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*
Nas normas da Revista Brasileira de Botnica


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7 - Concluses
Os estudos realizados permitem concluir que:
A estabilizao da fase I do processo de absoro de gua na germinao de sementes ocorre
entre 3 e 4 horas aps o incio da embebio, independentemente do mtodo utilizado;
A passagem da fase II para a fase III do processo de absoro de gua durante a germinao
das sementes ocorreu, aproximadamente, s 120 horas aps o incio da embebio, no
sendo possvel sua caracterizao sem o uso de reguladores vegetais;
A temperatura alternada 20-30C (16 e 8 horas, respectivamente) mostrou-se mais adequada
para a germinao;
A luz exerceu efeito inibitrio sobre a germinao de sementes;
O uso de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina na concentrao de 400 mg L
-1
ampliou os
limites de temperatura de germinao, e
Os reguladores vegetais GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina promoveram incremento no
processo germinativo, emergncia e desenvolvimento de plntulas.























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6 - Consideraes Finais
Com base nos resultados, observa-se que para a determinao das temperaturas cardenais, as
sementes apresentaram baixa porcentagem germinao (inferior a 15%) em uma faixa restrita de
temperatura, evidenciando processo de dormncia. Assim, foi estudada a embebio das sementes
em soluo com reguladores vegetais, o que permitiu a superao da dormncia, ampliou os limites
de temperatura para germinao da espcie e possibilitou a caracterizao das fases da germinao.
Alm disso, possvel indicar concentrao igual ou maior a 400 ml L
-1
de GA
4+7
+ N-
(fenilmetil)-aminopurina para a germinao de sementes de Passiflora cincinnata Mast., sendo
que, os demais reguladores utilizados no tiveram efeito sobre a germinao de sementes desta
espcie, o que indica a necessidade de outros estudos com diferentes concentraes e diferentes
reguladores como alternativa ao GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina.
Outro fato de grande importncia foi que os resultados obtidos com GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-
aminopurina em condies de campo (casa de vegetao), se mostraram semelhantes aos resultados
obtidos em condies de laboratrio.
O experimento a campo foi conduzido at aos 50 dias aps a semeadura. Dessa forma, pode-
se sugerir como continuidade de pesquisa com a espcie, experimentos com tempo maior de
avaliao, para estudar o efeito dos reguladores vegetais aplicados s sementes no crescimento das
mudas. preciso salientar a necessidade do uso de embalagens maiores j que a utilizao de
bandejas apresenta limitaes ao crescimento de mudas por perodo prolongado.


















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3
)
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91


y = -0,0021x + 17,111
R
2
= 0,4147
0
4
8
12
16
20
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Concentraes (mg L
-1
)
C
o
m
p
r
i
m
e
n
t
o

d
e

r
a
i
z


(
c
m
)

.
Comprimento de raiz

Figura 6: Comprimento de raiz de plntulas de Passiflora cincinnata Mast. cultivadas em casa
de vegetao, em funo das concentraes de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina aplicadas s
sementes.


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90


y = 2E-09x
3
- 4E-06x
2
+ 0,0024x + 1,0713
R
2
= 0,8362
0
2
4
6
8
10
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Concentraes (mg L
-1
)
C
o
m
p
r
i
m
e
n
t
o

d
e

c
a
u
l
e

(
c
m
)

.
Comprimento de Caule


y = 2E-09x
3
- 4E-06x
2
+ 0,0024x + 1,0713
R
2
= 0,723
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Concentraes (mg L
-1
)
D
i

m
e
t
r
o

d
e

c
a
u
l
e

(
m
m
)

.
Dimetro de Caule

Figura 5: Comprimento (A) e dimetro (B) do caule de plntulas de Passiflora cincinnata
Mast. cultivadas em casa de vegetao, em funo das concentrao de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-
aminopurina aplicadas s sementes.

A)
B)


89


y = 1E-08x
3
- 3E-05x
2
+ 0,0171x + 3,0383
R
2
= 0,8118
0
2
4
6
8
10
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Concentrao (mg L
-1
)
N

m
e
r
o

d
e

F
o
l
h
a
s

Nmero de Folhas

y = 1E-07x
3
- 0,0003x
2
+ 0,1733x + 17,295
R
2
= 0,6953
0
10
20
30
40
50
60
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Concentrao (mg L
-1
)

r
e
a

F
o
l
i
a
r

(
c
m
2
)


rea Foliar

Figura 4: Nmero de folhas (A) e rea foliar (B) de plntulas de Passiflora cincinnata Mast.
cultivadas em casa de vegetao, em funo das concentraes de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-
aminopurina aplicadas s sementes.


B)
A)


88


vegetais na promoo da diviso e alongamento celular (Taiz & Zeiger 2004). Porm, Cardoso
et al. (2001) relatam que a tendncia de aumento na altura e dimetro de caule pode ser
atribuda maior velocidade de emergncia e vigor da semente. Neste caso, o efeito dos
reguladores vegetais no aumento do comprimento e dimetro de caule seria de forma indireta,
devido a interferncia no tempo mdio e ndice de velocidade de germinao e no, diretamente
relacionado com a diviso e alongamento celular.
Observa-se, portanto, incremento no desenvolvimento da parte area das plantas
(Figuras 4 e 5), porm, observa-se na figura 6 que o comprimento de raiz no diferiu entre os
tratamentos. Estes resultados assemelham-se aos obtidos por Oliveira & Scivittaro (1993) no
desenvolvimento inicial de plntulas de Passiflora alata Dryander. Os autores justificaram que
estes resultados se devem pequena profundidade das bandejas de poliestireno, o que resultou
em poda area natural, porm, observaram que este fato no afetou o crescimento das mudas e
que as razes passaram a crescer lateralmente.
Conclui-se que, os reguladores vegetais GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina
incrementaram o processo de germinao, emergncia e o desenvolvimento de plntulas de P.
cincinnata Mast..






87


y = 0,0095x + 4,7
R
2
= 0,642
y = 0,0102x + 0,7273
R
2
= 0,917
0
5
10
15
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Concentraes (mg L
-1
)
P
o
r
c
e
n
t
a
g
e
m
Sementes Mortas Plntulas Anormais

Figura 3: Porcentagem de sementes mortas e de plntulas anormais resultantes de sementes de
Passiflora cincinnata Mast. tratadas com concentraes de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina
e submetidas germinao em condies de laboratrio.


Em casa de vegetao os reguladores promoveram diferenas significativas no
desenvolvimento das plntulas, conforme se verifica nas figuras 4, 5 e 6.
As variveis nmero de folhas (Figura 4A) e rea foliar (Figura 4B) ajustaram-se
funes de terceiro grau, havendo incremento dos valores com o aumento das concentraes e
posterior queda com a utilizao de concentraes elevadas. Estes resultados assemelham-se
aos observados por Leonel & Pedroso (2005), que obtiveram incremento do nmero de folhas
em mudas de P. alata Dryander, provenientes de sementes tratadas com concentraes de GA
3
,
havendo acrscimo at a concentrao de 300 mg L
-1
seguido de queda com a utilizao de 400
mg L
-1
, ajustando-se a uma funo de segundo grau.
Para comprimento e dimetro do caule (Figura 5A e B), o tratamento testemunha
apresentou os menores valores mdios, seguido de acrscimo com concentraes intermedirias
e posterior queda com uso de concentraes elevadas. O acrscimo no comprimento e dimetro
do caule, obtidos neste experimento, pode estar relacionado com a ao dos reguladores


86


O menor tempo mdio de germinao e de emergncia obtidos com sementes tratadas se
deve eficincia dos reguladores vegetais no estmulo da mobilizao de reservas, diviso e
alongamento celular, conforme mencionado por Taiz & Zeiger (2004). Os dados obtidos para
ndice de velocidade de germinao (IVG) e de emergncia (IVE) comfirmam tais afirmaes,
conforme apresentado na figura 2B, na qual verifica-se que as mdias, para ambas as variveis,
ajustaram-se ao modelo assinttico, o que demonstra a eficincia dos tratamentos utilizados e
indica reduo no tempo de germinao e emergncia, que por sua vez, reflete em menor tempo
para a produo das mudas.
Os tratamentos foram portanto, suficientes para promover uniformidade e rapidez da
germinao, emergncia e estabelecimento do estande, tanto em condies de laboratrio,
como em condies de campo (casa de vegetao). Desta forma, os resultados corroboram com
citaes de Marcos filho (2005) quanto reduo do grau de exposio das sementes a fatores
extremos.
Os resultados obtidos quanto ao efeito de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina na
velocidade de germinao de sementes esto de acordo com relatos de Ferrari (2005), que
obteve maiores valores com uso de 200 e 250 mg L
-1
dos reguladores em sementes de
Passiflora alata Curtis. Da mesma forma, confirmam respostas obtidas por Ferreira (1998) com
uso de 100 mg L
-1
de GA
3
associado a 60 mg L
-1
de citocinina e por Alves et al. (2006) com uso
de 250 mg L
-1
citocinina, ambos com sementes de Passiflora alata Dryander.
Na figura 3 esto os resultados obtidos para porcentagem de sementes mortas e de
plntulas anormais. Observa-se que a aplicao de reguladores vegetais causou aumento na
porcentagem de plntulas anormais e de sementes mortas cujas mdias ajustaram-se a equaes
lineares.





85


y = -4E-08x
3
+ 1E-04x
2
- 0,0675x + 30,527
R
2
= 0,871
y = -0,0029x + 15,068
R
2
= 0,477
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Concentraes (mg L
-1
)
T
e
m
p
o

M

d
i
o

(
d
i
a
s
)

.

TME TMG


0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Concentraes (mg L
-1
)

n
d
i
c
e

d
e

V
e
l
o
c
i
d
a
d
e





IVG IVE

Figura 2: Tempo mdio de germinao de sementes (TMG) e de emergncia (TME) de
plntulas (A), ndice de velocidade de germinao de sementes (IVG) e de emergncia de
plntulas (IVE) (B) de Passiflora cincinnata Mast. em funo das concentraes de GA
4+7
+ N-
(fenilmetil)-aminopurina aplicadas s sementes.

A)
B)
y = 34,5478 [1-1,0395)
e-0,00381x
]
R
2
= 0,913
y = 1 [1+0,1514)
e0,87578x
]
R
2
= 0,8958


84


O comportamento assinttico, observado na germinao e emergncia de plntulas
(Figura 1A e B), pode estar relacionado com mecanismos de regulao, atravs dos quais as
giberelinas regulam seu prprio metabolismo, ao desviar ou inibir a transcrio de genes que
codificam as enzimas para as vias de biossntese e degradao conforme relatado por Taiz &
Zeiger (2004). Outro fator que pode explicar tal comportamento, a existncia da enzima
citocinina oxidase, tambm relatadas por Taiz & Zeiger (2004). Segundo os autores, a enzima
responsvel pela inativao irreversvel das citocininas, sendo que a atividade da enzima
induzida por altas concentraes de citocinina.
A eficincia de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina na superao da dormncia de
sementes, tambm foi relatada por Ferrari (2005) em sementes de Passiflora alata Curtis que
obteve incremento na germinao com uso das concentraes 200 e 250 mg L
-1
. Da mesma
forma, os resultados quanto a germinao esto de acordo com os observados por Ferreira
(1998), em sementes de Passiflora alata Dryander tratadas com giberelina e citocinina
combinadas porm, com 100 mg L
-1
de GA
3
+ 60 mg L
-1
de citocinina (fenilmetil-
aminopurina). Quanto ao uso de giberelina na emergncia de plntulas as respostas corroboram
com Mello et al. (2000) e com Leonel & Pedroso (2005) que obtiveram incremento da
emergncia de plntulas a partir de sementes tratadas com GA
3
.
Na figura 2A esto os resultados referentes s variveis tempo mdio de germinao e
de emergncia de plntulas, onde possvel observar que, com o aumento da concentrao dos
reguladores vegetais, houve declnio do tempo mdio de germinao, cujas mdias ajustaram-
se a uma funo linear (testemunha = 16,2 dias; 1000 mg L
-1
= 11,3 dias) e tambm, declnio
do tempo mdio de emergncia, para a qual as concentraes 500 e 600 mg L
-1
de reguladores
vegetais proporcionaram as menores mdias (15,38 e 15,33 dias, respectivamente), cujos dados
ajustaram-se a uma equao polinomial de 3 grau.



83


0
20
40
60
80
100
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Cocentraes (mg L
-1
)
P
o
r
c
e
n
t
a
g
e
m
Porcentagem/Germinao Sementes Dormentes Plntulas Normais





0
20
40
60
80
100
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Concentraes (mg L
-1
)
E
m
e
r
g

n
c
i
a

(
%
)
Porcentagem de Emergncia
y = 70,2919 [1-0,8614e
-0,00672x
]
R
2
= 0,959


Figura 1: Porcentagem de germinao, de sementes dormentes e de plntulas normais (A) e de
emergncia de plntulas (B) de Passiflora cincinnata Mast. em funo das concentraes de
GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina aplicadas s sementes.
Germinao
y = 84,03 [1-0,7726e-0,0070609x]
R
2
= 0,982
Plntulas Normais
y = 75,715 [1-0,7520e-0,00852x]
R
2
= 0,967
Sementes Dormentes
y = 2,622 -[1+26,8742e-0,0054557x]
R
2
= 0,990
A)
B)


82


(Brasil, 1992), tempo mdio de emergncia (Labouriau, 1983) ndice de velocidade de
emergncia (Silva & Nakagawa, 1995), comprimento mdio de raiz e caule, dimetro do caule,
nmero de folhas e rea foliar mdia. Em ambos os experimentos, os dados foram submetidos
anlise de varincia e anlise de regresso (Pimentel-Gomes, 1990).

Resultados e Discusso
Os resultados obtidos demonstraram que, tanto para germinao em laboratrio como
para emergncia em casa de vegetao, as variveis foram alteradas pelos tratamentos
utilizados. Os dados de porcentagem de germinao , plntulas normais e sementes dormentes
ajustaram-se a funes assintticas (Figura 1A), assim como os dados da porcentagem de
emergncia (Figura 1B).
Observa-se na figura 1 (A e B) que houve baixa porcentagem de germinao (19%) e de
emergncia de plntulas (11%) na ausncia dos reguladores vegetais (testemunha). Estes
resultados demonstram que a espcie apresenta processo de dormncia acentuado, o que
confirma os relatos de Meletti et al. (2002) e Lombardi (2003).
Verifica-se portanto, influncia das concentraes dos reguladores vegetais na
porcentagen de germinao e de plntulas normais (Figura 1A), cujas mdias apresentaram
aumento medida que se fez uso de concentraes crescentes, tornando-se constante com a
utilizao de concentraes superiores a 300 mg L
-1
. Para a varivel porcentagem de sementes
dormentes foi observado comportamento inverso.
No estudo da emergncia de plntulas, em casa de vegetao (Figura 1B), observa-se
que o comportamento foi semelhante ao da germinao, ajustando-se a uma funo assinttica,
com as maiores mdias obtidas com concentraes maiores que 300 mg L
-1
. Estes resultados
demonstram que os efeitos dos reguladores vegetais aplicados s sementes no se restringiram
s condies de laboratrio. Deste modo, os resultados confirmam os obtidos no laboratrio,
uma vez que refletem a situao mais prxima daquelas que as sementes sero submetidas
durante o processo de germinao nos viveiros para o estabelecimento de plantas.



81


O presente trabalho foi dividido em dois experimentos, o primeiro para o estudo das
respostas fisiolgicas do uso de reguladores vegetais na germinao em condies de
laboratrio e o segundo, para estudo da emergncia e desenvolvimento de plntulas em casa de
vegetao.
Para ambos os experimentos foram utilizados o delineamento experimental inteiramente
casualizado com 11 tratamentos, constitudos pelas concentraes zero (testemunha), 100, 200,
300, 400, 500, 600, 700, 800, 900 e 1000 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina
(produto comercial Promalin

, contendo 1,8% de GA
4+7
e 1,8% de N-(fenilmetil)-
aminopurina).
Em laboratrio foram utilizadas cinco repeties de 25 sementes por parcela e em casa
de vegetao, em virtude no nmero de clulas das bandejas, foram utilizadas cinco repeties
de 24 sementes por parcela. As sementes foram imersas em 200 ml de soluo, de cada
tratamento, durante cinco horas sob aerao constante. Aps a embebio, as sementes foram
tratadas com fungicida Captan

(2 g kg
-1
).
No laboratrio as sementes foram transferidas para caixas plsticas (gerbox) de
colorao preta, sobre duas folhas de papel mata-borro umedecido com gua destilada na
proporo de duas vezes e meia o peso do papel (Brasil, 1992). As caixas foram mantidas em
cmara de germinao sob temperatura alternada 20-30C (16 e 8 horas respectivamente).
A contagem do nmero de sementes germinadas foi realizada diariamente durante 45
dias, sempre em sala de segurana sob luz verde. Foram consideradas germinadas as sementes
que apresentaram raiz primria com aproximadamente 2mm de comprimento (Hadas, 1976).
Ao final do experimento foram calculadas as porcentagens de germinao, de sementes mortas
e dormentes, plntulas normais e anormais (Brasil, 1992). O tempo mdio de germinao foi
calculado segundo Laboriau (1983) e o ndice de velocidade de germinao segundo Silva &
Nakagawa (1995). As porcentagens de sementes mortas e dormentes foram obtidas mediante
teste do tetrazlio (Malavasi et al., 2001).
Em casa de vegetao, realizou-se semeadura em bandejas de poliestireno com 72
clulas preenchidas com substrato comercial Plantmax

, colocando-se uma semente por clula.


As avaliaes da emergncia foram realizadas diariamente durante 50 dias. Ao final do
experimento foram calculadas as seguintes variveis: porcentagem de emergncia de plntulas


80


germinao de sementes fotoblsticas negativas, como no caso do maxixe e inibir o efeito de
inibidores de germinao, como o cido abscsico, em sementes de caf. Para Marcos Filho
(2005) alm de estimular a diviso e o alongamento celular, as citocininas apresentam efeito
sinergstico com a luz e atenuam efeitos de substncias inibidoras da germinao, como ABA e
cumarina.
Estudos tm demonstrado que as giberelinas, citocininas e o etileno, so capazes de
estimular a germinao de sementes de espcies de maracujazeiros podendo ser citados como
exemplos os trabalhos realizados por Coneglian et al. (2000), Fogaa et al. (2001), Ferreira et
al. (2001), Zucareli et al. (2003), Ferrari (2005) e Leonel & Pedroso (2005) que estudaram o
efeito de reguladores vegetais na germinao de sementes de Passiflora alata Dryander, e
tambm os trabalhos realizados por Melo et al. (2000) e Passos et al. (2004) que estudaram o
efeito de reguladores vegetais na germinao de sementes de Passiflora ntida Kunth.
Em trabalho com germinao in vitro de sementes de Passiflora cincinnata Mast.,
Lombardi (2003) obteve resultados negativos aps a embebio das sementes em soluo de
GA
3
(500 e 1000 mg L
-1
), com maiores mdias de germinao (52%) no tratamento controle
embebido apenas em gua.
De acordo com o exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de
reguladores vegetais, GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, na germinao de sementes, na
emergncia e desenvolvimento de plntulas de P. cincinnata Mast..

Material e Mtodos
O trabalho foi realizado no Departamento de Botnica, Instituto de Biocincias, da
Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (Unesp), Cmpus de Botucatu-SP.
As sementes utilizadas no experimento foram doadas pelo Centro de Pesquisa
Agropecuria do Trpico Semi-rido (CPATSA) Embrapa, Petrolina PE e foram obtidas
de diversas plantas cultivadas no Campo Experimental da Caatinga em 2004. Aps a extrao
das sementes, estas foram lavadas para retirada da mucilagem e secadas ao sol por trs dias; em
seguida, as sementes foram armazenadas em cmara fria com temperatura mdia de 10C
durante um ano. O grau de umidade (9%) foi determinado pelo mtodo da estufa a 105C 3
(Brasil, 1992).


79


Introduo
Pertencente famlia Passifloraceae, a espcie Passiflora cincinnata Mast. uma planta
silvestre (Aponte & Juregui 2004), popularmente conhecida como maracuj-do-mato
(Bernacci et al., 2003). Pode ser aproveitada como fruto comestvel, planta ornamental ou
medicinal (Aponte & Juregui, 2004; Bernacci et al., 2003), em programas de melhoramento
gentico (Ferreira & Oliveira, 1991) e como porta-enxerto uma vez que tolerante seca
(Arajo et al. 2004), nematides, doenas causadas por bactrias (Ferreira & Oliveira, 1991;
So Jos, 1994) e fungos presentes no solo (Arajo et al., 2004). Porm, apresenta baixa
porcentagem de germinao, necessitando de tempo de armazenamento superior a dois anos
para a superao da dormncia (Meletti et al., 2002).
Os reguladores vegetais que controlam o metabolismo e as respostas das sementes ao
ambiente so fatores intrnsecos que controlam a germinao. Essas substncias, mediadoras
dos processos fisiolgicos da germinao, transformam sinais ambientais especficos em
respostas bioqumicas, produzindo modificaes no estado fisiolgico da semente, atravs da
transcrio diferencial, represso ou desrepresso gnica ou ativao do RNA mensageiro ou,
ainda, por alterao da permeabilidade da membrana. Modificaes nas propriedades fsicas
das membranas afetam diretamente a taxa de hidratao, liberao de enzimas, transporte
inico, pH e contedo de inibidores, situaes estas que interferem na germinao das sementes
(Davies, 1994).
Segundo Moraes et al. (2002) e Taiz & Zeiger (2004) as giberelinas, citocininas e o
etileno promovem a germinao, enquanto o cido abscsico induz a dormncia em sementes.
O emprego de giberelinas est relacionado com a sntese de enzimas hidrolticas que degradam
reservas como o amido e protenas, que so usadas no desenvolvimento do embrio e tambm
no alongamento da radcula. Na maioria das espcies, as giberelinas tambm atuam no
alongamento celular, fazendo com que a raiz primria rompa os tecidos que restringe o seu
crescimento, como o endosperma, o tegumento da semente ou estruturas do fruto (Salisbury &
Ross, 1991, Taiz & Zeiger, 2004).
De acordo com Alvarenga (1990), durante a germinao, as citocininas podem funcionar
como agentes de quebra de dormncia, em alguns casos e, at mesmo, substituir a necessidade
de luz em espcies fotoblsticas positivas, como o caso da alface. Podem, ainda, promover a


78


GA
4+7
+ N-(Fenilmetil)-Aminopurina na Germinao de Sementes e Emergncia de Plntulas de
Passiflora cincinnata Mast.

