BIB0008 Evangelhos (C)
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Evangelhos
28 de junho 2008
A formao do Antigo Testamento abrange um perodo de mil anos. Foi veiculada por homens de diversas categorias sob orientao direta e exclusiva de Deus. difcil determinar todo o processo editorial desses livros embora haja casos em que houve ordem divina imediata como se v em Jeremias 36.
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CURSO NOVO TESTAMENTO
Reproduo permitida, desde que de forma gratuita e citando-se a fonte www.EBDONLINE.com.br e www.bibliaem100dias.com.br
Testamento = Aliana entre Deus e seu povo Antigo Testamento (AT): Velha Aliana ( Abrao e Moiss ) Novo Testamento (NT): Nova Aliana (Cristo)
A Bblia toda trata da histria da salvao - o Novo Testamento cumpre e completa o Velho Testamento. Tem vinte e sete livros, escritos por nove autores
1. 2. 3. 4. 5.
Escritos Narrativos (Evangelhos e Atos) As 13 cartas de Paulo Hebreus As sete cartas gerais Apocalipse
Objetivo do Novo Testamento: Proclamar o Evangelho (Boas Novas): Jo 3.16, 20.30-31 A 1 Diviso (Escritos Narrativos) conta uma histria. Logo no inicio da sua histria, a igreja comeou a chamar os quatro primeiros escritos do Novo Testamento
Os Evangelhos - A biografia do maior homem que j existiu: Jesus
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pelo nome Evangelhos Os evangelistas, escritores dos Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e Joo): 1) Jesus; 2) Nem sempre relatam os fatos na ordem que se realizaram, e, sim, Preocupam-se com um perodo curto (3 anos no mximo) da vida de
dispe a matria segundo o assunto tratado; 3) Jesus. Marcos consagra 1/3 do seu evangelho a esta ltima semana da vida de Jesus. Os trs primeiros evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas) so bem semelhantes entre si, enquanto o quarto (Joo) bastante diferente deles. Por isso, os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas so chamados de Sinticos (= sinopse ou uma viso de conjunto). Preocupam-se especialmente com a morte e a ressurreio de
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1. O PROBLEMA SINTICO
At o sculo XVII, a Bblia era considerada absolutamente como palavra ditada por Deus. Partindo do conceito de inspirao bblica como ditado, ningum duvidava de nada. Esta compreenso havia sido tema de inevitveis e incontveis polmicas interpretativas. A partir de 1776, comeou a ser despertada uma crtica do texto bblico, motivada pelos problemas levantados pelos filsofos racionalistas. O racionalismo j estava influenciado pelo iluminismo, defendendo a auto-suficincia do homem e comeou por negar no Evangelho tudo que era transcendental, restando assim pouca coisa. Esta crtica causou grande constrangimento no meio do cristianismo. O racionalismo queria demonstrar seu ponto de vista atravs da crtica textual. O trabalho deles despertou os catlicos para fazerem o mesmo, mas enfatizando o outro lado, ou seja, a defesa da f. E concluram que a mesma critica literria tinha possibilidades de ajudar a entender melhor o Evangelho. Contriburam para isto os progressos das novas cincias da psicologia e da arqueologia. Ento surgiu o mtodo critico-histrico, que comeou a ser usado no sentido positivo pelos telogos cristos. Foi ento, no sculo XVIII, descoberto o assim chamado problema sintico. O estudo crtico demonstrou que no texto dos evangelhos h divergncias e diferenas que evidenciam o trabalho do pessoal do escritor, sem deixar de lado a inspirao divina. Desde ento, os exegetas se viram na contingncia de considerar o Evangelho como um livro escrito por homens, que tm suas qualidades e seus defeitos, e esto sujeitos tambm critica. O problema sintico se funda na constatao de que os trs primeiros Evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas) tm muitos aspectos em comum; por outro lado, tm tambm muitas diferenas. As semelhanas chegam a ser desde palavras a textos inteiros. As diferenas esto no fato de alguns narrarem certos detalhes e outros omitirem, alm de haver discrepncias em alguns detalhes.
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Colocando em nmeros, o problema sintico apresenta-se da seguinte forma: a) dos 661 versculos do Evangelho de Marcos, 600 esto tambm no de Mateus, e 350 esto no de Lucas. b) os evangelhos de Mateus e Lucas tm 240 versculos em comum, e que no constam no Evangelho de Marcos. c) Alm disso, tanto Mateus como Lucas tem versculos prprios a cada um. Como exemplos destas semelhanas, podemos citar uma passagem em que Marcos descreve assim: "caindo a tarde, quando o sol descia..."; no Evangelho de Mateus est apenas a primeira parte; no de Lucas est a segunda. H diversas outras passagens assim, como no episdio do marido que morreu sem deixar descendncia. Descoberto o problema, procurou-se interpretar. Isto se tornou difcil, porque ao lado de grandes semelhanas, h tambm contrastes. Como se pode explicar isto? No caso da infncia de Jesus, por exemplo, Marcos no diz nada. Mateus diz alguma coisa, enquanto Lucas apresenta diversas informaes. Numa concepo tradicional, no haveria esta dificuldade, porque todos acreditavam que os apstolos ouviram tudo de Jesus e depois escreveram o que sabiam quase decorado, usando por isso at as mesmas palavras. Mas descobriu-se que os Evangelhos foram escritos bastante tempo depois da morte de Cristo, em pocas diferentes, baseados em tradies orais. Como pode ter acontecido de terem, os Evangelistas, usado as mesmas palavras, estando em lugares diferentes e at em pocas diferentes? A a crtica histrica entrou em ao e surgiram vrias explicaes. Ainda no sculo XIX, dava-se como resposta que Mateus teria sido o primeiro a ser escrito. Mas Mateus um texto muito elaborado e deve ser de poca posterior. Alm disso, no foi escrito em aramaico, como se pensava, mas seu original em grego. Portanto, no aquele do qual Eusbio noticia, que "Mateus escrevera em aramaico e cada um entendeu e interpretou como pde".
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Posteriormente, explicou-se que haveria uma 'fonte' ou tradio oral bem antiga, e baseado nesta tradio cada autor escreveu os fatos ao seu modo. Esta explicao de inicio foi aceita, mas a coincidncia de palavras no pode ser justificada por uma tradio apenas oral. H necessidade de um instrumento literrio. Da surgiu a teoria das "duas fontes", hoje aceita em todos, porque explica tudo. Como dissemos, nos evangelhos sinticos podemos distinguir trs partes: 1. aquelas que so narradas pelos trs; 2. Aquelas que so narradas apenas por dois; e 3. Aquelas narradas apenas por um. Quanto primeira parte, a crtica mostrou que o primeiro evangelho a ser escrito foi Marcos, por ser mais rstico e incompleto, em contraposio aos outros, mais elaborados e mais evoludos. Foi escrito em Roma, porque ele no explica certos termos latinos, enquanto os outros explicam. A data aproximada entre 60 e 70, mas seguramente antes de 70, pois este foi o ano da destruio de Jerusalm, e eles ainda confundiam este acontecimento com o fim do mundo. Os outros j no fazem assim. Por tudo isto se concluiu que Marcos escreveu primeiro, provavelmente baseado na pregao de Pedro e na tradio oral. Os outros dois (Mateus e Lucas) copiaram de Marcos, melhorando o texto e adaptando conforme e ocasio, usando tambm uma tradio oral. Assim se explica o fato de coincidncia entre os trs evangelistas. A segunda parte, a princpio foi explicada como se um tivesse copiado do outro, mas provavelmente eles no se conheceram. Portanto, ambos devem ter se inspirado em outra fonte, talvez j em grego (no se sabe se oral ou escrita) que servia de base para uma catequese primitiva. Talvez at aquele texto a que se refere Eusbio, pois anterior aos Evangelhos escritos. a chamada "FONTE Q" (de Quelle, em alemo, fonte). Esta fonte s foi conhecida de Mateus e Lucas. A terceira parte tem explicao mais fcil: cada escritor fez uso de certas fontes que havia em suas regies, e que os outros no conheceram. Com certeza eram tradies muito enfeitadas pela fantasia do povo. Como moravam longe entre si, um no
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conheceu as fontes particulares do outro. Assim em Mateus, por exemplo, discriminamse: as partes copiadas de Marcos so principalmente os fatos extraordinrios (milagres...); as copiadas de Q (de Quelle, em alemo, fonte) so, sobretudo, os discursos (parbolas...); as copiadas das fontes particulares so outros pormenores. Convm notar que nem Marcos nem a fonte Q eram crnicas, ou seja, relatos dos acontecimentos, mas escritos elaborados pela Igreja primitiva para uso na catequese. Cristo morreu em torno do ano 30. O evangelho de Marcos s foi escrito por volta de 65. Neste meio termo, a tradio foi transmitida oralmente, ou por meio de pequenos folhetos, uns contendo as parbolas, outros contando os milagres, outros contando os fatos da infncia; outro contando a paixo... Em outras palavras, havia grande proliferao de escritos esparsos nas vrias Igrejas e nas vrias regies. O prlogo de Lucas faz-nos supor 3 estgios na formao do Evangelho: a) h as testemunhas oculares, que contaram o que presenciaram; b ) h os que tentaram compilar isso, as pequenas fontes; como diz Lucas "muitos empreenderam... "; c) a obra do evangelista; como diz Lucas, "escrevi a exposio ordenada dos fatos". Quando dizemos que houve 'cpias' uns dos outros, devemos entender que o Evangelista nao copiou simplesmente o outro, mas comps baseado em suas pesquisas, e acrescentou algo de si. Alm disso, o Evangelho no um documento histrico narrativo da vida de Jesus, mas reproduz a sua mensagem, muito embora no sua mensagem total, pois tudo que JC ensinou no est nos Evangelhos. Eles escreveram apenas o que interessava quela Igreja, naquelas circunstncias. Assim, por exemplo, no traslado do fato do centurio, retirado da fonte Q, Mateus escreveu que o centurio veio em pessoa falar; e Lucas diz que ele mandou os ancios falarem. E Mateus colocou neste contexto o final que Lucas s colocou no Cap.13 "muitos viro do oriente e do ocidente sentar-se com Isaac e Jac..." Noutra passagem, Mateus fala em paralisia, porque ele queria salientar apenas que os judeus no reconheceram o reino de Deus, o que os chocava. Mas Lucas diz 'doente quase morte', porque o que impressionava aos gregos era o Cristo, Senhor da
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vida. S para mostrar como o contexto importante, em Joo no episdio do centurio, este convida JC para ir casa dele. Joo no tinha interesse em mostrar nenhuma faceta da personalidade de JC, mas apenas e como um sinal: o homem chegou desconfiando de JC, mas no fim tanto ele como sua famlia, todos creram. Mateus 22,1-14 e Lucas 14,16-24 narram a mesma parbola. Mas Mateus junta duas parbolas numa s: a dos convidados ao banquete com a da veste nupcial. Mateus, que seria mais longo, no especificou as funes de cada um. Alm disso, acrescenta o episdio de incendiar a cidade e maltratar os servos. Lucas omite estes detalhes, mas especifica as ocupaes dos convidados. Omite, porm a veste nupcial. Mateus, escrevendo para judeus, tinha interesse em acentuar a rejeio deles e o convite aos pagos; Lucas, escrevendo para gregos, no tinha esta meta. Os textos de Mt 19,1-9; Mc 10,1-10; Lc 16, 18 falam no divrcio. Era discutida no tempo de JC uma prescrio que estava contida na lei de Moiss. Os textos em grego divergem por uma palavra, dando margem a duas interpretaes. Um destes textos gregos apresenta a expresso "m ep pornias = no em caso de fornicao", e no outro diz: "parctos logo pornias = a no ser no caso de fornicao. uma questo difcil de resolver, pela dificuldade da traduo de "porneia". Esta palavra vem do grego "porn (meretriz). "Porneia" deve significar qualquer "atividade sexual" fora do matrimnio. Alm da dificuldade textual h a dificuldade jurdica. No se pode dizer que JC tenha aconselhado isto, porque assim estaria anulando todo o NT nem se poderia entender o seu raciocnio na ocasio. O problema ainda permanece. Uma das solues que teve aceitao em certo tempo foi a de um autor francs, interpretando assim: esta palavra grega 'porneia' teria sido empregada para traduzir a palavra hebraica 'zent', que quer dizer 'concubinato', um costume muito difundido entre os judeus. O concubinato consistia num contrato bilateral entre um casal interessado que vivia como casados, sem efeito legal. Ento o texto se referiria a eles: o divrcio proibido, 'a no ser em caso de concubinato', pois no sendo casados legalmente, no haveria bice. Os outros autores
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(fora Mateus) no colocaram esta ressalva, porque nas situaes deles no havia o costume. Esta soluo no foi aceita porque seria um pleonasmo da parte de JC repetir um conselho ou uma ordem.
2.
VALOR
DOS
EVANGELHOS
Os Evangelhos so livros histricos? Jesus Cristo viveu realmente? Disse tudo aquilo que foi escrito?
Em primeiro lugar, dizemos que os Evangelhos, muito mais narrativas de fatos histricos, so baseados em fatos histricos, fundamentados no fato histrico da vida e obra de Jesus Cristo. No se pode provar fato por fato, ou seja, com todas as mincias. Mas no se pode negar o valor histrico geral dos fatos, por exemplo, que Cristo fez milagres. O modo como os autores escrevem, os costumes, a cultura, as palavras, a mentalidade, corresponde s das pessoas que viviam naquela poca. Os impostos e as leis, as religies (saduceus, publicanos, fariseus, zelotes...), as cidades e aldeias da poca, a personalidade de Cristo (s vezes contradizendo o que era comum na poca), a originalidade de Jesus, etc, tudo isso forma um conjunto de fatos que seriam quase impossveis de inventar mais tarde, organizados com tanta coerncia e perfeio. Outros fatos que no se concebe terem sido simplesmente inventados, mesmo por pesssoas que acreditassem neles: a paixo, a morte e a ressurreio. Hoje a cruz glria e smbolo, mas na poca era a mais humilhante das condenaes. A histria da paixo seria contraproducente, vergonhosa para quem queria apregoar aquela doutrina. A covardia dos Apstolos ao abandonarem o Mestre... estas coisas, decididamente no seriam perpetradas por quem aceitava Cristo. Eles se esforaram por justificar estes fatos associando com as profecias do AT, muitas vezes apenas por acomodao, por coincidncia.
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Finalmente, podemos dizer: os Evangelhos no so livros histricos no sentido que se entende esta palavra atualmente, mas seguramente so baseados em acontecimentos histricos. Alguns autores, alm dos evangelistas, falaram de JC. Flvius Josephus, historiador contemporneo de JC, fariseu, conta detalhes daquele tempo, embora com aspecto tendencioso para a tica dos fariseus, mas isto era mesmo de se esperar, isto , que ele no falasse mais de JC e de outros movimentos messinicos, preciso se notar que em vista da dominao dos romanos, ele foi cauteloso para no assust-los escrevendo sobre estes movimentos considerados por eles 'subversivos'. Assim, s trataram mais sobre JC os que se interessavam por ele (os apstolos, no caso). Tambm Tcito, historiador romano, escreveu os "Anais" no tempo de Trajano (116/117) e fala na execuo de Cristo e no surgimento do Cristianismo. Portanto, mesmo outras pessoas que no eram cristos do testemunho da vida, paixo e morte de Cristo.
EXPLICAO DE ALGUMAS PARBOLAS Obs.: Sugere-se a leitura prvia dos textos indicados, a fim de ser melhor compreendida a explicao.
1. A parbola da pecadora (Lc 7,36-50). Esta parbola dirigida aos fariseus, na pessoa de Simo. E ainda na pessoa deste, a todas as pessoas maliciosas. Qual a compreenso desta parbola (isto , o seu sentido)? Conclui-se pela pergunta feita a Simo: "Qual deles mais o amar?" e a resposta: "A quem mais foi perdoado". Ou seja, o perdo precede o amor. Outras parbolas deste mesmo grupo, com a mesma lio: a Samaritana, a Mulher adltera, Zaqueu, os trabalhadores da vinha, publicano e o fariseu). 2. O Fariseu e o Publicano (Lc 18, 9-l4)
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Hoje a histria narrada nesta parbola j perdeu mais a sua fora. Mas era um escndalo naquela poca, pois o tipo de orao que todo fariseu fazia era aquele. O caso do jejum, por exemplo, s era obrigatrio uma vez por ano, mas o fariseu fazia com maior freqncia; o dzimo era pago pelo produtor e no pelo comprador; todavia, o fariseu tinha escrpulo de que o vendedor no tivesse pago, e na dvida, pagava por ele. A orao do publicano era pobre e sem sentido para o judeu, no entanto foi a que mais agradou a Deus. Isto era um verdadeiro contrasenso para eles. O ensinamento, pois, aqui o seguinte: Deus ajuda a quem tem mais necessidade e humilde, tem conscincia disso. O reino do cus para os que precisam, no para os que so autosuficientes e acham que j tm tudo. 3. Zaqueu (Lc 19, 1-10) Para entender esta parbola, necessrio saber que perante os judeus, havia duas classes de pecadores:
a) pecadores morais - aqueles desobedientes da lei, os transgressores da lei; b) pecadores por condio - aqueles que exerciam profisses consideradas impuras, como a de pastor, publicano, cobrador, que eram ipso facto considerados pecadores. Estes no eram admitidos como testemunhas na justia nem exerciam os cargos polticos. O fato de JC ir casa de Zaqueu uma atitude contra este preconceito. O prprio Zaqueu admirou-se disso. 4. Filho prdigo (Lc 15, 11-32) O filho que se revoltou contra o irmo irresponsvel era o retrato dos fariseus. Eles se julgavam merecedores de todos os favores divinos, porque se consideravam justos e bons, sempre obedeciam lei. O prdigo era o caso dos publicanos, os cobradores, os que eram considerados deserdados por Deus.
Esta parbola dirigida contra aqueles que se acham merecedores das bnos e desprezam os outros, por achar que eles no merecem.
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Assim neste mesmo sentido so as parbolas da ovelha perdida (Lc 15, 4-7) e da dracma perdida (Lc 15, 8-10) e a da grande ceia (Lc 14, 16-24). 5. Parbola da Vinha (Mt 20,1-16) Os fariseus, simbolizados pelos que trabalhavam na vinha desde o comeo do dia, achavam que deviam receber uma recompensa maior de Deus do que os publicanos, representados pelos que tinham comeado a trabalhar nas ltimas horas do dia. Mas a recompensa fora igual para todos. Os fariseus se revoltaram, porque se consideravam os nicos merecedores. Podemos notar que todas estas parbolas formam um grupo que contm uma mensagem no mesmo sentido: todas tm como ensinamento central "Cristo, salvador dos pecadores". Temos outro grupo de parbolas, estas referentes ao Reino de Deus. 1. Parbola do Gro de Mostarda (Mt 13, 31-32 ) A finalidade desta parbola mostrar atravs de uma comparao que acontece com o reino de Deus o mesmo que acontece com a semente plantada. algo que teve um inicio to pequeno, to humilde, mas ser mais tarde uma apoteose. O importante na parbola mostrar o contraste entre o incio e o fim do processo.
O modo como Cristo apresenta isto para os judeus o mesmo usado desde antes, quando sempre a imagem de uma grande rvore significa um grande Reino. As aves de que fala o evangelista no teriam sentido para os judeus. Mas para os pagos j transmitem um significado de segurana, por isso so acrescentadas por Mateus, que escrevia para povos no judeus. 2. Parbola do fermento (Mt 13, 33) Outra parbola deste grupo a do fermento na massa. O fermento em si uma coisa m, que corrompe a massa, mas JC d um sentido novo de favorecer o crescimento da massa, para melhorar a qualidade do po.
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Este outro grupo de parbolas mostra a evoluo do reino de Deus, comparando com alguns fenmenos naturais, a fim de tornar este ensinamento mais didtico para o povo. Este era, alis, o objetivo geral de todas as parbolas.
Parbola 1. O semeador 2. O gro de mostarda 3. Os maus vinhateiros 4. A figueira que secou 5. Diante do juiz 6. A gerao de hoje 7. O esprito impuro 8. O fermento 9. A ovelha desgarrada 10. Banquete para os pobres 11. O ladro 12. O criado fiel e prudente 13. As moedas de prata 14. A semente que brota da terra 15. O porteiro
Lucas 8: 4-8 13:18-19 20: 9-18 21:29-31 12:58-59 7:31-35 11:24-26 13:20-21 15: 4-7 14:16-24 12:39-40 12:42-48 19:12-27
Mate us 13: 3- 9 13:31-32 21:33-44 24:32-33 5:25-26 11:16-19 12:43-45 13:33 18:12-14 22: 2-14 24:42-44 24:45-51 25:14-30 os
Marc
Joo
4:26-29 13:34-37
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16. O joio entre o trigo 17. O tesouro escondido 18. A prola preciosa 19. A rede 20. O servo cruel 21. Os operrios da vinha 22. Os dois filhos 23. As dez virgens 24. O juzo final 25. Os dois devedores 26. O bom samaritano 27. O amigo que chega de viagem 28. O avarento insensato 29. O retorno do senhor 30. A figueira estril 31. A porta estreita 32. A escolha dos lugares 33. A escolha dos convidados 34. A edificao da torre 35. Rei que vai guerrear 36. A moeda perdida 7:41-43 10:30-37 11: 5- 8 12:16-21 12:35-28 13: 6- 9 13:24-30 14: 8-11 14:12-14 14:28-30 14:31-33 15: 8-10 13:24-30 13:44 13:45-46 13:47-50 18:23-35 20: 1-16 21:28-32 25: 1-13 25:31-46
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37. O filho prdigo 38. O administrador infiel 39. O rico avarento e Lzaro 40. Criados inteis 41. A viva e o juiz inquo 42. O fariseu e o publicano 43. O bom pastor 44. A videira e os ramos 15:11-32 16: 1- 8 16:19-31 17: 7-10 18: 1- 8 18: 9-14 10: 1-16 15: 1- 8
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Os Evangelhos Evangelho e Evangelhos "Evangelho" uma palavra de origem grega que significa "boa notcia". Do ponto de vista da f crist, s h um evangelho: o de Jesus Cristo. Porque ele mesmo, o Filho de Deus encarnado na natureza humana (Jo 1.14) e autor da vida e da salvao (At. 3.15 Hb 2.10 12.2), a boa notcia que constitui o corao do Novo Testamento e fundamenta a pregao da Igreja desde os tempos apostlicos at os nossos dias. No entanto, visto que toda notcia supe a comunicao de uma mensagem, chamamos tambm de "evangelho" o conjunto dos livros do Novo Testamento, que, sob
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a inspirao do Esprito Santo, foram escritos para comunicar a boa notcia da vinda de Cristo e, com ele, a do Reino eterno de Deus (Mt. 3.2 4.17 Mc 1.1,14-15 Lc 2.10 Rm 1.16,16-17). Nesse mesmo sentido, o apstolo Paulo gosta de falar do "meu evangelho", fazendo assim referncia ao anncio da graa divina que ele proclamava (Rm.. 1.1,9,16 16.25; 1Co 15.1; Gl. 2.7 2Tm 2.8): uma mensagem que j antes fora escutada em Israel (Is 35 40.9-11 52.7 61.1-2a), mas que agora se estende ao mundo inteiro, a quantos, por meio da f, aceitam Cristo como Senhor e Salvador (cf., entre outros, Rm. 1.5 5.1 6.14,22-23). Num terceiro sentido, o uso tem generalizado a aplicao do termo "evangelho" a cada um dos livros do Novo Testamento (Mateus, Marcos, Lucas e Joo) que nos tm transmitido praticamente a totalidade do que sabemos acerca de Jesus: da sua vida e atividade, da sua paixo e morte, da sua ressurreio e glorificao. Da perspectiva da f crist, a palavra "evangelho" contm, pois, uma trplice referncia: em primeiro lugar, a Jesus Cristo, cuja vinda o acontecimento definitivo da revelao de Deus ao ser humano em segundo lugar, pregao oral e comunicao escrita da boa notcia da salvao pela f e, por ltimo, aos quatro livros do Novo Testamento que desde o sc. II se conhecem pela designao genrica de "os Evangelhos".
