se
inspirou para escrever a sua prpria e grande Histria.
A arguta observao de Herdoto e seu estilo gracioso
deliciam-nos ainda hoje. Escrevendo sobre os egpcios,
Livro Segundo, captulo 35, ele diz:
Os homens carregam suas cargas cabea, as mulheres aos
ombros. E as mulheres mijam em p, mas os homens mijam
sentados. Procuram conforto em suas casas, mas comem
fora, nas ruas, dizendo que as coisas que so necessrias, mas
vergonhosas, devem ser feitas em segredo, mas que as coisas
que no so vergonhosas devem ser feitas em pblico...
Amassam o po com os ps e o barro com as mos. Outras
naes deixam seus rgos genitais como eram ao nascer,
salvo as que aprenderam com os egpcios, mas os egpcios
circuncidam-se. O homem usa duas peas de roupa, mas a
mulher usa apenas uma.
No Livro Segundo, captulo 2, Herdoto declara:
Ora, at que Psamtico reinou sobre eles, os egpcios
acreditavam que eram os mais antigos de todos os homens.
Adiante, no Livro Segundo, captulo 43:
Mas Hrcules um deus muito antigo dos egpcios; pois
dizem que decorreram dezessete mil anos at o tempo em
que Amasis comeou a reinar, desde que os doze deuses, dos
quais afirmam que Hrcules era um, nasceram dos oito.
Herdoto ficou evidentemente impressionado com a
antiguidade dos egpcios, pois continuou a investigar
rigorosamente, escrevendo no Livro Segundo, captulo 142:
At aqui falei com base na autoridade dos egpcios e seus
sacerdotes. E eles me mostraram que houve trezentas e
quarenta e uma geraes de homens desde o primeiro rei at
este ltimo, o sacerdote de Hfaistos. Tal, dizem eles, foi o
nmero de seus reis e seus sumos sacerdotes durante este
intervalo. Ora, trs geraes perfazem cem anos. E, nas
quarenta e uma geraes que ainda restam em acrscimo s
trezentas, h mil e trezentos e quarenta anos. Assim, em
onze mil e trezentos e quarenta anos eles disseram que
nenhum deus sob a forma de homem foi rei; nem falaram de
qualquer coisa semelhante antes ou depois entre os que
foram reis do Egito mais tarde. (Ora, em todo este tempo
disseram que o Sol se desviou de seu curso normal quatro
vezes e que nascia onde agora se pe e se punha onde agora
nasce, mas que nada no Egito foi alterado por isso, nem no
tocante ao rio, nem no tocante aos frutos da terra, nem rela-
tivamente a doenas ou mortes.
Nos onze mil anos anteriores a Herdoto o eixo da nossa
Terra deslocou-se consideravelmente quatro vezes, duas
vezes parecendo que o Sol nascia no oeste; tal movimento
na crosta da terra, confirmando antigas tradies hindus,
deve ter causado catstrofes em todo o mundo.
Provavelmente s o orgulho nacional fez os egpcios jura-
rem que seu pas no foi afetado; a destruio e o caos
causados pelas catstrofes certamente explicam a falta de
testemunhos de civilizaes no passado remoto.
Herdoto refere que alguns anos antes os sacerdotes de
Tebas mostraram a outro grego, o historiador Hecateu,
trezentas e quarenta e cinco esttuas de madeira colossais,
que Herdoto viu com os prprios olhos. Eram todas de
sumos sacerdotes, pais e filhos em sucesso ininterrupta.
Esses piromis eram:
...nobres e bons, porm muito afastados dos deuses, mas eles
disseram que no tempo anterior a esses homens os
soberanos do Egito eram deuses que habitavam no meio da
humanidade. E o ltimo deles que reinou sobre o Egito foi
Horo, filho de Osris, que os gregos chamam Apolo, e
reinou sobre o Egito depois de derrubar Tijon.
Compreendendo que os imensos perodos de tempo que ele
cita podem ser postos em dvida, Herdoto cita os
sacerdotes egpcios, acrescentando:
Ora, Osris Dionsio na lngua grega... O prprio Dionsio,
o mais jovem deles, calculam que tinha quinze mil anos de
idade no tempo do Rei Amasis. Essas coisas os egpcios
dizem saber com certeza porque sempre contaram os anos e
mantiveram registros escritos.
A extrema antiguidade dos deuses-reis do Egito
confirmada por Maneton, nascido em cerca de 300 a.C. em
Sebenito, na margem ocidental da seo de Damieta do Nilo.
Subiu dignidade de sumo sacerdote do templo de
Helipolis. Herdoto, no Livro Segundo, captulo 3,
escreve: "Pois dizem que os homens de Helipolis so os
mais sbios dos egpcios". Todo o mundo antigo reconhecia
Helipolis como uma grande sede de saber e a universidade
do Egito. No famoso templo Maneton deve ter tido sua
disposio documentos de todas as espcies, papiros,
tabuinhas hieroglficas, esculturas murais e inmeras
inscries, e, sobretudo, talvez o conselho de seus sbios
colegas, instrudos nas tradies de milnios. Maneton, fa-
miliarizado tambm com as novas filosofias e os ensina-
mentos cientficos dos gregos, era pessoa especialmente
indicada para escrever a Histria, com to abundante
material e crticos eruditos sua disposio. Escreveu a
histria dele em grego para esclarecimento dos eruditos,
durante o reinado do primeiro Ptolomeu, Filadelfo. Con-
tinha um relato das diferentes dinastias dos reis do Egito,
compilado de documentos genunos. Apoiado por tal cul-
tura, Maneton deve ter escrito sem dvida com a maior
preciso. Infelizmente para a posteridade, a obra perdeu-se
com todas as suas fontes, e provavelmente pereceu nas
chamas quando Jlio Csar incendiou acidentalmente a
grande biblioteca de Alexandria; destruda por imperadores
romanos megalomanacos ou queimada por cristos
fanticos e pelos rabes em 642 d.C., de sua valiosa obra
apenas uns poucos extratos foram conservados nas obras de
Jlio Africano e Eusbio.
Os fragmentos existentes da Aegyptica de Maneton
declaram:
O primeiro homem (ou deus) no Egito Hfaistos, que
tambm famoso entre os egpcios como o descobridor do
fogo. O filho dele, Hlio (o Sol), teve por sucessor Sosis, e
depois seguem-no sucessivamente Cronos, Osris, Tifon,
irmo de Osris, e, finalmente, Horo, filho de Osris e sis.
Eles foram os primeiros a governar o Egito. Depois o reinado
passou de um para outro em uma sucesso ininterrupta at
Bydis, atravs de treze mil e novecentos anos. Depois dos
deuses reinaram semideuses durante mil e duzentos e
cinqenta e cinco anos e novamente outra linhagem de reis
governou por mil e oitocentos e dezessete anos, depois mais
trinta reis de Mnfis, reinando por mil e setecentos e
noventa anos, e a seguir novamente dez reis desta, reinando
por trezentos e cinqenta anos. Seguiu-se ento o governo
dos "espritos dos mortos" por cinco mil e oitocentos e treze
anos.
Pode ser que os "astronautas" fossem olhados como
"espritos dos mortos"?
Em Tebas, cidade de Amon, orgulhosa capital do Egito dos
faras, o Nilo ainda sonha com a antiga glria, suspirando
por aquelas auroras em que os sacerdotes de vestes brancas
cantavam hinos a R, o Deus Sol que dourava a terra de luz.
Na margem leste erguem-se as solitrias colunatas de Ramss
II, smbolos mudos do passado; onze quilmetros a oeste
fica o Vale dos Reis, lugar dos tmulos reais, cujos tesouros
foram saqueados h muito tempo, com a nica exceo do
de Tutancmon, cujo esplendor dourado revelou as
maravilhas do velho Egito. Entre as muitas runas ao longo
do rio bordado de palmeiras ergue- se o bem conservado
templo de Hator, a deusa do amor, em Dender, um
santurio dos mistrios de Osris ensinados pelos adeptos
desde a mais remota antiguidade; essa cincia secreta
inspirou a maioria dos grandes filsofos e resiste por trs da
nossa civilizao materialista atual.
No teto do templo de Dender estava entalhado um zodaco,
ou dia celeste, to notvel que o teto original foi removido e
reerguido em Paris e substitudo por uma cpia. Os signos
do zodaco reproduzem uma configurao das estrelas
noventa mil anos antes de Cristo, pois os smbolos
astrolgicos de acordo com a precesso dos equincios
denotam a passagem de trs e meio grandes anos, cada um
com vinte e cinco mil e oitocentos anos, isto , noventa mil
anos decorreram desde que foi fixado este "relgio das
estrelas". O templo original h muito tempo que est
reduzido a cinzas, mas esse zodaco nico foi copiado por
iniciados ansiosos por preservarem esse testemunho do
passado. Tal antiguidade assombra os nossos espritos
modernos, condicionados a limitar a civilizao a uns
poucos milnios, mas zodacos semelhantes, em templos do
norte da ndia e em tabuinhas de barro encontradas na
Caldia, confirmam este smbolo dos tempos da Atlntida,
dos filhos do Sol que colonizaram o Egito.
No sculo VI d.C. Simplcio escreveu que tinha ouvido dizer
que os egpcios haviam feito observaes astronmicas
ininterruptamente durante seiscentos e trinta mil anos, mas,
mesmo que quisesse dizer meses, ainda assim seriam
cinqenta e dois mil e quinhentos anos. Digenes Larcio
datou os clculos astronmicos dos egpcios de quarenta e
oito mil e oitocentos e sessenta e trs anos antes de
Alexandre, o Grande, e Marciano Capella declarou que os
egpcios tinham estudado as estrelas secretamente durante
quarenta mil anos, antes de revelarem seu conhecimento ao
mundo.
Os soberanos pr-dinsticos foram aparentemente
confirmados pelo papiro de Turim e a pedra de Palermo.
Panodoro, monge egpcio, escreveu por volta de 400 a.C.:
Desde a criao de Ado at Enoc e o ano csmico geral de
1282 o nmero de dias no era conhecido nem em ms
nem em ano, mas os E-gregori ("guardas", "anjos") desceram
Terra no ano csmico geral de 1000, comunicaram-se com
os homens e ensinaram-lhes que as rbitas das duas
luminrias marcadas pelos doze signos do zodaco se
compunham de trezentas e sessenta partes.
Beroso, por volta de 250 a.C., d detalhes de seis dinastias ou
seis deuses, confirmados tambm pela Crnica de Mabolas,
que afirmou ter tido a ajuda dos sbios Sotates e Palaefoto,
no terceiro e quarto sculos antes de Cristo. A mesma fonte
declarou que na Vigsima Quarta Dinastia, durante o reinado
de Bocchoris, 721-715 a.C., um "cordeiro" falando com voz
humana profetizou a conquista e escravizao do Egito pela
Assria e a remoo de seus deuses para Nnive; sessenta
anos depois, aproximadamente, Assurbanpal e suas hordas
saquearam Tebas. Bocchoris foi poupado a esse desastre, pois
Maneton acrescenta: "Sabacan, tendo levado Bocchoris
cativo, queimou-o vivo".
O extraordinrio "cordeiro" tinha na cabea, segundo
diziam, uma serpente "alada" de quatro cbitos de com-
primento. As "serpentes aladas" dos astecas, acredita-se hoje,
eram astronaves. As tradies dizem que nesse distante
oitavo sculo a.C. o rei romano Numa Pomplio praticava
artes mgicas e conversava com os deuses. Teria sido o
"cordeiro falante" que advertiu o malfadado Bocchoris o
"deus" que falava com Numa e Elias? Seria um astronauta?
Syncello escreveu:
Entre os egpcios h uma certa tabuinha chamada Crnica,
que contm trinta dinastias e cento e treze descendentes,
abrangendo o longo perodo de trinta e seis mil e
quinhentos e vinte e cinco anos. A primeira srie de
prncipes foi a dos auritae, a segunda foi a dos mestroens, a
terceira a dos egpcios. A Crnica diz o seguinte:
"A Hfaistos no atribudo nenhum tempo, pois , ao que
parece, noite e dia. Hlios, filho de Hfaistos, reinou trs
mirades de anos. Depois Cronos e as outras doze divindades
reinaram trs mil e novecentos e oitenta e quatro anos; a
seguir, em ordem, vm os semideuses, em nmero de oito,
que reinaram duzentos e dezessete anos".
Sanchoniathon, um escritor fencio da antiguidade, comps
uma histria em lngua fencia centenas de anos antes de
Cristo. A obra foi traduzida para o grego por Philo Byblos
em cerca de 80 d.C.; a histria perdeu-se, restando apenas
fragmentos preservados por Eusbio no primeiro livro de
sua obra Praeparatio evangelica. Sanchoniathon escreveu:
Contemporneo destes (Taautus-Tor-Tot-Hermes) foi um
Elianu, que corresponde a Hipsisto ("o Altssimo"), e sua
mulher Beruth, e residiam perto de Byblos, de quem foi
gerado Epigeno ou Autichton, que depois chamaram Urano
(Cu)...
Depois segue uma descrio da guerra entre Urano e seu
filho Cronos. Ajudado pela magia de Hermes, Cronos
venceu Urano e tambm seu irmo Atlas, uma notvel
semelhana com as bem conhecidas lendas gregas.
A referncia a Hipsisto ("o Altssimo") equivale a Eloim e
sugere astronautas.
Herdoto, Maneton, Beroso, Panodoro, Syncello,
Sanchoniathon e quem sabe quantos mais escribas
venerveis, cujos escritos pereceram nas chamas h muito
tempo, confirmam essas maravilhosas histrias de outras
terras do outro lado do mundo. Lembramos o Ramiana da
ndia, o Shoo King da China, o Nihongi do Japo; poetas de
todos esses pases escreveram quadros esplndidos de ma-
ravilhosos imortais guerreando e amando na Terra e no cu,
e de suas dinastias divinas governando a humanidade numa
idade de ouro. A milhares de quilmetros de distncia as
areias do Nilo expelem suas pedras, papiros e pergaminhos,
falando de dinastias de reis-deuses que governaram o velho
Egito. Porque a p no desenterra nenhum rei espacial,
atrever-se- algum arquelogo a negar sua existncia? Os
nossos paleontlogos que lidam com ossos podero medir a
sabedoria pela metade de um crnio e dois dentes molares?
Os historiadores do Egito, como os cronistas de outros
pases, concordam em que seus primeiros reis foram seres
maravilhosos das estrelas.
O fara era adorado como o filho de Horo, descendente de
R, o Deus Sol. A religio egpcia ensinava que o fara era
Deus; toda a Terra e todo o povo lhe pertenciam porque ele
era o doador da fertilidade, o preservador de tudo.
Uma inscrio da Dcima Segunda Dinastia declara:
Adorai o rei! Entronizai-o nos vossos coraes!
Ele torna o Egito verde mais do que um grande Nilo.
Ele vida.
Ele aquele que cria tudo o que , o genitor,
Que faz a humanidade existir.
O povo cria que o fara era um ser divino, nascido num
plano mais elevado e descido Terra para governar suas
humildes pessoas. Ibn Aharon, com notvel compreenso,
revela que o ritual da corte obrigava o fara, em seus atos
pessoais, a agir como um deus e a alimentar-se e realizar suas
funes naturais em segredo, como se sua gloriosa pessoa
vivesse na perfeio.
Quem eram aqueles reis-deuses do antigo Egito? No seriam
astronautas?
Captulo Dez
DEUSES ESPACIAIS NO ANTIGO EGITO
Os antigos egpcios acreditavam no "primeiro tempo", um
tempo em que os deuses realmente viviam na Terra em uma
idade de ouro, de amor e justia universais. O prprio fara
era reconhecido como um deus. Por milhares de anos o pas
floresceu como uma teocracia, com sua poltica, artes,
cincia e medicina completamente dominadas pelos
sacerdotes. O egpcio mediano, condicionado pela religio,
sentia toda a sua existncia, na vida terrena e depois da
morte, controlada por dezenas de deuses no juzo divino,
cada um governando algum aspecto da peregrinao csmica
do homem. Esse confuso panteo de divindades parece ter-
se acumulado relativamente tarde na cultura egpcia. A razo
que muitas vezes deuses locais assumiam preeminncia
nacional ou personalidades e lendas assumiam realidade,
como se d com as personagens das nossas novelas de
televiso atualmente. A mente egpcia, incapaz de
pensamento abstrato, sentia-se obrigada a adorar formas
animais que representavam diferentes qualidades dos deuses,
os quais eram por sua vez manifestaes de um deus
supremo, alm da compreenso do homem166. Plutarco, em
De Iside et Osiride, revela que os famosos mistrios egpcios
continham a verdade atrs das fbulas e mitos do culto
popular e, de grau em grau, em seus ritos secretos, levavam
os iniciados luz csmica.
A primeira religio do Egito parece ter sido a adorao do
Pai-Terra e da Me-Cu, uma curiosa inverso de Me-Terra
e Pai-Cu, elemento fundamental que contm a sugesto de
reis espaciais comum maioria, das religies do mundo
antigo; mais tarde a Me Universal deu luz o Deus Sol, R,
que era olhado pelos egpcios como o criador e soberano do
mundo. Este simbolismo de me e filho mantido at o dia
de hoje nas divindades da Virgem Maria e de Jesus Cristo.
Em sua forma esotrica mais pura, o cristianismo perpetua a
religio atlntica e egpcia do Sol.
H muitos milhares de anos, quando toda a nossa Terra era
governada por reis espaciais, vassalos dum suserano
planetrio, possivelmente de Vnus, os extraterrestres
deviam adorar os grandes espritos que residiam no Sol; os
iluminados compreenderiam que mesmo esses seres
maravilhosos eram subordinados Alma Transcendente que
dominava a galxia, que por sua vez era apoucada pelo
inefvel esplendor das emanaes ainda maiores do
Absoluto. O egpcio comum, como todos os homens co-
muns no versados no mistrio csmico, devia adorar o Sol
fsico como a fonte do calor e da luz e venerar os reis
espaciais como divinos. Depois que os extraterrestres par-
tiram da Terra, as geraes posteriores, guardando memrias
raciais confusas do passado, fundiram o Sol e os reis espaciais
em Horo, imortalizado em lendas cuja fantasia sintetiza uma
histria meio esquecida. Com brilhante penetrao, os
mitlogos reduziram os mitos egpcios a sistemas religiosos,
propostos por telogos de gnio em doutrinas sutis, que
honram muito o intelecto humano, mas, como todos esses
grandes sbios estavam condicionados a crer que a vida
existia apenas na Terra, sua interpretao da religio antiga
trouxe apenas lampejos de luz. O nosso novo conhecimento
do universo habitado e dos astronautas, que visitaram o
nosso planeta em idades passadas, revitaliza agora as velhas
lendas, comunicando-lhes nova maravilha, e sintetiza as
antigas crenas em brilhante iluminao, ligando o glorioso
passado a um futuro esplendoroso.
O grande egiptlogo Sir Wallis Budge declara em seu
comentrio do Livro dos mortos:
Por uma srie de passagens extradas de textos de todos os
perodos, torna-se evidente que a forma sob a qual Deus se
manifestou ao homem na Terra foi o Sol, que os egpcios
chamavam R, e que todos os outros deuses e deusas eram
formas dele.
surpreendente que apenas fragmentos da vida, sofrimento,
morte e ressurreio de Osris se encontrem em textos
egpcios e que a nica histria coerente seja dada em De
Iside et Osiride de Plutarco. Plutarco diz que a deusa Nut foi
amada por Geb, e da unio dos dois nasceu Osris. Nut era
identificada pelos gregos como Ria, filha de Urano; Geb era
o Cronos grego (Saturno romano). O simbolismo das lendas
gregas e da Teogonia de Hesodo sugere que Urano e Cronos
representam dinastias sucessivas de reis espaciais. Urano foi
destronado por Cronos, que mais tarde foi derrotado por
Zeus (Jpiter) e aprisionado na Gr-Bretanha. Osris, "neto"
de Urano e "filho" de Cronos, foi provavelmente um
astronauta. Dizem que na antiga lngua egpcia Os-Iride
significava "boca da ris" ou "a voz da luz", o que
provavelmente podia ser relacionado com um ser
transcendente de uma nave espacial; h aqui uma curiosa
semelhana com o Ormuzde (Ahura-Mazda) dos persas, que
pode ser considerado um deus celeste ou astronauta.
Osris apareceu como heri tutelar que ensinou a civilizao
aos egpcios e depois viajou por muitas outras terras para
civilizar outros povos, sugerindo uma cultura mundial em
tempos muito antigos, com comunicao entre a Terra e
outros planetas. Na ausncia dele, sua esposa sis (Selene, em
grego), deusa da lua, ou Hera (Juno), esposa de Zeus
(Jpiter), governou o Egito em grande prosperidade. Quando
Osris voltou, seu ciumento irmo Set (Tifon, em grego)
induziu-o a deitar-se num cofre e o jogou ao Nilo. O cofre
desceu flutuando pelo rio e foi dar em Biblos, na Sria. sis,
pranteando seu marido, encontrou o cofre e devolveu-o ao
Egito, partindo depois procura do filho Horo. Enquanto
isso, Set descobria o corpo e despedaava o cadver de Osris
em catorze pedaos, que encerrou em vrias partes do Egito.
Profundamente aflita, sis reuniu esses fragmentos e em cada
lugar construiu um templo. Osris venceu a morte e tornou-
se rei do mundo dos espritos. Essa ressurreio de Osris foi
a inspirao da crena egpcia na vida depois da morte,
proclamada em seus ritos e textos fnebres. O simbolismo
do rei mortal ficou associado magia do crescimento da
semente e da vida da planta e veio relacionar-se tambm
com o culto de Tamuz, Adnis e Jesus Cristo.
Horo, identificado com o grego Apolo, originalmente uma
figura totalmente distinta do Horo filho de Osris, era um
deus solar, cujo emblema desde os tempos mais primitivos
era o falco. "Hor", na lngua egpcia antiga, soava como
uma palavra que significava "cu"; o smbolo hieroglfico de
Deus parecia um falco no seir poleiro. Esse simbolismo
sugere um visitante espacial cuja astronave para o egpcio
ingnuo pareceria um falco. Nos textos das pirmides, Har
Wer, ou Horo, o Antigo, empenhava-se em batalhas
interminveis com Set; inscries posteriores referiam-se ao
conflito como sendo entre Horo, filho vingador de Osris, e
o maligno Set.
H lendas que afirmam que, quando Ra-Harakhte governava
o Alto Egito, ordenou a seu filho Horo que vencesse os
inimigos que o assaltavam. Horo, com a forma de um disco
alado, voou no cu e derrotou as foras malignas de Set.
Horo-Behutet, o grande deus celestial, era geralmente
representado como um disco solar alado; cenas de batalha
esculpidas no templo de Edfu mostram Horo como um
enorme falco comandando o exrcito de Ra-Harakhte em
campanha contra as hordas de Set. Em suas batalhas, Horo
recebia auxlio de Tot, que tinha cabea de bis,
possivelmente simbolismo de um astronauta que inventava
armas mgicas. O conflito entre Horo e Set parece
reminiscncia da guerra celeste da mitologia hindu, em que
Rama derrota o maligno Ravana com bombas devastadoras.
Em Sas Horo aparecia como um grande disco brilhante,
com asas ou radiante plumagem, acompanhado das deusas
Nekhbet e Uazet sob a forma de serpentes coroadas,
simbolismo sugestivo de naves espaciais.
Alguns buscadores da verdade tm feito um estudo
profundssimo dos rolos de papiros colocados nos tmulos
egpcios entre os joelhos do morto, e encontraram uma
notvel semelhana entre as crenas egpcias e as doutrinas
atribudas ao cristianismo milhares de anos mais tarde. Huhi,
o Pai do Cu, ttulo de Atum-Ra, parece ser o Ihuh cristo
ou Jeov; R, o Esprito Sagrado, Deus, o Esprito Santo. Iu
ou Horo, a manifestao do Filho de Deus, Jesus, o Filho
de Deus manifesto. O Messu ou menino egpcio, que vem
sempre, tornou-se o Menino messinico hebreu. Isis era a
Virgem Me de Iu ou Horo, Maria, a Virgem Me de Jesus.
Osris suplicou que o enterrassem rapidamente, Jesus suplica
que sua morte sja efetuada rapidamente. Anuo, o precursor
de Horo, Anup, o Batizador, tornou-se Joo, o precursor de
Jesus Cristo, Joo Batista. Horo era conhecido como o
Menino Gracioso, o Pescador, o Cordeiro, o Lrio, a Palavra
Feita Carne, o Krst, a Palavra Feita Verdade, e veio para
cumprir a Lei, Horo era o Elo. Jesus era o Menino Cheio de
Graa, o Pescador, o Cordeiro, era simbolizado pelo Lrio,
Jesus era a Palavra Feita Carne, Jesus, o Cristo, o Autor da
Palavra, Jesus veio para cumprir a Lei, Jesus era o Trao de
Unio. Uma comparao assim entre Horo e Jesus exige um
estudo atento e desapaixonado; h tanto no Velho
Testamento, na verdade em toda a Bblia, que se presta
discusso! Os pergaminhos do mar Morto lanam dvida
sobre muito do que nos foi ensinado; talvez as origens do
mistrio de Cristo devam ser encontradas no Livro dos
mortos, que provavelmente foi inspirado por antigas
doutrinas hindus originalmente derivadas do culto ao Sol da
Atlntida e da Lemria.
Esculturas de Carnac e Tebas representam discos solares
cercados de serpentes ou "espritos"; discos alados de
madeira cobertos de ouro brilhante eram colocados acima
das portas dos templos como smbolos poderosos. Um disco
semelhante, com asas, entre os assrios e no Ir representava
o grande Ahura-Mazda; os querubins que expulsaram Ado
e Eva do jardim do den eram provavelmente discos
voadores, no anjos. Do outro lado do mundo o emblema do
inca era um grande disco de ouro, smbolo do culto solar
mundial.
Um curioso smbolo das lendas egpcias era o Olho Divino.
Atum, o criador, enviou seu Olho para salvar seu filho Shu,
deus do ar, e Lefnut, sua esposa-irm; quando a humanidade
conspirava contra R, ele arremessava o seu Olho Divino
contra seus inimigos; numa ocasio o Olho extraviou-se e R
foi obrigado a enviar o seu mgico Tot para traz-lo de volta;
outra lenda conta que o Olho fugiu do Egito para a Nbia e
foi trazido de volta por Anhur, que significa "porta-cu". A
deusa Hator, algumas vezes identificada com a estrela Sept,
Sothis ou Srio, porm mais freqentemente afim de Vnus-
Afrodite, por ordem de R tomou a forma do Olho Divino e
fez guerra humanidade; matou tantos homens que R
temeu que a humanidade inteira perecesse, e derramou sete
mil jarros de cerveja nos campos. Hator parou para admirar
seu belo reflexo na cerveja, depois matou a sede, embriagou-
se e abandonou a chacina. O Olho de Horo causou imensa
devastao entre as foras de Set, que em certo tempo se
apoderou dele, mas foi logo reconquistado por Horo. O
Olho veio a ser identificado com o Uru, vbora simblica
da serpente divina, o talism que os reis usavam sobre a
fronte.
Os egiptlogos ficam confusos quanto ao significado do
Olho Divino; alguns identificam o Olho de R como o Sol e
o Olho de Horo como a estrela matutina, Vnus, outros
argumentam que os Olhos se referem Lua. Os estudiosos
dos ufos imediatamente reconhecem no Olho um disco
voador, uma nave espacial, que para os egpcios simples
devia parecer o olho de um deus no cu. As mitologias
hindu, japonesa, grega e cltica, todas falam de batalhas
celestes de seres divinos em discos ou "olhos", que associam
s lendas egpcias que descrevem a guerra no cu. O "Uru",
ou "serpente divina", lembra as "serpentes de fogo" de Israel,
as "serpentes de penas" do Mxico e os "drages com hlito
de fogo" da China, possivelmente simbolismo de naves
espaciais.
O deus mais fascinante do velho Egito , sem dvida, Tot,
que, apesar de sua cabea de ave, para o nosso cientfico
sculo XX deve parecer o mais humano. Tot, identificado
com Hermes, mensageiro dos deuses (chamado pelos gregos
Hermes Trimegisto "trs vezes muito grande" e
identificado com o planeta Mercrio), dado como filho de
R, acreditava-se ser a inteligncia divina que criou o
universo pelo simples som da sua voz. Essa concepo
profunda coincide com a tradio hindu de Brama
pronunciando o som sagrado aum e com as doutrinas
judaicas de Deus pronunciando o Verbo. Esse pensamento
antiqssimo seria a suma da nossa prpria cincia
ultramoderna, que afirma que todo o universo e suas
inmeras dimenses de matria so uma manifestao de
infinitas vibraes. Tot era o deus da terra, do mar e do cu,
inventor de todas as artes e cincias, senhor da magia,
padroeiro da literatura, escriba dos deuses, inventor dos
hierglifos, autor de livros mgicos, fundador da geometria,
da astronomia, da medicina, da msica e da matemtica,
mestre dos mistrios ocultos, cronista da histria, escrivo
dos juzes dos mortos. As tradies ocultas ensinam que Tot
era um atlante que ajudou a construir a grande pirmide, na
qual guardou tabuinhas de cincia e armas mgicas. Dizia-se
que modelou e manobrava o Olho de Horo; era senhor da
Lua. Seria um extraterrestre que pousou ali? O historiador
fencio Sanchoniathon escreveu:
O deus Taauto (Tot) inventou tambm para Cronos a
insgnia de seu poder real com quatro olhos nas partes da
frente e nas partes de trs, dois deles se fechando no sono, e
com quatro asas nos ombros, duas no ato de voar e duas
repousando como em descanso. E esse smbolo queria dizer
que Cronos enquanto dormia estava vigilante e repousava
enquanto estava acordado. E da mesma maneira com
respeito s asas, que enquanto repousava estava voando, mas
descansava enquanto voava! Mas os outros deuses tinham
apenas duas asas nos ombros, para indicar que voavam sob o
controle de Cronos, que tinha tambm duas asas na cabea;
uma para a parte mais dirigente da mente e outra para o
senso.
Essa confuso parece a impresso embaralhada que um
pastor ignorante teria de uma astronave com astronautas
voando para um lado e para outro na Terra, talvez com
foguetes ou motores antigravitacionais na frente, no alto.
Sanchoniathon, provavelmente repetindo alguma histria
mutilada do passado, achou-se escrevendo fico cientfica
sem conhecer cincia e conhecendo pouca fico. Sua
narrativa fantstica compara-se com descries semelhantes
dadas por Ezequiel e existentes em lendas nativas em todo o
mundo.
Atravs da histria humana Tot tem sido venerado pelos
estudiosos das artes secretas, os mgicos, os alquimistas, os
maes e todos os praticantes de cincia oculta como o
supremo arquiteto do universo que transcende o homem
mortal. Hoje, em nossa era cientfica, ns dissipamos a aura
de maravilha e vemos Tot com olhos amigos como um
supercientista. Esperamos que daqui a milhares de anos
algum homem sofra uma mutao e se torne uma
inteligncia suprema com domnio de imenso conheci-
mento. Enquanto isso somos tentados a acreditar que na
nossa prpria galxia talvez existam agora mesmo seres
maravilhosos de grande sabedoria, evoludos atravs de
milnios de civilizao em algum planeta adiantado. Um
visitante assim poder ter descido na Terra com os reis
espaciais e ensinado a humanidade. Em dcadas recentes G.
I. Joe tornou-se um termo genrico para designar os
soldados americanos que alegremente esbanjavam as ma-
ravilhas do Ocidente na Europa, no Japo e agora no
Vietnam. Seria Tot, descendo dos cus para trazer sabedoria
humanidade, um nome coletivo para astronautas? Ns
amamos esse super-homem do antigo Egito; em nossos
sonhos secretos tambm aspiramos a nos tornar Tot, deus da
sabedoria.
Amon, muitas vezes identificado com Zeus, era uma
divindade tribal local de Tebas, muito depois da Idade de
Ouro dos reis espaciais, pouco importante at cerca de 2.100
a.C., quando aparecem as primeiras menes de um
santurio dedicado a ele. Sob o governo estrangeiro dos
hicsos Amon foi eclipsado, mas, quando os prncipes de
Tebas reuniram o povo egpcio para expulsar os invasores,
sua cidade elevou-se ao domnio poltico e religioso, que os
sacerdotes procuraram preservar impondo a adorao de seu
deus em todo o pas e erigindo magnficos templos em seu
nome ao longo do Nilo. Simbolizado a princpio como um
ganso, Amon humanizou-se usando na cabea duas plumas;
tornou-se patrono de poderosos faras, que tomaram seu
nome, depois os sacerdotes identificaram-no com R, o
antigo Deus Sol, e gradualmente ele se tornou rei de todos
os deuses. O nome Amon significa "oculto", e foi
identificado com o ar, depois com o deus universal. Como
os judeus, no fundo os egpcios eram monotestas,
acreditando num s deus, sendo todas as divindades
menores na realidade, como no Japo, aspectos do esprito
supremo. Aquenaton ops-se associao de Amon com R
e purificou a religio retornando ao ideal de Aton, o disco
solar, o alto conceito espiritual estimado pelos antigos reis
espaciais. Quando essa heresia foi esmagada, o poder de
Amon subiu e baixou com o destino do Egito imperial.
Parece impossvel ver Amon, o deus universal, realmente
como um rei espacial, pois seu desenvolvimento no
ocorreu antes dos tempos histricos; mas sua concepo
original como uma ave, milhares de anos antes, talvez
denote alguma relao com o espao. O poder de Amon era
teolgico e poltico; a religio popular preferia os velhos
deuses.
