Introdução - Sistema de Abastecimento Público de Água
Introdução - Sistema de Abastecimento Público de Água
Introdução - Sistema de Abastecimento Público de Água
1. INTRODUO
Denomina-se sistema de abastecimento pblico de gua, a soluo coletiva mais econmica e definitiva
para o abastecimento de gua de uma comunidade. Esta a soluo encontrada quando uma comunidade
cresce e a densidade demogrfica da rea aumenta. O abastecimento de gua visa, fundamentalmente o
seguinte:
- Controlar e prevenir doenas;
- Implantar hbitos higinicos na populao como, por exemplo, a lavagem das mos, o banho e a
limpeza dos utenslios;
- Facilitar a limpeza pblica;
- Facilitar as prticas desportivas;
- Propiciar conforto e bem estar.
Sob o ponto de vista sanitrio, a soluo coletiva a mais interessante, porque muito mais fcil proteger
um manancial e supervision-lo, do que fazer superviso de grande nmero de mananciais e de sistemas.
Por exemplo: um poo coletivo comparado a vrios poos individuais. Os sistemas individuais so
solues precrias para os centros urbanos, (fossa com filtro, por exemplo) embora indicados para reas
rurais onde a populao dispersa.
2. PARTES CONSTITUTIVAS DO SISTEMA
a) Manancial
O manancial a fonte de onde se tira a gua. A sua escolha tem que ser levada em conta a qualidade e a
quantidade de gua que ele dispe, como tambm o aspecto econmico do mesmo.
b) Captao
o conjunto de equipamentos e instalaes para retirar a gua do manancial e lan-la no sistema de
abastecimento.
c) Aduo
Adutora uma tubagem normalmente sem derivaes, que liga a captao ao tratamento ou o tratamento
rede de distribuio. Segundo o seu funcionamento, pode ser:
- Por gravidade Quando aproveita o desnvel entre o ponto inicial e final da adutora.
- Por bombagem Quando realizada utilizando um meio elevatrio qualquer.
d) Tratamento
O tratamento da gua pode existir ou no, de acordo com a qualidade da gua obtida no manancial.
e) Reservatrio
O armazenamento empregado para a acumulao da gua, com propsitos de:
- Atender a variao do consumo;
- Manter uma presso mnima ou constante na rede;
- Atender a procuras de emergncia, em casos de incndios, ruptura de rede, etc;
O consumo de uma comunidade est ligado a diversos fatores: climas, hbitos de higiene, qualidade da
gua, cobrana (gua medida ou no). Para uma mesma populao, o consumo varia de acordo com as
horas do dia. a chamada variao horria. Varia ainda, conforme a poca do ano. a variao diria. O
reservatrio de distribuio, permite atender a essas variaes.
Fig. 14 - Sistema de Abastecimento de gua Simples
(Poo-Elevatria-Reservatrio).
f) Rede de distribuio
A rede de distribuio leva a gua do reservatrio ou da adutora para os pontos de consumo.
g) Ramal domiciliar
A ligao feita das tubagens assentades nas ruas para os domiclios chamada ramal domiciliar.
3. RESERVATRIOS
Os reservatrios construdos para um sistema de abastecimento pblico de gua, podem ser divididos em
duas classes principais:
- Reservatrio de Acumulao;
- Reservatrio de Distribuio.
3.1. Reservatrio de Acumulao
So construdos em um curso de gua, (seja ele um rio, um riacho, um crrego, etc) quando se deseja
aproveit-lo como fonte de abastecimento de gua. Isto s ocorre quando a vazo mdia desse curso de
gua superior vazo mdia do consumo que se deseja para uma comunidade. Mas se este curso de
gua, apresentar vazes mnimas, dirias ou mensais, insuficientes para atender as necessidades de
consumo, nestes dias ou meses, nestas condies, o excesso de gua descarregado pelo curso de gua, nos
tempos de vazes mximas so acumuladas em reservatrios, denominados reservatrio de acumulao, a
fim de atender as deficincias, em pocas durante as quais a vazo do curso de gua no suficiente para
atender as necessidades de consumo.
Se no entanto a vazo mnima do curso de gua for maior que a vazo mxima de consumo que a
comunidade utiliza, no ser necessrio a construo do reservatrio de acumulao (barragem, audes,
etc) sobre o curso de gua.