Resumo: A espcie Passiflora cincinnata Mast. silvestre no comercial conhecida
popularmente como maracuj-do-mato. Pode ser aproveitada como fruto comestvel, planta
ornamental ou medicinal, sendo ainda considerada potencialmente importante para uso como
porta-enxerto. O trabalho foi realizado no Departamento de Botnica, Instituto de Biocincias
da Unesp, Campus de Botucatu-SP e objetivou avaliar o efeito dos reguladores vegetais, GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, na germinao de sementes, na emergncia e desenvolvimento
de plntulas de P. cincinnata Mast.. As sementes foram obtidas junto Embrapa Semi-rido,
Petrolina-PE, a partir de plantas cultivadas no Campo Experimental da Caatinga. Aps um ano
de armazenamento, foram realizados dois experimentos, sendo o primeiro em laboratrio e o
segundo em casa de vegetao. Em ambos os experimentos foram utilizados o delineamento
experimental inteiramente casualizado com 11 tratamentos com cinco repeties cada. Os
tratamentos foram constitudos pelas concentraes zero (testemunha), 100, 200, 300, 400, 500,
600, 700, 800, 900 e 1000 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina. Os dados foram
submetidos anlise de varincia e anlise de regresso. Os reguladores vegetais, G
A4+7
+ N-
(fenilmetil)-aminopurina, incrementaram o processo germinativo, bem como a emergncia e
desenvolvimento de plntulas de P. cincinnata Mast..
Palavras-chave: reguladores vegetais, propagao, porta-enxerto, maracuj, Passiflorceas











77


The effect of GA
4+7
+ N-(Phenylmethyl)-Aminopurine on Germination and Emergency of
Passiflora cincinnata Mast. Seeds

Abstract: Passiflora cincinnata Mast. is a wild and non-marketable species, whose common
name is maracuj-do-mato. It can be used as edible fruit, ornamental or medicinal plant, and
has important potential for grafting stock. The present work was carried out at the Department
of Botany, Botucatu Institute of Biosciences, Unesp, Botucatu, So Paulo State, Brazil, and
aimed at evaluating the effect of plant growth regulators GA
4+7
+ N-(phenylmethyl)-
aminopurine on the germination of seeds and on the emergence and development of P.
cincinnata Mast. seedlings. Seeds were supplied by Embrapa Semi-rido, Petrolina,
Pernambuco State, Brazil, and were obtained from plants cultivated at Caatinga Experimental
Fields. One year after storage, two experiments were carried out: the first, in a laboratory, and
the second, in a greenhouse. Completely randomized experimental designs were used for both
experiments including 11 treatments and 5 repetitions each. Treatments used the following
GA
4+7
+ N-(phenylmethyl)-aminopurine concentrations: zero (control), 100, 200, 300, 400,
500, 600, 700, 800, 900 and 1000 mg L
-1
. Results were subjected to analysis of variance and
regression analysis. Plant growth regulators G
A4+7
+ N-(phenylmethyl)-aminopurine enhanced
the germination process as well as the emergence and development of P. cincinnata Mast.
seedlings.
Keywords: Plant growth regulators, propagation, grafting stock, passion fruit, Passifloraceae










76













5 CAPTULO III
*
- GA
4+7
+ N-(Fenilmetil)-Aminopurina na Germinao de Sementes e
Emergncia de Plntulas de Passiflora cincinnata Mast.










*
Nas normas da Revista Brasileira de Fruticultura


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71


Concluses
De acordo com os experimentos realizados, pode se concluir para a espcie Passiflora cincinnata
Mast. que:
A luz exerceu efeito inibitrio sobre a germinao de sementes;
Os reguladores vegetais GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina na concentrao de 400 mg L
-1

foram eficientes na superao da dormncia de sementes;
O uso de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina na concentrao de 400 mg L
-1
ampliou os
limites de temperatura de germinao;
A temperatura alternada 20-30C mostrou-se mais adequada para a germinao.

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70


Tabela 4. Porcentagem de sementes mortas e de sementes dormentes de Passiflora cincinnata Mast. em funo da temperatura e do pr-tratamento
com GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina.
Table 4. Percentages of dead seeds and dormant seeds of Passiflora cincinnata Mast. as functions of temperature and pretreatment with GA
4+7
+ N-
(phenylmethyl)-aminopurine.

Sementes Mortas Sementes Dormentes
(%) (%)
Temperatura Testemunha 400 mg L
-1
Testemunha 400 mg L
-1

10
o
C 8,8 A b 12,8 A bc 91,2 A a 87,2 A a
15
o
C 12,8 A b 4,8 A c 87,2 A ab 65,6 B b
20
o
C 17,6 A ab 8,0 B c 80,8 A abc 47,2 B bc
25
o
C 8,8 A b 8,8 A c 88,8 A ab 36,8 B cd
30
o
C 17,6 B ab 30,4 A b 66,4 A c 21,6 B d
35
o
C 17,6 B ab 85,80 A a 76,8 A bc 4,8 B f
40
o
C 34,4 B a 92,8 A a 65,6 A c 7,2 B ef
20/30
o
C 14,4 A ab 14,4 A bc 62,4 A c 19,2 B de
30/20
o
C 7,2 B b 17,6 A bc 76,8 A bc 32,8 B cd
Valor de F
Concentrao 37,48** 388,4**
Temperatura 35,97** 36,8**
Comc.xTemp. 15,77** 9,85**
C.V. (%) 29,36 13,58
Mdias seguidas de mesma letra, minsculas na coluna e maisculas na linha, no diferem entre si pelo Teste Tukey a 5% de
probabilidade.
* significativo a 5% de probabilidade.
** significativo a 1% de probabilidade.



69


Tabela 3. Porcentagem de germinao, ndice de velocidade de germinao (IVG), tempo mdio de germinao, porcentagem de plntulas normais e
anormais de Passiflora cincinnata Mast. em funo da temperatura e do pr-tratamento com GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina.
Table 3. Percentages of germination, normal plantules and abnormal plantules; mean time of germination; and germination velocity index (IVG) of
Passiflora cincinnata Mast. as functions of temperature and pretreatment with GA
4+7
+ N-(phenylmethyl)-aminopurine.
Germinao Tempo Mdio Plntulas Normais Plntulas Anormais
(%)
IVG
(%) (%) (%)
Temperatura Testemunha 400 mg L
-1
Testemunha 400 mg L
-1
Testemunha 400 mg L
-1
Testemunha 400 mg L
-1
Testemunha 400 mg L
-1

10
o
C 0,0 A c 0,0 A e 0,0 A b 0,0 A d 0,0 A b 0,0 A c 0,0 A d 0,0 A d 0,0 A b 0,0 A e
15
o
C 0,0 B c 29,6 A c 0,0 B b 6,5 A c 0,0 B b 27,0 A a 0,0 B d 28,0 A c 0,0 A b 1,6 A de
20
o
C 1,6 B c 44,8 A bc 0,0 B b 20,3 A ab 5,2 B b 13,6 A b 1,6 B cd 42,4 A abc 0,0 B b 2,4 A cde
25
o
C 2,4 bc 54,4 A ab 0,2 B b 21,7 A ab 6,2 B b 10,1 A b 2,4 B cd 50,4 A ab 0,0 B b 4,0 A cde
30
o
C 16,0 B a 48,0 A b 2,6 B ab 16,3 A b 14,8 A a 9,1 B b 10,4 B bc 32,0 A bc 5,6 B a 16,0 A a
35
o
C 5,6 A b 9,6 A d 0,3 B b 3,6 A c 15,3 A a 10,7 A b 0,8 A d 2,4 A d 4,8 A a 7,2 A abc
40
o
C 0,0 A c 0,0 A e 0,0 A b 0,0 A d 0,0 A b 0,0 A c 0,0 A d 0,0 A d 0,0 A b 0,0 A e
20/30
o
C 23,0 B a 66,4 A a 3,9 B a 27,6 A a 15,6 A a 10,4 B b 20,8 B a 60,8 A a 2,4 B ab 5,6 A bcd
30/20
o
C 16,0 B a 49,6 A ab 2,7 B ab 17,4 A b 14,5 A a 9,3 B b 12,8 B ab 36,0 A bc 3,2 B ab 13,6 A ab
Valor de F
Concentrao 453** 333,3** 13,7** 279** 39,47**
Temperatura 101** 38,5** 28,8** 65,5** 19,17**
Conc.xTemp. 30,2** 19,11** 16,4** 20,29** 2,34*
C.V. (%) 21,6 25,1 25,8 30,3 66,39
Mdias seguidas de mesma letra, minsculas na coluna e maisculas na linha, no diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
* significativo a 1% de probabilidade.
** significativo a 1% de probabilidade.
Ns: no significativo a 5% de probabilidade.



68


reguladores vegetais foram suficientes para a superao do processo de dormncia, no entanto a alta
temperatura associada baixa disponibilidade de oxignio causou a morte das sementes.
Os resultados obtidos na varivel porcentagem de sementes dormentes (Tabela 4)
corroboram com os dados obtidos na porcentagem de germinao, demonstrando a eficincia dos
reguladores vegetais GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina na superao da dormncia em sementes.
Observa-se que com a aplicao de 400 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, a
porcentagem de sementes dormentes diminuiu acentuadamente medida que aumentou a
temperatura. Nas sementes no tratadas (testemunha) a diminuio no observada.
Dessa maneira, foi possvel observar que 400 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina
possibilitou a superao da dormncia e ampliou os limites de tolerncia s temperaturas extremas.

















67


13,6 e 10,1 respectivamente, aps uso de 400 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, o
tempo mdio de germinao no foi reduzido na mesma proporo. Porm, nas temperaturas de
30C, 20-30C e 30-20C observou-se reduo de 14,8; 15,6 e 14,5 para 9,1; 10,4 e 9,3,
respectivamente (Tabela 3).
Estes resultados esto de acordo com Heydecker (1977, apud Botelho & Perez, 2001) para o
qual o aumento do estresse ambiental, em geral, leva inicialmente a um decrscimo na velocidade
de germinao. Ainda de acordo com o autor, o que sentido como estresse, no depende somente
da constituio gentica mas tambm da condio fisiolgica de uma semente.
Nota-se que, para plntulas normais, os resultados foram semelhantes varivel
porcentagem de germinao, sendo a maior mdia (61%) obtida em sementes tratadas com 400 mg
L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina e submetidas a temperatura de 20-30C, que no diferiu
das sementes submetidas as temperaturas 20C e 25C (42 e 50%, respectivamente).
O uso de 400 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina combinado a temperatura de
30C proporcionou as maiores mdias de plntulas anormais (16%) no diferindo dos tratamentos
400 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina combinado s temperaturas de 30-20C e 35C
(13,6% e 7,2%) como pode se observado na tabela 3. Esse fato pode estar relacionado com a
disponibilidade de oxignio, pois os autores Come & Tissaoui (1973 apud Cunha & Casali 1989)
estudaram a germinao de sementes de ma e demonstraram que em temperaturas acima de 25C
o oxignio torna-se progressivamente menos solvel em gua e atinge o embrio em menores
quantidades. Dessa forma, a menor ocorrncia de plntulas anormais na temperatura 20-30C pode
estar relacionada com a curta durao do perodo de temperatura alta, apenas 8 horas dirias a 30C,
enquanto a alternncia de 30-20C permaneceu 16 horas dirias na maior temperatura.
A disponibilidade de oxignio tambm pode estar relacionada com a maior porcentagem de
sementes mortas observadas em temperaturas altas (Tabela 4). Observa-se tambm na tabela 4 que
as maiores mdias de sementes mortas foram obtidas a partir de sementes tratadas com reguladores
vegetais (85,8% e 92,8% nas temperaturas 35C e 40C, respectivamente). Possivelmente os


66


Verifica-se que a ampliao da germinao ocorreu, principalmente nas temperaturas abaixo
de 30C. O mesmo no ocorreu nas temperaturas acima de 30C, no havendo diferena
significativa entre os tratamentos com e sem reguladores nas temperaturas de 35C e 40C. Estes
dados diferem dos obtidos por Cunha e Casali (1989), em sementes de alface, que observaram que a
aplicao de citocinina foi capaz de reverter o efeito inibidor da germinao causado por altas
temperaturas e no foi quando as sementes foram tratadas com giberelinas.
No foram encontrados trabalhos referentes interao temperatura e reguladores vegetais
na germinao de passiflorceas. Porm, Alves et al. (2006) observaram que a aplicao de
citocinina (fenilmetil-aminopurina) a 250 mg L
-1
em sementes de Passiflora alata Dryander se
mostrou eficiente na germinao de semente, aps estas permanecerem armazenadas em
temperatura ambiente. Os autores mencionam ainda que o efeito da citocinina pode ser substitudo
pela baixa temperatura no armazenamento das sementes.
Nota-se tambm, na tabela 3, que as sementes tratadas com 400 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-
(fenilmetil)-aminopurina e submetidas a temperatura alternada, 20-30C, apresentaram as maiores
mdias na porcentagem de germinao (66%) no diferindo significativamente da temperatura
alternada 30-20C (50%). O favorecimento da temperatura alternada na germinao de
passiflorceas tambm foi mencionado por Santos et al. (1999) em sementes de Passiflora edulis
Sims f. flavicarpa Degener, por Duarte Filho et al. (2000) em sementes de Passiflora giberti N.E.
Brown e por Osipi & Nakagawa (2005) em sementes de Passiflora alata Dryander.
possvel verificar que houve interao entre temperaturas e reguladores vegetais para o
ndice de velocidade de germinao, cujo maior valor (27,6) foi obtido com sementes submetidas
temperatura alternada 20-30C, que no diferiu significativamente das temperaturas constantes 20C
e 25C (20,3 e 21,7; respectivamente).
A eficincia dos reguladores vegetais na velocidade de germinao foi verificada tambm na
varivel tempo mdio de germinao, onde possvel observar que, embora a porcentagem de
germinao nas temperaturas de 15C, 20C e 25C tenha aumentado de 0,0; 5,2 e 6,2 para 27,0;


65


III Temperatura e reguladores vegetais na germinao
Com base nos resultados obtidos nos experimentos I e II foi realizado o Experimento III, no
qual foi adotada a concentrao de 400 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina e ausncia de
luz para a germinao.
Na tabela 3 esto apresentados os desdobramentos para as variveis porcentagem de
germinao, ndice de velocidade de germinao (IVG), tempo mdio de germinao, porcentagem
de plntulas normais e de plntulas anormais resultantes de sementes submetidas a diferentes
temperaturas e tratamento com GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, onde tambm possvel
observar a significncia das interaes entre temperatura e reguladores vegetais.
Observa-se na tabela 3 que sementes no tratadas germinaram na temperatura de 30C e nos
regimes de alternncia de temperaturas (20-30C e 30-20C). Estes resultados esto de acordo com
o mencionado por Marcos Filhos (2005) de que sementes dormentes apresentam exigncias mais
estreitas, ou seja, so menos tolerantes a desvios em relao ao nvel timo de temperatura.
Com a adio dos reguladores houve estmulo significativo germinao e aumento dos
limites de tolerncia temperatura, sendo observada germinao nas temperaturas entre 15 e 35C,
incluindo-se as alternadas (Tabela 3).
Observa-se que sementes no tratadas com reguladores e submetidas temperatura de 25C
apresentaram apenas 2,4% de germinao. Porm, quando tratadas com 400 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-
(fenilmetil)-aminopurina e submetidas mesma temperatura, estas apresentaram porcentagem de
germinao significativamente maior (54,4%) conforme pode ser visto na tabela 3. Estes resultados
esto de acordo com Cunha & Casali (1989) e Botelho & Perez (2001) que relatam a interferncia
dos reguladores vegetais na germinao de sementes quando estas so submetidas a condies
adversas, como o estresse trmico e hdrico. A ampliao dos limites de temperatura na germinao
das sementes de maracuj, obtidas nesse trabalho, pode facilitar a disponibilidade de mudas da
espcie ao longo do ano.


64


Tabela 2: Porcentagem de plntulas normais, de plntulas anormais, de sementes mortas, tempo mdio e ndice de velocidade de germinao (IVG) de
sementes de Passiflora cincinnata Mast. tratadas com GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina.
Table 2. Percentages of normal seedlings, abnormal plantules and dead seeds; mean time of germination; and germination velocity index (IVG) of
Passiflora cincinnata Mast. treated with GA
4+7
+ N-(phenylmethyl)-aminopurine.
Concentrao Plntulas Normais Plntulas Anormais Sementes Mortas Tempo Mdio
(mg L
-1
) (%) (%) (%) (dias)
IVG
0 19,2 d 0 b 7,2 a 16,2 a 4,50 c
100 51,2 c 2,4 ab 5,6 a 14,4 a 13,37 b
200 60 bc 2,4 ab 6,4 a 13,4 a 17,71 ab
300 78,4 a 2,4 ab 6,4 a 14,6 a 18,42 ab
400 76,8 ab 7,2 a 6,4 a 12,2 a 26,14 a
500 75,2 ab 5,6 a 11,2 a 13,8 a 25,34 a
F 29,1** 3,55* 0,74ns 1,20ns 12,36**
C.V. (%) 11,5 79 49 9,7 17,9
Mdias seguidas de mesma letra, na coluna, no diferem entre si pelo Teste Tukey a 5% de probabilidade.
* significativo a 5% de probabilidade.
** significativo a 1% de probabilidade.
Ns: no significativo a 5% de probabilidade.



63


Tambm no foi observada diferena significativa entre os tratamentos para tempo mdio de
germinao. Porm, observa-se tendncia de queda medida que se aumentou a concentrao dos
reguladores vegetais (Tabela 2). Esta tendncia pode ser comprovada pelo ndice de velocidade de
germinao (IVG), no qual foram observadas diferenas significativas, sendo as maiores mdias
(26,14 e 25,24) obtidas com o emprego de 400 e 500 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-
aminopurina. Estes resultados esto de acordo com resultados observados por Ferrari (2005) com
sementes de Passiflora alata Curtis que obteve maiores ndices de velocidade com uso de 200 e 250
mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina. Resultados semelhantes foram encontrados por
Ferreira (1998) em sementes de P. alata Dryander, que obteve maior IVG com 100 mg L
-1
de GA
3
associado a 60 mg L
-1
de citocinina.
Assim, observa-se que o uso de 400 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina foi
eficiente na superao da dormncia das sementes, proporcionando maior porcentagem de
germinao em menor tempo.
y = -0,0004x
2
+ 0,3075x + 21,029
R
2
= 0,88
y = 0,0003x
2
- 0,2882x + 71,657
R
2
= 0,86
0
20
40
60
80
100
0 100 200 300 400 500
Concentraes (mg L
-1
)
P
o
r
c
e
n
t
a
g
e
m
Germinao Sementes Dormentes

Figura 1: Porcentagem de germinao e de sementes dormentes de Passiflora cincinnata Mast.
tratadas com GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina.
Figure 1. Percentages of germination and dormant seeds of Passiflora cincinnata Mast. treated with
GA
4+7
+ N-(phenylmethyl)-aminopurine.


62


II Reguladores vegetais na germinao
Na figura 1 possvel observar que o uso dos reguladores vegetais GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-
aminopurina foi eficiente na superao da dormncia das sementes. As mdias de porcentagem de
germinao ajustaram-se funo quadrtica, sendo observado aumento na porcentagem de
germinao at a concentrao de 300 mg L
-1
. Comportamento inverso observado para a
porcentagem de sementes dormentes.
A efetividade dos reguladores vegetais, GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, na superao
da dormncia de sementes tambm foi relatada por Ferrari (2005) em sementes de Passiflora alata
Curtis, que obteve maiores mdias de germinao na concentrao de 250 mg L
-1
.

O efeito promotor da germinao com o uso de giberelina e citocinina combinados, tambm
foi relatado por Ferreira (1998), com 100 mg L
-1
de GA
3
+ 60 mg L
-1
de fenilmetil-aminopurina
(citocinina). Resultados discordantes so mencionados por Zucareli et al. (2003) que obtiveram
maior porcentagem de sementes dormentes nos tratamentos que continham fenilmetil-aminopurina
(citocinina).
Para a porcentagem de plntulas normais a maior mdia (78,4%) foi observada na
concentrao de 300 mg L
-1
(78,4%), que no diferiu de 400 e 500 mg L
-1
(76,8% e 75,2%,
respectivamente) como pode ser observado na tabela 2.
Na varivel porcentagem de plntulas anormais, as maiores mdias foram observadas nas
concentraes 400 e 500 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, 7,2% e 5,6%,
respectivamente, diferindo significativamente do tratamento testemunha, que no promoveu a
formao de plntulas anormais (tabela 2). Resultados diferentes foram observados por Ferrari
(2005) que no obteve plntulas anormais com sementes de Passiflora alata Curtis tratadas com 0,
50, 100, 150, 200 e 250 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina.
Na tabela 2 tambm esto apresentadas as mdias para porcentagem de sementes mortas,
dentre as quais no foram observadas diferenas significativas.