Os egpcios consideravam as espaonaves como barcos do
Sol navegando atravs do cu, simbolismo de significao
universal, pois encontram-se gravuras de barcos solares na
Irlanda, na Bretanha, na Sucia e em outros lugares pr-
histricos. O barco de R emergia no leste e viajava
diariamente atravs dos cus para o oeste. Representaes
em paredes de templos mostram navios do Sol contra
constelaes de estrelas, sugerindo astronaves de origem
especfica; muitas vezes os murais representam uma
tripulao de deuses capitaneados pelo prprio Horo. Os
egiptologistas sempre supuseram que o disco do Sol se
referia ao prprio sol, mas o disco do Sol muitas vezes
aparece acima do navio, que navega embaixo como uma
espao- nave. Tradies antigas afirmam que os construtores
da grande pirmide enterraram um barco solar, uma nave
espacial, perto do edifcio. Os israelitas acreditavam que os
astronautas eram "anjos", mensageiros de Deus em uma terra
maravilhosa no cu chamada paraso, os povos da Europa
crist chamavam-lhes "espritos" ou "demnios", e o
Imperador Carlos Magno promulgou leis severas contra
cidados que tivessem relaes com encantadores do cu.
Para os egpcios simples esses gloriosos visitantes deviam
provavelmente parecer imortais vindos de reinos de
maravilha, talvez as almas reencarnadas dos mortos. Quando
o fara morria esperava-se que navegasse para o outro
mundo, para ressuscitar em meio quela companhia celestial
na Terra do Sol, e por isso os tmulos contirham pinturas de
barcos solares tripulados pelos deuses transportando o
prprio fara. Os telogos e moralistas introduziram o
julgamento dos mortos, quando a alma do defunto era
pesada por Anbis na presena de Tot, representando cenas
do paraso e do purgatrio; a alma, ou ka, aparecia como um
homem vivo, na verdade como um brilhante espaonauta.
Essa interpretao pode ser acaloradamente contestada, mas
o nosso conhecimento de astronautas nos tempos antigos
em muitos pases torna essa suposio to vlida como a
concluso dos egiptlogos ignorantes de astronaves.
Os mais antigos textos religiosos do mundo compreendem o
antigo Teu-Nu-Pert-Em-Hru egpcio, conhecido como
Livro dos mortos. Essa antiga coleo de hinos, ladainhas,
encantaes e palavras de poder mgico descreve a jornada
do esprito recm-chegado ao mundo subterrneo atravs
das regies infernais de tormento, at a sala de julgamento,
onde seu corao pesado numa grande balana por Anbis;
Tot o escriba e esto presentes quarenta e dois juzes dos
mortos. O Livro dos mortos no era "o livro" no mesmo
sentido da Bblia e no era olhado pelos egpcios com a
mesma venerao literal com que os judeus olhavam a
Bblia, segundo eles escrita ou inspirada por Deus.
Nenhum nico exemplar do Livro dos mortos continha toda
a obra, de modo que impossvel datar o original. Os
papiros mais antigos consistiam em um ou mais dos
diferentes papiros de Ani, Hunefer, Kerasher, Netchamet e
Nu, da Dcima Oitava Dinastia, de cerca de 1.500 a.C.,
embora algumas sees estivessem inscritas em tampas de
atades e em monumentos das primeiras dinastias e alguns
captulos aparecessem mais tarde. O Livro dos mortos
egpcio apresenta semelhana com o Bardo Thdol, o Livro
dos mortos tibetano, de imensa antiguidade. Ambas as obras
tm muito em comum e revelam crenas transcendentes de
um mundo espiritual estranho nossa prpria era material, e
foram provavelmente inspirados por seres de sublime
sabedoria h muitos milnios.
O distinto tradutor Sir Wallis Budge declarou que a ptria, a
origem e a primeira histria dessa coleo de velhos textos
religiosos so desconhecidas para ns; o grande egiptlogo
francs Maspero declarou que a religio e os textos eram
muito mais velhos do que a Primeira Dinastia de Mens, de
cerca de 5.000 a.C.; o erudito alemo Erman dizia
maravilhado que essa antiga literatura era, sem dvida
alguma, muito mais antiga do que os mais antigos
monumentos e pertencia mais remota pr-histria. Os
cantos e oraes foram transmitidos oralmente por muitos
milhares de anos; alguns textos em escrita hiertica foram
inscritos em caixes nas primeiras dinastias e mais tarde
vrios papiros escritos em belos e fascinantes hierglifos
foram escondidos entre os panos de linho que envolviam as
mmias como "livros-guias" para os defuntos no mundo
subterrneo.
Os adeptos ensinam que os hierglifos tm sentido esotrico
e sentido exotrico, uma significao secreta para os
iniciados e uma combinao convencional para os no
instrudos, como hoje palavras e expresses comuns podem
ter um significado especial para os membros das irmandades
manicas. Os egpcios que no eram sacerdotes e os
estrangeiros, mesmo no znite do imprio, achavam difcil a
traduo dos hierglifos, e o fato que ns mesmos mal
conseguimos compreender o palavreado dos nossos
sacerdotes e cientistas e muito menos ainda talvez o dos
nossos polticos. Dizem que por volta de 400 d.C. se perdeu
completamente a arte de ler os hierglifos. Durante perto de
quinze sculos esses fascinantes pictogramas constituram
um mistrio to tantalizante como a escrita dos etruscos. Se
no fosse a invaso do Egito por Napoleo, talvez
continuassem a desafiar-nos at hoje e a histria dos faras
permaneceria um livro fechado. Os soldados franceses
encontraram a pedra de Roseta, com inscries idnticas em
hierglifos, em demtico e em grego. Em 1822 Jean
Franois Champollion decifrou os hierglifos e pelo antigo
copta os egiptlogos finalmente deduziram a antiga lngua
dos egpcios, uma faanha filolgica verdadeiramente
maravilhosa. Hoje, que mal conseguimos decifrar o ingls de
Chaucer e somos completamente incapazes de compreender
o anglo-saxo, compreendemos as extraordinrias mutaes
sofridas pela lngua. Ccero dificilmente teria lido o latim da
Idade Mdia e sua mente lgica e sbria ficaria confusa
diante da loquacidade latina usada hoje em nossos
grandiloqentes conclios vaticanos. As inscries egpcias
abarcaram cinco milnios. Teria Clepatra compreendido a
linguagem do polgamo Ramss, ou de Quops, suposto
construtor da grande pirmide? Sabe-se que nos tempos
antigos os egpcios do Delta no compreendiam a lngua dos
egpcios de Elefantina. Entre os egiptlogos h homens de
gnio que o mundo honra, mas certamente o seu maior
lingista, condicionado pelo nosso sculo XX, dificilmente
poder afinar com o padro de pensamento de h vrios
milhares de anos. Parece evidente que nem mesmo os
escribas das dinastias do Mdio Imprio que copiavam os
escritos faziam idia da interpretao precisa de textos j
antigos para eles. Os tradutores modernos apenas podem
aproximar-se do sentido literal de um papiro; ignorantes dos
mistrios egpcios, no podem adivinhar o seu sentido
oculto. Ao estudar o Livro dos mortos, pois, devemos ler nas
entrelinhas, especular sobre o que poderiam significar os
smbolos milenares daquele mundo perdido.
Certos captulos do Livro dos mortos so atribudos a Tot, a
quem os gregos chamavam Hermes, e so geralmente
classificados como literatura hermtica. O Livro dos mortos
indicava a ressurreio, mais tarde ensinada por Jesus, e era
comum colocar um exemplar no caixo ou preso entre as
pernas da mmia. O papiro de Turim, da Vigsima Sexta
Dinastia, declara que o captulo mais antigo foi encontrado
por Herutatef, filho de Quops (Khufu), por volta de 5.000
a.C., durante uma inspeo dos templos. Dizia-se que o
Prncipe Herutatef fora um homem muito sbio, cuja
linguagem era difcil de entender.
Um grande adepto fez maravilhas no Egito h sete mil anos.
De acordo com o papiro Westcar:
Herutatef informou seu pai Khufu da existncia de um
homem de cento e dez anos de idade que vivia na cidade de
Tettet-Seneferu; ele era capaz de reunir ao corpo uma
cabea que tivesse sido decepada, possua influncia sobre o
leo e conhecia os mistrios de Tot. Por ordem de Khufu,
Herutatef levou-lhe o sbio de barco, e sua chegada o rei
ordenou que cortassem a cabea de um prisioneiro para que
Tettet tornasse a coloc-la no lugar. Tendo pedido para ser
dispensado de praticar esse ato num homem, foi trazido um
ganso ao qual cortaram a cabea, que foi colocada de um
lado da sala, tendo sido o corpo posto no outro lado. O sbio
disse certas palavras poderosas, e o ganso levantou-se e
comeou a caminhar, e a cabea tambm comeou a mover-
se na direo do corpo; quando a cabea se uniu novamente
ao corpo, a ave levantou-se e grasnou. (Ver Die Mrchen
des Papyrus Westear, de Erman).
Nem mesmo os sacerdotes em seu duelo de mgica com
Moiss tentaram tal faanha. Se a histria verdadeira, e os
egpcios acreditavam que era, esses maravilhosos poderes
seriam dignos de qualquer astronauta.
Para os egpcios antigos, ignorantes da tecnologia area, uma
espaonave brilhante no cu olhava para baixo como o Olho
de Horo ou de R, o Deus Sol. O papiro de Ani, redigido por
um escriba real em Tebas por volta de 1.450 a.C., e que
parte do Livro dos mortos, foi copiado (ou antes, mal
copiado, pois o texto parece ter muitos erros graves) de
assentamentos antigos, eles prprios provavelmente verses
inexatas de fontes antiqussimas redigidas em metforas
arcaicas, cujo verdadeiro sentido se tinha perdido h muito.
Os tradutores do sculo passado, homens de gnio sem
dvida, mas desconhecedores de aeronutica, ficaram
evidentemente confusos diante de certas passagens, e as
tradues que fizeram devem ter sido completamente
diferentes do sentido da histria original numa antiguidade
remota, especialmente quando esses sbios tericos
ignoravam totalmente a possibilidade de visitaes de seres
extraterrestres que intervinham no antigo Egito.
Evidentemente, quase impossvel para qualquer pessoa,
hoje, mesmo com a nossa afinidade moderna com os
espaonautas da pr-histria, adivinhar o sentido exato
destes exasperantes hierglifos, mas uma vez ou outra
podemos ver atravs do simbolismo e reconhecer fasci-
nantes similaridades com textos sagrados de todo o mundo
que falam da guerra no cu.
O papiro de Ani, traduzido por Sir Wallis Budge, no captulo
18 descreve "O combate de dois guerreiros", Horo e Set.
Amsu, o deus solar mais antigo, diz:
Foi o Olho Direito de R que partiu contra (Set) quando (72)
ele o enviou; Tot levanta a nuvem de plo e traz o Olho (73)
vivo e so e salvo e sem defeito para o seu senhor.
Nas linhas de 86 a 99 Ani refere-se a "sete brilhantes" e
"sagrados, que esto atrs de Osris... so eles que esto atrs
da Coxa no cu setentrional". Brugsch em Astronomische
und Astrologische Inchriften, p. 123, declara que "Coxa era
o nome egpcio da constelao da Ursa Maior". O antigo
escriba egpcio declara assim claramente que os celestiais
desciam de uma fonte especfica no cu, a constelao da
Ursa Maior. Hoje os observadores, algumas vezes, dizem
que os ufos se originam muitas vezes do lado da Estrela
Polar, entrando pelas aberturas existentes no cinturo de
Van Allen sobre o plo Norte. Alguns dos "brilhantes" so
mencionados com os antigos nomes egpcios interpretados
como "Ele no d sua chama", "Ele entra em sua casa", "O
que tem dois olhos vermelhos", "Rosto resplandescente indo
e vindo", "O que v de noite e conduz de dia". Esses termos
coincidem com a maioria das descries de pessoas, antigas
e modernas, que disseram ter visto astronaves atravessando
o cu.
Os reis da luz partiram em clera. Os pecados dos homens
tornaram-se to negros que a Terra treme em sua grande
agonia... Os assentos azuis permanecem vazios. Quem dos
marrons, quem dos vermelhos, ou mesmo dentre os negros
(raas) pode ocupar os assentos dos bem-aventurados, os
assentos do conhecimento e da misericrdia?
Essa citao de Tongshatchi Sangye Songye ou Anais dos
trinta e cinco budas de confisso comenta a estncia 12 do
Livro secreto de Dzyan, escrito em senzar, a lngua
sacerdotal conhecida na antiguidade remota pelos iniciados
de todo o mundo, dedicada aos filhos da luz por seres
divinos h milnios. Madame H. P. Blavatsky, na Doutrina
secreta, declara que "os reis da luz" o nome dado em todos
os escritos antigos s dinastias divinas. Os "assentos azuis"
so traduzidos como "tronos celestiais" em certos
documentos. Hoje ns podemos considerar "os reis da luz"
seres avanados de outros planetas e os "tronos celestiais"
espaonaves.
Os atlantes ensinaram aeronutica, vimana fidya (a arte de
voar em veculos areos) e sua mais valiosa cincia das
virtudes ocultas das pedras preciosas e outras, da qumica, ou
antes, alquimia, da mineralogia, da geologia, da fsica e da
astronomia aos proto-egpcios do vale do Nilo. Madame
Blavatsky perguntava-se se a histria do xodo dos israelitas
e as hostes do fara afogadas no mar Vermelho no seria
realmente uma verso das tradies atlnticas mencionadas
no comentrio de Dzyan.
... E o "grande rei do rosto deslumbrante", o chefe de todos
os rostos amarelos, ficou triste vendo os pecados dos de
rosto negro. .. Mandou seus veculos areos (vimanas) a
todos os chefes-irmos com homens piedosos dentro,
dizendo: "Preparai-vos! Levantai-vos, homens da boa lei, e
atravessai a terra enquanto (ainda) est seca".
Esse notvel comentrio refere-se aos "senhores dos fogos",
munidos de armas de fogo mgicas, "senhores do Olho
Escuro", versados em conhecimento mgico, elementais,
monstros mecnicos que falavam e avisavam de qualquer
aproximao de perigo, provavelmente robs equipados com
radar e sonar. Os deuses solares destruram os mgicos maus
em tremendas inundaes, os filhos dos homens dirigidos
pelos filhos da sabedoria escaparam; muitos trouxeram sua
maravilhosa civilizao para a terra do Nilo.
A tantalizante referncia guerra no cu e na terra, anloga
talvez a descries semelhantes nas lendas indianas,
chinesas e gregas, dada no papiro de Ani, captulo 17,
seo 112. Ela sugere a interveno de uma espaonave
durante uma batalha em Annu, mais tarde conhecida como
On ou Helipolis, a cerca de oito quilmetros do moderno
Cairo; o grande colgio religioso de On ensinava a adorao
de Horo e R, o Deus Sol.
(12) Quanto luta(?) junto da rvore Prsea perto de Annu,
refere-se aos filhos da revolta impotente, quando se exerce
justia neles pelo que fizeram. Quanto a (as palavras) "essa
noite da batalha" refere-se incurso (dos filhos da revolta
impotente) na parte oriental do cu, em conseqncia da
qual estourou uma batalha no cu e em toda a Terra.
tu, que ests no Ovo (isto , R), que brilhas desde teu
disco e sobes no teu horizonte e brilhas de fato como ouro
acima do cu, como quem no h ningum entre os deuses,
que navegas por sobre os pilares de Shu (o ter), que emites
rajadas de fogo da boca (que tornas as duas terras brilhantes
com teu fulgor, liberta) os fiis adoradores do deus cujas
formas so ocultas, cujas sobrancelhas so como os dois
braos da balana na noite do ajuste de contas da destruio.
Os hierglifos do papiro de Ani representam R e Horo
como aves com cabea humana, o que pode ser interpretado
como significando espaonautas.
Essa descrio de um ser celestial numa brilhante nave
espacial cortando os cus, bombardeando exrcitos com
fogo, lembra aqueles "escudos" flamejantes mencionados
nos Annales Laurissenses que no ano de 776 d.C.
derrotaram os saxes que cercavam os francos em Sigiburg.
O mesmo captulo 17 continua:
(112)... Eu conheo o ser, Matchet (o opressor) que est
entre eles na casa de Osris lanando raios de luz do (seu)
Olho, mas ele mesmo invisvel. Ele anda em redor do cu
vestido com as chamas de sua boca, comandando Hapi
(terras do Nilo) mas conservando-se invisvel... Eu vo
como um falco. Eu grasno como um ganso. Eu mato
sempre, como a prpria dessa serpente Nehebka...
(140)... Tu vives de acordo com a tua vontade, tu s Uatchit,
a senhora da chama (141), o mal assalta aqueles que se
voltam contra ti...(145) Uatchit, a senhora das chamas, o
Olho de R...
As antigas estncias de Dzyan honram os "senhores da
chama", os Vedas snscritos mencionam "senhores de luz",
o Livro dos mortos egpcio louva a "senhora da chama". Isso
no sugere seres extraterrestres com armas de raios laser
dominando a nossa Terra na distante antiguidade?
No Livro dos mortos so feitas vrias referncias aos
"brilhantes", possivelmente seres maravilhosos das estrelas; a
Bblia os chamaria "anjos do Senhor".
Vede, seres brilhantes, homens de Deus... Osris. Ani
vitorioso sobre seus inimigos nos cus em cima e (na Terra)
embaixo, na presena dos divinos soberanos de todos os
deuses e deusas. (Captulos 134, 15/17.)
Falo com os adeptos dos deuses. Falo com o Disco. Falo com
os seres brilhantes. (Captulos 124, 17.)
Eu sou um daqueles seres brilhantes que vivem em raios de
luz. (Captulo 78, 14.)
Os santos soberanos dos pilones tm a forma de seres
brilhantes. (Captulo 5.)
O Livro dos mortos fala vividamente sobre visitantes
celestiais nos quatro quadrantes do cu, que lembram os
vivos relatos da Associao da Fraternidade Csmica, des-
crevendo aquelas vises extraordinrias sobre o Japo
atualmente.
Salve, belo poder, belo guia do cu setentrional! Salve, tu
que vais pelo cu, tu, o piloto do mundo, tu, belo guia do
cu ocidental! Salve, ser brilhante, que vives no templo,
onde esto os deuses em forma visvel, belo guia do cu
oriental! Salve, tu, que moras no templo dos seres de rosto
brilhante, belo guia do cu meridional. (Captulo 148, 1/6.)
Essa descrio lrica daquelas espaonaves brilhantes mostra
que aparentemente elas visitavam o Egito muitas vezes para
causarem tal impresso na mente do povo. Aquelas almas
simples das margens do Nilo contemplavam com alegria
aquelas naves maravilhosas que brilhavam no cu azul, e
suas alegres saudaes mostram que eles acolhiam os
celestiais como amigos; a longa experincia ensinou-lhes
que os estranhos do cu lhes levavam benevolncia. Quando
o infortnio ou a necessidade afligia os egpcios, era natural
que eles implorassem o auxlio do cu e invocassem aqueles
deuses com muitas oraes graves e lisonjeiras para que
viessem em seu auxlio, que exatamente o que fazemos
hoje. No levantamos os olhos para o alto e suplicamos "pai
nosso que ests no cu" para que nossas preces sejam
atendidas?
Contrastamos esta evocao esttica dos egpcios aos
espaonautas com as leis selvagens promulgadas por Carlos
Magno contra os "demnios" e todos aqueles que se
comunicassem com eles. Entretanto, quem somos ns para
comentar? Se seres extraterrestres em suas naves maravilho-
sas pousassem em nosso louco mundo materialista atual-
mente, nossos polticos, nossos sacerdotes, nossos cientistas
no tentariam roubar os segredos deles e depois mat-los?
Mas o cu em cima do Nilo no foi sempre sereno. Alguns
versculos ardentes do Livro dos mortos lembram a "guerra
nos cus" como descrita nos clssicos chineses, com discos
solares dardejando raios de luz contra drages de fogo,
batalhas no ar, em terra e sob o mar.
Estirada no flanco da montanha dorme a grande serpente,
com cento e oitenta ps de comprimento e cinqenta ps de
largura; sua barriga adornada com slexes e pedras
cintilantes. Agora eu sei o nome da serpente da montanha.
Vede, "a que mora nas chamas". Depois de navegar em
silncio, R lana um olhar serpente e subitamente sua
navegao pra, como se o que est escondido em seu barco
estivesse de emboscada... Vede-o que mergulha na gua e
submerge at quarenta ps de profundidade. Ele ataca Set,
lanando-lhe seu dardo de ao. (Captulo 108)
Essa descrio simples parece feita por algum campons
egpcio que viu o duelo entre duas espaonaves ou entre
uma espaonave e algum tanque monstruoso, com raios
laser e msseis teleguiados entre invasores rivais de outros
planetas, talvez o conflito entre Saturno e Jpiter, cantado
pelos poetas clssicos. Recorda-nos as guerras celestes
descritas no Maabrata e na Teogonia de Hesodo. Em
palavras ingnuas como essas algum cule ignorante pode
descrever os bombardeiros americanos atacando os tanques
comunistas no Vietnam atualmente.
Ao longo dos muitos papiros que perfazem o Livro dos
mortos, esto espalhadas expresses estranhas como: "o
antigo em dias", "esprito da luz", "filhos da escurido",
"legies no cu", "deuses ocultos", "divindade no olho
divino", "discos alados", "eu, Horo, sou ontem", "eu sou
amanh", "corro atravs do espao e do tempo".
Parece difcil de acreditar que essas expresses sejam puros
conceitos filosficos sem qualquer base fatual; mesmo as
nossas mentes atuais, ditas educadas e sofisticadas, crebro-
lavadas pela televiso e pela publicidade, dificilmente
poderiam visualizar smbolos to esotricos se os prottipos
no existissem. Convencer toda a nao de ignorantes
camponeses egpcios de que tais "espritos" msticos tinham
completo domnio sobre suas vidas, passadas, presentes e
futuras, seria impossvel se os celestiais no tivessem
realidade. Os "espritos da luz", os "filhos da escurido", os
"discos alados" eram sem dvida reais e representavam
aqueles seres maravilhosos que desciam Terra para ensinar
a humanidade e que ento estavam guerreando entre si
naquele conflito do cu mencionado nos clssicos de todo o
mundo. Em palavras assim to comuns um povo simples,
sem requintes, descreveria os visitantes dum planeta
adiantado, possuidor duma tecnologia completamente fora
da experincia da Terra.
Referncias a tempo e espao transcendentes so repletas de
significao para ns atualmente. A teoria da relatividade de
Einstein, com seu paradoxo da dilatao do tempo, torna
possvel em teoria, se no na realidade, a viagem estelar
atravs de muitos anos-luz; os ocultistas e estudiosos da
fsica multidimensional acreditam, hoje, que
superinteligncias poderiam inventar tcnicas para viajar
atravs do tempo to facilmente como atravs do espao.
Os deuses do antigo Egito apresentam questes mais
fascinantes para ns do que para aqueles sacerdotes de vestes
brancas das margens do Nilo. Ns, com a nossa
compreenso moderna, identificamos as divindades daqueles
discos alados como astronautas. Como os egpcios de outrora
olhamos os cus e indagamos.
Captulo Onze
A PIRMIDE E A ESFINGE
A grande pirmide, smbolo do Egito antigo, ergue-se
exatamente no meio do mapa da Terra, e suas arestas
divergem apenas alguns minutos dos quatro pontos cardeais.
O local deste enorme edifcio pode ser mais significativo do
que sua espantosa construo. Para estabelecer essa posio
focal, seus construtores devem ter observado a Terra do
espao. Fazendo um mapa global, projetado o plano,
traaram, em seguida, um meridiano atravs do meio exato
da superfcie terrestre do nosso planeta e verificaram que
dividia exatamente o delta do Nilo. Essa cartografia,
completamente fora do conhecimento geogrfico dos
homens dos tempos antigos confinados na Terra, evoca
comparao com o extraordinrio mapa de Piri-Reis, que
parece datar dos tempos pr-colombianos e mostrava
claramente os contornos das Amricas e uma Antrtica em
perfeita relao com a Europa e a frica, provando a
existncia de mapas possivelmente traados por gente do
espao. A pirmide foi provavelmente construda por as-
tronautas ou por iniciados, conhecedores da cincia extra-
terrestre.
Os egiptlogos, que ns honramos com justia por sua
brilhante ressurreio daquela antiga e excntrica terra de
Khem, admitem que a grande pirmide foi construda por
Khufu (Quops) por volta de 3.000 a.C. Herdoto declarou
que esse tirnico fara obrigou cem mil homens a mourejar
constantemente durante dez anos para preparar a estrada de
acesso e as cmaras subterrneas e mais vinte anos para
construir a pirmide propriamente, que originalmente tinha
cento e quarenta e seis metros de altura, com cada face
triangular oblqua medindo duzentos e trinta e um metros, e
cobria uma rea de cinqenta e dois mil e setecentos e
noventa e dois metros quadrados. Originalmente um
revestimento de pedras polidas cobria as faces da pirmide,
que terminava num pice de cobre cristalino com
significao esotrica relacionada com Vnus. Os raios do
Sol deviam incidir nas pedras brilhantes, transformando-as
num farol a acenar para os astronautas.
Dois milhes e meio de blocos pesando em mdia duas
toneladas e meia cada um, nenhum deles, segundo
Herdoto, com menos de nove metros de comprimento,
foram arrastados por turmas de escravos das pedreiras da
Arbia e das colinas da Lbia, talhados, polidos, adaptados no
lugar com tal preciso que as juntas eram quase
imperceptveis. Bunsen acreditava que a pirmide tinha sido
construda por volta de 20.000 a.C. e calculou sua vasta
massa em seiscentos e cinqenta e seis mil e oitocentos e
oito metros cbicos, pesando seis milhes e trezentas e
dezesseis mil toneladas. Poderia mesmo a mo-de-obra mais
dcil com instrumentos primitivos ser organizada de
maneira a moldar uma estrutura to gigantesca? Alguns
sbios e excntricos, relacionando a pirmide com a Bblia e
o templo de Salomo, tm trabalhado para descobrir alguma
mensagem oculta escondida na pedra para a posteridade. A
maioria dos homens consegue encontrar o que procura, de
modo que no de surpreender que alguns visionrios
descubram nesse monte de pedra um apoio para as suas
iluses. Entretanto, algumas das medidas encontradas
parecem possuir uma significao que transcende o acaso e a
coincidncia. A altura da pirmide de mil milionsimos a
distncia da Terra ao Sol, e medidas contidas no corpo do
edifcio, segundo dizem, revelam o raio e o peso da Terra, a
extenso do ano solar, a precesso dos equincios, o valor de
pi, isto , a relao entre a circunferncia de um crculo e
seu dimetro. Piramidologistas, com a Bblia numa mo e a
fita mtrica na outra, profetizaram a segunda vinda de Cristo
e o Dia do Juzo para 1874, 1914, 1920, 1936 e 1953.
difcil de acreditar que os antigos egpcios, por mais
atenciosos e bons que fossem, se tivessem submetido a tanto
trabalho, sangue, suor e lgrimas amontoando tanta pedra s
para avisar o nosso sculo ctico, cinco mil anos depois, de
que algum dia o mundo ia terminar. Ns mesmos, brandindo
as nossas bombas de hidrognio, parece que no estamos
nos preocupando muito com isso. Por que haviam os
egpcios de se preocupar conosco? At agora os arquitetos
tm deduzido errado. Talvez a pirmide fosse construda por
outra razo?
A crena geral de que os antigos egpcios tinham um
profundo conhecimento de matemtica, geometria e
astronomia fantasticamente errada. Sir Leonard Woolley e
Jacquetta Hawkes, em sua fascinante obra Prehistory and
the beginnings of civilization (A pr-histria e os primrdios
da civilizao), vol. 2, p. 669, declaram:
Os babilnios possuam conhecimentos cientficos de
lgebra, geometria e aritmtica. Os egpcios, ao contrrio,
no tinham realmente cincia nessas matrias... fora de
engenho e com pacincia infinita, o egpcio conseguia fazer
face a todas as suas necessidades prticas usando meios
infantilmente imperfeitos; as fontes de que dispomos no
sugerem nada que indique uma cincia avanada, e estamos
convencidos de que nesse sentido o egpcio era to
descuidado quanto ignorante.
O papiro Rhind, da Dcima Segunda Dinastia, 2.000 a.C.,
descreve o sistema decimal de numerao egpcio: eles eram
capazes de efetuar simples operaes de multiplicao e
diviso e conseguiam manipular fraes simples, mas
matemtica complexa estava acima de seus conhecimentos;
ao contrrio dos babilnios, eram, segundo parece,
incapazes de prognosticar eclipses lunares. Sir Leonard
Woolley acrescenta:
Esse mtodo emprico, entretanto, no pode explicar como
os egpcios conseguiram calcular corretamente o volume do
tronco duma pirmide de base quadrangular, dadas a altura e
as medidas da base inferior e superior, a frmula de cuja
operao se encontra no papiro de Moscou; o problema,
nico na matemtica egpcia como ns a conhecemos, difi-
cilmente poder ser solucionado com base puramente
aritmtica e pode indicar um emprstimo tomado lgebra
babilnica.
A astronomia egpcia, carente de matemtica, baseava-se na
observao e no na predio. Os sacerdotes eram incapazes
de calcular com o menor grau de exatido as rbitas dos
planetas. Por estranho que parea, os egpcios acreditavam
que Mercrio e Vnus giravam em volta do Sol, mas o Sol
arrastava-os consigo em volta da Terra. A observao do
nascimento helaco da estrela brilhante, Sothis ou Srio,
imediatamente antes da data prevista para a enchente do
Nilo, levou ao ciclo stico, isto , quando o nascimento de
Srio, coincidia com o primeiro dia do ano do calendrio;
esse ciclo stico compreendia mil e quatrocentos e sessenta
anos, e foi, segundo parece, registrado para 139 d.C. e 1.321
a.C., possivelmente para 2.781 a.C. e 4.241 a.C.
A construo da grande pirmide evidentemente exigiu
grandes conhecimentos matemticos e astronmicos. Dada a
sua cincia elementar, teria sido possvel para os egpcios do
tempo de Quops constru-la?
Comentando Quops, Herdoto no pode deixar de animar
a sua Histria com o tempero da bisbilhotice. Informa ele
irreverentemente no Livro Segundo, captulo 126:
E Quops chegou a tal maldade que, quando lhe faltou
dinheiro, ps sua filha num bordel e estipulou-lhe quanto
devia cobrar, se bem que quanto foi eles no me disseram.
Ela pedia a soma estipulada pelo pai e resolveu deixar
tambm um monumento seu. Rogava a cada homem que a
procurava que lhe desse de presente uma pedra. E com essas
pedras, disseram-me, foi feita a pirmide que se ergue no
meio das trs em frente da grande pirmide, e cada face dela
mede pletro e meio.
De modo pouco convincente Herdoto explica como a
pirmide foi construda em uma srie de escales:
Como quer que fosse, as partes superiores da pirmide foram
acabadas primeiro, depois as seguintes e, por fim, as partes
do fundo perto do cho. E est gravado na pirmide, na
escritura egpcia, quanto foi gasto em rabanete, cebola e alho
para os trabalhadores. E, se bem me lembro do que o
intrprete me disse lendo a escritura, foram gastos mil e
seiscentos talentos de prata.
Para um historiador "que nunca dizia uma mentira",
Herdoto s vezes parece ter-se comportado como um
crdulo turista; o que os guias no sabiam evidentemente
inventavam, exatamente como seus ensebados descendentes
atuais. Herdoto alegremente aceita que tenham comeado
na ponta da pirmide e construdo de cima para baixo,
depois na superfcie lisa os publicitrios da poca escreveram
anncios luminosos de rabanetes e alhos em hierglifos;
com efeito, isto como acusar Sir Christopher Wren de
escrever na cpula da Catedral de So Paulo anncios das
laranjas de Neil Gwynn! O revestimento exterior esteve
adornado de hierglifos at fins do sculo xiv da nossa era,
mas no havia homem vivo que soubesse l-los. provvel
que tenham contado a Herdoto uma histria igualmente
pouco digna de crdito relativamente operao da
construo; os rabes acreditavam que a grande pirmide
tinha sido construda por "djins" ou "espritos"; por estranho
que parea, provvel que eles tivessem razo. Os
"espritos" vieram do espao!
As nossas cticas mentes modernas acham difcil acreditar
que mesmo um fara megalomanaco, ditador absoluto,
fosse capaz de dedicar trinta longos anos a mal-gastar a
fortuna de seu pas na construo de seu prprio tmulo,
quando o mundo lhe oferecia delcias mais atraentes. Mais
duvidoso ainda que a poderosa classe sacerdotal apoiasse
to sinistro projeto quando com uma frao dessa vasta
alvenaria poderiam revestir de templos as duas margens do
Nilo. Mesmo um povo dcil que vivia em cabanas de barro
se revoltaria contra semelhante extravagncia. Nos tempos
pr-histricos foram erigidos edifcios imensos de pedra na
Bretanha, na Grcia e no Mxico, em toda parte do mundo,
mas geralmente tinham algum fim religioso, no eram nunca
para satisfazer o capricho de um homem. Nenhum corpo foi
encontrado l; um selo de Khufu que foi deixado l por
acaso no prova que ele construiu a pirmide. Nas paredes
no havia nenhuma inscrio fnebre; os faras eram
geralmente enterrados no vale dos Reis. Os ocultistas juram
que vrias cmaras e passagens provam que foi um templo
de iniciao, provavelmente datando dos tempos atlnticos.
Alguns astrnomos estabeleceram a data da pirmide pelo
longo e escuro corredor da entrada, que apontava para Alfa
Draconis, a Estrela Polar, em 2.170 a.C.; os astrlogos
afirmam que, devido precesso dos equincios, pode ter
sido um ano sideral antes, vinte e cinco mil e oitocentos e
sessenta e oito anos, cerca de 28.000 a.C.; levando em conta
o zodaco de Dender, os ocultistas sugerem trs anos
siderais, ou seja, 79.000 a.C., durante a Idade de Ouro da
dinastia divina, os reis espaciais. Um dos livros de Hermes
descreve certas pirmides que se erguiam no litoral,
banhadas pelas ondas. Conchas marinhas encontradas na sua
base sugerem uma grande inundao, dando plausibilidade
crena de que a pirmide foi construda antes da submerso
da Atlntida 190.
