Formação Do Oficial Fuzileiro Naval
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Formação Do Oficial Fuzileiro Naval
Portanto, investir na educao, em particular, dos nossos Oficiais, futuros condutores da Marinha do Brasil, de fundamental importncia para a evoluo da instituio
FORMAO FORMAODOS DOSOFICIAIS OFICIAISPARA PARAOS OSPRIMEIROS PRIMEIROSPOSTOS POSTOSDA DACARREIRA CARREIRA
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t 1924, o posto mximo do Fuzileiro Naval era Sargento-Ajudante (Brigada). Os seus chefes, pouco numerosos, eram todos Oficiais da Armada. Os Fuzileiros faziam exerccios fsicos e praticavam infantaria constantemente. Nessa poca, motivado pela necessidade de ter um instrutor de Infantaria prprio com um grau de hierarquia superior aos mais graduados, o governo fez o primeiro Oficial (Oficial Honorrio). Os Tenentes Comissionados surgiram aps a criao do Batalho Naval. A primeira turma foi constituda pelos Primeiros-Sargentos e Brigada do Batalho Naval. Os Tenentes Comissionados preencheram grande lacuna, no somente no tocante aos servios, como tambm no comando de tropa e nos exerccios. A tarimba dava-lhes uma espcie de sabedoria que a experincia e a prtica comprovavam. Embora os Oficiais oriundos das fileiras cumprissem plenamente as exigncias da corporao, os Oficiais do CFN precisariam ter melhor formao, e isso s se conseguiria com a seleo mediante concurso, de jovens que iniciassem a carreira militar na Escola Naval (EN). Assim, em 1937, a Escola Naval passou a ministrar, tambm, o curso para graduar Oficiais do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). A possibilidade de acesso ao oficialato, para Praas, foi mantida com a criao, em 15 de maro de 1938, do Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais (AFN). A EVOLUO DA FORMAO DO OFICIAL FUZILEIRO NAVAL - Em 1937, o curso da EN compreendia um Curso Prvio e um Curso Superior, realizados na Escola Naval, e um Curso de Aplicao, realizado a bordo de navio de instruo, para os alunos que se destinavam ao Corpo da Armada e, no Corpo de Fuzileiros Navais, para os que se destinavam ao CFN. O ensino na EN se dividia em quatro categorias: Ensino Fundamental, Ensino Tcnico, Ensino Complementar e Ensino Prtico. O Curso Prvio tinha a durao de um ano para todos os Aspirantes. O Curso Superior durava quatro anos para os Aspirantes que se destinavam ao Corpo da Armada, e dois anos para os que se destinavam ao CFN. O Curso de Aplicao para os Aspirantes a Oficial do CFN tinha a durao de um ano, sendo realizado no Corpo de Fuzileiros Navais e na Escola de Infantaria do Exrcito, onde eram ministradas as seguintes disciplinas: Armamento de Infantaria, Organizao de Instruo e Pedagogia Militar, Topografia de Campanha, Organizao do Terreno, Transmisses, Ttica de Infantaria, Noes de Ttica Geral e Operaes Combinadas. O ano escolar compreendia dois perodos letivos e duas pocas de frias ou exerccios. Os intervalos entre os perodos letivos eram destinados a exerccios, viagens de instruo ou frias. A matrcula era feita no Curso Prvio. Os alunos do Curso Prvio e do Curso Superior, que se destinavam ao Corpo da Armada, recebiam o ttulo de Aspirantes a GuardaMarinha e os que se destinavam ao CFN o ttulo de Aspirantes ao CFN. O Aspirante a Guarda-Marinha que tivesse satisfeito todas as provas relativas ao 4 ano do Curso Superior, era nomeado Guarda-Marinha (GM) e o Aspirante ao CFN, que tivesse satisfeito todas as provas relativas ao 2 ano do respectivo curso, era nomeado Aspirante a Oficial do CFN. Ao final do Curso Superior, tanto os GM quanto os Aspirantes a Oficial do CFN eram matriculados no Curso de Aplicao. A partir de 1943, o Aspirante a Oficial do CFN passou a ser denominado GuardaMarinha