Evangelhos e evangelistas
Tradicionalmente, os autores dos quatro primeiros livros do Novo Testamento recebem o nome de "evangelistas", ttulo que na Igreja primitiva correspondia s pessoas a quem, de modo especfico, se confiava a funo de anunciar a boa nova de Jesus Cristo (At. 21.8 Ef 4.11 2Tm 4.5. cf. At. 8.12,40). Durante os anos que se seguiram ascenso do Senhor, a pregao apostlica foi, sobretudo, verbal, como vemos na leitura de Atos. Mais tarde, quando comearam a desaparecer aqueles que haviam conhecido Jesus em pessoa, a Igreja sentiu a
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necessidade de fixar por escrito a memria das palavras que haviam ouvido dele e dos seus atos que haviam presenciado. Durante certo tempo, circularam entre as comunidades crists de ento numerosos textos referentes a Jesus, que, na maioria dos casos, eram simples apontamentos dispersos e sem conexo. Apesar do seu carter fragmentrio, porm, aqueles breves relatos representaram a passagem da tradio oral escrita, passagem que presidiu o nascimento dos nossos quatro Evangelhos. O propsito principal dos evangelistas no foi oferecer uma histria detalhada das circunstncias que rodearam a vida do nosso Senhor e dos eventos que a marcaram tampouco se propuseram a reproduzir ao p da letra os seus discursos e ensinamentos, nem as suas discusses com as autoridades religiosas dos judeus. H,
conseqentemente, muitos dados relativos ao homem Jesus de Nazar que nunca nos sero conhecidos, embora, por outro lado, no reste dvida de que Deus j revelou por meio dos evangelistas (cf. Jo 20.30 21.25) tudo o que no devemos ignorar. Na realidade, eles no escreveram para nos transmitir uma completa informao de gnero biogrfico, mas, como disse Joo, "para que creiais que Jesus o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (20.31). Os Evangelhos contm, pois, um conjunto de narraes centradas na pessoa de Jesus de Nazar e escritas com um propsito testemunhal, para a edificao da Igreja e para a comunicao da f. Mas isso no significa que os evangelistas manejaram sem cuidado os dados, as palavras e os fatos que recompilaram e que foram os seus elementos de informao. Pois, se bem que certo que eles no trataram de escrever nenhuma biografia (ao menos no sentido especfico que hoje damos ao termo), igualmente que os seus escritos respondem com fidelidade ao discurso histrico tal e como era elaborado ento, seja por haverem conhecido pessoalmente a Jesus ou por terem sido companheiros dos apstolos que viveram junto dele. A obra dos evangelistas nutriu-se especialmente das memrias que, em relao ao Senhor, eram guardadas no seio da Igreja como um depsito precioso. Essas memrias
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transmitiram-se no culto, no ensinamento e na atividade missionria, isto , na pregao oral, que, durante longos anos e com perspectiva escatolgica, foi o meio idneo para reviver, desde a f e em benefcio da f, o acontecimento fundamental do Cristo ressuscitado.
Os Evangelhos sinticos
A simples leitura dos Evangelhos conduz logo a uma primeira classificao, que resultante da constatao, de um lado, de que existe uma ampla coincidncia da parte de Mateus, Marcos e Lucas quanto aos temas de que tratam e quanto disposio dos elementos narrativos que introduzem e por outro, o Evangelho de Joo, cuja apario foi posterior dos outros trs, parece ter sido escrito com o propsito de suplementar os relatos anteriores com uma nova e distinta viso da vida de Jesus (acerca dos temas e dos fatos, ver as Introdues aos Evangelhos). Porque, de fato, com exceo dos acontecimentos que formavam a histria da paixo de Jesus, apenas trs dos fatos referidos por Joo (1.19-28 6.1-13 e 6.16-21) encontram-se tambm consignados nos outros Evangelhos. Da se conclui que, assim como o Evangelho Segundo Joo requer uma considerao parte, os de Mateus, Marcos e Lucas esto estreitamente relacionados. Seguindo vias paralelas, oferecem nas suas respectivas narraes trs enfoques diferentes da vida do Senhor. Por causa desse paralelismo, pelas muitas analogias que aproximam esses Evangelhos tanto na matria exposta como na forma de disp-la, vm sendo designados desde o sc. XVIII como "os sinticos", palavra tomada do grego e equivalente a "viso simultnea" de alguma coisa. Os sinticos comearam a aparecer provavelmente em torno do ano 70. Depois da publicao do Evangelho segundo Marcos, escreveu-se primeiro o de Mateus e depois o de Lucas. Ambos serviram-se, em maior ou menor medida, da quase totalidade dos materiais incorporados em Marcos, reelaborando-os e ampliando-os com outros. Por essa razo, Marcos est quase integralmente representado nas pginas de Mateus e de
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Lucas. Quanto aos novos materiais mencionados, isto , os que no se encontram em Marcos, uma parte foi aproveitada simultaneamente por Mateus e Lucas, e a outra foi usada por cada um deles de maneira exclusiva. Apesar de que os autores sinticos tenham redigido textos paralelos, fizeram-no de pontos de vista diferentes e contribuindo cada qual com a sua prpria personalidade, cultura e estilo literrio. Por isso, a obra dos evangelistas no surge como o produto de uma elaborao conjunta, mas como um feito singular desde seus delineamentos iniciais at a sua realizao definitiva. Quanto aos objetivos, tambm so diferentes em cada caso: enquanto Mateus contempla a Jesus de Nazar como o Messias anunciado profeticamente, Marcos o v como a manifestao do poder de Deus, e Lucas, como o Salvador de um mundo perdido por causa do pecado.
Para a comunidade crist, o valor dos Evangelhos insubstituvel e permanente ocupam um lugar nico, tanto no mbito geral da Igreja como no particular da devoo privada. Os Evangelhos so o nico canal que conduz ao conhecimento da vida do nosso Senhor Jesus Cristo, pois no existe nenhum outro documento que o torne realmente presente. Ademais, pem de manifesto como o Esprito Santo inspirou nos evangelistas a boa nova da salvao, para que eles, por sua vez, proclamem-na com a sua prpria voz, humilde e singela, mas chamada a fazer chegar a palavra de Deus a toda a humanidade.
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AS SETE PALAVRAS DA CRUZ (Na Realidade as Sete ltimas frases proferidas por Jesus) Estando Jesus Cristo dependurado na cruz, citou sete frases, as quais so conhecidas no meio evanglico como AS SETE PALAVRAS DA CRUZ. Cristo no fala aleatoriamente ou apenas por falar. Em cada expresso h um fundamento, em cada palavra um significado. Vamos meditar nas palavras do Senhor, conhecer a sua verdade, para crescimento espiritual da Igreja edificada no Corpo de Cristo, pelo socorro do Esprito Santo de Deus. PRIMEIRA PALAVRA - Evangelho de Lucas 23.34: Pai, perdoa-lhes, porque no
para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele .
Em Joo 12.47 disse: E, se algum ouvir as minhas palavras e no crer, eu
no o julgo, porque eu vim no para julgar o mundo, mas para salvar o mundo.
CRISTO NOS ENSINA A PERDOAR Evangelho de Mateus 5.43 a 46, Jesus disse: Ouvistes que foi dito: Amars o teu prximo e odiars o teu inimigo. Eu, porm,
vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e
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bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam,
que recompensa tendes? No fazem os publicanos tambm o mesmo? Evangelho de Lucas 6.27 a 29, Ele disse, mas a vs, que ouvis, digo: Amai a
vossos inimigos , fazei bem aos que vos aborrecem, bendizei os que vos maldizem e orai pelos que vos caluniam. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe tambm a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a tnica recuses. Ama, pois, a vossos inimigos, e fazei o bem, e emprestai, sem nada esperardes, ser grande o vosso galardo, e sereis filhos do Altssimo; porque Ele benigno at para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como tambm vosso Pai misericordioso.
Mateus 6.12, 14 e 15 diz: Pai perdoa-nos as nossas dvidas, assim como ns temos
perdoado aos nossos devedores; porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, tambm vosso Pai celeste vos perdoar; se, porm, no perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoar as vossas ofensas.
O Senhor sonda os nossos coraes, Ele sabe perfeitamente que prostrar-se diante do Pai e rogar-lhe o perdo, algo relativamente fcil. Mas tirar a mgoa do corao, perdoar e no se lembrar mais, j no to simples assim. Por isso Ele, condicionou: se perdoarmos aos homens as suas ofensas, receberemos o perdo do Pai, porm, se no perdoarmos tambm no seremos perdoados.
Leia neste site: SUBLIME O PERDO. A SEGUNDA PALAVRA - Evangelho de Lucas 23.43, disse Jesus: Em verdade te
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ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. Gnesis 3.23, 24: O Senhor Deus, por isso, o lanou fora do jardim do den, a fim de lavrar a terra de que fora tomado. E, expulsou o homem, e ps querubins ao oriente do jardim do den, e uma espada inflamada, que andava ao redor, para guardar o caminho da rvore da vida. Hebreus 12.16, 17: Esa, por um bocado de manjar, vendeu o seu direito a primogenitura; e querendo ele ainda herdar a beno, foi rejeitado, porque no achou lugar de arrependimento, ainda que com lgrima o buscou. Esa pecou, e quando veio o arrependimento, no achou lugar para alcanar o perdo, porque o pecado havia entrado no homem, e foram expulsos do paraso, que Deus havia formado para o homem viver eternamente. O Senhor havia colocado anjos, vigiando o caminho da rvore da vida, que o paraso que Cristo prometeu ao homem que estava crucificado ao seu lado. Na carta aos Romanos 3.20, a palavra afirma que nenhuma carne ser justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei, vem o conhecimento do pecado, fazendose necessrio que o Senhor Deus entregasse o seu prprio filho a habitar entre ns, o qual deu a sua vida em sacrifcio vivo numa cruz, porque sem derramamento de sangue no haveria remisso dos pecados, o qual tambm ressuscitou ao terceiro dia para a esperana da nossa salvao ( Romanos 4:25 ). E hoje, pela asperso do seu sangue, achamos lugar de arrependimento porque Cristo levou sobre si o pecado do mundo inteiro (Isaias captulo 53), abriu a porta do paraso e ns, sendo inimigos de Deus, fomos reconciliados pela morte do seu filho, e, pelo seu sangue restabeleceu a paz entre Deus e o homem. Mateus 10.32: Disse Jesus: Portanto, qualquer que me confessar diante dos
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Lucas 5.31 e 32, Ele disse: No necessitam de mdico os que esto sos, mas
Esprito esprito. Apesar de, a parte material de Jesus ter sido desenvolvida no
ventre de Maria, Ele foi gerado pelo Esprito Santo, pela virtude do Altssimo (Lucas 1.35). E o anjo ainda avisou Maria: Ele ser chamado filho de Deus. O Senhor Jesus teve a preocupao de no deixar Maria desamparada, encarregou de cuid-la a pessoa da sua maior confiana, o apstolo a quem "Ele" mais
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amava. Criou entre eles o maior vnculo de amor fraterno entre os seres humanos, a relao mais harmoniosa, o amor maternal, para conforto de ambos. Podemos observar tambm que apesar do respeito que o Senhor Jesus Cristo tinha por Maria, pois era sem pecado, em nenhum momento, dentro do Evangelho, Jesus Cristo deu o tratamento de me para Maria, "Ele" sempre a tratava por "mulher". Leia neste site: A ABOMINVEL IDOLATRIA.
A QUARTA PALAVRA Evangelho de Mateus 27.46, Jesus disse: Eli, Eli, lema
e vigiai. E tendo ido a um pouco mais adiante, prostrou-se em terra e orou para que, se
fosse possvel, passasse dele quela hora. E disse: Abba, Pai, todas as coisas te so possveis, afasta de mim este
faa a minha vontade, mas a tua . E apareceu-lhe um anjo do cu, que o confortava.
E posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se grandes gotas de sangue, que corriam at o cho.
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O sofrimento era intenso, muita crueldade, algo terrvel, estando Cristo dependurado, com uma coroa de espinhos cravada na cabea, havia mais de trs horas naquela cruz, sendo humilhado, escarnecido, aoitado. Levava sobre si todas as nossas dores, e angstias, o pecado do mundo inteiro pesava sobre Ele. Em dado momento clamou ao Pai dizendo: Deus meu, Deus meu, porque me desamparastes? O Salmista Davi, divinamente inspirado, j profetizava o grande sofrimento do Messias. Vejamos: Salmos 22.1, 7, 8, 11 a 15: Deus meu, Deus, porque me desamparastes? Por que te alongas das minhas palavras do meu bramido e no me auxilias?Todos os que me vem zombam de mim, estendem os lbios e meneiam a cabea, dizendo: Confiou no
Senhor, que o livre, livre-o, pois nele tem prazer. No te distancie de mim, pois a
angstia est perto, e no h quem ajude. A minha fora se secou como um caco, e a minha lngua se pega ao meu paladar, e me puseste no p da morte. Salmos 42.5: Porque ests abatida minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvao da sua presena. Salmos 143.4: O meu esprito se angustia em mim, e o meu corao em mim est desolado. E na carta aos Hebreus 5.7 a 9: Cristo, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lgrimas, oraes e splicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obedincia, por aquilo que padeceu. I Pedro 2.20-22: Porque, que glria essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos, e o sofreis, isso agradvel a Deus. Porque para isto sois chamados, pois tambm Cristo padeceu por ns, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. O qual no cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. Carta aos Romanos 6.6 a 8: Porque Cristo, estando ns ainda fracos, morreu a seu tempo pelos mpios. Porque apenas algum morrer por um justo, pois poder ser
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que pelo bom algum ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por ns sendo ns ainda pecadores. Apesar do sofrimento, em nenhum momento o Senhor Jesus Cristo recuou ou pensou em desistir, mas evidenciou o seu propsito com o Pai, pois sabia do grande gozo que lhe estava prometido. Leia neste site: A INFINITA HUMILDADE DE JESUS CRISTO.
A QUINTA PALAVRA - Evangelho de Joo 19.28: Disse Jesus: Tenho sede. Evangelho de Joo 19. 28 e 29 a palavra diz: Depois, sabendo Jesus que j todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede. Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja e, pondoa num hissopo, lha chegaram boca. A PROFECIA DO SOFRIMENTO DO MESSIAS NO LIVRO DOS SALMOS Salmos 69.3 a 21: Estou cansado de clamar; secou-se-me a garganta; os meus olhos desfalecem esperando o meu Deus. Aqueles que me aborrecem sem causa so mais do que os cabelos da minha cabea; aqueles que procuram destruir-me sendo injustamente meus inimigos, so poderosos; ento, restitu o que no furtei. Tu, Deus, bem conheces a minha insipincia; e os meus pecados no te so encobertos. No sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, Senhor. Senhor dos Exrcitos; no sejam confundidos por minha causa aqueles que te buscam, Deus de Israel. Porque por amor de ti tenho suportado afronta; a angustia cobriu o meu rosto. Tenho-me tornado como um estranho para com os meus irmos, e um desconhecido para com os filhos de minha me. Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caram sobre mim. Chorei, e castiguei com jejum a minha alma, mas at isto se me tornou em afrontas. Pus, por veste, um pano de saco e me fiz um provrbio para eles. Aqueles que se assentam porta falam contra mim; sou a cano dos bebedores de bebida forte. Eu, porm, fao a minha orao a ti, SENHOR, num tempo aceitvel; Deus, ouve-me segundo a grandeza da tua misericrdia, segundo a verdade da tua salvao. Tira-me do lamaal e no me deixes
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atolar; seja eu livre dos que me aborrecem e das profundezas das guas. No me leve corrente das guas e no me sorva o abismo, nem o poo cerre a sua boca sobre mim. Ouve-me, Senhor, pois boa a tua misericrdia; olha para mim segundo a tua muitssima piedade. E no escondas o teu rosto do teu servo, porque estou angustiado; ouve-me depressa. Aproxima-te da minha alma, e resgata-a; livra-me por causa dos meus inimigos. Bem conheces a minha afronta, e a minha vergonha, e a minha confuso; diante de ti esto todos os meus adversrios. Afrontas me quebrantaram o corao, e estou fraqussimo; esperei por algum que tivesse compaixo, mas no houve nenhum; e por consoladores, mas no os achei. Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre. Salmos 42.2 - A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo, quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? Salmos 143.6 - Estendo para ti as minhas mos, a minha alma tem sede de ti, como a terra sedenta.
A SEXTA PALAVRA Evangelho de Joo 19.30, disse Jesus: Est consumado. Joo 17.4, disse Jesus: Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra
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homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obedincia de um, muitos sero feitos justos. Joo 4:34 - Disse Jesus: A minha comida, fazer a vontade daquele que me
A STIMA PALAVRA Evangelho de Lucas 23.46 "b": Disse Jesus: Pai, nas
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Isaias 53:9-12: E puseram a sua sepultura com os mpios e com o rico, na sua morte; porquanto nunca fez injustia, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao Senhor agradou mo-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiao do pecado, ver a sua posteridade, prolongar os dias, e o bom prazer do Senhor prosperar na sua mo. O trabalho da sua alma ele ver e ficar satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo, o justo, justificar a muitos, porque as iniqidades deles levar sobre si. Pelo que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos, repartir ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas "Ele" levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercede. O BOM PASTOR D A SUA VIDA PELOS PELAS SUAS OVELHAS Joo 10.11,15: Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor d a sua vida pelas ovelhas. Assim como o Pai me conhece a mim, tambm eu conheo o Pai e dou a minha vida pelas ovelhas. Hebreus 2.14: E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, tambm ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o imprio da morte, isto , o diabo. Hebreus 9.11 a 14: Vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuro, por um maior e mais perfeito tabernculo, no feito por mos, isto , no desta criao, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu prprio sangue, entrou uma vez no santurio, havendo efetuado uma eterna redeno. Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto purificao da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Esprito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificar a vossa conscincia das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo. Tito 2.13, 14: Aguardando a bem-aventurada esperana e o aparecimento da glria do Grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por ns, para
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nos remir de toda iniqidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras. I Pedro 1.18, 19: Sabendo que no foi com coisas corruptveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa v maneira de viver que, por tradio, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado. Apocalipse 5.9: A palavra do Senhor diz: E cantavam um novo cntico, dizendo: Digno s de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu
sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e lngua, e povo, e nao .
Mateus
Autor: Mateus Data: Cerca de 5075 dC
Autor
Embora este evangelho no identifique seu autor, a antiga tradio da igreja o atribui a Mateus, o apstolo e antigo cobrador de impostos. Pouco se sabe sobre ele, alm de seu nome e ocupao. A tradio diz que, nos quinze anos aps ressurreio de Jesus, ele pregou na Palestina e depois conduziu campanhas missionrias em outras naes. O primeiro problema que se coloca acerca deste Evangelho a sua autenticidade. Discute-se a autoria deste evangelho por parte de Mateus. Contudo, o fato que nenhum dos evangelista colocou o seu nome no escrito. Este primeiro evangelho foi
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atribudo a Mateus por causa de uma notcia veiculada por Eusbio, citando Papias, de que "Levi (Mateus) escreveu as palavras do Senhor na lngua dos judeus, e desde ento interpretou-se que este escrito cujo autor no fora identificado poderia ser de sua autoria. Esta tradio foi abandonada posteriormente depois de se descobrir que o original deste evangelho foi escrito em grego e no aramaico.
Perfil do Autor
Embora sem ter certeza do nome do autor, verifica-se que este evangelho foi escrito por um cristo vindo do judasmo, conhecedor da Escritura, fiel tradio. Sabe-se da sua origem judaica porque este evangelho fala em 'reino dos cus' e no 'reino de Deus', porque os judeus no pronunciavam o nome de Deus. Alm disso, dispensa a explicao dos costumes dos judeus, porque era fato corriqueiro para o seu autor, no entanto Marcos explica estes costumes, que para ele eram novidades. Por exemplo, em 24, 20 tem a seguinte passagem: "pedi para que a vossa fuga no seja no inverno nem no sbado. A mesma passagem h em Marcos 13,18, porm sem a parte final ('nem no sbado'), que um acrscimo de Mateus, por causa do costume judeu.
Composio Literria
Na composio literria deste evangelho, o autor empregou como fontes o prprio Evangelho de Marcos, a fonte Q e outros escritos particulares. Fez um trabalho de compilao bastante pessoal, adaptando e completando as "fontes" com conhecimentos prprios. Ele chamado 'o homem dos discursos', porque o que os cita maior nmero de vezes as fontes.
Objetivo Doutrinrio
Do ponto de vista teolgico, Mateus tinha em vista mostrar aos judeus que JC filho de Davi e Abrao, portanto, o Messias de Israel. Cita constantemente o Antigo Testamento. Exorta os fiis a aceitarem JC como Messias. No tempo em que foi
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escrito, a Igreja j ultrapassara os limites de Israel. Fala na universalidade da Igreja, qual so convidados os judeus e mas tambm todos os outros povos. Termina com a misso universal: "Ide, batizai e pregai a todos os povos... Do ponto de vista
cristolgico, considera JC como Rei, Messias que foi rejeitado e criou outro povo, que a "Ecclesia" (Igreja). Emprega o termo 'kyrios' (Senhor), enquanto os outros usam o termo 'Mestre'.
Cronologia
O tempo em que foi escrito este evangelho varia entre 80 e 100 d.C. Seguramente foi depois de 70, pois pressupe que j houve a destruio de Jerusalm, e tambm posterior ao evangelho de Marcos, pois demonstra grande evoluo teolgica em relao a este. Foi escrito na Palestina em grego, em bom estilo literrio, para leitores de lngua grega.
Data
Evidncias externas, como citaes na literatura crist do Sc I, testemunham desde cedo a existncia e o uso de Mt. Lderes da igreja do Sc. II e III geralmente concordavam que Mt foi o primeiro Evangelho a ser escrito, e vrias declaraes em sues escritos indicam uma data entre 60 e 65 dC.
Contedo
O objetivo de Mt evidente na estrutura deste livro, que agrupa os ensinamentos e atos de Jesus em cinco partes. Este tipo de estrutura, comum ao judasmo, pode revelar o objetivo de Mt em mostrar Jesus como o cumprimento da lei. Cada diviso termina com uma frmula como: Concluindo Jesus estes dircusos... (7.28; 11. 1; 13.53; 19.1; 26.1). No prlogo (1.1-2.23), Mt mostra que Jesus o Messias ao relacion-lo s promessas feitas a Abrao e Davi. O nascimento de Jesus salienta o tema do
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cumprimento, retrata a realeza de Jesus e sublinha a importncia dele para os gentios. A primeira parte (captulos . 3-7) contm o Sermo da Montanha, no qual Jesus descreve como as pessoas devem viver no Reino de Deus. A Segunda parte (8.1-11.1) reproduz as instrues de Jesus a seus discpulos quando ele os enviou para a viagem missionria. A Terceira parte (11.2-13.52) registra vrias controvrsias nas quais Jesus estava envolvido e sete parbolas descrevendo algum aspecto do Reino dos cus, em conexo com a resposta humana necessria. A Quarta parte ( 13.53-18.35) o principal discurso aborda a conduta dos crentes dentro da sociedade crist (cap 18). A quinta Parte (19.1-25.46) narra a viagem final de Jesus a Jerusalm e revela seu conflito climtico com o judasmo. Os captulos . 24-25 contm os ensinamentos de Jesus relacionados ltimas coisas. O restante do Livro (26.1-28.20) detalha acontecimentos e ensinamentos relacionados crucificao, ressurreio e comisso do Senhor Igreja. A no ser no incio e no final do Evangelho, a disposio de Mt no cronolgica e no estritamente biogrfica, mas foi planejada para mostrar que o Judasmo encontra o cumprimento de suas esperanas em Jesus.
