Escalas Pentatónicas

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Escalas Pentatónicas

Introdução:

As escalas pentatónicas são um dos passos mais importantes para aprender e evoluir a tocar
guitarra. Especialmente utilizadas na música pop/rock, mas também em jazz, blues, folk,
country entre outros estilos, são uma dádiva particularmente especial para os guitarristas
amadores com pouco tempo para praticar porque são muito fáceis de memorizar e aplicam-se
a quase qualquer música destes estilos.

O que são ?

São escalas de 5 notas, daí o nome (duh). Qualquer escala de 5 notas é uma pentatónica
(técnicamente). Na prática só precisamos de aprender duas a Pentatónica maior e a
Pentatónica menor.

Porque são especiais ?

Principalmente porque funcionam! Experimente a pentatónica maior numa progressão de


acordes maioritáriamente maiores ou a menor caso contrário. Em qualquer caso se uma não
lhe soar bem, experimente a outra. Em 90% dos casos uma delas encaixa bem na progressão
de acordes.

Também são muito fáceis de memorizar porque a disposição das notas da escala maior é igual
à da escala menor (transposta 3 meios tons, ou 3 travessões na guitarra), o que facilita a sua
utilização para improvisar.

São também a base das escala de blues (acrescentando as blue notes).

São ainda uma ajuda para memorizar os modos Gregos:

As notas da Pentatónica Maior são comuns aos três modos Gregos maiores: Jónio, Lídio e
Mixolídio. (ver lição sobre a formação de escalas gregas)

As notas da Pentatónica Menor são comuns aos quatro modos Gregos menores: Dórico, Frígio,
Eólio e Lócrio.

Ou seja, para qualquer uma das sonoridades baseadas nos modos Gregos, basta acrescentar
à respectiva Pentatónica duas notas adicionais que definem qual o modo.

Como se constroem ?

OK. Isto é só para ler uma vez, porque quando as memorizar na barra da guitarra nunca mais
vai querer formar Pentatónicas a partir dos intervalos.

A Pentatónica maior, formada a partir da nota raiz, é: R 2 3 5 6, ou seja

R + Tom + Tom + Tom Semi-tom + Tom

Por exemplo, na escala de Dó: C D E G A

A Pentatónica menor, formada a partir da nota raiz, é: R m3 4 5 m7, ou seja

R + Tom Semi-Tom + Tom + Tom + Tom Semi-tom


Por exemplo, na escala de Dó: C Eb F G Bb

Disposição no braço da guitarra

Esta é a parte boa, repare na disposição das notas (em relação ao travessão da nota raiz):

Pentatónica menor:

Pentatónica maior:

A disposição relativa das notas é igual, transposta de três travessões (ou semi-tons). Basta
memorizar uma das escalas e sabe-se de cor também a outra. Sugiro que a memorizada seja a
maior, porque é a que tem maior número de notas sobre o travessão da nota raiz, o que a torna
mais fácil de praticar.

Aqui está a escala menor completa, memorize-a e tente-a aplicar sobre um conjunto de
acordes, vai ver como o resultado impressiona!

Estilos de música:

Reconheça os diferentes estilos em função da forma como os instrumentos que solam


(guitarra, baixo, piano) mudam de tom com a progressão da melodia, reparará que:

• Nos estilos Jazz e Folk, a escala do solo muda de acorde em acorde, enquanto,
• Nos estilos Blues e Pop/Rock, a tendência é que a escala do solo se mantenha ao
longo de toda a melodia (só se alterando nos 'breaks')

Assim, nos primeiros estilos, concentramo-nos na melodia acorde a acorde, o que torna muito
importante a agilidade e memorização das escalas que se adaptam ao acorde:

Escalas bem ajustadas Tipo de acorde Tipo de acorde de 7ª


Jónia Maior Maj 7
Dórica Menor Min 7
Frígia Menor min 7
Lídia Maior Maj 7
Mixolídia Maior 7ª
Eólia Menor min 7
Lócria Dim min 7(b5)
Pentatónica Menor Menor Qualquer
Pentatónica Maior Maior Qualquer

Nos estilos pop, rock e blues, é bastante mais importante identificar a escala que se encaixa
bem em toda a progressão de acordes. As lição dois sobre modos Gregos ilustra como se pode
fazer isto.