Fuzileiro Naval - GM (FN). Quanto durao, o Curso Superior para o Aspirante a GM passou para trs anos e o Curso de Aplicao passou para seis meses, sendo mantida a durao do Curso Prvio (um ano para todos os Aspirantes) e do Curso Superior (dois anos) para o Aspirante ao Corpo de Fuzileiros Navais. Em 1949, a instruo na Escola Naval era ministrada em conformidade com o Plano de Ensino da Marinha, elaborado pela Diretoria de Ensino Naval e aprovado pelo Ministro da Marinha. O objetivo da instruo era dar ao aluno conhecimentos bsicos que lhe permitissem exercer suas funes nos primeiros postos da carreira e que, no futuro, lhe fossem suficientes para freqentar os cursos de especializao. Os cursos da Escola Naval passaram a ser denominados de Curso de Aspirantes a Guarda-Marinha, freqentado pelos alunos que se destinavam ao Corpo de Oficiais da Armada; Curso de Aspirantes a Guarda-Marinha Fuzileiro Naval, freqentado pelos alunos que se destinavam ao Corpo
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de Fuzileiros Navais; e Curso de Aspirantes a Guarda-Marinha Intendente Naval, freqentado pelos Aspirantes que se destinavam ao Corpo de Intendentes Navais. Nesse ano (1949), os cursos da EN foram reorganizados em dois estgios; um escolar, feito na Escola Naval, na graduao de Aspirante, e um de adaptao, realizado na graduao de Guarda-Marinha. O Estgio Escolar era de quatro anos para o Aspirante que se destinava ao Corpo de Oficiais da Armada e de trs anos para o que se destinava ao CFN. O Estgio de Adaptao tinha a durao de um ano. Os GM (FN) realizavam o Estgio nas Unidades do CFN e os GM realizavam, obrigatoriamente, uma viagem de instruo. A matrcula inicial, para cada um dos cursos previstos, era feita no 1 ano do Estgio Escolar. As disciplinas foram reagrupadas, segundo sua natureza, nas categorias de Ensino Cientfico-Fundamental, Ensino Tcnico-Profissional, Ensino Complementar e Ensino Militar-Naval. Alm disso, as disciplinas foram distribudas pelos seguintes Departamentos de Ensino: Matemtica, Cincias Fsicas, Nutica, Armamento, Mquinas, Intendncia, Complementar, Escolar e de Fuzileiros Navais. Este ltimo, tambm criado nesse ano, era chefiado por um Oficial Superior do CFN e tinha a tarefa de orientar e fazer executar os assuntos tcnico-profissionais de Fuzileiros Navais. Em 1954, o objetivo do ensino na Escola Naval visava proporcionar ao aluno: a) Instruo fundamental constituda por conhecimentos cientficos e tcnicos necessrios ao futuro Oficial nos primeiros postos da carreira e ao prosseguimento de sua preparao; b) Instruo bsica profissional que o habilitasse ao exerccio das funes de Oficial Subalterno; e c) Instruo e educao bsica militar destinada a fornecer-lhe os conhecimentos militares e de organizao indispensveis ao exerccio do oficialato. Os cursos da Escola Naval passaram a ser denominados: Curso de Formao de Oficiais do Corpo da Armada, Curso de Formao de Oficiais do Corpo de Fuzileiros Navais e Curso de Formao de Oficiais do Corpo de Intendentes da Marinha. A durao do Estgio de Adaptao foi alterada para dez meses de instruo, compreendendo dois perodos: o primeiro era conduzido em Centros de Instruo e Estabelecimentos Navais; e o segundo, a bordo de navios de guerra, inclua, obrigatoriamente, uma viagem de instruo. O Departamento de Fuzileiros Navais passou a se chamar Departamento de Ensino de Operaes de Desembarque, sendo o encarregado um Capito-de-Fragata (FN).
As atividades do ensino Profissional Naval previstas para os Aspirantes dos 1 e 2 anos so realizadas no Aviso de Instruo e para os Aspirantes dos 3 e 4 anos (FN) em unidades de tropa, de modo a proporcionar a prtica profissional correspondente aos assuntos ministrados em sala de aula.