Cristo Revelado
Este Evangelho apresenta Jesus como o cumprimento de todas as expectativas e esperanas messinicas. Mt estrutura cuidadosamente suas narrativas para revelar Jesus como cumpridor de profecias especficas. Portanto, ele impregna seu Evangelho tanto com citaes quanto com aluses ao AT, introduzindo muitas delas com a frmula para que se cumprisse. No Evangelho. Jesus normalmente faz aluso a si mesmo como o Filho do Homem, uma referncia velada ao seu carter messinico (Dn 7.13,14). O termo no somente permitiu a Jesus evitar mal-entendidos comuns originados de ttulos messinicos populares, como possibilitou-lhe interpretar tanto sua misso de redeno (como em
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17.12,22; 20.28; 26.24) quanto seu retorno na glria (como em 13.41; 16.27; 19.28; 24.30,44; 26.64). O uso do ttulo Filho de Deus por Mt sublinha claramente a divindade de Jesus ( 1.23; 2.15; 3.17; 16.16). Como o Filho, Jesus tem um relacionamento direto e sem mediao com o Pai (11.27). Mt apresenta Jesus como o Senhor e Mestre da igreja, a nova comunidade, que chamada a viver nova tica do Reino dos cus. Jesus declara: a igreja como seu instrumento selecionado para cumprir os objetivos de Deus na Terra (16.18; 18.15-20). O Evangelho de Mt pode ter servido como manual de ensino para a igreja antiga, incluindo a surpreendente Grande Comisso (28.12-20), que a garantia da presena viva de Jesus.
O Esprito Santo em Ao
A atividade do ES evidente em cada fase e ministrio de Jesus. Foi por meio do poder do Esprito que Jesus foi concebido no ventre de Maria (1.18-20). Antes de Jesus comear seu ministrio pblico, ele foi tomado pelo Esprito de Deus (3.16) e foi conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo como preparao adicional a seu papel messinico (4.1). O poder do Esprito habilitou Jesus a curar (12.15-21 e a expulsar demnios (12.28). Da mesma forma que Joo imergia seus seguidores na gua, Jesus imergir seus seguidores no ES (3.11). Em 7.21-23, encontramos uma advertncia dirigida contra os falsos carismticos, aqueles que na igreja, profetizam, expulsam demnios e fazem milagres, mas no fazem a vontade do Pai. Presumivelmente, o mesmo ES que inspira atividades carismticas tambm deve permitir que as pessoas da igreja faam a vontade de Deus (7.21) Jesus declarou que suas obras eram feitas sob o poder do ES, evidenciando que o Reino de Deus havia chegado e que o poder de satans estava sendo derrotado. Portanto, atribuir o ES ao diabo era cometer um pecado imperdovel (12.28-32). Em 12.28, o ES est ligado ao exorcismo de Jesus e presente realidade do Reino de Deus, no apenas pelo fato do exorcismo em si, pois os filhos dos fariseus (discpulos)
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tambm praticavam exorcismo (12.27). Mas precisamente, o ES est executando um novo acontecimento com o Messias chegado a vs o Reino de Deus (v.28). Finalmente, o ES encontrado na Grande Comisso (28.16-20). Os discpulos so ordenados a ir e a fazer discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do ES (v.19). Isto , eles deveriam batiz-los no/com referncia ao nome ou autoridade do Deus Trino. Em sua obedincia a esta misso, os discpulos de Jesus tm garantida sua constante presena com eles.
Esboo de Mateus
Prlogo: Genealogia O A adorao Genealogia e de nascimento dos magos narrativa da Jesus infncia 1.1-2.23 1.1-17 1.18-25 2.1-12
Fuga para o Egito e matana nos inocentes, a volta para Israel 2.13-13 I. Parte um: Proclamao do Reino dos Cus 3.1-7.29 Narrativa: Incio do Ministrio de Jesus 3.1-7.29
Discurso: O Sermo da Montanha 5.1-7.29 II. Parte Dois: O ministrio de Jesus na Galilia 8.1-11.1 Narrativa: Histrias dos dez milagres 8.1-11.1
Discurso: Misso e martrio 9.35-11.1 III. Parte Trs: Histrias e parbolas em meio a controvrsias 11.2-13.52 Narrativa: Controvrsia que se intensificam 11.2-12.50
Discurso: Parbolas do Reino 13.1-52 IV. Parte Quatro: Narrativa, controvrsia e discurso 13.53-17.27 Narrativa: Vrios episdios precedentes jornada final de Jesus em Jerusalm 13.53-17.27 Discurso: Ensino sobre a igreja 18.1-35
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V. Parte Cinco: Jesus na Judia e em Jerusalm 19.1-25.46 Narrativa: A jornada final de Jesus e a instaurao do conflito 19.1-23.39 Discurso: A Os ensinos escatolgicos da de Paixo Jesus 24.1-25.46 26.1-27.66
narrativa
EVANGELHO BOAS NOVAS A palavra evangelho no foi criada por Jesus nem por seus discpulos. Era uma palavra de uso comum nas comunidades antigas. As guerras entre os povos eram constantes. As dificuldades de comunicao entre os guerreiros e suas cidades de origem eram muito grandes. As famlias, principalmente, aguardavam ansiosamente por notcias de seus filhos nos campos de batalha. O meio utilizado para isso era o envio de mensageiros, os quais traziam notcias sobre o sucesso ou fracasso dos soldados. A chegada do mensageiro era muito esperada. Quando ele chegava com boas notcias, ento recebia uma recompensa por seu esforo. Esse presente era chamado "evangelho". Era tambm realizada uma festa comemorativa, que tambm passou a ser chamada "evangelho". Jesus o mensageiro de Deus que veio anunciar sua prpria vitria sobre as foras das trevas e a libertao do homem. Assim, no Novo Testamento, a palavra evangelho adquire o significado de mensagem da salvao atravs da obra de Cristo a favor do homem (Mt.4.23; 24.14). A tradio crist estende esse significado, usando a palavra evangelho para identificar cada um dos quatro primeiros livros do Novo Testamento, os quais apresentam relatos sobre a vida de Cristo. Assim, surge o uso plural da palavra. Nos tempos da igreja primitiva, isso seria considerado absurdo, uma vez que, para os primeiros cristos, o evangelho era nico. Outro evangelho seria considerado antema. Como ento poderia haver evangelhos? Entretanto, tal designao para os quatro evangelhos se firmou e se tornou definitiva.
ASPECTOS GERAIS DOS QUATRO EVANGELHOS Pluralidade Poderamos ter 1 evangelho nas Escrituras e isso poderia ser satisfatrio. Contudo, Deus quis que fossem quatro. Esta pluralidade tem sua razo de ser e seu objetivo. Um dos motivos nos parece ser o valor do nmero de testemunhas. A lei mosaica determinava que o testemunho contra algum deveria ser dado por duas ou trs pessoas e nunca por uma s (Dt.17.6). O mesmo princpio utilizado por Cristo em Mt.18.16. O nmero de testemunhas importante na determinao da veracidade de
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um fato. Assim, era importante que duas ou trs testemunhas dessem testemunho sobre a vida, a morte e a ressurreio de Jesus. Nos processos jurdicos as testemunhas continuam sendo muito importantes at hoje. Em muitos casos no possvel a prova cientfica. Cabe ento a prova testemunhal. Todo testemunho deve ser registrado por escrito. Assim tambm aconteceu com os relatos sobre Cristo. Alguns escritores dos evangelhos podem no ter sido testemunhas oculares dos fatos ali narrados. Entretanto, escreveram o que as testemunhas disseram. A pluralidade dos evangelhos tambm valiosa por nos apresentar a mesma histria vista sob ngulos diferentes. Objetividade Os evangelhos foram escritos tendo-se em vista um objetivo definido: anunciar as boas novas de salvao. Por esta causa, os escritores no se dedicaram a registrar pormenores da vida de Cristo, sua infncia, seus hbitos dirios, seu trabalho na carpintaria, etc. Eles se limitaram a mencionar a origem de Cristo (humana e divina), seu ministrio (ensinamentos, milagres), sua morte, ressurreio e ascenso. Uma grande parte de cada evangelho se dedica a narrar os fatos da ltima semana do ministrio de Cristo. (Veja Joo 21.25). Unidade - Apesar de serem quatro os evangelhos, eles so harmnicos entre si. possvel se construir um relato coerente reunindo os 4 evangelhos. Eles se completam. Diversidade Apesar da unidade entre os evangelhos, eles no so iguais. Se assim fosse, no faria sentido a existncia de quatro. Bastaria um. Existem diversas diferenas entre eles. Contudo, diferena no significa contradio. So quatro relatos distintos sobre os mesmos fatos. Algumas narrativas ou ensinamentos so apresentados exclusivamente por um escritor ou apenas por dois ou por trs ou pelos quatro E mesmo entre narrativas do mesmo fato, existem diferenas entre os detalhes. Por exemplo, autor diz que Jesus curou um cego em Jeric. O outro diz que foram dois cegos. Um no contradiz o outro. Se Jesus curou um cego, ele pode muito bem ter curado outro. A contradio haveria se um autor negasse a afirmao do outro. As diferenas podem advir de vrias causas. Duas narrativas normalmente relacionadas podem, na verdade, ser referncia a dois episdios distintos. Uma outra possibilidade a omisso de algum detalhe, j que tais relatos foram, no princpio, transmitidos oralmente. Assim, algum ponto poderia ser esquecido por um narrador, mas lembrado por outro. Nesse processo, o que prevalece a nossa f no cuidado divino para que a essncia do evangelho chegasse a ns de forma ntegra. Entre os evangelhos, observase maior semelhana entre Mateus, Marcos e Lucas. Por isso, so chamados sinticos, ou seja, possuidores da mesma tica. Esse termo foi usado pela primeira vez por J.J. Griesbach, em 1774. O evangelho de Joo, por sua vez, apresenta um estilo todo particular.
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Ordem - Os livros no se encontram dispostos em nossas Bblias na mesma ordem em que foram escritos. Alm disso, os prprios fatos narrados no seguem ordem cronolgica, principalmente no livro de Mateus. Motivos Os evangelhos foram escritos para responder aos questionamentos da comunidade do primeiro sculo e tambm para combater as mentiras dos inimigos a respeito de Jesus. Os apstolos comeavam a morrer e tornava-se ento imperioso que se registrassem suas memrias sobre o Salvador. Alm disso, existiram tambm os motivos particulares de cada escritor, conforme veremos no estudo de cada livro.
FORMAO DOS EVANGELHOS SINTICOS Sobre a formao de todos os evangelhos podemos considerar a seguinte equao: Fonte oral + fonte escrita + testemunho pessoal (em alguns casos) = evangelho Sobre os evangelhos sinticos, existem vrias sugestes do processo de formao. Isto se deve s semelhanas observadas entre Mateus, Marcos e Lucas, o que leva a se supor que um tenha utilizado o escrito do outro, ou que tenham tido acesso s mesmas fontes. Uma das principais hipteses das fontes apresenta o evangelho de Marcos como o primeiro a ser escrito. Alm deste, haveria tambm uma fonte denominada "Q", contendo relatos sobre a vida de Cristo. Mateus e Lucas teriam ento se utilizado do evangelho de Marcos e da fonte "Q" para produzirem seus evangelhos. Teriam tambm usado material exclusivo. Mateus teria tido acesso a uma fonte "M" exclusiva e igualmente Lucas a uma fonte "L". Assim, os relatos comuns entre Mateus, Marcos e Lucas, seriam material original de Marcos. Os relatos comuns entre Mateus e Lucas e desconhecidos por Marcos seriam o contedo da fonte "Q". O material exclusivo de Mateus seria da fonte "M" e o material exclusivo de Lucas seria da fonte "L". Contudo, existem muitas dvidas sobre a existncia dessas fontes (Q,M,L) e se elas seriam escritas ou orais. Sobre a fonte "Q", por exemplo, existe a hiptese de que a mesma no tenha existido, mas que todo esse material tenha sido transferido de Mateus para Lucas ou vice-versa. Marcos possui 678 versculos. Mateus possui 1071 no total. Destes, 600 versculos correspondem a 606 de Marcos, ou seja, Mateus faz as mesmas narrativas de modo quase idntico. Mateus possui 300
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versculos exclusivos (M). Os outros 171 podem ter vindo da fonte "Q" e encontram semelhana com parte de Lucas. Lucas possui 1151 no total. Destes, 380 versculos correspondem a 280 de Marcos, ou seja, Lucas faz as mesmas narrativas de modo mais extenso. Lucas possui 520 versculos exclusivos (L). Os outros 251 podem ter vindo da fonte "Q" e encontram semelhana com parte de Mateus. Isolando-se o material atribudo fonte "Q", obtm-se um escrito semelhante ao estilo proftico do Velho Testamento. Seriam partes referentes a Joo Batista, o batismo, a tentao, muitos ensinos, pouca narrativa, e nada sobre a morte de Cristo. PROPAGAO DO EVANGELHO E TIPOS DE EVANGELHO Motivo, contedo e objetivo esto interligados. Motivo o elemento que impulsiona algum para determinada ao. Objetivo o que se espera atingir ou realizar. No caso dos evangelhos, os motivos foram as necessidades da comunidade, a carncia de registros fidedignos sobre Cristo. O objetivo maior a salvao das almas. O evangelho o "poder de Deus para a salvao..." (Rm.1.16). A preposio "para" determina o objetivo. Precisamos questionar hoje os motivos que nos movem como pregadores do evangelho. Nos dias de Paulo, foram observados motivos diversos (Fil.1.15-19): inveja, contenda, boa mente e amor. Contudo, disse o apstolo, importa que o evangelho seja pregado. Isto porque, mesmo com motivos errados, o objetivo pode, eventualmente, ser atingido, ou seja, mesmo que algum pregue por inveja muitos podem ser salvos, j que o evangelho o poder de Deus. No obstante, o mau obreiro no ficar impune. Poder at mesmo ser algum que ajudou a construir a arca mas no entrou nela, ou como uma placa que aponta o caminho mas no o segue. O problema torna-se maior quando aos motivos errados somam-se objetivos estranhos ao evangelho. Ento, o prprio contedo passa a ser deformado a fim de atingir propsitos escusos (II Pd.2.1-3). Observa-se ento o surgimento de um "evangelho comercial", onde as pessoas so estimuladas a fazerem negcios com Deus. Desse pensamento surge o "evangelho da prosperidade", o qual deixa para segundo plano a questo da salvao das almas e se dedica salvao do oramento. Toda beno material sempre ser bem-vinda. Contudo, no podemos fazer disso o propsito do evangelho nem efeito essencial da sua eficcia. Zacarias profetizou sobre Cristo, apresentando-o como um rei pobre, humilde e que vinha montado em um jumentinho, quando o natural seria um rei rico montado num elegante cavalo. Contudo, o profeta diz que o Messias justo e salvador. Eis a o valor e o propsito do evangelho: justia e salvao (Zc.9.9). Cai no mesmo erro a Teologia da libertao, a qual interpreta a
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salvao e a libertao oferecidas por Cristo como um rompimento das opresses sociais. Cabe a cada um de ns o zelo pelo evangelho bblico e por seu legtimo objetivo. Que no sejamos mercadores da palavra de Deus. legtimo o sustento aos que trabalham na obra de Deus. O erro consiste em fazer do benefcio pessoal a causa da obra. Igreja no empresa. Ministrio no profisso. Evangelho no negcio.
O EVANGELHO DE MATEUS AUTORIA Mateus. Seu nome significa "dom de Deus". (Mat.9.9-13; 10.3 Mc.2.13-17 Lc.5.27-32). Era tambm conhecido pelo nome de Levi (Associado). Era um judeu cristo, discpulo e apstolo de Jesus Cristo. Antes de ser chamado pelo Mestre, exercia a funo de publicano, isto , coletor de impostos para o Imprio Romano. Os publicanos eram to desprezados pelos judeus que no podiam falar nos tribunais, nem se aceitava seu dzimo no templo. Sobre sua autoria em relao ao primeiro livro do Novo Testamento, tem-se o testemunho de Papias, bispo de Hierpolis (Frgia), do 2 o sculo d.C.. DATA - 60 d.C.? (existem muitas opinies datando entre 45 a 85 d.C.) LOCAL - Antioquia da Sria. DESTINATRIOS - Judeus VERSCULO CHAVE - 27.37 PALAVRA CHAVE - cumprir (Mt.5.17). O Novo Testamento no deve ser visto como oposio ao Velho Testamento mas como seu cumprimento. O verbo "cumprir" e algumas de suas variaes so encontrados em muitas passagens de Mateus. Ele pretendia mostrar na vida de Cristo o cumprimento das profecias do Velho Testamento. Sobre a lei, Jesus disse que veio para cumprir e no para revogar. Isso significa no apenas a obedincia de Jesus lei, mas tambm indica que, em alguns aspectos especiais, a obra de Cristo representou o cumprimento ltimo e definitivo da lei, a consumao. Podemos afirmar isto, principalmente em relao aos sacrifcios de animais, cuja determinao teve no calvrio seu cumprimento suficiente e eterno. Em Mateus 3, no episdio do batismo, temos o questionamento de Joo Batista quanto ao ato de batizar Jesus. Este respondeu que era necessrio cumprir toda a justia. Era, de fato, estranho que Jesus viesse se submeter a um ato representativo de arrependimento sendo que ele nunca havia cometido nenhum pecado. O batismo um
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smbolo da morte e da ressurreio de Cristo. Da mesma forma como era estranho o fato de Cristo ser batizado, seria tambm estranha sua morte numa cruz, considerando-se que a crucificao era destinada a pecadores. Podemos at mesmo imaginar que Deus, sendo o todo poderoso, poderia salvar toda a humanidade sem que Cristo morresse. Contudo, a resposta que lemos em Mateus 3 suficiente para explicar tudo isso: " necessrio para que se cumpra toda a justia". A justia exige que para todo pecado seja imposta a punio correspondente. Impunidade seria injustia. Assim, se fssemos salvos sem que ningum morresse em nosso lugar, a justia no seria cumprida. OBJETIVO PARTICULAR - Mateus procurou apresentar os vnculos de Jesus com a nao judaica e com o Velho Testamento, demonstrando que ele era o Rei Messias esperado por Israel. Por isso, o livro comea com a genealogia de Cristo, ligando-o a Abrao e a Davi. Como foi dito no tpico da palavra chave, o autor apresenta a ligao da vida de Cristo com o Velho Testamento atravs da freqente expresso: "Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta..." Nota-se nessa expresso a soberania divina em ao. Os fatos da vida de Jesus no foram obra do acaso, mas o cumprimento do propsito predito na escrituras. Compare os textos a seguir: Mt.1.23 (Is.7.14) Mt.2.6. (Mq.5.2) Mt.2.18 (Jer.31.15) Mt.21.4 (Zc.9.9). Mateus apresenta mais de 60 citaes do VT em seu evangelho. CARACTERSTICAS E CONTEDO Apologtico - apresenta defesa do evangelho diante do judasmo. Doutrinal - com destaque para os ensinamentos de Cristo. Narraes breves Os fatos narrados so poucos e sucintos, j que a doutrina tem prioridade. Sem ordem cronolgica O livro no apresenta fatos e ensinos na ordem em que ocorreram ou foram ditos. A ordem s seguida em parte: no incio do livro (nascimento, batismo, tentao) e no final (ltima semana, morte, ressurreio e ascenso). No meio, as parbolas, milagres e ensinamentos no se encontram ordenados cronologicamente. Organizao temtica Mateus faz apresenta um arranjo temtico em seu contedo. Os ensinamentos so reunidos em cinco grandes blocos. As parbolas e os milagres tambm so organizados convenientemente. Escrito para um pblico religioso: os judeus.