As barragens podem ser de:
a) terra;
b) alvenaria;
c) beto ciclpico;
d) beto armado;
Para que haja uma retirada relativamente uniforme de gua dos reservatrios de acumulao, apesar das
necessidades de consumo serem variveis, que se faz necessrio a construo dos reservatrios de
distribuio.
3.2. Proteo do reservatrio de acumulao e da bacia
A fim de preservar-se a qualidade de gua em reservatrio de acumulao, desejvel cortar e remover
toda madeira, juntar e queimar os gravetos, antes do mesmo comear a receber a gua aps a construo.
Se se tratar de um grande reservatrio de acumulao, onde o mesmo for tambm usado como local de
recreio, devem ser tomadas providncias adequadas para resguardar a qualidade da gua, estabelecendo-
se reas para pesca, natao, etc, a uma distncia segura do local de captao.
Se existir casas isoladas na bacia, as mesmas devero ser providas com instalaes sanitrias adequadas
para o destino dos dejetos, exceto no caso de bacias muito amplas e extensas.
J existem leis que disciplinam a utilizao dos reservatrios com finalidades recreativas, as quais so
definidas a partir das condies locais.
3.3. Reservatrio de Distribuio
So reservatrios construdos para um sistema de abastecimento de gua com as seguintes finalidades:
- Uniformizao de fornecimento de gua no consumo, devido ao fato que o reservatrio minimiza ou
mesmo faz desaparecer as diferenas de volume de gua, requeridos durante os perodo de maior
consumo;
- Uniformizao da aduo para o sistema;
- Emergncia - no caso de haver uma interrupo na aduo de gua, aquela acumulada no reservatrio
abastece a cidade, at que a dificuldade seja sanada;
- Economia na rede de distribuio de um sistema de abastecimento de gua, pela construo de
reservatrios mais baixos;
- Maior auxlio no combate incndios.
3.3.1. Classificao dos reservatrios de distribuio
a) De acordo com sua localizao em referncia rede de distribuio:
1. De montante - quando est localizado entre a captao e a rede de distribuio;
2. De jusante - quando est localizado aps a rede de distribuio. Neste caso recebe gua de consumo
mnimo e ajuda a abastecer a cidade durante as horas de consumo mximo;
3. De quebra de presso - terreno com desnveis acentuados.
b) Em relao ao nvel do terreno:
1 . Enterrados;
2 . Semi-enterrados;
3 . Apoiados;
4 . Elevados.
As razes que determinam a escolha de um destes tipos so normalmente, presses, vazes e volumes a
armazenar e as econmicas.
c) em relao ao material de que construdo:
1 . Concreto armado - geralmente os elevados;
2 . Alvenaria - geralmente construdo enterrado;
3 . Ao - pouco uso no Brasil (mais nas indstrias);
4 . Madeira - apenas usados para os apoiados e elevados.
3.3.2. Tubagens num reservatrio de distribuio
a) De entrada;
b) De sada;
c) De descarga;
d) Extravasor - geralmente descarregando no dreno.
3.3.3. Cortinas
Em um reservatrio enterrado ou semi-enterrado, de grandes dimenses, devem ser instaladas cortinas, a
fim de evitar pontos mortos onde a gua no sofra movimentao.
3.3.4. Declividade no fundo dos reservatrios de distribuio
Os fundos dos reservatrios de distribuio devem ter declive para o ponto de descarga, facilitando assim
bastante a sua limpeza.
3.3.5. Desinfeco
O reservatrio, antes de ser posto a funcionar, deve ser desinfetado com uma soluo de 50mg/l de cloro
til, com um tempo de deteno mnima de 24 horas.
3.3.6. Proteo do reservatrio
Nos reservatrios de distribuio no deve ser permitida a entradas de pessoas estranhas nas suas
cercanias, tanto para evitar uma poluio ou contaminao no caso semi-enterrados, enterrados e
apoiados, como tambm para se evitar acidentes no caso dos elevados.
As tampas de acesso ao interior dos reservatrios, devem ser mantidas em boas condies sanitrias e de
vedao, devendo ser periodicamente limpas. As escadas de acessos devem ser mantidas em boas
condies de segurana e as paredes sempre protegidas por uma boa pintura.
3.3.7. rgos Acessrios
Os rgos acessrios de um reservatrio de distribuio, so:
a) Tubo de ventilao - destinado a circulao do ar;
b) Indicador de nvel - para acompanhar variaes de consumo;
c) Registos - a fim de regular a entrada e sada de gua.