Lição 11 - Ageu - o Compromisso Do Povo Da Aliança

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LIO 11 AGEU O COMPROMISSO DO POVO DA ALIANA


INTRODUO Ageu o primeiro de trs livros ps-exlicos do AT (os outros dois so Zacarias e Malaquias). Ele chamado de o profeta (Ag 1.1; 2.1,10; Ed 6.14) e embaixador do Senhor (Ag 1.13). A profecia de Ageu tinha por objetivo encorajar os desanimados judeus que retornaram do exlio a reconstruir o templo, depois dos setenta anos do cativeiro babilnico. I INFORMAES SOBRE O PROFETA AGEU 1.1 Nome. Do hebraico Haggai significa festividade ou festivo. Provavelmente ele recebeu este nome porque o seu nascimento coincidiu com uma das festas judaicas. Seu nome est ligado ao maior objetivo de sua profecia, que era completar o templo para reiniciar as festividades religiosas. A tradio judaica sustenta que ele nasceu na Babilnia e estudou sob a orientao do profeta Ezequiel. Evidentemente veio para Jerusalm aps o retorno do primeiro grupo de exilados em 537 a.C., pois o seu nome no consta da lista dos que retornaram (Ed 2.2) (ELISSEN, 2004, p.329). 1.2 Livro. O livro de Ageu contm dois captulos e quatro mensagens, cada uma delas introduzida pela frase a Palavra do Senhor como veremos a seguir: (1) Ageu repreende os judeus por estarem to interessados em suas prprias casas, revestidas de cedro por dentro, enquanto a Casa de Deus permanecia em desolao (Ag 1.4). (2) Poucas semanas depois, a reao dos judeus, que haviam visto a glria do primeiro templo e que consideravam como nada o segundo, comeava a desanimar o povo (Ag 2.3). Ageu, ento, exorta os lderes a se mostrarem corajosos, porque seus esforos faziam parte de um quadro proftico mais amplo (Ag 2.4-7); e a glria desta ltima casa ser maior do que a da primeira (Ag 2.9). (3) A terceira mensagem de Ageu conclama o povo a viver uma vida de santa obedincia (Ag 2.10-19); e (4) A ltima mensagem prediz que Zorobabel representaria a continuao da linhagem e da promessa messinica (Ag 2.20-23). 1.3 Contemporneos. Zacarias, um profeta mais jovem, foi contemporneo de Ageu. Os dois tornaram-se os principais incentivadores dos trabalhos de restaurao, ao apressarem o povo recm-chegado do exlio a reiniciar a construo do Templo (ELISSEN, 2004, p.329). 1.4 Contexto histrico e poltico do livro. Em 538 a.C., Ciro rei da Prsia, promulgara um decreto, permitindo aos judeus exilados voltarem ptria para reconstruir Jerusalm e o templo, cumprindo, assim, as profecias de Isaas e Jeremias (Is 45.1-3; Jr 25.11,12; 29.10-14), e a intercesso de Daniel (Dn 9). O primeiro grupo de judeus a voltar a Jerusalm, havia lanado os alicerces do novo templo em 536 a.C., em meio a muita emoo e expectativa (Ed 3.8-10). No entanto, os samaritanos e outros vizinhos opuseram-se fisicamente ao empreendimento, desanimando aos trabalhadores de tal maneira, que a obra acabou por ser interrompida em 534 a.C. A indiferena espiritual generalizou-se, induzindo o povo a voltar reconstruo de suas prprias casas. Em 520 a.C., Ageu, acompanhado pelo profeta Zacarias, conclama Zorobabel e o povo a retornar a construo da casa de Deus. Quatro anos mais tarde, o Templo foi completado e dedicado ao Senhor (Ed cap. 4-6). Elissen (2004, p.330), nos relata as datas e os acontecimentos relativos ao contexto do livro: DATA ACONTECIMENTO