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Em 1957, o objetivo do ensino na EN, nos trs cursos ministrados, era proporcionar ao aluno: a) Instruo fundamental constituda pelos conhecimentos bsicos no essencialmente militares, necessrios habilitao do futuro Oficial para o exerccio das funes correspondentes aos primeiros postos da carreira e ao prosseguimento de sua preparao profissional; b) Instruo profissional que o habilitasse ao exerccio das funes de Oficial Subalterno; c) Instruo e educao militares destinadas a desenvolver suas qualidades morais e fsicas e a fornecer-lhe os conhecimentos militares e de organizao indispensveis ao exerccio do oficialato. Os cursos da EN foram denominados Curso da Armada, Curso de Fuzileiros e Curso de Intendentes. A matrcula inicial, para cada um dos referidos cursos, era feita no 1 ano do Estgio Escolar, levando-se em considerao a opo feita pelo candidato no Colgio Naval ou por ocasio do Concurso de Admisso Escola Naval. A durao do Estgio Escolar do Curso de Formao de Oficiais da Armada foi alterada de quatro para trs anos e a do Curso de Formao de Oficiais do Corpo de Fuzileiros Navais de trs para dois anos. O Estgio de Adaptao passou para doze meses. Nesse ano, as disciplinas foram agrupadas nas categorias de ensino Cientfico, Tcnico, Militar-Naval e Educao Fsica. No Estgio de Adaptao, realizado a bordo de navios e em estabelecimentos navais, estava includa uma viagem de grande durao. Neste estgio, s eram ministradas disciplinas das categorias Tcnico e Militar-Naval. Em 1960, as denominaes dos cursos da EN foram alteradas para: Curso da Armada, para formao de Oficiais do Corpo da Armada (CA); Curso de Fuzileiros, para formao de Oficiais do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN); e Curso de Intendentes, para formao de Oficiais do Corpo de Intendentes da Marinha (CIM). A durao do Estgio Escolar, de todos os cursos, passou para quatro anos. O ano letivo compreendia dois perodos letivos de dezoito semanas cada um, uma viagem de instruo e duas pocas de frias. As disciplinas, que constituam os currculos, foram reagrupadas nas categorias de ensino Cientfico, Tcnico e Militar-Naval. O ensino Militar-Naval era ministrado no Estgio Escolar e no Estgio de Adaptao de todos os cursos. O quadro abaixo apresenta as disciplinas do Curso de Fuzileiros.
Na matrcula no 2 ano do Estgio Escolar levava-se em considerao a opo do aluno relativa aos cursos, ou seja, o primeiro ano era bsico, sendo a opo de corpo realizada no 2 ano. Em 2 de fevereiro de 1961, pela Lei n 3.885, foram criados os Quadros Complementares de Oficiais da Armada, de Fuzileiros Navais e de Intendentes da Marinha.
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O Quadro Complementar tem suas razes no extinto Centro de Instruo de Oficiais da Reserva da Marinha (CIORM). As normas da poca permitiam a convocao de Segundos-Tenentes formados por aquele Centro. A concepo do Quadro Complementar devido ao Almirante Renato de Almeida Guilhobel, ento Ministro da Marinha, que via no aproveitamento dos Oficiais da Reserva recm-formados pelo CIORM, a soluo para o problema de claros no efetivo da Marinha, uma vez que a formao natural de Oficiais para os quadros regulares da carreira naval no vinha sendo suficiente para atender ao crescimento da Marinha. Em 1964, considerando a necessidade de acelerar a formao de Oficiais, o Presidente da Repblica baixou um decreto que reduziu a durao do Estgio de Adaptao para seis meses, ou seja, apenas em um perodo de instruo. No ano de 1966, as disciplinas do quadro abaixo eram ministradas no Curso de Fuzileiros Navais.
A partir deste ano, a opo de corpo passou a ser realizada no 3 ano. Em 1969, as alteraes mais significativas no currculo do Curso de Fuzileiros foram as incluses das seguintes disciplinas: Processamento de Dados, Materiais e Processos, Resistncia dos Materiais e Transferncia de Calor. Outro aspecto relevante que ocorreu nesse ano foi a possibilidade da EN expedir o diploma de Concluso de Curso de Engenharia Operacional na modalidade de Mecnica para os Guardas-Marinha. Em 1973, os currculos referentes aos cursos da EN constavam de uma parte bsica, comum, e de outra especfica, diferente para cada um deles. O ano letivo compreendia trs perodos: dois destinados s atividades de ensino e o ltimo relativo, s frias e a prticas complementares, estas representadas por viagens de instruo, estgio em unidades de tropa ou outras atividades. O Estgio de Adaptao para todos os cursos era constitudo, basicamente, de uma viagem de instruo. A partir da turma que ingressou na EN em 1979, a opo de corpo voltou a ser realizada no 2 ano. A formao diversificada comeou em 1980, no 2 ano do Ciclo Escolar, com a possibilidade do Aspirante Fuzileiro Naval escolher, dentro do nmero de vagas estabelecidas, uma das seguintes habilitaes: Eletrnica (HE), Sistemas de Armas (HS), Mecnica (HM) ou Administrao de Sistemas (HA). Em 1981 e 1982, foram retiradas do currculo do 2 ano (FN) as habilitaes de Sistemas de Armas (HS) e de Administrao de Sistemas (HA), respectivamente, restando, apenas, as Habilitaes em Mecnica e Eletrnica. Em 1981, o regime escolar estava divido em Ciclo Escolar e Ciclo Ps-Escolar. O Ciclo Escolar tinha a durao de quatro anos letivos para todos os cursos. Cada ano letivo compreendia trs perodos: dois destinados s atividades de ensino (1 e 2 semestres) e o ltimo relativo a frias, estgio de adaptao para novos Aspirantes e prticas complementares.