Na Doutrina secreta, p. 750, Madame Blavatsky declara, em
comentrio sobre a antiguidade dos egpcios:
E contudo h assentamentos que mostram sacerdotes
egpcios iniciados - viajando na direo de noroeste,
por terra, pelo que se tornou mais tarde o estreito de
Gibraltar; dobrando para o norte e viajando atravs das
futuras colnias fencias do sul da Glia, depois ainda mais
para o norte at chegarem a Carnac (Morbihan), virando em
seguida para oeste novamente e chegando, ainda viajando
por terra, ao promontrio noroeste do Novo Continente.
Pena que tivessem de fazer toda essa viagem a p!
estranho que no se tenham feito trasladar para o oeste
numa astronave como Enoc!
Em tempos remotos as ilhas Britnicas ainda" estavam unidas
ao continente; os povos da antiguidade veneravam a Gr-
Bretanha como ptria dos deuses, um resto da perdida
Atlntida. Estudiosos da Gr-Bretanha pr-histrica tm
observado surpreendentes ligaes entre ela e o antigo
Egito; dizem que o gals antigo tinha afinidades com a
lngua dos egpcios; Brinsley le Poer Trench, em seu
fascinante livro Men among manking, acentua a influncia
esotrica egpcia sobre a religio e os templos da Gr-Bre-
tanha antiga, associando particularmente Artur, o "rei-
drago", e o zodaco de Somerset com o Egito e a ndia.
Comyns Beaumont acreditava que a histria egpcia e
judaica primitiva teve lugar realmente na Gr-Bretanha e
no no Oriente Mdio, apresentando argumentos mais
plausveis do que parece possvel.
Alguns supra-sensveis, hoje, afirmam que a grande
pirmide ainda irradia fora magntica e que os imensos
blocos de pedra foram postos no lugar por levitao por
seres extraterrestres que utilizaram antigravidade ou vibra-
es snicas, talvez a mesma fora que movia as astronaves,
uma das quais se diz que foi enterrada perto. As tradies
sugerem que Tot, o grande mestre do antigo Egito,
possivelmente um astronauta guardou documentos de
sabedoria oculta numa cmara secreta, a fim de que um dia a
sabedoria de outros mundos pudesse vir luz dentro da
grande pirmide.
Nas areias ao lado das pirmides, em Gis, perto do Cairo,
est agachada a esfinge, majestosa e, contudo, remota, como
um estranho intruso em nosso planeta, smbolo de alguma
super-raa das estrelas. A significao desse grande
monumento ainda nos escapa; ns, que colocamos
espaonaves na Lua, ainda paramos maravilhados diante
desse monstro de pedra e tentamos imaginar em vo os
motivos da estranha gente que a construiu. Uma vasta
cabea humana com toucado real ergue-se nove metros
acima do corpo de leo com setenta e dois metros de
comprimento, esculpido em slida rocha. Suas feies altivas
desprezam as mutilaes dos homens e olham com sorriso
enigmtico atravs do Nilo, alm do sol nascente,
transcendendo espao e tempo, para o infinito insondvel
do universo. Sua fisionomia serena brilha com um poder
csmico, irradiando uma aura que acalma as mentes dos
homens, evocando ecos de uma idade protica, de uma
civilizao gloriosa e maravilhosa governada pelos deuses.
Uma to grande nobreza dominando as paixes transitrias
da humanidade lembra aquelas cabeas colossais da pr-
histria esculpidas nos picos dos Andes e nos penhascos do
Novo Mxico; seus lbios mudos contam a mensagem sem
palavras daqueles dias ureos em que a Terra era jovem e
todos os homens gozavam a beneficncia dos reis espaciais,
os mestres vindos do cu.
A esfinge viu em solitrio silncio os atlantes trazerem para
a terra de Khem a cultura de seu continente submerso; com
seus olhos cavos que vem os nossos sputniks, presenciou a
guerra nos cus entre os deuses e os gigantes; depois o
dilvio engolfou a sua forma enorme no oceano at que
outro cataclismo csmico retirou as guas e a deixou
encalhada no deserto. Durante sculos esse animal de pedra
viu o homem primitivo comear de novo a civilizao,
depois as areias mveis engoliram-na e esconderam-na da
vista e da memria humana. H seis mil anos, na Quarta
Dinastia, o Rei Khafra desenterrou o monstro e garantiu a
sua imortalidade inscrevendo o seu cartucho real no lado da
esfinge, mas as areias ameaavam enterr-la novamente.
Tutms IV, quando jovem prncipe, um dia, por volta de
1.450 a.C., cansado de caar, adormeceu entre as grandes
patas, quando o Deus Sol lhe apareceu em sonho e o
concitou a afastar as areias que o cobriam. Em 162 d.C. o
Imperador Marco Aurlio olhou com olhar compreensivo e
desenterrou a esfinge para que os homens pudessem admir-
la. Mas nos tempos cristos s o seu rosto esbranquiado,
batido pelo fogo dos mosquetes turcos, espreitava acima da
areia... at que no sculo passado os egiptlogos trouxeram a
maior parte dela luz; mas ainda agora alguma grande
tempestade pode enterr-la para sempre.
Acredita-se que os atlantes adoravam o Sol puramente como
representao fsica do logos solar; quando seus adeptos
emigraram para o Nilo, estabeleceram a a religio do Sol e
construram a grande pirmide e a esfinge. Dizem os
iniciados que essa cabea humana sobre um corpo de leo
simboliza a evoluo do homem desde o animal, o triunfo
do esprito humano sobre a besta. Debaixo do monstro devia
haver um templo que se comunicava com a grande
pirmide, onde h milnios nefitos de vestes brancas
procuravam iniciao nos mistrios da cincia secreta
Milnios mais tarde os sacerdotes egpcios relacionaram a
esfinge com Harmachis, um aspecto de R, o Deus Sol.
Os astrlogos podero argumentar que a esfinge, com sua
cabea humana sobre um corpo de leo, representa o
homem na Terra durante a Idade de Leo, quando a
precesso dos equincios impediu a nossa Terra atravs da
constelao de Leo em cerca de 10.000 a.C., embora possa
ter sido durante o Leo de alguma grande ronda anterior, em
cerca de 85.000 a.C. Embora ridicularizada pelos
egiptlogos, que no possuem quaisquer dados importantes
para crtica, uma to vasta antiguidade combina com as
tradies ocultas da Lemria e da Atlntida de um imprio
ureo do Sol em todo o mundo. Astronautas de outros
planetas provavelmente visitaram a Terra h centenas de
milhares de anos, e a esfinge pode significar a presena deles
por um simbolismo alm da nossa compreenso atual.
A velha ndia relacionava a esfinge com Garuda, meio
homem, meio ave, o carro celeste dos deuses; os antigos
persas identificavam a esfinge com Simorgh, uma ave
monstruosa que umas vezes pousava na Terra, outras vezes
andava no oceano, enquanto com a cabea sustentava o cu.
Os magos da Babilnia ligavam Simorgh fnix, a fabulosa
ave egpcia que, acendendo uma chama, se consumia a si
mesma, depois renascia das chamas, possivelmente um
smbolo da renovao da raa humana depois da destruio
do mundo. Os povos do Cucaso acreditavam que o Simorgh
alado ou cavalo de doze pernas de Hushenk, mestre lendrio
que diziam ter construdo Babilnia e Ispa, voou para o
norte, atravs do rtico, para um continente maravilhoso.
Um sbio caldeu disse a Cosmos Indicapleustes no sculo VI
d.C.:
As terras em que vivemos so rodeadas pelo oceano, mas
alm do oceano h outra terra que toca o muro do cu; e
nessa terra que o homem foi criado e viveu no paraso.
Durante o dilvio, No foi levado em sua arca para a terra
que sua posteridade habita agora.
Os adeptos da teoria da Terra Oca concluiro certamente
que essa terra frtil alm do gelo o continente que eles
dizem existir dentro da prpria Terra. Os estudiosos dos ufos
notam que as astronaves parecem vir ds lados do plo
Norte e partir para l tambm, provavelmente passando
pelas falhas polares dos cintures de radiao de Van Allen,
e podem argumentar que esse pas fabuloso do norte, para
onde voaram o Simorgh e o cavalo de doze pernas, era
realmente outro planeta.
O Simorgh tornou-se a guia de Jpiter exibida nos
estandartes das legies romanas atravs do mundo antigo;
smbolo de poder divino, foi adotada por Bizncio e tornou-
se a divisa herldica do Santo Imprio Romano, quando,
como guia de duas cabeas, foi ostentada pelos Habsburgos
da ustria; e ainda encontra lugar de honra nos brases das
poucas monarquias que restam atualmente. Esfinge,
Simorgh, guia. Espaonave? Seria?
A prpria esfinge conjura um mistrio mais desnorteante, e,
contudo, talvez mais prenhe de humanidade do que ns
compreendemos. Algumas pinturas egpcias mostram a
esfinge com asas e rosto humano, retrato de reis ou rainhas;
pensamos nos famosos touros alados de Nnive e
perguntamo-nos se no simbolizaro astronautas. Os sa-
cerdotes egpcios de Sas falaram a Slon da grande guerra
entre os atlantes e Atenas e falaram-lhe da relao entre o
Egito e a Grcia; ficamos mais intrigados ainda ao descobrir
ambos os pases ligados pela esfinge.
A mitologia grega representa a esfinge como um monstro-
fmea, filha de Tifon e da Quimera, ambos monstros com
hlito de fogo que devastaram a sia Menor, at que foram
mortos por Zeus e por Belerofonte em batalhas areas que
sugerem conflito entre astronaves. A esfinge aterrorizava
Tebas, na Becia, a cidade mais clebre da idade mtica da
Grcia, considerada a terra natal dos deuses Dionsio e
Hrcules. A esfinge grega tinha corpo de leo alado, peito e
rosto de mulher. Disandro disse que a esfinge veio para a
Grcia da Etipia provavelmente querendo dizer o Egito. A
esfinge tebana importunava os viajantes, propondo-lhes um
enigma para decifrarem, depois devorava todos os que no
podiam responder. Um jovem forasteiro chamado dipo,
que significa "ps inchados", a quem o orculo de Delfos
dissera que estava destinado a assassinar o pai e praticar
incesto com a me, na estrada de Tebas brigou com o Rei
Laio e matou-o sem saber que era seu pai. dipo desafiou a
Esfinge, que lhe perguntou: "Que criatura anda de quatro de
manh, anda com dois ps ao meio-dia e com trs noite?"
"O homem!", respondeu dipo, prontamente. "Na infncia
ele anda sobre as mos e os ps, na idade adulta anda ereto e
na velhice apia-se num cajado." Mortificada pela resposta
correta, a esfinge jogou-se dum rochedo e morreu.
Encantados, os tebanos nomearam dipo seu rei e ele se
casou com Jocasta, viva do rei falecido, gerando quatro
filhos, Os deuses enviaram uma praga e dipo soube que
tinha assassinado seu pai e casado com sua me. Jocasta
enforcou-se, dipo cegou-se e vagueou cego pela Grcia,
acompanhado de sua filha Antgona, at que as eumnides,
as deusas da vingana, o levaram da Terra. squilo, Sfocles
e Eurpides escreveram peas clssicas sobre essa tragdia; os
nossos psicanalistas evocam este complexo de dipo, a
tirania da me sobre o homem, que dizem ser a causa de
psicoses atualmente.
uma estranha histria esta, e muito confusa; poderemos
relacion-la com o antigo Egito e os astronautas?
O profundo erudito Immanuel Velikovsky, com magistral
erudio, identifica dipo com o fara hertico Aquenaton,
que subiu ao trono em 1375 a.C.
Quem foi Aquenaton, o estranho mstico, rei-filsofo, que
h trs mil anos estabeleceu na Terra, por um breve
momento, um reino de paz, amor e beleza universais, de
adorao do divino Sol, esprito da criao, a religio cs-
mica do astronauta para a qual a humanidade ainda no est
preparada?
O Egito da Dcima Oitava Dinastia, por volta de 1.500 a.C.,
atingiu o znite do poder imperial, senhor do mundo
civilizado; os tesouros e o tributo da Babilnia, da Assria, da
Palestina, de Creta e da Etipia em maravilhosa abundncia
enriqueciam o vale do Nilo. Hatshepsut, mencionada na
Bblia como a rainha de Sab, fez uma viagem oficial a
Jerusalm para conhecer Salomo em toda a sua glria e
voltou de l encantada com mais do que a sabedoria do rei
judeu: seu filho Menelik, dizem, antepassado de Hail
Selassi, atual imperador da Abissnia . O sobrinho da
rainha, Tutms III, grande conquistador da antiguidade, fez
brilhantes campanhas na Palestina, na Sria e na Nbia para
estender a benfica Pax Aegyptica sobre o crescente frtil
do Oriente Mdio; e os triunfos continuaram com Tutms
IV e Amenotep m. O requinte e a prosperidade trouxeram
inevitavelmente a decadncia; a religio de Amon, com dois
mil anos de idade, tinha perdido a sua inspirao, submersa
no materialismo. O Egito precisava de uma reforma.
O jovem rei que sbiu ao velho trono dos faras em 1.375
a.C., com a idade de quinze anos, mostrou o gnio e a
compreenso csmica de um avatar de Vnus mais do que a
imaturidade da juventude. Vivia numa sublimidade espiritual
que transcendia a moral mundana da Terra, cometendo o
erro de esperar que seus sditos fossem santos em vez de
pecadores. Amenotep (Amon repousa) IV era deformado,
tinha o crnio alongado, feies ascticas e delicadas, os
olhos de um profeta; tinha o abdmen grande e os membros
inferiores inchados; devia sofrer de epilepsia, devido s
foras psquicas que carregavam sua alma inquieta. Ele
imediatamente substituiu a velha religio politesta
degenerada de Amon pelo culto simples e luminoso de
Aton, o deus nico, simbolizado pelo disco do Sol. Os
discpulos da nova idade receberam a mudana de braos
abertos, mas uma reforma assim to iconoclasta
imediatamente provocou os sacerdotes fanticos e
transformou o populacho, que preferia as panelas de carne
desta vida s fantasias da vida futura. Amenotep mudou seu
nome para Aquenaton (Aton est satisfeito) e niudou a
capital imperial de No-Amon (A Cidade de Amon-Tebas)
para uma nova cidade maravilhosa chamada Akhetaton, que
estava fazendo construir com idealismo e beleza mais abaixo
no Nilo, na moderna Tell-el-Amarna. Aquenaton, com sua
encantadora esposa Nefertiti, cujas feies esculturais a
tornam a mulher mais admirvel da antiguidade, e suas sete
filhas, viviam nessa cidade do Sol, renunciando s tradies
mortas da religio, da filosofia e da arte, e inaugurando uma
idade de ouro de fraternidade csmica, de compaixo,
naturalismo e glorificao da vida universal, o sonho
irrealizado daquele futuro filsofo-imperador Marco Aurlio,
a esperana de visionrios de hoje, a civilizao maravilhosa
dos astronautas.
As idias de Aquenaton estavam milnios frente do seu
tempo; o povo no estava preparado para o reino de Deus na
Terra. Estar algum dia? Todos os reformadores encontram
frustrao. Ns hoje somos herdeiros da histria. Todos os
profetas inspirados do passado pregaram sua mensagem
maravilhosa, e, vejam, o mundo est ameaado pela bomba
de hidrognio! O grandioso Hino ao Sol de Aquenaton
saudava R-Harakhte como um esprito idealista universal
que sustentava todos os homens em toda parte, uma
ressurreio da religio solar dos atlantes e dos primitivos
egpcios, suplantada mais tarde pelo culto local e ento
nacionalista de Amon como deus do Egito. O jovem
visionrio procurou unir toda a humanidade numa religio
de sabedoria csmica que abrangeria do anjo ao inseto, da
estrela ao tomo, com um modo de vida que expandira a
conscincia do homem sobre o glorioso universo vivo. Mas
a natureza humana era ento a mesma que hoje. As
tabuinhas de barro desenterradas em El Amarna em 1887,
escritas em cuneiforme, na linguagem diplomtica dos
acades, revelam sinistramente que os hititas e outros povos
sditos desprezavam o pacifismo de Aquenaton como
fraqueza; freneticamente os governadores egpcios
imploravam um auxlio que no chegou, e o des-
moronamento do imprio promoveu o descontentamento
no Egito. O exrcito, frustrado, foi encorajado pelos sacer-
dotes de Amon descontentes a depor o rei e instalar nova-
mente a capital em Tebas. Deixado em isolamento, Aque-
naton foi abandonado por Nefertiti, sua esposa, sua cidade
inacabada caiu em runas, e ele passava os seus dias entregue
ao misticismo religioso, comungando com Aton. Em pouco
tempo a acumulao de desastres dentro e fora do pas
destruiu-lhe a sade precria. Morreu, possivelmente
envenenado, em 1.338 a.C., no dcimo stimo ano de seu
reinado, apenas com trinta e dois anos de idade, derrotado
na mente e no corpo, mas triunfante na alma. Como algum
mestre de outro planeta, Aquenaton trouxe a religio
csmica ao homem e encontrou dolorosa rejeio. Hoje,
trs milnios depois, nosso mundo conflagrado est
comeando a perceber alm dos credos antagnicos o
idealismo prtico da filosofia do jovem fara, o parentesco
comum de todos os homens, culto do deus nico no
universo vivo, a gloriosa fraternidade de todas as criaturas
nas estrelas incontveis do espao. Sucedeu a Aquenaton seu
genro Smenkhara, seguido do rei-menino Tutancmon, cujo
tmulo, com seus deslumbrantes tesouros de ouro, fascinou
o nosso sculo em 1922. Os vingativos sacerdotes de Amon
apagaram toda e qualquer referncia a Aton, mas hoje, em
nossa era espacial, os ensinamentos de Aquenaton brilham
com nova significao.
Que relao pode haver entre este santo fara Aquenaton,
que tentou reformar o mundo, e o trgico Rei dipo, marido
de sua prpria me? Poderiam essas personagens
extraordinrias ser realmente a mesma pessoa em diferentes
pocas e em diferentes pases? Existe algum mistrio mais
profundo por trs da imagem de Aquenaton?
Velikovsky afirma com impressionantes argumentos que as
esculturas mostram que Aquenaton tinha os membros
inchados: dipo, em grego, significa "ps inchados"; as
inscries sugerem que Aquenaton tomou Tiy, sua me,
como consorte, e gerou filho nela, exatamente como dipo,
que, sem o saber, casou com sua me, Jocasta, e gerou nela
dois filhos e duas filhas. Por mais repugnante que seja o
incesto para o nosso sculo XX, no Egito antigo os faras
consideravam-se uma dinastia divina, de modo que, por
razes de Estado, casavam irmo e irm para produzir um
sucessor, embora houvesse sem dvida algumas excees
nessa prtica. Os egpcios abominavam o casamento entre
me e filho, embora tolerassem unies entre pai e filha,
privilgio gozado por Ramss n. Os mitanianos e os antigos
persas, adoradores de deuses indo-iranianos, acreditavam
que a unio entre me e filho tinha uma alta significao
sagrada. As estreitas relaes polticas entre o Egito e Mitani
provavelmente trouxeram a influncia zaratustriana para a
corte egpcia, e isso proporciona uma explicao plausvel
para o casamento de Aquenaton e Tiy, ambos indivduos
dominantes, e sem dvida explica por que sua esposa legal, a
bela Nefertiti, o deixou. O corpo de Aquenaton nunca foi
encontrado. O tmulo miservel de Tiy sugere seu suicdio,
Jocasta enforcou-se. Provas tortuosas implicam que
Aquenaton depois sofreu cegueira e peregrinou com sua
filha Meritaten, que sofreu morte ignominiosa como a
trgica Antgona, filha de dipo, enterrada viva. Aquenaton
desapareceu, dipo foi finalmente removido da Terra pelas
eumnides, deusas da vingana.
Como Shakespeare, que raramente inventava seus enredos
mas transmutava velhas histrias com a magia do gnio,
squilo, por volta de 500 a.C., tomou histrias antigas para
confeccionar suas grandes tragdias. Durante sculos a
histria do rei egpcio, cego e incestuoso, deve ter sido
cantada por bardos atravs de muitas terras; Sfocles deu cor
local ao drama, transferindo a cena com personagens gregos
para Tebas, na Becia, cidade que por alguma estranha
coincidncia tinha o mesmo nome que os gregos davam
grande capital de No-Amon, no Nilo. Na imaginao popular
o Egito era simbolizado pela esfinge, de modo que Sfocles
certamente aproveitou a oportunidade de fazer "bom teatro"
fazendo a esfinge apresentar o prlogo de sua nobre trilogia
dipo rei, dipo em Colona e Antgona. Uma explicao
espantosa, mas, como todo teatrlogo sabe muito bem,
perfeitamente possvel.
Fora a sua dbia inspirao para os psiquiatras freudianos,
que relao poder ter esta histria de Aquenaton, ou dipo,
com a nossa presente tese dos astronautas?
Suponhamos que a histria oculte um mistrio maior do que
se imagina?
Os gregos consideravam a esfinge alada filha de Tifon e da
Quimera. A mitologia grega descrevia Tifon como um
furaco destruidor, um monstro de hlito de fogo, que lutou
contra os deuses e os homens, at que foi subjugado por
Zeus com um raio. Gerou as hrpias, descritas por Hesodo
como lindas donzelas aladas, que desciam sobre os homens,
embora outros escritores as chamassem aves repugnantes,
com cabea de mulher, que emporcalhavam tudo embaixo.
A Quimera tambm era um monstro com hlito de fogo,
parte leo e parte drago, que devastava a Ldia e a sia
Menor, at que foi morta pelo heri Belerofonte em seu
cavalo alado, Pgaso. Essas lendas parecem-nos fantsticas
enquanto no as consideramos memrias raciais
fragmentadas da guerra no cu, quando Tifon e a Quimera
so vistos como astronaves. Os gregos consideravam as
eumnides, tambm chamadas ernias, com respeitoso
terror; eram temidas pelos romanos como as frias ou Dirae,
divindades vingadoras. Os poetas representavam-nas como
terrveis donzelas aladas com serpentes entretecidas nos
cabelos e sangue gotejando da boca; temidas pelos deuses e
pelos homens, puniam a desobedincia tanto neste mundo
como depois da morte. Essas descries fantsticas parecem
imagens poticas, mas em termos gerais lembram as histrias
de terror de astronautas contadas atualmente por
camponeses da Amrica do Sul. Poderia dipo ter sido
trasladado para outro mundo numa espaonave?
Em seu livro notvel Ages in chaos (Idades em caos)
Velikovsky reconstri a histria antiga do xodo at
Aquenaton; comeando com as catstrofes narradas no livro
do xodo e no papiro de Ipuwer, sugere a surpreendente
teoria de que os egiptlogos duplicaram cerca de seiscentos
anos, tornando Hatshepsut contempornea de Salomo em
cerca de 950 a.C. e Aquenaton contemporneo de Elias em
850 a.C. e no em 1.375 a.C., que a data convencional de
Aquenaton. A correlao das cronologias antigas parece
extremamente difcil, e to impressionantes so as pesquisas
de Velikovsky, que seus achados sensacionais so difceis de
rejeitar.
No princpio do sculo IX a.C., Elias costumava confundir os
profetas de Baal fazendo descer fogo do cu; conversava
com "anjos" (astronautas) e na presena de Eliseu foi
trasladado para o cu, aparentemente numa luminosa
astronave. De acordo com o Segundo livro dos reis, captulo
2, versculo 11:
E, continuando o seu caminho, e caminhando a conversar
entre si, eis que um carro de fogo e uns cavalos de fogo os
separaram um do outro; e Elias subiu ao cu no meio dum
remoinho.
Um sculo depois Rmulo foi tambm, segundo se dizia,
arrebatado para o cu num remoinho quando julgava no
monte Palatino; o Livro de Enoc declara que sculos antes
Enoc foi levado para o cu por um remoinho.
Se "anjos" ou "astronautas" visitaram Israel, certamente
devem ter aparecido tambm no Egito. Considerando que a
histria convencional do Egito durou quatro mil anos, os
documentos so extremamente escassos, e o que resta so
elogios aos faras ou louvores aos deuses; a nossa
interpretao moderna dos hierglifos evidentemente
expressa a nossa prpria conotao dos smbolos usados e
difcil que signifique precisamente o que os escribas queriam
dizer. A histria do cisma entre Aquenaton e os sacerdotes
de Amon, anloga ao debate contemporneo entre Elias e os
sacerdotes de Baal, deduzida de alguns papiros e murais e
corroborada pelas tabuinhas de El Amarna; restam tantas
perguntas espera de resposta! Como a nossa prpria
Reforma, a reao contra a velha religio estabelecida vinha-
se acumulando havia sculos, mas o que foi que levou este
jovem "Lutero" a derrubar os dolos de Amon e a restaurar o
culto csmico do Sol, at mesmo a construir uma cidade
ideal digna de uma Idade de Ouro? De onde esse real gnio
recebeu suas idias? Sua concepo madura do universo e da
relao do homem com o Criador, suas opinies
revolucionrias sobre regime alimentar, filosofia social,
harmonia da alma, planejamento urbano, pacifismo
internacional, parecem milnios frente da nossa prpria
cultura atual. Poderia um simples jovem sem auxlio
transformar o padro de pensamento do Egito, cristalizado
atravs de sculos? "Deus" guiou Moiss; os "anjos" falavam
com Elias; seria Aquenaton inspirado por astronautas?
Captulo Doze
O XODO
Sozinho janela do palcio, o velho rei via as estrelas
cintilantes se apagarem no oriente; os ltimos traos dos
relmpagos cortavam o cu e o trovo morria nas colinas ao
ocidente. Depois duma tempestade como nunca se vira, a
Terra agitava-se num sono inquieto, esperando o
amanhecer. Uma tenso sinistra carregava o ar, as feies
orgulhosas do rei crispavam-se, a emoo distendia-lhe o
rosto, seus olhos brilhantes lampejavam de clera mal re-
primida. O cenrio pacfico de sua terra l embaixo devia
ench-lo de calma, mas em vez disso seu corao tremia
ante a nova calamidade que o dia seguinte poderia trazer.
Viria nova praga afligir a Terra? A gua transformada em
sangue, rs, piolhos, bexigas, furnculos, granizo, gafanhotos
e trs dias de escurido tinham descido sobre o pas,
afligindo homens e animais. Que coisa pior poderia acon-
tecer?
O rei franziu a testa, olhando para o acampamento ao norte.
J os capatazes tangiam os escravos para construrem as
fortificaes contra os brbaros do leste, aliados deles. Seus
supersticiosos sditos culpavam das terrveis calamidades
aqueles estrangeiros arrogantes que em poucos sculos se
tinham multiplicado a ponto de se tornarem uma ameaa
para todo o pas: agora a ral gabava-se de que seu deus
poderoso desceria e os livraria da servido. A ameaa do
chefe deles ainda soava nos ouvidos do rei: "Deixa meu povo
partir!" O rei suspirou. Poderia ele expulsar os escravos de
que precisava para aumentar os exrcitos de seus inimigos?
Insultar seus prprios sacerdotes e render-se a um deus
estrangeiro qualquer? O rei olhou para o rio largo alm,
encrespado pela brisa do amanhecer; os anos recuaram da
sua fronte, a memria reviveu aquela juventude dourada
quando ele e seu irmo colao, um enjeitado encontrado nos
canios daquele rio, brincavam e riam naquele mesmo
palcio, caavam lees no deserto e guerreavam contra os
anes negros do sul. Desde aquele dia aziago em que seu
teimoso irmo assassinara um capataz por espancar um
escravo e fugira do pas para o deserto, os dois nunca mais se
tinham encontrado at aquele dia fatdico. Enquanto os
deuses o faziam a ele rei do maior pas do mundo, seu irmo
tornava-se um excelente general, adepto da magia negra, um
mstico santo, e agora os rumores diziam que era favorecido
por um deus maravilhoso do cu, envolto em luz. Deuses! A
terra era povoada por milhares de deuses; ele mesmo, o rei,
era prisioneiro dos sacerdotes. Os deuses ainda visitariam a
Terra? Os anais do templo falavam dos crculos de fogo, dos
barcos solares vistos por seu grande antepassado, sobre
aquele mesmo palcio, duzentos anos antes. Um deus tinha
salvo sua vida? A campanha do Oriente! Sorriu
sinistramente. No assalto quela cidade o exrcito havia sido
derrotado e ele, apenas com a sua guarda pessoal, fora
emboscado pelo inimigo. Quando tudo parecia perdido, um
deus apareceu, sua gloriosa presena transformou a derrota
em vitria. Os deuses manifestavam-se aos homens. Seu
irmo tinha confundido os maiores cientistas. E aquelas
pragas? Calamidades? Coincidncia? Antes tinha havido
pragas. Seu irmo evocava poderes sobrenaturais; com a
ajuda de seu cioso deus ele era capaz de destruir a Terra
toda. Deviam sofrer os inocentes? Ele podia deixar os
escravos estrangeiros voltarem para a sua terra. Mas eles
tinham terra prpria? Franziu a testa. Ele era o rei. Devia
render-se a...?
Uma estrela caiu do cu e pairou em cima; seu brilho
fantasmagrico iluminou a terra. Um raio ofuscante cegou o
rei, varrendo todos os edifcios embaixo. Quando ele abriu
os olhos dodos, o raio brilhante desapareceu da vista. Um
horror inominvel regelou-lhe a alma. Alguma coisa tinha
acontecido. O universo respirava tragdia. No palcio uma
mulher gritou.
De todas as casas saam gritos de angstia, o sol nasceu sobre
uma cena de agonia. O rei tremia, esmagado pela
calamidade. Que novo horror teria?... Gemidos de servos.
Gritos de soldados. Pragas nos estbulos reais embaixo.
Soluos desesperados. Voltou-se e viu sua jovem rainha com
o semblante descomposto, apertando ao peito o prncipe
herdeiro. O medo trespassou-lhe o corao. Seu filho jazia
imvel. O ar da manh estava cheio de dor. Todas as famlias
choravam. Os primognitos estavam mortos.
Uma praga cresceu at se transformar num grito, num
tumulto que chegava ao cu. O deus desconhecido! Que os
estrangeiros partissem antes que todo o povo perecesse.
Diante do corpo mudo do filho, o rei curvou-se vontade
de seu povo, voz de Deus. Em meio dor deu o seu
consentimento real.
O acampamento dos escravos estava em alvoroo; os
estrangeiros regozijavam-se. bria de liberdade, a multido
saqueou a cidade aflita, e depois, cantando hinos selvagens,
homens, mulheres e crianas marcharam atrs de seu chefe
para os lados do oriente.
No palcio o rei deu ouvidos aos seus conselheiros: os
sacerdotes juravam blasfmia, os soldados vingana.
Dominado por maus pressgios, o rei comandou sua cava-
laria em rpida perseguio. Encontrando pela frente o mar
interior, os escravos viram-se impotentes. Como num
sonho, o rei viu o chefe deles, outrora seu irmo bem-
amado, erguer o basto. As guas abriram-se formando
muralhas que brilhavam branco e azul ao sol. Com gritos de
alegria, a turba atravessou precipitadamente. Os carros
pintados precipitaram-se atrs dela em ruidoso triunfo. De
repente o chefe baixou o brao. Os muros gigantescos
dissolveram-se em ondas e torrentes remoinhantes arras-
taram homens e cavalos para as profundezas. O rei olhava
em mudo horror. Deus tinha salvo uma nova nao e
afogava seu exrcito.
Uma histria assim podia ser fico cientfica, uma fbula
para moralizar sobre as loucuras do homem. No nosso bem
conhecido livro do xodo, a histria mais bem contada.
O Egito sofreu um desastre nacional, no houve um lar em
todo o pas que no chorasse o seu morto, assassinado pelo
prprio Deus. Os sacerdotes infamados, o exrcito
desonrado, os escravos libertados, as frteis terras do Nilo
poludas por pragas... deve ter sido a maior calamidade que
qualquer nao j sofreu. Os anais dum povo civilizado
devem deixar um solene rquiem, uma grave narrao para
advertir as naes futuras do castigo do passado por sua
blasfmia contra o Senhor. Os escribas so mudos. Aqueles
hierglifos pintados louvam os reis, as preces dos sacerdotes,
o solene esplendor dos deuses, mas sobre a catstrofe mais
chocante ocorrida em sete mil anos o Egito guarda silncio.
Como se o xodo nunca tivesse acontecido!
Os filhos de Israel deixaram muitos pases; diversas ocasies
devem ter entrado no Egito e sado em hostilidade; a
narrativa do xodo parece no ser histria real; pode ser
magia e mito transmitidos em liturgia hebraica para glorificar
Jeov e inspirar o povo judeu. Madame Blavatsky compara o
xodo com as lendas da Atlntida; o profundo erudito Cyrus
H. Gordon, em Bejore the Bible (Antes da Bblia), v na
epopia do xodo afinidades com a literatura homrica da
Grcia e com a literatura herica de Ugarit, todas as trs
compostas pela mesma poca. Os egiptlogos, assirilogos,
arquelogos de renome, homens de cincia, que deviam
conhecer os fatos, no encontram prova de qualquer espcie
sobre o xodo; no segundo milnio havia muitos sculos
que os semitas entravam e saam do Egito; nenhum texto
egpcio se refere milagrosa libertao mencionada na
Bblia.