538 a.C. Decreto de Ciro para o retorno dos judeus a fim de reconstrurem o Templo (Ed 1.1). 537 a.C. Retorno dos primeiros cativos sob governo de Sesbazar (Ed 2.1); o altar foi erguido e as ofertas foram reiniciadas em Jerusalm (Ed 3.6). 536 a.C. Comea a reconstruo das fundaes do Templo (Ed 3.10). 534 a.C. Reconstruo interrompida devido a amea dos samaritanos (Ed 4.4-5). 530 a.C. Interrupo oficial da reconstruo por ordem de Artaxerxes (Ed 4.6, 21). 521 a.C. Ascenso de Dario Histaspes ao trono persa (Ed 4.5). 520 a.C. Retomada da construo do Templo aps a insistncia de Ageu e Zacarias (Ed 5.1,2; Ag 1.14,15); Decreto de Dario I para recomear a construo do Templo, com garantia de subsidio e proteo a fim de assegurar o seu trmino (Ed 4.24; 6.8). 516 a.C. Templo terminado em 3 de maro (Adar), possibilitando a observncia da Pscoa em 14 de abril (Ed 6.19). 1.5 Contexto religioso. Em 537 a.C. comeou uma grande era para os judeus com a volta do cativeiro e o reincio das ofertas da aliana em Jerusalm. Mas a pausa na reconstruo esfriou o entusiasmo de todos, e eles se voltaram para interesses pessoais. Todavia, essas atividades resultaram em um castigo por no terem tido em alto apreo a fundao do novo Templo (Ed 3.12-13; Ag 2.3). Aps aproximadamente 14 anos de negligncia na reconstruo do templo, o Senhor mandou seca e m colheita ao povo a fim de alert-lo. Mandou depois os profetas Ageu e Zacarias mostrar-lhes a causa do problema econmico e sugerir que todos cuidassem da sua responsabilidade mais importante, a reconstruo do templo do Senhor (ELISSEN, 2004, pp.330,331). II A MENSAGEM DO PROFETA AGEU PARA O POVO DE JUD