FORMAO DOS OFICIAIS PARA OS PRIMEIROS POSTOS DA CARREIRA
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O TFM visa a desenvolver e manter o nvel adequado de suficincia fsica dos Aspirantes, dentro do padro necessrio ao seu desempenho profissional como Oficial.
O Ciclo Ps-Escolar era constitudo por perodos de aprendizagem prtica e instrues conduzidas em vrias OM da MB, conforme o Corpo a que se destinava o GuardaMarinha, e complementado com uma viagem de instruo, com seis meses de durao, para todos os GM. No trmino do Ciclo Ps-Escolar, os GM (FN) eram nomeados 2 Ten (FN) graduados em Cincias Navais com a habilitao que tivesse cursado. Em 1992, foi criado o Estgio Bsico do Combatente Anfbio (EsBaCoAnf), para ser realizado pelos 2 Ten (FN) e QC-FN recm-nomeados com a finalidade de aprimorar a capacidade de reao desses Oficiais, por meio da aplicao prtica de procedimentos tcnicos e suas combinaes, em face das situaes tticas, tendo por base o nvel de Comandante de Peloto de Fuzileiros Navais e, como conseqncia, foi reestruturado o Estgio Bsico para Comandante de Peloto (EsBaCoPel), o qual passou a ser denominado de Estgio de Administrao para Comandante de Peloto (EsACoPel), sendo realizado na 1 fase do Ciclo Ps-Escolar da EN, com o propsito de adestrar os GM (FN) no exerccio de funes administrativas, em nvel de Oficial Subalterno, nas Unidades do CFN. O EsBaCoAnf foi realizado at 1994, quando, ento, foi criado o Curso de Especializao em Guerra Anfbia (C-Espc-GAnf), realizado, obrigatoriamente, pelos GM (FN) no Ciclo Ps-Escolar do Curso de Graduao de Oficiais da EN, pelos 2 Ten (QC-FN) e, em carter de voluntariado, pelos 2 Ten (AFN), egressos do Curso de Formao de Oficiais (CFO) do Centro de Instruo Almirante Wandenkolk (CIAW), com o propsito de qualificar para o exerccio das funes de carter operativo do Comandante de Peloto de Fuzileiros Navais, em complementao formao do Oficial. A partir de 1998, a opo de corpo e de habilitao retornou para o 3 ano do Ciclo Escolar. O relatrio do Simpsio de Ensino no CFN realizado em 2001 apresentou a necessidade de estudar a integrao vertical dos cursos, particularmente de Graduao/Formao. Em 2002, foi constitudo um Grupo de Trabalho (GT) de Integrao Vertical, com representantes da Diretoria de Ensino da Marinha (DEnsM), da EN, do CIAW, do Centro de Instruo Almirante Sylvio de Camargo (CIASC) e do Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais (CPesFN) para estudar o assunto e propor medidas de verticalizao dos referidos cursos. Aps terem sido constatadas as diferenas existentes entre os currculos dos Cursos de Graduao e de Formao de Oficiais, no que diz respeito carga horria e contedo dos assuntos profissionais, e considerando que os Oficiais provenientes da EN e do CIAW podem exercer as mesmas funes nas Unidades de Fuzileiros Navais, o referido GT, estabelecendo como referncia o currculo da EN, props em seu relatrio que as disciplinas do Ensino Profissional do CFO do CIAW, especficas para o CFN, tivessem as mesmas cargas horrias e nomenclaturas que as disciplinas do currculo da EN, referente ao Ensino Profissional dos 3 e 4 anos (FN), de forma que os GM (FN) e os 2 Ten (QC-FN) tivessem a mesma base de formao profissional.