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Escrito em hebraico j que se dirigia aos judeus. Apesar desse direcionamento aos judeus, Mateus no se apresenta como um bajulador de seus compatriotas. Ele demonstra claramente que os judeus tinham prioridade no ministrio de Cristo (Mt.15.24 10.6), mas mostra tambm a perda do espao para os gentios, que vo dominando a cena. Mateus comea mencionando os magos no captulo 2. Eles eram gentios e foram presentear o menino Jesus, enquanto que os judeus que serviam a Herodes no se dirigiram a Belm, embora estivessem bem informados sobre o local onde o Messias haveria de nascer. Finalmente, Mateus cita a ordem de Cristo de se pregar o evangelho e se fazer discpulos em todas as naes. (Mt.4.15; 8.10-12; 12.1821; 21.42-34; 28.18-20.) Mateus o nico evangelho a apresentar a palavra igreja (3x) (16.18 e 18.17). O evangelho de Mateus contm 6 discursos de Cristo: Mt.5-7; 10; 13; 18; 23; 24-25. Contm 15 parbolas (10 exclusivas). Um dos efeitos das parbolas a fixao do ensinamento. Isto quando o mesmo compreendido. Trata-se ento de um recurso didtico. Alis, tal propsito encontra-se subjacente a muitos elementos e prticas do judasmo e do cristianismo. As festas judaicas continham propsito didtico. O mesmo acontece com a ceia e o batismo, embora seu sentido e objetivo no esteja restrito a esse propsito. Mateus narra 20 milagres (3 exclusivos). Embora o nmero seja grande, as narrativas so resumidas. Mateus apresenta Jesus como Rei. Tal propsito j se nota na apresentao da genealogia. A expresso "Filho de Davi" ocorre 9 vezes no livro. A palavra reino aparece 55 vezes. MACRO DIVISO DO LIVRO I - genealogia, nascimento e infncia - 1 - 2 II - Ministrio na Galilia - 3 - 18 III - Ministrio na Judia - 19-28 ESBOO DO LIVRO (adaptado do esboo de Scroggie) I - A preparao do rei 1.1 a 4.11 1 - a descendncia do Rei 1.1-17
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2 - O advento do Rei - 1.18 a 2.13 3 - O embaixador do Rei - 3.1-17 4 A prova do Rei 4.1-11 II - O programa do rei - 4.12 a 16.12 1 - O comeo do reino 4.12-25 2 - O manifesto do reino - 5-7 3 - Os sinais do Reino 8-9 4 - Os mensageiros do Reino - 10-11 5 - Os princpios do reino - 12 6 - Os mistrios do reino 13.1-52 7 - A ofensa do reino 13.53 a 16.12 III - A paixo do Rei - 16.13 a 28.20 1 - A revelao do rei 16.21 - 17.27 2 - A doutrina do rei 18-20 3 - A rejeio do rei 21-22 4 - As censuras do rei 23 5 - As predies do rei 24-25 6 - Os sofrimentos do rei - 26-27 7 - O triunfo do rei 28
ESBOO COMENTADO Todo os esboos de livros bblicos dependem muito de quem os elabora. Podem ser encontrados diversos esboos de Mateus diferentes entre si. Isto se deve ao fato de que o texto original no continha divises em captulos, versculos e blocos como temos
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hoje. Assim, o presente esboo uma entre tantas maneiras de se apresentar o evangelho de Mateus. Scroggie trabalhou sobre o tema do reino. O esboo mostra o contedo de Mateus como a apresentao do reino de Deus na pessoa do Rei Jesus. I - A preparao do rei 1.1 a 4.11 1 - A descendncia do Rei 1.1-17 a genealogia. 2 - O advento do Rei - 1.18 a 2.13 advento = vinda. 3 - O embaixador do Rei - 3.1-17 Era comum entre os reis o envio de mensageiros diante de si para anunciar a aproximao da comitiva real. Iam estes anunciando em alta voz a chegada do rei. Os sditos deviam ento se colocar em atitude e posio de reverncia. Muitas vezes era comum que todos se prostrassem diante do rei. Da mesma forma, Joo Batista foi enviado na frente de Jesus para anunciar a sua chegada, cumprindo-se assim a profecia de Isaas (40). 4 A prova do Rei 4.1-11 A tentao no deserto. Dr. G. Campbell Morgan apresenta as passagens acima como a relao de Cristo com a terra (genealogia), o cu (a pomba e a voz no batismo), e o inferno (tentao). II - O programa do rei - 4.12 a 16.12 1 - O comeo do reino 4.12-25 Jesus comeou a pregar dizendo: arrependei-vos. O arrependimento o comeo do reino de Deus na vida do homem. A seguir Jesus escolhe seus discpulos. Depois do arrependimento deve vir o compromisso de seguir o Mestre. No captulo 4 aparecem os discpulos (4.22) e as multides (4.25). A grande diferena entre os discpulos e as multides o compromisso com Jesus. No fim do dia as multides vo para suas casas, mas os discpulos continuam com Jesus. As multides s querem receber as bnos. Os discpulos deixam tudo para seguir o Mestre (4.22). 2 - O manifesto do reino (as leis) - 5-7 Manifesto = declarao pblica. Jesus vem a pblico apresentar as propostas do seu reino. Assim como Moiss recebeu no monte Sinai as leis da antiga aliana, Jesus tambm sobe ao monte e promulga a lei do reino. Pode parecer estranho se falar em lei no Novo Testamento. Contudo, Paulo chega a usar a expresso "lei de Cristo" (Glatas 6.2). Seus mandamentos atingem o interior do homem, enquanto que a lei mosaica se aplicava principalmente ao exterior. A lei de Moiss proibia o homicdio. Jesus foi alm quando falou do dio contra o prximo. Ele foi mais fundo. Como disse Joo Batista: "O machado est posto raiz das rvores." (Mt.3). No Novo Testamento, Deus atinge a raiz do pecado no corao humano. Encontramos em Mateus o constante confronto entre questes exteriores e interiores. A religiosidade judaica, constituda de rituais exteriores, permanentemente
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confrontada pelos ensinamentos de Cristo, no exatamente para condenar os aspectos exteriores mas para mostrar o vazio interior daqueles religiosos. Jesus veio levar o povo de Deus de um estgio superficial para um relacionamento de intimidade com o Senhor. Ao invs da idia de um Deus distante, Jesus nos ensinou a chamar o Senhor de "Pai nosso". Vejamos uma relao dos elementos apresentados no texto e que mostram esse confronto:
Folhas e frutos so igualmente produes da rvore. Contudo, o fruto s produzido no tempo oportuno. Nos momentos em que podemos agir com espontaneidade que o fruto aparece. Nos nossos momentos de maior liberdade de expresso que os nossos frutos se manifestam. Em outras circunstncias podemos estar agindo apenas em cumprimento s exigncias e expectativas sociais, atendendo a ordens ou presses diversas. So folhas que se multiplicam, mas no so suficientes para a identificao da rvore. "Pelos seus frutos os conhecereis." Estas palavras de Jesus nos levam a concluir que podemos identificar o joio no nosso meio. Contudo, no vamos conden-lo. "No julgueis para que no sejais julgados." (Mt.7.1). Ainda no captulo 5, Jesus fala sobre o carter do cidado do reino de Deus. Logo se observa que tudo o que ali se encontra contrrio aos ditames mundanos. por essa diferena que os discpulos podem ser sal e luz (Mt.5.14). Sendo positivamente diferentes, podero ser fora de influncia. O sal d sabor e evita a putrefao. Porm, se o sal vier a cair por terra, ser pisado pelos homens. Este o caso daqueles servos de Deus que se tornam motivo de escndalo e vergonha para o evangelho. 3 - Os sinais do Reino 8-9 Nessa parte Mateus apresenta alguns milagres de Jesus. Seu reino no composto apenas de palavras, ensinamentos, mas demonstrao de poder. Vemos ento nesses captulos a autoridade do Rei Messias sobre: homens, toda
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sorte de enfermidades (Mt. 9.35), deficincias fsicas, morte, pecado, natureza, demnios. Fica em evidncia o absoluto alcance do Reino de Deus. Ele abrange todas as reas. Temos referncia ao natural, ao humano e ao espiritual. Poderamos considerar o humano como parte do natural, mas dividimos assim para visualizarmos o homem em relao ao que natural e ao que espiritual. importante separarmos bem essas coisas. Nem toda doena provocada por demnios, mas algumas so. Nem toda ventania provocada por demnios, mas algumas podem ser, conforme se v no livro de J. O que no se deve fazer generalizar. Em muitos casos ser necessrio o discernimento dado por Deus. Seja de que tipo e origem for o fato, nada se encontra fora do alcance do poder de Deus. 4 - Os mensageiros do Reino - 10-11 Os mensageiros aqui citados so: Joo Batista, seus discpulos, e os discpulos de Jesus. Joo estava passando por uma crise de dvidas. O rei Jesus, que ele mesmo anunciara no havia tomado nenhuma providncia para libert-lo do crcere. Surgiu ento o questionamento: "Ser este mesmo o Cristo?" Muitas vezes o evangelho pode no atender s nossas expectativas particulares. Alguns problemas podem persistir e isso pode trazer a frustrao. Contudo, os propsitos divinos so superiores aos nossos. "E Jesus, respondendo, disselhes: Ide, e anunciai a Joo as coisas que ouvis e vedes: Os cegos vem, e os coxos andam; os leprosos so limpos, e os surdos ouvem; os mortos so ressuscitados, e aos pobres anunciado o evangelho." O plano de Deus est se cumprindo e se alguma tribulao permitida em nossas vidas, ela tambm faz parte desse plano. Quanto aos discpulos, Jesus os envia para uma espcie de treinamento. So enviados a pregar o evangelho do reino e operar milagres. Sua misso estava restrita ao ambiente judaico. Estavam proibidos de se dirigirem aos gentios e aos samaritanos. Tais pessoas no estavam eliminadas do plano de Deus. Entretanto, para tudo h um tempo apropriado. Os judeus tinham primazia no objetivo de Cristo. Por outro lado, os prprios discpulos ainda no estavam preparados para fazer a obra entre os gentios e samaritanos. Em Mateus 28, Jesus lhes d a ordem de pregarem a todas as naes, mas no sem o revestimento do Esprito Santo que lhes seria dado (Lc.24.49 At.1.8). 5 - Os princpios do reino 12 Jesus d destaque para a misericrdia e o amor em detrimento de uma observao apenas literal da lei. Apresenta-se nesse trecho a superioridade de Cristo sobre o templo, o sbado, o profeta Jonas e o rei Salomo. (Mt.12.6,8,41,42.). O rei Jesus superior a todos os valores e figuras importantes do judasmo. Isso foi um choque para os religiosos tradicionais. Em seguida, observa-se o reconhecimento de Cristo por parte da multido como sendo "Filho de Davi" (12.23). Diante de tudo isso, manifesta-se o cime dos lderes religiosos contra Cristo, os quais se dedicam a persegui-lo e tomam a deciso de mat-lo (Mt.12.14,15,24). Observam-se ento diferentes reaes diante de Cristo, e assim ocorre at hoje.
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Os fariseus, saduceus, escribas e sacerdotes so mencionados nas seguintes passagens do evangelho de Mateus: 3.7; 5.20; 7.29; 8.19; 9.11,14; 12.14; 13.52; 15.12; 16.1,21; 21.23; 22.23; 23,2,13,14,15; 23.23,25,27; 27.1,41. Ao observarmos a grande quantidade de referncias, notamos que esses religiosos eram assduos seguidores de Cristo (perseguidores). Eles compareceram a todos os eventos mais importantes da vida de Cristo, desde o batismo at a cruz. O que poderia ter sido um experincia transformadora em suas vidas foi perdido por um erro de propsito. Estavam seguindo a Cristo para mat-lo. Que tipo de seguidores somos ns? Judas tambm era um seguidor. Seu propsito em seguir o Mestre era a obteno de vantagem pessoal, financeira. Tal ganncia era to grande que, no satisfeito com as ofertas que furtava, vendeu o prprio Senhor para obter mais 30 moedas. 6 - Os mistrios do reino 13.1-52 Jesus apresenta, por meio de parbolas, diversas caractersticas do reino, as quais se encontram ao mesmo tempo ocultas e reveladas. Ocultas para a multido e reveladas para os discpulos. O incio uma semente: a palavra de Deus. A obra criadora comea com a palavra dita pelo Senhor: "Haja luz." (Gn.1). Este o padro divino para as suas obras. Por isso ele nos envia sua palavra para que se produza em ns a sua vontade. Voltando a Gnesis, encontramos, no captulo 3, a palavra do Diabo, a semente do maligno. Esta se encontra sempre agindo paralelamente palavra de Deus. O Senhor nos fala algo e logo vem o inimigo com sua verso. " assim que Deus disse?..." Esta mensagem pode vir de vrias formas. Uma delas o conselho dos mpios (Salmo 1) ou o conselho de um cristo vacilante (Mt.16.22). Como se v na parbola do trigo e do joio, cada tipo de semente gera um tipo de carter. Em Gnesis 3.15 temos a palavra semente como sinnimo de descendncia. Aparecem ali duas descendncias: a semente da mulher e a semente da serpente. Seriam ento os filhos de Deus e os filhos do Diabo que se encontrariam misturados durante a histria e inclusive no reino apresentado por Cristo (trigo e joio). Essas duas linhagens se encontram representadas em indivduos como Abel e Caim, Isaque e Ismael, Jac e Esa, Davi e Saul, etc. Em todos os casos, o joio est perseguindo o trigo e tentando destru-lo. No Novo Testamento, vemos os fariseus perseguindo Cristo e tentando destru-lo. Joo os chamou de "raa de vboras". Jesus tambm usou a mesma expresso (Mt.23.31-35) e acrescentou que eles seriam rus do sangue dos justos, desde Abel at Zacarias. Observe o vnculo que Cristo fez entre os justos. No seria um vnculo genealgico natural, pois tudo indica que Abel tenha morrido sem deixar descendncia. Outro detalhe importante que Jesus estabeleceu uma ligao entre Caim e os fariseus ao cobrar destes o sangue de Abel, morto por Caim. Sendo raa uma descendncia e vbora uma serpente, temos ento uma ligao com Gnesis 3.15 e a semente da serpente. Alm disso, Cristo chamou os fariseus de "filhos do Diabo" (Joo 8.44).
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As parbolas nos mostram essa mistura at mesmo no reino. Trigo e joio crescem juntos. O reino tambm comparado rede que apanha toda espcie de peixe. Contudo, Cristo avisa sobre o juzo final, quando haver a separao. Isso se mostra tambm na parte proftica do livro (cap.24/25), quando se fala das virgens prudentes e das nscias, do servo fiel e do infiel, dos bodes e das ovelhas. Nesse ponto, Cristo apresentado como juiz, pois a ele cabe a deciso que separa os bons dos maus. Apesar de mostrar essa diferena entre as pessoas, Jesus no apresenta tudo isso como um quadro imutvel. H esperana para o mpio, o joio, o injusto. A palavra de Deus, a santa semente divina, nos enviada com o propsito de nos transportar do imprio das trevas para o reino da luz (Colos.1.13). Todos ns ramos, por natureza, filhos da ira (Ef.2.3), filhos da desobedincia (Ef.5.6; Colos.3.6), mas fomos regenerados pela palavra de Deus (I Pd.1.23). Foi enxertada em ns a semente bendita do Senhor, por meio da qual somos feitos filhos de Deus (Joo 1.12). Outro aspecto abordado por Jesus o crescimento do reino. Ele comea do interior do homem para o seu exterior. O reino de Cristo comea nos coraes, mas no futuro atingir todo o mundo (Apc.11.15). Outra figura para o crescimento do reino o fermento, o qual no se v, mas apenas seu efeito notado. Nota-se novamente o aspecto do reino com algo interior, oculto, guardado no ntimo. O mesmo se observa em sua comparao com a prola e o tesouro escondido. Nessas parbolas, acrescenta-se ao reino a caracterstica de grande valor, ao ponto de ser sensata toda a renncia que se fizer para alcan-lo. Tal renncia no compreendida pelas pessoas, pois no esto vendo a prola nem o tesouro (II Cor.4,2,3,4,7). 7 - A ofensa do reino 13.53 a 16.12 Aps encerrar suas parbolas, Cristo se dirigiu sua Nazar, onde foi rejeitado por seus compatriotas. Em seguida temos o relato da morte de Joo Batista. As reaes negativas contra o reino tornam-se mais intensas. Os fariseus entram em cena novamente em perseguio ao Mestre (15.2; 16.1). Surge ento o fermento maligno contra o fermento do reino (16.6). As obras malignas tambm crescem. A perseguio contra Cristo estava crescendo. As falsas doutrinas, as palavras do inimigo, podem produzir algum tipo de crescimento. A serpente disse que Ado e Eva iriam adquirir conhecimento. Isso poderia ser visto como um tipo de desenvolvimento para eles. Contudo, tal crescimento no estava no plano ou na hora de Deus para o homem. Da mesma forma, existem muitas maneiras de se crescer na vida. Algumas delas incluem a explorao ao prximo e a transgresso de normas. No deixa de ser um crescimento, porm cresce tambm o nus para quem assim age. o fermento maligno, acerca do qual o apstolo Paulo adverte os corntios (5.7). Dentro desse raciocnio alegrico se encaixam as determinaes de abstinncia de tudo o que fosse fermentado ao se realizar a pscoa. A fermentao, vista sob o seu aspecto negativo, est relacionada putrefao.
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III - A paixo do Rei - 16.13 a 28.20 1 - A revelao do rei 16.13 - 17.27 Embora Jesus j fosse publicamente conhecido h um bom tempo, as pessoas no sabiam muito bem quem ele era. Sabiam apenas que Jesus curava os enfermos e multiplicava os alimentos. Nem os discpulos possuam uma viso definida sobre ele. Ocorre ento a revelao. Primeiro Jesus pergunta: "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?" E eles disseram: Uns, Joo Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas." (Mt.16.13-14). Notamos a confuso de opinies sobre Jesus. Eram muitas e todas equivocadas. A mais absurda era de quem pensava se tratar de Joo Batista ressuscitado, uma vez que Joo e Jesus foram contemporneos. A confuso de opinies persiste ainda hoje. Muitos diro que Cristo foi um grande mestre, um profeta, um filsofo, um revolucionrio, um fundador de religio, um esprito de luz, etc. Mesmo sendo verdade sua qualidade de Mestre e profeta, essas palavras so totalmente inadequadas para defini-lo. Jesus continua interrogando os seus discpulos: "Disse-lhes ele: E vs, quem dizeis que eu sou? E Simo Pedro, respondendo, disse: Tu s o Cristo, o Filho do Deus vivo." (Mt.16.15-16). Pedro recebeu uma revelao divina, como se faz necessrio at hoje. Jesus o Filho de Deus e isso supera todas as definies anteriores. Desse modo, fica evidente a superioridade de Cristo sobre Joo Batista, Elias, Jeremias e todos os outros profetas (Hb.1.1-3). No captulo 17, aparecem no monte Elias e Moiss. Ouve-se ento uma voz do cu que diz a respeito de Cristo: "Este o meu Filho amado. A ele ouvi." Nesse momento, Moiss entra para a lista. Fica demonstrado que Cristo superior lei e aos profetas. At esse ponto do livro, j foi apresentada a supremacia de Jesus em relao a todos os valores e figuras importantes do judasmo. A revelao do rei estava se desenvolvendo de forma muito agradvel para os discpulos at que Cristo passa a dizer-lhes que era necessrio sua ida a Jerusalm para morrer e ressuscitar (Mt.16.21; 17.22-23). A revelao da morte do Rei foi assustadora para os discpulos. Isso era totalmente contrrio expectativa que eles haviam alimentado em relao ao reino de Deus. Pedro chegou a dizer que de maneira nenhuma aquilo aconteceria. Jesus lhe repreendeu dizendo: "Para trs de mim, Satans, que me serves de escndalo; porque no compreendes as coisas que so de Deus, mas s as que so dos homens." (Mt.16.21-23). Tal decepo pode acontecer com muitos cristos que possuem apenas uma expectativa humana em relao ao evangelho. Muitos pensam que o cristianismo dever nos proporcionar apenas alegrias, felicidade, bem estar, prosperidade e satisfao. Contudo, Jesus nos advertiu: "No mundo tereis aflies." (Joo 16.33). Na seqncia de Mateus 16, Jesus diz aos seus discpulos: "Se algum quiser vir aps mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e sigame" (Mt.16.24). A cruz faz parte deste caminho. As provas, as tribulaes, as tentaes, fazem parte do plano de Deus. Paulo escreveu aos romanos: "...tambm nos gloriamos nas tribulaes; sabendo que a tribulao produz a pacincia, e a pacincia a
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experincia, e a experincia a esperana." (Rm.5.3-4). Se no tivssemos a tribulao tambm no teramos os resultados positivos que ela produz em ns. "Se o gro de trigo, caindo na terra, no morrer, fica ele s; mas se morrer, d muito fruto." (Joo 12.24). Se no houver morte tambm no haver ressurreio. 2 - A doutrina do rei 18-20 - Conforme deduzem alguns comentaristas, uma das preocupaes de Mateus era o atendimento das necessidades da sua comunidade, a igreja. Por isso ele selecionou e organizou seu material da forma com o temos hoje. Nesses captulos encontramos ensinamentos de Jesus sobre humildade, o valor de uma alma, o perdo, decises da igreja, divrcio, o perigo das riquezas e as recompensas aos seus seguidores. 3 - A rejeio do rei 21-22 Os judeus recebem Jesus em Jerusalm com entusiasmo. Porm, estranham sua atuao no templo, quando ele expulsa os comerciantes e derruba suas mercadorias. Da mesma forma muitos estranham as mudanas que Jesus deseja fazer em suas vidas aps terem-no recebido como Salvador. Na seqncia, Jesus conta uma parbola que mostra a chegada dos gentios para o reino, enquanto que os judeus ficam em ltimo lugar. Em todo tempo os fariseus ouviam tudo isso. Porm, nunca entendiam o alerta de Jesus. Sempre se viam ameaados por ele, quando deviam v-lo como salvador. E assim, se punham sempre em atitude de perseguio e isto apenas se tornava cumprimento das prprias palavras de Cristo. 4 - As censuras do rei 23 At ento, os fariseus vinham praticando um tipo de "perseguio teolgica" contra Jesus. Tentavam coloc-lo em dificuldade afim de apanh-lo em alguma palavra. Jesus, por sua vez, vinha administrando o conflito de forma amigvel. Porm, no captulo 23, Jesus parte para o confronto. Ele usa palavras duras e revela publicamente toda a corrupo dos fariseus. Com tudo isso acrescentado ao episdio do templo, aqueles religiosos j se consideravam de posse de motivos suficientes para condenar Jesus morte. 5 - As predies do rei 24-25 - Temos nesse trecho um discurso apocalptico de Jesus. a escatologia do Mestre tratando dos sinais dos ltimos tempos, o surgimento de falsos cristos, sua segunda vinda, o arrebatamento, o juzo e a eternidade. Fica demonstrada ento o conhecimento de Cristo sobre os eventos futuros, exceto sobre o dia da sua vinda. J que ningum sabe esse dia, seno o Pai, Jesus refora bem a necessidade de vigilncia por parte de seus seguidores. Alguns fatos previstos nesses captulos relacionam-se destruio de Jerusalm no ano 70. Isso claro em relao ao templo (Mt.24.1-2). No texto dos versculos 15 a 21, temos uma referncia Judia e ao lugar santo. Nota-se, portanto, uma indicao especfica para os fatos que haveriam de acontecer em Jerusalm. No obstante, algumas profecias podem se aplicar a mais de um momento histrico. Alm disso, muitos versculos dos referidos captulos no tiveram seu cumprimento no ano 70. Sobre o prprio templo, uma de suas
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paredes ainda se encontra de p at hoje e recebeu o nome de Muro das Lamentaes. Jesus disse que ali no ficaria pedra sobre pedra. Ento, resta ainda um cumprimento final para aquela profecia do Mestre. 6 - Os sofrimentos do rei - 26-27 As autoridades religiosas levaram s ltimas conseqncias sua perseguio ao mestre. Essa parte trata da traio de Judas, priso e morte de Jesus. At nesse momento, o ttulo real acompanha o Messias. Sobre sua cruz se coloca a inscrio em caracteres romanos, gregos e hebraicos: "Este Jesus, o Rei dos judeus." (Mt.27.37 Lc.23.38). O que, para os algozes era uma acusao contra Cristo, tem maior significado como acusao contra seus prprios malfeitores. Mataram o rei dos judeus. Tal escrita torna-se mais significativa ainda quando a vemos como uma declarao para o mundo a respeito de Cristo. Ali estava a verdade. A partir de ento, cabe a cada ser humano aceit-la ou rejeit-la. Contudo, isso no mudar a essncia da afirmao, a qual foi escrita nos trs principais idiomas daquela regio. Embora o aramaico no tenha sido usado, bastavam os caracteres romanos, hebraicos e gregos para que qualquer pessoa que por ali passasse pudesse ser capaz de ler aquela frase. A mensagem da cruz para todos, a todos foi dirigida e quem quiser ignor-la no ter outro caminho de salvao. 7 - O triunfo do rei 28 Encerrando seu livro, Mateus fala sobre a ressurreio de Jesus. Est ento demonstrado o poder triunfal do Rei Messias sobre sua prpria morte. Agora, tendo recebido todo poder nos cus e na terra, ele d ordens aos seus discpulos para que levem o evangelho a todas as naes.
Em caso de utilizao impressa do presente material, favor mencionar o nome do autor: Ansio Renato de Andrade Bacharel em Teologia. Para esclarecimento de dvidas em relao ao contedo, encaminhe mensagem para [email protected] Retorno pgina principal
BIBLIOGRAFIA SNCHEZ, Toms Parra, Os Tempos de Jesus Ed. Paulinas. GONZLEZ, Justo L., Uma Histria Ilustrada do Cristianismo - Volume 1 - Ed. Vida Nova. TURNER, Donald D., Exposio de Os Atos dos Apstolos - Imprensa Batista Regular. PACKER, J.I., TENNEY, Merril C., WHITE JR., William, O Mundo do Novo Testamento
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Ed. Vida. MORACHO, Flix, Como Ler os Evangelhos Ed. Paulus. PEARLMAN, Myer, Mateus - O Evangelho do Grande Rei - CPAD. TURNER, Donald D., Introduo do Novo Testamento - Imprensa Batista Regular. THOMAS, W. H. Griffith, Como Estudar os Quatro Evangelhos - Casa Editora Presbiteriana. SOUZA, Itamir Neves, Atos dos Apstolos - Uma Histria Singular - Ed. Descoberta. CULLMANN, Oscar, A Formao do Novo Testamento - Ed. Sinodal. GIBERT, Pierre, Como a Bblia Foi Escrita Ed. Paulinas. ELWELL, Walter A. , Manual Bblico do Estudante CPAD. HOUSE, H. Wayne, O Novo Testamento em Quadros - Ed. Vida JOSEFO, Flvio, A Histria dos Judeus CPAD DOUGLAS, J.D., O Novo Dicionrio da Bblia Ed. Vida Nova SOUZA, Itamir Neves - 70 Sermes Expositivos no Livro de Atos dos Apstolos. Apostila do SEBEMGE Pastor Delmo Gonalves Bblia de Referncia Thompson - Traduo de Joo Ferreira de Almeida - Verso Contempornea - Ed. Vida
RESUMO
Mateus (Ou Levi), apstolo de Jesus (Mt 10.3, Mc 3.18), coletor de impostos (Mt 9.9-13)
Cristo (grego) = Messias ( Hebraico) = Ungido (consagrado a Deus para um obra toda especial).
