Exordial Exoneração Alimentos
Exordial Exoneração Alimentos
Exordial Exoneração Alimentos
A d v o g a d o
EXCELENTISSIMO DR JUIZ DE DIREITO TITULAR POR UMA DAS VARAS DE FAMILIA E SUCESSES DA COMARCA DE _____________.
FULANO DE TAL, brasileiro, divorciado, aposentado, RG 77777777 e CPF/MF 88888888-34 residente na R. _______________________________________SP., CEP _______ vem, por seu advogado subscritor protocolizar a presente: AO DE EXONERAO DE ALIMENTOS ENTRE EX-CONJUGES Pedido de antecipao da tutela Em face de ________________________ brasileira, estado civil ignorado, residente e domiciliada Rua _______ casa no. 01 Parque __________ estado de ___ pelos fatos e fundamentos jurdicos aduzidos a seguir.
PRELIMINARMENTE: O autor aposentado conforme se verifica em seu extrato do INSS anexo. Sendo idoso demanda gastos com medicamentos, tendo ainda que pagar penso de alimentos. Razo porque faz declarao de punho esclarecendo sua hipossuficiencia e pleiteando os benefcios da justia gratuita nos termos da Lei 1060/50 e CF/88. OS FATOS:
Pg. 1
Claudio Alves
A d v o g a d o
O autor foi casado com a requerida, pelo regime de comunho parcial de bens e vindo a se divorciar no ano de 2006. A audincia que declarou o divrcio entre as partes (autos no. 2000.000.000.000000-0 1 Vara de Famlia da Comarca de ______________) aconteceu em 13 de dezembro de 2006 ( h 08 anos) e por sentena exarada naqueles autos o autor est a pagar o percentual de 60% do salrio mnimo a titulo de alimentos para a ex-mulher, conforme demonstra cpia do termo bem como a recente execuo encartada.
O entendimento do Egrgio STJ: ... A jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia (STJ) tem dado ateno questo dos alimentos para ex-cnjuges, considerando a obrigao uma exceo regra, incidente apenas quando configurada a dependncia do outro ou a carncia de assistncia alheia... A mulher da atualidade no mais preparada culturalmente apenas para servir ao casamento e aos filhos, mas tem conscincia de que precisa concorrer no mercado de trabalho e contribuir para a manuteno material da famlia. ...Trata-se, portanto, de alimentos temporrios. Para a ministra, o alimentando no pode deixar de agir e deixar ao alimentante a obrigao eterna de sustent-lo. Decorrido esse tempo razovel, fenece para o alimentando o direito de continuar recebendo alimentos, pois lhe foram asseguradas as condies materiais e o tempo necessrio para o seu desenvolvimento pessoal, no se podendo albergar, sob o manto da Justia, a inrcia laboral de uns, em detrimento da sobrecarga de outros, advertiu a ministra. A Turma decidiu desonerar o ex-cnjuge da obrigao e condenou a ex-mulher ao pagamento de custas e honorrios... Fonte: STJ http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=3 98&tmp.texto=106988
Claudio Alves
A d v o g a d o
Por 08 (oito) anos vem o autor pagando penso de alimentos para a ex mulher, este perodo foi mais do que o necessrio para que a mesma se adequasse, se firmasse e buscasse no mercado de trabalho seu prprio sustento. A requerida sendo maior de idade e ex-mulher no pode ficar, passar toda a sua vida na dependncia de alimentos do autor j idoso por toda a vida, no esse maios o entendimento social e jurisprudencial. O atual raciocnio do Egrgio STJ conspira contra aqueles que, mesmo exercendo ou tendo condies de exercer atividade remunerada, insistem em manter vnculo financeiro em relao ao ex-cnjuge, esta obrigao no deve ser perene. Alimentos entre ex-cnjuges devem ser transitrios e no para toda a vida.