A opinio profissional dos egiptlogos sumariada de modo
convincente pela Dra. Barbara Metz, ela mesma egiptloga
ilustre, em seu fascinante livro Temples, tombs and
hieroglyphs (Templos, tmulos e hierglifos), p. 151:
A conexo dos hebreus com o Egito tem sido objeto de
longas e fastidiosas discusses entre historiadores; poucos
documentos egpcios mencionam sequer Israel e nenhum
deles particularmente informativo a respeito dessa nao
ou do povo que a fundou. No h referncia egpcia a
Moiss nem a Jos; nenhum texto contm sequer o mais
vago eco do longo cativeiro, que comeou com a
escravizao dos hebreus por um fara que no conhecia
Jos e terminou com o milagre do xodo. No admira que as
teorias sobre os hebreus no Egito variem considera-
velmente. Uma escola de pensamento coloca o xodo no
sculo XV a.C., outra no sculo XIII a.C., uma terceira
verso afirma que no houve um nico xodo de povos
escravizados, mas uma srie de pequenos xodos, por assim
dizer, que foram fundidos pelas tradies e pelos escritores
judeus em um nico acontecimento.
Se aquele grrulo bisbilhoteiro que foi Herdoto, que sabia
tudo sobre todo o mundo, tivesse ouvido alguma coisa a
respeito da milagrosa libertao dos judeus do Egito,
certamente teria discorrido a respeito com o maior prazer.
Um papiro do profeta egpcio Ipuwer queixava-se duma
catstrofe universal, quando o rio se transformou em sangue;
Nefer-rohu disse que o Sol ficou velado e os homens no
podiam ver; Velikovsky associa esses prodgios a
testemunhos astronmicos, histricos e geolgicos, para
sugerir uma coliso entre Marte e Vnus, que produziu um
cataclismo na Terra, permitindo aos israelitas do Egito
aproveitarem a oportunidade para escapar. Alguns cientistas
acreditam que h trs mil anos a Terra pode ter sido varrida
por um cometa cuja cauda de gases venenosos podia ser a
causa de muitas das chamadas pragas; a turbulncia
atmosfrica poderia at ter dividido as guas pouco
profundas para os israelitas atravessarem. Os fiis, ainda
desprezando a cincia, vem nisso a "mo de Deus".
Os egiptlogos, como os cientistas, sabem apenas o que
sabem; a maioria destes homens ilustres admite que seu
conhecimento limitado pelos fatos que tm diante de si; o
desenvolvimento da arqueologia como cincia mostra que
os sbios esto sempre dispostos a trocar velhas idias por
teorias novas, apenas aparecem outras provas, atitude que
poucos telogos adotam. A descoberta de El Amarna lanou
luz sobre os tempos de Aquenaton. Quem sabe se algum dia
um campons cavando seu campo no desenterra uma estela
hieroglfica com o dirio particular de Ramss II queixando-
se de que a sua quadragsima nona lua-de-mel foi estragada
pelos israelitas, ou algum beduno de perto do monte Sinai
pode encontrar algumas peles sujas borradas com uns
caracteres curiosos que contam a Vida e amores de Moiss
por sua secretria Mriam. Tolice? Quem sabe? A fantstica
descoberta dos pergaminhos do mar Morto no
revolucionou a nossa concepo de cristianismo? Se alguma
prova real vier luz confirmando o xodo, ningum ficar
mais emocionado do que os egiptlogos; enquanto isso,
embora suas sbias opinies devam ser respeitadas, elas no
tm que ser aceitas como fatos finais; apenas uma nova
descoberta, e amanh pode ser tudo mudado. Como, por
surpreendente que parea, a nica narrativa do xodo se
encontra na literatura hebraica, no temos outra alternativa
seno estudar a histria da Bblia luz do conhecimento
antigo e moderno e desapaixonadamente escrutar os fatos
tantalizantes e confusos que h muitos sculos o mundo
vem aceitando como verdade sagrada.
O xodo descreve o pico duelo entre Moiss, inspirado por
Deus, e um fara tirnico pela libertao do Egito dos
israelitas escravizados h trs mil anos. Qual foi o cenrio do
drama? Quem foram os personagens cuja contenda nos
emociona ainda hoje?
O livro do xodo no um relato fatual e crtico de
acontecimentos, histria como a escrevemos hoje; os cro-
nistas judeus no pretendiam absolutamente escrever "his-
tria" exata; eles estavam principalmente preocupados com a
revelao de Deus ao homem atravs de seu povo escolhido,
os filhos de Israel. A tradio diz que o Pentateuco, o
primeiro dos cinco livros da Bblia, foi escrito por Moiss,
embora Filo e Josefo admitam que os captulos de depois da
sua morte foram terminados por Josu. Com todo o respeito
pelo sbio Moiss, essa miscelnea de narrativa religiosa em
estilo to empolado no faz justia sua grande inteligncia;
duvidamos que seu mrito literrio atrasse qualquer editor
atualmente. Os sbios concordam em geral em que o xodo
foi extrado de vrias fontes, compreendendo quatro grupos
principais; que o texto bblico atual foi composto
possivelmente sculos depois dos supostos acontecimentos.
Se pudssemos projetar-nos duzentos ou trezentos anos
frente e imaginar um grupo de telogos compilando a
histria (digamos) de Dunquerque a partir de uma
miscelnea de histrias populares e memrias ancestrais,
porque todos os documentos da poca foram destrudos,
talvez em uma guerra nuclear, sem dvida encontraramos o
aparente "milagre" explicado por um provocante
Montgomery recrutando Deus e flagelando o obstinado
Hitler para que deixasse a nossa Fora Expedicionria
Britnica partir. Quando Hitler se arrependeu de ter acedido
e lanou a sua Luftwaffe contra ns, Deus derrubou-a do
cu. Fantasia, blasfmia? Quem sabe? Se a nossa civilizao
for em breve destruda, poderia realmente acontecer no
futuro uma conjetura de Dunquerque assim como no nosso
xodo.
Por volta de 1300 a.C. os viris faras da Dcima Nona
Dinastia esforavam-se por reconquistar grande parte do
Imprio Egpcio, perdido pelo pacifismo de Aquenaton, mas
seus exrcitos viram-se confrontados pela crescente agresso
dos hititas que se expandiam para o sul atravs da Sria e da
Palestina. Hordas de semitas, prisioneiros de guerra e
refugiados desembocavam no Egito, estabelecendo-se nas
frteis terras do Delta, no lugar chamado Gessm. Esses
estrangeiros, tolerados pelos pacatos egpcios, no tardaram
a despertar ressentimento por sua arrogncia dominadora,
at que algum fara se sentiu obrigado a subjugar a ameaa
estrangeira que estava arruinando o pas. Decretou leis
severas, recrutando os asiticos para a construo de
fortificaes; alguns desses asiticos eram israelitas.
Quem era o Deus que governava Moiss? O Deus que falava
a Moiss da sara ardente (xodo, 4, 6) dizia: "Eu sou o Deus
de teu pai, o Deus de Abrao, o Deus de Isac, e o Deus de
Jac". O captulo 18 do Genesis diz que nas plancies de
Mamra Abrao "estava assentado entrada da sua tenda, no
maior calor do dia. E, tendo levantado os olhos, apareceram-
lhe trs homens que estavam em p junto dele". Um dos
"homens" Abrao reconheceu como o "Senhor". Ele tinha
encontrado o "Senhor" em vrias ocasies, notadamente
quando o "Senhor" estabelecera uma "aliana eterna" com
Abrao e seus descendentes, prometendo-lhes a terra de
Cana. pedido de Isac o "Senhor" tinha remediado a
infertilidade de sua mulher (Genesis, 25) e jurado que sua
semente se multiplicaria "como as estrelas no cu", o que
eles fizeram em Gessm, para terror dos egpcios, que viam
seu Estado ameaado. As manifestaes do "Senhor", s ou
acompanhado de "anjos", em seu "poder e glria", tinham
dominado a vida e a religio dos hebreus; Moiss soube
imediatamente que a apario era Jeov, o Deus de Israel. O
hebreu El Shaddai (Deus Todo-Poderoso) lembra o deus
srio Addu (Hadad), mencionado freqentemente nas
tabuinhas de El Amarna, mas provavelmente tem mais
afinidade com o assrio Shaddu, que significa "montanha",
especialmente quando o "Senhor" geralmente aparecia em
montanhas, aonde chamava seus profetas. Os textos
ugarticos referem-se a Yawe como um deus mais jovem,
filho de El; os sumerianos identificavam-no com Enlil, os
babilnios com Marduc. A aliana entre Deus e Abrao tem
um equivalente na proteo divina que Atena dispensava a
Ulisses, Afrodite e Anquises, Istar e Hatusili, de modo que a
relao especial pretendida pelos israelitas no era nica: a
maioria dos pases antigos e tambm muitas naes mo-
dernas acreditam ser o "povo escolhido" de Deus.
A palavra "deus" evidentemente deve ter pelo menos dois
significados distintos. Hoje ns compreendemos que Deus,
o Absoluto, sonha a existncia de incontveis universos
finitos que se repetem em muitas dimenses paralelas; que
coexistem mundos espacialmente em diferentes freqncias
de matria, todos refletidos por universos complementares
de antimatria; e pode haver outras manifestaes da Criao
alm do nosso conhecimento. Certamente ningum mais
sustenta que Deus, o Criador, de algum modo entrou em seu
Sonho Csmico e desceu a um insignificante pontinho de p
em seu vasto universo para se imiscuir nos negcios de um
povo nmade e ignorante, para assassinar os inimigos desse
povo, que ele criou para um fim que ainda no est bem
esclarecido! Os israelitas, no sabendo nada absolutamente
sobre outros mundos, viam Deus como um ser maravilhoso,
que descia do cu numa nuvem ou roda de fogo (querubim),
exatamente como os indianos, os chineses, os japoneses e os
egpcios antigos viam seus prprios deuses descerem em
carros de fogo. Hoje ns compreendemos que o Deus de
Moiss era um ser extraterrestre que descia na Terra em uma
astronave.
Quem era o "novo rei que no conhecia Jos"? (xodo, 1,8)
Os textos egpcios no fazem referncia alguma a Jos.
Muitos semitas eram vendidos para a escravido no Egito;
um deles poder ter subido a uma alta posio,
possivelmente durante o domnio dos hicsos, mas no h
confirmao egpcia do romance bblico. Deve ter havido
vrias incurses de semitas atravs dos sculos no Egito e
provavelmente outros tantos casos de xodo. Visto que
nenhuma inscrio egpcia jamais menciona Jos, Moiss ou
o longo cativeiro, evidentemente difcil estabelecer a data
precisa do xodo. H murais representando semitas
construindo as cidades-armazns de Pitom e Ramss (xodo,
1, 11), e por isso conclui-se convencionalmente que o fara
da opresso foi Ramss n (1.292 a.C. a 1.225 a.C.). Seu filho
Mernept pode ter sido o fara da libertao, embora os
egiptlogos, no tendo nada para apoiar essa tese, discordem
entre si. A verdade verdadeira que ningum sabe a data do
xodo, quem foi o fara em questo, ou se os
acontecimentos narrados na Bblia realmente aconteceram.
O notvel paradoxo que enquanto a Histria de Geoffrey
de Monmouth, que descreve os primeiros reis da Gr-
Bretanha, rejeitada como fabulosa, histrias hebrias
semelhantes, relativas ao mesmo perodo, no s so aceitas
como literalmente verdadeiras at o ltimo ponto final, mas
por trs mil anos constituram o alicerce das religies judaica
e crist, tornando-se a base da nossa cultura ocidental.
A invaso dos hicsos e a conquista do Egito por asiticos
algumas centenas de anos antes, levada a efeito atravs de
sculos, fez Ramss se lembrar da crescente "quinta-coluna"
de estrangeiros existente no pas, e, ao se preparar para a
guerra com os avassaladores hititas, internou os israelitas e
forou-os a trabalhar naqueles prodigiosos monumentos que
fizeram dele provavelmente o homem que melhor
propaganda recebeu na histria. Prendendo agentes inimigos
em potencial, Ramss tomou as mesmas precaues de
segurana que todos os pases tomam em tempo de guerra, e
naturalmente os israelitas no gostaram dessa tirania e
exigiram que os libertassem. Se todos os alemes e italianos
internados na Inglaterra durante a guerra exigissem ser
libertados e repatriados para irem reunir-se s foras
inimigas, podemos imaginar qual seria a resposta do
governo! Ramss provavelmente ficou bastante
impressionado com o deus de Moiss, Jeov. No devia ele
mesmo a sua vida a um deus? Em 1.287 a.C. ele tinha
marchado para o norte at Cades, a grande fortaleza dos
hititas margem do Orontes, no Lbano. A espionagem
deficiente e a estratgia astuciosa do inimigo levaram
derrota do exrcito egpcio, e Ramss, apenas com a sua
guarda pessoal, viu-se cercado por milhares de hititas e cara
a cara com a aniquilao. Em seu desespero orou a Amon e,
como mais tarde registraram suas inscries, "ao grito do
meu desespero, o deus veio a mim rapidamente, tomou-me
a mo e deu-me fora at que o meu poder se tornou o
poder de cem mil homens". Ramss contra-atacou, por feliz
coincidncia apareceu uma diviso egpcia no momento
crucial, como Bliicher em Waterloo, e Ramss conquistou
uma gloriosa vitria. Os hititas, em assentamentos existentes
em seus arquivos reais de Boghazkoi, juram que Ramss
sofreu uma derrota esmagadora o que prova que os
communiqus de guerra eram to mentirosos como
atualmente. Era moda entre os povos da antiguidade se
gabarem da interveno de um deus, o que nos faz
perguntar se isso ter realmente acontecido. Ccero, em Da
natureza dos deuses, Livro Primeiro, captulo 2, conta que
em 498 a.C. Castor e Plux intervieram para ajudar os
romanos na Batalha do Lago Regillus; Herdoto, Livro
Quarto, captulo 118, e Plutarco, em Teseu, afirmam que em
490 a.C., na batalha de Maratona, uma figura sobre-humana
foi vista por grande nmero dos atenienses lutando do lado
deles contra os persas. Os Annales Laurissenses descrevem
"escudos de fogo alados" do cu derrotando os saxes que
sitiavam Sigiburb em 776 d.C. Teria Ramss sido salvo por
um astronauta?
Depois da guerra, Ramss assentou para criar famlia.
Mesmo na nossa poca, em que o ndice de nascimentos
espantoso, maravilhamo-nos com a sua espantosa virilidade.
As vitrias de Ramss na cama excederam as obtidas no
campo de batalha. Os egiptlogos verificam com espanto e
inveja que Ramss gerou cerca de cem filhos e cinqenta e
nove filhas, muitas das quais ele mesmo desposou, gerando
assim os seus prprios netos. Na nossa era de abonos de
famlia, uma empresa to estimulante resultaria mais
proveitosa do que a loteria esportiva. Um homem macho
desse calibre no se deixaria atemorizar por Moiss, mesmo
com Deus ao seu lado.
Ramss, apesar do seu exerccio sexual ou graas a ele,
talvez , reinou sessenta e sete anos, mais tempo do que a
Rainha Vitria, e foi sucedido por seu filho de meia-idade,
Mernept ("amado de Pt"), que logo se viu confrontado
pela invaso lbia do sul. Como seu terrvel pai, Mernept na
hora da aflio procurava o conselho dos deuses. Na noite
anterior batalha, Mernept teve uma viso do deus Pt, que
lhe oferecia uma espada e lhe dizia para espantar o medo.
Com Deus ao seu lado Mernept obteve a esperada vitria.
No certo se sua apario foi um astronauta, embora mais
ou menos por esse tempo, a algumas centenas de
quilmetros de distncia, os gregos estivessem pondo cerco
a Tria. Homero canta o auxlio que cada lado recebe dos
deuses, que podem ter sido seres extraterrestres. Seria de
surpreender que um astronauta deixasse a bela Helena por
espao de meia hora e voasse at o Egito para ajudar
Mernept em apuros? A tradio diz que Helena, depois de
indiretamente queimar as torres altssimas de lion, foi
arrebatada de Tria para as terras do Nilo, embora alguns
gregos jurem que foi outra beldade com o mesmo nome, a
mesma figura e o mesmo rosto, que, por uma estranha
coincidncia, tambm tinha deixado seu real marido para
fugir com um jovem e fascinante prncipe. Que pena que os
gregos no tivessem suplementos dominicais: squilo teria
perdido os seus louros para os cronistas atenienses! Se de
fato Mernept foi o fara daquelas negociaes finais com
Moiss, ele tambm devia ter conhecimento direto dos
deuses.
Essa grande figura patriarcal universal velada em mito e
mistrio; fora das tradies hebraicas no se encon- tra
referncia a Moiss em documentos contemporneos,
embora sua vida e palavras tenham muita semelhana com
as de outros heris tutelares da mitologia grega e ugartica. O
nascimento e destino futuro de Moiss foram profetizados
ao fara, que ento ordenou a morte de todos os meninos
hebreus. Isso o que informam o Talmude e o historiador
Joseo (Antiguidades, n-ix), um curioso paralelo com a
chacina das crianas por Herodes (So Mateus, 11-16). Para
salvar a vida de seu filho, a me, Yochabed, filha de Levi,
colocou-o numa arca de juncos na beira do rio, onde foi
encontrado por Bathia, filha do fara; ela o adotou e criou
como Prncipe Ahmose na corte egpcia. Histrias
semelhantes foram contadas a respeito de muitos heris da
antiguidade, notadamente Ciro (Herdoto, 1-110) e Rmulo
(Tito Lvio, 1-4). Sargo, o primeiro rei semita da Babilnia,
nasceu de uma mulher pobre, que o colocou numa cesta de
canios a flutuar no Eufrates, at que foi encontrado e
adotado por um jardineiro do palcio real. O nome "Moiss"
pode originar-se de "mosi", que significa "nascido", ou de
"mashah", "tirado" (das guas), mas alguns eruditos afirmam
que ugartico. O Dr. George Hunt Williamson, em seu
notvel livro Secret places of the lion (Os lugares secretos do
leo), afirma saber que em outras encarnaes Moiss foi
prncipe reinante da Lemria, Hamurbi, legislador da
Babilnia. Jos, o rei Davi, Daniel, Jos, pai de Jesus, Merlin,
Montezuma e Joseph Smith, fundador da Igreja Mrmon.
Infelizmente, o Dr. Williamson no divulga as fontes de sua
divertida revelao nem do suposto entendimento secreto
entre Moiss e seu "querido amigo" Ramss II, cuja grande
alma aparentemente encarnou como Amenotep III (pai de
Aquenaton), Jonatas, Plato, Felipe, o apstolo, o Rei Artur
da Tvola Redonda e Swedenborg. Seria fascinante, embora
infrutfero, especular sobre as personalidades mundiais que
encarnam Moiss e Ramss atualmente.
Os ocultistas acreditam que Moiss se tornou o mais
inspirado adepto dos mistrios egpcios, iniciado na cincia
secreta herdada da Atlntida e da Lemria, o que o capacitou
para o seu futuro papel de guia de Israel. O Talmude declara
que, quando tinha apenas trs anos de idade, Moiss tirou a
coroa real da cabea do fara e a colocou na sua prpria
cabea. Como prova da sua inteno foram colocados diante
dele dois pratos, um contendo fogo e o outro ouro. Um
"anjo" invisvel dirigiu a mo dele para o fogo, que ele levou
boca, e desde ento ficou lento de fala. Se tivesse pegado o
ouro, teria sido morto. Moiss cresceu e tornou-se um belo
prncipe, adestrado nas maneiras da corte e na guerra.
Trajava vestes reais e era amado pelo povo. Quando tinha
dezoito anos, foi visitar o pai e a me em Gessm e, vendo
um capataz egpcio espancar um hebreu, matou o egpcio e
fugiu, indo reunir- se a Kikano, rei da Etipia, para quem
obteve grandes e gloriosas vitrias. O Talmude afirma que os
etopes coroaram Moiss seu rei e lhe deram a viva de
Kikano como esposa; mas Adonith, muito naturalmente,
ops-se a ser esposa "s no nome", e procurou levantar
contra Moiss o povo, que o amava muito. Moiss abdicou
voluntariamente, mas, com medo de voltar ao Egito, viajou
para Madian. Descansando junto dum poo, encontrou a as
sete filhas do pastor Jetro, com quem ele tinha vivido por
alguns anos, desposou Sfora, filha de seu hospedeiro, uma
curiosa analogia entre outro peregrino mais ou menos da
mesma poca, Ulisses, que casou com Nusica em circuns-
tncias mais ou menos semelhantes.
Dois anos mais tarde Moiss levou seu rebanho para o
Roreb, a montanha de Deus.
Apareceu-lhe o anjo de Jeov numa chama de fogo do meio
de uma sara, e Moiss via que a sara ardia, sem se
consumir. (xodo, 3, 2.)
Da "sara ardente" a voz de "Deus" advertiu Moiss de que
no devia chegar mais perto, depois informou-o de que o
"Senhor" tinha ouvido o clamor de seu povo em aflio no
Egito, e ordenava a Moiss que fosse ao fara e exigisse a sua
libertao. "Deus" conduziria os filhos de Israel para uma
terra onde corriam leite e mel. Atravs dos sculos os
comentadores no tm conseguido dar muito sentido a esse
aparecimento de "Deus dentro de uma sara ardente que
no se consumia; qualquer explicao convencional parecia
completamente improvvel. Nossa nova experincia com os
fenmenos dos discos voadores imediatamente oferece uma
maravilhosa e empolgante explicao interpretada pelos
pousos de astronaves comunicados atualmente. Um ufo
resplandecente visto atravs dos ramos de uma rvore seria
descrito por pessoas completamente ignorantes como uma
"sara ardente"; seria perigoso chegar muito perto do campo
de fora da astro- nave. De acordo com o Talmude, Moiss
notou um bordo no jardim madianita e apanhou-o para us-
lo como cajado; pela mais estranha das coincidncias, era o
mesmo bordo que Ado levara para fora do den e passara
para Abrao, No, Isac, Jos, e agora para Moiss; sugeriu-se
tratar-se na realidade da vara Vril, dotada de maravilhosos
poderes, usada pelos iniciados nos tempos atlnticos; embora
admitindo tratar-se de uma explicao um tanto fantasiosa,
uma vara assim poderia realmente produzir os aparentes
milagres efetuados por Moiss.
Moiss, com sua mulher e filhos, voltou ao Egito.
espantoso ler no xodo, 4, 24, que, quando pararam em uma
estalagem, o "Senhor" encontrou-se com Moiss e tentou
mat-lo! Esse incidente inexplicvel demonstra que a
narrativa do xodo dada na Bblia um tanto irracional e
sem dvida tende a enfraquecer a plausibilidade de todos os
outros acontecimentos fantsticos. Acompanhado de seu
irmo mais velho, Aaro, Moiss enfrentou o fara, que se
manteve impassvel apesar dos milagres efetuados por
Moiss e das nove pragas enviadas pelo "Senhor". dcima
praga, que causou a morte dos primognitos, o fara cedeu,
e os israelitas, carregados com tesouros dos egpcios, fugiram
para o leste. Evitando o caminho mais curto ao longo da
costa, possivelmente para no passarem pelas fortalezas da
fronteira, dobraram para o sul e atravessaram as guas pouco
profundas do mar Vermelho, perto de Suez. Acredita-se
convencionalmente que ventos fortes tenham separado as
guas temporariamente, formando um vau por onde os
israelitas passaram; uma sbita tempestade possivelmente
aoitou as ondas e alagou os carros egpcios que se debatiam
na lama. Uma curiosa lenda diz que o fara se viu
transportado a Nnive, evocando vises duma astronave;
provavelmente voltou a p para casa.
O prprio "Senhor", um poderoso astronauta, que por
alguma razo ainda obscura adotou os israelitas, encontrou
evidentemente dificuldades prticas para efetuar a libertao.
Ele no poderia bombardear Gessm com bombas nucleares,
como fizera com Sodoma e Gomorra, matando igualmente
egpcios e israelitas; mas o fara s cederia a uma fora
irresistvel. As pragas sugerem que o "Senhor" tentou
alguma forma de guerra qumica e bacteriolgica como a
empregada naquelas guerras celestes sobre a China;
finalmente decidiu-se pela execuo seletiva de alguns
egpcios. Os israelitas receberam ordem de pintar os umbrais
de suas portas com sangue e comerem apenas certas
comidas, e ento o "anjo do Senhor" "passaria por eles". Que
conexo poderia haver entre "comida" e ser passado por alto
pelo anjo vingador? O Daily Express de domingo, 16 de abril
de 1966, diz que os cientistas da Universidade Cornell, de
Nova York, informam que estava sendo testada uma vacina
anti-radiao, e que podemos estar beira duma soluo
sensacional. A vacina feita da planta dum feijo oriental do
gnero Canavalia j se revelou bem sucedida em
camundongos e poderia proteger populaes inteiras contra
a poeira radiativa dum ataque nuclear. Talvez as restries
do regime alimentar a certas comidas desse aos israelitas
imunizao contra alguma radiao letal usada pelo "Senhor"
para matar egpcios; prova das tcnicas qumico-biolgicas
de que os astronautas dispunham. Por mais fantstica que
parea essa teoria, ela no impossvel. No prximo sculo
os nossos cosmonautas, ao desembarcarem em outro
planeta, podero adotar uma tribo amiga e, mais tarde, serem
obrigados a libert-la do cativeiro com armas como as que o
"Senhor" usou para libertar os israelitas no Egito.
E o Senhor ia adiante deles de dia numa coluna de nuvem,
para lhes mostrar o caminho, e de noite numa coluna de
fogo para lhes servir de guia num e noutro tempo. (xodo,
13, 21.)
Muitos observadores hoje, particularmente os scios da
Fraternidade Csmica de Yokohama, que durante a ltima
dcada afirmam ter visto vrias naves-bases nos cus
japoneses, concordam em que as enormes naves
opalescentes parecem nuvens e numerosas testemunhas
confirmam que noite as astronaves parecem colunas de
fogo. O "Senhor" estava aparentemente fazendo uma longa
visita Terra, se bem que no to longa como os quarenta
anos que se diz ter durado a travessia do "deserto" entre o
Egito e a Palestina. Seu quartel-general seria provavelmente
o "navio-base", um grande "porta-avies" do qual desceria
Terra em um "disco" ou "nave de esclarecimento". Ele
ordenou aos israelitas para "fazerem um santurio a fim de
que eu possa morar entre eles". xodo, 25, o "Senhor"
descreve minuciosamente a forma, a construo, a madeira,
as cortinas e os ornamentos de ouro, prata e bronze desse
tabernculo onde poderia residir em segredo, escondido do
povo. O tabernculo continha a arca da aliana, construda
segundo especificaes precisas, um cofre oblongo de
madeira seca, recoberto de ouro, que para as nossas mentes
cientficas atualmente parece ter sido uma caixa isolada
carregada de energia eletrosttica de alta voltagem,
suficientemente poderosa para matar qualquer pessoa que a
tocasse; da se exortarem os fiis a guardarem uma distncia
respeitosa, porque o lugar onde pisavam era "santo". Em
tempos antigos, os iniciados parece que eram versados em
cincia psicoeltrica, provavelmente herdada dos
astronautas. Na Gr-Bretanha os druidas usavam foras
eltricas como Dis Lanach ("relmpago dos deuses") e Druis
Lanach ("relmpago dos druidas"), com as quais secavam os
inimigos. Numa Pomplio, um rei de Roma antiga, manejava
armas mgicas. Na antiga Bagd foram encontrados "objetos
rituais" que, examinados, revelaram ser pilhas voltaicas. Os
povos primitivos tinham uma venerao supersticiosa pelo
raio; provvel que os sacerdotes de Israel, como feiticeiros
em todo o mundo, usassem eletricidade eletrosttica, talvez
de maneiras no usadas hoje.
Os sacerdotes do mundo antigo desenvolveram uma cincia
psicoeltrica diferente da nossa prpria cincia e possuam
conhecimentos que os nossos pesquisadores s agora esto
descobrindo. O "Senhor", xodo, 28, deu instrues
detalhadas sobre a feitura das vestes e insgnias usadas por
Aaro e outros sacerdotes, enumerando as vrias jias de
ouro puro que deviam ornamentar o "peitoral do juzo" que
continha o urim e o turrim. Esses dois estranhos dispositivos
aparentemente permitiam aos sacerdotes falarem com o
"Senhor" onde quer que ele pudesse estar no cu. Para os
antigos as jias tinham profunda significao astrolgica, de
que os nossos cientistas zombavam, at que descobriram as
propriedades fantsticas dos semicondutores,
transformadores e lasers que esto transformando a
eletrnica; agora parece que os cristais de jias possuem
estranhos poderes. Hoje instrumentos microeletrnicos
escutam em embaixadas, telemetram informaes de
satlites, rubis focalizam raios laser com incrvel potncia e
preciso; os urins e turrins eram provavelmente rdios em
miniatura como os pequeninos discos que dizem que os
astronautas usam atualmente. A mitologia e o folclore
abundam em estranhas referncias a jias com influncia
fatal sobre seus infelizes possuidores. Essa cincia trans-
cendente foi provavelmente transmitida aos iniciados na
Terra pelo "Senhor" ou outros mestres do espao.
Ao terceiro dia, depois de raiar o dia, houve troves e
relmpagos. Uma nuvem espessa cobriu o monte, e ouviu-se
um sonido de buzina muito forte; estremeceu todo o povo
que estava no arraial.
Moiss levou o povo para fora do arraial ao encontro de
Deus; e pararam ao p do monte.
O monte Sinai, todo ele, fumegava, porque Jeov tinha
descido a ele em fogo; do monte subiu o fumo, como o
fumo duma fornalha, e o monte tremia grandemente.
(xodo, 19, 16-18.)
Deus tinha advertido Moiss previamente, proibindo o povo
de chegar at o monte, pois certamente morreriam. O
fenmeno descrito aparentemente representa o pouso da
nave-base no cume do monte Sinai, observado pelos ate-
morizados israelitas, que nada compreendiam.
A entrega dos dez mandamentos a Moiss pelo "Senhor", no
monte Sinai, reverenciada pelos judeus e cristos como
uma revelao divina nica na histria humana, provando
que os israelitas devem ser o "povo escolhido" de Deus. Os
crentes das Escrituras devem saber que Minos, fundador de
Cnossos, recebeu as leis cretenses de um deus num monte
sagrado, citado por Dionsio de Halicarnasso em
Antiguidades romanas, 2-61; uma estela desenterrada em
Babilnia representa o grande legislador Hamurbi aceitando
as suas famosas leis em tabuinhas de pedra de um Deus,
Smas, tambm numa montanha. A maioria dos pases
venera alguma montanha sagrada relacionada com seus
deuses. A revelao a Moiss recebendo os dez
mandamentos escritos em lajes de pedra no monte Sinai
podia ser apenas uma representao convencional para
inspirar o patriotismo israelita; se o acontecimento real-
mente ocorreu, aparentemente sugere instruo por um
astronauta.
Depois de conduzir os israelitas atravs do deserto at a
fronteira de Cana, Moiss subiu ao monte Nebo, de cujo
alto cume o "Senhor" lhe mostrou a Terra Prometida, onde
ele no poderia entrar; diante dessa viso abenoada, o
patriarca morreu. Moiss tinha cento e vinte anos de idade,
"seus olhos no estavam fracos nem suas foras naturais
diminudas". O monte Nebo era consagrado a Mercrio,
identificado com Tot e Hermes; suas encostas eram
freqentadas por iniciados dum culto antigo, que se dizia
que adoravam o planeta Mercrio, sugerindo que essa
montanha podia ter sido um campo de pouso de astronautas
desse mundo oculto.
O Midrash afirma que Moiss era "meio Deus, meio
homem", verdadeiro rei de Israel. Se a libertao narrada no
livro do xodo realmente aconteceu ponto a discutir; as
tradies de Moiss, to firmemente arraigadas na cons-
cincia judaica por mais de trinta sculos, inspiraram no s
os hebreus, mas toda a humanidade. Esse herico chefe
lutou para desviar os israelitas de seus deuses tribais e
convert-los ao monotesmo, a adorao de um deus nico.
O prprio Jeov era provavelmente um astronauta, mas a
doutrina esotrica do judasmo reconhece a essncia supre-
ma de Deus, o Criador; e assim Moiss, por sua pica
inspirao, realizou o sonho de Aquenaton.
um paradoxo fascinante que a realidade de Moiss nos seja
aparentemente provada no pela Bblia, mas pelos
fenmenos da nossa prpria era espacial. Aqueles encontros
de Moiss com Deus evocam os encontros de Adamski com
Orthon, de Vnus; o "poder e a glria" que ofuscavam os
israelitas lembram as astronaves brilhantes que assombram
muitos homens atualmente. Aqueles tempos maravilhosos
do Velho Testamento esto chegando novamente. Em todo
o mundo homens e mulheres dedicados esperam a chegada
de seres extraterrestres das estrelas; talvez j alguns
espaonautas estejam inspirando algum novo Moiss a
libertar a humnidade da escravido do nosso trgico sculo
XX.
O antigo Egito foi realmente visitado por astronautas? Os
acontecimentos sobrenaturais do xodo podem ser ex-
plicados como uma interveno extraterrestre nas terras do
Nilo?
Um papiro muito deteriorado encontrado entre os papis do
defunto Professor Alberto Tulli, diretor do Museu Egpcio
do Vaticano, traduzido pelo Prncipe Bris de Rachenwiltz,
foi identificado como parte dos anais de Tutms m, de
aproximadamente 1500 a.C. (900 a.C., segundo Valikovsky).
... No ano 22, do terceiro ms do inverno, sexta hora do dia,
os escribas da Casa da Vida verificaram que vinha vindo um
crculo de fogo no cu... no tinha cabea. De sua boca saa
um hlito que fedia. Media uma vara de comprimento e uma
vara de largura, e era silencioso. E os coraes dos escribas
encheram-se de terror e confuso. Os escribas arrojaram-se
de bruos no cho... Comunicaram-no ao fara. Sua
Majestade ordenou... Foi examinado... estava meditando
sobre o que tinha acontecido e que foi registrado em papiros
na Casa da Vida. Ora, depois que alguns dias se tinham
passado, eis que aquelas coisas se tornaram mais numerosas
do que nunca no cu. Brilhavam mais do que o brilho do Sol
e estendiam-se at os limites dos quatro suportes do cu.