61


Tabela 1. Porcentagem de germinao, tempo mdio de germinao, ndice de velocidade de germinao (IVG), porcentagem de sementes mortas e
sementes dormentes de Passiflora cincinnata Mast. em funo das temperaturas e condies de fotoperodo.
Table 1. Percentages of germination, dead seeds and dormant seeds; mean time of germination; and germination velocity index (IVG), of Passiflora
cincinnata Mast. as functions of temperature and photoperiod conditions.
Germinao Tempo Mdio Sementes Mortas Sementes Dormentes
(%) (dias)
IVG
(%) (%)
Temperatura Luz Escuro Luz Escuro Luz Escuro Luz Escuro Luz Escuro
10 0,0 A b 0,0 A c 0,0 A b 0,0 A b 0,0 A a 0,0 A c 12,0 A d 16,8 A c 88,0 A a 83,2 A a
15 0,0 A b 0,0 A c 0,0 A b 0,0 A b 0,0 A a 0,0 A c 14,4 A cd 17,6 A c 85,6 A ab 82,4 A a
20 0,0 A b 0,0 A c 0,0 A b 0,0 A b 0,0 A a 0,0 A c 24,8 A bcd 25,6 A bc 75,2 A abc 74,4 A ab
25 0,0 A b 0,0 A c 0,0 A b 0,0 A b 0,0 A a 0,0 A c 30,4 A bc 31,2 A bc 69,6 A bc 68,8 A ab
30 1,6 B ab 11,2 A a 6,4 B ab 17,31 A a 0,4 B a 5,8 A b 26,4 B bcd 44,0 A b 72,0 A abc 44,8 B c
35 0,0 B b 4,0 A b 0,0 B b 16,0 A a 0,0 A a 0,0 A c 31,2 A bc 38,4 A b 68,8 A bc 57,6 A bc
40 0,0 A b 0,0 A c 0,0 A b 0 A b 0,0 A a 0,0 A c 99,2 A a 98,4 A a 0,8 A d 1,6 A d
20/30 3,2 Ba 14,4 A a 18,3 A a 15,8 A a 0,5 B a 11,4 A a 25,6 B bcd 42,4 A b 71,2 A abc 43,2 B c
30/20 3,2 B a 12,8 A a 6,0 B ab 12,4 A a 3,3 B a 11,4 A ab 33,6 A b 27,2 A bc 63,2 A c 60,0 A bc
F
Fotoperodo 62,41** 14,90** 29,44** 5,44* 16,84**
Temperatura 31,84** 14,86** 17,24** 103,86** 99,87**
Fot.xTemp. 10,19** 3,49** 7,99** 1,83ns 3,27**
C.V. (%) 72,99 60,16 46,82 15,94 11,85

Mdias seguidas de mesma letra, minsculas na coluna e maisculas na linha, no diferem entre si pelo Teste Tukey a 5% de probabilidade.
* significativo a 5% de probabilidade.
** significativo a 1% de probabilidade.
Ns: no significativo a 5% de probabilidade.



60


extravasam substncias para o meio, possibilitando o desenvolvimento de microrganismos como
fungos e bactrias, indicando sua deteriorao. Observa-se tambm que nas temperaturas de 10C a
35C as sementes permaneceram viveis, porm dormentes.
Portanto, verifica-se que a germinao das sementes da espcie Passiflora cincinnata Mast.
favorecida pela ausncia de luz, no entanto, mesmo na temperatura mais adequada e na ausncia
de luz a porcentagem de germinao permaneceu baixa, provavelmente, devido dormncia das
sementes.













59


Resultados semelhantes foram observados por Osipi & Nakagawa (2005) e Santos et al.
(1999) em sementes de Passiflora alata Dryander e Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener,
respectivamente, que tambm obtiveram diferena significativa na porcentagem de germinao
entre a temperatura constante de 25C e a temperatura alternada 20-30C. Os mesmos autores
indicaram a temperatura alternada 20-30C como a mais adequada para a germinao destas
espcies.
Observa-se tambm na tabela 1, que os tratamentos que permaneceram na ausncia de luz
apresentaram maiores mdias de germinao, diferindo significativamente dos demais,
demonstrando efeito inibitrio da luz. Estes resultados concordam com o recomendado por Brasil
(1992) para a espcie Passiflora edulis, que indica a realizao do teste de germinao no escuro.
Resultados discordantes foram obtidos por Passos et al. (2004) que no verificaram efeito
significativo da luz/escuro na germinao in vitro de sementes de Passiflora nitida Kunth.
At os 40 dias de avaliao no foram observadas plntulas anormais, provavelmente devido
baixa germinao e a no ocorrncia de germinao em temperaturas extremas que poderia levar a
formao de plntulas anormais devido condio de estresse.
Assim como na porcentagem de germinao, tambm no houve diferena significativa no
tempo mdio de germinao entre as temperaturas de 30C, 20-30C e 30-20C na ausncia de luz
(Tabela 1). No entanto, os tratamentos 20-30C e 30-20C apresentaram os maiores ndices de
velocidade de germinao diferindo, significativamente, da temperatura 30C. Resultados
semelhantes foram observados por Duarte Filho et al. (2000) na germinao de sementes de
Passiflora giberti N.E. Brown, que observaram maior uniformidade de germinao com o uso da
temperatura alternada 30-20C.
possvel observar que a temperatura de 40C foi nociva s sementes promovendo a maior
porcentagem de sementes mortas independentemente da condio de luz. As sementes submetidas
s temperaturas de 35C e 40C apresentaram incidncia de fungos, o que corrobora com relatos de
Ferraz-Grande & Takaki (2006) de que sementes incubadas acima da temperatura mxima,


58


porcentagens de sementes mortas e dormentes foram obtidas mediante teste do tetrazlio (Malavasi
et al. 2001).
Os dados foram submetidos anlise de varincia e as mdias comparadas pelo teste Tukey
a 5% de probabilidade e anlise de regresso (Pimentel-Gomes 1990). Para os dados em
porcentagem foi utilizada a transformao arc-seno da raiz de x/100.

Resultados e Discusso
I Luz e temperatura na germinao
Na tabela 1 so apresentados os desdobramentos para as variveis porcentagem de
germinao, tempo mdio de germinao, ndice de velocidade de germinao (IVG), porcentagem
de sementes mortas e de sementes dormentes resultantes de sementes submetidas a diferentes
condies de temperaturas e de fotoperodo, na qual observa-se interaes significativas entre
fotoperodo e temperatura.
possvel verificar que, de modo geral, a porcentagem de germinao foi baixa,
independentemente da temperatura e condio de luz utilizada, atingindo o maior valor (14,4%) no
tratamento com alternncia de temperatura (20-30C) sob escuro constante, o que no diferiu dos
tratamentos 30-20C (12,8%) e 30C (11,2%), ambos tambm no escuro.
A baixa germino obtida est de acordo com relatos de Meletti et al. (2002) e Lombardi
(2003) de que sementes da espcie Passiflora cincinnata Mast. apresentam elevado nvel de
dormncia.
No que se refere a temperatura, estes resultados esto parcialmente de acordo com os
resultados observados por Pereira & Andrade (1994), que no observaram diferenas significativas
na germinao de sementes de Passiflora edulis Sims submetidas a temperaturas constantes (25 e
30C) e a temperatura alternada (20-30C), porm, diferentemente dos resultados encontrados pelos
autores, no presente trabalho as sementes submetidas temperatura de 25C, independemente da
condio de luz, no apresentaram germinao.


57


vegetais foi utilizado o produto comercial Promalin

, composto por 1,8% de GA


4+7
e 1,8% N-
(fenilmetil)-1H-6-aminopurina.
Aps a embebio, as sementes foram tratadas com fungicida Captan

(2 g kg
-1
) e
transferidas para caixas plsticas, tipo gerbox, de colorao preta sobre duas folhas de papel mata-
borro umedecido com gua destilada na proporo de duas vezes e meia o peso do papel (Brasil
1992). As caixas foram mantidas em cmara de germinao sob temperatura alternada 20-30C (16-
8 horas).
III Temperatura e reguladores vegetais na germinao
A instalao do experimento foi realizada em delineamento experimental inteiramente
casualizado num esquema fatorial 9x2 (temperatura x concentrao) com cinco repeties de 25
sementes por parcela, sendo os tratamentos constitudos pela combinao entre 9 condies de
temperatura (10C, 15C, 20C, 25C, 30C, 35C, 40C, 20-30C e 30-20C) e duas condies de
reguladores vegetais (testemunha, sementes embebidas apenas em gua, e pela concentrao de 400
mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina).
As sementes foram tratadas com fungicida Captan

(2 g kg
-1
) e colocadas para germinar em
caixas plsticas, tipo gerbox de colorao preta, sobre duas folhas de papel mata-borro umedecidas
com gua destilada na proporo de duas vezes e meia o peso do papel (Brasil 1992) e mantidas em
cmara de germinao.
Nos trs experimentos as caixas foram mantidas em cmaras de germinao, sendo a
contagem do nmero de sementes germinadas realizada diariamente durante 40 dias, sempre em
sala de segurana com luz verde e foram consideradas germinadas as sementes que apresentaram
raiz primria com aproximadamente 2mm de comprimento (Hadas 1976).
Ao final de cada experimento calculou-se: a porcentagem de germinao, de sementes
mortas e dormentes, de plntulas normais e anormais (Brasil 1992), o tempo mdio de germinao
(Labouriau, 1983) e o ndice de velocidade de germinao (Silva & Nakagawa 1995). As


56


As sementes foram obtidas junto ao Centro de Pesquisa Agropecuria do Trpico Semi-
rido (CPATSA) Embrapa, Petrolina PE, sendo os frutos coletados de diversas plantas
cultivadas no Campo Experimental da Caatinga no ano de 2004. Aps a extrao das sementes,
estas foram lavadas para retirada da mucilagem e colocadas ao sol para secar por trs dias. Aps a
secagem, as sementes foram armazenadas em cmara fria com temperatura mdia de 10C, durante
um ano.
Na implantao dos experimentos foi determinado o grau de umidade das sementes pelo
mtodo da estufa 105C3 por 24 horas (Brasil, 1992) que resultou em 9% de umidade.
Para atingir os objetivos propostos, o trabalho foi subdividido em trs experimentos:
I Luz e temperatura na germinao
O experimento foi instalado em delineamento experimental inteiramente casualizado num
esquema fatorial 9x2 (temperatura x fotoperodo) sendo utilizado cinco repeties de 25 sementes
por parcela. Os tratamentos foram constitudos pela combinao entre as temperaturas 10C, 15C,
20C, 25C, 30C, 35C, 40C, 20-30C e 30-20C e duas condies de fotoperodo (oito horas de
luz e escuro constante). Para a alternncia de temperatura foi utilizado perodo de 16 e 8 horas. Para
simular a ausncia de luz foram utilizadas caixas tipo gerbox de colorao preta e, transparente para
fotoperodo de 8 horas de luz e 16 horas de escuro.
As sementes foram tratadas com fungicida Captan

(2 g kg
-1
) e colocadas para germinar
sobre duas folhas de papel mata-borro umedecido com gua destilada na proporo de duas vezes
e meia o peso do papel (Brasil 1992).
II Reguladores vegetais na germinao
A implantao do experimento foi em delineamento experimental inteiramente casualizado
com seis tratamentos de cinco repeties com 25 sementes por parcela. Os tratamentos foram
constitudos pela testemunha (sementes embebidas em gua) e pelas concentraes de 100, 200,
300, 400 e 500 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina. As sementes permaneceram imersas
nas respectivas solues durante cinco horas sob aerao constante. Como fonte de reguladores


55


tecidos que restringe o seu crescimento, como o endosperma, o tegumento da semente ou estruturas
do fruto (Salisbury & Ross 1991). A aplicao exgena de cido giberlico influencia o
metabolismo protico, podendo dobrar a taxa de sntese de protenas das sementes (McDonald &
Khan, 1983) e, segundo Marcos Filho (2005), amplia a faixa de temperatura tima para a
germinao.
As citocininas tambm apresentam efeitos fisiolgicos na germinao de sementes (Taiz &
Zeiger 2004) tendo como funo, regular o nvel de inibidores ativos presentes nas sementes,
permitindo que se tornem mais sensveis ao das giberelinas (Walker et al. 1989) e, ainda,
estimulam a diviso e alongamento celular, apresentam efeito sinergstico com a luz e atenuam
efeitos de substncias inibidoras da germinao, como o ABA e a cumarina (Marcos Filho 2005) e,
em alguns casos, pode substituir a necessidade de luz em espcies fotoblsticas positivas, como o
caso da alface. Podem ainda, promover a germinao de sementes fotoblsticas negativas, como no
caso do maxixe (Alvarenga 1990). Segundo Horcat & Letham (1990), os embries de sementes de
milho, em germinao, so capazes de biossintetizar citocininas nos quais estas estariam
relacionadas nos rpidos eventos ps-germinativos.
Os reguladores vegetais tm sido estudados em diversas espcies do gnero Passiflora,
principalmente, na embebio de sementes com giberelina, citocinina e etileno para promover a
superao da dormncia e uniformidade de germinao. Dessa forma, o presente trabalho teve como
objetivo estudar o efeito da luz, da temperatura e a interao entre temperatura e os reguladores
vegetais GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina na germinao das sementes de Passiflora cincinnata
Mast..

Material e Mtodos
O trabalho foi realizado no laboratrio de germinao do Departamento de Botnica da
Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (Unesp), Campus de Botucatu-SP.


54


A temperatura apresenta grande influncia tanto na porcentagem como na velocidade de
germinao, afetando a absoro de gua e as reaes bioqumicas que regulam o metabolismo
envolvido nesse processo, sendo a faixa de temperatura dentro da qual as sementes podem germinar
caracterstica de cada espcie (Bewley & Black 1994).
Os efeitos da temperatura podem ser avaliados a partir de mudanas ocasionadas na
porcentagem, velocidade e freqncia relativa de germinao ao longo do tempo de incubao
(Labouriau & Pacheco 1979).
Osipi & Nakagawa (2005) estudaram a germinao de sementes de diferentes plantas de
maracuj doce (Passiflora alata Dryander) sob duas condies de temperatura (25C e 20-30C) e
observaram que a temperatura alternada 20-30C possibilitou maior porcentagem de germinao,
independentemente da planta, e sugeriram que esta pode ter favorecido a superao da dormncia
das sementes.
A presena de hormnios, atravs do equilbrio entre promotores e inibidores de
crescimento, exerce papel fundamental para regular o processo germinativo (Moraes et al. 2002).
Para Davies (1994) os reguladores vegetais so fatores intrnsecos que controlam a germinao
transformando sinais ambientais especficos em respostas bioqumicas, produzindo modificaes no
estado fisiolgico da semente, atravs da transcrio diferencial, represso ou desrepresso gnica
ou ativao do RNA mensageiro ou, ainda, por alterao na permeabilidade da membrana.
Quando se analisa o desempenho das sementes sob algum tipo de estresse ambiental, a
presena de reguladores vegetais deve ser considerada devido sua interferncia na germinabilidade
das sementes (Botelho & Perez 2001) e segundo Cunha & Casali (1989), o uso de giberelinas na
germinao pode melhorar a performance de sementes de vrias espcies, principalmente, sob
condies adversas.
As giberelinas endgenas influenciam grande variedade de processos do desenvolvimento,
entre os quais a germinao de sementes e a mobilizao das reservas do endosperma (Taiz &
Zeiger 2004), atuando ainda no alongamento celular, fazendo com que a raiz primria rompa os


53


Introduo
A espcie Passiflora cincinnata Mast. pertencente a famlia Passifloraceae silvestre no
comercial (Aponte & Juregui 2004), popularmente conhecida como maracuj-do-mato sendo
considerada potencialmente importante na produo de porta-enxerto, uma vez que tolerante a
doenas causadas por bactrias (So Jos 1994, Meletti et al. 2002) e nematides, podendo ser
utilizada em programas de melhoramento gentico (Ferreira & Oliveira 1991).
Estudos com espcies potenciais para produo comercial e/ou de porta-enxertos, se tornam
ferramentas imprescindveis para auxiliar no desenvolvimento tecnolgico da cultura do
maracujazeiro (Ruggiero 1998, Meletti 2001), sendo a maioria dos problemas que ocorrem com o
emprego de sementes de Passiflorceas para produo de mudas p-franco ou porta-enxertos,
relacionados heterogeneidade das plantas e a baixa porcentagem de germinao (Morley-Bunker
1980, Ruggiero, 1991).
Lombardi (2003) relatou que as sementes da espcie Passiflora cincinnata Mast.
apresentam baixa germinao (52%) e, segundo Meletti et al. (2002), as sementes da espcie
necessitam de tempo de armazenamento superior a dois anos para superao da dormncia.
Para algumas espcies a luz constitui fator de importncia na germinao das sementes e
sobrevivncia das plntulas (Borges & Rena 1993). O responsvel pela fotorreao, controlando a
germinao um pigmento denominado fitocromo, uma cromoprotena solvel, presente no
citoplasma de clulas do eixo embrionrio (Marcos Filho 2005). Entre outros processos, o
fitocromo permite que as sementes detctem a composio espectral da luz, iniciando a germinao
quando as condies luminosas se tornam apropriadas para o estabelecimento das plntulas (Smith
1994).
A sensibilidade das sementes luz influenciada pelas condies ambientais durante a
maturao e a secagem das sementes. Esta sensibilidade bastante varivel de acordo com a
espcie, havendo sementes cuja germinao influenciada, positivamente ou negativamente, pela
luz e sementes indiferentes a ela (Borges & Rena 1993).


52


Fotoperodo, Temperatura e Reguladores Vegetais na Germinao de Sementes de Passiflora
cincinnata Mast.

Resumo: O trabalho foi realizado no laboratrio de germinao do Departamento de Botnica da
Unesp, Campus de Botucatu-SP e teve como objetivos estudar o efeito da luz e da temperatura e a
interao entre temperatura e reguladores vegetais na germinao de sementes de Passiflora
cincinnata Mast.. O trabalho constou de trs experimentos; no primeiro foi estudado o efeito da luz
e da temperatura na germinao de sementes, sendo realizado em esquema fatorial 9x2 (temperatura
x fotoperodo), inteiramente casualizado, utilizando-se cinco repeties de 25 sementes por parcela.
Os dados foram submetidos anlise de varincia e comparao das mdias pelo teste Tukey. No
segundo foi estudado o efeito dos reguladores vegetais, GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, na
germinao e constou de seis tratatamentos com cinco repeties de 25 sementes em delineamento
experimental inteiramente cazualizado. Os dados foram submetidos anlise de varincia,
comparao das mdias pelo teste Tukey e anlise de regresso. No terceiro experimento foi
estudada a interao entre temperatura e reguladores vegetais na germinao sendo realizado num
delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema fatorial 9x2 (temperatura X
concentrao). Os dados foram submetidos anlise de varincia e comparao das mdias pelo
teste Tukey. Foi possvel observar que a luz exerceu efeito inibitrio sobre a germinao das
sementes; os reguladores vegetais, GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, foram eficientes na
superao da dormncia e ampliao dos limites de temperatura de germinao. A temperatura
alternada 20-30C mostrou-se mais adequada para a germinao de sementes da espcie.
Palavras-Chave: Maracuj, Passiflorceas, Propagao, Sementes.






51


Photoperiod, Temperature and Plant Growth Regulators in Passiflora cincinnata Mast. seeds
Germination

Abstract: The present work was carried out at the germination laboratory of the Department of
Botany, Botucatu Institute of Biosciences, Unesp, Botucatu, So Paulo State, Brazil. Its aims were
to study the effects of light and temperature as well as the interaction between temperature and plant
growth regulators during the germination of Passiflora cincinnata Mast. seeds. This work involved
three experiments: the first aimed at studying the effect of light and temperature on the germination
of seeds using a completely randomized design in 9x2 factorial scheme (temperature x photoperiod)
and five repetitions of 25 seeds each: data were subjected to analysis of variance and comparison of
means using the Tukey test. The second experiment aimed at studying the effect of plant growth
regulators GA
4+7
+ N-(phenylmethyl)-aminopurine on germination. It consisted of six treatments
and five repetitions of 25 seeds each in a completely randomized design. Data were subjected to
analysis of variance, comparison of means using the Tukey test, and regression analysis. In the third
experiment, the interaction between temperature and plant growth regulators in germination was
studied based on a completely randomized design in 9x2 factorial scheme (temperature X
concentration). Data were subjected to analysis of variance and comparison of means using the
Tukey test. Light had an inhibitory effect on the seeds germination, and plant growth regulators
GA
4+7
+ N-(phenylmethyl)-aminopurine were effective in overcoming dormancy and increasing
temperature limits in germination. Alternated temperature, 20-30C, was the most suitable for the
germination of seeds of the species studied.
Keywords: Passion fruit, Passifloraceae, Propagation, Seeds.






50













4 CAPTULO II
1
- Fotoperodo, Temperatura e Reguladores Vegetais na Germinao de
Sementes de Passiflora cincinnata Mast.


















1
Nas normas da Revista Brasileira de Botnica


49


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45


Concluses
De acordo com os resultados obtidos, conclui-se para a espcie Passifora cincinnata Mast.
que:
A estabilizao do processo de embebio de gua nas sementes, final da fase I e incio da
fase II da germinao, ocorreu trs a quatro horas aps o contato com a gua,
independentemente do mtodo utilizado;
Os reguladores vegetais, GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, foram eficientes na superao
da dormncia de sementes, sendo a concentrao de 400 mg L
-1
a mais indicada;
O incio da fase III da germinao das sementes ocorreu, aproximadamente, 120 horas aps
o incio da embebio, no sendo possvel sua caracterizao sem o uso de reguladores
vegetais.