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Quanto ao C-Espc-GAnf, o GT props a reformulao do currculo, alterando, principalmente, o nvel de abrangncia das disciplinas, de maneira a evitar repeties desnecessrias e tornar a sua conduo eminentemente prtica. Outro aspecto abordado no Simpsio de Ensino foi a falta de conhecimentos de tcnicas especficas dos Segundos-Tenentes Fuzileiros Navais que eram designados para funes operativas nas reas de Engenharia de Combate, Artilharia, Armas de Apoio de Fogo Orgnicas do Batalho de Infantaria e Blindados, pois os cursos de Graduao/Formao preparam os Oficiais para o exerccio de cargos de Oficiais Subalternos, especificamente, Comandantes de Peloto de Fuzileiros Navais. Para suprir essa carncia, algumas OM ministravam adestramentos internos, que na realidade funcionavam como estgios de qualificao, sem a superviso didtico-pedaggica necessria. Tal situao poderia comprometer a MB no caso de eventual ocorrncia de acidente com algum Oficial que, efetivamente, no tivesse sido formalmente qualificado para o desempenho da funo. O relatrio do GT de Integrao Vertical recomendou a criao de cursos a serem realizados, em conformidade com a distribuio dos 2 Ten (FN e QC-FN), imediatamente aps o trmino da viagem de instruo, em carter obrigatrio para Oficiais FN. Depois de analisada a proposta acima mencionada, o CPesFN optou pela criao de estgios, considerados como atividades de Ensino Naval equivalentes a cursos, por compreenderem o ensino sistemtico de disciplinas com estrutura curricular definida. Portanto, a fim de atender s peculiaridades funcionais de OM especficas do CFN, no sentido de qualificar os 2 Ten (FN e QC-FN) designados para l servirem, foram criados Estgios de Qualificao Tcnica Especial (E-QTEsp) para as reas de Engenharia de Combate, Artilharia e de Apoio de Fogo Orgnico do Batalho de Infantaria, a serem realizados nas OM especficas de suas reas, sob a superviso didtico-pedaggica e administrativa escolar do CIASC. O Estgio de Blindados no foi criado, porque no decorrer dos estudos, foram criados, pelo Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, cursos especiais que atendiam a essa necessidade. Neste ano (2002), para atender a crescente especializao exigida dos Oficiais Fuzileiros Navais, em face da incorporao ao acervo do CFN de novos e modernos meios, particularmente de sistemas informatizados de Direo de Tiro e de Comando e Controle, o CPesFN solicitou DEnsM que acrescentasse a Habilitao de Sistemas de Armas entre as reas de opo do Aspirante FN, de forma que 10% da turma fosse habilitada em Sistemas de Armas, 30% em Eletrnica e 60% em Mecnica. Em 2004, visando atender o preconizado na Lei de Ensino da Marinha e no Plano de Carreira de Oficiais (PCOM), o C-Espc-GAnf, destinado aos GM (FN), passou a ser designado Estgio Especial de Guerra Anfbia (E-EGAnf), mantendo o seu contedo e propsito. O currculo do C-Espc-GAnf destinado aos 2 Ten (QC-FN) foi acrescido de duas semanas com a incluso de atividades extraclasse. Os referidos cursos passaram a ser conduzidos simultaneamente e de maneira nica.
Durante o vero, so realizados estgios, com a durao de uma semana cada, como por exemplo o Estgio de Sobrevivncia na Selva realizado no Batalho de Operaes Especiais de Fuzileiros Navais (foto abaixo esquerda) e o Estgio de Sobrevivncia no Mar realizado na Base Area de So Pedro DAldeia (foto abaixo direita).