Mateus sempre est citando o Velho Testamento. Inicia o seu livro com a
genealogia ( relao da famlia) de Jesus, o filho de Abrao (1.1). Seu objetivo provar que Jesus o cumprimento das profecias ( 1.22-23, 2.46, 15 18, etc.)
Cristo Rei. Ao nascer, recebeu presentes reais (2.11), sendo ele filho do Pgina 52
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grande rei Davi (1.1). Ele fala constantemente do seu Reino. Toda a autoridade me foi dada no cu e na terra (28.18).
Todo o mundo chamado (28.19), os gentios ( no judeus) inclusive. Os gentios esperam no seu nome (12.21), ouvem o evangelho (24.14), tornam-se discpulos (28.19)
Jesus. Jesus o profeta prometido (Dt 18.15-18) que nos ensina o que a justia exigida pelo reino (6.33). E a Igreja deve continuar esta obra, fazendo discpulos (28.18-20)
Ensinos (Captulos)
8-9
10 ( Misso da Igreja)
11-12
13 ( 7 Parbolas)
14-17
18 (Conduta de Igreja)
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19-22 23-25 ( Censura as Fariseus, as (as ltimas coisas)
Marcos
Autor: Marcos Data: Cerca de 6570 dC
Autor
Mesmo que o Evangelho de Mc seja annimo, a antiga tradio unnime em dizer que o autor foi Joo Marcos, seguidor prximo de Pedro ( 1Pe 5.13) e companheiro de Paulo e Barnab em sua primeira viagem missionria. O mais antigo testemunho da autoria de Mc tem origem em Papias, bispo da Igreja em Hierpolis (cerca de 135-140 dC), testemunho que preservado na Histria Eclesistica de Eusbio. Papias descreve marcos como interprete de Pedro. Embora a igreja antiga tenha tomado cuidado em manter a autoria apostlica direta dos Evangelhos, os pais da igreja atriburam coerentemente este Evangelho a Marcos, que no era um apstolo.
Perfil do Autor
Conforme a mais antiga tradio, foi escrito por um tal Joo Marcos, filho de uma mulher chamada Maria, que tinha uma casa em Jerusalm. o que noticia Papias.
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Em At 12,12 e 12,25, h referncia a Joo Marcos e sua me. Serviu como fonte para Lucas e Mateus, tendo ele prprio se utilizado de outras "fontes".
Composio Literria
escrito em estilo muito simples e com pouca preciso no aspecto histrico. Descuida-se com a seqncia cronolgica. Tem pouca elaborao teolgica. Usa muitas palavras aramaicas, o que mostra sua proximidade dos originais em que se baseou. (Por ex: Boanerges 3,17; Talita cumi 5, 41; efat 7, 34; aba 14,36; eloi, eloi l5, 34 ). Mostra ainda resqucios de uma tradio oral. Diz uma tradio antiga que Marcos escreveu o Evangelho com base na pregao de Pedro. Ele prprio deve ter testemunhado alguns dos fatos narrados. H um fundamento para esta tradio no prprio evangelho (14,51) que embora no seja prova apodtica, no mnimo uma grande coincidncia. H indcios de que tenha sido escrito em Roma. Baseia-se isso sobretudo naquela famosa questo acerca do divrcio (10, 1-12), que era um problema para os romanos naquela poca. H ainda o uso de palavras latinas como 'kenturin' para dizer centurio, apenas escrevendo a pronncia da palavra latina em grego, ao invs de em vez de 'acatotarkos', a palavra grega correspondente. Em 12,41 (oferta da viva), explica o nome da moeda, ao que ela correspondia em latim, para ser entendido pelos romanos. Explica tambm o nome da sala em que JC foi julgado, isto , 'pretorion'. O final do escrito provavelmente no do prprio Marcos, mas talvez acrscimo posterior de algum discpulo dele.
Objetivo Doutrinrio
Teologicamente, o evangelho de Marcos quer mostrar que Jesus Cristo o Messias esperado e prometido. Usa os mesmos ttulos messinicos que eram com freqncia usados pelo povo. O ponto culminante do seu evangelho a confisso de Pedro, em Cesaria (8, 27-30) e a resposta de Cristo. JC no declarara antes ser o
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Messias, por causa do falso conceito de Messias que o povo tinha, o libertador temporal. Tanto assim que na ocasio em que aps um milagre a multido quis aclam-lo, ele fugiu. Alguns autores dizem que Marcos usou este "segredo messinico" para evitar explicaes embaraosas pelo fato de que Cristo, que devia ser o libertador, tinha morrido da maneira que morreu. A histria da paixo apresentada como uma vitria, um fracasso apenas aparente.
Data
Os fundadores da Igreja declaram que o Evangelho de Mc foi escrito depois da morte de Pedro, que aconteceu durante as perseguies do Imperador Nero por volta de 67 dC. O Evangelho em si, especialmente o cap. 13, indica ter sido escrito antes da destruio do Templo em 70 dC. A maior parte das evidncias sustenta uma data entre 65 e 70 dC. Foi o primeiro evangelho a ser escrito. O tempo em que foi escrito no est muito longe da destruio de Jerusalm, que ocorreu em 70 d.C. Apresenta pouca evoluo da doutrina crist e contm pouca reflexo teolgica. Deve ter sido escrito entre os anos 60 e 70, mais prximo de 70. provvel que Marcos tenha sido contemporneo dos acontecimentos da paixo e morte de Cristo.
Contexto Histrico
Em 64 dC, Nero acusou a comunidade crist de colocar fogo na cidade de Roma, e por esse motivo instigou uma temerosa perseguio na qual Paulo e Pedro morreram. Em meio a uma igreja perseguida, vivendo constantemente sob ameaa de morte, o evangelista Marcos escreveu suas boas novas. Est claro que ele quer que seus leitores tomem a vida e exemplo de Jesus como modelo de coragem e fora. O que era
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verdade para Jesus deveria ser para os apstolos e discpulos de todas as idades. No centro do Evangelho h pronunciamentos explcito de que importava que o Filho do Homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos ancios, e pelos prncipes dos sacerdotes e pelos escribas, que fosse morto, mas que, depois de trs dias, ressuscitaria (8.31) Esse pronunciamento de sofrimento e morte repetido (9.31; 10.32-34), mas torna-se uma norma para o comprometimento do discipulado: Se algum quiser vir aps mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz e siga-me (8.34). Marcos guia seus leitores cruz de Jesus, onde eles podem descobrir o significado e esperana em seu sofrimento.
Contedo
Mc estrutura seu Evangelho em torno de vrios movimentos geogrficos de Jesus, que chega ao clmax com sua morte e ressurreio subseqente. Aps a introduo (1.113), Mc narra o ministrio pblico de Jesus na Galilia (1.14-9.50) e Judia (captulos 10-13), culminando na paixo e ressurreio (captulos 14-16). O Evangelho pode ser visto como duas metades unidas pela confisso de Pedro de que Jesus era o Messias (8.17-30) e pelo primeiro anncio de Jesus e sua crucificao (8.31). Mc o menor dos Evangelhos, e no contm nenhuma genealogia e explicao do nascimento e antigo ministrio de Jesus na Judia. o evangelho da ao, movendo-se rapidamente de uma cena para outra. O Evangelho de Joo um retrato estudado do Senhor, Mt e Lc apresentam o que poderia ser descrito como uma srie de imagens coloridas, enquanto que Mc como um filme da vida de Jesus. Ele destaca as atividades dos registros mediante o uso da palavra grega euteos que costuma ser traduzia por imediatamente. A palavra ocorre quarenta e duas vezes, mais do que em todo o resto do NT. O uso freqente do imperfeito por Mc denotando ao contnua, tambm torna a narrativa rpida. Mc tambm o Evangelho da vivacidade. Frases grficas e surpreendentes ocorrem com freqncia para permitir que o leitor reproduza mentalmente a cena descrita. Os olhares e gestos de Jesus recebem ateno fora do comum. Existem
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muitos latinismos no Evangelho (4.21; 12.14; 6.27; 15.39). Mc enfatiza pouco a lei e os costumes judaicos, e sempre os interpreta para o leitor quando os menciona. Essa caracterstica tende a apoiar a tradio de que Mc escreveu para uma audincia romana e gentlica. De muitas formas, ele enfatiza a Paixo de Jesus de modo que se torna a escala pela qual todo o ministrio pode ser medido: Porque o Filho do Homem tambm no veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos(10.45). Todo o ministrio de Jesus (milagres, comunho com os pecadores, escolha de discpulos, ensinamentos sobre o reino de Deus, etc.) est inserido no contexto do amor oferecido pelo Filho de Deus, que tem seu clmax na cruz e ressurreio.
Cristo Revelado
Esse livro no uma biografia, mas uma histria concisa da redeno obtida mediante o trabalho expiatrio de Cristo. Mc demonstra as reivindicaes messinicas de Jesus enfatizando sua autoridade com o Mestre (1.22) e sua autoridade sobre satans e os esprito malignos (1.27; 3.19-30), o pecado (2.1-12), o sbado (2.27-28; 3.1-6), a natureza (4.35-41; 6.45-52), a doena (5.21-34), a morte (5.35-43), as tradies legalistas (7.1-13,14-20), e o templo (11.15-18). Ttulo de abertura do trabalho de Mc, Princpio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus (1.1), fornece sua tese central em relao a identidade de Jesus como o filho de Deus. Tanto o batismo quanto a transfigurao testemunham sua qualidade de filho (1.11; 9.7). Em duas ocasies, os espritos imundos o reconhecem como Filho de Deus (3.11; 5.7). A parbola dos lavradores malvados (12.6) faz aluso qualidade de filho divino de Jesus (12.6). Por fim, a narrativa da crucificao termina com a confisso do centurio: Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus. (15.39) O titulo que Jesus usava com mais freqncia para si prprio, num total de catorze vezes em Marcos, Filho do Homem. Como designao para o Messias, este termo (ver Dn 7.13) no era to popular entre os Judeus como o ttulo Filho do
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Homem para revelar e para esconder seu messianismo e relacionar -se tanto com Deus quanto com o homem. Mc, atentando para o discipulado, sugere que os discpulos de Jesus deveriam ter um discernimento amplo ao mistrio de sua identidade. Mesmo apesar de muitas pessoas interpretarem mal sua pessoa e misso, enquanto os demnios confessam sua qualidade de filho de Deus, os discpulos de Jesus precisam ver alm de sua misso, aceitar sua cruz e segui-lo. A segunda vinda do Filho do Homem revelar totalmente seu poder e glria.
O Esprito Santo em Ao
Junto com os outros escritores do Evangelho, Mc recorda a profecia de Joo Batista de que Jesus vos batizar com o ES (1.8), Os crentes seriam totalmente imersos no Esprito, como os seguidores de Joo o eram nas guas. O ES desceu sobre Jesus em seu batismo (1.10), habilitando-o para seu trabalho messinico de cumprimento da profecia de Isaas (Is 42.1; 48.16; 61.1-2). A narrativa do ministrio subseqente de Cristo testemunha o fato de que seus milagres e ensinamentos resultaram da uno do ES. Mc declara graficamente que o Esprito o impeliu para o deserto (1.12) para que fosse tentado, sugerindo a urgncia por encontrar e vencer as tentaes de satans, que queria corromp-lo antes que le embarcasse em uma misso de destruir o poder do inimigo nos outros. O pecado contra o ES colocado em contraste com todos os pecados (3.28), pois esses pecados e blasfmias podem ser perdoados. O contexto define o significado dessa verdade assustadora. Os escribas blasfemaram contra o ES ao atriburem a satans a expulso dos demnios. Que Jesus realizava pela ao do ES (3.22). Sua viso prejudicada tornou-os incapazes do verdadeiro discernimento. A explicao de Mc confirma o motivo de Jesus ter feito essa grave declarao (3.30). Jesus tambm refere inspirao do AT pelo ES (12.36). Um grande estmulo aos
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cristos que enfrentam a hostilidade de autoridades injustas a garantia do Senhor de que o ES falar atravs deles quando testemunharem de Cristo (13.11). Alm das referncias explcitas ao ES, Mc emprega palavras associadas com o dom do Esprito, como poder, autoridade, profeta, cura, imposio de mos, Messias e Reino.
Esboo de Marcos
Introduo Declarao Cumprimento O O ministrio batismo da sumria profecia de de Joo do AT Batista Jesus 1.1-13 1.1 1.2-3 1.4-8 1.9-11
A tentao de Jesus 1.12-13 I. O Ministrio de Jesus na Galilia 1.14-9.50 Princpio: Etapas Sucesso posteriores: Aumento fora e de da conflito popularidade e iniciais oposio 1.14-3.6 3.7-6.13 6.14-8.26
Ministrio
Galilia
Ministrio no caminho para a Judia 8.26-9.50 II. O Ministrio de Jesus na Judia 10.1-16.20 Ministrio Ministrio A A ressurreio 16.1-20 na em Paixo Transjordnia Jerusalm 10.1-52 11.1-13.37 14.1-15.47
interessado em atingir os romanos (gentios). Ele no se preocupa tanto quanto Mateus com as profecias do Velho Testamento, mas sim com a identidade de Jesus suas aes, seus milagres, seu poder.
Jesus o Filho de Deus (1.1), segundo a voz dos cus (1.11, 9.7) e o Pgina 60
Evangelhos
testemunho de Jesus mesmo ( 12.1-12, 35-37)
evangelhos. Como Marcos era discpulo de Pedro, seu evangelho reflete a pregao e a personalidade de Pedro que era um homem de ao;
sbado (2.28), ressuscitar aps sua morte (8.31, 9.9,10.29-34), vir nas nuvens com poder e glria (8.38, 13.26, 14.62).
Apesar de toda sua autoridade, Jesus veio para servir e dar a sua vida
(10.45). O Servo Sofredor de Isaas 53. Sim, Marcos nos apresenta o Jesus que , ao mesmo tempo, o poderoso filho do Homem e o humilde filho de Deus. Marcos destaca, assim, tanto a natureza divina quanto a natureza humana de Jesus.
Diviso do Livro:
1) Perodo de xito ( sucesso) : Jesus seguido pela multido (1.1-8.26) 2) Narrativa da Paixo : ltimas semanas de Jesus (8.27-16.8)
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Lucas
Autor: Data: Cerca de 59 75 dC Lucas
Autor
Tanto o estilo quanto a linguagem oferecem evidncias convincentes de que a mesma pessoa escreveu Lucas e Atos. O primeiro tratado At. 1.1 , ento provavelmente, uma referncia ao terceiro evangelho, como o primeiro de uma srie de dois volumes. E o fato de o escrito dedicar ambos os livros a Tefilo tambm demonstra solidamente uma autoria comum. Visto que a tradio de igreja atribui com unanimidade essas duas obras a Lucas, o mdico, um companheiro prximo de Paulo (Cl. 4.14; Fm. 24; 2 Tm. 4.11), e, como as evidncias internas sustentam esse ponto de vista, no h motivos para contestar a autoria de Lucas.
Data
Eruditos que admitem que Lucas usou o Evangelho de Marcos como fonte para escrever seu prprio relato datam Lc por volta do ano 70 dC. Outros, entretanto, salientam que Lucas o escreveu antes de At., que ele escreveu durante o primeiro encarceramento de Paulo pelos romanos, cerca de 63 dC. Como Lucas estava em Cesaria de Filipe durante os dois anos em que Paulo ficou preso l (At. 27.1), ele teria uma grande oportunidade durante aquele tempo para conduzir investigaes que ele menciona em 1.1-4. Se for este o caso, ento o Evangelho de Lc pode ser datado por volta de 59-60 dC, mas no mximo at 75 dC.
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Contedo
Uma caracterstica distinta do Evangelho de Lc sua nfase na universalidade da mensagem crist. Do cntico de Simeo, louvando Jesus como luz... para as naes (2.32) comisso do Senhor ressurreto para que se pregasse em todas as naes (24.47), Lc reala o fato de que Jesus no apenas o Libertador dos judeus, mas tambm o Salvador de todo o mundo. A fim de sustentar esse tema, Lc omite muito material que estritamente de carter judaico. Por exemplo, ele no inclui o pronunciamento de condenao de Jesus aos escribas e fariseus (Mt 23), nem a discusso sobre a tradio judaica (Mt 15.1-20; Mc 7.1-23). Lc tambm exclui os ensinamentos de Jesus no Sermo da Montanha que tratam diretamente do seu relacionamento com a lei (Mt 5.21-48; 6.1-8, 16-18). Lc tambm omite as instrues de Jesus aos Doze para se absterem de ministrar aos gentios e samaritanos (Mt 10.5). Por outro lado, Lc inclui muitas caractersticas que demonstram universalidade. Ele enquadra o nascimento de Jesus em um contexto romano (2.1-2; 3.1), mostrando que o que ele registra tem significado para todas as pessoas. Ele enfatiza ainda, as razes judaicas de Jesus. De todos os escritores dos Evangelhos s ele registra a circunciso e dedicao de Jesus (2.21-24), bem como sua visita ao Templo quando menino (2.41-52). Somente ele relata o nascimento e a infncia de Jesus no contexto de judeus piedosos como Simeo, Ana, Zacarias e Isabel, que estavam entre os fiis restantes esperando a consolao de Israel (2.25). Por todo o Evangelho, Lc deixa claro que Jesus o cumprimento das esperanas do AT relacionadas salvao.
Um versculo chave do evangelho de Lc o 19.10, que declara que Jesus veio buscar e salvar o que se havia perdido. Ao apresentar Jesus como Salvador de todos os tipos de pessoas, Lc inclui material no encontrado nos outros evangelhos, como o relato do fariseu e da pecadora (7.36-50); a parbola do fariseu e o publicano (18.9-14); a histria de Zaqueu (19.1-10); e o perdo do ladro na cruz (23.39-43).
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Lucas ressalta as advertncias de Jesus sobre o perigo dos ricos e a simpatia dele pelos pobres (1.53;4.18; 6.20-21, 24-25; 12.13-21; 14.13; 16.19-31; 19.1-10).
Este evangelho tem mais referncias orao do que os outros evangelhos. Lc enfatiza especialmente a vida de orao de Jesus registrando sete ocasies em que Jesus orou que no so encontrados em mais nenhum outro lugar (3.21; 5.16; 6.12; 9.18,29; 11.1; 23.34,46). S Lc tem as lies do Senhor sobre a orao ensinada nas parbolas do amigo importuno (18.9-14). Alm disso, o evangelho abundante em notas de louvor e ao de graas ( 1.28,46-56,68-79; 2.14,20,29-32; 5.25-26; 7.16; 13.13; 17.15; 18.43)
Cristo Revelado
Alm de apresentar Jesus como o Salvador do mundo, Lc d os seguintes testemunhos sobre ele: Jesus o profeta cujo papel equipara-se ao Servo e Messias (4.24; 7.16,39; 919; 24.19). Jesus o homem ideal, o perfeito salvador da humanidade. O ttulo Filho do Homem encontrado 26 vezes no evangelho. Jesus o Messias. Lc no apenas afirma sua identidade messinica, mas tambm tem o cuidado de definir a natureza de seu messianismo. Jesus , por excelncia, o Servo que se dispe firmemente a ir a Jerusalm cumprir seu papel (9.31.51). Jesus o filho de Davi (20.41-44), o Filho do Homem (5.24) e o Servo Sofredor (4.17-19, que foi contado com os transgressores (22.37). Jesus o Senhor exaltado. Lc refere-se a Jesus como Senhor dezoito vezes em seu evangelho. Jesus o amigo dos proscritos humildes. Ele constantemente bondoso para com os rejeitados.
O Esprito Santo em Ao
H dezesseis referncias explicitas ao Esprito Santo, ressaltando sua obra tanto na vida de Jesus quanto no ministrio continuo da igreja. Em primeiro lugar: a ao do ES vista na vida de vrias pessoas fiis, relacionadas ao nascimento de Joo Batista e Jesus (1.35,41,67; 2.25-27), bem como no fato de Joo ter cumprido seu ministrio sob a uno do ES (1.15). O mesmo Esprito capacitou Jesus para cumprir seu ministrio.
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Evangelhos
Em segundo lugar: O ES capacita Jesus para cumprir seu ministrioo Messias ungido pelo ES. Nos captulos 3-4, h cinco referencias ao Esprito, usadas com fora progressiva. 1) O Esprito desce sobre Jesus em forma corprea, como uma pomba (3.22); 2) Ele leva Jesus ao deserto para ser tentado (4.1); 3) Aps sua vitria sobre a tentao, Jesus volta para a Galilia no poder do mesmo (4.14) 4) Na sinagoga de Nazar, Jesus l a passagem messinica: O Esprito do Senhor est sobre mim...(4.18; Is 61.1-2), reivindicando o cumprimento nele (4.21). Ento, 5) evidncia seu ministrio carismtico est repleta (4.31-44) e continua em todo seu ministrio de poder e compaixo. Em terceiro lugar: O ES, atravs de orao de petio leva a cabo o ministrio messinico. Em momentos crticos daquele ministrio, Jesus ora antes, durante ou depois do acontecimento crucial (3.21; 6.12; 9.18,28; 10.21). O mesmo ES que foi eficaz atravs de oraes de Jesus dar poder as oraes dos discpulos (18.1-8) e ligar o ministrio messinico de Jesus ao ministrio poderoso deles atravs da igreja (24.48.49). Em quarto lugar: O ES espalha alegria tanto a Jesus como nova comunidade. Cinco palavras gregas denotando alegria ou exultao so usadas duas vezes com mais freqncia tanto Lc como Mt ou Mc. Quando os discpulos voltam com alegria de sua misso (10.17), Naquela mesma hora, se alegrou Jesus no ES e disse... (10.21). Enquanto os discpulos esto esperando pelo Esprito prometido (24.49), adorando -o eles, tornaram com grande jbilo para Jerusalm. E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a DEUS (24.52-53).
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Evangelhos
Esboo de Lucas
I. Prlogo 1.1-4 II. A narrativa da infncia 1.5-2.52 Anncio Anncio Visita O O do do das nascimento nascimento de de nascimento nascimento duas Joo de Joo de Batista Jesus mes Batista Jesus 1.5-25 1.26-38 1.39-56 1.57-80 2.1-40
O menino Jesus no templo 2.41-52 III. Preparao para o ministrio pblico 3.1-4.13 O O A ministrio batismo genealogia de de de Joo Batista Jesus Jesus 3.1-20 3.21-22 3.23-38
A tentao 4.1-13 IV. O ministrio galileu 4.14-9.50 Em Do O Nazar chamamento de Pedro e ao da Carfanaum chamamento dos doze 4.14-44 5.1-6.16 6.17-49
Sermo
Montanha
Narrativa e dilogo 7.1-9.50 V. A narrativa de viagem (no caminho para Jerusalm) 9.51-19.28 VI. O ministrio de Jerusalm 19.29-21.38 Acontecimentos Histria na entrada de de Jesus em Jerusalm 19.29-48 20.1-21.4
controvrsias
Discurso escatolgico 21.5-38 VII. A paixo e glorificao de Jesus 22.1-24.53 A A paixo, refeio morte e de sepultamento Pscoa de Jesus 22.1-38 22.39-23.56
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Evangelhos
Lucas,
mdico (C1 4.14) e companheiro de viagem de Paulo (Fm. 24,2 Tm. 4.11). Ao
contrrio dos evangelistas Mateus, Marcos e Joo, que eram Judeus, Lucas era gentio. Ele escreveu seu livro baseado em suas investigaes sobre a vida de Jesus (Lc. 1.1-4).
Endereou Lucas
Salvador no s do corpo (Lucas, mdico, registra muitas curas), mas da alma. Jesus, que ao mesmo tempo humano e divino, preocupa-se com as pessoas, e come com pecadores (5.29-32, 15.1-2), salva os ricos, (19.1-10), redime os pobres (4.18-19). Sim, Toda a carne ver a salvao de Deus (3.6).