Independentemente disso, neste estilos, concentre-se nas notas alvo, em função do ritmo:

• Replique a progressão de acordes em notas únicas na barra da guitarra.


• Concentre-se nas notas raiz do 1º e 3º acorde da progressão de acordes.
• Garanta que o solo se 'resolve' nestas notas.
• Experimente variações nos tempos do 2º e 4º acorde.
• Experimente uma escala pentatónica sobre uma destas notas.
• Experimente com poucas notas, não tente fazer progressões rápidas, caso contrário
não consegue perceber o que está a experimentar nem memorizar o que fez (no raro
caso de conseguir um bom 'lick').

Modos para Solar Guitarra ou Piano (Parte I)

Introdução

Aprender a utilizar os modos é um passo essencial para se ser um bom guitarrista, pois este
permitem ajudar a identificar a melhor forma de solar e improvisar sobre um determinado
conjunto de acordes.

Embora seja importante perceber a teoria por trás da construção dos modos, apresenta-se um
resumo rápido do resultado final e respectiva aplicação.

Talvez um dia se apresente aqui uma lição completa. Até lá, espero que esta informação seja
útil.

O que são modos ?

Um modo é uma estrutura de intervalos construída através escala maior de Dó, mas com outra
nota raiz. Como existem 8 notas na escala maior, existem 7 modos diferentes, óbviamente os
de Ré, Mi, Fá, Sol,
Lá e Si. O 7º modo (Dó) corresponde ao da escala maior e denomina-se Jónio.

O nomes dados aos modos são:

C - (Dó) - Jónio
D - (Ré) - Dórico
E - (Mi) - Frígio
F - (Fá) - Lídio
G - (Sol) - Mixolídio
A - (Lá) - Eólio
B - (Si) - Lócrio

Os modos foram baptizados pelos Gregos antigos, mas a ordem atribuída a cada escala foi
posteriormente alterada pela Igreja. Os nomes apresentados são os utilizados na actualidade.
Para que servem os modos ?

A estrutura de intervalos derivada de cada modo pode ser aplicada sobre qualquer nota raiz.
Como cada modo tem uma sonoridade característica, os modos podem ser utilizados para se
solar ou improvisarem sonoridades diferentes dentro do mesmo tom de nota.

Adiante explicar-se-á como determinar os modos implícitos para uma progressão de acordes
(que modos solar / improvisar em função dos acordes).

É difícil caracterizar a sonoridade de cada modo, mas eu ouço-os da seguinte forma:

Modo Intervalos Sonoridade


Jónio T T st T T T st límpido, estéril
Dórico T st T T T st T suave, "bluesy", "soulfoul"
Frígio st T T T st TT espanholada, árabe
Lídio T T T st T T st límpido como o Jónio, mas mais aberto
Mixolídio T T st T T st T Coboiada ou Folk, mas também "funky"
Eólio T st T T st T T escuro e triste
Lócrio st T T st T T T sem palavras

Como se derivam os modos ?

Na tabela anterior já se apresentaram os intervalos de cada modo, para os contruir a partir da


nota raiz. Este intervalos são derivados da transposição da escala maior de Dó. Exempo:

Escala de Dó: C D E F G A B C

Se tocar a escala de Dó, começando em Ré, obtém: D E F G A B C D

Esta notas continuam a pertençer à escala maior de Dó, porém, se a tocar repetidamente,
parece uma escala de Ré. Lembre -se que não está a tocar a escala maior de Ré (D E F# G A
B C# D)

A escala de Dó, começando em Ré tem a seguinte estrutura de intervalos: T st T T T st T, daí


ser o modo de D - Ré - Dórico.

A estrutura de intervalos de cada modo é derivada desta forma. Para aplicação a uma nota raiz
basta aplicar a estrutura de intervalos à nota raiz.

