A Nuvem
A Nuvem
A Nuvem
Dave Davies
Pouco antes do pôr-do-sol do dia 28 de fevereiro de
1963, uma surpreendentemente bela e misteriosa nuvem
atravessava rapidamente o norte do Arizona. Alguns dos que
avistaram a nuvem, estimaram ser de 30 milhas de
comprimento e 26 milhas de altura,1 e observaram que ela
permaneceu clara por 28 minutos antes do sol se pôr. Outros
viram miríades de cores nesta estrutura em aparência de vapor.
Dentro de alguns dias mais de 200 relatos foram enviados
até a Universidade do Instituto de Atmosférica Física do
Arizona em resposta à solicitação feita pelo Dr. James
McDonald.
O fenômeno celestial deixou os órgãos de publicidade em
alerta. Ambos “A República do Arizona” e “A Gazeta de
Phoenix” imprimiram matérias. A “Revista Ciência”, a incluiu
no dia 19 de abril de 1963 e a “Life” a transmitir em sua
edição de 11 de junho do mesmo ano.
Nenhuma das publicações tinha a resposta para o que era
isto, nem mesmo o Dr. McDonald.
“Experimentalmente”, o doutor do centro de Atmosférica
Física de Tucson disse, “isto pode ser considerado idêntico a
uma nuvem nacarada (iridescente) porém esta extraordinária
altura elevada e a extraordinária latitude baixa, acrescido pela
notável figura, sugere que isto foi uma espécie de nuvem nunca
registrado anteriormente. Muitas pessoas disseram que ela exibia uma iridescência associada com as nuvens
nacaradas estratosféricas do Ártico”.
“Ela estava acima do limites das formações dos rastros de fumaça de aviões”, o Dr. McDonald
escreveu em um artigo em junho de 1963 na edição da “Weatherwise”, “nem possivelmente produzido por
aqueles vôos de X-15”. Além do mais, um exame revelou, que não houvera nenhum X-15 voando naquele
dia.
A nuvem, então, tem prosseguido a desconcertar a qualquer um no Arizona com exceção de 600
igrejas em Phoenix, Mesa e Tucson. Para eles ela foi uma manifestação física da aparição de 7 anjos
próximo ao Monte Pôr-do-Sol, 40 milhas a nordeste de Tucson, a William Marion Branham, um evangelista
cristão nascido em Indiana.
O propósito da visitação celestial, conforme crêem os seguidores do senhor Branham, era para dizer-
lhe que já era oportuno o tempo para ele revelar os segredos das Escrituras seladas no Livro de Apocalipse
por quase dois mil anos, e também para servir como um sinal da “breve vinda” de Jesus Cristo à terra.
De acordo com os seus seguidores a experiência não era nada fora de extraordinário para o homem
que morrera na véspera de Natal há dois anos atrás. “Isto foi apenas uma das muitas visitações, sonhos
estranhos, visões, milagres e poderes de cura que Deus conferiu sobre ele”, eles dizem.
O Sr. Branham, de acordo com o que tem sido escrito sobre ele e das explicações pessoais daqueles
que o conheceram, foi como um colosso bíblico que caminhou através do mundo segurando a vara de
Moisés e usando o manto de Elias. Eles vêem nele uma figura como João Batista desenraizando o pecado e
a hipocrisia nas religiões do mundo e proclamando o breve retorno de Jesus.
Fred H. Sothman, um lavrador de trigo canadense de 52 anos que se mudou para Tucson em 1962 para
estar mais próximo do líder religioso, foi uma das duas pessoas que estavam com o Sr. Branham naquele dia
em que a nuvem apareceu. Sothmann explica:
1
48 e 42 km respectivamente – NT.
“O reverendo Branham e outro irmão, Gene Norman, e eu mesmo estávamos bem acima nas
montanhas caçando javalina. Lembro-me que era final de tarde, um claro dia quente sem nenhuma nuvem
no céu. Nós três estávamos espalhados em direções diferentes, talvez cerca de meia milha separados um do
outro”.
“Então de repente eu ouvi esta tremenda rajada como um jato de avião rompendo a barreira do som, só
que muito mais alto. Várias pedras começaram a rolar montanha abaixo não distante de mim. Eu
instintivamente olhei para cima na direção do irmão Branham, mas não podia na realidade vê-lo porque ele
estava atrás de uma colina. Mas justamente acima dele no ar, eu vi este estranho anel de nuvem de forma
circular. Ela era um tanto pequena a princípio, mas ela se tornou mais alta e maior”.
Assustado pela rajada e pelas pedras caindo, Southmann disse que ele não entendeu o significado da
nuvem naquela hora.