Alm
tem sido chamado o livro mais lindo do mundo, por suas passagens
especficas sobre salvao, alegria e louvor (Lc. 1-2, 7.36-50, 9.25-37, 15.11-32,18.914,19.1-10, etc.). O objetivo do autor, alm de mostrar Jesus como Salvador e Senhor, caracterizar a reao das pessoas salvas ou curadas e do povo em geral atravs da alegria (2.10, 13.177, 15.6-9) e louvor (7.16, 18.43, 24,53).
Tambm
(4.42).
O
outros evangelhos.
Lucas
o livro potico. Abre com um hino Glria a Deus e encerra com um hino
E estavam sempre no templo, louvando a Deus. Ele preserva hinos preciosos para os cristos: O Magnificat - Hino de alegria de Maria (1.46-55) O Hino de Zacarias (1.68-79) O Hino dos anjos (2.8-14)
Os Evangelhos - A biografia do maior homem que j existiu: Jesus
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Evangelhos
Deste
evangelho,
aprendemos
que,
como
menino,
Jesus
se
desenvolveu
naturalmente (2.40-52). Como criana, era sujeito a Jos e Maria (2.51). S Lucas conta a visita de Jesus ao Templo, aos 12 anos. Como homem, trabalhou com as mos, chorou sobre a cidade, ajoelhou-se em orao, e conheceu a agonia do sofrimento.
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Evangelhos
JESUS : O FILHO DO HOMEM ESTE HOMEM TEM ALGO PARECIDO COM VOC?
Assinale com X o que voc tem enfrentado em sua vida pessoal: Desnimo e tristeza Dificuldades financeiras Ansiedades Ira Pensamentos pecaminosos Tentaes carnais Inveja, cimes, cobia Cansao Stress, agitao Dores, doena Solido Discriminao, zombaria Dvidas Fome e sede Pobreza Desprezo Presses do dia-a-dia Sofrimentos Angstias Decepes Pouco tempo Mc 14.33-34, Jo 11.35 Lc 9.58 Lc 22.44 Jo 2.15 Hb 4.15 Mt 4.3, Lc 22.28 Mt 4.8-9 Jo 4.6 Mc 8.11-12 Is 53.3,4 Mc 14.50 Mt 27.38-44 Mt 4.5-6 Mc 11.12, Jo 19.28 Lc 2.7 Mc 6.3 Mc 3.7-9, 4.38 Hb 2.18 Mc 14.35-36 Mc 6.3-6 Mc 1.35-38
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Evangelhos
Preocupaes Desespero Fofocas, injrias Injustias Jo 19.26-27 Mc 15.34 Lc 19.7 Is 53.7, Mc 15.19
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Evangelhos
JESUS : O FILHO DO HOMEM (Mc 10.45, 1 Tm 2.5) SUAS CARACTERSTICAS HUMANAS Se h um homem que marcou o mundo, este foi Jesus. Algumas de suas caractersticas humanas: 1. Foi pobre: Mt. 8.20, Lc 2.7 2. At os 30 anos, foi carpinteiro: Mc. 6.3, Lc 3.23 3. Foi tentado: Mt. 4.1-11 4. Submisso a seus pais e a Deus: Lc. 2.51, Fp. 2.8 5. Sofreu injustias: Lc. 23.24-25, 39, Jo 19.28,29 6. Chorava, irava-se e tinha muitas outras emoes e sentimentos: Mt. 8.10, Mc 14.33-34, Jo 11.35 7. Gostava de crianas: Mc. 10.13-16 8. Foi servo: Mt. 20.28, Fp. 2.7 Porque Jesus teve que vir como homem? Hb 2.17, 1 Jo 4.9 HERESIAS:
Jesus no tem natureza humana (Docetismo, Testemunhas de Jeov) - vide Jo 1.14 Jesus era s um homem (Ebionismo, Espiritismo) - vide Jo 1.1,18 e 1 Jo 4.2,3.
Os seguintes nomes e ttulos bblicos indicam em primeiro lugar sua humanidade: 1. JESUS: um nome judaico comum (Cl 4.11). Significa Jeov Salvador, e descreve sua misso para com os homens: Mt 1.21. 2. FILHO DE DAVI (Mt 21.9): revela sua origem, da linhagem do rei Davi, da tribo de Jud. Sendo judeu, cumpriu todos os ritos e leis judaicas.
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3. FILHO DO HOMEM: um ttulo que o identifica como todos ns, os
gentios, homens comuns. Sob este ttulo, Ele voltar, de maneira visvel, para governar este mundo! Dn 7.13-14, Mt 16.27-28. 4. SERVO: indica sua submisso completa ao Pai, at o ponto de morrer por
SUA HISTRIA HUMANA A histria de Jesus como homem est relatada nos quatro primeiros livros do Novo Testamento, chamados evangelhos. A maior parte das narrativas relatam o ministrio de Jesus, num perodo relativamente curto de 3 anos. Comeou a pregar aos 30 anos (Lc 3.23), aps seu batismo e tentao. Mateus e Lucas do nfase aos ensinos de Jesus (parbolas e sermes), enquanto Marcos enfatiza suas obras e Joo seus contatos e relacionamentos.
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Evangelhos
VISTA COMPARATIVA DOS QUATRO EVANGELHOS PERODO: A existncia de Jesus antes da encarnao O nascimento e infncia Joo Batista Batismo Tentao O primeiro milagre Princpio do ministrio na Judia (uns 8 meses) Visita a Samaria Ministrio da Galilia (uns 2 4.12 a 19.1 1.14 a 10.1 anos) Visita a Jerusalm Ministrio da Peria e fim 19 e 20 do da Judia (uns 4 meses) A ltima semana 21 a 27 11 a 15 10 9.51 19.28 19.29 24.1 Ministrio ressurreio de Ps- 28 16 24 20 e 21 4.14 9.51 4.4-42 a 4.43-54 e 6.1-7.1 5.1-47 a 7.2 11.57 a 12 a 19 a 1e2 3.1-12 3.13-17 4.1-11 1.1-8 1.9-11 1.12,13 1e2 3.1-20 3.21-22 4.1-13 2.1-11 2.13 a 4.3 1.6-42 Mateus Marcos Lucas Joo 1.1-3
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2. Descries da aparncia de Jesus como homem: Is 53.2, Zc 14.4, Ap 1.13-16 e 19.11-16 3. Marcas fsicas de Jesus: Jo 20.25-28, Ap 19.12, 16.
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EVANGELHO SEGUNDO LUCAS
1. PERFIL DO AUTOR Segundo antiga tradio, este Evangelho foi escrito por Lucas, um mdico de Antioquia. Ele no foi discpulo de Cristo, deduz-se isto logo no incio, pois se coloca fora das testemunhas oculares. Ele teria se encontrado com S. Paulo, em Antioquia. Nos Atos, ele fala muito de Antioquia, sua terra. Paulo fala dele em suas epstolas (Col. 4,14), (Fil, 24) (II Tim 4, 11).
um bom escritor, v-se pelo estilo do grego usado no prlogo, considerado um clssico da poca. O prprio costume de escrever prlogos, dedicando o livro era costume entre os grandes escritores. Corrige muito o estilo do grego de Marcos, substituindo termos vulgares por palavras mais eruditas. Foi um homem culto. vista dos acontecimentos da poca, procurou relacionar os acontecimentos narrados com fatos conhecidos da histria, com detalhes cronolgicos. 2. COMPOSIO LITERRIA Alguns estudiosos procuram ver no seu Evangelho um certo "olho clnico", por ser ele um mdico. V-se isto, por exemplo, nos episdios da sogra de Pedro, do Samaritano, da hemorrossa. Enquanto no evangelho de Marcos, ele fala 'que h 18 anos esta mulher sofria deste mal e tinha gasto tudo com os mdicos...', Lucas omite este detalhe, certamente defendendo a classe mdica.
No prlogo, ele se prope a escrever um evangelho completo desde o incio. Utilizou como fontes o evangelho de Marcos, a fonte Q, alm de outras fontes particulares da regio onde viveu. 3. OBJETIVO DOUTRINRIO A caracterstica teolgica deste evangelho o Messias dos pobres, humildes, desprezados, doentes e pecadores. Exemplos: em 19, 10, fala em salvar o que estava
Os Evangelhos - A biografia do maior homem que j existiu: Jesus
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perdido; em 7, 36-50, traz o relato da pecadora que banhou os ps de Cristo; em 15, 132, fala da ovelha perdida, dracma perdida, filho prdigo; em 10, 9-14, fala do publicado e o fariseu; em 16, 19-31, fala do rico avarento e do pobre lzaro; em 11, 41; 12, 33; 14,13; refere-se a esmolas.
Nota-se ainda uma preocupao de Lucas pelo conceito da mulher, valorizando a atuao delas, tendo em vista a situao destas naquela sociedade. Refere-se a Ana, Isabel, as mulheres que acompanhavam os Apstolos, Maria e Marta de Betnia, a viva de Naim; a mulher da multido, que exaltou a me de Cristo...E num lugar todo especial est Maria, Me de Jesus. D tantos detalhes da vida familiar da Sagrada Familia que muitas vezes se pensou que ele a tivesse entrevistado antes de escrever. Corrige certas referncias extraordinrias a respeito de JC que pudessem escandalizar os no judeus (multiplicao dos pes, sogra de Pedro, discusso no caminho... ). Faz a genealogia de Cristo diferente de Mateus, comeando por Ado. 4. CRONOLOGIA O tempo em que foi escrito situa-se entre 70 e 80 d.C.
Joo
Autor: Data: Cerca de 85 dC Apstolo Joo
Autor
A antiga tradio da igreja atribui o quarto evangelho a Joo o discpulo a quem Jesus amava (13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20), que pertencia ao crculo ntimo dos seguidores de Jesus (Mt 17.1; Mc 13.3). De acordo com escritores cristos do sc. I ,
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Evangelhos
Joo mudou-se para feso, provavelmente durante a guerra Judaica de 66-70dC, onde continuou seu ministrio.
Data
A mesma tradio que localiza Joo em feso sugere que ele escreveu seu evangelho na ltima parte do sc. I. Na falta de provas substanciais do contrrio, a maioria dos eruditos aceitam esta tradio.
Contedo
Enquanto era bem provvel que Joo conhecesse as narrativas dos outros trs Evangelhos, ele escolheu no seguir a seqncia cronolgica de eventos dos mesmos como uma ordem tpica. Nesse caso, eles podem ter usado as tradies literrias comuns e/ou orais. O esquema amplo o mesmo, e alguns acontecimentos em particular do ministrio de Jesus so comuns a todos os quatro livros. Algumas das diferenas distintas so: 1) Ao invs das parbolas familiares, Joo tem discursos extensos; 2) Em lugar dos muitos milagres e cura dos sinticos, Joo usa sete milagres cuidadosamente escolhidos a dedo que servem como sinais; 3) O ministrio de Jesus gira em torno das trs festas da Pscoa, ao invs de uma, conforme citado nos Sinticos; 4) Os ditos Eu sou so unicamente joaninos. Joo divide o ministrio de Jesus em duas partes distintas: os captulos captulos 2-12 do uma viso de seu ministrio pblico, enquanto os
denominado prlogo, Joo lida com as implicaes teolgicas da primeira vin da de Jesus. Ele mostra o estado preexistente de Jesus com Deus, sua divindade e essncia, bem como sua encarnao.
Cristo Revelado
O livro apresenta Jesus como nico Filho gerado por Deus que se tornou carne. Para Joo, a humanidade de Jesus significava essencialmente uma misso dupla: 1) como oCordeiro de Deus (1.29), ele procurou a redeno da humanidade; 2) Atravs de sua vida e ministrio, ele revelou o Pai. Cristo colocou-se coerentemente alm de si mesmo perante o Pai que o havia enviado e a quem ele buscava glorificar. Na verdade,
Os Evangelhos - A biografia do maior homem que j existiu: Jesus
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Evangelhos
os prprios milagres que Jesus realizou como sinais, testemunham a misso divina do Filho de Deus.
O Esprito Santo em Ao
A designao do ES como Confortador ou Consolador (14.16) exclusiva de Joo e significa literalmente. algum chamado ao lado. Ele outro consolador, isto , algum como Jesus, o que estendeu o ministrio de Jesus at o final desta era. Seria um grave erro, entretanto, compreender o objetivo do Esprito apenas em termos daqueles em situaes difceis. Ao contrrio,Joo demonstra que o papel do Esprito abrange cada faceta da vida. Em relao ao mundo exterior de Cristo, ele trabalha como o agente que convence o mundo do pecado, da justia e do juzo (16.8-11). A experincia de ser nascido no Esprito descreve o Novo Nascimento (3.6). Como, em essncia, Deus o Esprito, aqueles que o adoram devem faz-lo espiritualmente, isto , conforme comandado e motivado pelo ES (4.24). Alm disso, em antecipao do Pentecostes, o Esprito torna-se o capacitador divino para o ministrio autorizado (20.21-23). Joo revela a funo do ES em continuar a obra de Jesus, guiando os crentes e a um entendimento dos significados, implicaes e imperativos do evangelho e capacitando-os a realizar obras maiores do que aquelas realizadas por Jesus (14.12). Aqueles que crem em Cristo hoje podem, assim, enxerg-lo como um contemporneo, no apenas como uma figura do passado distante.
Esboo de Joo
Prlogo 1.1-8 I. O ministrio pblico de Jesus 1.19-12.50 Preparao As Ministrio bodas em em Jerusalm Can 1.19-51 2.1-12 2.13-3.36 Pgina 78
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Jesus A A cura cura e do de o a filho um Pai do na em o em triunfal em bom mulher de um paraltico e o Filho Galilia Jerusalm Pastor Batnia Jerusalm de oficial em Samaria do rei Betesda Filho 4.1-42 4.43-54 5.1-15 5.16-29 5.30-47 6.1-71 7.1-9.41 10.1-42 11.1-12.11 12.12-19
Rejeio final: descrena 12.20-50 II. O ministrio de Jesus aos discpulos 13.1-17.26 Servir Pronunciamento Preparao Produtividade Lidando Compreendendo a com partida para de a por um traio partida modelo e de submisso rejeio de Jesus negao Jesus 13.1-20 13.21-38 14.1-31 15.1-17 15.18-16.4 16.5-33
A orao de Jesus por seus discpulos 17.1-26 III. Paixo e ressurreio de Jesus 18.1-21.23 A Julgamento Julgamento Crucificao Ressurreio Eplogo 21.24-25 priso perante perante e e o de sumo Pilatos sepultamento aparies Jesus sacerdote 18.1-14 18.15-27 18.28-19.16 19.17-42 20.1-21.23
Joo
foi apstolo de Jesus, pescador, o discpulo a quem Jesus amava (Jo Pgina 79
Evangelhos
21.7), irmo de Tiago, chamado tambm filho do trovo (Mc 3.17), por causa do seu temperamento forte (Lc 9.54-55)
As palavras favoritas neste evangelho so: vida, amor, crer , verdade, luz
e caminho.
Joo 20.30-31), para que ns tivssemos vida nele. A palavra crer, em suas diversas formas, encontra-se quase cem vezes no livro.
Joo, haviam heresias ( = Falsos ensinos) que afirmavam que Jesus no era nascido por Deus. Por Isso, Joo teve de escrever este evangelho, para combater o gnosticismo ( = negao da encarnao de Deus em Jesus)
1) Os sinais que ele faz: A multiplicao dos pes (6.1-14), a mudana da gua em vinho (2.1-11), curas (4.46-5.9), andar sobre a o mar (6.16-21), a ressurreio de Lzaro (11.1-45), entre outros. 2) Os seus discursos: somente Joo que nos d o longo discurso do cenculo (captulos 14-16), onde Jesus conforta os discpulos com a promessa do Esprito Santo. Outros discursos so os Eu Sou, onde Jesus nos diz que ele o po da vida , a luz do mundo , etc. 3) Os testemunhos: Joo Batista (1.7-8,15,29,36;5.33), Andr (1.41), Filipe
(1.45), Natanael (1.49), a mulher samaritana (4.39), o prprio Pai (8.18), o Esprito (15.26), o evangelista mesmo (19.35, 21.24). 4) As Escrituras: elas apontam para Ele (1.23,5.39,45-46,7.38,etc.)
deve reagir ? CRENDO (20.31) e recebendo Jesus como ele se apresenta (1.12). O resultado de crer em Jesus como Ele se apresenta (1.12). O resultado de crer em
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Jesus ter a vida (11.25-26), e isto imediatamente! (3.18, 5.24).
O Evangelho de Joo A confiabilidade do evangelho de Joo atestada por manuscritos e artigos (desde o final do primeiro sculo) do que qualquer obra literria da antiguidade, o que incomoda bastante os cticos. preciso lembrar que os manuscritos antigos so raros, principalmente por no serem escritos em papel como conhecemos hoje, mas normalmente em papiro, um material extremamente vulnervel ao tempo, umidade, mofo e deteriorao (o pergaminho foi inventado por volta do quarto sculo). No entanto, muitas peas em papiro daquele perodo foram descobertas, o que confere validade Bblia (e especialmente o evangelho de Joo) mais do que qualquer outro documento antigo. Em 1885, no Egito central, onde o ar seco, muitas documentos antigos foram encontrados, cobertos durante sculos por areias protetoras. Nos dez anos seguintes, descobertas arqueolgicas revelaram muitos fragmentos das Escrituras, respondendo a muitas perguntas dos cticos. Em 1920, um fragmento de papiro do evangelho de Joo tambm foi encontrado, medindo oito centmetros e nove milmetros por seis centmetros e quatro milmetros, contendo Joo 18.31-33 de um lado e 18.37-39 de outro.
Os Evangelhos - A biografia do maior homem que j existiu: Jesus
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Evangelhos
Os estudiosos atriburam-no primeira metade do segundo sculo. o mais antigo manuscrito da Bblia encontrado - uma evidncia de que o evangelho de Joo existia e estava em circulao no Egito, nos anos que se seguiram imediatamente morte de Joo. Este importante fragmento est sob uma redoma de vidro na Coleo Chester Beatty, da Biblioteca Rylands, em Manchester, Inglaterra, e considerado um dos mais importantes manuscritos da histria (embora j no seja o texto bblico mais antigo). Este documento comprova a veracidade do evangelho de Joo bem como confirma sua autoria. Alm desse clebre fragmento do manuscrito de John Rylands, existe outra evidncia da antiguidade do evangelho de Joo: A veracidade do evangelho de Joo comprovada tambm pelo Egerton Papiro 2, com data anterior ao ano 150. Foi tambm usado por Tatian em seu Diatessaron. ...Joo foi tambm conhecido e usado em alguns crculos herticos gnsticos - por exemplo, por Ptolomeu, um discpulo de Valentino, pelo evangelho de Pedro (cerca de 150), e (provavelmente) pelo autos do evangelho da Verdade, de Valentino. Uma, evidncia adicional da autenticidade deste importante evangelho o fato de ele ter sido aceito imediatamente por todos os lderes da igreja primitiva. Por exemplo, Incio, em suas Sete Cartas, escritas por volta de 110 d.C., faz citaes dos quatro evangelhos. Papias, que viveu em 70-155 d.C., foi discpulo de Joo e citou seus escritos, juntamente com os outros evangelhos, em seu livro Uma Explanao dos Pronunciamentos do Senhor. Citaes semelhantes podem ser encontradas nos escritos de Irineu (130-200 d.C.), um aluno de Policarpo (tendo sido ele mesmo, por sua vez, um aluno de Joo), bem como nos de Justino Mrtir e outros pais da igreja. Apesar de apenas parte de seus escritos ter sido preservada, aqueles que restaram confirmam a existncia e imediata aceitao, na poca, do evangelho de Joo (assim como de outros livros do Novo Testamento).
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A Bblia , com certeza, o livro mais lido e amado no mundo, e dos livros do Novo Testamento, o preferido o evangelho de Joo.
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A Excelncia da Palavra de Deus O vocbulo excelncia expressa aquilo que est em primeiro lugar, o que tem a primazia, o que a tudo supera. A palavra pronunciada por Deus, sempre se coloca numa posio superior a todas e demais palavras. A razo bvia, quem pode proferir palavras com maior sabedoria e autoridade do que aquele que criou o universo e tudo o que nele se encontra? A Bblia a Palavra de Deus dirigida aos homens. Ela , sempre, uma palavra final, soberana e eterna Pois toda carne como a erva, e toda a sua glria, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porm, permanece para sempre (I Pedro 1.24,25). O que procede de Deus imutvel e permanente, o que se origina no homem efmero e precrio. Eis um das fortes razes para que a igreja, serva de Deus para servir ao mundo, deve conhecer e viver sob a instruo da Palavra divina. Deus ao decidir criar o homem e a mulher, anunciou o fato com a sua prpria voz Faamos o homem nossa imagem, conforme a nossa semelhana. Tudo se origina da palavra que Deus pronuncia. Aps criar o primeiro homem, ele os abenoou e lhes disse... (Gnesis 1.26), isso atesta que ele busca se comunicar com o ser que criou, falando-lhe. Deus nunca deixou de se dirigir aos homens, pois, ele o afetuoso Pai que anseia por t-los como membros da sua famlia eterna. A PALAVRA FEITA CARNE O testemunho que encontramos no livro de Hebreus diz: Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais pelos profetas, nestes ltimos dias, nos falou pelo Filho, a que constituiu herdeiro de todas as cousas, pelo qual tambm fez o universo (Hebreus 1.1,2). E o evangelho de Joo atesta: No princpio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus E o Verbo se fez carne e habitou entre ns, cheio de graa e de verdade (Joo 1.1,14). Jesus o Verbo a Palavra de Deus por excelncia Pois o enviado de Deus fala as palavras dele (Joo 3.34). Jesus a Palavra de Deus que amor, mesmo quando ele profere um julgamento.