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44


y = -0,015x
3
+ 0,508x
2
- 3,569x + 6,59
R
2
= 0,994
y = 0,015x
4
- 0,706x
3
+ 11,648x
2
- 73,405x + 154,79
R
2
= 0,997
0
10
20
30
40
50
60
9
6
1
2
0
1
4
4
1
6
8
1
9
2
2
1
6
2
4
0
2
6
4
2
8
8
3
1
2
3
3
6
3
6
0
3
8
4
4
0
8
Tempo (horas)
G
e
r
m
i
n
a

o

(
%
)
.

gua Reguladores

Figura 04 Porcentagem de germinao, ao longo do tempo, de sementes de Passiflora cincinnata
Mast. tratadas com GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina.
Figure 04 Percentage of germination of Passiflora cincinnata Mast. seeds treated with GA
4+7
+
N-(phenylmethyl)-aminopurine.

Tabela 8: Mdias da porcentagem de germinao, de sementes dormentes e mortas e da massa da
matria fresca das sementes, submetidas a embebio aps tratamento com GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-
aminopurina.
Table 8: Means for the percentages of germination, and dormant seeds and for the mass of seeds
submitted to imbibition after treatment with GA
4+7
+ N-(phenylmethyl)-aminopurine.

Germinao
Sementes
Dormentes
Sementes
Mortas
Matria
Fresca
Tratamentos (%) (%) (%) (g)
gua 18 b 73 a 8 b 3,01 b
400 mg L
-1
58 a 24 b 18 a 8,27 a
F 49** 78** 8,72* 106**
C.V. (%) 23 18 40 14
Mdias seguidas de letras iguais, na coluna, no diferem entre si pelo Teste Tukey.
* significativo ao nvel de 5% de probabilidade.
** significativo ao nvel de 1% de probabilidade.

Means followed by same letters in the column do not differ among themselves by the Test of
Tukey.
* significative at 5% of probability.
** significative at 1% of probability.


43


Na figura 4 esto representadas as porcentagens de germinao, acumuladas ao longo do
tempo (Fase III), cujas mdias ajustaram-se a equaes de terceiro e quarto graus, para a
testemunha e sementes tratadas com 400 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina,
respectivamente.
Na tabela 8 esto representadas os desdobramentos para as porcentagens de germinao,
sementes mortas e dormentes e o ganho de massa fresca das sementes aps 408 horas de hidratao.
Observa-se que a porcentagem de germinao foi maior nas sementes tratadas com 400 mg
L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, o que permitiu a caracterizao das trs fases, como j
mencionado. Consequentemente, a porcentagem de sementes dormentes tambm foi menor nas
sementes tratadas.
O tratamento das sementes com os reguladores vegetais proporcionou tambm, a maior
porcentagem de sementes mortas. Possivelmente, este fato est relacionado com o excesso de
manipulao das sementes durante as pesagens, visto que a porcentagem de sementes mortas no
experimento anterior, com a aplicao da mesma concentrao de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-
aminopurina, mas sem manipulao, uma vez que as sementes permaneciam nas caixas sem contato
manual, se manteve abaixo (6,4%) da encontrada no presente experimento.
O ganho de massa de matria fresca obtido pela massa de matria fresca final menos a massa
de matria fresca inicial das sementes, foi maior nas sementes tratadas, sendo este ganho de massa,
segundo Marcos Filho (2005) referente a hidratao e, posteriormente, ao acrscimo significativo,
tanto da massa mida como da matria seca das sementes, que so acompanhados pela rpida
mobilizao de nutrientes para a raiz primria.


42


horas do incio da hidratao, isso porque foram consideradas como germinadas sementes que
apresentavam 2mm de raiz primria (Hadas 1976).






















Figura 03 Grau de umidade (%) ao longo do tempo, de sementes de Passiflora cincinnata Mast.
tratadas com GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina. (A) fases I e II, (B) fase III da germinao.
Figure 03 Degree of humidity (%) along the time of Passiflora cincinnata Mast. seeds treated
with GA
4+7
+ N-(phenylmethyl)-aminopurine. (A) stages I and II of germination, (B) stage III of
germination.
9
10
11
12
13
14
15
16
17
5
0
8
0
1
1
0
1
4
0
1
7
0
2
0
0
2
3
0
2
6
0
2
9
0
3
2
0
3
5
0
3
8
0
4
1
0
Tempo (horas)
G
r
a
u

d
e

U
m
i
d
a
d
e

(
%
)

.
Testemumha Reguladores Vegetais
8
8,5
9
9,5
10
10,5
11
01
0
2
0
3
0
4
0
5
0
Tempo (horas)
G
r
a
u

d
e

U
m
i
d
a
d
e

(
%
)

.
Fases I e II: Y=9,328 (1-0,141 e
(-1,160x)
R
2
= 0,98

Fase III: Y = 0,0241x + 6,5951 R
2
= 0,99

A)
B)


41


III - Caracterizao das fases da germinao com reguladores vegetais
Para a caracterizao das fases da germinao em sementes de Passiflora cincinnata Mast.
foram utilizados os resultados obtidos nos experimentos anteriores, ou seja, utilizao de cinco
horas de imerso e a concentrao 400 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina para a
superao da dormncia, possibilitando a caracterizao da fase III, pois esta s acontece em
sementes no dormentes como j relatado por diversos autores como Bewley & Black (1994),
Carvalho & Nakagawa (2000) e Marcos Filho (2005).
Observa-se na figura 3, que no houve ajuste matemtico para o tratamento testemunha. Este
fato, provavelmente, est relacionado com o comportamento irregular das sementes dormentes que,
apesar da embebio durante a fase I, apresentaram flutuaes na quantidade de gua absorvida
durante a fase II. Estas flutuaoes se devem, possivelmente, ao rompimento dos tegumentos
observados durante o experimento, o que alterou a leitura das pesagens. Alm disso, a baixa
porcentagem de germinao impossibilitou a caracterizao da fase III no tratamento testemunha.
A fase I foi semelhante entre as sementes tratadas com 400 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-
(fenilmetil)-aminopurina e as no tratadas (testemunha) e, tambm, semelhantes aos resultados
obtidos no experimento I (em diferentes mtodos de hidratao), ocorrendo a estabilizao entre
trs e quatro horas aps o incio do processo, sendo as mdias ajustadas numa equao assinttica.
A fase II durou aproximadamente 116 horas e portanto, a passagem da fase II para a fase III
ocorreu, aproximadamente s 120 horas aps o contato da semente com a soluo. Estes resultados
esto de acordo com os observados por Ferrari (2005) em sementes de Passiflora alata Curtis, cuja
passagem da fase II para a fase III tambm ocorreu s 120 horas aps o contato inicial com a gua,
quando as sementes foram acondicionadas sobre papel umedecido. Contudo, o mesmo autor
observou que a fase III iniciou s 200 horas quando as sementes permaneceram submersas em gua
sob aerao.
Apesar do acrscimo da quantidade de gua absorvida, o que indica a sada da fase II, iniciar
s 120 horas, s foi verificado germinao visvel aps 24 horas deste periodo, ou seja aps 144


40


Na anlise do ndice de velocidade de germinao (IVG) foi verificada interao
significativa entre reguladores e concentraes, sendo as maiores mdias (26,14 e 25,34)
observadas nos tratamentos com 400 e 500 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina (tabela
7). Estes resultados concordam com os resultados obtidos por Ferrari (2005), que observou maiores
ndices de velocidade de germinao em sementes de P. alata Curtis com uso de GA
4+7
+ N-
(fenilmetil)-aminopurina. Os resultados tambm so semelhantes queles encontrados por Ferreira
(1998) em sementes de P. alata Dryander, com uso de 100 mg L
-1
de GA
3
associado a 60 mg L
-1
de
citocinina. Da mesma forma, Alves et al. (2006) obtiveram maior ndice de velocidade de
emergncia de plntulas a partir de sementes de P. alata Dryander armazenadas durante 20 dias em
temperatura ambiente e, posteriormente, tratadas com soluo de citocinina (BA) 250 mg L
-1
.


Tabela 7: ndice de velocidade de germinao (IVG) de sementes de Passiflora cincinnata Mast.
tratadas com os reguladores vegetais, 40 dias aps a semeadura.
Table 7: Germination speed index (GSI) of Passiflora cincinnata Mast. seeds treated with plant
growth regulators on the 40
th
day after seeding.
Concentrao ndice de Velocidade de Germinao (IVG)
(mg L
-1
) GA
3
GA
4+7
GA
4+7
+BA GA
3
+BA BA GA
4+7
+ N-FMA
0 2,54 AB a 1,30 AB a 1,10 AB a 0,89 AB a 0,58 B a 4,50 A c
100 0,63 B a 2,57 B a 0,73 B a 2,27 B a 0,33 B a 13,37 A b
200 0,75 B a 0,61 B a 0,86 B a 2,35 B a 2,03 B a 17,71 A ab
300 1,81 B a 1,94 B a 1,40 B a 0,27 B a 0,49 B a 18,42 A ab
400 0,95 B a 0,69 B a 1,27 B a 0,86 B a 3,62 B a 26,14 A a
500 1,66 B a 0,90 B a 1,85 B a 0,56 B a 1,49 B a 25,34 A a

Valores de F: Regulador (R) = 89,26**; Concentrao (C) = 1,78ns; RxC = 3,29**. CV (%) = 54,14.
Mdias seguidas de mesma letra, minsculas na coluna e maisculas na linha, no diferem entre si pelo teste Tukey a
5% de probabilidade.
** - significativo a 1% de probabilidade. ns = no significativo a 5% de probabilidade..

Values of F: Regulator (R) = 89.26**; Concentration (C) = 1.78ns; RxC = 3.29**. CV (%) = 54.14.
The means followed by same letters, lowercase in the column and capital in the line, do not differ among themselves by
the test of Tukey at 5% of probability.
** - significative at 1% of probability. ns = not significative at 5% of probability.





39


Tabela 5: Porcentagem de sementes dormentes provenientes sementes de Passiflora cincinnata
Mast. tratadas com os reguladores vegetais, 40 dias aps a semeadura.
Table 5: Percentage of dormant seeds of Passiflora cincinnata Mast. seeds treated with plant
growth regulators on the 40
th
day after seeding.
Concentrao Sementes Dormentes (%)
(mg L
-1
) GA
3
GA
4+7
GA
4+7
+BA GA
3
+BA BA GA
4+7
+ N-FMA
0 75,2 A a 69,6 A a 78,4 A a 73,6 A a 72,8 A a 73,6 A a
100 75,2 A a 72,8 A a 74,4 A a 68 A a 63,2 A a 40,8 B b
200 74,4 A a 74,4 A a 75,2 A a 77,6 A a 76,0 A a 31,2 B b
300 76,0 A a 74,4 A a 72,0 A a 80,8 A a 76,0 A a 12,8 B c
400 82,4 A a 71,2 AB a 67,2 B a 80,0 AB a 71,2 AB a 8,0 C c
500 83,2 A a 70,4 AB a 68,8 B a 74,4 AB a 74,4 AB a 7,2 C c

Valores de F: Regulador (R) = 149,21**; Concentrao (C) = 7,38**; RxC = 10,25**. CV (%) = 9,82.
Mdias seguidas de mesma letra, minsculas na coluna e maisculas na linha, no diferem entre si pelo teste Tukey a
5% de probabilidade.
** - significativo a 1% de probabilidade.

Values of F: Regulator (R) = 149.21**; Concentration (C) = 7.38**; RxC = 10.25**. CV (%) = 9.82.
The means followed by same letters, lowercase in the column and capital in the line, do not differ among themselves by
the test of Tukey at 5% of probability.
** - significative at 1% of probability.

Tabela 6: Tempo mdio de germinao de sementes de Passiflora cincinnata Mast. tratadas com os
reguladores vegetais, 40 dias aps a semeadura.
Table 6: Mean time of germination of Passiflora cincinnata Mast. seeds treated with plant growth
regulators on the 40
th
day after seeding.
Concentrao Tempo (dias)
(mg L
-1
) GA
3
GA
4+7
GA
4+7
+BA GA
3
+BA BA GA
4+7
+ N-FMA
0 10,8 A a 16,5 A ab 11,3 A b 16,2 A a 17,7 A a 16,2 A a
100 10,2 A a 12,2 A ab 14,2 A ab 14,1 A ab 12,1 A a 14,4 A a
200 14,3 A a 12,4 A ab 12,1 A ab 13,1 A ab 13,1 A a 13,4 A a
300 11,4 AB a 9,5 B b 15,1 AB ab 8,9 B b 17,8 A a 14,6 AB a
400 12,4 A a 10,1 A b 13,5 A ab 12,8 A ab 12,6 A a 12,2 A a
500 14,3 AB a 19,1 A a 18,6 A a 9,8 B ab 13,2 AB a 13,8 AB a
Valores de F: Regulador (R) = 1,89ns; Concentrao (C) = 2,10ns; RxC = 2,17**. CV (%) = 14,68.
Mdias seguidas de mesma letra, minsculas na coluna e maisculas na linha, no diferem entre si pelo teste Tukey a
5% de probabilidade.
** - significativo a 1% de probabilidade. ns = no significativo a 5% de probabilidade.

Values of F: Regulator (R) = 1.89ns; Concentration (C) = 2.10ns; RxC = 2.17**. CV (%) = 14.68.
The means followed by same letters, lowercase in the column and capital in the line, do not differ among themselves by
the test of Tukey at 5% of probability.
** - significative at 1% of probability. ns = not significative at 5% of probability.



38


Tabela 3: Porcentagem de plntulas anormais provenientes de sementes de Passiflora cincinnata
Mast. tratadas com os reguladores vegetais, 40 dias aps a semeadura.
Table 3: Percentage of abnormal of Passiflora cincinnata Mast. seeds treated with plant growth
regulators on the 40
th
day after seeding.
Concentrao Plntulas Anormais (%)
(mg L
-1
) GA
3
GA
4+7
GA
4+7
+BA GA
3
+BA BA GA
4+7
+ N-FMA
0 0,0 A a 0,0 A a 0,0 A a 0,8 A a 0,0 A a 0,0 A b
100 0,0 A a 1,6 A a 0,8 A a 1,6 A a 0,0 A a 2,4 A ab
200 0,8 A a 0,0 A a 0,8 A a 0,0 A a 1,6 A a 2,4 A ab
300 0,8 A a 1,6 A a 0,0 A a 0,0 A a 1,6 A a 2,4 A ab
400 0,0 B a 0,0 B a 0,0 B a 0,0 B a 2,4 AB a 7,2 A a
500 0,0 B a 0,8 B a 1,6 B a 0,8 B a 1,6 B a 5,6 A a

Valores de F: Regulador (R) = 9,0**; Concentrao (C) = 1,86ns; RxC = 1,63*. CV (%) = 169,31.
Mdias seguidas de mesma letra, minsculas na coluna e maisculas na linha, no diferem entre si pelo teste Tukey a
5% de probabilidade.
* e ** - significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente. ns = no significativo a 5% de probabilidade.

Values of F: Regulator (R) = 9.0**; Concentration (C) = 1.86ns; RxC = 1.63*. CV (%) = 169.31.
The means followed by same letters, lowercase in the column and capital in the line, do not differ among themselves by
the test of Tukey at 5% of probability.
* and ** - significative at 5% and 1% of probability, respectively. ns = not significative at 5% of probability.

Tabela 4: Porcentagem de sementes mortas provenientes de sementes de Passiflora cincinnata
Mast. tratadas com os reguladores vegetais, 40 dias aps a semeadura.
Table 4: Percentage of dead Passiflora cincinnata Mast. seeds treated with plant growth regulators
on the 40
th
day after seeding.
Concentrao Sementes Mortas (%)
(mg L
-1
) GA
3
GA
4+7
GA
4+7
+BA GA
3
+BA BA GA
4+7
+ N-FMA
0 14,4 17,6 12 15,2 19,20 7,2
100 18,4 14,4 16 18,4 29,6 5,6
200 16 17,6 16 14,4 12,8 6,4
300 13,6 16 16,8 12,8 18,4 6,4
400 12 20 24,8 14,4 16 6,4
500 11,2 18,4 14,4 18,4 15,2 11,2
Mdia 14,26 A 17,33 A 16,66 A 15,60 A 18,53 A 7,20 B

Valores de F: Regulador (R) = 10,01**; Concentrao (C) = 0,48ns; RxC = 1,06ns. CV (%) = 31,08.
Mdias seguidas de mesma letra maisculas na linha, no diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
** - significativo a 1% de probabilidade; ns = no significativo a 5% de probabilidade.

Values of F: Regulator (R) = 10.01**; Concentration (C) = 0.48ns; RxC = 1.06ns. CV (%) = 31.08.
Means followed by the same lowercase letters in the line do not differ among themselves by the test Tukey at 5% de
probability.
** - significative at 1% of probability; ns = not significative at 5% of probability.


37


concentrao, sendo as menores mdias (7,20%) obtidas com uso de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-
aminopurina o que diferiu dos demais reguladores.
Na porcentagem de sementes dormentes foram observadas interaes significativas entre os
reguladores vegetais e concentraes, sendo as menores mdias observadas com uso das
concentraes de 300, 400 e 500 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina (tabela 5). Este fato
ocorreu em virtude da maior porcentagem de germinao (tabela 1) promovida com aplicao deste
regulador, o que resultou em menores mdias da porcentagem de sementes dormentes. Estes
resultados so discordantes dos obtidos por Zucareli et al. (2003) que observaram em sementes de
Passiflora alata Dryander, maior porcentagem de sementes dormentes nos tratamentos que
continham citocinina.
Para a varivel tempo mdio de germinao possvel observar que houve interao
significativa entre os reguladores vegetais e concentraes, cujos desdobramentos encontram-se na
tabela 6. No entanto, no houve comportamento padro entre os reguladores e as concentraes.
Estes resultados so, possivelmente, devido baixa porcentagem de germinao obtida na maioria
dos tratamentos e esto de acordo com relatos de Silva & Nakagawa (1995) de que algumas
frmulas no so adequadas para clculos de velocidade em determinados lotes de sementes, em
virtude da variabilidade gentica e tambm, por no levar em considerao o perodo entre a
semeadura e o incio da germinao.










36



y = 0,0003x
2
- 0,2882x + 71,657
R
2
= 0,86
y = -0,0004x
2
+ 0,2943x + 20,857
R
2
= 0,85
y = -0,0004x
2
+ 0,3075x + 21,029
R
2
= 0,88
0
20
40
60
80
100
0 100 200 300 400 500
Concentrao (mg L
-1
)
P
o
r
c
e
n
t
a
g
e
m
Plnt. Normais Sem. Dormentes Germinao

Figura 2: Porcentagens de germinao, plntulas normais e de sementes dormentes de Passiflora
cincinnata Mast. tratadas com GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina.
Figure 2: Percentages of germination, normal seedlings and dormant seeds of Passiflora cincinnata
Mast. treated with GA
4+7
+ N-(phenylmethyl)-aminopurine.

porcentagem de germinao e na porcentagem de plntulas normais. O inverso foi observado para a
varivel porcentagem de sementes dormentes.
Os desdobramentos das interaes para a porcentagem de plntulas anormais encontram-se
representados na tabela 3, onde possvel observar que as maiores mdias para essa varivel foram
obtidas com a utilizao de 400 e 500 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, que diferiram
significativamente da testemunha, discordando dos resultados mencionados por Ferrari (2005) que
obteve 100% de plntulas normais a partir de sementes de Passiflora alata Curtis tratadas com
concentraes de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina.
Em relao porcentagem de sementes mortas no foram observadas interaes
significativas entre reguladores e concentraes (tabela 4), porm foram observadas diferenas
significativas entre as mdias dos reguladores vegetais utilizados, independentemente da


35


Tabela 1: Porcentagem de germinao de sementes de Passiflora cincinnata Mast tratadas com
reguladores vegetais, 40 dias aps a semeadura.
Table 1: Percentage of germination of Passiflora cincinnata Mast. seeds treated with plant growth
regulators on the 40
th
day after seeding.
Concentrao Germinao (%)
(mg L
-1
) GA
3
GA
4+7
GA
4+7
+BA GA
3
+BA BA GA
4+7
+ N-FMA
0 10,4 A a 12,8 A a 9,6 A a 11,2 A a 8 A a 19,2 A d
100 6,4 B a 12,8 B a 9,6 B a 13,6 B a 7,2 B a 53,6 A c
200 9,6 B a 8 B a 8,8 B a 8 B a 11,2 B a 62,4 A bc
300 10,4 B a 9,6 B a 11,2 B a 6,4 B a 6,4 B a 80,8 A ab
400 5,6 B a 8,8 B a 8 B a 5,6 B a 12,8 B a 85,6 A a
500 5,6 B a 11,2 B a 16,8 B a 7,2 B a 10,4 B a 81,6 A a

Valores de F: Regulador (R) = 158,8**; concentrao (C) = 2,99*; RxC = 6,59**. CV (%) = 28,88
Mdias seguidas de mesma letra, minsculas na coluna e maisculas na linha, no diferem entre si pelo teste Tukey a
5% de probabilidade.
* e ** - significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.

Values of F: Regulator (R) = 158.8**; concentration (C) = 2.99*; RxC = 6.59**. CV (%) = 28.88
The means followed by same letters, lowercase in the column and capital in the line, do not differ among themselves by
the test of Tukey at 5% of probability.
* and ** - significative at 5% and 1% of probability, respectively.