Tem sido o entendimento jurisprudencial. Os chamados alimentos transitrios vem sendo largamente aplicados pela jurisprudncia e recomendados pela doutrina, no sentido de assegurar a subsistncia material por certo tempo e no mais, como era no passado, por tempo ilimitado. O ministro Marco Buzzi, integrante da Quarta Turma do STJ, em seu livro Alimentos Transitrios: uma obrigao por tempo certo , afirma que os alimentos so devidos apenas para que o alimentando tenha tempo de providenciar sua independncia financeira. Atualmente, no mais se justifica impor a uma das partes integrantes da comunho desfeita a obrigao de sustentar a outra, de modo vitalcio, quando aquela rene condies para prover a sua prpria manuteno, pondera o ministro Buzzi. Assim, concedendo-se prazo razovel para que a parte atinja a autonomia financeira, o ex-cnjuge se emancipar da tutela do alimentante outrora provedor do lar, que ser ento liberado da obrigao, a qual dever ser declarada extinta. E no caso dos autos j foi concedido prazo de 08 anos. A REQUERIDA TEM FILHOS MAIORES: A requerida possui filhos maiores de idade saudveis e capazes. A estes sim cabe a obrigao no futuro caso a requerida alegue precisar de penso de alimentos. O AUTOR TEM 62 ANOS IDOSO: O autor envelheceu, hoje idoso, conta com 62 anos de idade, conforme a documentao anexa, faz uso de medicamentos e necessita compra-los cujo custo de medicamentos no Brasil sabe-se notoriamente elevado .
Pg. 3
Claudio Alves
A d v o g a d o
Frise-se que o autor precisa fazer trabalhos extras para complementar sua aposentadoria pois no tem condies de se manter com os vencimentos do INSS e ainda pagar penso de alimentos. No sentido da exonerao da obrigao alimentar, quando o alimentando atinge a maioridade, reza a jurisprudncia do TJSP:
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA - RECURSO ESPECIAL N 933.355 - SP (2007/0055175-0) RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI EMBARGANTE : E C L DE F P ADVOGADOS : FBIO SIMES ABRO E OUTRO(S) RENATO VASCONCELOS DE ARRUDA EMBARGADO : R M DE O ADVOGADOS : CLUDIA RINALDI MARCOS VIT DENIS HIDEYUKI TOKURA E OUTRO(S) RICARDO MARIZ DE OLIVEIRA E OUTRO(S) Direito civil. Famlia. Revisional de alimentos. Reconveno com pedido de exonerao ou, sucessivamente, de reduo do encargo. Dever de mtua assistncia. Divrcio. Cessao. Carter assistencial dos alimentos. Comprovao da necessidade de quem os pleiteia. Condio social. Anlise ampla do julgador. Peculiaridades do processo. Embargos de declarao no recurso especial. Ausncia de contradio e obscuridade. Prestao jurisdicional encerada. - A questo suscitada pela embargante no constitui ponto contraditrio tampouco obscuro do julgado, mas mero inconformismo com os fundamentos adotados no acrdo recorrido, vertidos em seu voto condutor, em firme ponderao e conseqente escorreita aplicao das regras que norteiam, no Direito de Famlia, o instituto dos Alimentos, nada havendo para reformar ou esclarecer no julgado. - O que se percebe, que busca a embargante, por meio de uma tese transversa, modificar o julgado, fugindo aos parmetros adotados pelo rgo Julgador, ao decidir, unanimidade, pela exonerao do alimentante de continuar prestando, como j o fez, ao longo de vinte anos, alimentos ex-mulher. Embargos de declarao rejeitados. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA RECURSO ESPECIAL N 1.188.399 - PB (2010/0063869-2) RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI RECORRENTE : A M DE L ADVOGADO : JOO PAULO DE JUSTINO E FIGUEIREDO E OUTRO(S) RECORRIDO : C P B ADVOGADO : RAMON TOSCANO SEBADELHE EMENTA CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ALIMENTOS. EXONERAO. INEXISTNCIA DE ALTERAO NO BINMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE. 1- Os alimentos devidos entre ex-cnjuges sero fixados com termo certo, a depender das circunstncias fticas prprias da hiptese sob discusso, assegurando-se, ao alimentado, tempo hbil para sua
Pg. 4
Claudio Alves
A d v o g a d o