Dominando no cu estava a estao desses crculos de fogo.
O exrcito do fara observava com ele no seu centro. Era
depois da ceia. E ento esses crculos de fogo subiram mais
alto no cu para os lados do sul. Peixes e animais alados ou
aves caram do cu. Uma maravilha nunca antes vista desde
a fundao deste pas! E o fara mandou trazer incenso e
fazer paz na terra... E o que aconteceu o fara ordenou que
fosse escrito, nos anais da Casa da Vida... a fim de que fosse
lembrado para sempre.
Tutms IV, av de Aquenaton, dormindo sob as estrelas,
entre as patas da esfinge, "sonhou" que um "deus" lhe
ordenava que afastasse a areia e revelasse a esfinge em sua
verdadeira grandeza. Seria um astronauta a "viso" do fara?
Herdoto, no Livro Segundo, captulo 91, descreve
vividamente o Templo de Perseu, filho de Danae e Zeus, na
cidade de Chemmis, perto de Tebas, acrescentando:
O povo de Chemmis diz que ste Perseu aparece
freqentemente aqui e alm na sua terra e tambm dentro
do templo; e uma sandlia de dois cbitos de comprimento
que ele usou foi encontrada e toda a vez que esta aparece o
Egito floresce... E dizem que quando ele veio ao Egito pela
mesma razo que os gregos dizem, isto , para apanhar a
cabea da Gorgona da Lbia, ele veio at eles tambm e
reconheceu todos os seus parentes.
Perseu, o matador da Medusa, cujo rosto transformava todos
os homens em pedra, voava atravs do ar com sandlias
aladas, evocando lembranas de astronautas.
Pelo ano de 670 a.C. o crescente poder da Assria ameaava
o Oriente Mdio; em campanhas de feroz crueldade,
Senaqueribe queimou as cidades de Israel e avanou sobre o
Egito. Ezequias uniu-se ao Fara Tiharkah (Herdoto diz
"Sethos") para se opor ao inimigo comum. Herdoto (Livro
Segundo, captulo 141) conta que quando Senaqueribe, rei
dos rabes e dos assrios, entrou com seu vasto exrcito no
Egito, ningum do exrcito egpcio quis ir em auxlio do
fara. Em sua aflio, o monarca entrou no santurio interior
e, diante da imagem do deus, lamentou a sua sorte iminente.
E adormeceu. O deus apareceu e disse-lhe que se
tranqilizasse, pois ia mandar-lhe quem o ajudaria. O fara
reuniu um exrcito de negociantes, artesos e gente do
mercado e marchou para Pelsio, na fronteira do Egito.
Ento, quando os adversrios vieram, bandos de ratos do
campo avanaram sobre eles de noite e roeram seus
carcases, seus arcos e as alas de seus escudos, de modo que,
de manh, eles fugiram desarmados e muitos foram mortos.
(Herdoto, Livro Segundo, captulo 141.)
Isso nos faz lembrar uma famosa caricatura de Bruce
Bsirnsfather, da Primeira Guerra Mundial. "Old Bill",
examinando as trincheiras arrasadas e os abrigos destrudos,
observa para outro soldado ingls que o estrago deve ter sido
causado por ratos. Oficiais do servio secreto alemo,
examinando a caricatura intrigados, protestam com
indignao: "Propaganda inglesa! O ataque foi levado a efeito
por fogo de morteiros. O alto comando no recruta ratos".
Herdoto, surpreendentemente impressionado, concluiu:
E agora este rei ergue-se em pedra no templo de Hfaistos
com um camundongo na mo, e a inscrio diz: "Olha para
mim e s piedoso".
Essa curiosa referncia de Herdoto a multides de ratos do
campo roendo os carcases e as cordas dos arcos dos assrios
lembra a guerra entre Nemrod, rei da Babilnia, e Abrao,
que invocou uma imensa nuvem de mosquitos que cobriu o
sol e roeu os soldados de Nemrod at os ossos. Lembramo-
nos de Hiroxima e Nagasqui! Para o ignorante, a morte por
bombas radiativas poderia parecer como o roer de
incontveis camundongos ou ser comido vivo por
mosquitos.
O livro de Isaas, 37, sugere que essa libertao ocorreu no
em Pelsio, mas na prpria Jerusalm. Ezequias, alarmado
com a invaso assria, procurou ansiosamente a ajuda do
profeta Isaas, que disse que o Senhor prometeu "mandar
uma praga" contra Senaqueribe. Ao receber pedidos de
assistncia do angustiado rei egpcio, Tirhakah, Ezequias
orou ao Senhor pedindo auxlio. O qual lhe deu sua resposta
atravs de Isaas.
Eu protegerei esta cidade, para a salvar por causa de mim e
por causa de Davi, meu servo.
Saiu, pois, o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assrios
cento e oitenta e cinco mil homens. E, despertando o
acampamento pela manh cedo, eis que todos estes eram
corpos mortos. (Isaas, 37, 35-36.)
Essa exploso do cu lembra a destruio de Sodoma e
Gomorra pelos anjos do Senhor. Exame recente dessa rea
sugere bombardeio nuclear por astronautas. Nennius, em sua
Histria da Gr-Bretanha, lembra que So Germano orou ao
Senhor por trs dias e trs noites e, na terceira noite,
terceira hora, caiu fogo do cu e queimou totalmente o
Castelo de Vortigern, matando a ele e a todas as suas esposas.
Nennius tambm menciona: "So Patrcio lembrava Moiss
quando o anjo lhe falou em uma sara ardente, tambm ele
viveu cento e vinte anos e ningum conhece o seu
sepulcro". Um interessante suplemento aos acontecimentos
alegados no xodo!
A maior personagem que j pisou aquelas histricas areias do
Nilo foi sem dvida Apolnio, o "fazedor de milagres" de
Tiana, que algumas pessoas acreditam que foi Jesus. Antes do
nascimento de Apolnio, em 4 a.C., uma apario se
materializou me dele e revelou-lhe que era Proteu, deus
do Egito, e que o filho que ela ia ter seria ele. Apolnio,
acompanhado de seu fiel Damis, visitou a ndia e a maioria
das terras do Mediterrneo; a pitoresca biografia que dele
escreveu Flvio Filstrato rivaliza com a obra de Herdoto
como o mais fascinante dirio de viagem da antiguidade.
Essa maravilhosa e benigna figura passou muito tempo entre
os gimnosofistas, os filsofos nus do alto Nilo; seus
ensinamentos foram provavelmente recebidos de seres
espaciais, pois quando Apolnio desapareceu, com a idade
de cem anos, os cretenses juraram que ele tinha subido ao
cu. Durante sculos depois de sua "morte" Apolnio foi
adorado como um deus.
difcil encontrar provas tangveis de astronautas no antigo
Egito, especialmente porque os nossos egiptlogos, hostis
atividade extraterrestre, no as reconheceriam. Em cinco
mil anos, que vestgios restaro para mostrar que a nossa
prpria Real Fora Area uma vez dominou os cus do
Egito? Na Lbia h trechos de deserto juncados de umas
pedrinhas vtreas chamadas tektites, que contm os istopos
radiativos alumnio 26 e berlio 10. O fsico armnio M.
Agrest, em seu brilhante artigo publicado na Literaturnaya
Gazeta, de Moscou, explica que devem ter menos de um
milho de anos; como as tektites no so de origem
vulcnica ou csmica, provavelmente foram formadas por
intenso calor e radiatividade; ele sugere que foram fundidas
nas areias por espaonaves ao frearem subitamente ou talvez
pelos seus retrofoguetes. Outros cientistas soviticos
sugerem uma nave interestelar sondando a superfcie da
Terra embaixo com "sondas" especiais e seriam essas sondas
que produziram as tektites. M. Agrest tambm chama a
ateno para o terrao ciclpico existente em Baalbek, entre
as montanhas do Lbano, que mistificou Mark Twain
quando passou por l; alguns dos enormes blocos de pedra,
com mais de mil toneladas de peso, exigiriam mais de
quarenta mil homens para mov-los fora de brao.
Lembramo-nos das estruturas gigantescas da Amrica do Sul
e pensamos novamente nas pirmides. O Lbano no fica
longe do Egito e do deserto da Lbia. Quem talhou esses
blocos? Por qu? Seria Baalbek uma estao de lanamento
de astronaves?
No planalto de arenito de Tassili, no meio do deserto do
Saara, h rochas profusamente cobertas de centenas de
pinturas fascinantemente coloridas, representando girafas,
elefantes, antlopes, caadores com arcos e flechas caando
gazelas, cenas em plancies tropicais h milnios. O Dr.
Henri Lhote descobriu o afresco gigantesco de uma figura
humana de cinco metros e meio de altura, a que ele chamou
"o grande marciano", pois, como muitos outros retratos
menores, ele tinha cabea estranhamente redonda,
sugerindo um capacete espacial. Esses estranhos desenhos
evocam Oannes, a criatura pisciforme que, segundo Beroso,
ensinou os primitivos babilnios. Estatuetas semelhantes de
barro, encontradas no Japo e chamadas "dogu", repre-
sentam, ao que se acredita, astronautas com trajes pres-
surizados. Os afrescos de Tassili podero representar os
"deuses", mestres do cu, que visitaram a Lbia e o antigo
Egito.
As areias douradas do Nilo ainda cobrem os segredos desta
misteriosa e mgica terra do Egito; suas colunas destroadas
e inscries escassas mostram apenas um vislumbre
tantalizante de seu grande e glorioso passado. Se olharmos
esses restos mudos de milnios sem conta e compararmos os
papiros esfarrapados com a Bblia e as maravilhosas epopias
de outros povos da antiguidade, concordaremos sem dvida
em que a sabedoria do velho Egito foi inspirada por seus
deuses, os astronautas.
Captulo Treze
REIS ESPACIAIS DA BABILNIA
Babilnia! Esta palavra mgica evoca uma terra de
maravilhas, velada pelas nvoas do tempo na obscura anti-
guidade, um reino de encantamento, onde o prprio Deus
desceu dos cus em memorvel e significativa revelao que
rege as vidas dos homens at hoje. Dessa matriz entre o
Tigre e o Eufrates saiu a religio da nossa Bblia, a civilizao
do nosso Ocidente, a prpria esperana do nosso mundo. A
alma do homem anela por sua ptria espiritual, onde o mito
se torne realidade; aqui, h muito tempo, acontecimentos
sobrenaturais santificaram a nossa Terra, iluminando as vidas
vazias dos homens com maravilhosa significao. No
horizonte alm, como uma miragem, resplendia o jardim do
den; por sobre o seu terreno inundado flutuou No em sua
arca; aqui ruiu a Torre de Babel de onde os homens se
atreveram a desafiar os deuses; a o "Senhor" esteve com
Abrao porta de sua tenda; junto dessas guas tristes e
pardacentas choraram os judeus exilados. Das slidas
muralhas da Babilnia partiram reis poderosos para
conquistar o Oriente Mdio; nos famosos jardins suspensos
rainhas sedutoras exibiam sua beleza; naquelas torres
altssimas sacerdotes austeros estudavam as estrelas. Mas
sombrios sculos de imprio degeneraram em devassido e
vcio, at que essa vasta metrpole, a "prostituta"
amaldioada pelos profetas, encontrou a sua destruio fatal,
assolada por soldados viris, saqueada, corrompida, desertada,
sepultada sob a lama, um monte de tijolos desolado e
esquecido. Durante quase dois mil anos a Babilnia foi
centro de civilizao; sua lngua, suas leis, sua cincia
iluminavam o mundo; sua religio maravilhosa inspirava as
almas dos homens; em seu solo ressequido pelo sol foi
representado o drama csmico que ainda hoje domina a
humanidade. A orgulhosa Babilnia desapareceu; suas pedras
mudas so uma advertncia para as nossas cidades dissolutas
de hoje.
Dizem que os antepassados dos misteriosos acades foram os
chandras ou indovansas, os reis lunares que governaram a
ndia h milnios e depois trouxeram a religio e a cincia
indianas para a Caldia. Esses seres celestiais foram
provavelmente astronautas de outros planetas que primeiro
desembarcaram na Lua e depois desceram Terra, de acordo
com o que sugerem lendas de todo o mundo.
Os babilnios diziam-se imensamente antigos. Beroso,
sacerdote de Bel na Babilnia, por volta de 250 a.C., viveu
algum tempo em Atenas e escreveu em grego Babyloniaca,
que dedicou a Antoco I, uma histria da Babilnia, baseada
nos anais do templo caldeu. Disse ele que esses anais
escritos, preservados com o maior cuidado, abrangiam
quinze mirades de anos, contendo uma histria do cu e da
terra e do mar, do nascimento da humanidade e dos maiores
soberanos do passado. Os sacerdotes babilnios eram
famosos por sua sabedoria e parece plausvel que guardassem
preciosamente todos os documentos do seu antigo passado.
Beroso era muito fiel verdade, e uma tragdia que sua
erudita obra tenha sido destruda; a nica coisa que resta
dela so fragmentos citados por Apolodoro, Alexandre
Polyhistor, Syncellus, Josefo e algumas supostas falsificaes
de Eusbio. Este erudito sacerdote de Abideno acreditava
que dez reis (dinastias divinas) tinham reinado quatrocentos
e trinta e dois mil anos, e depois o deus Crons (astronauta?)
predisse o dilvio a Sisitro, que construiu uma arca, enviou
trs aves e encalhou nas montanhas da Armnia. Cronos
tambm aconselhou Sisitro a escrever uma histria desde o
Comeo e a enterrar a narrativa em segurana na Cidade do
Sol em Sippara. Dizem que Nabonasir (730 a.C.) reuniu
todos os mementos dos primeiros reis anteriores a ele e os
destruiu para que a enumerao dos reis caldeus comeasse
com ele; destruio repetida por imperadores megaloma-
nacos da China a Roma, causando a ausncia quase total de
documentos do passado remoto.
Os sumerianos, como os antigos indianos, japoneses,
egpcios e gregos, acreditavam numa idade de ouro em que a
Terra foi governada pelos deuses, e depois por heris e reis
sobre-humanos. A lista de reis sumerianos menciona cinco
cidades existentes antes do dilvio: Eridu, Bad-tibira, Larak,
Sipar e Surupaque.
Quando a realeza foi descida do cu, a realeza estava em
Eridu. Em Eridu, Abulim tornou-se rei e reinou vinte e oito
mil e oitocentos anos. Alalgar reinou trinta e seis mil anos.
Dois reis reinaram sessenta e quatro mil e oitocentos anos...
Eram cinco cidades. Oito reis reinaram duzentos e quarenta
e um mil anos. Ento veio o dilvio.
Esses espantosos reinados provavelmente referem-se a
dinastias; so como as tradies indianas de Rama reinando
dezoito mil anos e as incrveis idades alcanadas por
Matusalm e os patriarcas da Bblia.
Na lista de reis sumerianos h meno da descida ps-
diluviana de astronautas e subseqentes relaes entre a
Terra e o cu. Em Ancient Near Eastern texts relating to the
Old Testament (Textos antigos do Oriente Prximo relativos
ao Velho Testamento), compilado por J. B. Pritchard
(Princeton University Press), na pgina 114 so dadas
tradues da lenda popular de Etana, que parece ter tido
convvio com astronautas. A nota introdutria declara:
Depois do dilvio, a realeza foi novamente descida do cu.
Em Quis (Ur), Etana, um pastor, o que subiu ao cu e
consolidou todos os pases, tornou-se rei e governou mil e
quinhentos e sessenta anos. Balik, filho de Etana, reinou
quatrocentos anos. Selos cilndricos do perodo acadiano
antigo representam uma figura com o nome de Etana um
mortal em todos os sentidos, a no ser pelo fato de seu nome
ser escrito com o determinativo de "rei", uso aplicado
tambm aos reis das dinastias acadianas antigas e algumas das
dinastias sucessivas e assunto duma lenda complicada.
O assunto , pois, evidentemente, muito antigo. Alm disso,
sua popularidade atestada pelo fato de que a lenda chegou
at ns em fragmentos de trs verses: babilnio antigo (A),
assrio mdio (B) e neo-assrio, da biblioteca de Assurbanpal
(C). Com o auxlio dessas trs verses, das quais a ltima de
longe a mais bem conservada, pode-se reconstruir a histria
em linhas gerais como segue:
"Etana tinha sido designado para trazer humanidade a
segurana que a realeza proporciona. Mas sua vida seria
malograda enquanto no tivesse filhos. O nico remdio
conhecido parecia ser a planta do nascimento, que Etana
devia trazer do cu em pessoa. O difcil problema do vo ao
cu acabou sendo solucionado quando Etana obteve o
auxlio de uma guia. A guia tinha trado sua amiga, a
serpente, e estava morrendo num poo em conseqncia de
sua perfdia. Etana salvou a guia e como recompensa foi
levado ao cu por ela num vo espetacular e acidentado".
O texto interrompe-se no momento crtico. Mas o fato de a
lista dos reis mencionar o nome do filho e herdeiro de Etana
e o outro fato de que os mitos representados em selos
normalmente no comemoram desastres permite a
concluso de que o fim foi feliz.
Era comum associar aos deuses a guia babilnia ou Simorgh;
a significao da serpente no clara, salvo que costumava
ser um smbolo de sabedoria. Talvez a lenda oculte um
incidente histrico em que um rei foi numa astronave a
outro planeta.
"Deus" curou Sara, esposa de Abrao, de sua esterilidade.
Alberto Fenoglio d uma surpreendente verso em Clypeus,
anno III, n 2, provavelmente citando de Ur, Assur und
Babylon (Ur, Assur e Babilnia), deH. Schoekel, traduzido
como segue:
Em escavaes efetuadas em Nnive foram descobertos na
biblioteca do Rei Assurbanpal uns cilindros de barro nos
quais se descreve uma viagem ao cu. A se narra que o Rei
Etan, que viveu h mais ou menos cinco mil anos, chamado
"o bom rei", foi levado como hspede de honra numa nave
voadora em forma de escudo, a qual pousou numa praa
atrs do palcio real, rodando circundada por um vrtice de
chamas. Da nave voadora desembarcaram homens altos,
louros, de tez morena, vestidos de branco, belos como
deuses, que convidaram o Rei Etan, um tanto dissuadido por
seus prprios conselheiros, a fazer uma viagem na nave
voadora; no meio dum remoinho de chamas e fumaa, ele
subiu to alto, que a Terra, com seus mares, ilhas,
continentes, parecia como "um po numa cesta"; depois
desapareceram da vista.
O Rei Etan, na nave voadora, chegou Lua, Marte, Vnus e,
aps duas semanas de ausncia, quando seus sditos j se
preparavam para uma nova sucesso do trono, acreditando
que os deuses tinham levado Etan consigo, a nave voadora
deslizou por cima da cidade e pousou rodeada dum anel de
fogo. O fogo apagou-se e o Rei Etan desceu com alguns dos
homens louros, que ficaram como hspedes dele por alguns
dias.
Esse texto, que no conhecido do nosso Museu Britnico,
evoca as experincias de Enoc, Ezequiel e Adamski;
esperamos que seja verdadeiro.
Proclo, no Timeu, Livro Primeiro, cita Imblico como
dizendo:
Os assrios no s conservaram as crnicas de vinte e sete
mirades de anos (duzentos e setenta mil anos), como
Hiparco diz que fizeram, mas tambm as de todas as
apocatsteses e perodos dos sete soberanos do mundo.
Os antigos persas, que subseqentemente venceram os
babilnios, acreditavam que antes de Ado a Terra foi
governada durante sete mil anos por gigantes atlantes maus e
durante dois mil anos pelos benficos peris, filhos da
Sabedoria, possivelmente astronautas. Gian, rei dos peris,
tinha um escudo mgico prova das feitiarias dos devs, mas
impotente contra Iblis (Sat). Os persas contavam dez reis
antediluvianos, concordando com Beroso; eles tambm
alegavam possuir uma raa antiqssima de reis cujas esttuas
se erguiam numa galeria dentro das montanhas de Kaf; todos
esses setenta e dois reis sbios eram chamados Suliman;
reinavam trs, a cada mil anos. O grande Rei Huschenk, que
restaurou a civilizao, combateu os gigantes num cavalo
.alado; seu famoso filho Tahmurath, em seu corcel alado,
libertou peris aprisionados pelos gigantes; seu sucessor
Giamschi, cantado por Omar Khayyam, construiu Esikar, ou
a antiga Perspolis.
Os seres extraterrestres podem funcionar numa conscincia
de tempo muito diferente da nossa. Alguns planetas
adiantados gozam de civilizaes que duram milhes de
anos, onde sua gente atinge poderes fsicos, mentais e es-
pirituais que excedem tudo o que podemos imaginar. Os
Vedas, o Livro dos Mortos e as nossas prprias Escrituras
falam de deuses alm do espao e do tempo; para ns
parecem eternos, assim como o homem poderia parecer
eterno para uma transitria borboleta. possvel que
observadores do espao venham estudando a Terra h mi-
lhes de anos e tenham visto muitas civilizaes surgirem e
carem desde quando nossas terras eram oceanos e nossas
montanhas meros rochedos beira-mar. Pode ser que os
astronautas venham Terra a cada mil anos, para ns uma
rara ocasio isolada sem significao, mas para os extra-
terrestres que percorrem a nossa galxia, e mesmo outras
alm, uma visita a cada mil anos pode ser apenas um
controle sistemtico. Os visitantes do espao cujas mentes e
percepo operam em planos alm do nosso conhecimento
devem evidentemente achar a comunicao com os
habitantes da Terra um tanto difcil, exatamente como ns
acharamos difcil comunicarmo-nos com os pigmeus das
matas africanas. Jeov falava a Abrao e Moiss com o ar
superior dos nossos missionrios vitorianos que tratavam
com os hotentotes. A comunicao entre civilizaes
estranhas sem experincia mtua extremamente difcil; os
astecas, um grande povo, gente inteligente, receberam os
espanhis com mais espanto do que ns dispensaramos a
homens de Marte.
Abrao, Moiss, Beroso e todos os sacerdotes de Israel e
Babilnia ficariam desnorteados, quase loucos, na nossa era
nuclear, e seria necessria uma lavagem cerebral para
condicion-los aos nossos padres de pensamento atuais;
analogamente, os nossos prprios arquelogos de gnio
trasladados para a Babilnia dificilmente compreenderiam o
esprito de trs milnios atrs; sua avaliao daquela idade,
aferida por mentes do sculo XX, revelar-se-ia
completamente inadequada; certamente daqui a trs mil
anos se daro tristes palpites sobre os nossos tempos
torturados. Os patriarcas, os filsofos e os historiadores da
antiguidade eram profundos pensadores, com menos dis-
traes do que ns; eram herdeiros de valiosas tradies
dum passado remoto, e eram homens prticos tambm,
defrontados com todos os problemas da vida diria; sabiam o
que realmente acontecia, seus olhos viam, seus ouvidos
ouviam, registravam suas experincias, acontecimentos to
extraordinrios que, apesar das tradues erradas e das
interpretaes erradas, inspiraram os sculos at nossos dias.
Por mais que respeitemos os nossos brilhantes historiadores
e dedicados arquelogos, no deveramos suspender as
nossas crticas queles cronistas antigos e considerar seu
fundo cultural? Quem eram os babilnios e que pensavam
eles de seu prprio pas, que certamente conheciam melhor
do que ns?
A Babilnia e a Assria cobriam aproximadamente as reas
sul e norte do moderno Iraque; embora a Palestina no
fizesse parte do Imprio Babilnio, ela estava claramente
dentro da esfera de influncia babilnia, com ntimos laos
religiosos, polticos, literrios, culturais unindo os dois
povos; muitas das experincias que ns acreditamos
exclusivamente judaicas foram na realidade compartilhadas
pelos babilnios, que tambm compartilhavam tradies
semelhantes. O homem vive na Terra h mais de um milho
de anos, e , por conseguinte, impossvel designar os
habitantes originais de qualquer pas. Nos primeiros tempos
histricos os povos da Mesopotmia eram provavelmente
antigos semitas da Arbia ou do Ir, onde as condies
climticas deviam ser muito mais benficas do que hoje. Por
volta de 4.000 a.C. os sumrios, que falavam uma lngua
aglutinante arcaica, afim do chins, semelhante, segundo se
diz, lngua original falada na Lemria submersa, migraram
da ndia, levando consigo a religio, a cincia e as tradies
dos antigos Vedas; essa migrao pode ter ocorrido milnios
antes, especialmente quando se acredita que a cultura
sumeriana reflete o maravilhoso Imprio do Sol de Mu.
Escavaes efetuadas em Ur, suposta terra natal de Abrao,
mostram que por volta de 2.500 a.C. os sumrios tinham
atingido uma brilhante civilizao. As descobertas que Sir
Leonard Woolley fez de vasos de ouro magnficos, lindas
jias, armas e ornamentos maravilhosos no tmulo da
Rainha Subad fascinam-nos hoje e comparam-se em
esplendor com achados semelhantes feitos no Egito
contemporneo, evidncia de artesanato e tecnologia
admirveis. Os sumrios tinham considervel conhecimento
de matemtica; dividiam o crculo em trezentos e sessenta
graus e a hora em sessenta minutos, cada um com sessenta
segundos. Aceitamos esse legado da antiga Sumria sem
apreciar devidamente os profundos conhecimentos
filosficos, astronmicos e matemticos necessrios para
conceber tal diviso do tempo em horas, minutos e
segundos, conceitos que a nossa prpria cincia sofisticada
no pode exceder. No teriam os sumerianos recebido essa
medio de tempo de seus mestres do espao?
Partindo de pictogramas, os sumrios desenvolveram um
sistema de escrita cuneiforme inscrita em tabuinhas de barro
cozido ao sol. O sumeriano, uma das grandes lnguas da
histria, durante o terceiro e quarto milnios foi ampla-
mente usado no comrcio, no direito e na administrao,
imortalizando a fascinante epopia de Gilgams, primeira
literatura do nosso mundo. Por volta de 2.500 a.C. vieram
novos invasores que se estabeleceram no sul e se misturaram
com os sumerianos; os recm-chegados falavam acdico,
uma lngua semtica que continha muitas palavras indo-
europias, razes do futuro grego, do latim, do alemo e do
ingls moderno, sugerindo que os imigrantes se originaram
no Ir, mesmo na ndia. O acdio em escritura sumeriana
constituiu a linguagem diplomtica e ritual do Oriente
Mdio, o latim do mundo semtico antigo, eclipsando o
egpcio. As cartas de Amarna, enviadas ao malfadado
Aquenaton por seus aflitos governadores de todo o imprio
assediado, foram escritas em acdico.
Ao avaliarmos os informes sobre a vinda de astronautas na
antiguidade, devemos levar em conta a formao intelectual
dos povos que supostamente eles visitavam; geralmente so
tratados com mais respeito homens educados do que
selvagens supersticiosos, embora algumas vezes ainda hoje
pode ser que no haja muita diferena. A civilizao reside
mais em idias do que em objetos. Pitgoras e Plato no
deixaram relquias para os nossos museus, mas sua conversa
mesa fez deles os homens mais civilizados de toda a
Grcia; se escavassem a choupana de Homero, os nossos
arquelogos poderiam julg-lo um homem das cavernas. Os
sumrios e os acades devem ter-se desenvolvido atravs de
muitos e muitos milnios para poderem cunhar as palavras
que simbolizavam os sublimes conceitos e a fantasia potica
da literatura babilnia; linguagens assim expressivas indicam
a imensa antiguidade e os conhecimentos culturais desse
povo fascinante, muito melhor do que objetos encontrados
na lama. Daqui a cinco mil anos os futuros arquelogos ao
escavarem Londres podero encontrar apenas a obra de
Woolworth, no to impressionante como o Museu
Britnico, mas talvez mais tpica destes nossos tempos
espaventosos.
Depois dos acades, estabeleceram-se na Babilnia os
amorreus, seguidos de mais semitas, que ocuparam o Tigre
Superior, tornando-se os assrios. Por volta de 800 a.C.,
tribos caldias assumiram o domnio; mas geralmente os
caldeus so considerados uma seita sabesta antiqssima de
adoradores dos astros, possuidores de cincia e conheci-
mentos ocultos, os famosos astrlogos da antiguidade.
A confusa histria apresentada pela arqueologia torna-se
mais complicada com as novas descobertas. A posio
central da Mesopotmia entre a Europa e a China, a Rssia e
a ndia, foco de toda a massa de terra eurasitica, tornou o
pas evidentemente um m durante as grandes migraes
de pr-histria. Muitas raas turbulentas devem ter ocupado
esta terra frtil. A localizao estratgica da Babilnia deve
ter merecido estudo especial dos astronautas, sugesto
apoiada pelas lendas sumerianas e pelo Velho Testamento.
Muitos tijolos desenterrados na Babilnia representam
drages voadores, o smbolo das astronaves usado pelos
chineses; os babilnios acreditavam que Deus existia no
"mar" do espao; os judeus oravam a seu "pai no cu"; toda a
antiguidade adorava os super-homens no cu. Os iniciados
da escola dos mistrios babilnios muitas vezes se
intitulavam "filhos do drago", querendo dizer originalmente
"discpulos dos astronautas". Poemas ugarticos descobertos
referiam-se a Baal, filho do drago, como "cavaleiro das
nuvens". Acreditava-se que ele tinha um maravilhoso
palcio numa altssima montanha do norte, semelhante ao
templo do Rei Salomo. Os astronautas podem ser chamados
"cavaleiros das nuvens"; eles tambm vm do norte,
segundo dizem, pelas aberturas existentes nos cintures de
Van Allen; tambm eles se originam em reinos de
maravilha, uma terra mgica que Agobard, arcebispo de Lio
em 840 d.C., chamou "Magonia". De acordo com Alexandre
Polyhistor:
Beroso descreve um animal dotado de razo que foi
chamado Oannes; todo o corpo do animal era como o de um
peixe e tinha debaixo da cabea de peixe outra cabea e
tambm ps embaixo semelhantes aos de um homem,
ajustados cauda de peixe. Sua voz e tambm a linguagem
eram articuladas e humanas e uma representao dele
conservada at o dia de hoje. Este ser costumava conversar
com os homens, mas no tomava comida ento, e dava-lhes
instrues sobre letras, cincias e toda a espcie de arte.
Ensinou-os a construir casas, a fundar templos, a compilar
leis, e explicou-lhes os princpios do conhecimento
geomtrico. E f-los distingir as sementes da terra e
mostrou-lhes como colher os frutos; em suma, instruiu-os
em tudo o que podia tender a abrandar os costumes e
humanizar a humanidade. To universais foram os seus
ensinamentos que desde esse tempo nada mais de material
foi acrescentado que pudesse considerar-se
aperfeioamento. Quando o Sol se punha, era costume este
ser mergulhar novamente no mar e ficar toda a noite nas
profundezas, pois era anfbio. Depois disso apareceram
outros animais como Oannes.
Polyhistor continua:
Beroso escreveu a respeito da gerao da humanidade,
quando no havia seno escurido e um abismo de gua.
Apareceram homens com duas asas, alguns com quatro e
dois rostos, rgos de macho e fmea.
Fragmentos de Abydenus diziam:
Um semi-demnio chamado Anedoto muito semelhante a
Oannes saiu uma segunda vez do mar... depois Davs, o
pastor, governou pelo espao de dez sari (um saro tinha trs
mil e seiscentos anos); ele era de Pentibiblon, e no seu
tempo vieram do mar para terra quatro personagens de
dupla forma, cujos nomes eram Evadoco, Everigames,
Ennebolo e Anemento.
Em linguagem esotrica o "mar", ou as "profundezas", muitas
vezes significava "regies do espao"; uma criatura com
cabea de peixe e outra embaixo dela e ps humanos parece
ter sido um homem com um traje espacial. A referncia a
andrginos com quatro asas e dois rostos parece sugerir
vagamente a famosa viso de Ezequiel junto ao rio Chebar e
provavelmente refere-se a astronave, no a astronautas.
Hoje acredita-se que h astronaves que esto descendo s
profundezas do oceano, de modo que Oannes, como
Netuno, podia realmente emergir do prprio mar. Como
Jeov, que se retirava para o tabernculo, Oannes todas as
noites voltava s "profundezas", provavelmente para a sua
astronave.
Beroso era um sbio sacerdote; sua histria deve ter sido
aceita por seus colegas eruditos, a quem ele provavelmente
consultou. Eles acreditavam que vrios seres maravilhosos
tinham civilizado os babilnios. Quem somos ns para
discordar?
A Babilnia, reconstruda por Nemrod, "um poderoso
caador diante de Jeov", era mais do que uma cidade, era
uma civilizao que dominou as mentes dos homens por
milhares de anos. Para os sbios era a fonte da sabedoria, o
centro multimilenar da magia; para o populacho aqueles
templos de prazer prometiam delcias tentadoras.
Orgulhosos ainda do nosso prprio imprio desaparecido,
ns, os ingleses, mal podemos compreender que o perodo
que decorreu do grande Sargo, rei dos reis (2.371 a.C.),
conquista da Babilnia por Alexandre (323 a.C.) mais
longo do que a histria da Gr-Bretanha desde a malograda
invaso de Jlio Csar, em 55 a.C., empresa do Sr. Harold
Wilson atualmente. Por mais de vinte sculos os costumes e
a moral da Babilnia impressionaram os povos da Palestina e
seus vizinhos. Sem Babilnia no poderia haver Bblia; os
hebreus e os babilnios, irmos semitas, compartilhavam as
mesmas lendas, os mesmos costumes, os mesmos deuses
com diferentes nomes, mas herdados da mesma fonte
comum. O salmista lamenta os judeus exilados chorando
junto s guas da Babilnia, com saudade de Jerusalm. Sem
dvida, muitos devem ter chorado, mas muitos cativos,
seduzidos pelas luzes brilhantes, confraternizaram com os
alegres babilnios e l se estabeleceram com prazer. H
alguns anos os ancios de Tristo da Cunha, exilados na Gr-
Bretanha, suspiravam por sua ilha esfacelada, mas os filhos
deles, seduzidos pelos nossos prazeres civilizados, decidiram
ficar; muitos dos que voltaram ptria logo comearam a
sentir falta de Picadilly e no perderam tempo em voltar;
assim a Babilnia deve ter atrado todos os vizinhos,
inclusive os judeus. Em seus dois mil anos essa grande
metrpole, a Babilnia, excedeu em tamanho e cultura a
maioria das nossas capitais atuais.