“Porém quando o irmão Branham e eu chegamos juntos poucos minutos mais tarde”, disse ele, “ele me
contou que sete anjos apareceram a ele e que o haviam instruído a ir para casa (à Jeffersonville, Indiana) e
revelar o significado dos sete selos de Apocalipse (capítulos 6 a 8)”.
Sothmann não estava surpreso pela explicação do Sr. Branham.
“Qualquer um que conheceu o irmão Branham sabia que ele tinha estas experiências o tempo todo”,
disse Sothmann, “então nem eu e nem Gene Norman duvidamos dele nem por um minuto”.
A descrição a seguir é a recordação da experiência do próprio Sr. Branham como contada por um de
seus biógrafos:2
“O reverendo Branham se inclinou para tirar uns carrapichos de suas calças e enquanto ele assim fazia
uma grande explosão surgiu do sul, estremecendo as montanhas até ao ponto em que as rochas se
desprenderam. Por um momento ele estava temeroso de que algum caçador o havia ferido, e ele estava tão
abalado por tudo isso. Então ali vieram sete anjos poderosos como uma pirâmide (invertida) ou uma letra
“V”, dirigindo-se a ele com a velocidade da luz. Ele pareceu ter sido raptado por eles e com seu terrível
trovão. Então uma voz clamou: “Regressa ao leste.” Ele entendeu que era o tempo de regressar a
Jeffersonville para pregar os sete selos e revelar os mistérios dos trovões não escritos no livro de
Apocalipse”.
Dentro de dias o Sr. Branham retornou a Jeffersonville onde no Tabernáculo Branham ele explanou
por sete noites sobre os significados dos selos. Ele explicou à sua congregação a sua interpretação de quem
eram os cavaleiros vermelho, branco, preto e amarelo e do significado das grandes pragas e juízos dos
últimos três selos, relacionando tudo à história e aos tempos modernos.
Sua congregação aqui e no exterior ouviu e creu, porque eles vêem nele um homem cujos poderes
excederam aqueles de homens normais, o último dos maiores profetas antes da Segunda Vinda. Ele é para
eles o mensageiro, ou o anjo prometido no Livro de Malaquias (capítulo 4, versículos 5 e 6) para a igreja da
Era de Laodicéia, o último dos setes que começou com o apóstolo Paulo incluindo Martinho Lutero e John
Wesley.
O número 7 foi importante na vida do Sr. Branham. Ele estava com 7 anos de idade, por exemplo,
quando ele recebeu a palavra, de acordo com os seus biógrafos. E sete foi o número de uma série de
contínuas visões que ele recebeu em junho de 1933.
As primeiras visões foram a invasão da Etiópia por Mussolini e a morte do ditador nas mãos de seu
próprio povo; a ascensão de Hitler e do holocausto que o seguiu e a ascensão de três ismos e como que os
dois primeiros (nazismo e fascismo) seriam engolidos pelo terceiro – “Observe a Rússia, observe a Rússia”,
uma voz lhe admoestava, “mantenha os seus olhos no Rei do Norte”. (Também Roma representará uma
parte importante).
A quarta visão como o grande avanço da ciência e da tecnologia após a Segunda Guerra Mundial e
ambas a quinta e a sexta relacionavam mulheres, a parte que elas tem representado na decadência moral dos
Estados Unidos e depois a ascensão de uma bonita mas cruel mulher para dominar (Ele supõe parte da
Mulher Prostitua de Apocalipse 17) ou por meios religiosos ou talvez pelo voto popular dominado pelas
mulheres.
“A sétima e última visão foi onde eu ouvi a mais terrível explosão. Quando me voltei para olhar eu
nada vi a não ser ruínas, crateras e fumaça sobre a terra da América”.
Usando estas sete visões como uma base, o Sr. Branham predisse que Cristo retornaria à terra por volta
de 1977 para reclamar a sua Noiva,3 isto é, os eleitos ou os crentes cristãos dedicados.
2
Refere-se ao irmão Lee Vayle e aos relatos de seu livro “O Profeta do Século XX”, § 245 na tradução de Goiânia – NT.
3
Na verdade suas palavras exatas foram: “Eu predigo, (não profetizo) que todas estas visões terão acontecido até 1977” – NT.
“Estou convencido”, disse o Rev. Roy Carpenter, pastor da Igreja Pentecostal da Igreja de Mesa, “que
William Branham é aquele semelhante ao espírito de Elias que Malaquias profetizou que precederia a
Segunda Vinda do Senhor. Mas como a história da igreja tem provado, haverá de ser relativamente poucos
que receberão a mensagem de Deus e o mensageiro de Deus”.