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A FORMAO ATUAL - Os Oficiais Fuzileiros Navais podem ser do Quadro de Oficiais Fuzileiros Navais, do Quadro Complementar de Oficiais Fuzileiros Navais e do Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais. O Oficial de Marinha do Quadro de Oficiais Fuzileiros Navais graduado no Curso de Graduao de Oficiais da Escola Naval, sendo graduado em cincias navais com habilitao em Eletrnica, Mecnica ou Sistemas de Armas. O curso desenvolvido em dois ciclos escolares subseqentes e tem o propsito de capacitar os Oficiais para o pleno exerccio de atividades operativas e funes tcnico-administrativas em unidades de tropa, inerentes aos primeiros postos da carreira naval. O Ciclo Escolar (CE) com a durao de quatro anos letivos destinado aprendizagem acadmica, sendo realizado na graduao de Aspirante. Cada ano letivo do CE iniciado por um perodo de vero, destinado adaptao, atividades extraclasse e frias, seguido do perodo acadmico, que visa o desenvolvimento dos diferentes tipos de ensino e atividades. O Ciclo Ps-Escolar (CPE) o perodo de um ano letivo, dividido em trs fases subseqentes, destinado aplicao prtica dos conhecimentos adquiridos, conduzido em OM da Marinha, na graduao de Guarda-Marinha (GM), sob a superviso da Escola Naval. O Curso compreende o Ensino Bsico (EB), o Ensino Profissional (EP) e o Ensino Militar-Naval (EMN). No Ensino Bsico, independente do Corpo/Habilitao, o Aspirante FN cursa um ncleo comum de contedos, constitudo de conhecimentos tericos fundamentais, no domnio das cincias exatas, humanas e tecnolgicas, essenciais ao exerccio das funes gerais que ir desempenhar no decorrer de sua carreira e que associados constituiro a base de sua formao geral e cultural. O Ensino Profissional da formao do Fuzileiro Naval est orientado para os conhecimentos relacionados com a prtica profissional de carter operativo, necessrios ao desempenho de funes peculiares aos primeiros postos da carreira naval. Os dois primeiros anos do curso so bsicos. No 1 ano, o Aspirante tem a disciplina Fundamentos Navais-1 (FNA-1), cujo objetivo descrever os tipos de navios e embarcaes, seus principais equipamentos, sensores de armas e comunicaes e os princpios de controle de avarias e combate a incndio; e a disciplina Navegao-1 (NAV-1) com o objetivo de planejar e executar uma derrota de navegao entre dois pontos da superfcie da Terra, utilizando os recursos necessrios para cumprir essa travessia de forma segura e eficaz. No 2 ano, o Aspirante tem a disciplina FNA-2, com o objetivo de descrever as principais fainas comuns e especiais de bordo, governo e manobras de navios, noes de comunicaes, os princpios fundamentais das instalaes propulsoras navais, seus acessrios, resolver problemas envolvendo conceitos e princpios de estabilidade, no controle de avarias de um navio; e a disciplina NAV-2 com o objetivo de empregar os dados tticos dos navios no planejamento e execuo de navegao em guas restritas, e utilizar as tcnicas bsicas de operao dos sistemas de navegao eletrnica na execuo da derrota. Esta disciplina a base para o desenvolvimento da disciplina Navegao e Meteorologia Aplicada ministrada na 3 fase do CPE (Viagem de Instruo). No 3 ano (FN), a disciplina Instruo Bsica de Combate (IBC) tem o objetivo de aplicar os procedimentos individuais bsicos do Combatente Anfbio e empregar o Grupo de Combate nas aes tticas em Operaes de Fuzileiros Navais. No 4 ano (FN), ministrada a disciplina Operaes Anfbias (OPA), com o objetivo de aplicar os conceitos bsicos das Operaes Anfbias e o emprego dos meios de Apoio ao Combate de Fuzileiros Navais; e a disciplina Operaes Terrestres de Carter Naval (OFN), que visa permitir ao Aspirante planejar e empregar o Peloto de Fuzileiros Navais, enquadrado na Companhia de Fuzileiros Navais, nas aes tticas em Operaes de Fuzileiros Navais. O ensino profissional da habilitao Eletrnica, Mecnica e Sistemas de Armas est voltado diretamente para os conhecimentos tcnicos relacionados prtica profissional necessria soluo dos problemas que o Oficial enfrentar na vida diria a bordo de unidades especficas do CFN, tais como o Batalho de Artilharia de Fuzileiros Navais, Batalho de Blindados de Fuzileiros Navais, Batalho de Viaturas Anfbias, Batalho de Controle Aerottico e Defesa Antiarea, Batalho de Comando e Controle e Batalho Logstico de Fuzileiros Navais.