Tabela 2: Porcentagem de plntulas normais provenientes de sementes de Passiflora cincinnata
Mast. tratadas com os reguladores vegetais, 40 dias aps a semeadura.
Table 2: Percentage of normal seedlings of the Passiflora cincinnata Mast. seeds treated with plant
growth regulators on the 40
th
day after seeding.
Concentrao
Plntulas Normais (%)
(mg L
-1
) GA
3
GA
4+7
GA
4+7
+BA GA
3
+BA BA GA
4+7
+ N-FMA
0 9,6 A a 14,4 A a 09,6 A a 10,4 A a 08,0 A a 19,2 A d
100 6,4 B a 11,2 B a 08,8 B a 12,0 B a 07,2 B a 51,2 A c
200 8,8 B a 08,0 B a 08,0 B a 08,0 B a 09,6 B a 60,0 A bc
300 9,6 B a 08,0 B a 11,2 B a 06,4 B a 04,0 B a 78,4 A a
400 5,6 B a 08,8 B a 08,0 B a 05,6 B a 10,4 B a 76,8 A ab
500 5,6 B a 10,4 B a 15,2 B a 06,4 B a 08,8 B a 75,2 A ab
Valores de F: Regulador (R) = 160,9**; Concentrao (C) = 1,98ns; RxC = 6,2**. CV (%) = 28,17
Mdias seguidas de mesma letra, minsculas na coluna e maisculas na linha, no diferem entre si pelo teste Tukey a
5% de probabilidade.
* e ** - significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente. ns = no significativo a 5% de probabilidade.

Values of F: Regulator (R) = 160.9**; Concentration (C) = 1.98ns; RxC = 6.2**. CV (%) = 28.17
The means followed by same letters, lowercase in the column and capital in the line, do not differ among themselves by
the test of Tukey at 5% of probability.
* and ** - significative at 5% and 1% of probability, respectively. ns = not significative at 5% of probability.


34


A efetividade dos reguladores vegetais, GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, na superao
da dormncia de sementes de maracujazeiro (Tabela 1 e Figura 2) tambm foi relatada por Ferrari
(2005) em sementes de Passiflora alata Curtis que obteve maior porcentagem de germinao com a
concentrao de 200 mg L
-1
.
Em contrapartida, estes resultados discordam de estudos realizados por Ferreira (1998),
Melo et al. (2000) e Fogaa et al. (2001), Leonel & Pedroso (2005) com sementes de outras
espcies do gnero Passiflora, nos quais observou-se aumentos da germinao com a aplicao de
GA
3
.
O uso de GA
3
e GA
4+7
combinados com citocinina (BA) no influenciou na porcentagem de
germinao das sementes, discordando dos resultados observados por Ferreira (1998), que obteve
aumento da porcentagem de germinao de sementes de Passiflora alata Dryander tratadas com
GA
3
+ fenilmetil-aminopurina (citocinina) nas concentraes de 100 mg L
-1
e 60 mg L
-1

respectivamente.
As concentraes isoladas de BA, tambm no influenciaram na porcentagem de
germinao, diferindo dos resultados observados por Alves et al. (2006) que obtiveram incremento
de aproximadamente 20% na germinao de sementes de Passiflora alata Dryander tratadas com
soluo de 250 mg L
-1
de citocinina (fenilmetil-aminopurina) aps 20 dias de armazenamento sob
temperatura ambiente.
Na Tabela 2 esto representadas as interaes para a porcentagem de plntulas normais,
onde possvel observar que o uso dos reguladores vegetais, GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina,
proporcionou as maiores mdias, 78,4%, 76,8 e 75,2% nas concentraes de 300, 400 e 500 mg L
-1
,

respectivamente. Porm, esse resultado deve-se a maior porcentagem de germinao proporcionada
pelos reguladores, no significando necessariamente, efeito nocivo dos demais reguladores.
Na figura 2 esto representadas as porcentagens de germinao, de plntulas normais e de
sementes dormentes, em funo das concentraes de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina, cujas
mdias ajustaram-se a funes quadrticas. Nota-se que at 300 mg L
-1
houve aumento na


33


9
9,2
9,4
9,6
9,8
10
10,2
10,4
10,6
10,8
11
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Tempo (horas)
G
r
a
u

d
e

U
m
i
d
a
d
e

(
%
)

.

Figura 1: Fases I e II da germinao de sementes de Passiflora cincinnata Mast. submetidas a dois
mtodos de embebio (imerso em gua destilada e sobre papel umedecido).
Figure 1: Stages I and II of the germination of Passiflora cincinnata Mast. seeds submitted to two
methods of imbibitions (immersion in distilled water and moisten paper).

II Efeito de reguladores vegetais na germinao
No estudo anterior verificou-se que a fase I da germinao apresentou durao aproximada
de trs a quatro horas e, portanto, para o tratamento das sementes com os reguladores vegetais foi
adotada margem de segurana, utilizando cinco horas de imerso.
As porcentagens de germinao de sementes de Passiflora cincinnata Mast. em funo das
concentraes de reguladores vegetais esto apresentadas na tabela 1. Observa-se que, apesar do
amplo nmero de tratamentos utilizados, apenas os tratamentos com uso de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-
aminopurina (GA
4+7
+ N-FMA) foram eficientes na superao da dormncia das sementes,
promovendo 80,8% de germinao com a concentrao de 300 mg L
-1
, 85,6% com 400 mg L
-1
e
81,6% com 500 mg L
-1
. Para os demais reguladores no foram observadas diferenas significativas
entre as concentraes utilizadas.
Imerso/gua: Y=10,701 (1-0,161e
(-0,950x)
) R
2
=0,98
Sobre papel: Y=10,576 (1-0,151e
(-0,710x)
) R
2
=0,99
Sobre papel Imerso em gua


32


da fase I e a quantidade de gua embebida tendem a variar com a natureza e composio do
tegumento da semente. Alm das diferenas observadas entre espcies, Alexandre et al. (2004b)
observaram diferenas na porcentagem de germinao e no ndice de velocidade de emergncia em
funo dos gentipos de maracujazeiros da mesma espcie, o que pode estar relacionado com a
variabilidade gentica existente em espcies pouco domesticadas.
O conhecimento da durao da fase I do processo germinativo foi importante nesta fase do
trabalho para a determinao do tempo de imerso das sementes em soluo com reguladores
vegetais, conforme citado por Ono et al. (1993).
Ferreira et al. (2001) no observaram diferenas significativas na germinao de sementes
de Passiflora alata Curtis submetidas a diferentes tempos de embebio com reguladores vegetais.
Porm Ferrari (2005) observou que a permanncia das sementes submersas em gua at a emisso
de raiz primria, mesmo sob aerao, prolongou a fase II da germinao, em comparao com
sementes avaliadas sobre papel umedecido, e relacionou o fato com a possvel escassez de oxignio.
Castro & Hilhorst (2004) explicam que logo aps o incio da hidratao as sementes iniciam
o processo de respirao, sntese de RNAs, reparo de DNAs e sntese de protenas, sendo necessria
a disponibilidade de oxignio para a manuteno do metabolismo das sementes. Carvalho &
Nakagawa (2000) incluram a disponibilidade de oxignio entre os fatores indispensveis
germinao e segundo Coll et al. (2001), a germinao de sementes profundamente afetada pela
composio da atmosfera circundante e condies anaerbicas levam a formao de plntulas
anormais.
Desta forma, para a determinao do mtodo a ser empregado no tratamento de sementes
com reguladores vegetais deve-se optar pelo menor tempo de imerso, de modo que no
comprometa o fornecimento de oxignio para as sementes e, ao mesmo tempo, no provoque
aumento na fase II permitindo avaliar o efeito dos reguladores na germinao.



31


Resultados e Discusso
I Curva de embebio
Na figura 1 observa-se aumento no grau de umidade das sementes ao longo do tempo. Deste
modo, o teor inicial de gua de 9% obtido pelo mtodo da estufa 105C 3C durante 24 horas, foi
incrementado atingindo 10,46% e 10,66%, sobre papel e imerso em gua, respectivamente, aps 3
horas do incio do experimento. Este resultado demostra que a espcie Passiflora cincinnata Mast.
apresenta permeabilidade a gua da mesma forma que Ferreira (1998) verificou em sementes de
Passiflora edulis f. flavicarpa Degener, Passiflora caerulea L., Passiflora giberti N.E. Brown e
Passiflora alata Dryander. Porm, tal resultado discorda de Morley-Bunker (1974) que incluiu as
Passiflorceas entre as famlias que apresentam dormncia devido aos mecanismos de controle de
gua para o interior da semente.
Nota-se que o incio da estabilizao da entrada de gua ocorreu, aproximadamente, aps
trs a quatro horas do incio do experimento, independentemente do mtodo utilizado, o que esta de
acordo com o mencionado por Carvalho & Nakagawa (2000) e Bewley & Black (1994) que relatam
que a durao da Fase I , de maneira geral, muito rpida com durao de uma a duas horas
aproximadamente. Nota-se tambm, que houve variao no teor de gua absorvido em cada mtodo,
sendo o grau de umidade ao final de 30 horas de 10,56% nas sementes que permaneceram sobre
papel umedecido e de 10,67% nas sementes imersas em gua.
Os resultados obtidos so semelhantes aos observados por Ferreira (1998) com sementes de
Passiflora edulis f. flavicarpa Degener que apresentaram durao da fase I de aproximadamente
trs horas, e em sementes de Passiflora caerulea L. e Passiflora giberti N.E. Brown, nas quais a
fase I apresentou quatro horas de durao e em sementes de Passiflora alata Dryander, na qual a
estabilizao da embebio ocorreu, aproximadamente, cinco horas aps o contato com a gua.
Porm, estes resultados diferem dos relatados por Ferrari (2005) em sementes de Passiflora
alata Curtis, que verificou o trmino da fase I aps 11 a 12 horas do incio da embebio. Essa
diferena pode estar embasada em relatos de Coll et al. (2001) os quais mencionam que a durao


30


(Brasil 1992), o tempo mdio de germinao (Labouriau 1983) e o ndice de velocidade de
germinao (Silva & Nakagawa 1995).
Os dados foram submetidos anlise de varincia, comparao das mdias pelo teste Tukey
a 5% de probabilidade e anlise de regresso (Pimentel-Gomes1990).
III - Caracterizao das fases da germinao com reguladores vegetais
O experimento foi instalado em delineamento experimental inteiramente casualizado, com
dois tratamentos e cinco repeties de 25 sementes por parcela. As sementes foram submetidas aos
seguintes tratamentos: 1 imerso em gua destilada (testemunha) e 2 - imerso em soluo
contendo 400 mg L
-1
de GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina. Durante a imerso, ambos os
tratamentos permaneceram sob aerao. Aps cinco horas de imerso, as sementes foram
transferidas para caixas tipo gerbox preto sobre duas folhas de papel mata-borro umedecido com
gua destilada na proporo de duas vezes e meia o peso do papel (Brasil, 1992) e mantidas em
cmara de germinao sob temperatura alternada (20-30C, 16 e 8 horas, respectivamente). A
pesagem das sementes foi realizada em intervalos de uma hora durante as 12 primeiras horas. Aps
a 12
a
hora a pesagem foi realizada em intervalos de 24 horas at a obteno de plntulas normais,
quando foi encerrado o experimento.
Ao final do expermimento foram calculadas a porcentagem de germinao (Hadas 1976), de
sementes mortas e dormentes (Brasil, 1992) e a massa da matria fresca das sementes. Os dados
foram submetidos anlise de varincia, comparao das mdias pelo teste Tukey a 5% de
probabilidade e anlise de regresso (Pimentel-Gomes 1990).
As avaliaes dos trs experimentos foram realizadas em sala de segurana sob luz verde e
para a determinao do nmero de sementes mortas e dormentes realizou-se teste de tetrazlio
(Malavasi et al. 2001).





29


A partir do grau de umidade inicial, obtido pelo mtodo da estufa 105C 3C durante 24
horas (Brasil, 1992), da massa inicial das sementes e da massa obtida em cada pesagem, elaborou-se
uma correlao para determinar o grau de umidade (em porcentagem) correspondente a cada tempo.
Os dados obtidos foram submetidos anlise de varincia e anlise de regresso (Pimentel-Gomes
1990).
II Efeito de reguladores vegetais na germinao
O experimento foi instalado em delineamento experimental inteiramente casualizado, em
esquema fatorial 6x6 (reguladores x concentrao) com cinco repeties de 25 sementes por
parcela. Foram utilizados os reguladores GA
3
, GA
4+7,
GA
4+7
+ benziladenina (BA), GA
3
+BA, BA e
GA
4+7
+N-(fenilmetil)-aminopurina, nas concentraes de zero (testemunha), 100, 200, 300, 400 e
500 mg L
-1
do ingrediente ativo.
Como fonte dos reguladores vegetais foram utilizados o produto comercial Pro-gibb

,
composto por 10% de cido giberlico (GA
3
) e 90% de ingredientes inertes, o produto comercial
Pro-vide

, composto por 2% de GA
4+
GA
7
e 98% de ingredientes inertes, o produto N6-
Benziladenina p.a. (BA) e o produto comercial Promalin

, composto por 1,8% de GA


4+
GA
7
e 1,8%
N-(fenilmetil)-1H-6-aminopurina.
As sementes foram imersas nas respectivas solues durante cinco horas, de acordo com
resultados do experimento anterior, permanecendo sob aerao constante. Aps os tratamentos, as
sementes foram tratadas com fungicida Captan

(2g kg
-1
de semente) e transferidas para caixas tipo
gerbox, de colorao preta, sobre duas folhas de papel mata-borro umedecidas com gua destilada
na proporo de duas vezes e meia o peso do papel (Brasil 1992). As caixas foram mantidas em
cmara de germinao sob temperatura alternada 20-30C (16 e 8 horas, respectivamente) e a
contagem do nmero de sementes germinadas foi realizada diariamente durante 40 dias.
Ao final do experimento (40 dias) foram calculadas: a porcentagem de germinao,
considerando germinadas as sementes que apresentaram raiz primria com aproximadamente 2mm
de comprimento (Hadas 1976), de plntulas normais e anormais, de sementes mortas e dormentes


28


Material e Mtodos
O trabalho foi realizado no laboratrio de germinao de sementes do Departamento de
Botnica, Instituto de Biocincias, da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho
(Unesp), Campus de Botucatu-SP.
As sementes utilizadas no experimento foram doadas pelo Centro de Pesquisa Agropecuria
do Trpico Semi-rido (CPATSA) Embrapa, Petrolina PE e foram obtidas de diversas plantas
cultivadas no Campo Experimental da Caatinga em 2004. Aps a extrao, as sementes foram
lavadas para retirada da mucilagem e secadas ao sol por 3 dias, em seguida, as sementes foram
armazenadas em cmara fria com temperatura mdia de 10C onde permaneceram por
aproximadamente um ano.
O grau de umidade das sementes foi determinado pelo mtodo da estufa 105C 3C
durante 24 horas (Brasil, 1992), sendo utilizado quatro repeties de 25 sementes por parcela.
Para atingir os objetivos propostos, o trabalho foi dividido em trs experimentos:
I Curva de embebio
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com dois tratamentos e
cinco repeties de 25 sementes por parcela. No tratamento um as sementes permaneceram
submersas em gua destilada com aerao e no tratamento dois as sementes foram mantidas em
caixas plsticas, tipo gerbox, de colorao preta (ausncia de luz), sobre duas folhas de papel mata-
borro umedecido com gua destilada na proporo de duas vezes e meia o peso do papel (Brasil
1992). Ambos os tratamentos permaneceram em cmara de germinao sob temperatura constante
de 30C. Para a aerao das sementes submersas foram utilizados equipamentos de aqurio.
As sementes foram pesadas em balana analtica com preciso de 0,001g. Aps a pesagem,
as sementes foram colocadas em seus respectivos tratamentos e a intervalos de uma hora foram
retiradas, secadas em papel toalha para retirar o excesso de gua, pesadas e ento devolvidas para
seu respectivo tratamento. Aps 12 horas do incio do experimento, as pesagens passaram a ser
realizadas em intervalos de quatro horas at completar 30 horas.


27


Leonel & Pedroso (2005) obtiveram 97,5% de emergncia de plntulas a partir de sementes
de Passiflora alata Dryander tratadas com 300 mg L
-1
de GA
3
na forma de imerso por 24 horas.
Ainda com germinao de Passiflora alata Curtis, Ferrari (2005) obteve incremento no processo
germinativo com uso de GA
4+7
+ fenilmetil-aminopurina nas concentraoes de 200 e 250 mg L
-1
.
As citocininas tambm participam do processo da germinao (Taiz & Zeiger 2004).
Segundo Alvarenga (1990), as citocininas podem funcionar como agentes de quebra de dormncia
em alguns casos e, at mesmo, substituir a necessidade de luz em espcies fotoblsticas positivas,
como o caso da alface. Segundo Marcos Filho (2005), as citocininas apresentam efeito sinergstico
com a luz e atenuam efeitos de substncias inibidoras da germinao, como ABA e cumarina.
Podem, ainda, promover a germinao de sementes fotoblsticas negativas, como no caso do
maxixe e inibir o efeito de certos inibidores de germinao, como, por exemplo, o cido abscsico,
em sementes de caf (Alvarenga 1990). Tambm regulam os nveis de inibidores ativos permitindo
que as sementes se tornem mais sensveis ao das giberelinas (Walker et al. 1989).
Zucareli et al. (2003) observaram que o uso dos reguladores vegetais GA
3
,
fenilmetiltetrahidro-piranil-aminopurina e ethephon nas concentraes de 75 e 150 mg L
-1
isolados
e combinados, inibiram a germinao de sementes de Passiflora alata Dryander e que os
tratamentos que continham citocinina apresentaram maior porcentagem de sementes duras. Alves et
al. (2006) observaram que a aplicao de citocinina (250 mg L
-1
) promoveu aumento de cerca de
20% na germinao de sementes de Passiflora alata Dryander aps armazenamento por 20 dias sob
temperatura ambiente. O inverso foi observado em sementes armazenadas em geladeira a 10C.
De acordo com o exposto, o presente trabalho teve como objetivo caracterizar as fases da
germinao e estudar o efeito dos reguladores vegetais GA
3
, GA
4+7,
GA
4+7
+ N6-Benzyladenine
(BA), GA
3
+BA, BA e GA
4+7
+N-(fenilmetil)-aminopurina na germinao de sementes de Passiflora
cincinnata Mast..




26


Coneglian et al. (2000) verificaram que sementes de Passiflora alata Dryander submetidas a
diferentes mtodos de extrao, apresentaram maior porcentagem (96%) e velocidade de
germinao (1,41) aps pr-embebio em substrato umedecido com soluo de 300 mg L
-1
de GA
3

e mantidas durante o perodo de avaliao em papel tambm umedecido com 300 mg L
-1
de GA
3
.
Melo et al. (2000) estudaram a superao de dormncia em sementes de Passiflora nitida
H.B.K. com hidrxido de sdio (5, 10, 15 e 20% durante trs minutos), cido sulfrico concentrado
(3, 6 e 9 minutos) e cido giberlico (GA
3
) por 24 horas (0, 500, 1000, 1500 e 2000 mg L
-1
) e
concluram que o GA
3
mostrou-se efetivo na emergncia de plntulas promovendo as maiores
mdias nas concentraes 1500 e 2000 mg L
-1
(46,7 e 41,8%, respectivamente), o que diferiu
significativamente da testemunha (27,5%) e dos demais tratamentos com 36,4 e 35,6% com as
concentraes 500 e 1000 mg L
-1
, respectivamente.
Fogaa et al. (2001) observaram incremento de at 14% na germinao de sementes de
Passiflora alata Dryander aps embebio das mesmas com concentraes superiores a 100 mg L
-1

de GA
3
. Ferreira et al (2001) estudaram a germinao de Passiflora alata Dryander em funo do
tempo de embebio das sementes e da concentrao de GA
3
e observaram que a porcentagem de
germinao no foi alterada pelos diferentes tempos de embebio das sementes nas diferentes
concentraes do regulador, mas seu uso, independentemente do tempo de embebio,
proporcionou aumento na germinao das sementes, sendo a maior porcentagem mdia (71%)
obtida com a concentrao de 500 mg L
-1
.
Em trabalho com germinao in vitro de sementes de Passiflora cincinnata Mast.,
Lombardi (2003) obteve resultados negativos aps a embebio das sementes em soluo de GA
3

(500 e 1000 mg L
-1
), com maiores mdias de germinao (52%) no tratamento controle, embebido
apenas em gua. Passos et al. (2004), em trabalho com germinao in vitro de sementes de
Passiflora nitida Kunth, obtiveram maiores mdias (86%) de germinao com a utilizao de 1000
mg L
-1
de cido giberlico (GA
3
).


25


A determinao do tempo de durao da embebio (fase I) importante para a realizao
de tratamentos que aceleram a germinao das sementes (Ono et al. 1993) como por exemplo, o
tempo necessrio para imerso em solues com promotores da germinao.
Mattoo & Suttle (1991), Salisbury & Ross (1991), Takahashi et al. (1991) e Taiz & Zeiger
(2004) relatam que a presena e o equilbrio entre hormnios, promotores e inibidores, exercem
papel fundamental na promoo da germinao. Essas substncias, mediadoras dos processos
fisiolgicos, transformam sinais ambientais especficos em respostas bioqumicas, produzindo
modificaes no estado fisiolgico da semente (Davies 1994).
As giberelinas endgenas influenciam numa grande variedade de processos do
desenvolvimento, entre os quais a germinao de sementes, incluindo a quebra de dormncia e a
mobilizao das reservas do endosperma e podem estar envolvidas na ativao do crescimento
vegetativo do embrio, assim como no enfraquecimento da camada do endosperma que envolve o
embrio e restringe seu crescimento (Taiz & Zeiger 2004). A aplicao exgena deste promotor
influencia no metabolismo protico, podendo dobrar a taxa de sntese de protenas das sementes
(McDonald & Khan 1983).
Em sementes de cereais o embrio sintetiza e libera giberelina no endosperma durante a
germinao. As giberelinas promovem o crescimento pelo aumento da plasticidade da parede
celular seguida pela hidrlise do amido em acar, que reduz o potencial hdrico na clula,
resultando na entrada de gua no seu interior e promovendo o alongamento (Arteca 1996). Segundo
Taiz & Zeiger (2004), as giberelinas promovem a produo e/ou secreo de vrias enzimas
hidrolticas envolvidas na solubilizao de reservas do endosperma. Dentre elas pode-se ser
destacada a -amilase, nica enzima capaz de atacar diretamente os grnulos de amido, o que a
caracteriza como a primeira enzima no processo de degradao do amido (Buckeridge et al. 2004).
Nesse sentido, vrios autores conseguiram aumentar o desempenho germinativo de muitas
espcies de passiflorceas com a aplicao de giberelinas em sementes.