Herdoto, que tinha visto a maioria das cidades famosas da
antiguidade, maravilhou-se com a grandeza da Babilnia.
Descreve vividamente a cidade como um quadrado
fortificado por muralhas macias em um permetro de
oitenta quilmetros, muralhas com vinte e quatro metros de
altura e seis metros de espessura, bastante largas no alto para
permitirem a passagem de uma carruagem de quatro cavalos
(de frente) em toda a volta. Encravadas nessas muralhas,
havia "uma centena de portas, todas de bronze"... "Ora este
muro o exterior, mas outro muro passa por dentro, no
muito mais fraco do que o outro..." O palcio do rei era uma
cidade em miniatura, um antigo Kremlin, adornado com
aqueles fabulosos jardins suspensos que eram uma das sete
maravilhas do mundo. Acima do grande templo dourado de
Bel erguia-se uma torre altssima, onde os afamados
astrlogos caldeus prediziam eclipses e traavam a influncia
dos planetas sobre o destino humano; um vasto lago artificial
fornecia gua para a enorme populao, um tnel passava
por baixo do leito do rio. Essas construes fariam honra aos
nossos melhores arquitetos e construtores atualmente; elas
provam que os babilnios haviam alcanado tcnicas
soberbas e em alguns aspectos pelo menos eram altamente
civilizados.
Mas quando descreve os costumes da Babilnia que
Herdoto nos delicia mais... a ns e a ele mesmo. No Livro
Primeiro, captulo 197, ele explica:
Levam seus doentes para a praa do mercado (pois no
utilizam mdicos) e qualquer pessoa que tenha sofrido
alguma coisa parecida com o que o doente est sofrendo, ou
tenha visto outra pessoa que sofreu da mesma coisa, aborda
o enfermo e aconselha-o no tocante sua doena. No
permitido passar em silncio sem perguntar que molstia
tem o doente.
A maior parte das doenas tem origem na mente; os nossos
hospitais esto cheios de pessoas mentalmente doentes. A
confisso to boa para o corpo como para a alma; em vez
de arranjarem mais confuso consultando psiquiatras, os
doentes podero encontrar remdios com outros que
sofreram do mesmo mal e se curaram. A terapia pblica,
como se usava na Babilnia, talvez salvasse o nosso Servio
de Sade da Inglaterra, mas onde iramos instalar seus leitos,
em nossas ruas?
Os babilnios eram alrgicos aos mdicos. Matusa- lm e
seus amigos viveram tempo suficiente sem eles. Uma das
famosas leis de Hamurbi, de cerca de 1780 a.C., decretava:
Se o cirurgio fez um ferimento grave num cavalheiro com
uma faca de bronze e em conseqncia disso o cavalheiro
morreu... ser cortada a mo do cirurgio.
A Babilnia tinha muitos cirurgies manetas. Hoje talvez
tivssemos mais se adotssemos essa justia ideal.
O nosso mundo do sculo XX vive obcecado pelo sexo; a
frustrao sexual, as plulas anticoncepcionais, o fantstico
ndice de natalidade constituem maior ameaa do que a
bomba de hidrognio. Dois mil anos de experincia humana
ensinaram os babilnios a lidar sadiamente com o sexo. Os
velhos e sbios babilnios tinham uma soluo racional
satisfatria para todos os problemas sexuais sem terem de
recorrer farsa hipcrita do nosso mundo moderno. Aquele
arguto estudioso da natureza humana que foi Herdoto,
conhecedor das virtudes e dos vcios dos homens e das
mulheres, comenta desapaixonadamente:
Todas as mulheres do pas tm de uma vez na vida ir sentar-
se no templo de Afrodite e deitar-se com um estranho. E
inclusive muitas que no acham prprio misturarem-se com
a ral, mas so altivas em razo de sua riqueza, viajam para o
templo em carros cobertos, seguidas dum grande cortejo, e
esperam l. Mas a maior parte faz o seguinte: ficam sentadas
no templo de Afrodite com uma coroa de corda em volta da
cabea. E h sempre muitas mulheres l, pois umas chegam
e outras partem. Cordas estendidas abrem caminho em todas
as direes entre as mulheres, e os estranhos seguem ao
longo delas para fazerem a sua escolha. E quando uma
mulher fica sentada l, ela no parte enquanto um estranho
no lhe lana dinheiro no regao e se deita com ela no
interior do templo. E quando o homem lana o dinheiro,
tem que dizer: "Eu te conjuro em nome da deusa Milita".
(Milita o nome que os assrios do a Afrodite.) E a quantia
de dinheiro pode ser qualquer uma, a mulher nunca o
rejeitar (pois no permitido, porque o dinheiro sagrado),
mas segue aquele que lhe lanar o dinheiro no regao, sem
desprezar nenhum homem.
Depois que se tiver deitado com um homem, tendo
cumprido assim o seu dever para com a deusa, ela parte para
casa e depois disso nada que lhe possa ser dado, por maior
que seja, ser capaz de a seduzir. Ora, todas as que tm
alguma beleza ou presena partem rapidamente, mas as mal
favorecidas esperam muito, incapazes de cumprir a lei.
Vrias delas esperam at trs ou quatro anos. (Livro
Primeiro, captulos 199/200.)
As mulheres na Babilnia gozavam de alta posio social e
de liberdade sexual; legalmente um homem s podia ter uma
esposa, mas podia tomar concubinas, costume satisfatrio
para as prprias mulheres: compartilhar um marido era
melhor do que ficar solteira. Na Babilnia no havia
solteironas frustradas nem vivas solitrias; se uma mulher
queria satisfao sexual podia t-la sem vergonha.
Quando os seres espaciais desejam influenciar o curso da
humanidade, um celestial pode descer Terra e gerar um
heri em alguma mulher mortal, como fazia o sensual Zeus
na mitologia, mas algumas vezes os extraterrestres podem
deixar um beb deles para ser adotado na Terra em ambiente
escolhido, a fim de que possa modelar os acontecimentos
histricos, ajudado e inspirado do alto. Muitos "frutos de
Vnus" deixados s nossas portas podero ser bebs do
planeta Marte. Acontecimentos contemporneos da Bblia
sugerem que os astronautas por volta de 800 a.C. andavam
mostrando um interesse especial pelo Oriente Mdio,
particularmente pelos negcios da Babilnia.
Em cerca de 800 a.C. reinava na Babilnia a maior rainha de
toda a antiguidade, Samuramat, imortalizada como
Semramis, e que at hoje nos maravilha. Os egiptlogos
exaltam a Rainha Hatshepsut, possivelmente a rainha de
Sab, seduzida por Salomo; Homero canta a bela Helena, "o
rosto que lanou ao mar mil navios e queimou as torres
altssimas de lion"; Virglio romantiza Dido, que, chorando
Enias, morreu de amor; mas nenhuma dessas damas reais
evoca a magia e o mistrio da fabulosa Semramis, rainha da
dourada Babilnia. At o indolente Rossini, escrevendo
como de costume na cama, comps uma brilhante pera em
sua honra, cumprimento que negou imprestvel Helena.
Acredita-se que Semramis era filha da deusa-peixe Atariatis
e de Oannes, deus da sabedoria, que Beroso descreve como
tendo levado a civilizao Babilnia. Atariatis, com um
traje espacial como seu marido, poderia parecer um peixe
tambm. Dizia-se que Semramis, quando beb, foi
milagrosamente alimentada por pombas, smbolos talvez de
astronaves, at que Simas, o pastor real, a encontrou. Essa
adoo constitui um notvel paralelo com outros enjeitados
famosos, como Sargo, Moiss e Ciro, que se revelaram
homens predestinados, amados dos deuses. Semramis foi
criada na corte da Babilnia, no meio daquela sociedade
altamente sofisticada, e possivelmente foi instruda na
cincia secreta pelos magos. Em 811 a.C. a Babilnia foi
conquistada por Nino, rei da Assria, fundador de Nnive,
conhecido na histria como Samsi-Adad V, que em
campanhas magistrais devastou grande parte da sia e,
depois de subjugar a Mdia, lanou um grande assalto contra
a Bactriana. Astuciosamente Semramis casou com Menon,
um dos generais de Nino, e com ele realizou faanhas to
notveis durante a guerra bactriana, que atraiu para si a
ateno do rei. Menon, dizem, suicidou-se num momento
suspeitosamente conveniente para sua ambiciosa esposa. A
notria beleza e a fascinante personalidade de Semramis
cativaram Nino, que imediatamente casou com ela. O
enamorado Nino viveu apenas o suficiente para gerar um
filho, Ninias, e ento, convenientemente, morreu, deixando
Semramis como imperatriz de seus enormes domnios.
Semramis deu ao marido um funeral fabuloso e enterrou-o
sob um monte enorme que se dizia medir dois quilmetros
de altura e o mesmo dos lados, um monumento tpico das
vastas construes que ela fez erigir na Babilnia. At
Shakespeare, milhares de anos depois, ficou impressionado
com esse fantstico mausolu. Em Sonho de uma noite de
vero, ele fez Traseiro, o Tecelo e seus compadres
representarem a tragi- comdia de Pramo e Tisbe junto do
"tmulo do velho Nino", uma representao que deve ter
feito o velho monarca se virar na sepultura.
Ento a Rainha Semramis passou a reconstruir a Babilnia
com palcios, templos e diques, drenando as terras alagadas
do Eufrates, faanhas que lhe valeram o louvor de Herdoto.
Algumas tradies associam-na criao dos famosos jardins
suspensos, embora outras autoridades digam que foi
Nabucodonosor que os construiu para uma favorita saudosa
de sua ptria verdejante. Depois de reorganizar seu prprio
pas, Semramis sentiu necessidade de reorganizar seus
vizinhos. Invadiu o Egito, a Etipia e a Lbia; quando no
restavam mais mundos para conquistar, como Alexandre
cinco sculos depois, voltou-se para a ndia. Para esse
clssico empreendimento dizem que Semramis reuniu um
exrcito, trs milhes de homens a p, quinhentos mil
cavalos e cem mil carros de guerra, com dois mil navios pr-
fabricados para serem transportados por terra e montados
para atravessar os rios, construdos por homens de Chipre e
da Fencia. Mesmo descontando muito, levado conta do
exagero, essa foi, sem dvida, a fora expedicionria mais
estupenda de toda a antiguidade. O planejamento, o
aprovisionamento e a logstica duma fora expedicionria
assim devem ter igualado o assalto aliado Europa em poder
de Hitler no Dia D. Semramis derrotou Strabrobates, da
ndia, numa grande batalha naval, destruindo mil dos navios
dele; depois seus engenheiros construram pontes sobre o
Indo e a marcial rainha levou suas enormes foras at o
corao da ndia. Obviou escassez de elefantes mandando
fabricar elefantes mecnicos construdos de peles, to
perfeitos que iludiram at os elefantes de verdade... mas no
por muito tempo. Mesmo naquela poca distante os
elefantes nunca esqueciam. Eles podem ser mopes, mas
logo descobrem quando tentam se acasalar com um elefante,
ou elefanta, mecnico. Strabrobates contra-atacou,
Semramis foi obrigada a se retirar num pas hostil e perdeu
a maior parte de seu exrcito.
De volta Babilnia, Semramis fez guerra aos medos e aos
persas e de repente, aps um governo de quarenta e um
anos, abdicou em favor de seu filho Ninias e desapareceu. O
povo acreditou que ela se havia transformado numa pomba e
voado para o cu, sugerindo talvez que, como Elias, mais ou
menos no mesmo sculo, fora trasladada para o cu numa
nave espacial. Seu desaparecimento semelhante ao da
trasladao de Apolnio de Tiana para o cu em 98 d.C.
Durante sculos esse homem maravilhoso foi adorado como
um deus. Semramis durante muitos anos foi adorada como
uma deusa, identificada pelos aduladores babilnios como a
encarnao de Istar, deusa do amor, e tambm com o
planeta Vnus.
O nome "Semramis" ou "Sama-ramos" dizia-se significar o
"testemunho divino", o "estandarte do altssimo", os eloins,
senhores celestiais, que eram provavelmente seres espaciais.
Esse emblema, a figura duma pomba, cercada por uma ris,
lembra Osris do Egito, e semelhante ao "Olho de Horo"
egpcio, aparentemente uma astronave. Nas lnguas
semticas a palavra "Sama" significa "sol". Semramis, pois,
parece ter tido alguma relao ntima com o Sol, o que
permite concluir-se que era uma celestial. A rainha era
acompanhada pelo disco solar alado da Assria, que mais
tarde simbolizou o grande deus persa Ormuzde.
As rainhas notrias so geralmente embelezadas por lendas
extravagantes; difcil muitas vezes separar a fantasia da
realidade. Semramis era olhada com profundo respeito
pelos assrios. Guerreiros viris no se distinguem por sua
deferncia pelas mulheres. extraordinrio que aqueles
ferozes soldados se submetessem ao comando de sua rainha
amazona. Eles deixaram uma coluna sua grandeza,
encontrada em 1909, descrevendo-a como "uma mulher dos
quatro quadrantes do mundo". Ctsias, mdico de
Artaxerxes II, declarou em 404 a.C. que as gigantescas
esculturas de Dario na rocha em Behistun, um sculo antes,
representavam Semramis rodeada por sua guarda pessoal de
cem homens. Herdoto e Deodoro Sculo rendem tributo
sua grandeza; os armnios chamavam ao seu pas, em volta
do lago, Van Samiramgerd, em honra da rainha guerreira.
Numa era de supremacia masculina, em que as mulheres
eram geralmente tratadas como inferiores, especialmente
entre as raas semticas, a fama de Semramis sugere, sem
dvida alguma, que sua personalidade e poder deviam ser
fenomenais, mesmo fantsticos, para unir milhes de
homens numa fora de combate que conquistou a maior
parte do Oriente Mdio e depois invadiu a ndia. Durante
sculos Semramis simbolizou a urea Babilnia. Depois de
seu misterioso desaparecimento, os homens que a
conheceram em vida adoravam-na como a uma deusa, prova
de sua mgica influncia, que vibra atravs de trs mil anos e
nos empolga ainda hoje. Ns honramos as grandes e nobres
mulheres do nosso prprio sculo XX, mas podemos pensar
em alguma mulher ou homem cuja fama abarque os
prximos trinta sculos? A maioria das nossas personalidades
pblicas so misericordiosamente esquecidas quando ainda
vivas. Se alguma rainha terrena se originou no espao, essa
foi, sem dvida, Semramis!
A vez seguinte em que os celestiais inspiraram uma mulher
a levar exrcitos vitria foi em 1.425 d.C., quando Joana
d'Arc libertou a Frana.
uma fascinante coincidncia que, se a seqncia de tempo
de Velikovsky est correta, isto , se seiscentos anos da
histria egpcia fossem duplicados, Aquenaton, o rei
hertico, deve ter sido contemporneo de Semramis, e
ambos foram influenciados por seres espaciais.
A posio estratgica da Assria, no norte da Mesopotmia,
fazia dela um Estado-tampo entre o norte e o sul. Durante
sculos seus sinistros guerreiros defenderam a Babilnia e as
terras alm contra as hordas dos cimrios que se
aglomeravam atrs do Cucaso e contra os hititas que
avanavam da Anatlia. Em seu poema pico A destruio
de Senaqueribe, Byron escreveu com alguma justificao:
O assrio veio como um lobo sobre o redil
E suas coortes brilharam de prpura e ouro.
Os assrios lutavam com terrvel ferocidade, aterrorizando
seus vizinhos, mas suas barbaridades empalidecem diante
dos campos de morte nazistas e os horrores da nossa bomba
h, que envergonham o nosso sculo. Os babilnios urbanos
foram presa fcil dos viris assrios, mas logo civilizaram os
conquistadores, e suas religies e culturas misturaram-se.
Nnive, capital dos assrios conquistadores e encruzilhada de
importantes rotas comerciais, adquiriu fama e poder; seus
palcios e templos distinguiam-se por colunatas de lees
com cabea humana e asas, semelhantes a esfinges, e touros
alados com cabea humana, que devem ter sido smbolos de.
astronautas e astronaves. Para os povos agrrios da Assria,
ignorantes de mquinas, as astronaves deviam parecer
possantes touros com asas. Aqueles touros e lees alados
geralmente tm cinco pernas: seria para diferenci-los dos
animais reais? Seria muito fantasista supor que as cinco
pernas talvez representassem as rodas do trem de
aterrissagem das astronaves?
O deus Assur lembra Jeov e era especificamente
representado pelo disco solar alado, que ns hoje associamos
aos astronautas e, bastante significativamente, s insgnias
das foras areas nacionais. Por volta de 630 a.C.
Assurbanpal reuniu em Nnive milhares de tabuinhas que
registravam todas as facetas da cultura assria, formando uma
das bibliotecas mais esplndidas da antiguidade. A sua morte
os babilnios revoltaram-se; ajudados pelos medos do Ir,
esmagaram a Assria e em 612 a.C. destruram Nnive. O
novo Imprio Babilnio iniciado com Nabucodonosor
estendeu seu domnio at Israel; o cativeiro dos judeus, por
mais amargo que fosse para os profetas da Bblia, foi apenas
um incidente de somenos importncia na Babilnia imperial,
que em 539 a.C. caiu em poder de Ciro, da Prsia. Aps dois
sculos de dominao aquemnida, a cidade rendeu-se a
Alexandre, o Grande, em 323 a.C. Alexandre tinha planos
grandiosos para fazer da Babilnia a capital de um imprio
mundial, mas aqueles que os deuses amam morrem cedo; foi
atacado de uma febre, provavelmente agravada pelo excesso
de vinho em um banquete, e morreu com a idade de trinta e
dois anos, deixando o mundo e a ele mesmo inconquistados.
A orgulhosa Babilnia caiu em runas e sculos depois seu
esplendor, sua pompa, o prprio lugar onde fora tinham sido
esquecidos; o palcio de Semramis ficou enterrado na lama.
A cincia dos babilnios impressionou os povos da
antiguidade como impressiona a ns mesmos ainda hoje.
Herdoto ficou maravilhado com o templo de Marduc, uma
alta estrutura de oito andares, coroada por dois vastos
santurios dourados; era de uma beleza incomparvel e
ocupava uma praa de quatrocentos metros de permetro; a
esttua de Marduc pesava vinte e seis toneladas e era de puro
ouro; dizem que a Torre de Babel foi construda com
cinqenta e oito milhes de tijolos e era comparvel s
pirmides; os grandes muros da Babilnia, com suas
poderosas portas de bronze e o maravilhoso templo de Bel,
eram maravilhas do mundo antigo, e s os de Nnive e
Perspolis rivalizavam com eles. Colares, amuletos, cermica
e adornos encontrados no tmulo da Rainha Subad, de Ur,
os tesouros dos aquemnidas e os discos e pingentes de ouro
encontrados em sepulturas citas, tudo revela uma mestria,
uma elegncia e uma maravilhosa arte artesanal que sugere
uma civilizao de alta cultura, apesar das guerras
incessantes, que provavelmente no eram to cruis como
os conflitos do nosso prprio sculo. Os metalrgicos de
cinco mil anos atrs atingiram notvel tecnologia na
fundio de minrios a temperaturas at de 1200C e
produziam, de cobre e estanho, bronze que os artesos
transformavam em vasos, machados e espadas de
considervel beleza e fora; os qumicos misturavam ma-
ravilhosas tintas e drogas, que ns hoje copiamos de bom
grado; h razes tambm para crer que os sacerdotes sabiam
utilizar a eletricidade esttica. Embora os mdicos no
tivessem aparentemente conhecimento adiantado das
funes do organismo, assim mesmo os cirurgies efetua-
vam operaes delicadas, chegando mesmo a extrair cata-
ratas com grande risco pessoal para eles mesmos: se cegavam
seu paciente, a lei exigia que a mo culpada lhes fosse
cortada. Nossos mdicos de hoje seriam capazes de tal
dedicao?
Durante sculos os caldeus foram famosos por sua magia,
que inspirou os gregos e os rabes e depois os alquimistas,
precursores da nossa cincia moderna. Os matemticos
babilnios utilizavam os sistemas decimal e sexagemal,
conheciam o valor de pi, o chamado teorema de Pitgoras,
as razes quadrada e cbica, geometria elementar e lgebra,
resolvendo complicadas equaes de segundo grau. Foi
necessria grande competncia em matemtica e engenharia
para construir os grandes muros, os templos abobadados e os
diques atravs do Eufrates; os famosos jardins suspensos, na
realidade uma srie de sacadas, eram regados por um
engenhoso sistema de irrigao com bombas.
Os caldeus eram olhados universalmente como grandes
astrlogos; durante dois mil anos estudaram os planetas e as
estrelas de seus altos ziggurats, profetizando a influncia das
estrelas sobre o destino humano. Se supusermos que apenas
cem sacerdotes mantinham a observao contnua dos cus
do cume das altas torres, conclumos que os cus
babilnicos foram observados por cerca de dois bilhes de
horas-homens, provavelmente mais horas-homens do que
as dedicadas mesma observao pelos astrnomos
modernos desde Newton! Durante vinte sculos os
babilnios mantiveram viglia incessante dos cus, igual
nossa vigilncia atual a radares. Qual era a razo dessa
observao contnua? Ns, com as nossas cpsulas espaciais
e satlites na nossa era espacial, ainda no podemos
compreender a importncia vital das estrelas para os povos
da antiguidade. Ns irracionalmente atribumos seu interesse
ignorncia ou o pomos de lado como paganismo, sem nos
determos a perguntar por que o cu havia de exercer tal
fascnio sobre mentes supostamente primitivas, embora a
proficincia comercial, tcnica, diplomtica e militar dos
babilnios, assrios e persas, em muitos respeitos, quase
igualasse a nossa atualmente.
Dizem que os caldeus tinham pouco conhecimento de
astronomia terica, que sua concepo do universo diferia
muito da nossa; os crticos esquecem que daqui a cinco mil
anos as nossas dbias teorias podero ser ridicularizadas.
Alega-se que os caldeus acreditavam que os planetas eram
divindades; talvez interpretemos mal os escassos textos que
temos deles; pode ser que eles quisessem dizer que os
planetas eram habitados por deuses, os astronautas. Se assim
for, o conhecimento que eles tinham dos planetas
provavelmente excedia as incertezas dos nossos prprios
astrnomos, que agora esto tentando se decidir sobre o
universo habitado. Tabuinhas cuneiformes registram os
nasceres e pores helacos de Vnus, efemrides ou posies
do Sol, da Lua e dos planetas e os eclipses de 747 a.C. em
diante. Os sacerdotes fixaram o calendrio e a durao do
ano; tinham conhecimento do ciclo de Meton de dezenove
anos; as tbuas de Nahuriman, citadas por Estrabo, so
incrivelmente precisas. Kidinu, por volta de 375 a.C.,
calculou o ano solar com um erro de apenas quatro minutos
e 32,65 segundos, preciso que confunde os nossos
astrnomos modernos.
Em 45 d.C., Apolnio de Tiana, em sua viagem para a ndia,
parou na Babilnia e conheceu os magos, sobre os quais
disse: "So homens sbios, mas no em todos os sentidos",
um conceito aplicvel aos nossos cientistas atuais. Nos tetos
dos templos babilnios viu imagens dos corpos celestes, os
deuses movendo-se atravs do ter. Do telhado pendiam
quatro gyges de ouro, rodas aladas como os veculos
celestiais descritos por Ezequiel. Os magos da Prsia
disseram a Alexandre, o Grande, que as asas esculpidas nos
templos representavam a guia que morava perto do Sol,
cujo esprito, ou simurg, descia para o homem.
O ar frio e claro da noite de Babilnia era ideal para
observaes astronmicas. Embora no tenham sido
encontrados telescpios, os caldeus tinham vidro e lentes de
quartzo, e provvel, sem dvida, que, por acidente, algum
sacerdote tenha olhado casualmente atravs de duas lentes e
descoberto as propriedades do telescpio, como ocorreu
com Lippe e Galileu; certamente as qualidades ampliadoras
do vidro devem ter sido utilizadas para estudar as estrelas.
Em dois mil anos os sacerdotes provavelmente notaram
muitas coisas estranhas nos cus; provavelmente avistaram
as astronaves de Jeov e seus "anjos" descendo ao encontro
dos profetas de Israel e deles tambm. A Assria, a Babilnia
e a Prsia estavam cheias de esttuas aladas; qualquer
estranho que se detivesse a contemplar a arquitetura e as
altas torres de observao poderia jurar que a Babilnia
simbolizava a era espacial.
essencial uma apreciao da Babilnia para compreenso
da Bblia; os patriarcas no eram pastores ignorantes; eram
herdeiros da sabedoria e da cultura duma civilizao
histrica; como os sacerdotes da Babilnia, viam astronautas
e falavam com eles.
Captulo Catorze
DEUSES ESPACIAIS DA BABILNIA
Durante dois mil anos a Babilnia desapareceu da histria,
lembrada apenas por sbios chorando o passado e pregadores
moralizando sobre aquela cidade depravada, sobre a
advertncia que era para nosso mundo pecador. At o
princpio do sculo passado a Mesopotmia foi uma terra de
mistrio, um vago smbolo da mutabilidade do homem;
aquele deserto de barro fora outrora o bero da humanidade,
ali florescera o jardim do den, agora apenas bedunos
vagueavam por aquelas plancies poeirentas como os
patriarcas de outrora, indiferentes aos tesouros e ao petrleo
negro embaixo de seus ps.
Para os solitrios europeus que por a passavam, aquela
paisagem informe respirava uma magia que empolgava suas
almas; em alguma parte naquela extenso desolada o
"Senhor" em todo o seu poder e glria aparecera a Abrao;
aqueles tijolos outrora construram a Torre de Babel; talvez
aquele outeiro alm escondesse o palcio de Baltasar, m
cuja parede a mo fantstica escreveu na noite em que
Babilnia caiu. Sob sua fina camada de solo jazia enterrada
uma civilizao fabulosa, as origens da nossa Bblia, a fonte
da prpria vida.
Naqueles montes de tijolo s vezes eram encontradas
tabuinhas de barro rabiscadas com curiosas marcas em forma
de cunha. Havia quarenta anos que os sbios tentavam em
vo decifrar a escrita cuneiforme; nenhuma pedra de Roseta
havia aparecido que permitisse interpretar aqueles sinais; ao
contrrio dos hierglifos, aqueles estranhos smbolos
resistiam soluo.
No princpio do sculo XIX um jovem professor alemo,
Grotefend, dedicou-se com notvel engenho decifrao de
algumas tabuinhas cuneiformes descobertas em Perspolis e,
graas a uma lgica brilhante, soletrou: "Dario, grande rei,
rei dos reis, filho de Histaspes" e "Xerxes, grande rei dos reis,
filho de Dario". Durante os trinta anos seguintes o francs
Burnouf e o alemo Lassen resolveram mais letras, mas, sem
uma chave lingstica, os esforos dos sbios eram inteis.
Os textos cuneiformes despertaram o interesse do Major
Henry Rawlinson, a servio da Companhia das ndias
Orientais e apoiado pelo Ministrio da Guerra da Prsia. Em
1837 ele estudou a famosa inscrio de Dario na face de um
rochedo, nas montanhas de Behistun, onde h vinte e cinco
sculos o grande rei foi esculpido em triunfo sobre os
inimigos prostrados, acompanhado de catorze colunas de
escritura. Com enorme risco, Rawlinson desceu o penhasco
por uma corda, copiou as inscries, que verificou serem em
trs lnguas: persa, islamita e babilnia, e, por volta de 1846,
tinha o texto traduzido, embora ficassem muitas
dificuldades. Enquanto isso, Botta havia descoberto Nnive e
Layard realizava escavaes em Nimrud, mais e mais
tabuinhas eram encontradas, muitas delas silabrios em
sumeriano e semtico; dentro de alguns anos os assirilogos
estavam lendo a escrita cuneiforme, e em 1876 George
Smith, outro amador, assombrou o mundo traduzindo a
epopia de Gilgams, a histria do dilvio.
No decorrer das dcadas recentes tm sido descobertos
milhares de tabuinhas, notadamente a grande biblioteca de
Assurbanpal em Nnive, e sua decifrao deu aos
arquelogos um panorama vvido da vida da cultura
babilnias. Mas permaneciam dificuldades. Os mesmos
problemas que enfrentam os egiptlogos confundem os assi-
rilogos. Os eruditos hebreus pem em dvida os textos
bblicos, e, no entanto, a lngua hebraica tem sido ciosamen-
te preservada, continuamente, por milhares de anos: na-
tural que surjam imensos problemas na interpretao do
sentido preciso das antigas lnguas egpcia e babilnia, que
ficaram perdidas durante sculos.
"Traduttore traditore." "Tradutor traidor."
Os inteligentes italianos sumariam brilhantemente o perigo
fundamental de todas as tradues, a impossibilidade de
transpor cada mudana, cada expresso requintada, cada
sentido preciso de uma lngua para outra. As diversas lnguas
desenvolvem-se em ambientes diferentes, faladas por raas
com tradies diferentes e diferentes experincias. Os
crticos literrios insistem em que as tradues das obras
modernas so reflexos plidos e deformados das
composies originais; atravs dos sculos as tradues dos
clssicos latinos e gregos famosos revelam modificaes
significativas. uma queixa perene que a gente mais velha
no compreende a nova gerao: como podemos ns
pretender compreender a lngua de um povo estrangeiro de
h cinco mil anos, com o qual no partilhamos tradies
comuns? Durante as eleies gerais ns raramente
compreendemos os nossos polticos rivais; no podemos
compreender por que tantas seitas ho de debater as palavras
simples e lcidas de Cristo; a maioria das pessoas admite
secretamente que consegue entender muito pouco de
Shakespeare, que ns ingleses glorificamos, desde que no
tenhamos de o ler. Coortes de advogados esto assiduamente
empenhados em discutir e debater as palavras solenes e
medidas dos atos do Parlamento. E entretanto aceitamos
convencionalmente as tradues dos nossos assirilogos
como exatas, embora dois tradutores independentes
raramente concordem entre si. Bernard Shaw brincou,
dizendo que a Gr-Bretanha e a Amrica eram divididas por
uma lngua comum. Se no podemos compreender os
nossos primos transatlnticos, como a histria recente
mostra claramente, poderemos realmente compreender
aqueles vagos e distantes babilnios?
Que acontecia realmente na Babilnia? Que viam as pessoas?
Que ouviam? Os juzes, os solicitadores, a polcia, todos
admitem o exaspero de tentar equacionar os depoimentos de
testemunhas de vista comuns do mais simples acidente;
famosos generais infligem-nos verses completamente
diferentes da mesma batalha; os jornais usam dos recursos
mais fantsticos para nos apresentarem ngulos controversos
do mesmo acontecimento. A mesma testemunha pode
imaginar muitas verses divergentes do que supostamente
viu e, finalmente, ficar cada vez menos segura de si mesma.
Quando um homem tem absoluta certeza de seus fatos,
muitas vezes carece do vocabulrio necessrio, da
fraseologia adequada para transmitir sua impresso precisa
aos outros, principalmente se estes outros so pr-
condicionados por um padro de pensamento diferente. Os
nativos das ilhas Ellis, no Pacfico Sul, tm o culto do
"Cargo" e adoram um "deus" branco chamado John Thrum,
que em 1941 desceu do cu levando-lhes presentes e cinco
anos depois subiu ao cu de onde viera. Os nossos telogos
riem dizendo que o suposto "deus" era um aviador
americano da guerra contra o Japo e ns concordamos,
naturalmente. Quando lem algum texto cuneiforme
descrevendo um deus branco descendo dos cus, os mesmos
telogos juram solenemente que os babilnios viram o
prprio Deus, o Criador do universo infinito! No poderia
ser um avio ou uma nave espacial? Esquecendo os Vedas
indianos, os professores sorriam dizendo que nessa poca
no tinham sido inventadas mquinas voadoras, que no
havia homens nas estrelas. Os peritos da nossa fora area
podem condescender dizendo que os babilnios
evidentemente viram alguma coisa, mas que deve ter sido o
planeta Vnus, ordinariamente brilhante nos cus da
Mesopotmia, embora por milhares de anos os nativos
devam ter conhecido Vnus to bem como a Lua. Os sbios
mitlogos concluem que os babilnios no viram nada, que
imaginaram uma personificao do vento norte; viram
figuras imaginrias como numa carta dos ventos. Os
assirilogos, cuja decifrao da escrita cuneiforme uma das
mais brilhantes conquistas do intelecto humano,
interpretam esses textos desconcertantes com as nicas
palavras que conhecem, com as frases da nossa Bblia arcaica
ou com versos literariamente elegantes, indiferentes a
astronautas ou astronaves; eles nos dizem no o que os
babilnios realmente viram, mas o que eles mesmos,
assirilogos, teriam visto se estivessem l.