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O Ensino Militar-Naval est constitudo de conhecimentos necessrios formao militar Legislao Militar Naval, Tiro, Ordem Unida, Treinamento Fsico Militar (TFM) e Segurana Orgnica que do condies ao Oficial de desempenhar as funes para as quais for designado ao longo da sua carreira naval. Durante o curso, o Aspirante executa atividades de Ensino (Acadmica, Prticas, Prticas Profissionais e Treinamento Fsico Militar), Extraclasse, Militares, Marinheiras e Esportivas, desenvolvidas sob a responsabilidade dos Centros de Ensino (Centro de Ensino de Cincias Sociais, Centro de Ensino Tcnico Cientfico e Centro de Ensino Profissional Naval). As atividades acadmicas, cujo propsito transmitir conhecimentos tericos, so complementadas pelas atividades prticas que contribuem para o aprimoramento da formao global do futuro Oficial. Ambas as atividades so desenvolvidas em salas de aula, laboratrios e salas informatizadas. As atividades do Ensino Profissional Naval previstas para os Aspirantes dos 1 e 2 anos so realizadas no Aviso de Instruo e para os Aspirantes do 3 e 4 anos (FN) em unidades de tropa, de modo a proporcionar a prtica profissional correspondente aos assuntos ministrados em sala de aula. O TFM visa desenvolver e manter o nvel adequado de suficincia fsica dos Aspirantes, dentro do padro necessrio ao seu desempenho profissional como Oficial. As atividades extraclasse desenvolvidas para complementar a formao do Aspirante so os estgios do perodo de vero (janeiro e fevereiro), palestras, visitas e embarque de oportunidade em unidades do CFN ou navios. Os Estgios do Perodo de Vero so: Estgio de Adaptao para os Aspirantes do 1 ano; Estgios, com a durao de uma semana cada, de Sobrevivncia na Selva, realizado no Batalho de Operaes Especiais de Fuzileiros Navais, Estgio de Sobrevivncia no Mar, realizado na Base Area de So Pedro DAldeia e Estgio de Tiro (pistola e fuzil), realizado na Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador para os Aspirantes do 2 ano; Viagem de Instruo nos Navios da Esquadra (Aspirantex) para os Aspirantes do 3 ano, onde fazem a opo de corpo e de habilitao; Estgios de Sobrevivncia na Selva e de Montanhismo, realizados no Batalho de Operaes Especiais de Fuzileiros Navais, para os Aspirantes do 4 ano (FN). As palestras, visitas e embarques de oportunidade em unidades do CFN ou navios, so realizadas ao longo do ano, para os Aspirantes do 1 e 2 anos visando a orient-los para a opo de corpo e de habilitao, e para os Aspirantes do 3 e 4 ano (FN) para conhecerem as unidades da Marinha. As atividades militares tm o propsito de complementar a formao militar do Aspirante. Elas compreendem a ordem unida, aulas de tiro e manejo de espada.
Na 2 Fase do Ciclo Ps-Escolar, com a durao de dezesseis semanas, os GuardasMarinha (FN) realizam o Estgio Especial de Guerra Anfbia (EEGAnf), enquanto os 2 Ten (QC-FN e AFN) egressos do CFO do CIAW, realizam o Curso de Especializao de Guerra Anfbia (C-EspcGAnf) que tem a durao de dezoito semanas. O E-EGAnf e o C-Espc-GAnf so realizados simultaneamente no CIASC
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As prticas de remo e vela constituem as atividades marinheiras, que tm o propsito de desenvolver e aprimorar o gosto pela vida do mar. As principais atividades esportivas que podem ser praticadas, dependendo da habilidade do Aspirante, so: futebol, tiro, esgrima, vlei, basquete, natao, plo aqutico, pentatlo naval, jud, atletismo e remo. Estas atividades visam desenvolver no Aspirante as qualidades essenciais conduta pessoal nas relaes em grupo, por meio da prtica de competies esportivas. O contedo do CPE constitudo de conhecimentos essencialmente prticos, tendo carter de Estgio Complementar, necessrio plena qualificao do GM (FN). Na 1 fase, realizada nos meses de janeiro e fevereiro, os GM (FN) recebem noes bsicas, durante sete semanas, de Combate a Incndio, Tcnicas de Ensino, Organizao e Mtodos, Comunicaes Navais, e de Atividades Administrativas do Comandante de Peloto de Fuzileiros Navais, esta ltima com a realizao do Estgio de Administrao para Comandante de Peloto (EsACoPel) nas Unidades da Diviso Anfbia. Na 2 fase, com a durao de dezesseis semanas, os GM (FN) realizam o Estgio Especial de Guerra Anfbia (E-EGAnf), enquanto os 2 Ten (QC-FN e AFN) egressos do CFO do CIAW, realizam o Curso de Especializao de Guerra Anfbia (C-Espc-GAnf), que tem a durao de dezoito semanas. O E-EGAnf e o C-Espc-GAnf so realizados simultaneamente no CIASC ).