24


Alexandre et al. (2004b) foram realizados com sementes de Passiflora edulis f. flavicarpa Degener,
utilizando escarificao mecnica, qumica ou com gua quente, visando a superao da
impermeabilidade do tegumento das sementes.
Ferreira (1998) estudou a fase I da germinao em sementes de P. edulis f. flavicarpa
Degener, P. alata Dryander, P. giberti N.E. Brown e P. caerulea L. e concluiu que estas no
apresentam impermeabilidade a gua, dessa forma, a dormncia das sementes deve estar
relacionada a outros fatores fisiolgicos. Lopes et al. (2003) estudaram a influncia do arilo e da
escarificao do tegumento sobre a germinao e a absoro de gua em sementes de Passiflora
alata Dryander e concluram que no houve diferena na absoro de gua pelas sementes entre os
tratamentos com e sem escarificao.
Segundo Bewley & Black (1994) o processo de absoro de gua pela semente obedece a
um padro trifsico. Na primeira fase, ocorre a ativao da semente em conseqncia do incio da
absoro de gua, sendo essa fase, de modo geral, muito rpida. Na segunda fase a absoro de
gua torna-se quase que constante, uma vez que aumentos muito pequenos so verificados com o
passar do tempo. A terceira fase caracterizada por elevao na quantidade de gua absorvida com
o tempo, em relao fase II, a qual coincide com o processo de diviso celular nos pontos de
crescimento do eixo embrionrio, seguido pela expanso das estruturas da planta (Bewley & Black
1994, Carvalho & Nakagawa 2000, Castro & Hilhorst 2004, Marcos Filho 2005).
Ferrari (2005) estudou as fases da germinao em sementes de Passiflora alata Curtis e
observou que a fase I teve durao de aproximadamente 10 a 11 horas e a mudana da fase II para a
fase III variou de acordo com o mtodo utilizado, ocorrendo, aproximadamente, s 120 horas em
sementes acondicionadas sobre papel umedecido e s 200 horas em sementes submersas em gua
sob aerao. Enquanto Ferreira (1998) observou que a fase I apresentou durao de,
aproximadamente, 3 horas em sementes de Passiflora edulis f. flavicarpa Degener, 4 horas de
durao em sementes de Passiflora caerulea L. e Passiflora giberti N.E. Brown e,
aproximadamente, 5 horas em sementes de Passiflora alata Dryander.


23


Introduo
A produo brasileira de maracuj adquiriu expresso econmica h pouco mais de 25 anos,
inicialmente pelo incentivo da agroindstria e, em seguida, pela crescente demanda no mercado de
frutas frescas. A expanso dos pomares foi significativa e, atualmente, o maracujazeiro vem sendo
cultivado em quase todo o territrio nacional, de onde resulta a maior produo mundial (Meletti et
al. 2005) com produo anual superior a 478 mil toneladas (Agrianual 2005). No entanto, 95% dos
pomares so cultivados com uma nica espcie, o maracuj-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa
Degener) (Meletti et al. 2005).
Das espcies presentes no Brasil mais de 60 produzem frutos que podem ser aproveitados
direta ou indiretamente na alimentao (Oliveira et al. 1994, Barbosa 1998). Porm, Aponte &
Juregui (2004a) relatam que estudos tm sido realizados, principalmente, com espcies de
importncia econmica, como P. edulis f. flavicarpa Degener, P. edulis Sims, P. ligularis Juss e P.
alata Dryander.
Dentre as espcies de maracujazeiro cujas sementes apresentam baixa porcentagem de
germinao encontra-se a Passiflora cincinnata Mast. (Meletti et al. 2002, Lombardi, 2003),
espcie silvestre no comercial (Aponte & Juregui, 2004b) popularmente conhecida como
maracuj-do-mato. A espcie helifita, comum nas bordas e interiores de matas e cerrados e na
beira de estradas (Bernacci et al. 2003).
A espcie Passiflora cincinnata Mast. pode ser aproveitada como fruto comestvel, planta
ornamental ou como planta medicinal (Aponte & Juregui 2004a, Bernacci et al. 2003).
considerada potencialmente importante na produo de porta-enxerto, uma vez que tolerante
seca (Arajo et al. 2004), doenas causadas por bactrias e nematides, podendo ainda, ser utilizada
em programas de melhoramento gentico (Ferreira & Oliveira 1991, Meletti et al. 2002).
Morley-Bunker (1974) incluiu as Passiflorceas entre as famlias que apresentam dormncia
devido aos mecanismos de controle da absoro de gua para o interior da semente. A partir dessa
afirmao, diversos trabalhos, dentre eles Tsuboi & Nakagawa (1992), Alexandre et al. (2004a) e


22


Caracterizao das fases da germinao e efeito de reguladores vegetais em sementes de
Passiflora cincinnata Mast.

Resumo: O presente trabalho foi realizado no Departamento de Botnica, do Instituto de
Biocincias da Unesp, Campus de Botucatu-SP e teve como objetivos caracterizar as fases da
germinao e estudar o efeito de reguladores vegetais na germinao de sementes de Passiflora
cincinnata Mast.. O estudo constou de trs experimentos. No experimento I estudou-se a curva de
embebio das sementes sendo realizado em delineamento experimental inteiramente casualizado
com dois tratamentos e cinco repeties de 25 sementes por parcela. Os dados foram submetidos a
estudo de regresso. No experimento II foi estudado o efeito dos reguladores vegetais GA
3
, GA
4+7,
GA
4+7
+ benziladenina (BA), GA
3
+BA, BA e GA
4+7
+N-(fenilmetil)-aminopurina na germinao
sendo realizado em delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema fatorial 6x6
(reguladores x concentraes), cujos dados foram submetidos anlise de varincia e comparao
das mdias pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. No experimento III foram caracterizadas as
fases da germinao com uso de reguladores vegetais e constou de dois tratamentos com cinco
repeties de 25 sementes por parcela, no qual os dados foram submetidos a estudo de regresso.
Foi possvel observar que a estabilizao do processo de embebio nas sementes ocorreu trs a
quatro horas aps o contato da semente com a gua, independentemente do mtodo utilizado. Os
reguladores vegetais GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina foram eficientes na superao da
dormncia e, a passagem da fase II para a fase III ocorreu aproximadamente, 120 horas aps o
incio do processo, no sendo possvel sua caracterizao sem o uso de reguladores vegetais.
Palavras-chave: Embebio, Propagao, Maracuj, Passiflorceas.












21


Characterization of the germination stages and effects of plant growth regulators in Passiflora
cincinnata Mast. seeds

Abstract: The present work was carried at the Department of Botany, Botucatu Institute of
Biosciences, Unesp, Botucatu, So Paulo State, Brazil, and its aims were to characterize the
germination stages and to study the effect of plant growth regulators on the germination of
Passiflora cincinnata Mast. seeds. It was comprised of three experiments. In experiment I, the
imbibition curve of the seeds was studied and a completely randomized design was carried out
including two treatments and five repetitions of 25 seeds each. Data were subjected to regression
analysis. Experiment II aimed at studying the effect of plant growth regulators GA
3
, GA
4+7,
GA
4+7
+
N6-Benzyladenine (BA), GA
3
+BA, BA, and GA
4+7
+N-(phenylmethyl)-aminopurine on germination
and was based on a completely randomized design in 6x6 factorial scheme (regulators x
concentrations). Data were subjected to analysis of variance and comparison of means using the
Tukey test at 5% probability. In experiment III, the germination stages were characterized using
plant growth regulators; such experiment was comprised of two treatments and five repetitions of
25 seeds each, and data were subjected to regression study. Stabilization of the seeds imbibition
process occurred from three to four hours after the contact with water, independently of the method
used. Plant growth regulators GA
4+7
+ N-(phenylmethyl)-aminopurine were effective in overcoming
dormancy. The transition from stage II to stage III occurred approximately 120 hours after the
beginning of the process and its characterization was not possible without using plant growth
regulators.
Keywords: Imbibition, Propagation, Passion fruit, Passifloraceae.












20













3 CAPTULO I
*
- Caracterizao das fases da germinao e efeito de reguladores vegetais
em sementes de Passiflora cincinnata Mast.




















*
Nas normas da Revista Brasileira de Botnica



19


Zucareli et al. (2003) observaram que o uso dos reguladores vegetais GA
3
,
fenilmetiltetrahidro-piranil-aminopurina e ethephon nas concentraes de 75 e 150 mg L
-1
isolados
e combinados com as mesmas dosagens, inibiram a germinao de sementes de Passiflora alata
Dryander em condies de laboratrio e que os tratamentos que continham citocinina apresentaram
maior porcentagem de sementes duras.



18


Em trabalho com germinao in vitro de sementes de Passiflora cincinnata Mast., Lombardi
(2003) obteve resultados negativos aps a embebio das sementes em soluo de GA
3
(500 e 1000
mg L
-1
), com maiores mdias de germinao (52%) no tratamento controle embebido apenas em
gua. Passos et al. (2004), em trabalho com germinao in vitro de sementes de Passiflora ntida
Kunth, obtiveram maiores mdias (86%) de germinao com a utilizao de 1000 mg L
-1
de cido
giberlico (GA
3
).
Leonel & Pedroso (2005) obtiveram 97,5% de emergncia de plntulas a partir de sementes
de Passiflora alata Dryander tratadas com GA
3
300 mg L
-1
na forma de imerso por 24 horas.
Ainda com germinao de Passiflora alata Curtis, Ferrari (2005) obteve incremento no processo
germinativo com uso de GA
4+7
+ fenilmetil-aminopurina nas concentraes de 200 e 250 mg L
-1
.
Segundo Taiz & Zeiger (2004), as citocininas quando aplicadas s plantas superiores podem
estimular ou inibir uma variedade de processos fisiolgicos, metablicos, bioqumicos e de
desenvolvimento, como a senescncia foliar, mobilizao de nutrientes, dominncia apical,
formao e atividade dos meristemas apicais, desenvolvimento floral, germinao de sementes e
quebra de dormncia de gemas. Segundo o mesmo autor, embora as citocininas regulem muitos
processos celulares, o controle da diviso celular o processo central no crescimento e no
desenvolvimento vegetal.
Na germinao, as citocininas podem funcionar como agentes quebradores de dormncia,
em alguns casos e, at mesmo, substituir a necessidade de luz em espcies fotoblsticas positivas,
como o caso da alface. Podem, ainda, promover a germinao de sementes fotoblsticas negativas,
como no caso do maxixe, e inibir o efeito de certos inibidores de germinao, como, por exemplo, o
cido abscsico, em sementes de caf (Alvarenga 1990). Para Marcos Filho (2005) alm de
estimular a diviso e o alongamento celular, as citocininas apresentam efeito sinergstico com a luz
e atenuam efeitos de substncias inibidoras da germinao, como ABA e cumarina.
Carvalho & Nakagawa (2000) mencionam que o conhecimento das interaes entre
estimuladores e inibidores da germinao foi ampliado quando Khan, em 1971, introduziu as
citocininas no jogo de equilbrio hormonal, atribuindo a elas a funo de anular o efeito dos
inibidores, permitindo assim, s giberelinas exercer seus efeitos estimuladores. Walker et al. (1989)
tambm mencionam que as citocininas regulam o nvel de inibidores ativos permitindo que as
sementes se tornem mais sensveis ao das giberelinas.
Segundo Horcat & Letham (1990), as citocininas tm estado implicadas na germinao de
sementes e nos rpidos eventos ps-germinativos, pois as citocininas endgenas podem ter papel na
promoo do crescimento da radcula. Os autores citados concluram que embries de sementes de
milho em germinao so capazes de biossintetizar citocininas.


17


Coneglian et al. (2000) realizaram trabalho com objetivo de avaliar os efeitos dos mtodos
de extrao dos envoltrios das sementes e de tratamentos pr-germinativos com concentraes de
cido giberlico (GA
3
) na qualidade fisiolgica de sementes de maracuj doce (Passiflora alata
Dryander) e verificaram que no houve efeito do tratamento com pr-embebio em substrato
umedecido com soluo de GA
3
na porcentagem de plntulas normais provenientes de sementes
que foram extradas sem a remoo dos envoltrios e do arilo. As sementes que foram submetidas
aos mtodos de extrao, apresentaram maior porcentagem e velocidade de germinao aps terem
sido submetidas pr-embebio em substrato umedecido com soluo de 300 mg L
-1
de GA
3
e
mantidas em papel umedecido com soluo de 300 mg L
-1
de GA
3
durante todo o perodo de
avaliao. Os mesmos autores mencionam que no houve efeito dos mtodos de extrao na
germinao das sementes quando estas foram pr-embebidas pelo mtodo de imerso e que as
sementes que foram submetidas a imerso e avaliadas na presena de gua destilada, apresentaram
menor porcentagem e velocidade de germinao, independentemente do mtodo de extrao das
sementes.
Melo et al. (2000) estudaram a superao de dormncia em sementes de Passiflora ntida
H.B.K. com hidrxido de sdio (5, 10, 15 e 20% durante trs minutos), cido sulfrico concentrado
(3, 6 e 9 minutos) e cido giberlico (GA
3
) por 24 horas (0, 500, 1000, 1500 e 2000mg L
-1
) e
concluram que, de modo geral, o cido giberlico mostrou-se efetivo na superao da dormncia e
antecipou a emergncia e os tratamentos com hidrxido de sdio e cido sulfrico concentrado
causaram danos s sementes, impedindo a emergncia de plntulas.
O regulador vegetal GA
3
, tambm foi estudado em sementes de maracuj-doce (Passiflora
alata Dryander) por Fogaa et al. (2001) que observaram incremento de at 14% na germinao da
espcie aps aplicao de concentraes superiores a 100 mg L
-1
do regulador.
Ferreira et al. (2001) estudaram a germinao de Passiflora alata Dryander em funo do
tempo de embebio das sementes e da concentrao do regulador vegetal GA
3
e observaram que a
porcentagem de germinao no foi alterada pelos diferentes tempos de embebio das sementes
nas diferentes concentraes do regulador, mas o uso do regulador vegetal, independentemente do
tempo de embebio, proporcionou aumento na germinao das sementes, sendo a maior
porcentagem mdia (71%) obtida com a concentrao de 500 mg L
-1
.
Zucareli et al. (2001a) avaliaram a germinao de sementes de Passiplora alata Dryander
em resposta a temperatura e reguladores vegetais e concluram que a alternncia de temperaturas
entre 20 e 30C e tratamentos contendo GA
3
e ethephon na concentrao de 75 mg L
-1
favoreceram
a germinao. Ferreira et al. (2002) observaram que, em Passiflora giberti N.E. Brown, os mtodos
de extrao do arilo no afetaram a viabilidade das sementes dormentes e que o uso de ethephon na
concentrao de zero, 150, 300, 450 e 600 mg L
-1
no foi eficiente para a superao da dormncia.


16


imposta por vrias causas, como desenvolvimento incompleto do embrio, tegumento impermevel
ou a presena de inibidores e fatores relacionados fisiologia. Segundo Taiz & Zeiger (2004) a
perda da dormncia do embrio est freqentemente associada queda acentuada na razo entre
ABA (cido Abscsico) e GA.
Na germinao de sementes, as giberelinas podem estar envolvidas na ativao do
crescimento vegetativo do embrio, enfraquecimento da camada do endosperma que envolve o
embrio e restringe seu crescimento, assim como na mobilizao das reservas energticas (Taiz &
Zeiger 2004). A aplicao exgena deste promotor influencia no metabolismo protico, podendo
dobrar a taxa de sntese de protenas das sementes (McDonald & Khan, 1983).
O efeito das giberelinas na germinao tornou-se claro quando foi demonstrado em sementes
de cereais, que o embrio sintetiza e libera giberelina no endosperma durante a germinao. As
giberelinas promovem o crescimento pelo aumento da plasticidade da parede celular seguida pela
hidrlise do amido em acar, que reduz o potencial hdrico na clula, resultando na entrada de
gua no seu interior e promovendo o alongamento (Arteca 1996). Segundo Taiz & Zeiger (2004) as
giberelinas promovem a produo e/ou secreo de vrias enzimas hidrolticas envolvidas na
solubilizao de reservas do endosperma, entre as quais pode ser destacada a -amilase. A -
amilase a nica enzima capaz de atacar diretamente os grnulos de amido, o que a caracteriza
como a primeira enzima no processo de degradao do amido (Buckeridge et al. 2004).
Na germinao de sementes de cereais o GA
3
produzido no embrio transferido para a
camada de aleuroma das clulas onde estimula a sntese de enzimas (tais como a -amilase e -
amilase), produzidas via sntese de novo e essas enzimas promovem, no endosperma, a converso
do amido em acar, que usado ento para o crescimento do embrio (Arteca 1996, Taiz & Zeiger
2004). Estas enzimas tambm promovem a degradao enzimtica da parede celular cujos produtos,
em geral carboidratos, so tranportados extremidade da radcula, contribuindo para o aumento no
valor absoluto do potencial osmtico das clulas radiculares, ou seja, tornando-o mais negativo.
Dessa forma, a degradao das paredes celulares permite o enfraquecimento do tecido do
endosperma e aumenta o potencial de crescimento do embrio facilitando a protruso da radcula
(Castro & Hilhorst 2004).
Ferreira (1998) observou que sementes de passiflorceas (P. edulis f. flavicarpa Degener, P.
alata Dryander, P. giberti N.E. Brown e P. caerulea L.) no apresentam impermeabilidade a gua, e
relacionou a dormncia a possveis mecanismos fisiolgicos, como o desbalano hormonal. O
mesmo autor estudou o uso de reguladores vegetais em sementes de Passiflorceas e concluiu que o
uso dos mesmos favoreceu a germinao das sementes e que a dosagem de 100 mg L
1
de cido
giberlico, aplicado na forma de imerso proporcionou maior porcentagem de germinao (68%) de
sementes de Passiflora alata Dryander em relao testemunha (56%).