Na tabela seguinte apresenta-se, a título de exemplo, todos os modos da escala de Dó:


Modo Intervalos Notas
Jónio T T st T T T st CDEFGABC
Dórico T st T T T st T C D D# F G A A# C
Frígio st T T T st TT C C# D# F G G# A# C
Lídio T T T st T T st C D E F# G A B C
Mixolídio T T st T T st T C D E F G A A# C
Eólio T st T T st T T C D D# F G G# A# C
Lócrio st T T st T T T C C# D# F F# G# A# C

Como memorizar os modos ?

Só existem duas formas de memorizar os modos: a forma difícil e a muito difícil !


Aqui estão uns diagramas para ensaiar. A barra cinzenta representa a barra da guitarra onde
se encontra a nota chave (raiz).

Modo Jónio:

Modo Dórico:

Modo Frígio:

Modo Lídio:

Modo Mixolídio:

Modo Eólio:

Modo Lócrio:
A próxima lição sobre os modos ajuda-o a identificar o modo correcto a solar em função da
progressão de acordes.

Modos para Solar Guitarra ou Piano (Parte II)

Como saber o modo a utilizar ?

Antes de mais é importante conseguir utilizar os ouvidos. Como nem sempre estes ajudam aqui
vai uma formula (mais ou menos) mágica.

A partir da progressão de acordes que a musica sobre a qual se pretende solar ou improvisar é
possível determinar (em teoria) o modo a utilizar. A progressão de acordes determina os
intervalos da escala, pelo que basta identificar o modo que utiliza os mesmos intervalos!

Para perceber a identificação dos intervalos é importante a lição sobre a harmonização da


escala maior (que brevemente será apresentada). Por agora basta conhecer a escala
harmonizada de acordes:

C Maj D min E min F Maj G maj A min B dim (min) C Maj


T T st T T T st
I ii iii IV V vi vii VIII

A ideia é descobrir onde é que a progressão de acordes se encaixa nesta escala, não em
termos de notas, mas relativamente à natureza do acorde (min / Maj) e em relação aos
intervalos.

Numa progressão de acordes podem existir vários acordes (tipicamente até quatro ou cinco).
Como cada um destes tem que ser confrontado com as possibilidades dentro dos maiores ou
menores da escala harmonizada, as "simulações" podem ser bastante aborrecidas, pelo que a
exclusão de parte ajuda bastante.

Exemplo:

Suponha a seguinte sequência de acordes: E C#m G#m A (The Pixies - Where is my mind ?)

Ordenando os acordes: C#m E G#m A, os intervalos são: min + Tst(Maj) + TT(min) + st(Maj) +
TT(min)

Temos que comparar esta sequência de intervalos com todas as posições de acordes para
determinar quais as combinações possíveis de intervalos versus natureza do acorde (maior /
menor). Como na escala harmonizada só existem 3 acordes maiores contra 4 menores, é mais
fácil fazer a comparação contra um acorde maior. Assim, é mais fácil ordenar os acordes a
partir de E e A e confrontá-los com a escala harmonizada.

Os intervalos a testar são:


Maj + TT(min) + st(Maj) + TT(min) + Tst(Maj) - E G#m A C#m
Maj + TT(min) + Tst(Maj) + TT (min) + st(Maj) - A C#m E G#m

Os intervalos a começar nos acordes menores são:


min + Tst(Maj) + TT(min) + st(Maj) + TT(min) - C#m E G#m A
min + st(Maj) + TT(min) + Tst(Maj) + TT(min) - G#m A C#m E
Tom C Dmin Emin FMaj GMaj Amin
Modo Intervalo C# D# F# G# A#
base Jónico Dórico Frígio Lídio Mixolídio Eólioi
Jónico em Maj+TT(min)+st(Maj)+ 1. 2. 3. 4.
E
E TT(min)+Tst(Maj) Maj (1.)+TT(min) (2.)+st(Maj) (3.)+TT(min)
2.
Jónico em Maj+TT(min)+Tst(Maj)+ 1. 3.
A (1.) +
A TT(min)+st(Maj) Maj (2.)+Tst(Maj)
TT(min)
Lídio em Maj+TT(min)+st(Maj)+ 1. 2. 3.
E
E TT(min)+Tst(Maj) Maj (1.)+TT(min) (2.)+st(Ma
Lídio em Maj+TT(min)+Tst(Maj)+ 3. 4. 1. 2.
A
A TT(min)+st(Maj) (2.)+Tst(Maj) (3.)+TT(min) Maj (1.)+TT(min)
Mixolídio Maj+TT(min)+st(Maj)+ 3. 4. 1.
E
em E TT(min)+Tst(Maj) (2.)+st(Maj) (3.)+TT(min) Maj
Mixolídio Maj+TT(min)+Tst(Maj)+ 3. 1.
A
em A TT(min)+st(Maj) (2.)+Tst(Maj) Maj