Aps o retorno do cativeiro babilnico, os judeus tinham uma importantssima tarefa: reconstruir o Templo e restaurar o culto a Jeov. Mas, alm das dificuldades, a obra foi embargada por determinao do rei Artaxerxes, da Prsia, por causa de uma denncia acusatria dos vizinhos e inimigos do povo judeu (Ed 3.8,9; 4.7,8,17-24). Por causa disso, a obra arrastou-se, o povo perdeu nimo e tornou-se egosta cuidando apenas de suas moradias (Ag 1.4). Foi nesta ocasio que Deus levantou o profeta Ageu. Vejamos o resumo de sua mensagem: 2.1 Mensagem de repreenso (Ag 1.1-11). Por causa do descaso do povo judeu para com o Templo, Deus os castigou e lhes sobreveio colheitas escassas, secas e misria (Ag 1.6). Eles trabalhavam intensamente, mas no sentiam real alegria e motivao (Ag 1.6, 9-11). Mais do que qualquer outra pessoa, Ageu foi o responsvel por conseguir que a reconstruo recomeasse e fosse concluda. Ele insistiu com os lderes e o povo para atender a essa prioridade, para que Deus pudesse derramar benos sobre todos os empreendimentos do povo: Olhastes para muito, mas eis que alcanastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu lhe assoprei. Por qu? disse o Senhor dos Exrcitos. Por causa da minha casa, que est deserta, e cada um de vs corre sua prpria casa. Por isso, retm os cus o seu orvalho, e a terra retm os seus frutos (Ag 1.9,10). 2.2 Mensagem de nimo (Ag 2.1-9). Enquanto o povo edificava, novo desnimo apoderou-se deles. Os mais velhos, lembrando-se do esplendor do Templo de Salomo, mostravam-se decepcionados com o novo Templo, pois era inferior no tamanho e na suntuosidade da alvenaria. Os prprios alicerces eram bem menores em extenso e os recursos eram muito limitados. Mas Ageu veio com uma palavra de nimo, dizendo que Deus derramaria seus recursos naquele edifcio e estaria no meio do novo templo: E encherei de glria esta casa, diz o Senhor dos Exrcitos (2.7). A glria desta ltima casa ser maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exrcitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exrcitos (2.9). 2.3 Mensagem de esperana (Ag 2.10-23). Esta mensagem de purificao e beno foi proclamada trs meses depois que o templo foi iniciado. Por meio de perguntas e respostas, Ageu mostrou ao povo a sua impureza e pecaminosidade (Ag 2.11-14). Mostrou-lhes que as suas oraes no eram respondidas porque tinham protelado por tanto tempo o trmino do templo. Por sua culpa haviam arruinado tudo quanto tinham feito (Ag 2.15-19). Mas, se renovassem o seu zelo, descobririam que Deus os abenoaria: H ainda semente no celeiro? Nem a videira, nem a figueira, nem a romeira, nem a oliveira tm dado os seus frutos; mas desde este dia vos abenoarei (Ag 2.19). III A ATUALIDADE DA MENSAGEM DE AGEU PARA A IGREJA Apesar de Ageu haver profetizado h cerca de 2.500 anos atrs, sua mensagem atual e contempornea. Vejamos: 3.1 para vs tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa h de ficar deserta? Ora, pois, assim diz o Senhor dos Exrcitos: Aplicai o vosso corao aos vossos caminhos (Ag 1.4,5). Os judeus que haviam retornado do cativeiro estavam to ocupados com suas prprias casas que haviam se esquecido da Casa de Deus. O Senhor perguntou-lhes, ento, como eles podiam viver com tanto luxo, enquanto o templo estava em runas. Semelhantemente, muitos cristos esto to ocupados com as coisas transitrias desta vida, que acabam esquecendo de investir no Reino de Deus. No esqueamos, pois, do mandamento divino, atravs do profeta Malaquias: Trazei todos os dzimos casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa... (Ml 3.10a). 3.2 Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, mas no vos fartais; bebeis, mas no vos saciais; vesti-vos, mas ningum se aquece; e o que recebe salrio, recebe-o num saco furado (Ag 1.6). Pelo fato de o povo no dar a Deus o primeiro lugar em suas vidas, seu trabalho no era frutfero, nem produtivo, e suas posses materiais no eram satisfatrias, ou seja, a bno de Deus foi retida. De igual modo, podemos enfrentar um declnio de bnos materiais e espirituais, quando no priorizamos a obra de Deus. Como disse o Senhor Jesus: Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justia, e todas essas coisas vos sero acrescentadas (Mt 6.33). 3.3 Ora, pois, esfora-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esfora-te, Josu, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e esforai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o Senhor dos Exrcitos (Ag 2.4). Por intermdio do profeta Ageu, Deus animou no s o povo (Ag 1.7,8), mas, tambm, a liderana poltica e religiosa Josu, o governador; e Josadaque, o sumo sacerdote para trabalhar (Ag 2.4). Ele prometeu estar com eles, mas, exigiu esforo, trabalho e dedicao. Aprendemos que Deus age, quando nos dispomos a trabalhar para Ele (Js 1.6-9; Mt 28.19,20; Mc 16.20).

CONCLUSO Ageu foi um dos profetas mais bem-sucedidos em termos de resultados imediatos. Suas palavras foram ouvidas, o povo reanimado, e o Templo foi reconstrudo, mesmo diante de grandes dificuldades e oposies. Mas, no apenas isto. Ele profetizou que "A glria desta ltima casa ser maior que a da primeira" (2:9). E, como a glria deste Templo foi inferior a do Templo de Salomo, em termos de tamanho e suntuosidade, cremos que esta glria no estava baseada em termos de prata e o ouro, mas, a presena do Senhor Jesus nele (Mt 21.12,14; Mc 11.11,15; Lc 19.45; 20.1; Jo 8.2,20,59).

REFERNCIAS

ELISSEN, Stanley. Conhea melhor o Antigo Testamento. VIDA. MEARS, Henrieta. Estudo Panormico da Bblia. VIDA. CHAMPLIN, R.N. Enciclopdia de Bblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS. SOARES, Esequias. Viso Panormica do Antigo Testamento. CPAD. STAMPS, Donald C. Bblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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