15


responses)) (1,0 1.000 mol m
-2
) e respostas de irradincia alta (RIA ou HIRs do ingls, high-
irradiance responses).
Uma nova classificao quanto sensibilidade a luz pelas sementes foi proposta por Takaki
(2001). Segundo o autor, todas as sementes contm fitocromo e o termo fotoblastismo deve ser
substitudo pelas formas do fitocromo (fi) que controlam a germinao, sendo que as sementes
fotoblsticas positivas tem fiB (e, em menor extenso, fiD e fiE) controlando o processo de
germinao atravs da resposta de fluncia baixa (RFB). J as sementes fotoblsticas negativas tem
fiA controlando a germinao atravs da resposta de irradincia alta (RIA) e quando o nvel de F
VD

pr-existente alto o suficiente para induzir a germinao no escuro, atravs da RFB pelo fiB. Para
o mesmo autor as sementes insensveis luz tem fiA controlando a germinao atravs da resposta
de fluncia muito baixa (RFMB).
Em sementes de maracuj, Passos et al. (2004) estudaram a germinao in vitro de
Passiflora nitida Kunth e no verificaram efeito significativo da luz/escuro sobre a germinao das
sementes. Embora Brasil (1992) recomende para Passiflora edulis a realizao de teste de
germinao no escuro, no foram encontrados na literatura trabalhos relacionados ao efeito da luz
na germinao de sementes de maracuj.
2.2.4 - Reguladores Vegetais na Germinao de Sementes
Segundo Taiz & Zeiger (2004), os hormnios vegetais so molculas orgnicas
freqentemente sintetizadas em um local do organismo e transportadas para outro, onde em
concentraes baixas influenciam o desenvolvimento dos vegetais. As classes mais importantes so
a auxina, a giberelina, a citocinina, o cido abscsico e o brassinosteride.
Os reguladores vegetais que controlam o metabolismo e as respostas das sementes ao
ambiente, so fatores que controlam a germinao. Essas substncias, mediadoras dos processos
fisiolgicos da germinao, transformam sinais ambientais especficos em respostas bioqumicas,
produzindo modificaes no estado fisiolgico da semente, atravs da transcrio diferencial,
represso ou desrepresso gnica ou ativao do RNA mensageiro ou, ainda, por alterao da
permeabilidade da membrana. Modificaes nas propriedades fsicas das membranas afetam
diretamente a taxa de hidratao, liberao de enzimas, transporte inico, pH e contedo de
inibidores, situaes estas que interferem na germinao das sementes (Davies 1994). Dentre os
reguladores vegetais, ser dado destaque s giberelinas (GA) e citocininas (CK), devido aos
objetivos deste trabalho.
As giberelinas endgenas influenciam numa grande variedade de processos do
desenvolvimento, entre os quais a germinao de sementes, incluindo a quebra de dormncia e a
mobilizao das reservas do endosperma (Taiz & Zeiger, 2004). Para Moraes et al. (2002), as
giberelinas podem estimular a germinao de sementes s quais a dormncia ou quiescncia


14


vermelha e vermelho-distante, quase 100% das sementes que receberam luz vermelha como
tratamento final germinaram, no entanto, as sementes que receberam luz vermelha distante como
tratamento final tiveram a germinao inibida. Posteriormente, o fitocromo foi demonstrado em
extratos vegetais e suas propriedades fotorreversveis nicas, exibidas in vitro, confirmando a
hiptese de um nico pigmento, com possibilidade de existir em duas formas interconversveis: uma
que absorve a luz vermelha (denominado F
V
) e outra que absorve a luz vermelho distante
(denominado de F
VD
).
A forma ativa (F
VD
) obtida pela exposio da forma inativa (Fv) a radiaes na faixa de
660 nm. A exposio da forma ativa a radiaes de 730nm ou a permanncia no escuro fazem com
que o fitocromo assuma a forma inativa (Carvalho & Nakagawa 2000, Taiz & Zeiger 2004, Marcos
Filho 2005).
Bewley & Black (1994) verificaram que a irradiao de diferentes partes de sementes
fotoblsticas positivas revelou que a dormncia, somente foi superada com a irradiao do eixo
embrionrio, o que indica que o fitocromo se localiza no eixo embrionrio. Os mesmos autores
mencionam que as membranas devem permanecer no estado de gel (hidratadas) para que o
fitocromo vermelho distante possa exercer sua funo.
A luz somente exerce seus efeitos em sementes embebidas e apenas concentraes
relativamente altas de Fvd em fotoblsticas positivas, so capazes de constituir impulso para o
processo de germinao, mediande a sntese de hormnios e o reincio da transcrio da mensagem
gentica (Marcos Filho 2005).
Segundo Taiz & Zeiger (2004), a luz vermelha provoca um grande aumento na expresso
do gene que codifica uma enzima chave na rota biossinttica da giberelina, indicando que o
fitocromo promove a germinao de sementes pelo aumento da biossntese do hormnio, uma vez
que a giberelina pode substituir a luz vermelha na promoo da germinao. Para Marcos Filho
(2005) o fitocromo na forma ativa atinge concentraes suficientes para disparar o processo de
germinao, mediante a sntese de hormnios e o reincio da transcrio da mensagem gentica.
De acordo com a sensibilidade luz, as sementes so classificadas em fotoblsticas
positivas, as beneficiadas pela luz, fotoblsticas negativas, as sementes cuja germinao inibida
pela luz, e no-fotoblsticas ou indiferentes luz (Borges & Rena 1993, Carvalho & Nakagawa
2000, Marcos Filho 2005).
Segundo Taiz & Zeiger (2004), os fitocromos podem agir de trs diferentes modos, de
acordo com a qualidade e a durao da luz requerida para induzir respostas na planta. Respostas de
fluncia muito baixa (RFMB ou VLFRs do ingls, very-low-fluence responses) (0,0001
0,05mol m
-2
), respostas de baixa fluncia (RFB ou LFRs - ou VLFRs do ingls, low-fluence


13


observaram que a temperatura alternada 20-30C possibilitou maior porcentagem de germinao,
independentemente da planta, e sugeriram que esta pode ter favorecido a superao da dormncia
das sementes. Os mesmos autores observaram que houve diferena significativa na germinao de
sementes de diferentes plantas, sendo que os valores obtidos para a porcentagem de plntulas
normais aos 28 dias aps a semeadura variaram de 58% a 91%.
Sinais ambientais, como temperatura e luz, induzem a sntese de GAs que, por sua vez,
bloqueiam a expresso de genes repressores da germinao e/ou promovem a degradao dos
respectivos produtos (mRNAs e protenas), aumentando assim o potencial de germinao do
embrio (Borguetti 2004).
Para algumas espcies a temperatura pode influenciar no requerimento de luz. Esta interao
foi apresentada por Smith (1975) com sementes de alface (Lactuca sativa), sendo que em
temperaturas baixas as sementes foram indiferentes luz, em temperaturas altas as sementes
apresentaram termodormncia e em temperaturas intermedirias as sementes apresentaram
fotossensibilidade, germinando apenas sob luz branca.
2.2.3 - Luz na Germinao de Sementes
Para algumas espcies a luz constitui fator de importncia na germinao das sementes e
sobrevivncia das plntulas (Borges & Rena 1993). Em geral, espcies com sementes grandes, com
amplas reservas para sustentar prolongados perodos de plntulas no escuro, no necessitam de luz
para a germinao. A exigncia de luz frequentemente observada nas sementes pequenas, nas
quais a luz solar ajudaria a garantir que as plntulas tornem-se fotossinteticamente auto-suficientes,
antes que suas reservas sejam exauridas (Taiz & Zeiger 2004).
O responsvel pela fotorreao, controlando a germinao, um pigmento denominado
fitocromo, que uma cromoprotena solvel presente no citoplasma de clulas do eixo embrionrio
(Marcos Filho 2005). Entre outros processos, o fitocromo permite que as sementes detectem a
composio espectral da luz, iniciando a germinao quando as condies luminosas tornan-se
apropriadas para o estabelecimento das plntulas (Smith 1994).
As primeiras explicaes sobre o papel do fitocromo no desenvolvimento de plantas vieram
de estudos iniciados na dcada de 1930 sobre as respostas morfognicas induzidas pela luz
vermelha, em especial na germinao de sementes. Um avano na histria do fitocromo foi a
descoberta de que os efeitos da luz vermelha (650-680 nm) sobre a morfognese poderiam ser
revertidos por uma irradiao subseqente com luz de comprimentos de onda mais longos (710-740
nm), chamada de luz vermelho-distante (Taiz & Zeiger 2004).
Segundo Taiz & Zeiger (2004), a observao inicial foi que em sementes de alface a
germinao estimulada pela luz vermelha e inibida pela luz vermelho-distante. Muitos anos mais
tarde, foi observado que, quando sementes de alface foram expostas a tratamentos alternados de luz


12


ciclo de baixa temperatura e aumentando a quantidade das substncias promotoras durante a fase de
alta temperatura, o que levaria ao processo germinativo.
Os efeitos da temperatura podem ser avaliados a partir de mudanas ocasionadas na
porcentagem, velocidade e freqncia relativa de germinao ao longo do tempo de incubao
(Labouriau & Pacheco, 1979). Para a realizao de teste de germinao de sementes de Passiflora
edulis em laboratrio pode ser utilizada tanto a temperatura de 25C constante como a temperatura
alternada de 20-30C, 16 e 8 horas, respectivamente (Brasil 1992).
Santos et al. (1999) estudaram a germinao de sementes de Passiflora edulis Sims f.
flavicarpa Degener, na temperatura constante 25C e na temperatura alternada 20-30C e indicaram
a temperatura alternada como sendo a mais adequada.
Duarte Filho et al. (2000) avaliaram a germinao das sementes de Passiflora giberti N.E.
Brown nas temperaturas constantes 20C, 25C e 30C e nas temperaturas alternadas 30-25C, 30-
20C e 25-20C, todas sob luz branca constante e constataram que as temperaturas testadas
exerceram grande influncia sobre a porcentagem de emisso de raiz primria, plntulas normais e
anormais. Os autores observaram que a temperatura alternada 30-20C apresentou maior
uniformidade de germinao e que temperaturas constantes proporcionaram as menores mdias para
as variveis porcentagem de germinao e porcentagem de plntulas normais.
Zucareli et al. (2001a) avaliaram a germinao de sementes de Passiflora alata Dryander
em resposta a temperatura, GA
3
, fenilmetiltetrahidro-piranil-aminopurina e ethephon nas
concentraes de 75 e 150 mg L
-1
,

isolados e combinados com as mesmas dosagens, e concluram
que independente do tratamento, a alternncia de temperaturas entre 20 e 30C por mais de 35 dias
favoreceu a germinao. Zucareli et al. (2001b) estudaram diferentes perodos de exposio
temperaturas alternadas (20-30C) e constante (25C) na germinao de Passiflora alata Dryander e
observaram que a porcentagem de germinao e o ndice de velocidade de germinao foram
significativamente maiores sob temperaturas alternadas e, que a porcentagem de sementes duras foi
maior quando utilizou-se temperatura constante. Os autores mencionam ainda que, o melhor
desempenho germinativo foi obtido sob temperaturas alternadas por um perodo mnimo de 13 dias.
Zucareli et al. (2003) estudaram a germinao de sementes de maracuj doce (Passiflora
alata Dryander) com uso de GA
3
, fenilmetiltetrahidro-piranil-aminopurina e ethephon e verificaram
que aps 35 dias sob temperatura constante (25C), as sementes no germinaram, desse modo, a
temperatura foi alterada para temperaturas alternadas (20-30C) e, no terceiro dia aps a alterao
da temperatura, foi observada germinao em todos os tratamentos, indicando influncia favorvel
da temperatura alternada na germinao das sementes desta espcie.
Osipi & Nakagawa (2005), estudaram a germinao de sementes de diferentes plantas de
maracuj doce (Passiflora alata Dryander) sob duas condioes de temperatura (25C e 20-30C) e


11


Existem temperaturas mais apropriadas para a germinao, assim como temperaturas
limitantes, dependendo da espcie (Labouriau 1983). Os limites extremos de temperatura para a
germinao fornecem informaes de interesse ecolgico (Labouriau & Pacheco 1979) podendo,
esses dados fornecerem informaes importantes para entender a distribuio geogrfica dessas
espcies em escala fitossociolgica e biogeogrfica (Labouriau 1983). O mesmo autor explica que
as preferncias ecolgicas e a distribuio geogrfica de muitas espcies so determinadas pela
faixa de condies ambientais toleradas pela germinao das sementes, pois refletem, muitas vezes,
as caractersticas trmicas do habitat onde tais espcies ocorrem, sendo dessa forma, importante a
determinao das temperaturas mnima, tima e mxima para cada espcie.
A temperatura tima propicia a mxima porcentagem de germinao em menor espao de
tempo, enquanto sob temperaturas mxima e mnima as sementes pouco germinam (Bewley &
Black 1994). Segundo Carvalho & Nakagawa (2000), temperaturas inferiores ou superiores tima
tendem a reduzir a velocidade do processo germinativo, expondo as plntulas por maior perodo a
fatores adversos, o que pode levar reduo na porcentagem total de germinao.
O processo de germinao envolve uma srie de atividades metablicas, durante as quais
ocorre uma seqncia programada de reaes qumicas que apresenta exigncias prprias quanto a
temperatura, principalmente porque dependem da atividade de sistemas enzimticos especficos
(Marcos Filho 2005). Os efeitos da temperatura na cintica da germinao podem ser abordados,
tambm, sob o ponto de vista bioqumico, pois, a atividade das enzimas tem forte dependncia da
temperatura de incubao (Borghetti & Ferreira 2004). Segundo os autores existem temperaturas
nas quais a velocidade de reao enzimtica mxima e outras nas quais o processo ocorre muito
lentamente ou se encontra inibido.
As sementes de muitas espcies, principalmente as menos domesticadas, requerem flutuao
diria de temperatura para germinarem adequadamente. Embora esse requerimento esteja associado
dormncia da semente, a alternncia da temperatura pode acelerar a germinao em sementes no
dormentes (Malavasi 1988, Carvalho & Nakagawa 2000, Marcos Filho 2005). Estas sementes
apresentam mecanismos enzimticos que funcionam em diferentes temperaturas e essa resposta
corresponde, provavelmente, a uma adaptao s variaes que ocorrem no ambiente ou a processos
de dormncia (Borges & Rena 1993, Copeland & McDonald 1995).
A necessidade de temperatura alternada assim como a necessidade de nitratos, luz e etileno,
apresentada por algumas espcies, seriam uma adaptao ecolgica no sentido de indicar semente
a profundidade em que ela se encontra no solo (Carvalho & Nakagawa, 2000). Para Copeland &
Mcdonald (1995) e Marcos Filho (2005), a alternncia de temperatura altera o balano das
substncias promotoras e inibidoras da germinao, reduzindo a quantidade desta ltima durante o


10


apresentam impermeabilidade gua; dessa forma, a dormncia deve estar relacionada a outros
fatores fisiolgicos da semente.
A determinao do tempo de embebio em sementes (fase I), importante para a realizao
de tratamentos que aceleram a germinao (Ono et al. 1993). Ferreira (1998) estudou a fase I da
germinao em sementes de Passiflorceas e concluiu que esta apresentou durao de
aproximadamente 3 horas para P. edulis f. flavicarpa Degener, 4-5 horas para P. caerulea L., P.
giberti N.E. Brown e P. alata Dryander.
Lopes et al. (2003) estudaram a influncia do arilo e da escarificao do tegumento sobre a
germinao e a absoro de gua em sementes de Passiflora alata Dryander e concluram que no
houve diferena estatstica entre os tratamentos, com e sem escarificao, na absoro de gua pelas
sementes. Os mesmos autores mencionaram tambm que a escarificao influenciou negativamente
nas variveis porcentagem de germinao, primeira contagem-vigor e ndice de velocidade de
germinao.
Com o objetivo de superar a dormncia em sementes de gentipos do maracujazeiro P.
edulis f. flavicarpa Degener, Alexandre et al. (2004b) submeteram as sementes escarificao
mecnica e, posteriormente, embebio em gua destilada em quatro diferentes tempos (0, 12, 24
e 48 horas) e concluram que a porcentagem de germinao e o ndice de velocidade de emergncia
das sementes no foram influenciados pelos diferentes tempos de embebio em gua, mas sim pelo
gentipo das plantas.
Ferrari (2005) estudou as fases da germinao em sementes de Passiflora alata Curtis e
observou que a fase I teve durao de aproximadamente 10 a 11 horas, a mudana da fase II para a
fase III variou de acordo com o mtodo utilizado, tendo ocorrido as 200 horas em sementes
submersas em gua sob aerao e s 120 horas em sementes acondicionadas sobre papel
umedecido.
2.2.2 - Temperatura na Germinao de Sementes
Na ausncia de outros fatores limitantes, a germinao ocorre sob limites relativamente
amplos de temperatura, cujos extremos dependem, principalmente, da espcie e suas caractersticas
genticas, das condies do ambiente durante a produo, do manejo durante e aps a colheita e da
sanidade (Marcos Filho 2005).
A temperatura apresenta grande influncia tanto na porcentagem como na velocidade de
germinao, afetando absoro de gua e as reaes bioqumicas que regulam o metabolismo
envolvido nesse processo (Bewley & Black 1994, Marcos Filho 2005). Bewley & Black (1985)
relatam que as membranas celulares presentes nas sementes passam por uma fase de transio, entre
o estado de gel e cristalino lquido, que dependente da temperatura, o que proporciona maior ou
menor permeabilidade gua.


9


A velocidade de absoro de gua pela semente depende de fatores como espcie,
disponibilidade de gua, rea de contato, temperatura (Carvalho & Nakagawa 2000), natureza do
material de reserva, permeabilidade do tegumento, presso osmtica da gua, tempo de exposio
ao ambiente mido, teor de gua inicial e qualidade fisiolgica (Toledo & Marcos Filho 1977,
Carvalho & Nakagawa 2000).
Existe uma relao direta entre a velocidade de embebio das sementes e a temperatura. De
acordo com Carneiro & Braccini (1996), a elevao da temperatura aumenta a energia da gua,
provocando uma elevao da sua presso de difuso. Por ser um processo fsico, a embebio,
segundo Nobrega & Rodrigues (1995), ocorre mais rapidamente sob temperaturas elevadas, no
entanto, a quantidade final de gua absorvida praticamente a mesma, independente da
temperatura. Segundo Bewley & Black (1994), apesar de tambm depender de uma srie de fatores,
o volume de gua absorvido pela semente raramente ultrapassa 2 a 3 vezes sua massa seca.
Segundo Bewley & Black (1994), o processo de absoro de gua pela semente obedece a
um padro trifsico. Na primeira fase, ou embebio, ocorre a ativao da semente, conseqncia
do incio da absoro de gua, sendo, de modo geral, muito rpida podendo variar de acordo com a
espcie. Na segunda fase a absoro de gua torna-se quase que constante, uma vez que aumentos
muito pequenos so verificados com o passar do tempo. E a terceira fase caracterizada por
elevao na quantidade de gua absorvida com o tempo, em relao fase II, a qual coincide com o
processo de diviso celular nos pontos de crescimento do eixo embrionrio, seguido pela expanso
das estruturas da planta (Bewley & Black 1994, Carvalho & Nakagawa 2000, Castro & Hilhorst
2004, Marcos Filho 2005).
Segundo Marcos Filho (2005) o incio das fases II e III no implica na paralisao da(s)
anterior(es), de modo que a semente pode apresentar simultaneamente as trs fases, dependendo de
fatores como a permeabilidade da cobertura e composio qumica dos tecidos de reserva.
O controle da entrada de gua na semente, do desenvolvimento do eixo embrionrio e o
equilbrio entre substncias promotoras e inibidoras, so apontados por Carvalho & Nakagawa
(2000) como os principais sistemas de dormncia.
Morley-Bunker (1974) incluiu as Passiflorceas entre as famlias que apresentam dormncia,
devido aos mecanismos de controle da entrada de gua para o interior da semente. Baseados em tal
afirmao Tsuboi & Nakagawa (1992), Alexandre et al. (2004a) e Alexandre et al. (2004b)
realizaram trabalhos com sementes de espcies do gnero Passiflora, utilizando escarificao
mecnica, qumica ou com gua quente, visando a superao da impermeabilidade do tegumento
das mesmas.
Ferreira (1998) estudou a fase I da germinao em sementes de P. edulis f. flavicarpa
Degener, P. alata Dryander, P. giberti N.E. Brown e P. caerulea L. e concluiu que estas no


8


Na germinao, a gua apresenta vrias funes de grande importncia, contribuindo para
amolecer o tegumento, intensificar a velocidade respiratria, favorecer as trocas gasosas, induzir a
sntese e atividade de enzimas, hormnios e contribuir, significativamente, para a regularidade da
digesto, translocao e assimilao das reservas, bem como o crescimento subseqente. A entrada
de gua provoca o aumento do volume do embrio e dos tecidos de reserva, resultando na ruptura
do tegumento e facilitando a protruso da raiz primria (Marcos Filho 2005).
Segundo Marcos Filho (2005), tanto os que se dedicam ao estudo da fisiologia vegetal sob o
aspecto botnico, como os tecnologistas de sementes, consideram que a germinao tem incio com
a embebio.
2.2.1 - Fases da Germinao
A movimentao de molculas de gua entre dois sistemas depende da diferena de
potencial hdrico entre os mesmos. A tendncia natural o movimento ocorrer no sentido do maior
para o de menor potencial hdrico (Carvalho & Nakagawa 2000). Marcos Filho (2005) relata que a
embebio um tipo especial de difuso, provocada pela atrao entre molculas de gua e a
superfcie matricial, governada pelas diferenas entre o potencial hdrico dos tecidos da semente e
do substrato.
O processo da embebio puramente fsico e depende somente da ligao da gua matriz
da semente, ocorrendo em qualquer material, morto ou vivo, que contm stios de ligao ou
afinidade pela gua (Castro & Hilhorst, 2004). Com a absoro de gua, o potencial hdrico da
semente se eleva, reduzindo o gradiente com o substrato mido; desse modo, o fluxo hidrulico da
semente aumenta e tende a se igualar ao do substrato, conforme mencionado por Shioga (1990) em
trabalho com feijo.
A embebio ocorre gradativamente com o umedecimento inicial dos tecidos mais prximos
da superfcie e o estabelecimento de uma frente de hidratao, medida que a gua caminha para
o interior da semente. Consequentemente, possvel identificar uma fronteira ntida se deslocando
para as partes secas, ao mesmo tempo em que ocorre aumento contnuo da quantidade de gua nas
partes j umedecidas (Marcos Filho 2005).
Portanto, o umedecimento no uniforme e depende da regio do tegumento em que h
penetrao da gua (hilo, micrpila ou superfcie) e das diferenas na composio qumica,
morfologia das partes da semente e variaes na permeabilidade da cobertura (Carvalho &
Nakagawa 2000, Marcos Filho 2005).
Quando todas as matrizes atingem hidratao plena, o potencial matricial se torna zero e o
potencial osmtico se torna o responsvel pelo movimento da gua para dentro das sementes, at
que seja balanceada pelo turgor ou potencial de presso (Castro & Hilhorst 2004).