Dórico em min+Tst(Maj)+TT(min) 1. 2. 3. 4.
C#m
C# +st(Maj)+TT(min) min (1.)+Tst(Maj) (2.)+TT(min) (3.)+st(Ma
Dórico em min+st(Maj)+TT(min) 1. 2.
G#m
G# +Tst(Maj)+TT(min) min (1.)+st(Maj)
Frígio em min+Tst(Maj)+TT(min) 4. 1. 2.
C#m
C# +st(Maj)+TT(min) (3.)+st(Maj) min (1.)+Tst(Maj)
Frígio em min+st(Maj)+TT(min) 4. 1. 2. 3.
G#m
G# +Tst(Maj)+TT(min) (3.)+Tst(Maj) min (1.)+st(Maj) (2.)+TT(min)
Eólio em min+Tst(Maj)+TT(min) 2. 3. 4. 1.
C#m
C# +st(Maj)+TT(min) (1.)+Tst(Maj) (2.)+TT(min) (3.)+st(Maj) min
Eólio em min+st(Maj)+TT(min) 1. 2.
G#m
G# +Tst(Maj)+TT(min) min (1.)+st(Ma
Lócrio em min+Tst(Maj)+TT(min) 2.
C#m
C# +st(Maj)+TT(min) (1.)+Tst(Maj)
Lócrio em min+st(Maj)+TT(min) 2. 3. 4.
G#m
G# +Tst(Maj)+TT(min) (1.)+st(Maj) (2.)+TT(min) (3.)+Tst(Maj)

Assim, chegamos à conclusão que os modos possíveis são:


Modo Jónico em E
Modo Jónico em A
Modo Lídio em A
Modo Mixolídio em E
Modo Frígio em C#
Modo Frígio em G#
Modo Eólio em C#
Modo Lócrio em G#

Agora é a altura em que você começa a pensar que estão a gozar consigo. Mas não desista,
agora é qie isto vai começar a fazer sentido.

Se reparar bem na tabela, vai reparar nas seguintes semelhanças:

Jónico em E = Lídio em A = Frígio em G# = Eólio em C#


Jónico em A = Mixolídio em E = Frígio em C# = Lócrio em G#

Daí que esta sequência de acordes só tem duas formas de solar. Jónico em E ou em A. Na
verdade, na sequência real de acordes, o primeiro é E e o terçeiro é G#. Normalmente (nem
sempre) é para estes acordes (o primeiro e o terçeiro da sequência) que se escolhem as notas
"alvo", pelo que vamos dizer que os modos a solar são Jónico em E e Lócrio em G#.

Se conheçe a música, ensaie e repare que a "lead guitar" toca as notas E e G# (com a variação
final D# - E).

Outra conclusão importante: Na tabela fez-se a simulação para os acordes maiores e menores,
mas se fosse feita só para os maiores ou só para os menores, a conclusão seria a mesma, pelo
que na realidade só é necessário "simular" os acordes maiores ou só os menores:
Simulação só com acordes maiores:
Modo Jónico em E = Modo Lídio em A
Modo Jónico em A = Mixolídio em E

Simulação só com acordes menores:


Frígio em C# = Lócrio em G#
Frígio em G# = Eólio em C#

Para saber que notas notar, que pertençem a estas escalas, consulte a lição sobre (modos
Gregos parte I).

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