Os deuses viris e as deusas sedutoras da Babilnia vivem
numa mitologia maravilhosa, cuja magia semtica destila
fascinantes histrias da Criao, da disseno e paixo dos
imortais no cu, das faanhas amorosas de celestiais na
Terra, as aventuras picas de heris, a rebelio do homem
orgulhoso contra os senhores do cu, o dilvio com a
humanidade sem ptria novamente civilizada pelos mestres
do espao. Enquanto nos emocionamos com os feitos de
Merodaque, o culto do amor de Istar, o assassinato de
Tamuz, as peregrinaes de Gilgams, contadas numa poesia
fascinante e pitoresca que transmuta toscas tabuinhas de
barro na mais primitiva e mais notvel poesia do mundo,
subitamente nos damos conta de que j lemos tudo antes, a
mesma histria maravilhosa originada na mesma fonte
profunda e misteriosa da antiguidade perdida. Indra,
Amaterasu, Osris, sis, El, Astart, Jeov, Lilith, Zeus,
Afrodite, Jpiter, Vnus, Tor, Fria e seus companheiros
celestiais, todos parecem fundir-se em Merodaque, Smas,
Istar e aquelas brilhantes divindades da Babilnia. A epopia
de Gilgams reflete as aventuras de Kret, de Ugarit,
antecipando-se s aventuras de Ulisses, at que nos damos
conta de que devemos estar lendo as mesmas histrias
antigas de amor, guerra e fantasia; as personalidades, as
paixes, os lugares parecem pairar alm do tempo e do
espao nos mesmos reinos transcendentes; s os nomes so
diferentes. A ndia, o Japo, o Egito, a Sria, a Judia, a
Grcia, Roma, a Escandinvia, at as Amricas, concordam
com a Babilnia; milhes de pessoas em todo o mundo, por
milhares de anos, adoraram os mesmos deuses e deusas, sem
dvida os mesmos celestiais do espao.
Um estudo detalhado dos deuses da Assria e Babilnia
parece suprfluo; ns os conhecemos a todos desde o
comeo; um simples exerccio de teologia comparativa
proporcionar uma avaliao emprica do panteo dos deu-
ses, deixando aquelas tabuinhas de barro para provar que a
nossa teoria est correta. Aqueles mesmos seres maravi-
lhosos dos cus que inspiraram os antigos povos da ndia, da
China, do Japo e do Egito no Oriente, e da Grcia, da
Escandinvia e das Amricas no Ocidente, certamente
devem ter descido nas plancies lamacentas da Mesopotmia
para instruir os homens de l, como fizeram em toda a
Terra. Os babilnios devem ter visto a mesma guerra no cu,
experimentado as mesmas catstrofes e guardado as mesmas
memrias confusas de seus reis espaciais. Antes de
considerarmos a religio e os mitos da Babilnia, podemos
confiantemente esperar encontrar um deus primevo, que
criou o universo, a Terra e o homem do caos, deuses do Sol,
da Lua e dos planetas, uma deusa da fertilidade que desceria
ao mundo subterrneo, um deus que seria morto e
ressuscitaria, deuses velhos destronados por jovens deuses
viris, celestiais governando a Terra numa idade de ouro
seguida de guerra entre deuses e homens, levada a efeito
com naves areas com a rapidez da luz, com bombas
aniquiladoras, lutas entre drages do cu, cataclismos
assolando a Terra, mudana de clima, colapso da civilizao,
um Gtterdmmerung wagneriano, um crepsculo dos deu-
ses que abandonam o nosso planeta para serem adorados
pelos homens, a cujas preces angustiadas um deus desceria
em segredo para dar ajuda ou instruo csmica a iniciados.
J ouvimos tudo isso antes, repetidamente, embora ainda
no saibamos os nomes, que pouco importam. Se a escrita
cuneiforme no tivesse sido decifrada, ainda assim
poderamos predizer com preciso os deuses e mitos da
Babilnia pela universalidade dos astronautas.
O pai dos deuses sumerianos era Anu, que, segundo a
crena, morava na constelao da Ursa Maior, como os "sete
brilhantes" da mitologia egpcia, significativamente na
direo de onde as astronaves vm Terra. Anu foi
destronado por Enlil, que por sua vez foi vencido por
Merodaque (Marduc), equivalentes na mitologia grega
sucesso de Urano Cronos (Saturno) Zeus (Jpiter),
sugerindo trs ondas de invasores do espao, que
governaram a Terra nas idades de Ouro, Prata e Ferro,
cantadas pelos poetas clssicos. O nome En-lil significava
"demnio-chefe". Ele era um deus do cu, "senhor da
tempestade", provavelmente representado por um grande
touro alado, especialmente na cidade de Nipur, onde seu
templo era chamado a "casa da montanha", porque se
acreditava que o deus morava no cume de uma montanha,
embora no houvesse montanhas na Mesopotmia. Sob seu
ttulo mais popular de "Bel", Enlil destruiu um drago e era
identificado com a Estrela Polar do equador; reconhecemos
aqui os atributos usuais dos astronautas, correspondentes a
descries semelhantes dos egpcios e dos gregos.
Merodaque ou Marduc, deus padroeiro da Babilnia, era fre-
qentemente conhecido como "o touro de luz", o que pode
ter significado uma astronave. A "epopia da Criao" des-
crevia que "ele colocava na sua frente o relmpago e seu
corpo se enchia de luz resplandecente"; viajava no carro da
tempestade, irresistvel, inspirando terror; combateu e
matou o monstro Tiamat num conflito titnico, significando
a guerra entre os espritos da luz e os poderes do mal,
correspondentes no Egito luta entre Horo e Set. Na Assria
Merodaque era identificado com o deus conquistador Assur,
representado por um disco envolto por duas asas, em cima
das quais estava a figura de um guerreiro com o arco
retesado e uma flecha na corda. Ea (Oannes), deus da
sabedoria, tambm morava perto do plo Norte, e era
descrito como tendo uma cabea humana dentro duma
cabea de peixe, sugerindo tratar-se de um extraterrestre
com traje espacial, procedente de algum planeta adiantado,
que desceu Terra para ensinar a humanidade. Na Palestina,
Oannes, sob o nome de Dagon, era muito amado, e foi
ocasionalmente adorado pelos hebreus, e acreditava-se que
tinha gerado a fabulosa Semramis.
Sin, deus da Lua, adorado em Ur, era simbolizado pelo
crescente da Lua, que mais tarde se tornou o emblema do
Isl, assim como o antigo smbolo solar da cruz foi adotado
pelo cristianismo; os caldeus associavam a Lua com o metal
prata. Nergal, deus da guerra, era identificado com o planeta
Marte, sendo seu metal o ferro. Nebu, como Tot, guiava os
deuses, inventou a escrita e era associado com Mercrio, um
planeta de mistrio oculto; seus sacerdotes eram famosos
como astrlogos; seu metal, a rara platina. Ninil, o deus da
guerra assrio, representava Saturno, e seu metal era o
chumbo. Jpiter era identificado como Merodaque e o metal
era o estanho. Mais fascinante que todos os outros deuses
era Istar ou Inanna, a nica grande deidade feminina do
mundo semtico, associada com uma estrela de oito pontas,
o planeta Vnus; o metal era o cobre. Zu, um deus da
tempestade, aparecia como um raio, e muitos sculos mais
tarde, nas Mil e uma noites, foi representado como um "roc"
que baixou sobre um navio e arrebatou Sinbad, exatamente
como se diz que os ufos raptam marinheiros, talvez como a
tripulao misteriosamente desaparecida do malfadado Marie
Celeste. significativo que o ideograma babilnio de
"estrela" fosse o mesmo de "deus", embora o de "deus" fosse
repetido trs vezes, acentuando a relao ntima dos deuses
com as estrelas.
A divindade mais popular da Babilnia era Smas, o benfico
deus do Sol, associado com o metal ouro; o grande senhor da
luz, que no cume duma montanha presenteou o Rei
Hamurbi com as tabuinhas das famosas leis da Babilnia,
cerca de quinhentos anos antes de Jeov dar os dez
mandamentos a Moiss no monte Sinai. O livro do xodo,
atribudo a Moiss, foi revisto por Esdras durante o cativeiro
na Babilnia; por conseguinte possvel que o profeta
copiasse a primitiva tradio babilnica para inspirar a f
judaica em Jeov, embora se acredite que outros chefes bem
conhecidos da antiguidade, como Minos de Creta, tambm
receberam leis ou orientao de deuses em montanhas. Na
Assria, Smas era esculpido com um disco alado; na
Babilnia uma inscrio cuneiforme do primeiro milnio
antes de Cristo, provavelmente copiada de um monumento
mais antigo, mostra Smas como o "iluminador das regies",
"senhor das criaturas vivas", "juiz do bem e do mal". O deus
morava nas montanhas orientais, abria a porta da manh e
alumiava o cu e a terra com raios de luz. Essa descrio
adapta-se ao sol nascente, mas poderia ser a impresso
babilnica duma resplendente nave espacial do Oriente, o
"poder e glria do Senhor". significativo que Hamurbi,
um soberano sbio e benevolente, recebesse instruo de
Smas mais ou menos ao mesmo tempo que Abrao falava
com Jeov a poucas lguas de distncia dali, uma notvel
coincidncia, que sugere que Smas e Jeov talvez fossem
um e o mesmo astronauta, um mestre csmico guiando os
iniciados na Terra.
Tiglat-Pileser I, poderoso guerreiro que por volta de 1.120
a.C. conquistou grande parte da Palestina e da Armnia,
intitulava-se vice-rei de Smas na Terra; Assurnasirabal III e
Salmanasar II exaltavam o culto solar de Smas, que tinha
ntima afinidade com o culto egpcio de R. Um baixo-
relevo do palcio noroeste de Nimrud mostra Assurnasirabal
acompanhado por uma figura humana alada trajada como o
rei; numerosos relevos representam outros monarcas assrios
acompanhados de conselheiros humanos com asas ou seres
humanos alados com cabea de ave; estilizado acima dessas
cenas paira um disco solar alado. Apenas uma gerao depois
de Salmanasar n a Assria e a Babilnia eram governadas pela
fabulosa Semramis, cuja carreira fantstica sugere que se
originou no espao. Em 714 a.C. Sargo II estendeu seu
domnio para o norte at o mar Cspio, onde construiu um
santurio a Smas; seu filho Senaqueribe guerreava contra
Ezequias, de Jerusalm; por volta de 670 as foras de
Senaqueribe invadiram o Egito, foram dizimadas em Pelsio
pelo que agora parece ter sido um bombardeio nuclear por
astronautas.
Os assrios eram soldados rijos e industriosos camponeses;
seus sacerdotes eram inspirados por iniciados caldeus; os
construtores dos grandes templos de Nnive eram homens
de negcio prticos, no eram vagos sonhadores regidos por
mitos insubstanciais; no iriam esculpir seres humanos
alados ao lado de seus reis todo-poderosos, mais do que ns
no iramos pintar anjos dourados em retratos pblicos da
nossa prpria rainha, a no ser que seres humanos alados
realmente estivessem na Terra aconselhando o seu rei. Esses
seres humanos, naturalmente, no eram monstros ou alguma
mutao fantstica com asas; as figuras aladas eram a
concepo assria de homens capazes de voar, isto ,
astronautas. Se, como muitas pessoas crem agora,
astronautas descerem na Terra nas dcadas finais deste nosso
sculo, eles certamente sero representados para a
posteridade em companhia da nossa prpria rainha. Como os
venusianos, segundo se diz, so semelhantes a ns,
provvel que o artista represente os extraterrestres com asas
para indicar que so astronautas. Os assrios mostram
claramente em suas esculturas que seus reis eram honrados
por seres espaciais; esses murais existem hoje em nossos
prprios museus para todo o mundo ver. A prova est diante
dos nossos olhos. Os nossos olhos vem os astronautas, no
podero as nossas mentes v-los tambm?
Istar ou Inanna, rainha do cu, a Vnus semtica, era a deusa
do amor sexual e tambm da guerra, uma dualidade
fascinante, se bem que realista; seu verdadeiro carter em
Smer e Babilnia era como a grande me Terra, como
Astart, Astoreth e Afrodite; inspirou o culto da fertilidade
do mundo antigo e provavelmente a concepo crist da
Virgem Maria. Na Assria Istar aparecia como uma deusa da
guerra, uma valquria, comandando exrcitos na batalha;
algumas vezes era conhecida como Belit, protetora de certas
irmandades americanas de lsbicas existentes atualmente.
Poemas maravilhosos em sumeriano e acdico falam dos
amores de Istar por Tamuz, o deus da primavera, que, como
Osris, Adnis e tis, foi morto para viver novamente. Esse
antigo mito da fertilidade do deus mortal, a ressurreio, o
triunfo da vida sobre a morte, pode ser a verdadeira fonte da
histria de Jesus. Istar, como Persfone, desceu ao mundo
subterrneo para salvar seu amante das mos de Erestigal,
deusa da morte. Essa epopia verdadeiramente maravilhosa
da antiga Smer inspirou os mitos gregos e precedeu o
significado oculto do cristianismo; o homem, como a
natureza, morre para viver novamente; a tradio secreta do
velho culto solar, que os iniciados acreditam ser a religio
csmica dos astronautas.
A epopia de Gilgams, escrita em acdico, ainda uma das
maiores obras da literatura universal e provavelmente
inspirou a Odissia de Homero, o poema herico de Kret de
Ugarit, at mesmo incidentes no Velho Testamento.
Fragmentos dessa epopia foram encontrados entre a
biblioteca arruinada dos hititas em Boghazkoi. Gilgams,
parte divino e parte humano, mencionado na lista de reis
sumerianos como o quinto rei da primeira dinastia de Erec
depois do dilvio, governou to tiranicamente, que os
deuses criaram o heri Enkidu para punir o opressor; aps
uma prova de fora, os dois votam-se amizade eterna e
depois partem para matar Huwawa, o gigante com hlito de
fogo. Depois da vitria, Gilgams tentado por Istar, que ele
rejeita, e a deusa ofendida manda um "touro" (astronave) do
cu para devastar Erec; o "touro" (?) finalmente morto por
Gilgams. Enkidu morre, e Gilgams, temendo a morte,
parte em busca da imortalidade; despreza as dissuases de
Smas e parte procura de Ut-napistim, o heri do dilvio,
que conquistou a imortalidade. No caminho Gilgams chega
a uma taverna dirigida pela deusa Siduri (na Babilnia as
hospedarias eram dirigidas por mulheres), que num apelo
sedutor o concita a se deter e se divertir com uma esposa, o
verdadeiro objetivo da humanidade; o heri declina e,
depois de aventuras que lembram muito as de Ulisses,
finalmente chega morada de seu antepassado Ut-napistim,
a quem pede o segredo da imortalidade. Ut-napistim ento
narra- lhe toda a histria do dilvio com maravilhosa
fantasia: como os deuses decidiram destruir a humanidade;
Ea (Oannes) ento o aconselhou a construir uma arca e
carreg-la com toda espcie de criatura viva; depois de vio-
lentas tempestades, o dilvio finalmente cessou, o navio
encalhou numa montanha, Ut-napistim enviou para fora trs
aves sucessivamente, depois desembarcou e sacrificou-as aos
deuses. Foi evidentemente essa histria maravilhosa que
inspirou a histria de No e sua arca, embora sua fascinante
poesia exceda muito em beleza a narrativa do Genesis. Ut-
napistim lembra a Gilgams que o homem no pode resistir
ao sono final da morte; como Ulisses, o heri cansado volta
para casa.
A interveno dos deuses nos negcios humanos, sua
orientao aos heris, sua destruio da civilizao, as
disputas entre as prprias divindades evocam os clssicos da
ndia, da China, do Egito e da Grcia, confirmando as
histrias de guerra no cu e cataclismo na Terra.
Estranhamente, a histria da Torre de Babel, quando os
homens tentaram "chegar at o cu", no mencionada na
literatura babilnia, embora a mesma histria se encontre no
Mxico, na frica, na Austrlia e at na Monglia. As
descries vvidas e as verdadeiras caractersticas dos deuses
da Babilnia sugerem mesmo que no eram representaes
mticas de foras naturais ou apenas smbolos de fertilidade,
mas reminiscncias confusas, mesmo exageradas, de
astronautas que outrora governaram a Mesopotmia e cujos
descendentes em tempos histricos de vez em quando
desembarcavam na Terra e inspiravam reis e profetas.
As torres dos templos caldeus, ou ziggurats, compunham-se
de sete andares, cada um de uma cor diferente simbolizando
uma estrela: a primeira branca, a cor de Vnus; a segunda
preta, correspondente a Saturno; a terceira dum vermelho
brilhante, a cor de Marte; a quarta azul, para Mercrio; a
quinta laranja, para Jpiter; a sexta prata, para a Lua; a
stima, ouro, a cor da grande estrela, o nosso Sol. Esses
andares tinham uma significao mgica e astrolgica; os
sacerdotes cantavam timos s estrelas e em ocasies solenes
realizavam cerimnias, mais tarde seguidas de festivais com
a presena da nobreza, onde jovens danarinas do templo
executavam bailados esotricos cheios de significao para
os iniciados.
Os sbios caldeus no construram essas altas torres durante
milhares de anos s para fazerem horscopos, mas para
algum grande fim cujo segredo nos escapa; talvez de seus
cumes no cu os sacerdotes pudessem se comunicar por
telepatia ou outro meio com seus mestres do cu.
Os caldeus eram reverenciados por todos os povos da
antiguidade como poderosos feiticeiros, que praticavam
magia, previam o futuro e invocavam demnios dos reinos
infernais para que fizessem a sua vontade. Como os egpcios,
os caldeus herdaram de seus antigos mestres espaciais uma
cincia psquica que dominava os elementos e as foras
naturais, operando em sutis planos mentais. Restos dessa
sabedoria antiga persistem entre os feiticeiros e mgicos,
previsores do tempo, que confundem os nossos cientistas
atualmente. Os babilnios, como muitas raas em todo o
mundo, acreditavam em espritos benignos e espritos maus,
demnios, fantasmas, ninfas e elementais que habitavam nas
correntes e nas rvores; eram animistas, adorando um
universo vivo onde tudo, desde a pedra estrela, do inseto
ao arcanjo, possua alguma vida sutil prpria que
influenciava os seres humanos. Os documentos da Assria e
da Babilnia esto repletos de encantamentos mgicos para
matar ou curar, invocaes a divindades protetoras,
propiciaes de espritos malignos, bom e mau ocultismo,
comunicao com os mortos, magia branca e negra,
degenerando em supersties, perigos psquicos evitados por
rituais, talisms, usados por pessoas ainda hoje. Muitas das
prticas mgicas continuaram at a Idade Mdia, algumas
delas evoluram para alquimia mgica, que a razo
transmudou na nossa cincia moderna.
Muitos dos fenmenos agora atribudos a ufos nos tempos
medievais eram considerados manifestaes de demnios
areos. Agobard, em 840 d.C., descreveu feiticeiros do cu,
mortos por apedrejamento em Lio; Ariosto, poeta do
Renascimento, escreveu, em cerca de 1510 d.C., no Orlando
furioso, Canto I, estncia 8, sobre "orgulhosos demnios
sulcando os cus em grandes navios de vidro", que ns,
hoje, olhamos como astronaves. A demonologia torturou as
maiores mentes da Igreja Crist, culminando em sculos de
cruel perseguio a suposta feitiaria. Paracelso e
Montfaucon de Villar, em Le Comte de Gabalis, no sculo
XVII escreveram eruditamente sobre silfos, salamandras,
gnomos e ninfas que apareciam diante dos homens,
detendo-se nos encantamentos da Babilnia, apoiados por
muitos telogos antigos e medievais que citavam fenmenos
paranormais, alguns deles relacionados com astronautas.
Como os nossos antigos bretes, os babilnios acreditavam
que os demnios eram ex-deuses, seres espaciais. Uma
tabuinha sumeriana de Ur de cerca de 2.000 a.C. menciona a
Lilith descrita no Talmude como uma demnia fascinante de
longos cabelos ondulados. Salomo suspeitou que a rainha de
Sab era Lilith porque tinha as pernas cabeludas, mas isso
no o impediu de seduzi-la. (Ado insistia em que Lilith se
deitasse para a relao sexual, ela se rebelou e enraivecida
pronunciou o nome mgico de Deus, ergueu-se no ar e
desapareceu. Lilith era possivelmente uma venusiana. Trs
"anjos" (astronautas?) trouxeram-na de volta a Ado na
Terra. Os filhos dela eram belos, viviam longas idades e
voavam para o cu (Vnus?). Os rabes acreditam em djins,
os chineses em gnios; dizem que os mgicos conjuram
elementais com palavras fortes e os escravizam para
realizarem tarefas ou fazerem aparecer coisas de regies
invisveis como essas materializaes efetuadas nas sesses
espritas. Os estudiosos de necromancia pronunciavam
encantamentos para levantar demnios e bispos cristos,
como os lamas tibetanos realizam ritos especiais para
exorcizar os maus espritos. Atravs das idades, em todo o
mundo, tem-se acumulado uma vasta literatura que indica
que a crena em habitantes dos mundos dos espritos que
assombram a humanidade , sem dvida, a religio universal
mais antiga da Terra.
O ltimo sculo de espiritualismo, as revelaes aos
psiquiatras, os estudos paranormais dos psicocientistas
sugerem a realidade de estados transcendentes de existncia.
A cincia materialista rejeita o culto como superstio, mas
pesquisas recentes das partculas subatmicas parecem
proporcionar prova surpreendente das crenas antigas. Os
pesquisadores dos raios csmicos e os fsicos nucleares em
seus cclotrons acham que suas descobertas, exemplificadas
pelo esquivo e potente neutrino, aparentemente confirmam
a existncia dum mundo paralelo de matria vibrando numa
freqncia mais alta do que a nossa, coexistindo dentro do
mesmo espao, confirmando, assim, os planos astrais dos
ocultistas habitados por anjos, devas, espritos da natureza,
demnios, duendes vistos s vezes pelos supra-sensveis e
at fotografados. Esse documento ocultista que Oahspe
descreve hostes etreas em naves etreas povoando a nossa
prpria Terra. Os paracientistas afirmam que muitos dos
astronautas que nos visitam hoje so materializaes da
Vnus etrea, confirmando antigs tradies de mestres
etreos, conhecidos certamente pelos iniciados da Babilnia.
fascinante saber que a nossa cincia oficial atualmente se
est aventurando no ocultismo atmico. Quem sabe se
dentro de um sculo de progresso os nossos fsicos no
podero atingir a cincia secreta dos caldeus e conjurar
novamente aqueles demnios do espao interior?
Em 538 a.C. a Babilnia rendeu-se sem combate a Ciro da
Prsia; vinte anos depois os habitantes revoltaram-se, e o
grande Dario arrasou as famosas fortificaes. Uma
associao americana, os "filhos de Jared", afirma que Dario
e seu filho Xerxes eram reis vigias, que, como muitas
personagens notrias que dominaram a histria, se acredita
terem sido de origem divina, extraterrestres que encarnaram
na Terra para escravizar a raa humana. Uma teoria
fascinante e no sem razo! Dario comeou a grande guerra
contra a Grcia, na qual os persas sofreram uma derrota
memorvel em 490 a.C. em Maratona, onde os atenienses
juraram que os deuses desceram e lhes deram a vitria. Em
480 a.C. voaram ufos sobre Salamina quando os gregos
esmagaram a frota invasora de Xerxes, uma das batalhas mais
importantes da histria.
Depois das conquistas persas, os velhos deuses da Babilnia
foram eclipsados.por Ahura-Mazda, o deus iraniano de
Zaratustra, ou Zoroastro. Os iniciados acreditam que atravs
das idades houve muitos avatares que encarnaram como
Zaratustra para ensinar a humanidade; o ltimo profeta,
conhecido dos gregos como Zoroastro, nasceu em 660 a.C.
no Azerbajo, perto do mar Cspio. Plnio afirmava que
Zoroastro riu no dia de seu nascimento, que foi
acompanhado de prodgios na terra e no cu. Plutarco fala
de suas relaes com os deuses, como Licurgo e Numa
Pomplio; Dio Crisstomo, contemporneo de Plutarco,
declarou que Zoroastro estava mais familiarizado com os
carros de Zeus do que Homero e Hesodo, sugerindo que
toda a sua vida foi inspirado por homens do espao. Em
criana Zoroastro mostrou sabedoria precoce, confundindo
os magos; estudou religio, agricultura e a arte de curar,
trabalhou entre os pobres, depois retirou-se para uma ca-
verna, no monte Sabalan, para adquirir sabedoria. Um dia, ao
pr do sol, a caverna ficou banhada em fogo; de repente o
jovem eremita ouviu a revelao de Deus. Cheio de
entendimento csmico, desceu para ensinar aos persas sobre
Ahura-Mazda e sua eterna luta com Angra Manyu, o Bem
contra o Mal. Zoroastro encontrando a iluminao na
montanha igual a Hamurbi, Minos e Moiss, que tambm
contemplaram Deus em cumes de montanhas; o fogo no
monte Sabalan evoca o fogo e a fumaa que envolveram o
monte Sinai quando Moiss recebeu os dez mandamentos
de Jeov. Sem dvida, o fogo era a radiao de uma
astronave; esses profetas foram instrudos por astronautas.
Em sua casa Zoroastro tinha vises celestiais e mantinha
conversas com arcanjos, que deviam ser mestres do espao.
significativo que ele escolhesse como emblema divino de
Ahura-Mazda o disco alado de Assur, o deus da Assria, que
proeminentemente estilizado nas famosas esculturas
rupestres de Dario em Behistun. As doutrinas de Zoroastro
foram escritas no Zend-Avesta e espalharam-se para os
pases vizinhos e at mesmo na ndia. A adorao do fogo
provavelmente uma forma do antigo culto solar, que se diz
ser a religio da gente espacial. Ahura-Mazda (Ormuzde),
senhor do cu, comandava as sete amshaspends, hostes
celestes, em conflito csmico contra Angra Manyu (Arim)
e seus demnios da escurido. Essa guerra eterna entre os
deuses da luz e os senhores do mal compara-se luta entre
Horo e Set, e pode ser uma alegoria daquela guerra real no
cu entre astronautas, to vividamente descrita nos clssicos
hindus, chineses e gregos. Dizem que Zoroastro subiu ao
"cu" para receber as instrues de "Deus". Pensamos em
Enoc, Elias, Rmulo, mesmo em Adamski... Durante uma
guerra santa Zoroastro estava ajoelhado junto do fogo
sagrado, quando um soldado turaniano o apunhalou nas
costas. Trezentos anos mais tarde Alexandre, o Grande,
desejando estabelecer a religio da Grcia, dissolveu a
organizao sacerdotal zoroastriana, destruiu os templos e
queimou o Avesta. Sculos depois, os persas e os parses
restauraram as doutrinas de Zoroastro, mas grande parte do
Avesta tinha-se perdido. Uma forma modificada de
zoroastrianismo adorava Mitra, chefe dos sete amshaspends,
identificado com o deus do Sol assrio, Smas; no Ocidente
ele era visto como tis, Baco e Apolo. Mitra em persa
significa "sol" e "amigo", simbolizando o deus do amor, o
Cristo pago. A adorao de Mitra foi difundida pelas legies
romanas atravs do mundo mediterrneo e rivalizou com o
cristianismo, que ameaou eclipsar.
Assim como Jeov aparecia aos reis de Israel, assim Ahura-
Mazda se materializava diante dos reis aquemnidas da
Prsia. Referncias em Tito Lvio e Plutarco sugerem que
por volta de 500 a.C. astronautas desembarcaram no Oriente
Mdio, e o cultivo do trigo sugere comunicao area entre
a Babilnia e a Amrica.
Em 610 a.C. um cameleiro de meia-idade das montanhas
prximas de Meca, Maom, meditava sobre a maldade dos
rabes, quando lhe apareceu o "anjo" Gabriel e lhe mostrou
uma tabuinha de ouro e lhe pediu que a lesse. Essa revelao
do "cu" inspirou o Isl. Mais tarde, Gabriel acompanhou o
profeta em sua viagem aos sete cus, como Enoc e
(ousaremos dizer Adamski?) Hamurbi, Minos, Moiss,
Zoroastro, Maom, todos se comunicaram com celestiais em
montanhas! Que dizer?
Captulo Quinze
ASTRONAUTAS NA BABILNIA BBLICA
Nosso estudo da Babilnia e da brilhante cultura do Oriente
Mdio atravs de dois mil anos antes de Cristo, revelada
naquelas belas epopias das tabuinhas cuneiformes da grande
biblioteca de Assurbanpal, em Nnive, e nas maravilhosas
descobertas dos arquelogos, permite-nos agora ver o Velho
Testamento sob uma perspectiva razovel, sem o ilgico
temor religioso que fazia ver as Escrituras como
divinamente verdadeiras. At h cem anos tudo o que se
sabia sobre o antigo Egito, Babilnia e Prsia eram lendas
vagas, relatadas por escritores gregos e romanos, histrias de
viajantes como Herdoto e desconcertantes aluses na
Bblia. Das histrias de Maneton, Beroso e Sanchoniathon
restavam apenas alguns fragmentos. Por vinte sculos os
hierglifos e a escrita cuneiforme guardaram seus segredos;
grandes cidades jaziam sepultadas na areia; So Paulo, os
Padres da Igreja e geraes de eruditos souberam pouco
sobre as civilizaes da antiguidade; o passado era um vazio
sem nome; o paganismo era desprezado como idolatria
diablica, a cincia era amaldioada como feitiaria, a Terra
era o centro do universo, a nica preocupao de Deus.
A civilizao da Babilnia, as revelaes dos pergaminhos do
mar Morto e a conscincia de visitaes de extraterrestres
no passado reclamam uma completa reavaliao dos
acontecimentos narrados nas Escrituras, com uma possvel
transformao na interpretao religiosa de toda a histria
bblica, que revolucionaria a nossa concepo fundamental
de judasmo e cristianismo; mas a nossa gerao ainda no
est preparada para esse novo conhecimento e permanece
imersa nas bolorentas doutrinas do passado. Embora se
pudessem fazer muitas perguntas importantes, nossas
referncias ao Velho Testamento na presente obra devem
restringir-se inteiramente a incidentes que sugiram
manifestaes extraterrestres na Babilnia.
Grande parte do Genesis agora parece ter sido influenciada
pelas epopias sumerianas; muito difcil determinar quais
as passagens que so originais, especialmente quando as
tradies semticas, que se diz terem sido compiladas por
Moiss, para inspirao dos filhos de Israel no deserto, foram
mais tarde revistas por Esdras durante o cativeiro e,
subseqentemente, pelos rabinos judeus antes de finalmente
chegarem a um acordo. Os eruditos afirmam que h provas
contidas no texto bblico que indicam pelo menos quatro
fontes distintas. Revelaes recentes dos pergaminhos do
mar Morto mostram muitas discrepncias pequenas, mas
importantes nas Escrituras; outras podero ser encontradas
em breve.
O jardim do den tem sido situado por vrias autoridades em
muitas partes da Terra, at em Marte; a crena convencional
aceita vagamente algum lugar na velha Babilnia. O
"Senhor" que expulsou Ado e Eva no foi o Criador de todo
o universo onde nos movemos e temos o nosso ser, mas o
deus tribal Jeov, possivelmente comandante duma frota
venusiana especial, pois era acompanhado de querubins, que
so geralmente representados como criaturas com corpo de
leo, rosto humano e grandes asas, smbolos egpcios e
babilnios dos astronautas. Ado e Eva podero representar
os primitivos atlantes; a expulso do den poder ser uma
reminiscncia fragmentria da guerra com os suseranos do
espao, seguida da catstrofe csmica que mudou o clima e
tornou a vida rdua.
Enoc "andou com Deus" e foi trasladado para o cu em um
remoinho (astronave?); seu filho Matusalm gerou Lamec,
que, de acordo com o Genesis apcrifo contido nos
"pergaminhos do mar Morto, recentemente descobertos,
suspeitou antes do nascimento de No que sua mulher se
tinha consorciado com os anjos que desceram aos cus e
casaram com as filhas dos homens. A negativa enftica da
mulher no o convenceu.
Vede, eu pensei ento dentro do meu corao que a
concepo foi (devida) aos vigias e aos sagrados... e aos
gigantes... e meu corao ficou perturbado dentro de mim
por causa dessa criana... Bathenosh, minha mulher, falou-
me dizendo... Juro-te pelo sagrado grande, o rei de (o cu),
que esta semente foi plantada por ti... e por nenhum estra-
nho, ou vigia, ou filho do cu.
Os pergaminhos do mar Morto mencionam claramente
vigias e sagrados descendo do cu, referindo-se certamente a
astronautas do cu!
A histria bblica do dilvio pode ser uma verso da epopia
de Gilgams mais antiga; ambos, Ut-napistim e No, foram
avisados por um deus, possivelmente um espaonauta, que
previu a catstrofe que ameaava a Terra.
Os primeiros captulos do Genesis parece que descrevem
acontecimentos ocorridos na Babilnia durante o terceiro e
quarto milnios a.C. Os filhos de Deus (astronautas) uniram-
se s filhas dos homens, que lhes deram filhos, os quais se
acredita serem os gigantes, cujas blasfmias causaram a sua
destruio no dilvio. Avisado pelo "Senhor", No salvou
sua famlia e vrios animais, que permitiram humanidade
reconstruir a civilizao. Geraes mais tarde, na terra de
Sinar, em volta da Babilnia, no Iraque moderno, os homens
rebelaram-se contra os deuses (astronautas) e construram
uma Torre de Babel para assaltar o prprio cu: o "Senhor"
desceu, destruiu a torre e espalhou os sobreviventes por toda
a Terra, para to longe que seus sobreviventes
desenvolveram novas lnguas. Essa histria confusa
provavelmente alguma memria racial da guerra entre os
astronautas e os gigantes, mencionada nas lendas da maioria
dos povos antigos atravs do mundo. Mais tarde a Torre de
Babel tornou-se um nome popular para o maior templo de
Marduc, cujo topo continha um quarto com um leito grande
e elegante e uma mesa de ouro, um santurio onde ningum
podia entrar a no ser as mulheres babilnias escolhidas pelo
"deus". Seria a noiva reservada para um astronauta?