7


Geralmente, floresce entre agosto e maio (Bermacci 2003) e o tempo transcorrido desde o
momento da fecundao at o amadurecimento do fruto de 107 a 129 dias (Aponte & Juregui
2004b)
Os frutos so bagas ovides com 5,0-6,0 cm de dimetro. As sementes tm 0,6 x 0,3 cm de
dimetro, so ovais, faveoladas e negras (Nunes & Queiroz 2001). A semente obovada com pice
assimtrico, truncada e mucronada, enegrecida, reticulada (Bermacci 2003) e pode apresentar
perodo de dormncia superior a dois anos (Meletti et al. 2002).
2.2 Processo Germinativo
O processo da germinao amplo e complexo para ser definido em poucas palavras
(Carvalho & Nakagawa 2000). No conceito agronmico ou tecnolgico, considera-se germinao a
emergncia de parte da planta no solo ou a formao de uma planta vigorosa sobre algum tipo de
substrato. Enquanto o critrio botnico considera germinada a semente em que uma das partes do
embrio emerge de dentro dos envoltrios, acompanhado de algum sinal de metabolismo ativo,
como por exemplo, a curvatura da radcula (Borghetti 2004).
Borghetti (2004) menciona ainda, que o critrio botnico mais apropriado para investigar
aspectos metablicos associados especificamente germinao, sem envolver eventos relacionados
ao crescimento inicial da plntula.
Marcos Filho (2005) explica que a Fisiologia Vegetal tem se dirigido a aspectos bsicos e
mais aprofundados, independentemente da importncia econmica da espcie avaliada, envolvendo
investigao predominantemente acadmica, com o objetivo de angariar conhecimentos que
permitam elucidar o processo em si.
Por outro lado, a pesquisa agronmica sobre o assunto destina-se, principalmente,
obteno de subsdios necessrios para a resoluo de problemas referentes ao estabelecimento do
estande em campo e ao manejo das sementes durante e aps a colheita, visando a conservao do
poder germinativo e o esclarecimento de dvidas sobre a ao de diferentes fatores que interferem
na germinao, durante as etapas da produo (Marcos Filho 2005).
Na germinao esto envolvidos processos seqenciados e sincronizados, de tal maneira que
as reaes catablicas e anablicas so simultneas. O processo primeiramente controlado por
uma interao de sinais ambientais e endgenos, a partir dos quais ocorrem alteraes dos estados
fisiolgicos da semente que resultam na retomada do desenvolvimento do embrio (Moraes et al.
2002).
A durao da germinao considerada o tempo gasto entre a hidratao da semente e a
emisso da raiz primria (Larcher 2000) e, para que o processo ocorra, necessrio que a
disponibilidade de gua, a temperatura e a concentrao de oxignio no meio no limitem o
metabolismo germinativo (Carvalho & Nakagawa 2000, Cardoso 2004).


6


A espcie Passiflora cincinnata Mast. possui ampla distribuio, principalmente na Amrica
tropical, ocorrendo desde o sul da Amrica do Norte at a Amrica do Sul, ao longo da costa
brasileira (Agra et al.1996). Bernacci et al. (2003) mencionam que a espcie ocorre no leste do
Brasil, do Par at o Mato Grosso do Sul, sendo bem distribuda em So Paulo, ocorrendo tambm
no Paraguai, na Argentina, Bolvia (em baixas altitudes), Venezuela e Colmbia. Segundo Durigan
et al. (2004) a espcie bem distribuda no Estado de So Paulo onde ocorre, principalmente, no
cerrado.
A espcie perene e pode chegar a 4,5 m de comprimento, apresenta gavinhas espiraladas
com 6,0 a 12,0 cm de comprimento e 0,1 cm de dimetro (Nunes & Queiroz 2001). uma planta
helifita, comum na borda e interior de matas e cerrados e na beira de estradas (Bernacci et al.
2003), e devido ao crescimento vigoroso e hbito trepador considerada no litoral do Nordeste
como planta daninha (Nunes & Queiroz 2001).
A planta trepadeira, possui a base do caule com quilhas suberosas e pecolo velutino a
glabro com um par de nectrios ssseis e crateriformes (Bernacci et al., 2003). Possui folhas
simples, alternas, longo-pecioladas, 3-5 lobadas ou 3-5 partidas, lobos ou segmentos oblongos ou
ovado-oblongos, cerca de 5cm de comprimento e 2,5cm de largura, base do limbo largo-inciso-
cordada, pice dos lobos arredondados ou agudos, geralmente mucronado, margem crenulada,
esparsamente pilosas (Durigan et al. 2004).
As flores so vistosas, grandes e perfumadas (Nunes & Queiroz 2001) e solitrias medindo
de 5 a 10 cm; possui pedicelo articulado; brcteas verticiladas e membranceas concavo-ovadas,
velutinas e glabras, freqentemente glandulares, verde-plidas; hipanto campanulado; spala
subcoricea, oblongo lanceolada, dorso carenado, velutino a glabro e verde, ventre azul rosado a
alvo; ptala oblongo-lanceolada, azul-arroxeada; corona em vrias sries, a externa filiforme, no
pice bandeada de roxo a lils e rosa a alvo, as internas menores no centro, lineares, roxas a lilases;
oprculo membranoso e horizontal com projeo reflexa encaixante no limen em duas sries de
filamentos captados e eretos; nectrio anular; limen cupuliforme; androginforo com alargamento
prximo ao meio; filete; antera; ovrio elptico a fusiforme, glabro; estilete caloso na base (Bernacci
et al. 2003).
Aponte & Juregui (2004a) estudaram a biologia floral da espcie P. cincinnata e
observaram que as flores se abrem entre as sete e meia e oito e meia da manh e se fecham aps 24
horas; a deiscncia das anteras ocorre antes da antese e o sistema de reproduo mais eficiente a
polinizao cruzada e os gros de plen so de forma esfrica com exina reticulada, recoberto por
composto amarelado rico em lipdios.


5


2 - Reviso de Literatura
2.1 - Caracterizao da Espcie Passiflora cincinnata Mast.
Maracuj uma denominao indgena de origem tupi, que significa alimento em forma
de cuia. Trata-se de fruto silvestre que os primeiros descobridores conheceram nas Amricas,
bastante apreciado pelos nativos (Meletti 2000). O mesmo autor menciona que a primeira descrio
que se tem notcia foi feita em 1569, sob o nome genrico de granadilla, a partir de uma planta
enviada da Amrica ao Papa Paulo V, que mandou cultiv-la em Roma, por consider-la uma
revelao divina, pois, a particular morfologia de sua flor sugere correlao com os smbolos da
Paixo de Cristo. Originou-se da uma denominao bastante mstica, de flor-da-paixo, nome
popular pouco usual no Brasil e, tambm o nome cientfico de gnero: Passiflora (do latim passio =
paixo e flos = flor).
O maracujazeiro pertencente famlia Passifloraceae, apresenta cerca de 19 gneros e 530
espcies nas regies tropicais e subtropicais, particularmente da Amrica e frica. No Notropico
ocorrem cinco gneros e quase 400 espcies, sendo que no Brasil ocorrem quatro gneros e cerca de
130 espcies (Bernacci 2003).
O gnero Passiflora o maior gnero da famlia, com cerca 400 espcies, 20 delas restritas
ndia, China, Sudeste Asitico, Austrlia, ilhas da Oceania e regies vizinhas; o restante distribui-se
dos Estados Unidos ao Chile e Argentina. O Brasil e a Colmbia, com cerca de 120 e 115 espcies,
respectivamente, so os pases com maior nmero de espcies nativas (Bernacci et al. 2003).
Das espcies presentes no Brasil mais de 60 produzem frutos que podem ser aproveitados
direta ou indiretamente na alimentao (Oliveira et al. 1994, Barbosa 1998). Porm, Aponte &
Juregui (2004a) relatam que estudos tm sido realizados, principalmente, com espcies de
importncia econmica.
A espcie Passiflora cincinnata Mast. silvestre da qual se conhece pouco (Aponte &
Juregui 2004b), popularmente conhecida como maracuj-mochila, maracuj-do-mato ou maracuj-
tubaro (Nunes & Queiroz 2001, Bernacci et al. 2003). Pode ser aproveitada como fruto comestvel,
planta ornamental ou como planta medicinal (Aponte & Juregui 2004a, Bernacci et al. 2003) e
tambm em programas de melhoramento gentico (Lombardi 2003, Aponte & Juregui 2004a).
Apresenta ainda caractersticas etnomedicinais, cujas folhas so utilizadas para o tratamento de
hipotenso e como antiinflamatrio e os frutos como calmante e antitussgeno (Agra et al. 1996).
Alm disso, a espcie considerada potencialmente importante para uso como porta-
enxerto, uma vez que tolerante a doenas como as causadas pela bactria Xanthomonas
campestris (So Jos 1994, Meletti et al. 2002) e apresenta tambm, tolerncia a nematides
(Meloidogyne sp), podendo ser utilizada em programas de melhoramento gentico do maracujazeiro
amarelo (Ferreira & Oliveira 1991).


4


Estudar a interao entre temperaturas e reguladores vegetais na germinao de
sementes de Passiflora cincinnata Mast. e,
Estudar o efeito da pr-hidratao com GA
4+7
+N-(fenilmetil)-aminopurina na
germinao de sementes e na emergncia de plntulas de Passiflora cincinnata
Mast..
































3


1 - Introduo
*

A produo brasileira de maracuj adquiriu expresso econmica h pouco mais de 25
anos, inicialmente pelo incentivo da agroindstria e, em seguida, pela crescente demanda no
mercado de frutas frescas. A expanso dos pomares de maracuj foi significativa e, atualmente, vem
sendo cultivado em quase todo o territrio nacional (Melletti et al. 2005) fazendo do pas o maior
produtor mundial de maracuj com aproximadamente 35 mil hectares de rea cultivada e produo
anual superior a 478 mil toneladas (Agrianual 2005).
A produo de mudas de maracuj convencionalmente feita com o uso de sementes pela
grande maioria dos produtores (Meletti et al. 2002) porm a enxertia, estaquia, alporquia
(Giacometti 1954; Akamine et al. 1972, Ruggiero et al. 1994) e cultura de tecidos in vitro tambm
podem ser empregadas (Grattapaglia et al. 1991). Porm, a produo de porta-enxertos realizada
principalmente a partir de sementes.
A maioria dos problemas que ocorrem com as sementes de Passiflorceas para produo de
mudas p-franco ou porta-enxerto, relaciona-se a heterogeneidade das plantas e a baixa
porcentagem de germinao (Morley-Bunker 1980, Ruggiero 1991). Embora diversos estudos
tenham sido desenvolvidos na tentativa de aumentar a germinao de sementes de passiflorceas
(Ferreira 1998, Coneglian et al. 2000, Melo et al. 2000, Fogaa et al. 2001, Ferreira et al 2001,
Leonel & Pedroso 2005), a maioria desses estudos est voltada para espcies cultivadas
comercialmente como a Passiflora alata Dryander e Passiflora edulis f. flavicarpa Degener e,
muitas espcies silvestres de potencial econmico ainda tm sua fisiologia pouco conhecida
(Aponte & Jauregui, 2004a).
Dentre as espcies silvestres de maracujazeiro cujas sementes apresentam baixa germinao
encontra-se a Passiflora cincinnata Mast. (Meletti et al. 2002, Lombardi 2003) com perodo de
dormncia muito longo, sendo necessrio tempo de armazenamento superior a dois anos para se
obter ndices aceitveis de germinao o que tem inviabilizado economicamente a sua utilizao
comercial (Meletti et al. 2002).
De acordo com o exposto, o presente trabalho teve como objetivos:
Caracterizar as fases da germinao de sementes de Passiflora cincinnata Mast.;
Estudar o efeito da temperatura e da luz na germinao de sementes de Passiflora
cincinnata Mast.;
Estudar o efeito dos reguladores vegetais, GA
3
, GA
4+7,
GA
4+7
+ benziladenina
(BA), GA
3
+BA, BA e GA
4+7
+N-(fenilmetil)-aminopurina na germinao de
sementes de Passiflora cincinnata Mast.;

*
Nas normas da Revista Brasileira de Botnica


2


ZUCARELI, V. Passiflora cincinnata Mast. SEEDS GERMINATION: STAGES, LIGHT,
TEMPERATURE AND PLANT GROWTH REGULATORS. 2007. 103p. DISSERTAO
(MESTRADO) INSTITUTO DE BIOCINCIAS, Unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL
PAULISTA, BOTUCATU.

Abstract: The production of cuttings of passionflower conventionally utilizes seeds. Although
several studies have been carried out in an attempt to increase germination of Passifloraceae seeds,
most of them are focused on commercially cultivated species. There are few data about the
physiology of many wild species, among which is Passiflora cincinnata Mast., a species of
economic potential that can be used as edible fruit, ornamental and medicinal plant, grafting stock,
and in genetic engineering programs. The present work was carried out at the Department of
Botany, Unesp, Botucatu, So Paulo State, Brazil, and its aims were to characterize the germination
stages and to study the effects of temperature, light and plant growth regulators as well as the
interaction between temperature and plant growth regulators during the germination of Passiflora
cincinnata Mast. seeds. After experiments, data analysis showed that light had an inhibitory effect
on germination; in the characterization of the germination stages, stabilization of imbibition (stage
I) occurred between 3 and 4 hours after contact with water had begun, independently of the method
used. Transition from stage II to stage III occurred about 120 hours after the process beginning and,
without the use of plant growth regulators, the characterization of such stages was not possible.
Plant growth regulators GA
4+7
+ N-(phenylmethyl)-aminopurine increased germination, emergence
and development of seedling. The use of GA
4+7
+ N-(phenylmethyl)-aminopurine also widened the
temperature range for germination, and alternated temperature, 20-30C, was the most suitable for
germination of the species studied.
Keywords: Passion fruit, Propagation, Gibberellin, Cytokinin, Passifloraceae.










1


ZUCARELI, V. GERMINAO DE SEMENTES DE Passiflora cincinnata Mast.: FASES,
LUZ, TEMPERATURA E REGULADORES VEGETAIS. 2007. 103p. DISSERTAO
(MESTRADO) INSTITUTO DE BIOCINCIAS, Unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL
PAULISTA, BOTUCATU.

Resumo: A produo de mudas de maracujazeiro convencionalmente realizada por meio de
sementes e, embora diversos estudos tenham sido desenvolvidos na tentativa de aumentar a
germinao de sementes de passiflorceas, a maioria deles est voltada para espcies cultivadas
comercialmente e, muitas espcies silvestres tm sua fisiologia pouco conhecida. Dentre estas
encontra-se a Passiflora cincinnata Mast., espcie silvestre de potencial econmico que pode ser
utilizada como fruto comestvel, planta ornamental, medicinal, em programas de melhoramento
gentico e que apresenta potencial como porta-enxerto. O presente trabalho foi realizado no
Departamento de Botnica, do Instituto de Biocincias da Unesp, Campus de Botucatu-SP e teve
como objetivos caracterizar as fases da germinao, estudar o efeito da temperatura, da luz, dos
reguladores vegetais e a interao entre temperatura e reguladores vegetais na germinao de
sementes de Passiflora cincinnata Mast.. Aps a realizao dos experimentos e anlise dos dados
foi possvel concluir que a luz exerceu efeito inibitrio sobre a germinao e que na caracterizao
das fases da germinao, a estabilizao da embebio (fase I) ocorreu entre 3 e 4 horas aps o
incio do contato com a gua, independentemente do mtodo utilizado. A passagem da fase II para a
fase III ocorreu aproximadamente, 120 horas aps o incio do processo, no sendo possvel a
caracterizao das fases sem o uso de reguladores vegetais. Tambm se constatou que os
reguladores vegetais GA
4+7
+ N-(fenilmetil)-aminopurina promoveram aumento da germinao,
emergncia e desenvolvimento de plntulas. Observou-se tambm, que o uso de GA
4+7
+ N-
(fenilmetil)-aminopurina ampliou os limites de temperatura para a germinao; sendo a temperatura
alternada 20-30C a mais adequada para a germinao desta espcie.
Palavras-chave: Maracuj, Propagao, Giberelina, Citocinina, Passiflorceas.











v


Sumrio

Resumo.................................................................................................................................................. 1
Abstract ................................................................................................................................................. 2
1 - Introduo........................................................................................................................................ 3
2 - Reviso de Literatura....................................................................................................................... 5
2.1 - Caracterizao da Espcie Passiflora cincinnata Mast. ........................................................... 5
2.2 Processo Germinativo .............................................................................................................. 7
2.2.1 - Fases da Germinao ......................................................................................................... 8
2.2.2 - Temperatura na Germinao de Sementes ...................................................................... 10
2.2.3 - Luz na Germinao de Sementes..................................................................................... 13
2.2.4 - Reguladores Vegetais na Germinao de Sementes........................................................ 15
3 CAPTULO I - Caracterizao das fases da germinao e efeito de reguladores vegetais em
sementes de Passiflora cincinnata Mast. ............................................................................................ 20
4 CAPTULO II - Fotoperodo, Temperatura e Reguladores Vegetais na Germinao de Sementes
de Passiflora cincinnata Mast............................................................................................................. 50
5 CAPTULO III - GA
4+7
+ N-(Fenilmetil)-Aminopurina na Germinao de Sementes e
Emergncia de Plntulas de Passiflora cincinnata Mast. ................................................................... 76
6 - Consideraes Finais ..................................................................................................................... 95
7 - Concluses..................................................................................................................................... 96
8 - Referncias Bibliogrficas............................................................................................................. 97










iv


A Irandi Fernando Daroz e famlia, pelo apoio desde o dia que cheguei cidade.
Glria, pelo apoio e carinho, a voc meu sincero respeito e agradecimento.
Ao Sr. Dideir, pelo carinho e cuidado de pai.
A todos que de alguma forma me ajudaram durante este perodo, o meu MUITO
OBRIGADO.































iii


Agradeo:
A Deus, por estar sempre vigilante, abenoando e guiando meus passos;
Aos meus pais, Cludio e Ivone; pela dedicao e amor incondicional.
Aos meus irmos Claudemir e Cristiane, pelo apoio, amizade e carinho, em vocs eu
encontro inspirao e a fora para persistir.
A minha av e madrinha Ilma D. Savani, pelo exemplo de amor e dignidade que tem nos
dado durante todos estes anos de convivncia.
Aos meus padrinhos Gilberto e Vilma, pelo carinho, amizade e oraes.
A Professora Dr Gisela Ferreira, pela orientao excepcional.
A Universidade Estadual Paulista - Unesp, pela possibilidade de concluir mais esta etapa
profissional.
Coordenadoria de Apoio e Pesquisa ao Ensino Superior (CAPES), pelo apoio financeiro
e incentivo pesquisa.
Embrapa Semi-rido, em especial a Francisco Pinheiro de Arajo.
Aos professores do Departamento de Botnica, IB, Unesp Botucatu.
Ao Departamento de Produo Vegetal Agricultura, principalmente nas pessoas dos
Professores Joo Nakagawa e Cludio Cavariani, pelo apoio, colaborao e amizade.
Aos funcionrios da Unesp, em especial a Adriana, Kleber, Jos Eduardo e Valria.
A Professora Dr Andra M. T. Fortes, que iniciou comigo esta jornada.
Aos professores da Universidade Estadual do Oeste do Paran Unioeste pelo
aprendizado e incentivo, em especial a professora e amiga Norma C. Bueno.
As professoras Marta Maria Mischan e Sheila Zambelo de Pinho, pela colaborao na
realizao deste trabalho.
Aos amigos da graduao, formandos 2004 da Unioeste, Santa Helena - PR.
Aos amigos da cidade de Santa Helena, em especial a famlia Bueno, aos funcionrios da
Unioeste, Claudia, Iara e Alex.
Aos amigos de Botucatu, pela recepo, apoio e amizade.
Ao casal Dani & Nando, pelo carinho e por mostrar que a amizade maior que a distncia.
A Amanda, Leandro, Lina e Flavia, pela amizade sincera e pelos momentos de alegria e
descontrao.
Aos Amigos da Ps-graduao Adriana, Carlos, Daniela, Dbora, Gabriela, Yara, Inara,
Jferson, Juliana F., Juliana M., Leonardo, Letcia, Mnica, Orlando, Ricardo.
Ao amigo Marcio Roberto Bonjovani , pela amizade e colaborao.
s amigas Daniela, Juliana e Maria Olvia, pela amizade, apoio e pelas horas de
descontrao.


ii


Dedico:

Aos meus Pais, Cludio Zucareli e Ivone A. Savani Zucareli, que lanaram sementes de
sonhos e esperana na vida de seus filhos, e no mediram esforos para possibilitar que todas
germinassem;
Aos meus Irmos Claudemir Zucareli e Cristiane A. Zucareli, pelo carinho, amizade e
apoio incondicional;
Pelos exemplos de vida, modelos de dignidade e fora durante todos esses anos, a vocs a
minha sincera admirao, respeito e eterna gratido. AMO vocs.




























i

























Aceita nossos louvores, Senhor de todos os
quadrantes, infinito em poder e incomparvel em
Tua glria, Tu s o que , porque em tudo te
encontramos.
Bhagavad Gita. A cano do senhor.


i




































FICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELA SEO TCNICA DE AQUISIO E TRATAMENTO
DA INFORMAO
DIVISO TCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP
BIBLIOTECRIA RESPONSVEL: Selma Maria de Jesus
Zucareli, Valdir.
Germinao de sementes de Passiflora cincinnata Mast.: Fases, luz,
temperatura e reguladores vegetais / Valdir Zucareli. Botucatu : [s.n.], 2007.

Dissertao (mestrado) Universidade Estadual Paulista, Instituto de
Biocincias de Botucatu, 2007.
Orientadora: Gisela Ferreira
Assunto CAPES: 20303009

1. Fisiologia vegetal 2. Sementes 3. Maracuj

CDD 581.1

Palavras-chave: Citocinina; Giberelina; Maracuj; Passiflorceas; Propagao
UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CMPUS DE BOTUCATU
INSTITUTO DE BIOCINCIAS





GERMINAO DE SEMENTES DE Passiflora cincinnata Mast. : Fases, Luz, Temperatura e
Reguladores Vegetais



VALDIR ZUCARELI

PROF DR GISELA FERREIRA
ORIENTADORA

Dissertao apresentada ao Instituto de
Biocincias, Cmpus de Botucatu,
UNESP, para obteno do ttulo de
Mestre em Cincias Biolgicas
(Botnica), AC: Fisiologia Vegetal




Botucatu SP
2007
UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CMPUS DE BOTUCATU
INSTITUTO DE BIOCINCIAS





GERMINAO DE SEMENTES DE Passiflora cincinnata Mast. : Fases, Luz,
Temperatura e Reguladores Vegetais




VALDIR ZUCARELI


Dissertao apresentada ao Instituto de
Biocincias, Cmpus de Botucatu,
UNESP, para obteno do ttulo de
Mestre em Cincias Biolgicas
(Botnica), AC: Fisiologia Vegetal





Botucatu SP
2007

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