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Evangelhos
Na Bblia ns encontramos - de Gnesis ao Apocalipse - testemunhos sobre a pessoa e a obra de Jesus. Essas declaraes so os pontos mais altos de toda a palavra que veio de Deus, para que o homem conhea o seu propsito eterno de salva-lo, pois, est distante dele. Desde Abel, no Antigo Testamento, at os profetas, encontramos homens e mulheres que morrem na f, sem ter obtido as promessas; vendo -as, porm, de longe (Hebreus 11.13); eles creram nas palavras profticas de Deus, e compreenderam que elas se realizariam com a vinda de seu Filho ao mundo Porque quantas so as promessas de Deus, tantas tm nele [em Jesus] o sim (II Corntios 1.20). O imutvel pedido de Jesus a todos que so seus discpulos : Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vs, pedireis o que quiserdes, e vos ser feito (Joo 15.7). Essa uma das muitas razes pela qual ns, individualmente, e a igreja, coletivamente, precisamos amar, conhecer e viver a palavra divina. A PALAVRA E A ORAO Assim como Jesus teve que abrir a mente dos discpulos em Emas para que pudessem entender as Escrituras (Lucas 24.27) e, tambm, dos demais discpulos reunidos quando lhes apareceu aps a ressurreio (Lucas 24.40), ele deseja abrir, hoje, as nossas mentes para que possamos ouvir e crer mais profundamente. Para que isso ocorra, o estudo, a leitura, o ouvir da Palavra, requerem, de nossa parte, uma atitude de orao. Assim, o Esprito Santo revelar, ao que ora, toda a riqueza que os textos bblicos contem - O prprio Esprito testifica com o nosso esprito que somos filhos de Deus (Romanos 8.16). Nunca o Esprito Santo deixa de revelar a verdade eterna aos que so filhos de Deus e esto atentos para ouvi-lo. O PROPSITO DE PALAVRA DE DEUS II Timteo 3.15-17 diz que as sagradas letras podem tornar-te sbio para a salvao pela f em Cristo Jesus, e que, Toda a Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a repreenso, para a correo, para a educao na justia, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa obra Os Evangelhos - A biografia do maior homem que j existiu: Jesus
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Evangelhos
Visto como, pelo seu divino poder, nos tm sido dadas todas as cousas que conduzem vida e piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua prpria glria e virtude, pelas quais nos tm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que vos torneis co-participantes da natureza divina, livrandovos da corrupo das paixes que h no mundo (II Pedro 1.3,4). A PALAVRA DE DEUS PRODUZ: VIDA I Joo 6.63 - O esprito o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito so esprito e so vida. PRODUZ F Hebreus 11.3 Pela f, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visvel veio a existir das cousas que no aparecem. LIMPA Joo 15.3 Vs j estais limpos pela palavra que vos tenho falado. LUZ - II Pedro 1.19 Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra proftica, e fazeis bem em atend-la, como uma candeia que brilha em lugar tenebroso, at que o dia clareie e a estrela da alva nasa em vosso corao. ENTENDIMENTO Salmo 119.105 Lmpada para os meus ps a tua palavra e luz, para os meus caminhos. FIRME SEGURANA Mateus 7.24,25 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica ser comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. REGENERA I Pedro 1.23 pois fostes regenerados no de semente corruptvel, mas da incorruptvel, mediante a palavra de Deus, a qual vive e permanece para sempre. A Palavra eterna a palavra do Senhor, porm, permanece para sempre (I Pedro 1.25). CONSIDERAES FINAIS A Bblia deve ser o nosso alimento espiritual dirio se desejamos ser fortes e vigorosos na f que professamos. Precisamos ter: deciso para ler a Palavra
Os Evangelhos - A biografia do maior homem que j existiu: Jesus
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Evangelhos
constantemente; graa para assimil-la; presteza para reproduzi-la no viver dirio e conhecimento para darmos testemunho dela aos outros. Se algum no possui o necessrio entendimento para isso, o til conselho que a prpria Escritura d : Se, porm, algum de vs necessita de sabedoria, pea-a a Deus, que a todos d liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe- concedida (Tiago 1.5). No esqueamos que a Palavra - (a) leite que nutre desejai ardentemente, como crianas recm-nascidas, o genuno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvao (I Pedro 2.2); (b) gua que limpa tendo-a purificado por meio da lavagem e da gua pela palavra (Efsios 5.26); (c) espada para as lutas Tomai tambm o capacete da salvao e a espada do Esprito, que a palavra de Deus (Efsios 6.17); (d) mel que deleita os juzos do Senhor so verdadeiros e igualmente justos,... so mais doces do que o mel e o destilar dos favos (Salmo 19.10); (e) fogo e martelo No a minha palavra fogo, diz o Senhor, e martelo que esmia a penha? (Jeremias 23.29); e, finalmente, A lei do Senhor perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor fiel e d sabedoria aos smplices. Os preceitos do Senhor so retos e alegram o corao; o mandamento do Senhor puro e ilumina os olhos (Salmo 19.7,8). Amm. Erasmo Fonte: adorar.net Ungaretti
MILAGRES
DE
JESUS
01Joo
Transformao
de
gua
em
Vinho 2.1-11
02 Joo
Cura
do
filho
do
Evangelhos
03 Joo
Cura
do
paraltico
de
Betesda 5.1-9
04 Lucas
Primeira
Pesca 5.1-11
05 Marcos
Libertao 1.23-28;
do Lucas
Endemoninhado 4.31-36
06 Mateus
8.14,15;
Cura
da Marcos
sogra 1.29-31;
de Lucas
Pedro 4.38,39
07 Mateus
8.2-4;
do Lucas
leproso 5.12-16
08 Mateus
9.2-8;
do Lucas
paraltico 5.18-26
09 Mateus
12.9-13;
Cura Marcos
da 3.1-5;
mo Lucas
ressequida 6.6-10
10 Mateus
Cura 8.5-13;
do
criado Lucas
do
centurio 7.1-10
11 Lucas
Ressurreio
do
filho
da
viva
de
Naim 7.11-15
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Evangelhos
12 Mateus Cura 12.22 de e um endemoninhado Lucas mudo 11.14
13 Mateus
8.18,23-27;
a Lucas
tempestade 8.22-25
14 Mateus
Cura 8.28-33;
do Marcos
geraseno 8.26-39
15 Mateus
9.20-22;
Cura Marcos
da 5.25-34;
mulher Lucas
enferma 8.43-48
16 Mateus
9.18,
da 5.22-24,
de
Jairo 8.41,42,49-56
17 Mateus
Cura
de
dois
cegos 9.27-31
18 Mateus
Cura
do
mudo
endemoninhado 9.32,33
19 Mateus
14.14-21;
de Joo
pes 6.5-13
20 Mateus
14.24-33;
Anda Marcos
sobre 6.45-52;
as Joo
guas 6.16-21
21
Cura
da
filha
da
Canania Pgina 89
Evangelhos
Mateus 15.21-28; Marcos 7.24-30
22 Marcos
Cura
de
um
surdo
gago 7.31-37
23 Mateus
Segunda 15.32-39;
multiplicao Marcos
de
pes 8.1-9
24 Marcos
Cura
do
cego
de
Betsaida 8.22-26
25 Mateus
17.14-18;
Cura Marcos
do 9.14-29;
jovem Lucas
possesso 9.38-42
26 Mateus
Pagamento
do
Imposto 17.24-27
27 Joo
Cura
de
um
cego 9.1-7
28 Lucas
Cura
de
uma
mulher
enferma 13.10-17
29 - Cura de um hidrpico (Acumulao anormal de lquido seroso em tecidos ou em cavidade Lucas do corpo) 14.1-6
30
Ressurreio
de
Lzaro Pgina 90
Evangelhos
Joo 11.17-44
31 Lucas
Cura
dos
leprosos 17.11-19
32 Mateus
20.29-34;
Cura Marcos
do 10.46-52;
cego Lucas
Bartimeu 18.35-43
33 Mateus
A 21.18,19;
figueira Marcos
amaldioada 11.12-14
34 Lucas
Restaurao 22.49-51;
da
orelha Joo
de
Malco 18.10
35 Joo
Segunda
grande
pesca 21.1-11
Elias
R.
de
Oliveira
PARBOLAS
DE
JESUS
Parbola uma narrativa, imaginada ou verdadeira, que se apresenta com o fim de ensinar uma verdade. Difere do provrbio neste ponto: no a sua apresentao to concentrada como a daquele, contm mais pormenores, exigindo menor esforo mental para se compreender. E difere da alegoria, porque esta personifica atributos e as prprias qualidades, ao passo que a parbola nos faz ver as pessoas na sua maneira de proceder e de viver. E tambm difere da fbula, visto como aquela se limita ao que humano e possvel. Pgina 91
Evangelhos
O emprego contnuo que Jesus fez das parbolas est em perfeita concordncia com o mtodo de ensino ministrado ao povo no templo e na sinagoga. Os escribas e os doutores da Lei faziam grande uso das parbolas e da linguagem figurada, para ilustrao das suas homilias. Tais eram os Hagadote dos livros rabnicos. A parbola tantas vezes aproveitada por Jesus, no Seu ministrio (Mc 4.34), servia para esclarecer os Seus ensinamentos, referindo-se vida comum e aos interesses humanos, para patentear a natureza do Seu reino, e para experimentar a disposio dos Seus ouvintes (Mt 21.45; Lc 20.19). As parbolas do Salvador diferem muito umas das outras. Algumas so breves e mais difceis de compreender. Algumas ensinam uma simples lio moral, outras uma profunda verdade espiritual.
Estas
so
as
parbolas
proferidas
por
Jesus:
01 Mateus
Semeador 13.5-8
02 Mateus
Joio 13.24-30
03 Mateus
Gro
de
Mostarda 13.31,32
04 Mateus
Fermento 13.33
05 Mateus
Tesouro
Escondido 13.44
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Evangelhos
06 Mateus A Prola 13.45,46
07 Mateus
Rede 13.47-50
08 Mateus
Ovelha
Perdida 18.12-14
09 Mateus
Credor
Incompassivo 18.23-35
10 Mateus
Os
Trabalhadores
da
Vinha 20.1-16
11 Mateus
Os
Dois
Filhos 21.28-32
12 Mateus
Os
Lavradores
Maus 21.33-46
13 Mateus
As
Bodas 22.1-14
14 Mateus
As
Dez
Virgens 25.1-13
15
Os
Talentos Pgina 93
Evangelhos
Mateus 25.14-30
16 Marcos
Semente 4.26-29
17 Lucas
Os
Dois
Devedores 7.41-43
18 Lucas
Bom
Samaritano 10.25-37
19 Lucas
Amigo
Importuno 11.5-8
20 Lucas
Rico
Louco 12.16-21
21 Lucas
Figueira
Estril 13.6-9
22 Lucas
Grande
Ceia 14.16-24
23 Lucas
Drcma
Perdida 15.8-10
24 Lucas
Filho
Evangelhos
25 Lucas
Administrador
Infiel 16.1-9
26 Lucas
Rico
Lzaro 16.19-31
27 Lucas
Os
Servos
Inteis 17.7-10
28 Lucas
Juiz
Inquo 18.1-8
29 Lucas
Fariseu
Publicano 18.9-14
30 Lucas
As 19.
Dez
Minas 12-27
Elias
R.
de
Oliveira
Milagres e Sinais
Rabi, sabemos que s Mestre vindo da parte de Deus; porque ningum pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus no estiver com ele. Jo 3.2
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Evangelhos
O Senhor sempre esteve muito presente no meio do povo, revelando-se com grande poder e autoridade. Atravs dos sinais e maravilhas o Eterno mostrava-Se como o Todo Poderoso, no deixando margens para dvidas ou questionamentos. As aes extraordinrias, milagres e sinais, foram-nos dados para vermos a manifestao da glria de Deus Pai e do Senhor Jesus ( Isso est acontecendo para
que Deus revele o seu poder glorioso; e assim, por causa dessa doena, a natureza divina do Filho de Deus ser revelada. Jo 11.4 manifestou a sua glria, e os seus discpulos creram nele. Jo 2.11).
O Senhor Deus, no desenrolar da histria do povo escolhido, manifestou-se poderosamente, em algumas situaes de forma direta e em outras, atravs de homens santos; milagres, sinais e obras poderosas testemunharam o poder soberano do Todo Poderoso, chamando o povo a ador-Lo e a servi-Lo. Homens fiis foram escolhidos para manifestar a glria de Deus em tempos passados; mas, este poder e autoridade continuam disponveis aos santos dos dias atuais. O Senhor agiu poderosamente atravs de: Moiss e Aro -Vara transformada em serpente: Ex 4.3; 7.1 -Mo leprosa Ex 4.6.7 -gua transformada em sangue Ex 4.9,30 -Rio transformado em sangue Ex 7.20 -Os piolhos Ex 8.17 -A pestilncia Ex 9.3 -O granizo Ex 9.23 -As trevas Ex 10.22 -Mar dividido Ex 14.21
Os Evangelhos - A biografia do maior homem que j existiu: Jesus
-As rs Ex 8.6,13 -As moscas Ex 8.21,31 -As ulceras Ex 9.10 -Os gafanhotos Ex 10.13,19 -Morte dos primognitos Ex 12.29 -Exercito afogado Ex 14.26-28 Pgina 96
Evangelhos
-gua transformada em potvel Ex 15.25 -Derrota de Amaleque Ex 17.11 -gua brota da rocha Cades Nm 20.11 -Vara de Aro floresce Nm 17.8 -Destruio de Core Nm 16.32 -Serpente de metal Nm 21.8 -gua que sai da rocha Ex 17.6
Josu -Jordo dividido Js 3.10-17 -Jeric conquistada Js 6 -Jordo restaurado Js 4.18 -Sol e Lua detidos Js 10.13
Sanso -Leo morto Jz 14.6 -Portes de Gaza destrudos Jz 16.3 -Morte dos filisteus Jz 14.19 -Templo de Dagom derrubado Jz 16.30
Profeta de Jud -Paralisao mo de Jeroboo 1Rs 13.4 -Mo restaurada 1Rs 13.6 -Altar derrubado 1Rs 13.5
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Evangelhos
-Ressurreio da criana 1Rs 17.22 -Capites e soldados mortos 2Rs 1.10 -Jordo dividido 2Rs 2.8 -O Sacrifcio consumido 1Rs 18.38 -Volta da chuva 1Rs 18.41 -Arrebatado aos cus 2Rs 2.11
Eliseu -Jordo dividido 2Rs 2.14 -Morte de jovens por ursos 2Rs 2.24 -Azeite multiplicado 2Rs 4.5 -guas restauradas 2Rs 2.21 -gua trazida 2Rs 3.16 -Ervas transformada em alimento 2Rs 4.41 -Pes multiplicados 2Rs 4.43 -Cura de Naam 2Rs 5.10 -Ferro flutua 2Rs 6.6 -Ressurreio de um homem 2Rs 13.21 -Criana ressuscitada 2Rs 4.35 -Geazi atacado por lepra 2Rs 5.27 -Srios feridos 2Rs 6.18
Jesus Cristo -gua transformada em vinho Jo 2.9 -Pesca milagrosa Lc 5.6 -Cura da sogra de Pedro Mt 8.14 -Cura do paraltico Mt 9.2 -Cura da mo ressequida Mt 12.10 -Ressurreio do filho viva Lc 7.11 -Tempestade acalmada Mt 8.26 -Cura do filho do Oficial Jo 4.46 -Demonaco na sinagoga Mc 1.26 -Purificao do leproso Mt 8.3 -Cura de um enfermo Jo 5.5 -Cura do servo do centurio Mt 8.5 -Cura do endemoninhado Mt 12.22 -Endemoninhado gadareno Mt 8.28
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Evangelhos
-Ressurreio da filha de Jairo Mt 9.18 -Cura dos cegos Mt 9.27 -Alimentando cinco mil Mt 14.17 -Cura da filha da siro-fencia Mt 15.22 -Cura do surdo-mudo Mc 7.33 -Cura da criana luntica Mt 17.14 -Cura de 10 leprosos Lc 17.12 -Ressurreio de Lzaro Jo 11 -Cura do hidrpico Lc 14.2 -Maldio contra a figueira Mt 21.19 -Segunda pesca maravilhosa Jo 21.6 -Restaurao da vista Mc 8.23 -Moeda do tributo Mt 17.24 -Cura do cego Jo 9.1 -Cura da mulher enferma Lc 13.11 -Cura dos cegos Mt 20.30 -Restaurao da orelha Lc 22.51 -Sua prpria ressurreio Lc 24.6 -Cura do endemoninhado Mt 9.32 -Andando sobre o mar Mt 14.25 -Alimentando 4 mil Mt 15.32 -Cura da mulher com fluxo Mt 9.20
Pedro -Cura do aleijado At 3.7 -Doente curado At 5.15 -Ressurreio de Dorcas At 9.40 -Morte de Ananias e Safira At 5.5 -Enias curado At 9.34
Paulo -Cegueira de Elimas At 13.11 -Cura da pitonisa At 16.18 -Mordida da serpente At 28.5 -Outros milagres At 14.3; 19.11 -Cura do Aleijado At 14.10 -Ressurreio de Eutico At 20.10 -Cura do Pai de Pbio At 28.8
Outros
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Evangelhos
-Milagres dos setenta Lc 10.17 -Milagres por Felipe At 8.6-13 -Milagres por Estevo At 6.8
O poder do Senhor est disponvel ainda hoje. Vivemos dias nos quais preciso que a glria do Pai seja revelada em aes poderosas. Elias R. de Oliveira
Milagres na Bblia Fato ou acontecimento fora do comum, que Deus realiza para confirmar o seu poder, o seu amor e a sua mensagem.
Babel Sodoma
Gn 11.7-9 Gn 19.11
Esposa de L, transformada em sal Regio de Sodoma Gn 19.26 Sara ardente (Moiss) Vara transformada em serpente Horebe Horebe Horebe serpente Egito Egito Regio do Egito Regio do Egito Ex 3.2 Ex 4.2-5 Ex 4.6,7 Ex 7.10-12 Ex 7.12 Ex 13.20,21 Ex 14.2 Pgina 100
(Moiss) Mo de Moiss fica leprosa Vara (Aro) Dez pragas Coluna de Nuvem e de fogo Mar vermelho dividido transformada em
Evangelhos
guas de Mara torna-se potvel Cordonizes e Man gua brota da rocha Vitria sobre os Amalequitas Sacrifcios consumidos pelo fogo Filhos de Aro consumidos Miri curada da lepra Cor e seguidores, destruidos Praga enviada e detida Vara floresce e produz (Aro) Serpentes ardentes e a cura Jumenta fala (Balao) Jordo dividido Queda dos muros (Jeric) Sol e Lua, param Sanso bebe gua de Le Dagom e filisteus caem diante da arca Mara Deserto Horebe Refidim Vrios Sinai Hazerote Deserto Deserto Cades Deserto de Zim Petor Rio Jordo Jeric Gibeo Le Asdode Ex 15.24,25 Ex 16.13-35 Ex 17.5-7; Nm 20.8-12 Ex 17.8-16 Lv 9.24; 1Rs 18.38; 2Cr 7.1 Lv 10.1,2 Nm 12.10-15 Nm 16.31-35 Nm 16.41-50 Nm 17.1-8 Nm 21.7-9 Nm 22.18-31 Js 3.14-17; 2Rs 2.8-14 Js 6.6-21 Js 10.12,13 Jz 15.19 1Sm 5 1Sm 6.19 1Sm 12.18 2Sm 6.6,7 1Rs 4.4-6 1Rs 17.10-16
Habitantes de Bete-Semes, feridos Bete-Semes Samuel ora e chove Uz ferido de morte Mo de Jeroboo Farinha e Azeite, multiplicados Soldados consumidos Carruagem de fogo guas restauradas Gilgal Perez-Uz Betel Sarepta
Regio de Samaria 2Rs 1.9-12 Regio do Jordo Jeric 2Rs 2.11 2Rs 2.19-22
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Evangelhos
Proviso de gua para o exrcito Azeite multiplicado Ressurreio do jovem Moabe Israel Sunm 2Rs 3.16-20 2Rs 4.1-7 2Rs 4.32-36 2Rs 4.40,41 2Rs 4.42-44 2Rs 5.10-14 2Rs 5.24-27 2Rs 6.5,6 2Rs 6.15-18 2Rs 7.6,7 2Rs 13.20,21 2Rs 19.35 2Rs 20.9-11 2Cr 26.19-21 Dn 3.19-27 Dn 6.16-23 Jn 1.17 Jn 2
Restaurao da comida envenenada Gilgal Multiplicao dos pes Lepra curada (Naam) Lepra em Geasi Machado flutua Batalho ferido com cegueira Exercito Srio vencido Mortos ressuscitam Gilgal Jordo Samaria Jordo Dot Samaria Israel
Exercito de Senaqueribe vencido Jerusalm Sol retrocede Lepra em Uzias Jovens na fornalha Livramento de Daniel Jonas no ventre do peixe Jonas liberto Jerusalm Jerusalm Babilnia Babilnia Mediterrneo Mediterrneo
Transformao de gua em vinho Cura do filho do oficial Cura do Paraltico de Betesda Primeira grande pesca Libertao do endemoninhado
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Evangelhos
Cura da sogra de Pedro Purificao do leproso Cura do paraltico Cura da mo ressequida Cura do criado do centurio Ressurreio do filho da viva de Naim Cura do endemoninhado mudo Acalma a tempestade Cura do endemoninhado geraseno Cura da mulher enferma Ressurreio da filha de Jairo Cura de dois cegos Cura do endemoninhado mudo Primeira multiplicao de pes Anda sobre as guas Cura a filha da Canania Cura do surdo e gago Segunda multiplicao de pes Cura do cego de Betsaida Cura do jovem possesso Pagamento do imposto Cura do cego Cura da mulher enferma Cura do hidrpico Ressurreio de Lzaro Mt 8.14,15; Mc 1.29-31; Lc 4.38,39 Mt 8.2-4; Mc 1.40-45; Lc 5.12-16 Mt 9.2-8; Mc 2.3-12; Lc 5.18-26 Mt 12.9-13; Mc 3.1-5; Lc 6.6-10 Mt 8.5-13; Lc 7.1-10 Lc 7.11-15 Mt 12.22; Lc 11.14 Mt 8.18-27; Mc 4.35-41; Lc 8.22-25 Mt 8.28-33; Mc 5.1-14; Lc 8.26-39 Mt 9.20-22; Mc 5.25-34; Lc 8.43-48 Mt 9.23-26; Mc 5.22-24, 35-43; Lc 8.41-56 Mt 9.27-31 Mt 9.32,33 Mt 14.14-21; Mc 6.34-44; Lc 9.12-17; Jo 6.513 Mt 12.24-33; Mc 6.45-52; Jo 6.16-21 Mt 15.21-28; Mc 7.24-30 Mc 7.31-37 Mt 15.32-39; Mc 8.1-9 Mc 8.22-26 Mt 17.14-18; Mc 9.14-29; Lc 9.38-42 Mt 17.24-27 Jo 9.1-7 Lc 13.10-17 Lc 14.1-6 Jo 11.17-44
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Evangelhos
Cura dos leprosos Cura do cego Bartimeu Figueira amaldioada Restaurao da orelha de Malco Segunda grande pesca Novo Testamento: Apstolos Milagre: Texto Bblico: Lc 17.11-19 Mt 20.29-34; Mc 10.46-52; Lc 18.35-43 Mt 21.18,19; Mc 11.12-14 Lc 22.49-51; Jo 18.10 Jo 21.1-11
Coxo curado por Pedro Morte de Ananias e Safira Restaurao da vista de Saulo Cura de Elimas Ressurreio de Dorcas Cegueira de Elimas Cura de um coxo Expulso de demnio de uma jovem Ressurreio de utico Picada de cobra torna-se incua Cura do pai de Pblio
At 3.6-9 At 5.1-10 At 9.17,18 At 9.33-35 At 9.36-41 At 13.8-11 At 14.8-10 At 16.16-18 At 20.9,10 At 28.3-5 At 28.7-9
Elias R. Oliveira
1.1.1 R: Simo Pedro, Andr, Tiago (filho de Zebedeu), Joo, Filipe, Bartolomeu, Tom, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Judas Tadeu, Simo (o Zelote) e Judas Iscariotes.
Os Evangelhos - A biografia do maior homem que j existiu: Jesus
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Evangelhos
Mateus 10-2,3,4.
1.1.3 Lucas ficou mudo R: Zacarias. Lucas 1-18,19,20. R: Simeo. Lucas 2-25,26. R: Lucas 13-29 e Gnesis 13-14. essoa de quem diz as Escrituras haver subido em uma rvore ? R: Zaqueu. Lucas 19-4. aps falar com um anjo ?
1.1.4 Joo R: Joo 8-6,7,8. em cima da cruz R: Hebraico, latim e grego. Joo 19-19,20. de Cristo ?
GONZLEZ, Justo L., Uma Histria Ilustrada do Cristianismo - Volume 1 - Ed. Vida Nova.
TURNER, Donald D., Exposio de Os Atos dos Apstolos - Imprensa Batista Regular. PACKER, J.I., TENNEY, Merril C., WHITE JR., William, O Mundo do Novo Testamento Ed. Vida. Pgina 105
Evangelhos
MORACHO, PEARLMAN, Flix, Myer, Como Mateus Ler O os Evangelhos do Ed. Rei Paulus. CPAD.