“Nos dias de Noé, é-nos dito que somente oito pessoas no mundo inteiro foram salvos no tempo do
dilúvio, embora Noé pregasse sobre o dilúvio por 120 anos. Em Sodoma, somente Ló e as suas duas filhas
foram salvos. E quando os outros seis mensageiros, Paulo, Irineu, Martin, Columba, Lutero e Wesley –
foram dadas adiante as suas mensagens, comparativamente poucos acreditaram neles”.
Sothmann, um dos três administradores da Associação Evangelística William Branham, lembrou que
após o incidente da nuvem ele estava em outra viagem de caça com o Sr. Branham próximo ao Monte Pôr-
do-Sol. Naquela ocasião, disse ele, o Sr. Branham predisse juízo na forma de três terremotos que atingiria a
Costa Oeste. E ele mencionou o Alasca, Seattle e Los Angeles. Na Sexta-feira Santa do mesmo ano (1964)
Anchorage foi atingida e um ano mais tarde na Sexta-feira Santa um moderado terremoto abalou Seattle.
“Peixes e tubarões estarão nadando sobre onde estamos de pé”, o Sr. Branham é citado como dizendo
quando mais tarde ele e Sothmann visitaram Los Angeles. Uma larga porção da Califórnia, o Sr. Branham
predisse que desabaria no mar.
Quem foi este homem que enquanto ele estava predizendo maldição estava oferecendo salvação? Foi
ele um charlatão, um egomaníaco, um procurador por glória ou somente um bem-intencionado pregador em
desacordo com as doutrinas estabelecidas do dia? Ou foi ele um homem separado?
Seus seguidores, naturalmente, crêem no último e usam os incidentes que ocorreram durante a sua vida
como as bases para a sua crença.
Sua vida que terminou em 24 de dezembro de 1965, quando um motorista bêbado o matou na auto-
estrada do Texas, começou em Indiana. Quando ele era um garoto de 7 anos na fazenda de seu pai em
Kentucky, um súbito vento forte farfalhou contra as folhas da árvore enquanto estava descansando. Do
vento, que estava localizado em sua vizinhança, uma voz falou: “Nunca bebas, fume ou contamine o teu
corpo de forma alguma”, a voz admoestou, “porque eu tenho um trabalho para você fazer quando você
estiver mais velho”.
Mais tarde o Sr. Branham contou aos seus seguidores que em seus primeiros anos ele tentou tomar um
drinque e fumar um cigarro mas cada vez ele era repelido pelo retorno do vento. Em junho de 1933
enquanto ele estava batizando um grande grupo no Rio Ohio perto de Jeffersonville “uma labareda, uma
estrela girando apareceu dos céus com o som de vento apressado” e uma voz falou-lhe dizendo: “Como João
Batista foi o precursor da Primeira Vinda de Cristo, assim sua mensagem é a precursora da Segunda Vinda
de Cristo”.
Isso foi depois que o Sr. Branham isolou-se em uma solitária cabana em Kentucky orando até que ele
estava enfraquecido. Foi então que ele disse que um anjo apareceu4 – que fora dito para ministrar ao lado
dele toda a sua vida – e lhe concedeu dois poderes, aquele de ser capaz de curar e aquele de ser capaz de ler
os corações dos homens e pensamentos. Ambos os poderes, dizem os seus seguidores, foram demonstrados
por todo o mundo.
Ele era um homem simples para conversar, dizem os seus seguidores, mas frequentemente se isolava
em oração, geralmente em favor de alguém que havia solicitado a ele, por até oito horas de uma vez.
Todavia, suas experiências com a sua divindade eram privadas. As 4000 pessoas no rio em 1933, por
exemplo, ouviram o vento mas ninguém exceto ele ouviu a voz.
O Rev. Pearry Green, pastor de 400 membros do Tabernáculo Tucson, assinala que nas Escrituras as
nuvens sempre tem representado um papel proeminente, e elas eram identificadas com a presença de Deus
ou com a presença de testemunhas celestiais, em outras palavras, anjos.
“Deus mesmo apareceu na forma de uma coluna de nuvem quando Ele guiou os israelitas do Egito
para Canaã”, ele disse. “E Deus desceu do céu em uma nuvem e falou com Moisés. Deus também falou em
Seus dias; Jesus foi tomado aos céus em Nuvens em Seus dias; Jesus foi levado aos céus em nuvens na Sua
ascensão; e a Bíblia diz que quando Jesus vier novamente, Ele virá nas nuvens do céu com poder e grande
glória”.
Fonte: Arizona Republic, de 26 de março de 1967.
Tradução: Diógenes Dornelles
dió[email protected]
4
Na verdade a comissão do Anjo foi anos depois do batismo do Rio Ohio, em 1946 – NT.