A 3 fase corresponde viagem de instruo, realizada no Navio-Escola, na qual os GM (FN) aplicaro os conhecimentos adquiridos no Ciclo Escolar e nas Fases do Ciclo PsEscolar, durante a execuo de tarefas, de forma supervisionada, nas reas de Administrao Naval, Fainas e Procedimentos Marinheiros, Liderana, Segurana Orgnica, Etiqueta, Histria Naval, Gestoria, Embarque e Carregamento, Hidrografia com o objetivo de aplicar as informaes hidrogrficas e cartogrficas necessrias realizao de uma Operao Anfbia e Operao Ribeirinha - e Navegao e Meteorologia Aplicada com o objetivo de aplicar os conceitos fundamentais e procedimentos de navegao visual, eletrnica e estimada, que permitem determinar a posio do navio, bem como realizar observaes meteorolgicas. Ao final da viagem de instruo os GM (FN) so nomeados 2 Ten (FN) e realizam o E-QTEsp, de acordo com a Unidade da Fora de Fuzileiros da Esquadra (FFE) em que for servir. Os Oficiais do Quadro Complementar de Oficiais Fuzileiros Navais e do Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais so formados no Curso de Formao de Oficiais (CFO), realizado no CIAW. O CFO tem o objetivo de habilitar os candidatos aprovados nos processos seletivos para ingresso nos diversos Corpos e Quadros, para o exerccio de atividades tcnico-administrativas e das funes previstas para Oficiais Subalternos, inerentes aos primeiros postos da carreira naval. O ensino dividido em Ensino Militar-Naval (EMN) e Ensino Profissional (EP). O EMN visa proporcionar aos alunos os conhecimentos bsicos de natureza militar-naval
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necessrios para o ingresso na carreira naval e estimular o entusiasmo pela MB, seus costumes e tradies, sendo constitudo pelo Perodo de Adaptao (PA), pelas disciplinas comuns a todos os Corpos e Quadros e pelas disciplinas de interesse para o CFN. O Ensino Profissional, que visa proporcionar a habilitao necessria ao exerccio de funes operativas, tcnicas e de atividades especializadas especficas da Marinha constitudo pelas disciplinas especficas do CFN. O EMN juntamente com o EP, excetuando-se o PA, tem a durao de trinta e trs semanas para os GM do Quadro Complementar de Oficiais Fuzileiros Navais (QC-FN) e do Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais (AFN), sendo vinte e sete semanas no CIAW e seis semanas no CIASC, onde so ministradas as disciplinas especficas de Fuzileiros Navais. O PA, comum a todos, com durao de duas semanas, realizado em regime de aquartelamento, ocasio em que os alunos somente so liberados nos finais de semana. As disciplinas Combate a Incndio, Organizao e Mtodos, Tcnica de Ensino e Gesto Contempornea, ministradas no CFO, tm equivalncia aos respectivos Cursos Expeditos do Sistema de Ensino Naval, conferindo aos alunos o direito ao Certificado de Concluso. Os GM (AFN) e GM (QC-FN), aprovados no CFO, realizam o Estgio de Aplicao de Oficiais (EAO) em unidades operativas do CFN, com a durao de quatro semanas, cuja finalidade a adaptao do aluno s caractersticas do servio naval inerentes profisso, complementao de sua formao militar-naval e avaliao complementar para o desempenho de funes tcnicas e administrativas no CFN. Atendendo a sugesto contida no relatrio do GT de Integrao Vertical dos cursos de Oficiais, em 2005 foi encaminhada ao CIAW a proposta de reduzir em duas semanas a carga horria do EAO para permitir a ampliao da carga horria das disciplinas especficas de FN do CFO, de forma a aproximar ao mximo a carga horria empregada pela EN das disciplinas especficas de FN (IBC, OPA e OFN), bem como permitir a homogeneidade das disciplinas ministradas aos FN da EN e do CIAW, inclusive com a atribuio da mesma nomenclatura. Ao final do CFO e do EAO, os GM (QC-FN e AFN) so promovidos a 2 Ten (QCFN e AFN) e realizam o C-Espc-GAnf, quando so distribudos para a Fora de Fuzileiros da Esquadra.
Ao final da viagem de instruo os GM(FN) so nomeados a 2 Ten (FN) e realizam o EQTEsp, de acordo com a Unidade da Fora de Fuzileiros da Esquadra (FFE) em que for servir, os GM (QC-FN e AFN) so promovidos as 2 Ten (QCFN e AFN) e realizam o CEspc-GAnf, quando so distribudos para a Fora de Fuzileiros da Esquadra.
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