Evangelho
Grande
TURNER, Donald D., Introduo do Novo Testamento - Imprensa Batista Regular. THOMAS, W. H. Griffith, Como Estudar os Quatro Evangelhos - Casa Editora Presbiteriana. SOUZA, Itamir Neves, Atos dos Apstolos - Uma Histria Singular - Ed. Descoberta. CULLMANN, GIBERT, ELWELL, HOUSE, JOSEFO, DOUGLAS, Oscar, A Como A. O A O Novo , Formao a do Novo Foi Bblico Testamento Escrita do em Ed. Ed. Vida Ed. Sinodal. Paulinas. CPAD. Vida CPAD Nova
Pierre, Walter H.
Bblia Manual
Novo
Testamento dos da
Histria Dicionrio
Bblia
Ed.
SOUZA, Itamir Neves - 70 Sermes Expositivos no Livro de Atos dos Apstolos. Apostila do SEBEMGE Pastor Delmo Gonalves
Bblia de Referncia Thompson - Traduo de Joo Ferreira de Almeida - Verso Contempornea - Ed. Vida
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ESTUDO BBLICO
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breve relato feito por Lucas sobre Sua ida ao templo e a sujeio aos pais (Lucas 2:41-52). At mesmo com relao ao Seu ministrio pblico, o que temos so fragmentos, pois os evangelistas selecionaram apenas algumas pores de Seus ensinos e detalham apenas uns poucos milagres. Isto fica claro na declarao de Joo. Joo 21:25, H, porm, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amm. Se os evangelhos no so uma Biografia completa de Cristo, o que eles so? A primeira resposta deve ser: Quatro livros inspirados, totalmente inspirados por Deus! Quatro livros escritos por homens movidos pelo Esprito Santo; livros que so verdadeiros e perfeitos. A segunda resposta seria: Os quatro evangelhos so completos em si mesmos, escritos com distintos propsitos, sendo que tudo o que foi includo em suas pginas, tanto aquilo que no o foi, fazem parte daquilo para o qual eles foram estritamente subordinados, ou seja, nada de relevante e pertinente ao tema e caracterstica de cada evangelho foi deixado de fora. Por que Quatro Evangelhos? Porque um ou dois no seriam suficientes para nos dar uma apresentao perfeita da glria e excelncia do Nosso abenoado Senhor. Os quatro evangelhos retratam a pessoa e a obra de nosso Salvador de uma forma distinta, a fim de ilustrar o propsito de cada evangelista, assim como faramos se quisssemos escrever um livro sobre um personagem importante, mas tivssemos que abordar vrios aspectos do seu carter. Quatro escritores se empenhariam em obter material especfico que os ajudassem a detalhar, o mais fiel possvel, o carter deste personagem, ou seja: sua vida domstica, religiosa, profissional e tambm seu lazer. Num primeiro momento, isto seria visto como quatro biografias, embora estivssemos falando do mesmo homem, visto em diferentes reas do seu relacionamento. Portanto, cada escritor se restringiria a detalhar aquilo que relevante para sua parte da biografia, por exemplo:os detalhes da vida domstica no so relevantes para o escritor que detalha a vida profissional, assim como o escritor que detalha seu lazer, obter informaes sobre sua vida religiosa. O exemplo acima serve para ilustrar o que temos nos quatro evangelhos.
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Em Mateus, Cristo apresentado como Filho de Davi, o Rei dos Judeus, e tudo em sua narrativa centrado nesta verdade. Isto explica porque o primeiro Evangelho comea descrevendo a realeza da genealogia de Cristo, e porque no segundo captulo mencionada a vinda dos magos do oriente perguntando: Onde est aquele que nascido rei dos Judeus? (Mateus 2:1), como tambm nos captulos 5 at aos 7, temos o Sermo da Montanha, que na verdade, se trata de um manifesto real, contendo a enunciao das leis do Seu Reino. Em Marcos, Cristo retratado como Servo de Jeov, como um que, sendo em forma de Deus, no teve por usurpao ser igual a Deus, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. Tudo neste segundo evangelho contribui para este tema central e tudo o que no condiz com este tema excludo. Isto explica a razo de no termos o relato de nenhuma genealogia neste evangelho e porque Cristo j introduzido no incio do seu ministrio pblico (nada nos dito a respeito de sua vida anterior), e porque h mais milagres (obras de servio) detalhados aqui do que em outro evangelho. Em Lucas, Cristo declarado Filho do Homem, estando ligado, porm contrastado com os filhos dos homens. Tudo em sua narrativa serve para ilustrar isto. Isto explica porque o terceiro evangelho traa a Sua genealogia de volta a Ado, o primeiro homem (ao invs de Abrao, como em Mateus), porque como homem perfeito Ele visto freqentemente em orao, e porque os anjos so vistos ministrando para Ele, ao invs de serem comandados por Ele, como visto em Mateus. Em Joo, Cristo revelado como Filho de Deus, e tudo neste quarto evangelho tem a finalidade de ilustrar e demonstrar este relacionamento divino. Isto explica porque na abertura do primeiro versculo ns somos levados de volta a um ponto antes do tempo se iniciar, onde Cristo retratado como o Verbo no Princpio, com Deus e Ele mesmo sendo expressamente declarado ser Deus. Porque ns temos aqui muitos dos seus ttulos, como: O Unignito do Pai, O Cordeiro de Deus, A Luz do Mundo etc.; Porque nos dito que a orao deve ser feita em seu nome (Joo 14:13-14); Porque o Esprito Santo seria enviado pelo Filho tanto quanto pelo Pai (Joo 14:26, 16:7). extraordinrio notar que as quatro apresentaes de Cristo nos evangelhos foram indicadas de maneira muito especfica atravs do Velho Testamento. Em Jeremias 23:5 Lemos: Eis que vm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinar e agir sabiamente, e praticar o juzo e a justia na terra. Este verso cai como uma luva no Evangelho de Mateus.
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Em Zacarias 3:8 Lemos: Ouve, pois, Josu, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque so homens portentosos; eis que eu farei vir o meu servo, o RENOVO. Este verso poderia ser o ttulo do segundo Evangelho. Em Zacarias 6:12 Lemos: E fala-lhe, dizendo:Assim diz o SENHOR dos Exrcitos:Eis aqui o homem cujo nome RENOVO; ele brotar do seu lugar, e edificar o templo do SENHOR. Quo apropriadamente este verso se encaixa com a descrio de Lucas. Em Isaas 4:2 Lemos: Naquele dia o renovo do SENHOR ser cheio de beleza e de glria; e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel. Compare este versculo com Joo 1:14: E o Verbo se fez carne, e habitou entre ns, e vimos a sua glria, como a glria do unignito do Pai, cheio de graa e de verdade. Em xodo 26:31 e 32 o Vu, composto de quatro cores e sustentado sobre quatro colunas: Depois fars um vu de azul, e prpura, e carmesim, e de linho fino torcido; com querubins de obra prima se far. E coloc-lo-s sobre quatro colunas de madeira de accia, cobertas de ouro; seus colchetes sero de ouro, sobre quatro bases de prata. Em Hebreus 10:19 e 20 Lemos: Tendo, pois, irmos, ousadia para entrar no santurio, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo vu, isto , pela sua carne, Os quatro pilares de madeira recoberta de ouro representam a humanidade e divindade de Cristo, que so perfeitamente retratadas nos Evangelhos. Joo 1:14: E o Verbo se fez carne, e habitou (Tabernaculou) entre ns, e vimos a sua glria, como a glria do unignito do Pai, cheio de graa e de verdade. Compare Ezequiel 10:9 a 14 com Apocalipse 4:6-9 Ezequiel 10:9 a 14: Ento olhei, e eis quatro rodas junto aos querubins, uma roda junto a um querubim, e outra roda junto a outro querubim; e o aspecto das rodas era como a cor da pedra de berilo. E, quanto ao seu aspecto, as quatro tinham uma mesma semelhana; como se estivesse uma roda no meio de outra roda. Andando estes, andavam para os quatro lados deles; no se viravam quando andavam, mas para o lugar para onde olhava a cabea, para esse seguiam; no se viravam quando andavam. E todo o seu corpo, as suas costas, as suas mos, as suas asas e as rodas, as rodas que os quatro tinham, estavam cheias de olhos ao redor. E, quanto s rodas, ouvindo eu, se lhes gritava:Roda! E cada um tinha quatro rostos; o rosto do primeiro era rosto de
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querubim, e o rosto do segundo, rosto de homem, e do terceiro era rosto de leo, e do quarto, rosto de guia. Apocalipse 4:6-9: E havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrs. E o primeiro animal era semelhante a um leo, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma guia voando. E os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro, estavam cheios de olhos; e no descansam nem de dia nem de noite, dizendo:Santo, Santo, Santo, o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que , e que h de vir. E, quando os animais davam glria, e honra, e aes de graas ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre. Os quatro animais descritos em apocalipse (ou querubins) juntamente com a passagem de Ezequiel, nos descrevem o carter de Cristo retratado nos quatro Evangelhos. Leo, Bezerro, Rosto como de Homem e guia. 1. Leo Rei dos animais ideal para retratar a realeza de Cristo, assim como o Evangelho de Mateus, Filho de Davi, Rei dos Judeus Cristo chamado de o Leo da Tribo de Jud, a Raiz de Davi (Apoc. 5:5). 2. Bezerro ou Boi Jovem - Este animal representa muito adequadamente a Cristo, assim como Ele representado no segundo Evangelho. Pois o boi era o principal animal utilizado, pela nao de Israel, no servio. Assim Cristo se fez servo de Jeov em nosso favor. 3. Rosto de Homem Este animal corresponde ao terceiro Evangelho onde a humanidade de Cristo est em evidncia. 4. guia Voando Quo significativo isto! Os primeiros animais, Leo, Bezerro, Rosto de homem, todos pertencem a terra, assim como os trs primeiros evangelhos enfatizam a Cristo no seu relacionamento terreno, mas este quarto querubim, est acima da terra e contemplando os cus. A guia um pssaro que se eleva ao ponto mais alto, simbolizando assim o carter de Cristo descrito no Evangelho de Joo, como Filho de Deus. Assim tambm podemos contemplar a sabedoria de Deus na seleo dos quatro escritores dos evangelhos. Em cada um deles podemos ver a aptido e peculiaridade para cumprimento adequado de suas tarefas. Mateus o nico entre os quatro escritores dos Evangelhos que apresenta Cristo em um relacionamento oficial, ou seja, como o Messias e Rei de Israel. Ele era o nico
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dos quatro que ocupava uma posio oficial (Mateus 9:9; 10:1-3), pois Lucas era mdico e Joo, pescador. Mateus era um cobrador de impostos trabalhando para os Romanos. Mateus apresenta Cristo em conexo com o reino, como algum que possui um ttulo para reinar sobre Israel. Quo apropriado era para aquele que ocupava uma posio oficial, acostumado a olhar para um vasto imprio, receber esta tarefa. Os Romanos designavam oficiais entre os prprios Judeus, para cobrarem impostos de seus compatriotas, por isso eles eram mais odiados do que os prprios Romanos. Sendo assim, ele entendia muito bem o que era ser odiado sem causa, desprezado e rejeitado. Finalmente, se Deus apontou este homem, cuja chamada o ligava aos Romanos, temos ento uma evidncia clara da graa de Deus alcanando aos desprezados gentios. O Evangelho de Marcos coloca diante de ns o Servo de Jeov, o trabalhador perfeito. O instrumento escolhido para escrever este segundo Evangelho desempenhava uma funo que o capacitava para tal tarefa, pois ele no era um apstolo, mas antes, um servo de um dos apstolos. II Timteo 4:11: S Lucas est comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me muito til para o ministrio. Sendo assim, aquele que retratou nosso Senhor como Servo de Deus, era um que pessoalmente ministrava outros! O Evangelho de Lucas trata com a Humanidade de nosso Senhor, apresentando-o como Filho do Homem, relacionado com os homens, porm em profundo contraste com os mesmos. Este Evangelho um dos que apresenta o relato mais completo da nascimento virginal de Cristo. Tambm revela mais completamente do que outros o estado depravado e cado da natureza humana. o Evangelho mais internacional em seu escopo do que os outros trs, sendo maiormente dirigido aos Gentios do que aos Judeus. Observe o quo apropriado foi a escolha de Lucas para escrever este Evangelho. Ele no era pescador e nem cobrador de impostos, mas um mdico (Colossenses. 4:14), e como tal, um estudante da natureza humana e um que sabia diagnosticar a estrutura humana. Alm de que, h uma boa razo para acreditarmos que Lucas no era Judeu, mas Gentio, apresentando Cristo no como Filho de Davi, mas como Filho do Homem. O Evangelho de Joo apresenta Cristo num carter mais ntimo que todos os outros, retratando-o num relacionamento Divino, mostrando que Ele era o Filho de Deus. Esta tarefa exigia o chamado de um homem com alto grau de espiritualidade e tambm que fosse intimo em seu relacionamento com nosso Senhor, algum dotado de
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um incomum discernimento espiritual. Certamente Joo, que estava mais prximo do Salvador do que os outros doze, e era o discpulo amado, foi bem escolhido. Quo apropriado era, para aquele que se reclinava no seio de Jesus, ser o instrumento para retrat-lo como O Unignito Filho de Deus, que est no seio do Pai! Assim, podemos admirar e entender a multiforme sabedoria de Deus em equipar estes quatro Evangelistas neste trabalho to honroso. Ao fecharmos esta introduo, mais uma vez voltamos questo: Porque quatro Evangelhos? Um estudo mais apurado das Escrituras revela o fato de que alguns nmeros terem especial sentido ou significado, como por exemplo: 3 = Manifestao 4 = Nmero da terra 6 = Nmero do Homem 7 = Perfeio 8 = Novo Comeo O nmero quatro assim visto pelo fato de: 1. A terra ter quatro pontos cardeais Norte, Sul, Leste e Oeste 2. Termos quatro estaes no ano Primavera, Vero, Outono e Inverno 3. Serem quatro os elementos da Natureza Fogo, gua, Terra e Ar 4. Houve quatro Imprios Mundiais Babilnia, Medos e Persas, Gregos e Romanos 5. As Escrituras dividem os habitantes da terra em quatro classes tribo, lngua, povo, e nao Apocalipse 5:9: E cantavam um novo cntico, dizendo:Digno s de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e lngua, e povo, e nao. Na parbola do semeador, Cristo descreve os tipos de terreno em que as sementes caem como sendo quatro tipos de solo. Lucas 8:4-7: E, ajuntando-se uma grande multido, e vindo de todas as cidades ter com ele, disse por parbola: Um semeador saiu a semear a sua semente e, quando semeava, caiu alguma junto do caminho, e foi pisada, e as aves do cu a comeram; E
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outra caiu sobre pedra e, nascida, secou-se, pois que no tinha umidade; E outra caiu entre espinhos e crescendo com ela os espinhos, a sufocaram; E outra caiu em boa terra, e, nascida, produziu fruto, a cento por um. Dizendo ele estas coisas, clamava:Quem tem ouvidos para ouvir, oua. O Evangelho de Marcos Cristo Servo Fazemos durante este estudo umas poucas comparaes entre Marcos e os outros Evangelhos a fim de percebermos as diferenas j mencionas acima. Faamos ento uma Breve comparao entre Mateus e Marcos. Mateus tem 28 captulos - Marcos tem 16 captulos Mateus contm o relato de muitas Parbolas - Marcos contm o relato de poucas Parbolas Mateus apresenta Cristo como Filho de Davi - Marcos Apresenta Cristo como Servo Perfeito de Jeov Mateus foi escrito aos Judeus (No exclusivamente) - Marcos foi escrito aos servos e trabalhadores cristos Mateus mostra a realeza da dignidade e autoridade de Cristo - Marcos mostra sua Mansido e Servicitude Coisas Omitidas no Evangelho de Marcos 1. A genealogia de Cristo 2. A concepo Miraculosa de Cristo e Seu nascimento 3. O Sermo do Monte (que retratam um Rei e as leis do seu Reino) Um servo no tem reino 4. Marcos relata quatro Parbolas, enquanto Mateus quatorze. No aparece em Marcos as seguintes Parbolas: o O senhor assalariando empregados para a sua vinha o As bodas do Filho do Rei o A Parbola dos talentos servo no tem recompensa Pgina 114
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5. No vemos nenhuma ordem de Cristo aos seus anjos, apenas os vemos ministrando Ele. Marcos 1:13 E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satans. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam. 6. No aparece a expresso Ai de vs Mateus 23:13, pois a um servo no convm julgar ou exercer juzo, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor (II Timteo 2:24). Por isso em Mateus 21:12-17 vemos Jesus expulsando os cambistas, enquanto Marcos 11:11, no descreve este incidente. 7. Ele (Cristo) no declarado Rei, salvo de forma indireta. Em Mateus ele chamado de Emanuel (Mateus 21:9) - E a multido que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo:Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas! Apenas uma vez, no Evangelho de Marcos, Ele declarado Filho de Davi. Marcos 11:9-10: E aqueles que iam adiante, e os que seguiam, clamavam, dizendo: Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor; Bendito o reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas. Compare: Mateus 16:28 com Marcos 9:1 Mateus 16:28 - Em verdade vos digo que alguns h, dos que aqui esto, que no provaro a morte at que vejam vir o Filho do homem no seu reino. Marcos 9:1 - Dizia-lhes tambm:Em verdade vos digo que, dos que aqui esto, alguns h que no provaro a morte sem que vejam chegado o reino de Deus com poder. Em Mateus 8:25 Ele Chamado de Senhor - Em Marcos 4:38 Ele chamado de Mestre Em Mateus 16:22 Pedro o repreende, mas o chama de Senhor - Em Marcos 8:32 Pedro o repreende, mas no o chama de Senhor Em Mateus 26:22 No anncio da traio aparece a palavra Senhor - Em Marcos 14:19 No anncio da traio no aparece a palavra Senhor 8. Seus sofrimentos - Marcos 14:34: E disse-lhes:A minha alma est profundamente triste at a morte; ficai aqui, e vigiai. So poucos os relatos e
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circunstncias descritas em Marcos referentes ao Seu sofrimento, pois um servo s tem a Deus quem recorrer. No vemos Pilatos declarando-o inocente. No vemos a esposa de Pilatos aconselhando-o a no se envolver no julgamento do Homem Justo. Mateus 27:19: E, estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer:No entres na questo desse justo, porque num sonho muito sofri por causa dele. No vemos Judas declarando (Mateus 27:4) que trara o sangue inocente. No vemos as mulheres chorando por Ele no local da execuo (Lucas 23:27) As palavras do ladro arrependido so omitidas, compare: Lucas 23:41-42:E ns, na verdade, com justia, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus:Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. Marcos 15:27-28 - E crucificaram com ele dois salteadores, um sua direita, e outro esquerda. E cumprindo-se a escritura que diz:E com os malfeitores foi contado. As Palavras Est consumado Joo 19:30 so omitidas, pois um servo no d o seu trabalho por encerrado! o seu Senhor quem define a hora que ele deve encerrar o seu trabalho. Caractersticas do Evangelho de Marcos 1- A introduo dos Evangelhos de Mateus, Lucas e Joo longa, enquanto no Evangelho de Marcos ela totalmente diferente. Mateus relata de Cristo: Sua Genealogia, nascimento, visita e homenagem dos sbios, a fuga para o Egito, Seu Batismo e tentao. Somente entra no ministrio pblico de Cristo a partir do captulo 14. Marcos apresenta um breve relato do seu Batismo e tentao, passando a relatar Seu ministrio pblico a partir do versculo 14. Seus trinta anos de vida se passam em silncio. Marcos apresenta-o realmente como Servo. 2- Marcos inicia com Princpio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus no comea com Evangelho do Reino. A palavra evangelho aparece 12 vezes nos quatro evangelhos, sendo que oito delas aparecem somente em Marcos.
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Cabe ao servo levar as Boas Novas!! I Corntios 9:16-19. 3- A palavra EUTHEOS" (Logo, imediatamente) mencionada freqentemente, demonstrando sua prontido e urgncia em servir e cumprir sua misso. Marcos 1:10, 12, 19 a 21, 29, 31, 43 Ele estava ocupado com os negcios de seu
Pai.
Efsios 5:15-17; Colossenses 4:6. 4- Tambm vemos com freqncia a palavra E (Kai): Captulos 2, 3, 4, e 5 Uma conjuno que liga as partes de um discurso. Seu servio era completo, perfeito e sem interrupes. Mostra a continuidade do seu trabalho. No se cansava de fazer o bem. Servia a tempo e fora de tempo. II Timteo 4:1-5, Hebreus 13:16, Tiago 4:17, Tito 3:14, Glatas 6:9-10. 5- Marcos relata mais milagres do que Mateus, pois servio consiste mais em obras do que em discurso. A primeira Parbola a do Semeador. Marcos 4:3-20 - Salvador indo adiante com a Palavra. A segunda Parbola a da Semente que lanada, cresce e colhido ento seu fruto. Marcos 4:26-29. A terceira Parbola a do Gro de Mostarda. Marcos 4:30-32. A quarta Parbola a dos Vinhateiros que maltratam os servos do Senhor da vinha e acabam por matar seu filho. Todas falam de servir! As trs primeiras mostram o trabalho e servio de semear, enquanto a ltima, o de colher. 6- No Evangelho de Marcos as mos de Cristo so frequentemente mencionadas, retratando Seu servio. Marcos 1:31,41; 5:41; 7:32; 8:22-25; 9:27; Joo 10:28. Mostra que os Salvos esto em Suas mos 7- Marcos tambm menciona os olhos do Servo Perfeito - Sempre atentos! Marcos 3:5, 34-35; 8:33; 10:21; 11:11 ---- Provrbios 29:7 A Maneira como Cristo Servia
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1. Sem nenhuma ostentao - Marcos 1:36-38. No desejava ser um dolo popular. Quando somos bem recebidos e ns tornamos o centro das atenes, desejamos permanecer ali. Marcos 1:37-38 - Todos te buscavam - Cristo Responde:Vamos s aldeias vizinhas. Vs 44 - No digas nada a ningum. Joo 5:41 - Eu no recebo glria dos homens. Quando comeamos a receber honra pelo que Deus tem feito atravs de ns, talvez seja tempo de sairmos ou mudarmos para outro lugar. Por isso vemos Cristo nas casas, ou de casa em casa. Marcos 1:45; 3:20; 7:17- 36; 8:26; 9:28- 33. O servo no se exalta pelo que faz! 2- Cristo servia com grande compaixo. A. Compare Marcos 1:30-31 com Lucas 4:38-39 (Sogra de Pedro). E chegando-se a ela, tomou-a pela mo e levantou-a. B- Compare Marcos 9:27 com Lucas 9:42 (Menino Possesso). Tomando-o pela mo, o ergueu. C- Compare Marcos 9:36 e 10:13-16 com Mateus 18:2 e 19:13-15 (Criana). Tomando-o nos seus braos. 3- Cristo enfrentou Grande Oposio. Marcos 2:6-7; 16; 24 - 3:2; 6; 22 - 5:17; 40 - 6:3; 5 - 7:1-2 - 8:11 - 10:2 - 11:18; 27-28 - 12:13; 18; 28 - 14:1. Os servos de Cristo tambm encontraro oposio. um sinal de que esto trabalhando! 4. Cristo serviu com muito Sacrifcio. Marcos 3:20 - 4:35-38 - 6:31 - Atos 20:24 5. Cristo serviu de uma maneira Organizada. Marcos 6:7, 39-40. I Corntios 14:33 6. Cristo serviu com Prontido de Amor. Marcos 1:41 - 6:34 - 8:1 - 10:21 7. O Servio de Cristo era precedido de Orao. Marcos 1:35 Marcos 16:20 - ltimas palavras sobre o servo: Cooperando - I Cor. 15:58 Nota: Extrado do Livro Why Four Gospels A.W.Pink
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Autor: Pr Eduardo Alves Cadete
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br
http://www.palavraprudente.com.br/estudos/eduardo_cadete/miscelania/cap0 2.html
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