insero, recolocao ou progresso no mercado de trabalho, que lhe possibilite manter pelas prprias foras, status social similiar ao perodo do relacionamento 2 - Sero, no entanto, perenes, nas excepcionais circunstncias de incapacidade laboral permanente, ou ainda, quando se constatar, a impossibilidade prtica de insero no mercado de trabalho. 3 - Em qualquer uma das hipteses, sujeitam-se os alimentos clusula rebus sic stantibus, podendo os valores serem alterados quando houver variao no binmio necessidade/possibilidade. 4 - Se os alimentos devidos a ex-cnjuge no forem fixados por termo certo, o pedido de desonerao total, ou parcial, poder dispensar a existncia de variao no binmio necessidade/possibilidade, quando demonstrado o pagamento de penso por lapso temporal suficiente para que o alimentado revertesse a condio desfavorvel que detinha, no momento da fixao desses alimentos. 5 - Recurso especial provido.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA RECURSO ESPECIAL N 1.205.408 - RJ (2010/0145953-6) EMBARGANTE : R M J P ADVOGADO : ESTER KLAJMAN GOLDBERF E OUTRO(S) EMBARGADO : S A C ADVOGADO : FELIPPE ZERAIK E OUTRO(S) RELATORA: MINISTRA NANCY ANDRIGHI CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ALIMENTOS. EXONERAO. INEXISTNCIA DE ALTERAO NO BINMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE. 1- Os alimentos devidos entre ex-cnjuges sero fixados com termo certo, a depender das circunstncias fticas prprias da hiptese sob discusso, assegurando-se, ao alimentado, tempo hbil para sua insero, recolocao ou progresso no mercado de trabalho, que lhe possibilite manter pelas prprias foras, status social similiar ao perodo do relacionamento 2 - Sero, no entanto, perenes, nas excepcionais circunstncias de incapacidade laboral permanente ou, ainda, quando se constatar, a impossibilidade prtica de insero no mercado de trabalho. 3 - Em qualquer uma das hipteses, sujeitam-se os alimentos clusula rebus sic stantibus, podendo os valores serem alterados quando houver variao no binmio necessidade/possibilidade. 4 - Se os alimentos devidos a ex-cnjuge no forem fixados por termo certo, o pedido de desonerao total, ou parcial, poder dispensar a existncia de variao no binmio necessidade/possibilidade, quando demonstrado o pagamento de penso por lapso temporal suficiente para que o alimentado revertesse a condio desfavorvel que detinha, no momento da fixao desses alimentos. 5 - Recurso especial provido.
Pg. 5
Claudio Alves
A d v o g a d o
Diante dos fatos narrados e considerando a presena do requisito necessrio cessao do dever do autor de pagar alimentos a requerida qual seja: se trata de ex-conjuge. E tendo em vista que o desconto continua a ser feito dos seus ganhos, alternativa no resta ao autor seno vir a Juzo pleitear a exonerao, com a consequente cessao dos descontos.
OS DESCONTOS SO EFETIVADOS JUNTO AO INSS Os descontos da penso de alimentos vem sendo feitos diretamente do INSS, h necessidade da expedio do oficio para que o rgo para de efetuar os descontos ANTECIPAO DA TUTELA: possvel ante a documentao juntada nos autos o que demonstra o fumus boni iuris. O periculun in mora reside na idade do autor, gastos com medicamentos, bem como a eventual demora na tramitao processual. Assim, pede os efeitos da antecipao da tutela para determinar ao INSS que deixe de efetuar descontos a titulo de penso de alimentos sobre a aposentadoria do autor.
O PEDIDO: Por todo o exposto, o autor pleiteia: a) Antecipar os efeitos da tutela para determinar ao INSS que se abstenha de efetuar desconto de penso de alimentos da aposentadoria do autor; b) Concesso dos benefcios da Justia gratuita por ser pessoa pobre no sentido jurdico do termo; c) Citao da Requerida para, querendo, responder aos termos da presente, no prazo legal, sob pena de revelia; d) Produo de todas as provas em direito admitidas e que se faam necessrias;
Pg. 6
Claudio Alves
A d v o g a d o
Ao final a procedncia do pedido para o fim de exonerar o autor da obrigao de alimentos para a ex cnjuge, com a determinao em definitivo para cessao dos descontos e a condenao da Requerida nos nus da sucumbncia.
Conceda-se as necessrias prerrogativas ao oficial de justia se o caso. Atribui-se causa o valor de R$ 5.212,08 (cinco mil duzentos e doze reais e oito centavos) referente a uma anuidade dos alimentos.
P. Deferimento
Pg. 7