Abrao nasceu em Ur, em cerca de 2.000 a.C., na Idade de
Bronze mdia, dois ou trs sculos depois da Rainha Subud,
cujo tmulo magnfico desenterrado por Sir Leonard
Woolley revelou jias soberbas, ornamentos de ouro
delicados e apetrechos duma excelncia artstica que
sugerem um requinte surpreendente. Ur, porto principal de
Smer, era uma metrpole do Oriente Mdio que negociava
com o Egito e a ndia, o mar Mediterrneo e o mar Negro,
trocando mercadorias variadas e todas as frteis filosofias da
poca. A religio sumeriana, com sua pitoresca literatura,
que sugere convvio com celestiais do alto, regia a vida diria
dos homens; os magos j estudavam as estrelas. O Talmude
diz que na noite do nascimento de Abrao os mgicos do
Rei Nemrod viram uma estrela brilhante subir no cu diante
deles, no leste, e com espanto viram a estrela engolir ou
consumir quatro estrelas vindas dos quatro quadrantes do
cu o que nos sugere uma nave-base recebendo em seu
bojo quatro naves de reconhecimento. Criado numa
sociedade to cosmopolita, Abrao, sem dvida, adquiriu
grande cultura e se familiarizou com todo o pensamento e
tradies poltico-religiosas daqueles tempos fascinantes. A
breve narrativa bblica da migrao de Abrao para o Egito,
depois para a Palestina, acumulando grande prestgio e
riqueza, chegando mesmo a fazer guerra ao rei da Babilnia,
mostra uma estatura mental comparvel s nossas
personalidades mundiais da atualidade.
Lanando luz, com fantstica erudio, no
extraterrestrealismo no mundo semtico antigo, o sbio Ibn
Ahron deduz, do Zoar, do Sefer Sefir e do Sefer Ietsir, que
Abrao era guiado por um espaonauta arrogante chamado
I'hova, que exercia poderes ditatoriais e destruidores. I'hova
foi erroneamente interpretado pelo Ocidente como o Deus
nico, o rei dos reis, quando de fato os primeiros israelitas
compreenderam que era apenas um dos muitos eloins ou
astronautas. Isso era bem sabido dos caldeus, que
observavam os vos do "Poder-e-Glria", as astronaves, de
seus altos ziggurats.
O "Senhor" do Genesis que falou a Abrao porta de sua
tenda, acompanhado por dois anjos, que o guiou
prosperidade e vitria, que curou Sara, sua esposa, da
esterilidade e prometeu tomar seus descendentes uma
grande nao, era sem dvida semelhante, talvez, mesma
figura alada, ou astronauta, conhecida dos babilnios como
Smas, que mais ou menos pela mesma poca deu as
tabuinhas da lei ao Rei Hamurbi. O Talmude conta que
Abrao foi capturado por Nemrod, que o condenou a morrer
na fogueira; mas a lenha no ardia e os sacerdotes juraram
que um anjo (astronauta?) estava voando em volta, apagando
o fogo. Por vingana, Abrao invocou uma imensa nuvem
de mosquitos, que cobriu o cu e devorou os soldados de
Nemrod at os ossos. As nuvens de Hiroxima! O Maabrata
e o Shoo-King sugerem que seres espaciais andaram ativos
na ndia e na China durante o segundo e terceiro milnios.
Se assim foi, no provvel que esses homens dos cus
desembarcassem no Oriente Mdio e influenciassem
grandes personalidades pblicas possuidoras de sensibilidade
oculta como Abrao? Seria o "Senhor" de Abrao o mesmo
"homem divino" que, de acordo com o Sei-to-ki japons,
desceu sob um sndalo, na Coria, por volta de 2.000 a.C.?
Teria relao com o "Senhor" que foi caar com o Imperador
Ono-hatsuse-Waka-Taka, na velha Yamato, em 460 d.C., to
jovialmente descrito no Nihongi?
No sculo VII a.C., a Palestina, um infeliz Estado-tampo
entre o Egito e a Babilnia, foi dilacerada dum lado e do
outro por essas duas potncias em sua rivalidade imperialista.
Depois da derrota do fara Necao, em Carquemis, em 605
a.C., os egpcios retiraram-se, deixando a Judia aos
"babilnios. Em 597 a.C., a faco pr-Egito entre os judeus
rebelou-se, e o prprio Nabucodonosor comandou seus
exrcitos para o assalto a Jerusalm. Saqueou o palcio e o
templo e deportou Joaquim e um certo nmero de judeus
importantes para a Babilnia. Esse "exlio" parece ter sido
um tanto exagerado; o nmero de cativos judeus foi
pequeno, comparvel aos trabalhadores estrangeiros que
Hitler levou fora para a Alemanha nazista, embora seu
tratamento fosse muito melhor. O prprio Jeremias admitiu
que a vida sob Nabucodonosor estava longe de ser opressiva.
Os judeus gozavam dum padro de vida mais alto do que em
Jerusalm; muitos prosperaram e tornaram-se cidados da
Babilnia.
Entre os "exilados", numa colnia de Tel Abib perto de
Nipur, junto do Chebar, um canal importante do sistema de
irrigao do Eufrates, vivia um jovem sacerdote chamado
Ezequiel, casado, altamente sensvel, cuja mente exaltada e
potica se revoltou com as idolatrias que o cercavam. Com
ardente zelo procurou converter os judeus aos ideais
religiosos dos patriarcas e profetizou a destruio de
Jerusalm a no ser que o povo voltasse para Deus. Uma
personalidade assim intuitiva, estranhamente afim do nosso
George Adamski, certamente chamaria a ateno da gente
espacial que observava os destinos da Terra.
Em 593 a.C. Ezequiel estava sentado junto ao rio Chebar
quando "os cus se abriram" e ele contemplou uma estranha
e maravilhosa manifestao do "Senhor", completamente
fora da sua experincia e compreenso, que descreveu em
linguagem fantasiosa, os nicos termos apropriados que
conhecia, to inadequados como se Shakespeare tivesse de
explicar um sputnik.
Olhei, e eis que vinha do norte um vento tempestuoso, uma
grande nuvem com um fogo que emitia de contnuo
labaredas, e roda dela um resplendor, e do meio dele, isto
, do meio do fogo, saa um como brilho de mbar. Do meio
dessa nuvem tambm saa a semelhana de quatro criaturas
viventes. Esta era a aparncia delas, e nelas havia a
semelhana de homem... e a sua aparncia era como
ardentes brasas de fogo, como a de labaredas. O fogo movia-
se entre as criaturas viventes; o fogo resplandecia, e do fogo
saam relmpagos. .. Ora, quando eu estava olhando para as
criaturas viventes, eis uma roda sobre a terra junto a cada
uma das criaturas viventes, aos seus quatro lados... A
aparncia das rodas e a obra delas era como o brilho de
berlio, e era uma s semelhana a dos quatro; a sua
aparncia e a sua obra era como se estivera uma roda no
meio de outra roda... Quanto s suas pinas, eram altas e
formidveis; e as pinas das quatro eram cheias de olhos ao
redor... Para onde o esprito havia de ir, iam elas; e as rodas
elevavam-se ao lado delas. Por cima das cabeas das criaturas
viventes havia a semelhana do firmamento, como o brilho
do cristal terrvel, estendido por cima, sobre as suas
cabeas... Quando elas iam, eu ouvia o rudo de suas grandes
asas, como o rudo de grandes guas, como a voz do Todo-
Poderoso, o rudo do tumulto como o rudo dum exrcito;
quando paravam, abaixavam as suas asas... (Ezequiel, 1.)
Ezequiel, como seus tradutores do aramaico, carecia de
conhecimento tcnico; contudo, apesar de suas limitaes,
deu-nos uma descrio maravilhosa de uma astronave e seus
ocupantes, que os estudiosos de ufos imediatamente
reconhecem e que no foi excedida at o famoso encontro
de Adamski com Orthon no disco voador de Vnus.
Geraes de autoridades em Bblia tm ficado confusas com
a "viso", olhando-a como fantasia simblica ou at pondo
em dvida a sanidade mental de Ezequiel, exatamente como
os nossos cientistas desprezam as descries detalhadas das
astronaves feitas por Adamski.
Interpretando as palavras de Ezequiel em termos modernos,
parece que o disco veio do norte; como acentuam os
chineses, os egpcios e os observadores atuais, os ufos
aparentemente chegam Terra passando pelas aberturas
existentes nos cintures de Van Allen, no setor do plo
Norte. Os quatro tripulantes usavam trajes espaciais e
capacetes como Oannes, o visitante celeste da Babilnia des-
crito por Beroso.
Um ano depois o "Senhor" apareceu de novo a Ezequiel:
Ento olhei, e eis uma figura com a aparncia do fogo. Desde
a aparncia dos seus lombos e da para baixo, havia fogo; e
desde os seus lombos e da para cima, como a aparncia do
resplendor, como o brilho de mbar. Estendeu a forma
duma mo e tomou-me por uma trana da minha cabea; o
esprito me levantou entre a Terra e o cu, e nas vises de
Deus me levou a Jerusalm, entrada da porta do trio
interior que olha para o norte. (Ezequiel, 8, 2-3.)
Em palavras assim poderia um campons das remotas
florestas do Vietnam descrever uma viagem area num
Boeing americano at a civilizao em Saigon.
No captulo 10 Ezequiel amplia sua descrio anterior do
disco e seus tripulantes, que "ele chama querubins, os
mesmos seres humanos alados representados em baixos-
relevos pelos assrios, e descreve sua conversa com o "Se-
nhor" relativamente ao futuro, lembrando a discusso de
Adamski com o comandante venusiano durante sua viagem
numa astronave. Ao que parece, o disco desembarcou
Ezequiel em Jerusalm, onde ele ficou por alguns dias
explorando a depravao da cidade, e depois devolveu-o
sua casa junto ao Chebar. Com ardente eloqncia Ezequiel
exortou seus compatriotas a adorarem o "Senhor" e
pronunciou vvidas profecias sobre futuras guerras mundiais,
depois do que os judeus redimidos gozariam a glria de
Deus.
Uma narrativa pouco conhecida, mas notvel, no captulo
27, cita a descrio feita pelo "Senhor" dos portos e do
comrcio do Mediterrneo e do Oriente Mdio, de Trsis
Arbia, de Tiro Prsia, como se o vasto cenrio fosse visto
de uma astronave.
Em 538 a.C. outro jovem idealista judeu, Daniel, estava
sentado margem do Tigre, uns cinqenta anos apenas antes
de o profeta Ezequiel estar sentado beira do rio Chebar,
quando tambm teve uma viso maravilhosa.
No dia vinte e quatro do primeiro ms, estando eu ao lado
do grande rio que Hiddekel (Tigre), levantei os meus olhos
e olhei, e eis um homem vestido de linho e cingido pelos
lombos com um cinto de ouro de Ufs; tambm o seu corpo
era como o berlio e seu rosto como a aparncia de
relmpago, e os seus olhos como lmpadas de fogo e os seus
braos e os seus ps de cor semelhante a cobre polido, e o
som de suas palavras como o som duma multido. (Daniel,
10, 4-6.)
Quase as mesmas palavras que as de Ezequiel, semelhantes
mesmo descrio de Orthon de Vnus por Adamski.
O celestial confortou Daniel com uma breve profecia sobre
o turbulento futuro do Oriente Mdio durante os quatro
sculos seguintes e concluiu com uma aluso a um
apocalipse e uma ressurreio, que lembra as advertncias de
Ezequiel e as premonies de Adamski atuais.
Daniel era justamente o homem talhado para atrair gente
espacial, lembrando muito em temperamento os nossos
prprios filsofos da "nova era" que alegam terem contato
com astronautas. Foi criado no meio do squito do Rei
Joaquim, exilado, tendo, assim, acesso a toda a sabedoria dos
judeus e dos babilnios; era vegetariano, bebia gua em vez
de vinho, entendia de vises e de sonhos. Nabucodonosor,
depois de examin-lo, declarou-o "melhor que todos os
mgicos e astrlogos que havia em seus reinos", um tributo
surpreendente naquela terra de magos.
Repousa inquieta a cabea que usa uma coroa!
Nabucodonosor era profundamente perturbado por sonhos,
o que no muito de surpreender num monarca que estava
destinado a comer erva como um animal nos campos. Os
famosos caldeus ficaram sem saber o que responder, mas a
revelao magistral de Daniel impressionou o rei, que
imediatamente nomeou o jovem judeu governador de toda a
provncia da Babilnia, uma notvel semelhana com a
promoo de Jos, aquele outro intrprete de sonhos reais, e
imprudentemente talvez nomeou-o governador dos sbios.
Os amigos de Daniel, Sidrac, Mesac e Abdnago, foram
elevados a altos postos no servio pblico da Babilnia.
Nabucodonosor, possivelmente inspirado astuciosamente
pelos sobreditos sbios ansiosos por humilhar os judeus que
os suplantavam, fez uma grande imagem de ouro e ordenou
a todos os seus sditos, altos e humildes, que se prostrassem
por terra e a adorassem, ou seriam jogados dentro duma
fornalha ardente. Sidrac, Mesac e Abdnago nobremente se
recusaram a inclinar-se diante do dolo, e Nabucodonosor
furioso ordenou que os trs fossem amarrados e lanados na
fornalha superaquecida sete vezes. Os observadores ficaram
espantados de ver os trs mrtires andarem ilesos pelo meio
do fogo, acompanhados dum quarto "homem" como o "filho
de Deus"! Lembramo-nos de Abrao salvo de ser queimado
na fogueira por um "anjo" ou "astronauta". Nabucodonosor
ficou to impressionado com o poder demonstrvel do
"Deus" dos judeus, que imediatamente promoveu Sidrac,
Mesac e Abdnago "na provncia da Babilnia". Daniel
guarda silncio sobre sua prpria atitude para com a imagem
de ouro; mas reteve seu posto como astrlogo-chefe durante
o reinado de Baltasar, regente do Rei Nabonide.
Baltasar deu uma grande festa com extravagncia oriental
que degenerou numa orgia de brios, e o rei e sua corte
passaram a zombar do Deus dos judeus, bebendo vinho
pelos vasos de ouro sagrados saqueados do templo. De
repente a algazarra silenciou.
Na mesma hora saram os dedos duma mo de homem e
escreveram defronte do candeeiro na caiadura da parede do
palcio real. O rei via a parte da mo que escrevia. (Daniel,
5, 5.)
Baltasar, aterrado, mandou chamar todos os seus astrlogos e
adivinhos para que interpretassem a misteriosa escritura da
parede. Todos os sbios ficaram confusos, e ento a rainha
mandou chamar Daniel. O jovem profeta olhou a orgia em
volta, examinou as palavras fatdicas e leu "mene, mene,
tequel, ufarasim".
MENE: Deus contou o teu reino e o acabou. TEQUEL: pesado
na balana e achado em falta. PERES: est dividido o teu
reino e entregue aos medos e aos persas. Naquela noite foi
morto Baltasar, rei caldaico. Dario, o Medo, recebeu o reino.
(Daniel, 5, 26-28, 30-31.)
Essa dramtica histria duma mo fantasma escrevendo
palavras flamejantes de aviso na parede do palcio,
anunciando a morte de Baltasar e a queda da poderosa
Babilnia, emocionou sessenta geraes como uma mila-
grosa revelao do poder do "Senhor". Na nossa era da
eletrnica ns televisionamos cenas da Lua para a nossa
lareira. Qualquer nave espacial por cima da Babilnia podia
projetar aquelas palavras fatais na parede do palcio de
Baltasar; os nossos cticos crticos de TV certamente
concordaro em que a produo poderia ser muito me-
lhorada.
A Bblia erra ao declarar que Dario conquistou a Babilnia.
Historicamente foi Ciro, que Dario seguiu vinte anos mais
tarde. Ciro ocupou a cidade sem derramamento de sangue,
fez-se notar por sua clemncia com os povos subjugados e
autorizou os judeus cativos a voltarem a Jerusalm para
reconstrurem o Templo. Um cilindro cuneiforme registra
que ele foi recebido como libertador da tirania de Nabonide
e Baltasar, e sugere a revelao surpreendente, e, entretanto,
plausvel, de que Jeov e Marduc (Merodaque) eram um e o
mesmo "deus", possivelmente um ser do espao que
estabeleceu contato com Ciro, um dos soberanos mais
esclarecidos do mundo antigo, cujo nascimento, como o de
Moiss, foi envolto em mistrio.
O livro de Daniel declara que Dario preferiu Daniel aos
presidentes e prncipes, prova do prestgio do jovem judeu.
Naturalmente, os rivais invejosos conspiraram contra ele e
persuadiram o rei a decretar que qualquer homem que
fizesse uma petio a Deus e no ao rei seria lanado numa
cova de lees. Como era de esperar, Daniel desprezou a
ordem e foi lanado na cova dos lees. O rei ficou
profundamente angustiado, mas as leis dos medos e dos
persas no podiam ser modificadas. Na manh seguinte ele
correu cova dos lees e com sincera alegria encontrou
Daniel ileso.
Logo disse Daniel ao rei: rei, vive eternamente. O meu
Deus enviou o seu anjo, e fechou as bocas aos lees; eles no
me fizeram mal algum. (Daniel, 6, 21-22.)
Poderia um astronauta ter encantado os lees famintos para
que no devorassem Daniel? Os famosos seres humanos
alados" representados por Assurnasirabal III e Salmanasar II,
os discos solares alados nas esculturas de Dario em Behistun,
tudo sugere que os babilnios aceitavam a interveno de
homens do cu.
Muitos sbios comentadores ficam intrigados com o livro de
Daniel. Sua concluso mais unnime de que essa obra
apocalptica foi na realidade composta por volta de 166 a.C.
para consolar os judeus em seus terrveis sofrimentos
durante a perseguio de Antoco Epifanes, no perodo
imediatamente anterior revolta dos Macabeus. Sem dvida,
os primitivos compiladores da Bblia aceitaram a histria de
Daniel como verdadeira.
Em 670 a.C. o exrcito de Senaqueribe foi destrudo em
Pelsio, possivelmente por uma bomba nuclear; os
japoneses afirmaram que em 660 a.C. os "deuses" assistiram
o Imperador Jimmu na conquista da vitria; os romanos
juravam que em 498 a.C. Castor e Plux apareceram na
batalha do lago Regillus; os atenienses acreditavam que em
490 a.C. seres imortais se materializaram para ajud-los em
Maratona; se assim foi, durante o mesmo perodo
astronautas devem ter desembarcado para inspirar Ezequiel e
Daniel na Babilnia.
O livro de Daniel ser "fico cientfica" ou antecipao de
Flying saucers have landed, de Adamski?
Os persas, que mais tarde assumiram o manto da Babilnia
imperial, durante sculos contaram histrias maravilhosas de
heris e lindas donzelas que atravessavam os cus em
tapetes mgicos, os quais bem podiam ser reminiscncias
raciais das astronaves.
A fascinante histria da Babilnia desde aqueles tempos
antigos de Oannes com seus deuses violentos e reis
dinmicos, seus magos e profetas, desenrola um vistoso
panorama de uma brilhante e inquieta civilizao observada
por espaonautas.
Captulo Dezesseis
DEUSES OU ASTRONAUTAS?
A fascinante histria do antigo Oriente funde-se com a
nossa compreenso moderna do universo habitado e o nosso
desenvolvimento das viagens espaciais em uma maravilhosa
e surpreendente revelao que d novo sentido ao destino
do homem. Enquanto nos maravilhamos com ufos que hoje
povoam os nossos cus e contestamos esses "contatos" com
seres de outros mundos, sentimos que tudo isso j aconteceu
antes. Os mitos e a literatura do antigo Oriente explicam os
deuses e seres celestiais das estrelas que aqui pousaram na
antiguidade e ensinaram civilizao Terra como ns
mesmos tencionamos fazer em Marte. O passado, o presente
e o futuro parecem fundir-se em um panorama estimulante
e inspirador que dissipa as aflies do nosso mundo
torturado e d novo propsito vida.
Das mitologias e crnicas da ndia, do Tibete, da China, do
Japo, do Egito e da Babilnia, vistas luz do nosso novo
conhecimento, emerge uma histria clara, coerente, que
cobre todo o Oriente antigo. Todas as tradies falam de
super-homens dos cus, dinastias divinas governando a
nossa Terra numa idade de ouro, guerra nos cus levada a
efeito com armas fantsticas, cataclismos mundiais, barbrie,
depois a reconstruo da civilizao com a orientao de
astronautas adorados como deuses. O mito torna-se cincia,
as velhas fbulas sujeitam-se prova emprica; assim como
um qumico pode predizer as propriedades dum elemento
que ainda ter de isolar, ns podemos sintetizar as histrias
antigas dos pases que ainda temos de estudar e fabricar suas
mitologias pelo mtodo cientfico, certos de que as lendas
corroboraro o nosso plano.
medida que a nossa pesquisa mergulha mais fundo nos
poucos documentos de que dispomos, ressuscitamos em
cada pas uma multido rutilante de reis e rainhas, heris e
sbios, patriarcas e sacerdotes, homens e mulheres,
exatamente to humanos como ns, desfilando pelos cor-
redores poeirentos do tempo e parando para representarem
o papel que lhes foi destinado neste palco terreno, sob os
olhos dos imortais do espao. Maravilhamo-nos com a
fabulosa ndia, onde deuses e mortais se misturavam no
amor e na guerra em extica rivalidade; o Tibete oculto
tantaliza-nos com mistrios e magia; a velha China encanta-
nos com guerras nos cus em fantasias que suplantam, a
fico cientfica. Nas ilhas do Japo deusas temperamentais e
imperadores excntricos confundem-se de algum modo com
o Mikado de Gilbert e Sullivan, e ns confundimos os
astronautas com aquele outro viandante, o menestrel Nanki-
Poo, e nos perguntamos se os monarcas marcianos tero
como seu sublime objetivo tornar o castigo apropriado ao
crime. Como previmos, o padro familiar de deuses ou
astronautas encontra-se no Egito e na Babilnia; a terra do
Nilo perde um pouco da sua magia e at a grandiosa
Babilnia parece uma imitao da enjoiada ndia; o Velho
Testamento mesmo parece leitura rotineira em comparao
com o brilhante Ramiana e a sublimidade dos Upanixades.
Estes brilhantes aspectos da antiguidade, quando os deuses
se misturavam com os homns na Terra, eclipsam os vagos
quadros de visitantes do espao que se pintam atualmente.
Excluindo deste nosso estudo o antigo Ocidente, cujos
clssicos cantam os deuses do cu na Grcia, na Escandi-
nvia, na Gr-Bretanha e nas Amricas e apoiam a nossa tese
dos extraterrestres, podemos verificar a seqncia de reis
divinos, guerras e catstrofes em terras que carecem de
literatura do passado. A nossa concluso de que os celestiais
intervieram no continente da sia e devem ter influenciado
raas primitivas em todo o Oriente parece provada sem
sombra de dvida; podemos predizer suas lendas antes de as
lermos: os nomes podem diferir, mas a substncia a
mesma.
Os aborgines da Austrlia falam dum "tempo de sonho",
uma era idlica no passado, suas pinturas rupestres tm
semelhana com os afrescos de Tassilli no Saara e com os
petrglifos dos Andes. Os polinsios de Malekula lembram-
se de "mulheres aladas" que desceram do cu para lhes
darem ajuda, e depois partiram de novo como vieram;
curioso saber que a palavra polinsia para designar o Sol
"R", evocando toda a maravilha do antigo Egito. As esttuas
gigantescas e a escritura indecifrada da ilha de Pscoa so
mistrios para ns, e as explicaes plausveis dos sbios no
nos convencem. Os nativos das ilhas Carolinas em seus
textos haidas descrevem seres maravilhosos em mquinas
voadoras, com forma de discos, que desceram Terra e
ensinaram seus antepassados h sculos; em muitas ilhas de
todo o Pacfico contam-se histrias de Kon-Tiki, um heri
tutelar de pele branca identificado com o Sol ou a Lua. Os
havaianos usam a palavra akuwalela para designar "querubins
voadores", alguma memria racial dos barcos solares
mencionados nos anais do Egito antigo. Os bosqumanos
africanos papagueiam ingenuamente sobre deuses do cu;
Livingstonne encontrou a histria da Torre de Babel perto
do lago Ngami e uma tradio semelhante existe na
Monglia. Os esquims dizem que seus antepassados foram
transportados por grandes aves brancas de terras devastadas
pela inundao e falam de seres com rostos brilhantes
enviados das estrelas; os xams da Sibria ensinam sobre
homens que precederam a nossa raa atual que possuam
saber ilimitado e ameaaram rebelar-se contra o Grande
Esprito Chefe, ressonncia da Atlntida das estncias de
Dzyan; as raas circumpolares cultuam o urso, relacionando-
o com a Estrela do Norte, que para os antigos e para os
observadores atuais coincide com o roteiro de vo das naves
espaciais; o urso representaria a memria primitiva de seres
extraterrestres que usavam trajes espaciais? O folclore do
Vietnam diz que seus primeiros reis vieram do cu; os
adeptos acreditam que as areias do deserto de Gbi
encobrem uma civilizao fantstica enterrada h muito
tempo. Abandonadas na floresta do Camboja as poderosas
runas de Angkor Vat tm templos e torres de mais de trinta
metros de altura e rivalizam com a grandeza da Babilnia;
como o grande templo budista de Borobodura em Java, as
impressionantes esculturas das paredes incluem deuses com
asas, e h estranhas representaes do "homem-peixe"
Oannes, o mestre dos babilnios, um ser vindo do espao. A
parte mais antiga de Angkor Vat pode datar da mais remota
antiguidade; muitas figuras evocam monumentos egpcios e
tabuinhas assrias; algumas imagens lembram Poseidon e
Vulcano, os cabiros, adorados h muito tempo no
Mediterrneo. A fundao do templo foi atribuda ao
"Prncipe Roma"; possivelmente "Rama" do Ramiana, mas a
tradio cambojana diz que o fundador de Angkor Vat veio
de "Roma", na extremidade ocidental do mundo,
apresentando um mistrio fascinante. Os khmers,
aparentemente uma raa indo-europia lingiiisticamente
aparentada com a Polinsia, atingiram uma civilizao
notvel e opulenta; dizia-se que seus sacerdotes haviam
acumulado grandes bibliotecas, cuja literatura devia rivalizar
com as epopias snscritas da ndia.
Hoje em dia tendemos a diminuir o passado e gabar-nos da
nossa era como o auge da cultura humana, apesar das nossas
flagrantes e lamentveis deficincias. No h dvida de que
o homem comum do Ocidente vive mais principescamente
do que muitos reis h sculos atrs e goza de maravilhas do
gnio que teriam assombrado os mgicos antigos, mas a
literatura dos povos orientais mostra que os antigos algumas
vezes nos suplantaram justamente nas coisas de que nos
orgulhamos. Os indianos cantam sobre astronaves mais
rpidas do que a luz e msseis mais violentos do que as
bombas de hidrognio; seus textos snscritos descrevem
avies aparentemente munidos de radar e cmara; o
maravilhoso Maabarata rivaliza com a Ilada, a Odissia, a
Eneida, as peas de Shakespeare e a maioria da fico
moderna todas juntas. Os tibetanos, em sua maneira oculta,
eram capazes de invocar tempestades de granizo contra seus
adversrios e de se confundirem at a si mesmos
materializando formas de pensamento; os chineses
discorrem sobre drages voadores, raios laser, plulas
antigravitacionais e hibernao humana com um encanto
oriental que confunde os nossos cientistas espaciais. As
religies e filosofias do Oriente destilavam uma sublimidade
de pensamento raramente tingida no Ocidente; o
maravilhoso sistema indiano da ioga, a gnani ioga da
sabedoria, a raja ioga da mente, a hatha ioga do corpo, a
bhakti ioga do amor, a karma ioga do trabalho
desenvolveram h milnios uma disciplina que mistura o
misticismo com a vida diria, mostrando a relao do
homem com o universo, o homem encarnando sempre para
cima at a perfeio, at a unio com Deus. Esse
ensinamento supremo e benfico que agora est exercendo
uma influncia cada vez maior no nosso mundo ocidental
deve ter resultado de civilizaes h muito desaparecidas ou
ter sido ensinado Terra por astronautas. O fascinante mapa
de Piri-Reis mostra a Amrica pr-colombiana e a linha da
costa antrtica, cartografia de vasta antiguidade. At mesmo
as histrias familiares da nossa Bblia revelam novas
maravilhas. A viso de Ezequiel agora parece ter sido uma
nave espacial. A estada de Jonas na barriga duma baleia
torna-se uma viagem num submarino, provavelmente uma
nave espacial que mergulhou no mar. O passado est repleto
de maravilhas, mesmo para os nossos olhos modernos
cansados de milagres.
Cientistas de gnio transformaram a nossa Terra,
cumulando-nos de bnos nunca antes conhecidas, mas
que aproveitar a um homem ganhar o mundo se perder a
alma? Estes tristes tempos sugerem que a nossa civilizao
perdeu aquele dom divino de maravilhar-se, a nica coisa
que pode inspirar a humanidade em sua peregrinao
csmica.
A oposio aos astronautas, tirando o natural egocentrismo
do homem e seu medo do desconhecido, provm dos
astrnomos, homens sinceros, cuja avaliao do cu os
levou a condicionarem as pessoas idia de que a Terra a
nica habitao da vida. Ultimamente, persuadidos pelos
progressos da biologia, os astrnomos em sua maioria
voltaram atrs em suas crenas antigas e proclamam,
infelizmente para ouvidos moucos, que deve abundar vida
atravs do universo, exceto nos outros planetas do nosso
sistema solar. Se os mundos vizinhos permanecem
desabitados, ento os astronautas devem se originar em
planetas ao redor das estrelas; como as estrelas esto a anos-
luz de distncia, tal viagem levaria dcadas e at sculos. Por
conseguinte, os astronautas no poderiam vir at ns, e por
isso as histrias de seres celestiais que visitaram a Terra no
passado ou no presente simplesmente no podem ser
verdadeiras. Essa lgica to lcida oculta a piada do sculo.
Os astrnomos, mesmerizados por seus prprios
instrumentos, juram que o espectroscpio mostra no existir
oxignio nem gua em Marte, embora alguns rebeldes
afirmem que o espectroscpio mostra oxignio e gua quase
to abundantes como na Terra; muitos observadores,
grudados aos seus telescpios, vem os famosos canais
marcianos, e igual nmero, olhando pelos mesmos
telescpios, no os vem. No obstante desacordos to
fundamentais que paralisariam a maioria das profisses, em
qualquer questo relativamente vida humana, os
astrnomos em geral concordam em que Marte deve ser
deserto. Fotografias telemetradas em 1965 pela sonda de
Marte Mariner IV, de uma distncia de dez mil quilmetros,
mostraram que Marte era aparentemente deserto. O mundo
soltou suspiros de alvio: as potncias beligerantes no
precisavam mais se preocupar com a possibilidade de serem
apunhaladas pelas costas por uma invaso de Marte,
enquanto se preparavam diligentemente para fazer guerra
umas s outras. O pblico prestou generosa homenagem
prescincia dos astrnomos. Inexistncia de vida em Marte
significava inexistncia de discos voadores, inexistncia de
astronautas, um triunfo para a cincia oficial.
Exultao fora de propsito! Os meteorologistas revelam
agora casualmente que milhares de fotos da Terra, tiradas
pelo satlite Nimbus I, que gira a apenas seiscentos
quilmetros de distncia, mostram que no h o menor sinal
de vida aqui. Os astrnomos que negam a existncia de
criaturas vivas em Marte e em planetas mais distantes
deviam agora proclamar ao mundo que seus maravilhosos
instrumentos tambm provam que no existe vida na Terra.
A supresso de fatos anticientfica; se nosso planeta
desabitado, o povo tem o direito de saber. A lgica pode
deduzir ainda outra razo por que a Terra nunca visitada
por astronautas. A cincia no provou conclusivamente que
nenhum de ns est aqui para receb-los, se vierem?
Os selenitas podem ter lanado da Lua uma sonda da Terra
para pousar no Saara; fotos telemetradas de volta ao Centro
Espacial da Lua mostram que a superfcie suportaria uma
astronave; os dados fornecidos pelos instrumentos
confirmam as afirmaes dos astrnomos de que a Terra
quente demais para permitir a vida.
A prova de que a Terra foi outrora governada por seres de
outros planetas seria a descoberta fundamental do nosso
sculo XX; os testemunhos da literatura antiga podem ser
confirmados sem dvida alguma pelos arquelogos, que to
brilhantemente tm ressuscitado grande parte da antiguidade
perdida; esperamos que algum dia uma p desenterre algum
novo pergaminho ou escultura que prove que os deuses
antigos eram astronautas. A nossa cultura ocidental foi
fundada originalmente sobre os ensinamentos da Grcia e de
Israel. Os filsofos gregos e os Padres da Igreja podem ter
sido homens sbios e piedosos, familiarizados com a cincia
de seus prprios tempos, mas no sabiam nada sobre as
grandes civilizaes do velho Oriente, e em seus mais
audaciosos vos de imaginao no poderiam imaginar o
nosso mundo atual.
Muitas das nossas concepes fundamentais so baseadas em
falsas premissas. Devemos varrer o p e o dogma dos sculos
e estudar os fenmenos como realmente aconteceram. Hoje
ns compreendemos que a nossa Terra no o centro da
Criao, mas um gro de p num universo de espao-tempo,
inclusive universos de vrias dimenses coexistentes dentro
do nosso prprio, todos possivelmente com um universo
paralelo de antimatria.
O homem est no limiar de uma nova e empolgante era
csmica, desafiando as estrelas; a atual inquietao da Terra
mostra que na sua alma o homem anela pela verdade. Todas
as nossas crenas convencionais devem ser reexaminadas, a
verdade renovada, a falsidade rejeitada. O homem evolui
pelo sofrimento em sua peregrinao da escurido para a luz.
Nenhum homem sbio, mas todos os homens podem ser
amantes da sabedoria.
A palavra "deus" tem pelo menos dois significados distintos:
o Absoluto, que imagina o universo em que vivemos e
temos o nosso ser, e os "deuses" locais ou astronautas, que
vm de algum planeta adiantado e de tempos em tempos se
manifestam entre os homens.
O que foi ser novamente! A Terra espera agora os nossos
irmos das estrelas, os astronautas do antigo Oriente.
O yojana equivale a aproximadamente oito quilmetros.
Hail Selassi era imperador da Abissnia na poca em que foi escrito este livro. Foi
deposto em 12
de setembro de 1974 por um golpe militar. (N. do E.)